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ILUSTRÍSSIMA SENHOR A CRISTINA SARDINHA WANDERLEY PRESIDENTE DA CPI- DA
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAÍSO DO TOCANTINS.
Ref. Edital Concorrência Pública SRP ng 00212019
SUPREMA SERVICOS DE LIMPEZA DE RESIDUOS E TRANSPORTES EIRELI, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ: 13.652.421/0001-49, com sede na Rua
Parteira Gabriela, Bairro Centro, Anagé - BA, devidamente representada neste ato
Pedro de Almeida Rocha, brasileiro, sócio diretor da empresa, residente e domiciliado
Vitória da Conquista, Bahia. Conforme ato constitutivo em anexo, vem muito
respeitosamente apresentar:
Ç)
IMPUGNAÇÃO
Ao Edital da Concorrência Pública n 2 002/2019, que tem como objeto contratação de
empresa especializada na prestação de serviços de varrição e limpeza de vias e
logradouros públicos e coleta de resíduos sólidos urbanos (lixo domiciliar e de
varrição) no município de paraíso do Tocantins/TO para atender à Secretaria Municipal
de lnfraestrutura e Serviços Públicos, com fulcro no artigo 41 § 12 da Lei Geral de
Licitações n2 8.666/93, o fazendo com base nas relevantes razões de fato e de direito
que ora expõe;
DA TEMPESTIVIDADE
Preliminarmente, destaca-se a tempestividade do presente ato, uma vez que, a data
da sessão pública está designada para dia 18/03/2020, e considerando-se a contagem
do prazo para interposição da impugnação em até dois dias úteis da data fixada para
abertura dos envelopes, em conformidade com o art. 41, § 12 da lei 8.666/93, verifica-
se que o prazo para impugnar encerrar-se-á no dia 10/03/2020, sendo assim,
tempestiva a presente impugnação, vejamos;
Art. 41. A Administração não pode descumprir as
normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital
de licitação perante a administração o licitante que não
o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura
dos envelopes de habilitação em concorrência, a
abertura dos envelopes com as propostas em convite,
tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão,
as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital,
hipótese em que tal comunicação não terá efeito de
recurso. (Redação dada pela Lei n 2 8.883, de 1994)
(Grifo nosso).
Conclui-se, portanto pela TEMPESTIVIDADE da presente impugnação. Outrossim,
demonstrado o requisito da tempestividade, deve a impugnação ser plenamente
conhecida e após, analisada julgando-se procedente.
1. DOS FUNDAMENTOS DA IMPUGNAÇÃO
A impugnante, supra qualificada, adquiriu o Edital do certame em epígrafe com o
intuito de participar do mesmo, ocorre que, o impugnante ao tomar conhecimento do
Edital de Concorrência Pública (SRP) n. 2 002/2019, e analisar detalhadamente os seus
termos, observou a existência de questão que se continuada poderá afrontar
sobremaneira os pressupostos legais insertos na Lei n. 2 8.666/93.
A licitação constitui um procedimento que se destina precipuamente, e a selecionar a
proposta mais vantajosa para a Administração, Pública garantindo aos potenciais
contratados o respeito aos princípios insertos no artigo 39 da Lei n. 2 8.666/93:
Art. 32 A licitação destina-se a garantir a
observância do princípio constitucional da
isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração e será processada e julgada
em estrita conformidade com os princípios básicos
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que
lhes são correlatos.
r, ' "o~mÇMÁ
Dessa forma, todas as vezes que são averiguadas irregularidades ou mesmo item que
possam vir a macular o caráter competitivo da licitação, cabe à parte interessada
contestar os termos do edital.
Nesse diapasão, é que o impugnante vem formalmente impugnar os itens pelos quais
merecem revisão e alteração:
1.1 DA EXIGÊNCIA DE ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA
O subitem 6.1.1.1.1. do Instrumento Convocatório da Concorrência Pública n
02/2019, apresenta a exigência de comprovação de capacidade técnico-operacional,
senão vejamos:
8.1.43- Capacitação técnico-operacional cuja
comprovação se fará através de apresentação de
atestado(s) de capacidade técnica, emitido(s) por
pessoa(s) jurídica(s) de direito público ou privado, que
comprove(m) aptidão da pessoa jurídica para o
desempenho de atividade(s) pertinente(s) e compatível
(eis) com o objeto da licitação, referente(s) à parcela de
maior relevância, conforme as quantidades abaixo
discriminadas, que correspondem a 50% do quantitativo
licitado:
ITEM: Coleta manual de resíduos domiciliares, comerciais,
feiras livres e transporte até o aterro com caminhões
coletores compactadores. QUANTIDADE MÍNIMA: 500,00
Toneladas/Mês
ITEM: Varrição de vias, logradouros públicos (sarjetas).
QUANTIDADE MÍNIMA: 1.285,00 Km/ Mês.
Preliminarmente, sempre válido destacar que a fase de habilitação do processo
licitatório destina-se à verificação da capacidade e da idoneidade do licitante em
/
executar o objeto da contratação frente à documentação exigida no instrumento
convocatório, a qual, em função do princípio da legalidade, deve limitar-se à prevista
na Lei 8.666/93, salvo exigências de qualificação técnica previstas em lei especial.
Assim, de acordo com a metódica adotada pela Lei Geral de Licitações n 2 8.666/93, na
fase de habilitação, entre outros aspectos, a Administração deverá verificar a
qualificação técnica dos licitantes, com o objetivo de constatar se dispõem de
conhecimento, experiência e aparelhamentos técnicos e humano suficientes para
satisfazer o contrato a ser celebrado.
Ademais, as exigências a título de habilitação consignadas nos instrumentos
convocatórios devem se limitar apenas às estritamente necessárias a garantir a
adequada execução do objeto, ante regra imposta pela Constituição Federal:
"Art. 37 ( ... ) XXI - ressalvados os casos especificados na
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômicas indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações".
Isso esclarecido transcreve-se o que dispõe a Lei n 9 . 8.666/93 sobre as exigências de
qualificação técnica:
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
limitar-se-á a: 1 - registro ou inscrição na entidade
profissional competente; II - comprovação de aptidão
para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da
licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento
e do pessoal técnico adequado e disponível para a "É
realização do objeto da licitação, bem como da
qualificação de cada um dos membros da equipe técnica
que se responsabilizará pelos trabalhos; III -
comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
recebeu os documentos, e, quando exigido, de que
tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações
objeto da licitação; IV - prova de atendimento de
requisitos previstos em lei especial, quando for o caso. §
1 2 A comprovação de aptidão referida no inciso lI do
'caput' deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
pessoas jurídicas de direito público ou privado,
devidamente registrado nas entidades profissionais
competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada
pela Lei n 2 8.883, de 1994) 1 - capacitação técnico-
profissional: comprovação do licitante de possuir em seu
quadro permanente, na data prevista para entrega da
proposta, profissional de nível superior ou outro
devidamente reconhecido pela entidade competente,
detentor de atestado de responsabilidade técnica por
execução de obra ou serviço de características
semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas
de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação vedado às exigências de quantidades mínimas ou
prazos máximos; (Incluído pela Lei n 9 8.883, de 1994)11 -
(Vetado). (Incluído pela Lei n 2 8.883, de 1994) a)
(Vetado). (Incluído pela Lei n 9 8.883, de 1994) b)
(Vetado). (Incluído pela Lei n 9 8.883, de 1994) § 22 As
parcelas de maior relevância técnica e de valor
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão
definidas no instrumento convocatório. (Redação dada
pela Lei n 2 8.883, de 1994) § 32 Será sempre admitida a
comprovação de aptidão através de certidões ou
atestados de obras ou serviços similares de complexidade
tecnológica e operacional equivalente ou superior. § 42
Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação
de aptidão, quando for o caso, será feita através de
atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito
público ou privado. § 52 É vedada a exigência de
comprovação de atividade ou de aptidão com limitações
de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou
quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a
participação na licitação. § 6 2 As exigências mínimas
relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado,
considerados essenciais para o cumprimento do objeto
da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de
relação explícita e da declaração formal da sua
disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as
exigências de propriedade e de localização prévia. § 72
(Vetado). (Redação dada pela Lei n 2 8.883, de 1994) l -
(Vetado). (Incluído pela Lei n 2 8.883, de 1994) II -
(Vetado). (Incluído pela Lei n 2 8.883, de 1994) § 8 2 No
caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta
complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos
licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para
efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à
análise dos preços e será efetuada exclusivamente por
critérios objetivos. § 92 Entende-se por licitação de alta
complexidade técnica aquela que envolva alta
especialização, como fator de extrema relevância para
garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que
possa comprometer a continuidade da prestação de
serviços públicos essenciais. § 10. Os profissionais
indicados pelo licitante para fins de comprovação da
capacitação técnico-profissional de que trata o inciso 1 do
§ 1 2 deste artigo deverão participar da obra ou serviço
objeto da licitação, admitindo-se a substituição por
profissionais de experiência equivalente ou superior,
desde que aprovada pela administração." (grifou-se)
Conforme se observa, nos termos da Lei n 2 8.666/93, a avaliação da capacidade
técnica dos licitantes (a aptidão para executar objeto similar ao licitado) pode ser dar
sob duas perspectivas distintas: i) a da capacidade técnico-operacional (art. 30, inc. II);
e, ii) a da capacidade técnico-profissional (art. 30, § 12, inc. 1).
Oportunos os ensinamentos de Jessé Torres Pereira Júnior:
"A qualificação técnica da pessoa jurídica resulta do seu
conjunto de recursos organizacionais e humanos. Tanto
que o inciso II do art. 30 cuida, em sua primeira parte, de
elementos organizacionais, deixando para a segunda
parte a referência ao pessoal técnico. Este, sem estrutura
empresarial apta a produzir os insumos e apoios, na
medida e no tempo certo, não logra execução adequada.
Por conseguinte, o edital pode e deve estabelecer as
exigências, por meio de atestados, que sejam suficientes
para que a Comissão Julgadora verifique se cada licitante
dispõe daquele conjunto de recursos, sob pena de
inabilitação. As restrições lançadas na parte final do inciso
1 do § 12 referem-se à experiência passada dos
profissionais, pessoas físicas, e, não, da empresa, pessoa
jurídica".
A comprovação da qualificação técnico-operacional consiste na demonstração de
aptidão, pela empresa proponente, para o desempenho de atividade pertinente e
compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação,
indicação das instalações, do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e
disponíveis para a realização do objeto da licitação. E a capacidade técnico-
profissional tem por finalidade comprovar se as empresas participantes do certame
dispõem, para a execução do contrato, de profissional reconhecido pela entidade de
classe competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de
objeto similar ao licitado, limitado às parcelas de maior relevância e valor significativas
expressamente previstas no instrumento convocatório.
Depois de esclarecidas sobre tais conceitos, cabe destacar que a exigência de ambos
atestados, torna-se desarrazoada para o presente certame, vez que em regra, a
capacidade de uma empresa em executar um determinado serviço, avalia-se pela
capacidade técnica, de seu quadro técnico e a empresa impugnante possui vasto
acervo técnico, em nome de seu engenheiro responsável.
Nesse sentido a exigência de capacidade operacional para a presente licitação,
restringe e prejudica a participação das empresas, tendo em vista que já se exige a
apresentação de qualificação técnica profissional, senão vejamos:
8. 1.4.2-Capacitação técnico-profissional, cuja
comprovação se fará através do fato da licitante possuir
em seu quadro permanente, na data de abertura desta
licitação, engenheiro civil ou ambiental ou sanitarista
responsável (is) técnico(s), dentro das atribuições
profissionais inerentes ao objeto deste Edital, detentor
(ES) de atestado(s) e/ou Certidão (ões) de
Responsabilidade Técnica, emitidos em qualquer caso
devidamente certificado pelo CREA, que comprove o
desempenho de atividade(s) pertinente(s) e compatível
(eis) com o objeto da licitação, referente(s) à parcela de
maior relevância, conforme as quantidades abaixo
discriminadas, que correspondem a 50% do quantitativo
licitado:
ITEM: Coleta manual de resíduos domiciliares, comerciais,
feiras livres e transporte até o aterro com caminhões
coletores compactadores. QUANTIDADE MÍNIMA: 500,00
ITENS: Toneladas/Mês Varrição de vias, logradouros
públicos (sarjetas). QUANTIDADE MÍNIMA: 1.285,00 Km/
Mês.
A mencionada exigência do edital merece ser revista e excluída do instrumento
convocatório, visto que é necessário que seja garantido a ampla concorrência na
licitação, tendo em vista que as duas exigência Técnica profissional e técnica
operacional restringem o caráter competitivo do certame.
O conjunto de documentos e o conjunto de profissionais apresentados pela empresa é
que foi o acervo para comprovação de sua capacidade técnico-operacional.
O princípio básico do registro de acervo técnico definido pela resolução 1.025/2009 do
CONFEA é que:
"Art. 48". A capacidade técnica-profissional de uma
pessoa jurídica é representada pelo conjunto dos acervos
técnicos dos profissionais integrantes de seu quadro
técnico.
Paragrafo único. "A capacidade técnico-profissional de
uma pessoa jurídica varia em função da alteração dos
acervos técnicos dos profissionais integrantes de seu
quadro técnico".
Nesse sentido, tem-se que a exigência como consta no edital de exigir capacidade
técnica profissional e operacional, não deve permanecer, merecendo ser excluída a
1
exigência de apresentação de capacidade técnica-operacional, do instrumento
convocatório.
Igualmente, o acervo do responsável técnico é o acervo da empresa, e confirmam
naturalmente que a empresa tem capacidade técnica operacional para execução dos
serviços em questão, uma vez que o profissional faz parte do quadro técnico da
empresa.
Conclui-se, portanto que a capacidade técnico-operacional quanto à capacidade
técnico-profissional não é da empresa em si, mas sim dos profissionais técnicos que
compõem seu quadro funcional, já que o acervo técnico é "personalíssimo", ou seja,
de propriedade do profissional.
A resolução CNFEA n 2 336 de 1989, dispõe que:
"Art. 12 - A responsabilidade técnica por qualquer
atividade exercida no campo da Engenharia, Arquitetura,
Agronomia, Geologia, Geografia ou Meteorologia é
sempre do profissional dela encarregado, não podendo,
em hipótese nenhuma ser assumida pela pessoa jurídica."
Assim, o acervo técnico é do profissional, independente do seu destino. Devendo o
responsável técnico fazer parte do quadro técnico da empresa licitante, possuindo
acervo técnico comprovado com sobras do quantitativo mínimo exigido, acervos estes
devidamente anotados no órgão de classe responsável, qual seja, o CRA, dessa forma,
• acervo técnico profissional comunica o acervo técnico das pessoas jurídicas as quais
• profissional, legalmente representa.
Portanto, a aptidão técnica a ser comprovada na documentação de habilitação é
suficiente para anteder a todos os preceitos legais exigidos no instrumento
convocatório.
Desse modo, face à remansosa jurisprudência aplicada e vasta doutrina
administrativista que apoia a ampla competitividade, outra solução não há senão o
acolhimento das razões acima elencadas, para que o edital em espécie seja
reformulado, determinando a modificação do descritivo para que seja também aceito.
2. DOS REQUERIMENTOS
a) Receber e processar a presente Impugnação na forma do que determina a Lei e
o respectivo Instrumento Convocatório;
b) Que seja retirado a exigência de apresentação de capacitação técnico-
operacional, contida no item 8.1.43, tendo em vista que a capacidade técnica-
profissional é suficiente.
c) No aguardo de pronunciamento favorável, ficamos a disposição para quaisquer
esclarecimentos que se façam necessária.
d) Em tempo, informamos ainda, que em caso de não provimento será
encaminhada cópia da presente insurgência e ato convocatório por de
representação ao Ministério Público Federal (http://www.mpf.mp.br/para-o-
cidadao/sac) e CGU, através do seu canal de denúncias
https://sistema.ouvidorias.gov.br/publico/Manifestacao/RegistrarManifestacao
.aspx.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
ANAGÉ - BA, 09 de março de 2020.
SUPREMA
CNPJ/MF sob o n.2 13.652.42110001-49