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Aula 05 – Fluxo no Solo – Rebaixamento Temporário de
Aquíferos
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS DE SINOP
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
GEOTECNIA III
Eng. Civil Augusto Romanini (FACET – Sinop)
Sinop - MT
2017/1
Fluxo no solo
AULAS
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Aula 01 – Fluxo no solo
Aula 02 – Redes de Fluxo confinado Aula 03 – Redes de Fluxo não confinado
Aula 04 – Erosão interna e Ruptura Hidráulica
Aula 06 – Barragens
Aula 11 – Técnicas de estabilização de encostas
Aula 12 – Estruturas de contenções Aula 13 – Escoramento Provisório
Aula 05 – Rebaixamento Temporário de Aquíferos
Aula 14 – Cortinas de Contenção Aula 15 – Cortinas Atirantadas
Aula 00 – Apresentação / Introdução
Parte III – Taludes e Estruturas de contenção
Parte II – Barragens de Terra
Parte I – Fluxo no solo
Aula 07 – Elementos de Projeto Aula 08 – Instrumentação de barragens e análises
Aula 09 – Aspectos construtivos Aula 10 – Pequena Barragem de terra – “Pré Projeto”
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INTRODUÇÃO
SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA
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Introdução
A adoção de um controle da água subterrânea facilita a construção de estruturas enterradas sob o nível d'água, na medida
em que:
1. Intercepta a percolação de água que emerge nos taludes ou fundo de escavações. A água prejudica grandemente os
processos construtivos e pode ser fator impeditivo ou de considerável aumente de custos de uma construção enterrada.
2. Aumenta a estabilidade de taludes e evita o carreamento hidráulico do solo deste talude e do fundo de escavação.
3. Reduz a carga lateral em estruturas de escoramento e contenção.
4. Melhora as condições de escavação e reaterro. Escavações submersas são sempre mais lentas e dispendiosas.
5. Elimina ou reduz a necessidade do emprego de ar comprimido em túneis.
6. Permite manter basicamente inalteradas as condições de suporte do terreno localizado subjacentemente ao apoio da
estrutura a ser construída.
Existem duas maneiras de realizar o controle da água subterrânea no solo. Um, denominados de métodos de exclusão
serão tratados futuramente, nas estruturas de contenção. Este métodos consistem basicamente em realizar a separação do
fluxo de água e o procedimento de escavação, excluindo assim a água da barreira física imposta. A outra metodologia
consiste da interceptação e remoção da água de subsuperficie, através de um bombeamento apropriado. Este
bombeamento pode ser realizado através de ponteiras filtrantes ou poços filtrantes. Esta segunda opção tem o objetivo de
alterar a posição do nível de água, que será o “foco” desta aula. Ou seja trataremos do controle do nível de água, ou
simplificadamente “rebaixamento”.
É importante lembrar que a utilização de uma técnica não exclui a utilização da outra.
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ConceitosIntrodução
Fatores que influenciam na Escolha do Sistema de Rebaixamento do Lençol D'água
I - Tipo de obra:
Para escavações rasas e rebaixamento de até
5-6 m do lençol d'água, deve-se adotar um
sistema convencional de ponteiras filtrantes.
Para rebaixamentos maiores, em locais exíguos,
deve-se prever um sistema de poços profundos
através de bombas submersas (para grandes
volumes d'água) ou de injetores (para volumes
menores).
II - Condições de subsuperficie:
A formação geológica e a natureza do subsolo
são determinantes na escolha do sistema de
rebaixamento. A permeabilidade e a
drenabilidade de um solo ou uma rocha podem
definir o sistema de rebaixamento a ser
utilizado.
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ConceitosIntrodução
IV - Efeito do rebaixamento em estruturas adjacentes:
pelo fato de o rebaixamento induzir uma diminuição das pressões neutras, sobrevém um correspondente aumento de
pressões efetivas e podem ocorrer recalques indesejáveis em estruturas localizadas nas vizinhanças, ou mesmo a grandes
distâncias (digamos, 50 a 100 m). Os recalques são mais frequentes quando existem construções leves apoiadas em argila
mole ou turfa, superficiais, sobrejacentes a aquíferos muito permeáveis, lista possibilidade deve ser analisada pelo
projetista, a quem caberá a recomendação da colocação de pinos de recalque nos vizinhos, selamento de trincas e fissuras
existentes e eventuais medidas jurídicas cabíveis. Mais recentemente, há a crescente preocupação de natureza ambiental;
III - Altura de rebaixamento x quantidade de água a ser bombeada:
À medida que se aumenta a altura de rebaixamento, caminha-se, em geral e sucessivamente, da captação superficial à
necessidade de ponteiras e daí para poços profundos. Para tanto, é essencial a avaliação, com folga, da quantidade de
água que fluirá para o interior da escavação
V - Natureza do aquífero e fontes de percolação ( natureza da água)
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ConceitosIntrodução
Há, todavia, uma condição intermediária, em geral relacionada com alívio das subpressões neutras ou do controle do seu
efeito na construção. Neste caso, o rebaixamento é ativado muito antes e desativado muito após o término da estrutura
enterrada, por exemplo quando a garagem de um edifício foi terminada e o rebaixamento deva ser mantido até que a
estrutura fique progressivamente mais pesada para se evitar a flutuação.
Um outro exemplo é o da possibilidade de ruptura hidráulica ou levantamento do fundo da escavação (blow-up), em que o
lençol deve ser mantido rebaixado por um período muito mais longo do que o cronograma estrito de construção.
Nos casos em que o nível d'água deva ser mantido permanentemente rebaixado, os requisitos não são diversos e apenas há
que se aumentar a durabilidade do sistema e de seus controles, de forma a permitir a perenidade de operação. Os circuitos
hidráulicos, controles elétricas, alarmes de interrupção etc. devem ser projetados em duplicidade ou multiplicidade.
Analogamente, os sistemas de filtros granulares mais canalizações devem prever a possibilidade de corrosão ou de
incrustações de águas ou efluentes, respectivamente quando o PH destas águas é ácido ou básico. Deve também ser
contemplada a possível ocorrência de algas ou bactérias que possam alterar as condições iniciais previstas. Sempre deve
haver redundância.
Na esmagadora maioria dos casos há a necessidade do rebaixamento temporário do lençol d'água, sendo o sistema de
rebaixamento ligado imediatamente antes da execução da escavação e desativado logo após, no entanto isto cabe ao
projetista e ao tipo de estrutura a qual está condicionado o rebaixamento.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombeamento direto
O bombeamento direto, também denominado de “esgotamento de vala” é a técnica mais simples. O sistema consiste em
coletar água em valas executados no fundo da escavação, ligadas a um ou mais poços onde a água é acumulada e
posteriormente retirada através de bombeamento. A escolha das bombas é feita com base na experiência ou cálculos de
hidráulica.
Urbano ( 2007) afirma que este tipo de bombeamento pode se tornar inadequada quando a escavação for realizada
utilizando cortinas impermeáveis e ocorrem gradiente hidráulicos alto. A ocorrência de gradientes hidráulicos altos podem
ocasionar ruptura de fundo da escavação e como consequência um acidente de trabalho ou atraso na execução. Quanto
ao bombeamento recomenda – se observar se está ocorrendo carreamento de partículas. Este carregamento de partículas
pode gerar recalques em estruturas vizinhas ou sistemas de infraestrutura urbana.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombeamento direto
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombeamento direto
São elementos que captam as águas distantes da
face do talude antes que nela aflorem. Ao captá-
las, eles as conduzem ao paramento e as
despejam nas canaletas.
Os drenos subhorizontais profundos, DHPs,
resultam da instalação de tubos plásticos
drenantes de 1¼" a 2", em perfurações no solo,
de 2½ a 4".
Os tubos são perfurados e recobertos por manta
geotêxtil ou por tela de nylon. São drenos lineares
embutidos no maciço, cujos comprimentos se
situam, normalmente, entre 6 e 18 m.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombeamento direto
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombeamento direto
I. Executa – se valetas de crista para coleta das águas de chuva.
II. Excuta – se, no contorno da escavação, uma vala profunda até a camada “impermeável” e instalam – se bombas de
recalque.III. As bombas começam a funcionar
extraindo a água do maciço a ser
escavado.
IV. Escava – se o maciço e mantem – se
a proteção dos taludes.
V. Continua – se a escavação até se
atingir a cota necessária ou região
impermeável. As bombas continuam
funcionando para evitar a surgência de
água.
Situação comum em obras de
pequeno e médio porte. Ou área
pequenas para escavação.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombeamento direto
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Ponteiras filtrantes
O sistema de ponteiras filtrantes é
caracterizado pela instalação, ao longo
da periferia da área a rebaixar. O
sistema constitui – se de uma tubulação
principal de diâmetro de 4’’ e com
diversas tomadas de água com diâmetro
de 1 e ¼” ou 1 e 1/2’’ , espaçadas de 0,80
m e 1,20, e alguns casos utilizam – se
2,00 m, sendo este espaçamento
condicionado ao tipo de solo. Estas
tomadas de água são denominadas
ponteiras filtrantes ( Well – points). A
ligação das ponteiras com o tubo principal
é realizada através de mangueiras com
um sistema de registro que impede o
fluxo ou permite realizar trocas e
manutenções sem a necessidade de
interromper todo o sistema. O sistema
ainda conta com um sistema composto
por conjunto de recalque
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Ponteiras filtrantes
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Ponteiras filtrantes
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Ponteiras filtrantes
Na prática as ponteiras, medem de 3 a 4
metros de comprimento efetivo. No total são
6 metros mas os 2 metros que “sobram” são
utilizados no sistema de registro e drenante.
Dessa forme se o rebaixamento do lenço for
superior a 4 metros, deve – se realizar o
rebaixamento em etapas ( estágios) para
que se realize o rebaixamento de maneira
efetiva e segura.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Injetores e Ejetores
O sistema de rebaixamento utilizando injetores e ejetores é apresentado nas imagens abaixo:
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Injetores e Ejetores
Neste sistema de rebaixamento, são executados poços com 25 a 30 cm de diâmetro e profundidades de até 40 m, no
interior dos quais se instalam os injetores. O espaçamento entre esses poços varia de 4 a 8 m.
O sistema funciona como um circuito semi fechado em que a
água é injetada por uma bomba centrífuga através de uma
tubulação horizontal (tubo distribuidor geral) que possui saídas
onde se ligam os tubos de injeção que conduzem a água sob
alta pressão ( 7 a 10 atm), até o injetor, instalado no fundo do
poço. A água injetada atravessa o bico Venturi do injetor e é
acrescida pela água que é aspirada do solo subindo por outro
tubo (de retorno) com diâmetro ligeiramente superior ao de
injeção, até a superfície. Os tubos de retorno estão acoplados
a outra tubulação (coletor geral), instalada paralelamente ao
distribuidor geral, e que conduz a água até uma caixa de água.
As pressões de retorno da água são da ordem de grandeza de
10% das pressões de injeção e o nível de água na caixa é
mantido constante, sendo o excesso (aquela que foi aspirada
do solo e a que se perde no sistema) conduzida para fora da
obra.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Injetores e Ejetores
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombas submersas
Este sistema de rebaixamento é empregado nos mesmos casos de injetores,
porém quando se necessita maiores vazões por poço ou maiores profundidades.
Neste caso utilizam-se bombas submersíveis instaladas dentro de um tubo-filtro.
O acionamento e desligamento da bomba em cada poço é feito automaticamente
por eletrodos ligados ao motor da mesma que são acionados pelo contato com a
água.
Todas as bombas utilizadas no rebaixamento são ligadas a um painel de controle
elétrico que deve conter, além dos dispositivos normais de operação (sistema de
controle dos eletrodos, de fornecimento de energia e de proteção do motor
elétrico), dispositivos especiais de controle e desempenho das bombas
(voltímetro, amperímetro, etc), que permitam detectar, de maneira rápida,
problemas em qualquer bomba, visto que as mesmas são equipamentos de
custo relativamente elevado.
As bombas disponíveis no nosso mercado são do tipo turbina, de 10cm de
diâmetro mínimo, dotadas de vários rotores (bombas de múltiplos estágios), que
necessitam de tubo-filtro com diâmetro interno da ordem de 20cm,
recomendando-se, portando, poços com cerca de 40 a 60cm de diâmetro. Este
valor está condicionado pelo diâmetro do tubo-filtro (não inferior a 20cm para
bombas com 10cm de diâmetro) e pelo espaço anelar cuja espessura não deve
ser menor que 7,5 a 10cm.
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SISTEMAS PARA REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA Bombas submersas
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REFERÊNCIAS
HACHICH, W. ET AL (ED.). FUNDAÇÕES, TEORIA E PRÁTICA. SÃO PAULO: PINI, 751P, 1998.
MASSAD, F. Obras de terra – Curso básico de geotecnia . São Paulo, SP. Oficina de textos, 215p,2010
GERSCOVICH, D.M.S . Fluxo em solos saturados. Rio de Janeiro, RJ. Departamento de Estrutura e fundações.Faculdade de
Engenharia. Notas de Aula.169p, 2011.
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Obrigado pela atenção.
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