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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ALIENAÇÃO PARENTAL: AS DOLOROSAS CONSEQUÊNCIAS DO FIM DE UM RELACIONAMENTO PARA OS FILHOS. Por: Carla Pizzo Dias Bessa Orientador Prof.ª Ana Paula Ribeiro Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …casos de alienação por parte dos avós e, principalmente por parte da avó, uma vez que, com a entrada da mulher no mercado

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ALIENAÇÃO PARENTAL: AS DOLOROSAS CONSEQUÊNCIAS DO

FIM DE UM RELACIONAMENTO PARA OS FILHOS.

Por: Carla Pizzo Dias Bessa

Orientador

Prof.ª Ana Paula Ribeiro

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ALIENAÇÃO PARENTAL: AS DOLOROSAS CONSEQÜÊNCIAS DO

FIM DE UM RELACIONAMENTO PARA OS FILHOS.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes

como requisito parcial para obtenção do grau de especialista

em Psicologia Jurídica.

Por: Carla Pizzo Dias Bessa

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, a minha família, aos meus amigos e

companheiros de trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Dedico ao meu Marido, à minha família e aos

meus amigos, em especial ao José Henrique e

Francisco, que me ajudaram nesta fase tão

importante da minha vida.

5

RESUMO

A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é o termo proposto por Richard Gardner, em 1985, para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando nela fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao genitor alienado, privando-a do necessário convívio com todo um núcleo familiar e afetivo do qual faz parte e ao qual deveria permanecer integrada. Torna-a órfã de pai ou mãe vivos.

Os casos mais freqüentes de Alienação Parental são aqueles em que um dos genitores não consegue enfrentar de uma forma saudável o fim do relacionamento com o outro genitor e então começa uma batalha sem fim, com o objetivo de destruir o outro.

É comum que a criança colabore com o guardião no processo de alienação, pois o mesmo muitas vezes faz ameaças de abandono ou chantagem emocional. A criança é colocada em uma situação de dependência e, a todo instante é submetida a provas de lealdade. Como consequência desse conflito de lealdade, a criança alienada tende a proteger o guardião e a renegar o outro genitor.

Os efeitos nas crianças vítimas da Síndrome de Alienação Parental podem ser vários, desde depressão crônica, incapacidade de adaptação a ambientes psicossociais normais, transtornos de identidade e de imagem, desespero, sentimento incontrolável de culpa, sentimento de isolamento, comportamento hostil, falta de organização, dupla personalidade, até suicídio em casos extremos. Os estudos demonstram que, quando adultas, as vítimas de alienação têm inclinação para o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e de drogas e apresentam outros sintomas de profundo mal-estar.

Visando evitar os efeitos da Alienação Parental, a família deve procurar um profissional que conheça profundamente o assunto, suas origens e consequências, e o modo como combatê-la, e intervir o mais rapidamente possível para que seus efeitos não sejam irreversíveis. Se o psicólogo constatar, por meio de avaliação individual, alguma ameaça para a criança, é preciso adotar medidas mais rígidas, como recorrer ao sistema judicial.

Também é importante estar atento à questão da ética de alguns profissionais, não só da saúde, como também da área jurídica.

No Brasil, foi aprovado recentemente na Câmara, em 19 de novembro de 2009, o Projeto de Lei nº 4053/2008, de autoria do Deputado Regis de Oliveira, PSC/SP, que dispõe sobre a Alienação Parental.

6

METODOLOGIA

Na pesquisa realizada, optou-se pelo uso da metodologia qualitativa, partindo-se do

entendimento de que essa abordagem poderia oferecer melhores recursos à investigação.

Na coleta de dados, foram realizadas pesquisas bibliográficas, em revistas e também em

páginas da WEB.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

1- O QUE É ALIENAÇÃO PARENTAL? 10

1.1- Conceito. 10

1.2- Por que as mães são mais alienadoras do que os pais? 11

1.3- A diferença entre Síndrome de Alienação Parental e Alienação Parental. 11

1.4- Projeto de Lei 4053/2008 que dispõe sobre a Alienação Parental. 13

1.5- De que forma ocorre a Alienação Parental? 17

2- AS CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL 21

2.1- A separação. 21

2.2- As consequências da Alienação Parental. 21

2.3- O raio de ação da Alienação Parental. 23

2.4- Alguns danos provocados nos filhos por separações e/ou distanciamento 23

da figura paterna na segunda infância (3 aos 7 anos), terceira infância (7 aos 12

anos), pré-adolescência e adolescência segundo o IBDFAM.

3- COMO EVITAR A ALIENAÇÃO PARENTAL? 31

3.1- Evitando a Alienação Parental – Algumas possibilidades. 31

3.2- O que pode ser feito para diminuir a hostilidade que leva a Alienação. 32

Parental?

3.3- O psicólogo, a ética e o direito. 34

3.4- O papel do Poder Judiciário na Alienação Parental. 36

3.5- A guarda compartilhada como meio de evitar a Alienação Parental. 37

3.6- O advogado e a ética em relação a Alienação Parental. 39

CONCLUSÃO 41

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

8

INTRODUÇÃO

A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é termo proposto por Richard Gardner,

em 1985, para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os

laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em

relação ao outro genitor, privando a criança do necessário convívio com todo um núcleo

familiar e afetivo do qual faz parte e ao qual deveria permanecer integrada. Tornam-se

“Órfãos de Pais Vivos”.

No Brasil, foi aprovado recentemente na Câmara, em 19 de novembro de 2009, o

Projeto de Lei nº 4053/2008, de autoria do Deputado Regis de Oliveira, PSC/SP, que

dispõe sobre a Alienação Parental. Diante da importância do tema para a sociedade, o

trabalho pretende explicar de que forma a alienação parental provoca danos, muitas vezes

irreparáveis, na criança.

O trabalho é uma exigência para a conclusão do curso de Pós-Graduação lato- sensu

em Psicologia Jurídica, do Instituto A Vez do Mestre. Também se destina a explicar a

importância do tema Alienação Parental e como a mesma pode causar danos psicológicos

na criança. Um assunto tão discutido atualmente no âmbito do direito de família e da

psicologia.

No primeiro capítulo será explicado o que é a alienação parental e de que maneira

ela ocorre. Também irá explicar porque as mulheres são consideradas mais alienadoras do

que os homens, além de esclarecer a diferença entre Síndrome de Alienação Parental e

Alienação Parental. Ainda neste capítulo, será mostrado o Projeto de Lei nº 4053/2008, de

autoria do Deputado Regis de Oliveira, PSC/SP, que dispõe sobre a Alienação Parental.

O segundo capítulo se dispõe a explicar as consequências psicológicas da alienação

parental para a criança e para o genitor que sofreu a alienação. Também abordará temas tais

como separação, o raio de ação da Alienação Parental e os danos sofridos em relação ao

estágio de desenvolvimento da criança.

9

O terceiro capítulo irá informar como evitar a alienação parental, além de abordar o

papel do Poder Judiciário em relação à Alienação Parental e questões éticas que envolvem

tanto os psicólogos, quanto os operadores do direito. Ainda neste capítulo será informado

como a guarda compartilhada pode ser uma maneira de evitar a Alienação Parental. E mais,

serão abordadas algumas maneiras para diminuir a hostilidade entre os pais que pode levar

a Alienação Parental.

10

CAPÍTULO I

O QUE É ALIENAÇÃO PARENTAL?

1.1 - O CONCEITO

“Elas não têm nenhum direito, não têm voz. Porém, quando atingem a maioridade, o

poder é todo delas, e os pais a quem consideravam tiranos quando eram menores são rejeitados com raiva e desdém. É realmente isto que queremos?”

Judith Wallerstein, Julia Lewis, Sandra Blakeslee

No Brasil, é possível identificar alguns fenômenos resultantes do crescimento do

número de divórcios. Há décadas, a família vem experimentando mudanças que envolvem

as formas de constituição, dissolução e reconstituição; a igualdade entre os filhos; a

igualdade do homem e da mulher nas relações conjugais; o princípio constitucional da

dignidade da pessoa humana e da prioridade absoluta à infância, entre outras.

Nas separações, sejam elas de qualquer natureza, é comum chegar ao Sistema de

Justiça conflitos de toda a natureza, e que afetam diretamente a vida dos filhos, em

especial, quando estes filhos são crianças ou adolescentes.

Alguns pais conseguem enfrentar a separação sem causar tanto sofrimento aos

filhos. Outros, porém, não só fazem deste momento um campo de batalha, como não

poupam os filhos dos conflitos conjugais, utilizando-os como verdadeiras armas para

atingir o ex-cônjuge ou companheiro.

Pesquisas indicam que a maioria dos filhos de pais divorciados ou em processo de

separação já sofreu algum tipo de alienação parental.

11

A Síndrome de Alienação Parental (SAP) foi definida, em meados dos anos oitenta,

nos Estados Unidos, por Richard Gardner1 (1931-2003), como um distúrbio da infância que

aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua

manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma

campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da

combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação,

doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o

abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança

pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a

hostilidade da criança não é aplicável.

1.2 – Por que as mães são mais alienadoras do que os pais?

No Brasil, por haver uma forte tendência da guarda ficar com a mãe, é mais comum

que esta se torne alienadora e o pai, juntamente com a criança, o alienado.

Segundo dados do IBGE (2002), em aproximadamente 91% dos casos de alienação

parental são causados pelas mães, podendo, todavia ser causada também pelo pai, dentro

dos 9% restantes.

Também é importante ressaltar que estão se tornando cada vez mais comuns os

casos de alienação por parte dos avós e, principalmente por parte da avó, uma vez que, com

a entrada da mulher no mercado de trabalho, estas muitas vezes precisam deixar seus filhos

sob o cuidado da avó, que por sua vez, colabora com o processo de alienação da criança

contra o pai ou, muitas vezes aliena a criança contra a mãe, ou seja, a sua própria filha.

1.3 – A diferença entre Síndrome de Alienação Parental e Alienação

Parental.

É indispensável esclarecer a Diferença entre Síndrome de Alienação Parental e

Alienação Parental. Segundo o Advogado Marcos Antônio Pinho,

____________________ 1 GARDNER RICHARD, 1985. Professor de psiquiatria Clínica do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Columbia, no seu artigo traduzido por “Tendências Atuais em Litígios de Divórcio e Custódia”.

12

"Configuraria uma Síndrome o conjunto de sintomas que se manifestam simultaneamente em decorrência de uma causa única. O termo “doença” é mais geral, podendo haver várias causas para a sua ocorrência. Gardner sustenta que Alienação Parental é um termo demasiadamente vago, envolvendo enorme variedade de fenômenos clínicos que não poderiam ser aglutinados para autorizar a inclusão no DSM como um transtorno específico. A inclusão da SAP no DSM facilitaria o seu reconhecimento pelos Tribunais.

A Síndrome não se confunde com a Alienação Parental, pois que aquela geralmente decorre desta, ou seja, ao passo que a AP se liga ao afastamento do filho de um pai através de manobras da titular da guarda; a Síndrome, por seu turno, diz respeito às questões emocionais, aos danos e sequelas que acriança e o adolescente vêm a padecer. "(PINHO, MARCO ANTÔNIO GARCIA DE. Alienação parental. Jus Navigandi, Teresina, ano 13, n. 2221, 31 jul. 2009).

Também é de suma importância esclarecer que muitos autores discordam das idéias

de Gardner, uma vez que a SAP ainda não é reconhecida oficialmente como uma síndrome,

pois ainda não consta na atual versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais (DSM-IV).

Segundo Escudero, Aguilar ET Cruz (2008, p.263), Gardner apoiava-se

fundamentalmente em analogias para comprovar sua teoria sobre a SAP. Aliado a isso,

continuam os autores, Gardner utilizava-se de consenso com outros profissionais que

pensavam de forma similar a ele, como garantia de evidência científica de suas

proposições.

Algumas pesquisas (BRITO, 2007; RAMIRES, 2004; SOUZA, 2000;

WALLERSTEIN ET KELLY, 1998) comprovam que o modo como os jovens e as crianças

percebem a separação dos seus pais pode variar dependendo de inúmeros fatores, tais como

idade, sexo, características individuais, entre outras. Foram também observados não só

quadros de somatização por parte dos filhos, mas também a existência de fatores que

podem auxiliar na superação ou adaptação às mudanças provindas do divórcio.

Segundo o pensamento de Evandro Luiz Silva e Mário Rezende,

13

“Para a psicanálise, a alienação é um conceito central porque revela a relação complexa com o outro no processo de constituição do sujeito. A alienação é entendida aqui enquanto um processo intrincado e paradoxal na medida em que o outro tanto nos aliena quanto nos constitui. Não havendo saída da alienação, já que ela é estruturante do ser do desejo, cabe-nos pensar e problematizá-la enquanto um processo complexo que dá a ver um campo de lutas e enfrentamentos que caracteriza a própria constituição do sujeito, aberta às múltiplas vicissitudes do caminho.

Ao descrever a estruturação do sujeito a partir do “estádio do espelho”, Lacan sublinha justamente esse jogo em que o sujeito emerge ao mesmo tempo separado e atravessado pelo outro. Sem alternativa a esse jogo constitutivo e, estando sempre na intercessão com o outro, o sujeito funda-se no simbólico, na linguagem e no desejo. O sujeito do inconsciente é, portanto, um sujeito capturado pela linguagem e esta aponta, inexoravelmente, para a relação com o Outro.” (SILVA, EVANDRO LUIZ e REZENDE, MÁRIO, 2008, p.26).

1.4 - Projeto de Lei nº 4053/2008 que dispõe sobre a Alienação Parental.

A Alienação Parental não é um fenômeno novo. Ao contrário, é um velho

conhecido dos advogados, Magistrados, Promotores de Justiça e filhos de pais separados.

Foi aprovado na Câmara em 19 de novembro de 2009, o Projeto de Lei nº 4053/2008, de

autoria do Deputado Regis de Oliveira, PSC/SP, que dispõe sobre a Alienação Parental. O

projeto tramitou na Comissão de Seguridade Social e Família e foi apresentado parecer

favorável, com emenda substitutiva, pelo Deputado Acélio Casagrande.

A redação aprovada do PL, composta de nove artigos, define a alienação parental

como a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, promovida ou

induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente

sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízos

ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este (“caput” do art. 1º).

Segundo o parágrafo único, consideram-se formas de alienação parental, além dos

atos declarados pelo juiz ou constatados por equipe muldisciplinar, os praticados

diretamente ou com auxílio de terceiros, tais como:

14

a) realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da

paternidade ou maternidade;

b) dificultar o exercício da autoridade parental;

c) dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;

d) dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;

e) omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a

criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;

f) apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra

avós, para obstar ou dificultar sua convivência com a criança ou adolescente;

g) mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando dificultar a

convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou

com avós.

Segundo dispõe o art. 3º, declarado indício de ato de alienação parental, a

requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou

incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária e o juiz determinará, com urgência,

ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da

integridade psicológica da criança ou adolescente, inclusive para assegurar sua convivência

com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.

O parágrafo único, por sua vez, afirma que, em qualquer hipótese, assegurar-se-á à

criança ou adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida, ressalva feita ao

exercício abusivo do direito por genitor, com iminente risco de prejuízo à integridade física

ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente

designado pelo juiz para acompanhamento das visitas.

15

AGRAVO DE INSTRUMENTO. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

PATERNAS. SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL. O direito de visitas, mais do

que um direito dos pais constitui direito do filho em ser visitado, garantindo-lhe o convívio

com o genitor não-guardião a fim de manter e fortalecer os vínculos afetivos. Evidenciado

o alto grau de beligerância existente entre os pais, inclusive com denúncias de episódios de

violência física, bem como acusações de quadro de síndrome de alienação parental, revela-

se adequada a realização das visitas em ambiente terapêutico.

AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. REGULAMENTAÇÃO

DE VISITAS. SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL. Evidenciada o elevadíssimo

grau de beligerância existente entre os pais que não conseguem superar suas dificuldades

sem envolver os filhos, bem como a existência de graves acusações perpetradas contra o

genitor que se encontra afastado da prole há bastante tempo, revela-se mais adequada a

realização das visitas em ambiente terapêutico. Tal forma de visitação também se

recomenda por haver a possibilidade de se estar diante de quadro de síndrome de alienação

parental. Apelo provido em parte.

O art. 4º estabelece: “havendo indício da prática de ato de alienação parental, em

ação autônoma ou incidentalmente, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica

ou biopsicossocial”.

O § 1º do referido artigo dispõe que o laudo pericial terá base em ampla avaliação

psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista

pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do

casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e

exame da forma como a fala da criança ou adolescente se apresenta acerca de eventual

acusação contra genitor.

A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados,

exigida, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico

para diagnosticar atos de alienação parental (art. 4º, § 2º). O perito ou equipe

multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 90

16

dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial,

baseada em justificativa circunstanciada (art. 4º, § 3º). Caracterizados atos típicos de

alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou

adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidentalmente, o juiz poderá,

cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e

da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos,

segundo a gravidade do caso:

I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;

II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;

III - estipular multa ao alienador;

IV - determinar intervenção psicológica monitorada;

V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;

VI - declarar a suspensão da autoridade parental (art. 5º).

Caracterizada mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à

convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar ou retirar a

criança ou adolescente junto à residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos

períodos de convivência familiar (art. 5º, parágrafo único).

A atribuição ou alteração da guarda dará preferência ao genitor que viabiliza a

efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, nas hipóteses em que

inviável a guarda compartilhada. Havendo guarda compartilhada, será atribuída a cada

genitor, sempre que possível, a obrigação de levar a criança ou adolescente à residência do

outro genitor ou a local ajustado, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência

familiar (art. 6º).

A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a

determinação da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência

familiar, salvo se decorrente de consenso entre os genitores ou decisão judicial (art. 7º).

17

No campo penal, o mencionado PL acrescenta o parágrafo único ao art. 236 do

ECA:

ART. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro

do CT ou representante do MP no exercício de função prevista nesta Lei.

Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. “Incorre na mesma pena, se o fato não constitui crime mais grave, quem

apresenta relato falso a agente indicado no caput ou à autoridade policial cujo teor possa

ensejar restrição à convivência de criança ou adolescente com genitor”.

Acrescenta, ainda, o art. 236-A ao ECA, com a seguinte redação:

ART. 236-A. “Impedir ou obstruir ilegalmente contato ou convivência de

criança ou adolescente com genitor.”

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime

mais grave.

1.5 – De que forma ocorre a Alienação Parental?

A alienação parental pode ocorrer de diversas maneiras, tais quais podem se dar de

forma sutil ou de forma bastante agressiva e traumatizante para a criança. De forma sutil, o

guardião pode simplesmente criar situações que afaste a criança da convivência do outro

genitor que ficou sem a guarda, como por exemplo, levar a criança pra passear no dia da

visita ou então sugerir passeios mais interessantes do que o não guardião está acostumado a

realizar.

Em casos mais extremos, o guardião pode implantar falsas memórias de abuso

sexual na criança, o que é capaz de causar consequências psicológicas desastrosas, uma vez

18

que o guardião consegue implantar essas falsas memórias, a criança passa a acreditar e a se

comportar como se a verdade do guardião fosse a sua verdade. Isso ocorre porque, segundo

Maria Antonieta Pisano Motta (2008), as crianças acreditam mais nas percepções dos pais

do que nas próprias percepções.

Nesse último exemplo pode inclusive levar o não guardião a ser indiciado

criminalmente por abuso sexual.

Nos casos de alienação parental, o afastamento de um dos genitores é provocado

geralmente por uma vingança egoísta, devido ao fim de um relacionamento que o guardião

não consegue superar com maturidade.

Durante o processo de Alienação Parental, o guardião se utiliza de diversos

artifícios para separar o filho do conjugue alienado, dentre eles estão as diversas e

repentinas mudanças de endereço, às vezes mudam até de cidade; o envolvimento de

pessoas próximas na lavagem cerebral de seus filhos; a troca de nomes e sobrenomes; a

culpabilização do outro genitor pelo mau comportamento do filho; as ameaças de punir os

filhos se eles telefonarem, escreverem ou se comunicarem com o outro genitor de qualquer

maneira; a apresentação do novo cônjuge aos filhos como sua “nova mãe” ou seu “novo

pai”; o impedimento do outro genitor de exercer seu direito de visita. Há casos em que a

criança é trocada de escola para que o outro genitor não tenha acesso a criança.

É comum que a criança colabore com o guardião no processo de alienação, pois o

mesmo muitas vezes faz ameaças de abandono ou chantagem emocional. A criança é

colocada em uma situação de dependência e, a todo instante é submetida a provas de

lealdade. Como consequência desse conflito de lealdade, a criança alienada tende a

proteger o guardião e a renegar o outro genitor.

Segundo Teyber (1995, p.147)

19

“Embora devessem dar aos filhos permissão para serem unidos simultaneamente aos dois genitores, a maioria dos pais divorciados passa a eles a mensagem de que precisam tomar o partido do pai ou da mãe, em detrimento da ligação com o outro”.

Ainda citando Teyber (1995, p.148)

“Os pais podem colocar os filhos diante desses conflitos de lealdade de forma direta ou encoberta. De qualquer jeito o resultado é angustiante, pois a ligação com um dos genitores significa a deslealdade ao outro. Os filhos querem estar ligados aos dois genitores e ficam profundamente aflitos quando precisam escolher um ou outro. Quanto mais forte as exigências para tomar partido e optar, maior o conflito dos filhos e pior seu ajustamento ao divórcio”.

“... Nenhuma criança pode fazer essa escolha sem experimenta um enorme conflito interior. Os filhos querem relacionar-se com os dois genitores e sentem-se despedaçados por dentro quando puxados em direções opostas.”

“... Embora os conflitos de lealdade possam ser um problema para os filhos de todas as idades, os de 9 a 13 anos são particularmente vulneráveis aos julgamentos morais do tipo totalmente bom/totalmente ruim. Como eles não conseguem integrar as noções distintas de “verdade” do pai e da mãe, aceitam prontamente os pedidos implícitos dos pais para tomar partido, se alinham a um dos lados”. “Os filhos, quando enredados nesses conflitos de lealdade, em geral adotam uma postura insuportavelmente moralista e recriminadora em relação a um dos genitores”.

Por sua vez, a criança amedrontada e com receio de magoar o guardião, acaba por

não querer mais estar na companhia do genitor alienado. Como justificativa, se utiliza de

diversos artifícios, entre eles, um que é muito comum: as crianças apresentam reações

psicossomáticas na presença do não guardião, que podem ser diversas, tais como enjôo,

dores abdominais e algumas, chegam a ter febre nos dias de visitas. Essas reações têm a ver

com a emoção e a ansiedade diante do genitor que a criança não está habituada a conviver.

Isso não quer dizer que a criança não gosta de estar na presença do não-guardião, mas sim

que ela não consegue verbalizar o que está sentindo. Muitas vezes o guardião se utiliza

20

dessas reações psicossomáticas para justificar o impedimento das visitas, alegando que não

pode deixar a criança na presença do outro genitor, pois esta se sente mal.

Outro discurso muito comum utilizado pelo guardião é o de que não consegue

obrigar a criança a conviver “forçadamente” com o outro genitor, com quem a mesma “não

quer” nenhum tipo de envolvimento, porém o guardião consegue obrigar a criança a tantas

outras coisas, que é fácil perceber o quanto há intenção do guardião em que a criança

mantenha-se afastada do não guardião. Desta forma, a Alienação se dá não de maneira

explícita, mas de maneira encoberta, bastando, por exemplo, que a mãe, diante de

despretensiosa e singela resistência do filho em visitar o pai, por simples cansaço ou por

querer brincar, nada faça, pecando por omissão e não estimulando nem ressaltando a

importância do contato entre pai e filho ou mesmo transformando uma simples discussão

caseira em verdadeiro ambiente de caos e motivo para desencadear o processo destrutivo.

As crianças vítimas de Alienação Parental são crianças abusadas emocionalmente

pelo genitor que detém a guarda. Essas crianças, posteriormente apresentarão uma série de

sintomas tais como ansiedade, dificuldade de relacionamento interpessoal e afetivo,

insegurança, sensação de culpa, auto-estima baixa, entre outros, em conseqüência desse

desapego forçado com o não guardião, que por sua vez, também sofre com o afastamento

do filho alienado.

21

CAPÍTULO II

AS CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DA ALIENAÇÃO

PARENTAL.

“A família é a célula núcleo da sociedade e é a partir dela que se desenvolve o ser humano para que este, posteriormente, desenvolva outras relações.” (SIMÃO, ROSANA BARBOSA CIPRIANO, 2008, p.24).

2.1 – A separação A separação do casal é uma situação que muitas vezes provoca intenso estresse e

desencadeia conflitos, os quais podem trazer consequências desastrosas quando tem

crianças envolvidas e, principalmente disputas sobre a guarda de filhos. Tais consequências

podem ser nocivas para a saúde tanto física, quanto psicológica da criança, dependendo de

como o casal irá conduzir essa separação. A separação é um luto a ser elaborado e, quase

sempre o luto da separação é maior do que o luto da morte.

Caruso (1989, p.20), em A Separação dos Amantes, diz que estudar a separação

significa estudar a presença da morte na vida. Ele afirma que na separação há uma sentença

de morte recíproca em que o outro morre em vida dentro de mim e eu também morro na

consciência do outro.

Neste período de separação as crianças enfrentam maior ansiedade, medo do futuro

e insegurança, assim como podem se sentir confusas e/ou perdidas, não sabendo em quem

acreditar. Acham que a atenção e o carinho que sempre tiveram dos seus pais antes da

separação pode não mais existir. Quando a criança perde o pai ou a mãe, o seu “eu”, a sua

estrutura de personalidade, núcleo e referência são também destruídos.

2.2 – As consequências da Alienação Parental.

É importante observar que tipo de relação se estabelece entre a criança e o genitor

que detém a guarda. É muito comum esse genitor fazer o filho de confidente, contando-lhe

suas mágoas e frustrações em relação ao outro genitor, como se a criança fosse um par, um

22

igual e, cobrando desta lealdade. Essa cobrança pode gerar um conflito de lealdade, pois o

filho não deseja participar do sofrimento do casal, mas ao mesmo tempo se vê obrigado a

tomar partido de um dos genitores, geralmente do que detém a guarda, por conta da

proximidade. Esse conflito é gerador de ansiedade e pode desencadear uma série de

sintomas típicos da Alienação Parental.

As crianças que vivem os conflitos reais de uma separação litigiosa podem construir

crenças sobre apoio social precário, possuem pior autoconceito, medo de abandono,

dificuldades em relacionamentos interpessoais, queda de rendimento escolar e cognitivo,

culpa, entre outros. No entanto, o efeito do estresse de uma separação litigiosa pode ser

minimizado se um dos pais oferecerem proteção e recursos positivos para este

enfrentamento.

Essas crianças vítimas da Alienação Parental desenvolvem um sentimento de

desamparo, que para Lacan (1958-1959) é entendido como uma resposta a determinada

situação que o sujeito precisa enfrentar, porém não tem recursos para tal. É este desamparo

que retorna para a criança na forma de sintomas, no corpo e na doença é que a criança vai

expressar todo o sofrimento que ainda não tem condições de nomear. Em Lacan (1988), é o

que do simbólico invade o real.

Os efeitos da Alienação Parental podem se manifestar às perdas importantes, como

a morte de pais, familiares próximos e amigos. Como decorrência, a criança (ou o adulto)

passa a apresentar sintomas diversos: ora apresenta-se como portadora de doenças

psicossomáticas, ora mostra-se ansiosa, deprimida, nervosa e, principalmente, agressiva.

Os relatos acerca das conseqüências da síndrome da alienação parental abrangem ainda

raiva, medo, perda da autoconfiança e da auto-estima, desenvolvimento de fobias,

desordens do sono, transtornos alimentares, depressão crônica, transtornos de identidade,

comportamento hostil, desorganização mental e, às vezes, suicídio. É válido ressaltar que,

como toda conduta inadequada, a tendência ao alcoolismo e ao uso de drogas também é

apontada como consequência da Alienação Parental.

23

Segundo Gardner (1998, p.66), a criança alienada tende a reproduzir a mesma

patologia que o genitor alienador. Ou seja, o adulto que foi alienado quando criança tende a

se tornar um alienador e repetir com seus filhos os comportamentos alienantes.

Também, segundo Marina Della Valle, no artigo “Meus dois amores”, publicados

na página da internet denominada pai Legal, se refere ao “Efeito Bumerangue” como uma

das conseqüências da Alienação Parental, que se dão quando a criança fica mais velha,

geralmente na adolescência e começa a perceber que cometeu uma injustiça com o genitor

alienado, quando o relacionamento dos dois já foi muito abalado. Com isso, o filho se

revolta com o alienador e deseja se reaproximar do genitor alienado.

2.3 – O raio de ação da Alienação Parental.

O raio de ação destrutivo da Alienação Parental é bastante amplo, por isso não

atinge somente a criança, mais também ao pai ou a mãe alienados e os familiares

envolvidos. Para os pais alienados, vitimados e excluídos da convivência com seus filhos,

acusados de agressores, as consequências são igualmente desastrosas e podem se apresentar

de diversas maneiras, entre elas: depressão, perda de confiança em si mesmo, paranóia,

isolamento, estresse, desvio de personalidade, delinquência e suicídio ou mesmo

homicídio. Há casos em que o genitor alienado assassina o genitor alienador ou a própria

criança como uma forma desesperada de acabar com essa situação tão dolorosa que é a

Alienação Parental. De forma brutal e impensada, colocam um fim naquilo que eles

acreditam que não terá mais fim de outra forma, pois a morte é um fim, sem esperança ou

possibilidade para reconciliação, enquanto os filhos da Alienação Parental estão vivos, e,

consequentemente, a aceitação e renúncia à perda são mais dolorosa e difícil, praticamente

impossível, e, para alguns pais, a dor contínua no coração é semelhante à morte viva.

2.4 - Alguns danos provocados nos filhos por separações e/ou distanciamento da figura paterna na 2ª infância (3 aos 7 anos), 3ª infâncias (7 aos 12anos), pré-adolescência e adolescência segundo o IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de Família.

24

v Isolamento-retirada: A criança se isola do que a rodeia, e centra-se nela mesma, não

fala com quase ninguém e se o faz, é de forma muito concisa, preferindo estar

sozinha no seu quarto, em vez de brincar com outras crianças, mormente se filho

único, perdendo o único outro referencial e passando a viver somente com o pai ou

com a mãe, sentindo-se literalmente sozinha e abandonada, abandono e vazio a que

nos referimos que não pode ser suprido por qualquer figura senão a do próprio pai.

v Baixo rendimento escolar: Por vezes associado a uma fobia à escola e à ansiedade

da separação - a criança não quer ir à escola, não presta atenção nas aulas, mas

também não incomoda os seus companheiros, não faz os deveres com atenção,

apenas quer sair de casa, a apatia que mostra relativamente às tarefas que não são

do seu agrado alarga-se a outras áreas.... e isto é detectado a posteriori, não de

imediato, mormente quando na fase das visitações.

v Depressão, melancolia e angústia: Em diferentes graus, mas em 100% dos casos

ocorre e infelizmente é recorrente.

v Fugas e rebeldia: Produzem-se para ir procurar o membro do casal não presente, por

vezes para que se compadeça do seu estado de desamparo e regresse ao lar ou

pensando que será mais feliz ao lado do outro progenitor.

v Regressões: Comporta-se com uma idade mental inferior à sua, chama a atenção,

perde limites geralmente impostos pela figura paterna, perde o ‘referencial’, e

mesmo pode regredir como ‘defesa psicológica’ em que a criança trata de ‘retornar’

a uma época em que não existia o conflito atual, e que recorda como feliz.

v Negação e conduta anti-social: ocorrem em simultâneo - por um lado a criança, (e

mesmo as mães quando em processo de separação ou recém separadas, o que pode

levar até mais de 5 anos para ‘superar em parte’) nega o que está a ocorrer (nega

que os seus pais se tenham separado apesar da situação lhe ter sido explicada em

diversas ocasiões e finge compreender e assimilar e mesmo negar e ignorar, mas

internaliza), e, por outro lado sente consciente ou inconscientemente que os seus

25

pais lhe causaram dano, o que lhe dá o direito de fazê-lo também, provocando uma

conduta anti-social.

v Culpa: Por mais de 75% das vezes, a criança se sente culpada, hoje ou amanhã, em

regra mais tarde, pela situação, e pensa que esta ocorre por sua causa, pelo seu mau

comportamento, pelo seu baixo rendimento escolar, algo cometido, e pode chegar

mesmo a auto castigar-se como forma de autodirigir a hostilidade que sente contra

os seus pais, inconscientemente.

v Aproveitamento da situação-enfrentamento com os pais: Por vezes, a criança trata

de se beneficiar da situação, apresentando-a como desculpa para conseguir os seus

objetivos ou para fugir às suas responsabilidades ou fracassos. Por vezes, chega

mesmo a inventar falsas acusações para que os pais falem entre si, apesar de saber

que o único resultado destas falsas acusações será piorar o enfrentamento entre os

seus genitores. E se o ‘exemplo’ vem de casa, o que dizer de uma mãe que nem

sequer tenta dialogar e tentar conciliar em prol do filho.

v Indiferença: A criança não protesta, não se queixa da situação, age como se não

fosse nada com ela, sendo esta outra forma de negação da situação.

v 72% de adolescentes que cometem crimes graves e homicídios delinquentes vivem

em lares de pais separados;

v 70% dos delinquentes adolescentes e pré-adolescentes problemáticos cresceram

distantes de um genitor;

v Crianças sem a presença do pai têm duas vezes mais probabilidades de baixo

rendimento escolar e desenvolverem quadros de rebeldia a partir da 3ª infância;

v Em crianças e adolescentes com comportamento rebelde ou alterações emocionais o

fato é 11 vezes mais provável em face de distanciamento da figura do pai;

26

v A taxa de suicídio (ou tentativa, para chamar a atenção ou suprir a carência paternal

e tentativa de reaproximar os pais ou simplesmente vê-lo ‘fora dos dias de

visitação’ e se sentir verdadeiramente amada) entre 16 e 19 anos de idade triplicou

nos últimos 5 anos, sendo que de um em cada quatro suicídios ou tentativas de

auto-extermínio, três ocorreram em lares de pais ausentes ou distantes;

v Crianças na ausência do pai estão mais propensas a doenças sexualmente

transmissíveis;

v Crianças na ausência do modelo do pai estão mais propensas ao uso de álcool e

tabagismo e outras drogas;

v Filhas distantes de pai têm três vezes (!) mais chances de engravidarem ou

abortarem ao longo da adolescência ou durante os anos de faculdade;

v Crianças na ausência do pai são mais vulneráveis a acidentes, asma, dores,

dificuldade de concentração, faltar com a verdade e até mesmo desenvolver

dificuldades de fala;

v Em cada 10 crianças, apenas uma vê seu pai regularmente, e ainda assim, apresenta

graves sintomas e traumas que tendem a acentuar-se a partir da 3ª infância,

mormente na pré-adolescência e adolescência, ausente a figura do pai,

principalmente em lares de mães criando filhas;

v 20% das crianças que vivem com seus pais, quando perguntado o nome de adultos

que você admira e se espelha responderam como sendo "seu pai".

v Esse número, quando perguntado a criança que vive sem pai, sobe para 70%.

v Professores, terapeutas e outros têm maior dificuldade em lidar com filhos de pais

separados;

27

v Jovens com apenas um dos pais são três vezes mais propensos a problemas

comportamentais comparados aos que têm pai e mãe sempre presentes na mesma

casa e aqueles perdem grande parte da vida em infindáveis acompanhamentos

terapêuticos com frequência cinco vezes maior, de acordo com a renomada

National Survey of Children;

v Vivendo em uma família sem o pai, a disciplina cai vertiginosamente e as chances

da criança se graduar com êxito em nível superior caem em 30%;

v A ausência ou distanciamento do pai tende a se replicar. Meninas que crescem

apenas com a mãe têm o dobro de probabilidade de se divorciarem;

v Meninas que crescem distantes da figura do pai têm cinco vezes (!) mais chances de

perderem a virgindade antes da adolescência;

v Meninas distantes do pai têm três vezes mais chances serem vítimas de pedofilia e

mesmo de procurarem em qualquer figura masculina mais velha, o ‘eu’ do pai

distante, tendendo três vezes mais a se envolver com homens mais velhos, ou, se

mais novos, precocemente darem início a atividades sexuais;

v Meninas que cresceram à distância do pai têm três vezes mais chances de se

engravidarem precocemente, e são cinco vezes mais ‘vulneráveis’ que filhas que

moram com ambos os pais;

v O pai é o normatizador da estrutura mental e psíquica da criança; o excesso de

presença materna põe em risco a construção mental da filha e isto ocorre em 100%

dos casos, mormente com filhos únicos onde nem sequer haverá mais o referencial

do pai gerando a clássico processo da chamada "‘fusão" da mãe.

v O que impera é a convicção de que a mãe e filho bastam-se um para o outro

levando a mãe a crer, a curto e médio prazo, que poderá suprir todas as

necessidades da filha e dela mesma pelo resto da vida, o que, a bem da verdade, e já

28

clinicamente comprovado, vai gerar distúrbios na mãe e também desvios

emocionais na criança. [08]

v Na edição da Review of General Psychology, cientistas informaram que o grau de

aceitação ou rejeição que uma criança recebe - e percebe – do pai, afeta seu

desenvolvimento de forma tão profunda quanto à presença ou ausência do amor

materno.

v O amor paterno - ou a falta dele – contribui tanto quanto o amor materno para o

desenvolvimento da personalidade e do comportamento das crianças. Em alguns

aspectos, o amor do pai é até mais influente. [09]

v A ausência do amor paterno está associada à falta de auto-estima, instabilidade

emocional, irregularidades hormonais, introspecção, depressão, ansiedade, rejeição,

negação, vivendo um mundo irreal num ‘universo paralelo’, fantasiando um ‘pai’ e

desencadeando outras inverdades e surtos.

v Também restou provado que receber carinho do pai tem para a criança um efeito

positivo igual sobre a felicidade, o bem estar, o sucesso acadêmico e social, da 1ª

infância à fase adulta.

v Verificou-se ainda que em certas circunstâncias o amor paterno tem um papel ainda

mais importante que o materno.

v Inúmeros estudos descobriram que o amor do pai, e tão somente dele, é um fator

isolado determinante, quando se trata de filhos com problemas de disciplina,

limites, personalidade, conduta, delinquência, ou envolvimento com álcool, fumo e

outras drogas.

v Entrevistas com um grupo de 5.232 adultos entre 30 e 50 anos, foram novamente

questionados após cinco anos e concluiu-se que, aqueles que não se separaram

encontraram o equilíbrio, entenderam e resolveram as fontes de conflito, como

dinheiro, familiares, depressão, distanciamento e até mesmo infidelidade, diminuem

29

com o tempo, e, sem o distanciamento, o processo é absurdamente mais rápido e

menos traumático para todos.

v Outros disseram, ainda, que conseguiram lidar melhor com o marido, algumas

vezes com a importante ajuda de amigos imparciais – lembrem-se, infelizmente há

inveja no ser humano – ou de psicólogos, ou ameaçando a separação. MAS os

casais que se separaram ficaram submetidos a situações onde o indivíduo tem

pouco ou nenhum controle, com as novas reações, das crianças, incertezas e medos

de novas relações, mormente se a questão afetivo-sexual era intensa entre os dois,

tendo permanecido, em grande parte, solitários.

v É da singularidade do pai ensinar à filha o significado dos limites e o valor da

autoridade, sem os quais não se ingressa na sociedade sem traumas. Nessa fase, a

filha se destaca literalmente da mãe, não querendo mais lhe obedecer, e se aproxima

mais ainda do pai: pede para ser amada por ele, e espera dele, do pai,

esclarecimentos para os problemas novos que enfrenta. Pertence ao pai fazer

compreender a filha que a vida não é só aconchego, mas também estudo, trabalho e

doação; que não é só bondade, mas também conflito, que não há apenas sucesso,

mas também fracasso, que não há tão somente ganhos, mas também perdas.

v O pai volta-se mais para as características da personalidade e limites necessários

para o futuro, mormente limites da sexualidade, independência, capacidade de testar

limites e assumir riscos e saber lidar com fracassos e superação.

Vale ressaltar que a alienação parental não acontece da noite para o dia, vai se

construindo lenta e gradualmente na personalidade dos filhos, onde os mais novos sofrem

as consequências mais deletérias, visto que ainda não são dotados de discernimento

suficiente para se defender da manipulação feita por um dos genitores, pessoa na qual

deposita a mais completa e irrestrita confiança. A literatura que versa sobre o assunto

afirma ser quase impossível reconstruir os vínculos destruídos se houver um espaço de

tempo de alguns anos entre o início do processo de alienação parental e a consolidação da

alienação. As consequências podem perdurar por toda a vida, eis que o modelo parental a

30

ser seguido no futuro será o daquele ser patológico criado pela manipulação do outro

genitor e que permeou a mente da criança durante o longo itinerário de alienação.

É importante observar que as informações supracitadas fazem referência maior à figura

paterna como sendo a alienada juntamente com a criança. Isso se dá porque, como já

mencionado anteriormente, no Brasil ainda há uma forte tendência de a guarda do menor

ficar com a mãe, portando a maior parte do material de que dispomos sobre o assunto trata

a mãe como alienadora.

Não há maneira fácil de lutar contra a Alienação Parental, em especial se esta tiver tido

lugar durante um longo período de tempo e o genitor alienado teve pouco contato com a

criança. É um tempo perdido, momentos que não voltarão, onde o grande perdedor é o

filho. Mas é possível, com o apoio do judiciário, que está cada dia mais engajado nesta

causa, e também com o apoio dos profissionais da Psicologia e Assistência Social

buscarem medidas para conter a Alienação Parental e, se necessário, punir os alienadores.

É importante agir antes que a Alienação Parental seja instalada, afim de que se possa

evitar o sofrimento da criança e de todos os envolvidos no processo de separação.

31

CAPÍTULO III

COMO EVITAR A ALIENAÇÃO PARENTAL?

3.1 – Evitando a Alienação Parental – Algumas possibilidades.

Ouvimos, com certa regularidade, um ditado popular que diz: “Prevenir é melhor do

que remediar.” Com certeza, no que tange à Alienação Parental, o uso desse ditado é

propício, pois suas sequelas, muitas vezes são irremediáveis.

A regulação do poder paternal, após o divórcio, não pode ser usada para transformar

os papéis familiares, devendo, antes, refletir a forma como os pais distribuíam entre si as

tarefas relativas ao cuidado dos filhos, durante a constância do casamento. O que acaba é o

casamento e não a parentalidade entre pai/mãe e filhos. É garantido na constituição (art.

227 da Carta Magna), o direito de toda criança e adolescente ao convívio familiar, onde

qualquer violação deste direito configura um exercício abusivo do poder parental. Direitos

e deveres continuam a existir.

A fim de evitar a Alienação Parental, durante o processo de separação é importante

que os pais busquem compreender seus filhos e proteja-os de discussões ou situações

tensas. Também é importante buscar auxílio psicológico e jurídico para tratar o problema,

não sendo interessante esperar que uma situação de Alienação Parental aconteça. Ela

também não desaparece sozinha, portanto, uma vez instaurada, faz-se necessário buscar

ajuda o mais rápido possível, pois como já foi dito em capítulo anterior, o tempo pode ser

fator determinante para restabelecer os vínculos de afeto.

A Alienação Parental não é tão simples de ser prevista, pois vai depender de como o

casal irá aceitar o fim do relacionamento. Muitos têm maturidade e precupam-se com o

bem estar da criança, outros já estão mais interessados em vingar-se do parceiro/a pela dor

do fim da união. Por isso, muitas vezes, não é possível prever a reação do guardião e adotar

procedimentos para evitar a Alienação Parental. Geralmente a Alienação Parental é

combatida e não prevenida.

32

É importante um envolvimento maior dos Operadores do Direito no que tange a

Alienação Parental. Muitos ainda desconhecem esse problema e acabam por deixar

impunes os Alienadores, que saem da audiência sentindo-se vitoriosos. Vale lembrar que

nesta luta não tem ganhador, mas perdedor. A criança é a grande perdedora dessa batalha,

ficando privada da convivência familiar com seus dois genitores.

3.2 – O que pode ser feito para diminuir a hostilidade que leva a

Alienação Parental?

Muitas vezes, com o fim do casamento os pais ficam hostis entre si e essa

hostilidade é o primeiro passo para a Alienação Parental. Nem sempre essa hostilidade leva

à Alienação. Como já foi frisado anteriormente, o grau de maturidade dos pais é um fator

de fundamental importância para o desenvolvimento ou não da Alienação Parental. Alguns

conseguem preservar os filhos desse conflito.

É necessário saber que não existe nenhuma maneira fácil de lutar contra a Alienação

Parental, mas há algumas providências a serem tomadas que podem minimizar essa dor,

com a ajuda de profissionais especializados, tais como Assistentes Sociais, Psicólogos e

Psiquiatras. Algumas dessas providências envolvem diretamente a criança.

Tornar a criança consciente da história feliz que havia antes de separação entre os pais

ocorrer é uma medida importante. Também é válido fazer com que a criança veja quais são

os pontos positivos sobre o genitor denegrido. Se a criança contar com o auxílio de algum

profissional especializado, é de suma importância que os primeiros atendimentos,

inicialmente sejam com a criança sozinha, para que seja possível obter informações sobre

como ela se sente a respeito do genitor afastado.

É necessário fazer com que a da criança entenda que o que ela está fazendo é rejeitar,

ferir e humilhar um de seus pais, que se preocupa com ela igualmente ao outro. É preciso

fazer a criança entender não só que um parente de sangue faria por ela muitos sacrifícios

que ninguém mais faria como também a injustiça e da crueldade que há em se rejeitar um

pai/mãe amorosos que poderiam fazer muito por ela, tanto agora quanto no futuro.

33

As crianças devem estar cientes que a família estendida do genitor alienado também

está sendo injustamente rejeitada e está muito ansiosa para ter um verdadeiro contato com

os seus netos. É importante encorajar a criança não só a dialogar com o genitor alienado,

como também com a família estendida deste, incluindo avós, avôs, tias, tios, primos, etc.

Faz-se necessário conscientizar a criança de que ela necessita de ambos os pais, e não

apenas de um, e que isso não irá colocar em perigo, a sua relação com o guardião.

É muito importante para a criança que está sendo alienada passar tanto tempo quanto

possível sozinha com o não guardião, para que se possa desenvolver ou re-estabelecer o

relacionamento entre eles. Quanto mais ocorra esse contato individual, maior a

probabilidade de que o processo de alienação seja revertido.

É imprescindível reduzir ou eliminar as chamadas telefônicas e outras comunicações do

genitor alienante com a criança enquanto ela está com o outro genitor alienado, isto é,

durante as visitas, como também providenciar para que a criança não seja utilizada como

espiã contra o genitor alienado. Isso é muitas vezes feito pelos alienadores, com o objetivo

de adquirir informações e vantagens sobre o agora pai/mãe ausentes, devido à hostilidade

existente entre eles.

Depois de restabelecido o contato com a criança, os pais alienados devem concentrar-se

em falar sobre o passado e os tempos felizes juntos, mostrando fotos e vídeos.

Inicialmente, a criança poderá ficar muito reservada e deixar de fazer contato visual,

principalmente na presença do alienador, mas isso tende a melhorar quando a criança é

capaz de recordar os tempos felizes do passado e como isso pode construir um futuro.

Qualquer pai/mãe que deseje que seu filho tenha uma vida feliz no futuro deverá fazer

todo o possível para incentivar a criança a olhar favoravelmente para o pai/mãe ausentes e

incentivá-la a ter uma boa convivência com aquele genitor. É vital tentar obter a

cooperação do genitor alienador para que pare com a alienação, caso esse processo já tenha

sido iniciado, ou para impedi-lo de dar início a ele, se possível. Isso é mais fácil de dizer do

que de fazer, e muitos alienadores que sofrem de uma implacável hostilidade para com os

seus antigos parceiros irá se recusar a cooperar, ou aparentará cooperar, mas realmente não

o faz.

34

É importante ser firme e pró-ativo quanto à mudança nas atitudes e comportamentos

que venham causando a alienação parental. É importante fazer o alienador saber que seu

filho pode perder um bom pai/mãe, se o processo de alienação continuar e o genitor

ausente desistir de tentar fazer contato com a criança após ter sido repetidamente rejeitado.

Em casos extremos de Alienação Parental, a criança deverá ser retirada da influência do

genitor alienante e a guarda da criança deverá ser dada ao genitor alienado (Gardner,

2001a; Palmer, 2002) ou a outro órgão, e que possa incluir um membro da família do

genitor alienado. Isso deve ser feito através do tribunal e por sugestão do perito ou do

mediador, quando não parece haverem sido feitos progressos para inverter o processo de

alienação, e o alienador continua com a sua alienação.

Vale frisar que a criança que foi vítima de Alienação Parental, que não deixa de ser

uma manipulação mental, precisa entender que é seguro estar com o genitor alienado, sem

que isso implique em redução de sua lealdade e compromisso para com o guardião. Então o

genitor alienado deve fazer o máximo possível para tranquilizar o filho de que não existe

desejo de separá-lo do genitor guardião. Se ambos os pais fizerem isso, há uma boa chance

de que eventualmente eles venham a colocar o bem-estar da criança acima de suas próprias

mágoas.

Os genitores alienados não devem desistir facilmente, mas sim perseverar nos seus

esforços para fazer e manter bom contato com seus filhos. Em alguns momentos a rejeição

constante da criança pode ser humilhante e desmoralizante, mas faz-se necessário ser

persistente, e procurar ajuda de um especialista e o apoio dos tribunais, para obter o

sucesso. Nunca é demais enfatizar o papel do tribunal juntamente com o do perito, a fim de

encontrar a melhor solução possível para evitar um maior abuso emocional da criança.

3.3 - O Psicólogo, a ética e o direito

A ética da Psicologia Jurídica em âmbito do Direito de Família exige que o

psicólogo não defenda uma das partes, mas que realize uma avaliação de forma a analisar e

compreender o contexto da família, a dinâmica da relação e as questões intergeracionais

que se fundam naquela família.

35

Nos processos nas Varas da Família, os psicólogos devem empregar todos os

instrumentos e recursos legais e reconhecidos para avaliar a dinâmica familiar e sugerir

qual é a melhor situação para a criança ou adolescente.

Um dos equívocos que o psicólogo judiciário pode cometer é delegar à criança a

decisão acerca de “com quem quer morar” ou “se quer ou não visitar o pai/mãe não-

convivente”, a criança não tem maturidade para tomar essas decisões; além disso,

caracteriza-se um ato de omissão do profissional, de eximir-se da responsabilidade de

posicionar-se, principalmente quando há acusações duvidosas ou inconclusivas; e ainda

mais, transferir à criança a responsabilidade de decidir se quer ou não continuar visitando o

outro pai/mãe é um instrumento poderoso na mão do alienador, que pode influenciar a

criança em sua decisão e destruir os vínculos parentais.

Conforme nos descreve FÉRES-CARNEIRO (2007, p.77):

(...) todavia atribuir a decisão (...) ao “desejo” da criança é atribuir a ela uma responsabilidade que não lhe cabe, e que, sem dúvida, vai onerá-la para sempre. É importante que nem os pais, nas suas brigas, e nem os juízes, diante dos impasses judiciais, não transfiram para a criança responsabilidades e decisões que devem ser tomadas pelos adultos.

É inegável que a presença de ambos os genitores é fundamental para o

desenvolvimento psíquico da criança desde as primeiras fases da vida. O próprio Freud, na

Psicanálise fundamenta essa afirmação, em especial no caso da identificação masculina nas

meninas, decorrente de uma saudável vinculação paterna.

Para GUIMARÃES (In: SILVA (org.), 2007, p.82), a ética nas relações implica três

posturas fundamentais:

· Examinar cada configuração familiar para que, por meio de laudos e perícias

psicológicas, seja possível contemplar todos os aspectos emocionais envolvidos, e não

apenas os jurídicos;

· O dever de todos os profissionais envolvidos em preservar vínculos, e não acirrar

conflitos;

36

· E, em se tratando de crianças, manter a premissa máxima de assegurar ser “maior

interesse”: preservar, como ressonância psíquica importante, a continuidade dos vínculos.

Para a referida autora (2007, p.82), a ética das relações é o reconhecimento de que,

para garantir o maior interesse da criança, é imprescindível existir uma integração entre o

Direito e a Psicologia.

3.4 – O papel do Poder Judiciário na Alienação Parental.

Uma vez identificado o processo de alienação parental, é fundamental que o Poder

judiciário aborte seu desenvolvimento, impedindo que a mesma venha a se instalar. Por

falta de adequada formação, os juízes de família têm dificuldades em lidar com situações

em que, se examinadas com um pouco mais de cautela, não se converteriam em alienação

Parental.

É imperioso que os juízes se sejam esclarecidos sobre os elementos identificadores da

Alienação Parental, determinando, quando necessário, rigorosa perícia psicossocial, para

então ordenar as medidas necessárias para a proteção da criança. Observe-se que não se

trata de exigir do magistrado o diagnóstico da Alienação Parental, pois o mesmo não

possui formação profissional para isto. No entanto, o que não se pode tolerar é que, diante

da presença de seus elementos identificadores, não adote o julgador, com urgência máxima,

as providências adequadas.

Uma vez configurada a intenção do genitor alienante, cabe ao magistrado determinar a

adoção de medidas que permitam a aproximação da criança com o genitor alienado,

impedindo, assim, que o progenitor alienante obtenha sucesso no procedimento já

principiado.

De acordo com o Projeto de Lei nº 4053/2008 que dispõe sobre a Alienação Parental,

as providências judiciais a serem adotadas dependerão do grau em que se encontra o

estágio da alienação parental. Desta forma, o juiz poderá:

a) ordenar a realização de terapia familiar, nos casos em que o menor já apresente sinais de

repulsa ao genitor alienado;

37

b) determinar o cumprimento do regime de visitas estabelecido em favor do genitor

alienado, valendo-se, se necessário, da medida de busca e apreensão;

c) condenar o genitor alienante ao pagamento de multa diária, enquanto perdurar a

resistência às visitas ou à prática que enseja a alienação;

d) alterar a guarda do menor, principalmente quando o genitor alienante apresentar conduta

que se possa reputar como patológica, determinando, ainda, a suspensão das visitas em

favor do genitor alienante, ou que elas sejam realizadas de forma supervisionada;

e) dependendo da gravidade do padrão de comportamento do genitor alienante ou diante da

resistência dele perante o cumprimento das visitas, ordenar sua respectiva prisão.

Em relação à possível alteração da guarda, aventada anteriormente no item d, não se

registra nas leis brasileiras a decisão de modificação de guarda exclusivamente pelo

impedimento aposto às visitas por parte do titular da guarda. Embora, no Direito Brasileiro,

a oposição e impedimento ao exercício do direito de visitas não seja considerada crime, o

juiz pode basear-se no descumprimento de ordem judicial, delito contemplado no art. 330

do Código Penal para punir o alienador.

O Código Penal Brasileiro (Parte Especial, Título XI, Capítulo II - Dos Crimes

Praticados por Particular Contra a Administração em Geral) prevê:

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

De forma geral, os tribunais, no Brasil, ainda são conservadores em excesso ao

enfrentar questões relacionadas à Alienação Parental, prevalecendo a postura de negá-la,

com exceção de algumas decisões. Os tribunais do Sul e do Sudeste são os mais

empenhados em relação ao assunto.

3.5 - A Guarda Compartilhada como meio de evitar a Alienação Parental

Grisard filho a guarda compartilhada da seguinte maneira:

38

Este modelo, priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade dos gêneros no exercício da parentalidade, é uma resposta mais eficaz à continuidade das relações da criança com seus dois pais na família dissociada, semelhantemente a uma família intacta. É um chamamento dos pais que vivem separados para exercerem conjuntamente a autoridade parental, como faziam na constância da união conjugal, ou de fato. (GRISARD FILHO, 2002).

Sendo um ramo do Direito civil, o Direito de Família está ligado a todos os

cidadãos, e, por conseqüência, atrelado às profundas mudanças sociais e comportamentais

que vem passando a sociedade nos últimos tempos, principalmente no que diz respeito ao

conceito e função da família.

A Constituição Federal de 1988 tornou, juridicamente, homens e mulheres iguais

para efeitos de direitos e obrigações (art.5°, I), bem como declarou que os direitos e

deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela

mulher (art.226, §5°).

Em 2002, um pequeno avanço no Direito de Família foi conseguido com o novo

Código Civil que igualou homens e mulheres como sendo igualmente importantes para os

filhos e detentores do Poder Familiar, porém lamentavelmente, manteve aguarda única, na

qual um dos genitores, o pai ou a mãe, o que tiver melhores condições fica com a guarda.

Mas foi a atuação de entidades civis, que reuniram mães e pais inconformados com a

ausência de convivência com os filhos e que, ao não ter a guarda física, desejavam

compartilhar mais responsabilidades pela criação dos filhos. Nos tribunais, alguns autores

começam a falar de alienação parental de forma tímida, com destaque para os

entendimentos dos Tribunais de Justiça do Sul e do Sudeste.

A guarda compartilhada, quando aplicada em caso de litígio familiar entre casal,

que disputa a guarda de criança ou adolescente pode ser uma solução viável para se evitar a

alienação parental.

Na prática forense, os intérpretes do direito vêm entendendo que a guarda

compartilhada deve ser aplicada em situação de consenso, sob o fundamento de que, desta

forma, o genitor e a genitora poderão dialogar sobre os interesses do filho. Mas o consenso

não é fator determinante para a guarda compartilhada, podendo o juiz concede-la mesmo

39

em desacordo de uma das partes. Para que a guarda compartilhada possa realmente trazer

benefícios, é necessário haver harmonia entre os pais, a fim de que possa ocorrer o bem-

estar da criança. A relação harmoniosa entre eles, cada qual cedendo quando necessário,

será fundamental, sempre zelando pelo bem-estar da criança. Esta opção deverá resultar da

maturidade daqueles que já formaram uma família.

A percepção de que a Guarda Compartilhada, com pai e mãe responsáveis pelo

filho em igualdade de condições, é a mais adequada para um desenvolvimento saudável da

criança trouxe à tona com mais força os abusos que vinham sendo cometidos por alguns

genitores que detém a guarda unilateral. A guarda compartilhada representa o fim do poder

dado a apenas um dos pais em administrar a vida do filho e acaba com as visitas em dias e

horários programados. Ao compartilharem a guarda, pai e mãe poderão ter contato diário

com a criança e participar igualmente do cotidiano desta. Como desvantagens da guarda

compartilhada, poderão ocorrer indecisões às vezes por parte da criança em relação à não

saber a quem recorrer na tomada de certas decisões.

Infelizmente, o Brasil como outros países, o Judiciário ainda é lento demais em

perceber e impedir esse tipo de abuso em crianças e adolescentes. Some-se a isso o

despreparo de advogados, psicólogos e assistentes sociais em detectar e auxiliar as vítimas

de alienação parental. Numa outra ponta, o simples reconhecimento da existência desse

tipo de abuso arrepia alguns profissionais que lucram justamente com existência dele.

Muito embora os conselhos de classe já estejam atentos para a formulação de laudos falsos

e parciais que corroboram falsas denúncias e advogados sendo investigados pela Justiça,

são inúmeros os casos de pais e mães injustamente afastados de seus próprios filhos.

3.6 – O Advogado e a Ética em relação a Alienação Parental.

Identificar e punir a Alienação Parental são tarefas que se impõem ao Poder

Judiciário, que, para esse fim, deverá contar com o apoio de Assistentes Sociais e,

principalmente, de Psicólogos.

Por sua vez, o advogado que milita na área do direito de família, quando procurado

pelo genitor alienante para a defesa de seus direitos, muitas vezes atua como co-alienador,

40

incentivando o litígio ao invés da conciliação. O advogado deveria ser o primeiro juiz da

causa, avaliando se vale a pena levá-la a diante ou não.

Uma vez presente o processo de alienação parental, não se permite aos advogados,

em nome de uma suposta defesa dos direitos do seu cliente, prejudicar o interesse do

menor. Em tais situações, a recusa a defesa da causa do genitor alienante impõe-se,

também por força do comando constitucional que erige à condição de dever da sociedade –

e, por conseguinte, de todo e qualquer cidadão, assegurar à criança e ao adolescente, com

absoluta prioridade, o direito à convivência familiar. O ideal seria que os advogados

fossem agentes da pacificação social, buscando, através de um trabalho interdisciplinar, a

solução dos problemas referentes à Alienação Parental.

A alienação parental não é um problema somente dos genitores separados. É um

problema social, que, silenciosamente, traz consequências trágicas para as gerações futuras.

É preciso ser tratado com responsabilidade, principalmente pelos operadores do direito que

são os interventores diretos da Alienação Parental.

41

CONCLUSÃO

O tema Alienação Parental, além de recente é doloroso e intrigante. Ele vem

despertando a atenção não só do Estado, como da psicologia, da psiquiatria, da mídia, do

direito e da sociedade em geral, uma vez que a Alienação Parental é cada vez mais comum

nas relações contemporâneas, abalando, sobretudo o desenvolvimento emocional e

psicossocial de crianças, adolescentes e até mesmo de adultos, por fazerem parte desta

infeliz batalha.

Observa-se, sobretudo, que a sociedade é constituída de seres humanos, que

possuem formação psíquica baseada naquilo que obtiveram como referências educacional,

social e emocional oferecidas por seus pais, assim sendo refletem comportamentos

praticados por seus genitores. Por conseguinte, revela-se o combate à Alienação Parental de

suma importância, para que não se perpetue por várias gerações, expressando mais uma vez

o triste modelo educacional e de edificação de afetos assimilados durante todo o processo

no qual a criança foi manipulada.

Tal discussão fundamenta-se principalmente, quando se visualiza uma sociedade

com indivíduos que possuam comportamento hostil, falta de organização, pânico,

depressão crônica, sentimento incontrolável de culpa, dupla personalidade incapacidade de

adaptação em ambiente psicossocial, entre outros.

O tema exige que os profissionais, não só da saúde, como também do Poder

Judiciário, estejam cada vez mais preparados para intervir com rigor quando necessário, a

fim de aniquilar essa terrível covardia que é a Alienação Parental. Um grande passo na luta

contra a Alienação Parental já foi dado, que é a aprovação do Projeto de Lei 4053/2008 que

dispõe sobre o assunto.

Há algumas questões envolvendo a ética desses profissionais supracitados que ainda

precisam de mais atenção, embora os conselhos de classe já estejam atentos para a

formulação de documentos falsos e parciais que apóiam falsas denúncias, principalmente

de abuso sexual e advogados sendo investigados pela Justiça, são inúmeros os casos de

pais e mães injustamente que ainda sofrem com a Alienação Parental.

42

Uma medida que vem sendo bastante adotada pelo Poder judiciário para prevenir a

Alienação Parental é o instituto da Guarda Compartilhada, que permite que ambos os pais

assumam responsabilidade na criação dos filhos, além de minimizar a dor da separação,

pois o genitor não guardião deixa de ser simplesmente um visitante para assumir seu papel

de pai/mãe.

Compreende-se que o assunto deve ser tratado como um tema de interesse público

de extraordinária relevância, pois as vítimas da Alienação Parental são e serão adultos sem

alicerces e carentes do hoje e do amanhã, que constituem e constituirão essencialmente a

sociedade. A Alienação Parental é um problema social.

43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O que é Alienação Parental? 10

1.1 – O conceito. 10

1.2 – Por que as mães são mais alienadoras do que os pais? 11

1.3 – A diferença entre Síndrome de Alienação parental e 11

Alienação Parental.

1.4 – Projeto de Lei nº 4053/2008, que dispõe sobre a Alienação 13

Parental.

1.5 – De que for ocorre a Alienação Parental? 17

CAPÍTULO II

As consequências Psicológicas da Alienação Parental. 21

2.1 – A separação. 21

2.2 – As consequências da Alienação Parental 22

2.3 – O raio de ação da Alienação Parental. 23

2.4 – Alguns danos provocados nos filhos por separações 23

e/ou distanciamento da figura paterna na segunda infância

(3 aos 7 anos), terceira infância (7 aos 12 anos),

pré-adolescência e adolescência segundo o IBDFAM.

CAPÍTULO III

47

Evitando a Alienação parental – Algumas possibilidades. 31

3.1- Evitando a Alienação Parental – Algumas possibilidades.31

3.2 - O que pode ser feito para diminuir a hostilidade que leva a 32

Alienação.Parental?

3.3 - O psicólogo, a ética e o direito. 34

3.4 - O papel do Poder Judiciário na Alienação Parental. 36

3.5 - A guarda compartilhada como meio de evitar a Alienação 37

Parental.

3.6 - O advogado e a ética em relação a Alienação Parental. 39

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

ÍNDICE 46

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Instituto A vez do Mestre

Título da Monografia: Alienação Parental: As dolorosas consequências do fim de um

relacionamento para os filhos.

Autor: Carla Pizzo Dias Bessa

Data da entrega: 31/07/2010

Avaliado por: Ana Paula Ribeiro Conceito: