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UNIVERSIDADE DO MINDELO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E JURÍDICAS LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS A COMUNICAÇÃO POLITICA NA WEB 2.0: ESTUDO DE CASO SOBRE OS PERFIS E PÁGINAS DO PRESIDENTE DA REPUBLICA JORGE CARLOS FONSECA E DO PRIMEIRO MINISTRO JOSE MARIA NEVES NO FACEBOOK. Lo-Ruama Esther Cabral Rocha MINDELO, 2014

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UNIVERSIDADE DO MINDELO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E JURÍDICAS

LICENCIATURA EM

CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A COMUNICAÇÃO POLITICA NA WEB 2.0: ESTUDO

DE CASO SOBRE OS PERFIS E PÁGINAS DO PRESIDENTE

DA REPUBLICA JORGE CARLOS FONSECA E DO PRIMEIRO

MINISTRO JOSE MARIA NEVES NO FACEBOOK.

Lo-Ruama Esther Cabral Rocha

MINDELO, 2014

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

i

Departamento de Ciência Humanas, Sociais e Jurídicas

Licenciatura em Ciência Politica e Relações Internacionais

TÍTULO DA MONOGRAFIA:

A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e

páginas do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e do

Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

AUTORA: LO-RUAMA ESTHER CABRAL ROCHA

ORIENTADOR: NUNO ANDRADE FERREIRA

Mindelo, 2014

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

ii

Autora: Lo-Ruama Esther Cabral Rocha

Titulo: A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e

páginas do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro

José Maria Neves no Facebook

Declaração de Originalidade

Declaro que esta monografia é o resultado da minha investigação pessoal e

Independente. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão

devidamente mencionadas no texto, nas notas, nos anexos e na bibliografia.

A Candidata,

Lo-Ruama Esther Cabral Rocha

Mindelo, 19 de Setembro de 2014

“Trabalho apresentado à Universidade

do Mindelo como parte dos requisitos

para obtenção do grau de Licenciatura

em Ciência Politica e Relações

Internacionais”.

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Á minha mãe Lóide Rocha e ao meu pai Ildo Rocha

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, porque até aqui sempre me ajudou e sempre ajudará.

Aos meus pais Ildo Rocha e Lóide Rocha, por acreditarem sempre em mim e por

ajudarem-me a construir mais um dos grandes momentos da minha, o meu amor e a

minha gratidão vão muito além do que eu posso expressar por meras palavras.

Aos familiares e amigos, que de uma forma ou de outra contribuíram para que esta

etapa fosse mais um sucesso. Ao meu namorado Ivan por todo o incentivo e apoio.

Ao meu orientador Nuno Andrade Ferreira, pelo apoio, paciência e empenho.

Aos meus colegas e professores que de alguma forma, contribuíram para o meu

crescimento académico.

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Resumo

No presente trabalho procuramos entender mais sobre o conceito da Web 2.0,

pois apesar de esta fazer parte do quotidiano da nossa sociedade, são poucosos que

conhecem a sua evolução. A Web 2.0 trata-se de um espaço em que a

interactividade é uma das peças chave. Essa característica introduz

desenvolvimentos em conceitos como cidadania e democracia e marca um virar de

página na comunicação e no marketing político.

Esta monografia procura ainda, através de um estudo de caso, perceber de que

forma é que os progressos introduzidos pela Web 2.0 são sentidos na forma como

se opera a comunicação política em Cabo Verde.

Palavras-chave: Web 2.0, Comunicação Politica, Marketing Politico Digital

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Abstract

In this work we try to understand more about the concept of Web 2.0 in spite of

taking part of the daily life of our society very few people know its evolution Web 2.0 is

a space where the interactivity is one of the main parts. This characteristic introduces

development concepts such as citizenship and democracy and marks a turning point in

communication and political Marketing.

This monograph tries, through a study of case understand how the introduced

progresses by Web 2.0 are felt in the way the political communication in Cape Verde

operates.

Key words : Web 2.0; Political communication; Digital political Marketing.

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Índice

Agradecimentos ............................................................................................................... iv

Resumo ............................................................................................................................. v

Abstract ............................................................................................................................ vi

Índice dos Gráficos ........................................................................................................... x

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

Objectivo Geral ............................................................................................................. 2

Objectivo Específico ..................................................................................................... 3

Hipóteses: ...................................................................................................................... 3

METEDOLOGIA ......................................................................................................... 3

CAPITULO I .................................................................................................................... 4

I- A Web 2.0 e a Comunicação Política ........................................................................... 4

1. A Web 2.0 ................................................................................................................. 4

1.2. Conceito Web 2.0 .................................................................................................. 5

1.3. A Interactividade na Web 2.0 ................................................................................ 7

2.A Comunicação Politica/ Imprensa e a Web 2.0 ........................................................... 8

2.1.A internet e a comunicação política ........................................................................ 9

2.2.Vantagens da utilização da Web 2.0 e o caso particular da comunicação política:

.................................................................................................................................... 10

2.3.As desvantagens da utilização da Web 2.0 na comunicação politica: .................. 11

3.O Impacto da Web 2.0 ................................................................................................. 12

4.Cidadania e Democracia Vs. Cidadania 2.0 e Democracia 2.0 ................................... 14

4.1.Cidadania e cidadania digital ................................................................................ 14

4.3.Democracia ........................................................................................................... 16

5. Marketing Politico e a Web 2.0 ............................................................................... 18

5.1.A Distinção entre Marketing Politico e Marketing Eleitoral ................................ 18

5.2. A Campanha Eleitoral / Marketing Político de Barack Obama na Web 2.0........ 19

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Capitulo II ....................................................................................................................... 22

II-O Impacto da Web 2.0 na comunicação Politica de Cabo Verde. .............................. 22

1.A Web 2.0 em Cabo Verde .......................................................................................... 22

1.2. Breve contextualização sobre a internet/Web 2.0 em Cabo Verde: ................ 22

1.2.A interactividade na Web 2.0 em Cabo Verde: .................................................... 24

1.3. A Web 2.0 e a comunicação política: a imprensa _ Cabo Verde ......................... 25

2. A Cidadania 2.0 vs Democracia 2.0 em Cabo Verde ................................................. 26

2.1. Cidadania 2.0 ....................................................................................................... 26

2.2. A Democracia 2.0 ................................................................................................ 26

3.O Marketing Politico em Cabo Verde ......................................................................... 27

CAPITULO III ............................................................................................................... 30

III. A comunicação política na Web 2.0, estudo de caso sobreos perfis e páginas do

Presidente da Republica Jorge Carlos Fonsecae o Primeiro-ministro José Maria Neves

.................................................................................................................................... 30

Introdução ao estudo de caso ...................................................................................... 30

1. Estudo de caso ............................................................................................................ 30

2.1. Perfil do Presidente da República e do Primeiro-ministro .................................. 30

2.1. Perfil do Presidente da Republica ............................................................................ 31

2.2. Perfil do Primeiro-ministro ...................................................................................... 31

2.3. Publicações feitas por outro ................................................................................. 32

2.3.2. Publicações feitas por outro no perfil do Primeiro-ministro ............................. 33

2.4. Publicações: Texto ............................................................................................... 34

2.4.1. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Presidente da Republica ............................ 34

2.4.2. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Primeiro-ministro ...................................... 34

2.5. Publicações: Likes; Comentários; Partilhas ......................................................... 35

2.6Publicações:Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro ......................... 36

2.7. Publicações: Pessoal; Profissional ....................................................................... 37

2.8.Publicações: Pessoal; Profissional Primeiro-ministro .......................................... 37

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3. Página do Presidente da Republica ............................................................................. 38

4. Página do Primeiro-Ministro ...................................................................................... 40

5. Análise comparativa dos dados mais relevantes do perfil do Presidente da Republica

e do Primeiro-ministro .................................................................................................... 42

6.Análise comparativa das publicações feitas nas páginas do Presidente da Republica e

do Primeiro-ministro ...................................................................................................... 46

Conclusão ....................................................................................................................... 50

Bibliografia ..................................................................................................................... 53

Anexo A .......................................................................................................................... 56

Entrevista ao assessor de impressa do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca:

António Miranda (7 de Maio de 2014) ....................................................................... 56

Anexo B .......................................................................................................................... 59

Entrevista ao assessor de impressa do Primeiro-ministro de Cabo Verde José Maria

Neves: Abdul kuanda Simas(11 de Abril de 2014) .................................................... 59

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x

Índice dos Gráficos

Gráfico 1 : Publicações feitas pelo próprio: Presidente da Republica ............................ 31

Gráfico 2: Publicações feitas pelo próprio: Primeiro-ministro ....................................... 31

Gráfico 3: Publicações feitas pelo Preidente da Republica: Outro ................................. 32

Gráfico 4: Publicações feitas pelo Primeiro-ministro: Outro ......................................... 33

Gráfico 5 : Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Presidente da Republica....... 34

Gráfico 6: Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Primeiro-ministro ................. 34

Gráfico 7 : Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Presidente da Republica .... 35

Gráfico 8: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro ................ 36

Gráfico 9: Publicações: Pessoal; Profissional do Presidente da Republica .................... 37

Gráfico 10: Publicações: Pessoal; Profissional do Primeiro-ministro ............................ 37

Gráfico 11: Publicações: Profissionais ........................................................................... 38

Gráfico 12: Publicações: Texto; Fotos; Vídeos .............................................................. 39

Gráfico 13: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas ................................................ 39

Gráfico 14: Publicações: Profissional ............................................................................ 40

Gráfico 15: Publicações: Texto: Fotos Vídeos ............................................................... 41

Gráfico 16: Publicações: Likes; comentários; Fotos ...................................................... 41

Gráfico 17: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 42

Gráfico 18: Publicações feitos pelo Presidente da Republica e...................................... 43

Gráfico 19: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 43

Gráfico 20: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 44

Gráfico 21: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 44

Gráfico 22: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 45

Gráfico 23: Publicação feitos nas páginas: Profissional ................................................. 46

Gráfico 24: Publicações feitas nas páginas: Fotos.......................................................... 46

Gráfico 25 : Publicações feitas nas páginas: Vídeo ........................................................ 47

Gráfico 26: Publicação feitos nas páginas: Comentários ............................................... 48

Gráfico 27 : Publicações feitas nas páginas: Partilhas ................................................... 48

Gráfico 28: Publicações feitas, nas páginas: Likes ......................................................... 49

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1

INTRODUÇÃO

Desde o aparecimento da internet e posteriormente a sua evolução para Web

2.0, muitas foram as alterações que aconteceram na sociedade. Do dia-a-dia da

sociedade civil, até questões políticas e eleitorais, actualmente quase tudo é feito

utilizando as plataformas da Web 2.0. Neste trabalho pretendemos falar sobre o

impacto que as ferramentas da Web 2.0 tiveram e têm na comunicação política

cabo-verdiana. Qual é o impacto da Web 2.0 na comunicação política de Cabo

Verde?

Ao longo deste trabalho daremos a conhecer um pouco mais sobre a Web 2.0,

pois apesar de ser muito utilizada actualmente são poucos os que a conhecem, bem

como as vantagens e desvantagens que a mesma traz à nossa sociedade. Falaremos

também de outros pontos que a mesma tem evoluído como é o caso da cidadania,

Democracia, comunicação Politica, passando também pelo Marketing Politico e

eleitoral, que graças a interactividade (a peça chave da Web 2.0) tem causado

grande impacto na nossa sociedade. Por último, faremos a análise deste impacto na

sociedade Cabo-verdiana, através de um estudo de caso com dados recolhidos nas

páginas e perfis do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-

ministro José Maria Neves e entrevistas complementares feitas aos assessores dos

mesmos.

O presente estudo tem o propósito de analisar se os impactos que a Web 2.0

tem tido, em outras partes do mundo, na esfera política, são de algumas formas

aplicáveis ao caso cabo-verdiano. Como estudante do Curso Ciência Politica e

Relações Internacionais, a ideia de fazer um trabalho sobre a Web 2.0 e a

comunicação politica surgiu-nos a partir da experiência bem sucedida do presidente

dos Estados Unidos da América, nas eleições presidenciais norte-americanas de

2008, criando assim uma nova forma de se fazer o marketing politico e eleitoral,

utilizando as ferramentas da Web 2.0 e inspirando muitos candidatos a cargos

políticos a fazerem o mesmo, em actos eleitorais subsequentes.

O marketing político e eleitoral tem na internet espaços onde a informação

chega a milhões de pessoas ao mesmo tempo, a um custo reduzido, e que pode ser

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consultada a qualquer hora, ou em qualquer lugar. A interactividade é a

característica principal da Web 2.0, permitindo às pessoas, para além de receberam

informações, interagirem com as mesmas, dando as suas opiniões, debatendo ideias,

etc.

A Web 2.0, graças às suas ferramentas, quebrou barreiras a nível geográfico, e

ligou o mundo através da sua rede. A interactividade e a troca de ideias que antes

eram feitas num grupo específico de pessoas, hoje podem ser feitas com milhões de

pessoas pelo mundo.

Neste contexto surge uma série de questionamentos relacionados com o

impacto da Web 2.0 na sociedade civil cabo-verdiana e na comunicação política da

mesma: Qual é o impacto da Web 2.0 em Cabo Verde? Será que podemos falar

numa cidadania 2.0? E de Democracia 2.0? Será que os Políticos de Cabo Verde já

estão cientes das vantagens da Web 2.0? E será que já utilizam as ferramentas da

Web 2.0 e se sim, como o fazem?

Ao longo deste trabalho pretendemos responder às questões acima

mencionadas, tendo em vista os seguintes objectivos: mostrar o impacto da Web 2.0

nos outros países, principalmente a nível da comunicação política; analisar o

impacto que a mesma tem tido em Cabo Verde. Para alcançar este objectivo vamos,

em primeiro lugar, caracterizar e definir o conceito e o impacto da Web 2.0 e a sua

aplicabilidade a nível internacional. E em segundo lugar, procuraremos demonstrar

as mudanças que a mesma tem causado na cidadania, democracia e imprensa. Num

terceiro momento, procuraremos: dar a conhecer mais sobre a relação entre

comunicação política e a Web 2.0. Finalmente, aplicaremos os conceitos antes

trabalhados à realidade cabo-verdiana, com base num estudo de caso, desenvolvido

de foram qualitativa e quantitativa.

Objectivo Geral

Conhecer e compreender o que é a Web 2.0, e quais as contribuições que a

mesma traz para a comunicação politica através das suas ferramentas.

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Objectivo Específico

Conhecer, compreender e analisar o uso das ferramentas da Web 2.0 em Cabo

Verde na comunicação e marketing político.

Analisar as páginas e perfis do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e

do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook.

Hipóteses:

1. A Web 2.0 tem tido um grande impacto a nível político em Cabo Verde em

Cabo Verde.

2. A Web 2.0 é utilizada como meio de comunicação e marketing político em Cabo

Verde.

3. Os políticos Cabo-verdianos reconhecem as vantagens que a Web 2.0 coloca ao

dispor dos mesmos.

METEDOLOGIA

Para a realização deste trabalho utilizamos a técnica de pesquisa qualitativa e

quantitativa. Na quantitativa onde usamos fontes bibliográficas (internet) e fontes

secundárias. Para abordagem qualitativa recorremos ao estudo de caso que consistiu na

recolha de dados nas páginas e perfis do Facebook do Presidente da Republica Jorge

Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves. Os dados são sobre as

publicações e tipos de publicações feitas ao longo do ano de 2013, e o objectivo é

demonstrar a frequência com que os mesmos utilizam, esta rede social, analisar a

interactividade e a comunicação entre estes e os seus seguidores. Por outro lado,

complementando esta análise, e devido a inexistência de bibliográficas foram feitas

entrevistas aos assessores de imprensa do Presidente da República e do Primeiro-

Ministro, como forma de sabermos se existe ou não em Cabo Verde o uso da Web 2.0

como meio de comunicação e marketing político.

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CAPITULO I

I- A Web 2.0 e a Comunicação Política

1. A Web 2.0

Actualmente a Internet ocupa um lugar especial em relação aos restantes meios

de comunicação, devido às características dinâmicas e versáteis que facilitam o dia-

a-dia de quem a utiliza. Em poucos anos, a Internet evoluiu e foi capaz de atingir e

ligar mais pessoas do que a televisão, telefone, rádio entre outros meios que a

antecederam,

1“It took 74 years for the telephone to penetrate and diffuse to a

population of 50 million. Similarly, it took radio 38 years, the computer 16

years and television 13 years. The Internet penetrated 50 million people in

just 4 years” (Mann et.al, 2000:13).

Fazendo uma análise destes dados podemos constatar o grande impacto que a

internet causou na vida dos indivíduos em várias áreas das suas vidas. A internet

ultrapassou os limites que os outros meios não conseguiram ultrapassar, por

exemplo, quebrou muitos limites que existiam a nível geográfico. A distância

deixou de ser um problema e a comunicação passou a ser mais fácil, bem como a

troca ou procura de informações, e até mesmo partilha de conhecimento.

A forma como cada pessoa utiliza a Internet e as finalidades que cada uma quer

obter, fazem com que esse mundo virtual evolua a cada dia, para se adaptar às

necessidades de quem o utiliza. O Objectivo desde trabalho não é de forma alguma

sobrepor ou desvalorizar os mass media, mas sim mostrar o impacto e as

transformações que a mesma trouxe na vida do cidadão e como esta tem vindo a

1Tradução livre

“Demorou 74 anos para o telefone penetrar e difundir á uma população de 50 milhões. O mesmo

aconteceu também com á rádio que levou 38 anos o computador 16 anos e a televisão 13 anos. A internet

por sua vez em apenas 4 anos chegou á 50 milhões de pessoas” (, Mann et .al, 2000).

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influenciar o eleitorado, tornando-o melhor informado, até porque, apesar de todas

essas vantagens que a mesma detém, os mass media ainda continuam, e continuarão

a ter o seu lugar na sociedade, tal como veremos mais a frente.

Perante todas estas vantagens e o número de pessoas que estão ligadas por este

mundo virtual, empresas, instituições tanto públicas como privadas, têm marcado

presença neste mundo, destacando-se sobretudo os eleitos político se também os

candidatos, que vêm utilizando este meio como forma de relacionamento directo

com o seu eleitorado, fazendo campanhas online.

Esta experiência, tem trazido resultados positivos, pelo que o seu número de

“adeptos” tem aumentado a cada eleição e a cada ciclo político.

1.2. Conceito Web 2.0

O que é a Web 2.0? A palavra Web 2.0 foi utilizada pela primeira vez por

O'Reilly, em Outubro de 2004, para designar a segunda geração de comunidades e

serviços utilizando a Web como plataforma. A Web 2.0 seria o ponto de encontro

de redes sociais ou outros espaços na Internet que permitiriam às pessoas interagir e

partilhar conteúdos a uma escala global.

Portanto, a Web 2.0 não se refere a um novo tipo de Web mas sim a uma

revolução da mesma. A Web 2.0 veio facilitar e aumentar a quantidade de

informações de diversos tipos, bem como a velocidade com que esta chega ao

receptor, permitindo que o mesmo interaja com o conteúdo recebido, ao contrário

do que acontece na televisão, rádio, jornais etc. Podemos portanto afirmar que a

palavra-chave da Web 2.0 é a interactividade.

A primeira geração da Internet teve como principal atributo a enorme

quantidade de informação disponível e a que todos podíamos aceder. No

entanto, o papel do utilizador nesses cenários era o de mero espectador da

acção que se passava na página que visitava, não tendo autorização para

alterar ou reeditar o seu conteúdo. (Araújo et. al.,cit in Coutinho 2007)

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Antes do aparecimento da Web 2.0, a World Wide Web era muito parecida

com a televisão, ainda que com as naturais distâncias. Apenas recebíamos a

informação e não era possível interagir com a mesma, a não ser através do nosso e-

mail. Quando O´Reilly usou esta palavra pela primeira vez e posteriormente outras

pessoas começaram a utilizá-la, muitos foram contra esse nome, pois segundo os

críticos então deveríamos ter também TV 2.0 devido às mudanças que houve na

mesma ao longo dos tempos; é o que acontece sempre que é inserido no mundo

uma nova conceito, produto, ou qualquer coisa nova.

A Web 2.0 tem ao dispor dos utilizadores ferramentas que podem ser usadas

online: como por exemplo o Facebook, Twitter, Wikipedia etc., e ferramentas que

podem ser usadas off-line como por exemplo o PicsART fotos. As ferramentas são

muitas e com finalidades diferentes, cujos objectivos são proporcionar mais

interactividade entre as pessoas e facilitar o dia-a-dia das mesmas.Por exemplo:

Actualmente através das ferramentas da Web 2.0, estudantes, cientistas e outros

profissionais do mundo todo podem trocar informações através de conferências

electrónicas. As vantagens e os resultados obtidos dependem dos objectivos de

quem o utiliza.

Contudo, segundo Tavares et.al (2013): (…) “há quem fale num excesso de

informação na Internet”. Quando a mesma surgiu, esta foi uma das primeiras

preocupações e enquanto se tentava resolver este problema a informação na mesma

só aumentava e até hoje não foi possível controlar o conteúdo que é colocado a

cada minuto ou mesmo segundo. Isto significa que, em linha, é colocado todo o tipo

de conteúdo, “bom” e “mau”, o que torna premente a necessidade dos cidadão

serem preparados e dotados das ferramentas necessárias para que saibam distinguir

entre boa informação e má informação.

Devemos, porém, reconhecer o grande contributo que trouxe à nossa actual

sociedade e enaltecer a forma como esta mudou radicalmente a vida de quem a usa

e nela se movimenta. A realidade acima descrita tornou a sociedade em que

vivemos numa sociedade mediatizada. Ter um equipamento electrónico ligado à

internet é algo imprescindível para muitos. É muito difícil hoje em dia na nossa

sociedade viver sem se estar conectado a uma ferramenta da Web 2.0. As próprias

estruturas sociais, que temos hoje leva-nos a estar sempre conectados.

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A cada dia mais serviços e até coisas simples como a compra de uma peça de

vestuário podem ser feitos comodamente na nossa casa, utilizando a Internet.

Muitos bens ou produtos só podem mesmo ser adquiridos online, devido à

inexistência de loja física, uma opção bastante comum e muito escolhida entre os

novos empresários. Informações sobre qualquer assunto a qualquer minuto podem

ser encontradas online Ora, tudo isto são mudanças que transformaram a nossa

sociedade numa sociedade mediatizada.

“As ferramentas de comunicação disponibilizadas na internet e

voltadas para as redes sociais virtuais têm-se configurado em uma das

principais responsáveis pela criação e manutenção dos relacionamentos

pessoais e profissionais da actualidade.” (Tavares,2013)

O mundo hoje em dia está ligado e poucos são aqueles que insistem em ficar

fora desta mudança. Nos países com mais dificuldades de acesso, os governos têm

investido em praças com acesso à rede. Reconhece-se hoje que é quase impossível

não só para as pessoas mas para o próprio Estado e empresas não estar dentro das

“redes”.

1.3. A Interactividade na Web 2.0

A Web 2.0 veio para simplificar a vida e ao mesmo tempo ajudar os indivíduos

a estarem mais atentos sobre aquilo que acontece e não só. Hoje em dia, a maior

parte da população encontra-se ligada à esta nova forma de partilhar opiniões ou

espaços de debate sobre qualquer assunto. A Web 2.0 proporciona conhecimento e

também lugares para pôr em prática ou mesmo aumentar o conhecimento que já

adquirimos.

Com a Internet, as pessoas deixam de ser meras consumidoras de

conteúdos de massa e passam a ter o poder de interferir directamente no que

está sendo veiculado. Embora no passado já houvesse uma possibilidade

mínima de interacção entre os indivíduos e os meios de comunicação de

massa, é com a Web 2.0 que a interacção efectiva se concretiza (Araújo

et.al, 2009).

Estamos a falar, portanto, sobre a interacção na rede onde podemos encontrar

pessoas com interesses ou objectivos em comum sem no entanto estarem próximas.

Se antes desta evolução da Web 2.0 as pessoas tinham um meio específico onde

interagiam, por exemplo, um determinado grupo de amigos e teriam de estar

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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próximas fisicamente para isto acontecer, muitas vezes isso implicava

deslocamentos para lugares muito longe, actualmente; apesar do contacto virtual

não substituir o contacto face a face, as ferramentas da Web 2.0 ajuda-nos a fazer

isso de forma mais cómoda com quem desejarmos, abrindo portas para estarmos

próximos de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, reduzindo a necessidade

de deslocamentos através de comunidades virtuais.

Segundo Da Silva V.U. (2009)

A sociedade está perante uma nova forma de interacção. É o avanço da

tecnologia dando uma nova vertente à forma como as pessoas se reuniam

para trocarem ideias e estarem juntas. Tudo isso é possível através da

relação de confiança que existe e são construídas dentro destas redes que se

apresenta como um dos pontos fundamentais. Essa confiança que existe

entre os utilizadores permitem aos mesmos se conhecerem, saberem dos

gostos e interesses um do outro e inclusivamente através daquilo que se

partilha pode-se saber com que tipo de pessoas está-se a lidar.

Quando falamos de interacção na rede, falamos daquilo que é permitido fazer

numa rede onde o indivíduo pode publicar ideias, fotos, vídeos, mensagens,

comentar ou partilhar aquilo que quiser. Como já antes dissemos, estes espaços

também são usados por empresas, associações e entidades governamentais que se

aproveitam desta interactividade, no meio do seu público-alvo para transmitirem

aquilo que querem que chegue até ao público. Temos o exemplo do presidente dos

Estados Unidos Barack Obama que através da boa utilização destes meios acabou

não só por ser muito conhecido e apoiado mas também deu um passo decisivo para

o sucesso da campanha eleitoral de 2008, nos EUA.

2.A Comunicação Politica/ Imprensa e a Web 2.0

A comunicação é uma peça chave na carreira de qualquer político e ao longo

dos tempos, vários foram os recursos utilizados para alcançar este objectivo de

passar a mensagem ao potencial eleitorado, tentando sempre impactar o maior

número possível de eleitores no menor curto espaço de tempo possível.

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Devido a este e outros factores, como por exemplo o nível de audiência e

alcance de pessoas, os meios de comunicação estiveram desde sempre aliados ao

político. A procura de mais eficiência na comunicação fez com que o jornalismo

evoluísse e adapta-se ao discurso político e as suas exigências.

2.1.A internet e a comunicação política

Com o aparecimento da Internet e a sua evolução, as pessoas passaram a estar

cada vez mais ligadas ao mundo, através das novas tecnologias. Aos poucos, a

Internet, que no início era utilizada principalmente por empresas, chegou ao grande

público e transformou-se, primeiro, num instrumento onde aspessoas obtinham

informações e, depois, num espaço interactivo.

As várias vantagens, que a Web 2.0, trouxe consigo fizeram com que cada vez

mais pessoas a procurassem como um meio de obter informações; o público deixou

de ser um mero espectador do que acontecia nos mass media para, através das

ferramentas da Web 2.0, participar no processo criativo. Perante toda esta

transformação, e perante a perda do monopólio por parte da comunicação social

tradicional, houve a necessidade do sector se adaptar a estes novos meios, criando

novas formas de transmitir a informação. Hoje em dia, quase todos os jornais, rádio

e televisões já se renderam às vantagens e à grande amplitude que a Internet

possibilita na difusão de conteúdos.

Nuno Francisco (2013) afirma que neste espaço não mediado definiram-se

novas fronteiras, abriu-se o espaço para a interactividade, colocou-se a internet e as

redes sociais ao serviço da acção política.

Nenhum dos meios de comunicação anterior à Internet deixa de ser menos

importante. Cada um deles, apesar dos seus prós e contras, deixa de ser importante

para a vida política e social de um país; nenhuma deixa de ser menos importante

que o outro, nenhuma deles até agora conseguiu sobrepor-se ao outro; cada uma

tem a sua eficácia e dinâmica distinta.

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2.2.Vantagens da utilização da Web 2.0 e o caso particular da

comunicação política:

O usuário passou a usar o computador menos e os arquivos que o mesmo deseja

guardar podem ficar através dessas ferramentas criadas com base na Web 2.0

guardadas na própria rede, podendo ser consultados a qualquer momento ou em

qualquer lugar.

A Web 2.0 com as várias ferramentas de comunicação, as ditas redes sociais,

veio revolucionar a comunicação, de forma geral. A esta “revolução” não foi

indiferente a comunicação política

Ninguém hoje em dia fica indiferente às possibilidades que se abrem com

instrumentos como o Facebook e o Twitter, apenas para mencionar alguns dos mais

conhecidos.

De uma maneira geral podemos dizer que as vantagens são:

A produção, partilha ou troca de que conhecimento, permitindo a quem a

utiliza um leque muito grande de informações, sendo esta uma das suas

características, quer seja por fotos, como também através de vídeos, textos, etc.

Graças às suas ferramentas qualquer usuário poderá partilhar o conteúdo que quiser,

a qualquer hora e em qualquer lugar, desde que o mesmo esteja conectado à rede.

Tudo isto é feito com baixos custos, utilizando as ferramentas da Web 2.0.

A Web 2.0 tem ainda a vantagem de estar ao dispor a qualquer hora e a

qualquer momento para quem procura utilizar as suas ferramentas para não só

comunicar, trocar ou procurar informações, mas também para prestação de

serviços, como pagamentos de contas etc. A Web 2.0 pode ser utilizada por

qualquer pessoa que tenha as mínimas noções da informática e dos seus programas,

as suas ferramentas, na maioria, são de fácil compreensão.

Falando agora sobre as vantagens a nível politico podemos dizer que os

políticos, assim como outras figuras públicas de outros quadrantes, nomeadamente

actores e músicos, não poderiam fugir a este fenómeno, sendo que hoje essas redes

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sociais, muito particularmente o Facebook, são uma ferramenta imprescindível de

comunicação e marketing.

O político tem uma ferramenta poderosa ao seu dispor, onde pode expor as

suas ideias e pensamentos, sem passar pelo crivo muitas vezes redutor da

comunicação social que nos dá uma visão “recortada” das coisas, pelo prisma desta

ou daquela circunstância ou tema que considera mais importante.

Do ponto de vista do consumidor (eleitor) permite um acesso mais fácil aos

conteúdos e informações e maior acessibilidade na partilha desses conteúdos. A

possibilidade de interacção directa, entre o eleito e eleitor, que até então eram

mantidos na maioria das vezes à distância.

2.3.As desvantagens da utilização da Web 2.0 na comunicação politica:

Um das potenciais desvantagens prende-se com o possível excesso de

informalidade da linguagem e do registo, relacionada com a própria natureza dos

meios da Web 2.0. A presença nas plataformas sociais não impede a necessidade

desse, ter na retaguarda um site para informações mais detalhadas e melhor

trabalhadas.

Outra desvantagem é como controlar o excesso de informação e aparição que

pode por vezes ser prejudicial, no sentido de que as informações podem perder-se

no grande vácuo da Internet, com tantas informações.

Outro aspecto menos bom é que o excesso e um trabalho menos cuidado pode

constituir mais uma arma para o “inimigo”, no sentido em que estes poderão

explorar o que se diz ou o que se faz, por vezes é difícil encontrar esse equilíbrio

entre o que é necessário dizer e mostrar e o que é excessivo.

Podemos ainda destacar o excesso de informações e aparições prejudiciais à

imagem, a dificuldade para manter a interactividade (dando resposta a tantas

solicitações), e ainda, o perigo de ser usado contra o utilizador o conteúdo que é

postado.

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Diante dessas desvantagens da Web 2.0, poderíamos então afirmar que esta em

um dado espaço de tempo estaria condenada ao fracasso? Reparemos no seguinte:

A Web 2.0 tem desvantagens, mas que podem ser ultrapassadas:

- O excesso de informação depende da escolha que é feita pelo usuário.

- A forma como usamos a internet influencia no que encontramos; saber utilizar a

internet de forma correcta, procurando aquilo que queremos em lugares apropriados

facilita muito e impede que encontremos aquilo que não queremos ver ou fazer; a

interactividade não existe apenas para trocar ideias ou outras coisas mas também

para nos ajudar a informar sobre aquilo que queremos. No mundo virtual

encontramos todo o tipo de pessoas e conteúdo tal como acontece no mundo real; o

que deveremos fazer e saber é procurar estar no meio onde sentimos melhor e onde

encontramos aquilo que procuramos.

- Aos políticos e ao seu Staff espera-se que saibam usar as ferramentas online com

engenho, com “conta, peso e medida”, evitando pecar por excesso ou por defeito na

informação disponibilizada e na presença em linha. A presença online exige

estratégia e planificação e não pode ser feita de forma amadora.

Podemos concluir que as vantagens em se usar as ferramentas da Web 2.0 vão

muito além das desvantagens que foram aqui apresentadas. Cada um é responsável

pelo retorno daquilo que procura ou faz na Web 2.0. Portanto, a Web 2.0 é uma

ferramenta poderosa que está ao dispor de todos e cabe a cada um utiliza-la de

forma a mais sábia possível a fim de evitar desgostos futuros.

As desvantagens que provêm da Web 2.0, se analisarmos com atenção, podem,

na sua maioria, ser evitadas, se da Internet for feito um uso correcto e responsável.

3.O Impacto da Web 2.0

Depois de tudo que já lemos sobre a Web 2.0 anteriormente neste trabalho, já

não nos surpreendemos com o enorme impacto que a mesma tem tido nas

sociedades ligadas entre si por esta rede que é Internet e que tem quebrado muitas

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barreiras a nível social, económico e até cultural. Após o surgimento das redes

sociais houve um aumento dos utilizadores da Internet, devido às inúmeras

vantagens que as mesmas agregam e que já explorámos anteriormente.

O impacto tem sido positivo na medida em que tem quebrado barreiras em

diversas áreas da vida do ser humano.

É nas redes socais que encontramos o maior número de pessoas em relação às

restantes ferramentas da Web 2.0.Em 2013 o Facebook, por exemplo, teria cerca de

1,2 mil milhões de utilizadores.

O Facebook é a rede social com mais utilizadores, sendo a interactividade uma

das principais responsáveis, ou seja, a forma como as pessoas interagem na mesma;

O utilizador é que escolhe como prefere utilizá-lo; pode ser de uma forma mais

passiva, apenas como observador, e opinando sobre assuntos que lhes interessam,

ou pode também ser muito activo, lançando debates, confrontando ideias etc. Outra

importante características desta rede é a possibilidade de escolher como e com

quem queremos interagir.

Para mostrar o grande impacto que a Web 2.0 tem tido na sociedade

relembremos o caso do Brasil. Segundo os dados recolhidos no Twitter e no

facebook nas foi através das mesmas que começaram e foram organizadas

manifestações e revoltas em torno de diversos assuntos. É o caso da manifestação

contra a subida dos preços dos tarifários dos autocarros, no dia 6 de Junho de 2013;

as pessoas começaram a partilhar, trocar e debater sobre o tema nas redes sociais

como o Twitter (muito utilizado no Brasil) e o Facebook. Durante os protestos,

vários foram os posts feitos nas redes sociais desde mensagens, fotos e vídeos.

Casos parecidos com o do Brasil já teriam acontecido na Grécia e na Turquia. Esses

movimentos podem ser consultados a qualquer momento nestas mesmas redes.

A Primavera Árabe – cuja análise mereceria um trabalho, por si – é outro

exemplo paradigmático do uso das redes sociais como forma de mobilização

popular.

Tendo e conta o que já lemos, podemos constatar o grande impacto que a Web

2.0 tem trazido para o nosso meio. Muito mais que um meio de comunicação e

partilhas, também tem sido um meio para mobilizar as pessoas e consciencializá-las

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sobre os seus direito e deveres, e outras vertentes da sociedade, como por exemplo

a cidadania e a democracia, ou melhor, Democracia 2.0 e Cidadania 2.0, ambas

evoluíram, pois ambas também estão presente na Web 2.0. baseando-se nos

mesmos princípios mas em outros moldes.

4.Cidadania e Democracia Vs. Cidadania 2.0 e Democracia 2.0

4.1.Cidadania e cidadania digital

Podemos de facto afirmar que existe uma cidadania digital? Será que esta existe

mesmo ou apenas é uma ferramenta utilizada pela cidadania? Para esta reflexão é

necessário dar a conhecer os conceitos e as características dadas às mesmas para

que se possa fazer uma análise consciente e procurar respostas plausíveis.

Segundo alguns autores, a palavra cidadania surgiu na Grécia antiga, do século

V ao século VI a.C.; esta foi uma tentativa de Aristóteles para desenvolver o

conceito. A cidadania encontrava-se associada a homens livres, excluindo mulheres

e escravos. Actualmente, a cidadania está associada à igualdade de valores

essenciais ao ser humano, conotação bem diferente da antiguidade mas que não

deixa de ser o ponto de partida para a sua evolução.

A cidadania não é apenas individual mas também colectiva, ou seja, esta

reconhece o indivíduo na sociedade em que o mesmo está inserido, isto apesar de

parecer um pouco confuso apenas demonstra a dualidade da palavra cidadania.

A cidadania é, assim, um conjunto de direitos e deveres ligado à sociedade nas

suas vertentes tanto social como política e cívicas; o indivíduo tem o direito e o

dever de participar em todas as vertentes da sociedade onde está inserido e a

sociedade, nesse caso os dirigentes, deve criar todas as condições para que isso

aconteça, pois ela é responsável pela preparação do cidadão para que este esteja

apto a exercer a cidadania.

Portanto, de acordo com o que já foi acima mencionado, não se consegue ter

cidadania sem o indivíduo, segundo Aristóteles: “O homem é um ser social…” e

este não consegue viver sem estar inserido num colectivo/sociedade; a cidadania é a

chave para se estar envolvido/inserido num meio colectivo, pois a ela implica a

interacção e participação na vida social.

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Ora sendo a cidadania a interacção e participação do cidadão na sociedade, esta

encontra na Web 2.0 ferramentas que a ajudam a alcançar o seu objectivo; resta

saber, no entanto, se a partir deste ponto começa-se a falar de uma cidadania digital

ou se a Internet é apenas uma ferramenta utilizada porque ajuda o individuo a

interagir e a participar na sociedade. Com a evolução da Internet e através das

ferramentas que esta coloca à disposição através da Web 2.0, a interactividade e a

participação em assuntos colectivos tem sido facilitada.

A Internet permitiu o acesso a um extenso manancial de informação e

facilitou uma rápida comunicação (assíncrona e síncrona) a baixo custo. É o

símbolo de uma nova Era, a Sociedade da Informação e do Conhecimento.”

a Sociedade em Rede, entre outras nomenclaturas. (Neves, 2010)

Com tanta interactividade e participação na Web 2.0, será possível falar em

cidadania digital? Recordamos que ao interagirmos na Web 2.0 fazemos isso

virtualmente; se desconsiderarmos a necessidade de se estar presente fisicamente

para se fazer esta interactividade e, aceitando que se pode fazer isto sem a

necessidade de se estar próximo fisicamente, podemos falar sim em cidadania

digital.

Segundo Neves (2010) O digital faz parte do físico, ou seja, actualmente

milhões de pessoas têm a necessidade ou querem estar ligadas à internet no seu dia-

a-dia a qualquer momento.Com o avanço das tecnologias, é fácil se sentir próximo

da pessoa sem se estar lá. A tecnologia não substitui o contacto visual mas reduz

consideravelmente esta necessidade.

A cidadania digital é o uso da internet com normas adequadas e responsáveis.

Não se pode dizer que seja diferente da cidadania apenas uma evolução da mesma,

pois podemos reparar que apesar de estarem inseridos em ”universos” diferentes

são praticamente iguais tendo sofrido ligeiras alterações para adaptar-se ao novo

espaço, no caso à Internet.

Informações retiradas do site Miúdos seguros.net nos mostram que embora

sendo um mundo virtual, a etiqueta e a boa educação são pontos fulcrais. Sabemos

que já existem recursos e, em certos países, meios e leis para punir quem não utiliza

os espaços virtuais da melhor forma possível.

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Tal como acontece na cidadania na sua forma mais pura, onde encontramos

direitos e deveres para os cidadãos, na cidadania digital também encontramos

direitos e deveres dados aos cidadãos. Todo o cidadão tem direito a informação de

igual forma que os outros. Há que ter em conta também a responsabilidade sobre o

que se partilha e quando se utilizam obras publicadas na internet da forma menos

correcta; em muitos lugares isto também fica sujeito a coimas, apesar de, como já

foi dito anteriormente, estas leis não existirem em todos os países.

4.3.Democracia

É na Grécia que vamos encontrar os primeiros passos da democracia; autores

como Platão e Aristóteles, grandes filósofos da antiguidade, foram os mestres do

pensamento político social. Na sua obra «A República», Platão deixa bem claro que

no regime democrático o governo teria as suas atenções voltadas para o povo, sendo

este o detentor do poder.

Tudo o que é feito na Web 2.0, para além de ter um baixo custo, proporciona

um espaço onde o cidadão é livre para se expressar, e onde a censura é muitas vezes

difícil de ser praticada, sendo este um estimulante para o aumento da participação,

principalmente na vida política.

[...] a democracia por intermédio da internet e as ferramentas da Web2.0, como

as redes sociais virtuais, revelam uma nova área para a política, sendo capaz de

integrar dinamicamente com sociedade e políticos. [...] (Tavares cit. Al. Ospina e

Acosta 2010)

As redes sociais têm tido um papel muito importante nesta nova fase da

democracia, pois são estas que têm unido a sociedade com os políticos. Através da

Web 2.0 a distância foi encurtada não só a nível geográfico mas também entre

classes sociais e profissionais. Hoje em dia através da mesma as pessoas estão mais

perto dos políticos, podendo entrar em contacto com os mesmos a qualquer

momento utilizando uma rede social em que o politico/partido etc., esteja presente.

Para Tavares cit. in Harto de Vera (2006):

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(…) O impacto proporcionado pela democracia 2.0 permite o fortalecimento da

política em comunidade e um relacionamento estreito entre representantes e

representados, tendo como foco as intenções dos eleitores através de feedback.

É claro que a Democracia 2.0 não poderá substituir a Democracia

representativa e nem é esta a sua intenção. A Democracia representativa continuara

a existir pois permanecera a necessidade de se ter encontros e mediações físicos. A

Democracia online seria mais uma ferramenta para o cidadão informar, exprimir a

sua opinião ou dúvidas, e estar melhor preparado para participar na Democracia

representativa.

Neste sentido podemos concluir que a internet vem impactando positivamente

a democracia, pois através dela foram criados espaços que permitem às pessoas

dialogaram e estar informadas sobre assuntos que lhes interessam, principalmente a

nível político.Com a entrada dos políticos na Web 2.0, as pessoas passaram, muito

mais do que a acompanhar campanhas políticas, a participar nas mesmas, e a serem

importantes colaboradores. Através da Web 2.0 os cidadãos também passaram a

estar em maior contacto com o resto da sociedade e com os assuntos políticos, tudo

isso cria cenários ideais para o surgimento de novos movimentos e de eleitores mais

bem informados.

Essas redes sociais funcionariam como canais de informação, em que o homem

é inserido nessa sociedade contemporânea, através de inputs e outputs de

informação, podendo relacionar-se com os governos de uma maneira interactiva e

dinâmica, e não somente recebendo informações oriundas desses meios de

comunicação. Além disso, segundo Castells (1999) as redes sociais permitem uma

interacção de „iguais‟, de grupos que se identificam, independentes de seu espaço

ou tempo .

Portanto, a democracia só teve ganhos nessa sua nova vertente como

Democracia 2.0, porque através da interactividade que existe neste ambiente, em

conjunto com as vantagens que advêm da mesma; o político e os eleitores estão

cada vez mais próximos, permitindo assim uma sociedade digital com cidadãos

melhor informados e com opiniões formadas.

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4. Marketing Politico e a Web 2.0

A comunicação é parte essencial da política e a necessidade de fazê-la chegar

ao maior número de pessoas é extremamente importante, por isso sempre houve a

preocupação de usar os mass media para alcançar esse objectivo. E é neste contexto

que se começa a utilizar a Web 2.0 como um dos aliados para se fazer esta

comunicação/marketing político.

Reconhece-se hoje mais que nunca a importância de se fazer o Marketing Politico e

o Marketing eleitoral. Mas independente do sentido que se dê ao Marketing, este

sempre terá a sua base. Segundo Araújo et.al (2010), os seus quatro componentes

essenciais são: produto, preço, praça e promoção, conhecidos por 4P's. Portanto

definindo o Marketing tradicional será:

“ (…) A área do conhecimento que engloba todas as actividades concernentes à

relação de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos

consumidores, visando alcançar determinados objectivos de empresas ou indivíduos

e considerando sempre o meio ambiente de actuação e o impacto que essas relações

causam no bem-estar da sociedade” (Araújo et.al cit.in. CASAS, 2001).

O Marketing tradicional, pode-se ajustar às mais diversas áreas desde do

comercial, passando pelo marketing político, sem perder a sua base, pois esta

simplesmente adapta-se para alcançar o objectivo de quem o utiliza. Como por

exemplo, o marketing político e o marketing eleitoral, apesar de terem finalidades

diferentes, ambos possuem a mesma base, ou seja, ambos se baseiam nos 4P´s do

Marketing tradicional.

5.1.A Distinção entre Marketing Politico e Marketing Eleitoral

O marketing político é voltado para a construção de uma imagem de longo

prazo. Utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, só que com uma visão

mais ampla. Já o objectivo do marketing eleitoral é angariar o maior número de

votos para ganhar uma eleição, com data marcada.(…)A diferença fundamental é,

portanto, uma questão de tempo (Araújo et.al, 2010).

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Nesta diferenciação estes autores fazem uma transposição do marketing

tradicional para o marketing o político onde teremos como produto o candidato, o

voto será o preço, a praça a conveniência, e a promoção a comunicação. O

marketing político não trabalha sozinho mas sim em parceria, como já foi dito do

marketing eleitoral, com as qualidades do candidato. O marketing político ajuda o

eleitor a conhecer o candidato e a decidir também sobre o seu voto. Não queremos

dizer que esta seja a única forma mas é uma das mais importantes, e nem afirmar

que esta seja uma fórmula mágica para a vitória mas se bem conjugada e trabalhada

com o Marketing eleitoral terá grandes hipóteses de vencer ao contrário do

candidato que não o fez.

O marketing político é essencial para um candidato e isso implica que dada a

sua importância se faça um estudo profundo para conhecer aqueles que deverão ser

atingidos pela mensagem e consequentemente o voto. O marketing político tem de

estar onde o povo está. Não é o povo que deve ir atrás do mesmo mas sim o

contrário. É nesta óptica que o marketing começa a utilizar a Web 2.0 como uma

ferramenta de trabalho e de divulgação das suas ideias e a resposta tem sido

positiva e com grande adesão.

Concluindo, o marketing político feito na Web 2.0 traz benefícios que muitas

vezes chegam a suprir qualquer desvantagem ou desgosto que possam advir da

mesma. Um exemplo disso é a eleição de 2008 nos E.U.A. feito pelo Presidente

Barack Obama.

5.2. A Campanha Eleitoral / Marketing Político de Barack Obama na

Web 2.0

A campanha Eleitoral de Barack Obama, em 2008, foi uma das campanhas

mais marcantes da história dos E.U.A, não só porque era a primeira vez que víamos

um negro como chefe de Estado norte-americano, mas também pela forma

inovadora como a mesma foi conduzida.

A grande novidade residiu na utilização da Web 2.0, como forma de divulgar a

campanha eleitoral e não como mais um media, servindo como uma ponte de

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ligação directa entre o candidato e o potencial eleitor e tornando-se posteriormente

como um exemplo para as campanhas eleitorais ocorridas em outras partes do

mundo.(…) Esta campanha nos ensinou as diversas formas de usar a Web 2.0 a

nosso favor e tornou-se uma referência em marketing político digital e estratégias

eleitorais. (Araújo et.al, 2010).

Apesar de não ter sido o primeiro a utilizar a Internet numa campanha eleitoral,

este trouxe inovação, utilizando todo o potencial que as ferramentas da Web 2.0

colocam ao dispor de qualquer um de nós.

Obama focou-se na natureza viral, democrática e interactiva da Web. As suas

acções basearam-se no princípio de que elas deveriam ser feitas onde as pessoas

estão e não onde se gostaria que estivessem (Araújo et.al, 2010).

O resultado final da campanha dá-nos uma noção de como a Web 2.0 pode ser

uma ferramenta poderosa nas mãos de quem a utiliza de forma sábia e responsável.

A campanha eleitoral de Obama chegou a milhões de pessoas em diversas partes

dos E.U.A. e do mundo, envolvendo e apaixonando as pessoas, através de ideias e

atitudes inovadoras, e principalmente pela proximidade que havia entre o candidato

e o eleitorado. Como prova disso temos os milhões de dólares doados a favor da

campanha sem que se tenha feito qualquer tipo de apelo de forma directa. Tudo isso

graças aos investimentos feitos nas redes sociais como o Facebook e o YouTube,

com vários vídeos, mensagens e fotos publicados diariamente. Foi igualmente

criada a própria rede social,2

Mybarckobama.com, que juntou um número

significativo de seguidores.

Praticamente todas as ferramentas da Web 2.0 foram utilizadas durante esta

campanha, desde os tradicionais e-mails, passando pelas redes sociais. Todas as

potencialidades de cada ferramenta foram aproveitadas, tanto para fazer campanha

como também para monitorizar a mesma, graças à interactividade permitida nestas

redes. Qualquer medida positiva era imediatamente aplaudida. Qualquer medida

negativa era criticada e por, isso, poderia ser melhor explicada ou corrigida.

2 Podemos consultar o site: http://www.barackobama.com/#get-the-facts

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Segundo (Araújo et.al, 2010).a campanha eleitoral de Barack Obama nas redes

sócias começou muito antes da abertura da mesma, meses antes do anúncio oficial

da candidatura muitas pessoas já conheciam o agora presidente dos E.U.A, e

durante a campanha isso intensificou-se. Mesmo depois de ter ganho, o staff de

Obama continuou com o seu marketing político, agora através dos meios oficiais da

Casa Branca.

Posteriormente vários foram os políticos que se renderam às vantagens da Web

2.0, e a utilizam ao seu favor tanto durante as campanhas como também no dia-a-

dia. Estar presente em pelo menos um das redes sociais é algo necessário e útil para

a comunicação política e em vários países, inclusive Cabo Verde.

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

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Capitulo II

II-O Impacto da Web 2.0 na comunicação Politica de Cabo

Verde.

1.A Web 2.0 em Cabo Verde

As plataformas da Web 2.0 já fazem parte do dia-a-dia do cidadão cabo-

verdiano. Principalmente na camada mais jovem, hoje em dia é muito difícil

encontrar um jovem Cabo-verdiano que não utiliza pelo menos uma das

ferramentas da Web 2.0. Há cada vez mais empresas e instituições publicas ou

privadas que utilizam estas ferramentas da Web 2.0, a fim de usarem as vantagens

da mesma ao seu favor. Neste contexto iremos analisar o impacto que a mesma tem

tido nestas ilhas, e tentar aplicar os temas anteriormente abordados como: a

Cidadania 2.0, a Democracia 2.0, a Web 2.0 e a comunicação Politica, entre outros

á nossa realidade.

Esta aplicação será feita com base naquilo que foi recolhido durante o trabalho

de campo que se baseou na observação dos perfis e páginas do Presidente da

Republica Jorge Carlos Fonseca, e do Primeiro-ministro José Maria Neves, cujo

resultado e a análise serão apresentados mais adiante, e também as entrevistas feitas

aos respectivos assessores, entrevistas essas que podem ser consultadas,

integralmente, no anexo 1 e 2, desde trabalho.

1.2. Breve contextualização sobre a internet/Web 2.0 em Cabo

Verde:

Por ser um tema novo e sendo a bibliografia sobre a Web 2.0 em Cabo Verde

inexistente, procuramos aplicar e identificar os aspectos positivos e negativos que

provêm da mesma, tentando através do estudo de caso sobre a utilização da Web

2.0 por parte dos políticos cabo-verdianos dar a entender o impacto e a amplitude

que as mesma tem tido sobre a sociedade destas ilhas.

Quando a Internet chegou a Cabo Verde era muito limitada, e nem todos tinham

acesso à mesma sem falar que era muito lenta. Eram poucos os privados que tinham

esse “luxo”. A maioria das pessoas usavam a internet em cyber-cafés, ou no local

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de trabalho, caso trabalhassem num lugar que tinha a necessidade de ter Internet, e

mesmo assim a mesma encontrava-se muito restrita e nem todos os funcionários

tinham acesso à mesma. O custo de se ter ou utilizar a Internet em Cabo Verde era

muito elevado.Aos poucos, com os investimentos feitos, e principalmente com a

entrada da concorrência, as pessoas passaram a ter mais acesso à Internet, havendo

lugares como universidades, praças digitais entre outros, onde o acesso é gratuito.

Estas evoluções aconteceram no espaço de dez anos.

3Fonte: ANAC, 2013

Segundo os dados da ANAC (Agencia Nacional das Comunicações) o número

de utilizadores aumentou durante o ano de 2013, principalmente o número de

usuários da internet móvel, de acordo com o gráfico podemos ver, que este

representa cerca de 75,5%, o que segundo a mesma agência demonstra que este é

um dos serviços mais dinâmicos, continuando a análise do gráfico, verificamos que:

A 3G representada pela cor lilás representa cerca de 90%, seguida pela ADLS com

7,7%, é de realçar que desde o aparecimento da 3G o uso da internet via ADSL

diminuiu bastante, talvez por ser mais prático, pois 3G permite aos usuários usar a

internet em telemóveis ou tablets, á qualquer momento ou lugar. A 3G ou banda

larga móvel representa cerca de 212,745 assinantes em que cerca de 78% utilizam

os terminais móveis.

Graças a estas mudanças hoje em dia temos um grande número de cabo-

verdianos dentro e fora do país ligados pelas redes da Internet. Estando cada vez

mais próximos uns dos outros, interagindo e obtendo informações das ilhas, da

3 Dados recolhidos do Site da ANAC (Agencia Nacional de Comunicação) Ano ,2013 Disponível em:

http://www.anac.cv/index.php?option=com_content&view=article&id=59&Itemid=56&lang=en#twoj_fr

agment1-4

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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diáspora e do mundo, através das ferramentas da Web 2.0, nomeadamente as redes

sócias, como o Facebook, YouTube, Google +, etc.

1.2.A interactividade na Web 2.0 em Cabo Verde:

A interactividade é a peça chave do sucesso da Web 2.0.Foi graças a essa

oportunidade de interagirmos com a informação que circula na rede que os

usuários, começaram a opinar e a debater sobre diversos assuntos, a informar e a se

informar sobre assuntos ligados a cultura, politica, sociedade, etc. Em Cabo Verde

este impacto não deixou os cabo-verdianos indiferentes, que aos poucos começaram

a aderir às redes sociais.

Graças a estas ferramentas os cabo-verdianos tem estado mais próximos do que

nunca da sua diáspora, ligando-se através das suas plataformas, pais, filhos, avós,

primos etc. Hoje em dia, nestas redes, encontramos grandes, pequenas e médias

empresas cabo-verdianas, que descobriram na Web 2.0 um espaço ideal para a

divulgação ou ampliação dos seus negócios, produtos/ serviços, e não só. A cultura

e o turismo também têm feito um bom proveito destas ferramentas, o mesmo se

aplicando a outras tantas áreas presentes na nossa sociedade.

Os políticos cabo-verdianos, bem como os partidos já marcam presença neste

espaço, mas ainda as potencialidades da Web 2.0 não estão sendo totalmente

aproveitadas.

(…)Hoje em dia é inadmissível que uma instituição ou uma figura pública como

por exemplo o Presidente da República não tenha pelo menos uma página numa

rede social, segundo o assessor de impressa”(Informação verbal)4.

Ainda não tivemos casos de revoltas populares, feitas através da Web 2.0 em

Cabo Verde, como as que foram criadas a partir do Facebook em países como o

Brasil, Turquia ou Grécia, mas já temos casos de petições para impedir, por

exemplo, a construção de um quebra-mar na zona do Algodoeiro, na ilha do Sal ,

petição essa que obteve mais de 5000 assinaturas online até agora.

4Entrevista concedida pelo assessor do Presidente da Republica António Miranda Entrevista I.

[Maio,2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha

São Vicente, 2014. 1 Arquivo .mp3 (10min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Também temos o caso da requalificação da Praia da Laginha, na ilha de São

Vicente, obra que teve grande repercussão na rede social Facebook. O governo teve

de dar explicações a sociedade civil, mostrando o estudo realizado. Várias pessoas

exprimiram a sua indignação, revolta ou apoio à causa, tanto nos seus próprios

perfis pessoais, como em páginas e até mesmo no perfil do Primeiro-Ministro, José

Maria Neves. Apesar de não se ter alcançado o objectivo de impedir as alterações

na praia da Laginha, estes conseguiram expressar as suas opiniões, falar dos seus

direitos, e expressar-se sem medo de qualquer tipo de censura ou punição.

Nas observações feitas durante a recolha de dados do nosso estudo de caso – que

em seguida apresentamos em detalhe – constatámos que a maioria dos cabo-

verdianos estão conscientes dos seus direitos e deveres e que os espaços

interactivos na Web 2.0, são os espaços ideais para discutirem ou opinarem sobre

qualquer assunto sem serem censurados, sem terem intermediários etc.

Assinalamos contudo que alguns usuários, claramente não a maioria, usa as

redes sociais como forma de veicular informações falsas, levantar boatos e proferir

insultos, habitualmente ao abrigo de um perfil falso.

Como assinala o assessor do Presidente da República, na entrevista que nos

concedeu, não é a plataforma que define o sucesso da comunicação “o sucesso ou

não depende directamente de quem a utiliza. O sucesso advém da forma e da

dinâmica de quem a utiliza”. (informação verbal)5

1.3. A Web 2.0 e a comunicação política: a imprensa _ Cabo Verde

Em Cabo Verde, como aconteceu nos restantes países antes da chegada da

Internet, a comunicação era feita através das rádios, alguns jornais e pela televisão.

Durante algum tempo e ainda hoje a rádio é um importante veículo de

comunicação, visto que em muitos lugares ainda não há sinais da televisão, e em

outros o sinal nem sempre chega nas melhores condições. O certo é que estes foram

os meios de comunicação mais utilizados pelas pessoas antes e mesmo depois da

chegada da Internet ao país. Hoje, apesar todas as vantagens que a mesma traz para

5Entrevista concedida pelo assessor do Presidente da Republica António Miranda Entrevista I.

[Maio,2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha

São Vicente,2014. 1 Arquivo .mp3 (10min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita

no Anexo A desta monografia.

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nossa sociedade, e da facilidade de acesso a mesma e das mudanças que fez e

continua a fazer na vida dos cabo-verdianos esta ainda se encontra muito limitada e

muito cara, para o poder de compra de muitos cabo-verdianos, o que tem impedido

a completa universalização do serviço.

Os políticos cabo-verdianos, no caso o Presidente e o Primeiro-ministro, estão

conscientes de que a Web 2.0 é uma ferramenta poderosa, principalmente para a

comunicação política e que de facto, após a campanha de Barack Obama, as

ferramentas da Web 2.0 foram vistas como um dos meios de se comunicar e

interagir com o publico em geral e saberem o que o mesmo tem a dizer sobre eles.

2. A Cidadania 2.0 vs Democracia 2.0 em Cabo Verde

2.1. Cidadania 2.0

A cidadania também tem marcado presença nestes ciberespaços, abertos a

debates, trocas e partilhas. Os cidadãos graças às vantagens da Web2.0 sentem-se

mais à vontade para exercer a sua cidadania, pois a Internet contribui no sentido de

termos cidadãos mais bem informados e consequentemente dispostos a exercerem a

cidadania. Em Cabo Verde esta cidadania começa-se aos poucos a ser feita através

da Web 2.0 embora sejam poucos, mas já se nota. Talvez por esta experiência com

as ferramentas da Web 2.0 serem recentes, mas aos poucos a adesão a esta forma

evoluída de se fazer cidadania vai ganhando adeptos.

2.2. A Democracia 2.0

Será que podemos falar em democracia 2.0 em Cabo Verde?

Aos poucos as redes sociais foram fazendo parte da vida dos cabo-verdianos.

Hoje em dia é difícil encontrar um cidadão que não esteja conectado à rede, aos

poucos estes têm usado as vantagens destas redes sociais, como já foi referido, e o

mesmo se aplica à Democracia. Os cabo-verdianos já usam os ciberespaços para

dialogar e debater sobre assuntos diversos.

Por exemplo, no Facebook existem vários grupos, onde as pessoas discutem

sobre diversos assuntos trocam ideias, fotos etc. Inclusivamente grupo onde o

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assunto é a politica. Nestes grupos encontramos muitos assuntos ligados à politica,

e onde as pessoas livremente expressam as suas ideias, e tal como acontece em

outras partes do mundo, não correm o risco de serem censurados, pois na internet

todos são livres para debater sobre qualquer assunto.

A dinâmica e a comunicação entre as pessoas têm sido dois elementos chave

para o sucesso da Democracia na rede. Analisando o impacto da mesma posso

chegar à conclusão, que ainda há muito por fazer neste sentido, precisa-se ter uma

presença mais constante e assídua dos representantes políticos, precisa-se criar

pontos de debate mais frequentes e os mesmos políticos devem envolver-se mais e

participarem mais desses mesmos debates, interagindo mais com quem realmente

entende e procura esse meio.

Por outro lado, a população precisa também envolver-se e dar mais atenção

àquilo que é debatido, e responder de forma clara e educada. Ao passarmos por

grupos online, onde decorrem debates políticos, podemos observar que

constantemente aparecem indivíduos, muitas vezes anónimos, que dificultam ou

destroem o debate.

3.O Marketing Politico em Cabo Verde

Será que podemos falar em Marketing Politico digital em Cabo Verde?

Devemos reconhecer que em Cabo Verde o Marketing Politico na Web 2.0 já

deu os seus primeiros passos. Neste mundo virtual, a comunicação é essencial para

todo o político, em qualquer circunstância em que o mesmo se encontre, quer como

dirigente de um cargo político, como também na forma de candidato a um qualquer

cargo político. É claro que ainda há muito para explorar, apesar de haver políticos e

partidos cabo-verdianos que já usam estas ferramentas da Web 2.0, estas têm muito

mais vantagens a oferecer aos políticos e partidos. Tal como acontece hoje em dia

nos outros países, as ferramentas da Web 2.0 já começam a ganhar espaço no seio

da comunicação política. Durante estes últimos anos temos vistos várias pessoas

ligadas à política a utilizarem os seus perfis ou criando páginas, como forma de

estarem mais próximos, das pessoas e saber o que estas pensam ou esperam do

mesmo.

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Nos casos do Presidente da República e do Primeiro-Ministro, quem gere as

suas páginas são os seus assessores de impressa, que em entrevista falaram sobre

este trabalho e como o fazem, passando também pelas desvantagens que advêm do

uso desta ferramenta em Cabo Verde para a comunicação política. Barack Obama

como já foi mencionado neste trabalho, em entrevista, o assessor de impressa do

Presidente da Republica, António Miranda, afirma que:

“A criação de uma página nas redes sociais faz parte do plano de marketing de

qualquer instituição actualmente, e estas são utilizadas sobretudo para difundir

informação e estar em contacto com outras entidades.” (informação verbal)6

Em Cabo Verde a ferramenta da Web 2.0 mais usada é o Facebook. Nesta rede

social encontramos vários políticos cabo-verdianos, bem como os partidos políticos

com perfis ou páginas, mas é de realçar que muitas dessas páginas não são

regularmente actualizadas. É nesta mesma rede social que podemos encontrar as

páginas e perfis do Presidente da Republica, Jorge Carlos Fonseca, e o Primeiro-

ministro, José Maria Neves, que fazem parte do estudo de caso, que iremos analisar

mais à frente. Estes são os que estão presentes com maior frequência nas redes

sociais, mas para além destes casos também podemos encontrar o Presidente da

Câmara Municipal da Praia e presidente do Movimento para a Democracia

(oposição), Ulisses Correia e Silva, entre outros presidentes, ministros e deputados.

Em Cabo Verde tal com acontece em outras partes do mundo o marketing

ajuda o eleitorado a conhecer melhor o candidato, portanto ele é essencial para

qualquer candidato político, pois ajuda a construir a sua imagem a longo prazo, e

isso é feito através da comunicação com o eleitorado. Em Cabo Verde, ainda não se

pode falar de marketing político eleitoral, pois este ainda não foi feito, apesar de já

se ter feito alguma divulgação durante as campanhas anteriores, mas que demonstra

ser irrelevante e quase nulo diante de tudo aquilo que se pode fazer utilizando estas

plataformas da Web 2.0. O que temos actualmente é somente o marketing político

digital, onde os assessores dos políticos tentam estar mais próximos dos eleitores e

principalmente da diáspora. Ambos os assessores políticos em entrevista afirmam

6Entrevista concedida pelo assessor do Presidente da Republica António Miranda Entrevista I.

[Maio,2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha

São Vicente, 2014. 1 Arquivo .mp3 (10min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita

no Anexo A desta monografia.

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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que o principal motivo da utilização destas ferramentas foi para criar uma linha de

comunicação entre o político e a população. Segundo o assessor de impressa de

José Maria Neves, Abdul K. Simas:

``Fazer com que a nossa mensagem chegue ao maior numero possível de

pessoas e esperar que a mesma as influencia. Por enquanto é isso” (Informação

Verbal)7

As vantagens apontadas pelos mesmos não são diferentes das que já foram

mencionadas. Os assessores acrescentam que, tendo Cabo Verde uma diáspora

significativa, esta é a forma encontrada para um contacto permanente com esses

cidadãos residentes fora do território nacional.

Do lado das desvantagens e obstáculos, e segundo o assessor do Primeiro-

Ministro, estas vão desde a equipa muito reduzida para se fazer este trabalho,

passando pelos problemas da própria rede de Internet no país, até a problemas com

quem vê esta aproximação entre o político e a sociedade civil com uma forma mais

prática e directa de pedir ajuda, colaboração, etc.

“Outros problemas que temos são que muitas vezes as pessoas utilizam

este veículo para pedir ajuda, como por exemplo para pedir bolsas de estudo.

As paginas e os perfis não são os locais mais apropriados para se fazer isso,

existem normas, existe um processo para se fazer isso e muitas vezes isso não

é bem aceite ou entendido pelas pessoas que nos seguem” (Informação

Verbal)8

O marketing político digital em Cabo Verde está a dar os seus primeiros passos

e esta no bom caminho para alcançar e tirar partido das vantagens a Web 2.0.

Contudo, os assessores e os políticos Cabo-Verdianos, precisam alargar mais os

seus objectivos. Estes estão, aliás, conscientes pois estes estão conscientes de que a

Web 2.0 pode ser uma poderosa arma na sua estratégia de comunicação.

7Entrevista concedida pelo assessor do Primeiro-ministro Abdul Kuanda Simas. Entrevista II. [Abril,

2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha.

São Vicente,2014. 2 arquivo .mp3 (14min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita

no Anexo B desta monografia.

8Entrevista concedida pelo assessor do Primeiro-ministro Abdul Kuanda Simas. Entrevista II. [Abril,

2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha.

São Vicente,2014. 2 arquivo .mp3 (14min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita

no Anexo B desta monografia.

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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CAPITULO III

III. A comunicação política na Web 2.0, estudo de caso sobre os perfis e

páginas do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e o Primeiro-

ministro José Maria Neves no Facebook

Introdução ao estudo de caso

O estudo de caso que se segue tem por objectivo dar a conhecer o uso da Web

2.0 em Cabo Verde na comunicação política. Para isso analisaremos o perfil e as

respectivas páginas do Presidente da Republica, Jorge Carlos Fonseca, e do Primeiro-

ministro, José Maria Neves. Estes foram por nós escolhidos para fazer parte deste

estudo por serem os que utilizam com maior frequência as ferramentas da Web 2.0.

No caso do Presidente da República, está presente no Facebook, Twitter, Linkedln, e

Google+.Enquanto que, o Primeiro-ministro está presente no Facebook e YouTube. O

estudo foi feito no Facebook pois esta é a ferramenta que ambos possuem e que com

frequência actualizam, com fotos, mensagens e vídeos, fazendo uma análise de todas as

publicações feitas no perfil e nas páginas de ambos durante o ano de 2013, observando

quem fez as publicações (próprio, publicações feitas pela assessoria ou outros - feitas

pelos amigos ou seguidores da página ou perfil), analisando também o número de

gosto/likes, comentários e partilhas feitos nas publicações. Por último procurou-se

classificar que tipo de publicação foi feito (texto, foto ou vídeo). Apresentamos os

dados em gráficos, fazendo uma análise em primeiro lugar separadamente, e depois

cruzando-os e fazendo as comparações entre os mesmos.

1. Estudo de caso

2.1. Perfil do Presidente da República e do Primeiro-ministro

Começamos a nossa comparação com os dados recolhidos dos perfis pessoais do

Presidente da Republica e o Primeiro-ministro de Cabo Verde. A recolha de dados

baseou-se no número de publicações feitas pelos próprios, no sentido de saber com

que frequência os mesmos usam os seus perfis pessoais e constatamos que ambos

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Próprio PR

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101520253035404550

Próprio PM

estão frequentemente ligados à Internet e sempre partilham informações com os seus

seguidores.

2.1. Perfil do Presidente da Republica

Gráfico 1: Publicações feitas pelo próprio: Presidente da Republica

2.2. Perfil do Primeiro-ministro

Gráfico 2: Publicações feitas pelo próprio: Primeiro-ministro

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Outro PR

No gráfico 1 que representa que representa a interactividade do Presidente da

República podemos ver que esta se mantém constante, excepto no mês de Maio onde

houve uma diminuição da mesma.

Fazendo a análise do gráfico 1, podemos ver que no mês de Março, o mês em

que o primeiro-ministro visitou os EUA a convite do presidente Barack Obama, houve

muita interactividade através de fotos e mensagens e os seguidores estiverem sempre

envolvidos, comentando, partilhando etc. Nos restantes meses houve períodos, como

por exemplo o mês de Janeiro, onde a interactividade não foi tão significativa quando

comparada aos restantes meses. Mas podemos ver que durante todos os meses houve

partilha de informações diversas.

O que nos leva à conclusão que a nível de partilha de informações na Web 2.0,

quem está à frente é o Primeiro-ministro de Cabo Verde, sendo o que mais utiliza a

ferramenta da Web 2.0, o Facebook.

2.3. Publicações feitas por outro

Gráfico 3: Publicações feitas pelo Presidente da Republica: Outro

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Outro PM

2.3.2. Publicações feitas por outro no perfil do Primeiro-ministro

Gráfico 4: Publicações feitas pelo Primeiro-ministro: Outro

Nestes dois gráficos recolhemos dados sobre o número de pessoas que partilham

informações nos perfis de ambos, em nenhum dos casos é permitido escrever

directamente no mural e por isso as partilhas que foram feitas, surgiram através de

identificações feitas em fotos, mensagens ou vídeos.

No que toca ao gráfico 3 referente ao Presidente da República, observamos o

seguinte: a interactividade é muito baixa, poucos foram aqueles que partilharam

informações no mural do Presidente, através de identificações.

Cruzando os dados de ambos os gráficos reparamos que há mais interactividade

na página do Primeiro-Ministro, e tal como aconteceu anteriormente o mês de Março foi

o mês em que houve mais interactividade, pelo motivo anteriormente mencionado.

Durante a recolha de dados podemos observar que as publicações feitas por outras

pessoas são algumas vezes comentadas pelo próprio Primeiro-ministro, ou em outros

casos assinaladas através de “gostos”.

Da nossa análise, percebemos que o mesmo acontece no mural do Presidente da

República, mas não de forma tão frequente. O que nos leva a concluir que o primeiro-

ministro interage muito mais com os seus seguidores.

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Fotos PM

Vídeo PM

Pessoal PM

2.4. Publicações: Texto

2.4.1. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Presidente da Republica

Gráfico5: Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Presidente da Republica

2.4.2. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Primeiro-ministro

Gráfico 6: Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Primeiro-ministro

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Partilhas PR

Nos Gráficos 5 e 6 foram recolhidos dados sobre o tipo de publicação e sua

categorização, nos perfis do P.M. e P.R., durante o ano de 2013. Ou seja, pretende-se

saber que tipo de formato é utilizado pelos objectos de estudo.

Comecemos pelos textos ou mensagens publicados nos murais, sobre assuntos

tanto profissionais como pessoais. Ao compararmos, podemos ver que não existe uma

diferença muito significativa entre os gráficos em relação aos dados referentes aos

textos públicos. Podemos afirmar que a frequência com que os mesmos publicam textos

é praticamente igual. O que já não acontece em relação às fotos: o Presidente da

República tem mais fotos publicadas principalmente durante o mês de Dezembro. Ora

se o Presidente Republica publica mais fotos do que o Primeiro-ministro no que diz

respeito aos vídeos, a análise comparativa dos gráficos permite-nos perceber que o

número de vídeos partilhados pelo Presidente da República, é tão insignificante que

quase não aparece no Gráfico. Já no caso do Primeiro-ministro, os dados referentes aos

vídeos partilhados são bem visíveis. Acrescentamos que uma boa parte desses vídeos

são partilhas feito do canal do You Tube, denominado de PMTV, outra ferramenta

muito usada pelo mesmo, o que o leva a ter uma certa vantagem em ambos.

2.5. Publicações: Likes; Comentários; Partilhas

Gráfico 7: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Presidente da Republica

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

36

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

Likes PM

Comentários PM

Partilhas PM

2.6Publicações:Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro

Gráfico 8: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro

Nestes gráficos foram analisados a interactividade, o impacto que o conteúdo

partilhado causa nos seguidores de cada um. Lembrando que esta interactividade é feita

através de comentários, gostos e partilhas.

Fazendo uma análise entre os gráficos podemos dizer que o Primeiro-ministro

tem mais interactividade no seu perfil pessoal, sendo que o número de likes/gostos,

comentários e partilhas feitas no perfil do Primeiro-ministro é de longe muito superior

àqueles feitos no perfil do Presidente Republica. Isso já seria de esperar, pois quanto

mais interactividade, mais as pessoas se sentem motivadas a participarem, aumentando

o sentimento de proximidade à figura pública, o que faz com que muitos passem a ser

mais admirados. Esta é, aliás, uma das vantagens que a interactividade na Web 2.0 traz

para a comunicação política na Web 2.0, e que deve ser explorada o máximo

Portanto, podemos concluir que existe sim muita interactividade, principalmente

na página do Primeiro-ministro mas que ainda é pouca perante as grandes oportunidades

que a Web 2.0 nos proporciona. A interactividade com os seguidores é uma das peças

chave para o sucesso do político que usa estas ferramentas.

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Pessoal PR

Profissional PR

0

5

10

15

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Pessoal PM

Profissional PM

2.7. Publicações: Pessoal; Profissional

Gráfico 9: Publicações: Pessoal; Profissional do Presidente da Republica

2.8.Publicações: Pessoal; Profissional Primeiro-ministro

Gráfico 10: Publicações: Pessoal; Profissional do Primeiro-ministro

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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0

10

20

30

40

50

60

Profissional PR

Durante a recolha de dados tivemos o cuidado de analisar cada publicação a fim

de sabermos que tipo de publicações o Presidente da República e o Primeiro-ministro

publicam, ou seja, se as fotos, vídeos mensagens ou textos são de teor pessoal ou

profissional.

No caso do Presidente da República, partilha com maior frequência assuntos

profissionais. Novembro foi o mês com mais actividades na página, destacando-se as

publicações a propósito dos encontros com a comunidade cabo-verdiana em Luanda e

diversos, outros encontros e reuniões que teve durante o mês em Cabo Verde. É também

na pagina do Presidente da Republica que encontramos informações, fotos e inclusive

mensagens da Dr.ª. Lígia Fonseca, de viagens ou trabalhos realizados como primeira-

dama de Cabo Verde.

Já o Primeiro-ministro partilha frequentemente assuntos pessoais e profissionais

sendo que há meses, como por exemplo o mês de Agosto, onde publicou mais sobre

assuntos pessoais, pois encontrava-se de férias.

3. Página do Presidente da Republica

Gráfico 11: Publicações: Profissionais

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Texto PR

Foto PR

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0

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800

1000

1200

1400

Likes PR

Comentários PR

Partilhas PR

Gráfico 12: Publicações: Texto; Fotos; Vídeos

Gráfico13: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas

Começamos a análise pela página do Presidente da República e pelas

publicações profissionais feitas na maioria pelo assessor de imprensa do mesmo,

António Miranda, que publica com alguma regularidade, informações como a agenda do

Presidente da República, bem como fotos das viagens em serviço e mensagens do

Presidente à população, que algumas vezes são partilhados do perfil do Presidente ou

vice-versa. Não há qualquer registo de mensagens, fotos de carácter pessoal, na página

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40

0

10

20

30

40

50

60

Profissional PM

do Presidente da República, (como textos, vídeos, fotos pessoais etc.). A página é

estritamente profissional.

Podemos observar que durante todos os meses do ano 2013 a página foi

actualizada, mas há meses em que as actualizações da página foram insignificantes. O

Presidente da República, segundo o assessor, sempre que possível partilha informações

na página. A interactividade nesta página é muito pouca se levarmos em conta o número

de pessoas que a mesma poderá atingir, e podemos constatar isso através do número de

Likes, comentários e partilhas, pelo que há muito para fazer e aproveitar nesta

ferramenta que é o Facebook.

Recordamos que o presidente também esta presente em outras ferramentas como

Linkedln, Twitter e Google+, em que a interactividade e a frequência com que são

actualizados não são maiores, pelo contrário.

4. Página do Primeiro-Ministro

Gráfico 14: Publicações: Profissional

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Texto PM

Foto PM

Vídeo PM

0

200

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600

800

1000

1200

Likes PM

Comentários PM

Partilhas PM

Gráfico15: Publicações: Texto: Fotos Vídeos

Gráfico 16: Publicações: Likes; comentários; Fotos

A página do Primeiro-ministro também é estritamente dedicada a assuntos

profissionais, publicados pelo assessor de imprensa do mesmo e que partilha

informações como fotos, mensagens, discursos proferidos pelo Primeiro-Ministro

através da ferramenta Soundcloud e vídeos da PMTV, através do canal do You Tube,

fotos das viagens em trabalho, etc.

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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0

5

10

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20

25

Pessoal PM

Pessoal PR

Podemos observar que em comparação ao perfil há menos interactividade, tal

como aconteceu na página do Presidente da República, apesar de que em termos de

aproveitamento das ferramentas e vantagens da Web 2.0, o Primeiro-ministro e sua

equipa esta mais à avançada, e as informações na página são actualizadas com maior

frequência. O número de likes, comentários e partilhas é pouco para uma página com

milhares de seguidores.

5. Análise comparativa dos dados mais relevantes do perfil do

Presidente da Republica e do Primeiro-ministro

Gráfico17: Publicações feitas pelo Presidente da Republica

e o Primeiro-ministro, nos perfis: Pessoal

No gráfico 17 podemos observar os dados referentes a publicações pessoais

feitas no perfil de ambos mas desta feita estão cruzados para nos dar a noção da

diferença entre esses mesmos dados. Podemos observar que apesar de termos meses

onde o Presidente da República partilhou mais informações de carácter pessoal,

globalmente, o Primeiro-ministro é quem vai a frente com mais publicações pessoais.

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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Texto PM

Texto PR

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Profissional PM

Profissional PR

Gráfico 18: Publicações feitos pelo Presidente da Republica e

pelo Primeiro-ministro em seus perfis: Profissional

Neste gráfico podemos constatar que o Presidente da República utiliza o seu

perfil do Facebook maioritariamente para partilhar mensagens fotos e vídeos

profissionais muito mais que o Primeiro-ministro que contém muita informação pessoal

sobre o seu dia-a-dia no seu perfil e menos informação de carácter profissional.

Gráfico 19: Publicações feitas pelo Presidente da Republica

e pelo Primeiro-ministro nos perfis: Texto

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Comentários PM

Comentários PR

0

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20

25

30

35

Fotos PM

Fotos PR

No Gráfico 19 constamos que ambos não têm diferença em termos de números

de publicações de texto, excepto no mês de Setembro onde houve poucas publicações de

texto.

Gráfico 20: Publicações feitas pelo Presidente da Republica

e pelo Primeiro-ministro, nos perfis: Comentários

Gráfico21: Publicações feitas pelo Presidente da Republica

e pelo Primeiro-ministro, em seus perfis: Fotos

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150

200

250

Partilhas PM

Partilhas PR

Gráfico 22: Publicações feitas pelo Presidente da Republica

e pelo Primeiro-ministro nos perfis: Partilhas

A nível de comentários feitos nas páginas podemos observar que o Primeiro-

Ministro esteve sempre à frente durante todo, o ano o que nos leva a concluir pela

existência de mais interactividade no perfil do mesmo em relação ao Presidente da

Republica. O Primeiro-ministro interage muito mais com os seus seguidores do que o

Presidente da Republica, que também o faz mas em número muito mais reduzido.

A comparação entre os vídeos não foi feita pois em relação ao Presidente da

Republica os dados recolhidos ao serem cruzados com os do Primeiro-ministro mostram

ser irrelevantes, sendo que quem mais partilha vídeos tanto de carácter pessoal como

profissional (PMTV) é o Primeiro-ministro. As partilhas feitas das publicações do

Primeiro-ministro são sempre maiores, o que mostra um maior interactividade e

interesse das pessoas pelo que o mesmo publica.

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Texto PM

Texto PR

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30

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Foto PM

Foto PR

6.Análise comparativa das publicações feitas nas páginas do Presidente

da Republica e do Primeiro-ministro

Gráfico 23: Publicação feitos nas páginas: Texto

Gráfico24: Publicações feitas nas páginas: Fotos

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Vídeo PM

Vídeo PR

Gráfico 25: Publicações feitas nas páginas: Vídeo

Agora fazemos uma comparação dos dados referentes às páginas do Presidente

da República e do Primeiro-ministro e começaremos pelos textos publicados, onde

podemos dizer que em relação às publicações do tipo texto de cada página, de certa

forma, estas estão equilibradas, entre ambos, nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março,

Abril e Maio, mas nos restantes meses, por exemplo, no mês de Junho, a diferença é

maior, pois há mais publicações feitas na página do Primeiro-ministro. Em contra

partida, no mês de Julho a página com mais publicações foi a página do Presidente da

Republica.

No gráfico 24, referente a fotos, verificamos o mesmo que aconteceu em relação

aos textos, ou seja, há um equilíbrio nos 4 primeiros meses do ano e nos meses de

Setembro, Outubro e Dezembro, e no mês de Maio não há qualquer publicação de fotos,

na página do Primeiro-ministro. Em contra partida, no mês seguinte, mês de Julho, a

página do Primeiro-ministro, publicou mais fotos.

Mais uma vez, em termos de vídeo, o Presidente da Republica fica atrás pelos

motivos já mencionados.

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A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica

Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook

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Partilhas PM

Partilhas PR

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Comentários PM

Comentários PR

Gráfico26: Publicação feitos nas páginas: Comentários

Gráfico 27: Publicações feitas nas páginas: Partilhas

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800

1000

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1400

Likes PM

Likes PR

Gráfico 28: Publicações feitas, nas páginas: Likes

Nestes gráficos podemos observar a interactividade existente nas páginas dos

objectos de estudo, os dados referentes ao número de likes, comentários e partilhas

representados nos gráficos 26, 27 e 28 nos permitem isso. O que acontece nas páginas é

diferente do que acontece em relação à interactividade nos perfis. Aqui reparamos que

os dados recolhidos da página do Primeiro-ministro são maiores, com uma maior

interactividade na mesma.

Chegando ao fim desta análise podemos constatar que dentro das ferramentas da

Web 2.0 quem tem mais popularidade e é mais seguido é Primeiro-ministro, José Maria

Neves, tanto no perfil como na sua página. Alguns dos principais motivos já foram

mencionados durante esta análise, mas ainda acrescentamos a actualização e presença

frequente nesta rede.

O marketing político também está presente nas páginas e perfis dos objectos de

estudo mas este precisa de ser mais explorado. Ao longo desta análise e também das

entrevistas reparáramos que existe uma consciencialização das vantagens que a Web 2.0

pode oferecera todos, mas falta investir mais, em recursos técnicos e humanos, para que

os resultados sejam mais efectivos.

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Conclusão

O presente trabalho procurou, no primeiro capítulo, enquadrar a Web 2.0,

falando sobre o seu conceito e mostrar o impacto que a mesma tem tido na sociedade

civil, principalmente na vertente política, começando pelo seu conceito, passando pela

sua evolução, e falando sobre uma das suas características principais que é a

interactividade, que agregou à internet vantagens que hoje nos permite, partilhar e obter

conhecimentos e não só.

Se antes eram poucos os que podiam partilhar informações nesta rede, hoje em

dia qualquer pessoa com acesso á rede pode partilhar informações, receber e procurar,

por aquilo que deseja de forma simples, prática e sem sair de casa. Toda esta

interactividade só foi possível graças às ferramentas da Web 2.0 como: Facebook,

Twitter, Google +, You Tube entre outros, que muito mais que partilhas de

conhecimentos, também quebraram as barreiras geográficas que nos mantém, longe de

familiares, amigos etc. Graças a estas ferramentas, hoje em dia podemos estar ligados

uns aos outros sem muitos custos.

A internet evoluiu e consigo evoluiu a Cidadania e a Democracia, que passaram

a estar presentes nestas ferramentas da Web 2.0, adaptando-se às novas exigências, que

esta evolução trouxe, passando nós a falar de Cidadania 2.0 e Democracia 2.0. O que

aconteceu foi uma evolução conceptual, e não uma nova forma de se fazer Cidadania e

Democracia.

A comunicação também foi afectada por esta transformação, que ao longo dos

tempos teve de se adaptar. A Internet, através das suas ferramentas, proporciona aos

usuários formas simples e a baixo custo de comunicar e de receber informações, sem

precisar na maioria das vezes de pagar por isso.

Todo este impacto não passou despercebido à classe política e a partir de 2008

que o uso da Web 2.0 passou a ser feito de forma constante, tendo o pontapé de saída

sido dado pelo presidente dos Estados Unidos, então candidato, Barack Obama.

A repercussão e o sucesso da sua campanha serviram de inspiração a outros

candidatos. Hoje em dia muitos políticos criam contas nas redes sociais afim de estarem

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mais próximos da população, para assim comunicarem e fazerem o marketing político/

eleitoral.

Perante estas evoluções e novos meios de comunicação política e marketing

político/eleitoral, procurámos saber até que ponto a Web 2.0 tem impactado a

população cabo-verdiana, ao nível da concretização de conceitos como Cidadania e

Democracia. Foi neste sentido que surgiram as questões a que ao longo deste trabalho

procurámos responder. Qual é o impacto da Web 2.0 em Cabo Verde? Será que

podemos falar numa cidadania 2.0? E de Democracia 2.0? Será que os Políticos de

Cabo Verde já estão cientes das vantagens da Web 2.0? E será que já utilizam as

ferramentas da Web 2.0 e se sim, como o fazem?

Todas estas questões foram respondidas, com base no estudo de caso e das

entrevistas feitas aos assessores de imprensa do Presidente da Republica e do

Primeiro-ministro.

Quanto à primeira questão constatamos que actualmente em Cabo Verde existe

um despertar para as vantagens que a Web 2.0 pode trazer para a nossa sociedade. Aos

poucos, pessoas, políticos, empresas e instituições vão aderindo a esta nova forma de

comunicação e marketing. Falando mais concretamente dos políticos, constatamos que

há um grande número de políticos, deputados e partidos políticos que estão presentes

nas diversas ferramentas da Web 2.0. Portanto, concluímos que o impacto tem sido

positivo e que aos poucos as pessoas têm-se adaptado à mesma. Ainda assim, as

potencialidades da Web 2.0, bem como o proveito de todas as suas vantagens, estão

longe de ser alcançadas. Precisa-se investir mais para se obter melhores resultados.

No que toca à Cidadania e Democracia 2.0, constatamos que já há grupos e

pessoas dispostas a fazê-lo online, e que já existem grupos ou outros meios onde

decorrem debates e pessoas que constantemente participam nas mesmas, mas ainda há

uma falta de informação sobre o que é a Democracia 2.0 e a Cidadania 2.0. Faltam

incentivos e precisa-se desenvolver mais esta vertente.

Os políticos cabo-verdianos, no caso do Presidente da República bem como do

Primeiro-ministro, já estão conscientes tanto das vantagens e desvantagens da presença

nas ferramentas online assinaladas, e têm usado os meios ao seu alcance com uma certa

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frequência e com o objectivo não só de comunicar mas também de estarem mais

próximos da opinião pública.

O trabalho na Web 2.0 já começou e verificamos durante o estudo de caso que se

começam a dar alguns passos na área da comunicação e marketing políticos associados

à Web 2.0. Porém, os resultados obtidos são muito reduzidos perante todas as

potencialidades que a Web 2.0 nos oferece. É preciso investir-se mais nesta parte do

marketing político, ter mais pessoas a trabalhar, estar mais presente, partilhar mais

conteúdos e faze-lo de forma mais sistemática, obedecendo a uma estratégia e não

apenas fruto do acaso.

É preciso investir na educação, ainda mais nas infra-estruturas que levam a

Internet até aos cidadãos. Cabo Verde, como todos os países tem muito a ganhar ao

investir não só num marketing político como no marketing eleitoral, visto que a Web

2.0, além de reduzir os custos, também quebra barreiras geográficas e ajuda o político a

estar mais perto do eleitorado.

Em Cabo Verde começamos a sentir os efeitos da Web 2.0, e aos poucos os

cidadãos vão-se consciencializando sobre a sua importância, o estudo muito mais que

analisar a Web 2.0 em Cabo Verde também teve o objectivo de incentivar futuros

trabalhos de investigação sobre esta matéria.

Humildemente, procurámos dar um primeiro passo numa área que, entre nós, e

como já por diversas vezes assinalámos, está apenas numa fase embrionária.

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Neves, B. B. (s.d.). Cidadania Digital? Das cidades digitais a Barack Obama. Em:

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Digital.Morgado,I.S.,&Rosas,A.(2010).Disponivelem<http://www.livroslabcom.ubi.pt/

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Disponivel em

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11/2/2014.]

Principais sites consultados

www.areasprotegidas.gov.cv

www.miudossegurosna.net

www.facebook.com

www.twitter.com

www.youtube.com

www.linkelink.com

www.google+.com

www.Mybarackobama.com

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Anexo A

Entrevista ao assessor de impressa do Presidente da Republica Jorge Carlos

Fonseca: António Miranda (7 de Maio de 2014)

1) Como surgiu esta ideia de se fazer o Marketing Politico na Web 2.0?

A criação de uma pagina nas redes sociais faz parte do plano de marketing de

qualquer instituição actualmente, e estas a utilizando sobretudo para difundir

informação e estar em contacto com outra entidades. A Criação de uma pagina na rede

social trata-se de uma movimentação global que existe actualmente, para a divulgação

de informação, não tem nada haver com o politico a, b, ou c .Esta partiu de casos em

que a utilização da Web 2. Foi um sucesso pelo que seria inadmissível não estar

presente nela também.

2) Inspiraram-se em algum político em particular?

Não inspiramos em nenhum politico em particular partimos do estudo de casos

de sucessos de vários políticos foi um aglomerado de casos bem sucedidos e por isso

achamos por bem trazer isso para nos.

3) Que objectivos pretendem alcançar?

O nosso objectivo é essencialmente estar perto das pessoas dar a elas a

oportunidade de comunicarem com o Presidente da República. Queremos criar

condições para que os cabo-verdianos e cabo-verdianas estejam em contacto com ele, e

as redes sociais é um dos meios para se fazer isso.

4) Quais são as vantagens de se o Marketing politico na Web 2.0 em cabo

verde?

As vantagens são: Rapidez na comunicação e na transferência de dados e

ficheiros e isso ajuda muito no nosso trabalho

5) E quais são as desvantagens?

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Não tenho nenhuma em mente.

6) Qual é a melhor ferramenta da Web 2.0 para se fazer este Marketing

Politico?

Todas as plataformas têm as suas vantagens de acordo com a forma e o objectivo

de quem a utiliza, para mim em particular, não é a plataforma que define o sucesso da

comunicação pois esta depende de quem a utiliza. O sucesso advém da forma e da

dinâmica de quem a utiliza.

7) As ferramentas da Web 2.0 permitem uma grande interactividade entre

quem partilha a informação e quem a recebe, e isto pode acontecer em segundos.

Como lidam com esta interactividade? Qual é o método utilizado?

No Facebook colocamos diversos informações sobre o dia-a-dia do presidente da

republica, dentro as quais a sua agende para que as pessoas possam acompanhar a sua

rotina, é claro que não partilhamos tudo pois existem assuntos, do dia-a-dia de um

presidente que não podemos divulgar. Também respondemos todas as mensagens que

nos são enviadas.

8) Entram em diálogo através do chat ou fóruns?

Constantemente. Dependendo da disponibilidade tentamos sempre estar nesse

lugares.

9) Existe alguma forma de moderação nos comentários? Se sim, como e

quando o fazem?

Por norma não censuramos e mas se houver casos flagrantes de desrespeito a

moral e bons costumes simplesmente eliminamos mas a moderação ali é no sentido no

sentido de facilitar a comunicação.

10) Quem gere os conteúdos partilhados?

A presidência da república tem uma assessoria que é responsável tanto pela

imagem do presidente como pela comunicação, portanto que gere os conteúdos é a

própria assessoria, mas o presidente sempre que quiser ou sempre que tenha

disponibilidade para isso pode também entrar na página. Mas o perfil pessoal é gerido

pelo próprio.

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11) A personalidade política interfere/participa na gerência dos conteúdos

publicados?

A assessoria é que cuida disso, mas o presidente sempre pode caso tiver

disponibilidade pode também participar a vontade.

12) Em quais plataformas da Web 2.0 estão presentes?

Estamos presentes no facebook, Linkedln, twitter e Google+.

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Anexo B

Entrevista ao assessor de impressa doPrimeiro-ministro de Cabo Verde José

Maria Neves:Abdul kuandaSimas(11 de Abril de 2014)

1) Como surgiu esta ideia de se fazer o Marketing Politico na Web 2.0?

Ser assessor é sobretudo fazer Marketing, nos tentamos mostrar e realçar o feito o

que não significa que não seja credível, tentamos contrabalançar os efeito negativos que

possam vir a advir ou qualquer coisa do tipo. E a Web 2.0 é uma aliada, ela nos ajuda

muito nesse sentido, porque as redes sociais são um meio de comunicação actualmente

muito poderoso. Antes tínhamos um site do Primeiro-ministro mas devido a alguns

problemas tivemos que bloqueá-lo, então a partir dai começamos a utilizar o Facebook.

2) Inspiraram-se em algum político em particular?

Digamos que de ser forma Barack Obama foi a minha inspiração, não quero

personalizar isso mas a ideia ou proposta de se criar uma página para o Primeiro-

ministro partiu de mim, e foi muito bem aceite pelo mesmo e ate serviu de fonte de

inspiração para ele criar o seu próprio perfil pessoal posteriormente. E a repercussão foi

estrondosa.

3 ) Que objectivos pretendem alcançar?

Fazer com que a nossa mensagem chegue ao maior numero possível de pessoas e

esperar que a mesma as influencia. Por enquanto é isso.

4) Quais são os projectos futuros?

Como já tinha dito, tínhamos um site que foi bloqueado, devido á alguns

problemas e o nosso objectivo é voltar a coloca-lo no ar, é que num site temos mais

controlo da informação etc, já esta quase pronto e pretendemos coloca-lo no ar, no

próximo mês. (Maio)

5) Quais são as vantagens de se o Marketing politico na Web 2.0 em cabo

verde?

A Web 2.0 é uma faca de dois cumes pode ser boa no sentido que nos aproximas

das pessoas e vice-versa, permite também comunicar as actividades do seu dia-a-dia

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enquanto primeiro-ministro de uma forma interactiva sobretudo com a nossa diáspora,

pois a maioria dos que nos seguem nas redes sociais são emigrantes. Outra vantagem é

que podemos expor as nossas ideias na totalidade, sem passar pelos editores da

comunicação social, porque muitas vezes o que acontece é que o discurso ou opinião

não é passado na totalidade (soundbite), e muitas vezes sequer é noticiado ou publicado

por se achar que aquilo que foi feito não é importante, etc… Na Web 2.0 podemos

expor as nossas ideias livremente.

6) E quais são as desvantagens?

A primeira desvantagem é o carácter pouco formal do Facebook, muitas vezes o

primeiro-ministro cai na tentação de expressar as suas opiniões pessoais por exemplo a

politica e ai começa o problema da credibilidade, e da natureza do veículo em si, pois o

Facebook tem um carácter pessoal e ao mesmo tempo não é institucional, comparado

por exemplo a um site. Basta ver que, por algumas vezes um ou outro pensamento que o

PM coloca na sua página pessoal constitui matéria para polémica com a oposição. O

excesso de liberdade é bom por um lado, mas por outro lado atrapalha também. Uma

outra desvantagem é a equipa reduzida que trabalha nisso, ou seja só eu, as vezes tenho

um apoio de um colega meu, mas a maior parte do trabalho que o faz sou, e isso

dificulta muito principalmente na interacção, e isso as vezes não é bem aceito ou

entendido por parte das pessoas.

Outro problema que temos é que muitas vezes as pessoas utilizam este veículo,

para pedir ajuda, como por exemplo para pedir bolsas de estudo, as paginas e os perfis

não são os locais mais apropriados para se fazer isso, existe normas, existe um processo

para se fazer isso, e muitas vezes isso não é bem aceito ou entendido pelas pessoas que

nos seguem.

7) Qual é a melhor ferramenta da Web 2.0 para se fazer este Marketing

Politico?

Cada uma tem a sua particularidade, mas neste momento acho que é o facebook.

8) Como surgiu a ideia da criação da PMTV?

A ideia da PMTV também foi minha, e surgiu na época em que estávamos

eufóricos com os Tubarões azuis, e então eu sugeri ao primeiro-ministro que

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transmitíssemos a recepção dos mesmos em directo, quando anunciamos isso no

Facebook, a reacção das pessoas foi muito positivo e isso nos incentivou a continuar.

Actualmente solicitamos o serviço de uma agência de produção, trabalham a noticia,

montam as peças e eu publico.

9) Entram em diálogo através do chat ou fóruns?

Na medida do possível, mas como já disse o facto de ser só eu a fazer isso, nem

sempre há tempo para tal. Outro problema que temos é que muitas vezes as pessoas

utilizam este veículo, para pedir ajuda, como por exemplo para pedir bolsas de estudo,

as paginas e os perfis não são os locais mais apropriados para se fazer isso, existe

normas, existe um processo para se fazer isso, e muitas vezes isso não é bem aceito ou

entendido pelas pessoas que nos seguem.

10) Existe alguma forma de moderação nos comentários? Se sim, como e

quando o fazem?

Tentamos sempre estar atentos aquilo que ao feedback das pessoas que nos

seguem. Nem sempre apagamos os comentários, são raras as vezes que isso acontece,

não porque a pessoa discordou ou qualquer outra coisa mas é porque muitas vezes esta

ofendeu a pessoa ou a instituição, mas isso não acontece sempre, aliás é muito raro. De

resto desde de que seja dentro do respeito a pessoa pode opinar a vontade, pois eu tento

seguir a personalidade do Primeiro-ministro na questão de liberdade de expressão, em

que ele defende que deve-se ter um diálogo aberto, sem rivalidades, e que cada um é

livre para defender os seus pontos de vista.

11) Quem gere os conteúdos partilhados?

Os conteúdos partilhados na páginasão gerida por mim, o assessor de imprensa,

e nem sempre o primeiro-ministro temconhecimento de tudo aquilo que eu publico. E o

perfil pessoal é gerido exclusivamente pelo próprio, por isso as é muito difícil controlar

o conteúdo que ele publica, e que depois é mal interpretado pela comunicação ou pela

oposição, etc , o que leva á situações que eu já mencionei…

12) A personalidade política interfere/participa na gerência dos conteúdos

publicados na página?

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Não. Quem escolhe, escreve, publica etc, sou eu. O primeiro-ministro nem

sempre tem conhecimento daquilo que vou publicar ou não.

13) Em quais plataformas da Web 2.0 estão presentes?

Neste momento estamos presentes no Facebook, YouTube e utilizamos a

ferramenta Soundclound para publicar os decursos/ entrevistas do presidente no

Facebook.