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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FERNANDO CLARET OLIVEIRA AVALIAÇÃO DE PLANTAS METALÓFITAS NATIVAS DA MATA CILIAR DO RIO TIETÊ PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Mogi das Cruzes, SP 2010

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FERNANDO CLARET OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DE PLANTAS METALÓFITAS NATIVAS DA MATA CILIAR DO RIO TIETÊ PARA RECUPERAÇÃO DE

ÁREAS DEGRADADAS

Mogi das Cruzes, SP 2010

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FERNANDO CLARET OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DE PLANTAS METALÓFITAS NATIVAS DA MATA CILIAR DO RIO TIETÊ PARA RECUPERAÇÃO DE

ÁREAS DEGRADADAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Biotecnologia Área de Concentração: Biotecnologia Aplicada a Recursos Naturais e Agronegócios

Orientadora: Dra. Elisa Esposito

Mogi das Cruzes, SP 2010

DEDICATÓRIA

Dedico o trabalho à minha esposa, Elizabeth que tanto colaborou com seu incentivo e compreensão e aos meus filhos Pedro Paulo, Nícolas e Ana Luiza.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida que me foi dada. Aos meus Pais, pelo exemplo de vida que me deram e pelo carinho com que eles me educaram. Agradeço a Universidade de Mogi das Cruzes por ter me concedido a bolsa para o desenvolvimento deste trabalho. À minha orientadora, Professora Doutora Elisa Espósito, por ter aceitado e ter depositado toda sua confiança no meu trabalho, pelos incentivos, por sempre ter estado pronta para me auxiliar nos momentos de difilculdades. Com certeza, sem este auxilio, não chegaria até o final desta etapa. À Professora Maria Cecília Brandt, por sua preciosa colaboração e incentivos. Aos Professores Doutores Andre Fernando de Oliveira e Astrea Filomena de Souza Silva por toda presteza e dedicação que tiveram na execução das análises das amostras e ainda pelos esclarecimentos das tantas dividas sobre seus resultados. Ao professor Doutor Douglas Mascara por sua dedicação e estímulo para continuar nesta caminhada.

Ao professor João Ferreira dos Santos, responsável técnico pelos laboratório da Engenharia Civil, por sua presteza nas análises da densidade de solo. À Clarissa Naomi Irie e Luis Fabiano Silva Araújo (Binho), por terem estado sempre prontos a me ajudar, a todos os meus colegas Vanessa Nessner Kavamura, Gabriel Inácio de Moraes Honorato de Souza e principalmente o mais novo membro da equipe do NCA, o meu amigo Rafael Abra de Campos. A toda equipe do laboratório de química da UMC, por me auxiliar nos preparos das amostras. Aos meus familiares, pelo apoio e em especial a minha querida esposa Elizabeth que sempre esteve ao meu lado.

RESUMO

A área escolhida para estudo – Parque Nagib Najar – localiza-se na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, uma das mais complexas do país, pois abriga significativos remanescentes de uma floresta que exibe as maiores taxas de endemismo da biota no Brasil. Este estudo avalia o papel de plantas metalófitas nativas na biorremediação de solo extraído da área contaminada por metais com o intuito de recompor a Mata Ciliar impactada há mais de 60 anos. A Fitorremediação, considerada um método de biorremediação, utiliza plantas e microrganismos rizosféricos associados para remoção, imobilização ou transformação de metais presentes no solo. Foram plantadas 17 espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica em calhas de 3,00 x 0,21 x 0,065 m de auto-compensação de água, das quais foram selecionadas : Inga comunnis, Mimosa sepiaria, Erythrina falcata, Citharexylon myrianthum, Enterollobium contortisiliquum, Croton urucurana, com base no desenvolvimento radicular em solo constituído por moinha de carvão, escória de fornos, refratários e “crepas” óxido de ferro. O delineamento estatístico adotado foi o de blocos ao acaso, com dois tratamentos e quatro repetições, em esquema fatorial 17x2, sendo 17 espécies vegetais e duas características de solo (Solo 1 e Solo 2). O solo 1 (constituído por moinha de carvão, escória de fornos, refratários e “crepas” óxido de ferro), porção de solo retirado da extinta Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes (COSIM) (atual Parque Nagib Najar), apresentou um pH 7,26, devido a provável quantidade de escória presente no solo e cujos componentes neutralizantes são semelhantes aos calcários. Nestas condições de pH, as formas tóxicas dos metais pesados apresentam baixa mobilidade no solo. O Solo 2, constituído por terra de subsolo, misturado na proporção de 1:1 (v/v) com rejeito de composto de cogumelo Agaricus bisporus, fonte de matéria orgânica, apresentou pH 6,04. Nas condições experimentais, as mudas plantadas foram avaliadas quanto à bioacumulação de metais e massa seca após 123 dias de crescimento. As plantas cresceram em solo contaminado, proporcionalmente menor do que no solo comercial e controle, exceto Inga comunnis, o qual apresentou um crescimento cerca de 50 % superior em solo contaminado. Todas as espécies avaliadas extraíram preferencialmente Cd e Cr e podem ser utilizadas no processo de fitorremediação da área de estudo. Considerando a composição do solo impactado da área, seria recomendada, a adição de solo fértil para otimizar o processo de crescimento das espécies nativas, dinamizando a recuperação da biodiversidade.

Palavras-chave: Área Degradada, Fitorremediação, Remoção de Metais.

ABSTRACT

The area chose for this study – Nagib Najar Park – is located in hydrographic basin of Tietê river, one of the most complex of Brazil, because contains significants reminiscents of a forest that exhibit the major rate of endemism in Brazil´s Biota. This study evaluates the role of metalophytes native plants in soil bioremediation for heavy metals extraction of contaminated soil in order to recompose the vegetation impacted for more than 60 years. The phytoremediation, considered a bioremediation method, uses plants rhizosphere-associated microbes for removal, immobilization, volastilisation or transformation of metal-contaminated soils. Seventeen native tree species of Atlantic forest were planted on 3.00 x 0 x 0,065 m gutters of water self compensation, of whom were selected: Inga communis, Mimosa sepiaria, Citharexylon myrianthum Erythrina falcata, Enterollobium urucurana, contortisiliquum, Croton urucurana based on root development in contaminated soil. The statistical approach adopted was blocks, with two treatments and four repetitions, 6x2 factorial schema, and 6 plant species and two characteristics of soil (Soil 1 and Soil 2). The Soil 1 (consisting by “moinha”, coal slag furnaces, refractory and “pellets” iron oxide), soil portion removed of the extinct Companhia Siderúrgica of Mogi cruzes (COSIM) (actual Nagib Najar Park), it presented a 7,26 pH, due the probable amount of slag in the soil whose neutralizes components are similar to calcareous. Under these conditions of pH, the toxic forms of the heavy metals present low mobility in the soil. The Soil 2, composed of underground land, mixed in a 1:1 ratio (v/v) with mushroom compost reject Agaricus bisporus. source of organic matter, presented pH 6,04. In the experimental conditions, the seedlings planted were evaluated for bioaccumulation of metals and dry mass after 123 days growing. Plants grew in contaminated soil, proportionately smaller than commercial and control soil, except Inga comunnis, which presented a growth of about 50% above in contaminated soil. All species assessed drew preferably Cd and Cr and can be used in the process of phytoremediation in study area. Whereas the composition of the impacted soil of the area, it would be recommended, adding fertile soil for optimizing the growth process of the native species, streamlining the recovery of biodiversity. Keywords: Phytoremediation, degraded area, removing metals.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes (1979) e localização – Fonte: Jornal O Diário de Mogi (1979) e Modificada Google 2009................................................................

15

Figura 2 Perfil do solo caracterizado nos horizontes O,A,B e C. por camadas afetadas pela pedogênese. (TOLEDO, M.C.M. et al.,2001).........................................................................................

17

Figura 3 Principais vias de exposição pelas quais metais pesados atingem plantas, animais e homem (ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000)..............................................................................................

21

Figura 4 Representação esquemática da fitorremediação exemplificando parte de seus mecanismos – Fonte Modificada de ANSELMO & JONES, 2005.................................................................................

29

Figura 5 Modificado Google earth (2009). Inserção do Município na Região da Grande São Paulo, e Área Contaminada em Mogi das Cruzes e Sítio de Estudo........................................................

33

Figura 6 Modificado Google earth (2009). Ponto 8 da Área Contaminada (COSIM), selecionada para o experimento – coordenadas W46º 2’ 52” e S 23º 31’26,5”...................................................................

35

Figura 7 Amostras de solo utilizados no experimento................................. 39

Figura 8 Dimensões das calhas para plantio das mudas de arbóreas....... 40

Figura 9 Materiais encontrados no ponto 8 – Resíduo Industrial: Moinha de Carvão, Escória de fornos, Refratários, “Crepas” óxido de ferro, Lixo doméstico e Entulhos de construção civil (GEO INF., 2003)..............................................................................................

42

Figura 10 Relação entre pH do solo e a disponoibilidade de metais pesados. Adaptado de Malavolta et al.(1989)..............................

44

Figura 11 Valores da média de crescimento de caule ( medida em cm)

das espécies, em Solo 1 e 2. (n=2)..............................................

48

Figura 12 Valores da média de crescimento de raizes em cm das espécies, em Solo 1 e 2 (n=2).......................................................

48

Figura 13 Mudas plantadas em 10/09/2008................................................. 49

Figura 14 Plantas antes da coleta 13/01/2009.............................................. 50

Figura 15 Mudas das espécies selecionadas para o experimento................ 50

Figura 16 Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do

ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Mimosa sepiaria..............................................................

53

Figura 17 Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Erytrina falcata................................................................

54

Figura 18 Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Citharexylon myrianthum................................................

55

Figura 19 Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Enterollobium contortisiliquum........................................

56

Figura 20 Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do

ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Croton urucurana............................................................

57

Figura 21 Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Ingá communis................................................................

58

Figura 22 Densidade da massa vegetativa e expressão da cor verde nos extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos...................................

59

Figura 23 Usina de beneficiamento e separação de resíduos por tamanho

de grânulos....................................................................................

63

LISTA DE TABELA

Tabela 1 Consumo Mundial de aço de acordo com IISI – Fonte IBS (2007).............................................................................................

13

Tabela 2 Origem de alguns resíduos siderúrgicos produzidos

durante os processos de redução e refinopara produção do aço – Adaptado de Nascimento (2005)...................................................................

14

Tabela 3 Mercado mundial de biorremediação (1994-2005) em milhões de dólares......................................................................................

25

Tabela 4 Espécies selecionadas para plantio em calhas, em solo 1(área

contaminada) e solo 2 ( solo comercial)........................................

38

Tabela 5 Valores dos elementos para os solos 1 e 2 – Modificado de Kavamura, 2008............................................................................

43

Tabela 6 Comparação dos teores de metais em solo estabelecidos pela

legislação da CETESB (2005) e solos avaliados 1, 2 e controle.

46

Tabela 7 Análise de micronutrientes (mg/Kg) dos solos controle, 1 e 2..... 47

Tabela 8 Média de alturas em cm para mudas de arbóreas no tempo zero e após 123 dias e crescimento efetivo..........................................

51

Tabela 9 Variação de crescimento absoluto (∆t ) e relativo (f) entre seis

espécies vegetais no solo 1 e 2....................................................

51

Tabela 10 Análise da Variância (ANOVA) para a média de crescimento as seis espécies de plantas no SOLO 1 e no solo 2. Nível de significância P > 0,05; s = desvio padrão.....................................

52 Tabela 11 Valores de massas (g): úmida e seca para plantas cultivadas em

solo 1 e 2 mais % de biomassa.....................................................

60

Tabela 12 Análise da Variância (ANOVA) para a média relativa de ganho de biomassa para as seis espécies de plantas no SOLO 1 e no solo 2. Nível de significância P > 0,05; s = desvio........................

60 Tabela 13 Teor de metais nas plantas, comparados às concentrações

normais e tóxicas e concentração de metais em solo 1.

61

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 Atividade antrópica .............................................................................................. 13

1.1.1A evolução das atividades humanas ................................................................. 13

1.1.2 Atividade siderúrgica no mundo e no Brasil ..................................................... 14

1.1.3 Mineração Geral do Brasil (1942) – Companhia Siderúrgica de Mogi das

Cruzes (COSIM) – 1967 ............................................................................................ 16

1.2 Contaminação do solo com metal pesado por resíduos da atividade

siderúrgica ................................................................................................................. 17

1.2.1 Formação do solo: ............................................................................................ 17

1.2.2 Contaminação do solo ...................................................................................... 18

1.2.3 Metais no solo .................................................................................................. 20

1.2.4 O papel dos metais no crescimento vegetal ..................................................... 22

1.3 Processos de remediação de solo contaminado por metais. .............................. 24

1.3.1 Biorremediação ................................................................................................ 25

1.3.1.1 Fitorremediação............................................................................................. 26

1.3.1.1.1 Mecanismo da fitorremediação.................................................................. 27

1.3.1.1.2 Plantas hiperacumuladoras ou metalófitas..................................................31

2 OBJETIVOS............................................................................................................33

2.1 Objetivo geral: ..................................................................................................... 33

2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 33

3 MÉTODO ................................................................................................................ 34

3.1 Área objeto de estudo ......................................................................................... 34

3.2 Coleta de amostras de solo ................................................................................. 35

3.2.1 Amostras de solo 1 - área da antiga indústria .................................................. 35

3.2.2 Amostra de solo 2 ............................................................................................ 36

3.2.3 Amostra de solo controle .................................................................................. 36

3.3 Análises de solo .................................................................................................. 37

3.3.1 Caracterização físico-química do solo .............................................................. 37

3.3.2 Preparo das amostras para determinação dos metais totais ............................ 37

3.3.3 Preparo das amostras para determinação dos metais biodisponível no solo ... 37

3.3.4 Quantificação de metais ................................................................................... 38

3.4 Plantio das espécies em estufa de vegetação .................................................... 38

3.4.1 Critério de seleção das espécies ...................................................................... 38

3.4.2 Preparo de solo e plantio .................................................................................. 39

3.4.3 Delineamento experimental .............................................................................. 40

3.4.4 Sistema de plantio em estufa plástica .............................................................. 40

3.4.5 Monitoramento pós-plantio ............................................................................... 41

3.4.5.1 Determinação de metais na raiz, caule e folha. ............................................. 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 43

4.1 Caracterizações físico-químicas do solo e plantas .............................................. 43

4.1.1 Solo da área de estudo .................................................................................... 43

4.1.2 Seleção das espécies....................................................................................... 48

4.2 Plantio, desenvolvimento, coleta e determinação de metais nas plantas. ........... 50

4.2.1 Plantio e desenvolvimento das mudas ............................................................. 50

4.2.2 Determinação de metais ................................................................................... 61

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 62

6 SUGESTÕES ......................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65

APÊNDICES .............................................................................................................. 82

13

1. INTRODUÇÃO 1.1 Atividade antrópica 1.1.1A evolução das atividades humanas

A evolução cultural e tecnológica humana foi marcada por transformações

que afetaram de forma incisiva o meio ambiente. O homem superou suas limitações,

desenvolveu ferramentas que aumentaram sua capacidade de sobreviver em meio

aos predadores naturais. Compreendeu que a sua resistência ao meio hostil era

maximizada com a formação de grupos organizados em torno de um objetivo

comum, que assim, multiplicavam sua capacidade individual. (DIAS, 2006).

Dias (2006) cita que a capacidade humana de intervir no meio ambiente

natural, desenvolveu-se de forma gradativa e cumulativa até que aproximadamente,

entre 8.000 a 10.000 anos ocorre a primeira grande revolução científico-tecnólogica,

com a descoberta da reprodução das plantas a partir de sementes, descoberta que

aumentou a capacidade produtiva humana, e causou grande impacto no meio

ambiente.

A descoberta do ferro pelo homem foi por volta de 6.000 a 4.000 anos a.C, no

Período Neolítico (Idade da Pedra Polida). A exploração do metal em jazidas,

começou em torno de 1.500 a.C., provavelmente no Oriente Médio, trazendo os

conseqüentes impactos ambientais causados pela sua exploração e aplicação,

sendo que o uso deste metal promoveu grandes mudanças na sociedade, então

agrícola, que se desenvolveu com rapidez por causa dos novos utensílios

fabricados, além de permitir a confecção de armas mais modernas. O emprego do

ferro viabilizou a expansão territorial de diversos povos, o que mudou a face da

Europa e de parte do mundo (IBS, 2007).

A Segunda grande transformação humana foi marcada por outra revolução

científico-tecnológica, a revolução industrial em meados do sec. XVIII. A Revolução

Industrial, no final do século XVIII, tornaria a produção de ferro ainda mais

importante para a humanidade. Nesse período, as comunidades agrária e rural

começavam a perder força para as sociedades urbanas e mecanizadas. Neste

14 momento, a capacidade humana de intervir na natureza, aumenta sem cessar

(RIBEIRO, 2003).

Segundo Valle et al. (2004), o início do período pós revolução industrial, foi

marcado pelas primeiras ocorrências de contaminação do ar , solo e águas

provocadas pela dispersão de poluentes nas regiões de industrialização mais

intensas, Ilhas Britânicas, norte da França, Bélgica e vale do Ruhr, na Alemanha e

que por desconhecimento dos efeitos resultantes do uso do carvão, deu origem às

primeiras ocorrências de doenças profissionais e à contaminação das regiões onde

havia a predominância de mineração, resultando em acidificação dos solos,

emissões de particulados, degradação das condições de vida na malha urbana que

se formava de forma desordenada.

1.1.2 Atividade siderúrgica no mundo e no Brasil

Em 2000, a produção anual de aço bruto no mundo foi de 780 milhões de

toneladas. Tal volume de produção foi responsável pela geração de

aproximadamente 30 milhões de toneladas de resíduos recicláveis. De acordo com

os números recém-publicados pelo International Iron e Steel Institute (IISI) e citados

no site do ISB (2007), o consumo mundial de aço atingiu récorde em 2006, conforme

dados apresentados na Tabela 1.

2000 2005 2006 União Européia 25 162,6 161,4 179,3

Outros Países europeus 21,1 29,1 33,3 Comunidade dos Estados Independentes 34,1 42,9 48,4

Nafta 146,6 139,4 154,9 América Central e do Sul 28,1 32,3 36,0

África 14,5 19,7 21,6 Oriente Médio 19,7 33,4 36,8

Ásia 323,0 560,0 595,0 Oceania 6,7 7,9 7,9

Total global 756,6 1026,0 1113,2

Tabela 1 – Consumo Mundial de aço (milhões de tonelada), de acordo com IISI – Fonte IBS

Citado por Carvalho (2007).

15

No Brasil, a primeira siderúrgica que se tem registro data de 1587, localizava-

se na atual região de Sorocaba, interior de São Paulo. As atividades siderúrgicas

iniciaram com a descoberta da magnetita por Afonso Sardinha e extenderam-se até

1629. Entretanto, a descoberta de ouro nas Minas Gerais desencadeou um novo

estímulo à siderurgia. Fundições foram abertas para a construção de implementos de

ferro utilizados no trabalho das minas. As primeiras décadas do século XX foram

marcadas pelos avanços da siderurgia brasileira, impulsionados pelo surto industrial

verificado entre 1917 e 1930 com um grande aumento na produção siderúrgica

nacional. Em 2006, dentre os principais produtores e exportadores de aço do

mundo, o Brasil ficou com o décimo lugar. No entanto, é considerado o principal

produtor da América Latina (IBS, 2007). A siderurgia brasileira tem uma geração

média de resíduos de 700 kg por tonelada de aço produzido. Segundo Cunha et al.

(2006), cerca de 50% desses resíduos são escórias de alto-forno e aciaria, sendo

que a outra metade engloba os finos, pós, lamas, borras e refratários. Takano et al.

(2000) tem informação similar, informando que os principais resíduos recicláveis

numa usina siderúrgica integrada são: pós da sinterização, pós e lamas de alto-

forno, lamas de aciaria, carepas de lingotamento contínuo, carepas de escarfagem,

lamas de laminação e os finos de coque.

As características de cada resíduo irão depender da constituição química da

matéria prima (minério de ferro, carvão, calcário ou cal) utilizada no processo de

fabricação do produto siderúrgico, além do tipo de refratário utilizado nas paredes

dos alto-fornos. Conforme Nascimento (2005) é indicado na Tabela 2 alguns dos

diversos resíduos produzidos durante o processo.

‘’ ‘’

Resíduo Processo siderúrgico

Origem

Lama de auto-forno Redução Lavagem de chaminés Pó de alto-forno Redução Limpeza do gás de alto-forno Escória de alto-forno Redução Alto-forno Escória de convertedor Refino Convertedor Lama de convertedor Refino Lavagem de gás Escória do forno-panela Refino Forno panela Lama do filtro-prensa Redução e Refino Prensagem de ligas diversas Lama de fosfato Redução e Refino Tratamento com fosfato Carepa de aciaria Refino Lingotamento contínuo

Tabela 2 – Origem de alguns resíduos siderúrgicos produzidos durante os processos de

redução e refino para produção do aço – Adaptado de Nascimento (2005).

Citado por Carvalho (2007).

16

Atualmente no País, o setor siderúrgico é formado pela Acesita, Aços-Villares,

Belgo-Arcelor Brasil, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia

Siderúrgica Tubarão (CST) – Arcelçor Brasil, Gupo Gerdau, Siderúrgica Barra

Mansa, Usiminas/Cosipa, V&M do Brasil e Villares Metals. São 25 usinas

comandadas por 11 empresas (IBS, 2007).

1.1.3 Mineração Geral do Brasil (1942) – Companhia Siderúrgica de

Mogi das Cruzes (COSIM) – 1967

Em setembro de 1942, deu-se início a construção da Mineração Geral do

Brasil, usina siderúrgica (Figura 1) que começa sua atividade com a produção de

ferro gusa em 1944, a de aço em 1945 e a laminação em 1947. Localizada a 51 km

do centro da Capital, 110 km do porto de Santos e distante 374 km do Rio de

Janeiro (Figura 1). O minério de ferro, matéria prima necessária para sua produção

teve como fonte de abastecimento, as jazidas localizadas nas proximidades de Belo

Horizonte (Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete) e foram transportadas por via férrea,

Rede Ferroviária Central do Brasil (RFCB), eixo Minas-Rio de Janeiro-São Paulo.

Figura 1 – Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes (1979) e localização – Fonte: Jornal O Diário de Mogi (1979) e Modificada Google (2009).

Mogi das Cruzes

17

A Usina possuía um alto-forno a carvão vegetal, que produzia diariamente,

160 toneladas de ferro gusa. O setor de aciaria era composta por 5 fornos, com

capacidade de 60 toneladas cada. Dispunha também de um misturador com

capacidade de 20 toneladas. A capacidade máxima de produção era de 35 mil

toneladas por ano (COSIM, 1967).

Os resíduos resultantes foram dispostos ao longo de 50 anos de atividade

(1944-1994), em área localizada entre o setor de fábrica e o Rio Tietê, sem qualquer

critério técnico, quer construtivo ou operacional, comprometendo o ambiente por

causa do acúmulo de metais neles contidos. Até a década de 70, não havia normas

específicas para classificação e critérios de disposição de resíduos sólidos, apenas

se mencionavam aspectos relativos à poluição do solo nos artigos 51 e 52 do

Decreto Estadual 8.468 de junho de 1976 que dispõe sobre a prevenção e o controle

da poluição do meio ambiente.

1.2 Contaminação do solo com metal pesado por resíduos da atividade

siderúrgica.

1.2.1 Formação do solo:

Conforme Toledo et al. (2001) o solo é o resultado da desagregação e

decomposição das rochas, produto do intemperismo e conseqüente remanejamento

e organização das camadas superiores da crosta terrestre sob a ação do clima,

organismos fornecedores de matéria orgânica. É constituído de partículas sólidas e

espaços vazios (poros) de dimensões variadas (ZIMBACK, 2003) que caracterizam

sua classificação devido as diferentes combinações de fatores de sua formação. O

material sólido é constituído por 45% de matéria mineral; 50% de poros, assim

distribuídos: 25% ocupado por água e 25% ocupado com ar; e 5% de matéria

orgânica (ZIMBACK, 2003) (Figura 2).

18

À medida que os solos são formados, durante os processos de

intemperização, alguns minerais e a matéria orgânica são reduzidos a partículas

extremamente pequenas. Alterações químicas diminuem ainda mais estas partículas

até o ponto em que elas não podem mais ser vistas a olho nu. Estas partículas de

menor tamanho é que são chamadas de “colóides”. A camada de solo constituída

pelos compostos, anteriormente citados, pode ser dividida em conforme Figura 3, no

que constitui o perfil de solo.

Segundo Toledo et al. (2001), o horizonte O é formado por matéria orgânica

em vias de decomposição; horizonte A (escuro), constituído por matéria mineral e

orgânica e alta atividade biológica; horizonte B, composto por acúmulo de argila,

areia e matéria orgânica,; horizonte C, Constituído de seixos, siltes, areia grossa.

1.2.2 Contaminação do solo

A contaminação em solos brasileiros tem aumentado, em razão de processos

naturais, como deposições atmosféricas, ou antropogênicos via atividades

Figura 2 – Perfil do solo caracterizado nos horizontes O,A,B e C. por camadas afetadas pela pedogênese. (TOLEDO, et al.,2001).

19 industriais, disposição de lodo de esgoto, disposição de rejeitos ou subprodutos

domésticos e industriais, utilização de fertilizantes e agrotóxicos (MCLAUGHLIN e

SINGH, 1999).

O solo foi considerado por muito tempo um receptor ilimitado de substâncias

nocivas descartáveis, como o lixo doméstico e os resíduos industriais, com base no

suposto poder tampão e potencial de autodepuração, que leva ao saneamento dos

impactos criados. Porém essa capacidade, como ficou comprovada posteriormente,

foi superestimada e, somente a partir da década de 70, foi direcionada maior

atenção a sua proteção (CETESB–GTZ, 2001).

Beaulieu (1998) descreve que a conscientização mundial referentes aos

problemas causados pelas áreas contaminadas teve início no final da década de 70

e começo da década de 80. Sánchez (2001) aponta os principais eventos

internacionais relacionados a sítios contaminados. Os dois casos mais conhecidos e

citados na literatura são: "Love Canal", em Niagara Falls, NY, 1978, onde foram

constatados ocorrências de erupções de pele, abortos e má formação congênita na

população da localidade (LEVINE, 1982) em decorrência da exposição à

contaminação, uma vez que o conjunto habitacional foi construído sobre um canal

aterrado com resíduos químicos industriais; Lekkerkerk, próximo a Roterdam,

Holanda-1978, o caso de contaminação do solo por compostos orgânicos como

tolueno e xileno, área ocupada por 268 casas. O mesmo autor cita que estes fatos

foram precursores da polêmica desencadeada sobre áreas contaminadas e do

debate público que levou ao estabelecimento de políticas de gerenciamento de

áreas contaminadas na maioria dos países afetados.

Cetesb–GTZ (2001) define como área contaminada aquela em que foram

depositadas substâncias ou resíduos por meio de acumulação, armazenamento e

anterramentos ou infiltrações de forma planejada, acidental ou até mesmo natural

com capacidade de alterar o meio ambiente. Nessa área, os contaminantes podem

concentrar-se em subsuperfície nos diferentes compartimentos do ambiente, por

exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar

os terrenos, nas águas subterrâneas ou, de uma forma geral, nas zonas não

saturadas e saturadas, além de poderem concentrar-se nas paredes, nos pisos e

nas estruturas de construções.

Os resíduos industriais são freqüentemente dispostos em aterros, em contato

direto com o solo, ou em recipientes com os quais não dão garantia de proteção

20 perene contra vazamentos. Algumas áreas destinadas a estes resíduos já estão

bastante comprometidas e em algumas empresas têm ocorrido acidentes nestes

depósitos, gerando impactos ambientais, paradas operacionais e até perdas fatais.

Entretanto, as legislações ambientais estão a cada dia mais rigorosas, o que vem

forçando as empresas a dar destinos mais seguros aos seus resíduos (CUNHA et

al., 2006). Um diagnóstico preliminar elaborado em 2001 e 2003 pelo Ministério da

Saúde Brasileiro identificou a existência de 703 áreas potenciais e efetivas com

populações expostas ou sob risco de exposição a solos contaminados (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2006).

No Estado de São Paulo há o total de 300 áreas contaminadas por metais,

a última atualização do inventário de áreas contaminadas aponta a existência de

2.514 sítios, dos quais 95 em processo de monitoramento para reabilitação e 87

reabilitado, (CETESB, 2008).

Dentre os diversos contaminantes encontrados nestas áreas, os metais

foram os responsáveis, isolados ou não, pela contaminação de aproximadamente

217 sítios. Todavia, a necessidade de estudos mais detalhados sobre 859 das 1.596

áreas contaminadas, que ainda não possuem proposta de remediação, poderá

apontar a presença de metais em outros sítios (OLIVEIRA, 2008).

Assim, têm-se estudado alternativas de uso para estes resíduos, com

técnicas que priorizam normas de legislação de proteção ambiental (PRADO et al.,

2001).

1.2.3 Metais no solo

O termo "metais" tem sido cada vez mais utilizado, nas últimas duas décadas,

erroneamente, para designar um grupo de metais e semi-metais, relacionando à

contaminação e potencial toxicidade para o meio ambiente (DUFFUS, 2002). O

referido autor faz uma revisão das definições encontradas para o termo com base na

densidade, peso atômico, número atômico e toxicidade.

A primeira definição data de 1936 e foi descrita por Bjerrum (1936 citado por

DUFFUS, 2002), baseada na densidade da forma elementar de um metal,

21

como elementos com densidade acima de 7 g cm-3. Por vários anos esta

definição foi modificada sem nenhuma consistência e/ou consenso (VAN

NOSTRAND, 1964; GRANT, R e GRANT, C, 1987; PARKER; 1989; LOZET e

MATHIEU, 1991). Morris (1992), por exemplo, chegou à conclusão que a densidade

deveria ser maior que 5 g cm-3. Entretanto, outros autores como Thornton (1995),

Falbe e Regitz (1996) propuseram outros valores de densidades > 6 e > 5 g cm-3,

respectivamente. Duffus (2002) argumenta que deve ser abandonada a idéia de

agrupar os metais e certos compostos tóxicos em um único grupo. Enfatiza que é

necessária uma classificação dos metais e dos compostos com base em suas

propriedades químicas para relacioná-los à toxicidade e se faz necessário uma

investigação sobre sua biodisponibilidade, para definição da toxicidade.

Os metais são constituintes naturais da litosfera, cujos ciclos biogeoquímicos

foram drasticamente alterados pela atividade humana (SEBASTIANI et al., 2004). A

poluição por metais coloca em risco a saúde humana (IL’YASOVA e SCHWARTZ,

2005) e é responsável por vários problemas ambientais, incluindo a diminuição da

atividade microbiana, fertilidade do solo e, conseqüentemente, a redução de

colheitas (YANG et al., 2005).

Estudos em locais próximos a complexos industriais e de refino de minério

indicam concentrações elevadas de metais no solo, os quais podem afetar a

funcionalidade, biodiversidade e sustentabilidade dos ecossistemas, causando

danos, às vezes irreversíveis, às propriedades químicas, físicas e biológicas do solo

(SOARES et al., 2002).

A toxicidade de metais é atribuída à sua habilidade de se ligar a enzimas,

provocando sua inativação ou mesmo aumentando a atividade de algumas,

resultando em alterações na sua função catalítica (VAN ASSCHE e CLIJSTERS,

1990).

As principais rotas antrópicas de entrada de metais no solo são a deposição

de rejeitos industriais, fertilizantes e pesticidas e resíduos urbanos como compostos

de lixo e lodo de esgoto. No solo, estes rejeitos sofrem transformações químicas que

podem liberar metais para a solução do solo e causar toxidez às plantas e

organismos do solo, ou ainda adsorvidos às argilas ou complexados à matéria

orgânica, representando uma fonte poluidora potencial e importante via de

exposição dos metais poluentes (Figura 3) (SOARES et.al, 2002).

22

1.2.4 O papel dos metais no crescimento vegetal

As plantas possuem o mecanismo de acumular alguns metais que são

necessários para seu desenvolvimento, como por exemplo, ferro (Fe), manganês

(Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), molibdênio (Mo) e níquel (Ni) (BROOKS, 1998).

A função do Fe na planta está associada a componentes de enzimas

envolvidas na transferência de elétrons (reações de redox), como citocromos. Ele é

oxidado de Fe+2 para Fe+3 durante a transferência de elétrons (TAIZ et al., 2009)

está envolvido em processos fundamentais como fotossíntese, respiração,

metabolismo de nitrogênio, síntese de DNA e hormônios (BECANA et al., 1998).

Becana et al. (1998) descrevem que, é comum em dicotiledôneas, a excreção de

prótons ocorrer em virtude das plantas promoverem a acidificação do solo,

aumentando a solubilidade do Fe+3 e posterior redução para Fe+2 pela redutase

férrica da membrana plasmática, onde então é absorvido por um transportador

específico. Nas gramíneas, o autor cita que há produção e liberação de

fitossideróforos que quelam o Fe+3 na rizosfera, sendo o complexo Fe+3-

fitosideróforo absorvido pelo transportador específico (HELL e STEPHAN, 2003),

transferido para o xilema e translocados até a parte aérea pelo fluxo transpiratório na

forma de complexo com ácidos orgânicos, especialmente citrato (CURIE e BRIAT,

2003)

Figura 3 - Principais vias de exposição pelas quais metais pesados atingem plantas, animais e homem (ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000).

23

Conforme Taiz et al. (2009), entre as várias enzimas ativadas nas células

vegetais, as descarboxilases e deidrogenases envolvidas no ciclo dos ácidos

tricarboxílicos (ciclo de Krebs) são ativadas por íons manganês (Mn+2). Mn é

necessário para a formação do cloroplasto e a sua função mais específica na planta,

é a de reação fotossintética, como transportador de elétrons pela qual o oxigênio

(O2) é produzido a partir da água (MARSCHNER, 1995). Está presente na forma

trocável, na solução do solo como quelatos, porém facilmente removível. É

absorvido principalmente como Mn+2 e translocado, predominantemente, como

cátion bivalente livre no xilema, a partir da raiz (MALAVOLTA, 1980). Em solos

tropicais e subtropicais ácidos, ocorre maior disponibilidade e, portanto, maior

probabilidade de ocorrência de toxidez de manganês. A disponibilidade de

manganês é reduzida cem vezes com o aumento de uma unidade de pH

(MALAVOLTA, 1980; RAIJ, 1991).

A atividade do Zn é efetiva para determinados processos relevantes na

homeostase fisiológica e nutricional da planta, atuando como ativador ou

componente estrutural de enzimas; participa da fotossíntese. Através da enzima

carboxilase pirúvica; é necessário para a produção de triptofano, aminoácido

precursor do ácido indol acético (AIA), hormônio vegetal de crescimento. Está

envolvido no metabolismo do nitrogênio e é necessário para manutenção da

integridade das biomembranas (MALAVOLTA, 2006). O Zn pode ser absorvido pelas

plantas na forma de Zn+2, ou na forma de quelatos (DECKEN et al.,1991), sendo o

seu transporte via foliar ainda muito discutido. Alguns estudos, utilizando Zn

marcado, têm demonstrado uma rápida mobilidade deste elemento na planta

(SANTA MARIA e COGLIATTI, 1988; CAKMAK e MARSCHNER, 1990). Outros

autores consideram o Zn como um elemento com baixa mobilidade na planta

(LONGNECKER et al., 1993). Silva (1979) considerou o Zn como parcialmente

móvel na planta, sendo transportado na forma de Zn+2 ligado ao citrato.

O Cu, assim como o Fe, está associado a enzimas envolvidas em reações de

redox, de forma reversível de Cu+ a Cu+2 (TAIZ et al., 2009), por exemplo a enzima

plastocianina está envolvida no transporte de elétrons durante as reações

dependentes de luz da fotossíntese (HAEHNEL, 1984). Os metabolismos de

carboidratos, nitrogênio, síntese de lignina e clorofila mais a constituição de

proteínas das plantas são realizadas com a participação do cobre (FILHO, 2005).

Plantas expostas á presença de cobre provoca alteração na atividade da enzima

24 nitrato redutase presentes em bactérias diazotróficas, reduzindo o nitrogênio total, e

o tamanho da planta por meio de produção reduzida de clorofila (LUNA et al., 1997).

Em solos ácidos, o elemento é bastante móvel, de forma que o Cu+2 forma

compostos solúveis com a maioria dos âníons presentes na solução do solo (VAN

RAJ, 1992). O cobre é acumulado pelas raízes ou na parede celular, sendo

transportado para dentro da planta por várias vias ou podendo ser excretado.

Os íons molibdênio (Mo+4 até Mo+6) são componentes de várias enzimas,

incluindo nitrato redutase, cuja concentração de Mo é de 0,04 a 0,06% e

nitrogenase, cuja concentração de Mo é de 0,07 a 0,08%. A primeira catalisa a

redução do nitrato a nitrito durante sua assimilação pela célula vegetal, a segunda,

converte o gás nitrogênio a amônia em microrganismos fixadores de nitrogênio (TAIZ

et al., 2009). As plantas que dependem de fixação biológica de nitrogênio para sua

nutrição, apresentam maior exigência de Mo comparadas com aquela que

dependem exclusivamente de nitrato do solo (SHAH et al., 1984). O elemento é

absorvido pelas raízes das plantas como ânion MoO4-2, que o torna móvel na planta,

assim quando é aplicado, via foliar, ele pode ser translocado para outras partes da

planta como caule e raízes (GUPTA, 1997).

Outras plantas possuem a habilidade de acumular metais cujas funções

biológicas não são conhecidas e que são tóxicas aos seres vivos em geral. Entre

estes, pode-se citar Cd, Pb e Cr,. Existem espécies que são tolerantes e acumulam

altas concentrações de metais, mas o excessivo acúmulo destes elementos pode ser

tóxico para muitas plantas. Cerca de 400 espécies de plantas são descritas como

hiperacumuladoras de metais, sendo definidas como plantas que podem acumular

mais de 0,1% do seu peso seco em Ni, Co ou Pb, mais de 1% em Zn, e 0,01% do

seu peso seco em Cd (Baker e Brooks, 1989).

1.3 Processos de remediação de solo contaminado por metais.

O processo de remediação é definido pela CETESB (1999) como sendo a

aplicação de técnica ou conjunto de técnicas em uma área contaminada, visando à

remoção ou contenção dos contaminantes presentes, de modo a assegurar uma

utilização para a área, com limites aceitáveis de riscos aos bens a proteger.

25 Vários são os métodos empregados na remediação de solos contaminados

(vitrificação, lavagem do solo, cobertura do solo, escavação e fitorremediação)

(ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000; MULLIGAN et al., 2001). Na avaliação dessas áreas,

deve-se considerar uma série de fatores não só relacionados à técnica em si, mas

também às exigências dos órgãos ambientais (VANGRONSVELD e RUTTENS,

1999). Uma técnica, por si só, muitas vezes, não é eficaz, devendo ser associada a

outra para a obtenção de melhores resultados.

Os custos relacionados à remediação do solo dependem do contaminante,

das propriedades e do tipo de solo, condições locais e volume de material

depositado (CUNNINGHAM et al, 1996). As técnicas de remediação denominadas

in situ, atuam no próprio local onde houve a contaminação, as ex situ, o material

contaminado é removido, ou escavado no caso de solos, para tratamento em outro

local com técnicas apropriadas. Temos como exemplos de técnicas in situ a

biodegradação, lavagem do solo, isolamento ou contenção pela instalação de

barreiras subterrâneas, e a fitorremediação.

1.3.1 Biorremediação

Gaylarde et al. (2005) definem como sendo um processo no qual

organismos vivos são utilizados para remover ou reduzir (remediar) as

concentrações de poluentes no ambiente. O processo de biorremediação tem

chamado a atenção pela viabilidade de sua aplicação como alternativa para

tratamento de problemas de contaminação em vários tipos de ambientes, como por

exemplo, águas superficiais e subterrâneas, solo, em locais de disposição de

resíduos e efuentes industriais. Esta nova postura técnico-científica tem refletido no

mercado mundial de biorremediação que tem se mostrado crescente. É sabido que o

maior mercado mundial na área de remediações é o norte americano, responsável

por 35 a 40% do mercado, sendo o mesmo detentor do mais completo modelo de

controle ambiental em execução.

Segundo levantamento realizado pela EPA – “Enviromental Protect Agency”

(EUA), em seu estudo denominado “Innovative Technology Evaluation Report” (EPA,

1995), mais de 95% dos processos de biorremediação são empregados para

26 descontaminação de solos e águas subterrâneas (SILVA, 2004). A Tabela 3 mostra

como têm crescido os investimentos em tecnologias de biorremediação nos anos de

1994, 1997 e 2000 e as perspectivas de investimentos em biorremediação para o

ano de 2005.

Entretanto, outras tecnologias não biológicas também são utilizadas para a

descontaminação de ambientes poluídos, mas a biorremediação é a alternativa

eficaz para o tratamento de ambientes contaminados com moléculas de difícil

degradação e metais tóxicos.

1.3.1.1 Fitorremediação

Segundo Monteiro (2008), o sistema vegetal, por meio de seu metabolismo

(fotossíntese, processos de absorção, transpiração, metabolismo secundário,

excreção de substâncias, simbioses e mecanismos de sobrevivência) pode

promover a recuperação de matrizes contaminadas. A utilização de plantas

associadas à microbiota vem sendo investigada para utilização como uma técnica

promissora de remediação, uma vez que, se comparada aos métodos tradicionais de

remediação físicos e químicos, apresenta a vantagem do baixo custo de implantação

e grande eficiência de descontaminação (GRATÃO et al., 2005; PILON-SMITS,

2005).

A fitorremediação é baseada na seletividade, natural ou desenvolvida, que

algumas espécies exibem a determinados tipos de compostos ou mecanismos de

ação. Esse fato é de ocorrência comum em espécies agrícolas e daninhas. A

seletividade deve-se ao fato de que os metais podem ser translocados para outros

tecidos da planta e em alguns casos subseqüente volatilização, como no caso do

1994 1997 2000 2005

EUA 160 - 210 220 – 270 400 – 500 500 – 700

EUROPA 105 - 175 180 – 270 600 – 550 600 – 800

MUNDO 430 - 460 500 - 600 1.000 – 1.300 1.300 – 1.600

Tabela 3 . Mercado mundial de biorremediação (1994-2005) em milhões de dólares.

Modificado de Gaylarde et. al (2005)

27 mercúrio; podem ainda sofrer parcial ou completa degradação ou ser transformados

em compostos menos tóxicos, especialmente menos fitotóxicos, combinados e/ou

ligados a tecidos das plantas (ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000; SCRAMIN et al., 2001).

1.3.1.1.1 Mecanismo da fitorremediação

Os metais absorvidos sofrem um transporte radial na raiz, fundamentalmente

apoplástico, encontrando um primeiro filtro de difusão e de regulação na endoderme.

Já no estelo, os metais seguem essencialmente via xilema e, em suas relações com

as células vizinhas, podem induzir alterações na diferenciação do próprio sistema

vascular, uma vez que, em concentrações menores, alcançam as folhas, podendo

alterar a estrutura e a funcionalidade das células fotossintéticas (BARCELÓ e

POSCHENRIEDER, 1992).

Para Schutzendübel e Polle (2002) citado por Chaves (2008), existem três

mecanismos moleculares distintos de absorção de metais tóxico ou não pelas

plantas:

I. Produção de oxigênio reativo: ocorre devido a auto-oxidação,

processo influenciado por metais como ferro e cobre.

II. Bloqueio de grupos funcionais: essenciais para as biomoléculas

vegetais, que ocorre na presença de cádmio e mercúrio.

III. Remoção de íons metálicos: essenciais das biomoléculas, que

podem ocorrer com diversos tipos de metais.

A regulação, absorção de metais na rizosfera, o acúmulo nas raízes,

preservando sua integridade e funções primárias, e a baixa translocação para a

parte aérea são considerados mecanismos pelos quais os sistemas radiculares

podem contribuir para a tolerância de espécies arbóreas a estes contaminantes

(VERKLEIJ e PRAST, 1989). Deve-se considerar também que espécies ou

variedades de uma mesma espécie vegetal quando expostas as concentrações

similares de metais podem diferir na absorção e/ou distribuição interna desses

elementos na planta (SOARES, 2001).

Alguns requisitos para a implantação de programas de fitorremediação devem

ser levados em consideração, principalmente as características físico-químicas do

28 solo e do contaminante, como também a sua distribuição na área. Qualquer fator

que venha a interferir negativamente no desempenho das plantas deve ser

controlado ou minimizado, para favorecer sua ação descontaminante. (NEWMAN,

2004). Naturalmente, torna-se difícil reunir todas essas características numa só

planta; estudos estão sendo realizados com o intuito de selecionar as plantas que

reúnem o maior número dessas características.

Outro aspecto a ser observado é que, embora a maioria dos testes avalie

plantas isoladas, várias espécies podem ser usadas em um mesmo local, ao mesmo

tempo ou subseqüentemente, para remover mais de um contaminante (MILLER,

1996). As plantas podem remediar os solos contaminados através dos seguintes

mecanismos:

I. Fitoextração: Segundo Jiang et al. (2003), a fitoextração pode ser

conduzida de duas formas . A primeira, utilizando espécies de plantas

hiperacumuladoras devido à alta capacidade de acumulação de metais,

porém com baixa produção de biomassa (fitoextração natural). A

segunda, por meio do uso de plantas que possuam características de

alta produção de biomassa e que possam absorver quantidade

relativamente alta de metais, em solos moderadamente poluídos por

metais com auxilio de quelantes (fitoextração quimicamente induzida).

O uso de plantas não acumuladoras em comparação com

hiperacumuladoras é compensada pela produção de biomassa, embora

essas não suportem altos teores de metais (LASAT, 2000). A adição de

agentes quelantes ao solo, para aumentar a biodisponibilidade de

contaminantes, pode, algumas vezes, induzir a hiperacumulação em

plantas normais. Contudo, são poucos os exemplos de sua

exequibilidade de utilização no campo e tem como principal

desvantagem do uso de quelantes sintéticos, especialmente EDTA, é a

baixa biodegradabilidade, resultando em alto risco ambiental (MEERS

ET AL., 2004) pela manutenção de elevados teores de metais solúveis

no solo, prontos para lixiviar por um longo período.

II. Fitoestimulação: as raízes em crescimento (extremidades e

ramificações laterais) promovem a proliferação de microrganismos

degradativos na rizosfera, que usam os metabólitos da planta como

29

fonte de carbono e energia. Além disso, as plantas podem secretar elas

próprias enzimas biodegradativas. A aplicação da fitoestimulação se

limita aos contaminantes orgânicos (BROOKS, 1998). Embora a

fitoestimulação seja mais adequada para contaminantes orgânicos ou

organometálicos, também podem promover a transformação de metais

(ANDRADE et al., 2007).

III. Fitoestabilizão: consiste no uso plantas e agentes amenizantes do

solo, como calcário (ACCIOLY, 2001), para remover, imobilizar ou

tornar os contaminantes menos nocivos ao ecossistema. Os processos

como a precipitação do poluente na rizosfera por meio de humificação

ou ligações covalentes irreversíveis são realizados promovendo a

conversão do poluente para forma menos biodisponível.

IV. Rizofiltração: utilizam-se sistemas vegetais com o objetivo de

promover a remoção dos contaminantes de um meio aquoso. Nesse

processo, é utilizado um sistema hidropônico, no qual as raízes dos

vegetais permanecem em contato com o efluente, através das quais os

contaminantes são absorvidos e concentrados. Plantas com grande

biomassa radicular (hiperacumuladoras aquáticas), como Helianthus

annus e Brassica juncea, apresentam potencial aplicabilidade para esta

tecnologia. O sistema radicular funciona como um filtro mecânico e

retém material particulado (orgânico e mineral) existente na água

(GLASS, 1998).

V. Fitovolatização: as plantas e/ou os microorganismos a elas

associados ajudam a remover os poluentes do meio pela volatilização

destes. A volatilização pode ocorrer pela biodegradação na rizosfera ou

após a passagem na própria planta. No caso da absorção do poluente,

este pode passar por diversos processos metabólicos internos, sendo

liberado a partir da superfície das folhas. Assim dependendo da

atuação ou não dos processos metabólicos, a liberação do

contaminante para a atmosfera pode ocorrer de forma original ou

transformada. (ANDRADE et al., 2007). Alguns íons de elementos dos

subgrupos II, V e VI da Tabela periódica, mais especificamente,

30

mercúrio, selênio e arsênio, são absorvidos pelas raízes, convertidos

em formas não tóxicas e depois liberados na atmosfera. Este

mecanismo é empregado também para compostos orgânicos

(BROOKS, 1998).

Num segundo momento, a tecnologia propicia uma maior estabilidade do solo

por contribuir com a diminuição de erosões em função da cobertura vegetal que se

estabelece (BENNETT et al., 2003).

Conforme Andrade et al. (2007), a vantagem importante da fitorremediação é

que por empregar os mesmos equipamentos e insumos utilizados na agricultura e

silvicultura convencionais, proporcionam um menor custo em relação às técnicas

tradicionalmente utilizadas envolvendo a remoção do solo para tratamento ex situ,

(CUNNINGHAM et al., 1996). A Figura 4 ilustra os mecanismos da fitorremediação.

Figura 4: Representação esquemática da fitorremediação exemplificando parte de seus mecanismos – Fonte Schnoor et al. (1995).

31

1.3.1.2 Plantas hiperacumuladoras ou metalófitas

As plantas podem apresentar diferentes mecanismos de tolerância em resposta

ao excesso de metais, incluindo a redução do transporte através da membrana,

exclusão, formação de peptídeos ricos em grupos tiólicos (fitoquelatinas e

metalotioneínas), quelação por ácidos orgânicos e aminoácidos, e

compartimentalização de metal em estruturas subcelulares (HALL, 2002; COBBETT

e GOLDSBROUGH, 2002; PATRA et al., 2004).

A tolerância das plantas aos metais pode ser resultado de uma série de

mecanismos de assimilação. Por exemplo, a translocação dos compostos para

outros tecidos do vegetal por meio da fitoquelatina (PC), formadas por

3 aminoácidos: glutamato (Glu), cisteína (Cys) e glicina (Gly). As PCs formam

complexos com os metais (RAUSER, 1995). Outro exemplo é observado com as

metalotioneínas (MT) que são proteínas de baixa massa molar, não enzimáticas,

ricas em cisteína e eficientes na complexação de metais pela afinidade com enxofre

presente na Cys (HAMER, 1986).

Os ácidos orgânicos e aminoácidos como citrato, malato e oxalato tem sido

amplicado em vários processos de transporte de metal através do xilema e

seqüestro vacuolar, incluindo tolerância a metais (RAUSER, 1999). O ácido cítrico é

considerado o maior ligante de Cd2+ quando em baixas concentrações (WAGNER,

1993), forma complexos com Ni2+ em plantas hiperacumuladoras (SAGNER et al.,

1998) e contribui na acumulação e tolerância ao Zn2+ (GODBOLD et al., 1984).

Mathys (1977), destaca a importância do malato como quelante de Zn citossólico em

plantas tolerantes ao Zn.

A histidina, um aminoácido produzido pelas plantas em resposta a presença

de metais, está envolvido em um mecanismo de tolerância ao Ni e, em baixas

concentrações ao Co, e em altas taxas de transporte de Ni no xilema (KRÄMER et

al., 1996) para a hiperacumulação na parte aérea em Alyssum lesbiacum.

A capacidade dessas plantas de acumular estes elementos de maneira a

evitar sua toxicidade, e qual o seu significado ecológico, tem levantado muitas

questões, além do fato de apresentarem um grande valor biotecnológico, tendo em

vista a sua aplicação como medida de remediação de áreas contaminadas por

32 metais (BERAZAIN et. al, 2007). Plantas hiperacumuladoras de metais foi um

conceito primeiramente utilizado por Brooks et al. (1977), para indicar plantas que se

desenvolviam em solos ricos em metais, e que eram capazes de acumular altos

niveis de metais, cerca de 100 vezes mais do que plantas sem esta característica.

Para implantação de plantas hiperacumuladoras em área contaminada por

metais, é necessário conhecer a fitotoxidade dos elementos contaminantes nas

espécies com potencial de uso (SANITÀ DI TOPPI e GABBRIELLI, 1999), sendo

ainda raros os estudos da fitotoxidade de metais no crescimento e absorção mineral

de espécies vegetais tropicais.

Estudos com plantas de clima temperado, desenvolvidos por Shaw, 1989,

demonstraram que as plantas não são capazes de evitar completamente a absorção

dos metais e que diferentes espécies têm desenvolvido uma série de mecanismos

de tolerância, com destaque para três tipos de plantas: acumuladoras, em que os

metais concentram-se na parte aérea; indicadoras, em que a absorção e o

transporte de metais para a parte aérea são regulados, e a concentração interna

reflete os níveis externos de contaminação; e exclusoras, em que a concentração de

metais na parte aérea é mantida a níveis constantes até que a concentração crítica

no solo é alcançada, ocorrendo então o aumento do transporte dos metais (BAKER,

1981).

Ainda que existam muitas incertezas sobre a especificidade dos

mecanismos de absorção dos metais, sobretudo daqueles não essenciais,

geralmente o teor e o acúmulo do elemento nos tecidos são funções de sua

disponibilidade na solução do solo, e os teores nas raízes e parte aérea aumentam

com a elevação da concentração de metais na solução do solo (GUSSARSSON et

al., 1995).

Espécies ou variedades de uma mesma espécie vegetal, expostas a uma

concentração similar de metais, podem diferir na absorção e/ou distribuição interna

desses na planta. Isso pode resultar em diferenças na capacidade de retenção do

elemento absorvido nas raízes, e/ou variação na carga no xilema (SHAW, 1989).

33

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral:

Avaliar a capacidade de plantas nativas da mata ciliar do Rio Tietê com

potencial em fitorremediação e/ou como coadjuvante na recuperação de

áreas contaminadas por metais.

2.2 Objetivos específicos

• Avaliar de crescimento de plantas em dois tipos de solo agrícola e

impactado por metais;

• Avaliar o potencial de acumulação de metais dos solos;

• Avaliar a produção de matéria seca das espécies cultivadas nos

dois tipos de solos;

• Avaliar o potencial das espécies, selecionadas, para uso em

programas de fitorremediação e recuperação de áreas

degradadas.

34

3 MÉTODO 3.1 Área objeto de estudo

Em 8 de julho de 1998, foi criado o Parque Municipal “Nagib Najar”, sob a Lei

Municipal n.º 4.792, Código CADLOG 022.053-0 – setor 012, Quadra 095.

Situado na Vila Industrial às margens do Rio Tietê, desenvolvendo-se por

mais de 1.500m longitudinalmente a este, apresenta uma topografia praticamente

plana, área esta, totalmente inserida na malha urbana, entre as Avenidas Perimetral

e Cavalheiro Nami Jafet e encontra-se atualmente desocupado recoberto por

eucaliptos. Ao norte do terreno situa-se a Serra do Itapeti, à leste a principal área

urbana de Mogi, incluindo o centro da cidade. À oeste encontra-se a área da

Metalpak e ao sul a estrada de ferro (CPTM) e o Distrito de Braz Cubas. A área

objeto do projeto possui 484.408 m² (48,4 ha) (Figura 5).

Figura 5 - Modificado Google Earth (2009). Inserção do Município na Região da Grande São Paulo, e Área Contaminada em Mogi das Cruzes e Sítio de Estudo.

35

O terreno é cortado por um ramal da linha de alta tensão da Empresa

Bandeirantes de Energia S/A, que abastece a indústria Air Products do Brasil Ltda.

A área está totalmente inserida nos limites da Área de Proteção Ambiental

(APA) do Rio Tietê, que preserva e procura recuperar as margens do rio para usos

adequados. Por isso, ela é protegida por Leis ambientais nas instâncias municipais

(Zoneamento), estaduais (Área de Proteção Ambiental - APA) e federais (Código das

Águas, Código Florestal, Lei de Crimes Ambientais).

Conforme relatório expedido por Geo-Inf (2003), a formação geológica da

área é composta por terrenos sedimentares de idade Cenozóica, compreendendo os

depósitos terciários da bacia de São Paulo e as coberturas aluviais mais recentes,

de idades quaternárias a quinária, desenvolvidas ao longo dos principais rios que

drenam a região, como o Tietê. Estão sobrepostos a rochas cristalinas do

embasamento pré-cambriano (CEPAS, 1994). No mesmo relatório consta que na

superfície da área há a formação de um substrato constituído da mistura de solo

com resíduo Industrial como moinha de carvão, escória de fornos, refratários,

“crepas” óxido de ferro, entre outros.

Kavamura (2008) cita que foram coletadas amostras de substrato em oito

pontos dentro da área objeto de estudo, representados conforme Figura 5 (pg. 33) e

posterior encaminhamento para o Laboratório de Pesquisa em Química Analítica e

Físico-Química (LAPEQ) da UMC, coordenado pelo Prof. Dr. André Fernando de

Oliveira para a execução das análises de determinação dos teores de metais contidos

em cada um dos pontos coletados. Dentre os pontos analisados, o ponto 8 apresentou

os maiores valores para os metais analisados. Portanto, o ponto foi escolhido para o

desenvolvimento dos trabalhos de comportamento das mudas de arbóreas nativas.

3.2 Coleta de amostras de solo

3.2.1 Amostras de solo 1 - área da antiga indústria

Foi delimitado uma área de 10.000 m² em torno do ponto 8. Dentro dos limites

desta, retirou-se uma camada de 20 cm de profundidade do substrato em 15 pontos

36 aleatórios, conforme mostra a Figura 6, até o volume de 120 litros para formação de

uma amostra simples em cada um dos pontos e posterior mistura, que totalizou 1,8 m³

de uma amostra composta, representativa da área.

A essa mistura denominou-se Solo 1 que com auxilio de uma peneira fina

utilizada em construção civil, foi peneirado todo o volume e retirado uma porção de

substrato, para análise em laboratório.

3.2.2 Amostra de solo 2

Para se estabelecer parâmetros de desenvolvimento entre as plantas

cultivadas no solo 1, utilizou-se um segundo tipo de solo composto comercial

constituído por terra de subsolo, isento de sementes de ervas daninhas, misturado

na proporção de 1:1 (v/v) com rejeito de composto de cogumelo Agaricus bisporus,

fonte de matéria orgânica fartamente encontrada na região de Mogi das Cruzes. O

composto é comercializado na região em paisagismo para formação de canteiros de

jardins. Para efeito de identificação, o composto foi denominado como Solo 2.

3.2.3 Amostra de solo controle Os parâmetros observados no ponto 4 foram considerados como padrão para

área (FAPESP, 2009). Portanto, os resultados formam utilizados como de solo

controle.

Figura 6 - Modificado Google Earth (2009). Ponto 8 da Área Contaminada (COSIM), selecionada para o experimento – coordenadas W46º 2’ 52” e S 23º 31’26,5”

37

3.3 Análises de solo

3.3.1 Caracterização físico-química do solo

A determinação das características físico-químicas do solo foi realizada no

Laboratório de Pesquisas Químicas (LAPEQ) da Universidade de Mogi das Cruzes

(UMC), segundo metodologia de Van Raij et al. (2001).

3.3.2 Preparo das amostras para determinação dos metais totais

As amostras representativas dos dois tipos de solo foram secas em estufa a

105ºC com posterior trituração e homogeneização. Em seguida, pesou-se 0,5 g da

amostra homogeneizada, colocou-se a porção no módulo de digestão, adicionou-se

10 mL de ácido nítrico concentrado e procedeu-se a digestão em sistema fechado

no forno de microondas (Milestone Ethos Plus).

Após a digestão e resfriamento dos módulos, procedeu-se a abertura de cada

um, em Capela de gases, para eliminação dos gases oriundos da reação provocada

entre o ácido e a porção de solo.

As amostras digeridas foram diluídas com água deionizada, em balões

volumétricos de 25 ml. Na etapa seguinte, foram separadas alíquotas das amostras

em frascos de polietileno e acrescentados aditivos para determinação dos metais.

Para os metais Ca, Cd, Cu, Mg e Zn, foram utilizados 10 ml de amostra sem

aditivo. Para determinação de Al, foi utilizado 5 ml de amostra com adição de KCl

25% (m/v) na proporção de 20 µL de aditivo para 1 mL de amostra diluída. O volume

de 5 ml das amostras diluídas foram tratadas com Ca(NO3)2 a 3,75% (m/v), na

proporção de 10 µL de aditivo para cada 1 mL de amostra diluída, para determinação

de Fe e Mn totais.

3.3.3 Preparo das amostras para determinação dos metais biodisponível no solo

A determinação dos metais biodispóníveis no solo, foi realizada com o agente

38 extrator DTPA-TEA (ácido dietilenotriamino pentaacético – trietanolamina) em

conformidade com a metodologia de Raij et al.(2001).

Adicionou-se 40 mL da solução extratora DTPA em 20g de amostra, e

posterior processo de agitação por 2 horas em mesa agitadora (Orbital MA376

Marconi) a 120 rpm. A seguir, filtrou-se a solução em papel de filtro no período de 24

horas.

A determinação dos metais Ca, Mg, Cu, Zn e Cd, foi realizada diretamente

após a diluição, sem adição de aditivo. Para determinação de Al, foi utilizado KCl à

25% (m/v) como aditivo, na proporção de 20 µL de aditivo para 1 mL de amostra

diluída. Para os elementos Fe e Mn, o tratamento foi executado com Nitrato de

Cálcio Ca(NO3)2 a 3,75% (m/v), na proporção de 10 µl de aditivo para cada 1 mL de

amostra diluída.

3.3.4 Quantificação de metais

Concluídas as etapas de preparo, as amostras foram submetidas ao processo

espectrofotométrico de absorção atômica, modelo Perkin Elmer 3110 com chama

C2H2/air e queimador de 10 cm para os elementos Cd, Mn, Fe, Zn, Ni, Cu e Cr, com

exceção de Ca, Mg e Al que foram analisados em chama C2H2/N2O e queimador de

5 cm. Utilizou-se curvas analíticas obtidas com padrões para cada metal quantificado

na mesma acidez e aditivos das amostras para a determinação das concentrações

do analito considerando-se a diluição e sua massa. Para as amostras que

necessitaram de diluição foi utilizado DTPA como diluente e como branco das

amostras.

3.4 Plantio das espécies em estufa de vegetação

3.4.1 Critério de seleção das espécies

Os critérios para seleção das espécies das arbóreas foram embasados em

estudos desenvolvidos para espécies vegetais em área contaminada por metais e

respectivo grau de sensibilidade à contaminação (GRAZZIOTTI, 1999; SOARES,

1999; MARQUES et al., 2000; CARNEIRO et al., 2002), comparadas às incidências

39 de espécies descritas por Tomasulo et al., 2000, em programas de recomposição

florísticas de áreas degradadas e seleção de espécies nativas para recomposição de

áreas degradadas por Lorenzi, H. (1999).

Para o desenvolvimento do estudo de comportamento em dois tipos de solo (1

e 2), foram plantadas 17 espécies de arbóreas nativas pertencentes ao grupo

ecológico das pioneiras do extrato arbóreo da Mata Atlântica (Sudeste brasileiro),

adquiridas no viveiro das Centrais Elétricas do Estado de São Paulo CESP (Tabela 4).

3.4.2 Preparo de solo e plantio

As porções de solo 1 e 2 foram secas ao ar, após a secagem, foram

peneiradas em peneira de malha 5 mm e dispostos em calhas de cultivo. Nestas

FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Lauraceae Nectandra lanceolata Canela amarela

Myrsinaceae Rapanea guianensis Capororoca branca

Leguminoseae-Mimosoideae Inga comunnis Ingá comum

Bignoninaceae Tabebuia impetiginosa Ipê roxo

Leguminoseae-Caesalpinoideae Hymenaea courbaril Jatobá

Boraginaceae Cordia SP Louro preto

Araliaceae Dendropanax cuneatum Maria mole

Leguminoseae-Mimosoideae Mimosa sepiaria Maricá

Leguminoseae-Papilionoideae Erythrina falcata Mulungu

Sterculiaceae Gazuma ulmifolia Mutambo

Euphorbiaceae Sapium glandulatun Pau de leite

Verbeneaceae Cytharexylon myrianthum Pau viola

Leguminoseae-Mimosoideae Enterollobium contortisiliquum Tamboril

Euphorbiaceae Alchornea iricurana Taipeira

Leguminoseae-Caesalpinoideae Bauhinia forficata Unha de vaca

Euphorbiaceae Croton urucurana Sangra d’água

Bombacaceae Pseudobombax longiflorum Imbiruçu

Tabela 4 – Espécies selecionadas para plantio em calhas, em solo 1(área contaminada) e solo 2

( solo comercial)

40 circunstâncias, foram retiradas amostras dos dois tipos solo para análises químicas e

determinação dos teores de metais de cada amostra (Figura 7).

Os trabalhos para a implantação do ensaio foram executados próximos à

estufa de vegetação locada nas dependências do Centro Esportivo da Universidade

de Mogi das Cruzes (UMC).

A quantidade de solo distribuído por calha foi de 60 litros. Considerando-se a

necessidade de se estabelecer o parâmetro de densidade real, foi utilizado o valor

igual a 2,65 g/cm3 (KIEHL, 1979). Plantou-se a cada 2 calhas, 09 espécies de mudas

de arbóreas nativas na primeira e 8, na segunda calha, formando um conjunto de 17

espécies distintas. O procedimento para formação do conjunto foi adotado para

ambos tipos de solo.

3.4.3 Delineamento experimental

O delineamento estatístico adotado foi o de blocos ao acaso, com dois

tratamentos e quatro repetições (04 Lotes), em esquema fatorial 17 x 2, sendo 17

espécies vegetais, plantadas em duas calhas e duas características de solo ( Solo 1 e

Solo 2).

3.4.4 Sistema de plantio em estufa plástica

Figura 7 – Amostras de solo utilizados no experimento.

41

O experimento foi desenvolvido em estufa de 5,50 m de largura por 9,00 m de

comprimento, nas dependências do Centro Esportivo da Universidade de Mogi das

Cruzes (UMC), por meio do plantio das mudas de arbóreas em calhas de 3,00 x 0,21

x 0,065 m (Figura 8) de auto-compensação de água que possui um reservatório

inferior do qual um “pavio” traz a solução para umedecer o substrato que se encontra

na parte superior e de onde a planta retira a água de que necessita. Assim, na

medida em que a planta vai consumindo a solução nutritiva do substrato, o pavio,

por osmótica e capilaridade, vai repondo água automaticamente, mantendo a

umidade do solo contido nas calhas.

3.4.5 Monitoramento pós-plantio

O acompanhamento pós-plantio foi efetuado por meio do registro de

desenvolvimento das plantas, sendo mensurada a variação do crescimento de caule e

área de copa, 06 (cinco) medições a cada 15 dias, sendo a primeira no dia do plantio

e a última aos 123 dias pós-plantio.

3.4.5 Determinação de metais na raiz, caule e folha.

Passados 123 dias do plantio, as plantas foram colhidas por inteiro (raiz e

caule) para dar início ao preparo das amostras. A primeira etapa consistiu da

Figura 8 – Dimensões das calhas para plantio das mudas de arbóreas.

42 lavagem das amostras com água corrente, de fonte artesiana, para remoção de

partículas de solo aderidas nas raízes e poeiras das folhas e caules seguida de uma

segunda lavagem com água deionizada e posterior secagem ao ar. Após a

secagem, com o auxílio de tesoura de poda, as plantas foram separadas em raízes,

caules e folhas. Procedeu-se a pesagem de cada uma das partes para determinação

da massa úmida. Na etapa seguinte, o material foi seco em estufa, na temperatura

de 105ºC durante vinte e quatro horas e deixado no dissecador por duas horas. As

amostras secas foram pesadas para determinação da massa seca e foram reduzidas

a pó por meio de moagem em moedor café. Entre as moagens das partes de cada

espécie, todo o material utilizado no processo, passou por uma lavagem com

detergente Extran, e tratamento com ácido nítrico a 10% por uma hora e posterior

lavagem com água deionizada.

Este procedimento foi aplicado para raiz, caule e folhas de todas as 17

espécies estudadas e cada parte identificada com etiqueta contendo as informações

de número do lote, número de ordem da espécie e parte da planta pertencente á

espécie.

Foram pesados 0,5 g de amostra homogeneizada e colocado a porção no

módulo de digestão. Adicionou-se 10 mL de ácido nítrico concentrado e procedeu-se

a digestão em sistema fechado no forno de microondas (Milestone Ethos Plus). Após

a digestão e resfriamento dos módulos, fez-se a abertura de cada um, em Capela de

gases.

As amostras digeridas foram diluídas com água deionizada, em balões

volumétricos de 25 mL. Na etapa seguinte, foram separadas alíquotas das amostras

em frascos de polietileno e foram acrescentados aditivos para determinação dos

metais por meio de espectrofotometria de absorção atômica pelo LAPEQ.

O produto dos resultados obtidos com as respectivas massas secas das

partes das plantas chegou-se às quantidades dos metais acumulados na raiz, caule

e folhas. Foram calculadas as percentagens de acúmulo de metais para cada parte

da planta em relação ao acúmulo total na espécie, como também, o cálculo do índice

de translocação (IT) dos metais conforme a fórmula proposta por Abichequer e

Bohnem (1998).

43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Caracterizações físico-químicas do solo e plantas

4.1.1 Solo da área de estudo

Na superfície da área foram encontrados resíduos diversos como por

exemplo, moinha de carvão, escórias de fornos, refratários, “carepa”, entre outros,

além de lixo doméstico, entulho de construção e demais resíduos, como areia de

fundição, entre outros. A Figura 9 mostra as camadas A, B e C correspondentes a

disposição dos resíduos ao longo do tempo. Parte destes resíduos, notadamente os

mais finos como moinha de carvão, são provenientes de emissões aéreas efetuadas

durante a época de operação da siderúrgica, encontrando-se disseminados por

praticamente toda área estudada (GEO INF 2003).

Figura 9 – Materiais encontrados no ponto 8 – Resíduo Industrial: Moinha de Carvão, Escória de fornos, Refratários, “Crepas” óxido de ferro, Lixo doméstico e Entulhos de construção civil (GEO INF., 2003).

A ���� 50CM

B ���� 80CM

C ���� 80CM

44

Os parâmetros de caracterização e fertilidade do solo, tais como pH,

capacidade de troca iônica (CTC), acidez, alumínio trocável, potássio, etc. foram

determinados de acordo com o resultado das analises destes e outros itens conforme

Tabela 5.

Solo Acidez Trocável

Acidez Total

pH CaCl2

Matéria Orgânica

Total -----mmol.Kg-1----- %

1 2

1,74 0,67

5,8 22,25

7,26 6,04

7,86 6,09

Solo Carbono Orgânico

Fosfato Merlich

N Kjeldahl

Nitrogênio Amoniacal

Nitrato Nitrito Sulfato

% mgP.g-1 gN.kg-1 --------mgN.g-1-------- mgSO2.g-1

1 0,50 0,3110 1,83 ND 8,28 ND ND 2 0,24 0,1487 0,65 ND 3,31 ND ND

1 Solo retirado da área contaminada por metais; 2 Solo comercial de jardinagem com substrato de cogumelo. ND – Não Detectado.

O solo 2 apresentou um pH levemente ácido, 6.04, se comparado ao solo 1,

que foi de pH 7,26, levemente alcalino. Esta alteração pode ser devida à quantidade

de escória presente no solo, cujos componentes neutralizantes, como por exemplo,

os silicatos de cálcio e magnésio contidos no material, que são semelhantes aos

calcários (WUTKE e GARGANTINI, 1962; CAMARGO, 1972).

Entende-se por acidez trocável a presença de íons hidrogênio adsorvidos no

complexo coloidal do solo e acidez ativa, aquela cuja concentração dos íons

hidrogênio estão presentes na solução do solo, indicando assim, o pH (COELHO;

VERLENGIA, 1973). Segundo Lopes e Guilherme (1992), a acidez trocável pode ser

também considerada para o aluminio. Portanto, como o solo 1 apresenta maior

acidez trocável, então têm mais íons hidrogênio e alumínio adsorvido ao complexo

coloidal (Tabela 5).

Entretanto, devido às condições de elevado pH do solo 1, as formas tóxicas

dos metais apresentam baixa mobilidade no solo (PIERANGELI et al., 2001).

Chaney (1973) considerou como fatores mais importantes para a disponibilidade de

Tabela 5 – Valores dos elementos para os solos 1 e 2 – Modificado de Kavamura, 2008.

45 metais no solo, o pH, a capacidade de troca catiônica e o teor de matéria orgânica

do solo.

O pH influencia a solubilidade dos nutrientes solo e como consequencia, a

disponibilidade destes para as plantas. Em pH igual a 7, todos os macronutrientes

estão disponíveis para as plantas. A importância da elevação do pH por meio da

calagem na redução da disponibilidade de metais, como cádmio (Cd), cobre (Cu),

níquel (Ni), zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn), tem sido demonstrada por

diversos autores (SOON et al., 1980; BERTON et al., 1997; KREBS et al., 1998),

conforme demonstrado na Figura 10.

No solo 1 o teor de matéria orgânica foi 7,86%, o qual é notadamente mais

elevado do que no solo 2 . Embora a matéria orgânica (MO) participe somente com

uma pequena parcela da massa total dos solos minerais, ela é o componente

Figura 10 – Relação entre pH do solo e a disponoibilidade de metais pesados. Adaptado de Malavolta et al.(1989).

pH

46 essencial nos diversos processos químicos, físicos e biológicos de ecossistemas

terrestres (PICCOLO, 1996; CHRISTENSEN, 2000; CARTER, 2001). Diversos

trabalhos apontam suas funções na manutenção da qualidade do solo

(CHRISTENSEN e JOHNSTON, 1997; JANZEN et al., 1997), na sustentabilidade

dos sistemas naturais e agrícolas (CARTER, 2001; SWIFT e WOOMER, 1993) e no

balanço de gases responsáveis pelo efeito estufa (WIGLEY e SCHIMEL, 2000; LAL

et al., 1997; SCHLESINGER, 1997). No Brasil, vários pesquisadores têm ressaltado

a importância da MO do solo para melhorar e manter as propriedades físico-

químicas e biológicas de diversos tipos de solo (RAIJ, 1969; MORAIS et al., 1976;

IGUE et al., 1984; PEREIRA e PERES, 1987; CASTRO FILHO et al., 1998;

MENDONÇA e ROWELL, 1994; SILVA e RESCK, 1997; FRANCHINI et al., 1999;

AMADO et al., 1999).

Além disso, maiores teores de MO do solo geram melhorias na estrutura do

solo e beneficiam a formação de galerias pela biota do solo, aumentando a

capacidade de armazenamento de água e disponibilidade às plantas (RAIJ, 1991;

CHEPKWONY et al., 2001).

Para valores de referência no solo, a CETESB estabelece limites de prevenção e

intervenção. Os limites de prevenção estão relacionados com a concentração de

determinada substância, acima da qual podem ocorrer alterações prejudiciais à

qualidade do solo capaz de sustentar as suas funções primárias e quando tais

valores forem ultrapassados, a atividade será submetida à nova avaliação, os

responsáveis devem proceder ao monitoramento dos impactos decorrentes. Os de

intervenção, valores que estão relacionados com possíveis danos à saúde humana e

consideram as vias de absorção (ingestão do solo e inalação) e a contaminação de

leitos d’água. Os valores de intervenção propostos pela CETESB (2005) são

apresentados na Tabela 6, comparando-se os resultados das análises das amostras

de solo para metais (controle, solo1 e 2). Os teores de metais determinados nas

amostras de solo retiradas da área em estudo situam-se abaixo dos valores de

prevenção e intervenção industrial, exceto para Cd, Ni, determinados no solo 1,

cujos valores superam os índices de prevenção.

Na mesma tabela os elementos cálcio (Ca) e magnésio (Mg) em solo 2,

acusaram valores duas vezes maior, comparados ao solo 1, fato este que pode estar

relacionado com a suas origens, resíduo de substrato para cultivo de cogumelo

Agaricus bisporus. Peil et al (1995) cita que para cada 1000 kg de formulação de

47 composto, aproximadamente 5% é constituído de sulfato de cálcio (gesso) e

calcário, fontes dos elementos em questão. Para os valores orientadores de Mn total foram utilizados os índices críticos

para Mn, 20 a 60 mg.kg-1, praticados na Alemanha e outros países europeus, citado

por Ducié e Polle (2005), onde o valor determinado para este metal no solo 1 foi de

725,5 mg.kg-1, portanto, 12 vezes maior que os índices citados. Entretanto, segundo

Who (1981), a toxicidade do Mn para as plantas pode expressar-se em solos

contendo níveis de metal acima de 1000 mg.kg-1 quando as condições atestarem

alta acidez do meio, uma vez que as plantas absorvem o Mn no estado bivalente,

com maior concentração em solos com pH reduzido.

Valores Orientadores Cetesb 2005

‘(mg.Kg -1)

Amostras d os Solo s avaliados (mg.Kg -1)

Metais Prevenção Valores de Intervenção

Industrial Controle Solo 1 Solo 2

Ca --- ---- ---- 13.266,6 30.027,1

Mg --- ---- ---- 1.488,3 2.553,7 Cd 1,3 20 1,0 1,94 N.D. Mn --- ---- 41,50 725,5 85,7 Fe --- ---- 19320,00 38.120,4 29.871,7 Zn 300 2000 15,40 196,9 9,6 Ni 30 130 8,30 31,6 13,8 Cu 60 600 14,00 26,3 16,4 Cr 75 400 10,00 6,2 12,6

O teor de Ferro (Fe) total é elevado em todos os tipos de solo analisados,

devido a isto, o elemento pode provocar danos, caso ocorra absorção e acúmulo

excessivo em plantas e alteração da absorção de outros nutrientes como o fósforo

(P), potássio (K) e zinco (Zn) (PEREIRA, 2006). O Fe é um elemento que aumenta

sua biodisponibilidade em pH ácido, da mesma forma que o Mn. Como o pH para o

solo 1 foi de 7,26, os referidos metais, apresentaram disponibilidade, conforme

demonstrado na Tabela 7.

Tabela 6 - Comparação dos teores de metais em solo estabelecidos pela lista de valores da

CETESB (2005) e solos avaliados 1, 2 e controle.

48

SOLO

Metal Controle 1 2

CaB ----- 2.775,00 8.836,50

CaT ----- 13.266,60 30.027,10

Mg B ----- 176,60 258,60

Mg T ----- 1.488,30 2.553,70

Cd B ----- 0,81 0,06

Cd T 1,00 1,94 N.D.

Mn B ----- 5,90 13,80

Mn T 41,50 725,50 85,70

FeB ----- 39,60 126,60

FeT 19.320,00 38.120,40 29.871,70

Zn B ----- 14,10 6,80

Zn T 15,40 196,90 9,60

Ni B ----- 0,80 0,40

Ni T 8,30 31,60 13,80

Cu B ----- 10,80 1,00

Cu T 14,00 26,30 16,40

Cr B ----- N.D. N.D.

Cr T 10,00 6,20 12,60

Valores em vermelho, maior concentração. B= Biodisponível; T= Total ; N.D.=Não Detectado

4.1.2 Seleção das espécies

A partir dos resultados obtidos foram selecionadas 06 espécies: Inga comunnis,

Mimosa sepiaria, Erythrina falcata, Citharexylon myrianthum, Enterollobium contortisiliquum,

Croton urucurana, tendo como parâmetro de escolha, a média de crescimento do

caule e raiz, pela precocidade de crescimento das plantas e o desenvolvimento do

sistema radicular em condições de contaminação (Figuras 11 e 12).

Tabela 7 – Análise de micronutrientes (mg/Kg) dos solos controle, 1 e 2

49

Figura 1 1 – Valores da média de crescimento de caule ( medida em cm) das espécies, em Solo 1 e 2. (n=2).

Figura 1 2 – Valores da média de crescimento de raizes em cm das espécies, em Solo 1 e 2 (n=2)

1- Nectandra lanceolata, 2- Rapanea guianensis, 3- Inga comunnis, 4- Tabebuia impetiginosa, 5- Hymenaea courbaril, 6- Cordia sp., 7- Dendropanax cuneatum, 8- Mimosa sepiaria, 9- Erythrina falcata, 10- Gazuma ulmifolia, 11- Sapium glandulatun, 12- Citharexylon myrianthum, 13- Enterollobium contortisiliquum, 14- Alchornea iricurana, 15- Bauhinia forficata, 16- Croton urucurana, 17- Pseudobombax longiflorum

1- Nectandra lanceolata, 2- Rapanea guianensis, 3- Inga comunnis, 4- Tabebuia impetiginosa, 5- Hymenaea courbaril, 6- Cordia sp., 7- Dendropanax cuneatum, 8- Mimosa sepiaria, 9- Erythrina falcata, 10- Gazuma ulmifolia, 11- Sapium glandulatun, 12- Citharexylon myrianthum, 13- Enterollobium contortisiliquum, 14- Alchornea iricurana, 15- Bauhinia forficata, 16- Croton urucurana, 17- Pseudobombax longiflorum

50

4.2 Plantio, desenvolvimento, coleta e determinação de metais nas

plantas.

4.2.1 Plantio e desenvolvimento das mudas O plantio das mudas de arbóreas foi executado em calhas (tempo zero,

10/09/2008 e após 123 dias, 01/01/2009) e dois tipos de solo (Solo 1 e 2) conforme

descrito no capítulo método, num espaçamento que simulou o comportamento de

campo onde há competição por nutrientes estabelecidos pelo desenvolvimento

radicular em condições de alta densidade de plantio, como pode ser observado nas

Figuras 13 e 14. O acompanhamento de crescimento foi observado por meio de

mensurações quinzenais e os resultados de crescimento efetivo das plantas estão

demonstrados na Tabela 8.

Figura 1 3 – Mudas plantadas em 10/09/2008

51

Com base nos critérios já descritos anteriormente, as 6 espécies Inga

comunnis (ingá comum), Mimosa sepiaria (maricá), Erythrina falcata (mulungu),

Citharexylon myrianthum (pau-viola), Enterollobium contortisiliquum (tamboril),

Croton urucurana (sangra-d’água), foram selecionadas para serem feitas as análises

de determinação de metais (Figura 15).

Figura 1 4– Plantas antes da coleta 13/01/2009.

Figura1 5 – Mudas das espécies selecionadas para o experimento

52 .

De acordo com a Tabela 9 foi possível verificar a variação de crescimento

relativo entre as diferentes espécies analisadas. O coeficiente de crescimento de

cada espécie foi comparado entre o solo 1 e o solo 2, através de análise não

paramétrica pareada de Pearson, o que evidenciou (P = 0,002) diferença no padrão

de crescimento entre as diferentes espécies de plantas em cada um dos solos

examinados, observou-se que houve ocorrência de uma coloração verde intensa

para os dois tipos de solo, mas o desenvolvimento das plantas cultivadas em solo 1

foram afetadas significativamente, com a diminuição de área foliar, pouco

desenvolvimento do caule e pouca conformação radicular, quando comparadas com

as plantas cultivadas em solo 2.

Solo 1 Solo 2

Espécies t0 t1 ∆t t0 t1 ∆t

I. comunnis 41 97 56 37 68,5 31,5

M. sepiaria 39,5 65 25,5 34,5 81 46,5

E. falcata 39 88,5 49,5 38,5 124 85,5

C. myrianthum 32,5 48,5 16 33 128,5 95,5

E. contortisiliquum 32 55,5 23,5 31,5 72,5 41

C. urucurana 38 81 43 36,5 121,5 85

Espécies t0 t1 ∆t f t0 t1 ∆t f

I. comunnis 41 97 56 1,366 37 68,5 31,5 0,851

M. sepiaria 39,5 65 25,5 0,646 34,5 81 46,5 1,348

E. falcata 39 88,5 49,5 1,269 38,5 124 85,5 2,221

C. yrianthum 32,5 48,5 16 0,492 33 128,5 95,5 2,894

E. contortisiliquum 32 55,5 23,5 0,734 31,5 72,5 41 1,302

C. urucurana 38 81 43 1,132 36,5 121,5 85 2,329

Tabela 8 – Média de alturas em cm para mudas de arbóreas no tempo zero e após 123 dias e

crescimento efetivo com 8 medições

T0 plantio, t1 coleta após 123 dias; ∆= t1-t0

Tabela 9 - Variação de crescimento absoluto (∆t ) e relativo (f) entre seis espécies vegetais no solo

1 e 2.

53

Através da análise não paramétrica da variância (Wilcoxon) foi possível

verificar que as espécies de plantas examinadas no solo 2 apresentaram um nível de

variância significativamente maior (Tabela 10) do que no solo 1. Isto pode indicar

que houve uma maior homogeneidade no padrão de crescimento das plantas no

solo 1. Este fato pode estar relacionado com a sensibilidade das plantas à

concentração de metais no solo 1 (Figura 16 a 20). Também pode estar relacionado

ao fato de haver maior concentração de ferro no solo em questão, visto que este

atua como catalisador na produção de clorofila (COELHO; VERLENGIA, 1978).

Média (s) Nível de variância média (s2) Probabilidade Solo 1 Solo 2

0,940 + ,330 1,824+ 0,250

0,109 0,500

0,00120

Figura 1 6 – Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Mimosa sepiaria.

SOLO 1 SOLO 2

Folhas

Caules

Raízes

Tabela 10 Análise da Variância (ANOVA) para a média de crescimento as seis espécies de plantas

no solo 1 e 2. Nível de significância P > 0,05; s = desvio padrão.

54

Figura 1 7 – Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Erytrina falcata.

SOLO 1 SOLO 2

Folhas

Caule

Raízes

55

SOLO 1 SOLO 2

Folhas

Caule

Raízes

Figura 1 8 – Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Citharexylon myrianthum.

56

SOLO 1 SOLO 2

Folhas

Caule

Raízes

Figura 19 – Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Enterollobium contortisiliquum.

57

Visualmente foi observada alteração quanto ao desenvolvimento da espécie

Inga comunnis quando comparadas às plantas cultivadas em dois tipos de solo. O

tamanho final foi de 56,00 cm em solo 1, 43,75% a mais em relação à mesma

espécie em solo 2, com conformação foliar, caule e sistema radicular mais

desenvolvidos, se comparados ao solo 2, onde I. comunnis atingiu apenas 31,50 cm

após 123 dias.

Conforme Lorenzi (1992), há ocorrência da espécie desde o estado de São

Paulo até o Rio Grande do Sul, principalmente na floresta pluvial atlântica. A planta

Figura 20 – Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Croton urucurana.

SOLO 1 SOLO 2

Folhas

Caule

Raízes

58 pertence ao grupo das pioneiras, seletiva higrófita, encontrada em planícies aluviais

e beira de rios da floresta pluvial atlântica. Aparenta nítida preferência por solos

bastante úmidos e brejosos.

O resultado pode estar relacionado com a adaptação da planta ao sistema de

cultivo em calha, onde o suprimento de água é constante. O crescimento foi

significativo em solo contaminado com metais (Figura 21).

4.2.2 Coleta e determinação de metais nas plantas

Solo 1 Solo 2Folhas

Caule

Raiz

Figura 2 1– Comparativo de crescimento entre plantas em Solo 1(solo do ponto 8-área contaminada) e 2 (solo composto comercial ) - espécie Ingá communis.

59

As amostras avaliadas foram coletadas após 123 dias e analisadas

inicialmente quanto ao teor de massa úmida e seca (Tabela 11). A produção de

massa seca entre os dois meios de plantio, solo 1 e 2, foi maior em solo 1, exceto

para as espécies M. sepiaria e E. contortisiliquum.

De acordo com Prado e Fernandes (2001) em um estudo da produção de

matéria seca de cana-de-açúcar, a escória apresenta efeito corretivo no solo, pois

propicia a liberação de Ca e Mg, e aumento da disponibilidade de fósforo provocada

pela adição de silicato no solo. No solo, os íons fosfatos e silicatos competem pelos

mesmos sítios de adsorção (AMARAL SOBRINHO et al., 1993).

Ao estudar os efeitos da aplicação de escória de siderurgia na produção de

goiabeira, Prado et al. (2003) verificaram que a sua aplicação é viável na produção

de mudas como corretivo de acidez do solo e fonte de nutrientes, uma vez que

observaram um aumento significativo na altura, no número de folhas, na área foliar

na matéria seca da parte aérea e das raízes.

O resultado das análises de fertilidade de solo no ponto 8 mais a densidade

da massa verde e intensidade de cores vegetal do local, como pode ser visto na

Figura 22, podem estar relacionados com a maior produção de massa seca.

O teor de umidade das espécies avaliadas foi significativamente maior no solo

2 do que no solo 1. Este último apresenta uma grande quantidade de elementos

como moinha de carvão, “carepa” e areia de fundição, o que descaracteriza este

solo, que originalmente constituía-se principalmente de turfa e argila. O substrato se

caracteriza por ter uma textura arenosa e em conseqüência deste fato, retém pouca

água, o que dificulta o crescimento de plantas, altera a fertilidade do solo devido alta

lixiviação e baixa retenção de nutrientes. Apesar destas condições, as plantas

avaliadas cresceram, e dentre estas, destaca-se a espécie I. comunnis, podendo

Figura 2 2 –Densidade da massa vegetativa e expressão da cor verde nos extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos.

60 desta forma ser indicadas tanto para biorremediação quanto para recomposição da

área. Para a implantação de um plano de recuperação das áreas, há a necessidade

da substituição solo na fase de preparo das covas por solo comercial, cuja

composição é constituída de solo de barranco, misturado com resíduo de composto

de cogumelo numa proporção de 1:1 (v/v) para posterior plantio das mudas nativas.

ESPÉCIES

SOLO 1 SOLO 2 Massa úmida

Massa seca

% de Biomassa

Massa úmida

Massa seca

% de Biomassa

I. comunnis 59,75 29,73 0,497 55,17 18,15 0,329 M. sepiaria 23,57 7,96 0,338

0,335 99,73 39,94 0,400

0,190 E. falcata 84,40 28,29 443,83 84,27 C. myrianthum 23,23 8,18 0,352 297,27 79,88 0,269 E. contortisiliquum 23,39 7,50 0,321 57,12 20,13 0,352 C. urucurana 27,07 9,87 0,365 248,57 65,07 0,262

Solo 1 amostra retirada da área contaminada e Solo 2 amostra de solo comercial

Através da análise da variação do ganho de biomassa (%) entre as diferentes

espécies analisadas é possível verificar relativa homogeneidade entre as espécies,

exceto para I. comunnis no solo 1, E. falcata e C. myrianthum no solo 2 . Embora, o

coeficiente de crescimento de cada espécie no solo 2 tenha sido significativamente

maior do que no solo 1, o ganho de biomassa foi maior no solo 1. A análise não

paramétrica pareada de Pearson evidenciou que os valores obtidos de aumento de

biomassa no solo 1 são diferentes do solo 2, contudo apresentaram-se próximos do

limite de significância (P = 0,009).

Média (s) Nível de variância média (s2) Probabilidade Solo 1 Solo 2

0,368 + 0,065 0,300+ 0,075

0,008 0,006

0,061

Através da análise não paramétrica da variância (Wilcoxon) foi possível

verificar que as espécies de plantas examinadas no solo 1 e 2 apresentaram um

Tabela 11 – Valores de massas (g): úmida e seca para plantas cultivadas em solo 1 e 2 mais % de

biomassa

Tabela 12 Análise da Variância (ANOVA) para a média relativa de ganho de biomassa para as seis

espécies de plantas no SOLO 1 e no solo 2. Nível de significância P > 0,05; s = desvio padrão.

61 nível de variância similar (Tabela 12). Os valores relativos ao padrão de variância

relativo as médias de variação da biomassa entre o solo 1 e 2 não foram

significativamente diferentes no nível de significância para P > 0.05.

4.2.2 Determinação de metais

Os teores de metais para as amostras selecionadas, comparados com os

dados que demonstram os níveis de metais em plantas citado por Santos (2005)

(Tabela 13), indicam que a concentração nas plantas está dentro dos parâmetros

normais, exceto para Cd onde apresentou valores pouco mais elevados do que o

maior índice descrito como teor normal da tabela. Assim sendo, as espécies não

podem ser consideradas com hiperacumuladoras.

Entretanto, devido ao fato da concentração total de Cd na plantas apresentar-

se mais elevada que a forma biodisponível em solo 1, as espécies 1, 2, 3, 4, 5 e 6,

demonstraram características de plantas tolerantes para o metal.

Resultado semelhante ocorre para o Cr, que é considerado fototóxico e pode

resultar na inibição da germinação de sementes, alterar o equilíbrio na assimilação

de nutrientes, enzimas antioxidantes e induzir estresse oxidativo em plantas

(BARCELO; POSCHENRIEDER, 1997; PANDA et al., 2003).

Média de concentração de Metais em Plantas por

Espécie* mg/kg

Teores

Normais

Teores

Tóxicos

Concentração de

metais em solo 1 -

mg/kg

Metais 1* 2* 3* 4* 5* 6* mg/kg Biodisp Total

Cu 6,72 12,94 5,63 14,83 5,80 7,19 5 -20 20 -100 10,80 26,3

Cd 2,82 2,88 2,70 2,55 2,92 2,79 0,1 -2,4 5 -30 0,81 1,94

Cr 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 *** 20 -25 N.D. 6,2

Ni 3,06 2,95 3,00 3,10 3,16 3,76 0,02 -5 10 -100 0,80 31,6

Zn 27,20 30,43 21,85 40,26 18,82 30,82 1-400 100-400 14,10 196,9

Tabela 13 – Teor de metais nas plantas, comparados às concentrações normais e tóxicas e

concentração de metais em solo 1.

* 1-Inga comunnis; 2- Mimosa sepiaria; 3- Erythrina falcata; 4-Citharexylon myrianthum; 5- Enterollobium contortisiliquum; 6-Croton urucurana. - Fonte : Modificado de Santos (2005).

62

5 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos é possível concluir que:

• As espécies avaliadas podem ser utilizadas no processo de fitorremediação

da área de estudo, uma vez que todas cresceram em solo 1 (substrato

contaminado) e sem nenhum tratamento prévio. Entretanto seria

recomendada a substituição solo na fase de preparo das covas, por solo

comercial, composto por terra e barranco, misturado com resíduo de

composto de cogumelo numa proporção de 1:1 (v/v) para posterior plantio das

mudas nativas. A composição do solo comercial para plantio tende a

favorecer a retenção de água e nutrientes e assim obter-se á um crescimento

mais favorável das espécies nativas, facilitando a recuperação da

biodiversidade.

• Dentre as espécies avaliadas, os níveis de metais em solo 1, constituído por

mistura de solo, moinha de carvão, escória de fornos, refratários, “carepas”

(óxido de ferro), não afetaram o crescimento de Inga comunnis, o qual

apresentou um crescimento cerca de 50 % maior em solo 1 do que em solo 2

(solo comercial).

• Todas as espécies avaliadas removeram os metais Cd, Cr, Ni, e Zn,

ultrapassando os teores biodisponíveis em solo 1, o que lhes conferem as

características de plantas metalófitas. Portanto podem ser utilizadas em

programa de recuperação da área dentro dos princípios da fittabilização,

devido as espécies terem demonstrado tolerância aos metais citados.

• Recomenda-se que sejam realizados novos estudos na área para investigar o

potencial da fitostabilização com as espécies selecionadas em conjunto com a

aplicação de agentes inertizantes no substrato, para avaliar o seu potencial

para mitigar a toxicidade vegetal e a redução da fração disponível/móvel de

metais no substrato, de forma a minimizar a lixiviação destes para as águas

subterrâneas e/ou translocação para os tecidos aéreos vegetais. Além disso, a

recomposição com estas espécies pode estabilizar o solo contra erosão,

incrementar os níveis de fertilidade pela adição de carbono orgânico e

aumentar a retenção de metais na região da rizosfera, o que pode contribuir

para reduzir a mobilidade destes poluentes no perfil do solo.

63

6 SUGESTÕES

O Parque Municipal Nagib Najar encontra-se interditado desde 2002, por

determinação da CETESB, devido a ocorrências de focos de incêndio no local,

causado pela presença de resíduos de carvão “moinha de carvão”, material oriundo

dos fornos de fundição. Após análise de amostras de solo e água, foi constatada a

contaminação por metais em solo e lençol freático devido a disposição dos resíduos

de fábrica no local, desde o início de suas atividades em 1942 (GEOINF, 2003).

A remediação do “Parque Nagib Najar” é importante por estar inserido em zona

de área de proteção ambiental (APA) do Rio Tietê, Lei Estadual regulamentada em

nº 42.837, 03 de fevereiro de 1998 que preserva e procura recuperar as margens do

rio para usos adequados. Recupera a mata ciliar do rio, dentro do perímetro urbano

localizado no centro da cidade de Mogi das Cruzes, ao mesmo tempo em que se cria

uma área de lazer educacional, voltado ao público municipal regional, com um

espaço que pode fornecer a população do município 1,4 m² de área verde, por

habitante.

O parque está localizado próximo a faixa de ZUPI 1 - Zona de Uso

Predominantemente Industral1, conforme Lei Municipal de uso e ocupação de solo.

Por isso, sugere-se a implantação de duas barreiras hidráulicas como medida

preventiva para a contenção de possíveis contaminações futuras, devido a

proximidade das áreas industriais (apêndice 1). A primeira, implantada entre o limite

da área do parque com a industriais. A segunda, próximo à margem do rio, para

captar a água do subsolo da área contaminada, conduzindo-a até a estação de

tratamento de água. Sugere-se a retirada parcial do solo contaminado de forma

parcelada para que se possa fazer a seleção dos materiais por tamanho de grânulos

conforme Figura 23.

Figura 2 3 – Usina de beneficiamento e separação de resíduos por tamanho de grânulos

64

A segregação viabilizará a reutilização dos restos de auto-fornos (material

oxidado) como agregado na construção civil, como pré-moldados, agregado em solo

cimento e sub-base em pavimentação asfáutica. A areia de fundição poderá ser

reutilizada na indústria de pré – moldados de argamassa armada ou como matéria

prima na indústria de vidros. Quanto a “moinha de carvão” vegetal, uma vez

separada dos outros resíduos, poderá ser reutilizada na agricultura. O solo

resultante da seleção de resíduos retorna para o local de onde foi retirado e passa

por processo de fitoremediação, mostrado nos apêndice 2 e 3, utilizando as

espécies selecionadas do trabalho apresentado.

A necessidade de recuperação é evidente, como também indiscutível a

urgência de medidas para conter a contaminação contínua do rio.

65

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APÊNDICE A - PRANCHA 1/3: SITUAÇÃO ATUAL

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APÊNDICE B - PRANCHA 2/3: INTERVENÇÃO PARA RECUPERAÇÃO

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APÊNDICE C - PRANCHA 3/3: IMPLANTAÇÃO

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