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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Caracterização morfológica e genética de Fusarium spp. isolados de sementes e
associados à podridão do colmo de milho (Zea mays L.)
Pastora Josefina Querales
Tese apresentada para obtenção do titulo de Doutor em
Ciências. Área de concentração: Fitopatologia
Piracicaba
2010
3
Pastora Josefina Querales
Engenheiro Agrônomo
Caracterização morfológica e genética de Fusarium spp. isolados de sementes e associados à
podridão do colmo de milho (Zea mays L.)
Orientador:
Prof. Dr. LUIS EDUARDO ARANHA CAMARGO
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Ciências. Área de concentração: Fitopatologia
Piracicaba
2010
3
A meu pai Felix, e meus sobrinhos José Rafael e Rafael Alfonso (in memorian), apesar de não ter
vivido com vocês os últimos momentos de suas vidas, meu consolo é: pai, a certeza de ter sido
orgulho para você e exemplo para vocês meus queridos sobrinhos que continuam torcendo por
meus sucessos no abrigo do nosso senhor.
Dedico
4
5
AGRADECIMENTOS
A Deus meu eterno guia e protetor.
A minha instituição, Universidade Centroccidental “Lisandro Alvarado” por ter confiado em minha
capacidade e pelo apoio financeiro.
A ESALQ-USP por abrir-me as portas e oferecer uma imensidão de conhecimento muito valioso para
minha evolução profissional.
A meu orientador, professor Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo pelo oportuno apoio, por disponibilizar
parte de seu tempo para me orientar e pela oportunidade para aprimorar um conhecimento numa área quase
nova para mim.
A os professores dos departamentos de Fitopatologia e Nematologia, Tecnologia de sementes e Ciências
Exatas que me deram a valiosa oportunidade de aproveitar seus conhecimentos para enriquecer os meus.
Meu agradecimento muito especial à Dra. Maria Heloisa de Moraes, prof. Dr. Jose Octavio M. Menten,
prof. Dr. Sergio Pascholati, prof. Dr. Julio Marco Filho e profa. Dr. Ana Novembro porque alem de suas
orientações acadêmicas me permitiram conhecer seu lado humano.
A meus pais Josefa, Felix (in memoriam) e Dília por seu amor e entender que as minhas decisões são
necessidades de crescimento profissional.
A meu esposo e meu filho com seu amor, apoio e compreensão impediram a minha fraqueza e desistir de
alcançar as metas propostas.
A minha família irmãos, sobrinhos, cunhadas, e amigos pelas palavras de estimulo durante estes quatro
anos mostrando seu orgulho por meus triunfos e por esperar pacientemente a minha volta.
Às empresas Dow AgroSciences, GueraSementes, Aprossul e Pionner pelo fornecimento das sementes
utilizadas nos ensaios.
A meus amigos da turma de estrangeiros; Hector, Landy, Freddy, Altagracia, Alba, Pepe, Alejandro, Pedro
e Rosa todos juntos com suas famílias nos ajudaram a viver momentos inesquecíveis e cheios de
recordações.
A meu amigo e irmão, Carlos com sua contagiante alegria fez de nossa passagem pelo Brasil um passeio de
laser.
Ao anjo protetor da família encarnado em nossa amiga Fátima. Não existem palavras nem fatos com que
possa dar de volta todo quanto ela fez por nós desde nossa chegada ao Brasil.
A todos os funcionários com quem compartilhei especialmente Fernanda, Rodolfo, e a Helena pelo apoio,
orientações no trabalho do dia a dia e pela amizade.
Ao senhor Pedro Arthuso pelo apoio no trabalho de campo, respeito profissional e amizade.
6
Aos meus colegas dos laboratórios de Patologia de Sementes e Genética Molecular, Heloazinha, Annelise,
Thais, Vanessa, Raphaelle, Bruno, Thayne, Carol Fazza, Lara, Fernanda, Fernandinha, Leandro, Giselle e
Gerônimo, com eles compartilhei conhecimentos, experiências profissionais, momentos de alegrias e
também de tristeza, mas, sempre com a feliz expressão brasileira que nunca esquecerei “no fim, todo vai
dar certo”.
A meus amigos de coração; meus filhos Bruno e Thayne, Raphaelle, Greysi, Leandro, Tatiane, Mauro,
Gerônimo, Fernando, Barbara, Julio e a Liliane. Abriram seu coração e permitiram-me sentir seu carinho.
Obrigada pelo apoio e pelo carinho.
A meus amigos Diogo, Laura, Luana, Tathiana e Julia, foram embora, na procura de seu progresso
profissional, mas ficarão por sempre em meu coração.
Às senhoras Carmen e Sirlene sempre alegres divertidas e dispostas a dar uma força para os alunos.
Aos alunos estagiários Annelise, Heloazinha, Lara e a Mariana porque suas funções nos laboratórios são
indispensáveis para o desenvolvimento bem sucedido de nossas pesquisas. Obrigada pelo apoio.
7
SUMÁRIO
RESUMO ..........................................................................................................................................9
ABSTRACT ....................................................................................................................................11
LISTA DE FIGURAS .....................................................................................................................13
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .....................................................................................................21
2.1 Classificação taxonômica de Fusarium ...................................................................................21
2.2 Conceitos de espécie utilizados na classificação de Fusarium ................................................21
2.3 Caracterização morfológica .....................................................................................................22
2.3.1 Principais caracteres morfológicos ..................................................................................22
2.4 Caracterização molecular ........................................................................................................24
2.5 O patossistema Fusarium-milho ..............................................................................................25
2.6 Condições ambientais e aspectos nutricionais da planta que favorecem a patogenicidade de
Fusarium spp.. .................................................................................................................................26
3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................29
3.1 Amostras de sementes de milho ..............................................................................................29
3.2 Incidência de Fusarium spp. em sementes de milho ...............................................................29
3.3 Obtenção de isolados de Fusarium spp. ...................................................................................29
3.3.1 Isolamento de Fusarium spp. de sementes ......................................................................29
3.3.2 Obtenção de culturas monospóricas ................................................................................30
3.4 Caracterização e identificação morfológica .............................................................................30
3.4.2 Caracterização morfológica .............................................................................................31
3.4.3 Identificação morfológica ................................................................................................32
3.5 Caracterização molecular ................................................................................................32
3.5.1 Extração e quantificação de DNA de Fusarium spp. ......................................................32
3.5.2 Identificação da espécie utilizando reação da polimerase em cadeia (PCR) ...................33
3.7 Estudo da diversidade genética dos isolados de Fusarium com marcadores AFLP ................34
3.8 Patogenicidade e agressividade de isolados de Fusarium spp.. ...............................................36
3.8.1 Determinação da agressividade dos isolados selecionados em três cultivares com
diferentes níveis de resistência ........................................................................................................37
8
4 RESULTADOS E DISCUSÃO ............................................................................................... 41
4.1 Incidência de Fusarium spp. em sementes de milho ............................................................... 41
4.2 Isolamento de Fusarium spp. da semente ................................................................................ 44
4.3 Caracterização cultural e morfológica dos isolados de Fusarium spp. .................................... 46
4.3.1 Caracterização cultural .................................................................................................... 46
4.3.2 Caracterização e identificação morfológica dos isolados de Fusarium spp. .................. 47
4.4 Identificação molecular de Fusarium spp. ............................................................................... 58
4.5 Estudo da diversidade genética dos isolados de Fusarium com marcadores AFLP ................ 60
4.6 Seleção de isolados patogênicos para testes de agressividade. ................................................ 65
4.7 Agressividade de isolados de F. verticillioides avaliada em colmos de milho. ....................... 66
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 75
REFERENCIAS ............................................................................................................................. 77
9
RESUMO
Caracterização morfológica e genética de Fusarium spp. isolados de sementes e associados à
podridão do colmo de milho (Zea mays L.)
O gênero Fusarium é um grupo de fungos de importância mundial, não só por causar
patologias em plantas, mas também porque abriga espécies toxigênicas. Dentre estas, Fusarium
verticillioides, Fusarium proliferatum e Fusarium subglutinans, cujos teleomorfos se agrupam no
complexo Gibberella fujikuroi, estão associadas a patologias em milho. O presente estudo
caracterizou uma coleção de 100 isolados de Fusarium spp. tanto do ponto de vista morfológico
como molecular com vistas a identificá-los em nível de espécie. Para isto, foram usados como
marcadores morfológicos a presença/ausência de clamidósporos, o tipo de célula conidiogênica e
a disposição dos microconídios sobre a célula conidiogênica. Os isolados foram também
identificados em espécie baseado em informações disponíveis na literatura acerca de marcadores
moleculares desenvolvidos a partir da reação de PCR e primers espécie-específicos. A ausência de
clamidósporo permitiu alocar a totalidade dos isolados no complexo G. fujikuroi. Os demais
critérios morfológicos permitiram identificar 77 isolados como F. verticillioides, 20 como F.
proliferatum, 2 como F. subglutinans. Apenas 1 isolado não foi possível identificar em espécie.
Análises moleculares concordaram em 100% dos casos em que os isolados foram identificados
como F. verticillioides e F. subglutinans. Porem, no caso dos 20 isolados identificados
morfologicamente como F. proliferatum apenas 4 foram confirmados na análise molecular; os
demais foram identificados como F. verticillioides. A diversidade genética estudada por AFLP
ratificou a separação das espécies F. verticillioides e F. proliferatum, com um índice de
similaridade de 0,40. Marcadores AFLP também evidenciaram alta diversidade genética de F.
verticillioides. Todos os isolados causaram podridão do colmo em três híbridos comerciais de
milho e não variaram em agressividade, independente do nível de resistência dos híbridos.
Palavras-chave: Diversidade genética; Complexo G. fujikuroi; Zea mays L.; Podridão do colmo
10
11
ABSTRACT
Morphological and genetic characterization of Fusarium spp. isolated from seed and
associated to stalk rot corn (Zea mays L.)
The genus Fusarium is an important group of fungi worldwide, not only for its capability
to cause disease but because it also contains species which produce toxins. Among these,
Fusarium verticillioides, Fusarium proliferatum and Fusarium subglutinans, which teleomorphs
are grouped in the Gibberella fujikuroi group are associated with diseases in maize. This study
characterized a collection of 100 isolates of Fusarium spp. under morphological and molecular
criteria to identify them at the species level. For this purpose, morphological markers such as
presence/absence of chlamydospores, conidiogenou cell type and microconidia arrangement on
conidiogenou cell were assessed. The isolates were also identified at the species level based upon
available information about molecular markers developed from the PCR reaction using species-
specific primers. The absence of chlamydospores in all of the isolates placed them within the G.
fujikuroi complex, and based on the other morphological criteria, 77 isolates were identified as F.
verticillioides, 20 as F. proliferatum, 2 as F. subglutinans and one isolate remained unidentified at
the species level. The molecular analyses agreed with the morphological identification of all F.
verticillioides and F. subglutinans. However, in the case of 20 isolates identified morphologically
as F. proliferatum only 4 were confirmed, the rest being identified as F. verticillioides. The
genetic diversity based on AFLP confirmed the separation of F. verticillioides and F. proliferatum
in two groups, with a similarity index of 0.40. AFLP markers also showed high genetic diversity
within F. verticillioides. All isolates were caused stalk rot on three commercial hybrids and did
not vary in aggressiveness regardless of the resistance level of the hybrids.
Keywords: Genetic diversity; G. fujikuroi complex; Zea mays L.; Stalk rot
12
13
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Características das colônias de isolados de Fusarium spp. crescendo em meio de
cultura BDA. a1, a2, a3. F. verticillioides; b1, b2, b3. F. proliferatum. c1, c2. F.
subglutinans. c3. Fusarium sp...................................................................................
46
Figura 2 - Estruturas morfológicas de isolados de Fusarium spp. (40x). a. microconídios em
cadeia e falsa cabeça sobre monofiálide. b. Célula conidiogênica tipo polifiálide
c. célula conidiogênica semelhante à polifiálide. d. Esporodóquio laranja,
escleródio sobre folha de craveiro. e. Macroconídio formado em esporodóquio. f.
Asco com ascósporos. g. Engrossamento de hifas....................................................
48
Figura 3 - Produtos da reação polimerase em cadeias (PCR) com primers específicos para F.
verticillioides isolados de sementes de milho...........................................................
58
Figura 4 - Padrão de AFLP gerado a partir de 5 combinações de primers (E_AT+M_CA,
E_AA+M_AG, E_AG+M_AA, E_AA+M_CC, E_CC+M_CC) na analise de 100
isolados de Fusarium spp. (complexo G. fujikuroi)................................................
61
Figura 5 - Dendrograma UPGMA para isolados de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(Correlação cofenética 0,97) pelo coeficiente de similaridade (Dice).......................
62
Figura 6 - Gráfico da Analise de Coordenadas Principais para 100 isolados de Fusarium spp.
(G. fujikuroi)..............................................................................................................
64
Figura 7 - Efeito de interação isolado x ano no desenvolvimento da lesão necrótica no colmo
do milho.....................................................................................................................
67
14
15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados sobre a procedência das amostras de sementes analisadas neste estudo.......... 42
Tabela 2 - Incidência de Fusarium spp. em sementes de milho produzidas no Brasil
submetidas ou não à assepsia superficial.................................................................... 43
Tabela 3 - Identificação e origem de isolados monospóricos de Fusarium spp. oriundos de
sementes de milho híbrido.......................................................................................... 44
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp. do complexo G.
fujikuroi....................................................................................................................... 50
Tabela 5 - Comparação da identificação morfológica e molecular de isolados de Fusarium
spp. associados ás sementes de milhos produzidas no Brasil.................................... 56
Tabela 6 - Dimensões dos microconídios e macroconídios de Fusarium spp............................. 56
Tabela 7 - Porcentagem de isolados com características morfológicas semelhantes.................. 57
Tabela 8 - Lista de combinações primers usados para determinar por AFLP a diversidade
genética de Fusarium spp. (G. fujikuroi) presentes em sementes.............................. 61
Tabela 9 - Comprimento da lesão necrótica causada por isolados de F. verticillioides
inoculados em três híbridos comerciais com diferentes níveis de resistência............ 69
Tabela 10 - Severidade da podridão do colmo do milho causada por isolados de F.
verticillioides inoculados em três híbridos comerciais de milho com diferentes
níveis de resistência.................................................................................................... 70
Tabela 11 - Incidência do Tombamento de plantas devido ao dano causado por isolados de F.
verticillioides inoculados no colmo de três híbridos de milho com diferentes níveis
de resistência.............................................................................................................. 72
16
17
1 INTRODUÇÃO
O gênero Fusarium, segundo a classificação taxonômica, constitui um estado anamorfo da
ordem Hypocreales do Filo Ascomycota (SEIFERT, 1996). Dentro deste grupo encontram-se as
espécies Fusarium verticillioides ((Saccardo) Nirenberg), Fusarium proliferatum ((Matsushima)
Nirenberg) e Fusarium subglutinans ((Wollenweber & Reinking) Nelson, Toussoun & Marasas),
que representam os anamorfos das espécies Gibberella moniliformis (Wineland), Gibberella
intermedia ((Kuhlman) Samuels, Nirenberg & Seifert) e G. subglutinans (Nelson, Toussoun &
Marasas) respectivamente. Atualmente essas três espécies participam de um grupo de
aproximadamente vinte espécies que compõem o complexo Gibberella fujikuroi, antigamente
seção Liseola (LESLIE; SUMMERELL, 2006) e estão associadas a patologias de várias culturas
de importância econômica, tais como milho, trigo e cana-de-açúcar, além de serem produtoras de
micotoxinas.
A identificação de espécies de Fusarium é realizada, tradicionalmente, com base em
aspectos morfológicos o que, além de constituir uma tarefa muito complexa pelo requerimento da
experiência do avaliador, também pode gerar controvérsias devido à variabilidade dos caracteres
fenotípicos analisados. É por isto que de forma reiterada se assinala que a classificação
taxonômica atual do gênero requer uma revisão, já que características fenotípicas não são
concordantes com os agrupamentos obtidos por caracterização molecular (KASSAWARA, 2005).
Em geral, a taxonomia de fungo está sofrendo mudanças devido à aceitação de diferentes
critérios para definir o conceito de espécie. O que antigamente era mais subjetivo, baseado só em
aspectos morfológicos, no novo paradigma abrange, além de critérios biológicos, critérios
filogenéticos baseado em informações moleculares (SEIFERT, 2006; SUMMERELL et al., 2003).
Diversas técnicas moleculares têm sido usadas no auxilio da classificação de Fusarium.
As relações filogenéticas, por exemplo, dentro do complexo de espécies Gibberella fujikuroi se
ampliaram para novas estirpes descobertas através de informação obtida mediante
seqüenciamento de nucleotídeos de DNA amplificado pela reação da polimerase em cadeia (PCR)
a partir de genes específicos, tais como β-tubulina, calmodulina e o fator de elongação
(O`DONNELL et al., 2000).
Também na identificação de espécies patogênicas de Fusarium, a reação da polimerase
em cadeia (PCR) tem sido um grande auxilio, por exemplo, na identificação de espécies do
18
complexo Gibberella em cereais de inverno (ANGELOTTI et al., 2006; SCHILLING et al., 1996)
e na identificação de fungos toxigênicos associados a grãos (MULÉ et al., 2004).
Muitas espécies filogenéticas reconhecidas em Fusarium ocupam distintos nichos
ecológicos, usualmente em plantas hospedeiras específicas (SEIFERT, 2006). Este gênero tem uma
alta heterogeneidade de espécies quanto à caracterização morfológica, molecular, diversidade
genética e no papel que cumprem na natureza, entre os quais se atribui a capacidade de promover o
crescimento vegetal e interagir tanto com outras espécies patogênicas do mesmo gênero quanto
com outras espécies de fungos (CARROL 1988; DIAZ et al., 2005). Isto representa uma
dificuldade para assumir um critério só como regra de identificação.
A correta identificação de Fusarium spp. associadas às sementes de milho é
indispensável para a condução de estratégias desde sua produção até o beneficiamento, levando em
conta que as sementes constituem um dos principais veículos de disseminação de patógenos em
campo. Também existem inúmeros relatos sobre a presença concomitante de espécies patogênicas
e não patogênicas na semente. Estas últimas, consideradas endófitas que em alguns casos
promovem benefícios para o desenvolvimento da planta, mas que também podem produzir toxinas
nocivas ao homem e outros animais (DANIELSEN; JENSEN, 1998; MUNKVOLD;
DESJARDINS, 1997a).
Do ponto de vista de sanidade de plantas, as espécies agrupadas no complexo G. fujikuroi
são importantes por estarem associadas a várias doenças na cultura do milho (Zea mays L), sendo a
podridão do colmo a de maior interesse em programas de melhoramento. Do gênero Fusarium, até
agora foram relatadas F. verticillioides, F. proliferatum e F. subglutinans agrupadas nesse
complexo, além de F. graminearum como agentes causais da podridão da espiga, do colmo e da
raiz.
Na evolução econômica mundial, a produção do milho tem sido destaque com o Brasil
ocupando o lugar de terceiro maior produtor, superado apenas por Estados Unidos seguido da
China. No Brasil, este cereal é usado principalmente para alimentação animal. Nos Estados
Unidos, cerca de 50% da produção é destinada a esse fim, enquanto que no Brasil varia de 60 a
80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano para ano. Na Região Nordeste, o milho constitui
alimento básico na alimentação humana, sendo fonte de energia para muitas pessoas que vivem no
semi-árido. Pela sua versatilidade de uso, é um dos mais importantes produtos do setor agrícola no
Brasil (CASTRO et al., 2009).
19
No intuito de gerar informação sobre a composição do complexo Gibberella fujikuroi
(Sawada) Wollenw no Brasil; o presente trabalho objetivou aplicar técnicas morfológicas e
moleculares para identificar e determinar a variabilidade genética de isolados presentes em
sementes coletadas em diferentes regiões produtoras do Brasil. Também se objetivou avaliar
alguns isolados como agentes de podridão do colmo frente a três híbridos comerciais com
diferentes níveis de resistência.
20
21
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Classificação taxonômica de Fusarium
A taxonomia de fungos baseada em critérios morfológicos está sofrendo mudanças
apoiadas em resultados da aplicação de técnicas moleculares a estes estudos. O gênero Fusarium é
um exemplo que ilustra o crescente número de espécies ainda em descoberta ou sendo
reconhecidas por taxonomistas de fungos. A maioria dos patologistas de plantas está familiarizado
com as controvérsias taxonômicas neste gênero e com os diferentes conceitos subjetivos de
espécie, que explicam em parte a disparidade em número de espécies admitida no período de
1935-1983. Três grupos dentro de gêneros são os exemplos mais específicos dessas mudanças,
nomeados como o complexo Gibberella fujikuroi (Sawada) Wollenw (com o nome genérico
referindo-se aos teleomorfo), o complexo Fusarium solani (Mart.) Sacc. e o complexo F.
graminearum (SEIFERT, 2006).
2.2 Conceitos de espécie utilizados na classificação de Fusarium
A identificação de Fusarium envolve três conceitos de espécie: o da espécie morfológica,
baseada na similaridade dos caracteres morfológicos observáveis, denominados de marcadores
morfológicos; o da espécie biológica, baseado na compatibilidade sexual entre membros da
mesma espécie; e o conceito de espécie filogenética, baseado na análise de seqüências gênicas
(O`DONNELL et al., 2000; SUMMERELL et al., 2003). A adoção de novos modelos de
classificação afeta a taxonomia do gênero já que por décadas foi baseada simplesmente em
caracteres morfológicos. Por outro lado também cria controvérsias, pois muitos patologistas de
plantas acreditam que tais modelos só acrescentam dificuldades para uma identificação prática na
diagnose de agentes causais de doenças em plantas e que, portanto, tais modelos estão mais
adaptados para os estudos realizados por micologistas. Não obstante, estas mudanças são
pertinentes, dado que dentro deste gênero existem espécies muito próximas, fato que pode levar a
uma diagnose errada com importantes conseqüências práticas.
A espécie F. moniliforme é um exemplo dos problemas mencionados acima. Antes de
1996, a espécie englobava espécimes referidos a vários anamorfos hoje conhecidos como F.
proliferatum, F. subglutinans, F. verticillioides e outras espécies recentemente descritas sob o
conceito de espécies biológica e/ou filogenética. Neste ponto, o critério biológico foi de muita
utilidade, pois foi confirmado que esse grupo de espécies pertence aos grupos de compatibilidade
22
A ao H do complexo Gibberella fujikuroi, também conhecido como secção Liseola (SEIFERT et
al., 2003).
Estudos de cruzamentos férteis em condições de laboratório para reproduzir o teleomorfo,
é uma técnica que garante uma correta identificação de uma espécie biológica do gênero Fusarium,
mas requer tempo e condições climáticas bem controladas. O procedimento mais usado consiste
em cruzar uma linhagem conhecida como macho com uma linhagem teste como fêmea
(SUMMERELL et al., 2003). Este procedimento tem permitido avaliar em campo a possibilidade
da ocorrência de cruzamentos entre isolados inoculados de forma natural. Segundo Huang et al.
(1997), acredita-se que infecções múltiplas podem ter um importante impacto sobre a evolução dos
fungos, devido a recombinações sexuais ou parassexuais.
2.3 Caracterização morfológica
Os atuais sistemas de classificação de Fusarium baseados em caracteres morfológicos
são controversos devido à instabilidade morfológica do fungo. Segundo Whalley (2003), estudos
moleculares mostraram que a separação de alguns gêneros baseada na morfologia de ascósporos,
por exemplo, foi variável mesmo quando feitas em condições controladas. Também Kwas´na;
Bateman (2005) apontam que a conidiogênese de Fusarium pode ser facilmente afetada por
mudanças ambientais, principalmente pela composição do meio de cultura. Por fim, Dufault et al.
(2006) encontraram que valores de temperatura e umidade diferentes do ótimo para o crescimento
e taxa de produção de peritécios respectivamente, são limitantes para a caracterização morfológica
destas espécies e mais ainda, podem resultar em uma variação biológica entre isolados.
Para maior complicação na identificação, existem espécies que, embora tenham fase
teleomórfica desconhecida, partilham características suficientes para serem agrupadas dentro de
complexos do gênero. Exemplo disso é Fusarium chlamydosporu que, conforme relatado por
Morales et al. (2007) possui caracteres morfológicos próprios que permitem classificá-lo como
uma espécie agrupada na seção Dlanimia, mas que, segundo análises das seqüências baseadas na
região ITS agrupa-se no complexo Gibberella, fato inexplicável já que se desconhece a fase
teleomórfica desta espécie.
2.3.1 Principais caracteres morfológicos
O conceito de espécie morfológica tem muita importância para uma classificação inicial
de biodiversidade. Caracteres estruturais e fisiológicos têm sido usados como marcadores
23
morfológicos para diferenciar espécies do gênero Fusarium, mas o problema é que a quantidade
de caracteres detectados é pouca se considerar o número de espécies a comparar (LESLIE;
SUMMERELL, 2006).
Para Fusarium, os principais caracteres taxonômicos de classificação estão agrupados nas
chaves sinótica de Nelson et al. (1983) para o agrupamento em nível de seções, e em Nirenberg;
O`Donnell (1998), para classificação em nível de espécies dentro do complexo Gibberella
fujikuroi (PFENNING; LIMA, 2008).
Segundo Nelson et al. (1983) as características usadas para a identificação de espécies de
Fusarium avaliadas em condições controladas referem-se às estruturas reprodutivas tais como tipo
de esporo assexuado e hifa reprodutiva, além da formação de clamidósporo num lapso de 10 – 14
dias de crescimento da cultura. Para Nirenberg; O`Donnell (1998) a identificação de espécies
dentro do complexo G. fujikuroi, no caso específico das espécies associadas ao milho, as
principais características são ausência de clamidósporo e a disposição dos microconídios sobre a
célula conidiogênica que pode ser de tipo mono ou polifiálide.
De acordo com Agrios (2005), o clamidósporo é um esporo de origem assexuada de
parede fina formada pela modificação de uma ou mais células de uma hifa do fungo. O gênero
Fusarium é caracterizado pela formação deste esporo, porém, no caso de espécies do complexo G.
fujikuroi uma das principais características é justamente sua ausência. Outras características do
gênero Fusarium, tais como o tipo de esporodóquio e tipo de macroconídio são avaliadas quando
se faz caracterização de um espécime, mas não têm um valor taxonômico para espécie dentro do
complexo G. fujikuroi.
Em resumo, as características com valor taxonômico usadas para separar espécies dentro
do complexo G. fujikuroi são o tipo de célula conidiogênica que suporta o microconídio e a
disposição destes esporos sobre as mesmas (LESLIE; SUMMERELL, 2006), baseado na chave
sinóptica de Nirenberg; O`Donnell (1998) citadas anteriormente. Assim, F. subglutinans
apresenta os microconídio dispostos sobre a célula conidiogênica exclusivamente em falsa cabeça,
porem F. verticillioides e F. proliferatum apresentam-nas em cadeias e falsa cabeça. A diferença
entre estas reside no tipo de célula conidiogênica, do tipo monofiálide em F. verticillioides e dos
tipos mono e polifiálide em F. proliferatum.
24
2.4 Caracterização molecular
2.4.1 Técnicas moleculares úteis para o estudo genético de Fusarium spp.
A introdução da análise de DNA por PCR facilitou a caracterização, identificação e
diagnose rápida dos patógenos, assim como estudos sobre sua epidemiologia (WEISING et al.,
1995). No caso de Fusarium, a discriminação de espécies, formae especiales e raças por métodos
tradicionais são usualmente dificultosas pelos motivos expostos acima. Este fato foi relatado por
Kassawara (2005), que demonstrou uma ampla variabilidade genética entre isolados patogênicos e
não patogênicos de Fusarium spp., a qual não esteve correlacionada com as características
taxonômicas. Em muitas pesquisas com este gênero, seqüências gênicas são usadas para auxiliar a
classificação de espécies. Alguns dos mais comumente utilizados são os genes que codificam para
a beta-tubulina, calmodulina e o fator de elongação (MULÉ et al., 2004; O`DONNELL et al.,
2000; SUMMERELL et al., 2003). Parece inevitável que a descrição de espécies baseada só no
seqüenciamento será uma realidade, e será interessante ver se estes nomes serão designados como
nomes temporários, análogos ao anamorfo ou se serão um fator determinante na eliminação da
nomenclatura dual na sistemática micológica (SEIFERT, 2006).
Além de seqüencias gênicas, outros marcadores moleculares também podem ser usados
não só para auxiliar na classificação de Fusarium, mas, principalmente para avaliar o grau de
diversidade entre e dentro de populações. Este é o caso dos marcadores AFLP (amplified fragment
length polymorphism). O trabalho combinado de duas enzimas, uma de corte raro e outra de corte
freqüente em uma etapa de digestão, permite obter diversidade de fragmentos do DNA que depois
são amplificados seletivamente através de reações de PCR com primers específicos e finalmente
separados em gel de alta resolução (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998).
Na atualidade a técnica de AFLP é muito útil na avaliação de variações genéticas dentro
de populações de espécies de Fusarium, principalmente para F. verticillioides e F. graminearum
nas quais facilitou a geração dos mapas genéticos (LESLIE; SUMMERELL, 2006). Apesar do alto
custo, riscos de contaminação e a necessidade de experiência na condução desta técnica, seu uso
permite uma diferenciação genética mais detalhada entre indivíduos.
A diversidade genética de F. verticillioides foi estudada combinando as técnicas AFLP e
grupos de compatibilidade vegetativa (VCG) por Reynoso et al. (2009) na Argentina,
determinando que três populações em estudo foram genotipicamente diversas mas geneticamente
similares, com potencial acasalamento ao acaso e intercâmbio de genes entre as três, devido à
25
reprodução sexuada do fungo ser comum e a dispersão de isolados eficiente na principal região
produtora de milho nesse pais. No Brasil, Lima et al., (2009) usou as mesmas técnicas para
estudar a diversidade genética dos agentes causais da malformação em manga, determinado que
F. subglutinans é genética e geograficamente diversa e provavelmente sua reprodução seja por
clones de uma estirpe indígena.
Para o complexo F. graminearum, no qual diferenças morfológicas não são encontradas,
a aplicação da técnica possibilita a análise de um número elevado de marcadores em um também
elevado número de isolados por vez (SUGA et al., 2008). Em estudos do DNA de F. proliferatum,
a técnica permitiu identificar e diferenciar genes que regulam a produção de micotoxinas daqueles
que não, nas diferentes etapas de crescimento do fungo, alem de gerar fragmentos adequados para
marcadores de genes regulados pelo meio ambientes que participam de forma seletiva em eventos
chaves do ciclo de vida do fungo (JENEY et al., 2004).
2.5 O patossistema Fusarium-milho
Fusarium verticillioides e F. proliferatum são agentes causais de doenças em plântulas,
raiz, colmo, espiga e em grãos de milho. Os principais danos ocorrem em espigas e colmos. As
duas espécies apresentam muitas semelhanças morfológicas, conforme discutido acima, e podem
ser isoladas de tecidos sintomáticos e assintomáticos, incluindo sementes (MUNKVOLD;
DESJARDINS, 1997) o que dificulta determinar se a doença é causada por uma ou outra espécie.
F. verticillioides e F. subglutinans afetam as raízes, colo e primeiros internódios do
colmo. A podridão do colmo geralmente inicia-se pouco depois da polinização e se torna mais
severa à medida que a planta amadurece. A doença causada pelos dois patógenos apresenta os
mesmos sintomas, que compreendem alteração na cor da medula passando por várias mudanças
de descoloração esbranquiçada, rosa claro a salmão até tornar-se marrom. Em estádios mais
avançados acontece perda da integridade do colmo formando-se cavidades no interior da medula,
podendo ocorrer amadurecimento prematuro e quebra do colmo da planta (PEREIRA et al., 2005;
SHURTLEFF, 1980). As perdas na produção estão intimamente ligadas com a interrupção
precoce da translocação de fotoassimilados do colmo para o enchimento de grãos, devido à
destruição dos tecidos internos do colmo e pela quebra e acamamento de plantas antes da colheita
(NAZARENO, 1989).
26
2.6 Condições ambientais e aspectos nutricionais da planta que favorecem a patogenicidade
de Fusarium spp.
O comportamento de plantas atacadas e perdas relativas à podridão do colmo do milho
vão depender das condições ambientais, a exemplo das demais doenças vegetais. Além disso, a
variabilidade dos patógenos com relação à virulência, a heterogeneidade de distribuição dos
patógenos no solo, a uniformidade genética das cultivares e a disponibilidade de nutrientes nos
campos, entre outros, também são fatores condicionantes (NAZARENO, 1989).
Segundo Denti e Reis (2003), a dominância das espécies de fungos causadores da
podridão do colmo é diferente entre safras: a ocorrência de C. graminicola pode ser maior em
safras com maior precipitação, a de Diplodia maydis em períodos com estiagem mais prolongada e
de D. macrospora quando as condições de umidade são inferiores a 50. No caso de Fusarium,
acredita-se que sua incidência seja desfavorecida em safra de excessiva precipitação, já que isto
pode diminuir sua dispersão pelo ar. Em adição a isto, os autores verificaram que na safra de
menor precipitação a incidência de ferimentos causados por insetos pode ser maior, o qual favorece
a penetração de todos estes patógenos. Estudos combinando diferentes épocas de inoculação e
diferentes épocas de avaliação são necessários para esclarecer o comportamento de F. moniliforme
na colonização do colmo e o efeito na produção de grão, pois acima dos 30 dias após emergência
(DAE) não determinaram influências significativas na severidade da podridão do colmo no final do
ciclo da cultura (BORGES et al., 2001).
A fertilidade também é um fator envolvido na predisposição a podridão do colmo, pois
menores incidências desta doença foram observadas em tratamentos onde a quantidade de
nitrogênio e potássio aplicada foi maior (DENTI; REIS, 2003). O equilíbrio entre estes dois
nutrientes determina a quantidade de aminoácidos e açúcares solúveis acumuladas no colmo de
milho, os quais são nutrientes e fonte de energia para os fungos. Por outro lado, uma deficiência
pode causar o atraso no processo de cicatrização das lesões da planta, favorecendo a entrada dos
fungos (YAMADA, 1995).
A influência da temperatura tem sido estudada para F. moniliforme e F. proliferatum,
determinando-se que apesar de F. moniliforme (F. verticillioides) estar adaptado a uma ampla
faixa de temperatura, estas espécies estão relacionadas e chegam a ser confundidas porque as duas
são encontradas em culturas de milho de clima temperado e produzem fumonisinas. Além disso,
podem ser isoladas de tecidos sintomáticos e assintomáticos, incluindo sementes, e têm um ciclo
27
da doença muito semelhante (MUNKVOLD et al., 1997b). Mas, segundo Wilke et al. (2007), F.
verticillioides causa infecções sistêmicas assintomáticas em plantas de milho numa ampla faixa de
temperatura. Fusarium subglutinans como agente causal da podridão do colmo, tem sido
associado a esta doença em regiões úmidas e frias em países do norte da America (LESLIE;
SUMMERELL, 2006). Castellá et al. (1999) encontraram que a taxa de crescimento deste fungo
foi mais alta numa faixa de 20 -25 ºC tendo o milho como substrato, entanto, crescendo sobre
arroz foi maior a taxa de crescimento a temperatura de 15ºC, mas, produziu maior quantidade de
fusaproliferin em milho a 20ºC. As condições de temperatura para F. subglutinans incitar a
fusariose em folhas de abacaxizeiro tem sido determinadas numa faixa de temperatura de 10 a
30°C e mais favoráveis entre 15 e 25 °C, variando apenas o grau de evolução do tamanho das
lesões (MARTELLETO et al., 1998).
28
29
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Amostras de sementes de milho
Dezoito amostras (1 kg por amostra) de sementes de milho híbrido foram coletadas nas
principais regiões produtoras do Brasil e processadas para o isolamento de Fusarium spp. As
amostras foram provenientes de campos de produção das empresas Dow AgroSciences (SP, MG e
BA) , GuerraSementes (PA); Aprossul e Pioneer (RS) e Aprossul (MS) das safras dos anos 2001 a
2006. As sementes foram preservadas em ambiente controlado de 20ºC e umidade relativa entre
45 e 50% durante o período de processamento.
3.2 Incidência de Fusarium spp. em sementes de milho
A avaliação da incidência de Fusarium spp. nas sementes foi realizada em uma amostra
de 200 sementes que recebeu tratamento de assepsia superficial. A assepsia superficial consistiu
na imersão das sementes em uma solução de hipoclorito de sódio a uma concentração de 1%
durante 3 minutos.
A incidência do fungo foi avaliada utilizando-se o método de papel de filtro modificado
(CASA et al., 2005; MARTHUR; KONGSDAL, 2003; NEERGAARD, 1979). Para isto, foram
colocadas 3 folhas de papel filtro úmidas em placas de petri de plástico de 9 cm de diâmetro sobre
as quais foram distribuídas 10 sementes num total de 5 placas por repetição e 4 repetições por
amostra.
As sementes foram incubadas a temperatura de 20±2°C sob luz branca e regime de
fotoperiodo de 12 horas de luz/12 horas de escuro. Em seguida, foram acondicionadas a -20°C por
24 horas. Posteriormente, as sementes foram incubadas nas condições de temperatura e luz
anteriormente relatadas durante 6 dias (MARTHUR; KONGSDAL, 2003).
Após o período de incubação, a incidência de Fusarium spp. nas sementes foi
determinada através da visualização em estereomicroscópio, observando-se a presença ou
ausência de estruturas reprodutivas características do gênero. Quando necessário foram
preparadas lâminas para observação das estruturas do fungo em microscópio óptico.
3.3 Obtenção de isolados de Fusarium spp.
3.3.1 Isolamento de Fusarium spp. de sementes
Para o isolamento estruturas reprodutivas e micélio característicos do gênero foram
transferidas para placas de petri contendo meio de cultura ágar-água (AA) em condições
30
assépticas com o auxílio de agulha histológica e esteremicroscópio. As placas foram incubadas em
câmara climática com temperatura controlada a 20±2°C e luz próxima a ultravioleta (NUV) com
fotoperíodo de 12 horas luz / 12 horas escuro durante 7 dias. Após a incubação e sob visualização
em microscópio estereoscópico, os isolados que apresentaram estruturas características de
Fusarium spp. foram transferidos para placas contendo meio de cultura batata dextrose ágar
(BDA) para obtenção de cultura pura. As condições de temperatura, fotoperíodo e período de
incubação neste caso foram as mesmas descritas anteriormente.
3.3.2 Obtenção de culturas monospóricas
Com o auxílio de uma agulha histológica, microconídios foram transferidos para tubos de
ensaio contendo 1 ml de água destilada estéril e submetidos a agitação. Esta suspensão foi diluída
em um novo tubo com a mesma quantidade de água destilada estéril. Após agitação, 20 µL da
suspensão foram plaqueados com auxílio de alça de drigalski em placas de petri contendo meio
ágar-água (AA). As placas foram incubadas em câmara climática com temperatura controlada a
20±2°C e luz branca com fotoperíodo de 12 horas luz / 12 escuro durante 24 horas.
Após a incubação, sob microscópio estereoscópico e em condição asséptica foi
selecionado de cada isolado um microconídio com desenvolvimento do tubo germinativo de
comprimento maior que o comprimento do conídio, transferido para placa contendo meio BDA e
incubado em câmara climática sob condições controladas de temperatura 20±2°C e luz NUV com
fotoperíodo de 12 horas luz/12 escuro durante 10 dias. Após o desenvolvimento das colônias, 15
discos de meio de cultura de 5 mm de diâmetro contendo as estruturas fúngicas de cada isolado
foram preservados pelo método de Castellani (BARRETO, 1967).
3.4 Caracterização e identificação morfológica
3.4.1 Caracterização cultural
O índice de crescimento da colônia foi avaliado como base em mensurações dos
diâmetros perpendiculares da colônia com auxilio de uma régua milimetrada durante 8 dias em
intervalos de dois dias (FRENCH; HERBERT, 1980). Finalizada a avaliação do índice de
crescimento, as culturas foram mantidas nas mesmas condições para avaliar o aspecto e a cor da
colônia aos 10 dias de incubação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com
3 repetições. As avaliações foram feitas em intervalos de 2 dias durante um período máximo de 8
dias, totalizando 4 avaliações. O ensaio foi mantido sob condições experimentais controladas de
31
temperatura 20±2°C e luz NUV com fotoperíodo de 12 horas luz/12 escuro. Os dados foram
analisados utilizando metodologia descrita por Oliveira “apud” Machado et al. (2001) e com o
auxilio do programa estatístico Statistix 8.0.
3.4.2 Caracterização morfológica
A caracterização morfológica dos isolados foi feita baseada nos caracteres morfológicos
estudados para a maioria das espécies do gênero Fusarium associadas ao milho (NELSON et al.,
1983, NIRENBERG; O΄DONNELL, 1998; LESLIE; SUMMERELL, 2006), tais como ausência
de clamidósporo, tipo de célula conidiogênica (monofiálide ou polifiálide), tipo de células
reprodutivas (macroconídio e microconídio), dimensões das estruturas reprodutivas, disposição
dos microconídio sobre a célula conidiogênica (em cadeia ou em “falsa cabeça”) e estrutura de
formação dos macroconídios (esporodóquio ou micélio aéreo).
Em culturas monospóricas crescendo sobre meio ágar folha de craveiro (CLA) foram
avaliadas a formação de esporodóquio e características do macroconídio (medidas de
comprimento por largura, número de septos e forma das células pé e apical); e em meio SNA
(synthetic nutrient-poor ágar) foi avaliado o tipo de célula conidiogênica, disposição dos
microconídios, comprimento por largura dos microconídios e confirmou-se a presença/ausência
de clamidósporo, seguindo estudos feitos por Booth (1971), Leslie; Summerell, (2006); Nelson et
al. (1983), Singh et al. (1991), Summerell et al. (2003). Todas as culturas foram incubadas sob
condições controladas de temperatura 20±2°C e luz NUV com fotoperíodo de 12 horas luz/12
escuro durante 10 a 20 dias com algumas exceções.
A avaliação das características dos microconídios foi realizada em microculturas, que
consistiu em acondicionar cubos de 1x1cm aproximadamente de meio SNA colonizados pelo
fungo sobre lâminas de vidro. Para isto, micélio de cultura monospórica de cada isolado crescendo
em BDA foi retirado com auxilio de uma agulha histológica e colocado pelas bordas do ágar e
cobertos com uma lamínula (GONÇALVES; COUTO, 2007). As lâminas de microculturas foram
incubada em câmara úmida sob luz branca com fotoperíodo de 12 horas luz/12 horas em escuro
durante 3 dias. Após o período de incubação foi realizada a mensuração do comprimento e largura
dos microconídio.
Baseado na metodologia aplicada por Caldari (1998); Tozze (2007), as dimensões dos
esporos de cada isolado foram avaliadas em 30 microconídios selecionados ao acaso em cinco
campos diferentes sob aumento de 400X, sendo necessária precaução para não desmanchar a
32
disposição dos conídios sobre a fiálide. Com auxílio de um sistema de vídeo-câmara acoplado ao
microscópio, a mensuração foi realizada de forma indireta na imagem projetada na tela do
monitor televisivo (Color Vídeo Monitor Panasonic CT - 2084 Y). Para isto, foi utilizado um
sistema digital de câmara de vídeo (Digital Color Câmera CCD 1/3” SDC – 320 Samsung)
acoplado ao microscópio óptico. Os valores correspondentes às imagens projetadas (cm) foram
convertidos para a escala real dos conídios (µm). Para a conversão foi utilizada uma lâmina
micrografada (Carl Zeiss) e sua imagem no aumento 400X foi projetada no monitor e mensurada
com uma régua milimetrada, sendo que cada 50 µm na lâmina correspondiam a 15,7 cm na
imagem no monitor.
Para avaliar as características dos macroconídios, estes foram coletados de esporodóquios
formados sobre folhas de craveiro em meio de cultura CLA e corados com lacto-glicerol. As
medidas dos esporos foram feitas seguindo a metodologia anteriormente descrita para avaliar os
microconídios. Para isto, foram preparadas lâminas de vidro contendo lacto-glicerol incolor e com
auxilio de agulha histológica adicionou-se esporodóquios formados sobre folhas de craveiro em
meio de cultura CLA.
3.4.3 Identificação morfológica
Para a identificação dos isolados segundo o critério morfológico foram considerados os
marcadores morfológicos de cada uma das espécies de interesse descritos por Nelson et al. (1983);
Leslie e Summerell, (2006). Para identificar cada espécie como membro do grupo chamado
complexo G. fujikuroi (seção Liseola) foi avaliado presença ou ausência de clamidósporos, e para
identificar cada espécie; foi considerada a presença de microconídios em cadeia sobre monofiálide
para Fusarium verticillioides, presença de microconídio em cadeias sobre polifiálide para F.
proliferatum e para F. subglutinans a presença de microconídio dispostos exclusivamente em
falsa cabeça sobre monofiálide e/ou polifiálide.
3.5 Caracterização molecular
3.5.1 Extração e quantificação de DNA de Fusarium spp.
A extração de DNA foi realizada a partir de micélio e estruturas reprodutivas formadas
em monoculturas dos isolados cultivados em meio BDA durante 7 a 10 dias, em câmara climática
de 20±2ºC e sob luz NUV com fotoperiodos de 12 horas. Com auxilio de agulha histológica o
micélio foi transferido a um tubo de 1,5 ml contendo 500 µL de tampão de extração (0,7M NaCl,
33
10%CTAB, 50mM Tris pH 8,0, 10mM EDTA) adicionado com 1,5 µL de beta-mercaptoetanol.
Estes tubos foram homogeneizados utilizando-se o vortex por 1 minuto e incubados 60 ºC durante
1 hora sendo agitados manualmente em intervalos de 15 minutos.
Utilizando-se a capela de exaustão, após o período de incubação foram adicionados 600
µL de solução de clorofórmio e álcool isoamílico na proporção de 24:1, e a emulsão resultante foi
agitada vagarosamente por 2 minutos. Os tubos foram centrifugados a 13.000 rpm a 25 ºC durante
10 minutos. O sobrenadante foi transferido em volume de 400 µL para novos tubos de 1,5 ml e
adicionado 600 µL de solução de clorofórmio e álcool isoamílico na proporção de 24:1. A solução
foi homogeneizada manualmente por inversão durante 2 minutos e os tubos foram centrifugados
sob as mesmas condições anteriormente descritas. O sobrenadante foi transferido para tubo de 1,5
ml e contendo 400 µL de 2-propanol a 15 ºC. Os tubos foram invertidos delicadamente por 4-6
vezes e incubados a -20 ºC durante 12 horas.
Posteriormente, os tubos foram centrifugados a 13.000 RPM a 25 ºC durante 8 minutos, e
o sobrenadante descartado. Ao precipitado foram adicionados 300 µL de etanol 70% a 15°C
seguido de centrifugação a 13.000 RPM e 25 ºC durante 5 minutos, o sobrenadante foi descartado.
Este procedimento foi repetido utilizando-se etanol 100%. Após as lavagens utilizando-se etanol e
descarte do sobrenadante, os peletes de DNA foram secos em estufa a 37 ºC durante 30 minutos.
Em seguida, o DNA foi ressuspendido em 30 l de solução TE (10mMTris e 1mM EDTA) e
foram adicionados 12,5µL de solução de Rnase (Invitrogen) na concentração de 10 g/ml. A
digestão de RNA ocorreu a 37°C por 30 minutos. As concentrações de DNA (ng/ µL) foram
determinadas em espectrofotômetro Nanodrop (Uniscience).
3.5.2 Identificação da espécie utilizando reação da polimerase em cadeia (PCR)
Para a identificação molecular foram utilizados iniciadores específicos desenvolvidos para
as espécies F. verticillioides, F. proliferatum e F. subglutinans baseados na seqüência parcial do
gene que codifica para calmodulina segundo o protocolo proposto por Mulé et al., (2004). Os
iniciadores utilizados foram VER1 5`-CTTCCTGCGATGTTTCTCC-3` e VER2 5`-
AATTGGCCATTGGTATTATATATCTA-3` (F. verticillioides); - PRO1 5`-
CTTTCCGCCAAGTTTCTTC-3` e PRO2- 5`-TG TCAGTAACTCGACGTTGTTG-3` (F.
proliferatum) e SUB1 5`-CTGTCGCTAACCTCTTTATCCA-3` e SUB2 5`-
CAGTATGGACGTTGGTATTATATCTAA-3` (F. subglutinans). As reações foram realizadas em
34
volume final de 15µL, contendo 1X tampão de PCR (Fermentas), 2,0 mM MgCl2 (Fermentas), 0,2
mM dNTPs (Fermentas), 0,3 M de cada iniciador, 1,25 unidade de Taq DNA Polymerase
(Fermentas) e aproximadamente 60 ng de DNA. As reações de PCR foram realizadas em
termociclador MJ Research, Inc.
O programa utilizado foi de desnaturação inicial a 95°C por 5 minutos, seguido de 35
ciclos de 94°C por 50 segundos, 55°C por 1 minuto e 72°C por 1 minuto; e extensão final de 72°C
por 7 minutos. Cada uma das espécies estudadas foi identificada devido a amplificação do
tamanho do fragmento amplificado esperado, sendo que para F. verticillioides foi de 578 pb, para
F. proliferatum de 585 pb e no caso de F. subglutinans de 631pb, descritos por Mulé et al. (2004).
3.6 Estudo da diversidade genética dos isolados de Fusarium com marcadores AFLP
A obtenção de marcadores AFLP foi feita baseado no protocolo adaptado de Vos et al.
(1995). A reação de digestão do DNA genômico foi realizada com duas enzimas; uma de corte
raro (EcoRI, New England-Biolabs) e a outra de corte freqüente (MseI, New England-Biolabs) em
reação composta de 1X de tampão OnePhorAll (OPA), 1X de Albumina bovina (BSA -10 µg/µL),
120 ng de DNA e 2,0 unidade de cada uma das enzimas completando com água milli-Q estéril em
volume final de 20 µL. As reações foram incubadas a 37ºC por 3 horas. A inativação das enzimas
de restrição foi ocasionada pela incubação a 70 ºC durante 15 min.
Após a digestão, procedeu-se a ligação de adaptadores em reação composta de 1X de
tampão da ligase, 0,5 M de cada um dos adaptadores e 0,4 unidades de T4 DNA ligase
(3unidades/ l – Fermentas) em volume final de 4 l acrescentado a cada tubo com DNA
previamente digerido. A incubação foi realizada a 23ºC por três horas.
A amplificação de fragmentos de DNA foi realizada em duas etapas, denominadas pré-
amplificação e amplificação seletiva. Para a reação de pré-amplificação foram utilizados 0,25 µM
de cada um dos iniciadores EcoRI adicionados de um nucleotídeo (E+A e E+C) combinados com
os 0,25 µM iniciadores MseI adicionados de um nucleotídeo (M+A e M+C), 0,2 mM de dNTPs,
1,0 X de tampão, 1,5mM de MgCl2, 1,5 unidades de Taq DNA polimerase (Fermentas) e 1,0 µL
de DNA digerido e ligado completando um volume final de 10 µL com água Milli-Q estéril. As
reações de pré-amplificação foram realizadas utilizando o programa de desnaturação inicial a
94°C por 2 minutos, seguido de 26 ciclos compostos de 94°C por 1 minuto, 56°C por 1 minuto e
72°C por 1 minuto, e no final um ciclo de extensão por 5 minutos a 72°C em termociclador MJ
Research Inc. Após a amplificação foram acrescentados 40 µL de água estéril em cada reação.
35
A amplificação seletiva usou iniciadores de dois nucleotídeos, sendo um adicional ao
usado na pré-amplificação. As combinações usadas foram EAA e MCC, EAA e MAG, EAT e
MCA, EAG e MAA, ECC e MCC. A reação foi composta de 0,25 µM do iniciador EcoRI , 0,30
uM do iniciador MseI , 0,2 mM de dNTPs , 1,2mM de MgCl2, 1,0 unidades de Taq DNA
polimerase (5 U/µL) e 2,0 µL de DNA pré-amplificado diluído com água Milli-Q estéril em
volume final de 20 µL. Para a amplificação de fragmentos foi utilizado um programa de
desnaturação inicial de 94 ºC por 2 minutos, seguido de 36 ciclos compostos de 94 ºC por 30
segundos, 65 ºC por 30 segundos, 72 ºC por 1 minuto, finalizando com um ciclo de extensão de
72 ºC por 1 minuto.
Os marcadores foram resolvidos em géis de acrilamida. Para tanto, as amostras foram
submetidas à eletroforese em gel de poliacrilamida 6% de 0.5 mm de espessura com utilização do
sistema “Sequi-gen GT” (BioRad) de 38 X 50 cm. Para preparo da solução matriz foram
utilizados 420 g de uréia, 3g de bisacrilamida e 60g de acrilamida, diluídos em TBE 1X em
volume de 1 litro.
Para o preparo do gel foram utilizados 160 ml da solução matriz, 160 l de TEMED
(Promega) e 1100 l de persulfato de amônio 10% (Promega). Após a polimerização, foi realizada
uma “pré-corrida”, à potência constante de 80 W por 1 hora, em cuba contendo TBE 1X na parte
superior e solução de acetato de sódio 0,5M preparada em TBE 1X na parte inferior. A
temperatura máxima foi de 50°C. O tempo de eletroforese foi de 4 horas. Previamente à aplicação
das amostras resultantes da amplificação seletiva, as mesmas foram adicionadas de 7 µL de
formamida e incubadas no termociclador por 5 minutos a 95 ºC para desnaturação e incubadas
imediatamente em gelo até o momento da aplicação.
A revelação dos géis foi feita segundo protocolo adaptado de Creste et. al., (2001). Os
géis foram fixados em 2 litros de solução 1% ácido acético glacial e 10% de álcool etílico por 10
minutos sob agitação constante. Após este período, procedeu-se lavagem por 1 minuto em 2 litros
de água destilada sob agitação. Em seguida, foi efetuada uma etapa de pré-tratamento por 2´40´´
em ácido nítrico 1,5% e outra lavagem com dois litros de água destilada. Posteriormente, os géis
foram tratados com solução de nitrato de prata 0,2%, sob agitação, por 20 minutos, e duas
lavagens em 2 litros de água de 30 segundos cada. A revelação foi feita em duplo tratamento
utilizando dois litros de solução gelada contendo 30g/l de carbonato de sódio adicionado de 600
l de formaldeído 37%. Esta fase foi feita em duas etapas, na primeira etapa foi utilizado 1 litro de
36
solução para revelação do gel até a visualização dos fragmentos, em seguida, a solução foi
descartada. Na segunda etapa o restante da solução foi utilizado para revelação até a boa
visualização dos fragmentos.
Depois de revelados, os géis foram submetidos a um tratamento de bloqueio (ácido
acético 5%) durante 5 minutos, finalizando com uma lavagem por 1 minuto com 2L de água
destilada. Terminado o processo os géis foram acondicionados na posição vertical para secar a
temperatura ambiente. A avaliação foi feita visualmente num trans-iluminador de luz branca.
Os fragmentos visualizados produziram uma tabela binária conforme a presença (1) ou
ausência (0) de fragmento para um determinado isolado. Foram considerados a totalidade de
fragmentos reproduzidos na faixa entre 500 e 100 pb de cada gel. Foi gerado um gel controle para
o qual foi selecionado ao acaso um conjunto de isolados e processados novamente sob iguais
condições junto a isolados de fungos não pertences ao gênero Fusarium a partir de uma nova
extração de DNA, reação de digestão, pré-amplificação e amplificação seletiva. Os dados foram
analisados utilizando-se o programa NTSYSpc (ROHLF, 2000). A matriz de similaridade foi
calculada com base no coeficiente de Dice (D(ij) = 2a/ (2a + b + c)), onde D(ij) é a medida de
similaridade entre isolados “i” e “j”, “a” o numero de bandas compartilhadas por “i” e “j”, “b” é o
numero de bandas presentes em “i” e ausentes em “j”, e “c” o numero de bandas presentes em “j”
e ausentes em “i”. Os dados obtidos foram utilizados na analise de agrupamento pelo método
UPGMA (ROHLF, 2000) para a construção do dendrograma e do gráfico de coordenadas
principais.
3.7 Patogenicidade e agressividade de isolados de Fusarium spp.
Os ensaios para determinar a patogenicidade e agressividade de isolados de Fusarium
spp. foram conduzidos no campus de Fitopatologia da ESALQ-USP, durante os períodos de maio
– agosto/2007, outubro/2007–fevereiro/2008 e outubro/ 2008 a fevereiro/ 2009.
A patogenicidade dos cem isolados como agentes da podridão do colmo foi testada em
um híbrido de milho suscetível (AG8060) com o fim de selecionar isolados patogênicos de
Fusarium spp. associados às sementes e com estes avaliar posteriormente sua agressividade para
causar a doença.
A seleção dos isolados foi realizada de acordo com a expressão dos sintomas típicos da
podridão do colmo relatados por Shurtleff (1980). Para isto, foi instalado um ensaio de campo, em
uma parcela de 10x12 m2 usando como planta testadora o milho híbrido comercial AG-8060
37
caracterizado como suscetível a Fusarium spp. As plantas foram inoculadas após atingiram o
estádio fenológico V (após florescimento e inicio da polinização) (FANCELLI; DOURADO,
2004) com 100 isolados de Fusarium spp. obtidos de sementes.
A inoculação consistiu em colocar no primeiro internódio do colmo do milho, 1 ml de
suspensão de esporos de concentração de 1x106 conidios/ml usando uma seringa descartável,
ajustando a concentração com o uso do hematocitômetro (FRENCH; HERBERT, 1980). Antes da
inoculação foi feito um ferimento com uma furadora manual atingindo a medula do colmo, para
facilitar a entrada do inóculo. O preparo do inóculo consistiu na lavagem com 10 ml de água
destilada estéril de 2 placas contendo culturas dos isolados de 7 -10 dias crescendo em meio de
cultura batata dextrose agar (BDA). A suspensão foi transferida para um erlenmeyer contendo 40
ml de água destilada estéril filtrando através gaze estéril para garantir na composição do inoculo
só de conídios.
A variável avaliada foi comprimento da lesão necrótica causada pelos fungos aos 30 dias
após a inoculação e consistiu em cortar os colmos de milho até o ponto de inserção da espiga em
sentido longitudinal com ajuda de uma serra elétrica e mensurar com uma fita graduada o
comprimento da lesão necrótica.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 repetições cada uma
representada por uma planta. O experimento compreendeu usado um total de 10 fileiras com 60
plantas cada uma, deixando 2 linhas de bordadura. Os tratamentos consistiram nos 100 isolados e
uma testemunha na qual foi aplicada uma injeção de 1 ml de água destilada estéril no internódio
inferior da planta. A análise estatística foi realizada com o auxilio do programa estatístico Statistix
8.0 para determinar a significância quanto as diferenças em agressividade inferida através da
severidade dos sintomas.
3.7.1 Determinação da agressividade dos isolados selecionados em três cultivares com
diferentes níveis de resistência
O ensaio foi instalado no mesmo local do ensaio anterior durante o período de novembro-
2007/Marςo-2008 e outubro- 2008 / fevereiro-2009. O delineamento experimental foi em parcelas
subdividas com 4 repetições e 10 plantas por repetição para cada tratamento. Em total foram 7
tratamentos que consistiram em 6 isolados selecionados no ensaio anterior e uma testemunha.
Foram utilizados 3 híbridos, identificados com os códigos 2B710, 2A525 e AG8060
catalogados como resistente, parcialmente resistente e suscetível a podridão do colmo
38
respectivamente. Os três são caracterizados como de tipo simples, de ciclo precoce, adaptados as
condições de plantio de safra, para serem semeados em uma densidade de semeadura de 55 a 60
mil, 60 a 70 mil e 65 a 75 mil plantas por ha respectivamente. Todos os híbridos usados nesta
pesquisa são resistentes ao acamamento e se adaptam a todas as regiões climáticas onde se cultiva
milho no Brasil, a exceção do híbrido AG8060 que não se adapta às condições do estado de Rio
Grande do Sul. Diferem no porte de planta e altura da espiga, sendo o de maior altura o 2A525
com 2.30m de altura de planta e 1.30m a altura da espiga, seguido de AG-8060 com uma altura de
planta de 2,15m e da espiga de 1,15m e o híbrido 2B710 de menor porte com 2.02m de altura de
planta e 1.10m de altura da espiga (CRUZ; PEREIRA FILHO, 2006).
A semeadura foi realizada utilizando um espaçamento de 0,80 x 0,20 m, para um total de
31 fileiras com 24 úteis, sendo 2 por cultivar e 6 por bloco com uma de bordadura entre blocos e 2
de bordadura da parcela.
O preparo do inoculo e a inoculação das plantas foi feita seguindo a mesma metodologia
explicitada para o ensaio anterior. A avaliação foi realizada aos 120 dias após a emergência de
plântulas (DAE). As variáveis avaliadas foram incidência do acamamento de plantas que consistiu
em aplicar força mecânica na base do colmo das plantas inoculadas. Seguidamente foi medida a
extensão da lesão necrótica estimada através do corte dos colmos em sentido longitudinal desde a
zona de inserção das raízes até o ponto de inserção da espiga com ajuda de uma serra elétrica e
mensuração do comprimento da lesão com uma fita graduada (Matiello, 2004).
Para determinar severidade da podridão do colmo, o comprimento da lesão foi
considerado a proporção de tecido do colmo afetado pelo fungo relativo à altura de inserção da
espiga, assumindo esta como a altura máxima que o fungo percorre em seu desenvolvimento
sistêmico.
Foram feitas análises de variância individuais e combinadas por ano, considerando cada
ano de avaliação como ambientes distintos. No combinado por ano se utilizou o seguinte modelo
linear aditivo:
ijkliklklikkijlilljliijklY )()()()()()(
donde Yijkl = refere-se ao valor observado no híbrido i, inoculado com a estirpe k, na
repetição j, dentro do ambiente l; é a média geral do caráter; i é o efeito fixo do híbrido i; l é
39
o efeito aleatório do lth ambiente de avaliação; )(ljé o efeito aleatório da jth repetição dentro do
lth ambiente; il)( é o efeito de interação entre o ith híbrido com o lth ambiente; ijl)( refere-
se ao efeito do erro associado à parcela principal (erro “a”); ké o efeito fixo do krh isolados;
ik)( é o efeito da interação entre o ith híbrido com o kth isolado; kl)( é o efeito da interação
entre o kth isolado com lth ambiente; ikl
é o efeito de interação de segundo ordem entre o ith
híbrido com o kth isolado no lth ambiente, e ijkl
é o erro associado à subparcela (erro “b”).
Na derivação das esperanças dos quadrados médios e para a realização dos testes F, os
híbridos e os isolados foram considerados efeitos fixos, entanto que os ambientes e repetições
foram considerados efeitos aleatórios. Em todos as análises foi utilizado o programa estadístico
SAS (versão 9.1- SAS INSTITUTE, 2003). Foi necessário transformar os dados de comprimento
da lesão necrótica e de severidade da podridão do colmo para a safra 2008 - 2009, de acordo a Y
= 2/1x . A análise da variância e o teste de contraste múltiplo (Tukey) permitiram inferências
sobre a agressividade dos isolados, e o conseqüente comportamento dos híbridos frente a cada
isolado.
40
41
4 RESULTADOS E DISCUSÃO
4.1 Incidência de Fusarium spp. em sementes de milho
Dezoito amostras de sementes provenientes de diferentes estados do país (Tabela 1)
foram submetidas a teste de sanidade para avaliação da incidência de Fusarium spp. após
tratamento de assepsia superficial. Os dados revelaram alta variabilidade em relação à incidência
(em porcentagem de sementes analisadas) de Fusarium spp. entre as amostras, a qual variou
significativamente (P<0,01) de 51,5 a 2%. A maior incidência de Fusarium spp. foi registrada na
amostra PR-7 procedente de Paraná, mas, que não diferiu de amostras dos outros estados, a
exceção das amostras de Minas Gerais cujas médias apresentaram menores valores de incidência
(Tabela 2). Destas, a amostra (MG-3) identificada como de semente bruta, o que para a indústria
sementeira define uma semente sem beneficiamento, apresentou 8,25 % de incidência de
Fusarium spp., diferindo daquelas com os valores mais altos de incidência, o qual sugere um
manejo adequado no campo de produção de origem desta amostra. De modo geral, as maiores
incidências de Fusarium spp. foram registradas em amostras do sul do país, representada pelos
estados Paraná (PR) e Rio grande do sul (RS). No entanto, o reduzido número de amostras por
região não possibilita nenhuma inferência sobre a ocorrência deste fungo em função da origem
geográfica das amostras (Tabela 2).
Com relação a ano de colheita e, por conseguinte, tempo de armazenamento, também
foram observadas diferenças entre amostras. Todas as amostras colhidas em 2001 e 2005
agruparam-se com uma incidência bastante baixa. Isto provavelmente se deve à perda de
viabilidade do fungo, pois segundo observações de Dias et al. (2005), esta é reduzida após 12
meses de armazenamento das sementes sob condição de ambiente não controlado. Porém,
Magalhães et al. (2009), observaram aumento da incidência de Fusarium spp. no decorrer do
tempo de armazenamento das sementes de milho em embalagem de plástico e em embalagem de
algodão sob ambiente não controlado.
O acondicionamento das sementes desde o campo de produção até o beneficiamento
reflete em sua qualidade sanitária. Neste estudo, a alta variabilidade na incidência de Fusarium
spp. entre as amostras avaliadas pode estar relacionada ao efeito de vários fatores como
ambientais, manejo da cultura nos campos de produção e as condições de beneficiamento
(DHINGRA, 2005).
42
Tabela 1 - Dados sobre a procedência das amostras de sementes analisadas neste estudo
Amostra Local de coleta Ano de coleta
Época de
plantio Identificação lote
SP-1 Guaira-SP 2007 Safra 2B710
MG-2 Janaúba-MG 2006 Safrinha SW-06
MG-3 Paracatú-MG 2006 Safrinha S Bruta
BA-4 Bahia 2006 Safra S Bruta
BA-5 Bahia 2006 Safrinha SW-06
PR-6 Pato Branco-PR 2007 Safra SG-6418
PR-7 Pato Branco-PR 2007 Safra SG-150
RS-8 Santa Cruz-RS 2001 Safra 30F44
RS-9 Santa Cruz-RS 2001 Safra 30F44
RS-10 Cruz Alta-RS 2007 Safra 30F53
RS-11 Santo Augusto-RS 2005 Safra 30F53
RS-12 Santo Augusto-RS 2007 Safra 30F53
RS-13 Cruz Alta-RS 2007 Safra 30F53
RS-14 Cruz Alta-RS 2007 Safra 30F53
MS-15 Bandeirantes-MS 2007 Safra Bus-Sol Amanhã
MS-16 Bandeirantes-MS 2007 Safra Al-Bandeirante
MS-17 Bandeirantes-MS 2007 Safra Br-106
MS-18 Rio Brilhante-MS 2007 Safra DG-504
43
Tabela 2 - Incidência de Fusarium spp.. em sementes de milho produzidas no Brasil submetidas a assepsia superficial
Amostra
de semente
Incidência Fusarium
spp..
(%)
Amostra
de semente
Incidência Fusarium
spp..
(%)
PR-7 51,50ª MS-15 12,50bcdefg
RS-13 46,00ab RS-11 8,50cdefg
RS-12 42,50ab MG-3 8,25cdefg
BA-5 42,25abc RS-9 7,50defg
PR-6 35,00abcd RS-10 6,50efg
MS-16 28,50abcde RS-8 5,75efg
MS-17 28,50abcde MS-18 5,50efg
BA-4 26,75abcde MG-2 3,00fg
SP-1 21,25abcdef RS-14 2,00g
CV(%) = 29,61
A incidência de patógenos veiculados pelas sementes é uma importante variável para o
estabelecimento de índices referenciais tais como o limite de tolerância, definido como a
incidência de um patógeno na semente acima da qual as perdas causadas pelo uso desse lote são
inaceitáveis (DHINGRA, 2005; MACHADO; POZZA, 2005) e o padrão sanitário de sementes
definido por Casa et al. (2005); Menten (1991), como o indicativo da relação entre a incidência do
patógeno nas sementes e a taxa de transmissão.
No caso de Fusarium spp. o padrão de sanidade de sementes também é um valor
referencial na tomada de decisão referente à adoção de medidas de controle adicionais como
acontece no milho quando são detectados fungos causadores da podridão do colmo (CASA et al.,
2005). Machado e Pozza (2005) apontam as possíveis conseqüências tanto no campo quanto na
pós-colheita da associação patógenos-semente, as quais justificam o estabelecimento de padrões
sanitários de sementes, mas, os autores não consideram a contaminação por espécies fúngicas
toxigênicas como é o caso de Fusarium spp. do complexo G. fujikuroi que, apesar de não serem
quarentenários, , são importantes pois são transmitidos de forma sistêmica até a espiga, lá
produzindo metabólitos secundários que contaminam o grão e causam problemas de saúde animal
e humano. Neste sentido, são necessários estudos que suportem o estabelecimento de padrões
sanitários de sementes para estas espécies toxigênicas e gerar evidências científicas sobre a
44
relevância de sua transmissão sistêmica à planta e o impacto no acumulo de toxinas no grão. Um
exemplo deste tipo de trabalho foi feito por Sartori et al. (2004) que, partindo de uma incidência
natural de F. moniliforme de 46%, encontraram uma transmissão de 34,9%, 23,6%, 7,2% e 14,6%
das sementes para raiz principal, entrenó subcoronal, coleóptilo e base da folha, respectivamente,
o qual indicou uma redução da associação do fungo com a planta no sentido da base ao ápice.
Os resultados das análises de sanidade de sementes do presente estudo revelam essa
necessidade, pois, sendo as amostras provenientes de campos de produção certificados, acredita-se
que tenham recebido tratamentos satisfatórios de beneficiamento e inspeção da qualidade. No
entanto, mesmo assim, os níveis de incidência de Fusarium spp. foram elevados e diferentes entre
lotes.
4.2 Isolamento de Fusarium spp. da semente
Cem isolados foram obtidos a partir da análise de sanidade das amostras de sementes
colhidas em diferentes zonas do Brasil (Tabela 3). O maior número de isolados foi obtido da
região sul, especificamente do Estado Rio Grande do Sul, pois esta região contribuiu com o maior
número de amostras.
Tabela 3 - Identificação e origem de isolados monospóricos de Fusarium spp. oriundos de sementes de milho
híbrido
Região Estado Amostra Isolado Região Estado Amostra Isolado
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-1
Sul Rio Grande do Sul RS-8 Fv-51
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-2
Sul Rio Grande do Sul RS-8 Fv-52
Sudeste São Paulo SP-1 Fp-3
Sul Rio Grande do Sul RS-8 Fv-53
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-4
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fv-54
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-5
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fv-55
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-6
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fv-56
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-7
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fp-57
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-8
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fv-58
Sudeste São Paulo SP-1 Fv-9
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fv-59
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-10
Sul Rio Grande do Sul RS-9 Fv-60
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-11
Sul Rio Grande do Sul RS-10 Fv-61
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-12
Sul Rio Grande do Sul RS-10 Fv-62
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-13
Sul Rio Grande do Sul RS-11 Fv-63
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-14
Sul Rio Grande do Sul RS-11 Fv-64
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-15
Sul Rio Grande do Sul RS-11 Fv-65
(continua)
45
Tabela 3 - Identificação e origem de isolados monospóricos de Fusarium spp. oriundos de sementes de milho
híbrido
Região Estado Amostra Isolado Região Estado Amostra Isolado
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-16
Sul Rio Grande do Sul RS-11
Fv-66
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-17
Sul Rio Grande do Sul RS-11 Fv-67
Sudeste Minas Gerais MG-2 Fv-18
Sul Rio Grande do Sul RS-12 Fv-68
Sudeste Minas Gerais MG-3 Fv-19
Sul Rio Grande do Sul RS-12 Fv-69
Nordeste Bahia BA-4 Fv-20
Sul Rio Grande do Sul RS-12 Fv-70
Nordeste Bahia BA-4 Fv-21
Sul Rio Grande do Sul RS-12 Fv-71
Nordeste Bahia BA-4 Fv-22
Sul Rio Grande do Sul RS-12 Fv-72
Nordeste Bahia BA-4 Fv-23
Sul Rio Grande do Sul RS-12 Fv-73
Nordeste Bahia BA-4 Fv-24
Sul Rio Grande do Sul RS-13 Fs-74
Nordeste Bahia BA-4 Fv-25
Sul Rio Grande do Sul RS-13 Fv-75
Nordeste Bahia BA-4 Fv-26
Sul Rio Grande do Sul RS-13 Fv-76
Nordeste Bahia BA-5 Fv-27
Sul Rio Grande do Sul RS-13 Fv-77
Nordeste Bahia BA-5 Fv-28
Sul Rio Grande do Sul RS-14 Fv-78
Sul Paraná PA-6 Fv-29
Sul Rio Grande do Sul RS-14 Fv-79
Sul Paraná PA-6 Fv-30
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-15 Fv-80
Sul Paraná PA-6 Fv-31
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-15 Fv-81
Sul Paraná PA-6 Fv-32
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-15 Fv-82
Sul Paraná PA-6 Fv-33
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-83
Sul Paraná PA-6 Fv-34
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fp-84
Sul Paraná PA-6 Fv-35
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-85
Sul Paraná PA-7 Fv-36
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-86
Sul Paraná PA-7 Fv-37
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-87
Sul Paraná PA-7 Fv-38
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-88
Sul Paraná PA-7 Fv-39
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-89
Sul Paraná PA-7 Fv-40
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-90
Sul Paraná PA-7 Fv-41
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-91
Sul Paraná PA-7 Fp-42
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-92
Sul Paraná PA-7 Fv-43
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-16 Fv-93
Sul Paraná PA-7 Fv-44
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-17 Fv-94
Sul Paraná PA-7 Fv-45
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-17 Fv-95
Sul Paraná PA-7 Fv-46
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-17 Fv-96
Sul Paraná PA-7 Fv-47
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-17 Fv-97
Sul Paraná PA-7 Fs-48
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-18 Fv-98
Sul Rio Grande do Sul RS-8 Fv-49
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-18 Fv-99
Sul Rio Grande do Sul RS-8 Fv-50
Centro-Oeste Mato Grosso do Sul MS-18 Fsp-100
(continua) (conclusão)
46
4.3 Caracterização cultural e morfológica dos isolados de Fusarium spp.
4.3.1 Caracterização cultural
Neste estudo, os resultados do índice de crescimento não se ajustaram à normalidade,
sendo necessária a análise não paramétrica por Kruskal-Wallis. Os resultados indicaram que não
houve diferenças (P>0.05) em índices de crescimento entre isolados em meio BDA, não diferindo
dos resultados obtidos por Machado (2002) para F. moniliforme submetido a restrição hídrica em
meio BDA+Manitol. Segundo Seifert (1996), esta é uma característica mais adequada para
diferenciar espécies das seções Eupionnotes e Arachnites das espécies de outras seções por estas
apresentarem um crescimento lento.
A cor e aspecto do micélio foram muito variáveis entre isolados e ainda entre cultivos do
mesmo isolado feitos a partir de esporos provenientes da mesma colônia (Figura 1). Alguns
isolados apresentaram micélio abundante numa cultura e escasso em outra. A cor variou desde o
branco rosado, passando ao laranja salmão até o roxo, tanto no micélio quanto no fundo do meio
de cultura. Para Seifert (1996), a cor desenvolvida no verso da colônia em meio de cultura BDA
incubada a 25ºC entre 7-10 dias auxilia na identificação de espécies agrupadas na seção Liseola
(atual complexo G. fujikuroi) quando a pigmentação é roxa. Na atualidade, devido às constantes
variações apresentadas por estas espécies em meios artificiais esta característica não apresenta
importância para efeitos taxonômicos.
Figura 1 - Características das colônias de isolados de Fusarium spp. crescendo
em meio de cultura BDA. a1, a2, a3. F. verticillioides; b1, b2, b3.
F. proliferatum. c1, c2. F. subglutinans. c3. Fusarium sp
a1 a2 a3
b1 b2 b3
c1 c2 c3
47
4.3.2 Caracterização e identificação morfológica dos isolados de Fusarium spp.
As condições de incubação das culturas não favoreceram o desenvolvimento da fase
teleomórfica. Porém, a avaliação das características anamórficas, segundo Nelson et al. (1983),
permitiu alocar todos os isolados na seção Liseola, na atualidade chamado complexo G. fujikuroi
(LESLIE; SUMMERELL, 2006; NIRENBERG; O`DONNELL, 1998).
A presença ou ausência de clamidósporo é a característica que determina a inclusão de uma
espécie no complexo G. fujikuroi. Esta é a estrutura típica do gênero Fusarium (NELSON et al.,
1983), mas, no entanto, espécies do complexo G. fujikuroi não a produzem. Por isto, esta foi a
primeira característica avaliada, mostrando que a totalidade dos isolados não formaram esta
estrutura e que, portanto, pertencem a espécies deste complexo.
A ausência de clamidósporo, aliada à produção de esporodóquios de coloração alaranjada
em folhas de craveiro com 10 a 20 dias de crescimento, alojando macroconídios com 3 – 5 septos
predominando 3, com paredes delgadas e curvatura dorso-ventral; e a presença de microconídios
abundantes dispostos em cadeias e/ou falsas cabeças são características consideradas nas chaves
sinópticas para identificação da sessão Liseola. Neste estudo, noventa isolados formaram
esporodóquios. Nos dez restantes, os macroconídios foram avaliados quando formados em
micélio aéreo, ainda que em baixa quantidade, e apresentaram formato semelhante aos de origem
esporodoquial, com predominância de 3 septos e disposição da célula basal em falso pé e a célula
apical ligeiramente curva (Figura 2e).
Todos os isolados apresentaram microconídios unicelulares, ovais e dispostos em falsa
cabeça. Além disto, a maioria (97%) produziu estes esporos na forma de cadeias, indicando se
tratar de F. verticillioides ou F. proliferatum, já que F. subglutinans não produz esporos em
cadeia.
Alguns isolados apresentaram microconídios bicelulares. Acredita-se que os esporos de
tipo microconídios que apresentam septo são na verdade ascósporos, mas, neste caso, para o 98%
dos isolados, não foi observado formação de peritécios no período de avaliação considerado e só
foi possível observar esta estrutura com os ascos carregando os ascósporos bicelulares nas
culturas dos isolados Fv-BA25 e Fv-MS80 em meio BDA e em folhas de craveiro repetidas vezes
aos 30 a 60 dias após inicio do desenvolvimento da colônia (Figura 2f).
A fim de distinguir isolados das espécies F. verticillioides e F. proliferatum, as células
conidiogênicas foram caracterizadas em tipo monofiálides e/ou polifiálides (Figura 2a, 2b). O tipo
48
de célula conidiogênica é uma estrutura chave para distinguir F. verticillioides de F. proliferatum,
pois polifiálides não são produzidas pela primeira espécie e o são pela segunda, além de F.
subglutinans (LESLIE; SUMMERELL, 2006). Os dois tipos de células conidiogênicas foram
observados sobre conidióforos simples e ramificados; monofiálides foram observados em setenta e
sete isolados e as polifiálides em vinte e dois. Destes, vinte desenvolveram microconídios em cadeia
confirmando a espécie F. proliferatum, e os outros dois foram identificados como F. subglutinans.
Esta espécie, apesar de não apresentar diferenças muito visíveis com F. verticillioides e F.
proliferatum já que pode formar tanto mono como polifiálides, apresenta uma característica
distintiva de fácil visualização que é a disposição dos microconídios sobre a fiálide, que ocorre
somente sobre falsas cabeças. Por fim, apenas um isolado (Fsp-MS100) não pôde ser identificado
em nível de espécie com base nos critérios aqui considerados.
Figura 2 - Estruturas morfológicas de isolados de Fusarium spp. (40x). a. microconídiomicroconídios em cadeia e
falsa cabeça sobre monofiálide. b. Célula conidiogênica tipo polifiálide c. célula conidiogênica semelhante
a polifiálide. d. Esporodóquio laranja, escleródio sobre folha de craveiro. e. Macroconidio formado em
esporodóquio. f. Asco com ascósporos. g. Engrossamento de hifas
a b c
d e f
g
49
Para F. subglutinans as dimensões dos microconídios variaram de 2,23 – 6,37 x 1,0– 1,59
µm e dos macroconídios de 10,83 – 28,03 x 1,27 – 1,91 µm, sendo em todos os casos inferiores aos
resultados obtidos por Morales et al. (2007) para esta espécie. Neste estudo, as dimensões dos
macronídios obtidas para F. subglutinans são coincidentes com as dimensões de estruturas nomeada
por Morales et al. (2007) como mesoconidio, termo não usado aqui porque a literatura empregada
para auxilio na identificação das espécies não usa. As dimensões dos microconídios de F.
verticillioides (1,91–4,46 x 1,00–1,59 µm; 4,46–5,73 x 1,59-3,18 µm) e de Fusarium proliferatum
(2,23–4,78 x 1,0–1,59 µm; 2,87 – 4,46 x 1,27 µm) foram muito próximas; já as dimensões dos
macroconídios foram discordantes entre estas espécies, sendo os produzidos por F. verticillioides
(28,66-54,14 x 1,27–2,55 µm) maiores que os de F. proliferatum (9,83–19,43 x 1,0–1,27 µm)
(Tabela 6). Como as chaves sinópticas utilizadas neste estudo não utilizam estas medidas como
critério classificatório, as discrepâncias entre os dois estudos não refletem alterações significativas
na identificação dos isolados. O intuito de analisá-las foi apenas o de comparar informações de
isolados brasileiros com isolados de outras localidades.
.
50
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(continua)
Tipo de microconídio Disposição dos
microconídios
Célula conidiogênica
Isolado Unicelular Bicelular
Cadeia Falsa
cabeça
Monofiálide Polifiálide Espécie
morfológica Confirmação
PCRs
Fv-SP01 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-SP02 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fp-SP03 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. proliferatum
Fv-SP04 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-SP05 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-SP06 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-SP07 + +
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-SP08 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. proliferatum
Fv-SP09 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG10 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG11 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG12 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG13 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG14 + +
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-MG15 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG16 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG17 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
51
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(continua)
Tipo de microconídio Disposição dos
microconídios
Célula conidiogênica
Isolado Unicelular Bicelular
Cadeia Falsa
cabeça
Monofiálide Polifiálide Espécie
morfológica Confirmação
PCRs
Fv-MG18 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MG19 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-BA20 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-BA21 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-BA22 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-BA23 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-BA24 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-BA25 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-BA26 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-BA27 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-BA28 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR29 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-PR30 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR31 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-PR32 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR33 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-pr34 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Continuação
Continuação
(continuação)
52
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(continua)
Tipo de microconídio Disposição dos
microconídios
Célula conidiogênica
Isolado Unicelular Bicelular
Cadeia Falsa
cabeça
Monofiálide Polifiálide Espécie
morfológica Confirmação
PCRs
Fv-PR35 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-PR36 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR37 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-PR38 + -
+ +
+ - F. proliferatum F. verticillioides
Fv-PR39 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR40 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR41 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fp-PR42 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. proliferatum
Fv-PR43 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR44 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR45 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR46 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR47 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-PR48 + -
- +
+ + F. subglutinans F. subglutinans
Fv-RS49 + +
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-RS50 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS51 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
(continuação)
53
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(continua)
Tipo de microconídio Disposição dos
microconídios
Célula conidiogênica
Isolado Unicelular Bicelular
Cadeia Falsa
cabeça
Monofiálide Polifiálide Espécie
morfológica Confirmação
PCRs
Fv-RS52 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS53 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS54 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS55 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS56 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fp-RS57 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. proliferatum
Fv-RS58 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS59 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. verticillioides
Fv-RS60 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS61 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS62 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS63 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS64 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS65 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS66 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS67 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS68 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
(continuação)
(continuação)
54
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(continua)
Tipo de microconídio Disposição dos
microconídios
Célula conidiogênica
Isolado Unicelular Bicelular
Cadeia Falsa
cabeça
Monofiálide Polifiálide Espécie
morfológica Confirmação
PCRs
Fv-RS69 + -
+ +
+ - F. verticillioides
F. verticillioides
Fv-RS70 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS71 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS72 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS73 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fs-RS74 + -
- +
+ + F. subligutinans F. subglutinans
Fv-RS75 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS76 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS77 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS78 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-RS79 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS80 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS81 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS82 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS83 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS84 + -
+ +
+ + F. proliferatum F. proliferatum
Fv-MS85 + +
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
(continuação)
(continuação)
54
55
Tabela 4 - Marcadores morfológicos para a identificação de Fusarium spp.. do complexo G. fujikuroi
(continua)
Tipo de microconídio Disposição dos
microconídios
Célula conidiogênica
Isolado Unicelular Bicelular
Cadeia Falsa
cabeça
Monofiálide Polifiálide Espécie
morfológica Confirmação
PCRs
Fv-MS86 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS87 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS88 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS89 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS90 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS91 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS92 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS93 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS94 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS95 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS96 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS97 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS98 + -
+ +
+ - F. verticillioides F. verticillioides
Fv-MS99 + -
+ +
+ - F.verticillioides F. verticillioides
Fv-MS100 + -
+
+ - Fusarium sp Fusarium sp
(conclusão)
55
56
Tabela 5 - Comparação da identificação morfológica e molecular de isolados de Fusarium spp..
associados ás sementes de milhos produzidas no Brasil
Espécie Critério Morfológico Critério Molecular % verificado
F. verticillioides 77 77 100,00
F. proliferatum 20 4 20.00
F. subglutinans 2 2 100,00
Fusarium sp. 1 - -
Tabela 6 - Dimensões dos microconídios e macroconídios de Fusarium spp. avaliados neste estudo
Espécie Microconídio em
cadeia (C x L) (µm)
Microconídio em falsa
cabeça (C x L) (µm)
Macroconídio em
esporodóquio (C x L) (µm)
Nº de septos
em
macroconídio
F. verticillioides 3,5-12,1 x 0,6-1,6 3,8-12,7 x 0,6-1,9 18,45-34,3 x 8,9-1,0 3
F. proliferatum 2,2-8,6 x 0,6-1,6 2,2 -8,0 x 0,6-2,2 12,50-45,2 x 1-11,8 3
F. subglutinans - 1,6-6,4 x 2,2-1,0 17,43-28,0 x 1-10,8 3
Fusarium sp. - 4,14–1,46 x 0,96–1,59 16,00-20,7 x 1,6 4
Segundo Leslie et al. (2006) a formação de escleródios, embora não tenha importância
taxonômica, podem ser um indicativo de alto nível de fertilidade. Para estes autores, esta estrutura é
observada tanto em F. proliferatum quanto em F. verticillioides. Observações deste estudo são
coincidentes com as destes autores para oito isolados (10,39%) de F. verticillioides e dois isolados
(10,00%) de F. proliferatum (Tabela 7). Neste caso, foram observados, durante período de avaliação
de 7 a 15dias, aglomerados de hifas que não alcançam a formar o corpo de frutificação e tornam-se
uma estrutura esclerosada de cor escura, sem esporos em seu interior e desenvolvidos geralmente
acima dos esporodóquios característicos das espécies do complexo G. fujikuroi, (Figura 2d).
57
Tabela 7 - Porcentagem de isolados com características morfológicas semelhantes
Espécie
Isolados com esporodóquios de
cor laranja
(%)
Isolados formando
escleródios
(%)
Isolados com
microconídio bicelular
(%)
F. verticillioides 100 10.39 10,52
F. proliferatum 100 10,00 14,29
F. subglutinans 100 50 0
Fusarium sp. 100 0 0
A exemplo do relatado por Leslie et al. (2006), isolados aqui identificados como F.
proliferatum e F. verticillioides produziram engrossamentos na hifa semelhantes a clamidósporos
(Figura 2g). A ocorrência das espécies identificadas neste estudo já foi reportada no Brasil
associadas à cultura de milho, principalmente como agentes causais de grãos ardidos. Ottoni (2008)
reportou as espécies F. verticillioides e F. subglutinans associadas a grãos ardidos em incidências de
82% e 3%, respectivamente e não relatou a presença de F. proliferatum. Também, em estudo similar
realizado por Pinto et al. (2007), F. subglutinans foi relatada como única espécie associada a grãos
ardidos e produção de fumonisinas com uma incidência de 55% – 99% em grãos de 36 cultivares
testados. Estes resultados discordantes podem ser devido ao fato de que os autores não indicaram os
critérios utilizados para a identificação da espécie, o que pode ter levado a identificações errôneas.
No presente estudo, a distribuição das espécies resultou em 77% F. verticillioides, 20% F.
proliferatum, 2% F. subglutinans e 1% Fusarium sp. (Tabela 5), evidenciando, mais uma vez, a alta
freqüência da associação F. verticillioides–milho, sendo coincidentes com resultados de estudos
anteriores, como é o caso de Rahjoo et al. (2008) em plantios de milho para sementes no Irã, que
determinaram, através da análise de caracteres morfológicos, que de um total de 191 isolados
avaliados, 140 foram identificados como F. verticillioides, 47 como F. proliferatum, e o resto não
foi identificado. Os resultados deste estudo também concordam com levantamentos recentes
realizados no país e no México, nos quais F. verticillioides foi predominante (MORALES, 2007;
OTTONI, 2008).
58
4.4 Identificação molecular de Fusarium spp.
O DNA dos 100 isolados foi usado em reações de PCR com o intuito de confirmar os
resultados da identificação morfológica mediante o uso de marcadores moleculares específicos
para cada espécie sob estudo. Os setenta e sete isolados classificados morfologicamente como F.
verticillioides amplificaram um produto de 578pb com o primer específico desenvolvido para esta
espécie (Figura 3). Além destes, outros 16 isolados identificados morfologicamente como F
proliferatum (de um total de vinte), também amplificaram com este primer, totalizando noventa e
três isolados como pertences á espécie F. verticillioides (Tabela 5). Os quatros isolados restantes
de F. proliferatum apresentaram fragmentos amplificados com primers específicos para esta
espécie, confirmando sua classificação morfológica.
A provável causa da discrepância entre as análises morfológicas e a molecular no caso de
F. proliferatum pode estar na dificuldade de avaliação da característica que distingue estas duas
espécies (produção de esporos em polifiálides). Um exemplo disto é a estrutura ilustrada na figura
2c, a qual foi observada no isolado Fv-SP-07, identificado como F. proliferatum pela semelhança
desta com a polifiálide, mas, que resultou F. verticillioides na confirmação com a identificação
molecular.
Figura 3 - Produtos da reação polimerase em cadeias (PCR)
com primers específicos para F. verticillioides
isolados de sementes de milho
1 K
b
Fv
-SP
02
Fv
-MG
17
Fv
-BA
25
Fv
-PR
40
Fv
-RS
56
Fv
-MS
93
Ág
ua
578 pb
59
Por outro lado, a discrepância pode ser resultado da inespecificidade dos primers para os
isolados de F. proliferatum do Brasil, uma vez que foram desenvolvidos com base em seqüências
parciais do gene calmodulina de isolados europeus (Itália) (MULÉ et al., 2004). Em estudos com
isolados do Irã, Rahjoo et al. (2008) também relataram discordâncias entre a identificação
morfológica e molecular de F. verticillioides e F. proliferatum e concluíram que estes resultados
eram esperados, pois os primers usados correspondem a seqüência parciais de genes de isolados
oriundos da Europa e Estados Unidos, e os isolados do Irã podem apresentar maior diversidade
genética, fato comprovado neste mesmo já que alguns isolados que não amplificaram com primers
específicos para F. proliferatum e F. verticillioides foram confirmados como sendo destas
espécies através do seqüenciamento do gene que codifica para o fator de elongação (TEF).
Da totalidade dos isolados analisados, apenas dois isolados amplificaram um produto de
631pb com primers específicos para F. subglutinans, que coincidiu com a identificação
morfológica (Tabela 4).
Curiosamente, um isolado não amplificou para nenhum dos primers usados e também não
apresentou marcadores morfológicos das três espécies identificadas, nem de outras espécies do
complexo G. fujikuroi, a pesar de não ter formado clamidósporos, característica que o aponta como
espécie deste grupo (Tabela 4).
Neste estudo foi uma vez mais, esclarecida a importância da combinação de diferentes
critérios para a identificação das espécies do gênero Fusarium, principalmente dentro do complexo
G. fujikuroi. Por isto, a identificação molecular é um critério que se tornou indispensável para a
identificação de espécies de fungos que apresentam alta variabilidade dentro da espécie, sempre
que esta analise seja suficientemente precisa. Para o uso da PCR como técnica de diagnose, é
necessário o desenvolvimento e validação de primers a partir de seqüência gênicas de espécimes
em desenvolvimento na mesma geografia ocupada pelos espécimes sob estudo porque o uso de
marcadores obtidos em condições climáticas diferentes do âmbito de estudo, provavelmente seja
em alguns casos o motivo das discrepâncias. Estudos posteriores sobre identificação baseada em
outras seqüência gênicas, como caso do gene TEF, provavelmente ajudariam a esclarecer possíveis
discrepâncias entre as classificações morfológicas e moleculares de espécies deste gênero.
60
4.5 Estudo da diversidade genética dos isolados de Fusarium com marcadores AFLP
O DNA dos 100 isolados de Fusarium spp. foram analisados por AFLP usando 5
combinações de primers (E_AT+M_CA, E_AA+M_AG, E_AG+M_AA, E_AA+M_CC,
E_CC+M_CC) que geraram um total de 367 bandas entre 100 e 500 pb (Figura 4). Neste estudo,
foram identificados 276 (75,20% do total) fragmentos polimórficos, assumindo como fragmento
polimórfico o estado mais comum entre os isolados que compõem o grupo estudado (presente ou
ausente) e que estiver presente em menos de 95% dos espécimes (LAURENTIN, 2009). A
combinação E_AA+M_AG amplificou o maior número de fragmentos, mas revelou o menor
número de fragmentos polimórficos. A combinação E_AT+M_CA detectou o maior número de
fragmentos polimórficos (98,46%). Em geral, as combinações de primers usados neste estudo
revelaram um alto polimorfismo entre a população sob análise (Tabela 8).
O dendrograma resultante do agrupamento dos dados obtidos dos haplótipos AFLP de
cada isolado se apresenta na figura 5. A análise de agrupamentos mostrou uma similaridade
genética entre pares de isolados que variou de 0,13 a 0,94. Considerando um índice de
similaridade superior de 0,40, foram observados dois grandes grupos: o maior (I) agrupando os
isolados pertences as espécies F. verticillioides, F. subglutinans e Fusarium sp. e outro grupo (II)
com isolados da espécie F. proliferatum. Espécies de outros gêneros de fungos (Cercospora
maydis, Curvularia sp. e Monilinia sp) foram incluídas na analise simplesmente para enraizar a
árvore. A correlação cofenética resultante foi de 0,97, indicando que houve pouco desvio entre os
dados originais da matriz de similaridade e os dados utilizados para construção do dendrograma, o
que significa que esta explica adequadamente os dados biológicos.
61
Figura 4 - Padrão de AFLP gerado a partir de 5 combinações de primers (E_AT+M_CA, E_AA+M_AG,
E_AG+M_AA, E_AA+M_CC, E_CC+M_CC) na analise de 100 isolados de Fusarium spp.. (complexo
G. fujikuroi)
Tabela 8 - Lista de combinações de primers usados para determinar por AFLP a diversidade genética de
Fusarium spp. (G. fijikuroi) presentes em sementes
Combinação de
Primers Total
Bandas/Primer Bandas
polimórficas Porcentagem de polimorfismo
E_AA+M_CC 43 37 86,05
E_AA+M_AG 111 53 47,75
E_AT+M_CA 65 64 98,46
E_AG+M_AA 84 65 77,38
E_CC+M_CC 64 57 89,06
Total bandas 367
62
Dice coefficient
0.13 0.33 0.53 0.74 0.94
Fv-SP01 Fv-SP04 Fv-SP06 Fv-SP08 Fv-SP02 Fv-MG10 Fv-MG12 Fv-BA23 Fv-BA24 Fv-MG13 Fv-MG16 Fv-MG18 Fv-BA20 Fv-MG19 Fv-BA21 Fv;BA25 Fv-BA26 Fv-BA28 Fv-BA27 Fv-PR34 Fv-PR31 Fv-PR30 Fv-PR29 Fv-PR35 Fv-PR36 Fv-PR32 Fv-PR33
Fv-PR37 Fv-PR38 Fv-BA22 Fv-MG14 Fv-MG15 Fv-MG17 Fv-PR39 Fv-PR40 Fv-PR43 Fv-RS53 Fv-PR45 Fv-PR47 Fv-RS51 Fv-RS52 Fv-RS50 Fv-PR46 Fv-RS49 Fv-RS54 Fv-RS55 Fv-RS58 Fv-RS56 Fv-RS60 Fv-RS65 Fv-RS63 Fv-RS64 Fv-RS70 Fv-RS59 Fv-RS61 Fv-RS62 Fv-RS66 Fv-RS69 Fv-RS71 Fv-RS75 Fv-RS76 Fv-RS77 Fv-MS80 Fv-RS68 Fv-RS78 Fv-RS79 Fv-MS81 Fv-RS72 Fv-MS82 Fv-MS87 Fv-MS92 Fv-MS91 Fv-MS95 FvMS96 Fv-MS88 Fv-MS89 Fv-MS93 Fv-MS98 Fv-MS99 Fv-MS94 Fv-MS97 Fv-MS83 Fv-MS85 Fv-MS86 Fv-MS90 Fv-RS67 Fv-MG11 Fv-RS73 Fv-PR44 Fv-PR41 Fv-SP05 Fv-SP07 Fv-SP09 Fs-PR48 Fsp-MS100 Fs-RS74 Fp-SP03 Fp-PR42 Fp-RS57 Fp-MS84 Cercospora maydis Monilinia sp. Curvularia sp.
Figura 5 - Dendrograma UPGMA para isolados de Fusarium spp. do complexo G. fujikuroi
(Correlação cofenética 0,97) pelo coeficiente de similaridade Dice)
I
II
IA
IB
IC
ID
IE
63
O grupo I pode ser dividido em cinco sub-grupos. O isolado Fs-RS74, identificado
previamente como F. subglutinans foi diferenciado do resto do grupo, enquanto que isolados de
F. verticillioides foram agrupados com um índice de similaridade superior a 0,70 em cinco sub-
grupos. Dos cinco sub-grupos, o sub-grupo IC foi o mais heterogêneo em termos de origem, pois
agrupou isolados de Minas Gerais (MG), Bahia(BA) e Paraná(PR). Os outros grupos foram
compostos por isolados provenientes de um mesmo estado. Assim, por exemplo, o sub-grupo IA
agrupou os isolados oriundos de São Paulo (SP), o ID agrupou isolados em sua maioria de origem
Rio Grande do Sul (RS) com alguns de PR e Mato Grosso do Sul (MS), e o sub-grupo IE, o mais
homogêneo, foi composto pela maioria dos isolados de MS e apenas um de RS. Os sub-grupos IA
e IB agruparam o menor número de isolados de F. verticillioides.
Os resultados indicam, portanto, que isolados de uma mesma região foram geneticamente
mais próximos entre si do que entre isolados de outras regiões. No entanto, este resultado deve ser
tomado com muita cautela, pois o número reduzido de amostras de cada local não permite inferir
que as diferenças observadas entre clusters se devam às variações locais, mas, por outro lado,
permitem antever a existência de grande variabilidade genética entre espécies do complexo G.
fujikuroi associadas ao milho no país.
Os resultados da análise bi-direcional por coordenadas principais foram consistentes com
os resultados do dendrograma, coincidindo principalmente com a separação em grupos para as
espécies de Fusarium, especialmente F. verticillioides e F. proliferatum, o qual foi o resultado
mais robusto da analise neste estudo (Figura 6). Também permitiram verificar a aproximação dos
isolados Fs-PR48 e Fs-RS74 identificados como F. subglutinans, os quais, segundo o
dendrograma, apresentam uma similaridade genética com F. verticillioides próxima de 50%. No
entanto, os isolados Fp-SP03, Fp-PR42, Fp-RS57 e Fp-MS84, previamente identificados como F.
proliferatum foram agrupados em clusters diferentes, com uma similaridade genética de 40%
(Figura 5).
64
Segundo Silva et al. (2006), a conservação de locos em F. verticillioides e F.
subglutinans mostra duas espécies intimamente relacionadas, apresentando o mesmo haplotipo e
conformando um mesmo clado. No presente estudo, isolados desta espécie encontram-se no
dendrograma a uma distância genética menor de F. verticillioides se comparar com a distância de
F. proliferatum, o qual se pode associar com a antiga classificação da espécie F. moniliforme
subsp. subglutinans, inferindo uma maior proximidade genética entre estas, pois F. verticillioides
é a antigamente F. moniliforme quando associado ao milho.
Comparando a similaridade genética detectada entre isolados de cada espécie, pode-se
evidenciar que a similaridade média entre isolados de F. verticillioidesI foi de 0,70, ao passo que
entre isolados de F. proliferatum foi de 0,60. Neste caso, provavelmente o pequeno número de
isolados não foi representativo de uma população com alta diversidade genética (RAHJOO et al.,
2008).
Dim-1 -0.16 0.07 0.30 0.53 0.76
Dim-2
-0.29
-0.14
0.01
0.16
0.32
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15 16
17
18
19 20 21
22
23 24
25 26 27
28
29 30 31 32
33 34 35 36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51 52
53
54
55
56
57
58
59 60
61 62 63 64
65
66
67
68
69 70
71
72
73
74
75
76 77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87 88 89
90
91
92 93 94 95
96
97
98 99
100
F. proliferatum
F. subglutinans
Fusarium sp.
F. verticillioides
Figura 6 - Gráfico da Análise de Coordenadas Principais para 100
isolados de Fusarium spp.. (G. fujikuroi)
65
4.6 Seleção de isolados patogênicos para testes de agressividade.
Estudos prévios sustentam a hipótese da existência de uma relação endófita de alguns
isolados pertences às espécies de fungos agrupadas no complexo G. fujikuroi, principalmente de
F. verticillioides. Estes estabeleceriam uma associação específica com o hospedeiro, alojando-se
nas sementes e outras partes da planta em qualquer estádio fenológico resultando numa infecção
assintomática (CARROL, 1988, DESJARDINS, 2003, MUNKVOLD; McGEE; CARLTON,
1997). Estes relatos despertaram o interesse de avaliar a capacidade patogênica da coleção de
isolados de Fusarium spp. provenientes de sementes produzidas em diferentes regiões do Brasil.
Neste estudo, os resultados mostraram que 100% dos isolados testados induziram sintomas de
podridão do colmo em milho. Não obstante, os resultados mostraram diferenças significativas
(P<0,05) entre isolados, sendo Fv-BA22 e Fv-BA25 os de maior agressividade avaliada pelo
comprimento necrótico da lesão no colmo do híbrido AG8060 (resultados não apresentados). No
entanto, os outros isolados não mostraram diferenças significativas com estes nem com a
testemunha. Os isolados Fv-SP01, Fv-MS94 e Fsp-MS100, produziram lesões menores de 2,75
cm, as quais estatisticamente não diferiram da testemunha.
Os resultados dificultaram a escolha dos isolados para o teste de agressividade, pois
somente através da avaliação do comprimento da lesão necrótica foi difícil determinar e
diferenciar o grau de patogenicidade dos fungos inoculados. Porém, segundo Schurtleff (1980) e
Pereira et al. (2005) existe um conjunto de sintomas característicos que aparecem de forma
progressiva à medida que a doença se desenvolve e estes foram observados neste estudo. Estes
sintomas vão desde a descoloração da medula, que se torna de esbranquiçada a amarela, passando
para cor salmão até marrom, perda da estrutura do colmo, abertura de cavidades, separação das
fibras, necrose de internódios superiores e, ao final, quando o colmo não suporta pressão ou peso
das espigas, ocorre o prostramento da planta (acamamento). Todos estes sintomas foram
observados aos 30 dias após inoculação em todos os isolados. Foi constatado também, que o
isolado Fsp-MS100 causou apenas uma lesão amarela, semelhante à descrita como inícios da
doença. Este isolado não foi identificado em espécie por critério morfológico nem molecular
(MULÉ et al., 2004). No entanto, como todos os isolados incluindo este espécime causaram
mudanças na medula do colmo do milho, conclui-se que, nas condições de avaliação deste estudo,
nenhum se comportou como endófito quando inoculado no híbrido suscetível AG8060.
66
Diante estes resultados, a seleção dos isolados para o teste de agressividade foi feita
baseada na observação do aparecimento do sintoma terminal da doença, representada pela perda
da estrutura do colmo por separação das fibras. Além disto, também foi priorizada a escolha de
isolados oriundos de regiões distintas.
4.7 Agressividade de isolados de F. verticillioides avaliada em colmos de milho.
A agressividade de 6 estirpes de Fusarium verticillioides foi avaliada em dois
experimentos (2007- 2008 / 2008 – 2009) através das variáveis severidade da podridão do colmo
(SPC), comprimento necrótico (CN) e a incidência de acamamento (IA) de plantas em três
híbridos comerciais de milho. Em termo geral, as temperaturas predominantes para os dois
períodos de avaliação neste estudo mantiveram-se entre 23 – 25 ºC durante o ciclo da cultura,
sendo favoráveis tanto para o desenvolvimento da planta quanto do fungo, igualmente, a umidade
em média atingiu durante os dois períodos entre 150 e 162 mm, o qual foi desfavorável para a
planta tornando-a vulnerável aos patógenos causadores da podridão do colmo. Estes resultados
são coincidentes com os de El-Meleigi et al. (1983), apontando a maior incidência da doença
quando a umidade no solo foi limitada.
Os resultados da ANOVA para a análise conjunta (dados não apresentados) indicaram
ausência de interação entre isolado x híbrido e híbrido x ano (P>0,05) tanto para CN como para
SPC. No caso da interação isolado x ano, esta foi significativa, o que sugere que o comportamento
dos isolados variou em função da época de condução do experimento (Figura 7). Desta forma os
resultados foram analisados individualmente por ano. Os resultados também indicaram alta
significância para efeito simples dos híbridos (P<0,01), o que indica que eles responderam de
forma diferente aos isolados inoculados, como esperado, já que possuem níveis contrastantes de
resistência.
Apesar de serem catalogados como resistente, parcialmente resistente e suscetível, os 3
foram suscetíveis a todos isolados, porem a ANOVA para a analise conjunta indicou diferenças
significativas entre eles (dados não apresentados), sendo o híbrido 2A525 o que apresentou o
maior CN (36,26 cm), que resultou significativamente (P≤0,05) superior aos outros dois
híbridos,os quais não se diferenciaram e tiveram valores de 31,49 (2B710) e 29,77 (AG8060)
(Tabela 9).
67
Foi observada uma alta variabilidade nas medidas do CN nos diferentes tratamentos. O
aparecimento de sintomas de doenças na testemunha pode ser produto do ferimento ocasionado
pela agulha o que possibilita a entrada de inoculo tanto de Fusarium como de outros agentes
colonizadores do colmo (BORGES et al., 2001), proveniente de outras possíveis fontes de
contaminação, tais como partículas de solo, respingos de água, tecidos senescentes adjacentes ás
plantas controle (MURILLO-WILLIAMS; MUNKVOLD, 2008) ou inoculo do ar (TRIMBOLI et
al., 2006). Como não houve interação isolado x híbrido para esta, os resultados apresentados na
tabela 9 correspondem aos efeitos independentes de cada fator, sendo que no sentido da coluna se
compara o comportamento dos híbridos em relação aos isolados. Nota-se que não houve diferença
de CN entre isolados em todos os híbridos e nos dois períodos avaliados, indicando uma
agressividade semelhante de todos os isolados causando podridão do colmo, independentemente
do híbrido testado neste estudo.
Os resultados obtidos para SPC na primeira safra foram semelhantes aos obtidos na
avaliação do CN (Tabela 10), ou seja, todos isolados induziram sintoma típico da doença e apenas
se diferenciaram (P<0,05) da testemunha. Na segunda safra, a severidade da podridão do colmo
68
também mostrou resultados semelhantes às médias de comprimento da lesão necrótica, não
havendo diferenças (P>0,05) na manifestação da doença em nenhuma das inoculações e nem com
a testemunha, a diferença da safra anterior.
69
Tabela 9 - Comprimento da lesão necrótica causada por isolados de F. verticillioides inoculados em três híbridos com diferentes níveis de resistência
Transformação de dados Safra 2008 – 2009: Y = 2/1x
Médias com letras minúsculas iguais no sentido das linhas não diferenciam estatisticamente o nível de resistência dos híbridos.
Médias com letras maiúsculas iguais no sentido das colunas não diferenciam estatisticamente a agressividade dos isolados de F. verticillioides.
Safra 2007 – 2008 Safra 2008 – 2009
Híbridos
Híbridos
Isolados 2B710 2A525 AG8060 2B710 2A525 AG8060
Fv-SP02 9.84±1,0828 a A 9.84±1,7703 a AB 10.14±4,4985 a A 9,80±1,8312 a A 10,60±2,8414 a A 6,80±4,6166 a AB
Fv-MG17 11,84±4,4025ab A 20.98±8,0917a A 9.38±1,6383b A 9,73±1,6523 a A 14,18±6,7992 a A 11,15±4,7948 a A
Fv-BA25 9.51±3,9651 a A 15,05±5,6526 a A 8,80±1,3385 a A 8,85±3,3478 a A 13,18±2,6235 a A 9,43±3,0869 a AB
Fv-PR40 12,01±2,0499 a A 16,10±7,1883 a A 9,84±1,3162 a A 10,10±1,0231 a A 14,43±5,3922 a A 8,83±2,0467 a AB
Fv-RS56 7,67±2,3741 a AB 11,50±2,4735 a AB 8,96±2,3393 a A 16,23±5,999 a A 12,40±4,1497 a A 11,33±2,3599 a A
Fv-MS93 9,46±1,6111 a A 12,75±3,9321 a AB 8,21±2,3271 a A 11,53±2,9136 a A 15,60±10,664 a A 13,23±6,1738 a A
T 4,09±2,3827a B 6.48±1,6292 a B 2,93±2,7318 a B 7,35±1,4821ab AB 11,58±4,1532 a A 4,88±1,3301b B
CV(%) 33,59 47,04
69
70
Tabela 10 - Severidade da podridão do colmo do milho causada por isolados de F. verticillioides inoculados em três híbridos de milho com diferentes níveis de resistência
Safra 2007 – 2008 Safra 2008 – 2009
Híbridos
Híbridos
Isolados 2B710 2A525 AG8060 2B710 2A525 AG8060
Fv-SP02 8,95±0,9854aAB 7,57±1,3657aAB 8,81±3,9116aA 8,91±1,6661aA 8,15±2,1843aA 5,91±4,0147aA
Fv-MG17 10,76±4,0015aA 16,14±6,2261aA 8,15±1,4254aA 8,85±1,5036aA 10,90±5,2318aA 9,70±4,1690aA
Fv-BA25 8,65±3,6021aAB 11,58±4,3475aAB 7,65±1,1630aA 8,04±3,0442aA 10,14±2,0178aA 8,20±2,6868aA
Fv-PR40 10,92±1,8654aA 12,39±5,5264aAB 8,55±1,1476aA 9,18±0,9289aA 11,10±4,1464aA 7,67±1,7494aA
Fv-RS56 6,98±2,1572aAB 8,85±1,9038aAB 7,79±2,0352aA 14,75±4,5430aA 9,54±3,1948aA 9,85±2,0507aA
Fv-MS93 8,60±1,4679aAB 9,81±3,0277aAB 7,14±2,0248aAB 10,48±2,6486aA 11,99±8,2033aA 11,50±5,3680aA
T 3,72±2,1672aB 4,98±1,2537aB 2,55±2,3756aB 6,68±1,3463abA 8,91±3,1947aA 2,96±2,7400bA
CV(%) 32,83 47,47
Transformação de dados: Y = 2/1x
Médias com letras minúsculas iguais no sentido das linhas não diferenciam estatisticamente o nível de resistência dos híbridos.
Médias com letras maiúsculas iguais no sentido das colunas não diferenciam estatisticamente a agressividade dos isolados de F. verticillioides.
70
71
Respeito da incidência do acamamento de plantas aos 120 DAE também foram
observadas interações significativas (P<0,05) entre híbridos e isolados para os dois
experimentos (Tabela 11). No primeiro, as médias dos tratamentos se separaram em dois
grupos estatísticos diferentes em resposta à interação dos fatores híbrido e isolado; assim, os
tratamentos híbrido AG8060 (S) inoculado com o isolado Fv-MG17 e os híbridos 2B710 (R)
e 2A525 (PR) inoculados com o isolado Fv-BA25 apresentaram os maiores índices de
acamamento de plantas. No entanto, o tratamento híbrido AG8060 (S) inoculado com o
isolado Fv-PA40 apresentou o menor índice de acamamento de plantas sem diferenças com a
testemunha. O resto dos tratamentos não diferiu daqueles com os maiores índices de
acamamento (Tabela 11). Em termos gerais, na safra 2007-2008, o híbrido 2A525 obteve a
maior porcentagem de acamamento de plantas, seguido do híbrido AG8060.
No segundo experimento, os valores de IA foram maiores em relação ao primeiro. Os
tratamentos com as maiores médias de índice de acamamento foram os híbridos 2B710 (R)
inoculado com Fv-PR40, o híbrido 2A525 (PR) inoculado com Fv-SP02, Fv-MG17 e Fv-
RS56; e o hibrido AG8060 (S) inoculado com Fv-SP02 e Fv-RS56. Estes tratamentos foram
diferentes do resto dos tratamentos (Tabela 11). Na segunda safra, observou-se uma situação
similar ao ciclo anterior quanto à suscetibilidade dos híbridos ao acamamento.
72
Tabela 11 - Incidência do Tombamento de plantas devido ao dano causado por isolados de F. verticillioides inoculados no colmo de três híbridos de milho com diferentes
níveis de resistência
Safra 2007 – 2008 Safra 2008 – 2009
Híbridos
Híbridos
Isolados 2B710 2A525 AG8060 2B710 2A525 AG8060
Fv-SP02 5,00±2,7735ab 12,50±5,000ab 12,50±5,000ab 22,50±5,000ab 37,50±5,000a 32,50±5,000a
Fv-MG17 10,00±0,000ab 15,00±5,7735ab 17,50±5,000a 12,50±5,000bcd 42,50±5,000a 30,00±0,000abc
Fv-BA25 12,50±5,000a 17,50±5,000a 12,50±5,000ab 7,50±5,000cd 32,50±5,000ab 32,50±5,000ab
Fv-PR40 7,50±5,000ab 12,50±5,000ab 2,50±1,000b 27,50±5,000a 22,50±5,000bc 27,50±5,000abc
Fv-RS56 7,50±5,000ab 7,50±5,000ab 7,50±5,000ab 20,00±0,000abc 37,50±5,000a 37,50±5,000a
Fv-MS93 7,50±5,000ab 5,00±2,7735ab 10,00±0,000ab 17,50±5,000abcd 32,50±5,000ab 22,50±5,000bc
T 0,00±0,000b 2,50±1,000b 7,50±5,000ab 5,00±2,7735d 17,50±5,000c 20,00±0,000c
CV(%) 29,95 9,84
Médias com letras minúsculas iguais não diferenciam estatisticamente a incidência de acamamento nos tratamentos isolado x híbrido.
72
73
Os resultados para a variável incidência do acamamento contrastaram com os resultados
para severidade da podridão do colmo, pois houve interação entre isolados e híbridos. Isto pode
ser atribuído ao fato do acamamento não ser causado simplesmente por um estresse biótico, como
também pela estruturação mecânica do colmo.
Neste estudo estirpes provenientes de sementes assintomáticas causaram sintomas típicos
da podridão do colmo, não resultando em nenhum dos casos plantas assintomáticas, porém
existam evidências de F. verticillioides alojado na semente não ter importância para a posterior
colonização de raízes e causar podridão do colmo (EL-MELEIGI et al., 1983; MUNKVOLD;
McGEE.; CARLTON, 1997) o que sugere possíveis condições climáticas favoráveis para o
desenvolvimento patogênico dos isolados, além de encontrar-se em altas populações.
Isolados presentes em sementes assintomáticas possivelmente não contribuem
diretamente na incidência de podridão do colmo, mas, em contato com os tecidos do colmo se
tornam patogênicos e potenciais inoculo para novos plantios. Estes resultados sustentam a
importância da semente como meio disseminador de patógenos aos campos de produção.
Para a podridão do colmo do milho o comprimento da lesão necrótica é uma medida de
avaliação adequada da severidade da doença, diferente do acamamento o qual resultou uma
variável pouco confiável para avaliação da severidade desta doença.
74
75
5 CONCLUSÕES
A alta incidência de Fusarium spp. em lotes de sementes de milho indicou a associação
concomitante da planta e o fungo, pois independente do controle sanitário da semente e as
condições de beneficiamento e armazenamento, níveis de 0% incidência não foram encontrados.
As análises morfológicas e moleculares de culturas monospóricas de Fusarium isoladas
de sementes assintomáticas de milho indicaram a prevalência de F. verticillioides em detrimento
das duas outras duas espécies do complexo fujikuroi patogênicas de milho.
Houve concordância entre as identificações morfológicas e moleculares na maioria dos
casos. As discrepâncias apresentadas para a espécie F. proliferatum, evidenciou a dificuldade para
a identificação desta espécie.
A análise de diversidade genética de isolados baseada na técnica AFLP evidenciou a
elevada diversidade genética entre isolados de F. verticillioides e corroborou a separação entre F.
verticillioides e F. proliferatum com um índice de similaridade de 0,40. Por outro lado, as
análises não deram suporte à distinção entre F. verticillioides e F. subglutinans.
Isolados de F. verticillioides provenientes de sementes assintomáticas causaram podridão
do colmo em milho e não apresentaram variação em agressividade frente a três híbridos
diferenciados na resistência à doença.
76
77
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