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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso Documentário Jurídico em Vídeo Memorial Descritivo A SÍNDROME DE ESTOCOLMO: CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS Estudantes: Bruna Larissa Lobato Silva UC10022394 Gislene Sousa de Oliveira UC11076421 Jéssica Pimentel Ataíde Cardoso UC10001494 Ranyelle Ferreira Rodrigues Maciel UC10023031 Orientadora: Profª. MSc. Neide Aparecida Ribeiro BRASÍLIA - DF 2014

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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito

Trabalho de Conclusão de Curso Documentário Jurídico em Vídeo

Memorial Descritivo

A SÍNDROME DE ESTOCOLMO: CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS

Estudantes: Bruna Larissa Lobato Silva UC10022394

Gislene Sousa de Oliveira UC11076421 Jéssica Pimentel Ataíde Cardoso UC10001494

Ranyelle Ferreira Rodrigues Maciel UC10023031

Orientadora: Profª. MSc. Neide Aparecida Ribeiro

BRASÍLIA - DF

2014

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Bruna Larissa Lobato Silva Gislene Sousa de Oliveira

Jéssica Pimentel Ataíde Cardoso Ranyelle Ferreira Rodrigues Maciel

A SÍNDROME DE ESTOCOLMO: CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS

Documentário Jurídico em Vídeo apresentado ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientadora: Profª. MSc. Neide Aparecida Ribeiro

BRASÍLIA – DF 2014

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Documentário de autoria de Bruna Larissa Lobato Silva, Jéssica Pimentel Ataíde Cardoso,

Gislene Sousa de Oliveira e Ranyelle Ferreira Rodrigues Maciel, intitulado “A SÍNDROME DE

ESTOCOLMO: CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS”, apresentado como requisito parcial

para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Católica de Brasília, em novembro

de 2014, defendido e/ou aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

Prof.ª MSc. Neide Aparecida Ribeiro

Orientadora

UCB – Universidade Católica de Brasília

Prof.

UCB – Universidade Católica de Brasília

Prof.

UCB – Universidade Católica de Brasília

Brasília

2014

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AGRADECIMENTO

Primeiramente, agradecemos a Deus, que nos deu força, perseverança e fé

para concluir mais uma etapa em nossas vidas, Àquele que abriu portas onde

sequer imaginávamos haver uma saída. Sem Ele nada disso seria possível.

Aos nossos queridos pais e familiares, alicerces em nossa caminhada, que

nos apoiaram em todos os momentos incentivando e proporcionando todas as

condições para lutarmos pela realização de nossos sonhos.

A nossa Orientadora Professora Neide Aparecida Ribeiro, pela paciência,

atenção, disponibilidade, ajuda e confiança depositadas em nosso ideal e

capacidade em desenvolver o presente trabalho.

Aos entrevistados, que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa

ao dedicar seu precioso tempo cedendo informações e transmitindo novos

conhecimentos, além de todo o apoio para concretização do nosso objetivo.

Aos nossos amigos, e namorados que compartilharam nossas certezas,

inseguranças, frustrações e vitórias, mas estiveram sempre ao nosso lado nos

incentivando.

Finalmente, nossos sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma

forma ajudaram na conclusão deste trabalho.

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Dedicamos este documentário, primeiramente a Deus. Em especial aos nossos pais que acreditaram em nós, dando todo o suporte necessário para que esse sonho se realizasse. À orientadora Professora Neide Aparecida Ribeiro, pela disposição e ajuda, apontando os meios necessários para a elaboração desse trabalho. Aos familiares e amigos pelo apoio. E aos entrevistados, que cederam seu precioso tempo, contribuindo para a elaboração deste trabalho.

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“O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós”.

Clarisse Lispector

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RESUMO

Referência: LOBATO, Bruna Larissa; CARDOSO, Jéssica Pimentel Ataíde; OLIVEIRA, Gislene Sousa de; MACIEL, Ranyelle Ferreira Rodrigues Maciel. Síndrome de Estcolmo consequências sociais e jurídicas. 2014. 47 páginas. Documentário (Curso de Direito) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

O presente trabalho versa sobre a síndrome de estocolmo e suas consequências jurídicas e sociais, em um estudo com abordagem analítica. O documentário em vídeo analisa o conceito e os fatores que influênciam esse fenômeno. Em seguida, destaca a as consequências geradas pela síndrome no âmbito jurídico. Observa os aspectos físicos e mentais das vítimas da síndrome. Finalmente, enriquecendo este documentário, a relevante participação de operadores do Direito, bem como depoimentos de profissionais especializados em casos da síndrome de estocolmo.

Palavras chave: Síndrome Estocolmo. Direito Penal. Vitimologia. Psicologia Jurídica.

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ABSTRACT

Reference: LOBATO, Bruna Larissa; CARDOSO, Jéssica Pimentel Ataíde; OLIVEIRA, Gislene Sousa de; MACIEL, Ranyelle Ferreira Rodrigues Maciel. Stockholm Syndrome social and legal consequences. 2014. 47 pages. Documentary (Course of Law) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

This present work introduces the stockholm syndrome and yours socials and legals consequences by an analytical approach. The video documentary analyzes the concept and the factors that influence this condition. Then we highlight these consequences generate by this syndrome in the legal framework. Observe the physical and mental aspects of the syndrome victims.And finally enriching this documentary , the relevant participation of leading law operators, as well as testimonials from specializing professional in cases of Stockholm syndrome.

Keywords: Stockholm Syndrome. Criminal Law. Victimology. Legal Psychology.

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 11

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12

2.1 OBJETIVO ESPECÍFICOS ................................................................................. 12

3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 13

4 A SÍNDROME DE ESTOCOLMO .......................................................................... 14

4.1 CONCEITO DE SÍNDROME DE ESTOCOLMO ................................................. 14

4.2 FENÔMENO QUE DEU NOME A SÍNDROME ................................................... 14

4.3 A SÍNDROME EM OUTROS LUGARES ............................................................. 15

4.4 CASOS DA SÍNDROME NO BRASIL ................................................................. 16

5 VITIMOLOGIA E ESTADO PSICOLÓGICO .......................................................... 19

6 EFEITOS PENAIS .................................................................................................. 22

7 PESQUISA E DADOS ........................................................................................... 25

8 O DOCUMENTÁRIO .............................................................................................. 26

8.1 SUMÁRIO EXECUTIVO ...................................................................................... 26

8.1.1 Objetivo ........................................................................................................... 26

8.1.2 Formato ........................................................................................................... 26

8.1.3 Viabilidade ...................................................................................................... 26

8.1.4 Estratégia ........................................................................................................ 27

8.2 ESCALETA .......................................................................................................... 27

8.3 ROTEIRO ............................................................................................................ 29

9 METODOLOGIA .................................................................................................... 36

9.1 DIÁRIO DE BORDO ............................................................................................ 36

10 CRONOGRAMA .................................................................................................. 38

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41

REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS .......................................................................... 43

12 ANEXOS................................................................................................................44

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1 APRESENTAÇÃO

Este documentário tem como objeto de estudo a Síndrome de Estocolmo e

suas consequências sociais e jurídicas.

O tema é atual e pouco conhecido no Brasil. No entanto, é verificado casos de

formas isoladas como será demonstrado no decorrer do trabalho.

Vale destacar que esta sídrome é um estado psicológico, inconsciente que se

desenvolve em pessoas que foram vítimas de crime como sequestro, de acordo com

o autor Jorge Trindade (2011).

Ademais, nota-se a Síndrome em ações que envolvem tensão, pois ela

interfere no subconsciente da vítima, levando alguns crimes a serem relacionados

com este estado psicologico, como rapto, abuso, violência doméstica e prisão

domiciliar.

De toda sorte, é importante ressaltar que em virtude disso muitas pessoas

não tem conhecimento e nem sequer sabem que estão sofrendo a referida

Síndrome.

Diante desse contexto, o presente documentário tem por objetivo apresentar

os principais pontos a respeito da Síndrome de Estocolmo, como sua definição, onde

ocorreu os casos, como ela se desenvolve, quais os danos que são causados às

vítimas, refletindo assim nas consequências sociais e jurídicas, para que os futuros

bacháreis de Direito, assim como o público em geral, obtenham maior conhecimento

acerca do tema desenvolvido.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

A pesquisa tem como objetivo geral analisar as causas da Síndrome de

Estocolmo e as consequências no âmbito jurídico e social.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conceituar a síndrome de Estocolmo;

Descrever o fenômeno histórico que aconteceu em 1973, em Estocolmo;

Entrevistar pessoas que possam esclarecer os pontos fundamentais da

Síndrome como: Professores, psicólogos e promotores de justiça;

Estudar a síndrome conforme entendimento da psicologia jurídica;

Pesquisar na doutrina e internet, o perfil da vitima que sofreu a Síndrome

de Estocolmo;

Investigar as consequências no julgamento do autor da infração penal que

manteve o contato com a vítima.

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3 JUSTIFICATIVA

A escolha do tema é relevante devido comportamento que se forma na vítima

diante do sequestrador, comportamento estudado na psicologia jurídica e o direito

penal, de grande relância para o Direito e demais áreas.

É mister ressaltar que é um tema atual e ainda pouco conhecido, quem vem

crescendo em números de casos, não somente no Brasil como em outros Países.

De toda sorte, a pesquisa tem como justificativa estudar as consequências

que são geradas por esta Síndrome, tanto em seu âmbito jurídico, como social,

mostrando sua projeção nos casos de ocorrência deste fenômeno.

Para tanto, será adotado o método dedutivo, buscando junto a profissionais

que são especialistas no assunto, conhecer o fenômeno e identificar os efeitos que

produz.

Sobre a Síndrome de Estocolmo, trata o documentário dos seguintes

aspectos: (a) Conceito da Síndrome de estocolmo; (b) Fenômeno que deu nome a

Síndrome; (c) A Síndrome pelo mundo ; (d) Casos da Síndrome no Brasil; (e)

Vitiologia e Estado Psicológico; (f) Consequências Sociais e Jurídicas.

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4 A SÍNDROME DE ESTOCOLMO

4.1 CONCEITO DA SÍNDROME DE ESTOCOLMO

De acordo JORGE TRINDADE1, o conceito de síndrome está diretamente

ligado à noção de sintoma, é uma manifestação do inconsciente.

A Síndrome de Estocolmo é o nome dado a um estado psicológico,

inconsciente que se desenvolve em uma pessoa que foi vítima de crime como

sequestro, isso acontece à medida que a vitima passa pro um sofrimento mental,

marcado por sentimentos de desamparo, ameaças, inseguranças, isolamento e

solidão. A vítima cria uma identificação, bem como sentimentos de amor ou amizade

com agressor, um gesto desesperado de preservação pessoal2.

Jorge Trindade3, por sua vez, conceitua a síndrome da seguinte forma:

Quando uma pessoa passa por uma situação extremamente crítica em que sua existência fica completamente à mercê de outra, que detém o poder de vida ou de morte sobre ela, pode-se estabelecer um tipo de relação dependente em que a vitima adere psicologicamente ao agressor. Nesses casos, pode-se estabelecer uma espécie de amor ou paixão que decorre de um processo inconsciente de preservação cujo mecanismo mais evidente se expressa pela idealização e pela identificação, notadamente pela identificação projetiva, através da quais carcaterísticas da vítima são projetadas no agressor, com o fim de manter o controle do outro, defender-se dele e proteger-se de um mal grave e inesperado que ele pode causar.

4.2 FENÔMENO QUE DEU NOME A SÍNDROME

Deu-se início a este fenômeno em referêcia ao famoso assalt ocorrido em 23

de agosto de 1973, o assalto de Normalmstorg na agência do Kreditbanken em

Estocolmo, capital da Suécia, onde três mulheres e homens foram feitos reféns. O

assalto durou seis dias, onde dois assaltantes, sendo um deles presidiário,

conviveram com os quatros funcionários dentro do banco, local onde foi

desenvolvida uma relação afetiva de cumplicidade com seus sequestradores4.

1TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 213.

2TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 213.

3TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 213.

4Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/sindrome-de-estocolmo-uma-analise-da-

psicologia-juridica/116647/> Acesso em: 02 set. 2014.

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Tais laços logo ficaram aparentes, isto porque, quando os policiais iniciaram

suas estratégias de liberação, as vítimas recusaram ajuda, usando seus próprios

corpos como escudo aos agressores e imputaram toda a culpa do fato aos

profissionais responsáveis pela solução do crime5.

Esse estranho acontecimento psicológico entre vítima e algoz foi

inteligentemente captado e batizado pelo criminólogo e psicólogo Nils Bejerot como

Síndrome de Estocolmo6.

Conclui-se que surge tal Síndrome na vítima como sendo um mecanismo de

defesa gerado pelo trauma e estresse da situação, se tornando uma forma de

autopreservação, criando-se assim um laço afetivo e um vínculo ilusório como forma

de fuga dos efeitos causados pela violência.

4.3 A SÍNDROME EM OUTROS LUGARES

A Síndrome não ocorre em regiões isoladas, ela ocorre em outros lugares,

existindo diversos casos. Um dos casos mais conhecido é o da filha do magnata e

banqueiro norte-americano Willian Randolph Hearst. Patrícia Hearst foi sequestrada

pelo Exército Simbionês de Libertação, uma organização revolucionária de esquerda

dos Estados Unidos, aos 19 anos de idade e prestes a se casar.

Alguns meses após sua captura foi gravada por câmeras de segurança

participando de assaltos a bancos ao lado de seus raptores, a vítima enviou uma

gravação à imprensa onde rejeita sua família e declara ter ingressado às fileiras da

organização, aditando o nome de Tanya, em homenagem à esposa do guerrilheiro

Che-Guevara.

5Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/sindrome-de-estocolmo-uma-analise-da-

psicologia-juridica/116647/> Acesso em: 02 set. 2014. 6TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 222.

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Quando uma pessoa passa por uma situação extremamente crítica em que a

sua existência fica completamente à mercê de outra, que detém o poder de vida ou

de morte sobre ela, podendo-se estabelecer um tipo de relação dependente em que

a vítima adere psicologicamente ao agressor7.

Mais um caso célebre da Síndrome é o de Natascha Kampush, que com

apenas 10 anos foi sequestrada, a caminho da escola na Austria, em 1998,

Natascha passou oito anos sendo prisioneira de seu sequestrador Wolfgang

Priklopil, um técnico de telecomunicações a quem ninguém desconfiava; ele a

manteve durante todo esse tempo em um cativeiro na garagem de sua casa,

tornando-a sua “escrava” particular. Em 2006, por um descuido de Priklopil ao

atender o celular, Natascha conseguiu fugir e chamar a polícia.

Seu sequestrador, ao saber do ocorrido, suicidou-se após se jogar em frente a

um trem em movimento. A síndrome foi identificada em Natascha, pois após saber

do suicídio de seu agressor, entrou em prantos e, em entrevistas posteriores ao fato,

declarando que sentia pena, que este era essencial a sua sobrevivência no cativeiro,

e que muitas vezes era amável com ela, chegando a referenciá-lo com palavras

gentis8.

4.4 CASOS DA SÍNDROME NO BRASIL

Um dos casos mais famosos ocorrido no Brasil foi o da filha do empresário e

apresentador Sílvio Santos. Patrícia Abravanel foi sequestrada em agosto de 2001,

em São Paulo e mantida em cativeiro durante uma semana. Após sua libertação, em

entrevista dada na varanda de sua casa, se lembrava com carinho dos seus

sequestradores e dizia se compadecer dos mesmos.

7TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 223.

8Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/sindrome-de-estocolmo-uma-analise-da-

psicologia-juridica/116647/ > Acesso em: 10 set. de 2014.

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Uma matéria jornalista, no site do Jornal Nacional, relata a explicação médica

para o elogio de Patrícia Abravanel aos criminosos, vejamos9:

Declarações de Patrícia Abravanel sobre as pessoas que a sequestraram foram interpretadas por especialistas como a reação típica de vítimas de um grande trauma. Ela escapou do pior, mas depois de sete dias nas mãos de bandidos, não criticou os sequestradores. Pelo contrário: "Me alimentaram, me levaram chá, me levaram pipoca". A alegria da vítima às vezes esconde sintomas mais profundos - aquilo que os especialistas chamam de Síndrome de Estocolmo [...] Laços entre Patrícia e os sequestradores foram identificados pelo delegado que resolveu o caso: "É relativamente comum ocorrer", afirma o delegado Wagner Giudice [...] Especialista em pessoas que sofreram traumas durante assaltos ou sequestros, a doutora Isa Kabacznik vê no comportamento de Patrícia Abravanel a recusa em reconhecer o que de fato aconteceu: "Ela criou um vínculo com o sequestrador que é fora da realidade. O sequestrador não foi bonzinho com ela, ele sequestrou, ele prendeu, amarrou, deu as mínimas condições de vida, ir ao banheiro, dar um chá. Ele tinha o poder de vida ou morte e só deixou viver por alguma razão, seja financeira ou medo de ser preso". Como outros que sofreram violências, Patrícia provavelmente precisará de ajuda profissional: "Passada a euforia, depois de algum tempo, eles passam por uma fase depressiva, e aí o tratamento psicoterápico, o apoio psicológico é muito importante. Na verdade o seqüestro ficou como uma coisa mais distante, ainda não está muito clara para ela. É como se tivesse uma cortina que ainda não foi desvendada. Pelo menos é essa a impressão que está dando. (grifou-se)

Outro caso de grande repercussão é o de uma estudante de direito, de classe

média que pretendia se casar com traficante conhecido como “Marcola”, vejamos

(Diário de São Paulo e O Globo, de 27/12/2006)10:

Uma estudante de direito, de 29 anos, pretende casar com o traficante Marco Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, chefe da facção que comanda o crime organizado paulista de dentro das prisões. Ele se encontra no presídio de Segurança Máxima de Presidente Prudente (SP) e já foi casado com uma advogada, morta com dois tiros na nuca, numa suposta briga pela disputa do comando da quadrilha.

Ademais, quem não se lembra do famoso caso do “maníaco do parque”, que

assassinava e estuprava mulheres na cidade de São Paulo, após sua prisão foram

9Disponível em <http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL537596-10406,00-

A+EXPLICACAO+MEDICA+PARA+O+ELOGIO+DE+PATRICIA+AOS+CRIMINOSOS.html> Acesso em: 10 set. 2014. 10

TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 224.

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remetidas centenas de cartas apaixonadas dirigidas a ele no presidiário, com

diversas pretendentes de várias partes do Brasil.

Por fim, cabe ressaltar que a Síndrome de Estocolmo está presente nos dias

atuais, sendo bastante frequente sua ocorrência nos crimes de sequestro relâmpago

e cárcere privado. O comportamento do agressor passa a ser admirado e imitado

pela vítima, fazendo com que ela regrida a um estágio emocional mais arcaico: o da

dependência.

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5 VITIMOLOGIA E ESTADO PSICOLÓGICO

A vitimologia é a ciência que estuda o comportamento da vítima,

possibilitando reflexões acerca de sua disposição genética, temperamento, caráter

entre outras carcacterísticas que geram reações no campo físico e psíquico do

indivíduo.

Segundo Edmundo Oliveira11, A vitimologia muito interessa ao Direito Penal,

porque trata exatamente da vítima em todas as suas feições. Muitas vezes, para se

compreender a psicologia referente ao autor como protagonista do crime, torna-se

essencial compreender a sociologia inerente à personalidade da vítima.

A mente humana é algo indecifrável, nos casos que ocorrem a Síndrome de

Estocolmo a vítima se adere psicologicamente ao seu agressor, em um processo

insconsciente de preservação e auto defesa.

Pode-se estabelecer uma espécie de amor ou paixão que decorre de um

processo inconsciente de preservação cujo mecanismo mais evidente se expressa

pela idealização e pela identificação, notadamente pela idetificação projetiva, através

da qual características pessoais do abusador são introjetadas pela vítima e,

simultaneamente, características da vítima são projetadas no agressor, com o fim de

manter o controle do outro, defender-se dele e proteger-se de um mal grave e

inesperado que ele pode causar12.

A imaginação humana vai muito além do que conhecemos, atuando em todo

sistema nervoso e órgãos sensoriais e motores de forma inconsciente, refletindo nas

atitudes que serão tomadas pelo indivíduo.

O poder do inconsciente foi estudado por Sigmund Freud, segundo ele, o

indivíduo pode agir sem perceber o que faz, no inconsciente não existe o conceito de

tempo, de certo e errado e não há contradição13.

11

OLIVEIRA, Edmundo. Op. cit. p. 6. 12

TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 223. 13

FIORELLI, José Osmir. MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni. Op. cit. p. 47.

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Quando estamos no estado consciente há uma blindagem ao conteúdo que

estão ocultos no inconsciente, por este fato é a Síndrome de Estolcomo um estado

psicológico inconsciente que se desenvolve em pessoas que foram vítimas de crime

como sequestro.

Há no comportamento da vítima da Síndrome, um mecanismo de defesa do

ego, para que, se diminua a angústia e sofrimento causado pelo crime, o psicológico

enfrenta a situação estressante por meio da distorção da realidade.

Como a Síndrome de Estocolmo faz a vítima regredir a um estágio de

funcionamento emocional mais arcaico, esse paradoxal sentimento, transitoriamente

adaptativo não suporta o princípio da realidade e entra em falência, permitindo que

inicie, então o salutar processo de restauração e luto, que passa pelas clássicas

etapas de negação, perseguição, negociação, depressão e superação14.

A ativação de uma necessidade cria um estado de tensão; a satisfação dessa

necessidade reduz a tensão, o indivíduo apende a atuar para reduzir a tensão.

As circustâncias modificam o comportamento dos indivíduos,

involuntariamente e inconscientemente, tanto da vítima como o agressor, o instinto

de sobrevivência sofre alterações para chegar a determinda finalidade.

A vítima da Síndrome geralmente tem uma personalidade estável e previsível

dos traços emocionais e comportamentais antes de sofrer o crime, durante a

ocorrência do crime é que são alteradas essas características, pois a mesma se

encontra em situação de estresse físico e mental extremos, ficando em jogo

inconscientemente a necessidade de autopreservação por parte do oprimido,

conjunta com a idéia errônea de que não irá escapar de tal situação, fazendo com

que ele se molde ao comportamento do agressor.

14

TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 224.

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Outro componente importante da Síndrome de Estocolmo é o sentimento de

empatia que se estabelece entre a vítima e seu algoz. Em outras palavras, a vítima

além de não conseguir sentir ódio pelo seu agressor, ainda passa a se colocar em

seu lugar, a ver o mundo atráves de seus olhos, pois, afinal, é pelos olhos do

agressor que a vitima de constitui com sujeito15.

Essas características que criam os laços emocionais invisíveis que são

estabelecidos entre ambas as partes, procurando afeto, carinho, compaixão, e

usando o próximo como exemplo para suas futuras atitudes.

O severo sentimento de culpa e consequente masoquismo, costumeiramente,

ocupam o lugar de outros fatores causais no favorecimento e em situações de

precipitação ou mesmo participação passiva ou ativa no crime, pela vítima. Na

verdade, a vítima, ao colaborar com atitudes do criminoso, ou mesmo naquelas

circunstâncias desenvolvidas pela sua própria ação, ela quer obter um alívio

psíquico, ainda que seja com o sentimento de autodestruição e autopunição16.

15

TRINDADE, Jorge. Op. cit. p. 224. 16

OLIVEIRA, Edmundo. Op. cit. p. 49.

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6 EFEITOS PENAIS

Quando nos referimos a circunstância judicial referente ao comportamento da

vítima, verifica-se que há necessidade de utilização de estudos vitimológicos, mais

precisamente da vitimodogmática (necessidade de pena e merecimento de

proteção), assim entende-se que a Lei, quando utiliza o termo contribuição, não está

colocando a vítima na condição de partícipe ou co-autora, mas sim, pedindo que

seja perquerida a esta influência que teve ofendido na ação delituosa17.

Segundo Edmundo Oliveira18, A vítima não é punida pelo Juiz Criminal,

contudo, o seu comportamento pode influir na aferição da responsabilidade penal do

réu e na devida punição.

Desde o final da segunda Guerra Mundial, teve uma atual evolução da

Ciência Penal ao absorver as modernas Doutrinas da Criminologia e da Vitimologia,

assim vem lutando-se para que a Justiça Penal deixe de impor ao réu a totalidade

das consequências do fato punível, sendo a vítima capaz de contribuir para a

caracterização do crime em sua realidade fenomênica19.

Para Alessandra Greco que atualmente não se aceita não se admite mais um

raciocínio simplista ao se tipificar uma determinada conduta, não se deve analisar

somente o fato em concreto e aplicar a norma penal incriminadora, podendo deixa-

se de lado uma observação dos sujeitos que participem do criminoso20.

A renúncia ao direito a queixa pode ser exposta de duas maneiras, a primeira

é a maneira expressa, onde a vítima formaliza sua desistência por meio de

declaração assinada pela prática de atos incompatíveis com a vontade de ver o

delito solucionado ou pela ocorrência da decadência.

O Código Penal específica as menções sobre o comportamento da vítima,

citados como “injustas provocações da vítima”, os artigos 65,III, última parte, e Artigo

17

CALHAU, Lélio Braga. Op. cit. p. 85. 18

OLIVEIRA, Edmundo. Op. cit. p. 64. 19

CALHAU, Lélio Braga. Op. cit. p. 65. 20

GRECO, Alessandra. Op. cit. p. 113.

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23

140, §1º, sendo causa atenuante genérica, ou causa de privilégio. Atribuindo ao

comportamento da vítima interferência primeiro na fixação da pena base, como

circustância judicial, relacionando-se a todos os crimes descritos no Código. Sendo

assim, o legislador penal decidiu por admitir o estudo vitimológico dentro do Direito

Penal.

Segundo Rogério Greco, mesmo que em tese, tenha ocorrido a infração

penal, por questão política criminal, o Estado pode, em algumas situações por ele

prevista expressamente, entender por bem em não fazer valer o seu ius puniendi,

razão pelo qual haverá aquilo o Código Penal denominou de extinção de

punibilidade21.

Para Celso Delmanto, o comportamento da vítima deve ser apreciado de

modo amplo no contexto da censurabilidade do autor do crime, não só a diminuição,

mas também a aumentando, eventualmente. Não deve ser igual a censura que recai

sobre quem rouba as fulgurantes jóias que uma senhora ostenta e a

responsabilidade de quem subtrai donativos, por exemplo, a do Exército da

Salvação22.

De acordo com Juliana Colle quando a vítima instiga, provoca, desafia ou

facilita a conduta delitiva do agente, vale-se, que assim, a oitava circunstância

judicial está favor do réu. Nesses casos, a vítima teve participação efetiva na

culpabilidade do autor, posto que enfraqueceu a sua determinação de agir conforme

o Direito. Logo, por consequência, merece o agente uma censura mais branda do

que a que lhe caberia nos casos de ausência total de provocação da vítima.23.

Desse modo, é necessário que o juiz ao avaliar a participação da vítima no

acontecimento do crime, não obstante obviamente que não como co-autora ou

partícipe, mas como contribuinte indireto para o evento. A circunstância judicial em

foco serve para favorecer o réu quando restar comprovado que a vítima induziu,

provocou, faciltou a infração, situação em que a vítima tem parte em sua conclusão.

21

GRECO, Rogério. Op. Cit. p. 708. 22

DELMANTO, Celso. Op. cit. p. 95. 23

COLLE, Juliana. Op. Cit. p. 34.

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24

Como ressalta Júlio Fabbrini Mirabete, tais comportamentos da vítima,

embora não justifiquem o crime, diminuem a censurabilidade da conduta do autor do

ilícito, implicando abrandamento da pena.

Deve-se refletir a participação da vítima no processo vitimizatório. Fazendo

uma leitura do Artigo 59 do Código Penal vigente, que levaria os menos avisados,

notadamente a principiantes, a imaginar que o dispositivo que se refere ao

“comportamento da vítima”, serveria apenas para que o efeito do abrandamento da

pena do agente vitimizador condenado. Valendo-se no entando, advertir que tal

raciocínio é incompleto ou mesmo falho, devendo ser lembrado o fato de que nossa

legislação penal considera o dispositivo sobre o “comportamento da vítima” não

como “circunstância judicial”. Sendo assim, o comportamento da vítima podendo ser

alterado o grau de censurabilidade do agente, ora aumentando, ora diminuindo, não

a quantidade de pena a ser imposta, mas a efetiva culpabilidade do autor24.

O comportamento da vítima ainda aparece como circunstância atenuante no

artigo 65, III, C, última parte do Código Penal (sob a influência de forte emoção,

provocada por ato injusto da vítima) e como causa de diminuição de pena no

homicídio privilegiado na forma do Artigo 121, §1º, do Código Penal Brasileiro (sob o

domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima)25.

Assim sendo, o comportamento da vítima muitas vezes influência sobre o

comportamento do agente criminoso e sobre o acontecimento do crime. Tanto que a

partir do Código Penal de 1940, foi ele admitido como uma das circunstâncias a

serem levadas em conta na fixação da pena base26.

24

PIEDADE, Júnior Heitor. Op. Cit. p. 224 e 225. 25

CALHAU, Lélio Braga. Op. Cit.p. 67. 26

MARIA, Helena D’Arbo Alves de Freitas. Op. cit. p. 7.

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25

7 PESQUISA E DADOS

O presente documentário foi embasado em pesquisas realizadas junto a

livros, internet, membros do Ministério Público, da Delegacia da Mulher, operadores

de direito e o Batalhão de Operações Especiais.

Os órgãos supracitados estão em constante aperfeiçoamente sobre a

Síndrome explando, trazendo casos e soluções para o Tema.

8 O DOCUMENTÁRIO

8.1 Súmario Executivo

8.1.1 Objetivo:

O documentário pretende mostrar a questão da Síndrome de Estocolmo,

pouco conhecida no Brasil, mais que há incidência de casos, expondo, através das

filmagens, os fatores que levam a ocorrência de tal síndrome e suas consequências

sociais e jurídicas.

8.1.2 Formato:

Documentário de 17min e 41 seg, gravado na câmera Sony DSC - HXI com

captação HD em cartão SD, convertido para 720x480 para finalização do DVD,

captação de áudio realizada com microfone de lapela marca Sony. Edição e Pós-

produção do documentário realizadas no Adobe Premier e Movie Maker. A gravação

de DVD feita no Windowns Midia. A transmissão será em telão.

8.1.3 Viabilidade:

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26

O documentário será dirigido para acadêmicos, principalmente, do Curso de

Direito, ao público em geral e pessoas que tenham interesse em conhecer sobre a

Síndrome de Estocolmo. Estará inserido na atualidade vivenciada por pessoas que

buscam tratamento ou compreender melhor os casos em que há ocorrência da

Síndrome.

O documentário também será de grande interesse para instituições e

seguimentos interessados no tema.

8.1.4 Estratégia:

Convidar todos os colegas e colaboradores da Universidade Católica de

Brasília para assistirem à apresentação do documentário.

Será divulgado, como meio de comunicação e publicidade, por meio das

redes sociais e também por convite realizado aos colegas acadêmicos de Direito e

outras pessoas conhecidas que encontrarem-se nas dependências da Universidade

Católica de Brasília.

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27

8.2 Escaleta

Sequências/escaletta Fontes Pesquisa/

Personagens/

Entrevistado

Imagens/vídeo/

Fotos/arquivos

iconográficos

Locações

Roteiro “SÍNDROME DE

ESTOCOLMO:

CONSEQUÊNCIAS

SOCIAS E JURÍDICAS”

1. Introdução sobre a

Síndrome de

Estocolmo

Reportagem Youtube

com imagens do assalto

e narração da Aluna

Jéssica Cardoso

Imagens do

assalto que

originou a

Síndrome

BSB

2. Mostrar como

ocorre a Síndrome

Entrevista: Heloisa

Maria de Vivo Marques –

Psicóloga

Imagem da

entrevista

BSB

3. Apresentação dos

efeitos da Síndrome

na vítima

Reportagem Patrícia

Abravanel

Imagens da

entrevista feita

com Patrícia

Abravanel

(retiradas da

internet)

BSB

4. Explicação dos

mecanismos de defesa

gerado pela Síndrome

Entrevista: Heloisa

Maria de Vivo Marques –

Psicóloga.

Imagem da

entrevista.

BSB

5. Correlação entre a

Síndrome de

Entrevista: Ana Cristina

Melo Santiago –

Imagem da

entrevista.

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28

Estocolmo e a

violência doméstica

Delegada DEAM

(Delegacia Especializda

no Antendimento à

mulher).

BSB

6. Explicação dos

efeitos que o

comportamento da

vítima gera ao

processo penal

Legislação – Código

Penal

Imagem do

artigo.

BSB

7. Mostrar um caso da

ocorrência da

Síndrome em Brasília

Entrevista: Ana Claúdia

M. A Melo – Promotora

de Justiça.

Imagem da

entrevista.

BSB

8. Extinção da

Punibilidade

Legislação – Código

Penal

Imagem do

artigo.

BSB

9. Explicação sobre

decadência e

prescrição

Entrevista: Ana Claúdia

M. A Melo – Promotora

de Justiça.

Imagem da

entrevista.

BSB

10. Mostrar como é

feito o resgate da

vítima de sequestro

Entrevista: TC Moreno –

Tenente Coronel do

Batalhão de Operações

Especiais – BOPE .

Imagem da

entrevista

BSB

11. Mostrar casos de

vítimas da Síndrome

no Mundo

Entrevistas retiradas da

internet, caso Natasha

Kampusch e Patty Hearst

Imagens de

reportagem

(retiradas da

internet)

BSB

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29

8.3 Roteiro

“Síndrome de Estocolmo: Consequências Sociais e Jurídicas”

Imagens Entrevistas / Sonoras

SOBE SOM 01

Imagens do Filme 3096 dias:

00:00 - 00:34

MÚSICA: Everybody Hurts – R.E.M

VINHETA ABERTURA

00:34 - 00:39

SÍNDROME DE ESTOCOLMO:

CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E

JURÍDICAS

SONORA – 01 – ON

00:40 - 01:10

Jéssica Cardoso. Imagens do

assalto a banco que deu origem a

Síndrome

"Em 23 de agosto de 1973 na cidade de

Estocolmo na Suécia, um presidiário, um

assaltante e quatro funcionários

conviveram durante 6 dias em um banco,

nesse determindo tempo os reféns criaram

uma relação afetiva com seus

sequestradores, posteriormente no resgate

se negaram a sair antes deles com medo

de que a policia pudesse machucá-los e se

despediram com abraços, esse fenômeno

ficou conhecido e batizado como a

Síndrome de Estocolmo".

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30

SONORA – 02 – ON

01:12 – 01:42

Professora HELOISA MARIA DE

VIVO MARQUES- Psicóloga

"A Síndrome de Estocolmo consiste num

processo pelo qual a pessoa passa por

uma situação de evento traumático, ela

pode desenvolver esse tipo de sintoma

que seria como se fosse uma paixão,

sentimento de amor ou sentimento positivo

pelo seu algoz...".

LOC –OFF – 01

01:44 – 01:52

Imagens do filme: Refém da

Paixão.

"Sentimentos como amor, carinho e paixão

podem ser criados pelas vítimas com seus

sequestradores..."

LOC –OFF – 02

01:53 – 01:58

Imagem Patrícia Abravanel

"[...] um dos casos mais conhecidos no

Brasil é o da filha do apresentar Sívio

Santos, Patrícia Abravanel ".

LOC –OFF – 03

01:59 -3:14

Entrevista Patrícia Abravanel para

o programa de frente com Gabi

“[...] foi uma experiência pra mim Gabi

transformadora... eu pude me relacionar

com ele e pude ver a dificuldade, a

diferença social, eu pude ver a revolta, a

injustiça [...]”

LOC –OFF – 04

03:15 – 03:21

Entrevista Patrícia Abravanel para

o Jornal Nacional

“eu só fiquei presa pela mão, depois eles

confiaram em mim e me tiraram, eu tava

com a bíblia e eles escreveram: você é a

melhor pessoa do mundo”

SONORA – 03 – ON

03:22 – 05:16

Professora HELOISA MARIA DE

VIVO MARQUES- Psicóloga

“pode verificar casos de Síndrome de

Estocolmo em caso de mulheres que são

violentadas ou abusadas, é possível

verificar em casos de crianças que foram

abusadas sexualmente [...] ”

LOC –OFF – 05

05:17 – 05:30

Cenas do filme 3096 dias

“muitos doutrinadores acreditam que se

possa vincular a Síndrome de Estocolmo

com a violência doméstica, porém após

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31

aprofundamento do estudo percebemos

que as semelhanças são pequenas

comparadas às diferenças”.

SONORA – 04 – ON

05:31 – 07:56

ANA CRISTINA MELO SANTIAGO-

Delegada DEAM – Delegacia

Especializado no Atendimento à

Mulher

"o que acontece nos casos de violência

doméstica, familiar afetiva com a Síndrome

de Estocolmo, é a gente reduzir a

discussão no espaço justamente que a

gente vem montando, pra tirar, essa

desconstrução cultural da condição da

mulher... então nós observamos que

simplesmente distingue uma situação da

outra e o fato de conhecer ou não o

agressor [...]".

LOC –OFF – 06

07:57 – 08:35

Foto Artigo 59 do Código Penal

Brasileiro e Cenas do filme 3096

dias

“[...] dispõe que o juiz atendendo a

algumas circunstâncias dentre elas o

comportamento da vítima, estabelecerá

conforme seja necessário e suficiente para

reprovação e prevenção do crime [...]”

SONORA – 05 – ON

08:36 – 10:17

ANA CLÁUDIA M. A. MELO-

Promotora de Justiça

“...uma senhora falou para a família que

iria trazer a menina para ser empregada

doméstica, a mãe foi para o Maranhão e a

senhora e menina mudaram de casa, e a

menina acabou ficando 3 anos em

condição análoga de escravo e tortura, ela

nunca tentou fugir... pelo depoimento da

menina ela dizia que sentia saudades

dessa senhora que ficou três anos a

torturando...".

LOC –OFF – 07

10:18 – 10:31

Foto Artigo 107 do Código Penal

Brasileiro

"... dispõe que extingue-se a punibilidade,

dentre outras [...] pela decadência, pela

renúncia do direito de queixa... ou pelo

perdão aceito nos crimes de ação

privada...".

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32

LOC –OFF – 08

10:32 – 11:11

Imagens Campanha contra a

violência doméstica –Espanha

“a decadência como excludente de

punibilidade e a Síndrome de Estocolmo

passam a ter um ponto de interseção

quando se analisa a possibilidade da

vitima de mostrar inerte ante ao lapso

temporal de 6 meses que dispõe para

oferecer a queixa no caso de ação penal

privada... ”.

SONORA – 06 – ON

11:12 – 11:26

ENTREVISTA ANA CLÁUDIA M. A.

MELO- Promotora de Justiça

"decadência seria só no caso de ação

penal privada, decadência pode se ela

deixar passar os seis meses que é o geral

o prazo para oferecer queixa crime...".

LOC –OFF – 09

11:27 – 11:46

Imagens WELCOME YOU TO RIO –

Documentário BOPE

"....o BOPE cuida de muitas operações de

sequestros e casos extraordinários que

sempre estão na mídia, no caso da

Sindrome de Estcolmo esses operadores

estão preparados e treinados para

enfrentar especificamente esse

fenômeno".

SONORA – 07 – ON

11:47 – 14:24

ENTREVISTA TC Moreno – Tenete

Coronel da BOPE- Batalhão de

Operações Especais

"[...] O BOPE uma vez tomando

conhecimento dessa situação de

gerenciamento de crise, adota uma série

de medidas dentro da unidade para

deslocar todo o efetivo para essa missão...

a Polícia Militar tem a competência legal e

realiza esse serviço através do BOPE [...]".

LOC –OFF – 10

14:25 – 14:36

Entrevista Patrícia Abravanel para

o Jornal Nacional e Imagens

Reportagem -– Natascha

Kampusch para o Jornal Nacional

de Portugual

“além do caso Brasileiro de Patrícia

Abravanel, existem muitos casos ao redor

do mundo que se tornaram famosos pela

Síndrome de Estocolmo, como Natascha

Kampusch e Patricia Hearst”.

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33

SONORA – 08 – ON

14:37 – 15:01

Imagens Reportagem - THE PATTY

HEARST KIDNAPPING DRAMA

“Patrícia Hearst é neta do magnata das

comunicações... e tornou-se mundialmente

conhecida por ter sido sequestrada pelo

grupo Simbionês de Libertação, tempo

depois do sequestro reapareceu adotando

o nome de Tânia e juntando-se aos seus

sequestradores em um assalto à banco

[...]”.

LOC –OFF – 11

15:02 – 15:45

Imagens do Filme 3096 dias

“mantida em um cativeiro com apenas 2m

e 70cm de comprimento, Natascha

permaneceu 10 anos sendo maltradata e

abusada por seu sequestrador... em seus

depoimentos seguintes ela sempre

demonstrou afeto e carinho por ele [...]”.

SONORA – 09 – ON

15:46 – 16:18

Imagens Reportagem -– Natascha

Kampusch para o Jornal Nacional

de Portugual

"ele foi a minha única figura adulta e

também era vital para a minha

sobrevivência, se ele não me tivesse

levado comida regularmente, me deixasse

respirar ar fresco, e comunicado cm ele eu

teria morrido [...]".

LOC –OFF – 12

16:19 – 17:06

Imagens do Filme 3096 dias;

Réfem da Paixão; Documentário

GUERILLA – The Taking of Patty

Hearst e Imagens Reportagem -–

Natascha Kampusch para o Jornal

Nacional de Portugual

“[...] Se agora tivesse oportunidade de falar

com Wolfgang Priklopil o que lhe dizia?

Natascha responde: penso que essa

hipótese não existe, não pensei muito

nisso, só lhe iria perguntar porquê?”

SOBE SOM 02

17:07 – 17:13

Imagens Reportagem -– Natascha

Kampusch para o Jornal Nacional

de Portugual

MÚSICA: Everybody Hurts – R.E.M

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34

CRÉDITOS EM ROLL

17:14 – 17:41

Créditos do Documentário

Agradecimentos

Msc. Neide Aparecida Ribeiro

Professora e Orientadora

TC Moreno

Comandante do BOPE Brasília

Ana Cristina Melo Santiago

Delegada DEAM

Heloisa Maria de Vivo Marques

Psicóloga e Professora

Ana Cláudia M. A Melo

Promotora de Justiça

A Deus, nossos pais e amigos que sempre

apoiaram e incetivaram

Produção:

Bruna Larissa

Gislene Souza

Jéssica Cardoso

Ranyelle Maciel

Cinegrafista:

Bruna Larissa e Jéssica Cardoso

Roteiro e Narração:

Jéssica Cardoso

Vídeo de Documentário para o Curso de

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Graduação em Direito da Universidade

Católica de Brasília, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em

Direito.

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36

9 METODOLOGIA

A pesquisa, do ponto de vista dos seus objetivos foi realizada de forma

exploratória e explicativa, ao tempo em que foram levantadas informações sobre a

ocorrência da síndrome e suas consequências sociais e jurídicas.

Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa é aplicada, posto que discorreu

sobre a Sindrome de Estocolmo, sobretudo com o intuito de evidenciar a forma como

o indivíduo sofre a Síndrome.

Quanto ao método de abordagem do problema, foi adotado o qualitativo,

levantando conhecimentos doutrinários sobre esse tipo de estado psicológico

insconciente, por intermédio de entrevistas.

Referente aos procedimentos técnicos, foi realizada pesquisa bibliográfica,

documental e de levantamento. Tendo em vista a utilização de livros, artigos da

internet.

Com relação à revisão videográfica, podemos citar os vídeos que serviram

como referência para a elaboração do presente documentário: 3096 DIAS – Filme

sobre o sequestro de Natascha Kampusch, Entrevista – Natascha Kampusch para o

Jornal Nacional de Portugual do Canal de Televisão Globo, Entrevista – Patrícia

Abravanel – Programa de Frente com Gabi. SBT.

9.1. Diário de Bordo

As aulas teóricas referiam-se as etapas de um documentário: como fazer um

roteiro e sumário executivo.

Para pesquisa de campo, fomos ao Ministério Público do Distrito Federal,

onde foram coletadas informações junto à Promotora de Justiça Dra. Ana Claúdia M.

A. Melo, que se lembrou de casos em que havia de alguma forma ocorrido a

Síndrome

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Foi marcado entrevista com o Comandante do Batalhão de Operações

Especiais- BOPE Tenente Comandante. Moreno, que detalhou como é feito o

resgate das vítimas nas operações de sequestro.

Em nossa Comunidade Acadêmica entrevistamos a Professora Psicológa

Heloisa Maria de Vivo Marques, a qual nos apresentou as causas da Síndrome e de

que forma ela se manifesta no indivíduo.

Ademais, para podermos explicar o trabalho, de forma mais detalhada

entrevistamos a Dra. Ana Cristina, Delegada da Delegacia da Mulher que explicou a

questão da ocorrência da Síndrome no ambiente familiar.

Todos os entrevistados assinaram um Termo de Uso de Imagem e Áudio

(ANEXO II).

A gravação de voz usada na narração dos OFF’s do documentário foi

realizada pela Aluna Jéssica Pimentel Ataíde Cardoso .

Com as filmagens prontas, foi feita a decupagem para a produção do roteiro

definitivo, e realizada a edição do documentário.

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10 CRONOGRAMA

MÊS/ANO Etapa

2014

JUL AGO SET OUT NOV

Pesquisa e Produção X X X X

Elaboração do Roteiro X

Filmagem X

Decupagem X

Editoração do Documentário

X

Déposito do Trabalho X

Defesa/Exibição do Documentário

X

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39

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tratando-se de estudo diferenciado, são encontrados estudos de psicólogos e

profissionais do Direito, a respeito da Síndrome, identificando-se um afeto com seus

sequestradores em um gesto desesperado e inconsciente de preservação pessoal.

Verificando-se ainda que a Síndrome surgiu na maioria das situações de

perigo, como em casos de sequestro ou tomada de reféns, não se encerrando ali os

efeitos. Em caso de rapto, após escapar do cativeiro a vítima continua a defender e

a ter afeto com seu sequestrador, o que leva a concluir que o processo da síndrome

ocorre sem que a vítima tenha consciência disto.

Quando ocorre a Síndrome de Estocolmo devem estar presentes pelo menos

três traços, primeiro: uma relação de desequilíbrio de poder na qual o raptor dita as

regras de que o prisioneiro pode ou não fazer; segundo: a vítima se ver em um

momento traumático, estressante, e se vier a desoberdecer as ordens e pedidos do

sequestrador, poderá sofrer abusos físicos, sexuais e verbais, a sua única chance de

sobreviver é sendo obediente; terceiro: com algum tempo em cativeiro, a obediência

por si só não garante mais sua sobrevivência, observando que o sequestrador

também está sobre pressão e estresse, assim a vítima começa a criar ilusões em

sua mente, distorcidas da realidade procurando portanto um meio de sobreviver e se

autopreservar.

Diante disso, os estudos vitimológicos são responsáveis pela identificação da

conduta para resolução do conflito que foi gerado, pois a Vitimologia é a ciência que

estuda a vítima, de forma a entender qual a sua importância na relação delinqüente-

ofendido, e quais as conseqüências sofridas por que tem algum bem seu lesado.

Tratando-se de uma doença, deve-se tomar o devido cuidado, pois muitas das

vezes a vítima desenvolve um sentimento com relação ao agressor,

consequentemente não querendo prejudicá-lo, relatando fatos diferenciados da

realidade em seus depoimentos judiciais.

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Muitas vezes nos deixamos levar pelo pensamento de que o agressor é o

único responsável pelo resultado da ação delituosa, agindo por razões que somente

a ele são inerentes, mas esse entendimento foi modificado com a evolução da

vitimologia, pois estudiosos dessa ciência concluíram que, em certas situações, pode

a vítima influenciar de forma crucial na ação criminosa. Diante do exposto concluí-se

que na mesma medida em que o criminoso modela sua vitima, esta pode modelar o

criminoso.

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41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

______. A explicação médica para o elogio de Patrícia aos criminosos. Disponível em http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL537596-10406,00A+EXPLICACAO+MEDICA+PARA+O+ELOGIO+DE+PATRICIA+AOS+CRIMINOSOS.html>. Acesso em: 10. set. 2014. BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vade mecum. São Paulo: Saraiva, 2014. CALHAU, Lélio Braga. Vítima e Direito Penal. 2 ed. Belo Horizonte: Mandamentos, 2003. 65p, 85p. COLLE, Juliana de Andrade. Critérios para a valoração das circunstâncias judiciais (art 59, do CP) na dosimetria da pena. Jus Navigandi, Teresina, PI, ano 9, n 572, 30 jan 2005. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/6232/criterios-para-a-

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REFERÊNCIAS VIDEOGRÁFICAS

3096 DIAS – Filme sobre o sequestro de Natascha Kampusch. 2013. Direção: Sherry Hormann. Roteiro: Ruth Toma, Peter Reichard e Natascha Kampusch. Longa Metragem (111 min). REFÉM DA PAIXÃO – Filme. 2013. Direção: Jason Reitman. Roteiro: Jason Reitman, Joyce Maynard. Distribuidor: Paramount Pictures do Brasil. Longa Metragem (111 min). ENTREVISTA – Natascha Kampusch para o Jornal Nacional de Portugual do Canal de Televisão Globo, Portugual, 2011. Reportagem (12min 58seg.), Youtube, son., color. ENTREVISTA – Patrícia Abravanel – Programa de Frente com Gabi. SBT, 2012. Reportagem (42 min 48seg) Programa de Televisão, Youtube, son., color. ENTREVISTA – Patrícia Abravanel – Jornal Nacional. Globo, 2001. Reportagem ( 4min 41 seg) Telejornal, Youtube, son., color. STOCKHOLM SYNDROME– Filme. 2008. Direção: Ryan Cavalline. Roteiro: Jason Senior. Longa Metragem (77 min). NUNCA TERMINA – Campanha contra a violência doméstica –Espanha. Publicidade (1m). 2010, Youtube, son., color. GUERILLA – The Taking of Patty Hearst – Documentário. 2004. Direção: Robert Stone (89 min), Youtube, son., color. THE PATTY HEARST KIDNAPPING DRAMA – THE PATTY HEARST KIDNAPPING DRAMA, Reportagem, CBS–TV. 1974. (4min 20seg), Youtube, son., color. WELCOME YOU TO RIO – Documentário BOPE, 2002, Direção:Edward Watts . BBC TWO HD (9min 56seg).

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12 ANEXOS

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