76
UNIVERSIDADE DE FRANCA ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ESQUISTOSSOMICIDA, ANTIMICROBIANA E ACETILCOLINESTERÁSICA DE Roupala montana Aubl. (Proteaceae). Herbert Cristian de Souza FRANCA 2012

UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

UNIVERSIDADE DE FRANCA

ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ESQUISTOSSOMICIDA, ANTIMICROBIANA E

ACETILCOLINESTERÁSICA DE Roupala montana Aubl. (Proteaceae).

Herbert Cristian de Souza

FRANCA 2012

Page 2: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

HERBERT CRISTIAN DE SOUZA

ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ESQUISTOSSOMICIDA, ANTIMICROBIANA E

ACETILCOLINESTERÁSICA DE Roupala montana Aubl. (Proteaceae).

Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências, área de concentração: Química – Biológica. Orientadora: Drª Ana Helena Januário

FRANCA 2012

Page 3: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

HERBERT CRISTIAN DE SOUZA

ESTUDO FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ESQUISTOSSOMICIDA, ANTIMICROBIANA E

ACETILCOLINESTERÁSICA DE Roupala montana Aubl. (Proteaceae).

COMISSÃO JULGADORA DO PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIAS

PRESIDENTE: __________________________________________________ NOME: PROFa. DRa. ANA HELENA JANUÁRIO INSTITUIÇÃO: Universidade de Franca (UNIFRAN) TITULAR 1: ____________________________________________________ NOME: PROFa. DRa. Lizandra Guidi Magalhães INSTITUIÇÃO: Universidade de Franca (UNIFRAN) TITULAR 2: ____________________________________________________ NOME: PROFa. DRa. Rosemeire Cristina Linhari Rodrigues Pietro INSTITUIÇÃO: Universidade estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Franca, _____/_____/_____

Page 4: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

Trabalho realizado nos Laboratórios de Pesquisa em Microbiologia Aplicada (LaPeMA), Química de Produtos Naturais da Universidade de Franca (GPNUF) e Pesquisa em Parasitologia (Lappa) da UNIFRAN.

Page 5: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha vida, pelas oportunidades dadas, pela sabedoria e força para

aproveitá-las e por me conceder mais uma vitória.

À minha orientadora, Profa. Drª. Ana Helena Januário, por todo o ensinamento,

confiança, paciência, disposição, amizade, sugestões e encorajamento contínuo

durante este trabalho. Faço um agradecimento especial à Profa. Drª. Lizandra Guidi

Magalhães pelos ensinamentos e dedicação em seu laboratório, e aos alunos de

Iniciação Científica que dedicaram muito para a realização deste trabalho.

À minha esposa Caroline pela paciência de ter suportado os dias de ausência,

ficando sozinha em casa, pela compreensão, pelo companheirismo feito em viagens

difíceis e pelo amor durante em todo este período.

À minha irmã Cristiane, por ter feito companhia em todos os momentos durante

estes dois anos.

Aos meus pais, Jesus e Selma. A vocês um texto em uma página não descreveria o

quanto são importantes para mim, vocês foram meu alicerce, minha fonte de força,

meus incentivadores, e a cada viagem, me apoiaram incondicionalmente de todas as

formas possíveis e acreditaram neste sonho e o sonharam junto a mim. Obrigado

por me amarem tanto.

Page 6: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ........................................................................... I

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. II

RESUMO ............................................................................................................................... V

ABSTRACT .......................................................................................................................... VI

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14

1.1 O GÊNERO ROUPALA E A ESPÉCIE MONTANA .................................................................. 17

1.2 ESQUISTOSSOMOSE ...................................................................................................... 20

1.3 ANTIMICROBIANOS ........................................................................................................ 23

1.4 A DOENÇA DE ALZHEIMER ............................................................................................. 25

1.4.1 A ACETILCOLINA E OS INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE ....................................... 26

2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 30

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 30

3. PARTE EXPERIMENTAL ............................................................................................. 31

3.1 OBTENÇÃO DO MATERIAL VEGETAL ................................................................................ 31

3.2 PREPARAÇÃO DO EXTRATO BRUTO E PARTIÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO ................................... 31

3.3 FRACIONAMENTO DO EXTRATO BRUTO ........................................................................... 32

3.4 ANÁLISES CROMATOGRÁFICAS ...................................................................................... 33

3.4.1 ANÁLISES CROMATOGRÁFICAS POR CLAE ................................................................... 34

3.5 ENSAIO DA ATIVIDADE ESQUISTOSSOMICIDA................................................................... 36

3.6 ENSAIO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA ........................................................................ 39

3.6.1 MICRO-ORGANISMOS UTILIZADOS NOS ENSAIOS ........................................................... 39

3.6.2 ENSAIO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) ................................................. 40

3.6.3 PREPARO DA SUSPENSÃO BACTERIANA E PADRONIZAÇÃO DA DENSIDADE DO INOCULO. .. 43

3.6.4 DILUIÇÃO DAS AMOSTRAS ........................................................................................... 44

3.6.5 PREPARO DO FÁRMACO PADRÃO ................................................................................. 45

3.6.6 TÉCNICA DE DETERMINAÇÃO DA CIM .......................................................................... 46

3.7 ENSAIOS DE INIBIÇÃO DA ACHE POR BIO-AUTOGRAFIA EM CCD ..................................... 48

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 51

4.1 ANÁLISE CROMATOGRÁFICA DA FRAÇÃO RP1 ................................................................ 51

4.2 ATIVIDADE BIOLÓGICA ................................................................................................... 59

4.2.1 ATIVIDADE ESQUISTOSSOMICIDA PARA EXTRATOS E FRAÇÕES DE R. MONTANA............... 59

4.2.2 ATIVIDADE ANTIBACTERIANA PARA EXTRATOS E FRAÇÕES DE R. MONTANA ..................... 60

4.2.3 ATIVIDADE INIBITÓRIA DA ACETILCOLINESTERASE ......................................................... 62

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 64

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 66

Page 7: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

I

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ACh Acetilcolina AChE Acetilcolinesterase AcOEt Acetato de etila APP Proteína Precursora Amiloide Aß Proteína Beta Amilóide ATCC American Type Culure Collection BHI Caldo Cérebro Coração (Brain Heart Infusion) CCD Cromatografia em camada delgada CG-EM Cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas CIM Concentração inibitória mínima CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CYP 450 Citocromo enzimático P450 DA Doença de Alzheimer DD Difusão em Disco DMSO Dimetilsulfóxido EM Espectrometria de massas ESBL Beta Lactamase de Espectro Extendido (Extended-spectrum beta-lactamase) HEPES Agente Tampão (4-(2-hidroxietil)-1-piperazinoetanossulfónico) IAChE Inibidores da acetilcolinesterase n-BuOH n-butanol OMS Organização Mundial da Saúde Rf Fator de retenção RPMI Meio de cultura de tecido animal desidratado (Roswell Park Memorial Institute) RR Retenção relativa UFC Unidade formadora de colônia

Page 8: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

II

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de vegetação do Brasil, mostrando a área central do bioma Cerrado (Brasil, 2004). ...................................................................................................................... 15

Figura 2 – Imagem da árvore de Roupala montana (à esquerda), e seus frutos e flores (à direita) (Savanna, 2011) ......................................................................................... 18

Figura 3 – Imagem da folha de Roupala montana (Carvalho, 2009). ................................... 19

Figura 4 – Distribuição da esquistossomose, de acordo com a faixa de prevalência, por município (Brasil, 2011b). .............................................................................................. 21

Figura 5 – Formação excessiva da proteína beta-amilóide (Aß), derivadas da proteína APP (Sayeg, 2011). ............................................................................................................. 27

Figura 6 – Efeitos prejudiciais da proteína beta-amilóide (Aß) na fenda sináptica (Querfurth; Laferla, 2010) .................................................................................................... 28

Figura 7 – Preparação do extrato bruto de Roupala montana. ............................................. 32

Figura 8 – Fluxograma da partição líquido-líquido do extrato de Roupala montana. ............ 33

Figura 9 – Inoculação das cercárias por via subcutânea em camundongos. ........................ 36

Figura 10 – Avaliação da atividade esquistossomicida in vitro, os vermes adultos de Schistosoma mansoni. ......................................................................................................... 38

Figura 11 – Reação química de redução da resazurina para resorufina, com mudança de cor .................................................................................................................................. 41

Figura 12 – Microplaca exemplificando a mudança de cor dos poços pelam presença da Resazurina (Rosa – crescimento bacteriano / Azul – ausência de crescimento bacteriano). Imagem: Laboratório de Microbiologia UNIFRAN. ............................................ 42

Figura 13 - Preparo da suspensão bacteriana e Padronização da densidade do inoculo. ................................................................................................................................ 44

Figura 14 – Preparo da Solução mãe. ................................................................................. 45

Figura 15 – Preparo dos Fármacos Padrões. ...................................................................... 46

Figura 16 – Distribuição das amostras, controles e solventes na microplaca para a determinação da CIM. .......................................................................................................... 47

Figura 17 – Etapas finais para o teste de determinação da CIM. ......................................... 48

Figura 18 – Reação de detecção de atividade anticolinesterásica de substâncias naturais pelo método de Marston e Hosttetamenn (Marston et al., 2002). ........................... 49

Figura 19 – Etapas do ensaio de inibição da AChE por Bioautografia em CCD. .................. 50

Figura 20 – Cromatogramas obtidos por CLAE do Extrato Bruto (RP) e das frações (RP1, RP2, RP3 e RP4) de R. montana............................................................................... 52

Page 9: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

III

Figura 21 – Cromatograma obtido via CG-EM da fração RP1. ............................................. 53

Figura 22 – Propostas de estruturas químicas para a Fração Hexânica (RP1) de R. montana: Éster etílico do ácido Palmítico (1), Fitol (2), δ-tocoferol (3), γ-tocoferol (4) e Neofitadieno (5). .................................................................................................................. 54

Figura 23 – Espectro de Massas (EM) obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 29,935min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões................................................................................................................................ 55

Figura 24 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 33,653min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões. ................. 55

Figura 25 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 52,799min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões. ................. 56

Figura 26 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 58,395min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões. ................. 56

Figura 27 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 60,342min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões. ................. 57

Figura 28 – Cromatograma obtido via CG-EM da fração RP1 + Padrão interno 5-α-Colestano (tR= 53,881). ........................................................................................................ 57

Figura 29 – Estruturas químicas dos triterpenos: β-amirina (1), α-amirina (2) e Lupeol (3) detectados na Fração Hexânica (RP1) de R. Montana por CG-EM com injeção de padrão interno (5-α-Colestano) ............................................................................................ 58

Figura 30 – Placa de bioensaio para acetilcolinesterase: Padrão Galantamina (1); Extrato Bruto (2); Fração RP1 (3); Fração RP2 (4); Fração RP3 (5); Fração RP4 (6). Eluente: CHCl3/MeOH/H2O (43:37:20), Revelador: Acetilcolinesterase. ............................... 62

Page 10: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

IV

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características das Bactérias utilizadas nos ensaios na atividade antibacteriana (ATCC, 2011). .............................................................................................. 39

Tabela 2 – Bactérias utilizadas na atividade antibacteriana ................................................. 42

Tabela 3 – Composição química da fração hexânica de Roupala montana (RP1). .............. 53

Tabela 4 – Composição química da fração hexânica com injeção do padrão interno (5-α-Colestano) de Roupala montana (RP1). ....................................................................... 58

Tabela 5 – Potencial esquistossomicida de Roupala montana e suas frações. .................... 60

Tabela 6 – Resultado dos ensaios antibacteriano para o extrato bruto (RP) e frações (RP1, RP2, RP3 e RP4) de Roupala montana. .................................................................... 61

Page 11: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

V

RESUMO

Roupala montana Aubl. é uma espécie da família Proteaceae com pouquíssimos ou quase nenhum relato sobre o seu perfil fitoquímico e/ou estudos biológicos, o que torna esta pesquisa inédita. Assim, este trabalho enfoca o preparo de um extrato bruto das partes aéreas de Roupala montana, seguido de um fracionamento com diferentes solventes de polaridades crescentes, obtendo-se as frações Hexânica (RP1), Acetato de etila (RP2), n-butanólica (RP3) e Hidrometanólica (RP4), e os seus respectivos ensaios biológicos (esquistossomicida, antimicrobiana e acetilcolinesterásica). A partir do fracionamento, houve o monitoramento das frações (RP1, RP2, RP3 e RP4) através de ensaios cromatográficos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), o qual se selecionou a fração RP1 para procedimentos cromatográficos por CG-EM objetivando traçar seu perfil fitoquímico. Através do estudo fitoquímico da fração RP1 por CG-EM, permitiu-se a identificação de 2 (dois) diterpenos (Fitol e Neofitadieno), 3 (três) triterpenos (β-amirina, α-amirina e Lupeol), 2 (dois) carotenóis (δ-tocoferol e γ-tocoferol) e 1 (um) éster de ácido graxo (Éster etílico do ácido Palmítico), como constituintes majoritários. O potencial esquistossomicida do extrato bruto (RP) e das frações provenientes da partição líquido-líquido foi avaliado in vitro frente aos vermes adultos de Schistosoma mansoni. Os resultados indicam que a fração RP2 foi a mais ativa dentre as amostras testadas, sendo que esta promoveu a morte de 100% dos parasitas na dose de 50 µg/mL no quinto dia de tratamento. Adicionalmente, os resultados obtidos frente à atividade antimicrobiana do extrato bruto e das frações de Roupala montana demonstraram valores de CIM intermediários, sendo que apenas a fração RP2 inibiu fracamente o crescimento de Streptococcus pneumoniae, com CIM de 200 µg/mL, o que se poderia sugerir seu uso como auxiliar no controle e redução dos microrganismos patogênicos. Paralelamente, a ação acetilcolinesterásica de Roupala montana revelou que as frações RP1, RP2 e RP3 apontaram ligeiro potencial de inibição frente à esta enzima, sendo que apresentou uma mancha branca no mesmo Fator de Retenção (Rf).

Palavras chave: Proteaceae, Roupala montana, Estudo fitoquímico, atividade Esquistossomicida, antimicrobiana e acetilcolinesterásica.

Page 12: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

VI

ABSTRACT

Roupala montana is a species of the family Proteaceae with very few or almost no reports on the phytochemical profile and / or biological studies, which makes this original research. This work focuses on the preparation of a crude extract of aerial parts of Roupala montana, followed by fractionation with different solvents of increasing polarity, yielding hexane fractions (RP1), Ethyl acetate (RP2), n-butanol ( RP3) and hydromethanol (P4), and their respective biological assays (schistosomicidal, antimicrobial and acetilcolinesterásica). The fractionation, the fractions were monitored (RP1, RP2, RP3 and RP4) by chromatographic assays by High Performance Liquid Chromatography (HPLC), which was selected for chromatographic procedures RP1 fraction by GC-MS trace its objective phytochemical profile. Through the phytochemical study of RP1 fraction by GC-MS allowed the identification of two (2) diterpenes (Phytol and Neofitadieno), 3 (three) triterpenes (β-amyrin, α-amyrin and lupeol), two (2) carotenóis (γ-tocopherol and δ-tocopherol) and 1 (a) ester of fatty acid (palmitic acid ethyl ester), as major constituents. The potential schistosomicidal crude extract (RP) and the fractions from the liquid-liquid partition was evaluated in vitro against the adult worms of Schistosoma mansoni. The results indicate that the P2 fraction was the most active among the samples tested, this being promoted 100% death of the parasites on the dose of 50 mg / mL in the fifth day of treatment. Additionally, the results obtained against the antimicrobial activity of crude extract and fractions Roupala montana showed MIC values intermediate, and only a fraction RP2 weakly inhibited the growth of Streptococcus pneumoniae, with MIC of 200 mg / mL, which could suggest its use as an aid in the control and reduction of pathogenic microorganisms. In addition, the action acetilcolinesterasica of Roupala montana fractions revealed that RP1, RP2 and RP3 had a slight potential to inhibit this enzyme front, and had a white spot at the same retention factor (Rf). Keywords: Proteaceae, Roupala montana, Phytochemical study, acetilcolinesterasica activity, antimicrobial and antischistosomal.

Page 13: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

14

1. INTRODUÇÃO

O conhecimento histórico do uso de plantas medicinais nos mostra ao longo

da história da humanidade que, pela própria necessidade humana, as plantas foram

os primeiros recursos terapêuticos utilizados (Corrêa, 2000). E

ainda hoje, grande parte da população, principalmente a de baixa renda, utiliza-se

dessa técnica milenar como principal recurso para a manutenção e alívio de seus

males (DI Stasi, 1996).

Nesta conjuntura, a Etnofarmacologia tem sido uma ferramenta muito útil na

busca destas substâncias de origem natural e que são empregadas em

medicamentos (Simões et. al., 2004), uma vez que o conhecimento da diversidade

molecular do reino vegetal, apesar dos avanços científicos, ainda é considerado

limitado (Nodari et. al., 2004).

O Brasil é um dos países de maior biodiversidade no mundo, com

aproximadamente 10% de toda a biota terrestre (Mittermeier et. al., 1997 apud

Machado, et. al., 2004), sendo que o cerrado representa o segundo bioma em

extensão do país, ocupando cerca de 24% (Figura 1) do território nacional. O

Cerrado é a savana mais diversificada do mundo, pois 44% de toda a sua flora são

endêmicas (Klink & Machado, 2005). Além disso, sua diversidade taxonômica, em

níveis superiores, é muito maior que a da Floresta Amazônica, e representa um

enorme patrimônio genético, elevando o potencial dos compostos bioativos

produzidos por suas espécies vegetais e a importância da pesquisa com plantas

medicinais nesse bioma (Calixto, 2003; Guarim-Neto & Morais, 2003; Lapa, et. al.,

2003).

Page 14: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

15

Figura 1 – Mapa de vegetação do Brasil, mostrando a área central do bioma Cerrado (Brasil, 2004).

A razão desta afirmação é facilmente comprovada quando se analisa o

número de fármacos obtidos direta e indiretamente a partir de produtos naturais:

aproximadamente 25% dos medicamentos mais vendidos no mundo foram

desenvolvidos a partir de plantas medicinais utilizadas na medicina popular para os

mais diversos fins, sendo que 11% são considerados essenciais pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) (Elisabetsky, 2003; Foglio et. al., 2006).

O estudo fitoquímico de plantas medicinais constitui alternativamente uma

estratégia na procura de novos agentes terapêuticos, sendo que os levantamentos

bibliográficos associado ao conhecimento popular servem de bases para a

identificação da atividade farmacológica de plantas medicinais. A busca de plantas

úteis para a saúde humana nos conhecimentos populares é de grande importância

para a ciência, uma vez que essas informações podem indicar quais as plantas

podem atuar sobre determinadas doenças (Mendes, 2007).

Page 15: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

16

Nas últimas décadas, a maneira de se pesquisarem novos compostos

biologicamente ativos sofreu grandes mudanças, principalmente devido aos avanços

tecnológicos. Um dos mais importantes fatores para o sucesso no descobrimento de

um fármaco novo é a diversidade química dos compostos, essencialmente os

produtos naturais, os quais são considerados como uma das maiores fontes de

diversidade química (Trevisan; Macedo, 2003).

Portanto, a pesquisa fitoquímica tem por objetivo conhecer os constituintes

químicos de espécies vegetais e/ou avaliarem sua presença. Quando não se dispõe

de estudos químicos sobre as espécies de interesse, a análise fitoquímica preliminar

pode indicar o grupo de metabólitos secundário relevante da mesma espécie ou

família (Foglio et. al., 2006).

A família Proteaceae representa, provavelmente, um dos mais antigos grupos

dentro das angiospermas. Entre as espécies desta família não existem formas

herbáceas, sendo apenas constituída por espécies lenhosas. Os seus hábitos de

crescimento são muito variáveis, podendo-se encontrar desde formas rastejantes,

com hastes trepadeiras, eretas, com caules subterrâneos, arbustos de crescimento

vertical e até mesmo árvores. Suas folhas são geralmente grandes, lenhificadas e de

aspecto coriáceo, podendo ser inteiras ou recortadas, formando lóbulos em forma de

agulha (Levin, 1999). O principal representante das Proteaceae no Cerrado

brasileiro é o gênero Roupala, devido à alta freqüência e biomassa que se

apresentam (Diniz, 2009).

Em recentes estudos (Januário, et. al., 2011; Ramos, et. al., 2011), foram

identificados importantes metabólitos secundários em Roupala montana Aubl, como

por exemplo: flavonóides, saponinas, heterosídeos cianogenéticos e ácidos

orgânicos.

Page 16: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

17

Contudo, apesar de estes estudos apontarem para estes metabólitos, é

praticamente desconhecido o perfil químico-biológico de Roupala montana, fato este

que motivou o estudo aprofundado desta espécie tão populosa no Cerrado

brasileiro.

1.1 O gênero Roupala e a espécie montana

Roupala montana Aubl., é um representante da família Proteaceae,

popularmente conhecida por carne-de-vaca, caxuá ou farinha-seca (Júnior & Júnior,

2009; Neto, et al., 2010). Quanto à etimologia, o nome genérico Roupala é

comumente usado nas Guianas, e o termo específico montana vem das terras altas,

ou ainda ―planta rústica‖ (Carvalho, 2009).

Sua ocorrência é amplamente distribuída nos cerrados do Brasil (Ratter, et.

al., 2000 apud Bendicho-López, et. al., 2006), sendo uma espécie de grande

representatividade no cerrado sensu stricto (Ribeiro & Walter, 1998; Júnior & Júnior,

2009). Encontra-se distribuída no Amapá, Amazonas, Ceará, Distrito Federal,

Goiás, Maranhão, Pará, Tocantins, Mato Grosso e São Paulo (Miranda-Melo, 2004).

Além disso, a espécie é muito comum em inventários de Minas Gerais (Silva, et al.,

2003), e não aparece na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de

extinção (Brasil, 2011a). Pesquisas feitas por Meirelles e colaboradores (2008),

indicam que o gênero Roupala também apresenta várias espécies típicas de áreas

de altitude.

Esta espécie é uma árvore de médio porte que atinge de 8 a 25 metros de

altura (Figura 2), com cerca de 40 a 70 cm de diâmetro, com crescimento lento

(Fournier, 2011). A inflorescência de Roupala montana é solitária axilar ou terminal,

formada por 10 a 100 flores medindo, cada uma, cerca de 5mm de comprimento

Page 17: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

18

(Almeida et. al., 1998; Figueira & Barbosa, 2006). Suas hastes são finas e a casca é

cinzenta (Edwards & Prance, 2003; Fournier, 2011) e apresenta-se como uma

espécie bastante resistente às intempéries comuns ao cerrado, como fogo e

insolação excessiva.

Figura 2 – Imagem da árvore de Roupala montana (à esquerda), e seus frutos e flores (à direita) (Savanna, 2011)

Sua distribuição etária com predomínio nas classes mais jovens reflete a

funcionalidade das matrizes na ocupação da área, seja por propagação vegetativa,

seja por dispersão de sementes (Júnior & Júnior, 2009). Os frutos são do tipo

folículo com sementes de cor castanha (Borges, 2000; Figueira & Barbosa, 2006), e

floresce de dezembro a fevereiro e frutifica de fevereiro a abril (Almeida et. al., 1998;

Figueira & Barbosa, 2006).

As folhas de R. montana (Figura 3) são pecioladas, largo-elíptico a

lanceolado, com até 18 cm de comprimento, sendo que as folhas novas apresentam

indumento piloso em ambas as superfícies (Miranda-Melo, 2004; Figueira &

Page 18: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

19

Barbosa, 2006; Fournier, 2011). Vários estudos indicam que as folhas de R.

montana são consumidas por lagartas da espécie lepidópteros folívoros,

principalmente consumindo folhas jovens (8%) e maduras (92%) (Morais et al. 1995;

Bendicho-López, 2006).

Figura 3 – Imagem da folha de Roupala montana (Carvalho, 2009).

A espécie R. montana tem na produção madeireira e na construção de casas

suas principais formas de exploração (Brandão, 1998; Botrel, 2006), apresentando

uma produção de madeira relativamente alta, similar à das árvores mais comuns do

cerrado brasileiro, mas com uma grande adaptação às condições adversas deste

ambiente, como fogo e insolação excessiva (Júnior & Júnior, 2009). Dentre as

utilidades desta espécie destaca-se também a aplicabilidade medicinal de sua

casca. Esta, sob a forma de infusão, é utilizada para limpeza de feridas e contra

ulcerações (Brandão, 1998). R. montana é uma planta melífera1 e também

considerada ornamental pelo formato e textura de suas folhas. Em artesanato, os

galhos secos, as folhas e os frutos compõem arranjos florais denominados ―flores do

planalto‖, comercializados em feiras (Miranda-Melo, 2004). Outra utilização comum é

1 Plantas preferidas pelas abelhas melíferas.

Page 19: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

20

na recuperação ou reestruturação de paisagens degradadas pelo fogo (Júnior &

Júnior, 2009).

1.2 Esquistossomose

A esquistossomose é uma doença tropical negligenciada que afeta mais de

207 milhões de pessoas no mundo todo, sendo que aproximadamente 20 milhões

apresentam conseqüências graves da doença. Esta parasitose está distribuída em

74 países dos continentes africano, asiático e americano e, cerca de 779 milhões de

pessoas estão expostas ao risco de contrair uma das esquistossomoses,

principalmente através da água infectada nas atividades agrícolas, domésticas e no

lazer (Steinmamm, et. al., 2006; WHO, 2011a).

A área endêmica no Brasil abrange 19 estados com aproximadamente 42

milhões de habitantes expostos ao risco, e, cerca de 7 milhões de indivíduos

infectados pelo parasita (Figura 4). Para se ter uma idéia da gravidade, entre os

anos de 2000 e 2010, a esquistossomose provocou 505 óbitos no Brasil. Ademais,

as pessoas acometidas com esta parasitose apresentam graves deficiências

orgânicas, comprometendo o desenvolvimento de jovens e a produtividade de

adultos, fazendo desta doença um dos mais sérios problemas de saúde nos países

em desenvolvimento (Melo & Coelho, 2005; Lambertucci & Barravieira, 1994, WHO,

2011a; King, 2009; Brasil, 2011b).

Page 20: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

21

Figura 4 – Distribuição da esquistossomose, de acordo com a faixa de prevalência, por município (Brasil, 2011b).

De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) a esquistossomose

continua avançando em novas áreas, impulsionadas por fatores sociais,

econômicos, má organização nos projetos de irrigação e ocupação de terras nos

países em desenvolvimento (Chitsulo et. al., 2000). A estes, soma-se ainda o

esquema terapêutico e os elevados custos envolvidos no desenvolvimento de novos

medicamentos e respectivos testes de eficácia e segurança, o que vem afastando o

interesse das grandes companhias farmacêuticas a investirem nesta área.

Pela dificuldade de ser encontrados quimioterápicos que exibissem alta

eficácia e grande tolerabilidade, o tratamento medicamentoso da esquistossomose

sempre foi limitado (Novaes, et. al., 1999). Apesar de vários estudos com outras

classes de fármacos (Ribeiro-Dos-Santos, et. al., 2006), os dois fármacos

esquistossomicidas mais utilizados atualmente são a oxamniquina e o Praziquantel.

A oxamniquina apresenta efeitos colaterais no sistema nervoso central, com

possibilidade alucinações, convulsões e excitação. Este medicamento também leva

Page 21: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

22

ao cansaço, principalmente no início do tratamento (Martínez, 1985).

Terapeuticamente é um fármaco usado como alternativa de segunda escolha ao

praziquantel (Goodman & Gilman, 2005). Ademais, a decisão da empresa

farmacêutica detentora do registro de produtos contendo oxamniquina de limitar a

produção de medicamentos com este fármaco, torna o praziquantel a única forma de

tratar esta parasitose (Mourão, 2001 apud Souza, 2010).

O praziquantel ainda é ainda é o fármaco utilizado no controle da

esquistossomose em todo o mundo (Bergquist, et al., 2002; Hagan, et al., 2004).

Este composto é efetivo contra todas as espécies de Schistosoma (Korolkovas,

1998; Doenhoff, et al., 2000; Fenwick, et al., 2003), no entanto apresenta efeitos

colaterais como desconforto abdominal, cefaléia, tontura e sonolência, febre e

mialgia. A administração em grávidas deve ser evitada, pois pode provocar abortos

(Parasitologia, 2011). Neste fármaco, interações medicamentosas importantes

acontecem com o uso concomitante de anticonvulsivantes, os quais induzem o

sistema enzimático do Citocromo P450 (CYP450) a diminuir a biodisponibilidade do

Praziquantel (Medicina, 2011).

Ademais, o Praziquantel não previne à re-infecção, necessitando de

tratamentos repetidos em áreas endêmicas, onde há relatos demonstrando o

crescente surgimento de linhagens resistentes a este medicamento (Fallon et. al.,

1998; Ismail et. al., 1999; Magnussen et. al., 2003). Frente a este quadro, o

desenvolvimento de novos fármacos podem ser tornar uma importante alternativa

para o tratamento da esquistossomose frente ao uso do Praziquantel.

Page 22: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

23

1.3 Antimicrobianos

Nas últimas décadas o uso irracional de antimicrobianos contribuiu para o

surgimento de cepas de micro-organismos multi-rresistentes, impulsionando a

comunidade científica a pesquisas nas áreas de química, farmacologia e

microbiologia para a descoberta de novos fármacos que venham a ter atividade

antimicrobiana (Filho & Yunes, 1998; Souza et. al., 2003). Diversas pesquisas vêm

sendo produzidas baseadas nas propriedades anti-infecciosas e antiinflamatórias de

muitas plantas de uso consagrado na medicina popular (Holetz et. al., 2002).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2008), o Brasil está entre os 15

países de maior incidência de pneumonia, com 0,11 episódios/criança/ano em

menores de 5 anos, o que equivale a 1,8 milhões de casos/ano (Rudan, 2008).

Em relação à sensibilidade dos pneumococos à penicilina, os pontos de corte

de Concentração Inibitória Mínima (CIM) para penicilina foram estabelecidos no final

dos anos 1970 e surgiram da necessidade de se assegurar sucesso no tratamento

da meningite pneumocócica. Nas últimas três décadas, evidenciou-se uma CIM

crescente dos pneumococos à penicilina, com aumento da porcentagem de cepas

com sensibilidade intermediária e resistentes à penicilina (Yoshioka, 2011).

Um dos patógenos de maior prevalência em infecções hospitalares é o

Staphylococcus aureus. Além disso, grande parte dessas infecções é causada por

amostras resistentes a oxacilina (Kaiser et. al., 2010). Resultados de um estudo

conduzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil, 2008) envolvendo

75 hospitais brasileiros (julho/2006 até junho/2008) mostraram os Staphylococcus

como os micro-organismos mais freqüentes (47%), entre 5.406 amostras bacterianas

isoladas de infecções primárias, da corrente sanguínea. Além disso, apenas 39%

das amostras de S. aureus foram classificadas como sensíveis a oxacilina.

Page 23: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

24

Este mesmo estudo identificou que 53% das amostras testadas frente à

Pseudomonas aeruginosa foram classificadas como resistente à Levofloxacina e

Gentamicina. Já para a Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, 61% e 35%

respectivamente, das cepas testadas são resistentes a Ceftriaxona (Brasil, 2008).

Taxas elevadas de isolamento de estafilococos resistentes a oxacilina fazem

com que ocorra o uso em grande escala de antimicrobianos mais caros ou tóxicos

como a Vancomicina (Kaiser et. al., 2010).

Levando em consideração que grande parte dos microrganismos tende a

desenvolver resistência aos antibióticos rotineiramente utilizados na clínica,

atualmente é crescente o interesse por compostos antibacterianos que sejam mais

eficientes e com menos reações adversas (Meng et. al., 2000; Ho et. al., 2001;

Michelin et. al., 2005; Kaiser et. al., 2010).

Atualmente é crescente o interesse por compostos antimicrobianos de origem

natural, uma vez que, grande parte dos microrganismos tende a desenvolver

resistência aos antibióticos rotineiramente utilizados na clínica, por uso excessivo ou

até inadequado (Kaiser et. al., 2010).

Pesquisas indicam que as partes aéreas de Roupala montana tem forte

atividade frente a várias cepas de bactérias, incluindo S. aureus, E. coli, B. cereus,

e P. aeruginosa (Alves et. al., 2000). Estas indicações favorecem a prospecção e

investigação de tais atividades frente a outras formas de bactérias.

Page 24: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

25

1.4 A Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer (DA), caracterizada pelo neuropatologista alemão

Alois Alzheimer em 1907, é uma afecção neurodegenerativa progressiva e

irreversível caracterizada pelo declínio progressivo de funções cognitivas como

memória, pensamento, compreensão, cálculo, linguagem, capacidade de

aprendizagem e julgamento (WHO, 2011b). Ao realizar uma autópsia, o Dr. Alois

Alzheimer, descobriu no cérebro de uma paciente que os neurônios encontravam-se

atrofiados por zonas e formavam um tipo de placas de morfologia diferente do

normal, estando às fibras nervosas ―enroscadas‖ e ―retorcidas‖ umas nas outras. A

esta característica histopatológica de neurodegenereção deu-se o nome de placas

senis, característica fundamental da Doença de Alzheimer (Luzardo, 2006).

Nas últimas décadas do século XX, descobriu-se que a doença de Alzheimer

está fortemente relacionada ao processo de envelhecimento. É o tipo de demência

com maior chance de se desenvolver nas idades mais avançadas (> 60 anos),

sendo que o envelhecimento constitui o principal fator de risco para o

desenvolvimento da doença (Harman, 2000; Smith, 2011), uma vez que ambos,

envelhecimento e demência, compartilham qualitativamente das mesmas alterações

neuropatológicas. No entanto, na DA essas alterações ocorrem em intensidade

muito maior (Pittella apud Luzardo, 2006) e não possui uma causa antecedente, tais

como acidente vascular, trauma craniano ou álcool (Rang & Dale, 2007).

Após os 65 anos, a incidência da doença praticamente dobra a cada 5 anos,

com diagnósticos de 1275 novos casos por ano para cada 100.000 pessoas acima

de 65 anos (Querfurth; Laferla, 2010). Para o ano 2050, a prevalência mundial da

doença de Alzheimer aumentará para 106,8 milhões de casos (Small & Bullock,

2010). A incidência da doença é alta e afeta 0,9% de pessoas com idade de 65

Page 25: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

26

anos, 4,2% com 75 anos e 14,7% dos que possuem 85 anos ou mais (Brookmeyer,

et. al., 2007).

Estima-se que aproximadamente 4 milhões de americanos tenham a Doença

de Alzheimer e mais de 1 milhão de pessoas são afetadas pela doença no Brasil.

Esta patologia afeta cerca de 15 milhões de pessoas em todo o mundo, aumentando

sua incidência de acordo com a idade, e proporcionalmente se comparado com

outras doenças (Heinrich, 2004; Forlenza, 2005; Tatsch, et. al., 2006; Filho, et. al.,

2006).

A DA caracteriza-se por distúrbio progressivo da memória e outras funções

cognitivas, afetando o funcionamento ocupacional e social. O transtorno da memória

afeta os processos de aprendizado e evocação, levando a um déficit na linguagem,

depressão, problemas de comportamento, inclusive agitação, alterações de humor e

psicose. Na DA ocorre à diminuição na aquisição de novas informações, com piora

progressiva até que não haja mais nenhum aprendizado novo. Embora haja certa

preservação da memória remota, em estágios iniciais, a perda de memória é global

na evolução da DA (Forlenza, 2005; Filho et. al., 2006).

1.4.1 A Acetilcolina e os Inibidores da Acetilcolinesterase

Pacientes com DA apresentam uma diminuição nos níveis de acetilcolina no

processo sináptico, diminuindo a neurotransmissão colinérgica cortical (Adsersen et.

al., 2006). Observa-se que muitos relatos de déficits cerebrais ligados a doença

estão associados ao sistema colinérgico, ou seja, as disfunções cognitivas,

funcionais e comportamentais associadas com a doença de Alzheimer podem ser

causadas por uma incapacidade de transmitir impulsos neurológicos em toda

sinapse colinérgica (Orhan et, al., 2004).

Page 26: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

27

As alterações bioquímicas decorrentes da doença de Alzheimer afetam as

regiões cerebrais associadas às funções mentais, particularmente o córtex frontal e

o hipocampo (Reichman, 2003; Viegas et al., 2005 apud Seidl, 2010). As

características neurodegenerativas mais evidentes da doença são as formações de

agregados de placas da proteína β-amilóide (Aß) e os emaranhados neurofibrilares

(Mukherjee, et. al., 2007) (Figura 5), resultantes do clivagem anormal da proteína

APP, que é precursora da β-amilóide (Forlenza, 2005; Smith, 2011).

Figura 5 – Formação excessiva da proteína beta-amilóide (Aß), derivadas da proteína APP (Sayeg, 2011).

Num estudo publicado no Journal of Neuroscience, pesquisadores

conseguiram demonstrar que a proteína β-amilóide (Aß), presente nestas placas dos

pacientes com Alzheimer, bloqueia o contato entre o neurotransmissor acetilcolina

em seus receptores nicotínicos neuronais (Figura 6), interferindo assim nos

mecanismos de transmissão de sinais neuronais envolvidos na aprendizagem e na

memória (Jerrel et. al., 2001), levando a perda das conexões entre os neurônios e a

morte celular.

Como a morte dos neurônios acontece em todo o cérebro, as regiões

afetadas começam a diminuir em um processo denominado atrofia cerebral. Na fase

final da doença o dano é generalizado e o tecido cerebral se encontra

significativamente diminuído (Selkoe, 2004; Kim, et. al., 2010). Todo este processo

resulta em perda da função neuronal e dano sináptico, com subseqüente

Page 27: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

28

comprometimento da memória, da coordenação motora e do raciocínio, além de

perda da capacidade cognitiva e demência (Viegas et. al., 2004).

Figura 6 – Efeitos prejudiciais da proteína beta-amilóide (Aß) na fenda sináptica (Querfurth; Laferla, 2010)

i

Inúmeras abordagens farmacológicas vêm sendo exploradas para restaurar a

função central colinérgica, como por exemplo, o uso de agentes liberadores de

Acetilcolina (ACh), a estimulação da captação de acetilcolina, a ativação de

receptores colinérgicos (pós-sinápticos) e a diminuição da degradação metabólica

de acetilcolina pela inibição da acetilcolinesterase (AChE) (Gomes; Koszuoski, 2005)

Os inibidores da acetilcolinesterase (I-AChE) são as principais drogas para o

tratamento específico da DA. Seu uso baseia-se no pressuposto déficit colinérgico

que ocorre na doença, e visa o aumento da disponibilidade sináptica de acetilcolina,

através da inibição da sua principal enzima catalítica, a acetilcolinesterase (Forlenza,

2005; Gomes; Koszuoski, 2005), de modo que a menor quantidade de acetilcolina

disponível seja utilizada de modo mais eficiente (Vale et. al., 2011), promovendo

Page 28: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

29

assim a melhora dos sintomas cognitivos, comportamentais e funcionais

relacionados com a DA.

A primeira droga a ser aprovada nos Estados Unidos para o tratamento da DA

através da inibição da AChE foi a Tacrina. No entanto, seus efeitos colaterais graves

como hepatotoxicidade e desconforto gastrointestinal, representam uma importante

desvantagem (Alcala et. al., 2005). Existem outros fármacos utilizados como

inibidores da AChE, como a Galantamina, Donezepil e Rivastigmina sendo

considerados mais eficazes no tratamento da DA (Rhee et. al., 2001). Entretanto, há

relatos de problemas de biodisponibilidade e efeitos colaterais (Racchi et. al., 2004).

Em diversos estudos, há relatos de muitas plantas como fontes interessantes

frente à inibição da AChE, demonstrando um potencial terapêutico para o tratamento

de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer (Feitosa et. al.,

2011). Abordagens etnofarmacológicas e estudos fitoquímicos fornecem caminhos

para a identificação de plantas e compostos isolados como inibidores de AChE, e

conseqüentemente levam à descoberta de drogas relevantes para o tratamento da

doença de Alzheimer (Mukherjee et. al., 2007).

Page 29: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

30

2. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo realizar o Estudo Fitoquímico e Avaliação

das Atividades esquistossomicida, antimicrobiana e da inibição da enzima

acetilcolinesterase das partes aéreas de Roupala montana.

2.1 Objetivos específicos

a. Preparo de um extrato bruto seguido de fracionamento, com solventes de

polaridades crescentes, para o estudo fitoquímico das partes aéreas de

Roupala montana.

b. Realizar monitoramento das frações obtidas por partição utilizando CLAE.

c. Identificar os compostos presentes na fração hexânica (RP1) obtida por

partição a partir do extrato bruto, por CG-EM.

d. Avaliar a atividade esquistossomicida do extrato bruto (RP) e das frações

(RP1, RP2, RP3 e RP4) de Roupala montana.

e. Avaliar a atividade antimicrobiana do extrato bruto (RP) e das frações (RP1,

RP2, RP3 e RP4) de Roupala montana.

f. Avaliar a atividade de inibição da acetilcolinesterase do extrato bruto (RP) e

das frações (RP1, RP2, RP3 e RP4) de Roupala montana.

Page 30: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

31

3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1 Obtenção do material vegetal

Partes aéreas de Roupala montana foram coletadas na Estação Experimental

de Luiz Antônio (EELA) no Município de Luiz Antônio-SP, entre as coordenadas

21º33’ a 21º37’ de latitude sul e 47º45’ a 47º57’ de longitude oeste. Os materiais

vegetais foram identificados pelo botânico Dr. Milton Groppo Junior e uma exsicata

da espécie foi depositada no herbário da Faculdade de Filosofia e Letras de Ribeirão

Preto (SP), e catalogado sob o número SPFR12166.

Após coleta, o material vegetal foi estabilizado por secagem em estufa de

circulação de ar, marca Marconi, modelo MA 035.

3.2 Preparação do extrato bruto e partição líquido-líquido

Após o processo de estabilização e secagem, as partes aéreas do vegetal

foram moídas, obtendo-se 869,80 g de material e este, foi extraído em

CH2Cl2:MeOH na proporção 2:1 (v/v) a temperatura ambiente em um frasco de vidro

durante 1 (uma) semana, sendo o extrato filtrado em papel de filtro e concentrado à

vácuo de 3 em 3 dias (Figura 7). Após este processo foram obtidos 30,91 g do

extrato bruto.

Page 31: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

32

Figura 7 – Preparação do extrato bruto de Roupala montana.

3.3 Fracionamento do extrato bruto

Depois de ser concentrado em evaporador rotativo, dos 30,91g do extrato

bruto, foram diluídos exatamente 20g para 500mL de uma solução de metanol/água

(2:8), a fim de serem submetidos a uma partição líquido-líquido, empregando-se

solventes de polaridades crescentes. Esta solução foi particionada com n-hexano,

Acetato de etila (AcOEt) e n-butanol (n-BuOH) e água (3 x 300 mL), cada solvente e

concentrada em rota-evaporador, como mostra o fluxograma abaixo (Figura 8).

Partes aéreas de Roupala montana

1) Secagem e estabilização 2) Moagem

Obtenção de 869,8 g de material

Resíduo

3) Extração com CH2Cl2/MeOH (2:1) por 3x 4) Filtração

Extrato Bruto

(RP) 30,91g

Desprezar Fracionamento

Page 32: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

33

Figura 8 – Fluxograma da partição líquido-líquido do extrato de Roupala montana.

3.4 Análises cromatográficas

O extrato bruto e as frações provenientes da partição líquido-líquido foram

preliminarmente analisados por cromatografia em Camada Delgada Comparativa

(CDC) e posteriormente optou-se por fazer a análise através de CLAE para a

comparação do pefil químico das frações obtidas.

As análises de CDC foram realizadas em placas cromatográficas de sílica

gel 60 G (Sigma). Para tal, foram feitas suspensões de sílica em água destilada na

Extrato Bruto (RP) 20g

Ressuspensão com metanol/água (2:8)

500mL de Extrato Bruto (RP) ressuspendido (Fração Hidrometanólica)

Partição com n-Hexano

Fração Hexânica

(RP1) Fração

Hidrometanólica

Fração AcOEt (RP2)

Fração Hidrometanólica

Partição com AcOEt

Fração n-BuOH (RP3)

Fração Hidrometanólica

(RP4)

Partição com n-BuOH

Page 33: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

34

proporção 0,4:1 (m/V). A suspensão foi aplicada sobre a placa de vidro através da

utilização de um espalhador apropriado. As espessuras das placas foram de 0,25

mm. Posteriormente, foram deixadas em repouso por um período de 24 horas à

temperatura ambiente e depois, ativadas à estufa a 100º C por 1 hora, havendo

assim a completa evaporação da água.

Como reveladores para a CDC foram empregados luz UV 254-366 nm

(Spectroline), solução de vanilina sulfúrica, seguida de aquecimento.

A solução de vanilina foi preparada pesando-se 0,3 g de vanilina que foi

dissolvida em 30 mL da seguinte solução: água (450 mL), ácido sulfúrico (100 mL) e

metanol (450 mL).

Os solventes orgânicos utilizados como eluentes nas análises e separações

cromatográficas foram de grau PA (Synth) ou grau HPLC (J.T. Baker), levando-se

em conta a polaridade das substâncias. As concentrações das amostras foram

efetuadas em evaporador rotativo MA120 Marconi sob pressão reduzida.

3.4.1 Análises cromatográficas por CLAE

O uso da CLAE se mostra uma ferramenta útil na identificação rápida de

compostos através de comparação com respectivos padrões já anteriormente

isolados na espécie vegetal. A CLAE tem a capacidade de realizar separações e

análises quantitativas de uma grande quantidade de compostos presentes em uma

amostra, em escala de tempo de poucos minutos, com alta resolução, eficiência e

sensibilidade (Collins et al., 1997).

Nas separações cromatográficas analíticas foram utilizados dois

cromatógrafos de sistema binário SHIMADZU Proeminence-LC-6AD equipados com

Page 34: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

35

um injetor manual, com loop de 20 µL, cada um acoplado a um detector UV-Vis

modelo SPD-20A. O outro acoplado a um detector Diode Array. A aquisição de

dados foi realizada através de um microcomputador.

A coluna analítica usada foi da SHIMADZU, Shim-pack ODS, 250 x 4,6 mm, 5

µm, equipada com pré-coluna. As condições cromatográficas utilizadas no CLAE

incluíram: volume de injeção: 20 µL, fluxo: 1,0 mL/min e condição: CH3OH:H2O

(+0,1% HAc) 40%, gradiente linear, (40% 100%) em 30 minutos, 10 minutos em

100% de CH3OH e 10 minutos para retornar à condição inicial, λ 254 e 230 nm.

As análises por Cromatografia gasosa acoplado ao Espectrômetro de Massas

(CG-EM) foram realizadas em um equipamento da marca Shimadzu, Modelo QP-

2010 (baixa resolução), utilizando uma coluna capilar HP-1, gás de arraste He, fluxo

1,10 mL/min; temperatura do injetor a 250 C, temperatura inicial do forno de 100 C

e programação 3C/min até 290 C, permanecendo nesta temperatura por 20 min;

energia de ionização de 70 eV, split 1:30. O banco de dados utilizado foi o Wiley 7

Library, FFNSC 1.2 Library e NIST08s Library.

Page 35: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

36

3.5 Ensaio da atividade Esquistossomicida

Os ovos de S. mansoni de linhagem Luiz Evangelista (LE) presentes nas

fezes de camundongos das linhagens Balb/c, previamente infectados com o

parasita, foram recolhidos pelo método de Hoffman e expostos por

aproximadamente 1 hora sob luz para a liberação dos miracídios, que foram

utilizados para infectar o hospedeiro intermediário (caramujo da espécie B. glabrata)

e, após 38 a 43 dias, liberaram a forma infectante (cercárias) do parasita. As

cercárias foram inoculadas nos camundongos pela via subcutânea (Figura 9).

Figura 9 – Inoculação das cercárias por via subcutânea em camundongos.

Page 36: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

37

Após aproximadamente 50 dias, casais de vermes adultos foram recuperados

de camundongos por perfusão do sistema porta-hepático, em condições assépticas

(Smithers & Terry, 1965). Após a coleta, os parasitas foram mantidos em meio RPMI

(Roswell Park Memorial Institute) 1640 (Invitrogen) tamponado com HEPES 20 µM,

pH 7,5, suplementado com penicilina (100U/mL), estreptomicina (100 µg/mL) e 10%

de soro bovino fetal, sendo em seguida utilizado para os experimentos (Figura 10).

Para a avaliação da atividade esquistossomicida in vitro, os vermes adultos

de Schistosoma mansoni foram transferidos para placas de 24 poços contendo 2 mL

de meio por parasita, e incubados em atmosfera umidificante a 37ºC na presença de

5% CO2. Após 24 horas de incubação, o extrato RP e as Frações RP1, RP2, RP3 e

RP4, previamente dissolvidos em dimetilsulfóxido (DMSO) foram adicionados ao

meio RPMI 1640 nas concentrações de 10 – 200 µg/mL.

Após adição dos compostos, os parasitas foram incubados nas mesmas

condições descritas anteriormente por 120 horas e monitorado a cada 24 horas

usando um microscópio invertido para avaliar as condições gerais dos parasitas

como: atividade motora, alteração no tegumento e morte (Magalhães et. al., 2009).

A redução na atividade motora foi definida como diminuído caso houvesse a

redução no movimento dos parasitas quando comparado com os controles negativo,

e mínimo, caso houvesse movimentos ocasionais na cabeça, corpo e espasmos

esporádicos. A mortalidade dos parasitas foi definida como ausência de movimento

por mais de 2 minutos de observação (Manneck et al., 2010).

Como controle negativo foi utilizado vermes adultos mantidos em meio RPMI

com 1% de DMSO e como controle positivo foi utilizados vermes adultos incubados

com 12,5 µg/mL de praziquantel. Foram realizados dois experimentos

Page 37: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

38

independentes sendo avaliados oito vermes adultos por concentração em cada

experimento.

Figura 10 – Avaliação da atividade esquistossomicida in vitro, os vermes adultos de Schistosoma mansoni.

Os ensaios esquistossomicida foram realizados no laboratório de

Parasitologia Aplicada da UNIFRAN, sob supervisão da professora Lizandra Guidi

Magalhães.

Page 38: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

39

3.6 Ensaio da atividade Antimicrobiana

3.6.1 Micro-organismos utilizados nos ensaios

Para o ensaio da atividade antimicrobiana foi selecionado cepas de bactérias

que apresentam resistência múltipla a antimicrobianos. Todas as cepas utilizadas

são padronizadas da American Type Culture Collection (ATCC) (Tabela 1). Cepas

padronizadas são recomendadas para este tipo de avaliação por apresentarem uma

origem confiável, no qual o centro de referência realiza testes fenotípicos e

moleculares para confirmar sua identificação e perfil de sensibilidade (Sejas et al.,

2003; Brasil, 2006; ATCC, 2011).

Tabela 1 – Características das Bactérias utilizadas nos ensaios na atividade antibacteriana (ATCC, 2011).

Micro-organismos Gram Negativos

ATCC Testes indicados

Escherichia coli 25922

Qualidade da prova de DD (Difusão em disco) e CIM de enterobactérias

Qualidade da prova de DD e CIM de Pseudomonas, Acinetobacter, S. maltophilia e Burkholderia

Qualidade da prova de DD e CIM de Vibrio colerae

Testes de triagem e confirmatório de ESBL (Beta Lactamase de Espectro Extendido - Extended-spectrum beta-lactamase)

Qualidade da prova em testes automatizados de susceptibilidade em painéis de gram negativos

Klebsiella pneumoniae 10031 Qualidade da prova em testes automatizados de

identificação de bacilos gram-negativos

Pseudomonas aeruginosa 27853

Sensível aos agentes anti-pseudoma

Qualidade da prova em testes de diluição em caldo e diluição em ágar de P. aeruginosa e outros não-enterobacteriaceas

Testes automatizados para verificação da concentração de cátion e pH com aminoglicosídeos em painéis de gram-negativos

Micro-organismos

Gram Positivos ATCC Testes indicados

Staphylococcus aureus 25923

Cepa não produtora de ß-lactamase

Qualidade da prova em testes de DD para Staphylococcus spp, Enterococcus sp

Controle de qualidade de testes de sensibilidade a antimicrobianos (discos)

Streptococcus pyogenes 19615 Controle de qualidade de meios de cultura seletivos.

Streptococcus pneumoniae 6305 Controle de qualidade de meios de cultura seletivos.

Haemophilus influenzae 10211 Testes de suscetibilidade do disco

Page 39: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

40

Os testes antimicrobianos foram realizados no Laboratório de Pesquisas em

Microbiologia da UNIFRAN, coordenado pelo Prof. Dr. Carlos Henrique G. Martins.

3.6.2 Ensaio da Concentração Inibitória Mínima (CIM)

A Concentração Inibitória Mínima (CIM) é a menor concentração de um

agente antibiótico que inibe o crescimento visível de um microrganismo após

incubação in vitro. A CIM pode ser utilizada como uma medida comparativa da

atividade antimicrobiana contra um patógeno específico. A determinação acurada da

CIM através dos testes de suscetibilidade antibiótica e a vigilância continuada são

estratégias imprescindíveis para avaliar e monitorar a suscetibilidade das cepas

isoladas em cada hospital, uma vez que evidenciam tendências de evolução

temporal da suscetibilidade de cada espécie (Ricardo, 2008).

O ensaio para a determinação da CIM é obtido através da microdiluição, que

consiste em preparar diluições sucessivas da amostra a ser testada, em meios de

cultura sólidos ou líquidos, semear a bactéria e após a incubação verificar a menor

concentração (maior diluição) do antimicrobiano que inibiu o crescimento do micro-

organismo

Os valores da CIM foram determinados através da microdiluição em caldo do

extrato bruto RP e das frações RP1, RP2, RP3 e RP4, frente aos diferentes

microrganismos, segundo a metodologia a metodologia preconizada pelo ―National

Committee for Clinical and Laboratory Standards‖ (NCCLS, 2003), atualmente

denominado Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), com adaptações,

empregando a resazurina como revelador do crescimento bacteriano.

Page 40: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

41

O teste bioquímico de toxicidade é baseado na redução do corante resazurina

por meio da desidrogenase microbiana, sendo que o corante resazurina atua como

um aceptor de elétrons, mudando de cor na presença da enzima desidrogenase

ativa, proveniente de uma cultura de bactérias em crescimento. A conversão da

resazurina em seu produto reduzido, mediada pela desidrogenase, pode ser

representada pela reação química apresentada na Figura 11 (Liu, 1981; Brower,

1991 apud Martins 2008).

Figura 11 – Reação química de redução da resazurina para resorufina, com mudança de cor

Em microplacas foram depositados o caldo do meio de cultura adequado, com

os extratos ou frações nas concentrações de 0,195 a 400 µg/mL e os inoculos. Cada

poço conteve um volume final de 100µL.

As microplacas foram incubadas a 36º C em estufa bacteriológica e em

atmosfera adequada por 24 h. Após o tempo de incubação, foi adicionado em cada

poço 30 µL de resazurina na concentração de 0,02% preparado em solução aquosa.

Os resultados foram lidos visualmente. Uma mudança na cor da resazurina de azul

para rosa indica redução do indicador e, portanto, o crescimento bacteriano. A CIM

foi definida como a menor concentração da droga que impediu uma mudança

Resazurina (Azul 610nm) Resorufina (Rosa 580nm)

OOHO

N

O

OOHO

N

+NADH+H+

Enzima + NAD+ + H2O

Page 41: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

42

completa de cor da resazurina de azul para rosa (Palomino et. al., 2002), como pode

ser visto na figura 12.

Figura 12 – Microplaca exemplificando a mudança de cor dos poços pelam presença da Resazurina (Rosa – crescimento bacteriano / Azul – ausência de crescimento bacteriano). Imagem: Laboratório de Microbiologia UNIFRAN.

Os meios de cultura utilizados para o crescimento bacteriano e o caldo

utilizado para a obtenção da CIM estão representados na Tabela 2. Os

antimicrobianos Cloranfenicol e Vancomicina serviram como controles positivos.

Para garantir a qualidade do ensaio, foram realizados os controles de esterilidade do

caldo, do extrato, frações e dos controles positivos e negativos.

Tabela 2 – Bactérias utilizadas na atividade antibacteriana

Micro-organismos ATCC Morfotipo Agar Caldo

Escherichia coli 25922 Bacilo Gram

Negativo Agar BHI Caldo BHI

Klebsiella pneumoniae 10031 Bacilo Gram

Negativo Agar BHI Caldo BHI

Pseudomonas aeruginosa 27853 Bacilo Gram

Negativo Agar BHI Caldo BHI

Staphylococcus aureus 25923 Coco Gram

Positivo Agar BHI Caldo BHI

Streptococcus pyogenes 19615 Coco Gram

Positivo Agar sangue Caldo BHI

Streptococcus pneumoniae 6305 Coco Gram

Positivo Agar sangue Caldo BHI

Haemophilus influenzae 10211 Bacilo Gram

Negativo Agar chocolate Caldo especial

Page 42: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

43

3.6.3 Preparo da suspensão bacteriana e Padronização da densidade do inoculo.

Para a obtenção do inoculo, as cepas armazenadas em freezer a 20 ºC

negativos foram ressuspendidas em meio de cultura líquido do caldo BHI (Brain

Heart Infusion) e posteriormente incubados a 35ºC por 18 horas. Em seguida, com o

auxílio de uma alça de platina esterilizada, uma alíquota de cada cultura foi

transferida para a placa de Petri com Agar Mueller-Hinton e incubado a 37ºC por

aproximadamente 24 horas em estufa bacteriológica e em atmosfera apropriada.

Após o período de incubação, selecionou-se de 3 a 4 colônias, transferindo-as para

um tubo estéril contendo 5mL de solução salina (0,9%). Como a densidade do

inoculo influencia nos resultados dos experimentos, foi padronizada a quantidade do

mesmo a ser utilizada, a fim de assegurar a reprodutibilidade dos ensaios.

Inicialmente foi preparada a escala de 0,5 da escala de McFarland (1,5 x 108

UFC/mL), como o cloreto de bário a 1%, o qual foi adicionado 0,5 mL em 99,5 mL de

ácido sulfúrico a 1%, sendo este adicionado para a comparação da turbidez.

A turvação da suspensão celular foi medida em espectrofotômetro lendo-se

em comprimento de onda de 530nm. Uma solução salina foi empregada como

branco. Quando necessário, fez-se a diluição da suspensão bacteriana para obter a

concentração de 1,5 x 108 UFC/mL, compatível com a escala 0,5 de McFarland. Esta

solução foi então diluída para obter a concentração final de 5,0 x 105 UFC/mL

(Figura 13) (NCCLS, 2003; Brasil, 2008).

Page 43: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

44

Figura 13 - Preparo da suspensão bacteriana e Padronização da densidade do inoculo.

3.6.4 Diluição das amostras

Exatamente 1mg das amostras (extrato bruto e frações) foram diluídas em

125 µL de dimetilsulfoxido (DMSO) com auxílio de um banho de ultrasom. Em

seguida, adicionou-se 1875 µL de caldo BHI, para todas as bactérias, com exceção

de Haemophilus influenzae, que utilizou o caldo específico. Com esse procedimento

Page 44: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

45

originaram-se as soluções denominadas de soluções mãe, que foram utilizadas para

determinação da CIM (Figura 14).

Figura 14 – Preparo da Solução mãe.

3.6.5 Preparo do fármaco padrão

Os fármacos padrões usados para validação da técnica foram os antibióticos

Cloranfenicol para os microrganismos H. influenzae, E. coli, P. aeruginosa e K.

pneumoniae e Vancomicina para S. pneumoniae, S. pyogenes e S. aureus.

O uso do Cloranfenicol se justifica por ser ativo contra bactérias Gram-

positivas e Gram-negativas, as quais têm a capacidade de provocar doenças

complicadas como a meningite. Já a Vancomicina atua contra agentes Gram-

positivos e são utilizados principalmente em infecções estafilocócicas com cepas

multi-resistentes (Brasil, 2008).

Page 45: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

46

O antibiótico Cloranfenicol foi preparado a uma concentração de 0,1mg/mL.

Em seguida, transferiu-se 1 mL dessa solução para um tubo contendo 4 mL de caldo

BHI, obtendo-se uma concentração de 0,02 mg/mL. Este preparo foi repetido com o

caldo específico para H. influenzae. O antibiótico Vancomicina foi preparado a uma

concentração de 10 mg/mL, sendo transferido 8µL desta solução para 3992µL de

caldo BHI para obter também uma concentração de 0,02 mg/mL (Figura 15).

Figura 15 – Preparo dos Fármacos Padrões.

3.6.6 Técnica de Determinação da CIM

Em microplacas foi adicionado meio de cultura BHI, solução mãe do extrato,

frações e o fármaco padrão previamente preparadas. As suspensões (20µL) dos

microrganismos foram colocadas por último obtendo-se sempre um volume final de

100µL por poço. O extrato bruto e as frações foram avaliados na faixa de

concentração de 50 a 400µg/mL em triplicata. Os fármacos padrões (Cloranfenicol e

Vancomicina) foram avaliados nas concentrações de 0,01 a 5,9µg/mL (Figura 16).

Page 46: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

47

Figura 16 – Distribuição das amostras, controles e solventes na microplaca para a determinação da CIM.

Para todas as bactérias testadas foi realizado o controle do solvente

dimetilsulfóxido (DMSO) nas concentrações de 1 a 5 % (concentração utilizada para

dissolver as amostras).

Em cada placa foram realizados o controle do crescimento da cultura, controle

de esterilidade do caldo, extrato e suas frações, fármacos e solvente. As placas

foram incubadas a 36ºC em estufa bacteriológica com atmosferas adequadas

(microaerófila/aerobiose) por 24 h. Após o período de incubação foi adicionado em

cada poço 30µL de solução aquosa de resazurina na concentração de 0,02%. A

leitura dos resultados foi observada pela mudança ou permanência de coloração da

mesma, por meio de uma reação oxi-redução, sendo azul (ausência de crescimento

microbiano) e rosa (presença de crescimento microbiano) (Figura 17).

Page 47: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

48

Figura 17 – Etapas finais para o teste de determinação da CIM.

3.7 Ensaios de Inibição da AChE por Bio-autografia em CCD

O método de Cromatografia em Camada Delgada (CCD) ou TLC (Thin Layer

Chromatography) foi escolhido porque ele dá acesso rápido às informações relativas

à atividade em placa. Os componentes separados podem ser detectados

diretamente na placa (Marston et. al., 2002).

A inibição da Acetilcolinesterase foi avaliada através de um teste enzimático

que se baseia na clivagem do acetato de 1-naftila pela acetilcolinesterase para

formar o 1-naftol, que por sua vez, vai reagir com o sal ―fast blue B‖ dando como

resultado a coloração púrpura do diazônio (Figura 18) (Hostettman et. al., 2003).

Page 48: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

49

Figura 18 – Reação de detecção de atividade anticolinesterásica de substâncias naturais pelo método de Marston e Hosttetamenn (Marston et al., 2002).

A placa de CCD ficou coberta com a coloração púrpura e a inibição da enzima

resultou em manchas incolores (halos brancos). Tal ensaio foi estabelecido por

Marston et. al. em 2002. Os compostos controles e as amostras foram dissolvidos

em metanol e aplicados às placas CCD em diferentes diluições (Hostettman et. al.,

2003).

As amostras foram preparadas dissolvendo-se 10 mg/mL de cada amostra em

metanol. Uma alíquota de 2,5 μL (2,5 mg/mL) da solução foi aplicada na placa

cromatográfica com o auxílio de uma pipeta automática.

Após a aplicação das amostras, as placas de CCD foram eluídas com

CHCl3:MeOH (9:1 v/v) e, posteriormente, secas. As placas foram então pulverizados

com a solução de Acetilcolinesterase (1000 U/mL) e soro albumina (150 mg)

Page 49: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

50

dissolvida em 150 mL de uma solução tris-ácido hidroclórico 0,05 M, pH 7,8,

completamente seco e incubados a 37 ° C por 20 min (atmosfera úmida).

Após a incubação, a atividade enzimática foi detectada através da

pulverização com uma solução composta por 0,25% de acetato de 1-naftil em EtOH

(5 ml) mais 0,25% de solução aquosa de Fast Blue B sal (20 ml).

Após 1-2 min a placa de CCD apresentou uma coloração púrpura e as

substâncias inibidoras da Acetilcolinesterase se mostraram como zonas claras sobre

um fundo de cor púrpura (Marston et. al., 2002) (Figura 19). A substância

Galantamina da marca Sigma-Aldrich® foi empregada como controle positivo na

concentração de 1 μg/μL.

Figura 19 – Etapas do ensaio de inibição da AChE por Bioautografia em CCD.

Page 50: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

51

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para este projeto, foi selecionada, por ensaio biomonitorado, a fração

hexânica (RP1) para ser analisado o perfil químico-biológico, com o intuito de

identificar os compostos majoritários e a atividade biológica.

4.1 Análise cromatográfica da Fração RP1

Baseado nos perfis cromatográficos obtidos por CLAE foi possível avaliar a

eficiência do processo de partição, em que se separou o extrato bruto e as frações

por diferença de polaridade (Figura 20).

Para este estudo em questão, das quatro frações obtidas, foi selecionada a

fração hexânica RP1 para ser submetida a procedimentos cromatográficos por CG-

EM com o intuito de identificar os possíveis compostos majoritários e suas classes

de metabólitos, tendo em vista que as outras frações fazem parte de outros projetos

com esta mesma espécie de planta.

Page 51: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

52

Figura 20 – Cromatogramas obtidos por CLAE do Extrato Bruto (RP) e das frações (RP1, RP2, RP3 e RP4) de R. montana.

0 10 20 30 40 min

-25

0

25

50

75

mAU254nm,4nm (1.00)

4.0

81 4

.92

25

.14

8

7.4

63 8

.51

6

10

.27

2

36

.07

6 36

.42

8

38

.22

5

47

.52

04

7.7

23

0 10 20 30 40 min

0

25

50

75

mAU254nm,4nm (1.00)

1.9

95

2.1

32

2.7

63

2.9

66

3.6

273

.88

64

.13

9

6.4

15

9.5

79

14

.16

0

16

.19

5

18

.33

3

28

.32

8

0 10 20 30 40 min

0

25

50

75

mAU254nm,4nm (1.00)

2.9

55

3.6

483

.90

24

.14

9

14

.07

0

16

.12

8

18

.30

1

28

.35

8

0 10 20 30 40 min

0

50

100

mAU254nm,4nm (1.00)

4.0

19

4.8

98

5.9

65

6.4

00

7.0

63

8.1

45

8.5

87

9.9

38

35

.80

0 36

.15

7

37

.98

0

0 10 20 30 40 min

0

50

100

150

mAU254nm,4nm (1.00)

35

.95

93

6.2

97

36

.50

8 38

.06

3

Fração RP (Extrato Bruto)

Fração RP1 (Hexano)

Fração RP2 (AcOEt)

Fração RP3 (n-BuOH)

Fração RP4 (Hidrometanólico)

Page 52: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

53

A partir do CLAE, notou-se que a fração RP1 (Hexânica) é constituída de

compostos apolares ou de média polaridade, e esta, foi analisada por CG-EM

(Figura 21) com o intuito de identificar as substâncias majoritárias (com as maiores

áreas) e agrupá-las de acordo com o Índice de Similaridade (maior que 80%)

propostos na biblioteca de padrões do equipamento utilizado para as análises.

Figura 21 – Cromatograma obtido via CG-EM da fração RP1.

Através do cromatograma dos íons totais obtidos via CG-EM para a fração

RP1 (Figura 21) e os respectivos espectros de massas (Figuras 23- 27) permitiram a

identificação de 33 compostos, sendo que destes, 5 foram classificados como

compostos majoritários (com maior área), os quais estão descritos na tabela 3.

Tabela 3 – Composição química da fração hexânica de Roupala montana (RP1).

Composto Fórmula

Molecular M

+• tR (min) Área (%)

Éster etílico do ácido Palmítico C18 H36 O2 284 29,935 8,89 Fitol C20H40O 296 33,653 17,91 δ-tocoferol C27 H46 O2 402 52,799 4,18

γ-tocoferol C28 H48 O2 416 58,395 10,54

Neofitadieno C20 H38 278 60,342 11,71

Page 53: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

54

As estruturas químicas (Figura 22) foram propostas com base nos espectros

de massa obtidos, e em comparação com os espectros de massas contidos na

biblioteca de padrões (Biblioteca Wiley) do equipamento CG-EM.

Figura 22 – Propostas de estruturas químicas para a Fração Hexânica (RP1) de R. montana: Éster etílico do ácido Palmítico (1), Fitol (2), δ-tocoferol (3), γ-tocoferol (4) e Neofitadieno (5).

2

4

5

3

1

Page 54: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

55

Figura 23 – Espectro de Massas (EM) obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 29,935min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões.

Figura 24 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 33,653min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões.

Page 55: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

56

Figura 25 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 52,799min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões.

Figura 26 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 58,395min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões.

Page 56: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

57

Figura 27 – Espectro de Massas obtido via CG-EM da fração RP1 para a substância com tR= 60,342min., e comparado com o EM contido na biblioteca de padrões.

No caso dos triterpenos, realizou-se a co-injeção de um padrão interno (5-α-

colestano, tR= 53,881), obtendo-se o cromatograma da figura 28. Adicionalmente,

também se realizou e a injeção de alguns padrões de triterpenos: β-amirina, α-

amirina e lupeol, os quais são largamente distribuídos no reino vegetal. A retenção

relativa foi calculada, confirmando assim a identidade dos triterpenos detectados

(Tabela 4).

Figura 28 – Cromatograma obtido via CG-EM da fração RP1 + Padrão interno 5-α-Colestano (tR= 53,881).

Page 57: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

58

Tabela 4 – Composição química da fração hexânica com injeção do padrão interno (5-α-Colestano) de Roupala montana (RP1).

Composto Fórmula

Molecular M+ tR (min) RR

Área (%)

β-amirina C30H50O 426 70,015 1,300 1,34 α-amirina C30H50O 426 72,230 1,340 0,76 Lupeol C30H50O 426 72,546 1,346 8,05

RR = retenção relativa relacionada ao padrão interno 5-α-Colestano (tR = 53,881 min.)

As estruturas químicas (Figura 29) foram propostas com base nos espectros

de massa obtidos, e em comparação com os espectros de massas contidos na

biblioteca de padrões (Biblioteca Wiley) do equipamento CG-EM (Figuras 18- 22).

Figura 29 – Estruturas químicas dos triterpenos: β-amirina (1), α-amirina (2) e Lupeol (3) detectados na Fração Hexânica (RP1) de R. Montana por CG-EM com injeção de padrão interno (5-α-Colestano)

(1) (2)

(3)

Page 58: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

59

4.2 Atividade biológica

4.2.1 Atividade esquistossomicida para extratos e frações de R. montana

O potencial esquistossomicida do extrato bruto (RP) e das frações

provenientes da partição líquido-líquido foi avaliado in vitro frente aos vermes

adultos de Schistosoma mansoni. As amostras foram testadas nas concentrações de

10, 50, 100 e 200 µg/mL, utilizando-se o praziquantel como controle positivo.

Verificaram-se os seguintes índices de mortalidade (em %) nos seguintes

períodos de incubação, e como demonstrados na tabela 5: no primeiro dia de

incubação (24 horas), a fração RP2 promoveu a morte de 25% dos vermes adultos

na concentração de 100 µg/mL. Adicionalmente, no quinto dia de incubação (120

horas) o extrato bruto RP promoveu a morte de 100% dos vermes adultos na

concentração de 100 µg/mL; a fração RP1 promoveu a morte de 100% dos vermes

adultos na concentração de 100 µg/mL; a fração RP2 promoveu a morte de 100%

dos vermes adultos na concentração de 50 µg/mL; e a fração RP4 promoveu a

morte de 25% dos vermes adultos na concentração de 200 µg/mL.

Page 59: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

60

Tabela 5 – Potencial esquistossomicida de Roupala montana e suas frações.

Amostras de Roupala montana

Período de incubação (h)

% de vermes mortos nas concentrações

10 µg/ml 50 µg/ml 100 µg/ml 200 µg/ml

RP 24 120

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. 100

RP1 24 120

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. 100

n. a. 100

RP2 24 120

n. a. n. a.

n.a. 100

25 100

n.t. n.t.

RP3 24 120

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. n. a.

RP4 24 120

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. n. a.

n. a. 25

PZQc 24

120 100 100

n. t. n. t.

n. t. n. t.

n. t. n. t.

RPMId 24

120 0 0

0 0

0 0

0 0

DMSO 1% 24

120 0 0

0 0

0 0

0 0

a n. a.= não ativo

b n. t.= não testado

c PZQ= Praziquantel (controle positivo)

d Meio RPMI 1640 = Controle negativo

4.2.2 Atividade antibacteriana para extratos e frações de R. montana

A concentração inibitória mínima (CIM) é considerada a menor concentração

capaz de inibir completamente o crescimento bacteriano. Os valores de CIM foram

determinados pela leitura visual após revelação com resazurina sendo considerada

como positiva para os poços que permaneceram com a coloração azul e negativa os

que obtiveram coloração vermelha (Salvat et al., 2001).

Atualmente diversos autores (Rios e Recio, 2005; Gibbons, 2008; Kuete,

2010) relatam que CIM’s inferiores a 100 µg/mL (para extratos) e inferiores a 10

µg/mL (para compostos) podem ser classificados como ativos frente a cepas de

bactérias.

De acordo com os resultados apresentados na tabela 6, as frações e o extrato

bruto de R. montana apresentaram fraca atividade antibacteriana frente à cepas de

bactérias testadas. Os melhores resultados foram apresentados pela fração RP2,

Page 60: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

61

onde inibiu o crescimento de Streptococcus pneumoniae na concentração de 200

µg/mL.

Tabela 6 – Resultado dos ensaios antibacteriano para o extrato bruto (RP) e frações (RP1, RP2, RP3 e RP4) de Roupala montana.

Concentrações dos extratos/substancias testadas = 0,195 µg/mL a 400 µg/mL Concentrações do controle positivo testado = 0,0115 µg/mL a 5,9 µg/mL

No que tange ao aspecto cientifico, este trabalho acrescentou com resultados

inéditos e relevantes, possibilidades de desenvolvimento de agentes antimicrobianos

para utilização no tratamento e controle de patologias provocadas por bactérias.

Pelo fato das bactérias testadas terem apresentado valores de CIM´s

intermediários frente às frações RP1, RP2 e RP3, pode-se sugerir seu uso como

auxiliar no controle e redução dos microrganismos patogênicos. Porém, outros

estudos devem ser realizados para que realmente sejam utilizados na prevenção

das patologias associadas a estes agentes bacterianos.

Amostra

Resultados - µg/mL

Escherichia

coli

ATCC

25922

Klebsiella

pneumoniae

ATCC

10031

Pseudomonas

aeruginosa

ATCC

27853

Staphylococcus

aureus

ATCC

25923

Streptococcus

pyogenes

ATCC

19615

Streptococcus

pneumoniae

ATCC

6305

Haemophilus

influenzae

ATCC

10211

RP > 400 > 400 > 400 > 400 > 400 300 > 400

RP1 > 400 > 400 400 > 400 > 400 300 400

RP2 > 400 > 400 400 > 400 400 200 > 400

RP3 > 400 > 400 400 > 400 > 400 300 > 400

RP4 > 400 > 400 400 > 400 > 400 > 400 > 400

Cloranfenicol 0,1844 0,0461 0,7375 - - - 0,0461

Vancomicina - - - 1,475 0,3688 0,3688 -

Page 61: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

62

4.2.3 Atividade inibitória da Acetilcolinesterase

O bioensaio por CCD descrito aqui é rápido e simples de usar. É fácil de

aplicar o teste em amostras e vários extratos de plantas podem ser rastreados ao

mesmo tempo (Ingkaninan et. al., 2000).

A placa cromatográfica foi revelada com a Acetilcolinesterase. Os resultados

obtidos até o momento (Figura 30) demonstram que para R. montana, as frações

RP1, RP2 e RP3 apresentaram uma mancha branca de inibição no mesmo fator de

retenção (Rf). Estes resultados preliminares apontam um potencial de inibição da

enzima AChE, destas amostras avaliadas, no entanto, devido a complexidade

química e coloração natural dos extratos e frações analisados, este procedimento

será repetido, empregando-se outras fases móveis e também com os compostos

puros isolados.

Figura 30 – Placa de bioensaio para acetilcolinesterase: Padrão Galantamina (1); Extrato Bruto (2); Fração RP1 (3); Fração RP2 (4); Fração RP3 (5); Fração RP4 (6). Eluente: CHCl3/MeOH/H2O (43:37:20), Revelador: Acetilcolinesterase.

a

Placa A - Acetilcolinesterase

1 2 3 4 5 6

Page 62: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

63

Dentre os inibidores da enzima acetilcolinesterase isolados de plantas,

representantes das classes de alcalóides, compostos fenólicos, flavonóides e

terpenóides são relatados com atividade inibitória desta enzima (Silva, 2010).

Existem diversos relatos na literatura (Houghton et. al., 2006; Patočka, 2010)

que os terpenóides têm diversas propriedades medicinais, com grandes

potencialidades em atividades biológicas, entre as quais como fortes inibidores da

acetilcolinesterase, o que motiva a continuação desta pesquisa utilizando os

compostos isolados por CG-EM.

Page 63: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

64

5. CONCLUSÕES

O presente trabalho constituiu a primeira investigação das atividades

esquistossomicida, antimicrobiana e da inibição da Acetilcolinesterase, e do perfil

fitoquímico do extrato bruto e frações das partes aéreas de Roupala montana.

Através do estudo fitoquímico da fração RP1 por CG-EM, permitiu-se a

identificação de 2 (dois) diterpenos (Fitol e Neofitadieno), 3 (três) triterpenos (β-

amirina, α-amirina e Lupeol), 2 (dois) carotenóis (δ-tocoferol e γ-tocoferol) e 1 (um)

éster de ácido graxo (Éster etílico do ácido Palmítico), como constituintes

majoritários.

Os resultados obtidos frente à atividade esquistossomicida de R. montana

indicam que a fração RP2 foi a mais ativa dentre as amostras testadas, sendo que

esta promoveu a morte de 100% dos parasitas na dose de 50 µg/mL no quinto dia

de tratamento.

Com relação à atividade antibacteriana, os resultados obtidos indicam valores

de CIM intermediários frente às frações RP1, RP2 e RP3, o que se poderia sugerir

seu uso como auxiliar no controle e redução dos microrganismos patogênicos.

Porém, outros estudos devem ser realizados para que realmente sejam utilizados na

prevenção das patologias associadas a estes agentes bacterianos.

Utilizando reveladores específicos frente à inibição da Acetilcolinesterase, os

resultados permitiram identificar que as frações RP1, RP2 e RP3 apontaram certo

potencial de inibição desta enzima, pois apresentou uma mancha branca no mesmo

Rf., indicando a inibição desta enzima neste ponto.

No que tange ao aspecto científico, este trabalho acrescentou com resultados

inéditos e relevantes, por comprovar a atividade do extrato e frações de Roupala

Page 64: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

65

montana, frente aos ensaios propostos, considerando os dados estimulantes para o

desenvolvimento de novas pesquisas que levem ao isolamento e síntese de

substâncias como candidatos a novos fármacos.

Page 65: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

66

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Adsersen, A; Gauguin, B; Gudiksen, L; Jager, AK. Screening of plants used in Danish folk medicine to treat memory dysfunction for acetylcholinesterase inhibitory Alcala, M.M; Maderuelo, A; Vivas, N.M; Camps, P; Munoz-Torrero, D; Clos, M.V; Badia, A. 2005. Effects of (+/-)-huprine Y and (+/-)-huprine Z, two new anticholinesterasic drugs, on muscarinic receptors. Neurosci Lett 379: 106-109. Almeida, S. P., Proença, C. E., Sano, S. M. & Ribeiro, J. F. Cerrado: espécies vegetais úteis. Embrapa, Planaltina, DF, 1998. Alves, T. M. A. et al . Biological screening of Brazilian medicinal plants. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 95, n. 3, June 2000 . Alzheimer’s Association. Disease facts and figures. 2011. Disponível em: http://www.alz.org/alzheimers_disease_facts_and_figures.asp. Acessado em 16 de maio de 2011. ATCC - American Type Culture Collection. Product Description. Disponível em http://www.atcc.org/ATCCAdvancedCatalogSearch/ProductDetails/tabid/452/Default.aspx?ATCCNum=25922&Template=bacteria. Acessado em 30 de dezembro de 2011. Bendicho-López, A.; Morais, H. C.; Hay, J. D.; Diniz, I. R. Lepidópteros Folívoros em Roupala montana Aubl. (Proteaceae) no Cerrado Sensu Stricto. Neotropical Entomology 35(2):182-191. 2006. Bergquist Nr; Al-Sherbiny M; Barakat R; And Olds R. Blueprint for Brazilian endemic areas. Mem I. Oswaldo Cruz 99 Suppl I: 13-19; 2002. Borges, H. B. N. Biologia reprodutiva e conservação do estrato lenhoso numa comunidade do cerrado. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP), [s.n], 2000. Botrel, R. T. Uso da vegetação nativa pela população local no município de Ingaí, MG. Acta bot. bras. 20(1): 143-156. 2006 Brandão, Mitzi. Levantamento Florístico da RPPN da Cachoeira do Cerradão. São Roque de Minas, MG. Nov. 1998. Disponível em: http://www.serracanastra.com.br/cerradao/cerradao.html . Acessado em 12 fevereiro de 2011. Brasil (a). Ministério do Meio Ambiente. [Online] // Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira. 2011. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/ascom_boletins/_arquivos/83_19092008034949.pdf. Acessado em: 12 de abril de 2011.

Page 66: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

67

Brasil (b). Ministério da Saúde. Situação epidemiológica da Esquistossomose mansoni no Brasil. Coordenação Geral de Doenças Negligenciadas. Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose. Junho de 2011. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/apresent_esquistossomose_mansoni_30_05_2011.pdf. Acessado em 22 de junho de 2011. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Módulo 5: teste de sensibilidade a antimicrobianos. 2008. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo5/microdiluicao2.htm. Acessado em 22 de dezembro de 2011. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Termo de cooperação nº 37: Controle Interno da Qualidade para Testes de Sensibilidade a antimicrobiano. Março de 2006. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_testes_antimicrobianos.pdf. Acessado em 22 de dezembro de 2011. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mapa de Biomas do Brasil. Maio de 2004. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=169. Acessado em 22 de junho de 2011. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). EMBRAPA. Frutas nativas do cerrado brasileiro: aproveitamento Alimentar. Brasília: Embrapa, 2002. Brookmeyer, R; Johnson, E; Ziegler-Graham, K; Arrighi, HM. Forecasting the global burden of Alzheimer's disease. Alzheimers Dement. 2007 Jul;3(3):186-91. Calixto, J. B. Biodiversidade como Fonte de Medicamentos. Ciência e Cultura Temas e tendências. SBPC; ano 55; nº 3; jul – set. 2003; pág. 37 – 39; Carvalho, P. E. R. Carvalho-do-Cerrado (Roupala montana). Informe técnico 222. Colombo, PR. Julho, 2009. Disponível em: http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/CT223.pdf. Acessado em: 12 de janeiro de 2011. CDC - Centers for Disease Control and Prevention. Effects of new penicillin susceptibility breakpoints for Streptococcus pneumonia--United States, 2006-2007. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2008; 57:1353-5. Chitsulo, l.; Engels, D.; Montresor, A.; Savioli, L. The global status of schistosomiasis and its control. Nat Genet., v.35, p.139-147, 2000. Coley, P.D.; Barone, J. A. Herbivory and plant defenses in tropical forests. Ann. Rev. Ecol. Syst. 27: 305-335. 1996 Collins, H.C.; Braga, L.G.; Bonato, S.P. Introdução a Métodos Cromatográficos. 7ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1997. 279p.

Page 67: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

68

Corrêa, A. D., Batista, R.S.; Quintas, L.E.M. Plantas Medicinais do Cultivo a Terapêutica. 3a edição, Petrópolis, pág. 9-20; 2000. Di Stasi, L. C.; Plantas Medicinais: Arte e Ciência - Um Guia de Estudo Interdisciplinar. Editora UNESP, São Paulo, 230, 1996. Diniz, E. S.; Pavanelli, A. P; Júnior, F. J. S. Fenologia de Roupala montana aubl. (proteaceae) em uma área de cerrado stricto sensu no sul de minas gerais. Anais do IX Congresso de Ecologia do Brasil, 13 a 17 de Setembro de 2009, São Lourenço – MG. Doenhoff, M.; Kimani, G.; Cioli, D. Praziquantel and the control of schistosomiasis. Parasitol Today, v.16, p. 364–366, 2000. Edwards, K. S.; Prance, G. T. Four new species of Roupala (Proteaceae). Brittonia, 55(1), 2003, The New York Botanical Garden. pp. 61–68. 2003. Elisabetsky, E. Etnofarmacologia. Ciência e Cultura Temas e tendências SBPC; ano 55; nº 3; jul – set. 2003; pág. 35 – 36. Facey, P. C. et al. Investigation of plants used in Jamaican folk medicine for anti bacterial activity. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v.51, n.12, p.1455" 1460, Dez. 1999. Fallon, G.P. Schistosome Resistence to Praziquantel. Drug Resist. Update v.1, p. 236-241, 1998. Feitosa, CM. et al. Acetylcholinesterase inhibition by somes promising Brazilian medicinal plants. Braz. J. Biol., São Carlos, v. 71, n. 3, Aug. 2011 . Fenwick, A.; Savioli, L.; Engels, D.; Robert Bergquist, N.; Todd, M.H. Drugs for the control of parasitic diseases: current status and development in schistosomiasis. Trends Parasitol. v.19, p. 509–515, 2003. Figueira, R. M.; Barbosa, R. I. Padrão da distribuição espacial de Roupala montana Aubl. em uma localidade de savana em Roraima. In: III Encontro de Pesquisa e Iniciação Científica / III Encontro de Extensão, III EPIC / III ENEX - UFRR (18 a 22.10.2004), Boa Vista, 2004, Boa Vista: UFRR. Filho, C. V; Yunes, R. Estratégias para a obtenção de compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais. Conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade, Química Nova; 21; 1, (1998). Filho, J. M. B. et. al. Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase. Brazilian Journal of Pharmacognosy. 16(2): 258-285, Abr./Jun. 2006. Foglio, M. A.; Queiroga, C. L.; Souza, I. M. O.; Rodrigues, R. A. F. Plantas Medicinais como fonte de recursos terapêuticos. Revista Interdisciplinar dos Centros e Núcleos da Unicamp. Outubro de 2006.

Page 68: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

69

Forlenza, O.V.; Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer. Revista de Psiquiatria Clínica, vol.32, nº3, pg. 137 – 148. 2005. Fournier, L. A. Roupala montana Aubl. Part II—Species Descriptions: Roupala montana Aubl. R.N.G.R. disponível em: http://www.rngr.net/publications/ttsm/species/PDF.2004-03-16.1702/?searchterm=roupala. Acessado em: 12 de janeiro de 2011. Franco, A. C. Seasonal patterns of gas exchange, water relations and growth of Roupala montana, an evergreen savanna species. Plant Ecol. 136: 69-76, 1998. Gibbons S 2008. Phytochemical for bacterial resistance -strengths, weaknesses and opportunities. Planta Med 74: 594-602. Gomes, A. Mattos; Koszuoski, R. Evidências atuais do impacto terapêutico dos inibidores da acetilcolinesterase no transtorno cognitivo leve e na demência vascular. Revista de Psiquiatria. Rio Grande do Sul. Maio/ago 2005;27(2):197-205. Gonçalves, A. L.; Alves Filho, A.; Menezes, H. Estudo comparativo da atividade antimicrobiana de extratos de algumas árvores nativas. Instituto Biológico, v. 72, n.3, p. 353-358, 2005. Guarim Neto, G.; Morais, R. G. Recursos medicinais de espécies do cerrado de mato grosso: um estudo bibliográfico. Acta bot. bras. 17(4): 561-584. 2003 Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. [tradução da 10. ed. original, Carla de Melo Vorsatz. et al] Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005 Hagan, P.; et. al. Schistosomiasis control: keep taking the tablets. Trends Parasitol. v.20, p. 92–97, 2004. Harman, Denham. Alzheimer’s disease: A hypothesis on pathogenesis. Journal AGE. 2000. P. 147-161.V. 23.. Heinrich, M; Lee, Teoh, H. Galanthamine from snowdrop--the development of a modern drug against Alzheimer's disease from local Caucasian knowledge. J Ethnopharmacol. 2004 Jun;92(2-3):147-62. Ho KY, Tsai CC, Huang HS, Chen CP, Lin TC, Lin CC 2001. Antimicrobial activity of tannin components from Vaccinium vitis-idaea L. J Pharm Pharmacol 53: 187-191. Hoffmann, W. A. Post-burn reproduction of woody plants in a neotropical savanna: The relative importance of sexual and vegetative reproduction. Journal Applied Ecology - 1998. 35. 422-433. Hoffmann, W. A. Post-establishment seeding sucess in the Brazilian cerrado: a comparison [Livro]. - [s.l.] : Biotrópica, 2000. - pp. p. 62-68.

Page 69: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

70

Hostettman, K.; Queiroz, E.F.; Vieira, P.C.; Princípios ativos de plantas superiores: serie de textos da escola de verão em Química. Editora: EduFSCar, 2003. Hueb, T. O. Doença de Alzheimer = Alzheimer's disease. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v.65, n.4, p.90-95, abr. 2008. Ingkaninan, K.; de Best, C. M.; van der Heidjen, R.; Hofte, A. J. P.; Karabatak, B.; Irth, H.; Tjaden, U. R.; van der Greef, J.; Verpoorte, R.; J. Chromatogr., A 2000, 872, 61. Ismail, M; Botros, S; Metwally, A; William, S; Farghally, A; Tao, L. F; Day, T.A.; Bennett, J.L. Resistance to praziquantel: direct evidence from Schistosoma mansoni isolated from Egyptian villagers Am. J. Trop. Med. and Hyg. v. 60, p. 932-935, 1999. Januário, A. H. et. al. Flavonóides glicosilados isolados de Roupala montana (Proteaceae). Anais da 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Florianópolis, 2011. Jerrel, Jerkel et. al. (2001). One Protein causes the loss of memory in: Journal of Neuroscience, Jan., 3, pp.29-35. Júnior, W. R. A.; Júnior, F. J. S. Estrutura populacional de Roupala montana aubl. em um trecho de cerrado sensu stricto no sul de Minas Gerais, Brasil. Rev. Pesquisas, Botânica. Nº 60:301-314. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, 2009. Kaiser, T.D.L. et al. Avaliação de métodos comumente usados em laboratórios para a determinação da suscetibilidade à oxacilina entre amostras de Staphylococcus sp, isoladas de um hospital de Vitória, Estado do Espírito Santo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 43, n. 3, June 2010. Katzman, R. Alzheimer’s disease. N. engl J med. v. 314, 1986. PP. 184-189. Kim, J; Lee, HJ; Lee, KW. Naturally occurring phytochemicals for the prevention of Alzheimer's disease. J Neurochem. 2010 Mar;112(6):1415-30. King, C.H. Toward the elimination of schistosomiasis. N. Engl J Med v. 360, n.2, p.106-109, 2009. Klink, C. A.; Machado, R. B. A conservação do cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, 2005. Holetz, F.B;, Pessini, G.L; Sanches, N.R; Cortez, D.A; Nakamura, C.V; Filho, B.P 2002. Screening of some plants used in brazilian folk medicine for the treatment of infectous diseases. Mem I Oswaldo Cruz 97: 1027-1031. Korolkovas, A. Dicionário Terapêutico Guanabara. Ed. Guanabara Koogan, Edição 1997/1998, p.10.18

Page 70: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

71

Kuete, V. Potential of Cameroonian Plants and Derived Products against Microbial

Infections: A Review. Planta Med. 2010; 76: 1479–1491

Lambertucci, J. R.; Barraviera, B. Equistossomose mansônica: estudo clínico. Jornal Brasileiro Medicina. v.67, p.59-100, 1994. Lapa, A. J.; et. al. Métodos de Avaliação da Atividade Farmacológica de Plantas Medicinais. Vol. 1, Ed. 1. 2003; pág. 05 – 12. Levin, H. The Evolution of Proteaceae, in Flower and Leaf, Disponível em http://www.flwildflowers.com/proteaceae/ . Acessado em janeiro de 2012. Luzardo, A. R.; Gorini, M. I. P. C.; Silva, A. P. S. S. Características de idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores: uma série de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto contexto - enfermagem. Florianópolis, v. 15, n. 4, Dez. 2006. Machado, R.B., M.B. Ramos Neto, P.G.P. Pereira, E.F. Caldas, D.A. Gonçalves, N.S. Santos, K. Tabor e M. Steininger. 2004. Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro. Relatório técnico não publicado. Conservação Internacional, Brasília, DF. Magnussen, P. Treatment and re-treatment strategies for schistosomiasis control in different epidemiological settings: a review of 10 years’ experiences. Acta Trop. v.86, p.243-254, 2003. Marston, A.; Kissling, J.; Hostettmann, K.; A rapid TLC bioaotographic method for the detection of acetylcholinesterase and butyrylcholinesterase inhibitors in plants. Anal. Phytochemistry, vol. 13, pg. 51-54, 2002. Martínez, B. Farmacología médica. Santo Domingo: Instituto Tecnológico Santo Domingo, 1985. Martins, M. E. Aplicação de bioensaios de toxicidade para avaliação da eficiência do reator anaeróbio horizontal de leito fixo (RAHLF) na destoxificação do aldicarbe. Trabalho de conclusão de curso. Universidade de São Paulo. 2008. McGinty, D. et. al,. 2010. Fragrance material review on phytol. Food and Chemical Toxicology. 48,S59-S63. MEDICINA.NET. Bula do medicamento Cisticid (Praziquantel). Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/bula/1449/cisticid.htm. Acessado em 15 de dezembro de 2011. Meireles, L. D.; Shepherd, G. J.; Kinoshita, L. S. Variações na composição florística e na estrutura fitossociológica de uma floresta ombrófila densa alto-montana na Serra da Mantiqueira, Monte Verde, MG. Revista Brasil. Bot., V.31, n.4, p.559-574, out.-dez. 2008.

Page 71: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

72

Melo, A.L. & Coelho, P.M.Z. Schistosoma mansoni e a Doença. In: Neves, D. P. Parasitologia Humana. 11 ed São Paulo: Atheneu p 193-212, 2005. Mendes, M. M. Estudo da ação antiofídica e da toxicidade aguda do extrato aquoso de Schizolobium parahyba. Dissertação de mestrado; Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia. 2007. Meng JC, Zhu QX, Than RX 2000. New antimicrobial mono and sesquiterpenes from Soroseris hookeriana subsp. Erysimoides. Planta Med 66: 541-544. Michelin DC, Moreschi PE, Lima AC, Nascimento GGF, Paganelli MO, Chaud MV 2005. Avaliação da atividade antimicrobiana de extratos vegetais. Rev Bras Farmacogn 15: 316-320 Miranda-Melo, Aneliza de Almeida. Estrutura de populações de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (Annonaceae) e Roupala montana Aubl. (Proteaceae) em quatro fragmentos de cerrado sensu lato no município de Itirapina/SP. Tese de mestrado. Campinas, 2004. Morais, H.C., I.R. Diniz, L. B. Padrões de produção de folhas e sua utilização por larvas de Lepidoptera em um cerrado de Brasília. Rev. Bras. Bot. 18: 163-170, 1995. Mourão, S. C. Preparação e caracterização de lipossomas contendo praziquantel. 124f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2001. Mukherjee, PK; Kumar, V; Mal M, Houghton, PJ. Acetylcholinesterase inhibitors from plants. Phytomedicine. 2007 Apr;14(4):289-300. Naves-Barbiero, C. C. et al . Fluxo de seiva e condutância estomática de duas espécies lenhosas sempre-verdes no campo sujo e cerradão. Rev. Bras. Fisiol. Veg., Lavras, v. 12, n. 2, Aug. 2000. NCCLS/CLSI - Metodologia dos Testes de Sensibilidade a Agentes Antimicrobianos por Diluição para Bactéria de Crescimento Aeróbico: Norma Aprovada – Sexta Edição. Documento M7—A6. Vol. 23 Nº 2. Substitui a Norma M7-A5 Vol. 20 Nº 2. Jan. 2003. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/clsi/clsi_OPASM7_A6.pdf. Neto, R. M. R.; Santos, J. S.; Silva, Manoel, A.; Koppe, V. C. Potencialidades de uso de espécies arbustivas e arbóreas em diferentes fisionomias de cerrado, em Lucas do Rio Verde/MT. Revista de biologia e ciências da terra. Volume 10 - Número 2 - 2º Semestre 2010. Netscher, T. 2007. Synthesis of Vitamin E. Vitamins & Hormones. 76, 155-202. Nodari, R. O. et al. Biodiversidade: aspectos biológicos, geográficos, locais e éticos.In: Farmacognosia: da planta ao medicamento. Editora da UFRGS, Porto Alegre, 2004.

Page 72: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

73

Nordberg, Agneta. Nicotinic receptor abnormalities of Alzheimer’s disease: therapeutic implications. Biological Psychiatry. February, 2001. Vol. 49, Pages 200-210. Novaes, M. R. C. G; Souza, J. P; Araujo, H. C. Síntese do anti-helmíntico praziquantel, a partir da glicina. Quím. Nova, São Paulo, v. 22, n. 1, Feb. 1999 Novais, T. S. et. al. Atividade antibacteriana em alguns extratos de vegetais do semi-árido brasileiro. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, p. 05-08, 2003 Orhan, I; Sener, B; Choudhary, M.I; Khalid, A. Acetylcholinesterase and butyrylcholinesterase inhibitory activity of some Turkish medicinal plants. J Ethnopharmacol. 2004 Mar;91(1):57-60. Palomino, J. C, Martin, A., Camacho, M., Guerra, H., Swings, J. & Portaels, F. Resazurina placa de microtitulação ensaio: método simples e barato para a detecção de resistência a drogas em Mycobacterium tuberculosis. Antimicrob agentes Terapêutica 46. Ano 2002 , 2720 -2722. PARASITOLOGIA Integrada. Universidade Federal do Tocantins (UFT). Estudos de Fármacos: Praziquantel. Disponível em: http://www.uft.edu.br/parasitologia/pt_BR/farmacos/praziquantel/. Acessado em 15 de dezembro de 2011. Pinto, T. J. A; Kaneko, T. M; Ohara, M. T. Controle Biológico de Qualidade de Produtos Farmacêuticos, Correlatos e Cosméticos. 2.ed. São Paulo: Atheneu Editora, 325 p. 2003. Pittella, J.E.H. Neuropatologia da doença de Alzheimer. In: Tavares, A. Organizador. Compêndio de neuropsiquiatria geriátrica. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005. p.235-48. Querfurth, H. W.; Laferla, F. M.; Mechanisms of Disease Alzheimer’s. N. Engl. Journal Med 2010; 362:329-44. Racchi, M; Mazzucchelli, M; Porrello, E; Lanni, C; Govoni, S; 2004. Acetylcholinesterase inhibitors: novel activities of old molecules. Pharmacol Res 50: 441-451. Ramos, J. M.; Souza, P. P. C.; Ramos, L. M.; Costa, M. B. Avaliação citotóxica e triagem fitoquímica das folhas de Roupala montana Aubl. (PROTEACEAE). Anais do IX Seminário de Iniciação Científica, VI Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. UEG, 2011. Rang, H. P; Dale, M. M et al. Rang & Dale: Farmacologia. 6º Edição. Tradução de Raimundo Rodrigues Santos e outros. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. P. 514-516. Ratter J.A. et al. Estudo preliminar da distribuição das espécies lenhosas da fitofisionomia cerrado sentido restrito nos estados compreendidos pelo bioma

Page 73: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

74

Cerrado. [Periódico]. - [s.l.] : Bol. Herb. Ezechias. Paulo Heringer 5: 5-43., 2000. - pp. 5-43. Rhee, I.K. et. al. Screening for acetylcholinesterase inhibitors from Amaryllidaceae using silica gel thin-layer chromatography in combination with bioactivity staining. J Chromatogr A. 2001 Apr 27;915(1-2):217-23. Ribeiro-Dos-Santos G; Verjovski-Almeida S; Leite Ccl. Schistosomiasis—a century searching for chemotherapeutic drugs. Parasitol. Res. v.99, p.505-521, 2006. Ribeiro, J.F; Walter, B.M.T. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In Sano, S.M. & Almeida, S.P. (eds.) Cerrado: ambiente e flora. Embrapa, Planaltina, p. 89-166. Ricardo, S. B. Elevação de MIC para Vancomicina no S. aureus. Revista Prática Hospitalar. Ano X. Nº 60. Nov-Dez/2008. Rios, J. L.; Recio, M.C. Medicinal plants and antimicrobial activity. Journal of Ethnopharmacology, v. 100, p. 80 – 84, 2005. Rocha, F. A. G; Dantas, L. I. S. Atividade antimicrobiana in vitro do látex do aveloz (euphorbia tirucalli l.), pinhão bravo (jatropha mollissima l.) e pinhão roxo (jatropha gossypiifolia l.) sobre microrganismos patogênicos. Revista Holos, Ano 25, Vol. 4 3 Rudan, I. et. Al. Epidemiology and etiology of childhood pneumonia. Bulletin of the World Health Organization | May 2008, 86 (5) Salvat, A.; Antonnacci, L.; Fortunato, R.H.; Suarez, E. Y.; Godoy, H. M. Screening of some plants from North Argentin for their antimicrobial activity. Letters in Applied Microbiology and Biotechnology, v. 32:: 293-297. 2001. Savanna - A Neotropical Savanna. Our Macadamia Relative. Disponível em http://ntsavanna.com/wp-content/uploads/2008/02/1_roupala_habit.jpg. Acessado em 10 de outubro de 2011. Sayeg, N. Neuropatologia da Doença de Alzheimer. Disponível em: http://www.alzheimermed.com.br/conceitos/neuropatologia. Acessado em 16 de maio de 2011. Sejas, L. M. et. al. Avaliação da qualidade dos discos com antimicrobianos para testes de disco-difusão disponíveis comercialmente no Brasil. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. Rio de Janeiro, v. 39, n. 1, p. 27-35, 2003. Seidl, Cláudia. Pesquisa de substâncias naturais inibidoras da acetilcolinesterase. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2010. Selkoe, DJ. Alzheimer disease: mechanistic understanding predicts novel therapies. Ann Intern Med. 2004 Apr 20;140(8):627-38.

Page 74: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

75

Silva, C. P. Estudo químico e avaliação das atividades Antimicrobiana, leishmanicida e de inibição da enzima acetilcolinesterase de Schefflera vinosa (Araliaceae). Dissertação de mestrado. Universidade de Franca. 2010. Silva, V. F. et al. Caracterização Estrutural de um fragmento de floresta semidecídua no município de [Periódico]. - [s.l.] : Revista Cerne, 2003. - 1 : Vol. 9. - pp. 092-106. Simões, C. M. O; Guerra, M. P. et. al. Farmacognosia: da planta ao medicamento 5. ed.: Editora da UFRGS, Porto Alegre, 2004. Small, G; Bullock, R. Defining optimal treatment with cholinesterase inhibitors in Alzheimer's disease. Alzheimers Dement. 2010 Nov 3:1-8. Smith, Marília de Arruda Cardoso. Doença de Alzheimer. Revista Brasileira de Psiquiatria. São Paulo, 2011. Souza, A. L. R. Avaliação do efeito do praziquantel veiculado em dispersões lipídicas no tratamento de camundongos infectados com Schistosoma mansoni. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. ―Júlio de Mesquita Filho‖. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Araraquara, 2008. Steinmann P; Keiser J; Bos R; Tanner M; Utzinger J. Schistosomiasis and water resources development: sytematic review meta-analysis and estimates of people at risk. Lancet Infect Dis . v.6, p.411-425, 2006. Stryer, L.; Tymoczko, J.L.; Berg, J.M.; Bioquimica, 5o ed., Editora Guanabara Koogan S.A., RJ, cap.13, 361-362, 371-371, 2004. Tatsch, M. F.; et al. Neuropsychiatry symptoms in Alzheimer disease and cognitively impaired, nondemented elderly from a community-based sample in Brazil: prevalence and relationship with dementia severity. Am J Geriatr Psychiatry 2006; v. 14; p. 438-445. Trevisan, M. T. S.; Macedo, F. V. V. Seleção de plantas com atividade anticolinesterase para tratamento da Doença de Alzheimer. Revista Química Nova, vol.26, no3, pg. 301-304, 2003. Vale, F. A. C., et al. Tratamento da doença de Alzheimer. Dement Neuropsychol 2011 June; 5(Suppl 1):34-48. Yoshioka, Cristina R. M. et al . Análise das cepas de Streptococcus pneumoniae causadores de pneumonia invasiva: sorotipos e sensibilidade aos antimicrobianos. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 87, n. 1, Feb. 2011. Wannmacher, L. Uso indiscriminado de antibióticos e resistência microbiana: uma guerra perdida? Brasília, 2004. v.1,n.4. (Boletim de Saúde, 4). Disponível em: http://www.opas.org.br/medicamentos/site/UploadArq/HSE_URM_ATB_0304.pdf. Acessado em: 12 de março de 2011.

Page 75: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

76

WHO (a) - Word Health Organization Global Health. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs115/en/index.html. Acessado em 09 de setembro de 2011. WHO (b) - Word Health Organization Global Health. Disponível em: http://www.who.int/whr/2001/chapter2/en/index4.html. Acessado em 09 de setembro de 2011.

Page 76: UNIVERSIDADE DE FRANCA - repositorio.udf.edu.br

77

i Explicação da Figura 6 (pág. 29): Perda sináptica melhor se correlaciona com o declínio cognitivo na doença de Alzheimer. A

sinapse controle é mostrada no topo da figura. Na parte inferior da figura, uma "sinapse típica da Doença de Alzheimer" que mostra os efeitos pleiotrópicos da proteína beta amilóide (Aß).

Anéis representam vesículas sinápticas. Aplicação experimental e expressão de (Aß), especialmente oligômeros, prejudicam a plasticidade sináptica, alterando o equilíbrio entre a potenciação de longa duração (LTP) e depressão em longo prazo (LTD) e redução do número de espinhas dendríticas.

Em altas concentrações, pode suprimir nos oligômeros basais a transmissão sináptica. A proteína beta amilóide (Aß) facilita a endocitose de receptores de N-metil-d-aspartato (NMDAR) e α-amino-3- hidroxi-5-metil-4-isoxazole ácido propiônico (AMPAr). A Aß também se liga aos receptores da neurotrofina p75 (p75NTr) e ao fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF o receptor, também conhecido como o receptor tirosina quinase B [trkBr]), exacerbando uma situação em que os níveis de BDNF e fator de crescimento neural (NGF) já estão reprimidos.

A proteína beta amilóide (Aß) prejudica os receptores nicotínicos de acetilcolina (ACh) (nAChR) de sinalização e ACh liberação do terminal pré-sináptico.

O número de sinapses do hipocampo diminui o comprometimento cognitivo leve na quais restantes perfis sinápticos mostrarem compensatório aumenta de tamanho.