UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SUSTENTABILIDADE NA LOGÍSTICA APLICADA

NOS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

CASO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

Por: Flavia Lethicia de Oliveira Furtado

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

SUSTENTABILIDADE NA LOGÍSTICA APLICADA

NOS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

CASO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Logística Empresarial

Por: Flavia Lethicia de Oliveira Furtado

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AGRADECIMENTOS

Os meus agradecimentos em primeiro lugar devem aos meus pais que

sempre me apoiaram e incentivaram em meus estudos; e principalmente à

minha mãe por toda compreensão, carinho e dedicação na educação de meu

filho nos momentos em que tive que está ausente; sendo o mesmo para o pai

do meu filho pela ajuda e compreensão nos momentos em que precisei, pois

tive que me ausentar em prol de meus estudos desde quando meu filho tinha 2

anos, e hoje ele está com 9 anos de idade.

Em segundo lugar, agradeço aos meus amigos e colegas de turma que

juntos conseguimos executar nossos trabalhos para com nossas matérias do

curso, pois juntos estamos finalmente concluindo mais uma etapa de nossas

vidas.

E, em terceiro lugar, agradeço aos mestres da AVM Faculdade

Integrada pelos ensinamentos, transferência de seus conhecimentos e

experiências que me fizeram chegar até aqui com a bagagem suficiente para

encarar o mercado de trabalho na área escolhida.

4

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, meu filho e todos

àqueles que de alguma forma me

apoiaram para que eu chegasse até a

minha formação.

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RESUMO

Este estudo visa mostrar como a construção de um Centro de

Distribuição Sustentável pode reduzir os impactos ambientais, e com isso pode

reverter a favor da própria empresa, gerando redução nos custos. A

abordagem deste tema, Sustentabilidade na Logística Aplicada nos Centros de

Distribuição, se dá pela percepção da necessidade de preservação do meio

ambiente, da agregação de valor à marca que se tem ao ser ambientalmente

responsável e os benefícios econômicos desta agregação. Foi feita uma

análise utilizando-se como exemplo a empresa “Grupo Pão de Açúcar” que

está comprometido com o desenvolvimento sustentável, e uma clara

demonstração de sua atuação é o lançamento do documento “Diretrizes de

Sustentabilidade para a Amazônia”, em que a empresa retrata seu

compromisso com a geração de renda, a promoção da cultura e do

desenvolvimento socioambiental da região amazônica. Uma ação que garante

isso foi o entendimento entre o Governo do Amazonas e suas secretarias, a

Fundação Amazonas Sustentável (FAZ) e o Grupo Pão de Açúcar, para o

desenvolvimento das cadeias produtivas e comercialização de produtos da

região amazônica.

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METODOLOGIA

O presente estudo tem como referenciais metodológicos, a pesquisa

bibliográfica.

Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com

base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto

é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para

qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma.

O material publicado pode ser fonte primária ou secundária. (GIL, 2000, p.45)

A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida em diversas etapas. Após

a escolha do tema, definição do levantamento bibliográfico preliminar.

Sobre as etapas da leitura do material bibliográfico, inicialmente foi

realizado uma leitura exploratória em torno do tema, tendo como objetivo

verificar as obras que interessam à pesquisa.

O universo pesquisado foi composto por outras pesquisas

monográficas, revistas, artigos, blogs e o site da empresa citada como exemplo

– Grupo Pão de Açúcar. O levantamento realizado por meio da fundamentação

teórica levou-se a obter informações de suma importância para realização

deste trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Objetivos 10 CAPÍTULO II - Justificativa 11 CAPÍTULO III – Sustentabilidade Ambiental 15 CAPÍTULO IV – Caso de CD do Grupo Pão de Açúcar 20 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 WEBGRAFIA 39 ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

As questões ambientais e sociais têm tomado os espaços prioritários

nas agendas empresariais, de pesquisa e de desenvolvimento de produtos,

pesquisas acadêmicas e tecnologias.

Repensar a cadeia produtiva não tem sido inovação apenas, vem se

tornando um desafio na implantação de novos conceitos e ferramentas como

Produção mais Limpa (P+L), Análise de Ciclo de Vida (ACV), Eco eficiência,

Prevenção à poluição (P2) e Logística Reversa.

Ferramentas vêm focando a produção e o produto com a preocupação

de reduzir os impactos ambientais. Mas os esforços direcionam-se ainda no

sentido de produzir mais, porém melhor.

No entanto, a armazenagem, a movimentação e o transporte são

secundários, fato comprovado com a terceirização cada vez maior destas

operações. A globalização, para muitas empresas, significou a terceirização e

a internacionalização de seus processos, fornecedores e consumidores.

Porém, podemos demonstrar como as empresas devem fazer para

construir um Centro de Distribuição Sustentável; e o quê estes Centros de

Distribuição têm, que os outros não têm. Pois, empresas que constroem um

Centro de Distribuição Sustentável podem reduzir os impactos ambientais, e

com isso podem reverter a favor delas mesmas gerando redução nos seus

custos.

Pensando nos conceitos de sustentabilidade para se obter uma

estrutura mais limpa, e economicamente autossustentável, será demonstrado

as vantagens da construção de um CD Sustentável em cada setor da empresa;

reunindo exemplos de CD`s que mostram o que pode ser feito nesses edifícios

e os possíveis ganhos.

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Será apontado como exemplo, o CD do Grupo Pão de Açúcar, com as

melhores formas para a implementação de um Centro de Distribuição

Sustentável, como: tamanho; investimento; localização; e por dentro, como:

obra, pintura, energia, reaproveitamento, desperdícios, frota e equipe.

O Grupo Pão de Açúcar inaugurou no começo de abril de 2010 seu

primeiro Centro de Distribuição (CD) Verde, localizado em Brasília (DF). Com

investimento de R$75 milhões, o CD Verde tem 32,6 mil m2 de área

construída, 90 docas e 32 mil posições de estocagem e irá substituir as outras

três Centrais de Distribuição utilizadas anteriormente pelo Grupo para

abastecer 28 lojas das bandeiras EXTRA, Pão de Açúcar e Assaí localizadas

no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins. Essa

unificação gera ganho de produtividade, redução de custos e eficiência no

abastecimento dos super e hiper mercados da companhia.

Para o Grupo Pão de Açúcar (GPA), trabalhar pelo desenvolvimento

sustentável do Brasil é parte de seu planejamento estratégico, sendo a

sustentabilidade e seus três principais eixos de desempenho – econômico,

social e ambiental – um dos seus pilares de atuação.

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CAPÍTULO I

1 – Objetivos:

Como fazer para as empresas conseguirem um Centro de Distribuição

Sustentável; e o quê estes Centros de Distribuição têm, que os outros não

têm?

Mostrar como outras empresas podem vir a ter mais sucesso na

Sustentabilidade Logística em seus Centros de Distribuição, assim como o

exemplo da empresa do Grupo Pão de Açúcar que unificando seus Centros de

Distribuição, vem gerando ganho de produtividade, redução nos custos e

eficácia e eficiência nos abastecimentos de seus super e hipermercados.

1.1 - Objetivo Geral:

Entender melhor como as empresas devem fazer para conseguir

construir seus Centros de Distribuição de maneira sustentável, pensando nos

conceitos de sustentabilidade para se obter uma estrutura mais limpa, e

ecologicamente auto-sustentável.

1.2 - Objetivo Específico:

Demonstrar as vantagens da construção de um Centro de Distribuição

Sustentável em cada setor da empresa; reunindo alguns exemplos do CD

Verde do Grupo Pão de Açúcar.

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CAPÍTULO II

2 – Justificativa:

A crise econômica vem se instalando mundialmente, principalmente

nos países de primeiro mundo. Porém, aqui no Brasil estamos caminhando no

sentido contrário; pelo menos para àquelas empresas que procuram fazer algo

diferente para mudar este cenário e para melhor.

Crise? Não para Logísticas Sustentáveis. Pois, enquanto os

economistas e especuladores de agências de riscos se embaralham para

decidir para onde vai a economia mundial (às vezes, para lugar nenhum), as

perguntas começam a saltar nos corredores das empresas: “é hora de apertar

os cintos?”, “onde começamos a cortar?” ou “onde erramos?”. E é lógico que

todas as empresas enfrentam problemas em meio a crises econômicas e

muitas vezes respondem de maneira drástica a esses questionamentos. No

entanto, as que desenvolveram estruturas sustentáveis provavelmente sentirão

menos esse efeito.

O setor logístico também tende a enfrentar dificuldades, pois as

companhias passam a cobrar mais dos prestadores de serviços logísticos,

sejam eles internos ou externos. Ninguém quer gastar mais do que pode e todo

mundo quer economizar. Razão que coloca a logística sustentável em um setor

de segurança, já que a sustentabilidade deveria cortar desperdícios e auto

prover o setor. Quem faz a lição de casa direito, provavelmente sairá na frente

nessa crise e poderá oferecer preços mais competitivos para bolsos mais

apertados.

Sendo assim, este estudo visa mostrar como a construção de um

Centro de Distribuição Sustentável pode reduzir os impactos ambientais e com

isso pode reverter a favor da própria empresa, gerando redução nos seus

custos.

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No caso do Grupo Pão de Açúcar, a construção de um novo CD na

região amazônica está substituindo outras três Centrais de Distribuição

utilizadas anteriormente pelo Grupo, a capacidade de armazenamento cresceu

105%, a quantidade de itens em estoque também está 83% maior –

aumentando a variedade de produtos que irão para os consumidores da

região.

Outro ganho foi na expedição de produtos e entregas delivery. Antes,

muitos produtos e eletroeletrônicos vinham de SP, e a partir de agora eles já

estarão disponíveis em Brasília, o que aumentará e agilizará o abastecimento,

sobretudo de não alimentos que cresce mais de 500%, e as entregas das

compras de eletroeletrônicos que antes demoravam uma semana, agora serão

feitas em até 48 horas.

Portanto, hoje aquele que constrói um Centro de Distribuição sem

pensar nos conceitos de sustentabilidade está perdendo uma grande

oportunidade de criar uma estrutura mais limpa, e economicamente

autossustentável. E é isso que grandes empresas, principalmente do setor

varejista, estão procurando e investindo alto, inclusive no Brasil.

2.1 – Método a ser aplicado:

2.1.1 - Iluminação Sustentável:

Dentro de um armazém, um dos primeiros ítens que entra em pauta

quando se começa a discutir sustentabilidade é a economia de energia elétrica

com iluminação. A razão é simples, além de cara, a energia elétrica é um bem

renovável no Brasil, mas que depende do desgaste da natureza para

sobreviver.

O ideal seria que as empresas pudessem se auto alimentar, sem a

necessidade de consumir energia externa. No entanto, a realidade é diferente.

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E a indústria brasileira, assim como a maioria das empresas no mundo, não foi

preparada para pensar em estratégias ou soluções para se auto sustentar e se

tornar independente de recursos naturais.

Já para as empresas que resolveram entrar nesse barco, a boa notícia é

que os armazéns têm boas soluções para reduzir o consumo de energia ou

tornar o uso menos oneroso e mais sustentável. Confira algumas soluções

para otimizar a iluminação em centros de distribuição:

. Aproveite a iluminação natural do dia para evitar o uso da energia

elétrica;

. Adote telhas translúcidas, se o projeto do armazém permitir, isso

ajudará a aproveitar a luz do sol durante a operação diária;

. Avalie as áreas do armazém com menos ausência de luz e as que

mais necessitam de luz. Com essa informações redesenhe o projeto de

iluminação artificial, pensando em evitar desperdícios;

. Observe o comportamento da operação e os horários em que a

energia é mais necessária. Remaneje o que for excessivo;

. Procure no mercado sistemas de iluminação econômicos e que não

emitem calor no ambiente;

. Não aposte em iluminação por sensor em locais com muito movimento,

as lâmpadas queimarão com facilidade (em razão do constante acende e

apaga) e isso exigirá trocas freqüentes.

2.1.2 – Sinalização nos armazéns:

Um armazém ou um centro de distribuição só cumpre seu papel quando

está bem sinalizado. Ou quando há um projeto real de sinalização. Isso porque

normalmente as empresas se preocupam exclusivamente com o básico ou

com o que pede as normas de segurança e a ABNT. Mas muitas esquecem

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que um projeto de sinalização diferenciado pode proporcionar ganhos

fundamentais para a operação, como reduzir riscos de acidentes, tornar o

ambiente menos poluído visualmente e mais organizado.

A idéia é pensar o que pode ser feito a mais, além do básico. E o que

ainda não foi compensado pelas normas. Por exemplo, empresas interessadas

em reduzir a movimentação dentro do armazém podem utilizar recursos visuais

para indicar caminhos mais curtos para os operadores de empilhadeira,

otimizando a operação e diminuindo custos com a recarga de bateria.

Procure também ser claro e objetivo na comunicação visual. Uma

sinalização complexa, poluída ou tímida pode surtir zero efeito. A solução está

na objetividade e no tamanho adequado. Não aposte em letras pequenas,

impossíveis de serem lidas por todos, as maiores são mais claras, mas não

ultrapasse o bom senso.

Para evitar acidentes de trabalho, avalie os locais com pouca

sinalização, acompanhe a rotina da operação e complete com sinalizações

indicativas.

Muitos fornecedores de sinalização desenvolvem projetos para

armazéns, como a Emplaca e Maxplac.

15

CAPÍTULO III

3 – Sustentabilidade Ambiental

“O conceito de Sustentabilidade Ambiental refere-se às condições

sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as atividades

humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseia tudo o que

a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem empobrecer

seu capital natural, que será transmitido às gerações futuras”. (MANZINI &

VEZZOLI, 2005.)

3.1 – Sustentabilidade Ambiental nos CD’s no Brasil

Durante muito tempo, os brasileiros jogaram no lixo, literalmente, uma

montanha de dinheiro, estimada em R$ 8 bilhões por ano pelo Instituto de

Pesquisa Económica Aplicada (Ipea). Essa conta se refere apenas aos

recursos que deixam de ser ganhos com o reaproveitamento dos resíduos no

próprio sistema produtivo da empresa ou com a venda de insumos, como

plástico, alumínio e vidro, para reciclagem. Além do aspecto financeiro, essa

postura ajuda a agravar o quadro de doenças e tragédias que assolam o País.

É que aquela inofensiva garrafa PET largada nas ruas de uma cidade como

São Paulo pode ter um efeito desastroso na vida dos cidadãos, especialmente

em dias de chuva. A partir de junho de 2011, porém, essa história obteve

grandes chances de mudar.

E a mola propulsora é a Lei de Resíduos Sólidos (12.305/2010). Em

linhas gerais, ela obriga todas as companhias a montar um esquema para

recolher e dar destino correto aos insumos gerados por sua atividade. Em

outras palavras, a chamada logística reversa. Apesar de chegar atrasado

nessa corrida países como Estados Unidos, Japão e Alemanha adotaram

dispositivos semelhantes a partir da década de 1970 , o governo brasileiro

espera recuperar o tempo perdido. Nossa lei é baseada nas últimas diretrizes

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da União Europeia, diz Silvano Silvério da Costa, secretário de

Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

Mas, antes mesmo da vigência completa da lei, prevista para 2016,

diversas empresas vêm desenvolvendo mecanismos para obter dividendos da

gestão correta de seus resíduos. E isso inclui todos os setores; do bancário à

confecção, passando também pelos fabricantes de eletroeletrônicos.

3.2 – Sustentabilidade Ambiental nos CD’s no Mundo

Em todo o mundo, as empresas estão despertando para o fato de que

possuem um papel fundamental na construção do futuro. Cresce a consciência

de que o modelo atual de desenvolvimento apresenta claros sinais de

esgotamento e é necessário buscar outro, que consiga aliar a prosperidade

econômica ao atendimento das necessidades humanas e à preservação do

planeta. Mais do que dar respostas às demandas de seus consumidores, as

empresas, hoje, precisam ser capazes de reconhecer as necessidades da

sociedade como um todo.

3.3 – Competitividade Internacional dos CD`s

Na década passada, um grande número de empresas estrangeiras,

principalmente norte-americanas e japonesas, escolheram os Países Baixos

como base para as suas atividades européias e de distribuição mundial, como

sua sede ou como local para atividades de pesquisa e desenvolvimento. Hoje

em dia, mais ou menos a metade dos centros de distribuição europeus de

empresas americanas e japonesas está localizada nos Países Baixos.

Para o Reino Unido, os Países Baixos são responsáveis pela metade de

todos os fundos que os britânicos investem na União Européia. Há mais de

6.800 empresas estrangeiras nos Países Baixos, um número que cresce

continuamente. Mais da metade das 300 maiores empresas classificadas pela

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revista Fortune (na lista chamada “Fortune Top”), tem consideráveis

investimentos nos Países Baixos, e algumas das maiores multinacionais do

mundo têm a sua sede neste país. Empresas estrangeiras nos Países Baixos

investem anualmente uma média de 8 bilhões de dólares (mais ou menos 2%

do PIB holandês).

O holandês é um homem de negócios. A população é educada,

internacionalmente orientada e poliglota. Isto explica por que os Países Baixos

atraíram muitas companhias estrangeiras a se instalarem no país.

Recentemente, várias companhias estabeleceram suas matrizes européias nos

Países Baixos, assim como a Huawei Technologies da China (Telecom), ARI

Network Services (EUA, IT), Zebra Technologies (EUA, distribuição européia),

Teijin Twaron (Japão, substâncias químicas), Brunner Mond (Grã-Bretanha,

substâncias químicas), Visual Sonics (Canadá, biomédicas), Abbot

Laboratories e Amgen (EUA, farmacêutica).

3.3.1 - Posição estratégica

Uma das razões pelas quais o país vem atraindo vultosos investimentos

é a sua posição estratégica. A Holanda está situada ao lado de uma super

potência econômica, a Alemanha. Possui uma infra-estrutura de transportes

bem desenvolvida, assim como facilidades de telecomunicações avançadas e

relativamente baratas. Há prédios comerciais de alta qualidade com preços de

aluguel relativamente baixos. Os Países Baixos têm ampla oferta de trabalho

bem qualificado. O conhecimento de línguas estrangeiras do holandês é

lendário: 73% falam uma língua estrangeira, 42% falam duas e 12% falam

mais de duas. O inglês já é obrigatório para alunos do primeiro grau.

3.3.2 - Clima fiscal

Além disso, o governo holandês está fazendo de tudo para melhorar o

clima fiscal. O país oferece estabilidade política, um ambiente

macroeconômico estável e um governo que está determinado a reduzir ainda

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mais o déficit orçamentário. As relações tripartites (governo, empresários e

trabalhadores) são harmoniosas. Estabilidade e cooperação asseguram um

mínimo de rompimentos nas relações trabalhistas – e um máximo de

disposição por parte dos trabalhadores para apoiar mudanças necessárias. Os

custos trabalhistas por hora são altos, mas, considerando-se o nível de

produtividade, o conjunto de custos trabalhistas é relativamente baixo.

A política com relação aos investimentos estrangeiros e ao comércio

exterior é liberal, a taxa cambial é bem estável e as taxas de retorno sobre o

capital são altas. Graças às sólidas políticas fiscal e monetária, a um setor

financeiro bem desenvolvido e a uma poupança interna considerável, os custos

de capital estão relativamente baixos, e o capital de investimento é

disponibilizado sem demora.

A força da economia holandesa, a orientação internacional de sua

indústria, os regimes liberais de capital e comércio, assim como o espírito

empresarial dos holandeses podem ser explicados a partir do fato de que as

indústrias holandesas estão sempre de olho em possíveis alianças e

aquisições no exterior, exatamente para fortalecer a sua posição internacional

no presente, este processo vem se intensificando cada vez mais.

3.3.3 - Holanda, a solução para a cadeia logística européia

Mais de 800 empresas estrangeiras enviam estoques para seus clientes

europeus a partir da Holanda. Empresas como Nike, Boeing, Adidas, Cisco,

Nec, Samsung e John Deere fazem bom uso da especialização logística da

Holanda. O país é sede da maioria dos centros de distribuição europeus.

O mercado europeu é densamente ocupado se comparado aos EUA,

por exemplo. Como você mantém seus clientes abastecidos em um mercado

como este? Só existe uma resposta: pelo uso da experiência holandesa.

19

O nível de serviço, a localização geográfica favorável e a mão-de-obra

treinada contribuem para o sucesso da Holanda como o principal centro

logístico da Europa. Sua localização central faz da Holanda a porta de entrada

para os mais importantes centros econômicos da Europa, como Paris,

Frankfurt, Londres e Berlim. Como seus longos anos de experiência, os

provedores de serviços logísticos holandeses estão familiarizados com as

propriedades únicas do mercado europeu.

Os portos marítimos e os aeroportos internacionais do país, a

disposição para negociar antecipadamente assuntos tarifários e o baixo custo

global de uma operação logística tornam a Holanda um bom lugar para

estabelecer um nó central de distribuição européia. A rede holandesa de

estradas, canais de navegação e ferrovias possui ligações que penetram

bastante no interior da Europa. Do mesmo modo que os países ao seu redor,

entretanto, a Holanda está vendo os níveis de tráfego crescerem em suas

estradas.

Para assegurar a posição de Portal de Entrada para a Europa, o

Conselho de Distribuição Internacional da Holanda (HIDC), que representa o

setor logístico, desenvolveu uma série de projetos inovadores para promover a

mobilidade nas estradas.

20

CAPÍTULO IV

4 – Caso de CD do Grupo Pão de Açúcar:

O maior grupo de varejo do Brasil, o Pão de Açúcar, foi um dos

pioneiros no Brasil no uso de práticas de sustentabilidade. Além dos chamados

três Rs: reduzir, reutilizar e reciclar, a companhia colocou na equação mais três

elementos: conscientizar, engajar e educar.

Elegeram três público-alvo para levar esta estratégia a cabo: os clientes,

os colaboradores e os participantes da cadeia de valor, como fornecedores e

provedores de soluções, afirma Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do

grupo. A rede varejista lançou oficialmente um programa no Dia do Meio

Ambiente, em junho de 2011, destinado a estimular os consumidores a

reduzirem a utilização de sacolas plásticas em prol das retornáveis.

A questão básica deste programa foi a educação, diz o executivo. Para

ele, o problema não eram as sacolas plásticas em si, mas sim a forma como os

consumidores a descartavam. Foram concedidos pontos a clientes que

utilizassem sacolas retornáveis, que puderam ser trocados por produtos.

O grupo também está investindo em projetos-piloto de energia

alternativa para suas lojas, como eólica e solar. Trata-se de um complemento

ao bem-sucedido experimento com bio massa. Ao todo, 56 lojas Extra são

alimentadas por energia negociada no mercado livre, vinda de bio massa,

afirma Bethlem.

4.1 – Iniciativas de responsabilidade socioambiental e qualidade de vida:

Construídas a partir dos padrões de sustentabilidade, as Lojas Verdes

reúnem num mesmo espaço físico todas as práticas de consumo consciente já

realizadas pelo Grupo Pão de Açúcar e ainda uma série de inovações no setor,

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que proporcionam uma experiência de compra diferenciada ao cliente.

A primeira Loja Verde da América Latina foi aberta ao público em 2008,

na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo. Atendendo a todos os critérios

de certificação definidos pelo Leed (Leadership in Energy and Environmental

Design), que avalia os padrões de construção sustentável, a unidade

conquistou em 2009 a aprovação do Conselho dos Estados Unidos para

Construções Verdes (United States Green Building Council – USGBC).

Entre os requisitos exigidos para a certificação estão a eficiência no uso

de recursos e a diminuição do impacto socioambiental no processo da

edificação, com eficiência no uso de energia, no consumo de água e na

aplicação e utilização responsável dos materiais nas instalações.

O novo modelo de loja emprega tecnologias que permitem a economia

de 10% de energia em relação a uma loja normal do mesmo porte. Além disso,

100% da energia utilizada vem de fontes renováveis, o que representa na

redução de gás carbônico de 34 mil toneladas ao ano, o equivalente ao

reflorestamento de mais de 190 mil árvores. O moderno sistema de ar-

condicionado contribui com a redução de 10% do consumo de energia quando

comparado a um sistema tradicional.

A instalação de torneiras e válvulas especiais garante uma diminuição de

40% no consumo de água em relação a uma loja tradicional. No aquecimento

da água para os chuveiros dos vestiários, é utilizado o calor excedente da casa

de máquinas, gerando uma economia de 48 mil KW/h.

Apoiado neste modelo de sucesso da primeira Loja Verde, o Grupo Pão

de Açúcar inaugurou no final de 2009 mais uma unidade, na Vila Clementino,

em São Paulo, seguindo os mesmos critérios de sustentabilidade

implementados na loja de Indaiatuba. Na construção das lojas verdes foram

identificadas mais de 50 iniciativas que estão, aos poucos, sendo replicadas

22

em todas as inaugurações de novas lojas do Pão de Açúcar, que estão sendo

consideradas lojas com critérios sustentáveis.

4.2 – CD do Grupo Pão de Açúcar

Para comprovar que a construção de um Centro de Distribuição

Sustentável é a melhor solução, reuni alguns exemplos de CD`s Sustentáveis

que mostram o que pode ser implementado nesses edifícios e os possíveis

ganhos:

• Tamanho

O prédio e sua capacidade operacional devem variar de acordo com a

necessidade da empresa. O Pão de Açúcar, por exemplo, inaugurou no ano

passado um CD verde com 32,6 mil m2 de área construída, 90 docas e 32 mil

posições paletes. No entanto, há CD`s menores de 5 mil m2, mas com a

mesma estrutura sustentável, como aproveitamento de luz natural e

reservatório para água de chuva.

• Investimento

O investimento também é variável. O Walmart inaugurou um centro de

distribuição sustentável em Betim, Minas Gerais, aplicando R$ 90 milhões no

projeto. Já o CD do Pão de Açúcar, em Brasília, custou R$ 75 milhões.

Construções sustentáveis exigem altas quantias, mas obtêm mais rápido o

retorno sobre o investimento.

• Localização

Não existe uma regra específica apontando onde é melhor construir um

CD, mas áreas menos desenvolvidas é uma grande oportunidade de aquecer

a economia local e contribuir para o crescimento da região. Mas nada impede

que um CD verde seja instalado numa grande capital, como São Paulo.

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Por dentro de um CD Sustentável, temos:

• Durante a obra

- Tintas e vernizes à base de água ou com baixa emissão de compostos

orgânicos voláteis – Pintura Ecológica;

- Painéis termo isolantes nas câmaras frias em pentano, para evitar a

destruição da camada de ozônio – “zero”;

- Uso de madeira reutilizada durante a obra.

• Energia

- Aproveitamento de luz natural com telhas translúcidas;

- Capitação de energia solar (aquecimento de água ou/e poste de luz);

- Capitação de energia eólica;

- Utilização de lâmpadas vapor de sódio 250W (economia de energia);

- Relé finder para desligamento automático de luminárias de acordo com a

claridade do ambiente.

• Reaproveitamento

- Captação de água de chuva;

- Consumo inteligente da água dos banheiros;

- Reaproveitamento da água no degelo das câmaras. Sistema de infiltração de

águas pluviais com utilização de pavimentos permeáveis;

- Tratamento de água de lavagem das máquinas de movimentação. Descarte

da água em condições aceitáveis, com separação do óleo proveniente das

lavagens;

- Edificação que privilegia a ventilação natural;

- Utilização de cobertura vegetal nas áreas não edificadas.

• Para evitar desperdícios

- Aplicação de revestimentos de pisos e paredes laváveis;

- Tubulações hidráulicas e elétricas aparentes (para manutenção fácil e

econômica);

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- Portas automáticas para câmaras frias (para evitar consumo de energia

elétrica desnecessário devido as portas ficarem abertas perdendo poder de

refrigeração.

• Cuidado com a frota

- Testes de opacidade nos caminhões da frota; avaliação dos níveis de

emissão de fumaça preta pelo escapamento dos veículos da frota permitindo

assim uma regulagem adequada e melhor consome de óleo diesel, além de

diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2) para atmosfera;

- Utilização de Biodiesel na frota e também nos geradores (redução da

poluição ambiental).

• Equipe

- Uniforme dos colaboradores confeccionados à base de material reciclável

(garrafa Pet).

4.3 – Modelo de Sustentabilidade do CD do Grupo Pão de Açúcar

Reconhecido pelo seu pioneirismo na área de responsabilidade

socioambiental na construção de lojas de supermercados com princípios de

sustentabilidade, o Grupo Pão de Açúcar conseguiu aplicar em seu mais novo

Centro de Distribuição práticas eficazes para racionalização no uso de água e

energia elétrica. Além disso, a obra do CD foi feita com pintura ecológica, as

tintas e vernizes usados são à base de água ou com baixa emissão de

compostos, toda madeira foi reutilizada, a edificação privilegia a ventilação

natural, há também a utilização de cobertura vegetal nas áreas não edificadas

e a aplicação de revestimentos de piso e paredes laváveis.

Para redução do consumo de água, a companhia implantou o sistema de

captação de água de chuva que é utilizado na limpeza das áreas externas,

instalou vasos sanitários com descarga acoplada e torneiras com arejadores

que misturam ar à água. A água utilizada na lavagem das máquinas de

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movimentação é tratada e o óleo proveniente desta limpeza é separado antes

do descarte da água.

O terreno do Centro de Distribuição é calçado com bloquetes que

permitem a infiltração de águas pluviais e promovem a permeabilização do

solo. Há também o reaproveitamento da água no degelo das câmaras.

Para economizar energia elétrica, o prédio conta com controlador de

demanda, telhas translúcidas que permitem iluminação natural e evita o uso de

lâmpadas elétricas e desligamento automático de luminárias de acordo com a

luminosidade do ambiente.

O sistema de captação de energia solar aquece a água utilizada na

cozinha. E para evitar desperdícios, as tubulações hidráulicas e elétricas são

aparentes, facilitando os reparos e manutenção, reduzindo a geração de

resíduos.

Outro destaque do CD Verde diz respeito ao material utilizado no

uniforme dos colaboradores: produzidos com tecido ecológico, confeccionadas

a partir de garrafas PET recicladas.

4.4 - Recursos Naturais utilizados pelo Grupo Pão de Açúcar

4.4.1 – Água

Buscando cada vez mais intensificar as ações para reduzir o desperdício

no consumo dos recursos hídricos, o Grupo Pão de Açúcar mantém um

monitoramento diário do que é consumido nas lojas, permitindo agir

rapidamente caso haja qualquer detecção de vazamento. A instalação de

redutores de vazão nas torneiras de algumas lojas permite ainda maximizar a

eficiência no uso da água, gerando economia nos postos de consumo.

26

Em 2009, os resultados mensurados com essas medidas, abrangendo

83 lojas dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, implicaram numa

economia de 170 mil m³, equivalente a 7% do total consumido. Para o ano de

2010, há a previsão que essa iniciativa avance para mais 64 lojas.

4.4.2 - Energia

Desde 2006, cada loja do Grupo Pão de Açúcar possui uma Comissão

Interna de Controle de Energia (CICE), formada por representantes de diversos

setores. O objetivo é reduzir os custos e o consumo de energia com boas

práticas e a criação de uma cultura de ecoeficiência que garanta o atendimento

de metas predefinidas. Em 2009, as lojas ficaram 2,6% abaixo da meta

estabelecida.

Em algumas lojas, a troca de equipamentos por similares de menor

consumo foram essenciais para um menor consumo de energia:

- Substituição dos sistemas de ar condicionado por sistema de aspersão de

água.

- Substituição dos sistemas de iluminação da área de vendas das lojas por

lâmpadas e reatores mais ecoeficientes.

- Troca de casa de máquinas e reforma das instalações de refrigerações, com

arranjo mais eficiente dos compressores e substituição de equipamentos

obsoletos.

O Grupo também conta hoje com 50 lojas no Mercado Livre, equivalente

a 27% de toda demanda contratada pela companhia, e a previsão é de um

incremento de compra em torno de 16% em 2010, o que representa 31% do

total contratado. No ano, houve um aumento de 5% em comparação a 2008,

quando 40 lojas representavam 22%. Todas essas lojas consomem energia

renovável, sendo que 45% provêm de uma usina de biomassa que utiliza

27

capim-elefante como matéria-prima e outros 55% são provenientes de quatro

PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas).

4.4.3 - Efluentes e Resíduos

O Grupo Pão de Açúcar gera efluentes apenas para o funcionamento

das sedes administrativas, lojas e centros de distribuição. Em 2009, o volume

de água descartado somou 1.898.995 m³, 31,89% maior que o montante

registrado no ano anterior ( 1.439.858 m³).

O tratamento de esgoto diferenciado, por exemplo, foi implantado há

cerca de quatro anos de forma piloto. Atualmente, são 19 lojas no Estado de

São Paulo que utilizam este tipo de tratamento do esgoto. Neste processo,

ocorre a aplicação de produto biológico 100% natural, composto por

microorganismos que reduzem o percentual de gordura presentes nas caixas,

resultando em redução de odor e insetos e diminuição de entupimento nas

tubulações. Dessa forma lança-se à rede pública um esgoto previamente

tratado, contribuindo para a redução de possíveis danos causados ao sistema

coletor e ao meio ambiente. Em 2009, o volume de esgoto tratado estava

totalizado em 242.769 m³, equivalente a 13% do volume total descartado.

Cabe destacar que 78% dos efluentes são enviados para as Estações

de Tratamento de Efluentes das concessionárias estaduais, enquanto a porção

lançada diretamente em rios e outros corpos d’água totaliza 22%.

4.4.4 - Emissões

O Grupo ainda esteve trabalhando ao longo de 2010 no seu próprio

inventário de emissões de dióxido de carbono. Em paralelo a isso, procura de

forma proativa adotar ações que contribuam para a redução do impacto

ambiental. Uma delas é o sistema backhal, estratégia de logística que otimiza o

28

fluxo de viagens entre lojas e CDs, durante o abastecimento dos produtos. Em

2009, com menos viagens, 317 toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas na

atmosfera.

A companhia também integrou à Loja Verde de Indaiatuba veículos que

são movidos a biodiesel, combustível considerado menos poluente do que os

de origem fóssil.

4.5 – Diretrizes de Sustentabilidade para a Amazônia

Mantendo um modelo de gestão de negócios totalmente alinhado com

essa premissa de atuação da empresa, o GPA assume um compromisso

público com a Amazônia, definindo Diretrizes de Sustentabilidade para esse

território.

A empresa já possui deretrizes desta natureza relacionadas aos seus

três públicos prioritários, cliente, colaborador e cadeia de suprimentos. No que

diz respeito a cadeia, foram determinados aspectos essenciais no

relacionamento do GPA com organizações situadas dentro do bioma

amazônico, fortalecendo assim uma postura de crescimento econômico para

ambas as partes.

Considerando as importantes riquezas desta região, apresentamos o

posicionamento determinado pelo GPA:

4.5.1 - Dimensão social:

O GPA apoia iniciativas voluntárias que promovam e assegurem a

sustentabilidade das cadeias produtivas, participando assim de ações de

mobilização em parceria com comunidades da região, governo, sociedade civil

organizada, fornecedores, universidades, intituições científicas, ONG`s, entre

outros.

29

O GPA apoia e persegue, através de sua atuação, o desenvolvimento

local, promovendo a geração de renda, a inclusão social e a cidadania,

favorecendo a permanência do homem em seu local de origem.

O GPA não permite, em toda a sua cadeia de suprimentos, o trabalho

infantil e o trabalho forçado ou análogo ao escravo, como também

fornecedores que façam parte da lista suja do trabalho escravo ou de terras

embargadas pelo Ibama.

O GPA procura combater a desigualdade social buscando identificar

oportunidades de atuação junto às comunidades locais.

O GPA prioriza atividades que valorizem a diversidade e a não

discriminação por qualquer motivo (gênero, raça, origem étinica e credo).

4.5.2 – Dimensão Ambiental

O GPA mantém estreito relacionamento com as comunidades locais

promovendo o uso sustentável da biodiversidade.

O GPA apoia o comércio e a produção sustentável, valorizando produtos

que tenham certificação, rastreabilidade e procedência comprovada,

específicamente no que se refere à agricultura, agronegócios, pecuária,

indústria madereira, entre outros.

4.5.3 – Dimesão Cultural

O GPA valoriza o patrimônio cultural local, apoiando a manutenção e

preservação do conhecimento tradicional e dos valores de povos ribeirinhos,

indígenas, extrativistas e demais povos da floresta.

30

O GPA promove o comércio regional, valorizando produtos que

mantenham a essência da cultura dos produtores locais.

4.6 – Reciclagem nos CD`s do GPA

Referências em programas de sustentabilidade, as Estações de

Reciclagem do Grupo Pão de Açúcar estão presentes em três bandeiras do

Grupo (Pão de Açúcar e Extra), gerando benefícios ambientais, sociais e de

relacionamento não só com clientes mas também com fornecedores.

4.6.1 - Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever

O Pão de Açúcar foi a primeira rede de varejo a disponibilizar pontos de

entrega voluntária de materiais recicláveis (papel, plástico, metal, vidro e óleo

de cozinha usado) nas suas lojas.

Numa parceira firmada em 2001 com a Unilever, foram criadas as

Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever, que viraram referência no

setor e hoje é o maior e mais antigo programa de reciclagem do varejo no País.

Seu grande sucesso pode ser traduzido em números. Desde sua

criação, as 110 estações espalhadas por todo o Brasil, presentes em 31

municípios dos Estados de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Paraná, Goiás e Distrito Federal, já arrecadaram 32 mil

toneladas de recicláveis. Só em 2009, foram coletadas 7 mil toneladas de

materiais.

Além de reduzir o impacto no meio ambiente, uma vez que a ação dá a

destinação correta a tudo o que é coletado, o programa beneficia também 33

cooperativas de coleta e reciclagem, gerando renda à cerca de 550

trabalhadores.

31

4.6.2 - Estações de Reciclagem Extra H2OH!

O Extra e a H2OH! se uniram para expandir o programa das Estações

de Reciclagem para uma outra bandeira do Grupo Pão de Açúcar. Surgiram

então as Estações de Reciclagem Extra H20H!. O programa tem como objetivo

diminuir a extração de recursos naturais, gerando menos resíduos na natureza

e contribuindo assim com a preservação do meio ambiente. Os postos de

coleta foram implementados nas lojas em 2008 e, só no ano passado,

somaram um total de 594,1 toneladas de materiais coletados, o que representa

um crescimento de 115% em relação ao primeiro ano de investimento.

Hoje, são 78 estações de reciclagem, montadas nas lojas de 26

municípios de 15 Estados brasileiros e no Distrito Federal. O programa envolve

ainda 18 cooperativas e 157 trabalhadores, gerando renda para a comunidade,

que se beneficia com a venda desses materiais.

4.6.3 - Caixa Verde

Com o objetivo de diminuir o impacto ambiental dos produtos

comercializados pelas lojas, o Caixa Verde é uma programa inédito de

reciclagem pré-consumo, atuando diretamente na hora da compra. O

programa oferece a possibilidade ao cliente de descartar suas embalagens de

plástico e papel, livre de resíduos de alimentos, em urnas especiais no

momento em que passa pelo caixa.

Desenvolvido em parceria com o Centro Universitário Positivo (Unicenp),

do Paraná, o programa não é apenas um projeto de preservação ambiental,

mas uma ação de inclusão social, uma vez que as embalagens arrecadadas

são encaminhadas para uma cooperativa de reciclagem, gerando trabalho e

renda a seus cooperadores.

32

A iniciativa, que existe desde 2007, já foi implantada em 38 lojas da

bandeira Pão de Açúcar e, em 2009, mais 10 lojas da rede Extra e desde o

início já arrecadou mais de 450 mil embalagens.

4.6.4 – O que pose ser descartado

- Embalagens para tubos (creme dental etc.). - Envoltórios de embalagens promocionais (leve 3 e pague 2). - Pacotes com mais de uma embalagem (barras de cereal etc.). - E tudo o que é de papel ou plástico, livre de resíduos de alimentos.

Importante: para fazer uso adequado do produto, antes de descartar

uma embalagem leia as informações presentes nela, como prazo de validade e

tabela nutricional.

4.6.4 – Quais são os benefícios

- Redução de material (lixo) que iria direto para aterros, que são levados diretamente para a reciclagem. - As embalagens coletadas são doadas para cooperativas de reciclagem, gerando trabalho e renda. - Clientes carregam menos volume/peso de compras para casa.

4.6.5 - Grupo Pão de Açúcar e Nokia lançam Alô Recicle

Em uma parceria com a Nokia do Brasil, o Grupo Pão de Açúcar lançou

em agosto de 2010 o programa Alô Recicle, que tem por objetivo disponibilizar

nas lojas do Extra Hipermercado e nas lojas do Pão de Açúcar uma urna para

coletar celulares, bateriais e acessórios e encaminhar tudo para reciclagem.

33

Em setembro de 2011 o Programa será expandido para mais 88 lojas do

Extra e 81 lojas do Pão de Açúcar.

4.7 - Embalagens

4.7.1 - Sacolas retornáveis

O Grupo Pão de Açúcar é pioneiro na venda de sacolas retornáveis no

varejo, contribuindo para reduzir o consumo de sacolas plásticas e

favorecendo a preservação do meio ambiente.

Implantado na rede Pão de Açúcar desde 2005, o programa, que

estimula o consumo consciente, oferece aos clientes a oportunidade de

adquirir modelos diferentes de sacolas retornáveis nas próprias lojas, a preços

acessíveis. A bandeira oferece sete modelos com diferentes materiais e

preços, sendo um deles confeccionado a partir de garrafas PET cuja parte da

renda é revertida para a SOS Mata Atlântica. No ano de 2009 foram

comercializadas um total 315 mil sacolas retornáveis.

Com o objetivo de ampliar a iniciativa, em 2008 foram desenvolvidas

ações junto aos clientes do Programa Mais, para que eles sejam estimulados a

utilizar as sacolas retornáveis comercializadas ou não pela rede, em troca de

créditos para pontuar no programa de fidelidade.

Em 2008, as sacolas retornáveis chegaram na rede CompreBem, que

comercializou só no ano passado um total de 540 mil sacolas, sendo um dos

modelos em parceria com a Associação de Apoio à Criança Deficiente (AACD).

Já a rede Extra, que participa da iniciativa desde 2008, totalizou no ano

a venda de mais de 180 mil sacolas, e sua sacola produzida em parceria com

a Casa Hope de apoio à criança com câncer, repassou R$ 9,5 mil para a

entidade.

34

O CompreBem e Sendas juntos somaram 190 mil unidades de sacolas

retornáveis no ano.

4.7.2 - Uso consciente de sacolas plásticas

Uma das formas de reduzir o volume de sacolas plásticas usadas nas

compras foi a adoção de sacolas mais resistentes na bandeira do Pão de

Açúcar. A iniciativa faz parte do Programa de Qualidade e Consumo

Responsável das Sacolas Plásticas, desenvolvido pela Plastivida (Instituto

Sócio-Ambiental dos Plásticos), com parceria do INP (Instituto Nacional do

Plástico) e da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens

Plásticas Flexíveis). Na prática, esta iniciativa significa dizer que o consumidor

pode colocar em uma única sacola duas garrafas de 2 litros ou um pacote de 5

quilos de arroz ao invés de utilizar duas ou mais sacolas para transportar essa

mesma quantidade de produtos.

Em 2009 o programa economizou 91.689.000 sacolas plásticas, o que

significa uma redução de 26% no consumo de 2008 para 2009.

4.7.3 - Ciclo Verde Taeg

Desenvolvido pela marca exclusiva Taeq, o Ciclo Verde consiste em um

programa de reaproveitamento de papel, que começa e termina nas gôndolas

dos nossos supermercados. O material coletado nas Estações de Reciclagem

do Pão de Açúcar é levado para separação nas cooperativas de reciclagem,

transformado em papel cartão e, posteriormente em novas embalagens da

marca disponibilizadas novamente nas nossas gôndolas. Esta ação representa

2% do volume das embalagens produzidas. Esses materiais também contam

com uma ação de conscientização dos clientes a respeito da importância da

sustentabilidade, por meio de frases e dicas de consumo responsável e

ecoeficiência.

35

4.8 – Investimento em programas socioambientais

4.8.1 – Ambiental

O compromisso com o meio ambiente é parte do modelo de atuação do

Grupo Pão de Açúcar, que segue todas as normas ambientais que regulam

suas atividades. A busca permanente por processos ecoeficientes, que

reduzam o consumo de recursos naturais, minimizem o impacto de sua

operação e disseminam práticas e conceitos de responsabilidade ambiental,

visa a promover o desenvolvimento sustentável em toda cadeia de valor da

companhia.

Por meio de uma série de ações realizadas junto a seus colaboradores e

clientes, a companhia já colhe frutos desse investimento. Em 2009, essas

ações resultaram no aperfeiçoamento de processos de gerenciamento do uso

de água e de energia elétrica nas lojas e centrais de distribuição, bem como no

aumento da coleta de recicláveis em suas estações e substituição significativa

de sacolas plásticas por sacolas retornáveis.

4.8.2 – Social

São diversas as ações promovidas pelas bandeiras do Grupo Pão de

Açúcar na área social.

Todas as iniciativas têm o propósito de contribuir para o fortalecimento

da vida comunitária ao redor das lojas, mobilizando colaboradores, clientes e

sociedade como um todo para a ação solidária.

Programas educacionais, campanhas de arrecadação de agasalho e de

vacinação, ações voluntárias e também apoio a instituições sociais são

algumas das ações promovidas ao longo do ano, sempre com a finalidade de

fazer a diferença nas comunidades em que atua.

36

4.8.3 – Qualidade de vida

Promover saúde e bem-estar sempre foi uma das principais iniciativas

do Grupo Pão de Açúcar, que desenvolve uma série de ações que têm como

objetivo principal levar qualidade de vida a seus clientes e também a seus

colaboradores.

Eventos como caminhadas, corridas para adultos e crianças, além de

passeios ciclísticos em família, já fazem há algum tempo parte do calendário

anual da companhia, que direciona boa parte de seus investimentos nessa

área, com o intuito de promover hábitos saudáveis, como a prática regular da

atividade física e os cuidados com a alimentação.

37

CONCLUSÃO

A Sustentabilidade na Logística é o planejamento, a operação e o

controle dos fluxos materiais, financeiros e de informação que buscam a

satisfação das demandas com a melhor relação de custos e serviço

considerado os fatores ambientais e sociais que agregam valor ao produto ou

serviço, direta ou indiretamente, objetivando a sustentabilidade do sistema.

Sendo assim, foi utilizada como exemplo de toda a pesquisa científica e

monográfica para este trabalho, a empresa do Grupo Pão de Açúcar, pois é

um dos grupos de empresas que mais se aproxima da perfeição em Logística

Sustentável.

Com isso, para que uma empresa possa obter sucesso em longo prazo,

esta deverá ser economicamente saudável e correta ambientalmente, ou seja,

ser sustentável.

38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ARAÚJO, Emmylou P. Campos (2006). LOGÍSTICA AMBIENTAL. Pós-Graduação em Logística Empresarial. AVM/UCAM, Rio de Janeiro, RJ. DEXHIEMER, Letícia; MÜLLER, Cláudio; LINDAU, Luís Antônio. FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA A SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA: Uma abordagem para o transporte de cargas. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Transporte. UFRGS, Porto Alegre, RS. FUKUNAGA, Eliane Martinez Mota e ODA, Marcel. LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL: Um Conceito Ampliado em Prol do Desenvolvimento Sustentável. In: 1st Internacional Workshop Advances in Cleaner Prodution – IV Semana Paulista de P+L e Conferência Paulista de P+L. Centro Universitário Senac, Santo Amaro - SP MACHADO, Antônio Augusto (2002). UMA VISÃO GLOBAL ARMAZENAGEM, DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTES. Pós-Graduação em Logística Empresarial. AVM/UCAM, Rio de Janeiro, RJ. MIRANDA, Maurício (2011). LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL. Disponível em: http://logisticasustentavel.wordpress.com/page/2/ - Acesso em: 10/09/2011 (vide norma ABNT NBR 6023).

39

WEBGRAFIA

Revista Intralogística – Site: www.iman.com.br/revistaintralogistica Revista Isto É Dinheiro – Site: www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios (Especial Empresas do Bem – 01/04/2011) Consulado Geral do Reino dos Países Baixos – Site: http://riodejaneiro.nlconsulado.org/voce-e-os-paises-baixos/perfil-economico-dos-paises-baixos/competitividade-internacional.html

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

1 - OBJETIVOS 10

1.1 - Objetivo Geral 10

1.2 - Objetivo Específico 10

CAPÍTULO II

2 - JUSTIFICATIVA 11

2.1 - Método Aplicado 12

2.1.1 - Iluminação Sustentável 12

2.1.2 - Sinalização nos Armazéns 14

CAPÍTULO III

3 - SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL 15

3.1 - Sustentabilidade Ambiental nos CD’s no Brasil 15

3.2 - Sustentabilidade Ambiental nos CD’s no mundo 16

3.3 - Competitividade Internacional dos CD`S 16

3.3.1 - Posição estratégica 17

3.3.2 - Clima fiscal 17 3.3.3 - Holanda, a solução para acadeia logística Européia 18

41

CAPÍTULO IV

4 - CASO DE CD DO GRUPO PÃO DE AÇÚCAR 20

4.1 - Iniciativas de Responsabilidade Socioambiental

e Qualidade de Vida 20

4.2 - CD do Grupo Pão de Açúcar 22

4.3 - Modelo de Sustentabilidade do CD do

Grupo Pão de Açúcar 24

4.4 - Recursos Naturais utilizados pelo Grupo

Pão de Açúcar 25

4.4.1 - Água 25

4.4.2 - Energia 26

4.4.3 - Efluentes e Resíduos 27

4.4.4 - Emissões 27

4.5 - Diretrizes de Sustentabilidade para a Amazônia 28

4.5.1 - Dimensão social 28

4.5.2 - Dimensão Ambiental 29

4.5.3 - Dimesão Cultural 29

4.6 - Reciclagem nos CD`s do GPA 29

4.6.1 - Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever 30

4.6.2 - Estações de Reciclagem Extra H2OH! 31

4.6.3 - Caixa Verde 31

4.6.4 - Quais são os benefícios 32

4.6.5 - Grupo Pão de Açúcar e Nokia lançam Alô Recicle 32

4.7 - Embalagens 33

4.7.1 - Sacolas retornáveis 33

4.7.2 - Uso consciente de sacolas plásticas 34

4.7.3 - Ciclo Verde Taeg 34

4.8 - Investimento em programas socioambientais 35

4.8.1 - Ambiental 35

4.8.2 - Social 35

4.8.3 - Qualidade de vida 36

42

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

WEBGRAFIA 39

ÍNDICE 40