47
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO MESTRADO EM ORTODONTIA FÁBIO RAFAEL DE OLIVEIRA MENDES AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I COM O APARELHO AUTOLIGADO UTILIZANDO O SISTEMA OBJETIVO DE GRADUAÇÃO PROPOSTO PELO AMERICAN BOARD OF ORTHODONTICS São Paulo 2014

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO MESTRADO EM …§ão... · autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pela American Board of Orthodontics. [Dissertação]

Embed Size (px)

Citation preview

   

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

MESTRADO EM ORTODONTIA

 

FÁBIO RAFAEL DE OLIVEIRA MENDES

 

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I COM O APARELHO AUTOLIGADO UTILIZANDO O SISTEMA

OBJETIVO DE GRADUAÇÃO PROPOSTO PELO AMERICAN BOARD OF ORTHODONTICS

São Paulo

2014

   

FÁBIO RAFAEL DE OLIVEIRA MENDES

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE I COM O APARELHO AUTOLIGADO UTILIZANDO O SISTEMA

OBJETIVO DE GRADUAÇÃO PROPOSTO PELO AMERICAN BOARD OF ORTHODONTICS

Dissertação apresentada ao Programa

de Mestrado da Universidade Cidade de

São Paulo, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Ortodontia.

Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy

São Paulo 2014

   

FICHA CATALOGRÁFICA

   

MENDES, FRO. Avaliação da qualidade do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho

autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pela American Board of Orthodontics.

[Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2014.

São Paulo, 16/12/2014.

Banca Examinadora

1) Prof. Dr. Acácio Fuziy (Orientador)

Julgamento:..................................... Assinatura:.........................................

2) Prof. Dr. Cidney Hiroaki Cato

Julgamento:...................................... Assinatura:.........................................

3) Prof ª. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho

Julgamento:...................................... Assinatura:.........................................

Resultado:......................................................................................................

   

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus e a todos os meus familiares, em especial, aos meus

pais: Francisco Mendes Filho e Vilma Lucia de Oliveira. Obrigado por serem

responsáveis pela formação do meu caráter, pelo exemplo de força de vontade e

persistência. Obrigado pelo amor, apoio e incentivo a minha formação profissional.

À minha esposa, Myrcéli, pelo constante amor, carinho, companheirismo renovados a

cada dia de nossa união e pela compreensão nas horas em que estive ausente.

Às minhas Irmãs, Gerusa Mendes e Ticiana Mendes, pelo apoio, carinho e incentivos

constantes.

Dedico este trabalho.

   

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. Acácio Fuziy, meu orientador, não apenas pela orientação segura e

paciente durante a elaboração deste trabalho, mas também pela confiança em mim

depositada, oportunidade de convívio e enriquecimento do meu saber, além da

amizade e oportunidade de compartilhar conhecimentos ao longo desta jornada.

Minha sincera gratidão.

   

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. André Luiz Ribeiro de Miranda, Professor Titular e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo, pela paciência e compreensão. Ao Prof. Dr. Rogério Gentil Bellot, diretor da faculdade da saúde da Universidade Metodista de São paulo. À Profª Drª Rita Baratela Thurler, pela gentileza de disponibilizar a sua clínica, contribuindo para a minha tese de mestrado. . Ao Prof. Dr. Marcelo Martins, pela amizade construída, os conhecimentos transmitidos e pela confiança depositada em mim. À Universidade Metodista de São Paulo, pela colaboração e por disponibilizar seu acervo para compor a minha amostra. Aos colegas e amigos do Curso de Mestrado em Ortodontia, Everton, Henrique, Liliane, Marcos Paulo e Paula Baratela pela convivência agradável. Agradeço aos professores, Prof. Dr. Paulo Eduarde Guedes Carvalho, Profª Drª Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate, Prof. Dr. André Luiz Ferreira Costa, Prof. Dr. Claudio Froes de Freitas, Prof. Dr. Fernando César Torres, Dr. Hélio Scavone Júnior, Profª Drª Karyna Martins do Valle Corotti e Profª Drª Rívea Inês Ferreira Santos.

   

MENDES, FRO. Avaliação da qualidade do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pela American Board of Orthodontics. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2014.

RESUMO

A má oclusão de Classe I caracteriza-se pela relação harmoniosa entre a maxila e

mandíbula e uma de suas características é a manifestação do apinhamento dentário na

região anterior dos arcos dentários. Nesse sentido, ressalta-se a necessidade do tratamento

ortodôntico que tem por objetivo a obtenção do espaço, para o alinhamento e nivelamento

dentário, que podem ocorrer através de procedimentos como: desgastes interproximais,

expansão, extrações de pré-molares e vestibularização de incisivos. Após a realização do

diagnóstico diferencial e a escolha da abordagem terapêutica, o atrito deve receber uma

atenção especial, pois pode influenciar diretamente no tratamento proposto. Os braquetes

autoligados foram introduzidos na Ortodontia, objetivando a redução do atrito entre as

canaletas dos braquetes e os fios ortodônticos e, consequentemente, promovendo a

diminuição no tempo de terapia. A preocupação que existe é de reduzir o tempo do

tratamento, mantendo a qualidade do resultado final. Sob tal perspectiva, este estudo avalia

os resultados de tratamento da má oclusão de Classe I de Angle, empregando-se aparelhos

autoligados, por meio do índice do American Board of Orthodontics, o sistema objetivo de

graduação (SOG), buscando a padronização na avaliação dos resultados, visto que vários

índices foram criados. Para efeito, foram avaliados 29 pacientes que possuíam a

documentação ortodôntica completa com modelo de gesso e radiografias panorâmicas finais.

A amostra avaliada foi adquirida em clínicas particulares e na Universidade Metodista de São

Paulo. As documentações ortodônticas iniciais mostraram que os pacientes apresentavam má

oclusão de Classe I. Os modelos e radiografias panorâmicas pós-tratamento foram pontuados

de acordo com o Sistema Objetivo de Graduação do American Board of Orthodontics. Os

resultados mostraram que a pontuação máxima perdida foi 17. O p-valor do teste que avalia

se a pontuação total máxima perdida é igual a 20 contra menor que 20 foi de <0,001, ou seja,

aceita-se a hipótese de que a pontuação total máxima perdida é menor que 20 e que os

pacientes tiveram sucesso no tratamento. Portanto, foi possível concluir, em última instância,

que todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso, pois a pontuação total

máxima perdida foi menor que 20.

 Palavras Chaves: Má oclusão de Classe I de Angle; braquetes ortodônticos; atrito

   

MENDES, FRO. Assessing the quality of treatment of Class I malocclusion with self-ligation appliance by the American Board of Orthodontics objective grading system. [Dissertation]. São Paulo: University of São Paulo City; 2014.

ABSTRACT

The Class I malocclusion characterized by harmonious relationship between the maxilla and

mandible and the manifestation of crowding in the anterior region of the dental arches. The

orthodontic treatment aims at obtaining space for tooth alignment and leveling, highlighting the

stripping procedures, expansion, extraction of premolars and buccal incisor. After the

differential diagnosis and the choice of the therapeutic approach, the friction should receive

special attention, because it can directly influence the treatment. The self-ligating brackets

were introduced in orthodontics, aimed at reducing the friction between the slots of the

brackets and orthodontic wires and thus promoting a reduction in therapy time. The concern is

to reduce the time, however, maintaining the quality of the outcome of treatment. Therefore,

this study will evaluate the results of treatment of malocclusion Angle Class I, using self

ligation devices through the index of American Board of Orthodontics, the objective grading

system (OGS), the aim of present study was to evaluate the treatment results in a

postgraduate orthodontic program, with the American Board of Orthodontics Objective Grading

System, since several index were created. 29 patients who had a complete orthodontic record

with plaster and final model panoramic radiographs were evaluated. The sample was acquired

in private clinics and in the Methodist University of São Paulo. The initial orthodontic

documentation showed that the patients had Class I malocclusion models and posttreatment

panoramic radiographs were scored according to the Objective Grading System of the

American Board of Orthodontics. The results showed that the maximum score was 17 lost.

The p-value test evaluates the maximum total score is equal to 20 lost less than 20 against

was <0.001, that is, the hypothesis is accepted that the maximum total score is less than 20

lost and patients had successful treatment. Therefore all patients analyzed had a successful

treatment, because the maximum total score is less than 20 lost.

Key Words: Angle Class I malocclusion; orthodontic brackets; friction

   

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 01

2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 04

3. PROPOSIÇÃO ............................................................................................ 09

4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 10

5.

ARTIGO CIENTÍFICO ................................................................................. 21

REFERÊNCIAS

ANEXOS

1  

1. INTRODUÇÃO

A má oclusão de Classe I foi definida por Angle (1899) como sendo aquela que

apresenta a oclusão da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior com o

sulco entre as cúspides mesial e mediana do primeiro molar inferior. Caracteriza-se

pela relação harmoniosa entre a maxila e mandíbula no sentido anteroposterior e pelo

perfil facial ortognático. Na má oclusão pode-se observar a manifestação do

apinhamento dentário o qual concentra-se, geralmente, na região anterior.

O tratamento em caso de apinhamento tem por objetivo a obtenção de espaço

para o alinhamento e nivelamento dentário e, para efeito, destacam-se os

procedimentos de desgastes interproximais, expansão, exodontias de pré-molares e

vestibularização de incisivos. Cabe ressaltar, entretanto, que o diagnóstico diferencial

irá direcionar para a opção adequada para o caso em questão (SAYIN et al., 2004;

LINDSTEN et al., 2001; SILVA FILHO et al., 2001).

Em âmbitos gerais, pode-se afirmar que a Ortodontia visa o emprego de

sistemas eficazes e eficientes, alcançando resultados de correção em um período

menor de duração do tratamento. De acordo com o dicionário de língua inglesa da

Oxford, a palavra eficiência é definida como a possibilidade de se atingir o máximo de

produtividade sem esforço desperdiçado ou despesas (FLEMING et al., 2013 ).

Dentre os fatores que interferem no movimento dentário, destaca-se o atrito, o

qual deve ser considerado com enfoque especial. De modo bastante genérico, o atrito

é definido como sendo a força que retarda ou restringe o deslizamento de um corpo

sobre outro (CHEN et al., 2010; FLEMING et al., 2010; PANDIS et al., 2010). Com o

objetivo de diminuir a fricção entre o braquete e o fio ortodôntico, foram desenvolvidos

os braquetes autoligados que apresentam uma tampa vestibular ou clips laterais,

substituindo os métodos convencionais de amarração por meio de elásticos ou fios

metálicos, que promovem a fixação do fio à canaleta dos braquetes.

As tampas de abertura e fechamento podem ser ativas ou passivas, sendo que

as primeiras pressionam o fio contra a canaleta do braquete, ao passo que as

passivas mantêm o fio dentro da canaleta, sem pressão (CHEN et al., 2010; FLEMING

et al., 2010; PANDIS et al., 2007). Uma das vantagens do sistema autoligado em

relação ao aparelho convencional é a diminuição da fricção.

Outras vantagens têm sido avaliadas no aparelho autoligado, como, por

exemplo: a diminuição do tempo de tratamento de 4 a 7 meses, maior conforto para o

paciente, diminuição do tempo de cadeira, redução do tempo de consultas e a

biocampatibilidade no periodonto (FLEMING et al., 2010; PANDIS et al., 2010). No

entanto, os braquetes autoligados apresentam desvantagens, que incluem os custos

2  

elevados, a possibilidade de quebras do clips e possível interferência oclusal (CHEN et

al., 2010; PANDIS et al., 2010).

Independentemente da evolução tecnológica, a Ortodontia visa o alcance da

excelência nos resultados finais do tratamento. Sob essa proposição, foram

desenvolvidos os índices que avaliam a severidade inicial de uma má oclusão, além

de qualificar os resultados finais dos tratamentos (COOK et al., 2005). Cabe salientar,

entretanto, que a avaliação do resultado de um tratamento ortodôntico engloba a

verificação de vários fatores. Contudo, o mais relevante centraliza-se na obtenção de

uma oclusão adequada estética e funcionalmente, que proporciona ao paciente um

equilíbrio facial. Tal equilíbrio assegura a satisfação tanto dos pacientes como dos

ortodontistas (VIERIA, 2003).

Torna-se pertinente destacar ainda, os índices, que foram propostos

inicialmente para descrever uma classificação ou um sistema que categoriza uma

avaliação numérica para a oclusão normal. O índice de severidade tem sido usado

para avaliar a qualidade dos resultados finais dos tratamentos ortodônticos, mediante

a comparação das características pré e pós-tratamento da oclusão. A avaliação do

índice PAR (Peer Assessment Rating) foi desenvolvida para assegurar um critério de

aplicação e interpretação uniforme de uma má oclusão, fornecendo uma única

pontuação para as varias más oclusões, proporcionando a estimativa de como uma

má oclusão se desvia de um alinhamento ou de uma oclusão normal.

Convém salientar que, por um lado, o índice PAR compara a pontuação de

uma avaliação pré e pós-tratamento, expondo o grau de melhoria, mas, por outro lado,

ele não mede com precisão os resultados oclusais (COOK et al., 2005; CAMPBEL et

al., 2007; ONYEASO et al., 2007). Em 1994, a Associação Americana de Ortodontia

(AAO), por intermédio de seus diretores, analisaram os índices e avaliações de

registros de pré e pós-tratamento, porém, não observaram nenhuma objetividade nos

exames clínicos.

Considerando essas premissas, um comitê do American Board of Orthodontics

(ABO), desenvolveu um método mais objetivo de avaliação de modelos dentários e

radiografias panorâmicas em tratamentos finalizados. Em 1995, os membros do ABO

selecionaram sete características consideradas responsáveis por 85% das

inadequações: o alinhamento dentário, as cristas marginais, a inclinação vestíbulo-

lingual, o trespasse horizontal, as relações oclusais, os contatos oclusais e a

angulação radicular. Em 1997, acrescentaram a característica do contato interproximal

e, no ano seguinte, passaram a utilizar uma régua própria, um instrumento de medida

mais aprimorado.

3  

Esses esforços foram anunciados em 1998 quando a ABO introduziu um

formulário de avaliação do Sistema Objetivo de Graduação (SOG) para avaliar o

resultado final (OWENS, JR et al., 2006; RIOLO, 2005). O American Board of

Orthodontics (ABO), propôs também, um método de avaliação das más oclusões, com

a finalidade de padronizar a comunicação entre os profissionais por meio de um

método simplificado e rápido, denominado de índice de discrepância oclusal.

Através desse método é possível avaliar o grau de complexidade dos

problemas ortodônticos, tais como: trespasses vertical e horizontal, mordida aberta

anterior e posterior, apinhamento, relação oclusal, mordida cruzada posterior e

anterior, ângulos ANB, IMPA, SN.Go-Gn e outras condições. Pela aplicação do índice,

observa-se que quanto maior a pontuação, maior a complexidade do caso para ser

tratado (CANGIALOSI et al. 2004; CAMPBELL et al., 2007; LUZ, 2011).

Levando-se em consideração que existem poucos estudos que descrevem ou

qualificam as alterações decorrentes do tratamento com aparelhos autoligados

(PANDIS et al., 2010), este estudo tem por objetivo principal avaliar a qualidade dos

resultados finais de tratamento da má oclusão de Classe I com aparelhos autoligados

utilizando o índice do ABO-SOG.

4  

2. REVISÃO DE LITERATURA

Deguchi et al. em 2005, avaliaram quantitativamente os resultados ortodônticos

utilizando o índice PAR (Peer Assessment Rating), o índice de discrepância, o sistema

objetivo de graduação e a avaliação clínica de abrangência. O público-alvo foram 72

pacientes selecionados da Universidade de Okayama e 54 pacientes da Universidade

de Indiana, finalizados ortodonticamente. A partir desses estudos, eles observaram

que houve diferença na pontuação entre as escolas, no alinhamento e no trespasse

horizontal. Foi possível verificar por meio da investigação, que o índice de

discrepância teve uma pontuação maior no apinhamento e no plano mandibular na

Universidade de Okayama. Dessa forma, eles concluíram que os índices são úteis

para comparar os resultados entre clínicas.

O Índice PAR (Peer Assessment Rating) preconizado por Richmond e

colaboradores, em 1992, possuía confiabilidade e validade adequadas, porém foi

rejeitado pelo Board devido à falta de precisão para diferenciar pequenas

inadequações na posição dos dentes. Como os índices existentes encontravam-se

inadequados para avaliar os modelos em gesso e as radiografias finais, formou-se um

comitê, em 1994, para testar novos métodos.

O American Board of Orthodontics (ABO) foi criado em 16 de julho de 1926

pelo Dr. Albert Kectcham e outros colaboradores na cidade de East Park, Colorado,

EUA. Apenas em 1950, o Conselho de Educação da American Dental Association

(ADA) reconheceu o ABO como um certificado oficial para Ortodontia e Ortopedia

Dento-Facial. Com isso, o American Board of Orthodontics continuou a ganhar

prestígio e popularidade. De acordo com Turpin (2001), um em cada quatro membros

da American Association of Orthodontists (AAO) completa o processo de certificação.

Primeiramente, na Fase I realiza-se a inscrição do candidato que completou

seu curso ou encontra-se no último ano de um programa de Ortodontia aprovado pela

Comissão de Reconhecimento da American Dental Association (ADA). O candidato

selecionado disporá de cinco anos para completar, com sucesso, o exame da Fase II

(VIEIRA, 2003). Esta fase consiste na realização de um exame sobre ciências básicas,

ciência biomédica aplicada, teoria e prática ortodôntica, disciplinas odontológicas

relacionadas e literatura ortodôntica. O exame é realizado imediatamente antes dos

congressos anuais da American Association of Orthodontists (AAO). O candidato

aprovado (Board Eligible) na Fase II possuirá até dez anos para iniciar a Fase III

clínica (VIEIRA, 2003).

O Sistema Objetivo de Avaliação (OGS) introduziu o processo do Exame da

Fase III e aumentou a precisão e a objetividade na avaliação da qualidade dos

5  

tratamentos ortodônticos dos casos apresentados. De acordo com o ABO, classifica-

se o candidato como “Certificado” ou “Diplomado” pelo Board após ser aprovado no

exame clínico da Fase III (ABO WEB-SITE, 2003).

Empregando o sistema objetivo de classificação do ABO, Cook et al. (2005),

analisaram os resultados finais do tratamento ortodôntico de alguns alunos de pós-

graduação e de algumas clinicas privadas, considerando o tempo de duração. A

amostra foi constituída no total, por 139 pacientes, sendo 77 oriundos dos cursos de

pós-graduação e 62 de clinicas particulares.

O estudo mostrou que não houve diferença significativa entre os dois grupos,

no alinhamento, na inclinação vestibulolingual e no trespasse horizontal. Em pacientes

tratados em clinicas particulares observou-se uma pontuação baixa no critério do

contato oclusal e na altura da crista marginal, porém, no grupo dos pacientes tratados

na pós-graduação, verificou-se uma baixa pontuação para o critério do contato oclusão

e interproximal. A partir de suas investigações, Cook et al. (2005) concluíram que a

qualidade do resultado do tratamento ortodôntico, avaliado no modelo de gesso dos

casos já finalizados, usando o sistema objetivo de classificação, é essencial na

comparação dos resultados oclusais.

Dykhouse et al., em 2006, afirmam que residentes em Ortodontia podem ter os

resultados finais dos tratamentos com o padrão exigido para certificar os ortodontistas

pelo ABO. Para a análise, foram selecionados 50 alunos recém-formados em cursos

de pós-graduação em Ortodontia, e apresentaram os casos finalizados por esses

alunos para examinadores calibrados do ABO. A partir dessa investigação, eles

observaram que 39 ortodontistas apresentaram os resultados de acordo com o

tradicional exame de certificação da ABO.

Pandis et al. (2007) avaliaram o tempo necessário para tratar o apinhamento

dentário inferior, utilizando o aparelho autoligado comparado ao convencional. Com

esse objetivo, analisaram 54 casos que obedeciam aos seguintes critérios: tratamento

sem extração, todos os dentes inferiores irrompidos, apinhamento inferior, índice de

regularidade superior a 2 mm e que não tinham sido submetidos ao tratamento

ortodôntico prévio.

A quantidade de apinhamento na região anteroinferior foi avaliada pelo índice

de irregularidade de Little, sendo as medidas feitas com um paquímetro digital por uma

mesma pessoa. Foi possível verificar, entretanto, que o tempo de tratamento foi menor

para o tratamento com o aparelho autoligado, já para os casos de apinhamento severo

não houve diferença significativa e ainda, observou-se o aumento na distância

intermolares.

6  

Onyeaso et al. (2007) avaliaram a relação entre o índice de complexidade de

necessidade e resultado (ICON), índice PAR, índice de estética dental (DAI) e o

sistema objetivo de graduação (SOG) da ABO. Além disso, buscaram determinar se o

ICON pode substituir estes índices como uma medida de complexidade de tratamento

ortodôntico e resultados, ou se existe a necessidade de se empregar diferentes

índices para vários casos no tratamento ortodôntico. Analisaram os modelos de gesso

das fases inicial e final de tratamento de 100 pacientes e aplicaram os índices ICON,

PAR, DAI e o SOG. O estudo mostrou uma correlação entre o DAI e ICON em relação

à necessidade de tratamento, o índice PAR e o SOG teve uma correlação como ICON

em relação ao resultado de tratamento. Os estudiosos supracitados concluíram que o

ICON pode substituir os índices PAR e o DAI para avaliar a necessidade de

tratamento e o OGS pode ser usado para avaliar o resultado.

Campbell et al. (2007) avaliaram se os resultados dos tratamentos

relacionaram-se com as más oclusões, segundo os critérios da ABO, em 382 casos.

Tal avaliação permitiu observar que o índice de discrepância obteve pontuação muito

elevada, o que significa que as más oclusões complexas são difíceis de terminar bem.

A maioria dos pontos perdidos para o sistema objetivo de graduação (SOG) e

avaliação clinica mais abrangente eram para o contato oclusal e eficiência do

tratamento. Concluíram, em última instância, que os problemas nos tratamentos das

más oclusões complexas na pós-graduação em Ortodontia necessitaram de métodos

para aumentar a qualidade dos resultados clínicos.

Scott et al. (2008) compararam a eficácia do aparelho autoligado Damon 3,

com o aparelho convencional durante o alinhamento dentário ortodôntico. Inicialmente,

analisaram a rapidez do alinhamento ortodôntico dos dentes, a ocorrência de

reabsorções radiculares e alterações na dimensão dos arcos em 60 pacientes tratados

com exodontias de primeiros pré-molares, aplicando-se o índice de irregularidade de

Little. Scott et al. (2008) verificaram que não houve diferença no alinhamento inicial

para nenhum sistema de braquetes, demonstrando que os braquetes autoligados não

foram mais eficientes que os convencionais.

Vu et al. (2008) realizaram um estudo retrospectivo para identificar e quantificar

os fatores que afetam a duração do tratamento ortodôntico, correlacionando com a

qualidade dos resultados. A amostra foi obtida na Universidade de Indiana, no período

de 2004 a 2006, totalizando 455 pacientes. Empregaram o índice de discrepância da

ABO para avaliar a severidade da má oclusão inicial. O índice de complexidade do

tratamento, o sistema objetivo de graduação e avaliação clínica abrangente foi usado

para avaliar os resultados do tratamento. Verificaram que a duração média do tempo

de tratamento foi de 29 meses e que a má oclusão de Classe II obteve uma pontuação

7  

do índice de discrepância aumentada e ao avaliar os resultados não houve uma

relação significativa entre os índices do sistema objetivo de graduação e a avaliação

clinica abrangente. Portanto, o índice de discrepância e o de complexidade do

tratamento mostrou-se sensível para a duração do tratamento.

Chen et al. (2010) realizaram uma revisão sistemática para avaliar a eficiência

(tempo de cadeira e tratamento), efetividade (índices oclusais e dimensões dos arcos)

e estabilidade do tratamento dos braquetes autoligados, quando comparados com os

convencionais. Os artigos selecionados obedeceram aos critérios dos estudos clínicos

comparativos entre os braquetes autoligados e os convencionais e foram revisados

por 2 avaliadores. As análises dos resultados demonstraram que somente a redução

no tempo de cadeira teve uma diferença significativa. Quanto à efetividade, os

resultados apontaram que a inclinação dos incisivos inferiores nos aparelhos

autoligados demonstraram uma menor vestibularização.

Com relação à estabilidade, os estudos não enfocaram esse aspecto até o

momento. Concluíram que as evidências não suportam a afirmação da superioridade

clinica dos braquetes autoligados perante os convencionais. Entretanto, comprova-se

a redução no tempo de cadeira para os autoligados e uma menor inclinação dos

incisivos inferiores, porém, sem relação significativa quanto ao tempo de tratamento e

nenhum estudo quanto à estabilidade.

Fleming et al. (2010) avaliaram a eficiência do tratamento ortodôntico com

braquetes autoligados SmartClip e com o braquetes convencionais da marca 3M

Unitek. Com este objetivo, analisaram 66 pacientes com idades variando de 11 aos 21

anos, com apinhamento anteroinferior. A duração do tratamento foi computada desde

a montagem até a remoção dos aparelhos. Empregaram o índice PAR para a

avaliação oclusal e também não observaram nenhuma diferença entres os dois

braquetes, na redução do tempo de tratamento e na quantidade no número de visitas.

Ong et al. (2010) avaliaram consecutivamente 50 pacientes, na idade entre 10

e 18 anos, que foram tratados com aparelho fixo autoligado, com aparelho fixo

convencional e extrações bilaterais nos arcos superior ou no arco inferior. Os modelos

de estudos foram avaliados, aplicando-se o índice de Irregularidade de Little para

quantificar o alinhamento dos dentes anteriores antes do tratamento, e após 10

semanas, e 20 semanas depois da colagem dos braquetes. Portanto observaram que

o tratamento durante as 10 e 20 primeiras semanas, tanto nos braquetes autoligados,

quanto nos convencionais tiveram redução do score na avaliação quando aplicado o

índice de irregularidade de Little, e foi observado que o fechamento do espaço não

houve diferença significativa entre ambos os aparelhos. Portanto, concluíram que os

braquetes autoligados não mostraram eficiência maior que os braquetes

8  

convencionais e as mudanças na dimensão dos arcos foram similares em ambos os

aparelhos.

Pandis et al., em 2010, avaliaram as alterações na inclinação dos incisivos

inferiores e na distância intercaninos e intermolares no período pós-tratamento em 56

indivíduos com índice de Irregularidade de Little maior do que 2mm e que foram

tratados com aparelhos autoligados e convencionais. Constataram o aumento da

inclinação do incisivo inferior e da distância intermolares, no entanto, não foi

observada diferença estatística entre os dois grupos. Os resultados mostraram que o

apinhamento foi resolvido em ambos os casos com a vestibularização dos incisivos

inferiores e um aumento da distância intercaninos no final do tratamento. No entanto,

nenhuma diferença foi observada entre os braquetes convencionais e autoligados. Em

síntese, este estudo apontou um aumento na distância intermolares, no qual foi

observado em ambos, porém, nos pacientes que fizeram o uso dos braquetes

autoligados o aumento foi significantemente maior.

Fleming et al. (2013) observaram que os braquetes autoligados mostraram a

redução no tempo de cadeira, de 20 segundos por arco. Os estudiosos verificaram que

os braquetes autoligados apresentaram discreta diminuição no tempo de tratamento e

no número de consultas, sem prejuízo para os resultados oclusais e para a eficiência

no alinhamento dos arcos. Contudo, as evidências não foram significantes. Isso

porque, constataram que a taxa de fechamento de espaço e de retração dos caninos

não foi significante para os braquetes autoligados.

Em uma pesquisa com 192 pacientes, Fleming et al. (2013) observaram que os

braquetes autoligados não mostraram redução no tempo de tratamento e na qualidade

dos resultados do tratamento ao utilizar o índice PAR e o índice de complexidade em

relação aos braquetes convencionais.

9  

3. PROPOSIÇÃO

A má oclusão de Classe I de Angle quase sempre pode vir acompanhada de

apinhamento de severidade que varia de leve a severa, o que implica a necessidade

de tratamentos específicos para cada caso. Na Ortodontia, os profissionais vêm

trabalhando para diminuir o tempo de tratamento. Uma das possibilidades de alcançar

esse objetivo é através da diminuição do atrito. Sob essa perspectiva, surge o

aparelho autoligado, que foi desenvolvido para a correção da má oclusão de Classe I.

Considerando o fato de que ele apresenta menor atrito, pode-se justificar o aumento

da popularidade desses braquetes nos tratamentos ortodônticos.

Vários índices foram desenvolvidos para avaliar os casos de má oclusão de

Classe I tratados com o aparelho convencional, contudo, a literatura tem carência de

estudos que analisam os resultados finais de tratamento da má oclusão de Classe I

com aparelho autoligado. Para efeito, este trabalho tem por objetivo avaliar os

resultados finais dos tratamentos das más oclusões de Classe I com braquetes

autoligados, mediante a aplicação do índice de discrepância oclusal da ABO.

10  

4. MATERIAL E MÉTODO

4.1 MATERAL

Em primeira instância, convém ressaltar que o presente estudo iniciou-se

somente após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNICID CAAE

22302613.7.0000.0064, em 20 de março de 20014. Para efeito, foram selecionados

modelos de gesso e radiografias panorâmicas da fase final de 29 pacientes, com idade

variando de 16 a 24 anos, tratados na Universidade Metodista de São Paulo e clínicas

particulares. Torna-se pertinente destacar que os critérios obedecidos para a seleção

dos pacientes foram os seguintes: 1) portadores de má oclusão de Classe I em

caninos e molares; 2) presença de segundo ao segundo molar nos arcos superior e

inferior; 3) apinhamento anteroinferior maior do que 3,0mm; 4) não terem sido

submetidos aos tratamentos ortodônticos prévios; 5) terem sido tratados sem

extrações com a utilização de braquetes autoligados. Fábio coloque a informação de

qtos foram tratados com passivo e ativo

A amostra foi submetida a uma avaliação utilizando o Sistema Objetivo de

Graduação (SOG) do American Board of Orthodontics (ABO) definido por Casko et al.

(1998) para análise objetiva do resultado do tratamento ortodôntico, utilizando os

seguintes materiais: 1) régua indicada pela ABO para realizar a análise (Figura 1); 2)

lapiseira com grafite 0,5 mm (Pentel); 3) borracha macia (Faber castell); 4) fichas de

avaliação da ABO (ANEXO I). Foram avaliados os modelos de gesso e as radiografias

panorâmicas finais, respeitando-se a sequência e critérios de execução da ABO.

11  

FIGURA 1: Diagrama da régua utilizada pela ABO com suas respectivas regiões de

medição.

FONTE: Casko (1998).

4.2 MÉTODO

4.2.1 Calibração do Avaliador

Com a finalidade de atender aos objetivos desta pesquisa, foi realizada a

avaliação dos resultados finais dos tratamentos com aparelhos autoligados e

verificada se estão dentro das metas exigidas pelo ABO. As mensurações dos fatores

foram efetuadas pelo pesquisador especialista em Ortodontia e aluno do curso de

mestrado em Ortodontia da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID),

previamente calibrado para a condução destes procedimentos.

Convém ressaltar que é de fundamental importância a calibração do

examinador, seja para o índice do ABO, seja para quaisquer outros índices. Neste

estudo, o examinador foi devidamente calibrado e realizou efetivos treinamentos para

estabelecer consistências das medidas dos critérios adotados pelo sistema objetivo de

graduação.

12  

4.2.2 Análise dos fatores

Foram analisados sete critérios nos modelos de gesso pelo sistema objetivo de

graduação do ABO: alinhamento, cristas marginais, inclinação vestibulolingual,

contatos oclusais, relações oclusais, trespasse horizontal e contatos interproximais. O

oitavo critério utiliza radiografias panorâmicas observando a angulação radicular. A

régua própria idealizada pelo ABO foi utilizada na realização das medidas como pode

ser observado na figura 1.

4.2.2.1 Alinhamento (FIGURA 2) Na região anterior, as superfícies linguais dos incisivos e caninos superiores e

as bordas lábio-incisais dos dentes ântero-inferiores deveriam encontrar-se alinhadas,

bem como as fossas centrais dos pré-molares e molares na região superior posterior e

nos quadrantes inferiores posteriores, as cúspides mésio e disto-vestibulares.

Colocou-se a ponta específica da régua perpendicularmente às superfícies

vestibulares dos dentes, na região do ponto de contato. Para cada dente fora do

alinhamento entre 0,5 e 1 mm em cada ponto de contato, subtraia-se 1 ponto e, diante

de um apinhamento maior que 1 mm, subtraia-se 2 pontos. O máximo de pontos

subtraídos no critério de alinhamento alcançaria 64 pontos, ou seja, 2 pontos para

cada dente, como mostra figura 2.

13  

FIGURA 2: Medição de irregularidade no alinhamento.

4.2.2.2 Cristas marginais (FIGURA 3)

Verificou-se o posicionamento vertical dos dentes posteriores, sendo que as

cristas marginais dos dentes posteriores adjacentes deveriam encontrar-se no mesmo

nível. Colocou-se a ponta específica da régua verticalmente sobre as cristas marginais

desses dentes, como mostra a figura 3. Contudo, as cristas marginais desniveladas

entre 0,5 e 1 mm, subtraia-se 1 ponto e, em desníveis maiores que 1 mm, subtraia-se

2 pontos de cada ponto de contato, com um total máximo de 32 pontos para esse

critério.

14  

FIGURA 3: Medição de irregularidade nas cristas marginais.

4.2.2.3 Inclinação vestibulolingual (FIGURA 4)

Verificou-se a inclinação dos dentes posteriores, torque na região posterior. No

arco superior, a parte específica da régua deveria tocar as pontas de cúspides

palatinas dos pré-molares e molares superiores e, no arco inferior, as pontas de

cúspides vestibulares dos pré-molares e molares. As pontas de cúspides vestibulares

superiores e linguais inferiores deveriam passar a 1 mm da régua. Se as cúspides dos

dentes inferiores ou cúspides vestibulares superiores estivessem com uma diferença

entre 1 e 2 mm, subtraia-se 1 ponto e, em uma discrepância maior que 2mm,

subtraia-se 2 pontos para cada dente, num total máximo de 40 pontos para esse

critério como mostra na figura 4.

15  

FIGURA 4: Medição de irregularidade na inclinação vestibulolingual.

4.2.2.4 Relações oclusais (Classificação de Angle) (FIGURA 5) Verificou-se a relação ântero-posterior dos dentes posteriores superiores e

inferiores de acordo com a classificação de Angle. Colocou-se a parte específica da

régua paralelamente ao plano oclusal e mediu-se as distâncias entre as pontas de

cúspides vestibulares dos caninos, pré-molares e cúspides mésio-vestibulares dos

molares até as posições corretas que essas deveriam apresentar-se em uma relação

de Classe I com os dentes inferiores, como mostra figura 5. Se as cúspides

vestibulares estivessem desviadas entre 1 e 2 mm, subtraia-se 1 ponto e, em mais que

2 mm de desvio, subtraia-se 2 pontos; num total máximo de 24 pontos para esse

critério.

16  

FIGURA 5: Medição de irregularidade nas relações oclusais dos molares.

4.2.2.5 Contatos oclusais (FIGURA 6)

Verificou-se a adequada oclusão posterior e consequente intercuspidação.

Colocou-se a parte específica da régua perpendicularmente ao plano oclusal e mediu-

se a distância entre as pontas de cúspides palatinas dos dentes póstero-superiores até

as fossas dos dentes inferiores com os modelos articulados em uma vista interna e

verificou-se as distâncias entre as pontas de cúspides vestibulares dos dentes

póstero-inferiores até as fossas dos dentes superiores, como mostra a figura 6. No

posicionamento inadequado da cúspide até 1 mm, subtraía-se 1 ponto, na falta de

contato oclusal maior que 2mm, subtraía-se 2 pontos para cada dente; com um total

máximo de 64 pontos para esse critério.

17  

FIGURA 6: Medição de irregularidade nos contatos oclusais.

4.2.2.6 Trespasse horizontal (FIGURA 7)

Verificou-se a relação transversal dos dentes posteriores e a relação ântero-

posterior dos dentes anteriores. A parte específica da régua foi colocada

perpendicularmente às superfícies vestibulares dos dentes inferiores com os modelos

articulados, e foram medidas as distâncias até as pontas de cúspides vestibulares dos

dentes póstero-superiores e superfícies incisais dos dentes ântero-superiores. Nas

cúspides vestibulares desviadas até 1 mm do centro do dente oposto, 1 ponto foi

subtraído, e, no caso de mais de 1 mm, 2 pontos foram subtraídos. Na região anterior,

na falta de contato dos dentes até 1 mm, 1 ponto foi subtraído e maior que 1 mm, 2

pontos foram subtraídos; com um total máximo de 32 pontos para esse critério.

18  

FIGURA 7: Medição de irregularidade no trespasse horizontal anterior.

4.2.2.7 Contatos interproximais (FIGURA 8)

Observou-se o fechamento dos espaços dentro de cada arco. Colocou-se a

parte específica da régua sobre os pontos de contato de todos os dentes superiores e

inferiores, como mostra a figura 8. Em até 1 mm de espaço entre os dentes, 1 ponto

foi subtraído, e, no caso de espaço, maior que 1 mm, 2 pontos foram subtraídos; com

um total de 60 pontos para esse critério.

19  

FIGURA 8: Medição de irregularidade no contato interproximais.

4.2.2.9 Angulação das raízes (FIGURA 9)

Verificou-se a posição das raízes dos dentes e o paralelismo entre elas,

avaliando as radiografias panorâmicas finais. Colocou-se a parte específica da régua

perpendicularmente às raízes dos dentes superiores e inferiores, como mostra a figura

9. Dentes corretamente angulados exibem osso adequado, o que permite um

periodonto saudável, evitando perda óssea futura. Em um desvio do ápice radicular de

1 a 2 mm, subtraia-se 1 ponto, e, em discrepância maior que 2 mm, subtraia-se 2

pontos; com um total máximo de 64 pontos para este critério.

20  

FIGURA 9: Medição de irregularidades na Angulação de raízes.

4.3 Análise Estatística

Inicialmente, foi realizada a análise do erro casual e sistemático pela aplicação

do teste de Wilcoxon e o coeficiente de correlação de Spearman que foram usados

para avaliar a repetibilidade do método. Comparou-se as medidas obtidas no primeiro

conjunto de mensurações com as medidas derivadas do segundo conjunto de medidas

de 40% da amostra selecionada aleatoriamente. O segundo conjunto de medidas foi

obtido após 15 dias decorrentes da primeira mensuração. Na sequência, a qualidade

do resultado de tratamento foi avaliada, utilizando o sistema objetivo de graduação do

ABO, somando as pontuações negativas encontradas em cada característica,

obtendo-se assim uma pontuação final para cada caso, como mostra a Tabela 1.

O caso que apresentou uma pontuação negativa de 20 pontos foi considerado

bem finalizado. Em contrapartida, quando a pontuação negativa era maior que 30

pontos, considerava-se como um caso mal finalizado. Para verificar os dados, o teste

de Wilcoxon foi usado para avaliar a amostra de 29 pacientes, considerando, dessa

forma, que o tratamento foi um sucesso. Convém destacar, entretanto, que para

comparar a porcentagem de perda entre as variáveis, foi usado o teste de Friedman

seguido do teste de comparações múltiplas de Nemenyi.  

21  

TABELA 1

Pontuações negativas máximas para os critérios avaliados:

Critérios Pontos

Alinhamento 64

Cristas marginais 32

Inclinação vestíbulo-lingual 40

Trespasse horizontal 32

Contatos oclusais 64

Relações oclusais 24

Contatos interproximais 60

Angulação de raízes 64

Total 380

22  

5. ARTIGO CIENTÍFICO

Avaliação do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pelo american board of orthodontics

Fabio Rafael de Oliveira Mendesa; Acácio Fuziy b

a Aluno do programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São

Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil.

b Professor Doutor Associado do programa de Mestrado em Ortodontia da

Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, Brasil.

Corresponding author:

Fabio Rafael de Oliveira Mendes

R: Salvador Qd 93 Lt 09 – Belo Horizonte

68503-820 Marabá – Pará, Brasil

Telephone / Fax: +55 94 98115 -8306

E-mail: [email protected]

Declaration of Interests:

The authors report no commercial, proprietary, financial or associative interest in the

products or companies described in this article. There is no conflict of interest in

connection with the manuscript.

O artigo foi formatado de acordo com as normas da revista ANGLE ORTHODONTIST.

23  

Avaliação do tratamento da má oclusão de Classe I com o aparelho autoligado utilizando o sistema objetivo de graduação proposto pelo american board of orthodontics

RESUMO

Objetivo: Este estudo avaliou os resultados de tratamento da má oclusão de Classe I

de Angle, empregando-se aparelhos autoligados, utilizando o sistema objetivo de

graduação da American Board of Orthodontics, buscando a padronização na avaliação

dos resultados.

Material e Métodos: Foram avaliados 29 pacientes que possuíam a documentação

ortodôntica completa com modelo de gesso e radiografias panorâmicas finais. As

documentações ortodônticas iniciais mostraram que os pacientes apresentavam má

oclusão de Classe I. Os modelos e radiografias panorâmicas pós-tratamento foram

pontuados de acordo com o Sistema Objetivo de Graduação do American Board of

Orthodontics. Para comparar a porcentagem de perda entre as variáveis foi usado o

teste de Friedman seguido do teste de comparações múltiplas de Nemenyi.

Resultados: A média total de perda foi de 8,93 e mostrou que a pontuação máxima

perdida foi 17. Foram encontradas diferenças significativas entra as variáveis em

relação à porcentagem de perda. No entanto, todos os pacientes analisados tiveram

um tratamento de sucesso. O p-valor do teste que avalia se a pontuação total máxima

perdida é igual a 20 contra menor que 20 foi de <0,001, ou seja, aceita-se a hipótese

de que a pontuação total máxima perdida é menor que 20 e que os pacientes tiveram

sucesso no tratamento.

Conclusão: Todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso, pois a

pontuação total máxima perdida é menor que 20.

 

Palavras Chaves: Má oclusão de Classe I de Angle; braquetes ortodônticos; atrito

24  

INTRODUÇÃO

O tratamento ortodôntico deve objetivar na obtenção de bons resultados, no

qual engloba a verificação de vários fatores, sendo relevante centralizar-se na

avaliação de uma oclusão adequada, estética e funcionalmente, objetivando o

equilíbrio facial. Desta forma, tanto os pacientes como os ortodontistas mostrarão

satisfação com o resultado alcançado.1,2

A má oclusão de Classe I caracteriza-se pela relação harmoniosa entre a

maxila e mandíbula e uma de suas características é a manifestação do apinhamento

dentário na região anterior dos arcos dentários. O tratamento em casos de

apinhamento visa a obtenção de espaço para o alinhamento e nivelamento dentário e,

destacam-se os procedimentos de desgastes interproximais, expansão, exodontias de

pré-molares e vestibularização de incisivos. (SAYIN et al., 2004; LINDSTEN et al.,

2001; SILVA FILHO et al., 2001). Fábio procure artigos publicados no AJODO e

principalmente no Angle que fale sobre essas formas de tratamento da má oclusão de

Classe I.

Os braquetes autoligados foram introduzidos na Ortodontia, objetivando a

redução do atrito entre as canaletas dos braquetes e os fios ortodônticos e,

consequentemente, promovendo a diminuição no tempo de terapia e têm sido

empregados no tratamento da má oclusão de Classe I (Fabio coloque artigos que fale

do uso dos autoligados no tratamento da má oclusão da Classe I).

Independentemente da evolução tecnológica, a Ortodontia visa o alcance da

excelência nos resultados finais de tratamento, assim sendo, foram desenvolvidos os

índices que avaliam não somente a severidade inicial de uma má oclusão, assim

como, qualificam os resultados finais dos tratamentos.3

Em 1994, a Associação Americana de Ortodontia (AAO), por intermédio de

seus diretores, analisaram os índices e avaliações de registros de pré e pós-

tratamento. Esta avaliação dos resultados dos casos tratados corresponde a esses

esforços que foram anunciados em 1998 quando o ABO introduziu um formulário de

avaliação do Sistema Objetivo de Graduação (SOG) para avaliar o resultado final.4,5

O American Board of Orthodontics (ABO) propôs um método de avaliação das

más oclusões com a finalidade de padronizar a comunicação entre os profissionais por

meio de um método simplificado e rápido.6,7

Existem poucos estudos que descrevem ou qualificam as alterações

decorrentes do tratamento com aparelhos autoligados8. Assim sendo, este estudo tem

por objetivo avaliar os resultados finais de tratamento da má colusão de Classe I com

aparelhos autoligados utilizando o índice da ABO-SOG.

25  

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo obteve a aprovação do comitê de ética na Universidade da

Cidade de São Paulo. Para a análise, foram selecionados os modelos de gesso e

radiografias panorâmicas das fases inicial e final de 29 pacientes, com idade variando

de 16 a 24 anos, tratados na Universidade Metodista de São Paulo e clínicas

particulares. Para o presente estudo seguiu-se o seguinte critério de inclusão:

pacientes portadores de má oclusão de Classe I em caninos e molares, presença de

segundo ao segundo molar nos arcos superior e inferior, não terem sido submetidos

aos tratamentos ortodônticos prévios e terem sido tratados sem extrações com a

utilização de braquetes autoligados

A fim de atender aos objetivos desta pesquisa, foi realizada a avaliação dos

resultados finais dos tratamentos com aparelhos autoligados e verificou-se se

obedecem as metas exigidas pela ABO. As mensurações dos fatores foram efetuadas

pelo pesquisador especialista em Ortodontia e aluno do curso de mestrado em

Ortodontia da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), previamente calibrado

para a condução destes procedimentos.

A amostra foi submetida a avaliação utilizando-se o Sistema Objetivo de

Graduação (SOG) do American Board of orthodontics (ABO) definido por Casko et al.9

(1998) para análise objetiva do resultado do tratamento ortodôntico.

Foram analisados sete critérios nos modelos de gesso pelo sistema objetivo de

graduação do ABO: alinhamento, cristas marginais, inclinação vestibulolingual,

contatos oclusais, relações oclusais, trespasse horizontal e contatos interproximais. O

oitavo critério utiliza radiografias panorâmicas observando a angulação radicular. A

régua própria idealizada pelo ABO foi utilizada na realização das medidas.

Na sequência, a qualidade do resultado do tratamento foi avaliada, utilizando o

sistema objetivo de graduação do ABO, somando as pontuações negativas

encontradas em cada característica com a finalidade de obter uma pontuação final

para cada caso. Convém destacar, entretanto, que quando o caso apresentou uma

pontuação negativa de 20 pontos, considerou-se o caso bem finalizado, em

contrapartida, quando a pontuação negativa era maior que 30 pontos considerou-se o

caso mal finalizado.

Análise Estatística

Foram calculadas estatísticas descritivas (média, desvio padrão, mínimo,

mediana e máximo) e construídos gráficos. O teste de Wilcoxon e o coeficiente de

correlação de Spearman foram empregados para avaliar a repetibilidade do método. O

26  

teste de Wilcoxon foi usado para avaliar se a amostra se o tratamento pode ser

considerado de sucesso. Para comparar a porcentagem de perda entre as variáveis,

foi usado o teste de Friedman seguido do teste de comparações múltiplas de Nemeny,

em nível de significância de 5%.  

RESULTADO  

Os resultados dos tratamentos ortodônticos realizados com aparelho

autoligados, foram avaliados pelo Sistema Objetivo de Graduação (SOG) proposto

pelo American Board of Orthodontics (ABO), e suas pontuações encontram-se na

Tabala 2.

Tabela 1 Fábio mude para 2:  Medidas de posição de dispersão de cada uma das medidas.  

Medida   Média   Desvio  Padrão   Mínimo   Mediana   Máximo  

ALINHAMENTO   2,17   1,61   0,00   2,00   6,00  

CRISTAS  MARGINAIS   1,41   1,57   0,00   1,00   6,00  

INCLINAÇÃO  VESTIBULO  LINGUAL   0,52   0,91   0,00   0,00   3,00  

CONTATOS  OCLUSAIS   0,52   1,09   0,00   0,00   4,00  

RELAÇÃO  ÂNTERO-­‐POSTERIOR   2,86   2,36   0,00   2,00   8,00  

OVERJET   0,48   1,27   0,00   0,00   6,00  

CONTATOS  INTERPROXIMAIS   0,35   0,90   0,00   0,00   4,00  

ANGULAÇÃO  DAS  RAÍZES   0,62   1,02   0,00   0,00   3,00  

TOTAL   8,93   4,58   2,00   9,00   17,00  

A partir da tabela 2, verifica-se que a pontuação máxima perdida foi 17, ou seja,

todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de sucesso. A média total do

ABO-SOG foi de 8.93, mostrando que a variável que mais perdeu ponto foi à relação

anteroposterior e o que menos perdeu pontos foi o contato interproximal. O p-valor do

teste que avalia se a pontuação total máxima perdida é igual a 20 contra menor que 20

foi de <0,001, ou seja, aceita-se a hipótese de que a pontuação total máxima perdida é

menor que 20 e que os pacientes tiveram sucesso no tratamento.

Na tabela 1, observa-se que as variáveis, contatos Oclusal, Relação Antero

Posterior, Overjet, Contatos Interproximais e Angulação das Raízes apresentam os

mesmos valores nas duas medidas, ou seja, para essas variáveis o método

apresentou alta repetibilidade. Ressalta-se ainda, que não foram encontradas

27  

diferenças significativas entre as duas medições da variável alinhamento (p-valor =

0,100), Crista Marginal (p-valor = 0,178), Inclinação Vestíbulo Lingual (p-valor = 1,000)

e Total (p-valor = 0,059). Fábio esta é uma outra tabela com dados do teste de

Wilcoxon e Spearman Veja no relatório e inclua, sendo a tabela 1. Portanto, a tabela 1

evidencia a comparação das medidas de posição de dispersão da porcentagem de

perda de cada uma das medidas e ainda, o resultado da comparação entre as

medidas com o objetivo de avaliar a confiabilidade das medidas.

Na tabela 3, os resultados mostraram que foram encontradas diferenças

significativas entre as variáveis analisadas em relação à porcentagem de perda (teste

de Friedman; p-valor<0,001). Mostrando que a relação anteroposterior perdeu 12,50%

dos pontos, demonstrando uma maior dificuldade para finalizar o tratamento em

relação ao contato interproximal que perdeu 0,54%.

Tabela 2 Fábio mude paras 3: Medidas de posição de dispersão da porcentagem de perda de cada uma das medidas e resultado da comparação entre as medidas. Fábio altere a posição, leve esta tabela antes da Tabela 1, pois a análise de erro deve vir antes.

Medida   Média   Desvio  Padrão   Mínimo   Mediana   Máximo  

ALINHAMENTO   3,48   2,48   0,00   3,13   9,38  

CRISTAS  MARGINAIS   4,44   4,89   0,00   3,13   18,75  

INCLINAÇÃO  VESTIBULO  LINGUAL   1,21   2,22   0,00   0,00   7,50  

CONTATOS  OCLUSAIS   0,76   1,66   0,00   0,00   6,25  

RELAÇÃO  ANTERO  POSTERIOR   12,50   10,26   0,00   8,33   33,33  

OVERJET   1,41   3,86   0,00   0,00   18,75  

CONTATOS  INTERPROXIMAIS   0,54   1,45   0,00   0,00   6,67  

ANGULAÇÃO  DAS  RAÍZES   3,83   1,84   0,00   3,13   7,81  

DISCUSSÃO

Na fase inicial do tratamento ortodôntico objetiva-se o alcance do alinhamento

dentário, que necessitam várias variáveis para a eficácia deste processo, claramente a

biológica que vai desempenhar um papel significativo, a força ortodôntica aplicada no

periodonto fornece um mecanismo fundamental para a movimentação do dente no

osso alveolar. Todas essas variáveis são importantes porem fora do controle do

ortodontista, mais a influência direta pode ser conseguida na escolha do braquete e do

28  

arco.10 Fábio, muito estranho este para’grafo, não entedni nada e não tem nada a ver

com seu trabalho

Inclua um parágrafo inicial que fale sobre o tramento da má oclusão de Classe

I, ressaltando as formas de tratamento e cite os autores que falam sobre isto, pelo

menos uns 5. Na sequência cite sobre o emprego dos autoligados em amostras de

Classe I, cite autores.

Cite as vantagens dos autoligados, pore’m, desde que embasadas por ciência.

Evite aquelas questionáveis, com o a redução do tempo de tratamento. Veja o

parágrafo abaixo, apenas um autor. O que é isto, como vc pode afirmar que reduz

tempo, usando apenas uma referência? Vc da’ra a sua face para levar um tapa?

Os braquetes autoligados têm demonstrado a diminuição no tempo de

tratamento, que foi mostrado durante o congresso de ortodontia da associação

americana (AAO) em 2001, Toronto pelo Dr. Robert Fry e mostrou também que a

media da ABO do índice de regularidade oclusão foi melhor com os casos tratado com

o sistema Damon.11

Depois de vc comentar sobre as vantagens dos auotiligados, fale da carência

de estudos que avaliem a qualidade dos resultados de tratamento com autoligados

para justificar o seu estudo.

Depois fale sobre o n de sua amostra, comparando com o n de outros estudos

similares e para ressaltar e justificar que a sua amostra é inferior fale do teste de n que

mostrou que 22 era suficiente, coloque o nome da análise utilizada para o cálculo do n.

Os resultados de tratamentos de 29 casos inicialmente com má oclusão de

Classe I, foram avaliados neste estudo. Todos os casos foram tratados

ortodonticamente com aparelho fixo autoligado. Fábio coloque qtos foram com passivo

e qtos com ativo

O Sistema Objetivo de Graduação (SOG) do American Board of Orthodontics

foi utilizado para avaliar os resultados dos tratamentos ortodônticos neste estudo. O

SOG foi desenvolvido através de pesquisas, buscando precisão na determinação de

pequenas inadequações de posições dentárias.9 Song et al.12 avaliaram os casos

tratados nos pacientes chineses usando o índice da American Board of Orthodontics

(SOG) como ferramenta para avaliar os resultados, mostrando que o índice da ABO

aplicado nos casos tratados foi válido, mostrando de forma objetiva a qualificação dos

ortodontistas chineses.

No estudo presente, também foi usado o índice da ABO o Sistema Objetivo de

Graduação (SOG), mostrando de forma objetiva que os casos tratados com o aparelho

autoligado obtiveram com sucesso as pontuações mínimas para a qualificação da

certificação.

29  

Tahir et al.13 em seu estudo usaram como uma forma objetiva de avaliar o

resultado dos casos tratado ortodonticamente pelos profissionais já diplomados pela

ABO e utilizou o índice da American Board of Orthodontics, concluindo que o casos

obteve uma melhora, alcançando bons resultados com mínima iatrogenia e

reabsorções foram encontradas em 30% dos casos. Portanto os casos tratados

revelaram-se com grande potencial para a qualificação da ABO.

Mesmo que o Sistema Objetivo de graduação (SOG) não compara o pré-

tratamento com o pós-tratamento, os resultados dos casos tratados neste estudo

mostraram um bom resultado estético subjetivamente, no qual foi comprovado quando

as amostras foram avaliadas pelo índice da ABO-SOG, corroborando com os estudos

de Cook et al.3 avaliaram os resultados dos casos tratados por alunos de pós

graduação e clinica particulares, em que o grupo de pacientes da universidade, a

pontuação geral média foi de 25,14 e para o grupo dos consultórios particulares foi de

25,97, mostrando que o uso do índice da ABO-SOG é essencial para avaliar o

sucesso do tratamento.

Dykhouse et al.14 em seu estudo apresentaram os casos tratados pelos

residentes em ortodontia, no qual demonstrou que os resultados dos tratamentos

finalizados obtidos foram bem sucedidos com os mesmo padrão exigidos para

certificar os ortodontistas pela American Board of Orthodontics. Concluindo que os

casos tratados pelos ortodontistas estão dentro do padrão de qualidade da ABO.

Os casos analisados neste trabalho não receberam nenhuma seleção prévia,

foram escolhidos aleatoriamente e possuíam a documentação mínima exigida para a

avaliação dos resultados finais dos tratamentos: modelos em gesso e radiografias

panorâmicas finais. Isto justifica, em parte, os resultados encontrados. Não foi levado

em consideração o grau de severidade dos casos no início do tratamento, e o fato

desses casos terem sido tratados num curso de especialização em Ortodontia, onde o

atendimento clínico é realizado por profissionais ainda com pouca experiência na área,

orientados por diferentes instrutores e com técnicas e mecânicas de tratamentos

variadas, certamente influenciaram nas avaliações finais dos casos tratados.

Vieira15 em seu trabalho relatou que o Índice Oclusal de Summers (1971)

apropriava-se mais para avaliar as maloclusões antes do tratamento, enquanto que o

Board considerava o Índice PAR de Richmond e colaboradores imprecisos para avaliar

pequenas inadequações nas posições dentárias. Assim, o Sistema Objetivo de

Graduação (SOG), proposto pelo Board, forneceria um método confiável e objetivo

para avaliar resultados de tratamentos ortodônticos, com o auxílio de uma régua

apropriada. A maior ênfase centraliza-se na oclusão final, utilizando os modelos em

gesso e as radiografias panorâmicas pós-tratamento. Avalia-se 7 critérios utilizando os

30  

modelos em gesso finais: o alinhamento dentário, as cristas marginais, a inclinação

vestibulolingual, o trespasse horizontal, as relações oclusais, os contatos oclusais,

contato inter-proximais; e a angulação de raízes foi avaliada através de radiografias

panorâmicas finais.

Marques16 em seu estudo, avaliou as radiografias panorâmicas para a

verificação do critério angulação das raízes, sendo o segundo mais pontuado pela

amostra em questão. Concluiu-se que esse foi o segundo critério mais deficiente na

finalização do tratamento e o alinhamento foi o critério com maior pontuação negativa.

Esses resultados foram similares com os resultados encontrados em nosso trabalho.

Outros estudos com o Sistema Objetivo de Graduação (SOG) devem ser

realizados para avaliar se os resultados dos tratamentos das demais más oclusões

tratadas apresentaram o mesmo comportamento, assim como os casos finalizados

mais recentemente.

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que pontuação máxima

perdida foi 17, ou seja, todos os pacientes analisados tiveram um tratamento de

sucesso, pois a pontuação total máxima perdida foi menor que 20, o que demonstra

que os pacientes tiveram sucesso no tratamento.

As variáveis de análise radiográfica e a relação anteroposterior apresentaram

maior porcentagem de perda que as variáveis de contatos oclusais, contatos

interproximais, overjet e inclinação vestibulolingual. As variáveis de crista marginal e

alinhamento apresentaram maior porcentagem de perda que as variáveis de contatos

oclusal, contatos interproximais e overjet.

Fábio a discussão está ruim. Vc deve melhorar muito. Procure discutir o que vc

observou na análise dos seus resultados, confrontando com a literatura que verificou a

mesma coisa ou resultado similar ou contrariando os seus resultados. Tente justificar

os seus resultados, embasando com a literatura.

REFERÊNCIAS

1-Sayin MO, Turkkahraman H. Factors contributing to mandibular anterior crowding in the early mixed dentition. Angle Orthod, 2004; 74:754-758.

2-Lindsten R., Ogaard B, Larsson E. Anterior space and lower incisor alignment in 9 year old children born in the 1960s and 1980s. Angle Orthod, 2001; 71:36-43.

31  

3-Cook DR, Harris EF, Vaden JL. Comparison of university and private-practice orthodontic treatment outcomes with the American Board of Orthodontics objective grading system. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:707-12.

4-Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Jamieson SA, Riolo ML. The case management form of the American Board of Orthodontics. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2006; 129:325-9.

5-Riolo ML,Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Cangialosi TJ. ABO resident clinical outcomes study: Case complexity as measured by the discrepancy index. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:161-3.

6-Cangialosi TJ, Riolo ML, Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, James RD. The ABO discrepancy index: A measure of case complexity. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2004; 125:270-8.

7-Campbell CL, Roberts WE, Hartsfield JK, Qi R. Treatment outcomes in a graduate orthodontics clinic for cases defined by American Board of Orthodontics malocclusion categories. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2007; 132:822-9.

8-Pandis N, Polychronopoulou A, Makou M, Eliades T. Mandibular dental arch changes associated with treatment of crowding using self ligation and conventional brackets. European journal of orthodontics, 2010; 32:248-253.

9-Casko JS, Vaden JL, Kokich VG, Damone J, James RD, Cangialosi TJ, Riolo ML, Owens SE, Bills ED. Objective grading system for dental casts and panoramic radiographs. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 1998; 114:589-11.

10-Scott P, DiBiase AT, Sherriff M, Cobourne MT. Alignment efficiency of Damon3 self-ligation and conventional orthodontic brackets systems: A randomized clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2008; 134:470.e1-470.e8.

11-Harradine, Current Products and practices Self-Ligation Brackets: Where are we Now?. Journal of Orthodontics, 2003; 30:262-273.

12-Song, GY. Validation of the American Board of Orthodontics Objective Grading System for assessing the treatment outcomes of Chinese Patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2013; 144:391-7.

13-Tahir, E. et al. An assessment of treatment outcome in American Board of Orthodontics cases. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop, 1997; 111:335-42. 14-Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Jamieson SA, Kastrop MC, Owens Jr SE. A report of the ABO Resident Clinical Outcome study (the pilot study). Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2006; 130:656-61.

15-Vieria JMB. Avaliação dos Tratamentos Ortodônticos Realizados na Clínica de Pós-Graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da PUCMINAS Segunda as Normas Estabelecidas pelo American Board of Orthodontics. Belo Horizonte, 2003. 110p. Titulo de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia da PUCMINAS, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

16-Marques, LP. Avaliação dos resultados de tratamento ortodôntico da classe I com extrações utilizando o Sistema Objetivo de Graduação do American Board of Orthodontics. Belo Horizonte, 2007. 78p. Titulo de Mestre em Odontologia, área de

32  

concentração: Ortodontia da PUCMINAS, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

REFERÊNCIAS

Angle, EH. Classification of malocclusion. D. Cosmos, 1899; 41:248-264.

33  

Campbell, CL; ROBERTS, WE; HARTSFIELD, JK, Qi R. Treatment outcomes in a graduate orthodontics clinic for cases defined by American Board of Orthodontics malocclusion categories. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2007; 132:822-9.

Cangialosi, TJ, Riolo ML, Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, James RD. The ABO discrepancy index: A measure of case complexity. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2004; 125:270-8.

Casko, JS; Vaden JL; Kokich VG, Damone J, James RD, Cangialosi TJ, Riolo ML, Owens SE, Bills ED. Objective grading system for dental casts and panoramic radiographs. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 1998; 114:589-11.

Chen SSH, Greenlee GM, KIM JE, Smith CL, Huang GJ. Systematic review of self-ligation brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2010; 137:726.e1-726.e18.

Cook DR, Harris EF, Vaden JL. Comparison of university and private-practice orthodontic treatment outcomes with the American Board of Orthodontics objective grading system. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:707-12.

Cordeiro Neto AF. Avaliação do grau de complexidade de tratamentos ortodônticos segundo o índice de discrepância (DI). Salvador, 2007; 75p. Título de Especialização em Ortodontia, Universidade Federal da Bahia.

Deguchi T, Honjo T, Fukunaga T, Miyawaki S, Roberts WE, Takano-Yamamoto T. Clinical assessment of orthodontics outcomes with the peer assessment rating, discrepancy index, objective grading system and comprehensive clinical assessment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:434-43.

Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Jamieson SA, Kastrop MC, Owens Jr SE. A report of the ABO Resident Clinical Outcome study (the pilot study). Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2006; 130:656-61.

Fleming PS, O’Brien K. Self-Ligation brackets do not increase treatment efficiency. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2013; 143:10-9.

Fleming PS, Johal A. Self-Ligation Brackets in orthodontics. Angle Orthod, 2010; 80:575-584.

Fleming PS, DiBiase AT, Lee RT. Randomized clinical trial of orthodontic treatment efficiency with self-ligation and conventional fixed orthodontic appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2010; 137:738-42.

Harradine, Current Products and practices Self-Ligation Brackets: Where are we Now?. Journal of Orthodontics, 2003; 30:262-273.

Lindsten R., Ogaard B, Larsson E. Anterior space and lower incisor alignment in 9 year old children born in the 1960s and 1980s. Angle Orthod, 2001; 71:36-43.

Luz DMG. Complexidade das maloclusões – Avaliação Objetiva x Subjetiva. Niterói, 2011. 35p. Título de Especialização em Ortodontia-Faculdade de Odontologia da UFF, Universidade Federal Fluminense.

Marques, LP. Avaliação dos resultados de tratamento ortodôntico da classe I com extrações utilizando o Sistema Objetivo de Graduação do American Board of Orthodontics. Belo Horizonte, 2007. 78p. Titulo de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia da PUCMINAS, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

34  

Ong E, McCallum H, Griffin MO, Ho G. Efficiency of self-ligation vs conventionally ligated brackets during initial alignment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2010; 138:138.e1-138.e7.

Onyeaso C, Begole E. Relationship between index of complexity, outcome and need, dental aesthetic index, peer assessment rating index, and american board of orthodontics objective grading system. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2007; 131:248-52.

Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Jamieson SA, Riolo ML. The case management form of the American Board of Orthodontics. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2006; 129:325-9.

Pandis N, Polychronopoulou A, Eliades T. Self-Ligation vs conventional brackets in the treatment of mandibular crowding: A prospective clinical trial of treatment duration and dental effects. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2007; 132:208-15.

Pandis N, Polychronopoulou A, Makou M, Eliades T. Mandibular dental arch changes associated with treatment of crowding using self ligation and conventional brackets. European journal of orthodontics, 2010; 32:248-253.

RICHMOND, S. et al. The development of the PAR index (Peer Assessment Rating): reliability and validity. Eur. J. Orthod., Oxford, 1992; 14:125-39. Riolo ML,Owens Jr SE, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, Greco PM, English JD, Briss BS, Cangialosi TJ. ABO resident clinical outcomes study: Case complexity as measured by the discrepancy index. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2005; 127:161-3.

Sayin MO, Turkkahraman H. Factors contributing to mandibular anterior crowding in the early mixed dentition. Angle Orthod, 2004; 74:754-758.

Scott P, DiBiase AT, Sherriff M, Cobourne MT. Alignment efficiency of Damon3 self-ligation and conventional orthodontic brackets systems: A randomized clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2008; 134:470.e1-470.e8.

da Silva Filho OG, Ozawa TO, de Almeida AM, Freitas PZ. Programa de extrações seriada: Uma visão ortodôntica contemporânea. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, 2001; 6:91-108.

Song, GY. Validation of the American Board of Orthodontics Objective Grading System for assessing the treatment outcomes of Chinese Patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2013; 144:391-7.

Tahir, E. et al. An assessment of treatment outcome in American Board of Orthodontics cases. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop, 1997; 111:335-42. THE AMERICAN BOARD OF ORTHODONTICS Web-site: Information for candidates. The American Board of Orthodontics, Saint Louis, MO, 2003. Disponível em: <http://www.americanboardortho.com>. Acesso em: 05 maio 2003. Turpin, D.L. Check out the medical model of board certification. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop, 2001; 120:337-38. Vieria JMB. Avaliação dos Tratamentos Ortodônticos Realizados na Clínica de Pós-Graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da PUCMINAS Segunda as Normas Estabelecidas pelo American Board of Orthodontics. Belo Horizonte, 2003.

35  

110p. Titulo de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia da PUCMINAS, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Vu CQ, Roberts E, Hartsfield Jr JK, Ofner S. Treatment complexity index for assessing the relationship of treatment duration and outcomes in a graduate orthodontics clinic. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 2008; 133:9.e1-9.e13.

Anexos

Anexo I

36  

Anexo II

37