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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
INGRIDY KELLY KREMER
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PERIGOSOS NA UNIDADE PEDRA
BRANCA DA UNISUL: DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS
Palhoça
2014
INGRIDY KELLY KREMER
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PERIGOSOS NA UNIDADE PEDRA
BRANCA DA UNISUL: DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÕES DE MELHORIAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheira Ambiental e Sanitarista.
Orientador: Prof. Silene Rebelo, Msc.
Palhoça
2014
AGRADECIMENTOS
A Deus por iluminar o meu caminho e me manter sempre com fé.
Agradeço especialmente a Professora Silene Rebelo, orientadora dedicada e amiga
por ter me apoiado, auxiliado e incentivado durante toda a realização deste estudo, e que com
sabedoria e muita paciência soube dirigir-me os passos e os pensamentos para o alcance de
meus objetivos.
A todos os profissionais da UNISUL – Unidade Pedra Branca pela ajuda durante
todo o processo de levantamento de dados, contribuindo para a realização deste trabalho.
Aos meus pais e toda minha família pelo amor, educação, carinho, dedicação e
por acreditar sempre e me incentivar a não desistir de lutar para atingir meus objetivos.
Ao Carlos Eduardo, meu noivo, amigo e companheiro, por todo amor, incentivo e
paciência nas horas que eu precisei trocar a diversão pelos estudos.
RESUMO
Devido ao crescimento desordenado da população, intensificado pela falta de planejamento e
a inadequação do sistema de saneamento básico, à saúde humana e o meio ambiente
encontram-se em uma situação caótica. O que torna o controle e o gerenciamento adequado
dos resíduos questões essenciais nas rotinas tanto de uma casa, empresas ou instituições de
Ensino. Este estudo foi realizado a fim de levantar a situação atual do gerenciamento dos
resíduos sólidos perigosos gerados nos laboratórios de ensino, pesquisa e extensão da Unidade
Pedra Branca da Unisul, assim como propor medidas de correções nas atitudes incorretas
adotadas atualmente. A elaboração deste diagnóstico foi baseado nas vistorias realizadas in
loco. Para o levantamento de dados, aplicou-se um questionário aos responsáveis por cada
laboratório, composto por questões referente aos resíduos gerados e o gerenciamento adotado
atualmente. Através deste estudo, mesmo com dados não precisos, pode-se concluir que há
uma geração significativa de resíduos perigosos por semestre na Unidade Pedra Branca da
Unisul. Verificou-se que o gerenciamento realizado nos laboratórios atualmente possui
diversas irregularidades. Contudo, constatou-se que o gerenciamento adotado nos dias de hoje
precisa de algumas melhorias, sendo elas: caracterização mais detalhadas dos resíduos
gerados, segregação correta dos resíduos, utilização dos acondicionamentos até o limite
máximo permitido, implantação de mais contentores de resíduos biológicos nos ambientes
analisados, padronização da identificação dos contentores, verificação do uso de EPI’s quando
o resíduo for manejado, acrescentar aos veículos de transporte interno fichas de identificações
em lugares visíveis, adequação e melhorias ao espaço físico destinado ao armazenamento
interno, ativação com melhorias físicas ou construção de um novo armazenamento externo e
por fim verificação da destinação final dada aos resíduos químicos pela empresa
Ecoeficiência. Sendo assim, este diagnóstico buscou incentivar a Universidade a se posicionar
quanto às necessidades de garantir a segurança dos profissionais envolvidos com os resíduos
perigosos e garantir a qualidade do meio ambiente.
Palavras-chave: Resíduos. Gerenciamento. Instituições de Ensino. Resíduos Perigosos. ABNT NBR 10004/2004.
ABSTRACT
Due to the uncontrolled growth of population, intensified by the lack of planning and
inadequate sanitation systems, human health and the environment are in a chaotic situation.
What makes control and proper waste management issues essential in the routines as much of
a home, business or education institutions. This study was conducted to explore the present
state of the management of hazardous solid waste generated in teaching, research and
extension of Pedra Branca Unit of Unisul laboratories, as well as propose measures to
corrections in the incorrect procedures currently adopted. The preparation of this diagnosis
was based on surveys conducted onsite. For data collection, a questionnaire was applied to
account for each laboratory, consisting of questions regarding the waste generated and the
management currently adopted. Through this study, not even with accurate data, it can be
concluded that there is a significant generation of hazardous waste per semester at Pedra
Branca Unit of Unisul. It was found that management performed in laboratories today have
several deficiencies. However, it was noted that management adopted nowadays needs some
improvements, namely: detailed characterization of waste generated, proper waste
segregation, use of packaging to the maximum extent permitted deployment of more
containers of organic waste in environments analyzed, standardized identification of
containers, verification of the use of PPE when the waste is handled, adding to the internal
transport vehicles chips identifications in visible places, adjustments and improvements to the
physical space for the internal storage of waste within the laboratories, activation with
physical improvements or construction of a new external storage and finally verification of
final destination given by the company to chemical residues Ecoefficiency. Thus, this
diagnosis has sought to encourage the University to position itself as the need to ensure the
safety of the professionals involved with hazardous waste and ensure the quality of the
environment.
Keywords: Waste. Management.Education Institutions.Hazardous waste.ABNT NBR
10004/2004.
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1 - Segregação e acondicionamento dos resíduos gerados nos ensaios realizados no
Laboratório de Química da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014. 51
Fotografia 2 - Segregação e acondicionamento dos resíduos gerados nos ensaios realizados no
Laboratório de Fotografia da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
............................................................................................................................................ 51
Fotografia 3 - Acondicionamento de vidrarias quebradas para descarte no Laboratório de
Química na Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014. ....................... 52
Fotografia 4 - Acondicionamento dos resíduos perfurocortantes e escarificantes no
Laboratório de Neurociência Experimental na Unidade Pedra Branca da UNISUL no segundo
semestre de 2014 .................................................................................................................. 52
Fotografia 5 - Acondicionamento dos resíduos biológicos no Laboratório de Anatomia na
Unidade Pedra Branca da UNISUL no segundo semestre de 2014. ....................................... 53
Fotografia 6 - Acondicionamento de baterias para descarte no Laboratório de Engenharia
Ambiental e Sanitária na Unidade Pedra Branca da UNISUL no segundo semestre de 2014. 53
Fotografia 7 - Autoclave para esterilização dos resíduos provenientes dos ensaios
microbiológicos do Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unidade Pedra
Branca da Unisul no segundo semestre de 2014. .................................................................. 54
Fotografia 8 - Carro utilizado pela empresa Ecoeficiência para coleta de resíduos de saúde. . 55
Fotografia 9 - Carro utilizado pela empresa ecoeeficiência para coleta de resíduos classe I... 56
Fotografia 10- Exemplo de acondicionamento de resíduos biológicos .................................. 61
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- - Coleta de RSS na Região Sul segundo estudo da ABRELPE no ano de 2012 e
2013. .................................................................................................................................... 22
Tabela 2 - Quantificação dos resíduos biológicos gerados na Unidade Pedra Brancada Unisul,
no segundo semestre de 2014. .............................................................................................. 47
Tabela 3 - Quantificação dos resíduos químicos gerados na Unidade Pedra Branca da Unisul,
no segundo semestre de 2014. .............................................................................................. 47
Tabela 4 - Quantificação dos resíduos perfurocortantes ou escarificantes gerados na Unidade
Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014. ........................................................ 49
Tabela 5 - Quantificação dos resíduos especiais gerados na Unidade Pedra Branca da Unisul,
no segundo semestre de 2014. .............................................................................................. 50
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Classificação dos resíduos sólidos ....................................................................... 23
Quadro 2– Sequência de passos para elaboração de PGRSS segundo o Manual de
Gerenciamento de RSS da Anvisa (ANVISA, 2006). ........................................................... 33
Quadro 3- Classificação de resíduo, baseando na NBR 10.004 ............................................. 38
Quadro 4- Leis e Normas Federaisreferentes ao gerenciamento de resíduos sólidos. ............. 42
Quadro 5 - Leis e Normas Estaduais referentes ao gerenciamento de resíduos sólidos. ......... 43
Quadro 6 - Normas da ABNT referentes ao gerenciamento de resíduos sólidos. ................... 43
Quadro 7 - Caracterização dos resíduos gerados por ambiente de ensino, pesquisa extensão na
Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014. .......................................... 45
Quadro 8- Local para destinação final dos resíduos gerados na Unidade Pedra Branca da
UNISUL. ............................................................................................................................. 68
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil segundo estudo realizado pela
Abrelpe no ano de 2012 e 2013. ........................................................................................... 19
Gráfico 2 - Coleta de RSU no Brasil segundo estudo da ABRELPE no ano de 2012 e 2013. 20
Gráfico 3 - Destinação final dos RSU coletados no Brasil segundo estudo da ABRELPE no
ano de 2012 e 2013. ............................................................................................................. 20
LISTA DE SIGLAS
ABES: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CNEN: Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
EPC: Equipamento de Proteção Coletiva
EPI: Equipamentos de Proteção Individual
FISPQ: Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico
MTE: Ministério do Trabalho e Emprego
NR: Norma Reguladora
PGRS: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PGRSS: Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde
PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos
RDC: Resolução da Diretoria Colegiada
RSS: Resíduos de Serviço de Saúde
RSU: Resíduos Sólidos Urbanos
UNISUL: Universidade do Sul de Santa Catarina
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 17 1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 18 2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................ 18 2.2 PANORAMA GERAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL ......................... 19 2.3 PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM SANTA CATARINA ................... 21
2.3.1 Resíduos Sólidos Urbanos em Santa Catarina ............................................... 21 2.3.2 Resíduos de Serviço de Saúde em Santa Catarina ......................................... 22
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................... 23 2.4.1 Quanto à natureza física ................................................................................. 23 2.4.2 Quanto à composição química ........................................................................ 24
2.4.2.1 Resíduos orgânicos ...............................................................................................................................24 2.4.2.2 Resíduos inorgânicos ...........................................................................................................................24
2.4.3 Quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente ............................................. 24 2.4.3.1 Resíduos Classe I - Perigosos .............................................................................................................24 2.4.3.2 Resíduos Classe II A – Não Inertes ...................................................................................................26 2.4.3.3 Resíduos Classe II B – Inertes ............................................................................................................26
2.4.4 Quanto a Origem ............................................................................................ 27 2.4.4.1 Classificação dos resíduos de serviços de saúde.........................................................................27
2.5 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................... 29 2.5.1 Gerenciamento de resíduos perigosos ............................................................ 32
2.5.1.1 Resíduos Biológicos ..............................................................................................................................32 2.5.1.2 Resíduos químicos ................................................................................................................................33 2.5.1.3 Rejeitos radioativos ..............................................................................................................................34
2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE ................................................. 36 2.7 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ...................................................................................................................... 39
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 40 3.1 CARACTERISTICAS DO LOCAL DE ESTUDO .................................................. 40 3.2 COLETA DE DADOS ............................................................................................ 41
3.2.1 Instrumento para coleta de dados .................................................................. 41 3.3 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................... 42 3.4 PROPOSIÇÃO DE AÇÕES GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS .. 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 44 4.1 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL........................................................................... 44
4.1.1 Fontes geradoras de resíduos perigosos ......................................................... 44 4.1.2 Caracterização dos resíduos perigosos por fontes geradoras ........................ 44 4.1.3 Quantificação dos resíduos perigosos gerados ............................................... 46
4.1.3.1 Resíduos Biológicos ..............................................................................................................................46 4.1.3.2 Resíduos Químicos ................................................................................................................................47
4.1.4 Medidas atuais de gerenciamento de resíduos perigosos............................... 50 4.1.4.1 Segregação e acondicionamento dos resíduos perigosos ........................................................50 4.1.4.2 Tratamento atual dos resíduos perigosos .....................................................................................54 4.1.4.3 Coleta, transporte interno e armazenamento temporário ......................................................54 4.1.4.4 Coleta, transporte externo e destinação final ..............................................................................55
13
4.2 AÇÕES PARA MELHORIA DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS.................................................................................................................... 56
4.2.1 Caracterização ................................................................................................ 57 4.2.2 Segregação e Acondicionamento .................................................................... 58 4.2.3 Identificação .................................................................................................... 62 4.2.4 Manuseio ......................................................................................................... 63 4.2.5 Coleta e Transporte Interno ........................................................................... 64 4.2.6 Armazenamento temporário .......................................................................... 65 4.2.7 Armazenamento temporário externo ............................................................. 65 4.2.8 Coleta e Transporte externo ........................................................................... 67 4.2.9 Destinação Final .............................................................................................. 68
5 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 70 6 SUGESTÕES DE AÇOES E TRABALHOS FUTUROS ......................................... 72
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 73
APÊNDICES ...................................................................................................................... 76
APENDICE A – Questionário para coleta de dados ......................................................... 77 APENDICE B - Incompatibilidade química (ANVISA, 2004) ......................................... 83
APENDICE C - Substâncias que devem ser acondicionadas separadas (ANVISA, 2004) ............................................................................................................................................ 85
ANEXOS ............................................................................................................................ 86 ANEXO A– LAO para serviço de coleta e transporte de resíduos de Serviço de Saúde e Industriais Classe I ............................................................................................................ 87 ANEXO B – Certificado da empresa PROACTIVA ........................................................ 88
ANEXO C – LAO para o armazenamento temporário de Resíduos Industriais Classe I e classe II da Empresa Ecoeficiência .................................................................................... 89
14
1 INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos são definidos na Lei n. 12.305 de 2010 como qualquer
material, substância, objeto ou bem resultante da atividade humana que é descartado, o qual
deve ter sua destinação final, tanto nos estados sólidos ou semi-sólidos, bem como gases
contaminados em recipientes e líquidos, em locais adequados e protegidos.
Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com vários aspectos, como
por exemplo: quanto à natureza física, a composição química, aos riscos potenciais ao meio
ambiente e ainda quanto à origem. No caso deste estudo, baseou-se na classificação da NBR
10.004/2004, a qual classifica os resíduos quanto ao risco ao meio ambiente. Ou seja, os
resíduos podem ser classificados em Classe I – Perigosos, ou Resíduos Classe IIA – Não
Inertes e IIB – Inertes.
Com o objetivo de dispor princípios, objetivos e instrumentos, bem como as
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento ideal dos resíduos sólidos foi
estabelecida em 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), através da
promulgação da Lei 12.305. Esta Lei estabelece instrumentos e dimensões para alcançar a
sustentabilidade no processo de gerenciamento dos resíduos sólidos, através da
implementação e incentivo à disposição ambientalmente adequada, à coleta seletiva à
logística reversa. Dispõe, também, sobre os aspectos sociais do gerenciamento, através do
apoio as cooperativas e as associações de catadores, bem como dos aspectos culturais, a partir
da educação ambiental, do consumo sustentável e da redução da geração de resíduos. Ainda
conforme a Lei n. 12.305/2010 é possível ter informações especifica sobre quem está sujeito à
elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e quais as informações mínimas
que devem conter neste.
Apesar de o Brasil ser um país com mais de 80% da população vivendo em áreas
urbanas, a infraestrutura e os serviços de saneamento não acompanharam o ritmo de
crescimento das cidades. Os impactos causados devido ao manejo inadequado dos resíduos
sólidos são enormes e acabam afetando o dia-a-dia da população, influenciando na saúde
pública, na qualidade ambiental ou, até mesmo, nos aspectos estéticos dos municípios.
Devido a atual conscientização da importância do saneamento ambiental, hoje em
dia o manejo adequado dos resíduos sólidos refletem a qualidade da administração, tanto dos
órgãos públicos como empresas e instituições, e retratam o nível de desenvolvimento das
populações.
15
Segundo Tauchen & Brandli (2006), faculdades e universidades podem ser
comparadas com pequenos núcleos urbanos, uma vez que envolvem diversas atividades de
ensino, pesquisa, extensão e atividades referentes à sua operação, como restaurantes e locais
de convivências. Sendo assim, como consequência dessas atividades, há geração de resíduos
sólidos, assim como também, dependendo das atividades realizadas nas universidades, pode
haver geração de Resíduos Perigosos.
Desta foram, observa-se a responsabilidade das universidades quanto ao adequado
gerenciamento de resíduos sólidos, principalmente tendo em vista a minimização dos
impactos ambientais e da saúde pública, além da sensibilização dos professores, alunos e
funcionários envolvidos diretamente no gerenciamento desses resíduos (FURIAM &
GUNTHER, 2006).
Sendo assim, o presente trabalho buscou analisar o atual gerenciamento dos
resíduos sólidos classificados como classe I – perigosos gerados nos laboratórios de ensino,
pesquisa e extensão da Unidade Pedra Branca da Unisul a fim de propor melhorias.
1.1 JUSTIFICATIVA
Hoje em dia é possível observar os danos causados devido ao gerenciamento
inadequado dos resíduos sólidos. O resultado de anos sem o controle e o devido cuidado com
os resíduos é totalmente prejudicial à sociedade como um todo. Ainda hoje nos deparamos
com a disposição de lixo em locais impróprios, contaminando de maneira drástica a água e o
solo, além dos gases que são emitidos e acabam por poluir o ar. Como resultado deste
descuido é possível observar severos danos à saúde pública, com a ocorrência de doenças
associadas à falta do saneamento, as quais deveriam ser inaceitáveis ainda no século XXI.
Além de tamanho descuido com a natureza e a saúde do homem, é possível
observar as oportunidades que são enterradas juntamente com os resíduos sólidos, ou seja,
junto com estes perde-se muitos materiais que poderiam ser reintroduzidos nos processos
produtivos e, desta forma, promover economia e renda. Segundo estimativa do Instituto de
Pesquisa e Econômica Aplicada (Ipea), a generalização da reciclagem de aço, alumínio, papel
e vidro geraria R$ 8 bilhões anuais para o sistema econômico, em valores de 2007 (IPEA,
2010).
De acordo com dados do Panorama de Resíduos Sólidos da Associação Brasileira
de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) de 2013 (2014) a situação
de destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) manteve-se inalterada de 2012 para
16
2013. O índice de 58,3% correspondente à destinação final adequada no ano de 2013
permanece significativo, porém a quantidade de RSU destinados de maneira inadequada
cresceu em relação ao ano de 2012, totalizando 28,8 milhões de toneladas que seguiram para
lixões ou aterros controlados, que infelizmente pouco se diferem dos lixões. Ou seja, mesmo
com a legislação restritiva e dos esforços aplicados em todas as esferas governamentais, a
destinação final inadequada ainda representou 60% do total no ano de 2013 (ABRELPE,
2014).
Essa disposição inadequada gera: contaminação do solo com o chorume,
resultante da decomposição do lixo, o que pode resultar em contaminação da água superficial
e subterrânea; a falta de controle dos resíduos que estão sendo enterrados, ou seja, pode haver
resíduos de saúde, perigosos sem os devidos tratamentos prévios; a liberação de gases,
principalmente do gás metano; a possibilidade de criação de animais nas proximidades dos
lixões. Sendo assim, a destinação inadequada dos resíduos acaba por acarretar ainda mais em
problemas na saúde pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, baratas, ratos,
entre outros), geração de maus cheiros, além da poluição do meio ambiente.
Diante deste quadro no qual o Brasil se encontra, uma alternativa a fim de
solucionar o problema é o gerenciamento dos resíduos sólidos conforme preconiza a PNRS.
Através deste pode-se obter, benefícios econômicos, devido aos materiais recicláveis que
possuem valor comercial. Cria, também, condições de gerar benefícios sociais em várias
esferas da sociedade, assim como a geração de empregos e rendas aos trabalhadores
envolvidos tanto direta ou indiretamente nas atividades de reciclagem. O gerenciamento,
ainda, possui como maior objetivo a questão ambiental, ou seja, nele prevê-se diversas
alternativas e passos para que o resíduo que tenha algum potencial de reutilização não seja
encaminhado para os aterros sanitários, mas caso isto seja necessário, que a disposição final
siga as normas técnicas na sua implantação.
Sendo assim, as universidades como produtoras de conhecimento e formadoras de
opinião têm uma responsabilidade muito grande perante a sociedade, tanto ético quanto social
e técnico, e, por isto, devem adotar metodologias de gestão de resíduos visando o melhor
gerenciamento dos mesmos, a fim de garantir a qualidade do meio ambiente, a saúde do
homem e ainda transmitir conhecimento aos alunos, professores e funcionários sobre as
atitudes corretas que devem ser tomadas.
Neste sentido, como forma de contribuir para melhoria do processo de
gerenciamento de resíduos perigosos, o presente trabalho justifica-se, pois visa garantir a
redução da geração dos resíduos classe I, permitir que mais resíduos sejam reciclados ou
17
reaproveitados e aqueles que precisam ser destinados, tenham um destino final correto,
visando o menor impacto possível.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Analisar o gerenciamento dos resíduos sólidos classificados como classe I –
perigosos gerados nos laboratórios de ensino, pesquisa e extensão da Unidade Pedra Branca
do campus Universitário da Grande Florianópolis da Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL), visando à proposição de melhorias.
1.2.2 Objetivos específicos
Identificar as atividades e fontes geradoras de resíduos sólidos da classe I na Unidade
Pedra Branca da Unisul;
Realizar o diagnóstico quali-quantitativo dos resíduos sólidos de classe I gerados pelas
atividades e fontes identificadas;
Analisar as condições atuais e os procedimentos adotados em relação ao
gerenciamento dos resíduos classificados como perigosos nos laboratórios de ensino,
pesquisa e extensão da Unidade Pedra Branca da Unisul;
Apontar as ações necessárias para atender a legislação vigente e para melhorar o atual
gerenciamento dos resíduos sólidos de classe I da Unidade.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capitulo serão apresentadas algumas definições e aspectos relacionados aos
resíduos sólidos, que auxiliaram na avaliação do gerenciamento de resíduos perigosos gerados
nos laboratórios da Unidade Pedra Branca da Unisul e na proposição de melhorias.
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS
Os materiais considerados como não reutilizáveis até pouco tempo atrás eram
chamados de lixo. A palavra lixo origina-se do latim lix que significa cinzas ou lixívia
(LIMA, 2012).
No Brasil, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio, “lixo é qualquer
matéria ou coisa que repugna por estar suja ou que se deita fora por não ter utilidade”.
Segundo a Norma Brasileira (NBR) 10.004/2004 – Resíduos Sólidos –
Classificação, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que é coloquialmente
denominado como lixo é definido de resíduo sólido. O termo resíduo, residuu, do latim
significa o que sobra de determinadas substância, e sólido para diferenciá-lo de líquidos e
gases (RIBEIRO; MORELLI, 2009)
De acordo com a NBR 10.004/2004(ABNT, 2004), resíduos sólidos são:
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Já segundo o inciso XVI do artigo 3º da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010,
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os resíduos sólidos podem ser
definidos, como:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólidos ou semi-sólidos, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010)
19
2.2 PANORAMA GERAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos realizado pela Abrelpe (ABRELPE,
2014) em 2013, a geração total de RSU foi de 76.387.200 toneladas, o que significa um
aumento de 4,1% quando comparado ao ano de 2012 (Gráfico 1) Este índice é considerado
superior à taxa de crescimento populacional no país, que neste mesmo período foi de 3,7%.
Gráfico 1 - Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil segundo estudo realizado pela
Abrelpe no ano de 2012 e 2013.
Fonte: Abrelpe(2013, p. 28).
Em relação à quantidade de resíduos coletados, houve um aumento de 4,4% em
relação ao ano de 2012, conforme demonstra o Erro! Fonte de referência não encontrada.
Quando comparado este índice com o crescimento de geração de resíduos, percebe-se uma
pequena evolução na cobertura de serviço de coleta, chegando a 90,4%, com um total de
69.064.935 toneladas coletadas ao ano(ABRELPE, 2014).
20
Gráfico 2 - Coleta de RSU no Brasil segundo estudo da ABRELPE no ano de 2012 e 2013.
Fonte: Abrelpe (2013, p. 29).
Em relação à destinação final dos resíduos, pode-se observar no Gráfico 3 uma
pequena alteração. De 2012 para 2013 a quantidade de resíduos encaminhados para
destinação final de maneira adequada aumentou de 57,98% para 58,26%, em quanto à
destinação inadequada caiu de 45,02% para 41,74%. Sendo assim, a destinação final manteve-
se praticamente inalterada (ABRELPE, 2014).
Gráfico 3 - Destinação final dos RSU coletados no Brasil segundo estudo da ABRELPE no
ano de 2012 e 2013.
Fonte: Abrelpe (2013, p. 31).
A partir dos dados apresentados pela Abrelpe, conclui-se que o Brasil está tendo
um avanço quanto à responsabilidade com os resíduos gerados, porém, esta ainda não é
suficiente e ainda há muitas irregularidades que devem ser corrigidas.
21
2.3 PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM SANTA CATARINA
O inicio do século XXI foi marcante para o estado de Santa Catarina quanto às
questões relacionada aos seus resíduos sólidos. Segundo a Associação de Engenheiros
Sanitaristas e Ambientais (ABES, 2005) foi no final do ano 2000, que o Ministério Público
Estadual, ao definir as suas políticas e prioridades para o ano de 2001 na área de meio
ambiente, considerou a necessidade urgente de um programa especial de recuperação das
áreas degradadas pela disposição irregular de resíduos sólidos, pois de acordo com o
Ministério Público de Santa Catarina, em 2000, somente 22 municípios depositavam os seus
resíduos de forma adequada, ou seja, 8% dos municípios e 92% depositavam os resíduos
sólidos de forma adequada.
Em janeiro de 2001, o Ministério Público implantou o “Programa lixo Nosso de
Cada Dia”, este programa tinha como principal objetivo dar a destinação adequada aos
resíduos sólidos domiciliares gerados em todos os municípios do Estado. Nessas condições,
os Promotores de justiça das Comarcas instauraram procedimentos administrativos que
resultaram na assinatura de 193 termos de compromisso de ajustamento de conduta, nos quais
os Prefeitos se comprometeram a regularizar a situação do lixo urbano, recuperar áreas
degradas por lixões a céu aberto e implementar ações de conscientização junto a
população(MPSC,s/d)
Já no ano de 2004 o estado de Santa Catarina encontrava-se em uma situação
privilegiada quando comparado aos demais estados do Brasil, pois 279 Municípios
catarinenses já estavam dando a destinação adequada os seus resíduos, o que representava
95,22% (CME/MPSC, 2008).
2.3.1 Resíduos Sólidos Urbanos em Santa Catarina
No ano de 2009 no estado de Santa Catarina, a taxa de geração de RSU, foi de
3.994 t/dia em média. Em 2010, essa taxa aumentou 7,28% atingindo o valor de 4.285 t/dia
em média. Em 2012 a quantidade de resíduos gerados aumentou para 4.613 t/dia, e continuou
a crescer para 4.799 t/dia no ano de 2013(ABRELPE, 2010 e ABRELPE, 2014).
Acompanhando a tendência de crescimento da geração de RSU, a coleta também
apresentou aumento. Em 2009 foram coletados em média a taxa de 3.620 t/dia, em 2010 a
taxa de coleta foi de 3.956 em 212 a taxa de coleta evoluiu para 4.346 t/dia e em 2013 para
4.546 t/dia. Comparando a evolução das taxas de geração e coleta de resíduo, observa-se que
22
a coleta tende à universalização, devido ao seu crescimento ser maior que o crescimento da
taxa de geração (ABRELPE, 2010 e ABRELPE, 2014).
Conforme relatório emitido pela ABES/SC (2012), 100% dos municípios, ou seja,
todos os 293 municípios catarinenses estão destinando seus resíduos sólidos urbanos para
aterros sanitários, não existindo mais a destinação de maneira inadequada no estado.
2.3.2 Resíduos de Serviço de Saúde em Santa Catarina
Dos 1.191 municípios existentes na região Sul, considerando Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, 1069 prestaram total ou parcial serviços relativos aos Resíduos
de Serviço de Saúde (RSS).
A taxa de coleta do RSS em Santa Catarina alcançou ao valor de 5.480 t/ano no
ano de 2013 conforme pode ser observado na Tabela 1.
Tabela 1- - Coleta de RSS na Região Sul segundo estudo da ABRELPE no ano de 2012 e
2013.
Fonte: ABRELPE (2013, p. 95).
O tratamento dos RSS coletados podem ser realizados por: autoclave, incineração,
microondas ou outros tipos. Na região Sul, os tratamentos mais utilizados para os RSS são: a
autoclave com 54,7% seguido pela incineração com 41,8%, microondas com 1,5% e outros
com 2%.
Em Santa Catarina, há uma capacidade instalada de tratamento para 1.872 t/ano
em Autoclave e 624 t/ano em Incineração. Não há tratamento por microondas e nem outros
tipos. Sendo assim, Santa Catarina conforme os dados da ABRELPE (2014) é capaz de tratar
2.496 t/ano de RSS.
23
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com vários aspectos como,
por exemplo: quanto à natureza física, a composição química, aos riscos potenciais ao meio
ambiente e ainda quando à origem (Quadro 1).
Quadro 1- Classificação dos resíduos sólidos
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
QUANTO À NATUREZA FÍSICA Secos Úmidos
QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA Orgânicos Inorgânicos
QUANDO AOS RISCOS POTENCIAIS AO MEIO AMBIENTE
Resíduo Classe I – Perigosos Resíduo Classe II – Não Perigosos
QUANTO Á ORIGEM
Resíduos Domiciliares Resíduos de Limpeza Urbana Resíduos Sólidos Urbanos Resíduos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Resíduos Industriais Resíduos de Serviços de Saúde Resíduos da Construção Civil Resíduos Agrossilvopastoris Resíduos de Serviços de Transportes Resíduos de Mineração
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
2.4.1 Quanto à natureza física
Segundo Calderoni (2003), os resíduos secos são aqueles considerados como
recicláveis, sendo eles: vidros, metais ferrosos, plásticos, papéis. Já os resíduos úmidos são os
resíduos orgânicos e rejeitos, por exemplo: restos de comida, cascas de frutas, resíduos de
banheiro, entre outros materiais não classificados como recicláveis.
24
2.4.2 Quanto à composição química
2.4.2.1 Resíduos orgânicos
Resíduos orgânicos são todos aqueles que possuem matéria de origem animal ou
vegetal, entre eles, estão: restos de alimentos, frutas, verduras, legumes, flores, plantas, folhas,
sementes, restos de carnes e ossos, papéis, madeiras, etc. Na maioria das vezes, os resíduos
orgânicos podem ser utilizados em compostagens, sendo transformados em fertilizantes e
corretivos do solo (CALDERONI, 2003).
2.4.2.2 Resíduos inorgânicos
Conforme descrito por Calderoni (2003), resíduos inorgânicos são todos os
materiais que não possuem origem biológica, ou que foram produzidos por meios humanos,
podendo ser: plásticos, metais, e vidros. Normalmente, esses resíduos apresentam um longo
tempo de degradação quando lançados ao meio ambiente sem tratamento prévio.
2.4.3 Quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente
A classificação quanto à periculosidade consta no inciso II do artigo 13 da Lei
12.305/2010e se divide em duas classes as quais coincidem com o que é definido pela NBR
10.004/2004 que classifica os resíduos por seus riscos potenciais à saúde pública ou ao
ambiente, em perigosos e não perigosos (ABNT, 2004; BRASIL, 2010).
Contudo na NBR 10.004/2004 tal classificação é mais detalhada e são
estabelecidas subclasses. Ou seja, os resíduos sólidos, avaliando o grau de periculosidade dos
resíduos sólidos, ou seja, os riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública podem ser
classificados em: Resíduos Classe I – Perigosos e em Resíduos Classe II – Não Perigosos,
sendo este último subdivido em dois grupos: Inertes e Não Inertes(ABNT, 2004).
2.4.3.1 Resíduos Classe I - Perigosos
Segundo a NBR 10.004/2004 os resíduos perigosos são aqueles que apresentam
periculosidade – característica esta apresentada por um resíduo que em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar risco tanto à saúde
pública, provocando mortalidade, incidência de doença ou acentuando seus índices como ao
25
meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Ou, ainda apresentar
alguma das seguintes características:
Inflamabilidade: Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável, se uma amostra
representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007/2004, apresentar qualquer
uma das seguintes propriedades:
- Possuir ponto de inflamação menor a 60ºC;
- Inflama-se por fricção, absorção de umidade ou espontaneamente a 25ºC;
- Ser um oxidante definido como substancia que pode liberar oxigênio;
- Ser um gás comprimido inflamável.
Corrosividade: Um resíduo sólido é caracterizado como corrosivo, se uma amostra
representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma
das seguintes propriedades:
- Possuir o pH inferior ou igual a 2 ou, superior ou igual a 12,5 em solução
aquosa;
- Ser líquida ou produzir um líquido capaz de corroer o aço a uma razão maior
que 6,35 mm ao ano, a 55ºC.
Reatividade: Um resíduo sólido é caracterizado como reativo, se uma amostra
representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma
das seguintes propriedades:
- Ser instável e reagir de forma violenta e imediata;
- Reagir de maneira violenta com a água;
- Formar mistura explosiva com a água;
- Produzir reações explosivas com o calor;
- Estar definido como explosivo.
Toxicidade: Um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra dele apresentar
uma das seguintes propriedades:
- Produzir mortalidade em ratões ou dermatite;
- Quando contém uma ou mais substancias declaradas como tóxicos por
organismos oficiais;
- Gerar gases, vapores ou fumos tóxicos quando se mescla com a água;
- Contem alguns cianuretos (CN-) ou Gás sulfúrico (S=) que por reação
liberam gases tóxicos em quantidade perigosa.
Patogenicidade: Um resíduo é caracterizado como patogênico, se uma amostra dele
26
apresentar a seguinte propriedade:
- Contiver ou se houver suspeitas de conter, microrganismos patogênicos,
proteínas virais, ácido desoxirribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico
(ARN), organismos geneticamente modificados, plasmídeos, cloroplastos,
mitocôndrias ou toxinas que são capazes de produzir doenças no ser vivo.
2.4.3.2 Resíduos Classe II A – Não Inertes
São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I –
Perigosos ou classe II B – Inertes (ABNT, 2004).
2.4.3.3 Resíduos Classe II B – Inertes
Os resíduos classificados como II B- Inertes, são quaisquer resíduos que, quando
amostrados de uma forma representativa, segundo a NBR 10007/2004e submetidos a um
contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente,
conforme a NBR 10006/2004, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água.
O Fluxograma 1 mostra um esquema que facilita a classificação do resíduo
quando baseado na classificação da NBR 10.004/2004.
Fluxograma 1- Classificação de resíduo, baseando na NBR 10.004/2004 da ABNT.
Fonte: Cetesb, 2014
27
2.4.4 Quanto a Origem
Segundo o artigo 13º da Lei nº 12.305/2010, os resíduos são classificados quanto
à origem e a periculosidade, sendo que no inciso I do referido artigo são definidas onze
classes de resíduos sólidos quanto a sua origem, as quais são:
a) Resíduos domiciliares: São os resíduos originários das atividades
domésticas em residências urbanas; b) Resíduos de limpeza urbana: São os resíduos originários da varrição,
limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) Resíduos sólidos urbanos: São os resíduos englobados nas alíneas “a” e “b”; d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço: São os
resíduos originados dos diversos estabelecimentos comerciais: supermercados, estabelecimento bancários, lojas, bares, entre outros.
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) Resíduos industriais: São os resíduos gerados nos processos produtivos e de instalações industriais;
g) Resíduos de serviço de saúde: Os resíduos de saúde são definidos em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) Resíduos da construção civil: Possuem como origem construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluindo os resultantes da preparação e escavação de terrenos;
i) Resíduos agrossilvopastoris: São resíduos agrossilvopastoris aqueles que têm como origem as atividades agropecuárias e silviculturais, incluindo os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) Resíduos de serviço de transporte: São os resíduos originários de portos, aeroportos, terminais, alfândegas, rodoviários, ferroviários, e passagens de fronteiras;
k) Resíduo de mineração: São todos os resíduos gerados nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. (BRASIL, 2010)
Além dessa classificação da Lei n° 12.305 é importante para a realização deste
trabalho, a classificação dos resíduos de saúde, conforme descrito a baixo no item 2.4.4.1.
2.4.4.1 Classificação dos resíduos de serviços de saúde
Segundo as orientações da Anvisa por meio da Resolução Anvisa RDC nº
306/2004 e a Resolução do Conama nº 358/2005 os resíduos de serviço de saúde são
classificados em cinco grupos:
Grupo A – Biológico: São resíduos com possível presença de agentes biológicos que,
por suas caracteristicas, podem apresentar risco de infecção.Este grupo é dividido
emcinco subgrupos conforme caracteristicas específicas de cada tipo de material, ou
seja, A1, A2, A3, A4 e A5. Como exemplos deste grupo temos: culturas e estoque de
28
microorganismos; resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais,
com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4 (risco
individual e para comunidade); bolsas transfusionais de sangue rejeitas por
contaminação ou por má conservação; sobras de amostra de laboratório; carcaças,
peças anatômicas e vísceras provenientes de animais; cadáveres de animais suspeitos
de portadores de microorganismos de relevância epidemiológica; peças anatômicas do
ser humano; kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases
contaminados; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes,
urina e secreção; resíduos de tecido adiposo proveniente de cirurgias plásticas; bolsas
transfusionais vazias ou com volume residual pós- transfusão; órgãos, tecidos, fluídos
orgânicos,.
Grupo B – Químicos: São os resíduos que contem substancias químicas e que podem
apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
caracterisicas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplos
deste grupo: produtos hormonais e antimicrobianos; anticoplásticos; resíduos de
saneantes, desinfetantes, resíduos contendo metais pesados; reagentes para
laboratórios, inclusive o recipiente contaminado por este; reveladores e fixadores;
demais produtos considerados perigosos, conforme a classificação NBR 10.004/2004
da ABNT;
Grupo C - Radioativos: São quaisquer materiais resultantes de atividades humanas
que contenham radionuclídeos em quantidade superiores aos limites de eliminação
especificadas nas normas da Comissão Nacional de Energia
Nuclear(CNEN).Exemplos deste grupo:quaisquer materiais resultantes de laboratórios
de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de
medicina nuclear que contenham radionuclídeos em quantidade superior a sua
eliminação;
Grupo D - Comuns:São os resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente. Exemplos deste grupo: Papel de uso
sanitário; resto alimentar; equipo de soro e outros similares não classificados como
A1; resíduo proveniente da área administrativa, entre outros;
Grupo E – Perfurocortantes: Ou escarificantes, como agulhas; escalpes; ampola de
vidro; lâmina de bisturi; tubos capilares; espátulas; e todos as vidrarias quebradas nos
laboratórios (pipetas, placas de Petri, etc.) e outros similares.
29
2.5 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Segundo inciso X do artigo 3º da Lei nº 12.305/2010, o gerenciamento de resíduos
sólidos, é definido como:
Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. (BRASIL, 2010)
Ainda de acordo com a PNRS, a gestão integrada de resíduos pode ser definida
como um conjunto de ações que buscam soluções para os resíduos sólidos, levando em
consideração as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, possuindo
controle social e baseando-se no desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010).
Para que o gerenciamento de resíduos ocorra de forma adequada e eficiente é
necessário considerar a realidade local e as particularidades regionais, como forma de melhor
compreender o fluxo dos resíduos, bem como considerar as dimensões socioeconômicas e
culturais, buscando a realização de um planejamento consciente e participativo do
gerenciamento (FERNANDEZ, 2008, apud VEIGA, 2010, p. 40).
Segundo Lima (2002, apud SILVA, COELHO e SILVA, 2012, p. 3), o termo
Gerenciamento de Resíduos Sólidos diz respeito aos aspectos tecnológicos e operacionais, o
qual envolve fatores administrativos, gerenciais, econômicos e de desempenho, ou seja, diz
respeito a relação entre a produtividade e a qualidade dos resíduos.
Segundo o artigo 20 da Lei n° 12.305 estão sujeitos à elaboração do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos os geradores de resíduos dos serviços públicos de
saneamento básico, de resíduos industriais, de resíduos de serviços de saúde, de resíduos de
mineração, bem como os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem
resíduos perigosos ou que não sejam equiparados aos domiciliares, as empresas de construção
civil, os responsáveis pelos terminais e outras instalações e as atividades agrossilvopastoris.
Ainda conforme estabelecido no artigo 21 da Lei n° 12.305, o plano de
gerenciamento de resíduos sólidos deve conter no mínimo as seguintes informações: descrição
do empreendimento; diagnóstico dos resíduos sólidos gerados (origem, volume e
caracterização); quando houver plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos,
deverá ter explicitação dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento e
a definição dos procedimentos operacionais; identificação das soluções consorciadas com
30
outros geradores; ações preventivas e corretivas a serem executadas; metas e procedimentos
relacionados à minimização da geração dos resíduos; se couber ações relativas à
responsabilidade compartilhada; medidas saneadoras dos passivos ambientais e a
periodicidade de sua revisão.
Para atender ao conteúdo mínimo exigido na Lei, o Plano deverá considerar tais
aspectos:
Caracterização: consiste na identificação e quantificação dos resíduos gerados. A
Identificação deve seguir a NBR 10.004/2004 da ABNT, e/ou, outras normas
específicas, como a RDC 306/2004 da Anvisa. A quantificação deve ser realizada
através de métodos qualitativos e quantitativos que possibilitarão a redução, a
reutilização, a reciclagem e a destinação adequada para os resíduos gerados. É
importante que a caracterização do resíduo seja feita na fonte de geração, pois assim
facilitará sua reutilização e destinação.
Segregação: “consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração,
de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os
riscos envolvidos” (ANVISA, 2004). A segregação dos resíduos, quando realizada de
maneira adequada, permite a identificação da quantidade de resíduos gerados e pode
auxiliar na redução do volume de resíduos que necessitam de manejo diferenciado.
(BRASIL, 2005);
Acondicionamento: “consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou
recipientes que evitem vazamentos e ruptura” (ANVISA, 2004). É importante que a
capacidade dos recipientes de acondicionamento seja compatível com a geração diária
de cada tipo de resíduo;
Identificação: consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento do
resíduo acondicionado, facilitando o manejo dos resíduos. Tal identificação deve estar
num local de fácil visualização nos sacos de acondicionamentos, nos recipientes de
coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo e nos locais de
armazenamento, respeitando a simbologia, cores e frases dispostas na NBR
7.500/2013 Versão Corrigida: 2013 (ABNT, 2013);
Transporte interno: “consiste no translado dos resíduos do ponto de geração até o
local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo”. É
importante que o material dos recipientes do transporte interno seja rígido, lavável,
impermeável. Além do que tais recipientes devem conter tampa articulada ao próprio
31
corpo do equipamento, canto e bordas arredondadas e estar devidamente identificado
com o símbolo correspondente ao risco do resíduo contido neste (ANVISA, 2004);
Armazenamento interno: é conhecido, também, como armazenamento temporário.
Consiste em local para a guarda dos resíduos já acondicionados, em local próximo aos
pontos de geração, até a realização da etapa da coleta externa. Serve para aperfeiçoar a
coleta interna e agilizar o deslocamento entre os pontos geradores e o local de coleta
externa. Deve ser num ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos
coletores;
Armazenamento externo: consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a coleta
externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores
(ANVISA, 2004);
Coleta e o Transporte Externo: consistem na remoção dos resíduos do abrigo até a
unidade de tratamento ou disposição final;
Disposição final: Corresponde à etapa final do manejo externo, consiste na disposição
dos resíduos no solo, previamente preparado para recebê-lo. As destinações finais
mais comuns são: Aterro Sanitário e Aterro Industrial.
De acordo com o artigo 9º da Lei 12.305/2010 tanto a gestão como o
gerenciamento de resíduos devem preconizar a não geração, a redução, a reutilização, a
reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição ambientalmente
adequada aos rejeitos (BRASIL, 2010). Desta forma, os PGRS devem considerar no seu
escopo ações que viabilizem tais aspectos.
Entre os princípios desta Lei, merecem destaque a coleta seletiva, os sistemas de
logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Estes princípios se devem a importância de
preservar a qualidade do meio ambiente e a qualidade de vida do ser humano e podem ser
definidos como:
Coleta Seletiva: Consiste na coleta de resíduos sólidos provenientes segregados
conforme sua constituição ou composição;
Logística Reversa: É um instrumento de desenvolvimento econômico e social
caracterizado por um conjunto de ações que viabilizam a coleta e restituição de certos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outro
ciclo produtivo, ou mesmo outra destinação final adequada (PNRS, 2010). A logística
32
reversa evita que os resíduos com grande probabilidade de gerar impactos ambientais
sejam diretamente descartados depois do seu uso, ou seja, ela prolonga o período de
vida do produto;
Reciclagem: É um processo de transformação dos resíduos sólidos que envolvem a
alteração de suas propriedades físico-química ou biológicas, visando à transformação
em um novo produto;
Reutilização: Baseia-se em um processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem
sua transformação biológica, física ou físico- química.
2.5.1 Gerenciamento de resíduos perigosos
Devido à periculosidade dos resíduos, é de extrema importância que nos locais
considerados potencialmente geradores de resíduos perigosos, estes apresentem o
gerenciamento adequado dos mesmos.
Segundo Fonseca (2009), as universidades e centros de pesquisa precisam instituir
em suas unidades, Planos de Gerenciamento de Resíduos e afirma que em termos de resíduos
perigosos estes podem ser separados em três grandes grupos:
Resíduos Biológicos: São os diferentes tipos de resíduos que incluem agentes
infecciosos. Atualmente, as seguintes categorias de resíduos são consideradas como
biológicos: resíduo medicinal; resíduos de laboratórios biológicos ou que trabalhem
com substâncias controladas; e resíduo patológico;
Resíduos Químicos: Os resíduos químicos são todos que apresentam: substâncias e
produtos químicos rejeitados; resíduos provenientes de aulas práticas ou projetos de
pesquisa; ou resíduos que apresentam em suas características: ignitividade,
corrosividade, reatividade ou toxicidade; e
Resíduos Radioativos: São todos os resíduos de baixo ou alto nível de radioatividade.
Deve ser considerado rejeito radioativo todos aqueles com radioatividade detectável
que são gerados sem procedimentos que envolvem material radioativo licenciado.
2.5.1.1 Resíduos Biológicos
Fonseca (2009) propõe o gerenciamento dos resíduos de saúde como resíduos
biológicos (incluindo os perfurocortantes), dentre estes, inclui os resíduos de outras correntes,
33
como os químicos e os radioativos.
Porém, para este estudo, utilizou-se como base o capítulo IV do manual proposto
pela Anvisa para a elaboração do PGRSS, no qual recomenda oito passos para a elaboração
do mesmo, os quais serão descritos no
Quadro 2 (ANVISA, 2006).
Quadro 2– Sequência de passos para elaboração de PGRSS segundo o Manual de
Gerenciamento de RSS da Anvisa (ANVISA, 2006).
PASSOS DESCRIÇÃO
Identificação do problema
Designar profissionais aptos para a elaboração do Plano; analisar as legislações vigentes; identificar quais são as áreas envolvidas com os resíduos de serviço de saúde; definir estratégias de trabalho e criar um comprometimento com a direção.
Definir a equipe de trabalho
Dividir as responsabilidades de acordo com a tipificação dos resíduos gerados.
Mobilização da instituição Envolver a organização com o objetivo de sensibilizar os funcionários
Diagnóstico da situação dos resíduos
Abranger a quantidade gerada por setor; tipo de segregação em uso; tipo de contentores; identificar os tipos de embalagens; diagnosticar os resíduos químicos; quais as rotas de coleta; qual o método que esta sendo utilizado para o transporte dos resíduos; verificar a EPI’s; as condições do armazenamento interno e externo; verificar as empresas de transporte e destino final dos resíduos, analisar as licenças.
Diagnóstico da situação dos resíduos
Abranger a quantidade gerada por setor; tipo de segregação em uso; tipo de contentores; identificar os tipos de embalagens; diagnosticar os resíduos químicos; quais as rotas de coleta; qual o método que esta sendo utilizado para o transporte dos resíduos; verificar a disponibilização e utilização de EPI’s; qual a condição do armazenamento interno e externo; verificar as empresas contratadas para o transporte e destino final dos resíduos, dando ênfase nas licenças operacionais.
Definição de metas e objetivos
Organizar e sistematizar as informações e ações, ou seja, nesta etapa, devem-se identificar os recursos financeiros; definir metas a serem atingidas; criar práticas de minimização de geração; reduzir os riscos sanitários e ambientais.
Elaboração do Plano
Nesta etapa, deve haver: o controle de insetos e roedores; mapeamento dos riscos e quais as situações que estão sujeitas a emergência e acidentes.
Implementação do Plano
Nesta fase, devem-se executar os treinamentos previstos; validar as rotinas descritas; e executar as adequações de infra-estrutura necessária.
Avaliação Por ultimo, devem-se definir estratégias de acompanhamento; construir indicadores; avaliar os resultados e disponibilizar o documento na área de trabalho.
Fonte: Elaborado pela Autora, 2014.
2.5.1.2 Resíduos químicos
Quanto ao gerenciamento de resíduos químicos classificados como perigosos,
segundo Fonseca (2009) os procedimento são diferentes para os resíduos orgânicos e
inorgânicos. Neste sentido, para os resíduos químicos inorgânicos a segregação e o
acondicionamento devem ser realizadas da seguinte forma:
34
Segregação: Os resíduos deverão ser segregados conforme as classes a seguir:
soluções aquosas de metais pesados; ácidos e/ou soluções ácidas; bases e/ou soluções
básicas; sulfetos; cianetos; mercúrio metálico; sais de prata; metais pesados;
Acondicionamento: Pode ser realizados em contêineres, tambores, tanques e/ou a
granel. Quando for uma quantidade pequena de resíduo, estes podem ser
acondicionados em frascos de reagentes, desde que rotulados corretamente conforme o
risco. Os frascos podem ser de vidro ou polietileno, desde que não haja
incompatibilidade com o resíduo.
Armazenamento: Deve atender à NBR 12.235/1992 da ABNT. É importante que os
contêineres e/ou tambores sejam armazenados, preferencialmente, em áreas cobertas,
bem ventiladas, e os recipientes são colocados sobre base de concreto ou outro
material que impeça a lixiviação e percolação de substâncias para o solo e águas
subterrâneas. A área deve possuir ainda um sistema de drenagem e captação de
líquidos contaminados para que sejam posteriormente tratados.
Com relação aos resíduos orgânicos Fonseca (2009) destaca que o
acondicionamento deve ocorrer da mesma forma que os inorgânicos e apresenta uma
distinção somente na segregação:
Segregação:Os resíduos deverão ser segregados conforme as classes a seguir:
solventes orgânicos não-halogenados; solventes orgânicos com mais de 5% de água;
solventes orgânicos com menos de 5% de água; soluções de materiais orgânico
biodegradável; soluções de corante; pesticidas, entre outros;
2.5.1.3 Rejeitos radioativos
Em relação aos rejeitos radioativos, a Resolução da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN)NE 8.01 define os devidos procedimentos a serem adotados no
gerenciamento:
Segregação: A segregação deve ser feita no mesmo local em que os rejeitos foram
produzidos, levando em conta suas características, como: sólidos, líquidos, gasosos;
orgânicos ou inorgânicos; meia vida curta ou longa, entre outras características
perigosas;
Embalagens: As embalagens destinadas à segregação, à coleta, ao transporte e ao
armazenamento dos rejeitos devem portar o símbolo internacional da presença de
35
radiação, fixado de forma clara e visível. Assim como, as embalagens utilizadas
devem ser adequadas às características físicas, químicas, biológicas e radiológicas,
devem ter suas condições de integridade assegurada e, quando necessário, devem ser
substituídas. As embalagens destinadas ao transporte de rejeitos radioativos não
devem apresentar contaminação superficial externa superior ao limite indicado na
norma. Os volumes de rejeitos devem possuir vedação adequada para evitar perda de
conteúdo e esses volumes devem apresentar fichas de identificação, afixadas
externamente, informando o número de registro e a taxa de dose na superfície.
Transporte: Os veículos utilizados tanto o transporte interno quanto externo devem
ser providos de meios de fixação adequados para os volumes. Após cada serviço de
transporte interno, os veículos devem ser monitorados, e se preciso descontaminado. O
transporte externo deve ser realizado em conformidade com a Norma CNEN NE 5.01,
bem como as demais resoluções e regulamentos de transportes vigentes.
Armazenamento Inicial ou Intermediário: O depósito inicial ou intermediário de
Rejeitos Classe I deve seguro, garantir a proteção física do rejeito, dispor de controle
de liberação de material radioativo para o meio ambiente, dispor de um sistema de
monitoração da área, situar-se em local cercado e sinalizado com acesso restrito, ter
piso e paredes impermeáveis e de fácil descontaminação, apresentar delimitação clara
das áreas supervisionadas e controladas, dispor de meios para evitar decomposição de
rejeitos biológicos, dispor de procedimentos apropriados sem afixados em lugares bem
visíveis, permitir acesso para inspeção visual e identificação dos volumes, dispor de
meios para proteção e combate de incêndio e ter capacidade de armazenamento
adequada. Para os rejeitos Classe 2 acondicionados em embalagens deve atender aos
requisitos estabelecidos na Norma CNEN NN 8.02. É importante que os rejeitos
radioativos sejam mantidos separados dos demais produtos perigosos, como
explosivos, inflamáveis, oxidantes e corrosivos. Os rejeitos líquidos devem ser
armazenados em bacias de contenção, bandeja, recipiente ou material absorvente.
Tratamento: Qualquer tratamento de rejeito radioativo precisa ser aprovado
previamente pela CNEN;
36
2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE
Conforme o inciso X do artigo 2º da Resolução do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) nº 358, de 29 de abril de 2005, os Resíduos Sólidos de Saúde (RSS),
devido a suas características, devem ter processo demanejodiferenciado, no que tange a
exigência ou não de tratamento prévio à sua disposiçãofinal. Tais resíduos, segundo tal
resolução,são aqueles oriundosde atividade de todos os serviços definidosno seu artigo 1º
como:
Serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalho de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios; funerárias e serviços onde se realizematividades de embalsamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde; centros de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem; entre outros similares. (CONAMA, 2005)
Em relação a abrangência dos locais geradores de resíduos de serviço de saúde, a
RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 da ANVISA, define:
Para efeito deste Regulamento Técnico, definem-se como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares. (ANVISA, 2004)
Devido aos riscos que os resíduos de serviço de saúde oferecem no ambiente de
trabalho, é importante ressaltar as questões preventivas de saúde e de segurança, a fim de
garantir maior eficácia do gerenciamento de resíduos proposto, garantindo maior segurança ao
homem e ao meio ambiente. Sendo assim, os aspectos de biossegurança estão ligados
diretamente aos resíduos de serviço de saúde. (BRASIL, 2011)
No Brasil, a Norma Reguladora (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) 32/2005, refere-se a alguns aspectos de biossegurança, na qual, aborta questões de
segurança e saúde no trabalho. Nela, estão presentes informações sobre riscos biológicos,
químicos e físicos. (MTE, 2005)
Risco Biológico: É considerado risco biológico quando há possibilidade da exposição
37
ocupacional a agentes biológicos. Estes agentes são classificados em: classe de risco 1;
classe de risco 2; classe de risco 03 e classe de risco 04;
Risco Químico: É considerado risco químico quando há probabilidade do organismo
entrar em contato com o agente químico por via respiratória, pele ou ingestao;
Risco Físico: É considerado risco físico quanto as condições atmosfericas podem
provocar danos ao indivíduo. Neste também esta incluso os riscos provenientes de
ruídos, iluminação, eletrecidade, presses anormais, vibrações radiações ionizantes e
não ionizantes.
Segundo a Resolução Anvisa RDC nº 306/2004, o gerenciamento de resíduos de
serviço de saúde é considerado, como:
Conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
Em relação à elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Serviço de Saúde (PGRSS), a Anvisa elaborou um Manual de Gerenciamento de Resíduos
de Serviço de Saúde, no qual, apresenta procedimentos que devem ser adotados em cada etapa
do manejo dos resíduos (BRASIL, 2006).
Para o sucesso do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde, segundo a
Anvisa, é importante respeitar as devidas recomendações para cada etapa do gerenciamento:
Manejo: Para o manuseio dos RSS é indispensável o uso de (Equipamentos
Individuais de Segurança (EPI`s) conforme previsto na NR-6 do Manual de Segurança
e Medicina do Trabalho, assim como também, deve seguir a NR-32 sobre a Segurança
e Saúde no Trabalho em Serviço de Saúde;
Segregação: A segregação dos RSS deve ser realizada no próprio local de geração e
deve ser feita de acordo com as características físicas, estado físico (sólido e líquido) e
forma química;
Acondicionamento: Segundo a Anvisa, o acondicionamento dos resíduos líquidos
devem ser em recipientes constituídos de material compatível com o líquido
armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. Os
resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos resistentes e impermeáveis,
respeitando os limites de peso, sendo proibido o seu esvaziamento e reaproveitamento.
Já os resíduos perfurocortantes ou escarificantes - grupo E - devem ser acondicionados
38
em recipiente rígido, resistente a ruptura, com tampa, contendo a simbologia do risco;
Identificação: As identificações dos resíduos de saúde devem estar apostas nos sacos
de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de
transporte interno e externo e também nos locais de armazenamento. A identificação
deve estar em local de fácil visualização e utilizando símbolos, cores e frases
conforme descrito no Quadro 3.
Quadro 3- Classificação de resíduo, baseando na NBR 10.004
Grupo Símbolo Identificação
Grupo A
Rótulo de fundo branco, desenhos e contornos pretos, contendo o símbolo e a inscrição de RESÍDUO INFECTANTE.
Grupo B
O pictograma do Grupo B depende do tipo de periculosidade: corrosividade, toxicidade, inflamabilidade e explosibilidade
Rótulo com desenho e contornos pretos, contendo o símbolo que caracteriza a periculosidade do resíduo químico.
Grupo C
Rótulo amarelo com o símbolo internacional de presença de radiação ionizante- trifólio de cor púrpura em fundo amarelo e a inscrição REJEITO RADIOATIVO.
Grupo D O pictograma do Grupo D depende do tipo de material reciclável
Cores específicas, de acordo com o tipo do material reciclável: Papel – azul; Plástico - vermelho; Vidro – verde; Metal – amarelo; Orgânico – marrom; Madeira – preto; Rejeito – cinza (para o resíduo que não tem mais utilidade).
Grupo E
Rótulo de fundo branco, desenho e contornospretos, contendo o símbolo de resíduoinfectante e a inscriçãoRESÍDUO PERFUROCORTANTE.
Fonte: Adaptado do Manual para Elaboração do PGRS– Secretaria de Saúde/SP, ano.
Tratamento interno: Alguns dos RSS devem passar por tratamento antes de
serem descartados. O tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou
processo que altere as características inerentes dos resíduos;
Coleta e Transporte Internos: Para o recolhimento e transporte dos RSS é
39
necessário um roteiro previamente definido. E a coleta deve ser feita com carro ou
recipiente de uso exclusivo e específico para cada grupo de resíduo.
Armazenamento externo: Os armazenamentos externos dos RSS devem respeitar
as regras dos de mais resíduos;
Coleta, Transporte, Tratamento e Disposição Final dos Resíduos: Os RSS
devem ser coletados e transportados conforme as normas ABNT NBR 12.810 e
NBR 14.652. As formas de disposição final utilizadas atualmente são: aterro
sanitário, aterro de resíduos perigosos classe I, lixão ou vazadouros e valas.
2.7 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR
A partir da década de sessenta a temática ambiental foi introduzida às instituições
de ensino superior, as primeiras experiências ocorreram nos Estados Unidos (JULIATTO,
CALVO, CARDOSO, 2011).
As maiorias das instituições de ensino superior, devido as suas atividades, geram
uma grande quantidade de resíduos sólidos, desde doméstico a industriais.
Segundo Silva, Coelho e Silva (2012, p. 4):
As instituições de ensino superior devem gerenciar seus resíduos sólidos de forma adequada visando uma destinação final de maneira segura. Faculdades e universidades se assemelham a pequenos núcleos urbanos, pois envolvem diversas atividades de ensino, pesquisa, extensão eatividades referentesà sua operação, como restaurantes e locais de convivência, por exemplo. Como conseqüência destas atividades há geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos. Há também a geração de alguns resíduos que podem ser classificados como industriais e de serviços de saúde. A maior parte é classificada como urbanos com características domiciliares, e o destino mais comum é o aterro sanitário e a reciclagem. Os resíduos orgânicos, na maioria das vezes, são destinados aos aterros sanitários, mas podem ser aproveitados através da com postagem.
Nota-se que a responsabilidade das universidades no adequado gerenciamento de
seus resíduos, tendo em vista a minimização dos impactos no meio ambiente e na saúde
publica, passa pela sensibilização não só dos funcionários responsáveis pelo gerenciamento,
mas também pelos professores, alunos envolvidos diretamente na geração desses resíduos, e
de seus diversos setores administrativos que podem ter relação com a questão (prefeitura,
compras, almoxarifado, etc.) (FURIAM; GUNTHER, 2006).
40
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O método adotado para o desenvolvimento deste estudo baseou-se nas atividades
descritas a seguir.
3.1 CARACTERISTICAS DO LOCAL DE ESTUDO
O local de estudo do presente trabalho foi a Unidade Pedra Branca do campus
Universitário da Grande Florianópolis da Universidade do Sul de Santa Catarina a qual se
encontra situada no bairro Cidade Universitária Pedra Branca localizada no município da
Palhoça a 15 km de Florianópolis. A Imagem 01 representa o mapa de localização da
UNISUL, sendo a Unidade Pedra Branca a área sublinhada.
A Unidade Pedra Branca possui uma área total de 52.674,82 metros quadrados,
sendo ela composta por: ginásio de esportes, biblioteca, lanchonetes, centro de práticas
naturais, prédios de salas de aula, complexo esportivos, complexo aquático, além dos
laboratórios, que são especializados para aulas práticas a fim de atender às atividades de
ensino, pesquisa e extensão (UNISUL, 2014).
Imagem 1- Mapa de Localização da UNISUL - Unidade Universitária Pedra Branca
Fonte: Google Earth, 2014.
41
Neste estudo, selecionaram-se com base em vistorias in loco,os laboratórios de
ensino, pesquisa e extensão existentes na Unidade Pedra Branca que são considerados
potencialmente geradores de resíduos perigosos.
3.2 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada nos laboratórios geradores de resíduos perigosos
identificados nas vistorias e contou com a colaboração dos responsáveis por tais ambientes.
Realizou-se a aplicação de um questionário (Apêndice A) composto por questões
referente aos resíduos gerados e o gerenciamento adotado atualmente em cada laboratório de
ensino, pesquisa e extensão da Unidade, além de observações in loco e registros fotográficos.
A fim de aprofundar as informações sobre a coleta externa e destinação final dos
resíduos, contou-se com o auxílio da Técnica de Segurança do Trabalho Kellen do SESMT, a
qual nos permitiu ter contato com documentos da empresa responsável pela coleta e
destinação de resíduos perigosos, assim como, passou informações sobre o atual
gerenciamento da Unidade Pedra Branca.
3.2.1 Instrumento para coleta de dados
O questionário para a coleta de dados foi adaptado do roteiro proposto por Veiga
(2010). O questionário foi projetado a fim de se alcançar dados suficientes para a construção
da proposta do plano de gerenciamento de resíduos. Para isto, abordaram-se questões desde a
geração dos resíduos de acordo com cada grupo até a destinação final dos mesmos.
A elaboração do questionário teve como objetivo facilitar e ordenar as entrevistas
realizadas com os responsáveis por cada laboratório de ensino, pesquisa e extensão. Tal
questionário foi testado e adequado conforme as necessidades da presente pesquisa.
3.2.2 Realização da coleta de dados
Para realizar a coleta de dados, foi necessário, primeiramente, fazer um
levantamento de todos os laboratórios existentes na Unidade Pedra Branca. Em seguida,
entrou-se em contato com o responsável por cada um desses laboratórios, a fim de verificar a
disponibilidade para a realização de uma vistoria in loco juntamente com a aplicação do
42
questionário. A coleta de dados foi realizada na primeira quinzena do mês de setembro de
2014.
3.3 ANÁLISE DE DADOS
A análise de dados foi realizada com o auxílio do software Excel, no qual, foi
possível tabular e criar representações gráficas a fim de facilitar a compreensão dos dados
coletados.
3.4 PROPOSIÇÃO DE AÇÕES GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS
De acordo com os estudos realizados nas etapas anteriores, foi possível avaliar o
atual gerenciamento de resíduos perigosos para os ambientes analisados. A partir de tal
análise pode-se propor melhorias e adequações ao atual gerenciamento, de acordo com o que
preconizam as legislações e as normas federais vigentes (Quadro 4), as legislações e normas
estaduais citadas no Quadro 5, assim como também as Normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) citadas no Quadro 6.
Quadro 4- Leis e Normas Federais referentes ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Identificação Matéria
Resolução do CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001
Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
RDC – ANVISA nº. 306 de 7 de dezembro de 2004
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde.
ANTTnº. 420 de 12 de fevereiro de 2004
Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento de Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
Resolução CONAMA n°. 358 de 29 de abril de 2005
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviço de saúde e dá outras providencias.
Resolução CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005
Revoga a Res. nº 9/9 - Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
Lei n°. 12.305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
43
Quadro 5 - Leis e Normas Estaduais referentes ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Identificação Matéria
Lei nº 11.347, de 17 de janeiro de 2000
Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos potencialmente perigosos que menciona, e adota outras providências.
Decreto nº 3272, de 19 de maio de 2010
Fixa os critérios básicos sobre os quais devem ser elaborados os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS referentes a resíduos sólidos urbanos municipais, previstos nos artigos 265 e 266 da Lei n° 14.675, de 13 de abril de 2009, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente.
Instrução Normativa da Fundação do Meio Ambiente (FATMA) – IN nº 02
Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos em Aterros Sanitários.
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
Quadro 6 - Normas da ABNT referentes ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Identificação Matéria
NBR 12235: 1992 Armazenamento de Resíduos Perigosos
Fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
NBR 13463: 1995 Coleta de resíduos sólidos
Classifica a coleta de resíduos sólidos urbanos dos equipamentos destinados a esta coleta, dos tipos de sistema de trabalho, do acondicionamento destes resíduos e das estações de transbordo.
NBR 10004: 2004 Resíduos sólidos - Classificação
Classifica os resíduos sólidos quanto aos seus potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.
NBR 10006: 2004 Procedimento para obtenção de extratosolubilizado de resíduos sólidos
Fixa os requisitos exigíveis para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados na ABNT NBR 10004 como classe II A - não inertes – e classe II B – inertes.
NBR 10007: 2004 Amostragem de resíduos sólidos
Fixa os requisitos exigíveis para amostragem de resíduos sólidos.
NBR 13221: 2010 Transporte terrestre de resíduos
Especifica os requisitos para o transporte terrestre de resíduos, de modo a minimizar danos ao meio ambiente e a proteger a saúde pública.
NBR 7500: 2011 Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.
Estabelece a simbologia convencional e o seu dimensionamento para produtos perigosos, a ser aplicado nas unidades de transporte e nas embalagens, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento.
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a apresentação e discussão dos resultados optou-se em primeiro apresentar o
diagnóstico do gerenciamento atual e em seguida relacionar as ações que se julgam
necessárias para a melhoria do processo de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nos
ambientes analisados da Unidade Pedra Branca da Unisul.
4.1 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
O diagnóstico da situação atual dos resíduos perigosos que são gerados nos
laboratórios de ensino, pesquisa e extensão da Unidade Pedra Branca da Unisul foi realizado
nos meses de agosto e setembro de 2014. Tal diagnóstico procurou levantar as fontes, a
caracterização e a quantidade dos resíduos perigosos gerados, bem como as medidas atuais
adotadas para o gerenciamento destes resíduos, os quais serão descritos a seguir.
4.1.1 Fontes geradoras de resíduos perigosos
A Unidade Pedra Branca da Unisul possui em suas dependências vários
laboratórios utilizados para atividades de ensino, pesquisa e extensão. Dentre estes, os que
geram em suas dependências resíduos classificados como perigosos são os laboratórios de:
Anatomia, Biologia Molecular/Bioquímica, Clinica Escola de Fisioterapia/Laboratório de
Cosmetologia, Enfermagem, Engenharia Ambiental e Sanitária, Fisioterapia, Física,
Fotografia, Microbiologia, Neurociência Experimental, Nutrição/Odontologia/Medicina,
Plasma, Química e de Técnica operatória e cirurgia.
4.1.2 Caracterização dos resíduos perigosos por fontes geradoras
A caracterização dos resíduos perigosos foi realizada para cada ambiente
analisado, através do auxílio da aplicação do questionário ao responsável por cada ambiente
gerador. No momento da aplicação do questionário realizaram-se, também, vistorias in loco.
Os dados obtidos através destes dois instrumentos estão resumidos nos Quadro 7, o qual
apresenta a caracterização dos resíduos gerados para cada ambiente analisado.
45
Quadro 7 - Caracterização dos resíduos gerados por laboratório de ensino, pesquisa extensão
na Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
FONTE GERADORA PRINCIPAIS RESÍDUOS
Laboratório de Anatomia/ Técnica Operatória
EPIs usados, lâmpadas, bisturi, brocas, agulhas, resíduos das manutenções realizadas nas peças anatômicas e, resíduos das atividades realizadas durante as aulas, resíduos de escritórios e banheiros.
Laboratório de Bioquímica EPIs usados, lâmpadas, vidrarias quebradas, bisturis, amostras de sangue e tecidos de animais, resíduos químicos dos ensaios realizados durante as atividades, resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Clínica Escola de Fisioterapia/Laboratório de Cosmetologia
EPIs usados, lâmpadas, gases sem ser contaminadas, agulhas, resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Laboratório de Enfermagem EPIs usados, lâmpadas, vacinas vencidas ou inutilizadas, gases não contaminadas, fios/filtros e kits de linhas arteriais não contaminados, soro, agulhas e bisturis, resíduos recicláveis.
Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária
EPIs usados, lâmpadas, cultura, inoculo, meio de cultura, resíduos químicos provenientes de experimentos, aulas e projetos, vidrarias quebradas, pilhas e baterias, resíduos recicláveis.
Laboratório de Física/Plasma EPIs usados, lâmpadas, resíduos químicos provenientes das atividades realizadas em bolsas de estudos e projetos(glicerina, entre outros), resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Laboratório de Fotografia EPIs usados, lâmpadas, resíduos químicos (prata, revelador/fixador), etc. provenientes das atividades realizadas em aulas práticas, resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Laboratório de Microbiologia
EPIs usados, lâmpadas cultura, inoculo meio de cultura, resíduos químicos (álcool, ácidos, fenol, etc.) provenientes de aulas práticas, projetos e bolsas de pesquisa, vidrarias quebradas, resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Laboratório de Neurociência Experimental
EPIs usados, lâmpadas, carcaça ou parte de animal contaminados em testes, resíduos químicos (álcool, ácidos, etc.), agulhas, bisturis, vidrarias quebradas, resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Laboratório de Nutrição/Odontologia/Medicina
EPIs usados, lâmpadas, cultura, inoculo, meio de cultura, gases contaminadas, amostras de sangue para análise, fezes/urina/secreção, agulhas, bisturis, vidrarias quebradas, resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Laboratório de Química
EPIs usados, lâmpadas, resíduos químicos (hexano, fenol, ácidos, bases, etc.) provenientes das atividades realizadas em aulas práticas, projetos e bolsas de pesquisa, vidrarias quebradas resíduos recicláveis (restos de papeis, plásticos).
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
A partir deste levantamento, concluiu-se que os principais resíduos perigosos
gerados são os químicos, seguidos pelos biológicos.
Percebeu-se também, embora não sendo o foco deste estudo, que há geração de
resíduos provenientes de funções administrativas em todos os laboratórios, ou seja, resíduos
classificados como classe II Não Inertes ou domiciliares.
46
4.1.3 Quantificação dos resíduos perigosos gerados
Para obtenção da quantidade estimada dos resíduos perigosos gerados nos
ambientes analisados, classificaram-se primeiramente os resíduos em Classe I- Perigosos e
Classe II- Não Perigosos, conforme a NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004).
Porém, para melhor organização dos dados, e como os dados dos resíduos gerados
na Unidade Pedra Branca analisados no presente trabalho são definidos como perigosos
segundo a NBR 10.004/2004, optou-se por uma reorganização destes em quatro grupos, de
acordo com o que é estabelecido na RDC 306/2004 da Anvisa. Ou seja, os dados foram
agrupados em Resíduos Biológicos, Resíduos Químicos, Rejeitos Radioativos e Resíduos
Perfurocortantes. Como há geração em todos os laboratórios de lâmpadas quebradas ou
queimadas, pilhas e baterias, que também são classificados pela NBR 10.004/2004 como
classe I, criou-se um quinto grupo, sendo este chamado de Outros Resíduos.
A quantificação dos resíduos não é precisa, pois na maioria dos casos a
quantidade de resíduos gerados depende da frequência de aulas realizadas nos laboratórios, o
que influencia significativamente na quantidade de resíduos gerados.
Essa quantificação foi estimada para um período de um semestre.
4.1.3.1 Resíduos Biológicos
A fim de organizar a quantificação dos resíduos biológicos gerados, estes foram
novamente classificados em cinco grupos, conforme a RDC Anvisa n.º 306 e a Resolução
Conama nº. 358, sendo eles: A1, A2,A3,A4 e A5.
Na tabela 2 é apresentada a quantificação dos resíduos biológicos gerados na
Unidade Pedra Branca, segundo foi informado pelos responsáveis dos laboratórios de ensino,
pesquisa e extensão entrevistado.
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Tabela 2 - Quantificação dos resíduos biológicos gerados na Unidade Pedra BrancadaUnisul, no segundo semestre de 2014.
Resíduos Biológicos Grupo (A) Quantidade estimada Meio de cultura/Inoculo A1 7 litros Vacina vencida/inutilizada A1 120 unidades Amostra de sangue para análise A1 3 caixas Carcaça ou parte de animal contaminada A2 16 caixas Gases contaminadas A4 150 unidade Fios/Filtros/Kits de linhas arteriais A4 5 caixas Fezes/Urina/Secreção A4 2 caixas Tecido/Órgão/Peça anatômica A4 40 Kg Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
Através desta tabela, é possível observar que há uma quantidade significativa de
geração de resíduos biológicos, sendo eles distribuídos em sua maioria entre o grupo A1 e A4.
4.1.3.2 Resíduos Químicos
Segundo a Anvisa (2004), os resíduos químicos podem ser classificados como
Grupo B,quando considerados resíduos de serviço de saúde.
Para este estudo, a quantificação dos resíduos químicos foi estimada em galões de
5litros. A Tabela 3 demonstra a quantidade de resíduos químicos gerados em um semestre.
Tabela 3 - Quantificação dos resíduos químicos gerados na Unidade Pedra Branca da Unisul,
no segundo semestre de 2014.
Resíduos Químicos Grupo (B) Quantidade (galão de5l)
Acetona B 3 Álcool B 16,5 Ácidos B 5,5 Bases B 4 Formol B 14 Hexano B 2 Revelador/Fixador B 3 Glicerina B 7 Prata B 3 Metais tóxicos B 2 Fenol B 2 Clorofórmio B 1
TOTAL = 63Galões
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
48
A partir da Tabela 3, verifica-se que há uma grande geração de resíduos químicos
na Unidade Pedra Branca, ou seja, por semestre são gerados aproximadamente 63 galões de 5
litros, ou seja, 315 litros de resíduos químicos.
Gráfico: 1 - Geração de resíduos químicos, em percentual, na Unidade Pedra Branca da
Unisul, no segundo semestre de 2014.
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
Através do Gráfico 1, verifica-se que os dois resíduos químicos mais gerados são
álcool e o formol, representando 26% e 22%, do total, respectivamente. Os resíduos menos
gerados são o clorofórmio, o fenol, os metais tóxicos e o hexano, sendo que o primeiro
representa 2% do total e os demais 3%.
4.1.3.3 Rejeitos Radioativos
De acordo com a Anvisa (2004), os rejeitos radioativos são classificados como
“Grupo C”, porém, a partir das vistorias in loco, juntamente com as entrevistas realizadas,
pode-se verificar que não há geração de rejeito radioativo em nenhum ambiente analisado na
Unidade Pedra Branca da Unisul.
49
4.1.3.4 Resíduos Perfurocortantes ou Escarificantes
Os resíduos perfurocorantes ou escarificantes foram divididos em: Vidrarias
quebradas (pipetas, tubos de coleta, placas de Petri, entre outros) e Agulhas/Bisturi e Broca, a
fim de facilitar no momento do preenchimento do formulário junto aos responsáveis por cada
laboratório de ensino, pesquisa e extensão (ANVISA, 2004).
Para a padronização da quantificação dos resíduos, considerou-se que 2 (duas)
caixas de coletor perfurocortante estilo o coletor da marca “CartoonBox”, a qual é utilizada
nos laboratórios de ensino, pesquisa e extensão da Unisul correspondem a 1 caixa de papelão
comum utilizada nos laboratórios que geram apenas vidrarias quebradas.
Tabela 4 - Quantificação dos resíduos perfurocortantes ou escarificantes gerados na Unidade
Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
RESÍDUOS PERFUROOCORTANTES E ESCARIFICANTES Grupo Quantidade (caixa de papelão)
Agulhas/Bisturi/Brocas E 6,5 Vidrarias Quebradas B e D 8,5
TOTAL=15 Caixas Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
Analisando a Tabela 4 verifica-se que há uma geração de aproximamente 15
caixas de papelão por semestre de resíduos perfurocortantes ou escarificantes, sendo a maioria
de vidrarias quebrada.
4.1.3.5 Outros Resíduos
Os outros resíduos perigosos gerados nos ambientes analisados da Unidade Pedra
Branca da Unisul são as lâmpadas, pilhas e baterias.
Normalmente, é gerada uma média de duas lâmpadas queimadas ou quebradas por
ano para cada ambiente analisado, sendo assim, considerou-se que para um semestre cada
laboratório gere aproximadamente uma média de uma lâmpada.
Quanto às baterias e pilhas, há uma média de geração de 10 unidades por semestre
aproximadamente.
50
Tabela 5 - Quantificação dos resíduos especiais gerados na Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
RESÍDUOS ESPECIAIS Quantidade (unidade) Pilhas e Baterias 130 unidades Lâmpadas quebradas ou queimadas 13 unidades Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
Sendo assim, conforme pode ser observado na Tabela 5, são geradas
aproximadamente 130 unidades de pilhas e baterias e 13 unidades de lâmpadas quebradas ou
queimadas por semestre.
4.1.4 Medidas atuais de gerenciamento de resíduos perigosos
Atualmente, os ambientes analisados na Unidade Pedra Branca da UNISUL vêm
adotando algumas medidas de gerenciamento de resíduos perigosos. Neste sentido, a seguir
serão apresentados o diagnóstico atual do gerenciamento de resíduos perigosos evidenciados
por meio de registros fotográficos durante as vistorias in loco, as quais possibilitaram
observar os processos que estão sendo realizados adequadamente, ou não, pelos funcionários
e gestores de cada ambiente analisado.
4.1.4.1 Segregação e acondicionamento dos resíduos perigosos
De acordo com a vistoria in loco, todos os resíduos perigosos gerados nos
ambientes analisados são devidamente segregados depois do seu uso.
Para os resíduos químicos que não podem passar por tratamento de neutralização,
estes são segregados e acondicionados em embalagens plásticas (galões) devidamente
identificadas. Geralmente, cada ambiente analisado tem um galão para acondicionar cada
resíduo químico, evitando que haja mistura entre eles.
Os ácidos e as bases gerados, normalmente são neutralizados logo após o seu uso.
No caso do Laboratório de Química, este acondiciona as bases geradas em um galão
especificamente para neutralizar os ácidos quando gerados.
Através das Fotografias 1 e 2, observa-se como é realizado a segregação e o
acondicionamento dos resíduos químicos no Laboratório de Química e de Fotografia.
51
Fotografia 1 - Segregação e acondicionamento dos resíduos gerados nos ensaios realizados no
Laboratório de Química da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
Fonte: Autora, 2014.
Fotografia 2 - Segregação e acondicionamento dos resíduos gerados nos ensaios realizados no
Laboratório de Fotografia da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
Fonte: Autora, 2014.
Nos laboratórios de Engenharia Ambiental e Sanitária e Química as vidrarias
quebradas e os frascos de reagentes vazios que não podem mais ser reaproveitados são
segregados e acondicionados em caixas de papelão. Na Fotografia 03 observa-se como é
realizado a segregação e acondicionamento das vidrarias quebradas no laboratório de
Química.
52
Fotografia 3 - Acondicionamento de vidrarias quebradas para descarte no Laboratório de
Química na Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2014.
Fonte: Autora, 2014.
No caso dos laboratórios de Anatomia/Técnica Operatória, Bioquímica, Clinica
Escola de Fisioterapia, laboratórios de Neurociência Experimental, Microbiologia e
Nutrição/Odontologia/Medicina, os resíduos perfurocortantes e escarificantessão
acondicionados em contentores especiais para estes tipos de resíduos, conforme demonstra a
Fotografia 4.
Fotografia 4 - Acondicionamento dos resíduos perfurocortantes e escarificantes no
Laboratório de Neurociência Experimental na Unidade Pedra Branca da UNISUL no segundo
semestre de 2014
Fonte: Autora, 2014.
Os resíduos biológicos infectantes gerados nos laboratórios de Anatomia/ Técnica
Operatória, Bioquímica, Clinica Escola de Fisioterapia, laboratórios de Neurociência
Experimental e Nutrição/Odontologia/Medicina, são segregados e acondicionados em sacos
brancos devidamente identificados com o símbolo de infectante (Fotografia 5) dentro de
câmaras de refrigeração.
53
Fotografia 5 - Acondicionamento dos resíduos biológicos no Laboratório de Anatomia na
Unidade Pedra Branca da UNISUL no segundo semestre de 2014.
Fonte: Autora, 2014. Os resíduos biológicos gerados no laboratório de Microbiologia primeiramente passam
por autoclavagem, depois de tratados são segregados e acondicionados em sacos brancos com
a devida identificação.
Os resíduos biológicos gerados no Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária
(cultura, inoculo, meio de cultura) também passam por autoclavagem, porém, depois de
tratados são acondicionados em sacos de cor preta e destinados juntamente com o lixo
comum.
As pilhas e baterias, quando geradas,são segregadas e acondicionadas em caixas de
papelão (Fotografia 6)
Fotografia 6 - Acondicionamento de baterias para descarte no Laboratório de Engenharia
Ambiental e Sanitária na Unidade Pedra Branca da UNISUL no segundo semestre de 2014.
Fonte: Avilla (p. 11, 2013).
54
4.1.4.2 Tratamento atual dos resíduos perigosos
Os resíduos gerados tanto no Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária,
quanto no laboratório de Microbiologia, proveniente de ensaios microbiológicos em placas e
tubos de ensaio, são tratados em autoclave (Fotografia 7).
No caso do laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária, observou-se na
vistoria que o mesmo reutiliza inúmeras vezes tampões utilizados nas analises
microbiológicas, o que seria impróprio.
Fotografia 7 - Autoclave para esterilização dos resíduos provenientes dos ensaios
microbiológicos do Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unidade Pedra
Branca da Unisul no segundo semestre de 2014.
Fonte: Autora, 2014.
Os resíduos químicos mais especificamente as bases e os ácidos, que são gerados
nos laboratórios de Engenharia Ambiental e Sanitária, Química, Fotografia e Bioquímica,
passam por um processo de neutralização antes dos seus descartes, ou seja, é realizada uma
mistura entre o ácido e a base, de modo que o pH do meio é neutralizado e se produz água e
um sal. O que torna os resíduos inócuos.
4.1.4.3 Coleta, transporte interno e armazenamento temporário
Os resíduos perigosos gerados nos ambientes analisados são acondicionados
dentro destes até completarem o volume de suas embalagens. Quando o espaço físico
reservado para o acondicionamento das embalagens contendo os resíduos perigosos já não é
55
mais suficiente, a empresa Ecoeficiência é contata para o recolhimento e destinação final dos
resíduos.
Geralmente, toda sexta-feira ocorre o recolhimento dos resíduos perigosos
gerados no laboratório de Anatomia/Técnica Operatória. Devido a este fato, os laboratórios de
Microbiologia e Nutrição/Odontologia/Medicina que também geram resíduos biológicos e
perfurocortantes, quando estão com os seus espaços físicos reservados para o
acondicionamento dos resíduos esgotados, encaminham seus resíduos para o laboratório de
Anatomia/Técnica Operatória.
Durante as vistorias, observou-se a necessidade de um armazenamento temporário
adequado na Unisul, pois as maiorias dos ambientes analisados acabam por acondicionar os
seus resíduos perigosos por um bom tempo no próprio laboratório de maneira inadequada,
sem que haja um espaço preparado para situações como a de vazamentos. Segundo a Técnica
de Segurança no Trabalho Kellen Heiden a Unidade Pedra branca da Unisul possuía
armazenamento temporário de resíduos, porém devido ao desrespeito com o
acondicionamento dos resíduos no armazenamento temporário este local foi desativado.
4.1.4.4 Coleta, transporte externo e destinação final
Ainda segundo a Técnica de Segurança Kellen a coleta e o transporte externo dos
resíduos perigosos são realizados pela empresa Ecoeficiência, com veículos especiais,
conforme pode ser observado nas Fotografias 8 e 9. Os resíduos recolhidos são encaminhados
para a Central de Triagem de Tijuquinha para que a empresa Ecoeficiência faça a destinação
final para o aterro de resíduos químicos localizado em Joinville.
Fotografia 8 - Carro utilizado pela empresa Ecoeficiência para coleta de resíduos de saúde.
Fonte: http://www.sejaecoeficiente.com.br. Acesso em set. 2014
56
Fotografia 9 - Carro utilizado pela empresa ecoeeficiência para coleta de resíduos classe I.
Fonte: http://www.sejaecoeficiente.com.br. Acesso em set. 2014
A legislação pertinente exige que tanto a coleta, transporte e destino final dos
resíduos perigosos devem ser realizados por empresas devidamente autorizadas e licenciadas.
Neste sentido, os anexos A, B e C comprovam que os resíduos gerados na Unidade Pedra
Branca da Unisul são coletados, transportados e destinados por empresas regularizadas.
O Anexo A apresenta a Licença Ambiental de Operação (LAO) da empresa
Ecoficiência para a coleta e transporte resíduos de Serviço de Saúde e Industriais Classe I.
No Anexo B está o certificado de que a Proactiva dá o encaminhamento correto
aos resíduos coletados e transportados pela Ecoeficiência.
E o Anexo C apresenta a LAO da empresa Ecoeficiência quanto ao
armazenamento temporário de resíduos industriais de classe I e classe II.
Segundo a Técnica de Segurança Kellen Heiden as lâmpadas que são vendidas
para a Unidade Pedra Branca da Unisul vêm da empresa DW Material Elétrico Industrial que
fica localizada em Joinville, esta contrata uma empresa para fazer o recolhimento em todos os
campi da Unisul, praticando assim a logística Reversa.
4.2 AÇÕES PARA MELHORIA DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
PERIGOSOS
O gerenciamento de resíduos sólidos deve priorizar as seguintes diretrizes:
Reduzir a geração de resíduos perigosos;
Segregar os resíduos por ordem e por classe;
Acondicioná-los de maneira correta;
Reduzir o tempo dos resíduos na área de trabalho;
57
Conscientizar e sensibilizar os funcionários quanto à importância de seguir
rigorosamente as propostas aqui mencionadas;
Exigir as licenças junto aos Órgãos Ambientais das empresas responsáveis
pela: coleta, transporte e destinação final dos resíduos.
Neste sentido as ações a seguir propostas possuem como principal objetivo
atender as diretrizes acima mencionadas o que contribuirá de forma positiva na qualidade do
meio ambiente e na qualidade de vida da população.
Vale ressaltar que para o atendimento das diretrizes do gerenciamento, acima
mencionadas, é importante a formulação de ações e metas, as quais devem vir descritas no
PGRS e, mais especificamente, no caso do presente trabalho num PGRS para resíduos
perigosos. A Unidade Pedra Branca atualmente possui Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Saúde, porém observou-se neste a falta de diversos ambientes, como no caso do
Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária, Laboratório de Microbiologia,
Neurociência Experimental, Biologia Molecular e Laboratório de Nutrição/Medicina e
Odontologia.
4.2.1 Caracterização
A identificação e a quantificação dos resíduos sólidos perigosos gerados na
Unidade Pedra Branca da Unisul não são realizadas de maneira formal. Observou-se que a
quantificação dos resíduos é somente estimada pelos responsáveis por cada ambiente
analisado. Além, do que se verificou que tais valores podem ser bastante variáveis de um
semestre para outro em função da variação da quantidade de aulas realizadas no semestre.
A identificação dos resíduos também é realizada de maneira informal, ou seja,
cada responsável por cada ambiente identifica os seus resíduos da maneira que acha mais
adequada.
Sendo assim, diante da falta de dados precisos, há dificuldades de estabelecer
metas de redução de geração de resíduos, fato este que deve ser considerado no
gerenciamento.
Desta forma, propõe-se que sejam adotadas medidas padronizadas para todos os
laboratórios, como formulários de caracterização e planilhas de controle, a fim de obter uma
caracterização mais precisa dos resíduos gerados na Unidade Pedra Branca da Unisul.
58
4.2.2 Segregação e Acondicionamento
A correta segregação dos resíduos perigosos na Unidade Pedra Branca da Unisul
tem como objetivos: impedir que os resíduos infectantes e químicos contaminem os resíduos
comuns; prevenir acidentes ocupacionais; intensificar as medidas de segurança; diminuir o
numero de resíduos perigosos, racionalizando os recursos e reduzindo custos, além de
possibilitar a reciclagem de alguns resíduos.
Quando ao acondicionamento, este é o procedimento responsável por preparar os
resíduos para a coleta de forma sanitariamente adequada, compatível com o tipo e a
quantidade de resíduos gerados. Quando realizado de maneira adequada, é capaz de: evitar
acidentes; proliferação de vetores; controlar os riscos para a saúde, facilitar o manuseio, o
armazenamento e as ações de gerenciamento.
É importante que sejam estabelecidos procedimentos para o fechamento correto
do recipiente que vai armazenar os resíduos, de forma que evite vazamentos ou rupturas dos
mesmos. Esse recipiente deve portar símbolos de identificação compatível com o tipo de
resíduo acondicionado.
No caso dos ambientes analisados na Unidade Pedra Branca da Unisul,
observaram-se algumas irregularidades quanto à segregação e acondicionamento dos resíduos,
como no caso dos EPI`s contaminados com resíduos químicos ou biológicos infectantes.
Atualmente estes estão sendo descartados juntamente com os resíduos comuns, porém, este
tipo de resíduo contaminado também é classificado como classe I. Sendo assim, o mesmo
deverá ser segregado dos demais resíduos e posteriormente acondicionado separadamente
para que a empresa responsável pela coleta dos resíduos perigosos e de saúde transporte-o
para o melhor destino.
Quanto às lâmpadas quebradas ou queimadas, não se observou, nas vistorias
nenhum caso de segregação e acondicionamento das mesmas, somente houve o relato de
como é realizado pelos responsáveis pelos ambientes analisados, ou seja, segregados em
caixas de papelão.
Porém, é importante ressaltar que quando acontecer de uma lâmpada queimar ou
até mesmo quebrar, esta seja segregada na origem (momento de troca de lâmpada) dos de
mais resíduos, pois as lâmpadas apresentam grande risco de contaminação devido ao mercúrio
contido nelas. Sendo assim, para evitar qualquer risco de contaminação do meio, as lâmpadas
devem ser devidamente embaladas, quando possível com a caixa da embalagem original e
armazenadas em local seco, protegendo contra eventuais choques que possam provocar sua
59
ruptura. Em caso de acidentes em que a lâmpada esteja quebrada, a segregação deve ser na
origem, assim como a lâmpada queimada, porém, se propõe que o acondicionamento seja
feito em tambores – recipientes portáteis, feito com chapa metálica ou material plástico tipo
bobona, revestidos internamente com saco plástico especial, a fim de evitar qualquer
probabilidade de contaminação.
Em relação às pilhas e baterias, também não se observou casos de segregação e
acondicionamentos dos mesmos, porém, como há geração e estes resíduos ainda apresentam
metais tóxicos, os mesmos também deverão ser separados na origem e acondicionados em
recipientes especiais, como demonstrado na Figura 02.
Devido à geração de pilhas e baterias ser pouca durante o semestre na Unidade
Pedra Branca, se propõe à criação de pontos específicos para a coleta deste tipo de resíduo
dentro da própria Unidade, como, por exemplo, um ponto no bloco L e outro ponto na
biblioteca.
Figura 2 - Exemplo de embalagens para o acondicionamento de pilhas e baterias.
Fonte: Disponível em:<http://lixeirasparasolle.no.comunidades.net/index.php?pagina=1901815541>. Acesso em
set. 2014
Conforme observado nas vistorias e nos registros fotográficos, os resíduos
perfurocortantese escarificantes já estão sendo segregados e acondicionados em contentores
especiais. No caso da Unidade Pedra Branca os contentores são da marca “CartoonBox” e
“Descarpack”.Porém, pode-se observar que no Laboratório de Neurociência Experimental que
o acondicionamento está sendo realizado de maneira inadequada, ou seja, a quantidade de
resíduos acondicionado ultrapassa o limite máximo do contentor, que no caso deveria ser de
até 2/3 da caixa.
Sendo assim, verificou-se a necessidade de que os responsáveis e os
manipuladores deste tipo de material fiquem mais atentos e/ou sejam devidamente orientados
e treinados quanto a esta questão. Deve-se respeitar a capacidade do acondicionamento dos
60
contentores e quando estes estiverem cheios, o responsável pelo ambiente deverá providenciar
que a coleta seja realizada e a caixa “CartoonBox” ou “Descarpak” seja reposta por uma nova.
A caixa nunca poderá ser reutilizada. O não cumprimento desta prática remete a risco de
acidentes no manuseio do material.
A mesma situação, porém com o acondicionamento de vidrarias quebradas foi
observada no Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária. A caixa de papelão utilizada
para o acondicionamento das vidrarias quebradas encontrava-se excessivamente cheia,
passando do limite para que a mesma pudesse ser fechada, manuseada e transporta com
segurança. Além da mesma não possuir identificação do tipo de resíduo que estava sendo
acondicionado. Para esta situação propõe-se os mesmos procedimentos que foram propostos
para o laboratório de Neurociência Experimental, ou seja, o responsável pelo laboratório deve
ficar mais atento ao acondicionamento dos resíduos e quando as caixas com as vidrarias
estiverem cheias (nos seus limites de segurança), a empresa responsável pela coleta dos
resíduos perigosos deverá ser acionada. Além de que, o laboratório deverá providenciar uma
ficha de identificação do resíduo, a qual deverá estar localizada em um local visível da caixa,
assim como, tanto o laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária como o de Química
deverão providenciar duas caixas, uma para as vidrarias contaminadas com produtos químicos
e outra com vidrarias quebradas sem contaminação, as não contaminadas poderão ser
descartadas com os demais resíduos comuns.
Durante as vistorias, pode-se observar nos laboratórios geradores de resíduos
biológicos, que aqueles resíduos que não passam por tratamento prévio no próprio laboratório
estão sendo todos segregados na origem. Porém foi possível observar casos, como no
laboratório de Microbiologia em que havia uma lixeira de resíduo infectante com saco preto
internamente, além de que, foram poucas as lixeiras vistas nas vistorias com sacos brancos e
devidamente identificadas pelos laboratórios analisados. Sendo assim, percebeu-se, ao longo
das vistorias realizadas, a necessidade da implantação de mais coletores pelos laboratórios
geradores de resíduos biológicos, com a identificação adequada e um saco branco
internamente, a fim de evitar o vazamento do resíduo acondicionado e facilitar na hora da
segregação do resíduo. Assim como demonstra a Fotografia 10.
61
Fotografia 10- Exemplo de acondicionamento de resíduos biológicos
Fonte: Disponível em:<http://www.roncalli.com.br/?n1=estrutura&n2=centralmaterialesterelizado>. Acesso em
set. 2014
Em relação aos resíduos biológicos que passam por tratamento prévio, observou-
se a existência de duas autoclaves em funcionamento. Uma localizada no laboratório de
Engenharia Ambiental e Sanitária e outra no laboratório de Microbiologia.
Os resíduos biológicos que passam por tratamento prévio atualmente estão sendo
separados dos demais na própria origem, a fim do laboratório conseguir armazenar uma maior
quantidade de resíduo para autoclavar de uma só vez. Porém, no laboratório de Engenharia
Ambiental e Sanitária, atualmente os resíduos estão sendo autoclavados e em seguida
acondicionados em sacos pretos e encaminhados para o lixo comum e no caso dos tampões
utilizados nos tubos de ensaio estes estão sendo reaproveitados diversas vezes.
Neste caso, indica-se que o laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária
certifique-se que os resíduos tratados previamente estão sendo descaracterizados, caso não
estejam, este Laboratório deverá proceder da mesma forma que o de Microbiologia quanto
aos seus resíduos biológicos, acondicionando os mesmos em sacos brancos identificados
adequadamente com o risco do resíduo e encaminhando estes para a coleta externa juntamente
com os demais resíduos biológicos pela empresa responsável pelos mesmos.
Hoje em dia, os laboratórios que geram resíduos químicos que não podem ser
tratados e descartados na rede de esgoto, estão segregando e acondicionando os seus resíduos
em galões. Esta é uma atitude correta, porém é importante evitar a combinação química dos
resíduos gerados. Caso seja impossível essa combinação, a Tabela de Incompatibilidade
Química (Apêndice B) deverá ser consultada.
62
Quanto aos resíduos comuns utilizados nos laboratórios, como papéis, plásticos,
restos de comidas, entre outros, observou-se que não há segregação destes resíduos. Hoje em
dia os resíduos comuns são colocados numa mesma lixeira com saco preto. Porém, desta
forma, muitos resíduos que poderiam ser reutilizados ou reciclados pelos laboratórios estão
sendo contaminados. Desta forma, com o intuito de incentivar uma segregação correta,
proponha-se que sejam instaladas nas áreas administrativas de cada laboratório uma lixeira
seletiva, de acordo com a Resolução Conama 275/2001 (Figura 3). Caso não seja considerado
prático este tipo de segregação, é importante que haja pelo menos a separação dos resíduos
secos para os úmidos.
Figura 3 - Modelo de lixeira para facilitar a segregação dos resíduos nas partes
administrativas dos laboratórios de ensino, pesquisa e extensão na Unidade Pedra Branca da
Unisul
Fonte: Disponível em: http://decoracaoedesign.wordpress.com/2011/12/29/coleta-seletiva/. Acesso em set. 2014
4.2.3 Identificação
A identificação dos resíduos nos coletores permite o reconhecimento do mesmo,
além de fornecer informações para que seja realizado o manejo da melhor maneira. Para isto,
os sacos ou recipientes de acondicionamentos devem ser identificados de tal forma que
possibilite a melhor visualização do resíduo acondicionado, sendo necessária a utilização de
símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros da norma NBR 7.500/2013 da ABNT.
Durante as vistorias, verificou-se que há identificação dos resíduos,
principalmente os químicos, porém, os laboratórios analisados não obedecem a uma
padronização. Além do que, alguns laboratórios nem realizam tal identificação para todos os
resíduos gerados. Seria interessante que houvesse uma padronização na identificação dos
resíduos em todos os ambientes que geram tais resíduos perigosos na Unidade.
Sendo assim, propõe-se o modelo de ficha de identificação da Figura 4, tanto para
63
os resíduos químicos que ficam acondicionados em tambores, bobonas, ou embalagem de
vidro como para as caixas de papelão que acondicionam os resíduos perfurocortantes e as
caixas com as lâmpadas. O modelo de identificação proposto permite que os resíduos possam
ser transportados, armazenados, tratados e manuseados de maneira eficaz e segura. Essa ficha
de identificação deve estar obrigatoriamente em um local visível.
Figura 4- Modelo de ficha de identificação de resíduos químicos acondicionados.
Líquido OrgânicoLíquido InorgânicoResíduo SecoTóxico
DATA DE ARMAZENAMENTOInício:Quantidade Final:
CorrosivoInflamávelReativo
Unidade:ResponsávelTIPO PERICULOSIDADE
RESÍDUO QUÍMICO PERIGOSO
Descrição do Resíduo:Gerador:
Fonte: Elaboração da Autora, 2014.
Além, desta ficha de identificação todos os laboratórios que possuem produtos
químicos devem ter a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) para
todas as substâncias presente, estas fichas podem auxiliar em caso de dúvidas quanto ao
gerenciamento dos resíduos.
4.2.4 Manuseio
O manuseio consiste na identificação, recolhimento e transporte dos diferentes
tipos de resíduos. Neste processo está incluso o fechamento e remoção dos resíduos das
lixeiras pelos funcionários dos laboratórios ou funcionários terceirizados da Universidade.
Durante as vistorias pode-se observar que o manuseio dos resíduos dentro dos
laboratórios é sempre com o uso de EPI e são sempre manuseados separadamente dos
resíduos comuns. Sendo assim, os laboratórios estão agindo de maneira correta.
64
4.2.5 Coleta e Transporte Interno
O transporte interno consiste no translado do resíduo dos pontos de geração até o
local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de
apresentação do resíduo para a coleta.
Atualmente a Unidade Pedra Branca não possui armazenamento externo, sendo
assim, a coleta e o transporte interno que são realizados hoje em dia são de um laboratório
para outro por funcionários do próprio laboratório.
Neste caso, propõe-se que os funcionários designados a esta função sejam
esclarecidos sobre os riscos e os procedimentos que devem ser tomados quanto ao resíduo
coletado e transportado. Além de que o transporte utilizado para locomoção dos resíduos de
um laboratório para outro deve ser por meio de veículo ou equipamentos adequado, em boas
condições de conservação e de forma que não permita vazamento ou derramamento de
resíduo em locais da Universidade.
Os equipamentos para o transporte interno devem ser constituídos de material
impermeável, provido de tampa e de fácil limpeza e, ainda, de preferência, que tenha rodas
para facilitar sua locomoção, conforme demonstra a Figura 5. Este também deve estar
identificado com o símbolo correspondente ao seu risco. Quando o recipiente tiver capacidade
para mais que 400 litros, este deverá possuir válvulas de dreno no fundo.
Atualmente os equipamentos utilizados para o transporte dos resíduos na Unidade
Pedra Branca não possuem identificação e não apresentam estas características.
Figura 5 - Veículo adequado para coleta interna dos resíduos perigosos.
Fonte: Disponível em: http://www.proplast.com.br/contentor-de-lixo-240-litros/. Acesso em set. 2014.
65
4.2.6 Armazenamento temporário
O armazenamento temporário nada mais é que a guarda provisória dos resíduos
perigosos já acondicionados em uma sala de resíduos próxima do local de geração dos
resíduos.
Hoje em dia, cada ambiente analisado armazena temporariamente os resíduos em
um local reservado para isto, dentro dos próprios laboratórios. Porém, observou-se nas
vistorias que existe laboratório armazenando os seus resíduos de maneira inadequada, como
no caso do laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária e do laboratório de química. Ou
seja, os resíduos perigosos estão sendo espalhados pelo laboratório, não tendo um espaço
especifico para o armazenamento dos mesmos, além do espaço não dispor de segurança caso
aconteça algum acidente.
Sendo assim, propõe-se para estes laboratórios que os mesmos venham a possuir
um espaço físico especificamente para o armazenamento temporário dos resíduos, sendo este
composto por pisos e paredes lisas e laváveis, com piso resistente ao tráfego dos recipientes,
iluminação artificial e área para no mínimo dois recipientes coletores. Neste armazenamento
temporário não pode haver disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a
conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento, a fim de evitar vazamentos. No
caso dos galões, estes deverão ser armazenados em lugares bem ventilados e sobre uma base
de concreto com um sistema de drenagem, para captação dos líquidos se houver vazamentos
4.2.7 Armazenamento temporário externo
O armazenamento temporário externo consiste na contenção temporária dos
resíduos em áreas especificas mais conhecidas como “Abrigo de Resíduos”. Os resíduos
ficam nesse abrigo durante o aguardo da coleta externa. É importante que este abrigo tenha
identificação e quando os resíduos estiverem armazenados em sacos, estes permaneçam
dentro dos contêineres devidamente identificados. Na hora da escolha do lugar para o abrigo é
importante pensar no local mais adequado para a futura coleta, facilitando o acesso dos
veículos coletores. .
Hoje em dia, conforme já mencionado anteriormente a Unidade não possui
armazenamento externo, porém, diante da situação encontrada, seria interessante para a
Unidade Pedra Branca ativar novamente o seu armazenamento externo, reduzindo assim o
número de resíduos acondicionados dentro dos próprios laboratórios, o que é um risco hoje
66
em dia devido a falta de segurança dos mesmos.
Este armazenamento externo deverá seguir a Norma ABNT 12.235/1992, que
preconiza que: deverá ser em áreas cobertas sobre base de concreto ou outro material que
impeça a lixiviação e percolação de substâncias para o solo e águas subterrâneas; os
contêineres e/ou tambores devem ser devidamente rotulados de modo a possibilitar uma
rápida identificação dos resíduos armazenados; a disposição dos recipientes na área de
armazenamento deve seguir as recomendações para a segregação de resíduos de forma a
prevenir reações entre substâncias (Figura 6).
Figura 6 - Ilustração de como deverá ser o armazenamento externo de resíduos perigosos
Fonte: Disponível em: <http://www.resol.com.br/cartilha11/gerenciamento_etapas.php. Acesso em set. 2014
Os resíduos de classe II - Não Inertes não deverão ser armazenados juntamente
com os resíduos classe I – Perigosos, em face da possibilidade de contaminação com o
resíduo perigoso. Estes resíduos Classe II – Não Inertes, ou seja, provenientes do setores
administrativos também podem ser armazenados em tambores ou contêineres, porém, no caso
da praticidade da locomoção e da facilidade para a limpeza, é importante que o
armazenamento externo seja feito em contentores como o da Figura 7. Mesmo dentro do
contentor é importante que esses resíduos estejam todos previamente embalados em sacos
plásticos pretos bem fechados, evitando ainda mais a chance da proliferação de vetores e
odor.
67
Figura 7 - Armazenamento externo resíduo Classe II - Não Inertes
Fonte: Disponível em:<http://www.vialgo.com/caixotes_lixo.htm>. Acesso em set. 2014.
Em relação ao armazenamento externo dos contêineres e/ou tambores das
lâmpadas , estes devem seguir os mesmos procedimentos dos demais resíduos perigosos. Os
seus contentores devem ficar em áreas bem ventiladas e secas até que a empresa responsável
pela logística reversa venha fazer a coleta
4.2.8 Coleta e Transporte externo
A coleta externa consiste na remoção dos resíduos do abrigo de resíduos até a
unidade de tratamento ou disposição final dos mesmos.
A coleta e o transporte podem ser realizados tanto por empresa privada, como pela
própria prefeitura municipal, porém, as empresas que realizarem esses serviços devem ser
licenciadas pelos órgãos competentes. A verificação da Licença é de responsabilidade do
gestor do PGRS.
No caso da Unidade Pedra Branca da Unisul, a coleta e o transporte externo dos
resíduos perigosos são realizados por uma empresa privada - Ecoeficiência Soluções
Ambientais.
É importante que a coleta e o transporte externo estejam condizentes com as
normas da ABNT, sendo as mais relevantes: NBR 12810 (Coleta interna e externa de resíduos
de serviços de saúde), a NBR 13463 (Coleta de resíduos sólidos), a NBR 13221/2003
(Transporte de resíduos) e a NBR 7500/2013 (Identificação para o transporte terrestre,
manuseio, movimentação e armazenamento de produtos).
É de extrema importância que no momento da coleta externa o pessoal envolvido
68
esteja utilizando EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) adequado. Além de que as
características do veículo de transporte devem ser apropriadas para evitar vazamentos
líquidos.
Para isto, se propõe para a Unidade Pedra Branca um funcionário com curso
superior em Engenharia Ambiental e Sanitária ou Química que se responsabilize por fiscalizar
todas as coletas realizadas pela empresa Ecoeficiência.
4.2.9 Destinação Final
A destinação final dos resíduos perigosos devem ser em aterros devidamente
licenciados seja Aterro Sanitário ou Industrial, devendo ser responsabilidade do gestor do
PGRS a verificação das licenças ambientais.
Segundo os documentos apresentados pela Técnica de Segurança Kellen Heiden
(Anexos A, B e C) não é possível saber se a empresa Ecoeficiência está destinando
corretamente os resíduos perigosos da Unidade Pedra Branca da Unisul. Conforme os
documentos em anexos há apenas o certificado da Proactiva para a destinação dos resíduos de
saúde do dia 01 a 30 de setembro de 2013. Sendo assim, propõe-se uma análise mais
detalhada sobre a destinação atual da empresa quanto aos resíduos perigosos, esta analise
também deverá ser realizada por um funcionário com curso superior (Engenheiro Ambiental e
Sanitarista ou Químico).
Desta forma, o Quadro 8 apresenta alguns dos locais em que a Unidade Pedra
Branca da UNISUL pode destinar corretamente os seus resíduos perigosos.
Quadro 8- Local para destinação final dos resíduos gerados na Unidade Pedra Branca da
UNISUL.
Destinação
final
Tipo de Resíduo
- NBR 10004
Descrição do
Resíduo
Licença
Ambiental Endereço
Momento
Engenharia
Ambiental
Classes I, II e
resíduos de serviço
de saúde.
Resíduos sólidos
recicláveis, orgânico,
resíduos perigosos, re
LAO
N°093/09
Rua: Paulo Litemberger,
1400 Distrito Vila Itoupava
CEP 89.095-220 Blumenau -
SC.
Proactiva
Ambiental
Classes I, II e
resíduos de serviço
de saúde.
Resíduos sólidos
recicláveis, orgânico,
resíduos perigosos,
etc.
- Tijuquinha, Biguaçu, SC
Fonte: Adaptado de Avilla et. al. 2013.
69
A destinação final é essencial para a conclusão do gerenciamento de resíduos, por
isso é de extrema importância que esta seja realizada da maneira mais adequada. Os exemplos
de aterros citados acima garantem que os resíduos de saúde sejam recebidos e tratados por
tecnologias de autoclavagem. O que permitirá uma esterilização aos resíduos e possibilitará
uma maior segurança quando dispostos no aterro sanitário juntamente com os demais
resíduos.
Para os resíduos classe I o aterro da Momento Engenharia Ambiental possui
diversos tratamentos, como no caso dos resíduos pastosos, estes recebem tratamento por
solidificação, o processo é por bateladas e em células de tratamento provida de sistema de
exaustão. Para as baterias, pilhas, reagentes químicos específicos e outros que necessitam de
maior critério de segurança, estes são blindados, prensados e encapsulados ou incinerados,
dependendo de suas características.
Já o aterro da Proactiva Ambiental possui um depósito temporário para os
resíduos perigosos e industriais, os quais de lá são encaminhados para outros aterros
industriais.
70
5 CONCLUSÕES
Através deste estudo foi possível identificar as atividades geradoras de resíduos e
quais os ambientes que geram os resíduos sólidos classe I na Unidade Pedra Branca da
Unisul. Foram identificados os seguintes ambientes: laboratórios de Anatomia, Biologia
Molecular/Bioquímica, Clínica Escola de Fisioterapia/Laboratório de Cosmetologia,
Enfermagem, Engenharia Ambiental e Sanitária, Fisioterapia, Física, Fotografia,
Microbiologia, Neurociência Experimental, Nutrição/Odontologia/Medicina, Plasma,
Química e de Técnica operatória e cirurgia.
Identificou-se que os principais grupos de resíduos gerados nos ambientes
analisados agrupam-se em biológicos, químicos, pefurocortantes/escarificante e resíduos
especiais. Através do levantamento realizado, pode-se concluir que o grupo mais gerado na
Unidade Pedra Branca da Unisul é composto dos resíduos químicos, porém, observou-se
também que há uma quantidade significativa de resíduos biológicos por semestre. No
levantamento da quantidade dos resíduos gerados, verificou-se que não existem valores
precisos, além de que, pode-se perceber que a geração dos resíduos varia muito conforme a
quantidade de aulas ministradas por semana, mês ou semestre, influenciando de maneira
direta na quantidade dos resíduos.
Durante as vistorias in loco foi possível analisar as condições atuais e os
gerenciamentos adotados em relação aos resíduos perigosos. A maioria dos ambientes
analisados respeita o que diz a legislação e as normas vigentes. Porém através deste estudo,
pode-se observar que ainda há algumas irregularidades a serem corrigidas, sendo elas:
caracterização mais detalhadas dos resíduos gerados, segregação correta dos resíduos,
utilização dos acondicionamentos até o limite máximo permitido, implantação de mais
contentores de resíduos biológicos nos ambientes analisados, padronização da identificação
dos contentores, verificar sempre o uso dos EPI’s quando o resíduo for manejado, acrescentar
aos veículos de transporte interno fichas de identificações em lugares visíveis, adequação e
melhorias ao espaço físico destinado ao armazenamento interno dos resíduos, ativação com
melhorias físicas ou construção de um novo armazenamento externo e por fim verificação da
destinação final dada aos resíduos químicos pela empresa Ecoeficiência.
Por fim, pode-se concluir com este estudo que a Unidade Pedra Branca possui sim
vários laboratórios de ensino, pesquisa e extensão classificados como gerados de resíduos
sólidos classe I – Perigosos e ainda possui laboratórios que não tomam o devido cuidado que
71
deveriam com os seus resíduos. Sendo assim, espera-se que este estudo permita que a
Unidade Pedra Branca da Unisul venha realizar melhorias no gerenciamento dos seus
resíduos, garantindo a qualidade ambiental e a saúde do ser humano.
72
6 SUGESTÕES DE AÇOES E TRABALHOS FUTUROS
Como sugestão de trabalhos futuros pode-se sugerir tanto a proposição de um
Plano de Gerenciamento de Resíduos Perigosos para a Unidade Pedra Branca como de um
PGRS para os demais tipos de resíduos gerados. Outro trabalho que poderá ser desenvolvido é
um diagnóstico detalhado da quantidade e tipos dos resíduos sólidos perigosos gerados na
Unidade, associando com a dinâmica e quantidade de aulas ministradas num semestre.
Além dos trabalhos, podem-se sugerir algumas ações que poderão ajudar a
garantir o sucesso de um futuro Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Perigosos
gerados nos laboratórios da Unidade Pedra Branca da Unisul.
Para garantir a qualidade do Plano de Gerenciamento de Resíduos Perigosos e o
comprometimento dos responsáveis por cada etapa do mesmo, é importante que a Unidade
Pedra Branca da Unisul realize ações sócio-educativas a todos aqueles envolvidos no Plano,
aprofundando a educação ambiental através de cartazes informativos, educativos e
treinamentos.
É de extrema importância que todos os membros envolvidos no Plano estejam
sensibilizados e capacitados, a fim de atingir as metas propostas pelo Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos Perigosos, desde a segregação, até a destinação final.
Além do que, para garantir que os objetivos propostos neste Plano sejam
alcançados é de suma importância que todas as partes envolvidas tenham o conhecimento e o
comprometimento dos procedimentos a serem adotados na implantação do plano.
Para isto, se faz necessário a realização de capacitação. Esta poderá ser composta
por um treinamento de, no mínimo, 03 (três) meses, no qual deverá abranger os seguintes
seguimentos: Treinamento para segregação dos resíduos; Treinamento para acondicionamento
dos resíduos; Treinamento para a destinação dos Resíduos a Empresa responsável pela coleta
e destinação final.
73
REFERÊNCIAS
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_________. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2013:Abrelpe. São Paulo, 2014
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83
APENDICE B - Incompatibilidade química (ANVISA, 2004)
(continua)
Substância Química Incompatível com
Ácido acético Ácido nítrico, peróxido, permaganatos.
Acetona Ácido nítrico, ácido sulfúrico, oxidantes fortes (perclorato/nitratos), redutores (sódio e magnésio metálicos).
Acetileno Cloro, bromo, iodo, magnésio, flúor, cobre, prata, mercúrio.
Acetonitrila Óxido de cromo (VI), permanganato de potássio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico, ácido perclórico, nitratos.
Ácido Clorídrico Cianeto de potássio, cianeto de sódio, azida sódica, bases fortes.
Ácido Crômico (CrO3)
Ácido acético, glicerol, naftaleno,líquidos inflamáveis (alcoóis, cetonas, éteres, etc), (CrO3) dimetilformamida, piridina, enxofre (S8).
Ácido Fluorídrico Hidróxido de amônio. Ácido Fosfórico Bases fortes, cloratos, nitratos, carbeto de cálcio.
Ácido Nítrico
Bases fortes, material combustível orgânico (papel, algodão, madeira, etc.), alcoóis, cetonas, éter etílico, ácido acético, aminas aromáticas (anilina, toluidina, etc.), hidrazinas, cobre, bronze, metais pesados.
Ácido Oxálico Mercúrio, prata.
Ácido Perclórico Materiais orgânicos combustíveis (papel, madeira, algodão, etc.), alcoóis, agentes desidratantes (anidrido acético, ácido sulfúrico, etc.), enxofre, bismuto e suas ligas.
Ácido Sulfúrico Bases fortes, cianeto de sódio, cianeto de potássio, cloratos, permanganatos, percloratos, picratos, metais em pó.
Álcoois Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio, ácido perclórico, hipoclorito de sódio, ácido crômico nitratos, permanganato de potássio, bases fortes.
Alumínio Oxidantes como: nitrato de amônio, peróxidos, bromatos, dicromatos. Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio. Azidas Ácidos. Benzeno Oxidantes como: perclorato de prata, bromo e ácido nítrico.
Brometo e Cloro
Hidróxido de amônio, benzeno, dimetilformamida, aldeídos, cetonas, ésteres, metais em pó. propano, acetileno, butadienos, benzinas de petróleo, dimetilformamida, aldeídos, cetonas, ésteres, metais em pó.
Carvão Ativado Dicromatos, permanganatos, hipoclorito de cálcio, ácido nítrico, ácido sulfúrico. Cianetos Ácidos.
Cloratos e Percloratos Sais de amônio, metais em pó, matérias orgânicas particuladas, enxofre, ácidos fortes, alcoóis e combustíveis.
Cloreto de mercúrio Sulfitos, hidrazina, aminas, ácidos fortes, bases fortes, fosfato e carbonatos.
Clorofórmio Lítio, sódio, sódio/metanol, acetona na presença de hidróxido de sódio/metanol.
84
APENDICE B - Incompatibilidade química (ANVISA, 2004).
(conclusão)
Substância Química Incompatível com
Cobre Peróxido de hidrogênio, acetileno.
Dicromatode potássio Alumínio, materiais orgânicos combustíveis, acetona, hidrazina, enxofre, hidroxilamina.
Éter Etílico Oxidantes fortes como: ácido nítrico, ácido perclórico, peróxido de sódio, cloro, bromo.
Formaldeíido Peróxidos e oxidantes fortes, ácidos.
Fósforo
Oxigênio, ar, flúor, cloro, bromo, carvão, hidróxido de potássio, hidróxido de sódio, perclorato de magnésio, oxidantes como: clorato de potássio e permanganato depotássio.
Hidrocarbonetos Ácido crômico, peróxidos, flúor, cloro, bromo, iodo, percloratos e outros oxidantes fortes.
Hidróxido de Amônio Oxidantes, ácidos, halogênios, nitrato de prata, betapropiolactona, óxido de propileno, hipoclorito de sódio, cobre, bronze, ouro.
Hidróxido de Sódio/Potássio
Água, ácidos fortes, solventes clorados, oxidantes fortes, anidrido malêico, acetaldeido, e tricloretileno.
Iodeto de Potássio Clorato de potássio, bromo, oxidantes fortes, sais de diazônio, metais alcalinos. Iodo Hidróxido de amônio, potássio, acetileno, hidrogênio. Mercúrio Acetileno, amônia e ácido fulmínico
85
APENDICE C - Substâncias que devem ser acondicionadas separadas (ANVISA, 2004)
Acondicionar separadamente
Ácidos Criogênicas Metais pesados
Asfixiantes Ecotóxicas Mistura sulfocrômica
Bases Explosivas Óleos
Brometo de etidio Formalina ou Formaldeído Oxidantes
Carcinogênicas, Mutagênicas e Teratogênicas Gases comprimidos Resíduo fotográfico
De combustão espontânea Líquidos inflamáveis Sensíveis ao choque
Compostos orgânicos halogenados Materiais reativos com a água Soluções aquosas
87
ANEXO A– LAO para serviço de coleta e transporte de resíduos de Serviço de Saúde e
Industriais Classe I