49
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA RIO PARAÍBA DO SUL E SUA GESTÃO Por: Adriano Alexandrino Orientador Prof. Vera Agarez Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · Bacia Rio Paraíba do Sul tem para o Brasil, mais especificamente a Região Sudeste. ... é de competência dos órgãos gestores

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA RIO

PARAÍBA DO SUL E SUA GESTÃO

Por: Adriano Alexandrino

Orientador

Prof. Vera Agarez

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA RIO

PARAÍBA DO SUL E SUA GESTÃO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Ambiental

Por: Adriano Alexandrino

3

AGRADECIMENTOS

....aos meus familiares e aos amigos de

Pós Beatriz, Diogo, Fernanda, Fátima e

Roberta........

4

DEDICATÓRIA

.....dedico a minha mãe, Maria e a minha

namorada Aline Ramos.

5

RESUMO

Este trabalho irá abordar como nossos Recursos Hídricos estão cada

vez mais em falta no Planeta e também a importância da Bacia Rio Paraíba do

Sul bemcomo sua gestão.

6

METODOLOGIA

Foram analisados revistas, jornais, livros e instituições relacionados ao

assunto proposto.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Recursos Hídricos 10

CAPÍTULO II - A Situação 15

CAPÍTULO III – Gestão e Legislação 32

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 45

ANEXOS 41

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 47

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho visa passar uma visão de como nossos Recursos

Hídricos estão cada vez mais ficando escassos e mostrar a importância que a

Bacia Rio Paraíba do Sul tem para o Brasil, mais especificamente a Região

Sudeste.

A Lei 9.433/97 define a cobrança como um dos instrumentos para

execução da Política Nacional de Recursos Hídricos, e sua operacionalização

é de competência dos órgãos gestores de recursos hídricos. A implantação em

bacias hidrográficas que comportam simultaneamente águas federais e

estaduais compreende esforços institucionais de harmonização de critérios e

procedimentos, de modo a não causar conflitos e distorções entre os usuários

daquela mesma bacia.

O modelo de gestão das bacias foi criado para tentar amenizar

qualquer tipo de conflito entre as esferas Federais e Estaduais, pois a

cobrança pelo uso de águas brutas em rios de domínio estadual, inseridos em

uma bacia de domínio federal, pode ser tributada em certos estados e em

outros não. Face ao exposto, abre-se lacunas para a criação de regras

diferenciadas que acabam desestimulando a participação daquele que já estão

sujeitos às regras definidas pelo comitê do rio principal, como é o caso da

Bacia Rio Paraíba do Sul, onde são cobrados os usos em rios de domínio da

União, o Rio de Janeiro já efetua a cobrança.

A associação Pró-gestão das Águas da Bacia Rio Paraíba do Sul,

AGEVAP pelo CNRH para o exercício de funções de Agência de Água da

Bacia Rio Paraíba do Sul, em 2004, a apropria ANA executou a aplicação dos

recursos oriundos das cobranças em ações definidas pelo Comitê para

Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul – CEIVAP. Quando a

AGEVAP recebeu a delegação de competência, possível a partir da edição da

9

medida provisória nº 165, de 11/02/2004, transformada posteriormente na Lei

nº 10.881/04 e passou a gerir e aplicar os recursos repassados por meio do

Contrato de Gestão firmado com a ANA, com o consentimento do Comitê da

Bacia, a aplicação passou a ser feita pela própria AGEVAP.

10

CAPÍTULO I

Recursos Hídricos

A água pura (H2O) é um líquido formado por átomos de hidrogênio e

oxigênio. Na natureza, ela é composta por gases como oxigênio, dióxido de

carbono e nitrogênio, dissolvidos entre as moléculas de água. Também fazem

parte desta solução líquida sais, como nitratos, cloretos e carbonatos;

elementos sólidos, poeira e areia podem ser carregados em suspensão.

Outras substâncias químicas dão cor e gosto à água. Íons podem causar uma

reação quimicamente alcalina ou ácida. As temperaturas apresentam variação

de acordo com a profundidade e com o local onde a água é encontrada,

constituindo-se em fatores que influenciam no comportamento químico.

A água é um recurso natural finito que ocorre na natureza nos vários

estágios do chamado ciclo hidrológico, destacando-se: as precipitações

atmosféricas; os cursos d’água interiores, os que fluem, provém ou são

compartilhados entre países ou estados vizinhos; os recursos hídricos

costeiros, formados pelas águas dos oceanos, em conjunto com os estuários

vizinhos; os aqüíferos, os reservatórios de águas subterrâneas, geleiras e

neves eternas.

As águas utilizadas para consumo humano e para as atividades sócio-

econômicas são retiradas de rios, lagos, represas e aqüíferos, também

conhecidos como águas interiores.

No Brasil, excetuando-se o semi-árido nordestino, as demais regiões

possuem disponibilidades em quantidades suficientes para as atividades

industriais, irrigação e para o abastecimento doméstico. Entretanto, a ausência

de saneamento e o lançamento de efluentes domésticos e industriais, sem

qualquer tratamento, na grande maioria dos corpos d’água, resultam em

extensa degradação da qualidade destas águas, definindo um quadro

paradoxal de escassez.

11

Devido à grande extensão territorial do Brasil, ocorrem,

simultaneamente, grandes variações no regime climatológico e hidrológico.

Buscando agrupar regionalmente os comportamentos característicos dos

processos envolvidos, podem ser identificadas oito regiões, ou grandes bacias.

1.1 Bacia Hidrográficas no Brasil

Bacia Hidrográfica é a área ocupada por um rio principal e todos os

seus tributários, cujos limites constituem as vertentes, que por sua vez limitam

outras bacias. No Brasil, a predominância do clima úmido propicia uma rede

hidrográfica numerosa e formada por rios com grande volume de água.

As bacias hidrográficas brasileiras são formadas a partir de três

grandes divisores: Planalto Brasileiro, Planalto das Guianas e a Cordilheira dos

Andes.

Ressaltam-se oito grandes bacias hidrográficas existentes no território

brasileiro: a do Rio Amazonas, do Rio Tocantins, do Atlântico Sul, trechos Norte

e Nordeste, do Rio São Francisco, as do Atlântico Sul, trecho leste, a do Rio

Paraná, a do Rio Paraguai e as do Atlântico Sul, trecho Sudeste.

Em território brasileiro estima-se que são drenados 257.790 m³/s, em

termos de descarga média de longo período. Cerca de 92% deste valor estão

em seis grandes bacias hidrográficas,com as vazões médias seguintes:

Amazonas, 209.000 m³/s; Paraná (inclusive Iguaçu), 11.000 m³/s:

Paraguai,

1.290m³/s; Uruguai, 4.150m³/s; São Francisco, 2.850m³/s. Cabe ainda

destaque, na vertente atlântica, aos rios Parnaíba (800 m³/s), Jaguaribe (133

m³/s), Mundaú (30 m³/s), Paraíba (27 m³/s) e Paraguaçu (113m³/s), na região

Nordeste; aos rios

Doce (1.140 m³/s), Paraíba do Sul/Guandu (900m³/s), Ribeira do

Iguape(540 m³/s), ltajaí (270 m³/s) e Guaíba (1.740 m³/s) nas regiões Sudeste

e Sul.

12

1.2 Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Formado pela confluência dos rios Paraitinga e Paraibuna, o rio

Paraíba do Sul nasce na Serra da Bocaina, no Estado de São Paulo, fazendo

um percurso total de 1.120Km, até a foz em Atafona, no Norte Fluminense. A

bacia do rio Paraíba do Sul está situada entre as latitudes 20°26’ e 23°39’S e

as longitudes de 41° e 46°30’W, estende-se pelo território de três estados -

São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - e é considerada, em superfície,

uma das três maiores bacias hidrográficas secundárias do Brasil, abrangendo

uma área aproximada de 57.000km².

No Estado do Rio de Janeiro, o rio Paraíba percorre 37 municípios,

numa extensão de 500Km, praticamente quase a metade do território do

Estado. Sua importância estratégica para a população fluminense pode ser

avaliada pelo fato de que o rio Paraíba do Sul é a única fonte de

abastecimento de água para mais de 12 milhões de pessoas, incluindo 85%

dos habitantes da Região Metropolitana, localizada fora da bacia, seja por

meio de captação direta para as localidades ribeirinhas, seja por meio do rio

Guandu, que recebe o desvio das águas do rio Paraíba para aproveitamento

hidrelétrico. Nesta bacia, está localizado o sistema hidroenergético de Furnas

Centrais Elétricas, representado pelo reservatório de Funil e da empresa Light,

constituído por 5 reservatórios: Santa Cecília, Vigários, Santana, Tocos e

Lajes.

Em Barra do Piraí, 2/3 da vazão do rio Paraíba, cerca de 160m³ de

águas é captada e bombeada na elevatória de Santa Cecília, para as usinas

do Sistema Light, as quais, juntamente com uma vazão de até 20m³/s desviada

do rio Piraí, contribuem para o rio Guandu, onde se localizam a captação e a

estação de tratamento de água da Cedae.

13

A evolução e diversificação das atividades produtivas na bacia do rio

Paraíba do Sul estabeleceu uma situação de conflitos entre os usuários da

água. Os reservatórios representam o elemento fundamental do sistema

hídrico, enquanto regularizador da vazão do rio para a produção de

hidroeletricidade e fonte de água. Entretanto, quando os recursos hídricos

eram abundantes em relação às demandas, mesmo com prioridade de uso

para produção de energia elétrica, não se registraram conflitos pelo uso da

água na bacia do rio Paraíba do Sul, situação que mudou com o

desenvolvimento e a necessidade de atender aos múltiplos usuários da água,

tornando a gestão mais complexa diante dos diferentes atores sociais

envolvidos.

Assim, na condição de usuário de jusante, o Estado do Rio de Janeiro

se vê sob o impacto dos usos conflitantes do rio Paraíba do Sul: de um lado,

água destinada ao abastecimento público, e o alto crescimento da demanda de

energia elétrica, do outro, destino final de esgotos, de efluentes industriais,

agricultura, erosão, assoreamento, desmatamento das margens, entre outros.

Apesar de sua vital importância para o Rio de Janeiro, o Paraíba do Sul é rio

de jurisdição federal, pois se estende por três estados da Federação. Nessa

condição, desde a década de 80, a gestão ambiental do rio Paraíba do Sul é

feita pelo Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do

Rio Paraíba do Sul - CEIVAP (Decreto nº 87.561/82), tendo sido revitalizada,

posteriormente, com a aprovação da Lei nº 9433/97, da Política Nacional de

Recursos Hídricos.

A considerável expansão demográfica e o intenso e diversificado

desenvolvimento industrial ocorridos nas últimas décadas na Região Sudeste,

refletem-se na qualidade das águas do rio Paraíba, podendo-se citar como

fontes poluidoras mais significativas as de origem industrial, doméstica e da

agropecuária, além daquela decorrente de acidentes em sua bacia.

14

O trecho fluminense do rio é predominantemente industrial, sendo a

mais crítica a região localizada entre os municípios de Resende, Barra Mansa

e Volta Redonda, e onde se encontram as indústrias siderúrgicas, químicas e

alimentícias, entre as quais se destaca a Companhia Siderúrgica Nacional

(CSN), da qual originava a maior parte da carga poluente lançada nesse

trecho. Entretanto, considerando-se que as ações de controle da poluição

industrial aplicadas vêm sendo bastante efetivas, observa-se uma diminuição

expressiva dos níveis de poluição por lançamentos industriais.

Ao mesmo tempo, a bacia do rio Paraíba do Sul é especialmente

sujeita a acidentes, não só pela expressiva concentração de indústrias de

grande potencial poluidor, como pela densa malha rodo-ferroviária, com

intenso movimento de cargas perigosas que trafegam pelas rodovias

Presidente Dutra (Rio-São Paulo) e BR-040 (Rio-Juiz de Fora), e acidentes

ocorridos em outros estados que chegam até o Paraíba através de seus rios

afluentes.

A ocorrência de desmatamentos nas margens na bacia hidrográfica do

rio Paraíba do Sul é o principal processo responsável pelo assoreamento. A

vegetação da bacia do rio Paraíba do Sul encontra-se bastante alterada devido

às diversas formas de ocupação e uso do solo, que resultaram em processos

de erosão e assoreamento do rio. Contudo, atualmente, a mais notória e

prejudicial fonte de poluição da bacia do rio Paraíba do Sul são os efluentes

domésticos e os resíduos sólidos oriundos das cidades de médio e grande

portes localizadas às margens do rio. A única ação capaz de reverter esta

situação é a implantação de estações de tratamento de esgotos e construção

de aterros sanitários e usinas de beneficiamento de lixo domiciliar.

15

CAPÍTULO II

A Bacia Rio Paraíba do Sul

SITUAÇÃO

A bacia do rio Paraíba do Sul situa-se na região Sudeste do Brasil e

ocupa aproximadamente 55.400 km2, compreendendo os estados de São

Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A bacia abrange 180 municípios, com

uma população total de 5.588.237, 88,79% da qual vive nas áreas urbanas. A

bacia situa-se na região da Mata Atlântica, que se estendia, originariamente,

por toda a costa brasileira. No entanto, somente 11% da sua área total é

ocupada pelos remanescentes da floresta, a qual se ode encontrar nas regiões

mais elevadas e de relevo mais acidentado.

2.1 Histórico da Região

Apesar de se estender por uma área tão vasta, os diferentes trechos

estaduais que compõem o vale do rio Paraíba do Sul, que recorta parte do

território de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, no sudeste brasileiro,

partilham uma história comum fundamental para o desenvolvimento da região.

Estudos arqueológicos mostram que a região, no período pré-colonial,

era ocupada por índios, na sua maioria das tribos Tupi e Guarani. Os vestígios

encontrados refletem uma história de mais de mil anos, onde o impacto da

população indígena na natureza não parecia ser significativo.

A ocupação da bacia do rio Paraíba do Sul pelo homem branco iniciou-

se na segunda metade do século XVI, com o objetivo de caça aos índios que

habitavam a região, para trabalharem na lavoura de cana-de-açúcar: os

goitacazes, na região da foz no norte fluminense e, Paraíba acima, os puris e

coroados habitantes primitivos da bacia. Esse processo se deu ao longo dos

16

diversos ciclos econômicos: da cana-de-açúcar (século XVII),

do café (final do século XVIII e século XIX), chegando ao ciclo industrial, no

século XX. Todas essas atividades econômicas foram desenvolvidas de forma

predatória, contribuindo para que a bacia chegasse ao estado de degradação

ambiental em que se encontra hoje. Os primeiros povoados surgiram junto à

foz, no estado do Rio de Janeiro, e no Vale do Paraíba Paulista, em torno da

atividade canavieira.

No século seguinte, com a descoberta e exploração de metais e

pedras preciosas em Minas Gerais, intensificou-se a ocupação da região,

especialmente ao longo dos caminhos que, atravessando a bacia,

estabeleceram a ligação da zona mineradora com São Paulo e o Rio de

Janeiro, para escoamento da produção. Foi com a cultura do café, a partir do

final do século XVIII e intensificada no decorrer do século XIX, que a ocupação

da bacia do Paraíba do Sul, tomou impulso. Esta dinâmica comercial, nos

finais do século XVIII, é substituída pelas culturas do café e da cana-de-

açúcar, que se expandem por todo o vale.

O cultivo do café deu início ao processo de desmatamento e à

ocupação extensiva da bacia, determinando um processo de alteração drástica

da paisagem regional. Rapidamente, a bacia do Paraíba tornou-se responsável

pela quase totalidade da produção cafeeira do país. Navegável em poucos

trechos, o rio Paraíba do Sul, no século XIX, foi utilizado como via de

transporte, para escoar a produção de café de Barra do Piraí. Acompanhado a

expansão dos cafezais, as estradas de ferro penetravam e ultrapassavam o

Vale do Paraíba do Sul.

Em meados do século XIX, o solo começa a apresentar visíveis sinais

de cansaço. Estes aliados ao fim da escravatura e à crescente dificuldade de

obter terras férteis resultam no declínio da cafeicultura. Com esta mudança

assistiu-se, por um lado, à expansão da criação de gado leiteiro, e por outro, a

uma migração da população rural para áreas urbanas.

17

A agricultura, praticada geralmente sem respeito pela capacidade de

uso das terras, é pouco expressiva e representa uma das mais importantes

fontes de poluição dos solos e das águas pelo uso descontrolado de

fertilizantes e agrotóxicos. A cana-de-açúcar mantém-se a principal cultura na

bacia, embora a sua produção comece também a entrar em declínio.

A estagnação econômica e social resultante da crise do café e da

cana-de-açúcar foi gradualmente superada através de um lento processo de

industrialização baseado na boa infra-estrutura de transportes herdada da

época áurea comercial aliada à posição geográfica.

Com o início do século XX, a atividade industrial tornou-se o eixo de

desenvolvimento da bacia. O processo de industrialização de São Paulo e a

implantação, em 1946, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na cidade

de Volta Redonda/RJ permitiram a integração econômica dos estados do Rio

de Janeiro e São Paulo, transformando a bacia num dos eixos de comunicação

e desenvolvimento cruciais para a região e para o país, graças às condições

excepcionais que oferecia – suprimento de água, energia suficiente, mercado

consumidor e fácil escoamento da produção.

Esse crescimento vertiginoso das cidades, devido à rápida

industrialização, trouxe desenvolvimento, mas, também, inúmeros problemas,

entre eles, a poluição do ar, das águas e do solo, para cuja solução há ainda

necessidade de medidas urgentes e em alguns casos bem radicais.

A expansão e intensificação do desenvolvimento industrial exigiram a

construção de novas rodovias, acelerada pela implantação da indústria

automobilística, complementando assim o sistema viário já existente.

18

2.2 Dados Geoambientais

A bacia do rio Paraíba do Sul situa-se na região sudeste do Brasil.

Ocupa área de aproximadamente 55.500 km², estendendo-se pelos estados de

São Paulo (13.900 km²), Rio de Janeiro (20.900 km²) e Minas Gerais (20.700

km²), abrangendo 180 municípios - 88 em Minas Gerais, 53 no Estado do Rio e

39 no estado de São Paulo. A área da bacia corresponde a cerca de 0,7% da

área do país e, aproximadamente, a 6% da região sudeste do Brasil. No Rio de

Janeiro, a bacia abrange 63% da área total do estado; em São Paulo, 5% e em

Minas Gerais , apenas 4%. O ponto culminante é o Pico das Agulhas Negras

com 2.787 metros.

A bacia do rio Paraíba do Sul é limitada ao Norte pelas bacias dos rios

Grande e Doce e pelas serras da Mantiqueira, Caparaó e Santo Eduardo. A

Nordeste, a bacia do rio Itabapoana estabelece o limite da bacia. Ao Sul, o

limite é formado pela Serra dos Órgãos e pelos trechos paulista e fluminense

da Serra do Mar. A Oeste, pela bacia do rio Tietê, da qual é separada por meio

de diversas ramificações dos maciços da Serra do Mar e da Serra da

Mantiqueira.

2.3 Os principais afluentes ao rio Paraíba do Sul

Pela margem esquerda: rios Jaguari, Paraibuna (desenvolve seu

curso, numa extensão de 180 km, em território mineiro, entre seus afluentes

merecem destaque os rios do Peixe e Preto, banha a cidade de Juiz de Fora),

Pirapetinga, Pomba (rio com 300 km de curso; sua foz está próxima a Itaocara,

limite entre os trechos médio e baixo Paraíba) e Muriaé (rio com 250 km de

extensão, o curso inferior, em território fluminense, apresenta características

de rio de planície).

19

Pela margem direita: rios Una, Bananal, Piraí (é um rio cujas

características hidráulicas e sedimentológicas encontram-se bastante

modificadas, uma vez que possui dois barramentos, Tocos e Santana, em seu

curso e um barramento no Vigário, afluente pela margem direita), Piabanha

(com 80 km de extensão, banha os municípios de Petrópolis, Areal e Três

Rios,seu principal afluente é o rio Paquequer, de 75 km de curso, que banha

Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto) e Dois Rios (formado pela

confluência dos rios Negro e Grande).

Os rios Pomba e o Muriaé são os maiores e deságuam,

respectivamente, a 140 e a 50 quilômetros da foz. O trecho inferior entre a foz

e São Fidélis, numa extensão de aproximadamente 90Km, possui uma

declividade de 22cm/Km. Existe uma navegação incipiente efetuada por

pequenas embarcações que transportam, essencialmente, material de

construção para o município de Campos. No trecho médio superior, entre

Cachoeira Paulista e Guararema, numa extensão de aproximadamente

280Km, apesar da pequena declividade de 19cm/Km, a navegação restringe-

se a embarcações de turismo.

Diversos acidentes prejudicam a navegação no Paraíba do Sul: saltos,

corredeiras, trechos de forte declividade, bem como obras efetuadas para fins

hidrelétricos sem previsão de transposição de níveis. Outros fatores

impeditivos são a existência de um número apreciável de pontes rodoviárias e

ferroviárias, a proximidade de rodovias e ferrovias margeando o rio e a

localização de várias cidades junto às suas margens.

Com relação à cobertura vegetal e uso do solo, pouco resta da

cobertura florestal original. No estado de São Paulo as florestas (latifoliada

tropical ou mata da bacia do Paraná no planalto ocidental, e latifoliada tropical

úmida da encosta ou Mata Atlântica, no planalto cristalino) recobriam

originalmente cerca de 80% da sua superfície (nas regiões mais elevadas,

como na Mantiqueira e na Bocaina, com ocorrência da araucária ou pinheiro-

do-paraná).

20

Devastadas com o avanço da ocupação agrícola, restam menos de 5%

da área original, basicamente na encostas da serra do Mar. O cerrado, que

correspondia a pouco mais de 15% da cobertura vegetal primitiva, ocorria em

manchas dispersas, nas áreas de solos mais pobres da depressão periférica e

do planalto ocidental. Os campos (1,5% da superfície estadual) aparecem na

porção sul da depressão periférica como extensão dos campos gerais

paranaenses, e nas áreas mais elevadas do planalto, como na Mantiqueira,

onde ocorrem associados a capões de araucárias.

Atualmente 70% de sua área é formada por pastagem; 27% por

culturas, reflorestamento e outros; e apenas 11% por florestas nativas (Mata

Atlântica), que ainda subsistem em áreas da Serra dos Órgãos e dos parques

nacionais da Serra da Bocaina e de Itatiaia. O predomínio é de

campos/pastagens, que ocupam geralmente áreas de relevo movimentado e

com altas declividades, o que favorece os processos erosivos.

Ao longo da várzea do rio Paraíba do Sul, encontram-se pequenas

manchas de vegetação remanescente, a maioria delas sendo de vegetação

secundária, ou seja, aquela que ressurge após a retirada da vegetação

original. A antiga mata galeria ou ciliar que se formou ao longo do rio, é

constituída agora por árvores de pequeno porte, arbustos e vegetação típicas

de terrenos alagadiços. Estas poucas manchas estão localizadas entre os

municípios de São José dos Campos e Taubaté e entre Aparecida e

Guaratinguetá.

Existem também em terrenos limítrofes a área de várzea, grandes

áreas destinadas ao reflorestamento, especialmente de eucaliptos e pinus,

localizados entre Pindamonhangaba e Roseira e também próximo a

Tremembé.

21

A população da bacia é estimada em 5,5 milhões de habitantes, sendo

1,8 milhão no estado de São Paulo, 2,4 milhões no Rio de Janeiro e 1,3 em

Minas Gerais. Cerca de 16% da população fluminense reside na bacia do

Paraíba, contra 5% dos paulistas e apenas 7% dos mineiros (IBGE 2000).

Aproximadamente 14,2 milhões de pessoas, somados os 8,7 milhões

de habitantes da região metropolitana do Rio de Janeiro, se abastecem das

águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul.

Em termos gerais, os usos da água abarcam as atividades humanas

em seu conjunto. Neste sentido, a água pode servir para consumo ou como

insumo em algum processo produtivo.

A disponibilidade do recurso é cada vez menor, por um lado, porque

deve ser compartilhado por atividades distintas e por outro, porque não é

utilizado racionalmente.

Os principais usos da água na bacia são: abastecimento, diluição de

esgotos, irrigação e geração de energia hidroelétrica e, em menor escala, há a

pesca, aqüicultura, recreação, navegação, entre outros.

A captação de água para abastecimento corresponde a 64 mil litros por

segundo (17 mil para abastecimento domiciliar da população residente na

bacia, mais 47 mil para o abastecimento da Região Metropolitana do Rio de

Janeiro). Para uso industrial a captação é estimada em 14 mil l/s, e para uso

agrícola 30 mil l/s).

A atividade pesqueira na bacia desenvolve-se principalmente no baixo

curso dos rios Paraíba do Sul, Muriaé e Dois Rios. A pesca esportiva é

praticada em toda a bacia, enquanto a aqüicultura vem-se expandindo nos

últimos anos.

O uso da água para recreação ocorre principalmente nas regiões

serranas, nas nascentes de diversos cursos d'água, onde há cachoeiras e a

canoagem é bastante difundida. Na bacia do Paraibuna (MG-RJ),

22

principalmente nos municípios situados na sub-bacia do rio Preto, as

cachoeiras constituem o principal atrativo turístico. Uma nova modalidade de

esporte, o rafting, vem sendo praticada no rio Paraibuna, entre o município de

Levy Gasparian (RJ) e a confluência com o rio Paraíba do Sul, no município de

Três Rios (RJ).

As principais usinas hidrelétricas na bacia são, no estado de São Paulo:

Paraibuna/Paraitinga, Jaguari (CESP), Santa Branca (LIGHT); no estado do

Rio de Janeiro: Funil (FURNAS), Nilo Peçanha, Fontes Velha, Fontes Nova,

Pereira Passos e Ilha Pombos (LIGHT).

Apesar da bacia do rio Paraíba do Sul ser fortemente urbanizada e

industrializada, o principal usuário da água, em termos de volume de captação,

é o setor de irrigação (49,73 m3/s), se não se considerarem as transposições

dos rios Paraíba do Sul (160 m3/s) e Piraí (20 m3/s) para a Região

Metropolitana do Rio de Janeiro(RMRJ). O abastecimento urbano utiliza cerca

de 16,50 m3/s enquanto que o setor industrial capta 13,65 m3/s, superando

somente o setor de pecuária, cujo consumo é inferior a 4 m3/s.

A bacia é caracterizada por uma diversidade de indústrias, desde a

química à metalúrgica, à produção de papel. No trecho paulista o número de

empresas de grande porte - setores químico, metalúrgico - e alto potencial

poluente é expressivo. Mas é no trecho fluminense, na região do médio

Paraíba, que a questão da poluição é mais crítica, uma vez que esta região

concentra a maioria das empresas industriais da bacia.

O norte fluminense é caracterizado por indústrias distintas das outras

regiões da bacia, incluindo usinas de álcool e açúcar, e empresas de bebidas;

enquanto que na região serrana predominam empresas têxteis e metalúrgicas.

23

No trecho mineiro, as principais indústrias concentram-se na sub-bacia

do rio Paraibuna. Recentemente, um número significativo destas empresas

instalou sistemas de tratamento de efluentes, não eliminando, no entanto, a

ocorrência de lançamentos de cargas tóxicas nos rios.

A pecuária é a atividade econômica que ocupa maior extensão na

bacia. Cerca de 70% das terras estão cobertos por campos/pastagens,

degradados em maioria pelas freqüentes queimadas e pelo pisoteio do gado

em fortes declividades. A agricultura ocupa uma área bem menor (menos de

10%), mas representa uma das mais importantes fontes de poluição do solo e

da água pelo uso descontrolado de fertilizantes e agro-tóxicos.

A bacia do Paraíba do Sul, segundo estudo realizado pelo Instituto de

Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea), em 2005, é responsável pela

produção de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Mais de 14 milhões

de pessoas dependem das águas do rio Paraíba do Sul, de onde são extraídos

praticamente cinco bilhões de litros de água todos os dias. O rio Doce, da

mesma região hidrográfica, também registra uso intensivo para fins industriais.

Nele, estão concentradas oito mil indústrias, a maioria siderúrgicas.

O aumento substancial do abastecimento de água da população

urbana na bacia, nas últimas décadas, não foi acompanhado dos mesmos

índices de coleta de esgotos e, principalmente, do seu tratamento, provocando

impactos negativos importantes na qualidade das águas. A poluição doméstica

é atualmente considerada como a mais crítica da bacia.

Para a avaliação da disponibilidade hídrica na bacia, é necessário o

conhecimento das séries históricas de diversos dados hidrometeorológicos e o

monitoramento constante das águas da bacia. As informações hidrológicas

24

são, cada vez mais, consideradas estratégicas para o gerenciamento dos

recursos hídricos, além de essenciais para o desenvolvimento de projetos em

vários segmentos da economia, como agricultura, transporte, energia e meio

ambiente.

Existem 1.119 estações de monitoramento hidrometeorológico na

bacia cadastradas no Banco de dados HIDRO, sendo 523 em operação e 596

fora de operação. Das estações em operação, 286 são pluviométricas e 240

são estações fluviométricas. Destas últimas, 15 são de qualidade de água. As

estações fluviométricas que monitoram a qualidade de água medem até cinco

parâmetros: condutividade elétrica, pH, O2 dissolvido, temperatura do ar e da

água e, eventualmente, turbidez. O monitoramento da qualidade da água para

fins de controle ambiental é realizado pelos órgãos ambientais: CETESB/SP,

FEEMA/RJ e FEAM/MG. Monitoram vários parâmetros biológicos, físico-

químicos, toxicológicos e microbiológicos.

Além das estações de monitoramento, está sendo implantado o

Sistema de Alerta da Qualidade das Águas da bacia do Rio Paraíba Sul. Neste

Sistema, em nove pontos de monitoramento fluviométrico na bacia são

monitorados quatro parâmetros, duas vezes ao dia. Os dados são transmitidos

via telefonia celular. O observador pode “alertar” para qualquer problema

identificado (inclusive visualmente).

A utilização e elaboração de mapas temáticos é fundamental para o

planejamento das ações relacionadas à gestão dos recursos hídricos na bacia

hidrográfica.

O monitoramento dos reservatórios, como instrumento de gestão dos

recursos hídricos, consiste em realizar o acompanhamento dos seus níveis

d'água e das vazões afluentes e defluentes aos mesmos, servindo de suporte

para a tomada de decisões sobre a sua operação, de forma a permitir o uso

múltiplo dos recursos hídricos.

25

A Agência Nacional de Águas - ANA tem a atribuição de definir e

fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e

privados, visando garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme

estabelecido nos planos de recursos hídricos existentes e, no caso de

reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos, tais definições serão efetuadas

em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS contratou serviço

especializado de estimativa das vazões para atividades de uso consuntivo da

água em bacias do Sistema Interligado Nacional – SIN. Na bacia do Paraíba

do Sul, foi feita a estimativa das séries das vazões de retirada, de retorno e de

consumo da água, para cada município das bacias de contribuição dos

aproveitamentos hidrelétricos no rio Paraíba do Sul.

Esta estimativa abrangeu a evolução histórica das séries no período de

1931 a 2003 e, por meio do estabelecimento de cenários evolutivos setoriais, o

comportamento dessas séries até 2010.

As categorias de uso consideradas foram: irrigação, abastecimento

urbano, abastecimento rural, criação animal e abastecimento industrial.

Há diversos fatores que contribuem para a degradação da qualidade

das águas da bacia, tais como: a disposição inadequada do lixo;

desmatamento indiscriminado com a conseqüente erosão que acarreta o

assoreamento dos rios, agravando as conseqüências das enchentes; retirada

de recursos minerais para a construção civil sem a devida recuperação

ambiental; uso indevido e não controlado de agrotóxicos; extração abusiva de

areia; ocupação desordenada do solo; pesca predatória; entre outros.

Com relação ao saneamento básico, a situação de degradação é

crítica: 1 bilhão de litros de esgotos domésticos, praticamente sem tratamento,

são despejados diariamente nos rios da bacia do Paraíba - 90% dos

municípios da bacia não contam com estação de tratamento de esgotos. Aos

26

efluentes domésticos soma-se 150 toneladas de DBO (Demanda Bio-Química

de Oxigênio) por dia, correspondente à carga poluidora derivada dos efluentes

industriais orgânicos (sem contar os agentes tóxicos, principalmente metais

pesados). A carga poluidora total da bacia do Paraíba, de origem orgânica,

corresponde a cerca de 300 toneladas de DBO por dia, dos quais cerca de

55% derivam de efluentes domésticos, e 45% industriais.

Ao longo dos anos, a bacia do rio Paraíba do Sul sofreu inúmeras

intervenções, capazes de produzir expressivas modificações no desempenho

dos corpos hídricos em situações normais e de extremos. Ações antrópicas na

bacia tais como o desmatamento, o manejo inadequado da terra, a ocupação

desordenada do solo e das encostas, os despejos in natura de efluentes

domésticos e industriais e as extrações descontroladas de areia em cavas e

diretamente nas calhas, contribuíram para elevar consideravelmente a

produção de sedimentos e acelerar o assoreamento dos cursos de água

afluentes e do próprio rio Paraíba.

A incapacidade demonstrada pela administração pública para exercer

o controle sobre o processo de ocupação e o uso do solo, nos trechos urbanos

das sub-bacias Hidrográficas, tem possibilitado a ocorrência de inundações

das cidades banhadas pelo rio Paraíba do Sul que podem ser caracterizadas

como sendo de duas naturezas distintas, a saber: transbordamentos do rio

Paraíba do Sul com a inundação das áreas marginais e transbordamentos dos

cursos de água que efetuam as drenagens locais.

No primeiro caso, trata-se de inundações que podem ser consideradas

de caráter regional. Buscar evitá-las mediante intervenções estruturais na

calha do rio para aumentar a defesa das cidades é hoje de difícil

implementação, exceto em alguns pontos localizados. Nesse caso, a operação

dos reservatórios da bacia na laminação das cheias é a forma mais eficaz para

a proteção de alguns centros urbanos.

27

No segundo caso, transbordamento dos cursos de água urbanos, as

inundações têm caráter local e decorrem dos efeitos da degradação das áreas

rurais e da ocupação desordenada do solo urbano, com a ocupação das

margens e invasões de leitos por construções promovendo estrangulamentos.

Nesses casos, torna-se difícil e oneroso intervir nos estirões urbanos para a

execução dos serviços de manutenção ou para introduzir as adequações

necessárias. Nesse caso é essencial a introdução dos novos conceitos em

relação à drenagem urbana, por parte das administrações públicas, que

incluam, dentre outras, a necessidade de priorizar medidas não-estruturais, tais

como a delimitação das áreas de risco e a preservação de planícies de

inundação visando à proteção das cidades.

As cidades mais afetadas pelas cheias do rio Paraíba do Sul nos

últimos anos foram Barra Mansa, Volta Redonda e Barra do Piraí. Nitidamente,

observa-se que, devido à ausência de fiscalização ostensiva, a proteção

proporcionada pela UHE Funil favoreceu a ocupação intensa das margens ao

longo desses centros. Um dos casos mais graves de ocupação densa e

irregular acontece na cidade de Barra Mansa, na região da foz do rio Bananal.

2.4 Cobrança pelo uso da água

A cobrança pelo uso da água é um dos instrumentos de gestão de

recursos hídricos, previsto na Lei Federal de Recursos Hídricos, a Lei

9.433/07. Iniciada em março de 2003, a cobrança pelo uso da água bruta na

bacia do rio Paraíba do Sul é pioneira no cenário nacional por incidir, pela

primeira vez, sobre águas de domínio da União e por possibilitar o início efetivo

da gestão de uma bacia de rio federal.

Esta cobrança não deve ser entendida como mais um encargo ao setor

produtivo. De acordo com a Lei 9.433/07, em seu artigo 19, a cobrança pelo

uso da água objetiva: ‘reconhecer a água como bem econômico e dar uma

28

indicação do seu real valor; incentivar a racionalização seu uso e obter

recursos para o financiamento dos programas e intervenções previstos no

Plano da Bacia.

A cobrança não tem natureza tributária. Não é imposto nem taxa. É

preço público. Funciona como uma taxa condominial, sendo o seu valor fixado

em função das necessidades e capacidade de pagamento dos condôminos.

No caso da Bacia do Paraíba do Sul, cabe ao Comitê da Bacia, o CEIVAP,

determinar as prioridades para recuperação e proteção das águas, apontadas

no plano de investimento, que é parte do Plano da Bacia. O valor a ser

cobrado dos “condôminos” (usuários públicos e privados), é pactuado de forma

participativa com o poder público, os diversos setores usuários e a sociedade.

A implantação da cobrança pelo uso da água na bacia do rio Paraíba

do Sul é particularmente complexa devido às peculiaridades jurídicas-

institucionais relativas aos recursos hídricos no Brasil, notadamente tendo em

vista que há águas de domínio da União e águas dos Estados da Federação.

Essa particularidade implica a existência de sistemas de cobrança em nível da

União e dos três estados envolvidos com a gestão das águas da bacia. A

cobrança pelo uso dos recursos hídricos em rios de domínio dos estados de

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais está sujeita ao que estabelecem as

respectivas leis estaduais.

De fato, o arranjo global de implementação da cobrança na bacia do rio

Paraíba do Sul envolve, diretamente, pelo menos os seguintes órgãos e

organismos: ANA, Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e CEIVAP

(em estreita articulação com os outros comitês de bacia e com os estados),

para as águas de domínio da União; Departamento de Águas e Energia

Elétrica (DAEE), Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH-SP) e

”Comitê paulista” (CBH-PS), para as águas de domínio paulista; no caso das

águas mineiras, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), o Conselho

Estadual de Recursos Hídricos (CERH-MG) e os Comitês das Bacias dos

Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé e dos Rios Preto e Paraibuna.

29

Para as águas de domínio do Estado do Rio de Janeiro, a

Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA), Conselho Estadual de

Recursos Hídricos (CERH-RJ), o Comitê da Bacia do Rio Piabanha e outros

comitês fluminenses que estão sendo instituídos.

A cobrança na bacia do rio Paraíba do Sul incide sobre o uso da água

bruta em rios de domínio da União e foi proposta conjuntamente pela ANA e

pelo CEIVAP, sob aprovação do CNRH.

A cobrança teve início com base no processo de regularização de usos

apoiado pelo cadastramento declaratório de usos de recursos hídricos na

bacia, que se encontra disponível no Cadastro Nacional de Usuários de

Recursos Hídricos – CNARH. O pressuposto mais importante, na definição da

metodologia inicial de cobrança CEIVAP-ANA, foi a simplicidade conceitual e

operacional que possibilitasse sua aplicação, a curto prazo, tendo em vista as

atuais limitações de cadastro da bacia. Buscou-se as seguintes características:

simplicidade de cálculo, para que fosse de fácil compreensão e baseado em

parâmetros facilmente quantificáveis; aceitabilidade por parte dos usuários-

pagadores, facilitada pelo caráter participativo do processo na adoção da

metodologia de cobrança dos critérios e dos valores unitários no âmbito do

CEIVAP; sinalização do valor econômico da água e da importância do uso

racional dos recursos hídricos nos aspectos de quantidade e qualidade

(captação, consumo e lançamento de efluentes); minimização do risco de

impacto econômico nos usuários-pagadores, adotando-se valores baixos de

cobrança.

Em março de 2001, o CEIVAP aprovou a proposta inicial de cobrança

elaborada pelo Laboratório de Hidrologia e Estudos do Meio Ambiente da

COPPE/UFRJ, tanto no âmbito de suas Câmaras Técnicas quanto na sua

plenária de Campos dos Goytacazes. Era sabido, entretanto, que restava um

30

longo caminho até a operacionalização da cobrança. De fato, a discussão

aprofundada em torno das propostas metodológicas e dos critérios de

cobrança ocorreu entre a aprovação da proposta inicial e a sua posterior

modificação, em dezembro de 2001, pela plenária do CEIVAP de Resende-RJ.

É importante ressaltar que a metodologia e critérios de cobrança aprovados em

dezembro de 2001 tiveram caráter transitório, vigorando de março de 2003,

quando iniciou-se a cobrança, até dezembro de 2006.

Buscando aperfeiçoar o instrumento, o CEIVAP aprovou, em setembro

de 2006, a Deliberação nº 65/06, que estabelece novos mecanismos e valores

para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos nos rios de domínio da União

da bacia do rio Paraíba do Sul, a vigorar a partir de janeiro de 2007.

Em outubro, foi aprovada a Deliberação nº 70/06, que estabelece mecanismos

diferenciados de pagamento pelo uso da água, com o intuito de incentivar

ações de melhoria da qualidade e da quantidade de água da bacia.

Em dezembro, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, através da

Resolução nº 64/06, aprovou os novos mecanismo e valores propostos pelo

CEIVAP.

A nova metodologia em vigor desde janeiro de 2007 trouxe os

seguintes aperfeiçoamentos ao instrumento cobrança pelo uso da água na

bacia do rio Paraíba do Sul: Incorpora a carga orgânica lançada (DBO), ao

passo que a metodologia em vigor até 2006 previa a cobrança sobre a vazão

lançada; Considera a vazão efetivamente utilizada no cálculo da cobrança, por

meio de medição da vazão captada e lançada; inclui coeficiente que considera

classe de enquadramento no ponto de captação; Permite a ponderação da

cobrança pelo consumo entre União e Estados; Permite a inclusão de

coeficientes que levam em conta as boas práticas pelo uso da água. Introduz

um novo coeficiente (KGestão) que possibilita zerar o valor a ser cobrado, se

houver descumprimento, pela ANA, do Contrato de Gestão celebrado com a

31

Agência da Bacia - AGEVAP, instrumento que assegura o retorno para a bacia

dos recursos arrecadados com a cobrança.

32

CAPÍTULO III

Gestão e Legislação da

Bacia Rio Paraíba do Sul

Vários organismos de bacia, originários de processos

organizativos distintos, compõem hoje o arranjo institucional interno da bacia: o

Comitê de integração da bacia do rio Paraíba do Sul, os Comitês de sub-

bacias ou de parte da bacia e outros tipos de organismos de bacia, como

consórcios intermunicipais e associações de usuários.

3.1 Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CBH-

PS)

O processo de formação do CBH-PS decorreu da aplicação da

lei das águas paulista (Lei 7,663/91), tendo sido iniciado pela Diretoria de

Bacia do rio Paraíba do Sul do Departamento de Águas e Energia Elétrica de

São Paulo (DAEE/SP - Taubaté). O CBH-PS revela um grau de autonomia

técnica superior a outros comitês, fruto do envolvimento do DAEE no processo

de criação e no funcionamento do mesmo. O CBH-PS elaborou e aprovou o

Plano de Recursos Hídricos 2001-2003 para a área sob sua jurisdição, cuja

concepção e discussão foram realizadas no seio da Câmara Técnica de

Planejamento.

3.2 Comitê para a Integração da Bacia Hidrográfica do Rio

Paraíba do Sul (CEIVAP)

O CEIVAP foi criado em 1996 pelo Decreto Federal 1.842, tendo

como área de abrangência a totalidade da bacia do rio Paraíba do Sul. O

CEIVAP estruturou em Março de 2000 o seu escritório técnico de apoio

33

viabilizada, na sua maior parte, pela Secretaria de Recursos Hídricos do

Ministério do Meio Ambiente e, desde Julho de 2001, pela Agência Nacional de

Águas (ANA). Este investimento em recursos humanos técnicos surge em

resposta a uma carência técnica e logística sentida desde a criação do Comitê.

A atuação do CEIVAP nos últimos anos tem privilegiado a criação da sua

Agência de Bacia e a operacionalização da cobrança pelo uso da água, ambas

previstas para o ano 2002. Na verdade, a bacia do rio Paraíba do Sul constitui

a bacia pioneira na implementação do sistema de gestão dos recursos hídricos

em bacias de rios de domínio da União e, por essa razão, o CEIVAP tem

contado com um apoio significativo por parte da ANA, a quem incumbe tal

tarefa.

3.3 Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do

Rio Paraíba do Sul (AGEVAP)

É uma associação civil, sem fins lucrativos, que tem por finalidade

básica dar apoio técnico e operacional à gestão dos recursos hídricos da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, com sede na cidade de Resende-RJ. Esta

foi reconhecida pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, através

da Resolução nº 38, de 26 de março de 2004 cm entidade delegatária das

funções de Agência de Água.

3.4 Comitê de Sub-Bacias Hidrográficas dos Rios Pomba e

Muriaé (CEHIPOM)

O CEHIPOM é o Comitê mais recente da bacia do rio Paraíba do

Sul, tendo sido constituído em 2001. A Secretaria Executiva do Comitê foi

assegurada financeiramente de forma tripartida: o cargo de Secretário

Executivo, pela Agência Nacional de Águas (ANA) e os técnicos, pelos

34

Consórcios dos rios Muriaé e Pomba (um cada). Os cargos da Diretoria são

eleitos pelo Plenário, garantindo a presença dos dois estados na mesma.

Desde a sua criação, o CEHIPOM tem-se dedicado à sua estruturação e

instalação e participado ativamente na agenda do CEIVAP, notadamente nas

discussões envolvendo a cobrança pelo uso da água e a criação da Agência

de Bacia desse Comitê de Integração.

3.5 Legislações Regentes

3.5.1 Decreto nº 24.643 de 10 de julho de 1934.

Decreta o código de Águas.

3.5.2 Lei nº 9433 de 08 de janeiro de 1997.

Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do

art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de

março de 1990 que modificou a Lei nº 7.990 de 28 de dezembro de 1989.

3.5.3 Lei 9.984 de 17 de julho de 2000.

Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA, entidade

federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de

Coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e

dá outras providências.

35

3.5.4 Lei nº 10.881 de 09 de junho de 2004.

Dispõe sobre os contratos de gestão entre a Agência Nacional de

Águas e entidades delegatárias das funções de Agências de Águas relativas à

gestão de recursos hídricos de domínio da União e dá outras providências.

3.5.5 Lei nº 11.514, de 13 de agosto de 2007.

Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei

Orçamentária de 2008 e dá outras providências, Brasília.

3.5.6 Decreto nº 3.692, de 19 de dezembro de 2000.

Dispõe sobre a instalação, aprova a Estrutura Regimental e o Quadro

Demonstrativo dos Cargos Comissionados e dos Cargos Comissionados

Técnicos da Agência Nacional de Águas - ANA, e dá outras providências,

Brasília. 990, de 28 de dezembro de 1989, Brasília.

3.5.7 Resolução Conjunta ANA, DAEE, SERLA e IGAM nº 479,

de 12 de novembro de 2007.

Estabelece diretrizes gerais para medição e controle dos volumes

captados e lançados nos corpos d’água, em seus aspectos de quantidade e

qualidade, para fins de cobrança pelo uso de recursos hídricos nas bacias

hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e do rio Paraíba do Sul e

dá outras providências.

36

3.5.8 Resolução nº 308, de 06 de agosto de 2007.

Dispõe sobre os procedimentos para arrecadação das receitas

oriundas da cobrança pelo uso de recursos hídricos em corpos d’água de

domínio da União.

3.5.9 Resolução nº 130, de 05 de dezembro de 2001.

Dispõe sobre os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de

Recursos Hídricos que devem ser aplicados prioritariamente na bacia

hidrográfica em que foram gerados, nos termos do art. 22 da Lei nº 9.433.

3.6.0 Resolução nº 102, de 25 de maio de 2009.

Estabelece as prioridades para aplicação dos recursos provenientes da

cobrança pelo uso de recursos hídricos, referidos no inc. II do § 1º do art. 17

da Lei nº 9.648, de 1998, com a redação dada pelo art. 28 da Lei nº 9.984, de

2000, para o exercício orçamentário de 2010/2011.

3.6.1 Resolução nº 097, de 17 de dezembro de 2008.

Altera a Resolução CNRH nº 070, de 19 de março de 2007, que

“Estabelece os procedimentos, prazos e formas para promover a articulação

entre o Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH e os Comitês de

Bacia Hidrográfica, visando definir as prioridades de aplicação dos recursos

provenientes da cobrança pelo uso da água, referidos no inciso II do § 1º do

art. 17 da Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação dada pelo art.

28 da Lei nº 9.984, de 17 de junho de 2000”.

37

3.6.2 Resolução nº 070, de 19 de março de 2007.

Estabelece os procedimentos, prazos e formas para promover a

articulação entre o Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Comitês de

Bacia Hidrográfica, visando definir as prioridades de aplicação dos recursos

provenientes da cobrança pelo uso da água, referidos no inc. II do § 1º do art.

17 da Lei no 9.648, de 1998, com a redação dada pelo art. 28 da Lei no 9.984,

de 2000.

3.6.3 Resolução nº 049, de 21 de março de 2005.

Estabelece prioridades para aplicação dos recursos provenientes da

cobrança pelo uso de Recursos Hídricos, para o exercício de 2006, e dá outras

providências.

3.6.4 Resolução nº 048, de 21 de março de 2005.

Estabelece critérios gerais para a cobrança pelo uso dos Recursos

Hídricos.

3.6.5 Resolução nº 041, de 02 de julho de 2004.

Estabelece as prioridades para aplicação dos recursos provenientes da

cobrança pelo uso de recursos hídricos, para o exercício de 2005.

3.6.6 Resolução nº 035, de 01 de dezembro de 2003.

Estabelece as prioridades para aplicação dos recursos oriundos da

cobrança pelo uso de Recursos Hídricos para o exercício de 2004, e dá outras

providências.

38

3.6.7 Resolução nº 021, de 14 de março de 2002.

Institui a Câmara Técnica Permanente de Cobrança pelo Uso de

Recursos Hídricos, de acordo com os critérios estabelecidos no Regimento

Interno do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

39

CONCLUSÃO

Os Recursos Hídricos estão ficando cada vez mais escassos no

Planeta. Essa avaliação é feita com base em estudos realizados por diversas

instituições. Com isso foi criado em 22 de março de 1992, o Dia Mundial da

Água, por iniciativa da ONU (Organização das Nações Unidas). Esta data é um

momento para refletirmos sobre nossos hábitos e costumes. Temos que ter

consciência para economizarmos, apesar de o Planeta possuir formação de

dois terços de água, apenas 0,008% podem ser consumidos pelos habitantes.

Com as constantes notícias de poluição de nossos rios e lagos destruindo as

principais nascentes que abastecem as residências. Isso é decorrente de uma

falta de cultura em nosso país de implementar a educação ambiental nas

escolas.

Nós temos que enfrentar a realidade e não pensar mais de que estes

recursos são infinitos.

Relatamos neste trabalho, que a cobrança pelo uso da água bruta é

uma ferramenta primordial e de vital importância para a Gestão da Bacia em

questão. Esta ferramenta aprimorada poderá alavancar recursos para projetos

de recuperação e maior conservação das águas.

Para que isto seja efetivamente incorporado, terá que ser sanada

algumas falhas de coordenação de alguns órgãos institucionais de Políticas

Públicas de Governos Estaduais e Municipais. A implantação dos Comitês de

Bacia e a capacidade técnica para pleitar recursos da cobrança e outras

formas de financiamento.

É estritamente necessário um esforço institucional para que os

procedimentos operacionais da cobrança sejam harmônicas para se evitar

distorções entre os sistemas de cobrança da Bacia.

Nesse sentido, o processo político que resultou na implementação do

Sistema de Gestão na Bacia Rio Paraíba do Sul vem pleiteando uma

participação mais intensa do poder público, usuários e sociedade civil.

40

Mesmo que na Bacia haja questões para serem dirimidas tem que

haver a união entre os Estados e a esfera Federal. A AGEVAP tem que

funcionar como um interlocutor e procurar os envolvidos, para se formar uma

agencia única.

41

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Fotos da Bacia;

Anexo 2 >> Mapa de localização da Bacia; Anexo 3 >> Vegetação;

42

ANEXO 1

FOTOS

Foto retirada do Site CEIVAP

Foto retirada do Site CEIVAP

43

ANEXO 2

Mapa

44

ANEXO 3

VEGETAÇÃO

45

BIBLIOGRAFIA

JUNIOR, Antonio Pereira Magalhães. Indicadores Ambientais e Recursos

Hídricos. Minas Gerais: Bertand Brasil, 2007.

YOSHIDA, Consuelo Yatsuda Moromizato. Recursos Hídricos volume 2. São

Paulo: Ed. Alínea, 2007.

GEOFF, Brown. Os Recursos Físicos da Terra – Bloco 4 – Recursos

Hídricos. Campinas: Unicamp, 1998.

YOSHIDA, Consuelo Yatsuda Moromizato Recursos Hídricos: Aspectos

Éticos, Jurídicos, Econômicos e Socioambiental - Vol. 1 São Paulo: Ed.

Alínea, 2007.

SERRICCHIO, Claudio. O CEIVAP e a gestão integrada dos recursos

hídricos da bacia Rio Paraíba do Sul – um relato da prática Rio de Janeiro:

Ed. , 2006.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Recursos Hídricos - Direito Brasileiro e

Internacional. Rio de Janeiro: Ed Malheiros, 1986.

Sites:

� www.feema.rj.gov.br

� www.hidro.ufrj.br

� www.ambientebrasil.com.br

� www.abrh.org.br

� www.comitepsm.sp.gov.br

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Recursos Hídricos 10

1.1 – Bacias Hidrográficas no Brasil 11

1.2 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul 12

CAPÍTULO II

Situação 15

2.1 – Histórico da Região 15

2.2 – Dados Geo ambientais 18

2.3 – Os principais afluentes no Rio Paraíba do Sul 18

2.4 – Cobrança pelo uso da água 27

CAPÍTULO III

Gestão e Legislação 32

3.1 - Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

(CBH-PS) 32

3.2 - Comitê para a Integração da Bacia Hidrográfica do

Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) 32

47

3.3 - Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica

do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP) 33

3.4 Comitê de Sub-Bacias Hidrográficas dos Rios Pomba

e Muriaé (CEHIPOM) 33

3.5 Legislações Regentes 34

- 3.5.1 Decreto nº 24.643 de 10 de julho de 1934. 34

- 3.5.2 Lei nº 9433 de 08 de janeiro de 1997. 34

- 3.5.3 Lei 9.984 de 17 de julho de 2000. 34

- 3.5.4 Lei nº 10.881 de 09 de junho de 2004. 35

- 3.5.5 Lei nº 11.514, de 13 de agosto de 2007. 35 -3.5.6 Decreto nº 3.692, de 19 de dezembro de 2000. 35 - 3.5.7 Resolução Conjunta ANA, DAEE, SERLA e IGAM nº 479, de 12 de novembro de 2007 35

- 3.5.8 Resolução nº 308, de 06 de agosto de 2007. 36

- 3.5.9 Resolução nº 130, de 05 de dezembro de

2001. 36

- 3.6.0 Resolução nº 102, de 25 de maio de 2009. 36

- 3.6.1 Resolução nº 097, de 17 de dezembro

de 2008. 36

- 3.6.2 Resolução nº 070, de 19 de março de 2007. 37

- 3.6.3 Resolução nº 049, de 21 de março de 2005. 37

- 3.6.4 Resolução nº 048, de 21 de março de 2005. 37

48

- 3.6.5 Resolução nº 041, de 02 de julho de 2004. 37

- 3.6.6 Resolução nº 035, de 01 de dezembro

de 2003. 37

- 3.6.7 Resolução nº 021, de 14 de março de 2002. 38

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

BIBLIOGRAFIA CITADA 45

ÍNDICE 46

49

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: