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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ BRUNO WANDERLEY FARIAS ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS: Um Estudo de Caso na Empresa DVA Automóveis S.A Biguaçu 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

BRUNO WANDERLEY FARIAS

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS:

Um Estudo de Caso na Empresa DVA Automóveis S.A

Biguaçu

2007

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BRUNO WANDERLEY FARIAS

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS:

Um Estudo de Caso na Empresa DVA Automóveis S.A

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado aoCurso de Administração do Centro de CiênciasSociais Aplicadas - Gestão como requisito paraobtenção do Título de Bacharel em Administração.

Professor(a) Orientador(a): Alexandre Magalhães,Msc

Biguaçu

2007

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BRUNO WANDERLEY FARIAS

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS:

Um Estudo de Caso na Empresa DVA Automóveis S.A

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do

título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu.

Área de Concentração: Marketing Estratégico

Biguaçu, 27 de novembro de 2007.

Prof. M.Sc. Alexandre Magalhães

UNIVALI - CE de Biguaçu

Orientador

Prof. M.Sc. Rogério Raul da Silva

UNIVALI - CE de Biguaçu

Prof. M.Sc. Elpídio Lenzi

UNIVALI - CE de Biguaçu

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio aos meus

pais, avós, amigos e a todas as pessoas que acreditam em

mim e me apoiaram nos momentos difíceis da vida

acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade do Vale do Itajaí.

Ao orientador Prof. Alexandre Magalhães, pelo acompanhamento pontuale competente.

Aos colegas de turma Marcelo, Renan e Thyago, pela amizade ecompanheirismo demonstrados durante todo o Curso.

Aos professores Sônia Regina Lamego e João Carlos Carneiro peloincentivo demonstrado.

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Não venda o bife, venda o chiado do bife.

Autor Desconhecido

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RESUMO

FARIAS, Bruno Wanderley. Análise das Estratégias de Marketing: Um estudode caso da empresa DVA Automóveis S.A. 2007. 88 f. Trabalho de Conclusãode Estágio (Graduação em Administração) - Universidade do Vale do Itajaí,Biguaçu, 2007.

O setor automotivo vem apresentando, atualmente, quebra de recordes emvolume de vendas devido ao aquecimento da economia e facilitação dos créditos.Tal oportunidade reflete na empresa DVA Automóveis S/A que comercializaautomóveis importados de luxo. Este estudo de caso visa identificar e analisar demodo qualitativo as estratégias em seu composto mercadológico, utilizandoferramentas como modelo das 5forças de Porter adaptado por Zaccarelli e modeloSWOT adaptado por Rocha. Ao final, faz-se uma análise dos pontos em comumdas duas ferramentas de análise e propõe mais estudos de caráter estratégico.

Palavras–chave: análise; estratégia; marketing.

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ABSTRACT

The automotive industry is showing breaking the record in sales volume becauseof the heating of the economy and facilitation of the claims. This opportunityreflects the company DVA Automóveis S/A which markets imported luxury cars.This case aims to identify and analyze the strategies in quality mode of the marketmix, using tools such as model of 5-forces of Porter adapted by Zaccarelli andSWOT model adapted by Rocha. At the end, it is an analysis the points incommon of the two tools and proposing more studies of strategic character.

Key-Words: analyze; strategy; marketing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - 4Ps do composto de marketing.............................................................27

Figura 2 – Ordem dos níveis de produto............................................................... 30

Figura 3 – Fluxo de valor agregado...................................................................... 35

Figura 4 – As cinco Forças de Porter.................................................................... 41

Figura 5 – Relação da análise externa e análise interna da SWOT..................... 78

Figura 6 – Matriz SWOT da empresa DVA Automóveis........................................79

Figura 7 – Percentagens das correlações da matriz SWOT..................................80

Quadro 1 – Níveis do Produto............................................................................... 29

Quadro 2 – Classes dos produtos de consumo.....................................................31

Quadro 3 – Classes dos produtos industriais........................................................33

Quadro 4 – Objetivos de preços possíveis............................................................37

Quadro 5 – Tipos de projetos, métodos e técnicas................................................49

Quadro 6 – Portifólio de produtos da marca Mercedes Benz................................53

Quadro 7 – Portifólio do produtos da marca Chrysler............................................55

Quadro 8 – Manutenção preventiva.......................................................................57

Quadro 9 – Classificação das Instituições varejistas.............................................58

Quadro 10 – Barreira de entrada...........................................................................61

Quadro 11 – Barreira de saída...............................................................................62

Quadro 12 – Rivalidade.........................................................................................63

Quadro 13 – Produtos/Serviços substitutos...........................................................64

Quadro 14 – Poder das negociações.....................................................................65

Quadro 15 – Síntese da análise da qualidade do negócio....................................66

Quadro 16 – Análise do ambiente externo: oportunidades....................................67

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Quadro 17 – Análise do ambiente externo: ameaças............................................68

Quadro 18 – Análise do ambiente externo: Priorização das oportunidades..........70

Quadro 19 – Análise do ambiente externo: Priorização das ameaças..................73

Quadro 20 – Análise do ambiente interno: fatores chaves de sucesso e variáveiscríticas....................................................................................................................75

Quadro 21 – Análise do ambiente interno: pontos fortes e pontos fraco...............77

Quadro 22 – Níveis de Produtos da Empresa DVA Automóveis...........................82

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DCBR – Daimler Chrysler do Brasil

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MB – Mercedes Benz

FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................14

1.1 OBJETIVOS.....................................................................................................461.1.1 Objetivo geral..............................................................................................461.1.2 Objetivos específicos.................................................................................461.2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................161.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA...............................................................17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................18

2.1 ORIENTAÇÃO DE MARKETING, PRODUÇÃO, PRODUTO E VENDAS.......182.2 CONCEITOS CENTRAIS DE MARKETING....................................................202.3 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING...............................................................252.3.1 Produto........................................................................................................282.3.2 Praça............................................................................................................352.3.3 Preço............................................................................................................362.3.4 Promoção.....................................................................................................382.4 ANÁLISE..........................................................................................................392.4.1 Análise Estrutural e Modelo de Porter......................................................402.5 PLANEJAMENTO............................................................................................452.6 IMPLEMENTAÇÃO..........................................................................................462.7 CONTROLE.....................................................................................................47

3 METODOLOGIA.................................................................................................48

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ..................................................................483.2 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO......................................................................50

4 APLICABILIDADE..............................................................................................52

4.1 ESTUDO DE CASO.........................................................................................524.1.1 Produto........................................................................................................534.1.2 Praça............................................................................................................574.1.3 Preço............................................................................................................584.1.4 Promoção....................................................................................................594.2 ANÁLISE..........................................................................................................614.2.1 Análise do ambiente externo.....................................................................614.2.1.1 Barreiras de Entrada..................................................................................614.2.1.2 Barreiras de Saída.....................................................................................624.2.1.3 Rivalidade..................................................................................................624.2.1.4 Produtos/Serviços Substitutos...................................................................644.2.1.5 Poder de Negociação.................................................................................654.2.1.6 Síntese da Análise da Qualidade do Negócio............................................654.2.2 Análise SWOT..............................................................................................66

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4.2.3 Análise das estratégias de Marketing.......................................................814.2.3.1 Produto.......................................................................................................814.2.3.2 Praça..........................................................................................................834.2.3.3 Preço..........................................................................................................834.2.3.4 Promoção...................................................................................................844.3 ANÁLISE DOS PONTOS EM COMUM DAS DUAS FERRAMENTAS

SLUTILIZADAS....................................................................................................84

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................86

REFERÊNCIAS ....................................................................................................87

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1 INTRODUÇÃO

O setor automobilístico abrange a comercialização no atacado e varejo de

automóveis e comerciais leves, caminhões e ônibus, moto e implementos

rodoviários.

No Brasil, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores -

Fenabrave afirma que o setor automotivo teve resultado positivo no início do ano

de 2007 que se comparado com 2006, o segmento de automóveis e comerciais

leves registrou um crescimento de 15,54% no volume de vendas. Este foi o

melhor resultado desde 1997 nesta categoria. No quadrimestre de 2007, as

vendas cresceram em relação ao período anterior, apesar da retração do mês de

abril de 2007 em relação a março do mesmo ano. O carro-chefe do setor,

automóveis e comerciais leves deve superar 2 milhões de unidades em 2007, de

acordo com projeções feitas pela Fenabrave. Com isso, deve superar o volume

histórico de 1997, quando atingiram 1,8 milhão de veículos.

O grupo Daimler Chrysler do Brasil por sua vez também registrou elevados

índices de participação de mercado em 2006. As metas corporativas foram

atingidas no ano de 2006. As vendas de veículos da marca Mercedes Benz

aumentaram em 10% e os veículos da marca do grupo Chrysler aumentaram

30%.

A DVA Automóveis S/A, é a concessionária autorizada na venda de

veículos das marcas Mercedes Benz e Chrysler, que abrange as marcas Jeep e

Dodge, além da própria Chrysler. Estruturada com sua matriz em São José e filial

em Blumenau, possui um planejamento mercadológico baseado nas ações de sua

franqueadora, o grupo DCBR..

Portanto, como o setor está em expansão e o grupo Daimler Chrysler

possui grande participação de mercado, a necessidade de se ter informações

precisas é indisponível, tanto no âmbito geral e nacional, quanto no âmbito

específico e regional para tomadas de decisões eficazes. Contudo, levando em

consideração as especificidades e peculiaridades regionais, a DVA Automóveis

possui de forma limitada pelo grande acúmulo de tarefas de seus diretores, uma

análise do ambiente externo e suas oportunidades e ameaças. Desta forma,

norteia-se o trabalho com a seguinte questão: Será que as estratégias

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competitivas, focadas em ações mercadológicas, da empresa DVA Veículos são

eficazes?

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar as estratégias competitivas no âmbito mercadológico para a

Empresa DVA Automóveis no período de Agosto de 2006 a Novembro de 2007.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Identificar o composto mercadológico;

• Analisar o composto mercadológico;

• Analisar as estratégias competitivas baseadas no modelo das 5 forças

competitivas;

• Analisar as estratégias da empresa baseadas no modelo SWOT.

1.2 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho visa identificar e analisar a estratégia de Marketing da

empresa DVA Automóveis S/A. Esta análise objetiva melhorias de performance

das funções de marketing, adotar e/ou adaptar métodos e técnicas para mensurar

os resultados das ações mercadológicas, identificar oportunidades e ameaças.

Reveste-se de importância pela relevância do assunto. Analisar o sistema

mercadológico da organização é verificar acertos e inconsistências e propor, se

possível e passível de indicadores de concorrência, alterações, correções em

curto, médio e longo prazo dado à urgência e tendência de agravamento do

problema.

No mundo acadêmico, o trabalho torna-se importante, pois grande parte dos

trabalhos de conclusão de estágio relacionados com o marketing visam criar

planejamentos estratégicos. Contudo, tão importante quanto criar, é analisar o

que já existe e, se possível, avaliar e propor sugestões. Acredita-se que para um

administrador recém formado, ao almejar um cargo relacionado com marketing

em organizações de médio e grande porte, a mesma já possua um plano em ação

e caberá ao mesmo analisar, avaliar e sugerir mudanças no seu grau de

importância.

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Para o acadêmico, o trabalho tem uma elevada importância, pois, estagiar

numa organização e analisar suas estratégias de marketing, pode ser um grande

diferencial para um cargo efetivo na organização. Numa visão mais abrangente e

audaciosa, este trabalho pode ser o passo inicial para ações em consultoria

empresarial, ganhando experiência nas áreas que este aborda.

O dispêndio de recursos financeiros é baixo, pois o acadêmico já realiza

atividades na própria organização e possui uma rede de contatos.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A Empresa foi fundada em 30 de Setembro de 1972 sob a denominação de

DVA – Distribuidora de Veículos Auto Diesel Ltda. Contudo, iniciou suas

atividades somente em 01 de Novembro de 1972 na cidade de Florianópolis e

transferiu sua sede social no ano seguinte para o endereço, Rodovia BR-101, km

205 em Barreiros no município de São José SC.

Inicialmente a empresa operava somente com comércio de veículos, peças e

oficina mecânica, como concessinária da Mercedes-Benz do Brasil S.A, atual

DaimlerChrysler do Brasil Ltda.

No ano de 1996, a empresa adquiriu a totalidade das cotas sociais da firma

AutoStern – Comércio de Veículos e Peças Ltda., credenciada na época para

revenda dos automóveis importados Mercedes-Benz. Posteriormente mudou a

denominação social para DVA – Automóveis Ltda.

Em 1999, teve início da comercialização do automóvel Classe A e, para

ampliar sua particpação no mercado, a DVA Automóveis inaugurou sua nova

sede às margens da BR 101, Km 205 no bairro Floresta, São josé com quase 8

mil metros quadrados, uma das maiores de todo Brasil. Em setembro de 2001 foi

inaugurada uma filial em Blumenau para atender o mercado regional.

Ainda no mês de Setembro, após o fechamento da concessionária Chrysler, a

DVA Automóveis assumiu o atendimento de pós-venda dos veículos Chrysler,

Dodge e Jeep e. em março de 2001, passou a comercializá-los.

E passou a revender automóveis importados das marcas Mercedes-Benz,

Chrysler, Dodger e Jeep. A DVA – Automóveis tem sede em São José SC e filial

em Blumenau SC

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo aborda os conceitos relevantes a respeito de marketing,

administração mercadológica, compostos de marketing, análise, planejamento,

implementação e controle. Cabe ressaltar, que o foco do trabalho está

direcionado a análise.

2.1 ORIENTAÇÕES DE MARKETING, PRODUÇÃO, PRODUTO E VENDAS

A importância do Marketing variou muito ao longo do tempo. Sua história

pode ser dividida em eras, de acordo com Boone e Kurtz (1998) ou orientações,

de acordo com Churchill (2005) e Kotler e Armstrong (2003).

A era da produção surgiu no final do século XIX e início do século XX,

quando grande parte das empresas davam ênfase à produção de mercadorias de

qualidade e então procuravam quem às comprasse. Essa atitude “baseava-se no

conceito de que um produto bom (definidos em termos de qualidade física) se

vendia por si próprio” (BOONE E KURTZ, 1998, p.07). Os autores relatam, ainda,

que esta filosofia configurou-se bastante usual pelas empresas ao longo do tempo

devido, principalmente, à Frederick W. Taylor, cujo livro Princípios da

Administração foi fortemente aceito e obteve vários seguidores. Taylor dava

ênfase à eficiência do processo de produção devido a forte demanda existente.

Após, a linha de produção em massa de Henry Ford exemplificava esta

orientação. Assim dizia, “eles [clientes] podem comprar o carro da cor que

quiserem, contanto que seja preto” (apud BOONE E KURTZ, 1998, p.08).

Churchill (2005) afirma que a orientação para produção é uma filosofia de

negócios que enfatiza a produção e entrega de produtos, ou seja, centra-se nos

produtos e em como fabricá-los com eficiência. O autor relata, ainda, que a

pressuposição desta orientação é de que “se os produtos forem melhores os

clientes irão comprá-los” (CHURCHILL, 2005, p.06), na qual o papel do marketing

na visão desta orientação é entregar produtos em locais onde possam ser

comprados. Já Kotler e Armstrong (2003) afirmam que essa filosofia baseia-se em

que os consumidores preferem os produtos acessíveis e produzidos em larga

escala.

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Levitt (1990) alerta para a existência da miopia do marketing na orientação

voltada para o produto, na qual as empresas estão num ciclo ilusório em que

oscilam entre a expansão percebida e o declínio não percebido por elas. Assim, o

autor define quatro condições que usualmente garantem este ciclo, a crença de

que o crescimento é assegurado por uma população em expansão e mais

afluente; a crença de que não existe um substituto competitivo para o principal

produto da empresa; o excesso de fé na produção em massa e nas vantagens do

rápido declínio do custo unitário com o aumento da produção; e a preocupação

com um produto que se preste à experimentação científica cuidadosamente

controlada, ao aperfeiçoamento e à redução dos custos de produção.

Com a utilização em massa da orientação da produção e produto,

empresas de países altamente industrializadas se sofisticaram a produção

cresceu de modo que os fabricantes começassem a enfatizar mais as forças de

vendas para encontrar compradores para seus produtos, pois a oferta começava

a equiparar-se com a demanda. (BOONE E KURTZ, 1998, p.22). Segundo os

mesmos autores:

uma empresa voltada para vendas pressupunha que os consumidoresnão iriam adquirir mercadorias e serviços que não julgassem essenciais,que a tarefa do pessoal de vendas e propaganda seria justamentesuperar essa resistência e convencê-los a comprar.

A partir de então, as empresas tentavam fazer com que toda a massa

produzida fosse absorvida pelos compradores. Os autores completam afirmando

que apesar do surgimento do departamento de marketing ter acontecido na era

das vendas, sua tendência era ser subordinado às áreas de produção, financeira

e engenharia. E muitos executivos responsáveis pelo marketing eram chamados

de gerentes de vendas. Corroborando, Churchill (2005) define a orientação para

vendas como a concentração das atividades de marketing na venda dos produtos

e serviços disponíveis. Kotler e Armstrong (2003) completam observando que os

consumidores não comprarão uma quantidade satisfatória de produtos da

empresa a menos que ela venda em larga escala e realize promoções.

Durante e Grande Depressão da década de 30 e após, a renda pessoal e a

demanda caíram abruptamente, conferindo ao marketing um papel mais

importante (BOONE E KURTZ, 1998). Com isso e de acordo com os mesmos, a

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organizações para sobreviverem precisariam realizar análise mais atenciosa dos

mercados que destinassem seus produtos e serviços. Assim nascia a era do

marketing, que foi interrompida pela eclosão da Segunda Guerra Mundial e seus

racionamentos e escassez de mercadorias de consumo. Conforme Churchill

(2005), a orientação para marketing depende da compreensão das necessidades

e desejos dos clientes e construir produtos e serviços para satisfazê-los, e de

acordo com Kotler e Armstrong (2003) o alcance das metas organizacionais

depende da determinação das necessidades e desejos dos mercados-alvo e da

entrega da satisfação desejada com mais eficiência que os concorrentes.

2.2 CONCEITOS CENTRAIS DE MARKETING

Marketing vem sendo definido por diversos autores e se atualizando,

conforme poderá ser observando mais adiante.

Muitos estudiosos são unânimes em dizer que o senso comum deturpou a

definição de marketing. Cides (1997) afirma que a palavra marketing tem muitas

definições e, sendo assim, corre o risco de não ser levada muito a sério. Boone e

Kurtz (1998) completam que a maioria das pessoas tende a vincular marketing à

venda devido à contínua exposição à propaganda e à venda pessoal.

Para tentar padronizar a terminologia, a American Marketing Association –

AMA – “definia marketing como o desempenho das atividades de negócios que

dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador”

(COBRA, 1997a, p.23). Esta definição “implicava também que o marketing

começava no final do pátio de embarque de mercadorias do produtor, enfatizando

o fluxo de mercadorias e serviços já produzidos” (BOONE & KUTRZ, 1998, p. 6).

Contudo esta definição não abordava o papel fundamental do marketing em

analisar as necessidades e anseios do cliente e dirigir seu fluxo de informações

para que o produto ou serviço atenda as expectativas do comprador ou utilizador

(BOONE & KUTRZ, 1998).

A evolução da definição veio quando a Ohio State University definiu

marketing como “processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para

bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da

concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços” (COBRA,

1997a, p.23).

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Corroborando com esta definição, David Luck, em seu artigo no Journal of

marketing, afirmou que o marketing deveria limitar-se às atividades que resultam

em transações de mercado. (apud COBRA, 1997a).

Contrapondo, Kotler e Levy sugerem que “a cruz de marketing liga-se a

uma idéia de troca antes da tese da transação de mercado” (apud COBRA,

1997a, p.23), argumentando que o conceito deveria ser mais abrangente, de

modo a incluir o setor sem fins lucrativos da sociedade (BOONE e KURTZ,1998).

Atualmente, Kotler e Armstrong (2003) afirmam que o marketing gira em

torno de satisfazer o cliente, e não em efetuar uma compra, como entendido

antigamente. Segundo os mesmos, o marketing “inicia-se antes mesmo da

empresa ter determinado o produto [...] e continua por toda a vida do produto”

(2003, p.03), ou seja, quando se inicia antes mesmo da empresa ter determinado

o produto, o marketing serve para avaliar as necessidades, quantificar a extensão

e intensidade e verificar se há uma oportunidade lucrativa. Já ao continuar por

toda a vida do produto, o marketing serve para buscar novos clientes e manter os

clientes atuais com ações que vão desde a melhoria do desempenho e do apelo

do produto até o aprendizado a partir dos resultados de suas vendas e do

gerenciamento contínuo de seu desempenho (KOTLER E ARMSTRONG, 2003).

Sendo assim, os autores definem marketing como “um processo administrativo e

social pelo qual indivíduos e grupo obtêm o que necessitam e desejam, por meio

da criação, oferta de produtos e valor com os outros” (KOTLER E ARMSTRONG,

2003, p.03).

Cobra (1997b) afirma que marketing é sentir o mercado e, nele, buscar

desenvolver e aperfeiçoar produtos e serviços que satisfaçam necessidades

específicas. Ao contrário, Cides (1997) tem uma definição mais econômica, no

qual sua definição é o conjunto das atividades que fazer com que sua empresa

venda mais com maior lucratividade, ressaltando que “o marketing não é o

objetivo da empresa. É apenas um meio para chegar aos verdadeiros objetivos

que são vender mais com maior lucratividade” (CIDES, 1997, p.11). Percebe-se

que seu conceito baseia-se somente em lucratividade, mas não em satisfazer as

necessidades, como afirmou Cobra.

Boone e Kurtz (1998) definem o conceito como uma orientação total da

empresa para o consumidor, com o objetivo de obter sucesso de longo prazo. Os

autores explanam que todas as áreas da organização deveriam priorizar a

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avaliação dos desejos e necessidades do consumidor e, após, sua satisfação. No

conceito, a expressão obter sucesso de longo prazo subtendesse, conforme

Boone e Kurtz (1998), que como a continuidade da empresa é fato no conceito, a

orientação total da empresa para o consumidor levará a sobrevivência da

organização, ou seja, maiores lucros a longo prazo do que filosofias gerenciais

voltadas a curto prazo. “O conceito de Marketing é uma filosofia contemporânea

que visa o crescimento dinâmico de uma organização” (BOONE E KURTZ, 1998,

p.10), isto é, a orientação total da empresa para o consumidor faz com que a

empresa, com todas as áreas harmonizadas num objetivo a longo prazo, cresça

dinamicamente e consiga sobreviver em seu mercado.

De acordo com Boone e Kurtz (1998), a corrente contrária à abrangência

das empresas sem fins lucrativos no conceito do marketing poderia ser

responsável por mudanças e desordens sociais indesejáveis. Mesmo assim, o

conceito foi adotado por várias instituições sem fins lucrativos como as Forças

armadas Canadense, que utilizavam propagandas para recrutar voluntários; a

Cruz Vermelha e Crescente Vermelha que realizavam pesquisas mercadológicas

para ajudar instituições carentes na busca de doadores.

O marketing é uma ferramenta com aplicação que vai além da

comercialização de produtos e serviços. Kotler e Armstrong (2003) afirmam que

os promotores de marketing procuram abranger entidades que podem ser

promovidas como organizações pessoas, lugares e idéias. O marketing

organizacional, como define o autor, “consiste em atividades desenvolvidas para

criar, manter ou mudar as atitudes e o comportamento de consumidores-alvo em

relação a uma organização” (KOTLER E ARMSTRONG, 2003, p. 209), ou seja, as

empresas comerciais patrocinam campanhas de relações públicas ou

propagandas corporativas para se promover, dar maior imagem a sua marca.

Kotler e Armstrong (2003) afirmam, ainda, que o marketing de pessoas

refere-se a atividades realizadas com o intuito de promover a criação,

manutenção ou mudanças de atitudes e comportamento em relação a uma

determinada pessoa ou grupo de pessoas. Presidentes, médicos, advogados,

financistas e arquitetos fazem marketing de si para solidificar sua reputação,

conseguir apoio e expandir seus negócios, como exemplificam Kotler e Armstrong

(2003).

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Já o marketing de lugar tenta atrair o público-alvo para um determinado

local, conforme Boone e Kurtz (1998). Kotler e Armstrong (2003) afirmam que o

marketing de lugar envolve atividades realizadas para criar, manter ou modificar

atitudes e comportamentos em relação a determinados lugares.

Sob a luz de Boone e Kurtz (1998), o marketing de causa é uma tendência

crescente, pois se refere à identificação e ao marketing de uma causa, questão ou

idéia social de um determinado público. Kotler e Armstrong (2003) preferem

utilizar a expressão marketing social e a definem como a criação e a

implementação de ações que procuram alavancar a aceitação de uma idéia,

causa ou prática social dentro de grupos-alvo.

Churchill (2005, p.04) afirma que necessidades são “as coisas necessárias

para sua sobrevivência”. Os autores enfatizam a ligação entre necessidade e

sobrevivência. Conforme Kotler e Armstrong (2003), o conceito básico de

marketing é o das necessidades humanas, que resultam de privações humanas.

As necessidades humanas dividem-se em:

• Necessidades físicas básicas de alimentação, vestuário, abrigo e

segurança;

• Necessidades sociais de bens e afeto;

• Necessidades individuais de conhecimento e auto-expressão.

Para Kotler e Armstrong (2003), desejos são a forma que as necessidades

humanas assumem quando são particularizadas por determinada cultura e

personalidade individual. Churchill (2005) afirma que os desejos incluem bens e

serviços específicos para satisfazer necessidades e outros adicionais que vão

além da sobrevivência. Kotler e Armstrong (2003, p.04) exemplificam o conceito

do seguinte modo, “um norte-americano precisa comer, mas deseja hambúrguer,

batatas fritas e refrigerante”. Assim, as pessoas têm desejos praticamente

ilimitados, contudo possuem recursos finitos. Elas optam por investir seu dinheiro

em produtos que lhes ofereçam o máximo possível de valor e satisfação.

Conforme Kotler e Armstrong (2003), demandas são desejos apoiados pelo

poder de compra. De acordo com os mesmos autores, existem as demandas:

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• Derivada – uma demanda industrial e surge da demanda por bens de

consumo;

• Inelástica – ocorre quando a sua demanda total por inúmeros produtos

industriais não é muito afetada por mudanças de preço;

• Oscilante – ocorre quando muitos bens e serviços industriais tendem a

variar em maior rapidez e quantidade que a demanda por bens de

serviços e consumo. Sua proporção é de um para vinte, ou seja, “um

aumento de apenas 10 por cento na demanda de consumo resulta em

aumento [...] de 200 por cento na demanda industrial” (KOTLER E

ARMSTRONG, 2003, p. 151).

Valor para o cliente é a diferença entre o que ele ganha adquirindo e

utilizando um produto e o que gasta para fazer a aquisição (KOTLER E

ARMSTRONG, 2003), ou seja, é a diferença entre as percepções do cliente

quanto aos benefícios e quanto aos custos de compra e uso de produtos e

serviços (CHURCHILL, 2005). Em geral, segundo Kotler e Armstrong (2003), os

clientes agem de acordo com valor percebido, pois eles não julgam os valores e

os custos do produto de maneira precisa ou objetiva.

Churchill (2005) conceitua tipos de benefícios que o cliente pode na

compra e uso de produtos e serviços.

• Benefícios Funcionais – benefícios tangíveis recebidos em bens e

serviços como usar chinelos Rider, pois proporcionam conforto ou

comer uma feijoada para saciar a fome;

• Benefícios Sociais – respostas positivas que os clientes recebem de

outras pessoas por comprar e usar determinados produtos e serviços

como quando os clientes procuram status ao comprar uma Mercedes;

• Benefícios Experimentais – o prazer sensorial que os clientes obtêm

com produtos e serviços como o receber uma massagem ou como ir

assistir ao vivo um jogo de futebol.

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O autor ainda conceitua quatro tipos de custos que se pode tentar reduzir:

• Custo Monetário que reflete na quantidade de dinheiro que os clientes

pagam para receber produtos e serviços;

• Custos Temporais que são o tempo gasto comprando um produto ou

serviço;

• Custos Psicológicos, que são a energia e a tensão mentais envolvidas

em fazer compras e aceitar os riscos dos produtos; custos

comportamentais que reflete na energia física que os clientes

despendem para comprar produtos e serviços;

• Custos de Transação ou custos de compra que é a combinação de

custos temporais, psicológicos e comportamentais.

Kotler e Armstrong (2003) afirmam que a satisfação do cliente é a

intensidade que o cliente percebe o desempenho do produto em relação as suas

expectativas anteriores. Se o desempenho for abaixo de suas expectativas,

ocorrerá a insatisfação, se corresponder, ele ficará satisfeito. Contudo se o

desempenho exceder suas expectativas, o cliente ficará maravilhado.

2.3 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING

Para colocar em prática os conceitos vistos anteriormente, é imprescindível

gerenciar os esforços da organização a fim de criar estratégias para que o

produto crie valor e satisfaça a necessidade de seu público-alvo.

Churchill (2005) conceitua administração de Marketing como o processo de

estabelecer metas de marketing para uma organização, bem como planejar,

implementar e controlar as estratégias. Kotler e Armstrong (2003, p.28) definem

como “a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas

desenvolvidos para criar, construir e manter trocas benéficas com compradores-

alvo para que sejam alcançados os objetivos organizacionais” e complementam

afirmando que a administração de marketing envolve a administração da

demanda, que por sua vez, envolve administração dos relacionamentos com os

clientes.

Em administração de marketing, a empresa deve fazer o planejamento

baseada em seu mercado-alvo como afirma Kotler (1995). E, no seu

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planejamento, as estratégias de marketing devem ser transformadas em

programas de marketing, conforme o mesmo autor. Nesse sentido, é necessário

ferramentas para que a empresa atinja seus objetivos de marketing no mercado-

alvo. Essas ferramentas, Kotler (1995) denomina compostos de marketing.

Um modelo existente de composto de marketing foi adotado por Richers

(2000) denomina-se “4As” e procura atender a necessidade de entrosamento

dinâmico entre as áreas, concebendo marketing como “um conjunto de tarefas ou

funções que precisam ser coordenadas para que se possam realizar as tarefas

operacionais de maneira seqüencial e a custos controláveis” (RICHERS, 2000,

p.152). O autor acredita que a perspectiva gerencial apresenta uma fraqueza: as

tarefas são “departamentalizadas” De acordo com Richers (2000), essa forma

operacional está prestes a dar lugar a processos que são conduzidos por equipes

de trabalhos, em que cada elo da equipe pode realizar diversas funções e tarefas,

sempre atendendo o desejo específico de um cliente da empresa, enfatizando

que esta abordagem requer um sistema integrado de marketing. Isto é, uma

perspectiva sistêmica.

A idéia subjacente ao sistema 4As, explica o Richers (2000), é que o

marketing não deve ser concebido como um conjunto de funções desconexas,

que é muito comum nas práticas do marketing. O sistema deve ser entendido e

utilizado como um conjunto contínuo e sistêmico, em que haja o entrosamento

dos indivíduos da equipe e entre equipes e a intercambialidade de seus

elementos. Também é de suma importância, conclui o autor, que o fluxo das

idéias contíguas e a noção de que as tarefas devem adaptar-se continuamente às

expectativas do mercado, quando ocorre a manipulação dos insumos de

composto de marketing.

O sistema 4As é definido por análise, adaptação, ativação e avaliação

(RICHERS, 2000). Em termos estruturais, os 4As podem ser classificados em

dois grupos, os que possuem funções de apoio e são a Análise e Avaliação e os

que possuem funções de linha, que são Adaptação e Ativação, no qual estes são

exercidos por pessoas e equipes de produção e vendas a partir de metas

preestabelecidas.

De acordo com Richers (2000) a combinação dos elementos adaptação e

ativação é denominada de composto de marketing ou marketing mix. Selecionar e

dosar os instrumentos no composto de marketing disponíveis de forma racional e

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equilibrada e a responsabilidade máxima das equipes encarregadas do marketing

de uma organização. Esta otimização garante o impacto de mercado adequado

ao atendimento das metas.

De outro modo, McCarthy e Perreault (1997) afirmam que há uma imensa

quantidade de satisfazer as necessidades dos consumidores-alvos, quanto às

características do produto e serviço, bem como a qualidade; quanto à marca,

mídias de propaganda; quanto à força de vendas e preço. Assim, os autores

mencionados anteriormente organizaram todas essas decisões a fim de

simplificar a seleção de compostos de marketing e reduziram para quatro

variáveis básicas: produto, preço, promoção e ponto de venda como mostra a

figura 1. Dado a amplitude dos conceitos, abordar-se-á este composto

mercadológico em subtópicos a seguir.

Figura 1 – 4Ps do composto de marketingFonte: Adaptado de Kotler (1995)

PRODUTO

PREÇOPROMOÇÃO

PONTO DEVENDA

C

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2.3.1 Produto

Conforme MaCarthy e Perreault (1997), a oferta do produto para o

mercado-alvo envolve um bem físico e/ou serviço que satisfaçam as

necessidades dos consumidores. Kotler (1995, p.99) conceitua a oferta do

produto como algo “tangível da empresa para o mercado, incluindo sua qualidade,

design, características, marca e embalagem”.

A definição de produto entendida por Kotler (1995) e MaCarthy e Perreault

(1997) como algo oferecido a um que satisfaz a um desejo ou necessidade.

MaCarthy e Perreault (1997) explicam que muitos gerentes focam a idéia de

produto em termos de componentes físicos e detalhes técnicos que para o

consumidor não surtem nenhum efeito, pois não satisfazem suas necessidades e

desejos. Os produtos que são levados no mercado incluem bens físicos, serviços,

pessoas, locais, organizações e idéias (KOTLER, 1995).

Uma variável que está ligada ao produto, à percepção e exigência dos

consumidores é a qualidade que significa a habilidade de um produto satisfazer

tais necessidades. Como a percepção dos clientes é de difícil mensuração, os

gerentes focam na qualidade relativa comparando seus produtos com o dos

concorrentes (MACARTHY E PERREAULT, 1997). Contudo, afirmam os autores,

um produto de melhor característica não será de alta qualidade se não for aquilo

que o mercado-alvo deseja.

De acordo com os autores MaCarthy e Perreault (1997), um produto pode

variar de uma ênfase total de um bem físico para uma ênfase total em serviço.

Mesmo assim é denominado de produto. Entretanto, há diferenças entre esse

dois tipos de oferta. O produto é um bem físico que pode ser visto e tocado, isso

é, um bem tangível. O produto pode ser fabricado, transportado e estocado. Já o

serviço é experimentado, usado ou consumido, pois é uma ação desempenhada

por uma parte a outra. O serviço tem a característica de ser perecível e não

podem ser estocados. Além disso, o serviço tem que ser produzido na presença

do consumidor.

Para o planejamento da oferta de mercado, Kolter (1995) aponta cinco

níveis de produto sintetizados no quadro 1 e ilustrados a figura 2 a seguir:

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Nível Conceito

Benefício núcleo

Nível mais fundamental simboliza o produto ouserviço que o consumidor está realmente

comprando. Ex.: Para um hotel, o hóspedenoturno está comprando “repouso e sono”.

Produto GenéricoÉ a versão básica do produto. Ex.: Um hotel

consiste em um prédio com quartos paraaluguel

Produto esperado

Conjunto de atributos e condições que oscompradores, normalmente, esperam e

concordam quando compram o produto. Ex.: Oshóspedes dos hotéis esperam cama limpa,

sabonete e toalhas, silêncio.

Produto ampliado Serviços e benefícios adicionais que distinguema oferta da empresa das ofertas concorrentes.

Produto potencial

Ampliações e transformações que o produtodeve oferecer no futuro. Ex.: Surgimento de

hotéis-suítes onde o hóspede ocupa umconjunto de dependências.

Quadro 1 – Níveis de produtoFonte: Adaptado de Kotler (1995)

Kolter (1995) enfatiza que na estratégia do produto ampliado, cada

ampliação custará à empresa e cabe ao gestor verificar se o consumidor pagará

suficiente para cobrir o custo extra. Outro viés mencionado foi que os benefícios

ampliados tornam-se obsoletos brevemente, pois os benefícios passam a ser

esperados pelo consumidor. Assim, as empresas terão que procurar novas

características e benefícios para acrescentar a sua oferta. Mais um viés dessa

estratégia está relacionado com a concorrência, pois à medida que as empresas

aumentam o preço do seu produto, alguns concorrentes podem reverter a

situação e oferecer produtos mais simples com um preço muito menor.

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Figura 2 – Ordem dos níveis de produtoFonte: Adaptado de Kotler (1995)

Para o planejamento das estratégias de marketing, os diversos tipos de

produtos de uma empresa podem ser agrupados conforme suas exigências de

compostos de marketing similares. Tais compostos terão certa abrangência, que

se referem ao número de produtos diferentes que a empresa oferece, extensão,

ao número total de itens e profundidade, e à quantidade de variações oferecidas a

cada produto da linha. (KOTLER, 1995).

MaCarthy e Perreault (1997) classificam os produtos baseando no tipo de

consumidor usará:

• Produtos de Consumo – destinados aos consumidores finais e suas

classes partem da premissa de como os consumidores pensam e os

compram.

• Produtos Industriais – usados na fabricação de outros produtos/serviços e

baseiam na premissa de como os compradores pensam e em como eles

serão usados.

Produto potencial

Produto ampliado

Produto esperado

Produto genérico

Benefícionúcleo

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As classes dos produtos de consumo serão abordadas de forma resumida

no quadro 2:

Classe deProduto deconsumo

Conceito Tipos de Produtode Consumo

Considerações docomposto de

marketing

Comportamento doconsumidor

De CompraConstante

Máxima exposiçãoe difusão;

Baixo custo dedistribuição;

Venda em massapor fabricante;

Geralmente preçobaixo;

A marca éimportante.

Rotineiro (habitual),baixo esforço,

compras freqüentes,baixo envolvimento.

De Impulso

Distribuição amplaatravés de

displays de pontode venda

Compras nãoplanejadas ou feitas

rapidamente

Produtos deConveniência

Produtos que oconsumidor

necessita, masnão está disposto

a gastar muitotempo e esforçopara compra-los.

Produtoscomprados com

freqüência, exigempouco serviço de

venda, não custammuito e são

comprados porhábito.

De Emergência.

Distribuição amplapróxima aos locais

da necessidade

Compra realizadacom pressão de

tempo quando umanecessidade é

grande

Homogêneos

Precisa deexposição

suficiente parafacilitar a

comparação depreço; alta

sensibilidade depreço.

Os consumidoresvêem pouca

diferença entre asalternativas e

procuram o preçomais baixo.

Produtos decompra

comparada

Produtos em que oconsumidor gastatempo e esforço

em comparar comos concorrentes

Heterogêneos

Distribuiçãonecessáriapróxima a

produtos similares;promoção

(incluindo a vendapessoal) paradestacar as

vantagens doproduto; menorsensibilidade de

preço.

Solução extensivade problema; o

consumidor podeprecisar de ajudapara tomar uma

decisão.

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Produtos deEspecialidade

Produtos que oconsumidor

realmente deseja

Sensibilidade apreço

provavelmentebaixa; distribuiçãolimitada pode ser

aceitável, masdeve ser tratada

como se o produtofosse de

conveniência oude compra

comparada paraatingir pessoasque ainda não

compraramprodutos de

especialidade.

Disposição eemprego de

esforços para aobtenção de um

produto específico,mesmo que o

mesmo não sejanecessário; as

fortes preferênciastornam a compra

importante.

Novos produtosnão procurados

Devem estardisponíveis em

locais ondeprodutos similares(ou relacionados)são encontrados;necessita atrair

atenção através depromoção.

Fraca necessidadedo produto;

desconhecimentodos benefícios ou

inexistência doprocesso de adoção

do produto.Produtos nãoprocurados

Produtos que osconsumidores

potenciais aindanão desejam ounão sabem quepodem comprar.

Não fazemnenhum esforçopara procura-los. Produtos

regularmente nãoprocurados

Exigem promoçãomuito agressiva,

geralmente vendapessoal.

Consciência doproduto, mas há

falta de interesse doconsumidor; a

atitude em relaçãoao produto pode até

ser negativa.

Quadro 2 – Classes dos produtos de consumoFonte: Adaptado de MaCarthy e Perreault (1997)

Os autores MaCarthy e Perreault (1997) complementam a idéia afirmando

que há uma dinâmica entre as estratégias abordadas anteriormente. Um produto

pode ser visto de várias maneiras diferentes por mercados-alvos também

diferentes e ao mesmo tempo.

Assim como as classes dos produtos de consumo, as classes dos produtos

industriais também são úteis para o desenvolvimento de compostos de marketing

(MACARTHY E PERREAULT, 1997). Tais classes são tratadas no quadro 3:

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Classe de produtosindustriais

Considerações do compostode marketing

Comportamento docomprador

Instalações

Geralmente, exigem pessoal devenda habilitado pelo

fabricante, incluindo contatostécnicos e/ou entendimento deaplicações; serviços de leasinge de apoio podem ser exigidos.

Influência de compra múltipla(incluindo a alta administração)

e compra não freqüente,período de decisão longo e

demanda irregular são típicos.

Equipamento acessório

Distribuição pulverizada queexige numerosos contatos por

pessoal experiente e, às vezes,tecnicamente treinado; acompetição de preço é,

freqüentemente, intensa, mas aqualidade é importante.

O pessoal de compra e deprodução, tipicamente, toma asdecisões; o período de decisão

é inferior ao das instalações.

Matérias-primas

A graduação é importante e otransporte e estocagem podem

ser cruciais, em função deprodução sazonal e/ou de

produtos perecíveis; osmercados tendem a ser muitos

competitivos.

Contratos a longo prazo podemser exigidos para assegurar o

suprimento

Peças e materiaiscomponentes

Qualidade do produto econfiabilidade de entrega são,

geralmente, extremamenteimportantes; exigem

negociação e venda técnica,típicos de itens menos

padronizados; a substituiçãopós venda pode exigirestratégias diferentes.

É comum a influência decompra múltipla; são usadas

concorrências para encorajar acompetição de preço.

Suprimentos de manutenção,de reparos e de produção

Tipicamente, exigemdistribuição pulverizada oupronta entrega (itens para

reparos); acordos comintermediários apropriados

podem ser cruciais.

Freqüentemente, tratadoscomo recompra direta, excetoos suprimentos de produçãoimportantes, que podem ser

tratados muito mais seriamentee envolvem influência de

compra múltipla.

Serviços profissionais

Serviços sob medida conformeas necessidades do comprador;

a venda pessoal é muitoimportante; a demanda

inelástica, freqüentemente,suporta preços altos.

O cliente pode comparar oserviço externo com o que o

pessoal interno pode fornecer;as necessidades podem ser

muito especializadas.

Quadro 3 – Classes dos produtos industriaisFonte: MaCarthy e Perreault (1997)

A marca tem um papel importante na estratégia do produto. De acordo com

Kotler (1995) o desenvolvimento de marca para um produto exige investimento a

longo prazo, principalmente em propaganda, promoção e embalagem. Assim há

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empresas que transferem esse fardo para outras empresas e fabricam (ou

fornecem) produtos sem marca. Por outro lado, o poder está nas mãos nas

empresas que têm marcas fortes.

A American Marketing Association (apud KOTLER, 1995, p.386) define

marca como “um nome, designação, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos,

que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de

vendedores e de diferenciá-los de concorrentes”. O registro da marca garante

direitos exclusivos de o proprietário perpetuar seu uso.

O símbolo da marca, como sugere Kotler (1995), pode conduzir seis níveis

de significados, tratados a seguir:

• Atributos – a marca traz à mente certos atributos como preço alto,

qualidade de construção, boa engenharia, entre outros;

• Benefícios – a marca é mais do que um conjunto de atributos. Os

consumidores compram benefícios, ou seja, os atributos precisam

ser transformados em benefícios funcionais e emocionais;

• Valores – a marca transmite também valores do fabricante;

• Cultura – a marca adicionalmente pode representar certa cultura;

• Personalidade – a marca pode projetar certa personalidade de uma

pessoa ou porta-voz bem sucedido;

• Usuário – a marca sugere o tipo de consumidor que compra o

produto.

A embalagem protege o produto, bem como o promove. A embalagem tem

a característica de tornar mais conveniente o manuseio e estocagem do produto.

Estrategicamente, a embalagem pode atender melhor as necessidades dos

consumidores, pois ela pode ajudar a criar um “novo” produto ou um novo

mercado. Inclusive, a embalagem dá a uma empresa maior efeito promocional do

que obtido através das mídias de propaganda e podem reduzir os custos de

distribuição e estocagem, diminuindo quebras deterioração e roubo (MACARTHY

E PERREAULT, 1997).

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Fornecedores

Exigênciasde materiais

ProduçãoDistribuição

Física

Canais Consumidores

2.3.2 Praça

A Praça, que relaciona a distribuição física, é parte integrante do composto

de marketing. Kotler (1995) afirma que os produtores de bens físicos devem

decidir sobre a melhor maneira de estocar e movimentar seus bens em seus

mercados de destino. MaCarthy e Perreault (1997) sugere que praça é tornar os

bens e serviços disponíveis nas quantidades e nos locais corretos.

Kotler (1995) conceitua distribuição física como o planejamento,

implementação e controle dos fluxos físicos de materiais, de bens finais do ponto

de origem ao ponto de uso, levando em consideração às exigências do

consumidor e objetivando lucro. O propósito é administrar as redes de

suprimentos, ou seja, coordenar as atividades de fornecedores, agentes de

compra, empresas, participantes do canal e consumidores conforme a

representação do fluxo de valor agregado na figura 3:

Figura 3 – Fluxo de valor agregadoFonte: Kotler (1995)

O objetivo principal da distribuição física apontada por Kotler (1995) é

entregar os produtos certos, os lugares certos, no tempo certo e pelo menor

custo. Quando decisões sobre processamento de pedidos, armazenagem,

estocagem e de transporte são tomadas, afetam os custos mútuos e a

capacidade de geração de demanda.

MaCarthy e Perreault (1997) abordam a praça de forma mais estratégia,

quando afirmam que é necessário formar um canal de distribuição, que significa

qualquer série de empresa ou indivíduos que participam do fluxo de produtos do

fabricante até o consumidor.

Para tomar as decisões sobre a distribuição, deve se considerar o tipo de

produto, de acordo com a classificação anteriormente citada. Contudo o sistema

de distribuição não é automático, ou seja, devido ao envolvimento das classes de

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produtos em diversos segmentos. Isto é, o mercado aborda os produtos de

maneira diferente. Com isso, as decisões de distribuição também sofrem

influência. Outro fato interessante é que as decisões de distribuição têm efeitos a

longo prazo, pois são mais difíceis de ser mudadas do que as outras decisões dos

“4Ps”. Leva-se tempo e dinheiro para o desenvolvimento de arranjos de canais

eficazes (MACARTHY E PERREAULT, 1997).

O sistema de canal pode ser direto ou indireto. Há empresas que preferem

vender diretamente ao cliente final ou consumidor sem o uso de mediadores. Isso

acontece porque elas desejam controlar a tarefa global de marketing e, assim,

consideram que podem atender aos consumidores-alvos a custo mais baixo e

com mais atenção a seus produtos, pois acreditam que ao vender vários produtos

de vários fabricantes, o intermediário não dá a atenção devida. O contato direto

com os consumidores confere uma visão mais rápida das mudanças de atitudes

do mercado. Com isso, pode-se ajustar seu composto de marketing (MACARTHY

E PERREAULT, 1997).

Os canais indiretos são melhores quando o consumidor estabelece um

padrão de compra, pela dispersão através de áreas geográficas ou por

preferência de locais de compra. A distribuição direta geralmente requer um

investimento maior relacionado com instalações e pessoas. Para empresas que

possuem recursos limitados, trabalhar indiretamente é menos dispendioso.

2.3.3 Preço

Estratégias de preço são importantes para as organizações pois afetam o

volume de venda. Políticas de preço devem explicar:

• Flexibilidade do preço;

• Níveis de preço durante o ciclo de vida do produto;

• Descontos e concessões;

• Custos de transportes do produto.

A definição de preço é entendida por o que é cobrado por “algo”. Isto é , a

troca de dinheiro por “algo”. Esse algo pode ser um produto físico, com ou sem

serviços de apoio, com ou sem garantia; ou pode ser um serviço. Sua natureza e

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extensão determinam a quantia a ser paga, ou seja, a quantia a ser trocada por

dinheiro. Os objetivos do preço devem estar bem claros e explicitamente

declarados, e de acordo com o planejamento estratégico e objetivos de marketing

da organização (MACARTHY E PERREAULT, 1997).

Retorno-alvoOrientado para o lucro

Maximização de lucro

Crescimento de vendasOrientado para vendas Crescimento de participação de

mercado

Igual à concorrência

Objetivos de Preço

Orientado para situação domercado Concorrência não-preço

Quadro 4 – Objetivos de preços possíveisFonte: Adaptado de MaCarthy e Perreault (1997)

Conforme o quadro 4, quando os objetivos são orientados para o lucro, o

objetivo de retorno-alvo estabelece um nível específico de lucro como objetivo e

freqüentemente é declarado como uma percentagem de vendas ou do capital

investido. Alguns desejam apenas o lucro satisfatório para assegurar a

sobrevivência da empresa como organizações públicas. Outro objetivo orientado

para o lucro é a maximização do lucro, que procura alcançar o maior lucro

possível. (MACARTHY E PERREAULT, 1997).

Quando os objetivos são orientados para a venda, a empresa busca como

referência o número de unidades vendidas e não se referem ao lucro. O

crescimento de vendas não significa necessariamente grandes lucros. Entretanto,

se uma empresa tem um crescimento de vendas elevado, mas um custo elevado,

o mesmo pode aumentar mais que a venda. Outro objetivo dessa orientação está

no crescimento de participação de mercado, na qual uma maior participação pode

dar a empresa vantagens de custo sobre os concorrentes em função da economia

de escala (MACARTHY E PERREAULT, 1997).

A orientação para a situação de mercado determina objetivos de

precificação relacionados a situação do mercado. Quando os gerentes percebem

que o mercado total não está crescendo, ou estão satisfeitos com sua

participação, ou querem evitar concorrência, eles adotam o objetivo de igualar o

preço ao da concorrência. Outra opção desta orientação é o objetivo não focado

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em preço. Ele é utilizado em estratégias de marketing global agressivas sobre um

ou mais “Ps” que não sejam preços (MACARTHY E PERREAULT, 1997).

2.3.4 Promoção

As comunicações constituem em um dos quatro itens do composto de

marketing. Saber comunicar-se com seu consumidor-alvo é mostrar o valor do

seu produto ao mesmo. Tal composto consiste em cinco grandes ferramentas

citada por Kotler (1995):

• Propaganda – Qualquer forma paga de apresentação impessoal e

promoção de idéias ou serviços por um patrocinador identificado. Pode ter

caráter público, que lhe confere legitimidade; universalidade, que lhe

confere a repetição da mensagem várias vezes; expressividade ampliada,

que lhe confere capacidade de dramatizar a empresa e seus produtos com

o uso criativo de palavras e Impessoalidade, que lhe confere um monólogo

com a audiência de forma impessoal sem pressão a venda.

• Promoção de Vendas – Incentivos a curto prazo para encorajar a

experimentação ou compra do produto ou serviço. Possui três

características, como comunicação, que atraem a atenção dos

consumidores; incentivo que incorpora alguma concessão ou estímulo que

ofereça valor ao consumidor e convite que inclui o convite para a transação

imediata;

• Relações Públicas e Publicidade – Uma variedade de programas

preparados para promover e/ou proteger uma imagem de uma empresa ou

de seus produtos individuais. Possuem alta credibilidade, na qual as

notícias e histórias parecem mais autênticas; desprevenção, em que

podem atingir muitos compradores em potencial que evitariam vendedores

e anúncios; e dramatização, na qual tem um potencial de dramatizar a

empresa ou produto;

• Venda Pessoal – Interação face-a-face com um ou mais compradores

potenciais com o propósito de fazer vendas. As qualidades dessa

ferramenta são confronto pessoal, em que há um relacionamento vivo,

imediato e interativo com duas ou mais pessoas; manutenção de

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relacionamentos, em que permite todos os tipos de relacionamentos

profissionais duradouros; e resposta, em que faz o comprador sentir-se

obrigado em ouvir a explanação do vendedor.

Portanto, o composto promocional sugerido por McCarthy e Perreault (1997), e

apresentado em suas cinco ferramentas por Kotler (1995) tem como característica

o poder de comunicação com seu consumidor-alvo.

2.4 ANÁLISE

Para completar o significado de administração de marketing, a seguir será

abordado conceitos e ferramentas relacionados à análise.

Seu significado, como descreve Richers (2000) visa compreender as forças

vigentes no mercado em que a empresa opera ou pretende operar no futuro. É

definido como um processo contínuo de investigação das condições que

determinam a localização, a natureza, o tamanho, a direção e a intensidade das

forças vigentes no mercado que podem, ou devem afetar as vendas futuras da

empresa. Sua essência é a busca e o processamento sistemático de informações

úteis no processo decisório, que possam reduzir os riscos de uma decisão.

Kotler e Armstrong (2003) afirmam que a administração de marketing

começa com a análise, que procura verificar os mercados e o ambiente de

marketing para encontrar oportunidades atraentes e evitar ameaças ambientais,

deve identificar os pontos fortes e fracos, assim como as atuais e possíveis

oportunidades. Os autores completam, afirmando que “a análise de marketing

oferece informações e avaliações necessárias para todas as outras funções de

administração de marketing” (KOTLER E ARMSTRONG, 2003, p.49)

McCarthy e Perreault (1997) definem administração de marketing como

planejamento das atividades e marketing, implementação dos planos e controle

desses planos. Nota-se que no conceito geral, os autores não abordaram a

questão da análise, somente são citadas quando explicam separadamente cada

elemento do conceito.

Na análise ambiental, Richers (2000) afirma que a empresa, independente

do seu tamanho, depende das variáveis ambientais e de sua evolução e, como

ela tem pouca ou nenhuma condição de exercer influência sobre o ambiente, é

preciso adaptar-se. McCarthy e Perreault (1997) destacam que o planejamento

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estratégico é um processo de equiparação, na qual seu propósito significa

equiparar-se com as oportunidades de carreiras inseridas no ambiente de

marketing.

Assim, Richers (2000) sugere que é preciso ser seletivo nas variáveis

ambientais, e avaliar as mesmas por meio de reuniões internas conduzidas por

um especialista ou de consultores externos. Também é necessário classificar os

fatores escolhidos na ordem de importância, atribuindo-lhes uma escala de

valores, como de 1 a 10. Após a classificação dos fatores, é preciso avaliar a

forma como que cada um dos fatores escolhidos poderá afetar o negócio,

realizando pequenos questionamentos, como: será um efeito positivo ou

negativo? Qual será seu efeito, sob cada uma das duas hipóteses? Qual será a

atitude tomada para aumentar/diminuir seu impacto futuro sobre o negócio? E por

último, escreve o autor, existe a necessidade de desenvolver um ou vários

sistemas de monitoramento, projeção e controle de impactos ambientais.

Richers (2000) atenta para a seguinte questão, na análise ambiental, o

setor de atividades que a organização está inserida merece total atenção, pois a

empresa deve seguir, no mínimo, a evolução média do seu setor. Assim,

demonstra o autor, os dados do setor devem se tornar um padrão de comparação

do desempenho da organização.

McCarthy e Perreault (1997) abordam a análise ambiental inserida no

planejamento estratégico, em que mostram que é preciso identificar as

oportunidades de marketing que mais agradam a organização, já que existem

uma ampla variedade no ambiente, e delimitar suas possibilidades, decidir sobre

objetivos, pontos fortes e fracos. Os autores continuam sugerindo o estudo das

tendências que podem afetar suas oportunidades e avaliação das práticas

gerenciais.

2.4.1 Análise Estrutural e o Modelo de Porter

Ao se tratar de ferramentas para análise, o Modelo de Porter é o marco

desse trabalho.

Porter (1991) afirma que a essência da formulação estratégica competitiva

de uma empresa consiste em se relacionar ao meio ambiente. O autor explica que

apesar do meio ambiente ser relevantemente amplo, abrangendo tanto forças

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sociais como econômicas, o aspecto principal do meio ambiente da empresa são

as indústrias as quais ela compete, ou seja, a concorrência. Porter (1991) ainda

afirma que a concorrência em uma indústria tem raízes em sua estrutura

econômica básica e vai bem além do comportamento dos atuais concorrentes.

Em sua outra obra, Porter (1997) complementa afirmando que estratégia

competitiva deve nascer de um conhecimento detalhado da estrutura da indústria

e a maneira pelo qual ela se modifica. Assim, Porter (1991) descreve as cinco

forças competitivas, mostradas na figura 4.

Figura 4: As cinco forças de PorterFonte: Adaptado de Porter (1997)

Conforme Porter (1991, p.22), “o conjunto destas forças determina o

potencial de lucro final da indústria, que é medido em termos de longo prazo

sobre o capital investido”, na qual nem todas as indústrias possuem o mesmo

potencial. Estas diferem seu potencial de lucro final à medida que as forças

variam.

Porter (1991) deixa claro que a pesquisa profunda e análise das fontes de

cada força é a chave para o desenvolvimento de uma estratégia, sendo que o

conhecimento das fontes das forças põe em destaque os pontos fortes e fracos

da organização, anima seu posicionamento perante o mercado, esclarece quais

RIVALIDADEENTRE

EMPRESASEXISTENTES

AMEAÇA DE NOVOSENTRANTES

AMEAÇA PRODUTOS ESERVIÇOS SUBSTITUTOS

PODER DENEGOCIAÇÃO

DOSFORNECEDORES

PODER DENEGOCIAÇÃO

DOSCOMPRADORES

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áreas necessitam de uma mudança a fim de extrair um retorno máximo. Ainda, no

âmbito externo, conforme Porter (1991), seu conhecimento põe em destaque as

áreas em que as tendências do setor são da maior importância, quer como

oportunidades, quer como ameaças. O autor completa afirmando que a análise

estrutural é a base fundamental para formulação da estratégia competitiva.

Ao se tratar das cinco forças competitivas, Porter (1991) enfatiza que a

concorrência em uma indústria (leia-se setor) não está limitada somente nos

participantes estabelecidos, os clientes, fornecedores, produtos substitutos e

novos entrantes são considerados “concorrentes”, com menor ou maior influência,

dependendo do contingente. O autor denomina essa “concorrência” de rivalidade

ampliada. As cinco forças competitivas em conjunto determinam a intensidade da

concorrência num setor ou mercado, bem como a rentabilidade das empresas.

Assim, mais ou menos acentuadas, tais forças tornam-se importantes do ponto de

vista da formulação de estratégias.

Porter (1991) atenda o fato de que forças diferentes em cada tipo de

indústria formulam tipos de concorrências diferentes, ou seja, na indústria de

navios petroleiros, a força básica é provavelmente constituída pelos compradores,

enquanto na indústria siderúrgica, as forças básicas são os concorrentes

estrangeiros e os materiais substitutos. Outro fato que o autor destaca é que o

foco da análise da estrutura da indústria ou análise estrutural está da identificação

das características básicas de uma indústria, pois existem muitos outros fatores

externos a organização que não estão sendo contados.

A ameaça de novos entrantes é caracterizada por novas empresas que

entram para um setor, trazem nova capacidade, desejo de ganhar parcela de

mercado e recursos substanciais (PORTER, 1991). Como conseqüência, pode

haver a queda dos preços ou pode inflacionar os custos dos participantes do

setor, reduzindo, assim, a rentabilidade. Empresas provenientes de outros setores

do mercado, que ao se diversificar, utilizam da aquisição de outras empresas para

causar uma mudança completa no setor e construir uma posição de mercado

deveriam também ser vistas como novos entrantes, apesar de que não são

necessariamente empresas novas. A ameaça da entrada de uma empresa num

mercado ou setor depende das barreiras de entrada existentes e da reação com

que o novo concorrente poderá esperar dos participantes já existentes. As

barreiras de entrada citadas por Porter (1991) dessa força são: economias de

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escala, diferenciação de produto, necessidade de capital, custos de mudança,

desvantagens de custo independente de escala e política governamental.

A rivalidade entre os concorrentes caracterizada por Porter (1991) assume

a forma de disputa por posições, com uso de táticas como concorrência de

preços, batalhas de publicidade, introdução de produtos e aumento dos serviços

ou das garantias do cliente. O autor afirma que ocorre a rivalidade pois, um ou

mais concorrentes sentem-se pressionados ou percebem a oportunidade de

melhorar de posição. Porter (1991) explica que muitas empresas têm efeitos

notáveis para de melhoria de posição, na qual as outras percebem e procuram

conter esses movimentos de sua concorrente. Isto significa dizer que as

empresas são mutuamente dependentes. Este padrão de ação e reação pode, ou

não, permitir que a empresa iniciante e a indústria como um todo se aprimorem e

que se os movimentos de e contra-movimentos podem crescer numa proporção

que todas as empresas do setor podem sofrer conseqüências e ficar em situação

inferior do que a inicial. A rivalidade é conseqüência da interação de vários fatores

estruturais, como concorrentes numerosos ou bem equilibrados, crescimento

lento da indústria, custos fixos ou de armazenamento altos, ausência de

diferenciação ou custos de mudança, dentre outros.

Outra força que Porter (1991) aborda em seu Modelo é a ameaça de

produtos substitutos, em que todas as empresas que estão competindo fabricam

produtos novos. Estes por sua vez, reduzem os retornos potenciais de uma

indústria, colocando um limite nos preços que as empresas podem fixar com

lucro. Quanto maior for a atratividade pelo produto substituto, mais firme será a

pressão sobre os lucros da indústria. Exemplificando isto, Porter (1991) cita os

produtores de açúcar confrontados com a comercialização em larga escala do

xarope de frutose de milho, um substituto do açúcar. A identificação dos

substitutos é percebida em pesquisas da busca de outros produtos que possam

desempenhar a mesma função que aquele do setor. O autor também aborda a

questão de ações coletivas da indústria, em que embora a publicidade feita por

uma empresa possa não ser o bastante para sustentar a posição dela contra um

substituto, uma publicidade constante e intensa por todos os participantes do

setor pode melhorar a posição coletiva da indústria.

O poder de negociação dos compradores descrito por Porter (1991)

consiste em afirmar que os compradores competem com a indústria, pois

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conseguem forçar o preço para baixo, barganhando por melhor qualidade ou

serviços e jogando os concorrentes uns contra os outros. De acordo com o autor,

um grupo comprador é poderoso se uma parcela grande das vendas é adquirida

por um determinado comprador, favorecendo a sua barganha; se os produtos que

o comprador adquire da indústria representa uma fração significativa de seus

próprios custos ou compras, tornando assim sua escolha por um preço favorável;

se os produtos que ele compra da indústria são padronizados ou não

diferenciados, jogando uma empresa contra a outra, já que sempre encontram

fornecedores alternativos; se o comprador conseguir lucros baixos, favorecendo

assim a redução nos custos da compra; se o comprador ameaçar a empresa com

uma integração para trás, negociando concessões; se o produto da indústria não

for importante para a qualidade dos produtos ou serviços do comprador; e se o

comprador tem total informação, assim dando-lhe poder de negociação.

A última força de Porter (1991), o poder de negociação dos fornecedores

acontece quando os mesmos exercem uma pressão sobre os participantes do

setor ao elevar preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos,

Assim, “fornecedores poderosos podem [...] sugar a rentabilidade de uma

indústria incapaz de repassar os aumentos de custos em seus próprios preços”

(PORTER 1991). Um grupo de fornecedor é poderoso se é dominado por poucas

companhias e é mais concentrado do que a indústria para qual vende, assim

fornecedores vendendo para compradores mais fragmentados podem exercer

influência em preço, qualidade e condições; se o fornecedor não estiver lutando

com outros produtos substitutos na venda para a indústria; se a empresa não é

um cliente importante para o fornecedor, ou seja, quando os fornecedores

vendem para várias empresas e uma determinada não representar uma fração

significativa de vendas; se o produto do fornecedor for um insumo importante para

o negócio do comprador; se os produtos do grupo de fornecedores são

diferenciados, contribuindo para que o comprador descarte suas opções de jogar

um fornecedor contra o outro; e se o grupo de fornecedores é uma ameaça de

integração para frente. Porter (1991) atenta para a questão que a mão-de-obra

também deve ser reconhecida como um fornecedor e exerce grande poder em

muitas indústrias, pois conforme o autor, há evidências empíricas que

empregados altamente qualificados e escassos e/ou mão-de-obra altamente

sindicalizadas podem absorver lucros potenciais de uma empresa.

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O modelo de Porter é apreciado entre os autores de marketing. Tavares

(apud BARROS, 2003) acrescenta mais uma força, denominada outros públicos e

ressalta a importância do relacionamento desses com a empresa cuja base

compreende em atender as necessidades e desejos do consumidor de acordo

com a missão da organização. Alguns autores acabaram por adaptar o seu

modelo como é o caso de Zaccarelli (2000), que criou uma metodologia para

avaliação da qualidade de um negócio em si. Em sua metodologia, Zaccarelli

(2000) faz algumas alterações na metodologia de Porter. O autor dá destaque

para as barreiras de saída, pois no seu entender, as barreiras de saída são

fundamentais para determinar quantas empresas vão estar ativas no negócio, são

muito importantes principalmente em períodos de crise, quando tende haver o

fechamento da empresa. Outra alteração proposta por Zaccarelli (2000) está

relacionado a avaliação do poder de negociação dos fornecedores, na qual o

novo modelo estende a cadeia de suprimentos para poder saber qual é a

capacidade da empresa de se apropriar do lucro agregado de toda cadeia de

suprimentos. De acordo com o autor, não adianta ter maior poder de negociação

se a empresa fica com uma parcela muito pequena do valor agregado.

2.5 PLANEJAMENTO

Após a compreensão das forças vigentes do mercado, é preciso realizar

um planejamento com as informações provenientes da análise.

Muitas empresas não utilizam o planejamento e partem para um plano mal

estruturado (KOTLER E ARMSTRONG, 2003). O planejamento formal pode

render muitos benefícios paras as empresas.

Conforme Kotler e Armstrong (2003), as empresas preparam planos

anuais, de logo prazo e estratégicos. Os planos de curto e longo prazo tratam dos

negócios atuais da empresa e como mantê-la em andamento. Já o plano

estratégico, segundo os autores, compreende adaptar a empresa para que ela

consiga obter vantagens das oportunidades do ambiente mutável. Assim, os

autores definem planejamento estratégico como “processo de manter um ajuste

estratégico entre os objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as

oportunidades de marketing em um mercado em contínua mutação” (KOTLER E

ARMSTRONG, 2003, p.33).

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Segundo Kotler e Armstrong (2003), o planejamento de marketing implica

em escolher as estratégias que criarão condições favoráveis para que a empresa

consiga atingir seus objetivos estratégicos gerais. O planejamento estratégico

conta com uma clara definição da missão da empresa, estabelecimento dos

objetivos, desenvolvimento de uma carteira de negócios e a coordenação de

estratégias funcionais. Os autores afirmam que no nível coorporativo, a empresa

define missão, estabelece objetivos e desenvolve sua carteira de negócios. E no

nível de produto e mercado, a empresa desenvolve planos de marketing para

cada carteira de negócio definida anteriormente.

Com uma estratégia de marketing, a empresa possui a lógica pelo qual ela

possa alcançar seus objetivos de marketing (KOTLER E ARMSTRONG, 2003).

Os autores afirmam que a estratégia de marketing é constituída de estratégias

específicas para os mercados-alvo, o posicionamento, o composto de marketing e

os níveis de despesas com o marketing.

2.6 IMPLEMENTAÇÃO

Com o planejamento completo, a empresa já possui o instrumento

necessário para implementar suas estratégias, o plano de marketing.

A implementação de marketing consiste em transformar os planos de

marketing em ações, para que os objetivos idealizados e formulados na estratégia

de marketing sejam alcançados (KOTLER E ARMSTRONG, 2003).

Conforme os autores acima, a implementação envolve atividades diárias e

mensais que efetivamente colocam o plano de marketing para funcionar. Muitos

empresários acreditam, de acordo com a opinião dos autores, que implementar é

mais importante do que planejar estrategicamente. Contudo, ambos são

essenciais. A empresa pode conquistar vantagem competitiva por meio da

implementação eficaz, ou seja, ela pode ter basicamente a mesma estratégia ou

estratégias semelhantes, mas vence quem for mais rápida e melhor.

Uma implementação de marketing bem-sucedida depende da maneira com

que a empresa lida com seu capital intelectual, sua estrutura organizacional e sua

cultura empresarial, bem como seus valores e crenças. Em todos os níveis, a

empresa deve contar com pessoas competentes. (KOTLER E ARMSTRONG,

2003).

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2.7 CONTROLE

Administrar marketing implica em analisar o ambiente, planejar as

estratégias, implementá-las e controlá-las.

Segundo Kolter e Armstrong (2003), muitas surpresas ocorrem durante a

implementação do plano de marketing e há necessidade de manter um controle

de marketing constante, ou seja, “avaliar os resultados dos planos e estratégias e

adotar medidas corretivas para assegurar que os objetivos sejam alcançados”

(KOTLER E ARMSTRONG, 2003, p.51).

O controle operacional, conforme os autores acima, sugere a comparação

constante do desempenho da empresa com o plano anual e adota medidas

corretivas quando existe a necessidade. Seu objetivo é assegurar que a empresa

alcance as metas estabelecidas em seu plano anual como vendas e lucros.

Também sugere a determinação da lucratividade de diferentes produtos,

territórios, mercados e canais.

Já o controle estratégico, de acordo com Kotler e Armstrong, implica em

examinar se as estratégias básicas das empresas correspondem às

oportunidades do ambiente. As estratégias e os programas de marketing podem

ficar rapidamente desatualizados. A ferramenta utilizada para reavaliar o controle

estratégico é a auditoria de marketing. Esta, abrange todas as principais áreas de

marketing de uma empresa. Ela avalia o ambiente de marketing, a estratégia de

marketing, a organização de marketing, os sistemas de marketing, o mix de

marketing e a produtividade e lucratividade do marketing. Ou seja, é um exame

abrangente, sistemático, independente e periódico do ambiente, objetivos,

estratégias e atividades da empresa. Seu objetivo é determinar áreas com

problemas e oportunidades.

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3. METODOLOGIA

Este capítulo tem como intuito esclarecer a metodologia a ser utilizada

neste trabalho, evidenciando o processo científico adequado a proposta do

trabalho:

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O capítulo anterior descreveu, apoiado na teoria, algumas estratégias de

marketing relacionados ao composto mercadológico 4Ps que serão estudadas na

empresa em questão dentre outras técnicas extraídas da teoria.

Qualquer tipo de projeto pode ser enquadrado na ótica quantitativa e

qualitativa. Na primeira ótica, de forma generalizada, a tendência é para avaliação

de resultados, enquanto na ótica qualitativa, o enfoque é para avaliação formativa.

Conforme Roesch, 1996, o paradigma fenomenológico parte da perspectiva

de que o mundo e a realidade não são objetivos. Portanto as atribuições do

cientista baseado nesta tradição é apreciar as diferentes construções e

significados que as pessoas atribuem a sua experiência. De acordo com Bryman

(apud ROESCH, 1996), a pesquisa qualitativa apresenta duas distinções em

relação a pesquisa quantitativa, a primeira, segundo o autor, é que sua distinção

entre quantitativo e qualitativo não se refere a presença ou ausência de

quantificação. O que acontece é que o enfoque qualitativo implica em atribuir

conjuntos de conceitos amplos de idéias cujo conteúdo vai consolidando durante

o processo de coleta, sendo assim, é uma forma diferente de conhecer. A

segunda distinção conforme o autor mencionado, é o enfoque na perspectiva do

indivíduo. Isso ocorre pois o pesquisador sai a campo não estruturado para captar

as perspectivas e interpretações das pessoas.

Corroborando estas idéias, Schwandt (apud MAGALHÃES, 2005)

complementa afirmando que a pesquisa qualitativa não é meramente um tipo de

teoria, metodologia ou filosofias sociais, mas é um espaço para críticas nas

ciências sociais, construído na compreensão do que outro ser humano percebe

em sua realidade.

Diante do exposto, tornou-se necessário utilizar a pesquisa qualitativa por

se tratar de uma abordagem interpretativa do estudo dos fenômenos.

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Para enquadrar metodologicamente a pesquisa, o quadro 5, demonstra os

tipos de projetos, métodos e técnica utilizadas em pesquisas. Assim, foi

destacado os itens adotados no trabalho:

Propósitos do Projeto Método(delineamento)

Técnica de Coleta Técnica de Análise

PESQUISA QUANTITATIVA

a) Experimentode campo

b) Pesquisadescritiva

c) Pesquisaexploratória

- Entrevistas- Questionários- Observação- Testes- Índices e relatóriosescritos

- Métodos estatísticos(freqüência, correlação,associação...)

PESQUISA QUALITATIVA

Pesquisa Aplicada(gerar soluçõespotenciais para osproblemas humanos)

Avaliação deResultados (Julgar aefetividade de umplano ou programa)

Avaliação Formativa(Melhorar umprograma ou plano;acompanhar suaImplementação.)

Pesquisa Diagnóstico(Explorar o ambiente;levantar e definirproblemas.)

Proposição de planos(Apresentar soluçõespara problemas jádiagnosticados.)

d) Estudo deCaso

e) Pesquisaparticipante

f) Pesquisa-ação

- Entrevista emprofundidade- Uso de diários- Observaçãoparticipante- entrevista em grupo- Textos,documentos- Técnicas projetivas

- Análise de conteúdoe aplicação deferramentas- Construção de teoria

Quadro 5 – Tipos de projetos, métodos e técnicasFonte: Adaptado de Roesch (1996, p.119) apud Magalhães (2000)

Portanto, para esse estudo, foi realizada uma pesquisa de enfoque

qualitativo, com o propósito da pesquisa diagnóstico, com o método estudo de

caso, com as técnicas de coleta, observação participante e uso de textos e

documentos; e com técnica de análise de conteúdo e aplicação de ferramentas.

Para o delineamento da pesquisa, utilizou-se o estudo de caso. De acordo

com Yin (apud ROESH, 1996) e Magalhães (2000), o estudo de caso é uma

estratégia de pesquisa que visa, a partir do fenômeno pesquisado, examiná-lo.

Devido à falta de um esquema conceitual rígido, há uma maior flexibilidade na

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análise dos resultados e pode se criar problemas de falta de direcionamento na

análise dos resultados.

Como técnicas de coleta de dados foram utilizadas a observação

participante e uso de textos e documentos.

Na observação participante, têm sido utilizadas de duas maneiras: de

forma encoberta, na qual o pesquisador torna-se empregado do local pesquisado

e de forma aberta, em que o pesquisador tem autonomia para observar,

entrevistar e participar do ambiente em estudo. A forma utilizada neste estudo é

encoberta, pois o pesquisador trabalha na empresa, que facilitou o acesso aos

dados. Essa observação de forma encoberta caracteriza-se por poder criar

conflitos de identidade e conflitos morais. (ROESCH, 1996).

No uso de documentos e textos, tem-se a permissão de acessar

documentos de cunho restrito como relatórios gerenciais e planilhas de custos

para extrair dados pertinentes a sua pesquisa.

Na análise dos dados coletados, como se trata de uma pesquisa de

enfoque qualitativo, foi do conteúdo de dados, sem a mensuração e controle de

freqüência e suas correlações como trata o enfoque quantitativo.

As ferramentas utilizadas foram o modelo proposto por Zaccarelli (2000)

adaptado de Porter (1997) chamado Análise da qualidade do negócio. Outro

modelo utilizado foi concebido por Rocha (2007) que junta a matriz SWOT. Além

dessas ferramentas, foram utilizadas entrevistas não estruturadas com diretores,

vendedores e encarregados de oficina.

3.2 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

A delimitação da pesquisa descreve o tempo e espaço físico onde a

pesquisa se fez presente. Este estudo foi elaborado no período entre os meses de

agosto de 2006 a novembro de 2007.

O Estudo possui um corte transversal, caracterizado por analisar a

empresa num momento estanque, como uma foto. Por ser novato na empresa,

pode haver limitação com relação à cultura, política e poder, que certamente

influenciam na formulação e adoção de estratégias.

A empresa pesquisada foi a DVA Automóveis S/A, empresa que

comercializa veículos de passeio e caminhões leves (modelo Dodge RAM devido

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ao seu peso total bruto e capacidade de carga); e possui serviços de oficina.

Localizada as margens da BR 101, Km 205 no bairro Floresta em São José e

possui filial em Blumenau. Seu ramo de atividade é comercial. Local do estudo é a

matriz.

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4. APLICABILIDADE

O quarto capítulo do trabalho visa descrever o composto mercadológico da

empresa DVA Automóveis sob a luz da teoria vista no capítulo anterior, e a partir

da descrição, aplicar as ferramentas para análise dos ambientes externos e

internos.

4.1 – ESTUDO DE CASO

Conforme visto anteriormente na caracterização da empresa, a DVA –

Automóveis possui a matriz localizada em São José às margens da BR-101 e

uma filial no estado de Santa Catarina localizada na cidade de Blumenau. Para o

estudo em questão, somente a matriz foi analisada.

A empresa DVA – Automóveis possui a concessão do grupo Daimler-

Chrysler do Brasil para comercializar produtos das marcas Mercedes-Benz,

Chrysler, Jeep e Dodge. Sua concessão é exclusiva em Santa Catarina, mas

nada impede a abertura de outra concessionária do Grupo DCBR (Daimler

Chrysler do Brasil) em Santa Catarina.

Em nível de processos e procedimentos da empresa, estes possuem

métodos e termos padronizados, um grande know-how que uma parte veio do

próprio grupo DCBR, outra veio da antiga empresa Autostern e outra parte veio da

DVA Veículos.

A administração de marketing da empresa é feita através de reuniões

gerenciais numa equipe multidisciplinar. O planejamento de marketing é feito

tomando como base as informações da DCBR. Para a obtenção dos objetivos

organizacionais, a empresa utiliza como mix mercadológico os seguintes itens.

A empresa considera como concorrentes diretas as empresas Top Car,

concessionária BMW e Breitkopf, concessionária Audi. As concorrentes estão

localizadas num raio de dez kilômetros de distância da DVA Automóveis e ambas

possuem lojas no município de Blumenau.

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4.1.1 – Produto

A Empresa DVA Automóveis comercializa como bens de consumo

automóveis importados das Marcas Mercedes Benz e Chrysler. A Chrysler, por

sua vez, incorpora as marcas Jeep e Dodge. A organização comercializa,

também, automóveis semi novos, autopeças e tem oficina especializada.

Seu carro-chefe são produtos da marca Mercedes-Benz e cada um possui

um conjunto de características diferentes que são destinados para públicos

diferentes. A empresa não comercializa automóveis de passeio de propulsão a

diesel devido a leis brasileiras. A seguir, o portifólio de automóveis da Mercedes-

Benz para a empresa:

Classificação Modelos Características Principais

Classe A A 200- Monovolume- Tamanho compacto- Conforto

Classe B B 200B 200 Turbo

- Monovolume- Tamanho compacto- Conforto- Estilo pessoal e familiar- Design

Classe CC 200 K ClassicC 200 K AvantgardeC 280 Avantgarde

- Perfil jovem e esportivo- Inovação tecnológica- Duas motorizações- Tradição- Agilidade- Design

Classe E

E 350 SedãE 350 TouringE 500 SedãE 500 TouringE 63 AMG SedãE 63 AMG Touring

- Linhas modernas- Requinte- Dirigibilidade- Espaço interno- Tecnologia- Desempenho

Classe S

S 500S 500 LS 600 LS 65 AMG

- Vanguarda- Tecnologia- Alto conforto- Acabamento extremamenterefinado- Segurança

Classe SLKSLK 200 KSLK 350SLK 55 AMG

- Roadster esportivo- Alta tecnologia- Segurança- Transforma-se em coupê comdevido ao teto rígido

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Classe SL

SL 350SL 500SL 600SL 55 AMGSL 65 AMG

- Motores potentes- Roadster- Direção esportiva- Segurança

Classe CLK

CLK 350 CoupéCLK 350 CabrioCLK 500 CoupéCLK 500 Cabrio

- Conversível mais silencioso- Espaço interno- Segurança- Direção esportiva- Conforto para quatroocupantes- Design dinâmico

Classe CLSCLS 350CLS 500CLS 63 AMG

- 1º coupé de 4 portas- Alto nível de conforto- Elegância e dinamismo- Potência

Classe MLML 350ML 500ML 63 AMG

- Motores potentes- Design dinâmico- Tecnologia 4X4 on e off road- Segurança

Classe GL GL 500

- SUV de luxo- Condução confortável- Solidez- Potência- Exclusividade- 7 lugares- Tecnologia

Classe G

G 500 CabrioG 500 SWG 500 SW LG 55 AMG SW Longo

- Linhas retas- Conforto- Segurança- Tecnologia- Padrão luxo em off-road

Classe R

R 500R 500 LR 63 AMGR 63 L AMG

- Grande espaço interno- Potência- 6 lugares- Design

SLR McLaren SLR McLaren

- Superesportivo- Projeto relembra o SLR dadécada de 50- Avançada tecnologia decompetição para as ruas- Segurança

Quadro 6 – Portifólio de produtos da marca Mercedes BenzFonte: Dados primários (2006)

Outra marca que a DVA Automóveis comercializa é a Chrysler, que são

formadas pelas marcas Jeep e Dodge, além da própria Chrysler. A seguir, o

portifólio da marca disponível na empresa:

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Marca Modelos Características Principais

ChryslerPT Cruiser Classic 2.4LPT Cruiser Limited 2.4LPT Cruiser Cabrio Touring 2.4L

- Design Arrojado- Funcionalidade- Versatilidade- Tecnologia- Segurança- Conforto- Requinte

Chrysler300 C Sedã300 C Touring300 C Sedã SRT8

- Ousadia no Design- Requinte- Tecnologia Avançada- Motor potente- Sofisticação

Chrysler Gran Caravan Limited

- Minivan- 7 lugares- Fácil acesso ao interior docarro- Carro família

Jeep Cherokee Sport

- Veículo Robusto- Compacto- On e off Road- 4x4- Elegante

Jeep Wrangler

- Veículo Robusto- Segurança- 4x4- Interior Refinado- Reestilizado dos lendáriosJeeps anos 60

JeepGran Cherokee Limited 4.7Gran Cherokee Overland 5.7Gran Cherokee SRT8 6.1

- Pioneiro SUV de luxo- Moderno e Robusto- Conforto- Dirigibilidade- Capacidade off-road- Diversos motores- Segurança- SUV esportivo (versão SRT8)

Jeep Commander Limited

- Robustez- Capacidade de tração de3500Kg- 7 passageiros- Ergonomia facilitada- 4x4- Segurança- Estrutura reforçada em aço- Espaçoso- Versátil

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Dodge Dodge Ram 2500 SLT 4x4

- Reestilizada- Linhas modernas e robustas- Cabine Simples ou Dupla- Caçamba Curta ou Longa- Motor mais potente dacategoria- Alto nível de conforto eklAcabamento- Segurança- Chassi resistente- 4x4- Capacidade de tração deaproximadamente 6 toneladas

Quadro 7 – Portifólio de produtos da marca ChryslerFonte: Dados primários (2006)

A assistência técnica é proporcionada pela empresa, através de uma

oficina especializada para automóveis do grupo Daimler Chrysler. Conta com

profissionais treinados pela fábrica. Os treinamentos acontecem nas fábricas de

todo mundo, especialmente no Brasil e Alemanha. A fábrica também promove

auditorias de controle dos serviços freqüentemente.

Na empresa são vendidos acessórios originais das empresas AMG para

Mercedes Benz; MOPAR para Jeep. A Chrysler e Dodge contam com acessórios

da própria marca. Além dos originais, a empresa conta com produtos

complementares como pneus, rodas, películas semi blindadas, blindagem parcial

e total do veículo, seguros; acessórios próprios como itens de vestuário, carteiras

e canetas.

O processo de instalação desses produtos complementares é realizado

dentro da empresa, no caso de pneus, rodas e acessórios esportivos, e fora da

empresa como as blindagens.

Conforme rege a lei que determina uma garantia obrigatória de três meses,

a empresa oferece mais vinte e um meses de garantia concedido pelo Grupo

DCBR, totalizando vinte e quatro meses de garantia. A garantia começa a partir

da venda. Na entrega técnica do produto, o vendedor esclarece os procedimentos

da garantia, e lê com o proprietário o manual de manutenção. Para que a garantia

valha em todo o período de vinte e quatro meses, o proprietário deve obedecer

rigorosamente o manual de manutenção. A manutenção preventiva e trocas de

óleos ocorrem conforme quadro 8:

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Marcas Tora de óleo Manutenção Preventiva

Grupo Chrysler (Jeep, Dodge e Chrysler) 6 mil Km 12 mil Km

Mercedes Benz 7,5 mil Km 15 mil Km

Quadro 8 – Manutenção preventivaFonte: Dados primários (2007)

O processo da garantia começa quando o proprietário identifica o problema

no automóvel. Dentro da empresa, é relatado o defeito, abre-se uma Ordem de

Serviço de Garantia, encaminha o carro para oficina, os mecânicos analisam o

problema, Se aconteceu uma quebra, desgaste ou outra situação que seja

evidenciado problema da peça e não do mau uso é feita à troca da peça no ato –

se tiver em estoque – ou solicitado a peça para reparo na fábrica. Se for

constatado problema decorrente do mau uso do proprietário, abre-se uma Ordem

de Serviço de Cobrança.

4.1.2 – Praça

A DVA Automóveis pode ser considerada um varejista conforme Parente

(2000, p. 22), que classifica varejo como “todas as atividades que englobam o

processo de venda de produtos e serviços para atender uma necessidade pessoal

do consumidor final”. Assim, a atividade principal da DVA Automóveis é venda de

produtos e serviços ao consumidor final na qual a empresa faz o papel de

intermediário, ligando o produtor e o consumidor.

A empresa trabalha com uma estrutura que compra diretamente do

fabricante e vende ao consumidor final, caracterizando três níveis de canal.

Conforme a classificação das instituições varejistas no quadro 9, a

empresa é considerada uma franquia, conforme Parente (2000), pois existe um

relacionamento sistêmico contínuo e integrado com a DCBR que faz a DVA

Automóveis seguir um padrão de procedimentos específicos e controlados. Desta

forma, a loja passa por controles de qualidades chamados Star Class e recebem

estrelas conforme o nível de qualidade da organização.

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Classificação de acordo coma propriedade

- Independentes- Redes- Franquias- Departamentos Alugados- Sistemas Verticais deMarketing

Instituições com Lojas- Alimentícios- Não Alimentícios- Serviços

Instituições Varejistas

Instituições sem Lojas

- Marketing Direto- Vendas Diretas- Máquinas de Venda- Varejo Virtual

Quadro 9 – Classificação das instituições varejistasFonte: Parente (2000)

A distribuição do produto é feita in loco, ou seja, o cliente compra o produto

e o retira na loja através da entrega técnica, na qual é feito uma revisão de

entrega, lido o manual, explicado situações de garantia, de seguro – se o mesmo

tiver sido feito – e tirado as últimas dúvidas relacionadas às funções do próprio

carro.

Salvo algumas exceções, quando é de vontade do cliente, levar o carro até

o destino solicitado através de transportadora ou guincho.

No serviço de oficina, quando o cliente leva o carro até a empresa,

normalmente ele possui um motorista a sua disposição, mas se caso isso não

acontecer, há funcionários para levar e trazer o cliente a empresa, entretanto este

serviço é informal, sendo assim, é necessário relocar um funcionário de sua tarefa

habitual para levar e trazer o cliente.

O estoque na organização não comporta todos os modelos de veículos

vendidos, por ser de alto custo mantê-los, já que existem automóveis que custam

aproximadamente 200.000,00 reais. Assim, o estoque abrange veículos de maior

demanda no mercado de Santa Catarina. Desta forma, se o cliente optar por um

modelo que não tenha em estoque, a DVA Automóveis o importa junto à fábrica.

4.1.3 – Preço

A precificação dos produtos na empresa acontece de acordo com as

normas da DCBR. Ela possui uma tabela nas quais as empresas do grupo podem

trabalhar. Nessa tabela, há faixas de valores para os produtos, que oscila entre o

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custo total do produto e o preço máximo que as empresas do grupo podem

trabalhar. Sendo assim, a DVA Automóveis calcula dentro dessa faixa de valores

o preço final do produto, descontado custos administrativos, comissões e outras

despesas. Atualmente o carro-chefe nas vendas é o PT Cruiser e gira em torno de

R$ 70.000,00 a R$ 100.000,00 conforme as especificações escolhidas pelo

cliente

A empresa adota uma amplitude de desconto para os clientes conforme

uma classificação ABC. Funcionários da DVA Automóveis também gozam de

descontos que podem chegar até 20%, dependendo do produto ou serviço

realizados.

A concessão de crédito aos clientes se dá através de uma análise de

crédito feito ou pela própria DVA Automóveis, ou pela financiadora Finasa, ou

pelo Banco Daimler-Chrysler. Assim, dependendo do valor do serviço ou produto,

bem como da necessidade do cliente, ele pode optar entre essas opções, ou

trabalhar com seu banco.

A forma de pagamento se dá através de boleto bancário do Bradesco,

porém, nada impede do cliente pagar na DVA Automóveis matriz ou filial, ou ainda

depósitos em contas nos bancos Bradesco, Besc, Caixa e Banco do Brasil.

4.1.4 – Promoção

O composto promocional da empresa sofre uma grande influência da

DCBR, principalmente no que se refere à publicidade e propaganda. Nestes, a

empresa possui um contrato com Nova Ação, uma empresa de publicidade que

elaboram as propagandas que são vinculadas em mídia. Como a DCBR faz

questão de dividir as marcas Mercedes Benz e Grupo Chrysler, todo o material

publicitário feito faz distinção às marcas. Assim, onde há um outdoor das marcas

do Grupo Chrysler não poderá mencionar a marca Mercedes Benz na mesma

peça publicitária.

Contudo, quando o elemento publicitário foca na empresa DVA

Automóveis, há maior liberdade de criação das empresas parceiras. A aprovação

do material publicitário já parte dos diretores da empresa. Como exemplos

significativos existem o Repórter DVA na rádio CBN Diário, reportagens no

Programa Vício Motor da TV/COM, informes publicitários feitos mensalmente em

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colaboração entre DVA Automóveis e DVA Veículos. Tais exemplos estão

concentrados em chamar atenção de clientes potenciais, de classe A e B que

observem no automóvel um símbolo de status e realização.

Desta forma, a empresa faz marketing freqüentemente e reforça os seus

esforços quando há oportunidades de parcerias e promoções. No verão de

2006/2007, foi montado um estande em Jurerê Internacional para atrair clientes

potenciais que veraneiam ou moram no local, onde possui grande de pessoas

com alto poder aquisitivo, principalmente no verão.

O relacionamento com cliente acontece através de telefone. Contudo,

acontecem, reuniões informais com clientes para discutir afinidades,

principalmente do mundo automobilístico, jantares com clientes potenciais para

lançamento de linhas novas de produtos.

A força de vendas da empresa é composta por um Gerente de Veículos

Novos, quatro vendedores e duas assistentes de vendas. Nos veículos usados

existe um Coordenador, um vendedor de veículos usados e uma assistente de

venda. Todos os vendedores são internos. O recrutamento dos vendedores á feito

como os recrutamentos dos demais departamentos da empresa, através de uma

agência de recrutamento e seleção. Ao atender ao chamado, os candidatos são

previamente selecionados na agência. Após, são conduzidos à psicóloga que

trabalha junto a DVA para mais um processo seletivo. A próxima etapa é a

entrevista com o gerente de vendas, se for veículos novos, ou coordenador de

vendas, se for veículos usados. O candidato selecionado passa por uma

entrevista com o Diretor da empresa para esclarecimento das políticas da

empresa.

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61

4.2 ANÁLISE

A partir de uma breve descrição do composto mercadológico da empresa

baseado no 4Ps, este capítulo analisou por meio de ferramentas as estratégias da

empresa.

4.2.1 Análise do ambiente externo

Para análise do ambiente externo, será utilizado o modelo proposto por

Zaccarelli (2000) adaptado de Porter (1997). Esta análise visa verificar a

qualidade do setor de negócios que a empresa atua e foi feita com base nas

informações dos gerentes e diretores da empresa. Vale ressaltar que fatores não

relevantes foram excluídos dos quadros originais.

4.2.1.1 Barreiras de Entrada

Esta se refere às dificuldades gerenciais de um novo empreendedor em

instalar uma nova empresa que irá competir no mercado e assim prejudicar a

qualidade do negócio. Atribuiu-se para os aspectos mencionados a seguir

classificação entre: 1 (muito fácil) a 5 (muito difícil) para vencer as barreiras de

entrada no negócio.

Aspectos AvaliaçãoTamanho mínimo para a empresa ser viável. 5Sofisticação tecnológica mínima para viabilizar a empresa. Quanto mais tecnologia,menor a chance de surgir novo concorrente. 2

Necessidade de identidade de marca nos produtos. O prestígio da marca é sempredifícil de se conseguir. 5

Reputação a ser construída perante o público em geral. Isso inibe novosempreendedores pela demora inevitável na construção da reputação. 4

Complexidade na formação da rede de distribuição dos produtos serviços. Deixamenos atrativo o negócio, porque o crescimento das vendas fica dependente dolento crescimento da rede de distribuição.

2

Disponibilidade de fontes de insumos para novas empresas. 4Normas governamentais restringindo a entrada no negócio. Mesmo que seja viávelentrar, existirá o temor de que as normas fiquem mais rigorosas. 2

Retaliação esperada. Ações concorrenciais das empresas já instaladas paradificultar a entrada de nova empresa no mercado. 3

Outros aspectos não administrativos, peculiares ao negócio. 4Média Geral 3

Quadro 10 – Barreiras de entradaFonte: Adaptado de Zaccarelli (2000)

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A ameaça de novos entrantes sempre foi um fator preocupante para os

diretores da empresa. Entretanto, a DVA Automóveis possui certas peculiaridades

que criam barreiras de entrada para novos concorrentes, como o tamanho da

empresa no que se refere à rentabilidade, reputação da empresa devido ao

pioneirismo na região, e identidade da marca DVA associada à marca de seu

produto, MB e Chrysler. Contudo, o mercado ainda é passível de expansão e

crescimento, principalmente na grande Florianópolis.

4.2.1.2 Barreiras de Saída

Refere-se às dificuldades em encerrar uma empresa, ou filial no negócio

que está sendo avaliado. Atribuiu-se para os aspectos mencionados a seguir

classificação entre: 1 (muito fácil) a 5 (muito difícil) para vencer as barreiras de

saída no negócio.

Aspectos AvaliaçãoNúmero de concorrentes no mercado. Quanto mais concorrentes, maior será aprobabilidade de um ou mais saírem do mercado na primeira dificuldade. 5

Recuperação dos Investimentos. Quanto maior for a percentagem dos investimentosfeitos para formar a empresa que não forem recuperáveis no encerramento dasatividades, mais difícil será alguém se dispor a fechá-la.

4

Despesas com fechamento por indenizações, obrigações legais, multas, etc. Quantomais altas, mais difícil haver uma saída do mercado. 5

Restrições legais e sociais que impedem ou dificultam o fechamento de empresadesse negócio. 4

Outros aspectos específicos do negócio em avaliação. Como: aspectos pessoais,barreiras emocionais, investidores. 5

Média Geral 5Quadro 11 – Barreiras de saídaFonte: Adaptado de Zaccarelli (2000)

Certamente, para qualquer diretor, sócio ou dono de qualquer empresa de

qualquer tamanho é extremamente complicado pensar em encerrar as atividades

da empresa. A classificação 5 como muito difícil para vencer as barreiras de saída

e requer uma análise mais profunda, pois no setor em que a DVA Automóveis se

insere, torna-se mais dificultoso a saída devido à pós-venda dos produtos. É fácil

perceber relembrando a história da empresa, que após o fechamento da

concessionária Chrysler, a empresa ficou responsável pela pós-venda dos

produtos. Contudo, cabe ressaltar que o fechamento da antiga concessionária foi

devido ao enfraquecimento das vendas do produto, erro estratégico da marca e

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não da concessionária. Com isso, percebe-se que a empresa está intimamente

atrelada às estratégias da marca. Outros pontos relevantes percebidos pela

empresa são multas da DCBR devido ao fechamento da empresa por causa da

quebra de contrato e a relação com os investidores da empresa, já que é uma

Sociedade Anônima Fechada.

4.2.1.3 Rivalidade

Rivalidade é a intensidade da competição entre empresas existentes no

mercado. Atribuiu-se para os aspectos mencionados a seguir classificação entre:

1 (muito grande) a 5 (muito pequena) para vencer a rivalidade do negócio.

Aspectos AvaliaçãoConcorrentes todos equilibrados. Em geral quanto mais similares entre si forem oscompetidores, maior será a rivalidade entre eles. 4

Taxa de crescimento no mercado. Nos mercados que crescem lentamente existe altarivalidade entre os concorrentes. 4

Custos fixos relativos. Quanto maior o custo fixo em relação ao custo variável, maiora disputa para vender mais. 2

Excesso de capacidade. Quanto maior a capacidade ociosa, maior a disputa. 3Diferenciação do produto ou marca. A falta de diferenciação de características doproduto ou de marca aumenta a rivalidade. 2

Módulo mínimo de crescimento da capacidade. Se esse módulo for grande, quemaumentar a capacidade precisa lutar para aumentar sua participação no mercado. 3

Barreira de saída. Quanto maior a dificuldade de encerrar as atividades de umaempresa, mais as empresas disputam a sobrevivência. 3

Outros específicos do negócio em análise 3Média Geral 3

Quadro 12 – RivalidadeFonte: Adaptado de Zaccarelli (2000)

Dentro do seu segmento há poucas empresas concorrentes, Top Car e

Breitkopf, porem são potenciais rivais da DVA Automóveis. Todavia, essas

empresas exercem um poder que coloca sua análise da qualidade do negócio na

posição mediana. Isso se deve principalmente as poucas vantagens competitivas

dos produtos em relação à concorrência, mesmo sendo segmentado o mercado.

A variedade de produtos da DVA Automóveis pode ser uma vantagem competitiva

em relação as suas concorrentes se o cliente perceber. Atualmente a MB conta

com 14 classificações distintas, com motorização diferente e design diferenciados

enquanto Top Car conta com 8 e Breitkopf conta com 9 das suas principais

marcas. Os custos fixos relativos são altos, o que empurra a empresa e seus

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concorrentes a vender mais. A taxa de crescimento do mercado é lenta, apesar

de um ano favorável para venda de produtos.

4.2.1.4 Produtos/Serviços Substitutos

A análise de substitutos identifica outro tipo de empresa para competição

no mercado, reduzindo a qualidade do negócio. Atribuiu-se para os aspectos

mencionados a seguir classificação entre: 1 para a inexistência de produtos

substitutos a 5 para o caso de substitutos muito fortes no negócio.

Aspectos AvaliaçãoPreço/benefício do substituto comparado com o produto em avaliação. 4Custo da mudança que um cliente tem para passar a usar o produto/serviçosubstituto. 3

Comparação da confiabilidade e funcionalidade do substituto com o atual. 2Propensões afetivas dos clientes. Qual atende melhor? 3Comparação por segmento do mercado. Em quais segmentos o substituto sedestaca? 4

Média Geral 3Quadro 13 – Produtos/Serviços SubstitutosFonte: Adaptado de Zaccarelli (2000)

Para o tipo de produto que a empresa comercializa, a relação de produto

substituto está intimamente relacionada com o benefício que o cliente observa ao

adquirir o bem. Se o cliente procura no produto um meio de locomoção, de

segurança, de conforto, de luxo e na qual pode ser utilizado ao seu critério, o

produto substituto pode ser um táxi, um helicóptero. No táxi, seu preço é

demasiadamente menor em relação ao carro de luxo, porém o luxo do produto é

incomparável com o luxo dos táxis. Todavia, o consumidor de produtos como

Mercedes Benz, Chrysler leva em consideração como fator de compra o luxo do

automóvel, sendo assim uma vantagem competitiva em relação ao produto

substituto táxi. No caso do helicóptero, o serviço de táxi aéreo mostra-se

preocupante, pois a qualidade do serviço atende as necessidades do consumidor,

o fator locomoção existe, o fator luxo também. A segurança é valida e o conforto

inclusive.

De um outro ponto de vista, se o consumidor vê como benefício nos

produtos da DVA Automóveis a ostentação de status, de poder, de auto-

realização, qualquer produto ou serviço pode ser considerado substituto se atingir

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esses benefícios no consumidor. Uma viagem de cruzeiro ao Caribe, um

apartamento ou casa, uma jóia são exemplos de produtos substitutos.

4.2.1.5 Poder das Negociações

Considera-se a cadeia de suprimentos cujo negócio está sendo avaliado e

comparar para cada dupla fornecedor-comprador quem tem maior poder na

negociação. Em seguida, avalia-se qual será a distribuição de lucro agregado

entre os diversos tipos de empresas participantes da cadeia de fornecimento.

Atribuiu-se a classificação de 1 se a empresa tiver pouco poder e 5 se o poder de

negociação for muito grande.

Aspectos AvaliaçãoAlternativas para transacionar. Leva vantagem quem tiver maior número dealternativas. Poucos compradores e muitos vendedores dão vantagem aoscompradores, e vice-versa.

4

Datas limites. Quem tem uma data limite para fechar a negociação, ou tem prazosrígidos, leva desvantagem na negociação. 3

Volumes relativos. Quem transaciona freqüentemente pequenas quantidades levavantagem na negociação sobre quem transaciona grandes quantidades de uma sóvez.

4

Possibilidade de “blefe” no decorrer das negociações. 5Disposição para negociar. Quanto maior for a percentagem de custo total decidido nanegociação, maior será a disposição e empenho dos negociadores para levarvantagem.

3

Outros aspectos específicos. 4Média Geral 4

Quadro 14 – Poder das negociaçõesFonte: Adaptado de Zaccarelli (2000)

A negociação com o fornecedor na cadeia de suprimento é considerada um

mau negócio devido ao processo de concessão que a empresa tem com seu

fornecedor único em relação a automóveis, a DCBR. Por se tratar de uma

franquia, o poder de barganha é baixo, pois contratualmente, a DVA mantém

exclusividade com a DCBR, na qual é padronizada e segue os processos da

DCBR.

4.2.1.6 Síntese da Análise da Qualidade do Negócio

A síntese da análise dos cinco determinantes da qualidade do negócios

estão sintetizadas no quadro a seguir:

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Bom Negócio Mau NegócioFatores/Índices Grau 1 2 3 4 5 Grau1. Barreiras de Entrada Alta X Baixa2. Barreiras de Saída Baixa X Alta3. Rivalidade Pequena X Grande4. Produtos/Serviços Substitutos Nenhum X Vários5. Poder de Negociação pouco X muito

Quadro 15 – Síntese da análise da qualidade do negócioFonte: Adaptado de Zaccarelli (2000)

Ao observar o quadro acima, percebe-se que a empresa encontra-se na

posição predominantemente mediana, sendo assim, a qualidade do negócio

também é mediana, apesar dos desvios da barreira de saída para mau negócio e

poder de negociação para bom negócio. As análises foram feitas em colaboração

com os diretores da empresa e foi levada em consideração a segmentação do

mercado em automóveis de luxo, dispensando a concorrência de automóveis

convencionais, pois no ramo de importados luxuosos, a concorrência em Santa

Catarina é relativamente baixa em termos de números de participantes, mas

razoavelmente concorrido justamente pelo seu baixo número.

4.2.2 Análise SWOT

A análise de SWOT foi desenvolvida na década de 1960, pela Escola de

Administração Geral da Universidade de Harvard (EUA), com o objetivo de reunir

o “estado interno” com suas “expectativas externas” (AZEVEDO, 2001).

O propósito desta ferramenta é identificar os pontos fortes e fracos de uma

organização com as oportunidades e ameaças provenientes do cenário em que a

organização se insere. Para está análise, foi utilizado um modelo adaptado de

Rocha (2007) que misturou a análise SWOT com a análise SHOT com intuito de

facilitar e abranger toda a organização na análise do ambiente interno e externo.

Da mesma forma que a ferramenta anterior, as diretores colaboraram na análise

desta ferramenta.

O quadro 16 fornece as tendências, impactos e oportunidades das

variáveis macro-ambientais e prioridade das oportunidades. Para nortear as

respostas, foram utilizadas perguntas como quais as tendências que existe no

ambiente no âmbito geral e específico? Quais os impactos originados das

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tendências? Quais as oportunidades decorrentes dos impactos da tendência no

ambiente? Essas oportunidades influenciam somente a empresa ou o setor? Qual

a prioridade da oportunidade para a empresa?

VariávelMacro-ambiental

Ambiente Tendências Impactos Oportunidades Prioridade

Geral Preservação doambiente

Ações decombate àdegradaçãoambiental

Novo modo depensar voltadopara preservaçãoambiental

12

Ambiental

Específico

Aquecimentoglobal no âmbitodo setorautomotivo

Adaptação dosetor em relaçãoà liberação deCO² na atmosfera

Estudo deenergias limpaspara propulsãode veículos

14

Geral

Aumento dereuniõesinformais depessoas comgostossemelhantes

Criação deClubes Feira de Eventos 16

Cultural

Específico

Aumento daescolaridade denível técnico esuperior

Maior exigência

Nível deconhecimentoaprofundado dosprodutos do setorem ambos ossexos

15

Geral Migração internaentre estados

Êxodo da parcelapopulacionaleconomicamenteestável dasmetrópoles

Aumentopopulacional emSC pela busca àqualidade devida

13

Demográfica

EspecíficoCrescimentonegativo dapopulação

Envelhecimentoda população

Aumento dademanda depessoas daterceira-idade

11

Geral

Crescimentoeconômico dePaísesemergentes

Aumento deinvestimentoexterno

Valorização doReal frente aoDólar

1

Econômica

EspecíficoAumento doCrédito no setorautomotivo

Adaptação dacadeia produtiva

Aumento daDemanda 2

Geral

Cuidar deportadores denecessidadesespeciais

Lei de reduçãodo IPI e impostosde importação aDeficientesfísicos

Surgimento deuma demanda donicho dedeficientesfísicos

7

Legal

Específico

Projeto de Leide implantaçãoem territórionacional de chipde identificaçãoem automóveis

Adequação doscarros à norma

O processo decolocação doschips poderá serfeito nasconcessionárias

3

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68

GeralLobby junto aosórgãosgovernamentais

Criação decomitês de açãopolítica

Aumento dopoder debarganha nosetor público

10

Política

Específico

Venda daChrysler doGrupo Daimler-Chrysler

Maior variedadede produtos

aumento dosfatorescompetitivos dasconcessionáriasDCBR

4

Geral Aumento dacriminalidade

procura pelaqualidade

Aumento daexigência pelaqualidade dosprodutos

9

Social

Específico

Preocupação doaumento demortes notransito

Açõespreventivas

Aumento daexigência pelasegurança dosautomóveis, comuso de CrashTests paracomprovação daeficiência doveículo.

8

Geral Televisão Digital Uso maior damídia digital

Utilização da TVDigital parapromoção

6

Tecnológica

EspecíficoAtualização dasferramentas nosetor automotivo

Agilidade nosequipamentos eprocessos nosetor

Modernização dosetor 5

Quadro 16 – Análise do ambiente Externo: OportunidadesFonte: Dados Primários (2007)

Do mesmo modo que ocorreu com as oportunidades, o quadro 17 fornece

as tendências, impactos e ameaças ao macro-ambiente. Para nortear as

respostas, utilizaram-se as seguintes colocações: Quais as tendências existentes

no ambiente no âmbito geral e específico? Quais os impactos originados das

tendências? Quais as ameaças decorrentes dos impactos da tendência no

ambiente? Essas ameaças influenciam somente a empresa ou o setor? Qual a

prioridade da ameaça para a empresa?

VariávelMacro-ambiental

Ambiente Tendências Impactos Ameaças Prioridade

Ambiental

Geral Aquecimentoglobal

Nova culturavoltada para apreservação doambiente

Infra-estruturabrasileira nãocomporta novasadaptações aoproblema doaquecimentoglobal

10

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69

EspecíficoAquecimentoglobal no âmbitodo setorautomotivo

Produção decarros Híbridos

Infra-estrutura deabastecimentode carroshíbridos

11

Geral Falta de espaçoCotidiano cadavez maiscompacto

Exigência porprodutoscompactos

15

Cultural

EspecíficoFalta de espaçonas rodoviasurbanas

Aumento donúmero de carroscirculantes

Carros cada vezmais compactos 3

GeralCrescimentonegativo dapopulação

Número de filhoscada vez menor

Dada à escassezde recursos,necessidade deprodutoscompactos.

16

Demográfica

EspecíficoAumento dequantidade decarro porhabitante

Rodoviasinchadas

Procura poroutros meios delocomoção

4

Geral Diminuição dosJuros Brasileiros

Aumento dademanda Alta da inflação 1

EconômicaEspecífico Facilidade de

crédito

Maior número depessoasfinanciandoautomóveis agrandes prazos

Aumento dainadimplência nosetor

5

Geral Preocupaçãoambiental

Leis reguladorasde emissão degases poluentese uso dematérias-primasno setorautomotivo

Aumento decusto paraadequação dasleis

6

Legal

Específico

Caos rodoviáriona cidade pelaquantidade decarros/ Rodízioem SP

Lei deregularização deRodízio Veicularem Florianópolis

Procura demeios delocomoçãoalternativos

14

GeralRegularizaçãodas empresasque possuemestagiários

Votação naCâmara doSenado na novaLei de Estágio

Aumento decusto e sansõescaso a lei nãoseja atendidapelasorganizações

13

Política

EspecíficoDescaso públicona infra-estrutura dopaís

Taxas portuáriaselevadas

Elevação dopreço final doscarrosimportados

7

Geral Aumento dacriminalidade

Procura pelasegurança

Redução daqualidade devida

2

Social

EspecíficoSociedadevoltada aocenso comum

Tradição emachar aconcessionáriaautorizada damarca de preçoelevado

Procura deserviços emoutras oficinas

8

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70

Geral Avançotecnológico

Busca constantepor novastecnologiasemergentes

Obsolênciarápida deprodutos

9

Tecnológica

Específico Avançotecnológico

Facilidade emcompra deveículos pelainternet

Não adequaçãoda novarealidadetecnológica

12

Quadro 17 – Análise do ambiente Externo: AmeaçasFonte: Dados Primários (2007)

Após o levantamento das oportunidades e ameaças, o quadro 18 aponta as

dez oportunidades priorizadas pelos diretores que são mais relevantes à DVA

Automóveis. A partir de então, utiliza-se uma análise SHOT para identificar os

stakeholders, o poder de influência e o tipo de influência (positivo ou negativo).

Item Oportunidades Stakeholders

Poder deInfluência

(Empresa ouStakeholder)

Tipo de influência(+ ou -)

1 Aumento daDemanda Cliente Clientes Positivo

2Valorização doreal frente ao

DólarGoverno Governo Positivo

3

Aumento daexigência pelaqualidade dos

produtos

Clientes Empresa DVA Positivo

4

Aumento daexigência pelasegurança dos

automóveis, comuso de Crash

Tests paracomprovação da

eficiência doveículo.

Clientes Empresa DVA Positivo

5 Modernização dosetor

Fornecedores,concorrentes

Fornecedores,concorrentes Positivo

6

Aumento dosfatores

competitivos dasconcessionárias

DCBR

DCBR DCBR Positivo

7

O processo decolocação dos

chips poderá serfeito nas

concessionárias

Detran Detran Positivo

8

Aumento dopoder de

barganha no setorpúblico

Lobistas Lobistas Positivo

9 Surgimento de Clientes Empresa DVA Positivo

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71

uma demanda donicho de

deficientes físicos

10Utilização da TV

digital parapromoção

Mídia Mídia Positivo

Quadro 18 – Análise do ambiente Externo: Priorização das OportunidadesFonte: Dados Primários (2007)

As primeiras duas oportunidades estão relacionadas com a variável macro-

ambiental econômica. No âmbito específico do setor, a tendência de aumento do

crédito dentro do setor, com parcelas acima de 60 meses trouxe como impacto a

adaptação da cadeia produtiva e fez surgir como oportunidade o aumento da

demanda. No âmbito geral, a tendência de crescimento econômico de países

emergentes como o Brasil fez surgir um aumento de investidores externos

atraídos pelo baixo risco Brasil que, por sua vez, injetaram capital estrangeiro,

que culminou na valorização de real frente ao dólar. Esta é uma oportunidade

interessante aos olhos do mercado consumidor de produtos importados. No

âmbito do setor automotivo.

As próximas duas oportunidades estão relacionadas com a variável macro-

ambiental social. A terceira colocada está ligada ao âmbito geral e é evidenciada

pelo aumento da criminalidade, sobretudo contravenções de produtos falsificados.

Assim, os consumidores de classe A e B tendem a procurar pela qualidade dos

produtos, gerando uma oportunidade pelo aumento de sua exigência. A quarta

colocada está relacionada ao âmbito setorial automotivo. A segurança dos

automóveis nunca foi tão evidenciada como atualmente está sendo. Na Europa já

existem o uso de crash tests como prova para que o produto venha ser utilizado

ou não no continente. Há vários exemplos de automóveis chineses que foram

reprovados nos testes por apresentar uma deformação fatal para os ocupantes

em impactos frontais. Os produtos que a DVA Automóveis comercializa da marca

Mercedes Benz, por sua vez, além de passarem nos crash tests europeus e norte

americanos, são considerados os automóveis mais seguros. Com essas

informações, a empresa poderá trabalhar estrategicamente para promover a linha

de produtos, focando na segurança dos ocupantes.

Outra oportunidade vislumbrada pela diretoria esta relacionada com a

variável macro-ambiental tecnológica, a modernização do setor. Esta se origina

da tendência do setor de atualização das ferramentas e equipamentos para tornar

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72

o serviço mais ágil. A empresa vê uma oportunidade pois estar na vanguarda

desta modernização implica no aumento dos fatores competitivos do serviço como

diminuição do tempo do serviço.

Outra oportunidade interessante é a venda da marca Chrysler da DCBR.

Esta trará fatores competitivos para a marca como novos lançamentos de

produtos, decréscimo do custo dos automóveis e peças para as concessionárias,

estudos de projetos de implantação de fábricas no Brasil.

No estado de São Paulo foi aprovada uma lei que vai obrigar todos os

veículos circulantes no estado a terem um chip, colados no pára-brisa frontal,

contendo informações sobre o número do chassi e motor do veículo, placa,

informações sobre restrições de circulação e informações sobre o proprietário

como pagamento do IPVA e multas pendentes. Serão espalhados pela cidade

leitores magnéticos para captar as informações dos chips. Esta pode ser

considerada uma oportunidade para a DVA Automóveis se a lei abranger todo o

Brasil e se o Detran autorizar empresas credenciadas a colocarem os chips. A

partir de então, a DVA poderá pensar estratégias para aproveitar essa

oportunidade.

O lobby é uma ferramenta bastante utilizada para defesa dos interesses de

um grupo. Um lobby bem feito junto aos órgãos públicos poderá conseguir

alianças estratégicas, redução de impostos como ICMS. Portanto um lobby junto

ao setor público pode provocar o aumento do poder de barganha.

Explorar nichos de mercados são grandes oportunidades para

alavancagem da rentabilidade da empresa. Apoiados na Lei que concede redução

do IPI e impostos de importação de automóveis e peças automotivas para

portadores de necessidades especiais comprovadas, esse nicho de mercado

emergente é uma oportunidade para a empresa, desde que se faça um estudo de

mercado.

A TV digital como novo processo de comunicação será uma grande

oportunidade para promoção da empresa. Se o cliente estiver vendo um filme e

numa cena aparecer um produto Mercedes Benz ou Grupo Chrysler, com a

tecnologia emergente, a cena poderá ser congelada, o cliente, a partir das teclas

de navegação do controle remoto, direcionará o cursor até o produto e nele

aparecerá uma curta propaganda da DVA Automóveis. A inclusão da TV digital no

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73

Brasil se inicia em dezembro de 2007 na cidade de São Paulo e posteriormente

estará nos municípios catarinenses.

O quadro 19 aponta, da mesma maneira que ocorreu nas oportunidades,

dez ameaças que podem interferir no alcance dos objetivos organizacionais

priorizadas pela empresa. E também é feito uma análise SHOT, identificando os

stakeholders, o poder de influência e o tipo de influência.

Item Ameaças Stakeholders

Poder deInfluência

(Empresa ouStakeholder)

Tipo de influência(+ ou -)

1 Alta da inflação Governo Governo Negativo

2 Redução daqualidade de vida Sociedade Sociedade Negativo

3 Carros cada vezmais compactos Sociedade Sociedade Negativo

4Procura por

outros meios delocomoção

Sociedade Sociedade Negativo

5Aumento da

inadimplência nosetor

Clientes Empresa DVA Positivo

6Aumento de custopara adequação

das leis

Deputados esenadores

Deputados esenadores Negativo

7Elevação do

preço final doscarros importados

Governo Governo Negativo

8Procura deserviços em

outras oficinasClientes Clientes Negativo

9 Obsolência rápidade produtos Concorrentes Concorrentes Negativo

10

Infra-estruturabrasileira não

comporta novasadaptações aoproblema doaquecimento

global

Governo Governo Negativo

Quadro 19 – Análise do ambiente Externo: Priorização das AmeaçasFonte: Dados Primários (2007)

O ambiente econômico atual que o Brasil vive apresenta uma valorização

do real frente ao dólar que faz com que, para empresas que comercializam

produtos importados, aconteça uma alavancagem da receita. Pesquisas mostram

que o brasileiro normalmente compra e gasta mais no final do ano. Contudo, essa

aparente oportunidade poderá se transformar em ameaça devido ao aumento da

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inflação, já observada nas projeções feita pelo governo, e aumento da

inadimplência.

Relacionado à variável macro-ambiental social, a preocupante tendência do

aumento da criminalidade origina dentre outras ameaças a redução da qualidade

de vida. Para uma empresa que comercializa produtos importados e luxuosos, a

redução da qualidade de vida implica diretamente na redução das vendas de

automóveis. Quem foge da criminalidade abre mão de carros importados que

chamam atenção para roubos e seqüestros.

Outra tendência preocupante observada ao longo dos anos é o aumento da

quantidade de carro por habitante. Essa tendência gera como impactos rodovias

cada vez mais inchadas e a compactação dos automóveis. Rodovias inchadas

provocam a procura por outros meios de locomoção. A procura por carros

compactos é preocupante para empresa, pois como a DVA Automóveis

comercializa em sua maioria automóveis de luxo, de alto consumo e de grandes

dimensões, essa tendência minimiza a rentabilidade da empresa.

A preocupação ambiental implica na elaboração de leis reguladoras de

emissão de gases poluentes e uso de matérias-primas no setor automotivo. O

aumento de custo para adequação das leis é uma ameaça no setor automotivo,

que, na cadeia produtiva reflete na redução do lucro por unidade produzida.

A infra-estrutura brasileira atualmente é considerada uma ameaça para o

setor. As taxas portuárias elevadas, o descaso com as estradas brasileiras

encarece o transporte das mercadorias do porto de Itajaí até as concessionárias

espalhadas no estado. Além disso, a infra-estrutura do estado não comporta as

novas adaptações para o aquecimento global relacionados com as energias

limpas alternativas de carros híbridos movidos à gasolina/ar comprimido, e

gasolina/célula de combustível. O Diesel e o Álcool são consideradas energias

mais limpas que a gasolina, mas ainda têm grandes índices de poluição em

relação à células de combustível e carros movidos a energia elétrica.

O senso comum tem como hábito afirmar que o preço dos serviços em

concessionárias autorizadas é demasiadamente caro. Essa afirmação gera como

conseqüência a procura de serviços em outras oficinas, uma preocupação a mais

para a empresa.

O avanço tecnológico de um lado traz muitas oportunidades, porém por

outro lado, a busca constante por novas tecnologias emergentes traz a obsolência

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rápida dos produtos. Para automóveis importados luxuosos, é fato alguns

consumidores trocarem constantemente de carro em um curto prazo de tempo.

Dentre vários motivos, é perceptível a troca pela tecnologia de ponta inserida no

automóvel, relacionados à segurança e interação condutor/carro.

No geral, o ambiente externo apresentou algumas peculariades a serem

observadas. Atualmente, a mega tendência da preservação do meio ambiente

tounou-se notória em praticamente todas as variáveis macro-ambientais. Todos

os segmentos da sociedade estão repensando, ainda que paulatinamente, o

modo com que estão tratando o planeta terra, seus insumos e sua qualidade de

vida. Assim, uma cadeia de mudanças sociais, demográficas, políticas,

econômicas, ambientais, culturais, ambientais e tecnológicas estão florescendo,

trazendo novas oportunidades e novas ameaças, já que os dois fatores andam

juntos. O produto Automóvel sofrerá mudanças com essa tendência. Já é de

conhecimento público novas energias alternativas para diminuição da poluição. A

Mercedes Benz, por sua vez, lançou no Salão do Automóvel em Frankfurt as

novas linhas de automóveis com células de combustível, chamados carros

híbridos, com tecnologias de redução de consumo e de uso de diesel que

atendem as regras rigorosas da União Européia de emissão de gases nocivos.

Portanto, a DVA Automóveis deve ficar atenta à mudança decorrente da mega

tendência de preservação ambiental.

Após o levantamento do ambiente externo, parte-se, então para o ambiente

interno da empresa, a partir do levantamento dos fatores chaves de sucesso e

suas variáveis críticas. A seguir o quadro 20 para posterior reflexão.

a) Inovação tecnológica

b) Marca do produtoc) Qualidade operacional

Fatores Chave de

Sucesso

d) Alianças estratégicasFCS a) Inovação Tecnológica Nota

1 Uso de Equipamentos modernos na oficina 72 Processos atualizados 73 Vanguarda tecnológica 94 Complexidade do sistema 55 Link direto com a fábrica 66 Site desatualizado 3

Variáveis Críticas

7 Tecnologia de ensino e aprendizagem 8FCS b) Marca do produto Nota

1 Conhecida mundialmente 102 MB e Chrysler não seguem o mesmo padrão 5

Variáveis Críticas

3 Alto valor agregado 10

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76

4 Fácil divulgação 85 Preza pela excelência 106 Reconhecimento 87 Qualidade do produto 8

FCS c) Qualidade Operacional Nota1 Empresa é Sociedade Anônima Fechada 82 Diretoria altamente competente 83 Treinamentos constantes com a fábrica 84 Não abrange todo estado 45 Veículos semi-novos de difícil aceitação no mercado 56 Localização da Loja 57 Espaço físico ocioso na administração 4

8Fluxo de caixa favorável em virtude do aumento devendas 10

9 Mão de obra especializada 9

10Serviços de Limpeza e manutenção nãoterceirizados 5

11 Custo alto do serviço 512 Preço de peças alto 3

Variáveis Críticas

13 Demora no fornecimento das peças 3FCS d) Alianças Estratégicas Nota

1 Banco Daimler - Chrysler 92 Convênio com financiadoras de grande porte 83 Facilidade em cadastramento 74 Nível de inadimplência baixo 85 Pagamento das duplicatas facilitado no local 76 Acessórios de segurança vendidos na loja 8

7Conta em diversos bancos para depósito dosclientes 7

Variáveis Críticas

8Não possui aliança na entrega de auto peças paraoficinas 5

Quadro 20 – Análise do ambiente Interno: Fatores Chaves de Sucesso e VaráveisCríticasFonte: Dados Primários (2007)

Os fatores chaves de sucesso são fatores críticos que qualquer empresa

do setor precisa ter para ser bem sucedida. Foram atribuídos quatro fatores e, em

cada fator, foi descrito as variáveis críticas, que são as possíveis causas internas

que podem afetar o fator chave de sucesso de forma positiva ou negativa. Após

foi dado notas pelo grau de afetibilidade, sendo: 1 a 5 como ponto fraco, 6 e 7

como ponto neutro e acima de 7 a 10 como ponto forte (ROCHA, 2007). O quadro

21 mostra os pontos fortes e pontos fracos da organização retirados a partir das

variáveis críticas dos fatores de sucesso.

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Quadro 21 – Análise do ambiente Interno: Pontos Fortes e Pontos fracosFonte: Rocha (2007)

O ambiente interno da organização apresenta pontos fortes que mostram a

profissionalização da empresa. Em suas variáveis críticas é de destaque a

tecnologia de ensino e aprendizagem. A empresa utiliza de diversas ferramentas

para deixar sempre atualizado seus funcionários. Treinamentos realizados

semestralmente, auditorias de qualidades mensais, benefícios para estudos

universitários, política de recrutamento de estagiários são alguns itens que

demonstram a preocupação em formar uma mão-de-obra especializada e

motivada. O ponto fraco mais comentado nas entrevistas dos diretores foi o custo

alto do produto, mas principalmente do serviço, que faz retrair a demanda. Assim,

há uma preocupação com as oficinas especializadas em automóveis importados,

que são concorrentes diretas. Isso se deve, também, à mistificação do fato de que

a oficina de autorizada sempre é mais cara. Isso se mostra não somente um

ponto fraco, mas uma ameaça, visto da ótica do ambiente externo.

Item Pontos Fortes1 Marca conhecida mundialmente2 Marca com alto valor agregado3 Vanguarda tecnológica4 Tecnologia de ensino e aprendizagem5 Banco Daimler Chrysler6 Convênio com financiadoras de grande porte7 Fluxo de caixa favorável em virtude do aumento de vendas8 Mão de Obra especializada9 Qualidade do produto10 Nível de inadimplência baixo

Item Pontos Fracos1 Complexidade do sistema operacional2 Site desatualizado3 Matriz e filial não abrangem todo o estado4 Giro de estoque de produtos semi novos lento5 Localização da Loja6 Custo alto do serviço7 Preço de peças alto8 Mercedes e Chrysler não seguem o mesmo padrão9 Demora no fornecimento de peças10 Serviços de manutenção e limpeza não terceirizados

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Análise Interna

S (Strenghs)Pontos fortes

W (Weaknesses)Pontos Fortes

O (Oportunities)

SO (maxi-maxi)

Tirar o máximo partido dospontos fortes para aproveitarao máximo as oportunidades

detectadas

WO (mini-maxi)

Desenvolver as estratégias queminimizem os efeitos negativos

dos pontos fracos e que emsimultâneo aproveitem asoportunidades emergentes

Aná

lise

Ext

erna

T (Threats)

ST (maxi-mini)

Tirar o máximo partido dospontos fortes para minimizar

os efeitos das ameaçasdetectadas

WT (mini-mini)

As estratégias a desenvolverdevem minimizar ou ultrapassaros pontos fracos e, tanto quantopossível, fazer face às ameaças.

Figura 5 – Relação da análise externa e análise interna da SWOTFonte: Rocha (2007)

A relação entre as fraquezas e forças, oportunidades e ameaças podem

ser observadas na figura 5. Os cálculos foram baseados no modelo de Rocha

(2007) no qual foi atribuído um peso para as quatro variáveis do ambiente, sendo:

3 (pouca importância), 6 (importância moderada), 9 (muita importância); nota de

correlação sendo: 1 (correlação fraca), 3 (correlação moderada) e 9 (correlação

alta). A partir de então, foi feito um sistema de cálculos para dar a percentagem

das correlações. O resultado deve ser observado a partir da seguinte relação na

figura 6.

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79

Fig

ura

6 –

Mat

riz

SW

OT

da

emp

resa

DV

A A

uto

veis

Fon

te: D

ados

Pró

prio

s (2

007)

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O cálculo dessa matriz originou percentuais das correlações entre Pontos

Fortes e Fracos, Ameaças e Oportunidades. Para analisar os dados dessa matriz,

foi elaborada a figura 7.

Figura 7 – Percentagens das correlações da matriz SWOTFonte: Dados Próprios (2007)

A empresa DVA Automóveis concentra-se, conforme essa matriz, na

posição de Desenvolvimento, com 55,4%. Pode-se inferir o ideal é tirar partido de

100% dos pontos fortes para aproveitar o máximo das oportunidades nesse

quadrante e a empresa conseguiu obter mais da metade do percentual mostrando

um grande índice de desenvolvimento. Nas ameaças versus pontos fortes, na

qual ocorre a Manutenção através do desenvolvimento de estratégias que

minimizem os efeitos negativos dos pontos fracos e que em simultâneo

aproveitem as oportunidades emergentes, do ideal de 100%, a empresa obteve

44,5%, mostrando que está realizando tais estratégias, contudo ainda tem o que

melhorar. No quadrante Crescimento, ocorre à correlação entre as ameaças e os

pontos fortes, tende a tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os

efeitos das ameaças detectadas. A DVA Automóveis, por sua vez, obteve (-)

49,2% num índice que o ideal é zero. Com isso, observa-se que a empresa está

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conseguindo atingir o objetivo do quadrante, ou seja, consegue obter crescimento.

No último quadrante, Sobrevivência, seu objetivo é desenvolver estratégias para

minimizar ou ultrapassar os pontos fracos e, tanto quanto possível, fazer face às

ameaças. A empresa em estudo conseguiu obter (-) 22,9% num índice que o ideal

é zero. Sendo assim, esse valor percentual mais baixo no quadrante mais

preocupante demonstra que a empresa está conseguindo criar estratégias para

minimizar as variáveis negativas do ambiente interno e fazer face ao ambiente

externo. Quanto mais afastado do ponto zero, melhor a empresa se encontra e a

organização em estudo está com um índice baixo, que pode ser melhorado.

Portanto, numa escala que vai de (-)200, como posição muito desfavorável,

até 200, como posição muito favorável, a DVA Automóveis encontra-se numa

posição de 27,8 que está entre neutra (0) e favorável (100). É uma posição

positiva, porém não confortável, sendo que ela precisa criar mais estratégias para

melhorar essa posição.

No geral, apesar das estratégias de marketing estarem atreladas ao grupo

DCBR devido ao fato da franquia de concessão, as estratégias organizacionais

relacionadas ao marketing estão garantindo não só a sobrevivência da

organização, mas também desenvolvendo-a.

4.2.3 Análise das estratégias de marketing

Corroborando com o descrito na fundamentação teórica, as estratégias de

marketing do mix mercadológico da DVA Automóveis são as seguintes.

4.2.3.1 Produto

De acordo com os níveis de produtos de Kotler (1995), a empresa

apresenta os seguintes níveis tratados no quadro 22.

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Nível Exemplo da DVA Automóveis

Benefício Núcleo O consumidor está comprando “meio delocomoção”.

Produto Genérico O consumidor está comprando um “automóvel”.

Produto Esperado O consumidor espera segurança, conforto eluxo.

Produto Ampliado O produto possui como beneficio adicional“status”.

Produto PotencialFuturamente o produto poderá vir com sistemade propulsão alimentado de diferentes energiaslimpas.

Quadro 22 – Níveis de produtos da empresa DVA AutomóveisFonte: Dados Primários (2007)

A classificação de níveis de produto de Kotler (1995) mostra que o

consumidor não compra o produto para um de seus benefícios, ele compra para

satisfazer por completo seus benefícios esperados. Entretanto, mensurar quais

benefícios esperados pelo consumidor e atender todos é complicado. Por isso, a

estratégia de diferenciação de mercado como genérica contribui para a

mensuração, pois segmenta o mercado. A empresa em estudo adota como

segmentação de mercado os automóveis de luxo. Assim, as estratégias de

produtos podem ser claramente definidas e podem ter um resultado mais

satisfatório.

Conforme MaCarthy e Perreault (1997) os produtos da empresa se

enquadram no tipo produtos de consumo, na classe produtos de especialidade,

na qual o consumidor realmente deseja comprar, em cuja sensibilidade do preço é

baixa e a distribuição é limitada para garantir exclusividade.

A empresa optou em adotar marcas conhecidas e tradicionais, que

garantem significados que ajudam no processo de venda dos produtos. Os tipos

de significados que Kotler (1995) sugere e a marca principal da empresa,

Mercedes Benz possui:

• Atributos – preço alto, qualidade do produto;

• Benefícios – segurança, conforto, luxo;

• Valores – tradicionalidade;

• Cultura – ter o veículo mais seguro;

• Personalidade – status, carreira bem-sucedida;

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• Usuário – classe A e B de meia-idade.

A empresa não disponibiliza embalagem no produto pelo próprio tipo do

produto. Para reduzir a deterioração do produto devido ao transporte, o produto

sofre um banho de um produto químico que previne riscos na lataria e que é fácil

de se retirar.

4.2.3.2 Praça

As estratégias de distribuição física estão relacionadas ao canal indireto

que a empresa adotou. Por questões como franquia, na qual existe apenas um

fornecedor de insumos para venda; e estocagem, em que o estoque é mínimo

para produtos de maior aceitação no mercado e os outros produtos são vendidos

a base da encomenda, a empresa consegue diminuir os custos de distribuição.

Outro fato importante a ser destacado, é que o fluxo de saída de produto não é

muito grande nesse segmento de mercado, assim, ter grande estoque é perder

dinheiro. No mais, as estratégias no canal de distribuição são tomadas pela

DCBR.

4.2.3.3 Preço

Como visto anteriormente, a empresa adota como estratégia a precificação

dos produtos através de uma tabela definida pela DCBR. Nessa tabela, a

empresa trabalha com a faixa de valor obtido, deduzindo os custos variáveis e

garantindo uma margem de lucro. Outra estratégia da empresa é classificar seus

clientes em A, B ou C conforme o volume de compra, nível de inadimplência e

tempo de cadastro na empresa. Assim, clientes A recebem um desconto maior

em relação aos clientes C. No geral, a orientação da estratégia de preço

tendência mais para a situação do mercado, sendo que o preço é equivalente

com da concorrência.

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4.2.3.4 Promoção

No estudo de caso foi evidenciado que a promoção da empresa está

bastante atrelada com sua empresa franquiadora, a DCBR. Todavia, como

estratégia promocional, a empresa utilizou o uso da mídia para fortalecer a

imagem da empresa. Assim quando um potencial cliente pensa em Mercedes

Benz, vem a sua mente a empresa DVA Automóveis. Esse objetivo torna-se claro

nas publicidades como Repórter DVA, incursões na programação do Vício Motor,

um programa que fala de veículos na TVCOM.

Sua força de vendas satisfaz a demanda da loja. Quando não estão

atendendo clientes, estão realizando prospecções e atenuando o relacionamento

com os clientes.

4.3 ANÁLISE DOS PONTOS EM COMUM DAS DUAS FERRAMENTAS

SLUTILIZADAS

A primeira ferramenta proposta por Zaccarelli (2000) e adaptado de Porter

(1997) verificou a qualidade do setor de negócios que a empresa atua e mostrou

que a empresa encontra-se numa posição mediana entre bom e mau negócio.

A segunda ferramenta, um modelo SWOT adaptado de Rocha (2007)

mostrou que a empresa se encontra em desenvolvimento e crescimento e numa

posição favorável, porém próxima da neutra.

Ao relacionarmos as duas ferramentas, tanto nas duas escalas utilizadas, o

resultado deu próximo ao meio termo, mostrando que no geral, a empresa está

numa posição positiva, porém não se enquadra numa posição confortável.

Outro fato importante a se observar é a relação das oportunidades e

ameaças priorizadas do ambiente externo e as cinco forças de Porter (1991). Nas

oportunidades, a valorização do Real frente ao Dólar e o aumento da demanda

devido ao aumento do crédito caracterizam a principal premissa do modelo de

Porter (1991), o aumento da rentabilidade. A força dos consumidores está

refletida as oportunidades priorizadas da variável macro-ambiental social, sendo

elas o aumento da exigência de segurança e qualidade dos automóveis. Ao exigir,

o consumidor promove a dinâmica da barganha entre consumidores e DVA

Automóveis. Outros stakeholders também foram alvos das oportunidades como

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no caso do grupo Daimler-Chrysler, e do Detran se enquadram nas forças do

poder de negociação dos fornecedores. Esses stakeholders inseridos em

oportunidades mostram justamente o motivo pelo qual a empresa encontra-se

num quadrante de desenvolvimento. Do lado das ameaças, percebe-se uma

preocupação com produtos substitutos, como nas ameaças da compactabilidade

dos carros e da procura de outros meios de locomoção, e da própria rivalidade do

setor, como a procura em outras oficinas.

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5 CONSIDERAÇÕS FINAIS

As ferramentas utilizadas para análise, foram de extrema utilidade para

verificar as forças competitivas, oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos.

Cabe, então, uma análise do relacionamento das duas ferramentas. Em ambas as

análises, foi verificado a preocupação da empresa em relação à concorrência.

Os pontos fracos ‘site desatualizado’ e ‘giro de estoque de produtos

seminovos lento apresentados na ferramenta da análise SWOT podem ser

minimizados aplicando a ferramenta 5W2H. Entretanto, no geral, pode-se

apresentar como solução a atualização constante do site, com fotos dos produtos

seminovos e, no caso do giro de estoque, promover as vendas dos seminovos

como publicação em jornais de circulação aberta, em jornais de associações de

engenheiros, advogados, contadores, administradores e outras classes.

Cabe como sugestão a empresa um estudo do perfil do cliente DVA a fim

de definir quais os benefícios esperados em um automóvel, quais os benefícios

que os produtos substitutos alcançam. Com isso, pode-se alinhar as estratégias

ao real benefício desejado pelo consumidor.

A proposta de analisar as estratégias de empresa foi concretizada.

Contudo, uma análise mais profunda é sugerida, já este tipo de análise feito este

trabalho refere-se para estratégias mais genéricas.

A empresa contribuiu significativamente para a obtenção dos dados para

utilização no trabalho. Ela se mostrou bastante atenciosa para o assunto, pois

percebeu que uma análise vindo de uma pessoa novata na organização pode ser

uma fonte valiosa de informação. É importante frisar que o acadêmico faz estágio

não obrigatório na organização.

Essa pesquisa qualitativa trouxe um desafio para o acadêmico, pois

analisar cada fato da organização num ambiente que há mudança toda hora é de

extrema complexidade. Existiram casos que a conjuntura econômica mostrava-se

num momento de retração e, após algumas semanas, estava num momento

totalmente favorável.

Sendo assim, a dedicação e o empenho no trabalho, valeram à pena tanto

para a empresa como para o acadêmico.

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