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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM INDÚSTRIAS PETROQUÍMICAS Por: Gustavo Luís Peruzzo Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Normas Técnicas (ABNT) criou a NBR 10004:1987, posteriormente revisada para NBR 10004:2004, que estabelece critérios

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM

INDÚSTRIAS PETROQUÍMICAS

Por: Gustavo Luís Peruzzo

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM

INDÚSTRIAS PETROQUÍMICAS

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Engenharia de Produção.

Por: Gustavo Luís Peruzzo

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AGRADECIMENTOS

À Deus por permitir mais uma vitória,

à minha esposa e filho pelo apoio,

incentivo e compreensão, aos

professores pela dedicação e esforço

demonstrados ao longo do curso e a

todos que de alguma forma

contribuíram para a conclusão deste

trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em especial a

minha esposa Luciane e ao meu filho

Eduardo, companheiros constantes

durante esta jornada, que me

incentivaram e apoiaram em todos os

momentos.

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RESUMO

Desenvolvimento ambiental sustentável é um dos temas mais

debatidos da atualidade, assim, dentro desse contexto procurou-se elaborar

esta monografia.

Face à grande demanda de atividades econômicas ligadas à extração, refino

e beneficiamento de petróleo, gás e seus derivados no Brasil, dirigiu-se a

pesquisa para a questão de gestão de resíduos industriais em empresa

petroquímica onde, notoriamente, o potencial poluente costuma ser

preocupante.

Foram descritos os procedimentos adotados no caso estudado, onde essa

postura vem sendo respeitada, além da fundamentação teórica que serviu

de base para a confrontação dos dados obtidos e, consequentemente, para

a conclusão desse estudo comparativo as políticas e legislação fomentadas

e a aplicação prática que vem sendo dada na gestão empresarial desse

segmento.

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METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foi aplicada como metodologia, uma

pesquisa bibliográfica, ou seja, foram feitas diversas consultas à conteúdos de

livros, websites da Internet e artigos científicos que abordassem o tema

proposto. Foram buscados os conceitos de identificação, classificação,

segregação, tratamento e destinação final de resíduos industriais,

identificando os métodos de gerenciamento dos mesmos, a fim de compará-

los com àqueles praticados pela empresa estudada, Quattor Petroquímica

S.A – Unidade Duque de Caxias, RJ.

Para concretização desta análise comparativa, foram realizadas

visitas técnicas a empresa para conhecimento do processo produtivo e os

respectivos resíduos gerados, bem como a coleta de dados necessários à

pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................8

CAPÍTULO I

Legislação e Gestão de Resíduos Industriais 10

CAPÍTULO II

Estudos de Tratamento e Diminuição do Impacto dos Resíduos 36

CAPÍTULO III

Características da Empresa Estudada 46

CAPÍTULO IV

Processo de Tratamento de Resíduos da Quattor 51

CAPÍTULO V

Análise Comparativa 67

CONCLUSÃO 78

BIBLIOGRAFIA 80

ANEXOS 86

ÍNDICE 90

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 94

ÍNDICE DE TABELAS 95

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INTRODUÇÃO

A questão ambiental é hoje um dos assuntos que preocupa toda a

humanidade, estando também cada vez mais integrada ao conceito de

modernidade empresarial. A industrialização, associada à globalização e o

desenvolvimento inconsciente das atividades humanas, são os principais

motivos da multiplicação dos resíduos sólidos perigosos, cada vez mais

presentes no nosso “habitat”. A questão desses resíduos nos obriga a refletir

sobre os meios atuais de produção e hábitos de consumo, fazendo-se

necessária a adoção de novos valores e a reflexão sobre o nosso modo de

vida. A discussão da dimensão das questões ambientais vem sendo

incorporada à elaboração dos planejamentos de processos produtivos das

indústrias e às novas modalidades de gestão empresarial, inclusive como

base para obter reduções de custos e conseqüentes aumentos de

lucratividade. As organizações incorporam cada vez mais medidas de

minimização, reuso e reciclagem dos resíduos sólidos gerados pelos mais

diversos processos industriais.

Por outro lado, o tratamento não adequado desses resíduos pode

representar um aumento na degradação ambiental em detrimento da

qualidade de vida, além de requerer normalmente investimentos nos

processos de tratamento e disposição final dos resíduos em aterros

sanitários controlados. Como se sabe, a economia pode afetar as decisões

quando da adoção de alternativas disponíveis no tratamento de resíduos

sólidos perigosos. Até certo ponto as decisões também são influenciadas

por outros fatores independentemente da necessidade de controle da

poluição apenas.

Em um primeiro momento, é possível imaginar que os procedimentos

e atividades de controle dos resíduos produzidos nas indústrias é tarefa

fácil. Todavia, as diferentes composições físico-químicas e biológicas, as

variações de volumes gerados em relação ao tempo de duração do processo

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produtivo, a potencialidade de toxicidade e as multiplicidades de focos de

geração, muitas vezes na mesma unidade de processamento, obriga a

adoção de medidas que permitam a busca da caracterização, quantificação

e tratamento adequados dessas emissões, antes da disposição final no meio

ambiente.

Nesse sentido, além de planejamento e ações voltadas à

minimização, reuso e reciclagem dos resíduos, há necessidade de adoção

de procedimentos e formas de tratamento com destinação desses resíduos

em consonância com os conceitos do Desenvolvimento Sustentável. As

empresas procuram demonstrar que não basta ter um sistema de gestão

ambiental implantado e certificado, e sim ações práticas voltadas para a

responsabilidade sócio-ambiental continuada.

O presente trabalho acadêmico buscou estudar, através de pesquisa

teórica em trabalhos já publicados sobre o tema, os conceitos de

identificação, classificação, segregação, tratamento e destinação final de

resíduos industriais, identificando os métodos de gerenciamento dos

mesmos, a fim de compará-los com àqueles praticados pela empresa

estudada, Quattor Petroquímica S.A – Unidade Duque de Caxias, RJ.

O objetivo deste trabalho é analisar as práticas de gestão dos

resíduos sólidos gerados na unidade de produção de polietileno em uma

indústria petroquímica, a Quattor Petroquímica S.A., situada em Duque de

Caxias, Rio de Janeiro. No processo de identificação, quantificação e

caracterização dos resíduos sólidos gerados poder-se-á comparar as

práticas da empresa com as propostas de gerenciamento já existentes.

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CAPÍTULO I

LEGISLAÇÃO E GESTÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

1.1. Conceituação e classificação de resíduos

Diante da crescente preocupação da sociedade quanto às questões

ambientais e ao desenvolvimento sustentável, a Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT) criou a NBR 10004:1987, posteriormente revisada

para NBR 10004:2004, que estabelece critérios de classificação dos

resíduos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde

pública e respectivos códigos de identificação.

De acordo com esta norma, resíduos sólidos são resíduos que se

encontram em estados sólidos e semi-sólidos provenientes de ambiente

industrial, doméstico, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição. Também são considerados sólidos os lodos gerados por sistemas

de tratamento de água, os resíduos formados em equipamentos e

instalações de controle de poluição, os líquidos cujas particularidades

tornem inviáveis o lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de

água, ou aqueles que exijam para o descarte soluções técnicas e

economicamente inviáveis face à existência de uma melhor tecnologia

disponível.

De acordo com FARIA (2009), a origem do resíduo sólido pode ser:

a) Resíduo industrial: originário dos processos industriais. Essa

composição do resíduo é bastante diversificada e a maioria dos

componentes é considerada perigosa.

b) Resíduo domiciliar: é aquele gerado nas residências. Essa

composição desse resíduo é bem variável, sendo influenciada por

fatores como localização geográfica e renda familiar. Alguns são

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considerados perigosos e devem ter uma destinação diferente

dos demais.

c) Resíduo hospitalar: qualquer resíduo hospitalar e proveniente de

serviços de saúde. Geralmente é constituído de materiais que

podem apresentar algum tipo de contaminação por agentes

patogênicos.

d) Resíduo comercial: é aquele resíduo produzido pelo comércio em

geral. A maior parte é constituída de materiais recicláveis, mas

também pode conter restos sanitários e orgânicos.

e) Resíduo agrícola: é aquele resíduo gerado por atividades

agropecuárias.

f) Resíduo público ou de varrição: é o resíduo recolhido nas vias

públicas. Essa composição é muito variada dependendo do local

e da situação criada no recolhimento.

g) Resíduos de portos, aeroportos e terminais: o lixo coletado

nesses locais é tratado como resíduo séptico, pois pode conter

agentes causadores de doenças trazidas de outros países.

Aquele que não apresentar risco de contaminação pode ser

tratado como lixo domiciliar.

h) Resíduo de mineração: pode ser constituído por solo removido e

misturado a metais pesados, restos e lascas de pedras, entre

outros.

i) Entulho: resíduo resultante de atividades da construção civil.

j) Resíduo sólido urbano: é o conjunto de todos os tipos de

resíduos gerados nas cidades e coletados pelo serviço municipal

(domiciliar, de varrição, comercial e, em alguns casos, entulho).

Ainda de acordo com FARIA (2009), para que os resíduos sólidos

sejam devidamente caracterizados deve-se identificar o processo ou

atividade que lhes deu origem e elementos constituintes e respectivas

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características, a fim de compará-los com listagens de resíduos e

substâncias onde o impacto à saúde e ao meio ambiente seja conhecido. Os

critérios devem ser observados em ensaios laboratoriais para que seja

determinada a caracterização do resíduo.

Os resíduos sólidos são classificados da seguinte forma, segundo a

NBR 10004:2004:

a) Resíduos Classe I – Perigosos

b) Resíduos Classe II – Não perigosos

(i) Resíduos Classe IIA – Não inertes

(ii) Resíduos Classe IIB – Inertes

Os resíduos Classe I são aqueles que podem apresentar riscos à

saúde pública e ao meio ambiente sendo dotado das seguintes

características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e

patogenicidade. Estes requerem cuidados especiais na destinação final.

Os resíduos Classe II não apresentam nenhuma das características

acima e são classificados em dois subtipos. Os da Classe IIA são aqueles

que não se enquadram nas classificações da Classe I e nem da Classe II B.

Podem apresentar propriedades de biodegradabilidade, combustibilidade e

solubilidade em água. Já os da Classe IIB são resíduos que, quando

amostrados de forma representativa e submetidos a um contato com água

destilada ou desionizada à temperatura ambiente, não tiveram nenhum dos

elementos constituintes solubilizados a concentrações superiores aos

padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,

dureza e sabor.

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1.2. Gestão ambiental

1.2.1. Série ISO 14001

Cada país tem um órgão responsável pela elaboração de suas

normas técnicas. No Brasil, ABNT é o órgão oficial para esse fim. A ISO

14000 é uma norma elaborada pela Organização Internacional para

Normalização.

De acordo com LEITE (2008), essa norma se refere ao que deve ser

feito por uma organização para diminuir o impacto das atividades produtivas

junto ao meio ambiente, já que considera o levantamento dos aspectos e

impactos ambientais dessas atividades, levando em consideração tanto as

práticas atuais quanto as passadas e as futuras. Essa certificação não traz

exigências no sentido do desempenho ambiental, mas sim, busca um

compromisso, consolidado na política ambiental da empresa, de cumprir e

estabelecer legislação e regulamentos para atender ao seu contexto,

realizando um programa de melhorias contínuas.

Uma das séries da ISO 14000 é a ISO 14001, que especifica os

requisitos relativos a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), permitindo a

uma organização formular uma política e objetivos que levem em conta os

requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais

significativos.

O nível de aplicação dessa norma dependerá de fatores como: a

política ambiental da organização, a natureza das atividades e as condições

em que opera. Essa iniciativa já permitiu e ainda permitirá a médio e longo

prazos produtos e processos mais limpos, conservação de recursos

naturais, gestão de resíduos industriais, gestão racional do uso de energia e

redução da poluição global.

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1.2.2. Desenvolvimento sustentável

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu na Comissão

Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987), definindo-o como

“aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a

possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias

necessidades”.

Segundo SOUZA (2010), para ser alcançado, o desenvolvimento

sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os

recursos naturais são finitos. Deve-se levar em consideração três fatores:

desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental,

de forma a que sejam dependentes um do outro, trabalhando de forma

homogênea.

De acordo com DEMÓSTENES (2005), o desenvolvimento

sustentável sugere qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso

de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem,

sem que haja um consumo exacerbado de energia e recursos naturais.

1.2.3. A legislação ambiental

Desde a Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, o

licenciamento ambiental é um dos mais importantes instrumentos da Política

Nacional do Meio Ambiente (PNMA) para o controle de atividades efetivas

ou potencialmente poluidoras.

Baseado no artigo 2º, da Lei Federal nº 6.938/81, a PNMA tem como

objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental,

visando assegurar condições ao desenvolvimento sócio - econômico, aos

interesses da segurança nacional e à proteção da vida humana.

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1.2.4. A educação ambiental

Segundo ARAÚJO (2007), a Educação Ambiental objetiva a

formação de indivíduos que entendam e se preocupem com o meio

ambiente, ou seja, pessoas ecológicas. Este processo deve considerar os

aspectos relevantes ao consumo responsável, o uso racional de energia e

da água, e tratamento dos resíduos em todas as formas.

De acordo com a ISO 14001 “a organização deve identificar as

necessidades de treinamento. Ela deve determinar que todo o pessoal cuja

tarefa possa criar um impacto significativo sobre o meio ambiente receba

treinamento apropriado”.

1.2.5. Produção mais limpa

A falta de tratamento adequado dos resíduos em geral, a nova

ocupação sucessiva de locais para disposição dos mesmos à medida que os

mais antigos vão se esgotando, a própria escassez de espaço nas áreas

urbanas, tudo isso vem gerando um problema cada vez maior e

apresentando prejuízos incalculáveis para a sociedade em geral. Do ano de

1990 ao ano de 2000, a geração de lixo cresceu 49% enquanto a população

cresceu apenas 19% (IBGE).

Devido à questão acima, a Organização das Nações Unidas para o

Desenvolvimento Industrial (Unido) junto com o Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente (Unep) criaram o conceito de Produção Mais

Limpa, que é a metodologia que atende as necessidades econômica,

ambiental e tecnológica por meio da não-geração, minimização ou

reciclagem de resíduos.

A Produção Mais Limpa requer mudanças de atitudes, garantia de

gerenciamento ambiental responsável, criação de políticas nacionais

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direcionadas e avaliação de alternativas tecnológicas. Juntamente com

ela, tem-se a prevenção à poluição (SERENZA, 2001). Esse programa é um

importante facilitador para entendimento das ocorrências em que os

resíduos são gerados.

1.2.6. Logística reversa

Segundo FERREIRA (2002), a adoção da logística reversa contribui

de forma significativa para o reaproveitamento dos produtos, amenizando os

prejuízos causados ao meio-ambiente devido ao grande volume de bens

fabricados pelos complexos produtivos. Tem como premissa garantir o

retorno de bens e materiais às suas origens, de forma a agregar valor aos

mesmos e/ou reduzir o impacto ao meio ambiente quando não mais

utilizados.

Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e

controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos

acabados, do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de

recapturar valor ou realizar um descarte adequado. Esse processo é

geralmente composto por um conjunto de atividades de coleta, separação,

embalagem e expedição de itens usados a fim de assegurar uma

recuperação sustentável. A logística reversa está diretamente relacionada

ao conceito de ciclo de vida do produto.

1.2.7. Ciclo de vida do produto

A Análise de Ciclo de Vida (ACV) de um produto permite avaliar qual

o impacto dele sobre o meio ambiente durante toda a vida útil e não útil do

mesmo, desde a retirada de recursos da natureza para a produção até a

deposição final do produto.

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A ACV encoraja as indústrias a considerar as questões ambientais

associadas aos sistemas de produção: insumos, matérias-primas,

manufatura, distribuição, uso, disposição, reuso, reciclagem. Pode-se dizer

também, que ela ajuda a identificar oportunidades de melhorias dos

aspectos ambientais de uma empresa.

Segundo o presidente do Programa Plastivida/ABIQUIM, Luís

Briones, há estudos baseados em ACV que têm demonstrado que as

quantidades de energia gastas para obter um produto a partir de matéria-

prima virgem são maiores que aquelas gastas para produzi-lo com resíduos

reciclados. Por isso, dada a atual crise energética, o governo deveria

estabelecer uma Política Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos.

Em resumo, a ACV pode ser utilizada para obter-se um melhor

entendimento de todo o sistema utilizado para se produção e aprimoramento

de um produto.

1.2.8. O Ciclo reverso dos resíduos sólidos

Segundo LACERDA (2002), o ciclo de vida de um produto também

engloba a análise daquele que precisa ser adequadamente descartado,

reparado ou reaproveitado.

Existem variantes com relação ao tipo de reprocessamento que os

materiais podem ter. Dependendo das condições em que esses entram no

sistema de logística reversa, eles podem ter diferentes destinações:

a) retornarem ao fornecedor;

b) serem revendidos (se ainda estiverem em condições adequadas

de comercialização);

c) serem recondicionados (desde que haja justificativa econômica);

d) serem reciclados (se não houver possibilidade de recuperação);

e) serem descartados (da maneira adequada).

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1.3. Plano de gerenciamento de resíduos

De acordo com MAROUN (2006) no Manual de Gerenciamento de

Resíduos disponibilizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de

Janeiro (FIRJAN), o Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR) é iniciado

com uma abordagem que utiliza a Ferramenta de Qualidade “PDCA” (Plan –

Do – Check – Action / Planejar – Fazer – Verificar – Agir), como forma de

garantir o aproveitamento máximo dos recursos disponíveis ao tratamento

de resíduos, além da redução de custos e riscos associados à gestão.

Nesse processo de busca pela melhoria contínua, em cada fase se

atua da seguinte forma:

Plan (Planejar): O planejamento verifica os aspectos ambientais, os

requerimentos legais e os objetivos e metas a serem alcançados.

Do (Fazer): Implementa e operacionaliza a estrutura planejada,

distribui responsabilidades, fornece treinamentos para capacitação dos

envolvidos, trata do manuseio e acondicionamento dos resíduos, realiza o

pré-tratamento, determina a destinação final, se responsabiliza por toda a

documentação do PGR e faz o controle operacional.

Check (Verificar): Fase que verifica, monitora e mede as não-

conformidades. Determina as ações necessárias à correção e mantém todas

as ocorrências registradas, assim como também envolve os processos de

auditoria.

Action (Agir): Faz a revisão da gestão e põe em prática todas as

mudanças determinadas na fase anterior.

Em seu estudo sobre a gestão dos resíduos sólidos industriais da

Região Sul do Estado do Rio de Janeiro, PEREIRA (2009) cita que o PGR é

uma das formas de gerir corretamente o conjunto de normas ambientais de

acordo com a realidade da empresa, visando respeitar a legislação vigente e o

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meio ambiente, de maneira a atingir maior qualidade ambiental dos serviços,

dos produtos e do ambiente de trabalho.

Assim, o correto gerenciamento de resíduos tende a melhor avaliar o

processo e o fluxo de materiais, a auxiliar na redução de impactos ambientais,

a tornar o uso da energia e de outros recursos mais eficiente, além de agregar

competitividade de mercado à instituição.

Ainda segundo MAROUN (2006), o PGR é responsável por todo o

ciclo de vida de um resíduo. Para que isso se cumpra, deve seguir as etapas

de:

a) Geração

b) Caracterização

c) Manuseio

d) Acondicionamento

e) Armazenamento

f) Coleta

g) Transporte

h) Reuso/reciclagem

i)Tratamento

j)Destinação final

Estas etapas podem ser visualizadas na Figura 1 a seguir, que

demonstra o fluxograma do processo apresentado abaixo.

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Figura 1 – Fluxograma de gerenciamento de resíduos sólidos

Fonte: MAROUN, 2006

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1.3.1. Implantação do plano de gerenciamento de resíduos

Os métodos de implantação e operação ideais de um PGR seguem

os padrões apresentados no citado Manual de Gerenciamento de Resíduos

(FIRJAN), sendo descritos nos sub-capítulos a seguir.

a) Planejamento

Nesta fase, são verificados os aspectos ambientais, que tem por

objetivo verificar e conhecer os resíduos gerados. Sendo necessário verificar

quais são os processos que geram resíduos, incluindo até mesmo aqueles

que não se encontram propriamente na área industrial.

Além disso, é indispensável realizar a classificação dos resíduos e

analisar as quantidades existentes, sendo este um fator importante para a

definição das formas de transporte, armazenamento e destinação final que

serão utilizados.

b) Implementação de operação

Trata-se da fase mais longa e complexa a se adotar, onde é preciso

pôr em prática tudo o que havia sido planejado. Para isso, são considerados

os aspectos de estrutura envolvida no processo e os responsáveis por cada

atividade que compõe o plano.

É também necessário avaliar os possíveis envolvidos nos processos

de gestão de resíduos, de forma que seja verificada a competência técnica

de cada um para a condução dos processos e o conhecimento dos aspectos

ambientais das atividades a desenvolver.

Em caso de demanda por treinamento de pessoal, esse deve conter

as informações quanto às características e os riscos inerentes ao trato de

cada tipo de resíduo, orientações quanto à execução das tarefas de coleta,

transporte e armazenamento, além da utilização adequada de equipamentos

de proteção individual necessários às atividades e de procedimentos de

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emergência em caso de contato ou contaminação com o resíduo, tanto

individual quanto ambiental.

Identificam-se as formas de manuseio e acondicionamento dos

resíduos, tendo em vista que tais fatores, se tratados em nível ótimo,

possibilitarão a maximização das oportunidades com a reutilização e a

reciclagem, já que determinados resíduos podem ficar irrecuperáveis no

caso de serem acondicionados de forma incorreta. Da mesma forma, o

processo de gerenciamento de resíduos é facilitado quando existe a devida

separação, evitando a mistura de resíduos de classes diferentes.

Após a devida segregação, pode-se realizar o pré-tratamento como

forma de facilitar o encaminhamento do resíduo à destinação final, podendo

ocorrer dentro ou fora das dependências da empresa geradora. O tipo de

destinação é escolhido após a análise do melhor custo/benefício para o

processo.

Com o objetivo de obedecer a procedimentos de forma padronizada,

é preciso que haja uma documentação que abranja as atividades envolvidas

em cada etapa, de maneira a que esteja em local acessível a todos os

envolvidos.

Documentos básicos:

(i) Objetivos e metas;

(ii) Requerimentos legais e outros;

(iii) Procedimentos escritos (detalhando cada uma das

atividades envolvidas no PGR e seus responsáveis);

(iv) Protocolos de auditorias internas e de terceiros;

(v) Indicadores para acompanhamento do PGR;

(vi) Fichas de resíduos (contendo as características do resíduo

e sua forma de gestão).

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c) Verificação e ações corretivas

A avaliação do desempenho deverá ser feita de acordo com os

indicadores quantitativos, qualitativos e financeiros determinados durante a

implantação do PGR e reavaliados ao longo do tempo, de forma a manter a

eficácia dos processos. Devem ser feitas análises com base em históricos

de resultados e em expectativas de performance.

Esses indicadores também auxiliam na visualização dos ganhos

econômicos e ambientais, e na criação de metas e objetivos futuros,

garantindo, assim, a melhoria contínua do desempenho ambiental.

Nessa fase são realizadas auditorias do PGR, internas e/ou

externas, e visam confirmar a correta operação do PGR e sua melhoria

contínua. Tem como preceito informar desvios do PGR, em que são

necessárias ações corretivas e preventivas.

1.3.2. Destinação final

Inúmeros são os benefícios trazidos em função do aproveitamento

dos resíduos, dentre eles, podemos citar: a redução da criação e utilização

de aterros nos gastos com acondicionamento e transporte, a redução da

utilização dos recursos naturais e a diminuição dos riscos ambientais.

Como forma de destinação final de um resíduo, pode-se realizar a

reciclagem e/ou o tratamento dos materiais, conforme procedimentos

apresentados a seguir.

1.3.2.1. Reciclagem

É considerado como o melhor método de destinação de resíduos,

uma vez que priva a empresa do envio de materiais a aterros, além de

reduzir a extração de matéria-prima da natureza.

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Possui como propósito gerar um novo produto ou ser matéria-

prima para um novo produto. Em exceção, podemos citar os casos de lixo

tóxico e lixo hospitalar, que não podem ser reciclados e devem ser

diretamente eliminados ou confinados.

A fim de facilitar e padronizar a segregação dos resíduos para

reciclagem, a Resolução CONAMA 275/01 orientou as cores, de acordo com

a Figura 2, que poderão ser utilizadas para a identificação dos diferentes

tipos de resíduos.

Amarelo Metal Marrom Resíduos Orgânicos

Azul Papel / Papelão Preto Madeira

Branco Resíduos Ambulatoriais e Serviços de Saúde Roxo Resíduos Radioativos

Cinza Resíduo Geral * Verde Vidro

Laranja Resíduos Perigosos Vermelho Plástico

(*) não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação.

Figura 2 – Cores para a segregação de materiais recicláveis

1.3.2.2. Tratamentos

1.3.2.2.1. Processos térmicos

Segundo MAROUN (2006), os processos descritos abaixo se

baseiam na aplicação de calor aos resíduos, em que os resultados obtidos

estão diretamente ligados à quantidade de calor utilizada.

a) Incineração

Processo de elevado custo, que utiliza a combustão controlada para

degradar termicamente os materiais. É aplicada a um grande número de

resíduos, já que é capaz de degradá-los completamente. Para esse

processo é necessário obter um licenciamento de acordo com os órgãos

ambientais.

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É necessária a correta disposição das cinzas após a incineração,

de acordo com a composição. Quando componentes orgânicos são

incinerados, concentrações de metais aumentam nas cinzas e processos de

estabilização ou inertização podem ser necessários para evitar essa

liberação para o meio ambiente. Após a correta segregação, normalmente,

esses produtos são encaminhados a aterros industriais.

b) Co-processamento

O co-processamento consiste em um processo de baixo custo, em

que o resíduo é reaproveitado nos processos de fabricação de cimento,

sendo utilizado como substituto parcial de combustível ou matéria-prima e

tendo as cinzas resultantes incorporadas ao produto final. Os fornos devem

ter mecanismos de controle de poluição atmosférica para minimizar a

emissão de particulados para a atmosfera.

O tempo de residência e a temperatura do forno de cimento são

adequados para destruir termicamente a matéria orgânica, embora alguns

materiais sejam desconsiderados para esse tipo de processamento devido à

periculosidade dos compostos (resíduos de serviços de saúde, domiciliares,

radioativos, explosivos, organoclorados, agrotóxicos e afins).

c) Pirólise

Nesse tratamento, os resíduos selecionados são triturados e

enviados a um reator pirolítico onde os compostos orgânicos são

volatilizados e parcialmente decompostos. A decomposição ocorre por calor

na ausência de oxigênio.

É um processo muito eficiente e, apesar de ser necessário aquecer

inicialmente os resíduos utilizando eletricidade em virtude da falta de

oxigênio, ainda assim produz mais energia do que consome. Porém ainda

são necessários aprimoramentos tecnológicos, pois o custo com

manutenção é alto.

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d) Plasma

O plasma é o gás ionizado por meio de temperaturas superiores a

3000 ºC, tornando-se uma forma especial de material gasoso que conduz

eletricidade. A característica de alta energia e temperatura do plasma

permite um tempo de reação curto em relação ao incinerador clássico,

permitindo uma velocidade de destruição mais alta e a construção de

reatores menores.

1.3.2.2.2. Processos físicos

Ainda de acordo com MAROUN (2006), esses são pré-tratamentos

para que os resíduos sejam posteriormente encaminhados para tratamento

e/ou disposição final.

a) Centrifugação

Processo mecânico que utiliza a força centrífuga para separar

substâncias de densidades diferentes.

b) Separação gravitacional

Técnica de separação que explora as diferenças de densidade entre

as fases.

c) Redução de Partículas

Processos mecânicos formados por sistemas sequenciais de

peneiras e moinhos, montados para reduzir a granulometria do resíduo final

ou para manter as características dos produtos finais dentro de limites

desejados.

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1.3.2.3. Disposição final em aterros

Nos aterros industriais, os resíduos são confinados em grandes

áreas especialmente projetadas para receber os tipos de resíduos que estão

sendo dispostos. Os aterros diferem entre si no que diz respeito à

impermeabilização e ao controle necessário, de acordo com o tipo de

resíduo que recebem.

É um tipo de destinação de menor custo em relação a outros tipos

de tratamento e requer uma grande área física para construção e operação,

além da necessidade de constante monitoramento.

Deve possuir sistema de drenagem para remoção e tratamento de

líquidos percolados, sistema de tratamento de gases que emanam dos

resíduos, monitoramento de águas subterrâneas, impermeabilização com

camadas de argila e material polimérico de alta densidade.

1.3.3. Acondicionamento de resíduos não perigosos

A norma ABNT NBR 11174 foi criada para apresentar os requisitos

básicos para acondicionamento de resíduos não perigosos, de forma a

minimizar os riscos de contaminação ambiental, atendendo a legislação

vigente.

O local aprovado para armazenamento deve garantir que não haja

alteração da classificação de cada resíduo disposto e que resíduos

perigosos não entrem em contato com estes.

Os resíduos permanecem armazenados em contêineres e/ou

tambores, em tanques e a granel, de forma que estejam isolados,

sinalizados e com acesso protegidos à área. Da mesma forma, os atuantes

neste local devem estar devidamente treinados e a segurança da instalação

deve ser garantida.

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Dentre as medidas de controle ambiental necessárias, encontram-

se as de controle de poluição do ar, do solo e das águas.

Inspeções deverão ser realizadas para que problemas sejam

verificados e corrigidos, evitando-se possíveis acidentes. E ao final das

atividades, deve haver total remoção dos resíduos armazenados.

1.3.4. Acondicionamento de resíduos perigosos

A ABNT NBR 12235 determina as condições para armazenamento

de resíduos sólidos perigosos. Estes que devem permanecer no local

determinado pelo órgão de controle ambiental até que seja encaminhado

para reciclagem, tratamento ou disposição final.

As principais características do local devem ser: possuir sistema de

isolamento e sinalização adequados, iluminação e disponibilidade de

energia e facilidade comunicação interna e externa para casos de

emergência.

Além disso, é ideal manter os acessos limitados e realizar

treinamentos de capacitação para aqueles que irão participar direta ou

indiretamente das atividades, necessitando também de cuidados de

manuseio, com a utilização de equipamentos de proteção individual.

O armazenamento deve ser feito de maneira que características

qualitativas e quantitativas sejam preservadas, e realizado em contêineres,

tambores, tanques e/ou a granel. Observando-se que para cada local de

armazenamento temporário existem especificações próprias para esta

operação.

Todas as atividades envolvidas deverão estar de acordo com os

limites determinados para controle de poluição, com base em critérios que

minimizam os riscos à saúde da população e do meio ambiente. Da mesma

forma, é necessário um plano de emergência, com medidas que devem ser

tomadas em caso de acidentes.

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A norma também menciona a necessidade de existir um sistema

de proteção das águas superficiais e subterrâneas, e o registro de operação

preservado até o encerramento das atividades.

1.4. Custos ambientais

De acordo com legislação brasileira, as empresas geradoras de

resíduos são responsáveis pelo tratamento e destinação final dos mesmos,

porém, segundo SISINNO (2003), devido à insuficiência de informações,

essas não dedicam devida atenção ao gerenciamento, principalmente por

acreditarem que a fiscalização é pouco válida e que a destinação adequada

geraria altos custos.

Contudo, ao se tratar de custos, ORTH (2006) considera que os

benefícios gerados ao se implantar um plano de gestão de resíduos

compensam o significativo investimento realizado, principalmente se houver

terceirização dos serviços, transporte e destinação final dos resíduos.

Em estudo, PEREIRA (2008) concorda que o plano deve ser

estruturado de forma a que haja o máximo de preservação do meio

ambiente, dentro dos limites de custo aceitável determinado, tornando,

assim, os benefícios proporcionais ou maiores que os prejuízos.

1.5. Transporte de resíduos

Segundo GUSMÃO (2009) acidentes ambientais acontecem e, em

todos os casos, evidencia-se que as comunidades atingidas não estavam

protegidas ou preparadas para se comportarem diante de situações

emergenciais, causadas por derramamento e vazamentos de produtos

químicos, em plantas industriais ou no transporte entre elas. Sendo a

problemática principal característica de imprevisibilidade, que se acentua

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30

quando o evento ocorre longe das bases e dos recursos das empresas

envolvidas.

No Brasil, visando à prevenção, a ação de combate mais eficiente e

o controle dos efeitos causados pelos acidentes ocorridos no transporte

rodoviário de produtos químicos, dispositivos foram criados, como o Decreto

nº 96.044/88 do Ministério dos Transportes, que regulamenta, a nível

nacional, a movimentação de cargas perigosas.

Novos procedimentos foram estabelecidos: a exigência dos órgãos

de licenciamento ambiental para que as transportadoras apresentem Planos

de Emergência e o desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias, como

por exemplo, o rastreamento dos caminhões através de satélite.

Numa situação em que o sistema de proteção não esteja implantado,

o poder público pode intervir, direta e indiretamente, na prevenção dos

acidentes provenientes do transporte de cargas perigosas. Diretamente,

mantendo as estradas e as ferrovias em bom estado de conservação e,

indiretamente, determinando que as empresas transportadoras se

especializem e utilizem tecnologia de ponta, mantendo a fiscalização das

restrições que constam na licença ambiental. Sendo que esse conjunto de

ações constitui uma importante ferramenta de controle para as empresas

que desenvolvem atividades de risco.

A nível mundial, a ONU, preocupada com o risco que envolvia o

transporte de cargas perigosas, elaborou uma classificação internacional

baseada nos tipos de risco que cada produto apresenta no transporte

rodoviário. Tal classificação, adotada pelo Brasil, consta atualmente da

resolução ANTT n° 420, de 12.02.2004 e, cataloga produtos classificados

como perigosos, os distribuindo em nove classes:

a) Classe 1 – Explosivos: produtos capazes de produzir gás em

condições de causar danos à sua volta.

(i) Subclasse 1.1 – Substâncias e artigos com risco de

explosão em massa;

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(ii) Subclasse 1.2 – Substâncias e artigos com risco de

projeção, mas sem risco de explosão em massa;

(iii) Subclasse 1.3 – Substâncias e artigos com risco de fogo e

com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos,

mas sem risco de explosão em massa;

(iv) Subclasse 1.4 – Substâncias e artigos que não apresentam

risco significativo;

(v) Subclasse 1.5 – Substâncias muito insensíveis, com risco

de explosão em massa;

(vi) Subclasse 1.6 – Artigos extremamente insensíveis, sem

risco de explosão em massa.

b) Classe 2 – Gases: gases comprimidos, liquefeitos, liquefeitos

refrigerados, em solução, misturas de gases, misturas de um ou

mais gases com um ou mais vapores de substâncias de outras

classes, artigos carregados de gás, hexafluoreto de telúrio e

aerossóis.

(i) Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis: produto capaz de se

inflamar quando em contato com o ar.

(ii) Subclasse 2.2 – Gases comprimidos não inflamáveis e não

tóxicos: são asfixiantes (competem com o oxigênio) ou

oxidantes (fornecem oxigênio). São considerados

perigosos pela capacidade de alterar a concentração de

oxigênio no ar.

(iii) Subclasse 2.3 – Gases tóxicos por inalação: apresentam

nível de toxicidade alto.

c) Classe 3 – Líquidos inflamáveis: produzem vapores inflamáveis em

temperaturas de até 60,5°C. Grupos de risco: I, II e III.

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d) Classe 4 – Sólidos Inflamáveis, substâncias sujeitas à combustão

espontânea e substâncias que em contato com a água emitem

gases inflamáveis.

(i) Subclasse 4.1 – Sólidos Inflamáveis: são sempre

substâncias no estado sólido, que produzem vapores

inflamáveis em temperaturas de até 60,5°C. São as

substâncias autoreagentes.

(ii) Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas à combustão

espontânea: tem facilidade à combustão e por atrito podem

causar fogo ou contribuir para ele.

(iii) Subclasse 4.3 – Substâncias que, em contato com a água,

emitem gases inflamáveis. As embalagens devem ser

protegidas contra a ação da umidade.

e) Classe 5 – Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos:

(i) Subclasse 5.1 – Substâncias oxidantes: não são

combustíveis, mas podem liberar oxigênio, causando

combustão de outros materiais ou contribuindo para tal.

Podem causar incêndio em outro produto.

(ii) Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos: podem se decompor

exotermicamente reagindo perigosamente com outros

produtos. Liberam oxigênio facilmente podendo acelerar

uma reação.

f) Classe 6 – Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes:

(i) Subclasse 6.1 – Substâncias tóxicas: podem provocar

morte, lesões graves e danos à saúde humana, se

ingeridas, inaladas ou através do contato com a pele.

(ii) Subclasse 6.2 – Substâncias Infectantes: contêm

microorganismos, bactérias, vírus, fungos, parasitas e

outros capazes de provocar doenças aos seres humanos.

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Devem ser mantidas isoladas de todo e qualquer gênero

alimentício.

g) Classe 7 – Materiais Radioativos: materiais com atividade

radioativa, de controle específico e exclusivo da CNEN (Comissão

Nacional de Energia Nuclear).

h) Classe 8 – Substâncias Corrosivas: causam sérios danos quando

em contato com tecidos vivos.

(i) Grupo I – substâncias muito perigosas: provocam visível

necrose da pele após um período de contato de ate três

minutos.

(ii) Grupo II – Substâncias que apresentam risco médio:

provocam visível necrose da pele após período de contato

superior a três minutos.

(iii) Grupo III – Substâncias de menor risco, incluindo:

1. As que provocam visível necrose da pele num período

de contato inferior a quatro horas;

2. Aquelas com uma taxa de corrosão sobre superfícies

de aço ou de alumínio superior a 6,25mm por ano, a

uma temperatura de teste de 55°C.

i) Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas: são aquelas que

abrangem riscos não considerados pelas outras classes.

De forma a reduzir os riscos de impactos ambientais e ocupacionais,

deve-se utilizar veículos e equipamentos de acordo com cada tipo de

resíduo para realização de transporte externo.

A Resolução nº 420 da ANTT e demais atualizações são tidas como

base para o transporte de produtos perigosos, sendo necessário um

“checklist” para que a carga seja liberada.

As normas e legislações referentes ao transporte são:

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a) NBR 7500 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio,

movimentação e armazenamento de produtos;

b) NBR 7501 – Transporte de produtos perigosos – terminologia;

c) NBR 7503 – Ficha de emergência e envelope para o transporte

terrestre de produtos perigosos;

d) NBR 9735 – Conjunto de equipamentos para emergências no

transporte terrestre de produtos perigosos;

e) NBR 13221 – Transporte terrestre de resíduos;

f) NBR 14619 – Transporte terrestre de produtos perigosos –

incompatibilidade química;

g) NBR 12810 – Coleta de resíduos de serviço de saúde;

h) Decreto nº 906044/88 – Regulamento Federal para Transporte

Rodoviário de Produtos Perigosos;

i) Resolução nº 420/04 (ANTT) – Instruções complementares para o

transporte rodoviário de produtos perigosos.

A empresa geradora e a empresa prestadora de serviços de

gerenciamento de resíduos coordenam a emissão e os arquivos da

documentação de transporte, observando-se os critérios do Sistema de

Manifesto de Resíduos. As terceirizadas para gerenciamento e transporte de

resíduos deverão possuir plano de atendimento a emergências, por meio de

brigada própria ou empresa contratada para este fim, garantindo o

atendimento rápido e adequado para quaisquer situações emergenciais

durante o transporte.

Todos os registros relativos a resíduos devem ser devidamente

guardados. Esse procedimento, além de atender a requisitos legais, facilita o

acompanhamento do PGR pelos responsáveis por cada etapa dos

processos.

De acordo com a diretriz DZ 1310 R.7, da FEEMA, que estabelece o

Sistema de Manifesto de Resíduos, a empresa geradora deve produzir

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apenas quatro vias do manifesto para cada movimentação e para cada

tipo de resíduo.

Para cada resíduo destinado para fora da unidade, deve-se

providenciar também:

a) Documento de saída do resíduo, informando quantidade, destino,

data, meio de transporte e percurso a ser percorrido.

b) Documento de chegada do resíduo ao seu destino (pode ser o

documento de saída protocolado junto ao receptor com a data e a

hora de chegada ou um documento específico para ser assinado

pelo receptor do resíduo).

c) Documento emitido pelo receptor do resíduo informando a data e a

hora em que o resíduo foi processado, tratado, incinerado, aterrado,

etc. e o processo de tratamento ou disposição utilizado.

Esses documentos devem ser mantidos pela empresa para

resguardá-la em caso de haver quaisquer problemas em um dos receptores

de resíduos.

1.5.1. Inventário de resíduos industriais

Segundo a CONAMA 313/02, que dispõe sobre o inventário de

resíduos industriais, as empresas geradoras devem identificar os resíduo

gerados, classificando-os com base na NBR 10.004:2004. Posteriormente é

necessário informar ao órgão estadual de meio ambiente sobre as

quantidades de resíduos existentes, seus tipos e destinos.

Sendo objeto de controle específico e parte integrante do processo

de licenciamento ambiental da empresa, o inventário de resíduos é uma

ferramenta importante, que auxilia as empresas no levantamento qualitativo

e quantitativo dos resíduos gerados em cada processo, possibilitando definir

o sistema de gestão de resíduos mais adequado à realidade da empresa.

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36

CAPÍTULO II

ESTUDOS DE TRATAMENTO E DIMINUIÇÃO DO IMPACTO DOS RESÍDUOS

Após comprovação de que 75% dos resíduos sólidos das cidades

brasileiras estão dispostos em lixões, PEREIRA e TOCCHETTO (2007)

desenvolveram o pensamento de que é necessário que a sociedade, de um

modo geral, aja de uma maneira distinta da atual, de forma a gerenciar os

resíduos que são produzidos, tanto nas empresas como nas residências

com um contorno mais eficiente. Foi considerado que esse tipo de poluição

ocasiona a contaminação de solos e lençóis freáticos, a propagação de mau

cheio, o surgimento de vetores causadores de doenças, que podem,

inclusive, lesar a saúde dos catadores de lixo, presença constante nesses

locais. Como solução para esse tipo de problema, os autores sugeriram o

que chamam de “inverter a pirâmide”, visando reduzir a geração dos

resíduos ao invés de tratá-los. A “Política dos 3 R’s” foi o método proposto,

que significa: Reduzir, Reusar e Reciclar, em que descreveram que

pequenas atitudes no dia-a-dia podem ser muito válidas para a conquista

desse objetivo, como: utilizar os dois lados do papel, imprimir somente em

casos necessários, adotar práticas de reciclagem, despachar

separadamente materiais perigosos, etc. O resultado após a utilização deste

processo é uma redução dos resíduos e o seu tratamento adequado quando

necessário, enfim, o ideal funcionamento para o gerenciamento de resíduos

sólidos.

O autor PUNA (2002) se utilizou do mesmo método citado acima,

afirmando que “somente para o terceiro R (reciclagem) é que existem

políticas concretas, planos e incentivos” e que “para a implementação do

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princípio da redução e para o da reutilização, pouco mais se tem feito, do

que uma vaga campanha moral”. Seguindo essa metodologia de tratamento

adequado e desenvolvimento sustável (desenvolvimento capaz de suprir as

necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender

as necessidades das futuras gerações), averiguou que houve uma redução

de 15% na produção de resíduos sólidos industriais de Portugal, no

comparativo dos anos de 1999 e 1998. Chegando à conclusão de que a

estratégia ideal realmente é a prevenção, reciclagem, valorização energética

e, finalmente, disposição final em aterro. Inclusive, ao citar a questão da

valorização energética, o autor desenvolveu três formas de tratamento de

resíduos que possuem essa função: a incineração dedicada, a co-

incineração em fábricas de cimento e a pirólise por vitrificação, todas

correspondendo a tratamentos térmicos, de forma a aproveitar a energia

obtida na queima de resíduos e reduzir o e volume dos resíduos a enviar

para o aterro. Sendo que, verificou que a co-incineração é mais vantajosa

sob a visão econômica, ambiental e social, porém está limitada à localização

das cimenteiras. Outro ponto importante trazido foi a consideração que se

faz à pirólise por vitrificação por ser considerado, dos três tratamentos, o

menos impactante ao meio ambiente. Os tratamentos físico-químicos foram

considerados mais indicados para resíduos perigosos, como Redução com

SO2, sulfato ferroso, sulfitos, tiossulfatos ou NaBH4, neutralização por

adição de ácidos ou bases, processos de oxidação por O3, H2N2, Cl2,

NaOCl, entre outros.

Em seu artigo, SISINNO (2003) demonstra a realização de testes em

21 amostras de diferentes segmentos (químicos, petroquímico, de

beneficiamento de minerais, metalúrgico, de alimentos e de bebidas), de

forma a avaliar a toxicidade potencial dos resíduos que são depositados em

aterros controlados. Contudo, antes da análise das amostras, levou em

consideração que para se decidir a destinação final de um resíduo, este

deve ser classificado de acordo com as especificações da NBR 10.004,

baseando-se na presença de substâncias perigosas. Citou que ao se tratar

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de Brasil, por mais que os geradores sejam considerados os responsáveis

pelo destino final, a insuficiência de informações, os leva a não fornecer a

atenção devida para tal. Além de acreditarem que a fiscalização é

inadequada e que a correta destinação geraria altos custos. É trazido como

exemplo o Estado do Rio de Janeiro, em que muitas vezes a destinação dos

resíduos é desconhecida. E que, inclusive, por falta de aterros de resíduos

industriais não inertes, os mesmos estão sendo depositados em aterros

municipais que não operam de forma eficiente, tornando-se um risco à

saúde humana. Nos testes, após passar pelos processos de lixiviação e

solubilização retirou-se que, das 21 amostras, 2 foram classificadas como

perigosas, 1 como inerte e 18 como não inertes. Foi possível concluir que os

não inertes permaneciam sendo depositados em aterros inapropriadamente,

podendo comprometer toda a região próxima, agravando a degradação

ambiental, e que seria necessária a implantação de uma política de

gerenciamento para o Estado que garanta a destinação adequada dos

dejetos.

Em artigo anterior SISINNO et al (1998), realizaram um estudo a

respeito de resíduos sólidos na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, com

enfoque interdisciplinar. Consideraram que, em países de economia semi-

periférica como o Brasil, o incentivo a reciclagem ainda é bastante reduzido.

Citaram que as análises deveriam ser interdisciplinares e sistêmicas, de

forma a mesclar os estudos já realizados anteriormente, visando alternativas

aos processos já existentes. Ao iniciarem o discurso sobre o Brasil, foram

apresentadas as principais formas de destinação final, como vazadouros,

aterros, usinas, etc. Considerando que o Rio de Janeiro é um dos maiores

pólos industriais do país, foi constatado na época que a coleta de lixo na

Baixada Fluminense funcionava de forma muito precária, com

aproximadamente 50% de eficiência, gerando altos focos de contaminação.

Como exemplo foi mencionado o Aterro Metropolitano de Gramacho

(Caxias), recebedor de todo o despejo da cidade do Rio de Janeiro, sendo

considerado como uma das grandes fontes de degradação da Baía de

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Guanabara, após ser verificada a alta produção de chorume (agente de

contaminação ambiental altamente relevante), onde foram encontrados

diversos tipos de substâncias tóxicas após as devidas análises. Foi

concluído, assim, que os produtos gerados após a degradação dos

compostos pode ser mais perigoso que o próprio resíduo em seu estado

original, necessitando que o resíduo não seja apenas tratado, mas que

também tenha um acompanhamento e controle após seu despejo.

Segundo ALBERONI et al (2002), é necessária a inovação quanto às

técnicas para controle da poluição, de forma a obter um nível ótimo de

qualidade ambiental. No discurso referido, foi levantada a importância do

Sistema de Gestão Ambiental, como um processo de melhoria contínua

deste fator. Ao citar a questão dos resíduos, foi considerado que estes

devem ter algum tipo de destinação final sem que interfira no bom

funcionamento do meio ambiente, ficando essa responsabilidade nas mãos

do produtor. Para isso foram enumerados alguns objetivos: o

aproveitamento máximo dos produtos, a redução de custos e de resíduos, a

eliminação de desperdícios, a minimização de riscos, entre outros, além dos

pontos chaves para que esses sejam concretizados. Como estudo de caso,

foi feito um acompanhamento das atividades da GETEC Guanabara Química

Industrial S/A produtora de Sorbitol, situada no Estado do Rio de Janeiro,

que já possuía como fundamentos a necessidade de um bom

desenvolvimento na área de segurança industrial e a busca da valorização

do ser humano e do cumprimento da legislação. O estudo se iniciou com o

levantamento e atualização do inventário de todos os resíduos gerados e

com a construção de um galpão segregado para a armazenagem de cada

resíduo em um local específico. Foram estudas as alternativas de

destinação adequada (técnica e economicamente), sendo escolhido o co-

processamento em Indústria Cimenteira para atendimento das expectativas.

A AMBIÊNCIA – Eng. de Recursos Ambientais, localizada em Magé/RJ, com

Licença Operacional para processar todos os resíduos gerados na GETEC

recebeu a responsabilidade de destinação e transporte dos mesmos.

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Posteriormente foi implantado um software “Gerador de Manifesto de

Resíduos”, de forma a agilizar o processo. Também foi criada a perspectiva

de sejam realizados treinamentos e auditorias internas do programa. Com o

acompanhamento deste processo, o grupo concluiu que existe uma forte

tendência de que as organizações busquem certificações para atestar uma

boa prática gerencial em áreas específicas de risco à sua sobrevivência,

como as certificações da ISO 9000, ISO 14000 e BS 8800. Foi considerado

que para a melhoria geral da companhia, a gestão de resíduos deve ser a

etapa inicial como forma de responsabilidade social e ambiental,

conquistando respeito, admiração e preferência dos consumidores, além de

melhorar a auto-estima e motivação dos seus funcionários.

Segundo OMETTO, SOUZA e GUELERE FILHO (2007), o artigo teve

como tema a gestão ambiental com o atual estágio de consciência nos

processos produtivos. O problema levantado foi o que as empresas

precisam fazer para se adequar ambientalmente quer seja por exigências

legais ou pela busca de mercados consumidores que exigem cada vez mais

um desempenho ambientalmente capaz de atingir o conceito de

sustentabilidade. O objetivo foi identificar instrumentos, que quando

utilizados, servem para guiar empresas no sentido de serem reconhecidas

pelo seu padrão de qualidade ambiental. Os quais primam: pela localização

mais adequada do empreendimento, onde são consideradas as condições

ambientais e sociais, utilização de mecanismos que possam contribuir para

diminuir o impacto ambiental nos processos produtivos tais como Análise do

Ciclo de Vida, a disposição mais adequada ambientalmente para os

resíduos gerados no processo produtivo e outro como a busca de

tecnologias para produção limpa. A metodologia utilizada foi a da revisão

bibliográfica. O trabalho demonstrou que a não observância, por parte de

uma empresa, da redução dos impactos ambientais negativos de seus

processos produtivos pode significar a perda de espaços para os

concorrentes bem como aplicação de penas judiciais e, sendo assim, a

busca por alternativas aos processos produtivos ambientalmente mais

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adequados e seguros à saúde das pessoas tem se tornado um imperativo

para as empresas, passando a ser uma questão estratégica. Como

resultado, os aspectos de localização, a gestão ambientalmente correta

incorporada nos processos produtivos e aliadas às técnicas de produção

limpas abordados servem de um guia prático para as empresas se

beneficiarem no sentido de obter certificados para comprovar qualidade

ambiental. Como conclusão, os instrumentos de gestão ambiental podem

produzir benefícios para a empresa, desde que a mesma haja com ações

integradas em consonância com os seus objetivos econômicos e da

expectativa do mercado.

Segundo VEIGA e VEIGA (2005), o artigo teve como tema a

competitividade e a gestão ambiental internacional de resíduos sólidos

perigosos. O problema levantado foi que a redução nas exigências

ambientais dos países periféricos acarretou um crescimento na migração de

danos sócio ambientais. A migração ocorreu dos países mais ricos para os

mais pobres. O objetivo do trabalho foi analisar a gestão ambiental

internacional de resíduos sólidos perigosos dos países cobertos pela

Convenção da Basiléia, avaliar os dados de migração dos resíduos sólidos

perigosos dos países centrais para os periféricos e relacionar os

movimentos transfronteiriços de resíduos sólidos à necessidade de maior

competitividade dos países através de uma melhor eficiência econômica no

tratamento e disposição final dos resíduos sólidos perigosos. A metodologia

utilizada foi a da revisão bibliográfica. O trabalho demonstrou que a

Convenção da Basiléia que é a legislação ambiental internacional que

regulamenta o controle sobre a migração de resíduos perigosos e seu

destino final não é clara na definição do que deveria ser considerado resíduo

perigoso e, isso, reflete nos países signatários que adotam diferentes

classificações, impossibilitando a compensação entre países. Como

conclusão, observou-se que a maior fração do fluxo total de migração de

resíduos sólidos perigosos teve como destino países menos desenvolvidos

e/ou com legislação menos rigorosas, sendo que boa parte destes resíduos

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não recebeu qualquer tratamento antes da disposição final, cujos países

receptores se tornaram verdadeiros lixões.

O artigo de ABREU e SOUSA (2005) traz a proposta de implantação

do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). O PGRS visa

gerenciar e controlar os resíduos gerados na produção a fim de otimizar os

processos de coletas, segregação, acondicionamento, manuseio, transporte,

estocagem e disposição final, e evitar causar danos ambientais e à saúde

pública. Seu principal objetivo é reduzir os resíduos. Quanto maiores os

impactos ambientais, mais bem elaboradas as atividades devem ser. Adotar

tecnologias limpas e utilizar processos de reutilização e reciclagem também

ajuda para a melhora do processo. Durante a implementação do mesmo em

uma Indústria de Petróleo, observou-se que os resíduos Classe I –

Perigosos (classificação de acordo com a NBR 10.004) causaram os

maiores impactos, especialmente em sua destinação final. Alguns deles são:

absorventes industriais usados, borra oleosa, cascalho de perfuração,

fluidos de perfuração, completação e estimulação, graxa usada, latas de

tinta com resto de tinta e verniz, resíduos oleosos associados, solo

contaminado com petróleo e/ou derivados. Após este resultado, foi

elaborada uma matriz relacionando cada resíduo ao seu processo. Com

isso, o tratamento dos resíduos foi realizado da forma mais adequada,

seguindo um procedimento para todas as etapas do PGRS. Para àqueles da

Classe I foi feita uma Ficha de Emergência. Por um determinado período,

ficam registradas as evidências da adoção do PGRS, sendo as não

conformidades tratadas com medidas corretivas. Quando for identificado um

novo resíduo, deve ser realizado um novo padrão para o mesmo

obedecendo aos procedimentos dos outros. Anteriormente ao PGRS, os

resíduos eram incinerados ou mandados ao aterro. Uma alternativa do

PGRS foi a de enviá-los para o co-processamento, atividade com alto índice

de eficiência que destrói os resíduos por completo transformando-o

novamente em matéria-prima. Depois de análise do custo-benefício desta

implantação, chegou-se a conclusão de que este processo é

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economicamente mais viável que os utilizados anteriormente, além de ser

menos agressivo ao meio ambiente. Outro ponto relevante é que com menos

quantidade de resíduos, menos se gasta com processos custosos

(armazenagem, transporte e destinação final).

De acordo com NASCIMENTO E MOTHÉ (2007) os resíduos devem

ser tratados da maneira mais adequada para que não haja tanto impacto

ambiental. Como a quantidade deles é extremamente grande, os autores

acreditam que para diminuí-los deve haver conscientização das pessoas e

implantação de novas tecnologias, evitando desperdícios de matérias-primas

e amenizando a poluição e a geração de resíduos. Neste artigo analisa-se a

geração de resíduos formados por uma Indústria Metalúrgica que faz

galvanização a fogo. Este processo reveste objetos de aço ou ferro fundido

por imersão de zinco fundido com a finalidade de protegê-los contra

corrosão. Os resíduos deste local são classificados como Classe IIa – Não

Perigoso e Não Inerte (segundo ABNT NBR 10.004). Os principais são:

borra e cinza de zinco, lamas de fundo dos tanques de pré-tratamento e

resíduo sólido (lodo) oriundo da Estação de Tratamento de Efluentes

Industriais (ETDI). A borra e a cinza de zinco ou são fundidas ou são

reutilizadas por indústrias de lingotes de zinco. Os demais são enviados à

secagem e depois para o co-processamento. O objetivo do trabalho é

aproveitar o lodo na produção de compósitos na indústria de cerâmica

vermelha, além de gerenciar os resíduos de acordo com as normas de

qualidade. A reutilização de resíduos em outros setores é uma forma de

agregar valor ao produto, abaixando o custo da matéria-prima e é mais

barato que os custos de co-processamento. Após passar por um tratamento,

foram avaliadas as características e a qualidade do lodo quanto a análises

físico-químicas e térmica, espectroscopia de absorção e fluorescência de

raios X. Os testes comprovaram que as amostras ficaram dentro das

especificações ABNT. Logo, o resultado foi favorável quanto à incorporação

do lodo na massa de cerâmica vermelha nas devidas proporções.

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Segundo FLOHR et al (2005) as indústrias geram grande

quantidade de resíduos, sendo que cada um deles tem seu tratamento de

acordo com a classificação da NBR 10.004, que os analisa quanto às suas

características. Isto acontece para que a destinação final dos resíduos

ocorra da maneira que cause menos impactos ambientais e à saúde. Porém,

como existem várias características, este processo se torna bastante

complexo e demorado. Os resíduos chegam ao aterro sem classificação

exata. A proposta dos autores é a utilização de ensaios com o

microcrustáceo Daphnia magna para que este processo seja mais ágil. O

método ainda é preliminar, mas é rápido e economicamente viável. Nos

testes realizados com este organismo verifica-se se existe a presença de

toxicidade, a qual classifica o resíduo em Classe I – Perigoso. Os testes eco

toxicológicos feitos nas amostras mostraram os limites máximos para

classificá-los em Classe I ou II. Como os testes são preliminares, no final

deve-se visar a aproximação desta classificação com a atual (NBR 10.004).

Porém a classificação utilizada neste artigo é mais rígida quanto à

quantidade de toxicidade, pois a NBR 10.004 usa parâmetros físico-

químicos, e já que esta é um fenômeno biológico seria mais fácil encontrá-la

em testes biológicos, como é o caso. Isto significa que a atual às vezes

classifica o resíduo como sendo menos tóxico do que é, mostrando falhas

nesta norma. Assim, vê-se que o teste realizado foi importante e pode trazer

melhorias quanto ao tratamento e a destinação dos resíduos.

Os autores KIPPER, MÄHLMANN e RODRÍGUEZ (2008) afirmam

que os principais problemas atuais são a industrialização e o crescimento

populacional, que acabam gerando grandes quantidades de lixo e afetando

o meio ambiente. Este artigo mostra a reciclagem do plástico em Indústrias

Petroquímicas trazendo economia. O estudo de caso mostra o “Supply

Chain” (conhecido como cadeia produtiva ou de valor), que abrange os

principais agentes produtivos e sua reutilização. Ele inter-relaciona os

segmentos de forma geral, visando maneiras cooperativas que geram

melhorias na produção e consumo. Assim, viu-se a necessidade de se criar

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uma gestão dos resíduos nacional e municipal que integrasse os agentes

e regulasse a rede de reciclagem. Deve-se levar em consideração a análise

e a destinação final dos resíduos, buscando sustentabilidade. O processo

faz a renovação do ciclo, isto é, o material retorna à sua origem sob forma

de matéria-prima e consegue manter as características inicias. Assim, o

plástico pode ser usado em novos produtos. Os benefícios desse processo

são: redução dos resíduos tanto nos aterros quanto na cidade, diminuição

do consumo de energia, conscientização da população quanto ao valor do

resíduo e geração de empregos. Outra consideração importante é que

quanto maior o índice de reciclagem, maior é a redução dos resíduos, dos

níveis de emissão para o ar e a água e do consumo de energia, água,

petróleo e gás natural. No Brasil, o plástico tem baixo índice de reciclagem

devido aos caros tributos e à falta da coleta seletiva. Esta coleta ajuda, pois

cria uma cadeia de suprimento reversa. Para que esta realidade mude,

precisa-se de investimentos em tecnologia que sejam viáveis

economicamente. No estudo feito com três pólos da petroquímica, observou-

se que eles têm planos de expansão e aumento da produção, o que geraria

maiores quantidades de resíduos. Uma alternativa seria a conscientização

da população, que deveria receber as informações necessárias para

descartar corretamente o produto. Se isto não for possível, será necessário

que o produto seja ecologicamente correto. Conclui-se então que o processo

de reciclagem dos plásticos depende tanto da indústria, que deve investir

para que as etapas anteriores aconteçam, como também da população, que

deve realizar a separação do lixo em suas residências e cobrar ações de

fiscalização governamental.

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CAPÍTULO III

CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA ESTUDADA

A Quattor é uma empresa petroquímica que fabrica resinas a partir

de frações do Etano e do Propano do Gás Natural proveniente da Bacia de

Campos, no interior do Estado do Rio de Janeiro, sendo a segunda principal

produtora de polietilenos no Brasil.

A Quattor encontra-se na Rua Marumbi, 1001, no município de

Duque de Caxias, Rio de Janeiro, instalada próxima à Refinaria Duque de

Caxias (Reduc), da qual utiliza insumos.

Com uma área útil de 989.550 m², encontra-se em local de fácil

acesso e próximo aos principais pólos consumidores do Brasil. Tem

aproximadamente 432 profissionais da Quattor, dentre eles 85% homens e

15% mulheres com formação superior atingindo 35% e porcentagem

dominante de funcionários na faixa etária entre 22 e 35 anos. Dentre os 489

terceirizados, 97% são homens e 3% são mulheres, sendo

aproximadamente 85% com ensino médio completo e faixa etária dominante

entre 35 e 50 anos.

3.1. Linha de produção e respectivas características

A Planta Industrial da Quattor é constituída por duas áreas de

processo: unidade de produção de Eteno e unidade de produção de

Polietileno, além das instalações de utilidades (geração de vapor e ar

comprimido, estação de tratamento de água, sistema de distribuição de

águas e água de incêndio, “flare” de alta e baixa pressão, rede de coleta,

estações de separação, de tratamento de efluentes e de carregamento e

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descarregamento de carretas e estocagem), conforme visto na figura 3

abaixo.

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE

ETENO →

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE PE 1

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE PE 2

↕ ↕

UTILIDADES / TRATAMENTO DE EFLUENTES / ESTOCAGEM

Figura 3 - Unidades operacionais

A produção de polietilenos é realizada em duas unidades, sendo

PE1 produtora de polietilenos lineares de baixa densidade (PELBD) e

metalocênicos (mPE) e PE2 de polietileno de alta densidade (PEAD), ambas

a partir da polimerização do Eteno.

Cada unidade é composta por um reator de polimerização com

capacidade de 270 mil toneladas, totalizando um potencial de produção

anual de 540 mil toneladas de polietilenos.

3.2. Unidade de produção de polietileno

O processo de produção de polietileno utiliza a tecnologia Unipol

PE® de fase gasosa. Esse processo não utiliza solvente e a reação de

polimerização ocorre em condições de processo amenas (baixa pressão e

baixa temperatura).

As instalações da empresa, expostas na Figura 4, compreendem

uma área de purificação e suprimento de matérias primas, e cada unidade

conta com áreas de reação, sistema de descarga de produto, degaseificação

de resina, aditivação e extrusão, recuperação de gases, silagem e

armazenamento, conforme o diagrama de localização abaixo:

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48

Figura 4 - Diagrama em bloco da planta de polietileno

3.2.1. Suprimento e purificação de matéria prima Sistema de reação

Os sistemas de purificação são destinados a remover traços de

impurezas que agem como venenos no sistema de reação.

3.2.2. Sistema de reação

Ambos os sistemas consistem de um reator, um trocador de calor de

gás de reciclo e um compressor de gás de reciclo. A resina é produzida por

polimerização de reagentes num reator de leito fluidizado. O gás de reciclo,

resfriado externamente, fluidiza o leito do reator e remove o calor exotérmico

da reação. O catalisador e os reagentes purificados (Eteno, Buteno ou

Hexeno e Hidrogênio) são alimentados continuamente para o reator. O

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produto flui intermitentemente do reator através de dois sistemas de

descarga de produto (PDS) que operam em seqüência alternada.

3.2.3. Desgaseificação de resina

Este sistema é constituído de um vaso denominado silo de purga de

produto, que recebe a resina transferida pelos PDSs e tem a função de

promover a remoção de hidrocarbonetos residuais da resina. Isso é feito a

fim de evitar explosões no processamento da resina, nas fases

subseqüentes.

3.2.4. Recuperação de gases

Esse sistema tem a função de recuperar os reagentes presentes no

gás que sai do topo do silo de purga de produto.

Esse gás é comprimido e resfriado, pela unidade de refrigeração, a

fim de ser promovida a condensação do Buteno e do Hexeno, que são

realimentadores do reator. A fração não condensável é novamente utilizada

como gás de transporte de resina dos PDSs para o silo de purga de produto.

O restante, então, é encaminhado para queima no “flare”.

3.2.5. Aditivação

A fim de dotar o Polietileno produzido de características específicas,

tais como proteção contra a ação de Oxigênio, Calor, Radiação ultravioleta e

Metais, melhoria de propriedades ópticas e do processamento, mudanças

nas propriedades físicas e alteração de cor, a resina é misturada com

aditivos específicos, que variam em função da aplicação.

3.2.6. Extrusão

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A resina e aditivos sólidos são misturados e fundidos na extrusora.

O polímero fundido resultante é descarregado diretamente na bomba de

polímero. Em seguida, passa pelo filtro, segue pela placa matriz e entra no

cortador.

Os grânulos, após passarem pelo cortador, são transportados por

uma corrente de água para um removedor de aglomerados e, após, para a

secadora. Depois de desidratados, são enviados para a silagem.

3.2.7. Silagem

A resina é homogeneizada e enviada para o ensacamento, através

equipamento de transporte de acionamento pneumático.

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51

CAPÍTULO IV

PROCESSO DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DA QUATTOR

O gerenciamento de resíduos consiste no acompanhamento

completo do fluxo de cada um dos resíduos gerados na indústria, conforme

demonstrado na Figura 5, proporcionando o desempenho ambiental

compatível com as exigências legais orientado para a valorização dos

resíduos industriais.

.

Figura 5 – Fluxo dos resíduos gerados na indústria

A gestão ambiental da Quattor estabelece condições para prevenir e

evitar impactos à natureza, por meio da racionalização do uso de matérias-

primas, do uso de tecnologias de produção mais limpas e Programa de

Gerenciamento de Resíduos (PGR). Neste sentido, a Quattor estabeleceu

parceria com a empresa Cavo Serviços e Meio Ambiente S.A. que

proporciona a implantação efetiva do sistema e garantir o processo de

melhoria contínua, necessário para o atingir os padrões de eco-eficiência

pretendidos.

O PGR tem base na legislação ambiental vigente, normas técnicas,

procedimentos internos da Quattor e instruções operacionais do prestador

AARRMMAAZZEENNAAMMEENNTTOO TTEEMMPPOORRÁÁRRIIOO

LLOOGGÍÍSSTTIICCAA IINNTTEERRNNAA

GGEERRAAÇÇÃÃOO DDOOSS RREESSÍÍDDUUOOSS

LLOOGGÍÍSSTTIICCAA EEXXTTEERRNNAA

DDEESSTTIINNAAÇÇÃÃOO FFIINNAALL

VVAALLOORRIIZZAAÇÇÃÃOO DDOOSS RREESSÍÍDDUUOOSS

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de serviços de gerenciamento de resíduos, validadas pela empresa. Tem

como princípios a prevenção da geração de resíduos, a minimização dos

resíduos gerados, a reutilização, reciclagem e recuperação ambientalmente

segura de materiais ou energia dos resíduos e produtos descartados, o

tratamento ambientalmente seguro dos resíduos, a disposição final

ambientalmente segura dos resíduos remanescentes, o pleno atendimento

às legislações aplicáveis vigentes e a conscientização de todos os

profissionais que atuam na empresa quanto à importância de sua

participação na gestão dos resíduos.

O plano deverá ser revisado sempre que novos resíduos forem

gerados, eliminados ou houver alteração nos processos industriais e nos

procedimentos de manejo dos resíduos.

O gerenciamento de resíduos, coordenado pela área de Segurança,

Saúde e Meio Ambiente – SSMA, é subdividido nas etapas mostradas nas

tabelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 abaixo:

Tabela 1 - Geração de resíduos

CAVO QUATTOR ITENS DE CONTROLE

Executa inventárioCaracteriza e classifica os

resíduosQuantificação da geração de

resíduos por ponto

Avalia processo de geração de resíduos

Acondicionamentos empregados

Solicita licenças ambientais Laudos de caracterização

Identifica legislação aplicável Identificação dos resíduos

Licenças emitidas

Atualização de banco de dados de legislação vigente aplicável

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Tabela 2 - Logística interna

QUATTOR ITENS DE CONTROLE

Segrega resíduosConformidade da segregação dos

resíduos

↓ Compatibilidade dos resíduos

Acondiciona resíduosCondições dos equipamentos coletores e transportadores

Manifesto de transporte interno de resíduos

Armazenamento temporário

Logística externaLogística de coleta, incluindo

itinerários, frequências,

Coleta e movimenta internamente

↓ ↓

CAVO

Coleta e movimenta internamente

Tabela 3 - Armazenamento temporário

ITENS DE CONTROLE

Segrega e manipula os resíduos

Registro de entrada e saída de resíduos

↓ ↓ ↓Registro de verificação das

condições de armazenamento

Prensa e enfarda recicláveis

Recondiciona resíduos

Descaracteriza materiais

Setorização da central

↓ Plano de Emergência

Armazena temporariamente

CAVO

Tabela 4 - Logística externa

ITENS DE CONTROLE

Acondiciona resíduos

↓Coleta de resíduos ß Logística Interna

↓Transporta os

resíduosCompatibilidade de carga

CAVO

Verificação da documentação de transporte: manifesto de resíduos, ficha de emergência, plano de emergência,

licenças ambientais, nota fiscal, tickets de pesagem

Checklist de documentação e equipamentos de segurança, sinalização e conservação do veículo transportador

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54

Tabela 5 - Destinação final

QUATTOR ITENS DE CONTROLE

à Recusa materiaisAudita locais de

destinaçãoLicenças ambientais

à Recicla materiais MRs

à Trata resíduosRelatório de qualificação de

fornecedores

à Dispõe resíduosCertificados de tratamento e

de disposição final

CAVO

Estuda e sugere alternativas

de destinação

Tabela 6 - Melhoria contínua

ITENS DE CONTROLE

Registros de eficiência dos processos

Atualiza inventário da geração

Sistematiza segundo SGA Indicadores de performance

Propõe e implanta melhorias

Contabiliza custos e receitas do sistema

Treinamento de pessoal envolvido

Promove treinamentosMonitora segurança do

trabalhoProcedimentos e instruções

operacionais

PPRA, PCMSO, Planos de Emergência

CAVO

A gestão e as operações inerentes ao gerenciamento de resíduos

são realizadas por empresa prestadora de serviços. A tabela 7 apresenta as

principais atividades do PGR e os responsáveis pela sua implementação.

Tabela 7 – Matriz de responsabilidades do PGR

Responsáveis

Diretoria Respons. do PGR

Repres. das áreas geradoras

Áreas geradoras

Prestador de serviços de

gerenciamento de resíduos Ações

Análises de Classificação e Caracterização dos Resíduos X

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55

Obtenção dos documentos de aprovação dos órgãos ambientais

X X*

Controle da geração dos resíduos X X

Elaboração e aprovação do PGR X X*

Coleta e movimentação interna das áreas geradoras X

Segregação e acondicionamento adequado dos resíduos, nos pontos de geração ou acúmulo.

X

Identificação adequada dos resíduos, nos pontos de acúmulo.

X

Responsáveis

Diretoria Respons. do PGR

Repres. das áreas geradoras

Áreas geradoras

Prestador de serviços de

gerenciamento de resíduos Ações

Definir áreas de armazenamento para cada um dos resíduos X X

Armazenar os resíduos de maneira adequada visando a formação de lotes

X

Emissão de documentação para transporte X X

Coleta e transporte externo dos resíduos X

Definição do tratamento e destinos aplicáveis X

Encaminhamento do resíduo para tratamento/ destinação final X

Qualificação de fornecedores X X

Disponibilizar recursos para implantação do PGR e avaliar continuamente sua performance

X

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Conscientização das equipes operacionais sobre a importância e responsabilidades da segregação e minimização dos resíduos.

X X X

Manter registros da documentação pertinente ao gerenciamento dos resíduos

X

Atualização do Inventário dos resíduos. X X

Análise crítica das ações e revisão do PGR, quando aplicável.

X X X*

Emissão de relatórios gerenciais X X

* suporte à Quattor

4.1. Descrição das etapas do gerenciamento dos resíduos

4.1.1. Classificação e caracterização dos resíduos gerados

Essas etapas envolvem a identificação do processo ou atividade que

deu origem ao resíduo, dos elementos constituintes e respectivas

características, considerando-se as matérias-primas, insumos e processo

produtivo no qual o resíduo foi gerado.

A caracterização será evidenciada pelo laudo de análise, assinado

por responsável técnico do laboratório. A classificação e o código de cada

resíduo, com base na NBR 10.004, estão registrados em documentos que

contém todos os dados relativos ao fluxo de cada um dos materiais,

chamados de Fichas de Identificação de Resíduos.

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4.1.2. Segregação, acondicionamento e identificação dos resíduos

Após classificados, os resíduos são segregados na origem, por

equipes devidamente treinadas, com objetivo de dar a destinação mais

adequada aos materiais, evitar impactos ambientais, controlar riscos de

segurança e saúde ocupacionais e promover a valorização dos resíduos.

Os recipientes de acondicionamento dos resíduos devem ser

identificados com modelos de etiqueta específicos para cada classe de

resíduo, contendo dados sobre local de geração ou equipamento gerador,

nome do resíduo, entre outros dados que possibilitam o rastreamento e

acompanhamento.

Quando for identificada a necessidade de alteração da forma de

segregação ou tipo de acondicionamento, a área geradora deverá consultar

a empresa de gerenciamento e a área SSMA.

A Quattor adota, para os recipientes de acondicionamento dos

resíduos, o seguinte padrão de cores apresentado na tabela 8 abaixo:

Tabela 8 – Padrão de cores para segregação de resíduos da Quattor

PADRÃO DE CORES

Papel / Papelão

Plástico

Vidro

Metal

Madeira

Resíduo contaminado

Resíduo não contaminado

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4.1.3. Movimentação interna

Compreende a operação de transferência dos resíduos

acondicionados no local da geração até o local do armazenamento

temporário ou preparação para o transporte externo.

Os pontos de acúmulo e o trajeto para cada movimentação interna

de resíduo estão definidos no Mapa de Coleta e Movimentação Interna, com

frequência de coleta definida.

Os resíduos coletados internamente devem ser movimentados até a

Central de Armazenamento Temporário de Resíduos – CATRI, local

designado para o armazenamento dos resíduos, antes de serem

encaminhados para tratamento ou destinação final. Essa atividade é

desempenhada somente pela equipe da empresa prestadora de serviços.

Cada coleta será registrada por meio do Manifesto de Coleta Interna, com a

devida pesagem.

As normas que orientam o armazenamento temporário são:

• NBR 11174 – Armazenamento de resíduos classes IIA e IIB;

• NBR 12235 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

O armazenamento temporário de resíduos é realizado para que

ocorra a otimização do transporte externo de resíduos, evitando dessa

maneira os riscos associados a um número elevado de viagens. Neste local,

além da formação de lotes que permitam a otimização anteriormente citada,

são realizadas algumas atividades de descaracterização e otimização

volumétrica.

Na CATRI são realizados os processos de recebimento, segregação,

prensagem, pesagem e armazenamento dos resíduos, de acordo com as

normas inerentes ao armazenamento temporário e à segurança do trabalho.

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Em que os resíduos armazenados são controlados pelo formulário

Controle de Entrada e Saída de Resíduos.

A CATRI é inspecionada, periodicamente, pela empresa prestadora

de serviços e pela Quattor, quanto à integridade do acondicionamento dos

resíduos, identificação e organização da área, sendo registrada em

formulário específico. Abaixo a figura 6 do layout da CATRI.

Figura 6 – Central de armazenamento temporário de resíduos industriais

15 m

30 m

12 m

15 m

VVeessttiiáárriioo ee SSaanniittáárriiooss

RReessíídduuooss CCllaassssee II

BBiigg BBaagg´́ss CCllaassssee II

LLââmmppaaddaass

BBaatteerriiaass

EEssccrriittóórriioo

SSaallaa ddee TTrreeiinnaammeennttoo

AAllmmooxxaarriiffaaddoo

BBaaiiaa ppaarraa

ÁÁrreeaa ppaarraa RReecceebbiimmeennttoo ee SSeeggrreeggaaççããoo ddee RReessíídduuooss

BBaaiiaa PPaappeell

PPaappeellããoo

BBaaiiaa PPlláássttiiccoo

TTaammbboorreess

Balança

Prensa Enfardadeira

BBaaiiaa SSaaccaarriiaa

ddee AAddiittiivvooss

CCoonnttaaiinneerr

ddee 11000000ll

MMaaddeeiirraass

ÁÁrreeaa ddee CCoonnvviivvêênncciiaa

CChhuuvveeiirroo ddee eemmeerrggêênncciiaa

SSóólliiddooss CCllaassssee II ((ccaattaalliissaaddoorr))

RReessíídduuooss

ÁÁrreeaa

ÁÁrreeaa ddee

BBaassccuullaammeennttoo

TTaammbboorreess

LLííqquuiiddooss CCllaassssee II ((óólleeoo))

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4.1.4. Controle de movimentação de resíduos

Periodicamente, a empresa prestadora de serviços de

gerenciamento de resíduos registra o estoque de resíduos da área de

armazenamento temporário.

Anualmente, a Quattor e a empresa prestadora de serviços de

gerenciamento de resíduos realizará a atualização e emissão do Inventário

de Resíduos, conforme estabelecido na Resolução CONAMA 313/02.

4.1.5. Compatibilidade entre os resíduos

Para minimizar os riscos de acidentes ambientais é realizada a

análise de compatibilidade entre os resíduos, previamente, ou seja, antes do

armazenamento, movimentação interna e externa.

A norma aplicável a este item é NBR 14619 – Transporte terrestre de

produtos perigosos – Incompatibilidade química.

No caso do transporte de mais de um tipo de resíduo deverá ser

avaliada a compatibilidade entre eles. Para a análise de compatibilidade de

novos resíduos deverá ser consultada a área técnica da empresa prestadora

de serviços em gerenciamento de resíduos.

4.1.6. Transporte externo de resíduos

O transporte externo é realizado em veículo e equipamento

compatível ao tipo de resíduo, a fim de minimizar os riscos de impactos

ambientais e ocupacionais.

Para o transporte de produtos perigosos, a Resolução nº 420 da

ANTT e demais atualizações deverão ser atendidas. Na entrada de veículos

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para carregamento, o “checklist” deverá ser realizado pelo controle de

portaria da Quattor.

No caso de resíduos não perigosos, a empresa prestadora de

serviços de gerenciamento de resíduos deverá realizar, o “check-list” de

liberação dos veículos, com base na lista de verificação da Quattor.

A área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) e a empresa

prestadora de serviços de gerenciamento de resíduos coordenam a emissão

e os arquivos da documentação de transporte, de acordo com o Sistema de

Manifesto de Resíduos, assinado pela Quattor e Transportadora, no

momento da expedição dos resíduos. A empresa de tratamento ou

destinação final assina e devolve uma via da documentação a Quattor, após

o recebimento nas respectivas plantas.

A empresa prestadora dos serviços de gerenciamento de resíduos,

assim como as empresas transportadoras contratadas pela mesma, deverão

possuir plano de atendimento a emergências, por meio de brigada própria ou

empresa contratada para esse fim, garantindo o atendimento rápido e

adequado para quaisquer situações emergenciais durante o transporte.

4.1.7. Tratamento e destinação final dos resíduos

Para a definição da solução mais adequada a cada tipo de resíduo,

considera-se a classificação do resíduo, as tecnologias disponíveis no

mercado, as alternativas de reciclagem, reuso e recuperação dos resíduos,

a logística de transporte que minimize riscos de acidentes ambientais, os

processos de licenciamento das Unidades de tratamento e destinação final e

os aspectos e impactos ambientais de cada tipo de tecnologia ou processo.

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4.1.7.1. Co-processamento

Os resíduos e as Unidades de Co-processamento adotadas pela

Quattor estão definidos nas Fichas de Identificação dos Resíduos.

4.1.7.2. Incineração

Os resíduos e as Unidades de Incineração utilizadas pela Quattor

estão definidos nas Fichas de Identificação dos Resíduos.

4.1.7.3. Aterros (sanitários e industriais)

Os resíduos e os aterros utilizados pela Quattor estão definidos nas

Fichas de Identificação dos Resíduos.

4.1.8. Monitoramento dos prestadores de serviços

Os prestadores de serviços de tratamento, disposição final e

transporte dos resíduos são qualificados pela Quattor, com apoio da

empresa prestadora de serviços de gerenciamento de resíduos. A

qualificação dos prestadores de serviços compreende a análise de

documentação de licenciamento e fluxogramas de processo, além das

auditorias nas instalações do fornecedor. Abaixo segue a tabela 9 da lista de

gerenciamento de resíduos da empresa.

Tabela 9 – Lista de gerenciamento de resíduos

Nome do Resíduo

Acondicio namento Mov. Interna CATRI Transporte

Externo Destino Final

1 Resíduo infectante

Saco Plástico branco leitoso /

Furgão

GDA (descaracterização, desinfecção – óleo

térmico, aterro sanitário)

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2 Reagentes do laboratório

Bombonas 50L

Trator elétrico com carreta tipo Dolly

Baia sobre pallets

Carreta Graneleira Incineração

3 Resíduo de TEAL em 90% de óleo

mineral

Tanque da Quattor - - Caminhão

munk Incineração

4 Resíduo de DEAC e TNHAL em 90% de Óleo mineral

Tanque da Quattor - - Caminhão

munk Incineração

5 Resíduo de Alumina

tambor 200l

Trator elétrico com carreta tipo Dolly

Baia sobre pallets

Carreta Graneleira

Incineração ou Co-Processamento

6 Catalisador de óxido de cobre

usado

Tambor de 200 L

com carreta ou caminhão carroceria

com apoio de empilhadeira

Baia sobre pallets

Carreta Graneleira

Incineração ou Co-Processamento

7

Resíduos líquidos contaminados

com hidrocarbonetos da área industrial

Tambor de 200L

Trator elétrico com carreta tipo Dolly

Baia sobre pallets

Carreta Graneleira Co-processamento

8 Óleo mineral Tambor de 200 L

Trator agrícola, com carreta ou caminhão carroceria (com apoio

de empilhadeira)

Carreta graneleira Co-processamento

9 Óleo de silicone Tambor de 200 L

Trator agrícola, com carreta ou caminhão carroceria (com apoio

de empilhadeira)

Baia sobre pallets

Carreta graneleira Co-processamento

10 Resíduos de latas de tinta usadas Co-processamento

11 Cerâmica Refratária Usada

Caçamba de 7 m3 ou caçamba de 30 m3

Caminhão Poliguindaste ou caminhão Roll-on

Caçamba de 7 m3 ou caçamba

de 30 m3

Caminhão Poliguindaste ou caminhão

Roll-on

Aterro classe II

12 Resíduo Orgânico de Refeitório e/ou

Restaurante

câmara fria - - Caminhão

Compactador Aterro classe II

13 Lixo Comum - Varrição

Caçamba de 7 m2

Caminhão Poliguindaste

Caçamba de 7 m2

Caminhão Poliguindaste Aterro classe II

14

Resíduo Comum – Área

industrial/Área Administrativa

Containers de 240 L e containers de 1000 L

Trator elétrico com carreta tipo Dolly - Caminhão

Compactador Aterro classe II

15 Resíduos de papel e papelão

Container de 1000 L

Trator elétrico com carreta tipo Doll Caminhão

baú Reciclagem

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16 Resíduos de plástico

Container de 1000 L

Trator elétrico com carreta tipo Doll Caminhão

baú Reciclagem

17 Resíduos metálicos

Container de 1000 L

Trator elétrico com carreta tipo Doll Caminhão

baú Reciclagem

18 Resíduos de vidro Área coberta,

piso impermeável

Reciclagem

19 Resíduos de madeira Granel ou caminhão carroceria Ou caminhão

baú Reciclagem

20 Resíduo de pilhas e baterias usadas

Tambor 200 L Trator agrícola

Container especial para

pilhas e baterias

A definir Reciclagem

21 Resíduos de Ráfia Usada granel caminhão carroceria

Área coberta, piso

impermeável

Caminhão baú Reciclagem

22

Resíduos de lâmpadas

florescentes usadas

Própria embalagem

Carro elétrico ou Trator agrícola

Container especial para

lâmpadas

Caminhão baú especial

Descontaminação e reciclagem

23 Óleo lubrificante Usado

Trator agrícola, com carreta ou caminhão carroceria (com apoio

de empilhadeira)

Caminhão a vácuo Re-refino

24 Resíduos de Polietileno

Tanque da Quattor Caminhão Hidrovácuo - Caminhão

Hidrovácuo Comercializado

25 Resíduo de

Monoetileno Glicol diluído em água

Trator agrícola, com carreta ou caminhão carroceria (com apoio

de empilhadeira)

Baia sobre pallets

Carreta graneleira Co-processamento

4.2. Melhoria contínua

4.2.1. Plano de conscientização ambiental

Para assegurar a eficácia das ações definidas no Programa de

Gerenciamento de Resíduos são desenvolvidos, periodicamente,

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treinamentos de conscientização ambiental aos profissionais da Quattor e

prestadores de serviços.

Um dos conceitos a serem abordados nos treinamentos será o de

Eco-eficiência.

Os treinamentos serão realizados por meio de aulas teóricas,

abrangendo os itens conceituais e aulas práticas, com base nas Fichas de

Identificação dos Resíduos.

Os treinamentos são coordenados pela área de SSMA, podendo ser

ministrados pelo prestador de serviços de gerenciamento de resíduos,

multiplicadores e pela própria área de SSMA.

Os registros dos treinamentos ficam armazenados na área de

Gestão de Pessoas, da Quattor.

4.2.2. Programa de melhoria contínua

Consiste na implementação de ações, técnicas e procedimentos que

busquem:

a) Alternativas tecnológicas com melhor desempenho ambiental;

b) Reduzir a geração de resíduos ou minimizar a presença dos

principais contaminantes presentes no resíduo;

c) Minimizar os aspectos ambientais significativos.

Os Programas de melhoria serão elaborados pela Quattor ao longo

das operações, à medida que os dados de geração de resíduos sejam

consolidados ou quando houver a necessidade de alterações significativas

ou ampliação do processo produtivo.

Os programas serão elaborados pelas áreas produtivas e SSMA,

devendo ser aprovados pela Diretoria. Os programas deverão apresentar os

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objetivos, metas, ações, recursos necessários (humanos, tecnológicos,

financeiros) e indicadores para monitoramento das metas.

4.2.3. Matriz de aspectos e impactos ambientais

Para a definição das ações de controle de impactos ambientais para

as áreas de armazenamento, movimentação interna e transporte dos

resíduos deverão ser identificados os aspectos ambientais e o respectivo

nível de significância.

O método a ser utilizado é aquele definido pela Quattor.

As matrizes de aspectos e impactos estarão disponíveis nas áreas

envolvidas com as atividades descritas nas matrizes.

4.2.4. Plano de contingência

Os responsáveis pelo PGR, com o apoio da área de SSMA da

Quattor, avaliam periodicamente os cenários de emergências identificados

para as atividades de gerenciamento de resíduos, por meio de simulados, e

respectivas análises críticas, melhorando continuamente as ações que

minimizem os riscos de uma emergência e aquelas para o controle para uma

eventual situação de emergência.

4.3. Diretrizes para o controle de documentações

São mantidos nos arquivos da Quattor, dentre outros documentos,

os laudos de caracterização dos resíduos, certificados de tratamento,

licenças de operação, manifestos de transporte, “tickets” de pesagem,

Inventário de resíduos.

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67

CAPÍTULO V

ANÁLISE COMPARATIVA

Elaborou-se a partir desse momento uma análise comparativa entre

os termos da legislação vigente e de procedimentos recomendados e as

práticas adotadas na empresa alvo das pesquisas.

Abaixo de cada tópico comparativo são apresentados quadros que

facilitam a visualização das características referentes à pesquisa teórica e

aos resultados encontrados na empresa estudada.

5.1. Classificação de resíduos

Os resíduos gerados na empresa são identificados de acordo com a

origem dos mesmos, nesse caso industriais e segmentados nas classes

determinadas pela ABNT NBR 10004:2004, de forma a justificar a

periculosidade dos rejeitos para uma destinação mais adequada. Esse

processo baseia-se em análises laboratoriais que apresentam laudos

comprobatórios especificados com a composição dos resíduos.

A Quattor utiliza o padrão de cores do CONAMA 275/01 como base,

a fim de facilitar a segregação desses resíduos.

Segue tabela 10, contendo o comparativo sobre a classificação de

resíduos.

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Tabela 10 - Comparativo sobre a classificação de resíduos.

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Seguir ABNT NBR 10004:2004O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova a utilização desta norma pela Quattor.

Identificar resíduos com análises laboratoriais

Identificação conforme figuras 7, 8 e 9.

Segregar conforme CONAMA 275/01, visto na figura 10 abaixo.

O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova a utilização desta norma pela Quattor.As figuras 11, 12 e 13, abaixo, apresentam o padrão de cores utilizado pela Quattor.

Figura 10 - Padrão de Cores CONAMA 275 Figura 11 - Padrão de cores da Quattor

Figuras 7, 8 e 9 - Identificação dos sacos de armazenagem de resíduos

Figuras 12 e 13 - Segregação em cores da Quattor

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5.2. Gestão ambiental

A gestão ambiental da Quattor baseia-se na ISO14000 e visa reduzir

o impacto por eventuais danos gerados por inadequações do processo

produtivo, através da adoção de práticas de controle de utilização de

recursos naturais e tecnológicos e sob recomendações de um Programa de

Gerenciamento de Resíduos (PGR), buscando alinhá-los com a legislação

em vigor.

Neste escopo, encontra-se inserida a empresa terceirizada Cavo

Serviços e Meio Ambiente S.A., com o objetivo de manter os padrões

estabelecidos pela contratante.

Segue tabela 11, contendo o comparativo sobre gestão ambiental.

Tabela 11 - Comparativo sobre gestão ambiental

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Seguir ISO 14001O Anexo A - Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa estudada - comprova essa certificação.

Adotar PGRO tópico 3 so Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova a adoção de um PGR.

5.3. Desenvolvimento sustentável

A política de qualidade da empresa visitada atende à definição de

desenvolvimento sustentável, tendo em vista o comprometimento com a

otimização da utilização dos recursos naturais e com a redução do nível de

poluição. Esse objetivo é alcançado através da adoção de um processo

produtivo inovador, baseado no interesse pela preservação ambiental, fator

de considerável importância no desenvolvimento das atividades produtivas

do mundo contemporâneo.

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Segue tabela 12, contendo o comparativo sobre desenvolvimento

sustentável.

Tabela 12 - Comparativo sobre desenvolvimento sustentável

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Otimizar utilização de recursos naturaisO Anexo A - Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa estudada - demonstra essa preocupação.

Adotar processo produtivo inovadorO Anexo A - Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa estudada - demonstra essa preocupação.

5.4. Educação ambiental

A Quattor é responsável pela qualificação e treinamento dos

funcionários da Cavo com vistas a cumprir com as recomendações da norma

ISO 140001. Esse interesse visa atender não apenas à legislação, mas

também demonstra a preocupação da empresa no que se refere aos riscos

associados às tarefas que possam vir a comprometer a preservação da

saúde humana e ambiental.

Segue tabela 13, contendo o comparativo sobre educação ambiental.

Tabela 13 - Comparativo sobre educação ambiental

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Qualificar e treinar os funconários, conforme determinação da ISO 14001.

O Anexo A - Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa estudada - demonstra essa preocupação.

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5.5. Armazenamento temporário

Todos os resíduos gerados, depois de identificados e classificados,

são encaminhados à Central de Armazenamento Temporário de Resíduos

(CATRI), sendo essa uma das tarefas de responsabilidade da Cavo.

A empresa Cavo orienta-se pelas NBR 11174 e NBR 12235, que

especificam o acondicionamento de resíduos não perigosos e perigosos,

respectivamente. Assim, é determinado um lote mínimo de resíduo a ser

retirado da CATRI e encaminhado para tratamento e despejo final fora das

instalações da empresa, evitando-se que carregamentos em quantidades

muito pequenas sejam feitos, otimizando os custos de transporte.

Segue tabela 14, contendo o comparativo sobre armazenamento

temporário.

Tabela 14 - Comparativo sobre armazenamento temporário

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Seguir NBR 11174 para armazenagem de resíduos não perigosos.

O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

Seguir NBR 12235 para armazenagem de resíduos perigosos.

O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

5.6. Logística reversa

A Quattor não pratica ações de logística reversa para

reaproveitamento de resíduos, apenas para produtos rejeitados por clientes,

desde que estejam em condições de serem reprocessados ou transformados

em subprodutos, o que propicia uma queda acentuada no preço.

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Segue tabela 15, contendo o comparativo sobre logística reversa.

Tabela 15 - Comparativo sobre logística reversa

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASOReaproveitar os resíduos Não realiza.Garantir o retorno de bens e materiais às suas origens Não realiza.

5.7. Ciclo de vida do produto

A área de desenvolvimento de produtos da Quattor leva em

consideração o ciclo de vida dos produtos, visando a verificação dos

resultados de possível impacto ambiental. Tem-se como exemplo a

produção do Polietileno Verde, proveniente do processo em que o Etanol,

vindo da cana de açúcar, é transformado em Eteno e desse para Polietileno,

não envolvendo a utilização de petróleo.

Essa cultura da renovação tende a acarretar, em princípio, um custo

maior se comparada com o método tradicional de produção, porém, ao final,

essa prática se transforma em lucro face a um considerável reconhecimento

ambiental e a eliminação de multas e indenizações por parte da fiscalização.

Segue tabela 16, contendo o comparativo sobre ciclo de vida do

produto.

Tabela 16 - Comparativo sobre ciclo de vida do produto

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASOAvaliar o impacto do resíduo ao meio ambiente. Não verificado.Auxiliar no aprimoramento dos produtos. Desenvolvimento do Polietileno Verde.

5.8. Ciclo reverso dos resíduos sólidos realizado de forma indireta

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73

A Quattor orienta os seus clientes a tratarem os resíduos

provenientes de processos produtivos sob a política da reciclagem, uma vez

que o Polietileno permite essa prática.

Segue tabela 17, contendo o comparativo sobre Ciclo reverso dos

resíduos sólidos.

Tabela 17 - Comparativo sobre Ciclo reverso dos resíduos sólidos

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASOAnalisar a necessidade e a viabilidade de descarte e tratamento de resíduos. Realiza.Analisar a necessidade e a viabilidade de reparo e reaproveitamento de resíduos. Não realiza.

5.9. Programa de gerenciamento de resíduos

O PGR da Quattor atua conforme etapas descritas no Manual de

Gerenciamento de Resíduos recomendado pela FIRJAN, atendendo a todos

os requisitos estabelecidos para que as atividades sejam sustentáveis,

havendo a necessidade de revisões do Programa na hipótese de alguma

alteração no aspecto do resíduo gerado.

Observa-se, nesse caso, que a Quattor e a Cavo trabalham em

parceria na operacionalização das atividades que compõem o PGR adotado,

vigorando o cumprimento das responsabilidades das partes envolvidas.

Segue tabela 18, contendo o comparativo sobre programa de

gerenciamento de resíduos.

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Tabela 18 - Comparativo sobre programa de gerenciamento de resíduos

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Cumprir as etapas determinadas no Manual de Gerenciamento de Resíduos da FIRJAN.

Os itens descritos anteriormente nesse capítulo comprovam o cumprimento das etapas desse Manual.

Revisar o PGR quando houver atualizações na geração dos resíduos.

O Anexo A - Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa estudada - demonstra essa preocupação.

Verificar os envolvidos nos processos.Conforme tabela 8 presente nas páginas 53 e 54 desse trabalho.

5.10. Melhoria Contínua

Conforme orientação do Manual de Gerenciamento de Resíduos da

FIRJAN, a Quattor também adota procedimentos de controle do PGR, tendo

como base o ciclo de melhoria contínua “PDCA”.

Todos os processos produtivos passam por constante avaliação,

garantindo que as ações implantadas no PGR estejam adequadas àquelas

planejadas. Existe, inclusive, um plano específico para possíveis situações

de emergência.

A Quattor indica a necessidade de realização de treinamentos

periódicos para conscientização dos funcionários e terceirizados, no que se

refere à preservação ambiental, de forma a garantir a correta aplicação do

PGR às atividades desenvolvidas.

Segue tabela 19, contendo o comparativo sobre melhoria contínua.

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Tabela 19 - Comparativo sobre melhoria contínua

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Avaliar continuamente os processos produtivos.

O Anexo A - Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa estudada - demonstra essa preocupação.

Ter plano de emergênciaO tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção desse plano.

Garantir a correta aplicação do PGR.Conforme tabelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6, presentes nas páginas 51, 52 e 53 desse trabalho.

5.11. Destinação final

O Programa de Gerenciamento de Resíduos da Quattor não

contempla a realização de reciclagem de resíduos, pois esse processo não

está inserido nos procedimentos regulares adotados pela empresa.

Dentre os tratamentos atualmente existentes, a Quattor utiliza

apenas os processos de incineração, co-processamento de resíduos e

aterros sanitários, tendo em vista que os resíduos gerados a partir da

produção não estão envolvidos no desenvolvimento dos demais processos

termofísicos apresentados neste trabalho.

Segue tabela 20, contendo o comparativo sobre destinação final.

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Tabela 20 - Comparativo sobre destinação final

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASOReciclagem Não realiza.Tratamentos Térmicos

IncineraçãoRealiza, porém não evidenciado por se tratar de tarefa externa.

Co-processamentoRealiza, porém não evidenciado por se tratar de tarefa externa.

Pirólise Não realiza.Plasma Não realiza.

AterroRealiza, porém não evidenciado por se tratar de tarefa externa.

5.12. Transporte

O transporte interno, desde a fonte geradora até a área de

disposição temporária, é realizado pela Cavo. O transporte externo, desde a

central de armazenamento temporário até o local de destinação final, é

executado por transportadoras licenciadas para a atividade, passando por

uma triagem rigorosa para liberação do carregamento.

O citado “checklist” de liberação é realizado de maneira abrangente,

quando comparado apenas às exigências descritas na Resolução nº 420 da

ANTT, tendo em vista que especifica as condições de transporte tanto de

produtos perigosos quanto dos não perigosos.

Documentações são mantidas em arquivo, contendo informações

sobre as movimentações de resíduo realizadas, o que proporciona uma

melhor análise de desempenho do Programa de Gerenciamento de

Resíduos adotado.

A legislação ambiental em vigor determina que, embora os resíduos

estejam sob a manipulação da transportadora até a destinação final, ainda

assim, a responsabilidade do processo ainda é da Quattor.

Segue tabela 21, contendo o comparativo sobre destinação final.

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Tabela 21 - Comparativo sobre destinação

final

REQUISITOS EVIDÊNCIAS NO ESTUDO DE CASO

Seguir Resolução nº 420 da ANTT para realização de "checklist" de liberação

Norma faz determinações apenas para resíduos perigosos. A Quattor atende aos requisitos para o transporte de resíduos perigosos e não perigosos.

Manter documentações sobre as movimentações dos resíduos em arquivo.

Realiza.

Atender às normas abaixo:

NBR 7500O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

NBR 7501O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

NBR 7503O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

NBR 9735O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

NBR 13221O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

NBR 14619O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa norma.

NBR 12810 Não adota.

Decreto 906044/88O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção desse decreto.

DZ 1310O tópico 2 do Anexo B - Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos - comprova adoção dessa diretriz.

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CONCLUSÃO

O gerenciamento de resíduos é um assunto muito discutido

atualmente, em virtude da preocupação ambiental que acaba por repercutir

nos processos produtivos onde exige-se um funcionamento logístico correto

das cadeias produtivas e uma ampliação no controle da aplicação sobre o

tema.

Com base em pesquisas bibliográficas realizadas durante o

desenvolvimento desse trabalho, verificou-se que as empresas estão, aos

poucos, aceitando o fato de que a preservação do meio ambiente é uma

questão ligada à sobrevivência das pessoas e dos próprios negócios.

Observa-se, ainda, que as diversas formas de gerenciamento de

resíduos têm sido atualizadas constantemente para que cada vez mais,

surjam oportunidades de aproveitamento dos materiais. Os conceitos da

política dos 3 Rs, para reciclagem, reuso e redução de geração, estão sendo

disseminados nos meios corporativos, tendo em vista que há alguns anos a

preocupação em executar tais ações não faziam parte dos procedimentos de

rotina.

Hoje, contudo, encontram-se atividades ambientais frequentemente

nas empresas, uma vez que além do reconhecimento da necessidade de

obtenção de titulação de “Empresa Verde”, pode garantir maiores lucros, já

que o reaproveitamento de insumos gera menos custos em comparação aos

valores aplicados em compra de matéria-prima. Insere-se ainda nesse

escopo, formas de tratamento de resíduos que se renovam

proporcionalmente às necessidades de atualização da geração de resíduos.

Na empresa estudada, percebeu-se que esses conceitos estão

presentes na política de qualidade adotada. A Quattor segue, basicamente,

todos os padrões recomendados e apresentados ao longo deste trabalho,

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incluindo o atendimento à legislação e às normas brasileiras, adotando um

Programa de Gerenciamento de Resíduos que resguarde a proteção

ambiental. A única medida não adotada pela empresa citada se refere às

questões da reciclagem dos resíduos gerados.

Em virtude das constantes mudanças nesse cenário, esse trabalho

não está concluído, uma vez que, a todo momento, surgem inovações

tecnológicas e processos produtivos que irão requerer atenção no que se

refere ao bom gerenciamento ambiental.

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da

empresa estudada

ANEXO B – Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos

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ANEXO A – Política de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da

empresa estudada

POLÍTICA DE QUALIDADE, SAÚDE,

SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE

A QUATTOR, produtora de resinas termoplásticas e insumos petroquímicos básicos, declara seu compromisso com a excelência na gestão da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente e se compromete a desenvolver, em conjunto com os clientes, soluções para agregar valor à sua cadeia de produtos, garantindo a sustentabilidade do negócio.

O Sistema Integrado de Gestão QUATTOR tem como base as normas de Qualidade (ISO9001), Meio Ambiente (ISO14001), Saúde e Segurança (OHSAS18001) e o Programa Atuação Responsável da ABIQUIM.

Os princípios que norteiam as práticas são:

Ter um comportamento pró-ativo no atendimento aos requisitos legais e garantir que a preservação à saúde, à segurança e ao meio ambiente seja considerada como fator de maior relevância no desenvolvimento das atividades e na tomada de decisões.

• Preservar a integridade física e a saúde das pessoas, prevenindo acidentes e doenças ocupacionais;

• Atuar na prevenção à poluição, buscando a redução de emissões e do consumo de recursos naturais;

• Melhorar continuamente os processos, produtos, serviços e sistemas, buscando satisfazer as necessidades de todas as partes interessadas, de forma equilibrada.

São considerados como condições críticas para o sucesso:

• Cultura para Resultado: criar unidade e compromisso de todos em prol dos objetivos da organização;

• Excelência Operacional: Otimizar os recursos humanos, financeiros e ambientais disponíveis e processos essenciais e de apoio, de forma a gerar o maior valor possível em toda a cadeia;

• Capital Humano: Investir na capacitação e motivação dos colaboradores para garantir a formação de equipes de alta performance;

• Liderança: ter uma liderança orientada para resultados que seja um agente-chave na gestão e no comprometimento da equipe;

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• Foco no Cliente: promover o conhecimento do mercado e relacionamento próximo aos clientes, a fim de desenvolver conjuntamente as melhores soluções e o comprometimento de toda a organização com o atendimento às necessidades dos clientes;

• Inovação: capacidade de mudar nossa realidade atual e propor novas soluções, objetivando resultados tangíveis e seguros para a empresa e nossa cadeia de valor.

Presidente

ANEXO B – Página 1 do Programa de Gerenciamento de Resíduos

INSTRUÇÃO

Programa de Gerenciamento de Resíduos

- UN QB e PE / DCX -

1. Objetivo

Fornecer diretrizes relativas às práticas de gestão de resíduos industriais a serem adotadas por todas as áreas da empresa, definindo a sistemática para identificação, segregação, manuseio, coleta, acondicionamento, movimentação interna, armazenamento temporário, tratamento e disposição final dos resíduos gerados pela UN QB e PE/DCX.

2. Referências

Resolução CONAMA Nº 313/02

Resolução CONAMA Nº 275/01

Resolução CONAMA Nº 358/05

Diretriz Estadual nº1310/04

Decreto nº 90.6044/88 – Regulamento Federal para Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos;

Resolução nº 420/04 (ANTT) – Instruções complementares para o transporte rodoviário de produtos perigosos.

NBR 7500 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos;

NBR 7501 – Transporte de produtos perigosos – terminologia;

NBR 7503 – Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de produtos perigosos;

NBR 7505-1 – Armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis

NBR 9735 – Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos;

NBR-10.004 – Classificação de Resíduos Sólidos

NBR 12235 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos

NBR 11174 – Armazenamento de resíduos sólidos não perigosos

NBR 13221 – Transporte terrestre de resíduos

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NBR 14619 – Transporte terrestre de produtos perigosos – Incompatibilidade química

Procedimento Controle, Monitoramento e Medição de SSMA

Programa de Coleta Seletiva

Plano de Emergência

3. Descrição

A gestão ambiental da Quattor estabelece condições para prevenir e evitar impactos à natureza, por meio da racionalização do uso de matérias-primas, do uso de tecnologias de produção mais limpas e Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGR).

Neste sentido, a Quattor UN QB e PE/DCX estabeleceu em 16 de julho de 2005 este Programa de Gerenciamento de Resíduos.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 8

CAPÍTULO I .................................................................................................................................. 10

LEGISLAÇÃO E GESTÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS ................................................................... 10

1.1. Conceituação e classificação de resíduos ................................................................... 10

1.2. Gestão ambiental ........................................................................................................ 13

1.2.1. Série ISO 14001 ..................................................................................................... 13

1.2.2. Desenvolvimento sustentável ............................................................................... 14

1.2.3. A legislação ambiental ........................................................................................... 14

1.2.4. A educação ambiental ........................................................................................... 15

1.2.5. Produção mais limpa ............................................................................................. 15

1.2.6. Logística reversa .................................................................................................... 16

1.2.7. Ciclo de vida do produto ....................................................................................... 16

1.2.8. O Ciclo reverso dos resíduos sólidos ..................................................................... 17

1.3. Plano de gerenciamento de resíduos.......................................................................... 18

1.3.1. Implantação do plano de gerenciamento de resíduos .......................................... 21

1.3.2. Destinação final ..................................................................................................... 23

1.3.2.1. Reciclagem .................................................................................................... 23

1.3.2.2. Tratamentos ................................................................................................. 24

1.3.2.2.1. Processos térmicos .................................................................................. 24

1.3.2.2.2. Processos físicos ...................................................................................... 26

1.3.2.3. Disposição final em aterros .......................................................................... 27

1.3.3. Acondicionamento de resíduos não perigosos ..................................................... 27

1.3.4. Acondicionamento de resíduos perigosos ............................................................ 28

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1.4. Custos ambientais ....................................................................................................... 29

1.5. Transporte de resíduos ............................................................................................... 29

1.5.1. Inventário de resíduos industriais ......................................................................... 35

CAPÍTULO II ................................................................................................................................. 36

ESTUDOS DE TRATAMENTO E DIMINUIÇÃO DO IMPACTO DOS RESÍDUOS ................................ 36

CAPÍTULO III ................................................................................................................................ 46

CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA ESTUDADA............................................................................... 46

3.1. Linha de produção e respectivas características......................................................... 46

3.2. Unidade de produção de polietileno .......................................................................... 47

3.2.1. Suprimento e purificação de matéria prima Sistema de reação ........................... 48

3.2.2. Sistema de reação ................................................................................................. 48

3.2.3. Desgaseificação de resina ..................................................................................... 49

3.2.4. Recuperação de gases ........................................................................................... 49

3.2.5. Aditivação .............................................................................................................. 49

3.2.6. Extrusão ................................................................................................................. 49

3.2.7. Silagem .................................................................................................................. 50

CAPÍTULO IV ................................................................................................................................ 51

PROCESSO DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DA QUATTOR ...................................................... 51

4.1. Descrição das etapas do gerenciamento dos resíduos ............................................... 56

4.1.1. Classificação e caracterização dos resíduos gerados ............................................ 56

4.1.2. Segregação, acondicionamento e identificação dos resíduos .............................. 57

4.1.3. Movimentação interna .......................................................................................... 58

4.1.4. Controle de movimentação de resíduos ............................................................... 60

4.1.5. Compatibilidade entre os resíduos ....................................................................... 60

4.1.6. Transporte externo de resíduos ............................................................................ 60

4.1.7. Tratamento e destinação final dos resíduos ......................................................... 61

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4.1.7.1. Co-processamento ........................................................................................ 62

4.1.7.2. Incineração ................................................................................................... 62

4.1.7.3. Aterros (sanitários e industriais) .................................................................. 62

4.1.8. Monitoramento dos prestadores de serviços ....................................................... 62

4.2. Melhoria contínua ....................................................................................................... 64

4.2.1. Plano de conscientização ambiental ..................................................................... 64

4.2.2. Programa de melhoria contínua............................................................................ 65

4.2.3. Matriz de aspectos e impactos ambientais ........................................................... 66

4.2.4. Plano de contingência ........................................................................................... 66

4.3. Diretrizes para o controle de documentações ............................................................ 66

CAPÍTULO V ................................................................................................................................. 67

ANÁLISE COMPARATIVA ............................................................................................................. 67

5.1. Classificação de resíduos ............................................................................................. 67

5.2. Gestão ambiental ........................................................................................................ 69

5.3. Desenvolvimento sustentável ..................................................................................... 69

5.4. Educação ambiental .................................................................................................... 70

5.5. Armazenamento temporário ...................................................................................... 71

5.6. Logística reversa .......................................................................................................... 71

5.7. Ciclo de vida do produto ............................................................................................. 72

5.8. Ciclo reverso dos resíduos sólidos realizado de forma indireta ................................. 72

5.9. Programa de gerenciamento de resíduos ................................................................... 73

5.10. Melhoria Contínua................................................................................................. 74

5.11. Destinação final ..................................................................................................... 75

5.12. Transporte ............................................................................................................. 76

CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 78

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 80

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LISTA DE ANEXOS ........................................................................................................................ 86

ÍNDICE ......................................................................................................................................... 90

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................. 94

ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................................................... 95

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fluxograma de gerenciamento de resíduos sólidos .......................... 20

Figura 2 – Cores para a segregação de materiais recicláveis............................ 24

Figura 3 - Unidades Operacionais .................................................................... 47

Figura 4 - Diagrama em bloco da Planta de Polietileno ..................................... 48

Figura 5 – Fluxo dos resíduos gerados na indústria .......................................... 51

Figura 6 – Central de armazenamento temporário de resíduos industriais ......... 59

Figura 7 – Identificação dos sacos de armazenagem de resíduos ..................... 68

Figura 8 – Identificação dos sacos de armazenagem de resíduos ..................... 68

Figura 9 – Identificação dos sacos de armazenagem de resíduos ..................... 68

Figura 10 – Padrão de cores CONAMA 275/01 ................................................. 68

Figura 11 – Padrão de cores da Quattor ........................................................... 68

Figura 12 – Segregação em cores da Quattor ................................................... 68

Figura 13 – Segregação em cores da Quattor ................................................... 68

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Geração de resíduos ....................................................................... 52

Tabela 2 - Logística interna .............................................................................. 53

Tabela 3 - Armazenamento temporário ............................................................. 53

Tabela 4 - Logística externa ............................................................................. 53

Tabela 5 - Destinação final ............................................................................... 54

Tabela 6 - Melhoria contínua ............................................................................ 54

Tabela 7 – Matriz de responsabilidades do PGR .............................................. 54

Tabela 8 – Padrão de cores para segregação de resíduos da Quattor .............. 57

Tabela 9 – Lista de gerenciamento de resíduos ................................................ 62

Tabela 10 - Comparativo sobre a classificação de resíduos .............................. 68

Tabela 11 - Comparativo sobre gestão ambiental ............................................. 69

Tabela 12 - Comparativo sobre desenvolvimento sustentável ........................... 70

Tabela 13 - Comparativo sobre educação ambiental ......................................... 70

Tabela 14 - Comparativo sobre armazenamento temporário ............................. 71

Tabela 15 - Comparativo sobre logística reversa .............................................. 72

Tabela 16 - Comparativo sobre ciclo de vida do produto ................................... 72

Tabela 17 - Comparativo sobre Ciclo reverso dos resíduos sólidos ................... 73

Tabela 18 - Comparativo sobre programa de gerenciamento de resíduos ......... 74

Tabela 19 - Comparativo sobre melhoria contínua ............................................ 75

Tabela 20 - Comparativo sobre destinação final ............................................... 76

Tabela 21 - Comparativo sobre destinação final ............................................... 77