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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO CÂMBIO DE BICICLETAS AUTOMATIZADO BASEADO NA CADÊNCIA DE PEDALADAS por Gustavo Rossi Müller Itajaí (SC), Julho de 2014

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR

CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

CÂMBIO DE BICICLETAS AUTOMATIZADO BASEADO NA

CADÊNCIA DE PEDALADAS

por

Gustavo Rossi Müller

Itajaí (SC), Julho de 2014

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR

CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

CÂMBIO DE BICICLETAS AUTOMATIZADO BASEADO NA

CADÊNCIA DE PEDALADAS

Área de circuitos digitais e programação

por

Gustavo Rossi Müller

Relatório apresentado à Banca Examinadora

do Trabalho Técnico-científico de Conclusão

do Curso de Ciência da Computação para

análise e aprovação.

Orientador: Adhemar Maria do Valle Filho,

Dr.

Itajaí (SC), Julho de 2014

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AGRADECIMENTOS

Grato aos meus pais, Miguel Francisco Müller e Marili Teresinha Rossi Müller, que

sempre me apoiam em todos os projetos e ajudaram com o texto, ideias e apresentando

pessoas que puderam me auxiliar. Aos meus irmãos que também prestaram seu apoio, aos

amigos que colaboraram trocando ideias, em especial ao Rodrigo que muito contribuiu com a

parte mecânica, ao Andre Luiz Maciel Santana que ajudou com sugestões e soluções para

problemas no decorrer do projeto. Agradeço ao Adhemar Valle Filho por me orientar nesse

trabalho, sua ajuda foi essencial para a conclusão, e a todos os demais que se propuseram a

ajudar com materiais, ferramentas e conhecimento.

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Ainda vejo o mundo com os olhos de criança

Que só quer brincar e não tanta responsa

Mas a vida cobra sério e realmente não dá pra fugir

Marcão e Chorão

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RESUMO

MÜLLER, Gustavo Rossi. Câmbio de bicicletas automatizado baseado na cadência de

pedaladas. Itajaí, 2014. 77. Trabalho Técnico-científico de Conclusão de Curso (Graduação

em Ciência da Computação) – Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar,

Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2014.

Para trazer maior conforto e vantagem aos motoristas, sistemas de câmbio automatizados

permitem trocar as marchas no momento adequado. No entanto, este não é um recurso muito

popular em bicicletas. Embora seja fácil encontrar bicicletas com sistemas de câmbio comum

com marchas, ele precisa ser controlado manualmente, normalmente com alavancas no

guidão. Sabendo que pedalar usando força de forma excessiva ou mantendo cadência superior

a adequada exige maior preparo físico do ciclista, e motivado pela inovação de um sistema

que une mecânica, eletrônica e computação, este trabalho tem por objetivo desenvolver um

sistema embarcado que seja capaz de realizar a troca automática das marchas em uma

bicicleta. Um sistema de câmbio automatizado foi construído utilizando um microcontrolador,

motores e um sensor magnético. Entre vários critérios de trocas de marchas selecionáveis, a

melhor alternativa foi basear-se em um trabalho acadêmico, onde foi identificado como

cadência mais econômica a de 60 pedaladas por minuto. Buscando um desgaste físico menor e

permitindo ao atleta pedalar por mais tempo. Contando o tempo entre pedaladas, o sistema

move os descarrilhadores trocando as marchas para manter a cadência próxima ao ideal, sem

que o ciclista aperte botão algum para efetuar a troca. Equipando a bicicleta, o ciclista possui

um dispositivo que controla automaticamente as marchas, mantendo uma velocidade de

pedaladas adequada tanto em terrenos planos como em terrenos íngremes.

Palavras-chave: Microcontrolador. Automação. Bicicleta. Câmbio, Cadência.

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ABSTRACT

Cars with automated exchange systems bring advantages such as comfort and the gear

changing at the right time. However, this is not a very popular resource on bicycles. While it

is easy to find bikes with exchange systems common with speeds, it needs to be controlled

manually, usually with levers on the handlebars. Pedaling too strong or fast requires more

energy from cyclist. Motivated by innovation an automated exchange system on the bike,

basically using a microcontroller supplied by a battery, two motors and a magnetic sensor,

the project has the objective of developing an embedded system which is able to perform

automatic switching of gears on a bike that already has a system of multi-speed, thus avoiding

unnecessary physical wear and allowing the rider to pedal longer. The exchange will be

based on a study that showed how the most economical cadence pedaling sixty per minute.

Using a magnetic sensor to count the time between pedaling, the system move the motor,

which in turn move the derailleur shifting gears to keep the cadence around of sixty without

the cyclist to press a button to make the change. At the end of the project, was possible to ride

a bike without the need to manually control the gears according to a cadence meter to sustain

a speed of pedaling adequate, and independent of the cyclist to be going up a hill or down a

slope.

Keywords: Microcontroller. Automation. Bike. Gear. Cadence.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Partes da Bicicleta ...................................................................................................... 19

Figura 2 Física na Bicicleta ...................................................................................................... 20 Figura 3 Arduino UNO ............................................................................................................. 22 Figura 4 Reed Switch ............................................................................................................... 25 Figura 5 Campo em Paralelo .................................................................................................... 26 Figura 6 Motor de Passo Aberto ............................................................................................... 29

Figura 7 Modelo de Motor de Passo Bipolar ............................................................................ 29

Figura 8 Potenciômetro ............................................................................................................ 30

Figura 9 Divisor de Tensão ...................................................................................................... 31 Figura 10 Motor CC ................................................................................................................. 32 Figura 11 Representação da Ponte H ........................................................................................ 33 Figura 12 Ponte H Dupla .......................................................................................................... 34 Figura 13 ULN2803 ................................................................................................................. 35

Figura 14 Connected Bike ........................................................................................................ 36 Figura 15 Modelo Toroidal NuVinci ........................................................................................ 37 Figura 16 Copenhagen Wheel .................................................................................................. 38 Figura 17 Fluxograma do software ........................................................................................... 40

Figura 18 Posicionamento do Imã ............................................................................................ 42

Figura 19 Alavancas ................................................................................................................. 46 Figura 20 Cabos ........................................................................................................................ 48 Figura 21 Redução .................................................................................................................... 49

Figura 22 Bateria ...................................................................................................................... 50 Figura 23 Tela ........................................................................................................................... 52

Figura 24 Montagem Elétrica ................................................................................................... 53 Figura 25 Baterias ..................................................................................................................... 54 Figura 26 Esquema Eletrônico ................................................................................................. 55

Figura 27 Aparência externa do atuador .................................................................................. 56 Figura 28 Localização do Potenciômetro ................................................................................. 57 Figura 29 Cabo ......................................................................................................................... 58

Figura 30 Gráfico de Velocidade e Marchas ............................................................................ 67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Passo Completo Simples............................................................................................ 28

Tabela 2 Passo Completo com Dobro de Torque e Consumo .................................................. 28 Tabela 3 Meio Passo com Dobro de Precisão .......................................................................... 28 Tabela 4 Comparativo .............................................................................................................. 39 Tabela 5 Relações de Transmissão ........................................................................................... 45 Tabela 6 Velocidade nos Testes ............................................................................................... 67

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 ................................................................................................................................. 20

Equação 2 ................................................................................................................................. 31 Equação 3 ................................................................................................................................. 43 Equação 4 ................................................................................................................................. 44 Equação 5 ................................................................................................................................. 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CC Corrente Contínua

CI Circuito Integrado

DC Direct Current (Corrente Contínua)

EEPROM Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory

GPS Global Position System

ICIII International Conference on Industrial and Intelligent Information

MIT Massachusetts Institute of Technology

SRAM Static Random Access Memory

TTC Trabalho Técnico-Científico de Conclusão de Curso

TTL Transistor-Transistor Logic

UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

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LISTA DE SÍMBOLOS

ω Letra grega Omega em minúsculo, usada para indicar velocidade

angular.

V Letra V maiúscula, usada para indicar a unidade de medida de tensão

elétrica, volt no sistema internacional.

MHz Mega Hertz. Unidade de medida de frequência equivalente a um

milhão de Hertz, ou seja, um milhão de vezes por segundo.

A Ampère. Unidade de medida de intensidade de corrente elétrica,

padrão do sistema internacional de unidades.

mA Miliampère é uma unidade de medida de intensidade da corrente

elétrica equivalente a milésima parte de um ampère.

mAh MiliAmpère Hora, usado para definir a capacidade de carga da bateria.

KB Unidade de medida de capacidade de armazenamento digital

equivalente a 1024 bytes.

µs Sub-multiplo da unidade de medida segundo, equivalente a

µF Sub-multiplo da unidade de medida Farad, usada para medir

capacitância, equivalente a

Ω Letra grega Omega em maiúsculo, usada para indicar a unidade de

medida de resistência elétrica, ohm no sistema internacional.

Km/H Unidade utilizada para medir velocidade, representa a distância em

quilômetros percorridos no intervalo de tempo de uma hora.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ III

RESUMO .................................................................................................................................. V

ABSTRACT .............................................................................................................................. VI

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ VII

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... VIII

LISTA DE EQUAÇÕES .......................................................................................................... IX

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................... X

LISTA DE SÍMBOLOS ........................................................................................................... XI

SUMÁRIO .............................................................................................................................. XII

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................................... 16

1.1.1 Solução Proposta .......................................................................................................... 16 1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 17

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 17 1.3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 17

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................................ 18 Fundamentação Teórica ........................................................................................................... 18

Projeto ...................................................................................................................................... 18 Desenvolvimento ....................................................................................................................... 18 Conclusão ................................................................................................................................. 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 19 2.1 BICICLETA ...................................................................................................................... 19 2.1.1 Funcionamento do Câmbio ........................................................................................... 19 2.1.2 Cadência ....................................................................................................................... 21 2.2 ARDUINO ........................................................................................................................ 21

Alimentação .............................................................................................................................. 22

Entrada e Saída ........................................................................................................................ 23 Shields ....................................................................................................................................... 23 Programas ................................................................................................................................ 23 2.3 REED SWITCH ................................................................................................................ 25 2.4 MOTOR DE PASSO ......................................................................................................... 26

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2.4.1 Estrutura ....................................................................................................................... 27 2.4.2 Forma de Operação ...................................................................................................... 27

2.5 POTENCIÔMETRO ......................................................................................................... 30 2.6 MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA ........................................................................... 31 FUNCIONAMENTO ................................................................................................................. 32 PRÓS E CONTRAS ................................................................................................................... 32 2.7 PONTE H ......................................................................................................................... 33

2.8 ULN2803 .......................................................................................................................... 34 2.9 TRABALHOS RELACIONADOS ..................................................................................... 35 T.Y. Lin et al ............................................................................................................................. 35

Connected Bike ......................................................................................................................... 36 NuVinci ..................................................................................................................................... 37 Copenhagen Wheel ................................................................................................................... 38

3 PROJETO .......................................................................................................................... 40 3.1 LEITURA DA CADÊNCIA ............................................................................................... 41 3.2 PROCESSAMENTO DA MARCHA ................................................................................. 43 3.3 ATUADOR ....................................................................................................................... 47

3.4 ALIMENTAÇÃO .............................................................................................................. 49 4.1 MONTAGEM DO HARDWARE ...................................................................................... 50

4.1.1 Materiais ....................................................................................................................... 50

4.1.2 Elétrica .......................................................................................................................... 51

4.1.3 Mecânica ....................................................................................................................... 56 4.2 SOFTWARE ..................................................................................................................... 58

4.2.1 Principal ....................................................................................................................... 58 4.2.2 L298Motor .................................................................................................................... 60 4.2.3 Trocador ....................................................................................................................... 61

4.3 CONTRATEMPOS ........................................................................................................... 61 4.4 TESTES ............................................................................................................................ 64

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 66 5.1 TRABALHOS FUTUROS ................................................................................................. 68

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 70

GLOSSÁRIO ............................................................................................................................ 72

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15

1 INTRODUÇÃO

Ideias relacionadas ao câmbio automatizado para bicicleta vêm sendo estudadas desde

a década de 90. A empresa Autobike tem registro de patente nos Estados Unidos de uma

bicicleta com transmissão automática datada de 1º de junho de 1993, sendo que o produto era

comercializado desde o ano de 1990 (US TRADEMARK, 2013).

O projeto desenvolvido faz parte do processo de evolução do sistema de câmbio para

bicicletas. Adaptando o conceito de câmbio automático de carros em bicicletas. Utilizando a

plataforma de prototipagem Arduino, foi implementado um sistema que facilita a roca de

marchas. Esse sistema pode ser instalado em qualquer bicicleta que já possua um câmbio

comum, desde que devidamente configurado.

O projeto utilizou basicamente um conjunto de chaves, sensores, um circuito

controlador e mecanismos para controlar o cabo do câmbio. Pelo fato do Arduino poder ser

utilizado para desenvolver objetos autônomos ou interativos como sistemas de controle que

necessitam de acesso aos objetos do mundo físico, tomando as entradas a partir de uma

variedade de sensores e chaves, controlando atuadores como servo-motores, relés ou outros

tipos de saída, ele é um recurso útil ao desenvolver projetos como esse. As montagens feitas

usando Arduino podem ser autônomos, baseados na rotina escrita para o microcontrolador ou

podem se comunicar com um software em execução no computador. (BENTES, 2011)

Foi utilizada a linguagem de programação Wiring, padrão na plataforma Arduino, pela

grande quantidade de bibliotecas pertinentes ao projeto e pela sintaxe semelhante a da

linguagem de programação C++. De forma sintética, o sistema embarcado no Arduino faz a

leitura dos dados fornecidos por sensores que estão dispostos em pontos estratégicos na

bicicleta, tal como próximo às coroas frontais. Processando dados, como o tempo utilizado

pelo ciclista para dar uma pedalada e a posição do pedal em determinado momento, o

programa toma a decisão de quando trocar a marcha e qual delas utilizar. Após esta decisão, o

programa utiliza os recursos disponíveis para controlar uma estrutura mecânica, que por sua

vez, controla o câmbio.

A base para implementar o controle foi o trabalho apresentado em 2012, na

International Conference on Industrial and Intelligent Information – ICIII. O estudo

apresentou uma estratégia de trocas de marcha, baseada na capacidade de esforço físico do

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corpo humano. Neste projeto de TTC a fundamentação do momento certo para troca de

marchas baseia-se neste estudo já desenvolvido (ICIII, 2012). Visto que a cadência reduz

quando o ciclista não tem força para mantê-la, em uma subida, e aumenta com a força

excedente.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

A bicicleta pode ser um veículo de locomoção excelente para ir trabalhar, ir à escola,

universidade, passear e inúmeras outras atividades que exijam a deslocamento dentro da

cidade. Porém, alguns motivos impedem que ela seja utilizada regularmente. Um deles é o

cansaço físico do ciclista.

Para reduzir o cansaço, aumentar o desempenho e permitir o uso da bicicleta em

terrenos íngremes, um sistema de redução conhecido como câmbio foi incluído no projeto da

bicicleta. Embora bicicletas atuais tenham uma grande variedade de velocidades

disponibilizadas pelo sistema de câmbio, apenas com o uso correto do câmbio o consumo de

energia mecânica produzida pelo ciclista é minimizado, reduzindo assim sua exaustão.

Empresas do ramo desenvolveram mecanismos para informar ao ciclista dados sobre o

seu desempenho. Entre estes mecanismos, encontram-se os medidores de cadência que

informam ao ciclista quantas pedaladas por minuto ele está fazendo, permitindo o controle

manual de seu ritmo.

O público a quem se dirige a solução desta problemática são pessoas que normalmente

não tem conhecimento de qual é a marcha mais adequada para o momento, aplicando energia

de forma ineficiente. Manter um ritmo constante é crucial para evitar cansaço e danos à saúde.

1.1.1 Solução Proposta

A troca automatizada das marchas proporciona uma comodidade ao ciclista,

garantindo uma cadência mais estável, reduzindo o desgaste físico desnecessário decorrente

de uma marcha inadequada, transformando assim a bicicleta num veículo mais eficiente.

Este projeto baseou-se no estudo realizado por Chris R. Abbiss, Jeremiah J. Peiffer e

Paul B. Laursen que constatou que uma cadência baixa, entre 60 e 70 pedaladas por segundo é

a mais econômica. Criando um equipamento que opere o câmbio a fim de manter a cadência

estável nesta faixa, o desgaste do ciclista seria menor, tanto físico quanto mental (ABBISS,

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2009). Esta é a proposta deste projeto, reduzir o desgaste do ciclista automatizando o câmbio.

Não faz parte do escopo do trabalho criar todo o câmbio, apenas automatizá-lo utilizando

preferencialmente materiais de baixo custo.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um sistema embarcado capaz de realizar trocas automáticas de marcha

em uma bicicleta para manter a cadência estável.

1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar soluções similares à proposta no trabalho;

Definir quais sensores e atuadores devem ser utilizados;

Definir o funcionamento do objeto final;

Implementar o sistema;

Testar o sistema e relatar;

Documentar as pesquisas, estudos e o desenvolvimento do projeto.

1.3 METODOLOGIA

Inicialmente a ideia foi automatizar a troca de marchas de uma bicicleta, no entanto,

era preciso definir a forma como fazer a automação. Após a análise de várias possibilidades,

tais como calcular o torque da bicicleta, calcular a pressão feita pelo ciclista no pedal, manter

a velocidade da bicicleta entre outras, a opção foi basear-se em um trabalho acadêmico onde a

troca de marchas para manter a cadência seria a mais adequada ao projeto.

Com um tema definido, a busca por projetos similares iniciou, bem como, o estudo da

linguagem de programação Wiring. Com base nos projetos similares, começaram os estudos

dos materiais necessários, aprofundando-se e coletando referências dos materiais a serem

utilizados com maior valia para o projeto.

Em paralelo, iniciou-se a elaboração do documento, e análise do funcionamento do

sistema. A elaboração do documento e a coleta de dados, bem como a análise, foram feitas

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18

juntas para evitar a perda de referências e manter a ideia nítida durante a elaboração do

documento.

As pesquisas foram realizadas utilizando livros disponíveis na biblioteca da

universidade, artigos científicos publicados em diversos locais, e web sites de busca como

Google Scholar que indicam livros e artigos.

Precedido de um estudo das possíveis formas de como efetivamente o sistema pode

trocar a marcha, a modelagem de um atuador foi feita, e documentados os materiais que foram

utilizados.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi dividido em Fundamentação Teórica, Projeto, Desenvolvimento e

Conclusão.

Fundamentação Teórica

Na fundamentação teórica, conteúdos relacionados com o que é utilizado no decorrer

do projeto são pesquisados e estudados. Como todo o trabalho possui alguns elementos

primordiais, esses elementos naturalmente se tornaram os tópicos, além de um tópico extra

com outros projetos relacionados a este.

Projeto

Essa parte do trabalho está subdividida de acordo com as etapas do projeto.

Inicialmente uma visão superficial possibilita o leitor poder entender a importância e

relacionar os tópicos seguintes com o resultado final. Imagens ajudam na compreensão, nesta

etapa, elas dão ao leitor a possibilidade de imaginar o sistema funcionando. Também coube

aqui o planejamento do TTC II.

Desenvolvimento

Abarca o detalhamento das etapas realizadas durante a implementação do projeto,

tanto no que diz respeito a programação como montagem física das peças.

Conclusão

A última parte do projeto de TTC II reserva-se a sumarização das informações obtidas

com a experiência do TTC I e TTC II bem como apresentação dos resultados.

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19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nas pesquisas realizadas durante a elaboração do TTC I, vários itens foram estudados,

os mais relevantes para o sucesso do projeto são detalhados nos tópicos da fundamentação

teórica.

2.1 BICICLETA

O objeto em que foi baseada esta pesquisa é a bicicleta, especialmente o sistema de

trocas de marchas. Por este motivo, será abordado inicialmente o funcionamento do câmbio

em uma bicicleta padrão existente no mercado. A Figura 1 mostra uma bicicleta com a

nomenclatura utilizada neste projeto.

Figura 1 Partes da Bicicleta

2.1.1 Funcionamento do Câmbio

Luciano Camargo Martins (2012) explica o funcionamento do câmbio de uma

bicicleta da seguinte forma: A bicicleta possui uma corrente, marcada em verde na Figura 2,

que liga uma coroa dentada dianteira, movimentada pelos pedais, à coroa dentada traseira,

marcadas em vermelho.

O pinhão e a roda traseira têm a mesma velocidade angular (ω). A rotação da roda

traseira depende do tamanho relativo das coroas dentadas. Logo é possível calcular a

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velocidade angular utilizando a Equação 1, onde r indica o raio e os subescritos t e d

referenciam traseiro e dianteiro respectivamente (ibidem).

Equação 1

Uma bicicleta com marchas possui um conjunto de coroas, cujo funcionamento

consiste em fazer combinações entre as coroas dianteiras e traseiras. A quantidade de marchas

é obtida multiplicando a quantidade de coroas dianteiras pela quantidade de coroas traseiras

(ibidem).

A troca de coroas é feita utilizando descarrilhadores, que são mecanismos

normalmente controlados por cabos que se estendem até o guidão, onde fica o trocador.

Quando os trocadores puxam ou soltam os cabos, os descarrilhadores forçam a corrente a

trocar de coroa.

Figura 2 Física na Bicicleta

Adaptação: UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), 2012

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21

2.1.2 Cadência

A cadência em ciclismo é definida pela rotação da coroa dianteira, comumente é

expressa em pedaladas por minuto, considerando que uma pedalada completa compreende

360º. Nesse projeto de TTC ela será utilizada como referência para troca de marchas.

Controle de Cadência

Como Chris et al (2009) explicam em seu artigo, manter o controle da cadência é

essencial para que o ciclista tenha sucesso em meio a uma competição. A Cadência está

diretamente ligada à potência gerada pelo ciclista. Os batimentos cardíacos, a pressão arterial,

o consumo de oxigênio, podem ser ajustados controlando a cadência e a força aplicada ao

pedal (LIN et al, 2009).

É possível fazer uso do câmbio da bicicleta para manter a cadência estável. A cadência

mais econômica, que consome menos energia do ciclista, está em torno de 60 pedaladas por

minuto (HALLÉN, 2004). No entanto, ciclistas profissionais têm uma cadência entre 90 e 110

rotações por minuto (LUCÍA, 2009).

Medidor de Cadência

Medidores de cadência normalmente são encontrados em ciclo-computadores,

computador de bordo para bicicletas. Quando encontrado individualmente o equipamento com

menor custo está no valor de R$ 150,00, equipamentos mais precisos têm valores que

ultrapassam os R$ 1.000,00. Esses valores foram pesquisados em sites de revendedores e no

mercado livre, os preços são referentes a produtos novos.

Não existe um equipamento padrão para medir a cadência, cada empresa desenvolve o

seu próprio método de leitura, seja por acelerômetro, sensor de magnetismo, dínamo,

mecânico ou qualquer método que considere competitivo no mercado.

2.2 ARDUINO

O Arduino é um projeto aberto que engloba hardware e software. Muito usado em

programas educacionais ao redor do mundo. O Arduino permite que um programa, chamado

sketch, interaja com o hardware (MARGOLIS, 2012). Na Figura 3, pode-se ver o hardware do

Arduino em seu modelo UNO, baseado no microcontrolador ATmega328 com clock obtido

de um ressonador cerâmico de 16MHz (ARDUINO, 2013).

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Figura 3 Arduino UNO

Fonte: ARDUINO, 2013

Alimentação

O modelo UNO opera com tensão de 5V, podendo ser alimentado pela porta USB

(Universal Serial Bus – Barramento Serial Universal) ou pela conexão marcada com +VIN

que está ligada ao plugue de alimentação. Quando alimentado pelo plugue, a tensão pode

variar entre 6V e 20V, no entanto, pouca tensão pode deixar o Arduino instável facilmente e

muita tensão aquece o regulador, o recomendado é que a tensão esteja entre 7V e 12V

(ibidem).

Algumas outras conexões do Arduino são voltadas a alimentação. Essas estão

marcadas com ‘5V’ para alimentação de 5V, ‘3V3’ para alimentação de 3,3V com corrente

máxima em 50mA (mili-ampéres), ‘GND’ para o aterramento, ‘IOREF’ para indicar a tensão

usada como referência nas entradas e saídas digitais e ‘AREF’ para referência nas saídas

analógicas (ARDUINO, 2013).

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Entrada e Saída

Cada modelo de Arduino possui suas próprias características. O UNO oferece 14

conexões que podem ser configuradas individualmente via software como entradas ou saídas,

sendo que dessas 14, 6 ainda podem ser usadas com a técnica de PWM (Pulse Width

Modulation – Modulação por Largura de Pulso) de 8 bits, mas para simular saída apenas, para

entrada analógica existem outras 6 portas (conexões) diferentes. As entradas analógicas têm

precisão de 10 bits, possibilitando a leitura de 1024 valores diferentes. As portas 2, 3 e 13 têm

uma funcionalidade especial no Arduino UNO. A 2 e 3 são as únicas que podem ter

interrupções programadas e a 13 já tem um LED embutido na placa.

Além as conexões já citadas, o modelo UNO possui interface serial, encontrada nos

pinos 0 e 1 (TX e RX, respectivamente) ligados a conexão USB, LEDs indicadores de

atividade, e uma interface SPI (Serial Peripheral Interface – Periférico de Interface Serial)

para comunicação com Shields de controle serial (ARDUINO, 2013).

Shields

Shields são placas que podem ser conectadas sobre o Arduino para estender suas

capacidades. Diferentes Shields podem ser usados para os mais diversos propósitos, desde

apenas uma placa com LEDs até uma controladora de rede (ARDUINO, 2013).

Programas

Os programas para Arduino, também chamados de sketchs, são feitos utilizando a

linguagem de programação Wiring, semelhante à linguagem C++. O próprio projeto Arduino

tem um ambiente para programação, mas existem outras ferramentas que permitem programar

em Wiring.

Os sketchs são carregados para a placa do Arduino usando uma comunicação USB, e o

limite de tamanho do programa depende do modelo do hardware. No caso do Arduino UNO a

memória flash é de 32KB, mas apenas 31.5 KB estão disponíveis para armazenar o sketch, o

resto é usado pelo bootloader, que é o software responsável pela carga do sketch. O modelo

UNO tem 2KBs de SRAM (Static Random Access Memory – Memória Estática de Acesso

Aleatório) e EEPROM (Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory – Memória

Apenas de Leitura Programável Eletricamente Apagável ) (ARDUINO, 2013).

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Quadro 1 Pinos do Arduino

Extraido: ARDUINO, 2013

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2.3 REED SWITCH

Reed Switches são dispositivos que trabalham com baixas correntes, menos que 1A

(ampère) e são chaves que ao entrar em um campo eletromagnético se fecham e, ao sair,

abrem. Podem ser usadas como sensor eletromagnético digital, como chave interruptora entre

outras aplicações.

A Figura 4 ilustra as partes de uma chave magnética. Como o componente é

encapsulado em um bulbo de vidro com gás inerte, em seu interior pode ser visto duas

lâminas metálicas flexíveis com contatos em suas pontas, já externa ao bulbo, em suas

extremidades estão os terminais. (SABER ELETRONICA, 2001)

Figura 4 Reed Switch

Fonte: SABER ELETRÔNICA, 2001

Ao sofrer a ação de um campo eletromagnético, os contatos internos se atraem

fechando o circuito no qual o componente se encontra. No entanto, para que as lâminas se

juntem, as linhas de força do campo devem estar paralelas às lâminas internas do bulbo. Três

formas podem ser vistas na Figura 5 (SABER ELETRONICA, 2001).

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Figura 5 Campo em Paralelo

Adaptação: SABER ELETRÔNICA, 2001

A Leitura da cadência é feita com o sensor magnético, embora possa ser feita de outras

formas, dessa maneira existem menos chances de uma interferência externa alterar o

resultado. E por ser uma leitura digital, é possível trabalhar com interrupções se forma direta,

sem um circuito intermediário.

2.4 MOTOR DE PASSO

Motores de passo são dispositivos eletromecânicos capazes de converter pulsos

elétricos em movimentos mecânicos, gerando variações angulares discretas. (BRITES e

SANTOS, 2008)

De acordo com a sequência e a frequência de pulsos enviados ao motor, ele pode ficar

livre, trancado ou rotacionando em uma velocidade controlada. Os motores de passo podem

ser classificados de duas formas: quanto a sua estrutura ou quanto a sua forma de operação.

O principal motivo pela escolha do motor de passo para esse projeto é a capacidade de

definir que o motor deve girar um ângulo determinado e parar na posição esperada. Usando

um motor de corrente contínua, seria necessário um controle adicional. Já a utilização de

servo-motores, se torna inviável, o preço de um servo-motor com capacidade de mover um

descarrilhador é muito elevado, e para aplicar uma redução, a rotação do servo precisaria ser

aproximadamente 6 vezes maior que a encontrada nos servo-motores comerciais, 160 graus.

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27

2.4.1 Estrutura

Quanto a estrutura, um motor de passo pode ser classificado pelas três seguintes

características.

Relutância Variável

Os motores de passo de relutância variável possuem um rotor de ferro com muitos

dentes e um conjunto de bobinas. Quando uma bobina é energizada, os dentes do rotor se

encaixam nas engrenagens da bobina devido ao magnetismo (QUEIROZ, 2013).

Ímã Permanente

Os motores de passo de ímã permanente possuem ímãs permanentes e não têm dentes,

a rotação se dá apenas pela atração dos polos magnetizados das bobinas com o polo do ímã

encontrado no rotor (ibidem).

Híbrido

É caracterizado pela combinação dos motores de ímã permanente com os de relutância

variável. Possui um ímã permanente ao redor do rotor dentado, de forma com que o

magnetismo ajude a encaixar as engrenagens com maior facilidade (ibidem).

2.4.2 Forma de Operação

Quanto a forma de operação do motor de passo, pode-se classificar de duas formas,

unipolares e bipolares. A forma de operação do motor é de grande valia para o projeto, sendo

que o microcontrolador que irá operar o motor, precisa ter os controles implementados.

Unipolar

Motores de passo unipolares possuem dois enrolamentos por fase, sendo assim cada sentido

da corrente tem o seu enrolamento. Para conduzir um motor desse tipo existem duas formas,

invertendo o sentido da corrente como é feito com motores bipolares, ou aterrando os fios

comuns conectados ao meio das bobinas e enviando pulsos alternadamente para as

extremidades das bobinas. A Tabela 1 mostra a sequência mais simples para enviar os pulsos

às bobinas, quando o centro das bobinas está aterrado, onde ‘0’ indica aterramento e ‘1’ indica

com corrente. Na

Tabela 2 e

Tabela 3 são apresentadas formas de obter o dobro de torque e o dobro da precisão

respectivamente (MESSIAS, 2006).

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Tabela 1 Passo Completo Simples

Passo Bobina 1 Bobina 2 Bobina 3 Bobina 4

1 1 0 0 0

2 0 1 0 0

3 0 0 1 0

4 0 0 0 1

Tabela 2 Passo Completo com Dobro de Torque e Consumo

Passo Bobina 1 Bobina 2 Bobina 3 Bobina 4

1 1 1 0 0

2 0 1 1 0

3 0 0 1 1

4 1 0 0 1

Tabela 3 Meio Passo com Dobro de Precisão

Passo Bobina 1 Bobina 2 Bobina 3 Bobina 4

1 1 0 0 0

2 1 1 0 0

3 0 1 0 0

4 0 1 1 0

5 0 0 1 0

6 0 0 1 1

7 0 0 0 1

8 1 0 0 1

Bipolar

A Figura 6 mostra um motor de passo bipolar aberto. Esse tipo de motor de passo

possui um único enrolamento por fase. A Figura 7 apresenta um modelo esquemático de um

motor de passo bipolar. Ao inverter o sentido da corrente, os polos magnéticos do imã atraem

ou repelem o rotor. Quando pulsos elétricos são enviados de forma correta, o motor entra em

movimento (QUEIROZ, 2013).

Motores unipolares são muito parecidos com os motores bipolares, no entanto motor

de passo bipolar não possui fios conectados ao enrolamento central da bobina. Ao deixar

desconectadas todas as conexões comuns de um motor unipolar, é possível controlá-lo da

mesma forma que se controla um motor bipolar. A diferença é que, neste caso, a bobina

inteira será utilizada, e em teoria, dobra assim sua resistência.

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Figura 6 Motor de Passo Aberto

Adaptação: POLOLU, 2013

Nesse TTC será utilizado o circuito integrado ULN2803 para controlar dois motores

de passo unipolares. A preferência pelos motores unipolares a bipolares se dá pela

simplicidade do circuito intermediário localizado entre o motor de passo e o

microcontrolador. Usando um motor de passo bipolar, esse circuito auxiliar iria inverter o

sentido da corrente, tal como uma ponte H.

Figura 7 Modelo de Motor de Passo Bipolar

Fonte: QUEIROZ, 2013

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2.5 POTENCIÔMETRO

Potenciômetros são dispositivos eletro mecânicos que convertem movimento retilíneo

ou circular em variação de resistência, de acordo com o posicionamento do seletor. Na Figura

8 é visto um modelo comum de potenciômetro com três terminais (ELLIOTT, 2002).

Figura 8 Potenciômetro

Fonte: ROSS, 2014

A resistência do potenciômetro varia de forma linear ou logarítmica, de acordo com o

modelo, bem como o formato e a quantidade de voltas. Quando o eixo está posicionado à uma

extremidade, a resistência entre o terminal base e o terminal dessa extremidade é nula, e a

resistência entre o terminal base e o terminal da outra extremidade é a resistência máxima

oferecida pelo dispositivo (ibidem).

Uma característica importante desse dispositivo para o projeto é que o potenciômetro

pode ser utilizado como um divisor de tensão. Quando uma das extremidades está conectada

ao aterramento e a outra está conectada ao VCC, o conector base varia de acordo com a

posição entre 0V e a tensão de alimentação. Dessa forma é possível fazer uma leitura

analógica da posição do eixo (JUSTEN, 2011).

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Figura 9 Divisor de Tensão

A Figura 9 em conjunto com a Equação 2 mostram o princípio da divisão de tensão

utilizado pelo potenciômetro. O terminal Vin é o pino do potenciômetro que é ligado ao Vcc

do Arduino, equanto o Vout é o pino do potenciômetro ligado à porta analógica do Arduino

(ALLABOUTCIRCUITS, 2012).

Equação 2 Divisor de Tensão

Fonte: JUSTEN, 2011

2.6 MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA

O motor CC (Corrente Contínua), também conhecido como motor DC (Direct

Current), é composto de um conjunto de enrolamentos ou imãs permanentes, chamado estator

e um enrolamento de armadura, chamado rotor (HONDA, 2006). A Figura 10 mostra o

aspecto externo comum para um motor CC.

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Figura 10 Motor CC

Fonte: CONSORTIUM ON COGNITIVE SCIENCE INSTRUCTION, 2008

Funcionamento

Aplicando uma corrente contínua sobre a bobina do rotor, este age como um

eletroímã, repelindo e atraindo os polos opostos do campo magnético do estator. As forças

magnéticas, no entanto, movem o rotor até um limite. A medida que o rotor se movimenta, o

sentido da corrente deve inverter, e consequentemente, inverter a polaridade do campo

magnético, agora atraindo o motor para uma nova posição (HONDA, 2006).

A inversão do sentido da corrente se dá pelo comutador ligado ao rotor. O comutador é

um conjunto de lâminas conectadas às bobinas do rotor. À medida que o rotor se movimenta,

escovas que estavam em contato com as lâminas passam a contatar as próximas lâminas,

alterando o sentido da corrente, ou acionando as próximas bobinas do rotor.

O torque e a velocidade do motor têm uma relação estreita com o posicionamento das

escovas do comutador. O momento adequado à troca de sentido da corrente é o ponto de

equilíbrio entre as forças repulsivas e de atração, tirando proveito da inércia do rotor

Prós e contras

Motores CC têm ciclo contínuo, mesmo em baixa rotação, e um torque elevado em

baixas rotações. O controle de velocidade é relativamente simples e a variação de velocidades

muito abrangente. Em contrapartida, são mais caros que motores de indução de mesma

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potência e têm limitação de tensão máxima. Faíscas são geradas pelo curto da indução das

bobinas na comutação, não sendo adequado o seu uso em ambientes de risco (HONDA,

2006).

2.7 PONTE H

Ponte H é um circuito composto basicamente de um motor e quatro chaves mecânicas

ou eletrônicas dispostas de forma que o esquemático assemelha a letra H, como mostra a

Figura 11. Daí o nome do circuito (PATSKO, 2006).

Figura 11 Representação da Ponte H

Adaptação: PATSKO, 2006

Para controlar o sentido de rotação do motor, as chaves devem ser combinadas.

Mantendo as chaves C e B abertas, chave A deve ser fechada junto com a chave D,

completando o circuito e movimentando o motor. Invertendo o estado das quatro chaves, o

motor gira no sentido inverso. Para desligar o motor as quatro chaves podem ser abertas

(ibidem).

A Figura 12 mostra um circuito pronto usando o CI L298N. Esse CI possui duas

pontes H internamente, trabalha com motores de até 46V e pode fornecer no máximo 4A. No

entanto, mesmo possuindo duas pontes, o circuito tem apenas quatro entradas de controle.

Isso porque o controle das chaves A e D, representados na Figura 11, podem ser ligados entre

si, bem como o controle das chaves B e C. Em uma montagem com transistores atuando como

chave, as bases estariam ligadas.

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Figura 12 Ponte H Dupla

Fonte: FILIPEFLOP, 2013

2.8 ULN2803

O ULN2803 é um circuito integrado com um array (matriz) de portas lógicas NOT,

projetado para ser compatível com a família TTL (Transistor-Transistor Logic - Lógica

Transistor-Transistor) padrão (MOTOROLA, 1996). A Família de circuitos TTL tem como

principal característica trabalhar com 5V (DON LANCASTER, 1975).

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Figura 13 ULN2803

Fonte: MOTOROLA, 1996

Na Figura 13 é mostrado um esquema das portas do ULN2803. Esse CI (Circuito

Integrado) possui 8 portas de entrada TTL e 8 portas de saída. A tensão das portas de saída

são ideais para controle de periféricos podendo chegar a até 50V com corrente máxima de

500mA. A tensão de saída é a mesma utilizada para alimentar o CI, tensão esta fornecida

pelos pinos 9, GND, e pino 10, Vcc. (MOTOROLA, 1996)

2.9 TRABALHOS RELACIONADOS

Durante as pesquisas de trabalhos relacionados quatro projetos se destacaram:

T.Y. Lin et al

Em Taiwan, três engenheiros mecânicos modelaram um sistema de troca de marchas

de uma bicicleta que tem como objetivo garantir o máximo conforto e o mínimo esforço do

ciclista. Para alcançar o objetivo, foi calculada qual a potência que um ciclista não atleta pode

gerar sem sofrer com a fadiga, chegando à conclusão de que mantendo a cadência entre 60 e

100 pedaladas por minuto, o corpo humano pode produzir em torno de 75W durante várias

horas (T.Y. Lin et al, 2009).

O sistema baseia-se em lógica fuzzy para calcular o momento mais propício à troca de

marchas. Sua estratégia é manter uma cadência ótima sem perder o conforto. Como resultado

foi produzido um programa que é executado em um micro processador acoplado à bicicleta

(ibidem).

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No presente projeto de TTC, não será utilizado lógica fuzzy bem como quaisquer

técnicas de inteligência artificial, mas o sistema a ser desenvolvido se assemelha ao sistema

apresentado pelo fato de utilizaram um microcontrolador e a leitura de cadência para tomar as

decisões de troca de marcha.

Connected Bike

A empresa britânica Cambridge Consultants (2012) desenvolveu um projeto para

trocas de marchas chamado de Connected Bike. Fazendo a leitura de velocidade, cadência e

capturando dados do acelerômetro de um smartphone, o aplicativo embarcado em um

smartphone define a melhor marcha para o momento.

Figura 14 Connected Bike

Fonte: CAMBRIDGE CONSULTANTS, 2012

Esse sistema permite a troca manual, automática ou pelo smartphone. No entanto é

limitado a conjuntos de câmbio da empresa Shimano. O diferencial desse projeto é a

possibilidade de, em desacelerações bruscas, passagem de mais de uma coroa por vez. Com

base nos dados obtidos do GPS (Global Position System – Sistema de Posicionamento

Global) o sistema pode prever a troca de marchas em uma subida ou descida. A Figura 14

apresenta a interface do Connected Bike em um dispositivo móvel (ibidem).

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Assim como no Connected Bike, neste TTC a forma como as marchas são trocadas,

permite uma rápida desaceleração e, dependendo do posicionamento da corrente e da

cadência, uma rápida aceleração. Na Tabela 4, há um comparativo dos recursos utilizados, ou

disponíveis ao usuário, entre os projetos relacionados e o projeto desenvolvido neste TTC.

NuVinci

Outro grupo chamado NuVinci (2012), automatizou um de seus sistemas de câmbios

para bicicletas. O sistema original não é baseado em descarrilhadores, mas sim em uma

transmissão toroidal, onde as relações não são pré-definidas. Em um sistema toroidal apenas

as marchas limites são pré-definidas, baseada na posição de deslocamento máximo que se

pode obter no sistema construído, como pode ser visto na Figura 15.

Figura 15 Modelo Toroidal NuVinci

Adaptação: ANDRADE, 2012

Devido à forma como essa transmissão trabalha, a automatização aumenta ou reduz a

marcha gradualmente, contudo, ainda permite que o usuário desabilite a automatização e faça

as trocas eletronicamente quando achar cabível (ibidem).

Neste TTC, a troca de marchas também será suavizada a medida do possível, mas

como o câmbio alvo do projeto é baseado em descarrilhadores, logo a suavidade máxima que

pode ser alcançada pelo sistema proposto, tende a ser menor que a obtida pelo NuVinvi. O

projeto fica a mercê da resolução obtida com o conjunto de coroas disponíveis na bicicleta.

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Copenhagen Wheel

Estudantes do MIT (Massachusetts Institute of Technology – Instituto de Tecnologia

de Massachusetts) estão desenvolvendo um sistema que ajuda o ciclista a manter o ritmo da

pedalada com base na cadência, torque e inclinação. O sistema armazena energia gerada pelo

movimento da roda e usa essa energia para ajudar o ciclista em situações que exijam maior

esforço (GALILEU, 2013).

O sistema pode ser adaptado a qualquer bicicleta de aro 26``. Integrado com um

Smartphone, pode mostrar dados ao ciclista, bem como, avisar sobre amigos que usam o

sistema e apresentar suas informações. O Sistema será comercializado no primeiro semestre

de 2014 com o nome de Copenhagen Wheel, a Figura 16 mostra o produto. (ibidem).

Figura 16 Copenhagen Wheel

Fonte: GALILEU, 2013

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Tabela 4 Comparativo

Recurso T.Y. Lin Connected Bike NuVinci Copenhagen

Wheel TTC

Troca Manual Não Sim Sim - Projeto Futuro

Micro

Controlador Sim Sim Sim Sim Sim

Fuzzy Sim - Não - Não

Conforto Sim Sim Sim Sim Sim

Cadência Sim Sim - Sim Sim

Velocidade - Sim - Sim Estimável

Acelerômetro Não Sim Não Sim Projeto Futuro

GPS Não Sim Não Sim Projeto Futuro

Conjunto de

Câmbio

1 Descar-

rilhador

2 Descarrilha-

dores Shimano

1

Toroidal Nenhum

2

Descarrilhadores

Desaceleração

Brusca - Sim - - Sim

Aceleração

Brusca - Sim - - Sim

Smartphone Não Sim Não Sim Projeto Futuro

Rede Social Não Não Não Sim Projeto Futuro

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3 PROJETO

Para automatizar o câmbio da bicicleta, o conjunto do software e do hardware precisa

trabalhar com a maior harmonia possível. O sistema deve trabalhar coletando dados,

processando-os e atuando. Nesse projeto foi utilizado o Arduino UNO para manipular os

dados e atuadores.

A troca de marchas é feita para manter uma cadência sempre em torno de 60 pedaladas

por minuto, que é a cadência que menos exige desgaste do ciclista. Sendo assim, é preciso

calcular a cadência, escolher a melhor marcha para manter estável e fazer a troca. O

fluxograma apresentado na Figura 17 mostra a sequencia de processamento do laço principal

do programa e o tratamento de interrupções.

Figura 17 Fluxograma do software

Com base na cadência e na marcha atual o sistema calcula qual é a melhor marcha

para o momento, enquanto a marcha atual for a melhor, ele apenas recalcula a melhor marcha,

quando há uma alteração na cadência, o resultado do cálculo é afetado. Antes de mover os

descarrilhadores para a nova marcha, o programa avalia qual das marchas que podem

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utilizadas, sem cruzar a corrente, e usa a que mais se aproxima da marcha ideal. Ao término

da troca a nova marcha é guardada, ela será utilizada nos próximos calculos.

Para iniciar um ciclo de troca de marchas a cadência precisa ser alterada, e a único

código que altera a cadência é o de controle de interrupções. Sabendo que para ocorrer uma

interrupção o pedal precisa estar em movimento, sabe-se que a troca só inicia com o pedal em

movimento também, pois o tempo de cálculo é menor que 10 milisegundos. Isso não garante

que a o pedal vai estar em movimento durante todo o tempo de troca.

Ainda observando a Figura 17. A primeira interrupção tem apenas o horário que

ocorreu guardado, nas próximas o valor da cadência pode ser calculado utilizando o horário

que ocorreu a interrupção anterior, mas antes de gravar a nova cadência, alguns filtros são

feitos, falhas na leitura ou cadências discrepantes são descartados.

3.1 LEITURA DA CADÊNCIA

A leitura da cadência é feita com utilização de um sensor magnético, conhecido como

reed-switch, e um imã. Outra forma de fazer a leitura seria com um sensor óptico, mas ele

poderia sofrer muita interferência do ambiente. A poeira, por exemplo, poderia obstruir a

visão de um sensor óptico, ou até mesmo usando encoder. Encoder é um mecanismo que

permite saber a quanto um eixo rotaciona, e em alguns modelos até a direção da rotação. Com

um encoder haveria a necessidade de alterar a estrutura da bicicleta ou calibrar o sistema, o

que reduziria a precisão. O sensor magnético está fixado no quadro da bicicleta, apontando

para a coroa interna, onde se encontrará um imã que irá excitá-lo, fechando seu circuito.

O imã acompanha a coroa e a cada volta passa no campo de leitura do sensor. Quando

o imã fechar a chave magnética indicará que uma volta foi completada, isto considerando que

o ciclista não pedala no sentido inverso.

A fim de evitar problemas com campos eletromagnéticos que possam vir a produzir

tensão suficiente para excitar a porta de entrada da placa Arduino, quando a chave estiver

aberta a leitura está em alta, e quando a chave fecha o circuito é aterrado.

Por se tratar de uma chave e não consumir mais que 40mA, a alimentação do sensor é

provida pela própria placa Arduino. O fio de leitura é conectado ao pino digital 2, onde é

encontrado o primeiro gatilho de interrupção do Arduino UNO.

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No sketch, programa do Arduino, quando há interrupção, o contador de clock não é

incrementado até que o código responsável pelo tratamento da interrupção termine sua

execução. Sendo que o Arduino UNO trabalha com um clock em 16MHz, a desvantagem de

perder o tempo de execução de um pequeno código é desprezível quando comparado com a

vantagem de garantir que nenhum pulso é perdido.

Figura 18 Posicionamento do Imã

Observe a Figura 18, o ponto preto ilustra o posicionamento do ímã. À medida que a

coroa rotaciona no sentido mostrado pela seta azul, o ímã percorre o caminho indicado em

amarelo. Ao chegar junto à linha A, a chave magnética fixa no quadro fecha, aterrando o

circuito, nesse momento gatilhos de change (troca) e falling (queda) são disparados.

Continuando o trajeto do imã, até chegar à linha B, onde novamente o gatilho de

change é disparado, mas desta vez disparando o gatilho rising (subida), pois o sensor abre o

circuito de aterramento, deixando assim a leitura em alta. Durante todo o percurso entre A e

B, marcado em magento, o gatilho de low (baixo) é disparado, e no percurso marcado em

amarelo nada acontece, pois o modelo UNO não possui suporte ao gatilho high (alto).

A interrupção esta configurada com o gatilho de falling, ou seja, será disparada apenas

quando o sinal estiver passando de um estado com energia para um estado sem energia. Essa é

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a melhor forma de usar o gatilho, pois o gatilho deve ser ativado uma e somente uma vez em

cada volta completa da coroa.

Utilizar o gatilho em rising também funcionaria, a vantagem de usar o gatilho em

falling é o fato das chances, ao iniciar o sistema, da leitura ser alta são maiores. O que quer

dizer que, o tempo até a primeira leitura de decida tem maiores chances de ser menor do que

até a primeira leitura de subida. Sendo assim a primeira marcha tende a ser calculada mais

cedo.

Sabendo que a cada interrupção uma volta foi completada, para calcular a rotação em

voltas por minuto é utilizado a

Equação 3, na mesma ∆t é a diferença de tempo entre uma leitura e outra expressa em

μs. Dividindo 106, que é um segundo expresso em microssegundos, por ∆t, está se aplicando a

regra de três para calcular a equivalência de quantas pedaladas seriam dadas em um segundo,

em outras palavras, a cadência em pedaladas por segundo, multiplicando por 60, o produto é a

cadência em pedaladas por minuto. (HALLIDAY, 2012)

60

Equação 3

Observa-se que, como o contador de microssegundos do Arduino utiliza um tipo

unsigned long (longo sem sinal), após aproximadamente 70 minutos o contador reinicia

devido ao overflow (estouro de capacidade). Também nota-se que como o clock é de 16MHz,

além do estouro, que a resolução será de quatro microssegundos. Esses dados foram levados

em consideração ao criar a lógica para calcular a cadência, evitando anomalias.

3.2 PROCESSAMENTO DA MARCHA

Para o circuito controlador é utilizado a plataforma denominada Arduino. É uma

plataforma que tem se tornado comum no meio acadêmico e principalmente pode ter código

aberto. O Arduino é um recurso para prototipagem voltada ao meio acadêmico e hobbistas, e

todo o projeto tem o código aberto e por conta disso, existem muitos similares no mercado.

Muitos acessórios foram e continuam sendo desenvolvidos para agregar soluções a plataforma

(ARDUINO, 2013).

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A escolha da marcha adequada é feita para manter a cadência mais próxima possível

de 60. No entanto, algumas regras são seguidas.

Não saltar mais que duas marchas em cada catraca;

Não cruzar a corrente de forma que comprometa o câmbio.

Trocar muitas marchas de uma só vez pode forçar o descarrilhador, desregulando-o.

Um descarrilhador desregulado comprometerá todo o sistema de câmbio automatizado, pois a

única forma que o sistema tem de saber em que coroa a corrente está é pela posição do

atuador.

Cruzar a corrente é colocá-la em uma coroa externa e em uma coroa interna, além de

enfrentar maior resistência para estabilizar a transmissão, o atrito lateral causará desgaste

tanto da corrente como dos dentes das coroas, podendo fazer com que a corrente abra ou

dificulte estabilização da transmissão no caso de um dente entortar.

O cálculo da redução de uma coroa para outra pode ser feito utilizando a Equação 4,

onde Ca e Cb indicam a medida da circunferência de cada uma das duas coroas onde a

corrente se encontra (HALLIDAY, 2012).

Equação 4

O tamanho do pedivela também criará uma relação de redução, funcionará com uma

alavanca. Da mesma forma o tamanho da catraca traseira para o tamanho da roda traseira

criam outra alavanca (BONJORNO, 2001).

A velocidade angular do pedivela e da coroa ligada a ele pelo eixo é a mesma, bem

como o da coroa ligada a roda traseira da bicicleta e a própria roda também é a mesma. Sendo

que o pedivela funciona como uma alavanca e a roda traseira também, temos duas alavancas.

Considerando que a força que o ciclista estará fazendo gera o movimento da bicicleta,

e que essa força será aplicada entre a roda e um plano, quando a velocidade cair será por falta

de força, além disso, que a força necessária para a aceleração após uma troca de marchas será

adicionada pelo ciclista a fim de controlar a velocidade da bicicleta. O controle das trocas de

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marcha, para manter a mesma pedalada foi baseado na diferença de redução entre as coroas e

seu efeito no câmbio completo, pedivela à roda.

Ao iniciar o sketch, a Tabela 5 relacionando cada possível combinação de coroas deve

ser carregada com a redução resultante de cada combinação. Essa redução deve ser do

conjunto de câmbio completo.

Tabela 5 Relações de Transmissão

Posição

Dianteira

Raio

Dianteiro

Relação

Dianteira

Posição

Traseira

Raio Traseiro Relação

Traseira

Relação Final

1 5,926930081 1,868263969 1 5,926930081 4,230363709 0,441631996

1 5,926930081 1,868263969 2 5,080225783 5,102090994 0,366176137

1 5,926930081 1,868263969 3 4,445197561 5,973818279 0,312742016

1 5,926930081 1,868263969 4 3,810169338 7,136121325 0,261803841

1 5,926930081 1,868263969 5 3,386817189 8,153136491 0,229146657

1 5,926930081 1,868263969 6 2,96346504 9,460727418 0,197475721

2 5,926930081 1,113457662 1 5,926930081 4,230363709 0,263206130

2 5,926930081 1,113457662 2 5,080225783 5,102090994 0,218235555

2 5,926930081 1,113457662 3 4,445197561 5,973818279 0,186389610

2 5,926930081 1,113457662 4 3,810169338 7,136121325 0,156031212

2 5,926930081 1,113457662 5 3,386817189 8,153136491 0,136568014

2 5,926930081 1,113457662 6 2,96346504 9,460727418 0,117692606

3 10,16045157 0,673153982 1 5,926930081 4,230363709 0,159124375

3 10,16045157 0,673153982 2 5,080225783 5,102090994 0,131936883

3 10,16045157 0,673153982 3 4,445197561 5,973818279 0,112684041

3 10,16045157 0,673153982 4 3,810169338 7,136121325 0,094330513

3 10,16045157 0,673153982 5 3,386817189 8,153136491 0,082563806

3 10,16045157 0,673153982 6 2,96346504 9,460727418 0,071152455

Conhecendo a redução e a cadência, poderá ser calculada a rotação da roda usando a

Equação 4 e recalculada a relação correta utilizando a mesma equação. De posse desse dado o

sistema irá escolher entre as relações de marcha que podem ser utilizadas, qual é a que tem

menor diferença com a relação ideal calculada.

Ainda assim, a Equação 4 não leva em conta o tamanho do pedivela e da roda, então

ela é substituída pela Equação 5 no cálculo da relação ideal, bem como no cálculo da tabela

carregada inicialmente.

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Equação 5

A Equação 5 é a relação entre as duas relações, calculadas com o princípio de alavanca

mostrado na Figura 19. Nessa equação, r é medida do raio. A fração a da equação representa

a alavanca A da figura, é o raio do pedivela, na Figura 19 o eixo está marcado em

vermelho, dele está sendo subtraído , raio da coroa da frente, para obter a medida entre o

limite da coroa e o pedal, o resultado é dividido pelo próprio , completando a relação da

alavanca A.

Figura 19 Alavancas

A segunda parte da Equação 5 é a relação da coroa de trás com a roda, marcada como

b na equação. Nela divide-se a diferença entre o raio da roda e o raio da catraca traseira,

respectivamente marcados como e . Finalmente faz-se a transferência marcada pela linha

tracejada na Figura 19, uma divisão na Equação 5.

A Tabela 5 mostra como foi carregado os dados iniciais referentes à relação de

transmissão de uma possível bicicleta que acomodará o protótipo, essa possui uma roda com

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31 cm de raio e um pedivela de 17 cm. Os valores foram calculados utilizando a Equação 5,

no entanto, o Arduino UNO irá utilizar apenas seis casas decimais, já que o tipo Double

possui o mesmo tamanho do tipo Float.

Nesse protótipo, o cruzamento máximo da corrente admitido é o espaçamento padrão

de duas coroas e meia, o Quadro 2 mostra as possíveis ligações marcadas dom um e com

um - as ligações não permitidas. Nas linhas encontram-se as coroas traseiras e nas colunas nas

coroas dianteiras.

Quadro 2

Ligações permitidas 0 1 2

0 -

1 -

2 -

3 -

4 -

5 -

3.3 ATUADOR

O atuador, que efetiva a troca das marchas, é composto de motores, um para cada cabo

de marcha. Um cabo auxiliar será ligado ao cabo já existente e ao eixo do motor, que à

medida que for trabalhando, irá liberar ou esticar o cabo, trocando de marcha da mesma forma

como já funciona um câmbio comum.

Para que o atuador funcione corretamente, os cabos originais devem ficar na posição

mais relaxada possível, evitando que ao relaxar o cabo adicional, o cabo original fique

esticado impedindo o movimento do descarrilhador.

A Figura 20 ilustra os cabos, a linha azul representa o cabo de marcha original, que

ao ser esticado corre na direção da seta preta. A esse cabo será ligado um cabo auxiliar,

marcado em vermelho. Quando o cabo original estiver frouxo, o cabo auxiliar assume o

controle puxando-o na direção indicada pela seta verde. A espiral na ponta do cabo auxiliar,

vermelho, indica o posicionamento do motor de passo.

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Figura 20 Cabos

Os motores de passo utilizados são do tipo unipolar com cinco fios, um comum e os

quatro fios ligados nas extremidades das bobinas. A tensão de alimentação dos motores de

passo será maior que a fornecida pelo Arduino através de qualquer uma das suas saídas. Para

poder controlar os motores de passos será utilizado um componente intermediário. Esse

componente intermediário é o ULN2803, que basicamente receberá sinais digitais de cinco

volts e replicará o sinal em suas saídas com a tensão que será fornecida pela bateria.

Os motores de passo têm força para aguentar aproximadamente 240 gramas a um

centímetro do eixo aplicando-se 9V a meia bobina (unipolar). Há bobinas com resistência de

110Ω e precisão de 15º ou 7,5º a meio passo. Sendo que a força necessária para puxar os

cabos é maior, está clara a necessidade de uma redução ou motor mais forte.

A Figura 21 mostra o tipo de redução rosca sem fim. Esse tipo de engrenagem é

utilizado quando se necessita de grandes reduções. Na gravura, o eixo em azul da rosca sem

fim laranjada é o eixo do próprio motor de passo, percebe-se que para a engrenagem cinza

girar o equivalente a apenas um dente, o motor de passo terá que dar uma volta completa,

surge uma redução. O cabo auxiliar enrola no eixo marcado em verde seguindo frisos que

evitam que ele se sobreponha. Sendo que a força da rosca sem fim é aplicada na extremidade

da peça, outra redução se dá pelo fato de que o cabo esta ligado mais próximo ao eixo.

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Figura 21 Redução

Em contrapartida ao aumento da força está o tempo que o sistema irá utilizar para

realizar a troca das marchas. À medida que a força aumenta, o tempo aumenta também. O que

pode tornar o uso de uma redução muito grande, inviável para uma aplicação final.

3.4 ALIMENTAÇÃO

A alimentação elétrica do sistema é fornecida por meio de uma bateria recarregável. A

bateria precisa de uma carga suficiente para manter o sistema operante por algumas horas sem

a necessidade de recarga.

Sabendo que funcionando com 11,1V o hardware irá consumir em torno de 270mAh,

estima-se que uma bateria de 2200mAh de 20-40 ciclos possa alimentar todo o sistema pelo

período de 8 horas, sem necessidade de recarga. Dessa forma uma bateria de Li-Po de 3

células com carga de 2200mAh e tensão resultante de 11.1V pode ser utilizada neste projeto.

A Figura 22 mostra uma bateria que se encaixa no perfil do projeto.

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Figura 22 Bateria

4 DESENVOLVIMENTO

A etapa de desenvolvimento do projeto foi dividida em atividades relatadas

especificando sua execução. A organização dessas tarefas permitiu a implementação do

sistema de trocas de marchas automatizado.

4.1 MONTAGEM DO HARDWARE

4.1.1 Materiais

Com base no estudo de recursos feito durante a elaboração do TTC I, os materiais

necessários para a montagem do protótipo foram reunidos, e um ambiente de trabalho

definido. A montagem da parte elétrica do projeto foi feita em casa, já que os materiais usados

são na maioria itens pequenos. A montagem da parte mecânica foi feita em uma fábrica de

bicos de injeção automotivos, esse local é adequado pela disponibilidade das ferramentas de

maior porte.

Os materiais e ferramentas usados foram: Furadeira de bancada - várias brocas; Morsa

de bancada; Paquímetro; Cerras para ferro; Bigorna; Marreta; Martelo; Torno; Alicates;

Chaves de boca; fenda e fenda cruzada; Fonte de computador; Secador de cabelo; Máquina de

solda; Esmeril; Lima; Ferro de solta; Tubo para hidrante; Carcaças de motor de injeção de

combustível; Eixos de impressora HP deskjet 660c com engrenagem; Diversos parafusos,

porcas e arruelas; Pregos; Buchas para motor de arranque; Suportes para cano de descarga

automotiva; Graxa; Borracha de câmara de ar; Arduino; Fios; Reed switch; Imã; Liga de

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estanho com chumbo; Conectores; Capacitor cerâmico; Regulador de tensão; Baterias; Tubos

termo retráteis; Placa de cobre perfurada; Tela de celular; Carcaça de modem; Motores;

Potenciômetros multi-volta; Computador; Fitas com trava; Neutrol; Capa de aparelho de

barbear; Circuito de Ponte H dupla; Bicicleta para teste; Multímetro.

4.1.2 Elétrica

Com o reed swich em mãos, o primeiro passo foi testar o funcionamento do mesmo,

com um imã de alto falante e um multímetro. Como era esperado, o reed switch fechava ao

aproximar o imã, no entanto, na prática, pôde-se notar que ao aproximar o imã apenas de um

terminal, o sensor era mais sensível.

O reed switch é um dispositivo muito frágil e, para proteger o sensor, após ligar com

fios e estanho os terminais com um conector, ele foi protegido com uma capa e mergulhado

em neutrol, deixando apenas o conector para fora. O neutrol forma uma proteção adequada

para o dispositivo e mantém suas características de funcionamento.

O circuito de controle de dois motores de passo foi montado e testado, inclusive com

uma biblioteca para controle dos motores, antes de ser instalado na bicicleta. Mais tarde, a

biblioteca para controle dos motores de passo foi descartada, pois os motores foram

substituídos por motores de corrente contínua.

Quando o sistema inicia, precisa saber em que posição os atuadores estão para

posicionar-se corretamente. Por isso, um potenciômetro de múltiplas voltas foi adicionado ao

projeto. Com o potenciômetro, a precisão do motor de passo deixa de ser tão interessante

quanto era no início, e a força de um motor DC passa a ser mais interessante.

Para controle do motor de corrente contínua, foi estudado o circuito de ponte H, que

embora seja simples, é eficaz. Realizado os testes, verificou-se que a ponte H atendeu às

necessidades do projeto.

Vários testes foram realizados com diversos motores. Alguns ultrapassavam os valores

de corrente permitidos, e os motores elétricos utilizados em carros foram substituídos por

motores utilizados em impressoras. Aplicando 12V, a corrente é de 250mA, bem abaixo do

limite da ponte usada. Posteriormente, essa tensão foi aumentada para 24V,

consequentemente o motor travado passou a consumir até 700mA, ainda abaixo do limite do

circuito e das baterias.

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Cada um dos dois potenciômetros também foram testados, e desempenharam muito

bem a tarefa de divisor de tensão. Nesse projeto, a resistência do resistor não é algo

extremamente relevante, apenas deve ser alta o suficiente para evitar uma sobre corrente. Foi

usado o mesmo valor da resistência sugerida no site do Arduino, 10KΩ.

Para facilitar a remoção de partes das peças durantes os testes, uma pequena placa

ilhada foi usada, em conjunto com vários conectores ligando os fios. E já que estava sendo

feito uma placa, um regulador de tensão foi adicionado, apenas para evitar o aquecimento do

regulador presente na própria placa do Arduino. Mais tarde um capacitor cerâmico de 100µF

foi usado nessa mesma placa, para filtrar ruídos, caso fosse preciso reduzir a quantidade de

código no Arduino.

Toda a parte elétrica foi alocada em uma caixa de plástico, exceto as baterias, que

ficaram atrás do selim. Pouco antes de fazer testes em campo, para facilitar a depuração e

análise do sistema em funcionamento, uma tela de celular foi ligada diretamente no Arduino,

e fixada junto à carcaça do modem, que por sua vez, foi presa ao guidão, assim a caixa de

montagem que a substituiria não foi usada. A Figura 24 mostra a disposição do Arduino, da

ponte H e da placa auxiliar dentro da carcaça, já a

Figura 23 apresenta a localização caixa.

Figura 23 Tela

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Figura 24 Montagem Elétrica

Para poder iniciar os testes, uma fonte antiga de computador foi usada como

alimentação de 5V e 12V. Ao mudar o motor, a fonte a ser usada foi de 19V. Antecedendo as

baterias originais do projeto, duas baterias de no-break 12V 7A foram alocadas atrás do selim,

agrupadas em série, fornecendo 12V e 24V. A Figura 25 mostra a alocação das duas baterias

de no-break na bicicleta.

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Figura 25 Baterias

A Figura 26 trata-se do esquema eletrônico montado para o projeto, onde é possível

ver que os motores não estão ligados diretamente ao Arduino e que possuem uma alimentação

própria. O reed switch faz aterramento quando fecha, e não possui um resistor de elevação,

pois a própria porta do Arduino pode ser configurada para manter o sinal elevado.

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Figura 26 Esquema Eletrônico

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4.1.3 Mecânica

A montagem do atuador foi uma importante etapa nesse projeto. E por não ser o foco

do curso, foi uma das primeiras etapas a ser realizada. Isto evitou possíveis riscos que

inviabilizariam o projeto mais adiante.

O primeiro atuador foi montado à medida que os materiais foram encontrados. A

primeira parte feita foi uma base para manter as engrenagens no lugar correto. Base feita com

um pedaço de cano usado em hidrantes, que foi aberto e cortado. As partes cortadas foram

soldadas formando uma caixa aberta em dois lados.

Em seguida a caixa foi furada, uma bucha de motor de arranque foi posta em cada

furo. O parafuso foi furado e torneado para fazer a peça de rosca sem fim. Neste ponto já foi

possível fazer o primeiro teste do atuador, colocando as engrenagens no lugar. A engrenagem

funcionou como redução, e ao liberar o eixo de rosca sem fim, a saída da redução trava. Na

Figura 27 pode ser visto uma foto do atuador ainda em fase de montagem.

Figura 27 Aparência externa do atuador

Uma chapa foi soldada para dar suporte ao motor e parafusos foram soldados para

fechar a lateral da caixa. O lado em que o motor é acoplado não foi fechado intencionalmente,

para facilitar o acompanhamento do atuador. Um suporte foi soldado junto à caixa para fixá-la

na bicicleta.

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A tampa que fecha a caixa foi perfurada e uma saliência auxiliar, também perfurada,

foi posta sobre o furo para suportar o potenciômetro. O corte do eixo da engrenagem foi feito

de forma que o eixo pudesse ser ajustado. Assim, a ponta do eixo da engrenagem foi

trabalhada de forma a se encaixar na fenda do eixo do potenciômetro. A Figura 28 mostra o

atuado com o potenciômetro já fixo ao local definitivo.

Figura 28 Localização do Potenciômetro

O motor foi preso ao suporte e a caixa foi testada com a tampa ainda aberta. Para

facilitar o movimento, graxa foi aplicada nas engrenagens, e a caixa deixada ligada durante

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uma hora em cada direção, a fim de garantir que as engrenagens não travassem. Depois disso,

o eixo de saída foi perfurado e a tampa foi posta na caixa. Como os furos de suporte da tampa

foram feitos maiores, foi preciso ajustar o eixo da engrenagem com o eixo do potenciômetro.

Para fixar a caixa na bicicleta, foi soldado um suporte de escapamento automotivo, e o aperto

feito no garfo, onde ficam os atuadores. Como definido no projeto, o cabo de marcha enrola

no eixo, para fixar o cabo, o eixo foi perfurado e uma porca foi soldada na caixa para segurar

a proteção do cabo. A Figura 29 apresenta o a conexão do atuado com o cabo de marchas.

Figura 29 Cabo

4.2 SOFTWARE

4.2.1 Principal

O código principal inicia com a inclusão das bibliotecas e definições de alguns valores

de configuração, sendo que a maior parte das definições, indicam para que utilizar cada porta

do Arduino. Outras permitem configurar o sistema para outras bicicletas, informando a

quantidade de marchas, quantas marchas podem ser trocadas por vez, entre outras

configurações que estão fixas, a cadência almejada, a alteração mínima de cadência necessária

para realizar a troca e o valor da maior discrepância.

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Logo a seguir as constantes e variáveis globais foram declaradas. Uma matriz de

valores lógicos constantes foi definida com as combinações possíveis das marchas sem

cruzamento, na matriz, cada linha indica uma coroa no conjunto da frente e cada coluna uma

coroa no conjunto de trás.

É nesse momento que a matriz com os resultados da Equação 5, calculo das relações, é

declarada, seguida dos vetores que guardam o valor da leitura do potenciômetro em cada

marcha, sendo que a posição 0 é a coroa interna e as demais são as subsequentes. Para as

coroas de trás, dois vetores foram declarados, um para indicar se a posição da marcha está

subindo e outro para indicar quando está descendo, pois há uma variação considerável nos

valores, dificultando a utilização de apenas um vetor.

Ainda nas declarações globais, a variável cadencia tem uma característica que a

diferencia das demais, ela tem a propriedade volatile (volátil), dessa forma ela pode ter seu

valor alterado por um trecho de código ativado pelo controle de interrupções.

No procedimento setup, executado ao iniciar programa, a porta onde o reed switch foi

ligado é configurada como INPUT_PULLUP, essa configuração permite o controle de entrada

pela porta, e habilita o resistor interno do Arduino que liga a porta aos 5V, esse tipo de

ligação é chamado de pull up (levantar). A configuração de pull up resolveu o problema com

eletricidade estática.

A função responsável pela leitura da cadência foi ligada ao controle de interrupções da

porta onde o sensor foi conectado e configurado para disparar quando houver uma queda de

tensão. Finalizando as tarefas do procedimento setup.

No procedimento loop, executado repetidamente, uma variável estática iniciada em 0

guarda o valor da última cadência calculada, esse valor é comparado com a cadência atual, no

caso da diferença ser maior que o limite definido no inicio do programa ou no caso do sistema

ainda estar em busca da melhor marcha, o sistema inicia o cálculo da melhor marcha para a

cadência atual e aciona os atuadores.

Quando os dois atuadores param em suas novas posições, o cálculo da melhor marcha

é refeito, para ter controle se o sistema já chegou à melhor marcha ou não. Se a melhor

marcha não foi alcançada, na próxima execução do loop a troca continua.

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60

A função responsável pela atualização da cadência é executada apenas pelo controle

de interrupções, sendo assim, a cadência só altera com as coroas em movimento e o cálculo de

marchas só irá retornar um novo posicionamento com uma nova cadência. Essa lógica garante

que um ciclo de trocas de marcha só inicia com coroas em movimento, mas não garante que

pare a troca no caso das coroas pararem após um ciclo iniciado. Um ciclo de trocas de marcha

inicia com a detecção de uma marcha inadequada, tem uma ou mais trocas sucessivas e

termina com a primeira detecção de marcha adequada.

Três bibliotecas foram produzidas para o projeto das quais apenas duas são utilizadas

no programa, a fim de abstrair o controle dos descarrilhadores. A biblioteca descartada era

responsável pelo controle de motores de passo, pois a biblioteca padrão do Arduino não

atendia satisfatoriamente a necessidade do projeto. Ela foi descartada porque os motores de

passo foram substituídos pelos motores de corrente contínua, então foi criado a biblioteca

L298Motor.

4.2.2 L298Motor

A biblioteca L298Motor é responsável pelo controle de motores de corrente contínua

através de um circuito de ponte H. Ela é orientada a objeto e sua principal classe é a

L298Motor.

Os objetos da classe L298Motor recebem dois valores do tipo short em seu construtor,

esses valores indicam os pinos de controle do motor. Para o correto funcionamento da

biblioteca, os pinos de controle devem ser suporte a modulação por largura de pulso, pois é

dessa forma que é controlada a velocidade do motor.

Um objeto dessa classe possui métodos para ligar o motor, desligar o motor e escolher

a velocidade. Esses métodos são chamados de start, stop e setSpeed respectivamente. O

único método que recebe parâmetros é o setSpeed, ele aguarda um valor do tipo short,

valor este que deve variar entre -255 e 255. Quando o valor é zero o motor fica desligado e

quando o valor se afasta de zero a velocidade aumenta, no caso do valor estar abaixo de zero,

o motor gira no sentido inverso. A biblioteca possui também um método que retorna um valor

lógico indicando se o motor está ligado ou não, isRunning, e um método para indicar a

velocidade do motor chamado getSpeed.

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4.2.3 Trocador

Assim como a L298Motor, a biblioteca Trocador também é orientada a objeto. Sua

classe principal é a Trocador e faz uso da L298Motor. A função dessa classe é abstrair parte

do controle dos descarrilhadores controlando um motor e um potenciômetro.

O objeto da classe Trocador controla o motor tentando deixar a leitura do

potenciômetro no valor desejado, semelhante a um servo-motor. Em seu construtor, recebe o

motor a ser gerenciado, uma lista de posições em que o potenciômetro fica costumeiramente,

o tamanho dessa lista (o tamanho precisa ser passado porque após entrar na função o tamanho

não pode mais ser calculado), a velocidade que deve ser aplicada ao motor, um valor de folga

das rotações (posição extra em cada movimento) e o pino onde está ligado o potenciômetro.

As duas funções mais usadas são a setPosition que indica para qual das posições

predefinidas o motor deve girar recebendo essa posição por parâmetro e a

updatePosition que não recebe parâmetro, mas é de suma importância, pois é

responsável por ligar e desligar o motor, além de controles internos. Posteriormente, um

método para atualizar a lista de posições foi adicionado.

Há outros métodos que auxiliam o controle, tais como o isShifting para indicar se

o trocador está em movimento, o near para estimar a posição atual e a setPoints para

redefinir as posições costumeiras. Uma definição existe para desconsiderar oscilações na

leitura do potenciômetro ela é chamada de OSCILLATION. Essa biblioteca foi utilizada para

mover o descarrilhador até o ponto correto de cada marcha de forma simples. Basta passar um

vetor pré-definido com a posição das coroas e quando precisar mudar a marcha, passar o

número da posição da coroa no vetor.

4.3 CONTRATEMPOS

Durante o desenvolvimento do projeto algumas dificuldades se destacaram. Nesta

seção os principais contratempos encontrados.

Logo no início do desenvolvimento, a necessidade de saber a posição dos

descarrilhadores ao iniciar o sistema foi percebida. Com ajuda de um potenciômetro

multivoltas e uma porta analógica, foi possível determinar a posição em que se encontrava as

engrenagens do atuador a qualquer momento, inclusive na inicialização do sistema. Nesse

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ponto o motor de passo pode ser substituído por um motor DC, já que o principal motivo para

usar um motor de passo era a precisão.

Durante os testes dos cálculos de cadência, valores extremamente discrepantes

apareciam aleatoriamente. Leituras errôneas provenientes do atrito das palhetas em momentos

pré-fechamento e pós-fechamento causavam intervalos entre interrupções extremamente

curtos, que ao serem processados resultavam em cadências acima de duzentas pedaladas por

minuto, quando claramente estava com uma cadência inferior.

Para corrigir esse intervalo entre leituras, um capacitor foi colocado em paralelo com o

sensor, o que reduziu a incidência do problema, mas apenas com uma alteração no software o

problema deixou de aparecer. Essa alteração simplesmente ignora leituras que não foram

feitas dentro de um limite de tempo aceitável.

Durante os testes de motores, o primeiro motor (DC), que até então se apresentava

como a melhor opção à utilização no projeto, ao travar desligava todo o sistema. Motores

menores foram testados na ponte H. O motor da impressora da HP Deskjet da série 600 teve

um excelente comportamento, com consumo dentro dos limites da ponte H e bateria. No

entanto, a força do motor só foi o suficiente para mover o atuador quando alimentado com

20V. O aumento da tensão foi uma alternativa a rebobinar o motor.

O código precisou ser depurado durante a programação, isso foi feito usando a porta

serial do Arduino. Quando a bicicleta precisava estar em movimento, devido a

impossibilidade de carregar o notebook junto, buscou-se outra alternativa. Uma tela de celular

Nokia modelo 5110 foi ligada ao Arduino e uma biblioteca pronta (LCD5110_Basic) foi

utilizada. Essa possui comandos semelhantes a serial, por isso sua escolha.

Várias vezes, para reparos ou estudos, o potenciômetro teve que ser removido do

atuador. Isso não foi um grande problema, mas alinhar o eixo do potenciômetro com o eixo da

engrenagem é uma tarefa um tanto delicada. Isso aconteceu quando os cabos de marcha foram

trocados, quando o descarrilhador traseiro foi trocado, entre outras ocasiões. E após cada

instalação, todas as configurações de posicionamento precisavam ser revisadas e ajustadas,

indicando qual seria a nova posição de cada marcha. Então essa situação foi evitada o máximo

possível.

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Durante os testes do atuador, o motor não girava para um lado, mesmo com toda a

lógica aparentemente correta. Muitos testes foram feitos, e muito tempo foi gasto reestudando

a lógica utilizada, e após várias tentativas, o problema foi corrigido trocando o nome de duas

definições, PINA e PINB para PIN_A e PIN_B, respectivamente. As definições são usadas

pelas bibliotecas que são incluídas automaticamente, mas o ambiente de desenvolvimento não

acusou erro algum e o programa era carregado para a placa normalmente.

A ideia inicial era manter os trocadores manuais, acrescentando mais dois cabos para

troca automática. Isto estava tomando muito tempo, sem resultados positivos. A melhor

tentativa foi ligar com um parafuso perfurado, mas todos os parafusos usados quebravam ao

apertar e se não apertasse os cabos escapavam. Uma peça para união de cabos foi procurada,

mas sem encontrar ela para cabos dessa espessura, as manoplas originais foram removidas

para continuar com a montagem. Ligando o cabo original diretamente no atuador, a união de

cabos não foi mais um problema.

A mola que puxa o descarrilhador traseiro não estava mais forte o suficiente para

puxar o cabo no sentido inverso. O descarrilhador traseiro foi trocado por um novo e o

problema aparentemente estava resolvido, no entanto, ainda demorava a puxar, pois o cabo

estava ficando com o formado arredondado do eixo e curvo dentro dos canais curtos. Uma

possível solução seria aumentar a área livre do cabo ou enrola-lo em um segundo eixo, maior,

mas sem redução, e também usar cabos mais longos, infelizmente não houve mais tempo para

fazer essas melhorias. Ao descer marchas o descarrilhador pode demorar a acompanhar o

sistema, com isso o sistema pede para descer mais marchas até que a marcha caia, então a

cadência sofre alteração. Em seguida o sistema recalcula a nova marcha, que deve estar

acima, e então o descarrilhador toma sua posição. Até o momento esse comportamento não

está causando danos ao resultado final, mas uma melhoria no acoplamento é uma

possibilidade de trabalho futuro.

Um problema realmente grave foi devido a um pino configurado errado nas definições

iniciais do programa, os valores já estavam definidos corretamente, mas em uma remontagem

os cabos do motor dos atuadores foram trocados. Os dois atuadores foram danificados. O

potenciômetro estorou, consequentemente o motor perdeu o controle e antes que o sistema

pudesse ser desligado, o eixo do outro atuador cedeu o encaixe, pois o cabo chegou ao limite e

o motor estava em movimento. Para acompanhar o cronograma do projeto, o horário dedicado

ao mesmo teve que ser aumentado. Um novo potenciômetro foi instalado em um atuador e o

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reparo do eixo inicialmente foi feito com cola, mas ele cedeu novamente. Uma tentativa foi

feita com estanho, que embora não seja muito adequado, tem se mostrado eficiente até o

momento.

4.4 TESTES

Os testes foram feitos à medida que o projeto era desenvolvido, com exceção do teste

final, com o dispositivo completamente montado. O teste final foi andar com a bicicleta em

terrenos planos, subidas, decidas e sem pedalar. Alguns ajustes nas definições iniciais do

programa foram feitos para evitar a troca excessiva, mas nenhuma grande alteração na

programação se fez necessária. A troca das marchas é suave, e se mantido a força no pedivela,

a cadência é mantida próxima a 60 pedaladas por minuto. No caso de pedaladas lentas, a

marcha reduz até o mínimo, já em pedaladas rápidas, a marcha sobe até o máximo, onde se

estabiliza, nesses casos a cadência varia, como já era esperado.

Motor

O funcionamento dos motores de passo e dos motores de corrente contínua foram

testados em conjunto com o Arduino. Para cada um deles, uma biblioteca foi criada, placas

intermediárias foram utilizadas para controle dos motores, e também foram testadas no que

coube ao projeto.

Atuador

Como as engrenagens foram reaproveitadas, o funcionamento foi testado

separadamente. Após verificar seu funcionamento, testes brutos foram feitos, entre eles, girar

uma volta para um lado, meia volta para o outro, parar e manter-se estável quando desligado.

A abstração dos comandos do atuador foi feita com uma biblioteca desenvolvida durante o

projeto. Nesse ponto, os testes incluíam basicamente mover o atuador até o ponto

determinado, acompanhando o status do atuador (parado ou em movimento).

Sensor

Os testes de cadência foram relativamente simples, com ajuda de um metrônomo, a

cadência foi mantida em velocidade fixa, e o retorno deveria ser o valor mostrado no

metrônomo.

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Troca

As trocas de marcha foram testadas uma a uma, alternando a primeira com a última e

sequencialmente, tanto para aumentar quanto reduzir. Processo lento e com muitos ajustes na

definição de posicionamento de cada coroa para o atuador.

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5 CONCLUSÃO

O projeto pretende melhorar o sistema de câmbio já existente em uma bicicleta,

efetuando a troca das marchas automaticamente e visando manter a cadência estável. Para

isso, foi necesário estudar o funcionamento de um câmbio comum, os recursos que o Arduino

disponibiliza e de que forma pode ser controlado o sistema de câmbio.

O estudo do câmbio comum se deu principalmente de duas formas, leitura de artigos e

sites especializados, e análise do funcionamento do câmbio em operação e sua reação à

interação do ciclista. A análise prática do funcionamento foi muito importante, pois permitiu

ter uma noção da complexidade do mecanismo de troca de marchas. Quanto as recursos

disponibilizados pelo Arduino, o site oficial, embora não esteja disponível em português, é

bastante esclarecedor e organizado.

A automação poderia funcionar de diversas formas, foi escolhida a utilização do

Arduino pelo crescimento de sua popularidade no meio acadêmico e pela curiosidade do autor

pela plataforma. A forma de funcionamento dos motores de passo e a possibilidade de utilizar

vários tipos de reduções mecânicas com ele, e a possibilidade de definir a posição de parada o

tornaram interessante para aplicação no projeto. A leitura da cadência foi feita usando um

sensor magnético. Essa escolha se deu pela compatibilidade do Arduino com esse tipo de

sensor, e porque essa ideia já foi vista em funcionamento pelo autor em equipamentos de

ginástica.

Após a montagem do protótipo, alguns comportamentos característicos do sistema

podem ser observados. Principalmente pela existência de uma tolerância utilizada para evitar

trocas de marchas excessivas, há um aumento na variação da cadência. Como pode ser

constatado pela Figura 30, um ciclista pode estar a 10 Km/H, por exemplo, em combinações

de marchas diferentes. Observa-se que na combinação 0-0 o valor mínimo é zero, parado, e na

combinação oposta não há um valor máximo, apenas para fim ilustrativo, o valor máximo foi

definido como 30 Km/H.

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Figura 30 Gráfico de Velocidade e Marchas

Durante os testes com o protótipo, ao manter a cadência próxima a 60 pedaladas por

minuto em cada uma das marchas, obteve-se o resultado apresentado pela Tabela 6, os valores

estão dentro do intervalo esperado, como pode ser consultado na Figura 30.

Tabela 6 Velocidade nos Testes

Dianteira Traseira Velocidade(Km/H)

0 0 7

0 1 8,2

0 2 9,4

1 0 9,5

1 1 11

1 2 12,7

1 3 14,8

1 4 16,7

1 5 19

2 3 18,5

2 4 21

2 5 24

Apesar dos contratempos, o projeto pôde ser desenvolvido a ponto de ter um objeto

final satisfatório e documentado. Os testes mostram que o sistema implementado está

trocando as marchas corretamente, mantendo a cadência estável. Soluções similares foram

encontradas, e várias ideias para trabalhos futuros ainda surgem.

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5.1 TRABALHOS FUTUROS

Usar LEDs indicativos

Um conjunto de LEDs pode ser utilizados para fornecer informações do estado do

equipamento (ligado ou desligado) e indicar a necessidade de recarga das baterias.

Adicionar visor e sensores

Já foi utilizada para depuração uma tela de cristal líquido. Com uma tela maior e

alguns sensores adicionais, o sistema pode informar muitos dados para o ciclista, tais como a

velocidade atual, média e estimada, as marchas atuais, a cadência atual, média e máxima, o

tempo pedalando, a distância percorrida, os batimentos cardíacos, o consumo de calorias

estimado, status da bateria e outros.

Programa de navegação

Usar um visor sensível ao toque ou botões permite ao ciclista configurar o sistema em

uma nova bicicleta, bem como suas próprias preferências, e possibilita a troca das marchas de

forma digital ou automática.

Integração com celular

Usando um dispositivo bluetooth, o sistema pode ser integrado com o celular do

ciclista, os dados mostrados no visor (da sessão anterior) podem ser gravados em um banco de

dados, analisados, e geradas estatísticas do desenvolvimento de um ciclista iniciante, que ao

longo dos anos, podem ser monitoradas.

Rede social

Com dados armazenados no celular, uma integração com redes sociais pode ser feita,

informando quais amigos estão treinando, fazer comparações, mostrar gráficos, publicações

de desempenho entre outros.

GPS

Usando o GPS do celular do ciclista, a troca de marchas pode ser aprimorada, o

sistema poderia anteceder uma troca de marchas antes de uma ladeira por exemplo. Uma

mensagem pode aparecer no visor quando um amigo está pedalando por perto, se assim o

cliclista permitir.

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Caso for usado GPS de um celular conectado a internet, um sistema de navegação

GPS pode ser carregado a partir dos serviços do google e exibidos no visor.

Hardware

O Hardware pode receber várias melhorias, usando peças de outras formas e tamanhos

ele pode ser reduzido sem perder nenhuma funcionalidade. E a aparência do sistema melhorar.

Com adição de sensores, a capacidade de fornecimento de dados ao ciclista pode ser

ampliada. Os descarrilhadores podem ser controlados sem fios ou cabos, ou todos os controles

podem ser centralizados em apenas uma peça.

Calcular uma redução adequada pode reduzir consumo de energia elétrica e um motor

menor pode ser utilizado. Uma proteção pode evitar problemas com chuva.

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GLOSSÁRIO

Descarrilhador Peça do câmbio responsável pelo deslocamento lateral da corrente.

Pedivela Alavanca ligada ao pedal da bicicleta.

Pinhão Engrenagem traseira que fica entre a corrente e o eixo da roda

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