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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
REBECA DE CASTRO NEVES
ESTUDO DAS ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS PLÁSTICOS NÃO RECICLÁVEIS
Lorena – SP 2014
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
REBECA DE CASTRO NEVES
ESTUDO DAS ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA A DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS PLÁSTICOS NÃO RECICLÁVEIS
Trabalho de Conclusão de Curso entregue como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Industrial Químico pela Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo.
Orientador: Dr. Lucrécio Fábio dos Santos
Lorena – SP 2014
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA AFONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Neves, Rebeca de Castro ESTUDO DAS ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA ADESTINAÇÃO DE RESÍDUOS PLÁSTICOS NÃO RECICLÁVEIS /Rebeca de Castro Neves; orientador Lucrécio Fábiodos Santos. - Lorena, 2014. 60 p.
Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaIndustrial Química - Escola de Engenharia de Lorenada Universidade de São Paulo. 2014Orientador: Lucrécio Fábio dos Santos
1. Resíduos. 2. Plásticos. 3. Reciclagem. 4.Destinação de resíduos. I. Título. II. Santos, LucrécioFábio dos, orient.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Gerson Neves e Marina de Castro Neves, por
todo apoio, carinho e dedicação ao longo da minha vida.
A toda minha família e às minhas irmãs, Raquel e Luana, pela compreensão e
incentivo.
Aos meus amigos e em especial à minha grande amiga Sofia, pelo companheirismo e
torcida.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Lucrécio Fábio dos Santos, pela orientação, paciência e
suporte oferecido durante a realização deste trabalho.
Aos meus queridos colegas de trabalho que contribuíram amplamente para o meu
desenvolvimento profissional e pessoal nos últimos anos de faculdade.
Aos colegas e professores da EEL que direta ou indiretamente colaboraram para minha
formação em Engenharia Química.
RESUMO
NEVES, Rebeca de Castro. Estudo das alternativas sustentáveis para a destinação de resíduos plásticos não recicláveis. Lorena. 2014. 60 f. Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. Lorena. 2014.
A produção de resíduos cresce de maneira contínua e acentuada em virtude da crescente demanda mundial por bens de consumo. Sendo assim, é imprescindível que seja feita a gestão adequada desses materiais para evitar desperdícios e descarte inadequado de resíduos. O reaproveitamento dos resíduos através de processos de reciclagem contribui para a manutenção da sustentabilidade do planeta, uma vez que gera economia de energia, reduz custos, além de preservar os recursos naturais. Entretanto, há casos em que o reaproveitamento do resíduo torna-se inviável seja por algum risco de contaminação química ou biológica que impeça sua reutilização ou mesmo a falta de tecnologia de reciclagem aplicáveis a determinados tipos de material como, por exemplo, os plásticos termorrígidos, que não podem ser reciclados mecanicamente e são descartados. Os plásticos são amplamente utilizados e produzidos pelas indústrias que, de modo geral, descartam quantias exacerbadas de resíduos. Sendo assim, apresenta-se neste trabalho o estudo que foi realizado no levantamento dos materiais plásticos que atualmente são descartados sem nenhum reaproveitamento e foram propostas alternativas capazes de gerar menores impactos socioambientais. A partir dos estudos realizados, concluiu-se que a melhor alternativa para destinação de plásticos em geral é a reciclagem mecânica, entretanto, para os materiais de difícil reciclagem pode-se optar pela reciclagem química ou energética dependendo do tipo de resina. Além disso, destinação de resíduos plásticos a aterros apresentou-se como a pior alternativa.
Palavras-chave: Resíduos. Plásticos. Reciclagem. Destinação de resíduos.
ABSTRACT
NEVES, Rebeca de Castro. Study of sustainable alternatives of non-recyclable plastic waste disposal. Lorena. 2014. 60 p. Monograph. Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. Lorena. 2014.
The waste production grows continuously and sharply due to the increasing global demand for consumer goods. Therefore, it is essential to make the appropriate management of these materials to avoid waste and inappropriate waste disposal. The reuse of waste through recycling processes helps to maintain the planet sustainability, since it generates energy, reduces costs and conserves natural resources. However, there are cases that reusing residues becomes infeasible either because some risk of biological or chemical contamination or even because the lack of recycling technology for certain types of material such as, for example, thermosetting plastics, that can not be recycled and are discarded. Plastics are widely used and produced by industries in general and they discard large amounts of plastic residues. Although plastics have great importance in recycling issues, some of them can not be reused and are discarded. This paper presents a study carried out on a survey of plastic materials that are currently discarded without reuse, and it proposes alternative destinations that generate lower environmental and social impacts. Based on the studies, it was concluded that the best alternative for plastics destination is the mechanical recycling, however, for not easily recyclable materials, chemical recycling or energetic recycling can be chosen depending on the type of resin. Besides that, disposal of plastics waste to landfill was presented as the worst alternative.
Keywords: Waste. Plastics. Recycling. Residues destinations.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Caracterização e classificação de resíduos sólidos. ............................................ 16
Figura 2 – Estrutura molecular do Poli(Tereftalato de etileno) .......................................... 21
Figura 3 – Estrutura molecular do Polietileno ................................................................... 22
Figura 4 – Estrutura molecular do Poli(Cloreto de Vinila) ................................................. 23
Figura 5 – Estrutura molecular do Polipropileno ................................................................ 23
Figura 6 – Estrutura molecular do Poliestireno .................................................................. 24
Figura 7 – Ilustração do método de trincheira .......................................................... 26
Figura 8 – Sistema de codificação de diferentes tipos de plásticos. ABNT: 13.230 .......... 29
Figura 9 – Esquema ilustrativo da reciclagem energética .................................................. 31
Figura 10 – Esquema de hierarquia para destinação de resíduos ........................................ 32
Figura 11 – Usina de reciclagem energética ........................................................................ 33
Figura 12 – Esquema da separação de polímeros por diferença de densidade .................... 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Principais resinas consumidas no Brasil (2012) ............................................... 20
Gráfico 2 – Produção mundial de plásticos em milhões de toneladas ................................. 35
Gráfico 3 – Produção mundial de plásticos em 2012 .......................................................... 36
Gráfico 4 – Principais materiais descartados no Brasil ....................................................... 37
Gráfico 5 – Comparativo da reciclagem mecânica de plástico pós-consumo ..................... 49
Gráfico 6 – Índice de reciclagem de plásticos pós-consumo em 2011 por tipo de resina ... 50
Gráfico 7 – Quantidade de resíduos plásticos descartados e reciclado em 2012 no Japão. . 54
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Alternativas de disposição final de plásticos para os estudos apresentados ..... 40
Quadro 2 – Classificação das alternativas de destinação para plásticos dentro de cada
cenário .......................................................................................................................... 43
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Poder calorífico de alguns plásticos e outros combustíveis ............................... 52
Tabela 2 – Dados da reciclagem de resíduos plásticos no Japão ......................................... 54
LISTA DE SIGLAS
ABIPLAST Associação Brasileira da Indústria do Plástico
ABEPRO Associação Brasileira de Engenharia De Produção
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRE Associação Brasileira de Embalagens
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ABS Acrilonitrila-Butadieno-Estireno
IB Instituto de Biociências
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico e Defesa do Meio
Ambiente
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
EPS Poliestireno Estendido
EVA Etileno Acetato de Vinila
ESWET European Suppliers of Waste-to-Energy Technology
MMA Ministério do Meio Ambiente
PA Poliamida
PC Policarbonato
PEAD Polietileno de Alta Densidade
PEBD Polietileno de Baixa Densidade
PET Poli(tereftalato de etileno)
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PP Polipropileno
PS Poliestireno
PVC Poli (Cloreto de Vinila)
PWMI Plastic Waste Management Institute
SAN Acrilonitrila Estireno
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
USP Universidade de São Paulo
WWF World Wide Fund
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 14
2.1. Objetivo Geral ....................................................................................................... 14
2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................ 14
3. REVISÃO BIBLIGRÁFICA ..................................................................................... 15
3.1. Resíduos sólidos industriais .................................................................................. 15
3.2. Resíduos não recicláveis ....................................................................................... 17
3.3. Principais plásticos utilizados na indústria ........................................................... 19
3.4. Destinação final e tratamento de resíduos plásticos .............................................. 25
3.5. Outros processos de tratamento de resíduos plásticos .......................................... 34
3.6. Gerenciamento de resíduos plásticos no Brasil ..................................................... 35
4. METODOLOGIA ....................................................................................................... 38
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 39
5.1. Estudo comparativo de alternativas para destinação e tratamento de resíduos
plásticos ............................................................................................................................ 39
5.2. Gerenciamento de resíduos plásticos no Brasil ..................................................... 45
5.3. Gerenciamento de resíduos plásticos em países desenvolvidos ............................ 53
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 56
7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
12
1. INTRODUÇÃO
A crescente demanda de consumo e o crescimento populacional, somados aos
resultados inerentes da industrialização, têm contribuído para o aumento significativo da
geração de resíduos ao longo dos anos. Segundo Valle (2004), os resíduos são a expressão
visível e mais palpável dos riscos ambientais.
Uma gestão adequada dos resíduos é fundamental para a manutenção da
sustentabilidade do planeta, uma vez que a procura por recursos naturais sobe
vertiginosamente chegando a 50% a mais do que o planeta pode suportar (WWF, 2010).
Os resíduos, que apresentam composições e comportamentos físico-químicos variáveis,
exigem tratamentos específicos para sua recuperação total ou parcial, assim como
disposição final adequada nos casos em que não haja tecnologia existente para o
reaproveitamento do material descartado.
Ressalta-se que o conceito de reciclagem não deve ser limitado apenas ao
reaproveitamento de material, pois também abrange fatores como economia de energia,
redução de custos além da preservação de recursos naturais.
Um dos processos mais usados emprega a combinação de um ou mais processos
operacionais para reaproveitar o material descartado transformando-o em matéria-prima
para a fabricação de outros produtos. Isso porque é sempre preferível tentar reaproveitar ao
máximo os materiais descartados e, somente como última alternativa, destiná-los a aterros
ou incineradores.
Para os casos em que o reaproveitamento do material é inviável e sua destruição
obrigatória, pode-se recorrer a tratamentos térmicos para a cogeração de energia, processo
também conhecido como reciclagem energética. Atualmente, existem diversos materiais,
como por exemplo, embalagens de formulação complexa e compostos de resinas de difícil
separação que apresentam como única alternativa a incineração com aproveitamento
energético.
Nesse processo, ocorre a incineração do material com recuperação da energia térmica
gerada durante o processo de queima. A energia então originada poderá ser aproveitada
13
para aquecimento sob a forma de vapor ou ser utilizada na produção de energia
elétrica, sendo possível recuperar o equivalente a metade da energia dissipada (ABEPRO,
2013).
A cogeração de energia é frequentemente utilizada em indústrias agrícolas que geram
volumes notáveis de resíduos agrícolas e utilizam a energia obtida no processo de
reciclagem energética para aquecimentos de caldeiras, uma vez que reaproveita a energia
liberada durante o processo de queima desses materiais.
Nesse processo, os resíduos plásticos são utilizados como combustível para geração
energia. Os plásticos em sua grande maioria possuem um alto poder calorífico. Sendo
assim, este trabalho apresenta os principais tipos de materiais plásticos que se enquadram
na categoria de resíduos industriais destruídos devido à falta de tecnologia disponível para
seu reaproveitamento e propõe alternativas sustentáveis para o seu descarte.
14
2. OBJETIVOS
2.1.Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o levantamento realizado sobre
diversos tipos de resíduos plásticos que atualmente não são passíveis de reciclagem
mecânica.
2.2.Objetivos Específicos
Classificar os resíduos sólidos;
Avaliar os diversos tipos de disposição e tratamento de resíduos no Brasil;
Abordar os métodos de reciclagem primária, secundária, terciária e quaternária, e
comparar as alternativas sustentáveis para o tratamento de resíduos plásticos não
recicláveis;
Propor alternativas sustentáveis para o tratamento e disposição final desses
resíduos.
15
3. REVISÃO BIBLIGRÁFICA
3.1. Resíduos sólidos industriais
É considerado resíduo sólido industrial tudo que é gerado pelas atividades industriais e
que é descartado por não apresentar nenhuma utilidade ou não poder ser reutilizado de
nenhuma outra maneira.
Segundo a norma 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são
considerados resíduos sólidos industriais todos os detritos no estado sólido ou semissólido
incluindo-se lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, sejam eles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição ou de determinados líquidos cujas
propriedades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível (NBR 10.004, 2011)
Classificação de resíduos
Os resíduos sólidos são classificados de acordo com os riscos potenciais que
apresentam tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública. A norma NBR 10.004 da
ABNT classifica esses resíduos em três grupos:
Resíduos classe I (Perigosos): Apresentam características como: Corrosividade,
Reatividade, Inflamabilidade, Toxicidade, e Patogenicidade.
Resíduos classe II (Não perigosos):
Resíduos classe II A – Não inertes: não se enquadram nem como perigosos nem como
inertes, podendo ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
16
Resíduos classe II B – Inertes: são aqueles que após o ensaio de solubilização não
tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões
de potabilidade de água (com exceção de aspecto, turbidez, dureza e sabor).
A Figura 1 apresenta um fluxograma com a caracterização desses resíduos conforme a
norma NBR 10.004 da ABNT.
Figura 1 – Caracterização e classificação de resíduos sólidos.
Fonte: Adaptado de ABNT 10.004 (2004, p 71)
Consta nos anexos A ou B?
Resíduo
O resíduo tem origem conhecida?
Tem características de: Inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade ou patogenicidade?
Resíduo Não Perigoso Classe II
Possui constituintes que são solubilizados em
concentrações superiores ao anexo G?
Resíduo Não Inerte Classe II A
Resíduo Inerte Classe II B
Resíduo Perigoso Classe I
Não
Não
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
17
3.2. Resíduos não recicláveis
De acordo com o Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP) há
diversos tipos de resíduos cuja composição não permite que sejam reciclados, por não
haver atualmente tecnologia que possibilite seu reaproveitamento. Entre os papéis não
recicláveis estão os adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono, fotografias, papel toalha,
papel higiênico, papéis e guardanapos engordurados, papéis metalizados, parafinados ou
plastificados. Há também metais não recicláveis como clipes, grampos, esponjas de aço,
latas de tintas, latas de combustível e pilhas.
Alguns plásticos também não são reciclados, como por exemplo, cabos de panela,
tomadas, isopor, adesivos, espuma, teclados de computador, acrílicos. Assim como alguns
tipos de vidros, como espelhos, cristal, ampolas de medicamentos, cerâmicas e louças,
lâmpadas, vidros temperados planos (IB, 2014).
Plásticos
Plásticos são peças produzidas com base em resinas sintéticas, sendo essas fabricadas a
partir do petróleo, gás natural, carvão ou sal comum (PIVA; WIEBECK, 2004).
Suas unidades químicas são formadas por ligações covalentes que são repetidas de
forma regular ao longo da cadeia, sendo denominadas meros (MANO; MENDES, 1999).
Os materiais plásticos termorrígidos ou termofixos possuem polimerização com
elevado número de ligações cruzadas e que após o processo de cura tornam-se
extremamente rígidos. Como exemplo desse tipo de material tem se o epóxi e compostos
conformáveis à base de formaldeído e fenol. Devido às suas características físico-químicas,
quando esses termofixos estão presentes na composição de materiais termoplásticos de
embalagens, diminuem consideravelmente a reciclabilidade do material (SELKE apud.
FORLIN, 2002).
18
Adesivos
Adesivos são substâncias que permitem manter materiais unidos por superfície de
contato. Quanto à suas propriedades físicas e químicas, podem ser líquidos ou adesivo de
fita assim como apresentarem base em silicato ou resinas. Suas principais aplicações são
para adesivos para papel, metais, plásticos e borrachas.
Segundo Luz e colaboradores (2011), os adesivos são divididos em dois grupos:
estruturais e não-estruturais. Os não estruturais costumam ser mais fáceis de usar e seus
principais tipos são os adesivos PSA (Pressure Sensitive Adhesives - Adesivos Sensíveis à
Pressão), adesivos de contato, emulsões termoplásticas e elastoméricas, adesivos hot melt,
adesivos sólidos, sendo aplicados no estado fundido e ganham resistência à proporção que
se solidificam.
Resíduos agroquímicos
Os resíduos de indústrias agroquímicas, sejam eles os produtos defensivos agrícolas ou
as próprias embalagens contaminadas, precisam ser devidamente destruídos tendo em vista
que não é possível sua posterior reutilização em virtude do risco de contaminação.
Atualmente, recorre-se a incineração para fins de destruição.
Resíduos hospitalares
Resíduos hospitalares são gerados nos serviços de saúde podem ser classificados como
infectantes seja por apresentarem contaminação biológica ou por substâncias químicas
(FERREIRA, 1995).
19
De acordo com a resolução da Agência de Vigilância Sanitária - ANVISA e do
Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, esses resíduos são classificados em
cinco classes:
Grupo A: resíduos que possivelmente possuem agentes biológicos, desta maneira,
apresentando riscos de causar infecções.
Grupo B: nestes resíduos estão presentes substâncias químicas que, possivelmente,
conferem risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
Grupo C: materiais oriundos de atividades humanas que possuem radionuclídeos
em quantidades acima dos limites aceitáveis segundos as normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
Grupo D: resíduos que não apresentam risco químico, biológico ou radioativo para
a saúde dos seres vivos, nem ao meio ambiente. Exemplo: papel de uso sanitário,
fraldas e restos alimentares de paciente.
Grupo E: grupo onde estão os materiais perfurocortantes ou escarificantes.
É incumbida aos geradores a responsabilidade de gerenciar os resíduos desde a geração
até a disposição final por um período de vinte anos (FERREIRA, 1995).
3.3. Principais plásticos utilizados na indústria
Os plásticos possuem ao longo da cadeia unidades químicas ligadas covalentemente e
repetidamente. Essas unidades são denominadas meros (MANO e MENDES, 1999).
Os plásticos são classificados em dois tipos: termoplásticos e termorrígidos. Esta
divisão está baseada nas características físicas desses materiais, como a fusão, por
exemplo. Os termoplásticos são sujeitos a aquecimento e moldagem e quando reaquecidos,
são amolecidos e podem ser novamente moldados. Esta capacidade de amolecimento e
20
endurecimento sucessivo permite a reciclagem, uma vez que este ciclo pode ser repetido
inúmeras vezes. Grande parte dos materiais plásticos pertence ao grupo dos termoplásticos.
O termoplástico mais utilizado no Brasil é o polipropileno, representando mais de um
quarto do consumo nacional, como demonstrado no Gráfico 1. Outras resinas, como PET,
EVA e EPS, ampliaram suas participações no mercado nacional no ano de 2012, mas ainda
representaram uma pequena parcela do volume total consumido (ABIPLAST, 2013).
Gráfico 1 – Principais resinas consumidas no Brasil (2012)
Fonte: Adaptado de ABIPLAST (2013)
Os plásticos termorrígidos, também denominados termofixos, podem ser moldados
uma única vez e após serem moldados, o reaquecimento pode não resultar na fusão do
material, mas sim em sua decomposição o que torna a reciclagem um processo nem sempre
viável. A comparação dos termorrígidos com os termoplásticos pode ser feita pela maior
estabilidade dimensional que o primeiro apresenta, uma vez que conserva suas
propriedades em uma ampla faixa de temperaturas. Também apresentam maior resistência
a solventes, sendo comumente destinados para usos externos. Os termorrígidos mais
utilizados são poliuretanos (PU), baquelite, epóxi e resinas fenólicas (CRQIV, 2014).
27%
1%
3%
4%
9%
10%
13%
17%
16% PP
EPS
EVA
PS
PET
PEBDL
PEBD
PVC
PEAD
21
Poli(tereftalato de etileno) – PET
O poli(tereftalato de etileno), mais conhecido como PET (Figura 2), tem como
características principais a transparência, impermeabilidade, leveza, além de ser
inquebrável. Devido a suas propriedades, seu uso é adequado para embalagens de bebidas,
refrigerantes entre outros alimentos, uma vez que atua como uma barreira capaz de reter
gases e impede a entrada de umidade.
Esse material possui ampla aplicação na indústria, e como pode ser aquecido, é
utilizado na fabricação de recipientes para refeições pré-prontas, que podem ser levadas ao
forno de micro-ondas. O PET também é utilizado em embalagens de óleos, produtos de
limpeza, cosméticos e produtos farmacêuticos. Entre as muitas aplicações, também se
utiliza esse material em plásticos de engenharia e na produção de fibras para roupas e
tapetes (CRQIV, 2014).
Figura 2 – Estrutura molecular do Poli(Tereftalato de etileno)
Fonte: Adaptado de Canevarolo (2002)
Polietileno de Alta Densidade – PEAD
O Polietileno de Alta Densidade é caracterizado por sua leveza, impermeabilidade,
rigidez, resistência química, grande potencial de barreira contra umidade e por ser
22
resistente a baixas temperaturas. Por isso mesmo é utilizado em embalagens de alimentos,
produtos têxteis, cosméticos e embalagens descartáveis em geral (CRQIV, 2014).
Polietileno de Baixa Densidade – PEBD
O PEBD é caracterizado por ser um material leve, transparente, impermeável, além de
ser resistente e flexível. Também possui baixa temperatura de fusão sendo muito utilizado
em filmes e em selagem de embalagens. Dentre as muitas aplicações encontradas para esse
plástico estão as embalagens flexíveis, tampas flexíveis, garrafas, fraldas e absorventes
higiênicos (CRQIV, 2014).
Figura 3 – Estrutura molecular do Polietileno
Fonte: Adaptado de Canevarolo (2002)
Poli (Cloreto de Vinila) – PVC
O poli(cloreto de vinila) é uma material estável a longo prazo, além de ser resistente a
oscilações de temperatura e também ser eletricamente estável. Possuem resistência química
e são materiais transparentes.
Os produtos derivados do PVC podem ser rígidos ou flexíveis, sendo os primeiros
utilizados em engenharia na confecção de tubos, conexões, encaixes, pisos e esquadrias
23
devido à sua alta resistência a produtos químicos, ataques de bactérias e microrganismos e
à corrosão. Já os flexíveis são utilizados em revestimentos de fios e cabos, filmes e em
revestimento para pisos (CRQIV, 2014).
Figura 4 – Estrutura molecular do Poli(Cloreto de Vinila)
Fonte: Adaptado de Canevarolo (2002)
Polipropileno - PP
O Polipropileno apresenta excelente resistência química sendo capaz de conservar
aroma e ser resistente a mudanças de temperatura. É um polímero brilhante, rígido e
inquebrável e possui grande aplicação em embalagens e acondicionamento de alimentos,
assim como embalagens de medicamentos, baterias de automóveis, produtos cosméticos,
tampas de refrigerante, produtos hospitalares descartáveis, autopeças e fraldas (CRQIV,
2014).
Figura 5 – Estrutura molecular do Polipropileno
Fonte: Adaptado de Canevarolo (2002)
24
Poliestireno – PS
O Poliestireno (Figura 6) pode ser encontrado tanto na forma rígida como na forma de
espuma. Entre as características principais estão: impermeabilidade, rigidez, leveza,
transparência e a facilidade para quebra. O PS é aplicado tanto em embalagens de
alimentos quanto em equipamentos médicos, produtos para laboratório e aparelhos
eletrônicos. O PS expansível geralmente passa por um processo de extrusão em folhas que
são utilizadas na fabricação de bandejas para carnes e queijos encontradas em
supermercados (CRQIV, 2014).
Figura 6 – Estrutura molecular do Poliestireno
Fonte: Adaptado de Canevarolo (2002)
Outros – Copolímero de Etileno e Acetato de Vinila – EVA
Existem outros tipos de plásticos que também são muito utilizados pelas indústrias
como, por exemplo, o nylon, os poliuretanos e o polimetilmetacrilato. Nesta categoria
estão o copolímero de etileno e o acetato de vinila, também conhecido com EVA. O EVA é
geralmente utilizado na fabricação de calçados, colas, adesivos e em plásticos dos tipos
25
Acrilonitrila-Butadieno-Estireno (ABS), Acrilonitrila Estireno (SAN), Poliamida (PA) e
Policarbonato (PC) (CRQIV, 2014).
3.4. Destinação final e tratamento de resíduos plásticos
Dependendo da composição/característica do resíduo, este deverá passar por
tratamentos específicos para sua destinação final.
Este trabalho dará ênfase no tratamento de resíduos plásticos que atualmente não são
reaproveitados seja por motivo contaminação química e/ou biológica, ou por falta de
tecnologia disponível para realizar a reciclagem.
A reciclagem primária caracteriza-se pelo reaproveitamento de materiais que, após
sofrerem um conjunto de processos operacionais, produzem novos materiais com
características equivalentes as dos produtos originais também chamadas resinas virgens.
Existe também a reciclagem de resíduos pós-consumo, que possuem características
inferiores ao produto original. Essa reciclagem é denominada como secundária. Já para os
resíduos plásticos em geral, ainda há a possibilidade de sofrerem reciclagem química, ou
seja, conversão em matérias-primas petroquímicas básicas.
Para resíduos cujo destino final seja a incineração, é possível realizar a recuperação da
energia térmica liberada durante a queima, reaproveitando-as sob a forma de vapor ou
mesmo de energia elétrica.
Aterros
Os aterros industriais se utilizam de técnicas que permitem o despejo controlado de
resíduos industriais no solo. Para que essa destinação seja efetiva, é requerido um controle
da quantidade, o tipo do resíduo descartado, assim como um monitoramento ambiental e a
26
elaboração de sistemas de preservação ao meio ambiente (TOCCHETTO apud. WINCK,
2011).
Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico e de Defesa do Meio
Ambiente (CETESB, 2014), aterro sanitário é um aprimoramento de uma das técnicas mais
antigas utilizadas pelo homem para descarte de resíduos: o aterramento. Pode-se dizer que
é um método de descarte que tem como finalidade comportar resíduos no solo em um
menor espaço possível, acarretando no menor impacto possível ao meio ambiente ou à
saúde pública. A técnica utilizada consiste na compactação dos resíduos no solo em
camadas, que são constantemente sobrepostos com terra ou algum material inerte.
Os aterros podem ser divididos em aterro convencional e aterro em valas. Sendo o
aterro convencional caracterizado pela formação de camadas de resíduos compactados.
Essas camadas são sobrepostas acima do nível original do terreno resultando em “escadas”
ou “pirâmides”. Os aterros em valas utilizam-se do uso de trincheiras ou valas para
facilitar o aterramento dos resíduos através da formação de células e camadas, como pode
ser observado na Figura 7. Após o preenchimento total da trincheira, o terreno retorna a
sua topografia inicial (CETESB, 2014).
Figura 7 – Ilustração do método de trincheira
Fonte: Jardim (2000, p. 17)
Em 2012, cerca de 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos foram
coletadas de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e,
segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), estima-se que 59% dos municípios
27
brasileiros destinam seus resíduos de maneira inadequada seja em lixões ou em aterros
controlados, ou seja, lixões que apresentam uma cobertura precária (MMA,2014).
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (ABRELPE, 2014), em 2013, cerca de 58,3% dos resíduos foram destinados a
aterros sanitários e 28,3% a aterros controlados, como pode ser observado no Gráfico 2.
Gráfico 2 – Índice de destinação de resíduos a aterros e lixões
Fonte: Adaptado de ABRELPE (2014)
É possível observar no gráfico 2, que no ano de 2013 uma quantidade significativa de
resíduos foram descartados de maneira ambientalmente incorreta, sendo de 17,4% a
porcentagem de resíduos destinados a lixões em todo o país.
É importante destacar que muitos resíduos plásticos estão incluídos no volume de
resíduos destinados a aterros e lixões. Esses dados podem e devem ser revertidos através
de políticas públicas de incentivo a coleta seletiva e reciclagem, resultando na diminuição
considerável do volume de resíduos plásticos descartados sem nenhum reaproveitamento.
Deve-se salientar também que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
instituída pela Lei nº 12.305/10, aprovada em 2010, se apresenta de forma extremamente
importante, uma vez que regulamenta e incentiva procedimentos para tratamento de
resíduos e possui metas para a eliminação e recuperação de lixões e que a regulamentação
e fiscalização do descarte incorreto de resíduos tende a se tornar cada vez mais rigorosa,
contribuindo para a diminuição desses índices.
58,0%
24,2% 17,8%
58,3%
24,3%
17,4%
Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixão
2012
2013
28
Reciclagem mecânica
A reciclagem mecânica divide-se em dois grupos: resíduos industriais e resíduos pós-
consumo; sendo as principais etapas desse processo de reciclagem a moagem, lavagem,
secagem, extrusão e granulação.
A reciclagem de resíduos industriais também é denominada primária por se realizar a
reciclagem de resinas pré-consumo. Essas resinas são constituídas por resíduos de
processos que foram descartados pela indústria sem passar pelo consumidor final. Já a
reciclagem secundária é aplicada aos resíduos plásticos descartados após seu consumo
(PINTO, 2010).
Reciclagem primária
Os resíduos plásticos industriais, também chamados resinas pré-consumo, possuem
uma composição polimérica definida e constante e apresentam baixo teor de contaminação.
Logo, dependendo do estado do resíduo, os processos de lavagem e secagem podem ser
eliminados do processo.
Na reciclagem primária os resíduos são reciclados pela própria indústria em que foram
gerados ou por outras empresas responsáveis por transformar materiais termoplásticos
provenientes de resíduos industriais. Esses materiais são livres de contaminação e de fácil
identificação (PINTO, 2010).
Observa-se que apenas os materiais termoplásticos são destinados a reciclagem
primária. Os plásticos termofixos só podem ser moldados uma única vez, já que depois de
moldados o reaquecimento pode provocar decomposição do material ao invés de sua fusão,
o que torna a processo de reciclagem mecânica inviável e, portanto, devem-se buscar
alternativas de destinação desses materiais (CRQIV, 2014).
No caso de resíduos pós-consumo, é imprescindível a etapa de lavagem após a moagem
para a prevenção de possíveis danos aos equipamentos devido à presença de materiais
29
alheios ao processo, outras resinas por exemplo. A reciclagem desses resíduos exige que
seja feita uma pré-seleção (PLASTIVIDA, 2009).
Reciclagem secundária
A reciclagem secundária ou reciclagem pós-consumo, caracteriza-se pela conversão de
resíduos plásticos já descartados e por esse motivo, constituem os mais diferentes tipos de
materiais e resinas, sendo necessária a segregação desses materiais a fim de possibilitar seu
reaproveitamento (PINTO, 2010).
A ABNT formaliza um sistema de codificação de produtos plásticos através da norma
13.230. Esses produtos são indicados por uma simbologia com três setas em sequência que
identifica o tipo de plástico utilizado com matéria-prima na fabricação do material a ser
descartado, conforme ilustrado na Figura 8.
Figura 8 – Sistema de codificação de diferentes tipos de plásticos. ABNT: 13.230
Fonte: CEMPRE e ABRE (2008)
30
Reciclagem química ou terciária
A reciclagem química, também denominada reciclagem terciária, consiste em
decompor os resíduos plásticos, transformando-os em elementos petroquímicos básicos por
meio de processos químicos ou térmicos. A partir daí, monômeros ou misturas de
hidrocarbonetos são formados podendo ser utilizados como matéria-prima em refinarias
petroquímicas resultando em produtos de alta qualidade (PLASTIVIDA, 2009)
As técnicas de despolimerização para realizar a reciclagem química de resinas plásticas
são utilizadas nos seguintes métodos:
Solvólise, que se divide em hidrólise, alcoólise e amilose;
Processos térmicos: através de pirólise em baixa ou alta temperaturas,
gaseificação e hidrogenação;
Processos térmicos/catalíticos: através da pirólise com adição de catalisadores
seletivos (PAOLI e SPINACÈ, 2005)
A reciclagem terciária também pode ser usada para a geração de energia. Podemos citar
como exemplo a empresa W2E, fundada no Brasil em 2010 para a produção de energia a
partir de resíduos através da pirólise e gaseificação exclusiva (combustão indireta).
O processo de pirólise decorre da degradação de materiais sob forte aquecimento em
presença de uma quantidade de oxigênio inferior a estequiometria para a reação de
combustão em temperaturas a partir de 350º C, segundo relatado pela própria W2E (2012).
O processo de gaseificação exclusiva ocorre de maneira similar, diferenciando-se da
pirólise pela maior concentração de oxigênio durante a reação.
Devido a presença insuficiente de oxigênio no processo de pirólise, não há reação de
combustão, ao contrário da reciclagem quaternária que se caracteriza pela incineração e
consequente combustão do material a ser reciclado.
O gás produzido nestes processos é aplicado à geração de energia elétrica através de
conversão por sistemas termodinâmicos tradicionais como ciclos Otto, Diesel, Brayton e
Rankine. Além disso, a planta também trabalha com auto-geração de energia elétrica sendo
que a energia de entrada proveniente dos resíduos e a energia no gás ao fim do processo
indica uma eficiência energética absoluta de 85%.
31
De acordo com a própria W2E, os gases emitidos durante todas as etapas do processo
acima apresentaram-se abaixo dos limites permitidos pela Resolução SMA nº 22 da
CONAMA (2009).
Reciclagem energética ou quaternária
A reciclagem quaternária, esquematizada na Figura 9, reaproveita a energia liberada
durante o processo de queima de materiais.
Nesse processo, os resíduos plásticos não recicláveis mecanicamente podem ser
utilizados como combustível para geração energia. Os plásticos em sua grande maioria
possuem um alto poder calorífico, podendo-se comparar a energia contida em 1 kg de
plásticos à energia contida em 1 kg de óleo combustível (PLASTIVIDA, 2013)
Figura 9 – Esquema ilustrativo da reciclagem energética
Fonte: Adaptado de Instituto do PVC (2014)
32
As usinas de reciclagem energética executam uma operação de recuperação, indicado
na etapa 4 da Figura 10, a qual fornece energia e evita a utilização de combustíveis fósseis,
reduzindo assim as emissões de gases agravadores do efeito estufa. Desta forma, as usinas
de reciclagem energética utilizam resíduos que de outra forma seriam destinados a aterros.
Figura 10 – Esquema de hierarquia para destinação de resíduos
Fonte: Adaptado de ESWET (2014)
Segundo a European Suppliers of Waste-to-Energy Technology (ESWET) (2014),
associação europeia representante de fabricantes na área de tecnologia para reciclagem
energética, as plantas de reaproveitamento energético são projetadas para incinerar
33
resíduos sólidos urbanos não recicláveis bem como outros resíduos industriais ou
comerciais. Simultaneamente, ocorre a recuperação de energia e os gases gerados pela
combustão são limpos. A Figura 11 ilustra uma planta de reciclagem energética indicando
as principais etapas do processo, que serão descritas a seguir.
Figura 11 – Usina de reciclagem energética
Fonte: Adaptado de ESWET (2014)
1. Combustão de resíduos
Os resíduos são transportados por uma espécie de grelha através da câmara de
combustão onde são misturados e queimados. Os materiais que não são queimados são
deixados como cinzas de fundo no final da grelha. Os metais e materiais de construção
podem ser recuperados a partir dessas cinzas e devolvidos ao ciclo do material,
economizando outras matérias-primas.
2. Recuperação de energia
A caldeira recupera mais de 80% da energia contida nos resíduos tornando-se utilizável
na forma de vapor.
3. Purificação dos gases de combustão
34
É um processo altamente sofisticado para assegurar que todos os poluentes contidos
nos resíduos e que foram transferidos para o gás de combustão sejam eliminados de forma
eficiente, sustentável e confiável.
4. Utilização da energia
A energia recuperada poderá ser utilizada como energia elétrica ou térmica, para
aquecimento, refrigeração e em processos industriais com em turbinas e bombas de
calor. Cerca de metade da energia produzida é renovável, pois é proveniente da fração
biogênica neutra em resíduos de carbono (ESEWET, 2014).
3.5. Outros processos de tratamento de resíduos plásticos
Dentre os processos comuns de tratamento de resíduos plásticos, também pode-se citar
a neutralização que é aplicada em resíduos com características ácidas ou alcalinas.
Outro processo utilizado é o encapsulamento de resíduos, que são revestidos com
resina sintética impermeável e de baixo grau de lixiviação.
Há também métodos de incorporação de resíduos à massa de concreto ou à cerâmica.
Além disso, é possível adicioná-los a combustíveis. Já a secagem ou mescla consiste na
mistura de resíduos com alto teor de umidade com materiais secos.
No tratamento de resíduos patogênicos, médicos e hospitalares é comum utilizar a
esterilização a vapor e desinfecção por micro-ondas (WINCK, 2011).
35
3.6. Gerenciamento de resíduos plásticos no Brasil
A produção global de plásticos cresce continuamente por mais de cinquenta anos,
tendo chegado a 288 milhões de toneladas no ano de 2012, conforme demonstrado no
Gráfico 3 (PLASTICS EUROPE, 2013).
Gráfico 3 – Produção mundial de plásticos em milhões de toneladas
Fonte: Adaptado de PLASTICS EUROPE (2013)
A produção de plásticos no Brasil, em 2012, apesar de apresentar um crescimento
contínuo, ainda apresenta uma participação pequena em relação a dimensão do país, sendo
de apenas 2,0% no volume produzido mundialmente, como pode ser observado no Gráfico
4.
36
Gráfico 4 – Produção mundial de plásticos em 2012
Nota: * Exceto Japão e China; ** Exceto Brasil; *** Commonwealth of Independent States.
Fonte: Adaptado de PLASTICS EUROPE (2013)
Grande parte dos materiais recicláveis é destinada a aterros e lixões no Brasil. Segundo
a ABIPLAST (2013), dentre esses materiais, o volume de plástico chega a ser de 13,5%,
conforme mostrado no Gráfico 5, e é o principal produto reciclável destinado
incorretamente, impedindo seu reaproveitamento.
37
Gráfico 5 – Principais materiais descartados no Brasil
Fonte: Adaptado de ABIPLAST (2013)
De acordo com Piva e Wiebeck (2004), o gerenciamento de resíduos consiste em
utilizar as possibilidades disponíveis de processo e captação da matéria-prima do melhor
modo possível. Deste modo, a gestão adequada dos resíduos, sejam urbanos ou industriais,
é primordial para garantir que materiais com possibilidade de reuso ou reciclagem tenham
a destinação adequada.
Deve-se ressaltar que as empresas e organizações industriais devem cumprir com sua
responsabilidade ambiental onde se inclui a gestão adequada de resíduos. Estas devem
expressar formalmente um compromisso ambiental, onde deverá assumir e definir valores
e princípios em relação a seu desempenho ambiental. Além disso, deve estar comprometida
com a melhoria contínua, prevenindo poluição e atendendo às normas ambientais vigentes
(VALLE, 2004).
51,40%
13,50%
2,40%
0,60%
2,30%
13,10%
16,70%
Matéria Orgânica
Plástico
Vidro
Alumínio
Aço
Papel, papelão e longa-vida(Tetra-Pak)
Outros
38
4. METODOLOGIA
O método de pesquisa adotado para este trabalho foi o de revisão bibliográfica e o
estudo teve início com a coleta de informações sobre os principais processos de reciclagem
existentes atualmente e o levantamento dos resíduos não recicláveis mecanicamente. Os
dados foram obtidos por meio da literatura de material científico já publicado incluindo-se
teses de doutorado, dissertações de mestrado, livros, artigos científicos e periódicos, anais
eletrônicos de congressos, projetos de instituições públicas no meio eletrônico e websites.
Foi realizada uma investigação qualitativa a fim de levantar problemas e fornecer
soluções referentes ao tema abordado. A princípio foi feito um levantamento bibliográfico
preliminar, formulação do problema referente ao tema proposto e uma leitura aprofundada
do material. A partir disso, foram organizados os assuntos e realizada a construção lógica
para a redação do trabalho.
O foco da análise deste trabalho é apresentar alternativas ao atual cenário nacional de
disposição de resíduos plásticos não recicláveis mecanicamente. Foram utilizados dados
estatísticos, normas e legislações vigentes, além de documentos informativos como base
para a compreensão dos processos de reciclagem existentes e levantamento dos resíduos
não recicláveis mecanicamente.
O conteúdo das informações coletadas através dos documentos e trabalhos publicados
selecionados foram analisados e interpretados a fim de serem usados no desenvolvimento
do trabalho proposto.
39
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Sabe-se que diversos tipos de resíduos são gerados pelas atividades de diferentes ramos
da indústria, como metalúrgico, petroquímico, químico, alimentício, celulose e papel,
mineração, entre outros. Desse modo, há uma grande variedade de resíduos industriais tais
como resíduos de processo, materiais adulterados, resíduos de operações de controle de
poluição ou descontaminação, resíduos da purificação de matérias-primas e produtos,
resíduos de atividades de remediação de solo contaminado, lodos, óleos, cinzas, resíduos
ácidos ou alcalinos, plásticos, papel, madeira, borrachas, fibras, escórias, metal, vidros e
cerâmicas (TOCCHETTO, 2005).
Os resultados e discussões deste trabalho baseiam-se no levantamento realizado sobre o
panorama atual da gestão de resíduos plásticos no Brasil e em um estudo internacional
comparativo entre cada tipo de disposição final e tratamento de resíduos plásticos.
5.1. Estudo comparativo de alternativas para destinação e tratamento de
resíduos plásticos
Uma análise realizada pelo programa britânico Waste and Resources Action
Programme (WRAP) em 2006 e posteriormente revisado em 2010 baseou-se em oito
artigos de ciclo de vida a fim de avaliar impactos ambientais das possíveis destinações de
resíduos, sejam elas aterro, queima, pirólise, gaseificação, compostagem ou mesmo a
digestão anaeróbica. Foram analisados papéis e papelões, vidros, plásticos, madeira e
alumínio (BAKAS e colaboradores, 2010).
Os tipos de destinações para o plásticos consideradas no estudo foram a reciclagem, a
incineração, o aterro e a pirólise. A análise foi baseada em estudos sobre o PE, PET, PP,
PS e PVC, além disso, foram considerados alguns materiais feitos de uma mistura destes
plásticos, denominados MIX. Os resultados dessa análise estão descritos no Quadro 1 a
seguir, que elucida os diversos cenários relacionados aos plásticos e suas possíveis
destinações finais.
40
Quadro 1 – Alternativas de disposição final de plásticos para os estudos apresentados
Fonte: Adaptado de Bakas e colaboradores (2010)
Artigo Tipo de resina Reciclagem Compostagem
Incineração somente com recuperação de energia
Incineração somente com recuperação de calor ou
calor/energia
AterroDigestão
AnaeróbicaPirólise Gaseificação
PE X X X
PET X X X
MIX1 X X X X
MIX2 X X X X
MIX3 X X X X
MIX4 X X X X
PE X X X
PP X X X
PS X X X
PET X X X
PVC X X X
4 MIX X X X X
5 MIX X X
HDPE X X X
LDPE X X X
PET X X X
PET X X
PE X X
PVC X X
PS1* X* X
PS2 X X
PS3 X X
Número total de
estudos22 0 9 10 18 0 5 0
Nota: *Reciclagem química.
8
1
2
3
6
7
41
Conforme a análise realizada, o primeiro estudo comparou o aterro e a incineração com
recuperação energética em relação ao PE e PET. No quesito de exaustão de recursos
naturais e demanda de energia, o aterro aparece como a opção menos favorável para ambos
os produtos. Entretanto, em relação às mudanças climáticas, o aterro torna-se melhor opção
do que a incineração com recuperação energética e a reciclagem aparece como a melhor
opção dos três indicadores.
O mesmo resultado aparece para os resíduos domésticos compostos de uma mistura de
plásticos PE, PET, PP, PS e PVC (MIX). Foi comparada uma série de tecnologias de
reciclagem mecânica, duas tecnologias de pirólise, aterro e incineração com recuperação
energética e a reciclagem se destaca com melhor desempenho do que as demais
alternativas no que diz respeito aos impactos sobre recursos naturais e demanda de energia.
Observou-se que em 63% dos casos levantados, a reciclagem mecânica apresentou
vantagem superior em relação aos demais tipos de destinação. Entretanto, no caso do PVC,
a reciclagem apresentou benefícios mais baixos, por causa da grande dificuldade na
reciclagem desse tipo de plástico. No estudo 8, realizado para o PS1*, a reciclagem
indicada como melhor alternativa foi a reciclagem química sendo o material usado em
coquerias substituindo o carvão. Nesse caso, a reciclagem aparece em desvantagem em
comparação com a incineração.
O estudo 8 analisa o ciclo de vida de diferentes tipos de embalagens plásticas e
bioplásticas. Para os plásticos, três diferentes cenários de reciclagem foram comparados
com a incineração com recuperação energética para embalagens de PS recicladas. No caso
do PS1 é um cenário de reciclagem em que o PS é recuperada em altos-fornos e utilizado
como um substituto para o coque. Os cenários para PS2 e PS3 correspondem a reciclagem
mecânica em que o PS é regranulado em material semelhante. No caso do PS2, inclui-se a
produção evitada de material dentro dos limites do sistema, enquanto o PS3 não faz essa
inclusão.
No Quadro 2, é apresentada a classificação de cada alternativa de destinação de
plásticos de acordo com cada cenário. Em relação às mudanças climáticas, a reciclagem
energética apresentou-se como a pior alternativa em virtude dos gases produzidos durante a
queima. Deve-se ressaltar, entretanto a existência de tecnologias limpas para o tratamento
42
dos gases liberados durante o processo de incineração pelas plantas de reaproveitamento
energético.
O consumo de combustíveis fósseis está estritamente relacionado à exaustão dos
recursos naturais. Sendo assim, nesse quesito a reciclagem ainda aparece como sendo mais
favorável que outras alternativas, uma vez que evita a produção de novas resinas,
diminuindo o consumo de matérias-primas derivadas do petróleo e de energia utilizada
durante o processo de produção. Em contrapartida, a destinação de resíduos plásticos a
aterros não gera energia devido a sua decomposição ser extremamente lenta e não produz
material algum, gerando apenas consumo. O processo de pirólise apesar de consumir
energia, produz matéria-prima ou combustível. Para os casos analisados, a pirólise
apresentou-se melhor que a incineração com recuperação energética e a disposição em
aterros foi a pior alternativa. Ressalta-se, porém, que em dois dos casos analisados, PET e
PVC, a disposição em aterros apresentou maiores benefícios que a incineração, uma vez
que essas resinas apresentam um poder calorífico não muito significativo (21MJ/t e
29MJ/t, respectivamente) em relação a outras resinas com poder calorífico acima de 40
MJ/t.
Entretanto, para os casos em que a resina apresenta alto poder calorífico e a reciclagem
não seja viável por motivo de contaminação, por exemplo, a incineração com recuperação
energética pode apresentar-se como uma alternativa viável.
É importante salientar que somente os estudos 4 e 7 compararam as alternativas de
destinação em relação ao consumo de água. Além disso, o estudo 7 realizou apenas a
comparação entre aterro e reciclagem e os demais estudos não apresentaram as análises
desse parâmetro. Segundo o estudo 4, a reciclagem é a melhor opção quando comparada à
incineração, aterro e pirólise devido ao grande consumo exigido para resfriamento de
correntes, lavagem de gases e manutenção dos aterros sanitários. No estudo 7, a reciclagem
é apontada com melhor opção para o PVC, enquanto que para PET e PE, a reciclagem
demanda uma grande quantidade de água utilizada para lavagem do material, quantidade
essa até mesmo maior que a requisitada para a produção de resinas virgens. Ainda segundo
o estudo 4, a reciclagem e pirólise demandam menor consumo de água se comparados que
aterro e incineração, que utilizam quantidades similares.
43
Quadro 2 – Classificação das alternativas de destinação para plásticos dentro de cada
cenário
Fonte: Adaptado de Bakas e colaboradores (2010)
Parâmetro analisado
Estudo Tipo de resina Reciclagem
Incineração com
recuperação de energia
Aterro Pirólise
PE +++ + ++ -PET +++ + ++ -
MIX1 +++ + ++ ++MIX2 +++ + ++ ++MIX3 +++ + ++ ++MIX4 +++ + ++ ++
PE +++ ++ + -PP +++ ++ + -PS +++ ++ + -
PET +++ ++ + -PVC +++ +++ + -
4 MIX +++ + ++ ++5 MIX +++ + -
HDPE +++ + ++ -LDPE +++ + ++ -PET +++ + ++ -PET +++ - + -PE +++ - + -
PVC +++ - + -PS1* +++ + - -PS2 +++ + - -PS3 +++ + - -PE +++ ++ + -
PET +++ ++ + -MIX1 +++ ++ + ++MIX2 +++ ++ + ++MIX3 +++ ++ + ++MIX4 +++ ++ + ++
PE +++ ++ + -PP +++ ++ + -PS +++ ++ + -
PET +++ + ++ -PVC +++ + ++ -
5 MIX +++ + - -Os estudos nº 4,6,7 e 8 não estão incluídos neste indicador.
PE +++ ++ + -PET +++ ++ + -
MIX1 ++ ++ + -MIX2 ++ ++ + -MIX3 ++ ++ + -MIX4 ++ ++ + -
PE +++ ++ + -PP +++ ++ + -PS +++ ++ + -
PET +++ ++ + -PVC +++ ++ + -
4 MIX +++ ++ + -HDPE +++ ++ + -LDPE +++ ++ + -PET +++ ++ + -PET +++ - + -PE +++ - + -
PVC +++ - + -PS1* + +++ - -PS2 +++ + - -PS3 +++ + - -
O estudo nº 5 não está incluído neste indicador.4 MIX +++ ++ + ++
PET + - +++ -PE + - +++ -
PVC +++ - + -Os estudos nº 1, 2, 3, 5, 6 e 8 não estão incluídos neste indicador.
3
1
Nota: *Reciclagem química.
7
8
6
3
7
Legenda: +++ Melhor opção; ++ Opção intermediária; + Pior opção; - Opção não avaliada.
Mudanças Climáticas
Demanda Energética
Esgotamento de fontes abióticas
Consumo de água
2
1
2
3
6
7
8
1
2
44
Além dos parâmetros descritos acima, outros indicadores foram avaliados nos estudos
analisados, entre eles o fator acidificação, em que aponta a reciclagem também como
sendo a melhor opção na maior parte dos casos, sendo que a disposição em aterros é
indicada como a pior alternativa de disposição. Outro fator avaliado foi em relação à
formação de foto-oxidantes, que apresentou os mesmos resultados do indicador de
acidificação.
Em relação à eutrofização, o resultado varia dependendo do espaço de tempo
considerado. Para períodos de até 100 anos, nenhuma das alternativas de disposição e
tratamento de resíduos plásticos apresenta impactos relevantes. Contudo, segundo os
estudos analisados, ao se considerar uma longa faixa de tempo, 60.000 anos, por exemplo,
somente a incineração não apresenta algum resultado prejudicial. Em aterros, a
decomposição do plástico resulta em maiores índices de eutrofização, principalmente no
caso do PET que possui, em sua composição, aditivos com compostos nitrogenados.
A toxicidade humana também foi considerada como um importante indicador. Neste
caso, a reciclagem e a pirólise apresentaram-se como as melhores em relação a esse
parâmetro.
Entre os potenciais parâmetros chaves utilizados nesses estudos estão: a perspectiva de
tempo considerando-se a degradação de plásticos em aterros, a produção evitada de
material e o percentual de substituição, o tipo de energia recuperada, a eficiência do
processo de triagem e a opção de destinação padrão.
Deve-se ressaltar que grande parte das análises realizadas considerou um período de
100 anos sendo que a degradação do plástico ocorre de maneira extremamente lenta, ou
seja, as emissões ocorrerão em um tempo maior do que os 100 anos considerados, sendo
assim, o parâmetro de mudanças climáticas é diretamente afetado uma vez que a emissão
de gases de efeito estufa varia conforme esse indicador.
Observa-se também que a recuperação energética é associada principalmente à
incineração, entretanto existem aterros que realizam a captura de biogás a fim de recuperar
energia. Sendo assim, a recuperação energética pode contrabalancear os impactos causados
pelo tratamento do resíduo.
45
Enfim, segundo o estudo, a reciclagem mecânica apresenta impactos menos
significativos em relação a mudanças climáticas, exaustão de recursos naturais e demanda
energética. Enquanto que a disposição em aterros é apontada como a pior alternativa no
que diz respeito aos impactos ambientais dos indicadores analisados. O estudo também
ressalta que quanto menor a segregação do material a ser reciclado, mais afetados serão os
processos de reciclagem e pirólise. Além disso, para aumentar os benefícios resultantes da
reciclagem, o material reciclado deve apresentar alta pureza e garantir uma alta qualidade a
fim de substituir inteiramente as resinas virgens.
5.2. Gerenciamento de resíduos plásticos no Brasil
A gestão inadequada de resíduos tem se tornado um verdadeiro empecilho ao processo
de ampliação da reciclagem no país. Em contrapartida, a PNRS se apresenta de forma
extremamente importante ao regulamentar e incentivar diversos tipos de procedimentos
para tratamento de resíduos. Entre pontos principais em relação a essa política estão a
definição do saneamento básico e os objetivos relacionados a gestão municipal de resíduos.
É muito comum no Brasil encontrar grandes quantidades dos resíduos descartados no
solo ou em corpos d’água. Isso ocorre tanto devido a ausência de coleta de lixo,
principalmente em áreas periféricas mais pobres, quanto à falta de conscientização de parte
da população brasileira, que se permite jogar o lixo nas ruas, em terrenos, rios e lagos, por
exemplo (COELHO, CASTRO e GOBBO, 2011).
O envio de resíduos para aterros, incineração e reciclagem são os tipos de destinação de
resíduos corretos mais utilizados no mundo. Entretanto, a representação da incineração no
país ainda não é muito notória devido à existência de incineradores de pequeno porte,
geralmente implementados próximo a hospitais e serviços de saúde para incineração de
resíduos contaminados (SANTOS, 2011).
No Brasil, a reciclagem mecânica é priorizada em virtude dos baixos custos de
implementação e operação quando comparada aos demais tipos de tratamentos, além do
fator social agregado, uma vez que são empregadas milhares de pessoas, como sucateiros e
46
catadores, ao longo da cadeia desse processo. Deve-se ressaltar que a coleta seletiva e a
logística reversa possuem grande influência nesse processo e também devem ser
incentivadas por parte dos governos.
Também é importante destacar que cerca de 40% dos resíduos industriais incluem-se
na classificação de resíduo perigoso, exigindo um tratamento especial devido ao alto grau
de impacto ambiental e à saúde (TOCCHETTO, 2005). Acrescenta-se, então, mais um
motivo para ampliação nos investimentos em novos tipos de tecnologia para tratamento de
resíduos.
Aterros
Os aterros são a opção mais comumente utilizada para destinação de resíduos em todo
o mundo. Nos países da América Latina, inclusive no Brasil, o tipo de disposição mais
encontrado é a disposição em aterros por se tratar de ser a prática com menores custos e,
principalmente em países menos desenvolvidos, há uma grande quantidade de lixões e
aterros controlados e uma menor parcela de aterros sanitários, que são a opção correta para
esse tipo de disposição.
As consequências ambientais negativas geradas com o decorrer do tempo proveniente
desse tipo de destinação se estendem às regiões ao redor do aterro, podendo haver
contaminação de solo, rios e lagos e até mesmo do ar. Sendo assim, ocorre a inutilização
dessas áreas por um longo período de tempo, desvalorizando os entornos do aterro
(SANTOS, 2011).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), foram
coletadas aproximadamente 260.000 toneladas de resíduos sólidos diariamente no Brasil.
Segundo os dados do IBGE, o país tem 5.564 munícipios, sendo eles os responsáveis pela
gestão de resíduos. Observa-se, entretanto, que uma boa parte desses municípios não foi
capaz de realizar um gerenciamento adequado dos RSUs. Dentre o número total de
municípios, 100% apresentam coleta de lixo, entretanto, apenas 27,68% efetuaram a
47
disposição de resíduos a aterros sanitários enquanto os 75,73% restantes destinaram de
maneira inadequada.
De acordo com a PNRS, o gestor municipal deve atuar efetivamente quanto a
reciclagem, tratamento e disposição final adequada de seus resíduos, além de promover a
conscientização ambiental no âmbito populacional e industrial alinhada aos planos do
município instituídos para a gestão correta de resíduos sólidos.
Além disso, a política também instituiu um prazo de agosto de 2014 para que a
disposição final adequada de resíduos fosse consolidada em todo o país. Entretanto,
segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(ABRELPE, 2014), 42% dos resíduos foram dispostos inadequadamente pelos municípios
brasileiros em 2012.
Apesar de não haver dados atuais disponíveis, é notável o grande desafio que está
sendo enfrentado para atender o prazo instituído pela PNRS, sendo muito provável que em
termos atuais a política não tenha sido efetiva em 100% do território nacional.
Em relação a resíduos plásticos, os estudos apresentados anteriormente neste trabalho
indicam a disposição em aterros como a pior alternativa de destinação e, portanto, é
fundamental que as políticas de resíduos adotadas no país sejam efetivas a fim de
maximizar o reaproveitamento e a reciclagem de materiais plásticos descartados
diariamente.
Reciclagem primária
No Brasil, foram reciclados 953 mil toneladas de plásticos em 2010, dos quais 347 mil
toneladas referentes a resinas plásticas pré-consumo, ou seja, aproximadamente 36,4%.
A reciclagem de resíduos plásticos pós-industriais é muito utilizada uma vez que
consiste na conversão dos resíduos poliméricos por meio de processamento padrão em
produtos com propriedades similares às dos produtos originais produzidos a partir de
48
resinas virgens. Sendo assim, são reintroduzidas no processamento gerando redução de
custos e diminuindo a exaustão de recursos naturais.
De modo geral, a reciclagem mecânica das resinas poliméricas é realizada após a
separação por diferença de densidade utilizando-se de tanques com água e/ou soluções
alcoólicas ou salinas, como ilustrado na Figura 12.
Figura 12 – Esquema da separação de polímeros por diferença de densidade
Fonte: Adaptado de Paoli e Spinacé (2005)
Uma vez que esse tipo de reciclagem se utiliza de transformações mecânicas de custo
relativamente baixo e resulta na redução imediata de consumo de resinas virgens, observa-
se que é muito comum sua utilização pelas indústrias de modo geral, que realizam a
reciclagem na própria planta ou destinam a outras empresas recicladoras desses polímeros.
Como neste tipo de reciclagem o resíduo plástico é geralmente reaproveitado na
própria indústria geradora da resina, não é possível se obter dados confiáveis sobre a
quantidade exata de resíduos reciclados. Entretanto, uma vez que a reciclagem primária
impacta diretamente na substituição de resinas virgens reduzindo custos e poupando
49
recursos naturais, é evidente que essa prática seja muito utilizada nas indústrias de um
modo geral.
Reciclagem secundária
A reciclagem secundária vem crescendo ao longo dos anos, conforme observado no
Gráfico 6. Em 2012, cerca de 683 mil toneladas de um total de 3,26 milhões resíduos
plásticos pós-consumo produzidos no Brasil foram reciclados, chegando a um índice de
20,9% de reciclagem de resinas pós-consumo.
Gráfico 6 – Comparativo da reciclagem mecânica de plástico pós-consumo
Fonte: Adaptado de Plastivida (2013)
Apesar do leve decréscimo no índice de reciclagem mecânica de plástico pós-consumo
de 2011 para 2012, é notória a evolução da porcentagem de reciclagem deste tipo de
material ao longo dos anos.
359
437 466
489
556 530 513
607
736
683
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Mil T
on
ela
das
50
Nota-se um aumento significativo de 4,4% nos índices de reciclagem de plásticos pós-
consumo no ano 2012 em relação a 2003, onde cerca de 16,5%, em relação ao total de 359
mil toneladas de resíduos plásticos, foram destinados a reciclagem mecânica.
Ainda segundo dados da Plastivida (2012), a resina mais reciclada o PET, conforme
apresentado no Gráfico 7.
Gráfico 7 – Índice de reciclagem de plásticos pós-consumo em 2011 por tipo de resina
Fonte: PLASTIVIDA (2013)
É importante ressaltar que se a destinação do material fosse realizada de maneira
correta, esse percentual poderia ser significantemente maior, o que geraria mais insumo a
ser utilizado pelas recicladoras.
A reciclagem mecânica é apontada nos estudos como a melhor alternativa de
destinação para a grande maioria dos resíduos plásticos, sendo assim, as ações
governamentais de incentivo à reciclagem são indispensáveis para que haja índices cada
vez maiores de plásticos reciclados no país.
A coleta seletiva, que promove a segregação dos resíduos para que tenham a destinação
adequada de acordo com o tipo de material, tem papel fundamental no processo de
reciclagem. Sendo a educação da população extremamente importante para que a
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%92,6%
51,3% 55,0%
9,80%
70,8%
46,0% 49,1%
14,0%
51
separação do lixo seco do orgânico seja efetiva, facilitando a posterior triagem dos
materiais enviados às recicladoras.
Além disso, deve-se considerar a logística reversa como uma etapa a ser agregada ao
processo de reciclagem de resinas pós-consumo pois, desse modo, produtos ou embalagens
já utilizadas são destinados novamente à indústria para sua reutilização (OLIVEIRA,
2012), ou seja, o consumidor retorna os produtos que seriam descartados para o produtor,
fechando o ciclo produtivo de maneira eficiente.
Reciclagem terciária
Algumas limitações surgem em relação a esse tipo de reciclagem como, por exemplo, a
exigência de grandes quantidades de resíduos para que a prática se torne viável. Além
disso, são necessários investimentos relativamente altos para sua implementação (SASSE e
EMIG, 1998). Para países ainda em desenvolvimento como o Brasil, são raros os
investimentos públicos em tecnologias de reciclagem de alto custo e, como consequência, a
prática das transformações químicas aplicadas a reciclagem de resíduos ainda são pouco
difundidas. Atualmente não é possível obter dados estatísticos que demonstrem a
quantidade de unidades de reciclagem química existente no país.
Apesar de ainda haver necessidade de avanços técnicos e econômicos para obter
melhor viabilidade, a reciclagem terciária se apresenta como uma alternativa promissora.
Muitas empresas atualmente estão dedicando suas linhas de pesquisa e desenvolvimento ao
estudo da otimização desse processo (OLIVEIRA, 2012). Observa-se que com o
aprimoramento das técnicas de reciclagem química e da redução considerável dos custos
para sua implementação, aumentam-se as oportunidades de sua ampliação do setor em
âmbito nacional.
A reciclagem química pode ser indicada como uma ótima opção de destinação para
alguns tipos de materiais rejeitados como, por exemplo, resina de PVC ou nos casos de
resíduos plásticos contaminados química ou biologicamente. Este tipo de processo
apresenta vantagens como a geração de produtos de aplicação na indústria petroquímica,
52
geração de energia e emissão de gases abaixo dos limites permitidos pela legislação,
garantindo baixos índices de impacto ambiental.
Reciclagem quaternária
Os plásticos em geral apresentam um valor energético elevado que pode ser comparado
ao de um óleo combustível (37,7 MJ/Kg) e, por este motivo, podem ser considerados uma
excelente fonte energética caso não haja possibilidade de serem reciclados por qualquer
uma das alternativas anteriores. (PINTO, 2010).
Tabela 1 - Poder calorífico de alguns plásticos e outros combustíveis
Material Poder calorífico (MJ/Kg)
Polietileno 43,3 – 46,5
Polipropileno 46,5
Poliestireno 41,9
Querosene 46,5
Gasolina 45,2
Petróleo 42,3
RSU 31,8
Fonte: OLIVEIRA (2012)
Entretanto, segundo Calderoni (1997), a queima de plásticos produz gases tóxicos,
como por exemplo, o PVC, que libera Cloro e pode produzir ácido clorídrico e dioxinas,
ambos tóxicos.
Apesar das emissões de gases poluentes serem apontadas como um empecilho para a
utilização da reciclagem energética, esta pode ser considerada como uma alternativa
atrativa quando se dispõe de tecnologias limpas para a recuperação energética. Um dos
53
benefícios deste método está na redução de 85% a 90% do volume dos resíduos sólidos
urbanos, além disso, a planta de recuperação energética pode ser construída nas
proximidades das fontes geradoras de RSU, reduzindo custos de transporte. Os custos de
implantação e operação da planta também podem ser compensados com a venda da energia
obtida e finalmente, as emissões gasosas podem ser controladas, de acordo com as
exigências da legislação (BRUNNER, 1994).
A reciclagem quaternária, assim como a terciária, também apresenta altos custos
iniciais de investimentos que, apesar dos ganhos provenientes da comercialização da
energia elétrica ou térmica geradas, têm afastado o incentivo financeiro por parte do
governo. Entretanto, no cenário atual brasileiro, é perceptível que a falta de investimentos
em novas tecnologias de reciclagem está mais relacionada à falta de vontade política do
que à escassez de recursos financeiros.
5.3. Gerenciamento de resíduos plásticos em países desenvolvidos
Países desenvolvidos em geral, além de possuírem políticas eficientes de
gerenciamento de resíduos, disponibilidade de recursos financeiros para investimentos em
novas tecnologias de reciclagem, também se destacam por formar em sua população uma
intensa consciência ambiental. Como consequência, essas práticas tornam o processo de
gerenciamento de resíduos extremamente eficaz.
Em contrapartida, no Brasil, a falta de conscientização da população e a ausência de
fiscalizações governamentais contribuíram, ao longo dos anos, para que um grande volume
de materiais recicláveis, inclusive resinas plásticas, seja descartado inadequadamente sem
nenhum tipo de reciclagem ou tratamento.
O Japão, uma das maiores potências econômicas do mundo, pode ser tomado como
exemplo de gerenciamento eficiente de resíduos, uma vez que apresenta índices
expressivos de reciclagem de plásticos.
54
Em 2012, segundo a Plastic Waste Management Institute (PWMI, 2014), esse país
reciclou 80% dos resíduos plásticos, conforme observado no Gráfico 8.
Gráfico 8 – Quantidade de resíduos plásticos descartados e reciclado em 2012 no Japão.
Fonte: Adaptado de PWMI (2014)
Observa-se que os tipos de reciclagem realizadas no país não se restringem apenas à
reciclagem mecânica, que representou 22% da destinação de resíduos plásticos em 2012,
enquanto que a incineração com recuperação energética absorveu uma parcela
significativamente maior de resíduos plásticos, reciclando aproximadamente 33% do total
de resíduos plásticos descartados no Japão, de acordo com a Tabela 2 (PWMI, 2014).
Tabela 2 – Dados da reciclagem de resíduos plásticos no Japão
Fonte: Adaptado de PWMI (2014)
9290
7440
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
Quantidade de resíduos plásticosdescartados
Quantidade de resíduos plásticosreciclados
Mil t
on
ela
das
Reciclagem mecânica
Liquefação, gaseificação e
alto-forno
Reaproveitamento como matéria-
prima para fabricação de
cimentos
Incineração com
recuperação energética
Incineração com reaproveitamento
térmico
Incineração sem geração de
energiaou facilidade de utilização
de calor
Aterros
Resíduos plásticos urbano (10³ t)
680000 270000 260000 1950000 330000 690000 290000
Resíduos plásticos Industriais (10³ t)
1360000 110000 810000 1070000 600000 270000 600000
Total 2040000 380000 1070000 3020000 930000 960000 890000
55
O índice de incineração sem nenhum tipo de reaproveitamento energético ou térmico
chegou a 10% em 2012 e o mesmo índice foi registrado para a destinação de plásticos a
aterros. Uma possível razão para a destinação de resíduos à incineração em detrimento aos
aterros é a escassez de áreas disponíveis para a acomodação de resíduos aterrados em
virtude das pequenas dimensões geográficas do país.
Ainda assim, é possível afirmar que este país apresenta índices de reciclagem de
plásticos plenamente satisfatórios, devendo servir como referência mundial no
gerenciamento de resíduos plásticos.
56
6. CONCLUSÃO
Ao término deste trabalho, foi possível concluir que existe uma variedade de resíduos
plásticos cuja composição não permite que sejam reciclados e, portanto, são descartados
sem nenhum tipo de reaproveitamento.
Os estudos indicaram que para os resíduos plásticos não recicláveis mecanicamente, o
reaproveitamento através de instalação de plantas de recuperação energética apresentou-se
como uma opção viável de destinação quando aliadas a tecnologias para tratamento de
gases liberados no processo. A utilização da reciclagem energética mostrou-se uma opção
sustentável, uma vez que os resíduos são tratados a altas temperaturas e, devido ao
tratamento avançado de limpeza dos gases de combustão, as emissões de dioxinas são
eliminadas.
Portanto, a reciclagem energética apresenta-se como uma excelente alternativa. Além
disso, os resíduos urbanos podem ser incluídos nesse processo, diminuindo
significativamente o volume de resíduos destinados a aterros sanitários.
A reciclagem química também se mostrou efetiva na destinação de resíduos não
recicláveis formados por mistura de resinas plásticas. Dentre os vários processos químicos
utilizados neste tipo de reciclagem, a pirólise se destaca por permitir o reaproveitamento de
energia e também foi apontada como uma alternativa sustentável para reciclagem de
resíduos plásticos não recicláveis tendo em vista os baixos índices de gases poluentes
liberados durante o processo.
Evidentemente são indispensáveis os investimentos em novas tecnologias e métodos de
reciclagem no país, entre elas as reciclagens química e energética, para que deste modo
seja possível obter adequadas e diversificadas alternativas no gerenciamento de resíduos
plásticos.
Finalmente, dentre as opções de destinação de resíduos plásticos apresentadas nesse
trabalho, deve-se ressaltar que a hierarquia de gestão de resíduos deve ser sempre seguida,
ou seja, os resíduos devem ser primeiramente evitados e quando isso não for possível,
reduzidos, reutilizados e reciclados. Aos resíduos não recicláveis, a reciclagem energética
surge como uma alternativa sustentável de destinação final.
57
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