Os . CIENTISTAS

VOLUME I

ABRIL CULTURAL

a história da humanidade, o cnpítulo que aborda o seu desenvolvimento cientij<co é dos mais fascinantes porque descreve uma permanente batalha, pontilhada em todo o seu

transcurso por vikirias espetaculares. A grandeza dessas vitória. pode ser medida pela dferença de amplitude entre a restrita paisa gem do fim do Plioceno e os largos horizontes da Era da Automa ção. Ao lutar contra as forças da natureza e vencê-las com os recur- sos da sua inieligincia, o homem alargou sua visão do mundo e fez crescer suas próprias dimensões.

Contar esse capítulo da histório humana - como se propõe fazer esta obra OS CIENTISTAS - - é lar& que agrada e entusiasma. Como Newton e Einstein, Mendel e Pasteur, Lavoisier e Fleming, cinguenta nomes que marcaram a esplêndida caminhada foram esco- lhidos. A contribuição dos seus antecessores, sua obra, a repercusão dos seus trabalhos ligam-se numa cadeia que se ramifica e cresce continuamente. Mas a série OS CIENTISTAS não fica apenas na exposição do que foram efizeram esses batalhadores, nem na justa exaltação dos seus feitos.

Há mais de quinze anos, uma instituição vem se dedicando ao apefeiçoamento das técnicas de ensino das ciências. A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências, Funbec, foi a responsável pelo desencadeamento de uma revolução pedag6- gica: ajisica, a química e a biologia deixaram de ser ensinadas como se fossem matérim livrescas, independentes da experimentação e desligadas da vivência cotidiana dos alunos. A Funbec apefeiçoou centenas de professores, desenvolveu equipamento barato para a experimentação e produziu inúmeros livros de texto que realçam o caráter empírico-indutivo das ciências naturais e dão ênfase à parti- cipação do aluno no processo do aprendizado.

A Abril Cultural incorporou o fruto de tal experiência didática a esta obra, oferecendo, junto com a biogrqI7a de cada cientista, um instrumental simples, mas extremamente eficiente e engenhoso. capaz de permitir a execução de experimentos elucidativos ybre a contribuição cientfica do biogrqlòdo. Assim, o jovem interessado não será apenas um leitor, mas também um executor: fará acontecer, observará e medirá os fenômenos que levaram ao enunciado das grandes leis da ciência.

Facilitar e melhorar o ensino das ciências naturais significa acele- rar o nosso aprimoramento tecnológico, indispensável ao desenvol- vimento do país. Orgulhamo-nos de poder colaborar com os mestres e educadores que se eforçam nesse sentido.

e lkn&a, dwante~bngo tempo. reanmtmn-se a atgumas . A npresentacãa & Vulcmo, deus romano do fogo, como um simples fembo, exprhe a importblclo desta ativLlrde. .. ,

. C I ~ C I A É DESCOBERTA ,. BATO DE CRIA~AO

lorença, Itália, com4ço do sécu- lo XW. Uma questáo C vro-

,a Galileu GiJilej f&o.so que a água extraida dos .* meio de bombas asgirmtcs

'&c aeima de 18 braças (1033

a medição da densidade do líquido e ma relação - proporção inversa - com o valor numérico da altura máxima quc o líquido atinge.

"Ora, se mestre uelilai tem razão'', pensa s a i diipulo Tomcelli, "então um líquido mais p d que a &ua dever8 subi Dito e feito. N w hibodevidmde 1,30mdeaima,eor~ uma extremidade aberta e outra hemac. ticamc11te fechada, Torricelü daraiiaou mercúrio, & enchê-lo. Tapando O &do. aberto com o dedo, magulhou %ta extremidade em uma cuba com ma&- rio. &J retirar o dedo, verüicou quem nível dn líquido no tubo descia, do'iab Bo, em cima, um espaço aparentmintmient4 -vazio. 'E mais, que a alhira da coJuna do medfio; Cm r* ao nível &cq& mantinha-se rnwtaate. '. 6.

Podia-se, portanto. apresentar a ex-

preciso apelar para o misterioso "horror" que a natuma teria ao vácuo.

É o que faz outro grande cientista e c f ~ s o f o da época. o francês Blaise Pas- ' cal. Ele instrui seu cunhado e este sobe

1" a uma alta montanha, levando o tubo com mercúrio. Observa então que, quanto mais subia, mais baixava a colu- na do líquido. Estava comprovado: era a pressão atmosférica (variável com a

' menor sub ia do mercúrio. Galileu - Torricelli - Pascal: três

'$I etapas do esclarecimento de um fenôme- no, três passos indispensáveis no enca- 1. minhamento do espírito cientuico. Gali- , leu, no caso, sugeria o recurso geral - aplicar o instrumental matemático à

I investigação dos fdmenos físicos. TorriceUi inventou o artefato que deve- ,

1, 1 ria testar sua hipótese - a de que um Ií- /: i quido mais denso que a água deve subiu I' menos que ela. Pascal, ao repetir a expe

riência e fazer novas observa@es, pro- r : curou explicar o mistério pela existência

de uma certa pressão do =:que contra- balançaria o peso do mercurio. Se esse fosse o caso, a altura do mercúrio deve- ria diminuir com a altitude. E foi o que ocorreu durante sua experiência de hyde-Dome, em 1648.

Pensar, observar, medir, inventar ar- tifícios e engenhos mecânicos, observar novamente e repensar - esse é o cami- nho que leva a conclusões e faz a ciên- cia avançar sempre.

IDÉIAS EXPLICAM OS FATOS; FATOS COMPROVAM AS IDÉIAS

Inglaterra, 1666. Isaac Newton deixa Londres, fugindo à peste. Vai para sua região natal e é lá que lhe ocorre a idbia de interpretar o movimento dos astros secundários ao redor dos astros princi- pais - planetas ao redor do Sol, satéli- tes ao redor dos planetas - como uma

6 queda. Conta-se até que essa hipótese

Os sistemas de Copérnico (ao alio) e d e Tycho Brahe (acima) consfihu'am duas explicapões do universo. Johannes Kepler, quefora assistente de Brahe em Praga, tornou-se após a morte do mestre o qtrõnomo da corte de Rodoljo II. E foi com os instrumentos legados por ele que Kepler. durante seis anos seguidos, observou do pairfcio da rainha (6 direita) - tranflormado em observatório astro~mico - o planeta Marte. Por fun, chegou d conclusão de que as 6rbitas dos planetas deviam ser eliplicas.

ti...