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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências Farmacêuticas Programa de Pós-Graduação em Farmácia Área de Análises Clínicas Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migração e invasão de melanomas humanos e na atividade tumoricida de células mononucleares. Maryana Stephany Ferreira Branquinho Orientador: Prof. Tit. Ana Campa São Paulo 2015

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências ... · O original encontra-se disponível no Serviço de Pós Graduação da FCF/USP. ... nosso, porque somos e sabemos o que é

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Programa de Pós-Graduação em Farmácia

Área de Análises Clínicas

Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migração e invasão de

melanomas humanos e na atividade tumoricida de células mononucleares.

Maryana Stephany Ferreira Branquinho

Orientador: Prof. Tit. Ana Campa

São Paulo

2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Programa de Pós-Graduação em Farmácia

Área de Análises Clínicas

Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migração e invasão de

melanomas humanos e na atividade tumoricida de células mononucleares.

Maryana Stephany Ferreira Branquinho

Versão corrigida da Dissertação conforme resolução CoPGr 6018.

O original encontra-se disponível no Serviço de Pós Graduação da FCF/USP.

Dissertação para obtenção do Título de Mestre

Orientador: Prof. Tit. Ana Campa

São Paulo

2015

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Ficha Catalográfica Elaborada pela Divisão de Biblioteca e

Documentação do Conjunto das Químicas da USP.

Branquinho, Maryana Stephany Ferrei ra B821e Efei tos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migração e invasão de melanomas humanos e na atividade tumoricida de células mononucleares / Maryana Stephany Ferreira Branquinho. -- São Paulo, 2015. 95p. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas. Orientador: Campa, Ana 1 . Bioquímica cl ínica : Medicina 2. Câncer : Imunologia I. T. I I. Campa, Ana, orientador. 616.0756 CDD

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Maryana Stephany Ferreira Branquinho

Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migração e invasão de melanomas

humanos e na atividade tumoricida de células mononucleares.

Comissão Julgadora

da

Dissertação para obtenção do Título de Mestre.

_________________________________________________

Profa. Tit. Ana Campa

Orientadora/Presidente

_________________________________________________

1º. examinador

_________________________________________________

2º. examinador

São Paulo, ______ de _______________ de 2015.

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Dedico este trabalho a Deus, fonte inesgotável

de força em todos os momentos desta

caminhada.

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Aos meus pais, Sivaldo e Suelene. Obrigada por

acreditarem e incentivarem esta conquista.

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À Ana Campa, orientadora, e definição melhor

não há. Obrigada por abrir os meus olhos para

a ciência.

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“É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê...”

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus! Obrigada por tornar possível esta vitória!

“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida no livro do tempo. Aquilo

que colocamos nela corre por nossa conta”.

Chico Xavier

Mãe e Pai: Obrigada! Não existem palavras que eu invente para escrever aqui

capazes de expressar a minha gratidão. Talvez a maneira na qual eu irei olhar pra vocês

no final da minha aula no dia da defesa, traduza este sentimento. Nada disso aconteceria

se vocês não tivessem dito “ok, pode deixar tudo aqui com a gente, pode ir para SP.”.

Obrigada por serem os melhores pais e os melhores amigos. Vocês são os melhores do

mundo! Guilherme, obrigada por sempre ter sido o meu maior parça e o melhor irmão

que alguém pode ter! Espero que você me ajude a fazer na comemoração da defesa,

metade do que fizemos na da qualificação. Só metade porque não há necessidade de

apelação dessa vez, hehehe. Madrinha, obrigada por estar sempre aqui com a gente, sem

a senhora a vida não teria o mesmo sentido. E obrigada também pela oncinha que eu

ganhava a cada ida à Alfenas, ela salvava todo final de mês (e vai continuar salvando no

doutorado). Vocês quatro são a melhor família para a qual Deus poderia ter me

mandado. EU AMO VCS!

Chefa, obrigada pela paciência, dedicação e confiança durante esses três anos.

Ahhh, e obrigada também pelo abraço com o qual você me recebeu quando vim

conhecer o Lab. Ele fez toda a diferença no momento de resolver se era isso mesmo que

eu queria.

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Ao pessoal do Lab: Ale, Ari, Carol, Edson, Fran, Janis, Luzi, Mari, Maysa,

Michele, Nathi, Renan, Sika e Thais eu só tenho a agradecer por tudo o que eu aprendi

nesse tempo em que estive com vocês. Espero conseguir passar a diante todos os

ensinamentos que adquiri enquanto vocês todos ainda estavam por aqui. Grupo W,

obrigada por estarem sempre me ensinando e dando puxões de orelha. Este trabalho é

nosso, porque somos e sabemos o que é ser um GRUPO.

Luciene, Marcela e Juliana, vocês foram as pessoas certas no lugar certo.

Durante muito tempo eu ainda irei agradecer a Deus por ter colocado vocês na minha

vida. Vocês são minha segunda família.

Débora, Nayara, Paula, Samara e Cássia, obrigada pela amizade de alguns 20 e

poucos anos. Vocês estiveram e estarão presentes nos momentos mais importantes da

minha vida.

Maylla, Ana, Jacque (minhas três filhinhas), Simoninha e Tai obrigada pela

amizade, companhia, caronas, cervejas, conversas, conselhos. Obrigada por estarem

sempre presentes nos bons e nos maus momentos. Bora comemorar sajoçaaaaa...

Brendinha e Tili, obrigada pela presença e amizade em TODOS os momentos.

Obrigada por terem vindo à São Paulo 7628710191 vezes, enquanto eu tive o trabalho

de me deslocar 0 vezes até a casa de vocês em todo este tempo! Minha cara nem queima

mesmo!! Loviu!

Paulo, Deus não poderia ter te colocado na minha vida em outro momento.

Obrigada por me incentivar, acreditar e entender esse período estressante de fim de

mestrado.

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Não posso me esquecer de agradecer também àqueles que mesmo de longe,

sempre ajudaram de alguma maneira, primos, tios, tias e avós. Obrigada pelo carinho...

Agradeço ainda à todos os professores colaboradores que tornaram possível a

realização deste trabalho. Especialmente o Prof. Ernani, pela disponibilidade do massas

e da Ari, Profª’s Silvya, Silvia e Dulcinéia pelo empréstimo de aparelhos e reagentes.

Aos colegas de departamento, amigos da Hemato, Pato e Bioquímica. Às meninas da

secretaria que sempre me salvaram nos momentos de desespero! À Claudinha e a Rose,

que nos mantém acordados com o bom cafezinho de todo dia. À Renatinha, pelos

inúmeros “socorros” que pedi e sempre fui atendida.

Agradeço também ao CNPq e a Capes pelo financiamento desta pesquisa.

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“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”

O Pequeno Príncipe

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RESUMO

BRANQUINHO, M.S.F. Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação,

migração e invasão de melanomas humanos e na atividade tumoricida de células

mononucleares. 2015. 95f. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Ciências

Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

No câncer, o aumento da expressão das enzimas indolamina 2,3-dioxigenase 1 (IDO1) e

triptofano 2,3-dioxigenase (TDO), que convertem o triptofano (Trp) em quinurenina

(QUIN), tem sido associado ao mecanismo de imuno escape tumoral e inibidores destas

enzimas têm sido considerados como imunoadjuvantes na terapia antitumoral. O mais

conhecido deles é o 1-metil-triptofano (1-MT), um inibidor competitivo da IDO e alvo

de estudos clínicos. O 1-MT é encontrado nas formas enantioméricas D- e L- e embora o

enantiômero 1-L-MT seja mais eficiente na inibição da IDO1 (a isoforma mais ativa em

tumores), é o 1-D-MT o enantiômero mais eficiente na redução experimental de

tumores. Esse dado sugere que o 1-MT pode ter ações adicionais à inibição da IDO.

Neste estudo avaliamos os efeitos diretos dos estereoisomeros, 1-D-MT, 1-L-MT, 1-DL-

MT, sobre melanomas humanos e também do composto 680C91 (um inibidor de TDO).

Proliferação, migração e invasão são os ensaios usuais in vitro para avaliar como um

determinado composto afetaria a progressão tumoral. Observamos que todos os

compostos testados possuem algum efeito direto sobre pelo menos um desses

parâmetros, sendo que esse efeito varia de acordo com a linhagem. Logo, todos eles

possuem ação direta sobre a célula tumoral que deve contribuir com a atividade

antineoplásica. Também analisamos os efeitos destes compostos sobre a ação

tumoricida de células mononucleares de sangue periférico humano (PBMC). Em co-

culturas, observamos que o 1-MT foi capaz de potencializar a atividade tumoricida de

PBMC’s e levou à diminuição da produção de IFN-γ e TNF-α e aumento de IL-10.

Essas alterações não cursam com a inibição da produção de QUIN, o que nos faz pensar

que esta ação de 1-MT sobre IFN-γ ocorre independente da enzima IDO e que parte dos

efeitos antitumorais da 1-MT seja consequência de sua ação sobre a liberação destas

citocinas. 1-MT também levou a modificações na concentração de outros metabólitos do

Trp. Por fim, a co-cultura por si só aumentou o consumo de ácido xanturênico (XA) e

aumentou a produção de ácido quinurênico (KA). Esse resultado parece significativo

para a imunologia de tumores dado os efeitos biológicos destes compostos.

Palavras-chave: câncer, indolamina-2,3-dioxigenase, 1-metil-triptofano, imune escape,

IFN-γ.

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ABSTRACT

BRANQUINHO, M.S.F. Effects of IDO and TDO inhibitors in proliferation,

migration and invasion of human melanomas and on tumoricidal activity of

mononuclear cells. 2015. 95f. (Master's thesis). Faculty of Pharmaceutical Sciences,

University of São Paulo, São Paulo, 2015.

In cancer, the increased expression of the enzymes indolamine 2,3-dioxygenase 1

(IDO1) and tryptophan 2,3-dioxygenase (TDO), that convert tryptophan (Trp) to

kynurenine (KYN), has been associated with the mechanism of immune escape of

tumoral cells and inhibitors of these enzymes have been considered as immuno-

adjuvants in antitumor therapy. The most known is the 1-methyl-tryptophan (1-MT), a

competitive inhibitor of IDO and a target in clinical trials. 1-MT is found in the

enantiomeric forms D- and L- and although 1-L-MT is more efficient to inhibit IDO1

(the isoform more active in tumors), 1-D-MT is more efficient in experimental models.

This fact suggests that 1-MT may have additional actions beyond IDO inhibition. In this

study, we evaluated the direct effects of 1-D-MT, 1-L-MT and 1-DL-MT on human

melanomas. We also tested the effects of the compound 680C91 (an inhibitor of TDO).

Proliferation, migration and invasion are the usual in vitro tests to evaluate how a

specific compound affects tumor progression. We observed that all of the tested

compounds have some direct effect on at least one of these parameters depending on the

cell lineage. Therefore, direct effects on proliferation, migration and invasion must

compose the antineoplastic activity of these compounds. In co-cultures, we observed

that 1-MT was able to potentiate the tumoricidal activity of peripheral blood

mononuclear cells (PBMC) and led to a decreased production of IFN-γ and TNF-α, and

an increase in IL-10. These changes were not linked with the inhibition of KYN

production, and led us to consider that the effect of 1-MT on cytokine production occurs

independently of the enzyme IDO and is part of its antitumor effects. 1-MT also led to

changes in the concentration of other Trp metabolites. Finally, the co-culture by itself

led to an increased consumption of xanthurenic acid (XA) and increased production of

kynurenic acid (KA). This result seems significant to the immunology of tumors given

the biological effects of these compounds.

Keywords: cancer, indoleamine-2,3-dioxygenase, 1-methyl-tryptophan, immuno escape

IFN-γ.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVEATURAS........................................................................................16

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................18

LISTA DE TABELAS.......................................................................................................20

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................21

1.1. Metabolismo do Triptofano...............................................................................21

1.2. Metabolismo do Triptofano e Câncer................................................................24

1.3. Câncer e Imunogenicidade................................................................................26

1.4. Enzimas IDO e TDO.........................................................................................28

1.5. Inibidores de IDO e TDO..................................................................................30

1.6. Efeitos de 1-MT independentes de sua ação inibitória sobre IDO...................32

2. OBJETIVOS..................................................................................................................35

2.1. OBJETIVO GERAL........................................................................................35

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................35

3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................36

3.1. Cultura de células.............................................................................................36

3.2. Quantificação de triptofano nas amostras de 1-MT.........................................37

3.3. Ensaio de viabilidade celular por MTT (24h)..................................................37

3.4. Ensaio Clonogênico.........................................................................................38

3.5. Teste da ferida.................................................................................................38

3.6. Invasão celular in vitro....................................................................................39

3.7. Co-cultura........................................................................................................40

3.7.1. Co-cultura em placas de 96 poços em formato de U........................40

3.7.2. Co-cultura em placas de 12 poços.....................................................41

3.7.3. Produção de IFN-γ............................................................................41

3.7.4. Produção de IL-10, IL-6, IL-1 β, IL-8, IL-12 e TNF-α.....................41

3.7.5. Quantificação dos metabólitos do Trp...............................................42

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3.8. Análise do Ciclo Celular..................................................................................43

3.9. Análise estatística.............................................................................................43

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................44

CAP. 1: Efeitos diretos dos inibidores de IDO e TDO sobre a célula tumoral...................45

CAP. 2: Efeitos sobre a resposta imunológica, mediados ou não pela enzima IDO..........57

5. CONCLUSÕES.............................................................................................................78

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................79

7. ANEXOS........................................................................................................................89

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LISTA DE ABREVEATURAS

1-D-MT: 1-D-metil-triptofano

1-DL-MT: 1-DL-metil-triptofano

1-L-MT: 1-L-metil-triptofano

1-MT: 1-metil-triptofano

5-HT: serotonina

5-OH-QUIM: 5-hidróxi-quinuramina

AA: ácido antranílico

ACS: 2-amino-3-carboximuconato semialdeído

AFMK: N1-acetil-N2-formil-5-metóxiquinuramina

AhR: receptor aril hidrocarboneto

AMK: N1-acetil-α5-metoxiquinuramina

ATB: antibiótico

CBA: Cytometric Bead Array

DMT: N-N-dimetiltriptamina

f-QUIN: N-formil-quinurenina

HAA: ácido 3-hidróxi-antranílico

HIAA: ácido 5-hidróxi-indol-acético

HIAA-D2: ácido 5-hidróxi-indol-acético deuterado 2

HK: 3–hidróxi–quinurenina

IAA: ácido indolacético

IDO1: indolamina 2,3-dioxigenase 1

IDO2: indolamina 2.3-dioxigenase 2

IFN-γ: interferon-gama

IL-1 β: interleucina 1 beta

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IL-6: interleucina 6

IL-8: interleucina 8

IL-10: interleucina 10

IL-12: interleucina 12

KA: ácido quinurênico

MLT: melatonina

MLT-D7: melatonina deuterada 7

NA: ácido nicotínico

NAD+: nicotinamida adenina dinucleotídeo

NAM: nicotinamida

NrN: nicotinato D-ribonucleotídeo

PA: ácido picolínico

PBMC: células mononucleares do sangue periférico

QA: ácido quinolínico

QUIN: N-quinurenina

SFB: soro fetal bovino

TDO: triptofano-2,3-dioxigenase

TME: triptofano-metil-éster

TNF-α: fator de necrose tumoral alfa

Trp: triptofano

TRY: triptamina

Via QUIN: via das quinureninas

Via SER/MLT: via serotoninérgica/melotoninérgica

Via TRY: via das triptaminas

XA: ácido xanturênico

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Via das quinureninas do catabolismo do TRP................................................22

Figura 2: Via das triptaminas do catabolismo do TRP...................................................23

Figura 3: Via Serotoninérgica/Melatoninérgica do catabolismo de Trp........................24

Figura 4: Estrutura das enzimas IDO e TDO.................................................................29

Figura 5: Reação de oxidação do triptofano pelas enzimas IDO e TDO originando N-

formilquinurenina............................................................................................................29

Figura 6: Estrutura química dos enantiômeros de 1-MT................................................31

Figura 7: Estrutura química do composto 680C91.........................................................32

Figura 8: Porcentagem e concentração final de triptofano contaminante em todos os

lotes de 1-MT...................................................................................................................47

Figura 9: Triptofano existente em cada lote de 1-MT acrescida do triptofano contido

em DMEM.......................................................................................................................48

Figura 10: Viabilidade celular na presença de diferentes concentrações de triptofano

segundo o método de MTT..............................................................................................49

Figura 11: Proliferação da SK-Mel 19 na presença de 1-MT e 680C91........................50

Figura 12: Proliferação da SK-Mel 147 na presença de 1-MT e 680C91......................51

Figura 13: Migração da linhagem SK-Mel 19 na presença de 1-MT e 680C91............53

Figura 14: Migração da linhagem SK-Mel 147 na presença de 1-MT e 680C91..........54

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Figura 15: Invasão da SK-Mel 19 e da SK-Mel 147 na presença de 1-MT e

680C91.............................................................................................................................55

Figura 16: Padronização das co-culturas com diferentes proporções de célula tumoral e

PBMC e diferentes concentrações de 1-DL-MT..............................................................58

Figura 17: Análise do ciclo celular segundo condições estipuladas na padronização...60

Figura 18: Grupos de condições com as quais trabalhamos nas co-culturas realizadas

em placas de 96 poços.....................................................................................................61

Figura 19: Viabilidade celular segundo contagem com Azul de Tripan, após incubação

de 72 horas em placa de 96 poços com fundo em U.......................................................62

Figura 20: Grupos de condições com as quais trabalhamos nas co-culturas realizadas

em placas de 12 poços.....................................................................................................64

Figura 21: Quantificação de citocinas inflamatórias, IFN- γ, TNF-α, IL-6, IL-1 β, IL-

12, IL-8 e IL-10...............................................................................................................65

Figura 22: Concentração de Trp e QUIN no sobrenadante dos ensaios de co-cultura...68

Figura 23: Concentração dos metabólitos da via QUIN (AA, KA, XA, QA, NA) no

sobrenadante dos ensaios de co-cultura...........................................................................72

Figura 24: Concentração de 5-HT e IAA no sobrenadante dos ensaios de co-cultura...76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Mutações apresentadas pelas linhagens de melanomas SK-Mel 19 e SK-Mel

147...................................................................................................................................36

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Metabolismo do Triptofano

O triptofano (Trp) é um aminoácido essencial que é utilizado para síntese

proteica, mas também pode ser degradado por diferentes vias catabólicas e gerar

compostos com diversas atividades biológicas (1, 2), sendo a via das quinureninas (Via

QUIN) seu principal fluxo catabólico (Fig. 1). Nela, o Trp é oxidado a N-formil-

quinurenina (f-QUIN) com subsequente deformilação por arilformidases constitutivas,

gerando o metabólito quinurenina (QUIN), o produto mais estudado da via QUIN.

Duas enzimas são responsáveis pela catálise do Trp à f-QUIN: a triptofano-2,3-

dioxigenase (TDO) e indolamina-2,3-dioxigenase (IDO). A QUIN pode ser substrato de

diferentes enzimas e gerar ácido antranílico (AA), 3–hidróxi–quinurenina (HK) e ácido

quinurênico (KA) (3).

HK pode ser hidrolisado e produzir ácido xanturênico (XA) (4) e ácido 3-

hidróxi-antranílico (HAA). HAA também pode ser sintetizado a partir da hidroxilação

de AA. HAA por sua vez é convertido em 2-amino-3-carboximuconato semialdeído

(ACS), que é rearranjado não enzimaticamente a ácido quinolínico (QA), que inicia o

metabolismo de nicotinamida (NAM). ACS pode também ser descarboxilado e gerar 2-

aminomuconato semialdeído que é rearranjado a ácido picolínico (PA) (1).

Os últimos passos da via QUIN são relacionados ao metabolismo de ácido

nicotínico (NA) e nicotinamida (NAM) que é responsável, dentre outras moléculas, pela

síntese de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+). Resumidamente, o ácido

quinolínico (QA) é substrato da síntese de nicotinato D-ribonucleotídeo (NrN). Entre

outras reações, NrN participa da síntese de vitamina B3, o ácido nicotínico (NA),

nicotinamida (NAM) e NAD+. Assim, todos esses metabólitos: QA, NA e NAM podem

ser usados por uma célula humana para sintetizar NAD+

(5, 6).

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Figura 1: Via das quinureninas do catabolismo do TRP (Via QUIN).

Outra via de metabolização do Trp, é a via serotonérgica/melatoninérgica (via

SER/MLT) (Fig.2). Essa via se inicia a partir da hidroxilação do Trp, e formação de 5-

hidróxi-triptofano, com posterior descaboxilação gerando serotonina (5-HT) (7). Tanto

5-hidróxi-triptofano como a 5-HT podem sofrer ação da IDO e serem convertidos a 5-

hidróxi-quinurenina e 5-hidróxi-quinuramina (5-OH-QUIM), respectivamente, o que

demonstra que as vias QUIN e SER/MLT se intercomunicam entre si.

A 5-HT pode ser catalisada por monoamino oxidases e formar 5-hidróxi-indol-

acetalaldeído que gera o seu principal metabólito, o ácido 5-hidróxi-indol-acético

(HIAA) (8, 9). Como produto do 5-hidróxi-indol-acetaldeído tem-se também, 5-hidróxi-

triptofol, que é o metabólito de 5-HT encontrado em menor quantidade, representando

apenas 1% do turnover de 5-HT (10). A formação dos dois produtos metabólicos da 5-

HT, citados acima, são intimamente dependentes da relação NAD/NADH (11) já que as

enzimas envolvidas utilizam essas moléculas como co-fator. Algumas células são

capazes de utilizar 5-HT para a síntese de melatonina (MLT) através da rota

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intermediada por N-acetilserotonina. A 5-HT é N-acetilada e metoxilada, gerando N-

acetil-5-metóxi-triptamina, a melatonina (12, 13).

A melatonina tem capacidade de capturar radicais de oxigênio e gerar diferentes

metabólitos (14). O metabólito N1-acetil-N2-formil-5-metóxiquinuramina (AFMK) é

considerado o principal metabólito da melatonina, sendo obtido por reações com

radicais hidroxila e oxigênio singlete, mas também pode ser produzido por catálise

enzimática por mieloperoxidase de neutrófilos (15). O AFMK obtido por oxidação da

MLT pode ser deformilado e dar origem a N1-acetil-α5-metoxiquinuramina (AMK)

(16). Juntos, AFMK e AMK são os principais metabólitos da melatonina.

Figura 2: Via Serotoninérgica/Melatoninérgica do catabolismo de Trp (Via SER/MTL).

NH2

NH

O

OH

Trp

1

5-OH-Trp

SERHIAA NAS

MLT

AMK AFMK

53

2

4

KYM

OH

NH

5-HTOL

ONH2

NH

O

NH

O

NH

O

OHN

O

O

NH

O

OH2N

O

2

6

7Enzimas

1 - EC 1.14.16.42 - EC 4.1.1.283 - EC 1.2.1.34 - EC 1.1.1.215 - EC 2.3.1.876 - EC 2.1.1.47 - EC 1.11.2.2

NH2

NH

O

HOHO

NH2

NH

HO

NH O

OH

HO

NH

NH

OH

O

NH2

HO

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24

Apesar das vias QUIN e SER/MLT somadas serem responsáveis pela quase

totalidade do catabolismo de Trp, uma parte minoritária do Trp pode ser convertida em

dimetiltriptamina (DMT) pela via das Triptaminas (Via TRY) (Fig. 3). O DMT é

proveniente da metilação da triptamina (TRY), produzida a partir da descarboxilação do

triptofano. A TRY possui também como metabólito o ácido indolacético (IAA).

Figura 3: Via das triptaminas do catabolismo do TRP (via TRY).

1.2. Metabolismo do Triptofano e Câncer

O catabolismo elevado do triptofano no câncer foi descrito pela primeira vez na

década de 50 ao se analisar a urina de pacientes com neoplasia de bexiga.

Posteriormente, foi detectada grande quantidade de metabólitos do triptofano também

na urina de pacientes com câncer de mama, câncer de próstata, linfoma de Hodgkin e

leucemia (17). Atualmente, novos estudos mostraram a relevância de metabolitos das

três vias de catabolismo do triptofano, inclusive trabalhos desenvolvidos pelo nosso

grupo de pesquisa descrevem essa relação (18, 19).

O esgotamento do Trp pode ter um efeito negativo sobre a proliferação celular,

em especial a de células T, uma vez que a imunomodulação causada pela depleção do

Trp influência na tolerância de tumores, transplantes e até na implantação do feto (20).

Esta depleção de triptofano tem como fator determinante a atividade das enzimas

NH2NH

O

OH NH2

NH

1N

NHCO2 SAM SAM

NH

O

OH

2 2

3

Trp TRY DMT

IAA

Enzimas

1 - EC 4.1.1.282 - EC 2.1.1.493 - EC 1.4.3.4

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25

indolamina-2,3-dioxigenase (IDO) e triptofano-2,3-dioxigenase (TDO), resultando em

produção de quinurenina (21). IDO está provavelmente relacionada à progressão do

câncer, atuando como marcador de mau prognóstico na doença (22). Isso ocorre, pois

QUIN tem efeitos tolerogênicos nas células dendríticas e suprime a atividade de células

T (23), causando um efeito pró-tumoral (24). Sugere-se também, que a expressão de

IDO pelo tumor pode inibir a ação das células NK e macrófagos (25).

TDO se encontra enzimaticamente ativa em vários tipos de câncer, sendo

expressa em carcinoma da bexiga, carcinoma hepatocelular e melanoma. Estudos sobre

sua atuação no câncer também vem ganhando atenção, uma vez que esta enzima pode

ativar o receptor aril hidrocarboneto (AhR), por meio de produção de QUIN, e este

receptor está diretamente relacionado ao crescimento e a motilidade celular (26, 27).

AhR é um fator de transcrição ativado por ligantes presentes em muitas células,

que pode ligar estímulos químicos ambientais com respostas adaptativas, tais como

desintoxicação, homeostase celular ou respostas imunes. Como exemplo disto, um

artigo publicado em 2012 mostra tumores cerebrais humanos que utilizam o AhR para

obter vantagens de crescimento (28). Outro trabalho do mesmo ano apresentou que a

expressão de TDO em tumores impediu sua rejeição em modelos pré-clínicos de ratos

imunizados, e, portanto, desenvolveram um inibidor de TDO que restaurou a capacidade

desses animais de rejeitarem os tumores. Os resultados deste trabalho descrevem um

mecanismo de resistência imunitária tumoral baseada na expressão de TDO e estabelece

um conceito para o uso de seus inibidores na terapia contra o câncer (29).

Considerando esses estudos, a relação do metabolismo do Trp com a progressão

e o desenvolvimento do câncer está intimamente envolvida com a supressão do sistema

imunológico no microambiente tumoral.

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26

1.3. Câncer e Imunogenicidade

A compreensão da fisiopatologia do câncer depende dos mecanismos

imunológicos nela envolvidos. Recentemente, tem sido sugerido que o sistema imune

não responde ao não-próprio, mas sim a bruscas alterações nos padrões antigênicos com

os quais ele está em contato (30).

Posto isto, espera-se que o sistema imunológico possua habilidade protetora

contra o câncer, porém as células tumorais conseguem modificar o microambiente ao

seu redor, na tentativa de favorecer sua progressão. Esta disputa entre os dois tipos

celulares mostra que um sistema imunológico ativo pode erradicar o câncer, assim como

o câncer também pode escapar do sistema imunológico. Desta forma, o balanço entre

imunossupressão e imunoestimulação no microambiente tumoral tem profundas

implicações para a eliminação, equilíbrio e escape do tumor (31, 32).

A atuação do sistema imune envolve respostas do sistema imunológico inato e

adaptativo. Linfócitos T, células NK e macrófagos protegem o organismo quando ainda

não existem evidências clínicas da doença, e se as células tumorais forem extintas,

ocorreu então um processo de eliminação do tumor ainda em fase inicial. Vários estudos

têm mostrado a participação de cada uma dessas células em tumores específicos. Em

melanomas, as células T desempenham uma resposta eficiente por meio da ação efetora

de células T CD8+

e T CD4+ (33). Os linfócitos NK que também compõe o sistema

imune inato identificam e destroem células que perderam o complexo principal de

histocompatibilidade (MHC) I decorrente de uma transformação tumoral (34). Por este

motivo, essas células desempenham um importante papel na erradicação de tumores

durante a formação do tumor primário e também após o estabelecimento de metástases

(35). No microambiente tumoral ainda estão presentes os macrófagos que aparecem em

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27

maior quantidade em lesões primárias e em menor, nas metastáticas. Essas células

podem tanto atuar no combate do tumor quanto sofrer uma ativação alternativa que

resulta na inibição do sistema imunológico e desta forma, favorecem a tolerância e a

progressão tumoral (34).

Se células tumorais não forem erradicadas pelo sistema imune nas fases iniciais,

numa etapa seguinte elas desenvolvem a capacidade de colonizar sítios em tecidos do

hospedeiro, porém o sistema imune ainda consegue contê-las, caracterizando um

equilíbrio imunológico. Entretanto existe também uma terceira possibilidade, que

acontece quando as células tumorais desenvolvem a capacidade de contornar e suprimir

o sistema imunológico do hospedeiro, tomando o controle da situação. Este processo é

chamado de imune escape e garante que a lesão tumoral progrida e a doença torne-se

aparente, dando inicio as limitações no tratamento do câncer (17). O imune escape das

células tumorais acontece porque a maioria dos tumores são formados por células do

próprio organismo, o que faz com que o sistema imune comece a trabalhar mais

tardiamente. Além disso, as células tumorais são capazes de desenvolver várias táticas

para evadir o sistema imune (33). Dentre os mecanismos moleculares envolvidos no

imune escape podemos citar, alteração da expressão de HLA clássico e não clássico,

diminuição de antígenos tumorais, perda de moléculas co-estimulatórias importantes na

resposta imunológica, produção de citocinas imunossupressoras, dentre outros (36).

No contexto do imune escape se sobressaem as enzimas IDO e TDO, que

produzirem QUIN, e por este motivo apresentam atividades imunossupressoras, atuando

assim no microambiente tumoral de forma a favorecer o escape imunológico das células

tumorais.

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28

1.4. Enzimas IDO e TDO

Como dito anteriormente, indolamina 2,3-dioxigenase e triptofano 2,3-

dioxigenase são as enzimas responsáveis pelo passo inicial e limitante da velocidade na

via QUIN (20). IDO pode ser induzida por interferon-γ (IFN- γ) e é expressa na maioria

dos tecidos humanos. Outras citocinas ou lipopolissacáridos também são capazes de

induzir IDO, embora de forma menos efetiva (37). TDO pode ser induzida por

glicocorticoides, cortisol e estresse (38), e é expressa principalmente no fígado de seres

humanos, mas após estímulos pode ser detectada também em outros tecidos, incluindo a

placenta, útero gravídico, epidídimo, testículos e cérebro (27). Estas enzimas

apresentam características imunossupressoras e estão ligadas a uma variedade de

condições fisiológicas e fisiopatológicas imuno-relacionadas (37).

IDO é uma proteína monomérica que contém um domínio C-terminal, um N-

terminal e um grupo heme em sua estrutura. O domínio C-terminal é essencialmente

idêntico ao monómero de TDO, e as estruturas são facilmente sobreponíveis. A região

que liga os dois domínios é extensa e eles são unidos por um loop (39). A enzima TDO

possui estrutura tetramérica com um heme por monómero, sendo que os resíduos N-

terminais de cada monômero estão inseridos no local de ligação do substrato no

monômero adjacente. A região N-terminal encontra-se acima da face distal do heme,

formando parte da cavidade de ligação. A estrutura da enzima é completamente

helicoidal, e um loop flexível, envolvido na ligação do Trp, é observado na parte

exterior do grupo heme (Fig. 4) (39). Mesmo TDO sendo tetramérica e IDO

monomérica, elas apresentam grande semelhança estrutural entre si, que pode ser

explicada pela estrutura de alinhamento das sequências (39).

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29

Figura 1: (A) Estrutura de IDO. O domínio N-terminal menor é mostrado em cinza e o

domínio C-terminal é mostrado em azul. (B) Estrutura de TDO. O triptofano é

representado pelas estruturas em vermelho e os monômeros diferentes são mostrados

em lilás, verde, cinza e azul (39).

A oxidação do Trp ocorre por meio da inserção de dois átomos de oxigênio no

seu anel pirrólico (Fig. 5). O mecanismo de clivagem do anel indólico envolve a

abstração de próton pelo O2 ligado ao ferro (que passa do seu estado férrico a ferroso),

seguindo de adição eletrofílica do oxigênio, atacando a dupla ligação entre os carbonos

C2 e C3 do anel indólico.

Figura 2: Reação de oxidação do triptofano pelas enzimas IDO e TDO originando N-

formil-quinurenina.

IDO e TDO seguem mecanismos de ação semelhantes, porém diferenças sutis

distinguem as duas reações enzimáticas. IDO reage preferencialmente com superóxido,

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30

podendo reagir também com oxigênio para catalisar Trp ou outras indolaminas,

enquanto TDO reage apenas com o oxigênio e é específico para Trp e alguns de seus

derivados substituídos na posição 5 e 6 (40).

Existem duas isoformas de IDO que apresentam 43% de similaridade entre si,

sendo elas IDO1 e IDO2. IDO2 foi descoberta em 2007, e o seu gene de codificação é

adjacente ao da IDO1 no cromossoma 8, sugerindo um produto de duplicação de genes.

As duas enzimas são capazes de oxidar Trp em f-QUIN, porém a IDO2 é menos

eficiente nesta função e apesar de ser expressa em células tumorais, ela parece não ser

ativa no microambiente tumoral (21, 41).

Com base nos mecanismos de tolerância induzida por IDO e TDO citados nos

itens anteriores, o bloqueio dessas enzimas pode ser clinicamente útil para impedir a

imunossupressão local. E o 1-metitriptofano (1-MT), tem sido o inibidor mais estudado

neste contexto.

1.5. Inibidores de IDO e TDO

Em 1991 estudos com intestino delgado de coelho mostraram que o 1-

metiltriptofano (1-MT) era um inibidor competitivo da IDO (42). Desde então, vários

grupos descrevem a inibição da atividade de IDO por 1-MT, em várias espécies, e um

dado que merece relevância nesses trabalhos é a diminuição da função imunoreguladora

da IDO na presença deste inibidor (18, 24, 43, 44). Esta diminuição pode ser ilustrada

pelo aumento da proliferação tanto de células mononucleares do sangue periférico (45)

quanto em culturas de linfócitos T CD4+ (46). Além disso, a administração in vivo de 1-

MT bloqueia o efeito imunossupressor da IDO (47, 48).

1-MT existe em duas formas (Fig. 6), o enantiômero levógiro (1-L-MT) e o

enantiômero dextrógiro (1-D-MT), sendo encontrado também na forma da mistura

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31

racêmica (1-DL-MT), que possui em torno de 50% de cada um dos enantiômeros.

Embora a atividade da enzima IDO1 seja inibida mais eficientemente por 1-L-MT in

vitro, 1-D-MT é mais efetiva no aumento de respostas antitumorais in vivo (49, 50), e

por este motivo é esta a isoforma em análise nos clinical trials como um

imunoadjuvante na terapia do câncer (51).

Figura 3: Estrutura química dos enantiômeros de 1-MT, o inibidor de IDO.

Estudos de farmacodinâmica e farmacocinética do 1-MT são ainda insuficientes.

Um deles, publicado em 2007 mostra as características de biodisponibilidade e

segurança de 1-D-MT. O composto apresenta boa estabilidade e elevada

biodisponibilidade que podem variar entres diferentes espécies. No que diz respeito à

toxicidade, 1-D-MT não produz efeitos adversos significativos ou alterações

hematológicas e bioquímicas (52).

Quando comparado ao triptofano, o enantiômero dextrogiro de 1-MT, após

administração oral em ratos apresentou-se menos ligado a proteínas plasmáticas, o que

pode ser devido à adição do grupo metila e a maior concentração do composto foi

detectada no rim, seguido do fígado, músculo, coração, pulmão e baço respectivamente,

sendo que 35% da sua excreção se deu pela urina, restando apenas 15% nas fezes (52).

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32

O composto 68OC91 (Fig. 7) é um potente inibidor de TDO, sendo seletivo para

este substrato quando comparado a uma série de outras enzimas e receptores que

modulam o metabolismo do triptofano. Eficaz não só para células isoladas, mas também

em sistemas mais complexos, este inibidor de TDO tem sido explorado quanto ao seu

papel na regulação do metabolismo de triptofano, relacionando-o ao microambiente

inflamatório e tumoral (53).

Figura 4: Estrutura química do inibidor de TDO, composto 680C91.

Um dado importante neste contexto é que 680C91 não apresenta capacidade

inibitória sobre a enzima IDO, assim como nenhuma das isoformas de 1-MT inibem

TDO (54).

1.6. Efeitos de 1-MT independentes de sua ação inibitória

sobre IDO.

Como mencionado anteriormente, vários estudos se dedicam a identificar novos

inibidores e decifrar mecanismos de ação destes compostos. Nosso interesse reside tanto

na ação destes compostos como inibidores de IDO e TDO, quanto na identificação de

efeitos não mediados pela IDO sobre a célula tumoral. Destacando que estes podem

contribuir como um dos fatores na terapia antineoplásica.

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33

Conhecida a existência de duas formas enantioméricas do inibidor de IDO e da

atuação de IDO1 e IDO2 sobre o metabolismo do triptofano, é importante destacar que,

1-L-MT é mais eficiente na inibição da IDO1 e 1-D-MT é mais hábil na redução

experimental de tumores. Sendo IDO1 a isoforma mais ativa em tumores, esse dado

sugere que o 1-MT possa ter ações que independam de qualquer isoforma de IDO,

atuando diretamente contra ao câncer (21).

Uma publicação anterior do grupo descreveu que 1-DL-MT diminui a capacidade

clonogênica de melanomas e gliomas humanos. Este mesmo trabalho mostra que a

inibição de IDO por 1-MT, avaliada por meio da quantificação de QUIN nas mesmas

linhagens de melanomas usadas aqui (SK-Mel 19 e SK-Mel 147), só ocorre na presença

de IFN-γ, indicando que estas células não expressam IDO espontaneamente (18).

Um outro exemplo da ação de 1-MT independente de sua inibição sobre IDO foi

publicado em 2006 por Agaugué e colaboradores. Eles observaram que os efeitos do 1-

MT na maturação de células dendríticas não estão correlacionadas com a inibição da

atividade de IDO. Isto porque 1-MT possui efeitos distintos sobre a maturação

desencadeada por duas substâncias que induzem a mesma atividade sobre IDO. Além

disso, 1-MT modifica as propriedades funcionais das células dendríticas tratados com

peptídeos glicanos sem afetar a atividade de IDO dessas células (55).

Desta maneira sabemos que 1-MT pode ter várias funções além de inibir IDO

que podem contribuir para os efeitos in vivo e os enantiômeros podem atuar em

substratos distintos, e é neste âmbito que o nosso trabalho se insere. Inicialmente,

utilizando condições nas quais IDO não é expressa, ou seja células não ativadas por

IFN-γ, quisemos avaliar o efeitos diretos dos estereoisomeros, 1-D-MT, 1-L-MT, 1-DL-

MT, sobre melanomas humanos. Em uma segunda etapa do trabalho, analisamos os

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34

efeitos destes compostos sobre a ação tumoricida de células do sistema imunológico,

sendo estes efeitos, modulados ou não pela enzima IDO. Com estes resultados

evidenciamos atividades adicionais que podem cooperar para a eficiência terapêutica

destes diferentes enantiômeros.

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35

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL:

No presente trabalho avaliamos os efeitos diretos e os efeitos sobre o sistema

imunológico, mediado ou não pela enzima indoleamina-2,3-dioxigenase, dos compostos

1-D-MT, 1-L-MT, 1-DL-MT e 680C91.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Avaliar os efeitos diretos de 1-D-MT, 1-L-MT, 1-DL-MT e 680C91 na

proliferação, migração e invasão de melanomas humanos;

Avaliar a atuação destes inibidores na atividade antitumoral de células do

sistema imune, acompanhada em co-culturas de linhagens tumorais com

PBMC;

Identificar as possíveis ações do 1-MT sobre passos do metabolismo do Trp,

incluindo as três rotas conhecidas.

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36

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Cultura de células

Os experimentos foram realizados com duas linhagens de melanomas humanos

metastáticos: SK-Mel-19 e SK-Mel-147. Optamos por este modelo experimental devido

a grande relevância deste tipo de câncer, além dos vários estudos envolvendo esse tipo

tumoral com respostas positivas que já se encontram em clinical trials (51). Em adição,

SK-Mel 19 e SK-Mel 147 são linhagens com as quais o grupo de pesquisa já possui

familiaridade e uma coleção de dados (18) que poderá sustentar as conclusões aqui

encontradas. Estas linhagens de melanomas possuem mutações especificas que estão

descritas na tabela 1.

As células foram mantidas e cultivadas em meio DMEM (Gibco) suplementado

com 10% de soro fetal bovino (SFB) e antibiótico (ATB; 100 U/mL penicilina e 100

μg/mL estreptomicina), sob 37º C em atmosfera úmida constituída de 5% de CO2.

Linhagens

estudadas BRAF NRAS p53 PTEN

SK-Mel 19 Mutante

(V600E) w w -

SK-Mel 147 w Q61R wR

+

Tabela 1: Mutações apresentadas pelas duas linhagens de células utilizadas neste

trabalho. wR: linhagem selvagem para o gene p 53 apresentando polimorfismo em

P72R. (56)

As células mononucleares do sangue periférico (PBMC) foram isoladas por

gradiente de densidade e mantidas durante os experimentos em RPMI (Gibco)

suplementado com 3% de soro fetal bovino (SFB) e antibiótico (ATB; 100 U/mL

penicilina e 100 μg/mL estreptomicina) sob 37º C em atmosfera úmida constituída de

5% de CO2.

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37

3.2. Quantificação de triptofano nas amostras de 1-MT

A quantificação de triptofano nas amostras de 1-MT foi realizada por

espectrometria de massas, em colaboração com o Laboratório de Toxinas e Produtos

Naturais de Algas do Professor Dr. Ernani Pinto Júnior. A concentração deste analito foi

quantificada a partir de uma curva padrão de triptofano. Para todos os ensaios realizados

neste trabalho com os inibidores de IDO, foram utilizados lotes fixos de 1-MT. O ajuste

da porcentagem de triptofano nestes lotes foi feito através da sua adição nas soluções

todas as vezes em que elas foram preparadas, igualando desta forma as concentrações

nos diferentes enantiômeros.

3.3. Ensaio de viabilidade celular por MTT (24h)

Foram plaqueadas 7x103 células/poço para a SK-Mel 147 e 11x10

3 células/poço

para a SK-Mel 19 em 200 µl de suspensão celular. Posteriormente a placa foi incubada

sob 37º C em atmosfera úmida constituída de 5% de CO2 por 24 horas. Após este

período o meio de cultura foi retirado e as células foram tratadas com 200 µl das

soluções de triptofano nas concentrações testadas (100, 150 e 200 µM) e da solução

controle (apenas o Trp já contido no meio de cultura). A placa foi novamente incubada

nas mesmas condições anteriores e ao final das 24 horas o tratamento foi retirado e os

poços lavados duas vezes com 200 µl de PBS estéril a temperatura de 37ºC.

Foi feita uma solução de MTT 5mg/ml em PBS que então foi diluída 1:5 em

DMEM sem SFB. Em seguida foi adicionado 200 µl desta solução de MTT (0,5mg/mL)

em cada poço e então a placa foi incubada por 3 horas. Após a retirada da solução de

MTT da placa, foram adicionados a todos os poços 200µl de DMSO puro. Para a leitura

a 570 nM a placa foi agitada no próprio leitor de absorbância por 10 segundos.

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38

3.4. Ensaio Clonogênico

A análise da proliferação das células foi realizada por meio do ensaio

clonogênico. Ensaio de formação de colônia ou ensaio clonogênico é um teste in vitro

que pondera a capacidade de uma única célula crescer e se multiplicar formando uma

colônia (48).

Para isso, as duas linhagens de melanomas estudados foram cultivadas em placas

de seis poços em uma densidade de 300 células por poço. Após três dias de incubação

sob 37º C em atmosfera úmida constituída de 5% de CO2, meio de cultura fresco,

condicionado ou não com diferentes tratamentos, foi adicionado aos poços. Este

procedimento foi realizado a cada dois dias, totalizando de 12 a 15 dias, dependendo da

quantidade de colônias formadas para cada linhagem celular. Após esta etapa, as células

foram lavadas com PBS gelado, fixadas e coradas em solução de glutaraldeído 25% e

cristal violeta 2% por três horas. Após sucessivas lavagens com água destilada para

retirar o excesso de cristal violeta, as placas foram deixadas à temperatura ambiente

para secarem. O tamanho e a quantidade das colônias foram calculados usando o

software de imagem CARESTREAM MOLECULAR da In-Vivo MS FX-PRO

(Carestream Health Inc., Woodbridge, CT, EUA).

3.5. Teste da ferida

A migração é definida como o movimento dirigido de células em um substrato,

tal como membranas basais ou placas de plástico. O teste da ferida ou scratch test é um

ensaio in vitro utilizado para medir a capacidade migratória das células sobre uma

superfície (57).

Foram plaqueadas em placas de 24 poços, 1x105 células/poço de SK-Mel 147 e

2x105 células/poço de SK-Mel 19. As duas linhagens de melanomas foram cultivadas

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39

até confluência de 90%. Nesta condição, uma ferida foi feita no centro da monocamada

celular. Meio de cultura condicionado ou não com os tratamentos, foi adicionado ao

poço e imediatamente, imagens digitais foram obtidas e denominadas “tempo zero”.

Estas foram posteriormente utilizadas para o cálculo da área migrada. As células foram

então incubadas por 24 horas (SK-Mel 147) e por 36 horas (SK-Mel 19), o parâmetro

utilizado para a finalização do experimento foi o fechamento quase total da cicatriz na

célula controle. Neste momento, novas imagens digitais foram obtidas e a área migrada

foi quantificada pelo programa Axiovision®.

3.6. Invasão celular in vitro

A invasão requer capacidade migratória das células e o que difere esses

processos é a existência de uma barreira a ser transposta. A migração é um movimento

em 2D sobre uma superfície, enquanto a invasão envolve a transposição 3D das células

por uma camada de matrigel (58). O princípio deste ensaio é baseado em duas câmaras

separadas por uma membrana porosa, através do qual as células transmigram. Este é um

ensaio endpoint, ou seja, o tempo ótimo de análise deve ser determinado

individualmente para cada tipo de célula testada (59).

Neste estudo, a invasão foi realizada por testes em transwell ou câmaras de

Boyden. Para isso, as câmaras (8 μm, BD®) foram colocadas em placas de 24 poços.

Matrigel (BD®) foi diluído 1:10 em DMEM sem soro e adicionado sobre a membrana

da câmara. As células foram plaqueadas (1x105 células/mL) no compartimento interno

da câmara em uma suspensão de 200 μL de DMEM com SFB 3% na presença ou

ausência de tratamento. 400 μL de DMEM com SFB 3% foram adicionados no

compartimento externo à câmara de Boyden. O tempo de incubação foi de 48 horas para

as duas linhagens de melanomas. As células que invadiram através do matrigel foram

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40

fixadas com glutaraldeído 5%, lavadas 3x com água destilada e então coradas com

solução de azul de toluidina 2%. Após nova lavagem com água destilada para retirada

do excesso de corante, o compartimento interno da câmara foi limpo com hastes de

algodão. Dez imagens de campos distintos foram capturas para cada poço da placa, e a

partir destas imagens as células que invadiram foram quantificadas.

3.7. Co-cultura

A co-cultura celular é uma metodologia onde dois ou mais tipos de células

diferentes são cultivados simultaneamente e no mesmo espaço. Neste trabalho, para

representar as células do sistema imune, utilizamos células mononucleares do sangue

periférico (PBMC), compostas principalmente por linfócitos e monócitos. Estas células

são cultivadas juntamente com células de melanoma, na presença ou não de inibidores.

Foram realizados dois desenhos experimentais distintos para as co-culturas, em

um primeiro momento visamos o contato das células por meio da utilização de placas de

96 poços em formato de U, porém este desenho não favorecia as quantificações no

sobrenadante dessas co-culturas. Desta forma, um novo desenho foi feito, onde

utilizamos placas de 12 poços, as quais não beneficiam o contato entre os dois tipos

celulares, mas possibilita a realização do experimento com uma quantidade maior de

meio de cultura, e assim foi possível usar o sobrenadante para ensaios de quantificação

de citocinas e metabólitos do Trp.

3.7.1. Co-cultura em placas de 96 poços em formato de U

Foram plaqueadas 5x103 células de SK-Mel 19 por poço e 2x10

3 células de SK-

Mel 147 em 200 µL de DMEM 10% SFB em placas de 96 poços em formato de U.

Após as 24 horas de incubação, sangue periférico de pessoas saudáveis foi coletado em

heparina e as células mononucleares do sangue periférico (PBMC) foram isoladas dos

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41

outros componentes do sangue por gradiente de densidade com Histopaque®-1077.

Essas células de PBMC foram contabilizadas e colocadas em cultura na presença do

tratamento requerido e 200 µL de meio de cultura RPMI 3% SFB, juntamente com as

células tumorais plaqueadas no dia anterior. Após 72 horas de incubação, as células

tumorais foram quantificadas em câmara de Neubauer na presença de solução de

TRIPAN®.

3.7.2. Co-cultura em placas de 12 poços

Foram plaqueadas 1x105 células de SK-Mel 19 por poço e 3x10

4 células de SK-

Mel 147 em 1000 µL de DMEM 10% SFB em placas de 12 poços. Após as 24 horas de

incubação, as PBMC’s foram isoladas e quantificadas como citados no item anterior e

posteriormente elas foram colocadas em cultura juntamente com as células tumorais.

Após 48 horas de incubação, o sobrenadante foi recolhido para quantificação de

citocinas e metabólitos do Trp.

3.7.3. Produção de IFN-γ

A produção de IFN-γ pelas células em co-cultura foi avaliada pela técnica de

ELISA (Enzyme-Linked Immunsorbent Assay) a partir do kit Human Interferon-γ

ELISA kit (Life Technologies). Para a análise utilizamos 100 µL do sobrenadante das

co-culturas e as amostras não foram diluídas.

3.7.4. Produção de IL-10, IL-6, IL-1 β, IL-8, IL-12 e TNF-α

A produção dessas citocinas foi analisada simultaneamente por citometria de

fluxo (FACS Calibur; Becton-Dickinson) pela técnica de Cytometric Bead Array (CBA)

da BD™. Para a análise utilizamos 25 µL do sobrenadante das co-culturas.

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42

3.7.5. Quantificação dos metabólitos do Trp

A quantificação dos metabólitos do triptofano foi realizada por cromatografia

líquida acoplada à espectrometria de massas do tipo triplo quadrupolo LC-MS/MS

(QqQ). O equipamento utilizado é composto por Bombas LC 1250 Bin Pump VL, auto-

injetora 1260 HiP ALS acoplados ao espectrômetro de massas 6460 (todos da Agilent

Technologies), a partir de uma colaboração com o Prof. Dr. Ernani Pinto, professor do

Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências

Farmacêuticas da USP. As análises foram realizadas a partir do software MassHunter e

os dados serão coletados a partir do modo MRM (Multiple Reaction Monitoring).

Para o preparo das amostras, o sobrenadante das co-culturas (500 µL) foi

adicionado a um microtubo de 2 mL contendo 1,5 mL de metanol gelado. Após adição

das amostras, 10 µL de um mix de padrões internos (MLT-D7 417,9 nM, TME 5 µL e

HIAA-D2 5 µL) para os analitos estudos, foi adicionado ao microtubo. Posteriormente,

homogeneizamos em vortex por 1 min e então armazenamos essas soluções por 1 hora a

-20ºC para precipitação das proteínas do meio de cultura. Após a 1 hora de incubação,

os microtubos foram submetidos a centrifugação a 14.000 x g por 10 min a 4 ºC. O

sobrenadante dos microtubos foi filtrado em coluna, em placa Phree Phospolipid

Removal (Phenomenex, EUA) para remoção de proteínas e fosfolipídios da amostra. Em

seguida, as amostras foram transferidas para tubos de vidro e secas sob atmosfera de gás

nitrogênio. Ao final da secagem, as amostras foram reconstituídas em 100 µL de uma

mistura de água:metanol (9:1) contendo 0,1 % de ácido fórmico e filtradas em tubos do

tipo Spin-X® ( Costar ®- em membrana de nylon, 0,22 µm) para então serem

analisadas por cromatografia líquida.

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43

3.8. Análise do Ciclo Celular

As células foram plaqueadas (1x105 células de SK-Mel 19 por poço e 5x10

4

células de SK-Mel 147 por poço) em 2 mL de RPMI 3% SFB em placas de 6 wells.

Após 24 horas de incubação em estufa sob 37º C e atmosfera úmida constituída de 5%

de CO2, foi adicionado meio de cultura acrescido dos tratamentos. Após 72 de

incubação, o sobrenadante de cada poço foi recolhido e centrifugado. Após a

tripsinização, as células foram recolhidas nos mesmos tubos com o pellet da

centrifugação anterior e centrifugadas novamente. Então as células foram lavadas com

PBS e ressuspendidas em solução contendo 2 mg/mL de Iodeto de Propídio, 0,1% de

citrato de sódio e 0,1 % de Triton X-100. As células foram incubadas sob abrigo de luz

por 30 minutos e posteriormente a proporção de células em cada fase do ciclo celular foi

determinada citometria de fluxo (FACS Calibur; Becton-Dickinson) e os dados

analisados pelo software FlowJo.

3.9. Análise estatística

Os experimentos foram realizados em um n de no mínimo três valores

independentes. A análise estatística foi realizada por Test t de Student quando o

desejado era a comparação do controle com um único tratamento; e por ONE Way

ANOVA seguido do pós teste de Tukey quando desejamos comparar todos os

tratamentos entre si e também com controle. Foram considerados significativos os

valores de ρ < 0,05.

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44

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Visando o maior entendimento dos resultados obtidos durante a realização deste

projeto, a presente seção será divida em dois capítulos. No capítulo 1 serão apresentados

os resultados referentes à quantificação de triptofano nos lotes de 1-MT e aos efeitos

diretos dos inibidores de IDO e TDO sobre a célula tumoral. No capítulo 2 serão

apresentados os resultados obtidos com o ensaio de co-cultura, englobando os efeitos

sobre a resposta imunológica, mediados ou não pela enzima IDO.

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45

CAPÍTULO 1: Efeitos diretos dos inibidores de IDO e TDO

sobre a célula tumoral.

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46

Em 2012 foi publicado um artigo mostrando a existência de contaminação com

Trp em amostras de 1-MT (60). Sabendo-se disso, todos os estudos realizados com este

inibidor da indolamina-2,3-dioxigenase até esta data perderam a confiabilidade, uma

vez que a presença de altas concentrações de Trp nestes compostos e a variação destas

concentrações de enantiômero para enantiômero e também entre diferentes lotes, pode

causar resultados falsos.

Desta forma, para utilização dos dois enantiômeros e da mistura racêmica de 1-

MT e para a comparação entre eles neste trabalho, viu-se a necessidade de dosar e

posteriormente nivelar a concentração de Trp em todos os lotes de 1-MT utilizados.

Para isto, o primeiro resultado apresentado nesta seção foi realizado em colaboração

com o Prof. Dr. Ernani Pinto e sua aluna de doutorado Ariane Rivellis Júlio e mostra a

concentração de Trp em todos os lotes de 1-MT existentes no laboratório.

Como previsto, os sete lotes de 1-MT analisados apresentaram alguma

quantidade de Trp, sendo que a porcentagem do aminoácido variou de 1,93 a 8,4 (Fig.

8. A). A purificação do contaminante é bastante trabalhosa e demorada. Assim, nossa

estratégia foi normalizar a quantidade de Trp através da sua adição, estipulando uma

concentração fixa do aminoácido. Em todos os experimentos nos quais 1-MT foi

adicionado tomamos o cuidado de adicionar quantidades de Trp para que as soluções

apresentassem a mesma concentração final (150 µM). Após essas dosagens de Trp

contaminante trabalhamos com um mesmo lote de cada composto para todos os

experimentos. Esse mesmo cuidado foi tomado quando 1-MT foi adicionado a culturas

de células, e observamos que houve aumento nas concentrações de Trp, o que pode ser

explicado por esta contaminação. Vemos na figura 8.B. que as variações da

concentração final de Trp se mantiveram similares para 1-DL-MT, 1-D-MT e 1-L-MT.

Para ilustrar essa condição mostramos abaixo a concentração de Trp com os

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enantiômeros e a mistura racêmica nas células mononucleares do sangue periférico

(PBMC’s) e na linhagem de melanoma SK-Mel 19.

(A)

0

10

20

30

40

50

SK-Mel 19 PBMC

1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MTControle 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MTControle

***

*

Trp

[

M]

(B)

Figura 8: (A) Contaminação de triptofano existente em todos os lotes de 1-DL-MT, 1-

D-MT e 1-L-MT. (B) Concentração final de triptofano em culturas celulares (SK-Mel 19

e PBMC) nas quais foram adicionados 1-DL-MT, 1-D-MT e 1-L-MT. As barras

representam a média ± desvio padrão de uma duplicata. O teste estatístico utilizado foi

ONE Way ANOVA seguido de Tukey. *ρ<0,05 e ***ρ<0,001.

Como o meio de cultura utilizado (DMEM) possui aproximadamente 50 μM de

triptofano e a adição de 1mM de 1-MT elevaria esta concentração em até 100 μM, nós

normalizamos a concentração de Trp para 150 μM em todos os ensaios (Fig. 9).

0

2

4

6

8

10

1-DL-MT

1 4 5 6 2 3 7

1-L-MT 1-D-MT

Lote

MKBJ4016V (1)

MKBD5067V (2)

MKBG9576V (3)

03111CJ (4)

03111CJ (5)

MKBC7435V (6)

MKBF1251V (7)

% T

rip

tofa

no

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48

Figura 9: Triptofano existente em cada lote de 1-DL-MT, 1-D-MT e 1-L-MT acrescida

do triptofano contido no meio de cultura (DMEM).

Considerando que estávamos elevando significativamente a concentração de Trp

no meio de cultura, foi necessária a pesquisa da viabilidade celular. Com esta finalidade

fizemos ensaios de MTT e da capacidade clonogênica com as duas linhagens de células

utilizadas como modelo neste trabalho. Trp na concentração de 150 μM, ou até superior

(200 μM e 250 μM) não causou nenhuma alteração na viabilidade e clonogenicidade

destas células. O ensaio de MTT é realizado em tempos curtos (24 h) enquanto que o

ensaio clonogênico permite avaliar efeitos tóxicos ou proliferativos a longo prazo (15

dias) (Fig. 10).

0

50

100

150TRP no meio

TRP no 1-MT

1 4 5 6 2 3 7

1-DL-MT 1-D-MT1-L-MT

Trp

[

M]

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49

(A) (B)

(C)

Figura 10: Viabilidade celular na presença de diferentes concentrações de triptofano

segundo o método de MTT para as linhagens (A) SK-Mel 19 e (B) SK-Mel 147. (C)

Imagens digitalizadas representativos do ensaio clonogênico em diferentes

concentrações de triptofano com as linhagens SK-Mel 147 e SK-Mel 19. As barras

representam a média ± desvio padrão de dois experimentos independentes realizados em

duplicatas.

Nenhuma das concentrações de Trp testadas alterou a viabilidade dessas

linhagens de melanomas, garantindo assim a segurança de trabalharmos nessas

condições. Nos ensaios de proliferação, migração e invasão destas células utilizamos 1

mM de 1-MT, lembrando que em todas as vezes que foram preparadas estas soluções

para realização dos experimentos, foi adicionada quantidade de Trp suficiente para

igualar a concentração do aminoácido nos dois enantiômeros e na mistura racêmica.

SK-Mel 19

0

50

100

150

Controle 150 M 200 M 250 M

Célu

las v

iáveis

(%

)

SK-Mel 147

0

50

100

150

Controle 150 M 200 M 250 M

Célu

las v

iáveis

(%

)

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50

Nos experimentos a seguir também mostramos o efeito do composto 680C91 (20 µM)

que é um inibidor da TDO, entretanto devido a baixa solubilidade e alta toxicidade não

avançamos muito com esse inibidor e no capítulo 2 nos concentramos apenas com as

isoformas de 1-MT.

Para avaliarmos os efeitos diretos de 1-MT e 680C91 sobre a célula tumoral o

primeiro ensaio realizado foi o teste clonogênico.

(A)

(B)

(C)

SK-Mel 19

0

5000

10000

15000

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

Inte

ns

ida

de

da

s c

olô

nia

s (

pix

els

)

(D)

Figura 11: (A) Imagens representativas digitalizadas por MS FX-PRO dos ensaios

clonogênicos da célula SK-Mel 19. (B) Número, (C) área e (D) intensidade da

coloração das colônias de acordo com o tratamento. As barras representam a média ±

desvio padrão de três experimentos independentes. O teste estatístico utilizado foi ONE

Way ANOVA seguido de Tukey. ** ρ<0,01 em relação do controle.

SK-Mel 19

0

50

100

150

200

**

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

mero

de c

olô

nia

s

SK-Mel 19

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

Áre

a d

as c

olô

nia

s (

mm

2)

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51

No ensaio de proliferação realizado para a linhagem SK-Mel 19, o número de

colônias aumentou na presença de 1-D-MT durante 15 dias (Fig. 11). Por outro lado a

área e a intensidade de coloração das colônias não tiveram alteração significante na

presença de nenhum dos tratamentos.

(A)

(B)

(C)

SK-Mel 147

0

5000

10000

15000

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

Inte

ns

ida

de

da

s c

olô

nia

s (

pix

els

)

(D)

Figura 12: (A) Imagens representativas digitalizadas por MS FX-PRO dos ensaios

clonogênicos da célula SK-Mel 147. (B) Número, (C) área e (D) intensidade da

coloração das colônias de acordo com o tratamento. As barras representam a média ±

desvio padrão de três experimentos independente. O teste estatístico utilizado foi ONE

Way ANOVA seguido de Tukey. * ρ<0,05, ** ρ<0,01, *** ρ<0,001, todos em relação

ao controle.

SK-Mel 147

0

20

40

60

80

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

mero

de c

olô

nia

s

SK-Mel 147

0

1

2

3

***

***

*

**

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

Áre

a d

as c

olô

nia

s (

mm

2)

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52

Os enantiômeros e a mistura racêmica do 1-MT, assim como o composto

680C91 diminuíram a área das colônias de células SK-Mel 147 segundo o ensaio

clonogênico de 12 dias (Fig. 12). O maior efeito de 680C91 desta linhagem de

melanoma pode ser resultado da sua toxicidade. Não foi observada diferença

significativa entre as formas de 1-MT neste experimento.

De uma forma geral, observamos que os compostos 680C91 e 1-MT podem

afetar a clonogênicidade dependendo da linhagem de células. A SK-Mel 19 foi bem

menos responsiva que a SK-Mel 147 e apresentou aumento do número de colônias na

presença de 1-D-MT. Para a SK-Mel 147 predominou uma resposta inibitória.

O ensaio clonogênico é uma ferramenta clássica muito utilizada para avaliação

do efeito de diferentes compostos sobre a capacidade proliferativa de células tumorais.

Este ensaio monitora uma das muitas etapas envolvidas e necessárias à expansão

tumoral. Ao observarmos os resultados referentes ao efeito de 1-D-MT sobre a SK-Mel

19 vemos um efeito “pró-tumoral” em uma das etapas da progressão tumoral. Apesar de

isoladamente o ensaio clonogênico não poder confirmar a ação de uma substância, o

resultado encontrado merece atenção e pode servir como um alerta à utilização de 1-D-

MT. Para avaliar a eficiência da utilização de 1-MT talvez fosse válida uma análise

individualizada da resposta das células de cada paciente antes da sua utilização clínica.

O efeito de 680C91 e 1-MT também foi avaliado sobre a capacidade migratória

das linhagens de melanoma e analisada por meio do teste de cicatriz, também conhecido

por scratch teste, nas mesmas concentrações em que realizamos o ensaio clonogênico.

O tempo de incubação das células dependeu do tempo de dobramento de cada linhagem.

O ensaio com a linhagem SK-Mel 19 foi incubado por 36 horas e não foi observada

nenhuma alteração na migração com 1-MT e 680C91 (Fig. 13).

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(A)

(B)

Figura 13: (A) Imagem representativa digitalizada da migração da linhagem SK-Mel

19 na presença de 680C91 e 1-MT. (B) Porcentagem de migração das células das

linhagens SK-Mel 19 de acordo com os tratamentos utilizados. As barras representam a

média ± desvio padrão de três experimentos independentes realizados em duplicata.

A linhagem SK-Mel 147 foi incubada por 24 horas, e assim como na linhagem

SK-Mel 19, se manteve sem alterações na porcentagem de migração quanto tratadas

com estes compostos (Fig. 14).

SK-Mel 19

0

40

80

120

*

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

% m

igra

ção

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54

(A)

(B)

Figura 14: (A) Imagem representativa digitalizada da migração da linhagem SK-Mel

147. (B) Porcentagem de migração das células das linhagens SK-Mel 147 de acordo

com os tratamentos utilizados. As barras representam a média ± desvio padrão de três

experimentos independentes realizados em duplicata.

Assim como o clonogênico, o scratch teste é um ensaio clássico que

isoladamente não estabelece uma atividade pró ou antitumoral para substância em

análise, mas compõe os testes que a indicam. Alterações na migração celular não

parecem ser o alvo de 680C91 e 1-MT pelo menos para as duas linhagens analisadas.

A seguir, na análise da invasão celular in vitro utilizamos câmaras de Boyden.

Todas as formas de 1-MT, mas não 680C91, diminuíram a invasão das células da

SK-Mel 147

0

50

100

150

***

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

% m

igra

ção

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55

linhagem SK-Mel 19. Em contraste, a linhagem SK-Mel 147 não exibiu alteração com

nenhum dos tratamentos.

(A)

(B) (C)

Figura 15: (A) Imagens de campos representativos das duas linhagens estudadas após

invasão in vitro na presença de 1-MT e 680C91. Porcentagem de invasão das células

das linhagens (B) SK-Mel 19 e (C) SK-Mel 147. As barras representam a média ±

desvio padrão de três experimentos independentes realizados em duplicata. O teste

estatístico utilizado foi ONE Way ANOVA seguido de Tukey. **ρ<0,01 em relação ao

controle.

Proliferação, migração e invasão são alguns dos parâmetros utilizados

experimentalmente para monitorar o crescimento e habilidade metastática de células

tumorais. A diminuição desses três parâmetros, por meio do tratamento com

determinadas substâncias, sugerem que elas possam conter propriedades antitumorais,

podendo atuar na minimização de metástases (57, 58). Os resultados apresentados neste

SK-Mel 19

0

40

80

120

******

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

% i

nvasão

SK-Mel 147

0

40

80

120

Controle 680C91 1-DL-MT 1-D-MT 1-L-MT

% i

nvasão

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56

capítulo sugerem que todos os compostos testados possuem algum efeito direto sobre

pelo menos um dos parâmetros testados em duas linhagens de melanoma, sendo claro

que esse efeito varia de acordo com a linhagem. Com exceção da clonogenicidade da

SK-Mel 19, não observamos nenhuma diferença significativa entre o efeito dos

enantiômeros dextrógiro e levógiro, e concluímos que todos eles possuem ação direta

sobre a célula tumoral que deve compor a sua atividade antineoplásica. Assim, o fator

que faz o 1-D-MT alvo de estudo em clinical trials ainda não está claro. Aparentemente,

este fator não envolve nenhum efeito direto sobre a proliferação, migração ou invasão

tumorias, como visto neste estudo. A utilização do 1-D-MT poderia estar envolvida com

sua farmacocinética, biodisponibilidade e segurança (61). Além disso, a atividade

antitumoral deste composto pode abranger sua ação sobre células do sistema

imunológico. Sabe-se que D-aminoácidos são usualmente tóxicos e que bactérias usam

estes compostos como fonte de nitrogênio (62), além de recentemente ter sido sugerido

um papel regulatório de D-aminoácidos em bactérias (63). Assim, esta isoforma do

aminoácido poderia ser uma das maneiras de sinalização necessária para que o sistema

imunológico reconheça bactérias e se ative. Tendo em vista esta hipótese, a segunda

parte do nosso trabalho visa a avaliação da atividade tumoricida de células do sistema

imunológico na presença do enantiômeros de 1-MT.

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CAPÍTULO 2: Efeitos sobre a resposta imunológica, mediados

ou não pela enzima IDO.

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58

Sabendo-se da importante função que as células do sistema imune presentes no

microambiente tumoral têm no desenvolvimento da doença, demos prosseguimento a

estudos que permitissem avaliar esta atuação. Buscando atender a esta necessidade, co-

culturas de células tumorais com células mononucleares do sangue periférico (PBMC’s)

foram realizadas. Por meio deste ensaio analisamos a resultante do contato das células

tumorais com as células do sistema imune na presença de 1-MT.

Para realização destas co-culturas, inicialmente foi necessária a padronização da

proporção entre os dois tipos celulares que possibilitaria a visualização de algum efeito,

bem como a concentração do tratamento. Neste ensaio usamos exclusivamente a mistura

racêmica de 1-MT.

(A)

SK-Mel 19

C 1:10 1:15 1:20 1:30 1:50 500 100 50

0

50

100

150

*******

***

1-DL-MT (M)Proporção (SK-Mel 19:PBMC)

*

Célu

las v

iáveis

(%

)

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59

(B)

Figura 16: Porcentagem de células tumorais viáveis na presença de diferentes

proporções de célula tumoral e PBMC (1:10, 1:15, 1:20, 1:30, 1:50) e diferentes

concentrações de 1-DL-MT (50, 100 e 500 µM) para SK-Mel 19 (A) e SK-Mel 147 (B).

As barras representam a média ± desvio padrão de dois experimentos independentes

realizados em duplicatas. O teste estatístico utilizado foi Test T Student. * ρ<0,05, **

ρ<0,01, ***ρ<0,001 em relação ao controle (C), que possui apenas célula tumoral.

Com os resultados da padronização determinamos a melhor proporção entre as

células. Buscávamos uma relação em que PBMC’s sozinhas conseguissem matar as

células tumorais, porcentagem observada na condição 1:50 (Melanoma:PBMC). Desse

modo, as co-culturas seguintes foram realizadas com 50 células do sangue para cada

célula tumoral.

Além disso, com esta padronização foi estabelecido que a concentração ideal

para realizarmos as co-culturas seria 50 µM de 1-MT, sendo que este valor é válido para

as três formas estudadas do composto. Esta concentração foi escolhida, pois,

procurávamos um valor onde as células tumorais, na ausência das PBMC, não

morressem, já que a finalidade do ensaio de co-cultura é analisar a capacidade

tumoricida de PBMC’s frente ao tratamento.

SK-Mel 147

C 1:10 1:15 1:20 1:30 1:50 500 100 500

50

100

150

**

***

**

1-DL-MT (M)Proporção (SK-Mel 147:PBMC)

Célu

las v

iáveis

(%

)

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60

Para confirmarmos a viabilidade das células tumorais nesta concentração,

fizemos uma análise do ciclo celular das duas linhagens de melanomas. Incubamos estas

células pelo mesmo tempo no qual as células iriam ficar em co-cultura (72 h), porém

não adicionamos as PBMC’s (Fig. 17).

(A)

(B)

Figura 17: Análise do ciclo celular da SK-Mel 19 (A) e SK-Mel 147 (B), na presença

de 50 µM de 1-DL-MT, 1-D-MT e 1-L-MT em meio RPMI 3% SFB por 72 horas. As

barras representam a média ± desvio padrão de dois experimentos independentes

realizados em duplicatas.

Não houve alteração em nenhuma das fases do ciclo celular para estas linhagens

nas condições estudadas, portanto, vimo-nos aptos a prosseguir com os experimentos. A

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61

padronização das co-culturas e o primeiro ensaio de viabilidade apresentado aqui

(contagem de células com Azul de Tripan) foram realizados em placas de 96 poços de

fundo em U, pois estas favorecem o contato entre as células. Porém, a quantidade de

meio de cultura utilizada nessas placas não é suficiente para a quantificação de

metabólitos do Trp e de citocinas inflamatórias. Desta forma, os resultados referentes a

análise do sobrenadante das co-culturas, foram originários de co-culturas em placas de

12 poços de fundo chato.

No primeiro ensaio, foram analisadas quatro grupos de condições, sendo elas:

(1) controle, onde só haviam células tumorais; (2) célula tumoral mais 1-MT (1-DL-MT,

1-D-MT, 1-L-MT); (3) célula tumoral mais PBMC; (4) célula tumoral mais PBMC e 1-

MT (1-DL-MT, 1-D-MT, 1-L-MT) (Fig. 18).

(1) (2)

(3) (4)

Figura 18: Esquema dos grupos de condições com as quais trabalhamos nas co-culturas

realizadas em placas de 96 poços. (1) Tumor, (2) Tumor + 1-MT, (3) Tumor + PBMC,

(4) Tumor + PBMC + 1-MT.

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62

As condições 1 e 2 (Fig.19. A; Fig.19. B) são controles que asseguram a

viabilidade das células nessas concentrações, confirmando a padronização em cada

experimento realizado. As condições 3 e 4 são as co-culturas propriamente ditas, sendo

que a condição 3 é o controle e a 4 são co-culturas na presença das 3 isoformas de 1-

MT (Fig.19. C; Fig.19. D).

(A) (B)

(C) (D)

Figura 19: Células viáveis (contagem com Azul de Tripan) após incubação de 72 horas

na ausência (A e B) ou presença (C e D) de PBMC em placa de 96 poços com fundo em

U. Os tratamentos (1-DL-MT, 1-D-MT, 1-L-MT) foram utilizados à 50 µM. As barras

representam a média ± desvio padrão de dois experimentos independentes realizados em

duplicatas. O teste estatístico utilizado foi ONE Way ANOVA seguido de Tukey. #

ρ<0,05 e ### ρ<0,001 em relação à células tumorais; ** ρ<0,01 e * ρ<0,05 em relação à

co-cultura sem 1-MT.

0

2

4

6SK-Mel 19

SK-Mel 19

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+ + + +

- + - -

- + -

- - +

-

-

mero

de c

élu

las (

x10

4)

0

1

2

3

4SK-Mel 147

SK-Mel 147

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+ + + +

- + - -

- + -

- - +

-

-

mero

de c

élu

las (

x10

4)

0

1

2

3

4

5

PBMC

SK-Mel 19

###

***

*

SK-Mel 19

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+ + + +

- + - -

- + -

- - +

-

-

-

-

-

+

+ + ++-

mero

de c

élu

las (

x10

4)

0

1

2

3

4SK-Mel 147

#

*

PBMC

SK-Mel 147

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+ + + +

- + - -

- + -

- - +

-

-

-

-

-

+

+ + ++-

mero

de c

élu

las (

x10

4)

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63

Para a co-cultura da linhagem SK-Mel 19, a adição de PBMC matou de cerca de

40% das células tumorais, e todas as isoformas de 1-MT acentuaram esta morte (Fig.19.

C). Na linhagem SK-Mel 147, as células do sistema imunológico mataram em média

30% dos melanomas, sendo que apenas a mistura racêmica do 1-MT foi capaz de

intensificar esta morte. Para as duas linhagens foi observado um efeito mais acentuado

na presença de 1-DL-MT, e este efeito pode ser resultado de uma ação conjunta de 1-D-

MT e 1-L-MT. O 1-L-MT como inibidor da enzima e o1-D-MT como sinal de alerta ao

sistema imune (62, 63).

Este resultado é importante na análise das co-culturas, pois ele representa melhor

o contato célula-a-célula no microambiente tumoral, por isso consideramos relevante

realizar esta análise. Por outro lado, como explicado anteriormente, devido a

inviabilidade de análise do sobrenadante nestas condições, a partir daqui apresentamos

os resultados das co-culturas em placas de 12 poços de fundo chato.

Nesse novo desenho, utilizamos apenas a SK-Mel 19, por ter sido esta linhagem

a mais responsiva nas placas de 96 poços. A incubação foi de 48 horas, devido ao maior

número de células utilizadas nestas placas. Além disso, aqui, consideramos quatro

grupos de condições: PBMC (Fig. 20. A), SK-Mel 19 (Fig. 20. B), SK-Mel 19 + IFN-γ

(Fig. 20. C), SK-Mel 19 + PBMC (Fig. 20. D), sendo que foram feitos controles para

todos os grupos de condições.

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64

(A) (B)

(C) (D)

Figura 20: Esquema dos grupos de condições com as quais trabalhamos nas co-culturas

realizadas em placas de 12 poços. (A) PBMC, (B) SK-Mel 19, (C) SK-Mel 19 + IFN-γ,

(D) SK-Mel 19 + PBMC, todos nas condições controle e presença dos três isômeros de

1-MT.

Para analisar a produção das citocinas inflamatórias, não consideramos a

condição SK-Mel 19 + IFN-γ. O interferon-gama (IFN-γ) foi produzido

constitutivamente pelas células tumorais e também em co-cultura, e a adição de das três

formas de 1-MT fez com ela caísse significativamente nas duas condições (Fig. 21.A.).

O fator de necrose tumoral (TNF-α) foi produzido apenas na co-cultura, sendo que nesta

condição 1-MT consegue diminuir os níveis da citocina (Fig. 21.B.). A Interleucina-8

(IL-8) apresentou concentrações detectáveis tanto para as PBMC’s em monocultura

quanto para a co-cultura. Estas concentrações foram maiores para as PBMC’s, e em co-

cultura 1-MT foi capaz de diminui-las. Porém para as células imunes isoladamente a

produção desta citocina foi aumenta tanto na presença de 1-DL-MT quanto de 1-D-MT

(Fig. 21.C.). A Interleucina-12 (IL-12) não manteve um padrão de concentração nestas

condições (Fig. 21.D.). Interleucina-1 beta (IL-1 β) teve uma produção baixa pelas

células imunológicas isoladas, porém em co-cultura a concentração desta citocina

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65

aumentou e nenhuma das formas de 1-MT alterou-a (Fig. 21.E.). A Interleucina-6 (IL-

6) foi produzida pelas PBMC’s isoladamente e quando adicionamos 1-DL-MT e 1-D-MT

a concentração da citocina diminuiu. Em co-cultura, a produção de IL-6 foi maior,

porém não houve alteração na presença de nenhuma das formas de 1-MT (Fig. 21.F.). A

Interleucina-10 (IL-10) apresentou uma baixa produção nas condições de monocultura

(SK-Mel 19 e PBMC), porém em co-cultura sua concentração foi maior, sendo que na

presença de 1-MT esta produção se elevou ainda mais (Fig. 21.G.).

(A)

(B)

0.00

0.050.1

1.1

2.1

3.1

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

** ***

**

*****

****

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

IL-8

(p

g/m

L)

(C) (D)

0

100

200

300

400

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

*** *** ***

IFN

- (

pg

/mL

)

0

2000

4000

6000

8000

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

**

**

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

TN

F-

(p

g/m

L)

0

2

4

6

8

10

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

IL-1

2 (

pg

/mL

)

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66

0

500

100010000

15000

20000

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

*

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

IL-1

(pg

/mL

)

(E)

0

2001000

15000

29000

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

**

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

IL-6

(p

g/m

L)

(F)

0

100

2004000

6000

8000

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

****

*

+ +-

-

---

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

+--

-+-

--+

---

+ + +

**

IL-1

0 (

pg

/mL

)

(G)

Figura 21: Quantificação de citocinas pro-inflamatórias, IFN- γ (A), TNF-α (B), IL-6

(C), IL-1 β (D), IL-12 (E), IL-8 (F) e da citocina anti-inflamatória, IL-10 (G) no

sobrenadante da co-cultura, da célula tumoral e do PBMC isoladamente na presença de

1-MT. As barras representam a média ± desvio padrão de uma triplicata. O teste

estatístico utilizado foi ONE Way ANOVA seguido de Tukey. * ρ<0,05, ** ρ<0,01 e

***ρ<0,001 em relação ao controle de cada condição.

Nossa discussão será restrita aos resultados de IFN-γ, TNF-α e IL-10, uma vez

que para estas citocinas tivemos efeitos mais consistentes da adição de 1-MT, além de

estas serem citocinas muito importantes no processo tumoral. Os resultados dos efeitos

de 1-MT inibindo a produção de IFN- γ e de TNF-α e estimulando IL-10 pareceram-nos

surpreendente. Do nosso conhecimento esta informação é nova e não há relato anterior

desta ação.

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67

Apesar de ser conhecido que células do sistema imunológico desencadeiam seus

efeitos citotóxicos também através da produção de citocinas, principalmente pela ação

das citocinas tumoricidas IFN-γ e TNF-α (64), sabe-se que estas mesmas citocinas

levam a efeitos que podem ser pró-tumorais. Ou seja, IFN-γ e TNF-α possuem efeitos

duais (65). Além da ação de IFN-γ como indutora de IDO, que possui atividade

imunossupressora, foi descrito que TNF-α diminui a capacidade de reconhecimento das

células tumorais pelas células T (66). Posto isto, nossos resultados, mostram que 1-MT

pode alterar a concentração destas citocinas, e esta alteração deve ter impacto sobre o

crescimento tumoral. Apesar de não sabermos de forma definitiva qual será a resposta

do tumor frente a estas alterações das citocinas, é possível que parte dos efeitos

antitumorais da 1-MT seja consequência de sua ação sobre elas.

IL-10 é caracterizada como uma citocina anti-inflamatória que inibe a resposta

imune (67). Porém existem relatos conflitantes a respeito desta citocina. Um trabalho

publicado em 2004 mostra que IL-10 aumenta a expressão de genes relacionados à

citotoxicidade e a ativação de células NK (68). Outro trabalho, publicado em janeiro

deste ano, mostrou que IL-10 não afeta a capacidade funcional de células do sistema

imune, e células dendríticas maduras co-cultivadas com células de melanoma

produziram um aumento de IL-10 e induziram a proliferação de células T (69). Posto

isso, além da função imunossupressora, IL-10 pode contribuir para a resposta imune

inata. Nossos resultados mostraram um aumento de IL-10 com a adição de 1-MT em co-

cultura e é possível, como discutido no parágrafo acima para IFN-γ e TNF-α, que esta

alteração possa ter impacto sobre o crescimento tumoral.

A seguir, a quantificação dos metabólitos de Trp foi realizada nas quatro

condições esquematizadas na Figura 17. Triptofano foi consumido do meio de cultura

pelas células tumorais (ρ<0,001) e pelas PBMC’s (ρ<0,05) em monocultura, e como

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68

esperado a adição de 1-MT inibiu este consumo (ρ>0,05). A co-cultura propriamente

dita (SK-Mel 19 + PBMC) mimetizou o que acontece quando adicionamos IFN-γ (SK-

Mel 19 + IFN-γ), sendo que todo o Trp foi consumido nos controles e este consumo foi

levemente inibido após adição de 1-MT. Com exceção do 1-DL-MT em co-cultura, que

foi menos eficaz na inibição do consumo do Trp (Fig. 22. A).

A produção de QUIN foi bem discreta para a célula SK-Mel 19 em monocultura,

sendo que a adição de 1-MT nesta condição não causou alterações. Nas PBMC’s, apesar

da produção deste metabólito não ter sido muito elevada, a adição de todas as isoformas

de 1-MT foi capaz de inibi-la. Assim como observado para o Trp, as co-culturas

propriamente ditas mimetizaram o que acontece com IFN- γ, sendo que 1-MT não inibiu

a produção de quinurenina em nenhuma das duas condições (Fig. 22. B).

(A)

0

10

20

30

40

50

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

IFN- ---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

*** *** ***

*** *** ******

* ***

Trp

[

M]

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69

(B)

Figura 22: Concentração de Trp (A) e QUIN (B) no sobrenadante da co-cultura e

também da célula tumoral isolada e na presença de IFN- γ, e do PBMC isoladamente

após incubação de 48 horas na presença de 1-MT. As barras representam a média ±

desvio padrão de uma triplicata. A linha em vermelho representa a concentração do

analito no meio de cultura. O teste estatístico utilizado foi ONE Way ANOVA seguido

de Tukey. * ρ<0,05, ** ρ<0,01 e ***ρ<0,001 em relação ao controle de cada condição.

Como podemos observar, houve consumo do triptofano do meio de cultura pelas

células tumorais isoladamente, porém este consumo não foi eficiente para ser refletido

na produção de QUIN (Fig. 22). Trp, além de produzir QUIN, é utilizado para síntese

protéica. Apesar de termos visto que SK-Mel 19 apresenta uma produção basal de IFN-

γ (400 pg/mL; Fig. 21. A.), esta concentração é muito menor do que a necessária para a

indução de IDO (70). Por outro lado PBMC produz QUIN e fica clara a inibição de IDO

pelos diferentes enantiômeros do 1-MT. De qualquer forma na co-cultura a produção de

QUIN é muito superior e os inibidores não foram capazes de modificar sua

concentração.

0.00

1.25

2.5010

20

30

40

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

***

*****

**

QU

IN [

M]

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70

A seguir serão apresentados os resultados dos efeitos de 1-MT sobre os

metabólitos que dão sequencia a via das quinureninas em co-culturas. Os analitos

passíveis de serem quantificados foram ácido antranílico (AA), ácido quinurênico (KA),

ácido xanturênico (XA), ácido quinolínico (QA), ácido nicotínico (NA). Os compostos:

nicotinamida (NAM), 3-hidróxi-antranílico (HAA), ácido picolínico (PA), 2-amino-3-

carboximuconato semialdeído (ACS) e 3–hidróxi–quinurenina (HK) não estavam

presentes em quantidades mensuráveis.

SK-Mel 19 isolada não produz ácido antranílico (AA), tanto na condição

controle, quanto na presença de 1-MT. AA foi produzido pelo PBMC, mas após adição

de 1-MT essa produção foi inibida. SK-Mel 19 na presença de IFN-γ mostra uma

produção similar a do PBMC, que é aumentada apenas por 1-D-MT, e inibida pela

mistura racêmica e por 1-L-MT. Em co-cultura, vimos uma produção irregular de AA,

sendo que esta não sofreu alteração na presença de 1-MT. Para este metabólito, todas as

condições seguiram o padrão de sequência da rota esperado (Fig. 23. A).

SK-Mel 19 não modificou significativamente a concentração de ácido

quinurênico (KA) do meio de cultura em nenhuma das condições (ρ>0,05), porém

quando comparado ao controle, esta concentração é levemente menor na presença de 1-

D-MT e 1-L-MT. PBMC também manteve a concentração de KA do meio de cultura.

Após adição de IFN-γ, SK-Mel 19 aumentou sua produção deste metabólito, sendo que

esta foi mais significativa na presença de 1-DL-MT. Em co-cultura, foi observada o

aumento da produção de KA quando comparado a todas as outras condições controle

(ρ<0,01). Esta concentração se manteve na presença de todas isoformas de 1-MT (Fig.

23. B).

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71

Ácido xanturênico (XA) foi consumido pela célula tumoral isolada, porém 1-MT

inibiu este consumo (ρ<0,05). PBMC, tanto na presença de 1-MT quanto no controle

manteve as concentrações de XA do meio de cultura. Na presença apenas de IFN-γ, SK-

Mel 19 foi capaz de esgotar o XA do meio de cultura, porém 1-MT inibiu discretamente

este consumo. Em co-cultura, 1-MT não teve efeito sobre o consumo deste metabólito e

suas concentrações se mantiveram semelhantes aos da condição SK-Mel 19 + IFN-γ na

presença de 1-MT (Fig. 23. C).

SK-Mel 19 em monocultura e também na presença de IFN-γ mantiveram a

concentração de ácido quinolínico (QA) do meio de cultura, 1-MT não alterou estas

condições. PBMC em monocultura e a co-cultura produziram QA em todas as

condições (ρ>0,05) e 1-MT não modificou esta produção (Fig. 23. D).

Ácido nicotínico (NA) foi produzido pela SK-Mel 19 apenas na presença de 1-

DL-MT (ρ<0,001). O PBMC no controle e com 1-MT consumiu este metabólito em

igual proporção. Na presença de IFN-γ, controle e células tratadas com 1-MT

mantiveram suas concentrações próximas à concentração do meio de cultura, sendo que

1-MT induziu o consumo quando comparado ao controle. Em co-cultura, todas as

condições geraram consumo de NA (ρ<0,05) (Fig. 23. E).

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72

(A)

(B)

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

***

*** *** *** *** ***

AA

[

M]

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

*

* *

KA

[

M]

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73

(C)

(D)

0.0

0.1

0.2

0.3

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

*** *** ***

*** ******

XA

[

M]

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

QA

[

M]

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74

(E)

Figura 23: Concentração dos metabólitos da via QUIN (AA (A), KA (B), XA (C), QA

(D), NA (E)) no sobrenadante da co-cultura, da célula tumoral isolada e na presença de

IFN- γ, e do PBMC isoladamente após incubação de 48 horas na presença de 1-MT. As

barras representam a média ± desvio padrão de uma triplicata. A linha em vermelho

representa a concentração da analito no meio de cultura. * ρ<0,05, ** ρ<0,01,

***ρ<0,001.

Alguns analitos mesmo mensuráveis estão em concentrações próximas ao limite

de detecção e quantificação, como é o caso do KA. Segundo o método de quantificação

validado pela aluna de Doutorado Ariane Rivellis Júlio, o KA possui limite de detecção

igual a 0,005 µM valor muito próximo à concentração encontrada nas condições onde

SK-Mel 19 e PBMC estão isoladas. Outros metabólitos que possuem limites de

detecção próximos as concentrações encontradas nestes resultados são 5-HT (0,002 µM)

e IAA (0,02 µM). Apesar destes valores baixos, os metabólitos em questão seguem um

padrão em relação a concentração de QUIN.

Como AA não foi produzido pela célula tumoral isolada e tendo aparecido tanto

na presença de IFN-γ quanto no PBMC, é tentador sugerir que a produção deste

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

*** **

*

NA

[

M]

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75

metabólito seja induzida por IFN-γ, já que foi mostrado que o contato entre célula

tumoral e célula imune induz a produção desta citocina (Fig. 19.A). Porém, vale

ressaltar que ainda não foi identificado o papel de AA no processo tumoral. Além disso,

nossos resultados mostram que 1-MT inibe a síntese de AA e que esta inibição

apresenta estereoespecificidade, uma vez que somente o 1-L-MT teve efeito (Fig 23.B).

É interessante notar que a co-cultura por si só leva a modificações alguns

metabólitos da via das quinureninas. Sendo que nesta condição tem-se um aumento no

consumo de XA e uma diminuição na produção de KA. Esse resultado parece

significativo para a imunologia de tumores, pois o XA tem ação anti-inflamatória (71) e

KA também é um metabólito imunossupressor (72).

O consumo de NA e a produção de QA pela co-cultura possivelmente deve-se a

metabolização destes compostos pelas PBMC’s, uma vez que não houveram diferenças

estatísticas entre estas condições. NA é precursor de NAD+

(5, 6), portanto as células

imunológicas podem ter usado este metabólito para produção de energia, e devido ao

número de PBMC’s ser 50 vezes maior que o número de células tumorais, não foi

possível observar este consumo para a SK-Mel 19. Já foi reportada a síntese de QA por

macrófago (73) e por células da micróglia (74). Os resultados apresentados neste

trabalho sugerem que células mononucleares, podem também sintetizar este metabólito

da via QUIN.

Quanto aos metabólitos de Trp oriundos de outras vias, nossas condições

permitiram quantificar apenas serotonina (5-HT) (via SER/MLT) e ácido indolacético

(IAA) (via das TRY). A serotonina foi consumida pelo PBMC e pela co-cultura, porém

SK-Mel 19 foi capaz de produzi-la tanto na ausência quanto na presença de IFN-γ. A

mistura racêmica e o enantiômero levógiro de 1-MT foram capazes de inibir a produção

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76

de 5-HT na presença de IFN-γ (Fig 24. A). IAA foi consumido do meio de cultura em

todas as condições estudadas, sendo que este consumo levou ao esgotamento do

metabólito na SK-Mel 19 isolada e com IFN-γ. Apenas 1-L-MT modificou este

consumo quando comparado ao controle na condição PBMC em monocultura (Fig. 24.

B).

(A)

(B)

Figura 24: Concentração dos metabólitos da via Ser/MLT (5-HT (A)) e via Try (IAA

(B)) no sobrenadante da co-cultura, da célula tumoral isolada e na presença de IFN- γ, e

do PBMC isoladamente após incubação de 48 horas na presença de 1-MT. As barras

representam a média ± desvio padrão de uma triplicata. A linha em vermelho representa

a concentração da analito no meio de cultura. * ρ<0,05, ** ρ<0,01, ***ρ<0,001.

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

* *

5-H

T [

M]

0.00

0.15

0.30

0.45

SK-Mel 19

PBMC

1-DL-MT

1-D-MT

1-L-MT

IFN-

+-

---

---

+

+--

-+-

--+

+ + ++

- --

+

+--

-+-

--+

+ +

+++

---- ----

----

+ +++

--

--

+-

-+

- - --+

+ +++

+

-

---

+--

-+-

--+

---

+ + +

----

**

IAA

[

M]

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77

É sabido que IAA é bem tolerado em humanos e que apenas seus produtos de

oxidação apresentariam toxicidade tumor (75). Pelos nossos resultados não observamos

nenhuma situação que evidenciasse alguma ação tóxica do IAA ou de seus possíveis

produtos de oxidação. Serotonina possui vários efeitos na modulação do sistema imune,

tais como indução de inflamação, fagocitose, migração de células T e produção de

citocinas (76-78). Nos nossos ensaios vimos um aumento do consumo deste metabólito

na co-cultura, que pode ser resultado da utilização pelas PBMC’s, pois a célula tumoral

não consumiu 5-HT em nenhuma outra condição aqui estudada, pelo contrário, ela

aumenta esta produção. Assim, sugerimos que a 5-HT consumida pelas PBMC’s pode

ser usada na imunomodulação.

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78

5. CONCLUSÕES

Esse trabalho contribui para mostrar alguns dos efeitos de 1-MT que devem

acontecer in vivo compondo parte de sua atividade antitumoral. Alterações na

proliferação e invasão de duas linhagens de melanomas foram mostradas, sugerindo que

todos os compostos testados possuem pelo menos algum efeito direto sobre estes

parâmetros, sendo claro que esse efeito pode variar de acordo com a linhagem.

Além disso, nossos resultados chamam atenção para o efeito de 1-MT sobre a

produção de citocinas como IFN-γ, TNF-α e IL-10, sendo possível que parte dos efeitos

antitumorais dessa substância seja consequência de sua ação sobre elas. Alterações em

compostos das três vias de metabolização do Trp também merecem destaque neste

trabalho, mostrando que não só o eixo Trp-QUIN tem atuação no microambiente

tumoral. Ainda devemos ressaltar que a co-cultura por si só leva a modificações em

alguns metabólitos da via QUIN, indicando que estes merecem ser mais explorados em

estudos da imunologia do câncer.

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Growth and Activation of Natural Killer Cells Ex Vivo from Children with

Neuroblastoma for Adoptive Cell Therapy. Clinical Cancer Research. 2013;19(8):2132-

43.

60. Schmidt SK, Siepmann S, Kuhlmann K, Meyer HE, Metzger S, Pudelko S, et al.

Influence of Tryptophan Contained in 1-Methyl-Tryptophan on Antimicrobial and

Immunoregulatory Functions of Indoleamine 2,3-Dioxygenase. Plos One. 2012;7(9).

61. Sainio EL, Pulkki K, Young SN. L-tryptophan: Biochemical, nutritional and

pharmacological aspects. Amino Acids. 1996;10(1):21-47.

62. Zhang G, Sun HJ. Racemization in Reverse: Evidence that D-Amino Acid

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74. Heyes MP, Achim CL, Wiley CA, Major EO, Saito K, Markey SP. Human

microglia convert L-tryptophan into the neurotoxin quinolinic acid. Biochemical

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Farmacêuticas Secretaria de Pós-Graduação

Av. Prof. Lineu Prestes, 580, Bloco 13 A - Cidade Universitária - CEP 05508-900 - São Paulo - SP Fone: (11) 3091 3621 - Fax (11) 3091 3141 – e-mail: [email protected]

Informações para os Membros de Bancas Julgadoras de Mestrado/Doutorado

1. O candidato fará uma apresentação oral do seu trabalho, com duração máxima de trinta minutos.

2. Os membros da banca farão a argüição oral. Cada examinador

disporá, no máximo, de trinta minutos para argüir o candidato, exclusivamente sobre o tema do trabalho apresentado, e o candidato disporá de trinta minutos para sua resposta.

2.1 Com a devida anuência das partes (examinador e candidato), é

facultada a argüição na forma de diálogo em até sessenta minutos por examinador. 3. A sessão de defesa será aberta ao público. 4. Terminada a argüição por todos os membros da banca, a mesma se

reunirá reservadamente e expressará na ata (relatório de defesa) a aprovação ou reprovação do candidato, baseando-se no trabalho escrito e na argüição.

4.1 Caso algum membro da banca reprove o candidato, a Comissão

Julgadora deverá emitir um parecer a ser escrito em campo exclusivamente indicado na ata.

4.2 Será considerado aprovado o aluno que obtiver aprovação por unanimidade ou pela maioria da banca.

5. Dúvidas poderão ser esclarecidas junto à Secretaria de Pós-

Graduação: [email protected], (11) 3091 3621.

São Paulo, 23 de maio de 2014.

Prof. Dr. Adalberto Pessoa Junior Presidente da CPG/FCF/USP

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28/08/2015 Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Maryana Stephany Ferreira Branquinho)

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2013 Mestrado em andamento em Farmácia (Análises Clínicas) (Conceito CAPES 7).Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migração einvasão de melanomas humanos e na atividade tumoricida de célulasmononucleares.,Orientador: Ana Campa.Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior.

2007 ­ 2012 Graduação em Farmácia. Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL/MG, Brasil. Título: Avaliação do efeito do extrato de partes aéreas de BaccharisDracunculifolia sobre a função renal em ratos diabéticos. Orientador: Fernanda Borges de Araújo Paula.

Vínculo institucional2013 ­ Atual Vínculo: Bolsista, Enquadramento Funcional: Mestrando, Carga horária: 40,

Regime: Dedicação exclusiva.

Vínculo institucional2008 ­ 2008 Vínculo: , Enquadramento Funcional:

Vínculo institucional2012 ­ 2012 Vínculo: Voluntário, Enquadramento Funcional: Estagiária, Carga horária: 40

Nome Maryana Stephany Ferreira BranquinhoNome em citações bibliográficas BRANQUINHO, M. S. F.

Maryana Stephany Ferreira BranquinhoEndereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/2468990281614444Última atualização do currículo em 16/06/2015

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Alfenas (2012). Atualmente émestranda em Farmácia (Área Análises Clínicas) na Faculdade de Ciências Farmacêuticas daUniversidade de São Paulo. (Texto informado pelo autor)

Identificação

Endereço

Formação acadêmica/titulação

Atuação Profissional

Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL/MG, Brasil.

Laboratório Central de Análises Clínicas, LACEN, Brasil.

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28/08/2015 Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Maryana Stephany Ferreira Branquinho)

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Vínculo institucional2008 ­ 2008 Vínculo: Voluntário, Enquadramento Funcional: Estagiária, Carga horária: 20

Vínculo institucional2012 ­ 2013 Vínculo: Celetista, Enquadramento Funcional: Farmacêutica Responsável

Vínculo institucional2010 ­ 2010 Vínculo: Voluntário, Enquadramento Funcional: Estagiária, Carga horária: 4

Vínculo institucional2011 ­ 2011 Vínculo: Voluntário, Enquadramento Funcional: Estagiária, Carga horária: 40

Vínculo institucional2010 ­ 2010 Vínculo: Voluntário, Enquadramento Funcional: Estagiária, Carga horária: 30

2008 ­ 2008 Ler: uma eterna aventuraDescrição: Vinculado ao Programa "Atenção à Saúde da Criança eAdolescente", onde incentivávamos a leitura de crianças de creches eorfanatos da cidade de Alfenas­MG.. Situação: Concluído; Natureza: Extensão. Alunos envolvidos: Graduação: (25) .

Integrantes: Maryana Stephany Ferreira Branquinho ­ Integrante / Dênis daSilva Moreira ­ Coordenador.

1. Grande área: Ciências da Saúde / Área: Farmácia.

Inglês Compreende Bem, Fala Bem, Lê Bem, Escreve Bem.Espanhol Compreende Razoavelmente, Fala Pouco, Lê Razoavelmente, Escreve Pouco.

2014 Melhor pôster de mestrado apresentado na XIX Semana Farmacêutica deCiência e Tecnologia da Faculdade de Ciências Farmacêutica da USP,Faculdade de Ciências Farmacêutica da USP.

Laboratório Municipal Dr. Alfredo Barbalho Cavalcante, L.M.A.B.C, Brasil.

CJL Drogarias LTDA, CJL, Brasil.

Município de Alfenas, ALFENAS, Brasil.

Pharmacêutica Manipulação, PHARMACÊTICA, Brasil.

Drogaria Rabelo e Peloso LTDA, DROG. RP, Brasil.

Projetos de extensão

Áreas de atuação

Idiomas

Prêmios e títulos

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28/08/2015 Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Maryana Stephany Ferreira Branquinho)

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1.

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

1.

Bancas

Participação em bancas de comissões julgadoras

Outras participaçõesBRANQUINHO, M. S. F.. 22º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP ­ SIICUSP.

2014. Universidade de São Paulo.

Eventos

Participação em eventos, congressos, exposições e feiras

XIX Semana Farmacêutica de Ciência e Tecnologia.Efeitos dos inibidores de IDO e TDO na proliferação, migraçãoe invasão de melanomas humanos e na atividade tumoricida de células mononucleares. 2014. (Seminário).

Hematologia: principais causas de erro do hemograma e automação..Hematologia: principais causas de erro dohemograma e automação.. 2011. (Outra).

Curso: Análise Forense.Análise Forense. 2011. (Outra).

Campanha pelo uso racional de medicamentos.Campanha pelo uso racional de medicamentos. 2010. (Oficina).

44ª Semana Farmacêutica da UNIFAL­MG.44ª Semana Farmacêutica da UNIFAL­MG. 2010. (Encontro).

"Pró­saúde: Reformulando a Saúde Pública"."Ao povo o que é do povo... Pró­saúde: Reformulando a SaúdePública". 2008. (Seminário).

Programa de Treinamento de Estagiários.Programa de Treinamento de Estagiários. 2008. (Outra).

Programa de Treinamento de Estagiários.Programa de Treinamento de Estagiários. 2008. (Outra).

Biossegurança: a importância da imunização para o trabalhador de saúde..Biossegurança: a importância daimunização para o trabalhador de saúde.. 2008. (Outra).

42ª Semana Farmacêutica da UNIFAL­MG.42ª Semana Farmacêutica da UNIFAL­MG. 2007. (Encontro).

Minicurso: Descarte de resíduos de serviço de saúde.Descarte de resíduos de serviço de saúde. 2007. (Outra).

Organização de eventos, congressos, exposições e feiras

BRANQUINHO, M. S. F. . 44ª Semana Farmacêutica da UNIFAL­MG. 2010. (Outro).

Outras informações relevantes

Monitorias durante a graduação: Monitoria da disciplina de Bioquímica Clínica, no curso deFarmácia, durante o primeiro semestre de 2012 totalizando 90 horas, Departamento deAnálises Clínicas ‐ UNIFAL MG, professor responsável Fernanda Borges de Araújo Paula.

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28/08/2015 Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Maryana Stephany Ferreira Branquinho)

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Monitoria da Disciplina de Controle Microbiológico de Alimentos, Cosméticos e Medicamentosno curso de Farmácia, durante o segundo semestre de 2011 totalizando 90 horas, Departamentode Alimentos e Medicamentos ‐ UNIFAL MG, professor responsável Sandra Maria Oliveira MoraisVeiga. Monitoria da Disciplina de Farmácia Hospitalar no curso de Farmácia, durante oprimeiro semestre de 2011 totalizando 90 horas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas ‐UNIFAL MG, professor responsável Walneia Aparecida de Souza. Cursos de curta duração emesa‐redonda: Participação no minicurso: Farmácia, um estabelecimento de saúde. Com cargahorária de 2 horas, realizada no dia 03 de setembro de 2009. Participação na mesa‐redonda:Pós‐graduação. Com carga horária de 4 horas, realizada duranta a "44ª Semana Farmacêutica".

Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 28/08/2015 às 13:34:38

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28/08/2015

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­ Sistema Administrativo da Pós­Graduação

Universidade de São PauloFaculdade de Ciências Farmacêuticas

Documento sem validade oficialFICHA DO ALUNO

9136 ­ 8442874/1 ­ Maryana Stephany Ferreira BranquinhoEmail: [email protected] de Nascimento: 08/12/1988Cédula de Identidade: RG ­ MG. 15.448.034 ­ MGLocal de Nascimento: Estado de Minas GeraisNacionalidade: Brasileira

Graduação: Farmacêutica ­ Universidade Federal de Alfenas ­ Minas Gerais ­ Brasil ­2012

Curso: MestradoPrograma: Farmácia (Análises Clínicas)Área: Análises ClínicasData de Matrícula: 16/07/2013Início da Contagem de Prazo: 16/07/2013Data Limite para o Depósito: 18/01/2016

Orientador: Prof(a). Dr(a). Ana Campa ­ 16/07/2013 até o presente. Email:[email protected]

Proficiência em Línguas: Inglês, Aprovado em 16/07/2013

Data de Aprovação no Exame deQualificação: Aprovado em 11/08/2014

Data do Depósito do Trabalho:Título do Trabalho:

Data Máxima para Aprovação daBanca:Data de Aprovação da Banca:

Data Máxima para Defesa:Data da Defesa:Resultado da Defesa:

Histórico de Ocorrências: Primeira Matrícula em 16/07/2013

Aluno matriculado no Regimento da Pós­Graduação USP (Resolução nº 5473 em vigor de 18/09/2008 até19/04/2013).Última ocorrência: Matrícula de Acompanhamento em 20/07/2015Impresso em: 28/08/2015 13:38:18

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­ Sistema Administrativo da Pós­Graduação

Universidade de São PauloFaculdade de Ciências Farmacêuticas

Documento sem validade oficialFICHA DO ALUNO

9136 ­ 8442874/1 ­ Maryana Stephany Ferreira Branquinho

Sigla Nome da Disciplina Início Término CargaHorária Cred.Freq.Conc.Exc.Situação

FBC5753­3/1 Processos de Invasão Celular 05/08/2013 15/09/2013 90 6 100 A N Concluída

FBC5757­4/2 Tópicos em Análises Clínicas II 06/08/2013 18/11/2013 15 1 87 A N Concluída

EDM5791­5/11

Metodologia do Ensino Superior(Faculdade de Educação ­Universidade de São Paulo)

13/08/2013 29/11/2013 120 0 ­ ­ NPré­

matrículaindeferida

MCM5891­1/5

Estatística Instrumental (Faculdadede Medicina ­ Universidade de SãoPaulo)

07/10/2013 03/11/2013 60 4 93 B N Concluída

FBC5780­2/2

Análise de Dados Aplicados àsPesquisas Biológicas 10/03/2014 20/04/2014 90 6 94 A N Concluída

FBC5793­12/1 Tópicos em Análises Clínicas I 11/03/2014 23/06/2014 15 1 80 A N Concluída

FBC5748­4/1

Trabalhos Científicos: da Elaboraçãoà Publicação 08/04/2014 19/05/2014 60 4 91 A N Concluída

FBA5728­3/10 Aprimoramento Didático 19/08/2014 15/09/2014 60 4 88 A N Concluída

Créditos mínimos exigidos Créditos obtidosPara exame dequalificação Para depósito da dissertação

Disciplinas: 0 25 26Estágios:Total: 0 25 26

Créditos Atribuídos à Dissertação: 71

Conceito a partir de 02/01/1997:A ­ Excelente, com direito a crédito; B ­ Bom, com direito a crédito; C ­ Regular, com direito a crédito; R ­ Reprovado; T­ Transferência.

Um(1) crédito equivale a 15 horas de atividade programada.

Última ocorrência: Matrícula de Acompanhamento em 20/07/2015Impresso em: 28/08/2015 13:38:19

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28/08/2015

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­ Sistema Administrativo da Pós­Graduação

Universidade de São PauloFaculdade de Ciências Farmacêuticas

Documento sem validade oficialFICHA DO ALUNO

9136 ­ 8442874/1 ­ Maryana Stephany Ferreira Branquinho

Comissão julgadora da dissertação de mestrado:NUSP Nome Vínculo Função

55700 Ana Campa FCF ­ USP Presidente

Última ocorrência: Matrícula de Acompanhamento em 20/07/2015Impresso em: 28/08/2015 13:38:19