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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CAMPUS BIGUAÇU CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CATIA REGINA PIRHARDT KARINA LEMOS TERRA PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA: NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE. Biguaçu 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CAMPUS BIGUAÇU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CATIA REGINA PIRHARDT

KARINA LEMOS TERRA

PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA:

NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS

DA SAÚDE.

Biguaçu

2008

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CATIA REGINA PIRHARDT

KARINA LEMOS TERRA

PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA:

NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS

DA SAÚDE.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeiro GENERALISTA, na Universidade do Vale do Itajaí, Campus Biguaçu. Orientadora: Profª M.Sc. Nen Nalú Alves das Mercês

Biguaçu

2008

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CATIA REGINA PIRHARDT

KARINA LEMOS TERRA

PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA:

NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS

DA SAÚDE.

Esta monografia foi submetida ao processo de avaliação pela Banca Examinadora, atendendo

às normas da legislação vigente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI.

Área de Concentração: Enfermagem

Biguaçu, junho de 2008.

________________________________________

Profª M.Sc. Nen Nalú Alves das Mercês

UNIVALI – Campus Biguaçu

Orientadora

________________________________________

Profª M.Sc. Maria Catarina da Rosa

UNIVALI – Campus Biguaçu

Membro

________________________________________

Profª Espec. Janelice de Azevedo Neves Bastiani

UNIVALI – Campus Biguaçu

Membro

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser a luz em nossa caminhada, nos dando força, coragem e determinação,

nos guiando sempre pelos caminhos seguros e iluminando nossa vida e nossas decisões.

À Orientadora Nen Nalú, pela paciência, dedicação, incentivo, ensinamentos e

amizade. Orientando-nos e procurando diminuir nossas ansiedades. Professora que soube nos

orientar com tranqüilidade e sabedoria. Agradecemos imensamente pela força e incentivo

compartilhado em todos os momentos deste estudo.

Às professoras Janelice e Maria Catarina, por terem aceitado com carinho o convite

para fazer parte da banca examinadora, pelas valiosas sugestões e contribuições na construção

deste trabalho. Obrigada.

Aos professores, mestres e doutores, que fizeram do ensinamento um elo para

amizade.

Aos acadêmicos que participaram da pesquisa, contribuindo de maneira significativa

para conclusão do trabalho.

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AGRADECIMENTOS CATIA

Um agradecimento especial aos meus pais, Osmar e Zelia, por todos os ensinamentos

e pela oportunidade de chegar até aqui. Obrigada pelo incentivo, todo amor, carinho e por

compartilharem comigo este momento tão especial em minha vida. Amos vocês.

A minha irmã Carla, cunhado Gerson e sobrinho Lucas por todo o apoio, carinho,

amor e incentivo e pelos momentos de lazer juntos.

Ao meu esposo Cristiano, que compartilhou comigo minhas alegrias, tristezas,

angústias, com palavras de entusiasmo nos momentos difíceis. Obrigada pelo seu amor,

carinho, compreensão, conforto, simplicidade em seus gestos em demonstrar para mim e

outras pessoas que a humildade é o caminho para a transformação.

Ao Eduardo, meu filho querido. Foi muito difícil tentar escrever algo que possa

esclarecer todo o amor que a mamãe sente por você. Mas, o seu sorriso e o seu olhar me faz

ter força e ao acordar todos os dias a mamãe diz, que saudade que estava de você. Te amo

eternamente.

A minha sogra Fátima, meu sogro Vilmar, cunhada Paula e biza Cecília, que me

ajudaram para a realização deste trabalho.

À Karina, minha colega, amiga pelos cinco anos de convivência e de amizade sincera,

pela paciência, te admiro muito pela sua força de vontade, você é uma guerreira vitoriosa. Foi

um grande prazer trilhar este caminho com você. Sua amizade é para sempre.

A todos os colegas que fizeram estágio comigo, pelo companheirismo durante todo o

período acadêmico.

A todas as pessoas que mesmo de forma indireta, compartilharam esta trajetória comigo.

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AGRADECIMENTOS KARINA

Um agradecimento a minha família em especial, aos meus pais, Daltro e Valéria, por

todos os ensinamentos e pela oportunidade de chegar até aqui. Obrigada pelo incentivo, todo

amor, carinho e por compartilharem comigo este momento tão especial em minha vida. Amos

vocês.

Às minhas avós, Maria Cecília e Ione Beatriz, por todo o apoio, carinho, amor e

incentivo.

Ao meu namorado Rodrigo, que compartilhou comigo minhas alegrias, tristezas,

angústias, sempre paciente e com palavras de entusiasmo nos momentos difíceis. Obrigada

pelo seu amor, carinho, compreensão, conforto e por tudo o que você representa em minha

vida.

À Cátia, minha colega, amiga pelos cinco anos de convivência e de amizade sincera,

pela paciência, pessoa admirável pela sua força de vontade. Foi um grande prazer trilhar este

caminho com você. Sua amizade é para sempre.

A todos os colegas que fizeram estágio comigo, pelo companheirismo durante todo o

período acadêmico, em especial Patrícia, Rafaela, Roberta, Josiane, Luciana e Fabiana.

A todas as pessoas que mesmo de forma indireta, compartilharam esta trajetória

comigo.

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RESUMO

PIRHARDT, C. R; TERRA, K. L. Prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama: nível de conhecimento dos acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde. 114 p. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem – Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. Biguaçu, 2008.

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum em mulheres e por isso é considerada um problema de saúde pública mundial. A prevenção e a detecção precoce do câncer são formas eficazes de reduzir a mortalidade causada por essa doença. A Universidade tem o seu papel social na formação, criação de novos conhecimentos e divulgação desses conhecimentos, mas também a de participar nas estratégias de promoção à saúde e prevenção de doenças, no meio acadêmico, visando uma Universidade saudável. Este estudo tem por objetivo investigar o nível de conhecimento da prevenção e detecção precoce do câncer de mama entre os acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do Campus de Biguaçu. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa e descretiva de caráter exploratório. Para coleta de dados utiliza-se um instrumento composto por cinco seções, apresentando questões abertas e fechadas, realizada com acadêmicos do Curso Graduação em Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, totalizando cinquenta acadêmicos. Como referencial teórico utiliza-se alguns conceitos de Paulo Freire, na abordagem da problematização e conscientização. Os resultados apontam que quanto aos fatores de risco, prevenção e detecção precoce do câncer de mama os cursos de enfermagem e fisioterapia demonstram ter mais conhecimento do que os acadêmicos de psicologia. Em relação à descrição do auto-exame das mamas todos os acadêmicos de enfermagem, fisioterapia e psicologia não sabem descrever corretamente os passos do auto-exame. Neste contexto, acredita-se que o investimento na promoção à saúde é fundamental numa Universidade, sendo que a informação é o meio mais acessível dos acadêmicos em obterem conhecimento.

Palavras-chave: Câncer de mama; Prevenção do câncer de mama; Detecção precoce do câncer de mama; Acadêmicos da área da saúde.

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ABSTRACT

PIRHARDT, C. R; TERRA, K. L. Prevention and early detection of breast cancer: knowledge level of academics from a Health Science Center. 114 p. Monograph in Nursing Graduation – Itajaí Valley University - UNIVALI. Biguaçu, 2008.

Breast cancer is the most common cancer in women, being regarded as a world health public matter. Early detection and prevention of cancer are efficient tools to decrease mortality caused by this disease. The University has social role in formation, creation and spreading of information, but also participating in health promotion and prevention disease programs in academic environment, aiming a healthy University. This study focuses on investigating knowledge level about prevention and early detection of breast cancer between Health Sciences Center college students from Biguaçu Campus. This is a qualitative and quantitative research, exploratory nature, descriptive. In order to gathering data we use an instrument composed of five sections, presenting objective and subjective questions to Nursing, Physiotherapy and Psychology students. As theoretical referential we used some Freire´s concepts about problematization and conscientization. Results showed Nursing and Physiotherapy academics demonstrated more acquaintance than Psychology students about risk factors, prevention and early detection of breast cancer. In relation to breast self exam description, all the Nursing, Physiotherapy and Psychology academics did not know how to describe it correctly. In this context, we believe it is essential the investment on health promotion at the University, regarding the information is the most available way for University students acquiring knowledge.

Key-words: breast cancer; breast cancer prevention; breast cancer early detection; health college students.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................13

1.1. Objetivos ......................................................................................................................... 15

1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................15

1.1.2 Objetivos específicos ……………………………………………………........... 15

2 REVISÃO DA LITERATURA ………………………………………………….......…. 16

2.1 A problemática do câncer ……………………………………..……………….……..... 16

2.2 Prevenção e detecção precoce do câncer de mama ...........................................................17

2.3 Alguns aspectos do câncer de mama ............................................................................... 20

3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 25

3.1 Conceitos Adotados ......................................................................................................... 27

4 CAMINHO METODOLÓGICO ..................................................................................... 29

4.1 Caracterização geral do estudo ........................................................................................ 29

4.2 Caracterização do campo de desenvolvimento do estudo ................................................ 30

4.3 Seleção e caracterização dos acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde .................... 31

4.4 Coleta, registro e análise dos dados ................................................................................. 32

4.5 O caminho percorrido ...................................................................................................... 33

4.6 Aspectos da dimensão ética ............................................................................................. 34

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 36

5.1 Caracterização dos Sujeitos do Estudo ............................................................................ 36

5.2 Fatores de risco para o câncer de mama .......................................................................... 40

5.3 Fatores de prevenção para o câncer de mama .................................................................. 54

5.4 Formas de detecção precoce do câncer de mama ............................................................ 61

5.5 Formas de detecção precoce do câncer de mama ............................................................ 68

6 PROBLEMATIZANDO A REALIDADE ...................................................................... 80

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 86

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 89

APÊNDICES ........................................................................................................................ 99

APÊNDICE 1 ....................................................................................................................... 100

APÊNDICE 2 ....................................................................................................................... 104

APÊNDICE 3 ....................................................................................................................... 110

ANEXOS ............................................................................................................................. 112

ANEXO 1 ............................................................................................................................. 113

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LISTA DE FIGURAS

GRÁFICO 1 – Distribuição dos acadêmicos por curso........................................... 36

GRÁFICO 2 – Distribuição dos acadêmicos por gênero......................................... 37

GRÁFICO 3 – Distribuição dos acadêmicos por estado civíl................................. 37

GRÁFICO 4 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao conhecimento do

gênero de ocorrência do câncer de mama...................................................................

41

GRÁFICO 5 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao conhecimento dos

fatores de risco para o câncer de mama......................................................................

41

GRÁFICO 6 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao acesso a informação

dos fatores de detecção precoce do câncer de mama..................................................

621

GRÁFICO 7 – Distribuição dos acadêmicos com relação a realização do auto-

exame de mama..........................................................................................................

69

GRÁFICO 8 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao acesso a informação

sobre a prevenção do câncer de mama.......................................................................

69

GRÁFICO 9 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao acesso a informação

sobre a detecção precoce do câncer de mama............................................................

70

DIAGRAMA 1 – Arco de Maguerez.......................................................................... 80

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição dos acadêmicos por faixa-etária........................................... 36

Tabela 2 – Distribuição dos acadêmicos por renda familiar....................................... 38

Tabela 3 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao nível de conhecimento

dos fatores de risco para o câncer de mama...............................................................

42

Tabela 4 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao conhecimento dos fatores

de prevenção para o câncer de mama.........................................................................

55

Tabela 5 – Distribuição dos acadêmicos com relação ao conhecimento das formas

de detecção precoce do câncer de mama....................................................................

63

Tabela 6 – Distribuição dos acadêmicos com relação aos meios de comunicação

que o acadêmico teve acesso as informações sobre a prevenção e detecção do

câncer de mama..........................................................................................................

71

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Lista de Siglas

INCA- Instituto Nacional do Câncer

TRH- Terapia de Reposição Hormonal

UNIVAL- Universidade do Vale do Itajaí

DANT- Doenças e Agravos Crônicos Não-Transmissíveis

UICC- União Internacional Contra o Câncer

TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

ACAFE- Associação Catarinense das Fundações Educacionais

SIES- Sociedade Itajaiense de Ensino Superior

UDESC- Universidade do Estado de Santa Catarina

UFSC- Universidade Federal do Estado de Santa Catarina

CEP- Comitê de Ética em Pesquisa

SISNEP- Sistema Nacional de Informações sobre Ética em Pesquisa Envolvendo Seres

Humanos

GH- Hormônio de Crescimento

IGFs- Fator de Crescimento Semelhante à Insulina

DIP- Doença Inflamatória Pélvica

SUS – Sistema Único de Saúde

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1 INTRODUÇÃO

O câncer é uma doença crônico-degenerativa, também conhecida como tumor

maligno, apresenta-se como um crescimento anômalo e desordenado das células invadindo

tecidos e órgãos. Não se trata de uma doença, mas de um conjunto de mais de 100 doenças,

que tem a capacidade de disseminação à distância. O câncer pode ter cura, com as terapêuticas

existentes, porém para um bom prognóstico é primordial a sua detecção precoce.

A história natural do câncer de mama indica que o curso clínico da doença e a

sobrevida varia de paciente para paciente. Esta variação é determinada por uma série

complexa de fatores, tais como a diferença na velocidade de duplicação tumoral, o potencial

de metastatização do tumor e outros mecanismos, ainda não completamente compreendidos,

relacionados com a condição imunológica, hormonal e nutricional do paciente. No Brasil, o

câncer da mama feminino se constitui na patologia maligna mais incidente na população, tem

o seu quadro agravado pelo fato do diagnóstico ainda ser estabelecido, na maioria das vezes,

numa fase tardia da doença, em especial junto às classes com menor poder aquisitivo

(ABREU; KOIFMAN, 2002).

A distribuição da incidência e da mortalidade por câncer é importante para o

conhecimento epidemiológico da doença, desde seus aspectos etiológicos até os fatores

prognósticos envolvidos em cada tipo de câncer. Este conhecimento possibilita gerar

hipóteses causais e avaliar os avanços científicos em relação às possibilidades de prevenção e

cura, bem como a resolutividade da atenção à saúde (BRASIL, 2007).

No Brasil, as estimativas para o ano de 2008, válidas também para o ano de 2009,

apontam que ocorrerão 466.730 casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do

câncer de pele do tipo não melanoma, serão os cânceres de próstata e de pulmão, no sexo

masculino, e os cânceres de mama e de colo do útero, no sexo feminino, acompanhando o

mesmo perfil observado no mundo (BRASIL, 2008).

A Organização Mundial da Saúde estima que ocorram mais de 1.050.000 casos novos

de câncer de mama por ano, em todo o mundo ( FERREIRA, et al 2005).

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais

comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres

são de mama. O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil, no ano

de 2008, é de 49.400, com um risco estimado de 51 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL,

2008).

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O acesso à informação sobre incidência do câncer de mama é fundamental para definir

o papel de fatores de risco e estabelecer prioridades na prevenção, planejamento e

gerenciamento dos serviços de saúde (BRASIL, 2007).

A cada 100 mulheres com câncer de mama, existe um homem que desenvolve a

doença. Sendo um tumor de ocorrência rara em homens, o número de casos novos vem

aumentando nos últimos anos. Como sua etiologia ainda é desconhecida, preconiza-se o

mesmo procedimento utilizado com as mulheres, o auto-exame das mamas mensalmente.

Porém, sua atenção deverá ser redobrada, pois o homem ao possuir glândula mamária

hipertrofiada, é confundida muitas vezes com ginecomastia (acúmulo de gordura na região

mamária), fato comum nas fases de mudanças hormonais do homem.

O surgimento do câncer de mama em homens está relacionado a fatores de risco

recorrentes nas mulheres como: histórico familiar correspondente aos pais, mãe, irmã ou filha,

surgimento de alguma tumoração pré-maligna no passado, excesso de peso e dieta rica em

gorduras (BRASIL, 2007a).

Neste contexto, a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama é indiscutível e a

participação da enfermagem é fundamental. A enfermagem é a profissão que tem como objeto

de trabalho o cuidado ao ser humano, possuindo diversos campos de atuação. Além de ser

uma ciência e arte do cuidado, sua atuação na educação em saúde visando a promoção da

saúde, a prevenção de doenças, a educação nos processos terapêuticos e na reabilitação é

primordial.

Enquanto alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do

Itajaí - UNIVALI, com o desenvolvimento das aulas teóricas e da atividade assistencial do 6º

período, o tema prevenção e detecção precoce do câncer de mama foi se consolidando como

uma proposta de estudo e, principalmente, o interesse de investigar o nível de conhecimento

dos acadêmicos da área da saúde sobre o tema.

As informações sobre a prevenção e detecção precoce do câncer de mama são

veiculadas, através de campanhas nacionais do Ministério da Saúde pelos meios de

comunicação em massa esporadicamente e, nos Serviços de Saúde. Este estudo nos dá um

diagnóstico situacional de como se encontra o nível de conhecimento dos acadêmicos da área

da saúde.

A Universidade tem o seu papel social na formação, criação de novos conhecimentos e

divulgação desses conhecimentos, mas também o de participar nas estratégias de promoção da

saúde e prevenção de doenças no meio acadêmico, visando uma Universidade saudável.

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Desta forma delina-se a seguinte pergunta de pesquisa: Qual o nível de conhecimento

dos acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do Centro de Educação Biguaçu na

prevenção e detecção precoce do câncer de mama?

Traçamos os seguintes objetivos:

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral:

• Investigar o nível de conhecimento da prevenção e detecção precoce do câncer de

mama entre os acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do Campus de

Biguaçu.

1.1.2 Objetivos específicos:

• Identificar o conhecimento quanto aos fatores de risco para o câncer de mama;

• Identificar o conhecimento quanto às medidas de prevenção e detecção precoce do

câncer de mama;

• Verificar se os acadêmicos da área da saúde realizam o auto-exame da mama.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A problemática do câncer

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o

crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se

pelo processo de metástase para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas

células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores

ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa

localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido

original, raramente constituindo um risco de vida (BRASIL, 2007b).

A diferenciação entre os tumores benignos e malignos baseia-se no aspecto

(morfologia) e, por fim, no comportamento (evolução clínica), utilizando quatro critérios:

diferenciação e anaplasia, velocidade de crescimento, invasão local e metástases. Os tumores

malignos geralmente têm o seu crescimento mais rápido que os tumores benignos, portanto,

alguns cânceres durante anos, crescem lentamente e, então, entram em uma fase de

crescimento rápido, enquanto outros se expandem rapidamente desde o início. Os tumores

malignos de crescimento rápido apresentam áreas centrais de necrose isquêmica, pois sem um

suprimento sangüíneo adequado não consegue acompanhar as necessidades de oxigênio da

massa de células em expansão (STANLEY, et al 1996).

O Ministério da Saúde institui a Política Nacional de Atenção Oncológica, através da

Portaria nº 2.439/GM de 8 de dezembro de 2005, que estabelece estratégias de promoção,

prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, a ser implantada em

todas as unidades federativas, respeitadas as competências das três esferas de gestão: federal,

estadual e municipal (BRASIL, 2007c).

Da mesma forma através da Portaria nº 74 SAS, de 19 de dezembro de 2005, o

Ministério da Saúde define as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia,

os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia suas aptidões e qualidades

incluindo outras providências (BRASIL, 2007d).

Estas novas estruturas são componentes fundamentais da Política Nacional de Atenção

Oncológica, visado a promoção e vigilância em saúde; atenção básica; média complexidade;

alta complexidade; centros de referência de alta complexidade em oncologia; plano de

controle do tabagismo e outros fatores de risco do câncer do colo do útero e da mama; a

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regulamentação suplementar e complementar das estratégias da Política Nacional; a

regulação, fiscalização, controle e avaliação dos Planos nos três níveis; sistema de

informação; diretrizes nacionais para a atenção oncológica; avaliação tecnológica; educação

permanente e capacitação (idem, 2007d).

2.2 Prevenção e detecção precoce do câncer de mama

O conhecimento dos fatores de risco para o câncer de mama e a sua prevenção são

medidas importantes e fazem parte das ações de saúde, apesar da detecção precoce ser

considerada a estratégia básica para o controle de câncer de mama.

Os principais fatores considerados de risco para o câncer de mama, são: histórico

familiar de câncer de mama, menopausa tardia após os 50 anos, menarca precoce,

nuliparidade e idade materna avançada na primeira gestação, exposição à radiação, terapia de

reposição hormonal (TRH) e o uso de anticoncepcionais orais (RODRIGUES; OLIVEIRA,

2006).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as evidências científicas não são

ainda conclusivas, para justificar que sejam realizadas estratégias específicas na prevenção

primária do câncer de mama. As ações de prevenção estão diluídas nas ações de promoção à

saúde direcionada ao controle das doenças e agravos crônicos não-transmissíveis (DANT) e o

foco é especialmente a obesidade e o tabagismo (BRASIL, 2007e).

No homem apesar da etiologia do câncer de mama ainda ser desconhecida, preconiza-

se o mesmo procedimento de detecção precoce, na realização do auto-exame das mamas. Em

geral, com as mesmas características dos fatores de risco feminino, a prevenção para o sexo

masculino engloba os mesmos critérios: diminuir o consumo de álcool, não fumar e evitar

locais com concentração de fumaça de cigarro, evitar agentes químicos tóxicos, praticar

exercícios físicos para diminuir o nível de estresse, alimentação saudável e minimizar

exposição à radiação (ABEN, 2005).

A atuação na detecção precoce do câncer de mama é considerada para alguns

autores, como um dos avanços mais eficazes quando citam “o número de mulheres que

morrem a cada ano de câncer de mama pode, potencialmente, ser reduzido através da triagem

e detecção precoce” (BLAND; COPELAND, 1994, p. 1193).

A detecção precoce é a principal estratégia para o controle do câncer de mama.

Segundo as orientações do Consenso para o Controle do Câncer de Mama, divulgado pelo

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INCA, as ações recomendadas para o rastreamento em mulheres assintomáticas, são: exame

clínico que deverá ser realizado por profissionais capacitados, para detectar tumor de até um

centímetro, se superficial e o exame de imagem - mamografia (BRASIL, 2004).

A mamografia é a radiografia simples das mamas e é considerada por muitos o

procedimento mais importante para o rastreamento do câncer de mama. Como procedimentos

auxiliares no diagnóstico temos: ultra-sonografia, exame citológico (punção aspirativa com

agulha fina e citologia da descarga papilar) e exame histopatológico (biópsia) (KEMP, et al

2001).

A ultra-sonografia trata-se de um importante método auxiliar no diagnóstico de

patologias mamárias. Informa sobre o estado da pele e dos tecidos subcutâneo, fibroglandular,

celular e muscular posterior. É o método de escolha para a avaliação por imagem das lesões

palpáveis, em mulheres com menos de 35 anos. Naquelas com idade igual ou superior a 35

anos, a mamografia é o método de eleição (idem, 2001).

A partir de 40 anos de idade o exame clínico é realizado anualmente. Este

procedimento é ainda compreendido como parte do atendimento integral à saúde da mulher,

devendo ser realizado em todas as consultas clínicas, independente da faixa etária (BRASIL,

2006).

Muitos tumores de mama são detectados pela própria paciente ou por seu parceiro. A

melhor maneira de a mulher descobrir um nódulo em sua mama é perdendo alguns minutos e

conhecendo as suas próprias mamas, examinando-as mensalmente no sentido de encontrar

qualquer anormalidade (idem, 2006).

O auto-exame das mamas tem como objetivo levar a mulher e o homem a examinar

suas próprias mamas, a fim de descubrirem alterações e nódulos precocemente.

É uma técnica simples e segura de inspeção e palpação das mamas. Poderá ser

executada no banho, mas o indicado seria na frente de um espelho onde a mulher ou o homem

poderá visualizar melhor a mama quanto a sua simetria, ou alguma outra alteração superficial.

O período indicado é de uma vez por mês, sendo 10 dias que seguem a menstruação, quando

já tiverem desaparecidos os sinais de edema e a turgescência das mamas (características do

período menstrual). Mulheres na menopausa ou pós-menopausa devem realizar o auto-exame

das mamas em qualquer época do mês (definindo uma data para realizar, como por exemplo:

o dia que corresponde o aniversário, ou dia 1°, dia 15 de cada mês) (FREITAS, et al 2001). O

homem poderá também realizar qualquer dia, de preferência, escolhendo um dia fixo por mês.

O INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada de detecção

precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas realizado pela

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própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o

conhecimento do próprio corpo (BRASIL, 2004).

Há um número considerável de mulheres que conhecem o auto-exame das mamas,

devido às campanhas do Ministério da Saúde veiculadas pela mídia e das orientações

recebidas nos Serviços de Saúde. Há mulheres que conhecem a técnica, não realizam o auto-

exame pelo medo que a descoberta irá antecipar algo de ruim em sua vida, ao contrário, o

diagnóstico precoce poderá ser decisivo para a sua cura e sobrevivência. Infelizmente aos

homens não é realizado as orientações para o auto-exame, tendo um maior foco a mulher.

O INCA (BRASIL, 2004) preconiza para as mulheres, as seguintes recomendações:

1 Rastreamento por mamografia, para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o

máximo de dois anos entre os exames;

2 Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres

pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de

mama;

3 Garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres

com alterações nos exames realizados. São definidos como grupos populacionais com

risco elevado para o desenvolvimento do câncer de mama: mulheres com história

familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com

diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade; mulheres com história

familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com

diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária;

mulheres com história familiar de câncer de mama masculino e mulheres com

diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia

lobular in situ.

Observa-se que,

o exame histopatológico é o que permite afirmar com segurança a natureza de uma lesão. Quando o material for obtido por punção, utilizando-se agulha grossa ou biópsia cirúrgica convencional. Neste exame o que se examina é um fragmento da estrutura, avaliando-se, então, toda a composição do tecido. (BRASIL, 2004, p. 08).

A seguir apresentaremos alguns aspectos do câncer.

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2.3 Alguns aspectos do câncer de mama

O primeiro registro sobre o câncer de mama foi em 1713, quando o médico italiano

Bernardino Ramazzini fez o primeiro estudo epidemiológico do câncer de mama. Ao perceber

a incidência do câncer em grupos de freiras relatando que, tinham maior risco de câncer de

mama, do que mulheres comuns, deduzindo que devido ao celibato, faltavam hormônios no

metabolismo das freiras.

Segundo Smeltzer e Bare (2002), os cânceres de mama ocorrem em qualquer local no

órgão, porém a maior parte é encontrada no quadrante superior externo, onde se localiza a

maior parte do tecido mamário. Geralmente, as lesões são indolores em vez de dolorosas;

fixas, em vez de móveis; e com bordas endurecidas e irregulares, em vez de encapsuladas e

lisas.

Dentre as manifestações clínicas do câncer de mama, Valle (1999) descreve que os

sinais e sintomas iniciais do câncer de mama são variados e podem ser múltiplos por ocasião

da sua apresentação. E como manifestações locais, o tumor é o sinal mais comum do câncer,

bem como as alterações cutâneas, o desconforto, dor, edema, retração e secreção mamilar,

hemorragias, ulcerações, hiperemia, dentre outros.

Quanto à classificação histológica, o câncer de mama apresenta-se como um grupo de

neoplasias epiteliais malignas com grande heterogeneidade em sua estrutura. Segundo

Rodrigues; Oliveira (2006), o câncer de mama aparece em sua grande maioria no tecido

epitelial dos ductos (carcinoma ductal) ou lobos (carcinoma lobular).

Através da classificação dos tumores, criados pela União Internacional Contra o

Câncer (UICC) é possível definir o estadio da doença. Esta avaliação tem como base à

dimensão do tumor (T), a avaliação da extensão dos linfonodos comprometidos (N) e a

presença ou não de metástases à distância (M). Após a avaliação, os casos são classificados

em estádios que variam de I a IV graus crescentes de gravidade da doença (BRASIL, 2004).

O estadiamento é uma parte da avaliação do pré-tratamento e é realizado pelo exame

histológico do tecido biopsiado e de amostra axilar.

1 Estágio I – consiste em pequeno tumor, menor que 2 cm, linfonodos negativos e sem

metástase;

2 Estágio II – tumor entre 2 cm e 5 cm, linfonodos negativos ou positivos, sem

metástase;

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3 Estágio III – tumor maior que 5 cm, ou de qualquer tamanho com invasão da pele ou

da parede torácica, linfonodos positivos, sem metástase;

4 Estágio IV – tumor de qualquer tamanho com linfonodos positivos ou negativos e

metástase à distância.

Os tipos histopatológicos de câncer de mama mais freqüentes, segundo Stanley, et al

(1996), e que continuam sendo considerados atualmente são:

Carcinoma Intraductal: caracterizado por uma proliferação de células malignas que

crescem e obstrue os ducto e dúctulos. Essas células são relativamente grandes e/ou

pleomórficas e permanecem confinadas pela membrana basal. Estão presentes diversos

padrões: variantes sólidas, cribriformes, papilares, micropapilares e comedocarcinomatosas.

Carcinoma Lobular in situ: a lesão caracteriza-se pela proliferação de células pequenas

e uniformes no interior de ductos terminais e lóbulos, podendo, algumas vezes, estender-se a

ductos extralobulares que enchem, distendem ou distorcem pelo menos 50% das unidades

acinares de um único lóbulo. As Células de CLIS são reconhecidas como um marcador

tumoral subseqüente de um carcinoma da mama invasivo e freqüentemente se estendem até

ductos maiores de forma pagetóide.

Carcinoma Ductal Infiltrante (invasivo): é classificado como o tipo mais comum de

câncer de mama, tendo em média de 1 a 2 cm ocorrendo como um nódulo duro e irregular.

Histologicamente, o tumor é formado pela proliferação de elementos epiteliais com atipias

citológicas relativamente acentuadas constituído de células ductais malignas dispostas em

cordões, ninhos celulares sólidos, túbulos, folhetos anastomosados e diversas misturas desses.

Estas células encontram-se dispersas numa densa reação estromal, responsável pela

consistência do tumor (carcinoma cirroso).

Carcinoma Medular: caracteriza-se como um tumor relativamente grande bem-

delimitados, circunscritos, densos com 2 a 3 cm de diâmetro, acinzentados, com consistência

firme, sendo, muitas vezes, confundidos, no exame físico, com fibroadenomas. Compreende

1% dos carcinomas de mama. Histologicamente é caracterizado por células pouco

diferenciadas, alto índice mitótico, demonstra ausência de desmoplasia, presença de um

intenso infiltrado linfoplasmocitário e um padrão sincicial de proliferação moderadamente

denso e grande células tumorais pleomórficas crescendo em massas anastomosadas sinciais.

Somente quando o tumor tem todas essas características é que ele tem uma evolução menos

maligna que o carcinoma ductal infiltrante típico.

Carcinoma Colóide ou Mucinoso: caracteriza-se por acometer mulheres mais idosas,

sendo responsável por cerca de 2 a 3% dos carcinomas de mama, cresce de forma lenta. O

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bom prognóstico é reservado as formas puras de carcinoma mucinoso puro, ocupando mais de

75% de massa tumoral. Morfologicamente, ele aparece como massas gelatinosas moles,

constituídas de lagos de mucina corada levemente, no interior dos quais flutuam pequenas

ilhotas de células bem diferenciadas.

Doença de Paget: caracteriza-se por ser um carcinoma que ocorre no interior dos

grandes ductos excretores e estende-se até envolver a pele do mamilo e da aréola. São células

grandes, pálidas, por vezes vacuoladas, localizadas dentro do epitélio escamoso queratinizado

sobrejacente. O mamilo apresenta alterações eczematóides. Um carcinoma ductal localizado

ou invasivo está invariavelmente presente no tecido mamário ou subjacente.

Carcinoma Lobular Invasivo: a lesão caracteriza-se pela presença de células tumorais

pequenas e homogêneas, semelhantes ao carcinoma lobular in situ, com um padrão

concêntrico, circundando os ductos mamários residuais, responsável por 5% dos carcinomas

invasivos, mas tende a ser mais freqüentemente multifocal e bilateral em comparação a outros

carcinomas de mama de origem ductal. Tem geralmente o mesmo prognóstico do carcinoma

ductal invasivo, mas tende a ser bilateral (20%) ou multicêntrico.

O conhecimento dos tipos de câncer de mama aliado à sua detecção precoce são as

estratégias básicas apontadas pelo Ministério da Saúde para o controle eficaz da doença no

mundo.

2.4 A universidade como centro da produção e disseminação de conhecimento

A Universidade é uma instituição social com o objetivo de desenvolver e reproduzir o

conhecimento historicamente construído, visando formar cidadãos, que contribuam para o

progresso da sociedade, e assim a esta se integrar de forma participativa.

Apesar das cobranças externas e do confronto consigo mesma, a universidade se vê mais impulsionada a redefinir seu conceito de responsabilidade social. Uma atuação mais incisiva sobre os problemas sociais certamente resultaria em maior confiança da sociedade ao mesmo tempo em que geraria maior credibilidade e incentivos à comunidade universitária (BROTTI, et al 2000 p. 59).

Para Crippa (1980, apud Colossi, et al 2002) a universidade é considerada “usina da

informação”. É uma instituição detentora de uma grande capacidade transformadora.

Entretanto, dentro das suas atribuições devem estar contempladas soluções inovadoras, mas

factíveis com as demandas sociais emergentes, bem como a inserção dos segmentos

vulnerários e/ou marginalizados da sociedade, pois transformação da ciência e de todos os

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conhecimentos em saber ou sabedoria realiza-se na universidade na medida em que tudo nela

se vincula à vida e aos valores humanos.

[...] o reencontro da idéia e da missão da Universidade exige um exame das novas realidades sociais que constituem o mundo de hoje e dentro das quais ela deve estar inserida como força espiritual, como fonte de valores e como garantia de um autêntico humanismo (COLOSSI, et al 2002. p. 155).

O compromisso social da universidade deve ser muito mais efetivo e necessita se

adequar aos processos de desenvolvimento econômico e social, visto que, ela faz parte de um

contexto global inclusivo que a determina, devendo colaborar para a manutenção ou para a

transformação da sociedade.

[...] devendo-se optar por ações duradouras, que visam transformar profundamente a sociedade, na direção da conquista dos diretos civis, políticos e sociais, tendo em vista uma integração real, uma parceria efetiva, na tentativa de sair do seu enclausuramento e coorporativismo que, na maioria das vezes, conduz à inércia acadêmica e ao descompromisso com a sociedade que a mantém (COLOSSI, et al 2002. p. 157).

Interessante observar, que em 1912, surgiu a primeira Universidade Brasileira, no

Estado do Paraná, mas que durou somente três anos. Somente em 1920 surge a Universidade

do Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, que reunia os cursos da

Escola Politécnica, bem como a Faculdade de Medicina e de Direito (SOUZA, 1994).

As Universidades federais dos outros estados criaram-se nas décadas de 50 a 70, além

de Universidades estaduais, municipais e particulares. Em 1961 foi em vigor à

descentralização do ensino superior foi à vertente seguida na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (idem, 1994).

No século XX ocorreu uma transformação no ensino superior, consistiu no fato de

destinarem-se também ao atendimento à massa e não exclusivamente à elite. Em 1990 foi

realizado um estudo, observou-se que no ensino superior, estudantes de famílias com renda de

até seis salários mínimos representavam aproximadamente 12% dos matriculados em

instituições privadas e 11% em instituições públicas. Tanto no setor privado, quanto no

público, à proporção de estudantes de famílias com renda acima de dez salários mínimos

ultrapassa os 60%, o que desmistifica a crença de que os menos favorecidos é que freqüentam

a instituição privada (MARTINS, 2002).

Em Santa Catarina a oferta do ensino superior de graduação até o começo da década

de sessenta do século passado era gratuita e patrocinada pela União, por meio de faculdades

instaladas no Município da Capital - a atual Universidade Federal do Estado de Santa Catarina

– UFSC (COLLAÇO; NEIVA, 2003). Possuindo em seu Centro de Ensino, cursos de

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graduação na área da saúde, correspondente a: Enfermagem, nutrição, medicina, odontologia

e farmácia, sendo que os três últimos citados foi oficialmente instalada em 1962 (BRASIL,

2008a).

Naquela época, o governo do Estado ainda ensaiava seus primeiros passos nesse

campo da educação. Criara, em 1956, em Joinville, uma Faculdade de Engenharia, e, em

1963 e 1965, respectivamente, a Faculdade de Educação e a Escola Superior de

Administração e Gerência, ambas com sede em Florianópolis. Começava a nascer a atual

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, cujos cursos, para o aluno, eram

subsidiados, passando a ser gratuitos com o advento da Constituição Federal de 1988

(COLLAÇO; NEIVA, 2003).

A trajetória da Educação Superior em Itajaí veio com a instalação da Universidade do

Vale do Itajaí em março de 1989. Com a Lei Municipal torna-se uma Instituição pública e

através da Portaria Ministerial 51/89, passa a ter autonomia para abertura de novos cursos,

transformando-se em uma Instituição de Ensino Superior do Estado. Firmando o

comprometendo-se com a redução das desigualdades sociais e a promoção da qualidade de

vida em sua área de abrangência em prol da produção do conhecimento pelo ensino, pela

pesquisa e pela extensão (ITAJAÍ, 2008).

No dia 22 de setembro de 1964, a Sociedade Itajaiense de Ensino Superior (SIES) foi

oficialmente transformada em Instituição pública pela Lei Municipal 599/64, sendo um

grande marco da trajetória do Ensino Superior em Santa Catarina. O procedimento da SIES de

vincular a criação das escolas de nível superior à Prefeitura Municipal foi adotado em outras

cidades do Estado, dando origem anos mais tarde à Associação Catarinense das Fundações

Educacionais (ACAFE), fundada em 1974 (idem, 2008).

Considerada como a maior Universidade de Santa Catarina e a oitava do País, segundo

o Ministério da Educação, possuem uma estrutura multicampi, permitindo atender a

comunidade em todo o litoral centro-norte catarinense (idem, 2008).

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

No presente trabalho opta-se em utilizar o referencial teórico baseado em alguns

pressupostos de Paulo Freire, um revolucionário, com a peculiaridade de utilizar meios

pacíficos, facilmente praticáveis, de baixo custo, que não sacrificam vidas e, pelo contrário,

libertam pessoas, garantindo sua dignidade essencial.

A escolha por este referencial deve-se a seus pressupostos por uma educação

multicultural, ética, libertadora e transformadora, que facilitaram o olhar ao nosso objeto de

estudo - a prevenção e detecção precoce do câncer de mama: nível de conhecimento dos

acadêmicos do centro de ciências da saúde. O pensamento de Freire ainda é contemporâneo e

inspira uma educação solidária, dialogada, sem arrogância e supremacia do educador,

defendendo a articulação do saber, conhecimento, vivência, comunidade, escola, meio

ambiente, traduzindo-se num trabalho coletivo.

Poucos sabem que Freire esteve ligado à arte-educação desde os inícios de sua ação

educacional. Para ele não é possível definir uma teoria da educação sem primeiro definir uma

teoria do ser humano. Sendo assim, também não é possível educar sem conhecer os

fundamentos da antropologia. Propõe a possibilidade de uma pedagogia fundamentada na

práxis, inserida numa política de esperança, de luta revolucionária, de amor e de fé no ser

humano (MIRANDA; BARROSO, 2004).

Ele reflete sobre a necessidade de uma nova questão: da inclusão do ser humano, ou

seja, de sua inserção num permanente movimento de procura da curiosidade ingênua e a

crítica, virando estudo de grau de certeza do conhecimento científico em seus diversos ramos.

Além disso, explora a questão da problematização da realidade, da significação

quando é possível desenvolver uma concepção libertadora na relação professor e aluno e

conhecimento e aprendizagem.

Costa (2002, p. 66), refere que,

[...] como sendo os princípios norteadores da proposta de Paulo Freire: “1 - o homem é sujeito de sua própria educação; 2- ninguém educa ninguém; 3- saber e ignorância são relativos: os conteúdos devem despertar uma nova forma de relação com a vida; 4 - ninguém se educa sozinho; 5 - a educação precisa se dar na relação do homem com sua própria realidade.

Freire concebe educação como “reflexão sobre a realidade existencial. Articular com

essa realidade nas causas mais profundas dos acontecimentos vividos, procurando inserir

sempre os fatos particulares na globalidade das ocorrências da situação” (FREIRE, 1983, p.

165).

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A educação deve estabelecer uma relação dialética com a qual a sociedade à qual se

destina. Por este motivo, “quando se integra neste ambiente, que por sua vez, dá garantias

especiais ao homem através de seu enraizamento nele. Superposta a ele, fica ‘alienada’ e, por

isso mesmo inoperante” (FREIRE, 1981, p. 28).

Considera-se a partir desta afirmação, que a educação se caracteriza por trabalhar com

as diferenças a partir da compreensão de diversidade, contextualizando o indivíduo, social e

historicamente, assumindo um compromisso de transformação social.

Paulo Freire era um pensador comprometido com a vida, com a dignidade, cidadania e com a humanização. Em contraposição ao modelo tradicional, propõe uma educação problematizadora, na qual o educador não é apenas o que educa, mas o que, enquanto educa, pode propiciar a transformação da realidade, numa relação dialética, tendo o conceito de práxis como elemento fundamental da relação da teoria e prática (COSTA, 2002, p. 66).

Portanto, deduza-se que “o homem não pode participar ativamente da história, na

sociedade na transformação da realidade, se ele não é auxiliado a tomar consciência da

realidade e da sua própria capacidade de transformá-la” (FREIRE, 1980, p. 40). Assim,

consideramos que a Metodologia da Problematização é uma diretriz fundamental para

provocar uma atitude crítico-reflexiva que efetivamente esteja comprometida com a mudança

dos pesquisadores e pesquisados.

Problematizar é o ato de buscar relacionar um novo conjunto de informações à estrutura cognitiva do estudante” Refere ainda que o problema foi sempre caracterizado por uma situação teórica ou prática e para sua solução apresenta-se uma gama de possibilidades. Esta resolução deverá ser encontrada com espírito crítico, reflexão, planejamento e informação para se desenvolver competências e se chegar finalmente a uma aprendizagem significativa (COSTA, 2002, p. 67).

Freire (1983) coloca a educação como conseqüência da necessidade do ser humano de

adaptar-se ao novo, na busca de realização como pessoa e da consciência que tem de si como

ser inacabado, em constante busca.

Ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor. Ensinar e aprender tem que ver com esforço metodicamente crítico do professor de desvelar a compreensão de algo e com empenho igualmente crítico do aluno de ir entrando como sujeito em aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor deve deflagrar (FREIRE, 2002, p. 134).

Sobretudo, mais do que um método de ensinar é um método de aprender, onde o

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educando aprende com educador e o educador aprende com o educando. Baseados na teoria

de Paulo Freire e de outros autores foram estabelecidos alguns conceitos, que serão

apresentados a seguir:

3.1 Conceitos Adotados:

Acadêmicos: são os estudantes de uma universidade, que buscam aprendizado com o intuito

de uma formação de nível superior.

Autonomia: é um componente da formação do homem e sua inserção no mundo, composta

fundamentalmente por três eixos: liberdade, descobrimento e transformação (FREIRE, 2002).

Auto-exame da mama (AEM): é a técnica de inspeção manual para verificar as próprias

mamas para nodosidades ou alterações suspeitas (SMELTZER & BARE, 2005).

Câncer: é uma enfermidade de caráter genético. É um complexo e heterogêneo grupo de

estados patológicos no qual as células proliferam descontroladamente e invadem tecidos

vizinhos (OLIVEIRA JR., 2002).

Comunicação: o princípio da comunicação é a transformação do homem em sujeito. É o

compartilhamento do conhecimento entre os seres humanos com o mundo (FREIRE, 2007).

Conscientização: é um compromisso histórico, é uma inserção crítica na história, assumindo

o homem uma posição de sujeito podendo transformar o mundo. É o desenvolvimento crítico

da tomada de consciência (FREIRE, 1980).

Detecção: é a identificação de uma suposta doença, através de sinais, sintomas ou avaliação

complementar.

Diálogo: é uma necessidade existencial. É o encontro entre os homens, mediatizados pelo

mundo, para designá-lo, onde a reflexão e a ação orientam-se para o mundo que é preciso

transformar e humanizar. É necessário amor, humildade, fé no homem, criatividade,

criticidade e esperança (FREIRE, 1981).

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Educação: A educação se fundamenta num mundo da comunicação, onde o homem está em

relação com os outros homens e com a natureza (FREIRE; GUIMARÃES, 2003).

Prevenção: São ações/estratégias utilizadas no cuidado. A prevenção é um zelo pela

manutenção do equilíbrio entre o hospedeiro, agente patogênico e meio ambiente

(LEAVELL; CLARK, 1976).

Problematização: A educação problematizadora oferece oportunidade para que os educandos

possam tornar-se pessoas de iniciativa, de responsabilidade, de compromisso, de

determinação; que sejam capazes de aplicar ás novas situações os conhecimentos adquiridos;

que sejam críticos e reflexivos antes de qualquer iniciativa (FREIRE, 1983).

Universidade: é uma instituição de ensino formal em graduação e pós-graduação, que visa à

produção de conhecimento e a formação de futuros cidadãos atendendo às necessidades da

sociedade.

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4 CAMINHO METODOLÓGICO

4.1 Caracterização geral do estudo

O estudo desenvolve-se na área de Prevenção e Promoção a Saúde, junto aos

acadêmicos dos Cursos do Centro de Ciências da Saúde, tendo como campo de estudo uma

Instituição de Ensino de Nível Superior, na cidade de Biguaçu em Santa Catarina.

A realização deste estudo configura-se no Trabalho de Conclusão de Curso e tem

início no 5º período do Curso de Graduação em Enfermagem, na disciplina de Metodologia da

Pesquisa.

Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, de caráter exploratório, descritiva, tendo

como objetivo: investigar o nível de conhecimento da prevenção e detecção precoce do câncer

de mama entre os acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do Centro de Educação

Biguaçu.

A abordagem é quali-quantitativa:

[...] quando se utiliza dados e análises quantitativas e qualitativas, se o problema sugere a necessidade de ambos e, neste caso, parte dele será esclarecido a perspectiva quantitativa, enquanto a outra parte na perspectiva qualitativa (LEOPARDI, 2001, p. 137).

A abordagem exclusivamente qualitativa tem o foco de:

Um problema ainda sem solução é a definição de uma forma de avaliar a pesquisa qualitativa. A inexistência desse modo de avaliação é várias vezes apontadas como um argumento para questionar a legitimidade desse tipo de pesquisa (FLICK, 2004 p. 229).

A abordagem qualitativa implica em:

[...] medir relações entre variáveis em avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferencialmente enfoque da pesquisa quantitativa e utilizar o melhor meio possível de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma boa interpretação dos resultados (ROESCH, 1999. p. 130).

Opta-se pela abordagem quali-quantitativa em decorrência do nosso objeto de estudo,

exploratória porque permiti aumentar nossa experiência em torno do objeto, pois “são planos

que não tem a intenção de testar hipóteses específicas de pesquisa. São orientados para a

descoberta” (HAIR, et al 2005, p. 84).

Decide-se também, pela abordagem descritiva porque é um estudo que se caracteriza

pela necessidade de se explorar uma situação não conhecida. A pesquisa descritiva é um

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levantamento das características conhecidas ou componentes do fato, fenômeno ou problema.

Normalmente é feita na forma de levantamentos ou observações sistemáticas. Pretende

descrever com exatidão os fatos ou fenômenos de determinada realidade (SANTOS, 1999).

4.2 Caracterização do campo de desenvolvimento do estudo

O estudo desenvolve-se numa Instituição de Ensino Superior pública de caráter

privado do Estado de Santa Catarina. A Universidade possui seis Campus. São eles: Balneário

Camboriú, Balneário Piçarras, Biguaçu, Itajaí, São José e Tijucas. No momento oferece 37

cursos de graduação, 38 de especialização, 09 de Mestrado e 01 de doutorado. Há uma

fundação mantenedora da Universidade, bem como do Hospital Universitário, Laboratório de

Produção e Análise de Medicamentos, da Rádio Educativa FM e da TV da Universidade

(ITAJAÍ, 2007).

Os cursos de graduação, entre bacharelados, licenciaturas e de tecnólogos, são

agrupados em seis Centros de Educação, independentemente do Campus onde é ofertado.

Essa estrutura busca dar unidade na gestão dos cursos da mesma área de conhecimento,

melhorando, assim, a qualidade da formação dos acadêmicos pela qualificação permanente

das ofertas em todos os Campus. Além disso, objetiva a racionalização na definição de

prioridades, o melhor aproveitamento da estrutura física multi campi e do corpo docente, e a

garantia de um padrão de qualidade dos cursos ofertados (idem, 2007).

O Campus da Universidade que serviu de local para o desenvolvimento do estudo se

encontra na cidade de Biguaçu, onde se localiza os Cursos do Centro de Ciências da Saúde. O

campus possui duas áreas distintas: A e B. Iniciou suas atividades em 1991 e a construção do

campus A, em 1993, quando passou a oferecer, na Grande Florianópolis cursos nas áreas de

Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e Jurídicas, além do curso de Segurança Pública, único

no Estado e mais tarde cursos da área da saúde. A inauguração do Campus B foi em 2000

(UNIVALI, 2007).

Os Cursos da área da saúde são: enfermagem, fisioterapia e psicologia. O curso de

Graduação em Enfermagem deu início em 2000. Está dividido em 08 períodos, dispõe de 40

vagas, sendo que o primeiro semestre deste ano de 2008 foram 210 acadêmicos matriculados.

Já no curso de Graduação em Fisioterapia, iniciou-se em 2001 com 09 períodos, onde

disponibiliza 40 vagas e 39 acadêmicos matriculados em 2008/1. No curso em Graduação em

Psicologia são 10 períodos, sendo 50 vagas disponíveis e com 251 acadêmicos matriculados.

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31

4.3 Seleção e caracterização dos acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde

Fazem parte deste estudo acadêmicos do Curso Graduação em Enfermagem,

Fisioterapia e Psicologia, ou seja, cursos compostos pelo Centro de Ciências da Saúde da

Universidade escolhida.

Foram estabelecidos os seguintes critérios para seleção dos acadêmicos:

• Ser acadêmico dos respectivos cursos e estar efetivamente matriculado no

momento da coleta de dados.

• Ter idade igual ou superior a 18 anos.

• Concordar em participar do estudo, com o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido – TCLE, (APÊNDICE 1), pós-informação assinado, de acordo com a

Resolução Pesquisa em Seres Humanos 196/96 (BRASIL, 2007f).

• A caracterização dos sujeitos foi com a utilização da nomenclatura especificada a

seguir, ficando garantido o sigilo e o anonimato: acadêmicos do Curso de

Graduação em Enfermagem: Ac. Enf x-y; acadêmicos do Curso de Graduação em

Fisioterapia: Ac. Fis x-y; acadêmicos do Curso de Graduação em Psicologia: Ac.

Psi x-y; (x corresponde o período/fase, y corresponde o número em algarismos

arábicos em ordem crescente dos acadêmicos); Exemplo: Ac. Enf. 5-12

(Acadêmico de Enfermagem, do 5º período e o décimo segundo sujeito deste

período que participou do estudo).

São consideradas, para cálculo da amostra dos acadêmicos, as matrículas efetivas de

2008/1: 210 acadêmicos matriculados, do Curso de Graduação em Enfermagem; 39

acadêmicos matriculados, do Curso de Graduação em Fisioterapia, e 251 acadêmicos

matriculados do Curso de Graduação em Psicologia. Um Universo de 500 acadêmicos.

O estudo foi realizado com:

• 10% dos acadêmicos de enfermagem, totalizando: 210 – foram 21 acadêmicos;

• 10 % dos acadêmicos de fisioterapia, totalizando: 39 – foram 4 acadêmicos;

• 10% dos acadêmicos de psicologia, totalizando: 251 – foram 25 acadêmicos;

• Totalizando: 50 sujeitos.

A seleção dos acadêmicos atende aos critérios estabelecidos, não sendo critério de

inclusão ou exclusão o gênero masculino ou feminino. Do número total de acadêmicos por

curso é realizado um sorteio, de caráter aleatório, pela listagem geral de matriculados. Cada

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acadêmico da listagem recebe um número de 1 a 210 no curso de enfermagem; de 1 a 39 no

curso de fisioterapia e de 1 a 251 no curso de psicologia, iniciando com o algarismo arábico

de nº 1 para o primeiro acadêmico do 1º período/fase e o último número, para o último

acadêmico do 8º ou 10º período/fase do respectivo curso.

O contato primeiramente ocorre através de e-mail, sendo enviado para os acadêmicos

o questionário e o TCLE, sendo orientados a responder e enviar o questinário no prazo de 07

dias por e-mail para as pesquisadoras e o TCLE ser assinado e colocado no escaninho da

professora orientadora do estudo. Como esse primeiro contato não obteve sucesso, seja por

falta de interesse em participar de uma pesquisa ou até mesmo pela disponibilidade de tempo

para responder o questionário, acatamos a sugestão da orientadora em fazer o convite em sala

de aula e também abordamos os acadêmicos no intervalo das aulas.

4.4 Coleta, registro e análise dos dados

Utiliza-se para coleta dos dados, um instrumento composto por cinco seções,

apresentando questões abertas e fechadas, garantindo a uniformidade de entendimento dos

sujeitos deste estudo (APÊNDICE 2). A seção A aborda a identificação do acadêmico; a seção

B sobre os fatores de risco para o câncer de mama; a seção C a preveção do câncer de mama;

a seção D detecção precoce do câncer de mama e, a seção E informações sobre saúde pessoal.

Os dados são coletados de duas formas: o instrumento de coleta de dados –

questionário é entregue ao acadêmico, sendo respondido sem a presença das acadêmicas-

pesquisadoras, entregando posteriormente em data combinada com as mesmas.

A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro à abril de 2008. Realiza-se um

teste de validação (teste piloto) referente ao mesmo instrumento utilizado na pesquisa, com

três acadêmicos, um de cada curso, escolhidos aleatoriamente da listagem geral, tanto para

verificar a viabilidade da aplicação do instrumento, bem como do treinamento das

acadêmicas-pesquisadoras.

No início da coleta de dados são enfrentados alguns obstáculos, sendo que para

realizar o sorteio dos acadêmicos precisavamos da lista de frequência por período, essa acaba

não sendo disponibilizada. Consegue-se somente uma listagem de todos os acadêmicos por

ordem alfabética, o que dificulta o processo de seleção dos acadêmicos. Por essa questão

decidi-se passar nas salas de aula e pegá-la pessoalmente com os professores e alunos a

frequência por período, para então fazer o sorteio.

Também ocorrem dificuldade em conseguir alguns dados necessarios dos cursos

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escolhidos para o estudo junto a Universidade escolhida. Outra questão é o atraso do

recebimento do parecer pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O parecer foi enviado pelo

ao setor responsável pelo encaminhamento e devido as mudanças administrativas ocorridas,

chegou ao nosso Centro com atraso de um mês, resultando no atraso da coleta de dados,

devido as mudanças ocorridas no processo.

Apesar desses contratempos, o que facilita a nossa coleta de dados é o fato de os

sujeitos do estudo serem acadêmicos do Campus B, no qual conclua-se o curso de

enfermagem, portanto o contato nos facilita a realização dessa pesquisa.

O material coletado fica em posse das acadêmicas-pesquisadoras, e são guardados em

um fichário por um período de cinco anos. As informações são confidenciais e sigilosas,

garantindo o anonimato dos sujeitos do estudo.

A análise dos dados coletados é realizada seguindo-se as etapas estabelecidas:

codificação, na qual os dados brutos são transformados em símbolos para serem tabulados; na

tabulação, são agrupados e contadas as respostas que estão nas categorias de análise.

Realiza-se a tabulação dos dados, para indicar a variabilidade dos acadêmicos no grupo

pesquisado, utilizando a interpretação dos dados. Após, opta-se uma aproximação com o

referencial teórico de Paulo Freire, problematizando os aspectos mais significativos.

4.5 O caminho percorrido

As etapas do processo de operacionalização do estudo desenvolveu-se através de cinco

passos básicos:

1° passo: após a assinatura do termo de aceite de orientação (Anexo 1), a proposta do

estudo é apresentada e aprovada pela Instituição de Ensino Superior/Universidade, com a

assinatura da folha de rosto para pesquisa envolvendo seres humanos, de acordo com o

Sistema Nacional de Informações sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos –

SISNEP (BRASIL, 2007g) encaminha-se para submissão e aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP). Sendo apresentado aos Coordenadores dos Cursos de Graduação em

Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, após a aprovação do CEP.

2° passo: a seleção dos sujeitos do estudo - acadêmicos atendeu aos critérios já

mencionados. O contato com os acadêmicos ocorrre através de convite e apresentação da

proposta de estudo pessoalmente e/ou sala de aula, após o agendamento prévio com

acadêmico e/ou professor responsável pela aula naquele momento. Após o esclarecimento, os

acadêmicos assinam o termo.

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3° passo: para a coleta de dados. Realiza-se um teste piloto, no qual se aplica o

questionário do estudo com três acadêmicos para validação do instrumento. A coleta de dados

propriamente dita ocorreu no período de fevereiro à abril de 2008, com os acadêmicos

selecionados.

4° passo: para a realização da análise dos dados coletados. Inicia-se com a transcrição

dos questionários como material coletado para a análise.

5° passo: redação do trabalho final de conclusão de curso – a monografia, que é

submetida à banca avaliadora e após a sua aprovação é apresentada à comunidade acadêmica.

4.6 Aspectos da dimensão ética

Este estudo é desenvolvido em consonância com a Resolução n° 196, de 10 de outubro

de 1996 (Diretrizes e Normas Reguladoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos) do

Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2007f). Portanto, são respeitados os princípios de

beneficência, não maleficência, justiça e autonomia.

Dentre os aspectos éticos elecamos:

1 O estudo foi desenvolvido mediante a assinatura do TCLE.

2 O estudo, seus objetivos e resultados são apresentados à coordenação dos cursos de

enfermagem, fisioterapia e psicologia, e em especial aos sujeitos da pesquisa em

apresentação pública na Instituição de Ensino Superior, com data, horária e local

aprazado e comunicada previamente.

3 As divulgações dos resultados do estudo no meio acadêmico e científico são anônimas

e em conjunto no grupo de acadêmicos, podendo solicitar informações durante todas

as etapas do estudo, inclusive após a sua publicação.

4 Foram garantido o direito dos sujeitos de participarem ou não da pesquisa, bem como,

de desistirem a qualquer momento do desenvolvimento do estudo, inclusive sem

nenhum motivo, bastando para isso informar, de maneira que achar mais conveniente,

a desistência.

5 O anonimato e o sigilo são garantidos.

Salientamos ainda:

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1 O direito do acadêmico ao acesso a informação.

2 A vontade do acadêmico como norma.

3 O respeito à autonomia do acadêmico.

4 O respeito com a privacidade, a confidenciabilidade e a privacidade, garantindo a não

utilização dos dados coletados em prejuízo dos mesmos.

Inicia-se a coleta de dados após a aprovação sob o parecer 552/07 pelo CEP da

Instituição de Ensino Superior/Universidade.

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5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1. Caracterização dos Sujeitos do Estudo

A seguir são apresentados os gráficos e tabelas que caracterizam os sujeitos do estudo,

seguidas de suas respectivas análises.

Gráfico 1 – Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, por curso no 1º semestre de 2008.

Tabela 1 – Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus

Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, por faixa etária no 1º semestre de 2008.

Curso

Enfermagem Fisioterapia Psicologia Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino

Faixa Etária

f % f % f % f % f % f % 18 Ι--- 22 5 23,9 1 5 2 50 1 25 13 52 1 4 22 Ι--- 26 5 23,9 1 5 1 25 4 16 2 8 26 Ι--- 30 1 5 2 9 30 Ι--- 34 3 14,2 0 1 4 1 4 34 Ι--- 38 2 9 0 1 4 38 Ι--- 42 1 5 0 mais de 42 2 8 TOTAL 17 81 04 19 2 50 2 50 21 84 4 16

N= 50

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Gráfico 2 – Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, por gênero no 1º semestre de 2008

Gráfico 3 – Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus

Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, por estado civil no 1º semestre de 2008.

57,10%

9,50%

33,40%

100%

14%4%

80%

SOLTEIROS UNIÃO ESTÁVEL

CASADOS SOLTEIROS CASADOSDIVORCIADOS SOLTEIROS

ENFERMAGEM PSICOLOGIA

81%

19 %

50% 50%

84%

16%

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA

Feminino Feminino FemininoMasculinoMasculino Masculino

FISIOTERAPIA

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Tabela 2 – Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, por renda familiar no 1º semestre de 2008.

Curso Enfermagem Fisioterapia Psicologia

Renda Familiar

f % f % f % até 2 SM 2 9,50 2 50 5 20 de 2 a 4 SM 3 14,30 1 25 2 8 de 4 a 7 SM 6 28,50 8 32 de 7 a 10 SM 5 23,80 1 25 4 16 de 10 a 20 SM 3 14,30 1 4 acima de 20 SM 1 4,80 2 8 não sabem 1 4,80 3 12 TOTAL 21 100 04 100 25 100

Define-se para este estudo que a amostra seria de 10% de um Universo de 500 alunos

matriculados no 1º semestre de 2008, distribuídos nos cursos de enfermagem, fisioterapia e

psicologia do Centro de Ciências da Saúde, da Instituição de Ensino. A escolha de 10% segue

o critério de significância dos dados, garantindo uma amostra estatisticamente aceitável para o

objeto de estudo.

No gráfico 1 verifica-se que dos 21 acadêmicos de enfermagem efetivamente

matriculados 9,5% são do 1º período; 9,5% do 2º período; 14,3% do 3º período; 14,3% do 4º

período; 14,3% do 5º período; 14,3% da 6º período; 14,3% da 7º período e 9,5% do 8º

período. Dos 4 acadêmicos da fisioterapia, 25% são do 3º período; 50% do 5º período; 25%

do 7º período. E, dos 25 acadêmicos de psicologia, 16% do 1º período; 16% da 2º período;

8% da 3º período; 8% do 4ª período; 16% do 5º período; 12% do 6º período; 4% do 7º

período; 12% do 8º período e 8% do 9ª período.

Esclarece-se que o curso de fisioterapia está em fase de extinção, por este motivo a

amostra dos acadêmicos restringe-se ao 3º, 5º e7º períodos.

Quando a análise é feita por faixa etária na tabela 1, observa-se maior participação do

grupo de 18 a 26 anos nos três cursos. Fazendo uma comparação entre as demais faixas etárias

o curso de psicologia possui acadêmicos acima dos 42 anos do sexo feminino.

Pode ser observado em relação ao gênero no gráfico 2, que o sexo feminino é

predominante em todos os cursos, variando de 81% no curso de enfermagem a 84% no curso

de psicologia. Este dado reflete uma realidade em nível nacional que há uma predominância

feminina no ensino superior, principalmente no curso de enfermagem.

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No curso de fisioterapia há a participação masculina em 50%. Como a definição dos

sujeitos da amostra é por sorteio, os 50% podem ser explicados pelas leis da probabilidade.

Observa-se no gráfico 3 que há predominância dos sujeitos solteiros no curso de

enfermagem e psicologia. Este dado pode estar relacionado ao período de funcionamento

diurno/parcial, no qual há uma necessidade de disponibilidade de tempo para freqüentar o

curso e as demais atividades acadêmicas. Já os acadêmicos de fisioterapia são 100% solteiros,

acreditamos pelo fato do curso ser no período integral.

Apesar de constatarmos que no curso de enfermagem 42,85% são trabalhadores de

enfermagem, dos quais três são solteiros, quatro casados e dois em união estável. Dentre os

estudantes há um número de cinco como solteiros e dois como casados. Os quatro acadêmicos

de fisioterapia são estudantes, apenas um é trabalhador. Os acadêmicos de psicologia cinco

são trabalhadores, no qual três são solteiros, um casado e um divorciado. Acredita-se e infere-

se que, os solteiros adquirem um tempo maior para dedicar-se aos estudos, sem desconsiderar

a atuação dos casados em suas atividades acadêmicas, até mesmo porque os solteiros podem

morar com os pais, não ter gasto com aluguel, sem precisar realizar os afazeres domésticos,

facilitando a realização de um curso em nível superior.

Em relação à atividade ocupacional 38,1% dos acadêmicos de enfermagem são

estudantes, 38,1% trabalham como técnicos de enfermagem, 4,76% auxiliar de

polissonografia, 4,76% auxiliar de enfermagem, 4,76% estagiário, 4,76% na profissão de

fisioterapia e 4,76% como recepcionista.

No curso de fisioterapia 75% dos acadêmicos são estudantes e 25% trabalham no

cargo de operador industrial.

No curso de psicologia 72% dos acadêmicos são estudantes, 8% trabalham como

autônomo, 4% é estagiário, 4% trabalha como garçom, 4% operador de tele markenting, 4%

Ministro Presbiteriano e 4% não respondeu se possui uma atividade ocupacional e/ou

profissão.

Consta-se que os trabalhadores de enfermagem (técnico e auxiliar de enfermagem) são

os que mais procuram o curso de enfermagem. Até mesmo pelo desejo ou necessidade de

ampliação de seus conhecimentos na área da saúde, bem como a existência de oportunidades,

na busca de novos espaços de trabalho, bem como de uma melhor remuneração. Também há

de se considerar, que 38,1%, são estudantes exclusivamente buscando a formação em nível

superior. Talvez sejam atraídos pelo mercado de trabalho promissor, apesar da remuneração

não ser compatível com outras profissões da área da saúde. A enfermagem esta sendo

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valorizadas cada vez mais, tendo o profissional mais opções de campo de trabalho, tanto em

nível assistencial, gerencial e acadêmico.

No curso de fisioterapia há uma predominância de estudantes. A fisioterapia é

oferecida em turno integral dificultando que trabalhadores possam cursá-la.

Na tabela 2 verifica-se que a renda familiar no curso de enfermagem ficou entre 4 a 7

salários mínimos no curso de fisioterapia 50% em até 2 salários mínimos e na psicologia 32%

de 4 a 7 salários mínimos. Este dado aponta que ao ingressar numa Universidade privada, o

acadêmico deve apresentar uma condição financeira favorável. Observa-se um expressivo

percentual com renda mensal acima de quatro salários mínimos. Também, verifica-se que os

acadêmicos que possuem renda mensal de até dois salários mínimos estão em condições

desfavoráveis, para manter-se no curso, pois esse valor é praticamente o de uma mensalidade

ao iniciar o curso de graduação em enfermagem, fisioterapia e psicologia. Há a

obrigatoriedade de realizar no mínimo de doze créditos, sendo R$24,90 por crédito no curso

de enfermagem e psicologia, correspondente a R$298,80 e R$32,00 para o curso de

fisioterapia, correspondente a R$384,00. Com isso ainda somamos mais gastos com xérox,

vale transporte e alimentação. Contudo, ainda ressalta-se que a cada ano é reajustada

automaticamente a mensalidade e que a partir do 7º período todos os alunos deverão estar em

dia com todas as disciplinas.

A seguir são apresentados os dados que apontam o nível de conhecimento dos

acadêmicos em relação aos fatores de risco para o câncer de mama.

5.2. Fatores de risco para o câncer de mama

Seguem os gráficos e tabelas que caracterizam os fatores de risco para o câncer de

mama, seguidas de suas respectivas análises.

Percebe-se que nem todos os acadêmicos respondem a todos os itens;

conseqüentemente, os percentuais são apresentados a partir do número de sujeitos que

responderam a cada questão.

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Gráfico 4 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus

Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com

relação ao conhecimento do gênero de ocorrência do câncer de mama.

Gráfico 5 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com relação ao conhecimento dos fatores de risco para o câncer de mama.

100% 100%

76%

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA

81%

19%

75%

25%

68%

32%

H/M M H/M M H/M M

ENFERMAGEM PSICOLOGIA FISIOTERAPIA

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Tabela 3 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com relação ao nível de conhecimento dos fatores de risco para o câncer de mama.

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA CURSOS FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA

S

N

SR

S

N

SR

S

N

SR

f % f % f % f % f % f % f % f % f % Consumo de legumes, verduras e frutas 2 9,5 15 71,4 4 19,1 3 75,0 1 25,0 2 8,0 14 56,0 9 36,0

Consumo de alimentos ricos em gordura animal

17 80,9 3 14,3

1 4,8 4 100 14 56,0 4 16,0 7 28,0

Consumo de bebidas alcóolicas 19 90,5 2 9,5 4 100 9 36,0 9 36,0 7 28,0 Tabagismo 18 85,7 2 9,5 1 4,8 4 100 12 48,0 7 28,0 6 24,0 Obesidade 16 76,2 4 19,0 1 4,8 2 50,0 2 50,0 12 48,0 7 28,0 6 24,0 Sedentarismo 16 76,2 4 19,0 1 4,8 1 25,0 3 75,0 11 44,0 8 28,0 6 24,0 Mulheres com história familiar - um parente de primeiro grau

20 95,2 1 4,8 4 100 14 56,0 6 24,0 5 20,0

Mulheres com história familiar de diagnóstico de câncer da mama bilateral ovário

19 90,5 2 9,5 4 100 14 56,0 6 24,0 5 20,0

Mulheres com história familiar de câncer da mama masculino

12 57,1 7 33,4 2 9,5 4 100 8 32,0 10 40,0 7 28,0

Mulheres lesão mamária proliferativa com atipia

15 71,4 3 14,3 3 14,3 3 75,0 1 25,0 10 40,0 5 20,0 10 40,0

Nuliparidade 16 76,2 4 19,0 1 4,8 2 50,0 2 50,0 10 40,0 7 28,0 8 32,0 Menarca precoce 12 57,1 9 42,9 2 50,0 2 50,0 8 32,0 9 36,0 8 32,0 Menopausa tardia 16 76,2 4 19,0 1 4,8 1 25,0 3 75,0 9 36,0 8 32,0 8 32,0 Primeira gestação após 30 anos 16 76,2 4 19,0 1 4,8 3 75,0 1 25,0 6 24,0 10 40,0 9 36,0 Exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos

18 85,7 2 9,5 1 4,8 3 75,0 1 25,0 14 56,0 3 12,0 8 32,0

Terapia de reposição hormonal 16 76,2 4 19,0 1 4,8 4 100 10 40,0 8 32,0 7 28,0 Uso de anticoncepcional oral 15 71,4 6 28,6 3 75,0 1 25,0 7 28,0 10 40,0 8 32,0 Pessoas acima dos 50 anos 18 85,7 2 9,5 1 4,8 4 100 8 32,0 8 32,0 9 36,0 Homens com história de ginecomastia 11 52,3 9 42,9 1 4,8 3 75,0 1 25,0 9 36,0 7 28,0 9 36,0 Legenda: S: SIM N: NÃO SR: SEM RESPOSTA

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Em relação ao gênero da ocorrência do câncer de mama, observa-se no gráfico 4, que

81% dos acadêmicos de enfermagem responderam que o câncer de mama tanto acomete ao

homem, quanto a mulher, 19% respondem que só afeta a mulher sendo 01 do 3ºP, 01 do 5ºP,

01 do 6ºP e 01 do7ºP.

Os acadêmicos de fisioterapia 75% respondem que o câncer de mama tanto acomete

ao homem, quanto a mulher, 25% respondeu que só afeta a mulher sendo 01 do7ºP.

Os acadêmicos de psicologia 68% respondem que o câncer de mama tanto acomete ao

homem, quanto a mulher, 32% responderam que só afeta a mulher sendo 02 do1º P; 02 do 2º

P; 01 do 5º P; 01 do 6º P e 02 do 8º P.

É no curso de psicologia com 32% dos acadêmicos que não sabem que o câncer de

mama também pode ocorrer nos homens.

Observa-se que os acadêmicos de enfermagem do 3º e do 5º período não apresentam

conhecimento sobre este assunto, mesmo sendo abordado no 5º e 6º período.

O câncer de mama ocorre tanto em mulheres, quanto em homens na proporção de

100/1, ou seja, em 100 casos de câncer de mama feminino para 01 caso de câncer de mama

masculino (SAVI; HAAS, 2002).

A etiologia do câncer de mama masculino, ainda é desconhecida, apesar de alguns

fatores etiológicos estarem relacionados com o aumento do risco. Dentre eles:

estrogenoterapia, trauma mamário, história familiar, exposição a radiações ionizantes,

síndrome de Klinefelter, esquistossomose mansônica, atividade laboral em ambientes com

altas temperaturas e com manuseio de resinas, óleos e solventes (ARAÚJO, et al 2003).

No gráfico 5, pode-se observar que 100% dos acadêmicos de enfermagem e

fisioterapia afirmam terem ouvido falar sobre os fatores de risco do câncer de mama e, 76%

de psicologia.

Importante ressaltar que são considerados fatores de risco:

A história familiar, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou

irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. O câncer de mama de caráter familiar

corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama, devido ao

comprometimento genético do gen BRCA 1 e 2 (LOURENCO, 2006).

A idade e segundo Strauss (2006), se constitui num outro importante fator de risco,

havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade devido ao envelhecimento

celular, à medida que as células vivem mais, se dividem mais e têm mais chances de sofrerem

mutações.

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O tempo de exposição ao estrogênio (BRASIL, 2003), a menarca precoce (idade da

primeira menstruação), a menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade), a ocorrência

da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem

também fatores de risco para o câncer de mama (BRASIL, 2004).

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do

risco para o câncer de mama. Os estudos apontam para certos subgrupos de mulheres como as

que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da

medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da

primeira gravidez (idem, 2004).

O consumo regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada

como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes

em idade inferior a 35 anos (idem, 2004).

Na tabela 3, os acadêmicos respondem que os fatores de risco para o câncer de

mama são:

A. Fator de risco: consumo de alimentos ricos em gordura animal

Observa-se que 80,9% dos acadêmicos de enfermagem respondem que o consumo de

alimentos ricos em gordura animal é fator de risco. Apesar de 14,3% dos acadêmicos

respectivamente do 5º e 8º períodos terem respondido que o consumo de alimentos ricos em

gordura animal não são fatores de risco e 4,8% não respondem a questão.

100% dos acadêmicos de fisioterapia responderam que o consumo de alimentos ricos

em gordura animal é fator de risco.

56% dos acadêmicos de psicologia respondem que o consumo de alimentos ricos em

gordura animal é fator de risco, 16% consideraram esse dado não sendo fator de risco e 28%

dos acadêmicos não respondem à questão.

Alguns estudos mostram a relação entre fatores específicos da alimentação e o câncer

de mama. Uma alimentação com alto teor de gordura aumenta a quantidade de estrógenos.

Este hormônio é considerado essencial no organismo, porém, em nível elevado aumenta o

risco do surgimento do câncer de mama. Quando as mulheres iniciam uma alimentação com

baixo teor de gorduras, seus níveis de estrógeno caem significativamente em curto espaço de

tempo. Evitar laticínios também reduz os riscos de câncer de mama (BARNARD, 1999).

Quando comparamos países asiáticos com países ocidentais, verificamos que, o índice

de câncer de mama é maior nos países ocidentais, devido à alimentação rica em gordura,

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particularmente em gordura animal. Quanto maior o consumo de gordura, maior a chance em

desenvolver câncer de mama.

Os orientais fazem ingesta de alimentos à base de soja, como o leite que segundo

estudos científicos, a soja auxilia na regulação hormonal feminina, pois são encontradas

substâncias chamadas de fitoestrogênios, e que possuem um efeito similar aos dos

estrogênios. O papel preventivo contra o câncer de mama, observado nas populações que

fazem uso habitual da soja, tem como possível explicação o seu elevado teor de isoflavona.

Essa substância revela comportamento semelhante ao do medicamento ‘tamoxifen’, utilizado

no tratamento desta neoplasia (GARÓFOLO, et al 2004).

B. Fator de risco: consumo de bebidas alcoólicas

90,5% dos acadêmicos de enfermagem apontam como fator de risco o consumo de

bebidas alcoólicas, somente dois acadêmicos, 01 do 3ºP e 01 do 8ºP.

100% dos acadêmicos de fisioterapia respondem que a bebida alcoólica é um fator de

risco, demonstrando conhecimento sobre o assunto.

Os acadêmicos de psicologia que apresentam um menor percentual de acerto, pois

36% afirmam que a bebida alcoólica é um fator de risco, 36% que não é fator de risco e 28%

não responderam a questão.

Sabe-se que o consumo de bebida alcoólica em excesso está associado a um discreto

aumento no desenvolvimento do câncer de mama. A associação do câncer com a bebida

alcoólica é proporcional ao que se ingere, ou seja, quanto mais se bebe maior o risco de ter

este câncer. Tomar menos de uma dose por dia (um cálice de vinho, uma garrafa pequena de

cerveja ou uma dose de uísque são exemplos de uma dose de bebida alcoólica). Se beber,

portanto, tomar menos que uma dose por dia (ZELMANOWICZ, 2006).

Porém, alguns pesquisadores contestam a bebida como fator de risco, apesar das

pesquisas indicando que o etanol pode provocar alterações nas células mamárias,

transformando-as em tumores malignos (idem, 2006).

C. Fator de risco: tabagismo

Observa-se que 85,7% dos acadêmicos de enfermagem apontam como fator de risco o

tabagismo, 9,5% afirmam que não é fator de risco, dos quais 01 do 3ºP e 01 do 8ºP e 4,8%

não respondem.

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Para 48% dos acadêmicos de psicologia é fator de risco, mas 28% não consideram

fator de risco e 24% não respondem a questão.

Os acadêmicos de enfermagem do terceiro e sexto período e acadêmicos de psicologia

do primeiro, segundo, terceiro, sexto, oitavo e nono período não possuem conhecimento

referente ao tabagismo como fator de risco.

100% dos acadêmicos de fisioterapia respondem que tabagismo é um fator de risco,

demonstrando conhecimento sobre o assunto.

Interessante observar que, na metade do século XX, com o surgimento da

industrialização dos cigarros e o investimento em propagandas, houve um aumento

significativo no consumo, pois fumar era considerado sinônimo de charme, poder, virilidade,

entre outros atributos, tornando o cigarro um objeto de desejo de muitas pessoas. Há 6.700

compostos encontrados no tabaco dos quais 4.720 são substâncias bem identificadas

quimicamente, entre as quais algumas farmacologicamente ativas, antigênicas, citotóxicas,

mutagênicas e carcinogênicas (HORTENSE, et al 2008). Portanto o tabagismo é um fator de

risco principalmente para vários tipos de câncer, bem como de doenças pulmonares e

cardiovasculares.

D. Fator de risco: obesidade

Fica evidenciado que os acadêmicos de enfermagem, fisioterapia e psicologia

relacionam a obesidade como fator de risco para câncer de mama, com 76,2% dos acadêmicos

de enfermagem, 50% de fisioterapia e 48% de psicologia.

Apesar de 19% da enfermagem (02 do 3ºP, 01 do 6ºP e 01 do 8ºP) afirmar que a

obesidade não seja um fator de risco para o câncer de mama. Na fisioterapia 50% (01 do 3ºP

e 01 do 5º P) e 28% da psicologia, sendo 01 do 1ºP, 01 do 3ºP, 01 do 4ºP, 02 do 6ºP e 01 do

8ºP, também respondem negativamente.

No curso de psicologia há o maior percentual sem resposta, com 24%, dos quais 02 do

1ºP, 01 do 2ºP, 01 do 3ºP, 01 do 6ºP e 02 do 8ºP.

O risco de aparecimento de câncer de mama aumenta em pessoas obesas porque a

gordura secreta estrógenos. Os estrógenos que são convertidos em estrona, através da

androstenediona também podem ser convertidos em estradiol no próprio tecido adiposo por

atividade 17b-hidróxi-esteróide-desidrogenase (KOPELMAN, et al apud LORDELO, 2006).

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O tecido adiposo é um grande reservatório de esteróides, pois a aromatização reação

enzimática responsável pela conversão de andrógenos a estrógenos, que ocorre tanto em

homens quanto nas mulheres (LORDELO, et al 2006).

A obesidade que antes era considerada como um fator epidemiológico apenas em

países desenvolvidos, hoje com um aumento excessivo de peso em diversas faixas etárias, no

Brasil é considerado um problema de saúde pública (OLIVEIRA, et al 2000).

E. Fator de risco: sedentarismo

Evidencia-se que 76,2% dos acadêmicos de enfermagem respondem que o

sedentarismo é fator de risco. Apesar de 19% dos acadêmicos respectivamente do 3ºP (01),

5ºP (01), 6ºP (01) e 8ºP (01) períodos terem respondido que o sedentarismo não é fator de

risco e 4,8% do 5ºP não respondem a questão.

75% dos acadêmicos de fisioterapia não consideram como fator de risco, dos quais 3º

P (01) e 5º P(02).

Para 44% dos acadêmicos de psicologia respondem que o sedentarismo é fator de

risco, 28% (1ºP: 02; 3ºP: 01; 4ºP: 01; 6ºP: 02; 8ºP: 01 e 9ºP: 01) consideram esse dado não

sendo um fator de risco e 24% (1ºP: 02; 2ºP: 01; 3ºP: 01; 6ºP: 01 e 8ºP: 01) não respondem à

questão.

Dos acadêmicos que respondem que o sedentarismo não é fator de risco, 19% da

enfermagem, 75% da fisioterapia e 28% da psicologia, pode-se inferir com este dado

supondo, que os mesmos não acreditam nos benefícios que a prática de exercícios físicos

proporciona a saúde e não observam que, o sedentarismo está diretamente relacionado com a

possibilidade de aumento de peso, conseqüentemente, o risco de aparecimento de câncer de

mama aumenta em pessoas obesas, porque a gordura secreta estrógenos, como já foi abordado

no item obesidade.

Com um padrão de vida agitado, turbulento, compromissos com o trabalho, casa,

faculdade, filhos, acaba sobrando pouco tempo para as pessoas inserirem uma atividade física,

até mesmo uma simples caminhada no seu cotidiano. Com novas tecnologias surgindo para

facilitar e ajudar na comodidade do dia-a-dia, o surgimento do sedentarismo esta cada vez

mais presente, tornando um excelente fator de risco para muitas doenças, dentre elas o câncer

de mama.

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F. Fator de risco: história familiar de câncer de mama de pelo menos um parente de

primeiro grau, como mãe, irmãs, filha.

Em relação a este fator, 95,2% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e

56% de psicologia consideram que a história familiar de câncer de mama de pelo menos um

parente de primeiro grau, como mãe, irmãs, filha é um fator de risco. Apesar de um

acadêmico de enfermagem do 6º período, seis acadêmicos de psicologia do 1º, 2º, 5º, 6º e 9º

períodos demonstrarem não ter conhecimento.

A predisposição hereditária a tumores de mama é responsável de 5% a 10% dos casos

dessa neoplasia. A maioria ocorre devido a mutações em dois genes recentemente

identificados denominados BRCA-1 e BRCA-2. Por este motivo o risco cumulativo dessas

mulheres e de seus familiares para desenvolvimento de carcinomas de mama e de ovário é

muito maior que a população geral (DEL GIGLIO, et al 2000).

O antecedente familiar é muito importante, pois quando existe histórico da doença em

parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) o risco da doença aumenta cerca de duas vezes.

(BRASIL, 2008b).

G. Fator de risco: mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro

grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer da mama bilateral ou câncer de

ovário, em qualquer faixa etária

Verifica-se que 90,5% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 56%

dos acadêmicos de psicologia demonstram conhecimento sobre esse fator de risco. Acredita-

se que este dado aponta a uma aquisição de informação em sala de aula ou mesmo na mídia

(impressa e/ou televisiva), bem como nas campanhas de esclarecimento promovidas pelo

Ministério da Saúde.

Segundo INCA (BRASIL, 2004), mulheres com história familiar de pelo menos um

parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos

50 anos de idade e mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau

(mãe, irmã ou filha), com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em

qualquer faixa etária, tem risco aumentado de desenvolver a doença. As mulheres que já

tiverem câncer de mama têm mais chances de desenvolver câncer no outro seio também.

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H. Fator de risco: mulheres com história familiar de câncer da mama masculino

Observa-se que, 57,1% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 32%

de psicologia afirmam que a história familiar de câncer de mama masculino é um fator de

risco.

Vale ressaltar que 33,4% dos acadêmicos de enfermagem uma porcentagem

significativa respondem não ser um fator de risco não demonstram conhecimento, sendo dois

6ºP, um 7ºP e um 8ºP, sendo que esses períodos já tiveram esse conteúdo em sala de aula, na

disciplina do 5º periodo na saúde da mulher, criança, adolescente e 6º periodo saúde da

mulher, criança, adolescente, adulto e idoso. Os alunos do 3ºP: 01, 4ºP:01 e 5ºP: 01, também,

responderam que não é fator de risco.

Na psicologia são 40%, sendo que no 1ºP: 01; 2ºP: 01; 5ºP: 02; 6ºP: 01; 7ºP: 01; 8ºP:

02 e 9ºP: 02. E, 28% não respondem.

Os estudos apontam que, a história familiar de câncer de mama masculino são fatores

de risco para desenvolver câncer de mama, pois a presença de mutações dos genes (BRCA1,

BRCA2) aumenta o risco da doença e com um número elevado de casos na família (LYNCH,

et al 2003).

Na maioria das mulheres, o aparecimento precoce e a história familiar como

portadores de mutações em BRCA1, são conhecidas como a causa mais freqüente a

predisposição aos cânceres de mama e ovário hereditários (LOURENCO, 2006).

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (BRASIL, 2008c) a falta de informação

e divulgação, no sentido de alertar os homens para o risco de câncer de mama masculino, faz

com que vários pacientes somente tenham acesso ao diagnóstico tardiamente.

I. Fator de risco: mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa

com atipia

Observa-se que 71,4% dos acadêmicos de enfermagem, 75,0% de fisioterapia e 40%

de psicologia têm conhecimento que uma diferenciação celular proliferativa é fator de risco

para o câncer de mama em mulheres, pois a hiperplasia implica uma condição benigna.

Dos 14,3% dos acadêmicos de enfermagem (3ºP: 01; 5ºP: 01 e 7ºP: 01) e 40% (1ºP:

02; 2ºP: 02; 3ºP: 01; 5ºP: 01; 6ºP: 02 e 8ºP: 02) da psicologia não respondem a questão.

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Na mama a hiperplasia atípica pode ser ductal ou lobular, sendo que a ductal é a

proliferação de células semelhantes às células do carcinoma ductal in situ de baixo grau. A

hiperplasia lobular atípica é a proliferação homogênea de células na unidade lobular

comprometendo menos da metade dos ácinos que se apresentam distorcidos ou distendidos. A

hiperplasia atípica é identificada em 12 a 17% das biópsias feitas devido à presença de

microcalcificações. O risco de câncer de mama em pacientes com hiperplasia atípica (lobular

ou ductal) é aproximadamente igual em ambas as mamas (KEMP, et al 2002).

J. Fator de risco: nuliparidade

Constata-se que, 76,2% dos acadêmicos de enfermagem, 50% dos acadêmicos de

fisioterapia e 40% dos acadêmicos de psicologia responderam que nuliparidade é um fator de

risco.

No curso de psicologia 32% dos acadêmicos não respondem e 28% (1ºP: 01; 3ºP: 01;

4ºP: 01; 5ºP: 01; 6ºP: 01; 7ºP: 01 e 9ºP: 01) consideram que não é fator de risco.

Segundo Lima, et al (2001) a nuliparidade ou o atraso na primiparidade são

considerados fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, pois o

desenvolvimento da primeira gestação ajuda no processo de maturação das células da mama,

tornando-as potencialmente mais protegidas em relação à ação de substâncias cancerígenas.

Durante a amamentação é liberado ocitocina, um hormônio que tem função de

promover as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação.

Promovendo o retorno mais rápido do peso pré-gestacional, menor sangramento uterino pós-

parto, além de diminuir o risco de câncer de mama e ovário (REA, 2004).

L. Fator de risco: menarca precoce

Constata-se que 57,1% dos acadêmicos de enfermagem, 50% de fisioterapia e 32% de

psicologia consideram a menarca precoce como fator de risco para o câncer de mama, supõe-

se que os acadêmicos relacionam a menarca precoce com a exposição prolongada aos

hormônios endógenos, pois o corpo passa por um processo de transformação decorrente de

mudanças hormonais que dão forma e características ao indivíduo.

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42,9% dos acadêmicos de enfermagem respondem que a menarca precoce não é

considerada fator de risco, sendo dois acadêmicos do 6º período e um do 8º período. 50% de

fisioterapia e 36% de psicologia, também não consideram como fator de risco.

Observa-se que 32% dos acadêmicos de psicologia não respondem a questão, sendo do

1ºP: 02; 2ºP: 01; 3ºP: 01; 5ºP: 01; 6ºP: 02 e 8ºP: 01.

Na tabela 4, p. 54 14,3% dos acadêmicos de enfermagem e 8% de psicologia

consideram que a menarca precoce é um fator de prevenção do câncer de mama.

A menarca precoce é considerada fator de risco devido à exposição ao estrogênio. As

mulheres que tem menarca precoce e estabelecem rapidamente um ciclo regular tem um risco

de desenvolver câncer de mama, uma vez que os níveis de estrogênio são maiores durante a

fase lútea normal, e o índice de exposição acumulativa ao estrogênio é maior (BERGMANN,

2000).

M. Fator de risco: menopausa tardia (depois dos 50 anos)

76,2% dos acadêmicos de enfermagem respondem que a menopausa é fator de risco,

mas 75% dos acadêmicos de fisioterapia e 32%de psicologia não consideram fator de risco e,

32% do curso de psicologia não respondem a questão.

A menopausa tardia também esta associada ao estrogênio, como a menarca precoce,

quanto mais tarde à mulher entrar na menopausa, mais tempo ela ficara exposta ao estrogênio,

esse hormônio é responsável por estimular as células da glândula mamária a se reproduzir.

19% dos acadêmicos em enfermagem respondem que a menopausa tardia não é fator de risco,

sendo um acadêmico do 8º período, como já mencionado é preocupante um acadêmico em

fase de formação não ter esse conhecimento.

O climatério é o período da vida da mulher em que os hormônios sexuais produzidos

pelos ovários diminuem, ocorrendo a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo.

(CORLETA; KALIL, 2006). O estrogênio não é mais secretado pelos ovários na fase da

menopausa, e sim produzido por meio da conversão periférica de precursores andrógenos, que

circulam numa variedade de tecidos incluindo músculo, tecido adiposo, folículo capilar,

fígado, hipotálamo, entre outros (CIBEIRA; GUARAGNA, 2006).

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N. Fator de risco: primeira gestação após 30 anos

Verifica-se que 76,2% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 24% de

psicologia afirmam que a primeira gestação após 30 anos é fator de risco, apesar de 40% dos

acadêmicos de psicologia, sendo 1ºP: 02 2ºP: 01 3ºP: 01 4ºP: 01 5ºP: 02 7ºP: 01; 8ºP: 01 e

9ºP: 01afirmam que não é fator de risco e 36% não respondem a questão.

Segundo Lima, et al (2001) a ocorrência da primeira gestação em idade reprodutiva

precoce, ajuda na diminuição no número de ciclos ovulatórios, estimuladores da mitose das

células mamárias, ao longo da vida, ou seja, a precocidade da primeira gestação seria

protetora contra as mudanças das células mamárias.

O. Fator de risco: exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos

Observa-se que 85,7% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 56% de

psicologia associam o câncer de mama a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a

35 anos.

Segundo Zelmanowicz, (2006) antigamente as pessoas eram mais expostas a radiação,

pois necessitavam tratar doenças benignas. Atualmente, este procedimento esta restrito ao

tratamento de tumores. Algumas doenças necessitam irradiar a região do toráx, o que aumenta

o risco de desenvolver câncer de mama. As pessoas que trabalham com a radiação também

estão sujeitas a desenvolver algum tipo de câncer, por isso o tempo de serviço dessas pessoas

é menor, se aposentam mais cedo.

P. Fator de risco: terapia de reposição hormonal (hormônios usados para combater os

sintomas da menopausa)

Observa-se que, 76,2% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 40%

de psicologia respondem que a terapia de reposição hormonal é fator de risco. Para 32% dos

acadêmicos de psicologia não é fator de risco e 28% não respondem.

Sabe-se que esta terapêutica de reposição (hormônios usados para combater os

sintomas da menopausa) contém hormônios femininos estrogênios e progesterona.

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O estrogênio tem um importante papel no câncer de mama ao induzir o crescimento

das células do tecido mamário, o que aumenta o potencial de alterações genéticas e,

conseqüentemente, o desenvolvimento do câncer (THULER, 2003).

Q. Fator de risco: uso de anticoncepcional oral

Já 71,4% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 28% de psicologia

respondem que o uso de anticoncepcional é um fator de risco, enquanto 28,6% (3ºP-1; 4ºP-1;

5ºP- 1; 6ºP-2; 8ºP- 1) de enfermagem e 40% de psicologia (1ºP-1; 3ºP-1; 4ºP-1; 5ºP-2; 6ºP-2;

7ºP-1; 8ºP-1; 9ºP-1) não consideram como fator de risco.

Ve-se que esses acadêmicos não consideram como fator de risco, devido às

controvérsias de algumas literaturas. Há o risco, mas com os novos contraceptivos, com

baixas doses de estrogênio o risco de desenvolver o câncer de mama é menor. Como os

fatores são multicausais, o uso de anticoncepcional oral , associado a outros fatores de risco

aumentam a chance de ocorrência.

Observa-se que, o anticoncepcional oral é um contraceptivo hormonal surgiu nos anos

60, que caracterizou a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual das mulheres.

(BRASIL, 2008d). Quando lançado no mercado, o novo contraceptivo foi aceito quase que

prontamente, com exceção da Igreja Católica que até hoje não aceita os métodos

anticoncepcionais. A aceitação desses medicamentos está associada a uma proposta libertária

da época que dissociou o sexo da maternidade (BRASIL, 2008e).

R. Fator de risco: pessoas acima dos 50 anos

Entre 85,7% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 32% de

psicologia consideram que as pessoas acima de 50 anos possuem maior risco para desenvolver

câncer de mama. 32% dos acadêmicos de psicologia (1ºP-1; 2ºP-1; 3ºP-1; 4ºP-1; 6ºP-1; 7ºP-1;

8ºP-2), respondem que a idade a partir de 50 anos não é fator de risco e 32% não respondem a

questão.

A idade como fator de risco devido ao envelhecimento, bem como ao tempo de

exposição aos carcinógenos. Quanto mais se avança na idade cronológica, o risco de

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exposição principalmente ambiental aumenta e, como o câncer de mama é multicausal, fatores

associados aumentam a possibilidade do desenvolvimento da doença.

S. Fator de Risco: homens com história de ginecomastia

Observa-se que os acadêmicos de enfermagem têm dúvida em responder esta questão,

pois 52,3% acadêmicos respondem como fator de risco e 42,9% não consideram fator de

risco, até mesmo por que não existe muita divulgação sobre este assunto. Acadêmicos do 1º,

2º, 3º, 4º e 5º período não possuem conhecimento sobre o tema, pois o assunto faz parte do

cronograma do 6º período. Enquanto que os acadêmicos do 7º e 8º período deveriam ter esse

conhecimento.

75% dos acadêmicos de fisioterapia consideram homens com história de ginecomastia

como fator de risco para o câncer masculino e 36% para os de psicologia. 4,8% da

enfermagem, 25% da fisioterapia e 36% da psicologia não respondem a esta questão.

Na adolescência e na 3ª idade a ginecomastia pode assumir caráter transitório. Em boa

parte dos casos é induzida pelo uso de drogas como: anabolizantes, estrogênios, digitálicos,

isoniazida, espironolactona, reserpina e metildopa ou está vinculada a doenças orgânicas

como lesões testiculares e hepáticas, carcinoma adrenocortical, adenoma de hipófise ou

hipertireoidismo (BIAZÚS, et al 2001).

A seguir são apresentados os dados que apontam o nível de conhecimento dos

acadêmicos em relação aos fatores de prevenção para o câncer de mama.

5.3. Fatores de prevenção para o câncer de mama

Apresenta-se, em seguida, a tabela 4 que caracteriza os fatores de prevenção para o

câncer de mama, seguidas de suas respectivas análises.

Nem todos os acadêmicos respondem a todos os itens; conseqüentemente os

percentuais são apresentados a partir do número de sujeitos que respondem a cada questão.

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Tabela 4- PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA Tabela 4 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, no 1º semestre

de 2008, com relação ao conhecimento dos fatores de prevenção para o câncer de mama.

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA CURSOS FATORES DE PREVENÇÃO CÂNCER DE MAMA

S

N

SR

S

N

SR

S

N

SR

f % f % f % f % f % f % f % f % f % Consumo de legumes, verduras e frutas 19 90,5 2 9,5 4 100 17 68,0 4 16,0 4 16,0 Realização de exercícios físicos 20 95,2 1 4,8 4 100 16 64,0 5 20,0 4 16,0 Amamentação 18 85,7 2 9,5 1 4,8 4 100 15 60,0 4 16,0 6 24,0 Manutenção do peso corporal 18 85,7 3 14,3 4 100 14 56,0 6 24,0 5 20,0 Uso de anticoncepcional 2 9,5 17 80,9 2 9,5 4 100 3 12,0 16 64,0 6 24,0 Menarca precoce 3 14,3 16 76,2 2 9,5 4 100 2 8,0 16 64,0 7 28,0 Menopausa tardia 3 14,3 16 76,2 2 9,5 4 100 1 4,0 17 68,0 7 28,0 Terapia de Reposição Hormonal 5 23,8 13 61,9 3 14,3 1 25,0 3 75,0 4 16,0 14 56,0 7 28,0 Legenda: S: SIM N: NÃO SR: SEM RESPOSTA

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A - Fatores de prevenção: consumo de legumes, verduras e frutas

Observa-se na tabela 4, que 90,5% dos acadêmicos de enfermagem respondeam que

legumes, verduras e frutas são medidas preventivas contra o câncer de mama, apenas 9,5%,

sendo 01 do 6ºP e 01 do 8ºP que não consideram como fator de proteção.

Para 100% dos acadêmicos de fisioterapia são fatores de proteção.

Os acadêmicos de psicologia responderam que são fatores de proteção em 68% e 16%

afirmam que não, sendo 01 do 1ºP, 01 do 2ºP, 01 do 5ºP e 1 do 8ºP. Também, há 16% que não

respondem.

Cabe ressaltar que na tabela 3, 75% dos acadêmicos de fisioterapia do 3º e 5º período

respondem que consumo de legumes, verduras e frutas são fatores de risco para o câncer de

mama. Pode-se inferir que o percentual de 100% como onco-protetor e 75% como fator de

risco, mostra que ou os acadêmicos não entendem a questão, ou consideram o agrotóxico

utilizado na agricultura e que fica impregnado nas cascas os legumes, verduras e frutas sejam

os fatores de risco. É um aspecto interessante para ser um novo objeto de estudo.

No curso de enfermagem nas disciplinas de Nutrição no 2º período, Saúde da Mulher,

Criança, Adolescente do 5º período e Saúde da Mulher, Criança, Adolescente, Adulto e Idoso

do 6º período, tanto no bloco teórico quanto na atividade assistencial também é revisado este

tema e os 9,5% na tabela 3, que respondem como fator de risco do 4º e 6º período também,

nos faz pensar a questão do agrotóxico.

Sabe-se que as frutas, legumes e verduras ricos em vitaminas e fatores que protegem

as células sadias da ação dos agentes cancerígenos, reduzem o risco de ter câncer, tornando-se

fatores de prevenção para o câncer de mama (BRASIL, 2008f).

O consumo de cinco ou mais porções de frutas e vegetais por dia são associados à

redução do risco de câncer, conforme as diretrizes nutricionais para a prevenção do câncer

(ZUGLER, et al 1996). Os flavonóides que são compostos químicos encontrados nos grãos

(cereais integrais e feijões), legumes, verduras e frutas, evidenciam efeitos biológicos

positivos em relação à prevenção do câncer, por seus efeitos anti-mutagênicos, antioxidantes,

reguladores dos ciclos celulares, inibindo a proliferação de vários tipos de células cancerosas

e estimulando sua destruição (CHOI, et al 2001).

Segundo Barnard (1999) melhor alimentação para a prevenção do câncer deveria ser a

vegana com teor de gordura muito baixa e repleta de vegetais e frutas saudáveis. O veganismo

é uma filosofia prática motivada por convicções éticas ou um estilo de vida com base nos

Direitos Animais.

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Os veganos não consomem quaisquer produtos de origem animal (alimentares ou não),

nem usam produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma

possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufatura (BRASIL,

2008g).

B - Fatores de prevenção: realização de exercícios físicos regularmente (no mínimo 3

vezes por semana)

Observamos que 95,2% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 64%

de piscologia respondem que exercícios fisicos regularmente é fator de prevenção para o

câncer de mama. 4,8% da enfermagem, 20% da psicologia respondem que não é fator de risco

e 16% da psicologia não responde esta questão.

Interessante correlacionar que na Tabela 3, 19% dos acadêmicos de enfermagem, 75%

de fisioterapia e 28% de psicologia não consideram o sedentarismo como fator de risco para o

câncer de mama.

Segundo Pedroso, et al (2005), as atividades físicas no mínimo 3 vezes na semana,

possibilita um alívio de tensões emocionais, uma tendência em normalizar os níveis de

glicose, gorduras e diversas outras substâncias, a manter os níveis pressóricos mais baixos,

estimula o emagrecimento, o aumento da densidade óssea, aumento a massa muscular,

proporcionando uma prevenção para câncer de mama, bem como para diversas outras

doenças.

Institutos de pesquisas e organizações de combate ao câncer, tais como: a International

Agency for Research on Cancer, a International Unior Against Cancer, o Departament of

Health and Human Services, o World Cancer Reserach Fundation, juntamente com os

serviços de saúde pública de vários países, ressaltam que, para reduzir as taxas de

desenvolvimento de câncer na população em geral, recomenda atividade física, sugerindo de

dois a cinco dias na semana de atividade, com intensidade moderada a vigorosa, no período de

30 minutos à uma hora ou até mais, não esquecendo que as atividades podem tanto ser

exercícios regulares, como atividades esportivas ou atividades diárias tais como trabalhos

domésticos (FRIENDENREICH, apud PEDROSO, et al 2005).

O INCA com parceria da Word Cancer Research Fundation e American Institute for

Cancer Research, na publicação do Resumo ‘Alimentos, Nutrição, Atividade Física e

Prevenção do Câncer: uma perspectiva global’ ressalta que a maioria das populações e

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indivíduos que vivem em ambientes urbanos e industrializados tem níveis de atividades

abaixo dos níveis necessários para a prevenção do câncer (BRASIL, 2007h).

C - Fatores de prevenção: amamentação

Constatamos que 85,7% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia, 60%

de psicologia associam a amamentação com a prevenção do câncer de mama. Para 9,5% de

enfermagem e 16% de psicologia respondem que não é um fator de proteção. Um aluno do 5º

período de enfermagem não responde e de psicologia foram do 1ºP: 01 2ºP: 01; 6ºP: 02 e 8ºP.

Segundo Rea (2004) os benefícios que a amamentação oferece à saúde da mulher são

muito importantes, além do menor risco de câncer de mama e ovário, oferece também menor

índice de fraturas de quadril por osteoporose e contribuição para o maior espaçamento entre

gestações.

A deficiência de ocitocina que é liberado durante a lactação favorece o estresse, a

obesidade e comportamentos psicóticos, diminui as funções cognitivas e eleva o risco de

câncer de mama.

D - Fatores de prevenção: manutenção do peso ideal, evitando obesidade e sobre peso,

dentro do IMC (Índice de Massa Corpórea: peso/altura)

85,7% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 56% de psicologia

respondem que a manutenção do peso ideal é essencial para a prevenção do câncer de mama.

Enquanto 14,3% dos acadêmicos de enfermagem, sendo um do 3º, um do 6º e um 8º período e

24% de psicologia, sendo dois do 1ºP, um do 3ºP, um do 4ºP, um do 6ºP e um do 8ºP,

respondem que a manutenção do peso ideal não é uma medida de prevenção do câncer de

mama. Sobretudo um aluno de 8º período de enfermagem deve saber diferenciar prevenção

dos fatores de risco.

Na tabela 3, ao discutir-se os fatores de risco para o câncer de mama: obesidade e

sedentarismo verifica-se que, o excesso de peso (ou de massa gorda) gera alterações de

mecanismos fisiológicos como a formação de radicais livres e danos oxidativos, redução da

capacidade de reparo do DNA, modificação das atividades de enzimas carcinógenas, aumento

do refluxo gástrico e do trânsito gastrintestinal, resultando numa maior exposição da mucosa a

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ácidos, aumentando a possibilidade de desenvolvimento de resistência à insulina e alterações

no equilíbrio hormonal endógeno (PRADO, apud PEDROSO, et al 2000).

Sabe-se que a insulina atua na regulação dos receptores de GH (hormônio de

crescimento), dos IGFs (fator de crescimento semelhante à insulina) e suas de proteínas de

ligação (IGFBPs), os quais são reguladores centrais do processo de anabolismo e apoptose das

células, e hormônios sexuais (SAVAGE, apud PEDROSO, et al 2003). Com o aumento da

insulina eleva o nível de IGF livre circulante e diminui tanto o nível de GH, quanto os níveis

de receptores de hormônios sexuais (FRIEDENREICH, et al 2005).

Portanto, de acordo com Friedenreich (2005), após a menopausa, com a elevada

concentração de gordura e de insulina os riscos para câncer de mama e também de endométrio

aumentam, devido ao maior tempo expostas ao estrógeno produzido pelos estoques de

gordura.

A manutenção de um peso saudável ao longo da vida, refere o INCA, pode ser uma

das formas mais importantes de se proteger contra o câncer, além de também proteger contra

diversas outras doenças crônicas comuns ( BRASIL, 2007h).

Fator: uso de anticoncepcional oral

O uso de anticoncepcional oral não é um fator de prevenção do câncer de mama e

percebe-se que, 80,9% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 64% de

psicologia demonstram conhecimento. Mas, 24% (1ºP-1; 2ºP-1; 4ºP-1; 6ºP-2; 8ºP-1), do curso

de psicologia não respondem à questão. Percebe-se que o percentual demonstrando o nível de

conhecimento é favorável.

Realizando um paralelo com a tabela 3, em que 71,4% dos acadêmicos de

enfermagem, 75% da fisioterapia e 28% de psicologia, consideram o anticoncepcional como

fator de risco e segundo o INCA (BRASIL, 2006), os fatores hormonais podem estar

associados ao aumento de risco do câncer de mama. A utilização tanto de anticoncepcionais

orais, como da terapia de reposição hormonal devem ser bem avaliada. No entanto, 9,5% dos

acadêmicos respondem que o uso do anticoncepcional é uma forma de prevenção, sendo do 4º

e 6º período, supomos que este resultado é devido às controvérsias sobre o uso de

anticoncepcional e o câncer de mama.

Segundo INCA (BRASIL, 2004):

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60

Que ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com

o aumento do risco para certos subgrupos de mulheres como as que

utilizaram dosagens elevadas de estrogênio, ou que ingeriram a medicação

por longo período, ainda as que iniciaram a tomada de anticoncepcional em

idade precoce, antes da primeira gravidez.

Com o propósito de evitar uma concepção indesejada e de tratar problemas e doenças,

o anticoncepcional oral tem seus benefícios, tais como: oferece menor incidência de DIP

(Doença Inflamatória Pélvica), salpingite, câncer de endométrio e de ovário, gestações

ectópicas, doenças benignas de mama, cistos ovarianos, miomas, endometriose, artrite

reumatóide, maior regularidade menstrual com menor fluxo, menos dismenorréia e anemia e

maior proteção contra aterosclerose (KUNDE, et al 2001).

Fator: ter menopausa tardia (depois dos 50 anos)

Ter menopausa tardia não é um fator de prevenção do câncer de mama e 76,2% dos

acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 68% de psicologia demonstram

conhecimento. 14,3% dos acadêmicos de enfermagem respondem que é um fator de proteção

e 28% da psicologia não respondem à questão. Ressaltamos que, menopausa tardia bem como

a menarca precoce é considerada fatores de risco devido à exposição prolongada ao

estrogênio.

O aumento do risco de câncer de mama esta associado com o tratamento para

menopausa que é à base de estrogênio. O tratamento também com progesterona eleva esse

risco, sendo que com a suspensão das duas drogas a uma diminuição do risco em desenvolver

o câncer de mama (HALBE, et al 2002).

Segundo Halbe, et al (2002), calcula-se em 120% o risco em câncer endometrial para

cada cinco anos de uso de reposição estrogênica e com diminuição da dosagem destes

progestógenos a cada quatro meses, além de diminuir o risco do câncer endometrial, reduzem

o risco do câncer da mama.

Fator: realização de terapia de reposição hormonal (hormônios usados para combater os

sintomas da menopausa)

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A realização de terapia de reposição hormonal não é um fator de prevenção do câncer

de mama e 61,9% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 56% de psicologia

demonstram conhecimento, apesar de 23,8% da enfermagem (1ºP - 2; 2ºP- 2; 6ºP) e 16% da

psicologia acreditar ser fator de proteção. Observa-se também que 28% da psicologia (1ºP-1;

2ºP-2; 4ºP-1; 6ºP-2; 8ºP-1) não respondem à questão.

Segundo Freitas, et al (2001) o uso de reposição hormonal para menopausa pode estar

associado com um aumento de risco significativo para o câncer de mama. Deve-se avaliar o

real benefício, necessitando de acompanhamento clínico e radiológico em pacientes de risco

para o câncer de mama, pois o estrogênio não induz o aparecimento do tumor, mas pode

propiciar a sua proliferação.

A seguir são apresentados os dados que apontam o nível de conhecimento dos

acadêmicos em relação às formas de detecção precoce para o câncer de mama.

5.4 Formas de detecção precoce do câncer de mama

Seguem os gráficos e tabelas que caracterizam as formas de detecção precoce do

câncer de mama, seguidas de suas respectivas análises.

Nem todos os acadêmicos respondem a todos os itens; conseqüentemente os

percentuais são apresentados a partir do número de sujeitos que respondem a cada questão.

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Gráfico 6 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com relação ao acesso a informação dos fatores detecção precoce do câncer de mama.

100% 100%

84%

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA

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TABELA 5 – DETECÇÃO PRECOCE PARA CANCER DE MAMA Tabela 5 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, no 1º semestre

de 2008, com relação ao conhecimento das formas de detecção precoce do câncer de mama.

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA CURSOS FORMAS DE DETECÇÃO PRECOCE DE CÂNCER DE MAMA

S

N

SR

S

N

SR

S

N

SR

f % f % f % f % f % f % f % f % f %

Controle de lesões proliferativas benignas da mama

18 85,7 1 4,8 2 9,5 3 75,0 1 25,0 16 64,0 4 16,0 5 20,0

Estudo genético para identificação BRCA1 e BRCA2

16 76,2 2 9,5 3 14,3 4 100 7 28,0 6 24,0 12 48,0

Auto- exame de mama mensalmente 21 100 4 100 9 76,0 2 8,0 4 16,0 Exame clínico das mamas em todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade, com periodicidade anual, nos Serviços de Saúde

19 90,5 2 9,5 4 100 16 64,0 4 16,0 5 20,0

Mamografia nas mulheres com idade entre 50 e 69 anos de idade, com intervalo máximo de 2 anos entre os exames

13 61,9 8 38,1 2 50,0 2 50,0 14 56,0 6 24,0 5 20,0

Exame clínico das mamas e mamografia anual nas mulheres, a partir de 35 anos de idade, pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer da mama

17 81,0 4 19,0 4 100 17 68,0 4 16,0 4 6,0

Exame de ultra-sonografia (USG) em mulheres, com menos de 35 anos para avaliação das lesões palpáveis

15 71,4 4 19,0 2 9,5 3 75,0 1 25,0 13 52,0 5 20,0 7 8,0

Legenda: S: SIM N: NÃO SR: SEM RESPOSTA

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No Gráfico 6, em relação à detecção precoce do câncer de mama, 100% dos

acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 84% de psicologia afirmam terem ouvido

falar sobre formas de detecção. Apesar de alguns períodos ainda não terem estudado esse

conteúdo todos acadêmicos afirmam ter conhecimento sobre a detecção precoce do câncer de

mama. Observa-se que, 16% do curso de psicologia não ouvem falar sobre formas de

detecção, sendo 1ºP: 01, 3ºP: 01 e 6ºP: 02.

A detecção precoce é a principal estratégia para controle do câncer de mama. O

Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama - Viva Mulher com

o intuito de detectar lesões malignas da mama, preconiza através das recomendações do

Consenso para Controle do Câncer de Mama, a realização do exame clínico das mamas para

mulheres de todas as faixas etárias, como parte do atendimento integral à mulher (BRASIL,

2004).

A partir dos 35 anos, exame clínico das mamas e mamografia anual, para as mulheres

que pertencem a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama.

Considerando as mulheres de risco elevado: um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã

ou filha) com câncer de mama antes dos 50 anos; um ou mais parentes de primeiro grau com

câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; história familiar de câncer de mama masculina;

lesão mamária proliferativa com atipia comprovada em biópsia (idem, 2004).

Para as mulheres acima de 40 anos de idade, o exame deve ser realizado anualmente e

para aquelas com a faixa etária entre 50 a 69 anos é recomendada a realização de uma

mamografia a cada dois anos, garantindo o acesso aos demais procedimentos de investigação

diagnóstica e de tratamento quando necessário (idem, 2004).

A seguir, apresentam-se as formas de detecção precoce apontadas pelos acadêmicos

pesquisados.

A - Forma de detecção precoce de câncer de mama: controle de lesões proliferativas

benignas da mama (hiperplasias)

Verifica-se que, 85,7% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 64% de

psicologia afirmam que, o controle das lesões proliferativas benignas da mama é considerado

detecção precoce do câncer de mama. 4,8% que equivale a um acadêmico do 8º período não

consideram esse dado como forma de detecção, isso causa preocupação, pois como já

mencionado em outras questões um acadêmico de 8º período esta em fase de formação, e que

deve possuir esse conhecimento.

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Atualmente a detecção precoce facilita a terapêutica das lesões prémalignas, na qual

vem assumindo uma grande importância após a introdução dos programas de triagem

mamográfica, que passaram a detectar aumento expressivo de casos de hiperplasia ductal

atípica. Através dos programas de rastreamento por base a momografia, as estimativas

prognósticas e as decisões terapêuticas dependem do diagnóstico histopatológico,

classificação e graduação das lesões (SALLES, et al 2005).

B - Forma de detecção precoce de câncer de mama: estudo genético para identificação do

BRCA1 e BRCA2

Verifica-se que 76,2% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 28% de

psicologia admitem que a identificação do BRCA1 E BRCA2 são considerados um fator de

detecção precoce para câncer de mama. 9,5% dos acadêmicos de enfermagem mencionam que

esse estudo genético do BRCA1 e BRCA2 não é uma forma de detecção precoce, sendo um

acadêmico do 5º e um do 8º período, no entanto os acadêmicos apredem esse conteúdo do 6º

período, isso justifica o acadêmico do 5º período não saber, mas não justifica um acadêmico

do 8º período não saber. 48% do curso de psicologia (1ºP-1; 2ºP-2; 3ºP-1; 4ºP-1; 5ºP-2; 6ºP-3;

8ºP-1; 9ºP-1), não respondem a questão.

De acordo com Kemp, et al (2002), os genes de BRCA1 e BRCA2 operam

classificamente como genes supressores do tumor. Estudos mostram em mulheres que nascem

com mutação em BRCA1, tem um risco aumentado de desenvolver câncer de mama,

apresentando taxas aproximadas de 3% aos 30 anos, 19% aos 40, 50% aos 50, 54% aos 60 e

85% aos 70 anos de idade. Os homens têm um risco aumentado se herdar mutações

germinativas de BRCA2, possui 6% de probabilidade de apresentar câncer de mama ao longo

da vida.

C - Forma de detecção precoce de câncer de mama: realizar auto- exame de mama

mensalmente

100% dos acadêmicos de enfermagem e fisioterapia, bem como 76% de psicologia

consideram a realização do auto-exame das mamas mensalmente como forma de detecção

precoce do câncer de mama. Essa porcentagem nos faz pensar que, o auto-exame das mamas

há muitos anos vem sendo veiculado na mídia (impressa, ou televisiva), como tema de sala de

aula.

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O auto-exame pode ser ensinado individualmente como para grupos, fornecendo

informações para ambos os sexos (SMELTZER & BARE, 2005), visto que incidência de

câncer de mama masculino vem crescendo nos últimos anos (ARAÚJO, et al 2003).

Smeltzer & Bare (2005) refere que para mulheres a efetividade do auto-exame é mais

fácil, pois a realização segue um parâmetro (5 a 7 dias após a menstruação e uma vez ao mês

para as menopausadas) comparado com ao do sexo masculino. Como algumas mulheres

detectam muitos cânceres de mama, através do próprio toque. Elas podem retardar a procura

por cuidados médicos por motivo de medo, fatores econômicos incluídos, falta de educação,

relutância em agir, quando não há dor associada. O INCA não estimula o auto-exame das

mamas como detecção precoce isoladamente, pois o rastreamento não contribui para a

redução da mortalidade por câncer de mama.

D - Forma de detecção precoce de câncer de mama: realizar o exame clínico das mamas

em todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade, com periodicidade anual, nos Serviços

de Saúde.

90,5% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 64% de psicologia

afirmam que o exame clínico das mamas em todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade,

com periodicidade anual, nos Serviços de Saúde é considerado uma forma de detecção

precoce do câncer de mama. Enquanto 9,5% dos acadêmicos de enfermagem, sendo dois do

8º período e 16% de psicologia (2ºP-2; 5ºP-1; 6ºP-1) respondem que não é considerado

detecção precoce, bem como 20% do curso de psicologia não respondem a questão.

Estimular profissionais de saúde a incorporarem em sua prática cotidiana, o exame

clínico das mamas, procedimento que é ainda compreendido como parte do atendimento

integral à saúde da mulher, devendo ser realizado em todas as consultas clínicas, mediante a

estruturação e expansão de uma rede de serviços, fortalecendo as estratégias que devem ser

utilizadas para a implementação do SUS (BRASIL, 2008h).

E - Forma de detecção precoce de câncer de mama: realizar mamografia nas mulheres

com idade entre 50 e 69 anos de idade, com intervalo máximo de 2 anos entre os exames

Dos acadêmicos pesquisados, 61,9% de enfermagem, 50% de fisioterapia e 56% de

psicologia respondem que a mamografia é considerada uma forma de detecção precoce do

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câncer de mama. 38,1% dos acadêmicos de enfermagem não possuem esse conhecimento

sendo 1ºP-2; 2ºP-2; 4ºP-1; 5ºP-1; 6ºP-1; 8ºP-1. 24% da psicologia também não consideram e

20% não respondem.

Através do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama -

Viva Mulher, o INCA em ação conjunta com o Ministério da Saúde preconiza o rastreamento

por mamografia no intervalo de dois anos para a faixa etária de 50 a 69 anos. Para demonstrar

lesões impalpáveis e muitas vezes pré-invasoras, a mamografia é realizada para o

rastreamento em mulheres assintomáticas, a partir dos 50 anos, proporcionando uma redução

acima de 30% na mortalidade por câncer de mama, com uma sensibilidade próxima a 90%,

por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros) (BRASIL,

2008i).

F - Forma de detecção precoce de câncer de mama: realizar exame clínico das mamas e

mamografia anual nas mulheres, a partir de 35 anos de idade, pertencentes a grupo

populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama.

Neste ítem 81% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 68% de

psicologia identificam esse como forma de detecção precoce do câncer de mama, pois isso

implica que mulheres que pertencem a a grupos com risco elevado de desenvolver câncer de

mama devem iniciar a detecção e a prevenção a partir dos 35 anos de idade e não aos 40 anos

para o exame clínico das mamas e aos 50 anos para realizar a mamografia como preconiza o

Ministério da Saúde. 19% dos acadêmicos de enfermagem e 16% de psicologia não

consideram como detecção precoce.

Para a detecção precoce do câncer de mama, a forma mais eficaz é a realização do

exame clínico da mama e a mamografia, que para a sua efetividade é utilizado o exame

clínico como exame adicional (BRASIL, 2008j). Para a mamografia atingir uma sensibilidade

de 46% a 88% ela depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade do

tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos

recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista (BRASIL, 2006a).

Devido à alta freqüência do câncer de mama e pelos seus efeitos psicológicos que

afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal, é relativamente raro antes dos

35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e

progressivamente (BRASIL, 2008j).

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G - Forma de detecção precoce de câncer de mama: realizar exame de ultra-sonografia

(USG) em mulheres, com menos de 35 anos para avaliação das lesões palpáveis

71,4% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 52% de psicologia

respondem que é uma forma de detecção precoce do câncer de mama.

Segundo Paulinelli; Moreira (2003) esse método é utilizado para diferenciação entre

nódulos sólidos e císticos. A ultrassonografia identifica lesões palpáveis em mamas densas, de

jovens e de grávidas. A realização desse exame é feita em mulheres com menos de 35 anos,

visto que é raro o aparecimento nesta idade, pois acima desta faixa etária o tumor cresce

rapidamente e progressivamente, sendo de fácil diagnóstico. 19% dos acadêmicos de

enfermagem respondem que esse dado não é considerado detecção precoce do câncer de

mama, sendo acadêmicos do 4º, 5º e 8º período, acredita-se que talvez seja por esse dado não

ser tão divulgado quanto outro dados.

A seguir são apresentados os dados que apontam as informações sobre a saúde pessoal

dos acadêmicos estudados.

5.5 Formas de detecção precoce do câncer de mama

Seguem os gráficos e tabelas que caracterizam as informações sobre a saúde pessoal

dos acadêmicos estudados, seguidas de suas respectivas análises.

Nem todos os acadêmicos respondem a todos os itens; conseqüentemente os

percentuais são apresentados a partir do número de sujeitos que respondem a cada questão.

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Gráfico 7 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com relação à realização do auto-exame de mama.

Gráfico 8 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus

Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com relação ao acesso à informação sobre a prevenção do câncer de mama.

90,50%

9,50%

100%76%

12% 12%

acesso as informações

não têm acesso acesso asinformações

acesso asinformações

não têm acesso sem resposta

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA

71,40%

28,60%

50% 50% 52%44%

4%

Realizam Não

RealizamRealizam Não

RealizamRealizam Não

Realizam Não Responderam

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA

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Gráfico 9 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, do Estado de Santa Catarina, no 1º semestre de 2008, com relação ao acesso à informação sobre a detecção precoce do câncer de mama.

81%

19%

50% 50%

72%

12% 16%

Têm acesso

Não responderam

Têm acesso

Nãoresponderam

Têm acesso

Não têm acesso

Nãoresponderam

FISIOTERAPIA ENFERMAGEM PSICOLOGIA

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TABELA 6- INFORMAÇOES Tabela 6 - Distribuição dos Acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu, no Estado de Santa Catarina, no 1º semestre

de 2008, com relação aos meios de comunicação o acadêmico teve acesso às informações sobre prevenção e detecção do câncer de mama.

ENFERMAGEM FISIOTERAPIA PSICOLOGIA Curso

Meios de Acesso a informação

S

N

SR

S

N

SR

S

N

SR

f % f % f % f % f % f % f % f % f %

TV 18 85,7 1 4,8 2 9,5 4 100 24 96,0 1 4

Rádio 6 28,5 6 28,5 9 43,0 2 50,0 2 50,0 5 20,0 11 44,0 9 36,0 Sites da internet 19 90,4 1 4,8 1 4,8 4 100 16 64,0 3 12,0 6 24,0 Jornais 13 62,0 2 9,5 6 28,5 3 75,0 1 25,0 8 32,0 8 32,0 9 36,0 Revistas 19 90,4 1 4,8 1 4,8 4 100 19 76,0 4 16,0 2 8,0 Revistas técnicas 12 57,1 4 19,1 5 23,8 2 50,0 2 50,0 6 24,0 8 32,0 11 44,0 Cartazes nos murais 8 38,0 4 19,0 9 43,0 2 50,0 2 50,0 6 24,0 14 56,0 5 20,0 Panfletos 6 28,5 7 33,4 8 38,1 1 25,0 2 50,0 1 25,0 3 12,0 16 64,0 6 24,0 No portal (site) da Universidade 1 4,7 11 52,3 9 43,00 1 25,0 2 50,0 1 25,0 1 4,0 17 68,0 7 28,0 Palestras/conferências 4 19,0 10 47,6 7 33,4 1 25,0 2 50,0 1 25,0 19 76,0 6 24,0 Publicações da Universidade 3 14,3 10 47,6 8 38,1 1 25,0 2 50,0 1 25,0 1 4,0 18 72,0 6 24,0 Em sala de aula 16 76,2 3 14,3 2 9,5 3 75,0 1 25,0 4 16,0 17 68,0 4 16,0 Legenda: S: SIM N: NÃO SR: SEM RESPOSTA

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No gráfico 7, em relação a realização do auto-exame das mamas, 71,4% dos

acadêmicos de enfermagem realizam o auto-exame das mamas e 28,6% não realizam o

auto-exame sendo 4 acadêmicos do sexo masculino. No curso de graduação de enfermagem

comprova que apenas as mulheres fazem o auto-exame das mamas e que mesmo sabendo

que os homens podem ter câncer de mama eles não realizam.

Quanto à informação sobre saúde pessoal em relação à realização do auto-exame

das mamas, 50% dos acadêmicos de fisioterapia realizam o auto-exame das mamas e 50%

dos acadêmicos não realizam o auto-exame sendo esses do sexo masculino.

Quanto à informação sobre saúde pessoal em relação à realização do auto-exame

das mamas, 52% dos acadêmicos de psicologia realizam o auto-exame das mamas, 44%

dos acadêmicos não realizam o auto-exame, sendo 4 acadêmicos do sexo masculino e 7 do

sexo feminino e 4% não responderam.

Em relação à faixa etária que o acadêmico iniciou a realização do auto-exame, no

curso de enfermagem 4,8% na faixa-etária dos 15 anos; 4,8% na faixa-etária dos 17 anos;

33,3% na faixa-etária dos 18 anos; 14,3% na faixa-etária dos 20 anos e 9,5% na faixa-

etária dos 25 anos. Sendo que 33,3% não respondem em relação à idade. Na questão

anterior 71,4% dos acadêmicos realizam o auto-exame das mamas, mas somente 66,6% dos

acadêmicos mencionaram a faixa-etária, sendo que um acadêmico responde fazer o auto

exame das mamas mas não informa a faixa-etária que iniciou.

No curso de fisioterapia, o acadêmico inicia a realização do auto-exame, isto ocorre

em 25% dos casos na faixa-etária de 18 anos, 25% na faixa-etária dos 20 anos. Sendo que

50% não respondem.

No curso de psicologia, 4% na faixa-etária dos 14 anos; 4% na faixa-etária dos 15

anos; 12% na faixa-etária dos 16 anos; 8% na faixa-etária dos 17 anos; 4% na faixa-etária

dos 18 anos; 4% na faixa-etária dos 19 anos; 8% na faixa-etária dos 20 anos; 4% na faixa-

etária dos 22 anos; 4% na faixa-etária dos 30 anos. Sendo que 48% não respondem.

Quanto à periodicidade que realizam o auto-exame, os acadêmicos de enfermagem

respondem: 47,6% 1 vez ao mês; 4,8% a cada 2 meses; 14,3% às vezes, não sei precisar

quando; 4,8% a cada 6 meses e 28,5% não respondem. Os acadêmicos de fisioterapia

respondem: 25% às vezes, não sabem precisar quando, 25% a cada dois meses e 50% não

respondem. Os acadêmicos de psicologia respondem: 20% uma vez ao mês; 8% anualmente;

20% às vezes, não sabem precisar quando; 4% a cada seis meses e 48% não respondem.

Segundo INCA (BRASIL, 2008j), o auto-exame não substitui o exame clínico e outros

exames complementares para a detecção precoce do câncer de mama, mas a importância da

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mulher e do homem estar se conhecendo para perceber mudanças em suas mamas faz parte

das ações educativas. Quanto à periodicidade é realizado mensalmente, após a menstruação,

porque neste período as mamas não apresentam edema e as histerectomizadas devem fazer o

auto-exame sempre no mesmo dia para não ocorrer esquecimento. E, nos homens, um dia fixo

mensalmente deverá realizar o auto-exame das mamas.

Em relação à descrição dos passos do auto-exame das mamas:

Enfermagem: 42,86% dos acadêmicos de enfermagem descrevem como realizam o auto-

exame, sendo que os 4 acadêmicos do gênero masculino, que participam do estudo respondem

que não realizam o auto-exame de mama. 28,6% das acadêmicas não descreveram como

realizam o auto-exame, apesar de terem respondido que realizam o auto-exame das mamas.

As descrições realizadas pelos acadêmicos de enfermagem dos passos do auto-exame de mama constituem:

• Realizo a palpação ao redor de toda a mama e nas axilas;

• Na posição à frente do espelho, com a mão D, você vai apalpando a mama esquerda

em forma de circulo, o braço E fica atrás do pescoço;

• Observar se há alguma alteração, olhando no espelho, levantar o braço e fazer a

palpação no lado do braço elevado, com movimentos circulares, e depois em volta dos

mamilos;

• Examinar as mamas em frente ao espelho, mão direita na cabeça, examinar mama

direita com a mão esquerda e vice-versa. Apertar a mama e palpar com a polpa do

dedo;

• Realizado durante o banho ou após, em posição ereta, colocar o braço atrás da nuca e

com o MMSS contrário utilizar a ponta dos dedos os gânglios cervicais, supra e

infraclaviculares, depois gânglios axilares, região mamária, aureola e mamilo;

• No banho, com o dedo indicador e médio, palpar a no sentido circulante fora para

dentro, indo até o mamilo. Verifico também a região axilar;

• Observo a pele, para detectar alguma alteração, e depois realizo a palpação das mamas

com o braço atrás da cabeça;

• Observação, inspeção estática e dinâmica, palpação;

• Inspeção visual, palpação mamária e linfonodos.

As descrições realizadas pelos acadêmicos dos passos do auto-exame de mama foram:

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Fisioterapia: 25% dos acadêmicos descrevem colocar a mão acima da cabeça e com a outra

tocar a mama; 25% palpação ao redor das mamas, com as pontas dos dedos; 50% dos

acadêmicos não descrevem, sendo 2 acadêmicos do gênero masculino, que participam do

estudo que não realizam o auto-exame de mama.

Psicologia: 44% descrevem como realizam o auto-exame, os acadêmicos que o fazem são

todos do sexo feminino. 56% dos acadêmicos não respondem, sendo que os 4 acadêmicos do

gênero masculino, que participam do estudo respondem que não realizam o auto-exame de

mama, e 8% das acadêmicas não descrevem como realizam o auto-exame, apesar de terem

respondido que realizam o auto-exame das mamas.

A descrição realizada pelos acadêmicos de psicologia dos passos do auto-exame de

mama constitui:

• Deitar com o braço para cima e apalpar a mama para ver se encontra algum nódulo ou

caroço. Repetir ambas as mamas. Pode ser também no banho.

• Após a menstruação levanta o braço, apalpa toda a região das mamas e axilas.

• Em pé, coloco o braço atrás da nuca, com a mão D, apalpo o seio E. De oposto.

• Levantar os braços e apalpar o seio ao redor e o seu mamilo.

• Tento apalpar a mama com diversos movimentos circulares, por exemplo.

• Após a menstruação, com o braço E, na hora do banho.

• Após o período menstrual, apalpo seios em movimentos circulares com os braços

erguidos na frente do espelho ou deitada mesmo.

• Apalpar conforme indicado pela ginecologista.

• Movimentos circulares nas mamas para ver se existe algum nódulo.

• No banho e na ginecologista.

• Toque, nas posições indicadas pelo médico.

Analisando as descrições realizadas pelos acadêmicos, observa-se que todas as descrições

estão incompletas, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (BRASIL, 2008c) são

considerados os seguintes passos na realização do auto-exame das mamas:

1. Em pé, em frente ao espelho: observe o bico dos seios, a superfície e o contorno das

mamas. Levante os braços, observa - se com o movimento aparecem alterações de contorno

e superfície das mamas.

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2. Deitada, a mão esquerda coloca - se atrás da cabeça e com a mão direita apalpa a

mama esquerda. Faça movimentos circulares suaves apalpando levemente com as pontas

dos dedos.

3. Deitada, a mão direita coloca - se atrás da cabeça e com a mão esquerda apalpa a

mama direita. Repita deste lado movimentos circulares apalpando levemente com as pontas

dos dedos.

O gráfico 8, apresenta se os acadêmicos têm acesso à informação sobre a prevenção

do câncer de mama.

Observa-se que um grande número de acadêmicos 90,5% do curso de graduação em

enfermagem, 100% de fisioterapia e 76% de psicologia possuem acesso à informação sobre

prevenção do câncer de mama.

No gráfico 9, podemos observar o percentual de acadêmicos que tem acesso à

informação sobre a detecção precoce do câncer de mama.

81% dos acadêmicos de enfermagem, 50% de fisioterapia e 72% de psicologia

respondem ter acesso à informação sobre a detecção precoce do câncer de mama, pois não se

consegue falar de câncer de mama sem abordar a prevenção e detecção precoce isoladamente.

Embora tenha sido tema estudado no 6º período (enfermagem), o mesmo número de

acadêmicos que respondeu ter acesso às informações sobre prevenção, não corresponde com o

mesmo número de pessoas que respondeu ter acesso à informação sobre detecção precoce.

Na tabela 6, estão apresentados os meios de comunicação pelos quais os acadêmicos

tiveram acesso à informação sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama:

A - TV

O meio de comunicação que mais se destaca ainda é a televisão, o principal veículo de

conteúdos culturais (MARINI, 2007). 85,7% da enfermagem, 100% da fisioterapia e 96% da

psicologia, uma porcentagem expressiva respondeu que já teve acesso a informação sobre

prevenção e detecção precoce do câncer de mama pela TV, pois a televisão oferece canais de

entretenimento, reportagens em jornais de TV, programas culturais, propagandas

educacionais, etc.

B - Rádio

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Os acadêmicos nesse dado se dividiram 28,5% de enfermagem, 50% de fisioterapia e

20% da psicologia responderam ter acesso ao rádio. O rádio no Brasil continua constituindo

um importante veículo de informação e cultura. Antigamente, a rádio era utilizada apenas

como fornecedor de música; comerciais de produtos, marcas, eventos; telenovelas e outros.

Hoje, possuímos em Santa Catarina a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e

Televisão, que trabalha com a valorização da programação regional, incentivo ao crescimento

do mercado, gerando qualidade em sua representação, além da preocupação com as soluções

dos problemas comunitários (BRASIL, 2008l).

Através dessa valorização surgiram as rádios comunitárias, onde algumas

Universidades do Estado possuem rádios internas, com programas educativos. Esse acesso

proporciona conhecimento ao acadêmico, abrangendo um espaço maior ao seu redor

(MARINI, 2007).

C - Sites da internet

90,4% dos acadêmicos de enfermagem, 100% da fisioterapia e 64% da psicologia

respondem ter acesso à informação a esse dado nos sites da internet. Segundo Marini (2007) o

surgimento dos provedores de internet e sua forte ampliação, a crescente demanda e utilização

dos serviços da rede colocam o Brasil como um dos mais importantes países usuários das

novas tecnologias de informação nos últimos 20 anos. Em Universidades, escolas, no

trabalho, no domicílio, desde a infância, a internet se instalou e promete cada vez mais uma

tecnologia avançada.

D - Jornais

Utilizado por alguns em casa, no trabalho, ou por curiosidade em certos momentos, o

jornal é utilizado também como provedor de informação. Nesta questão, 62,0% dos

acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 32% da psicologia afirmam já ter utilizado

o jornal como fonte de informação de prevenção e detecção precoce do câncer de mama.

E - Revistas

90,4% dos acadêmicos de enfermagem, 100% de fisioterapia e 76% de psicologia um

número considerável que utilizam revistas como fonte de informação sobre prevenção e

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detecção precoce do câncer de mama. Mesmo necessitando de assinatura para o leitor ter

acesso, ela também esta disponível em clínicas, escolas, creches, salões de beleza, a

disposição para compra em supermercados, etc., o que facilita o acesso a informação.

F - Revistas técnicas

Observa-se que 57,1% dos acadêmicos de enfermagem, 50% de fisioterapia e 24% de

psicologia utilizam revistas técnicas também como fonte de informação sobre prevenção e

detecção precoce do câncer de mama. Nos mesmos critérios de uma revista comum, a

necessidade de uma assinatura é mais direcionada para a área de trabalhos acadêmicos,

descobertas científicas, políticas educativas, novidades na área da saúde, propagandas que

buscam a atenção do leitor acadêmico, etc. Interessante observar que 19,1% da enfermagem,

32% da psicologia não tem acesso as revistas técnicas. Pode-se inferir que a cultura de

pesquisa em periódicos da área da saúde ainda não faz parte do cotidiano acadêmico desta

Instituição de Ensino.

G - Outros

33,4% dos acadêmicos de enfermagem respondem outros, sendo que 4 citaram ter

acesso em DVD, palestras na faculdade e estágio; 66,6% não respondem.

100% dos acadêmicos de fisioterapia não respondem a questão; e da psicologia 48%

respondem, sendo que 07 citam panfletos, escola, folder/cartaz, centros de saúde, médico, 05

não citam quais são os outros meios de comunicação; 52% não respondem.

Realizamos a seguinte questão: na Universidade você teve acesso à informação sobre a

prevenção e detecção precoce do câncer de mama?

Os acadêmicos respondem:

Em cartazes nos murais: 38,0% dos acadêmicos da enfermagem, 50% da fisioterapia

e 24% da psicologia têm acesso à informação por cartazes.

Os acadêmicos respondem ter tido informação sobre a prevenção e detecção precoce

do câncer de mama na Universidade, pois no decorrer do curso os próprios acadêmicos

confeccionam cartazes, banners, principalmente da enfermagem, que acabam sendo uma

forma de informação para todos os acadêmicos.

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Em panfletos: 28,5% dos acadêmicos de enfermagem, 25% da fisioterapia e 12% da

psicologia têm acesso à informação em panfletos. Acredita-se que seja por fonte externa, tais

como: congressos, serviços de saúde hospitais, etc.

No portal (site) da Universidade: 4,7% dos acadêmicos da enfermagem, 25% da

fisioterapia e 4% da psicologia relatam ter acesso pelo site. Observa-se que, seja muito

importante para o acadêmico ao acessar o site da Universidade, estar recebendo informações

na área da saúde referente ao curso estudado. Sendo necessária uma política de educação em

saúde virtual, veiculada no Home Page da Universidade.

Em Palestras/conferências: 19,0% dos acadêmicos da enfermagem; 25% da

fisioterapia têm acesso por palestras e conferências. 76% da psicologia afirmam que nunca

tiveram acesso por meio destes eventos. Acredita-se que as palestras, conferências, os

acadêmicos recebem informações sobre assuntos que despertem interesse em aprender algo

novo para a sua atividade acadêmica. Até mesmo porque muitas vezes após algumas

atividades deste tipo, professores realizam uma avaliação sobre o tema estudado,

enriquecendo o seu conhecimento. Deixamos aqui uma reflexão para os próximos semestres:

a necessidade e a importância de oferecer espaços de discussão sobre o tema na Universidade.

Em Publicações da Universidade: 14,3% dos acadêmicos da enfermagem, 25% da

fisioterapia e 4% da psicologia afirmam ter acesso ao tema em publicações da universidade.

47% da enfermagem, 50% da fisioterapia e 72% da psicologia não têm acesso. Constata-se

que a Universidade não apresenta publicações sobre este assunto ou se apresenta, não divulga.

Em sala de aula: 76,2% dos acadêmicos de enfermagem, 75% de fisioterapia e 16% de

psicologia têm acesso à informação nas aulas dos cursos de graduação. 68% da psicologia

afirmam não ter acesso.

Na enfermagem 14,3% respondem não ter tido essa informação em sala de aula, sendo

que esses acadêmicos correspondem ao 3º e 4º período onde justifica essa porcentagem, pois

não têm esse conteúdo, que é tema em saúde da mulher, criança e adolescente com atividade

assistencial no 5º período e saúde da mulher, criança, adolescente, adulto e idoso também com

atividade assistencial no 6º período.

Em disciplina – 16 acadêmicos de enfermagem respondem nas disciplinas de:

parasitologia – 4,8%; biologia - 1 – 4,8%; anatomia – 2 – 9,5%; saúde da mulher, criança e

adolescente - 47,6%; saúde do adulto e idoso – 4,8%; saúde pública – 4,8% e 23,8% não

respondem.

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Na fisioterapia: anatomia - 25%; ginecologia e obstetrícia – 25% e, 25% não

respondem.

Na psicologia: anatomia e neurofisiologia – 4%; psicologia da saúde– 4% e 92% não

respondem.

Outros: sendo na enfermagem, 4,8% correspondem a um acadêmico responde:

conversas informais com amigos e estágios (8ºP) e 95,2% acadêmicos não respondem. Na

fisioterapia, 100% dos não respondem a questão. E, na psicologia 20% respondem outros,

mas não mencionam quais são os outros acessos à informação na Universidade e 80% não

respondem.

Observa-se que durante as perguntas do questionário, muitos acadêmicos ficam com

dúvidas em responder algumas perguntas, pela falta de conhecimento e optam não assinalar as

respostas, ou escrevê-las.

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80

6 PROBLEMATIZANDO A REALIDADE

Neste momento procura-se realizar uma interface com os resultados apresentados

neste estudo, com alguns conceitos do Método de Paulo Freire. Foi estabelecido como

objetivo: investigar o nível de conhecimento da prevenção e detecção precoce do câncer de

mama entre os acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do Campus Biguaçu.

A etapa de investigação consisti-se na aplicação do questionário, buscando levantar o

conhecimento que os acadêmicos possuem sobre a prevenção e detecção precoce do câncer de

mama. A etapa de problematização ocorreu com a busca do fato concreto (os resultados

apresentados). É a descoberta do nível de conhecimento dos alunos na temática da prevenção

e detecção precoce. É o olhar que examina, aproxima e distancia dos dados, que desconstrói e

reconstrói a realidade.

A etapa prática consistiu no desenvolvimento do diálogo, que neste exercício de ser

acadêmicas-pesquisadoras, o diálogo com a realidade apresentada (resultados), mostrando-nos

a necessidade da conscientização. A conscientização acadêmica para a prevenção e detecção

do câncer de mama, numa nova visão, a crítica da situação apresentada dos déficits de

conhecimento.

Utilizamos a proposta do arco de Charles Maguerez, diagrama 1, para problematizar

alguns resultados do nosso estudo, esclarecendo que fizemos a seleção daqueles que

acreditamos serem os prioritários (BRASIL, 1989).

Diagrama 1 – Arco de Maguerez

Para o estudo realizado e baseado no arco de Maguerez, definimos, como:

Realidade

Observação da Realidade (Problema)

Pontos - Chave

Teorização

Aplicação à Realidade

Hipóteses de Solução

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Observação da realidade: Realiza-se um olhar na realidade e se expressa às percepções

pessoais ou dos resultados apresentados.

Pontos-chave: Realiza-se a priorização, sintetizando os pontos ou focos prioritários, sendo as

variáveis mais determinantes da situação.

Teorização: É introduzida a discussão teórica do assunto que poderá confirmar acrescentar,

e/ou modificar os aspectos ressaltados. Realiza-se a pergunta ‘o porquê dos fatos’.

Hipóteses de solução: Elencam-se todas as possibilidades, através da originalidade e a

criatividade para a solução dos problemas.

Aplicação a realidade: É a discriminação da ação a ser desenvolvida, considerando a

viabilidade, através da aplicação das ações, reavalia-se e aperfeiçoa-se adquirindo domínio e

competência para a resolutividade do problema.

Diante do diagrama de Charles Maguerez, destacamos alguns itens que foram

selecionados como problema, através do nosso estudo que mostra o nível de conhecimento do

acadêmico quanto à Prevenção e Detecção do Câncer de Mama.

Foram selecionados alguns problemas para ser problematizado, o critério foi um

problema por natureza com percentual acima de 75% de falta de conhecimento pelos

acadêmicos.

Em relação aos Fatores de Risco:

Problematizando os resultados apresentados, com percentual igual ou superior a 75%,

de acordo com a classificação do INCA (BRASIL, 2008m):

Os fatores de risco podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados ou

representar hábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural.

Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional

(indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos), o ambiente

social e cultural (estilo e hábitos de vida).

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A – Natureza ambiental de consumo

Observação da realidade: fator de risco de natureza ambiental de consumo.

Ponto-chave: o percentual de 75%, que expressa à falta de conhecimento dos acadêmicos de

fisioterapia, em relação ao consumo de verduras e frutas.

Teorização: o consumo de legumes, verduras e frutas segundo o INCA (BRASIL, 2008m)

são classificados como fatores de proteção para o câncer de mama, bem como para outros

tipos doenças em geral. Os flavonóides encontrados nos grãos, verduras, legumes e frutas, por

seus efeitos antioxidantes, anti-mutagênicos e reguladores dos ciclos celulares são onco-

protetores (CHOI, 2001).

Hipóteses de solução: esclarecimento e conscientização dos acadêmicos do curso de

graduação em fisioterapia, que a adoção de uma alimentação saudável, com: verduras,

legumes e frutas é um fator de prevenção e não de risco para o câncer de mama.

Aplicação a realidade: através de atividades educativas, como: eventos (palestras,

campanhas de esclarecimento, seminários, dentre outros), divulgação impressa e virtual no

home page da instituição de ensino, nos murais, bem como nas disciplinas que versem a saúde

do adulto e do idoso.

B - Natureza ambiental social e cultural

Observação da realidade: fator de risco de natureza ambiental social e cultural.

Ponto-chave: o percentual de 75%, que expressa à falta de conhecimento dos acadêmicos de

fisioterapia, em relação ao sedentarismo, como fator de risco.

Teorização: o sedentarismo leva principalmente a distúrbios endócrino-metabólicos. O

sedentarismo está relacionado com o aumento de peso, que leva ao hiperestrogenismo

conseqüentemente, tornando o sedentarismo um fator de risco para o câncer de mama.

Hipóteses de solução: esclarecimento e conscientização dos acadêmicos do curso de

graduação em fisioterapia, que o sedentarismo é fator de risco para o câncer de mama.

Aplicação a realidade: através de atividades educativas, como: eventos (palestras,

campanhas de esclarecimento, seminários, dentre outros), divulgação impressa e virtual no

home page da instituição de ensino, nos murais, bem como nas disciplinas que versem a saúde

do adulto e do idoso.

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C - Natureza genética

Observação da realidade: fator de risco de natureza genética.

Ponto-chave: o percentual de 76%, que expressa à falta de conhecimento dos acadêmicos de

psicologia, em relação à primeira gestação após os 30 anos, como fator de risco.

Teorização: a primeira gestação após os 30 anos leva a mulher a ter um número maior de

ciclos ovulatórios, conseqüentemente uma maior exposição ao estrogênio.

Hipóteses de solução: esclarecimento e conscientização dos acadêmicos do curso de

graduação em psicologia, que primeira gestação após os 30 é fator de risco para o câncer de

mama.

Aplicação a realidade: através de atividades educativas, como: eventos (palestras,

campanhas de esclarecimento, seminários, dentre outros), divulgação impressa e virtual no

home page da Instituição.

Em relação aos Fatores de Prevenção:

Problematizando os resultados apresentados, com percentual igual ou superior a 75%,

de acordo com a classificação do INCA (BRASIL, 2008m) já mencionado:

A – Natureza ambiental de consumo

Observação da realidade: fator de risco de natureza ambiental de consumo.

Ponto-chave: o percentual de 100%, que expressa à falta de conhecimento dos acadêmicos de

fisioterapia, em relação ao uso de anticoncepcional como fator de risco e não de prevenção.

Teorização: desconhecimento da ação do estrógeno como fator de risco para o câncer de

mama.

Hipóteses de solução: esclarecimento e conscientização dos acadêmicos do curso de

graduação em fisioterapia, que o uso de anticoncepcional não é fator prevenção e sim de risco

para o câncer de mama.

Aplicação a realidade: através de atividades educativas, como: eventos (palestras,

campanhas de esclarecimento, seminários, dentre outros), divulgação impressa e virtual no

home page da instituição de ensino, nos murais, bem como nas disciplinas que versem a saúde

do adulto e do idoso.

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B – Natureza biológica

Observação da realidade: fator de risco de natureza biológica.

Ponto-chave: o percentual de 100%, que expressa à falta de conhecimento dos acadêmicos de

fisioterapia, em relação à menarca precoce e a menopausa tardia, pois consideraram como

fator prevenção e não de risco para o câncer de mama.

Teorização: desconhecimento da ação do estrógeno como fator de risco para o câncer de

mama.

Hipóteses de solução: esclarecimento e conscientização dos acadêmicos do curso de

graduação em fisioterapia, que a menarca precoce e a menopausa tardia são fatores de risco e

não de prevenção para o câncer de mama.

Aplicação a realidade: através de atividades educativas, como: eventos (palestras,

campanhas de esclarecimento, seminários, dentre outros), divulgação impressa e virtual no

Home Page da Instituição de Ensino, nos murais, bem como nas disciplinas que versem a

saúde do adulto e do idoso.

Em relação à Detecção Precoce:

O percentual de desconhecimento das formas de detecção precoce do câncer de mama

não ultrapassou os 75%, conforme o critério estabelecido para problematizar os resultados,

demonstrando um nível de conhecimento maior neste aspecto do estudo.

Concluímos que, os resultados apontaram que em relação aos fatores de risco,

prevenção e detecção precoce do câncer de mama os cursos de enfermagem e fisioterapia

demonstraram ter maior conhecimento do que os acadêmicos de psicologia. Além disso,

houve um percentual maior entre os acadêmicos de psicologia, que não responderam as

questões. No entanto percebemos que os acadêmicos das fases iniciais de enfermagem

demonstraram ter maior conhecimento que aqueles em fase de final do curso. O gênero

feminino foi predominante, sendo que em relação à realização do auto-exame das mamas os

acadêmicos de enfermagem e fisioterapia todos realizam, exceto os acadêmicos do gênero

masculino. Já os acadêmicos de psicologia nem todos realizam sendo tanto do gênero

feminino quanto masculino. Na descrição do auto-exame das mamas todos os acadêmicos de

enfermagem, fisioterapia e psicologia não souberam descrever corretamente os passos do

auto-exame.

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Em relação ao acesso a informação sobre a prevenção e detecção precoce do câncer

de mama na Universidade a maior parte dos acadêmicos dos três cursos responderam não ter

acesso.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que qualquer análise e reflexão devem constituir um processo contínuo

e sistemático de questionamentos sobre a prevenção e detecção precoce do câncer de mama,

as reflexões apresentadas neste estudo não podem ser vistas como algo rígido e acabado, mas

como um processo flexível, que se irá (re) construindo, à medida que esta problemática vai se

inserindo no cotidiano da Universidade.

Compreender a relação existente entre o nível de conhecimento e a prevenção e

detecção do câncer de mama numa perspectiva inter e pluridisciplinar, nos cursos estudados

parece-nos importante para repensar a necessidade da inserção da educação em saúde, como

um elemento imprescindível na promoção de uma universidade saudável. Deve ser uma das

metas dos cursos da área da saúde, principalmente, para a enfermagem, pois a educação em

saúde constitui uma atividade de igual dimensão as demais desenvolvidas pela enfermagem e

está integrada no cuidar em enfermagem.

Não podemos esquecer que o câncer de mama é um problema de saúde pública, com

taxas de mortalidade e morbidade elevadas, cuja tendência é aumentar quer em nível nacional,

quer mundial. As estimativas da Organização Mundial de Saúde apontam no sentido de um

crescimento exponencial do câncer, duplicando de 10 para 20 milhões nas próximas duas

décadas de casos novos (DURÁ, 2002), o que enfatiza o valor da educação em saúde junto a

comunidade universitária, para democratizar o acesso a informação, e na promoção de estilo

de vida saudável, visando a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama.

Por outro lado, sendo o câncer de mama um agravo crônico e não transmissível, a

educação tendo em vista a sua prevenção e detecção precoce, não deve se constituir na

simples transmissão de informação, mas ter por base o contexto sócio-cultural dos

acadêmicos, seus valores, crenças, conhecimento. A questão está em como os cursos podem

inserir esta prática em seus currículos e no cotidiano da Instituição.

O câncer de mama não é um fenômeno apenas biológico, mas também psicológico e

social. Os hábitos e as crenças que definem a promoção de saúde dos acadêmicos à medida

que se repetem e se reforçam culturalmente e socialmente através dos padrões atuais, num

estilo de vida com práticas pouco saudáveis principalmente em relação à alimentação,

tabagismo, atividade física, estressores, dentre outros reforçam ou levam os acadêmicos a

adotar comportamentos de risco.

Também não podemos desconsiderar que as atividades de promoção aos estilos de

vida saudável, mesmo que veiculadas pelos meios de comunicação em massa, pelos Serviços

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de Saúde são ainda incipientes. O movimento de resistência à mudança é um dos aspectos,

que justificam a morosidade na adoção de comportamento e práticas de prevenção e detecção

precoce, no exercício real da autonomia, da cidadania, através da conscientização.

Por este motivo esta pesquisa possibilitou conhecer o nível de conhecimento dos

acadêmicos em relação à prevenção e detecção precoce do câncer de mama, tento como

suporte teórico para realizar o olhar problematizador alguns pressupostos da Teoria do prof.

Paulo Freire. Tendo como pontos fundamentais: a conscientização e a problematização.

Algumas situações no decorrer do estudo, como: a dificuldade de recrutamento dos

acadêmicos, visto que, muitos não quiseram participar, outros não entregaram no prazo

previsto o questionário da pesquisa ou até mesmo não entregavam.

No entanto, acreditamos que a aderência dos acadêmicos a pesquisa, foi através do

diálogo sendo esse um ponto fundamental, para que os sujeitos do estudo percebessem a

importância em participar, e assim contribuírem para o desenvolvimento desse estudo.

Alcançamos o objetivo proposto de investigar o nível de conhecimento da prevenção e

detecção precoce do câncer de mama entre os acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do

Campus de Biguaçu. Os resultados apontaram que em relação aos fatores de risco, prevenção

e detecção precoce do câncer de mama os acadêmicos cursos de enfermagem e fisioterapia

demonstraram ter maior conhecimento do que os acadêmicos de psicologia.

Houve um percentual maior entre os acadêmicos de psicologia, que não responderam

as questões. No entanto percebemos que os acadêmicos das fases iniciais de enfermagem

demonstraram ter maior conhecimento que aqueles em fase de final do curso. O gênero

feminino foi predominante, sendo que em relação à realização do auto-exame das mamas os

acadêmicos de enfermagem e fisioterapia todos realizam, exceto os acadêmicos do sexo

masculino. Já os acadêmicos de psicologia nem todos realizam sendo tanto do sexo feminino

quanto masculino. Na descrição do auto-exame das mamas todos os acadêmicos de

enfermagem, fisioterapia e psicologia não souberam descrever corretamente os passos do

auto-exame.

Em relação ao acesso a informação sobre a prevenção e detecção precoce do câncer de

mama na Universidade a maior parte dos acadêmicos dos três cursos responderam não ter

acesso.

Considerando que, a partir da análise dos resultados e realizando o exercício da

problematização, sem a pretensão de estar ditando verdades, mas fazendo um olhar que

permita o pensar em saúde, através do conhecimento, a tomada de decisões livres e a seleção

de alternativas adequadas nas escolhas de padrões de vida, que levem a prevenção e a

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detecção do câncer de mama tanto feminino, quanto masculino, levantaremos a seguir, em

caráter de sugestões algumas práticas para a promoção de uma universidade saudável: o

investimento de promoção à saúde é fundamental numa Universidade, sendo que o acesso a

informação é a democratização do conhecimento.

A criação do Programa de Educação em Saúde Universitária em nível de extensão,

com a participação docente e discente, privilegiando ações educativas integradas entre os

cursos do Campus Biguaçu. A assinatura de periódicos e o estímulo a utilização dos mesmos

pelos docentes e discentes. Há um acervo, embora pequeno, mas pouco utilizado na

biblioteca. No curso de enfermagem é realizado o seminário de integração curricular, em que

se abordam temáticas atuais e de interesse para a profissão, portanto seria interessante focar a

prevenção e detecção precoce do câncer de mama.

Para finalizarmos o estudo destacamos a importância que a pesquisa contribui para o

nosso conhecimento tanto como acadêmicas, quanto como mulheres.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: __Prevenção e detecção precoce do câncer de mama: investigando o nível

de conhecimento dos acadêmicos do centro de ciências da saúde________________________

Pesquisador Responsável: _Profª_M.Sc. Nen Nalú Alves das Mercês____________________

Telefone para contato: _(0xx) 48 9961-2564__e-mail: [email protected]________________

Pesquisadores Participantes: Acadêmicas de Enfermagem: Catia Regina Pinhard e Karina

Lemos Terra ________________________________________________________________

Telefones para contato: (48) 9622-6010 / (48) 9125-8061_ E-mails: [email protected];

[email protected]____________________________________________________

INFORMAÇÕES SOBRE O PARTICIPANTE DO ESTUDO (ACADÊMICOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CE BIGUAÇU)

Eu: ________________________________________________________________________

DN: ___________Naturalidade: _ _____________ Nacionalidade:______________________

Curso: _ ____________________________________________________________________

Período/fase: ________________________________________________________________

Profissão: ________________________CPF:______________________________________

Identidade: nº :_ _________________________ Órgão Emissor: ___ Estado:_____________

Endereço: AV/R: _______________________________________ nº ___________________

Apto: ___ Bairro: ________________Cidade: ___ ______________

Estado:_______________ Tel/Cel: ______________________________________________

abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente

informado(a) e esclarecido(a) sobre o estudo, os procedimentos nele envolvidos, assim como

os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação, como o que se encontra

descrito a seguir:

O(a) senhor(a) foi informado(a) detalhadamente sobre o estudo intitulada: Prevenção e

detecção precoce do câncer de mama: investigando o nível de conhecimento dos

acadêmicos do centro de ciências da saúde.

O(a) senhor(a) foi plenamente esclarecido(a) de que será submetido(a) a uma estudo com o

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objetivo de conhecer o nível de conhecimento da prevenção e detecção precoce do câncer de

mama entre os acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde do Centro de Educação Biguaçu.

O(a) senhor(a) foi informado(a) de como se desenvolverá o estudo pelas acadêmicas de

enfermagem: Catia Regina Pirhardt e Karina Lemos Terra..

O(a) senhor(a) foi informado(a) que a sua seleção para este estudo foi realizado por sorteio,

de caráter aleatório, pela listagem geral de matriculados em seu curso e caso aceite participar

deverá ser assinado este termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com a

Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde que estabelece os princípios norteadores

da Pesquisa em Seres Humanos. A sua identificação será através do código de identificação:

acadêmico do curso de enfermagem: Ac.Enf x-y, acadêmico do curso de fisioterapia: Ac.Fis

x-y ou acadêmico do curso de psicologia: Ac. Psi x-y, (x corresponde o período/fase em que

está matriculado e y corresponde o número em algarismos arábicos da listagem ao qual foi

sorteado aleatoriamente). Concordando em participar o(a) senhor(a) se encontrará na

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Biguaçu, campus B, com uma das

acadêmicas de enfermagem: Catia Regina Pirhardt e Karina Lemos Terra, em data e horário

pré-estabelecido. Será realizada a apresentação da proposta de estudo, e lhe será entregue um

instrumento de coleta de dados – questionário, com cinco seções, que poderá ser respondido

sem a presença das acadêmicas Catia Regina Pirhardt e Karina Lemos Terra, o entregando

posteriormente em data combinada com as mesmas, ou poderá responder as questões para as

acadêmicas e serão registradas no momento junto com o(a) senhor(a).

O(a) senhor(a) também foi informado(a) que poderá responder as perguntas se desejar e terá

liberdade para questionar as acadêmicas Catia Regina Pirhardt e Karina Lemos Terra

O(a) senhor(a) foi informado(a) que se manterá o anonimato, quanto à identidade e as

informações obtidas e que estas serão confidenciais. Pelo fato deste estudo ter único e

exclusivo interesse cientifico, o mesmo foi aceito espontaneamente pelo(a) senhor(a), que no

entanto, poderá desistir a qualquer momento do mesmo, inclusive sem nenhum motivo,

bastando para isso informar, da maneira que achar mais conveniente, a sua desistência. Por ser

voluntária e sem interesse financeiro o(a) senhor(a) não terá nenhuma remuneração. A

participação no estudo não incorrerá em riscos e prejuízos de qualquer natureza. Os dados

referentes ao(a) senhor(a) serão sigilosos e privados, e a divulgação dos resultados visará

apenas mostrar os possíveis benefícios obtidos pelo estudo em questão. A divulgação das

informações no meio científico será anônima e em conjunto com as respostas do grupo de

acadêmicos que participarão do estudo, sendo que o(a) senhor(a) poderá solicitar informações

durante todas as fases deste estudo, inclusive após a publicação do mesmo. Será realizada a

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apresentação pública dos resultados obtidos na UNIVALI, em local, data e horário

previamente agendado e o(a) senhor(a) será comunicado(a) e poderá participar como ouvinte

da apresentação. Serão respeitados todos os princípios éticos determinados na Resolução

196/96, do Conselho Nacional de Pesquisa em Seres Humanos.

Biguaçu,.......... de ........................de 2007.

----------------------------------------------------------------------------------------------

Assinatura do Acadêmico

----------------------------------------------------------------------------------------------

Assinatura da Acadêmica de Enfermagem - Pesquisadora

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APÊNDICE 2

Instrumento de Coleta de Dados

Questionário

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Universidade do Vale do Itajaí Centro de Educação Biguaçu

Curso de Graduação em Enfermagem

Prezado Acadêmico (a):

Este questionário é parte da pesquisa intitulada: Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama: investigando o nível de conhecimento dos acadêmicos do centro de ciências da saúde. Sua participação é muito importante e podemos garantir que as suas respostas serão mantidas confidenciais. Desde já agradecemos sua atenção

Os campos deste quadro devem ser preenchidos somente pelas acadêmicas-pesquisadoras

Cód. curso

Cód. acad.

Nº do quest.

Data da pesquisa

O questionário é composto por ___ seções que abordam assuntos pertinentes ao nível de conhecimento em relação à prevenção e detecção precoce do câncer de mama. A seqüência das perguntas pode variar de acordo com as suas respostas. Por favor, siga com atenção as orientações que se encontram ao lado de algumas respostas para o preenchimento correto do mesmo.

SEÇÃO A - IDENTIFICAÇÃO

A-1 Idade: |___|___| anos A-2 Sexo: 1|___| masculino

2 |___| feminino

A-3 Qual o seu estado civil?

1|___| Solteiro(a) 2|___| Casado(a) 3|___| União estável 4|___| Viúvo(a)

5|___| Separado(a) 6 |___| Divorciado(a)

A-4 Qual a sua escolaridade?

Nível Médio Curso |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

Nível Superior: 1|___|completo. Curso: |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|_|

2|___|cursando atualmente: |__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

3 |___|Período/fase

A- 5 Qual a sua profissão?

|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__||__|__|__|__|__|__|__|

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|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|

A-6 Em termos de salário mínimo (SM), qual foi sua renda bruta no último mês (soma dos salários brutos e/ou das quantias recebidas por bolsa de trabalho ou outros, por todas as pessoas - família ou colegas/agregados que moram com você)? 1|___| até 2 SM (R$ 760,00)

2|___| mais de 2 até 4 SM (R$ 760,00)

3|___| mais de 4 até 7 SM (R$ 760,00 até R$ 1.520,00)

4|___| mais de 7 até 10 SM (R$ 1.520,00 até R$ 3.800,00)

5|___| mais de 10 até 20 SM (R$ 3.800,00 até R$ 7600,00)

6|___| mais de 20 SM (R$ 7600,00........)

7|___| não sei

SEÇÃO B – FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA

B – 1 O câncer de mama ocorre? Em mulheres Sim |___| Não |___| Em homens Sim |___| Não |___|

B – 2 Você já ouviu falar em fatores de risco para o câncer de mama?

Sim |___| (ir para a pergunta B-3) Não |___|

] B – 3 Quais dos itens abaixo são considerados fatores de risco para o câncer de mama? a) consumo delegumes, verduras e frutas Sim |___| Não |___| b) consumo de alimentos ricos em gordura animal (carne, manteiga, leite integral, queijos, natas, banha, creme de leite, lingüiça, salame, presunto, frituras, pele de frango, carne gorda). Sim |___| Não |___| c) consumo de bebidas alcoólicas Sim |___| Não |___|

d) tabagismo Sim |___| Não |___|

e) obesidade Sim |___| Não |___|

f) sedentarismo Sim |___| Não |___|

g) Mulheres com história familiar de câncer de mama de pelo

menos um parente de primeiro grau, como mãe, irmãs, filha Sim |___| Não |___|

h) Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer da mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária Sim |___| Não |___|

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i) Mulheres com história familiar de câncer da mama masculino Sim |___| Não |___| j) Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia Sim |___| Não |___| l) nuliparidade (não ter tido filhos) Sim |___| Não |___|

m) menarca precoce (idade da primeira menstruação) Sim |___| Não |___|

n) menopausa tardia (depois dos 50 anos) Sim |___| Não |___|

o) primeira gestação após 30 anos Sim |___| Não |___|

p) exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos. Sim |___| Não |___|

q) terapia de reposição hormonal Sim |___| Não |___| (hormônios usados para combater os sintomas da menopausa)

r) uso de anticoncepcional oral (pílula) Sim |___| Não |___|

s) pessoas acima dos 50 anos Sim |___| Não |___| t) homens com história de ginecomastia (volume da mama aumentado) Sim |___| Não |___|

SEÇÃO C – PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA

C – 1 Quais os fatores que são considerados de prevenção do câncer de mama? a) Consumo legumes, verduras e frutas Sim |___| Não |___|

b) Realizar exercício físico regular no mínimo 3 vezes por semana Sim |___| Não |___|

c) Amamentação Sim |___| Não |___|

d) Manter o peso ideal, evitando obesidade e sobre peso, dentro

do IMC (índice de massa corpórea: Peso/altura2 ) Sim |___| Não |___|

e) uso de anticoncepcional oral (pílula) Sim |___| Não |___|

f) ter menarca precoce (idade da primeira menstruação) Sim |___| Não |___|

g) ter menopausa tardia (depois dos 50 anos) Sim |___| Não |___|

h) realizar terapia de reposição hormonal Sim |___| Não |___| (hormônios usados para combater os sintomas da menopausa)

SEÇÃO D – DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA

D – 1 Você já ouviu falar das formas de detecção precoce para o câncer de mama Sim |___| (ir para a pergunta D-2) Não |___|

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D - 2 Quais os itens que são considerados de detecção precoce do câncer de mama? a) Controle de lesões proliferativas benignas da mama (hiperplasias) Sim |___| Não |___|

b) Estudo genético para identificação do BRCA1 e BRCA2 Sim |___| Não |___|

c) Realizar auto- exame de mama mensalmente Sim |___| Não |___|

d) Realizar o exame clínico das mamas em todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade, com periodicidade anual, nos Serviços de Saúde Sim |___| Não |___| e) Realizar mamografia nas mulheres com idade entre 50 e 69 anos de idade, com intervalo máximo de 2 anos entre os exames. Sim |___| Não |___| e) Realizar exame clínico das mamas e mamografia anual nas mulheres, a partir de 35 anos de idade, pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer da mama. Sim |___| Não |___| f) Realizar exame de ultra-sonografia (USG) em mulheres, com menos de 35 anos para avaliação das lesões palpáveis Sim |___| Não |___|

SEÇÃO E – INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE PESSOAL

E – 1 Você realiza o auto-exame das mamas?

Sim |___| (Atenção ir para a pergunta E-2, E-3 e E -4) Não |___|

E – 2 Com quantos anos você iniciou?

|___||___| anos

E – 3 Qual a periodicidade que você realiza?

|___| 1 vez ao mês |___| A cada 2 meses |___|A cada 6 meses

|___| Anualmente |___| Às vezes não sei precisar quando |___| Não sei

E – 4 Descreva quais os passos do auto-exame você realiza.

___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

E-5 Em relação ao acesso a informações sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama: a) – Você já teve acesso à informação sobre a prevenção do câncer de mama?

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Sim |___| (Atenção ir para a pergunta c, d) Não |___| Não me recordo |___| b) – Você já teve acesso à informação sobre a detecção precoce do câncer de mama? Sim |___| (Atenção ir para a pergunta c, d) Não |___| Não me recordo |___| c) - Em quais meios de comunicação vocês teve acesso à informação sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama: TV Sim |___| Não |___| Rádio Sim |___| Não |___| sites da internet Sim |___| Não |___| Jornais Sim |___| Não |___| Revistas Sim |___| Não |___| Revistas técnicas Sim |___| Não |___| Outros |___| Quais: _______________________________________________________ d) – Na Universidade você teve acesso à informação sobre a prevenção e detecção precoce do câncer de mama? Cartazes nos murais Sim |___| Não |___| Panfletos Sim |___| Não |___| No portal (site) da Universidade Sim |___| Não |___| Palestras/conferências Sim |___| Não |___| Publicações da Universidade Sim |___| Não |___| Em sala de aula Sim|___|. Disciplina: ___________________________________________ Não |___| Outros |___| Quais: ________________________________________________________

O questionário está encerrado. Tenha certeza de que você contribuiu muito

para a nossa investigação. Muito obrigada !

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APÊNDICE 3

Carta de Intenção para realização do estudo

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Universidade do Vale do Itajaí Centro de Ciências da Saúde Campus Biguaçu

Biguaçu, 04 de setembro de 2007.

Prezado(a) Sr(a), Coordenador(a),

Com os nossos cordiais cumprimentos, solicitamos a V.Sa. autorização para o

desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulado: Prevenção e Detecção Precoce do Câncer

de Mama: investigando o nível de conhecimento dos acadêmicos do Centro de Ciências da

Saúde, das acadêmicas de enfermagem: Catia Regina Pirhardt e Karina Lemos Terra, sob

minha orientação, como requisito para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. O

estudo se desenvolverá com 10% dos alunos efetivamente matriculados no semestre de

2007/2 no curso sob a vossa coordenação A atividade de coleta de dados se desenvolverá após

a aprovação do projeto pelo comitê de ética em pesquisa da UNIVALI, no período de

novembro e dezembro de 2007. Estamos encaminhando em anexo, o projeto de pesquisa para

seu conhecimento.

Contando com sua colaboração, agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente,

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Profª M.Sc.Nen Nalú Alves das Mercês Orientadora

Ilmo(a) Sr(a). Coordenador (a) Universidade do Vale do Itajaí Centro de Ciências da Saúde – CCS Campus de Biguaçu Nesta

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ANEXOS

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ANEXO 1

Termo de Aceite de Orientação

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TERMO DE ACEITAÇÃO DE ORIENTAÇÃO

EU, Nen Nalú Alves das Mercês, orientadora do Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso

de Enfermagem do Centro de Educação de Ciências da Saúde, da Universidade do Vale do

Itajaí, concordo orientar a monografia de conclusão de curso das acadêmicas Catia Regina

Pirhardt e Karina Lemos Terra no decorrer da pesquisa intitulada: “Prevenção e Detecção

precoce do câncer de mama: investigando o nível de conhecimento dos acadêmicos do centro

de ciências da saúde”, conforme projeto ora submetido à aprovação.

A orientadora está ciente das Normas para Elaboração de trabalho monográfico de Conclusão

do Curso de Graduação em Enfermagem

Biguaçu, 20 de março de 2007.

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Nen Nalú Alves das Mercês

Professora orientadora

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Catia Regina Pirhardt

Acadêmica de Enfermagem

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Karina Lemos Terra

Acadêmica de Enfermagem