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Universidade de Coimbra Faculdade de Economia Profissões de Risco Sociedade de Risco e os Acidentes de Trabalho Joana Filipa Pereira Coimbra, Dezembro 2007

Universidade de Coimbra Faculdade de Economia · A evolução dinâmica do conceito de risco acabou por lhe atribuir um sentido negativo, falando-se então em resultados danosos (Douglas

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Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

Profissões de Risco

Sociedade de Risco e os Acidentes de Trabalho

Joana Filipa Pereira

Coimbra, Dezembro 2007

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Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

Profissões de Risco

Sociedade de Risco e os Acidentes de Trabalho

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Fontes de Informação

Sociológica, do 1ºano do curso de Sociologia, leccionada pelo Professor Doutor

Paulo Peixoto.

Trabalho realizado por:

- Joana Filipa Pereira

- Nº 20070897

Imagens da capa retirada de: http://www.ishst.pt/downloads/content/Cartaz_A.jpg

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Índice:

1. Introdução………………………………………………………………………..1 2. Estado das Artes………………………………………………………………………2

2.1 Sociedade de Risco ...................................................................................... 2 2.2 Acidentes de trabalho ................................................................................... 4

2.2.1 Definição, causas e estatísticas……………………………………………….4 2.2.2 Como prevenir………………………………………………………………..6

3. Descrição detalhada da pesquisa………………………………………………...7 4. Ficha de Leitura…………………………………………………….....................9 5. Avaliação de uma página Web…………………………………………………12 6. Conclusão………………………………………………………………………14 7. Referências Bibliográficas……………………………………………………..15

Anexo A

Texto de suporte da ficha de leitura1

Anexo B

Página da Internet avaliada

1 Visto que o livro que escolhi para fazer a ficha de leitura se encontrava todo sublinhado, decidi fazer os meus sublinhados a vermelho.

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1. Introdução

O meu trabalho começa por falar da sociedade de risco, da qual fazemos parte. Desde logo,

tento dar uma noção de risco para depois se poder entender todo o resto do meu trabalho.

De seguida faço uma breve referência ao conceito de acidente.

Depois, cito a opinião de alguns autores, em relação à opinião que têm face à sociedade

onde actualmente vivemos.

Já numa outra parte do trabalho, falo de acidentes de trabalho. Onde coloco a definição, as

principais causas de acidentes mortais em Portugal no ano de 2007 e outros, e as

estatísticas relativas aos sectores com maior número de acidentes de trabalho mortais, bem

como os dias da semana com maiores ocorrências e os distritos mais afectados.

Seguidamente respondo à questão como prevenir acidentes de trabalho? Utilizando os

dados de um relatório da União Europeia.

Segue-se a descrição detalhada da pesquisa onde coloco os métodos e fontes por mim

utilizados para a realização deste trabalho.

Depois, na ficha de leitura, faço um breve resumo de texto e também uma estruturação do

texto onde tento fazer as quatro leituras do texto.

Em seguida, na avaliação da página de internet faço uma avaliação essencialmente da

informação e do grafismo da página em questão.

Por fim, e depois da conclusão que faço em relação ao meu trabalho registo todas as

referências bibliográficas por mim consultadas.

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2. Estado das Artes

2.1 Sociedade de Risco

No mundo moderno em que vivemos aprendemos a viver com os riscos, a evitar alguns e a

procurar outros.

A palavra risco apareceu na sociedade Ocidental na época de transição da Idade Média

para a Idade Moderna.

A evolução dinâmica do conceito de risco acabou por lhe atribuir um sentido negativo,

falando-se então em resultados danosos (Douglas apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006;

Fox apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006) porque, inicialmente o conceito risco,

significava somente a probabilidade de uma ocorrência.

Contudo, o conceito de risco é definido de diferentes maneiras por diferentes autores.

Existem riscos voluntários e involuntários. Segundo Rowe (apud Pinto, Carla Cristina

Graça, 2006) um risco voluntário envolve uma certa motivação para a obtenção de ganhos

possíveis com o comportamento de risco.

Já o risco involuntário é exposto ao sujeito, sem que este tenha escolha.

Nesta perspectiva um acidente pode ser visto como um acontecimento involuntário e

inesperado, o qual gera consequências danosas. Mas, é só nos finais da Idade Média que o

conceito de acidente começa a ter o significado que lhe damos hoje.

“ A palavra [acidente] sugere um acontecimento que ocorre sem que haja previsão ou

expectativa, contudo estes acontecimentos agrupados não são aleatórios e não ocorrem por

acaso; podemos esperar que ocorram, mesmo que não possamos prever quando, onde e as

circunstâncias precisas da sua ocorrência.”

(Loimer e Guarnieri apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006)

Para Anthony Giddens (apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006), actualmente vivemos

numa sociedade moderna caracterizada como uma cultura de risco. Pois, a vida social

moderna é organizada em torno do conceito de risco.

Já para Ulrich Beck (apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006), a sociedade contemporânea é

vista como uma “sociedade de risco”, onde a preocupação dos indivíduos deixa de ser a

satisfação de necessidades básicas (as quais são vistas como um risco) e passa a ser, a

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forma como diminuir a ansiedade e o medo em resultado dos riscos criados pela

tecnologia.

Por fim, Mary Douglas (apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006) considera que os

comportamentos de risco, variam consoante as orientações culturais.

“No nosso mundo as pessoas esquecem-se de procurar atingir algo de bom, para passarem

a tentar evitar algo de mal.”

(Beck apud Pinto, Carla Cristina Graça, 2006)

Como referiu Beck, a sociedade em que nos inserimos é uma sociedade de riscos, os quais

estão sempre presentes no mundo o trabalho.

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2.2 Acidentes de trabalho

2.2.1 Definição, causas e estatísticas

A definição de acidente de trabalho encontra-se no Decreto-Lei n.º 99/2003, nos artigos

281.º e 301.º, considera-se acidente de trabalho todo o sinistro que ocorre

imprevisivelmente no local de trabalho e/ou no tempo de trabalho (in Portal do Cidadão

(2007) e Viseu, Isabel e Lameira, Ana Cristina (2002)). Pode também considerar-se

acidente de trabalho, um sinistro ocorrido: durante o deslocamento de trabalhadores na ida

ou no regresso do trabalho (nos termos definidos pela Lei); na prestação de serviços que

gerem lucro à entidade empregadora; numa acção de formação profissional para melhor

desenvolverem (os trabalhadores) o seu trabalho, tendo a autorização prévia da entidade

empregadora e fora do local ou tempo de trabalho quando o trabalhador executa serviços,

determinados pela entidade empregadora ou serviços pela mesma consentidos (in Portal do

Cidadão (2007)).

A maioria dos acidentes mortais ocorridos em Portugal são devidos a quedas e

soterramentos. Na maioria os acidentes mortais são provocados pela falta de seguimento

das regras de segurança e pela não utilização ou utilização desadequada de dispositivos de

segurança. Contudo, a fadiga (por não se dormir o suficiente), a falta de alimentação

(quando trabalhadores vão para o seu trabalho sem comer) ou a ingestão de bebidas

alcoólicas podem também contribuir para que aconteça um acidente de trabalho (in Portal

do Cidadão (2007)).

Em Portugal, desde 2003 até ao ano corrente (2007) que o número de acidentes mortais de

trabalho tem diminuído, com excepção do ano de 2004 que foi o ano, no período referido,

com maior número de sinistros mortais laborais. No ano de 2003 registaram-se 181

acidentes mortais enquanto, que em 2007 este número desceu para 148 (in Inspecção Geral

do Trabalho (2007)).

O sector que mais mortes apresenta, devido a acidentes de trabalho, é a Construção Civil

com um número de 77 mortes no ano de 2007 o que representa mais de 50% do total de

sinistros ocorridos. Já a Indústria Transformadora que é o sector a seguir à Construção

Civil mais afectado por acidentes de trabalho mortais apresenta 26 mortes no ano de 2007.

E por fim, outro sector com um número bastante elevado de sinistros é o Comércio e os

Serviços.

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Como referido anteriormente, as principais causas dos acidentes de trabalho são as quedas

em alturas (58 mortes num total de 148) e logo de seguida o choque em objectos (21

mortes num total de 148). O dia da semana em que ocorrem mais acidentes mortais é à

segunda-feira e ao longo da semana os números vão baixando, sendo iguais na quarta-feira

e na quinta-feira. Já as pequenas e médias empresas são as que apresentam maior número

de sinistros mortais, devido ao facto de ser mais difícil a Lei se impor nestas. Em relação

aos distritos é na cidade do Porto (27 num total de 148) que ocorrem mais acidentes de

trabalho mortais, seguindo-se Lisboa (19 num total de 148) e depois Aveiro (16 num total

de 148), (in Inspecção Geral do Trabalho (2007)).

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2.2.2 Como prevenir

Para se poder prevenir acidentes de trabalho existem uma série de atitudes que se têm de

tomar, quer para os trabalhadores, quer para as entidades empregadoras.

Primeiramente, deve-se tentar evitar os riscos. Isto é, ter uma previsão dos mesmos e

definir soluções adequadas para os suprimir, deve-se seleccionar equipamentos, materiais,

matérias-primas e produtos que não contenham risco e por fim, deve-se adoptar métodos e

processos de trabalho que tenham por objectivo a ausência de riscos. Deve-se identificar o

que pode correr mal, determinar quem pode ser atingido, verificar qual o grau de

probabilidade de ocorrer um acidente, decidir como poder evitar riscos. Como, por

exemplo, melhorando as instalações, colocar medidas de controlo em prática e verificar

constantemente se estas se encontram a funcionar bem; identificar os factores que causam

os acidentes de trabalho e tentar eliminá-los. Sempre que possível deve-se substituir o que

é perigoso pelo o que é isento de perigo ou menos perigoso tendo em conta a segurança

dos trabalhadores; devem-se adoptar medidas preventivas as quais têm de ser bem

integradas no trabalho e seguidas pelos trabalhadores e pelas entidades empregadoras com

a finalidade de reduzir o tempo de exposição dos trabalhadores ao risco e o número de

trabalhadores expostos ao risco; deve dar-se prioridade às medidas de protecção colectiva

em relação às medidas de protecção individual. Isto é, os dispositivos se segurança

colectiva devem ser estáveis, devem ter resistência e permanência no espaço e no tempo

para se tentar evitar ao máximo a protecção individual, que incomoda imenso os

trabalhadores no desempenho das suas funções e que pode causar acidentes de trabalho.

Cabe às entidades empregadoras dar instruções adequadas aos trabalhadores, para que estes

possam saber quais os riscos a que estão expostos e saber como agir perante um caso

grave, as entidades empregadoras têm também de dar aos seus trabalhadores formação,

para que estes compreendam melhor as normas de segurança e saúde no trabalho. Por fim,

é de salientar que para que tudo dê certo e para que se evitem acidentes de trabalho cabe

aos trabalhadores seguir todas as normas de segurança e serem o mais responsáveis e

atentos possível (in Portal das PME de Portugal (2007), Diário de Notícias (2007)).

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3. Descrição detalhada da pesquisa

Escolhi o tema Profissões de Risco porque entre todos os temas disponíveis era o que mais

interesse me despertava.

No começo do trabalho, como não tinha ideias fixas sobre o que queria estudar, andei um

pouco perdida. Mas depois de pesquisar na internet no motor de busca indexante Google a

expressão “profissões de risco” decidi estudar especificamente os acidentes de trabalho.

Contudo, depois de conversar com o Professor Doutor Paulo Peixoto (orientador da

disciplina) decidi integrar no meu trabalho algo sobre a sociedade de risco.

Para começar, dirigi-me à Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra e lá iniciei a pesquisa. No catálogo electrónico da biblioteca coloquei, por

assunto, a expressão profissões de risco, mas não obtive quaisquer resultados. Ainda muito

perdida perguntei à bibliotecária porque razão não me aparecia nada na pesquisa que eu

pretendia, e foi aí que descobri que o que eu tinha de procurar era expressões como:

segurança, higiene e saúde no trabalho, condições de trabalho etc. pois, são expressões que

estão nas normas internacionais de pesquisa.

De seguida, foi consultar todos os livros que me apareceram sobre o tema por mim

escolhido. Para poder saber se os livros em questão eram pertinentes para o meu trabalho

consultei os índices. Se nos índices houvesse alguma coisa que interessa-se para o meu

trabalho, fazia uma leitura na diagonal das páginas em questão para ver se era realmente

importante para o desenvolvimento do trabalho.

Para além da pesquisa feita na Faculdade de Economia desloquei-me também ao Centro de

Estudos Sociais em Coimbra, mas o material aqui disponível era quase todo igual ao da

Faculdade de Economia, o que fez com que eu me socorresse só do material disponível na

Faculdade.

Na pesquisa feita no catálogo da biblioteca da FEUC (Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra) apareceram imensas obras relativas ao tema do trabalho que

tinha para desenvolver das quais seleccionei para analisar em maior pormenor: “Risco

social e incerteza, Pode o Estado social recuar mais?”, de Pedro Hespanha e Graça

Carapinheiro (2002); “Autorepresentação e heterorepresentação dos condutores de veículos

automóveis ligeiros”, de Carla Cristina Graça Pinto (2006) e “As consequências da

Modernidade”, de Anthony Giddens (1992) para conseguir desenvolver a parte do trabalho

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sobre a sociedade de risco; já propriamente aos acidentes de trabalho o material por mim

consultado foi quase todo da internet. Para além, desta fonte consultei também algumas

publicações não periódicas como: “Emprego e Contratação Laboral em Portugal”, de

Glória Rebelo (2003) e “Sociologia”, de Anthony Giddens (2001).

Em relação à ficha de leitura escolhi o livro dos autores Pedro Hespanha e Graça

Carapinheiro (2002) “Risco social e incerteza…” pois, entre todos os consultados é o que

mais estabelece relação entre a sociedade de risco e os acidentes de trabalho.

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4. Ficha de Leitura

Título da publicação: Risco social e incerteza: Pode o Estado social recuar mais?

Autor: Pedro Hespanha e Graça Carapinheiro [orgs.]

Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra

Data de publicação: 2002

Edição: 1ª

Local de edição: Porto

Editora: Edições Afrontamento

Título do capítulo: Globalização insidiosa e excludente. Da incapacidade de organizar

respostas à escala local

Cota: 316 RIS

ISBN: 972-36-0571-6

Nº de páginas: 28

Assunto: riscos sociais de populações urbanas e rurais

Palavras-chave: riscos sociais, desemprego, insegurança, exclusão social, precariedade de

trabalho, habitação precária

Data de leitura: Dezembro 2007

Observações: nenhuma a registar

Notas sobre os autores

Pedro Hespanha, docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e

Investigador no Centro de Estudos Sociais.

Graça Carapinheiro, docente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e

Investigadora no Centro de Estudos Sociais e do Centro de Investigação Estudos de

Sociologia.

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Resumo

O capítulo analisado, que nunca foi referido ao longo do meu trabalho, analisa todos os

riscos sociais que uma sociedade carenciada (urbana e rural) enfrenta. Bem como, a

evolução dos meios para tentar seleccionar todos os sues problemas.

Posteriormente, os autores fazem uma conclusão das entrevistas feitas à população em

estudo.

Estrutura O capítulo em análise faz referência a um estudo feito a várias populações carenciadas,

através de entrevistas. Tendo como principal objectivo saber quais os riscos sociais que as

populações em questão enfrentam e também os apoios que a estas são prestado, bem como

a sua evolução.

Primeiramente, os autores fazem referência a todos os temas a que se vão referir ao longo

do capítulo, e vão dando itens explicativos dos mesmos.

De seguida, começam por explicar que o maior risco para estas populações é a impotência

para enfrentar a precaridade. Esta precaridade é resultado de um aumento do desemprego,

da insegurança do emprego, bem como da flexibilidade do mesmo. Para esta população a

solução passa por colocar no mercado o maior número de pessoas do agregado familiar a

trabalhar, desde crianças a idosos. Mesmo sabendo que existe uma grande precaridade de

emprego, devido ao salário ser bastante baixo e incerto e pelo facto da não existência de

um contrato de trabalho fazer com que as pessoas em questão não tenham quaisquer

direitos sociais, mesmo em caso de acidente de trabalho. Para além disto, as populações em

estudo preferem desenvolver todo o tipo de trabalho até os mais precários, desde que

ganhem dinheiro, e para estas o mais comum é diversificar e intensificar as suas fontes de

rendimento.

Para gerirem o seu orçamento familiar, o qual só garante o mínimo de condições de

sobrevivência quotidiana, cortam em despesas como por exemplo com a saúde a qual, nos

agregados estudados, se encontra demasiado debilitada. Já a habitação destas famílias é um

factor de grande risco pelo facto de terem péssimas condições. Para estas famílias ter de

cuidar de alguém dependente é um grande encargo, pois quase sempre exige que um

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elemento do agregado fique em casa sem rendimentos fixos para tomar conta do

dependente.

Em relação aos apoios que a esta população deviam ser prestados, podemos concluir que

ao longo do tempo, apesar de ter aparecido o rendimento mínimo garantido, as instituições

não têm desempenhado bem as suas funções. Muitos dos agregados não são bem

informados dos seus direitos e outros deixam de pedir apoio pelo facto de se sentirem

envergonhados para pedir ajuda e porque nestas instituições e serviços as pessoas não têm

o mínimo de consideração pelas dificuldades que estas famílias enfrentam e fazem com

que estas se sintam humilhadas.

Por fim, é de referir que a sociedade providência se encontra muito fragilizada devido ao

facto de estarem a aumentar os riscos e os problemas sociais. Este facto deve-se também à

falta de ajuda prestada pelos Estados, que faz com que umas populações não possam ajudar

as outras. O local onde se manifesta maior solidariedade é entre familiares.

Concluo, que é um capítulo bem estruturado e que pelo interesse das suas matérias

abordadas cativa o leitor. Encontra-se escrito consoante as normas do português e é de fácil

compreensão. Apesar de algumas ideias se tornarem muito repetitivas, pois este capítulo

faz uma introdução ao que vai ser falado referindo já algumas ideias, as quais são

aprofundadas no desenvolvimento do trabalho e voltam a ser repitas nas conclusões que os

autores fazem do seu estudo.

Numa avaliação global do capítulo considero-o bastante atractivo e aconselho a sua leitura

para um melhor entendimento dos riscos sociais que actualmente enfrentamos.

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5. Avaliação de uma página Web

A página que escolhi para avaliar foi, a página da Organização Internacional do Trabalho,

que tem o seguinte URL: www.oitbrasil.org.br. Escolhi esta página brasileira pelo facto da

página relativa à Organização Internacional do Trabalho portuguesa não apresentar as

mínimas condições para ser avaliada devido à falta de informação e organização, esta

página não despertava qualquer interesse.

A página avaliada tem como principal função informar sobre todos os assuntos

relacionados com trabalho (trabalho infantil, trabalho forçado, etc.), bem como divulgar as

publicações feitas nesta área.

O autor desta página é uma instituição a qual é especialista na matéria em questão,

encontramos nesta página disponível vários contactos e um endereço electrónico de acesso

rápido.

Uma das especialidades desta página é a disponibilidade de instrumentos de pesquisa que

nos mostram os vários temas disponíveis e esta também tem muitos instrumentos de

navegação que nos permitem consultar textos sobre assuntos mais específicos, para além

disto a página dispõe de motor de pesquisa interna e mapa de sítio (o qual foi de difícil

acesso no dia em que avaliei a página).

Todos os instrumentos de navegação e de pesquisa são pertinentes e eficazes e a navegação

na página faz-se com facilidade

O que na minha opinião tira o interesse em consultar esta página é o excesso de

publicidade e imagens no corpo da página. Apesar de toda a publicidade ser pertinente,

esta prejudica muito a leitura da informação. Podemos assim concluir que a estrutura do

sítio é bastante complexa.

Em relação à informação podemos dizer que esta se encontra escrita conforme as regras do

português. Contudo, é uma informação pouco clara e objectiva devido à dimensão e à

forma como os textos são escritos.

Como a informação desta página teve a última actualização em 25 de Maio de 2006, a

informação não coincide com outra informação que li noutro sítio, pelo simples facto de se

encontrar desactualizada.

Já em relação ao grafismo o sítio é razoavelmente atractivo mas exige um esforço visual

para não nos perdermos no meio de tanta publicidade e imagens.

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Esta página não teve grande importância para o meu trabalho visto que, como tinha de

seleccionar outras, achei essas por mim seleccionadas mais importantes para conseguir

desenvolver melhor as questões do meu trabalho.

A avaliação global que faço da página é razoável.

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6. Conclusão

Ao longo deste trabalho, a minha principal preocupação foi dar relevo aos acidentes de

trabalho.

No decorrer do trabalho tentei demonstrar quais os riscos sociais que a sociedade moderna

em que vivemos enfrenta.

Verifiquei que um dos principais riscos é a precaridade do emprego o que se associa às

profissões de risco, tema central do trabalho.

Aliando a sociedade de risco com as profissões de risco decidi falar em acidentes de

trabalho, que é uma grande realidade dos tempos actuais. Mesmo com toda a publicidade e

campanhas contra acidentes de trabalho, o número destes ainda é bastante elevado.

Durante a realização do trabalho tentei responder a algumas questões como: “Quais as

principais causas de acidentes de trabalho?”, e “O que fazer para prevenir acidentes de

trabalho?”.

Com este estudo posso concluir que em Portugal a nossa sociedade é de alto risco e que as

pessoas vivem em função dele, uns pelo facto de se realizarem cometendo riscos e outros

por viverem sempre na preocupação de cometer algum risco danoso.

O estudo por mim realizado mostra também que ainda há ineficiência nos meios de

combate a acidentes de trabalho, visto que não se põem as normas de segurança, higiene e

saúde no trabalho em prática ou estas são desrespeitadas tanto pelos trabalhadores como

pelas entidades empregadoras.

Fazendo uma avaliação geral do meu trabalho concluo que fiquei esclarecida sobre alguns

temas, contudo fiquei curiosa em estudar outras vertentes relacionadas com profissões de

risco.

Nunca pensei que fosse tão difícil realizar um trabalho académico. E fazendo uma

avaliação dos meus objectivos com este trabalhos, estes ficaram muito aquém do que eu

esperava.

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7. Referências Bibliográficas

Diário de Noticias (2007) “Riscos laborais devem ser revelados”. Página

consultada em 3 de Dezembro de 2007. Disponível em

http://dn.sapo.pt/2007/11/04/sociedade/riscos_laborais_devem_revelados.htm

l

Giddens, Anthony (1992), As Consequências da Modernidade. Oeiras, Celta

Editora.

Giddens, Anthony (2001), Sociologia. Lisboa, Edição da fundação Calouste

Gulbenkian.

Hespanha, Pedro e Carapinheiro, Carla (2002), Risco social e incerteza: Pode

o Estado social recuar mais?. Porto, Edições Afrontamento.

IGT- Inspecção Geral do Trabalho (2007) “Acidentes de trabalho mortais”.

Página consultada e 3 de Dezembro de 2007. Disponível em

http://www.igt.gov.pt/IGTi_C16.aspx?Cat=Cat_Estatsticas_CC_Quadros_200

7a&lang

Pinto, Carla Cristina Graça (2006), “ Sociedade de Risco”, in idem (org.),

Autorepresentação e heterorepresentação dos condutores de automóveis

ligeiros. Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 25-56.

Portal das PME de Portugal (2007), “ A importância da segurança e higiene

no trabalho”. Página consultada a 3 de Dezembro de 2007. Disponível em

http://www.pmeportugal.pt/Geral/Tem%C3%Alticas/Seg.-e-Hig.-no-

Trabalho.aspx#Modelos

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[16]

Portal do Cidadão (2007), “Portal do Cidadão disponibilizou a partir do dia 16

de Fevereiro de 2007 um dossier com informação relativa a acidentes”.

Página consultada em 3 de Dezembro de 2007. Disponível em

http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/pt/Dossiers/DOS_saiba+como+prev

enir+acidentes+domesticos+e+profissionais.htm?passo=1

Rebelo, Glória (2003), Emprego e contratação laboral em Portugal. Lisboa,

Editora RH.

Viseu, Isabel e Lameira, Ana Cristina (2002), Manual sobre o regime de

protecção dos acidentes em serviço e doenças profissionais. Lisboa,

Direcção- Geral da Administração Pública.

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Anexo A

Capítulo do livro analisado:

“Globalização insidiosa e excludente. Da incapacidade de organizar

respostas à escala local, capítulo da obra: Risco social e incerteza

(fotocopiado)

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Anexo B

Página da internet avaliada:

http://www.oitbrasil.org.br