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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O DÉFICIT DE LEITURA E A DIFICULDADE NA PRODUÇÃO DE TEXTO Por: Patricia Firmina Carvalho Marinho Orientador Prof.ª Geni Lima Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · 2009. 8. 6. · Pretende-se, por fim, reavaliar o modo de atuar dos professores que, por questões de diversas naturezas (baixa

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O DÉFICIT DE LEITURA

E

A DIFICULDADE NA PRODUÇÃO DE TEXTO

Por: Patricia Firmina Carvalho Marinho

Orientador

Prof.ª Geni Lima

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O DÉFICIT DE LEITURA

E

A DIFICULDADE NA PRODUÇÃO DE TEXTO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em Psi-

copedagogia.

Por: Patricia Firmina Carvalho Marinho

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por mais uma vitória.

Ao meu marido, pelo apoio e incentivo na

realização deste trabalho e por patrocinar

os meus estudos ao longo desses anos,

tendo, em alguns momentos de sua vida,

que adiar os seus sonhos para que eu

pudesse realizar os meus.

E a todos os colegas de turma e professo-

res que, de forma direta ou indireta, con-

tribuíram para realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo, amigo e companheiro, que

muito me incentivou na realização deste cur-

so.

Ao meu filho Rafael, razão da minha exis-

tência, minha inspiração para me tornar uma

profissional qualificada.

Patricia Firmina Carvalho Marinho

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é mostrar dois graves problemas que estão acontecen-

do com nossos estudantes em relação ao ensino da Língua Portuguesa, a falta

de leitura e, como conseqüência, a dificuldade na escrita. O tema a ser discutido

refere-se à precária formação promovida pela maioria das instituições educacio-

nais aos jovens de nosso país. Algo, a princípio, não levado em consideração por

muitos educadores, pois, aparentemente, não mostrava ser tão prejudicial à cons-

trução de novos talentos, mas que se analisado de forma criteriosa, denuncia a

existência de um processo degenerativo da educação, responsável pela formação

de uma leva de alunos com graves problemas associados à interpretação e pro-

dução de textos, de qualquer natureza, o que interfere na sua “leitura de mundo”.

Pretende-se, também, identificar o grau de responsabilidade da sociedade nessa

questão. Além disso, são apresentados diversificados mecanismo/métodos de

diagnóstico e intervenção que podem ser utilizados a fim de viabilizar o estudo

detalhado do problema da leitura e produção textual desses jovens, possibilitando

a adoção de políticas educacionais, de caráter emergencial, àqueles que já so-

frem desse mal; bem como medidas preventivas, promovidas pelas próprias es-

colas que consigam estimular o interesse dos discentes pela leitura.

Palavras-chave: escola, pais, incentivo, leitura e escrita.

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METODOLOGIA

Os instrumentos utilizados para a elaboração deste trabalho incluíram

anotações de aula, a rede mundial de computadores: a internet e pesquisas bibli-

ográficas particular e indicada por professores do curso.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Metodologias aplicadas no processo de leitura e escrita 10

CAPÍTULO II - As dificuldades encontradas por professores e alunos no

ensino e na aprendizagem da língua portuguesa 16

CAPÍTULO III - Diagnóstico para melhoria da leitura e da produção textual 22

CONCLUSÃO 29

BIBLIOGRAFIA 30

ANEXOS 32

ÍNDICE 34

FOLHA DE AVALIAÇÃO 35

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo promover o debate acerca das dificuldades

na leitura e na produção de textos de estudantes das redes pública e particular do

6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. O presente estudo

não se refere a distúrbios como disortografia, dislexia e disgrafia. Concentra-se,

apenas, nos problemas decorrentes da falta de hábito de ler e escrever.

O intuito é apresentar meios para diagnosticar e intervir naqueles alunos

que já convivem com essas dificuldades, a fim de saná-la ou reduzi-la ao mínimo,

bem como prevenir para que outros não venham sofrer desse mal.

A relevância do tema se dá pela pobreza de vocabulário e da falta de

qualidade observadas nas redações redigidas por uma parcela significativa de

adolescente, que carregam esses desvios da escrita até o momento do vestibular,

encontrando naquela situação, um grande obstáculo à confecção de uma disser-

tação.

O primeiro capítulo abordará a importância da metodologia no processo

de ensino e aprendizagem, pois conteúdo e métodos devem ser elementos es-

senciais para que o professor ofereça ao aluno aulas dinâmicas e ambiente pro-

pício ao aprendizado.

No segundo capítulo serão expostas as dificuldades enfrentadas por pro-

fessores e alunos relativas à leitura e à escrita. Questões pertinentes à estrutura

da escola, à omissão da família, ao material didático, dentre outros, também se-

rão debatidos. Pretende-se, por fim, reavaliar o modo de atuar dos professores

que, por questões de diversas naturezas (baixa remuneração, carência de recur-

sos, instalações físicas precárias e/ou inadequadas) acabam oferecendo aulas

tediosas e cansativas que comprometem o rendimento da classe.

No terceiro e último capítulo serão apresentadas alternativas de como di-

agnosticar no aluno a dificuldade da leitura e a produção da escrita e com intervir

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9 para ajudá-lo, bem como fazer prevenções para afastar no aluno o descaso que

ele faz em relação à leitura e escrita.

Procura-se, aqui, repensar metodologias aplicáveis à produção textual e,

sobretudo, à busca do prazer na leitura, suas implicações do desenvolvimento de

uma escrita coerente e os problemas que os educandos apresentam na hora de

pôr suas idéias no papel. Sabe-se o quão importante é o domínio da leitura e da

escrita, e que os benefícios advindos dessa prática são inestimáveis à construção

de cidadãos completos, conscientes, críticos,... verdadeiramente livres.

Enfim, considerando essas questões, busca-se fazer uma reflexão sobre

o papel do professor, da escola e da sociedade na produção de “novos” leitores

e, quem sabe, escritores.

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CAPÍTULO I

METODOLOGIA APLICADA NO PROCESSO

DE LEITURA E ESCRITA

Este capítulo tem o intuito de abordar as diversas metodologias que po-

dem ser adotadas para o desenvolvimento, diga-se, assim, sustentável, do pro-

cesso de leitura e escrita dos estudantes e, suas implicações para despertar o

interesse pelo tema em questão. Mostrar que a leitura e a escrita podem ser uma

atividade prazerosa, de aprendizagem e, sobretudo, algo fundamental na forma-

ção do indivíduo. Entretanto, para que isso aconteça, é fundamental que exista

uma boa interação do professor, do aluno e do método educativo adotado pelo

docente. Somente com a materialização desse desafio didático, envolvendo pro-

fessor x aluno x metodologia é que se consegue diagnosticar, com precisão, o

grau de dificuldade do aluno no processo de aprendizagem. Nesta situação, po-

de-se afirmar que um método de ensino torna-se concreto quando se converte

em aprendizagem.

“O método traz dentro de si a idéia de uma direção com a finalidade de alcançar um propósito, não se tratando, porém, de uma direção qualquer, mas daquela que leva de forma mais segura à construção de um propósito estabelecido.” (VEIGA, 1999, p.85).

Alcançar um propósito significa estabelecer uma relação singular entre os

conteúdos e os métodos de ensino, capaz de promover um aumento substancial

da eficiência do processo ensino X aprendizagem. É importante, nesta oportuni-

dade, ressaltar que conteúdos e métodos, elementos essenciais na composição

da prática docente, têm, obrigatoriamente, que apresentar uma relação de har-

monia, pois estes são fatores determinantes para o comportamento dos alunos

em sala de aula. Conteúdos e métodos bem ajustados viabilizam a quebra de

paradigmas dos modelos de aprendizagem ora em voga, o que garante ao docen-

te vislumbrar, quando a situação o exigir, uma mudança significativa da rotina pe-

dagógica e o fim da superficialidade no processo de ensino.

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11 As escolas precisam promover uma nova abordagem, simples, mas di-

versificada, no que diz respeito ao trabalho com textos, no sentido que se

desenvolva a leitura, o debate e a exposição dos mais diversificados assuntos

(cultura, religião, política, esportes, entre outros). Essa medida, embora possa

parecer sem efeito, certamente, culminará no desenvolvimento aprimorado da

escrita. Nos dias atuais, é inadmissível que ainda existam alunos saindo do

ensino médio sem saber redigir uma linha sequer de texto com coerência; uma

dissertação ou até mesmo um simples recado transmitido ao colega de classe;

que leiam e não saibam identificar o que está escrito nas entrelinhas — também

conhecidos como analfabetos funcionais, essa é a parcela de indivíduos que mais

cresce na população brasileira. Afinal, a leitura é o passo primordial para que o

discente possa compreender a escrita e, nessa relação simbiótica, as seguintes

etapas: o texto, o conteúdo, o conhecimento prévio e a organização do

pensamento. Enfim, todos esses itens fazendo parte de um processo de

interação com o leitor. O professor, ao adotar uma metodologia, deve levar em consideração a

vivência dos alunos, visto que tal variável é fator preponderante; crucial para ob-

tenção de êxito na sua empreitada: educar. Desta forma, o processo de aprendi-

zagem transcorrerá de forma convincente, o que tornará mais fácil o trabalho de

conscientizar os alunos da importância da leitura e escrita. Para isso, o docente

deverá se mostrar sensível ao aluno, despertando em cada momento, a motiva-

ção e o interesse. É algo trabalhoso, tarefa árdua, pois motivação e interesse são

diferentes em cada pessoa, mas àquele que ama o que faz não costuma esmae-

cer diante dos desafios.

“Na busca da melhoria da educação, o professor se posicio-na diante do conhecimento e suas implicações metodológi-cas, em situação tal que possa direcionar a estrutura educa-cional sem, porém atuar como o informador, ou aquele que leva o conhecimento pronto para que o aluno o absorva a-través de mecanismos, muito mais memorizando do que cri-ando”. (GUAPYASSU, Zilda e Outros, p. 13)

As autoras apresentam uma idéia de metodologia baseada no diálogo

com tolerância e respeito, sendo o professor um mediador que estimula seu alu-

no, para que este seja capaz de construir o seu próprio conhecimento.

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12 A fim de facilitar a comunicação, é imprescindível que o professor adapte

sua fala à realidade do aluno, de forma a contribuir à melhoria da sua linguagem,

para que o seu vocabulário se expanda, pois a metodologia precisa estar em sin-

tonia com o educando, e o professor precisa estar sensível para mediar à relação

sujeito x conhecimento.

1.1- Metodologia para despertar o interesse do aluno

Na fuga de aulas cansativas e previsíveis, vários recursos poderão ser

usados em sala de aula para despertar o interesse do aluno. Para tanto, é neces-

sário buscar no aluno a prática da leitura por prazer. Atualmente, na prática literá-

ria das instituições de ensino, busca-se, tão somente, verificar o nível de enten-

dimento de textos chatos, complexos, evasivos, na maioria das vezes, descone-

xos do cotidiano do alunado.

O material didático tem de ser algo que possa ser utilizado em qualquer

realidade, pois só assim poderá abranger o multiculturalismo presente nas salas

de aula.

É dever do professor colaborar para o êxito do aluno, oferecendo meca-

nismos para seu desenvolvimento, de forma a estimulá-lo a procurar respostas

para seus questionamentos.

Para enfrentar o problema da ausência da escrita, é preciso que algumas

instituições não se prendam ao fato de que as aulas devem ser sempre centradas

em apostilas e/ou em gramáticas impostas por elas como instrumentos únicos,

insubstituíveis.

O professor precisa ser criativo em suas aulas oferecendo um ambiente

de estímulos que seja voltado para formação de alunos críticos e autoconfiantes.

Ou seja, alunos seguros e preparados para dar respostas criativas a qualquer

desafio ou situação que possam enfrentar.

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13 Várias formas de linguagem poderão ser utilizadas para trabalhar um tex-

to. Uma boa prática trata-se em empregar instrumentos que façam parte da vida

do aluno. Por exemplo, música, televisão, ida ao cinema, passeios, notícias veicu-

ladas na mídia sobre diferentes temas, internet, jogos, rádios, dentre outros. Tudo

isso, a serviço da aprendizagem, uma vez que, vão estar ligados a pesquisa, lei-

tura e produção textual.

Nesse sentido, “É essencial que nesta fase sejam reunidas todas as in-

formações disponíveis e dados relevantes sobre a matéria que se busca criar”.

(Antunes, 2003, p.36). O autor evidencia que é possível fazer um bom trabalho,

desde que haja professores bem intencionados, dispostos a investigar o perfil da

turma; que procurem fazer os devidos ajustes na sua prática docente quando, na

sua concepção, o aprendizado não está acontecendo de forma satisfatória. Pro-

fessores realmente compromissados com o bem maior que é a educação; que se

utilizem de aulas criativas, descontraídas, que mais pareçam um bate-papo.

Outro instrumento que poderá ser explorado é a auto-avaliação. Neste

caso, o professor não só avaliará as questões que implicam elaboração de um

texto como: ortografia, pontuação, organização de idéias, uso de vocabulários,

mas, também, procurará conhecer um pouco mais sobre seus alunos, com base

nos seus relatos.

Para Haetinger (1998, p.157), “... Somente a auto-avaliação vai relatar a

nós, professores, o real crescimento do aluno nas atividades...”. Verifica-se a im-

portância deste instrumento que reafirma a idéia de que o professor deve utilizar

as experiências do aluno, pois elas não devem ser ignoradas. Devem, sim, ser o

ponto de partida para uma aprendizagem plena, envolvendo todos os aspectos

possíveis. O professor poderá ter um parecer mais detalhado sobre o desenvol-

vimento do aluno e o perfil da turma.

Para despertar o interesse pela leitura e escrita é necessário que haja um

trabalho amplo, não só na aula de português, mas que contemplem as demais

disciplinas, pois os alunos precisam saber interpretar questões de matemática,

história, física, sociologia dentre tantas outras disciplinas cursadas no ensino fun-

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14 damental e no ensino médio. Entretanto, é mister que a escola trabalhe pelo todo,

buscando auxílio de um psicopedagogo, profissional capaz de estabelecer as di-

retrizes a serem tomadas para que não se perca o rumo.

“... queremos educar e promover um tipo de leitor que não se adapte ou se

ajuste inocentemente à realidade que esta aí, mas que pelas práticas de leituras,

participe ativamente da transformação social.” (SILVA, 1999, p.47)

“... Convém lembrar ainda que os alunos, a partir de suas experiências e de suas leituras, também produzem textos e podem por sua própria iniciativa e autonomia, detectar nos seus materiais aspectos relacionados ao tema estudado. Temos, pois, de aproveitar essas produções, fazendo-as cir-cular dinamicamente no grupo e, dessa forma, enriquecer o programa de leitura.” (SILVA, 1999, p.48)

O autor relata a necessidade do completo envolvimento do aluno em uma

didática transformadora, e não simplesmente impor a leitura e escrita. A “metodo-

logia da obrigação” tem que ser abolida. As instituições de ensino precisam rever

o seu modo de agir com os alunos, reservando um espaço para eles dentro e fora

da sala de aula. Só assim, poderá ser capaz de formar alunos conscientes de seu

papel na sociedade.

1.2- Leitura e Escrita: uma questão social

Muito se tem falado sobre o déficit na leitura e a dificuldade na escrita. Is-

to se deve ao fato da leitura e a escrita estarem ligadas, pois uma depende da

outra. Não obstante, pouco se fala de como resolver estes problemas. É claro

que a escola tem grande responsabilidade no que tange essas questões. Contu-

do, isso não isenta a sociedade moderna tampouco diminui sua parcela de culpa

no processo de empobrecimento cultural que assola nosso país.

Como incentivar nossos estudantes a praticarem a leitura diante dos inú-

meros problemas enfrentados por grande parte das bibliotecas públicas existen-

tes nos quatros cantos desse país como, por exemplo, acervo ultrapassado, ma-

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15 nutenção precária dos edifícios, número reduzido de funcionários e de exempla-

res de livros. Além disso, instituições públicas e privadas não costumam promo-

ver concursos de redações e poesias. Pouquíssimas são as livrarias que dispõem

de um espaço reservado à leitura, de modo que o leitor aprecie com calma o que

vai ser comprado. Os Shoppings Centers, por sua vez, apesar de sua grandeza,

contêm, salvo raríssimas exceções, apenas uma livraria. O preço elevado dos

livros, dentre outros aspectos.

Paulo Freire, em seu livro “A importância do ato de ler”, enfatiza o pro-

blema do elitismo da nossa sociedade quanto ao tema em discussão quando ele

diz: “O Brasil foi inventado de cima para Baixo, autoritariamente. Precisamos re-

inventá-lo em outros termos” (p.35). Ou seja, existe um país capitalista no qual

fazemos parte e, nunca foi interesse dos nossos governantes “produzirem” alunos

pensantes, haja vista os transtornos que esses cidadãos poderiam causar no fu-

turo como, por exemplo, o questionamento quanto à manipulação dos menos le-

trados, dos analfabetos funcionais e dos analfabetos.

“Adotar uma metodologia significa escolher um caminho, um percurso global do espírito. O percurso, muitas vezes, re-quer ser reinventado a cada etapa. Precisamos, então, não somente de regras e sim de muita criatividade e imagina-ção.” (SILVA & MUSZKAT, 2001, p.10)

Neste sentido, é competência dos profissionais da educação mudar este

quadro de degradação social, e não desanimar por causa da falta de recursos, do

baixo salário, ou porque... Chega! É esse pensamento medíocre que a elite brasi-

leira espera. O educador precisa está atento à sociedade na hora de aplicar me-

todologias. É necessário fazer o aluno compreender porque o sistema age desta

maneira e ensiná-lo como reagir diante deste quadro.

“Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto quanto possível a capacidade de um indivíduo, a fim de que este possa alcançar excelência na execução das atividades das quais dependam o sucesso ou o fracasso da organiza-ção a que pertence.” (HECKHAUSEN, 1967, p.32).

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CAPÍTULO II

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS POR PROFESSORES E

ALUNOS NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA

PORTUGUESA.

Neste capítulo serão abordadas as diferentes dificuldades encontradas

por professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem, que vai desde a

estrutura da escola, a educação familiar e ao baixo salário do professor.

A ausência de diálogo entre professores e alunos impede que o objetivo

seja alcançado e, o conteúdo é dado sem ser concretizado. Esta é uma das prin-

cipais dificuldades encontradas em sala de aula e que precisa ser superada. É

preciso a participação de todos, principalmente, do professor para ter um bom

relacionamento, mostrando a importância da leitura e da produção de texto no

processo de interpretação do mundo, pois o ato de ler e escrever são ferramentas

essenciais à sobrevivência de qualquer cidadão nessa sociedade tão desigual.

Os valores da sociedade são outros, muito diferente de tempos atrás e o

professor querendo ou não, tem que se adaptar a essa realidade; entrar no mun-

do do alunado para mostrar os aspectos positivos e negativos das coisas que o

mundo oferece e que influenciam a vida de todos. Mas, como resgatar o diálogo,

se é que um dia existiu, quando professores e alunos encontram diversas dificul-

dades dentro e fora de sala de aula que interferem no relacionamento entre am-

bos? Como por exemplo:

• As apostilas, dentre outros materiais didáticos são adotados arbitrariamente

por algumas Instituições de Ensino, sem, ao menos, serem, preliminarmente,

apreciados e devidamente aprovados pelas Coordenações de cada disciplina.

Material esse, muitas vezes, confeccionado sem cuidado, repleto de erros,

completamente desatualizado. Ao contrário de livros de autores consagrados,

trabalhos resultantes do prazer e da dedicação que esses homens demons-

tram pelo assunto e que mesmo assim, demandaram anos de pesquisas a

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17 fim de se tornarem uma obra literária de fato. Por fim, antes de ser publicado,

um livro passa, inevitavelmente, pelo crivo de profissionais especializados e

intelectuais. O grande benefício de se utilizar bons livros é que esses com-

pêndios são verdadeiras fontes do saber, de conteúdo vasto, cujas informa-

ções ali contidas são de relevância “inquestionável”. Além disso, essas publi-

cações costumam vir acompanhadas de belas ilustrações que em muito cola-

boram para a total compreensão do todo;

• A banalização da educação pela primeira instituição: a família. A maioria dos

alunos cresce convivendo diariamente com a ausência dos seus pais. Em

conseqüência disso, dessa dura realidade, seus responsáveis fazem uso de

uma espécie de método caseiro de educação, permissivo, que não contempla

valores como respeito, civilidade, responsabilidade e amor. Não há punição,

regras... Essas crianças chegam à escola sem limites, sem noção de certo e

errado; sem conhecer o verdadeiro valor da verdade, trazendo grandes trans-

tornos à convivência no meio escolar;

• A realidade diversificada de cada aluno, que às vezes é tão absurda, que

nem o professor tampouco a comunidade escolar estão preparados para tra-

balhar com eles;

• A falta de recursos das instituições como: sala de leitura, bibliotecas, labora-

tórios (informática, ciências, física, química etc), sala de projeção, murais e

concursos de literatura, que levam o aluno a reflexão sobre a importância da

leitura e produção de textos;

• Falta de diálogo entre professores e alunos que gera, em alguns casos, a-

gressões físicas e verbais;

• Pais, que por super proteção, não aceitam críticas oriundas da equipe de su-

pervisão e orientação educacional;

• A pobreza cultural dos alunos;

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18 • E, por fim, família e escola esperando, apenas, que os alunos tirem boas no-

tas e passem de série, sem se importar com uma visão mais ampla de intera-

ção com o mundo fora da escola.

Face ao exposto, é fácil compreender porque grande parte dos discentes

recém egressos da escola apresenta uma assustadora incapacidade de ler e es-

crever.

Para enfrentar tudo isso e muito mais, é necessário que o professor reaja

contra todos esses obstáculos, não permitindo que o desânimo tome conta de

sua vida profissional.

Uma saudável relação professor X aluno é fundamental para o bom de-

sempenho escolar, e precisa ser vista como objeto de análise pelos educadores

da instituição. Tem que existir a cada momento perguntas como: Ensinar é isto?

Só isto? E o que é isto? Só assim, será dado o primeiro passo para uma interven-

ção institucional com profissionais preparados para revolucionar a educação em

nosso país.

2.1- Psicologia: instrumento de apoio ao professor em sala de aula

Outra questão que não pode ser deixada de lado quando se refere à rela-

ção professor e aluno é a psicologia.

“O objeto da psicologia são as relações; mas não as que materialmente se dão e sim, tal como imaginadas, percebi-das, representadas pelo sujeito. O que caracteriza o especi-ficamente humano e psicológico não são as habilidades e capacidades dos indivíduos, tomadas como coisas em si, mas o universo de suas representações e afetos.” (GUIRADO, 1987, p.71/72)

Observa-se que o autor reafirma a importância do professor estar atento ao

comportamento do aluno, com olhos voltados para de onde ele veio, para onde

ele quer ir e, como conduzi-lo. São as posturas do aluno em determinados mo-

mentos que mostrarão ao professor como trabalhar com ele de forma adequada

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19 e, para isso, é necessário fazer uso das literaturas dos teóricos da educação, uti-

lizando assim, a psicologia como um guia para a junção da teoria, prática e convi-

vência. É a construção deste triângulo que vai permitir que professores “entrarem”

no universo do aluno, podendo assim, recuperá-lo.

“Como se pode observar, as representações acerca do pro-cesso educacional parecem congregar uma multiplicidade de âmbitos, e o professor, uma variedade de funções, que vão desde uma espécie de acessória psicopedagógica até a indução de discussões éticas, de valo-res.” (AQUINO, 1996, p.62)

Nesse sentido, professor e aluno convivem dentro do limite de classe e re-

lações diferenciadas. Entretanto, cabe ao docente ter o comando desse relacio-

namento.

Uma das características principais do entrosamento professor/aluno está

associada à afetividade, pois é na emoção que as características de cada aluno

nos são apresentadas. É preciso que a equipe escolar esteja atenta para diag-

nosticar o perfil de cada discente. Só assim, a equipe saberá que método usar

para êxito do aluno no relacionamento escolar, pois o aprendizado é fruto da afe-

tividade humana.

O objetivo do emprego da psicologia em sala de aula é fazer com que o

profissional da educação reflita o quão é importante ter consciência de tudo que

está acontecendo a sua volta, a fim de poder construir e reconstruir cidadãos ca-

pazes de lutar pelo respeito, justiça, impunidade, dentre outras questões essenci-

ais à boa prática do senso democrático. Torna-se, neste âmbito, imprescindível

despertar no educando sua criatividade, autonomia e criticidade, mas, sobretudo,

dignidade e respeito.

2.2- O modo de agir do professor faz a diferença

Na trajetória escolar está incluído o tempo, o espaço físico, o conteúdo, as

normas das instituições, a pontualidade, as boas maneiras, a obediência, o res-

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20 peito aos colegas e aos funcionários, o cumprimento dos deveres escolares, a

hora de brincar e a hora de ouvir sermões. E quem cuida de tudo isso? O docen-

te. O professor é, na verdade, um administrador,... um negociador,... cuja missão

envolve a perfeita conjugação dessas diferentes variáveis na busca de um bom

desempenho de suas atividades. Nota-se que:

“É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade, que colabora pa-ra uma adequada aprendizagem dos alunos. O modo de agir do professor em sala de aula fundamenta-se uma determi-nada concepção do papel do profes-sor.” (ABREU & MASETTO, 1990, p.115)

Portanto, conforme a visão didático-pedagógica não é tão importante que o

professor controle a presença do aluno em aula, mas, sobretudo, que desperte o

entusiasmo pela descoberta, através de aulas dinâmicas formando alunos sem

usar do artifício das políticas de notas.

2.3- Os profissionais do magistério X falta de incentivo

“Além dos salários, o magistério perdeu muito a vocação, i-nerente a qualquer profissão. O amor pela profissão e a rea-lização pessoal caíram a níveis incompatíveis com o bom desempenho. Não adianta somente o salário, há de se re-cobrar a vocação, algo mais profundo, sem significados de alienação. Quando, há alguns anos, falava-se em vocação, entendia-se como um meio de alienar o profissional para, in-clusive, explorá-lo economicamente. Na luta que se seguiu à derrubada do conceito, esborrachou-se ladeira abaixo com uma série de valores, sem os quais a profissão do magisté-rio perde o sentido, como perderia também o sentido qual-quer outra profissão.” (WERNECK, 2003, p.33)

Hoje é muito fácil encontrarmos profissionais da educação inconformados

com a situação atual, pois estudam, se qualificam e, quando ingressam no mer-

cado, vivem um terrível pesadelo em virtude da falta de estrutura. A dificuldade

maior está nas pessoas que não acreditam mais na educação, pois se acreditas-

sem não investiriam tanto em roupas, passeios, aparelhos eletrônicos. Preferiri-

am, indubitavelmente, comprar mais livros. Não obstante, o que temos entre elas

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21 é uma competição que prima pela posse e pela aparência, que não leva em con-

sideração os valores culturais e o seu universo mágico, sequer vislumbra apreciar

tamanha experimentação.

A conseqüência deste quadro é o crescente contingente de professores

desmotivados, às vezes, responsáveis por essa leva de alunos que saem das

escolas sem saber entender o significado da mensagem que lêem e muito menos

redigir uma carta por mais simples que seja.

Diante dessa realidade preocupante, é muito comum histórias de docentes

que, devidos à baixa remuneração percebida, se submetem a aventura de traba-

lhar em várias escolas, localizadas em cidades a quilômetros de distância, lecio-

nando nos turnos da manhã, tarde e noite, ou até dividindo o magistério com ou-

tra profissão para garantir no fim do mês um vencimento que, mesmo aquém de

suas reais necessidades, possa suprir aquilo que for emergencial. Desta maneira,

há no mercado um sem-número de profissionais cansados, desacreditados, com

baixa estima, proporcionando aulas superficiais e massificadoras, fazendo jus ao

título do livro do professor Hamilton Werneck “Se Você Finge que Ensina, Eu Fin-

jo que Aprendo”.

Para qualificar nossos alunos é necessário, acima de tudo, força de vonta-

de para mudarmos o atual quadro da educação, utilizando com sabedoria o re-

curso que cada instituição tem, por mais defasado que seja e, usar da criatividade

para inovar as aulas. O primeiro passo para superar as dificuldades encontradas

por professores e alunos no ensino e na aprendizagem, trata-se da vontade de

cada profissional em querer mudar a educação, situação esta que não se enqua-

dra na questão salarial, mas sim no amor à profissão. Depois vem a luta organi-

zada para cobrar dos governantes e da sociedade, respeito e dignidade a uma

classe tão discriminada, que apesar de tudo continua exercendo papel fundamen-

tal para formação de qualquer cidadão, independente de raça, credo, poder aqui-

sitivo, dentre outros aspectos. É preciso que aja uma ação mútua, senão, a cada

dia aumentará a evasão escolar, isto porque, professores, alunos e instituições

não se entendem, seja por causa dos salários, pelas condições de trabalho, ou

até mesmo pela metodologia.

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CAPÍTULO III

O DIAGNÓSTICO PARA MELHORIA DA LEITURA E DA PRODU-

ÇÃO TEXTUAL

Neste capítulo será discutido uns dos principais assuntos deste trabalho:

Como diagnosticar e despertar o interesse do aluno pela leitura e aprimorar seu

desenvolvimento na escrita?

Conforme foi salientado anteriormente, o diagnóstico não será realizado

em alunos que têm distúrbios como: disortografia, dislexia, disgrafia, mas sim,

naqueles que fazem uma leitura mecanizada, e que não sintetizam o que o foi

lido, não conseguindo, sequer, estabelecer uma seqüência temporal; separar os

fatos principais dos secundários. Ou seja, mostram-se incapazes de raciocinar

com base em causas e efeitos.

A dificuldade do aluno de extrair o significado na leitura pode refletir em

outras disciplinas, visto que isto o torna incapaz de resolver questões de escrita.

Esses alunos, em regra, constroem textos desestruturados (sem começo, meio e

fim) e desorganizados, isto é, com introdução, desenvolvimento e conclusão sem

coerência, apresentando problemas sérios na estrutura da oração, erros de orto-

grafia, além de outros problemas que contribuem para a falta de compreensão do

material escrito. Neste caso, o que se tem notado não é problema de aprendiza-

gem. Constata-se, na verdade, que há problemas na produção escolar, gerado

por desconhecimento devido à péssima qualidade do ensino e a prática que, tal-

vez, nunca existiu na construção da língua na vida de determinados alunos. `

O objetivo aqui proposto visa diagnosticar as dificuldades do corpo dis-

cente e, a partir da descoberta do problema, intervir com estratégias que possibili-

tem a elaboração de um conjunto de medidas que estimulem a criação de meca-

nismos de superação de dificuldades nesses jovens.

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3.1- A importância de conhecer o aluno para diagnosticar e intervir

“Com relação ao tratamento educativo das diferenças indivi-duais, defendemos a tese de que um ensino verdadeiramen-te individualizado, que leva em consideração essas diferen-ças, deve renunciar a prescrever um método de ensino úni-co aplicável a todos os alunos. A individualização do ensino consiste, em primeiro lugar, na individualização dos métodos de ensino.” (COLL, 1987, p.133).

Cesar Coll nos aponta que cada aluno tem, no modo de aprender, sua

particularidade. Quando o professor não enxerga isso, ele exclui os alunos que

não conseguem acompanhar as disciplinas. Embora a escola receba uma popu-

lação heterogênea, isso não é garantia de que a particularidade de cada indivíduo

será tratada adequadamente. Cada aluno é único, possui uma realidade própria e

necessita de um olhar individualizado. Assim, os sistemas escolares precisam ser

estruturados para atendê-lo, respeitando seus limites e tentando ampliá-los. Mui-

tos alunos não estabelecem uma relação de pertencimento com a escola e aca-

bam por se sentirem excluídos. Isolam-se e, posteriormente, tornam-se rebeldes

e indisciplinados ou apresentam alguma dificuldade de aprendizagem.

Outra questão importante diz respeito ao aluno que tem, por exemplo, di-

ficuldade nas disciplinas de Física, matemática e história. Ao ser submetido a um

período de análise, a equipe pedagógica descobre que a dificuldade ora diagnos-

ticada não tem nenhuma relação com essas matérias em especial, tratando-se,

para surpresa de todos, de mais um caso de problemas com a língua portuguesa,

pois o fato desse aluno não saber interpretar o que está escrito prejudica, subs-

tancialmente, a compreensão do enunciado de qualquer questão de prova ou e-

xercício.

O professor precisa estar atento para saber até que ponto é realmente

necessário encaminhar o aluno ao psicopedagogo na ânsia de identificar um pos-

sível problema.

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3.2- O diagnóstico

O diagnóstico é um processo de investigação. Deverá ser averiguada to-

da vida escolar do aluno, principalmente na disciplina de Língua Portuguesa, uma

vez que será preciso constatar se a dificuldade com a matéria vem do seu passa-

do escolar ou faz parte do seu presente. Segundo Weiss (2007, p.29), “Todo di-

agnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que

não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada.”

Portanto, este procedimento é feito quando professor observa algo de er-

rado na leitura e na escrita do aluno, bem como falta de interesse, paciência, or-

ganização do pensamento, pontuação, ortografia, coerência e coesão na escrita,

dentre outros fatores que envolvem o entendimento da disciplina.

O importante será saber o que a escola oferece para motivar o interesse

do aluno. Qual a participação da família neste contexto? Até que ponto família e

escola incentivaram o seu processo de desenvolvimento de leitura e escrita?

“A rigor, não se pode exigir o mesmo resultado de todos os estudantes. Cada aluno é um ser diferente e único. Mas co-mo são muitos os alunos em classe, a tendência dos profes-sores é igualá-los. Entretanto, vale à pena dar mais a quem mais precisa – já que dar para quem não precisa pode favo-recer o desperdício.” (TIBA, 2006, p.44/45)

Tanto Cesar Cool como Içami Tiba, citados acima, destacam que o psi-

copedagogo deverá ter um olhar crítico para fazer sua investigação, pois terá que

observar os diferentes elementos que interferem na prática da leitura e na produ-

ção da escrita do aluno para, assim, encontrar um estímulo a ser adotado para

incentivá-lo no enfrentamento dessas dificuldades, pois sua função será atuar

como um mediador entre o sujeito e sua dificuldade de aprender.

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3.3- A intervenção

A intervenção é o segundo passo e tem um caráter contínuo. Ou seja, o

processo de intervenção exige a verificação dos métodos utilizados a fim de sa-

ber se ainda se mantém; se alteram ou se devem ser descartados, pois é preciso

saber até que ponto está sendo satisfatória ao aluno ou precisa se mudada. Exis-

tem várias formas de intervir como:

• Despertar no aluno a importância da leitura e da escrita no seu cotidiano e,

também, na sua futura vida profissional;

• A escola e o professor juntos poderão criar um projeto político-pedagógico com

o objetivo de desenvolver a auto-estima do aluno. Projeto esse que deve esteja

ancorado em atividades extracurriculares, sempre voltado à prática da leitura e

da escrita;

• A instituição poderá chamar uma consultoria para ajudar;

• Valorizar e investir nos seus profissionais através da promoção de cursos de

capacitação continuada, pois desta maneira, o corpo docente estará apto a ex-

perimentar novas técnicas no trato com seus alunos;

• Mostrar aos alunos a importância da realização das atividades para o bom

desempenho escolar;

• Promover o diálogo constante, objetivando aumentar a interação entre profes-

sor e aluno a fim de compensar as dificuldades inerentes ao aprendizado;

• Despertar o desejo pela leitura de jornais, revistas etc;

• Realizar debates em sala de aula, no qual os alunos aprendam a escutar, mas

que possam, também, expressar suas opiniões. Neste momento, o professor é

o mediador e, deverá organizar a discussão de modo que leve o aluno a refletir

sobre o tema em questão e sobre a fala que, às vezes, é diferente na escrita.

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26 Segundo Mary Kato (2005, p.99), “Para saber como ensinar algo para al-

guém é preciso entender o que e como esse alguém aprende em virtude da inter-

venção externa.” Somente desta forma a aprendizagem torna-se significativa. O

conteúdo deve ter relação com seus conhecimentos prévios. Assim, será possível

relacionar o que aprende com o que já se sabe, uma vez que aprendizagem esta

associada à função que este novo conhecimento exerce na vida do educando.

3.4- Prevenção: uma estratégia para evitar o baixo rendimento na leitura e

na escrita

Professores “antenados” constroem alunos “sadios”. A prevenção está na

motivação, no “sacudir” o aluno, no “acordá-lo” para as aulas.

“... os fatores motivacionais respondem pelas escolhas, pela orientação na consecução de objetivos, pelo esforço e pela perseverança do indivíduo na ação. No contexto escolar, a motivação pode influenciar o modo como o indivíduo utiliza suas capacidades, além de afetar seu pensamento, compor-tamento social, emocional, aprendizagem e desempenho escolar.” (SITO & MARTINELLI, 2006, p.125)

Neste sentido, o professor tem que ter consciência que ele é peça fun-

damental para o sucesso do aluno. As aulas têm que ser ministradas com ativi-

dades prazerosas e dinâmicas.

“Se tiver ainda uma visão clara dos processos envolvidos na leitura e redação, poderá também intervir com atividades bem planejadas para ajudar o aluno a complementar as ha-bilidades já adquiridas e a diagnosticar não só as suas pró-prias dificuldades, mas também as falhas de suas hipóteses quanto a esses processos.” (KATO, 2005, p.135):

Para a autora o professor, no exercício da sua função, deverá está sem-

pre criando estratégias para reflexão do aluno nas descobertas de suas dificulda-

des. Além disso, deverá ser capaz de construir alunos inquietos, guiados pelo

desejo de buscar algo novo para sua formação.

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27 A língua portuguesa pode ser trabalhada como um instrumento lúdico.

Assim proporcionará, de forma descontraída, o desenvolvimento da leitura e es-

crita. Conseqüentemente, o professor levará em conta seu conhecimento profis-

sional, sua motivação e o tipo de relação estabelecida com os alunos.

Iniciar as aulas com textos fáceis e com assuntos familiares ao repertório

do aluno é um bom começo para despertar a dinâmica de ler e escrever, diferen-

temente do que a maioria faz: oferecer textos com leituras chatas e fora do con-

texto do aluno, provocando desinteresse, ao invés de prazer.

Trabalhar com leituras e debates com perguntas e respostas. Regras, en-

volvendo temas relacionados à mídia. Transformar uma notícia em crônica, conto.

Dá oportunidade de mudar o final de uma notícia. Deixar os alunos escolherem

alguns textos, temas de redações, leitura de livros. Essas atividades constituem

um grande passo para um relacionamento democrático entre professor e aluno.

Como diz Bagno (2000, p.139), “E assim por diante. Isso é que é educar:

dar voz ao outro, reconhecer seu direito à palavra, encorajá-lo a se manifestar.

Sem isso, não é de admirar que a atividade de redação seja tão problemática na

escola.” Neste sentido, o professor estará proporcionando ao aluno diferentes

pontos de vista. A aula estará mais agradável e o aluno terá oportunidade de atu-

ar criativamente e criticamente na língua portuguesa. Para tanto, os profissionais

da educação devem ter compreensão, afetividade e, sobretudo, aceitação do limi-

te do aluno.

Outra boa prevenção pode, também, ser atribuída às posturas de alguns

professores. Eles precisam estar se policiando o tempo todo para não permitirem

que problemas administrativos venham interferir na qualidade de suas aulas. Ca-

so contrário, o melhor é ir à busca de uma nova profissão.

“Ensinar bem, é ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno, valori-zar o que ele já sabe do mundo, da vida, reconhecer na lín-gua que ele fala sua própria identidade como ser humano. Ensinar para o bem é acrescentar e não suprimir; é elevar e não rebaixar a auto-estimado indivíduo. Somente assim, no

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28 início de cada ano letivo este indivíduo poderá comemorar a volta às aulas, em vez de lamentar...” (BAGNO, 2000, p.145)

Somente com essa consciência o professor poderá ser capaz de oferecer

estímulos adequados para o desenvolvimento do aluno.

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CONCLUSÃO

A dificuldade na leitura e na produção textual tem-se mostrado como um

grande problema, senão o principal deles, a ser combatido no âmbito escolar,

provocado por uma infinidade de variáveis. Hoje, algumas dessas variáveis ainda

não foram identificadas e isso tem prejudicado o diagnóstico bem como a criação

de mecanismos que solucionem o problema da leitura e da escrita a tempo de

evitar que, em um futuro próximo, nossa sociedade seja constituída, quase em

sua totalidade, por meio-cidadãos, pessoas incapazes de compreender seu pa-

pel, seus direitos e deveres.

Agora, após décadas de descaso das políticas educacionais no que diz

respeito à importância da leitura e diante da falta de perspectiva otimista quanto à

educação a que estão submetidos às futuras gerações desse país, já está na ho-

ra das instituições de ensino e a sociedade como um todo se dispuserem a rever,

ainda que, timidamente, as metodologias aplicadas à promoção da prática de lei-

tura, objetivando a formação de jovens conscientes, que saibam expor suas idéi-

as.

Embora a atual situação possa parecer desfavorável, ainda há tempo de

reverter esse quadro. Para isso, será necessária a composição de uma força tare-

fa, na qual estado, instituição de ensino, sociedade e, em especial, professores e

alunos cooperem para que o prazer pela leitura e pela escrita e transmissão do

saber transforme-se em algo de valor inestimável à construção de uma sociedade

mais justa.

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31 SILVA, Edna Lúcia da. MENEZES, Estela Muszakat. Metodologia de Pesquisa e

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Tickets de Eventos Culturais

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ANEXO 1

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Metodologias aplicadas no processo de leitura e escrita 10

1.1– Metodologias para despertar o interesse do aluno 12

1.2– Leitura e escrita: uma questão social 14

CAPÍTULO II

As dificuldades encontradas por professores e alunos no ensino e

na aprendizagem da língua portuguesa 16

2.1– Psicologia: instrumento de apoio ao professor em sala de aula 18

2.2– O modo de agir do professor faz a diferença 19

2.3– Os profissionais do magistério X falta de incentivo 20

CAPÍTULO III

Diagnóstico para melhoria da leitura e da produção textual 22

3.1– A importância de conhecer o aluno para diagnosticar e intervir 23

3.2 – O diagnóstico 24

3.3 – A intervenção 25

3.4 – Prevenção: uma estratégia para evitar o baixo rendimento

na leitura e na escrita 26

CONCLUSÃO 29

BIBLIOGRAFIA 30

ANEXOS 32

ÍNDICE 34

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: O déficit de leitura e a dificuldade na produção de texto

Autor: Patricia Firmina Carvalho Marinho

Data da entrega: 31/01/2009

Avaliado por: Geni Lima Conceito: