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1 Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FACE) Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais (CCA) Bacharelado em Ciências Contábeis Thamyres Camargos Bezerra RIQUEZA GERADA PELAS EMPRESAS LISTADAS NOS DIFERENTES NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA BM&FBOVESPA Brasília DF 2015

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Universidade de Brasília

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FACE)

Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais (CCA)

Bacharelado em Ciências Contábeis

Thamyres Camargos Bezerra

RIQUEZA GERADA PELAS EMPRESAS LISTADAS NOS DIFERENTES NÍVEIS

DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA BM&FBOVESPA

Brasília – DF

2015

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Professor Ivan Marques de Toledo Camargo

Reitor da Universidade de Brasília

Professor Doutor Mauro Luiz Rabelo

Decano de Ensino de Graduação

Professor Doutor Roberto de Goés Ellery Júnior

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Professor Doutor José Antônio de França

Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

Professora Doutora Diana Vaz de Lima

Coordenadora de Graduação do curso de Ciências Contábeis – Diurno

Professor Doutor Marcelo Driemeyer Wilbert

Coordenador de Graduação do curso de Ciências Contábeis – Noturno

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THAMYRES CAMARGOS BEZERRA

RIQUEZA GERADA PELAS EMPRESAS LISTADAS NOS DIFERENTES NÍVEIS

DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA BM&FBOVESPA

Monografia apresentada à banca da Universidade

de Brasília como requisito para conclusão do

curso de bacharelado em Ciências Contábeis, sob

orientação da Profª. MSc. Francisca Aparecida de

Souza.

Linha de pesquisa: Contabilidade e Mercado

Financeiro

Área: Contabilidade Financeira

BRASÍLIA – DF

2015

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FOLHA DE APROVAÇÃO

_____________________________________________________

Professora Mestre Francisca Aparecida de Souza

Universidade de Brasília - UnB

(Orientadora)

_____________________________________________________

Professor Mestre Eduardo Bona Safe de Matos

Universidade de Brasília - UnB

(Avaliador)

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BEZERRA, Thamyres Camargos.

Riqueza Gerada pelas Empresas Listadas nos Diferentes Níveis de Governança

Corporativa da BM&FBOVESPA / Thamyres Camargos Bezerra; orientação: Francisca

Aparecida de Souza – Brasília, Universidade de Brasília, 2015, 43 p.

Orientação: Me Francisca Aparecida de Souza

Monografia–Ciências Contábeis-Brasília, Universidade de Brasília,2015.

Palavras-chave: Riqueza gerada. Ativo Total. Governança Corporativa

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que é simplesmente a razão de tudo.

Aos meus pais, pelos maiores ensinamentos da minha vida, sem eles nada disso seria

possível. Aos meus irmãos por colaborarem e serem compreensivos.

A minha família como um todo, pela paciência, especialmente aos meus avós pelas

palavras de sabedoria, e aos meus primos, pela irmandade.

Ao meu namorado, pela paciência, apoio e amor nesse período de faculdade, sempre me

ajudando a solucionar meus problemas.

A todos os meus queridos amigos, do curso que estiveram comigo nesta caminhada

árdua, tornando-a um tanto quanto mais divertida e fácil, e aos meus amigos que souberam

compreender tão bem esse momento e as minhas ausências, sempre me acalentando e

animando.

Agradeço à professora Francisca Aparecida de Souza, por sua orientação nessa jornada

árdua, me dando todo o suporte e atenção necessários. Agradeço também a todos os professores

que tive nesta Universidade, por terem me dado o ensino e aprendizado para toda uma vida e

possibilitando meu crescimento profissional.

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RESUMO

A contabilidade é um instrumento necessário de evidenciação das informações das entidades.

Uma demonstração considerada é a Demonstração do Valor Adicionado, que consegue

precificar a contribuição da empresa para a sociedade em seus diversos setores, demonstrando

a forma que a riqueza da entidade é distribuída. Assim, o objetivo deste trabalho é identificar a

riqueza gerada pelas empresas listadas nos diferentes níveis de governança corporativa da

BM&FBOVESPA nos anos de 2012 a 2014. É um estudo descritivo, bibliográfico e documental

aplicado a uma amostra, selecionada por conveniência, formada por 143 empresas listadas em

três diferentes níveis de governança corporativa: Nível I, Nível II e Novo Mercado. Analisou-

se a relação entre o valor adicionado total a distribuir, divulgado na DVA, e o ativo total da

empresa, encontrado no balanço patrimonial das respectivas entidades. Foram feitas duas

comparações, entre os níveis de governança corporativa e entre os segmentos. O resultado

evidenciou que o Nível II apresentou um resultado mais satisfatório em relação aos demais

segmentos, seguido pelo Novo Mercado e pelo Nível I, respectivamente. Na segunda análise

feita entre os dez segmentos os quais as empresas são divididas, percebe-se que o segmento de

Telecomunicações foi o que atingiu o resultado maior em relação aos outros nove uma vez que

apresentou um resultado maior em dois anos consecutivos (2012 e 2013), em seguida o setor

de Tecnologia da Informação no de 2014, e o setor que teve o menor desempenho foi o de

Petróleo, gás e biocombustível, apresentando o menor resultado nos três anos.

Palavras-chave: Valor adicionado. Riqueza gerada. Governança corporativa.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 9

1.1 Contextualização ........................................................................................................................... 9

1.2 Problema ..................................................................................................................................... 10

1.3 Objetivos ..................................................................................................................................... 10

1.3.1. Objetivo Geral .................................................................................................................... 10

1.3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................................... 12

2.1 Conceito de Ativo ........................................................................................................................ 12

2.2 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ................................................................................ 12

2.2.1 Contextualização Histórica ................................................................................................... 12

2.2.2 Objetivo ............................................................................................................................... 13

2.2.3 Elaboração e Composição .................................................................................................... 14

2.2.3.1 Formações da Riqueza .................................................................................................. 15

2.2.3.2 Distribuição da Riqueza ................................................................................................ 16

2.3 Governança Corporativa ............................................................................................................. 16

3 METODOLOGIA ................................................................................................................................. 20

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .................................................................................................. 23

4.1 Análise Níveis de Governança Corporativa ................................................................................. 23

4.2 Análise Segmentos de Atuação ................................................................................................... 24

4.2.1 Segmentos de Bens Industriais ............................................................................................ 25

4.2.2 Segmento de Construção e Transporte ............................................................................... 26

4.2.3 Segmento de Consumo Cíclico ............................................................................................. 28

4.2.4 Segmento de Consumo Não Cíclico...................................................................................... 29

4.2.5 Segmento de Financeiro e Outros ........................................................................................ 31

4.2.6 Segmento de Materiais Básicos ........................................................................................... 32

4.2.7 Segmentos de Petróleo, Gás e Biocombustível .................................................................... 33

4.2.8 Segmentos de Tecnologia da Informação ............................................................................ 34

4.2.9 Segmento de Telecomunicações .......................................................................................... 35

4.2.10 Segmento de Utilidade Pública .......................................................................................... 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS: ........................................................................................................................................ 38

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

A Contabilidade tem a capacidade de amparar a administração na tomada de decisões.

Os responsáveis pela administração com frequência devem decidir sobre quais decisões devem

ser tomadas, o momento de contrair uma dívida ou qual o momento de diminuir a contratação

de funcionários, pontos que podem ser indispensáveis para o sucesso da companhia. (MARION,

2012)

Para Marion (2012), a Contabilidade, portanto, coleta dados econômicos, mensura-os

monetariamente e sintetiza-os em relatórios contábeis. Dentre os relatórios, também conhecidos

como “informes contábeis”, os mais importantes são as demonstrações financeiras.

Da década de 80 até os dias atuais, devido a diversos acontecimentos, tem se dado valor

não somente ao lucro e aos resultados, representados na DRE, mas também a contribuição que

a companhia tem feito à sociedade como um todo, por meio da geração de riqueza e sua

respectiva distribuição pelos fatores de produção, capital e trabalho, e ao governo, sendo essas

informações analisadas com base no balanço social. (IUDÍCIBUS, 2010)

Ainda que as demonstrações financeiras apresentem informação sobre posições

passadas, elas são uma importante fonte de pesquisa para os usuários da informação,

principalmente investidores, devido a sua capacidade de orientar decisões de investimento,

esclarecer dúvidas sobre os riscos iminentes e também dar suporte para possíveis futuros

acontecimentos, ou seja, valor prospectivo. Segundo Assaf Neto (2012), diante da

responsabilidade da contabilidade em informar seus usuários, a Demonstração do Valor

Adicionado (DVA) é uma peça fundamental para o entendimento da riqueza gerada pela

empresa no cenário do Produto Interno Bruto, e é considerada uma parte do Balanço Social.

Iudícibus et. al. (2010) explicam que por demonstrarem o quanto a empresa agregou de

valor durante o ciclo operacional, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a

Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tornam-se se similares, no entanto não devem ser

confundidas, visto que a DRE organiza dados voltados para os sócios e acionistas, quando

observado o lucro líquido, enquanto a DVA informa a geração de riqueza e sua distribuição

pelos fatores de produção (capital e trabalho) e ao governo.

A organização e a transparência das informações das empresas, além da tomada de

decisões, por quem ela deve ser tomada e como deve ser feita são fatores importantes para o

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avanço das transações entre empresas e entre investidores. Em meio a esse cenário vem ao caso

a discussão sobre governança corporativa, e a deficiência no alinhamento entre os diversos

atores envolvidos com o objetivo que a entidade opta por atingir.

A BM&FBOVESPA, observando o cenário econômico da época no qual o país estava

envolvido, criou diferentes níveis de Governança Corporativa, tornando o mercado mais

organizado e transparente para o investidor e demais interessados na informação.

Para estudar as empresas que são divididas em diferentes níveis de governança utilizou-

se um índice para calcular a riqueza gerada pelas empresas, no qual é calculado pela seguinte

equação:

Valor Total a Distribuir

______________________ = Índice de riqueza

Ativo Total

O índice supracitado não foi encontrado em outras pesquisas, entretanto é relevante para

o investidor na tomada de decisão uma vez que permite que ele consiga ter uma

comparabilidade maior entre os resultados das empresas do mesmo nível e comparar também

as empresas de diferentes segmentos.

1.2 Problema

Com o intuito de verificar se há diferenças expressivas nos resultados das empresas da

BM&FBOVESPA em diferentes níveis de Governança Corporativa emerge-se a seguinte

questão: qual a riqueza gerada pelas empresas listadas nos diferentes níveis (I, II e Novo

Mercado) da BM&FBOVESPA nos anos de 2012 a 2014 em relação ao ativo total?

1.3 Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral

Identificar a riqueza gerada pelas empresas listadas nos diferentes níveis de governança

corporativa da BM&FBOVESPA nos anos de 2012, 2013 e 2014.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, são necessários objetivos específicos que detalham as

metas para o desenvolvimento da pesquisa. São eles:

a) Identificar as empresas que fazem parte dos níveis I, II e Novo Mercado da

BM&FBOVESPA;

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b) Selecionar o valor adicionado total a distribuir e o total do ativo das companhias dos

três níveis de governança corporativa;

c) Calcular e analisar o quociente entre o valor adicionado total a distribuir e o ativo

total;

d) Analisar comparativamente os resultados obtidos das empresas selecionadas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceito de Ativo

As entidades são compostas de bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos formam o

ativo, e as obrigações o passivo. Para realizar investimento em bens e direitos, que constituem

o ativo, a empresa precisa adquirir recursos, que são evidenciados no passivo (BATISTA et al.,

2005) e patrimônio líquido.

O ativo, fundamentalmente, pode ser conceituado por capacidade de gerar serviços

futuros a entidade que o controla, seja individual ou em conjunto com outras entidades, que

tenha a capacidade de tornar-se fluxo de caixa em algum momento. É importante salientar ainda

que todo ativo deve ser, independente se agora ou no futuro, direta ou indiretamente uma

promessa de fluxo de caixa. (IUDÍCIBUS, 2009)

De acordo com o CFC (2008), “Ativo é um recurso controlado pela entidade como

resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos

para a entidade ”.

A definição do CFC é composta por três aspectos, que são: gerar benefício futuro,

resultante de eventos passados e ser controlada pela entidade. Logo, para que a definição seja

atendida os três pontos têm que acontecer. Caso apenas dois ou um sejam atendidos o item não

será considerado um ativo de acordo com esse conceito. (NIYAMA e SILVA, 2011)

Perez Junior e Begalli (2009) também enfatizam que, caso não haja a expectativa de

acréscimo futuro, direta ou indiretamente ao fluxo de caixa da empresa, não haverá, dessa

forma, a existência de ativo.

2.2 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

2.2.1 Contextualização Histórica

As empresas são inseridas em comunidades, e precisam delas para exercer suas

atividades fim. Apesar de sua importância para a empresa, a sociedade sempre foi um usuário

da informação carente de dados os quais pudessem evidenciar como a entidade distribui a

riqueza gerada, quanto da riqueza foi distribuída aos colaboradores diretos, ou quanto desse

valor foi destinado ao pagamento de impostos. Dessa forma a sociedade como um todo não

tinha informações suficientes para avaliar se era interessante ou não acolher essas empresas.

Por esses motivos, e por movimentos sociais que foram iniciados na França, Alemanha, e

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Inglaterra em 1960, tornou-se mais forte a incidência de cobrança de responsabilidade social

das empresas. (CUNHA et. al.,2005)

Bertoncello e Chang Júnior (2007) esclareceram a mudança ocorrida no século XXI, a

mudança que ocorreu no contrato social entre a sociedade empresarial e os negócios fez com

que a cultura dos empresários mudasse, e eles passaram a entender a necessidade de assumir

mais responsabilidades as quais auxiliavam bastante na evidenciação da informação, atendendo

assim às novas exigências que foram surgindo.

Enquanto no Brasil a DVA não era ainda uma demonstração de cunho obrigatório, e

provável que por esse motivo era pouco conhecida e menos ainda apresentada pelas empresas

locais, Cunha et. al. (2005) afirma que em alguns países já não era possível que empresa alguma

se estabelecesse em seu solo sem que apresentasse a DVA.

Iudícibus et. al. (2010) esclarecem que antes da promulgação da lei número 11638/07,

a CVM incentivava a elaboração e a divulgação da DVA por meio da emissão do Ofício-

Circular CVM/SNC/SEP n° 1/00. Ademais o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

também corroborava para a divulgação da DVA estabelecendo procedimentos para a

evidenciação de informações econômicas e financeiras acerca do valor adicionado pela empresa

e sua distribuição através da NBC T 3.7.

Com o advento da lei número 11638/07 (Brasil, 2007) as empresas passaram a ter a

obrigatoriedade de divulgação da DVA:

As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei

indicarão, no mínimo: [...]

II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a

sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza,

tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a

parcela da riqueza não distribuída.

2.2.2 Objetivo

Segundo Iudícibus et. al. o objetivo da DVA é demonstrar o valor da riqueza econômica

gerada pelas atividades da empresa tendo sido produzidas devido ao esforço coletivo e sua

distribuição entre os elementos que contribuíram para a sua geração. Por esse motivo, a DVA

presta informações a todos os usuários da informação que têm interesse na empresa, como

empregados, governo, financiadores, fornecedores. (IUDÍCIBUS et al., 2010)

A DVA, para ser elaborada, utiliza informações que advém da Demonstração do

Resultado do Exercício. Por esse motivo, Tinoco (2009) explica que o seu objetivo não é

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substituir a DRE, cujo objetivo é mostrar o resultado líquido de determinado período, e sim

fornecer informações a diversos usuários da informação.

Segundo Perez Junior e Begalli (2009), a DVA é uma forma de apresentar determinadas

informações contábeis organizando-as de tal maneira que elas apresentem a capacidade de

geração de riqueza pela empresa e de que forma a empresa distribui essa riqueza que foi gerada,

ou seja, demonstrar a distribuição econômica. Salienta-se que a partir da DVA, a empresa obtém

informações importantes sobre a situação da empresa, como por exemplo a contribuição da

empresa no produto interno bruto (PIB), a verificação da contribuição da entidade à sociedade

por meio dos impostos que são pagos. Além disso há a medição do nível de participação da

mão-de-obra na geração da riqueza, o nível de geração da riqueza de uma companhia para a

riqueza regional ou setorial, dentre outras informações.

Para Almeida (2012), o objetivo da DVA é apresentar o montante de valor adicionado

pela entidade e a forma com a qual esse recurso é destinado pela empresa. Para o autor o Valor

Adicionado é a riqueza gerada pela companhia, que compreende a receita bruta deduzida dos

valores relativos às riquezas de terceiros, que são bens e serviços consumidos como matérias-

primas, mercadorias, materiais e serviços. No que diz respeito à distribuição deverá ser

evidenciado o valor adicionado entre empregados, financiadores, acionistas, governos, e

sociedade como um todo, além da parcela retida para reinvestimento como as reservas de lucros

e lucros acumulados.

Marion (2009) explica que busca-se, ao elaborar a DVA, contemplar o montante do

valor que a entidade está acrescentando como consequência de sua atividade fim.

2.2.3 Elaboração e Composição

Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado-, a

Demonstração do Valor Adicionado está estruturada para ser elaborada a partir da

Demonstração do Resultado do Exercício do período. Destarte há um vínculo entre essas

demonstrações, que dá sustentação e consistência entre elas. Ademais a DVA também possui

uma interface com a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados na parte em que

movimentações nesta conta dizem respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na

demonstração própria.

A elaboração da DVA é explicada de por Marion (2009), para quem tal elaboração é

basicamente a subtração das vendas de todas as aquisições de bens e serviços, tendo dessa forma

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o montante que a empresa gera para remunerar salário, juros, impostos e para reinvestir na

empresa.

Perez Junior e Begalli (2009) corroboram que o valor adicionado é elaborado calculando

a diferença entre o valor das vendas da entidade e os insumos adquiridos de terceiros, dessa

forma, percebe-se que a informação advinda da Demonstração do Resultado do Exercício é

importante para a composição da informação necessária para a elaboração da DVA. Os autores

também corroboram com o fato de que a DVA deve informar aos usuários da informação

interessados a riqueza gerada pela empresa em determinado período, bem como de que forma

a distribuição dessa riqueza foi feita.

Para melhor entendimento da forma que a DVA deve ser apresentada o CPC 09 (2008)

descreve três modelos diferentes da DVA, Modelo I para as empresas em geral, Modelo II para

as Instituições Financeiras Bancárias e o Modelo III para seguradoras.

2.2.3.1 Formações da Riqueza

Segundo Perez Junior e Begalli (2009), a primeira parte da DVA apresenta

detalhadamente a riqueza produzida pela entidade (ou recebida em transferência de outras

empresas).

Segundo Iudícibus et. al. (2010) a riqueza gerada pela entidade é calculada subtraindo

das vendas do período os insumos adquiridos de terceiros e a depreciação. Em suma isso

corresponde à diferença entre os recursos recebidos de terceiros e os valores desembolsados

pela empresa para custear os insumos necessários para esse processo. Por esse motivo

corresponde ao valor adicionado da empresa.

O CPC 09 detalha a composição da primeira parte da DVA, que deve conter as seguintes

contas:

Receitas, que são geradas pela venda de mercadorias, produtos e serviços. Inclui os tributos

incidentes sobre essas receitas, como ICMS, IPI, PIS e COFINS. Ou seja, a receita bruta. Além

do mais são também consideradas outras receitas, da mesma forma que a receita acima

supracitada, incluindo os devidos tributos. A provisão para créditos de liquidação duvidosa,

tanto a constituição quanto a reversão são incluídos.

Insumos adquiridos de terceiros, que têm a formação do seu valor pelo custo dos produtos,

das mercadorias e dos produtos vendidos, das mercadorias e dos serviços advindos de terceiros.

As despesas originadas da utilização dos bens, das mercadorias e dos serviços vendidos

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adquiridos de terceiros também estão inclusas. Também é importante salientar que os tributos

que incidem na compra, recuperáveis ou não, devem entrar no cálculo, algo que é diferente da

prática feita para elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício. Devem ser incluídos

também os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na

reversão de provisão para perdas para desvalorização de ativos.

Valor adicionado recebido em transferência também deve ser incluído, abrangendo dessa

forma o resultado de equivalência patrimonial, que inclui tanto as receitas quanto as despesas;

as receitas financeiras, que inclui todas independente da sua origem; e outras receitas, as quais

não se enquadram no grupo de receitas supracitado.

2.2.3.2 Distribuição da Riqueza

A segunda parte da DVA deve demonstrar a forma como a empresa optou por distribuir

a riqueza que ela gerou. O CPC 09 descreve a composição das contas que essa parte deve conter:

Pessoal, valores que compõem o custo e o resultado do exercício na forma de remuneração

direta; que abrange salários, 13° salário, horários da administração, férias, comissões, dentre

outros.

Tributos taxas e contribuições relativos ao trabalhador que seja ônus do empregador, sejam

eles federais, estaduais ou municipais.

Remuneração de capitais de terceiros, que são os valores pagos ou creditados aos

financiadores externos de capitais, como por exemplo juros, aluguéis dentre outras

remunerações que configurem transferência a terceiros.

Remuneração de capitais próprios, recursos atribuídos à remuneração do capital de sócios e

acionistas. São demonstrados através de juros sobre capital próprio, sejam eles registrados no

passivo ou como reserva de lucros, lucros retidos e prejuízos do exercício.

A título de exemplo, apresenta-se no Anexo I o modelo de demonstração do valor

adicionado de acordo com o CPC 09.

2.3 Governança Corporativa

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O comportamento das empresas e sua conduta incoerentes e nem sempre correta com os

acionistas, tendo dessa forma inclusive falta de transparência para com os investidores, para

Srour (2005) acarretaram consequências negativas para a eficiência da economia como um

todo. Ele salienta ainda que as empresas chegam a comprometer o financiamento de bons

projetos quando não tem comprometimento e transparência com seus investidores.

Vieira e Mendes (2004) afirmam que com o aumento das companhias e a expansão dos

negócios, é desenvolvida a necessidade de uma estrutura de capital que permita o aumento da

escala produtiva, e a necessidade de tratamento diferenciado das empresas em relação a

divulgação das informações. Dessa forma, percebe-se então a necessidade de exigência de

tratamento diferenciado das empresas que desejam abrir seu capital.

Para Andrade e Rosseti (2004), a Governança Corporativa teve início no Brasil devido

a uma saturação no mercado dos países desenvolvidos, causando nos investidores desses países

a curiosidade e o interesse de alocar seus recursos em companhias de outros países. Dessa

forma, os mercados dos países emergentes passaram a ser mais cobrados em relação a proteção

do investidor no quesito informação sobre a empresa que eles estavam interessados em investir.

Para atender a esse novo mercado que demandava uma informação de melhor qualidade, as

empresas brasileiras foram desenvolvendo um modo de melhorar seus padrões de governança

corporativa.

A abertura da economia brasileira além do aumento do interesse de investidores

estrangeiros, processo de privatização de algumas empresas antes estatais e o crescente número

de empresas brasileiras abrindo o capital em mercados de diferentes partes do mundo tem

estimulado, e mais, tornado essencial a prática das chamadas boas práticas de governança

corporativa. (SILVA, 2005)

Segundo Nardi e Nakao (2008), em 2000 a Bolsa de Valores de São Paulo, na época a

BOVESPA, criou diferentes níveis de governança corporativa (NDGC). Para aderir esses níveis

supracitados há regras que as empresas devem cumprir, que são chamadas de boas práticas de

governança corporativa. Há diversas vantagens para o mercado brasileiro e para as empresas

com a listagem desses níveis, como redução do custo de captação, maior liquidez das ações,

maior segurança aos investidores, melhora na imagem institucional da empresa, dentre outros.

De acordo com o IBGC – Instituto brasileiro de governança corporativa

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas,

monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas e os relacionamentos entre

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proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As

boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em

recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar

e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e

contribuindo para a sua longevidade.

A BM&FBOVESPA em seu documento de diretrizes de governança corporativa,

estabelece as regras vigentes e as principais práticas que devem ser adotadas pelas empresas.

Governança Corporativa é definida como sendo uma série de mecanismos que têm a função de

dar incentivo e auxiliar no controle das empresas, de forma que contribui para que os objetivos

de longo prazo sejam cumpridos com sucesso pelas entidades. Além do mais, é destacada nesse

documento a necessidade da existência dos seguintes pontos:

Conselho de administração ativo e que atue com independência;

Remuneração dos acionistas e colaboradores conforme os interesses da entidade e seus

acionistas;

Controles internos que assegurem o cumprimento de exigências legais; e

Práticas transparente de divulgação das informações da empresa, contendo seu resultado

e demais informações relevantes para tomada de decisão de demais usuários

interessados.

A literatura sobre governança corporativa tem se atentado principalmente nas

discordâncias entre administradores e proprietários, ou acionistas. No caso os administradores

estariam atuando de acordo com os interesses dos acionistas, na maioria das vezes. Entretanto,

segundo Leal et. al. (2002), se for analisado o que de fato está acontecendo no mundo, e pode

ser trazido para a realidade brasileira, os acionistas controladores normalmente são os próprios

administradores das empresas, a exceção ocorre mais nos Estados Unidos e na Inglaterra,

países os quais possuem uma maior difusão entre as funções. Dessa forma, aponta-se a

verdade a questão como sendo a expropriação dos acionistas minoritários, resumindo, como

a administração lida com os acionistas minoritários e como isso impacta a visão do mercado

de determinada empresa.

A governança corporativa leva em conta os principais conceitos em relação à

Contabilidade, tais como: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade

corporativa. Ademais leva entendimento e auxiliar na solução de conflitos existentes entre os

diversos usuários da informação, dentre eles os stakeholders. Assim sendo, para Malacrida e

Yamamoto (2006) a contabilidade interage com a governança corporativa na tentativa de

mostrar opções, não apenas em relação às questões concernentes aos controles internos como

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19

também à prestação de contas, a qual envolve, entre outras, a divulgação das informações a

todos os usuários da informação.

A BM&FBOVESPA percebeu a necessidade da criação de diferentes níveis de

Governança Corporativa e de maior confiabilidade do investidor no mercado brasileiro, explica

a criação dos diferentes níveis de Governança Corporativa em seu site da seguinte forma

(Disponível em <http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/servicos/solucoes-para-

empresas/segmentos-de-listagem/o-que-sao-segmentos-de-listagem.aspx?idioma=pt-br>

acesso em 01/05/2015)

Os segmentos especiais de listagem da BM&FBOVESPA – Bovespa Mais,

Bovespa Mais Nível 2, Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1 - foram criados no

momento em que percebemos que, para desenvolver o mercado de capitais

brasileiro, era preciso ter segmentos adequados aos diferentes perfis de

empresas.

Todos os segmentos prezam por rígidas regras de governança corporativa.

Essas regras vão além das obrigações que as companhias têm perante a Lei

das Sociedades por Ações (Lei das S.As.) e têm como objetivo melhorar a

avaliação das companhias que decidem aderir, voluntariamente, a um desses

níveis de listagem. (BM&FBOVESPA)

A BM&FBOVESPA destaca o fato dessas regras atraírem os investidores uma vez que

torna a informação divulgada pelas companhias muito mais completa em diversos quesitos,

assegurando assim direitos e garantias aos acionistas, bem como a divulgação de informações

mais completas, reduzindo dessa forma o risco. Observa-se no Anexo 2 a diferença de

exigibilidade de divulgação de um nível para o outro.

Scrour (2005) afirma que inspirada na ideia do Neuer Market alemão o projeto da

BM&FBOVESPA, de criação de um Novo Mercado, categoria a qual apenas empresas que

cumprissem as regras determinadas por ela que protegem o acionista minoritário e torna a

informação mais transparente para os usuários, teve como meta um desenvolvimento melhor

do mercado de capitais brasileiro, dando dessa forma uma evidência maior aos esforços da

companhia de melhorar sua relação com os investidores.

Scrour (2005, apud Coffee, 1999) explica que esse processo supracitado seria

representativo da ideia de “convergência funcional”, a qual se fundamenta na mudança de

regras dentro dos próprios mercados sem a necessidade de mudanças de caráter legal.

Malacrida e Yamamoto (2006, apud Siffert Filho, 1998, p. 125) afirmam que as

discursões sobre governança corporativa ganharam maior evidência e relevância a partir da

emergência das modernas corporações, quando passou a existir a segregação entre controle e

gestão.

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20

3 METODOLOGIA

Pesquisa pode ser definida como sendo um método racional e sistemático o qual tem

como objetivo permitir respostas às questões que são propostas. (GIL, 2010).

Para Beuren (2006), a metodologia usa a base do problema formulada para ser

respondido, podendo a questão ser apresentada juntamente com a elaboração de hipóteses. São

necessárias pesquisas de acordo com a questão a ser respondida, ou com as hipóteses, que são

objetivos de confirmação ou rejeição.

Sobre o desenvolvimento da pesquisa, Gil (2010) argumenta que a pesquisa é feita

através da inserção dos conhecimentos disponíveis e o uso de técnicas de estudo científico. A

pesquisa é desenvolvida ao longo de um procedimento que envolve determinadas fases, desde

a formulação do problema de forma condizente até a apresentação do resultado de forma

aceitável.

Beuren (2006) ao aplicar a pesquisa especificamente a contabilidade divide o

delineamento em três categorias: quanto aos objetivos, que abrange a pesquisa exploratória,

descritiva e explicativa; quanto aos procedimentos, que inclui o estudo de caso, a pesquisa

bibliográfica, o levantamento, documental, participante e experimental; e a pesquisa quanto à

abordagem do problema, que aborda a pesquisa qualitativa e quantitativa.

Conforme a visão da autora, a pesquisa realizada no trabalho, quanto ao objetivo é

descritiva, pois conforme Beuren apud Gil (1999) explica que a pesquisa descritiva tem como

principal objetivo descrever os atributos de uma população ou fenômeno, ou o estabelecimento

de relação entre as variáveis. Além do mais um detalhe significativo é a utilização de técnicas

padronizadas na forma de adquirir os dados.

Em relação aos procedimentos esta pesquisa é bibliográfica uma vez que conforme

afirma Beuren (2006) a pesquisa bibliográfica abrange dados tornados públicos, reunindo

conhecimentos sobre a temática pesquisada, além de utilizar livros e revistas. Ademais foram

consultadas informações de vários sites oficiais como BM&FBOVESPA, Banco Central do

Brasil, Comitê de Pronunciamentos Contábeis, além de dissertações e artigos científicos.

Para Fachini (2006) a pesquisa documental é a coleta, seleção difusa, classificação e

utilização de todo tipo de informação. Já Beuren (2006) descreve-a como sendo um tipo de

pesquisa que baseia-se em materiais que ainda não tiveram um tratamento analítico da forma

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21

que está sendo apresentado. Dessa forma percebe-se que o trabalho também é documental uma

vez que usou dados econômico-financeiros das empresas pesquisadas.

Com o propósito de obter uma base de dados para identificar a riqueza gerada pelas

empresas listadas nos diferentes níveis de governança corporativa da BM&FBOVESPA nos

anos de 2012, 2013 e 2014, foram retirados do sítio da BM&FBOVESPA, dados do Balanço

Patrimonial e da Demonstração do Valor Adicionado de 182 empresas listadas nos três níveis

de governança corporativa (Novo Mercado, Nível I e Nível II), utilizando apenas empresas que

apresentaram suas demonstrações consolidadas, ademais foram excluídas da amostra as

empresas que não apresentaram as demonstrações necessárias ao estudo, que não divulgaram

dados dos anos incluídos no escopo da pesquisa e que apresentaram apenas demonstrações

individuais.

A Amostra foi selecionada por conveniência, ou seja, a análise foi subjetiva ou por

julgamento.

Dessa forma apresenta-se na tabela 1 a amostra, é formada por 143 empresas divididas

da seguinte forma:

Tabela 1: Amostra por nível diferenciado de Governança Corporativa

Nível I Nível II Novo Mercado Total da Amostra

20 16 107 143

Fonte: Elaboração Própria

As empresas são analisadas de acordo com seu nível de governança corporativa e

conforme o setor em que atuam. A BM&FBOVESPA divide as entidades listadas em 10

segmentos diferentes, e as empresas da amostra também foram analisadas de acordo com os

seus segmentos de atuação, da seguinte forma:

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Tabela 2: Segregação das Empresas pelo Setor de Atuação

Setor de Atuação Quantidade de Empresas

1) Bens Industriais 14

2) Construção e Transporte 27

3) Consumo Cíclico 21

4) Consumo Não Cíclico 18

5) Financeiro e Outros 28

6) Materiais Básicos 14

7) Petróleo, Gás e Biocombustíveis 3

8) Tecnologia da Informação 5

9) Telecomunicações 1

10) Utilidade Pública 12

TOTAL 143

Fonte: Elaboração Própria

Os dados da pesquisa foram retirados do site da BM&FBOVESPA, na seção de

empresas listadas. Os valores referentes ao Ativo Total foram retirados do Balanço Patrimonial,

e o Valor Adicionado Total a Distribuir foi retirado da Demonstração do Valor Adicionado das

determinadas empresas. Após a coleta de dados as companhias foram separadas por segmentos,

conforme segregação feita pela BM&FBOVESPA, e foi calculado um índice de riqueza gerada

de cada empresa dividindo-se o Valor Adicionado Total a Distribuir pelo Ativo Total para

descobrir a proporção entre a riqueza gerada pelas empresas e o valor total de seus ativos

naquele referido período.

A análise foi feita separando as empresas por segmento por levar em consideração que

as empresas dos mesmos setores têm uma maior tendência de estarem sujeitas a sofrerem os

mesmos fatores exógenos e por isso tendem a terem resultados convergentes.

A seguir são apresentados os resultados da pesquisa.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Serão feitas duas análises a seguir: a comparação dos resultados entre os três níveis e

Governança Corporativa e em seguida a análise dos dados com as empresas dividas nos devidos

setores de atuação, separadas por níveis e por ano.

4.1 Análise Níveis de Governança Corporativa

O gráfico a seguir apresenta o resultado da média dos quocientes entre o Valor Total a

Distribuir e o Ativo Total das empresas (Gráfico 1), não sendo influenciado dessa forma pelo

tamanho do ativo da empresa, apenas pelo índice calculado.

Gráfico 1 – Governança Corporativa

Fonte: Elaboração Própria

Observa-se que em 2012 as empresas dos três níveis de governança tiveram uma

pequena variação de 9 % (entre 20% e 29%), na qual neste ano o Nível II teve um destaque

sendo o grupo de empresas que teve um maior desempenho levando em consideração os dados

supracitados, tendo em média as empresas desse grupo gerando uma riqueza equivalente a 29%

de seu Ativo Total, enquanto as empresas do Nível I tiveram 20% e as empresas do Novo

Mercado tiveram 26%.

Em 2013 percebe-se resultado semelhante ao de 2012. Houve uma variação de 6 %

(entre 21% o valor do Nível I e 27% o valor do Nível II), e novamente as empresas pertencentes

ao Nível II de Governança tiveram um resultado maior que os outros dois níveis estudados,

levando em consideração que o Nível II ficou com uma média de geração de riqueza de 27%

20% 21%19%

29%27% 26%26%

24%22%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

2012 2013 2014

Governança Corporativa

Nível I Nível II Novo Mercado

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do Ativo Total e suas respectivas empresas, e as empresas do Nível I apresentaram um resultado

de 21%, e por fim as empresas do Novo Mercado obtiveram um resultado de 24%.

Em 2014 observa-se pelo Gráfico que o resultado das médias das empresas dos

respectivos segmentos não teve uma diferença considerável em relação aos anos anteriores. A

variação entre os segmentos foi de 7% (entre 19% e 26%, o menor e o maior índice

respectivamente), e o resultado é o mesmo dos anos anteriores, o Nível II teve o maior

desempenho, apresentando uma média de geração de riqueza de 26%, seguida pelo Novo

Mercado que obteve um índice de 22% e por último o Nível I, que teve um índice de 19%.

Observa-se dessa forma que o Nível II teve um resultado maior nos três anos estudados,

seguido do Novo Mercado também nos três anos que apresentou um resultado superior ao Nível

I, que portanto foi o que teve o menor resultado em relação aos três níveis. Dessa forma percebe-

se que não é a quantidade de regras de divulgação de cada nível que vai influenciar os resultados

das empresas.

4.2 Análise Segmentos de Atuação

O gráfico 2 apresenta o resultado da média, dos três anos estudados, dos índices

calculados de cada empresa alocada no seu respectivo setor.

Gráfico 2 – Segmentos

Fonte: Elaboração Própria

Ao observar o gráfico percebe-se que de forma geral as empresas dos segmentos

estudados tiveram uma variação de 71% entre o maior resultado, que foi do segmento de

35%

23%

38%

26%

16%10%

-28%

40% 43%

26%

-40%

-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Segmentos

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Telecomunicações, que apresentou um índice de 43% de riqueza gerada em relação ao ativo

total, e entre o menor apresentado, que foi pelo segmento de petróleo, gás e biocombustível,

que obteve um resultado negativo de 28%.

4.2.1 Segmentos de Bens Industriais

A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos no segmento de bens industriais dos três

níveis de governança corporativa.

Tabela 3: Quociente da riqueza gerada no segmento de Bens Industriais

Em R$ mil Índice

Bens Industriais 2014 2013 2012 Nível

EMBRAER S.A. 18% 21% 21% Novo Mercado

INDUSTRIAS ROMI S.A. 22% 23% 16% Novo Mercado

IOCHPE MAXION S.A. 28% 29% 28% Novo Mercado

LUPATECH S.A. 19% 21% 8% Novo Mercado

METALFRIO SOLUTIONS S.A. 8% 17% 26% Novo Mercado

TUPY S.A. 21% 23% 24% Novo Mercado

VALID. SOLUÇÕES E SERV. SEG. MEIOS

PAG. IDENT. S.A. 61% 61% 0% Novo Mercado

WEG S.A. 39% 40% 38% Novo Mercado

CONTAX PARTICIPAÇÕES S.A. 122% 125% 131% Nível II

FORJAS TAURUS S.A. 25% 39% 33% Nível II

MARCOPOLO S.A. 30% 34% 39% Nível II

FRAS-LE S.A. 49% 51% 39% Nível I

INEPAR INDUSTRIA E CONSTRUÇÕES -7% 18% 23% Nível I

RANDON S.A. IMPLEMENTOS E

PARTICIPACOES 35% 39% 30% Nível I

Médias 34% 38% 32%

Fonte: Elaboração Própria

Observa-se que no segmento de Bens Industriais a média dos índices apresentados pelas

empresas no ano de 2012 foi de 32%. Entretanto percebe-se que tiveram empresas que ficaram

distantes desse valor, como a empresa Contax Participações S.A. que apresentou um índice de

131%. Há também empresas que obtiveram um valor inferior ao valor da média do ano, como

por exemplo a empresa Valid. Soluções e Serv. Seg. Meios Pag. Ident. S.A., que teve um índice

de 0%, logo que no ano em questão não gerou riqueza.

Em 2013 a média dos índices apresentados foi de 38%, tendo um aumento de 6% em

comparação ao ano anterior. Novamente observa-se um desempenho acima da média do

segmento estudado da empresa Contax Participações S.A, a qual apresentou de 2013 um índice

de 125 %. Entretanto, observa-se que a empresa MetalfrioSolutions S.A. se destaca por ter sido

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a que no ano estudado mas se distanciou da média negativamente, apresentando um índice de

17%.

Em 2014 houve uma redução do índice em relação a 2013, mas um aumento em relação

a 2012, apresentando um valor de 34%. A empresa Contax Participações também teve a maior

variação positiva em relação a média, apresentando um valor de 122%. A empresa que se

distanciou mais da média negativamente foi a Inepar Indústria e Construções, que apresentou

um valor negativo de 7%, pois nesse período essa empresa teve um valor negativo do Valor

Total a Distribuir.

4.2.2 Segmento de Construção e Transporte

A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos no segmento de construção e transporte dos

níveis Novo Mercado e Nível II de Governança Corporativa nos anos de 2012, 2013 e 2014,

uma vez que não houve na amostra empresa do Nível I deste segmento.

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Tabela 4: Quociente da riqueza gerada no segmento de Construção e Transporte

Em R$ mil Índice

Construção e Transporte 2014 2013 2012 Nível

ARTERIS S.A. 17% 22% 24% Novo Mercado

BRASIL BROKERS PARTICIPACOES S.A. 25% 34% 34% Novo Mercado

CCR S.A. 29% 32% 31% Novo Mercado

CR2 EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS S.A. -2% 2% 3% Novo Mercado

CYRELA BRASIL REALTY S.A. EMPREEND E PART 13% 12% 13% Novo Mercado

ECORODOVIAS INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA S.A. 28% 25% 24% Novo Mercado

ETERNIT S.A. 61% 64% 65% Novo Mercado

EVEN CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A. 13% 14% 17% Novo Mercado

EZ TEC EMPREEND. E PARTICIPAÇÕES S.A. 19% 26% 21% Novo Mercado

GAFISA S.A. 10% 22% 11% Novo Mercado

HELBOR EMPREENDIMENTOS S.A. 7% 9% 11% Novo Mercado

JHSF PARTICIPAÇÕES S.A. 8% 14% 15% Novo Mercado

JSL S.A. 33% 36% 39% Novo Mercado

LOG-IN LOGÍSTICA INTERMODAL S.A. 30% 21% 21% Novo Mercado

LPS BRASIL – CONSULTORIA DE IMOVEIS S.A. 28% 49% 44% Novo Mercado

MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A. 20% 16% 17% Novo Mercado

PDG REALTY S.A. EMPREEND E PARTICIPACOES 5% 6% -7% Novo Mercado

PORTOBELLO S.A. 58% 63% 66% Novo Mercado

PRUMO LOGÍSTICA S.A. 2% 1% 4% Novo Mercado

RODOBENS NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS S.A. -30% 28% 38% Novo Mercado

TECNISA S.A. 9% 12% 0% Novo Mercado

TEGMA GESTÃO LOGÍSTICA S.A. 59% 69% 75% Novo Mercado

TRISUL S.A. 9% 11% 11% Novo Mercado

TPI - TRIUNFO PARTICIP. E INVEST. S.A. 2% 5% 22% Novo Mercado

VIVER INCORPORADORA E CONSTRUTORA S.A. 0% 5% -7% Novo Mercado

GOL LINHAS AEREAS INTELIGENTES S.A. 37% 32% 25% Nível II

SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S.A. 30% 43% 44% Nível II

Médias 19% 25% 24%

Fonte: Elaboração Própria

Observa-se na tabela 4 supracitada que a média atingida por esse grupo de empresas em

2012 foi de 24%. Porém há empresas que tiveram um comportamento diferente do da média do

grupo, como por exemplo a empresa Viver Incorporadora e Construtora S.A., que obteve um

índice negativo de 7%, e foi a empresa com menor média da amostra do período em questão.

Já a empresa Tegma Gestão Logística S.A. foi a empresa que teve um resultado que mais se

distanciou positivamente da média, apresentando um índice de 75%.

Em 2013 a média obtida pelo segmento teve um aumento de 1% comparado ao ano

anterior, e passou para uma média de 25%. Entretanto há empresas que não tiveram o mesmo

comportamento que a média. A empresa que mais se distanciou da média negativamente foi a

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Prumo Logística S.A., que apresentou um resultado de 1%, já a empresa Tegma Gestão

Logística S.A. mais uma vez se destaca por se distanciar da média positivamente, obtendo um

índice de 69%.

A média das empresas de Construção e Transporte em 2014 teve uma diminuição de 6%

comparada ao ano anterior, e de 5% em relação a 2012, sendo ela de 19%. A empresa observada

que mais se distanciou negativamente da média foi a Rodobens Negócios Imobiliários S.A.,

que apresentou um resultado negativo de 30%, e a empresa que teve um distanciamento maior

da média positivamente foi a Eternit S.A., que obteve um resultado de 61%.

4.2.3 Segmento de Consumo Cíclico

A Tabela 5, a seguir, apresenta os resultados obtidos no segmento de Consumo Cíclico

dos níveis Novo Mercado e Nível I de Governança Corporativa nos anos de 2012, 2013 e 2014,

considerando que não houve na amostra empresa do Nível I deste segmento.

Tabela 5: Quociente da riqueza gerada no segmento de Consumo Cíclico

Índice

Consumo Cíclico 2014 2013 2012 Nível

Abril Educação S.A. 22% 19% 28% Novo Mercado

GAEC Educação S.A. 62% 43% 94% Novo Mercado

AREZZO INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A. 57% 59% 59% Novo Mercado

B2W - COMPANHIA DIGITAL 17% 14% 14% Novo Mercado

CIA HERING 64% 72% 77% Novo Mercado

CVC BRASIL OPERADORA E AGÊNCIA DE VIAGENS S.A. 26% 24% 24% Novo Mercado

ESTACIO PARTICIPAÇÕES S.A. 56% 65% 87% Novo Mercado

GRENDENE S.A. 50% 55% 51% Novo Mercado

KROTON EDUCACIONAL S.A. 19% 36% 28% Novo Mercado

RESTOQUE COMÉRCIO E CONFECÇÕES DE ROUPAS S.A. 20% 63% 59% Novo Mercado

LOCALIZA RENT A CAR S.A. 28% 31% 27% Novo Mercado

CIA LOCAÇÃO DAS AMÉRICAS 21% 17% 14% Novo Mercado

MARISA LOJAS S.A. 54% 58% 62% Novo Mercado

LOJAS RENNER S.A. 62% 58% 57% Novo Mercado

MULTIPLUS S.A. 44% 38% 41% Novo Mercado

SMILES S.A. 34% 19% 0% Novo Mercado

SPRINGS GLOBAL PARTICIPAÇÕES 36% 33% 28% Novo Mercado

TECHNOS S.A. -35% 33% -44% Novo Mercado

T4F ENTRETERIMENTO S.A. 15% 24% 27% Novo Mercado

ALPARGATAS S.A. 52% 53% 56% Nível I

CIA FIAÇÃO TECIDOS CEDRO CACHOEIRA 28% 30% 31% Nível I

Médias 35% 40% 39%

Fonte: Elaboração Própria

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Tendo em vista a tabela supracitada a média apresentada por esse grupo de empresas foi

de 39% no ano de 2012. A empresa que teve um destaque positivo pelo maior resultado foi a

GAEC Educação S.A., que apresentou um índice de 94%, logo, que o seu Valor Adicionado

Total a Distribuir foi equivalente a 94% do seu Ativo Total. Entretanto, houve empresas que se

distanciaram da média negativamente, e a que teve um destaque nesse caso foi a Technos S.A.,

que teve um resultado negativo de 44%.

Em 2013 houve um aumento de 1% comparado ao ano anterior, sendo a média de 40%.

A empresa que teve o resultado maior foi a Estacio Participações S.A., que obteve um resultado

de 65%. Além do mais, observa-se também a empresa B2W – Companhia Digital que se

destacou por se distanciar mais da média negativamente, obtendo um resultado de 14%.

Observa-se pela tabela acima que a média apresentada em 2014 foi de 35%, menor 5%

que o ano anterior, e 4% menor que o ano de 2012. A empresa que ficou mais distante da média

negativamente foi a Technos S.A. que obteve um resultado negativo de 35%. E a entidade que

teve o maior índice foi mais uma vez a GAEC Educação S.A., que obteve um resultado positivo

de 62%.

4.2.4 Segmento de Consumo Não Cíclico

A Tabela 6 apresenta os resultados obtidos no segmento de Consumo Não Cíclico do

nível de Novo Mercado de Governança Corporativa nos anos de 2012, 2013 e 2014, uma vez

que não houve na amostra empresas do Nível I e Nível II deste segmento.

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Tabela 6: Quociente da riqueza gerada no segmento de Consumo Não Cíclico

Índice

Consumo Não-Cíclico 2014 2013 2012 Nível

BRASIL PHARMA S.A. 14% 22% 24% Novo Mercado

BRF S.A. 35% 32% 31% Novo Mercado

FLEURY S.A. 32% 30% 33% Novo Mercado

HYPERMARCAS S.A. 13% 15% 13% Novo Mercado

JBS S.A. 37% 30% 27% Novo Mercado

M.DIAS BRANCO S.A. IND COM DE ALIMENTOS 44% 46% 45% Novo Mercado

MARFRIG GLOBAL FOODS. S.A. 32% 27% 24% Novo Mercado

MINERVA S.A. 8% 9% 10% Novo Mercado

NATURA COSMÉTICOS S.A. 59% 66% 69% Novo Mercado

PROFARMA DISTRIB PROD FARMACEUTICOS S.A. 8% 13% 13% Novo Mercado

QUALICORP S.A. 21% 20% 15% Novo Mercado

RENAR MARCAS S.A. 26% 35% 10% Novo Mercado

SÃO MARTINHO S.A. 17% 14% 17% Novo Mercado

SLC AGRÍCOLA S.A. 16% 15% 15% Novo Mercado

TEMPO PARTICIPAÇÕES S.A. 79% 39% 30% Novo Mercado

TEREOS INTERNACIONAL S.A. 17% 20% 32% Novo Mercado

VANGUARDA AGRO. S.A. 5% 0% 6% Novo Mercado

VIGOR ALIMENTOS S.A. 33% 20% 20% Novo Mercado

Média 28% 25% 24%

Fonte: Elaboração Própria

Observa-se na Tabela supracitada que a média de resultados obtidos pelas empresas do

segmento analisado em 2012 foi de 24%. Destaca-se a empresa Renar Marcas S.A.que

apresentou o menor resultado da amostra, de 10%. E a empresa que ficou mais distante da média

positivamente foi a Natura Cosméticos S.A., que apresentou um resultado de 69%.

Em 2013 a média apresentada foi de 25%, 1% superior que a apresentada no ano

anterior. A empresa Vanguarda Agro S.A. obteve um índice de 0%, o menor da amostra

observada. E a companhia que apresentou o maior resultado foi novamente a Natura Cosméticos

S.A., obtendo um índice de 66%.

A média dos resultados apresentados em 2014 foi de 28%, a maior entre os três períodos

analisados, sendo 3% maior que o ano anterior e 4% maior que o ano de 2012. A empresa que

se distanciou mais da média positivamente foi a Tempo Participações S.A., que obteve um

resultado de 79%, e a empresa que teve o menor resultado foi a Vanguarda Agro S.A. que

apresento um índice positivo de 5%.

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31

4.2.5 Segmento de Financeiro e Outros

A Tabela 7 apresenta os resultados obtidos no segmento de Financeiro e Outros dos três

níveis de Governança Corporativa dos anos de 2012, 2013 e 2014.

Tabela7: Quociente da riqueza gerada no segmento de Financeiro e Outros

Índice

Financeiro e Outros 2014 2013 2012 Nível

Aliansce shopping centers S.A. 1% 10% 10% Novo Mercado

BB SEGURIDADE PARTICIPAÇÕES S.A. 42% 35% 0% Novo Mercado

BMFBOVESPA S.A. BOLSA VALORES MERCADO FUTUROS 10% 10% 10% Novo Mercado

BRASIL INSURANCE PARTICIPAÇÕES E ADMINISTRAÇÃ S.A. 22% 30% 28% Novo Mercado

BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A. 14% 16% 25% Novo Mercado

BR PROPERTIES S.A. 9% 6% 17% Novo Mercado

BCO BRASIL S.A. 3% 3% 4% Novo Mercado

CETIP S.A. - MERCADOS ORGANIZADOS 31% 31% 29% Novo Mercado

CIELO S.A. 35% 41% 46% Novo Mercado

GENERAL SHOPPING BRASIL S.A. 9% 10% 6% Novo Mercado

IGUATEMI EMPRESA DE SHOPPING CENTERS S.A. 12% 11% 16% Novo Mercado

PORTO SEGURO S.A. 14% 14% 14% Novo Mercado

SÃO CARLOS EMPREEND E PARTICIPAÇÕES S.A. 12% 20% 20% Novo Mercado

SONAE SIERRA BRASIL S.A. 11% 15% 13% Novo Mercado

TARPON INVESTIMENTOS S.A. 91% 133% 115% Novo Mercado

ULTRAPAR PARTICIPAÇÕES S.A. 25% 26% 24% Novo Mercado

BCO ABC BRASIL S.A. 3% 4% 4% Nível II

BCO INDUSVAL S.A. 2% -1% 4% Nível II

MULTIPLAN - EMPREEND IMOBILIÁRIOS S.A. 11% 10% 13% Nível II

BCO PINE S.A. 2% 3% 4% Nível II

BCO SOFISA S.A. 0% 0% 0% Nível II

SUL AMERICA S.A. 11% 10% 11% Nível II

BCO PAN S.A. 3% 3% 0% Nível I

BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A. 5% 5% 6% Nível I

BCO BRADESCO S.A. 4% 4% 4% Nível I

BRADESPAR S.A. 1% 1% 6% Nível I

ITAUSA INVESTIMENTOS ITAU S.A. 20% 19% 17% Nível I

ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 5% 4% 4% Nível I

Médias 15% 17% 16%

Fonte: Elaboração Própria

A média apresentada pelas empresas do segmento de Financeiro e Outros em 2012 foi

de 16%. Observa-se que três empresas tiveram o menor resultado dentre o grupo, que foram a

BB Seguridade Participações S.A., o BcoSofisa S.A. e o BCO PAN S.A., e ambos tiveram um

resultado de 0%. A empresa Tarpon Investimentos S.A. foi a empresa que mais se destacou

positivamente, apresentando um resultado de 133%.

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Em 2013 a média obtida pelo grupo foi de 17%, tendo um aumento de 1% em relação

ao ano anterior. A entidade BcoIdusval S.A. apresentou o menor índice do grupo, sendo ele de

1% negativo. E a empresa que obteve o maior resultado foi novamente a Tarpon Investimentos

S.A., obtendo um resultado de 133%.

A média apresentada em 2014 foi de 15%, diminuindo 2% em relação ao ano anterior e

1% em relação a 2012. O BCO Sofisa S.A. novamente se destacou por ter o menor resultado

do grupo no período, apresentando um índice de 0%. E a empresa que teve um destaque positivo

e teve o maior resultado foi a também novamente a Tarpon Investimentos S.A., que apresentou

um resultado de 91%.

4.2.6 Segmento de Materiais Básicos

A Tabela 8 apresenta os resultados obtidos no segmento de Materiais Básicos dos três

níveis de Governança Corporativa dos anos de 2012, 2013 e 2014.

Tabela 8: Quociente da riqueza gerada no segmento de Materiais Básicos

Índice

Materiais Básicos 2014 2013 2012 Nível

CCX CARVÃO DA COLÔMBIA S.A. -5% -177% -2%

Novo

Mercado

DURATEX S.A. 24% 26% 24%

Novo

Mercado

FIBRIA CELULOSE S.A. 15% 13% 10%

Novo

Mercado

MAGNESITA REFRATÁRIOS S.A. 17% 16% 17%

Novo

Mercado

MMX MINERAÇÃO E METÁLICOS -59% -14% 3%

Novo

Mercado

PARANAPANEMA S.A. 22% 32% 51%

Novo

Mercado

CIA PROVIDENCIA INDUSTRIA E COMERCIO 8% 13% 13%

Novo

Mercado

KLABIN S.A. 18% 18% 21% Nível II

BRASKEM S.A. 11% 13% 12% Nível I

EDUCATEX S.A. INDUSTRIA E COMÉRCIO 25% 26% 33% Nível I

CIA FERRO LIGAS DA BAHIA - FERBRASA 35% 30% 28% Nível I

SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. 10% 9% 7% Nível I

USINAS SID DE MINAS GERAIS S.A. – USIMINAS 12% 15% 11% Nível I

VALE S.A. 14% 19% 13% Nível I

Médias 10% 3% 17%

Fonte: Elaboração Própria

Em 2012 a média de resultados obtida pelo grupo de Materiais Básicos foi de 17%. A

empresa que apresentou o menor índice entre o grupo foi a Ccx Carvão da Colômbia S.A., que

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33

teve um índice negativo de 2%. E a empresa que se destacou positivamente foi a Paranapena

S.A. que teve um resultado positivo de 51%.

Em 2013 a média apresentada pelo segmento de Materiais Básicos foi de 3%, tendo uma

diminuição de 14% comparado ao ano anterior. O destaque negativo do grupo das empresas

também foi a Ccx Carvão da Colômbia S.A., que teve um índice negativo de 177%. A empresa

que teve um destaque positivo foi a Cia Ferro Ligas da Bahia – FERBRASA, que apresentou

um resultado de 30%.

A média apresentada pelo grupo de entidades em 2014 foi de 10%, maior 7% que 2013

e menor 7% que o ano de 2012. A companhia que teve o menor desempenho foi a MMX

Mineração E Metálicos, que teve um índice negativo de 59%. O destaque positivo em relação

as outras empresas foi a Cia Ferro Ligas Da Bahia – FERBRASA que teve um índice de 35%.

4.2.7 Segmentos de Petróleo, Gás e Biocombustível

A Tabela 9 apresenta os resultados obtidos no segmento de Petróleo, Gás e

Biocombustível dos três níveis de Governança Corporativa dos anos de 2012, 2013 e 2014.

Tabela 9: Quociente da riqueza gerada no

segmento de Petróleo, Gás e Biocombustível

Petróleo Gás e Biocombustível 2014 2013 2012 Nível

HRT PARTICIPAÇÕES EM PETRÓLEO S.A. -89% -114% -1% Novo Mercado

OSX BRASIL S.A. -63% -25% 1% Novo Mercado

QGEP PARTICIPAÇÕES S.A. 14% 14% 15% Novo Mercado

Média -46% -42% 5%

Fonte: Elaboração Própria

Em 2012 a média apresentada pelo grupo supracitado foi de 5%. A empresa que se

distanciou mais negativamente do valor da média foi a HRT Participações em Petróleo S.A.,

que teve um resultado negativo de 1%. E a empresa que ficou mais distante do valor da média

positivamente foi a QGEP Participações S.A., que obteve um resultado de 15%.

Em 2013 a média apresentada foi negativa em 42 %, 47% menor que o valor do ano

anterior. A empresa que apresentou o melhor resultado foi a QGEP Participações S.A., que

apresentou um índice de 14%, entretanto percebe-se que a empresa que mais contribuiu para o

índice negativo do ano foi novamente a HRT Participações em Petróleo S.A., que apresentou

um resultado negativo de 114%.

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Em 2014 a média apresentada pelo grupo foi negativa de 46%, menor 4% que o valor

do ano anterior, e 51% que o ano de 2012. A empresa que mais se distanciou da média

negativamente foi a HRT Participações em Petróleo S.A., que obteve um índice negativo de

89%, e a empresa que mais corroborou para a média positivamente foi a empresa QGEP

Participações S.A., que apresentou um índice positivo de 14%.

4.2.8 Segmentos de Tecnologia da Informação

A Tabela 10 apresenta os resultados obtidos no segmento de Petróleo, Gás e

Biocombustível dos três níveis de Governança Corporativa dos anos de 2012, 2013 e 2014.

Tabela 10: Quociente da riqueza gerada no segmento de Petróleo, Gás e Biocombustível

Índice

Tecnologia da Informação 2014 2013 2012 Nível

BEMATECH S.A. 43% 46% 42%

Novo

Mercado

IDEIASNET S.A. 40% 36% 0%

Novo

Mercado

LINX S.A. 36% 34% 49%

Novo

Mercado

POSITIVO INFORMÁTICA S.A. 30% 30% 28%

Novo

Mercado

TOTVS S.A. 61% 61% 70%

Novo

Mercado

Média 42% 41% 38%

Fonte: Elaboração Própria

A média apresentada pelas empresas do segmento de Tecnologia da informação em

2012 foi de 38%. Observa-se que a empresa que teve o menor resultado dentre o grupo foi a

Ideiasnet S.A., que teve um resultado de 0%. E empresa Totvs S.A. foi a empresa que mais se

destacou positivamente, apresentando um índice de 70%.

Em 2013 a média obtida pelo grupo foi de 41%, tendo um aumento de 3% em relação

ao ano anterior. A entidade Positivo Informática S.A. apresentou o menor índice do grupo,

sendo ele de 30%. E a empresa que obteve o maior resultado foi a Totvs S.A., obtendo um

resultado de 61%.

A média apresentada em 2014 foi de 42%, aumentando1% em relação ao ano anterior e

4% em relação a 2012. A Positivo Informática S.A. novamente se destacou por ter o menor

resultado do grupo no período, apresentando um índice de 30%. E a empresa que teve um

destaque positivo e teve o maior resultado foi a também novamente a TotvsS.A., que apresentou

um resultado de 61%.

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4.2.9 Segmento de Telecomunicações

A Tabela 11 apresenta os resultados obtidos no segmento de Telecomunicações do Novo

Mercado dos anos de 2012, 2013 e 2014, pois foi a única empresa da amostra do segmento

supracitado.

Tabela 11: Quociente da riqueza gerada no segmento de Telecomunicações

Telecomunicações 2014 2013 2012 Nível

TIM PARTICIPAÇÕES S.A. 40% 44% 45% Novo Mercado

Média 40% 44% 45%

Fonte: Elaboração Própria

Por se tratar de uma empresa a média do grupo corresponde ao seu próprio índice

daquele período. A única empresa que da amostra que pertence ao segmento em questão é a

empresa Tim Participações S.A., que em 2012 apresentou um índice de 45%, em 2013 teve um

decréscimo de 1%, passando a obter um resultado de 44%, e em 2014 o índice foi de 40%,

menor 4% que o ano anterior, e 5% que em 2012.

4.2.10 Segmento de Utilidade Pública

A Tabela 12 apresenta os resultados obtidos no segmento de Telecomunicações dos três

níveis de Governança Corporativa dos anos de 2012, 2013 e 2014.

Tabela 12: Quociente da riqueza gerada no segmento de Utilidade Pública

Índice

Utilidade Pública 2014 2013 2012 Nível

CIA SANEAMENTO DE MINAS GERAIS – COPASA MG 20% 22% 23% Novo Mercado

CPFL ENERGIA S.A. 25% 25% 32% Novo Mercado

CPFL ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A. 4% 5% 4% Novo Mercado

EDP – ENERGIAS DO BRASIL S.A. 35% 28% 33% Novo Mercado

EQUATORIAL ENERGIA S.A. 26% 20% 14% Novo Mercado

ALUPAR INVESTIMENTO S.A. 15% 14% 15% Nível II

CETRAIS ELET DE SANTA CATARINA S.A. 63% 51% 58% Nível II

ELETROPAULO METROP. ELET. SÃO PAULO S.A. 40% 44% 55% Nível II

RENOVA ENERGIA S.A. 5% 6% 4% Nível II

CIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS - CEMIG 38% 39% 43% Nível I

CIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL 31% 29% 35% Nível I

CENTRAIS ELET BRAS S.A. - ELETROBRAS 9% 6% 3% Nível I

Média 26% 24% 27%

Fonte: Elaboração Própria

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Observa-se que no segmento de Telecomunicações a média dos índices apresentados

pelas empresas no ano de 2012 foi de 27%. Entretanto percebe-se que tiveram empresas que

ficaram distantes desse valor, como a empresa CetraisElet de Santa Catarina S.A., que

apresentou um índice de 58%, o maior índice do grupo, logo que gerou uma riqueza 58%

superior ao valor de seu ativo. Há também empresas que obtiveram um valor inferior ao valor

da média do ano, como por exemplo a empresa Centrais EletBras S.A. - Eletrobras, que teve

um índice de 3%, o menor resultado do grupo naquele ano.

Em 2013 a média dos índices apresentados foi de 24%, tendo um descréscimo de 3%

em comparação ao ano anterior. A empresa que obteve o maior desempenho foi a CetraisElet

de Santa Catarina S.A., que apresentou um índice de 51%. Entretanto, observa-se que a

empresa CPFL Energias Renovável S.A. se destaca por ter sido a que no ano estudado mas se

distanciou da média negativamente, apresentando um índice de 5%.

Em 2014 houve um aumento de 2% do índice em relação a 2013, e um decréscimo de

1% em relação a 2012, apresentando uma média de 26%. A empresa CetraisElet de Santa

Catarina S.A. também teve a maior variação positiva em relação a média no ano em questão,

apresentando um valor de 63%. A empresa que se distanciou mais da média negativamente foi

a CPFL Energias Renováveis S.A., que apresentou um valor de 4%.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve por objetivo identificar a riqueza gerada do pelas empresas

listadas nos diferentes níveis de governança corporativa da BM&FBOVESPA nos anos de

2012, 2013 e 2014. Foi feita uma análise comparativa entre os níveis de governança corporativa

Novo Mercado, Nível II e Nível I e entre os dez segmentos os quais as empresas se dividem.

Considerando-se a primeira análise feita, a qual é feita a comparação entre os níveis de

Governança Corporativa, observou-se que as empresas dos três níveis, em geral, não apresentam a

mesma média de geração de riqueza em relação aos respectivos ativos totais. O Nível II apresentou

um maior resultado em relação aos demais segmentos, seguido pelo Novo Mercado, e pelo Nível I

respectivamente. Observa-se dessa forma que o nível de Governança Corporativa, não influencia o

resultado das empresas, de forma que apesar doo Nível de Novo Mercado ter mais regras de

Governança Corporativa não significou por esse motivo que ele teve um resultado maior que os

demais níveis.

Observando a segunda análise feita entre os diferentes segmentos os quais as empresas são

classificadas, percebe-se que o segmento de Telecomunicações foi o que atingiu o resultado maior

em relação aos outros nove uma vez que apresentou melhor resultado em dois anos consecutivos

(2012 e 2013), em seguida vem o setor de Tecnologia da Informação que teve o melhor resultado

no ano de 2014, e o setor que teve o pior desempenho foi o de Petróleo, Gás e Biocombustível,

que apresentou o pior resultado nos três anos analisados.

Percebe-se o impacto da pesquisa para o investidor externo uma vez que as informações

que são divulgadas nas demonstrações financeiras foram calculadas através do índice de forma

que é apresentada a riqueza das empresas em relação ao seu ativo total, mostrando ao usuário

da informação os dados de uma forma diferente, aumentando a possibilidade de

comparabilidade entre as empresas do mesmo setor, além de dar mais transparência a situação

do mercado e comparativamente entre as empresas. Dessa forma o usuário da informação deve

levar em consideração que tanto os níveis, quanto os segmentos não são amostras homogêneas,

o que deve ser interpretado quando for comparar a média dos níveis e dos segmentos.

Em pesquisas futuras sugere-se analisar o motivo de diferença de média entre os

determinados Níveis de Governança Corporativa, além de analisar o que motiva a diferença de

média entre os diferentes segmentos.

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ANEXOS

Anexo 1 – Modelo da Demonstração do Valor Adicionado

Anexo 2 – Comparativo dos Segmentos de Listagem

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Anexo 1

Anexo 1 Modelo de Demonstração do Valor Adicionado

Descrição Em

Milhares

de Reais

em 20X1

Em

Milhares

de Reais

em 20X2

1 – RECEITAS

1.1) Venda de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa - Reversão/

(Constituição)

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos - ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviço de terceiros e outros

2.3) Perda/Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA

ENTIDADE (3-4)

6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.1.1 – Remuneração direta

8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.2.1 – Federais

8.2.2 – Estaduais

8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis

8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio

8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

Fonte: CPC 09

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Anexo 2

Comparativo dos Segmentos de Listagem

NOVO MERCADO NÍVEL 2 NÍVEL 1 TRADICIONAL

Características das

Ações Emitidas

Permite a existência

somente de ações ON

Permite a

existência de

ações ON e PN

(com direitos

adicionais)

Permite a existência de ações ON e PN

(conforme legislação)

Percentual

Mínimo de Ações

em Circulação

(freefloat)

No mínimo 25% de freefloat Não há regra

Distribuições

públicas de ações Esforços de dispersão acionária Não há regra

Vedação a

disposições

estatutárias

Limitação de voto inferior a 5% do

capital, quórum qualificado e "cláusulas

pétreas”

Não há regra

Composição do

Conselho de

Administração

Mínimo de 5 membros, dos quais pelo

menos 20% devem ser independentes

com mandato unificado de até 2 anos

Mínimo de 3

membros

(conforme

legislação), com

mandato unificado

de até 2 anos

Mínimo de 3

membros

(conforme

legislação)

Vedação à

acumulação de

cargos

Presidente do conselho e diretor presidente ou principal

executivo pela mesma pessoa (carência de 3 anos a partir da

adesão)

Não há regra

Obrigação do

Conselho de

Administração

Manifestação sobre qualquer oferta

pública de aquisição de ações da

companhia

Não há regra

Demonstrações

Financeiras Traduzidas para o inglês Conforme legislação

Reunião pública

anual Obrigatória Facultativa

Calendário de

eventos

corporativos

Facultativo

Divulgação

adicional de

informações

Política de negociação de valores mobiliários e código de

conduta Não há regra

Concessão de

TagAlong 100% para ações ON

100% para ações

ON e PN

80% para ações ON (conforme

legislação)

Oferta pública de

aquisição de ações

no mínimo pelo

valor econômico

Obrigatoriedade em caso de

cancelamento de registro ou saída do

segmento

Conforme legislação

Adesão à Câmara

de Arbitragem do

Mercado

Facultativo

Fonte:

BM&FBOVESPA