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Aula 07 – Tensões no solo: Tensões em uma massa de solo
Augusto Romanini
Sinop - MT
2017/1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS DE SINOP
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
GEOTECNIA I
11/05/2017 Tensões no solo 2
Distribuição de Tensões no solo
Métodos de Calculo
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Distribuição de Tensões no solo
A determinação das tensões devido a cargas externas e sua distribuição no subsolo é muito
importante na avaliação de deformações e da capacidade de carga dos terrenos onde são
instaladas obras de engenharia.
Experiências realizadas nos primeiros tempos da Mecânica dos Solos mostram que:
• Os acréscimos de tensões a uma certa
profundidade excedem a área de
projeção da área carregada. Nas laterais
da área carregada também ocorrem
aumentos de tensão;
• O somatório dos acréscimos de tensões
verticais é constante em qualquer
profundidade;
s0
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Distribuição de Tensões no solo
• os acréscimos de tensões a uma
certa profundidade excedem a área
de projeção da área carregada.
Nas laterais da área carregada
também ocorrem aumentos de
tensão;
• o somatório dos acréscimos de
tensões verticais é constante em
qualquer profundidade;
• como a área de atuação aumenta,
o valor das tensões verticais
diminui com a profundidade.
sv
Variação dos acréscimos da
tensão vertical ao longo do
eixo de simetria vertical da
área carregada
s0
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Distribuição de Tensões no solo
Ao se unir os pontos em que os acréscimos de tensão no interior do subsolo são de mesmo
valor percentual aplicado na superfície, têm-se linhas chamadas de isóbaras.
Desta forma, isóbaras são superfícies unindo pontos de mesmo acréscimo de tensões.
P
1,00 P
0,50 P
0,10 P
s0
0,8s0
0,5s0
0,2s0
0,1s0
Bulbos de Tensão
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Métodos de Cálculo
Para a estimativa das tensões atuantes no interior da massa de
solo em virtude de diferentes tipos de carregamento externo são
muito utilizadas soluções baseadas na Teoria da Elasticidade
(relação tensão-deformação do solo é dada pela Lei de Hooke -
material de comportamento linear elástico, homogêneo e
isótropo).
Um solo é dito isotrópico se os parâmetros definidos em um
ponto são os mesmos em qualquer direção
A isotropia reduz as constantes elásticas do solo em apenas
duas: módulo de elasticidade (E) e coeficiente de Poisson (μ)
Se as constantes elásticas são as mesmas em todos os pontos
de uma massa de solo então ele pode ser considerado
homogêneo.
e
s
Δσ
Δe
ε
σE
Δ
Δ=
Teoria da Elasticidade (relação tensão-deformação do solo é
dada pela Lei de Hooke - material de comportamento linear
elástico, homogêneo e isótropo).
11/05/2017 Tensões no solo 7
Métodos de Cálculo
Entretanto, a aplicação de soluções mais simples da Teoria da Elasticidade aos solos é questionável, pois
os mesmos podem não satisfazer as hipóteses:
Comportamento linear e elástico
Para que seja válida, os acréscimos de tensão devem ser pequenos (pequenas deformações), tal que o
estado de tensões seja muito distante da ruptura
Homogeneidade
Foge da realidade na maioria dos casos. O solo é heterogêneo pela sua natureza e também apresenta
relações tensão-deformação variáveis com a tensão de confinamento, logo variável com a profundidade
Isotropia
O solo é, em muitos casos, anisotrópico pela natureza e arranjo de suas partículas. Entretanto, a condição
de isotropia é válida para terrenos onde o solo mantém constituição uniforme por distâncias da ordem de
algumas vezes a menor dimensão da área carregada
Como ainda não há melhor alternativa para a análise do comportamento das obras e também porque tem
tido uma avaliação satisfatória das tensões atuantes no solo, a Teoria da Elasticidade é aplicada como
base de várias soluções desenvolvidas
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Métodos de Cálculo
Carga concentrada em um ponto
Carga concentrada em uma linha
Carregamento triangular distribuído
Carregamento Circular
Carregamento Retangular
Carregamento de forma Irregular
Espraiamento linear das tensões
Boussinesq – Carga pontual
Boussinesq – Carga linear
Osterberg – Carga Distribuída de Aterro
Newmark/Steinbrenner – Superfície retangular
Newmark – Superfície qualquer
Love – Área circular
Carregamento Linear distribuído Solução de Michell – Carga linear
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Métodos de Cálculo Boussinesq – Carga pontual
Nesta solução foram determinadas as tensões, deformações e deslocamentos no interior de
uma massa elástica, homogênea e isotrópica, num semi-espaço infinito de superfície
horizontal, devido a uma carga pontual aplicada na superfície deste semi-espaço.
∆𝜎𝑧=3𝑃
2𝜋∙
𝑧3
𝑟2 + 𝑧252
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Métodos de Cálculo Boussinesq – Carga pontual
𝐼0 =3
2𝜋 ∙ 1 +𝑟2
𝑧2
52
𝜎𝑣 = 𝐼0 ∙𝑄
𝑧2
𝜎ℎ = 𝜎𝑣 ∙𝑟
𝑧
2
𝜏 = 𝜎𝑣 ∙𝑟
𝑧
Boussinesq (1885) resolveu este problema em três dimensões, que tornaram-se base para
todas as outras teorias sobre o assunto. Seus aspectos bidimensionais são de interesse
neste item, fornecendo as tensões verticais e horizontais, bem como a cisalhante em ponto P,
submetido a uma carga Q.
A obtenção da tensão horizontal só é válida se o solo for considerado incompressível.
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Métodos de Cálculo
Flamant– Carga Distribuída Verticalmente
Solução para o acréscimo de tensão vertical em
qualquer ponto devido à aplicação de uma carga q
linearmente distribuída (q/M) ao longo de um
comprimento que tende ao infinito.
∆𝜎𝑧=2𝑞𝑧3
𝜋 𝑥2 + 𝑧2 2
Boussinesq – Carga linear
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Métodos de Cálculo Boussinesq – Carga linear
q é a carga distribuída/m
𝐼0 =2
𝜋 ∙ 1 +𝑟2
𝑧2
2
𝜎𝑣 = 𝐼1 ∙𝑞
𝑧
𝜎ℎ = 𝜎𝑣 ∙𝑟
𝑧
2
𝜏 = 𝜎𝑣 ∙𝑟
𝑧
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Métodos de Cálculo Solução de Michell – Carga linear
Foram obtidas equações, supondo a capacidade de carga
(q) é distribuída uniformemente sob uma base
infinitamente longa.
𝐼2 =𝛽 + 𝑠𝑒𝑛𝛽 ∙ cos(2𝛼 + 𝛽)
𝜋
𝜎𝑣 = 𝐼2 ∙q
𝜎ℎ =2𝛽
𝜋𝑞 − 𝜎𝑣
𝜏 = 𝜎𝑣 −𝛽𝑞
𝜋
𝛼 = 𝑡𝑔−1𝑟 − 𝑏
𝑧
𝛽 = 𝑡𝑔−1𝑟 + 𝑏
𝑧− 𝛼
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Métodos de Cálculo Solução de Michell – Carga linear
Foram obtidas equações, supondo a capacidade de carga
(q) é distribuída uniformemente sob a linha central.
𝐼3 =𝛽 + 𝑠𝑒𝑛𝛽
𝜋
𝜎𝑣 = 𝐼3 ∙q
𝜎ℎ =2𝛽
𝜋𝑞 − 𝜎𝑣
𝜏 = 𝜎𝑣 −𝛽𝑞
𝜋𝛼 = −
𝛽
2 𝛽 = 2𝑡𝑔−1𝑏
𝑧
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Métodos de Cálculo Osterberg – Carga Distribuída de Aterro
∆𝜎𝑧=𝑞0𝜋∙
𝐵1 + 𝐵2𝐵2
∙ 𝛼1 + 𝛼2 −𝐵1𝐵2
∙ 𝛼2
𝛼1 = 𝑡𝑔−1 ∙𝐵1 + 𝐵2
𝑧− 𝛼2
𝛼2 = 𝑡𝑔−1 ∙𝐵1𝑧
Osterberg ( 1957), propôs uma forma
simplificada:
∆𝜎𝑧=𝑞0𝐼5
Onde 𝐼5 é a variação de: 𝐵1
𝑍𝑜𝑢
𝐵2
𝑍, onde se obteve o gráfico a seguir.
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Métodos de Calculo Osterberg – Carga Distribuída de Aterro
∆𝜎𝑧=𝑞0𝐼5
𝐼5 =𝐵1𝑍
𝐼5 =𝐵2𝑍
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Métodos de Cálculo Osterberg – Carga Distribuída de Aterro
𝛼 = 𝑡𝑔−1𝑟 − 𝑎
𝑧
𝛽 = 𝑡𝑔−1𝑟
𝑧− 𝛼
𝜎𝑣 = 𝐼𝑠 ∙q
𝐼5 =1
2𝜋∙2𝑟
𝑎𝛽 − 𝑠𝑒𝑛2𝛼
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Métodos de Cálculo Osterberg – Carga Distribuída de Aterro
𝛼 = 𝑡𝑔−1𝑟 − 𝑎
𝑧
𝛽 = 𝑡𝑔−1𝑟
𝑧− 𝛼
𝜎𝑣 = 𝐼5 ∙q𝛼 = 𝑡𝑔−1
−𝑎
𝑧
𝛽 = −𝛼
𝐼5 =1
2𝜋∙2𝑟
𝑎𝛽 − 𝑠𝑒𝑛2𝛼
𝐼5 = −𝑠𝑒𝑛2𝛼
2𝜋
𝛼 = 0𝐼5 = −
𝛽
𝜋𝛽 = 𝑡𝑔−1−𝑎
𝑧
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Métodos de Calculo Love – Área circular
∆𝜎𝑧= 𝑞 ∙ 1 −1
𝑅 𝑧2+ 1
3 2
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Métodos de Cálculo Love – Área circular
𝐼6 = 1 −1
1 +𝑅𝑧
2
32
𝜎𝑣 = 𝐼6 ∙q
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Métodos de Cálculo
A partir da integração da equação de Boussinesq, Newmark (1933)
desenvolveu uma solução para o cálculo das tensões provocadas no
interior do semi-espaço infinito de superfície horizontal por
carregamento uniformemente distribuído numa área retangular, numa
vertical passando por um dos vértices da área.
Newmark verificou que a solução era a mesma para situações em que
as relações entre os lados da área retangular e a profundidade fossem
as mesmas e definiu as seguintes relações:
𝑚 =𝐵
𝑧𝑛 =
𝐿
𝑧
∆𝜎𝑧= 𝑞 ∙ 𝐼7
Newmark/Steinbrenner – Superfície retangular
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Métodos de Cálculo
∆𝜎𝑧= 𝑞 ∙ 𝐼7
Um ano após Newmark,
Steinbrenner propôs um método
para a determinação da tensão
vertical sob os cantos de uma área
retangular uniformemente
carregada. O método também é
baseado na Teoria de Boussinesq.
Newmark/Steinbrenner – Superfície retangular
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Métodos de Cálculo
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,01 0,10 1,00 10,00
n
Is
1,4
1,0
1,2
0,9
2,0m ≥ 101,6
0,8
m = 0,1
0,2
0,3
0,6
0,4
0,5
0,7
m = 0
2 3 4 5 6 7 8 9 2 3 4 5 6 7 8 9 2 3 4 5 6 7 8 9
z
am =
z
bn =
z
bm =
z
an =
ou
ou
b
a
z
x
z
sv
a.b
Qσv
y
v 0I .ss s
Newmark/Steinbrenner – Superfície retangular
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Métodos de Cálculo Gráfico de Influência para pressão vertical
𝑅
𝑧= 1 −
∆𝜎𝑧𝑞
−2 3
− 1
O procedimento para obtenção da pressão vertical em qualquer ponto abaixo
da área carregada é o seguinte:
1. Determine a profundidade z abaixo da área uniformemente carregada, na
qual o aumento de tensão é requerido.
2. Represente graficamente a planta com a escala z igual o comprimento
unitário do gráfico. Escala (AB)
3. Coloque a planta ( do passo 02) no gráfico de influência, de tal modo que o
ponto abaixo do qual a tensão deve ser determinada fique no centro do
gráfico.
4. Conte o número de elementos incluído na planta da área carregada.
𝜎𝑣 = ∆𝜎𝑧= 𝐼𝑉 ∙ 𝑞 ∙ 𝑀
𝜎𝑣 = ∆𝜎𝑧= 0,005 ∙ 𝑞 ∙ 𝑀
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Métodos de Cálculo Espairamento
Método do espraiamento das tensões
Simplificadamente, o método considera as tensões verticais uniformemente distribuídas com a profundidade,
com um ângulo de espraiamento de 30º.
º30.2+2
2.= 0 tgzL
Lσσv
30°30°
2Lz.tg30° z.tg30°
Tensões no solo
REFERÊNCIAS
CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações - Volumes I, II, III.
DAS, B.M. Fundamentos de engenharia geotécnica. 7ª ed. Cengage Learning, 632 p., 2011.
PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos. 3ª Ed. Oficina de Textos, 356 p., 2006.
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11/05/2017 Tensões no solo 27
Obrigado pela atenção.
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