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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM GERENCIAMENTO DE PROJETOS – USO DA METODOLOGIA PMI ESTUDO DE CASO: C.A.S.A. SULAMÉRICA Por: Érica Bohrer Fernandes Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por: Érica Bohrer Fernandes . 3 AGRADECIMENTOS A Deus por me

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

GERENCIAMENTO DE PROJETOS – USO DA METODOLOGIA

PMI

ESTUDO DE CASO: C.A.S.A. SULAMÉRICA

Por: Érica Bohrer Fernandes

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

GERENCIAMENTO DE PROJETOS – USO DA METODOLOGIA

PMI

ESTUDO DE CASO: C.A.S.A. SULAMÉRICA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial.

Por: Érica Bohrer Fernandes

3

AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar forças para sempre continuar lutando pelos meus

objetivos e ideais.

Aos mestres de toda essa jornada de trabalho acadêmico.

E a equipe da Sul América Companhia Nacional de Seguros por

oferecer total apoio na realização desse trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais e ao meu noivo por

confiarem e acreditarem no meu

trabalho.

5

RESUMO

O objetivo deste projeto é estudar e analisar as técnicas de

gerenciamento de projetos, oferecidas pelos estudiosos do assunto, compará-

las com as da empresa estudada, e verificar se as mesmas correspondem às

teorias dos estudiosos.

Este trabalho inicia-se com uma apresentação da fundamentação

teórica sobre o tema Gerenciamento de Projetos, com a análise de renomados

autores, apresentando em seguida o Estudo de Caso.

A conclusão do trabalho evidencia e necessidade que a utilização de

ferramentas de gerenciamento de projetos é fundamental para que as

empresas se mantenham competitivas no mercado.

6

METODOLOGIA

Tendo-se por base os critérios de classificação propostos por Vergara

(2004), conclui-se que:

• Quanto aos fins – Trata-se de uma pesquisa explicativa e descritiva.

Explicativa, pois visa esclarecer quais fatores contribuem para a

ocorrência de determinado fenômeno. Descritiva, pois expõem as

características deste fenômeno, correlacionando às variáveis e definindo

a sua natureza.

• Quanto aos meios – A pesquisa é bibliográfica, de estudo de caso e de

campo. É bibliográfica porque se baseia em material acessível ao

público em geral, como livros, revistas, jornais, Internet etc. É de estudo

de caso porque restringe a analisar dados específicos da empresa

seguradora Sul América. E é de campo, pois se utiliza da aplicação de

questionário no local onde ocorre o fenômeno.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 09

CAPÍTULO I

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ------------------------------------------------------ 11

CAPÍTULO II

2. CONCEITOS BÁSICOS ----------------------------------------------------------------- 15

2.1. CONCEITO DE PROJETO ------------------------------------------------------- 15

2.2. O CICLO DE VIDA DO PROJETO ---------------------------------------------- 16

2.3. O GERENCIAMENTO DE PROJETOS --------------------------------------- 18

2.3.1. Os grupos de Processos ------------------------------------------------ 18

2.4. AS ÁREAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ---------------------- 20

2.4.1. Gerenciamento do Escopo do Projeto ----------------------------- 21

2.4.2. Gerenciamento da Integração do Projeto ------------------------- 22

2.4.3. Gerenciamento do Tempo do Projeto ------------------------------ 23

2.4.4. Gerenciamento dos Custos do Projeto ---------------------------- 24

2.4.5. Gerenciamento da Qualidade do Projeto ------------------------- 25

2.4.6. Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto ---------- 26

2.4.7. Gerenciamento das Comunicações do Projeto ----------------- 28

2.4.8. Gerenciamento dos Riscos do Projeto ----------------------------- 29

2.4.9. Gerenciamento das Aquisições do Projeto ----------------------- 30

2.5. COMPETÊNCIAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS ----------- 30

2.5.1. Habilidades Interpessoais ---------------------------------------------- 31

2.6. INFLUÊNCIAS ORGANIZACIONAIS ------------------------------------------ 32

2.6.1. Organização Funcional Clássica ------------------------------------- 35

2.6.2. Organização Projetizada ------------------------------------------------ 36

2.6.3. Organização Matricial ---------------------------------------------------- 37

2.6.4. Organização Composta -------------------------------------------------- 38

8CAPÍTULO III

3. ESTUDO DE CASO ---------------------------------------------------------------------- 40

3.1. A EMPRESA PESQUISADA ----------------------------------------------------- 40

3.1.1. Histórico da Empresa ---------------------------------------------------- 40

3.1.2. Porte, Funcionários e Segmento de Atuação -------------------- 43

3.1.3. Localização, Filiais e Faturamento ---------------------------------- 43

3.1.4. Missão, Visão e Valores ------------------------------------------------- 44

3.1.5. Organograma da Empresa ---------------------------------------------- 45

3.2. CARACTERIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO -------------------------------- 45

3.2.1. C.A.S.A. – Explicando o conceito ------------------------------------ 46

3.3. O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DA EMPRESA

PESQUISADA ------------------------------------------------------------------------ 47

3.3.1. Fase de Iniciação ---------------------------------------------------------- 47

3.3.2. Fase do Planejamento ---------------------------------------------------- 48

3.3.3. Fase da Execução --------------------------------------------------------- 48

3.3.4. Fase do Controle ----------------------------------------------------------- 49

3.3.5. Fase do Encerramento --------------------------------------------------- 49

3.3.5.1. Termo de Aceite do Produto ou Serviço --------------------- 50

3.3.6. Lições Aprendidas --------------------------------------------------------- 50

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 53

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ---------------------------------------------------------- 55

ÌNDICE DE FIGURAS ------------------------------------------------------------------------ 58

9

INTRODUÇÃO

Os projetos, em geral, podem ser simples ou complexos. Os projetos

mais complexos envolvem metodologias que sistematizam métodos (como

fazer) e procedimentos. O conceito de procedimentos é o como fazer baseado

nas formas de solução (ferramentas, normas, estruturas, etc).

A questão que se coloca como foco deste estudo de caso é a análise da

aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos, basicamente as

definidas pelo PMI®.

Para alguns autores, executar projetos dentro de uma metodologia de

gerenciamento de projetos é uma questão de sobrevivência da empresa

moderna. Os conceitos referentes a gerenciamento de projetos e o

desenvolvimento teórico referente ao ciclo de vida de um projeto, mostra a

concepção do que vem a ser gerenciamento de projetos e aponta algumas das

vantagens advindas de sua aplicação.

A adoção da metodologia e melhores práticas definidas no PMI® como

a solução para condução de projetos complexos é um tema atual e de suma

importância para a maioria das organizações se manterem competitivas.

A SulAmérica Companhia Nacional de Seguros, pela sua complexidade

e porte, chegou a ter inscritos mais de 1.000 demandas entre projetos,

pedidos de alterações de sistemas e novas soluções tecnológicas.

Este trabalho busca analisar a aplicabilidade da metodologia PMI® no

gerenciamento de um projeto de abertura de Centros Automotivos, tendo como

objetivos específicos:

• Estudar a metodologia PMI®, baseadas na documentação do PMBOK®;

• Avaliar a disseminação da metodologia na equipe de gerenciamento de

projetos;

• Verificar a utilização dos processos e documentação do PMBOK® para

gerenciar o projeto;

10• Apresentar uma fundamentação teórica das fases que compõem o Ciclo de

Vida de um projeto, seguindo as premissas estabelecidas no PMBOK® e

autores selecionados que versaram sobre o tema.

11

CAPÍTULO I

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As grandes organizações, principalmente aquelas envolvidas com o

processo de criação e desenvolvimento de produtos e serviços com alto valor

agregado, tem sido submetidas a um ambiente de concorrência cada vez mais

agressivo.

SATO (2005) introduz em artigo a abordagem relacionada à dinâmica

dos processos de gerenciamento de projetos e inovação em produtos e

sistemas complexos (em inglês, CoPS – Complex Produts and Systems) e diz:

“CoPS são produzidos através de projetos, em um a

única vez ou em lotes pequenos, e a ênfase na sua produção

recai em gerenciamento de projetos, integração de sistemas e

desenvolvimento de software. Exemplos incluem centrais e

redes telefônicas, [...] sistemas de TI (Tecnologia da

Informação), [...] sistemas de automação bancária e sistemas

de gerenciamento de redes de telecomunicações.”

Para PONS (2005, p. 8):

“Com a abertura dos mercados internacionais, a

evolução acelerada da tecnologia e a facilidade da

comunicação, pela própria disseminação da internet, um boom

econômico aconteceu e novos fatores como a mudança da

relação entre funcionários e empresas, o aumento da

competitividade e do nível de exigência do consumidor

alteraram a regra do jogo. O ambiente empresarial se tornou

turbulento e mais caótico, demandando novos produtos em um

ritmo mais rápido das empresas que quisessem sobreviver e se

destacar em um mercado cada vez mais disputado.”

12Nesse contexto, a capacidade de oferecer novos produtos e serviços em

tempo hábil torna-se uma vantagem competitiva importantíssima a ponto de,

em alguns negócios, consistir em pré-requisito para a sobrevivência da

empresa a longo prazo. É o que conclui PORTER (1993, p.31) em um de seus

estudos sobre competitividade:

“O que constatei é que as empresas não terão êxito se

não basearem suas estratégias na melhoria e na inovação,

numa disposição de competir e no conhecimento realista de

seu ambiente nacional e de como melhorá-lo.”

Inovar é, então, a palavra-chave e significa aproveitar as oportunidades

advindas de mudanças econômicas, sociais ou tecnológicas para criar novas

soluções para os problemas enfrentados em tempo hábil.

Nesse ambiente, uma nova classe de projeto surgiu: os projetos

empresariais, com características distintas dos tradicionais, devem ser

entregues "pra ontem"; São de missão crítica por natureza; Precisam ser

gerenciados em um ambiente turbulento de negócios e tecnologia e, portanto,

são sujeitos a constantes mudanças (PONS, 2005).

De acordo com alguns autores é necessário fazer uso das melhores

práticas de gerenciamento de projetos, já que essa seria a forma mais

adequada para lidar com produtos e serviços complexos. Para esses autores,

executar projetos dentro de uma metodologia de gerência de projetos é uma

questão de sobrevivência da empresa moderna.

Este estudo visa analisar no âmbito da SulAmérica Cia Nacional de

Seguros o gerenciamento de um projeto corporativo classificado como de alta

importância estratégica, utilizando-se de práticas definidas pelo PMBOK®,

devidamente adaptadas à realidade da organização da empresa.

O porte e a complexidade dessa organização e a transformação pela

qual passou nos últimos anos para sobreviver em um segmento competitivo,

constituem-se elementos representativos para servir como laboratório para

esse estudo acadêmico.

13O sucesso de um projeto pode ser considerado quando a sua conclusão

deu-se dentro dos prazos, custos, necessidades e expectativas estimadas

(HELDMA N, 2003).

Baseando-se em pesquisa realizada nos EUA pelo The Standish Group

(2003), com 13.522 projetos, apenas 34% dos projetos puderam ser

considerados de sucesso. Segundo a mesma pesquisa, o valor total de perdas

dos projetos nos EUA é estimado em US$ 55 bilhões ao ano, para um gasto

total em projetos de US$ 255 bilhões. Quanto a completar o projeto no prazo,

os dados da pesquisa também não são bons. Em 2002, foi levantada uma taxa

de atraso em projetos de 82%, sendo que somente 52% das características

requeridas e funcionalidades foram entregues nos produtos desenvolvidos nos

projetos. A mesma pesquisa aponta quais são os problemas típicos de

gerenciamento de projetos:

• Atrasos no cronograma (94% vão reiniciar pelo menos uma vez);

• Mudanças de requisitos e especificações (somente 61% vão manter o

escopo original);

• Produtos mal projetados excedem o orçamento original em 188% e o

prazo original em 222%.

O Center for Business Practices, braço de pesquisa da Project

Management Solutions, em pesquisa recente obteve, de 74 empresas (12

participantes) respostas para a seguinte pergunta: Quais os maiores problemas

de gerenciamento de projetos? Os resultados foram os seguintes:

• 24% - Abordagens inconsistentes de gerentes de projetos;

• 20% - Dificuldade na alocação de recursos;

• 17% - Muitos projetos, não necessariamente os corretos;

• 7% - Entregas atrasadas ou acima do orçamento;

• 32% - Outros.

14Atualmente, muitas organizações operam em um ambiente multiprojeto

onde diferentes projetos compartilham os recursos comuns. Mas na vida real,

os gerentes não estão tão educados assim nesta descrição, eles normalmente

a chamam de "brigar" pelos recursos ao contrário de "compartilhar" (KENDALL,

2005).

A metodologia de pesquisa adotada nesse trabalho foi o estudo de caso,

tendo como instrumento para coleta de dados a participação no processo de

gerenciamento de projeto de construção de um Centro Automotivo na empresa

pesquisada. O fato de atuar na empresa possibilitou a obtenção de

informações de forma mais objetiva e menos filtrada, se as mesmas fossem

apresentadas para o público ou pesquisador externo.

15

CAPÍTULO II

2. CONCEITOS BÁSICOS

Neste capitulo serão abordados conceitos básicos relacionados a

gerenciamento de projetos, onde autores defendem a adoção da metodologia

e melhores práticas definidas no PMI como a solução para condução de

projetos complexos.

2.1. CONCEITO DO PROJETO

De acordo com o PMBOK (2004), podemos definir que um projeto é um

esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado

exclusivo. Os projetos são realizados em todos os níveis da organização e

podem envolver uma única pessoa ou milhares de pessoas. Sua duração varia

de poucas semanas a vários anos e podem envolver uma ou várias unidades

organizacionais, como joint ventures e parcerias.

Para Vargas (2003):

"Projeto é um empreendimento não repetitivo,

caracterizado por uma seqüência clara e lógica de eventos,

com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro

e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros

predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade”.

A NBR ISO 10006 (2000), diz que projeto é "Um processo único,

consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas

para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme

requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos".

Tuman (1983) afirma que "Um projeto é uma organização de pessoas

dedicadas visando atingir um propósito e objetivo específico. Projetos

geralmente envolvem gastos, ações únicas ou empreendimentos de altos

16riscos, os quais têm que ser completados numa certa data por um montante de

dinheiro, dentro de alguma expectativa de desempenho. No mínimo todos os

projetos necessitam ter seus objetivos bem definidos e recursos suficientes

para poder desenvolver as tarefas requeridas".

Os pontos em comum de todas as definições estudadas, é que o projeto

é uma ação temporária e os produtos, serviços ou resultados obtidos com o

projeto serão exclusivos e sua elaboração é progressiva.

2.2. O CICLO DE VIDA DO PROJETO

A organização ou os gerentes de projetos podem dividir projetos em

fases para oferecer melhor controle gerencial, com ligações adequadas com as

operações em andamento da organização executora. Coletivamente, essas

fases são conhecidas como o ciclo de vida do projeto (PMBOK, 2008).

O ciclo de vida do projeto define as fases que conectam o início de um

projeto ao seu final, conforme a Figura 1, e não devem ser confundidas com os

cinco processos de gerenciamento de projetos (iniciação, planejamento,

execução, controle e encerramento).

Figura 1 – Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto. Fonte: PMBOK, 2008, p. 23

A transição de uma fase para a outra dentro do ciclo de vida de um

projeto é denominada entrega. As entregas de uma fase geralmente são

17revisadas, para garantir que estejam completas e exatas, e aprovadas antes

que o trabalho seja iniciado na próxima fase. No entanto, não é incomum que

uma fase seja iniciada antes da aprovação das entregas da fase anterior,

quando os riscos envolvidos são considerados aceitáveis.

Os ciclos de vida do projeto geralmente definem:

• Que trabalho técnico deve ser realizado em cada fase;

• Quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada

entrega é revisada, verificada e validada;

• Quem está envolvido em cada fase;

• Como controlar e aprovar cada fase.

De acordo com o PMBOK (2008), podemos identificar como

características comuns dos ciclos de vida do projeto:

• As fases geralmente são seqüenciais e definidas por alguma entrega;

• Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, atingem o valor

máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme

o projeto é finalizado. A Figura 2 ilustra esse padrão;

• O nível de incertezas é o mais alto (risco de não atingir os objetivos) no

início do projeto. A certeza de término geralmente se torna cada vez

maior conforme o projeto continua;

• A capacidade das partes interessadas de influenciarem as

características finais do produto do projeto e o custo final do projeto são

mais altos no início e toma-se cada vez menor conforme o projeto

continua;

• O custo das mudanças e da correção de erros aumenta conforme o

projeto continua.

18

Figura 2: Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu ciclo de vida. Fonte: PMBOK,

2008, p. 16.

2.3. O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento,

habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender

aos seus requisitos. [...] é realizado através da aplicação e da integração dos

cinco processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento,

execução, controle e encerramento (PMBOK, 2008, p. 6).

2.3.1. Os Grupos de Processos

De acordo com o PMBOK® os processos de gerenciamento de projetos

podem ser organizados em cinco grupos, cada um deles contendo um ou mais

processos (Figura 3).

19

Figura 3: Os grupos de processos de gerenciamento de projetos. Fonte: PMBOK, 2008, p. 40.

Num grupo de processos, as fases individuais são ligadas por suas

entradas e saídas (interações entre os processos). Sendo assim, ainda de

acordo com o PMBOK (2008), podemos descrever cada processo em termos

de:

• Entradas — são os documentos ou itens documentáveis que

influenciarão o processo;

• Ferramentas e Técnicas — mecanismos aplicados às entradas para

criar os resultados (saídas);

• Saídas — são os documentos ou itens documentáveis que resultarão do

processo.

Os Grupos de Processos não são separados ou descontínuos, nem

acontecem uma única vez durante o projeto, mas são formados por atividades

que se sobrepõem ao longo de cada fase do projeto (Figura 4). Além disso, os

grupos de processos se ligam pelos resultados que produzem (saídas), e o

resultado de um processo é a entrada para o outro.

20

Figura 4: Sobreposição dos grupos de processos durante o desenvolvimento do projeto. Fonte: PMBOK,

2008, p. 41.

2.4. AS ÁREAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O PMBOK® está organizado em nove áreas de conhecimento em

gerenciamento de projetos (Figura 5).

Figura 5: As nove áreas de conhecimento em gerenciamento de projeto. Fonte: PMBOK, 2008.

21Cada área de conhecimento se refere a um aspecto a ser considerado

dentro da gerência de projetos. A não execução de processos de uma área

afeta negativamente o restante, pois o projeto é um esforço integrado.

2.5.1. Gerenciamento do Escopo do Projeto

São os processos necessários para assegurar que o projeto contemple

todo o trabalho requerido, e nada mais que o trabalho requerido, para

completar o projeto com sucesso.

Esta área de conhecimento compreende os processos necessários para

o gerenciamento do escopo do projeto: Coletar os Requisitos, Definir o

Escopo, Criar a EAP, Verificar o Escopo e Controlar o Escopo.

• Coletar os Requisitos – O processo de definição e documentação das

necessidades das partes interessadas para alcançar os objetivos do

projeto.

• Definir o Escopo - O processo de desenvolvimento de uma descrição

detalhada do projeto e do produto.

• Criar a EAP - O processo de subdivisão das entregas e do trabalho do

projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.

• Verificar o Escopo - O processo de formalização da aceitação das

entregas terminadas do projeto.

• Controlar o Escopo - O processo de monitoramento do progresso do

escopo do projeto e escopo do produto e gerenciamento das mudanças

feitas na linha de base do escopo.

Envolve os processos necessários para assegurar que o projeto contém

todo o trabalho necessário para completar o projeto com sucesso. O seu foco

principal é na definição e controle do que está ou não considerado no projeto

(VARGAS, 2003, p.26).

O escopo do projeto é um subconjunto do gerenciamento que tem como

função assegurar que todos os elementos do projeto foram bem definidos.

22Descrever como o escopo do projeto será gerenciado e como as modificações

serão incorporadas (HELDMAN, 2003, p.35).

2.4.2. Gerenciamento da Integração do Projeto

Gerenciamento da integração envolve os processos necessários para

garantir que os vários elementos do projeto sejam coordenados de forma

apropriada. Envolve as negociações dos conflitos entre objetivos e alternativas

concorrentes, com a finalidade de atingir ou exceder às necessidades e

expectativas dos stakeholders interessados.

O gerenciamento integrado engloba todos os processos necessários

para que o projeto seja coordenado de forma adequada envolvendo todas as

áreas essenciais do projeto. Para VARGAS ( 2003, p. 23):

“O processo de integração do projeto consistem em

garantir que todas as demais áreas estejam integradas em um

todo único. Seu objetivo é estruturar todo o projeto de modo a

garantir que as necessidades dos envolvidos sejam atendidas,

ou até mesmo superadas, pelo projeto.”

São os processos necessários para assegurar que os diversos

elementos do projeto sejam adequadamente coordenados:

• Desenvolver o termo de abertura – Processo de desenvolvimento de um

documento que formalmente autoriza um projeto ou uma fase e a

documentação dos requisitos iniciais que satisfaçam as necessidades e

expectativas das partes interessadas.

• Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto – Processo de

documentação das ações necessárias para definir, preparar, integrar e

coordenar todos os planos auxiliares.

• Orientar e Gerenciar a Execução do Projeto – Processo de realização do

trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para atingir os

objetivos.

23• Monitorar e Controlar o Trabalho do Projeto – Processo de

acompanhamento, revisão e ajuste do progresso para atender aos

objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento.

• Realizar o Controle Integrado de Mudanças – Processo de revisão de

todas as solicitações, aprovação e gerenciamento de mudanças em

entregas, ativos de processos organizacionais, documentos de projeto e

plano de gerenciamento do projeto.

• Encerrar o Projeto ou Fase – Processo de finalização de todas as

atividades, de todos os grupos de processos de gerenciamento de

projeto, para encerrar formalmente o projeto ou a fase.

2.4.3. Gerenciamento do Tempo do Projeto

Envolve os processos necessários para garantir o término do projeto no

prazo previsto. O gerenciamento do tempo do projeto tem como objetivo

planejar a execução dos processos de acordo com o tempo determinado pelo

cliente, nem antes, nem depois, no tempo real. Segundo HELDMAN (2003,

p.35):

“São seis processos que envolvem as áreas do

conhecimento Gerenciamento dos Tempos do Projeto [...] Ela

abrange a estimativa da duração das atividades do plano do

projeto, vislumbrando um cronograma do projeto, monitorando

e controlando os desvios do cronograma. Em termos gerais

essa área de conhecimento trata da conclusão de projeto em

tempo hábil.”

De acordo com o PMBOK (2008), os processos do gerenciamento do

projeto são:

• Definir as atividades – O processo de identificação das ações

específicas a serem realizadas para produzir as entregas do projeto.

24• Seqüenciar as atividades – O processo de identificação e documentação

dos relacionamentos entre as atividades do projeto.

• Estimar os recursos das atividades – O processo de estimativa dos tipos

e quantidades de material, pessoas, equipamentos ou suprimentos que

serão necessários para realizar cada atividade.

• Estimar as durações das atividades – O processo de estimativa mais

próximo possível do número de períodos de trabalho que serão

necessários para terminar atividades específicas com os recursos

estimados.

• Desenvolver o cronograma – O processo de análise das seqüências das

atividades, suas durações, recursos necessários e restrições do

cronograma visando criar o cronograma do projeto.

• Controlar o cronograma – O processo de monitoramento do andamento

do projeto para atualização do seu progresso e gerenciamento das

mudanças feitas na linha de base do cronograma.

2.4.4. Gerenciamento dos Custos do Projeto

Gerenciamento dos custos envolve os processos requeridos para

garantir o término do projeto dentro do orçamento aprovado. O gerenciamento

dos custos tem como objetivo cuidar dos recursos disponíveis para execução

de todo o ciclo de vida do projeto, evitando custos que não estavam previstos

no projeto.

• Estimar os custos – O processo de desenvolvimento de uma estimativa

de custos dos recursos monetários necessários para terminar as

atividades do projeto.

• Determinar o orçamento – O processo de agregação dos custos

estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para

estabelecer uma linha de base autorizada dos custos.

25• Controlar os custos – O processo de monitoramento do agendamento

do projeto para atualização do seu orçamento e gerenciamento das

mudanças feitas na linha de base dos custos.

Para SILVA (2000, p. 223):

"Custos são todos os fatores direto ou indiretamente

aplicados no processo de produção, ou geração de serviços

prestados".

De acordo com VARGAS (2003, p. 34):

"O Gerenciamento de Custos tem como objetivo

garantir que o capital disponível será suficiente para obter todos

os recursos para se realizarem os trabalhos do projeto".

2.4.5. Gerenciamento da Qualidade do Projeto

Gerenciamento da qualidade envolve os processos requeridos para

assegurar que o projeto irá satisfazer as necessidades para o qual foi criado.

Isto inclui as atividades de gerência geral que determina os objetivos, a política

e as responsabilidades em relação à qualidade e suas implementações tais

como: planejamento, controle, garantia e melhoria de qualidade dentro do

sistema de qualidade.

• Planejar a qualidade – O processo de identificar os requisitos e/ou

padrões de qualidade do projeto e do produto, bem como documentar

de que modo o projeto demonstrará a conformidade.

• Realizar a garantia de qualidade – O processo de auditoria dos

requisitos de qualidade e dos resultados das medições do controle de

qualidade para garantir que sejam usados os padrões de qualidade e as

definições operacionais apropriadas.

26• Realizar o controle da qualidade – O processo de monitoramento e

registro dos resultados da execução das atividades de qualidade para

avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias.

Conforme BROCKA (1994, p.5):

“Gerenciamento da qualidade fornece confiança sobre

as pessoas e as envolve completamente. Constitui-se uma

filosofia e em uma série de princípios que representam os

fundamentos de uma melhoria continua sobre a organização,

sobre todos os seus processos e uma medida das

necessidades dos clientes.”

Dentre os membros do projeto, o gerente de projeto deve ser o principal

componente a estar treinado e conhecer os princípios da qualidade.

Segundo SHIOZAWA (1993):

"O fundamental quando da adoção de um conceito de

qualidade por uma organização é que seu significado esteja

perfeitamente entendido e seja uma linguagem comum para

toda a organização."

Para um completo entendimento do conceito da qualidade, é importante

compreender que existem vários requisitos que devem ser observados para se

atingir, de fato, a maximização do sucesso do cliente: requisitos do cliente, da

organização, do mercado e da sociedade.

2.4.6. Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto

Gerenciamento de recursos humanos envolve os processos requeridos

para tomar o uso mais efetivo das pessoas que estão envolvidas no projeto.

Isto inclui todos os stakeholders.

27• Desenvolver o plano de recursos humanos – O processo de

identificação e documentação de funções, responsabilidades,

habilidades necessárias e relações hierárquicas do projeto, além da

criação de um plano de gerenciamento do pessoal.

• Mobilizar a equipe do projeto – O processo de confirmação da

disponibilidade dos recursos humanos e obtenção da equipe necessária

para concluir as designações do projeto.

• Desenvolver a equipe do projeto – O processo de melhoria de

competências, interação da equipe e ambiente global da equipe para

aprimorar o desempenho do projeto.

• Gerenciar a equipe do projeto – O processo de acompanhar o

desempenho de membros da equipe, fornecer feedback, resolver

questões e gerenciar mudanças para otimizar o desempenho do projeto.

De acordo com VARGAS (2003, p. 40):

"O Gerenciamento dos Recursos Humanos tem como

objetivo central fazer o melhor uso dos indivíduos envolvidos no

projeto".

Segundo VARGAS (2003, p. 10):

"As pessoas não estavam trabalhando nos mesmos

padrões, ou os padrões de trabalho não foram estabelecidos".

VARGAS (2003, p. 40) afirma também que "os recursos humanos são

necessários em vários níveis de especialidade e experiência, dependendo da

natureza do trabalho a ser realizado, do nível de maturidade do time do projeto

e das restrições internas e externas".

28

2.4.7. Gerenciamento das Comunicações do Projeto

Gerenciamento de Comunicação envolve os processos requeridos para

assegurar a geração, coleção, disseminação, dissertação, armazenamento e

disposição final de informação de projeto adequada e apropriadamente. Provê

as ligações acerca de pessoas, idéias e informação que são necessárias para

o sucesso do projeto. Todos os envolvidos devem ser preparados para enviar e

receber comunicações na "linguagem" do projeto e devem entender como as

comunicações individuais afetam o projeto como um todo.

Segundo HELDMAN (2003, p.252):

“Os processos da área de conhecimento

Comunicações tentam garantir que as informações do projeto,

inclusive os planos de projeto, avaliações de risco, anotações

feitas em reuniões e muito mais, sejam reunidas e

documentadas, como também, asseguram a distribuição e

compartilhamento das informações.”

• Identificar as partes interessadas – O processo de identificação de todas

as pessoas ou organizações que podem ser afetadas pelo projeto e de

documentação das informações relevantes relacionadas aos seus

interesses, envolvimento e impacto no sucesso do projeto.

• Planejar as comunicações – O processo de determinação das

necessidades de informação das partes interessadas no projeto e

definição de uma abordagem de comunicação.

• Distribuir as informações – O processo de colocar as informações

necessárias à disposição das partes interessadas no projeto, conforme

planejado.

• Gerenciar as expectativas das partes interessadas – O processo de

comunicação e interação com as partes interessadas para atender às

suas necessidades e solucionar as questões à medida que ocorrem.

29• Reportar o desempenho – O processo de coleta e distribuição de

informações sobre o desempenho, incluindo relatórios de andamento,

medições do progresso e previsões.

2.4.8. Gerenciamento dos Riscos do Projeto

Gerenciamento dos riscos envolve os processos relacionados à

identificação, análise e resposta aos riscos de projetos. Isso inclui maximizar

os resultados de ocorrências positivas e minimizar as conseqüências de

eventos adversos.

Segundo HELDMAN (2003, p.162):

"Os riscos se manifestam de diversos motivos. Alguns

internos e outros externos ao projeto [...] Os riscos associados

ao projeto em geral estão relacionados aos objetivos do projeto,

o que por sua vez, interferem no tempo, custo e qualidade ou

qualquer combinação dos três".

• Planejar o gerenciamento dos riscos – O processo de definição de como

conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto.

• Identificar os riscos – O processo de determinação dos riscos que

podem afetar o projeto e de documentação de suas características.

• Realizar a análise qualitativa dos riscos – O processo de priorização dos

riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e

combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto.

• Realizar análise quantitativa dos riscos – O processo de analisar

numericamente o efeito dos riscos identificados, nos objetivos gerais do

projeto.

• Planejar as respostas aos riscos – O processo de desenvolvimento de

opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças

aos objetivos do projeto.

• Monitorar e controlar os riscos – O processo de implementação de

planos de respostas aos riscos, acompanhamento dos riscos

30identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação de

novos riscos e avaliação da eficácia dos processos de tratamento dos

riscos durante todo o projeto.

2.4.9. Gerenciamento das Aquisições do Projeto

Gerenciamento das aquisições envolve os processos requeridos para

adquirir bens e serviços externos à organização. HELDMAN (2003, p.162)

informa que "Gerenciamento das Aquisições abrange os processos

relacionados a compra de mercadorias ou serviços em fornecedores externos,

contratados e distribuidores".

• Planejar as aquisições – O processo de documentação das decisões de

compras do projeto, especificando a abordagem e identificando

fornecedores em potencial.

• Conduzir as aquisições – O processo de obtenção de respostas de

fornecedores, seleção de um fornecedor e adjudicação de um contrato.

• Administrar as aquisições – O processo de gerenciamento das relações

de aquisição, monitorando o desempenho do contrato e realização de

mudanças e correções conforme necessário.

• Encerrar as aquisições – O processo de finalizar todas as aquisições do

projeto.

2.5. COMPETÊNCIAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O gerenciamento geral inclui o planejamento, a organização, a formação

de pessoal, a execução e o controle de operações de uma empresa existente.

Ele inclui disciplinas de apoio como:

• Contabilidade e gerenciamento financeiro;

• Compras e aquisições;

• Vendas e marketing;

31• Contratos e legislação comercial;

• Fabricação e distribuição;

• Logística e cadeia de abastecimento;

• Planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento

operacional;

• Estruturas organizacionais, comportamento organizacional,

administração de pessoal, compensação, benefícios e planos de

carreira;

• Práticas de saúde e segurança;

• Tecnologia da informação.

O gerenciamento geral fornece a base para a criação das habilidades de

gerenciamento de projetos e muitas vezes são essenciais para o gerente de

projetos. Em qualquer projeto específico, talvez seja necessária habilidade em

diversas áreas de gerenciamento geral. Essas habilidades estão

documentadas na literatura sobre gerenciamento geral e sua aplicação é

fundamentalmente a mesma em um projeto.

2.5.1. Habilidades Interpessoais

O gerenciamento de relações interpessoais inclui:

• Comunicação eficaz;

• Influência sobre a organização. A capacidade de "fazer com que as

coisas aconteçam";

• Liderança. Desenvolver uma visão e uma estratégia e motivar as

pessoas para que alcancem essa visão e essa estratégia;

• Motivação. Estimular as pessoas para que alcancem altos níveis de

desempenho e superem as barreiras que impedem as mudanças;

• Negociação e gerenciamento de conflitos. Conversar com outras

pessoas para chegar a um entendimento ou um acordo;

32• Resolução de problemas. A combinação entre definição do problema,

identificação e análise de alternativas e tomada de decisão.

2.6. INFLUÊNCIAS ORGANIZACIONAIS

Os projetos estão inseridos em uma realidade que é maior que o

projeto. A maturidade da organização em relação ao seu sistema de

gerenciamento de projetos, sua cultura, seu estilo, sua estrutura organizacional

e seu escritório de projetos influenciam diretamente o projeto.

Para o efetivo gerenciamento de um projeto, a equipe que irá executá-lo

necessita estar organizada segundo uma estrutura. É esta estrutura que irá

definir a sistemática de trabalho do grupo com o objetivo de entregar os

resultados do projeto ao cliente no prazo previsto, dentro do custo programado

e segundo as características técnicas definidas inicialmente (PATAH, 2002).

Nos últimos anos uma revolução vem ocorrendo no desenvolvimento de

novas estruturas organizacionais. Os executivos perceberam que as

organizações devem ser mais dinâmicas, capazes de se reestruturar

rapidamente conforme as necessidades do mercado (KERZNER, 2001).

Como alternativa à rigidez da estrutura organizacional funcional

(tradicional) surgiram as estruturas projetizadas e matriciais.

Segundo MEREDITH; MANTEL (2000), a estrutura projetizada vem

apresentando um rápido crescimento nas últimas décadas por muitas razões:

• A velocidade de resposta e a orientação ao mercado tornaram-se uma

exigência para a obtenção de sucesso nos dias de hoje;

• O desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços

regularmente requerem informações das mais diferentes áreas de

conhecimento;

• A rápida expansão de novidades tecnológicas em praticamente todas as

áreas das empresas tende a desestabilizar as estruturas funcionais;

33• Uma grande parte da alta administração não se sente muito confiante no

entendimento e na coordenação de todas as atividades que ocorrem

dentro das organizações.

Segundo KERZNER (2001), existem cinco indicadores que mostram que

a estrutura tradicional pode não ser a mais adequada para gerenciar projetos:

• Os gerentes estão satisfeitos com as habilidades técnicas de suas

equipes, mas os projetos não estão sendo executados segundo os

cronogramas definidos e dentro dos custos programados;

• Existe um grande compromisso na execução do projeto, mas uma alta

variação na performance do mesmo;

• Muitos talentosos especialistas envolvidos com o projeto se sentem sub-

utilizados;

• Grupos específicos de trabalho reclamam constantemente uns dos

outros por falhas na entrega do trabalho dentro do prazo previsto;

• Projetos estão sendo executados dentro das especificações e nos

prazos previstos, mas os subgrupos e os indivíduos não estão

satisfeitos com os resultados.

A figura 6 compara a influência das diferentes estruturas organizacionais

no gerenciamento de projetos.

34

Figura 6: Influência da estrutura organizacional nos projetos. Fonte: PMBOK, 2008, p. 28.

A maior parte das organizações desenvolveu culturas exclusivas e

descritíveis. Essas culturas se refletem em diversos fatores, que incluem:

• Normas, crenças, expectativas e valores compartilhados;

• Políticas e procedimentos;

• Visão das relações de autoridade;

• Ética do trabalho e horas de trabalho.

As culturas organizacionais geralmente possuem influência direta no

projeto. Por exemplo:

• Uma equipe que propõe uma abordagem pouco usual ou de alto risco

tem maior probabilidade de garantir a aprovação em uma organização

agressiva ou empreendedora;

• Um gerente de projetos com estilo altamente participativo provavelmente

encontrará problemas em uma organização com hierarquia rígida,

enquanto um gerente de projetos com estilo autoritário também

enfrentará problemas em uma organização participativa.

35

2.6.1. Organização Funcional Clássica

A organização funcional clássica, mostrada na Figura 7, é uma

hierarquia em que cada funcionário são agrupados por especialidade e possui

um superior bem definido. As organizações funcionais ainda possuem projetos,

mas o escopo do projeto geralmente é restrito aos limites da função.

Figura 7: Organização Funcional Clássica. Fonte: PMBOK, 2008, p.29.

As organizações não baseadas em projetos com freqüência podem não

ter sistemas de gerenciamento projetados para dar suporte às necessidades

dos projetos de modo eficiente e eficaz. A ausência de sistemas orientados a

projetos normalmente dificulta o gerenciamento de projetos. Em alguns casos,

as organizações não baseadas em projetos terão departamentos ou outras

sub-unidades que operam como organizações baseadas em projetos com

sistemas para dar suporte a eles. A equipe de gerenciamento de projetos deve

estar ciente de como a estrutura e os sistemas da sua organização afetam o

projeto.

36

2.6.2. Organização Projetizada

Na extremidade oposta está a organização por projeto, mostrada na

Figura 8. Em uma organização por projeto, os membros da equipe geralmente

são colocados juntos. A maior parte dos recursos da organização está

envolvida no trabalho do projeto e os gerentes de projetos possuem grande

independência e autoridade. As organizações por projeto em geral possuem

unidades organizacionais denominadas departamentos, mas esses grupos se

reportam diretamente ao gerente de projetos ou oferecem serviços de suporte

para os diversos projetos.

Figura 8: Orgaização Projetizada. Fonte: PMBOK, 2008, p. 31.

Organizações baseadas em projetos são aquelas cujas operações

consistem basicamente de projetos. Essas organizações estão incluídas em

duas categorias:

• Organizações cuja receita é obtida principalmente da realização de

projetos para terceiros sob contrato — empresas de arquitetura, firmas

de engenharia, consultores, empreiteiras e contratadas do governo;

• Organizações que adotaram o gerenciamento por projetos. Essas

organizações normalmente possuem sistemas de gerenciamento

37instalados para facilitar o gerenciamento de projetos. Por exemplo, seus

sistemas financeiros em geral são especificamente projetados para

contabilizar, acompanhar e emitir relatórios de diversos projetos

simultâneos.

2.6.3. Organização Matricial

As organizações matriciais, conforme mostrado nas Figuras 9 a 11 são

uma combinação de características das organizações funcional e por projeto.

As matrizes fracas mantêm muitas características de uma organização

funcional e a função do gerente de projetos é mais de um coordenador do que

de um gerente. De modo semelhante, as matrizes fortes possuem muitas das

características da organização por projeto, e podem ter gerentes de projetos

em tempo integral com autoridade considerável e pessoal administrativo

trabalhando para o projeto em tempo integral.

Figura 9: Organização Matricial Fraca. Fonte: PMBOK, 2008, p.30

38

Figura 10: Organização Matricial Balanceada. Fonte: PMBOK, 2008, p.30.

Figura 11: Organização Matricial Forte. Fonte: PMBOK, 2008, p.31.

2.6.4. Organização Composta

A maioria das organizações modernas envolve todas as estruturas já

citadas em vários níveis, conforme mostrado na Figura 12. Por exemplo, uma

organização funcional pode criar uma equipe especial para cuidar de um

39projeto crítico com muitas características de uma equipe de projeto de uma

Organização Projetizada. A equipe pode incluir pessoal de diferentes

departamentos funcionais trabalhando em tempo integral, pode desenvolver

seu próprio conjunto de procedimentos operacionais e pode operar fora da

estrutura hierárquica formal.

Figura 12: Organização Composta. Fonte: PMBOK, 2004, p.31.

40

CAPÍTULO III

3. ESTUDO DE CASO

O método de pesquisa utilizado para esse trabalho foi o estudo de caso,

com coleta de dados tipo observação participativa. O método de estudo de

caso é um método específico de pesquisa de campo. Estudos de campo são

investigações de fenômenos à medida que ocorrem, sem qualquer

interferência significativa do pesquisador. Seu objetivo é compreender o evento

em estudo e ao mesmo tempo desenvolver teorias mais genéricas a respeito

dos aspectos característicos do fenômeno observado (MORESI, 2004).

O estudo de caso consiste em uma investigação detalhada de uma ou

mais organizações, ou grupos dentro de uma organização, com vista a prover

uma análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo.

O fenômeno não está isolado de seu contexto (como nas pesquisas de

laboratório), já que o interesse do pesquisador é justamente essa relação entre

o fenômeno e seu contexto. A abordagem de estudo de caso não é um método

propriamente dito, mas uma estratégia de pesquisa (MORESI, 2004).

3.1. A EMPRESA PESQUISADA

3.1.1. Histórico da Empresa

Na década de 20, a companhia teve várias conquistas, como por

exemplo, lançou os Seguros de Automóveis, de Acidentes Pessoais e o

Sistema de Capitalização. Ela doou recursos para a realização de obras de

fornecimento de água para a cidade do Rio de Janeiro, e participou ativamente

do desenvolvimento urbano do país.

Na década de 40, deu início aos investimentos para a construção de

conjuntos residenciais e moradias populares. Deu também início a construção

41do Hospital Larragoiti, atual Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro,

posteriormente doado à comunidade.

No ano de 1989, lançou o Seguro Sul América Saúde, o primeiro do

gênero no Brasil. No mesmo ano, foi lançado de forma pioneira o Serviço de

Assistência 24 Horas, sucesso seguido por diversas empresas do mercado.

Assumiu, em 1995, a liderança do mercado nacional de Seguro Saúde,

ramo que mais cresceu no período. O sucesso da associação com o Banco do

Brasil se refletiu na criação das empresas BrasilCap, BrasilSaúde e

BrasilVeículos.

A Sul América e mais quatro empresas seguradoras, formaram a

Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação, primeira companhia do país

destinada a operar exclusivamente no segmento de seguros para o comércio

externo. A companhia constituiu uma joint-venture com a Aetna Inc., empresa

líder na área de seguro saúde e uma das maiores seguradoras norte-

americanas. A Sul América Aetna concentra suas atividades nos segmentos de

Seguros de Saúde, Vida e Previdência.

Em 2002, o grupo financeiro holandês ING, assumiu 49% das ações da

Sul América Aetna. A operação foi concretizada com a compra da área

internacional e da administração de finanças da seguradora Aetna, sediada

nos Estados Unidos, que era acionista da companhia brasileira.

Com a sociedade formada com o grupo financeiro holandês ING, a Sul

América apresentou ao mercado a marca de sua associação. A identidade

visual ressalta todo o dinamismo, confiança, experiência e o lado socialmente

responsável desta parceria e os seus impactos positivos para o

desenvolvimento do mercado de seguros, serviços financeiros e previdência no

país.

A parceria, consolidada em março de 2002, foi um dos mais importantes

acontecimentos para o setor de seguros e de administração de ativos do país

nos últimos anos. A aquisição de 49% das ações da companhia brasileira pelo

ING - uma das maiores instituições financeiras e de seguros do mundo, com

mais de 500 bilhões de dólares em ativos sob administração - tem

demonstrado, acima de tudo, a confiança destes dois grupos no potencial da

42economia nacional e nas oportunidades de crescimento dos mercados

considerados estratégicos para a associação.

Em 2004, a Sul América Investimentos ficou entre as dez instituições

financeiras que mais captaram no mercado, com um crescimento acima da

média. Só no final deste ano foram registrados R$ 6 bilhões em recursos

administrativos, expansão de 19,38% considerando o mesmo período de 2003.

Esse foi mais um resultado positivo obtido pela empresa, destacando como

diferencial o serviço oferecido de alta qualidade e a ótima performance dos

nossos fundos.

Lançado este ano nas cidades de Ribeirão Preto e Campinas, o Sul

América Consórcio oferece planos para aquisição de imóvel, caminhão e

automóvel. O lançamento está alinhado à estratégia da Sul América, em

parceria com o ING, de consolidar-se como empresa de serviços financeiros no

mercado brasileiro. A comercialização do Sul América Consórcio é efetuada,

exclusivamente, por corretores de seguros, principais parceiros de negócios da

companhia.

Na área de Recursos Humanos, a Sul América sempre oferece para os

funcionários cursos para o desenvolvimento profissional e treinamentos. Existe

também um canal direto de atendimento a funcionários, no qual podem ligar

para tirar dúvidas sobre questões trabalhistas entre outras.

Em 2005 é inaugurado em São Paulo o primeiro Centro Automotivo de

Super Atendimento, que revoluciona a prestação de serviços no segmento de

seguros de automóveis.

Por meio de um contato com Axa Corporate Solutions, a SulAmérica

passa a ter a preferência, em 2006, para oferecer seus produtos aos clientes

internacionais da Axa no Brasil.

A SulAmérica lança em São Paulo, no final de fevereiro de 2007, a

Rádio SulAmérica Trânsito 92,1 FM, que transmite 24 horas por dia, boletins,

notícias e dicas sobre o trânsito da capital paulista e contribuiu para a

consolidação da marca da SulAmérica no maior mercado de seguros do País.

Em 5 de outubro de 2007, a Sul América S.A. dá início à sua atuação

como companhia de capital aberto. As units da companhia passam a ser

43negociadas na BM&FBovespa e são listadas no Nível 2 de Governança

Corporativa, segmento destinado à negociação de ações de companhias que

se submetem voluntariamente a seguir práticas de boa Governança

Corporativa e exigência de divulgação de informações.

Em 20 de dezembro de 2007, é lançada a pedra fundamental do Edifício

SulAmérica no Rio de Janeiro, no Complexo RioCidadeNova. Junto com o

lançamento da pedra fundamental, é inaugurada a rua Beatriz Larragoiti Lucas,

em homenagem a uma das maiores representantes do mercado segurador

brasileiro.

Em Agosto/09, a SulAmérica inaugurou suas novas instalações no Rio

de Janeiro, localizado no Complexo RioCidadeNova. O novo prédio dispõe de

modernos sistemas de energia e tecnologia da informação e atende aos mais

exigentes requisitos de sustentabilidade e de eficiência operacional. O

complexo também abriga o primeiro Centro Automotivo do Rio de Janeiro,

serviço exclusivo desenvolvido pela Companhia para facilitar a vida dos

clientes do Seguro Auto SulAmérica.

3.1.2. Porte, Funcionários e Segmento de Atuação

A Sul América é considerada uma empresa de grande porte, além de

ser uma multinacional. É uma empresa fortemente identificada com a área de

seguros de automóvel, porém, ela também trabalha com seguros residenciais

(casas, condomínios e empresas), de saúde, de vida, seguro odontológico e de

riscos industriais. Oferece também planos de previdência privada para famílias

ou empresas.

A Sul América Companhia Nacional de Seguros é composta por 4.000

funcionários.

3.1.3. Localização, Filiais e Faturamento

A Sul América Companhia Nacional de Seguros tem sede na Rua

Beatriz Larragoiti Lucas, n° 121 – Cidade Nova – Rio de Janeiro. Ela está

44presente em 15 estados do Brasil, através de C.A.S.A.s, sucursais e núcleos

de atendimento ao corretor / segurado.

Existe um Call Center (TELESAS) que está localizado no Rio de

Janeiro, para diversos assuntos, como por exemplo: aviso de sinistro,

assistência 24hs, cálculos diversos e emissões de apólices, além do SAC.

No ano passado, a Sul América Companhia Nacional de Seguros

obteve um faturamento no valor de R$ 419 milhões.

3.1.4. Missão, Visão e Valores

Sua missão, conforme aparece em boa parte de seus documentos, é

assegurar proteção financeira e tranqüilidade aos nossos clientes, em uma

relação única de agilidade, confiança e transparência.

A visão da empresa é ser até 2012, a empresa preferida por clientes e

corretores, nos principais mercados em que atua, estando entre as mais

rentáveis.

Os valores da SulAmérica são:

• Buscamos sempre os melhores resultados.

• Cumprimos o que prometemos.

• Somos acessíveis e dinâmicos.

• Temos vocação para servir.

• Valorizamos os colaboradores e o trabalho em equipe.

• Somos comprometidos com a sustentabilidade.

45

3.1.5. Organograma da Empresa

3.2. CARACTERIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO

A GEDAC (Gerência de Desenvolvimento e Acompanhamento

C.A.S.A.s) é a área na qual me encontro alocada. A GEDAC tem por finalidade

definir as localidades com viabilidade para implantação do Centro Automotivo,

buscar aprovação estratégica, gerenciar todo o projeto e implantar a unidade.

A minha atividade consiste em:

• Realizar o estudo de viabilidade financeira;

• Elaboração dos fluxos de caixa;

• Elaboração da apresentação para o comitê executivo;

• Acompanhamento e gerenciamento do projeto;

• Controle de todas as atividades do projeto;

• Implantação do projeto.

Presidência (PRESI)

VP - Tecnologia e Sistemas(VITES)

VP - Comercial(VICOM)

VP –Investimentos

(VIPIN)

VP – Saúde (VICEP)

VP – Auto e RE(VIPRE)

VP – Controle e Op. Financeiras

(VICOF)

VP – RH eAdministração

(VIREA)

VP – Prev.Fundos e Vida

(VIPEF)

Divisão ContactCenter(DICCE)

DepartamentoCorporativo deInformática(SUINF)

DepartamentoSinistros(SUSIR)

DepartamentoTécnico /

Administrativo(SUAPO)

Gerência de Desenvolv. EAcompa.C.A.S.A.(GEDAC)

Gerência de Operação Sul(GESOP)

Gerência de Operação Sudeste(GESOP)

Gerência de Operação São

Paulo(GESOP)

Gerência de Operação

Centro-Oeste(GESOP)

Gerência de Operação Norte

(GESOP)

Gerência de OperaçãoNordeste 1(GESOP)

Gerência de OperaçãoNordeste 2(GESOP)

Presidência (PRESI)

VP - Tecnologia e Sistemas(VITES)

VP - Comercial(VICOM)

VP –Investimentos

(VIPIN)

VP – Saúde (VICEP)

VP – Auto e RE(VIPRE)

VP – Controle e Op. Financeiras

(VICOF)

VP – RH eAdministração

(VIREA)

VP – Prev.Fundos e Vida

(VIPEF)

Divisão ContactCenter(DICCE)

DepartamentoCorporativo deInformática(SUINF)

DepartamentoSinistros(SUSIR)

DepartamentoTécnico /

Administrativo(SUAPO)

Gerência de Desenvolv. EAcompa.C.A.S.A.(GEDAC)

Gerência de Operação Sul(GESOP)

Gerência de Operação Sudeste(GESOP)

Gerência de Operação São

Paulo(GESOP)

Gerência de Operação

Centro-Oeste(GESOP)

Gerência de Operação Norte

(GESOP)

Gerência de OperaçãoNordeste 1(GESOP)

Gerência de OperaçãoNordeste 2(GESOP)

46

3.2.1. C.A.S.A. – Explicando o Conceito

O C.A.S.A. (Centro Automotivo de Super Atendimento) é um Centro de

Atendimento a veículos sinistrados, que dispõe de total estrutura para oferecer

um atendimento completo ao cliente. Seu objetivo é levar agilidade, segurança,

comodidade e principalmente tranqüilidade na hora do sinistro aos segurados

do SulAmérica Auto e terceiros.

Ao acionar a central de atendimento para comunicar o sinistro, o

segurado será instruído a deixar seu carro danificado no C.A.S.A. para que a

SulAmérica cuide de todo o processo, desde a vistoria, laudo de avarias,

transporte para a oficina e carro reserva.

O Atendimento no C.A.S.A. se aplica a segurados e terceiros e as

seguintes categorias:

• Passeio nacional e importado;

• Pick-up leve nacional e importada;

• Pick-up pesada nacional e importada;

• Táxi

Ao chegar no C.A.S.A. o cliente receberá todo o atendimento inicial

necessário para o bom andamento do processo de sinistro, tais como:

• Vistoria de Constatação de danos: O veículo será vistoriado para

verificar se o valor do reparo ficará acima da franquia. Além disso, será

realizado um check-list, onde constará o estado do veículo ao chegar no

Centro Automotivo, garantindo ao segurado o que será reparado.

• Locação de Veículo: O segurado SAS poderá optar, caso o reparo fique

acima da franquia, pelo carro reserva (de acordo com plano de

Assistência 24h contratado), ou ter desconto de 25% na franquia. Se

escolher o carro reserva, poderá retirá-lo no próprio Centro Automotivo.

• Reparo de vidros: O segurado pode contar com um prestador para

realizar o reparo dos vidros, lanternas e/ou faróis do veículo sinistrado.

47Para isso deverá entrar em contato com a central de aviso de sinistro e

agendar um horário para a realização do serviço no C.A.S.A. da sua

região, com toda a comodidade.

Segue abaixo relação das regiões onde podemos encontrar um C.A.S.A.:

Americana Porto AlegreAricanduva (Zona Leste - SP) RecifeBarra da Tijuca Recife 2Belo Horizonte Ribeirão PretoBlumenau Rio de Janeiro Botafogo RJ - Zona NorteBrasília SalvadorCampinas Santana (Zona Norte - SP) Caxias do Sul Santo André (ABC) Cuiabá SantosCuritiba São José dos CamposFortaleza São Paulo (Zona Sul - SP)Goiânia SorocabaManaus Uberlândia Natal Vitória

C.A.S.A.s

3.3. O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DA EMPRESA

PESQUISADA

A SulAmérica adota a metodologia PMI® no gerenciamento de projetos,

agrupando as fases do projeto em cinco grupos de processos: Iniciação,

Planejamento, Execução, Controle e Encerramento.

3.3.1. Iniciação

Projetos são implementados como meios de realizar o plano estratégico

da organização. Dessa forma, os projetos devem ser iniciados a partir de uma

justificativa, uma causa (demanda de mercado, necessidade do cliente,

necessidade empresarial, necessidade de avanço tecnológico, necessidade

48social ou ação da concorrência), aderente aos documentos estratégicos da

SulAmérica.

Todos os projetos da SulAmérica precisam ser aprovados pelo comitê

executivo da empresa para que sejam iniciados. Para isso, a área gestora do

projeto precisa elaborar uma apresentação justificando a necessidade do

projeto e qual retorno trará a empresa. Uma vez aprovado, a área gestora

deverá elaborar o Termo de Abertura do Projeto (TAP), elaborar a Declaração

de Escopo Preliminar do Projeto e convocar uma reunião com todas as área

envolvidas para comunicar a abertura do projeto.

3.3.2. Planejamento

Estando concluído o processo de Iniciação, dá-se início ao

Planejamento do projeto. O Gerente do Projeto é o responsável por esse

processo, com a participação ativa da equipe do projeto e do sponsor.

São realizadas reuniões semanais para mapear os riscos da respectiva

localidade, elaborar o orçamento final e fechar o cronograma detalhado das

atividades.

3.3.3. Execução

A responsabilidade desse processo é da Equipe do Projeto. A finalidade

do processo da Execução do Plano do Projeto é coordenar as pessoas e

outros recursos para realizar o plano.

Nessa etapa os recursos são comprometidos e alocados nas atividades,

e o produto do projeto é criado.

O desempenho da execução deve ser continuamente confrontado com o

plano, especialmente no que diz respeito ao escopo, cronograma, custo e

qualidade, tomando-se as providências corretivas necessárias.

As habilidades da equipe identificadas na fase de planejamento devem

ser providas nessa etapa para garantir o sucesso da condução. O esquema

de distribuição das informações definido na fase de planejamento deve ser

49executado, disponibilizando-se as informações necessárias, no momento

adequado e para as pessoas previstas.

3.3.4. Controle

O desempenho do projeto deve ser monitorado, procedendo-se os

ajustes necessários, na medida em que desvios significativos forem

detectados. Quando os desvios colocam em risco os objetivos do projeto o

Plano deve ser refeito, repetindo-se processos de planejamento que sejam

adequados àquele caso. Por exemplo, um desvio detectado no cronograma

pode requerer ajuste nos recursos alocados, autorização para horas extras,

etc.

Os processos essenciais de controle são a comunicação do

desempenho, mediante elaboração e divulgação do relatório de progresso e o

plano de mudanças, que garantirá que todas as mudanças efetuadas no

projeto serão devidamente documentadas no Plano do Projeto.

Em cada ponto de controle do projeto (marcos) devem ser feitas

avaliações sobre o andamento do projeto. Para essa tarefa, a área utiliza o

Modelo de Relatório de Progresso do Projeto.

Nesse documento, o Gerente de Projeto deve documentar e validar as

tarefas já realizadas – documentar os problemas enfrentados e que tenham

gerado atraso, tarefas que não foram realizadas – informando os problemas

que geraram o atraso e quais as medidas a serem tomadas, as próximas

tarefas e problemas que podem afetar a realização das mesmas.

3.3.5. Encerramento

É o processo de aceitação formal do projeto, encerrando o mesmo de

forma organizada e documentada. Nesta fase é, realizado o evento de

inauguração onde fica formalizada a entrega do projeto para a área de

operação.

50

3.3.5.1. Termo de Aceito do Produto ou Serviço

O seu preenchimento é responsabilidade do Gerente de Projeto, que

deve preenchê-lo em conjunto com o Sponsor. É o documento onde todas as

informações do projeto são reunidas e armazenadas a fim de evitar problemas

em novos projetos (lições aprendidas) e selecionar as melhores práticas.

A área utiliza o modelo abaixo como Termo de Aceite:

3.3.6. Lições Aprendidas

Nesse documento se identifica o que deu certo e errado no projeto, que

elogios e críticas poderiam ser feitos, e quais as conclusões e recomendações

para os próximos projetos.

51

52

53

CONCLUSÃO

A importância da utilização de métodos, técnicas e ferramentas na

gerência de projetos, em todas as áreas da atividade humana, é cada dia mais

reconhecida. O sucesso de um projeto está diretamente relacionado a um bom

gerenciamento do mesmo e a utilização de metodologia, ferramentas e

pessoas capacitadas em gerência de projetos. Isto se deve, em parte, pelo

entendimento de que parte significativa do insucesso em projetos está

relacionada com uma má gerência de projetos ou, algumas vezes, por uma

ausência completa de gerenciamento.

Os projetos são utilizados para por em prática as estratégias

corporativas das organizações. Para manter-se competitiva no mercado, a

empresa têm que ter agilidade em disponibilizar soluções em tempo hábil,

como resposta às demandas dos clientes, para mitigar ação da concorrência,

atender demanda legal, entre outras que originam a criação de projetos dentro

de uma empresa.

Sendo o mercado segurador brasileiro um dos mais competitivos, a

empresa pesquisada também se enquadra nesse contexto, operando

internamente em um ambiente multiprojeto, onde diferentes projetos

compartilham, ou melhor, disputam, os recursos comuns, geralmente

escassos.

Sendo o projeto em questão de âmbito estratégico, foi criada na

estrutura da empresa uma gerência com a função de gerenciar o projeto

C.A.S.A.

A iniciativa tem como objetivo principal a disseminação e aplicação das

melhores práticas de gerenciamento de projetos, baseados na metodologia

PMI®, com as devidas adaptações à realidade da organização. Essa é a

realidade das empresas no país, onde se constata que os escritórios montados

estão, na sua maioria, em processo de implementação e amadurecimento. As

pesquisas apontam que a prática de gerenciamento por projetos é um caminho

sem volta.

54Entendo que a experiência de Gerenciamento de Projetos na empresa

pesquisada, hoje restrito à gerência em questão, deveria ser

estendida a todas as áreas da SulAmérica Cia Nacional de Seguros, elevando

o nível de maturidade corporativa.

O presente trabalho proporcionou o acompanhamento de um caso real

do ciclo de vida de um projeto no âmbito da empresa, desde a identificação da

necessidade pela Unidade de Negócio até a fase de construção do Plano de

Projeto (Processo de Planejamento), sob responsabilidade da GEDAC.

O que foi proposto no objetivo geral definido para esse trabalho, em

analisar a aplicabilidade da metodologia PMI® no gerenciamento de projeto em

uma grande seguradora, foi atingido plenamente. O estudo do caso

possibilitou, também, que os objetivos específicos fossem alcançados,

principalmente quanto à disseminação da metodologia PMI® entre os

membros da equipe e a criação de um Plano de Projeto utilizando os

processos e documentação do PMBOK® - Project Management Body of

Knowledge.

55

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALBANO, Ricardo. Gerenciamento de Projetos: Procedimento Básico e

Etapas Essenciais. Editora ARTLIBER. 2001.

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VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração.

5. ed. São Paulo: Atlas, 2004

58

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto.

Figura 2 - Nível típico de custos e de pessoal do projeto ao longo do seu ciclo

de vida.

Figura 3 - Os grupos de processos de gerenciamento de projetos.

Figura 4 - Sobreposição dos grupos de processos durante o desenvolvimento

do projeto.

Figura 5 - As nove áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos.

Figura 6 - Influência da estrutura organizacional nos projetos.

Figura 7 - Organização funcional clássica.

Figura 8 - Organização projetizada.

Figura 9 - Organização matricial fraca.

Figura 10 - Organização matricial balanceada.

Figura 11 - Organização matricial forte.

Figura 12 - Organização composta.

59

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO --------------------------------------------------------------------------- 02

AGRADECIMENTOS ------------------------------------------------------------------------- 03

DEDICATÓRIA --------------------------------------------------------------------------------- 04

RESUMO ---------------------------------------------------------------------------------------- 05

METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------------- 06

SUMÁRIO ---------------------------------------------------------------------------------------- 07

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 09

CAPÍTULO I

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ------------------------------------------------------ 11

CAPÍTULO II

4. CONCEITOS BÁSICOS ----------------------------------------------------------------- 15

4.1. CONCEITO DE PROJETO ------------------------------------------------------- 15

4.2. O CICLO DE VIDA DO PROJETO ---------------------------------------------- 16

4.3. O GERENCIAMENTO DE PROJETOS --------------------------------------- 18

4.3.1. Os grupos de Processos ------------------------------------------------ 18

4.4. AS ÁREAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ---------------------- 20

4.4.1. Gerenciamento do Escopo do Projeto ----------------------------- 21

4.4.2. Gerenciamento da Integração do Projeto ------------------------- 22

4.4.3. Gerenciamento do Tempo do Projeto ------------------------------ 23

4.4.4. Gerenciamento dos Custos do Projeto ---------------------------- 24

4.4.5. Gerenciamento da Qualidade do Projeto ------------------------- 25

604.4.6. Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto ---------- 26

4.4.7. Gerenciamento das Comunicações do Projeto ----------------- 28

4.4.8. Gerenciamento dos Riscos do Projeto ----------------------------- 29

4.4.9. Gerenciamento das Aquisições do Projeto ----------------------- 30

4.5. COMPETÊNCIAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS ----------- 30

4.5.1. Habilidades Interpessoais ---------------------------------------------- 31

4.6. INFLUÊNCIAS ORGANIZACIONAIS ------------------------------------------ 32

4.6.1. Organização Funcional Clássica ------------------------------------- 35

4.6.2. Organização Projetizada ------------------------------------------------ 36

4.6.3. Organização Matricial ---------------------------------------------------- 37

4.6.4. Organização Composta -------------------------------------------------- 38

CAPÍTULO III

5. ESTUDO DE CASO ---------------------------------------------------------------------- 40

5.1. A EMPRESA PESQUISADA ----------------------------------------------------- 40

5.1.1. Histórico da Empresa ---------------------------------------------------- 40

5.1.2. Porte, Funcionários e Segmento de Atuação -------------------- 43

5.1.3. Localização, Filiais e Faturamento ---------------------------------- 43

5.1.4. Missão, Visão e Valores ------------------------------------------------- 44

5.1.5. Organograma da Empresa ---------------------------------------------- 45

5.2. CARACTERIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO -------------------------------- 45

5.2.1. C.A.S.A. – Explicando o conceito ------------------------------------ 46

5.3. O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DA EMPRESA

PESQUISADA ------------------------------------------------------------------------ 47

5.3.1. Fase de Iniciação ---------------------------------------------------------- 47

5.3.2. Fase do Planejamento ---------------------------------------------------- 48

5.3.3. Fase da Execução --------------------------------------------------------- 48

5.3.4. Fase do Controle ----------------------------------------------------------- 49

5.3.5. Fase do Encerramento --------------------------------------------------- 49

5.3.5.1. Termo de Aceite do Produto ou Serviço --------------------- 50

5.3.6. Lições Aprendidas --------------------------------------------------------- 50

61CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 53

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ---------------------------------------------------------- 55

ÌNDICE DE FIGURAS ------------------------------------------------------------------------ 58

62

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: ____________________________________________

Título da Monografia: ____________________________________________

Autor: _________________________________________________________

Data da entrega: ________ / ________ / ________

Avaliado por: ________________________ Conceito: ___________