311
UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ENSINO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS SEGUNDO O MODELO INSTRUTIVO 4C-ID: UM ESTUDO COM ALUNOS DO 9ºANO Mário Marcelino Luís de Melo Orientadora: Professora Doutora Guilhermina Maria Lobato Ferreira de Miranda Tese especialmente elaborada para obtenção de grau de Doutor em Educação, especialidade de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação 2018

UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

UNIVERSIDADE DE LISBOA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

ENSINO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS SEGUNDO O MODELO

INSTRUTIVO 4C-ID: UM ESTUDO COM ALUNOS DO 9ºANO

Mário Marcelino Luís de Melo

Orientadora: Professora Doutora Guilhermina Maria Lobato Ferreira de

Miranda

Tese especialmente elaborada para obtenção de grau de Doutor em Educação,

especialidade de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação

2018

Page 2: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção
Page 3: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

UNIVERSIDADE DE LISBOA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

ENSINO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS SEGUNDO O MODELO

INSTRUTIVO 4C-ID: UM ESTUDO COM ALUNOS DO 9ºANO

Mário Marcelino Luís de Melo

Orientadora: Professora Doutora Guilhermina Maria Lobato Ferreira de Miranda

Tese especialmente elaborada para obtenção de grau de Doutor em Educação, especialidade de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação

Júri:

Presidente: Professor Doutor João Filipe Lacerda de Matos

Vogais:

- Doutor Paulo Maria Bastos da Silva Dias, Professor Catedrático do Instituto de

Educação da Universidade do Minho

- Doutor José Luís Pires Ramos, Professor Associado da Escola de Ciências Sociais da

Universidade de Évora

- Doutor João Filipe Lacerda de Matos, Professor Catedrático do Instituto de Educação

da Universidade de Lisboa

- Doutora Guilhermina Maria Lobato Ferreira de Miranda, Professora Auxiliar com

Agregação do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, orientadora

- Doutora Neuza Sofia Guerreiro Pedro, Professora Auxiliar do Instituto de Educação da

Universidade de Lisboa

2018

Page 4: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção
Page 5: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Para o Diogo e Miguel.

Page 6: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção
Page 7: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

i

AGRADECIMENTOS

É o momento de olhar para os últimos anos, lembrar e agradecer a todos os que de alguma

forma me acompanharam e ajudaram neste projeto.

Em primeiro lugar, agradeço profundamente à minha orientadora, Professora Doutora

Guilhermina Lobato Miranda, pela amizade e apoio incondicional em todas as fases deste

percurso. Pelo exemplo de sabedoria, de rigor e de determinação, pela orientação e dedicação

e em especial por acreditar e confiar em mim e no meu trabalho. O convívio e o trabalho

conjunto enriqueceram-me do ponto de vista humano e profissional.

Gostaria também de agradecer à Dr.ª Isabel Soares, não só por ter permitido a realização

deste projeto, mas também por ter acreditado nele e em mim.

Um agradecimento especial às minhas colegas de grupo, Inês e Susana, pelo apoio, incentivo,

colaboração e ajuda na implementação do projeto.

Ao Pedro Mendonça, pela ajuda fundamental no desenho gráfico, na programação e pelas

sempre pertinentes sugestões que permitiram criar o RED “Circuitos elétricos”.

Um agradecimento muito especial à Celina pelo seu Amor e pela sua compreensão e

incentivo na realização deste projeto!

À minha família presente e aos meus pais, que estejam onde estiverem, continuam a acreditar

em nós e a cuidar de nós.

Page 8: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ii

Page 9: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

iii

RESUMO

Nos dias de hoje o problema do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)

não está relacionado com escassez de recursos, mas sim com a forma como estes devem ser

usados para promoverem a aprendizagem de modo eficiente.

O objeto de estudo desta tese é a conceção, implementação e avaliação de um recurso

educativo digital (RED) para o ensino dos circuitos no 9ºano do 3ºciclo do Ensino Básico. O

RED estudado foi concebido com base no Modelo de Desenho Educacional de Quatro

Componentes (Four Componets Instructional Design Model – 4C/ID-model). O modelo

4C/ID aplica-se ao treino de aprendizagens complexas que tem por objetivo a integração de

conhecimentos, competências e atitudes. No nosso caso a aprendizagem complexa que se

pretendeu trabalhar foi a “análise de um circuito elétrico simples”.

A investigação foi realizada com cinco turmas do 9ºano de uma escola do ensino particular

da região de Lisboa. A amostra foi divida em dois grupos: o grupo experimental (n = 78)

constituído por três turmas e o grupo de controlo (n = 51) constituído por duas turmas.

Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção das turmas para os dois grupos

foi aleatória. Utilizámos uma metodologia experimental com design quase-experimental para

se estudar o efeito do tipo de abordagem instrutiva (4C/ID versus convencional) sobre as

variáveis ‘desempenhos’ (reprodução de conhecimentos e transferência de aprendizagem),

‘esforço mental percecionado’, ‘eficiência instrutiva’ e ‘abordagens à aprendizagem’.

Realizou-se um follow-up passado uma semana. Também foi nosso objetivo descrever o

processo através da observação das sessões de ambos os grupos e de entrevistas semi-

diretivas realizadas aos professores envolvidos.

A investigação é constituída por um estudo que originou cinco artigos que analisam os dados

com perspetivas diferentes, permitindo dar resposta aos objetivos de investigação. O primeiro

artigo corresponde a uma revisão sistemática da literatura com meta-análise para sistematizar

Page 10: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

iv

os resultados de investigação sobre a eficiência da utilização do modelo 4C/ID em sala de

aula. O segundo artigo corresponde à fundamentação teórica das opções tomadas no

planeamento e construção do RED. No terceiro e no quarto artigos analisámos o efeito da

utilização do modelo 4C/ID sobre as variáveis ‘desempenhos’ dos alunos (reprodução de

conhecimentos adquiridos e transferência de aprendizagem), ‘esforço mental percecionado’ e

‘eficiência instrutiva’. O quinto artigo focou-se na análise do efeito da utilização do modelo

4C/ID sobre a variável ‘abordagens à aprendizagem’.

Os resultados de investigação mostraram que houve diferenças significativas, a favor do

grupo experimental, entre os dois grupos ao nível das variáveis ‘desempenhos’, ‘esforço

mental percecionado’ para o teste de transferência, ‘eficiência instrutiva’, e ‘abordagens à

aprendizagem’.

Palavras-chave: Abordagens à aprendizagem, Aprendizagem complexa, Circuitos elétricos,

Meta-análise, Modelo 4C/ID, Teoria da Aprendizagem Multimédia, Teoria da Carga

Cognitiva.

Page 11: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

v

ABSTRACT

Nowadays, the problem of the Information and Communication Technologies (ICT) use is

not related to the lack of resources, but it is related to how they should be used to promote

efficient learning.

The purpose of this thesis is to design, implement and evaluate a digital educational resource

(DER) for teach electrical circuits in the 9th grade. The DER design was based on the Four

Component Instructional Design Model (4C/ID-model). The 4C/ID-model applies to

complex learning training. Complex learns involves the integration of knowledge, skills and

attitudes. In our case the complex learning that was intended to work was the "analysis of a

simple electric circuit".

The research was carried out with five classes from the 9th grade of a private school in the

Lisbon region. The sample was divided into two groups: the experimental group (n = 78)

composed by three classes and the control group (n = 51) composed by two classes. Although

each class constitutes a natural group, the selection of classes for the two groups was made

randomly. We used an experimental research methodology with a quasi-experimental design

to study the effect of the type of instructional approach (4C/ID versus conventional) on the

variables 'performance' (knowledge reproduction and transference of learning), 'perceived

mental effort' and 'students approaches to learning'. We did a follow-up a week later. It was

also our goal to describe the implementation process, so we observe both groups sessions and

we conducted interviews to the teachers involved.

The research consists of a study that has origined five papers that analise the data with

diferente perspectives, allowing to meet research objectives. The first paper corresponds to a

systematic literature review with meta-analysis to systematize the results of research on the

efficiency of the use of the 4C/ID-model in classroom. The second paper corresponds to the

theoretical foundation of the options taken in the DER design In the third and fouth papers

Page 12: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

vi

we analysed the effects of the use of the 4C/ID-model on the students' ´performance´

variables (reproduction of acquired knowledge and transference of learning), 'perceived

mental effort' and 'instructional efficiency'. The fifth paper focused on the analysis of the

effect of the 4C/ID-model approach on the variable 'students approaches to learning (SAL)'.

The research results showed that there were significant differences, in favour of the

experimental group, between the two groups in the variables 'performance', 'perceived mental

effort' for the transfer test, 'instructional efficiency', and ´SAL´.

Keywords: Cognitive Load Theory, Complex learning, Electric circuits, Meta-analysis,

Multimedia Learning Theory, Students Approaches to Learning (SAL), 4C/ID-model.

Page 13: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

vii

ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

Contextualização do Problema ........................................................................................... 1

Enquadramento Teórico ..................................................................................................... 3

Arquitetura Cognitiva e Processamento de Informação .................................................... 4

Teoria da Carga Cognitiva ................................................................................................. 8

Teoria da Aprendizagem Multimédia .............................................................................. 10

Teorias e Modelos de Instrução ....................................................................................... 13

Modelo 4C/ID .................................................................................................................. 18

Aprendizagem Multimédia Segundo o Modelo 4C/ID .................................................... 19

Abordagens à Aprendizagem ........................................................................................... 23

Metodologia de Investigação ............................................................................................. 26

Objetivos, Questões de Investigação e Definição das Variáveis ..................................... 26

Opções Metodológicas ..................................................................................................... 27

Desenho da Investigação .................................................................................................. 29

Instrumentos de Recolha de Dados .................................................................................. 30

Pertinência do Estudo ........................................................................................................ 31

Estrutura da Tese ............................................................................................................... 32

Referências .......................................................................................................................... 35

CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 43

Efeito do modelo 4C/ID sobre a aquisição e transferência de aprendizagem: revisão

de literatura com meta-análise ......................................................................................... 43

Resumo ................................................................................................................................ 43

Abstract ............................................................................................................................... 44

Introdução .......................................................................................................................... 45

Page 14: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

viii

O Modelo 4C/ID ................................................................................................................. 46

Eficiência do Modelo 4C/ID: Evidências Empíricas ....................................................... 47

Meta-Análise ....................................................................................................................... 48

Hipóteses .......................................................................................................................... 49

Metodologia ..................................................................................................................... 50

Procedimentos para a Pesquisa de Literatura ................................................................... 50

Critérios de Inclusão ........................................................................................................ 51

Codificação dos Estudos e das Variáveis ......................................................................... 51

Estudos Selecionados ....................................................................................................... 52

Cálculo das Medidas de Magnitude de Efeito e Análise Estatística ................................ 55

Resultados ........................................................................................................................... 55

Magnitude de Efeito Global ............................................................................................. 56

Estimativa do Viés de Publicação (Publication Bias) ...................................................... 59

Análise da Magnitude de Efeito por Variável .................................................................. 60

Discussão ............................................................................................................................. 63

Considerações Finais ......................................................................................................... 65

Referências .......................................................................................................................... 67

CAPÍTULO II – CONSTRUÇÃO DO RECURSO EDUCATIVO DIGITAL (RED) .... 71

The 4C/ID-Model in Physics Education: Design Digital Learning Environment to

Teach Electrical Circuits ................................................................................................... 71

Abstract ............................................................................................................................... 71

Introduction ........................................................................................................................ 73

Theoretical Background .................................................................................................... 73

Instructional Design ......................................................................................................... 73

Overview of the 4C/ID-Model ......................................................................................... 75

Page 15: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ix

Multimedia Learning and the 4C/ID-Model .................................................................... 77

Learning Environment Design ......................................................................................... 81

Set performance objectives .............................................................................................. 81

Design Learning Tasks .................................................................................................... 83

Design Supportive Information ........................................................................................ 87

Design Procedural Information ........................................................................................ 90

Design Part-Task Practice ................................................................................................ 91

Method ................................................................................................................................ 92

Participants ....................................................................................................................... 92

Instruments ....................................................................................................................... 92

Procedure ......................................................................................................................... 93

Results ................................................................................................................................. 94

Discussion and Conclusion ................................................................................................ 97

Suggestions for Further Research .................................................................................. 100

References ......................................................................................................................... 101

CAPÍTULO III – RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO ............................................... 105

III.1 - The effects of 4C-ID model approach on acquisition and transfer of knowledge

about electric circuits ....................................................................................................... 106

Abstract ............................................................................................................................. 106

Introduction ...................................................................................................................... 107

The 4C/ID-Model Background ....................................................................................... 108

The Multimedia Learning Theory .................................................................................. 109

The Cognitive Load Theory ........................................................................................... 110

The 4C/ID-Model ........................................................................................................... 112

Empirical Evidences of the Effectiveness of the 4C-ID-Model .................................... 115

Page 16: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

x

The Empirical Study ........................................................................................................ 119

Propose of the Study ........................................................................................................ 122

Methodology ..................................................................................................................... 122

Experimental design ....................................................................................................... 122

Participants ..................................................................................................................... 123

Independent variable ...................................................................................................... 123

Dependent variables ....................................................................................................... 124

Cognitive Load ............................................................................................................... 125

Instructional efficiency .................................................................................................. 125

Results ............................................................................................................................... 126

Performance ................................................................................................................... 126

Cognitive Load ............................................................................................................... 127

Instructional efficiency .................................................................................................. 127

General Discussion and Conclusion ............................................................................... 128

References ......................................................................................................................... 132

III.2 - Learning electric circuits: The effects of the 4C-ID instructional approach in

the acquisition and transfer of knowledge ..................................................................... 139

Abstract ............................................................................................................................. 139

Introduction ...................................................................................................................... 140

Theoretical Framework – the 4C/ID-Model .................................................................. 144

The Model Background ................................................................................................. 144

Literature Review ............................................................................................................ 147

Research Questions and Hypothesis .............................................................................. 150

Method .............................................................................................................................. 151

Participants ..................................................................................................................... 151

Page 17: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xi

Independent variable ...................................................................................................... 151

Dependent Variable ....................................................................................................... 155

Experimental Procedure ................................................................................................. 158

Results ............................................................................................................................... 159

Achievement Tests (Knowledge Acquiring and Learning Transfer) ............................. 159

Perceived Cognitive Load .............................................................................................. 160

Instructional Efficiency .................................................................................................. 161

Discussion ......................................................................................................................... 163

Future Research ............................................................................................................... 170

Conclusion ........................................................................................................................ 171

References ......................................................................................................................... 172

III.3 - Modelo instrutivo 4C/ID: efeitos sobre as abordagens à aprendizagem de

alunos do 9ºano ................................................................................................................. 183

Resumo .............................................................................................................................. 183

Abstract ............................................................................................................................. 185

Introdução ........................................................................................................................ 186

Revisão da Literatura ...................................................................................................... 186

O Modelo Instrutivo de Quatro Componentes (4C-ID) ................................................. 186

Tipos de Abordagens à Aprendizagem .......................................................................... 188

Estudos Empíricos sobre as Abordagens à Aprendizagem ............................................ 191

Objetivos ........................................................................................................................... 194

Método .............................................................................................................................. 195

Participantes ................................................................................................................... 195

Instrumentos de Recolha de Dados ................................................................................ 195

Procedimento ................................................................................................................. 198

Page 18: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xii

Validação do IPE na Amostra em Estudo ...................................................................... 199

Análise de Dados ........................................................................................................... 200

Resultados ......................................................................................................................... 201

Distribuição dos Grupos em Função da Abordagem à Aprendizagem .......................... 201

Comparação dos Grupos no Pré e no Pós-teste ............................................................. 202

Análise do Uso da Abordagem Superficial à Aprendizagem ........................................ 204

Análise do Uso da Abordagem Profunda à Aprendizagem ........................................... 204

Evolução dos Grupos do Pré-teste para o Pós-teste ....................................................... 204

Efeito da Variável ´Classificação Média de Físico-Química´ ....................................... 205

Descrição do Processo – Dados de Natureza Qualitativa .............................................. 208

Discussão dos Resultados ................................................................................................ 210

Conclusões e Implicações do Estudo .............................................................................. 213

Referências ........................................................................................................................ 215

CAPÍTULO IV ..................................................................................................................... 219

Discussão Integrada dos Resultados .............................................................................. 219

Limitações do Estudo e Sugestões para Investigações Futuras ................................... 233

Referências ........................................................................................................................ 237

Page 19: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xiii

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1. Distribuição da amostra pelos grupos (experimental e de controlo) e pelos

professores ....................................................................................................................... 28

Quadro 2. Caracterização dos estudos selecionados ................................................................ 56

Quadro 3. Magnitude de efeito global ..................................................................................... 59

Quadro 4. Magnitude de efeito para as variáveis ´reprodução´ (R) e ´transferência´ (T) ....... 62

Table 5. Summary of reactions and behaviours of students in both groups ............................ 96

Table 6. Example of the 4C/ID-model blueprint for task class 2 .......................................... 121

Table 7. Performance mean scores and standard deviations .................................................. 126

Table 8. Mental effort mean scores and standard deviations ................................................. 127

Table 9. Instructional efficiency mean scores and standard deviations ................................. 127

Table 10. Means and standard deviations of the achievement variables (knowledge acquiring

and learning transfer) ..................................................................................................... 159

Table 11. Means and standard deviations of dependent variable perceived cognitive load for

the achievement tests ..................................................................................................... 160

Table 12. Means and standard deviations of the instructional efficiency variable obtained in

the achievement tests .................................................................................................... 162

Quadro 13. Características dos diferentes tipos de abordagem à aprendizagem ................... 190

Quadro 14. Características do contexto de aprendizagem que influenciam as abordagens à

aprendizagem ................................................................................................................. 190

Quadro 15. Observações das aulas dos grupos experimental e de controlo .......................... 197

Quadro 16. Distribuição dos sujeitos por abordagem à aprendizagem no pré e pós-teste ..... 202

Quadro 17. Distribuição dos sujeitos por subescala de abordagem à aprendizagem ............. 202

Quadro 18. Valores médios da pontuação obtida para a abordagem superficial e profunda nos

pré e pós-teste ................................................................................................................ 203

Page 20: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xiv

Quadro 19. Análise da interação ´abordagem instrutiva´ e a ´classificação média Físico-

Química´ ........................................................................................................................ 206

Quadro 20. Resultados da ANCOVA .................................................................................... 207

Page 21: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xv

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Representação das interações entre os diferentes tipos de memórias e os tipos de

processos cognitivos. (Fonte: Khalil & Elkhider, 2016). ................................................... 6

Figura 2. Sistema de processamento de informação (adaptado de Mayer, 2009, p.228). ........ 12

Figura 3. Fases do modelo ADDIE e os componentes de cada fase (Fonte: Khalil & Elkhider,

2016). ............................................................................................................................... 14

Figura 4. Representação de um modelo de ID. (Fonte: Miranda, 2009). ................................ 17

Figura 5. Gráfico de floresta dos estudos selecionados para a meta-análise com a indicação do

OR (IC95%). .................................................................................................................... 57

Figura 6. Gráfico de funil para a meta-análise para magnitude de efeito vs erro padrão de

magnitude de efeito (modelo de efeito aleatórios). .......................................................... 60

Figura 7. Diagrama de floresta para os desempenhos de reprodução (R) com a indicação do

OR (IC95%). .................................................................................................................... 61

Figura 8. Diagrama de floresta para os desempenhos transferência (T) com a indicação do OR

(IC95%). ........................................................................................................................... 61

Figure 9. A hierarchy of constituent skills with an indication of associated knowledge and

attitudes for the complex skill “Analyse a simple electrical circuit”. .............................. 82

Figure 10. (a) Example of a circuit for lesson 2 and (b) example of a circuit for lesson 3. .... 84

Figure 11. Sequence of learning tasks in lessons 2 (a) and 3 (b). ............................................ 84

Figura 12. Performance of both groups on the reproduction and transfer test for the 1st

application and for the follow-up application. ................................................................. 94

Figure 13. A schematic overview of the 4C/ID-model and its main elements (van

Merriënboer, Clark & de Crook, 2002). ........................................................................ 113

Figura 14. The structure of the learning environment (Melo & Miranda, 2014). .................. 120

Figure 15. An overview of the lesson 3 (task class 2). .......................................................... 121

Page 22: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xvi

Figure 16. (a) Instructional efficiency for the experimental group (EG) and control group

(CG) on the reproduction test. (b) Instructional efficiency for the experimental group

(EG) and control group (CG) on the transfer test. ......................................................... 128

Figure 17. The structure of the learning environment (Melo & Miranda, 2014). .................. 153

Figure 18. Screen shot of a true and false item in a learning task. ........................................ 153

Figure 19. Screen shot of a drag and drop item in a learning task. ........................................ 154

Figure 20. Transfer test item. ................................................................................................. 156

Figure 21. An overview of the procedure. ............................................................................. 158

Figure 22. (a) Instructional efficiency obtained by the experimental group (EG) and the

control group (CG) in the knowledge acquisition test. (b) Instructional efficiency

obtained by the experimental group (EG) and the control group (CG) in the transfer test

(Melo & Miranda, 2014). ............................................................................................... 162

Figure 23. Screen shot of supportive information about series and parallel circuits. ............ 166

Figure 24. Screen shot of cognitive feedback about voltage in series circuits. ..................... 167

Page 23: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

xvii

ÍNDICE DE ANEXOS (em papel)

Anexo I – Protocolo da meta-análise

Anexo II - Teste de reprodução de conhecimentos sobre circuitos elétricos

Anexo III – Teste de transferência de conhecimentos sobre circuitos elétricos

Anexo IV - Escala de valor (rating scale) de carga cognitiva (Paas, 1992)

Anexo V – Inventário de Processos de Estudo (Gonçalves, Simões, Almeida & Machado,

2006)

Anexo VI – Fichas de observação das aulas dos dois grupos

Anexo VII – Guião de entrevista de investigação

Anexo VIII – Grelha de avaliação do conteúdo e guião de exploração

ÍNDICE DE ANEXOS (em CD-ROM)

Anexo IX – Recurso Educativo Digital para Windows

Anexo X – Recurso Educativo Digital para MacOS

Anexo XI – Base de dados em SPSS para as variáveis ´desempenhos de reprodução´,

´desempenhos de transferência´, ´esforço mental percecionado´e ´eficiência instrutiva´

Anexo XII – Base de dados em SPSS para a variável ´abordagens à aprendizagem´

Anexo XIII – Resultados do tratamento estatístico (outputs do SPSS e MSExcel)

Page 24: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção
Page 25: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

1

INTRODUÇÃO

Contextualização do Problema

O objetivo geral deste trabalho de investigação centra-se na apresentação da

metodologia usada na conceção, construção e avaliação de um recurso educativo digital

(RED) para o ensino do tema “Circuitos elétricos” no 9º ano do 3ºciclo do ensino básico. A

conceção e a construção basearam-se nos princípios do modelo de desenho instrutivo de

quatro componentes (four components instructional design, 4C-ID-model) e o estudo do seu

impacto incidiu sobre a avaliação dos desempenhos dos alunos, ao nível da aquisição e da

transferência de aprendizagem, sobre a carga cognitiva a que os alunos estavam sujeitos e

sobre o tipo de abordagem à aprendizagem que os alunos adotam perante as tarefas de

aprendizagem.

Sweller, Ayres e Kalyuga (2011) no livro “Cognitive Load Theory” estabelecem a

diferença entre conhecimento biológico primário que corresponde à aprendizagem natural na

qual os humanos aprendem sem serem ensinados, ou seja, pela imersão dos sujeitos no

sistema social ao qual pertencem e o conhecimento biológico secundário que, por vezes, é

denominado por aprendizagem pelo ensino, ao qual estão associados métodos e estratégias de

ensino. É aqui que o desenho instrutivo, denominado na literatura anglo-saxónica por

instructional design (ID) ou instructional design and technology (IDT), tem um papel

fundamental. Comecemos pela definição do campo de estudo do ID. O ID centra-se na gestão

dos recursos cognitivos dos alunos com o intuito de facilitar a aquisição do conhecimento

biológico secundário, isto é, o ID estabelece a ligação entre os recursos educativos

disponíveis para a aprendizagem e o método de ensino usado para promover essa

aprendizagem de forma significativa, através da gestão eficiente desses recursos cognitivos.

Page 26: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

2

Qual é a sua abrangência? Segundo Reiser (2001a e 2001b), o ID “engloba a análise de

problemas de aprendizagem, do desenho, do desenvolvimento, da implementação, da

avaliação e da gestão dos processos instrutivos e não-instrutivos; também se ocupa dos

recursos que devem ser usados para melhorar a aprendizagem e o desempenho” (p. 53) dos

alunos no seu contexto de aprendizagem. Esta definição engloba duas perspetivas do ID: uma

perspetiva pedagógica que corresponde à integração dos aspetos referidos por Reiser nos

modelos e teorias da aprendizagem e da instrução e uma perspetiva processual que se refere

ao processo de como um recurso educativo (digital) é pensado, concebido, implementado e

modificado durante o processo de aprendizagem dos alunos. Assim, o ID é pensado como

uma teoria de design de recursos educativos (digitais), na qual estão englobadas as teorias e

os modelos da aprendizagem e da instrução.

A utilização de modelos de ID para a conceção do ambiente de aprendizagem, com

recurso às tecnologias de informação e comunicação (TIC), enquadra-se nas teorias e

modelos da aprendizagem multimédia que, segundo van Merriënboer e Kester (2009), podem

ser posicionadas em três níveis. Num primeiro nível encontram-se as teorias que descrevem

os sistemas de memória e os processos cognitivos que explicam a forma como os seres

humanos processam diferentes tipos de informação, ou seja, como é que os seres humanos

aprendem através dos inputs provenientes dos diferentes sentidos (abordagem do

processamento de informação). Como exemplos destas teorias temos: (a) a teoria da dupla

codificação (dual coding theory) de Paivio (Paivio, 1986); (b) o modelo da memória de

trabalho de Baddeley, que preconiza a existência de uma unidade central de processamento

de informação com dois sistemas de apoio, um que armazena informação auditiva

(phonological loop) e outro que armazena informações provenientes da visão (visual/spatial

sketchpad) (Baddeley, 1992, 1997); e (c) o modelo de Cowan para a atenção e memória

(Cowan, 1997). Num segundo nível encontram-se as teorias de design de mensagens

Page 27: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

3

educativas, que fornecem linhas orientadoras para a conceção de mensagens multimédia.

Destas teorias destacam-se a Teoria da Carga Cognitiva de Sweller (Sweller, 2011), a Teoria

da Aprendizagem Multimédia de Mayer (Mayer, 2009) e o modelo de Schnotz sobre a

integração de informação proveniente de palavras e textos (Schnotz, 2005). No terceiro nível

encontram-se a teorias e os modelos com carácter mais prescritivo que definem as normas

que devem ser seguidas no desenvolvimento de programas educacionais. É neste terceiro

nível que se situa o modelo de desenho instrutivo usado na conceção e construção do RED

“Circuitos elétricos” - o modelo 4C/ID (cf. van Merriënboer, 1997; van Merriënboer Clark, &

De Crook, 2002; van Merriënboer, Jelsma, & Paas, 1992; van Merriënboer, & Kirschner,

2013; van Merriënboer, Kirschner, & Kester, 2003), que é objeto de estudo nesta

investigação.

Enquadramento Teórico

O enquadramento teórico que aqui se apresenta tem como principal objetivo

contextualizar o modelo 4C/ID em termos de abordagem (framework) e teorias1. Importa

salientar que neste capítulo da tese são apenas contemplados os aspetos que não foram

abordados nos restantes capítulos. Esta decisão resulta da opção tomada para o formato de

apresentação da tese que engloba um conjunto de estudos apresentados sob a forma de artigos

científicos que são integrados neste trabalho de investigação. Nestes estudos surge sempre

uma contextualização teórica de cada tema, pelo que nesta parte vamos apenas elaborar um

1 Abordagem é um conjunto de conceitos usados para se compreender um domínio, mas que não está suficientemente organizado de modo a construir uma teoria; a teoria é um sistema dedutivo mais preciso, mais genérico que um modelo (por exemplo, teoria da carga cognitiva e teoria da aprendizagem multimédia); o modelo corresponde a uma aplicação de uma teoria a um fenómeno específico (por exemplo o modelo 4C/ID) (Anderson, 1983).

Page 28: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

4

resumo dos conceitos, teorias e modelo inerentes à investigação, fazendo sempre que se

considere pertinente referência aos diferentes capítulos e subcapítulos da tese.

Arquitetura Cognitiva e Processamento de Informação

O conhecimento da arquitetura cognitiva e da cognição humana (processamento de

informação) permite determinar as condições que maximizam a eficiência de uma instrução.

Sweller, Ayres e Kalyuga (2011) definem a arquitetura cognitiva humana como o

conhecimento da forma como as estruturas e as funções do processo cognitivo se organizam,

ou seja, sobre a forma como as pessoas lidam com novos conhecimentos (como aprendem).

Este conhecimento permite conceber ambientes de aprendizagem mais eficientes do ponto de

vista instrutivo, o que faculta a obtenção de dados de investigação sobre os procedimentos

(instrutivos) que beneficiam o processo de aprendizagem, em particular com o recurso às

tecnologias digitais.

As principais características de um sistema de processamento de informação são a

existência: (1) de um conjunto muito grande de conhecimentos (informações) que permitem

que o sistema funcione em diferentes ambientes; (2) de procedimentos para armazenar

conhecimentos por intermédio de estímulos externos; (3) de procedimentos para promover o

aperfeiçoamento dos esquemas mentais2 existentes que permitem lidar com novas situações;

(4) de procedimentos para garantir que a aquisição e/ou aperfeiçoamento dos esquemas

mentais que levam a um desempenho mais eficiente; e (5) de procedimentos que permitem

relacionar as novas informações com as existentes (Sweller, 2006). O conhecimento destes

processos só é possível através do estudo da memória3, que se divide em dois tipos

2 Um esquema mental corresponde a uma estrutura mental usada para representar conceitos genéricos armazenados na memória de longo prazo (Rumelhart, 1980). 3 Sistema biológico e cognitivo altamente complexo que tem a capacidade de preservar a informação representada e processada.

Page 29: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

5

fundamentais: a memória de trabalho de capacidade limitada constituída por unidades de

processamento parcialmente independentes associadas a informações provenientes dos canais

de informação visual/espacial e auditivo/verbal e a memória de longo prazo com capacidade

considerada ilimitada quando comparada com a da memória de trabalho (Paas, Tuovien,

Tabbers & Gernven, 2003).

A aprendizagem, de acordo com esta perspetiva, assenta na interação entre estes dois

sistemas de memória, uma vez que a memória de trabalho apresenta um papel ativo no

processamento consciente dos novos conhecimentos e a memória de longo prazo como um

“repositório de informação” no qual os novos conhecimentos são armazenados em novos

esquemas mentais ou esquemas mentais com maior número de elementos de informação, cuja

dimensão é proporcional à complexidade da informação ‘gravada’ na memória de longo

prazo. O volume de informação adquirido pela memória de longo prazo permite distinguir

um aluno experiente de um aluno inexperiente.

Em termos de processamento de informação, qualquer nova informação tem de ser

processada na memória de trabalho para que possam ser construídos esquemas mentais na

memória de longo prazo. No entanto, este processo é fortemente marcado pela capacidade

limitada da memória de trabalho, que apenas consegue processar 7 ± 2 elementos de

informação (cf. Miller, 1956). Para além disso, a memória de trabalho encontra-se

segmentada em dois canais parcialmente independentes (memórias sensoriais) (Baddeley,

1992, 1997): canal fonológico que lida com a informação verbal (memória de trabalho

auditiva) e o canal visual-espacial que lida com a informação visual (memória de trabalho

visual). Segundo Penney (1989) a gestão correta destes dois canais aumenta a capacidade

efetiva de memória de trabalho. Neste contexto a memória de longo prazo pode alterar as

características de memória de trabalho, reduzindo ou até eliminando as suas limitações. Logo,

uma aprendizagem eficiente é fruto da construção e automação de esquemas mentais cada

Page 30: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

6

vez mais ricos e não apenas na capacidade que os sujeitos têm de efetuar raciocínios com

muitos elementos de informação para serem processados e organizados na memória de longo

prazo. Uma vez que a memória de trabalho humana não suporta o processamento de muitos

elementos de informação, entra facilmente em sobrecarga cognitiva, daí que o conhecimento

da forma como os humanos processam as novas informações seja essencial no desenho e

conceção de ambientes de aprendizagem mais eficientes (Figura 1).

Figura 1. Representação das interações entre os diferentes tipos de memórias e os tipos de

processos cognitivos. (Fonte: Khalil & Elkhider, 2016).

O esquema da Figura 1 mostra que os alunos usam dois tipos de abordagem no

processamento de informação na memória de trabalho: uma abordagem mais reprodutiva

(maintenance) e uma abordagem mais construtiva (elaborative). A primeira abordagem,

designada por memorização ‘bruta’ ou memorização ‘tout-court’, ocorre quando o aluno

repete muitas vezes o material de aprendizagem para lembrá-lo posteriormente, sem pensar

nas relações entre as diferentes informações (o que pode conduzir a uma aprendizagem

superficial). A segunda abordagem corresponde a um processo que implica a organização de

informação para que sejam alcançados objetivos de aprendizagem mais desafiadores

(conduzindo a uma aprendizagem profunda). O processo de memorização ‘bruta’ é mais

passivo e leva a uma retenção da informação mais lábil, sujeita com mais facilidade ao

Page 31: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

7

esquecimento, sobretudo se os esquemas mentais reprodutivos não se associarem a outros

mais compreensivos. A abordagem construtiva é um processo de aprendizagem mais ativo e

útil para transferir a informação para a memória de longo prazo (aquisição/aperfeiçoamento

de esquemas mentais). É bom recordar que ambos os processos de aprendizagem são

necessários e há conhecimentos que só são adquiridos pela memorização ‘bruta’ (exemplo:

saber dizer sequencialmente os planetas do sistema solar). Já Ebbinghaus, pioneiro no estudo

científico e experimental sobre a memória, dizia que é a prática que torna as memórias

duráveis e perfeitas (citado por Miranda, 2014). Tal como já referimos, ao contrário da

memória de trabalho, a memória de longo prazo tem capacidade ilimitada e armazena

permanentemente informações sob a forma de esquemas mentais organizados, alguns deles

que se tornaram automáticos. Deste ponto de vista, o objetivo da instrução é encorajar a

compreensão, não esquecendo que esta também se ancora em esquemas mentais

automatizados, alguns deles fruto da memorização ‘bruta’, facilitando o processo de

elaboração/aperfeiçoamento de esquemas mentais, ou seja, levando a uma codificação mais

eficiente dos novos conhecimentos.

Assim, no contexto da aprendizagem baseada em sistemas de memória, a experiência

desenvolve-se através de dois processos complementares: a construção e a automação de

esquemas mentais. A construção refere-se à formação de um número cada vez maior de

esquemas com complexidade crescente (esquemas de nível superior), através da combinação

de elementos de informação que correspondem a esquemas designados de nível inferior.

Estes esquemas organizam e armazenam o conhecimento, mas também permitem reduzir a

carga cognitiva a que a memória de trabalho está sujeita, uma vez que os esquemas altamente

complexos são vistos pela memória de trabalho como um elemento de informação singular. O

segundo processo, a automação, ocorre quando o sujeito aplica um esquema na execução

repetida com êxito a uma tarefa. Tal como na construção, a automação também contribuí de

Page 32: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

8

forma significativa para a diminuição da sobrecarga da memória de trabalho, pois um

esquema automatizado permite que os aspetos mais rotineiros de uma tarefa sejam realizados

sem serem processados na memória de trabalho.

Em suma, na construção de ambientes para a aprendizagem de competências

complexas não se deve apenas considerar a construção de algoritmos de resolução de

problemas e de raciocínios, mas também a automação de esquemas sobre os aspetos

rotineiros que são necessários para a resolução das tarefas de forma eficiente. No contexto do

modelo 4C/ID a construção e/ou reconstrução de esquemas mentais é feita através da

interação entre as tarefas de aprendizagem e a informação de apoio (interação entre novos

conhecimentos e os conhecimentos prévios) (cf. capítulo II). A consulta da informação

processual (cf. capítulo II) sobre aspetos rotineiros das tarefas de aprendizagem e a prática

ajudam a automatizar esquemas. Assim, segundo esta perspetiva a aprendizagem significativa

é o resultado da construção e da automação de esquemas.

Teoria da Carga Cognitiva

Integrada na abordagem do processamento de informação, a Teoria da Carga

Cognitiva de Sweller centra-se na forma como os recursos cognitivos são usados durante a

aprendizagem (Sweller et al., 2011). Sweller considera que em cada momento da

aprendizagem existe um limite de informação que o ser humano consegue processar de forma

significativa e eficiente (capacidade limitada da memória de trabalho). Segundo esta

perspetiva, quando este limite é alcançado (sobrecarga cognitiva) a nova informação não é

processada, comprometendo o processo de aprendizagem.

A Teoria da Carga Cognitiva baseia-se nos seguintes princípios: (1) o objetivo

fundamental da instrução é construir conhecimentos na memória de longo prazo; (2) os

mecanismos subjacentes à alteração da informação pré-existente na memória de longo prazo

Page 33: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

9

devem ser incrementados em pequenos segmentos de informação, devido à capacidade

limitada da memória de trabalho; e (3) as alterações da informação existente na memória de

longo prazo devem ser realizadas de forma organizada para tornar a aprendizagem mais

funcional.

Neste contexto, a aprendizagem é definida como o processo de codificação e

armazenamento de informação na memória de longo prazo que poderá vir a ser recuperada e

usada mais tarde e num contexto de aprendizagem diferente. Para que este processo ocorra de

forma eficiente os alunos têm de processar na memória de trabalho a informação proveniente

da instrução, o que implica uma carga cognitiva que se refere à atividade mental a que a

memória de trabalho está sujeita em cada instante. Assim, esta teoria define diferentes tipos

de carga cognitiva imposta à memória de trabalho pelo processamento da informação oriunda

da instrução e define estratégias, validadas experimentalmente, para as gerir de forma

eficiente. No capítulo II faz-se uma descrição mais pormenorizada dos aspetos relacionados

com a gestão da carga cognitiva.

Como avaliar a carga cognitiva a que um aluno está sujeito durante o processamento

de uma instrução? Atualmente a avaliação da carga cognitiva é feita por (a) processos

indiretos, (b) por medidas subjetivas associadas a medidas de eficiência, (c) através de uma

segunda tarefa e (d) por medidas fisiológicas (frequência cardíaca, resposta pupilar, imagem

obtida por ressonância magnética funcional e eletroencefalograma).

Os processos indiretos incluem a avaliação com modelos computacionais da taxa de

erros cometidos durante a realização de uma tarefa, a avaliação do tempo despendido na

realização das tarefas e a avaliação da tipologia de erros cometidos. Com o avanço da

investigação experimental em torno da Teoria da Carga Cognitiva surgiu a necessidade da

utilização de medidas diretas da carga cognitiva (Chandler & Sweller, 1994; Sweller &

Page 34: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

10

Chandler, 1991). Este problema foi resolvido por Paas (1992) quando sugeriu um processo de

medidas subjetivas de avaliação da carga cognitiva.

Em 1972, Bratfish, Borg e Dornic desenvolveram um instrumento para avaliar a

intensidade do esforço mental baseado na capacidade que os sujeitos têm de avaliar o seu

esforço mental na aprendizagem. Paas considerou que esta medida de esforço mental poderia

ser um indicador da carga cognitiva imposta a um sujeito durante a aprendizagem. Mais tarde

Paas et al. (2003) definiram o esforço mental como o aspeto da carga cognitiva que se refere

à capacidade cognitiva que é efetivamente utilizada pela exigência imposta na instrução, ou

seja, será considerada uma maneira de refletir a carga cognitiva real. Claro que se trata de

uma avaliação efetuada com base na perceção dos sujeitos sobre o seu esforço mental

despendido e por este motivo vamos passar a denominar esta variável por ‘esforço mental

percecionado’. A medição desta variável é efetuada com uma escala de índice de Likert de 9

pontos (1 – muito, muito baixo esforço mental a 9 – muito, muito elevado esforço mental). A

combinação dos dados desta variável com os dados referentes à avaliação do desempenho dos

alunos permite definir uma nova variável denominada por eficiência das condições de

instrução, cuja descrição e aplicação neste trabalho se encontram no capítulo III (subcapítulos

III. 1 e III.2).

Teoria da Aprendizagem Multimédia

Os estudos desenvolvidos no domínio da aprendizagem multimédia recomendam que

as mensagens educacionais multimédia devem ser concebidas a partir do conhecimento da

forma como a mente humana funciona. Segundo Mayer (2001) uma mensagem educacional

multimédia é uma comunicação que contém palavras (que podem ser processadas através do

canal auditivo, quando faladas, ou através do canal visual, quando escritas) e imagens

(através do canal visual). Portanto, o objeto de estudo da Teoria da Aprendizagem

Page 35: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

11

Multimédia é o conhecimento do modo como a informação proveniente destes dois canais é

processada para maximizar os recursos cognitivos dos alunos.

Segundo esta teoria as pessoas aprendem mais profundamente a partir de palavras e

imagens, face à informação transmitida apenas por palavras (princípio multimédia). A Teoria

da Aprendizagem Multimédia baseia-se em três pressupostos: (1) pressuposto do duplo canal:

o sistema humano de processamento de informação inclui canais duplos (separados) para o

processamento visual/pictórico (ilustrações, vídeos, animações e textos) e auditivo/verbal

(informação narrada) (2) pressuposto da capacidade limitada da memória de trabalho: cada

canal tem uma capacidade de processamento limitada e (3) pressuposto do processamento

ativo: a aprendizagem requer um processamento cognitivo essencial em ambos os canais, ou

seja, a aprendizagem inclui concentração, organização da informação nova e a sua integração

com a informação pré-existente.

Na Figura 2 está representado o modelo cognitivo da aprendizagem multimédia, na

qual se pretende mostrar o sistema de processamento de informação nos seres humanos. As

caixas retangulares representam os diferentes tipos de memória: sensorial, de trabalho e de

longo prazo. As imagens e palavras provenientes de uma mensagem multimédia entram no

sistema de processamento de informação através das memórias sensoriais associadas ao

sistema visual e auditivo. Estas memórias permitem que as imagens e o texto impressos

sejam retidos pela memória visual como imagens exatas durante um curto intervalo de tempo

e que as palavras narradas e outros sons sejam retidos num curto intervalo de tempo como

imagens exatas pela memória auditiva. As imagens são registadas pelos olhos e as palavras

podem ser registadas pelos olhos (texto impresso) e pelos ouvidos (texto narrado).

Page 36: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

12

Figura 2. Sistema de processamento de informação (adaptado de Mayer, 2009, p.228).

O esquema da Figura 2 mostra que a principal estrutura responsável pela

aprendizagem é a memória de trabalho, que tem como papel reter os conhecimentos

temporariamente na consciência para que estes possam ser manipulados. A memória de

trabalho desempenha duas funções: a representação da informação proveniente de palavras e

de imagens e a sua organização que corresponde à construção de um modelo (verbal e

pictórico). Salienta-se que pode haver conversão mútua de sons em imagens antes de serem

organizados.

Os processos cognitivos inerentes à aprendizagem multimédia são a seleção de

imagens e de palavras, a organização de imagens e de palavras e a integração da nova

informação com a informação prévia, e correspondem aos cinco processos da Teoria da

Aprendizagem Multimédia (Mayer, 2009). Estes cinco processos permitiram enunciar sete

princípios validados experimentalmente, que têm implicações instrutivas no desenvolvimento

de um RED: (1) Princípio multimédia: os alunos aprendem melhor quando se combinam

palavras e imagens; (2) Princípio de proximidade espacial: os alunos aprendem melhor

sempre que as palavras, o texto e as imagens correspondentes estão próximas umas das

outras, uma vez que facilitam a construção de um elo de ligação entre estes elementos; (3)

Princípio de proximidade temporal: os alunos aprendem melhor quando as palavras e as

Processamento de Figuras

Fonte: R Mayer, 2009, p.228

Page 37: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

13

imagens são apresentadas em simultâneo; (4) Princípio da coerência: os alunos aprendem

melhor sempre que as palavras, as imagens e os sons apresentam uma relação entre si; (5)

Princípio da modalidade: os alunos aprendem mais facilmente quando a informação verbal

se estrutura com o suporte áudio, em vez de suporte textual; (6) Princípio da redundância: os

alunos desenvolvem uma aprendizagem mais consciente quando uma apresentação

multimédia combina animação e narração e (7) Princípio das diferenças individuais: os

alunos com poucos conhecimentos prévios beneficiam mais das potencialidades de um RED.

Teorias e Modelos de Instrução

As teorias e modelos de instrução são baseados na compreensão da forma como os

seres humanos aprendem. O seu campo de trabalho foca-se no desenvolvimento de métodos e

estratégias instrutivas. Em que difere uma teoria da aprendizagem de uma teoria da

instrução? As teorias da aprendizagem têm um pendor mais descritivo e explicativo,

enquanto que as teorias da instrução são mais prescritivas e normativas, uma vez que

prescrevem regras sobre o modo mais eficaz de se adquirir conhecimentos e competências,

formulando critérios e condições necessárias para a implementação dessas regras. Assim,

uma teoria da instrução deve acima de tudo valorizar os processos de aprendizagem em

detrimento dos resultados, uma vez que estes dependem diretamente dos processos usados

para se alcançarem determinados resultados. Isto não significa desvalorizar os resultados,

mas tão só reforçar a ideia que estes dependem em grande parte da qualidade da instrução.

Temos o exemplo dos sistemas de feedback corretivo e cognitivo, cuja descrição se encontra

fundamentada e exemplificada no capítulo II para o RED construído e estudado neste

trabalho.

Em suma, uma teoria da instrução centra-se essencialmente na melhoria e na

otimização da aprendizagem e não na sua descrição. Todavia, uma boa teoria da instrução

Page 38: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

14

não poderá subsistir se não tiver em consonância com as teorias e os modelos de

desenvolvimento cognitivo e/ou teorias da aprendizagem.

Hoje em dia existem mais de 100 modelos de ID baseados em diferentes perspetivas

da aprendizagem: os modelos construtivistas fundamentados pela teoria da aprendizagem

pela descoberta guiada de Jerome Bruner, os modelos instrutivistas inspirados na teoria da

aprendizagem cumulativa de Robert Gagné e os modelos cognitivistas apoiados pelas teorias

e modelo de processamento de informação e pela teoria da carga cognitiva, nos quais se

enquadra o modelo 4C/ID. A generalidade destes modelos tem por base os princípios do

modelo de Silvern que define um conjunto de elementos-chave, também designados por

fases, que qualquer modelo de ID deve seguir – o modelo ADDIE (acrónimo de Analysis,

Design, Development, Implementation e Evaluation). Em todos os modelos de ID a produção

eficiente de instruções exige que sejam percorridas as fases preconizadas no modelo ADDIE:

análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação. O modelo ADDIE oferece

uma abordagem sistemática para a conceção e desenvolvimento de ambientes de

aprendizagem mais eficientes. O esquema da Figura 3 mostra cada uma destas fases e os

respetivos componentes associados.

Figura 3. Fases do modelo ADDIE e os componentes de cada fase (Fonte: Khalil & Elkhider,

2016).

Page 39: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

15

A fase da análise (analysis) corresponde à análise das características dos alunos, do

contexto educativo e dos materiais instrutivos com o intuito de identificar as características

dos sujeitos que irão utilizar esses materiais (e.g., conhecimentos prévios sobre o tema,

experiências prévias, interesses e atitudes). É nesta fase que são definidos os objetivos

instrucionais e o contexto do ambiente de aprendizagem. Na fase do desenho do projeto

(design), os objetivos de aprendizagem são identificados permitindo fazer uma descrição dos

conteúdos e da estratégia instrucional a usar. Nesta fase tomam-se decisões sobre as

diferentes formas de apresentação dos conteúdos, dos tipos de atividades de aprendizagem e

dos tipos de estratégias de apresentação dos materiais instrutivos (e.g., apresentação

multimédia, animação, vídeo, etc.). Na fase do desenvolvimento (development) inclui-se a

criação dos conteúdos do protótipo do ambiente de aprendizagem e dos instrumentos de

avaliação das aprendizagens. A fase da implementação (implementation) corresponde à

entrega dos materiais instrutivos aos alunos. E, por último, a avaliação (evaluation) que inclui

uma componente formativa que ocorre em simultâneo com o processo de desenho das

instruções e que as permitem melhorar continuamente o projeto antes da sua implementação

final e a componente sumativa que ocorre após a implementação da versão final do ambiente

de aprendizagem e que permite avaliar globalmente a eficiência instrutiva.

O principal objetivo deste trabalho de investigação é a conceção e desenho de um

RED para o ensino dos circuitos elétricos para alunos no 9ºano do 3º ciclo do ensino básico,

no âmbito da disciplina de Físico-Química. Neste contexto as fases preconizadas pelo modelo

ADDIE foram percorridas do seguinte modo:

- Análise: analisaram-se as dificuldades sentidas pelos alunos na aprendizagem do tema

“circuitos elétricos”, que se prendiam essencialmente com o carácter técnico das

competências que devem ser trabalhadas neste tema, ou seja, a aprendizagem dos circuitos

elétricos neste nível de ensino foi considerada complexa, uma vez que envolve a integração

Page 40: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

16

de conhecimentos, competências e atitudes. Esta complexidade é, por vezes, agravada pela

ausência de componente experimental aliada à extensão dos programas;

- Desenho: nesta fase foram definidos pelos professores envolvidos no projeto os conteúdos,

os objetivos e as competências consideradas essenciais para este tema (anexo VII);

- Desenvolvimento: esta fase correspondeu ao desenvolvimento, pelo investigador em

colaboração com especialistas em ID, das informações de apoio, das tarefas de aprendizagem

e do sistema de feedback cognitivo e corretivo (cf. capítulo II);

- Implementação: o RED foi implementado, com a supervisão do investigador, num conjunto

de três turmas deste nível de ensino;

- Avaliação: a componente formativa da avaliação foi realizada durante a fase de

desenvolvimento, tendo sido feitas várias alterações para melhorar a qualidade dos materiais

instrutivos. No que respeita à avaliação sumativa, foram aplicados dois testes de

desempenhos, um para avaliar a capacidade de reprodução dos conhecimentos adquiridos e

outro para avaliar a capacidade de aplicar esses conhecimentos a novas situações

(transferência de aprendizagem). Em simultâneo também se avaliou o esforço mental

percecionado pelos alunos na realização destas provas, cujos resultados são a apresentados e

discutidos no subcapítulo III.2.

Os vários modelos de ID que existem ajudam-nos a conceber projetos de ensino que

visam melhorar a aprendizagem. Alguns destes modelos têm um carácter mais genérico e

outros, mais específicos, focam-se mais na instrução. Miranda (2009) destaca o modelo de

Child (1986), esquematizado na Figura 4, como o modelo de ID mais genérico vocacionado

para o processo de aprendizagem em contexto escolar e pode ser aplicado em qualquer nível

de ensino.

Page 41: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

17

Figura 4. Representação de um modelo de ID. (Fonte: Miranda, 2009).

Este modelo contém todas as fases e características que um modelo de ID deve conter:

predisposições cognitivas e afetivas (inputs); a instrução, que inclui as fases do desenho,

desenvolvimento e implementação e a avaliação das aprendizagens dos alunos e do próprio

sistema instrutivo (outputs).

Importa salientar que o modelo 4C/ID incorpora os mesmos princípios do modelo

Child uma vez que, são tidos em consideração os inputs (conhecimentos prévios, motivação,

atitudes, etc.) para que, através das tarefas de aprendizagem (instrução), sejam construídos

e/ou aperfeiçoados esquemas mentais mais complexos. A avaliação das aprendizagens é feita

através de testes de desempenhos ou mesmo através das próprias tarefas de aprendizagem e a

avaliação da qualidade do modelo é feita através da combinação de medidas de desempenhos

com medidas de carga cognitiva (cf. subcapítulos III.1 e III.2).

Page 42: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

18

Modelo 4C/ID

A descrição do modelo 4C/ID assim como a sua ligação com os princípios da

aprendizagem multimédia estão largamente explorados nos capítulos II e III, pelo que vamos

apenas fazer uma breve descrição dos seus princípios e dos componentes.

A ideia central deste modelo é que as tarefas de aprendizagem devem estimular os

alunos a integrarem os conhecimentos, as competências (skills) e as atitudes que potenciam a

transferência das aprendizagens adquiridas na resolução problemas que envolvam novas

situações ou situações não familiares aos alunos (van Merriënboer & Sluijsmans, 2009).

Trata-se de um modelo sobretudo destinado a aprendizagens complexas. A força motriz da

aprendizagem complexa, com base no modelo 4C/ID, são as tarefas de aprendizagem

baseadas em tarefas da vida real, portanto, as tarefas de aprendizagem são o primeiro

componente para o desenho de um ambiente de aprendizagem eficiente, visão que é

partilhada pelas principais e mais recentes teorias e modelos de ID (Merril, 2012).

O modelo preconiza a existência de quatro componentes interligados que devem ser

tidos em consideração na conceção de um ambiente de aprendizagem para o desenvolvimento

de competências complexas:

- Tarefas de aprendizagem: que correspondem a tarefas que são caracterizadas por colocarem

em contacto o aluno com todos os aspetos da competência complexa a trabalhar. Idealmente,

estas tarefas de aprendizagem devem solicitar aos alunos a integração e a coordenação de

todos ou quase todos os aspetos que permitem desempenhar com sucesso a tarefa, podendo

incluir estratégias de resolução de problemas e aspetos mais rotineiros;

- Informação de suporte: que corresponde à informação que dá apoio à aprendizagem,

fornecendo indicações para o desempenho de resolução de problemas e de raciocínio das

tarefas de aprendizagem. Este tipo de informação descreve como o domínio da tarefa está

Page 43: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

19

organizado e a melhor forma de abordagem aos problemas específicos do domínio,

construindo a ponte entre os conhecimentos prévios dos alunos e os novos conhecimentos;

- Informação processual: corresponde às informações que constituem os pré-requisitos para a

aprendizagem e para os desempenhos dos aspetos mais rotineiros das tarefas de

aprendizagem. Esta informação é organizada em pequenas unidades de informação e é

apresentada aos alunos no instante em que estes necessitam dela;

- Prática de tarefas: corresponde a exercícios adicionais para o treino de aspetos rotineiros

das tarefas de aprendizagem, aos quais está associado um elevado nível de automaticidade.

Este componente só existe quando as tarefas de aprendizagem não preconizam o nível de

treino suficiente para ser alcançado o nível de automaticidade requerido.

A descrição das interações entre cada um dos componentes e a forma de organização

interna de cada um dos quatro componentes é feita de forma detalhada nos capítulos II e III

(em particular do subcapítulo III.2).

Aprendizagem Multimédia Segundo o Modelo 4C/ID

Nesta secção vamos analisar os processos de aprendizagem que estão diretamente

relacionados com cada um dos componentes do modelo 4C/ID. No contexto da construção

dos esquemas mentais distinguem-se dois conceitos: a indução, que corresponde ao processo

de construção de esquemas através da abstração, a partir das tarefas de aprendizagem

(componente 1); e a elaboração, que se refere à construção de esquemas através da relação

entre os novos conhecimentos e os conhecimentos existentes na memória de longo prazo

(componente 2).

A indução é o cerne da aprendizagem complexa uma vez que os alunos podem por um

lado, partindo das tarefas de aprendizagem, construir esquemas com maior aplicabilidade

numa gama mais ampla de situações e por outro, partindo de situações menos concretas,

Page 44: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

20

construir esquemas mais específicos que resultam da análise de um conjunto de soluções de

tarefas que envolvem o mesmo tipo de aprendizagem. Dito de outro modo, os processos

indutivos permitem que os alunos consigam analisar o que há de comum nas diferentes

tarefas de aprendizagem e ao mesmo tempo restringir a gama de utilização do esquema

construído.

A elaboração refere-se às atividades cognitivas que envolvem a integração de novas

informações (proveniente da informação de suporte – componente 2) com as informações dos

esquemas cognitivos disponíveis na memória de longo prazo (cf. Willough, Wood,

Desmarais, Sims & Kalra, 1997). Perante a informação de suporte os alunos relembram os

esquemas cognitivos gerais que podem fornecer uma estrutura cognitiva para a compreensão

da informação apresentada, podendo fazer analogias para estabelecer ligações entre a nova

informação e as informações existentes na memória de longo prazo. Portanto, a utilização da

informação prévia que os alunos têm de um determinado tópico ajuda-os a estruturarem e

compreenderem a nova informação que lhe é apresentada em diferentes formatos (livros,

palestras, sistema de hipermédia, redes sociais, etc.).

No processo de automação de esquemas mentais é comum fazer-se a distinção entre

compilação de conhecimentos (knowledge compilation), que se refere ao processo preliminar

na automação baseado na incorporação da informação processual (componente 3) em

esquemas (automatizados) que permitem orientar diretamente o comportamento através das

instruções fornecidas pelo sistema de comunicação (por exemplo, através de uma aplicação

móvel, sistema de realidade aumentada ou sistema de ajuda on-line) para a produção da

solução inicial do problema, que corresponde à criação de esquemas altamente específicos a

partir da solução do problema (Anderson, 1993). O segundo processo corresponde ao

desenvolvimento de níveis de automaticidade mais profundos baseados na prática de tarefas

Page 45: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

21

(componente 4), permite aumentar a rapidez de aplicação dos aspetos mais rotineiros da

competência complexa que se pretende treinar.

De acordo com o exposto anteriormente, as interligações entre os quatro componentes

visam facilitar o processo de aprendizagem dando, em simultâneo, indicações claras sobre a

seleção dos meios educacionais adequados e sobre os princípios multimédia mais

importantes. No capítulo II é feita uma descrição completa dos princípios multimédia

implícitos a cada um dos quatro componentes do modelo 4C/ID. No entanto, vamos aqui

fazer referência aos três mais recentes princípios multimédia publicados na edição de 2014 do

“The Cambridge Handbook of Multimedia Learning” (Mayer, 2014), que não foram

apresentados e discutidos no capítulo II e que se inserem no contexto do controlo do processo

de instrução através de sistemas adaptativos e do desenvolvimento de portfólios eletrónicos,

que permitem desenhar o melhor trajeto de aprendizagem para cada aluno. Na conjuntura do

modelo 4C/ID o controlo instrutivo está mais centrado na seleção de novas tarefas de

aprendizagem, todavia pode ser usado nos restantes componentes (cf. van Merriënboer &

Kirschener, 2013). Num ambiente de aprendizagem multimédia o papel do professor é apenas

selecionar a tipologia de tarefas mais adequadas para os alunos; segundo as investigações

mais recentes nesta área este papel pode ser substituído por sistemas adaptativos ou por

sistema tutoriais inteligentes. O sistema adaptativo faz o acompanhamento da progressão do

aluno e de acordo com esta avaliação seleciona a tarefa de aprendizagem mais adequada, não

havendo autorregulação da aprendizagem pelo aluno. Os resultados da investigação mais

recentes mostram que esta limitação dos sistemas adaptativos pode ser contornada usando

sistema de portfólios eletrónicos através dos quais os professores e os alunos partilham o

controlo instrutivo por intermédio da autoavaliação e da identificação das necessidades de

aprendizagem. Este procedimento permite uma seleção de tarefas que visam atender a essas

Page 46: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

22

necessidades diagnosticadas pelos alunos, conferindo à aprendizagem um carácter de

autorregulação mais significativo.

Assim, para além dos 19 princípios referidos no capítulo II vamos considerar ainda,

no contexto a aprendizagem multimédia e do modelo 4C/ID, os seguintes princípios:

(20) Princípio da individualização. Alguns estudos têm mostrado que os sistemas adaptativos

de treino que selecionam dinamicamente as tarefas de aprendizagem com base nas

características do aluno produzem maior transferência de aprendizagem do que os sistemas

não-adaptativos nos quais é usada uma sequência de tarefas fixa e igual para todos os alunos

(Corbalan, Kester & van Merriënboer, 2008; Salden, Paas & van Merriënboer, 2006). A

seleção dinâmica das tarefas de aprendizagem pode ser feita com base apenas nos

desempenhos (número de respostas corretas e/ou velocidade de resposta) ou também pode ser

feita com base na combinação de dados referentes aos desempenhos e esforço mental

percecionado na realização das tarefas (Camp, Paas, Rikers & van Merriënboer, 2001;

Kalyuga & Sweller, 2005). O princípio da individualização tem em consideração as

diferenças dos alunos, selecionando as tarefas de aprendizagem de acordo com a dificuldade

da tarefa e/ou com o nível de apoio disponível. Para cada tarefa de aprendizagem o

desempenho dos alunos é avaliado e é dado feedback cognitivo ao aluno. Desta forma, se o

desempenho do aluno for mais baixo é dada uma tarefa equivalente com maior informação de

apoio, pelo contrário se o desempenho for mais alto pode ser variado o tipo de tarefa e o nível

de apoio;

(21) Second-order scaffolding principle. Este princípio refere-se à mudança gradual e

crescente no controlo do sistema adaptativo pelo aluno, permitindo que este tenha uma

responsabilidade crescente na avaliação da aprendizagem e na seleção de novas tarefas de

aprendizagem. Esta transferência do controlo instrutivo tem efeito significativamente positivo

no desenvolvimento de competências relacionadas com a autorregulação da aprendizagem

Page 47: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

23

(van Merriënboer & Kirschner, 2013). Este procedimento é implementado alterando o nível

de apoio e de orientação dado aos alunos para que a gestão da carga cognitiva estranha seja

mais eficiente (Taminiau, 2013).

(22) Princípio do desenvolvimento de portfólios. O desenvolvimento de portfólios eletrónicos

ajuda os alunos e os professores na avaliação do percurso de aprendizagem, fornecendo pistas

para a seleção mais eficiente das tarefas de aprendizagem. Segundo vários autores (Kichen,

Brand, Gruwel, van Merriënboer & Slot, 2009a, 2009b; van Merriënboer & van der Vleuten,

2012) esta estratégia permite o treino de competências relacionadas com a autorregulação da

aprendizagem. Estes portfólios podem ser constituídos por relatórios de pontuação que

permitem ao aluno e ao professor fazerem uma avaliação de desempenho em algumas tarefas.

Os relatórios podem conter informação quantitativa e/ou qualitativa sobre aspetos específicos

das tarefas, através de mensagens de texto ou de informação multimédia (mensagens faladas,

fotografias, pequenos textos, etc.) que são carregadas no portfólio. Os portfólios devem ser

discutidos em reuniões regulares com o professor, cujo intuito é refletir sobre o trabalho

realizado, dando oportunidade aos alunos para identificarem oportunidades futuras para

melhorarem os seus desempenhos.

Abordagens à Aprendizagem

O constructo multidimensional “abordagens à aprendizagem” (Students approaches to

Learning, SAL) concetualiza o processo de aprendizagem dos alunos como uma conjugação

entre fatores motivacionais e o tipo de estratégia de aprendizagem que estes adotam

(Entwistle & Ramsden, 1983). No contexto das abordagens à aprendizagem são distinguidos

três tipos: uma abordagem superficial, uma abordagem profunda e uma abordagem de alto-

rendimento (Biggs, Kember, & Leung, 2001; Entwistle & McCune, 2004).

Page 48: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

24

A abordagem superficial está associada a situações de aprendizagem que implicam

um esforço reduzido, é mais baseada na memorização rotineira de detalhes (Biggs & Tang,

2007) e envolve uma retenção mais transitória da informação utilizável sobretudo em

situações de avaliação (Duarte, 2008). Pelo contrário, a abordagem profunda é pautada por

situações em que os alunos se focam no significado dos conteúdos das tarefas, permitindo

estabelecer relações entre os novos conhecimentos e os previamente adquiridos. Este tipo de

abordagem envolve um conhecimento das matérias mais compreensivo, personalizado,

duradouro e transferível a novas situações (Biggs & Tang, 2007). Importa salientar que o uso

de uma abordagem profunda não implica evitar a memorização, pois segundo Entwistle e

Peterson (2004), quando os alunos adotam uma abordagem profunda percebem que a

compreensão pode exigir em determinados momentos a memorização. Por fim, temos a

abordagem de alto-rendimento que se refere à busca de resultados elevados através da

organização do trabalho (Biggs & Tang, 2007).

A investigação sobre as abordagens à aprendizagem tem-se focado nas relações entre

as variáveis relacionadas com as características pessoais dos alunos e o contexto de

aprendizagem (cf. subcapítulo III.3). Existem ainda linhas de investigação que se interessam

pelo estudo da relação entre as abordagens à aprendizagem e aprendizagem autorregulada (cf.

Heikkillä & Lonka, 2006).

Outra vertente da investigação neste contexto refere-se à relação entre as abordagens à

aprendizagem e os diferentes contextos disciplinares (cf. Case & Marshall, 2004). Vários

estudos têm mostrado que o tipo de abordagem à aprendizagem pode depender de diferentes

situações de aprendizagem: contexto de sala de aula (Gibbs, 1992), na leitura (Marton, 1988),

na escrita (Biggs, 1988), na resolução de problemas (Laurillard, 1997), aprendizagem com

recurso às TIC (van den Brink, Alemany, Plat, Duarte, Ericsson & Slack, 2000) e na

preparação de exames (Entwistle & Entwistle, 2003).

Page 49: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

25

O espectro das investigações realizadas no contexto das abordagens à aprendizagem

identifica ainda a necessidade de incorporar fatores relacionados com este constructo como

os aspetos emocionais da aprendizagem, a orientação vocacional dos alunos (Entwistle &

McCune, 2004), e o trabalho colaborativo (Lonka, Olkinuora & Mäkinen, 2004).

Duarte (2008) salienta algumas características que as TIC, consideradas como

ferramentas de aprendizagem, têm e que podem potenciar uma abordagem profunda: 1) a

entusiástica adesão dos alunos às TIC (Laurillad, 1993) que se pode traduzir numa elevada

motivação intrínseca para as tarefas de aprendizagem, 2) a interatividade dos ambientes

digitais de aprendizagem que são um estímulo para uma atitude ativa face à aprendizagem, 3)

o facto de ser o meio ideal para a construção de uma base de conhecimentos organizados e

estruturados, e 4) o facto de estimular a aprendizagem colaborativa através dos sistemas de

comunicação.

Sobre os efeitos positivos da utilização de ambientes de aprendizagem digitais como

meio de promoção de uma abordagem profunda, os resultados de investigação mostram que

não há uma relação direta entre estas duas variáveis, havendo situações em que o recurso às

TIC revela efeitos benéficos sobre a abordagem profunda e outras situações em que há

estímulo a uma abordagem superficial (cf. Davies, Sivan & Kember, 1994; DeJong, 1994;

Hambleton, Foster & Richardson, 1998; Laman, Chan, Scardamalia, Burtis & Brett, 1993;

Laurillard, 1994; Newman, Johnson, Webb, Cochrane, 1998; Ramsden, 1992, citados em

Duarte, 2008).

Em suma, a investigação mostra que a utilização de ambientes digitais de

aprendizagem não conduz de forma automática a uma abordagem profunda. No entanto, essa

relação é diretamente influenciada por duas variáveis: o desenho específico do ambiente e o

contexto de aprendizagem em que o ambiente é utilizado (DeJong, 1994; Laurillard, 2002). É

aqui que as teorias e os modelos de ID têm um papel fundamental, no sentido em que

Page 50: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

26

permitem conceber recursos educativos que estimulem uma abordagem mais profunda, como

é o caso do modelo 4C/ID usado neste trabalho, cujos resultados de investigação se

encontram apresentados e discutidos no subcapítulo III.3.

Metodologia de Investigação

Objetivos, Questões de Investigação e Definição das Variáveis

A finalidade deste trabalho é conceber um recurso educativo digital para o ensino do

tema “circuitos elétricos” do programa de Físico-Química do 9º ano e investigar o seu

impacto sobre os desempenhos dos alunos e sobre o tipo de abordagem à aprendizagem que

estes adotam.

Esta formulação genérica do problema permite definir dois objetivos gerais de

investigação:

1) Conceber, desenvolver, testar e implementar um ambiente de aprendizagem digital

com base no modelo instrutivo 4C/ID para a componente de Física da disciplina de

Físico-Química do 9ºano;

2) Avaliar o impacto da utilização do ambiente de aprendizagem sobre os desempenhos

dos alunos (ao nível da reprodução e transferência de aprendizagem) e sobre o tipo de

abordagem à aprendizagem adotada pelos alunos.

Foram formuladas as seguintes questões de investigação, nas quais passamos a denominar

por “abordagem 4C/ID” à utilização do RED construído com o modelo 4C/ID e por

“abordagem convencional” à outra estratégia usada no ensino do tema “circuitos elétricos”.

Qual é o efeito da utilização da abordagem 4C/ID face à abordagem convencional sobre:

1. os desempenhos relativos à reprodução de conhecimentos adquiridos?

2. os desempenhos relativos à transferência de aprendizagem?

Page 51: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

27

3. a carga cognitiva percecionada pelos alunos?

4. a eficiência instrutiva?

5. o tipo de abordagem à aprendizagem adotada pelos alunos?

Estas cinco questões de investigação permitem definir as variáveis que foram estudadas

neste trabalho. A variável independente que corresponde ao tipo de ‘abordagem instrutiva’

(‘abordagem 4C/ID’ versus ‘abordagem convencional’) usada no ensino do tema “circuitos

elétricos”. Portanto, pretendeu-se analisar o efeito desta variável sobre as variáveis

dependentes: ‘desempenhos’ referentes à reprodução dos conhecimentos adquiridos e à

transferência4 de aprendizagem dos conhecimentos adquiridos; ‘carga cognitiva’

percecionada pelos alunos durante a realização dos testes de desempenhos; ‘eficiência

instrutiva’ que corresponde uma medida combinada dos dados da variável ‘desempenhos’

com os dados da variável ‘carga cognitiva’, cuja descrição pormenorizada se encontra no

capítulo III (subcapítulos III.1 e III.2) e o tipo de ‘abordagem à aprendizagem’ adotada pelos

alunos (subcapítulo III.3).

Opções Metodológicas

O facto de pretendermos estabelecer relações entre variáveis e de pretendermos

quantificar essas relações, justifica a opção por uma metodologia de investigação de natureza

quantitativa, em particular usámos uma metodologia experimental com um design quase-

experimental. Cohen, Manion e Morrison (2011) definem a investigação verdadeiramente

experimental como aquela em que os grupos experimental e de controlo são selecionados de

forma aleatória. Neste trabalho usaram-se grupos naturais (sem seleção aleatória), logo

classificamos a metodologia usada como experimental com design quase-experimental, que

4 Capacidade de aplicar uma competência complexa numa situação nova e por vezes não familiar (van Merrienboer & Kirschner, 2009).

Page 52: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

28

dentro do paradigma quantitativo corresponde à metodologia mais utilizada em investigação

educacional.

Nesta investigação trabalhámos com cinco turmas do 9º ano, com cerca de 30 alunos

por turma, de uma escola do ensino particular da região de Lisboa, na qual o autor é professor

de Física e Química. Estes grupos naturais constituíram o grupo experimental (três turmas) e

o grupo de controlo (duas turmas). Nas turmas do grupo experimental o tema “circuitos

elétricos” foi ensinado com o RED “Circuitos elétricos” concebido com base no modelo

4C/ID e nas turmas do grupo de controlo o mesmo tema foi ensinado com um método

convencional baseado na exposição por parte do professor, no manual do aluno, em

exercícios de aplicação e treino de resolução de problemas recorrendo ao papel, lápis e

calculadora científica simples.

No Quadro 1 apresenta-se a distribuição das turmas pelos grupos e pelos professores.

Quadro 1

Distribuição da amostra pelos grupos (experimental e de controlo) e pelos professores.

Turma Dimensão Grupo Professor Experimental Controlo A 29 X Investigador B 27 X Professora A C 25 X Professora A D 24 X Professora B E 28 X Professora B

Com o intuito de conferir validade interna à investigação foram controlados os efeitos

possíveis de algumas variáveis parasitas ou estranhas que pudessem estar associadas à

variável independente, comprometendo a consistência dos resultados: 1) seleção aleatória das

turmas: apesar de cada turma constituir um grupo natural (sem seleção aleatória), o processo

de seleção das turmas para os dois grupos foi aleatório; 2) a distribuição das turmas pelos

Page 53: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

29

professores: cada professor ficou com uma turma do grupo experimental e uma turma do

grupo de controlo; 3) intervalo de tempo da intervenção nos dois grupos foi curto para

controlar o efeito de maturação e de mortalidade da amostra; 4) efeito de teste (testing effect):

nas variáveis relacionadas com os desempenhos (reprodução e transferência) dos alunos e

com a carga cognitiva percecionada optámos pela realização apenas do pós-teste para evitar

que os sujeitos dos dois grupos fossem influenciados pela aplicação do pré-teste, alterando a

sua atitude face à aprendizagem do tema ensinado; e 5) efeito de Hawthorme: as professoras

que colaboraram na investigação foram apenas informadas de que iriam participar num

estudo no qual se pretendia avaliar a forma como os alunos aprendem com diferentes

recursos.

Foi também nosso objetivo recolher dados sobre o processo de aplicação do RED e

sobre a abordagem usada no grupo de controlo. Para a observação das aulas foi selecionado

um conjunto de aulas às quais o investigador assistiu para observar as dificuldades

manifestadas pelos alunos na resolução das tarefas de aprendizagem nos dois grupos. Estas

notas de campo foram sujeitas a uma análise de conteúdo. Ainda no domínio da descrição do

processo entrevistaram-se as professoras para se obter a opinião destas sobre o RED e para se

obter a perceção destas sobre as dificuldades manifestadas pelos alunos na realização das

tarefas de aprendizagem nos dois grupos. Estes dados de natureza qualitativa permitiram

interpretar de forma mais abrangente os dados de natureza quantitativa (cf. subcapítulos III.2

e III.3).

Desenho da Investigação

A investigação empírica decorreu em quatro fases:

1ª Fase – Conceção e validação do RED, que coincidiu com o momento em que as

professoras foram informadas de que iriam participar na investigação;

Page 54: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

30

2ª Fase – Coincidiu com a realização do pré-teste para a caracterização dos grupos em termos

das variáveis ‘abordagens à aprendizagem’ a 3 de maio de 2013, ‘idade’, ‘sexo’, ‘rendimento

académico anterior’ e ‘estatuto socioeconómico’, junto da direção da escola na semana de 22

a 26 de abril de 2013. Com este procedimento pretendemos garantir equivalência entre os

grupos no pré-teste garantindo maior robustez na validade interna da investigação;

3ª Fase – Coincidiu com a intervenção no grupo experimental e com a observação de aulas

dos dois grupos que decorreu entre os dias 6 e 17 de maio de 2013; seguindo as

recomendações de Paas (1992) e Paas & van Merriënboer (1994) a avaliação dos

desempenhos foi realizada imediatamente após a intervenção, assim como a medição do

esforço mental percecionado pelos alunos durante a realização dos testes de avaliação de

desempenhos, que decorreu no dia 17 de maio de 2013;

4ª Fase – Foi destinada ao pós-teste nos grupos experimental e de controlo para a variável

‘abordagens à aprendizagem’ (20 de maio de 2013); em paralelo, nesta fase da investigação,

foram entrevistadas as professoras que colaboraram na investigação (23 de maio de 2013).

Instrumentos de Recolha de Dados

Para alcançar os objetivos de investigação inicialmente traçados foram usados os

seguintes instrumentos de recolha de dados:

- Um teste para avaliar a capacidade de os alunos reproduzirem os conhecimentos adquiridos;

o teste foi construído com itens semelhantes aos usados nas tarefas realizadas por ambos

grupos (cf. subcapítulo III.2 e anexo II);

- Um teste para avaliar a capacidade de os alunos transferirem os conhecimentos adquiridos a

situações diferentes das usadas nas tarefas de aprendizagem; o teste foi construído com itens

que apelam à transferência de conhecimentos adquiridos durante a realização das tarefas de

aprendizagem a situações diferentes (cf. subcapítulo III.3 e anexo III);

Page 55: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

31

- Escala de índice (rating scale) para a avaliação do esforço mental percecionado pelos

alunos (Paas, 1992) (cf. anexo IV);

- Inventário de Processo de Estudo (IPE) que é um questionário concebido para “avaliar as

formas mais comuns de os alunos abordarem as suas tarefas de aprendizagem tendo em conta

as suas características pessoais e os contextos de aprendizagem em que estão inseridos”

(Rosário, Ferreira & Cunha, 2003, p. 147) (cf. anexo V);

- Ficha de observação das aulas das turmas dos dois grupos (cf. anexo VI);

- Guião de entrevista semiestruturada para as professoras das turmas dois grupos (cf. anexo

VII).

A construção das tarefas de aprendizagem usadas nos dois grupos e os itens usados

nos testes de avaliação de desempenhos (reprodução e transferência) teve a colaboração de

um painel de dois professores de física e química do ensino básico e secundário.

Pertinência do Estudo

A grande maioria das investigações realizadas no âmbito do modelo 4C/ID de van

Merriënboer (1997) centram-se em aspetos específicos do modelo, tais como questões

relacionadas com a sequência mais eficiente das atividades de aprendizagem (cf. Paas & van

Merriënboer, 1994), como e quando devem ser apresentadas os diferentes tipos de

informações (cf. Kester, Kirschner, van Merriënboer & Baumer, 2001) e com o número

adequado de passos que devem ser tidos em consideração na realização das tarefas (cf.

Nadolski, Kirschner & van Merriënboer, 2005 e 2006).

Na realidade, a revisão sistemática da literatura com meta-análise que efetuámos

(capítulo I) indica que há um défice de trabalhos de investigação experimental que comparem

a eficiência do modelo 4C/ID face a outras abordagens instrutivas. Assim, perante este

Page 56: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

32

problema consideramos que o trabalho que aqui apresentamos pretende dar um contributo à

investigação sobre a eficiência do modelo 4C/ID no contexto da aprendizagem de

competências complexas, na medida em que visa fornecer uma explicação fundamentada pela

teoria sobre as diferenças encontradas entre duas abordagens instrutivas. De acordo com

Mayer (1998), a resolução bem-sucedida de problemas depende de três fatores: competências

(skills), meta-skills5 e motivação. A avaliação dos desempenhos, da carga cognitiva e das

abordagens à aprendizagem contribui para revelar a natureza das relações recíprocas entre

estes fatores.

Para além da construção de um RED baseado nas mais modernas teorias da

aprendizagem feito pela instrução e validado por dados de investigação, a outra finalidade

deste trabalho é contribuir para melhorar o ensino do tema “circuitos elétricos” incentivando

os professores a utilizarem este recurso como meio facilitador do ensino e da aprendizagem

deste assunto.

Estrutura da Tese

Esta tese foi organizada por um conjunto de artigos científicos que se encontram

enquadrados em três dos quatro capítulos. Os capítulos I, II e III correspondem artigos de

investigação aceites e publicados em revistas científicas nacionais e internacionais. O

capítulo II e dois subcapítulos do capítulo III são apresentados em língua inglesa, pelo facto

de constituírem artigos publicados em revistas científicas internacionais cuja língua oficial é

o inglês. Com o intuito de facilitar a leitura da tese as referências de cada artigo são

5Cognitive strategies that an individual applies to the processing of new information in a novel situation (a scenario not previously experienced). These skills include chunking or organizing new information, recalling relevant schemas, adding the new information to the old schemas, and creating new schemas. (Fonte: http://www.nwlink.com/~donclark/hrd/glossary/m.html).

Page 57: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

33

apresentadas no final de cada capítulo ou subcapítulo, podendo assim surgir referência

repetidas nas diferentes partes da tese.

No capítulo I -“Efeito do modelo 4C/ID sobre a aquisição e transferência de

aprendizagem: revisão de literatura com meta-análise” – artigo publicado na Revista Ibérica

de Sistema e Tecnologias de Informação - apresenta-se uma revisão sistemática da literatura

sob a forma de meta-análise sobre a eficiência instrutiva do modelo 4C/ID face a outras

abordagens.

No capítulo II – “4C/ID-Model in physics education: Design a digital learning

environment to teach electric circuits”, publicado no International Journal of Instruction -

apresenta-se uma descrição da metodologia usada na construção do RED “circuitos

elétricos”. A descrição contém os passos seguidos na construção do recurso, assim como a

justificação das opções metodológicas tomadas à luz da Teoria da Carga Cognitiva e da

Teoria da Aprendizagem Multimédia.

O capítulo III – Resultados – encontra-se dividido em três subcapítulos que

correspondem a três artigos. No primeiro - “The effects of 4C-ID model approach on

acquisition and transfer of knowledge about electric circuits”, publicado no International

Journal of Web-Based Learning and Teaching Technologies - faz-se uma apresentação

preliminar dos resultados da estatística descritiva correspondente às variáveis ‘desempenhos’

referentes à reprodução e transferência de aprendizagem e do ‘esforço mental percecionado’

medido após a realização dos testes de desempenhos. No segundo artigo - “Learning

electrical circuits: The effects of the 4C-ID instructional approach in the acquisition and

transfer of knowledge” artigo publicado no Journal of Information Technology Education:

Research - revela os resultados correspondente à comparação dos dois grupos nas diferentes

variáveis. No terceiro artigo - “Modelo instrutivo 4C/ID: efeitos sobre as abordagens à

Page 58: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

34

aprendizagem de alunos do 9ºano”, aceite para publicação na Análise Psicológica - são

apresentados os resultados correspondentes à variável ‘abordagens à aprendizagem’.

Por último, no capítulo IV – Discussão e Considerações Finais – procurámos

apresentar, face aos objetivos e questões de investigação inicialmente traçados, os resultados

da investigação fazendo uma análise integrada e holística dos principais resultados obtidos. É

neste capítulo que procuramos refletir sobre o processo de investigação (metodologia e

procedimentos) e sobre as implicações que os resultados têm para futuras investigações.

Page 59: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

35

Referências

Anderson, J. R. (1993). Rules of the mind. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum.

Baddeley, A.D. (1992). Working memory. Science, 244, 556-559. Retirado de

http://www.jstor.org/stable/2876819.

Baddeley, A.D. (1997). Human memory: Theory and practice (edição revista). Hove, UK:

Psychology Press.

Biggs, J. B. (1988). Approaches to learning and to essay writing. In R. Schmeck (Ed.),

Learning strategies and learning styles (pp. 185–228). NY: Plenum.

Biggs, J. B., & Tang, C. (2007). Teaching for quality learning at university. London: Open

University Press.

Biggs, J. B., Kember, D., & Leung, D. Y. P. (2001). The revised two factor study process

questionnaire: R-SPQ-2F. British Journal of Educational Psychology, 1, 133–149.

Retirado de http://www.johnbiggs.com.au/pdf/ex_2factor_spq.pdf.

Camp, G., Paas, F., Rikers, R., & Van Merriënboer, J. J. G. (2001). Dynamic problem

selection in air traffic control training: A comparison between performance, mental

effort and mental efficiency. Computers in Human Behavior, 17, 575-595. doi:

10.1016/S0747-5632(01)00028-0.

Chandler, P., & Sweller, J. (1994). Why some material is difficulty to learn. Cognition and

Instruction, 12, 185-233. Retirado de

http://www.learnlab.org/research/wiki/images/5/54/Sweller_Chandler_Why_Some_M

aterial_is_Difficult_to_Learn.pdf.

Cohen, L., Manion, L., & Morrison, K. (2007). Research methods in education – 6th ed. New

York: Routledge.

Cohen, L., Manion, L., & Morrison, K. (2011). Research Methods in Education. New York:

Routledge.

Page 60: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

36

Corbalan, G., Kester, L., & Van Merriënboer, J. J. G. (2008). Selecting learning tasks: Effects

of adaptation and shared control on efficiency and task involvement. Contemporary

Educational Psychology, 33, 733-756. doi:10.1016/j.cedpsych.2008.02.003.

Cowan, N. (1997). Attention and memory: an integrated framework. Oxford, UK: Oxford

University Press.

Duarte, A. M. (2008). ELearning e abordagens à aprendizagem no ensino superior. Sísifo.

Revista de Ciências da Educação, 07, pp. 39- 50.� Retirado de http://sisifo.fpce.ul.pt.

Entwistle, N. J., & Peterson, E.R. (2004). Conceptions of learning and knowledge in higher

education: Relationships with study behavior and influences of learning

environments. International Journal of Educational Research, 41, 407–428.

doi:10.1016/j.sbspro.2015.03.119.

Entwistle, N. J., & Ramsden, N. (1983). Understanding student learning. London and

Canberra: Croom Helm.

Entwistle, N., & Entwistle, D. (2003). Preparing for examinations: The interplay of

memorizing and understanding, and the development of knowledge objects. Higher

Education Research and Development, 22(1), 19–41.

doi:10.1080/0729436032000056562.

Entwistle, N., & McCune, V. (2004). The conceptual bases of study strategy inventories.

Educational Psychology Review, 16(4), 325–345. doi:10.1007/s10648-004-0003-0.

Gibbs, G. (1992). Improving the quality of student learning: Theory and practice. Bristol:

TES.

Heikkillä, A., & Lonka, K. (2006). Studying in higher education: Students’ approaches to

learning, self-regulation, and cognitive strategies. Studies in Higher Education, 31(1),

99–117. doi: 10.1080/03075070500392433.

Page 61: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

37

Kalyuga, S., & Sweller, J. (2005). Rapid dynamic assessment of expertise to improve the

efficiency of adaptive e-learning. Educational Technology. Research and

Development, 53, 83-93. Retirado de

http://www.ucs.mun.ca/~bmann/0_ARTICLES/CogLoad_Kalyuga05.pdf.

Khalil, M., K., & Elkhider, I.A. (2016). Applying learning theories and instructional design

models for effective instruction. Advances in Physiology Education, 40, 147-156.

doi:10.1152/advan.00138.2015.

Kicken, W., Brand-Gruwel, S., Van Merriënboer, J. J. G., & Slot, W. (2009a). Design and

evaluation of a development portfolio: How to improve students’ self-directed

learning skills. Instructional Science, 37, 453-473. doi: 10.1007/s11251-008-9058-5.

Kicken, W., Brand-Gruwel, S., Van Merriënboer, J. J. G., & Slot, W. (2009b). The effects of

portfolio-based advice on the development of self-directed learning skills in

secondary vocational education. Educational Technology Research and Development,

57, 439-460. Retirado de

http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.459.9212&rep=rep1&type=

pdf.

Laurillard, D. (1994). How can learning technologies improve learning? In J. Martin, J.

Darby & B. Kjollerstrom (Eds.). Higher Education 1998 transformed by Learning

Technology. Oxford: CTISS Publications.

Laurillard, D. (1997). Learning from problem-solving. In F. Marton, D. Hounsell, & N.

Entwistle (Eds.), The experience of learning: Implications to teaching and studying in

higher education (2nd ed.). Edinburgh: The Scottish Academic Press.

Lonka, K., Olkinuora, E., & Mäkinen, J. (2004). Aspects and prospects of measuring

studying and learning in higher education. Educational Psychology Review, 16(4),

301–323. DOI:10.1007/s10648-004-0002-1.

Page 62: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

38

Marton, F. (1988). Describing and improving learning. In R. Schmeck (Ed.), Learning

strategies and learning styles (pp. 53–82). NY: Plenum.�

Mayer, R. E. (2009). Teoria cognitiva da aprendizagem multimédia. In G.L. Miranda (Org.).

Ensino online e aprendizagem multimédia (pp. 207-237). Lisboa: Relógio d’Água

Editores.

Mayer, R.E. (1998). Cognitive, metacognitive and motivational aspects of problem solving.

Instructional Science, 26(1-2), 49-63. doi:10.1023/A:1003088013286.

Mayer, R.E. (2009). Multimedia learning (2nd Ed.). New York: Cambridge University Press,

New York.

Mayer, R.E. (2014). The Cambridge Handbook of Multimedia Learning. New York:

Cambridge University Press.

Merril, M.D. (2012). First principles of instruction. San Francisco, CA: Pfeiffer.

Miranda, G.L. (2014). Relatório da Unidade Curricular: Aprendizagens e Tecnologias.

Manuscrito não publicado - Provas de agregação – Instituto de Educação

Universidade de Lisboa.

Paas, F. (1992). Training strategies for attaining transfer of problem solving skill in statistics:

a cognitive load approach. Journal of Educational Psychology, 84(4), 429-434.

Paas, F., & van Merriënboer, J.J.G. (1994). Variability of worked examples and transfer of

geometrical problem solving skill: a cognitive load approach. Journal of Educational

Psychology, 86(1), 122-133. Retirado de

https://core.ac.uk/download/pdf/11455388.pdf.

Paas, F., Tuovinen, J.E., Tabbers, H., & Gerven, P.W.M.V. (2003). Cognitive load

measurement as a means to advance cognitive load. Educational Psychologist, 38(1),

63-71. doi: 10.1207/S15326985EP3801_8.

Page 63: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

39

Paivio, A. (1986). Mental representation: a dual coding approach. New York: Oxford

University Press.

Ramsden, P. (1992). Learning to teach in higher education. London: Routledge.

Reiser, R. (2001a). A history of instructional design and technology. Part 1: A history of

instructional media. Educational Technology Research and Development, 49(1), 53-

64.� Retirado de https://larrycuban.files.wordpress.com/2013/04/30220299.pdf.

Reiser, R. (2001b). A history of instructional design and technology. Part II: A history of

instructional design. Educational Technology Research and Development, 49(2), 57-

67. Retirado de

http://www.speakeasydesigns.com/SDSU/student/SAGE/compsprep/History_of_Instr

uctional_Design.pdf.

Rumelhart, D. E. (1980). Schemata: The building blocks of cognition. In R. J. Spiro, B. C.

Bruce & W. F. Brewer (Eds.), Theoretical issues in reading comprehension (pp. 38-

58). Hillsdale, NJ: Erlbaum.

Salden, R. J. C. M., Paas, F., & Van Merriënboer, J. J. G. (2006). A comparison of

approaches to learning task selection in the training of complex cognitive skills.

Computers in Human Behavior, 22, 321-333. Retirado de

http://dx.doi.org/10.1016/j.chb.2004.06.003

Schnotz, W. (2005). An integrated model of text and picture comprehension. In R.E. Mayer

(ed.). The Cambridge handbook of multimedia learning (pp. 49-69). Cambridge, UK:

Cambridge University Press.

Sweller, J. (2006). The worked example effect and human cognition. Learning and

Instruction, 16(2), 165-169. doi:10.1016/j.learninstruc.2006.02.005.

Page 64: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

40

Sweller, J., & Chandler, P. (1991). Cognitive Load Theory and the format of instruction.

Cognition and Instruction, 8(4), 293-332. Retirado de

http://dx.doi.org/10.1207/s1532690xci0804_2.

Sweller, J., Ayres, P., & Kalyuga, S. (2011). Cognitive load theory. Springer, New York.

Taminiau, E. M. C. (2013). Advisory models for on-demand learning. Unpublished doctoral

dissertation, Open University of the Netherlands, Heerlen, The Netherlands.

Van den Brink, K., Alemany, I., Plat, A., Duarte, A. Ericsson, L., & Slack, R. (2000).

Students’ learning with educational multimedia in school - A multinational study.

Apresentado no X Coloque AFIRSE Portugaise, Lisbon.�

Van Merriënboer, J. J. G., & Kirschner, P. A. (2013). Ten steps to complex learning (2nd

Rev. Ed.). New York: Routledge.

Van Merriënboer, J. J. G., & Van der Vleuten, C. P. (2012). Technology-based assessment in

the integrated curriculum. In M. C. Mayrath, J. Clarke-Midura, D. H. Robinson, & G.

Schraw (Eds.), Technology-based assessments for 21st century skills (pp. 245-370).

Greenwich, CT: Information Age Publishing.

Van Merriënboer, J.J.G., & Kester, L. (2009). Modelo de Design Educacional de Quatro

Componentes: principios Multimédia em Ambientes de Aprendizagem Complexa. In

G. Miranda (Eds). Ensino Online e Aprendizagem Multimédia (pp. 286-320). Lisboa:

Relógio D´Água.

Van Merriënboer, J.J.G., & Kirschener, P.A. (2009). Ten steps to complex learning. New

Jersey: Routledge.

Van Merriënboer, J.J.G., & Sluijsmans, D.A. (2009). Towards a synthesis of cognitive load

theory, four component instructional design and self-directed learning. Educational

Psychology Review, 21, 55-66. doi:10.1007/s10648-008-9092-5.

Page 65: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

41

Willoughby, T., Wood, E., Desmarais, S., Sims, S., & Kalra, M. (1997). Mechanisms that

facilitate the effectiveness of elaboration strategies. Journal of Educational

Psychology, 89, 682-685. doi: 10.1037//0022-0663.89.4.682.

Page 66: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

42

Page 67: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

43

CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA

Efeito do modelo 4C/ID sobre a aquisição e transferência de aprendizagem: revisão de

literatura com meta-análise*

Resumo

Este artigo tem como principal objetivo apresentar os resultados de uma meta-análise que

investigou o efeito da utilização do modelo instrutivo 4C/ID (four components instructional

design model) na aprendizagem, nomeadamente na capacidade que os sujeitos demonstraram

na ‘reprodução de conhecimentos’ e na ‘transferência da aprendizagem’ a novas situações.

Este modelo tem sido sobretudo aplicado em ambientes de ensino e aprendizagem online.

Foram selecionados oito estudos, a partir dos 61 encontrados na pesquisa em diferentes bases

de dados, a que se aplicaram os métodos estatísticos subjacentes a este tipo de revisão

sistemática da literatura. Os resultados revelaram que, em média, a utilização do modelo

4C/ID produz efeitos elevados sobre os grupos experimentais (d = + 0,56) ao nível dos

desempenhos ‘reprodução’ + ‘transferência’. Estas duas variáveis foram também analisadas

de forma independente e os resultados revelaram efeitos elevados (d = + 0,70, para a

“reprodução de conhecimentos” e d = + 0,65, para a “transferência da aprendizagem”).

Analisou-se o impacto de cada estudo sobre os resultados da meta-análise e discutiram-se

algumas das suas características metodológicas. Verificou-se que há um défice de trabalhos

de investigação de carácter experimental sobre a eficiência (desempenhos + esforço mental)

do modelo 4C/ID em contexto educativo e que os estudos existentes se centram mais na

avaliação de desempenhos.

* Melo, M., & Miranda, G.L. (2016). Efeito do Modelo 4C/ID sobre a aquisição e transferência de aprendizagem: Revisão de literatura com meta-análise. Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, 18(06), 114-130. doi: 10.17013/risti.18.114-130. (SJR-SCImago Q3 Computer Science em 2016)

Page 68: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

44

Palavras-chave: Modelo 4C/ID; Meta-análise; Teoria da Carga Cognitiva; Aprendizagem

complexa; Transferência de aprendizagem.

Abstract

This article presents the result of a meta-analysis that investigated the effect of the

instructional model 4C/ID (four components instructional design) in learning, particularly on

the students’ achievement and transfer. This model has been applied mostly in online

educational learning environments. We selected eight studies, from the 61 found in different

databases, upon which we applied the statistical methods for this kind of systematic literature

review. The results showed that, on average, the 4C/ID model produces moderate effects in

the experimental groups (d = + 0,56) in terms of the achievement (‘reproduction’ +

‘transfer’). These variables were also analyzed in an independent way and the results showed

high effects in both variables (d = + 0,70 for the achievement and d = + 0,65 for the transfer

of learning). We also presented an analysis of the impact of each study on the meta-analysis

results and some methodological features of this process of literature review. We found a

deficit in the number of published studies about the efficiency of 4C/ID model (that combines

data from achievement and mental effort) in educational context and we also observed that

the existing studies focus more on the achievement and less in measures of the mental effort.

Keywords: 4C/ID model; Meta-analysis; Cognitive Load Theory; Complex learning;

Transfer of learning.

Page 69: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

45

Introdução

Neste artigo apresentámos os resultados de uma revisão sistemática da literatura com

meta-análise, sobre os efeitos da utilização do modelo instrutivo - Modelo de Desenho

Educacional de Quatro Componentes (4C/ID) - no desempenho dos alunos.

O desenho instrutivo (instructional design, ID), segundo Merril, Drake, Lacy e Pratt

(1996), corresponde a uma prática que permite criar experiências de ensino com o intuito de

promover a aquisição de conhecimentos e de competências de uma forma mais eficiente e

apelativa.

O modelo 4C/ID foi desenvolvido por van Merriënboer durante a década de 90 e é

considerado, pelos especialistas do ID, como um dos mais influentes neste domínio, a par da

teoria de Robert Gagné, desenvolvida durante a década de 60, conhecida como Teoria das

Condições de Aprendizagem (Ouimette, Surry, Grubb & Hall, 2009). O enquadramento

teórico do modelo 4C/ID pode ser consultado em van Merriënboer e Kester (2014).

A investigação neste domínio tem-se centrado na forma como o modelo 4C/ID tem

sido utilizado em ambientes de aprendizagem digitais para a promoção de aprendizagens

complexas, que segundo van Merriënboer et al. (2014) envolvem a integração de

conhecimentos, de competências, de atitudes e a capacidade de coordenar diferentes

competências em termos qualitativos, visando a transferência do que é aprendido para novas

situações.

Este modelo assume os pressupostos e integra muitos dos resultados experimentais

alcançados pela Teoria da Carga Cognitiva (TCC) (cf. Sweller, Ayres, Kalyuga, 2011). Neste

contexto foram desenvolvidos métodos para medir a carga cognitiva associada às tarefas de

aprendizagem: as “medidas subjetivas diretas” e em particular a escala de índice

desenvolvida por Paas (Paas, 1992), para a medição do esforço mental percecionado pelos

alunos. Este autor e van Merriënboer desenvolveram uma medida de eficiência da instrução,

Page 70: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

46

que combina o esforço mental com indicadores de desempenho na realização das tarefas de

aprendizagem.

O Modelo 4C/ID

As competências trabalhadas no contexto da aprendizagem complexa são classificadas

como não-recorrentes ou recorrentes. No primeiro caso o processo de aprendizagem

fundamental está associado à construção de esquemas mentais através da apresentação de

modelos mentais, estratégias cognitivas e feedback cognitivo; no segundo caso a

aprendizagem está mais centrada na automação de regras, conseguida através da sua

aplicação com sucesso (Anderson, 1983, 1993). A combinação desses dois processos de

aprendizagem visa promover a transferência da aprendizagem.

Para implementar essas estratégias de aprendizagem, o modelo 4C/ID preconiza a

existência de quatro componentes interrelacionados: (a) as tarefas de aprendizagem,

consideradas a espinha dorsal do modelo, sendo preferencialmente baseadas em exemplos da

vida real, (b) a informação de suporte que permite que o aluno resolva de forma eficiente

problemas, promovendo a ponte entre os seus conhecimentos prévios e os novos

conhecimentos, (c) a informação processual, que permite, através de um algoritmo, dar

informações de como os aspetos mais rotineiros das tarefas devem ser executados; estando

organizada em pequenos segmentos de informação apresentados no momento exato em que

são necessários e (d) a prática nas tarefas que permite o treino competências mais rotineiras.

Page 71: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

47

Eficiência do Modelo 4C/ID: Evidências Empíricas

A investigação realizada no âmbito do modelo 4C/ID, com cerca de duas décadas, tem

sido desenvolvida em duas grandes vertentes: uma centrada no melhoramento das condições

de aplicabilidade do modelo (por exemplo, forma e instantes de apresentação das

informações, organização das tarefas de aprendizagem, sequência das classes de tarefas, etc.);

e outra relacionada com a eficiência do modelo ao nível da aprendizagem, que combina

dados provenientes de avaliação de desempenhos6 (reprodução e transferência) com esforço

mental percecionado. É na segunda vertente que se encontram os estudos selecionados para a

meta-análise.

Sobre as condições de aplicabilidade do modelo 4C/ID destacamos a investigação

realizada por Kester, Kirschner e van Merriënboer em 2004 e 2006, acerca das condições

(forma e instante) de apresentação dos diferentes tipos de informação, que otimizam a carga

cognitiva associada à realização de tarefas no contexto da análise de erros cometidos no

desenho de circuitos elétricos.

Em termos de desenvolvimento de competências na formação de professores

destacam-se os trabalhos realizados por Hoogveld, Pass e Jochems em 2001 e 2003. No

primeiro estudo, foram comparados dois grupos de professores: um grupo que foi treinado

para usar o modelo 4C/ID na conceção de materiais instrutivos e o outro grupo foi treinado

para conceber materiais instrutivos usando a sua própria abordagem. A qualidade do design

de seus materiais foi avaliada por especialistas, verificando-se que o primeiro grupo

desenvolveu projetos qualitativamente melhores face ao segundo. O segundo estudo visou

investigar os benefícios do modelo 4C/ID no trabalho em equipa ou individual. Os resultados

6 A avaliação é feita por intermédio de testes de avaliação construídos com itens que apelem à reprodução de conhecimentos adquiridos e à transferência da aprendizagem a novas situações.

Page 72: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

48

revelaram que os sujeitos com menor desempenho beneficiaram mais com o modelo 4C/ID

quando desenvolveram trabalho em equipa.

No âmbito dos estudos de carácter descritivo sobre as potencialidades do modelo

4C/ID no ensino da medicina dentária destacamos o trabalho de Postma e White (2015).

Ainda na área das ciências da saúde Susilo, van Merriënboer, van Dalen, Claramita e

Scherpbier em 2013 realizaram uma investigação de natureza qualitativa sobre a utilização do

modelo 4C/ID no desenvolvimento de competências relacionadas com a utilização de

linguagem técnica numa comunidade de profissionais de saúde hierarquizada (auxiliares,

enfermeiros e médicos).

Janssen-Noordman, van Merriënboer, van der Vleuten e Scherpbier (2006),

apresentam o exemplo de um ambiente de aprendizagem na área da formação médica

(avaliação clínica de pacientes por médicos em formação) concebido com base no modelo

4C/ID, avaliando qualitativamente as vantagens deste modelo.

Outra vertente metodológica centra-se em trabalhos de carácter experimental que

envolvem a avaliação do efeito do modelo 4C/ID ao nível da aprendizagem, ou seja, na

medição dos desempenhos dos alunos em termos de reprodução dos conhecimentos

adquiridos e na transferência de aprendizagem. Em alguns trabalhos foi também avaliado o

esforço mental despendido pelos alunos na realização das tarefas de aprendizagem ou na

realização dos testes de avaliação de desempenhos.

Meta-Análise

A meta-análise, introduzida por Gene Glass, é uma metodologia de investigação na

qual são analisados um conjunto (³ 2) de trabalhos de investigação e apresentadas medidas

Page 73: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

49

que combinam os resultados desses estudos, permitindo estimar o efeito médio de

intervenções sobre determinadas variáveis nos estudos selecionados.

O principal objetivo desta meta-análise é posicionar os resultados de investigação

relacionados com a eficiência do modelo 4C/ID na aprendizagem (em particular na

reprodução e transferência de conhecimentos), numa escala contínua e única. A unidade de

medida escolhida neste estudo para a magnitude de efeito é o d-Cohen (cf. Glass, McGaw e

Smith, 1981 e Rosenthal, 1995), que corresponde a uma expressão comum da magnitude dos

resultados de um estudo para as diferentes variáveis estudadas, que neste caso são:

‘desempenhos de reprodução’ (referentes à reprodução dos conhecimentos aprendido) e os

‘desempenhos de transferência’ (referentes à transferência dos conhecimentos aprendidos a

novas situações).

Segundo Marôco (2014) as medidas de magnitude de efeito de referência nas ciências

sociais e do comportamento podem ser classificadas do seguinte modo: d > 1.0 muito

elevada, 0.5 < d £ 1.0 elevada, 0.2 < d £ 0.5 médio e d £ 0.2 pequeno (adaptadas de Cohen,

1988).

Hipóteses

Como o principal objetivo deste estudo meta-analítico é analisar o efeito do modelo

4C/ID sobre os desempenhos, quando comparado com outras abordagens instrutivas,

levantámos as seguintes hipóteses:

- Hipótese 1: A utilização de um ambiente de aprendizagem concebido com base no modelo

4C/ID implica que os alunos tenham melhores resultados ao nível da reprodução dos

conhecimentos adquiridos.

Page 74: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

50

- Hipótese 2: A utilização de um ambiente de aprendizagem concebido com base no modelo

4C/ID implica que os alunos tenham melhores resultados ao nível da transferência de

aprendizagem.

Metodologia

Usou-se o software Comprehensive Meta-Analysis (CMA) – versão 2 para Windows

para o cálculo das magnitudes de efeito e para efetuar todos os testes estatísticos (intervalos

de confiança, Q de Cochrane e teste z). O procedimento foi efetuado de acordo com os

seguintes passos: 1) localização de todos os estudos possíveis; 2) seleção dos estudos de

acordo com os critérios de inclusão; 3) codificação dos artigos selecionados de acordo com as

suas características metodológicas; 4) cálculo das magnitudes de efeito para todos os estudos

selecionados; e 5) realização dos testes estatísticos.

Procedimentos para a Pesquisa de Literatura

A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados PsychINFO, ERIC, ISI Web

of Knowledge, Google Scholar, ScienceDirect, SpringerLink e resumos de dissertações ou

teses usando como palavras-chave “four components instructional design model”, “4C/ID

model and learning transfer”, “4C/ID model and learning”, “Part-task vs. Whole-task

instructional design models” e “effectivness of 4C/ID model” para datas posteriores a 2000.

Foram analisadas exaustivamente as citações encontradas nos trabalhos obtidos e foi feito um

exame às referências citadas por van Merriënboer e Sweller. Foram ainda contactados por e-

mail alguns autores que têm desenvolvido trabalhos de investigação com o modelo 4C/ID

(Jeroen van Merriënboer, Paul Kirschner, Astrid Susilo e Jan Elen).

O protocolo da meta-análise encontra-se no Anexo I.

Page 75: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

51

Critérios de Inclusão

Após os resultados de pesquisa dos estudos, foram selecionados os que satisfaziam os

seguintes critérios: 1) o estudo tem de envolver a utilização de materiais instrutivos

desenvolvidos com base no modelo 4C/ID com ou sem a utilização de computador; 2) o

estudo deve abranger uma faixa etária dos 14 aos 23 anos; 3) o estudo pode ter sido efetuado

em qualquer país desde que a publicação dos seus resultados tenha sido feita em Inglês; 4) o

estudo tem de apresentar resultados empíricos quantitativos; 5) só podem ser incluídos

estudos com grupo de controlo (são excluídos todos os trabalhos com comparações pré-pós-

teste); 6) o estudo deve poder ser replicável noutra escola e 7) o estudo deve envolver a

avaliação dos desempenhos e/ou do esforço mental.

Na pesquisa efetuada foram encontrados 61 trabalhos nas diferentes bases de dados;

no entanto, apenas oito trabalhos foram selecionados por se enquadrarem nos critérios de

inclusão e nas hipóteses de investigação levantadas.

Codificação dos Estudos e das Variáveis

Para cada trabalho foram codificadas as seguintes variáveis: 1) identificação do

estudo; 2) variáveis analisadas (testes de reprodução, testes de transferência e avaliação do

esforço mental); 3) área de aplicação (matemática, ciências, engenharia, ciências sociais); 4)

nível de ensino do grupo (primeiro ciclo do ensino básico, segundo ciclo do ensino básico,

ensino secundário e primeiros anos do ensino universitário); 5) forma de apresentação do

material instrutivo (áudio, computador, realidade virtual); 6) número de participantes do

grupo experimental e do grupo de controlo; 7) d - Cohen médio determinado com base nos

desempenhos de reprodução e de transferência de conhecimentos; 8) d - Cohen para as

variáveis desempenhos de reprodução, desempenhos de transferência e esforço mental

despendido na realização dos testes de reprodução e transferência.

Page 76: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

52

A codificação dos estudos foi elaborada por dois investigadores que trabalharam de

forma independente. A concordância entre os avaliadores foi de 95% e quando houve

desacordo, ambos os investigadores reexaminaram os estudos em questão até chegarem a um

consenso.

Estudos Selecionados

Foram selecionados os seguintes estudos para meta-análise:

- Nadolski, Kirschner e van Merriënboer (2005) focaram o seu trabalho na segmentação das

tarefas de aprendizagem complexa na área do ensino do direito com recurso a um ambiente

digital. Fizeram variar o número de fases (1, 4 e 9) implicadas na resolução das tarefas de

aprendizagem, com o intuito de encontrar um equilíbrio entre a segmentação das tarefas e a

sobrecarga cognitiva associada à resolução destas. Os resultados mostraram que a

segmentação em 4 fases gerou melhores resultados ao nível da eficiência das condições de

instrução no que respeita à reprodução de conhecimentos (melhor desempenho com menor

esforço mental percecionado). No entanto, em relação à variável transferência de

aprendizagem os resultados revelaram não haver diferenças significativas. No estudo meta-

analítico usamos a comparação entre o grupo com as 4 fases de segmentação (grupo

experimental) e o grupo com as 9 fases de segmentação (grupo de controlo). Em 2006 os

autores confirmaram estes resultados com uma replicação do estudo (Nadolski, Kirschner e

van Merriënboer, 2006);

- Lim (2006) investigou os efeitos de duas abordagens instrucionais (tarefa segmentada

versus tarefa não segmentada) e do nível de especialização dos alunos (novato versus perito)

sobre aquisição e transferência de uma competência cognitiva complexa (preparação de uma

folha de cálculo). Para além destas variáveis foram avaliadas a carga cognitiva e a eficiência

das condições de instrução. A experiência foi realizada com uma amostra de 51 alunos do

Page 77: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

53

ensino superior numa disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Ao

grupo de controlo foram apresentadas as tarefas de aprendizagem sobre a competência

complexa a treinar de forma segmentada e no grupo experimental as tarefas foram concebidas

com base no modelo 4C/ID. Os resultados mostraram haver diferenças significativas entre os

dois grupos, a favor do grupo experimental, ao nível: (a) dos desempenhos relativos à

reprodução de conhecimentos, (b) dos desempenhos relativos à transferência de

aprendizagem, (c) da eficiência das condições de instrução, na reprodução e na transferência.

No entanto, não foram encontradas diferenças significativas ao nível do esforço mental

despendido na resolução dos testes de desempenho. No estudo meta-analítico englobam-se os

dados referentes à comparação entre os dois grupos apenas para os sujeitos novatos, uma vez

que são os dados que melhor se aproximam dos objetivos desta revisão de literatura;

- Sarfo e Elen (2007) estudaram o efeito da utilização de um ambiente de aprendizagem

concebido com os princípios do modelo 4C/ID ao nível da reprodução e transferência de

conhecimentos técnicos em escolas de ensino profissional no Ghana. Foi ainda avaliado o

efeito do uso das TIC sobre eficiência da utilização do modelo 4C/ID. A amostra foi

composta por 129 alunos, distribuídos da seguinte forma: um grupo de controlo com um

método regular de ensino e dois grupos experimentais com o modelo 4C/ID, um com o

recurso às TIC e um outro sem recurso às TIC. Os resultados mostraram que a abordagem

4C/ID foi mais eficiente no treino de competências técnicas no ensino profissional técnico

face a uma abordagem concebida de acordo com um método de ensino regular;

- Lim, Reiser e Olina (2009) investigaram os efeitos de duas abordagens instrutivas

(apresentação das tarefas de forma segmentada versus apresentação das tarefas concebidas

com base no modelo 4C/ID) sobre aquisição e transferência de uma competência cognitiva

complexa no contexto aprendizagem das TIC. Os resultados indicaram que os sujeitos do

grupo com a abordagem 4C/ID obtiveram um desempenho significativamente melhor do que

Page 78: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

54

o grupo com a abordagem de segmentação, ao nível dos testes de aquisição de competências

e no teste de transferência;

- Flores (2011) estudou o impacto da utilização de um ambiente de aprendizagem de

matemática para o ensino secundário concebido com base no modelo 4C/ID, ao nível dos

desempenhos (reprodução e transferência) e do esforço mental percecionado pelos alunos. A

investigação foi desenvolvida num meio rural no sudoeste dos EUA. Foram constituídos dois

grupos: o experimental no qual se implementou o ambiente de aprendizagem com a

abordagem 4C/ID e o de controlo no qual se usou uma abordagem tradicional. Os resultados

mostraram não haver diferenças significativas entre os grupos ao nível dos desempenhos e do

esforço mental. Todavia, essas diferenças foram maiores ao nível da reprodução e

praticamente nulas ao nível da transferência de aprendizagem. O autor apontou como

principais causas para estes resultados o contexto socioeconómico da amostra e o baixo nível

de conhecimentos prévios;

- Rosenberg-Kima (2012) comparou as diferenças entre duas abordagens instrutivas (centrada

nas tarefas de aprendizagem versus centrada nos objetivos), no âmbito do ensino da

programação em FlashÒ, ao nível dos desempenhos (reprodução e transferência) e esforço

mental despendido. O grupo experimental foi sujeito à abordagem centrada nas tarefas

(modelo 4C/ID) e grupo de controlo foi sujeito a uma abordagem centrada nos objetivos de

aprendizagem. Os resultados experimentais revelaram haver diferenças significativas ao nível

dos desempenhos de reprodução e de transferência de aprendizagem e que os sujeitos do

grupo experimental percecionaram menor esforço mental na realização das tarefas de

aprendizagem;

- Lim e Park (2012) investigaram os efeitos das abordagens instrutivas 4C/ID e segmentação

de informação em termos dos desempenhos (de reprodução e transferência), em alunos do

segundo ano do ensino superior numa disciplina de TIC na Educação, para o treino de

Page 79: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

55

competências complexas no contexto da programação em MSExcelÒ. Foi ainda avaliado o

esforço mental despendido pelos alunos e consequentemente a eficiência instrutiva. Nas duas

abordagens usou-se o e-learning. Os resultados revelaram que o grupo experimental obteve

melhores resultados ao nível dos desempenhos, com menor esforço mental, apontando desta

forma para uma melhor eficiência instrutiva. Desta forma, os autores sugerem que uma

abordagem instrutiva concebida com o modelo 4C/ID parece ser mais eficiente na aquisição

de aprendizagens complexas.

Cálculo das Medidas de Magnitude de Efeito e Análise Estatística

O cálculo das medidas de magnitude de efeito foi feito com a diferença padronizada

entre os dois valores médios observados na variável dependente no pós-teste para os grupos

experimental e de controlo, dividida pela estimativa não enviesada do desvio-padrão da

população (pooled within groups). Este cálculo e o estudo estatístico foram realizados com o

software CMA.

Resultados

Os resultados devem ser interpretados com algum cuidado devido ao número reduzido

de estudos que foi possível incluir no estudo meta-analítico.

O Quadro 2 representa a caracterização dos estudos selecionados para a meta-análise.

Page 80: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

56

Quadro 2

Caracterização dos estudos selecionados.

Nº ID do estudo d-Cohena nGE nGC Idadeb Tipo de

publicação Área de estudo

1 Nadolski et al., 2005 0.2870 12 11 22.8 artigo Direito

2 Nadolski et al., 2006 0.2895 22 21 23.5 artigo Direito

3 Lim, 2006 0.4083 26 25 20.6 PhD Tese Informática 4 Sarfo et al., 2007 1.1500 41 41 18.1 artigo Artes 5 Lim et al., 2009 0.6775 26 25 20.1 artigo Informática 6 Flores, 2011 0.3638 19 16 15.9 PhD tese Matemática

7 Rosenberg-Kima, 2012 0.3212 31 33 21.5 PhD tese Informática

8 Lim et al., 2012 0.7154 12 10 30.0 Proceeding Informática a valor médio para as variáveis ´desempenhos de reprodução´ e ´desempenhos de transferência´. b em anos.

Magnitude de Efeito Global

Seguindo as recomendações de Rosenthal (1995), um estudo meta-analítico deve

sempre apresentar de uma forma gráfica a distribuição dos valores médios de d-Cohen para

os trabalhos selecionados. O gráfico da Figura 5 mostra o diagrama de floresta (forest graph)

que ilustra os resultados da meta-análise em função do rácio de chances (odds ratio, OR, na

terminologia anglo-saxónica). As linhas horizontais representam os intervalos de confiança

(IC a 95%), que se intercetarem a linha vertical central indica que não há diferenças

significativas entre os grupos experimental e de controlo em relação ao benefício da

intervenção sobre o grupo experimental e se estas se posicionarem do lado direito as

diferenças a favor do grupo experimental são significativas. O ponto central de cada linha

horizontal representa a magnitude de efeito de cada estudo e o seu tamanho indica o peso

relativo de cada estudo no resultado final. A mesma interpretação é feita em relação ao

losango da parte inferior do gráfico, que diz respeito à combinação dos dados de todos os

estudos.

Page 81: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

57

Figura 5. Gráfico de floresta dos estudos selecionados para a meta-análise com a indicação

do OR (IC95%).

Podemos concluir que as medidas de magnitude efeito para os oito estudos se

encontram do lado direito da linha central (intervenções a favor do grupo experimental), 50%

dos estudos não revelam diferenças significativas a favor do grupo experimental e que 50%

revelam diferenças significativas. Verifica-se que há uma distribuição homogénea dos pesos

relativos de cada estudo, apresentado apenas o último um peso maior. Quanto à magnitude de

efeito global, podemos concluir que, como a marca está do lado direito, as diferenças ao nível

dos desempenhos de reprodução e transferência são significativas a favor do grupo

experimental. Observando os OR dos vários estudos verifica-se que a chance de ocorrência

de efeito positivo (em termos dos desempenhos de reprodução e transferência) da utilização

do modelo 4C/ID nos grupos experimentais é sempre maior do que a de ocorrer esse efeito

nos grupos de controlo.

A decisão de se incorporar um grupo de estudos numa meta-análise está relacionada

com o número de elementos comuns entre estes. Contudo, esta assunção não significa que se

considere que os estudos sejam idênticos em todas as variáveis. As diferenças encontradas

entre estudos são designadas por heterogeneidade. A heterogeneidade pode ser identificada

Page 82: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

58

através da análise gráfica ou por testes de heterogeneidade, tais como, medidas Q de

Cochrane e de I2 de Higgins.

O Q de Cochrane permite testar a existência de heterogeneidade entre estudos, sendo

sensível à dimensão da amostra. Logo, para um número reduzido de estudos com alguma

variabilidade (entre estudos) pode ainda originar a um p-value não significativo (p > 0.05), tal

como se pode observar nos dados da Quadro 3. O parâmetro I2 de Higgins representa a

percentagem de variância atribuída à heterogeneidade. Atendendo aos valores da Quadro 3, o

valor de I2 de Higgins para o método de efeito fixo é igual a 23%, o que corresponde a uma

heterogeneidade baixa (Higgins & Thompson, 2002), o que é corroborado pelo teste de

heterogeneidade, Q, (p > 0.05).

Apesar de todas as considerações sobre a heterogeneidade a escolha do modelo

estatístico deve depender da estrutura da amostragem que foi usada para selecionar os

estudos. Se estamos a trabalhar com uma única população, então devemos usar o modelo de

efeito fixo. Se estamos a trabalhar com um universo de populações devemos optar pelo

modelo de efeitos aleatórios. Apesar do número reduzido de estudos e da baixa

heterogeneidade das medidas de magnitude de efeito, escolheu-se o modelo de efeitos

aleatórios devido à estrutura de amostragem da meta-análise.

No Quadro 3 encontram-se os resultados da análise estatística aplicada ao valor de

magnitude de efeito (apenas relativos à média dos desempenhos nos testes de reprodução e de

transferência), usando os métodos de efeito fixo e de efeitos aleatórios.

Page 83: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

59

Quadro 3

Magnitude de efeito global.

k d SE

Intervalo de

confiança 95%

Teste z Teste de heterogeneidade

Min Máx z p Q df(Q) p Efeito fixo 8 0.57 0.11 0.36 0.78 5.36 0.00 9.1 7 0.25

Efeitos aleatórios 8 0.56 0.12 0.32 0.80 4.55 0.00 6.40 7 0.49

Observando o Quadro 3 verificamos que o valor médio global da magnitude de efeito

para os oito estudos selecionados é 0.56 (95% CI [0.32; 0.80]), o que corresponde a uma

magnitude de efeito elevada. No que respeita ao teste z (z = 4.55, p = 0.00), podemos afirmar

que o valor médio dos verdadeiros valores de magnitude de efeito é não nulo, pelo que de

uma forma geral podemos concluir que ao nível dos desempenhos médios nos testes de

reprodução e de transferência a utilização de ambientes de aprendizagem concebidos com

base no modelo instrutivo 4C/ID gera medidas de magnitude de efeito que correspondem a

efeitos moderados a fortes. O teste de Cochrane não foi significativo (p > 0.05) revelando

homogeneidade nos estudos. A observação da variância estimada entre estudos (t2 = 0.0282)

foi baixa.

Estimativa do Viés de Publicação (Publication Bias)

O viés de publicação é, possivelmente, uma das maiores ameaças metodológicas à

validade dos resultados de uma meta-análise. Neste sentido, têm sido desenvolvidos vários

métodos para estimar este efeito: 1) O método de Rosenthal (Rosenthal fail-safe N), que foi

considerado o mais fácil de estimar, tendo como referência o número de estudos não

publicados necessários para anular o valor médio da magnitude de efeito. Neste estudo

Page 84: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

60

obtivemos um fail-safe N de 72, que corresponde ao número de estudos não publicados que

tornam o valor médio da magnitude de efeito não significativa; 2) o método do gráfico de

funil (funnel plot) é outra forma de avaliar o viés de publicação. Neste diagrama (Figura 6) os

estudos são representados por pontos, cuja distribuição deve ser simétrica em torno do valor

médio de d-Cohen, quando não há viés de publicação. Neste caso, verifica-se que há uma

distribuição assimétrica para o lado esquerdo do valor médio de d-Cohen, dando informação

de que existe viés da publicação. Contudo, de acordo com o teste de Begg (p = 0.805) o viés

encontrado não é considerado estatisticamente significativo.

Figura 6. Gráfico de funil para a meta-análise para magnitude de efeito vs erro padrão de

magnitude de efeito (modelo de efeito aleatórios).

Análise da Magnitude de Efeito por Variável

Fez-se uma meta-análise para as seguintes variáveis: desempenhos relativos à

‘reprodução’ de conhecimento (R) e desempenhos relativos à ‘transferência’ de

aprendizagem (T).

Page 85: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

61

Os gráficos das Figuras 7 e 8 representam os diagramas de floresta para as variáveis

‘desempenhos de reprodução’ (R) e ‘desempenhos de transferência’ (T) por estudo

selecionado.

Figura 7. Diagrama de floresta para os desempenhos de reprodução (R) com a indicação do

OR (IC95%).

Figura 8. Diagrama de floresta para os desempenhos transferência (T) com a indicação do

OR (IC95%).

Verifica-se que para as duas variáveis 50% dos estudos não revelam diferenças

significativas e favor do grupo experimental e que 50% revelam diferenças significativas.

Relativamente à variável reprodução verifica-se que o OR é sempre maior do que 1, logo

Page 86: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

62

podemos afirmar que o efeito da utilização do modelo 4C/ID sobre essa variável é maior para

os sujeitos grupos experimentais. Contudo, para a variável transferência verifica-se que os

OR estão mais próximos da unidade, pelo que podemos concluir que o efeito da utilização do

modelo 4C/ID sobre esta variável é menos forte (quando comparado com a reprodução).

Podemos ainda visualizar que para o estudo de Nadolski (2005) o efeito foi quase nulo,

favorecendo os sujeitos do grupo de controlo.

No Quadro 4 encontram-se os resultados da análise estatística para as variáveis

‘desempenhos de reprodução’ e ‘desempenhos transferência’.

Quadro 4

Magnitude de efeito para as variáveis ‘reprodução’ (R) e ‘transferência’ (T).

Var

iáve

l

k d SE

Intervalo de confiança

95% Teste z Teste de

heterogeneidade I2 de Higgins

Min Máx z p Q df(Q) p R 8 0.70 0.20 0.30 1.09 3.47 0.00 7.203 7 0.408 64% T 7 0.65 0.23 0.20 1.10 2.84 0.00 6.318 6 0.389 64%

Mais uma vez, tendo em consideração a natureza da amostragem deste estudo, usamos

o modelo de efeitos aleatórios. Portanto, no que diz respeito à variável ‘desempenhos de

reprodução’, verificamos que o valor médio da magnitude de efeito é 0.70 (95% IC [0,30;

1,09]), o que corresponde a uma magnitude de efeito elevada. No que respeita ao teste z,

podemos afirmar que, de acordo com os resultados deste teste (z = 3.47, p = 0.00), o valor

médio dos verdadeiros valores de magnitude de efeito é não nulo, pelo que de uma forma

geral podemos concluir que ao nível dos desempenhos de reprodução a utilização de

ambientes de aprendizagem concebidos com base no modelo instrutivo 4C/ID gera medidas

de magnitude de efeito que correspondem a efeitos moderados a fortes, em termos de

reprodução da aprendizagem.

Page 87: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

63

Relativamente à variável ‘desempenhos de transferência’, verificamos que o valor

médio da magnitude de efeito é 0.65 (95% IC [0.20; 1.10]), o que corresponde a uma

magnitude de efeito elevada. Quanto ao teste z, podemos afirmar que (z = 2.84, p = 0.00) o

valor médio dos verdadeiros valores de magnitude de efeito é não nulo, pelo que de uma

forma geral podemos concluir que ao nível dos desempenhos de transferência a utilização de

ambientes de aprendizagem concebidos com base no modelo instrutivo 4C/ID gera medidas

de magnitude de efeito que correspondem a efeitos elevados ao nível da transferência da

aprendizagem. O teste Q de Cochrane não foi significativo (p > 0.05) revelando

heterogeneidade entre os estudos não significativa. A variância estimada entre estudos (0.200

e 0.232 para as variáveis R e T respetivamente) foi elevada.

Discussão

Os resultados da meta-análise permitem suportar as hipóteses relacionadas com os

desempenhos referentes à reprodução e transferência de conhecimentos. Assim, o efeito

combinado destas duas variáveis produz, em média, um d = + 0.56 com IC95% [0.32-0.80]

denotando alguma variabilidade nas medidas de magnitude de efeito e um efeito positivo da

utilização do modelo 4C/ID sobre os desempenhos dos sujeitos dos grupos experimentais.

Neste sentido, surgiu a necessidade de discriminar a magnitude de efeito para as duas

variáveis relacionadas com os desempenhos (‘reprodução’ e ‘transferência’). Relativamente

ao efeito da utilização do modelo 4C/ID sobre as variáveis ‘reprodução de conhecimentos’

(hipótese 1) e ‘transferência de conhecimentos’ (hipótese 2) os valores de d foram + 0.70

(IC95% 0.30-1.09) e + 0.65 (IC95% 0.20-1.10), respetivamente. Os resultados mostram que

para ambas as variáveis a utilização do modelo 4C/ID produziu efeitos elevados, sendo este

resultado mais acentuado para a variável ‘reprodução de conhecimento’. Os sujeitos dos

grupos experimentais tiveram mais facilidade em reproduzir os conhecimentos adquiridos do

Page 88: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

64

que em transferir estes conhecimentos para novos problemas e situações. De facto, a

transferência de conhecimentos não é um fenómeno que se produza de modo espontâneo e é

difícil de por em evidência em termos experimentais, sobretudo quando se tratam de

aprendizagens complexas (Melo & Miranda, 2015).

No que concerne à própria metodologia da meta-análise tivemos o cuidado de

controlar algumas variáveis como: a) ‘tipo de publicação’, considerando apenas trabalhos

publicados em locais sujeitos a avaliação por peritos, b) a variabilidade das ‘dimensões dos

grupos de controlo e experimental’, dado que grupos de maiores dimensões podem ter um

peso maior sobre a população de estudos selecionados, e c) a variabilidade na ‘idade dos

participantes’.

Em termos globais, para os oito estudos selecionados os resultados sugerem que a

variável “área de estudo” não afeta a distribuição das medidas de magnitude de efeito, pelo

que se pode concluir que a eficiência do modelo é independente do contexto de aplicação,

dado que são treinadas competências que estimulam tanto a aquisição de conhecimentos

como a transferência da aprendizagem a novas situações transversais às diferentes áreas de

estudo.

Do espectro dos estudos selecionados destaca-se o trabalho de Sarfo e Elen (2007)

com d = + 1.15, claramente superior aos restantes estudos (ver Figura 5 e Quadro 2). Esta

discrepância pode ser explicada pelo fato dos autores terem usado um único instrumento de

avaliação dos desempenhos, constituído por alguns itens que apelavam à aplicação de

conhecimentos a novas situações. No artigo apenas foi feita referência aos resultados dos

desempenhos relativos à reprodução de conhecimentos, daí que não existam dados para a

variável transferência referentes a este estudo. Os resultados da meta-análise sem este estudo

revelam uma magnitude de efeito menor d = + 0.42 IC95% [0.19-0.66], face ao inicial (+

0.57 IC95% [0.36-0.78]) com seria de esperar. Relativamente ao teste z (z = 3.56, p = 0.00)

Page 89: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

65

verifica-se que o valor médio dos verdadeiros valores de efeito continua a ser não nulo e a

favor dos sujeitos do grupo experimental. O teste Q de Cochrane não foi significativo (Q(6) =

1.71, p = 0.94) revelando heterogeneidade não significativa entre os estudos. O viés de

publicação continua a não ser significativo (teste de Begg p = 0.65). A principal diferença

encontra-se na variância estimada entre estudos (t2 = 0.00) que se aproximou do zero,

demonstrando o peso excessivo do estudo de Sarfo e Elen na meta-análise. Assim, podemos

inferir que neste estudo foi usada uma metodologia experimental diferente dos restantes

estudos contaminando os resultados globais da meta-análise.

Observando os resultados da meta-análise podemos concluir que: 1) para os estudos

selecionados a utilização do modelo 4C/ID produz magnitudes de efeito moderadas a

elevadas sobre as variáveis ‘reprodução de conhecimentos’ e ‘transferência de

aprendizagem’; 2) a variável ‘estorço mental’ percecionado foi avaliada apenas em três dos

oito estudos selecionados; 3) há um notório défice de trabalhos de investigação sobre a

eficiência instrutiva do modelo 4C/ID (combinação de dados de desempenhos com a

avaliação dos esforço mental percecionado) em contexto educativo.

Considerações Finais

Este estudo teve como objetivo sintetizar os resultados da investigação existentes

sobre os efeitos da utilização do modelo 4C/ID nos desempenhos dos alunos (na reprodução e

transferência da aprendizagem). No entanto, é importante salientar que esta meta-análise,

pelo número reduzido de estudos empíricos sobre o tema, deve ser considerada como um

complemento da revisão de literatura efetuada sobre a eficiência do modelo 4C/ID. Desta

forma, este estudo pode ser considerado exploratório, tendo com principal objetivo realçar os

benefícios da utilização do modelo 4C/ID como uma abordagem eficiente para promover

aprendizagens complexas em diferentes áreas.

Page 90: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

66

O objetivo principal de uma meta-análise é sintetizar dados de muitos estudos

diferentes para descrever algum fenómeno com maior precisão, conferindo em relevância ao

tema. O lado menos apreciado desta metodologia de investigação é a identificação dos pontos

fracos na literatura, realçando áreas que necessitem de mais investigação. Neste sentido, este

artigo dá um contributo especial à investigação realizada no campo da eficiência da utilização

do modelo 4C/ID em contexto educativo, diagnosticando a necessidade de desenvolver um

maior volume de trabalhos de investigação nesta área.

Page 91: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

67

Referências

Anderson, J. (1983). The Architecture of Cognition. Cambridge MA: Harvard University

Press.

Anderson, J. (1993). Rules of the Mind. NJ: Erlbaum.

Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). NJ:

Hillsdale.

Flores, R. (2011). Examining the Design and Impact of Adaptively Faded Worked Examples

on Higth School Students´ Mathematics Problem Solving Skills. Tese de

doutoramento. Texas: Graduate Faculty, Texas Tech University.

Glass, G., McGaw, B. & Smith, M. (1981). Meta-analysis in social research. Berverly Hills,

CA: Sage.

Higgins, J. & Thompson, S. (2002). Quantifying heterogeneity in meta-analysis. Statistics in

Medicine, 21, 1539-1558. doi: 10.1002/sim.1186.

Hoogveld, B., Pass, F. & Jochems, W. (2001). The effect of web-based training in an

instructional system design approach on teachers´ instructional design behavior.

Computer and Human Behavior, 17, 363-371. doi: 10.1016/S0747-5632(01)00013-9.

Hoogveld, B. Pass, F. & Jochems, W. (2003). Application of an instructional system design

approach by teachers in higher education: individual versus team design. Teaching

Teacher Education, 19, 581-590. doi: 10.1016/S0742-051X(03)00055-6.

Janssen-Noordman, A., van Merriënboer, J., van der Vleuten, C. & Scherpier, A. (2006).

Design of integrated practice for learning professional competences. Medical Teacher,

28(5), 447-452. doi: 10.1080/01421590600825276.

Kester, L., Kirchner, P. & van Merriënboer, J. (2004). Information presentation and

troubleshooting in electrical circuits. International Journal of Science Education,

26(6), 239-256. doi: 10.1080/69032000072809.

Page 92: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

68

Kester, L., Kirschner, P. & van Merriënboer, J. (2006). Just-in-time information presentation:

improving learning a troubleshooting skills. Contemporary Educational Psychology,

31, 167-185. doi: 10.1080/69032000072809.

Lim, J. (2006). Effects of Part-Task and Whole-Task Instructional Approaches and Learner

Levels of Expertise on Learner Performance of a Complex Cognitive Task. Tese de

doutoramento. Florida: College of Education, Florida State University.

Lim, J., Reiser, R. & Olina, Z. (2009). The effects of part-task and whole-task instructional

approaches on acquisition and transfer of a complex cognitive skill. Learning

Environment Research, 57, 61-77. doi: 10.1007/s11423-007-9085-y.

Lim, J. & Park, S. (2012). An Instructional Method for Competency-based e-Learning: A

Whole-task Approach. In P. Resta (Ed.), Proceedings of Society for Information

Technology & Teacher Education International Conference 2012 (pp. 580-585).

Chesapeake, VA: Association for the Advancement of Computing in Education

(AACE).

Marôco, J. (2014). Análise estatística com o SPSS Statistics. Pêro Pinheiro: Report Number.

Melo, M. & Miranda, G. L. (2015). Learning electrical circuits: The effects of the 4C-ID

instructional approach in the acquisition and transfer of knowledge. Journal of

Information Technology Education: Research, 14, 313-337.

Merril, M. D; Drake, L., Lacy, M. & Pratt, J. (1996). Reclaiming instructional design.

Educational Technology, 36(5), 5-7.

Nadolsky, R., Kirchner, P. & van Merriënboer, J. (2005). Optimizing the number of steps in

learning tasks for complex skills. British Journal of Educational Psychology, 75, 223-

237. doi:10.1348/000709904X22403.

Page 93: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

69

Nadolsky, R., Kirchner, P. & van Merriënboer, J. (2006). Process support in learning tasks

for acquiring complex skills in the domain of law. Learning and Instruction, 16, 266-

278. doi:10.1016/j.learninstruc.2006.03.004

Ouinett, J., Surry, D., Grubb, A. & Hall, D. (2009). Essential Books in the Field of

Instructional Design an Technology. Australasian Journal of Educational

Technology, 25(5), 731-747. doi: 10.14742/ajet.1118.

Paas, F. (1992). Training strategies for attaining transfer of problem solving skill in statistic:

a cognitive load approach. Journal of Educational Psychology, 84(4), 429-434.

doi: 10.1037/0022-0663.84.4.429.

Postma, T. & White, J. (2015). Developing clinical reasoning in the classroom – analysis of

the 4C/ID-model. European Journal of Dental Education, 19, 74-80. doi:

10.1111/eje.12105.

Rosenberg-Kima, R. (2012). Effects of Task-Centered vs. Topic-Centered Instructional

Strategy Approaches on Problem Solving – Learning to program in Flash. Tese de

doutoramento. Florida: College of Education, Florida State University.

Rosenthal, R. (1995). Writing meta-analytic reviews. Psychology Bulletin, 118(2), 183-192.

Sarfo, F. & Elen, J. (2007). Developing technical expertise in secondary technical schools:

The effect of 4C/ID learning environments. Learning Environment Research, 10, 207-

221. doi: 10.1007/s10984-007-9031-2.

Susilo, A., van Merriënboer, J., van Dalen, J., Claramita, M. & Scherpnier, A. (2013). From

Lecture to Learning Tasks: Use of the 4C/ID Model in a Communication Skills

Course in a Continuing Professional Education Context. Journal Continuing

Education in Nursing, 44(6), 278-284. doi: 10.3928/00220124-20130501-78.

Sweller, J., Ayres. P. & Kalyuga, S. (2011). Cognitive Load Theory. New York: Springer.

Page 94: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

70

van Merriënboer, J. & Kester, L. (2014). The four-components instructional design model:

multimedia principles in environments for complex learning. In R. Mayer (Org.). The

Cambridge Handbook of Multimedia Learning (2nd Ed.) (pp. 104-149). New York:

Cambridge University Press.

Page 95: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

71

CAPÍTULO II – CONSTRUÇÃO DO RECURSO EDUCATIVO

DIGITAL (RED)

The 4C/ID-Model in Physics Education: Instructional Design of a Digital Learning

Environment to Teach Electrical Circuits*

Abstract

The basic physics syllabus in Portugal has been applied for training complex skills. This

requires the integrated acquisition of multiple competences such as physical reasoning,

problem solving and management skills. To promote such complex learning, instructional

design has focused on the use of authentic learning tasks that students perform in a real or

simulated task environment. The four-component instructional design (4C/ID) is a model that

starts from the use of such tasks and provides students with a variety of learning tools, which

facilitate the integrated acquisition of knowledge, skills and attitudes. In this paper, readers

are guided through the design and development of educational programs based on the 4C/ID

model. This was illustrated via a practical example in Physics education, to teach the theme

“Electrical circuits” to students of the 9th grade of compulsory education. In the article, the

followed steps are described, from prototyping to development and implementation, to

building two learning modules: electrical circuits’ representations and characteristics of series

and parallel circuits. Furthermore, the study was to present an educational innovation, that

represents the transition from traditional, fragmented and classroom-based learning to an

integrated digital learning environment based on experimental tested instructional design

*Melo, M. (2018). 4C/ID-Model in physics education: Instructional Design of a digital learning environment to teach electric circuits. International Journal of Instruction, 11(1), 103-122. https://doi.org/10.12973/iji.2018.1118a. (SJR-SCImago Q3 Education, em 2016)

Page 96: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

72

principles to instructional designers and teachers. To test the effect of the learning

environment on the students’ learning, an experimental group (nE = 76) was established on

which the learning environment was used and a control group (nC = 49) on which the theme

electrical circuits was taught by resorting to the teacher's exposition and performing exercises

in the student's book. Two tests were designed to evaluate students' learning: a test to verify if

the students were able to reproduce the knowledge taught (reproduction test) and a test that

used situations in which the students had to apply the acquired knowledge to new situations

(transfer test). The subject was taught during two 90-minute sessions and at the end of the

second session, the two tests were applied to both groups. Percentage differences with respect

to the experimental group were obtained from both groups. The sessions of both groups were

observed and at the end, the teachers were interviewed.

Keywords: Instructional design, the 4C/ID-model, Physics education, electrical circuits,

Digital learning environment.

Page 97: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

73

Introduction

This paper describes the development of a digital learning environment to teach

complex skills, in this case, the study of electrical circuits to 9th grade Physics’ students. The

focus of this paper is on instructional design. It was also the objective of this study to

investigate the effects of the instructional approach (4C/ID versus conventional) on the

students’ learning, in particular on the students’ knowledge reproduction and learning

transfer.

Theoretical Background

Instructional Design

Instructional design (ID) is defined as a systematic process that is employed to

develop education and training programs in a consistent and reliable fashion (Reiser &

Dempsey, 2007). So, ID principles may provide a framework for developing more efficient

educational training programs (Merrill et al., 1996). ID models typically specify a method

that is followed to facilitate the knowledge transfer, skills and attitudes in new situations. The

aim of ID is to facilitate the acquisition of knowledge in long-term memory via working

memory that is limited in capacity and duration until it is transformed by knowledge held on

long-term memory. Most of the current instructional models use multimedia features.

Therefore, it is necessary to know how people process this kind of information.

The learning theories on which the 4C/ID-model is based are Sweller's Cognitive

Load Theory and Mayer's Theory of Multimedia Learning. According to van Merrienböer

and Kester (2014), the general (multimedia) cognitive learning theories can be categorized in

three levels: (a) the first level corresponds to the psychological theories that describe the

memory systems and the cognitive processes involved in learning (information processing

Page 98: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

74

theory). This theory is based on the human cognitive architecture, which comprises a working

memory that interacts with a long-term memory. In this interaction the working memory

queries the information retained in the long-term memory and if learning occurred the new

information is recorded in mental schemas in the long-term memory, this process is called bt

Mayer as active processing (Paas, et al., 2003); (b) in the second level the theories for the

design of educational messages that identify the multimedia principles and establish

directions to create multimedia messages, in which the Sweller Cognitive Load Theory

(Sweller et al., 2011) and the Mayer Multimedia Learning Theory (Mayer, 2014) are

included; (c) in the third level, the theories and models that prescribe ways to develop

educational programs with the 4C/ID-model are included.

The specific contribution of the Cognitive Load Theory was to establish a set of

procedures, experimentally tested, to which instruction must obey in order to make learning

more efficient. These procedures reduce the cognitive load from the working memory in

order to facilitate the construction and/or improvement of mental schemas stored in long-term

memory (Kirschner, 2002). Thus, according to this view, learning process corresponds to the

construction of increasingly complex mental schemas that allows the release of the working

memory during the learning process. Some examples of these principles that allow the

reduction of the cognitive load imposed by the instructive material are: (i) ¢The Goal-Free

Effect¢; (ii) ¢The Worked Examples and Problem Completion Effect¢; (iii) ¢The Split-

Attention Effect¢; (iv) ¢The Modality Effect¢ (Sweller, Ayres & Kalyuga, 2011).

The Multimedia Learning Theory has become very useful for those who intend to

design digital educational resources. This theory assumes that people learn better when they

associate words and images than when they use only words. This association must be made

taking into account the human cognitive system. According to Mayer (2014), the memory is a

cognitive system that allows the learning, i.e., the learned information is recorded in long-

Page 99: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

75

term memory serving as a support to new learning and/or to restructuring knowledge

previously learned. Apart from the working memory and long-term memory, Mayer's theory

predicts the existence of a sensory memory. Thus, Mayer’s theory takes into account three

assumptions: 1) the limited capacity of the working memory; 2) the fact that the human

system of information processing has different channels to process visual and auditory

information called the "dual channel" (cf. Paivio, 1986); and 3) the fact that learning is an

active process that involves a set of cognitive processes that occur during learning. A set of

principles, derive from this theory, helping us to design more efficient digital educational

resources. Among them: the coherence principle, which implies that in a multimedia message

the words, the images and the sounds that are irrelevant for learning should be eliminated, the

temporal and space contiguity principles, which state that it is preferable to present text and

images simultaneously; and the modality principle, which states that in a multimedia

presentation the words should be narrated rather than written to avoid overloading the visual

and spatial channels.

Overview of the 4C/ID-Model

The central message of the 4C-ID-model and also of this paper is that settings for

complex learning7 can always be described by four interrelated blueprint components: 1)

learning tasks: authentic whole-tasks that aim towards the integration of skills, knowledge

and attitudes. The set of learning tasks exhibits high variability and is organized into easy-to-

difficult tasks and diminishing the support given to learners throughout each task class; 2)

supportive information (the theory): information helpful for learning and performing the

problem-solving and reasoning aspects of the learning tasks. This information provides a

7 Complex learning involves the integration of knowledge, skills and attitudes.

Page 100: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

76

bridge between what the learners already know and what they need to know to fruitfully work

on the learning tasks; 3) procedural information (the how to´s): information that is a

prerequisite for learning and performing routine aspects of learning tasks. This information is

displayed only at the moment it is needed, and for this reason it is also referred to as ‘just-in-

time’ information (JIT); and 4) part-task practice: practice items provided to learners to help

them reach a very high level of automaticity for selected routine aspects of a task.

Complex learning is always involved when a learner wants to acquire integrated sets

of learning goals. Complex learning’s aim is the integration of knowledge, skills and attitudes

in one rich, interconnected knowledge base. So, the learning task should confront the learner

with all or almost all of the constituent skills that are relevant to performing the learning tasks

and at the same time with the associated knowledge and attitudes. Constituent skills often

need to be controlled by higher-level strategies because they make little sense without taking

their related constituent skills and associated knowledge and attitudes into account. For this

reason, constituent skills are seen as aspects rather than parts of a complex skill. In a whole-

task approach, learners are directly confronted with many different constituent skills from the

start of training, although they cannot be expected to independently coordinate all those

aspects at that moment. Thus, it is necessary to simplify the tasks and to give learners support

and guidance, which are the supportive and procedure information function. A well-designed

training blueprint ensures that learners are not overwhelmed with the complexity of a task,

because tasks are ordered from easy-to-difficult, support and guidance are given when

needed, and different types of information are presented precisely at the right time. Learners

should not invest all their cognitive resources into performing the task, but should invest

sufficient mental effort into genuine learning, that is, schema construction. This category of

learning is responsible for the (i) construction of cognitive schemas, which might be

interpreted by a controlled process to generate behaviour in new, unfamiliar situations, and

Page 101: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

77

(ii) rule automation, corresponding to the learning process responsible for the automation of

cognitive schemas, which contain cognitive rules that directly guide behaviour without the

need for conscious control.

Multimedia Learning and the 4C/ID-Model

As discussed in the previous section, the aim of the four components is to facilitate

the learning process, with clear implications for the selection of suitable educational media

and relevant multimedia principles. So, linked to the four components there are 22

multimedia principles (Mayer, 2014): (i) six associated with the learning tasks in computer-

simulated environments, virtual reality systems, serious games and high-fidelity simulators

(sequencing principle, physical-fidelity principle, training-wheels principle, variability

principle, collaboration principle and completion-strategy principle); (ii) seven associated

with the supportive information in hypermedia systems, micro worlds and social media (prior

knowledge principle, multimedia principle, dynamic visualization principle, redundancy

principle, coherence principle, self-explanation principle, self-pacing principle); (iii) five

associated with procedural information with mobile apps, augmented reality, on-line help

systems and pedagogical agents (modality principle, temporal split-attention principle, spatial

split-attention principle, signalling principle and segmentation principle); (iv) one associated

with part-task practice in drill and practice computed-based training systems (component-

fluency principle); and (v) three related to the instructional control with adaptive systems and

electronic development portfolios (individualization principle, second-order scaffolding

principle and development portfolio principle).

Designing, developing, implementing and evaluating a learning environment

according to this model is not an easy task and it requires various types of conceptual and

technical knowledge. However, there is some empirical evidence on the effectiveness of the

Page 102: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

78

4C/ID-model on complex learning training programs such as medicine and dental medicine

(Postma & White, 2015, 2016; Vandewaetere, et al., 2015; Maggio, et al., 2015), and science

and informatics (Lim, et al., 2009; van Rosmalen, et al., 2014; Melo & Miranda, 2015; Halil

& Elkhider, 2016).

Recent instructional models, such as the 4C/ID-model, stress the use of whole-tasks as

a starting point to the learning process. But, there is a severe risk on the use of this kind of

strategy because of the implicit task complexity. Cognitive load theory offers guidelines to

deal with the very limited processing capacity of the human working memory.

Due to the task complexity of the whole-task practices, students may have difficulties

with learning. In the 4C/ID approach, it is important to be careful with cognitive load

management. According to Sweller (1988) there are three different types of cognitive load

that need to be considered by instructional designers:

- Intrinsic cognitive load that is a direct function of performing the task, in particular, the

number of elements that must be simultaneously processed in the working memory;

- Extraneous cognitive load results from the ineffective instructional design and needs to be

prevented;

- Germane cognitive load imposed by processes directly relevant for learning (schema

construction and automation). A well-designed instruction should optimize germane

cognitive load within the limits of the total available working-memory capacity.

A basic assumption of the cognitive load theory is that an instructional design that

results in a good use of the working memory capacity, due to low extraneous cognitive load

induced by appropriate instructional procedures, may be further improved by encouraging

learners to engage in conscious cognitive processing directly relevant to learning. Intrinsic,

extraneous and germane cognitive load are additive so the total of the three types of cognitive

load cannot exceed the working memory capacity. Consequently, the greater amount of

Page 103: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

79

germane cognitive load created by the instructional design, will increase the learning

potential.

How you can manage these three types of cognitive load? The 4C/ID-model suggests

the following strategies, in terms of task sequencing and information presentation, to manage

these types of cognitive load: (i) sequence learning task classes from simple-to-complex. In

order to decrease the cognitive load induced by complex tasks, the first task class should be

the simplest version of the whole-task that learners encounter in the real world. For learning

tasks within an easier task class, fewer elements and interactions between elements need to be

processed simultaneously in working memory, so as the task class becomes more complex,

the number of elements and interactions between the elements increases, for example, in the

analysis of an electrical circuit it is relevant to present to the students the circuit diagram, so

an increase in complexity corresponds to the introduction of more elements in the circuit

connected in different forms, which leads the students to train the competence "analysis of a

circuit"; (ii) sequence learning tasks with decreasing learner support (fading from high-to-no

support) is another way of managing learners’ cognitive overload imposed by complex whole

tasks. Cognitive load theorists have developed alternative formats for learning tasks to adjust

learner activities in a way that reduces the extraneous cognitive load caused by conventional

tasks. Van Gerven et al., (2002) verified that worked examples facilitate schema construction

and transfer performance more than actually solving the equivalent problems do. Other

researchers suggest the use of completion tasks, with an intermediated level of support,

combining the advantage of worked examples and conventional learning tasks (cf. Paas,

1992; van Merriënboer & de Crook, 1992); (iii) sequence learning tasks in a variable order

(high contextual interference). In order to increase germane cognitive load and thus

facilitating learning, each learning task should be sequenced in a highly variable order, that

is, each subsequent learning task is different from the previous ones in terms of dimensions;

Page 104: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

80

the reason for sequencing learning tasks in a variable order is because this increases the

chances that similar features can be identified and that relevant features can be distinguished

from irrelevant ones. Variability of practice almost affects the development of schemata and

promotes subsequent learning transfer by an inductive process; (iv) present supportive

information before learners start working on the learning tasks and make it accessible to

learners during the whole-task practices, because supportive information involves mental

models (e.g. “What is this?”; “How is this organized?”; “How does this work?”) and

cognitive strategies (e.g. heuristics to solve problems) with high inherent complexity; (v)

present just-in-time information when learners need it to prevent temporal and spatial split-

attention effects; and finally (vi) part-task practice automates particular recurrent aspects of

the complex skill, because automated recurrent skills may decrease the cognitive load

associated with performing the whole-task, making performance of the whole skill more

fluid, decreasing the chance of making errors due to cognitive overload.

The 4C/ID model suggests 10 steps for a detailed training blue print: 1) decompose

the complex skill; 2) sequence task classes; 3) design learning tasks; 4) analyse mental

models; 5) analyse cognitive strategies; 6) design supportive information; 7) analyse rules

and procedures; 8) analyse prerequisite knowledge; 9) design just-in-time information; 10)

design part-task practice. Four of those steps (3, 6, 9 and 10) pertain, in order, to the four

components of the 4C/ID-model. The remaining six steps have an analytical nature and allow

for the effective design of learning activities. For example, step 1 (decompose the complex

skill), first the whole complex skill is deconstructed into its constituent skills and the

appropriate performance objectives are formulated for each constituent skill; according to the

characteristics of the desired final performance objectives the constituent skills are classified

as either recurrent (routine) our non-recurrent skills (varies from problem to problem). Step 2

(sequence task classes), yields the first outline of the training program, steps 4 (analyse

Page 105: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

81

mental models) and 5 (analyse cognitive strategies) are focused on the analysis and

identification of general knowledge required for students to perform non-recurring aspects of

the skill.

Learning Environment Design

This section describes the methodology used to design a digital learning environment

to teach 9th grade students to analyse a simple electrical circuit (called “Circuitos Elétricos”).

All the steps followed to produce the final version of the prototype are described. The digital

educational resource was built with Adobe Flash® CS3 Professional and it works both in

MacOS and Windows environments.

Set performance objectives

The instructions for the digital learning resource design follow the principles of the

4C/ID-model (van Merriënboer, 1997). The design started by skill analysis and

decomposition. Skill decomposition, splitting a skill into all of its components or basic

elements, aims at the description of all constituent skills and interrelationships between them,

which together make up the complex cognitive skill. The result of this skill decomposition

process is a skill hierarchy that is represented in the design blueprint shown in Figure 9.

Page 106: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

82

Figure 9. A hierarchy of constituent skills with an indication of associated knowledge and

attitudes for the complex skill “Analyse a simple electrical circuit”.

A well-designed training program for 9th grade physics students will not teach each of

these constituent skills separately, but will teach them in an integrated fashion. As can be

seen from Figure 9, a hierarchy of constituent skills is used as an organizing framework for

the whole knowledge base. Knowledge and attitudes are fully integrated in this framework,

subordinate to the constituent skills. Constituent skills adjacent to each other horizontally can

be performed sequentially (e.g., you first have to “Know symbols used in a circuit

representation”, then “Identify circuit representation”, then “Make a circuit diagram” and

then “Analyse a series and parallel circuit”) or simultaneously (e.g., you first have to “Know

symbols used in a circuit representation”, then “Identify a circuit representation” and

simultaneously “Make circuit diagram” and then “Analyse a series and parallel circuit”).

Constituent skills at a lower level, on the vertical dimension, enable the learning and

performance of skills higher in the hierarchy (e.g., you must be able to “Select symbols” to

“Identify symbols in a circuit representation”; you must be able to “Establish links between

electrical components” to “Make a circuit diagram”; you must be able to “Identify series and

Page 107: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

83

parallel representation”, to “Relate current and voltage in series and parallel” and to ”Infer

about brightness ratio in series and parallel” in order to be able to “Analyse a series and

parallel circuit”).

Design Learning Tasks

The application “Circuitos elétricos” is structured in three lessons: lesson 1, lesson 2,

and lesson 3. Lesson 1 is made up of three learning tasks and has two main objectives: 1) to

introduce the concept of electric current and electrical conductivity and 2) to allow students

to have a first contact with the learning environment, thus helping them to reduce the

cognitive load associated with routine skills, like knowing how to access supportive

information and the sequence of the learning tasks. All learning tasks were organized

according to the sequencing principle, i.e., from simple-to-complex.

In lesson 2 the symbols of the devices used in the representation of an electrical

circuit are introduced. In this lesson students have to associate the device name with its

symbol. The devices are always presented in a circuit diagram, because the competence to be

worked on is the analysis of a simple electrical circuit. Figure 10 (a) shows a circuit used in

this lesson for students to name the devices shown.

In lesson 3 the main objective is to introduce the concepts of series and parallel

circuits. In this lesson students are able to relate to a series and parallel circuit: bulb

brightness, voltage and current. All learning tasks are presented via a simple electrical circuit

analysis approach. Figure 10 (b) represents a series circuit in which students are expected to

draw connections between voltage and current.

Page 108: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

84

Figure 10. (a) Example of a circuit for lesson 2 and (b) example of a circuit for lesson 3.

Figure 11. Sequence of learning tasks in lessons 2 (a) and 3 (b).

Figures 11 (a) and (b) show the sequences of the learning tasks for lessons 2 and 3.

The circles represent the learning tasks and the gray fill represents the level of support and

guidance. Students were presented with a modeling example8 with two parts: first students

watched a video with an explanation of the theoretical concepts and then they were required

to follow all the steps of a worked problem, always receiving messages that explained the

decision making process at each step. In this case constituent skills are taught in the context

of the whole-task and not as isolated procedures as in a part-task approach. According to the

8Modeling examples are problems in which an expert demonstrates why he or she is doing what he or she is doing in order to reach a solution (van Merriënboer, 1997).

(a) (b)

Supportive informationSupp

ortiv

ein

form

atio

n

Just-in-time information

Task 1

Modelingexample

Task 2

Completion problem

Task 3

Convetionalproblem

Task 4 to Task 10

Part-task practice

Task 11

Convetionalproblem

Task 12 to Task 14

Part-task practice

Task 15

Convetionalproblem

Task 16

Convetionalproblem

Supportive informationSupp

ortiv

ein

form

atio

n

Just-in-time information

Task 1

Modelingexample

Task 2

Completion problem

Task 3

Convetionalproblem

Task 4 Task 5 Task 6

Part-task practice

(a)

(b)

Page 109: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

85

4C/ID–model principles, this modeling example was the first whole learning task that

learners encountered (training-wheels principle).

After completing the first learning task, the students received a second whole learning

task – a completion problem, as a practice activity (completion-strategy principle). And then

students are confronted with a conventional problem9 without support and guidance.

In lesson 2 the students are put in contact with the symbology used in a circuit schema

as well as with simple circuit diagrams with multiple components. Task 1 corresponds to a

worked example (modelling example) in which students had to click on the icon on which the

name of the electronic device is inscribed so that the appropriate symbol representation

emerges. Modelling examples provide maximum guidance, because learners are confronted

with a task similar to the whole-tasks that need to be studied and evaluated by the learner, in

which the learner pays explicit attention to the solving process. Task 2 corresponds to a

completion problem in which students had to choose the option that matches the names of the

three devices that do not have the name inscribed. Finally, in task 3, learners are confronted

with a conventional problem in which they had to select the option that matches the names of

the five devices shown in each white square. Tasks 4, 5 and 6 correspond to practical

exercises in which students had to identify the symbols of electric devices in simple electrical

circuit representation.

In lesson 3 learners are exposed to series and parallel circuits. Task 1 corresponds to a

worked example (modelling example). This is a whole-problem in which all features that aim

to teach about series and parallel circuits are shown. In this example the students are required

to analyse a circuit diagram and to read all the questions and their answers in order to

9Conventional problems are problems for which some given state and a specific goal state are provided and the task is to find a solution to reach the goal (van Merriënboer, 1997).

Page 110: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

86

advance to the next item. Therefore, the task shows the general model used in the analysis of

this kind of circuit.

Completion tasks provide learners with a given state, criteria for an acceptable goal

state and a partial solution. The leaners must complete the partial solution by determining and

adding the missing steps, either at the end of the solution or in one or more places in the

middle of the solution. A particularly strong point of completion tasks is that the learners

must carefully study the partial solution provided to them, because otherwise they will not be

able to come up with the complete solution. Van Merriënboer and de Crook (1992) suggest

that completion tasks are especially useful in design-oriented task domains and were

originally developed in the domain of science and software development, where learners had

to fill in missing command-lines in partial computer programs. A well-designed completion

task ensures that learners can understand the partial solution and still have to perform a non-

trivial completion.

The conventional tasks used in this learning environment are, according to van

Merriënboer and Kirschner (2009), called imitation tasks in which learners are confronted

with a conventional task in combination with a case study of an analogous task. So, the

solution presented in the case study provides a blueprint for approaching the new task,

focusing attention on possibly useful solution steps. The required imitation is a sophisticated

cognitive process where learners must identify the analogy between the case study and the

given task and use the case study to plan a new solution (Vosniadou & Ortony, 1989).

Imitation tasks are quite authentic, because experts often rely on their knowledge of specific

cases to guide their problem solving behaviour on new problems (case-based reasoning).

The common element of all of these types of learning tasks is that they direct the

learners’ attention to problem states, acceptable solutions and useful solution steps. This

helps them mindfully abstract information from good solutions or use inductive processes to

Page 111: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

87

construct cognitive schemas that reflect generalized solutions for particular types of tasks.

This design was chosen because for novice learners, studying useful solutions together with

the relationships between the characteristics of a given situation and the solution steps

applied, it is much more important for developing problem solving and reasoning skills than

solving equivalent problems (van Merriënboer & Sweller, 2005). Only more experienced

learners, who have already developed most of the cognitive schemas necessary to guide their

problem solving, should use conventional tasks without support and guidance. This is why it

was decided to introduce a series of learning tasks in lessons 2 and 3 to train and stimulate

the development of cognitive schemes for the resolution of conventional tasks that are closer

to real-world tasks.

All learning tasks were designed with care to eliminate irrelevant aspects for the

training program, as required by the physical-fidelity principle. In each learning class it was

decided to diversify the types of items, such as true and false items, multiple choice items,

completion items and drag-and-drop items (variability principle).

Design Supportive Information

Having designed the learning tasks, the next step is to design supportive information

to carry out the learning tasks. It is this information that bridges the gap between the

knowledge of the students and what they need to know to develop the complex skills they are

learning. Supportive information helps learners to establish meaningful relationships between

newly presented elements and their prior knowledge. This process yields rich cognitive

schemas that relate many elements to many other elements. Such schemas allow for deep

understanding and increase the availability and accessibility of task related knowledge in

long-term memory.

Page 112: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

88

Supportive information is the information that teachers typically called “the theory”

and it is divided into three parts: 1) description of the domain models10; 2) description of the

systematic approaches to problem solving – SAPs11; and 3) the cognitive feedback12 linked to

the performance quality. In this project the domain models were presented in the form of

videos (called “Informação de suporte”/”supportive information”), the cognitive strategies

through a worked-example and the cognitive feedback with multimedia messages that arise

when the students select their response. The design of supportive information videos

followed the principles of the Multimedia Learning Theory referred to in Multimedia

Learning and the 4C/ID-Model section, mainly, the absence of sounds, words and images that

are not relevant for learning, the simultaneous presentation of text and images, and the

presentation of images (statics and moving) with narrated words.

Supportive information reflects the mental models (domain models) that allow us to

reason within the task domain. There are four types of models: (i) conceptual models, which

correspond to the concepts and their elements allowing the description and classification of

objects or tasks (helping the learner to answer to the question “What is this?”); (ii) structural

models, which describe how objects or tasks are related to each other in time and space (it’s

related to organization); (iii) casual models that focus on how objects or tasks affect each

other and help the learner to interpret processes, give explanations and make predictions

(such models help the leaners to answer the question “How does this work?”); and (iv) causal

models that relates an action to an effect, called principles; so causal models deal with

principles or theories. In this case it was presented the domain model as a conceptual model

10 A description of learning in terms of applicable facts, concepts, principles and plans. It is the result of the analysis of metal models. Examples of domain models are conceptual models, causal models and structural models (van Merriënboer & Kirschner, 2009). 11 A description of a systematic approach to problem solving in terms of subsequent problem-solving phases and rules-of-thumbs that may help to successfully complete each phase. It is the result of an analysis of cognitive strategies (van Merriënboer & Kirschner, 2009).12 The type of feedback that allows the learner to reflect on the quality of found solutions or the quality of the problem solving process (van Merriënboer & Kirschner, 2009).

Page 113: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

89

in lesson 2, because typical kinds of electrical circuits were discussed, as well as the state of

typical components such as switches, resistors and batteries. On the other hand, the domain

model presented in lesson 3 was a causal model, because it was presented principles of series

and parallel circuits that allow the learners to draw implications by predicting a certain

phenomenon such as the current and voltage in circuit branches.

Supportive information also reflects knowledge with respect to cognitive strategies

that allow us to perform tasks and to solve problems (SAPs); it specifies the phases that an

expert typically goes through while carrying out the task as well as the rules-of-thumb that

may be helpful to successfully complete each phase. In this case this kind of knowledge is

presented to the students in the worked example that appears at the beginning of each lesson.

What is the best strategy to present the supportive information? There are three

strategies: 1) deductive strategy; 2) inductive strategy; and 3) guided discovery. In this case it

was decided for the deductive strategy because it is the most common strategy that allows us

to manage time in a more effective way, and it is more suitable for the participants age.

Deductive presentation strategy works from general and abstract information presented in

SAPs and domain models toward concrete illustrations of this information. In this case, the

first learning tasks of each lesson took the form of a modeling example that was used to

illustrate the presented SAPs and domain model. For instance, in lesson 3 students had to

recognize series and parallel circuit representation so, general information included the

differences between the two types of circuits and the first learning task was a worked-

example that explained the problem-solving phases and rules-of-thumb that may help learners

to successfully complete the task. In our project the “theory” is first presented, and after

students should “apply” this theory to the first learning task that is a worked-example.

Cognitive feedback consists of information (including prompts, cues and questions)

that helps learners to construct or reconstruct their cognitive schemas in such a way that

Page 114: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

90

future performance is improved. Cognitive feedback stimulates learners to reflect on the

quality of both their personal problem-solving processes and the solutions that they have

found, thus more effective cognitive strategies and mental models can be developed. This

kind of feedback is provided after learners have completed a learning task. For example, in

this learning environment students should select the correct values marked by ammeters X

and Y and if they clicked the wrong alternative, an error message appeared (in the blue box)

with the following information "Wrong answer! See how the lamps are associated." So, the

main idea of this learning task is to determine the current flowing through each lamp, but first

the students should recognize how the lamps are connected.

Design Procedural Information

Procedural information refers to: 1) just-in-time (JIT) information displays, providing

learners with the rules or procedures that describe the performance if recurrent aspects of a

complex skill are used and if knowledge prerequisite is required for correctly carrying out

those rules or procedures; 2) demonstrations of the application of those rules and procedures

as well as instances of the prerequisite knowledge; and 3) JIT of corrective feedback errors.

Considering the participants age and the kind of content taught, procedural information is

focused only on corrective feedback.

In contrast to cognitive feedback, the main function of corrective feedback is not to

foster reflection, but rather to detect and correct errors that involve a direct modification of

the learner’s actions (Argyris & Schön, 1978), for example, in a learning task in which

students have to select the correct option, if they select the incorrect option a corrective

feedback message appears with the following information “Wrong answer! Look carefully at

the switches’ positions”, for students to re-analyze the circuit. This kind of feedback message

is presented not only to help learners to recognize that an error has been made, but also to

Page 115: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

91

explain why there is an error, giving them a hint as to how to reach the desired goal. This

feedback should promote the compilation of newly acquired knowledge into cognitive rules.

After the knowledge is compiled, the solution is generated by these new rules. In this case,

students were expected to identify, from a description of the diagram of an electrical circuit,

that the complex learning is related to the generation of the circuit image, combining the

features of each component on the circuit. Therefore, it is necessary that the students compile

the rules inherent to such representation, in a similar way to what a computer does when

compiling a program.

Design Part-Task Practice

Part-task practice should always be provided in the context that learners must already

be able to relate and integrate them into required whole-task performance. This could be

reached by first presenting modelling examples or other learning tasks (completion examples)

that allow learners to understand how the part-task fits into the whole-task. Were proposed

two sets of practical problem after learners have analysed a modelling example: a completion

problem and solving a conventional problem. So these sets of part-task problems are inserted

into a fruitful cognitive context, because learners are able to relate and integrate knowledge,

attitudes and skills that are necessary to analyse a simple electrical circuit. The second

important aspect is the distribution of the part-task training over time. Van Merriënboer and

Kirschner (2009) recommend that it is best to distribute sessions over time, alternating with

learners working on learning tasks, and Schneider (1985) mentions that this intermixing

procedure promotes integration of knowledge, attitudes and skills.

Page 116: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

92

Method

Participants

The research was carried out in a private school in Lisbon, using a sample of 129

students from the 9th grade (age: M = 14.3 years; SD = 0.54), distributed throughout five

classes. Although each class was a natural group (without random selection), the selection

process of the groups for the experimental (nE = 78) and control (nC = 51) groups was

random.

Instruments

To study the effect of the 4C/ID approach, two achievement tests were used: (1) The

reproduction test that consists of 14 multiple-choice items (each correct answer is 1 point and

each wrong answer is 0 points) that were similar to the learning tasks carried out by students

in both groups, (2) a multiple-choice learning transfer test, applied to both groups, consisting

of 14 items (each correct answer is 1 point and each wrong answer is 0 points), which

appealed to the application of acquired knowledge to different situations. The reproduction

test used the same circuit diagrams that were worked out in the classes and the transfer test,

the circuit diagrams were used in the different contexts, such as the presentation of the

devices in different positions in the circuit, more elements in series and parallel and the use of

lamps with different resistances.

The reactions and behaviours of both groups of students were also observed at the

beginning and during the sessions in which the experiment took place and at the end of the

training programme, the teachers who were involved in this project were interviewed. Thus,

an observation sheet and an interview guide were created to collect the qualitative data.

Page 117: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

93

Procedure

In the experimental group the theme "Electrical Circuits" was taught through a digital

learning environment based on the 4C/ID-model. This environment was composed of three

sessions (learning classes) with distinct objectives: Class 1 - exploration of the concepts of

electric current and voltage with the intention of promoting the first contact with the features

learning environment; Class 2 - learn how to create a simple electrical circuit; and Class 3 -

learn the characteristics of a series and parallel association. In the control group the same

subject was taught based on a conventional method (teacher-centred with a daily notebook, a

student manual and a simple calculator). Three teachers were involved in this research: one

teacher (the researcher) with one class from the experimental group and two more teachers,

each one with one class from de experimental group and another class from the control

group. The two groups performed similar learning activities.

The achievement tests were applied to both groups in two moments: in the last class

of the training programme (1st application) and one week after the training programme

(follow-up).

The experiment was conducted as follows: the classes of the two groups started the

study of electrical circuits on the same day using different instructional methods. The

experimental groups used a computer room with one computer per student and with an

individual audio system to carry out the learning tasks proposed in the digital educational

resource. The control group had classes in their classroom and used the resources provided by

the teachers (PowerPoint presentations, simulations explored by the teachers, a manual, a

notebook, a pencil and a calculator). The experiment was conducted in two 90-minute

sessions over two weeks.

Page 118: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

94

Three teachers were involved. One of the teachers who was the researcher stayed with

an experimental group class and the other teachers had an experimental class and a control

class each.

Results

Before presenting the results, it is important to highlight that the main objective of this

study is to describe how the digital resource was thought up and constructed. This justifies

the option to present the results referring to student performance on the topic of a simple

electrical circuit analysis with a brief description of the students’ reactions and behaviour and

teacher perception about the experience. Other studies have covered different variables such

as the perceived mental effort of students in achievement tests, the instructional efficiency

(Melo & Miranda, 2015) and students approaches to learning (Melo & Miranda, in press).

The mean value of the scores obtained in each of the tests for the 1st application and

for the follow-up of both groups were presented. The graphical representation of each

group’s performance in both tests was shown in Figure 12.

Figura 12. Performance of both groups on the reproduction and transfer test for the 1st

application and for the follow-up application.

Page 119: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

95

As shown in Figure 12, students from the experimental group obtained similar scores

on both reproduction and transfer tests and students from the control group obtained lower

results in both achievement tests. Observing the performance of the two groups in both tests,

it is found that the students in the control group tended to score slightly lower than those of

the students in the experimental group in the reproduction test. However, with respect to the

transfer test scores, the results show that the students in the control group have much lower

scores when compared with those in the experimental group.

In order to quantify these differences, was calculated the percentage difference from

the experimental group using the formula:

%difference =

M,-− M

/-

M,-

×100

MEG and MCG are the mean scores of the achievement tests for the experimental group and

the control group respectively. The following values were collected: for the 1st application

6.6% for the reproduction test and 21.4% for the transfer test; for the follow-up application

11.4% for the reproduction test and 22.6% for the transfer test. Then, it turns out that students

from the experimental group performed better in the application of knowledge about

electrical circuits in new problem situations.

In order to interpret the differences found on achievement tests scores it was also

relevant characterize the reactions and behaviours of the students of the two groups during

the training sessions. Thus, the two sessions of the two groups were observed and the

reactions and behaviours of the students recorded at the beginning and during each session. It

was conducted interviews to teachers to get their perceptions about students' reactions and

behaviours.

Table 5 presents the results of observation of the reactions and behaviours of the

students of the two groups throughout the two training sessions.

Page 120: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

96

Table 5

Summary of reactions and behaviours of students in both groups.

Experimental group Control group At the beginning …

The students were very curious and agitated about being in a different class (1st session).

Students entered the classroom normally (1st and 2nd sessions).

During the class …

- The students were very involved and focused on the tasks (1st and 2nd sessions); - The students took notes autonomously (1st and 2nd sessions); - Students completed all tasks (1st and 2nd sessions).

- The students were attentive to the teacher's exposition (1st and 2nd sessions); - The students showed little involvement and focus on the tasks (1st and 2nd sessions); - Some students did not complete all tasks (1st and 2nd sessions).

The interviewed teachers reported that during the completion of the learning tasks the

students of the experimental group were very focused and committed, always showing great

care when reading the messages of the corrective and cognitive feedback system. The fact

that the students could manage their learning rhythm was mentioned as very positive.

Regarding the control group students, the teachers reported that during the writing tasks the

students were more dispersed and more distracted. It was also mentioned that some students

in this group could not finish their learning tasks autonomously because the learning rhythm

was totally teacher-centered.

The students in the control group completed all almost of the short answer tasks that

involved the knowledge reproduction, however the tasks that involves the learning transfer

were incomplete or not performed. It was also found that the students in the control group

had greater difficulty in performing the tasks that involves the analysis of series and parallel

circuits, because they imply the establishment of more relationship between physical

variables (e.g. electric voltage, electric current and electric resistance) which implies a must

more focussed attitude.

Page 121: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

97

Discussion and Conclusion

The main purpose of this study was to introduce a framework to design a digital

learning environment with the 4C/ID-model and to analyse a learning example to teach

electrical circuits to students of the 9th grade of compulsory education. It was also our

objective to study the effects of the instructional approach (4C/ID versus conventional) on the

students’ learning, in particular on students’ knowledge reproduction and learning transfer.

The main compelling reason for using the approach of complex learning in physics

education, is that the whole-task models (like the 4C/ID-model) provide a solid framework

for the development of learning activities that foster students’ functioning in a varied set of

complex learning situations. As a result of using this kind of approach, the development of a

rich set of mental models and cognitive strategies is facilitated, allowing students to use

efficient problem-solving strategies in electrical circuits. By using authentic tasks, complex

learning is supported and hence the transfer from the digital environment to another situation

becomes more feasible. That’s why the control group students had the lower scores in the

transfer test.

Through quantitative data on students’ performance and qualitative data, it is relevant

to highlight the positive findings of this experiment: 1) the fact that the learning tasks were in

a computerized environment, in which students worked individually, which made the

learning process totally centred on students, leading them to an autonomous and efficient

management of learning rhythm; 2) corrective and cognitive feedback systems stimulated the

transfer of learning and allowed the establishment of relationship between students' prior

knowledge and new knowledge, promoting the construction and the improvement of mental

frameworks; the efficient management of working memory resources making them more

available for analysis and reflection on the contents of instructional materials; 3) the use of

Page 122: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

98

new cognitive learning theories made the design of learning resources more attractive and

efficient for students and gave them a more active role in the learning process.

Differences found on scores obtained by the two groups in the learning transfer test

can be interpreted based on the theoretical framework and from the qualitative data. These

differences can be explained by a combination of two factors: 1) the 4C/ID-model is based on

the principles of cognitive load theory, so the interaction between the four components allows

the minimization of the cognitive load imposed by the instruction, which probably implies

that the students of the experimental group perceived less cognitive load in the application of

learned knowledge to new situations and (2) qualitative data shows that students in the

experimental group solved learning tasks on electrical circuits with greater concentration and

commitment when compared to the control group, which may also have occurred in the

performance of the learning transfer test.

In conclusion, there are 10 steps to follow for the development of whole-tasks based

on the 4C/ID-model. These steps offer science teachers and instructional designers a way to

introduce further the whole-task approach in physics education and to deal with practical,

theoretical and technical issues. In addition, new research paths can be developed using the

whole-task approach, i.e., this digital learning environment could be tested on other

secondary schools and other physics themes can be learned using this kind of instructional

approach.

It is important to point out that the results presented in this article are part of other

studies and they were already mentioned, the main purpose of this paper is to describe the

method used in the design and construction of an educational resource based on the 4C/ID-

model. It should also be noted that the results presented here are only valid for this

population, which suggests that the use of the 4C/ID-model in the classroom context seemed

to be more efficient than a conventional teaching method. Thus, this study intends to provide

Page 123: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

99

a contribution to the validation of the use of the 4C/ID-model in the classroom for this age

range.

As already mentioned, Melo and Miranda (2015) studied the instructional efficiency

of this learning environment. The main objective of the study was to investigate the effect of

the "circuitos elétricos" digital environment on the students' performance variables

(reproduction and learning transfer) and on the perceived mental effort (cognitive load

measurement) by the students, to study the effect of the instructional approach on the

instructional efficiency. The authors perform a quasi-experimental study comparing two

different instructional approaches: the 4C/ID-model (experimental group, n = 78) versus a

more traditional approach (control group, n = 51) based on a teacher-centred strategy. The

results revealed: 1) significant differences in the level of performance (reproduction and

learning transfer) of the students, and these differences were greater in the learning transfer;

2) a more marked decrease in the perceived mental effort by the students in the learning

transfer tests. In general, the results showed that the use of the digital learning environment

led students to solve learning tasks more efficiently. Therefore, students who used the digital

learning environment developed mental schemes that allowed them to apply the acquired

knowledge to new situations with a lesser perceived mental effort.

In another study (Melo & Miranda, in press), the same authors found that the use of

the 4C/ID approach modified the type of students learning approach, verifying that students

who use this type of instructional approach tended to adopt a deeper learning approach.

Page 124: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

100

Suggestions for Further Research

The main limitation of this study was the deficit of variables studied that allowed for

the characterizing of the learning process in both groups. Thus, the study of the variables self-

autonomy, motivation for learning and learning ability is recommended. So, it would be very

important to combine quantitative data with qualitative data, namely through the use of

research interviews and observation of how students solve problems. The use of a mixed-

method research allows a deeper interpretation of qualitative data along with the frequency of

quantitative results, in particular to better understand how students do learning transfer.

It would also be important to replicate this study more times over time to confirm the

results of the 4C/ID-model’s learning advantages.

The replication of this study with different samples of the same level of education is

also important, because it is possible to understand the effect of the scholar population type,

e.g., the socioeconomic level on learning process, which may affect the efficiency of the

instructional model. It will also be interesting to see if the efficiency of the 4C/ID-model is

affected by the subject/discipline in which it is applied at the same level of education.

Page 125: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

101

References

Argyris, C., & Schon, D. (1978). Organizational learning: A theory of action perspective.

Reading. Addison Wesly, MA.

Halil, M. K., & Elkhider, I. A. (2016). Applying learning theories and instructional design

models for effective instruction. Advances in Physiology Education, 40(2), 147.

doi:10.1152/advan.00138.2015.

Kirschner, P. A. (2002). Cognitive load theory: Implications of cognitive load theory on the

design of learning. Learning and Instruction, 12(1), 1-10.�

Lim, J., Reiser, R., & Olina, Z. (2009). The effects of part-task and whole-task instructional

approaches on acquisition and transfer of a complex cognitive skill. Educational

Technology Research & Development, 57(1), 61-77. doi:10.1007/s11423-007-9085-y.

Maggio, L. A., Cate, O., Irby, D. M., & O’Brien, B. C. (2015). Designing evidence-based

medicine training to optimize the transfer of skills from the classroom to clinical

practice: Applying the four Component Instructional Design model. Academic

Medicine, 90(11), 1457-1461. doi: 10.1097/ACM.0000000000000769.

Mayer, R.E. (2014). The Cambridge Handbook of Multimedia Learning (2nd Ed.). New

York: Cambridge University Press.

Melo, M., & Miranda, G. L. (2015). Learning electrical circuits: The effects of the 4C-ID

instructional approach in the acquisition and transfer of knowledge. Journal of

Information Technology Education:Research, 14, 313-337.

http://www.jite.org/documents/Vol14/JITEv14ResearchP313-337Melo1752.pdf.

Accessed 14 January 2017.

Melo, M. & Miranda, G.L. (in press). Modelo 4C/ID: efeito sobre as abordagens à

aprendizagem dos alunos do 9ºano. Análise Psicológica.

Page 126: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

102

Merrill, M. D., Drake, L., Lacy, M. J., & Pratt, J. (1996). Reclaiming instructional design.

Educational Technology, 36(5), 5-7.

Paas, F. (1992). Training strategies for attaining transfer of problem-solving skills in

statistics: A cognitive-load approach. Journal of Educational Psychology, 84, 429-

434.

Paas, F. G., Tuovinen, J. E., Tabbers, H., & Gerven, P. W. (2003). Cognitive load

measurement as a mean to advance cognitive load theory. Educational Psychologist,

38(1), 63-71.

Paivio, A. (1986). Mental representation: A dual coding approach. New York: Oxford

University Press.

Postma, T. C., & White, J. G. (2016). Developing integrated clinical reasoning competencies

in dental students using scaffolded case-based learning - empirical

evidence. European Journal of Dental Education, 20(3), 180-188.

doi:10.1111/eje.12159.

Postma, T. C., & White, J. G. (2015). Developing clinical reasoning in the classroom -

analysis of the 4 C/ ID-model. European Journal of Dental Education, 19(2), 74-80.

doi:10.1111/eje.12105.

Reiser, R. A., & Dempsey, J. V. (2007). Trends and issues in instructional design and

techonology (2nd ed). Merrill Prentice Hall, NJ.

Schneider, W. (1985). Training high-performance skills: Fallacies and guidelines. Human

Factors, 27, 285-300.

Sweller, J. (1988). Cognitive load during problem solving: Effects on learning. Cognitive

Science, 12, 257-285.

Sweller, J., Ayres, P., & Kalyuga, S. (2011). Cognitive Load Theory. New York: Springer.

Page 127: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

103

Van Gerven, P. W. M., Paas, F. G. W. C., van Merriënboer, J. J. G., & Schmidt, H. G.

(2002). Cognitive load theory and aging: Effects of worked examples on training

efficiency. Learning and Instruction, 12, 87-105.

Van Merriënboer, J. J. G. (1997). Training complex cognitive skills: A four-component

instructional design model for technical training. NJ Englewood Cliffs: Educational

Technology Publications.

Van Merriënboer, J. J. G., & de Crook, M. B. M. (1992). Strategies for computer-based

programing instruction: Program completion vs. program generation. Journal of

Educational Computing Research, 8, 365-394.

Van Merriënboer, J. J. G., & Sweller, J. (2005). Cognitive load theory and complex learning:

recent developments and future directions. Educational Psychology Review, 17, 147-

177. doi: 10.1007/s10648-005-3951-0.

Van Merriënboer, J.J.G., & Kirschner, P.A. (2009). Ten Steps to Complex Learning.

Routledge, New York.

Van Merrienböer, J.J.G., & Kester, L. (2014). The Four-Component Instructional Design

Model: Multimedia Principles in Environments for Complex Learning. In R. Mayer

(Ed.). The Cambridge Handbook of Multimedia Learning (pp. 104-149). New York:

Cambridge University Press.

Van Rosmalen, P., Boyle, E. A., Nadolski, R., van der Baaren, J., Fernández-Manjón, B.,

MacArthur, E., & Star, K. (2014). Acquiring 21st Century Skills: Gaining Insight into

the Design and Applicability of a Serious Game with 4C-ID. Games & Learning

Alliance, 327. doi:10.1007/978-3-319-12157-4_26.

Vandewaetere, M., Manhaeve, D., Aertgeerts, B., Clarebout, G., Van Merriënboer, J. G., &

Roex, A. (2015). 4C/ID in medical education: How to design an educational program

Page 128: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

104

based on whole-task learning: AMEE Guide No. 93. Medical Teacher, 37(1), 4-20.

doi:10.3109/0142159X.2014.928407.

Vosniadou, S., & Ortony, A. (1989). Similarity and analogical reasoning. New York,

Cambridge University Press.

Page 129: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

105

CAPÍTULO III – RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO

O Capítulo III é dedicado à apresentação dos resultados de investigação e encontra-se

dividido em três subcapítulos que correspondem a três artigos publicados ou fase de

publicação:

- III.1 – o primeiro artigo, “The effects of the 4C-ID model approach on acquisition and

transfer of knowledge about electric circuits”, engloba uma breve descrição da experiência e

a comparação da eficiência instrutiva nos dois grupos;

- III. 2 – no segundo artigo, “Learning eletrical circuits: the effects of the 4C-ID Instructional

approach in the acquisition and transfer of knowledge”, fazemos uma comparação entre dois

grupos em termos das variáveis ‘desempenhos de reprodução’, ‘desempenhos de

transferência’, ‘carga cognitiva percecionada’ e ‘eficiência instrutiva’, usando uma análise de

estatísticas inferencial adequada às características de cada uma das variáveis estudadas. Neste

subcapítulo são também discutidos os resultados de investigação à luz do referencial teórico e

dos princípios que suportam o modelo instrutivo 4C/ID.

- III.3 – o terceiro artigo, “Modelo instrutivo 4C/ID: efeitos sobre as abordagens à

aprendizagem de alunos do 9ºano”, centra-se no efeito da abordagem instrutiva 4C/ID sobre o

tipo de abordagem à aprendizagem que os alunos tendem a adotar. Neste estudo analisamos o

efeito do tipo de abordagem instrutiva sobre as variáveis ‘abordagem superficial’ e

‘abordagem profunda’, bem como a interação da variável ‘desempenhos na disciplina de

Físico-Química dos anos anteriores’ com o modelo instrutivo usado e com o tipo de

abordagem à aprendizagem que os alunos tendem a adotar.

Page 130: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

106

III.1 - The effects of 4C-ID model approach on acquisition and transfer of knowledge

about electric circuits*

Abstract

This paper reports the first results of an experimental research, carried out in a private school

with 9th grade students, where the 4C/ID-model was used for teaching and learning electrical

circuits. We describe the principles and features of the instructional model, that is suitability

for the teaching and learning of complex knowledge and skills and yet their permeability to

develop digital educational resources and learning environments. We analyse the preliminary

experimental results in terms of students’ performance (both reproduction and learning

transfer), mental effort and instructional efficiency. We also suggest clues to future research.

Keywords: digital educational resources, electrical circuits, instructional design, 4C/ID-

model, learning environments, multimedia educational messages.

* Melo, M., & Miranda, G.L. (2018). The effects of 4C-ID model approach on acquisition and transfer of knowledges about electric circuits. International Journal of Web-Based Learning and Teaching Technologies, 13(1), 94-110. DOI: 10.4018/IJWLTT.2018010107 (SJR-SCImago Q4 Computer Science and Education em 2016).

Page 131: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

107

Introduction

In this paper we present the first results of a research based on the 4C/ID-model (Four

Components – Instructional Design Model), suitable for complex learning, developed by van

Merriënboer and colleagues in the 90s (van Merriënboer, 1997), that corresponds to an

extended version of the article "Applying the 4C-ID Model to the Design of a Digital

Educational Resource for Teaching Electric Circuits: Effects on Student Achievement"

presented at the IDEE 2014 workshop (Melo & Miranda, 2014). Despite of the existence of

other instructional design models, the 4C/ID-model acquire a high formulism level

evidencing as a suitable model to teach complex skills, as it is most of the learning that takes

place at school and professional training. Moreover, this model is very susceptible to the

development of digital educational resources and multimedia learning environments that are

increasingly used in education and vocational training.

We will consider the design of a digital resource for teaching and learning electric

circuits based on this model and the main results achieved with its application to students in

the 9th year of schooling, following an experimental research design.

The main objective of this study is to compare the effects of two instruction

approaches in reproduction and transfer tasks, perceived cognitive load and instructional

efficiency.

Science aims to achieve several goals, including replicating results and innovating.

The innovative dimension of this article is the application of the 4C-ID model to the basic

levels of education, since until now it has been used in university and professional training.

Page 132: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

108

The 4C/ID-Model Background

As refers Anderson (1983), a model is an application of a theory to a particular

phenomenon. A theory is a precise deductive system, more general than a model. Often

theories are grouped into frameworks and a framework is a general set of concepts for

understanding a domain, but is not sufficiently organized to constitute a theory; from the

same framework we can deduct various predictive theories.

The 4C/ID-model was developed based on some general principles of Instructional

Design & Technology (ID&T or ID) (Reiser, 2001), where we emphasize the influence of the

ADDIE model and the work of Robert Gagné (Gágne, 1975, 1984, 1985) and more recent

theories, as the cognitive theory of multimedia learning, developed by Richard Mayer and

collaborators (Mayer, Heiser & Lonn, 2001; Mayer & Moreno, 2003; Mayer, 2005) and the

cognitive load theory, established by John Sweller and colleagues (Chandler & Sweller,

1991; Sweller, van Merriënboer & Paas, 1988; Sweller, Ayres & Kayuga, 2011). All these

theories can be integrated into the information processing framework, where memory

(associated to other cognitive processes) is the basis and the result of the cognitive activity

that occurs during learning. All these theories and models can be included in the cognitive

framework. There are other two frameworks: the behaviourist and the constructivist

frameworks, each of which has given rise to theories and instructional models (Reiser, 2001;

Wilson & Cole, 2001).

As emphasize Wilson, Jonassen and Cole (1993), ID as a discipline rests on the twin

foundations of (i) a systems design model for managing the instructional development

process (like de ADDIE model) and (ii) theories that specify what high-quality instruction

should look like (Reigeluth, 1983, 1987).

Like others ID models, the 4C/ID-model gives a great importance to the learning tasks

(Child, 2004). They are the core of the instructional process, which consists of five steps:

Page 133: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

109

Analysis, Design, Development, Implementation and Evaluation – ADDIE (Branson, Rayner,

Cox, Furman, King & Hannum, 1975). However, learning tasks in 4C/ID-model are integral

and real tasks that the learners or professionals must perform. This is a major difference of

this model when compared to other models that, in most cases, divide the overall learning

tasks into subtasks of easier achievement. Most of the ID’ models use a bottom-up strategy,

considering that much of the knowledge and skills are better learned by means of associative

processes. It is the case of Programmed Learning by Skinner (Skinner, 1954, 1968).

But we know that it is not always so (Sweller et al., 2011; van Merriënboer, 1997;

Wertheiner, 1945). The basic skills training and the development of automatisms are essential

to the performance of many activities but these should be part of the task as a whole. We

think that some of the transfer problems expressed by students come from the way they were

taught (Miranda, 2005) and one of these problems lies on the lack of prescription, training

and practice (which is often one of the problems of the constructivist models) or the

segmentation of tasks proposed by behavioural models (Skinner, 1968). We think that the

cognitive approach or framework and its theories and models, mainly the 4C/ID-model,

combined the best of both worlds.

The Multimedia Learning Theory

The use of the 4C/ID-model in the design of digital learning environments follows the

assumptions of the multimedia learning theory developed by Richard Mayer, which posits

that humans learn better from words and images than just words – the multimedia principle

(Mayer, 2005; Paivio, 2006a, 2006b). However, in order to promote a meaningful learning, it

is necessary that multimedia messages are designed from the way the human mind works, i.e.

how it handles this type of information. The theory is based on three assumptions and five

cognitive processes, derived from the results of experimental research done in the field of

Page 134: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

110

cognitive psychology. The three assumptions are: (1) the human system information

processing included double channels for the processing of visual/pictorial and auditory/verbal

(the assumption of dual channels) (Baddeley, 1997); (2) each one of the channels has a

limited processing capacity (i.e., the assumption of limited capacity of our working memory)

(Baddeley, 1997; Miller, 1956); and (3) the active learning, which involves performing a

coordinated set of cognitive processes during that learning (i.e., the assumption of the active

processing). The five processes are: (i) the choice of relevant words in the text or narrative

presented, (ii) the selection of the relevant images from the showed illustration, (iii) the

organization of the selected words into a coherent verbal representation, (iv) the organization

of the selected images into a coherent pictorial representation, (v) and the integration of the

verbal and pictorial representations with the previous knowledge.

This theory also assumes that all human knowledge is stored in cognitive schemata, in

long-term memory, which is thought to have unlimited capacity. Learning consists of the

construction of schemata, “including the formation of new schemata and the embellishment

of existing schemata or to the automation of schemata” (van Merriënboer, 2005, p. 75). For

the development of learning tasks, the 4C/ID-model proposes that multimedia educational

messages have to follow these assumptions and processes.

Another theory that influenced the 4C/ID-model is the Sweller Cognitive Load

Theory (Sweller et al., 2011).

The Cognitive Load Theory

This theory suggests a set of principles that should guide the development of

educational multimedia messages. These principles have been tested empirically, following

an experimental design, with experimental and control groups, where one factor at a time

were tested, i.e., the principle under research (Sweller et al., 2011). There are, until now,

Page 135: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

111

fourteen multimedia principles tested that way. For example: ‘The goal-free effect’, ‘The

split-attention effect’, ‘The worked example and problem completion effects’, ‘The self-

explanation effect’, ‘The modality effect’, ‘The element interactivity effect’, and so one (cf.

Sweller et al., 2011).

Like multimedia learning theory, the cognitive load theory shares the same

assumptions about the cognitive human functioning (Chandler et al., 1991; van Merriënboer

& Kester, 2005), i.e., the ‘assumption of dual channels’ and ‘the assumption of limited

capacity of the working memory’. Cognitive load theory posits two main types of cognitive

load that can be experienced by the cognitive human system during learning: intrinsic and

extraneous cognitive load and ways to reduce these two categories of cognitive load in the

instructional materials and processes (Sweller et al., 2011). The intrinsic cognitive load is

imposed by the basic structure of the information that the learner needs to acquire for

achieving learning goals irrespective of the instructional procedures used. The extraneous

cognitive load is imposed by the manner in which the material is presented. Intrinsic and

extraneous cognitive load are additive, together they determine the total cognitive load

imposed by the material that needs to be learned. So, the total cognitive load determines the

required working memory resources needed to process the information with some resources

dealing with intrinsic cognitive load (called germane resources) and other resources dealing

with extraneous cognitive load (called extraneous resources).

According to cognitive load theory, the aim of ID is to reduce extraneous cognitive

load so that a greater percentage of the pool of working memory resources can be devoted to

issues germane to learning rather than to issues extraneous to learning. Extraneous cognitive

load should be reduced as far as possible, thus reducing working memory resources devoted

to extraneous issues and increasing the availability of germane resources devoted to intrinsic

cognitive load.

Page 136: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

112

The 4C/ID-Model

As mentioned by van Merriënboer & Kester (2005) “Well-designed educational

programs take both human cognitive architecture and multimedia principles into account to

ensure that learners will work in an environment that is goal-effective, efficient, and

appealing” (p. 72). The 4C/ID-model was conceived to answer to this kind of prescriptions.

The 4C/ID-model also stresses authentic whole learning tasks practices for complex learning

and transfer. Merril (2002) characterize the 4C/ID-model as the most comprehensive

instructional design methodology for complex skill learning that is yet available.

There are several reasons why the 4C/ID approach leads to better transfer

performance. First, the model, by suggesting whole-task practice, focuses on the integration

and coordination of all skills that constitute a complex ability/competence and concurrently

promotes understanding (schema construction) of the ability/competence. Another reason that

justifies the use of the 4C/ID approach is the way learning tasks are sequenced in the

instructional design phase. The model suggests that the learning tasks presented to learners

should be highly different from each other and be randomly ordered considering all the

possible real world contexts that may be encountered by experts in the subject matter domain.

As indicated in its name, the 4C/ID-model comprises four major components, all

interrelated and each component uniquely contributing to the development of complex skills

(see Figure 13). The four components are identified as follows: 1) learning tasks; 2)

supportive information; 3) procedural information and 4) part-task practice.

Page 137: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

113

Figure 13. A schematic overview of the 4C/ID-model and its main elements (van

Merriënboer, Clark & de Crook, 2002).

In Figure 13, the learning tasks are indicated by circles. They provide the backbone of

the educational program. Often, learners will receive support and guidance when they are

working on the learning tasks (filling of the circles). Support and guidance will typically

decrease as learners acquire more expertise. The supportive information (L-shaped figure)

helps learners to perform non-routine aspects of learning tasks, i.e., aspects that requires

problem solving, reasoning and decision making. The procedural information (just-in-time

information, JIT) is indicated by the rectangle with upward pointing arrows. This information

is presented at the task-level and informs learners on how to perform “recurrent” aspects of

learning tasks, that is, aspects to be performed as routines after the educational program has

been completed. The last component is the part-task practice involves a lot of repetitive

practice and is provided when a very high level of automaticity is required for a particular

recurrent aspect of a task.

Page 138: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

114

There are several unique features of the 4C/ID-model: 1) the model focuses on the

integration of constituent skills, knowledge and attitudes. In order to facilitate integration,

learners work on a series of whole learning tasks from the beginning of instruction. With this

whole-task approach, learners quickly develop a holistic vision of the learning task that is a

sequencing technique in which learners are introduced to a large task before beginning to

work on smaller-scale issues. It is also suggested that these learning tasks are different from

each other in terms of their dimensions, so that learners will built a rich, integrated

knowledge base by experiencing a number of different problem situations that may occur in

different contexts; 2) the 4C/ID-model emphasizes the coordination of constituent skills that

are, at least, considered as equally important at performing on each constituent skill

separately. To enhance coordination, the 4C/ID-model suggests specific strategies for

sequencing learning tasks: from simple to complex tasks and from high to very low support,

or even no support given to learner and 3) the 4C/ID-model focuses on differentiation of two

fundamental learning processes involved in complex learning: the construction of cognitive

schemata that requires deep understating of learners (problem solving skills) and the

automation of cognitive schemata that requires repeated practice (part-task practice) of rules

and procedures by learners. In the 4C/ID-model context, the constituent skills involving

schema construction are called non-recurrent (effortful) skills, which are performed

differently from problem situation to problem situation (generalized knowledge). In order to

develop these skills, the 4C/ID-model suggests a provision of information that allows

reasoning and problem solving. This information is called supportive information, the second

4C/ID-model component.

On the other hand, the constituent skills requiring schema automation are called

recurrent skills which are performed identically from problem situation to problem situation

(specific knowledge). To develop recurrent skills, the 4C/ID-model suggests an availability

Page 139: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

115

of information that primarily involves how-to or step-by-step instruction on the skills being

taught. This information is called just-in-time information (JIT), another component of the

4C/ID-model.

The others components of the 4C/ID-model are the learning tasks and the part-task

practice. Learning tasks are the key component of the model, as we mentioned previously.

Concrete, authentic and meaningful whole-task experiences are provided to learners to

promote the construction of cognitive schemata and to promote the automation of schemata.

These tasks may take many different forms, such as case studies, problem-based learning,

project-based learning, competency-based learning and so forth. As shows in Figure 13,

learning tasks are organized from simple-to-complex task classes, that is, categories of

learning tasks that are equivalent to each other in the sense that they can be performed on the

basis of the same body of knowledge. Furthermore, learning tasks within the same task class

start with a high level of built-in learner support, which slowly decreases and totally

disappears at the end of the task class.

Part-task practice may be necessary for selected recurrent constituent skills for which

automaticity is desired. Part-task practice starts after the recurrent aspect has been introduced

in the learning tasks, so the learners already have an appropriate cognitive context.

Empirical Evidences of the Effectiveness of the 4C-ID-Model

Although there are few studies that compare the relative effects of 4C/ID-model

(whole-task) versus other approaches, there are some empirical evidences on the efficiency of

the 4C/ID approach. In this section we will present some research results about efficiency of

the 4C/ID-model.

In two studies, Hoogveld, Paas and Jochems (2001, 2003) research the effectiveness

of the 4C/ID-model as an instructional system design approach to designing competence-

Page 140: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

116

based education. In the first study, two groups of teachers were compared: one group was

trained to use the 4C/ID-model to design instruction and the other was trained to optimize it

owns design approach. After the training phase, the design quality of their educational

products was measured by experts, and it was found that teachers trained to use 4C/ID-model

developed qualitatively better designs than the other teachers. The second study researched

whether teams or individuals benefited more from a 4C/ID-approach to designing

competence-based education. It was found that low achievers benefits more from the 4C/ID-

model when they were working in teams, but high achievers worked as well in teams as

individually.

Nadolski, Kirschner and van Merriënboer (2005) focused on segmenting complex

whole learning tasks in the law domain into phases. They varied the number of phases (one,

four and nine) of the whole task to determine the optimal balance between the advantages of

the whole-task practice and disadvantages of cognitive overload caused by whole tasks that

are too complex for learners. They found that learners who carried out the learning tasks in

the four phases were most effective during practice as measured by the coherence and content

of their learning products. Learners who carried out the learning tasks in one or four phases

were most efficient during practice as measured by combination of learning products quality

and invested mental effort. No effects were found on the transfer test performance. These

authors confirm these results in a follow-up study in 2006 (Nadolski et al., 2006), in which

learners who received learning tasks that consisted of four phases outperformed learners who

received tasks consisting of eight phases. These results indicate that the whole learning tasks

should only be segmented if this is the only possible way to diminish their complexity.

Lim and Reiser (2006) compared the effects of the 4C/ID whole-task training and

part-task training on the acquisition and transfer of a complex cognitive skill for novices and

advanced learners. They found that both novices and advanced learners achieved better

Page 141: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

117

whole-task performance and better transfer performance if they received the 4C/ID whole-

task training.

In others studies Sarfo and Elen (2005) compared three groups who had to learn how

to design a single building plan based on local conditions. The control group was taught

according to an approach that was applied in technical schools in Ghana; the experimental

groups were taught according to the 4C/ID approach, either with and without technology-

enhanced learning. The groups performed equally well on a pre-test and both groups showed

learning gains on the post-test.

The following studies exemplify the most recent research lines that focus on using the

4C/ID-model in medical training/education.

Susilo, van Merriënboer, van Dalen, Clarimita and Scherpbier (2013) describe the use

of 4C/ID-model to plan educational interventions for complex learning in medical

educations. In particular they describe the use of 4C/ID-model on the development of

communications skills for health professionals (doctors and nurses).

Maggio, Cate, Irby and O´Biren (2015) found that evidence-based medicine (EBM)

skills, although taught in medical schools around the world, are not optimally practiced in

clinical environments because of multiple barriers, including learners’ difficulty to transfer

EBM skills learned in the classroom to clinical practice. This lack of skill transfer may be

partially due to the design of EBM training. To facilitate the transfer of EBM skills from the

classroom to clinical practice, the authors explore the 4C/ID instructional approach, to guide

the design of EBM training. The authors begin by introducing the 4C/ID-model and

describing the benefits of its four components to guide the design of EBM training. They

include illustrative examples of educational practices that are consistent with each component

and that can be applied to teaching EBM. They conclude by suggesting that medical

Page 142: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

118

educators consider adopting the 4C/ID-model to design, modify, and/or implement EBM

training in classroom and clinical settings.

In the electrical circuits teaching with the 4C/ID-model, there are some research

works that study particular aspects of the model, like how and when to present supportive and

procedural information. The main objective of these works is not the learning efficiency of

4C/ID-model, but they have an essential contribute to the practical model implementation.

(cf. Kester, Kester, Kirschner & van Merriënboer, 2004, 2005; van Merrienboer & Baumer,

2001).

Salden, Paas, van der Pal and van Merriënboer (2006) use the 4C/ID-model plan a

computer-based flight management system training environment to compare the effect of

learner control on task selection (fixed condition versus dynamic selection condition) on their

performance and perceived mental effort. They found that dynamic selection condition is

more effective.

As we can see from this brief literature review, 4C/ID-model efficiency (both

performance and mental effort) has not been the target of research, in particular in

educational context for lower teaching levels. So for this reason Melo and Miranda (2016)

perform a meta-analytical research to investigate the effect of the 4C/ID-model in learning

(learners’ achievement and transfer). The results showed that the 4C/ID-model produces high

effect size on the learners’ performance (both reproduction and learning transfer). The

authors also found that there is a deficit of published studies about the efficiency of 4C/ID-

model in educational context.

Page 143: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

119

The Empirical Study

In this section we will describe the structure of the learning environment used in the

context of teaching some concepts of electrical circuits with 14 years old students (mean =

14,31, SD = 0,54), of the 9th grade, from a private school in Lisbon. This training system was

implemented in two lessons of 90 minutes each, with one student per computer.

The learning environment was developed with the Adobe Flash CS3 Professional and

is divided into three learning classes, each one consisting of a set of learning tasks (task

classes) (Figure 14): 1) learning class 1 is focused on the concepts of electrical current and

potential difference. Before start the learning tasks students should observe a video

(supportive information – description of the domain model) with an explanation of the

concepts of electrical current direction and potential difference. After, students must follow a

set of three learning tasks (T1, T2 and T3) corresponding to a modelling example (worked-

out example) (T1), a completion exercise (T2) and a whole task (conventional problem) to

solve without help (T3); 2) learning class 2 is centred in the ability to design an electrical

circuit diagram. In this learning class the supportive information focuses on symbology used

for the construction of electrical circuit diagrams. Then the students have to perform a

sequence of six learning tasks (T1 … T6) in which they must identify symbols of electronic

devices. The first three tasks correspond to worked and partially worked-out examples and

exercises; the last three tasks must be solved without help (part-task practice); 3) learning

class 3 is related to the concepts of serial and parallel association of lamps. In this learning

class the supportive information focuses on the main features of an association in series and

in parallel. Learning tasks are organized in worked examples (T1 - T3), partially solved

examples (T4 - T6) and practical exercises (T7 - T16).

Performance tasks consist of items of completion and multiple choices. For each

performance task there is a system of feedback (corrective and cognitive) requiring students

Page 144: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

120

to read the conceptual justifications for all options. The structure of the learning environment

is presented in the Figure 14.

Figura 14. The structure of the learning environment (Melo & Miranda, 2014).

In all learning classes the students must follow the sequence of tasks proposed and

they only can advance to the next if they complete with success the current task. In all tasks

supportive information and feedback are available. In each set of the proposed learning

classes the tasks are organized from simple-to-complex; in each class the learning process

started with a worked-out task (darker circles), followed by some partially solved ones (less

dark circles) and finally the problem situation examples are presented as a conventional

problem without guidance and support (unfilled circles). The items types that make up the

various tasks are: completion, multiple choice and drag and drop.

Table 6 presents the training blueprint for the complex skill “make a simple circuit

representation” (task class 2).

Page 145: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

121

Table 6

Example of the 4C/ID-model blueprint for task class 2.

Task class 2 Students have to learn the symbology used in a simple electric circuit (power supply, lamp, open/close switch, electric motor, voltmeter and ammeter) and they have to identify these symbols in a circuit representation. Supportive information (description of the domain model) Students visualize a multimedia presentation about the symbology used in the representation of a simple electric circuit. Supportive information (modelling example) Corresponds to a worked-out example that is the first learning task T1. Learning task T2 Students have to perform a completion problem.

Procedural information (JIT) Procedures for using the instructional material.

Learning task T3 Students have to perform a completion problem. Learning task T4 Students have to perform a conventional problem (i.e. without guidance and support). Learning tasks T5 and T6 These set of learning tasks corresponds to the part-task practice (T5 and T6 are conventional problems). Supportive information (cognitive feedback) Students receive cognitive feedback from learning tasks T2 and T3, which they will use on learning tasks T4 to T6.

Figure 15 shows the sequence of learning tasks for lesson 3 (task class 3).

Figure 15. An overview of the lesson 3 (task class 2).

Page 146: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

122

As can be seen in Figure 15 the lesson 3 is more complex then lessons 1 and 2,

following the simple-to-complex sequence for task classes. Thus the main difference between

this lesson and the previous ones is the two groups of part-task practice that must been

carried out giving an opportunity to students to automate the mental schemes acquired in the

previous tasks. In this scheme is also evidenced the decrease of guidance given to the

accomplishment of the learning tasks.

Propose of the Study

The basic aim of this study was to research if the learning environment designed with

the 4C/ID-model could be effective for promoting the development of technical expertise in

true and vivid contexts of regular classrooms of a secondary school and if it produced better

results than conventional methods of teaching. In our case we want to compare two

instructional approaches in terms of students’ achievement (both reproduction and learning

transfer), perceived cognitive load (mental effort) and instructional efficiency. To achieve

this last goal, we used the efficiency measure developed by Paas and van Merriënboer

(1993).

Methodology

Experimental design

Considering the purpose and the context of the study the experiment had a quasi-

experimental design. Five classes of students from the school were randomly exposed to two

different treatments. The treatments were (1) the 4C/ID-model approach for the experimental

Page 147: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

123

group and (2) the traditional approach for the control group. We compare the two groups only

in the post-test to avoid the testing effect.

Participants

The study of the efficiency of the learning environment design with the 4C/ID-model

principles was done through the ability of the students to reproduce the knowledge acquired

during the learning tasks about electrical circuits and the ability to transfer this knowledge to

new tasks. The distribution of classes by teachers was taken as follows: teacher A teaches one

class in the experimental group and the teachers B and C teach one class in the experimental

group and one class in the control group each.

Two groups were constituted:

- An experimental group (EG), with three intact classes (n = 78), in which the contents were

taught solely based on the digital learning environment in which students performed learning

tasks, under the supervision of three teachers;

- A control group (CG), composed by two intact classes (n = 51) were recorded, in which the

contents were taught with a conventional expository strategy centred on the teacher,

performing learning tasks previously selected from the handbook adopted in the school,

under the supervision of two teachers.

Each class was randomly assigned.

Independent variable

For both groups, learners received an overview of the lessons from their teachers,

which includes 1) purpose of the lessons, 2) conceptual overview of concepts related to the

Page 148: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

124

theme. Learners in each group, however, received two different instructional approaches to

the theme “Electrical Circuits”:

- In the experimental group the theme "electrical circuits" was approached with the sole

source application designed on the 4C/ID model;

- In the control group, the same topic was addressed using a conventional teaching

methodology.

Dependent variables

Data was collected from the following sources:

- Student scores on the two achievement tests;

- Student ratings of perceived cognitive load on the two achievement tests;

- Student instructional efficiency on the two achievement tests.

The tests were applied to both groups at the end of the last lesson on electrical circuits

(1st application) and a week later (follow-up) to assess the effects of the dependent variable

on the acquisition of mental schemes related to problem solving on electrical circuits.

Performance

Two tests for assessing the efficiency of the learning environment were designed:

- A knowledge multiple-choice test that consists of 14 items that resembles the work done on

the different learning class tasks (each correct answer is 1 point and each wrong answer is 0

points), which was applied to the two groups (experimental and control);

- A transfer multiple-choice test, consisting of 14 items, which appealed to the application of

acquired knowledge to new tasks (each correct answer is 1 point and each wrong answer is 0

points), which was applied to the two groups (experimental and control).

Page 149: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

125

Cognitive Load

Perceived cognitive load was measured using a single self-rating scale developed by

Paas and van Merriënboer (1993). Studies have shown that this scale is sensitive to relatively

small differences in cognitive load and that it is valid, reliable, and unobtrusive. The

participants (both experimental and control groups) were asked to use a nine-point Likert

scale to identify the amount of mental effort they invested to perform the assigned tasks. The

cognitive load measures ranged from 1 (very low mental effort) to 9 (very high mental

effort). The rating-scale was administered after the learner completed each of the two

achievement tests.

Instructional efficiency

Building on the Paas (1992) self-rating scale, Paas and van Merriënboer (1993)

developed an efficiency measure, with combined mental effort with task performance

indicators. They reasoned that it was important to consider the cognitive costs of learning.

Even though two different instructional methods might produces the same learning outcomes,

the effort that is put into achieving these levels of performance was an important variable. If

an instructional strategy produces the same performance as another strategy but with fewer

cognitive resources expended, then the first strategy is more efficient. Efficiency (E) was

calculated using the following formula:

E =

z567897:;<=6

− z:6<>;?68897>

2

where ABCDEFDGHIJC

represents the standardized achievement tests score and AGCIKHLCEEFDK

represents the standardized mental effort scores collected after the testing period. The

formula is based on the mathematical calculation of the perpendicular distance from the point

to a line y = x and we can have three distinct situations: 1) if performance and mental effort z

Page 150: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

126

scores are equal, the efficiency is 0 (E = 0); 2) if the performance z score is higher than the

mental effort z score, the instructional efficiency is positive (E > 0) and 3) if the performance

z score is lower than the mental effort z score, the instructional efficiency is negative (E < 0).

These z scores can be displayed and represented in a graph where z performance as

the ordinate and z mental effort is the abscissa (see Figure 16 a) and b)). Shifts to the upper

left of the co-ordinate system indicate an increase in efficiency (higher performance in

relation to less invested mental effort) and shifts to the lower right indicate a decrease in

efficiency (lower performance in relation to more invested mental effort). This approach to

measure instructional efficiency was adopted in our research.

Results

Performance

The average values of the results obtained in reproduction and transfer tests for the

first application and the follow-up are presented in the table 7.

Table 7

Performance mean scores and standard deviations.

Reproduction test Transfer test

1st application Follow-up 1st application Follow-up M SD M SD M SD M SD

EG (n=78) 12,19 1,58 12,23 1,41 11,18 1,88 11,50 1,57

CG (n=51) 11,41 2,14 10,82 2,09 8,76 2,64 8,92 2,17

Page 151: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

127

Cognitive Load

The measures of mental effort were made during the reproduction and transfer tests.

The average values obtained for these measurements in the 1st application and in the follow-

up are presented in table 8.

Table 8

Mental effort mean scores and standard deviations.

Reproduction test Transfer test

1st application Follow-up 1st application Follow-up M SD M SD M SD M SD

EG (n=78) 2,77 0,73 2,54 0,90 2,63 1,15 2,74 1,11

CG (n=51) 2,91 1,21 2,38 1,00 4,21 1,52 3,50 1,32

Instructional efficiency

Table 9 represents the results obtained for the instructional efficiency for the

experimental group and the control group, on the reproduction and transfer tests, respectively.

See also Figure 16.

Table 9

Instructional efficiency mean scores and standard deviations.

Reproduction test Transfer test

1st application Follow-up 1st application Follow-up M SD M SD M SD M SD

EG (n=78) +0,48 0,95 +0,48 0,82 +0,55 0,87 +0,42 0,80

CG (n=51) +0,03 1,09 -0,57 0,99 -0,41 1,01 -0,25 0,76

Page 152: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

128

(a)

(b)

Figure 16. (a) Instructional efficiency for the experimental group (EG) and control group

(CG) on the reproduction test. (b) Instructional efficiency for the experimental group (EG)

and control group (CG) on the transfer test.

General Discussion and Conclusion

In this section we analyse the effect of using the 4C/ID approach on the following

variables: students’ performance (both knowledge reproduction and learning transfer),

perceived mental effort and instructional efficiency.

As we can see from data in Table 8 students of the experimental group performed

better results on knowledge acquiring (reproduction) and learning transfer. We believe that

this differences are due to the fact that the students of the experimental group had more

opportunities to engage in learning process, that are presented as a whole-task and thus they

had more opportunities to integrate and coordinate the constituent skills throughout the

instruction than the students of the control group.

Comparing transfer test scores (Table 8) of both groups, the results show that are a

larger difference between the groups on both tests application. According to 4C/ID-model

framework, we think that these differences are due to the fact that the 4C/ID approach

Page 153: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

129

stimulates the mental schema construction for non-recurrent aspects of the complex skill that

is differently performed from one situation to another.

Table 9 presents the results for perceived mental effort measured for both

experimental and control groups. The results for this variable show that for acquired

knowledge (reproduction) the experimental group had low scores, but not very different from

the control group. However, the differences are more pronounced in the variable learning

transfer. We can see two interesting aspects: the experimental group revealed low variability

from first application to the follow-up and control group revealed more mental effort on the

transfer problems. These results can be explained by the relationship that we can establish

between cognitive load and expertise: with the increase of expertise, students acquire,

elaborate, and automate task-relevant cognitive schemata, which decreases the intrinsic load

imposed by completing such a task. Therefore, learners with more expertise are able to attain

equal or higher levels of performance with less perceived mental effort (cf. Yeo & Neal,

2004). This also implies that learners who gain more knowledge during the learning phase, as

a result of a more efficient instruction, should experience less cognitive load when

completing test tasks than learners who received a less effective instructional strategy (we

can say that, as a result, they learned less).

These results illustrate the importance of relying on measures of test performance not

only to draw conclusions about the effects of instructional conditions but also to consider

mental effort invested in solving the test problems as an important element of the learning

outcomes. Mental effort in combination with performance measures will provide us with a

better, more subtle indicator of the quality of learning outcomes, that is, in terms of the

efficiency of cognitive schemata acquired, elaborated or automated as a result of instruction,

and hence with a better indicator of the quality of different instructional conditions.

Page 154: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

130

According to van Gog and Paas (2008), measuring instructional efficiency conditions

by combining performance measure after the training programme with mental effort, is an

indicative of expertise (the quality of acquired cognitive structures). Let us reflect on the

differences found for the two groups in the instructive efficiency variable, which are

represented in the Figure 16 diagrams. We can see that for both reproduction and transfer

tests the experimental revealed high scores on instructional efficiency, but these differences

are more evident in relation to the variable learning to transfer. Students from the

experimental group show high performance with less mental effort in both tests. We believe

that these results corroborate the thesis that the use of the 4C/ID-model allowed to design a

learning environment that made students of the experimental group more knowledgeable in

the electrical circuits problem solving, i.e., the use of this instructional approach allow to

minimize the level of intrinsic cognitive load imposed to working memory.

According to 4C/ID-model framework, complex cognitive skills consist of a number

of sub-skills, which can be either recurrent or non-recurrent (van Merriënboer, 1997).

Recurrent skills are rule-based skills that are learned through the process of rule automation,

which involves a vast amount of practice on the same task (Anderson, 1987). Non-recurrent

skills are knowledge based skills that are learned through the process of schema construction,

which is stimulated by receiving a varied sequence of tasks (Singley & Anderson 1989).

These two different skills can both improve the transfer of learning. According to some

authors (van Merriënboer 1997), transfer can occur because the learning tasks and the

transfer tasks share identical elements: familiar aspects of a task are performed as rule-based

tasks, because of the availability of domain-specific rules. But, at the same time, unfamiliar

aspects of a task are performed with the help of cognitive schemata. The new task is

reorganized in such a way that it can be understood in terms of these cognitive schemata.

Page 155: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

131

Camp, Paas, Rikers and van Merriënboer (2001) proposed that the performance

condition in their study, which resulted in much practice on tasks with the same complexity,

might have fostered rule automation. On the other hand, the mental effort and instructional

efficiency conditions, in which practice was more variable regarding complexity, might have

fostered the construction of cognitive schemata. In our study, the task selection algorithm of

the mental effort condition led to low-variable practice and, probably, stimulated rule

automation. In contrast, the performance and mental efficiency conditions resulted in more

variable practice and can be expected to have stimulated the process of schema construction.

In recent years, much has been written about the potential value of employing 4C/ID

instructional approach, but little research has been conducted in this area. The present study

provides support for the notion that this model may facilitate skill acquisition and transfer.

However, a great deal of additional research is necessary in order to determine whether these

promising findings hold true across a wide range of cognitive skills and learners. We believe

that researchers, who build upon the present study, following the suggestions we have

offered, will help provide a richer picture of the benefits of the 4C/ID-model.

The research results presented in this article correspond to a preliminary treatment of

all data collected and processed. In the next phase we will make a treatment of inferential

statistics and estimate the effect size of the results obtained by the subjects of the two groups.

Another aspect that we still treat relates to the analysis of qualitative data we collected

(interviews with teachers and classroom observations) that will give us information about

students' learning process, in particular about the types of mental schemes acquired by the

students.

Page 156: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

132

References

Anderson, J.R. (1983). The architecture of cognition. Cambridge: Harvard University Press.

Baddeley, A. (1997). Human memory: theory and practice (Revised ed.). UK: Psychology

Press Ltd, Publishers.

Branson, R.K., Rayner, G.T., Cox, J.L., Furman, J.P., King, F.J., & Hannum, W.H. (1975).

Interservice Procedures for Instructional Systems Development (5 vols.). U.S: Army

Training and Doctrine Command, Ft. Monroe, VA.

Camp, G., Paas, F., Rikers, R., & Van Merriënboer, J. J. G. (2001). Dynamic problem

selection in air traffic control training: A comparison between performance, mental

effort and mental efficiency. Computers in Human Behavior, 17, 575–595.

Chandler, P., & Sweller, J. (1991). Cognitive load theory and the format of instruction.

Cognition and Instruction, 8, 293-332.

Child, D. (2004). Psychology and the teacher (7th ed). London: Continuum International

Publishing Group.

Gagné, R. (1975). Essential of learning for instruction. New York: Holt, Rinehart and

Winston.

Gagné, R. (1984). Learning outcomes and their effects. Useful categories of human

performance. American Psychologist, 34, 377-385.

Gagné, R. (1985). The conditions of learning (4th ed). New York: Holt, Rinehart and

Winston.

Hoogveld, A. W. M., Paas, F., & Jochems, W. M. G. (2001). The effects of a web-based

training in an instructional systems design approach on teachers’ instructional design

behavior. Computer in Human Behaviour, 17, 363–371.

Page 157: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

133

Hoogveld, A. W. M., Paas, F., & Jochems, W. M. G. (2003). Application of an instructional

systems design approach by teachers in higher education: individual versus team

design. Teaching Teacher Education, 19, 581–590.

Kester L, Paul A. Kirschner P.A., & van Merriënboer, J.J. (2005). The management of

cognitive load during complex cognitive skill acquisition by means of computer-

simulated problem solving. British Journal of Educational Psychology, 75, 71–85.

Kester, L., Kirschner, P. A., & van Merriënboer, J. J. G. (2004) Information presentation and

troubleshooting in electrical circuits. International Journal of Science Education, 26,

239–256.

Kester, L., Kirschner, P. A., van Merriënboer, J. J. G., & Baumer, A. (2001). Just-in-time

information presentation and the acquisition of complex cognitive skills. Computers

in Human Behavior, 17, 373–391.

Lim, J. & Reiser, R. (2006, October). The effects of part-task and whole-task approaches on

acquisition and transfer of a complex cognitive skill. Paper presented at the

Association for Educational Communications and Technology (AECT) Annual

Convention, Dallas, USA.

Maggio, L.A., Cate, O., Irby, D., & O´Brien, B. (2015). Design Evidence-Based Medicine

Training to optimize the transfer of skills from the classroom to clinical practice:

applying the four component instructional design model. Academic Medicine, 90,

1457-1461. doi: 10.1097/ACM.0000000000000769.

Mayer, R.E. (2005). Cognitive theory of multimedia learning. In R.E. Mayer (Ed.). The

Cambridge Handbook of Multimedia Learning (pp. 31-48). New York: Cambridge

University Press.

Mayer, R.E., & Moreno, R. (2003). Nine ways to reduce cognitive load in multimedia

learning. Educational Psychologist, 38, 43-52.

Page 158: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

134

Mayer, R.E., Heiser, J., & Lonn, S. (2001). Cognitive constrains on multimedia learning:

When presenting more material results in less understanding. Journal of Educational

Psychology, 93, 187-198.

Melo, M., & Miranda, G.L. (2014). Applying the 4C-ID model to the design of a digital

educational resource for teaching electric circuits: effects on student achievement. In

H. M. Fardoun & J. A. Gallud (Eds.), Proceedings of the 2014 Workshop on

Interaction Design in Educational Environments (IDEE '14) (pp. 12-18). New York:

ACM. doi:10.1145/2643604.2643605 http://doi.acm.org/10.1145/2643604.2643605

Melo, M., & Miranda, G.L. (2016). Efeito do modelo 4C/ID sobre a aquisição e transferência

de aprendizagem: revisão de literatura com meta-análise. Revista Ibérica de Sistemas

e Tecnologias de Informação, 18(6), 114-130. doi:

http://dx.doi.org/10.17013/risti.18.114-130.

Merrill, M. D. (2002). First principles of instruction. Educational Technology Research and

Development, 50(3), 43–59.

Miller, G.A. (1956). The magical number seven, plus or minus two: Some limits on our

capacity for processing information. Psychological Review, 86, 81-97.

Miranda, G.L. (2005). Aprendizagem e transferência de conhecimentos. In G.L. Miranda &

S. Bahia (Eds.). Psicologia da Educação: Temas de desenvolvimento, aprendizagem e

ensino (pp. 235-262). Lisboa: Relógio d’Água Editores, Lisboa.

Nadolski, R. J., Kirschner, P. A., & van Merriënboer, J. J. G. (2005). Optimizing the number

of steps in learning tasks for complex skills. British Journal of Educational

Psychology, 75, 223–237.

Nadolski, R. J., Kirschner, P. A., & van Merriënboer, J. J. G. (2006). Process support in

learning tasks for acquiring complex cognitive skills in the domain of law. Learning

and Instruction, 16, 266–278.

Page 159: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

135

Paas, F. (1992). Training strategies for attaining transfer of problem-solving skill in statistics:

A cognitive load approach. Journal of Educational Psychology, 84, 429–434

Paas, F., & Van Merriënboer, J. J. G. (1993). The efficiency of instructional conditions: An

approach to combine mental-effort and performance measures. Human Factors, 35,

737-743.

Paivio, A. (2006a, September). Dual coding theory and education. Draft Chapter for the

Conference on Pathways to Literacy Achievement for High Poverty Children on the

The University of Michigan School of Education.

Paivio, A. (2006b). Mind and its evolution: a dual coding theoretical interpretation. NJ:

Lawrence Erlbaum Associates, Inc.

Reigeluth, C.M. (Ed.) (1983). Instructional-design theories and models: an overview of their

current status. NJ: Erlbaum, Hillsdale.

Reigeluth, C.M. (Ed.) (1987). Instructional-design theories in action: lessons illustrating

selected theories and models. NJ: Erlbaum, Hillsdale.

Reiser, R.A. (2001). A history of instructional design and technology: Part II: A history of

instructional design. Educational Technology Research and Development, 49(2), 57-

67.

Salden, R. J. C. N., Paas, F., van der Pal, J., & van Merriënboer, J. J. (2006). Dymanic task

selection in flight management system training. The International Journal of Aviation

Psychology, 16(2), 157-174.

Sarfo, F. K. & Elen, J. (2005). Powerful learning environments and the development of

technical expertise in Ghana: Investigating the moderating effect of instructional

conceptions. In P. Goodyear, D. G. Sampson, D. J.T. Yang Kinshuk, T. Okamoto, R.

Hartley, and N.S. Chen (Eds.) Proceedings of the 5th IEEE International Conference

Page 160: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

136

on Advanced Learning Technologies (ICALT’2005) (pp. 1000-1004), Kaohsiung,

Taiwan.

Singley, M.K. & Anderson, J.R. (Eds). (1989). The transfer of cognitive skills. Cambridge,

MA: Harvard University Press.

Skinner, B. (1954). The science of learning and the art of teaching. Harvard Educational

Review, XXIV(1), 86-97.

Skinner, B. (1968). The technology of teaching. New York: Appleton-Century-Crofts.

Susilo, A.P., van Merriënboer J.J., van Dalen J., Claramita, M., & Scherpbie, A, From

Lecture to Learning Tasks: Use of the 4C/ID Model in a Communication Skills

Course in a Continuing Professional Education Context. Journal of Continuing

Education Nursing, 44(6):278-284.

Sweller, J., Ayres, P., & Kalyuga, S. (2011). Cognitive Load Theory. New York: Springer.

Sweller, J., van Merriënboer, J.J.G., & Paas, F.G.W.C. (1988). Cognitive architecture and

instructional design. Educational Psychological Review, 10, 251-296.

Van Gog, T., & Paas, F. (2008) Instructional efficiency: Revisiting the original construct in

educational research. Educational Psychologist, 43(1), 16-26, DOI:

10.1080/00461520701756248.

Van Merriënboer, J. J. G., Clark, R. E., & de Croock, M. B. M. (2002). Blueprints for

complex learning: The 4C/ID-Model. Educational Technology Research and

Development, 50(3), 39–64.

Van Merriënboer, J.J.G. (1997). Training complex cognitive skills: a four-component

instructional design model for technical training. Englewood Cliffs, New Jersey:

Educational Technology Publications.

Van Merriënboer, J.J.G., & Kester, L. (2005). The four-component instructional design

model: Multimedia principles in environments for complex learning. In R.E. Mayer

Page 161: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

137

(Ed.) The Cambridge Handbook of Multimedia Learning (pp. 71-93). New York:

Cambridge University Press.

Wertheimer, M. (1945). Productive Thinking. New York: Harper.

Wilson, B. G., Jonassen, D. H., & Cole, P. (1993). Cognitive approaches to instructional

design. In G. M. Piskurich (Ed.). The ASTD Handbook of Instructional Technology

(pp. 21.1-21.22). New York: McGraw-Hill.

Wilson, B., Cole, P. A. (2001). Review of cognitive teaching models. Educational

Technology Research and Development, 39(4), 47-64.

Yeo, G. B., & Neal, A. (2004). A multilevel analysis of effort, practice, and performance:

Effects of ability, conscientiousness, and goal orientation. Journal of Applied

Psychology, 89, 231–247.

Page 162: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

138

Page 163: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

139

III.2 - Learning electric circuits: The effects of the 4C-ID instructional approach in the

acquisition and transfer of knowledge*

Abstract

This study was designed to investigate the effects of two instructional approaches (4C-ID

versus conventional) on learners’ knowledge-acquisition and learning transfer of the

electrical circuits content in Physics. Participants were 129 9th graders from a secondary

school in Lisbon, M = 14.3 years SD = 0.54. The participants were divided in two groups: an

experimental group constituted by 3 intact classes (n = 78) and a control group constituted by

2 intact classes (n = 51). The experimental group was taught using a digital learning

environment designed with the 4C-ID model principles while the control group learned the

same contents through a conventional method. We assessed the students’ performance

(knowledge-acquisition and transfer), the perceived cognitive load and the instructional

efficiency. Results indicated that the experimental group performed significantly better than

the control group on a knowledge-acquisition test and in a learning transfer test. They also

perceived a less cognitive load in the transfer test and the learning environment developed

with the 4C-ID model proved to be more instructional efficient than the conventional method.

Keywords: 4C-ID model, complex learning, electrical circuits, learning tasks, learning

transfer.

*Melo, M., & Miranda, G.L. (2015). The Effects of the 4C-ID instructional approach in the acquisition and transfer of knowledge. Journal of Information Technology Education:Research, 14, 313-337. http://www.jite.org/documents/Vol14/JITEv14ResearchP313-337Melo1752.pdf (SJR-SCImago Q2 Education and E-learning, Q1 Computer Science, em 2015)

Page 164: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

140

Introduction

A major goal of schooling is to prepare students for flexible adaptation to new

problems and settings. The psychologist Robert Gagné (1970) states that the capabilities

learned in school must provide students with the background and skills to accomplish things

in their personal and professional lives. This would be more easily achieved if educational

programs were developed to train the ability to transfer what students learn in one context to

other contexts.

However, while transfer is a key component of learning and appears to be a natural

process, experimental research has shown that it is not a spontaneous phenomenon and it is

difficult to put into evidence (cf. Gick & Holyoak, 1983; Bassok, 1990), especially when the

tasks to be learned are complex, as are most of the ones learned in school (Resnick & Collins,

1996; Perkins & Salomon, 1992; Salomon & Perkins, 1989). It is relevant to clarify that a

complex task involves a complex learning, which includes the integration of knowledge,

skills and attitudes. The term complex should not assign the connotation of complicated or

difficult, since these concepts involve performing tasks with difficult resolution, while the

concept complex, in the context of learning, refers to the integration of acquired (and new)

knowledge, skills and attitudes about a particular area of study (e.g. sciences, information

technology, law, etc.) (cf. Sweller, Ayres & Kalyuga, 2011). This does not mean that these

complex tasks are difficult to solve. The complexity of a task emerges from the components

students must integrated and not from something that is difficult to do understand, or deal

with.

The concept of learning transfer, which emerged in the context of the first

experimental studies on animal and basic human learning (cf. Pavlov, 1927, 2003; Skinner,

1953/1965) and also in school learning (cf. Thorndike & Woodworth, 1901), was not

consensual (cf. Dewey, 1916) and continues not to be so (cf. Greeno, 1997; Packer, 2001).

Page 165: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

141

In the early twentieth century, Thorndike & Woodworth (1901) developed the ‘theory

of identical elements’, which stated that what was transferred were specific facts and skills,

not general principles and this only occurs when the situation to which it is applied is similar

to the initial learning context. Dewey (1916) states this concept has little or even no utility to

school learning, a position that is agreed upon today by the contextual or situated approach to

learning and cognition (cf. Greeno, 1997; Greeno, Collins & Resnick, 1996; Lave & Wenger,

1995; Rogoff & Chavajay, 1995).

The concept of similarity also turned up to be more complex than it was supposed to

be by the time of Thorndike & Woodworth (cf. Smith, 1993; Vosniadou & Ortony, 1989).

When do we say that two tasks or problems are similar? When they have identical surface

characteristics or when they have identical solution schemas? Research in cognitive

Psychology has shown that the novices in a given knowledge domain (chess, Physics or

Mathematics) considered that two problems are identical when they have similar surface

characteristics; on the contrary, experts classify them according to the solution schemes

(Bransford, Brown & Cocking, 2000; Chi, Glaser, & Rees, 1982; Simon, 1982).

Learning is, to this framework (Anderson, 1983), the acquisition and compilation of

mental schemas, some of which have become automatic. It is useful to the human being to

acquire automatic processes, but it is also very important to develop a conscious control of

mental processes and an analytical knowledge, which are present in complex learning (cf.

Salomon & Perkins, 1989) and in the upper unique physiological processes of the human

species (cf. Vygostsky 1984).

Salomon and Perkins (1989) refers two kinds of transfer: the low-road transfer and the

high road transfer and the mechanisms that promote each one: “The triggering of well-

practiced routines by stimulus conditions similar to those in the learning context” (Perkins &

Salomon, 1992, ¶. 1) for the first one; and the ‘mindful abstraction’ and the search for

Page 166: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

142

connections for the second. People must use certain types of mental processes to reach this

kind of abstraction, including re-presenting the information in a more general sense that

includes other cases. The abstraction has the form of a rule, a principle, a schematic pattern, a

prototype or a category (Salomon & Perkins, 1989). And these processes must be carried out

voluntarily and in a controlled manner, that is, requiring deliberate and conscious effort,

typical of metacognition and deep processing (cf. Kintsch, 1977).

These research results are due to experimental studies and some of them were

conducted out of natural learning contexts.

During the last decades there has also been a body of research that has shown it is

possible to teach students to transfer. This requires the learning environment to be explicitly

designed to promote the transfer, considering positively the two groups of variables

responsible for it: one associated to the students’ characteristics and the other to the learning

tasks.

In the first case, it is advised to develop students' skills associated with metacognition

(Brown, 1978, 1987; Brown & Campione, 1981, 1986), mainly a ‘deliberate effortful

abstraction and a search for connections’ (Perkins & Salomon, 1992, ¶ 1). In the second case,

it is recommended to develop tasks that promote the decontextualization of skills to be

acquired.

In a simple but not simplistic way, we can say that the real problem of transfer may be

in the way students acquire the skills and knowledge, and in teaching methods. Or, as

Mendelsohn argues (1994, p. 9), "the real question of transfer may be, on one hand, the

adequacy between the quality and content of the knowledge taught, and on the other, the

constraints of the different domains where these skills are likely to be applied”. The same

author also states that what we call transfer may be a value judgment about the availability,

degree of generality, or accessibility of acquired knowledge. These qualities allow us to

Page 167: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

143

control and adapt the acquired knowledge to different contexts and situation in a flexible

way.

One way to promote the learning transfer is to use the instructional design (ID), the

practice of creating instructional experiences which make the acquisition of knowledge and

skill more efficient, effective, and appealing. In fact, the ID is more than just procedures, it

involves theory (instructional design theories). An ID theory offers explicit guidance on how

to better help people to learn and develop (cf. Bruner, 1960, 1965, 1966; Carey, Barey &

Dick, 2005; Dick, Carey & Carey, 2001; Gagné, 1970, 1974, 1985; Mayer, 2005). The major

characteristics of an ID theory are: 1) design-oriented (focusing on means to attain given

goals for learning or development), rather than description oriented (focusing on the results

of given events). Consequently, it is very useful to educators, because it provides direct

guidance on how to achieve their goals; 2) identifies methods of instruction (ways to support

and facilitate learning), and the situations in which those methods should and should not be

used; 3) the methods of instruction can be broken into more detailed component methods,

which provide more guidance to educators; 4) the methods are probabilistic rather than

deterministic, which means they increase the chances of attaining the goals rather than

ensuring attainment of the goals (cf. Reiser, 2001a; Reiser, 2001b; Willis, 2009; Wilson,

Joanassen & Cole, 1993).

Therefore, we can say that ID is a creative pattern on rational, logical sequential

process intended to solve problems. Another key element of our research is to train students

for problem solving ability, using the principles of the Four Components Instructional Design

Model (4C-ID), which will be described in more detail in the next section.

We chose the electrical circuit theme because it is part of physics syllabus and its

acquisition process involves complex learning, i.e., the integration of knowledge about

Page 168: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

144

contents related to electrical circuits and the development of skills connected to problem

solving abilities (on the electrical circuits analysis).

Recent instructional theories tend to focus on authentic and whole learning tasks that

require learners to address real-world problems as the driving force for learning transfer

(Merrill, 2002, 2007; van Merriënboer & Kirschner, 2001). The main idea is that such tasks

help learners to integrate the knowledge, skills, and attitudes necessary for effective task

performance; give them the opportunity to learn to coordinate the constituent skills that make

up complex task performance; and eventually enable them to transfer what is learned to their

daily life or work settings (van Merriënboer & de Croock, 1992).

Even though several instructional approaches and models that focus on whole learning

tasks have been proposed, little empirical evidence exists with regard to the effects of the

application of these whole-task approaches on the acquisition and transfer of complex

cognitive skills.

The primary purpose of this study was to investigate how one particular whole-task

approach (developed within the 4C-ID model by van Merriënboer in 1997, as compared to

the use of a conventional instructional methodology), would affect learner acquisition and

transfer of a complex task: to solve problems of basic electrical circuits.

Theoretical Framework – the 4C/ID-Model

The Model Background

The instructional design model which has major implications for the improvement of

problem solving instructional design is the Four Component Instructional Design (4C-ID)

theoretical model. This model, developed by van Merriënboer in the late 1990s, has proved to

be effective for training and promoting better transfer performance with complex skills (van

Page 169: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

145

Merriënboer, Jelsma & Paas, 1992; van Merriënboer, 1997; van Merriënboer, Clark & de

Croock, 2002; van Merriënboer & Kirschner, 2007). The 4C-ID theoretical model takes into

account current knowledge of human cognitive architecture, the limitations of Working

Memory, and the three types of cognitive load (e.g. intrinsic, germane, and extraneous).

According to the 4C-ID model, well designed environments for training complex skills

consist of four interrelated components: (1) learning tasks, (2) supportive information, (3)

procedural information, and (4) part-task practice. Each of these components is described

below.

(1) Learning tasks. Are the key component of the 4C-ID model. According to this model, in

order to promote the construction of cognitive schemata and enable learners to achieve a

desired learning goal, they should be provided with tasks that are concrete, authentic and

meaningful whole-task experiences. Ideally, these learning tasks should require learners to

integrate and coordinate many constituent skills of a complex cognitive skill. By doing so,

the model states that this will promote better understanding (i.e., schema construction) of the

desired goal. The 4C-ID model recommends the learning tasks to be sequenced from the

simplest to the most complex, and that learners receive more support on initial tasks.

Commonly recommended types of support include worked examples, completion tasks where

learners are presented with a problem and partial solutions to complete, and faded guidance,

where learners are initially provided with support (that is gradually faded out as learner

expertise increases) (van Merriënboer & Kester, 2005).

(2) Supportive information. This component provides information that describes how tasks

should be organized and how problems should be approached. In other words, the purpose of

supportive information is to help learners build connections between what they already know

and information that would be helpful to successfully accomplish learning tasks. According

to van Merriënboer (1997), supportive information consists of three parts: Domain models

Page 170: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

146

(i.e. conceptual, structural, and causal models), which answer questions such as ― “what is

this?”, - “how is this organized?”, and ― “how does it work?”; Systematic Approaches to

Problem solving (SAPs), such as examples that show how an expert would perform and

explain the processes of completing a task; and cognitive feedback, in which learners are

asked to compare their solutions with those of experts. It has been found that in a first stage,

supportive information is crucial because it enables learners to reach a goal or action not

achievable without that support. However, as the learner achieves higher levels of

competency, it is suggested that the support is gradually diminished until it is no longer

needed. Research shows that it is critical to determine the right type and amount of support,

and for it to fade at the appropriate time, because too much or too little support can hamper

the learning process (van Merriënboer, Kirschner & Kester, 2003).

(3) The third component of the 4C-ID model consists of the procedural information. This

component provides information for recurrent constituent skills of learning tasks which are

routine, usually presented in the form of step-by-step. According to this model, it is

preferable that procedural information on domain-specific rules is presented in a just in time

manner. That is, procedural information should be presented to learners precisely at the time

when it is needed, and only presented again if learners cannot recall it (van Merriënboer,

1997; van Merriënboer & Kirschner, 2007). The 4C-ID model argues that, by presenting

procedural information only when it is needed, temporal split attention effects can be

prevented.

(4) The fourth component of the 4C-ID model is the part-task practice. This model

recommends that part-task practice is provided for recurrent constituent skills for which

automaticity is desired. This model states that part-task practice should begin only after the

learner has practiced performing the whole task in order to ensure that the learner performs

practice activities within a context that is meaningful to the learner (van Merriënboer, 1997;

Page 171: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

147

van Merriënboer & Kirschner, 2007). Optimally, it is recommended that part-task practice is

intermixed with learning tasks, instead of being presented in isolation. Previous research has

indicated that the part-task strategy is effective in lowering the cognitive load of students,

specifically for those with low prior knowledge. By contrast, students with higher prior

knowledge learned significantly more by studying whole tasks than part-tasks (Ayres, 2006).

In summary, there are many reasons why the 4C-ID approach has been hypothesized

and shown to promote better transfer performance on complex skills. By emphasizing whole-

task practice, this model focuses on the integration and coordination of all constituent skills

of a complex cognitive skill, while simultaneously promoting understanding (i.e., schema

construction) of the complex skill. By doing so, this model emphasizes the ability to apply

the complex cognitive skill in a wide variety of new real-life situations (van Merriënboer,

1997; van Merriënboer & Kirschner, 2007). In addition, the 4C-ID approach has been shown

to better promote learning transfer due to task variability. High variability of whole-task

practice enables learners to develop rich cognitive schemata, which allows for schema-based

learning transfer (cf. Paas & van Merriënboer, 1994; Quilici & Mayer 1996; Schilling, Vidal,

Ployhart & Marangoni, 2003; van Merriënboer, Kester & Paas, 2006).

Literature Review

There are few research studies whose main goal has been to test the effectiveness of

the 4C-ID model, particularly in domains taught in schools, because this model was first

tested in certain domains of professional training.

In the early years of our century, there were some studies designed to test the

effectiveness of the 4C-ID model in the professional training area. For example, Hoogved,

Paas and Jochems (2001, 2003) studied the effectiveness of the 4C-ID model as an

Page 172: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

148

instructional system design approach to designing a teacher training program in the medical

domain. In the first research, they compared two groups of teachers: one was trained to use

the 4C-ID model to design instruction, and the other was trained to optimize its own design

approach. After the training phase, the design quality of their educational products was

measured by experts. It was found that teachers trained to use the 4C-ID model developed

qualitatively better designs than the other teachers. The second study investigated whether

teams or individuals benefited more from a 4C-ID approach to designing competence-based

education. It was found that low achievers benefited more from the 4C-ID model when they

were working in teams, but high achievers worked as well in teams as individually.

In the law area, Nadolski, Kirschner and van Merriënboer (2005) investigated the

relation between the number of steps provided to learners and the quality of their learning of

complex skills. It is hypothesized that students receiving an optimized number of steps will

learn better than those receiving either the whole task in only one step, or those receiving it

on a large number of steps. They varied the number of phases (one, four and nine) of the

whole task to determine the optimal balance between the advantages of whole-task practice

and the disadvantages of cognitive overload caused by whole tasks that are too complex for

learners. The results of this study showed that the participants exposed to an intermediate (i.e.

four phases) number of steps outperformed (measured by the combination of practice-product

quality and invested mental effort) all others on the compulsory learning task. No differences

in performance of learning transfer task were found. A high number of steps proved to be less

efficient for carrying out the learning task. The authors confirmed this conclusion with the

results obtained in a follow-up study conducted in 2006.

In the technical school domains, Sarfo and Elen (2005, 2006) developed a study

whose main goal was to investigate the effectiveness (measured by the learning gain) of

learning environments, developed with the specifications of the 4C-ID model (with and

Page 173: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

149

without ICT use) for the development of technical expertise in traditional Ghanaian

classrooms. Three functionally equivalent classes of students from three similar technical

secondary schools were randomly exposed to three different treatments. The sample

consisted of 129 students. The experimental groups consisted of one control group with a

regular method of teaching, and two experimental groups: a 4C-ID learning environment with

ICT; and a 4C-ID learning environment without ICT. The content for the treatments was

selected from the secondary technical education syllabus. Teachers were trained to

implement the interventions. Results indicated that a 4C-ID learning environment promotes

the development of technical expertise in secondary technical education better than with a

conventional method. Moreover, results revealed no significant difference in learning gains

for the 4C-ID, between the groups with and without ICT.

Kester, Kirschner and van Merriënboer, (2005) compared the effects of two

information presentation formats on learning to solve problems in electrical circuits with

software Crocodile PhysicsÒ. In one condition (the split-source format), information relating

to procedural aspects of the functioning of an electrical circuit was not integrated in a circuit

diagram, in the other information in the integrated format condition was integrated in the

circuit diagram. It was hypothesized that learners in the integrated format would achieve

better test results than the learners in the split-source format. Equivalent-test problem and

transfer-test problem performance were studied. Transfer test scores confirmed the

hypothesis.

Lim and Reiser (2009) compared the effects of the 4C/ID whole-task training and

part-task training on the acquisition and transfer of a complex cognitive skill for novices and

advanced learners. They found that both novices and advanced learners achieved better

whole-task performance and better transfer performance if they received the 4C-ID whole-

task training.

Page 174: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

150

These results show that the 4C-ID model has potential to promote the acquisition and

transfer of knowledge, especially in the areas of vocational education and technical fields. It

needs now to prove its effectiveness in teaching and learning in school subject matters in

compulsory education. Our study was designed with this purpose.

Research Questions and Hypothesis

The primary purpose of our study was to investigate the effects of two instructional

approaches, 4C-ID versus conventional, on acquisition and transfer of complex skills used to

solve electrical circuits problems. This subject is part of the Physics syllabus for the 9th grade

compulsory education. In addition, we also researched the effects of these variables on

learners’ cognitive load and the instructional efficiency of this model. The specific research

questions and the corresponding hypotheses are described below.

What are the comparative effects of the two approaches (4C-ID versus conventional)

on: a) knowledge acquisition in an electrical circuits context (learning reproduction); b)

learning transfer; c) perceived cognitive load during the knowledge acquisition

(reproduction) and transfer tests; and d) instructional efficiency (both reproduction and

trsnafer). The following hypotheses were formulated:

Hypothesis 1: Learners in the 4C-ID approach will perform better on a knowledge-acquisition

test than learners in the conventional approach.

Hypothesis 2: Learners in the 4C-ID approach will perform better on a transfer test than

learners in the conventional approach.

Hypothesis 3: Learners in the 4C-ID approach will show a lower perceived cognitive load

during the knowledge-acquisition test than learners in the conventional approach.

Page 175: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

151

Hypothesis 4: Learners in the 4C-ID approach will show a lower perceived cognitive load

during the transfer test than learners in the conventional approach.

Hypothesis 5: The 4C-ID instructional approach will result in a higher level of instructional

efficiency in the knowledge-acquisition test than the conventional approach.

Hypothesis 6: The 4C-ID instructional approach will result in a higher level of instructional

efficiency in the transfer test than the conventional approach.

Method

Participants

A total of 129, 9th grade students from a Lisbon private school (average age = 14.3

years, SD = 0.54) participated in the study. The experimental group was constituted by three

intact classes (78 students), and the control group was constituted by two intact classes (51

students). In the school, the 9th grade students were distributed in five classes in which

Physics was taught by three teachers. To form the experimental and control groups we used

the following criteria: Teacher A taught an experimental group, and teachers B and C taught

an experimental group and a control group each. The learners participated in the study during

their regularly scheduled classes. The three teachers received training about the essential

learning objectives regarding the electrical circuits’ topic.

Independent variable

For both groups, the teaching of the theme “Electrical circuits” consisted of two 90

minute lessons. The choice of the theme of electrical circuits has two main motivations: first,

it is an issue that involves the integration of various skills such as interpreting, analysing and

Page 176: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

152

designing electrical circuits (complex skills); second, it is the first time in this education cycle

that the theme is trained in Physics, so it does not require relevant prior knowledge to their

learning. For this purpose, we constructed a digital environment developed with Adobe

FlashÒ CS3 Professional.

A set of three class tasks (see Figure 17) was designed for the 4C-ID approach:

- Learning class 1 focused on the concepts of electrical current and potential difference.

Before starting the learning tasks, students had to observe a video (supportive information)

with an explanation of the concepts of electric current direction and potential difference.

After that, students had to follow a set of three learning tasks (T1, T2 and T3) corresponding

to a solved example (T1), a partially solved exercise (T2), and a whole task to be solved

without help (T3);

- Learning class 2 centred on the ability to design an electrical circuit diagram. In this

learning class, the supportive information focused on symbology used for the construction of

electrical circuit diagrams. Then the students had to perform a sequence of six learning tasks

(T1 … T6) in which they had to identify symbols of electronic components. The first three

tasks corresponded to solved and partially solved examples and exercises; the last three tasks

had to be solved without help;

- Learning class 3 focused on the concepts of serial and parallel association of lamps. In this

learning class, the supportive information focused on the main features of an association in

series and in parallel. Learning tasks are organized in worked examples (T1 - T3), partially

solved examples (T4 - T6) and practical exercises (T7 - T16).

Page 177: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

153

Figure 17. The structure of the learning environment (Melo & Miranda, 2014).

Figures 18 and 19 show a screen shot of two learning tasks of digital learning

environment used by the experimental group. All pages have the same structure: supportive

information button, a home page access button, and a bar indicating the tasks realized and

unrealized. The different learning tasks were presented in the form of completion of items,

true and false items (see Figure 18), and drag and drop items (see Figure 19).

Figure 18. Screen shot of a true and false item in a learning task.

Page 178: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

154

Figure 19. Screen shot of a drag and drop item in a learning task.

The physical content covered in the digital learning environment has been submitted

and validated by a panel of experts in the field of Physics teaching. The application part of

the related graphic and multimedia design was also subjected and validated by a set of

experts in the design and development of instructional materials with multimedia support.

In the conventional approach, the same contents were taught based on the traditional

method, that is, teacher lecturing combined with exercises, similar to the 4C-ID application,

but using pencils, paper, and calculators. At the beginning of each lesson, the teacher makes a

presentation of the subject under study using the blackboard and/or the MSPowerPoint®.

After this, students have to solve a set of manual exercises on the theme of the lesson. During

this resolution task, students can ask the teacher for cognitive and corrective feedback.

The differences between the two approaches may be summarized as follows:

1) The way the instructional material was presented. In the conventional approach, during

both lessons, the teacher demonstrated each of the part-task skills learners were expected to

acquire. In contrast, in the 4C-ID approach, instead of demonstrating the part-task skills out

Page 179: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

155

of the context of the learning class, the teacher provided a model on how the students should

solve the problem as a whole (to create a simple overview of how to analyse a circuit with

multiple components);

2) Student practice activities. In the conventional approach, the practical activities required

learners to focus on aspects related with part-task skills. As each skill was being

demonstrated, students were given practical problems, which required them to evince each

skill separately. In contrast, all practical activities in the 4C-ID approach required learners to

analyse the principal properties of an electrical circuit with different components. During

both lessons, the students had to study circuit diagrams by following the demonstration

(supportive information) and to solve a whole completion problem. Throughout these

activities, supportive information was provided for the acquisition of non-recurrent skills, and

procedural information was provided for the acquisition of recurrent skills.

Dependent Variables

Knowledge acquisition.

The acquisition of knowledge on electrical circuits by the learners, after the

instructional unit, was measured by an achievement test. This test required them to perform

14 items. All items responses were classified as right (1 point) or wrong (0 points). The

classification obtained by each student could range between 0 and 14 points.

The reliabilities for the knowledge achievement test were calculated using the

standardized Cronbach alpha and resulted in reliability indices of 0.96 and 0.97 for the first

applications tests and for the follow-up, respectively. According to Peterson (1994), alpha

should be 0.70 or higher for a set of items to be considered an adequate measure; so we can

consider these instruments to be able to measure the values of learning acquisition.

Page 180: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

156

Learning transfer.

The ability to transfer the acquired knowledge was measured by a transfer test

composed of a set of 14 items (with situations where the knowledge acquired about electrical

circuits could be applied to new situations). As in the achievement test, items were classified

as right (1 point) or wrong (points), so the test results ranged between 0 and 14 points.

In figure 20, we present an item of the transfer test that illustrates how the learning

transferability was tested.

Figure 20. Transfer test item.

In this item it is intended that students apply the knowledge-acquired on

characteristics of an association in series (electric current is constant at all points of the

circuit) applied to a circuit with different receptors: in this case bulb lamps and electric

resistance. The student will have to consider that resistance is a receptor similar to the bulb

lamp, because they convert electrical into internal energy and not only into light energy, so it

does not affect the value of the electric current in any of the points of the circuit (which is one

of the characteristics of this type of association).

Page 181: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

157

The reliabilities for the transfer test were also calculated using the standardized

Cronbach alpha and resulted in reliability indices of 0.95 for both the first application and the

follow-up.

Cognitive load.

Perceived cognitive load was measured by using a single student self-rating scale item

developed by Paas and van Merriënboer (1993). The scale asked the participants to use a

nine-point Likert-type scale to identify the amount of mental effort that they invested to

perform an assigned task. The cognitive load measures ranged from 1 (very, very low mental

effort) to 9 (very, very high mental effort). The rating-scale was administered after the learner

had completed each of the two achievement tests.

The reliabilities for the perceived cognitive load were calculated using the Cronbach

alpha and resulted in reliability indices of 0.90 and 0.93 for the first applications tests and

0.97 and 0.96 for the follow-up application.

Instructional efficiency.

The instructional efficiency values (E) on each test were computed by the formula:

M =NOP

Q (1)

(where P is Performance z-score and M is Cognitive Load z-score), and the E values are

directly related to the performance score (e.g., knowledge acquisition test and transfer test).

Observing formula (1), it appears that if P and M scores are equal, the efficiency is null (E =

0). If the P score is higher than the M score, the instructional efficiency is positive (higher

performance in relation to less invested mental effort) and if the P score is lower than the M

score, the instructional efficiency is negative (lower performance in relation to more invested

mental effort).

Page 182: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

158

Experimental Procedure

The research design used for this study was quasi-experimental in nature due to the

assignment of intact groups to experimental conditions. Figure 21 shows an overview of the

procedure for this study.

Lesson 1: 90 min. Introducing learning goals of the lesson; 4C-ID Approach Conventional approach 2. Brief description of the learning environment; 3. Learning class 1 – learning tasks T1, T2 and T3; 4. Learning class 2 – learning tasks T1 to T6; 5. - Learning class 3 – learning tasks T1 to T8.

2. Concepts lectured by the teacher; 3. The teacher solves exercises from the students’ manual.

¯ (2 days after) Lesson 2: 90 min. 4C-ID Approach Conventional approach 1. - Learning class 3 – learning tasks T9 to T16.

1. Reminding of the previous lesson; 2. Introducing the learning goals of the lesson; 3. Concepts lectured by the teacher; 4. The teacher solves exercises from the students manual.

¯ (10 min break) Knowledge-acquisition test (25 min) Cognitive load assessment Transfer test (25 min) Cognitive load assessment

¯ (follow-up – 10 days after) Knowledge-acquisition test (25 min) Cognitive load assessment Transfer test (25 min) Cognitive load assessment

Figure 21. An overview of the procedure.

It is important to note that the lessons of the experimental group took place in a

classroom in which each student had his/her computer with headphones. Students in this

group were free to consult the supportive information and to read more than once the

information generated by the cognitive and corrective feedback system. In each of these

Page 183: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

159

classes the teacher simply clarified technical issues related to the Adobe FlashÒ application

Electrical Circuits.

Results

Achievement Tests (Knowledge Acquiring and Learning Transfer)

As shown in table 10 both groups performed fairly well on the knowledge acquisition

test (mean scores were 87% and 81% for the experimental group; 87% and 77% for the

control group). The experimental group (80% and 82%) got higher ratings in the learning

transfer test compared with the control group (63% and 64%).

Table 10

Means and standard deviations of the achievement variables (knowledge acquiring and

learning transfer).

Dependent measures

Experimental group n = 78

M (SD)

Control group n = 51

M (SD) 1st application Follow-up 1st application Follow-up

Knowledge acquisition

testa 12.2 (1.6) 12.2 (1.4) 11.4 (2.1) 10.8 (2.1)

Transfer testa 11.2 (1.9) 11.5 (1.6) 8.8 (2.6) 8.9 (2.2) a maximum possible score was 14 points.

To examine differences between the two groups on the knowledge acquisition test and

on the transfer test, we conducted the Kruskal-Wallis test as an alternative to one-way

analysis of variance (ANOVA), because these two variables didn’t have a normal distribution

and homogeneous variances as was proved by the Kolmogorov-Smirnov (KS) and Levene

tests (see results in the appendix). The Kruskal-Wallis test revealed a significant overall main

effect for the distribution results in the knowledge acquiring test for the experimental group

Page 184: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

160

for the first application (c2(1) = 4.22, N = 129, p = 0.040) and for the follow-up (c2(1) =

16.73, N = 129, p = 0.000). The effect size estimate was d = + 0.41 (first application) and d =

+ 0.82 (follow-up), indicating a moderately strong effect (Cohen, 1988).

With respect to the learning transfer test, the Kruskal-Wallis test showed a significant

overall main effect for the distribution results in this test, for the first application (c2(1) =

26.06, N = 129, p = 0.000) and the follow-up (c2(1) = 139.67, N = 129, p = 0.000). The effect

size estimate was d = + 1.10 (first application) and d = + 1.39 (follow-up), indicating a strong

effect.

Perceived Cognitive Load

Table 11 presents the mean values for the variable perceived cognitive load measured

after the knowledge acquisition test and after the transfer test. Overall, we can see that in

terms of knowledge acquisition the variability between the two groups is very low. However,

with regard to the transfer of learning we can observe that the difference between the two

groups is stronger, (e.g. the students in the control group made a higher mental effort).

Table 11

Means and standard deviations of dependent variable perceived cognitive load for the

achievement tests.

Dependent measures

Experimental group n = 78

M (SD)

Control group n = 51

M (SD) 1st application Follow-up 1st application Follow-up

Perceived cognitive loada (knowledge acquisition test)

2.8 (0.7) 2.5 (0.9) 2.9 (1.2) 2.4 (1.0)

Perceived cognitive loada (transfer test) 2.6 (1.1) 2.7 (1.1) 4.2 (1.5) 3.5 (1.3)

a nine point scale.

Page 185: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

161

Given that the variable perceived cognitive load respects the normal distribution and

homogeneity principles (see appendix), we conducted the one-way ANOVA test to examine

the differences between the two groups.

The results of one-way ANOVA test showed no significant differences in the

perceived cognitive load measured after the knowledge acquisition test (F(1,127) = 0.766, p

= 0.383, h2 = 0.006 for the first application test and F(1,127) = 0.967, p = 0.327, h2 = 0.008

for the follow-up). With respect to the perceived cognitive load measure after the learning

transfer test the one-way ANOVA results showed that differences between the groups were

statistically significant (F(1,127) = 44.337, p = 0.000, h2 = 0.259 for the first application test

and F(1,127) = 12.298, p = 0.001, h2 = 0.088 for the follow-up). We also calculated the effect

sizes for the perceived cognitive load variable measured after the knowledge acquisition (d =

+ 0.16 for the first application and d = + 0.18 for the follow-up) and after the learning transfer

test (d = + 1.20 for the first application and d = + 0.38 for the follow-up).

Instructional Efficiency

Table 12 shows the results obtained on instructional efficiency in the knowledge

acquisition and transfer tests, respectively by the experimental group and the control group.

Figure 22 displays the distribution of this variable around line E = 0 for both groups in the

first and follow-up applications. We can observe that the results obtained by the subjects in

the experimental group correspond to greater efficiency (a better performance with less

mental effort) in terms of reproduction of knowledge and learning transfer.

Page 186: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

162

Table 12

Means and standard deviations of the instructional efficiency variable obtained in the

achievement tests.

Dependent measures

Experimental group n = 78

M (SD)

Control group n = 51

M (SD) 1st application Follow-up 1st application Follow-up

Instructional efficiency

(knowledge acquisition

test)

+ 0.48 (0.94) + 0.48 (0.82) + 0.028 (1.1) - 0.57 (0.99)

Instructional efficiency

(transfer test) + 0.55 (0.90) + 0.42

(0.80) - 0.41 (1.01) - 0.25 (0.76)

(a)

(b)

Figure 22. (a) Instructional efficiency obtained by the experimental group (EG) and the

control group (CG) in the knowledge acquisition test. (b) Instructional efficiency obtained by

the experimental group (EG) and the control group (CG) in the transfer test (adapated from

Melo & Miranda, 2014).

Since the instructional efficiency variable respects the normal distribution and

homogeneity principles (see appendix), we conducted the one-way ANOVA test to examine

the differences between the two groups.

Page 187: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

163

One-way ANOVAs revealed a significant statistic difference between the

experimental and the control group in the results for instructional efficiency obtained with the

knowledge acquisition test (F(1,127) = 6.350, p = 0.013, h2 = 0.048 for the first application

test and F(1,127) = 43.028, p = 0.000, h2 = 0.253 for the follow-up) and with the learning

transfer test (F(1,127) = 32.800, p = 0.000, h2 = 0.205 for the first application test and

F(1,127) = 21.742, p = 0.000, h2 = 0.146 for the follow-up). The estimate for the effect sizes,

was + 0.45 and + 1.18 for instructional efficiency measured after the knowledge acquisition

test, and + 1.03 and + 0.84 for instructional efficiency measured after the learning transfer

test.

Discussion

The purpose of this research was to study the effects of two instructional approaches

(the 4C-ID versus the conventional) in terms of knowledge acquisition and learning transfer

of complex skills in the domain of electrical circuits problem solving, integrated in the

Physics syllabus of the portuguese compulsory educational system. Our objective was also to

study the perceived cognitive load when students solve the achievement tests and to compare

the instructional efficiency of the 4C-ID model with a conventional method of instruction. To

discuss the results obtained, we will interpret the hypotheses formulated previously so that

they seem more plausible in the light of the literature review.

Page 188: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

164

The Effects of the Instructional Approach on Knowledge Acquiring and Learning

Transfer

The first two hypotheses are related to the acquisition and transfer of learning on

electrical circuits. The results of the experiment support the hypothesis that a 4C-ID learning

environment contributes to the development of skills related to the electrical circuits problem

solving. This result indicates that, when compared with the control group, the experimental

group was better able to solve problems on electrical circuits. Many authors (De Corte, 2003;

Merril, 2002; van Merriënboer, Schuurman, de Croock & Paas, 2002; van Merriënboer &

Paas, 2003) have found that a 4C-ID learning environment promotes the acquisition of

coordinated and integrated sets of knowledge and skills (i.e. it facilitates complex learning).

The results of the statistical test applied to the knowledge acquisition and learning

transfer variables showed a better performance of the experimental group in comparison with

the control group. The results indicate a greater effect over the independent variable in the

ability to transfer knowledge. We believe that these outcomes can be explained by the fact

that the 4C-ID learning environment developed by us appealed to a large contextual

variability of the learning tasks than the conventional environment. Salomon and Perkins

(1989), Shapiro and Schmidt (1982), and Singley and Anderson (1989), among others, have

pointed to the benefits of tasks variability on learning transfer.

Another possible cause for a superior transfer performance may be related to the

emphasis given by the 4C-ID approach to promoting schema construction for generalized

knowledge, which can be used for problem solving in different situations. For instance, in the

subtopic series and parallel lamps circuits, the students were able to transfer the generalized

knowledge about the characteristics of these two types of circuits to the analysis of new

circuits involving different devices such as resistors. Thus, students were able to transfer the

effects of a lamp in the circuit equivalent to a resistance, since they are only receptors that

Page 189: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

165

offer resistance to electrical current movement. The results of the two items on the transfer

test (one related to series circuits and the other related to parallel circuits) indicate that the

experimental group performed significantly better on these two items (M = 0.74, SD = 0.44,

for the series circuit item and M = 0.78, SD = 0.42 for the parallel circuit item) than the

control group (M = 0.55, SD = 0.50 for the series circuit item and M = 0.61, SD = 0.49 for

the parallel circuit item). The results of the non-parametric test revealed that the distribution

of two the items was not the same in both the experimental and the control group (Mann-

Whitney U, p = 0.022 for series circuit and p = 0.033 for parallel circuit). Perhaps the reason

why the 4C-ID group was able to do a better learning transfer than the conventional group is

related to the way they generally acquired knowledge on the topic studied they did it in a

more systematic way than the control group. This generalized knowledge in the context of the

4C-ID model is the supportive information presented before practice (class tasks) and it was

made accessible to learners throughout the instruction process via multimedia messages. We

believe they had the opportunity to associate new information to what they already knew,

which promoted a better understanding of the content while experiencing a low perceived

cognitive load. In the control group (conventional approach) the information describing the

characteristics of each type of circuits was presented when the teacher gave students practical

examples.

Another aspect of the supportive information focuses on the fact that this describes the

SAPs that specify the successive phases of the process of problem solving and some basic

rules that can be useful to successfully run each of those stages. In the experimental group

this type of information was always available when the students must perform the learning

tasks. Figure 23 shows a supportive information screen shot with respect to the characteristics

of series and parallel circuits. This information is given in multimedia format in which an

expert explains and clarifies the characteristics of this type of association lamps.

Page 190: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

166

Figure 23. Screen shot of supportive information about series and parallel circuits.

Cognitive feedback is another key aspect of supportive information as it is given in

terms of quality of performance in carrying out learning tasks. In this perspective it is

considered that there is no purely correct or incorrect behaviour with regard to problem

solving and reasoning behind this process of resolution. This type of feedback leads many

students to make a critical comparison of the solutions to the presented solution, producing a

deeper understanding of the studied subject (cf. Hattie, 2009; Hattie & Yates, 2014). Figure

24 shows a cognitive feedback on a worked example about the relationship between voltages

on the lamps connected in series. In this example students had to press the button “Resposta”

(answer) and the feedback system classified the answer as true or false and shows an

explanation. It is important to note that students cannot advance to the next task without

reading the information generated by the feedback system.

Page 191: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

167

Figure 24. Screen shot of cognitive feedback about voltage in series circuits.

To sum up, the findings on learners’ performance suggest that the 4C-ID approach

was more effective than the conventional approach in terms of learner performance when

acquiring knowledge and transferring learning on electrical circuits’ basic analysis. This

means that the 4C-ID approach helped learners to acquire general knowledge and to apply

this knowledge to new situations.

We believe that these differences in the two approaches are linked to the 4C-ID model

characteristics, in particular in that there is a systematic approach to solve problems of

electrical circuits and the cognitive feedback system, which contributes to a decrease in the

cognitive load associated with instruction, as we will see in the next section.

Another factor that may be contributing to a better performance of the experimental

group is linked to the fact that this group work methodology appeals to a more autonomous

work, since learners will spend more time in self-study, which did not occur with the control

group in which the teaching strategy was more centred on the teacher.

Page 192: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

168

The Effect of the Instructional Approach on Perceived Cognitive Load

The perceived cognitive load measured after the knowledge acquisition test, showed

no differences between the two groups (hypothesis 3). The perceived cognitive load assessed

after the learning transfer test revealed that the experimental group perceived a significantly

lower mental effort than the control group (hypothesis 4). So, we can conclude that learners

being taught through 4C-ID approach were able to perform better without experiencing a

greater cognitive load. On the contrary, they perceived a lower cognitive load than the control

group. This result may be explained by the fact that the 4C-ID model includes an effective

management of cognitive load associated with learning tasks. This was done in three ways.

First, in order to decrease the cognitive load inherent to the learning material (intrinsic

cognitive load), a simple to complex task sequencing was used (e.g. first presenting a simple

electrical circuit, then a more complex circuit schema). Second, extraneous load (caused by

the instructional feature of learning material) was minimized by presenting a structured

sequence of learning tasks. That is, instead of presenting students with a series of

conventional problems about electrical circuits, which usually cause a high extraneous

cognitive load, a series of examples was provided, each followed by a completion problem.

Third, in order to increase germane cognitive load, (load relevant for learning or schema

construction) learning tasks within the same class task were presented in various contexts.

Thus, with this meticulous management of all three types of cognitive load we could

obtain a performance improvement without increasing the perceived cognitive load in the 4C-

ID approach.

In addition, to facilitate the construction of cognitive schemas, supportive information

(the second component of 4C-ID model) explains how a domain is organized and how to

approach problems in this domain so that learners can fruitfully work on non-recurrent

aspects of learning tasks within the same class task. This supportive information was

Page 193: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

169

provided before each class task and was made accessible to learners throughout task practice

via multimedia messages. The reason for presenting supportive information previous to

practice was that the information describing a mental model (e.g. how an electrical circuit is

organized, what is the function of each component in the circuit) and cognitive strategies (e.g.

rules to do an efficient analysis of a circuit) usually has a high inherent complexity. A

particularly important type of supportive information for learners is feedback on the quality

of their performance. This so-called cognitive feedback refers only to the non-recurrent

aspects of performance. This information included prompts, cues and questions that help

learners to construct or reconstruct their cognitive schemas in such a way that future

performance is improved (McKendree, 1990). Cognitive feedback stimulates learners to

reflect on the quality of both their personal problem-solving processes and the solutions they

have found, so that more effective cognitive strategies and mental models can be developed.

One factor that has been particularly taken in to consideration in the learning environment

design with 4C-ID model was cognitive feedback, since in all learning tasks there is always

information about the solutions found by the students.

To facilitate rule automation, procedural information (presented during task practice –

just-in-time information) specifies exactly how to perform the recurrent aspects of learning

tasks and part-task practice provide additional repetition for these recurrent aspects that need

to be developed up a very high level of automaticity (e.g. how to use voltmeter and ammeter).

Another characteristic of the procedural information is the corrective feedback given on the

recurrent aspects of performance. In contrast to cognitive feedback, the main function of

corrective feedback is to detect and correct errors. So the learner can carry on his or her

present work in a more efficient, effective and correct manner. In the 4C-ID approach the

corrective feedback system informs learners that there was an error and why there was an

error, but without simply stating the correct action (e.g. on drag-and-drop task learners had to

Page 194: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

170

drag values of current intensity or tension to the right position in a circuit; if he or she made

the wrong choice, a message as “Please notice the relative positions of the components on the

circuit” would appear).

The Effect of the Instructional Approach on Instructional Efficiency

As predicted, learners in the 4C-ID approach showed a significantly higher level of

instructional efficiency on both achievement tests. These findings suggest that the 4C-ID

approach was not only efficient for knowledge acquisition of electrical circuits, but also for

the learning transfer. Both were computed by combining the results of the achievement test

and the perceived cognitive load using formula (1). We did a graphical analysis (figure 22) of

the dissimilarities in the two groups regarding the differences in terms of instructional

efficiency. We found that, learners in the experimental group showed a higher level of

instructional efficiency on the knowledge acquisition test and on the learning transfer test.

Future Research

The findings of this study suggest some direction for future research. The first issue

concerns the measurement of the perceived cognitive load. This variable was measured by a

single rating scale that assessed the amount of mental efforts learners invested on the task

they received. This way of assessing cognitive load does not discriminate the three types of

cognitive load inherent to the instructional material. For example, two students may indicate

the same mental effort and yet we do not know if this measure was a result of the

contribution of only a specific type of cognitive load (i.e., intrinsic, extraneous or germane

cognitive load). Second, future studies should include a collection of qualitative data in order

to answer questions such as: how did treatment affect the learners’ learning process? This

Page 195: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

171

way of analysis could give us information about the type of mental schemas that will improve

better the transfer of learning. Gathering data of this nature would help us to provide a clearer

spectrum of how the 4C-ID approach affects learning strategies and to what extent the

various components of the model were more beneficial to the learning process.

Finally, we think it will be interesting to study the effect of some variables in

connection with the way students face learning tasks. For example, no doubt it would be

fascinating to analyse the relations between the students’ approaches to learning (SAL) (e.g.,

Biggs, 1985; Marton & Säljö, 1976, among others) and the results in achievement tests and

the perceived cognitive load.

Conclusion

The findings of this study have one main practical implication in the field of

instructional system design: the use of a learning environment designed using the principals

of the 4C-ID model was more effective and efficient with regard to knowledge acquisition

and learning transfer than a traditional or conventional instructional method.

Our research results add new contribution to the effectiveness of the 4C-ID model in

helping students learn complex skills in the context of their curricular contents. In other

words, it increases the generalizability of the 4C-ID model.

Page 196: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

172

References

Anderson, J. (1983). The architecture of cognition. Cambridge, MA: Harvard University

Press.

Ayres, P., & Sweller, J. (2005). The split-attention principle in multimedia learning”. In R.

Mayer (Ed.). The Cambridge handbook of multimedia learning (pp.135-146). New

York: Cambridge University Press.

Bassok, M. (1990). Transfer of domain-specific problem-solving procedures. Journal of

Experimental Psychology: Learning, Memory and Cognition, 15(1), 153-166.

Biggs, J. (1985). The role of meta-learning in study processes. British Journal of Educational

Psychology, 55,185-212.

Bransford, J., Brown, A., & Cocking, R. (2000). How people learn: Brain, mind, experience

and school. Washington DC: National Academy Press.

Brown, A. (1987). Metacognition, executive control, self-regulation, and other more

mysterious mechanisms. In F. E. Weinert & R. Kluwe (Eds.). Metacognition,

motivation, and understanding (pp. 1-16). Hillsdale, N. J.: Erlbaum.

Brown, A., & Campione, J. (1981). Learning to learn. On training students to learn from

texts. Educational Research, 10(2), 14-21.

Brown, A., & Campione, J. (1986). Training for transfer: Guidelines for promoting flexible

use of trained skills. Advances in Psychology, 31, 257-271.

Brown, A. (1978). Knowing when, where, and how to remember: A problem of

metacognition. In R. Glasser (Ed.), Advances in instructional psychology Vol. 1 (pp.

77-165). Hillsdale, N.J.: Erlbaum.

Bruner, J. (1960). The process of education. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Bruner, J. (1965). The growth of the mind. American Psychologist, 20(12), 1007-1017.

Page 197: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

173

Bruner, J. (1966). Toward a theory of instruction. Cambridge Mass: Harvard University

Press.

Carey, J., Barey, L., & Dick, W. (2005). The systematic design of instruction. Boston, MA:

Allyn & Bacon.

Chi, M., Glaser, R., & Rees. E. (1982). Expertise in problem solving. In J. R Sternberg (Ed.).

Advances in the psychology of human intelligence (Vol. 1) (pp. 7-76). Hillsdale, NJ:

Erlbaum.

De Corte, E. (2003). Designing learning environments that foster the productive use of

acquired knowledge and skills. In E. De Corte, L. Verschaffel, N. Entwistle, & J. J. G.

van Merriënboer (Eds.). Powerful learning environments: Unravelling basic

components and dimensions (pp. 21-35). Oxford, UK: Elsevier Science.

Dewey, J. (1916). Democracy and education. An introduction to the philosophy of education.

The MacMillan Company. Retrieved from

http://en.wikisource.org/wiki/Democracy_and_Education

Dick, W., Carey, L., & Carey, J. (2001). The systematic design of instruction (5th ed.). USA:

Allyn and Bacon.

Gagné, R. (1970). The conditions of learning (2nd ed.). New York: Holt, Rinehart and

Winston, Inc.

Gagné, R. (1974). Essentials of learning for instruction (2nd ed.). Hinsdale, IL: The Dryden

Press.

Gagné, R. M. (1985). The conditions of learning and theory of instruction. New York: Holt,

Rinehart and Winston.

Gick, M., & Holyoak, K. (1983). Schema induction and analogical transfer. Cognitive

Psychology, 15, 1-38.

Page 198: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

174

Greeno, J. (1997). On claims that answer the wrong questions. Educational Researcher,

26(2), 5-17.

Greeno, J., Collins, A., & Resnick, L. (1996). Cognition and learning. In D. Berliner, & R.

Calfee (Eds.). Handbook of educational psychology (pp. 15-46). New York:

Macmillan.

Hattie, J. (2009). Visible learning. A synthesis of over 800 meta-analyses related to

achievement. New York: Routledge.

Hattie, J., & Yates, G. (2014). Visible learning and the science of how we learning. New

York: Routledge.

Hoogveld, A., Paas, F. & Jochems, W. (2001). The effects of a web-based training in an

instructional systems design approach on teachers’ instructional design behavior.

Computer in Human Behavior, 17, 363–371. doi: 10.1016/S0747-5632(01)00013-9.

Hoogveld, A., Paas, F., & Jochems, W. (2003). Application of an instructional systems

design approach by teachers in higher education: individual versus team design.

Teaching and Teacher Education, 19, 581–590. doi: 10.1016/S0742-051X(03)00055-

6.

Kester, L., Kirschner, P., & van Merriënboer, J. (2004). Information presentation and

troubleshooting in electrical circuits. International Journal of Science Education, 26,

239-256. doi: 10.1080/69032000072809.

Kester, L., Kirschner, P., & van Merriënboer, J. (2005). The management of cognitive load

during complex cognitive skill acquisition by means of computer-simulated problem

solving. British Journal of Education Psychology, 75, 71-85.

doi:10.1348/000709904X19254.

Kintsch, W. (1977). Memory and cognition. New York: Wiley.

Page 199: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

175

Lave, J., & Wenger, E. (1995). Situated learning: Legitimate peripheral participation (4th

ed.). New York: Cambridge University Press.

Lim, J., Robert, R., & Olina, Z. (2009). The effects of part-task and whole-task approaches

on acquisition and transfer of a complex cognitive skill. Education Technology

Research Development, 57, 61-77. doi: 10.1007/s11423-007-9085-y.

Marton, F., & Säljö, R. (1976). On qualitative differences in learning. I – Outcome and

Process. British Journal of Educational Psychology, 46, 4-11.

Mayer, R. E. (2005). Cognitive theory of multimedia learning. In R. E. Mayer (Ed.). The

Cambridge handbook of multimedia learning (pp. 31-48). USA: Cambridge

University Press.

McKendre, J. (1990). Effective feedback content for tutoring complex skills. Journal of

Human-Computer Interaction, 5(4), 381-413.

Melo, M., & Miranda, G. L. (2014, june). Applying the 4C-ID Model to the Design of a

Digital Educational Resource for Teaching Electric Circuits: Effects on Student

Achievement. Proceedings of the 2014 Workshop on Interaction Design in

Educational Environments (IDEE '14), Spain, Albacete, 8-14.

doi:10.1145/2643604.2643605.

Mendelsohn, P. (1994). Le transfert de connaissances: la pierre philosophale de l'enseignant.

Conférence introductive au Colloque sur les "Transferts de connaissances" - Lyon:

octobre 1994.

Merrill, D. (2002). First principles of instruction. Educational Technology, Research and

Development, 50(3), 43–59.

Merrill, D. (2007). First principles of instruction: A synthesis. In R. Reiser & J. Dempsy

(Eds). Trends and issues in instructional design and technology (2nd ed.), (pp. 341-

346). NJ: Pearson.

Page 200: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

176

Nadolski, R., Kirschner, P., & van Merriënboer, J. (2005). Optimizing the number of steps in

learning tasks for complex skills. British Journal of Education Psychology, 75, 223–

237. doi: 10.1348/000709904X22403

Nadolski, R., Kirschner, P., & van Merriënboer, J. (2006). Process support in learning tasks

for acquiring complex cognitive skills in the domain of law. Learning and Instruction,

16, 266–278. doi:10.1016/j.learninstruc.2006.03.004.

Paas, F., & van Merriënboer, J. (1993). The efficiency of instructional conditions: An

approach to combine mental-effort and performance measures. Human Factors, 35,

737-743.

Paas, F., & van Merriënboer, J. (1994). Instructional control of cognitive load in the training

of complex cognitive tasks. Educational Psychology Review, 6, 51–71. doi:

10.1007/BF02213420.

Packer, M. (2001). The problem of transfer, and sociocultural critique of schooling. Journal

of the Learning Sciences, 10(4), 493-515.

Pavlov, I. (2003/1927). Conditioned reflexes (2nd ed.). New York: Dover Publications

Perkins, D., & Salomon, G. (1992). Transfer of learning. In International Encyclopedia of

Education (2nd ed.). Oxford, England: Pergamon Press. Retrieved from

https://learnweb.harvard.edu/alps/thinking/docs/traencyn.htm.

Peterson, R.A. (1994). A meta-analysis of Cronbach´s coefficient alpha. Journal of

Consumer Research, 21(2), 381-391.

Quilici, J., & Mayer, R. (1996). Role of examples in how students learn to categorize

statistics word problems. Journal of Educational Psychology, 88(1), 144-161.

Reiser, R. (2001a). A history of instructional design and technology. Part I: A history of

instructional media. Educational Technology Research and Development, 49(1), 53-

64.

Page 201: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

177

Reiser, R. (2001b). A history of instructional design and technology. Part I: A history of

instructional design. Educational Technology Research and Development, 49(2), 57-

67.

Resnick, L., & Collins, A. (1996). Cognition and learning. In E. De Corte & F. E. Weinert

(Eds.). International encyclopedia of developmental and instructional psychology (pp.

377-381). U.K.: Pergamon Press.

Rogoff, B., & Chavajay, P. (1995). What's become of research on the cultural basis of

cognitive development? American Psychologist, 50, 859-877.

Salomon, G., & Perkins, D. (1989). Rocky roads to transfer: Rethinking mechanisms of

neglected phenomenon. Educational Psychologist, 24(2), 113-142.

Sarfo, F., & Elen, J. (2006). The design of effective support for the acquisition of technical

expertise. In G. Clarebout & J. Elen. Avoiding simplicity, confronting complexity (pp.

417–422). Rotterdam: Sense Publishers.

Sarfo, F., & Elen. J. (2005, July). Powerful learning environments and the development of

technical expertise in Ghana: investigating the moderating effect of instructional

conceptions. Proceedings of the 5th IEEE International Conference on Advanced

Learning Technologies (ICALT’2005), Kaohsiung, Taiwan.

Schilling, M., Vidal, P., Ployhart, R., & Marangoni, A. (2003). Learning by doing something

else: Variation, relatedness, and the learning curve. Management Science, 49, 39–56.

doi: 10.1287/mnsc.49.1.39.12750.

Shapiro, D., & Schmidt. R. (1982). The schema theory: Recent evidence and developmental

implications. In J. A. S. Kelso and J. E. Clark (Eds). The development of movement

control and coordination, (pp. 113-150). New York: John Wiley and Sons, Ltd.

Page 202: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

178

Simon, H. (1982). Cognitive processes of experts and novices. In J.-J. Ducret, C. Monnier, O.

Rod, & A. Wells (Eds.). Cahiers de la Fondation Archives Jean Piaget Nº. 2-3 (pp.

155-182). Genève: Foundation des Archives Jean Piaget.

Singley, M., & Anderson, J. (1989). The transfer of cognitive skill. Cambridge, MA: Harvard

University Press.

Skinner, B. (1965/1953). Science and human behavior. New York: The Free Press.

Smith, L. (1993). The concept of same. In W. Reese (Ed.), Advances in child development

behavior (pp. 215-317). USA: Academic Press.

Sweller, J., Ayres, P., & Kalyuga, S. (2011). Cognitive load theory. New York: Springer.

Thorndike, E., & Woodworth, R. (1901). The influence of improvement in one mental

function upon the efficiency of other functions, Psychological Review, 8, 247-261.

doi:10.1037/h0074898.

Van Merriënboer J., & de Croock, M. (1992). Strategies for computer-based programming

instruction: Program completion versus program generation. Journal of Educational

Computing Research, 8, 365–394.

Van Merriënboer, J. (1997). Training complex cognitive skills. NJ: Englewood Cliffs -

Educational Technology Publications.

Van Merriënboer, J., & Kester., L. (2005). The four-component instructional design model.

Multimedia principles in environments for complex learning. In R. Mayer (Ed). The

Cambridge handbook of multimedia learning (pp.71-95). New York: Cambridge

University Press.

Van Merriënboer, J., & Kirschner, P. (2001). Three worlds of instructional design: State of

the art and future directions. Instructional Science, 29, 429-441.

Page 203: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

179

Van Merriënboer, J., & Kirschner. P. (2007). Ten steps to complex learning: A systematic

approach to Four-Component Instructional Design. NJ: Lawrence Erlbaum

Associates.

Van Merriënboer, J., & Paas, F. (2003). Powerful learning and the many faces of

instructional design: Towards a framework for the design of powerful environments.

In E. De Corte, L. Verschaffel, N. Entwistle, & J. J. G. van Merriënboer (Eds).

Powerful learning environments: Unravelling basic components and dimensions (pp.

21-35). Oxford, UK: Elsevier Science.

Van Merriënboer, J., Clark, R., & de Croock, M. (2002). Blueprints for complex learning:

The 4C/ID – model. Educational Technology. Research and Development, 50(2), 39–

64.

Van Merriënboer, J., Jelsma, O., & Paas, F. (1992). Training for reflective expertise: A four-

component instructional design model for training complex cognitive skills.

Educational Technology, Research and Development, 40(2), 23–43.

Van Merriënboer, J., Kester, L., & Paas, F. (2006). Teaching complex rather than simple

tasks: Balancing intrinsic and germane load to enhance transfer of learning. Applied

Cognitive Psychology, 20, 343–352. doi: 10.1002/acp.1250.

Van Merriënboer, J., Kirschner, P., & Kester, L. (2003). Taking the load off a learner's mind:

Instructional design for complex learning. Educational Psychologist, 38, 5- 13. doi:

10.1207/S15326985EP3801_2.

Van Merriënboer, J., Schuurman, J., Marcel de Croock, J. G., & Paas, F. (2002). Redirecting

learners’ attention during instruction: Effect on cognitive load, transfer test

performance and training efficiency. Learning and Instruction, 12, 11–37.

Vosniadou, S., & Ortony, A. (1989). Similarity and analogical reasoning. Cambridge:

Cambridge University Press.

Page 204: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

180

Vygostky, L. (1978). Mind in society. The development of higher psychological processes.

USA: The President and Fellows of Harvard College.

Willis, J. (2009). Pedagogical ID versus process ID: Two perspectives in contemporary

instructional design theory. International Journal of Technology in Teaching and

learning, 5(2), 93-105.

Wilson, B. G., Jonassen, D. H., & Cole, P. (1993). Cognitive approaches to instructional

design. In G. M. Piskurich (Ed.). The ASTD handbook of instructional technology (pp.

21.1-21.22). New York: McGraw-Hill.

Page 205: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

181

Appendix: Normality and variance homogeneity test for studied variables

Variable Kolmogorov-Smirnov Variance

homogeneity

Statistic p-value Levene statistic p-value

Kno

wle

dge

acqu

iring

te

st

1st application EG 0.221 0.000 5.79 0.018 1st application CG 0.177 0.000 Follow-up EG 0.220 0.000

14.45 0.000 Follow-up CG 0.165 0.001

Tran

sfer

te

st

1st application EG 0.182 0.000 6.96 0.009 1st application CG 0.140 0.014 Follow-up EG 0.176 0.001 8.62 0.004 Follow-up CG 0.142 0.012

Perc

eive

d co

gniti

ve lo

ad Knowledge

acquiring (1st application)

EG 0.071 0.200 18.480 0.076 CG 0.107 0.200

Transfer (1st application)

EG 0.083 0.200 3.264 0.073 CG 0.105 0.200 Knowledge acquiring

(follow-up)

EG 0.099 0.058 0.231 0.631 CG 0.152 0.050

Transfer (follow-up)

EG 0.103 0.039 1.430 0.234 CG 0.096 0.200

Inst

ruct

iona

l eff

icie

ncy

Knowledge acquiring (1st application)

EG 0.069 0.200 0.495 0.483 CG 0.109 0.183

Transfer (1st application)

EG 0.076 0.200 2.029 0.157 CG 0.096 0.200 Knowledge acquiring

(follow-up)

EG 0.081 0.200 1.846 0.177 CG 0.089 0.200

Transfer (follow-up)

EG 0.077 0.200 0.212 0.642 CG 0.075 0.200

Page 206: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

182

Page 207: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

183

III.3 - Modelo instrutivo 4C/ID: efeitos sobre as abordagens à aprendizagem de alunos

do 9ºano*

Resumo

Este artigo tem como principal objetivo apresentar os resultados de uma investigação sobre o

efeito da utilização de um ambiente de aprendizagem digital, destinado ao ensino dos

circuitos elétricos e construído com base no modelo de Desenho Instrutivo de Quatro

Componentes (4C/ID), sobre o tipo de abordagem à aprendizagem adotada por alunos do

9ºano.

Constituímos dois grupos: um experimental (nE = 76), no qual o tema circuitos elétricos foi

ensinado com o ambiente digital (estratégia centrada no aluno) e um grupo de controlo (nC =

49), no qual o tema circuitos elétricos foi ensinado com base num método convencional

(estratégia centrada no professor). Para caracterizar o tipo de abordagem à aprendizagem

adotado pelos alunos usámos o Inventário de Processos de Estudo (IPE) validado para várias

amostras da população estudantil portuguesa.

Os resultados revelaram: 1) equivalência no pré-teste entre os dois grupos ao nível das

variáveis abordagens superficial e profunda; 2) no pós-teste, para o grupo experimental,

ocorreu uma diminuição do uso da abordagem superficial e um aumento da pontuação para a

variável abordagem profunda, não havendo alterações significativas nestas variáveis no grupo

de controlo. A análise dos dados qualitativos da descrição do processo experimental, feita

com base em observação das aulas e em entrevistas aos professores, permitiu-nos explicitar

algumas características do ambiente de aprendizagem digital, tornando mais clara a

*Melo, M., & Miranda, G.L. (no prelo). Modelo instrutivo 4C/ID: efeitos sobre as abordagens à aprendizagem de alunos do 9ºano. Análise Psicológica, (aceite para publicação a 6/06/2017). (SJR-SCImago Q3 Psicologia e Educação em 2017).

Page 208: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

184

interpretação dos resultados. O carácter multidimensional do constructo “abordagem à

aprendizagem” evidenciou-se pelos valores de magnitude de efeito, que se mostraram

globalmente baixos.

Palavras-chave: Abordagem à aprendizagem, Abordagem profunda, Abordagem superficial,

Modelo 4C/D.

Page 209: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

185

Abstract

The main purpose of this paper is to present the research results of the use of a digital

learning environment, built with the four components instructional design model (4C/ID-

model), on the students’ approach to learning. We used the digital environment to teach the

subject of electrical circuits to 9th grade students.

We formed two groups: the experimental group (nE = 76) in which electrical circuits were

taught with the digital learning environment (student-centered strategy) and a control group

(nC = 49) in which a conventional method (teacher-centered strategy) was used to teach the

subject of electrical circuits. To assess the students approach to learning we used the

“Inventário de Processos de Estudo” validated to several samples of the Portuguese student

population.

The results revealed that: 1) the two groups were equivalent on the surface and deep variables

in the pre-test; 2) on the post-test, for the experimental group, there was a decrease of the

surface learning approach and an increase of the deep learning approach, and there were no

significant changes in the control group. The analysis of the qualitative data derived from the

experimental process, based on the classes’ observation and in interviews with the teachers,

allowed us to explain some characteristics of the digital learning environment, which allowed

us to interpret the results more accurately. The multidimensional nature of the "approach to

learning" construct was evident by the low effect sizes.

Keywords: Students approach to learning, Deep approach, Surface approach, 4C/ID-model.

Page 210: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

186

Introdução

A investigação sobre as abordagens à aprendizagem iniciou-se na década de 70 com

os trabalhos de Marton e Säljö (1976a e1976b) sobre o processo de aprendizagem. Estes

autores recolheram um conjunto de dados que lhes permitiu analisar a forma como os alunos

entendiam e abordavam a leitura de um texto. Surgiu o conceito de “abordagem à

aprendizagem” que deu origem ao quadro teórico de Abordagem à Aprendizagem (Student

Approaches to Learning – SAL). Desde essa época, o conceito foi sendo usado por outros

investigadores que, a par da metodologia qualitativa usado por estes primeiros investigadores,

desenvolveram métodos quantitativos e instrumentos que permitem medir o constructo

recorrendo a questionários (escala e inventários). Os autores que mais se salientam neste

domínio são Biggs (1988) e Entwistle (1990).

O objetivo deste estudo é investigar o efeito da utilização de um ambiente de

aprendizagem digital concebido com o modelo de desenho educacional de quatro

componentes (Four Componentes Instructional Design Model – 4C/ID) sobre as abordagens

à aprendizagem adotadas por um conjunto de alunos do 9º ano do terceiro ciclo do ensino

básico.

Revisão da Literatura

O Modelo Instrutivo de Quatro Componentes (4C-ID)

O modelo instrutivo de quatro componentes (4C/ID) preconiza que, para a aquisição

de aprendizagens complexas13, são necessários quatro componentes: 1) tarefas de

aprendizagem, que exigem que os alunos integrem e coordenem muitos, senão todos, os

13 Aprendizagens que envolvem a integração de conhecimentos, competências e atitudes.

Page 211: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

187

aspetos do desempenho relacionados com a resolução de problemas e os raciocínios que lhes

subjazem; 2) informação de apoio, que serve de auxílio à aprendizagem e à resolução das

tarefas de aprendizagem e onde é apresentada a melhor abordagem à resolução dos

problemas, fazendo a ponte entre os novos conhecimentos e os conhecimentos prévios dos

alunos; 3) informação processual, que constitui um requisito para a realização das tarefas, por

exemplo, através de um algoritmo para explicitar os aspetos rotineiros que devem ser

executados; esta informação só surge no momento exato em que o aluno necessita dela,

diminuindo desta forma a sobrecarga cognitiva; um exemplo deste tipo de informação

corresponde às mensagens que surgem do sistema de feedback corretivo e cognitivo durante a

realização das tarefas de aprendizagem; e 4) prática nas tarefas, que são exercícios adicionais

centrados em aspetos rotineiros das tarefas e que necessitam de maior treino; este

componente só é usado quando as tarefas de aprendizagem não suscitam uma repetição

suficiente para se atingir o nível de automaticidade pretendido (van Merriënboer & Kester,

2014).

O modelo 4C/ID foi desenvolvido com base na Teoria da Carga Cognitiva de Sweller

(Sweller, Ayres & Kalyuga, 2011) e na Teoria da Aprendizagem Multimédia de Mayer

(Mayer, 2014), ambas integradas na Abordagem do Processamento de Informação, que

preconiza que a arquitetura cognitiva humana consiste numa memória de trabalho com

capacidade limitada que interage com a memória de longo prazo que tem capacidade

ilimitada (Paas, Tuovinen, Tabbers, & Gerven 2003).

A Teoria da Carga Cognitiva contribui para este modelo instrutivo com um conjunto

de procedimentos empiricamente validados, aos quais devem obedecer as mensagens

educativas, de modo a gerir de forma eficiente a carga cognitiva imposta pelos materiais

instrutivos, libertando a capacidade da memória de trabalho e promovendo a construção e

reconstrução de esquemas mentais na memória de longo prazo (Kirschner, 2002).

Page 212: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

188

A Teoria da Aprendizagem Multimédia tem a particularidade de ser muito útil para

quem concebe recursos educativos digitais, como é o nosso caso, pois parte do princípio que

as pessoas aprendem melhor quando se associam palavras e imagens do que quando se usa

apenas palavras (Princípio da Aprendizagem Multimédia). Esta associação deve ser feita

tendo em consideração o sistema cognitivo de processamento de informação, nomeadamente

as suas potencialidades e limitações (Mayer, 2014). A Teoria da Aprendizagem Multimédia

tem em consideração três pressupostos: 1) a capacidade limitada do sistema mnemónico

humano; 2) o fato de o sistema de memória humano possuir dois canais distintos para o

processamento da informação visual e verbal, cada um com capacidade limitada; e 3) o

pressuposto de que a aprendizagem “ativa” corresponde a um conjunto coordenado de

processos cognitivos que são condição necessária para que a aprendizagem ocorra. A partir

desta teoria foi desenvolvido um conjunto de princípios, empiricamente validados, que

ajudam a construir recursos educativos digitais que promovem mais e melhor aprendizagem

(Mayer & Moreno, 2002).

Tipos de Abordagens à Aprendizagem

O constructo “abordagens à aprendizagem” procura representar o modo como os

alunos se relacionam com as tarefas de aprendizagem, contribuindo para a compreensão das

diferenças entre os alunos quando estes se envolvem na resolução de uma tarefa de

aprendizagem.

As abordagens à aprendizagem são caracterizadas por Biggs como “o processo de

aprendizagem que emerge da perceção dos alunos sobre a tarefa académica, influenciado

pelas características pessoais” (Biggs, 1988, p.185) e por fatores relacionados com o contexto

(natureza das tarefas de aprendizagem, método de ensino, avaliação, etc.). Segundo este autor

estes fatores podem influenciar a qualidade da aprendizagem através do tipo de abordagem à

Page 213: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

189

aprendizagem que os alunos adotam. Vários autores (Cowman, 1998; Lorillard, 1979;

Marton, 1983; Ramsden, 1988 e Thomas, 1986, citados por Snelgrove, 2004) consideram que

o tipo de abordagem à aprendizagem adotado pelos alunos pode ser uma resposta aos

estímulos gerados pelo ambiente/contexto de aprendizagem. Portanto, o tipo de abordagem à

aprendizagem não se apresenta apenas como uma característica estável do aluno, descreve

antes a relação entre a sua perceção sobre as tarefas de aprendizagem (inseridas num

determinado contexto) e a sua forma típica de as abordar.

Marton e Säljö (1976a e 1976b) identificaram duas abordagens contrastantes (uma

“abordagem profunda'' e uma “abordagem superficial”) na forma como os alunos

escandinavos liam e usavam a informação de textos. A abordagem profunda é caracterizada

por uma intenção do aluno de procurar compreender os conceitos, de estabelecer relações

entre estes e de os aplicar a novas situações. A abordagem superficial insere-se numa

aprendizagem mais mecânica, com recurso à memorização de forma isolada.

Ramsden (1979) identificou uma terceira abordagem, a ''abordagem estratégica ou de alto-

rendimento'', que é caracterizada por uma motivação centrada na competição e na autoestima.

Este tipo de abordagem apresenta um motivo semelhante à abordagem superficial, com a

diferença que o aluno tem a intenção de obter classificações elevadas, enquanto que na

abordagem superficial o aluno pretende apenas obter as classificações necessárias para

transitar de nível.

Em suma, a SAL suporta a existência de duas abordagens à aprendizagem: 1) uma

abordagem profunda centrada em estratégias e motivações profundas que correspondem a

atitudes eficazes e desejáveis face à aprendizagem; e 2) uma abordagem superficial que

implica estratégias e motivações superficiais, associadas a atitudes ineficazes e indesejáveis

na aprendizagem (ver Quadro 13).

Page 214: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

190

Quadro 13

Características dos diferentes tipos de abordagem à aprendizagem (adaptado de Entwistle,

1997).

Abordagem superficial Abordagem profunda Abordagem de alto rendimento

- Memorização dos conteúdos necessários para a avaliação; - Dificuldade em compreender e relacionar conceitos; - Ansiedade em lidar com as exigências das tarefas de aprendizagem.

- Intenção de compreender; - Interesse ativo sobre os temas; - Organizar e relacionar conceitos; - Usar lógica para compreender conceitos.

- Intenção de obter classificações elevadas; - Organização efetiva do estudo; - Gestão do tempo de estudo.

O tipo de abordagem à aprendizagem adotada pelos alunos também pode ser fruto do

contexto de aprendizagem. O Quadro 14 ilustra a forma como algumas dimensões de um

contexto de aprendizagem podem influenciar as abordagens superficial e profunda.

Quadro 14

Características do contexto de aprendizagem que influenciam as abordagens à

aprendizagem. (adaptado de Ramsden, 2003; Biggs, 2003).

A abordagem superficial é influenciada por …

A abordagem profunda é influenciada por …

Ensino: - Um ensino que enfatiza a transmissão de informações, especialmente naquele em que o professor demonstra pouco interesse pelo assunto que está a ensinar.

Ensino: - Ensino estimulante e centrado no aluno.

- Reduzido feedback sobre o processo de aprendizagem.

- Sistema de feedback apresentado ao longo da aprendizagem.

Currículo: - Um currículo que se centra no uso excessivo de material instrutivo.

Currículo: - Um currículo que se centra num volume e nível do material instrutivo adequado.

Avaliação: - Métodos de avaliação que enfatizam a aplicação de conhecimentos triviais.

Avaliação: - Métodos de ensino e de avaliação que promovam a longo prazo uma aprendizagem ativa.

Page 215: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

191

- Métodos de avaliação que geram ansiedade (e.g. testes regulares, o uso excessivo de exames sem consulta).

- Métodos de avaliação que estimulem os alunos a usar seu próprio juízo de valor.

Ambiente: - Falta de independência no estudo.

Ambiente: - Oportunidades para gerir o seu ritmo de trabalho.

- Falta de interesse e experiência limitada pelo conhecimento do assunto.

- Interesse e conhecimento profundo do assunto.

Experiências educativas anteriores: - Experiências anteriores de contextos educativos que incentivam essas abordagens.

Experiências educativas anteriores: - Experiências anteriores de contextos educativos que incentivam essas abordagens.

Como avaliar o tipo de abordagem à aprendizagem adotada por um sujeito? Biggs

(1987b) propôs um instrumento para avaliar as abordagens adotadas pelos alunos – R – SPQ

– 2F (Revised Student Process Questionnaire 2 Factors). Este instrumento mede apenas dois

fatores, que são a abordagem superficial e profunda, contendo cada uma duas subescalas de

estratégia e motivação, o que confirma a perspetiva inicialmente proposta por Marton e Säljö

(1976a). Segundo esta estrutura de dois fatores, a abordagem estratégica ou de alto

rendimento não surge como um terceiro fator, mas sim como uma resposta sofisticada de

alguns alunos extrinsecamente motivados para adotarem tanto uma abordagem superficial

como uma abordagem profunda. Existem várias versões deste instrumento cuja

caracterização pode ser consultada em Duff e McKinstry (2007).

Estudos Empíricos sobre as Abordagens à Aprendizagem

Na investigação da SAL destacamos os trabalhos de natureza qualitativa de Sharma

(1997), Lucas (2000 e 2001), Lord e Robertson (2006) e Jackling (2005) (citados por Duff &

McKinstry, 2007) com alunos do ensino secundário e dos primeiros anos do ensino superior

sobre as suas perceções acerca do conceito aprendizagem e dos aspetos mais relevantes neste

processo, visando a caracterização do conceito de aprendizagem do ponto de vista dos alunos.

Contudo, a maioria das investigações sobre a SAL são de natureza quantitativa e têm sido

Page 216: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

192

desenvolvidos essencialmente em três vertentes: (i) estudos transversais para analisar as

diferenças entre grupos, (ii) avaliação das qualidades psicométricas dos instrumentos de

medida dos diferentes tipos de abordagem à aprendizagem, (iii) e determinação de fatores

contextuais que possam afetar o tipo de abordagem à aprendizagem adotada pelos alunos. É

sobre a última vertente de investigação que vamos fazer uma descrição dos resultados de

investigação mais importantes, pois é nesta categoria que se insere o nosso estudo.

Biggs (1988) e Entwistle (1990) foram pioneiros a usarem diferentes instrumentos

para avaliar as alterações sofridas pelos alunos ao nível das abordagens à aprendizagem,

como consequência do contexto de aprendizagem (estabelecimento de ensino e a sua

estrutura curricular). Este constructo tem-se mostrado muito frutífero em termos de

investigação.

Até ao momento foram desenvolvidos muitos trabalhos de investigação neste

domínio, nos quais os autores tentaram perceber como variavam, em simultâneo, as

pontuações obtidas pelos sujeitos ao nível das variáveis ‘abordagem superficial’ e

‘abordagem profunda’. Os resultados não são concordantes. Gow, Kember e Cooper (1994)

verificaram que quando há um aumento da pontuação associada à abordagem superficial, há

uma diminuição simultânea da pontuação associada à abordagem profunda. Jackling (2005)

verificou que quando há um aumento da pontuação na abordagem profunda, as variáveis

abordagem superficial e de alto rendimento ficam praticamente inalteradas. Uma análise

posterior a estes dois estudos permitiu concluir que as diferenças entre os dois estudos foram

influenciadas pelo contexto cultural no qual as investigações foram realizadas: o primeiro em

Hong Kong e o segundo na Austrália. Contudo, quando se trata de investigações nas quais

são concebidos ambientes de aprendizagem que estimulem uma abordagem mais profunda,

os resultados da investigação revelam que há uma tendência para um aumento da pontuação

da abordagem profunda em detrimento da superficial.

Page 217: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

193

Concluímos que existe um denominador comum a todas as investigações: apesar de

apresentarem resultados com diferenças estatisticamente significativas, há uma tendência

para se registarem magnitudes de efeito (effect size) pequenas (Duff et al., 2007), o que

dificulta a generalização dos resultados, ficando as conclusões confinadas aos contextos nas

quais foram realizadas as investigações.

O problema da generalização dos efeitos de um contexto/ambiente de aprendizagem

sobre as abordagens à aprendizagem foi estudado com mais pormenor por Lucas e Mayer em

2005, tendo estes autores concluído que o constructo “abordagens à aprendizagem”, sendo

multidimensional, depende de outras variáveis, para além do contexto/ambiente de

aprendizagem. Entre elas o nível de motivação dos alunos, as suas intenções académicas, as

crenças epistemológicas e até o género (fatores considerados intrínsecos aos sujeitos).

A perceção que os sujeitos têm do currículo com o qual estão a trabalhar é outra

variável que influencia o tipo de abordagem à aprendizagem. Snelgrove (2004) efetuou uma

investigação com 300 estudantes de enfermagem na Austrália para avaliar o tipo de

abordagem à aprendizagem adotada por estes. Os resultados mostraram que a maioria dos

estudantes adota uma abordagem superficial em detrimento da abordagem profunda, havendo

uma correlação moderada entre os desempenhos académicos e a abordagem profunda. O

autor tentou perceber este posicionamento dos estudantes e concluiu que a opção pela

abordagem superficial era condicionada pela perceção que os alunos tinham do curso

(estrutura curricular do curso baseada na memorização e reprodução de conhecimentos com

uma grande sobrecarga de testes de avaliação).

Os fatores intrínsecos e extrínsecos associados ao contexto/ambiente de aprendizagem

podem afetar o tipo de abordagem adotada pelos alunos. Mosca, Makkink e Stein (2015)

investigaram o tipo de abordagem adotada pelos alunos (n = 70) de um curso de quatro anos

de emergência médica na Universidade de Joanesburgo em função do ano e fizeram uma

Page 218: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

194

análise dos fatores intrínsecos e extrínsecos que poderiam influenciar os dois tipos de

abordagem. Os resultados revelaram que a maior parte dos alunos nos quatro anos adotaram

uma abordagem profunda e que este resultado é essencialmente afetado por fatores

extrínsecos aos alunos, tais como as características do contexto de aprendizagem.

Em suma, no que diz respeito à relação entre o contexto/ambiente de aprendizagem e

o tipo de abordagem à aprendizagem, os dados não permitem efetuar generalizações, dando

apenas a possibilidade de concluir que o tipo de abordagem adotado pelos alunos pode ser

influenciado por fatores intrínsecos ao aluno (que consistem em características pessoais e

inatas de um sujeito face ao processo de aprendizagem), e por fatores extrínsecos, que

correspondem ao contexto/ambiente de aprendizagem e que incluem a estrutura do programa

educacional, a carga de trabalho a desenvolver, o método de ensino e a forma de avaliação da

aprendizagem.

Salientamos que o carácter multidimensional do constructo nos impede de perceber de

forma clara e objetiva a verdadeira magnitude de efeito do contexto/ambiente de

aprendizagem na abordagem à aprendizagem adotada pelos alunos.

Objetivos

O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da utilização de um ambiente de

aprendizagem digital concebido com base no modelo 4C/ID, para o ensino dos circuitos

elétricos no 9ºano, sobre as abordagens à aprendizagem dos alunos. Investigou-se ainda a

interação da variável classificação dos alunos na disciplina de Físico-Química nos 7º e 8º

anos (denominada por ‘classificação média Físico-Química’) sobre as abordagens à

aprendizagem adotadas pelos dois grupos. Assim, como variável independente temos o tipo

de abordagem instrutiva (4C/ID versus convencional) e com variáveis dependentes os tipos

Page 219: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

195

de abordagens à aprendizagem adotado pelos alunos (superficial e profunda) e como

covariável a classificação média obtida na disciplina de Físico-Química nos 7º e 8ºanos.

Método

Participantes

A investigação foi realizada numa escola do ensino particular da região de Lisboa,

numa amostra de 125 alunos do 9ºano do 3º ciclo do ensino básico (idade: M = 14,3 anos; SD

= 0,54), distribuídos por cinco turmas. Apesar de cada turma constituir um grupo natural

(sem seleção aleatória), o processo de seleção das turmas para os grupos experimental (nE =

76) e de controlo (nC = 49) foi aleatório, correspondendo ao procedimento mais usual em

investigação educacional.

Instrumentos de Recolha de Dados

Para a avaliação das abordagens à aprendizagem usámos o Inventário de Processos de

Estudo (IPE) validado para a população portuguesa por Rosário, Ferreira e Cunha

(Gonçalves, Simões, Almeida & Machado, 2006) para os alunos dos 2º e 3º ciclos do ensino

básico.

O IPE é constituído por 12 itens representativos de duas dimensões: superficial e

profunda. Os itens do questionário são apresentados em formato Likert numa escala de 5

pontos (1 – nunca... 5 – sempre). A análise fatorial dos resultados realizada por Rosário,

Ferreira e Cunha (Gonçalves, et al., 2006) revela a existência de dois fatores referentes às

duas abordagens à aprendizagem que, por sua vez, integra duas subescalas. A primeira

dimensão está relacionada com a abordagem profunda, incluindo as subescalas de motivação

Page 220: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

196

profunda (itens 2, 6 e 10) e de estratégia profunda (itens 4, 8 e 12); a segunda dimensão

relaciona-se com a abordagem superficial, que engloba as subescalas de motivação

superficial (itens 1, 5 e 9) e de estratégia superficial (itens 3, 7 e 11).

Optámos pela utilização do IPE por ser um instrumento adaptado para a língua

portuguesa e por ter sido validado numa amostra semelhante à usada neste estudo

(Gonçalves, et al., 2006). Os autores no estudo original trabalharam com uma amostra 858

alunos de oito escolas públicas do 2º e do 3ºciclo do ensino básico, no norte do país. A

análise estatística ao IPE revelou um índice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) de 0.83 com teste

de esfericidade de Bartlett com valores adequados (c2(66) = 2106.08; p < 0.001). Os

resultados da análise fatorial exploratória revelaram a existência de duas dimensões com duas

subescalas, cada uma com valores de consistência interna de 0.47 e 0.49 para a motivação

superficial e para a estratégia superficial, respetivamente e de 0.68 e 0.69 para as subescalas

de motivação profunda e estratégia profunda. Apesar da consistência interna apresentar

valores moderadamente baixos, em particular para a dimensão abordagem superficial, os

autores referem que os valores de consistência interna “se aproximam aos obtidos noutros

estudos realizados em diferentes países, através da aplicação de questionários similares,

nomeadamente o SPQ e o LPQ de Biggs (Biggs, 1987a; Lorenzo et al., 2001)” (Gonçalves, et

al., 2006, p. 144). Paiva (2008) validou o IPE para uma amostra de 360 alunos do 10ºano,

tendo obtido um KMO de 0.73 com teste de esfericidade adequado (c2(66) = 4057.486; p

<0.001) e com consistências internas de 0.75 (estratégia superficial), 0.62 (estratégia

profunda), 0.72 (motivação profunda) e 0.47 (motivação superficial), verificando-se também

menor valor de consistência interna ao nível da dimensão superficial.

Assim, o IPE denota consistência interna adequada na dimensão profunda,

verificando-se valores mais baixos na dimensão superficial, o que de acordo com seus autores

está relacionado com a natureza deste questionário, uma vez que se avaliam perceções e não

Page 221: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

197

realizações, portanto todos os dados emergentes devem ser confrontados com dados de

natureza qualitativa, tal como fazemos nesta investigação.

Para os dados de natureza qualitativa desenvolvemos uma ficha de observação na qual

foram registadas as observações das aulas em três instantes (no início, durante a aula e no

final da aula), cujos aspetos observados se encontram no Quadro 15 e um guião de entrevista

semi-diretiva às professoras de ambos os grupos com o intuito de: 1) recolher as suas

opiniões sobre aspetos relacionados com a utilização e funcionalidade do recurso educativo

digital; 2) obter as suas perceções acerca das dificuldades sentidas pelos alunos na realização

das tarefas de aprendizagem; e 3) de recolher sugestões de alterações.

Quadro 15

Observações das aulas dos grupos experimental e de controlo.

Grupo experimental Grupo de controlo Instante de observação Descrição Instante de

observação Descrição

Início - Entrada na sala de aula; - Comentários; - Questões colocadas; - Reação às regras de utilização do recurso educativo digital (RED).

Início - Entrada na sala de aula; - Comentários; - Questões colocadas; - Descrição da estratégia usado pelo professor.

Durante a aula

- Atitude dos alunos perante o computador; - Envolvimento e empenho na realização das tarefas de aprendizagem; - Dificuldades sentidas durante a utilização do RED; - Frequência com que solicitam o professor.

Durante a aula

- Lista de recurso usados pelo professor; - Reações dos alunos; - Frequência de participação dos alunos; - Envolvimento e empenho na realização das tarefas de aprendizagem.

Final da aula

- Comentários e sugestões.

Fim da aula - Comentários e sugestões.

Page 222: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

198

Procedimento

Constituímos dois grupos. Um grupo experimental (nE = 76) constituído por três

turmas, no qual o tema “Circuitos Elétricos” foi ensinado através de um ambiente de

aprendizagem digital concebido com base no modelo 4C/ID. Este ambiente era constituído

por três classes de tarefas de aprendizagem com objetivos distintos: Classe 1 – exploração

dos conceitos de corrente elétrica e de tensão com o intuito de promover o primeiro contacto

com o ambiente de aprendizagem; Classe 2 – aprender a esquematizar um circuito elétrico

simples; e Classe 3 – aprender as características de uma associação em série e em paralelo.

Um grupo de controlo (nC = 49), constituído por duas turmas, no qual o mesmo tema foi

ensinado com base num método convencional (mais centrado no professor com recurso ao

caderno diário, manual do aluno e calculadora simples). Estiveram envolvidos três

professores: um professor (investigador) com uma turma do grupo experimental e duas

professoras, cada uma com uma turma do grupo experimental e uma do grupo de controlo. Os

dois grupos realizaram atividades de aprendizagem similares.

O IPE foi aplicado a ambos os grupos em dois momentos: pré-teste na aula antes do

ensino do tema e no pós-teste na última aula de ensino do tema.

As aulas dos dois grupos foram observadas por um dos autores deste artigo tendo sido

elaboradas notas de campo sobre a forma como os alunos trabalhavam. Para a caracterização

das estratégias de trabalho usadas pelos alunos e pelas professoras nos dois grupos,

entrevistaram-se as duas professoras.

A experiência foi conduzida do seguinte modo: as turmas dos dois grupos iniciaram o

estudo dos circuitos elétricos no mesmo dia usando métodos instrutivos diferentes. As turmas

do grupo experimental usaram uma sala de informática com um computador por aluno e com

sistema de áudio individual para a realização das tarefas de aprendizagem propostas no

recurso educativo digital. As turmas do grupo de controlo tiveram as aulas na sua sala de aula

Page 223: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

199

e usaram os recursos disponibilizados pelas professoras (apresentações em PowerPoint,

simulações exploradas pelas professoras, manual, caderno, lápis e calculadora). A

experiência foi realizada em duas aulas de 90 minutos, ao longo de duas semanas.

Validação do IPE na Amostra em Estudo

O IPE foi validado com a amostra em estudo através de uma análise fatorial

exploratória cuja análise estatística revelou valores do índice KMO igual a 0.77 e teste de

esfericidade de Bartlett adequado (c2(66) = 291.86; p = 0.000). Os resultados revelaram

existência das duas dimensões e subescalas do estudo original. A dimensão profunda

evidenciou dois fatores (motivação e estratégia) que não levantaram problemas em relação ao

estudo original. Todavia, na dimensão superficial os itens do IPE não se reconfiguraram com

a mesma estrutura do estudo original. Na análise fatorial efetuada os itens organizaram-se em

quatro fatores: o fator 1 que corresponde à subescala estratégia profunda que integrou os três

itens do estudo original (4, 8 e 12); o fator 2 reproduz na íntegra o estudo original referente à

subescala motivação profunda (itens 2, 6 e 10); a dimensão superficial levantou alguns

problemas, organizando-se em duas subescalas com uma configuração diferente do estudo

original, ou seja, o fator 3 com os itens 1, 3 e 7 e o fator 4 apenas com os itens 9 e 11.

Após várias modulações da análise fatorial concluímos que, para a amostra usada, os

itens do IPE se organizaram em duas subescalas na dimensão profunda, tal como previsto no

estudo original e para a dimensão superficial organizaram-se também em duas subescalas

com configuração diferente do estudo original. Da análise fatorial exploratória surgiu a

necessidade de eliminar o item 5. Assim, os valores de consistência interna (Alpha de

Cronbach) para a nossa amostra foram 0.57, 0.69, 0.63 e 0.45, para os fatores 1, 2, 3 e 4,

respetivamente. As implicações destes valores são discutidas na secção “Discussão dos

Resultados”.

Page 224: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

200

Análise de Dados

Os valores médios para as dimensões ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem

profunda’ e respetivas subescalas foram obtidos somando as pontuações das respostas aos

itens do IPE para cada aluno dos dois grupos. Este procedimento permitiu distribuir os

sujeitos dos dois grupos pelo tipo de abordagem à aprendizagem e respetivas subescalas no

pré-teste e no pós-teste.

Para a comparação dos dois grupos ao nível das variáveis ‘abordagem superficial’ e

‘abordagem profunda’ nos pré e pós-teste usámos o teste t-Student para duas amostras

independentes e para a análise da evolução de cada um dos grupos do pré-teste para o pós-

teste empregámos o teste t-Student para amostras emparelhadas. Estes resultados são

acompanhados pelos respetivos valores das magnitudes de efeito. Os testes estatísticos foram

realizados com o SPSS 20 e com MS Excel 2015 para MacOS.

Para o estudo do efeito da variável ‘classificação média de Físico-Química’ sobre as

abordagens à aprendizagem, em cada grupo, optámos pela realização de uma ANCOVA, na

qual se considera como variável independente a ‘abordagem instrutiva’ (4C/ID versus

abordagem convencional) e com variáveis dependentes a ‘abordagem superficial’ e a

‘abordagem profunda’ e como covariável a ‘classificação média de Físico-Química nos 7º e

8ºanos’.

A análise dos dados de natureza qualitativa procurou responder às seguintes questões:

“Que efeito tem um ambiente de aprendizagem digital concebido com o modelo 4C/ID na

forma como os alunos se relacionam com as tarefas de aprendizagem?” e “Quais são as

diferenças entre as duas abordagens instrutivas?”.

Os dados foram sujeitos a uma análise de conteúdo com um procedimento

exploratório, que corresponde ao mais usado em investigação educacional, do qual

emergiram categorias que nos permitiram caracterizar o efeito do ambiente de aprendizagem

Page 225: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

201

digital sobre a forma como os alunos se relacionaram com as tarefas de aprendizagem: (A)

ritmo de trabalho dos alunos (relacionado com a gestão do ritmo de trabalho na resolução das

tarefas de aprendizagem), (B) nível de concentração durante a audição e análise das

informações de apoio e na realização das tarefas, (C) nível de aprofundamento na realização

das tarefas de aprendizagem, relacionado com a retenção de informação e com a leitura das

mensagens do sistema de feedback, e (D) método/estratégia de ensino centrado totalmente no

aluno. Este procedimento permitiu categorizar as várias unidades de registo dos dados

originais e determinar as respetivas frequências relativas.

Resultados

Iniciamos a apresentação dos resultados pela distribuição dos sujeitos dos dois grupos

pelo tipo de abordagem à aprendizagem que estes adotaram no pré-teste e no pós-teste, cujos

valores foram obtidos pela soma das pontuações nos itens de cada um dos fatores e respetivas

subescalas. Seguem-se as comparações dos grupos no pré-teste e no pós-teste ao nível das

variáveis ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’. Estudámos também a evolução

dos dois grupos do pré-teste para o pós-teste ao nível das variáveis ‘abordagem superficial’ e

‘abordagem profunda’. Por último, referimos o efeito da covariável ‘classificação média da

Físico-Química’ sobre o tipo de abordagem à aprendizagem adotado pelos alunos de ambos

os grupos.

Distribuição dos Grupos em Função da Abordagem à Aprendizagem

Os Quadros 16 e 17 apresentam a distribuição dos sujeitos dos grupos pelo tipo de

abordagem à aprendizagem e pelas respetivas subescalas. As medidas foram efetuadas no pré

e no pós-teste.

Page 226: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

202

Quadro 16

Distribuição dos sujeitos por abordagem à aprendizagem no pré e pós-teste.

Grupo Abordagem profunda (%)

Abordagem superficial (%)

Sem opção (%)

Experimental (n = 76)

Pré-teste 23 (30) 52 (68) 1 (1) Pós-teste 45 (59) 27 (36) 4 (5)

Controlo (n = 49) Pré-teste 10 (20) 35 (71) 4 (8) Pós-teste 11 (22) 35 (71) 3 (6)

Quadro 17

Distribuição dos sujeitos por subescala de abordagem à aprendizagem.

Grupo MP (%) EP (%) MS (%) ES (%) Sem opção (%)

Experimental (n = 76)

Pré-teste 17 (22) 20 (26) 50 (66) 51 (67) 9 (12) Pós-teste 47 (62) 46 (61) 21 (28) 26 (34) 8 (11)

Controlo (n = 49) Pré-teste 11 (22) 9 (18) 34 (69) 36 (73) 4 (8) Pós-teste 11 (22) 10 (20) 34 (69) 35 (71) 4 (8)

Comparação dos Grupos no Pré e no Pós-teste

A significância da diferença entre a pontuação obtida pelos sujeitos dos dois grupos

no pré-teste e no pós-teste foi avaliada com o teste t-Student para amostras independentes. Os

pressupostos deste método estatístico, nomeadamente as normalidades das distribuições e a

homogeneidade de variâncias nos dois grupos foram avaliadas, respetivamente com o teste de

Kolmogorov-Smirnov (‘abordagem superficial’ no grupo experimental: KS(76)pré = 0.097; p

= 0.076; KS(76)pós = 0.075; p = 0.200; ‘abordagem superficial’ no grupo de controlo:

KS(49)pré = 0.097; p = 0.200; KS(49)pós = 0.123; p = 0.059; ‘abordagem profunda’ no grupo

experimental: KS(76)pré = 0.092; p = 0.178; KS(76)pós = 0.102; p = 0.047; ‘abordagem

profunda’ no grupo de controlo: KS(49)pré = 0.093; p = 0.200; KS(49)pós = 0.085; p = 0.200)

e com o teste de Levene baseado na mediana (F(1,123) = 0.007; p = 0.936 e F(1,123) =

0.150; p = 0.699 para a ‘abordagem superficial’ nos pré e no pós-teste; F(1,123) = 1.852; p =

Page 227: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

203

0.176 e F(1,123) = 2.740; p = 0.100 para a ‘abordagem profunda’ no pré e no pós-teste).

Verifica-se que há homogeneidade de variâncias em todas as situações (p > 0.05). Apesar das

variáveis ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’ não apresentarem um teste KS

significativo, pode-se analisar o ajustamento à distribuição normal através da assimetria

(Skewness) e da curtose (Kurtose) pois, segundo Coelho, Cunha e Martins (2008), se os

valores dos quocientes assimetria/erro padrão da assimetria e curtose/erro padrão da curtose

estiverem contidos no intervalo [-2; +2], o pressuposto da normalidade é considerado

satisfatório. Neste caso estes quocientes estão todos contidos no intervalo considerado, pelo

que podemos inferir que existe um ajustamento satisfatório à distribuição normal (os valores

do quociente para a assimetria estão contidos no intervalo [-1.36; +0,59] e os valores do

quociente para a curtose estão contidos no intervalo [-1,39; + 1,03]). O nível de significância

usado foi de 5%, sendo apresentadas as respetivas medidas de magnitudes de efeito (d-

Cohen). Os valores médios (média ± erro-padrão da média) das pontuações paras as variáveis

abordagem superficial e abordagem profunda são apresentados no Quadro 18.

Quadro 18

Valores médios da pontuação obtida para a abordagem superficial e profunda nos pré e pós-

teste.

Variável Grupo M ± SEM Abordagem superficial no

pré-teste Experimental 21.12 ± 0.46

Controlo 22.08 ± 0.56 Abordagem superficial no

pós-teste Experimental 18.79 ± 0.49

Controlo 22.43 ± 0.61 Abordagem profunda no

pré-teste Experimental 17.51 ± 0.43

Controlo 15.67 ± 0.61 Abordagem profunda no

pós-teste Experimental 21.08 ± 0.41

Controlo 15.96 ± 0.61

Page 228: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

204

Análise do Uso da Abordagem Superficial à Aprendizagem

Comparámos as pontuações médias obtidas pelos sujeitos dos grupos experimental e

de controlo na variável ‘abordagem superficial’. Os resultados revelaram que no pré-teste os

dois grupos apresentaram pontuações médias estatisticamente idênticas para esta variável

(t(123) = -1.326; p = 0.187; d = - 0.062). No que respeita ao pós-teste, os resultados indicam

que as pontuações médias são significativamente diferentes (t(123) = -4.648; p = 0.000; d = -

0.199), a favor do grupo de controlo, ou seja, os sujeitos do grupo experimental obtiveram

menores pontuações face aos do grupo de controlo.

Análise do Uso da Abordagem Profunda à Aprendizagem

Os resultados obtidos para esta análise revelaram que, em relação à variável

‘abordagem profunda’, há diferenças significativas entre os valores médios das pontuações

obtidas pelos sujeitos nos dois momentos de medição (pré-teste: t(123) = 2.546; p = 0.012; d

= + 0.061 e no pós-teste: t(123) = 7.238; p = 0.000; d = + 0.323), a favor do grupo

experimental.

Evolução dos Grupos do Pré-teste para o Pós-teste

A análise da evolução dos dois grupos do pré-teste para o pós-teste nas variáveis

‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’ foi feita com o teste t-Student para amostras

emparelhadas. O pressuposto da normalidade foi validado com o teste de Kolmogorov-

Smirnov para os dois instantes (cf. secção anterior). Assim, para o grupo experimental nas

variáveis ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’ os resultados revelaram que os

valores médios das pontuações para cada uma das variáveis no pós-teste é estatisticamente

superior ao valor médio das pontuações no pré-teste (variável ‘abordagem superficial’: t(75)

Page 229: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

205

= 5.139; p = 0.000; d = - 0.136 e na variável ‘abordagem profunda’: t(75) = - 8.337; p

=0.000; d = + 0.269). Quanto ao grupo de controlo, os resultados mostram que, em média e

para as duas variáveis, as pontuações obtidas no pós-teste são menores ou iguais do que as

pontuações obtidas no pré-teste (variável ‘abordagem superficial’: t(48) = -0.901; p = 0.372;

d = + 0.021 e na variável ´abordagem profunda´: t(48) = - 0.743; p = 0.461; d = + 0.016). Isto

significa que os alunos do grupo experimental do pré-teste para o pós-teste adotaram uma

abordagem mais profunda em detrimento da abordagem superficial, enquanto que os alunos

do grupo controlo adotaram o mesmo tipo de abordagem nos dois momentos.

Efeito da Variável ‘Classificação Média de Físico-Química’

Com o objetivo de estudar o efeito da variável ‘classificação média de Físico-

Química’ sobre as variáveis ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’, para os dois

grupos (abordagem instrutiva 4C/ID versus abordagem convencional), efetuámos em

primeiro lugar uma comparação entre os dois grupos ao nível da variável ‘classificação média

de Físico-Química’ com um teste t-Student para amostras independentes e, em segundo lugar,

uma análise de covariância (ANCOVA) usando como covariável a ‘classificação média de

Físico-Química’.

Os resultados da comparação dos dois grupos ao nível da variável ‘classificação

média de Físico-Química’ revelaram não haver diferenças significativas entre os grupos

(t(125) = -0.839; p = 0.403).

No Quadro 19 encontram-se os valores da estatística associada à interação entre as

variáveis ‘abordagem instrutiva’ e ‘classificação média de Físico-Química’ (abordagem

instrutiva*classificação média de Físico-Química) para a validação do pressuposto da

homogeneidade de declives (Marôco, 2014).

Page 230: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

206

Quadro 19

Análise da interação ‘abordagem instrutiva’ e a ‘classificação média Físico-Química’.

Variável dependente F p Abordagem superficial no

pré-teste 0.087 0.768

Abordagem profunda no pré-teste

0.480 0.490

Abordagem superficial no pós-teste

0.021 0.885

Abordagem profunda no pós-teste

0.156 0.694

Observando o Quadro 19 verifica-se que, para o nível de significância utilizado, não

há evidência de uma interação estatisticamente significativa entre a variável ‘abordagem

instrutiva’ e a covariável (variável ‘classificação média de Físico-Química’). Portanto,

podemos afirmar que os declives da regressão da pontuação obtida pelos alunos nos

diferentes tipos de abordagem à aprendizagem para a classificação média de Físico-Química

dos 7º e 8º anos, não diferem significativamente entre si para as duas abordagens instrutivas.

Logo, o pressuposto da homogeneidade dos declives é válido. Os restantes pressupostos de

aplicação da ANCOVA também foram validados para as variáveis dependentes ao nível dos

dois fatores, i.e., os pressupostos da normalidade e de homocedasticidade (cf. secção

“Comparação dos Grupos no Pré e no Pós-teste”) e de homogeneidade de declives (cf.

Quadro 19). A normalidade da covariável para os dois grupos (KSexperimental = 0.204; p =

0.000 e KScontrolo = 0.251; p = 0.000) e homogeneidade ao nível dos dois fatores foi avaliada

com o teste de Levene (F(1,123) = 0.351; p = 0.555). Desta forma, reúnem-se todas as

condições para a realização da ANCOVA, cujos resultados se encontram no Quadro 20.

Page 231: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

207

Quadro 20

Resultados da ANCOVA.

Variável dependente Covariável/fator F p hP

2 p

Abordagem superficial no pré-teste

Classificação FQ 1.379 0.243 0.011 0.214

Abordagem instrutiva 1.537 0.217 0.012 0.233

Abordagem profunda no

pré-teste

Classificação FQ 0.934 0.336 0.008 0.160

Abordagem instrutiva 6.101 0.015 0.048 0.688

Abordagem superficial

no pós-teste

Classificação FQ 0.122 0.727 0.001 0.064

Abordagem instrutiva 21.102 0.000 0.147 0.995

Abordagem profunda no

pós-teste

Classificação FQ 0.748 0.389 0.006 0.138

Abordagem instrutiva 51.114 0.000 0.295 1.00

Analisado os resultados do Quadro 20 verifica-se que no pré-teste a variável

‘abordagem superficial’ não é afetada pelo fator ‘abordagem instrutiva’ e pela covariável

‘classificação média de Físico-Química’ (p > 0.05). Estas interações revelaram ainda baixa

magnitude de efeito (hP2 £ 0.05, cf. Marôco, 2014) e baixa potência (p < 0.80). Quanto à

variável ‘abordagem profunda’ (no pré-teste), os resultados mostram que não há interação

significativa com a covariável ‘classificação média de Físico-Química’, sendo baixas as

magnitudes de efeito e a potência de teste (p > 0.05; hP2 £ 0.05; p < 0.80); no entanto, em

relação ao fator ‘abordagem instrutiva’ os resultados exprimem uma interação significativa

entre as variáveis (p < 0.05), com magnitude de efeito baixa (0.25 < hP2 £ 0.50) e com uma

potência de teste baixa (p < 0.80 ), o que nos leva a inferir que sendo da magnitude de efeito

e a potência do teste baixas, a interação entre as variáveis ‘abordagem profunda’ no pré-teste

e ‘abordagem instrutiva’ pode não ser significativa.

Page 232: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

208

No que respeita ao pós-teste os resultados revelaram que a interação entre a covariável

e as variáveis ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’ não são significativas (p >

0.05), sendo colocadas na classe de magnitudes de efeito reduzidas (hP2 £ 0.05) e com

potência observada muito reduzida (p << 0.80). Contudo, relativamente à interação entre a

variável independente ‘abordagem instrutiva’ e as variáveis dependentes ‘abordagem

superficial’ e ‘abordagem profunda’, os resultados mostram que esta interação é significativa

(p < 0.05), sendo inserida na classe de magnitudes de efeito elevadas (0.25 < hP2 £ 0.50),

com potência observadas elevadas (p ³ 0.80) corroborando desta forma a significância desta

interação (cf. secção “Evolução dos grupos do pré-teste para o pós-teste”).

Descrição do Processo – Dados de Natureza Qualitativa

Analisámos o conteúdo das entrevistas realizadas às professoras (A e B) e as notas de

campo recolhidas nas aulas dos dois grupos. Depois de reunido o corpus documental, fizemos

uma análise de conteúdo exploratória aos dados de natureza qualitativa procurando encontrar

aspetos que pudessem caracterizar o efeito do ambiente de aprendizagem digital usado pelos

alunos do grupo experimental sobre a forma como estes se relacionam com as tarefas de

aprendizagem. As unidades de registo do corpus documental foram incluídas em quatro

categorias, o que permitiu determinar as frequências relativas para cada categoria. Os

resultados obtidos foram os seguintes: categoria A (ritmo de trabalho dos alunos): 19.4%;

categoria B (nível de concentração dos alunos na realização das tarefas): 22,6%; categoria C

(nível de aprofundamento na realização das tarefas): 48,6% e categoria D (estratégia de

ensino): 9,7%.

Nas turmas do grupo de controlo as professoras usaram o método convencional ou

habitual no ensino dos circuitos elétricos, onde se privilegia uma estratégia centrada no

Page 233: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

209

professor: no início havia um momento de exposição dos temas com recurso a apresentações

em MS PowerPointÒ e programas de simulação manipulados pelas professoras, seguido de

um momento no qual os alunos tinham algum tempo para resolver um conjunto de tarefas do

caderno de atividades e do manual. Nesta abordagem foi referido que “durante a realização

das tarefas e até das minhas exposições de matéria havia mais dispersão dos alunos”

(Professora A), o que leva a que “os alunos tenham tido um ritmo mais lento na realização

das tarefas” (Professora A). Globalmente, as duas professoras referiram que o facto de no

grupo de controlo ter sido usada uma estratégia centrada no professor levou a que nem todos

os alunos conseguissem acompanhar da mesma forma os temas, “por terem ritmos de

trabalho e de aprendizagem diferentes” (Professora A), pois “numa estratégia mais expositiva

e centrada no professor, todos os alunos são obrigados a seguir o ritmo de aula imposto pelo

professor e nem todos os alunos têm facilidade em acompanhar esse ritmo” (Professora B).

Foi ainda referido pelas duas professoras que os alunos do grupo de controlo, desde a

primeira aula, manifestaram “alguma preocupação com o teste de avaliação” (Professora B)

de conhecimentos que teriam de realizar num final do ensino dos circuitos elétricos.

Em suma, as professoras realçaram que a abordagem usada com o ambiente de

aprendizagem digital tem alguns ingredientes, onde se salienta um ensino centrado na

aprendizagem e ritmo de cada aluno, que levou a que os alunos realizassem as tarefas de

aprendizagem de um modo mais profundo e com maior nível de concentração quando

comparados com os alunos do grupo de controlo. Os níveis de concentração e a gestão do

ritmo de trabalho foram apontados pelas professoras com as principais diferenças entre os

grupos.

Page 234: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

210

Discussão dos Resultados

Relativamente à distribuição das pontuações obtidas pelos alunos dos dois grupos nas

variáveis abordagem profunda e superficial, observou-se um aumento da pontuação na

‘abordagem profunda’ do pré para o pós-teste no grupo experimental, acompanhado por uma

diminuição da pontuação da ‘abordagem superficial’. Esta tendência também foi observada

nas respetivas subescalas de motivação e estratégia. Quanto ao grupo de controlo não se

verificaram grandes alterações nestas variáveis. A comparação dos dois grupos no pré-teste e

no pós-teste revelou equivalência dos grupos na variável ‘abordagem superficial’; ao nível da

variável ‘abordagem profunda’ verificou-se que os dois grupos não são equivalentes, todavia

atendendo às diferenças das magnitudes de efeito (d = + 0.061 para o pré-teste e d = + 0.323

para o pós-teste) nos dois momentos, podemos considerar os dois grupos equivalentes em

termos da variável ‘abordagem profunda’ no pré-teste.

Quanto à evolução dos grupos, os resultados mostram que as pontuações médias das

variáveis abordagem profunda e superficial foram significativamente diferentes do pré-teste

para o pós-teste no grupo experimental, não havendo diferenças significativas nas mesmas

variáveis para o grupo de controlo.

Também não houve interação significativa da covariável ‘classificação da disciplina

de Físico-Química’ nos 7º e 8ºanos com as variáveis ‘abordagem profunda’ e ‘superficial’

nos dois grupos.

Estes resultados sugerem que a utilização de um ambiente de aprendizagem digital

concebido com o modelo 4C/ID contribuiu para diminuir significativamente a pontuação da

abordagem superficial dos alunos e que estes, quando confrontados com determinadas

tarefas, adotaram com maior frequência uma abordagem profunda, o que está relacionado

com o facto de as abordagens à aprendizagem tenderem a estar associadas às diferentes

perceções que os alunos têm do ambiente de aprendizagem (Kirby, Knapper, Maki, Egnatoff

Page 235: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

211

& Melle, 2002). Nesta investigação os alunos do grupo experimental nunca tinham

vivenciado uma situação de aprendizagem semelhante a esta, com um ambiente de

aprendizagem que, por um lado, é rico em conteúdos da física (em particular sobre circuitos

elétricos) e por outro lado, que permite uma forte interação entre os alunos e as tarefas de

aprendizagem, tornando a aprendizagem um processo mais estimulante. Este

contexto/ambiente de aprendizagem pode ter incutido nos alunos uma maior motivação para

o estudo da disciplina de Físico-Química. As pontuações obtidas com o IPE indicam que os

alunos do grupo experimental tenderam a adotar uma abordagem mais profunda (no pós-

teste), o que pode ter sido influenciado pelas suas perceções sobre o ambiente de

aprendizagem; este fato é corroborado pela evolução das pontuações referentes às subescalas

de motivação e estratégia. Podemos concluir que esta forma de trabalho pode ter contribuído

para produzir nos alunos uma intenção de compreender mais profundamente a matéria

relacionada com os circuitos elétricos.

Outro aspeto importante nestes resultados é o fato de os alunos do grupo experimental

terem diminuído a sua pontuação na variável ‘abordagem superficial’, mostrando que, neste

caso, esta variável foi sensível ao contexto de aprendizagem. Estes resultados podem ser

explicados pela obrigatoriedade de os alunos terem de realizar todas tarefas de aprendizagem

de forma individual e pelo nível de concentração que estes demonstraram durante a

realização das tarefas. Outra variável que poderá ter influenciado a alteração na abordagem

superficial foi a gestão autónoma do ritmo de trabalho e de aprendizagem, pois os alunos

tinham a possibilidade de ler e ouvir com atenção todas as informações fornecidas ao longo

da realização das tarefas de aprendizagem, a que estava associado um sistema de feedback

eficiente.

Segundo Biggs (1987a) e Zeegers (2001), as razões que levam os alunos a seguirem

um determinado tipo de abordagem à aprendizagem são diversas, mas existem alguns dados

Page 236: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

212

de investigação que mostram que os alunos adaptam as suas estratégias em função das

perceções que desenvolvem sobre o contexto de aprendizagem. No nosso caso a interação

positiva entre o tipo de abordagem à aprendizagem e o ambiente de aprendizagem torna-se

mais evidente quando comparamos os resultados dos dois grupos. Convém recordar que no

grupo de controlo a estratégia seguida pelas professoras foi mais tradicional, ou seja, estes

alunos acabaram por adotar o tipo de abordagem que já tinham, provavelmente influenciada

pelo método de ensino ao qual estavam habituados.

Apesar dos resultados referentes às diferenças e evolução das pontuações dos grupos

serem estatisticamente significativos, a ordem de grandeza das magnitudes de efeito dificulta

a generalização destes resultados. Portanto, a única conclusão que podemos tirar é que o

ambiente com a abordagem instrutiva 4C/ID influenciou positivamente o tipo de abordagem

à aprendizagem dos alunos da nossa amostra.

Importa ainda fazer uma referência ao estudo do efeito deste ambiente de

aprendizagem sobre os desempenhos (reprodução e transferência) dos alunos realizado por

Melo e Miranda (2015). Estes autores concluíram que o grupo experimental apresentou

eficiência (variável que resulta da combinação dos dados de desempenhos com o esforço

mental despendido pelos alunos) significativamente melhor ao nível da transferência da

aprendizagem, explicando que os alunos tiveram necessidade de analisar os problemas sobre

circuitos elétricos de uma forma mais profunda e mais significativa, o que corrobora a

mudança de abordagem à aprendizagem adotadas pelos alunos.

No que respeita ao instrumento de recolha de dados usado, o IPE, apesar deste surgir

em Gonçalves, et al. (2006) como validado para a população portuguesa do 3ºciclo do ensino

básico, evidenciou uma configuração diferente da do estudo original. Na dimensão profunda

os resultados desta investigação seguem a configuração prevista no estudo original, no que

respeita à dimensão superficial os resultados apontam para uma organização diferente do

Page 237: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

213

estudo original. Como um instrumento deve ser sempre validado para a amostra a que se

aplica, podemos avançar com alguns argumentos para explicar esta configuração diferente

dos itens entre o estudo original e o nosso estudo na dimensão ‘abordagem superficial’. O

nosso estudo desenvolveu-se numa escola particular na região de Lisboa, colocada nos níveis

superiores dos rankings das escolas e maioritariamente frequentada por alunos da classe

média e média-alta. Além disso, os alunos têm, na sua maioria, hábitos de estudo e de

disciplina ‘intelectual’, o que nem sempre acontece em outras escolas, frequentadas por todos

os grupos sociais e com uma maior variedade de hábitos de estudo e trabalho ‘intelectual’.

Pensamos que no grupo de alunos com que trabalhamos a abordagem superficial é menos

usada o que pode explicar os problemas de validade ao nível da dimensão superficial.

Contudo, este instrumento - IPE deve continuar a ser validado para outras amostras.

Conclusões e Implicações do Estudo

Podemos concluir que, em geral, o ambiente de aprendizagem digital concebido com

o modelo 4C/ID gerou magnitudes de efeito globalmente baixas, acompanhadas por

diferenças significativas ao nível das pontuações referentes à variável abordagem profunda.

Este facto confina estes resultados a esta experiência em particular.

A abordagem instrutiva com o modelo 4C/ID gerou um ambiente de aprendizagem

mais estimulante e centrado no aluno, encorajando a capacidade de gestão do seu ritmo de

trabalho e de aprendizagem. Outro aspeto importante desta abordagem instrutiva é o sistema

de feedback à aprendizagem, que permite que o aluno estabeleça relações entre o tema que

está a aprender e os seus conhecimentos prévios, estimulando a transferência de

aprendizagem a novas situações. Assim, podemos concluir que este trabalho dá mais um

Page 238: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

214

contributo para se perceber que o contexto de aprendizagem influencia o tipo de abordagem à

aprendizagem adotada pelos alunos.

Resta saber se este efeito terá consequências sobre as abordagens à aprendizagem a

médio prazo. Neste sentido seria interessante e relevante fazer uma replicação deste estudo

com follow-up ao grupo experimental e uma caracterização das estratégias de ensino usadas

nos anos anteriores nos dois grupos, para que se possa atribuir com mais confiança as

diferenças à alteração no tipo de ambiente de aprendizagem usado.

Esta investigação levanta ainda outras questões para futuras investigações

relacionadas com as dimensões do constructo abordagens à aprendizagem, tais como: de que

forma o nível de concentração dos alunos, a sua motivação para a aprendizagem e a gestão

autónoma do ritmo de aprendizagem podem alterar o tipo de abordagem à aprendizagem

adotado pelos alunos? Desta forma, sugere-se a utilização ou construção de instrumentos que

possam avaliar estas variáveis, tal como foi sugerido por Lucas & Mayer em 2005.

No que respeita ao instrumento de avaliação, importa ainda referir que: 1) a versão

IPE usado neste estudo, que foi originalmente validada para uma amostra da população

portuguesa do 3ºciclo do ensino básico e do ensino secundário, e foi posteriormente utilizada

por outros autores, tem revelado alguns problemas ao nível da validade do constructo. Assim,

sugere-se que a sua validação seja efetuada em novas amostras de alunos do 3ºciclo do ensino

básico e secundários, que sejam significativas e representativas tanto dos diferentes estratos

socioeconómicos como do tipo de estabelecimento de ensino; 2) em vários estudos a

dimensão superficial levanta alguns problemas de consistência interna, pelo que se sugere um

maior cuidado na construção dos itens que constituem esta dimensão, nomeadamente a

utilização de metodologias mistas, que permitam obter dados para interpretar os resultados de

investigação, à luz das teorias subjacentes ao constructo ‘abordagens à aprendizagem’.

Page 239: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

215

Referências

Biggs, J. (1987a). Student approaches to learning and studying. Melbourne: Australian

Council for Educational Research.

Biggs, J.B. (1987b). The Study Process Questionaire (SPQ): Manual. Hawthorn Victoria:

Australian Council for Education Research.

Biggs, J.B. (1988). Approaches to learning and to essay writing. In Schmeck, R.R. (Ed.).

Learning strategies and learning styles (pp. 185-228). New York: Plenun.

Biggs, J.B. (2003). Teaching for quality learning at university. Maidenhead: Open University

Press.

Coelho, J.P., Cunha, L.M., & Martins, I.L. (2008). Inferência Estatística com utilização do

SPSS e G*power. Lisboa: Edições Silabo.

Duff, A., & McKinstry, S. (2007). Students´ approaches to learning. Issues in Accounting

Education, 22(2), 183-214. DOI: 10.2308/iace.2007.22.2.183.

Entwistle, N. (1990). Approaches to learning and perceptions of the learning environment.

Higher Education, 33(2), 213-204.

Gonçalves, M.M., Simões, M.R., Almeida, L.S., & Machado, C. (Coords.) (2006). Avaliação

Psicológica: Instrumentos validados para a população portuguesa, volume I (2ªEd).

Coimbra: Quarteto.

Gow, L., Kember D., & Cooper, B. (1994). The teaching context and approaches to study of

accounting students. Issues in Accounting Education, 9(Spring), 118–130.

Jackling, B. (2005). Perceptions of the learning context and learning approaches:

Implications for quality learning outcomes in accounting. Accounting Education: An

International Journal, 14 (3), 271–291. DOI: 10.1080/06939280500036364.

Page 240: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

216

Kirby, J., Knapper, C., Maki, S., Egnatoff, W. & Melle, E. (2002). Computers and students'

conceptions of learning: The transition from post-secondary education to the

workplace. Educational Technology & Society, 5(2), 42-53.

Kirshner, P. A. (2002). Cognitive load theory: Implications of cognitive load theory on the

design of learning. Learning and Instruction, 12(1), 1-10.

Lucas, U., & Mayer, H. F. (2005). Towards a mapping of the student world: The

identification of variation in students´conceptions of and motivation to learn,

introductory accounting. British Accounting Review, 37(2), 177-204.

Marôco, J. (2014). Análise Estatística com o SPSS Statistics. Pêro Pinheiro: Report Number.

Marton, F., & Säljö, R. (1976a). On qualitative differences in learning: I – Outcomes &

process. British Journal of Educational Psychology, 46, 4-11.

Marton, F., & Säljö, R. (1976b). On qualitative differences in learning: II – Outcome as an

function of the learners conception of the task. British Journal of Educational

Psychology, 46, 115-127.

Mayer, R. (Eds.). (2014). The Cambridge Handbook of Multimedia Learning (2nd Ed.). New

York: Cambridge University Press.

Mayer, R. E., & Moreno, R. (2002). Aids to computer-based multimedia learning. Learning

and Instruction, 12(1), 107-119.

Melo, M., & Miranda, G. L. (2015). Learning electrical circuits: The effects of the 4C-ID

instructional approach in the acquisition and transfer of knowledge. Journal of

Information Technology Education: Research, 14, 313-337. Retirado de

http://www.jite.org/documents/Vol14/JITEv14ResearchP313-337Melo1752.pdf

Mosca, C., Makkink, A., & Stein, C. (2015). Learning approaches used by students in an

undergraduate emergency medical care programme. African Journal of Health

Professions Education, 7(1), 55-57. DOI: 10.7196/AJHPE.393.

Page 241: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

217

Paas, F. G.,Tuovinen, J. E., Tabbers, H., & Gerven, P. W. (2003). Cognitive load

measurement as a mean to advance cognitive load theory. Educational Psychologist,

38(1), 63-71.

Paiva, M.O. (2008). Abordagens à aprendizagem e abordagens ao ensino: Uma aproximação

à dinâmica do aprender no secundário. Manuscrito não pulicado (tese de

doutoramento). Universidade do Minho: Braga.

Ramsden, P. (1979). Student learning and perceptions of the academic environment. Higher

Education, 8, 411-427.

Ramsden, P. (2003). Learning to teach higher education (2nd Ed.). London: Routledge.

Snelgeove, S.R. (2004). Approaches to learning of student nurses. Nurse Education Today,

24, 605-614.

Sweller, J., Ayres, P., & Kalyuga, S. (2011). Cognitive Load Theory. New York: Springer.

Van Merriënboer, J. & Kester, L. (2014). The four-components instructional design model:

multimedia principles in environments for complex learning. In R. Mayer (Ed.). The

Cambridge Handbook of Multimedia Learning (2nd Ed.) (pp. 104-149). New York:

Cambridge University Press.

Zeegers, P. (2001). Approaches to learning in science: A longitudinal study. British Journal

of Educational Psychology, 71, 115-132. DOI: 10.1348/000709901158424.

Page 242: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

218

Page 243: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

219

CAPÍTULO IV

Discussão Integrada dos Resultados

Esta investigação foi desenhada com os objetivos: 1) conceber um recurso educativo

digital (RED) para o ensino do tema “circuitos elétricos” para os alunos do 9ºano; e 2) avaliar

o seu impacto sobre os desempenhos dos alunos e sobre o tipo de abordagem à aprendizagem

que estes adotam. A conceção do RED foi feita com base no modelo 4C/ID. Para se

atingirem os objetos foram desenvolvidos cinco estudos, oferecendo cada um uma perspetiva

única, mas que simultaneamente contribuem para a caracterização e compreensão do

problema de investigação e cumprimento dos objetivos propostos.

O primeiro estudo (capítulo I) que corresponde a uma revisão sistemática da literatura

com meta-análise, que teve como principal objetivo investigar na literatura os efeitos da

utilização do modelo 4C/ID sobre a aprendizagem, em particular sobre a reprodução e

transferência de conhecimentos. A meta-análise foi realizada com um conjunto de oito

estudos criteriosamente selecionados. Os resultados mostraram que para o espectro de

estudos selecionados e para as variáveis ‘desempenhos de reprodução’ e ‘desempenhos de

transferência’, as magnitudes de efeito assumiram valores de + 0,70 e + 0,65, respetivamente,

a favor dos sujeitos submetidos à abordagem instrutiva 4C/ID. Toda a metodologia usada na

meta-análise encontra-se descrita em pormenor no capítulo I. De um modo geral, este estudo

permitiu fazer duas inferências: 1) a utilização do modelo 4C/ID revela resultados benéficos

no que respeita à aprendizagem, em comparação com outras abordagens instrutivas; e 2) há

um défice notório de trabalhos de investigação experimental sobre a eficiência instrutiva

(combinação dos dados das variáveis ‘desempenhos’ e ‘esforço mental percecionado’) do

modelo 4C/ID. Podemos assim concluir que esta última inferência confere validade e

Page 244: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

220

pertinência à nossa investigação, uma vez que contribuímos para certificar empiricamente a

utilização do modelo instrutivo em contexto educativo, nomeadamente em sala de aula e para

este nível de ensino.

O segundo estudo (capítulo II) corresponde à descrição pormenorizada da construção

do RED com base nos princípios teóricos do modelo 4C/ID (teoria da carga cognitiva e teoria

da aprendizagem multimédia). Este estudo salienta os aspetos mais relevantes que devem ser

tidos em consideração na construção de um RED (por exemplo, uma gestão mais eficiente da

carga cognitiva imposta pelos materiais instrutivos tornando a aprendizagem mais eficiente).

É neste estudo que são fundamentadas as opções tomadas para apresentação dos quatro

componentes do modelo instrutivo, bem como a interligação entre eles.

No capítulo III fazemos a apresentação dos resultados de investigação. Este capítulo

encontra-se subdividido em três subcapítulos:

- O subcapítulo III.1 corresponde a uma análise preliminar dos resultados de investigação, na

qual se fez uma comparação da eficiência instrutiva nos dois grupos, usando o modelo teórico

proposto por Paas & van Merriënboer (1993), que recorre aos valores médios das variáveis

‘desempenhos’ (de reprodução e de transferência) e ‘esforço mental percecionado’;

- O subcapítulo III.2 corresponde à comparação dos valores obtidos nas variáveis

‘desempenhos’ (reprodução e transferência), ‘esforço mental percecionado’ e ‘eficiência

instrutiva’. A interpretação dos resultados foi feita com base nos modelos teóricos referidos

na introdução e no capítulo I;

- O subcapítulo III.3 corresponde à análise do efeito da abordagem instrutiva 4C/ID sobre a

variável ‘abordagens à aprendizagem’. É aqui que comparámos o efeito da utilização do

modelo 4C/ID sobre o tipo de abordagem à aprendizagem que os alunos adotam, sendo

interpretadas as diferenças encontradas com base nas características do RED.

Page 245: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

221

Os resultados dos estudos realizados e a respetiva análise foram apresentados nos

capítulos anteriores de forma independente, pelo que neste capítulo vamos fazer uma análise

integrada dos mesmos. É também nosso objetivo que neste capítulo seja feita uma reflexão

sobre as principais limitações desta investigação, sobre os seus contributos e implicações da

utilização do modelo 4C/ID no contexto educativo (e.g. para a realização de aprendizagens

complexas), não só no domínio do ensino da física, mas também noutros contextos/área de

ensino. Por último, fazemos um levantamento de questões relevantes para futuras

investigações.

Efeito da Abordagem Instrutiva Sobre os Desempenhos dos Alunos

Os desempenhos dos alunos foram avaliados com base nos testes de avaliação de

desempenhos aplicados no final das intervenções em ambos os grupos. Foram comparados os

valores obtidos nos testes de reprodução de conhecimentos e no teste de transferência de

aprendizagem para os dois grupos. Os resultados revelaram que para a:

- Variável ‘desempenhos de reprodução’ houve diferenças significativas entre os dois grupos

para ambos os momentos de aplicação dos testes (c2KW (1) = 4.22, N = 129, p = 0.040 para a

primeira aplicação e c2KW (1) = 16.73, N = 129, p = 0.000 para o follow-up), com magnitudes

de efeito de + 0.41 (primeira aplicação) e + 0.82 (follow-up);

- Variável ‘desempenhos de transferência’ houve diferenças significativas entre os dois

grupos na primeira aplicação (c2KW (1) = 26.06, N = 129, p = 0.000) e no follow-up (c2

KW (1)

= 139.67, N = 129, p = 0.000) com magnitudes de efeito de + 1.10 e + 1.39, respetivamente.

Estes resultados evidenciam que os alunos do grupo experimental desenvolveram as

competências necessárias à resolução de problemas sobre circuitos elétricos com melhores

desempenhos, tanto ao nível da reprodução de conhecimentos como ao nível da transferência

de aprendizagem. Estas diferenças podem ser explicadas pelo fato de o modelo 4C/ID

Page 246: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

222

facilitar a aquisição de competências complexas (que envolvem a aquisição, coordenação e

integração de conhecimentos e atitudes) através de um elevado grau de variabilidade

contextual. Este grau de variabilidade leva a que os alunos adquiram não só conhecimentos

gerais (e.g. resolução de problemas), mas também que desenvolvam a capacidade de os

aplicar a novas situações. Este resultado é explicado pelo fato de o modelo 4C/ID estimular a

aquisição e o aperfeiçoamento de esquemas mais complexos que envolvem maior número de

interações entre os elementos de informação sobrecarregando menos o processamento de

informação.

A construção destes conhecimentos genéricos, referida na literatura como ‘processo

de elaboração’ (van Merrienboer & Kester, 2014), corresponde à atividade cognitiva na qual

a nova informação é integrada nos esquemas mentais existentes na memória de longo prazo.

No contexto do modelo 4C/ID esta integração é feita quando os alunos usam a informação de

suporte (um dos componentes do modelo) para estabelecer a ponte entre os novos

conhecimentos e os conhecimentos prévios, o que no nosso caso foi feito através do vídeo

com uma explicação da matéria (domain models), seguido de um ou mais exemplos

resolvidos e parcialmente resolvidos (systematic approaches to problem solving). Neste

processo os alunos em primeiro lugar procuram na sua memória esquemas que lhes possam

fornecer uma estrutura cognitiva para a compreensão da informação genérica (e.g. usando

uma analogia útil). Outro aspeto relevante é o fato de a informação de apoio ser apresentada

aos alunos antes da prática das tarefas e de esta estar sempre acessível durante a fase de

instrução (os alunos podiam voltar a visualizar os vídeos e a explorar os exemplos resolvidos

e parcialmente resolvidos). Este procedimento permite que os alunos estabeleçam mais

facilmente a ponte entre os conhecimentos já adquiridos e os novos conhecimentos que vão

adquirindo ao longo da realização das tarefas de aprendizagem, com menor carga cognitiva

associada, que foi o que aconteceu no teste de transferência de conhecimentos. No caso do

Page 247: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

223

grupo de controlo a matéria era dada de forma compartimentada, ou seja, uma sequência de

exposição de conceitos e procedimentos teóricos seguidos de alguns exercícios.

A existência de um sistema de feedback cognitivo ao longo da resolução das tarefas

de aprendizagem constitui outro aspeto relevante para explicar porque é que os alunos do

grupo experimental obtiveram melhores resultados ao nível da transferência de

aprendizagem. Este sistema leva a que os alunos comparem a sua solução com outra solução

adquirindo um novo elemento de informação para a resolução de problemas. Esta informação

surge apenas no instante em que o aluno necessita dela e constitui outro componente do

modelo 4C/ID (informação processual). Hattie (2009) no seu estudo meta-analítico refere que

este tipo de feedback leva a que os alunos façam uma análise mais crítica do processo de

resolução, produzindo desta forma conhecimentos mais profundos e duradouros. No capítulo

II e no subcapítulo III. 2 foram referidos alguns exemplos deste tipo de feedback.

Genericamente, podemos concluir que os nossos resultados experimentais mostram

que a utilização do modelo 4C/ID facilitou a aprendizagem do tema “circuitos elétricos” tanto

ao nível da reprodução dos conhecimentos adquiridos como para a transferência de

aprendizagem, para a amostra em estudo.

Efeito da Abordagem Instrutiva Sobre o Esforço Mental Percecionado

A carga cognitiva pode ser medida durante (online) a realização das tarefas ou após

(off-line) a sua realização, através de métodos subjetivos, nos quais se incluem as escalas de

índice (rating scales), ou objetivos que consistem na avaliação de algumas medições

fisiológicas, como as alterações na frequência cardíaca, medidas psicofisiológicas dos

movimentos dos olhos, medições dos tempos de resposta, etc. Tal como já referimos, nesta

investigação avaliámos a carga cognitiva através da escala de índice unidimensional de 9

pontos de Paas (1992), que corresponde a um item no qual os sujeitos têm de traduzir a

Page 248: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

224

quantidade percecionada de esforço mental investido um valor numérico. O esforço mental é

definido como sendo “o aspeto da carga cognitiva que se refere à capacidade cognitiva que é

realmente usada para acomodar as exigências impostas por uma tarefa de aprendizagem;

portanto, pode considerar-se que reflete a carga cognitiva real” (Paas, Tuovinen, Tabbers &

van Gerven, 2003, p. 64).

Esta escala tem sido usada por vários autores, tendo revelado boa consistência interna.

Por exemplo Paas, van Merriënboer e Adam (1994) reportaram valores de alfa de Cronbach

de 0.90 (Paas, 1992) e 0.82 (Paas & van Merriënboer, 1994), Kester, Kirschner e van

Merriënboer (2004) obtiveram 0.91, van Gog, Paas e van Merriënboer (2006) obtiveram 0.83

e 0.93. Concomitantemente, em 1994 Paas e van Merriënboer demonstram a sensibilidade da

escala de 9 pontos para detetar variações na complexidade das tarefas e Ayres (2006)

verificou que a escala era sensível a variações de carga cognitiva intrínseca durante os

desempenhos das tarefas.

No contexto da avaliação do impacto da abordagem instrutiva sobre o esforço mental

percecionado pelos alunos, não podemos deixar de cruzar os resultados das medidas de

desempenhos de reprodução e de transferência com o esforço mental, que foram avaliados

após a realização dos respetivos testes de avaliação de desempenhos.

Relativamente à variável ‘esforço mental percecionado’ verificou-se que: 1) não

houve diferenças significativas entre os dois grupos em ambos os momentos de aplicação do

teste de reprodução (F(1,127) = 0.766, p = 0.383, h2 = 0.006 para a primeira aplicação e

F(1,127) = 0.967, p = 0.327, h2 = 0.008; 2); houve diferenças significativas entre os dois

grupos nos dois momentos de aplicação no esforço percecionado após a realização do teste de

transferência (F(1,127) = 44.337, p = 0.000, h2 = 0.259 e F(1,127) = 12.298, p = 0.001, h2 =

0.088).

Page 249: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

225

Van Gog e Paas (2008) referem que existe uma relação entre o nível de

conhecimentos prévios/níveis crescentes de conhecimentos e a formação/aperfeiçoamento de

esquemas mentais que levam a melhores desempenhos com menor esforço mental

despendido. Estes autores verificaram que à medida que o nível de conhecimentos dos alunos

vai aumentando, estes constroem e/ou automatizam também de forma crescente esquemas

mentais relevantes para a concretização do tipo de tarefas que têm de realizar. Este processo

leva a uma diminuição da carga cognitiva intrínseca imposta pela realização dessas tarefas.

Estas evidências explicam os nossos resultados experimentais, pois verificou-se que, para a

variável ‘desempenhos de reprodução’, o grupo experimental obteve melhores resultados do

que os alunos do grupo de controlo, com os mesmos níveis de carga cognitiva, evidenciado

que os alunos do grupo experimental aprenderam melhor os conteúdos e competências

associados à resolução de problemas sobre circuitos elétricos. O fato de não ter havido

diferenças ao nível do esforço mental percecionado, medido após a realização do teste de

reprodução, pode ser explicado pelo tipo de estratégia usada no grupo de controlo, isto é,

mais centrada no professor impondo um ritmo de aprendizagem que leva a que alguns alunos

avancem para a tarefa seguinte sem terem aprendido ou realizado a tarefa anterior, enquanto

que os sujeitos do grupo experimental geriram o ritmo de aprendizagem avançado para tarefa

seguinte depois de terem realizado a anterior e de terem lido as mensagens de feedback

cognitivo e corretivo geradas pelo sistema. Ou seja, os alunos do grupo de controlo

associaram as situações do teste de reprodução de conhecimentos às situações de trabalhadas

em sala de aula, mas não as interiorizaram, talvez por não as terem trabalhado de forma

autónoma.

Em relação à variável ‘transferência de aprendizagem’ os resultados de investigação

mostraram que os sujeitos do grupo experimental obtiveram melhores resultados com menor

esforço mental percecionado, o que está relacionado com a diminuição da carga cognitiva

Page 250: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

226

intrínseca. Portanto, podemos afirmar que o tipo de treino a que o grupo experimental foi

sujeito permitiu adquirir e aperfeiçoar esquemas mentais adequados à resolução deste tipo de

problemas. Isto significa que os alunos do grupo experimental conseguiram adquirir mais

conhecimentos na fase da aprendizagem quando comparados com os alunos do grupo de

controlo, fruto de um tipo de instrução mais eficaz que contempla a diminuição da carga

cognitiva imposta pelos materiais instrutivos (em particular sobre a carga cognitiva

intrínseca).

Por que existem estas diferenças entre os dois grupos? Um dos pressupostos do

modelo 4C/ID é uma gestão eficiente da carga cognitiva. Como foi feito no nosso estudo?

Essencialmente de quatro formas:

1) Sequenciando as tarefas de aprendizagem com apoio e orientação sucessivamente

decrescentes;

2) Variando a tipologia de tarefas de aprendizagem dentro da mesma classe de tarefas

(variabilidade contextual);

3) Apresentando a informação de apoio antes da realização das tarefas de aprendizagem,

deixando-a acessível para consulta em qualquer fase da realização da classe de tarefas;

4) Apresentando a informação processual apenas quando esta é necessária para a realização

de uma tarefa.

Para se diminuir a carga cognitiva intrínseca associada às tarefas de aprendizagem a

primeira tarefa de cada classe de tarefas deve ser uma versão mais simples da competência

complexa que se pretende trabalhar, sendo as primeiras tarefas realizadas com elevado nível

de apoio e orientação que vão diminuindo à medida que os alunos avançam na mesma classe

de tarefas (cf. capítulo II). No nosso caso optámos pelo uso de exemplos resolvidos e

parcialmente resolvidos e por tarefas de completação os quais, de acordo com vários autores

Page 251: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

227

(cf. Capítulo II), promovem a construção/reorganização de esquemas mentais, o que facilita a

transferência de aprendizagem.

A diminuição da carga cognitiva estranha foi feita usando uma estratégia de

sequenciação na qual as tarefas de aprendizagem foram variando em termos de dimensão e de

contexto/tipologia. Esta estratégia permitiu que os alunos tenham conseguido, por um lado,

identificar os aspetos comuns às tarefas de aprendizagem e por outro lado, distinguir os

aspetos relevantes dos irrelevantes. A apresentação da informação de apoio antes da prática

de tarefas levou a uma diminuição da carga cognitiva intrínseca, uma vez que a análise da

informação de apoio por si só já implica alguma complexidade que se for feita em simultâneo

com a realização das tarefas implica uma sobrecarga cognitiva.

A apresentação da informação processual no exato momento em que esta é necessária,

previne o fenómeno temporal da atenção dividida (split-attention effect) e minimiza a carga

cognitiva estranha (Mayer & Slims, 1994). Este modo de apresentação da informação

processual também evita o fenómeno espacial da atenção dividida (spacial split-attention

effect), no sentido em que as diferentes fontes de informação (texto, imagens, animações e

áudio) não devem ser apresentadas em simultâneo. Van Merriënboer, Kirschner & Kester

(2003), verificaram que, evitando estes dois efeitos, se a informação processual for

apresentada durante a realização das tarefas e que à medida que os alunos vão ganhando

treino este tipo de informação tende naturalmente a dissipar-se.

Kester, Kirschner, van Merriënboer e Baumer (2001) verificaram que a apresentação

da informação de suporte antes da prática de tarefas permite não só estabelecer a ponte entre

os conhecimentos prévios dos alunos, mas também diminuir a carga cognitiva associada ao

processo instrutivo. Assim, dado que a carga cognitiva total é aditiva, uma gestão cuidada

destes três tipos de carga cognitiva permite diminuir a carga total o que implica melhores

desempenhos dos alunos com menor esforço mental.

Page 252: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

228

Quais são as implicações deste resultado? Se confiássemos somente nas pontuações

de desempenho, concluiríamos apenas que ambas as abordagens instrutivas são igualmente

eficazes e que apenas os sujeitos do grupo experimental obtiveram melhores resultados do

que os do grupo de controlo. No entanto, se consideramos pontuações do esforço mental,

torna-se claro que a qualidade da aprendizagem do grupo experimental foi maior que a do

grupo de controlo, uma vez que os alunos do grupo experimental ganharam mais experiência

(maior nível de conhecimentos) na resolução de tarefas sobre circuitos elétricos.

Assim, os nossos resultados ilustram a importância da utilização de medidas de esforço

mental investido na resolução dos problemas durante a realização de um teste de avaliação de

desempenhos como um elemento importante na análise dos resultados da aprendizagem. O

esforço mental, combinado com as medidas de desempenho, fornece um indicador útil da

qualidade dos resultados da aprendizagem, em termos da eficiência dos esquemas cognitivos

adquiridos e/ou aperfeiçoados como resultado da instrução.

Efeito da Abordagem Instrutiva Sobre a Eficiência Instrutiva

Com o intuito de se obter uma medida singular da eficiência relativa das condições de

instrução em termos de resultados de aprendizagem, Paas e van Merriënboer (1993)

desenvolveram um modelo computacional que combina medidas de desempenhos (obtidas

por intermédio de testes de avaliação) com medidas de esforço mental (obtidas através da

escala de índice de Paas, 1993). Embora a eficiência instrutiva tenha sido desenvolvida para

medir a eficiência das condições de instrução, van Gog e van Merriënboer (2008)

argumentam que a combinação dos resultados dos desempenhos com o esforço mental

percecionado é um bom indicador do nível de especialização dos alunos (expertise) num

determinado domínio, que está relacionado com a qualidade das estruturas cognitivas

Page 253: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

229

adquiridas, ou seja, esta combinação pode ser usada para avaliar níveis relativos de

aprendizagem.

Nos últimos 20 anos de investigação alguns autores (cf. Hasler, Kerstenn & Sweller,

2007; Tuovinen & Paas, 2004, entre outros) têm usado medida adaptadas de eficiência

instrutiva, que corresponde à avaliação dos desempenhos e do esforço mental percecionado

durante a fase do processo de instrução. Tal como já referimos, a medida original de

eficiência instrutiva permite a avaliação da eficiência em termos de resultados de

aprendizagem (qualidade das estruturas cognitivas adquiridas como consequência da

instrução), enquanto que as medidas adaptadas examinam a eficiência no processo de

aprendizagem. Van Gog e Merriënboer (2008) referem que os resultados das duas medidas de

eficiência instrutiva podem ser muito diferentes pois o desempenho e o esforço mental

percecionado são diferentes quando medidos numa fase de realização de tarefas de

aprendizagem e numa fase de teste, portanto torna-se difícil interpretar as pontuações do

esforço mental na fase de aprendizagem, porque os processos exatos nos quais o aluno

investe esforço mental nesta fase é frequentemente desconhecido, levantando problemas a

nível metodológico, principalmente quando se pretende comparar o esforço despendido por

sujeito de dois grupos que experimentaram estratégia de ensino diferentes, como é o nosso

caso. Assim, na nossa investigação optámos por comparar as medidas de eficiência obtidas da

forma original, isto é, com avaliação de desempenhos e de esforço mental na fase de teste,

uma vez que é nosso objetivo comprar a eficiências instrutiva de dois grupos que foram

submetidos a abordagens instrutivas diferentes, o que nos permite avaliar a qualidade

estruturas cognitivas adquiridas pelos dois grupos no contexto da resolução de problemas

sobre circuitos elétricos.

Pela análise do diagrama das Figuras 16 a) e b) (p. 133) verifica-se que a eficiência

das condições de instrução medidas após a realização dos testes foi superior para o grupo

Page 254: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

230

experimental. De salientar que o grupo de controlo obteve menores desempenhos com maior

esforço mental, o que está de acordo com o que referimos anteriormente, ou seja, o grupo

experimental adquiriu de forma mais eficiente as competências necessárias para a resolução

de problemas sobre circuitos elétricos. Os resultados da one-way ANOVA para eficiência

medida após o teste de reprodução de conhecimentos revelou haver diferenças significativas

entre os dois grupos (F(1,127) = 6.350, p = 0.013, h2 = 0.048 para a primeira aplicação e

F(1,127) = 43.028, p = 0.000, h2 = 0.253 para o follow-up), verificando-se ainda diferenças

significativas entre os dois grupos na eficiência medida após o teste de transferência

(F(1,127) = 32.800, p = 0.000, h2 = 0.205 para a primeira aplicação e F(1,127) = 21.742, p =

0.000, h2 = 0.146 para o follow-up). Em ambos os casos as medidas de magnitude de efeito

foram fortes a favor do grupo experimental.

A gestão eficiente da carga cognitiva associada à instrução no grupo experimental é

apontada como o principal fator que explica as diferenças encontradas nos dois grupos ao

nível das eficiências. A estratégia usada no RED assentou na utilização de exemplos

resolvidos e parcialmente resolvidos que têm como principal efeito a diminuição da carga

cognitiva estranha e o aumento da carga cognitiva adequada, diminuindo a carga cognitiva a

que estava sujeita a memória de trabalho durante a fase da aprendizagem.

Efeito da Abordagem Instrutiva Sobre a Variável ´Abordagens à Aprendizagem´

A avaliação do tipo de abordagem à aprendizagem adotado pelos alunos de ambos os

grupos antes e após a intervenção no grupo experimental foi feita com o Inventário de

Processo de Estudo (IPE) que tem duas dimensões (abordagem superficial e abordagem

profunda) com duas subescalas (motivação e estratégia). No subcapítulo III.3 apresentou-se a

análise exaustiva dos resultados obtidos.

Page 255: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

231

Os resultados de comparação dos dois grupos ao nível das variáveis em estudo foram:

1) na variável ‘abordagem superficial’ os resultados revelaram que no pré-teste não houve

diferenças significativas entre os dois grupos (t(123) = - 1.326, p = 0.187, d = - 0.062),

havendo no entanto diferenças significativas no pós-teste (t(123) = - 4.648, p = 0.000, d = -

0.199); 2); na variável ‘abordagem profunda’ os resultados mostraram haver diferenças

significativas entre os dois grupos no pré-teste (t(123) = 2.546, p = 0.012, d = + 0.061) e no

pós-teste (t(123) = 7.238, p = 0.000, d = + 0.323).

No que respeita à evolução de cada grupo do pré-teste para o pós-teste os resultados

mostram que: 1) o grupo experimental obteve cotações estatisticamente superiores no pós-

teste quando comparado com o pré-teste para a variável ‘abordagem superficial’ (t(75) =

5.139, p = 0.000, d = - 0.136) e para a variável ‘abordagem profunda’ (t(75) = - 8.337, p =

0.000, d = + 0.269); 2) em média, para o grupo de controlo, as pontuações obtidas para as

variáveis ‘abordagem superficial’ e ‘abordagem profunda’ são menores ou iguais no pós-teste

(t(48) = - 0.901, p = 0.372, d = + 0.021 e t(48) = - 0.743, p = 0.461, d = + 0.016).

Estes resultados permitem inferir que a utilização do ambiente digital de

aprendizagem para o ensino dos circuitos elétricos afetou o tipo de abordagem à

aprendizagem adotado pelos sujeitos do grupo experimental. Esta influência pode ser

explicada por três fatores que emergiram da análise da descrição do processo de

implementação das duas abordagens instrutivas: 1) a gestão do ritmo de aprendizagem no

grupo experimental foi centrada no aluno, enquanto que no grupo de controlo esse ritmo era

imposto pelos professores; 2) no grupo experimental cada aluno trabalhou individualmente

no seu computador com um sistema áudio, pelo que o nível de concentração sobre as

informações de apoio e tarefas de aprendizagem foi superior quando comparado com o grupo

de controlo no qual se verificou maior dispersão da atenção; 3) no grupo experimental os

alunos eram obrigados a ler e refletir sobre as mensagens geradas pelo sistema de feedback,

Page 256: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

232

pelo que executaram as tarefas de aprendizagem com um maior nível de aprofundamento,

integrando os novos conhecimentos com os já adquiridos, o que permitiu flexibilizar as

estruturas cognitivas associadas à aprendizagem dos circuitos elétricos.

O estudo desta variável leva-nos a concluir que, para a nossa amostra, o contexto de

aprendizagem dos circuitos elétricos influenciou o tipo de abordagem à aprendizagem

adotado pelos alunos do grupo experimental. Importa salientar que a amostra utilizada nesta

investigação tem à partida maior tendência para adotar uma abordagem mais profunda em

detrimento da superficial, daí que as medidas de magnitude de efeito tenham sido baixas. No

entanto, para a experiência realizada e nos momentos em que o tipo de abordagem à

aprendizagem foi medido podemos afirmar que o uso do modelo 4C/ID afetou esta variável.

Integrando estes resultados com os resultados dos desempenhos (de reprodução e de

transferência) e de esforço mental percecionado, podemos inferir que os alunos do grupo

experimental adquiriram estruturas cognitivas que lhes permitiram resolver problemas sobre

circuitos elétricos com menor esforço mental, i.e., de forma mais eficiente. Este fato levou as

que os alunos tenham resolvido as tarefas de aprendizagem e os problemas dos testes de

desempenhos com um maior nível de concentração, envolvimento e menos dependente do

professor. Esta situação pode ter conduzido a que as perceções sobre o tipo de abordagem à

aprendizagem que adotaram no contexto da resolução de problemas de Físico-Química se

tenha modificado após esta experiência. O que não quer dizer que esta perceção se mantenha

ao longo do tempo pois perante outro tipo de abordagem instrutiva ou até perante outro tipo

de assunto, as suas perceções sobre o tipo de abordagem à aprendizagem podem ser

diferentes. Como referimos no subcapítulo III.3, trata-se de um constructo multidimensional,

logo dependente de várias variáveis como, por exemplo, variáveis relacionadas com a

motivação e com o envolvimento na realização das tarefas de aprendizagem.

Page 257: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

233

A discussão integrada dos resultados permitiu responder às questões de investigação

formuladas na introdução da tese: Qual é o efeito da utilização da abordagem 4C/ID face à

abordagem convencional sobre:

1. Os desempenhos relativos à reprodução de conhecimentos adquiridos?

2. Os desempenhos relativos à transferência de aprendizagem?

3. A carga cognitiva percecionada pelos alunos?

4. À eficiência instrutiva?

5. O tipo de abordagem à aprendizagem adotada pelos alunos?

Limitações do Estudo e Sugestões para Investigações Futuras

Nesta secção vamos discutir as principais limitações da investigação, apontando, em

simultâneo, sugestões para futuros trabalhos de investigação.

O primeiro aspeto a realçar está relacionado com a avaliação da eficiência instrutiva.

Tal como já referimos o cálculo desta variável baseia-se na combinação matemática dos

resultados das variáveis ‘desempenhos’ (de reprodução e transferência) e ‘esforço mental

percecionado’ medido após a realização dos testes de avaliação de desempenhos. Os

resultados de investigação mostram que para a variável ‘eficiência instrutiva’ referente ao

teste de reprodução de conhecimentos não houve diferenças significativas entre os dois

grupos. No entanto, se observarmos os gráficos das Figuras 16 a) e b) (p. 133), verifica-se

que como a distância do ponto correspondente à eficiência avaliada para o grupo

experimental à reta correspondente a E = 0 é maior do que a mesma distância para o grupo de

controlo, os resultados sugerem que para os desempenhos de reprodução a eficiência

instrutiva para o grupo experimental foi superior à do grupo de controlo. Será que, apesar de

não haver diferenças significativas entre os dois grupos, a eficiência instrutiva para os

Page 258: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

234

desempenhos de reprodução foi superior à do grupo de controlo? Para responder a esta

questão torna-se necessário usar outra forma de avaliação da eficiência instrutiva como, por

exemplo, o tempo de resolução dos testes de desempenho que, de acordo com Salden, Paas,

Broers e van Merriënboer (2004), é também um indicador do esforço mental despendido.

Segundo van Joolingen (2014) a variável ‘esforço mental’ deve estar associada a duas

dimensões: a intensidade do esforço mental (avaliada com a escala de esforço mental de

Paas) e o tempo despendido na realização das tarefas, que deveriam ser avaliadas para se

obter o verdadeiro esforço mental. A utilização do tempo como medida de esforço mental

acarreta duas vantagens: (i) a primeira está relacionada com o carácter linear da escala, por

exemplo, se duplicarmos o tempo de resposta o esforço associado será também o dobro (o

que com uma escala de tipo Likert de nove pontos pode não acontecer); (ii) a segunda está

relacionada com o fato da gestão do tempo de resposta passar a estar centrada no aluno.

A medição da carga cognitiva é outro aspeto que merece a nossa reflexão. No nosso

estudo a carga cognitiva a que os alunos foram sujeitos foi medida após a realização de cada

um dos itens dos testes de desempenhos através de uma escala com um único item. Sendo a

carga cognitiva constituída por três dimensões (carga intrínseca, carga estranha e carga

adequada), com o instrumento usado torna-se impossível discriminar cada uma das

dimensões. Por exemplo, se dois alunos de cada grupo indicarem uma classificação de

esforço mental de 7 (esforço mental elevado) é impossível determinar se eles associam esse

esforço à carga cognitiva intrínseca, estranha ou adequada. Assim, sugerimos que em

investigações futuras seja possível criar e validar instrumentos que permitam discriminar as

três dimensões da carga cognitiva, medindo a carga cognitiva durante a realização das tarefas

de aprendizagem.

Apesar de ter sido nossa intenção não realizar um pré-teste sobre os conhecimentos

prévios dos alunos acerca do tema circuitos elétricos, para evitar o efeito de teste (testing

Page 259: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

235

effect), poderá ser objeto de outra investigação replicar este estudo com uma caracterização

do nível de conhecimentos prévios dos alunos acerca do tema, o que permitirá investigar a

interação desta variável (‘nível de conhecimentos prévios dos alunos’) com as variáveis

‘desempenhos’, ‘esforço mental’ e ‘eficiência instrutiva’ para cada um dos grupos.

Outro aspeto muito importante neste tipo de estudo está relacionado com os dados de

natureza qualitativa. Consideramos que a recolha e análise de dados qualitativos nos forneceu

respostas concretas sobre a forma como o tipo de abordagem instrutiva afeta o processo de

aprendizagem dos alunos, nomeadamente na caracterização do tipo de esquemas mentais que

alunos adquirem durante a fase da instrução e sobre a forma como estes transferem os

conhecimentos adquiridos a novas situações. Neste domínio também seria interessante

caracterizar qualitativamente a existência de uma relação entre a familiarização dos alunos

com os problemas apresentados nos testes de transferência, para ser perceber se os melhores

desempenhos são fruto do tipo de abordagem instrutiva ou se dependem de outras variáveis.

Vale a pena ainda olhar criticamente para os vários componentes do modelo 4C/ID,

em particular a informação de apoio. No nosso estudo usamos vídeos com a demonstração da

matéria (mental models) e metodologias de resolução de problemas (systemic approach to

problem solving) através do uso de exemplos resolvidos e parcialmente resolvidos e tarefas

de completação. Uma outra linha de investigação que será interessante explorar é perceber

até que ponto o uso de tarefas de tipologias diferentes permite minimizar o efeito de reversão

da experiência (expertise reversal effect), i.e., até que ponto a informação que é fornecida na

informação de apoio passa a ser redundante para os alunos com maior nível de treino

(expertise). Para tal seria necessário aplicar o mesmo tipo de sequência de tarefas em grupos

com diferentes níveis de treino e desta forma otimizar a relação entre o nível de variabilidade

da tipologia de tarefas e o nível de treino dos alunos, o que tornaria o modelo imune ao nível

de conhecimentos prévios dos alunos (novice versus expertise).

Page 260: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

236

A primeira implicação deste estudo está relacionada com o uso do modelo 4C/ID para

a promoção de aprendizagens complexas com recurso ao computador e baseados na

resolução de problemas, como forma facilitadora da aprendizagem, em particular na

transferência de aprendizagem.

Outro aspeto que ressalta desta investigação é fato de podermos usar o modelo 4C/ID

em diferentes contextos disciplinares e em sala de aula com alunos do terceiro ciclo do ensino

básico e do ensino secundário, desde que seja objetivo do professor ensinar e/ou treinar uma

competência complexa.

Em suma, a presente investigação estudou a viabilidade da utilização do modelo

4C/ID como uma abordagem facilitadora da aprendizagem complexa em contexto de sala de

aula e para o terceiro ciclo do ensino básico. Os resultados da investigação revelaram que o

uso do modelo 4C/ID facilitou a aprendizagem do tema circuitos elétricos tanto ao nível da

reprodução conhecimentos como ao nível da transferência de aprendizagem. Sugere-se a

replicação deste estudo em alunos do mesmo nível de ensino e do ensino secundário e em

diferentes contextos disciplinares com meio facilitador de aprendizagens complexas.

Page 261: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

237

Referências

Ayres, P. (2006). Using subjective measures to detect variations of intrinsic load within

problems. Learning and Instruction, 16, 389–400.

Hasler, B.S., Kerslen, B., & Sweller, K. (2007). Learner control, cognitive load and

instructional animation. Applied Cognitive Psychology, 21(6), 713-729. Doi:

10.1002/acp.1345.

Hattie, J. (2009). Visible learning – A synthesis of over 800 meta-analyses relating to

achievement. New York: Routledge.

Kester, L., Kirschner, P. A., van Merriënboer, J. J. G., & Baumer, A. (2001). Just-in-time

information presentation and the acquisition of complex cognitive skills. Computers

in Human Behaviour, 17, 373-391.

Paas, F. (1992). Training strategies for attaining transfer of problem-solving skill in statistics:

A cognitive load approach. Journal of Educational Psychology, 84, 429–434.

Paas, F., & Van Merriënboer, J. J. G. (1993). The efficiency of instructional conditions: An

approach to combine mental-effort and performance measures. Human Factors, 35,

737-743.

Paas, F., & Van Merriënboer, J. J. G. (1994). Variability of worked examples and transfer of

geometrical problem solving skills: A cognitive–load approach. Journal of

Educational Psychology, 86, 122–133.

Paas, F., Tuovinen, J. E., Tabbers, H., & Van Gerven, P. W. M. (2003). Cognitive load

measurement as a means to advance cognitive load theory. Educational Psychologist,

38, 63–71.

Paas, F., van Merriënboer, J. J. G., & Adam, J. J. (1994). Measurement of cognitive-load in

instructional research. Perceptual and Motor Skills, 79, 419–430.

Page 262: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

238

Salden, R. J. C. M., Paas, F., Broers, N., & Van Merriënboer, J. J. G. (2004). Mental effort

and performance as determinants for the dynamic selection of learning tasks in air-

traffic control training. Instructional Science, 32, 153-172.

Tuovinen, J., & Paas, F. (2004). Exploring multidimensional approaches to the efficiency of

instructional conditions. Instructional Science, 32, 133–152.

Van Gog, T., & Paas, F. (2008). Instructional efficiency: Revisiting the original Construct in

Educational Research. Educational Psychologist, 43(1), 16-26. doi:

10.1080/00461520701756248.

Van Joolingen, W. (2014). A critical analysis of the conceptual and mathematical properties

of “instructional Efficiency”. Manuscrito não publicado. Retirado de

http://vanjoolingen.nl/wp-content/uploads/2014/04/Efficiency-WvJ-Blog.pdf.

Van Merriënboer, J. J. G., Kirschner, P. A., & Kester, L. (2003). Taking the load off a

learners' mind: Instructional design for complex learning. Educational Psychologist,

38, 5-13.

Van Merriënboer, J.J.G., & Kester, L. (2014). The Four-Component Instructional Design

Model: Multimedia Principles in Environments for Complex Learning. In R. Mayer

(Ed.). The Cambridge Handbook of Multimedia Learning (2nd ed.) (pp.104-149).

New York: The Cambridge University Press.

Paas, F., & van Merriënboer, J. J. G. (1993). The efficiency of instructional conditions: An

approach to combine mental-effort and performance measures. Human Factors, 35,

737-743.

Page 263: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXOS

Page 264: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO I – Protocolo da meta-análise

Page 265: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Ano Autores Título Critérios de inclusão Decisão

1 2 3 4 5 6 7 Incluir (S)/não incluir (N)

1 2001 Kester, Kirschner, et al. Just-in-time information and the acquisition of complex cognitive skills x x x x x x N

2 2001 Naldolsky, Kirchener, et al. A model for optimazing step size of learning tasks in competency-based multimedia practicals x x x x x x N

3 2001 Merril First principals of instruction N

4 2001 Hoogveld, Paas, et al. The effects of a web-based training in na instructional systems design approach on teachers´ instructional desig behavior x x x x x x N

5 2002 van Merrienboer, Clark, et al. Blueprints for complex learning: The 4C/ID-model N

6 2002 van Merrienboer, de Crook, et al. Performance-based ISD 10 steps to complex learning N

7 2002 Kirschner, Carr, et al. How expert designers design N 8 2002 Pollock, Chandler, et al. Assimilating complex information N

9 2002 van Gerven, Paas, et al. Cognitive load theory and aging: effects of worked examples on training efficiency x x x x x x N

10 2003 van Merrienboer, Kirschner, et al. Taking the load off a learner´s mind: instructional design for complex learning N

11 2003 Naidu Learning and teaching with technology: principles and practices N 12 2003 Pytlik, Lisa, et al. Web-based learning: what do we know? Where do we go? N

13 2004 Tabbers, Huib, et al. Multimedia instruction and cognitive load theory: effects of modality and cueing x x x x x x N

14 2004 van Merrienboer, Salden, et al. Dymanic selection of learning tasks according to the 4C/ID-model x x x x x x N

15 2004 Salden, Paas, et al. Mental effort and performance as determinants for the dynamic selection of learning tasks in air traffic control trianing x x x x x x N

16 2004 Kester, van Merrienboer, et al. Information presentation and troubleshoting in electrical circuits x x x x x x N

17 2005 Sarfo, Elen. Power learning environments and the developmente of thecnical expertise in Ghana: investigating the moderating effect of instructional conceptions x x x x x x N

Page 266: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

18 2005 Hoogveld, Paas, et al. Training higher education for instructional design of competency-based education: product-oriented versus process.oriented worked examples x x x x x x N

19 2005 van Merrienboer, Sweller, et al.

Cognitive load theory and complex learning: recent devemlpments and future directions N

20 2005 Nadolsky, Kirchener, et al. Optimazing the number of steps in learning tasks for complex skills x x x x x x x S

21 2005 Kester, Kirchener, et al. The management of cognitive load during complex cognitive skill acquisition by means of computer-simulated problem solving x x x x x x N

22 2006 Hummel, Hans, et al. Timing of cueing in complex problem-solving tasks: learner versus system control x x x x x x N

23 2006 Sarfo, Elen. Tecnical expertise development in secundary tecnnical schools: effets of IC tecnhanced 4C/ID learning environments x x x x x x x S

24 2006 Ayres Impact of reducuing intrinsic cognitive load on learning in mathematical domain x x x x x x N

25 2006 van Merrienboer, Kester, et al

Teaching complex rather than simple tasks: balancing intrinsic and germane load to enhance transfer of learning x x x x x x N

26 2006 Salden, Paas, et al. Dynamic task selection in flight management system training x x x x x x N

27 2006 Salden, Paas, et al. A comparison of approaches to learning task selection in the training of complex cognitive skills x x x x x x N

28 2006 Janssen-Noordeman, van Merrienboer, et al. Design of integrated pratice for learning professional competences x x x x x N

29 2006 Lim Effects of part-task and whole-task instructional approaches and learner levels of expertise on learner performance of a complex cognitive task x x x x x x x S

30 2006 Nadolsky, Kirchener, et al. Process support in learning tasks for acquiring complex skills in the domain of law x x x x x x x S

31 2006 Halibi Applying na instructional learning efficiency model to determine to determine the most efficient feedback for to teaching introdutory accounting x x x x x N

32 2006 van Gog, Paas, et al. Effects of process-oriented worked examples on troubleshooting transfer performance x x x x x x N

33 2007 Darabi, Aubteen, et al. Acquisition of troubleshooting skills in a computer simulation: worked examples vs. Convetional problem solving instructional strategies x x x x x x N

34 2007 Grobe, Renkl, et al. Finding and fixing error in worked examples: can this foster learning outcomes? x x x x x N

Page 267: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

35 2007 Feldon Cognitive load and classroom teaching: the double-edged sword of automaticity N

36 2007 Sarfo, Elen. Developing technical expertise in secundary schools: the effect of 4C/ID learning environments x x x x x x x S

37 2008 Clark Buildding expertise: cognitive methods for training and performance improvement N

38 2008 Kowch Tem steps to complex learning: systematic approach to four-components instructional design N

39 2008 Corbalan, Kester, et al. Selectiong learning tasks: effects of adaptation and shared control on learning efficiency and task involvement x x x x x x N

40 2008 Mishra Tem steps to complex learning N 41 2008 Keppell Instructional design: case studies in communities of practice x x x x N

42 2009 Ericsson & Anders Development of professional expertise: toward measurement of expert performance and design of optimal learning environments x x x x x x N

43 2009 Kalyuga & Hershey Managing cognitive load in adaptive multimedia learning x x x x x N

44 2009 Lim, Reiser, et al. The effects of part-task and whole-task instrutional approaches on acquisition and transfer of a complex skill x x x x x x x S

45 2009 van Merrienboer & Sluijsmans

Toward a synthesis of cognitive load theory, four-components instructional design and self-directed learning N

46 2009 Hwan Performance, performance system and high performance system N

47 2009 Fadde Instructional design for advanced learners: training recognition skills to hasten expertise N

48 2009 Mc Neill, Doolittle, et al. The effects of training, modality and redundancy on the developmente of historical inquiry strategy in a multimedia learning environment x x x x x x N

49 2009 Amadieu, van Gog, et al. Effects of prior knowledge and concep-map structure on disorientation, cogntive load and learning x x x x x x N

50 2010 Brunken, Moreno et al. Cognitive load theory N 51 2010 Spector Learning and instruction in the digital age N 52 2010 van Merrienboer & Paas Cognite load theory in heath education: design principls and strategies N

53 2011 Vandewaetere, Clarebout, et al. Can instruction as such affect learning? The case of learner control N

Page 268: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

54 2011 Mihalca, Salden, et al. Effectiveness of cognitive-load based adaptive instruction in genetics education x x x x x x N

55 2011 Frederiksen, Kehoe, et al. Effects of instructional aids on the acquisition of dynamic decision-making skills x x x x x x N

56 2011 Flores Examining the Design and Impact of Adaptively Faded Worked Examples on High School Students‘ Mathematics Problem Solving Skills x x x x x x x S

57 2011 Corbalan, Kester, et al. Learner-control selection tasks with different surface and structural features: effects and transfer and performance x x x x x x N

58 2012 Tijam, Schout et al. Designing simulator-based training: an approach integrating cognitive task analysis and four-component instructional design x x x x x x N

59 2012 Lim & Park An Instructional Method for Competency-based e-Learning: A whole-task approach x x x x x x x S

60 2012 Rosenber-Kima Effect of task-centered vs. Topic-centered instructional strategy approaches on problem solving - learning to program in flash x x x x x x x S

61 2012 Yan, Xia, et al. Innovation in the educational technology course for pre-service student teachers in east China normal university N

Page 269: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO II - Teste de reprodução de conhecimentos sobre circuitos

elétricos

Nome: _________________________________________ Turma: ______

Para cada um dos 14 itens, assinale na folha de respostas apenas a opção que considere correta.

1. A corrente elétrica corresponde ao movimento ...

(A) ... aleatório de cargas elétricas. (B) ... orientado de cargas elétricas. (C) ... apenas de cargas elétricas negativas.

2. Considere os componentes de circuitos elétricos representados na figura 1 seguinte:

Figura 1

A sequência que representa os nomes corretos dos componentes representados na figura é: (A) interruptor aberto, lâmpada, motor e fonte de energia. (B) Interruptor aberto, motor, lâmpada e fonte de energia. (C) Interruptor fechado, motor, lâmpada e fonte de energia.

3. Selecione o circuito que está corretamente legendado, fazendo um círculo da letra correspondente:

4. Observe atentamente os circuitos A e B esquematizados na figura 2 que se segue:

Figura 2

Selecione a opção que completa corretamente a frase que se segue: “Os amperímetros X e Y marcam ...”

Page 270: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

(A) ... 0,250 A e 0,650 A, respetivamente. (B) ... 0,550 A e 0,500 A, respetivamente. (C) ... 0,050 A e 0,650 A, respetivamente. 5. Observe atentamente os circuitos A e B esquematizados na figura 3 que se segue:

Figura 3

Selecione a opção que completa corretamente a frase que se segue: “Os voltímetros X e Y marcam ...”

(A) ... 6,0 V e 5,0 V, respetivamente. (B) ... 4,0 V e 5,0 V, respetivamente. (C) ... 6,0 V e 4,0 V, respetivamente. 6. Considere os circuitos A e B esquematizados na figura 4, em que as lâmpadas L1 e L2

têm as mesmas características e os geradores são iguais.

Figura 4

Relativamente aos dois circuitos (A e B), podemos afirmar que: (A) As lâmpadas L1 e L2 estão apagadas. (B) As lâmpadas L1 e L2 estão acesas. (C) Só no circuito A é que as lâmpadas estão acesas. 7. Considere o circuito esquematizado na figura 5, no qual se consideram iguais as duas

lâmpadas. Complete os espaços em branco nos retângulos, indicando o valor medido pelo instrumento de medida.

Figura 5

Page 271: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

8. Considere o circuito esquematizado na figura 6, no qual se consideram iguais as duas lâmpadas. Complete os espaços em branco nos retângulos, indicando o valor medido pelo instrumento de medida.

Figura 6

9. Considere o circuito esquematizado na figura 7, no qual se consideram iguais as duas

lâmpadas. Complete os espaços em branco nos retângulos, indicando o valor medido pelo instrumento de medida.

Figura 7

10. Considere a seguinte situação: pretende-se esquematizar um circuito elétrico

constituído por uma fonte de energia, três lâmpadas iguais (L1, L2 e L3) e três interruptores (A, B e C), de modo a que aconteça o seguinte: Abrindo o interruptor A acendem apenas as lâmpadas L1 e L2. Selecione o esquema que representa corretamente a situação descrita.

Page 272: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

11. Considere a seguinte situação: pretende-se esquematizar um circuito elétrico

constituído por uma fonte de energia, três lâmpadas iguais (L1, L2 e L3) e três interruptores (A, B e C), de modo a que aconteça o seguinte: Abrindo o interruptor C acendem apenas as lâmpadas L1 e L2. Selecione o esquema que não representa corretamente a situação descrita.

12. Considere os circuitos representados pelos esquemas A, B e C apresentados na figura. Selecione a opção que corresponde ao esquema correto.

13. Considere o circuito esquematizado na figura 8, em que as lâmpadas L1, L2, L3 e L4 são iguais.

Figura 8

Quando se funde a lâmpada L4, verifica-se que: (A) As restantes lâmpadas permanecem acesas. (B) Só a lâmpada L2 fica acesa. (C) Apagam-se todas as lâmpadas.

Page 273: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

14. Considere os esquemas A e B representados na figura, em que as lâmpadas L1, L2 e L3

são todas iguais e o interruptor A está aberto.

Nas condições apresentadas na figura, podemos afirmar que:

(A) As três lâmpadas brilham mais intensamente no circuito do esquema B. (B) As três lâmpadas têm o mesmo brilho nos dois esquemas. (C) A lâmpada L2 do esquema A tem um brilho mais intenso que a lâmpada L2 do

esquema B.

FIM Obrigado pela sua colaboração!

Page 274: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

---------------------Página em branco--------------------

Page 275: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Folha de repostas para o Teste de Reprodução sobre circuitos elétricos

Nome: ____________________________________________ turma: __________ • Para os itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12, 13 e 14, assinale com uma cruz (X) a opção

que considerar correta. • Para os itens 7, 8 e 9 escreva no respetivo esquema a sua resposta.

item Reposta 1. (A) (B) (C) 2. (A) (B) (C) 3. (A) (B) (C) 4. (A) (B) (C) 5. (A) (B) (C) 6. (A) (B) (C)

7.

8.

9.

10. (A) (B) (C) 11. (A) (B) (C) 12. (A) (B) (C) 13. (A) (B) (C) 14. (A) (B) (C)

Page 276: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO III – Teste de transferência de conhecimentos sobre circuitos elétricos

Nome: _________________________________________ Turma: ______

Para cada um dos 14 itens, assinale na folha de respostas apenas a opção

que considere correta.

1. Considere o circuito esquematizado na figura 1:

Figura 1

O que podemos afirmar sobre a intensidade da corrente elétrica nos pontos a e b? (A) A intensidade da corrente elétrica é maior em a. (B) A intensidade da corrente elétrica é menor em a. (C) A intensidade da corrente é igual em a e b.

2. No circuito da figura 2 pode afirmar-se que (L1, L2 e L3 são lâmpadas idênticas):

(A) L1 brilha mais do que L2 e esta mais do que L3. (B) L3 brilha mais do que L2 e esta mais do que L1. (C) as três lâmpadas têm o mesmo brilho.

3. No circuito da figura 3, R é uma resistência elétrica e L1 e L2 são duas lâmpadas

idênticas. Neste circuito:

(A) L1

e L2 têm o mesmo brilho.

(B) L1 brilha mais do que L2.

(C) L2 brilha mais do que L1.

!Figura2

!Figura3

Page 277: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

4. No circuito da figura 4, R é uma resistência elétrica e L1 e L2 são duas lâmpadas

idênticas. Neste circuito:

(A) L1

tem o mesmo brilho de L2. (B) L2

brilha mais do que L1. (C) L1

brilha mais do que L2. Para as questões 5 e 6 considere o circuito da figura 5, em que L1, L2, L3 e L4 são lâmpadas idênticas.

5. No circuito da figura 5 o brilho de L1

é : (A) igual ao de L4. (B) maior do que o de L4. (C) menor do que o de L4.

6. No circuito da figura 5 o brilho de L2

é: (A) igual ao de L4. (B) maior do que o de L4. (C) menor do que o de L4.

O circuito da figura 5 foi modificado tendo sido retirada a lâmpada L3. O novo circuito é, então, o da figura 6.

!Figura4

!Figura5

Figura6

Page 278: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

7. Quando se compara o brilho de L1 nos circuitos 5 e 6 ele é:

(A) maior no circuito 6. (B) menor no circuito 6. (C) o mesmo nos dois.

8. Quando se compara o brilho de L4

nos circuitos 5 e 6 ele é: (A) maior no circuito 6. (B) menor no circuito 6. (C) o mesmo nos dois.

9. No circuito da figura 7 (L1, L2 e L3 são lâmpadas idênticas):

(A) L1 e L2

têm o mesmo brilho que é menor do que o de L3. (B) L1

brilha mais do que L2 e do que L3.

(C) L1,L2 e L3

têm o mesmo brilho.

10. No circuito da figura 8, quando o interruptor I é fechado, as lâmpadas L3 e L4

brilham, embora L2 deixe de brilhar. O que acontece com as lâmpadas L1

e L5?

(A) L1 e L5 não brilham.

(B) L1 brilha e L5

não brilha. (C) L1

e L5 brilham.

Para os itens 9, 10, 11 e 12 considere os circuitos de A a I esquematizados na figura 9, nos quais os geradores e as lâmpadas são todas iguais.

!Figura7

!Figura8

Page 279: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Figura 9

11. Qual é o circuito em que o brilho da lâmpada é maior?

12. Qual é o circuito em que o brilho da lâmpada é menor?

13. Qual é o circuito em que a intensidade da corrente é menor?

14. Qual é o conjunto de três circuitos em que as lâmpadas (no mesmo circuito), apresentam

o mesmo brilho e a mesma intensidade de corrente elétrica?

FIM Obrigado pela sua colaboração!

Page 280: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Folha de repostas para o Teste de Transferência sobre circuitos elétricos

Nome: ____________________________________________ turma: __________

• Para os itens 1 ao 10, assinale com uma cruz (X) a opção que considerar correta.

• Para os itens 11 ao 14 escreva a letra correspondente ao esquema que considerou

como resposta correta.

item Reposta

1. (A) (B) (C)

2. (A) (B) (C)

3. (A) (B) (C)

4. (A) (B) (C)

5. (A) (B) (C)

6. (A) (B) (C)

7. (A) (B) (C)

8. (A) (B) (C)

9. (A) (B) (C)

10. (A) (B) (C)

11. Resposta:__________________

12. Resposta:__________________

13. Resposta:__________________

14. Resposta:__________________

Page 281: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção
Page 282: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO IV - Escala de valor (rating scale) de carga cognitiva (Paas, 1992) Nome: ____________________________________________ Turma: ___________

Com a aplicação desta escala pretende-se avaliar o esforço mental investido na resolução dos problemas

do teste de reprodução/transferência de conhecimentos sobre circuitos elétricos.

Para cada problema considere a seguinte afirmação sobre o esforço mental investido por si na resolução

de cada problema:

“Na resolução ou estudo dos problemas anteriores investi ...”

Para cada problema considere apenas uma das classificações da escala de 1 a 9, marcando com uma

cruz (x), a opção que considerou mais adequada ao esforço mental por si investido.

Problema Esforço mental

1 2 3 4 5 6 7 8 9

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

Escala: 1 - Um esforço mental muito muito pequeno. 2 - Um esforço mental muito pequeno. 3 - Um esforço mental pequeno. 4 - Um esforço mental pouco pequeno. 5 - Um esforço mental nem pequeno nem elevado. 6 - Um esforço mental pouco elevado. 7 - Um esforço mental elevado. 8 - Um esforço mental muito elevado. 9 - Um esforço mental muito muito elevado.

Page 283: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO V - Inventário de Processos de Estudo (Gonçalves, Simões, Almeida & Machado, 2006)

Nome: _______________________________________ Turma: _________ RESPONDA

TENDO EM ATENÇÃO A DISCIPLINA DE FÍSICO-QUÍMICA

COSTUMO …

Nunca

Poucasvezes

Algu

masvezes

Muitasvezes

Sempre

1. Peço que os professores me digam exatamente a matéria que

sai no teste porque só estudo isso. (MS) 1 2 3 4 5

2. Invisto tempo e esforço a tentar relacionar a matéria nova que

estou a estudar com o que já sei sobre esse tema. (MP) 1 2 3 4 5

3. Estudo só nas vésperas dos testes. Leio só uma vez ou duas os

apontamentos. (ES) 1 2 3 4 5

4. Estudo diariamente ao longo do ano letivo e revejo os

apontamentos regularmente. (EP) 1 2 3 4 5

5. Penso que para ter boas notas o melhor é repetir apenas as

ideias e frases que os professores dizem nas aulas. (MS) 1 2 3 4 5

6. Gosto de estudar. Tento compreender e traduzir por palavras

minhas o que está escrito nos livros/apontamentos. (MP) 1 2 3 4 5

7. Penso que completar apontamentos com informações extra é

uma perda de tempo. Só estudo pelos apontamentos tirados na

aula ou as páginas do livro com a matéria que vai sair no teste.

(ES)

1 2 3 4 5

8. Depois de uma aula ou de uma leitura, releio os apontamentos

que tirei para me certificar que estão claros e que os entendo bem.

(EP) 1 2 3 4 5

9. Trabalho e estudo só o que eu acho suficiente para ter positiva.

(MS) 1 2 3 4 5

10. Estudo pelo prazer que me dá compreender as respostas aos

“porquês”. (MP) 1 2 3 4 5

11. Na maioria das disciplinas, estudo o suficiente para passar.

(ES) 1 2 3 4 5

12. Quando recebo testes/trabalhos corrigidos, leio com cuidado

as correções feitas e tento compreender os porquês dos erros que

fiz. (EP) 1 2 3 4 5

OBRIGADO PELO SUA COLABORAÇÃO.

Page 284: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO VI – Fichas de observação das aulas dos dois grupos Observação das aulas do grupo experimental

9º ano turma: A Sessão 1 Data: 08/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões de exploração do RED;

Instante da

observação Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Reações (positivas e negativas) ao tipo de

aula; • Questões colocadas; • Atitude perante e entrega dos guiões de

exploração.

Os alunos entraram na sala de informática e mostraram logo curiosidade sobre o que iria acontecer e como iria acontecer. Os alunos reagiram bem à entrega dos guiões.

Durante a aula

• Atitude dos alunos perante os computadores;

• Empenho e entusiasmo na realização das tarefas de aprendizagem;

• Dificuldades sentidas durante a utilização do RED;

• Dificuldades sentidas na realização das tarefas de aprendizagem;

• Frequência de solicitação do professor.

Os alunos ouviram com muita atenção as instruções do professor e fizeram uma primeira leitura do guião. Começaram de imediato a realizar as tarefas na aula 1. A principais dificuldades sentidas prenderam-se com o facto de não conseguirem parar e/ou voltar atrás no vídeo com a informação de suporte do início de cada aula. Estiveram muito concentrados e focados na realização das tarefas. Alguns alunos sentiram necessidade fazer apontamentos no seu caderno diário.

No final da aula

• Comentários; • O que agradou mais aos alunos durante a

utilização do RED; • Principais dificuldades sentidas; • Sugestões para alterações.

No final da aula os alunos não fizeram comentários, apenas perguntaram se a próxima aula seria na sala de informática.

Page 285: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Observação das aulas do grupo experimental

9º ano turma: A Sessão 2 Data: 09/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões de exploração do RED;

Instante da

observação Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Reações (positivas e negativas) ao tipo de

aula; • Questões colocadas; • Atitude perante e entrega dos guiões de

exploração.

Nesta sessão os alunos entraram mais calmos na sala de informática. Ocuparam de forma autónoma os lugares que tinham ocupado na primeira sessão e começaram logo a trabalhar. Alguns alunos perguntaram se poderiam começar novamente da primeira aula.

Durante a aula

• Atitude dos alunos perante os computadores;

• Empenho e entusiasmo na realização das tarefas de aprendizagem;

• Dificuldades sentidas durante a utilização do RED;

• Dificuldades sentidas na realização das tarefas de aprendizagem;

• Frequência de solicitação do professor.

Os alunos continuaram a trabalhar muito concentrados e focados nas tarefas de aprendizagem. Não houve dispersão na aula. A realização das tarefas de aprendizagem da aula 3 demorou mais tempo do que as tarefas das aulas 1 e 2. Quando erravam uma resposta, os alunos liam com atenção as mensagens de feedback que iam surgindo nas diferentes tarefas e depois voltavam novamente a ler e/ou observar o circuito elétrico que estavam a analisar. As últimas tarefas de cada aula eram realizadas de forma mais autónoma, ou seja, não voltaram a visualizar o vídeo e não voltavam a ver os exemplos resolvidos.

No final da aula

• Comentários; • O que agradou mais aos alunos durante a

utilização do RED; • Principais dificuldades sentidas; • Sugestões para alterações.

“Nunca tinha feito uma coisa destas”, “Gostei”, “Podíamos fazer estas aulas mais vezes”.

Page 286: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Observação das aulas do grupo experimental

9º ano turma: C Sessão 1 Data: 06/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões de exploração do RED;

Instante da

observação Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Reações (positivas e negativas) ao tipo de

aula; • Questões colocadas; • Atitude perante e entrega dos guiões de

exploração.

- a entrada na sala de informática foi feita com alguma agitação devido à curiosidade dos alunos; os alunos demoraram cerca de 5 min a ocuparem os seus lugares e a testarem o sistema de som; - em geral as reações foram muito positivas; - começaram logo por perguntar se podiam começar logo; - os alunos leram os guiões e ouviram os meus esclarecimentos iniciais.

Durante a aula

• Atitude dos alunos perante os computadores;

• Empenho e entusiasmo na realização das tarefas de aprendizagem;

• Dificuldades sentidas durante a utilização do RED;

• Dificuldades sentidas na realização das tarefas de aprendizagem;

• Frequência de solicitação do professor.

- não houve dificuldades no manuseamento dos computadores; - quando iniciaram as tarefas o silêncio total, estavam muito concentrados, alguns alunos tiravam notas sobre as informações dos vídeos; os alunos que não tiraram apontamentos queriam voltar atras nos vídeos (o que não é possível fazer), este aspeto gerou alguma agitação; - não houve manifestações de dificuldades na realização das tarefas; - fui chamada porque queriam saber se seria possível voltar atrás nos vídeos sem o terem de visualizar de novo.

No final da aula

• Comentários; • O que agradou mais aos alunos durante a

utilização do RED; • Principais dificuldades sentidas; • Sugestões para alterações.

- comentários: “é uma aula diferente”, “no princípio não percebi bem o que era para fazer, mas depois até foi engraçado”, “prefiro as aulas da stora”. - os alunos gostaram mais de trabalhar cada um com o seu computador.

Page 287: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Observação das aulas do grupo experimental 9º ano turma: C Sessão 2 Data: 08/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões de exploração do RED;

Instante da

observação Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Reações (positivas e negativas) ao tipo de

aula; • Questões colocadas; • Atitude perante e entrega dos guiões de

exploração.

- a entrada na sala de informática foi feita com menor agitação, dirigiram-se de imediato para o seu lugar e começaram a trabalhar; muito voltaram a repetir as tarefas que já tinham realizado na aula anterior; - nesta aula não houve dúvidas e questões.

Durante a aula

• Atitude dos alunos perante os computadores;

• Empenho e entusiasmo na realização das tarefas de aprendizagem;

• Dificuldades sentidas durante a utilização do RED;

• Dificuldades sentidas na realização das tarefas de aprendizagem;

• Frequência de solicitação do professor.

- não houve dificuldades no manuseamento dos computadores; - continuaram muito concentrados e empenhados da realização das tarefas; - a única questão colocada foi: “quando terminar o que faço?”

No final da aula

• Comentários; • O que agradou mais aos alunos durante a

utilização do RED; • Principais dificuldades sentidas; • Sugestões para alterações.

- os alunos mostraram-se agradados com fato que poderem trabalhar individualmente, gerindo o seu ritmo de trabalho.

Page 288: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Observação das aulas do grupo experimental 9º ano turma: E Sessão 1 Data: 07/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões de exploração do RED;

Instante da

observação Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Reações (positivas e negativas) ao tipo de

aula; • Questões colocadas; • Atitude perante e entrega dos guiões de

exploração.

Os alunos entraram na sala de informática com uma grande agitação e com muita vontade de trabalhar com a aplicação. Durante a leitura e explicação dos guiões os alunos estiveram com muita atenção. Neste momento não houve questões.

Durante a aula

• Atitude dos alunos perante os computadores;

• Empenho e entusiasmo na realização das tarefas de aprendizagem;

• Dificuldades sentidas durante a utilização do RED;

• Dificuldades sentidas na realização das tarefas de aprendizagem;

• Frequência de solicitação do professor.

Os alunos não revelaram grandes dificuldades em trabalhar com o RED; durante a realização das tarefas estiveram sempre muito atentos e muito concentrados no seu trabalho; alguns alunos tiraram apontamentos sobre os vídeos iniciais [informação de apoio] e iam realizando as atividades com muita calma, senti que estavam a gerir de forma autónoma o tempo de aprendizagem; alguns alunos sentiram necessidade de repetir as tarefas de aprendizagem.

No final da aula

• Comentários; • O que agradou mais aos alunos durante a

utilização do RED; • Principais dificuldades sentidas; • Sugestões para alterações.

Os alunos ficaram surpreendidos de em tão pouco tempo conseguirem adquirir os diferentes conteúdos de uma forma tão autónoma; ficaram muito agradados com a possibilidade de poderem gerir o ritmo de aprendizagem e de trabalho.

Page 289: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Observação das aulas do grupo experimental 9º ano turma: E Sessão 2 Data: 10/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões de exploração do RED;

Instante da

observação Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Reações (positivas e negativas) ao tipo de

aula; • Questões colocadas; • Atitude perante e entrega dos guiões de

exploração.

A entrada nesta sessão foi muito calma. Eles já sabiam o que tinha de fazer, colocaram os headphones e iniciaram sem dificuldade a aplicação. Alguns alunos perguntaram se podiam repetir as tarefas que já tinha feito da aula anterior, respondi afirmativamente.

Durante a aula

• Atitude dos alunos perante os computadores;

• Empenho e entusiasmo na realização das tarefas de aprendizagem;

• Dificuldades sentidas durante a utilização do RED;

• Dificuldades sentidas na realização das tarefas de aprendizagem;

• Frequência de solicitação do professor.

Trabalho com grande empenho e concentração.

No final da aula

• Comentários; • O que agradou mais aos alunos durante a

utilização do RED; • Principais dificuldades sentidas; • Sugestões para alterações.

Em geral os alunos mostraram-se muito agradados com esta forma de aprender e perguntaram quando é que poderiam repetir.

Page 290: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Ficha de observação das aulas do grupo controlo 9º ano turma: B Sessão 1 Data: 06/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões com método tradicional sobre o tema “Circuitos elétricos”.

Instante

da observação

Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Questões colocadas; • Como é que o professor faz a introdução

ao tema na aula?

- os alunos mostraram alguma curiosidade relativamente ao ambiente digital usado pelos alunos do grupo experimental; - o tema foi logo introduzido recorrendo a simulações previamente preparadas pela professora.

Durante a aula

• Quais são os recursos usados pelo professor?

• Quais são as reações dos alunos? • Como é a participação dos alunos? • Os alunos revelam dificuldade em

compreender os conteúdos? • Empenho e entusiasmo na realização das

tarefas de aprendizagem; • Frequência de solicitação do professor.

- para além do manual e do caderno de exercícios, foram usadas simulações de circuitos; - os alunos revelaram alguma atenção durante a exposição da matéria, mas mostraram-se mais agitados nos momentos de resolução de exercícios; - nem todos os alunos conseguiam resolver os exercícios propostos até ao fim (alguns por terem um ritmo de trabalho mais lento, outros por estarem desatentos)

No final da aula

• Comentários. - maioritariamente os alunos deste grupo mostraram curiosidade sobre os testes de avaliação de conhecimentos (o que não aconteceu com turma do grupo experimental).

Page 291: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Ficha de observação das aulas do grupo controlo 9º ano turma: B Sessão 2 Data: 08/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões com método tradicional sobre o tema “Circuitos elétricos”.

Instante

da observação

Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Questões colocadas; • Como é que o professor faz a introdução

ao tema na aula?

- a entrada na aula realizou-se com alguma agitação; - a professora teve dizer várias vezes que era necessário tirar o material e começar a trabalhar.

Durante a aula

• Quais são os recursos usados pelo professor?

• Quais são as reações dos alunos? • Como é a participação dos alunos? • Os alunos revelam dificuldade em

compreender os conteúdos? • Empenho e entusiasmo na realização das

tarefas de aprendizagem; • Frequência de solicitação do professor.

- a professora usou uma apresentação em power point para abordar os circuitos em série e em paralelo; durante a apresentação dos alunos estiveram com atenção; - de seguida começaram a resolver exercícios do manual e do caderno de exercícios, o que ocorreu com agitação e alguma conversa sobre as tarefas e sobre outros assuntos; - nem todos os alunos terminaram os exercícios propostos.

No final da aula

• Comentários. - os alunos mais aplicados continuaram a mostrar alguma preocupação com os testes de avaliação.

Page 292: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Ficha de observação das aulas do grupo controlo 9º ano turma: E Sessão 1 Data: 07/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões com método tradicional sobre o tema “Circuitos elétricos”.

Instante

da observação

Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Questões colocadas; • Como é que o professor faz a introdução

ao tema na aula?

- os alunos entraram de forma ordenada na aula e digiram-se para os seus lugares. - retiraram os materiais das mochilas e espera que a professora ditasse o sumário.

Durante a aula

• Quais são os recursos usados pelo professor?

• Quais são as reações dos alunos? • Como é a participação dos alunos? • Os alunos revelam dificuldade em

compreender os conteúdos? • Empenho e entusiasmo na realização das

tarefas de aprendizagem; • Frequência de solicitação do professor.

- em geral os alunos reagiram bem ao tema; - a professora começou por abordar o tema da eletricidade questionando os alunos sobre questões ligadas às centrais elétricas e gestão da energia elétrica; - para o estudo do conceito de circuito a professora optou por mostrar um circuito em funcionamento, aberto e fechado, atribuiu os nomes dos dispositivos usados (fontes de energia, recetores, etc.). Os alunos faziam registos nos seus cadernos diários; - seguiu-se a realização de exercícios do manual e do caderno de atividades. Nesta parte da aula houve agitação e dispersão, e nem todos os alunos terminaram as tarefas propostas; - alguns alunos queriam saber o formato do teste de avaliação.

No final da aula

• Comentários. - nesta sessão não houve comentários, talvez por ser uma aula convencional às quais já estava habituados.

Page 293: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Ficha de observação das aulas do grupo controlo 9º ano turma: E Sessão 2 Data: 10/05/2013 Objetivo:

• Recolher dados sobre atitudes, reações, e comportamento dos alunos e do professor durante as sessões com método tradicional sobre o tema “Circuitos elétricos”.

Instante

da observação

Descrição Observações

No inicio da aula

• Entrada na sala de aula; • Comentários; • Questões colocadas; • Como é que o professor faz a introdução

ao tema na aula?

- os alunos entraram de forma ordenada na aula e digiram-se para os seus lugares. - retiraram os materiais das mochilas e espera que a professora ditasse o sumário.

Durante a aula

• Quais são os recursos usados pelo professor?

• Quais são as reações dos alunos? • Como é a participação dos alunos? • Os alunos revelam dificuldade em

compreender os conteúdos? • Empenho e entusiasmo na realização das

tarefas de aprendizagem; • Frequência de solicitação do professor.

- para a abordagem da série e paralelo a professora usou uma apresentação em power point e um programa de simulação de circuitos elétricos. Nesta fase da aula os alunos estiveram atentos a ouvir as explicações da professora, sem haver grandes participações; - na fase da resolução de exercícios do manual e do caderno de atividades gerou-se novamente alguma agitação, diminuindo o nível de concentração na realização das tarefas.

No final da aula

• Comentários. - nesta sessão não houve comentários, talvez por ser uma aula convencional às quais já estava habituados.

Page 294: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO VII – GUIÃO DE ENTREVISTA DE INVESTIGAÇÃO Temática: Utilização do ambiente de aprendizagem “Circuitos Elétrico” em contexto de sala

de aula.

Entrevistadas: Professoras do Ensino Básico e Secundário da disciplina de Física e Química

das turmas dos grupos experimental e de controlo.

Objetivos gerais:

1) Recolher as opiniões das professoras das turmas dos grupos de experimental e de

controlo sobre a utilização do ambiente de aprendizagem;

2) Obter as perceções das professoras dos grupos experimental e de controlo sobre as

dificuldades sentidas pelos alunos na aprendizagem do tema circuitos elétricos;

3) Recolher sugestões das professoras dos grupos experimental e de controlo sobre

possíveis alterações a realizar no ambiente de aprendizagem.

Estratégia:

• Semidiretiva;

• Os blocos temáticos estão organizados do mais geral para o mais específico;

• Levar as entrevistadas a explicitar e clarificar o mais possível os seus pontos de vista,

perspetivas, linguagem, termos, conceitos, à medida que for elaborando o seu discurso;

• Começar por colocar sempre a questão de forma geral e neutra, para não induzir as

entrevistadas num determinado sentido e depois ir pegando em aspetos anteriores que

eventualmente não tenham ficado muito claros para o entrevistador;

• Falar numa linguagem mais coloquial e pouco técnica, pedindo sempre que possível

exemplos de casos concretos;

• Algumas questões podem servir diferentes objetivos e blocos temáticos.

Page 295: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Bloco temático Objetivos específicos Exemplos de questões Observações

A. Legitimação da

entrevista

• Informar acerca do objetivo da entrevista e do contexto em que esta surge;

• Valorizar o contributo da entrevistada;

• Garantir a confidencialidade da fonte de informação e anonimato das respostas e do discurso produzido;

• Agradecer a participação no estudo.

1. Importa-se que a entrevista seja gravada?

Salientar que se trata de uma entrevista realizada no

âmbito de um trabalho académico de um

doutoramento.

Agradecer antecipadamente a colaboração das

entrevistadas.

B. Caracterização

das entrevistadas

• Conhecer as entrevistadas do ponto de vista profissional;

• Permitir que as entrevistadas falem.

2. Que idade tem? 3. Há quantos anos é professora? 4. Quais são os anos que leciona?

C. Utilização das TIC em sala de

aula

• Conhecer se as entrevistadas usam as TIC na sua prática letiva;

• Conhecer de que forma as entrevistadas usam as TIC na sua prática letiva.

5.Usa as tecnologias? Para quê? Preparar aulas, realizara atividades na sala de aula com os alunos? 6. Quais são as TIC que costuma utilizar? 7. Gosta de utilizar as TIC nas suas aulas? 8. Com que frequência costuma a utilizar as TIC nas suas aulas?

D. Expectativas face à utilização do

ambiente de aprendizagem

digital

• Conhecer as expectativas das entrevistadas face à utilização do ambiente de aprendizagem digital para o ensino dos circuitos elétricos.

9. Ou Fale-me um pouco do que pensou e sentiu quando teve conhecimento deste projeto

Page 296: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

E. Dificuldades sentidas pelos

alunos

• Conhecer a perceção das professoras sobre as dificuldades sentidas pelos alunos do grupo experimental na resolução dos problemas sobre circuitos elétricos;

• Conhecer a perceção das professoras sobre as dificuldades sentidas pelos alunos do grupo de controlo na resolução dos problemas sobre circuitos elétricos;

10. Como reagiram os alunos da sua turma à proposta de trabalho? E que dificuldades demonstraram? (GE) 11. Que dificuldades sentiram os alunos (GE) da sua turma na resolução dos problemas sobre circuitos elétricos? 12. Como reagiram os alunos (do GC) na abordagem que utilizou no ensino dos circuitos elétricos? 13. Que dificuldades sentiram os alunos (do GC) na resolução dos problemas de circuitos elétricos? 14. Que diferenças encontrou na reação dos alunos dos dois grupos na resolução dos problemas sobre circuitos elétricos?

F. Aspetos positivos e negativos da utilização do ambiente de

aprendizagem digital

• Conhecer a perceção das professoras dos grupos experimental e de controlo sobre os aspetos positivos e negativos da utilização do ambiente de aprendizagem digital.

15. Quais os aspetos que considerou mais positivos na proposta de trabalho, no ambiente digital? 16. E quais os aspetos negativos?

G. Potencialidades e limitações do

ambiente de aprendizagem

digital

• Conhecer a perspetiva das entrevistadas sobre as potencialidades e limitações do ambiente de aprendizagem digital;

• Recolher sugestões das entrevistadas sobre possíveis alterações a realizar no ambiente de aprendizagem digital.

17. Que recursos costuma utilizar no ensino dos circuitos elétricos? 18. Considera que este recurso é uma ferramenta útil no ensino dos circuitos elétricos? 19. Comparando a experiência das aulas dos dois grupos, que aspetos gostaria de salientar?

Page 297: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

20. Gostou do recurso? O que é que gostou mais? 21. O que alteraria ou acrescentaria?

H. Elementos de carácter

complementar

• Recolher informação adicional que as entrevistadas considerem relevante;

• Agradecer a disponibilidade e as opiniões dadas sobre as questões colocadas.

22. Deseja acrescentar algo que não tenha sido abordado e que considere importante?

PROTOCOLO DAS ENTREVISTAS

Professora A (grupo experimental: turma C e grupo de controlo: turma B)

Investigador - Importa-se que entrevista seja gravada?

Não, claro que pode ser gravada.

Investigador - Que idade tem? Há quantos anos é professora? E que níveis tem lecionado?

Tenho 38 anos e dou aulas há 5 anos sempre ao ensino básico.

Investigador – Usa as tecnologias em sala de aula? Como as usa?

A nível das tecnologias uso com alguma frequência as apresentações em power point, em sala

de aula, principalmente quando os temas envolvem a interpretação de imagens, gráficos,

esquemas.

Investigador – Gosta de usar as TIC em aula?

Sinceramente gosto de usar as TIC em aula, mas confesso que não tenho tido muito tempo

para as preparar, mas quando tenho tempo tento procurar ou até pedir a colegas alguns

recursos para o computador.

Investigador – Fale-me um pouco do que penso e sentiu quanto teve conhecimento deste

projeto?

Page 298: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

A minha primeira reação foi de algum receio, talvez por não saber bem o que iria acontecer,

mas depois descontraí quando começamos a definir os objetivos de aprendizagem para os

dois grupos e as estratégias.

Investigador – Como reagiram os alunos da sua turma experimental à proposta de trabalho?

Pode descrever as dificuldades sentidas por eles?

Considero que as duas turmas são muito diferentes. A do grupo experimental é menos

participativa e mais sossegada enquanto que a do grupo de controlo é mais agitada e

participativa nas questões trabalhadas em sala de aula. Os do grupo experimental não foram

muito efusivos, achei que estava um pouco à espera para verem como é que era a aula com o

computador. Dificuldades ... a mais recorrente foi o não conseguirem parar e voltar atrás com

o vídeo com as informações, de resto achei-os muito à vontade com o computador.

Investigador – Como reagiram os alunos da sua turma de controlo à proposta de trabalho?

Pode descrever as dificuldades sentidas por eles?

Estes sentiram que era uma aula normal como as outras, apenas mostraram muito

preocupação com o teste de avaliação no final, achei que não estavam a perceber o que se iria

passar e acho que gerou algum desconforto. Quanto às dificuldades senti que na resolução de

exercícios havia alguma desconcentração e agitação e que nem todos estava a perceber tem o

tema, em particular a parte das séries e dos paralelos.

Investigador – Pode descrever as principais dificuldades sentidas pelos dois grupos?

Em matéria?

Investigador – matéria e outros aspetos que considere relevantes.

Matéria os do grupo de controlo tiveram mais dificuldade nas séries e paralelos. Os da turma

experimental ... não tenho muita perceção pois eles também não se manifestaram muito sobre

isso ... apenas referiram aquilo do vídeo.

Page 299: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Investigador – Pode falar um pouco sobre as principais diferenças entre dois grupos ao nível

da aprendizagem dos circuitos elétricos.

Em termos de trabalho em aula a turma de controlo estava muito mais agitada e até

desconcentrada quando tinha de resolver exercícios, a turma experimental estava muito mais

concentrada e envolvida nas tarefas que tinham de realizar no computador. A nível da

aprendizagem ... achei que a turma de controlo tinha alguma dificuldade em acompanhar o

ritmo da aula e que nem todos os alunos conseguiam resolver os exercícios de forma

autónoma. A turma experimental foi fazendo as tarefas no computador, aparentemente sem

grandes dificuldades. Como eu não tinha grande interação com eles não consegui perceber

muito bem a evolução da aprendizagem, apenas nos testes de avaliação que estes tiveram

melhores desempenhos e que foram claramente mais rápidos na resolução das questões.

Investigador – Que aspetos considerou mais positivos e mais negativos do RED do GE?

Achei muito importante os estímulos visuais e auditivos e o facto de os alunos estarem mais

focados nas tarefas de aprendizagem, praticamente não havia fonte de dispersão durante a

realização das tarefas. Quanto ao grupo de controlo como usei uma estratégia mais

tradicional, centrada em mim, durante a realização dos exercícios e das tarefas do caderno de

atividades e do manual havia sempre mais agitação, conversa e os que tinha um ritmo de

trabalho mais lento tinham tendência para perderem o ritmo da aula. Também acho que o

facto de o grupo experimental ter a oportunidade de gerir o ritmo de aprendizagem de modo

mais autónomo, sem as pressas habituais dos dia-a-dia, levou que se sentisse mais à vontade e

até com mais vontade de aprender. Quanto à aplicação usada no grupo experimental, achei

muito interessante ... no princípio quando me desafiaram para participar neste projeto, fiquei

um pouco apreensiva, pois como não sabia o que iria encontrar achei que estava a sair da

minha zona de conforto. Logo na primeira aula do grupo experimental fiquei muito surpresa,

Page 300: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

pois acho que os alunos aderiram muito bem a este método e estiveram com eleva nível de

concentração e de calma, o que por vezes não acontece nas aulas mais convencionais.

Eu achei o recurso muito intuitivo e penso que os alunos também. Seria vantajoso que se

pudesse parar os vídeos em qualquer parte para não terem de ouvir novamente toda a

informação ... também seria importante que a aplicação desse uma espécie de relatório sobre

os desempenhos dos alunos na realização das tarefas. É um recurso que vou continuar a usar

para ensinar os circuitos elétricos.

Professora B (grupo experimental: turma E e grupo de controlo: turma D)

Investigador – Importa-se que a entrevista seja gravada?

Claro que não.

Investigador – Que idade tem? Há quantos anos é professora? Que anos tem lecionado?

Tenho 29 anos, dei aulas durante dois anos e parei para fazer doutoramento cerca de quatro

anos noutra área diferente do ensino, mais precisamente na parte da indústria farmacêutica,

portanto este é o meu quarto ano de ensino. Neste momento estou a lecionar 5ºano de

matemática e Físico-Química ao 8ºano e 9ºano.

Investigador – Costuma usar as TIC em sala de aula? De que forma?

Costumo. Por exemplo no grupo de controlo usei simuladores da internet ... tenho até usado

mais com os 8ºanos. Sou uma adepta das TIC em sala de aula, pesquiso com muita frequência

novos recurso, pois acho que nos temos de estar sempre a atualizar e andar ao ritmo dos

alunos.

Investigador - Que tipo de tecnologias costuma usar?

Em geral uso o power point e aplicações de simulação da internet sempre que considero que

sejam uma vantagem para a aprendizagem dos alunos. Também passo alguns filmes e

documentários.

Page 301: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Investigador – Gosta de usar as TIC nas suas aulas? Com que frequência as usa em sala de

aula?

Sim gosto, pois sinto que os alunos ficam muito mais atentos e interessados. Tento sempre

iniciar cada tema novo com um power point ou um vídeo sobre esse tema que tenha uma

componente prática para não ser logo a matéria.

Investigador – Fale-me um pouco sobre o que pensou e sentiu sobre este projeto?

Confesso que fiquei um pouco frustrada porque os alunos do grupo experimental foram muito

mais rápidos na realização das tarefas quando comparados com os do grupo de controlo.

Estava apreensiva pois não sabia muito bem como é que a experiência iria acontecer.

Investigador – Como reagiram os alunos do GE a esta experiência?

Nas aulas do grupo experimental realço que é muito importante que os alunos sigam ao seu

ritmo, obrigando-os a estarem mais concentrados. Quando iniciaram a aula estavam agitados,

mas depois de distribuído e de lido o guião de exploração houve silêncio total na sala e

começaram logo a trabalhar. Eles tiveram muito concentrados nas tarefas de aprendizagem e

muito empenhados em tudo o que estavam a fazer, desde o vídeo inicial [informação de

apoio] até aos exercícios, passando pelas explicações dos exemplos resolvidos. Notei que

ouviam com muito atenção a explicação e que tiravam notas e que tinham o cuidado de ler

todas as mensagens de feedback que eram dadas ao longo das aulas.

Considero que os alunos da turma experimental tiveram muito mais concentrado e

empenhados do que se fosse eu a dar a matéria … senti que a aula foi totalmente centrada nos

alunos e não no professor e talvez por isso os alunos tenha reagido tão bem a esta

metodologia de trabalho, de tal forma que nunca colocaram ou manifestaram qualquer tipo de

preocupação com os testes que teriam de realizar no final.

Investigador – Que dificuldades verificou quando os alunos do GE estavam a trabalhar com

o RED?

Page 302: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Sinceramente eu acho que não houve nenhuma dificuldade em particular. Eu só fui chamada

duas ou três vezes pelo mesmo motivo porque não estavam a perceber bem como se

montavam os amperímetros e os voltímetros nos circuitos. Eles trabalharam muito bem com

o RED sem dificuldades e sem dúvidas.

Investigador – Que dificuldades sentiram os alunos do GE na resolução dos problemas?

Sem dúvida considero que os alunos resolveram as tarefas da terceira aula num ritmo mais

lento quando comparado com as duas primeiras aulas. Em concreto não me apercebi de

nenhuma dúvida em concreto. Apenas no teste de transferência senti que os alunos tiveram

mais dificuldades de interpretação quando as lâmpadas eram substituídas por resistências

(outros recetores).

Investigador – E a reação do GC?

Relativamente ao grupo de controlo, também reagiram bem ao tema. Na primeira aula

questionei-os sobre aspetos relacionados com gestão de recurso energético em casa e na

escola e numa segunda fase levei alguns circuitos elétricos previamente montados para

estudar os seus componentes (fonte de energia, recetores, fios, instrumentos de medida,

conceitos de circuito aberto/circuito fechado etc.) e os alunos iam fazendo registos nos

respetivos cadernos diários. Para as associações em serie e em paralelo usei um simulador

com simulação feitas por mim. No final de cada aula fizemos os exercícios do manual e do

caderno de atividades, com recurso ao caderno, material de escrita e à calculadora. Nesta fase

de trabalho achei esta turma mais dispersa ao nível da realização dos exercícios, tinham de

seguir o meu ritmo e alguns deles ficavam mais para trás desistindo.

Investigador – Pode identificar as principais dificuldades sentidas na resolução de problema

sobre circuitos elétricos pelos alunos deste grupo?

Na aula não diagnostiquei nada de especial, pelo menos que me lembre agora. Nos testes sem

dúvida que os achei mais perdidos no teste de transferência. Foram mais lentos.

Page 303: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Investigador – Comparando os dois grupos que diferenças encontraste em relação na

resolução de problemas sobre circuitos elétricos?

Globalmente notei que os alunos do grupo de controlo tiveram mais dificuldade em resolver

os exercícios dos testes de avaliação que passamos no final. Claramente os do experimental

foram mais rápidos e menos hesitantes na resolução dos problemas, parecia que tinham

trabalhado os temas de forma mais aprofundada. Eu acho que como os do experimental

estiveram mais concentrados e envolvidos nas tarefas acabaram por reter mais informações

nomeadamente os pormenores relacionados com a resolução deste tipo de problemas. No de

controlo verifiquei que durante a realização das tarefas e até das minhas exposições de

matéria havia mais dispersão como conversa, provavelmente sobre coisas que não estavam

relacionadas com o tema, talvez por isso tenham demorado o dobro do tempo a resolver as

questões dos testes de avaliação.

Investigador – Pode realçar os aspetos mais positivos e os aspetos mais negativos deste

ambiente de aprendizagem?

Aspetos mais relevantes e mais positivos: é o facto de eles se concentrarem, e empenharem

mais do que em sala de aula tradicional. Eles tiveram de resolver todos os exercícios, que

talvez não fizessem com tanto empenho e dedicação com um caderno em papel. A outra

grande vantagem é o facto de o ambiente de aprendizagem digital permitir que os alunos

possam avançar de acordo com o seu ritmo de aprendizagem, numa turma temos 30 meninos

todos diferentes e em sala de aula tradicional eu obrigo-os a irem ao meu ritmo e claro que

uns acompanham com maior facilidade do que outros.

Aspetos mais negativos ... a única coisa que senti alguma dificuldade em não intervir na

aprendizagem nos alunos, mas também não houve grande necessidade.

Investigador – Que recurso costuma usar no ensino dos circuitos elétricos?

Page 304: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

No ensino dos circuitos elétricos uso normalmente as situações do phet que são muito

intuitivas para os alunos, por vez uso circuitos já montados.

Investigador – Considera que este RED é uma ferramenta útil no ensino dos circuitos

elétricos?

Sim sem dúvida.

Investigador – Comparando a experiência das aulas dos dois grupos que aspetos gostaria de

salientar?

Pensando da experiência … destaco o nível de concentração e de envolvimento de cada aluno

desde o melhor, até ao mais distraído, ao menos empenhado, todos sem exceção se

envolveram muito na realização das tarefas. O outro aspeto também muito relevante é a

gestão do ritmo de aprendizagem. Acho que seria importante que os alunos conseguissem

parar os vídeos para tirarem notas ou ouvirem uma parte de novo, globalmente considero que

aplicação tem um aspeto limpo e harmonioso em termos gráficos. Obriga a que os alunos

leiam e pensem sobre as informações que lhes são dadas. Gostei muito de usar o recurso ...

acho que a sua estrutura estava muito bem pensada, achei muito importante que cada aula

comece com um vídeo explicativo no qual a explicação era dada com muito calma e depois

seguia-se a prática de exercícios com os vários comentários ... se erram têm uma explicação,

se acertam também têm uma explicação. Também achei muito importante que os alunos

tivessem a obrigatoriedade de ler as mensagens da aplicação para poderem avançar para a

tarefa seguinte ... eles não avançam sem terem criado um modelo de resolução daquele tipo

de tarefas ou exercícios.

Investigador – O que alteraria ou acrescentaria a este RED?

Uma das sugestões que foram referidas pelos alunos é acrescentar a possibilidade de se poder

parar o vídeo a meio.

Page 305: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

ANEXO VIII – Grelha de avaliação do conteúdo e guião de exploração

Grelha de avaliação do conteúdo científico da disciplina de Física e

Química do Recurso Educativo Digital (RED) “Circuitos elétricos” para o

9ºano

Estou atualmente a elaborar uma Tese de Doutoramento em Ciências da Educação, na área de

especialização de Tecnologias Informação e Comunicação na Educação, no Instituto de

Educação da Universidade de Lisboa.

A investigação que estou a desenvolver visa a produção e avaliação de um RED que tem como

principal objetivo constituir uma ferramenta para ensino do tema “Circuitos elétricos” para os

alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico.

Os pareceres de especialistas em ensino de Física e Química, sobre a forma como os conteúdos

temáticos são abordados neste RED são fundamentais e só assim será possível validar este

recurso educativo.

Pelos motivos acima referidos, venho solicitar a sua participação através do preenchimento da

grelha de avaliação que se encontra em anexo.

Deixo desde já o meu agradecimento pela sua colaboração.

Os meus melhores cumprimentos,

Mário Melo

Page 306: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Grelha de avaliação do conteúdo de Física do RED “Circuitos elétricos” Parâmetro A observar Apreciação

Conteúdos

• São abordados temas de acordo com os conteúdos programáticos da disciplina?

• As aulas apresentadas incluem informação pertinente para a aprendizagem do tema circuitos elétricos?

• A organização dos conteúdos facilita a aprendizagem?

• Os recursos pedagógicos (texto, vídeos, imagens, áudio e exercícios) são relevantes e têm interesse pedagógico?

• As propostas de tarefas de aprendizagem são adequadas e promovem a avaliação e consolidação da aprendizagem?

Os conteúdos abordados no RED “Circuitos elétricos” estão adequados aos conteúdos da disciplina de Física e Química e estão de acordo com as orientações curriculares de Ciências Físicas e Naturais. Todas as aulas incluem as informações necessárias para facilitarem a aprendizagem dos circuitos elétricos neste nível de ensino. Todos os recursos multimédia usados e as tarefas de aprendizagem apresentam relevância para a aprendizagem, tanto ao nível da aquisição de conhecimentos como na consolidação das aprendizagens adquiridas.

Correção e clareza da linguagem

• Existe clareza na exposição das informações de apoio?

• Existe clareza na exposição das informações dos enunciados das tarefas de aprendizagem?

• Existe clareza na linguagem escrita e nas narrações?

Todas as informações são apresentadas de forma clara e objetiva.

Correção e clareza dos conceitos

envolvidos

• A informação é cientificamente correta? • É usada terminologia apropriada?

Não há incorreções de linguagem científica e a terminologia usada está atualizada de acordo com as normas da IUPAP e do SI.

Page 307: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Adequação ao utilizador

• A informação é apresentada de forma adequada ao público-alvo?

• A complexidade dos conteúdos é adequada ao público-alvo?

• As tarefas de aprendizagem são adequadas ao público-alvo?

Todas as tarefas estão adequadas aos alunos do 9ºano do 3ºciclo do ensino básico.

Apreciação global/sugestões - Os vídeos de informação de apoio em cada aula deveriam permitir fazer paragens e voltar atrás sem começar do início.

Page 308: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Roteiro de exploração da aplicação “Circuitos elétricos – Física e Química

9ºano”

Objetivos:

• Definir corrente elétrica;

• Identificar o sentido convencional da corrente elétrica;

• Identificar a diferença entre bom e mau condutor de corrente elétrica;

• Reconhecer que a corrente elétrica pode ser transportada por diferentes partículas com

carga elétrica (eletrões nos sólidos e iões nas soluções).

• Reconhecer que um circuito elétrico deve ser representado por símbolos convencionais;

• Identificar, numa representação de um circuito elétrico, os símbolos referentes a uma

fonte de energia, uma lâmpada, um interruptor aberto, um interruptor fechado e um

motor elétrico.

• Reconhecer um esquema que represente uma associação em série e uma associação em

paralelo;

• Reconhecer que numa associação em série a intensidade da corrente que percorre cada

recetor é igual;

• Reconhecer que numa associação série a diferença de potencial aos terminais do

conjunto dos vários recetores é igual à soma das diferenças de potencial aos terminais

de cada recetor;

• Reconhecer que numa associação em paralelo a intensidade da corrente que percorre

cada recetor é igual à soma das intensidades de corrente que percorre cada um dos

recetores;

• Reconhecer que numa associação em paralelo a diferença de potencial aos terminais do

conjunto dos diferentes recetores é igual à diferença de potencial aos terminais de cada

recetor;

• Relacionar os brilhos relativos de duas ou mais lâmpadas associadas em série e em

paralelo.

Page 309: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

Como explorar a aplicação “Circuitos elétricos”?

1. Clique no ficheiro executável que se encontra no ambiente de trabalho do seu

computador (Circuitos elétricos 0.99.exe).

2. Irá surgir o seguinte ecrã de entrada durante uns segundos.

3. Seguidamente visualizará o ecrã correspondente ao menu principal:

1. No ecrã principal existem três botões azuis com a denominação “Aula 1”, “Aula 2” e

“Aula 3”.

2. Para explorar corretamente todas as tarefas de aprendizagem tem de iniciar o seu

percurso pela “Aula 1 – Corrente elétrica”.

3. Todas as aulas estão estruturadas do mesmo modo:

a. No ecrã principal de cada aula tem um botão com informação de apoio:

que corresponde à informação de que necessita para resolver com sucesso as

diferentes tarefas de aprendizagem. Deve ler e ouvir com toda a atenção essa

informação!

Page 310: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

b. Inicie a resolução das tarefas de aprendizagem, clicando no primeiro círculo

vermelho que se encontra no menu inferior e horizontal:

c. Dentro de cada tarefa de aprendizagem pode sempre aceder à informação de

apoio, clicando no botão que encontra no canto superior direito do

ecrã:

d. As primeiras tarefas de cada aula são exemplos resolvidos, pelo que deve ler

toda a informação do enunciado e o processo de resolução.

e. A aplicação só permite avançar para a tarefa seguinte se completar as anteriores

corretamente.

f. Apesar da aplicação estar estruturada em três aulas, deve gerir o seu tempo para

as resolver em dois blocos de 90 min. Portanto sugere-se que na 2ªparte do

Page 311: UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃOdrle.ie.ulisboa.pt/uploads/publications/4cabcbcee5cebe55e30019dfc… · Apesar de cada turma constituir um grupo natural a seleção

1ºbloco realizem as tarefas correspondentes às aulas 1 e 2 e que na 1ªparte do

2ºbloco realize apenas as tarefas correspondentes à aula 3.

7. À medida que vai resolvendo as diferentes tarefas de aprendizagem, surge a cheio um

círculo vermelho, que dá a indicação de que a tarefa está completa. Se sentir

necessidade pode voltar a realizar uma das tarefas já realizadas, pode clicar sobre o

círculo vermelho correspondente. Para avançar para a tarefa seguinte clique sobre o

círculo vermelho que se encontra a piscar.

8. No final do seu percurso de aprendizagem com esta aplicação irá realizar teste para

avaliar se os objetivos de aprendizagem foram alcançados (na 2ª parte do 2ºbloco de 90

min).