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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’ Uso de óleos essenciais e doses de suplemento proteico energético, para bovinos mantidos em pastagens: consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais e crescimento microbiano Murilo Garrett Moura Ferreira dos Santos Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Ciência Animal e Pastagens Piracicaba 2019

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura ...€¦ · Controll (0 mg), 100 mg, 200 mg e 400 mg for every 100 kg of body weight (BW). All the animals were fed an energy-protein

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  • Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’

    Uso de óleos essenciais e doses de suplemento proteico energético, para bovinos mantidos em pastagens: consumo,

    digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais e crescimento microbiano

    Murilo Garrett Moura Ferreira dos Santos

    Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Ciência Animal e Pastagens

    Piracicaba 2019

  • 2

    Murilo Garrett Moura Ferreira dos Santos Médico Veterinário

    Uso de óleos essenciais e doses de suplemento proteico energético, para bovinos mantidos em pastagens: consumo, digestibilidade aparente dos

    nutrientes, parâmetros ruminais e crescimento microbiano

    versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 6018 de 2011

    Orientador: Prof. Dr. FLÁVIO AUGUSTO PORTELA SANTOS

    Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de concentração: Ciência Animal e Pastagens

    Piracicaba 2019

  • 2

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

    DIVISÃO DE BIBLIOTECA – DIBD/ESALQ/USP

    Santos, Murilo Garrett Moura Ferrreira dos

    Uso de óleos essenciais e doses de suplemento proteico energético para bovinos mantidos em pastagens: consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais e crescimento microbiano / Murilo Garrett Moura Ferreira dos Santos. - - versão revisada de acordo com a resolução CoPGr 6018 de 2011. - - Piracicaba, 2019.

    63 p.

    Tese (Doutorado) - - USP / Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”.

    1. Forragem tropical 2. Suplementação a pasto 3. Promotores de crescimento 4. Metabolismo I. Título

  • 3

    A Ari Crispiniano Ferreira dos Santos e a Maria Moura Santos, meus pais e a meus irmãos Mauricio Kit e Maria Lizzia

    Dedico

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    À Deus, por ter me dado o dom da vida e ter me guiado para mais um sonho

    realizado.

    Agradeço aos meus pais, Ari Crispiniano Santos e Maria Moura Santos, por

    todo amor, carinho educação, por sempre acreditarem em mim, pela educação e

    felicidade, por toda torcida, incentivo e todo esforço para proporcionar o caminho e a

    realização deste sonho. Vocês são a base deste sonho.

    Aos meus irmãos, Maria Lizzia e Mauricio Kit, por toda a torcida, toda

    admiração e todo amor que nenhuma distância é capaz de superar. Que sejamos

    sempre companheiros e felizes sempre perto um do outro.

    À Anesita e todos os demais familiares pela admiração, carinho, apoio e

    torcida.

    À Débora agradeço pela admiração, carinho, apoio e pelo incentivo.

    À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) por me

    proporcionar um excelente treinamento acadêmico e, me capacitar para que eu

    possa continuar meu desenvolvimento profissional.

    Ao Prof. Flávio Augusto Portela Santos pela orientação e amizade, por ter

    acreditado e aceitado esse desafio.

    Aos amigos Pedro, Carol e ao Beto, João e familia pelas conversas,

    conselhos e ajuda, que me auxiliaram no desenvolvimento deste projeto.

    Aos meus colaboradores e amigos do Nutribov - Diogo Fleury, Camila, Titanik,

    Erika, Mauricio, Andres, Ludmila, Anzol por terem me ajudado durante a execução

    deste trabalho.

    Aos funcionários de todo o Departamento de Zootecnia, principalmente ao

    Cesar e a Sandra.

    A todos os funcionários da fazenda Caçadinha/MS e do centro de inovação e

    pesquisa da DSM, por ter me acolhido durante um ano, por ter me ajudado durante

    todo o experimento de campo, em especial ao Josivaldo e a Bruna. À empresa

    DSM/Tortuga pela confiança do trabalho desenvolvido na fazenda e pela parceria.

    Ao CNPq/CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

    E a todos que contribuíram direta e indiretamente na realização deste

    trabalho.

  • 5

    SUMÁRIO

    RESUMO…………………………………………………..........………….........................6

    ABSTRACT………………………………………………………….……………................8

    1. INTRODUÇÃO GERAL.............………………………………………………............11

    Referências................................................................................................................12

    2 DOSES DE MISTURA DE ÓLEOS ESSÊNCIAIS NO SUPLEMENTO PROTEICO-

    ENERGÉTICO (0,3% DO PC) PARA BOVINOS MANTIDOS EM PASTEJO DE

    CAPIM TROPICAL.....................................................................................................15

    RESUMO....................................................................................................................15

    ABSTRACT................................................................................................................15

    2.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................16

    2.2 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................17

    2.3 RESULTADOS................................................................................................21

    2.4 DISCUSSÃO...................................................................................................22

    2.5 CONCLUSÃO..................................................................................................25

    REFERÊNCIAS.........................................................................................................25

    ANEXOS....................................................................................................................32

    3 INTERAÇÕES ENTRE ADITIVOS (MONENSINA SÓDICA X MISTURA DE

    ÓLEOS ESSENCIAIS COMBINADO COM α-AMILASE) E DOSES DE

    SUPLEMENTO (1,0 X 1,5% DO PV) PARA BOVINOS TERMINADOS EM

    PASTAGENS.............................................................................................................39

    RESUMO....................................................................................................................39

    ABSTRACT................................................................................................................40

    3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................41

    3.2 MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................43

    3.3 RESULTADOS................................................................................................47

    3.4 DISCUSSÃO...................................................................................................48

    3.5 CONCLUSÃO..................................................................................................52

    REFERÊNCIAS.........................................................................................................52

    ANEXOS...................................................................................................................59

  • 6

    RESUMO

    Uso de óleos essenciais e doses de suplemento proteico energético, para bovinos mantidos em pastagens: consumo, digestibilidade aparente dos

    nutrientes, parâmetros ruminais e crescimento microbiano

    A inclusão de óleos essenciais em suplementos concentrados de bovinos de corte recriados e terminados em pastejo pode melhorar a eficiência da fermentação ruminal, devido às suas propriedades antimicrobianas e terapêuticas. Dois experimentos foram conduzidos para investigar a inclusão de uma mistura de óleos essenciais (MOE; Crina ®) composta por Timol, Eugenol, Vanilina e Limoneno sobre o consumo de forragem e total, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais e o crescimento microbiano. Para a realização do do Experimento 1, 12 bovinos machos não castrados, da raça Nelore com 436 ± 34,14 kg de peso corporal inicial médio (PCI) foram distribuídos em três Quadrados Latinos 4 X 4. Foram avaliadas doses da MOE e os tratamentos consistuídos por: Controle (0 mg), 100 mg, 200 mg e 400 mg de MOE para cada 100 kg peso corporal (PC). Todos os animais receberam suplemento proteico-energético na dose de 0,3% do PC (matéria natural) com os respectivos tratamentos. Os animais foram alocados em um piquete de 2,2 ha de Brachiaria brizantha cv. Xaraés, sob lotação contínua. No Experimento 2, foram utilizados oito bovinos, machos não castrados da raça Nelore com 481,8 ± 28,2 kg de PCI, dispostos em 2 Quadrados Latinos 4 X 4. Foram avaliados 2 aditivos, monensina sódica (Rumensin®) e MOE+AM (Crina® combinado com α-amilase) para bovinos na fase de terminação em pasto com dois níveis de suplementação (1% x 1,5% do PC). Os tratamentos testados foram: T1) monensina + 1% do PC; T2) monensina + 1,5% do PC; T3) MOE+AM + 1,0% do PC; T4) MOE+AM + 1,5% do PC de suplemento proteico-energético. Os animais foram alocados em um piquete de 2.2 ha de Brachiaria brizantha cv. Xaraés, sob lotação contínua. As análises estatísticas foram conduzidas com a utilização do programa estatístico SAS. No Experimento 1 a inclusão de doses da MOE na dieta não afetou (P>0,10) o consumo e a digestibilidade aparente dos nutrientes, a concentração de AGCC totais, as proporções molares de acetato, propionato, butirato, isobutirato, isovalerato, a relação acetato:propionato e a concentração de N-NH3 no fluido ruminal. Houve efeito linear positivo de doses crescentes da MOE na dieta sobre o pH ruminal e efeito quadrático na proporção molar de valerato. A inclusão de doses de MOE na dieta também não afetou (P>0,10) o N ingerido, N excretado (fezes), N absorvido e a síntese microbiana em bovinos mantidos em pastagens tropicais suplementados com suplemento proteico-energético na dose de 0,3% do PC. No Experimento 2, houve interação entre aditivo e nível de suplemento para todas as variaveis de consumo (kg e %PC) avaliadas (P

  • 7

    molar de AGCC e maior proporção molar de C2 que a monensina (P

  • 8

    ABSTRACT

    Use of essential oils and dose of protein energy supplement for grazing cattle: intake, apparent digestibility of nutrients, ruminal parameters and microbial

    growth

    The inclusion of essential oils in supplements for growing and finishing grazing cattle can improve the efficiency of ruminal fermentation due to its antimicrobial and therapeutic properties. Two experiments were conducted to investigate the effects of of the inclusion of a mixture of essential oils (EOM; Crina®) composed of Timol, Eugenol, Vanillin and Limonene in supplements for grazing beef cattle on forage intake, total dry matter intake, apparent digestibility of nutrients, ruminal parameters and microbial growth. In Experiment 1, twelve Nellore bulls with IBW of 436 ± 34.14 kg were alloted to three 4 X 4 Latin Squares. Four doses of EOM were evaluated: Controll (0 mg), 100 mg, 200 mg e 400 mg for every 100 kg of body weight (BW). All the animals were fed an energy-protein supplement at 0.3% BW (AF). The animals grazed a 2.2 ha paddock of Brachiaria brizantha cv. Xaraés, under continuous stocking. In Experiment 2, eight Nellore bulls with IBW of 481.8 ± 28.2 kg, were allotted to two 4 x 4 Latin Squares. Two feed additives, monensin (MON; Rumensin®) and a mixture of essential oil (EOM+AM; Crina® combined with exogenous α-amylase), were compared for grazing cattle fed an energy-protein supplement at 1.0 or 1.5% of BW (AF). Treatments were: MON+1%, M+1.5%, EOM+1.0% and EOM+1.5%. The animals grazed a 2.2 ha paddock of Brachiaria brizantha cv. Xaraés, under continuous stocking. Statistical analyzes were performed using the SAS statistical program. In Experiment 1, doses of EOM had no effect (P>0.10) on DMI, apparent digestiibility of nutrientes, ruminal concentration of SCFA, molar concentrations of acetate, propionate, butirate, isobutirate, isovalerate, the C2:C3 ratio and on the rumen concentration of N-NH3. There was a positive linear effect (P

  • 9

    however, the monensin effect occurred only when combined with supplement fed at 1.0% of BW. The EOM+AM increased (P0.10) on those parameters.

    Keywords: Tropical forrages; Suplementation; Performance enhancer; Metabolism

  • 10

  • 11

    1. INTRODUÇÃO GERAL

    No intuito de aumentar a produtividade dos animais, abater animais jovens,

    com maior peso de carcaça, acabamento de gordura desejável e ao mesmo tempo,

    mitigar a produção de gases do efeito estufa oriundos da fermentação ruminal,

    práticas como manejo adequado das pastagens, suplementação com concentrado e

    uso de aditivos vêm sendo aplicadas de forma crescente por produtores nacionais.

    Para melhorar a eficiência e o desempenho animal em sistemas de pastejo, os

    produtores têm adotado cada vez mais a recria intensiva e terminação a pasto com

    alimentos concentrados, em níveis que variam normalmente de 0,3% a 2,0% do PC

    (base seca) (PAULINO et al., 2006, BOMFIM et al., 2001; REIS et al., 2011;

    SIQUEIRA et al., 2013; RESENDE et al., 2014; PEREIRA et al., 2017).

    Devido às novas pressões regulatórias, o uso de antibióticos, seja como

    melhoradores de desempenho, seja como anticoccidianos, apresentam cada dia

    mais restrições. No caso dos ruminantes, o uso de ionóforos como promotores de

    crescimento foi banido pela União Europeia. Dessa forma, o uso de alternativas que

    modulem a fermentação no rúmen e a saúde intestinal vêm sendo estudadas. A

    primeira geração de substitutos foram as leveduras e probióticos bacterianos. Uma

    segunda geração são os óleos essenciais (OE), que podem ser usados isolados ou

    em sinergia, conferindo-lhes diferentes modos de ação, dificultando um possível

    aparecimento de resistência bacteriana (ACAMOVIC & BROOKER, 2005).

    Os primeiros dados com OE como moduladores da fermentação ruminal foram

    descritos na década de 50 (CRANE et al., 1957) quando foram demonstrados os

    efeitos dos OE sobre a fermentação ruminal, verificando que alguns desses óleos

    eram capazes de reduzir a formação de metano. Em diversos estudos “in vitro”

    (MCINTOSH et al., 2003; CASTILLEJOS et al., 2006) foi reportado o efeito positivo

    da MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd., Suíça) na redução da

    degradação ruminal da proteína, especialmente na deaminação de aminoácidos. O

    mesmo também tem sido observado em estudos “in vivo” (MOLERO et al., 2004;

    NEWBOLD et al. 2004; YANG et al., 2010; GERACI et al., 2012; MESCHIATTI et al.,

    2016) os quais demonstraram a redução na concentração ruminal de N-NH3 com

    suplementação de MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd., Suíça)

    em combinação com amilase em comparação com monensina.

  • 12

    De acordo com Beauchemin & Mcginn et al. (2006), a inclusão de MOE em

    dietas para gado de corte confinado não teve efeito no consumo de MS em

    comparação com controle sem aditivo. Newbold et al. (2004) reportaram redução na

    deaminação de aminoácidos em ovinos que foram confinados. Mcintosh et al.

    (2003) observaram inibição das bactérias hiper produtoras de amônia, enquanto

    Coneglian et al. (2009) relataram aumento do pH ruminal em dieta com teor alto de

    grãos

    Desta forma, o objetivo deste trabalho foi utilizar duas estratégias a fim de

    investigar a inclusão da MOE (Crina®) em dietas para bovinos de corte. No

    Exerimento 1 foram avaliadas doses da MOE no suplemento proteico-energético

    para bovinos mantidos em pastagem tropical durante a recria, enquanto no

    Experimento 2 foi avaliada a interação entre fonte de aditivo (monensina x MOE) e

    nível de suplementação proteico-energética (1,0 x 1,5% do PC) para bovinos

    mantidos em pastagens durante a terminação. Em ambos, foi realizada a avaliacão

    de consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais, eficiência

    microbiana e crescimento microbiano.

    Referências

    ACAMOVIC, T.; BROOKER, J. D. 2005. Biochemistry of plant secondary metabolites and their effects in animals. The proceedings of the Nutrition Society, Cambridge, v. 64, n. 3, p. 403-412.

    BEAUCHEMIN, K.A., MCGINN, S.M., 2006. Methane emissions from beef cattle: effects of fumaric acid, essential oil, and canola oil. Journal of Animal Science.84, 1489–1496.

    BONFIM, M.A.D.; REZENDE, C.A.P.; PAIVA, P.C.A.; ANDRADE, I.F.; MUNIZ, J.A.; SILVA, A.R.P. 2001. Níveis de concentrado na terminação de novilhos holandês x zebu suplementados a pasto na estação seca Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.6, p.1457-1466.

    CASTILLEJOS, L., S. CALSAMIGLIA, ET AL. 2006. Effect of essential oil active compounds on rúmen microbial fermentation and nutrient flow in in vitro systems. Journal of Dairy Science 89(7): 2649-2658.

    CONEGLIAN, S. M. 2009. Uso de óleos essenciais de mamona e caju em dietas de bovinos. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil, 101f.

  • 13

    CRANE, A.; NELSON, W. O.; BROWN, R. E. 1957. Effects of d-limonene and alfa-d-pinene on in-vitro carbohydrate dissimilation and methane formation by rúmen bacteria. Journal of Dairy Science, Champaing, v. 40, n. 10, p. 1317-1323.

    GERACI, J. L.; GARCIARENA, A. D.; GAGLIOSTRO, G. A.; BEAUCHEMIN, K. A.; COLOMBATTO, D. 2012. Plants extract containing cinnamaldehyde, eugenol and capsicum oleoresin added to feedlot cattle diets: Ruminal environment, short term intake pattern and animal performance. Animal Feed Science and Technology, v.176, p.123-130.

    MCINTOSH, WILLIAMS, P., LOSA, R., WALLACE, R.J., BEEVER, D.A., NEWBOLD, C.J., 2003. Effects of essential oils on ruminal microorganisms and their protein metabolism. Applied and Environmental Microbiology. 69, 5011–5014.

    MESCHIATTI, M. A. P. PELLARIN, L. A., BATALHA, C. D. A., ACEDO, T. S., TAMASSIA, L. F. M., CORTINHAS, C. S., GOUVEA, V. N. D., SANTOS, F. A. P., DOREA J. R. 2016. Effects of essential oils and exogenous enzymes on intake, digestibility, and rumen fermentation in finishing Nellore cattle. Journal of Animal Science, Volume 94, Issue suppl 5, Oct 2016, Pages 759.

    MOLERO, R., IBARA, M., CALSAMIGLIA, S., FERRET, A., LOSA, R., 2004. Effects of a specific blend of essential oil compounds on dry matter and crude protein degradability in heifers fed diets with different forage to concentrate ratios. Animal Feed Science and Technology 114, 91–104

    NEWBOLD, C.J., MCINTOSH, F.M., WILLIAMS, P., LOSA, R., WALLACE, R.J., 2004. Effects of a specific blend of essential oil compounds on rúmen fermentation. Animal Feed Science and Technology. 114, 105–112.

    PAULINO, M.F.; DETMANN, E. E VALADARES FILHO, S.C. 2006. Suplementação animal em pasto: energética ou proteica? In: Simpósio sobre Manejo Estratégico da Pastagem, 3, 2006, Viçosa. Anais... Universidade Federal de Viçosa. Viçosa. pp. 359-392.

    PEREIRA, L.C.; CARNEIRO, A.L.P.; ITAVO, L.C.V.; MATEUS, R.G.; MESSIAS, E.A.; SILVA, A.F.; LIMA, R.O.; MARTINS, J.V.S.; WANDERLEY, A.M. 2017. Desempenho e viabilidade econômica de novilhos em semi confinamento a pasto no Pantanal. Pubvet – Medicina veterinária e zootecnia. v.11, n.9, p.940-946.

    REIS, R. A.; OLIVEIRA, A. A.; SIQUEIRA, G. R.; GATTO, E. Semi – confinamento para produção intensiva de bovinos de corte. 2011. I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte

    RESENDE F. D.; MORETTI M. H.; NETO J. A. A.; LIMA B. S.; SIQUEIRA G. R. 2014. Nível de oferta de suplemento na terminação de bovinos a pasto. VI Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal, Estância de São Pedro, SP. CBNA

    SIQUEIRA, G.R.; MORETTI, M. H; FERNANDES, R.M.; ROTH, M.T.P.; RESENDE, F.D.; JUNIOR, A.I.S. 2013. Associação pasto-confinamento na produção intensiva de carne bovina Anais... II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte.

  • 14

    YANG, W.Z., BENCHAAR, C., AMETAJ, B.N., BEAUCHEMIN, K.A., 2010. Dose response to eugenol supplementation in growing beef cattle, ruminal fermentationand intestinal digestion. Animal Feed Science and Technology 158, 57–64.

  • 15

    2 DOSES DE MISTURA DE ÓLEOS ESSÊNCIAiS NO SUPLEMENTO PROTEICO-ENERGÉTICO (0,3% DO PC) PARA BOVINOS MANTIDOS EM PASTEJO DE CAPIM TROPICAL

    Resumo

    O objetivo deste estudo foi investigar a inclusão de uma mistura de óleos essenciais (MOE; Crina ®) composta por Timol, Eugenol, Vanilina e Limoneno sobre o consumo de forragem e total, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais e o crescimento microbiano. Foram utilizados 12 bovinos machos não castrados, da raça Nelore com 436 ± 34,14 kg de peso corporal inicial médio (PCI) distribuídos em três Quadrados Latinos 4 X 4. Foram avaliadas doses da MOE constituindo os seguintes tratamentos: Controle (0 mg), 100 mg, 200 mg e 400 mg de MOE para cada 100 kg peso corporal (PC). Todos os animais receberam suplemento proteico-energético na dose de 0,3% do PC (matéria natural) com os respectivos tratamentos. Os animais foram alocados em um piquete de 2,2 ha de Brachiaria brizantha cv. Xaraés, sob lotação contínua. As análises estatísticas foram conduzidas com a utilização do programa estatístico SAS. A inclusão de doses da MOE na dieta não afetou (P>0,10) o consumo e a digestibilidade aparente dos nutrientes, a concentração de AGCC totais, as proporções molares de acetato, propionato, butirato, isobutirato, isovalerato, a relação acetato:propionato e a concentração de N-NH3 no fluido ruminal. Houve efeito linear positivo (P0.10) on DMI, apparent digestiibility of nutrientes, ruminal concentration of SCFA, molar concentrations of acetate, propionate, butirate, isobutirate, isovalerate, the C2:C3 ratio and on the rumen concentration of N-NH3. There was a positive linear

  • 16

    effect (P

  • 17

    dietas para gado de corte confinado não teve efeito no consumo de MS em

    comparação com controle sem aditivo (BEAUCHEMIN & MCGINN et al. 2006),

    reduziu a deaminação de aminoácidos em ovinos confinados (NEWBOLD et

    al.,2004), causou inibição das bactérias hiper produtoras de amônia (MCINTOSH et

    al., 2003) e aumentou o pH ruminal em dieta com teor alto de grãos (CONEGLIAN et

    al., 2009), Porém dados sobre OE para bovinos em pastagens são escassos na

    literatura.

    A hipotese deste trabalho é que existe uma dose ótima da MOE (Crina ®) para

    bovinos em pastejo suplementados diariamente com 0,3% PC de suplemento

    proteico-energético, a qual otimizaria a fermentação ruminal, a digestibilidade dos

    nutrientes e o metabolismo de N, sem deprimir o consumo de forragens. Desta

    forma, objetivou-se avaliar o efeito de doses de uma MOE (Crina ®) no suplemento

    proteico-energético para bovinos mantidos em pastagem tropical durante a

    terminação, sobre o consumo, digestibilidade aparente dos nutrientes, os parâmetros

    ruminais, e a eficiência e crescimento microbiano.

    2.2 MATERIAL E MÉTODOS

    O projeto obteve parecer favorável da comissão de Ética no Uso de Animais

    (CEUA), da Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de

    Queiroz”, protocolo 201751097119 ESALQ/USP.

    O experimento foi conduzido nas instalações do Centro de Pesquisa da DSM

    na fazenda Caçadinha, localizada no município de Rio Brilhante/MS, durante 80

    dias, no período de março a junho de 2015. A área experimental era constituída por

    um piquete de 2,2 ha, formado com Brachiaria brizantha cv. Xaraés, manejada sob

    lotação contínua.

    Foram utilizados 12 machos,com 19 meses de idade, não castrados, da raça

    Nelore com peso corporal inicial médio de 436 ± 34,14 kg, com cânulas no rúmen.

    Os animais foram submetidos aos protocolos sanitários de rotina do Centro de

    Pesquisa da DSM como vacinações e controle de ectoparasitas e endoparasitas. Os

    animais foram previamente suplementados nos períodos de seca e águas que

    antecederam este estudo.

    Os tratamentos consistiram de doses de uma (MOE): Controle (0 mg), 100

    mg, 200 mg e 400 mg para cada 100 kg peso corporal (PC), adicionada ao

    suplemento comercial (Fosbovi® Proteico-Energético 25) com 67,5% de NDT, 25%

  • 18

    de PB, sendo 67,5% da PB representada por nitrogênio não proteico (NNP). A MOE

    continha Timol, Eugenol, Vanilina e Limoneno (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional

    Products Ltd). O suplemento foi previamente pesado e administrado diretamente no

    rúmen do animal, via fístula ruminal, na dose de 0,3% PC (matéria natural),

    diariamente as 10:00 horas da manhã, a fim de garantir o consumo total da dose de

    aditivo de cada tratamento. O experimento teve quatro períodos de 20 dias,

    totalizando 80 dias. Cada período foi constituído de 12 dias de adaptação e oito dias

    de coletas. Os animais foram pesados no ínicio de cada período para ajuste da

    quantidade diária de suplemento.

    A área de pastagem recebeu uma única aplicação de 60 kg N ha-1 (via ureia)

    em 12 de março de 2015. As alturas do dossel pastejado foram tomadas em 20

    pontos distintos ao longo da maior diagonal do piquete, com o uso de transparência

    e régua graduada em centímetros no 1° dia de cada período (FAGUNDES, 1999).

    A massa de forragem foi estimada no 1° dia de cada período pelo método

    destrutivo, através do corte da planta a 3 cm do nível do solo, em 4 pontos do

    piquete, com utilização de moldura de 0,25 m x 0,25 m. As quatro amostras foram

    tomadas em pontos onde a altura de cada uma correspondia à altura média do

    dossel. As quatro amostras colhidas foram compostas, pesadas in natura e duas sub

    amostras de aproximadamente 300 g foram retiradas, uma para a determinação da

    matéria seca (MS) total e a outra para a determinação da composição morfológica,

    sendo estas últimas separadas em lâmina foliar, colmo (inclui bainha) e material

    senescente. As amostras foram secas em estufa a 55ºC por 72 horas.

    Para fins de análises bromatológicas, amostras do suplemento coletadas

    durante cada batida e compostas em uma única amostra e amostras do pastejo

    simulado, coletadas nos dias 1°, 7° e 14° de cada período também compostas em

    uma única amostra por período, foram secas em estufa a 55ºC por 72 horas, moídas

    com peneira de malha de 1 mm (moinho tipo Willey) e analisadas para Matéria seca

    (MS) , matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE) segundo a AOAC (1990). O teor de

    proteína bruta (PB) foi obtido mediante combustão das amostras segundo o método

    Dumas, utilizando-se um auto-analizador de nitrogênio (LECO) (WILES et al., 1998).

    A fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina foram

    determinadas segundo Van soest (1991), utilizando amilase termoestável (somente

    para as amostras do suplemento) e sulfito de sódio. O N-FDN e o N-FDA foram

    determinados por método macro Kjeldahl (AOAC, 1990) após digestão das amostras

  • 19

    em solução detergente neutra e ácida (VAN SOEST et al., 1991). As amostras de

    forragens foram analisadas para nitrogênio solúvel (KRISHNAMOORTHY et al.,

    1982) e para nitrogênio não proteico (NNP) (LICITRA et al., 1996) para o

    fracionamento de proteínas de acordo com o CNCPS (SNIFFEN et al., 1992).

    Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados os dados descritivos da pastagem

    utilizada. Com base nos dados das Tabelas 1 e 2 fica demonstrado que os animais

    foram mantidos em pastagem de gramínea tropical bem manejada, com oferta de

    forragem e com composição morfológica favoráveis à colheita eficiente da forragem

    e com teores altos de PB, médios de FDN e baixos de lignina, que favorecem o

    processo de digestão de FDN no rúmen.

    Todos os fatores mencionados acima criam condições favoráveis ao consumo

    elevado de forragem pelos animais em pastejo (da SILVA et al., 2006; SANTOS et

    al., 2014; NRBC, 2016). A oferta de forragem adequada foi mantida ao longo de todo

    o período experimental. A principal alteração qualitativa observada foi a redução das

    frações proteicas solúveis A e B1 e aumento das frações não solúveis e de média e

    lenta degradação ruminal B2 e B3 em função do tempo.

    A ingestão de forragem foi calculada a partir da excreção fecal total e da

    digestibilidade dos alimentos. Durante os 17 primeiros dias de cada período, óxido

    de cromo previamente pesado em cápsulas de papel (5g cada cápsula) foi inserido

    no rúmen dos animais logo após o fornecimento do suplemento pela manhã

    (10h00min) e novamente à tarde (17h00min ). As amostras fecais foram coletadas

    entre o 13º e o 17º dia de cada período, duas vezes por dia (10h00min e 17h00min)

    diretamente do reto dos animais (150 g por coleta) e congeladas à -20ºC.

    Posteriormente, as amostras foram descongeladas, compostas por animal e período,

    secas em estufa a 55ºC por 72 horas, e moídas com peneira de malha de 1 mm

    (moinho tipo Willey).

    As amostras de fezes foram analisadas para matéria seca (MS) segundo a

    AOAC (1990). O teor de proteína bruta (PB) foi obtido mediante combustão das

    amostras segundo o método Dumas, utilizando-se um auto-analizador de nitrogênio

    (LECO) (WILES et al., 1998). A fibra em detergente neutro (FDN) foi determinada

    segundo Van Soest et al. (1991), em equipamento analisador de fibra Ankom200®

    utilizando amilase termoestável e sulfito de sódio.

  • 20

    As digestibilidades aparentes da MS, MO, PB e FDN das dietas foram

    estimadas utilizando os valores individuais de consumo, excreção fecal total e da

    concentração dos nutrientes nos alimentos e fezes.

    As análises de cromo foram realizadas no laboratório multiusuário em

    produção vegetal do Departamento de Produção Vegetal da ESALQ/USP. As

    amostras foram irradiadas usando o espectrômetro de fluorescência de raios X por

    dispersão de energia (modelo EDX-720 Shimadzu) de acordo com Wastowski et al.

    (2010).

    A excreção fecal total com o marcador externo foi calculada dividindo a

    quantidade do marcador administrado pela concentração do marcador nas fezes.

    Para a determinação de consumo de forragem foi utilizado o marcador interno FDNi.

    A contribuição fecal proveniente do concentrado foi determinada como sendo a

    quantidade de concentrado oferecida no período da avaliação, multiplicada por sua

    indigestibilidade. Do valor obtido da excreção fecal total foi descontada a

    contribuição do concentrado e o valor obtido foi dividido pelo resíduo indigestível das

    fezes (FDNi). O FDNi foi determinado de acordo com Krizsan & Huhtanen (2013).

    No 18° dia foram realizadas as coletas de urina, obtendo-se amostras “spot”

    durante micção espontânea dos animais, aproximadamente quatro horas após o

    fornecimento dos suplementos, para determinação dos derivados de purina e cálculo

    da síntese microbiana. As sub-amostras de urina (10 mL) foram acidificadas (pH

  • 21

    congelada a -20ºC para análises posteriores de AGCC. Ao término do período

    experimental as amostras de fluido ruminal foram descongeladas à temperatura

    ambiente, centrifugadas (15.000 g, 4ºC, 30 min) e analisados para AGCC utilizando

    cromatografia gasosa (PALMQUIST, CONRAD, 1971) e N-NH3 por colorimetria, pelo

    método de reação hipoclorito-fenol, segundo método proposto por Chaney e

    Marbach (1962).

    As análises de purina foram realizadas pelo laboratório de Bioquímica e

    Fisiologia Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade

    de São Paulo (FMVZ/USP). As análises das concentrações dos parâmetros

    Creatinina e Ácido Úrico foram realizadas por meio de kits comerciais (Bioclin® e

    CELM®) que utilizam método enzimático colorimétrico de ponto final e cinético,

    sendo a leitura realizada em analisador automático de bioquímica (Sistema de

    Bioquímica Automático SBA-200 - CELM®). A análise das concentrações do

    parâmetro Alantoína foram realizadas por meio de metodologia descrita por Young

    and Conway (1942), citada por Chen e Gomes (1992).

    Para cálculos de síntese microbiana, a concentração de creatinina foi utilizada

    para estimar o volume total de urina. Após o cálculo de volume urinário e tendo as

    concentrações de alantoína e ácido úrico, foi calculada a excreção diária de

    derivados de purina de acordo com Chen e Gomes (1992).

    O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latino triplo 4 x 4, com 3

    animais por tratamento por período. Todas as variáveis foram analisadas pelo PROC

    MIXED do pacote estatístico STATISCAL ANALYSIS SYSTEM – SAS (2003),

    adotando-se as características do modelo específico para cada variável. As médias

    foram calculadas pelo LSMEANS e o efeito do tratamento foi avaliado pelos

    contrastes polinomiais ortogonais (avaliação dos efeitos lineares, quadráticos e

    cúbicos) considerando nível de significância a 10%. Obrigatoriamente, todos os

    conjuntos de dados foram testados antes da análise geral final com a intenção de

    assegurar que todas as premissas testadas da análise de variância (aditividades do

    modelo, independência dos erros, normalidade dos dados e homocedasticidade)

    estivessem sendo respeitadas.

    2.3 RESULTADOS

    A suplementação com MOE não teve efeito (P>0,10) sobre o consumo e a

    digestibilidade aparente da MS, MO, FDN e PB da dieta (Tabela 3).

  • 22

    Na Tabela 4 são apresentados os dados de fermentação ruminal. A

    suplementação com MOE não teve efeito (P>0,10) sobre a concentração de AGCC

    totais, sobre as proporções molares de acetato, propionato, butirato, isobutirato,

    isovalerato, relação C2:C3 e sobre a concentração de N-NH3 no rúmen. Houve efeito

    quadrático (P

  • 23

    Diversos autores têm relatado ausência de efeito de MOE (CRINA® Ruminants,

    DSM Nutritional Products Ltd., Suíça) sobre o CMS de bovinos confinados

    (BEAUCHEMIN & McGINN, 2006; BENCHAAR et al. 2006; MEYER et al., 2009).

    Outros estudos também observaram que tanto o OE e a MOE não afetaram o CMS

    de bovinos tais como eugenol (YANG et al., 2010b) e timol ou cinemaldeído (VAKILI

    et al., 2013; KORRAMI et al., 2015). Nas comparações com OE ou MOE a

    monensina normalmente reduz o CMS de bovinos em confinamento (MEYER et al.,

    2009; CHAGAS et al., 2012a; MESCHIATTI et al. 2016). Dados sobre OE para

    bovinos em pastagens são escassos na literatura. Tomkins et al. (2015) não

    observaram efeito de MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd.,

    Suíça) no consumo de bovinos alimentados com feno de gramínea (Rhodes) de

    média a baixa qualidade, assim como relatado no presente estudo (Tabela 3) com

    bovinos mantidos em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Xaraés. Em virtude da

    ausência de efeito de doses da MOE no CMS e dos animais terem pastejados em

    grupo a mesma área de pasto, o consumo de nutrientes também não diferiu entre os

    tratamentos.

    A ausência de efeito de MOE na digestibilidade dos nutrientes no presente

    estudo também tem sido observada por outros pesquisadores. No estudo de

    metabolismo com bovinos canulados no rúmen, Meschiatti et al. (2016) reportaram

    ausência de efeito de MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd.,

    Suíça) na digestibilidade da MS da dieta em comparação com monensina. Chagas et

    al. (2012a) não observaram efeito negativo de MOE (ácido ricinoleico + ácido

    anacárdico; ESSENTIAL®) assim como Khorrami et al. (2015) não observaram

    efeito negativo de timol e de cinamaldeído na digestibilidade dos nutrientes no trato

    digestivo total. Yang et al. (2010b) não reportaram efeito negativo de Eugenol na

    degradação ruminal e digestibilidade aparente no trato digestivo total da MO e do

    amido. Entretanto, a digestibilidade da FDN foi reduzida linearmente por níveis

    crescentes de Eugenol. Beauchemin & McGinn (2006) relataram efeito negativo de

    MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd., Suíça) na digestibilidade

    de nutrientes no trato digestivo total de bovinos. Yang et al. (2010a) relataram efeito

    negativo de níveis altos (>400mg/d) de cinamaldeído na digestibilidade da MO, FDN

    e N tanto no rúmen quanto no trato digestivo total de bovinos.

    No presente estudo a suplementação com MOE indicou ausência de efeito na

    degradação de proteínas e deaminação de aminoácidos. Estes resultados diferem

  • 24

    da maioria dos estudos revisados. Em estudos “in vitro” foi reportado efeito positivo

    da MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd., Suíça) (MCINTOSH et

    al., 2003; CASTILLEJOS et al., 2006) e de Vanilina (PRATA & YU, 2014) na redução

    da degradação ruminal da proteína, especialmente na deaminação de aminoácidos.

    Em estudos “in vivo” também foi reportado efeito positivo da MOE (CRINA®

    Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd., Suíça) (MOLERO et al., 2004;

    NEWBOLD, et al. 2004), da MOE contendo Cinamaldeído, Eugenol e Capsicum

    (GERACI et al., 2012) e de OE como Eugenol (YANG et al., 2010b) na redução da

    degradação ruminal da proteína, especialmente na deaminação de aminoácidos.

    Meschiatti et al (2016) reportaram redução na concentração ruminal de N-NH3 com

    suplementação de MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd., Suíça)

    em combinação com amilase em comparação com monensina.

    O efeito positivo da MOE no pH ruminal médio, que variou de 6,60 a 6,72, difere

    da maioria dos estudos revisados com bovinos confinados, nos quais o pH ruminal

    médio não foi alterado pela suplementação com OE ou MOE (MEYER et al., 2009;

    YANG et al., 2010a; YANG et al., 2010b; GERACY et al., 2012; VALKILI et al., 2013;

    KHORRAMI et al., 2015; TOMKINS et al. 2015; CHAGAS et al., 2014; MESCHIATTI

    et al., 2016). Não há explicação razoável para o efeito positivo da MOE no pH

    ruminal de bovinos em pastagens, especialmente quando se analisa a não alteração

    nas concentrações de AGCC totais e de N-NH3 no fluido ruminal. Apesar da variação

    entre tratamentos, os valores de pH ruminal estiveram sempre acima de 6,30 (Figura

    1) e a curva de pH ruminal acompanhou a curva de N-NH3, ambas com maior valor

    ao redor de 2 horas após o fornecimento do suplemento proteico-energético.

    Assim como no presente estudo, na literatura revisada de modo geral a

    suplementação com OE não afetou a concentração de AGCC totais. A concentração

    molar de AGCC totais não foi alterada em 10 dos 12 estudos revisados “in vivo” e “in

    vitro” (NEWBOLD et al., 2004; BEAUCHEMIN & McGINN, 2006; YANG et al., 2010a,

    2010b; GERACI et al., 2012; LI et al., 2013; VAKILI et at., 2013; KHORRAMI et al.,

    2015; TOMKINS et al., 2015; CHAGAS et al. 2012b). Apenas Castillejos et al. (2007)

    e Meyer et al. (2009) observaram efeito positivo de MOE na concentração de AGCC

    totais.

    Com relação às proporções molares de acetato, propionatoo e butirato, há certa

    inconsistência dos resultados. A proporção molar de acetato foi aumentada por MOE

    ou OE em 2 estudos (CASTILLEJOS et al., 2007; MEYER et al., 2009), reduzida em

  • 25

    3 estudos (VAKILI et at., 2013; YANG et al., 2010b; LI et al., 2013) e não afetada nos

    demais 7 estudos (NEWBOLD et al., 2004; BEAUCHEMIN & McGINN, 2006; YANG

    et al., 2010a; GERACI et al., 2012; KHORRAMI et al., 2015; TOMKINS et al., 2015;

    CHAGAS et al. 2012b). A proporção molar de propionato foi aumentada por MOE ou

    OE em 3 estudos (VAKILI et at., 2013; Li et al., 2013; KHORRAMI et al., 2015),

    reduzida em 1 (CASTILLEJOS et al., 2007) e não afetada em 8 estudos (MEYER et

    al., 2009; NEWBOLD et al., 2004; BEAUCHEMIN & McGINN, 2006; YANG et al.,

    2010a; 2010b; GERACI et al., 2012;; TOMKINS et al., 2015; CHAGAS et al. 2012b).

    A proporção molar de butirato foi aumentada em 2 estudos (VAKILI et at., 2013;

    TOMKINS et al., 2015) e reduzida em 1 (LI et al., 2013). Como pode ser observado

    com base nos 12 estudos acima revisados, de modo geral as MOE e os OE

    estudados não apresentaram efeito consistente na fermentação ruminal de bovinos

    alimentados tanto com dietas altas em concentrado quanto em forragem.

    Em virtude da ausência de efeito da MOE no consumo de nutrientes (Tabela

    3), nos parâmetros de fermentação ruminal (Tabela 4) e na digestibilidade dos

    nutrientes (Tabela 3), não seria de se esperar efeito significativo no metabolismo de

    N (Tabela 5). A suplementação com MOE não afetou o consumo, a excreção fecal e

    a absorção de N, assim como a eficiência de síntese e a produção microbiana.

    Benchaar et al. (2006) também não observaram efeito de MOE no metabolismo de N

    de bovinos confinados.

    2.5 CONCLUSÃO

    O fornecimento de MOE (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional Products Ltd)

    para animais em pastagens tropicais de boa qualidade, recebendo 0,3% PC de

    suplemento proteico-energético não melhora o metabolismo de nutrientes no trato

    digestivo.

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  • 32

    ANEXOS

    Tabela 1. Caracterização estrutural e composição morfológica da Brachiaria

    Brizantha cv. Xaraés durante o período experimental.

    Períodos Média

    27/03 17/04 08/05 29/05

    Altura, cm 21,5 18,9 19 19 19,6

    Massa de forragem, kg.ha-1 4972 4365 4877 3003 4304

    Folha, kg.ha-1 1973 1565 1681 1161 1595

    Haste, kg.ha-1 1547 1587 1585 868 1397

    Material Morto, kg.ha-1 1452 1213 1611 974 1312

    Folha, %MS 39,68 35,86 34,46 38,66 37,16

    Haste, %MS 31,11 36,36 32,51 28,89 32,22

    Material Morto, %MS 29,21 27,78 33,03 32,45 30,62

    Folha: Haste 1,28 0,99 1,06 1,34 1,16

  • 33

    Tabela 2. Composição bromatológica e fracionamento da proteína e dos

    carboidratos do Brachiaria Brizantha cv. Xaraés durante o período de abril a junho

    de 2015.

    27/03 17/04 08/05 29/06 Média Suplemento

    MO¹ 91,45 90,93 90,27 90,15 90,70 86,77

    MM1 8,55 9,07 9,73 9,85 9,30 13,23

    PB1 14,74 11,76 15,53 14,07 14,03 26,14

    FDN1 55,64 63,94 65,76 63,32 62,17 10,65

    FDA1 26,52 30,42 33,72 31,09 30,44 3,07

    LIG1 1,57 2,29 2,39 2,34 2,15 0,81

    EE1 2,58 2,19 2,60 2,66 2,51 1,92

    Fração proteica

    A, %PB 5,72 7,36 5,47 6,01 6,14

    B1, %PB 34,62 32,35 13,22 8,11 22,08

    B2, %PB 45,72 37,08 52,24 56,15 47,80

    B3, %PB 6,72 14,28 20,17 23,13 16,08

    C,%PB 7,21 8,93 8,89 6,60 7,91

    Fração dos carboidratos

    CHOT, %MS 73,91 76,85 72,15 73,34 74,06

    A+B1, %CHOt 22,51 13,33 7,27 11,84 13,74

    B2, %CHOt 72,39 79,52 84,78 80,50 79,30

    C, %CHOt 5,10 7,15 7,95 7,66 6,96

    ¹=% da matéria seca; MM= matéria mineral; PB= proteína bruta; FDN= fibra em

    detergente neutro; FDA= fibra em detergente ácido; LIG= lignina; EE= extrato

    etéreo.

  • 34

    Tabela 3. Valores médios dos consumos de MS total (CMSt), forragem (CMSf), matéria organica (CMO), matéria seca digestível (CMSD), fibra em detergente neutro (CFDN), matéria organica digestível (CMOD), proteína (CPB) e a digestibilidade aparente da matéria seca (DMS), matéria orgânica (DMO), fibra em detergente neutro (DFDN) e da proteína (DPB) da dieta.

    Item Nível de MOE

    2, mg/100 kg PC Contrastes

    0 100 200 400 EPM L Q C

    Kg/animal/dia

    CMSt 9,91 9,86 9,46 9,48 0,466 0,448 0,789 0,708 CMSf 8,67 8,60 8,22 8,21 0,452 0,417 0,789 0,732 CMO 8,94 8,90 8,54 8,56 0,423 0,450 0,792 0,708 CMSD 6,37 6,56 6,23 6,18 0,358 0,559 0,895 0,576 CFDN 5,49 5,48 5,20 5,23 0,290 0,435 0,779 0,668 CPB 1,54 1,55 1,48 1,47 0,092 0,498 0,945 0,671 CMOD 5,82 5,98 5,68 5,61 0,326 0,515 0,883 0,592

    % Peso Corporal

    CMSt 2,16 2,13 2,03 2,01 0,105 0,269 0,754 0,767 CMSf 1,89 1,85 1,76 1,76 0,105 0,297 0,764 0,761 CMO 1,95 1,92 1,83 1,81 0,096 0,269 0,755 0,747 CMSD 1,39 1,41 1,34 1,31 0,084 0,384 0,959 0,655 CFDN 1,23 1,21 1,15 1,13 0,057 0,200 0,779 0,769 CPB 0,34 0,34 0,32 0,32 0,020 0,337 0,958 0,770 CMOD 1,27 1,29 1,21 1,19 0,077 0,362 0,960 0,647

    Digestibilidade da dieta DMS, % 62,97 65,18 64,27 63,53 1,340 0,983 0,342 0,478 DMO, % 65,69 67,89 67,13 66,09 1,255 0,917 0,258 0,498 DFDN, % 59,10 61,57 60,60 59,45 1,770 0,894 0,375 0,565 DPB, % 70,01 72,63 70,01 70,46 2,161 0,880 0,767 0,370

    ¹EPM=Erro padrão da média; 2MOE= Mistura de óleos essenciais; ³Valores de P para efeito Níveis (N), aditivos (A), interação (N*A).

    Figura 1. Variação do pH ruminal ao longo do dia em função das doses de MOE.

    6,3

    6,5

    6,7

    6,9

    0 2 4 6 8

    PH

    RU

    MIN

    AL

    HORAS APÓS A SUPLEMENTAÇÃO

    Controle 100 mg 200 mg 400 mg

  • 35

    Tabela 4. Valores médios do pH, N-NH3 ruminal, e perfil dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) em função dos níveis de MOE na suplementação.

    Item Nível de MOE

    4, mg/100 kg PC Contrastes

    5

    EPM 0 100 200 400 L Q C

    pH ruminal 6,60 6,65 6,70 6,72 0,005 0,947 0,238 0,055

    N-NH3¹ 14,84 13,84 14,32 14,21 0,680 0,531 0,425 1,519

    AGCC total² 56,76 63,32 60,60 59.62 0,758 0,209 0,266 5,291

    Ác. Acético³ 69,35 70,13 69,99 69,54 0,998 0,056 0,410 0,831

    Ac. Propiônico³ 17,60 17,25 17,09 17,39 0,650 0,155 0,976 0,481

    Ac. Isobutírico³ 0,84 0,81 0,87 0,86 0,203 0,829 0,038 0,032

    Ac. Butírico³ 10,10 9,79 10,08 10,06 0,830 0,667 0,314 0,341

    Ac. Isovalérico³ 1,13 1,09 1,18 1,18 0,124 0,887 0,152 0,077

    Ac. Valérico³ 0,79 0,76 0,79 0,82 0,022 0,0860 0,177 0,042

    C2:C3³ 3,96 4,10 4,11 4,01 0,761 0,069 0,717 0,150

    ¹: mg dL; ²:mM; ³:mol/100 mol; 4MOE= Mistura de óleos essenciais; 5=Valores de P dos contrastes (L= Linear, Q= Quadrático, C= Cúbico).

  • 36

    Figura 2. Variação da concentração de N-NH3 ruminal ao longo do dia em função

    das doses de MOE.

    3

    7

    11

    15

    19

    23

    27

    0 2 4 6 8

    [N-N

    H3

    RU

    MIN

    AL]

    , MG

    /DL

    HORAS APÓS A SUPLEMENTAÇÃO

    Controle 100 mg 200 mg 400 mg

  • 37

    Tabela 5. Efeito do nível de suplementação de MOE no N ingerido, N excretado (urina), N excretado (fezes), N absorvido, síntese

    microbiana, e eficiência microbiana.

    Item Nível de MOE², mg/100 kg PC Contrastes³ EPM

    0 100 200 400 L Q C

    N fezes, g/dia 71,43 67,01 67,33 66,95 0,405 0,492 0,661 3,20

    N ingerido, g/dia 250,72 253,42 240,63 239,83 0,508 0,936 0,665 15,17

    N absorvido, g/dia 179,12 186,65 172,95 172,67 0,582 0,940 0,541 13,58

    Síntese microbiana, g/dia 525,82 405,84 510,2 483,32 0,968 0,691 0,266 77,91

    Eficiência microbiana¹ 93,45 117,50 114,05 116,58 0,634 0,674 0,755 28,01

    ¹= g Proteína microbiana/kg MOD; EPM=Erro padrão da média, ²MOE= Mistura de óleos essenciais; ³=Valores de P dos contrastes

    (L= Linear, Q= Quadrático, C= Cúbico).

  • 38

  • 39

    3 INTERAÇÕES ENTRE ADITIVOS (MONENSINA SÓDICA X MISTURA DE

    ÓLEOS ESSENCIAIS E α-AMILASE EXÓGENA) E DOSES DE SUPLEMENTO

    (1,0 X 1,5% DO PV) PARA BOVINOS TERMINADOS EM PASTAGENS

    Resumo

    Objetivou-se avaliar a inclusão de uma mistura de óleos essenciais (MOE+AM) composta por Timol, Eugenol, Vanilina e Limoneno (Crina®) combinado com α-amilase exógena sobre o consumo de forragem e total, digestibilidade aparente dos nutrientes, parâmetros ruminais e o crescimento microbiano. Foram utilizados oito bovinos, machos não castrados da raça Nelore com 481,8 ± 28,2 kg de peso corporal inicial médio (PCI), dispostos em 2 Quadrados Latinos 4 X 4. Foram avaliados 2 aditivos, monensina sódica (Rumensin®) e MOE+AM (Crina®) combinado com α-amilase exógena para bovinos na fase de terminação em pasto com dois níveis de suplementação (1% x 1,5% do PC). Os tratamentos testados foram: T1) monensina + 1% do PC; T2) monensina + 1,5% do PC; T3) MOE+AM + 1,0% do PC; T4) MOE+AM + 1,5% do PC de suplemento proteico energético. Os animais foram alocados em um piquete de 2.2 ha de Brachiaria brizantha cv. Xaraés, sob lotação contínua. As análises estatísticas foram conduzidas com a utilização do programa estatístico SAS. Houve interação entre aditivo e nível de suplemento para todas as variaveis de consumo (kg e %PC) avaliadas (P

  • 40

    monensina e com concentrações de AGCC, de acetato, eficiência e síntese microbiana mais altos com MOE+AM. Palavra-chave: Forragem tropical; Terminação; Fermentação ruminal; crescimento

    microbiano

    Abstract

    The objective of this study was to investigate the effects of the inclusion of a mixture of essential oils composed of Timol, Eugenol, Vanillin and Limonene (EOM; Crina®) combined with exogenous α-amylase in supplements for grazing beef cattle on forage intake, total dry matter intake, apparent digestibility of nutrients, ruminal parameters and microbial growth. Eight Nellore bulls with IBW of 481.8 ± 28.2 kg, were allotted to two 4 x 4 Latin Squares. Two feed additives, monensin (Rumensin®) and EOM (Crina®) combined with exogenous α-amylase, were compared for grazing cattle fed an energy-protein supplement at 1.0 or 1.5% of BW (AF). Treatments were: M+1%, M+1.5%, OEM+AM +1.0% and OEM+AM +1.5%. The animals grazed a 2.2 ha paddock of Brachiaria brizantha cv. Xaraés, under continuous stocking. Statistical analyzes were performed using the SAS statistical program. There was interaction between feed additive and supplement level for all consumption variables (kg and% BW) evaluated (P

  • 41

    Keywords: Tropical forage; Finishing; Ruminal fermentation; Microbial growth

    3.1 INTRODUÇÃO

    Mais de 90% dos bovinos abatidos no Brasil são terminados em pastagens

    (ANUALPEC, 2016). No intuito de aumentar a produtividade desse sistema de

    terminação, de abater animais jovens, com maior peso e acabamento de carcaça,

    nutricionistas têm recomendado e produtores têm adotado cada vez mais a

    suplementação com alimentos concentrados em níveis que variam normalmente de

    0,8 a 2,0% do PC (base seca) (PAULINO, et a., 2006, BOMFIM et al., 2001; REIS et

    al., 2011; RESENDE et al., 2014).

    Sistemas exclusivos de pastagens impõem limitações no desempenho animal,

    quanto ao ganho de peso diário, peso final de carcaça à idade jovem e quanto ao

    grau de acabamento da carcaça (PAULINO et al., 2006). A suplementação com

    concentrado proteico-energético nas doses entre 0,8 a 1,5% do PC tem permitido

    GPD da ordem de 1,137 a 1,409 kg/cabeça para bovinos terminados em pastagens

    (RESTLE et al., 1999; BOMFIM et al., 2001; RESENDE et al., 2014; PAULINO, et a.,

    2006, 2002; BARONI, 2007; MENDEIROS et al., 2009; SILVA, 2009; SOUZA, 2011;

    REIS et al., 2011; BERTI, 2013; MENDES, 2013; LIMA, 2014; SIMÕES, 2016;

    FERRARI, 2016) em sistemas convencionalmente denominados de semi-

    confinamento. Sistemas com suplementação de até 2,0% do PC também têm sido

    estudados (RESENDE et al., 2014).

    Com o intuito de aumentar a eficiência de uso tanto da forragem quanto do

    suplemento fornecido, aditivos são normalmente incluídos nos suplementos para

    animais em terminação em pastagens (SANTOS et al., 2014). Os aditivos mais

    estudados para animais em pastagens têm sido os antibióticos, ionóforos e não

    ionóforos, com capacidade comprovada para melhorar o desempenho desses

    animais (PAGE, 2003). O efeito positivo desses antibióticos é resultado da

    combinação de vários fatores promovidos por esses aditivos: a) maior eficiência

    fermentativa do rúmen, com aumento na proporção molar de propionato e redução

    das perdas energéticas via metano, b) redução na produção de lactato ruminal,

    contribuindo para redução da incidência de acidose, c) redução na deaminação de

    aminoácidos e maior aporte destes nutrientes para o intestino delgado, d) redução

    da ocorrência de timpanismo, e) efeito coccidicida.

  • 42

    Em virtude da política que foi adotada por países desenvolvidos, principalmente

    da União Europeia, de banir o uso de antibióticos como promotores de crescimento

    na produção animal, tem crescido o interesse por aditivos alternativos, dentre eles os

    óleos essenciais (OE) ou mistura de OE (MOE) (CALSAMIGLIA et al., 2007). Os

    primeiros dados com OE como moduladores da fermentação ruminal datam da

    década de 50 (CRANE et al., 1957) quando foram demonstrados os efeitos dos OE

    sobre a fermentação ruminal, verificando que alguns desses óleos eram capazes de

    reduzir a formação de metano. Em diversos estudos “in vitro” foi reportado efeito

    positivo da MOE (MCINTOSH et al., 2003; CASTILLEJOS et al., 2007) e de Vanilina

    (PRATA & YU, 2014) na redução da degradação ruminal da proteína, especialmente

    na deaminação de aminoácidos. O mesmo também foi observado em estudos “in

    vivo” (MOLERO et al., 2004; NEWBOLD, et al. 2004; YANG et al., 2010; GERACI et

    al., 2012). Como observado por Meschiatti et al., (2019) houve a redução na

    concentração ruminal de N-NH3 com suplementação de MOE em combinação com

    amilase em comparação com a monensina.

    Animais recebendo suplementos ricos em amido, nos níveis entre 1 e 1,5% do

    PC consomem quantidades razoáveis de amido. A inclusão de amilase na dieta

    pode ter efeito positivo no uso desses suplementos (ACEDO et al., 2015).

    Entretanto, não foram encontrados trabalhos na literatura que avaliaram as

    interações entre nível de suplementação e fontes de aditivos para bovinos mantidos

    em pastagens durante a terminação.

    A hipótese deste trabalho é que a MOE+AM para bovinos em pastejo

    recebendo suplemento proteico-energético em doses diárias entre 1,0 a 1,5% do PC

    constitui-se em alternativa à monensina como aditivo alimentar. Desta forma,

    estudou-se a interação entre fonte de aditivo (monensina x MOE+AM) e nível de

    suplementação proteico energética (1,0 x 1,5% do PC) para bovinos em pastagens

    na fase de terminação com relação ao consumo e a digestibilidade aparente dos

    nutrientes, os parâmetros ruminais, o metabolismo de N, e a eficiência o crescimento

    microbiano.

  • 43

    3.2 MATERIAIS E MÉTODOS

    O projeto obteve parecer favorável da comissão de Ética no Uso de Animais

    (CEUA), da Universidade de São Paulo/Escola Superior de Agricultura Luiz de

    Queiroz, protocolo 201751097119 ESALQ/USP.

    O experimento foi conduzido nas instalações do Centro de Pesquisa da Dsm

    Produtos Nutricionais Brasil S.A. na fazenda Caçadinha, localizada no município de

    Rio Brilhante/MS, durante 80 dias, de junho a setembro de 2015. A área

    experimental era constituída por um piquete de 2,2 ha, formado com Brachiaria

    brizantha cv. Xaraés, manejado sob lotação contínua.

    Foram utilizados 8 machos não castrados da raça Nelore, com 21 meses de

    idade e peso corporal inicial médio de 481,75 ± 28,15 kg, com cânulas no rúmen. Os

    animais foram submetidos aos protocolos sanitários de rotina do Centro de Pesquisa

    da DSM como vacinações e controle de ectoparasitas e endoparasitas. Os animais

    foram suplementados durante o período da seca e das águas que antecederam este

    experimento.

    Os tratamentos testados foram: Suplemento proteico-energético fornecido na

    dose de 1% ou 1,5% do PC (base de MN) contendo monensina sódica (MON) (867

    mg/kg núcleo mineral) ou MOE com α-amilase (3000 mg CRINA®/kg núcleo mineral

    e 18.670 mg Ronozyme Rumistar®/kg núcleo mineral, respectivamente) conforme

    descrito na Tabela 1. A monensina sódica utilizada foi o produto comercial

    (Rumensin®, Elanco Animal Health, Indianapolis, IN) e a MOE testada continha os

    OE Timol, Eugenol, Vanilina e Limoneno (CRINA® Ruminants, DSM Nutritional

    Products Ltd) em combinação com α-amilase (Ronozyme Rumistar®, DSM

    Nutritional Products Ltd).

    Os suplementos previamente pesados foram fornecidos diariamente,

    diretamente no rúmen do animal, via fístula ruminal, metade da dose foi fornecida às

    10h00min da manhã e a outra metade às 17h00min.

    O experimento teve quatro períodos de 20 dias, totalizando 80 dias. Cada

    período teve 12 dias de adaptação e 8 dias de coletas. Os animais foram pesados

    no início de cada período para ajuste da quantidade de concentrado fornecido

    diariamente.

    A área de pastagem recebeu uma única aplicação de 60 kg N/ha (via ureia)

    em 12 de março de 2015. As alturas do dossel pastejado foram tomadas em 20

  • 44

    pontos distintos ao longo da maior diagonal do piquete, com o uso de transparência

    e régua graduada em centímetros no 1° dia de cada período (FAGUNDES, 1999).

    A massa de forragem foi estimada no 1° dia de cada período, pelo método

    destrutivo, através do corte da planta a 3 cm do nível do solo, em 4 pontos do

    piquete, com utilização de moldura de 0,25 m x 0,25 m. As quatro amostras foram

    tomadas em pontos onde a altura de cada uma correspondia à altura média do

    dossel. As quatro amostras colhidas foram compostas, pesadas in natura e duas sub

    amostras de aproximadamente 300 g foram retiradas, uma para a determinação da

    matéria seca (MS) da massa de forragem total e a outra para a determinação da

    composição morfológica, sendo estas últimas separadas em lâmina foliar, colmo

    (inclui bainha) e material senescente. As amostras foram armazenas em freezer a -

    20°C e posteriormente foram descongeladas e secas em estufa a 55ºC por 72 horas.

    As sub amostras para determinação da MS da massa de forragem total foram

    posteriormente secas segundo a AOAC (1990).

    Para fins de análises bromatológicas, amostras do suplemento coletadas

    durante cada batida e compostas em uma única amostra e amostras do pastejo

    simulado, coletadas nos dias 1°, 7° e 14° de cada período também compostas em

    uma única amostra por período, foram secas em estufa a 55ºC por 72 horas, moídas

    com peneira de malha de 1 mm (moinho tipo Willey) e analisadas para Matéria seca

    (MS), matéria mineral (MM) e estrato etéreo (EE) segundo a AOAC(1990). O teor de

    proteína bruta (PB) foi obtido mediante combustão das amostras segundo o método

    Dumas, utilizando-se uma auto-analizador de nitrogênio (LECO) (WILES et al.,

    1998). A fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina

    foram determinadas segundo Van Soest (1991), utilizando amilase termoestável e

    sulfito de sódio. O N-FDN e o N-FDA foram determinadas por macro Kjeldahl

    (AOAC, 1990) após digestão das amostras em solução detergente neutro e ácido

    respectivamente (VAN SOEST et al., 1991). As amostras de forragens foram

    analisadas para nitrogênio solúvel (KRISHNAMOORTHY et al., 1982) e para

    nitrogênio não proteico (NNP) (LICITRA et al., 1996) para o fracionamento de

    proteínas de acordo com o CNCPS (SNIFFEN et al., 1992). Nas Tabelas 2, 3 e 4 são

    apresentados os dados descritivos da pastagem e dos suplementos utilizados.

    A ingestão de forragem foi calculada a partir da excreção fecal total e da

    digestibilidade dos alimentos. Durante os 17 primeiros dias de cada período, dióxido

    de titânio (TiO2) previamente pesado em cápsulas de papel (5g cada cápsula) foi

  • 45

    inserido no rúmen dos animais logo após o fornecimento do suplemento pela manhã

    (10h00min) e novamente à tarde (17h00min). As amostras fecais foram coletadas

    entre o 13º e o 17º dia de cada período, duas vezes por dia (10h00min e 17h00min)

    diretamente do reto dos animais (150g por coleta) e congeladas à -20ºC.

    Posteriormente, as amostras foram descongeladas, compostas por animal e período,

    secas em estufa a 55ºC por 72 horas, e moídas com peneira de malha de 1 mm

    (moinho tipo Willey).

    As amostras foram analisadas para matéria seca (MS) segundo a AOAC

    (1990). O teor de proteína bruta (PB) foi obtido mediante combustão das amostras

    segundo o método Dumas, utilizando-se um auto-analizador de nitrogênio (LECO)

    (WILES et al., 1998). A fibra em detergente neutro (FDN) foi determinada segundo

    Van Soest et al. (1991), em equipamento analisador de fibra Ankom200 utilizando

    amilase termoestável e sulfito de sódio.

    As digestibilidades aparentes da MS, MO, PB e FDN presentes na dieta foram

    estimadas utilizando os valores individuais de consumo, excreção fecal total e da

    concentração dos nutrientes nos alimentos e fezes.

    As análises de titânio foram realizadas no laboratório multiusuário em

    produção vegetal do Departamento de Produção Vegetal da ESALQ/USP. As

    amostras foram irradiadas usando o espectrômetro de fluorescência de raios X por

    dispersão de energia (modelo EDX-720 Shimadzu) de acordo com Wastowski et al.

    (2010).

    A excreção fecal total com o marcador externo foi calculada dividindo a

    quantidade do marcador administrado pela a concentração do marcador nas fezes.

    Para a determinação de consumo de forragem foi utilizado o marcador interno FDNi.

    A contribuição fecal proveniente do concentrado foi determinada como sendo a

    quantidade de concentrado oferecida no período da avaliação, multiplicada por sua

    indigestibilidade. Do valor obtido da excreção fecal total foi descontada a

    contribuição do concentrado e o valor obtido foi dividido pelo resíduo indigestível das

    fezes (FDNi). O FDNi foi determinado de acordo com Krizsan & Huhtanen (2013).

    No 18° dia foram realizadas as coletas de urina, obtendo-se amostras “spot”

    durante micção espontânea dos animais, aproximadamente quatro horas após o

    fornecimento dos suplementos, para determinação dos derivados de purina e cálculo

    da síntese microbiana. As sub-amostras de urina (10 mL) foram acidificadas (pH

  • 46

  • 47

    O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latino duplo 4 X 4, com

    2 animais por tratamento por período. Todas as variáveis foram analisadas pelo

    PROC MIXED do pacote estatístico STATISCAL ANALYSIS SYSTEM – SAS (2003).

    A análise de variância e as médias obtidas pelo método dos quadrados mínimos

    (LSMEANS) foram comparados pelo teste de Tukey a 10% de significância pelo

    procedimento proc MIXED do SAS. Obrigatoriamente, todos os conjuntos de dados

    foram testados antes da análise geral final, na intenção de assegurar que todas as

    premissas da análise de variância (aditividades do modelo, independência dos erros,

    normalidade dos dados e homocedasticidade) estivessem sendo respeitadas.

    3.3 RESULTADOS

    Na Tabela 5 são apresentados os dados de consumo e digestibilidade dos

    nutrientes.

    Houve interação entre aditivo e nível de suplemento para todas as variáveis

    de consumo (kg e %PC) avaliadas (P

  • 48

    de AGCC e a proporção molar de valerato (P

  • 49

    suplementados no nível de 1.5% do PC em comparação com 1.0% do PC.

    Entretanto, este efeito só ocorreu na presença de monensina, mas não quando os

    animais foram suplementados com MOE+AM. Na presença de monensina, aumentar

    o nível de suplemento de 1,0 para 1,5% do PC não afetou o consumo de forragem,

    ou seja, não houve efeito substitutivo adicional, ao passo que na presença de

    MOE+AM, houve redução significativa no consumo de forragem, indicando efeito

    substitutivo. Em um copilado realizado por Silva et al. (2009), foi observado que o

    consumo de MS de forragem foi reduzido à medida que se aumentou o nível de

    suplementação. Esse resultado foi semelhante ao encontrado por Oliveira (2017) ao

    suplementar novilhas nos níveis de 1,0% ou 1,5% do PC. Observou-se redução no

    tempo de pastejo de 100 min entre os tratamentos, mostrando nítida redução do

    consumo de forragem. Oliveira e Bonfim (2001) também observaram redução no

    tempo de pastejo quando novilhos foram suplementados com 0,9%, 1,2% e 1,5% do

    PC na terminação, sugerindo redução no consumo de forragem.

    A redução no CMSf com suplementação de níveis altos de concentrado pode

    ocorrer em virtude de efeitos negativos no pH ruminal e consequente redução na

    digestão de FDN (CAREY et al., 1993). No presente estudo, a monensina sódica

    manteve valores de pH ruminal mais elevados que a MOE+AM, sempre acima de

    6,0, assim como valores mais elevados de DFDN, DMS e DMO no trato digestivo

    total que a MOE+AM. A combinação de MOE+AM com suplementação de 1,5% do

    PC resultou em pH ruminal de 5,86, tratamento este que apresentou efeito

    substitutivo marcante. Apesar de reduzir o pH ruminal, a suplementação com 1,5%

    do PC não causou redução na DFDN e aumentou da DMS e a DP. Caton e

    Dhuyvetter (1997) afirmaram que alterações no pH ruminal, normalmente citadas

    como a principal causa da redução de consumo de forragem e da digestão da fibra,

    podem não estar envolvidas no processo. Nos trabalhos de Martin & Hibberd (1990),

    Chase & Hibberd (1987), Pordomingo et al. (1991), Carey et al. (1993), Faulkner et

    al. (1994), Hess et al. (1996), Elizalde et al. (1998), Bodine et al. (2003) e de Sales et

    al. (2008), a suplementação energética reduziu o consumo de forragem, mas em

    apenas 3 deles (CAREY et al., 1993; FAULKNER et al., 1994; SALES et al., 2008)

    houve redução no pH ruminal significativamente. Em todos os trabalhos o pH ruminal

    foi maior que 6,0. De acordo com Orskov (1982) e Mertens (1977), o crescimento

    microbiano começa a ser prejudicado apenas quando o pH ruminal cai abaixo de

  • 50

    6,2. As digestibilidades da forragem ou da FDN foram avaliadas em 9 dos 10

    trabalhos onde houve redução no consumo de forragem com a suplementação

    energética e em 5 desses trabalhos houve efeito negativo nas digestibilidades. Em

    apenas 1 desses 5 trabalhos (CAREY et al., 1993) a suplementação energética

    reduziu significativamente o pH ruminal. Portanto, assim como relatado por Caton e

    Dhuyvetter (1997) é difícil estabelecer relação consistente entre queda de pH

    ruminal, redução na digestão da MS ou da FDN e redução no consumo de forragem

    de animais suplementados com fontes energéticas. Contudo, nesses estudos a

    suplementação energética não chegou a patamares de 1,5% do PC como no

    presente estudo.

    O aumento no CMS e no CMO concomitante ao aumento na digestibilidade da

    MS resultou em aumento no CMSD de 27% e no CMOD de 28,5% quando os

    animais foram suplementados com 1,5% do PC em comparação com 1,0% do PC

    em presença de monensina. Quando os animais foram suplementados com

    MOE+AM, aumentar em 50% a dose de concentrado (1,5 x 1,0% do PC) não

    aumentou o CMSD e o CMOD, em virtude do efeito substitutivo marcante, que

    causou redução de 30,38% no CMSf e manteve os CMS e CMO inalterados.

    Quando os animais foram suplementados com 1.0% do PC, os animais que

    consumiram dietas com MOE+AM apresentaram maior CMSt que os suplementados

    com monensina sódica em virtude do maior CMSf, apesar do valor mais baixo de pH

    ruminal com MOE+AM (6,18 x 6,07), porém ambos os valores acima de 6,0.

    Entretanto, os CMSD e CMOD não foram diferentes entre os aditivos testados, em

    virtude da menor digestibilidade dessas frações quando MOE+AM foi fornecida em

    comparação com a monensina sódica.

    O efeito positivo da monensina sódica na digestibilidades da MS, MO, FDN e PB

    das dietas em comparação com a MOE+AM pode estar relacionado aos valores

    mais elevados de pH ruminal com esse aditivo, entretanto, essa maior digestibilidade

    dos nutrientes nas dietas com monensina sódica não resultou em maior

    concentração de AGCC em comparação com as dietas contendo MOE+AM, assim

    como a maior digestibilidade da PB nas dietas com monensina não afetou a

    concentração ruminal de N-NH3.

    A suplementação com 1,5% do PC aumentou as digestibilidades da MS e da PB

    em comparação com 1% do PC. O aumento na digestibilidade da MS da dieta de

  • 51

    animais suplementados com 1,5% do PC é consequência da maior participação de

    concentrado na dieta total e da maior digestibilidade de alimentos concentrados em

    comparação com forragens (NASEM, 2016)). Essa maior digestibilidade da MS das

    dietas dos animais suplementados com 1,5% do PC é corroborada pelas maiores

    concentrações ruminais de AGCC, maiores proporções molares de ácido propiônico,

    menores relações C2:C3 e valores menores de pH ruminal. As concentrações mais

    altas de N-NH3 no fluido ruminal de bovinos suplementados com 1,5% do PC, deve-

    se primeiramente à maior ingestão de N, e em segundo lugar, provavelmente à

    maior digestibilidade da PB dessas dietas.

    Apesar da ausência de efeito de aditivos na concentração ruminal de N-NH3, a

    suplementação com MOE+AM reduziu as proporções molares de ácido isobutirico e

    isovalérico no rúmen, sugerindo menor deaminação de AA de cadeia ramificada com

    o uso desse aditivo ou maior utilização desses compostos para o crescimento

    microbiano. Tanto a eficiência quanto a produção de proteína microbiana foram mais

    altas nos animais suplementados com MOE+AM que com monensina. É difícil

    explicar o aumento de 29,8% em síntese microbiana com a suplementação de

    MOE+AM sem redução concomitante dos níveis de N-NH3 no fluido ruminal, assim

    como não é possível relacionar a variação na síntese microbiana com os CMOD no

    presente estudo. Entretanto, nos animais suplementados com MOE+AM as

    concentrações molares de AGCC no rúmen foram mais elevadas e os valores de pH

    ruminal foram mais baixos, indicativos de processo fermentativo mais intenso no

    rúmen desses animais em comparação com os animais suplementados com

    monensina sódica.

    De acordo com Orskov (1982) e Mertens (1977), o crescimento microbiano

    começa a ser prejudicado apenas quando o pH ruminal cai abaixo de 6,2. No

    presente estudo, a redução no pH ruminal de 6,18, nos animais suplementados com

    monensina e 1% do PC para 5,86 nos animais suplementados com MOE+AM e

    1,5% do PC não foi deletéria para a eficiência de síntese microbiana, pelo contrário,

    houve aumento na eficiência e na produção microbiana.

    Considerando os valores médios de N absorvido e de proteína microbiana

    produzida pelos animais nos tratamentos com monensina e com MOE+AM, e o valor

    de 64% de proteína metabolizável para a proteína microbiana (NRC, 1996), a

  • 52

    suplementação com MOE+AM aumentou a proporção de proteína microbiana na

    proteína metabolizável de 55,94% para 83,47% em comparação com a monensina.

    3.5 CONCLUSÃO

    Em conclusão, para animais em pastagens tropicais de boa qualidade, o nível de

    suplementação entre 1 e 1,5% PC interage com a fonte de aditivo e o aumento na

    ingestão de energia com nível alto de suplementação ocorre em presença de

    monensina mas não de MOE+AM. A Monensina e MOE+AM estabelecem padrões

    de fermentação ruminal distintos, com valores de pH ruminal e proporções molares

    de propionato mais altos com monensina e com concentrações de AGCC, de

    acetato, eficiência e síntese microbiana mais altos com MOE+AM.

    REFERÊNCIAS

    ANUALPEC. Anuário de pecuária Brasileira. São Paulo: Informa Economics FNP,

    2016. Disponível em: < http://

    http://www.anualpec.com.br/InformaEconomicsFNP,2016 > Acesso em 11 mai.

    2018.

    ACEDO, T. S., DOREA, J. R. R., CORTINHAS, C. S. 2015. O uso de enzimas exógenas na dieta de ruminantes. V Simpósio de Nutrição de ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensina de carne. Anais... 5th Brazilian ruminantes nutrition conference.

    AOAC. 1990. Official Methods of Analysis. 15th ed. Association of Official Analytical Chemists International, Arlington, VA.

    BARONI, C.E.S. Níveis de suplemento para novilhos nelore terminados a pasto na

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