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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA FINANÇAS PESSOAIS Por: Kézia Cristina Pereira da Silva Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · endividando constantemente e não sabendo como sair das dívidas que adquiriram. Uma das tarefas mais importantes das finanças

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FINANÇAS PESSOAIS

Por: Kézia Cristina Pereira da Silva

Orientador

Prof. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FINANÇAS PESSOAIS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Finanças e Gestão

Corporativa.

Por: Kézia Cristina Pereira da Silva

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela

oportunidade, e por me conceder

forças para realização dos meus

sonhos. A minha família pelo apoio

para que eu pudesse realizar esse

projeto.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe que é a grande

incentivadora da minha vida acadêmica.

5

RESUMO

O objetivo deste estudo baseia-se em apresentar os benefícios e as

influências de organizar as finanças pessoais na qualidade de vida.

Justifica-se a realização pela relevância do tema, pois se compreende

que os orçamentos são essenciais para o planejamento e o controle das

finanças pessoais.

As pessoas não criaram o hábito de se planejar financeiramente, pois

as escolas e as famílias não ensinaram, e muito menos o governo. Com isso

eles são e continuam muitas vezes sendo analfabetos financeiros, se

endividando constantemente e não sabendo como sair das dívidas que

adquiriram.

Uma das tarefas mais importantes das finanças pessoais é o

acompanhamento de gastos, pois os acompanhando poderá se planejar

financeiramente para poder conquistar um sonho de consumismo.

Neste trabalho mostraremos informações sobre planejamento das

finanças pessoais, orçamento pessoal, redução de custos e despesas, opções

de investimentos, além de outros temas que descreveram ao leitor a

importância de se adquirir e educação financeira.

O objetivo principal das finanças pessoais é permitir que cada indivíduo

tenha uma vida financeira saudável (controlada), para conseguir superar os

momentos de adversidade inerente ao cotidiano, bem como possibilitar

alcançar outros objetivos maiores como comprar uma casa, um carro, fazer

uma viagem ou iniciar o próprio negócio.

Ao final do estudo, é possível compreender a importância de um bom

planejamento financeiro aliado à persistência nos investimentos, buscando

alcançar a independência financeira e consequentemente uma melhor

qualidade de vida.

6

METODOLOGIA

O estudo foi elaborado com base em pesquisa bibliográfica de livros,

artigos, revistas e sites especializados no assunto, que ajudaram a enriquecer

os dados para a estruturação deste trabalho.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - FINANÇAS PESSOAIS 11

1.1 – COMPREENDENDO O TEMA 11

1.2 – CONSUMO E CONSUMISMO 12

1.3 – ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA 13

1.4 – MEIOS DE PAGAMENTO 14

1.4.1 – Cheques 15

1.4.2 – Cartão de Crédito 15

CAPÍTULO II - PLANEJAMENTO DAS FINANÇAS PESSOAIS 17

2.1 – ORÇAMENTO PESSOAL 18

2.1.1 – Planejar 20

2.1.2 – Organizar 22

CAPÍTULO III – REDUÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS 27

3.1 – HABITAÇÃO 28

3.1.1 – Aluguel e Condomínio 28

3.1.2 – Água 30

3.1.3 – Energia Elétrica 31

3.1.4 – Telefone Fixo 32

3.2 – SAÚDE 33

3.3 – ALIMENTAÇÃO 34

3.4 – EDUCAÇÃO 36

3.5 – TRANSPORTE 37

3.6 – CULTURA E LAZER 38

3.7 – DESPESAS FINANCEIRAS 39

3.8 – DESPESAS DIVERSAS 39

8

CAPÍTULO IV – AMPLIAÇÃO DA RECEITA 42

CAPÍTULO V - OPÇÕES DE INVESTIMENTOS 44

5.1 – CADERNETA DE POUPANÇA 44

5.2 – CDB/RDB 45

5.3 – PREVIDÊNCIA PRIVADA 46

5.4 – BOLSA DE VALORES 47

5.5 – TÍTULOS PÚBLICOS 47

5.6 – IMÓVEIS 47

5.7 – OURO 48

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 54

9

INTRODUÇÃO

Finanças pessoais é um tema de interesse de todos. Afinal, está

inserido na vida familiar de todo cidadão, em qualquer parte do mundo.

O objetivo deste estudo é demonstrar que, para um equilíbrio da

economia pessoal é necessário saber distinguir as necessidades dos desejos.

A principal razão para o descontrole das finanças pessoais e

orçamento familiar hoje em dia, é gastar mais do que se ganha. O desejo de

adquirir determinados bens sem a adequada avaliação prévia de sua real

necessidade leva indivíduos e famílias à derrota e infelicidade.

Com essa falta de consciência financeira muitos trabalham

exaustivamente, buscando cada vez mais dinheiro, para que possam suprir

suas necessidades além de prover seus desejos supérfluos, bens que não

seriam realmente necessários, mas que fazem parte de todo um aparato de

mídia que cria novas necessidades que, por vezes, são apenas caprichos.

Com isso as pessoas se esquecem de algo muito importante: poupar.

Essa busca desenfreada por objetos, caracterizado por consumo, não é

suprida pela remuneração mensal de muitos indivíduos, o que os levam a fazer

empréstimos e financiamentos, parcelamentos que obviamente resultam em

juros a serem pagos, inclusive por muitos, inconscientemente. Esses juros

fizeram com que o valor do bem a ser adquirido aumentasse. Observa-se

então, que as pessoas pagaram mais para ter o bem num momento anterior ao

de sua verdadeira capacidade de compra e como conseqüência

comprometeram uma parte maior do seu ganho, e reduzindo a capacidade de

poupança.

10

Atitudes como a de comprar sem limites, parcelando, financiando ou

emprestando dinheiro por falta de recurso próprio são os principais motivos

que levaram às dificuldades financeiras. Acredita-se que deve existir mais

conscientização neste tipo de transação econômica, principalmente quando se

trata do uso de cartões de créditos, cheques, dentre outros costumes que

conduzem as pessoas a terem problemas de ordem financeira.

Deixando de lado essa cultura consumista e tendo autocontrole, há

grandes possibilidades de que cada indivíduo armazene recursos com o

passar do tempo. Esses recursos bem aplicados podem transformar-se em

rendas complementares no futuro, fazendo com que tenham uma vida mais

tranqüila. Todavia isso tudo só será possível quando se gasta com cuidado e

poupa-se com sabedoria.

Este estudo apresentará as vantagens e benefícios que poderão ser

obtidos tendo-se um bom planejamento das finanças pessoais, relatando

técnicas e comportamentos necessários para se ter um bom controle

financeiro.

11

CAPÍTULO I

FINANÇAS PESSOAIS

1.1 - COMPREENDENDO O TEMA

As finanças pessoais são definidas como a arte e a ciência de

administrar valores; e trata da forma como o individuo ou uma família

administra sua renda.

Diariamente decisões financeiras são tomadas e estas terão impacto

na vida pessoal dos indivíduos.

Ferreira (2006, p. 17), “as finanças pessoais são definidas

como o processo de planejar, organizar e controlar nosso

dinheiro, tanto em curto, quanto médio e longo prazo”.

Manter hábitos de finanças pessoais não é tarefa fácil. Para cuidar bem

das finanças é necessário aprender a fazer um orçamento e controlar o desejo

de gastar. Na grande maioria dos casos, as pessoas acham desnecessário

fazer um orçamento por acharem que têm poucas despesas.

Aprender a fazer um orçamento e controlar as despesas leva tempo e

requer esforço próprio. É necessário entender melhor os hábitos de consumo e

aprender a administrar o dinheiro; e isso deverá ser a meta para a vida inteira.

No início é um desafio enorme, mas não se deve desistir.

Atualmente, um desafio para a maioria das pessoas é fazer um controle

financeiro pessoal, pois, por mais que se apliquem os conceitos nas empresas,

quando falamos do nosso próprio dinheiro começamos a complicar as coisas.

Muitas pessoas não sabem quanto gastam, sendo assim é difícil sair de

uma situação de endividamento. Nestes casos é necessário tomar algumas

medidas e ter uma boa dose de disciplina. As pessoas perdem o controle

financeiro porque não sabem de que forma o dinheiro entra e sai do bolso.

12

De forma geral tem uma noção de valores de forma isolada, mas não

sabe qual será o impacto de uma decisão na sua vida financeira. Precisam

entender que a situação financeira é um conjunto de fatores e decisões de

ganhos e gastos, numa linha temporal.

É importante prever a situação financeira, para não ter surpresa por

conta de eventos inesperados. A preocupação de quem quer atingir objetivos

financeiros deve ser sem dúvida, a organização, o planejamento e a simulação

de cenário a ser atingido.

1.2 - CONSUMO E CONSUMISMO

O consumo é algo natural do ser humano, pois é preciso consumir para

sobreviver.

Conforme Carvalho (1996), “consumo é a atividade que os indivíduos

exercem para satisfazer suas necessidades, utilizando-se para isso, de bens e

serviços, constituindo-se assim na atividade básica para qualquer

empreendimento econômico”. De fato, para que um estabelecimento comercial

sobreviva, é necessário que tenha clientes e que estes adquiram, ou

consumam os produtos e serviços ofertados. Nas Teorias Econômicas, o

consumo é apontado como o principio organizador do sistema econômico,

sendo o realizador da satisfação dos interesses e das necessidades dos

indivíduos.

Consumismo por sua vez, é o ato de comprar o que não há

necessidade de se comprar. Gastar dinheiro com supérfluos, comprar

simplesmente para satisfazer o ego e não por precisar.

Deve-se lembrar que, nem sempre o que é supérfluo para uma pessoa

é para outra, tudo depende da necessidade real de cada um. Muito do

consumismo se dá, pelo apelo televisivo que acaba mexendo com o psíquico

13

das pessoas levando-as a comprar. O que também pode ser um ato

compulsivo por compras.

Macedo Junior (2007) “também indica uma teoria sobre o consumismo,

destacando a diferença entre desejar e querer, onde o primeiro é uma ação

irracional, desprovida de consequências, enquanto o querer é uma

transformação racional do desejar, consciente das responsabilidades que a

aquisição trará”.

Eis duas lições ou dicas muito importantes para uma reflexão sobre o

assunto:

1 – aprender a não se deixar dominar pelo consumismo;

2 – ter boa qualidade de vida está diretamente relacionado ao trabalho,

ao planejamento, e ao investimento, e não ao consumo.

1.3 - ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA

Se com o planejamento financeiro é complicado manter as contas em

ordem, sem o mesmo fica muito mais difícil obter êxito no controle das

finanças, ocasionando muitas vezes um excessivo endividamento e a

consequente inadimplência.

Endividamento é o ato de endividar-se, de contrair obrigações em

forma de dividas, e ocorre de diversas formas, seja com empréstimos

bancários, seja comprando a prazo em estabelecimentos comerciais,

financiando bens de consumo, ou mesmo utilizando um cartão de crédito.

A inadimplência, conforme Aurélio (2008), “é um termo de origem

jurídica que significa a falta de cumprimento de um contrato ou de qualquer

uma de suas condições”. Do ponto de vista financeiro, o inadimplente é aquele

que deixou de honrar com alguma obrigação de pagamento no prazo previsto.

Na prática, conforme a FECOMÉRCIO MINAS (2010), “inadimplência refere-se

14

aos compromissos financeiros vencidos há mais de 90 dias e que passam a

constar no Cadastro do BACEN - Banco Central do Brasil”.

Independentes da definição escolhida para endividamento e

inadimplência, ambos são vilões do orçamento de qualquer pessoa ou família,

e devem seguir uma regra simples, prática e eficaz: as despesas devem caber

no orçamento, ou seja, nunca se deve gastar mais do que se ganha.

Em tempos de crédito farto e abundante no Brasil, é comum que as

pessoas se deparem com agentes financeiros nas ruas, especialmente em

grandes cidades. É comum também receber correspondências de bancos ou

de financeiras, oferecendo dinheiro de maneira fácil ou mesmo sugerindo o

refinanciamento de dívidas.

Conforme a FECOMÉRCIO MINAS (2010), “a atual facilidade ao

crédito tem sido positiva para alavancar a economia brasileira, especialmente

para as classes menos favorecidas, mas é importante conhecer os riscos de se

endividar, decorrentes da falta de cultura do uso do crédito”.

1.4 - MEIOS DE PAGAMENTO

Os meios de pagamento são todas as formas utilizadas para se efetuar

os pagamentos referentes a compras realizadas. Estes pagamentos podem ser

efetuados de forma à vista ou a prazo. À vista são aqueles que no ato da

compra efetua-se o pagamento, ou seja, troca-se mercadoria ou serviço pelo

dinheiro sem utilizar o prazo. Já os pagamentos a prazo, são aqueles utilizados

para pagamento posterior ao ato da compra.

Os pagamentos à vista são os realizados em dinheiro, cartões e

cheques, desde que sem prazos que venham resultar em acréscimos de

valores, e os pagamentos à prazo são os pagamentos que utilizam cheques,

cartões de crédito e também grandemente utilizados, os crediários.

15

1.4.1 - CHEQUES

O cheque é uma ordem de pagamento à vista e possivelmente seja o

título de crédito mais utilizado. Segundo Frankenberg (1999, p. 161) é o mais

tradicional dos serviços oferecidos pelos bancos. Geralmente não dão

rendimento algum, pois o dinheiro sempre esta à disposição do cliente.

Quanto a sua utilização, toda pessoa maior e capaz, que possui

recursos disponíveis em bancos, pode utilizar o cheque, desde que tenha

recursos disponíveis na instituição financeira, ou usa-se o limite adicional da

conta aprovado pelo banco para tal.

Como meio de pagamento à vista tem-se o dinheiro que possivelmente

é a forma mais utilizada das formas de pagamento ou troca. Consiste em papel

moeda impressa e emitida pelo governo federal, a qual é regulada pelo

mesmo. É de livre circulação, também considerado de liquidez imediata, pois é

aceita por todos.

Sem sua existência e aceitação, seria extremamente difícil a troca e

compra de produtos e serviços. É um verdadeiro impulsionador do mercado.

1.4.2 - CARTÃO DE CRÉDITO

Cartão de crédito é um meio de pagamento eletrônico, que utiliza um

cartão magnético, e nele impressos dados do usuário, códigos de segurança e

validade. Este pode ser utilizado tanto para compra de bens ou contratação de

serviços, a vista ou no prazo, sendo que o limite de crédito é estipulado pela

instituição financeira para com seu cliente.

De acordo com Frankenberg (1999, p. 162), o cartão de crédito é um

dos modernos serviços oferecidos pelos bancos e por empresas

16

especializadas em administrar este instrumento de crédito, pertencente ou não

ao mesmo grupo financeiro.

Para o pagamento, o titular do cartão recebe mensalmente fatura com

valores contratados junto aos estabelecimentos, via internet e outros. Os

valores podem ser pagos integralmente ou parcialmente, com valores também

estipulados em faturas. Quando do pagamento parcelado pode ocorrer à

incidência de juros.

17

CAPÍTULO II

PLANEJAMENTO DAS FINANÇAS PESSOAIS

Planejamento das finanças pessoais consiste basicamente na maneira

com que cada indivíduo administra sua remuneração, seja ela mensal,

quinzenal ou semanal. Enfim, é a forma usada para utilizar a renda, seja esta

consumida em forma de despesa, poupança ou investimento, tendo como

objetivo principal o acúmulo de bens e valores.

Desta forma Frankenberg (1999, p. 31) argumenta que:

“Planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e

seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a

acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio

de uma pessoa e de sua família. Essa estratégia pode

estar voltada para curto, médio ou longo prazo, e não é

tarefa simples atingi-la”.

Contudo, a maneira com que cada indivíduo utiliza o seu dinheiro esta

ligado à concepção que cada um tem dentro de si próprio, sobre o que quer

para o futuro, ou seja, esta pessoa tem como meta de vida o acúmulo de

riquezas e um futuro melhor ou este por sua vez tem como objetivo somente

suprir suas necessidades básicas sem se preocupar com o que virá depois

disso.

Segundo Halfeld, (2001, p. 8) “Algumas pessoas acreditam que tudo

será resolvido se ficarem ricas. Outras, em oposição, desprezam o dinheiro ou

tratam-no como algo menor”.

Então, quando se trata de futuro financeiro pessoal, será de acordo

com o que cada um almeja. Quanto melhor usar sua remuneração e seus

recursos, comprando consciente, evitando prazos e parcelamentos,

financiamentos e empréstimos e através do ato de poupar souber investir as

18

“sobras”, é mais provável que este terá no futuro, reservas suficientes para

imprevistos ou mesmo no que diz respeito a melhores condições de vida. Se

for o oposto, ou seja, não se preocupar com o amanhã, gastando

indiscriminadamente e utilizando de maneira desenfreada seus recursos, este

por sua vez, provavelmente não terá uma vida financeira interessante.

O objetivo maior de todo planejamento, seja ele qual for, é determinar

o que se espera para o futuro tendo meios para chegar até ele. Sendo assim,

independente do que se espera, deve-se preocupar com o que virá lá na

frente. Afinal, nenhuma pessoa em sã consciência deixa o futuro à mercê.

Precisa-se ter um planejamento eficiente para que se possa usufruir na velhice

do que se produz na fase economicamente ativa da vida.

Como defende Silva, (2005, p. 7), “[...] é perfeitamente possível e

necessário se adquirir hábitos frugais e realizar uma cuidadosa gestão nas

suas finanças”.

Uma vez que se observa a verdadeira necessidade de planejamento e

tem-se a consciência destas atitudes, verifica-se o quão importante é utilizar-se

de hábitos tão simples e de fácil entendimento.

2.1 - ORÇAMENTO PESSOAL

Orçamento pode ser descrito como planejamento estratégico, cálculos

de receitas e despesas, avaliação, determinação, fixação de algum valor entre

outros sinônimos. Mas o que verdadeiramente interessa, não é somente o

significado dessa palavra, e sim como utilizá-la na prática da vida diária.

Deve-se saber que acompanhado de um bom planejamento tem-se um

bom orçamento, e que para isso necessita-se ter autocontrole e disciplina,

verificando quais são os pontos por onde o dinheiro escapa das mãos, fazendo

com que ele trabalhe para as pessoas e não as pessoas trabalhem para o

dinheiro.

Segundo Abraham Lincoln, citado por Silva, (2005, p. 54):

19

“Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança.

Não criarás estabilidade permanente baseada em dinheiro

emprestado. Não evitarás dificuldades financeiras se

gastares mais do que ganhas. Não poderás ajudar os

homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo

que eles podem e devem fazer por si próprios”.

Também se deve saber e observar o que destrói ou impossibilita um

bom orçamento, e são eles os cheques especiais e os cartões de créditos.

Porque se afirma que estes dois são os vilões dos consumidores? Faz-se esta

afirmação, pois são os que possuem as maiores taxas de juros do mercado.

Têm-se benefícios adquiridos através dos cartões e dos cheques, como

exemplo o prazo, desde que se observe o valor a pagar por algo com este

prazo. Acontece que a grande maioria das pessoas não usa com cuidado

estes instrumentos de compra. Simplesmente se paga mais caro para obter um

bem num período anterior ao da verdadeira capacidade de compra.

E é por essas e outras atitudes, que as pessoas enfrentam dificuldades

financeiras e gastam verdadeiramente mais do que podem, senão mais do que

ganham. Essas dificuldades também podem ocorrer quando se perde receita,

e buscam-se recursos com terceiros.

Segundo Ewald (2004, p. 13), para se chegar ao orçamento, será

necessário passar por três fases distintas:

1ª fase: avaliação, na base do “chute” do valor das despesas que a

pessoa acha que está sendo feita durante o mês;

2ª fase: acompanhamento e apuração no mês seguinte das despesas

realmente efetuadas;

3ª fase: avaliação, programação de possíveis cortes e previsão dos

valores que poderão ser gastos no mês seguinte; esse será o orçamento que

deverá valer daí pra frente, todos os meses, com acompanhamento e ajustes.

20

Já para Ferreira (2006), no planejamento das finanças pessoais há três

etapas básicas:

• A 1ª etapa, planejar suas finanças, que significa fazer um levantamento

dos valores que recebe (salários, renda de aluguéis, rendimento de

aplicações e outras atividades), dos gastos fixos, como moradia,

transporte, alimentação, contas fixas (água, luz, telefone e outros) e dos

gastos variáveis (laser, empregada, assinatura de revistas ou jornais, TV

a cabo e outros), e definir metas e objetivos pelo qual você está

realizando este orçamento familiar, se para comprar um imóvel, um

carro, garantir uma renda após a aposentadoria, realizar um sonho

como uma viagem ou uma casa de campo.

• A 2ª etapa cita organizar esses valores de receitas e gastos verificados

no planejamento, revendo nossos hábitos de consumo fazendo com que

seja poupado o suficiente para se atingir os objetivos e metas definidos

na etapa anterior.

• A 3ª etapa menciona como controlar os novos hábitos adotados na

organização, verificando se serão realmente alcançadas as metas e

objetivos definidos na primeira etapa. É nesta etapa que se deve

assegurar que os objetivos serão atingidos, caso contrário, necessita-se

o reajuste da organização para assim atingir as metas.

2.1.1 - PLANEJAR

Cerbasi (2004, p. 34) expõe, que “o planejamento financeiro tem um

objetivo maior do que simplesmente não ficar no vermelho. Mais importante do

que conquistar um padrão de vida é mantê-lo, e é para isso que devemos

planejar”.

Silva Neto (2003) explica, que antes de qualquer coisa é preciso

estabelecer os objetivos a serem alcançados. E estes objetivos devem estar de

acordo com a realidade financeira de cada um, as famílias devem estabelecer

objetivos plausíveis e não objetivos muito complexos ou difíceis de serem

alcançados.

21

“O sucesso do plano depende da utilização de uma política de finanças

pessoais, que serve para definir os investimentos que mais se encaixam para

os objetivos estabelecidos no plano”. (SILVA NETO, 2003)

Para que se consiga atingir os objetivos almejados no planejamento é

essencial que todos colaborem em todas as fases do planejamento, pois este

não é um compromisso de apenas uma pessoa, mas de uma família inteira.

Abaixo uma tabela com a opinião do autor Ferreira (2006) sobre a

construção dos objetivos de curto, médio e longo prazo:

Planejamento de Curto Prazo

É o que pretendemos fazer com o dinheiro em até 1 ano:

- O pagamento de dívidas;

- A compra de um carro;

- A reserva financeira;

- A faculdade;

- A festa de noivado;

- O primeiro filho.

Planejamento de Médio Prazo

É o que engloba o espaço de tempo entre 1 e 5 anos:

- A festa de casamento;

- A especialização;

- A compra de um carro melhor;

- A compra da casa própria;

- A implementação de um plano de investimento;

- O segundo filho.

Planejamento de Longo Prazo

É o planejamento para o espaço de tempo superior a 5 anos:

- O mestrado;

- A compra do carro dos sonhos;

22

- O primeiro milhão;

- A viagem dos sonhos;

- O terceiro filho.

Com a parte do planejamento concluída, a seguinte é a etapa de

organização que visa organizarmos nossas receitas, despesas, hábitos de

consumo e de investimento para alcançar os objetivos que definimos no

planejamento.

2.1.2 – ORGANIZAR

Organização, segundo Ferreira (2006, p. 33), “significa qualquer

empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados

objetivos”.

Após planejar os objetivos, vamos organizar os gastos, receitas e

analisar onde é possível reduzir as despesas.

Conforme Ferreira (2006), “o 1º passo para organizar as finanças é

verificar para onde está indo o dinheiro, observando as receitas e as despesas,

apenas com essa observação você já tem uma idéia de como andam as

finanças”.

“Se o seu salário cobre com folga suas despesas, parabéns! Você faz

parte de uma minoria e sente se tranqüilo. Aproveite para investir o dinheiro

que sobra no fim do mês. Se o seu salário é apenas suficiente para cobrir suas

despesas, comece a ficar inquieto, pois é preciso rever seu orçamento. Se os

seus gastos são maiores que seu salário, você gosta de viver perigosamente e

financia parte de suas despesas no cheque especial. Cuidado!” (LUQUET,

2000, p. 12).

Iniciando a organização, as famílias devem identificar para onde está

indo a receita, com isto, utiliza-se uma tabela de controle de orçamento mensal

conforme Ferreira (2006). Mas para construir esta tabela, a família deve fazer

um acompanhamento do que é gasto durante o mês.

23

Conforme Cerbasi (2004), para conseguir acompanhar esses gastos,

abaixo seguem alguns exemplos de gastos que as famílias vão identificar com

facilidade e outros gastos que nem serão considerados como gasto, como a

gorjeta em um restaurante, ou as moedinhas dada aos flanelinhas, a bala que

compramos no cinema, e outros.

Aluguel/Prestação da casa Telefone Fixo Despesas Médicas

Condomínio Telefone Celular Revistas/Jornais/Livros

Escola Internet Estética/Higiene

Materiais Escolares Tv a Cabo Caixinhas/Gorjetas

Faculdade Refeições Presentes

Livros Faculdade Supermercado Extras Diários

Plano de Saúde Padaria Reservas para:

INSS (Autônomos) Feira Troca de Carro

Combustível/Ônibus/Trem Lavanderia Férias

IPTU + Taxas municipais Gás Celebrações

IPVA + Seguro Obrigatório Viagens Educação

Impostos Vestuário Outros

Contribuição Sindical Diversão/Lazer

Seguros Remédios/Farmácias

Pensões e Dízimos Plano de Previdência

Faxineira/Empregada Academia de Ginástica

Energia Mensalidade de Clube

Água Tarifas Bancárias

Quadro 1 – Gastos Mensais

Fonte: Adaptado pelo acadêmico (CERBASI, 2004)

Cerbasi (2004) recomenda que, os gastos podem ser anotados em

planilhas no computador, em um caderninho, uma agenda, o importante é ter

todas as anotações dos membros da família e juntar todas as informações

para montar a tabela de controle do orçamento mensal.

24

Para identificar onde pode ser economizado, primeiro indica-se

classificar as despesas do orçamento familiar. Existem diversas formas de

classificar as despesas, porém a maioria foca na seguinte estrutura: despesas

obrigatórias fixas, despesas obrigatórias variáveis, despesas não-obrigatórias

fixas e despesas não obrigatórias variáveis (MARTINS, 2004).

Abaixo, a classificação dos tipos de conta, conforme Martins (2004, p.

63 – 65), “a classificação é importante para o gerenciamento do orçamento

familiar e tem uma lógica simples, mas eficiente”.

Despesas obrigatórias fixas (OF), as despesas inseridas nesta

categoria são aquelas inevitáveis e cujo valor é fixo; sobre elas não há muito o

que fazer, a não ser que a família promova mudanças radicais no seu padrão

de vida. As OF são as despesas que a família não pode eliminar nem reduzir.

Exemplo: aluguel, IPVA, IPTU, condomínio, etc.

Despesas obrigatórias variáveis (OV) são as despesas necessárias,

mas sobre as quais a família tem margem de manobra para reduzir ou

aumentar. As OV são as despesas que a família não pode eliminar, mas pode

reduzir. Exemplo: alimentação, vestuário, higiene, limpeza, energia, água,

telefone, remédios, combustíveis, manutenção carro, etc.

Despesas não-obrigatórias fixas (NOF), nesta categoria estão àquelas

despesas que a família não está obrigada a ter, mas uma vez que decidam tê-

las, elas se tornam fixas. Exemplo: empregada, plano de saúde, assinaturas de

jornal e revistas, TV a cabo, taxa de clube, seguro de carro, etc.

Despesas não-obrigatórias variáveis (NOV) são aquelas despesas que

a família não é obrigada a ter e, caso as tenha, elas podem ser reduzidas.

Exemplo: celular, produtos de beleza, cinema e teatro, viagens, discos, livros,

etc.

25

Para fazer seu orçamento caber em seu salário, mire nos gastos

variáveis. Nos variáveis é possível reduzir uma parcela de cada item e no final

conseguir uma boa economia para ter folga no fim do mês.

Conforme Martins (2004), após a realização desta classificação de

despesas, o foco é verificar onde se consegue a maior proporção de redução

de custos, que estão nas despesas NOF (não-obrigatórias fixas) e nas

despesas NOV (não-obrigatórias variáveis), que são conta que a família faz, às

vezes sem necessidade ou que podem ser reduzidas drasticamente.

Ferreira (2006) apresenta uma tabela de controle do orçamento

mensal para uma melhor visualização dos gastos mensais. Com esta tabela

podemos verificar se há ou não gastos em excesso, caso haja, vamos localizar

este gasto e então realizaremos uma ação de redução desta conta, quando

possível.

RECEITAS

Salário

Rendimentos (aplicações)

Rendimento Total

DESPESAS

Celular Despesa Total

Aluguel Internet

Condomínio Mensalidade Escolar

IPVA Combustível

IPTU Empregada

Alimentação Seguro do carro

Vestuário Assinatura de Jornais e Revistas

Energia Livros e Material Escolar

Água Transporte/Combustível

Telefone Fixo Plano de Saúde

SUPERÁVIT/DÉFICIT MENSAL:

26

Quadro 2 – Orçamento Mensal

Fonte: Adaptado pelo acadêmico (FERREIRA, 2006)

Para Ferreira (2006), o orçamento mensal é separado pelas receitas,

despesas e pelo superávit ou déficit mensal, as receitas são o dinheiro que

recebemos no mês (salário, empréstimos, rendimentos de aplicações, etc), as

despesas são os gastos mensais.

Subtraindo as receitas pelas despesas, o valor que sobra é chamado

de superávit. Caso este valor seja negativo, este valor será o déficit, isso

ocorre quando as despesas são maiores que as receitas, ou seja, quando se

gasta mais do que se ganha (FERREIRA, 2006).

Em seguida, todas estas informações de despesas e receitas serão

transformadas em um fluxo de caixa mensal, separando os tipos de despesas

para visualizar com mais clareza os pontos críticos do orçamento familiar, e

para projetar os possíveis gastos. Um modelo de fluxo de caixa pode ser

encontrado em diversos livros de planejamento financeiro ou de orçamento

familiar.

Encerrando a parte de organização, o próximo capítulo visa mostrar as

famílias dicas de como fazer a redução de seus custos e despesas, para que

no final do mês haja superávit para ser investido.

27

CAPÍTULO III

REDUÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS

Neste trabalho o conceito de despesa e custo, será chamado de

“gasto”, definido como todo o pagamento realizado por uma pessoa, salvo na

aquisição de bens, e amortização de financiamentos e empréstimos.

As despesas são representadas por gastos com habitação, saúde,

alimentação, educação, transporte, cultura e lazer.

Conforme Coelho (2004), no artigo ‘Finanças Pessoais em Equilíbrio’,

existe, dentro de cada categoria, uma série de contas:

a) habitação – prestação de casa ou aluguel, IPTU, seguro residencial,

condomínio, água, energia elétrica, gás encanado ou de cozinha, telefone fixo,

manutenção da casa;

b) saúde – assistência médica e odontológica, farmácia, academia de

esportes;

c) alimentação – gastos com alimentação básica em geral, despesas

em supermercado (inclusive produtos de limpeza e higiene pessoal);

d) educação – escola e material didático dos filhos, cursos, seminários,

congressos, livros técnicos ou não;

e) transporte – prestação do carro, IPVA, seguro obrigatório, seguro do

veículo, combustível, multas, transporte coletivo, táxi, estacionamento pago,

manutenção do carro;

f) cultura e lazer – cinema, teatro, restaurantes, bares, assinatura de

revistas e jornais, TV a cabo, provedor de acesso à Internet;

g) despesas financeiras – tarifas bancárias, juros do cheque especial e

empréstimos, juros embutidos em financiamentos;

h) diversas – telefone celular, vestuário e acessórios, empregada

doméstica, previdência privada.

28

A maioria das pessoas consegue se lembrar de suas maiores

despesas, tais como aluguel, prestação do carro, seguro saúde, etc.

Entretanto, poucos conseguem perceber aqueles gastos pequenos, mas

diários, que se acumulam até o final do mês. Por exemplo, alimentação fora de

casa. (HALFELD, 2001, p. 116).

Ao decorrer deste capitulo vão ser descritas formas para redução de

custo em todas as classificações, desde as obrigatórias fixas até as não-

obrigatórias variáveis.

3.1. - HABITAÇÃO

“Na família padrão brasileira, a moradia e suas respectivas despesas

representam 30% dos gastos totais” (EWALD, 2004, p. 14). Para Cerbasi

(2004, p.54) “a família média brasileira gasta cerca de 24% de sua renda com

habitação e mais 6% com serviços públicos (água, luz, telefone)”.

3.1.1 Aluguel e condomínio

O aluguel é uma das únicas despesas que não tem como diminuir, a

não ser que a família se mude para outro imóvel com aluguel mais baixo.

Deve-se ter cuidado no período do fechamento do contrato de aluguel com os

reajustes aplicados nos valores por índices financeiros. Neste período, quem

acha que está com um aluguel muito elevado pode realizar uma pesquisa de

preços nos apartamentos de prédios vizinhos ou até mesmo no seu prédio,

quem sabe vale mais a pena trocar o sol que bate pela manhã, ou a vista para

a rua por um aluguel mais baixo. (EWALD, 2004).

No caso do pagamento de condomínio, prestar bastante atenção ao

extrato dos custos cobrados pelo condomínio, cada variação de conta deve ser

29

questionada ao síndico ou à administradora do condomínio. Para reduzir esta

conta, vale fazer campanhas de racionamento de água, luz dos corredores

(instalação de sensores de presença), cuidar das dependências do edifício

para não haver manutenções desnecessárias e outras atividades que ajudarão

a reduzir a conta do condomínio.

Sohsten (2004, p. 179) recomenda “não comprometer mais do que 1/3

de seu salário com o aluguel e o condomínio. Pague sempre em dias essas

despesas, evitando juros e multas. Participe regularmente das assembleias de

condomínio”.

Dicas para diminuir valor das despesas e evitar riscos do condomínio,

conforme o PROCON-RJ, devem ser expostas nas Assembleias de

condomínio para o síndico e membros do conselho:

• Utilizar racionalmente a água, evitando desperdícios e vazamentos.

• Limpar caixas d'água regularmente e tratar a água das piscinas.

• Vistoriar periodicamente a parte elétrica, hidráulica e de gás da

edificação.

• Verificar o cumprimento das normas municipais e estaduais quanto à

segurança da edificação.

• Realizar pesquisas de preços na aquisição de produtos, principalmente

de limpeza, guardando-os em local seguro; fiscalizar as retiradas,

evitando, dessa forma, furtos, desvios ou desperdícios.

• Analisar previamente os contratos, inclusive os de prestação de serviços

que forem assinados em nome do condomínio.

• Exigir a emissão de notas fiscais ou recibos em nome do condomínio,

quando da compra de materiais e execução de serviços.

• Manter atualizados e em local seguro os livros contábeis, notas fiscais e

recibos que comprovem pagamentos.

• Evitar atraso no pagamento de contas, que pode acarretar multas e

prejuízos financeiros.

• Proceder a todos os registros realizando e documentando todos os

pagamentos oriundos dos contratos de trabalho dos funcionários.

30

• Solicitar periodicamente junto aos órgãos governamentais, certidões

negativas inclusive previdenciárias.

Com estas ações, além de reduzir a sua conta de condomínio vai

consequentemente reduzir o condomínio dos demais moradores, gerando um

benefício para todos.

3.1.2 Água

Na conta água, que é uma despesa obrigatória variável, a família deve

utilizar todos os métodos para não desperdiçar este recurso. Além de gastar

muita água com atividades desnecessárias, ainda estão contribuindo com a

falta de água no planeta daqui algumas décadas.

Então, abaixo estão algumas recomendações para reduzir o consumo

de água da família: conforme o PROCON-RJ:

• Mantenha as torneiras sempre bem fechadas;

• Verifique regularmente se não há vazamentos;

• Reduza o tempo do seu banho de 15 minutos para 10 minutos depois

para 5 minutos e verá que é tempo suficiente;

• Feche a torneira enquanto escova os dentes e lava a louça;

• Junte a roupa para lavar tudo junto, selecionando o nível de água

adequado;

• Molhe suas plantas com regadores ao invés de mangueiras;

• Limpe a calçada apenas varrendo, não há necessidade de lavar com

mangueira; a água da chuva já limpa o suficiente;

Todas essas ações são muito conhecidas por várias pessoas, porém

mesmo assim não são tomadas por comodidade ou por hábito, se todos

tivessem a consciência de realizar ao menos metade dessas ações, com

certeza teriam a conta de água reduzida em alguns pontos percentuais,

gerando uma sobra no final do mês.

31

3.1.3 Energia elétrica

Para Cerbasi (2004), “como nos gastos com água, os gastos de

energia elétrica também são obrigatórios variáveis e até mais fáceis de serem

reduzidos, pois temos hoje diversos aparelhos eletro-eletrônicos em nossas

casas que não estão sendo utilizados, e às vezes, utilizamos uma ou duas

vezes no mês e eles ficam ligados nas tomadas consumindo energia”.

Seguem algumas dicas para redução do consumo de energia elétrica e

consequentemente na nossa conta de luz conforme Ferreira (2006), Cerbasi

(2004), Sohsten (2004).

• Trocar as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas;

• Tirar das tomadas aparelhos como: DVD, micro ondas, televisões,

esteiras, aparelhos de TV a Cabo, videogames, rádios, carregadores de

celular, e outros;

• Manter computadores e periféricos desligados se não forem utilizados

durante um grande período de tempo;

• Se o freezer estiver com poucos alimentos, desligue o freezer e passe

esses alimentos para o congelador da sua geladeira;

• Tome banhos mais rápidos e observe a temperatura no chuveiro de

acordo com a estação do ano;

• Quando sair de um cômodo desligue as luzes;

• Utilize o timer da televisão, se você é acostumado a dormir com ela

ligada;

• Não fique com a porta da geladeira por mais de 10 segundos aberta;

• Regule o termostato da geladeira periodicamente;

• Verifique se a borracha da porta da geladeira está vedando

corretamente;

• Prefira utilizar o ventilador com o vidro aberto ao invés do ar

condicionado, em dias não tão quentes;

32

• Junte o maior número de roupas e passe todas ao mesmo tempo, evite

ficar ligando e desligando o ferro de passar;

• Evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos aparelhos estejam

ligados para não sobrecarregar a rede elétrica;

• Sempre utilize as máquinas de lavar e secar roupa ou lavar louças com

capacidade máxima;

• Verifique o selo PROCEL no seu equipamento, este indica o nível de

consumo de energia.

Como nas ações de redução de água, para energia elétrica há diversas

outras, porém, com a mesma dificuldade de hábitos e manias das pessoas.

3.1.4 Telefone fixo

A conta de telefone fixo deve ser bem administrada e controlada, pois

é uma conta que, se nos descuidarmos um pouco, vira um grande gasto no

mês. O telefone deve ser utilizado racionalmente, evitando as ligações para

celular.

Conforme Cerbasi (2004), Ewald (2004), Sohsten (2004), Ferreira

(2006) e o site ‘Finanças Práticas’, seguem algumas dicas para redução e

controle da conta telefônica:

• Atenção aos horários - é importante ficar atento aos horários em que a

tarifa é mais baixa para as ligações locais, como entre meia-noite e 6h,

de segunda a sexta-feira; após as 14h, aos sábados; e durante todo o

dia, aos domingos e feriados;

• Evite ligar para celular - deve-se avaliar, antes de ligar, se não vale a

pena aguardar a pessoa estar disponível num telefone fixo para o

contato.

33

• As chamadas para celulares devem ser feitas para casos de maior

urgência, ou quando a ligação for de curta duração, de preferência fora

dos horários de pico;

• Pesquisa de operadoras - para chamadas de longa distância, pesquise

promoções das operadoras e compare as tarifas cobradas entre elas.

• Internet discada - para quem usa a internet por linha discada, é preciso

avaliar o tempo que fica navegando na rede para ver se não é o caso de

contratar o serviço de banda larga;

• Procure por operadoras que tenham parcerias com os provedores de

internet, muitos deles tem parcerias que isentam mensalidade de 6

meses até um ano.

• Analise os planos e tarifas das outras operadoras e as promoções da

sua operadora atual, pois frequentemente as operadoras estão

realizando promoções para chamar novos clientes, utilize essa

promoção para modificar o seu plano e ganhar descontos;

Infelizmente, a grande maioria das pessoas não sabe utilizar o telefone

fixo corretamente, utilizando nos horários comerciais ou de pico, quando as

tarifas chegam a ser o dobro das cobradas em horários reduzidos ou em finais

de semana. Muitas pessoas ainda insistem em fazer ligações de telefone fixo

para celular, onde o custo de uma ligação pode chegar a quadruplicar

(CERBASI, 2004).

3.2 - SAÚDE

Alguns autores colocam os gastos com saúde como despesas não

obrigatórias, porém todo mundo deve se prevenir de doenças que possam

acarretar gastos muito maiores do que o pagamento de um plano de saúde

mensal, além disso, o governo não fornece as mínimas condições de

atendimento nos hospitais públicos. Aproveite os planos de saúde

34

disponibilizados pela maioria das empresas para seus colaboradores e

dependentes com um custo muito baixo.

No caso de remédios, tenha cuidado, pois os preços nas farmácias

podem variar mais de 15%. Sempre peça descontos.

Médicos e dentistas quando escolhidos particularmente por questão de

confiança, e não pagos por Planos de Saúde, podem custar caro. No entanto,

ninguém deve ter maiores pudores de chorar nos preços, pois a vida está cara

para todos e há tendência de ser descontada no cliente particular a raiva que

eles têm dos Planos, que pagam pouco, desmerecendo suas qualificações.

Com a saúde não há muitas escolhas, pois é um gasto inevitável e alto

quando se precisa realizar alguma consulta ou exames de rotina, por isto o

ideal é que a família tenha um plano médico, onde vai saber o quanto irá

gastar sem ter alguns sustos inesperados.

3.3 - ALIMENTAÇÃO

Na conta alimentação, temos várias formas para reduzir as contas de

supermercado, restaurantes, almoços, jantas e etc.

Conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada em

2008 e 2009 pelo IBGE, com representatividade para todo o país e grandes

regiões, os gastos com alimentação ocupam o segundo lugar na participação

da despesa total familiar, representando, na média nacional, 21% dos gastos

com despesas de consumo e 17% dos gastos totais das famílias, sendo

superados apenas pelas despesas com habitação, 30%.

(http://nutricao.saude.gov.br/documentos/pesquisa_ibge.pdf)

Para iniciar, o ideal é que sempre que possível às refeições sejam

feitas em casa ou levadas de casa, pois o custo desta refeição é baixíssimo se

comparado com refeições feitas na rua.

35

Cerbasi (2004) e Ferreira (2006) concordam quando dizem que no

supermercado é proibido levar os filhos ou crianças, pois filhos pequenos não

sabem quanto custa o produto com a figurinha do seu personagem infantil

preferido, ou as guloseimas coloridas, e outros produtos que são feitos

especialmente para atrair as crianças e enlouquecer os pais. As crianças vão

criar uma saia justa para você, vão chorar, gritar, implorar, até convencer os

pais a dar o produto para ele carregar durante todo o supermercado, sendo

que quando chegar em casa, vai ser esquecido e não consumido.

Para Cerbasi (2004), Ewald (2004), Sohsten (2004) e Ferreira (2006),

sempre que formos ao supermercado também devemos fazer uma lista de

todos os produtos que vamos precisar em no máximo durante uma ou duas

semanas, pois planejando por semanas a chance de comprar essencialmente

o que precisamos, é muito maior do que se formos para comprar durante o

mês inteiro e comprarmos em excesso. Colocar nesta lista os valores pagos na

última ida ao supermercado para podermos comparar com os preços atuais.

Também é importante sempre conferir os preços que estão nas

prateleiras, com os preços dos encartes e quando passamos no caixa, pois

muitas vezes como não são conferidos, pode haver erro nos sistemas e

acabarmos pagando mais por total descuido. (EWALD, 2004).

Pessoas também têm maior tendência a comprar supérfluos quando

vão aos supermercados com fome, o ideal é ir após o almoço nos finais de

semana quando os supermercados a este horário são mais tranquilos,

conforme Sohsten (2004) e Ferreira (2006).

Para Cerbasi (2004), Ewald (2004) e Sohsten (2004), antes de ir às

compras, a família deve coletar todos os panfletos possíveis dos

supermercados e verificar as promoções, pois assim há como saber se vale à

pena ficar indo de supermercado a supermercado atravessando a cidade para

36

poupar alguns centavos nos produtos sendo que se gastou muito mais de

transporte para ir de um lugar para o outro.

Outro gasto enorme com alimentação são os almoços durante

expediente, as empresas dão vales refeição, tíquetes, cartões com um saldo

enorme. Calcule quanto a empresa lhe paga por dia em cada almoço e depois

calcule quanto custaria levar a mesma refeição pronta de casa e somente

esquentar no seu local de trabalho, além de não gastar com a alimentação na

rua, ainda pode poupar com combustível se onde trabalha não tem

restaurantes por perto e aproveitando o tempo após o almoço para acabar ou

adiantar alguma atividade de trabalho. (EWALD, 2004)

A conta com alimentação é uma das maiores em que há possibilidade

de redução nos custos, como o gasto é sempre elevado nestas contas, e há

diversas situações em que se gasta mais do que é necessário devido aos

hábitos de consumo familiar, as formas para reduzir estas despesas são

diversas, se for aplicado somente algumas delas como levar almoço de casa

ou almoçar em casa, o valor poupado é bastante elevado.

3.4 - EDUCAÇÃO

“O dinheiro gasto com estudo não deve ser considerado despesa: é

investimento!” é como Ewald (2004, p. 23) define os gastos com estudo.

Além dos gastos com colégio, cursos, faculdade, temos os gastos com

materiais escolares, transporte, livros, merendas. Nos gastos com material

escolar devemos sempre tentar reaproveitar os cadernos, réguas, tesouras e

outros materiais dos anos anteriores. Também vale formar grupos de pais para

comprar em conjunto livros e materiais solicitados pelas escolas com desconto.

Nas mensalidades de colégio ou faculdade quando se tiver mais de um filho

matriculado, sempre procure solicitar desconto, em alguns casos os descontos

chegam a 20% (EWALD, 2004).

37

Para o transporte dos filhos pode ser pago um transporte particular,

que geralmente é caro, ou fazer um rodízio entre os pais que moram próximos

e que têm filhos na mesma escola, o que pode reduzir bastante o gasto com o

transporte escolar.

3.5 - TRANSPORTE

Algumas formas para reduzir o custo com transporte é avaliar se

realmente é preciso utilizar o automóvel para ir ao trabalho. Por exemplo, se

moramos longe do local de trabalho, com certeza os gastos com combustível,

desgaste do carro, estacionamento serão muito maiores se preferirmos utilizar

o ônibus ou o metrô, principalmente o segundo, pois não enfrentamos o

trânsito, temos pontualidade no transporte, o custo é mais baixo que o ônibus,

além de ser ecologicamente menos agressivo. (Ewald, 2004)

Ewald (2004, p. 21) comenta, que “as passagens de vans e ônibus

também saem mais baratas que usar o carro, exceto pelos assaltos em ônibus,

caso típico da guerra urbana diária nas grandes cidades.”

Ir trabalhar utilizando o automóvel é indicado somente em casos em

que não há transporte público disponível, ou se moramos perto do trabalho.

Há também a questão da manutenção que não podemos escapar. O

que pode ser feito nesses casos é utilizar algum mecânico de sua confiança

que irá cobrar muito menos do que se levar o veículo fazer manutenção nas

concessionárias autorizadas, onde o custo da mão de obra é elevado.

Os gastos com transporte também são uns dos principais, pois o custo

de propriedade, ou seja, o custo que se paga somente para ter o carro é muito

elevado. Gastos com combustível, garagem, impostos, depreciação,

38

manutenção, seguro e outros são gastos altos, que consomem grande parte da

receita da família.

3.6 - CULTURA E LAZER

Todas as contas que compõem este item são de fácil redução,

cinemas, teatros, shows, eventos, televisão a cabo, clubes, viagens,

restaurantes com a família, assinatura de jornais e revistas. Podemos ter

resultados surpreendentes nestas contas se o objetivo for mesmo economizar.

Controle as idas aos restaurantes com toda a família, consulte a

previsão do tempo antes de ir para a praia ou fazer alguma viagem, sempre

busque formas de comprovar que o dinheiro que será gasto não será gasto em

vão.

Fazer parte de clubes é sempre muito interessante já que estes

dispõem de diversas atividades e devem ser muito bem aproveitadas, pois os

valores cobrados são muito altos.

As contas que são feitas através de planos como televisão a cabo,

provedores de internet podem ser reduzidas somente fazendo a troca do

plano. Se normalmente a família não fica muito tempo em casa, somente nos

finais de semana, vale a pena verificar um plano que utilize a televisão

somente nesses dias, ou no caso do provedor de internet que adiciona

serviços de página de internet, antivírus e outros, podem ser cancelados os

serviços adicionais e reduzidas às mensalidades.

Aproveite o cinema nos dias de promoção ou durante a semana onde

se paga às vezes metade do valor cobrado nos finais de semana, teatros

também têm a mesma característica, normalmente nos finais de semana são

muito mais caros que as seções durante a semana. Para shows e eventos

fique atento e participe de promoções que ocorrem dando ingressos grátis para

o casal.

39

3.7 - DESPESAS FINANCEIRAS

As despesas financeiras são compostas de juros, impostos, tarifas

bancárias, anuidades de cartões de crédito, multas, e outros.

Conforme Cerbasi (2004) e Sohsten (2004), para reduzir estas contas

sempre procurem se organizar controlando as datas de vencimento das contas

e até colocando em débito automático para não ter chances de pagar juros e

multas por simples esquecimentos.

Aproveite a concorrência dos bancos e procure por tarifas bancárias

mais baixas, bancos que tenham menores taxas de juros de cheque especial e

cartões de crédito sem anuidades. (EWALD, 2004)

Sempre que possível planeje as finanças para pagar o IPVA e o IPTU

à vista, os descontos concedidos nesses impostos são bastante elevados.

(CERBASI, 2004)

Para Cerbasi (2004), Ewald (2004) e Sohsten (2004), se estiver com a

conta devedora utilizando o cheque especial que tem juro muito elevado,

procure por empréstimos com taxas de juros menores e pague sua divida com

o cheque especial com este empréstimo. Assim o juro pago ao banco será

muito menor.

Utilize o cartão de crédito para auxiliar no controle dos gastos mensais

e financiando seus gastos os durante o mês, fazendo com que as compras

efetuadas durante o mês sejam descritas no extrato do cartão de crédito.

O cartão de crédito deve ser pago sempre na sua totalidade e não

deixando saldos acumulados para os próximos meses, pois assim, o juro do

cartão de crédito somado ao saldo que sobrou no mês anterior serão os

principais responsáveis por um possível inicio de dívidas que se acumularão.

3.8 - DESPESAS DIVERSAS

Nas despesas diversas estão às despesas com vestuário, telefone

celular, empregada doméstica, presentes, cosméticos, estética, academias,

40

supérfluos e outros. Como nas contas de cultura e lazer, essas contas são de

fácil redução, se o foco for economizar o máximo que pudermos.

Reduza as visitas da empregada de semanalmente para

quinzenalmente, as contas de vestuário devem ser bem estudadas antes de

serem feitas. Verifique se as roupas antigas realmente não servem mais, faça

a organização do seu guarda-roupas a cada troca de estação, sempre

encontramos roupas que estão “perdidas”.

Não compre roupas ou vestidos de festa, normalmente essas roupas

são muito caras e serão utilizadas apenas uma vez, opte por locar sempre.

(CERBASI, 2004).

Para Ewald (2004), os gastos em salões de beleza como corte de

cabelo, escova, e outros podem ser um grande vilão. Esses serviços estão

ficando cada vez mais caros. O ideal é ter um pouco de paciência e fazer as

unhas e depilações em casa quando possível e diminuir as visitas aos salões.

Aumentar o tempo de corte do cabelo também é uma grande dica.

Conforme Cerbasi (2004, p. 75), na conta de telefone celular, é comum

a aquisição de planos familiares para reduzir o custo das ligações entre

parentes. Mas a idéia de que as ligações de telefones celulares custam caro

transforma em habito o uso do telefone fixo para fazer todas as ligações

quando se está em casa. É um erro. As ligações feitas entre celulares da

mesma operadora normalmente custam menos do que se fossem feitas entre

um telefone fixo e um celular. Neste caso é mais vantajoso usar o celular

mesmo quando se está em casa.

Segundo Ewald (2004), o item academia de ginástica poderia ser

considerado como saúde ou lazer, porém, o principal motivo para se realizar

esta atividade é a forma física. Nesta conta é difícil conseguir reduções, além

das pesquisas de melhores mensalidades e serviços extras disponibilizados

pelas academias como natação, lutas, massagens, etc. O que há de se cuidar

é quando paga-se por um pacote de três meses para reduzir a mensalidade,

não deve desistir da academia antes do final do pacote, pois o valor referente

há três meses, já foi pago adiantado.

41

Se estas dicas de redução de custo forem realmente aplicadas com o

intuito de poupar o dinheiro e fazê-lo render mais, com certeza no final do mês

todas as contas terão uma grande redução gerando um saldo positivo no fluxo

das famílias.

Em seguida, serão apresentadas algumas formas para ampliar a

receita, com trabalhos extras, temporários, utilizando a criatividade e habilidade

dos membros da família.

42

CAPÍTULO IV

AMPLIAÇÃO DA RECEITA

Para as famílias terem mais chances de chegar ao final do mês com

saldo positivo em seu fluxo de caixa, além de cuidar dos seus gastos, também

deve-se preocupar com formas para aumentar a receita da família.

Para isto, existem algumas formas como:

• Trabalhar de carteira assinada;

• Utilizar os hobbies, lazer ou habilidade dos familiares para ajudar

a aumentar a receita da família;

• Vender produtos de beleza, de cozinha, acessórios, ou qualquer

outro produto de baixo valor e alta demanda;

• Fazer cursos práticos de serviços gerais, cozinheira, artesanato,

etc e utilizar o conhecimento adquirido para ganhar dinheiro;

• Abrir uma empresa doméstica;

• Inove, invente, estude diferentes formas para fazer as mesmas

coisas se diferenciando dos outros.

Na execução de qualquer uma destas atividades, a renda da família

será ampliada, seja como vendedor de produtos de beleza, ou como

trabalhador com carteira assinada que tem os benefícios de 13° salário e a

segurança do governo, ou fazendo doces ou salgados para vender, enfim

existem diversas formas para a família ter sua renda melhorada.

Conforme RAMSEY (2000),

“Utilize seu hobbie ou habilidades para ganhar dinheiro,

fazendo álbuns de fotografias personalizados, criador de

cães, hotel para animais, instalação de eletrodomésticos,

43

decoração de interiores, serviços de limpeza de piscina,

jardinagem, colocação de papel de parede, pintor,

reciclagem, conselheiro financeiro, criação de sites, serviço

de excursões, serviços de digitação, formatação e tradução

de textos, organizador de reuniões, acompanhamento de

idosos, professor particular, representante de produtos de

beleza, representante de produtos para casa e diversas

outras atividade”.

Conforme Cerbasi (2004), invista em cursos práticos e depois ofereça-

os como serviço para pessoas. Cursos como gastronomia, serviços gerais,

artesanato, massagens, entre outros, terá um gasto inicial, porem poderá ter

um retorno muito maior se oferecer para pessoas os serviços aprendidos nos

cursos que você fez.

Às vezes os profissionais não conseguem trabalhar ou crescer em

suas áreas de especialização pela grande concorrência e pequena demanda

de serviço, se você não for bem destacado ou não tiver cursos de atualização

e de especialização pode recorrer a outras atividades que faça bem para gerar

dinheiro e incrementar sua receita.

44

CAPÍTULO V

OPÇÕES DE INVESTIMENTOS

Investimento nada mais é que a aplicação de recursos em um

determinado negócio, aplicação ou empresa, cuja expectativa é um retorno

financeiro. É a forma utilizada por pessoas que geralmente tem sobra de

recursos financeiros, e não querendo deixá-lo inerte o aplicam. Alguns dos

tipos de investimentos disponíveis são: a caderneta de poupança, a bolsa de

valores, os títulos públicos, os imóveis, o ouro, etc.

Investir tem diferentes significados para cada classe social, para

pessoas de poder aquisitivo alto, para pessoas de classe média e para as

pessoas de classe baixa.

Segundo Filho (2003), “os investimentos devem ser planejados para

um destes objetivos: segurança, conforto ou para conquistar a independência

financeira’.

“Há três coisas que precisam ser bem conhecidas quando vamos

começar a pensar em investimentos: risco, liquidez e rentabilidade. Sobre

esses três pilares suas decisões de investimentos devem ser tomadas.”

(SOHSTEN, 2004, p. 209).

5.1 – CADERNETA DE POUPANÇA

Poupança é o resultado obtido através de economias feitas por um

indivíduo no decorrer de um período, o que leva ao armazenamento de

recursos financeiros.

Segundo Halfeld (2001, p. 21), “poupar é adiar o consumo presente,

visando a um consumo maior no futuro”. O recomendável é que todos devem

ter poupança, independente do montante poupado.

45

A caderneta de poupança é provavelmente um dos mais conhecidos

meios de investimento oferecido pela grande maioria dos bancos múltiplos. É

de simples movimentação, ou seja, você deposita em qualquer agência

bancária, e no momento em que quiser ou necessitar simplesmente faz-se o

saque, sem qualquer burocracia ou empecilho, bastando tão somente cartão,

senha e documento para efetuá-lo, podendo a retirada ser total ou parcial.

Toda essa facilidade, com risco quase zero, é refletida na renda

proporcionada pela caderneta, com rentabilidade pouco acima da inflação. Seu

principal atributo é a liquidez.

Além de sua liquidez também tem o fator imposto de renda. Segundo

Frankenberg (1999, p. 140), “o fato de não incidir imposto de renda sobre a

caderneta de poupança, é uma vantagem fiscal que deveria ser um incentivo

para que todas as classes socioeconômicas tivessem pelo menos parte de

suas economias depositadas nessa aplicação financeira”.

Esse é um fator muito positivo, pois além do retorno, mesmo que

pequeno, está isento do imposto de renda.

5.2 - CDB / RDB

Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e os Recibos de Deposito

Bancário (RDB) são títulos de renda fixa, emitidos por instituições financeiras

comerciais e de investimento, com juros pré ou pós-fixados e definidos no

momento do contrato, de acordo com as políticas de crédito de cada instituição

financeira.

A principal diferença entre os CDBs e RDBs é a possibilidade de o

CDB ser transferido a outros investidores por endosso nominativo, enquanto o

RDB é intransferível.

Os CDBs costumam render pouco menos de 1% ao mês, e são

negociados com base no prazo mínimo para resgate e valorização esperada

em relação ao CDI — Certificado de Depósito Interbancário. Os CDIs são

46

muito idênticos aos CDBs, mas com negociação restrita ao mercado bancário,

tendo como função o empréstimo de recursos entre as instituições financeiras,

tornando-se uma importante taxa referencial de juros entre os bancos

(PORTAL BRASIL, 2008).

5.3 - PREVIDÊNCIA PRIVADA

Conforme a BRASILPREV (2012), a previdência privada é um sistema

que objetiva constituir planos privados que complementem a renda mantida

pela previdência social, podendo ainda ser útil para construir uma reserva para

aqueles que não contribuem regularmente para outro sistema previdenciário.

Os planos de previdência complementar podem ser abertos ou

fechados, sendo os primeiros disponíveis em instituições financeiras para

qualquer pessoa que tenha interesse em acumular um capital, contratando um

plano de acordo com o objetivo. Já os planos fechados ou institucionais,

conhecidos como fundos de pensão, são aqueles em que os empregadores

são patrocinadores e oferecem esta possibilidade aos funcionários, geralmente

contribuindo com uma contrapartida empresarial, incrementando o valor

aplicado pelo funcionário, fazendo o montante crescer ainda mais. Os fundos

de pensão têm suas restrições e características especiais, como prazo mínimo

de participação ou de trabalho na empresa, para que seja possível resgatar a

parte aplicada pela patrocinadora, entre outras particularidades.

A previdência privada é composta por duas fases: a de acumulação de

recursos e a de recebimento dos benefícios. A primeira ocorre durante a fase

de acumulação de capital provindo do trabalho, e a segunda é a retirada

parcial, transformando em benefícios mensais, ou o resgate integral dos

valores acumulados e rentabilizados.

As principais modalidades de previdência privada são o PGBL — Plano

Gerador de Beneficio Livre e o VGBL — Vida Gerador de Beneficio Livre.

Ambos visam à acumulação de recursos e a transformação destes em uma

renda futura.

47

5.4 – BOLSA DE VALORES

A bolsa de valores é provavelmente o mais importante mecanismo de

negociação, sendo de grande importância para o desenvolvimento do comércio

mundial e relações entre países. Possui um aspecto democrático, permitindo

que qualquer pessoa física ou jurídica, desde que cadastrado em uma

corretora, possa comprar e vender ações livremente, de acordo com sua visão

de mercado.

Segundo Frankenberg (1999, p. 143), “o mercado acionário pode ser

considerado como um dos alicerces de uma nação, no qual se assenta uma

parte fundamental de sua economia, de suas finanças e de seu

desenvolvimento comercial e industrial”.

5.5 – TÍTULOS PÚBLICOS

Os títulos públicos são emitidos pelo governo para financiar suas obras

e cobrir suas despesas. Estes títulos são operados pelo Sistema Especial de

Liquidação e Custódia a (SELIC), que foi desenvolvida pelo BACEN e pela

Associação Nacional Brasileira das Instituições no Mercado Aberto a

(ANBIMA).

Conforme Securato (2004, p. 39), “o sistema, então, tem a função de

controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e de venda de

títulos públicos e manter sua custódia física e escritural”.

5.6 - IMÓVEIS

Basicamente, o investimento em imóveis espera que, após a compra

de um determinado bem, este com o passar do tempo possa ser vendido por

valor superior ao da compra, proporcionando assim um lucro, ou então, no

caso de uma troca, possa adquirir-se um outro bem que teria teoricamente até

48

que se comprove através da venda, um valor de mercado melhor do que o bem

trocado.

É um mercado um tanto complexo, pois exige conhecimento da região

onde se atua comprando e vendendo, além do mais é muito burocrático, pois

tudo deve ser escriturado e reconhecido em cartório para evitar-se possíveis

problemas.

De acordo com Frankenberg (1999, p. 155) “na hora de vender, não é

preciso consultar ninguém e a pessoa pode fazê-lo pela melhor oferta

recebida”.

5.7 - OURO

Este metal, desde os tempos mais antigos, foi motivo de cobiça,

símbolo de riqueza e nobreza. Tudo isso foi e é ocasionado por sua escassez,

sendo que até hoje, ainda é usado para adornos e enfeites.

Apesar de ter perdido campo de investimento para ações, títulos e

outros, ainda é uma forma interessante de diversificar patrimônio, já que sua

cotação tem permanecido estável nos últimos anos. Mas tem-se uma

desvantagem, a facilidade do roubo.

De acordo com Frankenberg (1999, p. 157) “um fator que depõe contra

possuir ouro é a facilidade com que pode ser roubado de um cofre de casa e

mesmo de banco”.

Estes investimentos, entre outros são alguns exemplos de como

aplicar o dinheiro resultante de recursos provenientes da poupança.

49

CONCLUSÃO

Através do presente estudo, foi possível perceber a importância de

uma eficiente administração das finanças pessoais para a melhoria nas

condições de vida das pessoas.

Foi possível detectar os principais fatores que comprometem a renda

das famílias, contribuindo para o endividamento e para a consequente

inadimplência das pessoas que não percebem a importância de construir e

respeitar seu orçamento. Ainda assim, constatou-se que a independência

financeira não é algo impossível, mas sim consequência de uma atitude

consciente e perseverante ao longo de determinado período de tempo, de

acordo com o plano de vida de cada um, sempre respeitando o planejamento

financeiro, que deve servir como guia de controle para o alcance dos objetivos

de curto, médio e longo prazo.

O estudo em questão não tem por objetivo concluir ou esgotar o

assunto tratado, mas apenas contribuir para o esclarecimento das

possibilidades oferecidas pelos princípios de administração financeira, para

pessoas determinadas e conscientes sobre o futuro melhor que as aguarda,

desde que tenham disciplina desde cedo.

O orçamento pessoal e o planejamento financeiro são importantes

para a melhoria nas condições de vida das pessoais, tendo em vista uma

correta organização de necessidades, evitando gastos supérfluos que inflam o

orçamento. Aliados ao orçamento e planejamento financeiro estão os

investimentos, que devem ser perseverantes por longos períodos, respeitando

a realidade da condição financeira, dos valores mínimos para determinadas

aplicações, considerando ainda o horizonte de tempo e, sobretudo o perfil

investidor de cada um.

50

De maneira geral, o estudo é finalizado deixando a mensagem de que

a organização das finanças pessoais aliada à orientação das necessidades,

pode contribuir significativamente para a melhoria na qualidade de vida das

pessoas, a qualquer tempo, não apenas na velhice.

Ainda assim, o estudo contribui para o desenvolvimento da educação

financeira e para a conscientização de que alguns pequenos esforços podem

fazer a diferença, ao mesmo tempo em que proporciona novos conhecimentos

advindos da pesquisa cientifica a então acadêmica.

Por fim, fica a sugestão para futuros estudos sobre o tema

"Independência Financeira". Bons projetos poderiam partir da iniciativa de

instituições de crédito socialmente responsáveis, ou quem sabe do governo,

com a inclusão de disciplinas relacionadas ao aprendizado financeiro

inicialmente nas escolas primarias e de nível médio.

51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Gente, 2005.

CERBASI, Gustavo. Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. Finanças para

Casais. São Paulo: Editora Gente, 2004.

FRANKENBERG, Louis. Seu Futuro Financeiro. 9º ed., Rio de Janeiro:

Editora Campus, 1999.

LUQUET, Mara. Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais. São Paulo:

Editora Globo, 2000.

SOHSTEN, Carlos Von. Como cuidar bem do seu dinheiro: orçamento

doméstico e planejamento das finanças pessoais: como controlar o dinheiro e

viver sem dívidas : prosperidade e investimentos, construindo sua riqueza. Rio

de Janeiro: Editora Qualitymark, 2004.

EWALD, Luiz Carlos. Sobrou dinheiro!: lições de economia doméstica. Rio de

Janeiro: Editora Bertrant Brasil, 2004.

MARTINS, José Pio. Educação financeira ao alcance de todos: adquirindo

conhecimentos financeiros em linguagem simples. São Paulo: Editora

Fundamento Educacional, 2004.

SILVA, Eduardo D. Gestão em Finanças Pessoais: Uma metodologia para se

adquirir educação e saúde financeira. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark,

2005.

52

SILVA NETO, Lauro de Araújo. Guia de Investimentos – planejando a

poupança – avaliando o risco. 1ª. Ed., São Paulo: Editora Atlas, 2003.

FERREIRA, Rodrigo. Como planejar, organizar e controlar seu dinheiro:

manual de finanças pessoais. São Paulo: IOB Thomson, 2006.

HALFELD, Mauro. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. São

Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2001.

RAMSEY, Dan. 101 Maneiras de ganhar dinheiro trabalhando em casa. Rio

de Janeiro: Editora Qualitymark, 2000.

SEGUNDO FILHO, José. Finanças pessoais: invista no seu futuro. Rio de

Janeiro: Editora Qualitymark, 2003.

COMO INVESTIR: Investimento se aprende aqui. Minhas dívidas.

<URL: HTTP://www.comoinvestir.com.br>, acesso em: 05/07/2012.

ECONOMIA DOMÉSTICA. Orçamento Doméstico.

<URL: HTTP://www.economiadomestica.com.br>, acesso em 04/07/2012.

IEF – INSTITUTO DE ESTUDOS FINANCEIROS. Planejamento Financeiro.

<URL: HTTP://www.ief.com.br>, acesso em 04/07/2012.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA. E o que é a Educação Financeira.

<URL: HTTP://www.educfinanceira.com.br>, acesso em 01/07/2012.

COELHO, Tom. Finanças Pessoais em Equilíbrio. 2004.

<URL: http://www.verdestrigos.org/sitenovo/site/cronica_ver.asp?id=265>,

acesso em: 04/07/2012.

53

PROCON RJ. Educação para o Consumo.

<URL: http://www.procon.rj.gov.br>, acesso em: 01/07/2012.

BRASILPREV. Sobre a Previdência.

<URL: http://www.brasilprev.com.br>, acesso em: 01/07/2012.

54

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

FINANÇAS PESSOAIS 11

1.1 – COMPREENDENDO O TEMA 11

1.2 – CONSUMO E CONSUMISMO 12

1.3 – ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA 13

1.4 – MEIOS DE PAGAMENTO 14

1.4.1 – Cheques 15

1.4.2 – Cartão de Crédito 15

CAPÍTULO II

PLANEJAMENTO DAS FINANÇAS PESSOAIS 17

2.1 – ORÇAMENTO PESSOAL 18

2.1.1 – Planejar 20

2.1.2 – Organizar 22

CAPÍTULO III

REDUÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS 27

3.1 – HABITAÇÃO 28

3.1.1 – Aluguel e Condomínio 28

3.1.2 – Água 30

3.1.3 – Energia Elétrica 31

3.1.4 – Telefone Fixo 32

55

3.2 – SAÚDE 33

3.3 – ALIMENTAÇÃO 34

3.4 – EDUCAÇÃO 36

3.5 – TRANSPORTE 37

3.6 – CULTURA E LAZER 38

3.7 – DESPESAS FINANCEIRAS 39

3.8 – DESPESAS DIVERSAS 39

CAPÍTULO IV

AMPLIAÇÃO DA RECEITA 42

CAPÍTULO V

OPÇÕES DE INVESTIMENTOS 44

5.1 – CADERNETA DE POUPANÇA 44

5.2 – CDB/RDB 45

5.3 – PREVIDÊNCIA PRIVADA 46

5.4 – BOLSA DE VALORES 47

5.5 – TÍTULOS PÚBLICOS 47

5.6 – IMÓVEIS 47

5.7 – OURO 48

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 54