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Universidade de São Paulo Instituto de Matemática e Estatística Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada São Paulo Fevereiro de 2019

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Page 1: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Universidade de Satildeo Paulo Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica

Gabriel Andrade Alves

A conta que fecha a reportagem palco e bastidores em trecircs casos de

matemaacutetica aplicada

Satildeo Paulo

Fevereiro de 2019

Universidade de Satildeo Paulo Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica

Gabriel Andrade Alves

A conta que fecha a reportagem palco e bastidores em trecircs casos de

matemaacutetica aplicada

Trabalho de Formatura feito sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Eduardo Colli e apresentado agrave Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Matemaacutetica Aplicada e Computacional

Satildeo Paulo

Fevereiro de 2019

1

Sumaacuterio Agradecimentos 3

Introduccedilatildeo 4

Previsatildeo do tempo 6

O matemaacutetico Saulo Barros 8

A matemaacutetica aacuteguas rasas 11

Referecircncias 21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas 22

O matemaacutetico Seacutergio Oliva 25

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS 27

Referecircncias 34

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo 36

O matemaacutetico Renato Vicente 38

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo 41

Referecircncias 48

Discussatildeo 49

Anexos 50

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave 50

waterwavem 50

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave 53

espalhamentom 53

sirm 56

eulerm 56

sirdm 56

seirdm 57

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave 57

altruismom 57

plotarvksm 61

plotarerrosm 62

plotarlinhasm 62

2

Agradecimentos Este trabalho de formatura teve a participaccedilatildeo crucial de muitas pessoas A primeira a quem devo

agradecer eacute o professor Eduardo Colli por aceitar me orientar e por compartilhar comigo o interesse por

divulgaccedilatildeo cientiacutefica Eacute uma referecircncia que sempre terei

Agradeccedilo aos professores Renato Vicente Saulo Barros e Seacutergio Oliva pela paciecircncia e por aceitarem

ser entrevistados para este projeto e ao William Mur que desenhou e formatou os infograacuteficos aqui

apresentados

Agradeccedilo agrave professora Socircnia Garcia e ao professor Manuel Garcia por sempre acreditarem em mim e

no meu trabalho

Agradeccedilo agrave minha famiacutelia em especial agrave minha esposa Caroline por todo o suporte dado nos uacuteltimos

anos

Agradeccedilo aos meus colegas e ex-colegas de trabalho da Folha de SPaulo especialmente agrave Mariana

Versolato e ao Ricardo Mioto pelo incentivo agrave realizaccedilatildeo deste projeto e agrave minha formaccedilatildeo no IME

Por fim agradeccedilo aos colegas que estudaram comigo no BMAC com quem sempre aprendi muito Satildeo

todos fontes de inspiraccedilatildeo para mim

Muito obrigado a todos

3

Introduccedilatildeo Falar de matemaacutetica eacute um desafio para profissionais de comunicaccedilatildeo Depois de quase cinco anos na

editoria de ciecircncia de um dos maiores jornais do paiacutes a Folha de SPaulo constatei que uma das aacutereas

de conhecimento que mais me fascinava raramente aparecia em nossas paacuteginas

Quando escrevemos um texto buscamos tornaacute-lo atraente e suficientemente faacutecil de ler mesmo para

quem natildeo tenha conhecimentos avanccedilados sobre o tema Se o assunto for genocircmica por exemplo agraves

vezes precisamos passar a ideia de como funciona o sequenciamento de DNA As bases nitrogenadas

nessa metaacutefora tornam-se letras sequenciar um genoma seria anaacutelogo a soletrar Um gene nada mais

seria do que uma ldquofraserdquo com um sentido bioloacutegico bem-definido como a siacutentese de uma proteiacutena

No caso da matemaacutetica sinto que nosso repertoacuterio de metaacuteforas eacute insuficiente Tambeacutem insuficiente eacute a

bagagem da populaccedilatildeo que muitas vezes soacute associa a matemaacutetica agraves operaccedilotildees aritmeacuteticas e se

muito ao caacutelculo de aacutereas e de proporccedilotildees

Haacute algumas maneiras de tentar amenizar esse quadro A exposiccedilatildeo ao raciociacutenio matemaacutetico desde a

infacircncia eacute uma delas Um exemplo eacute o esforccedilo na promoccedilatildeo de olimpiacuteadas como a Obmep (Olimpiacuteada

Brasileira de Matemaacutetica das Escolas Puacuteblicas) que jaacute conseguiu despertar jovens com vocaccedilatildeo para a

matemaacutetica Sozinhos provavelmente eles natildeo perceberiam esse potencial

Outra possibilidade de atenuar as barreiras entre o saber acadecircmico e o do puacuteblico leigo eacute mostrar que

a matemaacutetica pode ser visualizada e compreendida na forma de objetos frutos dessa linguagem Eacute o

que faz a Matemateca da USP comandada pelo professor Eduardo Colli que tambeacutem se dedica a

outros temas ligados agrave divulgaccedilatildeo matemaacutetica como este trabalho de formatura que ele orientou

Este trabalho nasceu com a proposta de a partir de questotildees ligadas ao mundo real apresentar o

potencial da matemaacutetica para ajudar a compreender o cotidiano e responder questotildees importantes para

outras aacutereas do conhecimento A diversidade de linhas de pesquisa no Departamento de Matemaacutetica

Aplicada do IME foi oportuna

Escolhemos aqui tratar de temas que do ponto de vista jornaliacutestico teriam potencial para se

transformarem em reportagem Aleacutem da fraccedilatildeo do conhecimento a ser potencialmente consumida pelo

grande puacuteblico exploramos com um pouco mais de profundidade a linguagem e a modelagem baacutesicas

dessas aacutereas de pesquisa

Os trecircs assuntos abordados satildeo estes previsatildeo do tempo disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas e

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Os dois primeiros tecircm aplicabilidade mais oacutebvia no dia a dia enquanto o uacuteltimo eacute

uma das questotildees evolutivas mais importantes inclusive considerada por Charles Darwin

4

De posse de ao menos parte do repertoacuterio matemaacutetico que embasa essas questotildees acreditamos ser

possiacutevel fazer um trabalho de divulgaccedilatildeo mais completo que conecte matemaacuteticos e puacuteblico leigo de

uma maneira mais rica e eficiente

5

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

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Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 2: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Universidade de Satildeo Paulo Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica

Gabriel Andrade Alves

A conta que fecha a reportagem palco e bastidores em trecircs casos de

matemaacutetica aplicada

Trabalho de Formatura feito sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Eduardo Colli e apresentado agrave Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Matemaacutetica Aplicada e Computacional

Satildeo Paulo

Fevereiro de 2019

1

Sumaacuterio Agradecimentos 3

Introduccedilatildeo 4

Previsatildeo do tempo 6

O matemaacutetico Saulo Barros 8

A matemaacutetica aacuteguas rasas 11

Referecircncias 21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas 22

O matemaacutetico Seacutergio Oliva 25

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS 27

Referecircncias 34

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo 36

O matemaacutetico Renato Vicente 38

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo 41

Referecircncias 48

Discussatildeo 49

Anexos 50

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave 50

waterwavem 50

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave 53

espalhamentom 53

sirm 56

eulerm 56

sirdm 56

seirdm 57

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave 57

altruismom 57

plotarvksm 61

plotarerrosm 62

plotarlinhasm 62

2

Agradecimentos Este trabalho de formatura teve a participaccedilatildeo crucial de muitas pessoas A primeira a quem devo

agradecer eacute o professor Eduardo Colli por aceitar me orientar e por compartilhar comigo o interesse por

divulgaccedilatildeo cientiacutefica Eacute uma referecircncia que sempre terei

Agradeccedilo aos professores Renato Vicente Saulo Barros e Seacutergio Oliva pela paciecircncia e por aceitarem

ser entrevistados para este projeto e ao William Mur que desenhou e formatou os infograacuteficos aqui

apresentados

Agradeccedilo agrave professora Socircnia Garcia e ao professor Manuel Garcia por sempre acreditarem em mim e

no meu trabalho

Agradeccedilo agrave minha famiacutelia em especial agrave minha esposa Caroline por todo o suporte dado nos uacuteltimos

anos

Agradeccedilo aos meus colegas e ex-colegas de trabalho da Folha de SPaulo especialmente agrave Mariana

Versolato e ao Ricardo Mioto pelo incentivo agrave realizaccedilatildeo deste projeto e agrave minha formaccedilatildeo no IME

Por fim agradeccedilo aos colegas que estudaram comigo no BMAC com quem sempre aprendi muito Satildeo

todos fontes de inspiraccedilatildeo para mim

Muito obrigado a todos

3

Introduccedilatildeo Falar de matemaacutetica eacute um desafio para profissionais de comunicaccedilatildeo Depois de quase cinco anos na

editoria de ciecircncia de um dos maiores jornais do paiacutes a Folha de SPaulo constatei que uma das aacutereas

de conhecimento que mais me fascinava raramente aparecia em nossas paacuteginas

Quando escrevemos um texto buscamos tornaacute-lo atraente e suficientemente faacutecil de ler mesmo para

quem natildeo tenha conhecimentos avanccedilados sobre o tema Se o assunto for genocircmica por exemplo agraves

vezes precisamos passar a ideia de como funciona o sequenciamento de DNA As bases nitrogenadas

nessa metaacutefora tornam-se letras sequenciar um genoma seria anaacutelogo a soletrar Um gene nada mais

seria do que uma ldquofraserdquo com um sentido bioloacutegico bem-definido como a siacutentese de uma proteiacutena

No caso da matemaacutetica sinto que nosso repertoacuterio de metaacuteforas eacute insuficiente Tambeacutem insuficiente eacute a

bagagem da populaccedilatildeo que muitas vezes soacute associa a matemaacutetica agraves operaccedilotildees aritmeacuteticas e se

muito ao caacutelculo de aacutereas e de proporccedilotildees

Haacute algumas maneiras de tentar amenizar esse quadro A exposiccedilatildeo ao raciociacutenio matemaacutetico desde a

infacircncia eacute uma delas Um exemplo eacute o esforccedilo na promoccedilatildeo de olimpiacuteadas como a Obmep (Olimpiacuteada

Brasileira de Matemaacutetica das Escolas Puacuteblicas) que jaacute conseguiu despertar jovens com vocaccedilatildeo para a

matemaacutetica Sozinhos provavelmente eles natildeo perceberiam esse potencial

Outra possibilidade de atenuar as barreiras entre o saber acadecircmico e o do puacuteblico leigo eacute mostrar que

a matemaacutetica pode ser visualizada e compreendida na forma de objetos frutos dessa linguagem Eacute o

que faz a Matemateca da USP comandada pelo professor Eduardo Colli que tambeacutem se dedica a

outros temas ligados agrave divulgaccedilatildeo matemaacutetica como este trabalho de formatura que ele orientou

Este trabalho nasceu com a proposta de a partir de questotildees ligadas ao mundo real apresentar o

potencial da matemaacutetica para ajudar a compreender o cotidiano e responder questotildees importantes para

outras aacutereas do conhecimento A diversidade de linhas de pesquisa no Departamento de Matemaacutetica

Aplicada do IME foi oportuna

Escolhemos aqui tratar de temas que do ponto de vista jornaliacutestico teriam potencial para se

transformarem em reportagem Aleacutem da fraccedilatildeo do conhecimento a ser potencialmente consumida pelo

grande puacuteblico exploramos com um pouco mais de profundidade a linguagem e a modelagem baacutesicas

dessas aacutereas de pesquisa

Os trecircs assuntos abordados satildeo estes previsatildeo do tempo disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas e

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Os dois primeiros tecircm aplicabilidade mais oacutebvia no dia a dia enquanto o uacuteltimo eacute

uma das questotildees evolutivas mais importantes inclusive considerada por Charles Darwin

4

De posse de ao menos parte do repertoacuterio matemaacutetico que embasa essas questotildees acreditamos ser

possiacutevel fazer um trabalho de divulgaccedilatildeo mais completo que conecte matemaacuteticos e puacuteblico leigo de

uma maneira mais rica e eficiente

5

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

56

wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

57

vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 3: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Sumaacuterio Agradecimentos 3

Introduccedilatildeo 4

Previsatildeo do tempo 6

O matemaacutetico Saulo Barros 8

A matemaacutetica aacuteguas rasas 11

Referecircncias 21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas 22

O matemaacutetico Seacutergio Oliva 25

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS 27

Referecircncias 34

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo 36

O matemaacutetico Renato Vicente 38

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo 41

Referecircncias 48

Discussatildeo 49

Anexos 50

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave 50

waterwavem 50

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave 53

espalhamentom 53

sirm 56

eulerm 56

sirdm 56

seirdm 57

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave 57

altruismom 57

plotarvksm 61

plotarerrosm 62

plotarlinhasm 62

2

Agradecimentos Este trabalho de formatura teve a participaccedilatildeo crucial de muitas pessoas A primeira a quem devo

agradecer eacute o professor Eduardo Colli por aceitar me orientar e por compartilhar comigo o interesse por

divulgaccedilatildeo cientiacutefica Eacute uma referecircncia que sempre terei

Agradeccedilo aos professores Renato Vicente Saulo Barros e Seacutergio Oliva pela paciecircncia e por aceitarem

ser entrevistados para este projeto e ao William Mur que desenhou e formatou os infograacuteficos aqui

apresentados

Agradeccedilo agrave professora Socircnia Garcia e ao professor Manuel Garcia por sempre acreditarem em mim e

no meu trabalho

Agradeccedilo agrave minha famiacutelia em especial agrave minha esposa Caroline por todo o suporte dado nos uacuteltimos

anos

Agradeccedilo aos meus colegas e ex-colegas de trabalho da Folha de SPaulo especialmente agrave Mariana

Versolato e ao Ricardo Mioto pelo incentivo agrave realizaccedilatildeo deste projeto e agrave minha formaccedilatildeo no IME

Por fim agradeccedilo aos colegas que estudaram comigo no BMAC com quem sempre aprendi muito Satildeo

todos fontes de inspiraccedilatildeo para mim

Muito obrigado a todos

3

Introduccedilatildeo Falar de matemaacutetica eacute um desafio para profissionais de comunicaccedilatildeo Depois de quase cinco anos na

editoria de ciecircncia de um dos maiores jornais do paiacutes a Folha de SPaulo constatei que uma das aacutereas

de conhecimento que mais me fascinava raramente aparecia em nossas paacuteginas

Quando escrevemos um texto buscamos tornaacute-lo atraente e suficientemente faacutecil de ler mesmo para

quem natildeo tenha conhecimentos avanccedilados sobre o tema Se o assunto for genocircmica por exemplo agraves

vezes precisamos passar a ideia de como funciona o sequenciamento de DNA As bases nitrogenadas

nessa metaacutefora tornam-se letras sequenciar um genoma seria anaacutelogo a soletrar Um gene nada mais

seria do que uma ldquofraserdquo com um sentido bioloacutegico bem-definido como a siacutentese de uma proteiacutena

No caso da matemaacutetica sinto que nosso repertoacuterio de metaacuteforas eacute insuficiente Tambeacutem insuficiente eacute a

bagagem da populaccedilatildeo que muitas vezes soacute associa a matemaacutetica agraves operaccedilotildees aritmeacuteticas e se

muito ao caacutelculo de aacutereas e de proporccedilotildees

Haacute algumas maneiras de tentar amenizar esse quadro A exposiccedilatildeo ao raciociacutenio matemaacutetico desde a

infacircncia eacute uma delas Um exemplo eacute o esforccedilo na promoccedilatildeo de olimpiacuteadas como a Obmep (Olimpiacuteada

Brasileira de Matemaacutetica das Escolas Puacuteblicas) que jaacute conseguiu despertar jovens com vocaccedilatildeo para a

matemaacutetica Sozinhos provavelmente eles natildeo perceberiam esse potencial

Outra possibilidade de atenuar as barreiras entre o saber acadecircmico e o do puacuteblico leigo eacute mostrar que

a matemaacutetica pode ser visualizada e compreendida na forma de objetos frutos dessa linguagem Eacute o

que faz a Matemateca da USP comandada pelo professor Eduardo Colli que tambeacutem se dedica a

outros temas ligados agrave divulgaccedilatildeo matemaacutetica como este trabalho de formatura que ele orientou

Este trabalho nasceu com a proposta de a partir de questotildees ligadas ao mundo real apresentar o

potencial da matemaacutetica para ajudar a compreender o cotidiano e responder questotildees importantes para

outras aacutereas do conhecimento A diversidade de linhas de pesquisa no Departamento de Matemaacutetica

Aplicada do IME foi oportuna

Escolhemos aqui tratar de temas que do ponto de vista jornaliacutestico teriam potencial para se

transformarem em reportagem Aleacutem da fraccedilatildeo do conhecimento a ser potencialmente consumida pelo

grande puacuteblico exploramos com um pouco mais de profundidade a linguagem e a modelagem baacutesicas

dessas aacutereas de pesquisa

Os trecircs assuntos abordados satildeo estes previsatildeo do tempo disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas e

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Os dois primeiros tecircm aplicabilidade mais oacutebvia no dia a dia enquanto o uacuteltimo eacute

uma das questotildees evolutivas mais importantes inclusive considerada por Charles Darwin

4

De posse de ao menos parte do repertoacuterio matemaacutetico que embasa essas questotildees acreditamos ser

possiacutevel fazer um trabalho de divulgaccedilatildeo mais completo que conecte matemaacuteticos e puacuteblico leigo de

uma maneira mais rica e eficiente

5

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 4: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Agradecimentos Este trabalho de formatura teve a participaccedilatildeo crucial de muitas pessoas A primeira a quem devo

agradecer eacute o professor Eduardo Colli por aceitar me orientar e por compartilhar comigo o interesse por

divulgaccedilatildeo cientiacutefica Eacute uma referecircncia que sempre terei

Agradeccedilo aos professores Renato Vicente Saulo Barros e Seacutergio Oliva pela paciecircncia e por aceitarem

ser entrevistados para este projeto e ao William Mur que desenhou e formatou os infograacuteficos aqui

apresentados

Agradeccedilo agrave professora Socircnia Garcia e ao professor Manuel Garcia por sempre acreditarem em mim e

no meu trabalho

Agradeccedilo agrave minha famiacutelia em especial agrave minha esposa Caroline por todo o suporte dado nos uacuteltimos

anos

Agradeccedilo aos meus colegas e ex-colegas de trabalho da Folha de SPaulo especialmente agrave Mariana

Versolato e ao Ricardo Mioto pelo incentivo agrave realizaccedilatildeo deste projeto e agrave minha formaccedilatildeo no IME

Por fim agradeccedilo aos colegas que estudaram comigo no BMAC com quem sempre aprendi muito Satildeo

todos fontes de inspiraccedilatildeo para mim

Muito obrigado a todos

3

Introduccedilatildeo Falar de matemaacutetica eacute um desafio para profissionais de comunicaccedilatildeo Depois de quase cinco anos na

editoria de ciecircncia de um dos maiores jornais do paiacutes a Folha de SPaulo constatei que uma das aacutereas

de conhecimento que mais me fascinava raramente aparecia em nossas paacuteginas

Quando escrevemos um texto buscamos tornaacute-lo atraente e suficientemente faacutecil de ler mesmo para

quem natildeo tenha conhecimentos avanccedilados sobre o tema Se o assunto for genocircmica por exemplo agraves

vezes precisamos passar a ideia de como funciona o sequenciamento de DNA As bases nitrogenadas

nessa metaacutefora tornam-se letras sequenciar um genoma seria anaacutelogo a soletrar Um gene nada mais

seria do que uma ldquofraserdquo com um sentido bioloacutegico bem-definido como a siacutentese de uma proteiacutena

No caso da matemaacutetica sinto que nosso repertoacuterio de metaacuteforas eacute insuficiente Tambeacutem insuficiente eacute a

bagagem da populaccedilatildeo que muitas vezes soacute associa a matemaacutetica agraves operaccedilotildees aritmeacuteticas e se

muito ao caacutelculo de aacutereas e de proporccedilotildees

Haacute algumas maneiras de tentar amenizar esse quadro A exposiccedilatildeo ao raciociacutenio matemaacutetico desde a

infacircncia eacute uma delas Um exemplo eacute o esforccedilo na promoccedilatildeo de olimpiacuteadas como a Obmep (Olimpiacuteada

Brasileira de Matemaacutetica das Escolas Puacuteblicas) que jaacute conseguiu despertar jovens com vocaccedilatildeo para a

matemaacutetica Sozinhos provavelmente eles natildeo perceberiam esse potencial

Outra possibilidade de atenuar as barreiras entre o saber acadecircmico e o do puacuteblico leigo eacute mostrar que

a matemaacutetica pode ser visualizada e compreendida na forma de objetos frutos dessa linguagem Eacute o

que faz a Matemateca da USP comandada pelo professor Eduardo Colli que tambeacutem se dedica a

outros temas ligados agrave divulgaccedilatildeo matemaacutetica como este trabalho de formatura que ele orientou

Este trabalho nasceu com a proposta de a partir de questotildees ligadas ao mundo real apresentar o

potencial da matemaacutetica para ajudar a compreender o cotidiano e responder questotildees importantes para

outras aacutereas do conhecimento A diversidade de linhas de pesquisa no Departamento de Matemaacutetica

Aplicada do IME foi oportuna

Escolhemos aqui tratar de temas que do ponto de vista jornaliacutestico teriam potencial para se

transformarem em reportagem Aleacutem da fraccedilatildeo do conhecimento a ser potencialmente consumida pelo

grande puacuteblico exploramos com um pouco mais de profundidade a linguagem e a modelagem baacutesicas

dessas aacutereas de pesquisa

Os trecircs assuntos abordados satildeo estes previsatildeo do tempo disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas e

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Os dois primeiros tecircm aplicabilidade mais oacutebvia no dia a dia enquanto o uacuteltimo eacute

uma das questotildees evolutivas mais importantes inclusive considerada por Charles Darwin

4

De posse de ao menos parte do repertoacuterio matemaacutetico que embasa essas questotildees acreditamos ser

possiacutevel fazer um trabalho de divulgaccedilatildeo mais completo que conecte matemaacuteticos e puacuteblico leigo de

uma maneira mais rica e eficiente

5

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

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de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 5: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Introduccedilatildeo Falar de matemaacutetica eacute um desafio para profissionais de comunicaccedilatildeo Depois de quase cinco anos na

editoria de ciecircncia de um dos maiores jornais do paiacutes a Folha de SPaulo constatei que uma das aacutereas

de conhecimento que mais me fascinava raramente aparecia em nossas paacuteginas

Quando escrevemos um texto buscamos tornaacute-lo atraente e suficientemente faacutecil de ler mesmo para

quem natildeo tenha conhecimentos avanccedilados sobre o tema Se o assunto for genocircmica por exemplo agraves

vezes precisamos passar a ideia de como funciona o sequenciamento de DNA As bases nitrogenadas

nessa metaacutefora tornam-se letras sequenciar um genoma seria anaacutelogo a soletrar Um gene nada mais

seria do que uma ldquofraserdquo com um sentido bioloacutegico bem-definido como a siacutentese de uma proteiacutena

No caso da matemaacutetica sinto que nosso repertoacuterio de metaacuteforas eacute insuficiente Tambeacutem insuficiente eacute a

bagagem da populaccedilatildeo que muitas vezes soacute associa a matemaacutetica agraves operaccedilotildees aritmeacuteticas e se

muito ao caacutelculo de aacutereas e de proporccedilotildees

Haacute algumas maneiras de tentar amenizar esse quadro A exposiccedilatildeo ao raciociacutenio matemaacutetico desde a

infacircncia eacute uma delas Um exemplo eacute o esforccedilo na promoccedilatildeo de olimpiacuteadas como a Obmep (Olimpiacuteada

Brasileira de Matemaacutetica das Escolas Puacuteblicas) que jaacute conseguiu despertar jovens com vocaccedilatildeo para a

matemaacutetica Sozinhos provavelmente eles natildeo perceberiam esse potencial

Outra possibilidade de atenuar as barreiras entre o saber acadecircmico e o do puacuteblico leigo eacute mostrar que

a matemaacutetica pode ser visualizada e compreendida na forma de objetos frutos dessa linguagem Eacute o

que faz a Matemateca da USP comandada pelo professor Eduardo Colli que tambeacutem se dedica a

outros temas ligados agrave divulgaccedilatildeo matemaacutetica como este trabalho de formatura que ele orientou

Este trabalho nasceu com a proposta de a partir de questotildees ligadas ao mundo real apresentar o

potencial da matemaacutetica para ajudar a compreender o cotidiano e responder questotildees importantes para

outras aacutereas do conhecimento A diversidade de linhas de pesquisa no Departamento de Matemaacutetica

Aplicada do IME foi oportuna

Escolhemos aqui tratar de temas que do ponto de vista jornaliacutestico teriam potencial para se

transformarem em reportagem Aleacutem da fraccedilatildeo do conhecimento a ser potencialmente consumida pelo

grande puacuteblico exploramos com um pouco mais de profundidade a linguagem e a modelagem baacutesicas

dessas aacutereas de pesquisa

Os trecircs assuntos abordados satildeo estes previsatildeo do tempo disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas e

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Os dois primeiros tecircm aplicabilidade mais oacutebvia no dia a dia enquanto o uacuteltimo eacute

uma das questotildees evolutivas mais importantes inclusive considerada por Charles Darwin

4

De posse de ao menos parte do repertoacuterio matemaacutetico que embasa essas questotildees acreditamos ser

possiacutevel fazer um trabalho de divulgaccedilatildeo mais completo que conecte matemaacuteticos e puacuteblico leigo de

uma maneira mais rica e eficiente

5

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 6: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

De posse de ao menos parte do repertoacuterio matemaacutetico que embasa essas questotildees acreditamos ser

possiacutevel fazer um trabalho de divulgaccedilatildeo mais completo que conecte matemaacuteticos e puacuteblico leigo de

uma maneira mais rica e eficiente

5

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

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Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 7: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Previsatildeo do tempo Levar o guarda-chuva ou deixaacute-lo em casa E o casaco Se chover ou fizer frio eacute praga de matildee ou

azar Existe muita matemaacutetica por traacutes da aacuterea que se conhece como meteorologia que estuda o

comportamento da atmosfera e a previsatildeo do tempo

Dias chuvosos podem estragar a praia do final de semana e uma seca pode fazer despencar a

produtividade da lavoura de feijatildeo O planejamento do futuro depende desse tipo de informaccedilatildeo que

tambeacutem pode significar mais seguranccedila eacute sempre bom saber quais as chances de um furacatildeo estar a

caminho (felizmente o Brasil natildeo sofre tanto com esses eventos extremos embora vejamos vez ou

outra grandes ressacas em nossa costa)

O primeiro passo para saber o que vem adiante eacute a obtenccedilatildeo de boas informaccedilotildees relativas ao tempo

no presente as chamadas ldquocondiccedilotildees iniciaisrdquo Para isso satildeo usadas milhares de estaccedilotildees

meteoroloacutegicas em terra que aferem entre outras coisas umidade temperatura de superfiacutecie direccedilatildeo e

velocidade do vento e precipitaccedilatildeo Tambeacutem satildeo usadas informaccedilotildees coletadas por milhares de navios

boias aviotildees balotildees atmosfeacutericos e sateacutelites

Com esse conjunto de dados eacute possiacutevel alimentar modelos matemaacuteticos de como o futuro do tempo

poderia ser Como o total de contas a serem realizadas eacute gigantesco satildeo usados supercomputadores

Caso as contas fossem feitas ldquoagrave matildeordquo ou em computadores como aqueles que temos em casa ou no

trabalho as previsotildees demorariam muito para ficarem prontas ou seja seriam ldquoprevisotildeesrdquo do passado

Perder-se-ia portanto a finalidade mais praacutetica da previsatildeo do tempo de ajudar no planejamento das

atividades cotidianas (embora isso natildeo anulasse seu valor cientiacutefico)

Atualmente os modelos globais mais utilizados fazem boas previsotildees para um prazo de sete a dez dias

Mas como sabemos as previsotildees agraves vezes erram e o tamanho do erro tende a ser maior quanto mais

no futuro tentamos enxergar A matemaacutetica tambeacutem explica isso

Pequenos erros ou imprecisotildees nas medidas das condiccedilotildees iniciais mdashcomo temperatura cobertura de

nuvens ou pressatildeo atmosfeacutericamdash num prazo de apenas alguns dias podem gerar previsotildees nada

condizentes com a realidade

Isso porque a atmosfera pode ser definida como o que os matemaacuteticos chamam de sistema caoacutetico ou

seja no qual pequenas mudanccedilas nas condiccedilotildees iniciais podem acarretar um futuro completamente

diverso

Na deacutecada de 1960 o matemaacutetico Edward Lorenz a partir de modelos simplificados de equaccedilotildees que

regem a dinacircmica atmosfeacuterica chegou a um sistema que ilustra bem a questatildeo Pequeniacutessimas

6

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 8: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

variaccedilotildees nas coordenadas do ponto de partida levam a comportamentos bastante distintos com

padrotildees de movimentos complexos e natildeo repetitivos

Um meio de tentar garantir a confiabilidade das previsotildees no meacutedio prazo explica Saulo Barros

professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP que trabalha com o tema eacute fazer as

projeccedilotildees tambeacutem com pequenas perturbaccedilotildees nas condiccedilotildees iniciais a chamada previsatildeo por

conjuntos realizadas haacute cerca de 25 anos

Se essas previsotildees forem bastante parecidas entre si haacute confianccedila de que a realidade seraacute muito

parecida com a meacutedia desse conjunto Se as pequenas variaccedilotildees gerarem previsotildees muito divergentes

o futuro torna-se mais cinzento figurativamente falando

Outra maneira de tentar acertar mais do que errar eacute com melhores modelos matemaacuteticos aacuterea na qual

a atuaccedilatildeo de matemaacuteticos engenheiros meteorologistas e outros cientistas eacute intensa

ldquoNingueacutem faz modelagem partindo da coisa mais complexa Dessa forma dificilmente se entenderia o

problema ou haveria desenvolvimentordquo diz Barros

Um exemplo didaacutetico para ilustrar a complexidade de modelos eacute a queda livre de um objeto via de regra

utiliza-se uma equaccedilatildeo conhecida como movimento uniformemente acelerado Dependendo do

tamanho da queda e do formato do objeto eacute possiacutevel que passe a ser importante incluir um termo na

equaccedilatildeo referente agrave resistecircncia do ar mdash sob risco de que a previsatildeo sobre a queda (tempo que vai levar

para o objeto tocar o solo) se torne muito equivocada e de certo modo imprestaacutevel

Em sua pesquisa Barros estudou um modelo simplificado denominado equaccedilotildees de aacutegua rasa que tecircm

aplicaccedilotildees na dinacircmica atmosfeacuterica ao descreverem o comportamento da superfiacutecie de fluidos ldquoElas

capturam informaccedilotildees relevantes para o modelo globalrdquo O trabalho do matemaacutetico eacute encontrar um

modo eficiente de resolver essas equaccedilotildees

Haacute outras camadas de complexidade que podem entrar em jogo como a radiaccedilatildeo solar e o

comportamento das nuvens Quanto mais complexidade poreacutem mais poder computacional eacute

necessaacuterio para solucionar as equaccedilotildees e maiores tambeacutem as possiacuteveis fontes de erros

Para poder fazer as contas e a previsatildeo propriamente dita (ou no jargatildeo matemaacutetico integrar o

modelo) eacute necessaacuterio antes fazer previsotildees para uma malha de pontos teoacutericos espalhados de modo

uniforme pelo globo terrestre [veja no infograacutefico] Eacute preciso ter informaccedilotildees das condiccedilotildees iniciais

(temperatura pressatildeo direccedilatildeo do vento etc) para cada um deles Soacute entatildeo tenta-se descobrir o que

vem adiante

Buscar a melhor maneira de estabelecer as condiccedilotildees iniciais de um sistema por si soacute jaacute eacute uma aacuterea de

pesquisa conhecida como inicializaccedilatildeo de modelos

7

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 9: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Os melhores modelos da atualidade explica Barros tecircm resoluccedilatildeo de cerca de 10 km Isso quer dizer

que cada ponto dessa malha teoacuterica estaacute localizado 10 km distante dos outros mais proacuteximos dele Ter

uma resoluccedilatildeo menor (e melhor) de 1 km por exemplo pode ser vantajoso para ter uma previsatildeo mais

acurada mas o preccedilo disso novamente eacute o custo computacional ou seja pode natildeo ser pragmaacutetico

fazer essas contas de rotina

Uma das fronteiras da dinacircmica meteoroloacutegica satildeo os chamados cloud-resolving models (CRM ou

modelos de resoluccedilatildeo de nuvens em traduccedilatildeo livre) que buscam com uma resoluccedilatildeo baixa (como 1

km por exemplo) entender o comportamento das nuvens mdash cruciais para o tempo vale lembrar

Se houver uma maneira eficaz de resolver essa questatildeo conta o matemaacutetico eacute possiacutevel que os

modelos sejam complementados com essa informaccedilatildeo e se tornem ainda mais precisos

Por ora existem outras aacutereas de pesquisas que tentem capturar essas informaccedilotildees como cobertura de

nuvens radiaccedilatildeo solar e convecccedilatildeo a partir de outras grandezas ou seja de forma indireta mdash eacute a

chamada parametrizaccedilatildeo

Outro elemento no qual eacute possiacutevel haver otimizaccedilatildeo eacute a chamada computaccedilatildeo paralela mdash fazer um

supercomputador com vaacuterios nuacutecleos de processamento trabalhar da maneira mais eficiente para

resolver um problema Barros explica ldquoNem sempre eacute possiacutevel fazer dez pessoas fazerem dez vezes

mais raacutepido o trabalho de uma Na verdade raramente isso acontece uma tem que esperar a outra

acabar a parte dela elas tecircm de se comunicar etcrdquo

O matemaacutetico Saulo Barros

Saulo Barros natildeo seguiria uma carreira que natildeo fosse de exatas ldquoAteacute por falta de opccedilatildeordquo como conta

jaacute que quando teve de escolher pela aacuterea de estudo no antigo segundo grau deixou para traacutes as

humanidades (o chamado curso claacutessico) e as bioloacutegicas

Como boa parte dos interessados por exatas Barros optou pela engenharia e entrou na Escola

Politeacutecnica da USP embora tambeacutem tivesse pensado em cursar fiacutesica mdash o ano era 1976 Durante seis

meses levou o curso a seacuterio ldquoDepois decidi que ia cair fora Natildeo me imaginava engenheiro Aleacutem disso

o curso de fiacutesica que tive foi muito ruim No ano seguinte pulei pra caacute [IME-USP onde cursou

matemaacutetica aplicada]rdquo

Seraacute que dessa vez entatildeo Barros ficaria satisfeito ldquoParcialmente nessa idade eu tinha interesses

diversos Algumas partes do meu curso eu fiz com dedicaccedilatildeo a seacuterio Outras a gente fazia para

cumprir tabela Havia uns cursos bons e outros nem tanto Eu fui me dedicar mais quando decidi fazer

mestrado mdash aiacute ou tinha de fazer de verdade ou natildeo fazia sentidordquo

8

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

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Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

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lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 10: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

A descoberta sobre a aacuterea na qual iria trabalhar mdash anaacutelise numeacuterica campo relativamente amplo na

matemaacutetica mdash veio soacute ao longo do mestrado feito tambeacutem na USP No doutorado Barros foi para a

Alemanha na Universidade de Bonn onde defendeu sua tese em 1989

Anaacutelise numeacuterica eacute uma aacuterea da matemaacutetica que estuda meacutetodos para fornecer boas aproximaccedilotildees

numeacutericas para diversos problemas como a resposta de concreto e accedilo a vibraccedilotildees a dispersatildeo de

poluentes nos mares e na atmosfera a estipulaccedilatildeo de preccedilos de passagens aeacutereas aleacutem da proacutepria

previsatildeo do tempo aacuterea agrave qual o matemaacutetico se dedica

Nos cursos de formaccedilatildeo em anaacutelise numeacuterica satildeo geralmente trabalhadas as equaccedilotildees claacutessicas natildeo

aplicaccedilotildees especiacuteficas ldquoO lado vantajoso de trabalhar com essa abstraccedilotildees eacute que coisas que muitas

vezes aparentemente natildeo tecircm nada a ver uma com a outra satildeo essencialmente o mesmo problema

matemaacutetico assim como a teacutecnica para contar laranjas e maccedilatildes eacute a mesmardquo

O pesquisador se queixa que hoje se solicita que tudo seja contextualizado ldquoMuitas vezes os exemplos

satildeo ruins artificiais mdash os bons exemplos satildeo mais complicados Aiacute o aluno perde a chance de exercitar

a abstraccedilatildeo que faz parte do raciociacutenio matemaacuteticordquo

Com relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo da populaccedilatildeo Barros diz que ldquoinfelizmente estamos em uma sociedade na

qual as pessoas acham lindo dizer que natildeo sabem nada de matemaacutetica Agraves vezes a pessoa eacute culta e

letrada e natildeo tem vergonha de dizer que natildeo sabe nada de matemaacutetica mdashmatemaacutetica elementar digo

Eacute um problema seacuterio da nossa formaccedilatildeo como sociedaderdquo

ldquoEacute preciso agir laacute embaixo na base Vocecirc pega uma crianccedila do Ensino Fundamental I (e elas natildeo tecircm

viacutecios a princiacutepio) Por que na maioria das vezes natildeo eacute despertado o interesse pelo raciociacutenio

matemaacutetico O professor pode natildeo saber lidar com temas elementares da matemaacutetica ou ter receio de

a abordar outros Esse medo essa aversatildeo se transmiterdquo

9

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

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Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

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Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

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de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

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A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

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Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 11: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

10

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

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Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 12: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

A matemaacutetica aacuteguas rasas

As equaccedilotildees de aacuteguas rasas uma das aacutereas de pesquisa de Saulo Barros podem ser compreendidas

como aquelas que regem o comportamento de massa drsquoaacutegua nas quais a extensatildeo da superfiacutecie eacute

muito maior do que a profundidade O mesmo modelo vale para outros liacutequidos incompressiacuteveis

Nesse sentido um oceano com alguns poucos quilocircmetros de profundidade pode curiosamente ser

chamado de ldquoaacutegua rasardquo graccedilas aos milhares de quilocircmetros de extensatildeo de superfiacutecie

Baseados nas notas do curso ldquoDynamics of the Atmosphererdquo de Alan Plumb do MIT e na modelagem

computacional de Clever Moler comeccedilar o raciociacutenio em duas dimensotildees ( e ) A densidade eacute

uniforme e o fluxo eacute considerado inviacutescido (isto eacute sem viscosidade) e independente da dimensatildeo

espacial (transversal ao papel no esquema abaixo) Tambeacutem consideramos que a aacutegua eacute tatildeo rasa

que o fluxo de velocidade eacute constante em relaccedilatildeo agrave profundidade e que a pressatildeo atmosfeacuterica

eacute constante e uniforme na superfiacutecie localizada na altura

Figura 1 Esquema das forccedilas envolvidas no comportamento de aacuteguas rasas em duas dimensotildees

Consideramos aqui o volume de entre as superfiacutecies e localizadas em e

respectivamente A massa desse volume (por unidade de comprimento ) eacute Como a

massa natildeo pode ser criada ou destruiacuteda a uacutenica maneira de ela mudar eacute por meio do fluxo de massas

atraveacutes das superfiacutecies e

Na figura 2 abaixo considerando que a velocidade em eacute e que no tempo todo o fluxo passa

entre e que distam a aacuterea (ou o volume por unidade de comprimento de ) que

atravessa eacute e a massa eacute

11

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

56

wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

57

vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 13: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 2 Esquema de bloco de liacutequido como movimento atraveacutes das superfiacutecies A e Arsquo

Assim o fluxo de massas que atravessa por unidade de tempo por unidade de comprimento em eacute

O fluxo de massas na interface eacute (considerando a direccedilatildeo

positiva de para fora do volume)

Dessa forma a taxa de acumulaccedilatildeo de massa (por unidade de comprimento em ) dentro do volume

definido por eacute

Como temos

Podemos cancelar os termos e

12

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 14: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Agora vamos reescrever o lado direito da equaccedilatildeo com a regra do produto

(1)

Esta eacute a equaccedilatildeo de continuidade que representa a mudanccedila da altura em termos de duas

contribuiccedilotildees

representa a advecccedilatildeo da altura

representa a convergecircncia de volume

Nesta proacutexima fase vamos considerar o balanccedilo de momento da aacutegua no volume Precisamos

conhecer a distribuiccedilatildeo de na aacutegua Pelos princiacutepios de hidrostaacutetica sabemos que a pressatildeo em uma

determinada aacuterea aumenta com a profundidade de acordo com a coluna de aacutegua imediatamente acima

No caso da Fig 1 a pressatildeo em uma profundidade qualquer abaixo da superfiacutecie pode se

descrita como

(2)

na qual eacute a aceleraccedilatildeo da gravidade e que assim como eacute constante O termo

representa a massa de aacutegua acima do niacutevel

13

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

57

vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 15: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Aplicando a lei de Newton ao volume de aacutegua temos que na qual eacute a forccedila resultante

(por unidade de comprimento em ) aplicada ao volume As forccedilas em questatildeo satildeo representadas na

Fig 4

Figura 3 Esquema de forccedilas agindo em um bloco de liacutequido considerando a inclinaccedilatildeo da superfiacutecie

A accedilatildeo sobre volume ao longo da interface A (tendendo a aceleraacute-lo na no sentido positivo de ) eacute

igual a uma forccedila por unidade de comprimento de eacute Em B (no sentido

negativo de ) temos

Haacute ainda uma terceira componente na superfiacutecie livre representada por na Fig 4 A pressatildeo

atmosfeacuterica exerce uma forccedila normal agrave superfiacutecie de por unidade de e na qual eacute a largura

desse volume ao longo da superfiacutecie

Como essa superfiacutecie eacute inclinada haacute um componente natildeo nula agindo no sentido positivo

de sendo o acircngulo dessa superfiacutecie em relaccedilatildeo ao plano horizontal Como a

contribuiccedilatildeo dessa forccedila em eacute Se temos

A forccedila resultante no volume de aacutegua por unidade de pode ser descrito como

14

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

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de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

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A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

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Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

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40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 16: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Mas de (2) temos que

Daiacute

mdashmdash-

A aceleraccedilatildeo do volume eacute dada por

e como independe de todos os termos que envolviam foram cancelados A forccedila resultante no

volume se deve apenas aos gradientes dentro da aacutegua que por causa do equiliacutebrio hidrostaacutetico se

devem inteiramente aos gradientes na superfiacutecie

Como temos

ou seja

15

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

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Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

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ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

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Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

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Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

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de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 17: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Como aplicamos a regra da cadeia

A equaccedilatildeo de movimento na forma claacutessica entatildeo eacute a seguinte

(3)

Da mesma forma que a equaccedilatildeo (1) ela atrela a taxa de mudanccedila de velocidade a dois termos a) o

termo de pressatildeo do gradiente e b) a advecccedilatildeo de momento

As equaccedilotildees (1) e (3) satildeo preditivas em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis desconhecidas e Aiacute

bastaria determinar como o sistema se desenvolve graccedilas agraves condiccedilotildees iniciais e agraves condiccedilotildees de

contorno

Como as equaccedilotildees satildeo natildeo lineares apesar da forma simples como satildeo escritas suas propriedades

satildeo complexas

No caso o conjunto de equaccedilotildees que regem o comportamento das aacuteguas rasas seria formado por (1) e

(3)

ou

16

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

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de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

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A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

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Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 18: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Vamos agora apresentar o caso em trecircs dimensotildees

Figura 4 Esquema de bloco de liacutequido considerando as trecircs dimensotildees

No exemplo de um determinado oceano vamos considerar e as coordenadas bidimensionais de

sua superfiacutecie e sendo o tempo Essas satildeo as variaacuteveis independentes

As variaacuteveis dependentes seriam a profundidade as velocidades e nas duas dimensotildees da

superfiacutecie A forccedila que age no fluido eacute a gravidade g

Tanto a massa (que eacute proporcional a ) quanto o momento (proporcional a e ) satildeo conservados

A massa desse volume de aacutegua eacute dada por Recuperando o raciociacutenio apresentado na

figura 3 temos que

(4)

17

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 19: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

ou ainda se adotarmos

Se temos

(5)

Combinando 4 e 5 temos a

(6)

ou ainda

Se expandirmos (6) temos

ou

Na modelagem aqui adotada as equaccedilotildees parciais que regem o modelo de aacuteguas rasas satildeo escritas na

seguinte forma

18

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 20: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Se adotarmos

entatildeo as equaccedilotildees podem ser representadas na forma vetorial compacta

Para a modelagem eacute preciso definir as chamadas condiccedilotildees de contorno que definem o que acontece

quando o modelo chega agraves bordas como praias ou encostas no caso de um oceano No exemplo que

usaremos aqui consideramos uma pequena regiatildeo quadrada supondo que haja uma reflexatildeo nas

bordas ou seja na vertical e na horizontalCarregando Carregando

Em um instante inicial as variaacuteveis representam soluccedilotildees no centro dessa grade finita

Figura 5 Esquema de malha usada no caacutelculo

Usaremos o meacutetodo de Lax-Wendroff conforme para achar uma soluccedilatildeo numeacuterica aproximada

O termo representa um vetor com trecircs componentes na ceacutelula i j que evolui com o passo n

Cada passo envolve duas etapas O primeiro estaacutegio eacute um ldquomeio passordquo no qual os valores de satildeo

encontrados para o instante e nos pontos intermediaacuterios das bordas

19

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

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lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

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Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 21: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 6 Esquema de pontos usados no caacutelculo apoacutes meio passo

A segunda etapa envolve o uso desses caacutelculos para calcular os novos valores no centro de cada

ceacutelula voltando agrave figura 5 formando o passo completo

20

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

mathworksmathworks-dot-commolerexmchapterswaterpdfgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Encyclopedia of Mathematics ldquoLax-Wendroff methodrdquo Disponiacutevel em

lthttpwwwencyclopediaofmathorgindexphptitle=Lax-Wendroff_methodampoldid=22713gt Acesso em 7

de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

22

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 22: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 7 Imagem de simulaccedilatildeo de aacuteguas rasas implementada em MATLAB A perturbaccedilatildeo inicial eacute feita na forma de algumas ldquogotasrdquo Eacute

possiacutevel alterar paracircmetros como a gravidade e obter resultados diferentes

Referecircncias Holton James R An Introduction to Dynamic Meteorology 4ordf Ed Burlington (MA) Elsevier 2004

Mole Clever Shallow Water Equations Disponiacutevel em lthttpswwwmathworkscomcontentdam

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de fevereiro de 2019

Plumb Alan Notas do curso Dynamics of the Atmosphere Disponiacutevel em

lthttpeapsmitedu~rapcourses12333gt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

21

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

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de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

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A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

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Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

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Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 23: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas infecciosas Doenccedilas infecciosas satildeo uma das maiores preocupaccedilotildees globais de sauacutede especialmente em paiacuteses

tropicais e em desenvolvimento nos quais o Aedes aegypti e outros mosquitos transmissores de

doenccedilas proliferam-se com facilidade

Todos os anos 390 milhotildees de pessoas tecircm dengue e centenas de milhares sofrem com chikungunya

doenccedila incapacitante que cada vez mais parece se aproximar dos grandes centros urbanos Ainda haacute a

zika cujo surto recente assustou o Brasil e o mundo graccedilas aos nascimentos de bebecircs com

microcefalia e outras maacutes-formaccedilotildees ligadas agrave infecccedilatildeo

Se por um lado eacute preciso atacar a raiz do problema buscar vacinas e novos tratamentos outra

trincheira envolve compreender quantas pessoas satildeo afetadas como elas e mosquitos transmitem as

doenccedilas para as outras e no fim das contas qual eacute o tamanho da encrenca mdashe se os recursos

disponiacuteveis satildeo capazes de ajudar a reverter o quadro

Em um estudo publicado na revista Scientific Reports o matemaacutetico Seacutergio Oliva do Instituto de

Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP e pesquisadores do Canadaacute e da China avaliaram que a estrateacutegia de

usar mosquitos contaminados com a bacteacuteria Wolbachia para reduzir o espalhamento de arboviroses

poderia ser melhorada

A bacteacuteria tem a interessante propriedade de atrapalhar a reproduccedilatildeo de insetos como o Aedes ao agir

em seus ovaacuterios e testiacuteculos Aleacutem disso os insetos que carregam Wolbachia tambeacutem se infectam e

transmitem menos o viacuterus da dengue Uma iniciativa australiana ldquoEliminate Denguerdquo aposta na

estrateacutegia para combater a doenccedila

Se uma fecircmea com Wolbachia encontra um macho selvagem os ovos produzidos tambeacutem carregaratildeo

Wolbachia (o mesmo que acontece quando dois insetos com Wolbachia acasalam) Se um macho com

Wolbachia encontra uma fecircmea selvagem poreacutem os ovos simplesmente natildeo nascem

A mudanccedila proposta por Oliva e colaboradores baseados em um modelo matemaacutetico da propagaccedilatildeo

de zika eacute restringir a soltura de mosquitos apenas aos machos Diferentemente do que acontece nos

cruzamentos de fecircmeas com Wolbachia e machos selvagens os ovos resultantes do encontro entre

machos com Wolbachia e fecircmeas selvagens natildeo satildeo viaacuteveis mdasho que leva agrave reduccedilatildeo da populaccedilatildeo

No caso da liberaccedilatildeo conjunta de machos e fecircmeas eventualmente eacute possiacutevel atingir a meta de que

todos os insetos no local adquiram a bacteacuteria mas soacute a liberaccedilatildeo de um grande nuacutemero de machos

teria potencial para acabar com o mosquito

Em seu trabalho os pesquisadores com dados disponiacuteveis do surto de zika em 2016 concluiacuteram que

seria possiacutevel reduzir o pico de casos que chegou a 16 mil em uma semana para 12 mil ao liberar

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machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

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O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

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Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 24: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

machos e fecircmeas com Wolbachia e para 106 mil usando apenas os machos Isso considerando apenas

a liberaccedilatildeo durante o proacuteprio surto como uma espeacutecie de medida de emergecircncia

No caso de uma proposta de erradicaccedilatildeo a proporccedilatildeo de machos com Wolbachia liberados deveria ser

cinco vezes aquela de machos selvagens mdashtarefa que pode ter uma logiacutestica complicada jaacute que natildeo eacute

trivial separar larvas machos e fecircmeas

A alternativa proposta por Oliva e colaboradores ainda natildeo eacute considerada pelo projeto da Wolbachia

que afirma ter como objetivo principal bloquear a transmissatildeo viral natildeo a eliminar os mosquitos

Um outro resultado de modelagem matemaacutetica para entender a dinacircmica da zika abordou o caso da

Polineacutesia Francesa onde houve um grande surto entre 2013 e 2014 que chegou a afetar 82 da

populaccedilatildeo em algumas regiotildees do territoacuterio A principal conclusatildeo eacute que demoraria entre 12 e 20 anos

para que um nuacutemero de indiviacuteduos susceptiacuteveis fosse grande o suficiente para permitir novamente o

espalhamento da doenccedila

Nessa modelagem natildeo foi considerada por exemplo a possibilidade de transmissatildeo sexual da doenccedila

que apesar de pequena em comparaccedilatildeo agrave transmissatildeo via mosquito natildeo eacute negligenciaacutevel e pode

piorar o surto e atrasar seu teacutermino Daiacute surge a necessidade de providecircncias como o estiacutemulo ao uso

de preservativos e o diagnoacutestico acurado de casos suspeitos

Um fator que atrapalha a construccedilatildeo de modelos mais fidedignos eacute a indisponibilidade de dados Natildeo se

sabe no Brasil por exemplo quantas pessoas jaacute tiveram cada um dos quatro tipos de dengue e mesmo

assim os casos da doenccedila satildeo muito heterogecircneos mdashvaacuterios satildeo assintomaacuteticos ou seja a pessoa nem

sabe que foi infectada Aleacutem disso a maior parte dos casos leves nem eacute oficialmente reportada lembra

Oliva

A maior ameaccedila para a sauacutede eacute quando uma pessoa pega dengue pela segunda vez Pode acontecer o

chamado antibody-dependent enhancement (ADE reforccedilo dependente de anticorpos em traduccedilatildeo

livre) em que os anticorpos produzidos contra um dos tipos da dengue em vez de ajudarem a combater

os demais tipos acabam agravando a doenccedila

Alguns pesquisadores propotildeem que o ADE possa explicar a gravidade de casos de zika (o viacuterus

causador eacute um flaviviacuterus da mesma famiacutelia dos viacuterus da dengue) Esse eacute outro desafio de modelagem

que Oliva e seus orientandos de poacutes-graduaccedilatildeo enfrentam

O que torna o desafio mais penoso eacute que ningueacutem sabe quantos mosquitos existem por aiacute O uso de

armadilhas pode ajudar na estimativa mas natildeo existe um esforccedilo sistematizado nesse sentido no Brasil

Antes de se aventurar pela aacuterea da epidemiologia Oliva trabalhava com os chamados modelos de

reaccedilatildeo-difusatildeo que explicam entre outras coisas o surgimento de padrotildees como as manchas na pele

23

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 25: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

de animais como na onccedila-pintada um dos temas ao qual se dedicou o matemaacutetico britacircnico Alan

Turing

A primeira dificuldade para entrar em uma nova aacuterea eacute a linguagem explica Oliva ldquoNatildeo tinha ideia do

que as pessoas falavam o que era incidecircncia prevalecircnciahelliprdquo No caso incidecircncia eacute quantidade de

novos casos de uma doenccedila em um determinado periacuteodo prevalecircncia eacute fraccedilatildeo de uma determinada

populaccedilatildeo que tem a doenccedila

Aleacutem disso para bolar um modelo de espalhamento de doenccedilas eacute importante ter (ou estimar) a

probabilidade de uma pessoa infectada passar a doenccedila para outras O mesmo raciociacutenio vale para a

probabilidade de um mosquito fecircmea se infectar enquanto caccedila humanos por exemplo

ldquoDemora ateacute entender que perguntas satildeo razoaacuteveis Eacute muito faacutecil natildeo fazer nada de relevante quando

atuamos na intersecccedilatildeo de duas aacutereas [epidemiologia e matemaacutetica no caso] Eacute muito faacutecil ficar no

meio do caminho em questotildees que natildeo satildeo relevantes nem na matemaacutetica nem na aplicaccedilatildeo

propriamente ditardquo

Haacute um grande risco de o modelo matemaacutetico desenvolvido na verdade ser um profeta do passado ou

seja explicar muito bem o que jaacute aconteceu e natildeo ser uacutetil para tomar providecircncias em relaccedilatildeo ao que

vem adiante

O sucesso afirma Oliva depende da colaboraccedilatildeo de indiviacuteduos com formaccedilotildees distintas No caso para

entender o que o achado significa para a doenccedila eacute ver se ele tem alguma correspondecircncia cliacutenica

Uma das grandes apostas da aacuterea eacute o chamado modelo baseado em agente (agent-based model)

Funciona como se fosse uma espeacutecie de SimCity [jogo eletrocircnico em que o objetivo eacute gerenciar uma

cidade] epidemioloacutegico No programa planeja-se o comportamento de cada indiviacuteduo se vai agrave escola

se viaja quem encontrahellip ldquoRequer o trabalho de imaginar tudo o que pode acontecer eacute quase um

trabalho para Deusrdquo brinca Oliva

Com uma base de ateacute milhotildees de indiviacuteduos cada um com seu comportamento eacute necessaacuterio um

grande poder computacional para rodar esses modelos

Esses modelos podem ser interessantes jaacute que consideram a dinacircmica espacial dos agentes viagens

de aviatildeo entre outros comportamentos Mas a sofisticaccedilatildeo vem com um preccedilo pode ser desafiador

fazer previsotildees consistentes com a realidade

24

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 26: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

O matemaacutetico Seacutergio Oliva

Graccedilas ao engenheiro e matemaacutetico Waldyr Muniz Oliva 86 a famiacutelia natildeo estranhou quando o jovem

Seacutergio decidiu cursar matemaacutetica A presenccedila do tio ajudou um pouquinho ldquoEle sempre foi um

apaixonado pela matemaacutetica e isso influenciou bastanterdquo

Seacutergio 53 conta que morava no mesmo preacutedio em que o tio ldquoEle se dedicava agrave matemaacutetica com

paixatildeo e estava sempre presente Como ele era pesquisador vaacuterios estrangeiros apareciam por laacute Na

hora de eu escolher uma carreira natildeo foi uma decisatildeo tatildeo absurdardquo

Ainda no comeccedilo do mestrado tambeacutem no IME em 1987 Oliva foi contratado como professor Logo

comeccedilou a dar aula para os alunos da Escola Politeacutecnica ldquoEu tinha quase a mesma idade que elesrdquo

lembra ldquoAs turmas eram diferentes das de hoje eles se dispersavam menos Naquela eacutepoca o pior que

acontecia era algueacutem ler um jornal durante a aula Natildeo que hoje as pessoas sejam menos dedicadas

mas acho que a capacidade de concentraccedilatildeo diminuiurdquo

O doutorado com sistemas de reaccedilatildeo-difusatildeo foi cursado nos EUA no Instituto de Tecnologia da

Georgia sob orientaccedilatildeo de Jack Hale um amigo de seu tio Os amigos latinos adoravam uma festa

conta Oliva mas tambeacutem trabalhavam bastante

ldquoTem gente que faz pesquisa soacute pensando no artigo mesmo sem gostar das pessoas com quem

trabalha Eu natildeo consigo Gosto de sentar discutir um problema com algueacutem e construir algo Isso eacute

divertido eacute o que me atrai independentemente de ser na matemaacutetica ou em outra aacuterea A academia

permite essas uniotildees que natildeo servem para ganhar dinheiro mas para produzir algo em conjuntordquo

Uma dessas colaboraccedilotildees aconteceu durante seu doutorado quando trabalhou com um engenheiro que

tentava resolver um problema de rotores de helicoacutepteros denominado ldquorotating stallrdquo que fazia a turbina

parar de funcionar O piloto entatildeo aumentava a potecircncia a turbina funcionava menos ainda aquecia e

explodia Como resultado da parceria surgiu o um modelo matemaacutetico que ajudava a descrever o

problema ldquoNatildeo tinha nada a ver com a minha tese mas foi divertidordquo

Oliva jaacute publicou um artigo em que modela a dinacircmica da inflamaccedilatildeo em feridas diabeacuteticas (um

problema seacuterio para quem tem a doenccedila) e no momento trabalha com cientistas do Instituto Butantan

para compreender o impacto da vacina contra a dengue que estaacute em fase final de desenvolvimento

ldquoEstamos tentando ajudar mas o ritmo eacute outro Nem sempre a velocidade que a gente consegue fazer

bate com a velocidade que eles precisam mas temos uma conversa com eles bem proacuteximardquo

O matemaacutetico eacute um entusiasta da profissatildeo que segundo ele se justifica tambeacutem pelo baixo

investimento necessaacuterio ldquoA gente faz matemaacutetica porque gosta E tudo o que precisamos eacute de recurso

para visitar um colega de fora do paiacutes de vez em quando Custamos muito poucordquo

25

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 27: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

26

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 28: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

A matemaacutetica modelos SIR e SEIRS

Um dos modelos matemaacuteticos que permitem o estudo de caracteriacutesticas de epidemias eacute o chamado

SIR Cada letra S I e R representa um compartimento ou um subconjunto da populaccedilatildeo a saber o

nuacutemero de susceptiacuteveis agrave doenccedila de infectados e de recuperados em funccedilatildeo do tempo

Figura 1 Esquema do modelo SIR as taxas e satildeo os uacutenicos inputs aleacutem das condiccedilotildees iniciais

No esquema representa a taxa de disseminaccedilatildeo da doenccedila ou seja a quantidade de novos

infectados a partir do contato com algueacutem jaacute com a doenccedila E representa a taxa de

recuperaccedilatildeo na qual eacute a meacutedia de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo

No caso o modelo SIR pode ser representado pelo seguinte conjunto de equaccedilotildees diferenciais

ordinaacuterias (EDO)

A soma eacute constante ao longo do tempo ou seja natildeo assumimos

nenhuma grande variaccedilatildeo de tamanho da populaccedilatildeo Logo

Um dos paracircmetros mais importantes que emergem desse modelo eacute o chamado o chamado

ldquonuacutemero reprodutivo baacutesicordquo ou ainda ldquolimiar epidemioloacutegicordquo Vale notar que natildeo tem relaccedilatildeo direta

com o nuacutemero de recuperados e sim com o surgimento de novos infectados ou seja a segunda

equaccedilatildeo do sistema acima

27

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

28

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 29: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Em outras palavras essa quantidade representaria o potencial de novas infecccedilotildees a partir de um uacutenico

indiviacuteduo Se a infecccedilatildeo tem potencial de disseminaccedilatildeo caso contraacuterio tende a se autolimitar

Considerando que praticamente 100 da populaccedilatildeo no iniacutecio de um surto eacute susceptiacutevel podemos

simplificar a equaccedilatildeo do para essa situaccedilatildeo em particular

Ou seja se soubermos de antematildeo os valores de e de temos condiccedilotildees de saber o potencial de

disseminaccedilatildeo Essa medidas geralmente satildeo feitas em campo e satildeo particularmente uacuteteis nos modelos

que tratamos aqui nesta seccedilatildeo

Por exemplo o sarampo tem altiacutessimo Isso pode ser interpretado como uma crianccedila

infectada que passa a doenccedila para outras 15 em uma sala de aula

Outras doenccedilas como a gripe tem Taxa semelhante se daacute na dengue mas nesse caso haacute

outros fatores que tambeacutem entram na conta como a taxa de picadas para cada Aedes aegypti fecircmea e

a chance de haver essa transmissatildeo

Com informaccedilotildees como essa eacute possiacutevel tambeacutem estabelecer metas de vacinaccedilatildeo mdashquanto maior a

fraccedilatildeo imune da populaccedilatildeo mais difiacutecil eacute uma doenccedila se espalhar

Vamos observar a dinacircmica do SIR Na simulaccedilatildeo abaixo realizada no MATLAB

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Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

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Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

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Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

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Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

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34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 30: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 2 Simulaccedilatildeo do tipo SIR ao longo de 150 dias Foi utilizado a funccedilatildeo ode45 para obter as quantidades S I e R no periacuteodo desejado Os

paracircmetros usados foram No instante o nuacutemero de infectados equivale a um milioneacutesimo da populaccedilatildeo e natildeo haacute

recuperados

Enquanto haacute um transiente de infectados a populaccedilatildeo tende a se tornar cada vez mais mais imune

(recuperada) com esse nuacutemero perto de 100 Como natildeo haacute entrada ou saiacuteda de elementos nessa

populaccedilatildeo a partir de um certo patamar natildeo haveraacute mais mudanccedilas haacute estabilidade epidemioloacutegica

No caso foi usada a funccedilatildeo preacute-implementada no MATLAB ode45 que usa uma forma do meacutetodo de

Runge-Kutta para resolver o sistema de equaccedilotildees diferenciais Mas eacute possiacutevel resolver o problema de

forma menos sofisticada (ou ldquomais manualrdquo) usando o meacutetodo de Euler por exemplo

29

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 31: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 3 Esquema de resoluccedilatildeo numeacuterica pelo meacutetodo de Euler Sabendo as condiccedilotildees iniciais e com a definiccedilatildeo do nuacutemero de passos e do

intervalo de interesse eacute possiacutevel calcular cada ponto intermediaacuterio e chegar a uma aproximaccedilatildeo da funccedilatildeo a ser estudada

Figura 4 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com o meacutetodo de Euler As cruzes representam os pontos em cada um dos 300 segmentos

(passo de 05) utilizados nesta simulaccedilatildeo Com passos menores eacute possiacutevel chegar a uma soluccedilatildeo mais proacutexima da real

Eacute possiacutevel sofisticar o modelo-base SIR de algumas formas Uma delas eacute inserir a dinacircmica vital ou

seja incluir uma taxa de nascimento e de mortalidade A partir do modelo SIR anterior adicionamos as

taxas de natalidade e de mortalidade em todos os compartimentos

30

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

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Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 32: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 5 Esquema do modelo SIR com dinacircmica vital Aleacutem das taxas e satildeo necessaacuterias e taxa de nascimento e de mortalidade

respectivamente

No caso o sistema de equaccedilotildees pode ser expresso da seguinte maneira

Para manter a populaccedilatildeo constante vamos adotar Em nossa simulaccedilatildeo consideramos a taxa de

mortalidade proacutexima agravequela observada no Brasil de 608 a cada 1000 pessoas por ano Para ela entrar

no modelo ela teve de ser transformada numa taxa meacutedia diaacuteria de entrada e saiacuteda de indiviacuteduos da

populaccedilatildeo (mais uma simplificaccedilatildeo jaacute que o fluxo de novos bebecircs varia de acordo com a eacutepoca do ano

assim como o de mortes)

O impacto desse fluxo de pessoas eacute perceptiacutevel numa escala de tempo um maior Observa-se que

apesar da oscilaccedilatildeo a populaccedilatildeo caminha para um estado estacionaacuterio no qual as quantidades

e permanecem constantes

31

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

32

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 33: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 6 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo haacute

oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande semelhanccedila

como cenaacuterio apresentado na Fig 2 (os paracircmetros e satildeo os mesmos)

Eacute possiacutevel levar em conta outros fatores na hora de formatar um modelo epidemioloacutegico como esses

que tratamos aqui Por exemplo eacute possiacutevel inserir o tempo que um indiviacuteduo eacute inoculado com o

patoacutegeno (ldquoexpostordquo nessa nomenclatura) e considerar a chance de ele vir ou natildeo a se tornar de se

tornar infectado (ie capaz de passar a doenccedila para outros) Tambeacutem eacute possiacutevel considerar o fato de a

imunidade contra a doenccedila ter uma duraccedilatildeo meacutedia Ou seja os indiviacuteduos recuperados podem voltar a

ser susceptiacuteveis

No esquema abaixo consideramos a taxa de conversatildeo de susceptiacuteveis em expostos e a taxa de

conversatildeo de expostos em infectados A taxa representa a transformaccedilatildeo dos recuperados em

susceptiacuteveis (como acontece por exemplo na gripe) Esse modelo eacute o chamado SEIRS -

Susceptiacuteveis-Expostos-Infectados-Recuperados-Susceptiacuteveis

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Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

33

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

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Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 34: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 7 Esquema do modelo SEIRS que considera um novo compartimento o de indiviacuteduos expostos e a conversatildeo de recuperados em

susceptiacuteveis

Podemos escrever o sistema SEIRS da seguinte forma

No exemplo abaixo consideramos a taxa igual agrave dos casos anteriores O periacuteodo meacutedio de

incubaccedilatildeo aqui considerado eacute de 4 dias ou seja O tempo meacutedio de duraccedilatildeo da infecccedilatildeo eacute

de 10 dias e a conversatildeo de recuperados em susceptiacuteveis demora em meacutedia 100 dias para acontecer

ou seja Nota-se que apoacutes uma oscilaccedilatildeo inicial novamente o modelo caminha para um

equiliacutebrio endecircmico e manteacutem um certo niacutevel de infectados aqui perto do patamar de 7

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Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

Cofee Megan R0 for Determining the Spread of Disease Disponiacutevel em

lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

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Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

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Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

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40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

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Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 35: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 8 Resoluccedilatildeo do sistema de equaccedilotildees SIR com dinacircmica vital (nascimentos e mortes ) Graccedilas ao influxo e efluxo de populaccedilatildeo

haacute oscilaccedilatildeo nas quantidades e Ainda assim elas caminham para um equiliacutebrio endecircmico Nos instantes iniciais haacute grande

semelhanccedila com o cenaacuterio apresentado na Fig 2

Outra limitaccedilatildeo desses modelos aqui tratados eacute a ausecircncia de estratificaccedilatildeo social ou modelagem

especiacutefica por faixa etaacuteria mdash o comportamento das doenccedilas pode diferir bastante entre elas (eg idosos

podem perder a imunidade para certas doenccedilas a uma taxa mais raacutepida do que os mais jovens)

Referecircncias

Barker Christopher A Numerical Methods for Solving Differential Equations Disponiacutevel em

lthttpcalculuslabdeltacollegeeduODE7-C-17-C-1-a-mahtmlgt Acesso em 5 de feveriro de 2019

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lthttpswwwverywellhealthcomsome-diseases-spread-some-dont-how-to-know-which-will-1958758gt

Acesso em 5 de fevereiro de 2019

Edmunds WJ et al The pre-vaccination epidemiology of measles mumps and rubella in Europe

implications for modelling studies

34

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

35

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

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Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

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Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 36: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Smith David e Lang Moore The SIR Model for Spread of Disease - The Differential Equation Model

Epidemiol Infect 2000

Weisstein Eric W Kermack-McKendrick Model Disponiacutevel em

lthttpmathworldwolframcomKermack-McKendrickModelhtmlgt Acesso em 5 de fevereiro de 2019

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Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

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O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

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Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

56

wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 37: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Imagine uma regiatildeo na qual existam tribos em guerra constante Nesse contexto em um dos grupos

emerge uma curiosa caracteriacutestica comportamental e alguns indiviacuteduos passam a se sacrificar em prol

dos demais levando o grupo a ter melhor desempenho nesse ambiente belicoso

Se um determinado grupo derrota outro ele o coloniza mdashe isso eacute compatiacutevel com o que se observa na

histoacuteria quando por exemplo todos os homens de uma tribo satildeo mortos e suas mulheres tecircm filhos

dos vencedores explica Renato Vicente professor do Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP

Dessa forma aquele traccedilo de altruiacutesmo tem chance de se perpetuar seja ele transmitido

horizontalmente ou seja entre os membros do grupo ou verticalmente para os descendentes da

mesma forma que acontece com uma nova mutaccedilatildeo geneacutetica

A transmissatildeo vertical seja geneacutetica ou comportamental (matematicamente natildeo haacute prejuiacutezo em supor

nenhuma das duas) eacute o que se pode chamar de ldquopior casordquo explica Vicente Eacute nessa modalidade em

que esse traccedilo tem mais dificuldade para se propagar jaacute que indiviacuteduos altruiacutestas se arriscam e podem

ateacute mesmo morrer

Assim se for possiacutevel mostrar que mesmo no cenaacuterio mais desfavoraacutevel haacute espaccedilo para o altruiacutesmo

florescer estaria mais claro o modo que essa importante caracteriacutestica surgiu entre os animais e

especialmente entre os homens

Esse eacute um dos temas estudados por Vicente que mostrou que eacute possiacutevel modelar matematicamente a

evoluccedilatildeo do altruiacutesmo mdashtema do interesse de bioacutelogos antropoacutelogos cientistas sociais e agora por que

natildeo de matemaacuteticos

Macacos insetos morcegos lobos camarotildees e ateacute organismos unicelulares demonstram

comportamento altruiacutestico mdashque pode ser definido como aquele no qual um indiviacuteduo arrisca ou abre

matildeo de seu sucesso reprodutivo em prol dos descendentes de seus pares

Nesse sentido natildeo haacute a obrigatoriedade de se considerar a intenccedilatildeo por traacutes dos atos generosos visto

que alguns indiviacuteduos altruiacutestas nem ceacuterebro tecircm mdashe outros certamentes natildeo satildeo capazes de raciociacutenio

simboacutelico elaborado como o humano

Uma das explicaccedilotildees para esse comportamento seria que na verdade os muitos dos genes que seratildeo

transmitidos adiante pelos sobreviventes satildeo compartilhados entre todo o grupo Daiacute tambeacutem decorre o

fato de que o comportamento altruiacutesta eacute mais forte entre pais e filhos por exemplo Essa relaccedilatildeo

tambeacutem pode ser escrita matematicamente e levada em conta na dinacircmica do altruiacutesmo

36

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 38: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

O bioacutelogo Richard Dawkins apresenta em seu claacutessico livro ldquoO Gene Egoiacutestardquo a ideia de que os

organismos e grupos funcionam como maquinaacuterio como meio para permitir a autorreplicaccedilatildeo de genes

mdashque essencialmente podem sobreviver por geraccedilotildees e geraccedilotildees ao passo que o indiviacuteduo eacute muito

mais efecircmero

Assim em um aparente paradoxo o comportamento egoiacutesta dos genes pode ter encontrado uma saiacuteda

altruiacutestica para continuarem a existir

Um dos exemplos lembrados por Vicente satildeo os insetos da ordem Hymnoptera como abelhas vespas

e formigas O grau de altruiacutesmo observado eacute tatildeo grande que culmina na perda total da capacidade de

reproduccedilatildeo da maioria da colocircnia Tatildeo devotado sacrifiacutecio pode ser explicado pelo alto coeficiente de

parentesco entre seus membros

Aleacutem de mostrar um caminho viaacutevel para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo Vicente e colaboradores tambeacutem

mostraram como outros fatores podem intervir nesse processo como a migraccedilatildeo de indiviacuteduos

mimetizando o que pode acontecer em grupos reais

A grande espinha dorsal da atuaccedilatildeo acadecircmica de Vicente eacute a aacuterea conhecida como mecacircnica

estatiacutestica que teve origem com os estudos do poliacutemata belga Adolphe Queacutetelet (1796-1874) que

formulou pela primeira vez o conceito de normalidade ou seja que populaccedilotildees apesar das variaccedilotildees

individuais convergem para uma meacutedia que tende a ser estaacutevel com o tempo ou muda muito

vagarosamente

Por exemplo a altura sabe-se que a de homens brasileiros na meacutedia eacute 171 cm por mais que

indiviacuteduos muito maiores e menores possam existir Na aacuterea da fiacutesica o comportamento meacutedio de

moleacuteculas de gases tambeacutem pode ser pensado nesse sentido do micro para o macro a fim de se obter

uma lei que explique seu comportamento

Vicente lembra que a claacutessica equaccedilatildeo na qual volume e pressatildeo se relacionam com a

temperatura e quantidade de gaacutes pode ser interpretada dessa forma Supondo uma certa quantidade de

gaacutes dentro de uma caixa as moleacuteculas cada uma de um jeito se chocam contra as paredes ldquoEsses

inuacutemeros piparotes formam a pressatildeo que nada mais eacute do que uma meacutedia de forccedila aplicada por aacutereardquo

O pesquisador almeja obter leis de funcionamento anaacutelogas mdashque se baseiam no comportamento do

elemento micro para derivar o comportamento do macromdash aplicaacuteveis a questotildees como a evoluccedilatildeo do

altruiacutesmo e tambeacutem para um outro problema o surgimento de hierarquia em grupos

Em grupos pequenos humanos a navegabilidade social depende de conhecer as relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos Ou seja eacute bom saber quem conhece quem para pedir ajuda numa caccedila ou para medir as

consequecircncias na hora de arrumar uma briga

37

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 39: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Nessa conta entatildeo para o indiviacuteduo podem pesar dois tipos de custo um pequeno custo de conhecer

essas relaccedilotildees entre indiviacuteduos e de guardaacute-las na memoacuteria e um possivelmente grande custo de ter

esse ldquomapa socialrdquo mal memorizado

Em matemaacutetica situaccedilotildees que envolvem reduccedilatildeo de custos satildeo conhecidos como problemas de

otimizaccedilatildeo A ideia entatildeo eacute encontrar quais satildeo os modelos de interaccedilatildeo entre indiviacuteduos que reduzem

na meacutedia esse custo

Os resultados apontam que a partir de um determinado nuacutemero de indiviacuteduos vale mais a pena

restringir o quanto de pessoas se conhece jaacute que a soma de todos os pequenos custos cognitivos se

torna imensa Se num grupo de 4 pessoas haacute 6 relaccedilotildees entre os indiviacuteduos num grupo de 15 esse

nuacutemero jaacute sobe para 105

ldquoExiste muita diferenccedila entre viver num grupo pequeno do ponto de vista da navegaccedilatildeo social e em um

grupo grande Vocecirc natildeo usa as mesmas estrateacutegias para viver num grupo de cem ou num de trecircs ou

quatro pessoasrdquo diz Vicente

Mas esse valor criacutetico a partir do qual as relaccedilotildees mais horizontais e menos hierarquizadas se

transformam mdashe alguns indiviacuteduos viram pontos de referecircncia ou ldquohubsrdquo de conexotildees depende do

ambiente

Em um local onde abundam recursos a transiccedilatildeo eacute mais lenta em um meio mais pobre essa

hierarquizaccedilatildeo eacute mais raacutepida

O mais interessante eacute que os resultados batem com os dados do ldquoAtlas Etnograacuteficordquo compilado pelo

antropoacutelogo George P Murdock em 1967 que reuacutene informaccedilotildees de 1167 culturas seu tamanho niacutevel

de hierarquizaccedilatildeo e tipo do clima em que viviam entre muitas outras caracteriacutesticas (natildeo utilizadas no

modelo) Mais um ponto para a matemaacutetica

O matemaacutetico Renato Vicente

O heroacutei de infacircncia de Renato Vicente 47 era o astrocircnomo Carl Sagan (1934-1996) famoso por seu

trabalho de divulgaccedilatildeo cientiacutefica tanto na forma de livros quanto da seacuterie televisiva Cosmos (que em

2014 ganhou uma versatildeo com o astrofiacutesico Neil DeGrasse Tyson)

ldquoCarl Sagan era sensacional falava de vaacuterios assuntos muacutesica arte ciecircncia e matemaacutetica Tudo

misturadordquo lembra Vicente que queria ser uma mistura de Carl Sagan com astronauta quando

crescesse

38

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 40: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Depois que assistia aos episoacutedios de Cosmos corria para as enciclopeacutedias procurar os verbetes que

acabara de aprender Sua matildee por um tempo trabalhou no Ciacuterculo do Livro empresa que fornecia

acesso a livros por preccedilos bem abaixo do de mercado

Nem na adolescecircncia o lado nerd deixou de dar as caras Um de seus projetos desenvolvido no ensino

teacutecnico foi o de criar foguetes experimentais Contou com a ajuda do capitatildeo Basiacutelio Baranoff da

Aeronaacuteutica que apadrinhou o projeto

Volta e meia tinha que ir ao ITA em busca de livros que o ajudariam a entender a matemaacutetica e a fiacutesica

necessaacuteria para o lanccedilamento do foguete Entre os temas teve que dominar caacutelculo termodinacircmica e

claro a famigerada mecacircnica estatiacutestica

Sua parte especificamente consistia em projetar o compartimento que armazenaria combustiacutevel do

foguete De acordo com a geometria dessa peccedila o desempenho mdash o quatildeo alto o dispositivo poderia ir

mdash seria alterado Infelizmente (ou felizmente) os testes foram interrompidos por questotildees de

seguranccedila jaacute que os combustiacuteveis que seriam testados eram altamente explosivos ldquoA brincadeira jaacute

estava ficando perigosardquo

Quando entrou em fiacutesica na USP (logo se transferiria para o curso de Ciecircncias Moleculares) jaacute tinha

bom conhecimento de mecacircnica estatiacutestica ldquoDescobri que ela poderia explicar coisas diferentes era um

meacutetodo para estudar sistemas que envolvessem a agregaccedilatildeo de pequenas partesrdquo

Um exemplo do que pode ser estudado com essa estrateacutegia eacute o ceacuterebro Seu mestrado orientado por

Nestor Caticha do Instituto de Fiacutesica envolveu a otimizaccedilatildeo de algoritmos para trabalhar com redes

neurais mdashisso entre 1995 e 1997 antes mesmo da popularizaccedilatildeo da internet e do Google no paiacutes

Fez doutorado na Universidade de Aston em um dos grupos mais importantes de aprendizado de

maacutequina (ou machine learning) do mundo e depois de uma passagem no banco Itauacute ingressou de vez

na carreira docente

Hoje tambeacutem eacute diretor de data science da Serasa Experian onde trabalha com aprendizado de maacutequina

e big data a fim de resolver problemas relevantes para os serviccedilos de anaacutelise de creacutedito e de apoio a

empresas realizados pela companhia

Na parte acadecircmica orienta projetos que buscam entender como se daacute o aprendizado de maacutequina e

quais satildeo os melhores meios de isso acontecer seja o algoritmo que que consegue extrair mais

informaccedilatildeo seja o algoritmo que eacute mais eficiente energeticamente ldquoNatildeo sei dizer por quecirc mas

provavelmente natildeo devem ser o mesmordquo profetiza Vicente

39

40

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

43

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 41: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

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A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

42

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 42: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

A matemaacutetica modelo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Em sua tese de livre-docecircncia intitulada ldquoAltruiacutesmo Moralidade e Hierarquia - Modelos Quantitativosrdquo

Renato Vicente adota apresenta um modelo para a evoluccedilatildeo do altruiacutesmo

Vamos aqui trabalhar com as ideias iniciais deste processo

Suponhamos um nuacutemero fixo de grupos de tamanho fixo compostos por dois tipos de indiviacuteduos

de ldquoaltruiacutestardquo ou de ldquonaturalrdquo) Nessa modalidade os indiviacuteduos satildeo haploides (ie soacute haacute uma

coacutepia do material geneacutetico que define o tipo ou o tipo ) a reproduccedilatildeo eacute assexuada e natildeo haacute

intersecccedilatildeo entre as geraccedilotildees

Num grupo com indiviacuteduos do tipo define-se a aptidatildeo relativa dos indiviacuteduos altruiacutestas como

Analogamente num grupo com indiviacuteduos a aptidatildeo relativa de um indiviacuteduo seria esta

O paracircmetro representa a forccedila de seleccedilatildeo natural sobre esses genes naturais ou altruiacutestas As

quantidades e representam a recompensa (ou ldquopayoffrdquo) da determinada condiccedilatildeo no ciclo de

vida desses indiviacuteduos Convenciona-se que e por conseguinte que

Note que tanto as aptidotildees relativas dos indiviacuteduos naturais e altruiacutestas dependem do nuacutemero de

altruiacutestas no grupo No fim das contas essa aptidatildeo vai ser importante para um indiviacuteduo prevalecer na

populaccedilatildeo e deixar descendentes

Cada passo nesta modelagem (processo de Writgh-Fisher em dois niacuteveis) se daacute em duas etapas a de

competiccedilatildeo entre os grupos mdashque vatildeo poder servir de matrizes para os grupos da geraccedilatildeo

seguintemdash e dentro de cada grupo Tambeacutem ocorre uma migraccedilatildeo com taxa

A reproduccedilatildeo de cada grupo depende da aptidatildeo relativa calculada pela meacutedia do grupo

em que

Na geraccedilatildeo cada grupo ldquoescolherdquo seu grupo paterno do conjunto de grupos da geraccedilatildeo

anterior com uma probabilidade dada por

41

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 43: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Ou seja a aptidatildeo relativa de cada grupo perante a dos demais eacute o que define a probabilidade de ele

originar grupos na geraccedilatildeo seguinte

As posiccedilotildees nos novos grupos seratildeo preenchidas com probabilidades proporcionais agrave aptidatildeo de

cada indiviacuteduo de acordo com uma distribuiccedilatildeo binomial na qual denota uma variaacutevel

aleatoacuteria com distribuiccedilatildeo binomial que corresponde a tentativas com probabilidade de sucesso

Dessa forma eacute possiacutevel que o nuacutemero de altruiacutestas e de naturais a cada geraccedilatildeo aumente ou diminua

de acordo com as probabilidades que dependem essencialmente das expressotildees que definem os

payoffs e

Essas funccedilotildees podem ter diversos tipos e elas podem atender a algumas condiccedilotildees a depender do

caso

(C1) ou de forma que um indiviacuteduo de fenoacutetipo solitaacuterio tenha aptidatildeo menor

do que a de um indiviacuteduo em grupos sem nenhum altruiacutesta

(C2) ou de forma que indiviacuteduos do tipo tenham aptidatildeo relativa maior

quando em grupos homogecircneos do que indiviacuteduos do tipo

(C3) ie para de forma que a aptidatildeo do grupo seja

maximizada quando ele eacute formado apenas por altruiacutestas

(C4) ou eacute crescente para de forma que para altruiacutestas eacute sempre mais vantajoso

estarem cercados de mais altruiacutestas

(C5) ou eacute crescente com de forma que para natildeo altruiacutestas eacute sempre vantajoso

explorar mais altruiacutestas

(C6) ou eacute crescente com de forma que os membros de um grupo estatildeo em meacutedia

melhores quando haacute mais altruiacutestas no grupo

Suponha uma populaccedilatildeo inicialmente formada por indiviacuteduos naturais Se ocorre uma mutaccedilatildeo

em um indiviacuteduo e ela for neutra ou seja se o nuacutemero esperado de altruiacutestas com o passar das

geraccedilotildees eacute constante igual a 1 A probabilidade de que o traccedilo altruiacutesta se fixe eacute Assim se

houver grupos muito grandes a probabilidade de acontecer a fixaccedilatildeo desse traccedilo passa a ser cada vez

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mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 44: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

mais improvaacutevel Com o nuacutemero esperado de altruiacutestas a partir de um uacutenico indiviacuteduo passa a

ser maior que 1

Neste texto vamos citar trecircs entre as possibilidades de payoffs trabalhadas por Renato Vicente

Modelo de Public Goods Game (PG)

para constantes positivas e

Neste modelo a um custo C cada altruiacutesta produz um benefiacutecio B dividido igualmente para todos os

outros membros do grupo Por exemplo altruiacutestas poderiam ser indiviacuteduos que adotassem um

haacutebito de higiene custoso para si proacuteprio mas beneacutefico para o grupo

Interaccedilotildees diaacutedicas (General Linear Fitness GLF)

Neste cenaacuterio supomos que os membros do grupo interagem aos pares durante sua vida Denota-se por

com o payoff de um tipo i que interage com um tipo j Cada indiviacuteduo contribui para

seu proacuteprio payoff com O payoff final seraacute uma composiccedilatildeo das contribuiccedilotildees da cada par possiacutevel

Eacute possiacutevel reescrever a funccedilatildeo de custos adotando e

e benefiacutecios assumindo que

ou seja que relaccedilotildees entre indiviacuteduos natildeo geram benefiacutecio extra para os

demais

Modelo de Limiar (THR)

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Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

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Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

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Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

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Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

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caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 45: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Para constantes positivas e e um inteiro

Neste cenaacuterio os altruiacutestas estatildeo expostos a um custo C mas a partir de um determinado nuacutemero

deles no grupo eles podem desfrutar de um benefiacutecio Jaacute os naturais teriam um benefiacutecio nas

mesmas condiccedilotildees

Figura 1 Payoffs para os tipos selvagens (ldquoNrdquo) satildeo representados em verde e para os tipos altruiacutestas (Ardquo) aparecem em azul O

primeiro painel mostra uma remuneraccedilatildeo do tipo ldquoPublic Goodsrdquo com e o segundo uma do tipo ldquoInteraccedilotildees Diaacutedicasrdquo

com e o uacuteltimo uma do tipo ldquoLimiarrdquo com e

Implementamos o modelo de evoluccedilatildeo do altruiacutesmo usando a linguagem de programaccedilatildeo

MATLABOctave Adotando um niacutevel de altruiacutestas aleatoacuterios de cerca de 10 na primeira geraccedilatildeo (

) niacutevel de migraccedilatildeo forccedila de seleccedilatildeo tamanho de grupo e nuacutemero de

grupos e acima obtivemos os seguintes resultados em 30 experimentos considerando ateacute

a quinquageacutesima ou centeacutesima geraccedilatildeo

44

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 46: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 2 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) e de Limiar (THR) conforme

paracircmetros apresentados na figura anterior Adotando um nuacutemero inicial altruiacutestas aleatoacuterio entre 0 e 4 indiviacuteduos por grupo e taxa de migraccedilatildeo

(demais paracircmetros acima) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta apenas no modelo GLF em 10 casos (nos demais casos o gene foi extinto) e no

modelo THR em todos os casos No caso do primeiro modelo (PG) em poucas geraccedilotildees os altruiacutestas desapareceram Barras indicam

desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que natildeo faz

sentido nesse contexto)

Para estudarmos melhor o comportamento dos modelos de payoffs PG e GLF inicializamos nosso

programa com uma taxa de altruiacutestas fixa de 35 em cada grupo (7 em um total de 20) Houve uma

mudanccedila importante de comportamento nos dois casos

45

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 47: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 3 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) e Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com quantidade de altruiacutestas

de pouco mais de um terccedilo (35 em cada grupo) No caso PG em 4 dos 30 experimentos houve estabilizaccedilatildeo do gene altruiacutestas no niacutevel de

100 nos demais foi a 0 Para o caso GLF em pouco mais de 10 geraccedilotildees todos os indiviacuteduos da populaccedilatildeo jaacute eram altruiacutestas Barras

indicam desvio-padratildeo em cada geraccedilatildeo (devido agrave grande variabilidade os extremos chegam a valores negativos ou superiores a 100 o que

natildeo faz sentido nesse contexto)

Outro paracircmetro ao qual os modelos satildeo sensiacuteveis eacute a taxa de migraccedilatildeo Abaixo apresentamos um

breve estudo usando o modelo de interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) do efeito de migraccedilatildeo com

e No primeiro caso equivale a dizer que natildeo existe migraccedilatildeo entre grupos e no

uacuteltimo que estamos tratando de um uacutenico grupo do tamanho total da populaccedilatildeo (400 no nosso

exemplo)

46

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

49

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

50

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

51

Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

52

end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

54

pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

55

sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

58

W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

59

BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

60

end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

63

Page 48: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Figura 4 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Interaccedilotildees Diaacutedicas (GLF) com variando entre 0 01 e 1 Houve reduccedilatildeo

expressiva do nuacutemero necessaacuterio de geraccedilotildees para a fixaccedilatildeo de perto de 20 no primeiro caso para 4 no uacuteltimo Barras indicam desvio-padratildeo

em cada geraccedilatildeo

Mesmo com uma taxa de migraccedilatildeo igual a zero eacute possiacutevel que o gene altruiacutesta se espalhe na

populaccedilatildeo Isso acontece porque a cada geraccedilatildeo cada grupo filho descende em meacutedia dos grupos

paternos mais aptos mdasha aptidatildeo cresce conforme a fraccedilatildeo de altruiacutestas cresce

Se variarmos a taxa ateacute mesmo o modelo de payoffs com pior performance ateacute o momento (no

sentido de promover o espalhamento de altruiacutestas na populaccedilatildeo) o de Public Goods pode ser

incrementado

Figura 5 Resultado da simulaccedilatildeo para os modelos de payoffs de Public Goods (PG) variando a taxa de migraccedilatildeo entre 10 50 e 80 No

uacuteltimo caso em todos os experimentos (30) houve fixaccedilatildeo do gene altruiacutesta na populaccedilatildeo contra apenas um no primeiro

Entre outras limitaccedilotildees este conjunto de simulaccedilotildees natildeo levou em conta o interessante caso em que

apenas um indiviacuteduo altruiacutesta surge na populaccedilatildeo mdashnos experimentos realizados (natildeo mostrados)

nunca havia fixaccedilatildeo do traccedilo

O modelo adotado tambeacutem considera que a heranccedila do altruiacutesmo eacute haploide Nossa espeacutecie na

verdade eacute diploide ou seja carrega duas coacutepias de cada gene Dessa forma a depender da

47

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

48

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 49: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

caracteriacutestica do ldquogene do altruiacutesmordquo se dominante ou recessivo poderia haver implicaccedilotildees diferentes

daquelas observadas aqui

Outra condiccedilatildeo que adotamos eacute o tamanho dos grupos fixo e o nuacutemero de grupos tambeacutem fixo o que

dificilmente condiz com a realidade Essa construccedilatildeo entretanto simplifica bastante a realizaccedilatildeo dos

experimentos de simulaccedilatildeo

Referecircncias

Okasha Samir Biological Altruism The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition)

Edward N Zalta (ed) Disponiacutevel em lthttpsplatostanfordeduarchivesfall2013entries

altruism-biologicalgt acesso em 5 de fevereiro de 2019

Vicente Renato Tese de Livre Docecircncia Altruiacutesmo Moralalidade e Hierarquia - Modelos

Quantitativos Instituto de Matemaacutetica e Estatiacutestica da USP 2016

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Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 50: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Discussatildeo Natildeo eacute trivial falar sobre matemaacutetica para a populaccedilatildeo mdash isso eacute uma certeza No entanto eacute possiacutevel

sim abordar o conhecimento de maneira ao menos um pouco mais aprofundada em relaccedilatildeo ao que

observamos cotidianamente ao inserir elementos que aproximem o puacuteblico do conhecimento que eacute

produzido em universidades e institutos de pesquisa Mostramos isso trecircs vezes

No texto sobre previsatildeo do tempo depreende-se o quanto a precisatildeo das medidas meteoroloacutegicas eacute

importante para uma projeccedilatildeo confiaacutevel Mesmo com uma variaccedilatildeo inicial baixa pode haver

discrepacircncia nos resultados Com isso eacute possiacutevel aprender um pouco sobre o que eacute o caos

matematicamente

O instinto de autopreservaccedilatildeo faz com que todos saibamos ao menos um pouco sobre doenccedilas Mas

muitas vezes esse conhecimento natildeo eacute sistematicamente organizado Em nossa abordagem satildeo

apresentados quais satildeo os passos para que uma epidemia ocorra que esses requisitos podem ser

quantificados e que isso permite estabelecer prognoacutesticos atraveacutes de modelos

Por fim no capiacutetulo sobre altruiacutesmo foi apresentado como um tema complexo e relevante do ponto de

vista antropoloacutegico bioloacutegico e evolutivo pode ser formatado matematicamente e estudado Questotildees

do tipo ldquode onde viemosrdquo tecircm um apelo natural entre as pessoas e podem servir como ponte para a

introduccedilatildeo de temas filosoficamente relacionados

Em cada caso aleacutem de uma breve explicaccedilatildeo sobre algum dos temas matemaacuteticos relacionados

apresentamos uma simulaccedilatildeo computacional o que de certa forma materializa aquele conhecimento em

figuras e graacuteficos Cremos que esse tipo de demonstraccedilatildeo seja beneacutefico no sentido de aumentar o

interesse pela matemaacutetica por meio de programaccedilatildeo competecircncias hoje de alto valor no mercado de

trabalho e que jaacute eacute ensinada desde cedo em algumas escolas

Vale ressaltar que a divulgaccedilatildeo cientiacutefica tem limitaccedilotildees Muitas vezes natildeo eacute possiacutevel apresentar todo

um conjunto de ideias por uma questatildeo de espaccedilo Quando o texto ou viacutedeo eacute longo ou saturado de

informaccedilotildees e detalhes pode haver rejeiccedilatildeo por parte do consumidor Haacute de se pensar no contexto em

que esses conteuacutedos satildeo apresentados para maximizar o impacto de cada iniciativa

Daiacute a importacircncia da pluralidade de abordagens que podem ir desde textos na imprensa a viacutedeos

divulgados pela internet ou mostras educativas Cada uma delas tem seu papel na construccedilatildeo do

repertoacuterio daqueles que satildeo expostos a esses conhecimentos

No caso especiacutefico da matemaacutetica mostramos que eacute possiacutevel inseri-la em textos noticiosos usando

como arcabouccedilo ou como veiacuteculo suas aplicaccedilotildees Permanece poreacutem o desafio de como tratar de

temas puramente matemaacuteticos de uma maneira relevante para quem vive distante desse universo

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Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 51: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

Anexos

Aacuteguas rasas - Coacutedigo MATLABOctave

waterwavem function waterwave ( ) WATER WAVE 2D Shallow Water Model Lax-Wendroff finite difference method Reflective boundary conditions Random water drops initiate gravity waves Surface plot displays height colored by momentum Plot title shows t = simulated time and tv = a measure of total variation An exact solution to the conservation law would have constant tv Lax-Wendroff produces nonphysical oscillations and increasing tv Author Cleve Moler Reference httpenwikipediaorgwikiShallow_water_equations httpwwwamathwashingtonedu~rjlresearchtsunamis httpwwwamathwashingtonedu~dgeorgetsunamimodelinghtml httpwwwamathwashingtonedu~clawapplicationsshallowwww Parameters n = 64 grid size g = 98 gravitational constant dt = 002 hardwired timestep dx = 10 dy = 10 nplotstep = 8 plot interval ndrops = 3 maximum number of drops dropstep = 500 drop interval D = droplet(121) simulate a water drop Initialize graphics [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) Outer loop restarts while get(stopvalue) == 0 set(startvalue0)

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H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 52: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

H = ones(n+2n+2) U = zeros(n+2n+2) V = zeros(n+2n+2) Hx = zeros(n+1n+1) Ux = zeros(n+1n+1) Vx = zeros(n+1n+1) Hy = zeros(n+1n+1) Uy = zeros(n+1n+1) Vy = zeros(n+1n+1) ndrop = ceil(randndrops) nstep = 0 Inner loop time steps while get(startvalue)==0 ampamp get(stopvalue)==0 nstep = nstep + 1 Random water drops if mod(nstepdropstep) == 0 ampamp nstep lt= ndropdropstep w = size(D1) i = ceil(rand(n-w))+(1w) j = ceil(rand(n-w))+(1w) H(ij) = H(ij) + randD end Reflective boundary conditions H(1) = H(2) U(1) = U(2) V(1) = -V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = U(n+1) V(n+2) = -V(n+1) H(1) = H(2) U(1) = -U(2) V(1) = V(2) H(n+2) = H(n+1) U(n+2) = -U(n+1) V(n+2) = V(n+1) Take a half time step to estimate derivatives at middle time x direction i = 1n+1 j = 1n height Hx(ij) = (H(i+1j+1)+H(ij+1))2 - dt(2dx)(U(i+1j+1)-U(ij+1)) x momentum Ux(ij) = (U(i+1j+1)+U(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (U(ij+1)^2H(ij+1) + g2H(ij+1)^2)) y momentum Vx(ij) = (V(i+1j+1)+V(ij+1))2 - dt(2dx)((U(i+1j+1)V(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (U(ij+1)V(ij+1)H(ij+1))) y direction i = 1n j = 1n+1 height

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Hy(ij) = (H(i+1j+1)+H(i+1j))2 - dt(2dy)(V(i+1j+1)-V(i+1j)) x momentum Uy(ij) = (U(i+1j+1)+U(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)U(i+1j+1)H(i+1j+1)) - (V(i+1j)U(i+1j)H(i+1j))) y momentum Vy(ij) = (V(i+1j+1)+V(i+1j))2 - dt(2dy)((V(i+1j+1)^2H(i+1j+1) + g2H(i+1j+1)^2) - (V(i+1j)^2H(i+1j) + g2H(i+1j)^2)) Now take a full step that uses derivatives at middle point i = 2n+1 j = 2n+1 height H(ij) = H(ij) - (dtdx)(Ux(ij-1)-Ux(i-1j-1)) - (dtdy)(Vy(i-1j)-Vy(i-1j-1)) x momentum U(ij) = U(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)^2Hx(ij-1) + g2Hx(ij-1)^2) - (Ux(i-1j-1)^2Hx(i-1j-1) + g2Hx(i-1j-1)^2)) - (dtdy)((Vy(i-1j)Uy(i-1j)Hy(i-1j)) - (Vy(i-1j-1)Uy(i-1j-1)Hy(i-1j-1))) y momentum V(ij) = V(ij) - (dtdx)((Ux(ij-1)Vx(ij-1)Hx(ij-1)) - (Ux(i-1j-1)Vx(i-1j-1)Hx(i-1j-1))) - (dtdy)((Vy(i-1j)^2Hy(i-1j) + g2Hy(i-1j)^2) - (Vy(i-1j-1)^2Hy(i-1j-1) + g2Hy(i-1j-1)^2)) Update plot if mod(nstepnplotstep) == 0 C = abs(U(ij)) + abs(V(ij)) Color shows momemtum t = nstepdt tv = norm(Cfro) set(surfplotzdataH(ij)cdataC) set(topstringsprintf(t = 62f tv = 62fttv)) drawnow end if all(all(isnan(H))) break end Unstable restart end end close(gcf) return

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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end ------------------------------------ function D = droplet ( height width ) DROPLET 2D Gaussian D = droplet(heightwidth) [ x y ] = ndgrid ( -1(2(width-1))1 ) D = height exp ( -5 ( x^2 + y^2 ) ) return end ------------------------------------ function [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) INITGRAPHICS Initialize graphics for waterwave [surfplottopstartstop] = initgraphics(n) returns handles to a surface plot its title and two uicontrol toggles clf shg set(gcfnumbertitleoffnameShallow_water) x = (0n-1)(n-1) surfplot = surf(xxones(nn)zeros(nn)) grid off axis([0 1 0 1 -1 3]) caxis([-1 1]) shading faceted c = (164)64 cyan = [0c c c] colormap(cyan) top = title(Click start) start = uicontrol(position[20 20 80 20]styletogglestringstart) stop = uicontrol(position[120 20 80 20]styletogglestringstop) return end

Disseminaccedilatildeo de doenccedilas - Coacutedigos MATLABOctave

espalhamentom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Espalhamento de doenccedilas infecciosas - modelo SIR

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clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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Page 55: Universidade de São Paulo - IME-USPmap/tcc/2019/GabrielAlvesV1.pdf · Gabriel Andrade Alves A conta que fecha a reportagem: palco e bastidores em três casos de matemática aplicada

clear clc Se S=susceptiacuteveis I=infectados e R=recuperados nosso sistema pode ser escrito como S=-betaSI I=betaSI-gamaI R=gamaI global beta gama sigma tmax mu nu zeta tmax = 150 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo D = 10 nuacutemero meacutedio de dias que uma pessoa fica infectada Ds = 4 dia meacutedio que uma pessoa fica incubando a doenccedila t_i = 100 tempo meacutedio de duraccedilatildeo da imunidade (em dias) gama = 1D taxa de recuperaccedilatildeo beta = 05 nordm de novos infectados que um infectado gera por dia sigma = 1Ds taxa de conversatildeo de infectados (SEIR) zeta = 1t_i taxa de conversatildeo de suscetiacuteveis (SEIR) s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis i0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) mu = 5510^-5 taxa de mortalidade diaacuteria - supondo 2 ao ano nu = 5510^-5 taxa de natalidade diaacuteria - idem R0 = betagama No nosso caso as quantidades S I e R estaratildeo empacotadas no vetor w w0 = [s0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais Aqui calculamos as soluccedilotildees do sistema no intervalo entre 0 e tmax com a funccedilatildeo embutida no matlab ode23 [tw]=ode45(sir[0tmax]w0) para fins didaacuteticos separamos os componentes da matriz w em vetores com as soluccedilotildees de s i e r s=w(1) i=w(2) r=w(3) plotamos os graacuteficos hold off plot(tsr) hold on plot(tib) plot(trg ) title(Modelo SIR) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) disp(Continue para plotar a aproximaccedilatildeo de Euler) pause euler chama o arquivo eulerm para plotar manualmente uma soluccedilatildeo disp(Continue para inserirmos a dinacircmica vital)

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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pause tmax = 15000 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_dw_sird]=ode45(sird[0tmax]w0) s_d=w_sird(1) i_d=w_sird(2) r_d=w_sird(3) plotamos o graacutefico hold off plot(t_ds_dr) hold on plot(t_di_db) plot(t_dr_dg) title(Modelo SIR com dinacircmica vital) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) axis([0 15000 0 1]) --------------------------------------- disp(Continue para plotar o graacutefico do modelo SEIR com dinacircmica vital) pause s0 = 1 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos suscetiacuteveis e0 = 110^-6 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos expostos i0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos infectados r0 = 0 fraccedilatildeo inicial de indiviacuteduos recuperados (imunes) w0_seird = [s0e0i0r0] nosso vetor de condiccedilotildees iniciais tmax = 300 nuacutemero de dias na nossa simulaccedilatildeo [t_seirdw_seird]=ode45(seird[0tmax]w0_seird) s_seir=w_seird(1) e_seir= w_seird(2) i_seir=w_seird(3) r_seir=w_seird(4) plotamos o graacutefico hold off plot(t_seirds_seirr) hold on plot(t_seirde_seirm) plot(t_seirdi_seirb) plot(t_seirdr_seirg) title(Modelo SEIRS) legend(susceptiacuteveisexpostosinfectadosrecuperados) ylabel(Fraccedilatildeo da populaccedilatildeo) xlabel(Tempo (dias)) END

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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sirm function wlinha=sir(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama wlinha=[-betaw(1)w(2) betaw(1)w(2) - gamaw(2) gamaw(2)]

eulerm eacute possiacutevel calcular tambeacutem com meacutetodo de Euler por exemplo n = 300 nuacutemero de intervalos delta = tmaxn passo t_e=zeros(1n) for j=1n+1 t_e(j)=(j-1)delta end inserir condiccedilotildees iniciais s_e(1)=s0 i_e(1)=i0 r_e(1)=r0 for j=2n+1 wlinha_e=sir(t_e(j-1)[s_e(j-1)i_e(j-1)r_e(j-1)]) s_e(j)=s_e(j-1)+wlinha_e(1)delta i_e(j)=i_e(j-1)+wlinha_e(2)delta r_e(j)=r_e(j-1)+wlinha_e(3)delta end plot(t_es_er+) plot(t_ei_eb+) plot(t_er_eg+) legend(susceptiacuteveisinfectadosrecuperados)

sirdm function wlinha=sird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

61

subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

62

elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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wlinha=[ nu(w(1)+w(2)+w(3))-betaw(1)w(2)-muw(1) betaw(1)w(2) - gamaw(2) - muw(2) gamaw(2)-muw(3)]

seirdm function wlinha=seird(tw) Lado direito do sistema de equaccedilotildees diferencias dw(1)dt= dw(2)dt= dw(3)dt= em que x=w(1) y=w(2) e z=w(3) w e wlinha satildeo vetores global beta gama mu nu sigma zeta wlinha=[ -betaw(1)w(3) + zetaw(4) betaw(1)w(3) - sigmaw(2) sigmaw(2) - gamaw(3) gamaw(3) - zetaw(4)]

Evoluccedilatildeo do altruiacutesmo - Coacutedigos MATLABOctave

altruismom Gabriel Andrade Alves - BMAC - TCC - ndeg USP 5892669 Evoluccedilatildeo do Altruiacutesmo Vamos fazer uma simulaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do altruiacutesmo baseado na exposiccedilatildeo de Renato Vicente em sua tese de Livre Docecircncia clear clc N = 20 Nuacutemero de grupos n = 20 Tamanho dos grupos A = floor(4rand(1N)) aleatoacuterio de 0 a 3 A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial delta = 08 forccedila de seleccedilatildeo m = 01 taxa de migraccedilatildeo entre 0 e 1 Tmax = 50 nuacutemero maacuteximo de geraccedilotildees Nmax = 30 nuacutemero de experimentos i=01n possiblidades de altruiacutestas em cada grupo C=1 B=5 parametros dos modelos Blinha = 2 a1= 05 d=005 dlinha=0065 mais paracircmetros blinha=2 b=blinha mais paracircmetros Ck = Ci^a1 Bk=bi^2(1+di^2) parametros do modelo VCB Bklinha=blinhai^2(1+dlinhai^2) parametros do modelo VCB teta=3 Azao=10 Azaolinha=Azao parametros do modelo THR Public Goods (PG) vkPG_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs PG para altruiacutestas

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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vkPG_N = iB(n-1) payoffs PG para naturais Interaccedilotildees Diaacutedicas General Linear Fitness (GLF) vkGLF_A = -C + (i-1)B(n-1) payoffs GLF para altruiacutestas vkGLF_N = iBlinha(n-1) payoffs GLF para naturais Modelo de Limiar (THR) vkTHR_A=zeros(1n) vkTHR_N=zeros(1n) for j=1n+1 if (j-1)ltteta vkTHR_A(j)=-C vkTHR_N(j)=0 else vkTHR_A(j)=-C+Azao vkTHR_N(j)=Azaolinha end end --------------------------------------------------------------- plotarvks chama plotarvksm para plotar os vks --------------------------------------------------------------- selecionamos aqui a funccedilatildeo v de interesse e calculamos o w aqui estatildeo todos os wks possiacuteveis de 0 a 20 wkA = 1 + deltavkPG_A wkN = 1 + deltavkPG_N --------------------------------------------------------------- W=zeros(1N) inicializar vetores para poupar memoacuteria wA=zeros(1N) wN=zeros(1N) Wrel=zeros(1N) Wreli=zeros(1N) R=zeros(NmaxTmax+1) R(1)=sum(Ai) - uacutetil quando natildeo haacute loop de fora (1Nmax) esta iteraccedilatildeo eacute feita uma vez fora do loop porque eacute necessaacuteria nos caacutelculos iniciais na ordem planejada for k=1Nmax A = floor(5rand(1N)) gera A aleatoacuterio de 0 a 4 indiviacuteduos por grupo A(1)=7 para fixar A inicial se conveniente A = zeros(1N) inicializa vetor de altruiacutestas A(ceil(10rand)) = 1 um indiviacuteduo mutante surge em um grupo Ai = A registra A inicial R(k1)=100sum(Ai)(Nn) for j=1N percorre grupos wA(j) = A(j)wkA(A(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-A(j))wkN(A(j)+1) aptidatildeo total dos naturais

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wreli(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end for t=1Tmax Vamos calcular as aptidotildees relativas de cada grupo Vamos calcular uma vetor P com as probabilidades cumulativas de um certo grupo ser selecionado como pai de outro Paux=0 Y=Wsum(W) P=zeros(1N) for u=1N P(u)=Y(u)+Paux Paux=P(u) end Sorteio de um pai o iacutendice paterno eacute escolhido de acordo com a presenccedila de elementos A Quanto mais As maior a chance de um grpuo ser escolhido Dois ou mais grupos podem ter o mesmo pai Atemp = ones(1N) y=rand(1N) casa=zeros(1N) for j=1N for z=1N if P(z) lt= y(j) casa(j) = z+1 end end end for j=1N if casa(j)==0 casa(j)=1 end Atemp(j)= A(casa(j)) end Novo vetor A dos pais de cada filho for j=1N percorre grupos wA(j) = Atemp(j)wkA(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos altruiacutestas wN(j) = (n-Atemp(j))wkN(Atemp(j)+1) aptidatildeo total dos naturais W(j) = wA(j)+wN(j) aptidatildeo meacutedia pro grupo Wrel(j) = wA(j)W(j) aptidatildeo relativa dos altruiacutestas no grupo end

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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BIN=zeros(n+1N) for v=1N for u=1n+1 vamos comeccedilar do 0 BIN(uv)= binocdf(u-1nWrel(v)) Wrel eacute a do impacto do altruismo no grupo end end escolha dos nuacutemeros de altruiacutestas para cada grupo na prox geraccedilatildeo index=ones(1N) x=rand(1N) for v=1N for u=1n+1 if BIN(uv)ltx(v) index(v)=u+1 end end end A=index-1 atualiza nuacutemero de altruiacutestas por grupo INIacuteCIO - Sorteio Vamos definir quantos migrantes haveraacute em cada grupo V1=zeros(1N) for j=1N for l=1n if rand()lt=m todos tem chance m de mudar de grupo V1(j)=V1(j)+1 end end end Totmigrantes = sum(V1) Guardamos o total de migrantes Vamos calcular o total de altruiacutestas migrantes em cada grupo V3=zeros(1N) for j=1N if V1(j)gt0 for l=1V1(j) if rand()lt=A(j)n V3(j)=V3(j)+1 end end end end Tmigalt=sum(V3) Criamos uma vetor zerado com o comprimento igual ao nuacutemero de migrantes V2=zeros(1Totmigrantes) Vamos atualizar V2 nas primeiras com os altruiacutestas e depois embaralhar for j=1Tmigalt V2(j)=1

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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end V2=V2(randperm(length(V2))) Vamos percorrer o V2 e as vagas de cada grupo (tem que casar) e atualizar o valor de A de cada grupo j=1 iacutendice do vetor V2 for l=1N vamos percorrer vetor V1 de grupos com nordm de migrantes de cada if V1(l)==0 j=j+1 else for q=1V1(l) A(l)=A(l)+V2(j+q-1) atualizamos os migrantes end end if A(l)gt20 A(l)=20 restriccedilatildeo de tamanho maacuteximo em cada grupo end end FIM do sorteio R(kt+1)= 100sum(A)(Nn) Guardando o nuacutemero de altruiacutestas na populaccedilatildeo end end Rmedio=zeros(1Tmax+1) for u=1(Tmax+1) Rmedio(u)=mean(R(u)) Erro(u)=std(R(u)) end plotarerros chama plotarerrosm para plotar graacutefico de erros plotarlinhas chama plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas END

plotarvksm plotar os vks sz=25 subplot (131) scatter (ivkPG_Aszbfilled) hold on scatter (ivkPG_Nszgfilled) title (Public Goods (PG)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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subplot (132) scatter (ivkGLF_Aszbfilled) hold on scatter (ivkGLF_Nszgfilled) title (Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) subplot (133) scatter (ivkTHR_Aszbfilled) hold on scatter (ivkTHR_Nsz gfilled) title (Modelo de Limiar (THR)) xlabel(k) ylabel(payoff) grid on grid minor pbaspect([1 1 1]) legend(v_k^Av_k^NLocationsoutheast)

plotarerrosm END para plotar graacutefico de erro if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG) elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off errorbar(0Tmax RmedioErro) title (Simulaccedilatildeo com modelo de Public Goods (PG)) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1]) x = [1 2 3 4 5] ymin = [001 002 003 004 005] lower error bar position ymax = [002 003 004 005 006] upper error bar position draw error bar from minimum value to maximum value errorbar(x(ymin+ymax)2(ymax-ymin)2)

plotarlinhasm para plotar graacutefico de linhas if wkA==1 + deltavkPG_A modelo= Public Goods (PG)

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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elseif wkA==1 + deltavkVPG_A modelo= Interaccedilotildees diaacutedicas (GLF) elseif wka==1 + deltavkTHR_A modelo= Limiar (THR) end hold off for j=1Nmax plot (0Tmax R(j)) hold on end title ([Simulaccedilatildeo com modelo de modelo]) xlabel(Geraccedilatildeo) ylabel(Fraccedilatildeo de altruiacutestas ()) grid on pbaspect([1 1 1])

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