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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar - CTTMar
Programa de Pós-Graduação Acadêmico em Ciência e Tecnologia Ambiental
Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental
PAULO HENRIQUE SANTOS
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO “PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA”
NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAMBORIÚ (SC)
Itajaí, fevereiro de 2018.
ii
PAULO HENRIQUE SANTOS
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO “PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA”
NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAMBORIÚ (SC)
Itajaí, fevereiro de 2018.
Trabalho de Conclusão apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia Ambiental, como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Mestre em
Ciência e Tecnologia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Ricardo Schwingel
iii
iv
Dedico está dissertação a minha esposa, Rosimeire
Alves Santos, minhas filhas, Paula Regyna Alves
Santos e Anna Paula Alves Santos, a minha mãe, Maria
do Carmo Santos, a meu pai, Paulo Jesus Santos e a
todos meus irmãos, irmãs e amigos.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade de estar na Terra para cumprir com objetivo tão nobre, o
aperfeiçoamento integral, físico e espiritual.
A minha família, que apoiou meu desafio, ser um Mestre. Foram muitos finais de semana sem
minha presença física e, sou grato por terem aturado o mau humor resultado do cansaço físico
e mental de horas e horas de estudo.
Ao meu orientador, Dr. Paulo Ricardo Schwingel, pela paciência e por ter oportunizado seus
conhecimentos não somente científicos, mas humanos, contribuindo para minha formação
profissional e acadêmica.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão
da bolsa de mestrado, sem a qual teria sido difícil esta formação profissional.
Aos componentes da banca, Dra. Noemia Bohn, que prontamente aceitou o convite, Dr. Jurandir
Pereira Filho e Dra. Rosemeri Carvalho Marenzi, pelas orientações e incentivos durante a
apresentação e qualificação do projeto.
A Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú (EMASA), por ter
disponibilizados as informações necessárias a realização desta dissertação, sem o qual não seria
possível sua conclusão, em especial a Rafaela Comparim Santos e Leonardo Petrocelli Garcez.
A Empresa, de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina; Centro de
Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (EPAGRI/CIRAM) por ter
disponibilizados os dados físico-químicos da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, em especial
ao Dr. Everton Blainski e Elaina Canônica pela atenção e pontualidade com o envio dos dados.
A Fundação de Meio Ambiente de Camboriú (FUCAM) por ter disponibilizado informações
importantes sobre o projeto Bacia de Contenção (Barraginha).
A Coordenação e Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
Ambiental (Dr. Marcus Polette, Isabela Germani de Oliveira e Maraysa Pereira Bastos pela
paciência e no repasse das informações e a todos os professores que compartilharam seus
conhecimentos e experiências com os discentes.
vi
Aos produtores rurais que prontamente colaboraram com o trabalho: Ana de Oliveira; Anderson
Panaino; Antônio Solano dos Santos; Argeu Bernardes; Associação C. Limeira; Ciro Meireles
Jacobsen; Evaldo Schroeder; Fábio Vaccaro de Carvalho; Hélio Sackser (in memoriam); Janir
de Oliveira Souza; Jorge Luiz Rodrigues; José Duarte Cesário Pereira; Leonilda Silva Pinheiro;
Luiz Carlos Campos; Nery Gonçalves; Osmar Vinholi; Renato Tadeu Rodolfo; Waldyr Bauer;
e seus familiares, que atentamente disponibilizaram tempo para a realização da pesquisa
(questionário) e que durante a realização das vistorias relataram fatos importantes que
contribuíram para a realização desta dissertação.
A Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), pelo apoio institucional.
A todos os amigos e colegas de classe que estiveram presentes nos momentos alegres e nos
mais difíceis.
A Direção, Coordenação e Colegas de trabalho das instituições: Colégio São José de Itajaí e
Escola Estadual Básica Alcuino Gonçalves Vieira, pelo apoio incondicional.
Aos colegas de vistorias do projeto Produtor de Água, pelas conversa e momentos de
descontração durante as idas e vindas à Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú-SC.
Ao humanista Carlos Gonzáles Pecotche, in memoriam, pelos ensinamentos que têm
oportunizando-me viver de uma forma diferente, mais consciente.
Aos amigos logósofos, da Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana, em especial,
das cidades de Balneário Camboriú (SC), Florianópolis (SC) e Pedro Leopoldo (MG).
Enfim a todos, meus sinceros agradecimentos.
vii
“Conseguir que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa será o maior prêmio a que
se possa aspirar. Não haverá valor comparável ao cumprimento desta grande missão que
consiste em preparar para a humanidade futura um mundo melhor. ”
Carlos Bernardo González Pecotche
viii
RESUMO
A Agência Nacional de Águas (ANA) desenvolveu um programa para colaborar na resolução
do problema de falta de água no Brasil, o Programa Produtor de Água (PPA). O programa tem
como principal meta o aumento da quantidade e qualidade da água nas bacias hidrográficas
estratégicas. No país são quase 30 projetos em desenvolvimento e três estão no Estado de Santa
Catarina, incluindo o projeto Produtor de Água (PA) da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
(BHRC). O presente estudo tem como objetivo avaliar a eficácia do projeto PA na BHRC. O
sucesso do PA foi mensurado através da: análise comparativa entre os objetivos e as metas
estabelecidas no projeto PA em relação ao PPA, identificando o nível de consonância entre eles;
percepção dos proprietários contratados através da aplicação de questionários; análise da
qualidade da água na bacia nas áreas de intervenções do projeto PA, considerando o período
2001-2017; análise da relação entre as intervenções realizadas pelo projeto PA nas Áreas de
Preservação Permanentes (APP’s) com os resultados observados in situ, i.e. proteção,
recuperação das matas ciliares e manutenção das estradas; e do desenvolvimento de um
protocolo com indicadores que possam mensurar a eficácia do projeto PA. O protocolo proposto
foi testado no projeto PA da BHRC para avaliar sua aplicabilidade. Os indicadores utilizados
no desenvolvimento do protocolo foram: adesão dos proprietários rurais; áreas de conservação
e restauração; estradas conservadas; monitoramento do projeto e hidrológico; educação
ambiental; gestão do projeto; qualidade e quantidade de água. Resultados da análise de
percepção dos contratantes demostrou elevados índices de receptividade (100%) e engajamento
(94%) com o projeto, sendo os mesmos corroborados pelo interesse dos contratantes em renovar
o contrato com o projeto PA (82%). A partir da análise das vistorias técnicas junto às
propriedades contratadas no projeto PA foi desenvolvido um manual e modelo de relatório para
as vistorias, com objetivo de orientar e assegurar, através de procedimentos e check list, uma
melhor avaliação dos serviços ambientais prestados. Em adição, a análise dos contratos
demonstrou que os atores envolvidos no projeto PA estão preocupados com a quantidade e
qualidade da água (83%). Ao mesmo tempo, os proprietários têm cumprido com os objetivos
contratuais de conservar, proteger e recuperar as áreas dentro e fora das matas ciliares (100%).
As análises dos parâmetros físico-químicos e biológico, entre 2001 e 2017, demostraram
estabilidade e melhorias dos valores de oxigênio dissolvido, pH, condutividade, turbidez,
demanda bioquímica de oxigênio, amônio, nitrato, nitrito, fosfato, silício, clorofíla-a e vazão,
que podem estar associados ao projeto PA. A partir da aplicação do protocolo no projeto PA,
os resultados demonstram uma eficácia de 50%, valor considerado bom, devido ao curto tempo
de desenvolvimento do projeto. O protocolo desenvolvido pode contribuir com os gestores dos
projetos PA dentro e fora do país, por apresentar metodologia adaptável que mensura sua
eficácia.
Palavras-chave: Produtor de água, eficácia, protocolo, check list, manual de vistoria.
ix
ABSTRACT
The National Water Agency (ANA) has developed a program to collaborate in solving the
problem of water shortage in Brazil, the Water Producer Program (PPA). The main goal of the
program is to increase the quantity and quality of water in strategic watersheds. In the country
there are almost 30 projects in development and three are in the State of Santa Catarina,
including the Water Producer (PA) Project of the Camboriú River Basin (BHRC). The present
study aims to evaluate the effectiveness of the Water Producer project in the BHRC. The
success of the PA was measured by: comparing the objectives and goals established in the PA
project in relation to the PPA, identifying the level of consonance between them; perception of
the contracted owners through the application of questionnaires; analysis of water quality in the
basin in the areas of PA project interventions, considering the period 2001-2017; analysis of
the relationship between the interventions carried out by the PA project in the Permanent
Preservation Areas (PPPs) with the results observed in situ, i.e. protection, recovery of riparian
forests and maintenance of roads; and the development of a protocol with indicators that can
measure the effectiveness of the PA project. The proposed protocol was tested in the BHRC
Water Producer project to evaluate its applicability. The indicators used in the development of
the protocol were: adherence of rural owners; conservation and restoration areas; adequately
conserved roads, project and hydrological monitoring; environmental education; project
management; quality and quantity. Results of the contractor’s perception analysis show high
levels of receptivity (100%) and engagement (94%) with the project, which are corroborated
by the contractors' interest in renewing the contract with the Water Producer Project (82%).
From the analysis of the technical surveys with the contracted properties in the PA project, a
manual and report model for the surveys was developed, aiming to guide and ensure, through
procedures and check list, a better evaluation of the environmental services provided. In
addition, contract analysis has shown that the stakeholders involved in the PA project are
concerned with the quantity and quality of water (83%). At the same time, landowners have
met the contractual objectives of conserving, protecting and restoring areas within and outside
the riparian forests (100%). The analysis of the physicochemical and biological parameters,
between 2001 and 2017, showed stability and improvements of dissolved oxygen, pH,
conductivity, turbidity, biochemical oxygen demand, ammonium, nitrate, nitrite, phosphorus,
silicon, chlorophyll and which can be associated with the PA project. From the application of
the protocol in the PA project, the results demonstrate an efficacy of 50%, considered good
value due to the short development time of the project. The developed protocol can contribute
to the managers of the Water Producer projects inside and outside the country, for presenting
an adaptable methodology that measures its efficacy.
Key words: Water producer, efficacy, protocol, check list, survey manual.
x
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 19
3. METODOLOGIA ................................................................................................................ 19
3.1 ANÁLISE DO NÍVEL DE CONFORMIDADE .......................................................................... 19
3.2 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS RURAIS .................................................... 20
3.3 QUALIDADE DA ÁGUA ..................................................................................................... 20
3.3 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA ........................................... 24
3.4 DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE PROTOCOLO DE EFICÁCIA DO PROJETO PA ............ 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 25
4.1 ANÁLISE DO NÍVEL DE CONFORMIDADE .......................................................................... 25
4.2 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS RURAIS .................................................... 28
4.3 ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA ................................................................................. 34
4.3.1 Temperatura ........................................................................................................... 35
4.3.2 Oxigênio Dissolvido .............................................................................................. 36
4.3.3 Potencial Hidrogeniônico ...................................................................................... 38
4.3.4 Turbidez ................................................................................................................. 40
4.3.5 Condutividade........................................................................................................ 41
4.3.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio ....................................................................... 43
4.3.7 Amônio .................................................................................................................. 44
4.3.8 Nitrato .................................................................................................................... 46
4.3.9 Nitrito .................................................................................................................... 47
4.3.10 Fosfato ................................................................................................................... 48
4.3.11 Silício ..................................................................................................................... 50
4.3.12 Clorofila ................................................................................................................. 51
4.3.13 Análise geral dos parâmetros físico-químicos-biológicos .................................... 53
4.4 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA ........................................... 56
4.4.1 Analise dos contratos ............................................................................................. 56
4.4.2 Análise das vistorias .............................................................................................. 62
4.5 APLICAÇÃO DO PROTOCOLO ............................................................................................ 71
4.5.1 Indicador – Adesão ................................................................................................ 72
4.5.2 Indicador – Restauração ........................................................................................ 73
4.5.3 Indicador - Conservação ........................................................................................ 73
4.5.4 Indicador - Estrada adequadamente conservadas .................................................. 74
4.5.5 Indicador - Monitoramento (vistoria) do projeto PA ............................................ 75
4.5.6 Indicador - Educação Ambiental (EA) no projeto PA........................................... 76
4.1.1 Indicador - Plano de monitoramento hidrológico .................................................. 77
4.1.2 Indicador - Gestão do projeto Produtor de Água................................................... 80
4.1.3 Indicador - Qualidade da água ............................................................................... 82
4.1.4 Indicador - Quantidade da água ............................................................................. 85
4.2 RESULTADO DA APLICAÇÃO DO PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DO PROJETO PA............ 88
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 89
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 91
7. APÊNDICES ....................................................................................................................... 99
8. ANEXOS ........................................................................................................................... 124
1
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Desmatamento da Mata Atlântica ao longo do tempo. Fonte: SOS Mata Atlântica e INEPE
(2016). .................................................................................................................................................... 7 Figura 2: Percentual da reserva de água doce mundial. Fonte BICUDO et al., 2010. ............................. 8 Figura 3: Localização da BHRC. Fonte: EMASA 2009. ...................................................................... 13 Figura 4: Principais atividades desenvolvidas na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú. ..................... 14 Figura 5: Agricultura (rizicultura) no município de Camboriú-SC na BHRC-SC ................................ 15 Figura 6: População da BHRC em função dos anos. Fonte: IBGE 2013 e 2016. .................................. 16 Figura 7: Linha do tempo do projeto PA da BHRC com seus principais marcos de 2005 a 2017. ....... 17 Figura 8: Imagem esquerda Regiões da BHRC, a direita Regiões de atuação do projeto PA na BHRC.
............................................................................................................................................................. 18 Figura 9: Localização dos pontos amostrais de URBAN (2003; 2008), SILVA (2015) e..................... 23 Figura 10: Localização das Estações Hidrológicas da EPAGRI na BHRC. .......................................... 23 Figura 11: Fluxograma de construção dos indicadores para medir a eficácia do projeto PA na BHRC.
............................................................................................................................................................. 24 Figura 12: Aplicação do questionário ao proprietário do projeto PA da BHRC. .................................. 28 Figura 13: Formas de acesso ao projeto PA na BHRC pelos proprietários rurais. ................................ 29 Figura 14: Tempo em meses das propriedades no projeto PA da BHRC. ............................................. 30 Figura 15: Percentual de acesso de proprietários aos recursos da EMASA para desenvolvimento do
projeto PA da BHRC. ........................................................................................................................... 30 Figura 16: Frequência de acompanhamento técnico por parte do GG do projeto PA da BHRC. .......... 31 Figura 17: Avaliação da receptividade do projeto PA na BHRC, junto aos proprietários rurais. .......... 31 Figura 18: Grau de envolvimento do proprietário rural no projeto PA da BHRC. ................................ 32 Figura 19: Benefícios que o projeto PA da BHRC proporciona o produtor rural e família................... 32 Figura 20: Satisfação dos produtores rurais em relação ao valor do PSA, considerando suas
expectativas em relação ao projeto PA da BHRC. ................................................................................ 33 Figura 21: Contribuição do projeto PA da BHRC para melhoria da qualidade da água. ...................... 33 Figura 22: Intenção de proprietários, que aderiram ao PA, indicarem o projeto para outros produtores
rurais da BHRC. ................................................................................................................................... 34 Figura 23: Temperatura [°C] da água no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da
Captação da Emasa............................................................................................................................... 35 Figura 24: Temperatura [°C] da água no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). .................................................. 35 Figura 25: Temperatura [°C] da água no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). .................................................. 36 Figura 26: Oxigênio dissolvido [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da
Captação da Emasa............................................................................................................................... 37 Figura 27: Oxigênio dissolvido [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). .................................................. 37 Figura 28: Oxigênio dissolvido [mg/L] no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de
dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................... 37 Figura 29: Oxigênio dissolvido [mg/L] e vazão [m³/s] do Rio Camboriú no ponto 3 (Captação da
EMASA) entre março de 2014 a dezembro de 2017 para dados da EPAGRI. ...................................... 38 Figura 30: Oxigênio dissolvido [mg/L] e vazão [m³/s] do ponto 5 (Rio Canoas) entre março de 2014 a
dezembro de 2016 para dados da EPAGRI........................................................................................... 38 Figura 31: pH no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2017. Nota:
média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da EMASA. ....... 39 Figura 32: pH no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2016. Nota:
média (coluna) com desvio padrão (barra). .......................................................................................... 39 Figura 33: pH no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2016.
Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ................................................................................. 39
2
Figura 34: Turbidez [NTU] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001
e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da
EMASA................................................................................................................................................ 40 Figura 35: Turbidez [NTU] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001
e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). .................................................................... 41 Figura 36: Turbidez [NTU] no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ........................................................... 41 Figura 37: Condutividade [mS/cm] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da
Captação da EMASA. .......................................................................................................................... 42 Figura 38: Condutividade [mS/cm] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). .................................................. 42 Figura 39: Condutividade [mS/cm] no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). .................................................. 43 Figura 40: Demanda bioquímica de oxigênio, DBO [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para
diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra);
jusante (J) e montante (M) da Captação da EMASA. ........................................................................... 44 Figura 41: Demanda bioquímica de oxigênio, DBO [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para
diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra)......... 44 Figura 42: Amônio [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2015. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da
EMASA................................................................................................................................................ 45 Figura 43: Amônio [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................................................... 45 Figura 44: Amônio [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2016.
Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ................................................................................. 45 Figura 45: Nitrato [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da
EMASA................................................................................................................................................ 46 Figura 46: Nitrato [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................................................... 46 Figura 47: Nitrato [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2016.
Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ................................................................................. 47 Figura 48: Nitrito [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da
EMASA................................................................................................................................................ 47 Figura 49: Nitrito [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................................................... 48 Figura 50: Nitrito [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2016.
Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ................................................................................. 48 Figura 51: Fosfato [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da
EMASA................................................................................................................................................ 49 Figura 52: Fosfato [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................................................... 49 Figura 53: Fosfato [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2016.
Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ................................................................................. 50 Figura 54: Silício [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2005 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da
EMASA................................................................................................................................................ 50 Figura 55: Silício [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2005 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................................................... 51 Figura 56: Silício [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2005 e 2016.
Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ................................................................................. 51
3
Figura 57: Clorofíla-a [µg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação
da EMASA. .......................................................................................................................................... 52 Figura 58: Clorofíla-a [µg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação
da EMASA. .......................................................................................................................................... 52 Figura 59: Clorofíla-a [µg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2005 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra). ....................................................................... 52 Figura 60: Ribeirão dos Macacos sem a proteção da mata ciliar na BHRC-SC. ................................... 54 Figura 61: Imagem a direita: Canal de drenagem que leva esgoto ao rio Camboriú no Distrito Rio do
Meio, passando dentro da área do Instituto Federal Catarinense. A Direita, esgoto após passar sob a
Av. João Costa no Distrito Rio do Meio em Camboriú, antes de chegar ao Rio Camboriú. ................. 55 Figura 62: Atividades e serviços desenvolvidos pelos produtores rurais da BHRC. ............................. 57 Figura 63: Relação do número de contrato do projeto PA da BHRC no período 2013 a 2017. ............ 58 Figura 64: Número de reuniões (trimestrais) do GG entre os anos de 2012 a 2017 da BHRC. ............ 58 Figura 65: Fluxograma para vistorias do projeto PA da BHRC, apresentado na proposta de Manual
para Vistoria do projeto Produtor de Água. .......................................................................................... 63 Figura 66: Participação nas Vistorias do projeto Produtor de Água na BHRC. Fonte:
©LeonardoPetrocelli. ........................................................................................................................... 65 Figura 67: Registros fotográficos de vistoria do projeto PA da BHRC. ............................................... 66 Figura 68: Check list (frente) para vistorias de projetos PA da BHRC. ................................................ 67 Figura 69: Check list (verso) para vistorias de projetos PA da BHRC. ................................................. 68 Figura 70: Participação das Instituições nas vistorias (1ª a 45ª) do projeto PA da BHRC, dentro do
ACT de 2012. ....................................................................................................................................... 70 Figura 71: Participação das instituições nas Reuniões do GG do projeto PA da BHRC, dentro do ACT
de 2012. ................................................................................................................................................ 70 Figura 72: Bacia de Contenção (Barraginhas) do projeto PA na BHRC, foto da esquerda início da
construção, foto da direita sem manutenção. ........................................................................................ 75 Figura 73: Ações de EA implementadas pelo projeto PA na BHRC-SC. A esquerda semana de meio
ambiente de 2014 em Camboriú (SC) Fonte: PMC. A direita apresentação do PA na Câmara de
Vereadores de Balneário Camboriú (SC) em 2016. Fonte: texto Aderbal Machado e Figura Márcio
Gonçalves. ............................................................................................................................................ 77 Figura 74: Imagem esquerda superior, veículo utilizado para as vistorias, a direita superior
propriedades (PR 0302) e inferior propriedade (PR 0306) ambas sem acesso pelo veículo disponível
para as vistorias do PA na BHRC. ........................................................................................................ 82 Figura 75: Vazão/m³s-1 do Rio Camboriú no ponto 3 na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú. .......... 87 Figura 76: Vazão/m³s-1 do Rio Canoas no ponto 5 na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú................ 87
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Dados físico-químicos e biológicos da água da BHRC utilizados no presente estudo. ........ 21 Quadro 2: Parâmetros físico-químicos e biológicos da BHRC, disponibilizados pelos diferentes
autores e instituições. ........................................................................................................................... 21 Quadro 3: Características gerais do PPA da ANA e Projeto PA da EMASA na BHRC. ..................... 25 Quadro 4: Variáveis observadas na comparação entre o PPA da ANA e projeto PA da BHRC. .......... 27 Quadro 5: Comportamento dos parâmetros físico-químico-biológicos analisados para os pontos 3, 5 e
10 da BHRC, baseado em Urban 2001/2003 e 2005/2006; Silva 2014/2015; Rabelo 2015/2016 e
EPAGRI 2014 -2017. ........................................................................................................................... 53 Quadro 6: Aspectos analisados nas propriedades rurais do projeto PA da BHRC. ............................... 57 Quadro 7: Atividades e ou produtos desenvolvidos pelos proprietários rurais na BHRC. .................... 57 Quadro 8: Relação de data da assinatura do 1° e 2° contratos (renovação) do projeto PA da BHRC. .. 59
4
Quadro 9: Valoração dos serviços ambientais com apoio financeiro do projeto PA na BHRC. Nota:
UFM: Unidade Fiscal do Município (Balneário Camboriú). Fonte: EMASA (2016). .......................... 59 Quadro 10: Relação de vantagens do novo modelo de relatório para as vistorias do projeto PA da
BHRC................................................................................................................................................... 71 Quadro 11: Critérios para análise do indicador Educação Ambiental na BHRC. ................................. 77 Quadro 12: Análise dos parâmetros do indicador monitoramento do projeto PA da BHRC................ 78 Quadro 13: Estações Hidrometereológicas da BHRC e a descrição dos parâmetros analisados. Fonte:
EPAGRI (2017). ................................................................................................................................... 79 Quadro 14: Critérios para análise do indicador gestão do projeto PA de Água da BHRC. ................... 80 Quadro 15: Relação de reuniões do GG do projeto PA da BHRC de 2012 a 2017. .............................. 81 Quadro 16: Critérios para análise do indicador Qualidade da Água do projeto PA da BHRC. ............. 84 Quadro 17: Critérios para análise do indicador Quantidade da Água do projeto PA da BHRC. ........... 87 Quadro 18: Critérios para composição do protocolo eficácia do projeto PA da BHRC. ....................... 88
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Critérios e pontuação para análise de conformidade do projeto PA na BHRC. .................... 26 Tabela 2: Forma de aplicação dos questionários do projeto PA da BHRC. .......................................... 29 Tabela 3: Receita bruta da EMASA de 2010 a 2017. Fonte: Portal da Transparência da Prefeitura
Municipal de Balneário Camboriú. ...................................................................................................... 61 Tabela 4: Custo dos benefícios pagos aos proprietários rurais em razão da meta do PA da BHRC. ..... 61 Tabela 5: Área de conservação e restauração do projeto PA e o Custo anual do PSA na BHRC. Nota:
UFM = Unidade Fiscal Municipal do município de Balneário Camboriú. ........................................... 64 Tabela 6: Número de adesões do projeto PA na BHRC. ...................................................................... 72 Tabela 7: Área de restauração em hectares no projeto PA na BHRC. .................................................. 73 Tabela 8: Área de conservação em hectares no projeto PA na BHRC. ................................................. 74 Tabela 9: Estradas rurais (Km) com intervenções do PA para adequação de drenagem na BHRC. ..... 75 Tabela 10: Dados de OD (oxigênio dissolvido) [mg.L-1], temperatura [°C], pH, turbidez [NTU],
condutividade [mS/cm] e DBO (demanda bioquímica de oxigênio) [mg.L-1] para os autores Urban
(antes do PA, 2003;2008) e Silva/Rabelo (depois PA, 2015; 2018) para os pontos 3, 5 e 10 na BHRC.
............................................................................................................................................................. 83 Tabela 11: Dados de amônio [mg/L], nitrato [mg/L], nitrito [mg/L], fosfato [mg/L], silício [mg/L] e
Clorofíla-a [mg/L] para os autores Urban (antes do PA,2003;2008) e Rabelo (depois PA; 2018) para os
pontos 3, 5 e 10 da BHRC. ................................................................................................................... 83
LISTA DE ABREVIAÇÃO
ACT Acordo de Cooperação Técnica
AGESAN Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Estado de Santa
Catarina
ANA Agência Nacional das Água
APP Área de Preservação Permanente
ARESC Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina
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BHRC Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
BM Banco Mundial
CIRAM Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa
Catarina
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CP Código da Propriedade
CVBC Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
EA Educação Ambiental
ETA Estação de Tratamento de Água
ETE Estação de Tratamento Esgoto
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EMASA Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú
EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
FGB Fundação Grupo Boticário
FUCAM Fundação Camboriuense de Gestão e Desenvolvimento Sustentável
GG Grupo Gestor
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEIA Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental
IFC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense
INEPE Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário
MMA Ministério do Meio Ambiente
OD Oxigênio Dissolvido
OMS Organização Mundial da Saúde
PA Produtor de Água
PEPSA Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais
pH Potencial Hidrogeniônico
PIP Projeto Individual de Propriedade
PMBC Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú
PMC Prefeitura Municipal de Camboriú
PPA Programa Produtor de Água
PSA Pagamento por Serviços Ambientais
SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável
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SEMAM Secretária Municipal de Meio Ambiente de Balneário Camboriú
SITRUC Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camboriú
TNC The Nature Conservancy
UFM Unidade Fiscal Municipal
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
USAID Agência Americana para Desenvolvimento Internacional
7
1. INTRODUÇÃO
Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, em 1500, a Mata Atlântica cobria
aproximadamente 15% do território brasileiro. Sua região de ocorrência original abrangia 17
estados brasileiros. Um mapeamento encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA)
e divulgado em 2006, mostra que existem aproximadamente 27% de remanescentes, incluindo
os vários estágios de regeneração em todas as fisionomias: florestas, campos naturais, restingas
e manguezais (MMA, 2010). O bioma Mata Atlântica é uma região constituída por um conjunto
de formações florestais e ecossistemas associados. Este bioma foi altamente devastado no
passado e ainda está sob forte pressão de degradação. Em sua extensão original, esse ambiente
ocupava cerca de 150 milhões de hectares (Figura 1). Atualmente, em fragmentos maiores que
100 hectares existem apenas 7,3% desta cobertura original (MMA, 2011). A proteção deste
bioma é importante para a regularização do recurso hídrico.
Tanto populações rurais, comunidades tradicionais, quanto à população urbana
dependem fortemente dos serviços ambientais que a Mata Atlântica lhes proporciona. Além
disso, a manutenção da vegetação nativa oferece os serviços ambientais também às
comunidades, nos âmbitos regionais e globais.
Projeções indicam que as perdas no provimento de serviços ambientais afetarão diversos
grupos humanos, com impactos negativos, principalmente para as populações mais pobres.
Logo, a decisão de proteger os ecossistemas e garantir o provimento de serviços ambientais é
também uma escolha ética e de justiça social. A proteção dos serviços ambientais da Mata
Atlântica depende da conservação de remanescentes de vegetação nativa, não só através da
ampliação e fortalecimento de unidades de conservação e de outras áreas protegidas, mas
Figura 1: Desmatamento da Mata Atlântica ao longo do tempo. Fonte: SOS
Mata Atlântica e INEPE (2016).
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também da promoção de práticas de uso da terra mais apropriados com a proteção da
biodiversidade, as quais têm a capacidade de contribuir para a conectividade ecológica entre
fragmentos de habitats (MMA, 2011). Sendo, a água um recurso natural e essencial para a
sobrevivência de quase todas as espécies que habitam o nosso planeta. Nos seres humanos, ela
é a responsável por manter a temperatura e troca de substância, representando aproximadamente
70% de sua massa corporal (RIBEIRO, 2008). É considerada solvente universal e não seria
possível imaginar o dia-a-dia sem ela. Entre suas inúmeras aplicações estão: produção de
energia elétrica, limpeza das cidades, construção civil, combate a incêndios e irrigação de
jardins, lavouras, entre outros. Existe grande quantidade de água em nosso planeta, mas a
maioria não está disponível para consumo sem um tratamento prévio.
A ameaça da falta de água, em níveis que podem até mesmo inviabilizar a nossa
existência, é um problema para a humanidade. A qualidade e quantidade da água disponível
estão relacionados com o crescimento demográfico da população. Dados do Fundo das Nações
Unidas para a Infância - UNICEF e da Organização Mundial da Saúde – OMS, revelam que
quase metade da população mundial não conta com serviço de saneamento básico (BARBOSA,
2015).
A Contaminação da água devido a diferentes tipos de poluentes, como fertilizantes,
esgotos, metais pesados ou pesticidas, é um problema sério, não somente no Brasil, mas em
todo o mundo. A crescente urbanização e industrialização geram distintas fontes difusas de
contaminação, comprometendo a qualidade dos recursos hídricos (TUNDISI; TUNDISI, 2008).
O Brasil tem o privilégio de possuir 12% da reserva mundial de água doce (Figura 2) (BICUDO
et al., 2010).
Figura 2: Percentual da reserva de água doce mundial. Fonte BICUDO et al., 2010.
No Brasil o MMA criou a Agência Nacional de Águas (ANA) através da lei n° 9.984 de
2000, dedicada a fazer cumprir os objetivo e diretrizes da Lei das Água do Brasil, seguindo
quatro linhas de ações: a) regulação – regula o acesso e uso dos recursos hídricos de domínio
12
88
0% 25% 50% 75% 100%
Brasil
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da União; b) monitoramento – é responsável por acompanhar a situação dos recursos hídricos,
através da rede hidrometeorológica nacional; c) aplicação da lei – coordena a implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos, realizando e dando apoio a programs e projeto,
órgão gestores e a instalação de comitês e agências de bacia; e d) planejamento – elabora e
participa de estudos estratégicos em parcerias com instituições e órgãos do poder público
(ANA,2018).
A ANA tem entre suas atribuições a de “propor ao Conselho Nacional de Recursos
Hídricos o estabelecimento de incentivos, inclusive financeiros, à conservação qualitativa e
quantitativa de recursos hídricos” (BRASIL, 2000), aos quais estão associados à conservação
de solo e água. Tal dispositivo está vinculado à sua necessária regulamentação, a qual nunca
foi considerada e permanece em aberto, mesmo perante o reconhecimento da importância da
matéria. Nesse sentido, o Programa Produtor de Água (PPA) é uma ação que atende a todos
esses dispositivos, pois, através da articulação da gestão ambiental, tanto de recursos hídricos
como uso do solo, visa à recuperação de bacias hidrográficas, utilizando-se do estabelecimento
de incentivos financeiros (ANA, 2008). Estes incentivos podem ser estabelecidos pelos
Pagamento por de Serviços Ambientais (PSA).
A ANA, em parceria com outras instituições, vem desenvolvendo o PPA, que é um
instrumento para a melhoria, recuperação e proteção de recursos hídricos em bacias
hidrográficas estratégicas. Esse programa é fundamentado em ações executadas no meio rural
voltadas à redução da erosão e do assoreamento de mananciais, as quais proporcionem aumento
da qualidade e regularidade da oferta de água (ANA, 2008). O PPA utiliza o PSA como
instrumento de incentivo aos proprietários rurais de forma voluntária nas práticas voltadas a
conservação da água e solo.
No Brasil vários PPA estão sendo desenvolvidos. No Estado de Santa Catarina, o
Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PEPSA) implementa o pagamento
das atividades humanas de preservação e melhoria dos ecossistemas que geram serviços
ambientais. Isso é realizado pelos subprogramas: a) Unidades de Conservação; b) Formações
Vegetais; e c) Água. O Comitê Gestor do PEPSA é o responsável por coordenar os seguintes
serviços ambientais: a conservação dos solos, água e biodiversidade; preservação da beleza
cênica; recomposição ou restauração de áreas degradadas com espécies nativas, florestais ou
não; e atividades de uso sustentável, priorizando áreas sob maior risco ambiental (SANTOS et
al., 2012).
Em Santa Catarina, três projetos estão em andamento: Programa de Gestão Ambiental
da Região dos Mananciais – SOS Nascentes, município de Joinville; Consórcio Municipal
10
Quiriri, municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho, Corupá e Campo Alegre e o projeto
Produtor de Água (PA) na BHRC, municípios de Balneário Camboriú e Camboriú (MMA,
2011). Estes dois últimos municípios apresentam características bastante distintas:
Balneário Camboriú tem 47Km² e 128.155 habitantes, contando com uma economia
baseada na construção civil e no turismo (IBGE, 2017). A história da cidade, não é diferente
das demais de todo o litoral brasileiro, índios que habitavam o litoral encontraram lugar propício
com: pesca farta, clima agradável e, no rio, a água doce.
O início da colonização se deu em 1758, com algumas famílias habitando as margens
do rio. Em 1826, o colono Baltazar Pinto Corrêa recebeu do Governo da Província de Santa
Catarina uma área de terra para cultivo e moradia, na localidade que hoje se chama Bairro dos
Pioneiros. Em 1840 foi construída uma igreja e assim foi criado o Arraial do Bom Sucesso,
sendo elevado à categoria de município em 1884, município de Camboriú. A economia era
baseada na agricultura, café, extração de mármore, granito e calcário e, sendo a faixa litorânea
desprezada. Na década de 1920, tem início o processo de desenvolvimento. Em 1926, começam
a surgir as primeiras casas de veraneio, em 1928 o primeiro hotel e em 1934 o segundo. Os
alemães do Vale de Itajaí trouxeram para a cidade o hábito de ir à praia como lazer. Na década
de 1960 inicia a atividade turística, em 1959 é elevada à categoria de Distrito e em 1964 é criado
município de Balneário Camboriú (PMBC, 2017).
Camboriú é um município com 213Km² e 74.434 habitantes, tendo a economia baseada
na extração mineral e agricultura (IBGE, 2017). Sua colonização se deu na segunda década do
século XIX, com Baltazar Pinto Corrêa que veio de Porto Belo em 1821 requerendo uma carta
sesmaria para ocupar uma gleba de terra e iniciando um povoamento com o nome de Freguesia
do Bom Sucesso. Em 1826 recebeu a carta de sesmaria da Coroa do governo de D. João VI. A
colonização iniciou no Canto Norte da Praia, depois seguiu para a Localidade hoje conhecida
como “Barra” onde foi criado o Município de Camboriú. Atraídos pela fertilidade das terras
vieram outros colonizadores, Tomaz Francisco Garcia, o primeiro a estabelecer-se com sua
família e escravos. Pertencente, de início, a Porto Belo, integrou mais tarde o território de Itajaí,
em 05 de abril de 1884. A instalação do município ocorreu em 15 de janeiro de 1885. Devido
ao nome do Balneário Camboriú, é chamado, pelos novos habitantes, de Camboriú Velho. O
termo camboriú é de origem guarani e os nativos usavam para denominar um peixe que hoje
chamamos de robalo (PMC, 2017).
Camboriú integra-se à Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí – AMFRI,
destacado como um dos municípios componentes do Consócio Intermunicipal de Turismo
Costa Verde & Mar. É importante ressaltar que o consócio exerce papel importante na atividade
11
turística do Estado de Santa Catarina, no que tange ao desenvolvimento e promoção do turismo
de forma integrada e sustentável, compreendida no contexto do Plano Nacional do Turismo
2007-2010 no Brasil. O município de Camboriú, é apontado como um dos diferenciais do
turismo regional, apresentando características marcadamente rurais, que agregam valores à
oferta turística (RECH, 2009).
Pagamento por Serviços Ambientais fora do Brasil
Relatório lançado por Bennett a et al., (2013) mostra que em 20011 haviam 205
programas ativos em todo mundo, abrangendo uma área de aproximadamente 117 milhões de
hectares. Na década de 1990, a Colômbia foi a primeira nação na américa Latina a promover
PSA no vale do Rio Cauca (BLANCO et al., 2008). Costa Rica é um dos países mais adiantado
em termos de políticas públicas voltadas para proteção ambiental e uso de mecanismos como
PSA apoiando o manejo de bacias hidrográficas (BERNADES et al., 2010). O conceito de PSA
se encaixa com muitos dos programas abordados para o meio ambiente do Banco Mundial
(BM). Segundo Wunder, 2005, os serviços ambientais prestados pelos ecossistemas, como
exemplo, a regulação dos fluxos de água pelas florestas, são financiados pelo BM, que trabalha
com vários países, desenvolvendo os sistemas PSA, que podem colaborar na promoção da
manutenção do meio ambiente. O trabalho desenvolvido pelo BM inclui:
a) Costa Rica, com o projeto Ecomarkets, que apoia o programa PSA do país, inclui um
empréstimo de US$ 32,6 milhões do BM para ajudar o governo a garantir os níveis atuais de
contratos de serviços ambientais e doação de US $ 8 milhões da Fundo Global para o Meio
Ambiente para auxiliar a conservação da biodiversidade dentro do programa PSA.
b) Colômbia, Costa Rica e Nicarágua, como projeto Ecossistema Silvopastoril Integrado
Regional, usando o PSA como meio de encorajar mudança de práticas agrícolas insustentáveis
para práticas silvopastoril sustentáveis.
c) República Dominicana, Equador e El Salvador, com programas piloto de PSA sendo
implantados nesses países.
d) México, o BM apoia pesquisa sobre práticas de gestão do setor de ejido (propriedade
de terra não cultivada e de uso público), que inclui parte do país com área de florestas
remanescente. O objetivo é ajudar a projetar sistema de PSA e fornecer linha de base para
monitorar sua implementação. Ademais, o Instituto do Banco Mundial (WBI) desenvolveu
curso de treinamento sobre PSA destinado a pessoal técnico em ministérios, agências de
conservação e organizações não-governamentais (WUNDER, 2005).
12
Estudo de caso realizado no Camboja - com apoio do Governo, Autoridades Provinciais
e a Agência Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID) - analisou três programas
de PSA (Ecoturismo baseado na comunidade, Pagamentos agroambientais e Programa de
proteção dos ninhos de pássaros) apresentando duas realidades com relação distintas. A
primeira, o pagamento foi realizado direto aos indivíduos que podem transitoriamente controlar
um recurso de biodiversidade, demostrou ser mais eficaz inicialmente, mas a longo prazo não
se mantem, pois, os indivíduos não detém a posse da terra. A segunda, realiza o pagamento
diretamente para uma instituição criadas pelos líderes das aldeias locais, onde as regras e
regulamentos eram definidos e respeitadas por todos, diferente da primeira onde as regras e
regulamentos eram impostos, o sucesso da segunda realidade foi evidenciado (CLEMENTS,
2010).
Pagamento por Serviços Ambientais no Brasil
No Brasil, a implantação da política pública sobre PSA tornou-se mais relevante com a
Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei n° 12.651/2012), que autorizou o poder público
federal a instituir programas de PSA como forma de incentivo e apoio à conservação dos
ecossistemas, entretanto até o presente momento a lei não foi regulamentada. A expansão do
PSA no Brasil tem gerado inúmeras políticas desta natureza nos âmbitos regionais e locais
(PSA, 2017).
Várias experiências utilizam o conceito de PSA, no Brasil, para manter a qualidade e
quantidade dos recursos hídricos, entre eles podemos citar, o projeto Conservador das Águas
de Extrema/MG, projeto pioneiro no país, o Programa Ecocrédito em Montes Claro/MG, o
Projeto Oásis nos Mananciais da Região metropolitana de São Paulo e outros (Ana, 2010).
A Fundação Grupo Boticário (FGB), em 2006 lança o programa Oásis, uma iniciativa
de PSA ligado à biodiversidade e à água. Até o ano de 2016 foram implantados em 7 locais,
compreendendo os estados de SP, PR, SC, MG e BA. Entre os principais resultados de projetos
e programas destacam-se: a) 7 programas de PSA estruturados, 19 parcerias formalizadas; 50
processos para construção de políticas públicas de PSA; 28 normas legais de PSA elaboradas e
sancionadas, cinco mil hectares em áreas naturais sob contrato de PSA, mais de 500
propriedades contratadas e cerca de 8 milhões de pessoas beneficiadas indiretamente,
(FIDALGO et al., 2017).
Nos últimos 15 anos, muitas experiências que utilizam o conceito de PSA tem sido
implantada no pais. Os principais projetos são: Produtores de Água e Floresta, Guandu (RJ) em
13
2009; Programa Produtor de Água, Guaratinguetá (SP) em 2010; Produtor de Água do Rio
Macaé (RJ) em 2012; Produtores de Águas, Rio Verde Goiás em 2013; Programa Produtor de
Água, Itabira (MG) em 2014; PSAIPOJUCA, Rio Ipojuca (PE) em 2014; Produtor de Água,
Itanhandu (MG) em 2014; Projeto Olhos d’Água, Carapebus (RJ) em 2015 e Projeto Mais
Água, São Jose dos Campos (SP) em 2015. Segundo Prado et al., (2015) em 2011, seis anos
após início do projeto em Extrema (MG) 42 projetos de PSA foram identificados, sendo que o
número saltou para 52 em 2014.
Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
A Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú (BHRC) está localizada no litoral centro-norte
do Estado de Santa Catarina, Brasil, entre as latitudes 27°2’0”s e 27°8’0”s e longitudes
48°40’0”w e 48°48’0”w (Figura 3). A BHRC drena uma área de aproximadamente 200Km²,
seu principal rio, o Rio Camboriú, possui cerca de 40km de extensão e banha os municípios de
Balneário Camboriú e Camboriú, apresentando diferentes realidades e desafios relacionados
com a gestão dos recursos hídricos. Os principais rios que compõem a Bacia do Rio Camboriú-
SC são: Ribeirão dos Macacos, Rio do Salto, Rio do Braço e Rio Pequeno (ANTUNES et al.,
2007).
Figura 3: Localização da BHRC. Fonte: EMASA 2009.
14
O relevo da bacia é caracterizado por duas unidades: a Serra do Tabuleiro e Planícies
litorâneas (GRANNEMANN, 2014). A Serra do Tabuleiro caracteriza-se por encostas íngremes
e vales profundos com depósitos sedimentares de sílico-argiloso e areia de quartzos, com suas
características peculiares, favorecendo assim o processo de erosão em áreas desmatadas bem
como deslizamento (URBAN, 2008). De acordo com Antunes et al., (2007), 90% das nascentes
que compõem a bacia do Rio Camboriú encontram-se no município de Camboriú.
Granemann (2014) explica que a BHRC sofre grande pressão ambiental dos diversos
setores econômicos nela presentes. Pode-se destacar na porção superior (a montante), a
agricultura irrigada, os pesque-pague, a mineração e na porção próxima da foz (a jusante)
destaca-se o setor imobiliário, a construção civil e o turismo (Figura 4). Nessa análise, é
fundamental considerar que as atividades econômicas, desenvolvidas ao longo da bacia
interferem na qualidade da água e dificultam sua conservação. Para Antunes et al., (2007), a
degradação ambiental da bacia hidrográfica manifesta-se não apenas nos recursos hídricos, mas
também, no solo e na cobertura vegetal, causando alterações na paisagem natural, urbana e
rural.
Figura 4: Principais atividades desenvolvidas na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú.
Padilha (2013) cita que bacias hidrográficas sujeito ao uso agrícola (Figura 5), como a
do Rio Camboriú, passam por diversas fases de uso da terra, caso da rizicultura, que utiliza a
inundação como método de irrigação. Esse método é considerado ineficiente, pois grande
quantidade de água retorna para a atmosfera pela evapotranspiração (TUCCI; MENDES, 2006).
Na rizicultura a preparação para o plantio o solo fica exposto à erosão e com a precipitação os
15
compostos químicos são levados para os córregos, podendo acarretar na contaminação e
assoreamento dos cursos d’água. Na época de colheita, as quadras são esvaziadas e novamente
estes produtos químicos são transportados até os cursos d’água (EMBRAPA, 2004).
O conflito pelo uso da água não é uma questão localizada, mas sim global. Na Califórnia
(EUA) foi criado, em 1978, o Bank Water (banco/mercado de água), onde acontece a
transferência temporária ou permanente de um direito para uso de água. Como resultado, a
compra e venda dos diretos da água sem devido controle e uso indevido do recurso hídrico,
causaram redução no volume dos aquíferos, prejudicando muitos fazendeiros que para resolver
a questão da falta água tiveram que aumentar a profundidade dos poços artesianos (BURKE et
al., 2004).
O acréscimo na disponibilidade de nutrientes na água, principalmente fosfato e
nitrogênio, pode ocasionar um aumento excessivo na floração de algas, que quando morrem
são consumidas por decompositores. O desequilíbrio ecológico leva a um consumo elevado de
oxigênio e a produção de altas concentrações de subprodutos que alteram a composição da água.
Este fenômeno é chamado eutrofização e, apesar de ser mais comum em ambientes lênticos,
como lagos e represas, a eutrofização também ocorre em ambientes lóticos (PORTO et al.,
1991).
A BHRC apresenta diferentes realidades relacionados com a gestão do recurso hídrico.
Segundo dados do IBGE (2013), a população dos dois municípios cresceu aproximadamente
31,5% entre 2000 e 2010, chegando ao ano de 2010, a 170.450 habitantes (Figura 6), usando os
dados das populações de 2015(IBGE, 2016), o crescimento de 2000 para 2015 foi de 73,5 %.
A gestão dos recursos hídricos é de grande importância para a vida dos seres vivos, um dos
desafios a ser cumprido pelas gerações presentes e futuras. Usar a água de forma sustentável é
essencial. Pois, a conservação da biodiversidade depende da manutenção tanto sanitária quanto
Figura 5: Agricultura (rizicultura) no município de Camboriú-SC na BHRC-SC
16
ambiental (FERNÁNDEZ-DÍAZ; 2003).
Figura 6: População da BHRC em função dos anos. Fonte: IBGE 2013 e 2016.
Um dos principais problemas da BHRC é o uso e ocupação do solo. De acordo com
Ferreira et al., (2005), a análise referente ao uso do solo no município de Balneário Camboriú
mostra um acréscimo de cerca de 1.000% nas residências multifamiliares num período de 22
anos, e 115% nas residências unifamiliares entre 1978 a 2000. Um dos grandes problemas deste
crescimento demográfico é o consumo cada vez maior de água e outros recursos naturais, o
qual pode afetar a qualidade e quantidade da água disponível.
Inspirada pelo PPA idealizado pela ANA e por experiências internacionais, a Empresa
Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú (EMASA) criou o Projeto Produtor
de Água (PA) na BHRC. Esta iniciativa foi concretizada a partir da Lei Municipal nº 3.026, de
26 de novembro de 2009 e tem por objetivo desenvolver instrumentos para garantir a
conservação dos recursos hídricos na bacia do Rio Camboriú, incentivando proprietários rurais
a adotarem práticas conservacionistas em suas propriedades. Essas práticas envolvem a
recuperação de áreas degradadas, a conservação dos remanescentes florestais nativos, o manejo
adequado do solo e a conservação de estradas rurais com o objetivo de aumentar a qualidade e
quantidade de água na BHRC. A linha do tempo retrata a data de criação e implementação de
várias políticas públicas e privadas no Brasil (Figura 7).
Com o intuito de aumentar a quantidade e qualidade da água na BHRC, a EMASA -
responsável pela captação, tratamento da água para ambos municípios, distribuição para
Balneário Camboriú, sendo a empresa Águas de Camboriú a responsável pela distribuição da
água em Camboriú - criou o projeto PA na BHRC.
116.758
170.450202.589
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Figura 7: Linha do tempo do projeto PA da BHRC com seus principais marcos de 2005 a 2017.
18
O projeto PA tem entre seus objetivos o aumento da quantidade e qualidade da água, a
recuperação da mata ciliar, conservação da mata nativa e manutenção das estradas rurais,
entretanto, a eficácia deste projeto ainda não foi mensurada.
A área de intervenção do projeto PA, localizada à montante da BHRC, é de
aproximadamente 138km² (DACOL, 2011) que corresponde a cerca de 70% da área de toda da
bacia. A área piloto escolhida foi a Sub-bacia do Braço correspondendo à 1ª fase do projeto.
Em 2016 a EMASA, com base ao 2º edital de chamamento de 06 de janeiro de 2016, ampliou
a área de atuação do projeto para sub-bacia do Ribeirão dos Macacos, correspondendo à 2ª fase
do projeto (Figura 8). A 3ª fase do projeto será a implementação na sub-bacia do Rio Pequeno,
com data ainda não definida para sua implantação (EMASA, 2016).
Figura 8: Imagem esquerda Regiões da BHRC, a direita Regiões de atuação do projeto PA na BHRC.
O MMA compreende que é necessário para os projetos PSA o monitoramento dos
programas, sendo que estes são incipientes e nem sempre cumprem com os objetivos propostos.
O MMA (2011) entende que o monitoramento estabelece credibilidade aos mesmos. Ao mesmo
tempo, é necessário estabelecer indicadores de eficácia para os Programas Produtores de Água,
possibilitando subsidiar a implantação desta estratégia de conservação em diferentes bacias
hidrográficas brasileiras. Desta forma, estudos para a definição de indicadores que possam
avaliar o sucesso de projetos PA são fundamentais para justificar a manutenção de
investimentos público-privados nesta estratégia de conservação, bem como a implementação
de novos projetos.
19
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar a eficácia do projeto Produtor de Água na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú (SC).
Objetivos Específicos
a) Verificar o nível de conformidade dos objetivos do projeto Produtor de Água da Bacia
Hidrográfica do Rio Camboriú com as metas estabelecidas para o programa pela
Agência Nacional de Águas;
b) Avaliar a percepção dos proprietários contratantes do projeto Produtor de Água em
relação aos benefícios proporcionados por sua implementação;
c) Analisar a qualidade da água na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú ao logo do tempo
frente aos dados obtidos no monitoramento do projeto Produtor de Água;
d) Avaliar os efeitos da implementação do projeto Produtor de Água
e) Propor modelo de protocolo para medir a eficácia do projeto Produtor de Água da
Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú.
3. METODOLOGIA
A área de estudo da presente dissertação compreende a região de implementação
projeto PA na BHRC, litoral centro-norte do Estado de Santa Catarina, Brasil, entre as latitudes
27°2’0”s e 27°8’0”s e longitudes 48°40’0”w e 48°48’0”w. O projeto PA da BHRC foi inspirado
no PPA concebido pela ANA. O projeto atua em duas regiões: Rio do Braço (oeste) e Ribeirão
dos Macacos (leste) (Figura 8).
3.1 Análise do Nível de Conformidade
Para a análise de conformidade foi utilizado um diagnóstico identificando o nível de
consonância entre o projeto PA e o PPA da ANA. Para tanto, o nível de conformidade foi
analisado considerando os seguintes aspectos: justificativa; descrição; objetivo geral; objetivo
20
específicos e metas. Para cada aspecto foi atribuído um valor do percentual do nível de
conformidade, variando entre excelente (supera as expectativas) e ruim (< 25%). O cálculo
para determinar o nível de conformidade foi definido pela equação:
Conformidade = {[ (n° de nota 10x10) + (n° de nota 8x8) + (n° de nota 6x6) +
(n° de nota 4x4) + (n° de nota 1x1) ] ÷ (n° de variáveis - n° de variáveis que não se aplica)}
3.2 Análise da Percepção dos Proprietários Rurais
Para analisar a percepção dos proprietários rurais sobre o projeto PA da BHRC foi
aplicado questionário (Apêndice A) avaliando o nível de satisfação dos mesmos. Segundo Gil
(2009), o questionário é uma técnica de investigação compostas por questões que submetidas
aos entrevistados consegue obter informações que podem atingir os objetivos propostos. As
questões foram elaboradas visando identificar, reconhecer e mensurar como o proprietário rural
percebe o projeto PA. No questionário foram contemplados os aspectos: receptividade,
engajamento e benefícios, como elementos indicadores de sucesso do projeto. O questionário
não apresenta nome de proprietário, apenas o código das propriedades, mantendo a discrição
do mesmo.
As perguntas incluídas no questionário são: Como você conheceu o projeto PA? Há
quanto meses sua propriedade faz parte do projeto PA? Você como proprietário recebeu
recursos da EMASA para desenvolver sua parte no projeto? De quanto em quanto tempo recebe
acompanhamento técnico por parte da EMASA? Você considera o projeto PA receptivo quando
procurado? Qual seu grau de envolvimento com o projeto PA? Quais os benefícios que o projeto
proporciona para você e sua família? O valor financeiro pago pela EMASA está de acordo com
suas expectativas? Em sua opinião o projeto PA está contribuindo para melhoria da água na
bacia do Rio Camboriú? Você aconselharia outro proprietário rural a participar do projeto PA?
3.3 Qualidade da Água
Foi realizada uma análise identificando mudanças físico-químicos da água ao longo do
tempo na BHRC, incluindo dados dos períodos 2001-2002 (URBAN, 2003); 2005-2006
(URBAN, 2008); 2014-2015 (SILVA, 2015); 2015-2016 (RABELO, 2018) e 2014-2017
(EPAGRI-CIRAM, 2017). Os dados foram solicitados para as instituições: EPAGRI e TNC em
agosto 2016, e novamente a EPAGRI em julho e setembro de 2017, conforme Apêndice B, C e
D. Todos dados solicitados junto a EPAGRI foram fornecidos, entretanto, a The Nature
21
Conservancy (TNC) não encaminhou os dados solicitados, apesar das inúmeras tentativas,
portanto, não foi possível considerá-los nas análises comparativas (Quadro 1). Com as análises
foram verificadas possíveis mudanças na qualidade da água associadas às áreas de intervenções
do projeto PA.
Quadro 1: Dados físico-químicos e biológicos da água da BHRC utilizados no presente estudo.
Fonte de Dados Ano de
Publicação
Período
URBAN, Sandro Rogério 2003 2001/2002 10 meses Antes do
projeto
PA 2008 2005/2006 13 meses
SILVA, Dafne Duani Pereira 2015 2014/2015 11 meses Depois do
projeto
PA
RABELO, Letícia 2018 2015/2016 12 meses
EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária
e Extensão Rural de Santa Catarina 2017 2014 a 2017 37 meses
Os dados disponibilizados incluem: condutividade, oxigênio dissolvido, pH,
temperatura, turbidez, demanda bioquímica de oxigênio, salinidade, fosfato, amônia, nitrito,
nitrato, material particulado, silício e clorofíla-a (Quadro 2). A partir do conjunto de dados
obtidos, foram estabelecidos dois critérios para escolha dos parâmetros a serem analisados: a)
apresentar informações antes e depois da criação do projeto PA (iniciou com os proprietários
rurais em 15 de março 2013) e b) ter uma série constante de dados depois da criação do projeto
PA. Com base nestes critérios foram selecionados os parâmetros: condutividade [mS/cm),
oxigênio dissolvido [mg/L], pH, temperatura [°C], turbidez (NTU], vazão [m³/s], demanda
bioquímica de oxigênio [mg/L], amônio [mg/L], nitrato [mg/L], nitrito [mg/L], fosfato [mg/L],
silício [mg/L] e clorofila [µg/L].
Quadro 2: Parâmetros físico-químicos e biológicos da BHRC, disponibilizados pelos diferentes autores
e instituições.
Fontes URBAN
(2003; 2008)
SILVA
(2015)
RABELO
(2018) EPAGRI
(2017)
Período
Parâmetros 2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a2017
Condutividade OK OK OK - OK
Oxigênio dissolvido OK OK OK OK OK
pH OK OK OK OK OK
Temperatura OK OK OK OK OK
22
Turbidez OK OK OK OK OK
DBO OK - OK - -
Salinidade OK - OK -
Fosfato OK OK - OK -
Amônio OK OK - OK -
Nitrito OK OK - OK -
Nitrato OK OK - OK -
MPS - OK - - -
Silício - OK - OK -
Clorofíla-a - OK - OK -
Os pontos de coletas e dados dos autores: EPAGRI (2017); Urban (2003;2008) em
2001/2002 e 2005/2006; por Silva (2015) em 2014-2015 e Rabelo (2018) em 2015/2016, estão
demonstrados e relacionados nas Figuras (9,10) e Apêndices (E, F e G). Após relacionar a
localização dos pontos com as estações hidrológicas (Figura 10) foram definidos os pontos 3 e
5 que correspondem as estações do Rio Camboriú (Captação da Emasa) e Rio Canoas,
respectivamente. O ponto 10 foi definido por sua importância, a área piloto onde iniciou o
projeto PA em 2013 foi a Região dos Braço (Figura 9), neste ponto não temos influência do
ponto 5 que recebe água da Região dos Macacos (Figura 9), onde o projeto PA iniciou em 2016.
Na região do Rio do Braço (Figura 9) predomínio da rizicultura, sendo importante o estudo dos
parâmetros químicos e biológico.
Com relação ao ponto 3, a concessionária de água de Balneário Camboriú (EMASA),
que capta água no Rio Camboriú, construiu próximo ao ponto de captação uma elevação
(barragem) no leito do rio, evitando durante a captação da água bruta a mistura da água doce
com salobra. Os dados de Urban (2003) e EPAGRI (2017) foram coletados a montante deste
ponto (barragem) e dados de Urban (2008), Silva (2015) e Rabelo (2018) foram coletados a
jusante (recebe influência efluente da ETE). A localização geográfica e distância entre os pontos
a montante e jusante da barragem é de aproximadamente 580 m (Apêndice H).
23
Figura 9: Localização dos pontos amostrais de URBAN (2003; 2008), SILVA (2015) e
RABELO (2018) na BHRC, conforme URBAN (2008).
Figura 10: Localização das Estações Hidrológicas da EPAGRI na BHRC.
24
3.3 Avaliação dos efeitos do projeto Produtor de Água
Foram analisados os contratos e os relatórios das vistorias realizadas pelo Grupo Gestor
(GG) do projeto PA junto aos produtores rurais. Nesta análise foi verificada a efetividade das
ações e metas estabelecidas. Também foram avaliadas às intervenções propostas pelo projeto
com os resultados observados in situ, i.e., conservação dentro e fora das matas ciliares,
recuperação dentro e fora das matas ciliares, e manutenção das estradas rurais.
3.4 Desenvolvimento do Modelo de Protocolo de Eficácia do projeto PA
Um protocolo com indicadores para mensurar eficiência do projeto PA foi desenvolvido
e aplicado na BHRC. Os indicadores foram definidos baseado nas metas do projeto PA, que
incluem: adesão de pelo menos 40% dos proprietários rurais por microbacia; 500ha de áreas
degradadas em processo de restauração priorizando as matas ciliares; 5200ha de áreas
conservadas protegidas pelos proprietários por contrato com a EMASA; 180km de estradas
vicinais adequadamente conservadas; implantação de plano de monitoramento hidrológico da
bacia; implantação de programa de educação ambiental na bacia. Também foram considerados
os seguintes indicadores: qualidade da água; quantidade de água; monitoramento do PA; gestão
do projeto PA. O protocolo elaborado foi testado no projeto PA na BHRC avaliando sua
aplicabilidade. Um fluxograma com os indicadores é apresentado na Figura 11.
Figura 11: Fluxograma de construção dos indicadores para medir a eficácia do projeto PA na BHRC.
25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise do Nível de Conformidade
O PPA da ANA foi criado como instrumento voltado para melhoria, proteção e
recuperação dos recursos hídricos estratégicos e o PA da EMASA foi elaborado com o intuito de
aumentar a disponibilidade da água da BHRC. Os aspectos gerais do PPA e PA estão descritos
no Quadro 3.
Quadro 3: Características gerais do PPA da ANA e Projeto PA da EMASA na BHRC.
Na análise da conformidade entre o PPA e PA foram consideradas as seguintes
variáveis: justificativa, descrição, objetivo geral, objetivo específico e metas (Tabela 1). O PPA
apresenta quatro itens para a variável justificativa, enquanto o projeto PA aborda três, não
incluindo o desrespeito ás leis ambientais (Quadro 4), resultado em um nível de conformidade
de 75%, que corresponde a nota 8 nos critérios de pontuação estabelecidos (Tabela 1).
Para variável descrição, o projeto PA aborda na totalidade os itens do PPA, apresentando
100% de conformidade (nota 8). Para a variável objetivo geral, o projeto PA supera o PPA, pois
aborda a metodologia a ser aplicada, superando as expectativas (nota 10). Com relação aos
objetivos específicos, o projeto PA relaciona uma informação importante que o PPA não
Programa/Projeto Programa Produtor de Água Projeto Produtor de Água
Instituição ANA EMASA
Data
Criação
Instituição 2000 2005
Projeto ou
programa 2001 2009
Descrição
Instrumento voltado para
melhoria, proteção e recuperação
dos recursos hídricos
Instrumento criado com o intuito
de aumentar a disponibilidade da
água na Bacia Hidrográfica do
Rio Camboriú -SC
Logotipo
26
abrange, a questão da Educação Ambiental, assim, superando as expectativas (nota 10). Para a
variável meta, foi atribuído “não se aplica”, pois a variável apresenta relação indireta entre PPA
e projeto PA, pois são independentes. Por este motivo, no cálculo da conformidade a variável
“meta” não foi levada em consideração como nota, mas permanece como variável. A análise da
conformidade apresentou valor de 90%, o que demostra uma ótima relação entre o PPA e
projeto PA. Na comparação do PPA e projeto PA é essencial ter em conta que ambos
apresentam características distintas (Quadro 4).
Tabela 1: Critérios e pontuação para análise de conformidade do projeto PA na BHRC.
O PPA foi desenvolvido com aspecto mais amplo podendo ser adaptado em várias
bacias hidrográficas. Apesar do projeto PA da BHRC apresentar conformidade elevada com o
PPA, este também apresenta singularidades. Segundo Atkinson et al., (2006) existe uma
tendência de realizar projetos dentro de programas, requerendo a criação de organizações
temporárias e flexíveis para seu gerenciamento. Bartlett (2006) argumenta que projetos
inseridos dentro programa não tem que estar relacionados na sua totalidade, entretanto a
conformidade entre ambos pode contribuir para a obtenção de objetivos e estratégias comuns.
Patah & Carvalho (2009) observaram que é cada vez mais frequente a utilização de projetos na
execução de serviços. Na BHRC os serviços ambientais pagos aos proprietários rurais são
concedidos por um projeto, o PA.
Categorias Excelente Ótima Boa Regular Ruim
Nota 10 8 6 4 1
Descrição
Variável
supera as
expectativas 100 a 75% 74 a 50% 49 a 25% <25%
Justificativa
Descrição
Objetivo Geral
Objetivo Específico
Meta Não se aplica
27
Quadro 4: Variáveis observadas na comparação entre o PPA da ANA e projeto PA da BHRC.
Variá_
veis Programa Produtor de Água - ANA Projeto Produtor de Água - EMASA
01
. J
ust
ific
ati
va
Erosão hídrica como principal causa da
degradação do solo e dos recursos
hídricos.
Desrespeito as leis ambientais.
Uso incorreto do solo aceleram o
processo de erosão.
Incentivo a adoção de práticas
conservacionistas para proteção do solo
e dos recursos hídricos.
Atividades: rizicultura, pecuária,
carvoaria e agrícolas são as principais
responsáveis pela degradação de áreas
sensíveis.
Desiquilibro do balanço hídrico com
consumo elevado de água nos períodos
mais quentes e o cultivo de arroz.
Incentivos financeiros para áreas
conservadas e restauradas.
02
. D
escr
içã
o Instrumento pelo qual a União apoia a:
melhoria, recuperação e proteção de
recursos hídricos em bacias
hidrográficas estratégicas através da
política PSA.
Projeto como intuito promover a
recuperação ambiental da bacia propondo
incentivos financeiros aos proprietários
rurais que aderem. Principais ações:
recuperar e conservar áreas mais
sensíveis.
03
. O
bje
tiv
o G
era
l
Apoiar projetos de pagamento por
serviços ambientais de proteção hídrica
que visem promover a:
Melhoria da qualidade;
Ampliação da oferta das águas;
regularização da vazão dos corpos
hídricos.
Desenvolver: instrumentos, estratégias e
métodos para conservar e restaurar matas
ciliares e áreas sensíveis para promover
qualidade, quantidade e regulação do
fluxo de água no âmbito da BHRC.
Incentivar financeiramente os
proprietários rurais que aderirem ao
projeto, a fim de proteger os mananciais e
adequar as propriedades rurais à
legislação ambiental.
04
. O
bje
tiv
os
Esp
ecíf
ico
s
Estimular o desenvolvimento das
políticas de PSA de proteção hídrica
no Brasil;
Apoiar projetos em áreas:
De mananciais de abastecimento
público;
Com conflito de usos de recursos
hídricos;
Com problemas de baixa
qualidade das águas;
Com vazões e regimes de rios
sensivelmente alterados;
Com eventos hidrológicos
críticos;
Difundir o conceito de manejo
integrado do solo, da água e da
vegetação;
Garantir a sustentabilidade
socioeconômica e ambiental dos
manejos e práticas implantadas, por
meio de incentivos, inclusive
financeiros, aos agentes
selecionados.
Garantir a sustentabilidade sócio-
econômica e ambiental das atividades
desenvolvidas na bacia, por meio de
incentivos financeiros aos proprietários
rurais;
Aumentar o grau de proteção das áreas
conservadas e recuperar áreas
degradadas;
Reduzir a erosão e o assoreamento;
Apoiar a correta manutenção das estradas
vicinais;
Contribuir para a regularização hídrica da
bacia;
Desenvolver ações de Educação
Ambiental para a comunidade local,
informando sobre a importância de
preservar e recuperar as áreas ripárias.
28
Quadro 4: continuação. 0
5.
Met
as
Divulgação do Programa e da
política de PSA de proteção hídrica
em todas as unidades da federação;
Manutenção da página do Programa
na página eletrônica da ANA;
Incentivo a projetos em todas as
regiões do Brasil;
Treinamento de potenciais agentes
executores de projetos (Estados,
municípios, comitês de bacias,
cooperativas, etc.);
Estímulo à formação de arranjos
organizacionais.
Adesão de pelo menos 40% dos
proprietários rurais por microbacia;
500ha de áreas degradadas em processo
de restauração priorizando as matas
ciliares;
5200ha de áreas conservadas protegidas
pelos proprietários por contrato com a
EMASA;
180km de estradas vicinais
adequadamente conservadas;
Implantação de plano de monitoramento
hidrológico da bacia;
Implantação de programa de educação
ambiental na bacia.
4.2 Análise da Percepção dos Proprietários Rurais
Avaliar a percepção dos proprietários rurais que aderiram ao projeto PA é de suma
importância para o bom desenvolvimento deste, pois os proprietários rurais são os atores
principais do projeto PA. Considerando que a percepção é parte do processo de formação de
conhecimentos (MARIN, 2008), para analisa-la foi aplicado um questionário entre 07 de março
e 03 de maio de 2017 (Apêndice A). O contato direto com os proprietários para a aplicação dos
questionários (Figura 12) possibilitou conhecer 53% dos contratantes do projeto PA (Tabela 2).
As demais formas de aplicação dos questionários foram e-mail, telefone e vistorias, sendo que
nesta última foi possível conhecer as demais propriedades (Tabela 2).
Figura 12: Aplicação do questionário ao proprietário do projeto PA da BHRC.
29
Tabela 2: Forma de aplicação dos questionários do projeto PA da BHRC.
Data da
Entrevista
Código da
Propriedade Telefone E-mail Vistoria Propriedade
07/03/2017 PR 0063 x
02/04/2017 PR 0300 x
03/04/2017 PR 0073 x
04/04/2017 PR 0304 x
04/04/2017 PR 0019 x
04/04/2017 PR 0299 x
06/04/2017 PR 0034 x
06/04/2017 PR 0109 x
07/04/2017 PR 0301 x
07/04/2017 PR 0305 x
10/04/2017 PR 0064 x
10/04/2017 PR 0302 x
12/04/2017 PR 0047 x
12/04/2017 PR 0017 x
13/04/2017 PR 0029 x
20/04/2017 PR 0182 x
03/05/2017 PR 0059 x
Percentual 12 % 18% 18% 53%
Em relação a percepção dos proprietários sobre o projeto PA, a maioria destes tiveram
acesso a informações do projeto através de conhecidos (35,7%) ou pela EMASA (31,3%). A
televisão foi o terceiro meio usado pelos proprietários (12,5%). O Comitê Camboriú, Faculdade
e Folder tiveram uma participação menor em relação a divulgação do projeto, enquanto os
meios de comunicação internet e rádio não foram utilizados pelos proprietários (Figura 13).
Figura 13: Formas de acesso ao projeto PA na BHRC pelos proprietários rurais.
35,7%
31,3%
12,5%
6,3%
6,3%
5,9%
Conhecido
Emasa
TV
Comitê Camboriú
Faculdade
Folder
Internet
Rádio
30
O projeto PA, no período de 05/03/2013 a 28/07/2017, teve a adesão de 19 proprietários
e dois não permaneceram no projeto, sendo que a primeira propriedade aderiu ao projeto em 05
de março 2013 (PR0073) (Figura 7). Propriedades com mais de 18 meses no projeto
correspondem a 75,0% (Figura 14). Propriedades com 12 a 18 meses no projeto tem 18,8%, e
com tempo de 0 a 12 meses somam 12,6%.
Uma área sem cobertura de vegetação nativa ao ser restaurada necessita de recursos
financeiros para aquisição: de mudas, serviços de manutenção e cercamento da área para que
animais, como gado não danifiquem as mudas e o solo. O aporte dos recursos financeiros é
realizado pela EMASA. Propriedades que receberam os recursos financeiros de forma indireta
para a restauração representam 37,5%, enquanto que 50,0% das propriedades não receberam
recursos, pois não houve a necessidade por se tratar de área conservadas. Apenas 12,5% dos
proprietários receberam parcialmente o recurso (Figura 15).
Figura 14: Tempo em meses das propriedades no projeto PA da BHRC.
Figura 15: Percentual de acesso de proprietários aos recursos da EMASA para
desenvolvimento do projeto PA da BHRC.
6,3
0,0
6,3
18,8
75,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
até 3
de 3 a 6
de 6 a 12
de 12 a 18
mais 18
Número de proprietários (%)
Tem
po
de
ad
esã
o a
o
pro
jeto
PA
(m
eses
)
50,0
37,5
12,5
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
Não
Sim
Parcialmente
Número de proprietários (%)
Rec
urs
o r
eceb
ido
da
Em
asa
31
As vistorias do projeto PA são semestrais, o que explica porque 76,5% dos entrevistados
responderam que o acompanhamento é realizado semestralmente e 23,5% responderam que
recebem acompanhamento trimestral (Figura 16). Em caso de restauração, as propriedades
necessitam de acompanhamento técnico com maior frequência. O maior contato dos
proprietários com os gestores do projeto PA é realizado através da EMASA e da equipe de
vistorias, a preocupação dos gestores do projeto PA em dar a devida atenção aos proprietários
é evidenciado em 100% acima de bom (Figura 17), não foi registrada receptividade média e
regular.
Figura 16: Frequência de acompanhamento técnico por parte do GG do projeto PA da
BHRC.
Figura 17: Avaliação da receptividade do projeto PA na BHRC, junto aos proprietários rurais.
Uma vez que se estabelece o contrato entre a Concedente (EMASA) e os Proprietários
Rurais, estes têm se dedicado na conservação e proteção das áreas conservadas ou restauradas.
O registro de 100% acima de bom (Figura 18), reflete o engajamento dos proprietários rurais
com o projeto PA, fato estes que foi observado durante as vistorias in loco e registrados no
Relatório de Vistoria. Durante as vistorias, os proprietários fazem questão de mostrar as áreas
conservadas e em estágio de recuperação e quando há situações que fogem seu controle,
76,5
23,5
0,0
0,0
0,0
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%
Semestral
Trimestral
Bimestral
Mensal
Nunca recebeu
Número de proprietários
Fre
qu
ênci
a d
e
aco
mp
an
ha
men
to
técn
ico
50,0
31,2
18,8
0,0
0,0
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%
Muito bom
Excelente
Bom
Médio
Regular
Número de proprietários
Rec
epti
vid
ad
e d
o
pro
jeto
PA
32
exemplo roubo de palmito e caça ilegal, informam a equipe de vistoria, demostrando o
engajamento do proprietário rural com o projeto PA.
Com relação aos benefícios proporcionados pelo projeto PA, o pesquisado podia atribuir
mais de um benefício entre as opções: social, pessoal, financeiro, econômico e outros. As
respostas que mais se destacaram foram o incentivo ambiental com 75,5% e o financeiro ficou
em segundo lugar com 52,9%. O valor financeiro para alguns proprietários rurais dependendo
da área no projeto PA é irrisório, mas a satisfação de estar participando do mesmo faz sentir-se
bem, representando os benefícios pessoal e social que alcançam 47,1% cada (Figura 19).
Figura 18: Grau de envolvimento do proprietário rural no projeto PA da BHRC.
Figura 19: Benefícios que o projeto PA da BHRC proporciona o produtor rural e família.
O PSA é o principal benefício que o projeto PA proporciona aos proprietários rurais.
Um total de 58,8% dos proprietários estão satisfeitos com o PSA, entretanto 41,2% estão
insatisfeitos com o PSA (Figura 20). Os valores estabelecidos para o PSA foram definidos em
2012 e, deste então, não passaram por revisão, portanto, o valor pago pode estar defasado em
41,2
35,3
23,5
0,0
0,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
Muito bom
Bom
Excelente
Médio
Regular
Número de proprietários (%)
Gra
u d
e en
vo
lvim
ento
do
s p
rop
riet
ári
os
76,5
52,9
47,1
47,1
0,0
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Ambiental
Financeiro
Pessoal
Social
Outros
Número de proprietários (%)
Ben
éfic
ios
qu
e o
pro
jeto
PA
pro
po
rcio
na
33
termos de mercado, apesar de ser atualizado anualmente pela Unidade Fiscal Municipal (UFM)
de Balneário Camboriú.
Durante a aplicação do questionário três proprietários manifestaram que têm percebido
aumento da quantidade de água na bacia e atribuem este aumento ao projeto PA. Do total de
proprietário 66,7% pensam que o projeto PA contribui para a melhoria da qualidade da água,
enquanto que 33,3% pensam que não ou que contribui parcialmente (Figura 21), uma vez que
o número de proprietários que aderiram ao projeto ainda é pequeno 5,7%, quando comparado
com as 298 propriedades da BHRC.
A divulgação do projeto PA é importante para ampliar o mesmo, portanto, reuniões
semestrais na BHRC seriam importantes para difundir o projeto PA. A manifestação dos
proprietários, nestas reuniões semestrais, que já aderiam ao projeto é importante para incentivar
outros proprietários rurais. Com o resultado de 94,4% aconselhando outros proprietários a
participar do projeto (Figura 22), mostra o elevado grau de engajamento dos mesmos com o
PA.
Figura 20: Satisfação dos produtores rurais em relação ao valor do PSA, considerando
suas expectativas em relação ao projeto PA da BHRC.
Figura 21: Contribuição do projeto PA da BHRC para melhoria da qualidade da água.
58,8
41,2
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
Sim
Não
Número de proprietários (%)
Sa
tisf
açã
o d
o
pro
pri
etá
rio
co
m o
PS
A
66,7%
16,7%
16,7%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
Sim
Não
Parcialmente
Número de proprietários (%)
Co
ntr
ibu
içã
o d
o P
A
pa
ra m
elh
ori
a d
a
qu
ali
da
de
da
ág
ua
34
Figura 22: Intenção de proprietários, que aderiram ao PA, indicarem o projeto para
outros produtores rurais da BHRC.
O projeto PA está sendo divulgado na BHRC através de conhecidos e pela própria
EMASA, a adesão dos proprietários por ser voluntária favorece a permanência no projeto PA
que é superior a 18 meses. Os produtores rurais acreditam que o projeto PA está contribuindo
para o aumento da qualidade e quantidade de água na BHRC.
A EMASA e o GG buscam a excelência no atendimento aos proprietários e realizam
sempre que necessário o repasse de recursos para a execução do projeto PA nas propriedades,
percebe-se que a maior parte dos proprietários estão satisfeito com o valor pago pelos serviços
ambientais e aconselham outros produtores a participarem do projeto PA. O alto grau de
engajamento dos proprietários refletem a confiança que demostram ter em relação ao projeto e
percebem que o mesmo poder ser uma das soluções para preservar o ecossistema.
4.3 Análise da Qualidade da Água
Segundo Molozzi et al., (2006) o monitoramento de parâmetros de qualidade da água
constitui em ferramenta básica, podendo ser usada para avaliar alterações ambientais oriundas
das ações antrópicas. Análises físico-químicas e de nutrientes da água da BHRC ao longo dos
anos (2001-2017) podem indicar mudanças da qualidade do recurso hídrico associadas às áreas
de intervenções do projeto PA. Para verificar estas possíveis mudanças foram analisados os
parâmetros: temperatura [°C], oxigênio dissolvido [mg/L], vazão [m³/s] condutividade
[mS/cm], pH, turbidez [NTU], demanda bioquímica de oxigênio [mg/L], amônio [mg/L],
nitrato [mg/L], nitrito[mg/L], fosfato [mg/L], silício [mg/L] e clorofíla-a [µg/L].
94,4%
5,6%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Sim
Não
Número de proprietários (%)
Inte
nçã
o p
ara
ind
ica
ção
de
um
pro
pu
tor
pa
ra a
ad
esã
o d
e o
utr
o
pro
du
tor
rura
l
35
4.3.1 Temperatura
A temperatura dos corpos d’água apresentam variações de acordo com a sazonalidade e
acompanham as flutuações do clima. Os valores dos parâmetros: pH, condutividade elétrica,
DBO e oxigênio dissolvido são influenciados pela temperatura, sendo necessária a medição
simultânea destes parâmetros com a temperatura da água. A temperatura também influência a
tensão superficial e a viscosidade. Os organismos aquáticos são afetados por temperaturas fora
de seus limites de tolerância térmica, o que causa impactos sobre seu crescimento e reprodução
(VIEIRA, 2018). A análise dos dados demostrou que não há variações extremas para as médias
(Figura 23, 24 e 25), entretanto, foi registrada temperatura mínima de 11,9 °C para os pontos 3
e 5 em junho de 2016 e máxima de 29,6 °C para o ponto 3 em janeiro de 2015
(EPAGRI/CIRAM, 2017). Deve-se considerar que os pontos amostrais analisados estão em
região potamal (baixa declividade e fluxo laminar) e sem proteção de mata ciliar.
Figura 23: Temperatura [°C] da água no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes
de dados, entre 2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J)
e montante (M) da Captação da Emasa.
Figura 24: Temperatura [°C] da água no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes
de dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
21,24
M
22,59
J
22,95
M22,42
J
21,57
J
0
4
8
12
16
20
24
28
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2017
URBAN URBAN SILVA RABELO EPAGRI
tem
per
atu
ra (
°C)
Autores
21,76 22,15 23,00 22,09 21,27
0
4
8
12
16
20
24
28
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2016
URBAN URBAN SILVA RABELO EPAGRI
tem
per
atu
ra (
°C)
Autores
36
Figura 25: Temperatura [°C] da água no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes
fontes de dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
4.3.2 Oxigênio Dissolvido
O oxigênio dissolvido (OD) é vital para a preservação da vida aquática, pela Resolução
CONAMA N° 357 é considerado uma água de boa qualidade quando seu valor for superior a
5mg/L (ANA, 2017). A análise dos dados registrou aumento de 6,38 mg/L para 6,84 mg/L a
montante e de 4,69 mg/L para 6,03 mg/L para o ponto 3 a jusante (Figuras 26), comparados os
valores antes e depois do projeto PA observa-se aumento do parâmetro, podendo indicar que
houve uma ligeira melhora nas condições ambientais no local. Com relação ao ponto 5, foi
observado um aumento no período de 2001/2002 a 2005/2006, redução com relação a Silva
2014/2015 seguido de aumento quando comparados com Rabelo 2015/2016 e EPAGRI
2014/2017 (Figura 27). O teste Anova (Apêndice I) indicou que há diferenças significativas dos
valores obtidos de diferentes autores para os pontos amostrais 3 e 5, porém, para o ponto 10
(Figura 28), indicou que há similaridade entre os dados para os diferentes autores.
De modo geral, o OD apresentou indefinição na análise de melhoria ou piora da
qualidade. Por outro lado, o fato do parâmetro não ter apresentado um declínio na qualidade
pode-se considerar como positivo, considerando frequentes relatos de degradação ambiental
observados em ecossistema lóticos brasileiros. Caso como a contaminação do rio Perequê em
Itapema (SC), jan. 2018, com esgoto doméstico. Na água, as principais fontes de oxigênio são
a troca com a atmosfera dada pela aeração, produção pelos organismos produtores primários
via fotossíntese e a própria água (BARROS, 2011). Nas figuras 29 e 30 pode-se observar o
comportamento da vazão e do OD ao longo do tempo, segundo dados da EPAGRI (2017), de
modo geral, que a concentração do oxigênio dissolvido no ponto amostral 3 tem uma baixa
correlação com a variação da vazão (R² = 0,217), sendo que para o ponto 5 essa correlação é
inexistente (R²= 0,022) (Apêndice J).
22,41 22,56 21,74 20,87
0
4
8
12
16
20
24
28
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016
URBAN URBAN SILVA RABELO
tem
per
atu
ra (
°C)
Autores
37
Figura 26: Oxigênio dissolvido [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes
de dados, entre 2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J)
e montante (M) da Captação da Emasa.
Figura 27: Oxigênio dissolvido [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes
de dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Figura 28: Oxigênio dissolvido [mg/L] no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes
fontes de dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
6,38
M 4,69
J
6,03
J 4,33
J
6,84
M
0
2
4
6
8
10
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2017
URBAN URBAN SILVA RABELO EPAGRI
ox
igên
io d
sso
lvid
o
(mg
/L)
Autores
6,47 7,04
4,92
6,96 7,04
0
2
4
6
8
10
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2016
URBAN URBAN SILVA RABELO EPAGRI
ox
igên
io d
sso
lvid
o
(mg
/L)
Autores
6,46 7,336,32
7,33
0
2
4
6
8
10
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016
URBAN URBAN SILVA RABELO
ox
igên
io d
sso
lvid
o
(mg
/L)
Autores
38
Figura 29: Oxigênio dissolvido [mg/L] e vazão [m³/s] do Rio Camboriú no ponto 3 (Captação da
EMASA) entre março de 2014 a dezembro de 2017 para dados da EPAGRI.
Figura 30: Oxigênio dissolvido [mg/L] e vazão [m³/s] do ponto 5 (Rio Canoas) entre março de 2014 a
dezembro de 2016 para dados da EPAGRI.
4.3.3 Potencial Hidrogeniônico
A análise dos dados de pH antes do projeto PA (Urban, 2001/2002; EPAGRI, 2014-
2017) e depois projeto PA (Urban 2005/2006; Silva 2014/2015) apresentam constância nos
dados, sendo que o teste estatístico Anova (Apêndice I), não mostra diferenças significativas
para os pontos 3, 5 e 10 (Figura 31, 32 e 33), contudo percebe-se no ponto 10, aumento de 6,57
para 7,48 antes e depois do projeto PA respectivamente, que pode indicar atuação do projeto
PA. Não foi observado valores de pH fora do estabelecido pela Resolução CONAMA 357 para
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
mar
mai
o
jul
set
nov
jan
mar
mai
o
jul
set
nov
jan
mar
mai
o
jul
set
nov
jan
mar
mai
o
jul
2014 2015 2016 2017
Va
zão
(m
³/s)
e
OD
(m
g/L
)
Ponto 3
OD mg/L Vazão m³/s
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
mar
mai
o
jul
set
nov
jan
mar
mai
o
jul
set
nov
jan
mar
mai
o
jul
set
nov
2014 2015 2016
Va
zão
(m
³/s)
e
OD
(m
g/L
)
Ponto 5
OD mg/L Vazão m³/s
39
Classe 2, que deve estar entre 6 e 9 para a proteção da vida aquática. Em adição, mesmo nos
pontos a jusante da Captação da EMASA não foi observado influência de águas salobras.
Figura 31: pH no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação
da EMASA.
Figura 32: pH no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Figura 33: pH no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e
2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
6,81
M6,49
J6,41
M
6,92
J6,61
J
0
2
4
6
8
10
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2017
URBAN URBAN SILVA RABELO EPAGRI
pH
Autores
6,77 6,51 6,68 6,98 6,72
0
2
4
6
8
10
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2016
URBAN URBAN SILVA RABELO EPAGRI
pH
Autores
6,57 6,407,48
0
2
4
6
8
10
2005/2006 2014/2015 2015/2016
URBAN SILVA RABELO
pH
Autores
40
4.3.4 Turbidez
A turbidez indica o grau de atenuação que um feixe de luz sofre ao atravessar a água.
Esta atenuação ocorre pela absorção e espalhamento da luz causada pelos sólidos em suspensão
(PIMENTEL, 2015). A erosão dos solos é a principal fonte de turbidez, mineração e o
lançamento de esgotos e de efluentes industriais também são fontes importantes. O aumento da
turbidez faz com que uma quantidade maior de produtos químicos sejam utilizados nas estações
de tratamento de águas, aumentando os custos de tratamento (ESTEVES, 2011).
É possível observar variações da turbidez antes e depois do projeto PA para ponto 5
(Figura 35). Para o ponto 3 e 10, o teste Anova (Apêndice I), apresentou similaridade nos dados
para os diferentes autores. Entretanto, para o ponto 5 foi registrado pequena alteração de Urban
2005/2006 para Rabelo 2015/2016; aumento de mais de 100%, quando comparamos Urban
2005/2006 com EPAGRI 2014 a 2016 e redução de Urban 2005/2006 para Silva 2014/2015
(Figura 35). Valor alto da turbidez para os dados da EPAGRI podem ser explicados pois a coleta
de dados foi realizada sistematicamente, independente das condições de pluviosidade, as quais
alteram a turbidez dos corpos d’ água, sendo que os outros autores realizam amostragens em
dias não antecedidos por pluviosidades. É importante ressaltar os valores da turbidez para o
ponto 10, região de maior atuação ao longo do tempo do projeto PA os valores se mantem
estáveis antes e depois do projeto PA (Figura36). Isso pode indicar que não houve piora das
condições ambientais e sugere que o projeto PA pode estar conseguindo manter a turbidez
estável, fato que não foi observado nos pontos 3 e 5 (Figura 34 e 35)
Figura 34: Turbidez [NTU] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da
Captação da EMASA.
45,15 J 49,10 M 44,33 J
57,63 J
0
20
40
60
80
100
120
2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2017
URBAN SILVA RABELO EPAGRI
turb
idez
( N
TU
)
Autores
41
Figura 35: Turbidez [NTU] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de
dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Figura 36: Turbidez [NTU] no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes fontes de
dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
A variabilidade da turbidez pode ser explicada por vários fatores, entre eles ação
antrópica e assoreamento dos corpos hídricos, sendo que para o Rio Camboriú as estradas rurais
se configuram com fontes de sedimentos que alteram esse parâmetro. No caso do presente
estudo, as turbidezes em ambos os pontos apresentam valores menores que o limite estabelecido
pela resolução do 357 do CONAMA (até 100 UNT para classe 2), no qual se enquadra o Rio
Camboriú.
4.3.5 Condutividade
Observa-se maior variação da condutividade no ponto 3 (Figura 37), fato é explicado
pois, o ponto de coleta dos autores Urban 2005/2006 e Silva 2014/2015 se distanciam da
EPAGRI 2014-2017 e Urban 2001/2002 (Apêndice H). O ponto de coleta de Urban 2001/2002
e EPAGRI 2014-2017 localiza-se a montante da Captação da EMASA, entretanto, os demais
autores coletam 580m a jusante, ambiente que pode ter influência de água salobra. Os valores
17,4610,05
20,55
37,72
0
20
40
60
80
2005/2006 2014/2015 2015/2016 2014 a 2016
URBAN SILVA RABELO EPAGRI
turb
idez
(N
TU
)
Autores
19,77 21,32 21,24
0
10
20
30
40
50
2005/2006 2014/2015 2015/2016
URBAN SILVA RABELO
turb
idez
( N
TU
)
Autores
42
de Urban 2001/2002 (montante, antes do projeto PA) e EPAGRI 2014-2017 (montante, depois
do projeto PA) apresentaram uma pequena redução, sendo que para Urban 2005/2006 (jusante,
antes do projeto PA) e Silva 2014/2015 (jusante, depois do projeto PA) foram registrados
valores maiores, possivelmente associados a salinidade (Figura 37). Os valores nos pontos 5 e
10 apresentaram certa uniformidade (Figura 38 e 39). O teste Anova (Apêndice I), indicou
similaridade entre os dados para os diferentes autores no ponto 10 e diferenças significativas
para os pontos 3 e 5.
Uma análise dos pontos 5 e 10 (Figura 38 e 39), indicam que a região do Braço, onde se
localiza o ponto 10, apresenta os menores valores de condutividade, apesar do cultivo de arroz
irrigado na região, este fato pode ser explicado por dois fatores: atuação do projeto PA
conseguindo manter estável a condutividade na região e redução da área de cultivo de arroz no
ano de 2007 de 1.200ha para 950ha (Anexo 1).
Figura 37: Condutividade [mS/cm] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de
dados, entre 2001 e 2017. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e
montante (M) da Captação da EMASA.
Figura 38: Condutividade [mS/cm] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de
dados, entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
0,095 M
0,200 J
0,310 J
0,088 M
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2014 a 2017
URBAN URBAN SILVA EPAGRI
Co
nd
uti
vid
ade
(mS
/cm
)
Autores
0,090 0,087 0,0820,099
0,000
0,030
0,060
0,090
0,120
0,150
2001/2002 2005/2006 2014/2015 2014 a 2016
URBAN URBAN SILVA EPAGRI
cond
uti
vid
ade
(mS
/cm
)
Autores
43
Figura 39: Condutividade [mS/cm] no ponto amostral 10 na BHRC para diferentes
fontes de dados, entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Os valores de condutividade relativamente altos podem ser explicados pelo uso de
fertilizantes na rizicultura na região do Rio Canoas e Rio do Braço, este fato é comprovado nos
estudos realizados pelos autores Conejo e Pereira Filho (2010, p. 36): “Os principais resultados
desse estudo mostraram deterioração da qualidade da água em função de seu uso na rizicultura
irrigada. As principais alterações encontradas foram: [...] aumento da condutividade [...]”.
A medição da condutividade de um líquido é uma maneira indireta e simples de inferir
a presença de íons provenientes de substâncias polares, geralmente sais inorgânicos, dissolvidos
na água, como cloretos, sulfetos, carbonatos, fosfatos. A presença dessas substâncias aumenta
a condutividade da água, pois os mesmos são eletrólitos, ou seja, se dissolvem em íons na água
e contribuem para a condução de eletricidade (SEHN, 2016). Os valores de condutividade da
água doce não têm um padrão definido, pois depende da geologia da nascente e do tipo de
efluente lançados no curso d’ água.
4.3.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio
Os valores de DBO para os pontos 3 e 5 (Figura 40 e 41) apresentaram similaridade,
conforme teste Anova (Apêndice I). Analisando os valores absolutos e comparando os dois
pontos, observamos redução dos valores para o ponto 5, que pode indicar melhora no ambiente.
Valores altos de DBO5,20, num corpo d'água são provocados geralmente causados pelo
lançamento de cargas orgânicas, principalmente esgotos domésticos. A ocorrência de altos
valores deste parâmetro causa uma diminuição dos valores de oxigênio dissolvido na água, o
que pode provocar mortandades de peixes e eliminação de outros organismos aquáticos,
(TUNDISI; TUNDISI, 2008).
0,070 0,070 0,062
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
2001/2002 2005/2006 2014/2015
URBAN URBAN SILVA
Co
nd
uti
vid
ade
(mS
/cm
)
Autores
44
Figura 40: Demanda bioquímica de oxigênio, DBO [mg/L] no ponto amostral 3 na
BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com
desvio padrão (barra); jusante (J) e montante (M) da Captação da EMASA.
Figura 41: Demanda bioquímica de oxigênio, DBO [mg/L] no ponto amostral 5 na
BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com
desvio padrão (barra).
4.3.7 Amônio
O amônio (NH4+) presente nos ambientes aquáticos possui diversas origens, dentre elas,
a excreção dos organismos, a mineralização da matéria orgânica por bactérias heterotróficas e
fontes externas como descargas de efluentes orgânicos e fertilizantes (RUSSO, 1985). O teste
Anova (Apêndice I), indicou diferenças significativa entre dados de diferentes autores para o
ponto 3, porém, os pontos 5 e 10 apresentaram similaridade entre os dados (Figura 43 e 44).
Foi observado aumento de praticamente 50% para o amônio no ponto 3 (Figura 42) a
jusante entre 2005/2006 e 2014/2015, que pode estar associado ao lançamento de esgoto urbano
logo após a Captação da EMASA oriunda da expansão do Bairro Conde de Vila Verde no
município de Camboriú (Anexo 2). Entretanto, o valor de 2015/2016 é maior que os valores
encontrados por Urban 2005/2006 a montante, demostrando que o rio Camboriú tem recebido
crescente aporte de material orgânicos nos últimos 15 anos. Resolução 357 do CONAMA não
estabelece limites para amônio.
3,78 M 3,96 J
01234567
2001/2002 2014/2015
URBAN SILVA
DB
O (
mg
/L)
Autores
3,84
2,14
01234567
2001/2002 2014/2015
URBAN SILVA
DB
O (
mg
/L)
Autores
45
Figura 42: Amônio [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2015. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
Figura 43: Amônio [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Figura 44: Amônio [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
0,172 M
0,916 J
1,376 J
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Am
ôn
io (
mg
/L)
Autores
0,151
0,236 0,210
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Am
ôn
io (
mg
/L)
Autores
0,119
0,201
0,143
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Am
ôn
io (
mg
/L
Autores
46
4.3.8 Nitrato
O nitrato (NO3-) é o composto formado pela reação completa da nitrificação, ou seja, a
oxidação do amônio pelas bactérias nitrificantes. Pode ser encontrado em altas concentrações
no ambiente sendo que existem poucos estudos em relação a sua toxicidade para os organismos
aquáticos (URBAN, 2008). O teste Anova (Apêndice I), indicou que há diferenças
significativas dos dados para os pontos 3, 5 e 10. Para o ponto 3, entre 2005/2006 a 2015/2016,
foi registrado redução na concentração de nitrato a jusante do ponto de Captação da EMASA
(Figura 45), nos pontos 5 e 10 foi observado comportamento similar, com aumento seguido de
redução da concentração de nitrato (Figura 46 e 47). Contudo foi registrado redução mais
expressiva na região de atuação do projeto PA, ponto 10, fato que pode estar associado ao
aumento e subsequente redução da área da rizicultura (Anexo 1). Os valores de nitrato estão
abaixo do estabelecido pela Resolução 357 do CONAMA cujo limite para Classe II é de até
10,0 mg/L N.
Figura 45: Nitrato [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
Figura 46: Nitrato [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
0,134M
0,637
J 0,211 J
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Nit
rato
(m
g/L
)
Autores
0,134
0,403
0,215
0,000,100,200,300,400,500,600,70
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Nit
rato
(m
g/L
)
Autores
47
Figura 47: Nitrato [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
4.3.9 Nitrito
Segundo, Brigante e Espindola (2003), o composto nitrito, NO2- é bastante solúvel em
água, sendo um intermediário natural na oxidação microbiana do amônio para o nitrato. Por ser
um estado intermediário entre amônio e nitrato, o aumento e redução da concentração
acompanha a mesma lógica dos parâmetros, amônio e nitrato. O teste Anova (Apêndice I),
indicou que há diferenças significativas dos dados para diferentes autores nos pontos 3, 5 e 10.
O parâmetro nitrito apresentou comportamento similar ao nitrato para os três pontos: 3,
5 e 10. O ponto3 apresentou redução da concentração no período de 2005/2006 a 2015/2016 a
jusante (Figura 48), os pontos 5 e 10 indicaram aumento da concentração seguido de redução
para os períodos de 2001/2002 a 2005/2006 e 2005/2006 a 2015/2016 (Figuras 49 e 50), fato
que pode está associado ao aumento e depois redução da área da rizicultura (Anexo 1). Os
valores de nitrito estão abaixo do estabelecido pela Resolução 357 do CONAMA cujo limite
para Classe II é de até 1,0 mg/L N.
Figura 48: Nitrito [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
0,146
0,638
0,200
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Nit
rato
(m
g/L
Autores
0,004 M
0,040 J
0,021 J
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Nit
rito
(m
g/L
)
Autores
48
Figura 49: Nitrito [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Figura 50: Nitrito [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2001
e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
4.3.10 Fosfato
Elemento químico essencial à vida aquática e aos sistemas biológicos, o fósforo é
encontrado principalmente no composto fosfato (PO43-), reconhecido como nutriente chave na
fertilização dos lagos, e o suprimento deste elemento muitas vezes regulam a produtividade
natural da água, desempenhando um papel limitante e que pode determinar a abundância do
plâncton (POLI; VINATÉIA, 2004). As fontes de fosfato podem ser de origens naturais, através
do intemperismo de rochas fosfatadas; de origem antropogênica, decorrente de atividades
agrícolas (fertilizantes) e pela poluição de detergentes (URBAN, 2008).
O teste Anova (Apêndice I), indicou que há diferenças significativas dos dados para os
pontos 3, 5 e 10. Análise realizada no ponto 3 apontou redução na concentração de fosfato a
jusante no período de 2005/2006 a 2015/2016 (Figura 51). Para o ponto 5 foi registrado declínio
acentuado da concentração de fosfato ao longo dos anos; 2001/2002 a 2015/2016 (Figura 52).
O ponto10 entre 2001/2002 a 2005/2006 registrou aumento de mais 100% na concentração de
0,004
0,015
0,006
0,00
0,01
0,01
0,02
0,02
0,03
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Nit
rito
(m
g/L
)
Autores
0,003
0,016
0,005
0,000,010,010,020,020,030,03
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Nit
rito
(m
g/L
Autores
49
fosfato e redução ainda mais acentuada no período de 2005/2006 a 2015/2016 (Figura 53), fato
que pode está associado ao aumento e depois redução da área da rizicultura (Anexo 1). Estudos
realizados na bacia hidrográfica do Rio Mogi-Guaçu também apresentaram aumento e redução
da concentração fósforo entre 1989 e 1997 (BRIGANTES e ESPÍNDOLA, 2003). O valor de
fosfato nos pontos 3, 5 e 10 (Figura 51,52 e 53) em determinados período apresentaram
resultado acima do estabelecido pela Resolução 357 do CONAMA, cujo limite para Classe II é
de até 0,030 mg/L para ambientes lênticos e 0,050 mg/L para ambientes intermediários.
Segundo Esteves (2011), o aporte de fosfato em rios acontece em maior parte por
processos artificiais, como esgoto domésticos e industriais. Na Europa, após a adoção de
medidas como tratamento de efluente e reformulação dos detergentes, a emissão de fosfato na
água reduziu substancialmente. No Brasil a contribuição de fósforo para os ecossistemas
aquáticos a partir de efluentes domésticos chegam até três vezes mais quando comparados com
a comunidade europeia (ESTEVES, 2011).
Figura 51: Fosfato [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
Figura 52: Fosfato [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
0,172 M0,150 J
0,024 J
0,000,050,100,150,200,250,300,35
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Fo
sfa
to (
mg
/L)
Autores
0,172
0,078
0,0100,000,050,100,150,200,250,300,35
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Fo
sfa
to (
mg
/L)
Autores
50
Figura 53: Fosfato [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2001 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
4.3.11 Silício
O silício é outro elemento importante de estudo, pois é encontrado em quase todos os
organismos vivos. É possível que o silício tenha desempenhado um papel importante, ou mesmo
indispensável, no aparecimento da vida na Terra, pois representa cerca de 25% do seu peso na
crosta terrestre (URBAN, 2008). É um elemento importante para a vida animal e vegetal. Algas
extraem sílica da água, para formar as paredes das suas células (diatomáceas) (ESTEVES,
2011).
O teste Anova (Apêndice I), apresentou similaridade nos dados para os três pontos
amostrais 3, 5 e 10 (Figura 54, 55 e 56). No entanto, foi registrado redução nos valores absolutos
nos pontos 3, 5 e 10, sendo observado maior redução no ponto 10, aproximadamente 50%. Essa
queda nos valores de silício para os três pontos amostrais pode estar associada a redução da
exploração de pedras no município de Camboriú. Segundo Zonta (2012), Camboriú já foi
destaque na extração de pedras, mas nas últimas décadas muitas pedreiras fecharam e a
produção diminuiu. Resolução 357 do CONAMA não estabelece limites para silício.
Figura 54: Silício [mg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
0,024
0,056
0,006
0,00
0,03
0,05
0,08
0,10
2001/2002 2005/2006 2015/2016
URBAN URBAN RABELO
Fo
sfa
to
Autores
2,575 J 2,418 J
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
2005/2006 2015/2016
URBAN RABELO
Sil
ício
(m
g/L
)
Autores
51
Figura 55: Silício [mg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
Figura 56: Silício [mg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre 2005
e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
4.3.12 Clorofila
A concentração da clorofíla-a é utilizada como medida de determinação da biomassa
fitoplanctônica por ser um pigmento comum a todos os organismos fotossintéticos, constituído
em média 1,5% da massa da matéria orgânica das algas (POLI et al., 2004). O teste Anova
(Apêndice I), apresentou diferença significativa nos valores dos dados entre os autores para os
pontos 3, 5 e 10.As análises demostram redução de aproximadamente 50% no teor de clorofíla-
a para os pontos 3, 5 e 10 (Figura 57, 58 e 59). Entretanto, os maiores valores foram registrados
no ponto 3, provavelmente com maior aporte de material orgânico principalmente esgoto
doméstico.
A redução dos valores de clorofíla-a podem indicar melhor qualidade do curso d’água
no período de 2005/2006 a 2015/2016, especialmente no ponto 10, área onde o projeto PA
atuação há 5 anos, com ações que tem aumento da área de restauração e conservação (Tabelas
7 e 8). A demais, a BHRC apresentou redução da área de cultivo destinado a rizicultura (Anexo
1), estas ações diminuem o aporte de material orgânicos nos rios. Os valores de clorofíla-a estão
2,4492,157
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
2005/2006 2015/2016
URBAN RABELO
Sil
ício
(m
g/L
)
Autores
2,6051,768
0,001,002,003,004,005,006,00
2005/2006 2015/2016
URBAN RABELO
Sil
ício
(m
g/L
Autores
52
abaixo do estabelecido pela Resolução 357 do CONAMA cujo limite para Classe II é de até
30µg/L.
Figura 57: Clorofíla-a [µg/L] no ponto amostral 3 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
Figura 58: Clorofíla-a [µg/L] no ponto amostral 5 na BHRC para diferentes fontes de dados,
entre 2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra); jusante (J) e montante
(M) da Captação da EMASA.
Figura 59: Clorofíla-a [µg/L] no Ponto 10 na BHRC para diferentes fontes de dados, entre
2005 e 2016. Nota: média (coluna) com desvio padrão (barra).
3,683 J
1,879 J
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
2005/2006 2015/2016
URBAN RABELO
Clo
roil
a-a
(µ
g/L
)
Autores
2,016
1,075
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2005/2006 2015/2016
URBAN RABELO
Clo
rofí
la-a
(µg
/L)
Autores
1,998
1,065
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2005/2006 2015/2016
URBAN RABELO
Clo
rofi
la-a
(m
g/L
Autores
53
4.3.13 Análise geral dos parâmetros físico-químicos-biológicos
Com relação a qualidade da água da BHRC as análises, de modo geral, indicam
estabilidade ou melhoria dos parâmetros analisadas. Na análise de 12 parâmetros, foi observado
apenas um declínio da qualidade (amônio no ponto 3 a jusante da captação da EMASA). Das
análises realizadas 67,6% apresentaram melhoria na qualidade e 29,4% permaneceram
constantes (Quadro 5).
O projeto PA na BHRC, por ser recente, iniciou em 2013 na Região do Braço e em 2016
na Região dos Macacos (Figura 9), não é possível afirmar que as melhorias apresentadas nos
parâmetros são frutos somente do projeto PA. Não obstante os dados do ponto 10 em relação
aos pontos 3 e 5 apresentou as melhores condições, que pode indicar atuação do projeto PA.
Estudos a médio e longo prazo poderão confirmar ou não está tendência.
Quadro 5: Comportamento dos parâmetros físico-químico-biológicos analisados para os
pontos 3, 5 e 10 da BHRC, baseado em Urban 2001/2003 e 2005/2006; Silva 2014/2015;
Rabelo 2015/2016 e EPAGRI 2014 -2017.
Pontos
Parâmetros
Ponto 3
Rio Camboriú
(Captação
EMASA)
Ponto 5
Rio Canoas
Ponto 10
Rio do Braço
Oxigênio dissolvido
Vazão
pH
Turbidez
Condutividade
DBO
Amônio
Nitrato
Nitrito
Fosfato
Silício
Clorofíla-a
Legenda: Melhorou; Manteve; Declínio
Avaliar a qualidade da água na BHRC, com base no projeto PA, é tarefa complexa, pois
são várias situações que podem alterar a qualidade de um recurso hídrico. Large e Petts (1996)
afirmam que a reabilitação das matas ciliares promove o controle dos ciclos biogeoquímicos,
restaurando a função natural, que é reter material particulado e absorver matéria orgânica,
54
inorgânicas e poluentes, além de preservar e reabilitar a fauna e flora. Os principais rios da
BHRC, em muitos trechos, encontram-se sem proteção da mata ciliar, como exemplo o Ribeirão
dos Macacos (Figura 60), localizado na região dos Macacos, favorecendo o carreamento de
materiais orgânico e inorgânico para os corpos d’ água, diminuindo a qualidade do recurso
hídrico e aumentando custo do tratamento da água.
Estudos realizados no rio Mogi-Guaçu 2000/2001 apontam que um dos impactos na
qualidade da água está a poluição orgânica, produto do lançamento de esgoto doméstico sem o
devido tratamento, oriunda do aumento populacional naquela região. Foram analisados
condutividade, amônio, nitrato, nitrito, fosfato e outros parâmetros, sendo observados
incrementos desde a nascente até sua foz, identificando alterações em função das atividades
antrópicas na bacia (BRIGANTE; ESPINDOLA, 2003). Fato que também é observado na
BHRC.
Figura 60: Ribeirão dos Macacos sem a proteção da mata ciliar na BHRC-SC.
Um exemplo a ser observado é o aumento da concentração de amônio no ponto 3 a
jusante da captação da EMASA, cujo valor passou de 0,916 mg/L no período de 2005/20006 a
1,376 mg/L em 2015/2016 (Figura 42), representando incremento de aproximadamente 50%.
Imagens registradas, demostram o lançamento de esgoto in-natura no Rio Camboriú (Figura
61) proveniente, provavelmente da expansão do Bairro Conde de Vila Verde em Camboriú
entre 2004 e 2017 (Anexo 2). O Poder Público juntamente com a sociedade civil na Bacia
Hidrográfica do Rio Mogi-Guaçu implementaram várias ações de curto-médio-longo prazos
afim de resolver a questão do poluição da bacia, entre elas estão: recomposição e manejo de
matas ciliares, plano de manejo de nascentes, sustentabilidade agrícola, orientações para os
agricultores locais, novas formas de agricultura para a região, práticas de conservação de solos,
55
captação de águas pluviais das estradas, saneamento básico, tratamento da água de consumo no
meio rural e saneamento básico rural (BRIGANTE; ESPINDOLA, 2003). O GG do projeto PA
do Rio Camboriú, juntamente com as instituições parceiras e Poder Público, devem desenvolver
ações mais eficazes para a melhoria da qualidade dos corpos d’água da BHRC.
Figura 61: Imagem a direita: Canal de drenagem que leva esgoto ao rio Camboriú no Distrito Rio do
Meio, passando dentro da área do Instituto Federal Catarinense. A Direita, esgoto após passar sob a Av.
João Costa no Distrito Rio do Meio em Camboriú, antes de chegar ao Rio Camboriú.
Uma das ações que a curto prazo pode trazer retorno para o recurso hídrico da BHRC e
para a sociedade é a continuidade da readequação das estradas rurais e manutenção periódica
de todas as bacias de contenção das estradas rurais do município de Camboriú na área de
atuação do projeto PA. Em avaliação preliminar, observa-se que a retenção de sedimentos nas
bacias de contenção contribui para a melhoria da qualidade da água, evitando que materiais
sejam carreados para os corpos d’água. A manutenção constante das bacias de contenção
(limpeza e destinação adequadas do material) evita o assoreamento do recurso hídrico,
melhorando a qualidade da água com relação a turbidez e outros parâmetros, que implicará na
redução de custo de tratamento na ETA. Em adição, a implantação de um plano de Educação
Ambiental para a BHRC também deve trazer benefícios a médio e longo prazo.
Os problemas encontrados na BHRC são recorrentes em outras partes do mundo. Um
case foi apresentado por Milovanovic em 2007 estudando a região do sul da Servia e norte da
Grécia para o Rio Axios, entre 1979 e 2003, determinou tendências temporais e espaciais nos
parâmetros físico-químicos na água. O estudo analisou nitrato, nitrito, amônio, fosfato, DBO,
cádmio, cromo, zinco e chumbo. O trabalho concluiu que a qualidade da água do Rio Axios é
afetada por atividades antrópicas, apresentando altos valores de metais pesados e nutrientes, as
56
fontes de poluição foram determinadas, sendo resultantes de atividades industriais, agrícolas e
domésticas. O estudo identificou uma gestão ineficaz e incompleta dos recursos hídricos, sendo
que a urbanização triplicou a descarga de esgotos e foi necessária a construção de barragens
para atender o aumento da demanda de água. Esse exemplo de situação deve ser identificado a
tempo, evitando consequências para uma bacia como do Rio Camboriú.
4.4 Avaliação dos efeitos do projeto Produtor de Água
Nesta etapa foram analisados os contratos e os relatórios das vistorias realizadas pelo
GG do projeto PA junto aos produtores rurais, atestando a conformidade das ações e metas,
relacionando às intervenções realizadas pelo projeto PA com os resultados observados in situ,
i.e., proteção, recuperação da vegetação dentro e fora das matas ciliares.
4.4.1 Analise dos contratos
Os contratos são estabelecidos entre a Concedente, EMASA e os Contratantes,
produtores rurais, podendo ser pessoas físicas e ou jurídicas. Os contratos realizados até 2016
eram de dois anos e despois passaram para cinco anos, a minuta do contrato encontra-se no
Anexo 3.
Os contratos são fundamentados na Lei Municipal nº 3026, de 26 de novembro de 2009
e no Decreto Municipal nº 6121, de 16 de maio de 2011. A relação de documentos necessários
está disposta no documento “ Edital de chamamento 01-2016 (EMASA, 2016). Na análise de
cada contrato foram observados os seguintes aspectos em cada propriedade: nome, localização,
área, localidade, produtividade e outros aspectos (Quadro 6). No aspecto produtividade da
propriedade várias atividades econômicas são desenvolvidas, como: criação de gado,
tubérculos, hortaliças, plantas nativas/ornamentais e outras (Quadro 7).
Segundo Boschetti (2009), avaliar é determinar o valor de algo, pressupõem quantificar
ações ou efeitos de programas, projetos, políticas públicas e outros, estabelecendo relações
entre eles e seus resultados. A avaliação também pode ser apresentada como o instrumento
capaz de determinar a relação custo-benefício existente entre os “gastos” de determinado
programa e seus efeitos em matéria de pessoas beneficiadas (AGUILAR, ANDER-EGG, 1995).
Neste sentido, o projeto PA visa contribuir com o proprietário rural oferecendo-lhe
oportunidade de aumento da renda familiar preservando e recuperando o meio ambiente. Ao
mesmo tempo, os benefícios financeiros com o PSA não são suficientes para pagar os custos
57
das propriedades, sendo necessário a complementação da renda familiar com outras as
atividades (Figura 62).
Quadro 6: Aspectos analisados nas propriedades rurais do projeto PA da BHRC.
Aspectos analisados nos contratos do projeto Produtor de Água
Contrato Data; termo; ano; áreas de restauração; conservação e de APP; glebas
(porções de terra) e valores pagos através PSA.
Propriedade
Nome da propriedade e do proprietário; região (Braços ou Macacos);
localização geográfica; localidade; número de nascentes;
investimentos necessários; tipo de abastecimento e produtividade
Quadro 7: Atividades e ou produtos desenvolvidos pelos proprietários rurais na BHRC.
Atividades nas propriedades do projeto Produtor de Água
Pecuária Agricultura Serviço Extrativismo
gado leiteiro e corte;
coelho; peixe;
ovelha; búfalo, aves
e outros
arroz; grama; mudas nativas e
ornamentais; tubérculos
(beterraba, aipim, batata doce);
eucalipto; hortaliças, frutas,
milho e outros
aluguel de espaço
para eventos;
ecoturismo e
outros
pedra,
macadame e
outros
Figura 62: Atividades e serviços desenvolvidos pelos produtores rurais da BHRC.
58
Figura 63: Relação do número de contrato do projeto PA da BHRC no período 2013 a 2017.
A análise dos contratos também demostrou que nos primeiros dois anos do projeto PA
houve aumento de adesão, em 2015 o projeto se manteve (Figura 63). Entretanto, em 2016 o
projeto apresenta declínio nas adesões, retomando o crescimento em 2017. A falta de
planejamento em 2015 com apenas uma reunião no ano (Figura 64), a saída TNC em 2016 da
execução do projeto PA e a Concedente assumindo a execução, estes podem ter sido os fatores
principais que contribuíram para o declínio das adesões em 2016.Uma definição simples para
panejar, segundo Moretto (2007), é organizar ações. O ato de planejar é importante para o
desenvolvimento de projeto pois, facilita a realização de ações através das organizações de
ideias e informações. Gandin (2011), argumenta que devemos pensar no planejamento como
ferramenta para tomada de decisões.
Figura 64: Número de reuniões (trimestrais) do GG entre os anos de 2012 a 2017 da BHRC.
Na análise dos contratos foi possível identificar que os proprietários rurais, assim como
a Concedente, estão cumprindo com os mesmos, prova desta afirmação reside no fato que 13
dos 16 dos contratos foram renovados (81,25%), 12,5% não renovados e 6,25% cancelado
(Quadro 8). O alto índice de renovação é explicado pelo cumprimento dos objetivos
56 6
122
0 0 01
3
9
1516
17
0
5
10
15
20
2013 2014 2015 2016 2017Co
ntr
ato
s d
o p
roje
to P
A (
n)
Ano
Adesão Saída Total contratos
0
4
5
1
4
5
0
2
4
6
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Reu
niõ
es
do
Gru
po G
est
or (
n)
Ano
59
estabelecidos nos contratos i.e., proteção, recuperação das matas ciliares. O parcelamento do
solo pelos proprietários, na área do projeto PA, foi motivo pela não renovação dos dois
contratos. O contrato cancelado se explica pelo falecimento de um proprietário rural.
Quadro 8: Relação de data da assinatura do 1° e 2° contratos (renovação) do projeto PA da BHRC.
Código da
Propriedade
Data Código da
Propriedade
Data
1° contrato 2° contrato 1º contrato 2º contrato
PR 0017 06/03/2013 18/06/2016 PR 0101 13/03/2013 Não renovado
PR 0019 16/10/2014 26/10/2016 PR 0109 15/07/2015 14/07/2017
PR 0029 25/06/2015 14/07/2017 PR 0299 30/01/2014 30/01/2016
PR 0034 25/06/2015 14/07/2017 PR 0300 25/06/2015 Cancelado
PR 0047 15/03/2013 06/03/2017 PR 0301 25/06/2015 14/07/2017
PR 0059 09/06/2014 18/06/2016 PR 0302 10/08/2015 10/08/2017
PR 0063 16/10/2014 27/09/2016 PR 0304 14/07/2016 Não vencido
PR 0064 16/10/2014 27/09/2016 PR 0305 16/01/2017 Não vencido
PR 0065 05/09/2013 Não renovado PR 0306 28/07/2017 Não vencido
PR 0073 05/03/2013 06/03/2017
Na BHRC, o PSA é desenvolvido com base em: proteção de matas ciliares e nascentes
cobertas com vegetação nativa; proteção de áreas com cobertura vegetal nativa; restauração de
áreas degradadas em matas ciliares e nascentes; e restauração de áreas degradadas fora de matas
ciliares ou nascentes. O valor financeiro concedido aos proprietários rurais é determinado de
acordo com tipo de serviço ambiental prestado na propriedade, variando entre 0,5 e 1,5 UFM
(Quadro 9).
Quadro 9: Valoração dos serviços ambientais com apoio financeiro do projeto PA na BHRC. Nota:
UFM: Unidade Fiscal do Município (Balneário Camboriú). Fonte: EMASA (2016).
Serviços Ambientais Valor hectares/ano
Proteção de mata ciliares e nascente conservada 1,5 UFM
Restauração de mata ciliares e nascentes degradadas 1,5 UFM
Restauração de áreas degradadas fora de mata ciliares ou nascentes 1,5 UFM
Proteção de áreas com cobertura vegetal nativa 0,5 UFM
60
O apoio financeiro é proporcional as ações de conservação e restauração, definido no
Projeto Individual de Propriedade (PIP) (Anexo 4). O PIP é elaborado com base cartográfica
georeferenciada da Concedente incluindo, segundo EMASA (2016): a) mapeamento das
propriedades: limites das propriedades, identificação de confrontantes, mapeamento de corpos
d´água e nascentes, mapeamento das estradas, mapeamento de remanescentes de vegetação
nativa e áreas destinadas a restauração); b) Caracterização ambiental das propriedades:
classificação de remanescentes vegetais nas seguintes categorias: vegetação pioneira e
vegetação em estágio primário de regeneração e em estágio secundário, médio ou avançado de
regeneração; ações de adequação ambiental definindo áreas de matas ciliares e nascentes ou
outras áreas a serem recuperadas e indicação de áreas de vegetação nativa destinadas à
conservação.
O projeto PA é financiado com recursos próprios da EMASA, uma autarquia da
Prefeitura de Balneário Camboriú. Na Lei 2498/05 de 31 de outubro de 2005, de criação da
EMASA, consta no Art. 5° §3: “Fica a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário
Camboriú (EMASA), obrigada a investir pelo menos um por cento (1%) de sua arrecadação
bruta anual, em programas de preservação e recuperação ambiental”. Em 18 de julho de 2017,
através do projeto de Lei Ordinária n°140/2017-EME4, modificou o texto estabelecendo que o
valor destinado para “programas de preservação e recuperação ambiental” passasse para
“Produtor de Água”, com isto o projeto PA entre 2018 a 2022 terá exclusividade sobre o
percentual de 1% da arrecadação bruta da EMASA, CVBC (2017). Entretanto, fica uma
questão: o valor destinado ao PSA, benefícios financeiros, pela Concedente é suficiente para
cumprir com a meta estabelecido no projeto PA i.e; 5200 hectares de área preservadas e 500
hectares de áreas restauradas?
Estudo realizado por Antunes (2014), apontou que é necessário a revisão dos valores do
PSA, pois para algumas propriedades a rentabilidade com a atividade agrícola é maior que os
valores pagos através do PSA. Sendo assim, certos proprietários não têm motivação para aderir
ao projeto PA. O atendimento das metas do projeto PA dependem da adesão voluntária dos
proprietários, desde a criação do projeto PA, os valores pagos pelo PSA não passaram por
revisão com base no valor de mercado, apenas os ajustes realizados através da UFM.
A receita da EMASA tem crescido anualmente (Tabela 3), sendo que em 2017 o valor
foi de R$ 785.047,96 para projetos ambientais, o que representa um aumento de 2,00% em
relação a 2016. Por outro lado, o valor destinado aos PSA, à medida que as metas do projeto
PA forem alcançadas, pode resultar que o recurso financeiro destinado aos pagamentos dos
benéficos não sejam suficientes. Se todo recurso financeiro fosse destinado somente ao
61
pagamento dos benefícios, o PA atingiria no máximo 50 a 60% de sua meta (Tabela 4).
Entretanto, deve-se considerar que o pagamento dos benefícios não é único custo do projeto,
sendo que o valor pago aos produtores através do PSA é estimado em cerca de 10% do custo
inicial de um projeto (TNC, 2017).
Tabela 3: Receita bruta da EMASA de 2010 a 2017. Fonte: Portal da Transparência da Prefeitura
Municipal de Balneário Camboriú.
Ano Faturamento bruto Receita Projetos Ambientais
% Valor anual
2010 R$ 41.677.007,23 1,0 R$ 416.770,07
2011 R$ 43.527.476,24 1,0 R$ 435.274,76
2012 R$ 43.655.557,28 1,0 R$ 436.555,57
2013 R$ 45.991.741,00 1,0 R$ 459.917,41
2014 R$ 52.830.287,67 1,0 R$ 528.302,88
2015 R$ 71.969.435,83 1,0 R$ 719.694,36
2016 R$ 76.958.551,06 1,0 R$ 769.585,51
2017 R$ 78.504.796,09 1,0 R$ 785.047,96
Tabela 4: Custo dos benefícios pagos aos proprietários rurais em razão da meta do PA da BHRC.
O investimento na forma de PSA do projeto PA da BHRC destinado ao pagamento de
benefícios aos produtores rurais, 17 proprietários até 31 de dezembro de 2017, soma R$
129.853,24 (Tabela 5). Dados do Portal da Transparência da EMASA (2016) com relação as
licitações: n° 74/2016 consta que foi contratado serviço de restauração e delimitação das áreas
- através de cercamento na área de atuação do projeto PA - no valor de R$ 244.981,82 para uma
área de 11,15ha, o que representa um custo de R$ 21.612,00. Os itens descritos neste contrato
Meta Conservação em MC /hectares Recuperação em MC/hectares Valor Médio em
função da Meta do
PA
do PA Dentro Fora Total
Dentro Fora Total
% (35%) (65%) (30%) (70%)
10 182 338 520 15 35 50 R$ 138.313,01
20 364 676 1.040 30 70 100 R$ 276.626,02
30 546 1.014 1.560 45 105 150 R$ 414.939,03
40 728 1.352 2.080 60 140 200 R$ 553.252,04
50 910 1.690 2.600 75 175 250 R$ 691.565,05
60 1.092 2.028 3.120 90 210 300 R$ 829.878,06
70 1.274 2.366 3640 105 245 350 R$ 968.191,07
80 1.456 2.704 4.160 120 280 400 R$ 1.106.504,08
90 1.638 3.042 4.680 135 315 450 R$ 1.244.817,09
100 1.820 3.380 5.200 150 350 500 R$ 1.383.130,10
62
foram: construção de 2.000 m de cercas tipo 1; 4.000 m de cercas tipo 2; controle de formigas
cortadeiras em 11,15ha; controle de 9,07ha de espécies competidoras; coroamento de 9,07ha;
adubação de cobertura de 9,07ha; estaqueamento das mudas (identificação de indivíduos)
9,07ha; implantação de poleiros artificiais (poleiro seco) de 1,1ha e instalação de abrigos
artificiais para fauna (enfileiramento de galharias) de 1,1ha. Da licitação n° 21/2016 consta que
foi contratado serviço de manutenção em área de restauração no valor de R$168.000,00 para
23,309ha. O custo de manutenção na área restaurada é de R$ 7.207,33/ha. Os serviços
executados na manutenção são: coroamento manual e reposição de estacas e replantio se
necessário; roçadas nas linhas de plantio (controle de mato-competição); adubação de cobertura
e controle de formigas; aplicação de herbicida nas linhas de plantio; controle de espécies
invasoras e manutenção das cercas.
Em resumo, o custo para restauração e manutenção de um hectare é de R$ 29.178,79
com cercamento e de R$ 13.758,98 sem cercamento. Como a meta do projeto é restaurar 500ha
até 2035, o investimento total para restauração será de aproximadamente R$ 14.600.000
incluindo cercamento com base em valores de 2016. Até o presente momento (dezembro 2017)
foram restaurados 39,11ha, que representam 7,82% da meta. Assim, respondendo à questão
apresentada anteriormente, a resposta é não, o valor de 1% que a Concedente dispõe para o
projeto PA não será suficiente. Para cumprir a meta, serão necessários mais investimentos no
projeto PA, seja em forma de tarifa ou investimento público-privado para manutenção do PA,
que vai garantir assim o sucesso de projeto e, consequentemente, água em quantidade e
qualidade para a população da BHRC.
4.4.2 Análise das vistorias
Vistoria segundo Dantas (1998), é um exame cuidadoso de tudo que pode interferir no
valor de um serviço ou bem. Consiste em certificar a veracidade dos fatos e informações que
devem ser coletadas por especialistas pois, exige um conhecimento prévio do serviço a ser
vistoriado. González (1998), ressalta que a inspeção local é de suma importância na realização
das vistorias. O edital de Chamamento 2016 da EMASA (EMASA, 2016), na décima cláusula,
estabelece que a fiscalização e gestão do projeto PA fica a cargo da Concedente. O parágrafo
primeiro estabelece que a fiscalização, verificação e certificação das ações serão procedidas
pela Equipe de Vistoria do Projeto PA, a ser designada pelo GG do PA.
A Secretaria Executiva do GG foi composta em 2017 pelas seguintes instituições:
EMASA, Comitê Camboriú e PMC, representada pela Fundação de Meio Ambiente de
63
Camboriú (FUCAM), sendo as demais instituições: TNC, ARESC, ANA, AGESAM, EPAGRI,
IFC e IDEIA, membros do GG. A equipe de vistoria realiza semestralmente as vistorias do
projeto PA e elabora relatório atestando o cumprimento ou não das ações definidas em contrato.
Com base no relatório de vistoria o GG avalia o atendimento das cláusulas do contrato
e emite um parecer para a Concedente (EMASA), opinando ou não pelo pagamento, com o
parecer do GG a EMASA aprova e autoriza o pagamento da parcela correspondente aos serviços
ambientais prestados aos proprietários rurais. Várias empresas e instituições utilizam um
fluxograma como ferramenta de controle.
Para Cardoso (2012), fluxograma é a representação gráfica que explica de forma
analítica a sequência de um trabalho, caracterizando as operações e os envolvidos no processo.
Sendo um instrumento que representa passo a passo as etapas de um processo, seu uso é
fundamental para simplificar o trabalho, permitindo sua compreensão de forma clara. Com base
na importância deste instrumento e com a finalidade de simplificar a décima cláusula do edital
de chamamento 2016 da EMASA, o presente estudo apresenta um fluxograma para as vistorias
do projeto PA (Figura 65).
Figura 65: Fluxograma para vistorias do projeto PA da BHRC, apresentado na proposta de Manual
para Vistoria do projeto Produtor de Água.
64
Tabela 5: Área de conservação e restauração do projeto PA e o Custo anual do PSA na BHRC. Nota: UFM = Unidade Fiscal Municipal do município de
Balneário Camboriú.
UFM em 2017 Área no projeto PA/ hectares e Custo anual PSA para Produtores Rurais
R$ 267,53 Área Sub-
bacia
Conservação Restauração Área da propriedade Custo/R$
Código da Propriedade Hectares Mata
Ciliar
Reserva
Florestal
Mata
Ciliar
Reserva
Florestal total % no PA Anual
PR 0017 42,06
Bra
ços
(20
13
)
10,57 27,43 - - 38,01 90,35 R$ 7.912,55
PR 0047 8,86 1,45 6,94 - 0,48 8,86 100,00 R$ 1.701,45
PR 0073 21,70 7,82 7,88 0,74 0,43 16,86 77,71 R$ 4.658,81
PR 0299 29,24 2,55 15,88 - 3,99 22,43 76,71 R$ 4.750,68
PR 0182 81,68 26,91 35,03 - - 61,94 75,83 R$ 15.484,14
PR 0059 255,88 42,73 49,52 10,99 19,76 123,00 48,07 R$ 36.112,00
PR 0063 7,72 1,25 0,60 - - 1,85 23,97 R$ 582,01
PR 0064 12,40 0,40 0,75 - - 1,15 9,27 R$ 259,89
PR 0019 74,64 10,13 55,56 0,31 1,56 67,57 90,52 R$ 12.249,93
PR 0301 21,97 3,16 1,50 - - 4,66 21,20 R$ 1.467,76
PR 0029 4,62 1,77 1,36 - - 3,13 67,74 R$ 892,99
PR 0034 51,28 8,96 21,33 - - 30,28 59,06 R$ 6.447,77
PR 0109 22,61 3,46 2,14 0,27 0,01 5,87 25,97 R$ 1.785,40
PR0302 30,00 11,80 16,15 0,57 - 28,52 95,05 R$ 7.123,28
PR0306 5,20 0,02 0,59 - - 0,61 11,74 R$ 87,23
Subtotal - Braços 669,87 132,96 242,07 12,88 26,23 414,74 61,91 R$ 101.515,89
PR0304 129,60
Mac
aco
s
(20
16
) 33,69 87,72 - - 121,40 93,67 R$ 25.251,29
PR0305 15,64 4,77 8,75 - - 13,52 86,47 R$ 3.086,07
Subtotal - Macacos 145,24 38,46 96,46 - - 134,92 92,90 R$ 28.337,35
Total 815,11 171,42 338,53 12,88 26,23 549,66 67,43 R$ 129.853,24
65
Desde que iniciou o projeto PA até dezembro de 2017, o GG realizou 64 vistorias. A
participação do autor da presente dissertação nas vistorias iniciou em setembro 2016. Nesse
período, foram realizadas 27 vistorias, estando o autor presente em 17, que representa 63% de
frequência (Figura 66).
Durante as primeiras verificações in situ (vistorias) foi possível observar várias
situações: papel mais social do que de fiscalização, falta de procedimento e qualificação dos
vistoriadores. Com as análises dos registros feitos durante as vistorias e relatórios, foi
desenvolvido um documento intitulado: Manual para Vistoria do Projeto Produtor de Água,
com os objetivos: estabelecer orientação para o projeto PA da BHRC; apresentar check list para
vistorias e relatórios; assegurar padrão de qualidade das vistorias e relatórios do projeto PA. O
manual inclui os seguintes tópicos: introdução; objetivos; atribuições do GG sobre a
fiscalização; fluxograma para as vistorias; check list; registro fotográfico; treinamento e
documentação. Durante a reunião do GG do projeto PA, realizada em 25/05/2017 foi
apresentado o manual para os membros do GG (Anexo 5). Em adição, o check list apresentado
foi encaminhado pela Concedente aos membros do GG para análise e avaliação do potencial de
aplicação nas vistorias.
Figura 66: Participação nas Vistorias do projeto Produtor de Água na BHRC.
Fonte: ©LeonardoPetrocelli.
Segundo Pancieri et al., (2013), o check list é um instrumento desenvolvido por
especialista composto por três etapas: identificação, confirmação e registro, sendo de fácil e
rápida aplicação. Desta forma, esse instrumento pode ser usado para verificar se os serviços
66
ambientais contratados estão sendo executados pelos proprietários do PA, i.e., proteção de
matas ciliares e nascentes cobertas com vegetação nativa; proteção de áreas com cobertura
vegetal nativa; restauração de áreas degradadas em matas ciliares e nascentes; e restauração de
áreas degradadas fora de matas ciliares ou nascentes (Figura 67). O check list (Figuras 67 e 68)
inclui também dados do proprietário, da propriedade e espaços para registro de observações e
assinaturas dos membros da Equipe de Vistoria e Proprietário.
O registro da vistoria, usando a fotografia, é um meio para obter informação e
recordações. O registro fotográfico atrai a atenção do leitor, não reduzindo a importância do
texto, mas se complementando (CARVALHO, et al., 2013). Portanto, durante as vistorias do
projeto PA, o registro fotográfico (Figura 69) se configura como importante ferramenta para
comprovar a mesma e verificar o check list a posteriori.
A tarefa de formação de recursos humanos para vistorias deve incluir trabalho teórico,
excursões e coleta de dados em campo (TUNDISI; TUNDISI, 2008). Para tanto, é necessário
treinamento da equipe responsável por essa atividade. A falta de capacitação compromete a
qualidade do serviço e a credibilidade dos projetos PA. O GG, juntamente com a Concedente,
deve treinar a equipe de vistoriadores, que é composta por instituições parceiras do projeto PA,
garantindo que os responsáveis estejam aptos para executar as vistorias e elaborar os relatórios.
Figura 67: Registros fotográficos de vistoria do projeto PA da BHRC.
67
Check list da Vistoria do Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
Nome do proprietário e assinatura:
Data da vistoria
Equipe de vistoria: C.P. PR
Aspectos a serem analisados pela equipe de vistoria:
Proteção de mata ciliar e nascentes cobertas com vegetação nativa
Item Descrição S N P NO NP
01 A mata ciliar encontra-se conservada com vegetação nativa? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
02 Há indícios de desmatamento na área da mata ciliar? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
03 Observam-se pontos de erosão ao longo da mata ciliar? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
04 A área de proteção está sendo usada como pastagem? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
05 As nascentes contam com a proteção da vegetação nativa? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
06 Em torno da nascente existe(m) área(s) sem vegetação nativa? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
07 Observam-se pontos de erosão em torno da nascente? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
08 A nascente e mata ciliar encontram-se protegidas com cerca? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Proteção em áreas de reserva florestal
Item Descrição S N P NO NP
01 Existe solo exposto, sem cobertura de vegetação? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
02 Há indícios de desmatamento na área de proteção? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
03 A área de proteção está sendo usada como pastagem? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
04 Observam-se pontos de erosão na área protegida? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
05 Foi observada a presença de animais silvestres na área protegida? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
06 Á área de proteção está sendo usada para fins recreativos? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
07 O proprietário tem cuidado da área protegida? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Recuperação de áreas degradadas em mata ciliar e nascente(s)
Item Descrição S N P NO NP
01 As mudas plantadas estão desenvolvendo-se naturalmente? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
02 A nascente encontra-se protegida com cerca e outros? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
03 A área de proteção está sendo usada com pastagem? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
04 Há necessidade de fazer replantio de mudas? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
05 Está acontecendo a regeneração da área? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
06 Foi observada a presença de animais silvestres na área? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
07 A área onde foram plantadas as mudas necessita de manutenção? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
08 O proprietário tem cuidado da área? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Recuperação em áreas degradadas de reserva florestal
Item Descrição S N P NO NP
01 As mudas plantadas estão desenvolvendo-se naturalmente? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
02 A área de proteção está sendo usada como pastagem? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
03 Há necessidade de fazer replantio de mudas? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
04 Foi observado indício da regeneração na área? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
05 Foi observada a presença de animais silvestres na área? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
06 A área de recuperação está sendo usada para fins recreativos? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
07 A área onde foram plantadas as mudas necessita de manutenção? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
08 O proprietário tem cuidado da área? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Legenda: C.P.= Código Propriedade; S = Sim; N = Não; P = Parcialmente; NP = Não se
Aplica e NO = Não Observado.
Figura 68: Check list (frente) para vistorias de projetos PA da BHRC.
68
Observações
Proteção de mata ciliar e nascentes cobertas com vegetação nativa
Proteção em áreas de reserva florestal
Recuperação de áreas degradadas em mata ciliar e nascente(s)
Recuperação em áreas degradadas de reserva florestal
Local da propriedade vistoriada:
Equipe de vistoria do projeto PA:
Vistoriador 1 Vistoriador 2 Vistoriador 3
Figura 69: Check list (verso) para vistorias de projetos PA da BHRC.
69
Os documentos do PA consistem em fontes de informações, sendo importante o livre
acesso a esses, especialmente pelo GG, garantindo transparência e melhor gestão dos projetos.
Para a realização das vistorias são necessários documentos que estão em posse da Concedente,
este fato pode dificultar a realização da mesma, bem como a elaboração de relatório. Por este
motivo, o GG deve ter livre acesso, tanto aos contratos entre proprietários rurais e a Concedente,
quanto ao PIP Costa (2008), pontua que os PSA locais devem criar sua própria estrutura de
governança, como mecanismo de negociação, monitoramento e verificação dos contratos.
O check list e o modelo de relatório para as vistorias apresentados cumprem com suas
finalidades, ou seja, verificar se as ações definidas nos contratos estão sendo executadas
conforme foi prescrito, portanto são ferramentas essenciais para o processo de monitoramento
dos projetos PA.
Com relação ao GG, foi estabelecido um Acordo de Cooperação Técnica, ACT n°
001/2012 com data de 28 de março de 2012 com duração de cinco anos, entre as instituições
apoiadora do projeto PA, o ACT n° 001/2012 terminou em 27 de março 2017, um novo ACT
está sendo implantado pelo GG. As instituições que participaram do acordo 001/2012 foram:
EMASA, SEMAM, FUCAM, TNC, Comitê Camboriú, CIRAM/EPAGRI, AGESAN, ANA e
IDEIA, as atribuições de cada instituição dentro do ACT está descrito no anexo 6. Entretanto,
analisando as atas das reuniões do GG e vistorias realizadas no mesmo período, é possível
observar que várias instituições não cumpriram com o ACT, uma vez que não estavam presentes
nas reuniões do GG e não colaboravam com as vistorias. Durante a vigência do ACT 110/2012
foram realizadas 47 vistorias. A participação de todos os membros, sendo governos ou não
governo, favorece a tomada de decisão e resolução de conflitos (VICTORINO, 2003),
refletindo sobre o pensamento do autor, a falta de participação de algumas instituições
sobrecarrega as demais. A análise das vistorias e das atas do GG foi possível constatar 44,4%
das instituições parceiras (4 de 9) não participam ou participam pouco das vistorias (Figura 70),
restringindo a participação das instituições: TNC, Comitê Camboriú, FUCAM, SEMAM e
EMASA. Nas reuniões do GG participam 88,9% das instituições parceiras, apenas uma
instituição (IDEIA) não participou de nenhuma reunião (Figura 71). A empresa IDEIA assinou
o ACT 2012, mas não participou das reuniões e vistorias.
Após a realização das vistorias, a equipe responsável pela mesma deve elaborar o
relatório de vistoria. Porém, esse procedimento não tem acontecido na gestão do projeto PA,
pois o relatório é elaborado pela Concedente e encaminhado para os vistoriadores para análise
e ou correção. Segundo Marques (2004), o relatório é um instrumento que tem um importante
papel pois, seu objetivo é acompanhar, fiscalizar e dar transparências ás atividade
70
desenvolvidas. Neste sentido, o relatório de vistoria apresentado pela Concedente, contempla
os itens: introdução, participantes da vistoria, propriedades vistoriadas, situação e assinatura
(Anexo 7).
Figura 70: Participação das Instituições nas vistorias (1ª a 45ª) do projeto PA da BHRC, dentro do ACT
de 2012.
Figura 71: Participação das instituições nas Reuniões do GG do projeto PA da BHRC, dentro do ACT
de 2012.
Diante das observações realizadas nos relatórios emitidos pela Concedente, foi
desenvolvido uma proposta de relatório mais eficaz, contemplando as informações não
apresentadas no relatório oficial. O novo modelo apresenta os tópicos: introdução; dados do
proprietário e da propriedade; data e equipe de vistoria; check list; registro fotográfico;
observações; parecer da equipe de vistoria e assinaturas (Apêndice K). O quadro 10 estabelece
as vantagens do modelo proposto. Em 26 de outubro 2017 foi apresentado ao GG o modelo
proposto, como pode ser observado na ata do GG (Anexo 9).
100 %
80,0 %
64,4 %
46,7 %
24,4 %
4,0 %
4,4 %
2,2 %
EMASA
SEMAM
FUCAM
TNC
Comitê Camboriú
AGESAN
CIRAM/EPAGRI
ANA
IDEIA
Participação em vistorias
Inst
itu
içõ
es p
arc
eira
s d
o
pro
jeto
Pro
du
tor
de
Ág
ua
100%
100%
100%
100%
79%
79%
57%
29%
0%
EMASA
TNC
SEMAM
FUCAM
Comitê Camboriú
ANA
AGESAN
CIRAM/EPAGRI
IDEIA
Participação em reuniões do GG
Inst
itu
içõ
es P
arc
eira
s d
o
pro
jeto
Pro
du
tor
de
Ág
ua
71
Enquanto Nóvoa (2007) relata sobre a necessidade de promover novos modelos de
organização, Kuhn (1962) afirma que as ciências, além de ser construções humanas são
também, construções sociais e históricas, resultando em uma nova compreensão dos processos
científicos. Estes conceitos levam a capacidade de desenvolver e adaptar novos modelos de
registros que facilitam e transmitem como mais transparência as informações contidas. Estes
novos modelos (Check List e Relatório de Vistoria) contribuem para a gestão de projetos como
o PA. O novo modelo foi inserido pelo GG a partir da vistoria n° 56, sendo que até dezembro
2017 foi usado para elaborar nove relatórios de vistorias, realizados pela Equipe de Vistoria.
As análises dos contratos e das vistorias demostraram que as intervenções realizadas
dentro e foras das APP’s no que tange a conservação e restauração estão sendo executados
conforme estabelecido nos contratos ente e a Concedente e os proprietários rurais. Durante as
vistorias realizadas in loco foi possível constatar o fato a veracidade da afirmação. A gestão de
um recurso hídrico terá êxito quando dois fatores estiverem presente, o envolvimento de todos
nas tomadas de decisões e quando o conceito de conservação da natureza estiver enraizado
(EVERARD; POWELL, 2002).
Quadro 10: Relação de vantagens do novo modelo de relatório para as vistorias do projeto PA da BHRC.
Itens Descrição Vantagens do novo modelo de relatório das vistorias
01 Introdução Conteúdo é o mesmo para ambos os relatórios.
02 Dados do proprietário e
da propriedade
Endereço, ponto de referência e contato para a vistoria. Sendo
importante está informação pois, eventualmente não é o próprio
proprietário que recebe a equipe de vistoria.
03 Data e equipe de vistoria A equipe de vistoria é identificada de forma mais clara.
04 Check list Apresentado somente no modelo proposto.
05 Registro fotográfico As imagens estão disposta de forma agrupadas.
06 Observações Apresenta campo específico para este registro;
07 Parecer da equipe de
vistoria
Campo específico para emissão do parecer pela Equipe de
vistoria.
08 Assinaturas Todas no mesmo alinhamento.
4.5 Aplicação do Protocolo
Protocolo é documento de avaliação que apresenta um diagnóstico de uma situação
estudada, representa também uma ferramenta importante para o monitoramento de um projeto
(CIONK, BEAUMORD, BENEDITO, 2011). O presente estudo desenvolveu indicadores e
protocolo para mensurar a eficácia do projeto PA. Esse protocolo elaborado foi testado no
projeto PA da BHRC para avaliar sua aplicabilidade.
72
Segundo Malta (1998), indicadores são instrumentos usados para medir ou dimensionar
a mudança de um projeto ou programa. Portanto, eles devem avaliar e certificar as ações
realizadas. Lustrosa (1999) argumenta, que os indicadores irão cumprir com as finalidades
destacadas quando apresentam características fundamentais como: a) mensuráveis - ou seja,
quantificáveis matematicamente; b) claros - de fácil aceitação e compreensão; c) precisos -
indicar o que se propõem; d) confiáveis - de fácil comprovação; e) pertinentes, ter relação com
o objetivo do projeto; f) sensíveis aos câmbios que se quer analisar.
Cada indicador apresenta sua eficácia em percentual e, ao final desta etapa, os valores
de cada indicador compõem com seus respectivos pesos um protocolo que mensura a eficácia
do projeto PA, o protocolo desenvolvido é de fácil aplicação, permitindo seu uso em outros
projetos Produtor de Água no país e no exterior. Relação de indicadores: adesão; restauração;
conservação; estradas adequadas; educação ambiental; monitoramento do projeto;
monitoramento hidrológico; gestão do projeto; qualidade da água e quantidade da água. O
projeto PA vai atingir a meta no ano de 2035, segundo PSA (2017). A primeira adesão ao PA
foi em 2013, portanto o tempo para atingir a meta é de 23 anos (Apêndice L).
4.5.1 Indicador – Adesão
A meta do projeto PA para o indicador adesão é de 40% das propriedades da BHRC,
sendo que a bacia conta com 298 propriedades com potencias para aderir ao projeto PA,
portanto, o valor a ser alcançado como meta é a adesão de 119 propriedades. A divisão do
número de propriedades 119 pelo tempo do projeto, 23 anos resulta na quantidade de adesões
anuais (Tabela 6). Pode-se observar que para os anos de 2014 e 2016 a meta foi estabelecida,
entretanto para os demais anos não, assim a eficácia deste indicador foi de 66%.
Tabela 6: Número de adesões do projeto PA na BHRC.
Ano
Indicador Adesão
Meta Entrada Saída
Saldo Eficácia %
Anual Acum. Anual Acum. Anual Geral
2013 5,2 5 5 2 3 3 58 58
2014 5,2 10 6 6 9 116 87
2015 5,2 16 6 6 15 116 96
2016 5,2 21 1 1 16 19 77
2017 5,2 26 2 1 1 17 19 66
.
2035 5,2 119
73
4.5.2 Indicador – Restauração
A meta do projeto PA para o indicador restauração é de 500 hectares em 23 anos que
corresponde a 21,74 ha/ano. As análises dos dados demostram que apenas no ano de 2014 a
meta foi atingida com 125%, entretanto nos demais anos a área restaurada ficou abaixo da
expectativa, a eficácia deste indicador ficou em 27% (Tabela 7).
A recuperação de áreas degradadas, segundo Rodrigues & Gandolfi (2004), é uma
atividade antiga, encontrada na história de diferentes povos, épocas e regiões. Attanasio et al.,
(2006) argumenta que em situações onde o dano é pequeno o fato de retirar o fator de
degradação o ecossistema pode retornar a sua composição original.
Tabela 7: Área de restauração em hectares no projeto PA na BHRC.
Ano
Indicador de Restauração
Meta Entrada Saída
Saldo Eficácia %
Anual Acum. Anual Acum. Anual Geral
2013 21,74 22 11,90 10,74 1,17 1,17 5 5
2014 21,74 43 27,28 27,28 28,45 125 65
2015 21,74 65 0,85 0,85 29,29 4 45
2016 21,74 87 0,00 0,00 29,29 0 34
2017 21,74 109 9,81 09,81 39,11 0 36
.
2035 21,74 500
4.5.3 Indicador - Conservação
A meta do projeto PA para o indicador conservação é de 5.200 hectares em 23 anos que
corresponde a 226 ha/ano. As análises dos dados demostram que apenas no ano de 2014 a meta
foi atingida com 107%, contudo nos demais anos a área restaurada ficou abaixo do esperado,
portanto a eficácia deste indicador ficou em 46% (Tabela 8). A conservação da floresta dentro
e fora da APP são importantes, pois contribuem no aumento da infiltração das águas das chuvas
no solo, na retenção de nutriente que iriam para curso d’ água causando a eutrofização e outros
benefícios (EMPRAPA, 2003). Ação principal, segundo Wadt (2003) a respeito da
conservação está ligado a proteção das margens de rios contra desbarrancamento e
assoreamentos.
74
Tabela 8: Área de conservação em hectares no projeto PA na BHRC.
Ano
Indicador: Conservação/hectares
Meta Entrada Saída
Saldo Eficácia %
Anual Acum. Anual Acum. Anual Geral
2013 226 226 64,34 2,06 62,28 62,28 28 28
2014 226 452 241,32 241,32 303,60 107 67
2015 226 678 76,47 76,47 380,08 34 56
2016 226 904 121,40 121,40 501,48 54 55
2017 226 1.130 14,13 14,13 515,61 6 46
.
2035 226 5.200
4.5.4 Indicador - Estrada adequadamente conservadas
A meta do projeto PA é adequar 180km de estradas em 23 anos que corresponde a
8km/ano. Observa-se que o projeto PA em nenhum momento até 2017 a meta foi atingida,
somente em 2015 que foram readequadas 5,2Km (FUCAM, 2017) com o projeto Bacia de
Contenção, a eficácia deste indicador ficou em 13% (Tabela 9, Anexo 9). Assim, a meta para
os próximos anos será de 9,71km. As estadas rurais principalmente após período chuvoso
apresentam estado ruim, que dificulta: o escoamento da produção, a trafegabilidade, a
infiltração da água e o assoreamento dos corpos d’água. Para conter ás águas de chuva
favorecendo seu aproveitamento, a construção de caixas ou bacias que captam e armazenam o
excesso de água das estradas é uma solução. Existem várias maneiras e formas de construção
das bacias de contenção: circular, retangular ou trapezoidal, sendo que o tipo de terreno vai
determinar a forma mais apropriada (DADALTO, 1990).
A construção de obras públicas e privadas para o aproveitamento de água pluviais em
estradas rurais de forma adequadas é um desafio para o projeto PA. Na BHRC foi escolhido a
forma trapezoidal (Figura 72 a esquerda). Para que a água pluvial chegue até a bacia de
contenção é necessário a adequação das estradas rurais. Um dos grandes desafios é a
manutenção dessas obras, as bacias de contenção, por falta de manutenção, ficam
completamente cheia de sedimentos (Figura 72 a direita), o fato da bacia estar cheia demonstra
que a obra é eficiente, entretanto, a manutenção é necessária. Em 2013, a ANA, disponibilizou
recurso da ordem de R$ 760.000,00 para a construção de 50 bacias de contenção na área do
projeto PA, através do contrato n° 788106/2013 (ANA, 2016). Com o recurso foram
construídos 49 barraginhas (ARESC, 2016) e executado o treinamento das pessoas envolvidas
com o projeto
75
Tabela 9: Estradas rurais (Km) com intervenções do PA para adequação de drenagem na BHRC.
Ano
Indicador: Estradas adequadamente conservadas/Km
Meta/Km Adequado
em Km
Saldo/Km Eficácia %
Anual Acum. Anual Acum. Anual Geral
2013 8 8 0,0 0,0 0,0 0 0
2014 8 16 0,0 0,0 0,0 0 0
2015 8 23 5,2 5,2 5,2 66 22
2016 8 31 0,0 0,0 5,2 0 17
2017 8 39 0,0 0,0 5,2 0 13
.
2035 8 180
Figura 72: Bacia de Contenção (Barraginhas) do projeto PA na BHRC, foto da esquerda início da
construção, foto da direita sem manutenção.
4.5.5 Indicador - Monitoramento (vistoria) do projeto PA
Retrata Kerzner (2017), que o monitoramento de projeto é uma atividade de garantia
que permite aos gestores e sua equipe compreender parâmetros críticos e os níveis relacionados
de conformidade e um projeto; a eficiência está ligada a qualidade dos planos estratégicos e do
monitoramento praticado em cada programa. Para este indicador foi estabelecido quatro
parâmetros ligados as vistorias; intervalo, equipe, qualidade e relatório. Cada parâmetro
recebeu nota de zero a dez e cada nota correspondente a uma cor: azul (nota 10), verde (nota
7), amarelo (nota 4) e vermelho (nota 0) (Quadro 11).
O parâmetro “intervalo entre cada vistoria” está definido no Apêndice M e apresentou
nota de 60,0% de eficácia obtida após análise da variação de cada intervalo das vistorias para
76
período de 20 set. 2013 a 15 dez. 2017, o parâmetro em questão é considerado importante pois
o benefício somente é concedido após a vistoria, o intervalo de cada vistoria é semestral.
A equipe de vistoria tem permanecido praticamente constante. Quatro instituições;
Comitê Camboriú, TNC, FUCAM e SEMAN têm participação das vistorias do PA de forma
efetiva (Figura 70) as demais instituições participam pouco. A EMASA por ser a Concedente
do projeto não faz parte da equipe de vistoria, entretanto está presente em 100%. Portanto, a
equipe é experiente e foi avaliada com nota 7.
Com relação a qualidade das vistorias a nota atribuída conforme os requisitos foi 7, pois
a equipe de vistoria não dispunha de um check list para acompanhamento, entretanto, o presente
trabalho desenvolveu e apresentou um modelo de check list para o GG do projeto PA (Figura
68 e 69) que está sendo utilizado deste a vistoria n° 56, portanto a nota passou de 7 para 10,
representando 100% de eficácia neste parâmetro.
Para o parâmetro relatório de vistoria a nota atribuída foi 7, o relatório utilizado pelo
GG não contemplava informações importantes como check list e parecer da equipe de vistoria,
também foi desenvolvido e apresentado ao GG modelo de relatório para as vistorias do PA
(Apêndice K) que vem sendo utilizado deste o relatório n°56, portanto a nota passou de 7 para
10, representando 100% de eficácia neste parâmetro. As notas obtidas para cada parâmetro são
convertidas em percentual de eficácia. A média aritmética dos parâmetros compõem a eficácia
do indicador em questão, totalizando 82,5 % de eficácia (Quadro 12).
4.5.6 Indicador - Educação Ambiental (EA) no projeto PA
Para Reigota (2017) a EA deve favorecer e estimular uma nova aliança entre o ser
humano e a natureza, possibilitando a convivência e sobrevivência entre as espécies com
dignidade. O projeto PA (2010) considera as questões globais inter-relacionadas e dependentes
umas das outras, ressalta que paralelamente às ações de conservação, restauração e de
incentivos financeiros deve ser apresentada uma proposta social que contribua com as políticas
de Educação Ambiental. Isto fará com que haja, além da recuperação ambiental a transformação
social e a ressignificação da natureza para a comunidade.
O indicador EA tem como objetivo principal mensurar eficácia da implementação de
um programa de educação ambiental na BHRC. Para a análise foi criado os critérios: existe e
funciona com programação anual definida pelo GG; existe, mas, funciona com ações pontuais;
não existe, mas tem ações pontuais sendo realizadas nas escolas e não existe e não tem sido
realizada ações ambientais (Quadro 11).
77
Quadro 111: Critérios para análise do indicador Educação Ambiental na BHRC. P
rog
ram
a
de
EA
Nota 10 Nota 7 Nota 4 Nota 0
Existe e funciona com
programação anual
definida pelo GG.
Existe mas, funciona
com ações pontuais.
Não existe, mas tem
ações pontuais, sendo
realizadas nas escolas.
Não existe e não tem
sido realizadas ações
ambientais.
O indicador EA recebeu nota 4, pois não foi criado um programa de EA para o projeto
PA na BHRC. Por outro lado, ações pontuais foram realizadas junto à comunidade da BHRC,
(Figura 73). O estudo do indicador EA apresentou eficácia de 40%. A criação e implementação
de um programa de EA é importante para engajar a comunidade no projeto, portanto, é um dos
desafios para o GG do projeto PA. Antunes (2014), sugeriu a implantação outras de ações
permanentes de Educação Ambiental, como forma de mobilização continua junto aos
proprietários rurais.
Figura 73: Ações de EA implementadas pelo projeto PA na BHRC-SC. A esquerda semana de meio
ambiente de 2014 em Camboriú (SC) Fonte: PMC. A direita apresentação do PA na Câmara de
Vereadores de Balneário Camboriú (SC) em 2016. Fonte: texto Aderbal Machado e Figura Márcio
Gonçalves.
4.1.1 Indicador - Plano de monitoramento hidrológico
Para Kobiyama e Manfroi (1999), monitorar e observar ou medir processos que
acontecem de forma contínua. Na natureza, os experimentos são realizados em tempo e escala
real, o monitoramento para estes casos busca obter e interpretar dados. EPAGRI/CIRAM
(2017), informa que o sistema de monitoramento hidrometeorológico da bacia do Rio Camboriú
e afluentes faz parte de um projeto financiado pelo CNPq em parceria com Epagri, SDS, MDA,
EMASA, Prefeitura de Camboriú e de Balneário Camboriú com o objetivo de disponibilizar
um portal com informações meteorológicas, hidrológicas e de qualidade da água do rio
Camboriú e afluentes. Os dados disponíveis em cada estação de monitoramento estão
discriminados no Quadro 13 e a localização pode ser observada na Figura 9.
78
Quadro 122: Análise dos parâmetros do indicador monitoramento do projeto PA da BHRC. V
isto
ria
Parâmetro Nota 10 = Ótimo(a) Nota 7 = Bom Nota 4 = Regular Nota 0 = Péssimo Avaliação
Intervalo 6 meses ± 1 semana 6 meses ± 2 semana 6 meses ± 3 semana 6 meses ± 4 semanas 60,0 %
Equipe
Muito Experiente (Todos
os membros já
participaram de pelo
menos 5 vistoria)
Experiente (2 membros já
participaram de pelo
menos 5 vistorias)
Pouco Experiente (1
membros já participou de
pelo menos 5 vistorias)
Não Experiente ( nenhum
membros participou de
vistorias)
70,0 %
Qualidade
Conversa com
proprietário
Conversa com
proprietário
Conversa com
proprietário
Conversa com
proprietário
100,0 % Registro fotográfico Registro fotográfico Registro fotográfico
Vistoria no local do
projeto
Vistoria no local do
projeto
Apresenta check list
Relatórios
Introdução do projeto PA Introdução do projeto PA Introdução do projeto PA Introdução do projeto PA
100,0%
Dados (proprietário e
propriedade)
Dados (proprietário e
propriedade)
Dados (proprietário e
propriedade)
Dados (proprietário e
propriedade)
Dados da equipe de
vistoria
Dados da equipe de
vistoria
Dados da equipe de
vistoria
Dados da equipe de
vistoria
Registro fotográfico Registro fotográfico Registro fotográfico Registro fotográfico
Assinatura Assinatura Assinatura
Observações Observações
Check list
Parecer da equipe de
vistoria
Eficácia do indicador monitoramento (vistoria) 82,5 %
79
Quadro 13: Estações Hidrometereológicas da BHRC e a descrição dos parâmetros analisados. Fonte:
EPAGRI (2017).
Estações Hidrometereológicas da BHRC
Estação
Parâmetro
Salto dos
Pilões
Rio do
Braço Rio Canoa
EMASA
Captação
Rio
Pequeno
Balneário
Camboriú
Altitude 35 m 10 m 2 m 5 m 0 m
Situação Hidrológica x x x x
Chuva
Acumulada
da última
hora x x x x
6h x x x x
12 x x x x
24 x x x x
72 x x x x
Temperatura Mínima x
Máxima x
Umidade Relativa x
Molhamento Foliar x
Radiação x
Nível do rio x x x
Maré x
pH x x
Condutividade x x
Turbidez x x
Oxigênio Dissolvido x x
Temperatura Inst. x x
A BHRC apresenta duas calhas principais formadas pelos Rios: Braços e Canoas, a
união destes rios formam o Rio Camboriú. Para o monitoramento da BHRC ter estações de
monitoramentos no início e meio das principais calhas e no ponto de Captação da EMASA seria
importante para o monitoramento do projeto PA. As localizações destas estações seriam nas
regiões: da Limeira, do Braço, do Canoas, dos Macacos e da captação da EMASA, localizados
nos pontos 9, 10, 5, 6 e 3, respectivamente (Figura 9).
Entretanto, das cinco estações mencionadas encontra-se em funcionamento apenas uma;
Captação da EMASA (Rio Camboriú) e a estação do Rio Canoas que registrou os dados até
dezembro 2016; as demais estações não apresentam os dados: pH, condutividade, turbidez e
oxigênio dissolvido. Dados esses, que foram usados para estabelecer relação entre as ações de
conservação e restauração do projeto PA com a qualidade da água da BHRC. A eficácia deste
indicador representa 20% pois, a BHRC possui uma das cinco estações de monitoramento
consideradas importantes para o PA. Em fevereiro de 2017 através do 1º Termo Aditivo do
Contrato nº 03/2017 (Anexo 10) a EMASA contratou uma empresa para monitorar os
parâmetros qualidade e quantidade em cinco pontos dentro da área de atuação do projeto PA,
que corrobora com o pensamento “cinco estações de monitoramento são suficientes para
monitorar a qualidade e quantidade de água na área de atuação do projeto PA”.
80
4.1.2 Indicador - Gestão do projeto Produtor de Água
Vargas (2016) argumenta que projeto é formado por um conjunto de ações, exercidas
de maneira coordenada por uma organização transitória, ao qual são alocados insumos
necessários para em um determinado prazo, alcance um ou mais objetivos específicos. Todos
os níveis de uma organização podem ser contemplados por projetos, é possível ser aplicado
com poucas ou muitas pessoas, pode ser rápido ou levar vários anos na sua execução,
extrapolam as fronteiras da organização, afetando fornecedores, clientes, parceiros, governos e
o próprio meio ambiente. Segundo Honda e Durigan (2017), se um dos objetivos a ser alcançado
é a qualidade da água, as intervenções de restauração devem priorizar a recuperação do solo e
da vegetação nos locais mais frágeis, nas áreas descobertas e nos trechos da bacia sujeitos a
maior escoamento superficial pois estão mais expostos a maiores riscos de erosão e
assoreamento, nascentes e terrenos inclinados devem ter prioridade na execução de projetos de
proteção e recuperação.
O estudo do indicador gestão do projeto PA, tem o objetivo de mensurar de forma
quantitativa como é feito o gerenciamento do projeto; participação das instituições nas vistorias
e nas reuniões do GG. Para avaliar este indicador foram desenvolvidos critérios n° de reuniões
do GG, frequência das instituições nas reuniões do GG, participação nas vistorias e veículo
usado nas vistorias (Quadro 14).
Quadro 14: Critérios para análise do indicador gestão do projeto PA de Água da BHRC.
Critérios Nota 10 Nota 7 Nota 4 Nota 0
N° de reunião do GG 4 ou mais
reuniões anuais
3 reuniões
anuais
2 reuniões
anuais 1 reunião anual
Frequências nas
reuniões do GG > 75 % < 75 % e > 50% < 50 % e > 25% < 25 %
GG com participação
no mínimo de 3
vistorias (1- 45)
> 75 % < 75 % e > 50% < 50 % e > 25% < 25 %
Veículo para
vistorias
Oferece
conforto e vai
até em todas
propriedades
Não oferece
conforto mas vai
até todas as
propriedades
Não oferece
conforto mas vai
até a maioria das
propriedades
Não oferece
conforto e não
vai até as
propriedades
O primeiro ACT estabelecido entre as instituições entrou em vigor em 28 de março de
2012, com prazo de cinco anos. As reuniões do GG foram definidas como trimestrais. Portanto,
para 2012 seriam três reuniões e de 2013 a 2017 seriam quatro reuniões por ano, totalizando 23
reuniões previstas. A análise das atas registra 18 reuniões (Quadro 15). A média aritmética do
81
número de reuniões foi de três reuniões/ano, usando os critérios estabelecidos no Quadro 13, a
nota para este parâmetro foi 7 que corresponde a 70%.
Quadro 15: Relação de reuniões do GG do projeto PA da BHRC de 2012 a 2017.
Ano 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total Média/ano
Número 0 4 5 1 3 5 18 3
A frequência das instituições nas reuniões do GG foi de 100% EMASA, TNC, SEMAM,
FUCAM; 79% Comitê Camboriú e ANA; 57% AGESAM; 29% EPAGRI, 14% IFC e IDEIA
com 0% de frequência (Figura 70). A média aritmética da frequência das instituições foi de
60% com base nos critérios estabelecidos (Quadro 13), que corresponde a nota 7 (70%). A
participação de cada instituição nas 45 vistorias realizadas dentro do ACT de 2012 demostra
que a EMASA esteve presente em 100%, é importante ressaltar que a EMASA não tem a
obrigação de estar em todas as vistorias, pois a função de fiscalizar as ações do projeto PA é da
Equipe de Vistoria, designada pelo GG (Figura 71). A média aritmética de participação das
instituições foi de 64%, com base nos critérios (Quadro 14) a nota foi 7 que corresponde a 70%.
As vistorias são realizadas pela Equipe de Vistoria, este trabalho é executado por
funcionários e voluntários de cada instituição. A Concedente coloca à disposição dos
participantes da vistoria um meio de transporte para o deslocamento até as propriedades. O
veículo fornecido pela Concedente é carro de passeio da marca Fiat Novo Uno com capacidade
para 5 pessoas (Figura 74), entretanto, em várias oportunidades esteve com lotação máxima. O
deslocamento até as propriedades na maior parte do trajeto é feito em estradas rurais sem
pavimentação, o que torna o trajeto desconfortável e sem a capacidade de acesso a todas
propriedades, pois em alguns trechos são necessários veículos com tração 4x4 (Figura 75).
Neste parâmetro, veículo de vistoria, a nota atribuída foi 4 conforme critérios do Quadro 14,
que corresponde a 40%.
A eficácia do indicador, gestão de projeto PA, foi de 62,5% calculado com base na
média aritmética das notas atribuídas aos parâmetros (Quadro 14). Durante a vistoria n° 63,
realizado dia 05 de dezembro 2017, novamente a situação se repetiu em outra propriedade (PR
0306), neste acaso o veículo não conseguiu chegar até a propriedade tendo que descer de marcha
ré colocando em risco a integridade física dos vistoriadores, a situação foi registrada no relatório
de vistoria para que a Concedente tenha ciência do fato e providencie transporte adequado.
82
Figura 74: Imagem esquerda superior, veículo utilizado para as vistorias, a
direita superior propriedades (PR 0302) e inferior propriedade (PR 0306)
ambas sem acesso pelo veículo disponível para as vistorias do PA na BHRC.
4.1.3 Indicador - Qualidade da água
A água doce é um recurso natural finito, cuja qualidade vem sofrendo alterações ao
longo do tempo, devido ao incremento populacional e ausência de políticas públicas voltadas
para a sua preservação. Portanto, a qualidade da água é o reflexo do uso e manejo do solo da
bacia hidrográfica. O termo qualidade da água está associado as características químicas, físicas
e biológicas do recurso hídrico (MERTEN; MINELLA, 2002).
No Brasil, o Conselho Nacional Meio Ambiente (CONAMA) através da resolução n°
357 de 20 de março de 2005, caracteriza a qualidade da água dos recursos hídricos. O estudo
deste indicador considerou a qualidade da água antes do projeto PA para os de Urban (2003;
2008) e depois do projeto PA dados de Silva (2015) e Rabelo (2018) (Tabela 10 e 11).
Para os parâmetros inseridos na Tabela 10, segue as análises: oxigênio dissolvido,
apresentou melhora na qualidade para ponto 3 recebendo nota 10 (100% de eficácia), declínio
no ponto 5 recebendo nota 4 (40%) de eficácia e mantendo praticamente estável no ponto 10
recebendo nota 7 (70%) de eficácia. O pH registrou ligeira melhora em todos os pontos
analisados, portando recebe nota 10 (100%) de eficácia. Para a turbidez considerando a variação
do parâmetro foi avaliado como estável para os três pontos amostrais 3, 5 e 10, nota 7 (70%) de
eficácia. A condutividade indicou piora acima de 50%, recebendo nota 0 (0%) de eficácia no
ponto 3, mantendo-se constante para os pontos 5 e 10, nota 7 que representa 70% de eficácia.
Para a DBO foi registrado melhora para o ponto 5, nota 10 indicando 100% de eficácia. As
notas de eficácia estão registradas no Quadro 16.
83
Tabela 10: Dados de OD (oxigênio dissolvido) [mg.L-1], temperatura [°C], pH, turbidez [NTU],
condutividade [mS/cm] e DBO (demanda bioquímica de oxigênio) [mg.L-1] para os autores Urban (antes
do PA, 2003;2008) e Silva/Rabelo (depois PA, 2015; 2018) para os pontos 3, 5 e 10 na BHRC.
Ponto
Amostral
Ponto 3 Ponto 5 Ponto 10
Antes PA Depois PA Antes PA Depois PA Antes PA Depois PA
Fonte Urban
(2008)
Silva (2015)
Rabelo (2018)
Urban
(2003;
2008)
Silva (2015)
Rabelo (2018)
Urban
(2003;
2008)
Silva (2015)
Rabelo (2018)
Período 2005/
2006
2014/
2016
2001/2002
2005/2006
2014/
2017
2001/2002
2005/2006
2014/
2016 Parâmetro
OD 4,69 5,14 6,79 5,99 6,95 6,85
Temperatura 22,6 22,7 22,0 22,5 22,5 21,3
pH 6,49 6,67 6,62 6,84 6,57 6,97
Turbidez 45,15 46,73 17,46 15,53 19,77 21,28
Condutividade 0,200 0,310 0,088 0,083 0,070 0,063
DBO - 3,46 3,84 2,10 - 2,14
Tabela 11: Dados de amônio [mg/L], nitrato [mg/L], nitrito [mg/L], fosfato [mg/L], silício [mg/L] e
Clorofíla-a [mg/L] para os autores Urban (antes do PA,2003;2008) e Rabelo (depois PA; 2018) para os
pontos 3, 5 e 10 da BHRC.
Ponto
Amostral
Ponto 3 Ponto 5 Ponto 10
Antes PA Depois PA Antes PA
Fonte Urban (2008)
Rabelo (2018)
Urban (2003;2008)
Rabelo (2018)
Urban (2003;2008)
Rabelo (2018)
Período
Parâmetro 2005/2006 2015/2016
2001/2002
2005/2006 2015/2016
2001/2002
2005/2006 2015/2016
Amônio 0,9157 1,3758 0,2062 0,2100 0,1466 0,1427
Nitrato 0,6366 0,2106 0,3089 0,2150 0,4658 0,2004
Nitrito 0,0395 0,0206 0,0107 0,0055 0,0114 0,0045
Fosfato 0,1500 0,0239 0,1033 0,0095 0,0445 0,0023
Silício 2,5748 2,4177 2,9363 2,4463 2,6052 1,7679
Clorofíla-a 3,6826 1,8793 2,0160 1,0751 1,9976 1,0652
As análises realizadas para os parâmetros químicos e biológico descritos na Tabela 11
da BHRC demostram que: o parâmetro amônio apresentou piora da qualidade acima de 50%
recebendo nota 0 (0%) de eficácia, para os pontos 5 e 10 observa-se estabilidade, nota 7 (70%)
eficácia. Os demais parâmetros químicos: nitrato, nitrito, fosfato e silício apresentaram redução
da concentração para os pontos 3, 5 e 10, indicando melhora na qualidade, nota 10 (100%) de
eficácia. O parâmetro clorofíla-a apresentou redução em todos pontos analisados, indicando
melhor na qualidade, nota 10 com eficácia de 100%. As notas atribuídas a cada parâmetro estão
84
dispostas no Quadro 16. A eficácia do indicador de qualidade da água foi de 83,90% (Quadro
16). No geral, observa-se que o projeto PA pode ter contribuído com a qualidade da água na
BHRC, apesar de ser um projeto recente.
Quadro 16: Critérios para análise do indicador Qualidade da Água do projeto PA da BHRC.
Na Alemanha, as primeiras avalições dos rios foram introduzidas no final da década de
1990, resultando no primeiro mapa em 2001, sendo publicado em 2002, onde 33.000 km de
Parâmetros Nota 10 Nota 7 Nota 4 Nota 0 Eficácia/%
EM
AS
A
OD 10 100
pH 10 100
Turbidez 7 70
Condutividade 0 0
DBO 4 40
Amônio 0 0
Nitrato 10 100
Nitrito 10 100
Fosfato 10 100
Silício 10 100
Clorofila 10 100
Ca
no
as
OD - - - - -
pH 10 100
Turbidez 7 70
Condutividade 7 70
DBO 10 100
Amônio 7 70
Nitrato 10 100
Nitrito 10 100
Fosfato 10 100
Silício 10 100
Clorofila 10 100
Po
nto
10
OD 7 70
pH 10 100
Turbidez 7 70
Condutividade 7 70
DBO - - - - -
Amônio 7 70
Nitrato 10 100
Nitrito 10 100
Fosfato 10 100
Silício 10 100
Clorofila 10 100
Resultado de eficácia do indicador qualidade da água 83,9%
Legenda: Nota 10 = Melhorou; 7 = Manteve; 4 = Declínio < 50%; 0 = Declínio > 50%
85
rios foram estudados (10%) da rede fluvial do país. Os rios foram classificados em sete classe,
a saber, sem perturbação (3%), pouco perturbado (9%), moderadamente perturbado (11%),
claramente perturbado (18%), fortemente perturbado (26%), muito perturbado (23%) e
totalmente perturbado (10%). Apenas 23% dos rios apresentaram qualidade até moderadamente
perturbado, representado as partes superiores dos rios (a montante), como os Alpes, as baixas
montanhas e antigas regiões glaciais, locais onde a ação antrópica é pouco acentuada. Todavia
77% dos rios apresentaram como claramente perturbado a totalmente perturbado (KAMP et al.,
2007).
A biota aquática encontra-se quase sempre exposta a demanda crescente de poluição
lançadas nos corpos d’ água, sendo diversas as fontes de contaminação. Para monitorar os
recursos hídricos, podem ser usadas diversas metodologias, algumas já destacadas no presente
estudo. Ademais, podem ser usados bioindicadores como plantas aquáticas, algas, crustáceos,
moluscos, peixes, mamíferos, aves e outros. Organismos do topo da cadeia alimentar são
também utilizados por possuírem relação com toda a cadeia, que podem indicar respostas aos
efeitos crônicos, acumulativos e persistentes (LINS et al., 2010). Estudos realizado na Espanha
com bioindicadores, ao longo de uma década (1998-2008), em 10 rios na Região da Galícia,
apresentaram bons resultados. Diferentes grupos de macroinvertebrados são excelentes
indicadores de impactos antrópicos, especialmente em sistemas lóticos contaminados. Cada
família de macroinvertebrados apresenta certa pontuação em relação à sua tolerância à poluição,
por isso a soma das pontuações de diferentes taxa encontrados em um local dá uma pontuação
total, permitindo que este local seja classificado em cinco classes de qualidade de água, de
Classe I (muito bom) até Classe V (ruim). Os resultados do estudo mostram que a qualidade da
água em rios localizados em áreas naturais e sem impactos fortes é melhor do que em rios
localizados em áreas com usos do solo urbano, confirmando que os macroinvertebrados podem
ser utilizados como indicadores de impactos ambientais em rios (BENETTI et al., 2012;
CARTER et al., 2007). Esse tipo de estudo, avaliando condições da biota, não foi usado até o
momento na BHRC como bioindicador.
4.1.4 Indicador - Quantidade da água
Uma das principais metas do projeto PA é regularizar a vazão hídrica na BHRC por
meio de ações que permitam a maior retenção de água infiltradas no solo, estas ações aumenta
o tempo de permanência da água na bacia, (KLENZ, et al., 2013). Segundo Falkenmark et al.,
2014, a conservação da água depende das práticas adequadas de conservação do solo, que inclui
86
a localização correta de pontos para coleta de sedimentos carreados pelo escoamento superficial
das águas de chuva. Os efeitos das práticas de conservação do solo são sentidos imediatamente
após sua aplicação, entretanto os efeitos da restauração só serão observados após o lento
crescimento da vegetação (VERTESSY et al., 2011). Honda e Durigan, 2017 relatam que a
restauração da vegetação deveria ser entendida como uma ação complementar. Estudos
realizados por Nogueira (2015), aponta que a precipitação anual da BHRC é em média 1.600
mm por ano, deste total 42,5% é convertido em evapotranspiração e 56,85% em escoamento
total.
O transporte de água, ou seja, sua vazão, está relacionado a aspecto físico da bacia
hidrográfica e a força gravitacional. A água tende a drenar de uma região de maior altitude para
outra de menor, que combinado com o relevo molda a bacia de drenagem (BRIGANTE;
ESPINDOLA, 2003). O estudo da vazão permite conhecer e mensurar a quantidade de água
disponível na bacia para a captação, destinada ao consumo humano e para aos demais setores
econômicos e sociais. Os dados de nível dos Rios Canoas e Camboriú foram coletados pela
EPAGRI nas estações hidrológicas Canoas e Captação da EMASA (Figura 9). As análises dos
dados diários foram organizadas em meses e dispostos no Apêndices N. Os resultados das
análises estão representados nas Figuras 75 e 76. O cálculo de vazão foi realizado com base nas
Equações 2 e 3, a unidade para nível do rio deve estar em centímetro (EPAGRI, 2017).
Vazão Canoas = 0,0207 x (Nível atual - 56)1,294 Eq. 2
Vazão Captação EMASA = (0.138 x nível) - 10,364 Eq. 3
Com relação a vazão do Rio Camboriú no ponto 3, observa-se que o volume de água no
rio aumentou de 2014 a 2016 (Figura 75), entretanto a vazão do Rio Camboriú no ano de 2017
até 20 de outubro encontra-se abaixo do esperado, porém este fato pode ser explicado por dois
motivos: primeiro, a região ficou praticamente 90 dias, julho a setembro, com baixo índice de
pluviosidade foram 199 mm em 2017 contra 383 mm em 2016, representando redução de
aproximadamente 50% no índice pluviométrico e segundo, o período chuvoso inicia no final
de outubro e início de novembro, que contribui para aumentar a vazão dos rios. Com relação a
vazão do ponto 5 (Figura 76) a vazão do rio diminui de 2012 a 2014 e volta a aumentar a partir
de 2014 acompanhando a tendência nos anos seguintes, entretanto em 2017 há uma redução da
vazão que pode ser explicado porque a região ficou praticamente 120 dias, julho a outubro, com
baixo índice de pluviosidade foram 161,6 mm em 2017 contra 516 mm em 2016, representando
87
redução de aproximadamente 70% no índice pluviométrico, reduzindo a vazão do Rio Canoas.
Os dados dos índices em questão, pluviosidade, estão descritos no Apêndice O.
Figura 75: Vazão/m³s-1 do Rio Camboriú no ponto 3 na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú.
Figura 76: Vazão/m³s-1 do Rio Canoas no ponto 5 na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú.
Uma análise geral das vazões nos pontos 3 e 5, foi possível perceber que há aumento da
vazão a partir de 2014, entretanto essa tendência de aumento não deve ser atribuída
exclusivamente ao projeto PA, por ser um projeto recente, iniciando suas atividades com os
produtores rurais em março de 2013. Estudos posteriores, poderão afirmar a relação aumento
da vazão com o projeto PA, todavia percebe-se que o projeto PA pode estar contribuindo para
a regularização da vazão do Rio Camboriú e afluentes, por este motivo a nota para o indicador
é 10, que corresponde a 100% de eficácia (Quadro 17).
Quadro 17: Critérios para análise do indicador Quantidade da Água do projeto PA da BHRC.
Parâmetros Nota 10 Nota 7 Nota 4 Nota 0
Vazão do Rio Canos
e Camboriú Aumentou Manteve
Reduziu em
até 50%
Reduziu
mais de 50%
2,15
4,72 4,814,48
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
2012 2013 2014 2015 2016 20/10/2017
Va
zão
m³/
s
Anos
2,46
1,641,20
2,55
5,42
4,28
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
2012 2013 2014 2015 2016 20/10/2017
va
zão
m³/
s
Anos
88
4.2 Resultado da Aplicação do Protocolo para Avaliação do projeto PA
O documento, protocolo foi construído com base nos indicadores e atribuído a cada
indicador um peso de acordo com sua importância no projeto PA da BHRC. Os indicadores
com maiores pesos são respectivamente: restauração, adesão, estradas adequadas, conservação,
monitoramento do projeto e da gestão (Quadro 18), os demais indicadores estão com pesos
iguais, pois são resultados das ações desenvolvidas no projeto PA da BHRC.
Quadro 18: Critérios para composição do protocolo eficácia do projeto PA da BHRC.
O projeto PA tem grandes desafios para serem superados, uma eficácia de 50,3%
demostra que os atores envolvidos neste processo precisam atuar de forma mais assertiva. As
instituições podem e devem colaborar mais, assumindo suas responsabilidades perante o projeto
PA. O sucesso do projeto não pode depender de uns poucos atores, a sociedade deve ser
informada de forma contínua das ações que o projeto PA realiza. Se a densidade demográfica
continuar subindo, como indicam os índices e os governantes, a falta do recurso hídrico vai
atingir a todos, causando maiores danos para as classes mais desfavorecidas.
Indicador Descrição Peso Eficácia
% Real
1 Adesão de pelo menos 40% dos proprietários rurais da
bacia; 0,15 65,6 9,8
2 500 ha de áreas degradadas em processo de restauração
priorizando as matas ciliares; 0,20 36,0 7,2
3 5200 ha de áreas conservadas protegidas pelos
proprietários por contrato com a EMASA; 0,10 45,6 4,6
4 180 km de estradas vicinais adequadamente conservadas; 0,15 13,3 2,0
5 Monitoramento do projeto PA; 0,10 82,5 8,3
6 Implantação de plano de monitoramento hidrológico da
bacia; 0,05 20,0 1,0
7 Implantação de programa de educação ambiental na bacia; 0,05 40,0 2,0
8 Gestão do projeto PA; 0,10 62,5 6,3
9 Qualidade da água; 0,05 83,9 4,2
10 Quantidade de água. 0,05 100,0 5,0
Eficácia geral do projeto PA da BHRC 50,3%
89
5. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos no presente estudo “Avaliação da eficácia do projeto PA
da BHRC” pode-se concluir que:
a) O PPA da ANA é uma das políticas públicas que tem contribuído para a melhoria
dos recursos hídricos no Brasil, visto que vários projetos, a exemplo do projeto de Extrema
MG, estão sendo desenvolvidos e implementados com base nesta política pública. No Estado
de Santa Catarina, especialmente na BHRC esta política se desenvolve através do projeto PA,
utilizando como instrumento o PSA. A adesão ao projeto PA, por ser voluntária, favorece o
atendimento de seus objetivos. O sucesso no cumprimento das metas do projeto PA está
associado a manutenção continua dos ACT realizados entre Concedente e instituições parceiras
(públicas e privadas), bem como ao engajamento dos proprietários rurais e a colaboração da
sociedade civil organizada no uso sustentável dos recursos hídricos.
b) Os proprietários rurais contratados percebem que o projeto PA proporciona
benefícios, destacando em primeiro lugar o ambiental, seguido do financeiro. Ao mesmo tempo,
a revisão contínua dos valores pagos através do PSA e outras formas de incentivos estimula a
adesão ao projeto, favorecendo o atendimento das metas propostas. O monitoramento contínuo
das metas e, quando necessário, sua readequação, proporcionam confiança e credibilidade aos
participantes do projeto PA.
c) A implantação e manutenção de estações hidrometereológicas em pontos
estratégicos das bacias hidrográficas são imprescindíveis para monitorar os projetos PA, pois
possibilitam avaliar a qualidade e quantidade da água disponíveis na bacia. Assim, com análise
contínua de dados é possível definir ações e rever metas do projeto PA.
d) A análise dos contratos e vistorias mostram que a conservação da floresta e
principalmente das APP’s são importantes. Entretanto, o foco principal de projetos como o PA
deve estar centrado na restauração das áreas degradadas, principalmente nas APP’s. A
recuperação das áreas é um processo lento, mas traz inúmeros benefícios, reduzindo a erosão,
aumentando a infiltração e diminuindo gasto com tratamento nas Estações de Tratamento Água
(ETA). Portanto, os projetos PA devem incentivar a restauração.
e) Os projetos PA desenvolvidos no país carecem de avaliações que mensurarem sua
eficácia. O MMA entende que o monitoramento estabelece credibilidade aos projetos PA.
Assim, o presente estudo desenvolveu um protocolo com indicadores que mensuram de forma
contínua a eficácia do projeto PA na BHRC. O protocolo pode ser usado como ferramenta de
gestão, orientando e facilitando o atendimento das metas estabelecidas, que uma vez
90
alcançadas, garantem o sucesso do projeto PA na BHRC. Esse protocolo pode ser adaptado e
utilizado em outras bacias hidrográficas estratégicas dentro e fora do nosso país.
Recomendações técnicas para projetos PA
Como recomendações técnicas para projetos PA da BHRC, tem-se:
a) Desenvolver mecanismos para reduzir o consumo de água nas áreas urbanas de
Balneário Camboriú e Camboriú;
b) Manter parcerias com instituições público-privada, evitando descontinuidade das
mesmas; propor cooperação com instituições de ensino (graduação e pós-graduação),
possibilitando a formação de discentes e desenvolvimento de serviços (software de controle,
palestras de capacitação, projetos de educação ambiental e outros) que beneficiem o projeto
PA;
c) Realizar reuniões periódicas para divulgar o projeto e ações do PA na BHRC;
d) Promover cursos de capacitação para Equipe de Vistoria executar as mesmas e
elaborar relatórios;
e) Adquirir meios tecnológicos que facilitem as vistorias e os relatórios (iPad, máquina
fotográficas, drones e outros recursos);
f) Contratar funcionários (Concedente) com dedicação exclusiva, atuando no
mapeamento, na fiscalização, divulgação e gestão do projeto PA;
g) Incluir no protocolo indicador de percepção dos proprietários do projeto PA;
h) Realizar avaliação bienal da eficácia do projeto PA na BHRC.
91
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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99
7. APÊNDICES
Apêndice A
Questionário utilizado para avaliar a percepção dos proprietários rurais do projeto Produtor de
Água da BHRC-SC
100
Apêndice B
Oficio encaminhado a EPAGRI, solicitação de dados físico-químico da água da BHRC-SC
101
Apêndice C
Oficio encaminhado a TNC, solicitação de dados físico-químico da água da BHRC-SC
102
Apêndice D
2° Oficio encaminhado a EPAGRI, solicitação de dados físico-químico da água da BHRC-SC
103
Apêndice E
Dados de qualidade da água fonte EPAGRI (2017) dos pontos amostrais 3 e 5 da BHRC-SC
Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas
março 6,84 24,53
abril 6,53 6,92 23,36 22,41
maio 7,45 6,67 6,96 6,91 65,80 19,68 18,19 19,95
junho 7,42 7,21 6,78 6,58 72,59 61,22 18,45 18,19
julho 7,26 8,37 6,71 6,38 65,18 36,90 18,22 17,91
agosto 7,23 8,42 6,70 6,49 61,09 35,24 18,51 18,81
setembro 7,60 6,60 0,092 41,61 20,73
outubro 5,77 6,81 6,37 6,36 0,090 0,095 104,26 34,88 23,43 22,60
novembro 4,76 5,90 6,31 5,90 0,084 0,092 24,35 9,89 24,79 24,16
dezembro 4,80 5,20 6,33 6,51 0,083 0,090 17,09 14,36 26,11 25,59
Média 6,38 6,97 6,59 6,55 0,09 0,09 58,62 30,79 21,10 21,49
Desvio 1,24 1,07 0,26 0,31 0,00 0,00 29,66 15,82 3,53 2,77
Máximo 7,45 8,42 6,96 6,92 0,09 0,10 104,26 61,22 26,11 25,59
Mínimo 4,76 5,20 6,31 5,90 0,08 0,09 17,09 9,89 18,19 17,91
N 7 9 7 10 3 4 7 9 7 10
Erro padrão 0,47 0,36 0,10 0,097 0,002 0,001 11,21 5,27 1,33 0,88
janeiro 4,71 4,41 6,38 6,37 0,088 0,096 23,36 17,53 27,15 26,76
fevereiro 5,36 3,56 6,34 5,99 0,087 0,093 59,01 42,36 25,59 25,17
março 5,94 5,34 6,50 6,24 0,095 0,107 26,57 22,06 24,90 24,25
abril 6,78 6,07 0,103 18,33 22,31
maio 7,63 6,06 0,092 41,13 19,79
junho 7,91 8,41 7,12 6,13 0,075 0,085 62,92 46,36 17,57 17,84
julho 7,44 7,88 7,05 6,02 0,078 0,087 96,29 49,44 18,57 17,77
agosto 6,68 7,52 6,53 6,36 0,090 0,095 88,50 33,20 20,80 20,42
setembro 6,62 7,62 6,31 7,01 0,081 0,091 125,89 57,08 20,58 20,32
outubro 7,39 7,66 6,08 7,05 0,072 0,079 90,33 53,36 20,39 20,04
novembro 7,25 7,49 6,14 7,13 0,078 0,083 98,53 48,06 21,82 21,34
dezembro 7,17 7,23 5,87 7,17 0,076 0,085 58,67 42,53 23,92 23,31
Média 6,65 6,79 6,43 6,47 0,082 0,091 73,01 39,29 22,13 21,61
Desvio 1,02 1,52 0,40 0,48 0,007 0,008 32,75 13,53 3,14 2,82
Máximo 7,91 8,41 7,12 7,17 0,095 0,107 125,89 57,08 27,15 26,76
Mínimo 4,71 3,56 5,87 5,99 0,072 0,079 23,36 17,53 17,57 17,77
N 10 12 10 12 10 12 10 12 10 12
Erro padrão 0,32 0,44 0,13 0,14 0,002 0,002 10,36 3,91 0,99 0,81
janeiro 7,42 5,20 6,25 7,35 0,078 0,093 79,84 61,10 24,63 23,96
fevereiro 6,69 5,89 6,10 7,40 0,084 0,097 46,94 54,67 25,12 24,54
março 7,25 7,71 6,32 6,74 0,081 0,094 64,14 31,40 23,74 23,21
abril 7,30 7,89 6,43 6,78 0,089 0,096 47,36 33,39 23,86 23,44
maio 8,30 8,76 6,52 6,90 0,092 0,100 30,77 38,84 18,75 18,60
junho 8,69 9,50 6,50 6,89 0,093 0,100 23,00 30,57 15,58 15,47
julho 8,37 9,17 6,44 7,20 0,089 0,096 44,76 13,22 16,77 16,53
agosto 7,62 7,31 6,06 7,55 0,078 0,157 28,11 17,99 17,45
setembro 7,39 3,21 7,60 7,48 0,083 0,195 17,79 45,17 19,76 19,28
outubro 6,72 8,27 6,71 7,01 0,091 0,112 78,16 53,69 21,26 20,69
novembro 6,10 7,71 6,82 7,03 0,093 0,084 19,65 35,32 23,29 22,87
dezembro 6,10 7,41 6,76 6,94 0,090 0,085 20,81 70,75 24,16 22,83
Média 7,33 7,34 6,54 7,11 0,087 0,109 43,02 41,35 21,24 20,74
Desvio 0,84 1,79 0,41 0,28 0,005 0,033 23,02 16,20 3,35 3,16
Máximo 8,69 9,50 7,60 7,55 0,093 0,195 79,84 70,75 25,12 24,54
Mínimo 6,10 3,21 6,06 6,74 0,078 0,084 17,79 13,22 15,58 15,47
N 12 12 12 12 12 12 11 12 12 12
Erro padrão 0,243 0,516 0,119 0,081 0,002 0,010 6,94 4,68 0,97 0,91
EP
AG
RI
20
16
EP
AG
RI
20
14
EP
AG
RI
20
15
MêsOD pH Condutividade Turbidez Temperatura DBO
104
Apêndice E
... continuação
Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas Emasa Canoas
janeiro 5,90 6,87 0,094 26,20
fevereiro 6,06 6,93 0,098 26,01
março 5,64 6,88 0,109 24,16
abril 6,73 6,87 0,109 21,90
maio 7,18 6,89 0,097 20,07
junho 8,11 6,96 0,083 18,28
julho 7,59 7,09 0,096 18,23
13/ago 6,79 7,13 0,103 19,25
Média 6,75 6,95 0,099 21,76
Desvio 0,86 0,10 0,008 3,32
Máximo 8,11 7,13 0,109 26,20
Mínimo 5,64 6,87 0,083 18,23
N 8 8 8 8
Erro padrão 0,30 0,04 0,003 1,17
Média 6,84 7,04 6,61 6,72 0,088 0,099 57,63 37,72 21,57 21,27
Desvio 1,00 1,50 0,37 0,46 0,009 0,024 30,40 15,33 3,21 2,87
Máximo 8,69 9,50 7,60 7,55 0,109 0,195 125,89 70,75 27,15 26,76
Mínimo 4,71 3,21 5,87 5,90 0,072 0,079 17,09 9,89 15,58 15,47
N 37 33 37 34 33 28 28 33 37 34
Erro padrão 0,17 0,26 0,06 0,08 0,002 0,004 5,75 2,67 0,53 0,49
Temperatura DBOMês
OD pH Condutividade Turbidez
EP
AG
RI
20
17
Ge
ral 2
01
4 a
20
17
105
Apêndice F
Dados de qualidade da água, fonte Urban 2003 e 2008 dos pontos amostrais 3, 5 e 10 da BHRC-SC
3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10
25/09/2001 6,29 6,71 7,01 6,39 6,41 0,077 0,091 0,061 22,6 22,8 26,7 1,64 1,44
18/12/2001 6,29 6,71 7,01 6,84 6,84 0,078 0,081 0,067 25,1 24,4 26,1 3,46 3,18
15/02/2002 6,7 7,3 7,8 6,85 6,69 0,074 0,068 0,06 23,9 23,5 26 5,08 3,22
28/03/2002 6,6 7,1 6,59 6,81 6,71 0,085 0,081 0,065 26,0 25,0 25,4 1,53 5,59
08/05/2002 7,18 7,18 0,081 0,101 0,072 23,2 22,8 3,17
10/07/2002 7,54 6,61 5,78 7,40 7,31 0,106 0,091 0,074 16,0 17,0 17,8 3,31 3,27
07/08/2002 5.80 7,15 4,68 6,90 6,96 0,076 0,094 0,065 18,6 19,6 19,2 3,53 2,87
21/08/2002 4,19 4,25 5,28 6,99 6,96 0,11 0,105 0,079 20,9 21,1 21,1 4,13 4,35
04/09/2002 6 5,45 5,71 6,54 6,72 0,224 0,11 0,085 16,6 20,2 16,2 5,91 6,73
06/11/2002 7,4 6,92 8,25 6,23 5,91 0,04 0,078 0,068 21,5 20,8 22,8 5,42 4,66
27/01/2005 5,13 6,71 7,65 5,91 6,51 6,54 0,142 0,082 0,065 29,0 5,0 29 24,6 24,5 24,3
23/02/2005 5,74 5,71 6,67 6,70 6,63 6,8 0,091 0,084 0,068 119,0 57,0 33 22,7 21,3 22,7
31/03/2005 4,81 5,87 6,44 6,38 6,31 6,56 0,114 0,105 0,083 20,0 5,0 13 24,7 23,9 24,6
07/05/2005 3,91 8,47 8,58 6,57 6,31 6,59 0,172 0,089 0,076 13,0 4,0 10 20,4 20,8 19,3
31/05/2005 5,36 6,16 6,43 6,74 6,90 6,8 0,107 0,093 0,075 19,0 23,0 18 21,4 21,6 21
01/07/2005 4,64 6,93 8,49 6,93 6,84 6,73 0,190 0,100 0,08 19,0 5,0 8 21,0 20,7 21
30/07/2005 5,38 8,63 8,45 6,17 6,48 6,48 0,245 0,095 0,081 23,0 6,0 2 19,0 18,5 19,7
26/08/2005 6,88 9,95 5,16 6,71 6,62 6,62 0,416 0,105 0,092 19,0 2,0 6 17,8 15,9 15,9
22/10/2005 6,55 6,40 6,52 0,091 0,091 0,068 12,0 2,0 7 23,0 24,4 22,5
26/11/2005 4,58 7,05 7,96 6,32 6,65 6,54 0,068 0,07 0,057 32,0 4,0 28 22,7 22,2 25,2
24/12/2005 4,94 5,51 6,31 6,43 6,49 6,34 0,065 0,064 0,048 160,0 89,0 83 24,5 24,5 26
28/01/2006 4,04 6,83 8 6,39 6,13 6 0,285 0,071 0,058 109,0 15,0 10 25,5 24,5 25,2
01/03/2006 0,92 6,63 7,78 6,55 6,41 6,85 0,620 0,078 0,062 13,0 10,0 10 26,4 25,1 25,9
Urb
an
20
03
Urb
an
20
08
Temperatura DBO
Au
tor
DataOD pH Condutividade Turbidez
106
Apêndice F
... continuação
3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10
25/09/2001 0,1501 0,1080 0,1063 0,153 0,150 0,150 0,003 0,003 0,003 0,150 0,108 0,030
18/12/2001 0,0936 0,0332 0,0890 0,128 0,097 0,176 0,004 0,003 0,003 0,094 0,033 0,024
15/02/2002 0,2723 0,0833 0,1072 0,121 0,121 0,129 0,002 0,002 0,004 0,272 0,083 0,022
28/03/2002 0,1315 0,0727 0,108 0,130 0,157 0,003 0,003 0,003 0,131 0,023
08/05/2002
10/07/2002 0,4425 0,5999 0,3606 0,084 0,141 0,092 0,005 0,003 0,004 0,442 0,600 0,021
07/08/2002 0,0832 0,0832 0,0674 0,174 0,170 0,157 0,005 0,005 0,004 0,083 0,083 0,037
21/08/2002 0,1189 0,0842 0,0737 0,172 0,128 0,160 0,006 0,004 0,003 0,119 0,084 0,011
04/09/2002 0,0811 0,0622 0,0769 0,081 0,062
06/11/2002
27/01/2005 0,3859 0,1640 0,1219 0,559 0,566 0,715 0,018 0,007 0,014 0,117 0,036 0,090 4,474 6,256 4,458
23/02/2005 0,6651 0,1162 0,0741 0,580 0,515 0,560 0,016 0,010 0,010 0,099 0,048 0,040 3,141 5,323 4,701 4,080 2,452 1,164
31/03/2005 0,9176 0,5159 0,2864 0,465 0,248 0,495 0,044 0,014 0,013 0,125 0,043 0,045 6,793 8,105 8,515 1,678 1,848 1,116
07/05/2005 1,2351 0,2960 0,2252 0,583 0,379 0,769 0,052 0,015 0,015 0,193 0,080 0,032 1,794 0,116 0,096
31/05/2005 1,3747 0,3725 0,3304 0,265 0,161 0,644 0,038 0,008 0,010 0,177 0,180 0,055 2,405 2,963 2,913 3,591 2,324 2,046
01/07/2005 1,0247 0,2615 0,2041 0,452 0,314 0,705 0,062 0,022 0,020 0,219 0,063 0,046 3,372 2,317 1,686 2,338 0,828 0,846
30/07/2005 1,3652 0,2500 0,2558 1,907 0,493 0,496 0,034 0,025 0,020 0,149 0,071 0,083 2,667 2,599 1,708 2,568 1,574 1,456
26/08/2005 1,2179 0,2405 0,3132 0,532 0,240 0,279 0,091 0,012 0,015 0,178 0,060 0,031 3,964 2,755 1,722 5,586 2,697 2,416
22/10/2005 0,4877 0,0292 0,298 0,207 0,461 0,026 0,011 0,010 0,096 0,053 0,036 2,877 4,275 4,788 5,323 1,686 3,386
26/11/2005 0,0608 0,674 0,736 0,358 0,026 0,012 0,018 0,088 0,097 0,064 1,482 1,741 1,474 3,709 2,362 2,335
24/12/2005 0,4460 0,1592 0,2459 0,474 0,302 1,643 0,020 0,013 0,015 0,107 0,135 0,085 0,213 0,429 0,484 2,988 1,988 3,942
28/01/2006 0,9529 0,3076 0,0775 0,925 0,524 0,611 0,071 0,017 0,033 0,187 0,073 0,072 0,222 0,453 0,997 2,485 1,997 1,486
01/03/2006 0,2976 0,0792 0,562 0,557 0,561 0,014 0,022 0,011 0,216 0,074 0,046 0,069 0,839 0,326 6,160 2,419 1,781
Au
tor
Urb
an
20
03
Data
Urb
an
20
08
Fosfato Silício Clorofila-aNH4 Nitrato Nitrito
107
Apêndice G
Dados de qualidade da água, fontes Silva (2015) e Rabelo (2018) dos pontos amostrais 3, 5 e 10 da BHRC
3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10
11/12/2014 6,22 4,65 6,2 5,08 5,27 4,83 9,4 0,093 0,068 17,93 5,50 7,86 28,0 26,6 26,3 7,34 7,34 4,26
27/01/2015 8,35 3,28 4,91 5,03 5,34 5,16 3,12 0,100 0,068 12,77 5,75 9,53 27,7 26,8 25,6 6,33 5,62 6,03
25/02/2015 3,06 1,96 3,45 3,70 5,37 3,24 0,126 0,092 0,066 24,82 1,52 11,86 24,3 26,3 23,8 2,91 1,04 1,28
26/03/2015 5,00 8,40 9,3 7,35 5,20 7,51 4,97 0,092 0,067 13,23 5,46 7,96 24,9 25,7 23,2 5,16 1,60 1,91
30/04/2015 7,80 8,40 7,7 6,41 6,74 6,42 1,080 0,081 0,065 15,37 5,63 11,42 20,5 20,5 19,7 1,32 1,23 1,02
26/06/2015 8,60 7,26 8,17 6,70 6,00 5,26 0,483 0,065 0,054 22,76 12,27 8,01 17,4 18,2 17,4 1,60 0,68 1,47
26/07/2015 7,71 4,07 7,8 3,40 5,90 5 0,194 0,081 0,061 161,00 11,66 15,26 19,6 19,6 18 2,71 1,01 2,40
02/09/2015 7,40 9,30 10,7 6,40 8,30 6 0,327 0,084 0,067 37,17 20,88 17,21 18,9 17,7 17,2 7,73 1,74 1,18
24/09/2015 4,30 2,95 4,53 8,40 8,20 8,5 0,122 0,087 0,066 68,00 15,33 28,57 24,0 23,2 22,7 3,99 0,91 1,11
19/11/2015 2,98 1,90 2,72 9,30 8,40 9,7 0,061 0,063 0,047 72,00 11,32 72 23,5 24,7 22,7 1,81 1,12 1,54
10/12/2015 4,87 1,92 4,09 8,70 8,80 8,8 0,090 0,061 0,055 95,00 15,27 44,86 23,6 23,7 22,5 2,62 1,25 1,53
26/03/2015 5,00 8,40 9,3 7,35 5,20 7,51 4,97 0,092 0,067 13,23 5,46 7,96 24,9 25,7 23,2 5,16 1,60 1,91
28/04/2015 4,7 9,0 8,0 7,7 8,0 7,9 15,76 5,64 8,20 21,5 22,5 21,0
11/06/2015 5,2 9,4 8,4 6,9 6,6 6,8 17,08 5,40 10,16 20,0 20,5 19,5
25/06/2015 5,8 7,1 6,6 6,4 6,9 6,8 15,76 5,64 8,20 17,5 18,0 17,6
30/07/2015 3,7 4,1 7,8 3,4 5,9 5,0 161,00 11,66 15,26 19,6 19,6 18,0
31/08/2015 4,7 7,5 9,2 6,4 6,6 7,4 63,00 15,98 42,05 23,0 21,6 19,9
29/09/2015 1,5 2,2 3,1 8,0 8,1 9,0 70,00 45,29 64,00 20,5 19,7 19,0
29/10/2015 5,3 9,5 6,3 8,3 7,7 8,7 61,00 51,00 28,16 22,0 21,0 19,0
26/11/2015 3,6 6,5 7,5 7,4 7,4 8,3 61,00 51,00 28,16 22,5 22,0 21,5
17/12/2015 3,8 7,3 7,3 7,2 7,5 8,5 17,98 7,14 14,72 23,5 22,5 22,5
29/01/2016 4,3 6,3 7,7 7,1 6,9 4,8 18,20 31,00 4,89 27,0 26,0 24,6
26/02/2016 4,3 6,3 6,7 6,9 7,0 9,0 20,74 11,43 23,15 27,0 26,0 24,6
Condutividade Turbidez
Sil
va
(2
01
5)
Ra
bel
o (
20
18
nã
o p
ub
lica
do
)
Temperatura DBO
Au
tor
DataOD pH
108
Apêndice G
... continuação
3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10 3 5 10
11/12/2014
27/01/2015
25/02/2015
26/03/2015
30/04/2015
26/06/2015
26/07/2015
02/09/2015
24/09/2015
19/11/2015
10/12/2015
26/03/2015 3,6176 0,1559 0,5721 0,1048 0,0808 0,1632 0,016 0,006 0,005 0,0739 0,0144 0,0082 3,7178 6,7064 2,3933 7,6247 0,8613 0,6396
28/04/2015 1,4121 0,2499 0,0869 0,1550 0,1545 0,1704 0,026 0,006 0,005 0,0352 0,0097 0,0115 2,5325 4,0851 1,3526 0,5330 0,5433 0,3417
11/06/2015 1,4658 0,1866 0,1789 0,2538 0,1828 0,2073 0,018 0,005 0,003 0,0156 0,0112 0,0044 2,4323 4,6778 4,7613 0,9824 1,2599 1,2802
25/06/2015 1,1206 0,0715 0,1540 0,2124 0,1467 0,1955 0,011 0,006 0,004 0,0159 0,0094 0,0103 3,5926 3,3088 1,9982 1,1047 0,8008 0,8389
30/07/2015 1,1321 1,2088 0,4704 0,1378 0,8582 0,2162 0,031 0,011 0,004 0,0079 0,0258 0,0100 5,8938 0,5902 2,7829 1,5280 1,0028 0,6406
31/08/2015 4,0032 0,0575 0,0152 0,1939 0,1304 0,1933 0,057 0,008 0,005 0,0895 0,0129 0,0091 3,5991 2,6157 4,3327 1,2020 1,2235 0,8828
29/09/2015 0,3478 0,0601 0,0062 0,2358 0,1569 0,2232 0,011 0,004 0,005 0,0156 0,0132 0,0094 1,2888 1,4553 0,2118 2,5337 0,9813 2,3677
29/10/2015 0,8089 0,1731 0,0408 0,3275 0,1837 0,1034 0,010 0,006 0,006 0,0094 0,0037 0,0032 0,4355 0,4719 0,4407 2,2766 1,4695 2,0391
26/11/2015 0,2001 0,0665 0,0177 0,2494 0,2049 0,2145 0,016 0,002 0,005 0,0046 0,0037 0,0023 0,9350 1,0443 0,5344 2,1105 1,9807 1,0325
17/12/2015 0,4557 0,0563 0,0177 0,2717 0,1340 0,3164 0,028 0,005 0,005 0,0047 0,0035 0,0024 1,0599 1,1640 0,4980 1,1838 0,9246 1,1667
29/01/2016 0,5700 0,0241 0,0100 0,1746 0,1324 0,2005 0,010 0,005 0,004 0,0054 0,0033 0,0019 1,4189 1,2212 0,6540 1,0325 1,0467 0,9470
26/02/2016 0,015 0,004 0,004 0,0093 0,0035 0,0023 2,1058 2,0147 1,2550 0,4392 0,8070 0,6053
Fosfato Silício Clorofila-aNH4 Nitrato NitritoData
Ra
bel
o (
20
18
nã
o p
ub
lica
do
)S
ilv
a (
20
15
)
109
Apêndice H
Diferença de localização do ponto de coleta 3 para os autores: URBAN, SILVA, RABELO e EPAGRI. Distância entre as duas localizações
~580m Fonte: Imagens©2018 CNES/Airbus Dados do mapa©2018GoogleBrasil.
Ponto de coleta 03: Urban (2008), Silva
(2015) e Rabelo (2018, não publ.)
Ponto de coleta 03: Urban (2008), Silva
(2015) e Rabelo (2018, não publ.)
Ponto de coleta: Urban (2003)
e EPAGRI (2017)
Ponto de coleta: Urban (2003)
e EPAGRI (2017)
110
Apêndice I
Teste, Anova para os dados antes e depois do projeto Produtor de Água dos
parâmetros: OD, condutividade, turbidez, pH, DBO, temperatura, amônio, nitrato,
nitrito, silício, fosfato e clorofíla-a para os pontos 3, 5 e 10 da BHRC
Parâmetros Ponto F Valor de P F crítico
3 6,7492 0,00053503 2,7581
5 2,7949 0,04817702 2,7636
10 3,6449 0,06937143 4,3009
3 0,4647 0,70799641 2,7581
5 9,3783 0,00003099 2,7459
10 0,0243 0,97601449 3,2849
3 0,7171 0,58278012 2,4904
5 0,8582 0,49309990 2,4937
10 1,0589 0,35832222 3,2849
3 0,6662 0,61733626 2,4889
5 0,6877 0,60268677 2,4937
10 2,1246 0,13553455 3,2849
3 12,2606 0,00000010 2,4937
5 3,1846 0,01820040 2,4989
10 1,1106 0,34173596 3,2945
3 0,0394 0,84497157 4,4139
5 4,1890 0,05477587 4,3807
3 5,1063 0,01315482 3,3541
5 0,2938 0,74773072 3,3404
10 0,8577 0,43536028 3,3404
3 10,5149 0,00039244 3,3404
5 6,6007 0,00448167 3,3404
10 16,5114 0,00001834 3,3404
3 10,0393 0,00048621 3,3277
5 26,3598 0,00000030 3,3277
10 31,9336 0,00000005 3,3277
3 14,3736 0,00004188 3,3158
5 5,0496 0,01313266 3,3277
10 39,0956 0,00000001 3,3277
3 0,0503 0,82456122 4,2793
5 0,3072 0,58476148 4,2793
10 1,0490 0,31638554 4,2793
3 6,2885 0,02043562 4,3248
5 24,6960 0,00006441 4,3248
10 7,8807 0,01055649 4,3248
Temperatura
pH
OD
Teste estatístico Anova
Obs. Se P < 0,05 e F > F crítico; dados não possui similaridade
DBO
Amônio
Nitrato
Nitrito
Fosfato
Sílicio
Clorofíla-a
Condutividade
Turbidez
111
Apêndice I
...continuação
Anova: fator único Turbidez ponto 5
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
Urban 2006 13 227 17,46154 684,2692
EPAGRI 2014 -17 33 1244,824 37,72195 235,0952
SILVA 2015 11 110,59 10,05364 33,41069
RABELO 2018 12 246,64 20,55333 349,131
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 8617,439 3 2872,48 9,378312 3,09904E-05 2,745915
Dentro dos grupos 19908,83 65 306,2896
Total 28526,27 68
Anova: fator único Turbidez ponto 3
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
Urban 2006 13 587 45,15385 2457,974
EPAGRI 2014 -17 28 1613,637 57,6299 924,1975
SILVA 2015 11 540,05 49,09545 2165,149
RABELO 2018 12 531,97 44,33083 1875,607
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 2247,526 3 749,1755 0,46469 0,707996 2,758078
Dentro dos grupos 96732,19 60 1612,203
Total 98979,72 63
Anova: fator único Turbidez Ponto 10
RESUMO
Grupo Contagem Soma Média Variância
Urban 2006 13 257 19,76923 455,6923
SILVA 2015 11 234,54 21,32182 409,2095
RABELO 2016 12 254,91 21,2425 304,1542
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 19,00382 2 9,501908 0,024296 0,976014 3,284918
Dentro dos grupos 12906,1 33 391,0939
Total 12925,1 35
112
Apêndice J
Correlação entre a vazão (m³/s) e OD (mg/L) para os pontos 3 e 5 da BHRC, Fonte EPAGRI
2017
y = 0,1682x1,6297
R² = 0,2171
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
vazão (
m³/
s)
OD ( mg/L)
Relação entre vazão e OD para ponto 3 da BHRC período de 2014 a 2017
y = 0,1922x + 1,9186
R² = 0,02210,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
Vazão (
m³/
s)
OD ( mg/L)
Relação entre vazão e OD para ponto 5 da BHRC período de 2014 a 2016
113
Apêndice K
Modelo de relatório proposto ao Grupo Gestor do projeto Produtor de Água da BHRC-SC
Relatório de Vistoria do Projeto Produtor de
Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
Vistoria n° 61
Propriedade: PR 0029
22/11/2017
CAMBORIÚ – SC
Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú -SC
114
Relatório de vistoria do Projeto Produtor de Água da BHRC
1. Introdução do projeto Produtor de Água
A EMASA, através de contratos firmados com os proprietários rurais que aderiram ao Projeto
Produtor de Água, realiza pagamentos semestrais conforme cronograma de desembolso que
consta nos Projetos Individuais de Propriedades (PIPs). Para que os pagamentos sejam
realizados, é necessária uma vistoria técnica da equipe formada por membros titulares do Grupo
Gestor do Projeto que sejam parceiros da iniciativa. Essa vistoria tem o objetivo certificar as
ações de conservação e restauração previstas nos PIPs, verificando se estas estão sendo
executadas em conformidade com os contratos de PSA.
2. Dados do proprietário e da propriedade:
Pro
pri
etá
ri
o
Nome Osmar Vinholi Telefone:
Endereço: Sítio Vinholi Localidade: Limeira
Contato da
vistoria
Nome
Telefone Vínculo
Pro
pri
eda
de
Ponto Ref.
C.P. Pagamento Serviço Ambiental
Área da propriedade 4,6203
Hec
tare
s
PR 0029 Área no projeto PA 3,1296
Adesão PA ☒ Conservação
na área de nascentes e matas ciliares 1,7731
25/06/2015 ☒ fora área de nascentes e matas ciliares 1,3365
Termo ☐ Restauração
N° 43/2015 ☐
C.P. = Código da Propriedade; PA = Produtor de Água; Ref. = Referência; Vínculo = Grau de
parentesco
3. Data e Equipe de vistoria:
Data 22/11/2017 Horário 14:30 Agendado por: Leonardo Petrocelli Garcez
Vis
tori
ad
ore
s
01
Nome Paulo Henrique Santos
Representando Paulo Ricardo Schwingel
Instituição Comitê Camboriú Vínculo Voluntário
02
Nome Gabriela Antunes
Representando Liara Rotta Padilha
Instituição FUCAM Vínculo Estagiária
03
Nome Thaísa de Castilhos
Representando Patrícia Zimmermann
Instituição SEMAM Balneário Camboriú Vínculo Estagiária
Ex
ecu
tor
Nomes Rafaela Comparim Santos
Vínculo Eng. Ambiental
Leonardo Petrocelli Garcez Estagiário
Instituição Empresa Municipal de Água e Saneamento Balneário Camboriú
4. Check list
Check list da Vistoria do Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú -SC
115
Nome do proprietário: Osmar Vinholi
Data da vistoria
22/11/2017
Equipe de vistoria: Paulo Henrique, Gabriela Antunes e Thaísa de Castilhos C.P. PR 0029
Aspectos a serem analisados pela equipe de vistoria:
Proteção de mata ciliar e nascentes cobertas com vegetação nativa.
Item Descrição S N P NO NP
01 A mata ciliar encontra-se conservada com vegetação nativa? ☒ ☐ ☐ ☐ ☐
02 Há indícios de desmatamento na área da mata ciliar? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
03 Observam-se pontos de erosão ao longo da mata ciliar? ☐ ☒ ☐ ☐ ☒
04 A área de proteção está sendo usada como pastagem? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
05 As nascentes contam com a proteção da vegetação nativa? ☒ ☐ ☐ ☐ ☐
06 Em torno da nascente existe(m) área(s) sem vegetação nativa? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
07 Observam-se pontos de erosão em torno da nascente? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
08 A nascente encontra-se protegida com cerca? ☒ ☐ ☐ ☐ ☐
Proteção de áreas com cobertura vegetal nativa.
Item Descrição S N P NO NP
01 Existe solo exposto, sem cobertura de vegetação nativa? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
02 Há indícios de desmatamento na área de proteção? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
03 A área de proteção está sendo usada como pastagem? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
04 Observam-se pontos de erosão na vegetação nativa? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
05 Foi observada a presença de animais silvestres na área nativa? ☒ ☐ ☐ ☐ ☐
06 Á área de proteção está sendo usada para fins recreativos? ☐ ☒ ☐ ☐ ☐
07 O proprietário tem zelado pela área de cobertura nativa? ☒ ☐ ☐ ☐ ☐
Restauração de áreas degradadas em mata ciliar e nascentes.
Item Descrição S N P NO NP
01 As mudas plantadas estão desenvolvendo de acordo com o esperado? ☐ ☐ ☐ ☒ ☒
02 A nascente encontra-se protegida com cerca e outros? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
03 A área de proteção está sendo usada com pastagem? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
04 Há necessidade de fazer novo plantio de mudas? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
05 Há indícios de recuperação da área degradada? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
06 Foi observada a presença de animais silvestres na área restaurada? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
07 A área onde foram plantadas as mudas necessita de manutenção? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
08 O proprietário tem zelado pela área restaurada? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
Restauração de áreas degradadas fora de mata ciliar e nascentes.
Item Descrição S N P NO NP
01 As mudas plantadas estão desenvolvendo de acordo com o esperado? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
02 A área de proteção está sendo usada como pastagem? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
03 Há necessidade de fazer novo plantio de mudas? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
04 Há indícios de recuperação da área degradada? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
05 Foi observada a presença de animais silvestres na área restaurada? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
06 A área de restauração está sendo usada para fins recreativos? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
07 A área onde foram plantadas as mudas necessita de manutenção? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
08 O proprietário tem zelado pela área restaurada? ☐ ☐ ☐ ☐ ☒
Legenda: C.P.= Código Propriedade; S = Sim; N = Não; P = Parcialmente; NP =
Não se Aplica e NO = Não Observado.
Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú -SC
116
Observações
Proteção de mata ciliar e nascentes cobertas com vegetação nativa.
Foram observados pássaros e borboletas na área de conservação.
Proteção de áreas com cobertura vegetal nativa.
Mata fechada com muitos palmitos nativos, floreta fechada, árvores com copas altas, pouca
luminosidade no solo.
Restauração de áreas degradadas em mata ciliar e nascentes.
A propriedade não possuiu área de restauração.
Restauração de áreas degradadas fora de mata ciliar e nascentes.
A propriedade não possuiu área de restauração.
Local da propriedade vistoriada:
Gleba 2
Equipe de vistoria do Projeto Produtor de Água:
Paulo Henrique Santos Gabriela Antunes Thaísa de Castilhos
Vistoriador 1 Vistoriador 2 Vistoriador 3
Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú -SC
117
5. Registro Fotográfico
Figura 01: Apresentação do Projeto Individual
de Propriedade à Equipe de Vistoria
em 22/11/17(©LeonardoPetrocelli)
Figura 02: Início da área de conservação com
cobertura de vegetal nativa fora da mata ciliar,
gleba 2 em 22/11/17. (©PauloHenriqueSantos)
Figura 03: Área de cobertura vegetal nativa
conservada na propriedade em 22/11/17.
Figura 04: Equipe de vistoria na área de
conservação com cobertura vegetal nativa
(©PauloHenriqueSantos)
em 22/11/17. (©PauloHenriqueSantos)
6. Observações:
1. EMASA (Rafaela) apresenta os integrantes da Equipe de Vistoria aos proprietários e o
Projeto Individual da Propriedade (PIP) onde consta o mapa da propriedade com as
áreas de conservação (Figura 01).
2. Equipe de vistoria informou ao proprietário Osmar que a propriedade se encontra muito
bem conservada.
3. Proprietário contou um pouco sobre a história da propriedade que no passado tinha
plantação de aipim e café e com o declínio das lavouras a floresta se regenerou sozinha.
Projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú -SC
118
7. Parecer da Equipe de Vistoria:
Proprietário Osmar Vinholi
Situação para pagamento pelos serviços ambientais prestados: ☒ Apto ☐ Não apto
Justificativa: Não foram observadas, durante a vistoria, irregularidades na área vistoriada.
Portanto o proprietário está apto a receber pelos serviços ambientais prestados.
Relator e data do relatório de vistoria:
Paulo Henrique Santos
24/11/2017
8. Assinaturas
Balneário Camboriú, 24 de novembro 2017.
Liara Rotta Padilha Patrícia Zimmermann Paulo Ricardo Schwingel
FUCAM SEMAM Comitê Rio Camboriú
119
Apêndice L
Linha do tempo do projeto Produtor de Água da BHRC-SC
120
Apêndice M
Intervalo das vistorias (20 set. 2013 a 15 dez. 2017) do projeto Produtor de Água na BHRC-SC
Intervalo 1ª Intervalo 2ª Intervalo 3ª Intervalo 4ª Intervalo 5ª Intervalo 6ª Intervalo 7ª Intervalo 8ª Intervalo 9ª
PR 0017 06/03/13 6,51 20/09/13 6,08 24/03/14 4,73 15/08/14 6,31 23/02/15 5,82 19/08/15 6,53 02/03/16 5,29 10/08/16 6,21 15/02/17 6,15 21/08/17
PR 0047 15/03/13 6,21 20/09/13 6,08 24/03/14 4,73 15/08/14 6,31 23/02/15 5,82 19/08/15 6,53 02/03/16 5,29 10/08/16 6,21 15/02/17 6,15 21/08/17
PR 0073 05/03/13 6,54 20/09/13 6,08 24/03/14 4,70 14/08/14 6,44 26/02/15 5,23 04/08/15 6,07 02/02/16 6,25 10/08/16 6,21 15/02/17 6,15 21/08/17
PR 0101 13/03/13 6,28 20/09/13 6,08 24/03/14 11,05 23/02/15
PR 0065 05/09/13 6,57 24/03/14 4,70 14/08/14 6,44 26/02/15 5,23 04/08/15
PR 0299 30/01/14 4,47 15/06/14 7,00 14/01/15 6,25 23/07/15 7,07 23/02/16 4,40 06/07/16 6,50 17/01/17 6,18 24/07/17
PR 0182 21/05/14 5,06 22/10/14 6,25 30/04/15 5,88 26/10/15 5,62 14/04/16 5,56 30/09/16 6,73 20/04/17 6,64 08/11/17
PR 0059 09/06/14 5,19 14/11/14 5,88 12/05/15 6,28 19/11/15 5,92 17/05/16 5,72 07/11/16 5,90 03/05/17 6,61 20/11/17
PR 0066 16/10/14 5,23 24/03/15 5,75 15/09/15 6,21 22/03/16 5,16 26/08/16 6,34 07/03/17 6,30 12/09/17
PR 0064 16/10/14 5,23 24/03/15 5,75 15/09/15 6,21 22/03/16 5,16 26/08/16 6,34 07/03/17 6,30 12/09/17
PR 0019 16/10/14 5,23 24/03/15 5,75 15/09/15 6,21 22/03/16 5,10 24/08/16 7,86 20/04/17 6,47 31/10/17
PR 0300 25/06/15 4,57 11/11/15 6,21 18/05/16 5,98 16/11/16 5,92 15/05/17
PR 0301 25/06/15 4,57 11/11/15 6,21 18/05/16 5,98 16/11/16 6,87 13/06/17 5,75 05/12/17
PR 0029 25/06/15 4,60 12/11/15 5,95 11/05/16 5,95 08/11/16 6,21 16/05/17 6,25 22/11/17
PR 0034 25/06/15 5,03 25/11/15 5,52 11/05/16 5,95 08/11/16 6,18 15/05/17 6,28 22/11/17
PR 0109 15/07/15 4,60 02/12/15 5,72 24/05/16 5,52 08/11/16 6,21 16/05/17 7,00 15/12/17
PR0302 10/08/15 6,97 09/03/16 3,91 06/07/16 6,41 17/01/17 6,18 24/07/17
PR0304 14/07/16 4,31 22/11/16 6,67 13/06/17 5,29 21/11/17
PR0305 16/01/17 6,48 01/08/17 3,68 21/11/17
PR0306 28/07/17 4,27 05/12/17
Nota Variação Legenda
Nota 10 6 m ± 1 sem. 5,77 6 6,24 Nota 10 Nota 7
Nota 7 6 m ± 2 sem. 5,53 6 6,47
Nota 4 6 m ± 3 sem. 5,29 6 6,71 Nota 4 Nota 2
Nota 2 6 m ± 4 sem. 5,06 6 6,94
Total C.P. = Código da Propriedade; Sem. = Semana
Analise das vistorias ( Intervalo em meses)
60,0107 6 meses (m) ± 1 semana (sem.)
31 28,97 0,58
26
17
Data ContratoC.P.
Quantidade notasIntervalos da variação
33
Percentual Eficácia
30,84
24,30
15,89
3,08
1,70
0,64
121
Apêndice N
Dados mensais dos níveis/cm e vazão/m³. s-1 dos Rios Canoas e Camboriú da BHRC-SC de 2012 a 2014.
Mês
Epagri - 2012 Epagri - 2013 Epagri - 2014
Cap. EMASA Rio Canoas Cap. EMASA Rio Canoas Cap. MASA Rio Canoas
Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão
janeiro 97,65 2,58 70,79 0,68
fevereiro 88,80 1,89 68,83 0,56
março 108,88 3,52 73,34 0,83
abril 198,88 12,72 72,37 0,77
maio 173,65 9,89 91,24 2,23 71,99 0,75
junho 172,43 9,76 91,24 2,23 85,87 1,68
julho 177,20 10,28 94,28 2,65 82,47 1,44
agosto 97,29 2,55 185,15 11,16 91,50 2,26 77,52 1,10
setembro 94,98 2,37 160,54 8,49 98,75 3,26 88,63 1,88
outubro 92,80 2,20 69,20 0,58 89,77 2,02 86,59 1,73
novembro 105,57 3,23 69,60 0,61 78,55 0,48 80,44 1,29
dezembro 89,84 1,97 70,83 0,68 90,23 2,09 85,62 1,66
Média 96,10 2,46 131,07 6,01 90,70 2,15 78,70 1,20
Legenda: Nível do rio em cm e vazão em m³/s
Fonte: Epagri 2017
122
Apêndice N
Continuação ...
Dados mensais dos níveis/cm e vazão/m³. s-1 dos Rios Canoas e Camboriú da BHRC-SC de 2015 a 2016.
Mês
Epagri - 2015 Epagri - 2016 Epagri - 2017
Cap. EMASA Rio Canoas Cap. EMASA Rio Canoas Cap. EMASA Rio Canoas
Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão Nível Vazão
janeiro 90,23 2,09 85,41 1,64 122,75 6,57 132,69 5,69 105,33 4,17 126,66 5,11
fevereiro 99,07 3,31 99,31 2,71 121,24 6,37 133,39 5,75 105,33 4,17 - -
março 122,95 6,60 86,95 1,76 121,89 6,46 142,56 6,65 103,24 3,88 135,11 5,92
abril 92,68 2,43 87,39 1,79 121,89 6,46 134,27 5,84 111,31 5,00 138,13 6,21
maio 113,66 5,32 97,41 2,56 121,89 6,46 129,85 5,42 121,38 6,39 148,56 7,25
junho 100,95 3,57 90,52 2,02 101,03 3,58 127,19 5,16 122,45 6,53 152,64 7,67
julho 103,06 3,86 86,44 1,72 99,24 3,33 124,99 4,96 98,64 3,25 - -
agosto 92,24 2,37 79,47 1,23 99,24 3,33 128,21 5,26 102,27 3,75 70,47 0,66
setembro 110,79 4,92 79,47 1,23 97,94 3,15 125,54 5,01 93,11 2,49 64,11 0,31
outubro 128,71 7,40 124,82 4,94 104,92 4,11 129,75 5,41 112,47 5,16 78,08 1,14
novembro 126,07 7,03 116,59 4,19 96,11 2,90 116,90 4,22 - - - -
dezembro 131,33 7,76 123,82 4,85 111,51 5,02 132,26 5,64 - - - -
Média 109,31 4,72 96,47 2,55 109,97 4,81 129,80 5,42 107,55 4,48 114,22 4,28
Legenda: Nível do rio em cm e vazão em m³/s
Fonte: Epagri 2017
123
Apêndice O
Dados pluviométricos mensais/mm dos Rios Canoas e Camboriú da BHRC-SC de 2012 a 2017.
Mês
Epagri
2012
Epagri
2013
Epagri
2014
Epagri
2015
Epagri
2016
Epagri
2017
Rio
Canoas
Rio
Canoas
Cap.
EMASA
Rio
Canoas
Cap.
EMASA
Rio
Canoas
Cap.
EMASA
Rio
Canoas
Cap.
EMASA
Rio
Canoas
janeiro 131,00 207,80 172.4 156,00 134,20 162,80 - 154,60
fevereiro 143,80 110,10 291,20 217,20 286 6 286,60 - 83,20
março 451,80 183,40 161,60 150,60 296,40 296,40 216,60 120,00
abril 394,40 108,60 77,60 86,80 146,60 146,60 173,40 79,40
maio 74,60 73,20 101,20 189,60 101,60 101,60 248,80 152,40
junho 210,00 256,40 272,40 110,20 84,80 85,60 85,60 198,60 76,60
julho 192,00 17,20 56,40 141,40 66,40 73,80 73,80 24,20 18,00
agosto 110,40 60,60 87,20 61,20 60,40 181,40 181,40 89,20 66,60
setembro 51,40 213,40 164,80 182,40 238,80 250,00 127,80 127,80 85,60 32,40
outubro 119,80 140,00 57,40 30,80 267,60 281,20 133,00 133,00 120,40 44,60
novembro 72,00 86,00 94,80 92,00 152,20 160,20 66,20 66,20 - -
dezembro 110,20 73,20 178,80 180,80 67,60 263,80 23,60 23,60 - -
Soma Anual 2220,60 830,00 1585,10 1670,60 1967,00 1370,20 1685,40 1156,80 827,80
Média
Mensal 88,35 185,05 118,57 132,09 151,87 163,92 124,56 140,45 144,60 82,78
Fonte: Epagri 2017
124
8. ANEXOS
Anexo 1
Área/ha plantada de arroz em Camboriú-SC, para período de 2004 a 2016. Fonte IBGE 2018.
125
Anexo 2
Imagem da expansão do Bairro Conde de Vila Verde em Camboriú entre 2004 e 2017. Fonte:
Google Earth 2018.
126
Anexo 3
Minuta do Contrato entre Emasa e produtor rural da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú-SC.
TERMO DE CONTRATO QUE ENTRE SI CELEBRAM A EMASA E XXXXXXXXXXXX
AO PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA DO RIO CAMBORIÚ.
Aos XXXX dias do mês de XXXX do ano 2016, XXXX, brasileiro, casado, aposentado, inscrito
no CPF nº XXXXX, residente na XXX, s/n, Bairro XXX, Camboriú - SC, doravante
denominado simplesmente PRODUTOR DE ÁGUA, legítimo proprietário das terras rurais
descritas neste termo, que abrigam as margens de nascentes e cursos de águas e/ou outras áreas
em relação as quais a recuperação e manutenção de vegetação nativa se revelam fundamentais
para a melhoria quantitativa e qualitativa das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú,
comparece perante a EMPRESA MUNICIPAL DE ÁGUA E SANEAMENTO DE
BALNEÁRIO CAMBORIÚ – EMASA, entidade autárquica do Município de Balneário
Camboriú criada pela Lei nº 2.498, de 31 de outubro de 2005, doravante denominada
simplesmente CONCEDENTE, para formalizar, mediante a assinatura deste instrumento, sua
ADESÃO ao PROJETO PRODUTOR DE ÁGUA, criado pela Lei nº 3.026, de 26 de novembro
de 2009, tendo em vista a sua habilitação e convocação em conformidade com as determinações
do Edital de Chamamento Público nº 01/2016, mediante as seguintes cláusulas e condições:
DA REGÊNCIA CLÁUSULA PRIMEIRA
O presente instrumento trata-se de um termo de adesão ao Projeto Produtor de Água e rege-se
pelas regras contidas no Edital de Chamamento Público nº 01/2016, na Lei Municipal nº
3.026/2009, no Decreto Municipal nº 6121 de 16 de maio de 2011. E nas demais normas
atinentes à espécie.
DO OBJETO CLÁUSULA SEGUNDA
O presente termo tem por objeto a adesão pelo PRODUTOR DE ÁGUA ao Projeto criado pela
Lei Municipal nº 3.026/2009 e regulamentado pelo Decreto Municipal nº 6121 de 16 de Maio
de 2011, em virtude da qual compromete-se com a CONCEDENTE, mediante recebimento de
apoio financeiro, a observar as disposições estabelecidas neste instrumento e no Projeto
Individual de Propriedade – PIP anexo, voltadas ao restabelecimento, recuperação, melhoria,
proteção e manutenção dos ecossistemas em Áreas de Preservação Permanente - APP’s que
gerem Serviços relacionados à qualidade e quantidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio
Camboriú.
Parágrafo Primeiro
O presente termo está inserido no contexto do Projeto Produtor de Água, caracterizado por um
Sistema de Incentivos Financeiros que visa, mediante a aplicação do princípio provedor-
recebedor, estimular por meio de compensação financeira os agentes que, comprovadamente,
contribuírem para a recuperação, proteção e manutenção de serviços ecossistêmicos afetos ao
manancial de abastecimento Público da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, provendo
benefícios para a bacia e respectiva população.
127
Parágrafo Segundo
A CONCEDENTE prestará apoio financeiro ao proprietário habilitado aderente ao Projeto
Produtor de Água como contrapartida à implementação e manutenção das ações definidas neste
instrumento e especialmente no respectivo Projeto Individual de Propriedade (PIP), Anexo I e
parte integrante do presente.
DAS OBRIGAÇÕES DO PRODUTOR DE ÁGUA E DA MANUTENÇÃO DAS
CONDIÇÕES DE HABILITAÇÃO CLÁUSULA TERCEIRA
Pelo presente instrumento o PRODUTOR DE ÁGUA reconhece e declara expressamente que
reúne e manterá as condições de habilitação previstas no Edital de Chamamento Público nº
01/2016 durante todo o prazo de vigência deste termo de adesão, bem como que protegerá e
conservará a área objeto do benefício e observará as ações propostas para preservação e
recuperação de XXXXX hectares de Áreas de Floresta Atlântica no imóvel de sua propriedade,
Matriculas XXXXXX, do 1º Ofício de Registro de Imóveis de Balneário Camboriú,
coordenadas 725.573; 7.002.855 (UTM 22S, SIRGAS 2000), nos termos e prazos estabelecidos
no PIP.
Parágrafo único.
A área a ser recuperada e mantida, bem como as técnicas a serem utilizadas e a tipologia da
vegetação, estão definidas no Projeto Individual de Propriedade (PIP) – Anexo I – e
devidamente indicadas no respectivo mapa, sendo desnecessário o isolamento por cercas de
arame.
CLÁUSULA QUARTA
Além das obrigações da CLÁUSULA TERCEIRA, o PRODUTOR DE ÁGUA compromete-
se também a:
a)Permitir a EMASA, ou a terceiros expressamente designados pelo Grupo Gestor do Projeto
Produtor de Água do Rio Camboriú, a execução de atividades previstas no PIP (Anexo I) que
sejam de atribuição desta.
b)permitir o acesso ao imóvel supra descrito, a qualquer tempo, das equipes da EMASA ou da
equipe de vistoria nomeada pelo Grupo Gestor, visando verificar o cumprimento das
obrigações, bem como o desenvolvimento e situação das áreas afetas ao projeto;
c)auxiliar na proteção das áreas afetas ao projeto, bem como, na proteção das ações nestas
efetivadas, atuando como agente de monitoramento de riscos e atividades que possam
comprometer os resultados objetivados, tais como fogo, animais exóticos, espécies invasoras,
terceiros, etc.;
d)informar prontamente a EMASA, diretamente ou por meio do Grupo Gestor ou equipe de
vistoria, da existência de qualquer situação que se enquadre no item supra;
e)acompanhar a execução e informar diretamente a EMASA sobre atrasos ou irregularidades
inerentes às atividades previstas no PIP – Anexo I – que estejam sob a responsabilidade da
EMASA e sendo desenvolvida por terceiros por esta formalmente designados;
f)ter conhecimento das leis e normas que regulam a política florestal, de proteção à
biodiversidade e dos recursos hídricos e assumir o compromisso de acatá-las fielmente.
128
CLÁUSULA QUINTA
O PRODUTOR DE ÁGUA declara neste ato que é legítimo proprietário e possuidor do imóvel
descrito na CLÁUSULA TERCEIRA, declarando ainda que o mesmo se encontra livre de todo
e qualquer gravame que possa afetar os compromissos nestas assumidos, bem como que se
encontra em dia com o pagamento de impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e
municipais existentes.
Parágrafo Primeiro
O PRODUTOR DE ÁGUA declara que não existe qualquer espécie de demanda possessória
ou conflito em relação ao imóvel supra descrito, que possa afetar ou comprometer os
compromissos assumidos no presente termo.
Parágrafo Segundo
O PRODUTOR DE ÁGUA declara que possui todos os poderes necessários para firmar o
presente instrumento, bem como que inexistem terceiros não signatários que possam ter
qualquer direito em relação ao presente, assumindo integral responsabilidade civil e penal desta
decorrente.
Parágrafo Terceiro
O PRODUTOR DE ÁGUA se compromete a manter, durante toda a execução do termo de
adesão, todas as condições que permitiram a sua qualificação como beneficiário do Projeto.
DAS OBRIGAÇÕES DA CONCEDENTE CLÁUSULA SEXTA
Constituem obrigações da CONCEDENTE, a serem executadas diretamente ou por meio de
terceiros expressamente autorizados para tais fins:
a)proceder o pagamento dos valores estabelecidos no presente instrumento, desde que
observadas pelo PRODUTOR DE ÁGUA as condições descritas nas CLÁUSULAS
TERCEIRA e QUARTA;
b)monitorar a execução das ações previstas no PIP – Anexo I;
c)emitir pareceres de cumprimento das ações previstas no PIP, mediante vistorias realizadas
pela equipe de vistoria designada pelo Grupo Gestor;
d)executar ou delegar expressamente, e por escrito, a execução das tarefas de sua
responsabilidade definidas no PIP.
DO VALOR E DA FORMA DE PAGAMENTO CLÁUSULA SÉTIMA
Pela adesão ao Projeto, manutenção e observância das condições estabelecidas nas
CLÁUSULAS TERCEIRA e QUARTA, bem como no PIP, que visam permitir a recuperação
e manutenção de serviços ecossistêmicos, o PRODUTOR DE ÁGUA, receberá a título de
incentivo financeiro pelas áreas de conservação o valor de R$ XXXX (XXXX), que
correspondem a XXXX UFM (ano base de 2016), e ainda, receberá a título de incentivo
financeiro pelas áreas de restauração o valor de R$ XXXXX (XXXXX), que correspondem a
XXXX UFM (ano base de 2016), referentes à tabela de classificação do apoio financeiro
129
encontrada no Anexo III do Edital de Chamamento Público nº 01/2016, desembolsados pela
CONCEDENTE conforme cronograma existente no PIP – Anexo I.
Parágrafo Primeiro
Os pagamentos serão efetuados em até 10 dias (úteis), nos termos do cronograma de
desembolso constante do Projeto Individual de Propriedade – PIP (Anexo I), condicionado a
aprovação pelo Grupo Gestor e pela EMASA do relatório de vistoria da equipe de vistoria;
Parágrafo Segundo
Os pagamentos ficam vinculados ao cumprimento dos indicadores correspondentes às etapas
estabelecidas no Projeto Individual de Propriedade – PIP (Anexo I), de acordo com o
cronograma, podendo ser suspenso ou reduzido caso o relatório de vistoria aponte
inobservância total ou parcial às condições propostas de preservação e recuperação.
Parágrafo Terceiro
Os pagamentos ao Produtor de Água, no que se refere ao incentivo decorrente deste termo,
ficarão condicionados à comprovação, mediante certidões negativas, da regularidade para com
os tributos federais, estaduais e municipais, bem como com o INSS e FGTS, se for o caso, em
obediência ao § 3º do art. 195 da CF, nos termos da Decisão TCU nº 705/94 – Plenário, item 1
alínea “d”.
Parágrafo Quarto
No valor mencionado na presente cláusula estão incluídas todas as despesas do PRODUTOR
DE ÁGUA, assim como com os encargos fiscais, sociais, comerciais, trabalhistas e
previdenciários e quaisquer outras despesas necessárias à manutenção das condições
decorrentes do presente instrumento.
Parágrafo Quinto
Caso seja necessária qualquer retenção tributária está será procedida pela CONCEDENTE,
sendo devidamente discriminada no ato do pagamento.
CLÁUSULA OITAVA
O pagamento será efetuado por transferência eletrônica, sempre vinculado a aprovação do
respectivo relatório de vistoria pelo Grupo Gestor e pela EMASA.
CLÁUSULA NONA
As despesas decorrentes do presente instrumento correrão à conta da seguinte dotação
orçamentária prevista na Lei Orçamentária: funcional programática 35.01.18.543.1542, Projeto
1.58 – Recuperação de Áreas Ambientais.
DA FISCALIZAÇÃO CLÁUSULA DÉCIMA
A fiscalização e gestão diretas do presente termo ficarão a cargo da CONCEDENTE.
Parágrafo Primeiro
Fica estabelecido que a fiscalização, verificação e certificação das ações e condições previstas
neste termo de adesão serão procedidas pela Equipe de Vistoria do Projeto, a ser designada pelo
Grupo Gestor e submetida à aprovação da CONCEDENTE.
130
Parágrafo Segundo
A equipe de vistoria deverá proceder vistoria semestral e elaborar relatório fundamentado
atestando o cumprimento ou descumprimento das ações e condições definidas, bem como
apresentando observações que entender relevantes para a satisfação deste termo e dos objetivos
do Projeto.
Parágrafo Terceiro
Com base nos relatórios de vistoria o Grupo Gestor avaliará o atendimento às cláusulas deste
instrumento e emitirá parecer para a CONCEDENTE opinando pelo pagamento ou não, bem
como indicando eventuais providências necessárias em cada caso. Fica o pagamento da parcela
condicionada ao parecer favorável.
Parágrafo Quarto
Com base no parecer do Grupo Gestor a EMASA aprovará e autorizará, ou não, o pagamento
da parcela correspondente.
DAS PENALIDADES PELO INADIMPLEMENTO CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA
O não atendimento às cláusulas estabelecidas neste termo implica na imediata suspensão do
pagamento da parcela, devendo o PRODUTOR DE ÁGUA ser notificado a prestar justificativa
em um prazo máximo de 60 (sessenta) dias, bem como promover o saneamento necessário.
Parágrafo Primeiro
O não atendimento ao disposto no caput implica no cancelamento do direito ao recebimento da
parcela.
Parágrafo Segundo
A emissão de 2 (dois) pareceres consecutivos atestando o descumprimento das cláusulas do
termo de adesão caracterizará o inadimplemento e acarretará em automático cancelamento do
incentivo financeiro e na exclusão do proprietário do rol de contemplados pelo Projeto Produtor
de Água.
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA
A ausência de manutenção das condições de habilitação previstas no Edital de Chamamento
Público nº 01/2016 e/ou a falta de proteção ou conservação da área objeto do benefício,
caracterizadas nos termos da CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA, acarretará o automático
cancelamento do presente termo de adesão e o PRODUTOR DE ÁGUA deve devolver as
parcelas recebidas, nos termos do artigo 3º parágrafo único da Lei 3.026/2009.
Parágrafo Primeiro
A cobrança será efetuada mediante ação judicial própria.
CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA
A inobservância aos termos deste instrumento ou a preceitos legais pelo PRODUTOR DE
ÁGUA o sujeitará, além da devolução dos valores recebidos, ao pagamento das despesas
131
realizadas pela CONCEDENTE em decorrência do presente termo, bem como da reparação dos
eventuais danos, perdas ou prejuízos que seu ato punível venha acarretar à mesma.
CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA
O ressarcimento das despesas e reparação de danos, definidos após regular processo
administrativo, garantido o contraditório e a ampla defesa, poderá ser descontado dos
pagamentos eventualmente devidos pela CONCEDENTE ou, quando for o caso, cobrada
judicialmente.
DO PRAZO
CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA
O presente termo de adesão terá vigência de 02 (dois) anos, contados da data de sua assinatura,
renováveis nos termos da legislação vigente, sujeito a validação anual onde será considerada a
satisfação dos termos deste instrumento e do Projeto, bem como o orçamento deste último.
Parágrafo único
Este termo de adesão poderá ser alterado a qualquer tempo, mediante instrumento formal
subscrito pelo PRODUTOR DE ÁGUA, expressamente aceito pela CONCEDENTE,
resguardadas as suas condições essenciais e limites legais.
CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA
A CONCEDENTE, em razão da supremacia dos interesses públicos sobre os interesses
particulares poderá:
a)alterar o cronograma de pagamentos nos limites da lei para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitando os direitos do PRODUTOR DE ÁGUA;
b)cancelar este termo, nos casos de infração ou inaptidão do PRODUTOR DE ÁGUA;
c)fiscalizar a execução do Projeto; e
d)aplicar sanções motivadas pela inobservância total ou parcial deste termo.
e)cancelar o presente termo e respectivo incentivo em caso de suspensão ou termino do Projeto
Produtor de Água.
CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA
Este instrumento poderá ser cancelado, de pleno direito, independentemente de notificação ou
interpelação judicial ou extrajudicial, quando determinado por ato unilateral da Administração
ou por consenso entre as partes.
DA PUBLICAÇÃO
CLÁUSULA DÉCIMA OITAVA
A publicação resumida desse Termo na Imprensa Oficial deverá ser providenciada pela
EMASA.
132
DAS COMUNICAÇÕES CLÁUSULA DÉCIMA NONA
As comunicações com origem neste termo deverão ser formais e expressas, sendo válidas
mediante o envio com registro de recebimento, por fax ou e-mail, transmitido pelas partes.
DO FORO
CLÁUSULA VIGÉSIMA
Para dirimir quaisquer conflitos, controvérsias de interpretação e de cumprimento, decorrentes
do presente instrumento, as partes elegem o foro da Comarca de Balneário Camboriú,
renunciando a qualquer outro, independentemente do motivo.
E, por ser a expressão da verdade, o PRODUTOR DE ÁGUA firma o presente instrumento em
três vias de igual forma e teor, submetendo-o à aceitação da CONCEDENTE.
Balneário Camboriú, XX de XX de 2016.
XXXXXXXXXX
133
Anexo 4
Projeto Individual de Propriedade do projeto Produtor de Agua da BHRC-SC.
134
Anexo 5
Ata da Reunião do GG dia 25 de julho de 2017 da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú-SC.
Ata de Assembleia Ordinária do Grupo
Gestor – Produtor de Águas do Rio Camboriú Doc. Nº
Página
1 de 3
Objetivo: - Aprovação do Plano de Trabalho para
os próximos 5 anos;
- Aprovação do PIP de Anderson Panaino
- Assuntos e informes gerais.
Data:
25/05/2017
Início 14:15 h
Término
17:00 h
Local: Sala dos Conselhos - IFC Camboriú.
GR
UP
O G
ES
TO
R/
PR
ES
EN
TE
S
Nome Órgão/Função
Andre Targa Cavassani TNC
Arielle Castelem Gall Águas de Camboriú
Jaqueline I. de Souza SDS
Joeci R. Godoi IFC
Janete Paulo SEMAM
Larissa Martins ARESC
Leonardo Petrocelli Garcez EMASA
Liara Rotta Padilha FUCAM
Patrícia Zimmermann SEMAM
Paulo Henrique Santos Comitê Camboriú
Paulo Ricardo Schwingel Comitê Camboriú
Rafaela Comparim Santos EMASA
Silvio Matias Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Vera Maria C. Nascimento Agência Nacional de Águas
Assunto
Às quatorze horas e quinze minutos do dia vinte e cinco do mês de maio de 2017, na sala dos
conselhos do IFC de Camboriú, inicia a Assembleia Ordinária do Grupo Gestor do Projeto
Produtor de Água do Rio Camboriú. Rafaela abre a reunião com a leitura da Ata da Assembleia
Geral deste Grupo Gestor, realizada em fevereiro de 2017. A ata foi aprovada pelos presentes.
Paulo Schwingel e Patrícia, logo após a leitura da última ata, solicitam que as atas sejam
enviadas previamente aos participantes da reunião por e-mail. Todos se apresentam e André
recomenda iniciar pelo plano de ações, para ter o respaldo de todos os integrantes, aproveitando
o maior número possível de representantes. André apresenta o plano de ação, mostrando alguns
outros modelos de planos de ações da ANA. Vera afirma que os modelos usados como exemplo
têm todos os itens que a promotoria solicita no plano de ações. Rafaela explica o modo de
divisão do plano, começando pela primeira etapa, que é articular o acordo de cooperação técnica
(ACT) e atualizar a estrutura de governança do projeto, com isso, pretende-se redefinir e
adequar a secretaria executiva, revisar o regimento interno, definir grupos técnicos de trabalho
para atuar em áreas específicas do projeto. André afirma que para serem realizadas essas
sugestões, devem ser nomeadas entidades responsáveis por cada atividade. Jaqueline afirma
135
que a SDS poderia ser inclusa na atividade de revisar o arcabouço legal de criação do projeto.
André fala sobre a atividade de organizar os proprietários participantes do projeto, para
organizá-los em uma associação, para assim, poderem participar ativamente das decisões do
projeto. Sobre a primeira etapa, André pergunta se todos estão de acordo com os responsáveis
por cada atividade, e todos ficam a favor. André fala que não se deve inserir uma atividade
incerta, já que será cobrada toda atividade proposta no plano. Rafaela fala sobre a segunda
etapa, com as atividades de elaborar e executar um plano de comunicação e plano de
capacitação. Jaqueline pergunta sobre quem seriam os beneficiados com o plano de capacitação,
Arielle afirma que os beneficiados seriam os próprios técnicos trabalhando no projeto e até
mesmo os produtores. Rafaela avança para a terceira etapa, que tem como atividade elaborar
um novo edital de chamamento, mobilizar e engajar proprietários, colocando uma meta de 10
proprietários por ano, elaboração de PIP’s, elaboração de contratos de PSA, entre outras
atividades referentes. Patrícia pergunta se a FUCAM não está sendo capacitada para elaboração
dos PIP’s. Rafaela responde que a FUCAM está separando um local para melhor atendimento
dos proprietários, auxiliando na fase de mobilização. André complementa que poderá ser
necessária a contratação de terceiros para elaboração de atividades de mapeamento, e outras
atividades de campo, como, até mesmo, a elaboração de PIP’s. Paulo Schwingel pergunta sobre
o não cumprimento das metas do plano de ação, se há alguma consequência, caso aconteça.
Vera responde que não há consequências, porém servem para a evolução do projeto, e completa
que o não cumprimento é passível de justificativas. André fala que embora não tenha
consequências de um modo geral, o não cumprimento pode ser prejudicial internamente dentro
de algumas instituições e, por isso, deve se estabelecer metas com cautela. Paulo Schwingel
pergunta qual o número total de proprietários capazes de aderir ao projeto na bacia. André
responde que são em torno de 300 proprietários. André fala que seria possível a realização de
um PIP por mês, assim, validando a meta inicial de 10 proprietários por ano, sendo até
conservadora, segundo ele. Vera complementa que isso também serve para a determinação de
metas para áreas de conservação e recuperação. Silvio pergunta se os proprietários foram
convidados para participar da reunião, André responde que não, porém a reunião é aberta, e
essa era a ideia de criar uma associação para os proprietários. Larissa fala que a ARESC deveria
ser inserida também como responsável para revisar o arcabouço legal de criação do projeto e
para elaborar planos de comunicação e capacitação. Continuando com a terceira meta, Rafaela
fala sobre as atividades de implementação e manutenção das áreas de conservação e de
restauração, com uma meta de aderir 260ha de áreas conservadas e 20ha de áreas em processo
de restauração anualmente. Rafaela comenta também sobre a atividade de implantar ações para
conservação de água e solo, adequando 5km de estradas rurais e implantando 1ha de terraço
anualmente. André fala sobre a possível adoção de melhores técnicas agrícolas com objetivo de
ajudar na recuperação da água e solo, incluindo esse item na composição do PSA e concedendo
capacitação aos proprietários. André fala sobre a atividade de implantar sistemas de
esgotamento sanitário nas propriedades rurais, com uma tarefa de aderir anualmente 10
propriedades com sistema de esgotamento sanitário adequado. André fala sobre a atividade de
incentivar a implantação de RPPN, com a meta de implantar uma RPPN por ano. A última
atividade da etapa é vistoriar as propriedades e as atividades contempladas no PIP, que
necessitará de nova estratégia devido à meta de adesão de 10 propriedades anualmente. André
fala sobre as entidades responsáveis por cada atividade, perguntando se todos estão de acordo.
Jaqueline comenta que, por mais que nem todos os órgãos estejam citados como responsáveis,
todos poderiam participar da atividade de alguma forma. Patrícia fala que gostaria de participar
da elaboração dos PIP’s. Arielle afirma que poderia dar apoio a algumas atividades da terceira
etapa, como implantação das áreas de conservação e recuperação e implantação de estradas.
Patrícia afirma que a SEMAM poderia auxiliar na implantação de RPPN’s nas propriedades.
136
Avançando para a quarta etapa, André explica que essa etapa teria como atividades monitorar
variáveis ecológicas, hidrológicas, socioeconômicas e ambientais. Sobre as variáveis
ecológicas, André fala que a fauna e flora seriam os principais componentes, tendo como tarefa
a elaboração e execução de um plano de monitoramento. André afirma que nas variáveis
socioeconômicas, não deverá ser monitorado somente as propriedades, mas sim toda a bacia.
Como última atividade dessa etapa, seria feita a elaboração de 1 relatório de avaliação anual
dos resultados das ações executadas no projeto. André e Rafaela afirmam que este último item
seria um instrumento de avaliação interno, sendo as entidades responsabilizadas pelos planos
de monitoramento, responsáveis por essa atividade também, porém, deverá ser divulgado a
todos os integrantes do GGP. André apresenta o cronograma de execução de todas as atividades
durante um período de 5 anos, que é o tempo do plano de ação. Rafaela comenta que enviará o
plano de ação para todos os membros do GGP para que analisem e, se estiverem de acordo,
confirmarem a aprovação do plano até dia 31/05. Encerrando o assunto do plano de ação,
Rafaela insere na reunião, a aprovação da propriedade de Anderson Panaino, tendo essa
propriedade uma maior área de pastagem, e pequenas áreas florestadas. A propriedade tem uma
área total de 5,2ha, e 0,6103ha foi destinado a área de PSA como conservação, sendo 0,0209ha
para conservação de matas ciliares. O valor pago será de R$87,23 por ano. André e Jaqueline
afirmam que grande parte dos proprietários não se importa realmente com o valor recebido pelo
projeto, e sim com o reconhecimento por estar cooperando com a conservação/recuperação da
área florestal de sua propriedade. O projeto de Anderson Panaino foi aprovado por todos. André
afirma que para a criação de grupos técnicos é importante a presença de todos os órgãos, que
seria pauta para a próxima reunião. Paulo Henrique apresenta um manual de vistorias, um
dos produtos de sua dissertação que tem como alvo o Projeto Produtor de Água do Rio
Camboriú. Esse manual apresentado propõe que a EMASA agende a vistoria, repassando
por e-mail ao GGP as informações necessárias para a vistoria, o que já é feito atualmente.
A equipe formada de, pelo menos, um representante de três instituições parceiras, com a
posse do PIP e check list. Esse check list representaria os aspectos que devem ser
analisados pela equipe, contendo itens a serem avaliados, com observações sobre. Paulo
Henrique explica que o Grupo Gestor, juntamente com a EMASA, realizará o
treinamento necessário de dois ou três representantes por instituição. André propõe a
ideia de que, na criação do PIP, se faça um check list próprio para cada propriedade. O
manual será enviado por e-mail aos membros do GGP para que todos possam fazer
contribuições. Foi proposta a data da próxima assembleia, dia vinte e sete de julho de 2017,
sendo aprovada por todos os presentes. Nada mais havendo a tratar, finaliza a reunião às 17:00
horas. Eu, Leonardo Petrocelli Garcez, lavrei está ata para que seja assinada pelos membros e
surtam os efeitos legais. Balneário Camboriú, 26 de maio de 2017.
137
Anexo 6
Acordo de Cooperação Técnica n° 001/2012
CLÁUSULA QUARTA - DAS OBRIGAÇÕES DOS PARTÍCIPES
Parágrafo Primeiro. São atribuições comuns aos partícipes:
a) prestar apoio técnico e operacional à implementação do Projeto;
b) acompanhar a implantação do Projeto em suas fases críticas, de acordo com cronograma
previamente definido;
c) envidar esforço para a execução do Projeto dentro dos melhores padrões de qualidade;
d) garantir que a locação de recursos seja feita, em caráter prioritário, às ações visem a
minimizar perdas fomentar o uso sustentável dos recursos hídrico na bacia do rio Camboriú;
e) estabelecer conjuntamente os quantitativos e critérios a serem observados no rateio dos
investimentos financeiros entre os partícipes, de modo a garantir o estabelecimento do Projeto;
f) zelar pelo nome das demais partes, no âmbito das atividades decorrentes do Acordo de
Cooperação;
g) participar da concepção dos projetos de recomposição florestal, de conservação de solo e
Pagamento por serviços Ambientais de e outros que se fizerem necessários;
h) articular-se com órgão e entidades públicas e privadas;
i) disponibilizar pessoal técnico, na forma permitida pela legislação em vigor e conforme
disponibilidade, para compor as equipes técnicas necessárias à execução dos Planos de
Trabalho;
j) articular esforços para sensibilizar e mobilizar o envolvimento da comunidade nas atividades
do Projeto;
k) divulgar a iniciativa nos locais de abrangência do Projeto e para a população em geral;
l) colocar à disposição do Projeto dados, informações, veículos, equipamentos, instalações e
outros insumos, a serem definidos nos Planos de Trabalho, conforme disponibilidade e previsão
orçamentária;
m) indicar um representante e seu substituto para compor o Grupo Gestor, que irá proceder à
gestão do presente Acordo;
n) monitorar, avaliar e divulgar os resultados da implantação do Projeto;
o) participar da elaboração do Plano de Marketing e Comunicação; e
p) garantir que a divulgação do Projeto, em qualquer mídia, explicite a participação e
responsabilidade e cada partícipe.
Parágrafo segundo. São atribuições da EMASA:
a) prover, em sua área de atuação, os recursos das ações definido no plano de trabalho;
b) prover os recursos financeiros necessários para a execução dos trabalhos relativos à sua área
de atuação, conforme e planejado no cronograma físico-financeiro do Projeto;
138
c) obter, quando couber, as licenças ambientais exigidas por lei para execução do Projeto;
d) disponibilizar informações relativas ao levantamento planialtiométrico da área do Projeto; e
e) elaborar e desenvolver material de divulgação e educação ambiental relacionado ao projeto.
Parágrafo terceiro. São atribuições do MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ:
a) obter, quando couber, as licenças ambientais exigidas por lei para execução do Projeto;
b) fornecer muda florestais de espécies nativas, necessárias para atender às demandas dos
projetos de recomposição florestal, segundo critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho
ou pelo Grupo Gestor, desde que assegurados os recursos previstos;
c) elaborar e desenvolver material de divulgação e educação ambiental relacionado ao Projeto;
d) buscar recursos financeiros para implementação do Projeto, sem, contudo, garantir o
levantamento de tais recursos parcial ou totalmente.
Parágrafo quarto. São atribuições do MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ:
a) obter, quando couber, as licenças ambientais exigidas por lei para execução do projeto;
b) possibilitar o acesso às áreas previstas para a implantação do projeto;
c) elaborar e desenvolver material de divulgação e educação ambiental relacionado ao projeto;
d) buscar recursos financeiros para implementação do projeto, sem, contudo, garantir o
levantamento de tais recursos parcial ou totalmente,
Parágrafo quinto. São atribuições do IDEIA:
a) promover a mobilização de instituições parceiras, prefeituras e produtores rurais atuantes na
área do projeto, proporcionando o engajamento de todos para o cumprimento efetivo dos
objetivos propostos;
b) auxiliar na elaboração da minuta de projeto técnico de recomposição florestal;
c) buscar recursos financeiros para implementação do projeto, sem, contudo, garantir o
levantamento de tais recursos parcial ou totalmente.
d) implementar ações de educação ambiental pertinentes ao Projeto Produtor de Água do Rio
Camboriú.
Parágrafo sexto. São atribuições da ANA:
a) prover apoio técnico na definição de práticas de conservação de água e solo e saneamento
das propriedades rurais envolvidas na área do projeto;
b) apoiar tecnicamente na elaboração do programa de pagamento por serviços ambientais, no
contexto do projeto, visando à sua viabilidade e sustentação financeira no longo prazo;
c) buscar recursos financeiros para o projeto, sem, contudo, garantir o levantamento de tais
recursos parcial o totalmente.
139
Parágrafo sétimo. São atribuições da TNC:
a) elaborar os projetos individuais de recomposição e conservação florestal nas propriedades
rurais que aderirem ao Projeto;
b) executar as atividades relativas à recomposição florestal, conforme previsto no Projeto;
c) apoiar tecnicamente a elaboração de programa de pagamento por serviços ambientais no
contexto do projeto, visando à sua viabilidade e sustentação financeira no longo prazo;
d) apoiar a implementação do processo de monitoramento de resultados do Projeto, na área
hidrológica, relativos à qualidade e quantidade de água, e especialmente aos temas relativos à
biodiversidade terrestre e aquática;
e) apoiar a produção de material de divulgação e a definição de estratégias para captação de
recursos;
f) buscar recursos financeiros para o projeto, sem, contudo, garantir o levantamento de tais
recursos parcial o totalmente.
Parágrafo oitavo. São atribuições da EPAGRI/CIRAM:
a) apoiar tecnicamente a elaboração e implantação de projetos de pagamento por serviços
ambientais e de regularização ambiental das propriedades rurais, visando a conservação dos
solos e provisão e água na bacia do rio Camboriú;
b) realizar o monitoramento hidrometeorológico da bacia do rio Camboriú, em conjunto com
outros parceiros oferecendo apoio técnico na instalação, calibração e operação dos
equipamentos, definindo metodologias e protocolos de monitoramento, além de armazenar e
disponibilizar as informações oriundas das estações hidrometeorológicas no contexto do
projeto;
c) desenvolver ações de mapeamentos geográficos, tais como: uso do solo, cobertura vegetal
nativa, solos, delimitação de confrontantes, entre outros, para fins de regularização ambiental
das propriedades rurais participantes do programa;
d) apoiar o monitoramento das áreas "alvo" (recuperação, isolamento, proteção, entre outros)
para fins de verificação da efetividade nas ações do projeto;
e) apoiar o desenvolvimento de estudos técnicos para priorização de áreas no projeto e que
dêem suporte à tomada de decisão pelo Comitê Gestor do Projeto;
Parágrafo nono. São atribuições da BUNGE NATUREZA:
a) disponibilizar mudas de espécies arbóreas nativas da floresta ombrófila densa atlântica para
o plantio inicial e replantio de mudas mortas. As mudas fornecidas não terão custo e serão
fornecidas conforme disponibilidade de produção dos viveiros;
b) fica a critério do Programa de Recuperação Ambiental -PRA-BUGE NATUREZA a
realização de pesquisa científica e demonstração em atividades educacionais;
c) informar a EMASA e aso demais parceiros a ocorrência de eventos indesejáveis e que
coloquem em risco a integridade da área cedida, tanto dentro de seus limites quanto no
perímetro e proximidade da área, ficando a cargo da EMASA a responsabilidade por mitigar
tais eventos;
140
Parágrafo décimo. São atribuições do IFC
a) disponibilizar espaço físico para sediar o Projeto Produtor de Águas;
b) disponibilizar mudas nativas da bacia hidrográfica do rio Camboriú para execução dos
projetos;
c) prover apoio técnico para definição e execução dos projetos;
d) desenvolver trabalhos de execução acadêmica; e
e) elaborar e desenvolver material de divulgação e educação ambiental relacionado ao Projeto.
Parágrafo décimo-primeiro. São atribuições do COMITÊ CAMBORIÚ
a) promover ação prática de inovação do projeto produtor de água, apoiando o desenvolvimento
a execução do programa na bacia hidrográfica do rio Camboriú;
b) permitir, possibilitar e incentivar a participação de todos os agentes envolvidos, de forma
integrada com os diversos atores sociais que atuam na região da bacia do Camboriú, no
programa produto de água;
c) contribuir na definição de critérios básicos para a implantação de projetos, para a
administração de recursos e para o pagamento dos serviços ambientais aos agricultores que
aderirem ao Projeto Produtor de Águas;
d) prestar apoio emitir parecer técnico, quando necessário, para a execução de ações como:
construção de terraços e de bacias de infiltração, readequação de estradas vicinais, recuperação
e proteção de nascentes, reflorestamento das áreas de proteção permanente e reserva legal,
saneamento ambiental, entre outros, buscando a sustentabilidade socioeconômica e ambiental
dos projetos implementados na bacia do Camboriú;
e) difundir o conceito e metodologia de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) adotado
pelo programa produtor de água, por meio da conscientização e do incentivo à implantação de
práticas e manejo conservacionistas e a preservação e recuperação de florestas nativas;
f) possibilitar a realização de treinamentos, reuniões e oficinas com os potenciais agentes
replicadores do projeto em relação aos seus critérios e procedimentos na bacia do Camboriú;
g) auxiliar na organização e acompanhar as reuniões de esclarecimentos dos procedimentos a
serem adotados para a implantação do programa produtor de água; e
h) auxiliar no processo de desenvolvimento do material de divulgação e educação ambiental
relacionado ao projeto.
Parágrafo décimo segundo: São atribuições da AGESAN:
a) acompanhar as atividades referentes ao Programa Produtor de Água;
b) fornecer o suporte da regulação e fiscalização do saneamento básico necessário às partes
envolvidas no acordo.
141
Anexo 7
Modelo de relatório de Vistoria do projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio
Camboriú-SC.
RELATÓRIO DE VISTORIA
Nº 54
12/09/2017
PROPRIEDADE VISTORIADA: PR 0063 – Argeu Bernardes
PR 0064 – José Duarte Cesário Pereira
13 de setembro de 2017
CAMBORIÚ – SC
142
INTRODUÇÃO
O Projeto Produtor de Água do Rio Camboriú é uma iniciativa da EMASA e da Prefeitura
Municipal de Balneário Camboriú, em parceria com a organização ambiental The Nature
Conservancy (TNC), a Prefeitura Municipal de Camboriú, a Agência de Regulação de Serviços
Públicos de Santa Catarina (ARESC), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, o
Centro de Informações de Recursos Ambientais de Hidrometeorologia de Santa Catarina
(EPAGRI/CIRAM) e a Agência Nacional de Águas (ANA).
A EMASA, através de contratos firmados com os proprietários rurais que aderiram ao Projeto,
realiza pagamentos semestrais conforme cronograma de desembolso que consta nos Projetos
Individuais de Propriedades (PIPs). Para que os pagamentos sejam realizados é necessária uma
vistoria técnica da equipe de vistorias formada por membros titulares do Grupo Gestor do
Projeto que sejam parceiros da iniciativa. Essa vistoria tem o objetivo de certificar se as ações
de conservação e restauração previstas nos PIPs estão sendo executadas em conformidade com
os contratos de PSA.
Participantes da Vistoria nº 54 – Relatório emitido em 13/09/2017
- Ana Paula Quintana – FUCAM (Fundação do Meio Ambiente de Camboriú) –
Representando Liara Rotta Padilha
- Carin Dorow – SEMAM (Prefeitura de Balneário Camboriú) – representando Patrícia
Zimmermann
- Leonardo Petrocelli Garcez – EMASA
- Paulo Henrique Santos – Voluntário do Comitê Rio Camboriú representando Paulo Ricardo
Schwingel
- Rafaela Comparim Santos – EMASA
PROPRIEDADES VISTORIADAS
PR 0063 – Argeu Bernardes
O proprietário Argeu Bernardes aderiu ao Projeto dia 16 de setembro de 2014 através
do Termo nº 60/2014. Atualmente 1,85ha da sua propriedade estão inseridos no Projeto como
área de conservação, dos quais 0,59ha são conservação de mata ciliar.
No dia 12 de setembro de 2017, foi realizada a segunda vistoria após a renovação do
contrato. Após a apresentação dos participantes da vistoria, foi apresentado os PIPs das
propriedades do Sr. Argeu Bernardes e do Sr. José Duarte Cesário Pereira, como mostra a Foto
1.
Durante a vistoria, os participantes Paulo Henrique e Ana Paula testaram a utilização do
check list proposto pelo Comitê Camboriú na reunião do Grupo Gestor.
143
Foto 1 – Vistoria a propriedades de Argeu Bernardes e José Duarte Cesário Pereira, realizada
dia 12 de setembro de 2017 – (©LeonardoPetrocelli/EMASA).
Em seguida, a área de conservação da propriedade foi visitada, como pode ser visto nas fotos
2 e 3.
Foto 2 – Vistoria a propriedades de Argeu Bernardes e José Duarte Cesário Pereira, realizada
dia 12 de setembro de 2017 – (©LeonardoPetrocelli/EMASA).
144
Foto 3 – Vistoria a propriedades de Argeu Bernardes e José Duarte Cesário Pereira, realizada
dia 12 de setembro de 2017 – (©LeonardoPetrocelli/EMASA).
Não foram encontradas irregularidades na propriedade e o proprietário está apto a
receber o terceiro desembolso previsto no contrato.
PR 0064 – José Duarte Cesário Pereira
O proprietário José Duarte Cesário Pereira aderiu ao Projeto dia 16 de setembro de
2014 através do Termo 61/2014.
A propriedade do Sr. José Duarte é vizinha à propriedade do Sr. Argeu Bernardes e as
áreas contempladas também, sendo que não há cercas entre elas, já que eles são parentes. No
dia da vistoria, foi possível verificar que não havia irregularidades na área, sendo assim o
proprietário está apto a receber o segundo desembolso previsto no contrato.
PROPRIETÁRIO SITUAÇÃO
Argeu Bernardes Apto
José Duarte Cesário Pereira Apto
Balneário Camboriú, 13 de setembro de 2017.
__________________________
Liara Rotta Padilha
FUCAM
__________________________
Patrícia Zimmermann
SEMAM
_________________________
Paulo Ricardo Schwingel
Comitê Rio Camboriú
145
Anexo 8
Ata da Reunião do GG dia 26 de outubro de 2017 da BHRC.
Assunto
Às quatorze horas e dez minutos do dia vinte e seis do mês de outubro de 2017, na Sala de
Reuniões da EMASA, inicia a Assembleia Ordinária do Grupo Gestor do Projeto Produtor de
Água do Rio Camboriú. Rafaela abre a reunião com a leitura da Ata da Assembleia Geral deste
Grupo Gestor, realizada em 19 de julho de 2017. A Ata foi aprovada pela assembleia. Iniciando
o tópico da análise de alterações do Regimento Interno, Arielle pergunta se Águas de Camboriú
não poderia auxiliar na contratação de serviços a serem executados, já que não depende de
licitação e o processo é menos burocrático. André responde que poderiam auxiliar em questões
emergenciais e nos serviços de adequação de estradas e conservação de solo, que não podem
ser custeados pela EMASA. Rafaela comenta que foram feitas algumas alterações no regimento
interno, que falam sobre as atribuições da secretaria executiva e também da eleição da
coordenação. Comenta que ainda tem que atribuir a função de cada cargo. Vera pergunta se um
mesmo órgão pode se reeleger no mesmo cargo. Larissa responde que pode somente se não
houver outro candidato. Vera comenta que deverá ser pensado outro critério de desempate, caso
ocorra. Discutindo o assunto, foi definido que o voto final, caso precise, será do coordenador.
Liara fala que a proposta de atribuição de cada cargo pode ser enviada por e-mail, e também
fala sobre o relatório de vistoria, que deveria ser feito pelas entidades participantes da mesma,
e não pela EMASA. Rafaela fala que é possível testar o novo modelo de relatório criado pelo
Ata de Assembleia Ordinária do Grupo Gestor
– Produtor de Águas do Rio Camboriú Doc. Nº
Página
1 de 2
Objetivo: - Análise de alterações do Regimento
Interno;
- Apresentação de modelo de relatório de vistoria;
- Acordo de Cooperação;
- Apresentação do Estudo de Retorno de Investimento;
- Assuntos e informes gerais.
Data:
26/10/2017
Início 14:10 h
Término
16:50 h
Local: Sala de Reunião da sede da EMASA – Bal. Camboriú.
GR
UP
O G
ES
TO
R/
PR
ES
EN
TE
S
Nome Órgão/Função
Ana Paula Rodrigues Quintana FUCAM
Andre Targa Cavassani TNC
Arielle Castellen Gall Águas de Camboriú
Gustavo Ferrer Monteiro Diogo SDS
Larissa Martins ARESC
Leonardo Petrocelli Garcez EMASA
Liara Rotta Padilha FUCAM
Manuela França Schell GEM Andrônico Pereira
Patrícia Zimmermann SEMAM
Paulo Henrique Santos Comitê Camboriú
Paulo Ricardo Schwingel Comitê Camboriú
Rafaela Comparim Santos EMASA
Priscila F. Curi ARESC
Vera Maria C. Nascimento Agência Nacional de Águas
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Sr. Paulo Henrique, voluntário do Comitê Camboriú. Paulo Henrique começa a apresentação
de seu novo modelo de relatório de vistoria. Schwingel comenta que o modelo atual está
pouco detalhado, sugerindo que aumente o nível de detalhes para evitar possíveis problemas, já
que o pagamento ao proprietário vem somente depois do relatório de vistoria assinado pelos
órgãos participantes. Paulo Henrique mostra o modelo atual de relatório utilizado. André
comenta que o relatório deve trazer a desconformidade da propriedade com relação ao PIP, mas
como não há muitos casos de desconformidade, o relatório acaba ficando simples. Seguindo
para a apresentação do novo modelo, Paulo Henrique sugere que, em cada relatório de
vistoria, deverão ser apresentados dados de todos os vistoriadores, e os participantes da
EMASA apenas acompanham a vistoria, já que são executores. Sobre o check list presente
em seu modelo, trata-se de questões a serem respondidas pelos vistoriadores e, após seu
preenchimento, deverão ser coletadas as assinaturas dos presentes na vistoria, incluindo
o proprietário ou alguém que o representa. Depois caberá a algum dos vistoriadores fazer
o parecer e concluir o relatório, coletando a assinatura dos responsáveis pelos órgãos
presentes na vistoria. Paulo Henrique comenta que é importante revezar as áreas
visitadas, para que, no decorrer do contrato, possa ser vistoriada a propriedade inteira. Larissa sugere que seja levado um GPS para poder colocar no mapa quais lugares da
propriedade foram visitadas. Liara comenta que para dar certo, todos os órgãos deverão levar
seu GPS, sendo mais fácil somente inserir no relatório quais glebas ou caminhos foram
visitadas. Rafaela sugere que nas próximas vistorias já seja levado o check list, para que seja
adaptado com o decorrer das vistorias. Encerrando esse tópico, André apresenta rapidamente
o Estudo de Retorno de Investimento, que teve como objetivo verificar os custos de implantação
do projeto e sua implicação nos custos de tratamento de água, através de previsão de cenários
futuros via modelagem. Concluindo que o projeto irá trazer retorno e que deve ser um
componente financeiro da tarifa de água, como investimento em infraestrutura verde. O estudo
ainda trouxe a informação de que o valor previsto estimado é de R$0,02 por m³ consumido de
água. Schwingel questiona se há estudos sobre o aumento da produção de água na bacia. André
responde que alguns artigos científicos concluíram que, com o aumento da floresta nativa, há
uma pequena diminuição da disponibilidade da água, porém há um maior equilíbrio de
fenômenos naturais, que seriam os períodos de cheia e de seca da bacia, proporcionando
regulação hídrica. Além disso, há um aumento na qualidade da água disponível na bacia, e
complementa dizendo que é justamente isso que o projeto preza. Encerrando a apresentação,
Rafaela informa os participantes sobre o evento de apresentação de uma das etapas do Plano de
Bacia, em parceria com o Projeto Produtor de Água, e convida àqueles que possam auxiliar na
mobilização. Rafaela apresenta a data da próxima reunião para o dia 30 de novembro de 2017.
Nada mais havendo a tratar, finaliza a reunião às dezesseis horas e cinquenta minutos. Eu,
Leonardo Petrocelli Garcez, lavrei está Ata para que seja assinada pelos membros e surtam os
efeitos legais. Balneário Camboriú, 30 de outubro de 2017.
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Anexo 9
Estradas rurais devidamente adequadas na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú (5,2 Km). Fonte: FUCAM 2017.
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Anexo 10
Contrato para monitoramento dos parâmetros qualidade e quantidade de água na área de
atuação do projeto Produtor de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú-SC.