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Universidade de Brasília - UnB Faculdade UnB Gama - FGA Curso de Engenharia Automotiva OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE CHASSI VEICULAR TIPO ESCADA Autor: Michel Henrique Machado Alba Orientadora: Suzana Moreira Ávila Coorientadora: Maura Angélica Milfont Shzu Brasília, DF 2015

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Universidade de Brasília - UnB Faculdade UnB Gama - FGA

Curso de Engenharia Automotiva

OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE CHASSI VEICULAR TIPO ESCADA

Autor: Michel Henrique Machado Alba Orientadora: Suzana Moreira Ávila

Coorientadora: Maura Angélica Milfont Shzu

Brasília, DF

2015

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MICHEL HENRIQUE MACHADO ALBA

OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE CHASSI VEICULAR TIPO ESCADA Monografia submetida ao curso de graduação em Engenharia Automotiva da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Automotiva. Orientadora: Suzana Moreira Avila D.Sc Coorientadora: Maura Angelica Milfont Shzu D.Sc.

Brasília, DF 2016

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CIP – Catalogação Internacional da Publicação*

Alba, Michel Henrique Machado.

Otimização Paramétrica de Chassi Veicular Tipo Escada

/ Michel Henrique Machado Alba. Brasília: UnB, 2015.

70 p. : il. ; 29,5 cm.

Monografia (Bacharel em Engenharia Automotiva) –

Universidade de Brasília

Faculdade do Gama, Brasília, 2016. Orientação: Suzana

Moreira Ávila.

1. Chassi. 2.Otimização. 3. Análise estrutural I. Ávila, Suzana.

II. Otimização Paramétrica de Chassi Veicular Tipo Escada.

CDU Classificação

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OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DE CHASSI VEICULAR TIPO ESCADA

Michel Henrique Machado Alba

Monografia submetida como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Automotiva da Faculdade UnB Gama - FGA, da Universidade de Brasília, em 01/07/2016 apresentada e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

Prof. D.Sc: Suzana Moreira Ávila Orientadora

Prof. D.Sc.: Maura Angélica Milfont Shzu Coorientadora

Prof. D. Sc. Carla Tatiana Mota Anflor, UnB/ FGA Membro Convidado

Brasília, DF 2015

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Alessandra Machado Alba e Jolnei Luiz Alba por todo o amor, suporte, dedicação e bons exemplos a mim entregues durante toda a vida. Também à minha irmã Alexsandra Machado Alba por todo o incentivo e companheirismo.

À minha segunda família, tios Jaira Maria Alba Puppim e Ramsés di Mauricio Puppim, primos Atilla Puppim e Régis Puppim, por me acolher em Brasília e dar todo o apoio necessário para seguir em frente.

As Professoras Suzana Moreira Ávila e Maura Angélica Milfont Shzu pela orientação, paciência e ensinamentos transmitidos, fundamentais para realização deste trabalho.

A toda minha família, materna e paterna, amigos de Campo Grande e de Brasília, colegas, demais professores e colaboradores que direta ou indiretamente me apoiaram ao longo dessa jornada e tornaram possível a conquista dos meus objetivos.

A Universidade de Brasília pela formação e suporte. A Deus, por tudo.

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“É necessário sempre acreditar que o sonho é possível [...]”

Edy Rock

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RESUMO Este trabalho consiste em um procedimento de análise e aprimoramento de um chassi de veículo automotivo do tipo escada, onde objetiva-se a redução da quantidade de material empregue em sua concepção. O chassi automotivo é responsável direto pelo bom funcionamento de quase todos os outros sistemas em um veículo, porém também é responsável por considerável parcela do custo de produção. Atualmente existem diversos métodos de análise e algoritmos otimizadores aplicáveis a estruturas, através dos quais é possível a elaboração de modelagem de componentes automotivos e estudos de melhoria em diversos aspectos. A proposta deste trabalho é de, inicialmente através do algoritmo otimizador de primeira ordem do software Ansys 13.0 e posteriormente através de implementação de algoritmo do software modeFRONTIER, elaborar um processo de otimização paramétrica de um chassi tipo escada, modelo Cargo C-816, no qual as dimensões do perfil de seção transversal sejam alteradas, de forma a minimizar o seu volume total e consequentemente a quantidade de material utilizado para sua fabricação. Os critérios utilizados para tratamento dos parâmetros foram baseados em análises estática e dinâmicas, pelo Método dos Elementos Finitos. Palavras-chave: Otimização, Chassi Escada, Análise estrutural, MEF.

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ABSTRACT

This work consists in a ladder automotive chassis analysis and enhancement procedure, where the objective is weight reduction. The automotive chassis is directly related to the good behavior of almost all vehicle systems, but also is associated to a substantial portion of the manufacture cost. Currently there are many analysis methods and optimization algorithms applicable to structures through which is possible the modeling of automotive componentes and improvement studies in several aspects. The proposition of this study is, initially through the Ansys 13.0 first order optimization algorithm and then by applying a modeFRONTIER’s algorithm, formulate a parametric optimization of a ladder chassis, model Cargo C-816, which the cross-section profile are modified so the total volume is minimized and consequently descreases the amount of material used in the fabrication. The criteria used for the parameters processing were based in static and dynamic analysis with the Finit Element Analysis method. Keywords: Optimization. Ladder Chassis. Structural Analysis, FEA.

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LISTA DE FIGURAS (corrigir paginação) Figura 2.1 - Cargas suportadas pelo veículo. Fonte: Happian-Smith, 2002 .............. 15 Figura 2.2 - Chassi ladder de seção aberta da década de 1920. Fonte: Happian-Smith (Cortesia da Vauxhall Archive Centre), 2002 .................................................. 16 Figura 2.3 - Chassis tipo Escada; 1 - longarinas, 2 – travessas. Fonte: ABNT, NBR 5533 .................................................................................................................... 17 Figura 2.4 - Chassi tipo Escada com travessas em “X”, um dos primeiros modelos criados. Fonte: Happian-Smith, 2002 ........................................................................ 17 Figura 2.5 - Chassi escada da Ford F-450 americana. Fonte: Best Cars, 2009........ 18 Figura 2.6 – Mercedes 300SLR. Fonte: Edgar’s Cars’N’Fun, 2014. .......................... 19 Figura 2. 7 - Chassi tubular tipo space frame. Fonte: Technical F1 Dictionary .......... 20 Figura 2.8 - Estrutura space frame do modelo alternativo ao kart da companhia australiana Hyper PRO Racer. Fonte: Kart Sport News ............................................ 20 Figura 2.9 - Citroën Traction Avant: destaque em inovação à época devido ao chassi monobloco e à tração dianteira. Fonte: FlatOut ........................................................ 21 Figura 2.10 - Chassi monobloco. Fonte: Barata, 2012 .............................................. 22 Figura 2.11 - Chassi monobloco da Suzuki Gran Vitara JIII; destaque nas regiões de reforço estrutural. Fonte: 4x4 Brasíl, 2008 ................................................................ 22 Figura 2.12 - Linha de produção do chassi monobloco do Volkswagen Up!, em Taubaté-SP. Fonte: Eco Curitiba, 2014............................................................ ......... 23 Figura 2.13 - Desenho técnico do modelo C-816 3300-EE. Fonte: Manual do Implementador, 2014............................................................ ..................................... 24 Figura 2.14 - Exemplo de aplicação de otimização paramétrica (adaptado). Fonte: Archi Expo............................................................ ..................................................... 26 Figura 2.15 - Exemplos de aplicação de otimização de forma. Fonte: Silva, 2003 ... 27 Figura 2.16 - Exemplos de aplicação de otimização topológica. Fonte: Silva, 2003 . 28 Figura 2.17 - Exemplos de solução ótima dentro de domínio viável. Fonte: Silva, 2003............................................................ ............................................................... 31 Figura 2.18 - Exemplo de solução gráfica para um problema de otimização (adaptado). Fonte: Arora, 2004 ................................................................................. 33 Figura 2.19 - Exemplo de Fronteira de Pareto. Fonte: ESSS Conference & ANSYS Users Meeting, 2016. ................................................................................................ 33 Figura 2.20 - Diagrama Robustez vs. Precisão vs. Taxa de Convergência. Fonte: ESSS Conference & ANSYS Users Meeting, 2016.. ................................................. 33 Figura 3.1 - Fluxograma de Otimização Estrutural. ................................................... 40 Figura 4.1 - Treliça de três barras (adaptado). Fonte: Haftka e Gürdal, 1992 ........... 40 Figura 4.2 - Esforços internos da treliça............................................................ ........ 41 Figura 4.3 – Deslocamentos da treliça....................................................................... 41 Figura 4.4 – Tensões geradas na treliça.................................................................... 44 Figura 4.5 – Variação dos raios no decorrer das iterações ....................................... 46 Figura 4.6 – Variação do volume total no decorrer das iterações ............................. 47 Figura 4.7 - Perfil da seção transversal do modelo. Fonte: Manual do Implementador, 2013............................................................ ............................................................... 48 Figura 4.8 - Dimensões da seção transversal de perfil “U”. Fonte: Ansys Tutorials .. 49 Figura 4.9 - Vista lateral dos carregamentos distribuídos aplicados às longarinas. Fonte: Furtado, 2013............................................................ ..................................... 50 Figura 4.10 - Chassi modelado no Ansys............................................................ ...... 51 Figura 4.11 - Tensões no chassi............................................................ .................... 51 Figura 4.12 - Deslocamentos no chassi............................................................ ......... 51

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Figura 4.13 - Variação dos comprimentos do perfil no decorrer das iterações ......... 53 Figura 4.14 - Variação das espessuras do perfil no decorrer das iterações .............. 53 Figura 4.15 - Variação do volume total da estrutura no decorrer das iterações ........ 54 Figura 4.16 - Nova modelagem com adição de elementos de suspensão.................54 Figura 4.17 - Nova configuração paramétrica do perfil..............................................54 Figura 4.18 - Localização dos nós avaliados.............................................................54 Figura 4.19 - Amplitude de resposta do deslocamento do nó 16 no domínio da frequência...................................................................................................................54 Figura 4.20 - Variação do deslocamento do nó 126 ao longo do tempo....................54 Figura 4.21 - Fluxograma de execução das análises.................................................54 Figura 4.22 - Distribuição das variáveis no domínio (ULH)........................................54 Figura 4.23 - Projeções 2-D da distribuição das variáveis no domínio (ULH)............54 Figura 4.24 - Workflow do processo de otimização....................................................54 (completar)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Descrição dos elementos ........................................................................ 40 Tabela 2 – Entradas do algoritmo ............................................................................. 43 Tabela 3 – Tensões nos elementos .......................................................................... 44 Tabela 4 – Resultados das tensões e deslocamento máximo .................................. 45 Tabela 5 – Dados iniciais e finais (19ª iteração) ........................................................ 46 Tabela 6 – Dimensões da seção transversal (adaptado). Fonte: Manual do Implementador, 2013. ............................................................................................... 48 Tabela 7 – Propriedades do aço LNE60. Fonte: Furtado, 2013 ................................ 49 Tabela 8 – Dimensões iniciais das variáveis de projeto ............................................ 50 Tabela 9 – Dados iniciais e finais (18ª iteração) ........................................................ 52 Tabela 10 – Resultados da análise modal. ............................................................... 52 Tabela 11 – Resultados da análise transiente para nós críticos ............................... 52 (completar)

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SUMÁRIO (corrigir paginação) 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 CONTEXTO ................................................................................................... 11 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 11 1.3 MOTIVAÇÃO ................................................................................................. 11 1.4 METODOLOGIA ............................................................................................ 12 1.5 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ............................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 14 2.1 CHASSI AUTOMOTIVO ................................................................................. 14 2.1.1 Conceitos............................................................................................... 14 2.1.2 Tipos ...................................................................................................... 15 2.1.2.1 Chassi Ladder ou Escada ............................................................... 15 2.1.2.2 Chassi tubular space frame ou bird cage ........................................ 18 2.1.2.3 Chassi monobloco ........................................................................... 21 2.1.3 Processos de Fabricação ...................................................................... 21 2.2 OTIMIZAÇÃO ................................................................................................. 24 2.2.1 Histórico................................................................................................. 24 2.2.2 Tipos ...................................................................................................... 26 2.2.2.1 Otimização Paramétrica .................................................................. 26 2.2.2.2 Otimização de Forma ...................................................................... 26 2.2.2.3 Otimização Topológica .................................................................... 27 2.2.3 Estrutura ................................................................................................ 29 2.2.3.1 Variáveis de projeto ........................................................................ 29 2.2.3.2 Função objetivo ............................................................................... 29 2.2.3.3 Restrições ....................................................................................... 30 2.2.3.4 Domínio Viável e Inviável ................................................................ 30 2.2.3.5 Soluções ......................................................................................... 32 2.2.3.5.1 Analíticas ............................................................................... 32 2.2.3.5.2 Gráficas ................................................................................. 32 2.2.3.5.3 Numéricas ............................................................................. 33 2.2.4 Otimizadores ......................................................................................... 34 2.2.4.1 Métodos Probabilísticos ...................................................................... 2.2.4.2 Métodos de Programação Matemática ............................................... 2.2.5 Aplicações .................................................................................................... 36 2.2.6 Outros Conceitos ................................................................................... 37 2.2.6.1 Design of Experiments ........................................................................ 2.2.6.2 Trade-off Curves / Fronteira de Pareto ............................................... 2.2.6.3 Robustez, Precisão e Taxa de Convergência ..................................... 2.2.6.4 Response Surface Models (RSM) ....................................................... 2.2.6.5 Multi Criteria Decision Making (MCDM) .............................................. 2.3 ESTADO DA ARTE ........................................................................................ 38

3 PROJETO DE OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DO CHASSI ESCADA ...................... 3.1 MODELAGEM E ANÁLISES ............................................................................... 3.2 VALIDAÇÃO ........................................................................................................ 3.3 OTIMIZAÇÃO - ETAPA PRELIMINAR (ANSYS) ................................................. 3.4 OTIMIZAÇÃO - SEGUNDA ETAPA (MODEFRONTIER) .................................... 3.5 AVALIAÇÃO PÓS-OTIMIZAÇÃO ........................................................................ 4RESULTADOS ........................................................................................................ 40

4.1 VALIDAÇÃO ................................................................................................... 40

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4.1.1 Cálculos Analíticos ................................................................................ 40 4.1.2 Simulação .............................................................................................. 43 4.2 OTIMIZAÇÃO - ETAPA PRELIMINAR (ANSYS) ............................................ 48 4.3 OTIMIZAÇÃO - SEGUNDA ETAPA (MODEFRONTIER) ............................... 48 4.4 AVALIAÇÃO PÓS-OTIMIZAÇÃO ................................................................... 48

5 CONCLUSÕES E TABALHOS FUTUROS............................................................. 55 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................... 57 ANEXOS ................................................................................................................... 60

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

No atual cenário do ramo industrial, são diversas as estratégias requeridas e

adotadas pelas grandes produtoras de equipamentos e serviços que tem como

intuito o aperfeiçoamento da produção. Para estar em conformidade com exigências

normativas e de mercado, e simultaneamente obter o maior lucro possível, em

muitos casos toma-se a decisão equivocada de poupar recursos humanos e

financeiros, mantendo os mesmos procedimentos e parâmetros de processo,

inviabilizando o aperfeiçoamento da produção.

1.2 OBJETIVOS

Visando a aplicação de melhorias em processos de fabricação, este trabalho

tem como propósito a utilização de procedimentos de simulação computacional que

alterem parâmetros estruturais e, dessa forma, minimize-se o quantitativo de

material consumido na produção de um componente automotivo.

Através de modelagem e análises realizadas no software ANSYS e o

processo de otimização a ser realizado pelo software modeFRONTIER, o objetivo

específico deste trabalho é a redução de dimensões em um chassi automotivo do

tipo escada (ladder), modelo Cargo C-816, no qual se pretende obter economia de

material através de redução de volume, sem que sejam desrespeitados limites

estruturais, como resistência a tensões e pequenos deslocamentos.

1.3 MOTIVAÇÃO

O interesse desta pesquisa veio através da possibilidade de somar à

contribuição dada por Furtado (2013) para os registros acadêmicos. O referido autor

realizou, para diferentes modelagens de elementos finitos, simulações estruturais

estáticas e dinâmicas em um chassi de caminhão tipo escada.

Outra fonte de interesse veio na possibilidade de preenchimento da lacuna

deixada pelo setor automotivo de aperfeiçoamento do processo de produção

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realizado por simulações computacionais, onde os conceitos estudados e

elaborados no âmbito da universidade muitas vezes podem ser aplicados.

1.4 METODOLOGIA

O presente trabalho foi iniciado com uma revisão bibliográfica com intuito de

se aprofundar o conhecimento teórico e matemático sobre o tema. A respeito do

chassi, o foco esteve no modelo previamente definido como objeto de estudo,

enquanto os conceitos e métodos de otimização foram pesquisados de forma

generalizada, a fim de que se encontrasse de forma crítica o método mais adequado

à proposta do projeto.

A forma para a obtenção dos resultados está moldada em uma divisão em

duas etapas: primeiramente a aplicação de conceitos a um modelo simplificado de

estrutura (uma treliça de três barras) a fim de validação da metodologia utilizada e,

posteriormente, o desenvolvimento das simulações com o chassi.

A construção do modelo computacional do chassi e as respectivas análises

sob ele foram feitas utilizando o Método dos Elementos Finitos através do ANSYS

13.0. Também foi utilizado um algoritmo de otimização de primeira ordem do próprio

software de forma a promover uma otimização tanto do modelo de validação quanto

uma otimização preliminar do chassi, focada na redução de volume da estrutura com

restrições geradas apenas da análise estática, onde se pretendeu avaliar e

compreender melhor o funcionamento de um projeto de otimização estrutural.

Em seguida foram realizadas análises do tipo dinâmicas pelo ANSYS, a fim

de que o processo de otimização pudesse ser modelado de forma mais próxima da

estrutura real e a otimização assim pudesse trazer resultados mais próximos do

ideal.

Por fim os resultados obtidos foram avaliados para que se fossem elaboradas

conclusões do trabalho realizado e apresentadas propostas de trabalhos futuros.

1.5 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

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Este trabalho foi dividido em quatro capítulos, a serem apresentados a seguir:

No Capítulo 1 está a introdução ao conteúdo do presente trabalho, abordando

contexto, objetivos e a estruturação do projeto.

No Capítulo 2 foi feita Revisão Bibliográfica do trabalho, onde aspectos como

histórico, modelos e funções de chassis automotivos e de otimização foram

aprofundados.

O Capítulo 3 contém a descrição dos procedimentos adotados para

elaboração e execução da metodologia do trabalho. Nele foram especificados os

conceitos e as ferramentas utilizados no processo de modelagem do projeto, desde

a validação até a extração dos resultados provenientes da otimização final do

chassi.

O Capítulo 4 descreve o que foi obtido através do desenvolvimento e da

metodologia deste trabalho. A apresentação dos resultados e a discussão dos

mesmos foram divididas conforme descrito no item 1.4.

O Capítulo 5 traz as conclusões obtidas com a realização da otimização e

seus resultados, e apresenta proposta de continuidade do trabalho.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para realização do presente trabalho de análise e otimização de parâmetros

em um chassi tipo escada se faz necessário um conhecimento profundo acerca da

estrutura do objeto de estudo, através de conceitos como aplicações, características

e também de seu desenvolvimento ao longo da história.

Neste capítulo será apresentada a fundamentação teórica do trabalho,

relacionando o chassi em seus diversos tipos, desde os primeiros modelos

produzidos, com definição de conceitos estruturais, de métodos de análise e

fundamentos das ferramentas utilizadas para a otimização. Por último será

apresentado um estudo do estado da arte deste assunto.

2.1 CHASSI AUTOMOTIVO

2.1.1 Conceitos

O chassi automotivo é a estrutura responsável por sustentar e acoplar

diversos componentes mecânicos e elétricos do veículo, além de promover

dirigibilidade e segurança aos usuários. Sua construção abrange requisitos como

resistência e estabilidade em diversas condições, afim de que os componentes a ele

fixados, tais como motor, eixos, rodas, sistemas de freio, suspensão e direção, não

tenham seu funcionamento comprometido.

Em condições normais de utilização de um veículo são aplicados sobre ele

inúmeras solicitações estáticas e dinâmicas, devidas à ação de cargas,

irregularidades do solo e forma de dirigibilidade, entre outros. Tais carregamentos

demandam da estrutura veicular alta resistência a flexão e vibração, de forma a

garantir que o veículo não sofra grandes deformações, fraturas por fadiga e que não

haja danos à saúde dos usuários causados por frequências indevidas. As

consideradas cargas básicas aplicadas a um veículo são cinco, conforme ilustrado

na Fig. (2.1): flexão, torção, combinação flexão-torção, lateral e frontal/traseira

(aceleração/frenagem) (HAPPIAN-SMITH, 2002).

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Figura 2.1 – Cargas suportadas pelo veículo. Fonte: Happian-Smith, 2002.

Além de todas as demandas impostas ao chassi em condições normais de

utilização, existem normas que exigem que o mesmo absorva impacto e sofra

deformações que minimizem danos físicos decorrentes de fortes impactos em

acidentes de trânsito.

Em geral chassis automotivos são fabricados em aço leve ou compósitos

plásticos (CHANDRA et al, 2012), materiais que fornecem a robustez necessária

para os trabalhos aos quais são submetidos (SINGH et al, 2014).

Ao longo do tempo, tal qual todo componente automotivo, o chassi sofreu

diversas alterações em seu formato, material e forma de concepção. A seguir são

descritos os principais tipos utilizados na atualidade, com uma abordagem

relacionada aos tipos de aplicação, surgimento cronológico, vantagens e

desvantagens.

2.1.2 Tipos

2.1.2.1 Chassi Ladder ou Escada

A utilização dessa forma de chassi, também chamada twin-rail foi aplicada

nos primeiros veículos automotores fabricados, tal qual o exemplo ilustrado na Fig.

(2.2). Nesses veículos quase todas as cargas (principalmente flexoras e torcionais)

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são suportadas pelo chassi, concentrando nele toda a rigidez da estrutura e,

portanto, não havendo grande influência da carcaça. Nos primeiros modelos,

inclusive, não havia teto e a carcaça era fabricada em madeira (HAPPIAN-SMITH,

2002).

Figura 2.2 – Chassi ladder de seção aberta da década de 1920. Fonte: Happian-

Smith (Cortesia da Vauxhall Archive Centre), 2002.

Ele é tipicamente composto por vigas de seção vazada retangular, circular ou

perfil aberto “C”. É formado por dois membros paralelos dispostos no sentido do

comprimento do veículo chamados longarinas (retas ou curvas, paralelas ou não),

que são interligadas por membros transversais (com quantidade e disposição a

depender do modelo), chamados transversinas ou travessas, exemplificados nas na

Fig. (2.3) e (2.4) (OLIVEIRA, 2007).

Nesse tipo de estrutura, na qual a base e a carcaça são peças separadas, é

possível que o chassi sofra torção sem causar estresse no habitáculo que comporta

passageiros ou carga, prolongando a vida útil da carroceria e evitando o surgimento

de ruídos. Também são mais baratos de fabricar e de reparar em caso de acidentes,

em comparação com outros tipos de chassi utilizados atualmente.

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17

Figura 2.3 – Chassis tipo Escada; 1 - longarinas, 2 – travessas. Fonte: ABNT, NBR

5533.

Outra vantagem é a chamada modularidade, que permite a criação de

diferentes modelos de veículos através de diferentes arranjos de componentes

montados sobre a mesma estrutura. Segundo Reimpell et al (2001), montadoras

afirmam que até 30% do total de componentes de um veículo podem ser os mesmos

empregues em outros modelos. Um estudo mais profundo sobre as vantagens desse

tipo de conceito na indústria automotiva foi desenvolvido por Rodrigues (2010).

Figura 2.4 – Chassi tipo Escada com travessas em “X”, um dos primeiros

modelos criados. Fonte: Happian-Smith, 2002.

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Dessa forma, no mercado atual, a aplicação deste tipo de chassi é

concentrada em veículos de médio e grande porte, de alta capacidade de carga e

comumente sujeitos à torção devida a desnivelamento entre rodas, causados por

terrenos irregulares (SAMAHÁ, 2009) tais como picapes, utilitários, caminhonetes e

caminhões, como no modelo F-450 da Ford, mostrado na Fig. (2.5).

Figura 2.5 – Chassi escada da Ford F-450 americana. Fonte: Best Cars,

2009.

2.1.2.2 Chassi tubular Space Frame (ou Bird Cage)

Outra forma de chassi é o tipo tubular space frame ou bird cage, que

diferentemente do tipo escada, é tridimensional, pois possui uma profundidade com

dimensão relevante se comparada ao comprimento e à largura.

Ele nada mais é que uma estrutura em forma de treliças, composta por tubos

de seções transversais circulares e vazadas, conforme ilustrado na Fig. (2.6), que

acarretam em uma massa relativamente baixa, porém com alta rigidez e resistência.

Nesta configuração, todas as barras compõem planos triangulares, de forma que os

elementos de viga sejam sujeitos apenas a esforços axiais de tensão ou

compressão, com exceção das juntas soldadas que recebem pequenas flexões e

torsões (HAPPIAN-SMITH, 2002).

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Figura 2.6 – Chassi tubular tipo space frame. Fonte: Technical F1 Dictionary.

A origem desse tipo de chassi remete, segundo Oliveira (2007), à época da II

Guerra Mundial, onde o aviador Barnes Wallis o desenvolveu com o intuito de

aumentar a resistência de aviões, para que pudessem suportar grandes quantidades

de dano, mesmo em condições de voo. Posteriormente, foi utilizado este tipo de

chassi em modelos de veículos renomados, como o Mercedes 300SLR (Fig. (2.7)),

Lamborghini Countach e o Jaguar Bird Cage, além outros modelos das fabricantes

Lotus e Maseratti (OLIVEIRA, 2007) (PINTO FILHO, 2004). Atualmente, a principal

aplicação é feita em veículos de corrida, que necessitam de alta resistência, baixo

peso e segurança ao motorista.

O objetivo de se obter alta rigidez aliada a um baixo peso, a fim de garantir

aos carros de corrida bom contato com o solo e maior eficiência dinâmica compõe

uma grande demanda de engenharia automotiva, que muitas vezes atinge

excelentes resultados, tornando vantajosa a opção desse tipo de concepção para

algumas aplicações. Dessa forma, é uma boa opção de aplicação de otimização

para trabalhos futuros.

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Figura 2.7 – Mercedes 300SLR. Fonte: Edgar's Cars'N'Fun, 2014.

Por outro lado, a complexidade desse modelo devida às junções soldadas o

torna de difícil concepção e reparo. Além disso, o acesso ao habitáculo do motorista

tem certa restrição dependendo da disposição dos tubos, sendo este um dos

motivos da Mercedes-Benz ter adotado em alguns modelos (como o 300SLR) a

abertura de portas do tipo “asa de gaivota” e outras fabricantes terem optado pelo

uso de chassis tipo space frame apenas em modelos conversíveis ou estruturas

mistas (região central em casca e regiões frontal e traseira treliçadas), porém

sempre é preciso adotar-se estratégias adicionais ao incrementar-se a rigidez de um

veículo pela aplicação desse tipo de estrutura, como no caso do modelo alternativo

de kart ilustrado na Fig. (2.8) (OLIVEIRA, 2007).

Figura 2.8 – Estrutura space frame do modelo alternativo ao kart da companhia australiana Hyper PRO Racer. Fonte: Kart Sport News.

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2.1.2.3 Chassi Monobloco

Este modelo, que é o mais utilizado na atualidade, tem disposição

tridimensional, assim como no space frame, e possui como principal característica a

forma integrada de chassi e carroceria, compondo uma estrutura única.

Surgidos na década de 1920, após o predomínio dos chassis tipo escada, o

pioneiro deste tipo de estrutura foi o Lancia Lambda de 1922. Posteriormente

surgiram outros modelos com esta confirguração, tais como Citroën Traction Avant

(Fig. (2.9)) e Chrysler Airflow (1934), Opel Olympia (1935), Lincoln Zephyr (1936),

entre outros (SAMAHÁ, 2009). Atualmente são aplicados a 95% dos veículos de

passeio.

Figura 2.9 - Citroën Traction Avant: destaque em inovação à época devido ao

chassi monobloco e à tração dianteira. Fonte: FlatOut.

Segundo Pinto Filho (2004), do ponto de vista estrutural um monobloco tem

que resistir aos mesmos esforços e atender aos mesmos requisitos que um veículo

similar que possua quadro de chassi e carroceria. Seu processo de fabricação

envolve a produção de suportes nas regiões inferiores mais reforçadas que remetem

à longarinas e travessas (Fig. (2.10)). São acrescidas à base colunas verticais

laterais nas regiões traseira, central e frontal, placas metálicas através de

estampagem formam a carroceria e outros componentes como portas e capôs, que

posteriormente são soldados à base (Fig. (2.11)).

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Figura 2.10 – Chassi monobloco da Suzuki Gran Vitara JIII; destaque nas

regiões de reforço estrutural. Fonte: 4x4 Brasíl, 2008.

Figura 2.11 – Chassi monobloco. Fonte: Barata, 2012.

Segundo Happian-Smith (2002) as vantagens da estrutura integral são

numerosas. É mais rígida em torção e flexão, possui menor peso do que quando se

utiliza chassi e corpo separados, pode ser produzido com um custo mais baixo, e

produz um carro mais silencioso para os passageiros, além de oferecer boa

utilização do espaço interno e proteção contra impactos. Outra importante vantagem,

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segundo Oliveira (2007) é a sua facilidade de adequação aos processos

automatizados de fabricação, o que minimiza o custo.

Uma grande desvantagem, porém, é que ao envolver alto custo ferramental,

de molde e máquinas de estampagem, torna inviável sua produção em escala

abaixo de cem mil veículos por ano (HAPPIAN-SMITH, 2002). A alta complexidade

da união de membros através de solda (em sua maioria soldas-ponto, com algumas

aplicações de cordão de solda MIG e a laser) faz necessária a automatização de

etapas de processo (Fig. (2.12)), o que eleva o custo de produção, principalmente

em baixa escala, além de requerer importantes testes experimentais para assegurar

um bom comportamento sob torção e resistência à fadiga (CASTRO, 2008).

Para elaboração de um projeto de otimização de peso, neste tipo de estrutura,

a modelagem e as análises através de simulação tomam proporções complexas que

excedem o escopo deste trabalho.

Figura 2.12 – Linha de produção do chassi monobloco do Volkswagen Up!,

em Taubaté-SP. Fonte: Eco Curitiba, 2014.

Existem ainda outros tipos de chassi não citados, como o “coluna vertebral”

(backbone) e modelos fabricados especificamente para aplicações agrícolas.

Durante a presente revisão bibliográfica foram levadas em consideração as

características de cada tipo de chassi e sua aplicabilidade. Dessa forma, por possuir

baixa complexidade, na atualidade ainda ser amplamente utilizado e pela

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acessibilidade a dados para modelagem, o chassi tipo escada foi o que melhor se

adequou a proposta deste trabalho, sendo o escolhido como objeto de estudo.

O modelo selecionado, C-816 da linha Cargo (Fig. (2.13)), fabricado pela

Ford, é o mais barato e de maior aplicabilidade da linha, utilizado em caminhões de

categoria semileve (PBT de 3,5 a 6 toneladas, segundo CNT 2011), implementado

em baú alumínio, baú frigorífico, baú lonado, plataforma de guincho e carga seca

(MANUAL DO IMPLEMENTADOR, 2014).

Figura 2.13 – Desenho técnico do modelo C-816 3300-EE. Fonte: Manual do

Implementador, 2014.

2.1.3 Processos de Fabricação

Dentro do contexto de estudos referentes a chassis automotivos, se faz

importante a conceituação dos procedimentos realizados durante a manufatura

deste tipo de componente, conceitos estes que tendem a ter grande impacto sobre a

elaboração do processo de otimização via simulação computacional, no sentido de

garantir fidelidade e conformidade do modelo comparativamente ao componente

real.

Apesar do tipo do objeto de estudo deste trabalho envolver menor

complexidade de elaboração (em comparação a outros tipos de chassis utilizados

em grande escala, como o monobloco), o fato de este ser aplicado desde os

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primeiros veículos fabricados, tal como o modelo ilustrado na Fig. (2.2) do item

2.1.2.1 deste trabalho, acarreta em elevado aprimoramento das técnicas de

fabricação adotadas ao longo do tempo.

Inicialmente tem-se como preocupação a definição e a obtenção do material

com o qual o chassi será confeccionado. A forma com que este material é obtido,

bem como os tratamentos requeridos após a confecção do mesmo são critérios

incisivos nas características e propriedades mecânicas do componente, que

consequentemente determinarão seu comportamento quando submetido aos

diferentes tipos de cargas aplicadas durante seu regime de trabalho.

Dessa forma, requer-se que o projeto de fabricação de qualquer componente

mecânico envolva um estudo da correlação entre as características microestruturais

e as propriedades mecânicas do material utilizado. Esta análise envolve a

comparação da resposta do componente ou sua deformação às cargas ou forças

provenientes de seu regime de trabalho. Tais propriedades mecânicas são

principalmente definidas em parâmetros de resistência mecânica, dureza,

durabilidade e rigidez (CALLISTER, 1991).

A elevada resistência, somada à ocorrência de deformação e à tolerância a

grandes períodos submetido a cargas, agregam aos materiais metálicos legitimidade

em sua extensiva aplicação em estruturas. Como citado por Callister (1991), em

serviço, qualquer seja o material utilizado na sua produção, componentes mecânicos

são submetidos a esforços e, considerando-se fatores como natureza da carga

aplicada e sua duração, bem como condições ambientais, as características de

resposta a tais situações validam a utilização de materiais metálicos na fabricação

de chassis automotivos, principalmente os do tipo escada, sujeitos a cargas ainda

maiores quando implementados em veículos de grande porte ou de aplicação

agrícola, por exemplo.

Atualmente são diversas as pesquisa a respeito das vantagens da

substituição de componentes automotivos que há muito tempo são fabricados em

aço por peças de equivalente rigidez produzidas em alumínio, por exemplo. Outra

área de ciência dos materiais que atualmente tem grande espaço em linhas de

pesquisa é a relativa à aplicação de materiais compósitos em componentes

automotivos. Por motivos de não extrapolação do escopo deste trabalho e, conforme

citado por Pinto Filho (2004), o fato de a aplicação de aço estrutural ainda ser a mais

efetiva quando se trata de veículos sujeitos a elevadas cargas, em que o fator

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resistência mecânica é predominante no projeto (como é o caso da maioria dos

modelos no qual são utilizados chassis do tipo escada), serão assumidos neste texto

as propriedades e características do aço estrutural, predominantemente as do tipo

LNE 60, empregues na produção do objeto de estudo do trabalho.

Para fabricação das longarinas e travessas dos chassis do tipo escada,

inicialmente são produzidas chapas metálicas, através do processo chamado

laminação, na espessura que se projeta do perfil de seção transversal, podendo esta

laminação ser realizada por diferentes métodos (conforme a cinemática, geometria

de ferramenta/peça ou temperatura da peça, entre outras classificações).

A composição química do material (em percentual de massa), bem como as

propriedades mecânicas (limite de escoamento, limite de resistência e alongamento,

por exemplo), possuem especificações indicada pelas fabricantes e seguem limites

estabelecidos por referência à norma, como o caso da NBR 6656 (2008).

Após laminação do aço, a etapa seguinte do processo de fabricação do

chassi tipo escada é a de conformação mecânica realizada através de dobramento.

No caso do modelo do presente trabalho, este procedimento é tomado para que

sejam confeccionadas as peças em perfil aberto, porém há casos em que se aplicam

perfis fechados, de seção circular ou retangular. Apesar de em geral apresentar

menor rigidez, ao se produzir peças de perfil aberto ganha-se em relação à

recuperação de estrutura avariada e em facilidade de montagem de componentes

auxiliares comuns em veículos de carga (tanque de combustível, reservatório de ar,

entre outros) (PINTO FILHO, 2004).

Segundo Chieverini (1977), o dobramento é conceituado como “esforço que

se caracteriza por induzir numa peça tensões de compressão numa parte de uma

seção transversal e tensões de tração na parte restante, mas, ocasionalmente,

quando estruturas e peças estão em regime de trabalho, estas tensões podem ser

acompanhadas de cisalhamento transversal ou de torção. Este tipo de conhecimento

durante a produção de chassis automotivos se faz importante pois, devido às

tensões citadas acima, sabe-se quando o limite de proporcionalidade entre tensão e

deformação deixa de ser linear ao longo da seção, caso este em que o limite do

regime elástico é atingido e o material passa a apresentar comportamento plástico,

gerando efeitos como encruamento do material e surgimento de tensões residuais.

Ainda segundo Chiaverini (1977), no dobramento há destaque para dois

fatores: raio de curvatura e elasticidade do material. No caso do presente trabalho,

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no qual é assumido que não haverá mudança de material ou das propriedades do

material empregue comercialmente no modelo escolhido, o raio de curvatura é um

item que demanda atenção, no intuito de que se obtenham resultados finais

concordantes com a conceituação pesquisada.

Recomenda-se que durante o processo de manufatura deste tipo de

componente sejam evitados os chamados cantos vivos, através de determinação de

raios de curvatura de 3 a 4 vezes maiores do que a espessura da chapa para

materiais duros. Também em relação à materiais duros, demanda-se atenção quanto

a tendência da chapa em voltar à forma original devido ao caráter elástico do

material, chamado efeito mola ou recuperação elástica. Para isso recomenda-se

construção de matrizes com ângulos mais acentuados e realização do processo de

dobramento por etapas (CHIAVERINI, 1977)

Por último, são também determinantes no projeto de manufatura de chassis

automotivos os métodos utilizados em junção de componentes, tal qual a união entre

longarinas e travessas no caso do chassi tipo escada. Para isso, são utilizados três

diferentes métodos: por rebitamento, aparafusamento e soldagem. Em geral os dois

primeiros possuem maior simplicidade para manufatura de grande escala, porém no

quesito de garantia de rigidez, o processo de soldagem é o mais recomendado.

Conforme citado por Pinto Filho (2004), com elevação da acessibilidade a soldas de

maior nível tecnológico, como o caso da MIG, a produção de juntas de chassis mais

seguros e de maior rigidez teve grande avanço.

2.2 OTIMIZAÇÃO

Segundo Wilde (1978), otimização pode ser definida como “obter a melhor

solução viável de acordo com uma medida quantitativa de efetividade pré-definida”.

Vanderplaats (1984) define otimização em engenharia como “a melhor qualidade de

vida possível com os recursos disponíveis”. Haftka e Gürdal (1992) exemplificam

otimização com a invenção de alavancas e polias, que expressam o intuito do

homem de maximizar a eficiência mecânica de seu trabalho.

2.2.1 Histórico

O início de estudos relacionados à otimização estrutural é datado do final do

século XIX e era baseado na ideia de, através da teoria da elasticidade, propor

estruturas formadas por barras (treliça) com um alinhamento entre as direções das

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barras e das principais tensões, por Maxwell (1872) e Mitchell (1904). Dessa forma,

definiu-se que estrutura ótima (em que o material é mais bem aproveitado) será

aquela em que os elementos estejam sujeitos apenas à tração e compressão, sem

momentos fletores (SILVA, 2003).

Por se tratar de um método de difícil aplicação a estruturas mais complexas à

época, o seu desenvolvimento avançou muito pouco durante as décadas seguintes,

dada a ausência de suporte computacional adequado. Apesar de este método de

aproximação de treliças não ser uma representação adequada para meios

contínuos, ele é comumente utilizado na atualidade como referência para aferição de

softwares de otimização estrutural (SILVA, 2003).

Com o advento da computação, a partir da década de 60 o estudo de

otimização ganhou grande impulso. Ao obter-se tal suporte, diversos métodos de

cálculos lineares foram surgindo através da chamada programação linear.

Posteriormente tais métodos passaram a englobar também sistemas não lineares

através da programação. Este avanço colaborou muito para o surgimento de novas

técnicas de otimização.

Neste período houve grande desenvolvimento do chamado Método dos

Elementos Finitos (MEF, ou FEA – Finit Elements Analysis), que teve seu

surgimento no século XVIII quando Gauss propôs a utilização de funções de

aproximação para a solução de problemas matemáticos (OLIVEIRA, 2000) e o

desenvolvimento de teorias e técnicas analíticas para solução de problemas por

matemáticos durante o século seguinte, porém limitado até o advento da

computação para realização do processamento de equações algébricas

(GALLAGHER, 1975).

Também no período surgiu o conceito Computer-Aided Engineering (CAE),

que define a utilização de computadores para suporte ao trabalho em engenharia,

que utiliza o MEF para obtenção de resultados de análises estáticas, dinâmicas,

térmicas, acústicas e magnéticas para obtenção de tensões, deslocamentos,

vibrações, transferência de calor, escoamento de fluidos e diversas outras

aplicações (SANTOS et al, 2004).

Problemas que incialmente eram inviáveis de serem solucionados, tais como

treliças com grande número de barras, onde, mesmo as de formato simples, geram

sistemas de equações complexos, passaram a ser realizados de forma

computacional e extremamente mais rápida. Com este recurso em mãos, o

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desenvolvimento de algoritmos que elaboram soluções de sistemas de equações

complexos também teve enorme crescimento, o que permitiu o surgimento e

desenvolvimento de estudos de otimização.

Com isso, problemas discretos antes difíceis de resolver se tornaram triviais

e, então, problemas de meio contínuo passaram a ser desenvolvidos através da

discretização em elementos finitos de mesmas propriedades, para obtenção de

solução aproximada.

Atualmente, o processo de otimização de estruturas pode ser dividido em três

métodos. Seguindo ordem cronológica de surgimento: paramétrica, de forma e

topológica.

2.2.2 Métodos

2.2.2.1 Otimização Paramétrica

Esta é a primeira abordagem a surgir e a mais comum delas. Suas variáveis

de projeto são restritas às dimensões ou proporção das dimensões da estrutura,

preservando-se assim a forma original. As dimensões geralmente são o

comprimento dos elementos da estrutura e/ou as dimensões do perfil da seção

transversal, como ilustra a Fig. (2.14).

Figura 2.14 – Exemplo de aplicação de otimização paramétrica (adaptado).

Fonte: Archi Expo.

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2.2.2.2 Otimização de Forma

Neste método de otimização o foco está nos contornos internos e externos da

estrutura. Ele tem como premissa a alteração da posição dos nós e a remoção de

elementos no modelo MEF (Haftka e Gürdal, 1992). Esta abordagem permite a

otimização de cavidades da estrutura, buscando sua melhor forma, porém

diferentemente da otimização topológica não envolve a criação de novas cavidades.

As Fig. (2.15) (a) e (b) exemplificam este método de otimização

(a)

(b)

Figura 2.15 – Exemplos de aplicação de otimização de forma. Fonte: Silva,

2003.

2.2.2.3 Otimização Topológica

O método de otimização topológica (MOT) é a abordagem de otimização mais

recentemente desenvolvida. Em relação aos outros métodos, este em geral envolve

maior remoção de material do objeto inicial e possui diversas aplicações na

engenharia além da estrutural. O MOT basicamente distribui o material no interior de

um domínio fixo de forma a maximizar ou minimizar uma função custo especificada

(por exemplo, máxima rigidez e mínimo volume de material), como exemplificado na

Fig. (2.16) (SILVA, 2003).

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Figura 2.16 – Exemplos de aplicação de otimização topológica. Fonte: Silva,

2003.

Definidos os tipos de otimização existentes, é importante salientar que todos

têm suas vantagens e desvantagens, e a escolha do método a ser utilizado irá

depender da necessidade do projeto em questão.

Em relação à retirada de material (diminuição no peso), a otimização

topológica é a de melhores resultados, porém também é o método de maior

complexidade de elaboração de formulação e algoritmo, além de ser a de maior

custo computacional, enquanto a otimização paramétrica, apesar de, em geral,

apresentar resultados menos expressivos em relação à redução de material, em

compensação possui estruturação mais simplificada e menor demanda

computacional.

Desse modo, antes da escolha de determinado método de otimização é

necessária uma avaliação geral do projeto, a fim de se observar suas principais

características e recursos disponíveis, para que o método mais adequado seja

corretamente selecionado e desenvolvido.

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2.2.3 Estrutura

O processo de otimização envolve etapas de desenvolvimento. Essas etapas

do projeto são definições de quesitos que serão incisivos na obtenção dos

resultados e na qualidade dos mesmos. Os conceitos associados a estes quesitos

serão descritos a seguir, que são: variáveis de projeto, função objetivo, restrição e

domínios viável e inviável.

2.2.3.1 Variáveis de projeto

As variáveis de projeto são incógnitas sujeitas a manipulação em um

processo de maximização ou minimização, que serão moldadas conforme

necessidade do problema (ROCKAFELLAR, 2007). Segundo Silva (2003) elas

podem ser divididas em contínuas ou não contínuas (discretas), porém um problema

de otimização pode ser adaptado, de forma ser tratado como uma ou outra, a

depender do critério de projeto.

Variáveis contínuas em geral são melhores de se trabalhar do que as

variáveis discretas, por envolver menor complexidade nos algoritmos de solução. Em

geral, para tratarem-se variáveis discretas como contínuas devem ser utilizados

algoritmos específicos, porém os resultados podem não respeitar restrições

impostas ao problema caso haja muito espaçamento entre os valores da variável

discreta. Já para variáveis contínuas a solução pode ser obtida com a utilização de

parâmetros do tipo distribuído ou discreto. (SILVA, 2003).

Para este trabalho será utilizada a variável do tipo discreta tratada como

contínua, ou seja, as variáveis de projeto (dimensões da seção transversal dos

elementos) possuem valores comerciais estabelecidos (discretizados), porém serão

impostas a elas restrições de desigualdade. Dessa forma, ao serem tratadas

numericamente no processo de otimização, essas variáveis assumem valores

pertencentes a um espaço amostral contínuo (com limites impostos pelas restrições),

e então, posteriormente, é selecionado o valor comercial mais próximo da solução

obtida.

2.2.3.2 Função Objetivo

A chamada função objetivo f(x) ou funções objetivo 𝑓(𝑥) = [f1(x),

f2(x),…,fn(x)] são definidas a fim de serem aprimoradas e utilizadas como medida

de eficiência do projeto (HAFTKA E GÜRDAL, 1992). Ela será função das variáveis

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de projeto estabelecidas e pode ser classificada como simples ou multiobjectivo

(multicritério), a depender da quantidade de variáveis que se objetiva aperfeiçoar

(SILVA, 2003).

Para casos como o deste trabalho, no qual realizada uma otimização

estrutural paramétrica, os objetivos mais comumente escolhidos são peso, custo,

tensões, deslocamentos e/ou frequências.

Em geral procura-se evitar a utilização de mais de uma função objetivo pelo

fato de formar problemas mais complexos e de maior custo computacional. Nestes

casos opta-se por formular uma única função objetivo que englobe todos os

objetivos do projeto ou então selecionar um objetivo principal a ser trabalhado e

impor valores máximos ou mínimos aos demais objetivos (HAFTKA e GÜRDAL,

1992). Neste processo de definição de função objetivo também é comum utilizar,

quando possível, equivalência de funções para simplificar problemas, tais como

“maximizar a função f” por “minimizar a função –f ou 1/f” (SILVA, 2003).

2.2.3.3 Restrições

As imposições aplicadas às variáveis de projeto (objetivos) que passam a ser

tratados com valores limite (máximo ou mínimo), são chamadas restrições de

projeto. Elas podem ser classificadas como restrições laterais, de desigualdade ou

igualdade. As primeiras restringem os valores desejáveis das variáveis entre um

máximo e um mínimo. Restrições de desigualdade impõe que as variáveis sejam

limitadas de forma superior ou inferior a determinado valor. Por último as restrições

de igualdade demandam das variáveis que sejam exatamente os valores que se

desejam, estas costumam gerar complexidade em algoritmos de otimização não

lineares e em geral são adaptadas para duas restrições de desigualdade, superior e

inferior. Dessa forma, para um problema com variáveis de projeto x = [𝑥1, 𝑥2,..., 𝑥𝑛]

podem-se definir restrições:

• Laterais: 𝑥𝑚𝑖𝑛≤ 𝑥𝑖 ≤ 𝑥𝑚𝑎𝑥, i = 1, 2,...,n.

• Desigualdade: 𝑔𝑖 (x) ≥ 0, i = 1, 2,...,n.

• Igualdade: ℎ𝑖 (x) = 0, i = 1, 2,...,n.

2.2.3.4 Domínio viável e inviável

O conjunto de possíveis valores para as variáveis de projeto são divididos em

dois conjuntos: o domínio viável e o inviável. Estes conjuntos são as possíveis

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regiões de localização da solução do problema. O domínio viável contém todos os

valores de solução que satisfazem as restrições impostas, enquanto o domínio

inviável é composto pelos valores que não respeitam alguma restrição (SILVA,

2003).

Dentro do domínio viável, um valor de solução que seja igual a alguma

restrição, faz desta uma restrição chamada ativa, enquanto um valor diferente da

restrição faz dela uma restrição inativa (ou passiva). Quando o valor não respeita a

restrição (pertence ao domínio inviável), esta restrição é dita violada.

Segundo Haftka e Gürdal (1992), pode ser intuitivo supor que remoção de

restrições ativas aperfeiçoe a função objetivo, porém não é verdade. Vários métodos

calculam os chamados Multiplicadores de Lagrange (um para cada restrição ativa), a

fim de medir a sensibilidade da solução às variações de cada restrição. Este tipo de

conceito em geral é aplicado em problemas com elevado número de restrições, para

que não haja custo computacional desnecessário em restrições ativas que não

impactam na solução e, por não se enquadrar no escopo deste trabalho, não será

aprofundado.

As Fig. (2.17 (a) e (b)) a seguir ilustram dois casos-exemplo, onde (a) a

solução ótima se encontra na intersecção de duas restrições ativas, enquanto as

outras são inativas e (b) em que todas as restrições são inativas, sendo este

equivalente a um problema de otimização sem restrição.

(a) (b)

Figura 2.17 – Exemplos de solução ótima dentro de domínio viável. Fonte: Silva,

2003.

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Definidos estes conceitos, um exemplo genérico de problema de otimização

pode se formulado como:

Minimizar f(x)

Tal que 𝑔𝑗(x) ≥ 0, j=1,..., 𝑛𝑔

ℎ𝑘(x) = 0 k=1,..., 𝑛𝑒

Onde

f(x): função objetivo

x: vetor de variáveis de n componentes

𝑔𝑗: restrições de desigualdade

ℎ𝑘: restrições de igualdade.

Um problema de otimização pode ser linear ou não linear, a depender da

linearidade da função objetivo e das restrições em relação às variáveis de projeto.

2.2.3.5 Soluções

2.2.3.5.1 Analíticas

Essa abordagem costuma ser aplicada somente a problemas mais simples de

otimização, porém possui relevante importância. As vantagens de elaborar uma

solução analítica, segundo Silva (2003), estão no fato de avaliar importantes

conceitos da otimização (tais como existência e unicidade ou condições necessárias

e suficientes da solução ótima) e, principalmente, para o caso deste trabalho, a

servir de validação para a solução obtida por métodos numéricos.

Para este tipo de solução existem os métodos por cálculo diferencial e cálculo

variacional. A diferença entre eles consiste no tipo de incógnita a ser utilizada. Para

o primeiro a incógnita é uma variável, enquanto no segundo utiliza-se uma função,

trabalhando com formulação integral do problema (SILVA, 2003).

2.2.3.5.2 Gráficas

Quando se trata de um problema de duas variáveis, as soluções gráficas

trazem uma abordagem interessante do ponto de vista didático, pela facilidade em

ilustrar conceitos de otimização. Os gráficos são montados a partir da função

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objetivo e das restrições no domínio viável (SILVA, 2003). Nessa abordagem, plota-

se as funções de restrição e identifica-se o conjunto de soluções viáveis, em seguida

os contornos da função objetivo são desenhados e através de inspeção visual

encontra-se a solução ótima (ARORA, 2004).

Na Figura (2.18) está ilustrado um exemplo de otimização, onde as variáveis

de projeto são 𝑥1 e 𝑥2, com restrições lineares 𝑔1, 𝑔2, 𝑔3, 𝑔4 e 𝑔5. A região ABCDEA

indica o domínio viável (onde nenhuma restrição é violada).

Sendo a função objetivo linear

P = 𝑥1 + 𝑥2 (1)

nota-se que a solução ótima será encontrada no ponto D, onde P será maximizada

através dos maiores valores viáveis de 𝑥1 e 𝑥2.

Figura 2.18 – Exemplo de solução gráfica para um problema de otimização

(adaptado). Fonte: Arora, 2004.

2.2.3.5.3 Numéricas

Por último, aqui são apresentados os métodos de soluções numéricas para

problemas de otimização. A proposta de otimização numérica é de auxiliar de forma

racional na busca da melhor solução para o problema (VANDERPLAATS, 1984).

Este tipo de solução é feito através de iterações, partindo de valores pré-

determinados das variáveis e avançam de acordo com o aperfeiçoamento da função

objetivo, com o grau de conformidade com as restrições, ou ambos, e terminam

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quando a função objetivo não pode mais ser melhorada sem violar alguma restrição,

quando o aperfeiçoamento se torna lento, ou através da aplicação de condições de

término, chamadas condições de Kuhn-Tucker (HAFTKA e GÜRDAL, 1992). Há dois

tipos a serem discutidos: específicos e gerais.

Os métodos específicos são aplicados de maneira que a formulação é

moldada estritamente ao problema em questão (estrutural, por exemplo). Sua

aplicação se torna mais restrita, porém mais efetiva no quesito custo computacional.

Os métodos gerais (ou genéricos) são algoritmos aplicáveis a diferentes

áreas, baseados em programação matemática e será o tipo utilizado neste trabalho.

Eles exigem cuidados especiais, tais como a escolha do software, o número de

iterações, informações sobre a função objetivo, entre outros (SILVA, 2003).

Segundo Vanderplaats (1984), destaca-se para otimização através de

soluções numéricas:

• Vantagens: relativa redução de tempo de trabalho; procedimento lógico

sistematizado; não é baseada em intuição ou experiência em engenharia (o que

aumenta a possibilidade de uma solução melhorada e não tradicional); requer pouca

interação humano-máquina; a otimização praticamente sempre gera algum

aperfeiçoamento das variáveis.

• Limitações: o custo computacional aumenta com o número de variáveis; se o

programa não for precisamente embasado na teoria os resultados podem ser

ilusórios; problemas altamente não-lineares podem convergir muito lentamente ou

não convergir; depende muito de como o procedimento analítico que baseia o

programa foi elaborado, caso não seja feito com automação computacional em

mente, pode requerer uma significante reprogramação das rotinas.

2.2.4 Otimizadores

A partir do tópico anterior, nota-se que são diversos os aspectos que moldam

um processo de otimização e, portanto, a estratégia de otimização é altamente

dependente da formulação matemática do problema (KIBSGAARD et al, 1989).

A escolha do software de otimização é outro fator que afeta diretamente na

qualidade dos resultados obtidos. Esta escolha deve ser baseada na complexidade

da formulação elaborada, no tipo de aplicação de otimização em questão, no custo

computacional requerido/disponível, na disponibilidade do software, entre outros.

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Os problemas de otimização resolvidos através de algoritmos numéricos, os

chamados otimizadores, podem ser classificados em dois grupos: métodos de

programação matemática e métodos probabilísticos. A diferença entre eles consiste

no método de busca da solução ótima, onde o primeiro aponta para soluções locais

(a menos que o problema possua apenas uma solução, sendo esta, neste caso, a

solução global), enquanto o segundo grupo busca de forma randômica, guiado por

decisões probabilísticas, a obtenção da solução global (SILVA, 2003).

2.2.4.1 Métodos Probabilísticos

Entre os métodos probabilísticos destacam-se os algoritmos genéticos e o

Simulated Annealing. Os algoritmos genéticos são formulações numéricas inspiradas

em seleção e genética natural. Sua principal ideia consiste em utilizar uma

população de soluções para buscar a solução de problemas de otimização em

engenharia. Ao invés de buscar a solução a partir de um único ponto no espaço de

busca, estes algoritmos são iniciados com quantidade de palpites (população) da

solução do problema, normalmente distribuídos randomicamente em todo o domínio.

A partir de então são realizadas, a cada iteração (geração) três operações sobre os

indivíduos desta população: seleção, cruzamento e mutação. Estas operações,

inspiradas em parte na própria natureza, servem, respectivamente, para: calcular o

quão bom é um indivíduo; mixar elementos das melhores soluções para formar

novas (em geral melhores); e para evitar perdas permanentes de diversidade dentro

das soluções. Após estas operações uma nova população (geração) é gerada, e o

processo continua até que se atinja ou um número determinado de gerações ou

algum outro critério de convergência. (COLEY, 1999). Estes algoritmos têm como

vantagem a robustez e a possibilidade de se trabalhar com variáveis discretas e

funções multiobjectivo com elevada robustez, porém a solução costuma ter pouca

precisão e baixa taxa de convergência.

O método Simulated Annealing consiste em simular o procedimento

estatístico de formação de cristais através do processo de recozimento, no sentido

de atingir-se o mínimo global de energia interna. Neste processo, se a temperatura

não é diminuída de forma lenta, e não se é gasto o tempo necessário em cada

temperatura, ele pode ser interrompido em um mínimo local de energia interna

(quando o cristal formado contém muitos defeitos ou forma-se vidro, sem grau de

cristalinidade). O procedimento básico para implementar esta analogia fundamenta-

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se em gerar pontos randomicamente na vizinhança do atual melhor ponto e avaliar a

função objetivo neles. O valor gerado para a função objetivo é então comparado ao

melhor valor encontrado até então, e assim este novo valor pode ou não ser aceito.

O critério de aceitação dos valores é baseado no valor da função densidade de

probabilidade da distribuição Bolzman-Gibbs. A programação deste algoritmo leva

em consideração um parâmetro chamado de temperatura, que pode ser utilizado

como alvo para a solução ótima. Inicialmente usa-se um alto valor para este

parâmetro, e com o avanço das tentativas, seu valor vai sendo reduzido

(procedimento conhecido como cooling schedule). Isso faz com que inicialmente o

método aceite algumas soluções ruins, mas nas iterações finais essas soluções

ruins são quase sempre rejeitadas, evitando que o algoritmo fique preso a pontos de

mínimo local (ARORA, 2004).

2.2.4.2 Métodos de Programação Matemática

Os métodos de programação matemática são divididos em: lineares, não-

lineares e métodos baseados em teoria de aproximações. Os primeiros são limitados

a problemas mais simples, onde a função objetivo e as restrições são lineares em

relação às variáveis de projeto e, apesar de não se encaixarem na proposta deste

trabalho, atualmente ainda têm muita relevância em diversas áreas.

Ao trabalhar-se com problemas não-lineares, destacam-se os métodos de

programação que tem como base a técnica de funções de penalidade. Este grupo,

também classificado como “métodos indiretos”, transformam problemas com

restrições em irrestritos, tratando as restrições de forma indireta, penalizando

(interna ou externamente ao domínio viável) sua violação através de termos

inseridos na função objetivo, chamados parâmetros de penalidade. Também se

pode trabalhar com função de penalidade interna estendida, que trata

inconvenientes de descontinuidades da pseudo-função nos limites das restrições ao

tornar esta contínua em qualquer lugar do espaço. (SHZU, 2001).

Os métodos baseados em aproximações consistem em transformar um

problema não linear em uma sequência de subproblemas lineares (Programação

Linear Sequencial) ou quadráticos (Programação Quadrática Sequencial), através da

linearização da função objetivo (no caso da PLS) ou aproximação da função objetivo

para uma forma quadrática e as restrições para uma forma linear (PQS) (SHZU,

2001).

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Têm-se dentro das funcionalidades do ANSYS APDL, por exemplo, duas

opções de algoritmos de programação matemática, ambos indiretos, que

transformam problemas restritos em irrestritos com funções de penalidade do tipo

interna estendida. O primeiro, de ordem zero, utiliza o método randômico com

técnicas de aproximação (subproblemas) e tem como principal característica a não

exigência de funções diferenciáveis. O segundo, de primeira ordem, faz o uso de

derivadas da função objetivo para encontrar a solução ótima, sendo mais eficaz em

casos em que seja possível a obtenção do gradiente da função.

2.2.5 Aplicações

A escolha deste ou aquele pacote de otimização irá depender de todos os

conceitos citados nos tópicos anteriores. Porém vale ressaltar que a solução

encontrada pelo algoritmo para algum problema em específico não pode servir de

parâmetro para definir sua eficiência, visto que muitos deles são adaptáveis a tipos

diferentes de problemas, de diferentes complexidades, conforme afirmam Belegundu

e Aroroa (1985). Logo, segundo Shzu (2001), “a complexidade de um problema e o

esforço computacional requerido para a sua resolução são fatores fundamentais

para a escolha do método a ser usado”.

No âmbito de interação otimização-análise estrutural, existem inúmeros

pacotes computacionais disponíveis. Um dos mais populares, chamado TSO, partiu

do projeto de asa e cauda de aviões, baseado em otimização por método de funções

de penalidade interior. Outros integram programas de MEF com algoritmos de

otimização, tais como ACESS (de Schmit, Miura e Fleury), FASTOP (Wilkinson e co-

autores, em 1975) e OPTIMUM (de Gellatly, Dupree e Berke, em 1976). Destacam-

se também o OPTSYS (baseado nos programas de MEF ABAQUS e ASKA),

ASTROS (baseado no programa NASTRAN), OPT (baseado em algoritmo de

gradientes reduzidos).

Além destes existem diversos outros, de aplicação voltada a problemas ainda

mais específicos, ou mesmo mais genéricos, utilizados em áreas como de produção

industrial, ciências biológicas, etc. São inúmeras as outras opções de softwares

onde se pode ser realizada a etapa de otimização de um projeto. Além de existirem

disponíveis softwares próprios para tal propósito (com diversos algoritmos já

elaborados e implementados), também há a possibilidade de elaboração do próprio

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algoritmo pelo usuário, possibilitando a total compatibilidade deste com o projeto em

questão, através de programação em MatLab ou Scilab, por exemplo.

Quando se trata de utilização de softwares próprios para otimização, destaca-

se o modeFRONTIER, a ser utilizado neste trabalho. Nele é possível a escolha entre

diversos algoritmos implementados, tanto probabilísticos quanto de programação

matemática, além de opções como o algoritmo HYBRID, que combina a capacidade

de exploração global do de algoritmos genéticos com a precisão da exploração local

garantida pela implementação de Programação Quadrática Sequencial

(modeFRONTIER 2014 Documentation).

Além da disponibilidade de algoritmos para diversas aplicações, o

modeFRONTIER conta com comandos que permitem a interface com outros

softwares CAD (como CATIA e SolidWorks), CAE (ANSYS, ADAMS, ABAQUS) e de

outros tipos de aplicações (como Excel, MatLab e Scilab) permitindo a elaboração de

workflows que incorporam as utilidades de vários destes softwares em um único

processo de otimização.

Para a definição do pacote de otimização a ser utilizado existem ainda outros

fatores a serem levados em consideração além da natureza do projeto em questão

(estrutural, fluidodinâmico, elétrico, etc.).

A escolha de objetivos, por exemplo, é um elemento fundamental na definição

do algoritmo que buscará o conjunto ótimo de parâmetros que satisfaçam o

problema. Quando se trata de um problema de otimização multiobjetivo, há a

possibilidade de estes objetivos serem de natureza conflitante, como o custo versus

benefício na escolha de um produto. Outro tipo de situação ocorre quando a solução

é dependente de um referencial inexato ou subjetivo (conforto, por exemplo, pode

não ter a mesma avaliação de uma pessoa para outra e, portanto, não há como um

algoritmo definir por conta própria se uma solução é ótima).

A quantidade de objetivos e restrições pode ser definida como outro

parâmetro fundamental. Nesse sentido, sabe-se que uma das dificuldades

fundamentais no processo de otimização é que, ao buscar-se a melhor solução de

determinado problema, o número de opções a serem testadas pode ser muito

excessivo, a exemplo do Problema do Caixeiro Viajante (PCV), da classe dos

problemas NP-difíceis (GAREY e JOHNSON, 1979).

Existe também outros problemas de engenharia em otimização, tais como

funções altamente não lineares, existência de restrições inconvenientes, alto número

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de variáveis (ou a existência de variáveis discretas), necessidade de uso de

múltiplas ferramentas para um mesmo problema, e diversos outros.

A solução (ou minimização) de algumas destas dificuldades pode trazer ao

processo de otimização benefícios como redução de tempo e de custo

computacional. Para tanto, atualmente estão disponíveis diversos conceitos e

técnicas que auxiliam no problema de formulação da otimização e que serão

aplicados neste trabalho com o intuito de que o próprio processo de otimização seja

elaborado de forma mais eficiente.

2.2.6 Outros Conceitos

2.2.6.1 Design of Experiments (DOE)

O chamado Planejamento de Experimentos (Design of Experiments) é um

estudo preliminar que tem como objetivo definir o menor conjunto possível de

soluções (designs) candidatos a ótimo antes do início da otimização (também

conhecida por primeira fase da estratégia de otimização). Segundo o modeFrontier

Documentation, esta é uma metodologia que maximiza o conhecimento obtido de

experimentos. Ela possibilita ao usuário que se obtenha o máximo de informações

de um número limitado de iterações (análises) ao eliminar tentativas redundantes e,

por consequência, traz grandes benefícios quanto à economia de tempo e custo

computacional.

2.2.6.2 Trade-off Curve / Fronteira de Pareto

Quando se trabalha com otimização multiobjectivo, um dos pontos a serem

destacados é a necessidade de observação quanto a correlação entre os objetivos.

Como no exemplo mencionado da relação custo versus benefício de um produto,

alguns casos não possuem necessariamente apenas um ponto ótimo. Nestes casos

torna-se necessária uma interpretação do problema com base nos objetivos do

usuário. Um conceito que auxilia nestas situações é o da chamada Fronteira de

Pareto, na qual se estabelece um conjunto de candidatos a solução ótima, que pode

ser ilustrado graficamente conforme a Fig. 2.19. Observa-se que a linha vermelha

indica as soluções eficientes, para as quais o algoritmo deve apontar. A decisão

entre essas possibilidades necessita de algum outro critério definido pelo usuário

para ser realizada.

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43

Figura 2.19 – Exemplo de Fronteira de Pareto. Fonte: ESSS Conference & ANSYS

Users Meeting, 2016.

2.2.6.3 Robustez, Precisão e Taxa de Convergência

Como citado anteriormente, existem critérios que servem de parâmetro para a

escolha de um algoritmo de otimização para determinado projeto. A robustez é

definida como a habilidade do algoritmo de não se prender a mínimos locais,

tendendo a alcançar o mínimo/máximo global da função objetivo. A precisão indica a

capacidade do algoritmo de encontrar o valor extremo exato da função (ou maior

aproximação possível). Por último, por se tratar de processo iterativo, um dos

critérios que avaliam a capacidade de um algoritmo é a velocidade com que ele

converge, ou seja, o número de iterações que este leva para alcançar o valor ótimo

da função. Um algoritmo considerado ideal possui elevados índices destes três

fatores, porém, na prática, sabe-se que algoritmos reais tendem a possuir bons

índices de apenas um ou dois destes critérios, conforme ilustra a Fig. (2.20). Wolpert

e Macready (1997) dissertam acerca deste tema por meio dos chamados No Free

Lunch Theorems, onde afirmam que não há um algoritmo ideal para todo e qualquer

tipo de problema de otimização.

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Figura 2.20 – Diagrama Robustez vs. Precisão vs. Taxa de Convergência. Fonte:

ESSS Conference & ANSYS Users Meeting, 2016.

2.2.6.4 Response Surface Models (RSM)

Sabe-se que o maior interesse na aplicabilidade de processos de otimização

deve-se inicialmente à automatização do processo de busca pela solução ótima

através de uma exploração inteligente do domínio viável. A introdução dos

chamados Response Surface Models (RSM) trata-se da investida em ir além, e ao

invés de apenas substituir o esforço humano (busca da solução por meio de

tentativa e erro), de melhorar o processo e evitar simulações de alto custo

computacional, agilizando a otimização e conseguindo resultados equivalentes.

Os RSM são modelos estatísticos e numéricos que aproximam o

comportamento dos inputs/outputs do sistema sob avaliação. Geralmente são

baseados em um conjunto estabelecido de dados (tabelas de DOE, resultados de

otimização, dados experimentais, etc.) que são usados para criar a aproximação das

variáveis de resposta no domínio viável. A partir destes dados, um algoritmo RSM

busca atribuir um valor à função que se procura. Este valor é baseado em

suposições (regularidade, significado físico, variabilidade estatística) da superfície de

resposta a ser definida (modeFRONTIER Documentation).

É importante ressaltar que há no modeFRONTIER os chamados fast

algorithms, que aceleram a convergência por meio de utilização do RSM aliados aos

métodos clássicos de otimização, garantindo a manutenção da robustez do

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algoritmo. São exemplos o FSIMPLEX para problemas de apenas 1 objetivo e o

FMOGA-II (Fast Multi-objective Genetic Algorithm) para problemas multi-objetivo

(ESSS Conference & Ansys Users Meeting, 2016).

2.2.6.5 Multi Criteria Decision Making (MCDM)

Este conceito refere-se à resolução de problemas que envolvem vários

requisitos, geralmente conflitantes. Também denominado por MCDM, ele permite a

execução de uma análise estruturada por recomendações fundamentadas. A ideia é

definir regras de decisão pré-especificadas, avaliando a relação entre os requisitos

conflitantes e ranqueando as alternativas disponíveis. A aplicação de métodos

baseados em MCDM é definida como “um processo iterativo e interativo de

refinamento de informações que, em caso de resultados insatisfatórios, força o

retorno à etapa de formulação do problema, a fim de calibrar-se os parâmetros de

avaliação do procedimento e/ou reconsiderar dados” (modeFRONTIER

Documentation).

2.3 ESTADO DA ARTE

Na atualidade, são diversos os estudos que projetam, desenvolvem e

analisam estruturas e componentes automotivos e buscam através de engenharia do

produto obter os melhores resultados possíveis.

Silva et al (2001) e Oliveira (2006) desenvolveram estudos estruturais de

chassis automotivos, tipo ladder e space frame, respectivamente, através da

aplicação de conceitos de MEF. Chandra et al (2012) realizou estudos de

modelagem e análise estrutural de chassis de veículos pesados com fabricação em

compósitos poliméricos. Singh et al (2014) realizou semelhante análise com

emprego de ligas de aço.

Pinto Filho (2004) realizou um trabalho de concepção, projeto e otimização de

estrutura automotiva com utilização de vários conceitos relacionados a este trabalho.

Chen (2000) integrou o uso do Ansys com tecnologias de otimização numérica,

enquanto Cristello e Kim (2006) e Pazian (2010), aplicaram tais conceitos ao

desenvolvimento da otimização de componentes automotivos (juntas e suportes

universais, respectivamente). Com intuito semelhantes ao deste trabalho, Cagliari et

al (2008), desenvolveram um trabalho de redução de material na preparação de um

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chassi na indústria automobilística e Shzu (2001) minimizou o custo de grelhas,

composta de elementos em formato “T” de concreto armado.

O presente trabalho toma como principal base para realização de otimização

o trabalho de conclusão de curso realizado por Furtado (2013), onde realizou uma

análise estrutural estática e dinâmica de um chassi tipo ladder, modelo Cargo C-816,

com emprego do software Ansys e comparativo de diferentes elementos de sua

biblioteca.

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3. PROJETO DE OTIMIZAÇÃO PARAMÉTRICA DO CHASSI ESCADA

Definidos e elucidados os conceitos nos quais este trabalho está

fundamentado através do Capítulo 2, faz-se possível a partir de então a aplicação

destes ao projeto de otimização estrutural paramétrica sobre um chassi veicular do

tipo escada.

Neste capítulo será descrita de forma mais objetiva a metodologia adotada na

elaboração do trabalho, juntamente com um referencial teórico a respeito da maneira

com que os parâmetros e resultados foram definidos e calculados.

Para um processo completo de otimização estrutural, algumas etapas de

elaboração devem ser realizadas. Seguindo o escopo deste trabalho, no qual a

modelagem é realizada através do ANSYS, inicialmente define-se como etapas de

modelagem e análises o pré-processamento, a solução e o pós-processamento.

Para que a concepção do modelo e as devidas análises que o projeto requer

sejam realizadas de maneira eloquente, faz-se interessante a aplicação da

metodologia desenvolvida sobre um modelo de validação, de forma que possíveis

erros e/ou dificuldades do projeto possam ser detectados e eliminados

precocemente. Este procedimento foi realizado e está descrito no segundo item do

capítulo.

Em seguida, seguindo a metodologia validada no item anterior e baseando-se

nos resultados obtidos após modelagem e análises, foi realizado um processo

preliminar de otimização, no qual o algoritmo utilizado foi o pacote de otimização do

ANSYS. Por último, foi realizada a otimização através do software modeFRONTIER,

na qual foram incorporadas outras análises (dinâmicas) no processo de estruturação

da otimização e explorado outro algoritmo de acordo com as novas características

da estrutura da otimização.

Todos os passos e métodos utilizados estão descritos a seguir.

3.1 MODELAGEM E ANÁLISES

Para realização destas primeiras etapas, de modelagem e análises, foi

utilizado o ANSYS como ferramenta de CAD e CAE. Esta etapa consiste na

construção do modelo parametrizado do objeto de estudo, na elaboração dos

diferentes tipos de análises propostas, a obtenção de resultados a partir delas e o

processamento destes resultados de forma a serem empregues pelos algoritmos

otimizadores. Este primeiro passo pode ser subdividido em: pré-processamento,

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análise/solução e pós-processamento. Todos os comandos utilizados podem ser

realizados de forma interativa ou, conforme será utilizado no desenvolvimento deste

projeto, através da elaboração de scripts e inserção destes na linha de comando do

software.

O pré-processamento, que refere-se à modelagem, é o primeiro passo e se

inicia pelo comando /PREP7, onde serão definidos a geometria da estrutura, o tipo e

propriedades do elemento utilizado no refinamento da malha, propriedades do

material, entre outros. A importância da realização desse passo se dá devido à nele

serem definidos os parâmetros da estrutura que serão alterados a cada iteração, ou

seja, as variáveis de projeto. Uma adequada parametrização da estrutura pode

trazer ao processo grande redução do custo computacional, ao se definir um número

baixo de variáveis que possibilitem grande minimização da função objetivo.

Em seguida, com o objeto de estudo construído computacionalmente, é

realizada a análise do problema com intuito de obtenção da solução do problema,

iniciada pelo comando /SOLU. Para a execução desta etapa é preciso que as forças

e restrições necessárias estejam devidamente aplicadas aos nós ou elementos.

Nesta etapa, através do comando ANTYPE, faz-se a escolha entre diferentes tipos

de solução, estática ou dinâmica (modal, transiente ou harmônica). Esta etapa exige

também grande atenção, pois através das análises são gerados os dados que os

algoritmos utilizam como referência para examinar a convergência da função

objetivo e a observância das restrições. Tratando-se de estruturas, elaborar

corretamente as análises simulatórias das situações a que estas podem ser

submetidas pode trazer ao projeto grande proximidade dos resultados obtidos com a

realidade experimental.

No pós-processamento são realizados comandos sobre os resultados obtidos.

Neste passo existem duas possibilidades de comando: /POST1 para o pós-

processamento geral, ou /POST26 para o processamento ao longo do tempo ou

frequência (time-history). A primeira opção permite a observação de resultados

sobre modelo completo em determinado passo da solução (ou em determinado

instante de tempo ou frequência), enquanto que a segunda permite a observação da

variação de determinados resultados em pontos específicos (nós ou elementos, por

exemplo) ao longo de uma faixa de tempo ou frequências. A depender do tipo de

análise realizada, esforços, deslocamentos, tensões, frequências e outros resultados

podem ser processados em formato de tabelas, gráficos ou plotados na estrutura.

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Em relação à otimização, a principal função desta etapa é a exportação de outputs

das análises (tais como volume, tensão, frequência) que serão utilizados no

processo de otimização como função objetivo ou como restrições.

Estas etapas de modelagem e análises são realizadas ciclicamente pelos

algoritmos de otimização, onde é definido um conjunto de valores (inputs) para as

variáveis de projeto (parâmetros geométricos), gera-se a geometria, realizam-se as

análises necessárias e então são avaliados os resultados obtidos com esta

configuração, para na iteração seguinte serem introduzidos novos valores de

entrada e realizadas novamente as demais etapas até que se obtenham outputs que

configurarão a estrutura ótima.

O fluxograma da figura (3.1) ilustra a metodologia de um procedimento de

otimização estrutural.

Figura 3.1 - Fluxograma de Otimização Estrutural.

3.2 VALIDAÇÃO

Como uma etapa inicial do desenvolvimento deste trabalho, buscou-se a

utilização de uma estrutura de menor complexidade para aplicação e elucidação dos

conceitos pesquisados. A escolha de uma estrutura mais simples traz a possibilidade

de elaboração de cálculos analíticos que indiquem a solução do problema, para que

Definição de Parâmetros (inputs)

Construção e Discretização do Modelo (MEF)

Análise e SoluçãoExtração de

Parâmetros (outputs)

Avaliação dos Resultados

(Solução Ótima ?)Fim

Sim

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50

este resultado seja comparado ao encontrado através da aplicação de simulação

computacional.

Dessa forma, com base na pesquisa bibliográfica realizada, definiu-se como

estrutura base para validação da metodologia uma treliça de três barras, adaptada

da obra de Haftka e Gürdal (1992).

A validação foi realizada com base em uma análise estática, calculando-se

tensão máxima e deslocamento do nó livre da estrutura, onde, após solução do

problema, aplicou-se o algoritmo de otimização com objetivo de redução do volume

total, restringido pela tensão máxima da estrutura devido à força aplicada no nó livre.

Os resultados obtidos nesta etapa estão indicado no Capítulo 3, de forma

comparativa entre as soluções analítica e da simulação. Com a realização desta

etapa passou-se então para o estágio de aplicação dos conceitos pesquisados sobre

o objeto de estudo do trabalho, o chassi veicular tipo escada.

3.3 OTIMIZAÇÃO - ETAPA PRELIMINAR (ANSYS)

Na etapa preliminar de otimização do chassi, a base para otimização foi,

similarmente à da etapa de validação, a análise do tipo estática, na qual é obtido o

valor global de máxima tensão da estrutura, sendo este utilizado como restrição à

minimização do volume total. O intuito de realização da otimização preliminar foi a

aplicação de conhecimentos iniciais referentes à aplicação de otimização estrutural,

para que em sequência o projeto fosse refinado através da inserção de novas

ferramentas, análises e conceitos.

Sendo a função objetivo (volume total da estrutura) contínua e diferenciável,

uma vez que as variáveis de projeto são tratadas como contínuas, se fez a opção

pela otimização de primeira ordem do ANSYS citada no item 2.2.4.2, por ser

aplicável e mais eficiente em casos como este.

Através do comando /OPT inicia-se a definição dos parâmetros do processo.

O comando OPVAR define as variáveis de projeto, as restrições e a função objetivo

(ao incluir-se na linha de comando DV, SV ou OBJ, respectivamente). O comando

OPTYPE define se o método de otimização será de ordem zero ou primeira ordem.

OPFRST é então utilizado para definir um limite máximo de iterações realizadas e

OPEXE dá inicio ao processo. O comando OPLIST pode ser utilizado para listar os

resultados obtidos e PLVAROPT para plotar os gráficos dos valores obtidos da

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função objetivo ou das variáveis de projeto. FINISH é o comando necessário para

encerrar cada etapa e permitir o início da próxima.

A otimização pelo algoritmo de primeira ordem é realizada pela aplicação do

método da descida mais íngreme (“steepest descent”, introduzido por Cauchy em

1847) para a primeira iteração, onde se procura encontrar a direção paralela ao

gradiente da função com sinal oposto, que é a direção que determina a maior

minimização da função. Como demonstrou Arora (2004), as direções de descida

mais íngreme de duas iterações consecutivas serão ortogonais entre si, tendendo a

desacelerar a convergência da solução. Para evitar este problema, nas iterações

seguintes passa a ser aplicado o método derivado do steepest descent, chamado

método dos gradientes conjugados. Neste, as direções conjugadas não são

ortogonais entre si, mas sim tendem a “cortar” diagonalmente as direções ortogonais

de descida mais íngreme, aumentando a taxa de convergência.

O final da otimização acontece quando dois critérios de convergência,

checados ao final de cada iteração, são alcançados. O valor da função objetivo

encontrado é, no primeiro critério, comparado com o valor da iteração anterior. No

segundo, ele é comparado com o melhor valor obtido durante as etapas anteriores

do processo. Se em ambos os casos a diferença entre valores obtidos forem

menores que a tolerância determinada pelo usuário, o processo termina, caso

contrário realiza-se uma nova iteração. Se não houver especificação de tolerância, o

programa adota automaticamente o valor de 1% da função objetivo (SHZU, 2001).

3.4 OTIMIZAÇÃO – SEGUNDA ETAPA (modeFRONTIER)

Para que o projeto de otimização estrutural de um componente veicular seja

válido, é inviável a utilização de apenas análise estática como base para extração de

parâmetros. Uma vez que um veículo em situações comuns de uso está sujeito a

efeitos de esforços devidos a forças dinâmicas em casos como aceleração,

frenagem, curvas, impactos e irregularidades do solo. Para isso, o procedimento de

análise que gera os parâmetros da estrutura de otimização requer que também

sejam levados em consideração outros aspectos, tais como modos de vibração,

resposta a forças harmônicas e transientes e outros. Dessa maneira, os resultados

das análises compõem de maneira mais completa os parâmetros utilizados nos

algoritmos, fazendo com que a solução ótima atenda de forma adequada os

requisitos de projeto.

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Com estes fatores levados em consideração, as etapas consequentes deste

trabalho passam a abranger as demais análises necessárias para um completo

estudo de caso. Como consequência, o número de restrições (ou de objetivos)

passa a ser maior, de forma que o algoritmo de otimização deva ser adequado para

as novas características do projeto.

Apesar de atualmente diversas novas funções estarem sendo adicionadas à

cada nova versão, o ANSYS trata-se um software voltado mais para a execução das

análises, sem grande leque de ferramentas na área de otimização. Portanto, para

superar a limitação imposta pelas duas únicas opções de algoritmo presentes nele,

buscou-se encontrar outra opção de software que atendesse às necessidades do

projeto, de forma que outros conceitos relacionados ao tema deste pudessem ser

aplicados durante seu desenvolvimento. Para isso, e devido às vantagens descritas

no item 2.2.5, o software modeFRONTIER foi escolhido para dar continuidade ao

desenvolvimento do presente trabalho.

Para a continuidade do trabalho, manteve-se a análise do tipo estática, com

apenas algumas correções e melhorias pontuais, com a diferença que o script desta

passou a ser executado iterativamente através do modeFRONTIER e não mais pelo

ANSYS.

Além disso, foi incluída no projeto uma análise do tipo modal, através da qual

são encontradas as chamadas frequências naturais da estrutura e os modos com

que esta se deforma quando excitada nas suas frequências naturais. Também foi

realizada a análise do tipo harmônica, através da qual busca-se determinar quais

das frequências naturais possuem maior influência na resposta à vibração. Esta

análise é feita aplicando-se um carregamento do tipo harmônico com frequências

que variam dentro de uma determinada faixa, então se avalia para quais frequências

a resposta da estrutura foi mais significativa. Uma vez que nesta análise são

avaliados apenas os efeitos permanentes sobre a estrutura, faz-se necessária a

realização de análise transiente, na qual é avaliada a resposta da estrutura ao longo

do tempo devido à força externa do tipo dinâmica.

Além da inclusão das novas análises, nesta etapa foram também pesquisados

e avaliados os diferentes algoritmos existentes atualmente para que se fosse

determinado o que melhor de adequa ao tipo e às características do projeto.

No modeFRONTIER estão presentes diferentes tipos de algoritmos, tais como

os baseados em gradientes, heurísticos, evolucionários, multi estratégicos, entre

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outros. A disponibilidade de uma gama maior de otimizadores traz ao projeto a

possibilidade de avaliação da melhor opção, baseada tanto experimentalmente

quando por referência bibliográfica oferecida pelo próprio software para cada

algoritmo. Dessa forma possibilita-se que o projeto de otimização de qualquer

estrutura seja melhor elaborado e que resultados mais expressivos sejam obtidos.

3.5 AVALIAÇÃO PÓS OTIMIZAÇÃO

Por último, faz-se uso das diversas ferramentas presentes no

modeFRONTIER, com intuito de promover uma avaliação dos métodos empregues,

com base nos conceitos e ferramentas descritas principalmente nó tópico 2.2.6 do

presente trabalho.

Através da interface do software, é possível realizar a análise dos resultados

obtidos, de forma a se observar e correlacionar com os conceitos pesquisados no

período de revisão bibliográfica o comportamento da estrutura conforme a

otimização foi sendo estruturada e realizada. Também se observa a possibilidade de

interpretação, por exemplo, da influência das variáveis de projeto na determinação

dos resultados, bem como a interferência das restrições determinadas pelo usuário

como reflexo do algoritmo e do método de criação do DOE.

A utilização das ferramentas presentes no software traz a possibilidade de

qualificação dos resultados obtidos, proposição de melhoras para projetos futuros e

principalmente a compreensão dos conceitos envolvidos no desenvolvimento deste

tipo de trabalho.

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4. RESULTADOS

Seguindo o referencial teórico apresentado nos capítulos anteriores, bem

como o desenvolvimento da metodologia proposta, neste capítulo são indicadas as

soluções obtidas e o processamento dos resultados após as análises.

4.1 VALIDAÇÃO

4.1.1 Cálculos Analíticos

A primeira etapa do trabalho foi a elaboração de um modelo de estrutura no

qual o processo de otimização fosse aplicável, de forma obter-se uma validação do

projeto previamente a sua aplicação. Para isto, primeiramente, foi realizada a análise

estática em um modelo de treliça de três barras com dimensões conforme ilustração

a seguir:

Figura 4.1 – Treliça de três barras (adaptado). Fonte: Haftka e Gürdal, 1992.

Tabela 1 – Descrição dos elementos.

Elemento Ligação (nós) Ângulo com o eixo y

① 1 – 4 45º

② 3 – 4 0º

③ 2 - 4 -45º

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Com seção transversal circular de raio 0,05m, área de 0.00785398 m² e

módulo de elasticidade de 210 GPa (aço).

O modelo, submetido à força horizontal de 30kN no ponto 4 e restringido em

todos os graus de liberdade nos pontos 1, 2 e 3, foi utilizado para que fossem

encontrados o deslocamento u (de direção y negativa) e as tensões geradas.

Primeiramente, para obtenção dos valores a serem validados, foram

aplicados à treliça os conceitos de resistência dos materiais, que visam, através das

equações de equilíbrio, a obtenção dos deslocamentos (translacionais ou

rotacionais). Primeiramente a equação de equilíbrio será dada, conforme indicado na

figura, por:

Figura 4.2 – Esforços internos da treliça.

𝑓′1 + 2. 𝑓′2. 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝐹1 (2)

Onde θ é o ângulo entre a barra central e as barras laterais, f1 e f2 são os esforços

internos gerados nos elementos devido à força F1 aplicada. Os deslocamentos

podem então ser equacionados conforme a figura, por:

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Figura 4.3 – Deslocamentos da treliça.

𝑑′2 = 𝑑′1. 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑑′1 (3)

Utilizando do conceito de tensão e admitindo-se a hipótese de pequenos

deslocamentos, obtém-se para as barras:

𝑓′1 = 𝐸𝐴

𝐿𝑑′1 (4)

e

𝑓′2 = 𝐸𝐴

𝐿. 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝑑′2 =

𝐸𝐴

𝐿. 𝑐𝑜𝑠²𝜃. 𝑑′1 (5)

Substituindo na Eq. (2)

𝐸𝐴

𝐿1𝑑′1 + 2

𝐸𝐴

𝐿2. 𝑐𝑜𝑠³𝜃. 𝑑′1 = 𝐹1 (6)

E, portanto, a solução para deslocamento será

𝑑′1 = 𝐹1

𝐸𝐴

𝐿1𝐿2

𝐿2+2𝑐𝑜𝑠³𝜃.𝐿1 (7)

Substituindo os valores assumidos para a força aplicada F, módulo de

elasticidade E, área de seção transversal A, comprimentos de barra 𝐿1 e 𝐿2 e ângulo

entre as barras θ, obtém-se:

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𝑑′1 = 𝑑𝑚𝑎𝑥 = 24,252 mm

𝑑′2 = 17,149 mm

Sabendo-se que

𝜎 = 𝑓

𝐴 (8)

E isolando-se 𝑓1

𝐴 e

𝑓2

𝐴 nas Eq. (4) e (5) são encontradas as tensões, respectivamente,

na barra 3:

𝜎3 = 2,5465 𝑀𝑃𝑎

E nas barras 1 e 2:

𝜎1 = 𝜎2 = 1,2732 𝑀𝑃𝑎

4.1.2 Simulação

Para realização da simulação computacional, foram definidas as seguintes entradas,

utilizando aço como material:

Tabela 2 - Entradas do algoritmo.

Módulo de elasticidade 210 [GPa]

Coeficiente de Poisson 0,3

Densidade 7,85 [g/cm³]

Área da Seção Transversal 7853,98 [mm²]

A aplicação desses valores foi realizada no software ANSYS Mechanical

APDL, onde se utilizou o elemento 3-D de treliça LINK180. Ele é definido como um

elemento de tensão-compressão uniaxial com três graus de liberdade por nó:

translações nodais em x, y e z (ANSYS Help). A opção análise estática foi utilizada

para realização da solução do problema. O script utilizado para obtenção dos dados

está em anexo ao final deste trabalho.

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Os resultados obtidos para deslocamento e tensões máxima e mínima foram

plotados na estrutura, conforme indicado na Fig. (4.4).

Onde o valor de máximo deslocamento ocorreu na barra central sob o ponto

de aplicação da força (ponto 4) de valor:

𝑑𝑚𝑎𝑥 = 21,321 mm

Figura 4.4 – Tensões geradas na treliça.

A seguir são indicados os valores gerados para as tensões em cada

elemento:

Tabela 3 – Tensões nos elementos.

Elemento Tensão 𝝈 [MPa]

1 1,1193

2 1,1193

3 2,2387

Portanto, em coordenadas globais da estrutura:

𝜎𝑚𝑎𝑥 = 2,2387 MPa

𝜎𝑚𝑖𝑛 = 1,1193 MPa

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Sendo o valor máximo encontrado na barra central, e o valor mínimo nas

barras laterais, conforme indicado na Fig. (4.4).

Tabela 4 – Resultados das tensões e deslocamento máximo.

Variáveis Resultado Analítico Resultado da Simulação

𝜎1e 𝜎2 [MPa] 1,2732 1,1193

𝜎3 [MPa] 2,5465 2,2387

𝑑𝑚𝑎𝑥 [mm] 24,252 21,321

Obtida análise estática para a estrutura da treliça simplificada, o passo

seguinte é a aplicação do processo de otimização. Nesta etapa do trabalho foi

utilizado o otimizador de primeira ordem do próprio ANSYS.

Durante a modelagem as áreas de seção transversal das três barras foram

intencionalmente declaradas como função dos raios 𝑹𝟏, 𝑹𝟐, e 𝑹𝟑, (barra esquerda,

direita e central, respectivamente), a fim de que esses sejam os parâmetros

variáveis da otimização da treliça. Com a otimização dos valores de raio (ou área da

seção transversal, consequentemente), sendo as restrições dadas pelos valores de

máxima tensão, a saída do programa será o volume total da estrutura otimizada.

A formulação matemática da otimização será:

Minimizar V(R) = ∑ 𝐴𝑖 . 𝐿𝑖3𝑖=1 = ∑ (π𝑅𝒊²). 𝐿𝑖

3𝑖=1

Sujeito a

0,1 MPa ≤ 𝜎𝑚𝑎𝑥 ≤ 3,1 MPa

40 mm ≤ R ≤ 100 mm

Decorridos 5 minutos e 21 segundos, após realização de 21 iterações, o

programa retornou os resultados obtidos para a estrutura otimizada com redução de

volume. O computador utilizado para as simulações possui processador Intel®

Core™ i5 3210M de 2.5Ghz e memória RAM de 4GB. O melhor conjunto de valores

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foi obtido na 19ª iteração, que será considerado como valor final. Os dados obtidos

para a primeira e a melhor iteração foram inseridos na tabela a seguir:

Tabela 5 – Dados iniciais e finais (19ª iteração).

Parâmetro Etapa Inicial Etapa Final

𝜎𝑚𝑎𝑥 [Mpa] 2,2387 3,078

𝑅1 [mm] 50 40

𝑅2 [mm] 50 40

𝑅3 [mm] 50 44,414

Volume [L] 60,106 40,808

As Figuras (4.5) e (4.6) ilustram, respectivamente, a mudança nas variáveis

de projeto (𝑅1, 𝑅2 e 𝑅3) e do volume (𝑉𝑓) ao longo das iterações.

Figura 4.5 – Variação dos raios no decorrer das iterações.

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Figura 4.6 – Variação do volume total no decorrer das iterações.

Sendo o volume antes da otimização

𝑉𝑖 = 60,106 dm³

E o volume obtido ao final da otimização:

𝑉𝑓 = 40,8081 dm³

O percentual de redução do volume foi:

RV = 1 - 𝑉𝑓

𝑉𝑖 (9)

RV = 1 - 0,0408081

0.0601063= 0,321 = 32,1%

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Dessa maneira nota-se que a metodologia foi validada, onde o processo de

otimização aplicado à treliça gerou resultados condizentes com o esperado, e

possibilitou a continuidade do trabalho.

4.2 OTIMIZAÇÃO PRELIMINAR DO CHASSI - ANSYS

Validado o método preliminar de otimização a ser utilizado, o próximo passo é

aplicação deste ao chassi tipo escada, modelo Cargo C-816.

Segundo o Manual do Implementador (2014), o modelo de chassi escolhido

para análise é produzido em aço LNE 60, possui duas longarinas planas, retas, de

perfil “U” de seção constante, ligadas por travessas estampadas fixadas com rebites

a frio e parafusos. As dimensões da seção e propriedades do material estão

indicadas nas Tab. (6) e (7).

Figura 4.7 – Perfil da seção transversal do modelo. Fonte: Manual do

Implementador (2013).

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Tabela 6 – Dimensões da seção transversal (adaptado). Fonte: Manual do

Implementador (2013)

Dimensão Valor [mm]

Largura extrema das abas 64,5

Altura interna do perfil 173,2

Espessura da chapa 6,4

Tabela 7 – Propriedades do aço LNE 60. Fonte: Adaptado de Furtado, 2013.

Propriedade Valor

Módulo de Elasticidade 207 [GPa]

Densidade 7,789 [g/cm³]

Coeficiente de Poisson 0,31

Tensão de Escoamento 600 a 720 [MPa]

Resistência a Tração 680 a 810 [MPa]

Neste caso, a construção da estrutura foi feita com uso de elementos

BEAM189, baseado na teoria de viga de Timoshenko (que inclui efeitos de

deformação por cisalhamento) quadrático por padrão, tridimensional, de 3 nós com 6

graus de liberdade cada. Possui opção de sétimo grau de liberdade, referente a

empenamento (ANSYS TUTORIALS). A este elemento foi aplicada, através dos

comandos SECTYPE e SECDATA, a seção transversal de perfil “C” e dimensões

conforme Tabela (8).

Definindo o tipo de perfil através do comando CHAN (“channel”) na linha de

comando de SECTYPE, os valores requeridos para este tipo de seção transversal

como entrada são as dimensões da alma e abas, conforme Fig. (4.8).

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Figura 4.8 – Dimensões da seção transversal de perfil “C”. Fonte: Ansys

Tutorials.

Para a realização do processo de otimização, os valores dessas 6 dimensões

serão os parâmetros variáveis de projeto a serem alterados. Seguindo os dados do

Manual do Implementador (2013), os valores iniciais serão:

Tabela 8 – Dimensões iniciais (variáveis de projeto).

Parâmetro Valor de Entrada

[mm]

𝑊1 70,9

𝑊2 70,9

𝑊3 186,0

𝑡1 6,4

𝑡2 6,4

𝑡3 6,4

Conforme elaborado por Furtado (2013) a carga aplicada ao chassi será do

tipo distribuído sobre as longarinas, com valor referente ao máximo peso que o

caminhão Cargo C-816 pode transmitir ao pavimento, conforme ilustrado a seguir:

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65

Figura 4.9 – Vista lateral dos carregamentos distribuídos aplicados às

longarinas. Fonte: Furtado, 2013.

Onde

𝑞1= 5,25 𝐾𝑁/𝑚

𝑞2= 7,1 𝐾𝑁/𝑚

A estrutura foi discretizada através da divisão de cada linha (elemento de

viga) em menores elementos de valor fixado em 0.1m. Esta configuração apresentou

resultados viáveis em relação a refinamentos mais grossos ou mais finos, ao levar-

se em consideração o custo computacional requerido para convergência de

resultados.

Com estes valores e as dimensões indicadas na Fig. (2.13) foi elaborada a

modelagem do chassi, conforme ilustrado na Fig. (4.10).

Figura 4.10 – Chassi modelado no Ansys.

A análise estática, com o carregamento (ilustrado em vermelho na Fig. (4.10))

e com restrições dos graus de liberdade impostas nos quatro pontos que simulam o

apoio da estrutura nas rodas (em amarelo), foi feita gera os seguintes resultados

para tensão e deslocamento, respectivamente ilustrados nas Fig. (4.11) e (4.12):

Figura 4.11 – Tensões no chassi.

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Figura 4.12 – Deslocamentos no chassi.

Os valores máximos obtidos foram:

𝜎𝑚𝑎𝑥 = 107 MPa

𝑑𝑚𝑎𝑥 = 4,297 mm

Baseando-se nesses resultados, foram definidas as restrições impostas à

função objetivo, de forma que a formulação matemática do problema de otimização

do chassi escada será:

Minimizar V(R) = ∑ 𝐴𝑖 . 𝐿𝑖23𝑖=1

= ∑ [ (𝑊1. 𝑡1) + (𝑊2. 𝑡2) + ((𝑊3 − 𝑡1 − 𝑡2). 𝑡3)]. 𝐿𝑖23𝑖=1

Sujeito a

90 MPa ≤ 𝜎𝑚𝑎𝑥 ≤ 120 MPa

65 mm ≤ 𝑊1, 𝑊2≤ 75 mm

166 mm ≤ 𝑊3 ≤ 206 mm

5,4 mm ≤ 𝑡1, 𝑡2, 𝑡3 ≤ 7,4 mm

Realizando a simulação, depois de decorridos 6 minutos e 7 segundos e 18

iterações, o programa retornou o conjunto de parâmetros otimizados, conforme

indicado na Tab. (9) mais adiante.

As Figuras (4.13), (4.14) e (4.15) ilustram os gráficos de comportamento das

variáveis de projeto (𝑊1, 𝑊2, 𝑊3, 𝑡1, 𝑡2 e 𝑡3) e da função objetivo (V(x)) ao longo das

iterações.

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Tabela 9 - Dados iniciais e finais (18ª iteração).

Parâmetros Etapa Inicial Etapa Final

𝜎𝑚𝑎𝑥 [MPa] 107,00 119,46

𝑊1 [mm] 70,9 69,837

𝑊2 [mm] 70,9 66,467

𝑊3 [mm] 186,0 171,95

𝑡1 [mm] 6,4 5,902

𝑡2 [mm] 6,4 5,400

𝑡3 [mm] 6,4 5,400

Volume [dm³] 36,8245 29,9310

Figura 4.13 – Variação dos comprimentos do perfil no decorrer das iterações.

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Figura 4.14 – Variação das espessuras do perfil no decorrer das iterações.

Figura 4.15 – Variação do volume total da estrutura no decorrer das iterações.

Utilizando os valores inicial e final da função objetivo (volume) na Eq. (9),

calcula-se o percentual de redução como:

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RV = 1 - 𝑉𝑓

𝑉𝑖 = 1 -

29,931

36,8245

RV = 18,72%

4.3 OTIMIZAÇÃO – Segunda Etapa

4.3.1 Análises e Modificações

Com intuito de dar continuidade ao desenvolvimento do processo de

otimização do chassi escada, bem como aplicar novos conceitos pesquisados ao

longo da elaboração do trabalho, a segunda etapa do presente projeto, conforme

citado anteriormente, se deu através da adição de novas análises e de utilização de

novas ferramentas, no caso, por meio do software modeFRONTIER, desenvolvido

pela Esteco.

Para realização das análises (que passam então a ser relativas ao

comportamento dinâmico da estrutura), apenas algumas alterações na etapa de pré-

processamento foram realizadas. Entre elas, foram adicionados novos nós para

criação de elementos que representam de forma simplificada a atuação de sistemas

de suspensão sobre os quatro apoios (que eram restringidos de forma fixa em todos

os graus de liberdade, até então).

Os novos elementos selecionados foram de dois tipos: massas e elementos

de mola. O primeiro foi adicionado para representar a massa não suspensa do

sistema de suspensão, e foi feito através de associação de element type MASS21 à

4 novos nós criados. Este elemento pontual definido por nós únicos possui seis

graus de liberdade (3 de translação e 3 de rotação) e podem ser associados à ele,

através de inputs, valores para deslocamentos nos graus de liberdade disponíveis,

constantes reais ou propriedades de material.

O outro tipo de elemento, COMBIN14, foi adicionado para simular as rigidezes

dos pneus e das suspensões frontais e traseiras. Ele foi criado entre os nós das

massas e quatro novos nós de apoio da estrutura (restringidos em todos os seis

graus de liberdade) para representar os pneus, e entre as massas e quatro nós do

chassi para simular as suspensões. Para eles foram adicionados os valores de

rigidezes, também com base nas análises realizadas no trabalho de Furtado (2013).

Este tipo de elemento possui capacidade de aplicações longitudinais e torcionais. A

opção escolhida, mola-amortecedor de atuação longitudinal, é um elemento uniaxial

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70

de tensão-compressão, sujeito a até três graus de liberdade em cada nó

(translações), sem considerações referentes à flexão ou torção nem à massa.

Com mantimento do mesmo refinamento de malha utilizado na etapa

preliminar do trabalho e após as alterações na modelagem original descritas, o

chassi com os elementos de massa e mola-amortecedor ficou conforme ilustra a Fig.

(4.16). Nela são indicados por K0 e M0 os novos elementos adicionados (mola e

massa, respectivamente), os novos nós (enumerados, com exceção dos nós 3001 e

4001) e os novos apoios: engastes (em amarelo) e restrição de translação nos eixos

x e y (em azul mais claro).

Figura 4.16 – Nova modelagem com adição de elementos de suspensão.

Uma última alteração dentro do pré-processamento foi a redução da

quantidade de parâmetros de seção transversal. Com a finalidade de diminuição de

custo computacional e consequente propensão à melhoria de resultados, procurou-

se a aplicação dos conceitos pesquisados desde os primeiros passos da elaboração

da otimização, ou seja, desde a modelagem da estrutura. Conforme elucidado no

item 2.1.3 deste trabalho, o processo de manufatura de um chassi tipo escada,

atualmente, é realizado através da confecção de lâminas metálicas e subsequente

processo de dobramento.

Dessa maneira, a utilização de três parâmetros distintos para as espessuras

das abas e da alma acarretaria na necessidade de produção de três diferentes

chapas, e consequentemente adição de complexidade de fabricação no que tangeria

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a união destas. Para simplificação do problema, juntamente com propensão a ganho

computacional, ao trabalhar-se com menor número de variáveis, as espessuras t1, t2

e t3 utilizadas no procedimento de otimização preliminar foram unificadas, sendo

representadas unicamente pelo parâmetro t0. Similarmente, visando a manutenção

da forma do perfil em aberto em C original, na qual as almas possuem a mesma

dimensão, os parâmetros W1 e W3 passaram a ser representados unicamente pela

variável W1, enquanto o parâmetro referente à dimensão da alma passou a ser

introduzido pela variável W2.

A alteração para a nova configuração paramétrica do perfil de seção

transversal está representado a seguir na Fig. 4.17:

Figura 4.17 – Nova configuração paramétrica do perfil.

A partir de então, as próximas alterações feitas na elaboração do processo de

otimização foram pertinentes à etapa de análises e soluções. Como citado

anteriormente, para uma análise realista e fiel ao comportamento de um veículo

automotor faz-se necessária a utilização de simulações de caráter dinâmico para

uma reprodução mais precisa do regime de trabalho deste sistema.

Inicialmente, a análise adicionada ao processo foi do tipo modal. O intuito

neste tipo de análise é a obtenção das frequências naturais da estrutura, referentes

aos modos com as quais esta se deforma quando excitada à frequências próximas

das naturais. No âmbito da otimização, esta análise também servirá como método

para extração de uma nova função objetivo: a primeira frequência natural. Na

prática, este tipo de procedimento é realizado quando se visa alterar propriedades

da estrutura a fim de que as frequências naturais sejam alteradas para longe das

frequências que surgem durante o regime de trabalho do componente.

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72

Levando em consideração o fato de o chassi veicular estar ligado diretamente

à quase todos os demais sistemas de um automóvel e estar sujeito a inúmeras

fontes de vibração que abrangem uma larga faixa de frequências, se faz necessário

um estudo mais direcionado à determinada aplicação para definição de quais

frequências se pretende evitar, referentes à emissão de ruído sonoro ou bem-estar

físico do usuário, por exemplo. Por não se tratar do objetivo deste trabalho, foi

escolhida arbitrariamente a primeira frequência natural, puramente a fim de

referência, para ser maximizada. Em estudos mais específicos, seria recomendado

que inicialmente fossem definidas quais frequências naturais se prende evitar e, a

partir disso, elaborar-se o processo de otimização.

O segundo objetivo na realização da análise modal é a extração de

parâmetros para a elaboração da próxima análise: a do tipo harmônica. A análise

harmônica tem como intuito a imposição de forças dinâmicas sobre a estrutura, em

geral com amplitudes constantes, através de uma determinada faixa de frequências,

para que, através das amplitudes máximas da resposta da estrutura, se determinar

quais frequências naturais tem maior influência sobre o comportamento da estrutura.

A análise modal, de maior simplicidade de elaboração, requer poucos

parâmetros para ser realizada: basicamente, a quantidade modos que se pretende

obter frequências naturais. Para isso foram determinados no script o cálculo e a

listagem das 20 primeiras frequências, indicadas a seguir na Tab. 10:

Tabela 10 – Resultados da análise modal.

Modo Frequência [Hz]

1º 0,93779

2º 0,94051

3º 0,94140

4º 0,98905

5º 5,4742

6º 6.6867

7º 8.1678

8º 9.2365

9º 24.611

10º 25.601

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73

11º 33.537

12º 36.700

13º 47.897

14º 48.525

15º 51.179

16º 51.276

17º 53.421

18º 60.530

19º 69.260

20º 69.284

Ao final da análise, através do script foi comandado que se criassem duas

novos parâmetros escalares: FREQ1 para armazenar o valor da primeira frequência

natural, e FREQ20 para o da vigésima frequência. O primeiro parâmetro, no

processo de otimização, será definido como um dos objetivos, tal qual foi definido a

tensão máxima (parâmetro SMAX), através da análise estática. O segundo

parâmetro servirá como referência para a análise harmônica a cada iteração: pelo

script, comanda-se que seja realizada dentro da faixa de frequência de 0 Hz ao valor

de duas vezes FREQ20 (varrendo uma faixa de cerca de 140 Hz). Portanto:

FREQ1 = 0,93779 Hz

FREQ20 = 47,897 Hz

Para esta segunda análise dinâmica, são requeridos o método de análise

harmônica (no caso deste trabalho, foi definido o método full), a faixa de frequências

(conforme citado anteriormente), o número de substeps, ou seja, a quantidade de

pontos em que serão extraídos resultados (definidos em 800, de forma a serem

obtidos valores de amplitude a cada 0,175 Hz), além da definição das forças

aplicadas e das constantes de amortecimento proporcional, calculadas por Furtado

(2013):

𝜶 = 0.1765

𝜷 = 0.0023

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74

As forças aplicadas foram definidas com amplitude de 17700N na direção

negativa no eixo z. O ponto de aplicação foram os nós definidos como junção entre o

chassi e o sistema de suspensão.

Com a análise harmônica os resultados obtidos são indicados em gráficos de

pós-processamento, por meio do comando chamado time-history postprocessing.

Neste comando ilustra-se a variação de parâmetros definidos pelo usuário ao longo

da variação de frequência. Para análise do comportamento da estrutura, foram

selecionados oito pontos para plotagem dos gráficos: os quatro pontos de aplicação

das forças, dois pontos na parte frontal da estrutura (um na extremidade de uma das

longarinas, e outro no centro da travessa mais frontal), e dois pontos na parte

traseira (de posicionamento similar ao dos pontos frontais), em ordem: nós 16, 221,

80, 157, 1, 278, 126 e 381, conforme Fig. (4.18):

Figura 4.18 – Localização dos nós avaliados.

O gráfico gerado para o ponto 16, como exemplo, está ilustrado na Fig. (4.19) a

seguir.

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75

Figura 4.19 – Amplitude de resposta do deslocamento do nó 16 no domínio da

frequência.

Através da análise harmônica para os pontos acima listados, foi extraído que

em metade dos casos o pico de deslocamento ocorreu quando a estrutura foi

excitada com a força de frequência 5,7159 Hz. Esta, por aproximação, refere-se à

frequência natural do 5º modo de vibração, conforme observado por meio da análise

modal, que é a frequência de maior influência sobre o comportamento da estrutura.

Após cada iteração no processo de otimização, a nova configuração do perfil

acarretará em uma nova frequência natural de maior influência na estrutura, e de

forma cíclica, será definido o maior valor de amplitude resposta como o parâmetro

AMP_MAX, e o valor da frequência relativa a este pico de amplitude, parâmetro

FREQ_REL. A análise harmônica, na formulação deste processo de otimização, terá

caráter intermediário, portanto, estes novos parâmetros criados não serão utilizados

diretamente pelo algoritmo otimizador.

A próxima etapa consiste em outra análise dinâmica, desta vez do tipo

transiente. No regime transiente da simulação de uma carga dinâmica sobre uma

estrutura, são analisadas as variações da resposta dinâmica do modelo

(deslocamento, esforções e tensões) ao longo do tempo (FURTADO, 2013).

No que concerne o processo de otimização, o intuito da aplicação de análise

transiente, da mesma forma citada para o caso da análise modal, tem a

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possibilidade de se basear em diversas situações de uso do veículo. Pelo fato de o

foco principal do presente trabalho estar voltado à utilização de ferramentas de

utilização, o aprofundamento da conceituação referente à objetivos de análise

transiente não será pretendido. Baseado na continuidade do trabalho de Furtado

(2013), a análise transiente deste projeto baseia-se na ocorrência de transposição

de quebra-molas pelo veículo em estudo e o efeito consequente sobre seu chassi.

Esta não é a única abordagem pertinente, sendo possível, por exemplo, a análise de

diferentes tipos de colisão, desacelerações, retomadas, entre outras.

Dentro do contexto estabelecido pelo escopo do trabalho, a obtenção da

solução transiente do problema, por meio de comandos introduzidos dentro do

mesmo script das demais análises dinâmicas, requer definição de alguns comandos

similares ao da análise harmônica. Define-se o método como full, o tamanho do

passo de obtenção de dados, amortecimento proporcional, entre outros (todos

incluídos no script em anexo). Além destas definições, o problema requer que a

força a ser aplicada seja definida em função do tempo. Para isso, dentro do script,

foram elaboradas duas cargas transientes, a serem aplicadas sequencialmente nas

suspensões dianteiras e traseiras. O tipo de força utilizado foi senoidal, de amplitude

17700N no sentido negativo de z (FURTADO, 2013) e frequência de acordo com o

valor obtido para o parâmetro FREQ_REL na análise harmônica.

O processamento dos resultados é realizado para determinado ponto da

estrutura, da mesma maneira feita na análise anterior, porém desta vez ao longo de

uma faixa de tempo. Sendo o objetivo desta análise a obtenção do máximo valor de

deslocamento da estrutura, também foi observado o comportamento dos nós

considerados críticos na estrutura (indicados na Fig. (4.18)), para determinação

daquele que mais sofre efeito das cargas aplicadas. Os nós analisados e os

respectivos deslocamentos máximos estão indicados a seguir na Tab. 11:

Tabela 11 – Resultados da análise transiente para nós críticos.

Nó Deslocamento

Máximo [mm]

16 83,8

221 83,8

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77

80 129,7

157 129,7

278 133,9

1 127,1

381 187,6

126 201,2

Nota-se, portanto, que o nó que sofre maior influência sobre a carga

transiente aplicada é o nó referente à extremidade traseira das longarinas (126) e,

portanto, será utilizado para extração dos parâmetros de otimização.Através do

script, o algoritmo determinará o máximo valor de deslocamento deste nó e o alocará

ao parâmetro DESLOC_MAX, iterativamente encontrando novos valores, para cada

nova configuração de seção transversal do chassi, de forma que, portanto:

DESLOC_MAX = 201,2 mm

A seguir, na Fig. (4.20), está ilustrado o resultado gráfico para o deslocamento

do nó 126 ao longo do tempo:

Figura 4.20 – Variação do deslocamento do nó 126 ao longo do tempo.

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78

Para a elaboração do processo de otimização, assunto que será discutido no

tópico seguinte, na etapa de análises é necessária atenção para a forma com que os

parâmetros de saída são obtidos. Ao final do script das análises, tanto estática

quando dinâmicas, foram incluídos comandos que exportam os parâmetros de

interesse para um arquivo externo ao Ansys, armazenando estes outputs a cada

iteração.

No caso da análise estática, um arquivo output_est.out é gerado, contendo os

valores das variáveis VOLUME e SMAX, enquanto que ao final das análises

dinâmicas é gerado um arquivo output_din.out que contém as variáveis

DESLOC_MAX e FREQ1, que serão utilizados como templates para o algoritmo de

otimização no modeFRONTIER.

Ao final destas análises, com as variáveis citadas extraídas conforme

elucidado, o processo de otimização poderá ser reestruturado, com relação à

formulação utilizada na otimização preliminar feita no Ansys, onde somente a análise

estática foi executada, extraindo-se dela basicamente os valores de volume total da

estrutura e tensão máxima.

Dessa maneira, a nova formulação será dada por:

Minimizar Volume = ∑ 𝐴𝑖. 𝐿𝑖23𝑖=1

= ∑ [ (𝑊1. 𝑡1) + (𝑊2. 𝑡2) + ((𝑊3 − 𝑡1 − 𝑡2). 𝑡3)]. 𝐿𝑖23𝑖=1

Maximizar FREQ_REL

Sujeitos a

𝐸𝑀𝐴𝑋 ≤ 300 MPa

𝐷𝑀𝐴𝑋 ≤ 40 mm

65 mm ≤ 𝑊1≤ 75 mm

166 mm ≤ 𝑊2 ≤ 206 mm

5,4 mm ≤ 𝑡0 ≤ 7,4 mm

A Fig. (4.21) ilustra a nova estruturação das análises em termos dos

parâmetros de entrada e saída a serem utilizados pelo algoritmo de otimização:

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79

Figura 4.21 – Fluxograma de execução das análises.

4.3.2 Otimização pelo modeFRONTIER

Uma vez que a elaboração dos scripts das análises foi concluída, estes

puderam ser então importados pelo modeFRONTIER , para que o software

comandasse a execução do Ansys em modo batch e a também a rodagem dos

scripts por meio dele.

A próxima etapa foi a elaboração do workflow de otimização por meio do

modeFRONTIER. Esta construção foi baseada, principalmente, na utilização do

chamado EasyDrive, uma das opções de interface do software que permite, através

de um único nó (do tipo Script Node), a inclusão de arquivos base de entrada e

saída (input e output templates), representados pelos scripts e pelos arquivos que

contém as variáveis de saída, como citado anteriormente. Além disso, permite a

inclusão do caminho para o arquivo executável do software utilizado para realização

das análises, no caso, o Ansys Mechanical APDL.

Em seguida, no programa necessita-se a declaração de quais serão as

variáveis de entrada e saída que o programa extrairá dos templates. Para tanto,

foram criados os nós W1, W2 e t0 (variáveis de entrada), além dos nós Stress,

Volume, Freq e Desloc (variáveis de saída). Estes nós são então ligados às

respectivas funções, também declaradas por meio de nós: SMAX e DMAX

(restrições), Min_Vol e Max_Freq (objetivos). No caso das variáveis de entrada, o

FunçãoOutputAnáliseInput

W1

W2

t0

Estática

Volume

Tensão Máxima

Dinâmica

Frequência

Deslocamento Máximo

Objetivo

Restrição

Objetivo

Restrição

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80

programa requer, além da atribuição dos nós à determinada interface análise (no

caso deste trabalho, por meio do EasyDriver Node), a determinação das faixas de

valores admissíveis. Já para as variáveis de saída, no caso de estas serem

conectadas à nós de restrição, se faz necessário a determinação das propriedades

da expressão restritiva, com o tipo (de igualdade ou desigualdade, conforme

elucidado no tópico 2.2.3.3).

Para determinação dos valores das restrições foram utilizados como

referência os conceitos de critérios de falha. Para o caso do parâmetro de restrição

gerado pela análise estática (tensão máxima), destaca-se o critério baseado na

Teoria da Energia de Distorção para materiais dúcteis ou simplesmente DE (também

chamada Teoria de Von Mises), conforme elucidado por Shigley et al

(2005),formulada como:

σ' ≥ 𝑆𝑦 (10)

Onde σ' é a chamada tensão efetiva ou tensão de Von Mises para ao estado geral

de tensão completo, fornecido por meio das tensões principais σ1, σ2 e σ3 e 𝑆𝑦 a

resistência ao escoamento do material.

Levando em consideração a existência de incertezas na magnitude das

cargas utilizadas em aplicação em serviço, com intuito de proteção contra falhas não

antecipadas, recomenda-se a utilização de um fator de segurança N para situações

estáticas e materiais dúcteis, de forma que:

σ' ≥ 𝑆𝑦

𝑁 (11)

Onde adota-se N = 2, considerado um bom valor médio para este fator, evitando-se

um valor elevado que acarretaria em superdimensionamento da estrutura

(CALLISTER, 1991).

Dessa forma, considerando-se, conforme indicado na Tabela 7, o limite de

escoamento do aço LNE60 600 MPa (limite mais conservador), estabelece-se como

restrição SMAX ao processo de otimização o valor máximo da tensão de Von Mises:

SMAX ≤ 300 MPa.

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81

Com base na primeira análise transiente realizada, pré-otimização, na qual o

deslocamento máximo obtido foi de 200 mm, estabelece-se como critério de

pequenos deslocamentos um valor máximo não superior ao dobro do obtido na

estrutura original, de forma que a segunda restrição, de deslocamento máximo, será

estabelecida em:

DESLOC_MAX ≤ 400 mm

Para conclusão da elaboração do workflow, outros 3 nós são definidos: DOE,

Scheduler e Logic End. No primeiro seleciona-se o método de geração dos pontos

(designs) iniciais a partir dos quais o algoritmo baseará a busca pelo ponto ótimo.

Uma técnica utilizada inicialmente foi a geração Randômica da sequência de

designs, com intuito de validar a execução da análise. Em seguida, foi aplicado o

DOE chamado Uniform Latin Hypercube (ULH) que gera, para cada variável, pontos

randomicamente e uniformemente distribuídos em todas as dimensões do domínio.

É importante salientar que a aleatoriedade na geração de pontos iniciais do

processo de otimização pode trazer grandes benefícios, principalmente quando se

tratando de métodos baseados em gradientes, evitando em alguns casos a

convergência para mínimos locais. Segundo o modeFRONTIER Tutorials, com base

em McKay et al (1979) , apesar de gerar distribuições corretas no caso de variáveis

contínuas, o ULH também gera adequadamente distribuições uniformes no caso de

variáveis discretas e, em relação ao método puramente randômico (chamado

também Monte Carlo), traz melhor mapeamento de distribuições de probabilidade

marginais, especialmente para pequenos números de designs. A Fig. (4.22) e (4.23)

ilustram a distribuição de das três variáveis de entradas através da técnica ULH e as

respectivas projeções em 2-D.

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82

Figura 4.22 – Distribuição das variáveis no domínio (ULH).

Figura 4.23 – Projeções 2-D da distribuição das variáveis no domínio (ULH).

Já no nó Scheduler são definidos o algoritmo de otimização e as respectivas

propriedades. Nas definições deste nó os algoritmos disponíveis são separados em

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83

categorias: Scheduler (utilizado para validação do algoritmo, analisando apenas os

pontos iniciais definidos pelo DOE), Adaptativos, Evolucionários, Heurísticos, Multi-

Estratégicos, Baseados em Gradientes e Otimizadores Externos. Como citado

anteriormente, o objetivo principal deste trabalho é aplicação de conceitos de

otimização e análise dos referentes resultados obtidos. Para tanto, foi então

selecionado o algoritmo de conceituação diferente do utilizado na otimização

preliminar feita no Ansys (baseado em gradiente da função objetivo), no caso, um da

categoria Evolucionário.

O algoritmo escolhido, chamado Multi Objective Genetic Algorithm II (MOGA-

II), foi desenvolvido utilizando a busca através do operador chamado smart multi-

search elitism. Este operador fornece a preservação de soluções candidatas a ótimo

sem que haja convergência prematura para mínimos locais. A utilização deste

algoritmo é recomendada por, do ponto de vista prático, trazer baixa complexidade

ao procedimento de estruturação da otimização ao requerer poucos parâmetros

definidos pelo usuário, tendo internamente diversos outros parâmetros pré-

estabelecidos, promovendo robustez e eficiência ao algoritmo otimizador. O número

total de designs avaliados é igual ao número total de pontos definidos no DOE, ou

seja, a população inicial do experimento, multiplicado pelo número de gerações,

definido pelo usuário (POLES, 2003). Segundo o modeFRONTIER Documentation,

as principais vantagens deste algoritmo são:

Suportar seleção geográfica e operação de cross-over direcional

Implementação de elitismo para busca multiobjectivo

Assegura as restrições definidas pelo usuário por penalizações da função

objetivo

Permite evolução Geracional ou de Curso Estável

Permite a avaliação simultânea de indivíduos independentes.

Para resolução do problema, foram então definidos 150 pontos iniciais para o

DOE (por meio do método ULH) e 100 gerações, formando um total de 15000

possíveis candidatos a ótimo.

Por fim, o último nó adicionado foi o Logic End, que identifica o ponto final do

processo de otimização.

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84

Dessa forma, o workflow do processo de otimização do chassi tipo escada,

por análises realizadas no Ansys e importadas para o modeFRONTIER para

execução da otimização, foi definido conforme ilustra a Fig. (4.24).

Figura 4.24 – Workflow do processo de otimização.

O próximo passo então foi a execução do processo de otimização. Esta etapa

teve uma duração de 16 horas, 39 minutos e 21 segundo. Do total de 15000 designs

gerados pelo DOE, 1407 foram executados, 87 foram determinados como

pertencentes ao domínio inviável (unfeasible) e 30 geraram erro. O restante foi

classificado pelo algoritmo como repetido ou redundante e não é avaliado. O gráfico

da Fig. (4.25) indicam a classificação percentual dos dados reais do DOE em

viáveis, inviáveis e erro:

Figura 4.25 – Classificação percentual do DOE.

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85

As variações das funções objetivo (volume e primeira frequência natural) ao

longo das iteração estão ilustradas a seguir respectivamente nas Fig. (4.26) e (4.27):

Figura 4.26 – Variação do volume ao longo das iterações

.

Figura 4.27 – Variação da primeira frequência natural ao longo das iterações.

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86

Nota-se através do formato dos gráficos que tais objetivos são conflitantes e,

portanto, o comportamento de cada objetivo ao longo das iterações reflete

inversamente a variação do outro. Este fato ilustra claramente que, no caso de

otimizações multiobjetivo, se faz necessária a interferência do usuário na definição

da importância entre estes objetivos. Caso contrário, o algoritmo admite pesos iguais

para eles e, como resultado da otimização, são encontrados vários pontos

candidatos a ótimo, ou conforme citado no tópico 2.2.6.2, uma Fronteira de Pareto. A

Fig. (4.28) ilustra este resultado:

Figura 4.28 – Fronteira de Pareto Volume vs. Frequência.

A seguir, nas Fig. (4.29) a (4.31) estão ilustradas, respectivamente, as

evoluções das variáveis de projeto W1, W2 e t0 ao longo das iterações. Nota-se que,

apesar de tenderem à região do limite inferior do domínio viável, durante o processo

permaneceram sendo avaliados pontos afastados e espalhados no domínio, isso se

deu pelo fato da existência de objetivos conflitantes no processo, dificultando a

interpretação do algoritmo quanto à direção de convergência.

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87

Figura 4.29 – Variação do parâmetro W1.

Figura 4.30 – Variação do parâmetro W2.

Figura 4.31 – Variação do parâmetro t0.

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88

4.4 AVALIAÇÃO PÓS-OTIMIZAÇÃO

Prosseguindo na análise dos resultados obtidos com o procedimento de

otimização e as respectivas interpretações, aplicam-se os conceitos descritos na

revisão bibliográfica do trabalho a respeito da influência do usuário na determinação

dos resultados. Para tanto, incialmente utiliza-se a ferramenta de criação de

metamodelos (RSM) para determinação da influência das variáveis de projeto sobre

os dados obtidos ao final da otimização. Esta correlação entre os inputs e outputs é

mensurada através de coeficientes da função RSM que, como exemplo, foram

indicados e ilustrados graficamente a seguir pela Fig. (4.32), para a influência de

cada variável sobre a função volume.

Figura 4.32 – Coeficientes RSM - Função Volume.

Nota-se que a variação do parâmetro W2 é o que mais influi sobre a variação

do volume total da estrutura, seguido pelo parâmetro t0, enquanto o parâmetro W1

tem a menor influência.

Também através da função RSM no processo de otimização pode-se

representar graficamente o metamodelo tridimensional de influência de variáveis

sobre determinada função objetivo. Na Fig. (4.33) foi ilustrada a função RSM do

volume total da estrutura em função dos parâmetros W1 e W2.

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89

Figura 4.31 – RSM tridimensional.

De maneira semelhante faz-se interessante a aplicação da ferramenta

presente no software voltada à ponderação dos critérios de decisão para seleção da

solução ótima, o MCDM. Neste contexto, a aplicação da ferramenta permite que,

através da atribuição de fatores de importância, denote-se aos parâmetros

preferência ou indiferença quanto a influência nos resultados obtidos. A ferramenta

permite, de forma interativa, atribuir-se maior ou menor importância a determinado

parâmetro, de forma a se observar a tendência da solução a convergir para

determinado ponto do domínio.

Por meio da interpretação da Fronteira de Pareto, denota-se que a faixa de

valores obtidos para a função objetivo frequência possui menor abrangência em

comparação à faixa de valores geradas para a função volume. Percebe-se com isso

que a otimização dos parâmetros possui maior influência sobre este último objetivo

do que sobre o primeiro. A partir de então, por meio de barra de variação de

importância dos parâmetros (Fig. (4.32)), atribui-se pesos conforme ilustrado:

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90

Figura 4.32 – Ferramenta de atribuição de peso aos objetivos.

A partir de então, a solução do problema de otimização multiobjetivo, dadas

as devidas análises de resultados, pode convergir para um ponto de ótimo.

Conforme indicado na Tab. 12, o software seleciona, com base nas definições

estabelecidas pelo usuário, a configuração ótima da solução:

Tabela 12 – Solução Ótima – Variáveis de projeto.

Parâmetro Valor Ótimo [mm]

W1 65

W2 166

t0 5,4

Esta configuração gera os seguintes valores para as restrições:

SMAX = 132,35 Mpa

DMAX = 216,89 mm

E determinam como solução ótima as funções objetivo:

Volume = 28,131 dm³

Frequência = 0,9399 Hz

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91

5. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

O objetivo deste trabalho de realizar um processo de otimização

estrutural através do pacote computacional de primeira ordem do Ansys gerou

resultados plausíveis e conformes com o esperado.

O procedimento de validação da metodologia, que foi realizado através

da aplicação em uma estrutura mais simples que o objeto de estudo trouxe

grande benefício ao desenvolvimento deste trabalho. Através desta primeira

etapa, foi possível compreender de forma mais clara os conceitos pesquisados

durante a fase de revisão bibliográfica. Por meio dela a otimização através do pacote

computacional escolhido pode ser realizado de forma mais didática e

compreensível.

Após a validação do processo de otimização, a aplicação dele ao chassi tipo

escada modelo Cargo C-816 pode ser feita de maneira direta e eficiente, de

forma que os resultados obtidos puderam ser analisados e avaliados. Com a

otimização foi obtida a redução do volume total da estrutura, através da

minimização das variáveis de projeto (comprimento e espessura das abas e da alma

da seção transversal uniforme de perfil “C”), onde o algoritmo gerou somente

valores da função objetivo pertencentes ao domínio viável, ou seja, não

desrespeitaram as restrições de tensão máxima impostas. Dessa forma, o loop

de otimização continuou até que o resultado da função objetivo convergisse e

chegasse a um valor abaixo da tolerância selecionada para o problema.

Notou-se que os resultados foram muito dependentes dos valores

escolhidos para as restrições da função objetivo. Estes valores foram

intencionalmente selecionados com um espaço amostral relativamente

pequeno, visto que o intuito do trabalho era a realização da otimização

baseada, inicialmente, em resultados obtidos a partir de uma análise estrutural

puramente estática.

A elaboração da continuação deste trabalho proverá restrições baseadas em

análises dinâmicas, nas quais outras tensões são geradas a partir de situações de

uso em que o veículo é submetido, como acelerações, frenagens, curvas,

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92

irregularidades do solo e impactos. Tal análise poderá trazer resultados mais reais e

aplicáveis a um projeto de concepção de chassi automotivo.

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ANEXOS

Pág.

Anexo I Script de Análise e Otimização da Treliça

Anexo II Script de Análise Estática do Chassi Escada

Anexo III Script de Análise Dinâmica do Chassi Escada

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ANEXO I Script de Análise e Otimização da Treliça

FINISH

/CLEAR

/title, trelica_tcc

/filename, trelica_tcc,0

d=7850

E = 210000000

P = 0.3

*DIM,R,ARRAY,3

R1=0.05

R2=0.05

R3=0.05

*do,i,1,3,1

R(i)=R%i%

*enddo

/prep7

/ESHAPE,1

ET,1,LINK180

MP, EX, 1, E

MP, PRXY, 1, P

MP, DENS, 1, d

*do,i,1,3,1

SECTYPE,i,LINK

SECDATA,3.14*(R(i))**2

*enddo

n, 1, -2, 2, 0

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99

n, 2, 0, 2, 0

n, 3, 2, 2, 0

n, 4, 0, 0, 0

e,1,4

secnum,2

e,3,4

secnum,3

e,2,4

*do,i,1,3,1

D,i,ALL

*enddo

F,4,FY,-30000

FINISH

/SOLU

ANTYPE,0

SOLVE

FINISH

/POST1

ETABLE,EVOLUME,VOLU,

SSUM

*GET,Volume,SSUM,,ITEM,EVOLUME

ETABLE,ETENS,LS,1

*GET,STRS1,ELEM,1,ETAB,ETENS

*GET,STRS2,ELEM,2,ETAB,ETENS

*GET,STRS3,ELEM,3,ETAB,ETENS

!*STATUS,STRS1

!*STATUS,STRS2

!*STATUS,STRS3

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100

smax=0

*do,i,1,3,1

*if,abs(smax),Ge,abs(strs%i%),then

smax=abs(smax)

*else

smax=abs(strs%i%)

*endif

*enddo

*status,smax

LGWRITE,optimize,txt,C:\Users\MichelAlba\Dropbox\TCC\ANSYS

finish

/OPT

OPANL,'optimize','txt','C:\Users\MichelAlba\Dropbox\TCC\ANSYS'

OPVAR,R1,DV,0.04,0.1,0.00001

OPVAR,R2,DV,0.04,0.1,0.00001

OPVAR,R3,DV,0.04,0.1,0.00001

OPVAR,SMAX,SV,1000000,3100000,0.0001

OPVAR,VOLUME,OBJ,,,0.00001

OPTYPE,FIRST

OPFRST,30

OPEXE

OPLIST,ALL

PLVAROPT,Volume

/AXLAB,X,Number of Iterations

/AXLAB,Y,Volume

/REPLOT

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ANEXO II Script de Análise Estática do Chassi Escada

FINISH /CLEAR /title, Chassi_Estática /filename, Chassi_Estática,0 d = 7798 P = 0.31 E = 2.07E11 W1=0.0709 W2=0.186 t0=0.0064 /prep7 /ESHAPE,1 ET,1,BEAM189 MP,EX,1,E MP,PRXY,1,P MP,DENS,1,d SECTYPE,1,BEAM,CHAN SECDATA,W1,W1,W2,t0,t0,t0 k,1, 0, 0 k,2, 0.649, 0 k,3, 2.134, 0 k,4, 3.175, 0 k,5, 3.664, 0 k,6, 5.094, 0 k,7, 5.749, 0 k,8, 6.078, 0 k,9, 6.078, 0.865 k,10, 5.749, 0.865 k,11, 5.094, 0.865 k,12, 3.664, 0.865 k,13, 3.175, 0.865 k,14, 2.134, 0.865 k,15, 0.649, 0.865 k,16, 0, 0.865 k,17, -0.129, 0.577 k,18, -0.129, 0.288 k,100, 1.079, 0 k,200, 4.389, 0 k,300, 4.389, 0.865 k,400, 1.079, 0.865

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102

l,1,2 l,2,100 l,100,3 l,3,4 l,4,5 l,5,200 l,200,6 l,6,7 l,7,8 l,9,10 l,10,11 l,11,300 l,300,12 l,12,13 l,13,14 l,14,400 l,400,15 l,15,16 l,16,17 l,17,18 l,18,1 l,2,15 l,3,14 l,4,13 l,5,12 l,6,11 l,7,10 TYPE,1 REAL,1 LMESH,ALL DK,100,ALL DK,200,ALL DK,300,ALL DK,400,ALL !CARGAS DISTRIBUIDAS NAS LONGARINAS FLST,2,53,2,ORDE,7 FITEM,2,1 FITEM,2,-48 FITEM,2,58 FITEM,2,64 FITEM,2,68 FITEM,2,72 FITEM,2,76 /REPLOT,RESIZE /REPLOT,RESIZE FLST,2,50,2,ORDE,4 FITEM,2,1

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FITEM,2,-48 FITEM,2,72 FITEM,2,76 SFBEAM,P51X,1,PRES,6000, , , , , ,0 LESIZE, ALL, 0.1 /SOLU ANTYPE,0 SOLVE FINISH /POST1 !PRNSOL,U,Y !lista deslocamentos !PRESOL,S,PRIN !lista tensões !PLESOL,S,INT,1,1.0 !plota tensões !PLDISP,1 !plota deslocamentos !OTIMIZACAO ETABLE,EVOLUME,VOLU SSUM *GET,Volume,SSUM,,ITEM,EVOLUME !OBTEM AS TENSÕES DOS ELEMENTOS ETABLE,ETENS,LS,1 pretab,etens *do,i,1,76,1 *GET,STRS%i%, ELEM,i,ETAB,ETENS *STATUS,STRS%i% *enddo !DEFINE A TENSÃO MÁXIMA smax=0 *do,i,1,75,1 *if,ABS(Smax),Ge,ABS(STRS%i%),then SMAX=abs(smax) *else SMAX=ABS(STRS%i%) *endif *enddo !*status,smax *if,SMAX,Ge,strs76,then smax=smax *else smax=strs76 *endif !CRIA O ARQUIVO COM AS SAIDAS - VOLUME E TENSÃO MÁX *CREATE,ansuitmp

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104

*CFOPEN,'output_est_teste','out' *VWRITE,SMAX,VOLUME, , , , , , , , (D15.5) *CFCLOS *END /INPUT,ansuitmp

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105

Anexo III Script de Análise Dinâmica do Chassi Escada

FINISH /CLEAR /title, Chassi_Dinamica /filename, Chassi_Dinamica,0 d = 7798 P = 0.31 E = 2.07E11 W1=0.0709 W2=0.186 t0=0.0064 /prep7 /ESHAPE,1 ET,1,BEAM189 MP,EX,1,E MP,PRXY,1,P MP,DENS,1,d SECTYPE,1,BEAM,CHAN SECDATA,W1,W1,W2,t0,t0,t0 !SUSPENSAO FRONTAL ET,2,COMBIN14 !MASSA NÃO SUSPENSA ET,3,MASS21 !PNEU ET,4,COMBIN14 !SUSPENSAO TRASEIRA ET,5,COMBIN14 !REAL CONSTANTS R,2,85000,,, !Rigidez da suspensao frontal R,3,,,5000, !Massa não suspensa R,4,177000,,, !Rigidez do pneu R,5,250000,,, !Rigidez da suspensao traseira !PONTOS PARA O CHASSI k,1, 0, 0 k,2, 0.649, 0 k,3, 2.134, 0 k,4, 3.175, 0

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k,5, 3.664, 0 k,6, 5.094, 0 k,7, 5.749, 0 k,8, 6.078, 0 k,9, 6.078, 0.865 k,10, 5.749, 0.865 k,11, 5.094, 0.865 k,12, 3.664, 0.865 k,13, 3.175, 0.865 k,14, 2.134, 0.865 k,15, 0.649, 0.865 k,16, 0, 0.865 k,17, -0.129, 0.577 k,18, -0.129, 0.288 k,100, 1.079, 0 k,200, 4.389, 0 k,300, 4.389, 0.865 k,400, 1.079, 0.865 !CHASSI TYPE,1 SECNUM,1 REAL,1 MAT,1 l,1,2 l,2,100 l,100,3 l,3,4 l,4,5 l,5,200 l,200,6 l,6,7 l,7,8 l,9,10 l,10,11 l,11,300 l,300,12 l,12,13 l,13,14 l,14,400 l,400,15 l,15,16 l,16,17 l,17,18 l,18,1 l,2,15 l,3,14 l,4,13 l,5,12

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107

l,6,11 l,7,10 LESIZE,ALL,0.1,,,,1,,,1, LMESH,ALL n,1001, 1.079, 0, -0.5 !NÓS PARA AS MASSAS n,4001, 1.079, 0.865, -0.5 n,2001, 4.389, 0, -0.5 n,3001, 4.389, 0.865, -0.5 n,1002, 1.079, 0, -1 !NÓS PARA OS APOIOS n,2002, 4.389, 0, -1 n,3002, 4.389, 0.865, -1 n,4002, 1.079, 0.865, -1 !SUSPENSAO FRONTAL TYPE,2 REAL,2 MAT,2 E,16,1001 E,221,4001 !SUSPENSAO TRASEIRA TYPE,5 REAL,5 MAT,5 E,80,2001 E,157,3001 !MASSA NÃO SUSPENSA TYPE,3 REAL,3 MAT,3 E,1001 E,2001 E,3001 E,4001 !PNEUS TYPE,4 REAL,4 MAT,4 E,1001,1002 E,2001,2002 E,3001,3002 E,4001,4002

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108

!RESTRIÇÕES !KSEL,ALL D,16,UX,0 D,16,UY,0 D,221,UX,0 D,221,UY,0 D,80,UX,0 D,80,UY,0 D,157,UX,0 D,157,UY,0 D,1002,ALL D,2002,ALL D,3002,ALL D,4002,ALL FINISH /CONFIG,NRES,5000 !Aumenta número máximo de iterações !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ANÁLISE MODAL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! /SOLU ANTYPE,2 !PARÂMETROS MODOPT,SUBSP,20 EQSLV,FRONT MXPAND,20 SOLVE FINISH /POST1 SET,LIST !lista das frequencias naturais SET,FIRST !PLDISP !ANMODE,10,0.5,0 *GET,FREQ1,MODE,1,FREQ *GET,FREQ20,MODE,20,FREQ FINISH !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ANÁLISE HARMÔNICA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! /SOLU

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ANTYPE,3 HROPT,FULL HROUT,OFF !Deslocamentos em amplitude e fase HARFRQ,0,2*FREQ20 !Faixa de Frequências avaliada NSUBST,800 KBC,1 !Amortecimento proporcional ALPHAD,0.1765 BETAD,0.0023 !FORÇAS APLICADAS F,16,FZ,-17700,0 F,221,FZ,-17700,0 F,80,FZ,-17700,0 F,157,FZ,-17700,0 SOLVE FINISH /POST26 NSOL,2,16,U,Z PLVAR,2 PLCPLX,0 !Trabalhar com amplitude EXTREM,2 PRCPLX,1 !Trabalhar valores extremos em amplitude e fase *GET,AMP_MAX,VARI,2,EXTREM,VMAX !Obtem a amplitude máxima da resposta *GET,FREQ_REL,VARI,2,EXTREM,TMAX !Obtem a frequencia relativa a

!amplitude maxima FINISH !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ANÁLISE TRANSIENTE !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! /SOLU ANTYPE,4 TRNOPT,FULL AUTOTS,ON DELTIM,0.001 OUTRES,ALL,ALL ALPHAD,0.1765 BETAD,0.0023 FDELE,16,ALL FDELE,221,ALL FDELE,80,ALL

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FDELE,157,ALL !FORÇA SENOIDAL NOS APOIOS DIANTEIROS *DIM,CARGA,TABLE,1000,1,1,TIME PI = ACOS(-1) *DO,CONTADOR,1,1000 TEMPO = (CONTADOR-1)*1E-3 CARGA(CONTADOR,0,1) = TEMPO CARGA(CONTADOR,1,1) = -17700*SIN(2*PI*0.9*FREQ_REL*TEMPO) *ENDDO F,16,FZ,%CARGA% F,221,FZ,%CARGA% TIME,0.001 LSWRITE FDELE,16,ALL FDELE,221,ALL TIME,0.192 LSWRITE !FORÇA SENOIDAL NOS APOIOS TRASEIROS *DIM,CARGA2,TABLE,1000,1,1,TIME !(1000 pontos e passo 1e-3 => 1 segundo de análise) PI = ACOS(-1) *DO,CONTADOR,1,1000 TEMPO = (CONTADOR-1)*1E-3 CARGA2(CONTADOR,0,1) = TEMPO CARGA2(CONTADOR,1,1) = -17700*SIN(2*PI*0.9*FREQ_REL*TEMPO) *ENDDO F,80,FZ,%CARGA2% F,157,FZ,%CARGA2% TIME,0.672 LSWRITE FDELE,80,ALL FDELE,157,ALL TIME,0.863 LSWRITE TIME,10 LSWRITE LSSOLVE,1,5,1 !Resolve os loadsteps FINISH

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/POST26 NSOL,3,126,U,Z PLVAR,3 PLCPLX,0 !Trabalhar com amplitude EXTREM,3 PRCPLX,1 !Trabalhar valores extremos em amplitude e fase *GET,DESLOC_MAX,VARI,3,EXTREM,VMAX !Obtem a amplitude máxima da resposta *GET,TEMPO_REL,VARI,3,EXTREM,TMAX !Obtem a frequencia relativa a amplitude maxima *CREATE,ansuitmp *CFOPEN,'output_din_teste','out' *VWRITE,DESLOC_MAX,FREQ1, , , , , (D15.5) *CFCLOS *END /INPUT,ansuitmp