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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES GABRIELA ALEJANDRA MOYA FERNANDEZ DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO PARA ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DE MOVIMENTO EM AMBIENTE AQUÁTICO Mogi das Cruzes, SP 2010

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

GABRIELA ALEJANDRA MOYA FERNANDEZ

DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO PARA ANÁLISE

TRIDIMENSIONAL DE MOVIMENTO EM AMBIENTE

AQUÁTICO

Mogi das Cruzes, SP

2010

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

GABRIELA ALEJANDRA MOYA FERNANDEZ

DESENVOLVIMENTO DE DISPOSITIVO PARA ANÁLISE

TRIDIMENSIONAL DE MOVIMENTO EM AMBIENTE

AQUÁTICO

Orientador:: Prof. Dr. Ricardo Toshiyuki Irita

Tese apresentada ao Programa

Universidade de Mogi das Cruzes

para a obtenção do Título de

Doutor em Engenharia.

Mogi das Cruzes, SP

2010

Pós-Graduação Integrada da

Área de Concentração: Processamento

de Sinais e Imagens Médicas.

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FINANCIAMENTO

FICHA CATALOGRÁFICA Universidade de Mogi das Cruzes - Biblioteca Central

Fernandez, Gabriela Alejandra Moya

Desenvolvimento de dispositivo para análise tridimensional de movimento em ambiente aquático / Gabriela Alejandra Moya Fernandez. – 2010.

94 f.

Tese (Doutorado em Engenharia Biomédica) - Universidade de Mogi das Cruzes, 2010

Área de concentração: Processamento de Sinais e Imagens Médicas Orientador: Prof. Dr. Ricardo Toshiyuki Irita

1. Acelerômetro 2. Hidroterapia 3. Análise de movimento 4. Viodeogrametria 5. Eletrogoniômetro I. Irita, Ricardo Toshiyuki

CDD 615.853

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por tudo.

Aos meus Pais, Leopoldo e Gabriela, Meus Pilares, Meu “Porto Seguro”, pelo

amor, pela ajuda e apoio incondicional.

À minha Irmã Viviana, minha amiga, minha parceira, minha companheira, por

partilhar cada oração, cada sorriso e cada lágrima Sempre.

Ao meu “irmão pequeno” Clélio, pela espera em cada partida e abraço a cada

chegada.

Ao meu “irmão grande” Leopoldo e sua esposa Soraya, pelos pernoites,

esfirras e conversas à meia noite.

Ao meu “pequeno grande sobrinho” Matheus, por trazer mais alegria às nossas

vidas e pelos DVDs assistidos (e cantados!).

À minha tia Lala, pela compreensão, apoio e incentivo.

À minha madrinha Genilda, ao Tio João, minha afilhada Vanessa e meus

primos Júnior e Paulo e suas esposas Gisele e Gislaine, por toda a ajuda,

apoio e por serem minha família no Brasil.

Ao professor Dr. Ricardo T. Irita, orientador deste trabalho, por todo empenho,

ajuda, conhecimento, paciência e principalmente perseverança dedicados à

esta pesquisa...Obrigada Professor!

Aos professores do Programa de Engenharia Biomédica da Universidade de

Mogi das Cruzes, por toda a ajuda e atenção durante a realização deste

trabalho.

Aos membros da banca examinadora, Dr. Antonio Carlos Shimano, Dra.

Cynthia Yukiko Hiraga, Dr. Daniel Gustavo Goroso, Dr. Jean Jacques Bonvent,

pelos comentários e sugestões.

Aos amigos Alessandro, Helinhu e Terige, por toda a ajuda e dedicação à este

trabalho, carinho e amizade.

Aos amigos de laboratório Jefferson, Juliana e ao Felipe, pela ajuda, carinho e

amizade.

Às amigas Irmãs Andréia e Carol pela amizade, pelo ombro solidário, pelas

boas histórias divididas e escapas pra cantina.

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À amiga Irmã Daniele, seu esposo Fernando e minha querida sobrinha Isabela,

por todo apoio, ajuda e por fazerem parte da minha vida.

Ás amigas do “Poderoso Quinteto”, especialmente minhas amigas Irmãs

Lindsay e Luciana, pelo apoio, incentivo, pelas conversas, conselhos, histórias,

choros e risadas divididas.

Ao Rico do NPT, por sempre ter me ajudado com os testes quando preciso e à

Regiane Santana, pela ajuda nos testes em piscina, Obrigada queridos!

À ASPAD – Associação de Pais e Amigos do Dowm – por ter cedido a piscina

para a realização dos testes em ambiente aquático.

Ao Sr. Vitor José pelo auxílio com os desenhos e companheirismo durante

nossa convivência.

A Capes pelo apoio financeiro.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste

trabalho.

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“Nunca digas: “Não posso”

Não fales: “Impossível”

Não perguntes: “Quem sou”

Não afirmes: “Não tenho”

Não te queixes: “Sou fraco”

Não clames: “Nada valho”

Não te digas inútil,

Não te creia sem força.

Age servindo aos outros,

Não deixes de ajudar.

Trabalha e Deus por ti criará maravilhas”.

(Emmanuel)

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RESUMO

O estudo do movimento humano é de conhecida importância para os profissionais da área da saúde envolvidos com o tratamento e reabilitação de pessoas acometidas por desordens neuro motoras, uma vez que um programa de tratamento clínico deve ser embasado em informações que possibilitem avaliar com precisão as deficiências a serem sanadas. Embora existam métodos que auxiliem na mensuração de movimentos corporais, as avaliações físicas na maioria das vezes ainda são realizadas em ambiente de solo devido à dificuldade na utilização de instrumentos capazes de mensurar os movimentos corporais em ambiente aquático. Devido a esta carência, é apresentado o estudo, desenvolvimento e aplicação de uma ferramenta denominada AXXIS para análise de movimento baseado em sensor de aceleração e que atenda as condições de uso em hidroterapia. Para auxiliar na calibração da ferramenta proposta, foi utilizado um eletrogoniômetro e a videogrametria. Após a etapa de calibração, foram obtidos através de testes de correlação, valores próximos de 1, atestando a representatibilidade entre os métodos utilizados. No trabalho são apresentados os resultados e análise de movimentos do conjunto ombro e braço de um voluntário em ambiente fora e dentro da água, demonstrando assim que a ferramenta AXXIS possibilita a verificação e análise de parâmetros biométricos como velocidade, aceleração e ângulo de uma articulação de interesse.

Palavras-chaves: hidroterapia, análise de movimento, videogrametria,

acelerômetro, sensor, eletrogoniômetro.

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ABSTRACT

The professionals involved with treatment and rehabilitation of people affected by motor neuron disorders, knows that the study of human movement represents great importance in a clinical treatment program, because a program treatment must be grounded in information that will assess accurately the deficiencies to be remedied. Although there are methods that assist a measuring body movement, the physical assessments in most cases are still used in soil environment due the difficult in using instruments for measure the human movements in the aquatic environment. So, this study presents the development and implementation of a tool called AXXIS for motion analysis based in an acceleration sensor with conditions for use in hydrotherapy. For to assist in the calibration of the proposed tool, it was used a electrogoniometer and videogrammetry. After the calibration stage, were obtained through tests of correlation, values near 1, confirming the representativity of the used methods. Thus, the tool AXXIS make possible the verification and analysis of biometric parameters such as speed, acceleration and angle of a joint interest.

hydrotherapy, analysis motion, videogrametry, accelerometer,

sensor, electrogoniometer.

Key words:

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1Posicionamento do sensor (KUMAR et al 2009). ............................... 19

Figura 2 Placa contendo o sensor de aceleração utilizado. ............................ 37

Figura 3 Eixos verificados durante a aceleração dinâmica (FREESCALE

SEMICONDUTOR, 2005) ................................................................................. 38

Figura 4 A Coordenadas adotadas pelos eixos do sensor; B - esquema dos

eixos x, y e z em relação a g; C – ângulos em relação aos eixos X, Y e Z. ..... 39

Figura 5 Apresentação geométrica para cálculo dos ângulos - exemplo no eixo

X. ...................................................................................................................... 40

Figura 6A - 6B . A área sobre a curva pode ser representada por um retângulo.

......................................................................................................................... 44

Figura 7 Esquema relacionando massa corpórea e as forças atuantes. .......... 46

Figura 8 Esquema representando o ambiente em que o corpo está inserido e o

cálculo para a Força equivalente. ..................................................................... 46

Figura 9 Diagrama em blocos da conversão de sinal de aceleração e

comunicação com o computador através da comunicação serial RS232. ....... 48

Figura 10 Potenciômetro como sensor de deslocamento angular. .................. 48

Figura 11 Diagrama em blocos da conversão de sinal de ângulo e

condicionamento de comunicação com o computador através da placa de

aquisição CAD12/32 com o conector ISA no computador. ............................... 49

Figura 12 Fluxograma de aquisição, calculo e armazenamento dos dados

capturados do sensor aceleração e do potenciômetro no LabView®. ............. 51

Figura 13 Fluxograma de aquisição e armazenamento dos dados capturados

do sensor.......................................................................................................... 52

Figura 14 Fluxograma com as operações de abertura, manipulação de dados e

mostra de resultados da rotina “cálculo”. ......................................................... 53

Figura 15 Posicionamento do acelerômetro, do potenciômetro, das hastes e do

goniômetro para a realização dos testes. ......................................................... 54

Figura 16 Ambiente utilizado para a execução dos testes dinâmicos. ............ 55

Figura 17 Motor utilizado para monitorar o deslocamento constante do

acelerômetro e do potenciômetro. .................................................................... 56

Figura 18 Configuração total em diagrama de blocos. .................................... 58

Figura 19 Verificação angular utilizando o acelerômetro, eletrogoniômetro e

imagem............................................................................................................. 59

Figura 20 Posicionamento dos marcadores e do sensor para a captação dos

dados. .............................................................................................................. 60

Figura 21 Materiais utilizados para os testes do acelerômetro em ambiente

aquático. ........................................................................................................... 62

Figura 22 Testes utilizando o acelerômetro em ambiente aquático. ................ 63

Figura 23 Utilização do acelerômetro para análise de movimento em ambiente

aquático. ........................................................................................................... 63

Figura 24 Comportamento do potenciômetro em relação ao goniômetro ........ 64

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Figura 25 Janela do programa desenvolvido em LabView®. .......................... 65

Figura 26 Visualização dos valores angulares captados pelo eletrogoniômetro

e pelo acelerômetro no eixo X. ......................................................................... 65

Figura 27 Visualização dos valores angulares captados pelo eletrogoniômetro

e pelo acelerômetro no eixo Y. ......................................................................... 66

Figura 28 Visualização dos valores angulares captados pelo eletrogoniômetro

e pelo acelerômetro no eixo Z. ......................................................................... 66

Figura 29 Visualização dos dados obtidos em uma velocidade constante. ..... 67

Figura 30 Deslocamento verificado com o acelerômetro, o eletrogoniômetro e

o processamento de imagens. ......................................................................... 68

Figura 31 Variação da aceleração a partir dos dados angulares. .................... 69

Figura 32 Variação da velocidade a partir do deslocamento angular realizado.

......................................................................................................................... 69

Figura 33 Variação do deslocamento a partir dos dados angulares. ............... 70

Figura 34 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e

com o acelerômetro no eixo X. ......................................................................... 71

Figura 35 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e

com o acelerômetro no eixo X. ......................................................................... 71

Figura 36 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e

com o acelerômetro no eixo Y. ......................................................................... 72

Figura 37 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e

com o acelerômetro no eixo Z. ......................................................................... 72

Figura 38 Janela do programa desenvolvido em Matlab®. ............................. 73

Figura 39 Visualização das acelerações nos eixos X, Y e Z durante a

movimentação do braço. .................................................................................. 74

Figura 40 Visualização da aceleração 3D durante o movimento realizado. .... 74

Figura 41 Visualização da variação angular em X, Y e Z. ............................... 75

Figura 42 Variação das velocidades angulares em X, Y e Z. .......................... 75

Figura 43 Variação das forças durante o movimento realizado. ...................... 76

Figura 44 Verificação do deslocamento captado pelo acelerômetro,

eletrogoniômetro e sistema de imagens ........................................................... 77

Figura 45 Acelerações nos eixos x, y e z durante a movimentação do braço . 78

Figura 46 Visualização da aceleração durante o deslocamento. ..................... 78

Figura 47 Variação angular no movimento realizado. ..................................... 79

Figura 48 Gráfico com as velocidades angulares captadas com o sensor. ..... 79

Figura 49 Gráfico das forças nos eixo X, Y e Z. .............................................. 80

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Seqüência de etapas do projeto ........................................................ 33

Tabela 2Lista de materiais utilizados para desenvolvimento do AXXIS. .......... 34

Tabela 3Lista de materiais utilizados no sistema fotogramétrico ..................... 34

Tabela 4 Coeficiente de Correlação -dados do potenciômetro e acelerômetro. 67

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A/D Analógico para digital

ADM Amplitude de Movimento

Ang Ângulo

PCA Peso Corporal Aparente

PO Pós-Operatório

FC Freqüência Cardíaca

cm Centímetro

Kg Kilograma

DAQ Data Acquisition (Aquisição de Dados)

Hz hertz (unidade de freqüência)

MSD Membro Superior Direito

PA Pressão Arterial

LCA Ligamento Cruzado Anterior

PC Personal Computer (Computador Pessoal)

IC Integrate Circuit (Circuito Integrado)

DLT Direct Lienar Transformation ( Transformada Linear

Direta)

PIC Microcontrolador da Microchip

USB Universal Serial Bus

t tempo

p peso

m massa

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................. 14

1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 14

1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 14

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 15

2 ESTADO DA ARTE ......................................................................................... 17

2.1 UTILIZAÇÃO DE ACELERÔMETROS PARA ANÁLISE DE MOVIMENTO .. 17

2.2 VIDEOGRAMETRIA ...................................................................................... 21

2.3 ESTUDOS EM AMBIENTE AQUÁTICO E HIDROTERAPIA ......................... 24

2.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................... 30

3 METODOLOGIA .............................................................................................. 32

3.1. ETAPAS EXECUTADAS NO PROJETO ...................................................... 32

3.2. MATERIAIS UTILIZADOS ............................................................................ 33

3.3 ETAPA 1: ESTUDO DO MOVIMENTO 3D E A ESCOLHA DOS PARÂMETROS DE INTERESSE PARA ESTE TRABALHO. .............................. 35

a) movimentos analisados ................................................................................... 35

b) Parâmetros de Interesse na Análise ............................................................... 36

3.4 ETAPA 2: ESCOLHA DO SENSOR E O CÁLCULO DOS PARÂMETROS FÍSICOS A SEREM MOSTRADOS PARA MONITORAMENTO NO DISPOSITIVO. .................................................................................................... 37

Parâmetros a serem calculados a partir dos dados de aceleração ..................... 39

3.5 ETAPA 3: DESENVOLVIMENTO DO CIRCUITO E FLUXOGRAMA DE FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO COM SENSOR ..................................... 47

Fluxograma dos programas de aquisição, cálculos e mostra dos parâmetros no LabView® ............................................................................................................. 50

Fluxogramas dos programas de aquisição, cálculos e mostra dos parâmetros no Matlab®. .......................................................................................................... 51

3.6 ETAPA 4: CALIBRAÇÃO E TESTES DO DISPOSITIVO COM SENSOR ..... 54

3.7 ETAPA 5: ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS APÓS A CALIBRAÇÃO DO SENSOR. ...................................................................................................... 56

3.8 ETAPA 6: IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DVIDEO AO DISPOSITOVO PARA ANÁLISE E PROCESSAMENTO DE IMAGENS. ..................................... 57

Parâmetros calculados a partir de processamento de imagens .......................... 59

3.9 ETAPA 7: UTILIZAÇÃO DO SISTEMA CONJUNTO – ACELERÔMETRO +SISTEMA DE IMAGEM – EM ANÁLISE DOS MOVIMENTOS EM MEMBRO SUPERIOR EM AMBIENTE TERRESTRE. ........................................................ 59

3.10 ETAPA 8: UTILIZAÇÃO DO SISTEMA CONJUNTO – ACELERÔMETRO + SISTEMA DE IMAGEM – TESTE EM AMBIENTE AQUÁTICO. ......................... 60

4 RESULTADOS ................................................................................................. 64

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5 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ......................................................................... 81

6 TRABALHOS FUTUROS................................................................................. 87

REFERÊNCIAS ................................................................... 88

................................

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13

1 INTRODUÇÃO

Exercícios em ambiente aquático são amplamente empregados em

programas de reabilitação (BARBOSA et al, 2009; BISCARINI et al, 2007;

POYHONEN et al,2001b; BARELA et al, 2008;BARELA et al, 2005), pois a as

propriedades físicas da água minimizam o contato das forças e o impacto sobre

as articulações, ossos e músculos. A pressão hidrostática ainda reduz o

prejuízo do inchaço e incrementa a circulação sanguínea, sendo que a força de

resistência da água também pode ser utilizada nas sessões de hidroterapia

conforme a resposta muscular de cada paciente.

Os benefícios fisiológicos provocados pelo exercício físico quando

realizado em situação de imersão são bem conhecidos (PRINS, 2009),

contudo, os sistemas de análises de movimentos existentes no mercado, são

direcionados especificamente para ambiente terrestre. Desse modo, poucos

são os estudos que envolvem a análise biomecânica e hidrodinâmica de

exercícios aquáticos durante a reabilitação, ainda que a hidroterapia seja

extensamente recomendada para auxiliar na reabilitação de atletas ou

pacientes com alterações neuro motoras (MOMBERG et al 2008, BISCARINI et

al 2005, KANEDA et al 2007). Bates e Hanson (1998) sugerem que um

programa de reabilitação efetivo começa com uma coleta de informações sobre

o paciente de modo a poder avaliar com precisão a gravidade da disfunção

apresentada para que o terapeuta possa definir as metas e objetivos de

tratamento fisioterapêutico. O terapeuta deve documentar o progresso do

paciente durante todo o programa, anotando tanto os resultados positivos como

os negativos. Relatórios precisos e com riqueza de informações ajudam a

avaliar a performance de um programa terapêutico de acordo com as metas e

objetivos estabelecidos. Desta forma, a mensuração de parâmetros biométricos

é de conhecida importância para os profissionais envolvidos com o tratamento

de desordens neuro motoras, o que demonstra que a utilização de um sistema

para análise de movimento baseado em sensores sensíveis ao deslocamento

corporal se mostra não apenas útil para a avaliação das alterações motoras de

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14

um paciente, mas também para o acompanhamento da evolução física durante

um programa de reabilitação.

Neste trabalho no capítulo 1, os objetivos e a justificativa são

apresentados. No capítulo 2 são verificados o estado da arte relacionado aos

estudos voltados à hidroterapia bem como trabalhos de processamento de

imagens e sensores utilizados em estudos biomecânicos seja em ambiente

terrestre ou ambiente aquático. Já no capítulo 3, é apresentada a metodologia

e os materiais utilizados neste trabalho, enquanto que no capítulo 4 os

resultados são descritos. No capítulo 5 é realizada a discussão e a conclusão,

avaliando as dificuldades encontradas bem como os pontos alcançados e os

pontos que por ventura não se mostraram satisfatórios. Para finalizar a Tese,

no capítulo 6 são apresentadas as considerações finais.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo desenvolver um sistema baseado em

sensor de aceleração para análise tridimensional de movimento para uso em

ambiente aquático.

1.1.2 Objetivos Específicos

Testar e validar o acelerômetro em ambiente terrestre e ambiente

aquático.

Calibrar o acelerômetro.

Comparar os resultados em ambiente de solo com outros

sistemas de mensuração de movimentos – eletrogoniômetro e

videogrametria.

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15

Comparar os resultados em ambiente aquático com outro sistema

de mensuração de movimentos – eletrogoniômetro e

videogrametria.

Implementar o acelerômetro em uma análise 3D de movimento

humano.

1.2 JUSTIFICATIVA

A mensuração de movimentos corporais é de grande importância para

aplicações clínicas uma vez que é capaz de auxiliar no diagnóstico e análise de

desordens neuro motoras (LUINGE et al 2007, CROCE et al 2004). Contudo,

poucos são os estudos que focalizam o desenvolvimento de sistemas de

análise de movimento em ambiente aquático (RIBAS et al 2007, ERVILHA, et al

2002).

Um método amplamente utilizado no estudo do movimento humano é a

análise vídeo-assistida, que utiliza câmeras de vídeo para a captura dos dados

dos movimentos a serem estudados(BAHMm et al 2003; SCHWARTZ et al

2005, SIMCOX et al , 2005; PARK et al 2008, WILLIMAS et al 2006. No

entanto, quando este método é aplicado em ambiente aquático, a presença das

bolhas de ar e a turbulência da água podem tornar o marcador invisível em

determinadas situações, ocasionando perda e conseqüente eliminação das

coordenadas de interesse (OLGY et al ,2000).

A utilização de acelerômetros, ou seja, sensores capazes de mesurar a

aceleração de movimentos para a aquisição de dados de movimento, também

vem sendo amplamente empregada em estudos do movimento humano

(JÄMSÄ et al, 2005, JOVANOV et al, 2005; SIMCOX et al, 2005, LUINGE et al

2007; MU et al 2008), já que apresentam a vantagem de serem de pequena

dimensão física, não interferindo de maneira significativa nos movimentos a ser

realizado (LUINGE et al, 2004; GIANSANTI et al, 2005). Além disso,

dispositivos como o acelerômetro apresentam a particularidade de serem de

baixo custo (BOONSTRA et 2006; BARRY et al, 2007).

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16

Sendo assim, este trabalho apresenta o desenvolvimento do sistema

AXXIS - dispositivo eletrônico de monitoramento de movimentos humanos -

baseado em sensor de aceleração e adaptado para uso em ambiente aquático.

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17

2 ESTADO DA ARTE

Neste capítulo são abordados temas referentes aos trabalhos

desenvolvidos utilizando acelerômetros na análise de movimento bem como a

aplicabilidade deste tipo de sensor em sistemas biomédicos, observando

também estudos que utilizam a fotogrametria como ferramenta para a

verificação do movimento. Além disso, os estudos realizados em ambiente

aquático também são referenciados, seja focando no instrumental utilizado ou

nos trabalhos voltados à hidroterapia, a fim de propiciar comparações com o

sistema proposto.

2.1 UTILIZAÇÃO DE ACELERÔMETROS PARA ANÁLISE DE

MOVIMENTO

Os sensores sensíveis aos deslocamentos tiveram o seu uso limitado

para utilização em análise de movimentos no início do século passado pela

grande dificuldade no tratamento de sinais além de serem de tamanhos e

pesos significativos, pois eram necessários uns emaranhados de fios e

conexões para a sua operação, ocasionando em riscos de descargas elétricas

ao usuário. Com o desenvolvimento de sensores mais confiáveis, menores e,

principalmente, com a chegada da tecnologia sem fios (wireless) foi reaberta a

possibilidade de uso destes mecanismos novamente para a análise de

movimento, como verificado no estudo realizado por Corkery et al (2005), onde

a utilização de sensores mostra-se uma alternativa viável para a aquisição de

dados de mobilidade em ambulatório para o monitoramento contínuo dos

movimentos humanos . Neste estudo, os sensores utilizados consistiram em

acelerômetros (Analog Devices ADLX 202), giroscópio (Murata ENC-03J),

magnetômetros (Honeywel HMC1052) e sensor de temperatura (Analog

Devices TMP36) arranjados ortogonalmente para mensurar em três dimensões

e assim adquirir dados de mobilidade a fim de determinar informações

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confiáveis sobre as atividades diárias dos usuários. O princípio de operação foi

estimado pela orientação baseada nas análises das saídas de todos os

sensores. Acelerômetros mensuram tanto a aceleração estática quanto a

aceleração dinâmica, e como o campo de gravidade sempre tem a mesma

direção e valor, os acelerômetros triaxiais foram posicionados em um objeto

tendo a direção para o local de aceleração vertical. Com os magnetômetros, o

campo magnético foi orientado para o norte com o ângulo dependente da

latitude do local monitorado, combinado com a saída da velocidade angular do

giroscópio, dessa forma, foi possível então determinar o perfil da atividade que

estava sendo realizada, e por conseqüência monitorar o movimento dos

usuários.

Outro estudo que lançou mão de acelerômetros na análise de

movimento, foi realizado por Luinge et al (2007), que para avaliar o impacto das

alterações neuro musculares em extremidades superiores durante as

atividades funcionais de vida diária utilizou um sistema baseado em

acelerômetro e giroscópios em ambiente ambulatorial. Durante o

desenvolvimento do estudo foi possível adquirir dados a cerca da velocidade e

dos ângulos de movimento durante o deslocamento do braço, no entanto, foi

observado que o sistema apresentava dificuldades na captação de informações

quando os movimentos eram realizados apenas no plano horizontal.

No trabalho realizado por Roetenberg et al (2008), acelerômetros

também foram utilizados para análise de movimentos em ambulatório

combinando os sinais dos acelerômetros com sinais de giroscópios e

magnetômetros. O objetivo deste trabalho foi apresentar um método para

estimar a orientação e posição do corpo humano de forma tridimensional

através da integração de sinais de acelerômetros e giroscópios. O método

proposto foi aplicado em uma análise de marcha, portanto os sensores foram

posicionados nos pés, pernas, coxas e pelve (bilateralmente). Um indivíduo

saudável foi instruído a caminhar em velocidade confortável por 10 metros em

um corredor do ambulatório. Após os dados inerciais capturados, foi possível

verificar as alterações de posição, concluindo que o método apresentado

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permitiu a análise de movimento proposta com a utilização de sensores

inerciais em análises 3D.

No trabalho desenvolvido por Lee et al (2009), um sensor de aceleração

foi utilizado para a realização de um monitoramento detalhado dos movimentos

humanos a nível de ambulatório. Neste trabalho um acelerômetro 3D foi

posicionado na cintura de um voluntario, sendo que as mudanças da

aceleração foram medidas enquanto o voluntário repetia posturas como

levantar, sentar, repousar, andar a e correr com uma freqüência de

amostragem de 100Hz, calculando-se posteriormente a aceleração máxima,

média e desvio padrão captados a partir dos canais de aceleração. Embora o

sensor utilizado tenha apresentado deficiência para mensurar os movimentos

de subir e descer escadas, nas outras cinco atividades (em pé, sentado,

deitado, andando e correndo) os dados obtidos foram satisfatórios, uma vez

que a atividade no reconhecimento dessas características (utilizando algoritmo

de classificação Fuzzy C) demonstrou 99,5% de precisão nos dados obtidos

com o método proposto.Já no trabalho desenvolvido por Kumar et al 2009, um

sensor de aceleração ADLX 330 tri axial da Analog Devices foi utilizado para

medir as fases , duração e a velocidade da marcha, sendo que os dados foram

obtidos a partir de indivíduos saudáveis. A tensão de saída do acelerômetro foi

calibrada de acordo com o movimento humano correspondente, ou seja, nas

coordenadas X, Y e Z. O sensor foi posicionado em 3 diferentes locais da

perna: na lateral logo abaixo do joelho (Posição 1), na lateral em região de

tornozelo (Posição 2) e na região inferior frontal da perna (Posição 3) conforme

a figura abaixo (figura 1).

Figura 1 Posicionamento do sensor .

Fonte: Kumar et al (2009).

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Com o desenvolvimento do trabalho foi concluído que o sensor de

aceleração utilizado mostrou precisão, confiabilidade e repetibilidade nos dados

obtidos. Foi também verificada concordância com os conceitos de biomecânica

que relatam maior variedade de movimentos no segmento inferior (tornozelo),

em comparação com o segmento superior (tronco). Neste trabalho também

observou-se a possibilidade de utilizar o sensor no controle do comportamento

de uma prótese de joelho, auxiliando assim pacientes amputados a adquirirem

uma marcha mais próxima da natural.

Em outro estudo da marcha realizado por Djikstra et al (2008), o objetivo

foi examinar se o período e o número de passos da marcha poderiam ser

detectados com precisão por um pequeno sinal de um dispositivo fixado ao

corpo de pacientes idosos com mal de Parkinson. Foi utilizado o sistema Dyna

Port contendo 3 sensores acelerômetros posicionados de forma ortogonal,

cada um mensurando a uma taxa de 100HZ com dados obtidos armazenados

em uma SD Card.Este sistema foi fixado em um cinto posicionado na cintura

de um voluntário, sendo que também foi utilizado o sistema Yamax, ou seja,

dois pedômetros fixados ao cinto no lado direito e esquerdo do quadril. O

protocolo de marcha incluiu oito tarefas executadas em uma área definida de

um corredor interno realizadas de forma confortável ao voluntário, sem

qualquer tipo de comando. Cada tarefa consistia em andar um percurso em

linha reta três vezes. Todas as medidas foram filmadas com uma câmera de

vídeo posicionado a cerca de 2,0m atrás da linha de chegada, por isso as

características da marcha foram avaliadas a partir de uma vista frontal. O limiar

de caminhada foi determinada a partir da resultante obtida dos três sensores

de aceleração. As características observadas no vídeo foram tomadas como

“padrão ouro”. Os efeitos entre os instrumentos e as tarefas realizadas foram

analisadas estatisticamente utilizando a ANOVA. Apesar de várias tarefas

realizadas com elementos da marcha diária analisadas, para a validação do

sistema faz-se necessário continuar como o monitoramento de longo prazo na

comunidade ou na casa do usuário, onde caminhar é mais diversificado e não

exclusivamente restrito em linhas. No entanto, concluiu-se que os sistemas

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DynaPort e Yamax fornecem uma maneira simples e amigável ao voluntário de

mensurar a marcha e atividades físicas.

Outro trabalho que demonstrou a classificação dos movimentos do corpo

utilizando acelerômetros é visto no estudo realizado por Mannini et al 2010, que

utilizou os dados coletados por 5 acelerômetros biaxiais localizados no quadril,

pulso, braço, tornozelo e coxa em um freqüência de 76,25Hz. Neste estudo, foi

discutido como a atividade física humana pode ser classificadas através de

acelerômetros no corpo, com uma maior ênfase dedicada ao algoritmos

computacionais utilizadas para essa finalidade. Embora sensores inerciais

sejam uma escolha interessante por serem são auto-suficientes, não sofrerem

oclusões e serem imune a interferências visuais, o tratamento dos dados pode

ser comprometido pelo ruído apresentado pelo sensor, o que pode impedir de

fornecer a posição exata / dados de orientação para além de alguns segundos

ou minutos. No entanto, a precisão de classificação obtidos através da análise

do conjunto de aceleração neste trabalho, foi extremamente alto, motivando

desta forma a continuidade do trabalho que visa desenvolver um sistema de

sensores portáteis de navegação para pedestres, já que a disponibilidade de

um sistema capaz de classificar automaticamente a atividade física realizada

por um sujeito humano é extremamente atraente para muitas aplicações no

domínio da vigilância de saúde e no desenvolvimento de avançadas interfaces

homem-máquina.

2.2 VIDEOGRAMETRIA

Dentre as ferramentas utilizadas para a análise biomecânica dos

movimentos corporais a videogrametria ou fotogrametria, definida como arte,

ciência ou tecnologia para se obter informações quantitativas de objetos físicos

através de gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas

(KARARA, 1988) é amplamente conhecida. O instrumento básico para medidas

cinemáticas é baseado em câmeras de vídeo que registram a imagem do

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movimento, para posteriormente através de softwares específicos, calcular as

variáveis cinemáticas de interesse.

Para uma análise cinemática, a correta colocação dos marcadores é

muito importante para gerar um sistema de coordenadas reprodutíveis. Os

marcadores podem ser divididos basicamente em dois grupos:

Marcadores ativos: geralmente diodos emissores de luz (LEDs), que

emitem luz infravermelha ao sensor;

Marcadores passivos: dispositivos refletores, refletindo a luz ambiente

ou projetada de volta ao sensor (KARARA, 1988).

No trabalho apresentado por Miltner et al (2002), é visto um método

para análise tridimensional dos movimentos do membro superior com enfoque

em uma primeira aplicação clínica que utilizou a videogrametria como

ferramenta para análise do movimento. O método envolveu uma marcação

baseada na análise tridimensional dos movimentos do pulso e cotovelo através

dos movimentos das extremidades dos membros superiores. Foram avaliados

dez sujeitos saudáveis e 8 pacientes (7 operados e 1 em terapia) utilizando

essas marcações como parâmetros nas análises realizadas com vídeo. Os

sujeitos saudáveis revelaram uma curva de movimento reproduzível para o

movimento específico testado. As curvas foram definidas como o padrão

normal e foram utilizadas para comparações em outros testes. No grupo em

que era realizado algum tratamento, uma melhora no movimento tridimensional

pôde ser documentada pelo efeito da reabilitação no ombro. Sendo assim,

concluiu-se que este procedimento com marcadores desenvolvidos para

análise tridimensional dos movimentos é apropriado para a captura de

movimentos complexos não restritos.

Na pesquisa desenvolvida por Park et al (2008), a videogrametria foi

utilizada no estudo das estratégias de balanço humano durante a perturbação

do equilíbrio, para tanto, dez voluntários participaram da aquisição dos dados.

Os voluntários foram instruídos a levantar caixas no plano sagital sem

orientações específicas de como deveria ser feito. Foram utilizadas duas caixas

com peso de 9.09kg e 13.6kg, sendo solicitadas duas repetições de cada

levantamento. Os voluntários receberam marcadores ópticos na mão, cotovelo,

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ombro, tornozelo, joelho e quadril no hemicorpo direito, o que possibilitou ao

sistema de câmeras utilizadas determinarem a posição e tempo das trajetórias

dos seis marcadores, gravados com uma freqüência de amostragem de 60 Hz.

Para cada movimento registrado, os ângulos articulares bem como as

trajetórias foram calculados com base no modelo de articulação cinemática.

Este modelo consiste em cinco corpos rígidos (parte inferior da perna, coxa,

tronco e cabeça, braço, antebraço e mão) e cinco ângulos articulares

(tornozelo, joelho, quadril, ombro e cotovelo). Desta maneira, após a análise

dos dados capturados, foi possível observar quantitativamente as

características envolvidas nas estratégias de equilíbrio dos movimentos

humanos, como por exemplo, nas articulações do tornozelo e quadril, o que

atesta o método proposto, como uma ferramenta útil para o estudo das

estratégias de equilíbrio humano.

No trabalho desenvolvido por Mottram et al (2009), o principal objetivo foi

quantificar os movimentos que ocorrem comumente durante exercícios

voltados para a escápula. O segundo objetivo foi descrever a capacidade dos

indivíduos em aprender esses exercícios após um breve período de instrução.

Para a medição das ações musculares e da posição, foi utilizada a

eletromiografia e um sistema de vídeogrametria que contou com marcadores

ativos de LED posicionados no tórax (T1, T3, T6), no ângulo inferior da espinha

da escápula e região póstero-laterlal do acrômio. As posições dos marcadores

foram capturadas a uma freqüência de 100Hz e participaram do estudo 30

voluntários com alguma patologia envolvendo a região de ombro. Ao término

do estudo, observou-se que o músculo trapézio demonstrou atividade

significativa durante o movimento solicitado, sendo que também foi percebido a

capacidade dos voluntários em repetir com precisão os movimentos sem

qualquer tipo de orientação posterior.

No estudo desenvolvido por Leardini et al (2009), a videogrametria foi

utilizada com o objetivo de comparar quantitativamente diferentes modelos

para a cinemática do tronco humano durante a locomoção tendo como base o

mesmo movimento. Participaram do estudo 10 voluntários, que receberam 14

marcadores de superfície no tronco, sendo que o posicionamento destes

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marcadores foram identificados a partir da união de 8 modelos atualmente

utilizados na análise cinemática do tronco. Foram verificadas atividades da vida

diária (andar, sentar, levantar), bem como os movimentos elementares do

tronco (flexão, extensão e rotação axial). Após a coleta e interpretação dos

dados, foi concluído que a análise cinemática do tronco de todos os modelos

utilizados, tanto em termos de posicionamento dos marcadores, quanto em

relação aos sistemas de referência utilizados, devem ser observados com

cuidado e atenção antes de interpretar os resultados na tomada de decisões

clínicas.

2.3 ESTUDOS EM AMBIENTE AQUÁTICO E HIDROTERAPIA

Conforme Prins (2009), as propriedades físicas da água promovem um

ambiente único para exercícios que desenvolvem a força, flexibilidade e

incremento das condições cardiovasculares. Estes benefícios são percebidos

tanto durante a prática de natação por pessoas saudáveis, quanto por pessoas

acometidas por alguma patologia e que sejam submetidas a sessões de

hidroterapia (BARBOSA et al, 2009). Sendo assim, ao se saber que a utilização

do meio líquido desenvolve vantagens fisiológicas ao corpo humano, estudos

referentes aos efeitos e princípios físicos da água em um contexto terapêutico

são abordados em estudos como no trabalho apresentado por Caromano et al

(2002) onde é apresentada uma visão geral dos aspectos físicos que

influenciam na imersão e no movimento do corpo humano na água e suas

implicações para a hidroterapia. O objetivo do trabalho foi fornecer elementos

para o fisioterapeuta compreender as adaptações orgânicas desencadeadas a

partir da imersão do corpo na água durante a prática de exercícios físicos,

verificando as respostas cardiovasculares, os efeitos da imersão no sistema

respiratório e renal, bem como a resposta do metabolismo energético aeróbio,

energético anaeróbio, circulação sanguínea, ventilação, regulação da

temperatura e sistema endócrino. A fim de avaliar os efeitos da

hidrocinesioterapia, ou seja, terapia de reabilitação realizada em piscina

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terapêutica, Fiorelli et al (2002) relatam em artigo seus efeitos na amplitude de

movimento em indivíduos utilizando o método Bad Ragaz , e que se caracteriza

por utilizar as propriedades da água de turbulência, hidrodinâmica e flutuação.

Ao término deste trabalho, os autores concluíram que o Método Bad Ragaz

produziu efeitos positivos e significativos na alteração da ADM – Amplitude de

Movimento - nas articulações estudadas, para a população especificada. No

artigo de Barbosa et al (2009) foi relatada a resposta fisiológica do corpo

humano frente aos exercícios aquáticos segundo a temperatura da água,

profundidade, tipo de exercício, equipamentos adicionais utilizados, segmentos

corporais exercitados bem como a cadencia musical utilizada. Sobre as

adaptações crônicas, os resultados relataram adaptações cardiovasculares e

metabólicas, alongamento muscular, flexibilidade e composição corporal

melhoradas.

No estudo realizado por Kabuki et al (2007), foram verificados os efeitos

da hidroterapia na Pressão Arterial (PA) – e Freqüência Cardíaca (FC) em

pacientes portadores de acidente cerebrovascular, para mensurar as

alterações fisiológicas de interesse, um estetoscópio, um esfignonamômetro e

um frequencimetro foram utilizados para verificar as alterações na PA e FC

antes e depois de cada terapia realizada em uma piscina aquecida a 34 graus

centígrados. Participaram deste estudo 2 pacientes com 65 anos de idade, com

diagnóstico de acidente cerebrovascular há um ano. Foram realizadas 24

sessões de hidroterapia, sendo que a terapia foi baseada em exercícios de

alongamento global, exercícios ativos-livres, exercícios passivos e de

condicionamento cárdio-respiratório. Os pacientes apresentaram pressão alta

antes do início de cada sessão e após o término de cada terapia apresentaram

diminuição tanto na pressão sistólica, quanto na diastólica. A freqüência

cardíaca teve seu valor aumentado após as sessões, porém durante os treinos

cárdio-respiratorios com a imersão de face, houve uma diminuição da

freqüência cardíaca. Com este estudo, verificou-se que os pacientes avaliados

apresentaram uma diminuição da pressão sistólica em 4,1% e da pressão

diastólica em 10,1%, após as terapias. A freqüência cardíaca teve um aumento

de 15,3% após as sessões, e durante uma queda de 1%. Desta maneira,

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concluiu-se que a hidroterapia e a atividade física, quando associadas, atuam

tanto na pressão arterial, quanto na freqüência cardíaca.

Para o estudo do movimento em ambiente aquático, a implementação de

sensores mostra-se como uma alternativa possível para esta finalidade, como

observado no trabalho de Biscarini, et al (2007), que teve como objetivo o

desenvolvimento de um modelo analítico para estimar quantitativamente a

resistência hidrodinâmica e das forças na articulação durante no movimento

subaquático de extensão do joelho, e particularmente verificar a importância

dos exercícios aquáticos no programa de reabilitação do ligamento cruzado

anterior (LCA). Neste trabalho foram utilizados “strain-gauges” (extensômetros)

sobre a articulação do joelho para medir a força atuante dos ligamentos

durante os exercícios subaquáticos, destacando que exercícios aquáticos

podem ser úteis se seguramente implementados em um programa de

reabilitação em um quadro de PO (Pós – Operatório) de LCA (Ligamento

Cruzado Anterior), mas que, no entanto é necessário evitar excessos quanto a

uma sobrecarga articular mesmo em sessões de hidroterapia. Outro método

para verificação de movimentos em ambiente aquático foi utilizado por

Veneziano et al (2004), que utilizou a eletromiografia em ambiente aquático a

fim de verificar a influência dos efeitos físicos da imersão na amplitude do sinal

miográfico de superfície do grupo tenar . Durante o estudo, uma seqüência de

movimentos ativos foram realizados fora e dentro da água, o que possibilitou a

comparação entre os sinais obtidos nas duas situações.

Para analisar o trajeto das mãos de nadadores em estilo livre nos jogos

olímpicos, e assim quantificar a força hidrocinética que era exercida nas mãos

dos atletas, LIU et al (1993) utilizou um sistema de aquisição de imagens

utilizando duas câmeras submersas. Neste trabalho porém, não foi possível

reconhecer todos os movimentos de braçadas sob a água devida á presença

das bolhas de ar. Na continuidade deste estudo, Olgy et al (2000) apresentou a

proposta de utilizar um método para avaliar e analisar a técnica de braçada de

nadadores utilizando acelerômetros. Para mensurar a aceleração do punho,

foram utilizados dois sensores (ADLX250), sendo que um deles foi posicionado

no plano horizontal, e o outro foi preso no plano perpendicular ao primeiro de

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forma ortogonal, havendo assim a possibilidade de mensurar três diferentes

eixos de aceleração. Também foi utilizado um CI (Circuito Integrado), que foi

posicionado junto ao sensor, o conjunto foi então selado em um relógio de

pulso dentro de uma caixa impermeável. Este dispositivo foi preso ao punho de

um atleta, possibilitando a verificação de três eixos: o eixo x representou a

direção do polegar da mão definindo a direção ulnar-radial. O eixo y

representava a direção do punho para articulação do cotovelo, direção distal-

proximal, enquanto que o eixo z representava a direção de retorno da palma da

mão. No trabalho também foram utilizadas duas câmaras de vídeo,

possibilitando a vista anterior e posterior do nadador. Foram analisados os

dados da aceleração durante um ciclo da braçada por baixo da água, que foi

captada em vídeo. Somente a aceleração da mão direita e seu trajeto foram

vistos na análise. Para a análise tridimensional dos vídeos, foi aplicado o

método de análise DLT- Direct Lienar Transformation. Um ponto de referência

foi definido na falange proximal do polegar para a análise dos movimentos da

mão. Como as bolhas de ar tornaram o marcador invisível em determinadas

situações suas coordenadas foram perdidas e, portanto, eliminadas. As

coordenadas restantes capturadas foram utilizadas para uma aproximação

polinomial de 6ª ordem do movimento da mão. Os resultados demonstraram

que a aceleração do pulso em nado livre pode ser discriminada conforme as

seguintes fases do curso do movimento: a aceleração máxima em X do eixo

global indica o início do Insweep (empurre), a aceleração mínima no eixo Y

após o Insweep indica o início do movimento, enquanto que o sinal de

aceleração em Z indica o momento de entrada da palma da mão na superfície

da água. Sendo assim, verificou-se que as acelerações do pulso promovem

informações úteis sobre as fases de movimentos subaquáticas e o nível de

habilidade do nadador.

Na análise de aspectos espaços temporais e cinemáticos da marcha de

adultos sadios no ambiente terrestre e no ambiente aquático, Barela et al

(2005), realizaram um estudo sobre o padrão da marcha no ambiente aquático,

mais especificamente, informações sobre as diferenças e semelhanças do ciclo

da marcha no ambiente terrestre e no ambiente aquático. A proposta de análise

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em ambiente aquático também envolveu dois níveis de imersão, ao nível de

crista ilíaca e ao nível do processo xifóide do esterno, a fim de verificar a

redução do peso corporal aparente nos dois níveis. Cinco adultos sem qualquer

queixa de comprometimento no aparelho locomotor participaram do estudo. Os

participantes andaram com velocidade auto-selecionada primeiramente em

ambiente terrestre (laboratório) e em seguida em uma passarela montada em

uma piscina semi-olímpica coberta e aquecida (ambiente aquático). Uma

plataforma de força (OR6WP-1000, AMTL), foi embutida no chão do laboratório

e a outra, à prova d’água (OR6WP-1000, AMTI) foi embutida na passarela da

piscina para aquisição dados referentes à força de reação do solo (FRS).Para

aquisição dos dados cinemáticos, marcadores reflexivos foram afixados no lado

direito dos participantes em pontos anatômicos. O movimento dos participantes

no plano sagital foi filmado com câmeras digitais a 60Hz, e uma delas foi

colocada em um invólucro à prova d’água, para aquisição de dados

cinemáticos dentro da água. As filmagens e os dados da FRS foram

sincronizados via um gatilho, acionado manualmente, que emitia um sinal

luminoso para as câmeras e um sinal elétrico para o computador. Dez

repetições foram adquiridas para cada participante. Após o término da coleta

de dados em cada condição, uma aquisição em que os participantes

permaneciam parados sobre a plataforma de força durante 15 segundos foi

coletada. Essa aquisição foi utilizada para medir o peso aparente dos

participantes no ambiente aquático e o peso corporal no ambiente terrestre e

também para obter a posição dos marcadores afixados nos pontos anatômicos

para calcular os ângulos articulares e segmentar na posição neutra. Para o

estudo, as seguintes variáveis foram analisadas: comprimento, duração,

velocidade, cadência e duração do período de apoio da passada; redução do

peso corporal aparente (PCA) nas duas profundidades; amplitude de

movimento (ADM) das articulações do joelho e do tornozelo e do segmento da

coxa; e ângulos dos mesmos nas fases de contato inicial e balanço inicial. O

estudo investigou indivíduos sem qualquer comprometimento músculo-

esquelético, motor e sensorial que pudessem alterar o padrão da marcha,

portanto, as alterações constadas puderam ser atribuídas às características

físicas da água. Com o estudo, notou-se que o nível de imersão interferiu na

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minoria das variáveis investigadas, ou seja, independentemente do nível de

imersão selecionado, é importante notar que o padrão da marcha no ambiente

terrestre não foi reproduzido no ambiente aquático, devido às características

físicas diferentes entre os dois ambientes.

No trabalho de mestrado de Fernandez et al ( 2007), houve a proposta

de utilizar acelerômetros para análise angular de membro superior em

ambiente aquático. O método empregado envolveu duas etapas: inicialmente

em ambiente de solo e posteriormente em piscina. Após a calibração do

sistema contendo o sensor acelerômetro (ADLX 202 da Analog Devices) e do

sistema fotogramétrico (Vicon 370) um voluntário utilizando uma órtese de

posicionamento para Membros Superiores (MMSS) realizou o movimento de

abdução de ombro. Durante este movimento, foram analisados 4 pontos

angulares, que foram reproduzidos em piscina posteriormente. Foi

desenvolvida uma caixa estanque a fim de acondicionar o sensor e possibilitar

assim seu uso em ambiente aquático. Com o desenvolvimento da proposta, foi

verificada a particularidade dos sensores de aceleração quanto ao seu

posicionamento, pois os acelerômetros utilizam a aceleração da gravidade

como referência, o que implica em atenção quanto à direção dos seus eixos.

Também observou-se a limitação da mensuração de ângulos próximos a 90 o,

onde se observou um erro significativo (maior que 10%), o que impossibilitou o

seu uso para mensuração nessa angulação. Porém para as outras medidas

foram bem reproduzidas com erros menores que 5%. No entanto, mesmo com

as dificuldades encontradas na instrumentação voltada para ambiente aquático,

foi verificado neste trabalho, a possibilidade na utilização de acelerômetros não

apenas para a análise angular de um determinado segmento, mas também

para análise de outros parâmetros como deslocamento, velocidade e

aceleração a partir de um determinado referencial.

Para realizar análise de movimento em ambiente aquático e assim

avaliar e comparar os parâmetros de arrasto e eficiência durante a natação

subaquática e de superfície, Nicolas et al (2009), utilizou a videogrametria.

Participaram deste estudo 12 nadadores de nível internacional, e tiveram seus

movimentos analisados durante o nado subaquático e durante o nado na

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superfície da água. Os nadadores percorreram uma distância de 25m com

marcadores de superfície na cor preta (num total de 11) fixados na lateral de

todo um hemicorpo, abrangendo as pernas, o tronco e os braços. Uma câmera

digital foi colocada em uma caixa estanque, própria para o ambiente aquático,

e os movimentos foram então gravados a uma freqüência de 50hz. Como

esperado, os resultados mostraram velocidades significativamente mais baixos

durante a natação na superfície. Já as velocidades durante os movimentos

subaquáticos e a natação de superfície foram fortemente correlacionados. A

eficiência para a natação de superfície foi cerca de 6% inferior à natação

subaquática. Estes resultados sugerem que o desempenho melhor durante a

natação subaquática não está apenas ligado a um efeito de redução de arrasto

de onda, mas também a uma técnica específica de natação devido à superfície

livre.

2.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

A busca da utilização de sensores para monitoramento e análise de

movimentos humanos vem aumentando com o avanço da tecnologia em

conjunto com as técnicas de processamento de imagem, abrindo a

possibilidade de monitoramento menos subjetivo e com maior eficácia capaz de

ser incorporado na prática clínica (CORKERY et al, 2005. Entre os vários tipos

de sensores sensíveis ao movimento, destaca-se o uso de sensores do tipo

acelerômetro (LEE et al,2009; ROETENBERG et al, 2008; KUMAR et al, 2009;

MANNINI et al, 2010) pois além de apresentarem a característica de serem de

pequena dimensão física, são de baixo valor comercial, o que propicia a

acessibilidade à este tipo de dispositivo (LUINGE et al, 2007).

Outra ferramenta conhecida para análise biomecânica do movimento é a

videogrametria, utilizada seja para uma análise voltada a um determinado

segmento corporal, como no membro superior (MILTNER, et al 2002), ou na

verificação da perturbação de equilíbrio (PARK et al, 2008), no entanto, esse

tipo de método de mensuração de movimentos pode sofrer limitações em

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31

ambiente aquático por possíveis oclusões dos marcadores, seja devido à

presença de bolhas de ar desprendidas durante a execução de um movimento,

ou devido à distorção da imagens causada pela movimentação da prpria água

durante os deslocamentos (LIU et al, 1993).

Embora seja possível encontrar trabalhos relacionando o uso de

acelerômetros para o estudo de movimentos em ambiente aquático (OLGY et

al, 2000), verificou-se a possibilidade em explorar de forma mais detalhada a

utilização da aceleração para obter demais dados biométricos como

deslocamento, ângulo e velocidade, e também a possibilidade em utilizar esse

tipo de monitoramento em ambiente aquático, voltando sua utilização para a

área da hidroterapia mesmo que, embora seja alvo de estudos que destaquem

os benefícios fisiológicos da imersão (PRINS 2009; BARBOSA et al, 2009,

CAROMANO et al, 2002); por vezes utiliza de instrumentos não desenvolvidos

especificamente para uso em meio líquido durante a mensuração de alterações

fisiológicas (KABUKI et a, 2007).

O diferencial do trabalho desenvolvido em mestrado por Fernandez et al,

(2007) consistiu no uso de apenas um sensor de aceleração para o cálculo de

ângulos das posições de abdução do braço, enquanto que em outros trabalhos

sempre se recomendam mais sensores para a mesma prática. Este trabalho,

porém, foi realizado apenas para utilização estática 2D em ambiente aquático.

Assim, verifica-se a escassez de trabalhos que detalhem mais os

movimentos e parâmetros biométricos durante movimentos dinâmicos no modo

3D em geral, principalmente dentro do ambiente aquático, portanto, neste

trabalho é feita a proposta de um método para verificação de parâmetros

biométricos envolvidos durante o movimento humano, seja ele realizado em

ambiente de solo, ou aquático.

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32

3 METODOLOGIA

Para realizar o estudo e desenvolvimento de um dispositivo capaz de

realizar mensurações do movimento humano em ambiente aquático, o

acelerômetro utilizado foi ajustado para uso junto a outros meios de medição

(goniômetro, potenciômetro e processamento de imagens) englobando várias

etapas de execução, como o estudo, desenvolvimento, calibração, teste e

analise do dispositivo. Nomeou-se como AXXIS – versão 1.0, o dispositivo

eletrônico de monitoramento de movimentos humanos desenvolvido neste

trabalho.

Para o desenvolvimento do AXXIS, foram utilizados programas para o

processamento das imagens e dispositivos mecânicos (goniômetro) e

eletrônicos (acelerômetro e potenciômetro linear) conectados a um computador

através de uma placa de aquisição de dados com comunicação serial RS232 e

porta USB. Todos estes dispositivos foram gerenciados através de algoritmos

codificados com o uso de ambiente de programação gráfica para captura e

armazenamento dos dados do movimento. Para garantir a precisão dos dados

adquiridos, os sensores foram calibrados individualmente e posteriormente em

conjunto. Para tanto, foi elaborada uma seqüência de etapas a fim de realizar a

calibração e assim proporcionar a repetibilidade dos testes. Por último é

apresentado o monitoramento dos movimentos do braço de um voluntário para

comprovar a viabilidade e a aplicabilidade do dispositivo na prática, tanto em

terra como na água.

3.1. ETAPAS EXECUTADAS NO PROJETO

Com o intuito de estruturar e facilitar o acompanhamento da evolução

deste trabalho, o projeto foi subdividido em uma seqüência de etapas, como

mostra a tabela 01.

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33

Tabela 1Seqüência de etapas do projeto

3.2 MATERIAIS UTILIZADOS

Os materiais utilizados na construção, desenvolvimento e testes do

dispositivo AXXIS são listados na Tabela 02 e 03, sendo que na Tabela 2 são

listados os materiais referentes ao desenvolvimento do sensor de aceleração e

na tabela 3 os materiais referentes ao sistema de imagens.

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Tabela 2Lista de materiais utilizados para desenvolvimento do AXXIS.

Tabela 3Lista de materiais utilizados no sistema fotogramétrico

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35

3.3 ETAPA 1: ESTUDO DO MOVIMENTO 3D E A ESCOLHA DOS

PARÂMETROS DE INTERESSE PARA ESTE TRABALHO.

O monitoramento de movimentos é importante tanto no

acompanhamento da evolução de um paciente como na análise e prescrição

de novos exercícios para auxiliar no recondicionamento físico de pessoas com

limitações motoras. A escolha dos movimentos e parâmetros de interesse

biomecânico foi realizada a fim de atender as necessidades citadas

anteriormente e foram utilizadas para comprovar a aplicabilidade do dispositivo

desenvolvido neste trabalho.

Descrevemos a seguir os movimentos submetidos à análise, bem como

os parâmetros de interesse envolvidos para o estudo e desenvolvimento do

dispositivo AXXIS.

a) movimentos analisados

A articulação do ombro é constante foco de tratamentos em programas

de reabilitação – seja por patologias ortopédicas ou neurológicas – sendo

assim, a análise de movimento das extremidades superiores pode beneficiar

desde o diagnóstico até o tratamento e acompanhamento da evolução de

pacientes que apresentem alterações neuro-motoras nos membros superiores

(WILLIANS et al, 2005; LUINGE et al, 2007).

Qualquer análise básica da articulação do ombro envolve os movimentos

listados a seguir e que, portanto, são objetos de estudo deste trabalho:

Flexão/ Extensão

Abdução/Adução

Rotação Interna/Externa

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36

b) Parâmetros de Interesse na Análise

As realizações dos movimentos citados acima englobam parâmetros

biomecânicos como posicionamento e força aplicada em função do tempo dos

locais específicos do membro em estudo.

Com relação ao posicionamento em função do tempo podemos ter a

variação ou não do mesmo em relação ao tempo. Não existindo a variação do

posicionamento ao longo do tempo e conhecido como posicionamento estático,

e existindo a variação teremos o posicionamento dinâmico.

O posicionamento estático engloba o estudo de parâmetros físicos como

posicionamento em relação a um ponto referencial (distância); ângulo formado

em relação a um plano referencial e a força exercida devido à força peso. Já

para o posicionamento dinâmico têm-se as variações acontecidas durante um

determinado tempo, tais como: deslocamento, velocidade e aceleração nas

coordenadas cartesianas e coordenadas polares. Além destes parâmetros , a

força exercida pelos músculos para realizar um movimento também é um

parâmetro muito verificado. Essa força pode ser calculada subtraindo

vetorialmente a força peso da força total resultante do movimento.

Portanto são analisados neste trabalho os seguintes parâmetros:

Ângulo

Velocidade

Deslocamento

Aceleração

Força

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37

3.4 ETAPA 2: ESCOLHA DO SENSOR E O CÁLCULO DOS

PARÂMETROS FÍSICOS A SEREM MOSTRADOS PARA

MONITORAMENTO NO DISPOSITIVO.

Um dos dispositivos eletrônicos que ganharam destaque nos últimos

anos foram os acelerômetros. Graças ao avanço da tecnologia dos

semicondutores e da diminuição dos sistemas mecânicos, esses sensores

conseguem medir a variação da aceleração através da variação da tensão

proporcionada pelo movimento de microestruturas dentro de um pequeno

invólucro polarizado eletricamente. Esses dispositivos inicialmente lançados no

mercado para medir aceleração em apenas um eixo (unidimensionais),

atualmente um único dispositivo consegue medir 3 eixos simultaneamente,

proporcionando a medição tridimensional.

Dentre os sensores disponíveis no mercado o acelerômetro MMA7260Q

da Motorola® é um sensor de aceleração de baixo custo microcontrolado com

condicionamento de sinal integral com filtro passa baixa e que permite a

mensuração em três eixos com seleção da sensibilidade, ou seja, + / -

1,5g/2g/4g/6g de aceleração. Na figura 02 é possível visualizar o sensor de

aceleração utilizado neste trabalho

.

Figura 2 Placa contendo o sensor de aceleração utilizado.

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38

Uma vez que o sensor MMA7260Q se mostra sensível aos

deslocamentos no três eixos de movimento, ou seja, X, Y e Z, (figura 03) é

possível utilizar o sistema de coordenadas para a mensuração e análise de

movimentos de interesse (figura 04A), já que ao se trabalhar com

acelerômetros, a referência utilizada é a gravidade da Terra, ou seja, quando

uma das coordenadas do sensor estiver posicionada em direção ao centro da

Terra, o valor fornecido será igual a gravidade da terra (ou seja

g ), em

contrapartida quando um eixo estiver em direção oposta à Terra, o valor

captado pelo sensor será mínima (-

g ) (figura 04B).

Figura 3 Eixos verificados durante a aceleração dinâmica.

Desta forma é possível determinar a posição de um corpo, através da

referência da normal da Terra (gravidade

g ), isso implica na possibilidade em

calcular o ângulo em relação ao plano horizontal de cada eixo, ang_X, ang_Y

e ang_Z (figura 04C).

Fonte:FREESCALE SEMICONDUTOR,2005.

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39

Figura 4 A Coordenadas adotadas pelos eixos do sensor; B - esquema dos eixos x, y e z em relação a g; C – ângulos em relação aos eixos X, Y e Z.

Assim os ângulos ang_X, ang_Y e ang_Z podem ser encontrados

utilizando relações trigonométricas como descrito a seguir.

Parâmetros a serem calculados a partir dos dados de aceleração

Inicialmente, os dados obtidos para análise dos movimentos são

referentes à aceleração do segmento, no entanto, ao se processar os valores

da aceleração de um corpo a partir de um determinado referencial, é possível

obter a velocidade, e, conseqüentemente o deslocamento e a angulação do

corpo em movimento.

Para dar maior clareza, foi realizada, uma seqüência de cálculos para

cada coordenada X, Y, Z adotadas com o sistema sensor como segue:

1. Mensuração da gravidade (g) a partir do sensor de aceleração

2. Calculo da angulação em relação a normal através de calculo

vetorial

Transformação do ângulo em radianos para graus

Cálculo da velocidade angular através da diferença de

ângulos pela variação do tempo.

Cálculo da aceleração angular através da diferença da

velocidade angular pela variação do tempo.

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40

3. Cálculo da velocidade e deslocamento a partir da aceleração

4. Cálculo da força aplicada.

Cálculo da angulação - uma vez obtida a aceleração, temos pela figura

05 o cálculo relativo ao ang_X, calculado pelo arcos (arco-cosseno) da relação

entre a porção do eixo X pelo modulo do vetor gravidade

g .

Figura 5 Apresentação geométrica para cálculo dos ângulos - exemplo no eixo X.

O mesmo pode ser utilizado para o calculo de ang_Y e ang_Z, logo foram

encontradas as equações 1, 2 e 3 :

g

xaXang cos_ (1)

g

yaYang cos_ (2)

g

zaZang cos_ (3)

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41

Os valores dos ângulos encontrados a partir das equações 1,2 e 3 que

estão em radianos que podem ser transformados em graus através da relação

da equação 4. No entanto, o ângulo encontrado é referente a um dado instante

(t), mas conforme haja uma variação no decorrer do tempo de um instante (t1)

para um instante (t2), pode-se calcular a velocidade de variação angular média

( ) através da diferença entre os ângulos nesses instantes dentro do intervalo

de tempo t = t2- t1, encontrando a relação entre eles pela equação 5. Da

mesma forma é possível encontrar a aceleração angular ( ) pela variação da

variação da velocidade angular no tempo intervalo de t (equação 6).

rad

graus

angang

.180 (4)

t

ang

tt

tangtang

12

12 )()( (5)

ttt

tt

12

12 )()( (6)

Cálculo da velocidade e deslocamento

Para o cálculo da velocidade e deslocamento consideram-se os cálculos

sobre cada um dos eixos das coordenadas cartesianas. E ainda:

s(t) = posição em função do tempo (t)

v(t) = velocidade em função do tempo (t)

a(t) = aceleração em função do tempo (t)

Pode-se encontrar a relação entre esses parâmetros através dos

conceitos da cinemática e o uso de calculo diferencial e integral como mostrado

a seguir.

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42

Cálculo da velocidade a partir da aceleração

A aceleração é definida como a derivada da velocidade em função do

tempo equação 7.

dt

dvta )( (7)

Aplicando o teorema fundamental do cálculo Integral, é possível

reescrever como equação 8 :

2

1

)()()( 12

t

ttvtvdtta (8)

Se for considerado o tempo inicial (t1) igual a zero e o tempo final (t2)

igual a t, então a equação pode ser reescrito como equação 9:

t

vtvdtta0

)0()()( (9)

Cálculo do deslocamento a partir da velocidade

Seguindo o mesmo principio apresentado no item anterior, a velocidade

v e definida como a derivada do deslocamento s em função do tempo como na

equação 10.

dt

dstv )( (10)

Aplicando o teorema fundamental do cálculo Integral é possível

reescrever como equação 11:

2

1

)()()( 12

t

ttstsdttv (11)

Se considerado o instante inicial t1 igual a zero e o instante final( t2) igual

a (t), então a equação pode ser reescrito como equação 12:

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43

t

stsdttv0

)0()()( (12)

Cálculos envolvendo movimento circular

Na existência de movimento circular, a aceleração escalar a(t) e a

velocidade escalar v(t) também podem ser obtidas através das relações entre o

componente da posição do corpo em relação ao centro de rotação )(tr e as

velocidade angular )(t e aceleração angular )(t de acordo com as equações

13 e 14.

)()()( ttrtv , ou seja, t

Angtrtv

)()( (13)

)()()( ttrta , ou seja, t

trta

)()( (14)

Considerações para o dispositivo em desenvolvimento

Como visto, o acelerômetro fornece a aceleração em função do tempo

a(t), e pode-se calcular os valores da velocidade e do deslocamento através

das relações do movimento escalar (das equações 8 e 11) ou através das

relações do movimento circular (equações 13 e 14).

Porém, as relações do movimento circular são diretamente dependes da

precisão do cálculo dos ângulos (Ang) (equações 1, 2 e 3) onde a aceleração

envolvida é considerada totalmente devido à gravidade, e que, portanto,

proporciona uma imprecisão quando a aceleração do movimento for

suficientemente representativa.

Assim os cálculos mais corretos a serem utilizados são aquelas que

utilizam das relações do movimento escalar. A seguir é mostrado como o valor

da velocidade pode ser obtido.

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44

Através das equações 8 e 11 a velocidade v(t) pode ser obtida

reescrevendo-as como equações 15 e 16 e é encontrada, através do método

gráfico, pela área sob a curva dada no gráfico v(t) x t (Figura 6).

2

1

)()()( 12

t

tdttatvtv (15)

2

1

)()()( 12

t

tdttvtsts (16)

Cálculo da área - Para um intervalo de tempo (t2 – t1) a área sob a curva

do gráfico da figura 06A pode ser aproximada a área de um retângulo como

mostra a figura 06B. Essa representação apresenta um erro que pode ser

diminuída adotando duas colocações: i) um intervalo de tempo pequeno

tornando a variação da curva pequena, e/ou; ii) o cálculo da área utilizando a

media dos valores limites das abscissas, desta maneira, fazendo que a área

abaixo da curva que não é computada, seja compensada pela área calculada a

mais acima da curva.

Figura 6A - 6B . A área sobre a curva pode ser representada por um retângulo.

Supondo uma variação de tempo constante t = (t2 – t1) , pose-se então

calcular a área do retângulo multiplicando a media dos valores da abscissa

pela variação de tempo t .

As equações 15 e 16 podem ser reescritas como equações 17 e 18 , ou

seja para obter velocidade ou deslocamento para um dado instante e

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45

necessário apenas saber o valor inicial de cada um e a área média da

aceleração ou da velocidade para dado intervalo de tempo t .

2

1

.)()( 12

t

t

medio tatvtv (17)

2

1

.)()( 12

t

t

medio tvtsts (18)

Onde 2

21 aaamedio

e

2

21 vvvmedio

.

Cálculo da força

A força pode ser encontrada pela lei de Newton, onde a força resulta do

produto massa m pela aceleração (a) (equação 19). Logo, com o valor da

massa do membro e da aceleração dada pelo sensor pode-se calcular a força

resultante exercida em um dado instante.

amf . (19)

Cálculo da força resultante - Em uma situação ideal na superfície terrestre,

um corpo de massa (M) é submetida a uma força devido a ação da gravidade

originando uma força de atração a terra chamada força peso (P). Porém esse

mesmo corpo pode sofrer uma força oposta, como a resistência do ar (FR) na

superfície terrestre ou da água (FE) quando submerso. Na maioria dos casos a

diferença entre o peso P e a força contraria (FE ou FR), o peso sobressai

resultando em uma força resultante ou equivalente (FEQ) maior que zero 0,

fazendo o corpo “cair” em direção ao solo (figura 7).

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46

Figura 7 Esquema relacionando massa corpórea e as forças atuantes.

Para que um corpo fique parado a força equivalente deve ser igual a

zero (FEQ=0) para que isso ocorra e necessário a ação de uma força extra (F),

que pode ser por exemplo, a força proveniente dos músculos que sustentam o

corpo, de tal forma que FEQ= F- (P-FR) = 0. Portanto para haver movimento a

força equivalente deve ser diferente de zero e para ficar parado deve ser igual

a zero. Assim, conforme Figura 8, podemos adotar os procedimentos para o

calculo de acordo com o movimento e ambiente onde o corpo esta inserido:

Figura 8 Esquema representando o ambiente em que o corpo está inserido e o cálculo para a Força equivalente.

Supondo a aceleração do sensor como um valor “a” resultante do

movimento, e considerando uma massa “m” do centro de massa de um corpo e

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47

o eixo Z do acelerômetro paralelo ao vetor normal a superfície da terra, temos a

Força Equivalente nas seguintes condições:

Condição 1: movimento na direção ( z) na terra e na água (20)

FEQ = P – (F+FR) = m.a (20)

Condição 2: movimento na direção( x-y) (21)

FEQ = F – FR = m.a (21)

Condição 3: movimento nas coordenadas( xyz) (22)

zyxeq FFFF

(22)

onde Fx, Fy, Fz são forças resultantes obtidas nas coordenadas x,y e z

3.5 ETAPA 3: DESENVOLVIMENTO DO CIRCUITO E

FLUXOGRAMA DE FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO COM

SENSOR

Todo e qualquer sensor necessita de circuitos para transformar uma

variação de grandeza física em uma grandeza elétrica, e esse sinal necessita

de um canal de interligação com um computador para ser adquirido,

processado e armazenado para finalmente ser mostrado. Em um diagrama em

blocos (figura 10) a interligação sensor- computador é feita através de placas

de aquisição de sinais, ou seja, uma DAQ – Data Aquisition - que possui em

sua essência circuito condicionador, amplificador, filtros e conversor de sinal

A/D (analógico /digital) que e conectado ao computador através de um conector

do padrão serial RS232, ISA, PCI, USB ou comunicação sem fio (wireless).

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48

No circuito acelerômetro em uso, conforme um deslocamento é

realizado, os dados captados pelo sensor são enviados à um computador com

o auxílio de um microcontrolador que possui um conversor AD e porta de

saídas com comunicação no padrão serial RS232 (Figura 9).

Figura 9 Diagrama em blocos da conversão de sinal de aceleração e comunicação com o computador através da comunicação serial RS232.

No dispositivo foi inserido também um potenciômetro linear para auxiliar

na calibração do sensor de aceleração.

Um potenciômetro é um componente elétrico que possui resistência

elétrica ajustável, por essa razão, este componente foi adaptado de tal maneira

a fornecer as alterações angulares conforme a variação de tensão de saída

(Vs) durante o movimento da haste como mostra a figura 10. A tensão (Vs) e

relacionada ao ângulo de rotação ang através da equação 23 , onde (Ve) e a

tensão de alimentação do potenciômetro.

)(180Ve

Vsang (23)

Figura 10 Potenciômetro como sensor de deslocamento angular.

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49

Uma vez que este procedimento ocorra, os sinais são enviados à um

computador com o auxílio de uma placa de aquisição de dados para a

conversão dos sinais A/D, utilizando um conector ISA (figura 11).

Figura 11 Diagrama em blocos da conversão de sinal de ângulo e condicionamento de comunicação com o computador através da placa de aquisição CAD12/32 com o conector ISA no

computador.

Algoritmos utilizados para a interface entre sensor e mostra de dados.

Foram utilizados 2 ambientes de programação para a codificação para

leitura processamento e armazenamento do dados provindos dos sensores: o

LabView® e o Matlab®. O primeiro é da National Instruments® e possui a

vantagem de sua interface gráfica apresentar-se amigável ao usuário, sem

necessidade de muito conhecimento de programação, trabalhando com a

manipulação em blocos as varias etapas. Já o Matlab® é amplamente

difundido no meio acadêmico devido à vasta biblioteca de ferramentas

estatísticas e cientificas para processamento dos dados . Assim o LabView® foi

utilizado em um primeiro momento para a etapa de calibração e testes do

sistema. O Matlab® foi utilizado para um calculo e mostra de dados completa

da programação necessária do dispositivo AXXIS.

A seguir apresentamos os algoritmos desenvolvidos para o teste e

calibração no item a e o programa principal.

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50

Fluxograma dos programas de aquisição, cálculos e mostra dos

parâmetros no LabView®

A aquisição dos dados de aceleração e da tensão do potenciômetro foi

realizada por intermédio de uma rotina de aquisição como mostra o fluxograma

da figura 12 abaixo. A aquisição é iniciada com a abertura de uma

comunicação serial da porta “Com 1” com valores pré-selecionados de

comunicação (baude rate, stop bit, etc), e ao mesmo tempo, acontece a

abertura da placa de aquisição CAD12/32 e de um arquivo nomeado

“Dados_hoje.dat” para armazenamento dos dados com a data e hora e minutos

no nome do arquivo. Uma constante chamada “tempo” armazena o tempo do

relógio do computador toda vez que um dado é lido. Logo após isso são

calculados os ângulos ang_x, ang_y e ang_y de acordo com a equações 4 e o

ângulo através do potenciômetro de acordo com a equação 23. Esses valores

são mostrados no visor gráfico e são armazenados no arquivo aberto. Este

processo se repete ate que o botão de “fim da aquisição” seja pressionado.

Uma vez pressionado o botão “fim da aquisição”, a porta serial,a placa

CAD12/32 e o arquivo são fechados antes de finalizar a rotina de aquisição.

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51

Figura 12 Fluxograma de aquisição, calculo e armazenamento dos dados capturados do sensor aceleração e do potenciômetro no LabView®.

Fluxogramas dos programas de aquisição, cálculos e mostra dos

parâmetros no Matlab®.

a) Rotina para leitura dos dados

A aquisição dos dados de aceleração foi realizada por intermédio de

uma rotina de aquisição como mostra o fluxograma da figura 13 abaixo. A

aquisição é iniciada com a abertura de uma comunicação serial da porta “Com

1” com valores pré-selecionados de comunicação (baude rate, stop bit, etc), e

ao mesmo tempo, acontece a abertura de um arquivo nomeado “Dados.dat”

para armazenamento. Uma constante chamada “tempo” é incrementada toda

vez que um dado é lido pela porta Com1 e armazenado no arquivo Dados.dat.

Este processo se repete ate que o botão de “fim da aquisição” seja

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52

pressionado. Uma vez pressionado o botão “fim da aquisição”, a porta serial e

o arquivo são fechados antes de finalizar a rotina de aquisição.

Figura 13 Fluxograma de aquisição e armazenamento dos dados capturados do sensor.

b) Rotina para manipulação dos dados para visualização dos dados

A rotina de calculo e mostra de dados, inicia-se com a abertura de

arquivo gravado “dados.dat” que pode ser modificado por meio de uma

interface gráfica de seleção de arquivo. Os dados contidos no arquivo são

carregados em vetores ax , ay e az correspondentes a aceleração nas

coordenadas x, y e z respectivamente. Logo a seguir são calculados o ângulo

de acordo com a equação 4, a velocidade angular (equação 5) e a aceleração

angular (equação 6) para cada coordenada para a visualização em 3D (valores

em x,y,z) no matlab.

Os ângulos angx, angy e angz são calculados com o valor da aceleração

em função da aceleração normal à terra. As velocidades angulares x , y e z

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são calculadas através da variação do ângulo em função do tempo. As

acelerações angulares x , y e z são calculadas através da variação das

velocidades angulares em função do tempo. As velocidades escalares Vx, Vy e

Vz são calculadas através da somatória da aceleração do movimento em

função do tempo como verificado através da equação 15 já os deslocamentos

Sx, Sy e Sz são calculadas através da somatória da velocidade escalar em

função do tempo como demonstrado pela equação 16.

Os resultados são visualizados em forma de gráficos em janelas

individuais antes da finalização da rotina “calculo” conforme fluxograma da

figura 14.

Figura 14 Fluxograma com as operações de abertura, manipulação de dados e mostra de resultados da rotina “cálculo”.

Com a captação do sinal emitido pelo sensor de aceleração e utilização

do software Matlab®, foi então possível gerar um gráfico com os dados

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54

provenientes dos 3 eixos do sensor, e dessa forma realizar as calibrações

necessárias na programação do acelerômetro.

3.6 ETAPA 4: CALIBRAÇÃO E TESTES DO DISPOSITIVO COM

SENSOR

No procedimento de calibração do acelerômetro, foi utilizado um

dispositivo constituído por um potenciômetro, um goniômetro e duas hastes em

acrílico articuladas por uma das extremidades. O potenciômetro foi posicionado

na extremidade superior de uma das hastes em acrílico que teve o goniômetro

fixado sobre ela a fim de servir como referência angular (figura 15).

Figura 15 Posicionamento do acelerômetro, do potenciômetro, das hastes e do goniômetro para a realização dos testes.

Antes de utilizar este dispositivo na calibração do acelerômetro, foram

realizados testes a fim de verificar o erro entre os valores obtidos do

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potenciômetro em relação ao goniômetro. Para tanto, foram realizadas

medições angulares entre 0 º e 90º com intervalos de 10º entre as medidas.

Após a verificação de erro do dispositivo na calibração do

eletrogoniômetro desenvolvido a partir do potenciômetro, o acelerômetro foi

posicionado na extremidade inferior de uma das hastes, para então verificar os

dados de deslocamento obtidos por ambos dispositivos (Figura 16).

Figura 16 Ambiente utilizado para a execução dos testes dinâmicos.

O programa utilizado neste procedimento foi desenvolvido em LabView®

e possibilitou não só a aquisição e visualização dos dados, como também

realizou a gravação das informações obtidas em um arquivo .txt. Este

procedimento foi realizado para cada eixo do acelerômetro, ou seja nos eixos

X, Y e Z. Também foram realizados testes onde a velocidade do deslocamento

foi supervisionada, para isso foi utilizado um motor de corrente contínua com

engrenagem alimentado por 5V, posicionado junto ao potenciômetro de forma

a possibilitar um movimento constante (figura 17).

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56

Figura 17 Motor utilizado para monitorar o deslocamento constante do acelerômetro e do potenciômetro.

3.7 ETAPA 5: ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS APÓS A

CALIBRAÇÃO DO SENSOR.

A fim de verificar se há uma relação estatisticamente significante entre

os valores obtidos com o acelerômetro em comparação com os valores obtidos

do potenciômetro após o processo de calibração, foi utilizado o Coeficiente de

Correlação de Spearman – ρ(TRIOLA 2005). Os dados foram analisados a fim

de determinar se havia uma relação entre as variáveis. Para interpretar o valor

calculado de uma correlação, o valor obtido deve sempre estar entre -1 e +1,

se o valor da correlação estiver muito próximo de 0, conclui-se que não há uma

correlação significante. O sinal negativo da correlação significa que as variáveis

variam em sentido contrário, isto é, as categorias mais elevadas de uma

variável estão associadas a categorias mais baixas da outra variável.

A fórmula para calcular o coeficiente ρ de Spearman é dada pela

equação 24:

(24)

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57

Onde:

di= (postos de xi dentre os valores de x) – (postos de yi dentre os valores de y).

n = é o número de pares (xi, yi) dos valores.

3.8 ETAPA 6: IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DVIDEO AO

DISPOSITOVO PARA ANÁLISE E PROCESSAMENTO DE

IMAGENS.

Para processar e analisar as imagens obtidas com os movimentos a

serem analisados, foi utilizado o sistema Dvideo, Digital Vídeo for

Biomechanics for Windows 32 bits, criado pelo Laboratório de Instrumentação

para Biomecânica-Faculdade de Educação Física e pelo Instituto de

Computação – UNICAMP. Este sistema foi proposto por Barros et al., (1999) e

não necessita de equipamentos dedicados, permitindo que diferentes

marcadores sejam usados e possibilitando uma maior flexibilidade na seleção

dos movimentos a serem estudados. Também diminui as restrições ao

ambiente de coleta e permite a maior difusão deste tipo de análise, uma vez

que os custos são menores. Neste trabalho para a aquisição das imagens, foi

utilizada uma câmera digital que capturou os deslocamentos em filmes no

formato .avi, e que foram posteriormente enviados ao computador via USB.

Para a realização de testes com o sistema fotogramétrico em conjunto

com o acelerômetro e potenciômetro, foram realizados disparos mecânicos

simultâneos antes do início de qualquer deslocamento, e, após o término do

movimento, em uma condição de repouso do movimento, foram realizados

novos disparos mecânicos a fim de encerrar a aquisição dos dados. Com o

final da captação do movimento, os dados foram enviados a um computador

para processamento e análise. O esquema total do procedimento pode ser

visualizado na figura 18.

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58

Figura 18 Configuração total em diagrama de blocos.

A captura das imagens contou com procedimentos para a calibração da

camera bem como a preparação de um cenário de filmagem ( com a utilização

de um fundo na cor preta e controle da iluminação), bem como o

posicionamento de um calibrador no cenário, ou seja, 10 marcadores de cor

branca dispostos de forma não colinear entre eles. Após a captação do

calibrador pela câmera, foi então realizada a filmagem conforme o

deslocamento de interesse. Após esse procedimento, o conjunto acelerômetro-

eletrogoniômetro fixados em uma haste em acrílico, recebeu 2 marcadores

esféricos brancos de 2,5cm de diâmetro que posteriormente foram utilizados

como pontos de referência para o processamento das imagens. Um marcador

foi posicionado sobre o potenciômetro na extremidade superior da haste em

acrílico, enquanto que o segundo marcador foi posicionado sobre o

acelerômetro na extremidade inferior da haste, conforme pode ser visualizado

na figura 19.

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59

Figura 19 Verificação angular utilizando o acelerômetro, eletrogoniômetro e imagem.

Parâmetros calculados a partir de processamento de imagens

O sistema de processamento de imagens através do rastreamento dos

marcadores posicionados sobre a pele do voluntário é capaz de fornecer as

coordenadas dos deslocamentos realizados. Desta forma foi possível conhecer

as posições iniciais e finais de interesse, e conseqüentemente o deslocamento.

Sabendo-se ainda que a aquisição de dados aconteceu em 59 frames/seg, foi

possível conhecer as variações de tempo conhecendo-se os frames de

interesse conforme as alterações do deslocamento no sistema de

coordenadas. No entanto, para este estudo, foram obtidos os valores angulares

conforme o deslocamento dos marcadores, pois dessa forma foi possível a

comparação angular de dados entre o sistema de imagens, o acelerômetro e o

eletrogoniômetro.

3.9 ETAPA 7: UTILIZAÇÃO DO SISTEMA CONJUNTO –

ACELERÔMETRO +SISTEMA DE IMAGEM – EM ANÁLISE DOS

MOVIMENTOS EM MEMBRO SUPERIOR EM AMBIENTE

TERRESTRE.

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60

Na aplicação do sistema proposto para análise de movimento, conforme

já descrito, foi determinado que para cada eixo do sensor verificado, este seria

associado a um determinado movimento da articulação do ombro, desta forma

foram analisados os movimentos de flexão / extensão – a fim de verificar o eixo

X, o movimento de abdução – a fim de verificar o eixo Y, e rotação interna e

externa – a fim de verificar o eixo Z. Após a preparação do cenário e os

procedimentos para calibração das imagens, um voluntário recebeu dois

marcadores de superfície de 2 cm de diâmetro fixados com fita dupla face

sobre a pele. Os marcadores esféricos brancos foram posicionados um sobre a

cabeça do acrômio e o outro sobre a cabeça do rádio. O acelerômetro foi

posicionado sob o marcador do rádio, desta forma ambos os sistemas (imagem

e sensor) utilizaram a mesma referência para aquisição dos dados figura 20.

Figura 20 Posicionamento dos marcadores e do sensor para a captação dos dados.

3.10 ETAPA 8: UTILIZAÇÃO DO SISTEMA CONJUNTO –

ACELERÔMETRO + SISTEMA DE IMAGEM – TESTE EM

AMBIENTE AQUÁTICO.

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Após os testes efetuados em ambiente terrestre, o acelerômetro foi

submetido a testes em ambiente aquático. Para tanto, foi utilizado um aquário

de 45 cm de comprimento, 30,0 cm de altura e 21,5 cm de largura. Para este

procedimento, foi utilizada um caixa estanque desenvolvida em formato

redondo com 7 cm de diâmetro e 5 cm de altura. Esta caixa foi confeccionada

em acrílico e recebeu um conector 400 Series Buccaneer®, específico para

meio líquido. Também foi incluído um cabo flexível de 5m com um conector

DB25. Para a vedação da caixa, foram utilizadas 4 borrachas circulares com

0,8cm de diâmetro junto aos 4 parafusos utilizados para fechar a tampa da

caixa, enquanto que um O Ring – anel – de borracha de 6,5cm de diâmetro foi

empregado para vedar a tampa em acrílico transparente. A caixa estanque

utilizada para acondicionar o sensor recebeu um pequeno sache de sílica a fim

de absorver qualquer umidade que pudesse danificar o sensor, sendo que para

que o sensor se mantivesse fixo dentro da caixa, um pequeno pedaço de

isopor revestido por fita isolante preta foi utilizado. Depois de vedar a caixa, um

marcador foi colocado sobre a tampa a fim de servir como ponto de referência

ao sistema de imagens, sendo que a caixa estanque foi fixada junto às hastes

com auxílio de fita isolante como visualizado na figura 21.

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62

Figura 21 Materiais utilizados para os testes do acelerômetro em ambiente aquático.

Após os testes para verificação da vedação da caixa estanque, o

acelerômetro foi acondicionado dentro da caixa e fixado novamente em uma

das extremidades de umas das hastes em acrílico utilizada anteriormente para

então ser testado submerso em um aquário em conjunto com o potenciômetro

enquanto que uma câmera captou os deslocamentos realizados (figura 22).

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63

Figura 22 Testes utilizando o acelerômetro em ambiente aquático.

Para verificar a implementação do acelerômetro durante a análise de

movimento em ambiente aquático, a caixa estanque com o sensor foi

posicionado na porção inferior lateral do braço de uma voluntária orientada a

executar o movimento de circundução de ombro (figura 23). Os testes foram

realizados em uma piscina coberta aquecida a 30º C com dimensões de 12 m

de comprimento por 8 m de largura e 1,80 m de profundidade.

Figura 23 Utilização do acelerômetro para análise de movimento em ambiente aquático.

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64

4 RESULTADOS

Calibração do eletrogoniômetro

Para verificar o comportamento do eletrogoniômetro desenvolvido a

partir de um potenciômetro, foram realizados testes comparativos utilizando os

valores de um goniômetro. Foram verificados os valores angulares entre 00 e

900 com intervalos de 50, conforme descrito na metodologia. No gráfico da

figura 24 é possível acompanhar os valores angulares conforme variações de

posicionamento em cada incremento de 5º de ângulo. A correlação calculada

entre estes dois dispositivos foi de 0,99, atestando uma forte correlação entre

os dados.

Figura 24 Comportamento do potenciômetro em relação ao goniômetro

Calibração do acelerômetro

Após a verificação dos valores apresentados pelo potenciômetro em

relação ao goniômetro, o acelerômetro foi utilizado em conjunto com o

eletrogoniômetro desenvolvido, sendo que para gerenciar o funcionamento

deste conjunto, o software LabView® foi empregado possibilitando a

visualização das alterações angulares em tempo real, conforme visualizado na

janela do programa utilizado (figura 25).

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Figura 25 Janela do programa desenvolvido em LabView®.

Para a verificação dos dados obtidos com o acelerômetro em

comparação aos dados capturados pelo eletrogoniômetro, foram traçados

gráficos que representaram as variações angulares nos eixos X,Y e Z do

sensor (figuras 26, 27 e 28).

Figura 26 Visualização dos valores angulares captados pelo eletrogoniômetro e pelo acelerômetro no eixo X.

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Figura 27 Visualização dos valores angulares captados pelo eletrogoniômetro e pelo acelerômetro no eixo Y.

Figura 28 Visualização dos valores angulares captados pelo eletrogoniômetro e pelo acelerômetro no eixo Z.

De posse destes dados, foi possível verificar a correlação entre os dados

do eletrogoniômetro e do acelerômetro, conforme a tabela 4.

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Tabela 4 Coeficiente de Correlação – dados do potenciômetro e acelerômetro.

Teste do acelerômetro em velocidade constante

Utilizando um motor de corrente contínua para gerenciar o deslocamento

do sensor em um movimento constante de 2,5s, foi possível observar o

comportamento do sensor conforme a figura 29 para variação angular de 00 a

900.

Figura 29 Visualização dos dados obtidos em uma velocidade constante.

Processamento de Imagens

A seguir foi utilizada a videogrametria em conjunto com o acelerômetro

para realizar procedimentos de calibração. O acelerômetro fixo na extremidade

de uma das hastes de acrílico foi posicionado em um cenário previamente

preparado, sendo que sobre o acelerômetro foi posicionado um marcador de

superfície circular e outro marcador com as mesmas características foi

posicionado sobre a extremidade superior haste, possibilitando desta forma, a

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68

realização de testes utilizando os três métodos para a verificação de

deslocamento: eletrogoniômetro, acelerômetro e processamento de imagens.

Com os dispositivos posicionados no cenário, foi realizado um deslocamento

de 00 a 900, retornando a 00 para finalizar o movimento. Após a realização

deste procedimento, os valores obtidos podem ser visualizados no gráfico

abaixo (figura 30).

Figura 30 Deslocamento verificado com o acelerômetro, o eletrogoniômetro e o processamento de imagens.

A correlação observada no gráfico da figura 30 entre os valores do

acelerômetro em relação aos valores da imagem foi de 0,98, enquanto que os

valores do acelerômetro em relação ao potenciômetro foram de 0,99.

Verificação da aceleração, velocidade e deslocamento a partir de

dados angulares

A fim de verificar a possibilidade em calcular possíveis parâmetros de

interesse a partir dos dados do acelerômetro em conjunto com os dados do

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potenciômetro, utilizou-se o algoritmo da figura 17 onde as equações 15 e 16

foram empregadas para o cálculo das variações de velocidade e deslocamento

que são mostrados nos gráficos de aceleração (figura 31), velocidade (figura

32) e deslocamento (figura 33), traçados a partir dos dados angulares da figura

30.

Figura 31 Variação da aceleração a partir dos dados angulares.

Figura 32 Variação da velocidade a partir do deslocamento angular realizado.

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Figura 33 Variação do deslocamento a partir dos dados angulares.

Análise de Movimentos Articulares

Uma vez que o acelerômetro tenha passado pelas etapas de teste e

calibração, foi realizada aplicação conjunta do acelerômetro e videogrametria

para análise de movimento em solo. O voluntário foi posicionado em frente a

um cenário com fundo preto e com marcadores de superfície colocados sobre a

cabeça do acrômio e sobre a cabeça do radio. O acelerômetro foi posicionado

sob o marcador inferior, ou seja, sob o marcador da cabeça do rádio conforme

descrito anteriormente na metodologia.

Após a realização dos testes foi possível traçar gráficos referentes aos

movimentos nos eixos X – durante os movimentos de flexão e extensão de

ombro (figuras 34 e 35), no eixo Y – durante o movimento de abdução de

ombro (figura 36), e do eixo Z, com o movimento de rotação interna de ombro

(figura 37).

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Figura 34 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e com o acelerômetro no eixo X.

Figura 35 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e com o acelerômetro no eixo X.

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Figura 36 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e com o acelerômetro no eixo Y.

Figura 37 Gráfico referente aos dados verificados com o sistema de imagens e com o acelerômetro no eixo Z.

Com os dados dos gráficos traçados nas figuras 34, 35, 36 e 37, foram

observados os seguintes valores de correlação entre o acelerômetro e o

processamento de imagens:

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flexão de ombro: 0,94

extensão de ombro: 0,97

abdução de ombro: 0,98

rotação interna de ombro: 0,81

Sistema AXXIS para análise 3D

Para a utilização do AXXIS na verificação 3D de um movimento, foi

solicitado a um voluntário que realizasse o movimento de circundução com o

ombro, dessa forma, o sensor fixado na extremidade inferior lateral do braço

captou os dados do movimento nos três eixos do movimento.

Foi utilizado o algoritmo desenvolvido em Matlab®, onde a janela inicial

do programa é visualizada na figura 38.

Figura 38 Janela do programa desenvolvido em Matlab®.

Com a captação dos dados pelo acelerômetro, o programa permitiu a

visualização da aceleração nos três eixos do sensor (figura 39).

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Figura 39 Visualização das acelerações nos eixos X, Y e Z durante a movimentação do braço.

Na figura 40 os dados da aceleração foram plotados em um gráfico 3D

possibilitando a visualização do sentido do movimento conforme são

observadas as setas indicando todo o deslocamento realizado.

Figura 40 Visualização da aceleração 3D durante o movimento realizado.

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75

Também foi possível observar as alterações angulares nos 3 eixos do

acelerômetro conforme a figura 41.

Figura 41 Visualização da variação angular em X, Y e Z.

Para acompanhar as variações das velocidades angulares, o programa

gerou o gráfico na figura 42.

Figura 42 Variação das velocidades angulares em X, Y e Z.

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Na figura 43 são visualizadas as alterações nas forças durante o

movimento realizado.

Figura 43 Variação das forças durante o movimento realizado.

Implementação do sistema AXXIS em ambiente aquático

Após verificar a viabilidade na utilização do acelerômetro para a

mensuração dos movimentos, foi então verificada a possibilidade de utilizar o

acelerômetro em ambiente aquático, para tanto, o sensor foi inicialmente

submetido a deslocamentos em um recipiente de vidro, passando pelos

mesmos procedimentos realizados anteriormente em solo.

Após a realização dos testes em água, foi possível traçar um gráfico

representando os valores obtidos com o acelerômetro, o eletrogoniômetro e

sistema de imagem. (figura 44).

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Figura 44 Verificação do deslocamento captado pelo acelerômetro, eletrogoniômetro e sistema de imagens

Foi verificado que os valores de correlação entre o acelerômetro e o

eletrogoniômetro (figura 44) foi de 0,98, enquanto que os valores de correlação

entre o acelerômetro e o sistema de imagens foi de 0,98.

Para a implementação do sensor durante uma situação de análise de

movimento na pratica clínica de hidroterapia, a caixa estanque contendo o

acelerômetro foi posicionado na porção inferior lateral do braço de uma

voluntária orientada a realizar o movimento de circundução do ombro em

piscina.

Após a execução do movimento foi posível visualizar graficamente os

dados captados pelo acelerômetro e processados com o auxílio do Matlab®.

Inicialmente foram verificadas as acelerações nos três eixos X, Y e Z (figura

45).

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Figura 45 Acelerações nos eixos x, y e z durante a movimentação do braço

Os dados da aceleração foram visualizados no gráfico da figura 46.

Figura 46 Visualização da aceleração durante o deslocamento.

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79

Abaixo segue o gráfico que demonstra as variações angulares nos eixos

X, Y e Z (figura 47).

Figura 47 Variação angular no movimento realizado.

O gráfico com as velocidades angulares pode ser observado na figura

48.

Figura 48 Gráfico com as velocidades angulares captadas com o sensor.

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Na figura 49 são verificadas as alterações de força durante o deslocamento.

Figura 49 Gráfico das forças nos eixo X, Y e Z.

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81

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Os movimentos a serem monitorados em prática clínica dependem

basicamente da variação espacial, ou seja, do deslocamento, velocidade e

aceleração de um ponto de interesse em relação a um referencial. Na rotina

terapêutica é comum a utilização da verificação estática ou de forma lenta da

amplitude de um determinado segmento durante um movimento. Essa variação

deve ser acompanhada nos três eixos da coordenada cartesiana X, Y e Z.

Neste trabalho foi realizado um estudo destes movimentos identificando as

coordenadas e os referenciais através de vetores e cálculos de modo escalar.

Para mensurar parâmetros de movimentos, vários dispositivos são

referenciados na literatura, onde se verificou que com o avanço da tecnologia,

a rápida evolução de ferramentas analógicas como o goniômetro, cede lugar a

ferramentas digitais com sensores eletrônicos e processamento de imagens.

Os sensores tiveram o seu uso limitado no inicio do século passado devido às

dificuldades no tratamento de sinais e por serem de tamanhos e pesos

consideráveis, o que ocasionou na perda de espaço para a técnica de

processamento de imagens. Porém com o desenvolvimento de sensores mais

confiáveis, menores e, principalmente, com a chegada da tecnologia sem fios

(wireless) foi reaberta a possibilidade de uso destes mecanismos para a

análise de movimento.

Um sensor do tipo acelerômetro foi escolhido para ser utilizado neste

trabalho por apresentar a particularidade de ser de pequena dimensão física, o

que possibilita o seu posicionamento em uma pequena área do corpo e ao

mesmo tempo em que não interfere de maneira significativa na execução de

um movimento. Em particular, foi utilizado o sensor MMA7260Q da Motorola,

por este apresentar a característica de captar a aceleração de baixos valores

de aceleração, entre 0 a 6g, e em três eixos – X, Y, Z – tornando possível a

análise de um movimento de forma tridimensional e de baixa variação da

aceleração.

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O circuito do acelerômetro envolveu a associação com outros

componentes para auxiliar na calibração e verificação dos dados gerados, tal

como informações captadas por um potenciômetro e/ou por intermédio

processamento de imagens, e com isso possibilitar o uso simultâneo na

verificação dos parâmetros de interesse, motivando o uso de algoritmos tanto

para interfacear entre sensor e a mostra de dados, como para a realização do

cálculo, processamento e armazenamento dos dados utilizando para tanto

softwares como o LabView® e o Matlab®. O LabView® foi utilizado para a

etapa de calibração e testes do sistema devido à interface gráfica bem

amigável trabalhando com a manipulação em blocos nas várias etapas. O

Matlab® foi utilizado devido a uma vasta biblioteca de ferramentas estatísticas e

cientificas para processamento dos dados, possibilitando o cálculo e mostra de

dados completa para a programação necessária do dispositivo desenvolvido a

partir do acelerômetro escolhido e que foi nomeado como sistema AXXIS.

Para auxiliar na calibração do AXXIS, foi utilizado um eletrogoniômetro

desenvolvido a partir de um potenciômetro, no entanto, antes desta calibração,

foram realizados testes com o eletrogoniômetro e um goniômetro durante um

deslocamento a fim de comparar os valores captados por ambos dispositivos.

No gráfico dos valores angulares obtidos com o Eletrogoniômetro e o

Goniômetro (figura 24), o desvio relativo verificado foi de no máximo 1,4%,

porém, levando em consideração que existe um erro embutido no próprio

goniômetro dado pelo fabricante de 0,5% somada ao do potenciômetro de

0,2%, a relação goniômetro e potenciômetro apresentam um desvio máximo

total de 2,1%.

Através do movimento manual do conjunto – potenciômetro /

acelerômetro – foram obtidos valores de ângulos para cada eixo - figura 26, 27

e 28. Embora tenha sido verificada uma correlação muito forte entre os valores

obtidos conforme a tabela 4 foi notada na figura 26, referente ao deslocamento

realizado no eixo X, uma diferença nos valores iniciais do deslocamento, ou

seja, nos 15º primeiros graus do deslocamento o acelerômetro apresentou erro

para a captação do movimento, este evento é provavelmente explicado pela

presença de possíveis defeitos de fabricação, bem como na presença de

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aceleração do movimento, pois os cálculos específicos de ângulo se baseiam

na convenção da presença de aceleração apenas da gravidade. No entanto,

quando é observada a figura 27 com os dados referentes ao eixo Y do

acelerômetro, é verificado um comportamento muito próximo entre o sensor e o

eletrogoniômetro, atestando assim uma excelente calibração do sensor neste

eixo. Já na figura 28 onde é visualizado o comportamento do eixo Z do sensor

em relação ao eletrogoniômetro, embora os dados não se mostrem exatamente

iguais, estes se mostram muito próximos entre eles, sugerindo caso necessário

alguns ajustes dependendo do uso.

Também foi realizada a verificação do comportamento do sensor em

movimento constante utilizando um motor de corrente continua com

engrenagens para proporcionar uma velocidade baixa e constante. O

deslocamento foi realizado conforme descrito, e como observado graficamente

na Figura 29, os dados apresentados entre o acelerômetro e o potenciômetro

se mostraram praticamente sobrepostos, o que traz a conclusão de um

desempenho satisfatório do acelerômetro para a captação de dados durante

um deslocamento constante.

Após a etapa de calibração, foram então realizados testes adicionando

mais um sistema de medição: a videogrametria. Dessa forma foi possível

comparar os dados obtidos pelo acelerômetro, eletrogoniômetro e

videogrametria, conforme a figura 30. Como resultado, notou-se que o valor de

correlação do acelerômetro em relação ao processamento de imagens foi de

0,98 e em relação ao eletrogoniômetro foi de 0,99, demonstrando desta forma

uma forte correlação entre os valores obtidos.

Nas figuras 31, 32 e 33 são demonstradas informações a cerca de um

deslocamento obtido a partir de dados angulares expostos da figura 30. Com o

processamento destes dados foi possível encontrar informações a cerca da

aceleração (figura 31), velocidade (figura 32) e deslocamento (figura 33).

Conforme o gráfico da figura 31 foi verificado uma pequena variação da

aceleração (figura 31) condizente com a velocidade encontrada na figura 32.

Deve-se destacar que o cálculo nestas condições (valores baixos de

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aceleração somado aos erros dos instrumentos) foi realizado com ajustes para

obter os valores exigindo maior cuidado na manipulação dos instrumentos e

sensores.

Com o sistema conjunto – sensores e processamento de imagem - ao

analisar o comportamento do acelerômetro nos eixos X, Y e Z durante a

implementação do sistema na análise de movimento, a captação e análise dos

dados obtidos foram realizadas de forma segmentada pelo fato de ter sido

utilizada apenas uma câmera para a aquisição das imagens, ou seja, para cada

eixo do acelerômetro foi estipulado um movimento captado pela câmera

conforme descrito na metodologia. Assim, para verificar o eixo X do sensor, o

voluntário realizou o movimento de flexão e extensão de ombro, na verificação

do eixo Y do acelerômetro foi analisado o movimento de abdução do ombro,

enquanto que os valores do acelerômetro no eixo Z foram verificados com a

rotação interna de ombro.

Conforme os gráficos das figuras 34 e 35, referentes aos movimentos de

flexão e extensão de ombro, os valores de correlação do acelerômetro em

relação ao sistema de imagens foram de 0,94 na flexão, 0,97 na extensão,

demonstrando não apenas graficamente, mas também estatisticamente a

proximidade entre os valores obtidos com os métodos utilizados na captação

dos dados. Na figura 36 referente ao gráfico realizado a partir dos dados de

abdução de ombro, a correlação encontrada a partir dos dados do

acelerômetro e sistema de imagens foi de 0,98, atestando novamente

proximidade entre os valores obtidos. Embora no movimento de rotação interna

tenha sido observada uma correlação estatisticamente significante - 0,81 - os

dados visualizados na figura 37 refletem o erro apresentado anteriormente na

etapa de calibração do sensor, confirmando dessa forma a necessidade de

maiores ajustes neste eixo do sensor em atividades futuras.

Após a comparação dos dados com a videogrametria, foi realizada a

análise 3D de um movimento, neste caso, foi solicitado ao voluntário que

executasse o movimento de circundução de ombro, pois este movimento

englobou a verificação dos deslocamentos dos três eixos do sensor. Após a

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realização deste movimento, o software desenvolvido em Matlab®, conforme a

visualização da janela inicial do programa na figura 39, foi capaz de fornecer

informações a cerca da aceleração em cada eixo do sensor bem como permitiu

também a visualização da aceleração em um gráfico 3D com a presença de

vetores, o que permitiu a visualização da trajetória do movimento durante toda

a sua execução (figura 40). O programa desenvolvido também possibilitou a

obtenção da variação angular nos três eixos do sensor (figura 41), da força

empregada no deslocamento (figura 42) e ainda da velocidade (figura 43).

A fim de verificar a possibilidade em utilizar o sistema XXIS em ambiente

aquático, foram realizados deslocamentos submergindo o sensor em um

recipiente com água. Para a análise do movimento realizado foi empregada a

análise comparativa do desempenho do sensor em relação a videogrametria e

em relação ao eletrogoniômetro. Após este teste, foi traçado o gráfico da figura

44, onde foi observada uma correlação de 0,98 em relação aos métodos

empregados, possibilitando desta forma a continuidade na verificação do

comportamento do acelerômetro em uma situação da prática clínica, ou seja,

durante a análise de um movimento em hidroterapia.

Em uma piscina, foi solicitado a um voluntário que realizasse o

movimento de circundução de ombro a uma pequena variação de velocidade,

conforme orientado previamente, tendo o sensor fixo ao braço e devidamente

acondicionado em uma caixa estanque desenvolvida para esta finalidade. A

pequena variação proporciona aceleração praticamente nula, dessa forma é

possível a realização de cálculos com menor erro possível (considerando

apenas a aceleração da gravidade). Após a execução do movimento, foi

possível ao programa gerar gráficos referentes ao movimento, como a

aceleração nos eixos do sensor (figura 45), a aceleração em uma visualização

3d (figura 46), as alterações angulares nas amplitudes de movimento

realizadas em ambiente aquático (figura 47), bem como da força (figura 48) e

da velocidade (figura 49). Observando-se os gráficos gerados a partir dos

dados em ambiente aquático e comparando com os gráficos gerados em

ambiente de solo, observa-se uma diminuição da velocidade bem como da

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aceleração do movimento quando executado em ambiente aquático, refletindo

assim a influência da resistência da água durante a execução do movimento.

Com a execução deste trabalho foi atestada a possibilidade em utilizar

sensores do tipo acelerômetro para a análise de movimento. No entanto, nota-

se a necessidade de melhorias no sistema, inicialmente na verificação dos

dados captados pelo eixo Z do sensor, pois os testes realizados demonstram

que este eixo apresenta um pequeno erro durante a coleta de dados. Também

é notada a necessidade de melhorias no software desenvolvido em Matlab® no

processamento dos dados, pois quando observado o gráfico referente á

velocidade angular do movimento analisado (figura 42 e 48) observa-se

presença importante de ruído, o que dificulta a leitura e interpretação das

variações das velocidades.

Embora a caixa estanque utilizada para acondicionar o sensor tenha

servido aos propósitos a qual fora destinada, ergonomicamente esta se

apresenta hiper dimensionada. Como neste trabalho o movimento realizado foi

executado de forma lenta, a caixa estanque não representou resistência

significativa durante o movimento, no entanto, se utilizada em deslocamentos

rápidos, seu tamanho poderá acarretar em uma resistência significante a ser

considerada.

Vale ressaltar que o uso de acelerômetros mostrou-se capaz de fornecer

informações relevantes, seja para a mensuração de um movimento, como

visualizado na figura 45 (referente à aceleração), figura 47 (referente á

variações angulares), figura 48 (velocidade angulares) e figura 49 (referente às

forças durante o movimento), como também propiciou documentar o padrão do

movimento realizado através do gráfico da figura 46, que possibilita ao

terapeuta visualizar toda a execução do movimento de uma forma 3D, o que

afirma a característica da ferramenta desenvolvida enquanto sistema auxiliar

para o diagnóstico das desordens neuro motoras para uso tanto em solo

quanto em ambiente aquático.

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6 TRABALHOS FUTUROS

Aprimorar a interface gráfica do dispositivo AXXIS

Aprimorar a caixa estanque (diminuir o tamanho).

Utilizar captação de dados wireless (sem fios) para eliminar os fios.

Implementação do sistema AXXIS em sessões de hidroterapia.

Coletar informações com profissionais da saúde a cerca da utilização

prática do sistema desenvolvido.

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