Upload
others
View
5
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
i
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Influência de Tratamentos Térmicos em duas
Propriedades Mecânicas das Madeiras de Pinus sp. e
Eucalyptus urograndis.
Estudante: Gabriela da Silva Xavier, Matrícula 08/30194
Orientador: Fernando Nunes Gouveia – LPF/SFB
Co-orientador: Prof. Alexandre Florian da Costa – EFL/FT
Projeto de pesquisa apresentado
ao Departamento de Engenharia
Florestal da Universidade de
Brasília, como parte das
exigências para obtenção do
título de Engenheiro Florestal.
Brasília – DF, março de 2013
ii
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Influência de Tratamentos Térmicos em duas Propriedades
Mecânicas das Madeiras de Pinus sp. e Eucalyptus urograndis.
Aluna: Gabriela Da Silva Xavier
Matrícula: 08/30194
Trabalho Final de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Florestal
da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de
Engenheira Florestal.
Menção: _____
Aprovado por:
_____________________________________
Dr. Fernando Nunes Gouveia
Orientador (LPF/SFB/MMA)
_____________________________________
Prof. Dr. Alexandre Florian da Costa
Coorientador (EFL/UnB)
_____________________________________
Prof. Dr. Ailton Teixeira do Vale
Membro Externo da Banca (EFL/UnB)
Brasília – DF, março de 2013.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por sua companhia, apoio espiritual e por guiar minha vida.
A minha família; aos meus pais Dalva e Geraldo, e ao meu irmão Fernando (in
memoriam) pela compreensão, amor, carinho e apoio incondicional aos meus sonhos.
A Universidade Brasília, por me proporcionar grande aprendizado e muitos momentos
de felicidades, pelos amigos que fiz.
Aos amigos da NOVACAP e Câmara dos Deputados pelo apoio, aprendizado e
momentos muito felizes.
Aos funcionários do LPF pela ajuda e ensinamentos durante o desenvolvimento do
projeto.
Aos professores do Departamento de Engenharia Florestal pela formação e orientação
na carreira de Engenheira Florestal.
Ao meu Orientador e Coorientador, Fernando Nunes Gouveia e Alexandre Florian da
Costa, pela enorme paciência, apoio, orientação e colaboração. Muito Obrigada.
Em especial agradeço ao meu colega de curso, Renato Vieira Tormin, pelo
companheirismo, ajuda, apoio e cooperação durante o projeto.
iv
RESUMO
Influência de Tratamentos Térmicos em duas Propriedades Mecânicas das
Madeiras de Pinus sp. e Eucalyptus urograndis.
O tratamento térmico tem sido utilizado com o objetivo conferir maior estabilidade
dimensional, bem como melhorar as propriedades mecânicas na madeira. O presente
estudo teve como objetivo avaliar a resistência mecânica das madeiras do híbrido
Eucalyptus urograndis e Pinus sp. tratadas termicamente. Para tanto, três árvores de
cada espécie foram utilizadas as quais foram classificadas em 3 alturas a partir da base
do seu fuste. O tratamento térmico foi realizado em estufa com duas temperaturas,
180ºC e 200°C, com dois tempos de exposição de 1 e 2 horas, totalizando quatro
tratamentos térmicos. A resistência mecânica da madeira foi avaliada através de dois
métodos destrutivos e um método não destrutivo utilizando o equipamento Stress Wave
Timer. Os resultados mostraram que a resistência mecânica foi afetada positivamente
pelos tratamentos térmicos, com incremento significativo para o Pinus sp. em todos os
tratamentos, e em dois tratamentos no Eucalyptus urograndis. A correlação linear entre
o método destrutivo e não destrutivo de resistência à flexão não foi satisfatória. A
resistência à flexão e a densidade não sofreram alterações significativas dos tratamentos
térmicos.
Palavras-chave: Tratamento térmico, Resistência mecânica, Stress Wave Timer, Pinus
sp., Eucalyptus urograndis.
v
ABSTRACT
Influence of Heat Treatment on Mechanical Properties of two woods of Pinus sp.
and Eucalyptus urograndis.
The heat treatment has been used in order to confer greater dimensional stability as well
as improve mechanical properties on wood. The present study aimed to evaluate the
mechanical strength for Eucalyptus urograndis and Pinus sp. heat treated. For this
purpose, three trees of each species were used which were classified in 3 heights from
the base of its stem. The heat treatment was performed in an oven with two
temperatures, 180°C and 200°C, with two exposure times of 1 and 2 hours, totaling four
heat treatments. The mechanical strength of the wood was assessed by two methods
destructive and one non-destructive method using equipment Stress Wave Timer. The
results showed that the strength was positively affected by heat treatment, with
significant growth for Pinus sp. in all of treatments and in two treatments for Eucalyptus
urograndis. The linear correlation between the destructive and non-destructive method
for bending strength was not satisfactory. The bending strength and density did not
change significantly the heat treatments.
Keywords: Heat treatment, Mechanical resistance, Stress Wave Timer, Pinus sp.,
Eucalyptus urograndis.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS................................................................................................ VIII
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. IX
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................1
2 OBJETIVO ...............................................................................................................2
3 HIPÓTESE ...............................................................................................................2
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................2
4.1 Espécies de Madeiras ..................................................................................... 2
4.1.1 Pinus ................................................................................................................. 2
4.1.2 Eucalipto ........................................................................................................... 3
4.1.2.1 Eucalyptus urograndis ................................................................................ 4
4.2 Propriedades Mecânicas da Madeira ........................................................... 4
4.2.1 Testes mecânicos destrutivos ........................................................................... 5
4.2.1.1 Ensaio de Flexão Estática ........................................................................... 5
4.2.1.2 Ensaio de Compressão Paralela às fibras ................................................... 5
4.2.2 Testes não destrutivos ....................................................................................... 6
4.2.2.1 Stress Wave ................................................................................................. 6
4.3 Massa Específica ............................................................................................. 6
4.4 Tratamento Térmico ...................................................................................... 7
4.4.1 Modificações químicas da madeira exposta à temperatura .............................. 8
5 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................8
5.1 Confecção e Preparo dos Corpos de Prova .................................................. 8
5.2 Massa Específica Básica ............................................................................... 10
5.3 Tratamentos Térmicos ................................................................................. 10
vii
5.4 Avaliação da Resistência por Meio de Stress Wave. .................................. 11
5.5 Avaliação da Resistência Mecânica da Madeira ........................................ 12
5.5.1 Flexão estática ................................................................................................ 12
5.5.2 Compressão paralela às fibras ........................................................................ 12
5.6 Análise Estatística ......................................................................................... 13
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES .........................................................................13
6.1 Massa Específica Básica ............................................................................... 13
6.1.1 Eucalyptus Urograndis ................................................................................... 13
6.1.2 Pinus sp. ......................................................................................................... 14
6.2 Avaliação de Testes Destrutivos .................................................................. 15
6.2.1 Eucalyptus Urograndis ................................................................................... 15
6.2.2 Pinus sp. ......................................................................................................... 16
6.3 Análise do Ensaio Destrutivo x Ensaio Não Destrutivo ............................ 17
6.3.1 Eucalyptus Urograndis ................................................................................... 17
6.3.2 Pinus sp. ......................................................................................................... 19
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................21
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................22
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Corpos de prova na estufa antes dos tratamentos térmicos (A) e corpos de
prova após os tratamentos térmicos (B).............................................................................11
Figura 2- Densidade de Eucalyptus Urograndis antes e depois dos tratamentos
térmicos..............................................................................................................................13
Figura 3- Densidade de Pinus sp. antes e depois dos tratamentos térmicos.....................14
Figura 4 - Comportamento linear comparativo nos tratamentos térmicos entre Módulo de
elasticidade e Módulo de elasticidade Dinâmico em Eucalyptus urograndis...................17
Figura 5 - Comportamento linear comparativo nos tratamentos térmicos entre Módulo de
elasticidade e Módulo de elasticidade Dinâmico em Pinus sp..........................................19
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Tratamentos térmicos realizados em cada espécie..............................................9
Tabela 2- Resultados do ensaio de Compressão Paralela e Flexão Estática (MOR, MOE)
de Eucalyptus urograndis tratados termicamente..............................................................15
Tabela 3- Resultados do ensaio de Compressão Paralela e Flexão Estática (MOR, MOE)
de Pinus sp. tratados termicamente....................................................................................16
Tabela 4-Modelo de regressão linear para estimativa da resistência à flexão de E.
urograndis..........................................................................................................................17
Tabela 5-Modelo de regressão linear para estimativa da resistência à flexão de Pinus
sp........................................................................................................................................18
1
1 INTRODUÇÃO
O uso de tratamento térmico em madeiras de uso comercial tem imensa
importância, sobretudo no momento que o Brasil se encontra em busca do crescimento
sustentável.
O uso de tratamentos térmicos em madeiras além de poder melhorar as
propriedades mecânicas, pode proporcionar a diminuição do uso de produtos químicos
agressivos e que demandam grandes investimentos, e assim, abrir um novo mercado de
madeiras com propriedades melhoradas e com métodos de obtenção facilitados.
Os resultados obtidos em artigos científicos relacionados a madeiras tratadas
termicamente têm impulsionado novas pesquisas no Brasil, possibilitando o crescimento
dessa prática, e disponibilizando novos métodos de tratamento de madeiras.
Esse crescimento é pode ser explicado pelo maior valor agregado e custo-
benefício desta madeira com características melhoradas, pois ela pode apresentar maior
tempo de vida útil em serviço, menor variação dimensional, menor susceptibilidade ao
ataque de organismos xilófagos. Por conseguinte, o consumo de novos recursos
madeireiros diminui, ou seja, o desmatamento de novas áreas diminui em detrimento
dessas madeiras. Em contrapartida, o uso de tais materiais incentiva o aumento do
consumo consciente e de qualidade de matéria-prima florestal.
Madeiras como as dos gêneros Pinus e Eucalipto, que movimentam diversos
segmentos de produção, seja fornecendo energia, ou como produto em si, ainda tem
problemas em atingir parcelas do mercado mais exigentes, como movelaria e uso
estrutural, estes setores demandam madeiras de alta massa específica e de ciclo de vida
extenso, o que implica em grande valor de mercado. Todavia o valor das madeiras
destes gêneros pode ser mudado, utilizando peças tratadas termicamente, que podem
gerar um produto de alta qualidade, durabilidade, mais barato, e com diferencial
ecológico.
Segundo WINANDY e ROWELL (2005), durante a degradação térmica a
madeira pode perder resistência mecânica devido à diminuição de componentes como a
xilose, a galactose e arabinose. Entretanto, cada madeira pode reagir de modo diferente
devido a variação entre os tipos de tratamentos térmicos e das características intrínsecas
a cada espécie.
2
Alguns trabalhos já constataram que os tratamentos térmicos, que utilizam
temperaturas entre 120°C e 200°C, em diferentes espécies, aumentam a dureza
superficial, melhora a compatibilidade da superfície com componentes orgânicos,
reduzem a flexibilidade, provocam escurecimento, diminuem a higroscopicidade e
resistência mecânica.
2 OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo, avaliar os efeitos de tratamentos térmicos sobre
a resistência mecânica das madeiras de Pinus sp. e Eucalyptus urograndis por meio de
testes destrutivos e não-destrutivos.
3 HIPÓTESE
A diminuição da resistência mecânica de madeiras tratadas termicamente é
diretamente proporcional ao maior tempo de exposição e maiores temperaturas dos
tratamentos térmicos.
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Espécies de Madeiras
4.1.1 Pinus
Espécies de Pinus vêm sendo introduzidas no Brasil há mais de um século para
diversas finalidades. Muitas foram trazidas por imigrantes europeus, para fins
ornamentais e também para produção de madeira. A primeira implantação que se tem
notícia foi de Pinus canariensis, proveniente das Ilhas Canárias, no Rio Grande do Sul,
por volta de 1880 (SHIMIZU, 2006).
Segundo o mesmo autor, em 1936, foram iniciados os primeiros plantios de
introdução de Pinus, de origem europeia, para fins silviculturais. No entanto, não houve
sucesso, em decorrência da má adaptação ao nosso clima. Somente em 1948, por meio
do Serviço Florestal do Estado de São Paulo, foram introduzidas, as espécies
americanas conhecidas como "pinheiros amarelos" que incluem P. palustris, P.
echinata, P. elliottii e P. taeda.
3
A madeira juvenil de Pinus apresenta características indesejáveis na produção de
peças sólidas, em razão de sua presença inevitável, pois é aquela parte da tora formada
inicialmente, pelos anéis de crescimento mais próximos à medula. Alterações na
densidade não são as únicas características ligadas a juvenilidade da madeira, os
traqueóides também se alteram na madeira adulta, em relação à juvenil (SHIMIZU,
2006).
O desenvolvimento da tecnologia de utilização da madeira de Pinus e a
ampliação das alternativas de uso tornaram esse gênero cada vez mais importante e
demandado no setor florestal brasileiro. O Pinus apresenta varias utilizações, dentre
elas: madeira serrada, painéis reconstituídos, móveis, extração de celulose de fibra longa
e resina (FACCIO, 2010).
Segundo KLITZKE (2002), a secagem da madeira de Pinus no Brasil surgiu no
início da década de 80, juntamente com o desenvolvimento das indústrias de produtos
de madeira sólida, particularmente as indústrias de móveis e produtos de maior valor
agregado instaladas na região sul do país.
A grande importância desta madeira tem refletido na economia mundial, pois a
movimentação dos mercados de madeira e produtos derivados cresce continuamente,
como mostram os números do comércio entre países exportadores e importadores
(NAHUZ, 2005).
4.1.2 Eucalipto
O eucalipto é a espécie florestal mais plantada no mundo, com 17,8 milhões de
hectares. De acordo com MARCHIORI e SOBRAL (1997), o Eucalipto é uma planta
originária da Austrália, onde existem mais de 600 espécies. Dentre os países com maior
área reflorestada, destaca-se a Índia com 8 milhões de hectares, seguido do Brasil, com
cerca de 3 milhões (FAO, 2000). A eucaliptocultura no Brasil é intensiva, com elevada
produtividade média da ordem de 45-60 m³/ha/ano (MORA e GARCIA, 2000), e está
baseada principalmente em florestas clonais (ALFENAS et al., 2004).
A madeira de Eucalipto é considerada medianamente leve, fácil de ser
trabalhada em operações de usinagem. É considerada de baixa estabilidade, mas de
elevada permeabilidade. É utilizada intensivamente na Austrália, África do Sul, Brasil e
Argentina como madeira de construção, movelaria e celulose e papel, além de
caixotaria, páletes, carvão e mourões (ROSSO, 2006).
4
Pelo seu elevado ritmo de crescimento, adaptabilidade à variadas condições
climáticas e troncos limpos e esteticamente atrativos, o Eucalyptus sp. passou a ser
considerado, há várias décadas, como um dos mais importantes gêneros utilizados em
reflorestamento de rápido crescimento em todo o mundo (SEVERO, 2000).
Segundo Jankowsky, et al. (2000) existe a necessidade de adequação dos
processos de beneficiamento da madeira, pois a utilização do eucalipto implica no
processamento de árvores jovens e com diâmetros reduzidos. O grande desafio é buscar
alternativas de processos técnica e economicamente viáveis, objetivando madeira e
produtos derivados com razoável padrão de qualidade, bem como a redução nos custos
de beneficiamento.
4.1.2.1 Eucalyptus urograndis
O Eucalyptus urograndis é um hibrido desenvolvido no Brasil, através do
cruzamento do E. grandis x E. urophylla. Atualmente mais de 600.000 ha são
cultivados com este hibrido, constituindo a base da silvicultura clonal brasileira. O
objetivo do cruzamento destas duas espécies é obter plantas com um bom crescimento,
características do E. grandis e um leve aumento na densidade da madeira e melhorias no
rendimento e propriedades físicas da celulose, características do E. uroplylla. A
rusticidade, propriedades da madeira e resistência ao déficit hídrico do E. uroplylla
também fazem parte deste interesse no cruzamento destas duas espécies (AGROTECA
TANABI, 2008).
O primeiro cultivo de E. urograndis foi no estado do Espírito Santo no final da
década de 1970. Porém só na década de 1990 que esta espécie impulsionou o ritmo de
crescimento florestal, bem como a qualidade mais homogênea das florestas plantadas
(COSTA, J. A., 2011 apud LOPES, 2008).
4.2 Propriedades Mecânicas da Madeira
As propriedades mecânicas da madeira são fortemente influenciadas por fatores
diversos, como idade da árvore, ângulo da grã, teor de umidade, temperatura,
constituintes químicos, fadiga, apodrecimento, massa específica, constituição
anatômica, duração da tensão e da deformação, radiação nuclear, falhas na madeira,
presença de nós e outros defeitos (KOLLMANN & CÔTÉ, 1968).
5
As aplicações do estudo de propriedades mecânicas da madeira estão ligadas a
construções e produção de móveis, barcos, carrocerias, enfim todo uso comercial que se
pretende dar às peças de madeira que estarão submetidas a esforços (MADY, 2010).
4.2.1 Testes mecânicos destrutivos
As propriedades mecânicas definem o comportamento de uma espécie de
madeira quando submetida a esforços de natureza mecânica, permitindo compará-la
com espécies e por analogia, indicar usos potenciais (STANGERLIN et al., 2008).
4.2.1.1 Ensaio de Flexão Estática
De acordo com Yang e Evans (2003), o módulo de elasticidade obtido em flexão
é uma propriedade mecânica que tem recebido considerável atenção, sobretudo quando
se trata de madeiras provenientes de plantações comerciais de rápido crescimento, pois
estas madeiras suprem a demanda comercial. Esse material, geralmente, contém grande
proporção de madeira juvenil (JANKOWSKY, 1979) e pode não apresentar
propriedades mecânicas satisfatórias para determinados usos (EVANS et al., 2000). Na
literatura encontram-se vários estudos que investigam as propriedades mecânicas
medidas em ensaio de flexão (TREVISAN et al., 2007; LIN e FU, 2008). Entretanto,
verifica-se que poucos são os trabalhos que avaliam a rigidez e a resistência medidas em
ensaio de compressão paralela às fibras da madeira.
4.2.1.2 Ensaio de Compressão Paralela às fibras
Como o próprio nome do ensaio sugere a compressão paralela às fibras ou
compressão axial, é avaliada com a aplicação de uma carga no sentido das fibras da
madeira, com velocidade controlada, até a sua ruptura. Da mesma forma que para a
determinação da flexão estática, na avaliação da compressão axial é usual a
determinação do limite de elasticidade, para cálculo do módulo de elasticidade ao
esforço a compressão paralela às fibras (MORESCHI 2010).
Ainda segundo o mesmo autor, para a determinação do módulo de elasticidade e
da resistência máxima à compressão axial, ou compressão paralela às fibras, utiliza-se
da tabela de carga de deformação ou do gráfico confeccionado com estes valores para a
determinação do limite de proporcionalidade, da deformação e da carga aplicada
correspondente.
6
4.2.2 Testes não destrutivos
Os métodos utilizados para classificar a madeira não destrutivamente possuem o
objetivo de facilitar a especificação do material na fase de concepção do projeto
estrutural, enquanto os métodos de classificação visual e mecânica são utilizados com a
intenção de homogeneizar e selecionar lotes de madeira com características específicas,
visando o adequado aproveitamento do material para fins estruturais (SALES, 1998).
Ensaios não destrutivos de madeira podem ser definidos como métodos
utilizados para identificação das propriedades físicas e mecânicas de um material sem
que haja o comprometimento de seu uso final (GABRIEL, 2000).
4.2.2.1 Stress Wave
Novas técnicas, como os métodos não destrutivos estão sendo estudados para a
avaliação das propriedades da madeira e de seus subprodutos. Dentre eles, podem ser
destacados os testes de stress wave, ultrassom, deflexão, propriedades elétricas,
radiações gama, espectroscopia no infravermelho próximo e método de raios X
(MORALES, 2006).
Na técnica de stress wave, são geradas ondas através de uma vibração produzida
por impacto na peça em estudo. Mede-se a velocidade do som, cujo valor é utilizado na
determinação da constante dinâmica (BODIG, 2001). O stress wave utiliza baixos
movimentos moleculares de tensão para medir duas propriedades fundamentais dos
materiais: a energia armazenada e a dissipação. A energia armazenada manifesta-se pela
velocidade com a qual a onda percorre o material, enquanto que a taxa sob a qual a onda
é atenuada é uma indicação de dissipação de energia (MORALES, 2006).
4.3 Massa Específica
Segundo SILVA (2002) a massa específica da madeira é o resultado de uma
complexa combinação dos seus constituintes internos, fornecendo inúmeras
informações sobre as características da madeira, devido principalmente a sua íntima
relação com várias outras propriedades. Segundo o mesmo autor, esta característica
torna-se um parâmetro muito utilizado para qualificar a madeira nos diversos segmentos
da atividade industrial. HASELEIN et al. (2002) afirmam existir uma estreita relação
7
entre a massa específica da madeira e as propriedades mecânicas sendo que, desta
forma, qualquer fator que acarrete alteração na primeira irá produzir efeitos nas últimas.
4.4 Tratamento Térmico
O tratamento térmico tem como princípio a termodegradação de seus
constituintes. É definido, também como o produto de uma pirólise controlada,
interrompida antes de atingir o patamar das reações exotérmicas (280°C), quando se
inicia a combustão espontânea da madeira. É interessante salientar que os resultados em
decorrência dos tratamentos térmicos dependem de um conjunto de fatores: taxa de
aquecimento, temperatura final, tempo de tratamento, atmosfera redutora ou oxidante,
pressão e espécie de madeira tratada (BORGES, 2005).
O tratamento térmico diminui a higroscopicidade da madeira, tornando-a
dimensionalmente mais estável e também podendo ser utilizado como método
preservativo devido à alteração de alguns constituintes da madeira, o que pode ocorrer
pela deterioração de hemiceluloses como as pentosanas, base nutritiva para o
desenvolvimento de colônias de fungos, ou pela esterificação da celulose pelo ácido
acético, liberado pela quebra das hemiceluloses, ou mesmo pela formação de novos
compostos como o furfural, que se une às cadeias aromáticas da lignina (WEILAND e
GUYONNET, 2003).
O tratamento térmico, com a finalidade de conferir estabilidade dimensional à
madeira, tem sido pesquisado nos Estados Unidos desde a década de 40, quando
STAMM patenteou esse processo de madeira tratada e deu a ele o nome de
“staybwood”.
Os trabalhos já efetuados mostraram que o tratamento térmico aumenta a dureza,
reduz a flexibilidade da madeira, altera a cor e reduz sua higroscopicidade, conferindo
lhe uma melhor estabilidade dimensional. A modificação térmica possibilita maior
homogeneidade à madeira, colocando à disposição do mercado algumas espécies
atualmente marginalizadas (AZEVEDO, 2006).
A melhoria na estabilidade dimensional pode ser explicada pela alta degradação
das hemiceluloses, o mais hidrofílico dos constituintes da madeira e, por conseguinte,
da redução dos sítios de sorção, principalmente as hidroxilas (BRITO et al., 2006;
WEILAND e GUYONNET, 2003). A menor variação dimensional da peça agrega valor
ao produto comercializado (BORGES e QUIRINO, 2004).
8
Segundo JONES e HILL (2007), as propriedades de madeiras modificadas pelos
tratamentos de calor incluem: mudança na coloração; redução da contração e
inchamento entre 50 e 90%; aumento da durabilidade natural; e redução nas
propriedades mecânicas em até 30%.
4.4.1 Modificações químicas da madeira exposta à temperatura
De acordo com TSOUMIS (1991) temperaturas acima de 100°C causam a
evaporação da umidade; entre 95°C e 150°C ou mais ocorre a evaporação de
substâncias voláteis; entre 150°C e 200°C ocorre a carbonização superficial e lenta
liberação de gases inflamáveis; entre 200°C e 370°C ocorre a liberação rápida de gases
inflamáveis seguida de ignição; e entre 370°C e 500°C ocorre a ignição dos gases
inflamáveis e formação de carvão.
Segundo o mesmo autor, durante a decomposição térmica da madeira, produtos
como monóxido de carbono, ácido fórmico, ácido acético, metano e alcatrão podem ser
formados. Além disso, ao variar a intensidade da temperatura e o tempo de exposição, a
madeira pode apresentar as seguintes modificações: perda de massa; alterações da
estrutura microscópica; amaciamento, redução da higroscopicidade, aumento da
contração e redução da resistência mecânica.
O teor de hemicelulose da madeira diminui sensivelmente, quando tratada
termicamente, devido ao seu baixo peso molecular e sua estrutura ramificada.
Simultaneamente a madeira também perde extrativos e outras substâncias secundárias,
de baixo peso molecular, solúveis em água, oriundas dos outros componentes da
madeira. A quantidade destes compostos é dependente da espécie, da temperatura, da
taxa de aquecimento e do tempo de exposição da madeira no tratamento (PONCSÁK et
al., 2006).
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Confecção e Preparo dos Corpos de Prova
Foram utilizadas três árvores de Eucalyptus urograndis com 13 anos de idade e
três árvores de Pinus sp. com 20 anos de idade, provenientes de plantios na Fazenda
Água Limpa (FAL), pertencente à Universidade de Brasília (UnB), DF. A FAL está
9
localizada a uma altitude média de 1.100m, 47°59’02,23”W e 15°58’32,77”S, dentro da
Área de Proteção Ambiental Gama e Cabeça-de-Veado, DF.
As árvores foram inicialmente cortadas em toretes de um metro, e encaminhadas
ao Laboratório de Produtos Florestais-LPF do Serviço Florestal Brasileiro-SFB, para
serem armazenadas e posteriormente processadas.
Para avaliação em nível de posicionamento dos corpos de prova, foram
estabelecidas três alturas (base, meio e topo) a partir da definição dos primeiros oito
toretes de cada árvore. Os toretes 1 e 2 corresponderam à base, os toretes 3, 4 e 5 ao
meio, e os toretes 6, 7 e 8 ao topo. Foram avaliados dois níveis de temperatura (180ºC,
200°C) e dois níveis de tempo de exposição (1 e 2 horas), totalizando quatro
tratamentos térmicos. (Tabela 1).
Tabela 1: Tratamentos térmicos realizados em cada espécie de madeira.
Tratamentos Temperatura Tempo Posição
I 180°C 1 hora
Base
Meio
Topo
II 180°C 2 horas
Base
Meio
Topo
III 200°C 1 hora
Base
Meio
Topo
IV 200°C 2 horas
Base
Meio
Topo
A obtenção das tábuas ocorreu primeiramente com o corte das toras ao meio, e
em seguida processadas em tábuas com espessura de 30 mm.
As tábuas foram redimensionadas em amostras medindo 600 x 30 x 30
mm (comprimento x largura x espessura), e secas em estufa com circulação de ar da
marca CIENLAB sob a temperatura de 40°C para evitar o empenamento das madeiras
de Eucalipto e o surgimento de fungos nas madeiras de Pinus. Logo após esse processo,
as amostras foram submetidas a uma avaliação visual de suas condições quanto à
orientação dos anéis de crescimento, ocorrência de nós, defeitos como empenamento,
encurvamento, para que fossem selecionadas as amostras com as melhores condições
para o preparo dos corpos de prova.
10
A partir das amostras pré-selecionadas, foram selecionadas, aleatoriamente, 25
corpos de prova por posição axial, para cada uma das espécies. Após a aleatorização,
foram confeccionados os corpos de prova com dimensões 350 x 20 x 20 mm
(comprimento x largura x espessura) destinados aos testes de flexão estática e stress
wave, e 100 x 25 x 25 mm (comprimento x largura x espessura) para determinação de
compressão paralela e densidade básica.
Após o redimensionamento, cada corpo-de-prova foi lixado manualmente. O
lixamento dos corpos de prova teve por objetivo remover as imperfeiçoes oriundas do
corte da serra e deixá-los mais homogêneos possíveis, de forma a não interfir na
obtenção dos dados e consequentemente, nos resultados. Após o processo de lixamento
os corpos de prova foram armazenados na sala de climatização (65% UR; 20ºC) até
atingir massa constante.
5.2 Massa Específica Básica
A massa específica básica foi determinada antes e após a realização dos
tratamentos térmicos, em diferentes grupos de corpos de prova, em quantidades iguais.
Em laboratório as amostras foram imersas em água até atingirem a saturação completa.
O volume das amostras foi determinado em balança eletrônica com 0,01 g de precisão e
todas as dimensões foram mensuradas com um paquímetro digital de 0,01 mm de
precisão. Após a determinação do volume, as amostras foram levadas à estufa de
secagem a temperatura de 103 ± 2°C até atingirem massa constante, sendo a seguir
determinada a massa específica básica através da equação 1:
saturado
seco Básica Específica Massa
Volume
Peso Eq. 1
5.3 Tratamentos Térmicos
Após o período de climatização, alguns corpos de prova foram encaminhados
para testes preliminares em estufas para ajuste dos tratamentos. Após vários ensaios
preliminares, optou-se por realizar o tratamento térmico utilizando estufa com
circulação e renovação de ar da marca TECNAL modelo TE-394/2 do LPF. Para cada
11
tratamento foram utilizados 5 corpos de prova por altura e outros 5 utilizados como
testemunhas, totalizando 20 amostras de cada dimensão, por tratamento/espécie.
Figura 1: Corpos de prova na estufa antes os tratamentos térmicos (A) e corpos de prova
após os tratamentos térmicos (B).
5.4 Avaliação da Resistência por Meio de Stress Wave.
Para determinação da flexão estática por meio do ensaio não destrutivo foii
utilizado um aparelho de ondas de tensão Stress Wave Timer 239A (Metriguard Inc.).
Esse aparelho verifica o tempo de propagação de uma onda de tensão através das
amostras, constituído de um sistema de garras, acelerômetros e um registrador de
tempo.
Foram realizadas leituras do tempo de propagação das ondas no sentido axial de
todas as amostras destinadas ao teste de flexão estática com dez repetições, antes e
depois dos tratamentos térmicos.
A velocidade de propagação da onda foi determinada pela equação 2 e o módulo de
elasticidade dinâmico foi determina pela equação 3.
A B
12
60
10
t
LV Eq. 2
5
2
0 10
g
MvEd Eq. 3
Onde:
V0 = velocidade de propagação da onda, m/s;
Ed = módulo de elasticidade dinâmico, N/mm2;
L = distância percorrida pela onda, m;
t = tempo de trânsito da onda, μs;
M = massa específica da madeira, kg/m³ a 12% de umidade;
g = aceleração da gravidade, 9,804 m/s²;
5.5 Avaliação da Resistência Mecânica da Madeira
5.5.1 Flexão estática
Os testes de flexão estática foram conduzidos seguindo os procedimentos da
norma ASTM D143-94. Utilizou-se a máquina universal de ensaios mecânicos
INSTRON dotada de sistema automatizado de aquisição dos dados. Para o teste foram
confeccionados 150 corpos-de-prova de cada espécie, com dimensões de 20 x 20 x 350
mm (radial, tangencial e longitudinal).
Para avaliação da flexão estática dos corpos-de-prova, determinou-se o módulo
de elasticidade (MOE). O vão entre os apoios durante a realização dos testes foi de 280
mm e a velocidade de 1 mm/min.
5.5.2 Compressão paralela às fibras
Os ensaios de compressão paralela às fibras, assim como nos ensaios de flexão,
foram realizados na máquina INSTRON. Para o teste foram confeccionados 150 corpos-
de-prova de cada espécie, com dimensões de 25 x 25 x 100 mm (radial, tangencial e
longitudinal) com 5 repetições para cada tratamento.
O ensaio consistiu na aplicação contínua de carga em corpos de prova até o
rompimento dos mesmos.
13
Os ensaios obedeceram à relação da altura do corpo-de-prova quatro vezes
maior que sua largura além da forma de realização dos ensaios, como contemplado na
norma ASTM D143-94. A velocidade de aplicação da carga foi de 0,3 mm/min.
5.6 Análise Estatística
Os dados obtidos foram analisados estatisticamente por meio de análise de
variância (ANOVA), seguida de teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Para
comparação entre os métodos de avalição de resistência destrutivo e não destrutivo, foi
feita análise de correlação de Pearson (r) entre as variáveis MOE (Em) e MOED (Ed).
Posteriormente, estes dados foram utilizados para gerar um modelo de regressão linear
simples para estimar valores de uma variável em função da outra. Nesta análise foi
utilizado o método enter, em que, Em (y) foi a variável independente e Ed (x) a variável
dependente.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Massa Específica Básica
6.1.1 Eucalyptus Urograndis
Figura 2: Massa específica de Eucalyptus Urograndis antes e depois dos tratamentos
térmicos.
Analisando a Figura 2, diferentemente de estudos semelhantes, a densidade ao
longo do fuste do Eucalyptus urograndis teve uma tendência decrescente no sentido
base – topo antes dos tratamentos térmicos.
14
Ao estudar a densidade básica de clones de Eucalyptus grandis,
ARANGO et al. (2005), observaram um decréscimo da densidade básica até metade da
altura seguida de um aumento até o topo. Já OLIVEIRA et al. (2005) observaram em
árvores de Eucalyptus grandis um decréscimo da densidade básica da madeira da base
até um quarto da altura seguida de um aumento até o topo da árvore.
Apesar das variações de massa específica ao longo do fuste não serem
significativas, os tratamentos térmicos, influenciaram negativamente base e meio, e
positivamente o topo,
6.1.2 Pinus sp.
Figura 3: Massa específica de Pinus sp. antes e depois dos tratamentos térmicos.
Analisando a Figura 3, no comportamento da densidade ao longo do fuste,
observa-se uma tendência decrescente no sentido base – topo antes dos tratamentos
térmicos.
Resultados semelhantes foram observados por SIQUEIRA (2004) ao estudar as
variações da massa específica básica da espécie de Pinus taeda, por meio de análise de
variância feita para as diferentes alturas estudadas que não ocorriam diferenças
estatísticas significativas em nível de 5% de probabilidade. Ainda segundo o autor, foi
observada uma pequena tendência de diminuição da massa específica da base para o
topo. VALE et al. (2009) em estudo de massa específica básica da madeira de Pinus
caribaea var. hondurensis, relata decréscimo da base para o topo. TSOUMIS (1991) e
BITTENCOURT (2004) ao estudarem espécies do mesmo gênero, encontraram essa
mesma tendência de diminuição da massa específica básica da base para o topo da
árvore.
15
Após os tratamentos térmicos realizados no Pinus sp., os resultados comprovam
o aumento da densidade das amostras da porção mediana do fuste , e diminuição na base
e topo, apesar de não serem diferenças significativas estatisticamente (Figura 3).
6.2 Avaliação de Testes Destrutivos
6.2.1 Eucalyptus Urograndis
Na Tabela 2 são apresentados os resultados do ensaio destrutivo (MOE e MOR)
de Eucalyptus urograndis, tratados termicamente.
Tabela 2: Valores de Compressão Paralela e Flexão Estática (MOR, MOE) de
Eucalyptus urograndis tratados termicamente.
Tratamentos CP
MOR
MOE
1 68 a 103 b c 13.779 a
2 71 a 92 b 13.618 a
3 63 a b 88 a b 13.9915 a
4 62 a b 72 a 13.646 a
Testemunhas 53 b 115 c 13.482 a
CP=Compressão Paralela, MPa; MOR= Módulo de ruptura, MPa; MOE= Módulo de elasticidade, MPa;
Letras distintas indicam diferença significativa entre as médias segundo o teste de Tukey a 5% de
probabilidade..
Os resultados apresentados na Tabela 2 mostram que para as amostras
submetidas à 180oC pelo tempo de 1 e 2 horas (tratamentos 1 e 2), obteve crescimento
significativo de Compressão Paralela, em relação as amostras testemunhas. Já as
amostras submetidas à 200oC (tratamentos 3 e 4) apresentaram um menor crescimento
em comparação com os tratamentos a 180°C, evidenciando uma influência da
temperatura, apesar do tempo de duração do tratamento não ter sido significativo.
Apesar de JONES e HILL (2007) apresentarem estudos com decréscimo nas
propriedades mecânicas, VERNOIS (2000) ressalta que, dependendo da espécie tratada,
as propriedades mecânicas a temperaturas de até 210°C permanecem com valores
próximos aos originais.
16
O módulo de ruptura em flexão estática, ocorreu variação entre os
tratamentos, com diminuição significativa nos tratamento 2 e 4, evidenciando a
influencia do tempo de exposição nos tratamentos. Em ambos tratamentos, os valores
foram inferiores aos com mesma temperatura.
Foi observado também que os tratamentos térmicos não exerceram influência
significativa no módulo de elasticidade em relação às testemunhas. Apesar dos valores
não diferirem significativamente, os resultados do MOE foram superiores em todos os
tratamentos, em relação às testemunhas.
Esteves e Pereira (2009) inferem que o módulo de elasticidade aumenta com o
aumento da cristalinidade da celulose e com a redução do conteúdo de umidade. O
efeito da cristalinidade prevalece no início do tratamento, mas com sua continuidade a
degradação térmica é dominante, levando a uma redução dessa variável.
6.2.2 Pinus sp.
Na Tabela 3 são apresentados os resultados do ensaio destrutivo (MOE e MOR)
de Pinus sp., tratados termicamente.
Tabela 3: Valores de Compressão Paralela e Flexão Estática (MOR, MOE) de
Eucalyptus urograndis tratados termicamente.
Tratamentos CP
MOR
MOE
1 46 b 74 a 9.060a
2 50 b 77 a 9.457 a
3 45 b 71 a 8.993 a
4 48 b 47 b 8.443 a
Testemunhas 34 a 75 a 8.151 a
CP=Compressão Paralela, MPa; MOR= Módulo de ruptura, MPa; MOE= Módulo de elasticidade, MPa;
Letras distintas indicam diferença significativa entre as médias segundo o teste de Tukey a 5% de
probabilidade..
Os resultados mostraram que em relação às testemunhas, os tratamentos
térmicos proporcionaram um aumento da compressão paralela para os 4 tratamentos
térmicos, não havendo diferença significativa entre eles. Foi observado ainda um
aumento nos dados dos tratamentos submetidos ao tempo de exposição de 2 horas.
17
Segundo BOONSTRA et al. (2007) essa maior resistência atribuída ao
tratamento térmico pode ser explicada pelo aumento do montante de celulose cristalina
altamente ordenada, devido à degradação e/ou cristalização da celulose amorfa. Essa
celulose cristalina mostra significativa anisotropia, e sua estrutura rígida pode ser
responsável pelo aumento da resistência à compressão longitudinal. Outra explicação
talvez seja devido a um aumento nas ligações cruzadas da rede polimérica da lignina.
Ainda segundo os autores, a lignina atua como um reforçador das microfibrilas
de celulose, e um aumento da ligação cruzada desse polímero, parece impedir ou limitar
o movimento perpendicular a grã (que ocorre durante a compressão paralela a grã).
Além disso, a lignina é o principal componente da lamela média e um aumento desse
fenômeno melhora a resistência da lamela média que, consequêntemente, afeta as
propriedades de resistência da peça de madeira como um todo.
Nesse mesmo sentido, YILDIZ et al. (2006), examinando as mudanças na
estrutura química, celulose, hemicelulose e lignina, da madeira tratada sob diferentes
temperaturas e duração do tratamento, concluiu que o conteúdo de lignina, ao contrário
da celulose e hemicelulose exibiu um aumento com os tratamentos mais agressivos.
Analisando MOR, o tratamento térmico 1, 3 e 4 teve diminuição em relação as
testemunhas, com variação acentuada e significativa no tratamento 4. O tratamento 2,
apesar do aumento de MOR, não foi significativo.
Em relação ao MOE, não foi observada diferença significativa entre as amostras
testemunhas e as tratadas termicamente, mostrando que essa propriedade mecânica não
foi influenciada pelos tratamentos térmicos à 180°C e 200°C por 1 e 2 horas para Pinus
sp. No entanto, foi observada uma tendência de aumento dessa propriedade
principalmente nas amostras tratadas à 180°C. SANTOS (2000) também verificou um
aumento no módulo de elasticidade da madeira de eucalipto tratada a 180°C.
6.3 Análise do Ensaio Destrutivo x Ensaio Não Destrutivo
6.3.1 Eucalyptus Urograndis
A análise comparativa entre módulo de elasticidade dinâmico (Ed) e estático
(Em) mostrou que a correlação entre as variáveis obteve um coeficiente de Pearson de
0,437. Foi realizada ainda uma análise de regressão (Tabela 4), obtendo-se um valor
para o coeficiente de determinação (R²) de 0,191. Este valor indica que apenas 19,1% da
18
variação do módulo de elasticidade dinâmico pode ser explicada pelo módulo de
elasticidade estático, no modelo de regressão linear simples usado.
Tabela 4: Modelo de regressão linear para estimativa da resistência à flexão de E.
urograndis.
Propriedade Equação R² F* SD
Em = f(Ed) Em =74378,658 + 0, 312 Ed 0,191 17,269 11287,724
*Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
A Figura 4 permite analisar que na comparação entre os dois métodos de
avaliação, como verificado pela analise de regressão, não apresentou tendência no
comportamento em nenhum tratamento térmico.
Figura 4: Comportamento linear comparativo nos tratamentos térmicos entre Módulo de
elasticidade estático e Módulo de elasticidade Dinâmico em Eucalyptus urograndis.
Ao analisar cada tratamento, observa-se maiores valores de correlação. Para o
tratamento 1, o coeficiente de Pearson foi de 0,443 e coeficiente de determinação de
0,196. O tratamento 2, obteve maior valor nos coeficientes em comparação com a
analise agrupada dos tratamentos. O coeficiente de Pearson foi de 0,730 e de
determinação de 0,534. Os tratamentos 3 e 4, tiveram menores valore de coeficientes.
19
Para coeficiente de Pearson, de 0,393 e 0,177 e de determinação de 0,153 e 0,031, para
os tratamentos 3 e 4 respectivamente.
6.3.2 Pinus sp.
A correlação entre módulo de elasticidade dinâmico (Ed) e estático (Em), e seu
comportamento linear, foi calculado através do coeficiente de correlação de Pearson,
com resultado de 0,737 indicando boa correlação entre as duas variáveis. A análise de
regressão (Tabela 5) mostrou um valor para o coeficiente de determinação (R²) de
0,543. Este valor, indica que para o Pinus sp., os métodos avaliados (destrutivo e não
destrutivo) têm maior relação, e a variável independente, MOE, pode ser explicada em
54,3% através do MOED. DEL MENEZZI et al. (2010), em estudo com madeiras
amazônicas, obteve coeficiente de determinação igual a 0,911 na comparação entre Em e
Ed.
Tabela 5: Modelo de regressão linear para estimativa de propriedade de flexão de Pinus
sp.
Propriedade Equação R² F* SD
Em = f(Ed) Em =30797,828 + 0, 566 Ed 0,543 86,864 9502,531
*Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
Ao analisar a Figura 5, observa-se que, assim como no E. urograndis a
comparação entre os métodos de avaliação destrutivos e não destrutivos, não apresentou
tendência no comportamento nos tratamentos térmicos, com melhor relação nos
tratamentos 2 e 4.
20
Figura 5: Comportamento linear comparativo nos tratamentos térmicos entre Módulo de
elasticidade estático e Módulo de elasticidade Dinâmico em Pinus sp.
A analise separadamente de cada tratamento, comprovou a melhor relação entre
o modulo de elasticidade estático e dinâmico nos tratamento submetidos ao tempo de 2
horas. Os coeficientes de Pearson foram 0,730 e 0,844 e R² foram 0,533 e 0,713. O
tratamento 3 também teve valores maiores em relação a analisa geral dos tratamentos,
com valores de 0,698 e 0,487 para os coeficientes de Pearson e de determinação
respectivamente. O tratamento 1, obteve os menores resultados com coeficiente de
Pearson 0,532 e R² de 0,284.
21
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Todos os tratamentos térmicos foram eficazes no incremento da compressão
paralela na madeira de Eucalyptus urograndis e Pinus sp.
Para o Pinus sp., todos os tratamentos térmicos aumentaram de forma
significativa a resistência máxima, enquanto para o E. urograndis apenas os
tratamentos à 180oC.
Os tratamentos térmicos não influenciaram de forma significativa o módulo de
elasticidade estático e dinâmico para ambas as espécies.
Para ambas as espécies, os tratamentos térmicos não alteraram de forma
significativa a massa específica básica das amostras de madeira.
Para o Eucalyptus urograndis, os métodos destrutivos e não destrutivos
apresentaram baixa correlação, em que resultados do MOE podem ser explicados
apenas 19% através do MOED.
Para o Pinus sp. os métodos destrutivos e não destrutivos apresentaram uma
melhor correlação, em que os resultados do MOE podem ser explicados em mais
de 54% através do MOED, com melhores resultados para os tratamentos
submetidos ao tempo de 2 horas.
Com base nos resultados obtidos, sugere-se a condução de novos estudos para
definir os métodos mais adequados em tratamentos térmicos com diferentes
tempos de exposição e temperaturas, a fim de se melhorar a influencia da
temperatura controlada sobre os parâmetros avaliados.
22
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGROTECA TANABI. Disponível em: <http://www.agrotecatanabi.com.br/
vendasmudas_eucalipto.html005>. Acesso 02 de agosto de 2012.
ALFENAS, A. C., ZAUZA, E. A. V., MAFIA, R. G., ASSIS, T. F. Clonagem e
doenças do eucalipto. Viçosa: UFV, 2004.
ARANGO A. S.B., TOMAZELLO F. M, Piedade SMS. Variação longitudinal da
densidade básica da madeira de clones de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, E.
saligna Sm. e E. grandis x urophylla. IPEF, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSAIOS NÃO-DESTRUTIVOS. Disponível
em:<http://www.abende.org.br/analise_vibracoes.html> Acesso em 01 agosto 2012.
ASTM - AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Annual book
of ASTM standards. Denvers, p.23-53. (D 143–94 - Standard
methods of testing small, clear specimens of timber),1997.
AZEVEDO, A. C. S. Aumento da estabilidade na madeira de eucalipto através de
tratamento térmico. Revista da madeira nº 98 - ano 16 - Agosto de 2006.
BITTENCOURT, E. Parâmetros de otimização no processo de fabricação de
celulose e papel. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2004. 61p. Dissertação
Mestrado.
BODIG, J. The process of NDE research for Wood and Wood composites. The journal
of nondestructive testing 2001.
BOONSTRA, M. J. et al. Strength properties of thermally modified softwoods and its
relation to polymeric structural wood constituents. Annals of forest science, v. 64, n. 7,
p. 679-690, 2007.
BRITO, J. O. Estudo das influências da temperatura, taxa de aquecimento e
densidade da madeira de Eucalyptus maculata e Eucalyptus citriodora sobre os
resíduos sólidos da pirólise. 1992. 81 f. Tese (Livre Docência) Escola Superior de
Agricultura de Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1992.
BORGES, L. M. Higroscopicidade da madeira de Pinus caribaea tratado termicamente.
Revista da madeira nº 89 - ano 15 - Abril de 2005.
BORGES, L.M.; QUIRINO W.F. Higroscopicidade da madeira de Pinus caribaea var.
hondurensis tratado hermeticamente. Revista Biomassa e Energia Volume 1 Nº 2 de
Abr-Jun de 2004 pag 173-182.
BRITO, J.O.; GARCIA, J.N.; BORTOLETTO Júnior, G.; PESSOA, A.M. das C.;
SILVA, P. H. M. da. Densidade básica e retratibilidade da madeira de Eucalyptus
grandis submetida a diferentes temperaturas de termorretificação. In: Cerne, Lavras, v.
12, n. 2, p. 182- 188, abr./jun. 2006.
23
DEL MENEZZI, C. H. S.; SILVEIRA, R. R.; SOUZA, M. R.. Estimativa das
propriedades de flexão estática de seis espécies de madeiras amazônicas por meio
da técnica não-destrutiva de ondas de tensão. Acta Amaz. 2010,
DUCHEZ, L.; GUYONNET, R. Principles and applications of wood rectification.
Disponível em: <http:techtp.com/twpapers/fao>. Acesso em 13 de junho de 2012.
EVANS, J.W.; SENFT, J.F.; GREEN, D.W. Juvenile wood effect in red alder: analysis
of physical and mechanical data to delineate juvenile and mature wood zones. Forest
Products Journal, Madison, v.50, n.7/8, p.75-87, 2000.
FACCIO, M. L. R. Importância do gênero Pinus spp. para o setor madeireiro no
Brasil. Monografia (Engenharia Industrial Madeireira) – Ciências Agrárias ,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2010.
FREITAG, A. S. FREQÜÊNCIAS DE IRRIGAÇÃO PARA Eucalyptus grandis E
Pinus elliottii EM VIVEIRO. 2007. 60f Dissertação (Mestrado em Engenharia
Agrícola). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.
GABRIEL, M.S.C.; Ballarin, A.W. 2001. Mechanical characterization of Pinus taeda
wet wood by stress wave non-destructive method. Energia na Agricultura, 16: 8-16.
(in Portuguese, with abstract in English)
GOUVEIA, F. N. Aplicação de tratamentos térmicos para estabilização
colorimétrica de madeiras tropicais. Tese de Doutorado em Ciências Florestais, Publicação EFLD-003/2008, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, (2008).
HASELEIN, C. R. et al. Propriedades de flexão estática da madeira úmida e a 12 % de
umidade de um clone de Eucalyptus saligna Smith quando submetido a diferentes
espaçamentos e doses de adubação. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 12, n. 2, p. 147 –
152, 2002.
JANKOWSKY, I.P. Madeira juvenil, formação e aproveitamento industrial. Circular
Técnica IPEF, Piracicaba, n.81, p.1-18, 1979.
JONES, D.; HILL, C. A. S. Wood modification – a brief overview of the technology.
In: INTERNATIONAL WORKSHOP ON BONDING OF MODIFIED WOOD, 5.,
2007, Slovenia. Anais eletrônicos… Slovenia: Bled, 2007. Disponível em:
<http://www1.unihamburg.de/cost/e34/conference/2007Bled/Proceedings_Bled_2007.p
df>. Acesso em: 02 de março de 2013.
KLITZKE, R. J. Uso do inversor de freqüência na secagem da madeira. 2002. 218 p.
Tese (Doutorado em , Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2002.
KOLLMAN, F.; CÔTÉ Jr., W. A. Principles of wood science and technology. I – solid
wood. New York, N. Y. Springer Verlag, 1968.
24
LIN, L.; FU, F. Segregation of Eucalyptus lumbers for finger-jointed using
longitudinal vibration. Chinese Forestry Science and Technology, v.7, n.1, p.64-70,
2008.
MADY, F. T. M. Curso de Física da Madeira, Propriedades Mecânicas.
Universidade Federal do Amazonas. Disponível em:
www.conhecendoamadeira.com/fisica/10_propriedades_mecanicas.pdf> Acesso em 19
de junho de 2012.
MORA, Admir Lopes; GARCIA, Carlos Henrique. A Cultura do Eucalipto no Brasil.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 2000.
MORALES E.A.M. Técnicas de propagação de ondas na estimativa de
propriedades mecânicas de painéis OSB [tese]. São Carlos: Universidade de São
Paulo; 2006.
MARCHIORI, J. N. C.; SOBRAL, M. Dendrologia das angiospermas - Myrtales. Santa
Maria: Editora UFSM, 1997.
MORESCHI, J. C. Apostila de Propriedades Tecnológicas da Madeira. 3. ed.
Curitiba, PR: Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR, 2010.
NAHUZ, M. A. R. Atividades industriais com madeiras de Pinus – atualidades e
desafios, 2005.
OLIVEIRA, J.T.O., HELLMEISTER, J.C., TOMAZELLO, F. M. Variação do teor de
umidade e da densidade básica na madeira de sete espécies de eucalipto. Revista
Árvore 2005;
PONCSÁK, S.; KOCAEFE, D.; BOUAZARA, M.; PICHETTE, A. Effect of high
temperature treatment on the mechanical properties of birch (Betula papyrifera) Wood
Sci Technol. v. 40. 2006.
REPELLIN, V. GUYONNET, R. Evaluation of heat-treated wood swelling by
differential scanning calorimetry in relation to chemical composition. Holzforschung.
v. 59. pp. 28 – 34, 2005.
ROSSO, S. Qualidade da madeira de tres especies de eucalyptus resultante da
combinacao dos metodos de secagem ao ar livre e convencional. 91f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Florestal) – Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, 2006.
SANTOS, J. A. Mechanical behaviour of Eucalyptus wood modified by heat. Wood
Science and Technology, v. 34, n. 1, p. 39-43, 2000. Disponível em: <
http://joyx.joensuu.fi/~karenlam/petri/mechan/4487Sant.pdf>. Acesso em: 02 de março
de 2013.
SEVERO, E. T. D. Qualidade da secagem de madeira serrada de Eucalyptus dunnii.
Ciência Florestal, v.10, n.1, pag. 109-124, 2000.
25
SILVA, J. C. Caracterização da madeira de Eucalyptus grandis Hill ex. Maiden, de
diferentes idades, visando a sua utilização na indústria moveleira. 2002.148p.
Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba – PR, 2002.
SIQUEIRA, K.P. Variabilidade da massa específica de Pinus taeda L. em diferentes
classes de sítio. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. Dissertação Mestrado, 2004.
STAMM, A.J. Solid modified Woods. In: KOLLMANN, F.F.P.; KUENZI, E.W.;
STAMM, A.J. Principles of wood science and technology: Wood based materials. New
York: Springer-Verlag, 1975.
STANGERLIN, D.M. et al. Determinação da Resistência ao Impacto para as Madeiras
de Eucalyptus dunnii, Corymbia citriodora e Pouteria pachycarpa. In: XI ENCONTRO
BRASILEIRO EM MADEIRA E ESTRUTURAS DE MADEIRA, 14, Londrina,
Anais... 2008.
SEHLSTEDT-PERSSON, M. Properties of Solid Wood: Responses to Drying and
Heat Treatment. Luleå University of Technology. Division of Wood Science and
Technology. Skellefteå Campus, Sweden. Licentiate Thesis. 2005.
SHIMIZU, J. Y. Pinus na silvicultura brasileira. Revista da Madeira, v. 16, n. 99, p. 4-
14, 2006.
TARGA, L. A.; BALLARIN, A. W.; BIAGGIONI, M. A. M. Avaliação do módulo de
elasticidade da madeira com uso de método não-destrutivo de vibração
transversal. Engenharia agrícola, Jaboticabal, v. 25, n. 2, p. 291-299, maio/ago. 2005.
TREVISAN, T.; TIEPPO, F.M.M.; CARVALHO, A.G.; LELIS, R.C.C. Avaliação de
propriedades físicas e mecânicas da madeira de cinco espécies florestais em função da
deterioração em dois ambientes. Revista Árvore, Viçosa, v.31, n.1, 93-101, 2007.
TSOUMIS, G. Science and technology of wood: structure, properties, utilization.
New York: Chapman e Hall, 1991.
VALE, A.T.; ROCHA, L.R.; DEL MENEZZI, C.H.S. Massa específica básica da
madeira de Pinus caribaea var. hondurensis cultivado em cerrado. Scientia
Forestalis, v.37, n.84, p.387- 394, 2009.
VERNOIS, M. Heat treatment of wood in France – stat of the art. Paris: Centre
Technique du Bois et de l’Ameublement, 2000. 6 p. Disponível em:
<http://www.bfafh.de/inst4/43/pdf/heat_fra.pdf>. Acesso em: 02 de março de 2013.
WEILAND, J. J. and R. GUYONNET. Study of chemical modifications and fungi
degradation of thermally modified wood using DRIFT spectroscopy. HolzRoh-
Werkst. v.61. 2003.
WINANDY , Jerrold E.; ROWELL, Roger M. Chemistry of wood strength. In:
Rowell, Roger M. ed. Handbook of wood chemistry and wood composites. Boca
Raton FL: CRC Press LLC: 303-347, 2005.
26
YANG, J.L.; EVANS, R. Prediction of MOE of Eucalyptus wood from microfibril
angle and density. Holz als Roh- und Werkstoff, Berlin, v.61, p.449-452, 2003.
YILDIZ, S.; GEZER, E. D.; YILDIZ, U. C. Mechanical and chemical behavior of spruce
wood modified by heat. Building and Environment, v. 41, n. 1, p. 1762–1766, 2006.