119
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ANA PAULA DE OLIVEIRA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA DO EXTRATO METANÓLICO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE PREPARAÇÕES EXTRATIVAS DAS PARTES AÉREAS DE Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) Itajaí 2011

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

  • Upload
    vuphuc

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANA PAULA DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA DO

EXTRATO METANÓLICO E DESENVOLVIMENTO

TECNOLÓGICO DE PREPARAÇÕES EXTRATIVAS DAS

PARTES AÉREAS DE Marrubium vulgare L. (Lamiaceae)

Itajaí – 2011

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

1

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

ANA PAULA DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA DO

EXTRATO METANÓLICO E DESENVOLVIMENTO

TECNOLÓGICO DE PREPARAÇÕES EXTRATIVAS DAS

PARTES AÉREAS DE Marrubium vulgare L. (Lamiaceae)

Dissertação submetida ao Programa de Mestrado Acadêmico em Ciências Farmacêuticas, da Universidade do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Orientadora: Prof.ª. Dra. Angélica Garcia Couto Co-orientador: Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho

Itajaí, maio de 2011.

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

2

O3a

Oliveira, Ana Paula de, 1981- Avaliação da atividade gastroprotetora do extrato metanólico e desenvolvimento tecnológico de preparações extrativas das partes aéreas de Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) [manuscrito] / Ana Paula de Oliveira. – 2011. 118 f. : il. ; 30 cm

Cópia de computador (Printout(s)). Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Pró-reitoria de Pesquisa. Pós-graduação, Extensão e Cultura, 2011. “Orientador: Profª. Dra. Angélica Garcia Couto ”. Bibliografia: f. 104-117.

1. Produtos naturais. 2. Plantas medicinais. 3. Farmacognosia. 4. Química vegetal. I. Universidade do Vale do Itajaí. II. Título.

CDU: 615.32

Cristina M. V. Porciúncula – CRB 14/966

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

3

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA DO EXTRATO METANÓLICO E DESENVOLVIMENTO

TECNOLÓGICO DE PREPARAÇÕES EXTRATIVAS DAS PARTES AÉREAS DE Marrubium vulgare L. (Lamiaceae)

ANA PAULA DE OLIVEIRA

‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em

Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e substâncias Bioativas e, aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’

____________________________________ Angélica Garcia Couto, Doutora

Orientadora

__________________________________________________________

Tânia Mari Bellé Bresolin, Doutora Coordenador do Programa Mestrado em Ciências Farmacêuticas

Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:

______________________________________ Dra. Angélica Garcia Couto (UNIVALI)

Presidente

______________________________________

Dr. Valdir Cechinel Filho (UNIVALI) Co-orientador

______________________________________

Dr. Sérgio Faloni de Andrade (UNIVALI) Membro

______________________________________

Dr. Andreas Sebastian Loureiro Mendez (UNIPAMPA/Uruguaiana-RS) Membro

Itajaí (SC), 31, maio de 2011.

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

4

Aos meus pais...

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

5

AGRADECIMENTOS

A Deus pela proteção e por tornar isso tudo isso possível e por ter permitido

esta transformação em minha vida...

À minha família, meu porto seguro... especialmente minha mãe e meu pai,

pessoas maravilhosas que sempre me incentivaram a buscar o melhor, pelas

palavras incentivadoras e reconfortantes, pela preocupação a cada viagem,

pelo apoio financeiro, pelos conselhos, pelo exemplo de garra que são em

minha vida, pela educação que me deram, enfim... por tudo que fez ser quem

eu sou e me fez chegar até aqui e buscar ir muito mais além...

A meu irmão pelo incentivo e demonstração de interesse...

A meu amor, Cristiano, por incansáveis discursos de apoio, pela paciência, por

ser meu amigo, companheiro, parceiro, conselheiro, me dar força e não me

deixar desistir, pelo abraço acolhedor, pelo carinho, cuidado, dedicação e

amor...

À Profª. Dr. Angélica Garcia Couto pela orientação...

Ao Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho pela co-orientação...

Aos professores do Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas que

colaboraram com seus conhecimentos para a realização deste trabalho...

A Profa. Dr. Christiane Meyre pelo interesse a pesquisa...

Prof. MSc. Rene Arthur pela análise botânica...

Ao Prof. Theodoro Marcel Wagner pela ajuda e apoio nas análises em CG...

Ao Prof. Dr. Sérgio pela excelente ajuda e orientação, na realização dos

experimentos farmacológicos...

Aos técnicos de todos os laboratórios pelos quais passei...

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

6

Ao Juliano dos Santos e a Helenize Heyse Moreira...

Aos meus queridos colegas de mestrado por toda a ajuda que me deram...

A José Roberto Santin e a Marivane Lemos, colegas e amigos do mestrado,

pela importante ajuda nos experimentos farmacológicos...

As minhas amigas, parceiras, Juliana, Jaqueline, Isabel, Marivane e Isabela...

pessoas extremamente especiais, que tornaram minha vida mais alegre e

divertida...

A todas as pessoas que de alguma forma tenham colaborado para a realização

deste trabalho, direta ou indiretamente e que sempre serão lembradas...

Muito obrigada!

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

7

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA DO EXTRATO

METANÓLICO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE PREPARAÇÕES EXTRATIVAS DAS PARTES AÉREAS DA Marrubium vulgare L.

(Lamiaceae)

ANA PAULA DE OLIVEIRA

Maio de 2011

Orientadora: Profª. Dra. Angélica Garcia Couto Co- Orientador: Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho Área de Concentração: Produtos naturais e substâncias sintéticas bioativas. Número de páginas: 119

Resumo:

Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) é uma planta de origem européia, popularmente conhecida no Brasil por marroio, maromba, ou erva de sapo, entre outros, cujo chá tem sido usado no tratamento de inflamações, dispesias e desordens gastrointestinais. O presente trabalho teve como objetivos avaliar o potencial gastroprotetor do extrato metanólico (EMMV) e do seu diterpeno majoritário, a marrubiína (Mb), contribuindo para o desenvolvimento tecnológico de fitoterápicos a base desta planta. A atividade gastroprotetora foi avaliada utilizando-se o modelo de úlceras agudas induzidas por etanol/HCl e AINE/simpaticomimético, a atividade sobre a secreção gástrica, através da ligadura de piloro e doseamento de muco e os possíveis mecanismos da gastroproteção, estudando-se a participação do sistema do óxido nítrico e dos grupamentos sulfidrilas, pelos modelos L-NAME e NEM, respectivamente. Para a caracterização física e química da droga vegetal, foram realizadas duas coletas em Bom Retiro/SC, sendo uma no verão de 2009 e outra no inverno de 2010. As partes aéreas foram secas, moídas e caracterizadas quanto à perda por secagem (PS), granulometria média (Gm), cromatografia em camada delgada (CCD) para terpenóides, teor de extrativos solúveis em água quente (TE), teor de flavonóides equivalentes em quercetina (EQ) e fenólicos totais equivalentes em ácido gálico (EAG). Após coleta, tratamento e caracterização da droga vegetal, foi avaliado o efeito da extração com água, por decocção e infusão, e com as misturas hidroalcoólicas, por maceração estática, sobre o teor de fenólicos totais e presença de Mb nas CCDs. Após a seleção do solvente e método de extração, foram desenvolvidas nove soluções extrativas, seguindo planejamento fatorial 32, no qual se variou o tempo de extração (5, 10 e 15 dias) e relação planta: solvente (5, 7,5 e 10%, m/V), estudando-se o efeito destas variáveis sobre o resíduo seco (RS), teor de Mb (TM), por cromatografia gasosa (CG), e EAG. Os resultados demonstraram que tanto o EMMV, como a Mb reduziram o índice de lesões induzidas por etanol, quando comparados ao grupo controle, sendo que nos grupos tratados com EMMV 25, 50 e 100 mg/kg houve redução de 18,20 ± 2,57, 14,60 ± 3,07 e 7,40 ± 2,01, respectivamente, demonstrando efeito superior ao tratamento com Mb (25 mg/kg), que causou um índice de redução de 11,00 ± 2,38. Tanto o EMMV, como a cimetidina (CM) (controle positivo), inibiram significativamente as lesões induzidas por indometacina, quando comparados ao grupo controle, sendo que, nos grupos tratados com EMMV 25, 50 e 100 mg/kg houve inibição de 50,32 ± 5,60, 66,24

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

8

± 4,30 e 83,17 ± 4,09%, respectivamente, equiparáveis ao tratamento com CM (100 mg/kg), que causou inibição de 67,52 ± 4:38%. Todas as doses de EMMV e Mb causaram alterações significativas de pH, volume e acidez total, quando comparados ao grupo controle e aumento significativo (p<0,01) do muco. Os resultados demonstram que a gastroproteção induzida pelo EMMV e Mb estão altamente relacionados com a atividade do óxido nítrico, segundo o modelo L-NAME, e ligeiramente relacionada às sulfidrilas, segundo modelo NEM. A PS das partes aéreas frescas foi em média 83% (m/m). A presença de Mb foi confirmada por CCD em todos os EMMV. Não houve diferença significativa entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros de EAG, EQ e TE, que foram em média 7,64 mg/g, 2,79 mg/g e 32,71%, respectivamente. Para o estudo de otimização foi selecionado o método de maceração com álcool 70%, utilizando-se as partes aéreas (61% de folhas e 39% de caules), secas e moídas, classificadas como pós-grossos (Gm = 2,86 mm). O TM variou de 1,53 mg/mL (5%; 10 dias) a 6,46 mg/mL (7,5%, 5 dias); o EAG variou de 0,603 mg/mL (5%; 15 dias) a 1,13 mg/mL (10%; 10 dias) e o RS de 0,805% (5%; 15 dias) a 1,592% (10%; 5 dias). Apenas o EAG e o RS sofreram influência significativa (p<0,01) da relação planta: solvente. Pode-se sugerir que a atividade gastroprotetora esteja ligada a fatores antioxidantes. Recomenda-se o tempo de 10 dias e relação planta: solvente de 5,7% e 10% para a extração otimizada de marrubiína. Palavras-chave: Marrubium vulgare. Soluções extrativas. Gastroproteção.

Marrubiína.

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

9

EVALUATION OF GASTROPROTECTIVE ACTIVITY OF METHANOL EXTRACT PREPARATIONS AND TECHNOLOGICAL DEVELOPMENT OF

EXTRACT FROM AERIAL PARTS OF Marrubium vulgare L. (LAMIACEAE)

ANA PAULA DE OLIVEIRA

May, 2011

Supervisor: Angélica Garcia Couto, Doctor. Co-supervisor: Valdir Cechinel Filho, Doctor. Area of Concentration: Natural products and synthetic bioactive substances Number of Pages: 119

Abstract

Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) is a European plant, popularly known as marrubio, cowshed or grass frog, among other names, that is used in the form of a tea to treat inflammation, dyspepsia and gastrointestinal disorders. This study evaluates the gastroprotective activity potential of methanol extract (MEMV) and its major diterpene, marrubiin (Mb), contributing to the technological development of herbal medicines from aerial parts of M. vulgare. The gastroprotective activity was evaluated through the model of acute ulcer induced by ethanol/ HCl and NSAIDs/ sympathomimetic. This work also studied the activity on gastric secretion by pylorus ligation, mucus levels, and the possible mechanisms of antiulcer action, taking into account the system involvement of nitric oxide and sulfhydryl groups by the L-NAME and NEM models, respectively. For physical and chemical characterization, the herbal raw material was harvested, one in summer 2010 and one in winter 2009, both in Bom Retiro (Santa Catarina, Brazil). The aerial parts were dried, milled and characterized in relation to loss on drying (LD), mean particle size (MS), thin layer chromatography (TLC) for terpenoids, water extractable matter (WEM), total phenol content as gallic acid equivalent (GAE) and total flavonoid content as quercetin equivalent (QE). After harvesting, pre-treatment and herbal drug characterization, the extraction effect with water, through decoction and infusion, and with hydroethanol mixtures, through static maceration, on the GAE and TLC for terpenoid, were evaluated. After solvent and method selection, 9 extract solutions were developed, using a 32 factorial design and varying the extraction time (5, 10 and 15 days) and plant:solvent ratio (5, 7.5 and 10%, w/v), in order to study the effect of those variables on the dry residue (DR), Mb content by gas chromatography and GAE. The results showed that both MEMV and Mb reduced the ethanol induced lesion index, compared with the control group. MEMV 25, 50 and 100 mg/kg caused a reduction in the lesion indexes of 18.20 ± 2.57, 14.60 ± 3.07 and 7.40 ± 2.01, respectively, demonstrating a superior effect to the treatment with Mb 25 mg/kg, which caused a reduction of 11.00 ± 2.38. Both MEMV and cimetidine (CM) (positive control) significantly inhibited the indomethacin induced lesions, compared with the control group. Likewise, the MEMV 25, 50 and 100 mg/kg treatments inhibited 50.32 ± 5.60, 66.24 ± 4.30 and 83.17 ± 4.09%, similar to the CM 100 mg/kg treatment, which showed 67.52 ± 4.38% inhibition. All treatments caused significant (p<0.01) alterations in pH, volume and total acidity, and an increase in mucus, compared with the control group. The results also showed that the gastroprotection is probably related to nitric oxide activity, and slightly related to sulphydryls, according the L-NAME and NEM models, respectively. The herbal quality

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

10

control results showed a loss on drying of 83% (m/m) from fresh aerial parts, and no statistical differences was observed between the summer and winter harvests for GAE, QE and WEM, which were around 7.64 mg/g, 2.79 mg/g and 32,71%, respectively. TLC confirmed the presence of Mb in all of MEMV samples. For the optimization study for extraction, maceration with ethanol 70% was selected, using a mixture of 61% leaves and 39% stems as herbal raw materials, dried, milled and classified as coarse powder (MS = 2.86 mm). The Mb content varied from 1.53 mg/mL (5%; 10 days) to 6.46 mg/mL (7.5%, 5 days); the GAE from 0.603 mg/mL (5%; 15 days) to 1.13 mg/mL (10%; 10 days) and the DR from 0.805% (5%; 15 days) to 1,592% (10%; 5 days). Only GAE and DR were significantly influenced (p<0.01) by the plant: solvent ratio. This work suggests that gastroprotection is related to antioxidant factors. For the development of M. vulgare solutions by maceration with ethanol 70%, the results recommend 10 days of extraction and a plant: solvent ratio of 7.5% or 10% as the optimal conditions for marrubiin extraction. Key words: Marrubium vulgare. Extract solution. Gastroprotection. Marrubiin.

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fotografia obtida da parte superior das folhas da Marrubium vulgare L....................................................................................

23

Figura 2. Partes aéreas e flores da Marrubium vulgare L. ....................... 23 Figura 3. Medicamentos a base da Marrubium vulgare comercializados

em diferentes países..................................................................

25 Figura 4. Estrutura química da pré-marrubiína e do seu derivado,

marrubiína.................................................................................

26 Figura 5. Secção longitudinal, face ventral do estômago......................... 30 Figura 6. Índice de cura obtido pelo efeito da administração oral de

omeprazol (30 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da Marrubium vulgare (nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por etanol/HCl em camundongos..............................

63 Figura 7. Índice de cura obtido pelo efeito da administração oral de

omeprazol (30 mg/kg) e do diterpeno marrubiína obtido do extrato das partes aéreas da M. vulgare (na dose de 25 mg/kg) em úlceras gástricas induzidas por etanol/HCl em camundongos............................................................................

65 Figura 8. Índice de cura obtido pelo efeito da administração oral de

cimetidina (100 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da M. vulgare (EMMV) (nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por indometacina/betanecol em camundongos...........................................................................

67 Figura 9. Efeitos do extrato da M. vulgare (100 mg/kg), marrubiina (25

mg/kg) e carbenoxolona (200 mg/kg) nas lesões induzidas por etanol em ratos pré-tratados com L-NAME (70 mg/kg, ip)..............................................................................................

72 Figura 10. Efeitos do extrato da M. vulgare (100 mg/kg), marrubiína (25

mg/kg) e carbenoxolona (200 mg/kg) nas lesões induzidas por etanol em ratos pré-tratados com NEM (10 mg/kg, ip).....

73 Figura 11. Cromatoplaca em camada delgada dos extratos metanólicos

dos lotes 1. BR06; 2. BR07/09; 3. BR02/10; AU. Padrão de

ácido ursólico..........................................................................

77 Figura 12. Cromatoplaca em camada delgada dos extratos metanólicos

dos lotes; 1. BR06; 2. BR07/09; 3. BR02/10; . Padrão de beta-sitosterol...........................................................................

77

Figura 13. Cromatoplaca em camada delgada dos extratos metanólicos dos lotes 1. EMBR06 2. BR07/09; 3. BR02/10; M. Padrão de

marrubiína.................................................................................

78 Figura 14. Cromatograma obtido por cromatografia gasosa. A = Padrão

marrubiína isolada da M. vulgare; B = Extrato metanólico EMBR06.....................................................................................

79

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

12

Figura 15. Cromatograma obtido por cromatografia gasosa dos extratos metanólicos. C = lote BR02/10 e D = lote BR07/09...................

80

Figura 16. Distribuição granulométrica das partes aéreas secas e trituradas da M. vulgare.............................................................

82

Figura 17. Análise granulométrica das partes aéreas secas e trituradas da M. vulgare.............................................................................

82

Figura 18. Curva analítica de ácido gálico em 750 nm............................... 84 Figura 19. Curva analítica de quercetina em solução hidroalcoólica

(70%) em 415 nm.....................................................................

85

Figura 20. Esquema de desenvolvimento dos extratos da M. vulgare utilizados para seleção do solvente e método de extração........

88

Figura 21. Cromatoplacas em camada delgada dos extratos hidroalcoólicos 90, 70 e 50% (1, 2 e 3 respectivamente), aquosos obtidos pela decoção (4) e infusão (5), metanólico (6) e o padrão marrubiína (M); confeccionados com a M. vulgare dos diferentes lotes de coleta (BR07/09 e BR02/10)....

89 Figura 22. Curva analítica de ácido gálico em 750 nm............................... 91 Figura 23. Distribuição granulométrica das partes aéreas secas e

moídas do lote BR07/09............................................................

93

Figura 24. Aspectos visuais da distribuição granulométrica da droga vegetal. (A) Folhas trituradas. (B) Mistura de folhas e caules após a moagem adicional em moinho de martelos...................

95 Figura 25. Esquema de otimização e desenvolvimento dos extratos da

M. vulgare..................................................................................

96 Figura 26. Superfície de respostas para o Resíduo seco das soluções

extrativas da M. vulgare por maceração...................................

98 Figura 27. Superfície de respostas para o Teor de Marrubiína das

soluções extrativas da M. vulgare obtidas por maceração.......

98 Figura 28. Superfície de respostas para o Teor de fenólicos totais

equivalentes a ácido gálico (EAG), das soluções extrativas da M. vulgare obtidas por maceração............................................

100

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Lotes de droga vegetal classificados pelo local e época de coleta.............................................................................................

51

Tabela 2. Sistema de cromatoplacas em camada delgada para a análise de terpenóides em extratos com as partes aéreas da M. vulgare

56

Tabela 3. Planejamento fatorial 32 para a otimização das condições extrativas do processo de maceração com álcool 70 % (V/V)......

58

Tabela 4. Diluição das soluções extrativas para a determinação do teor de fenólicos totais...............................................................................

59

Tabela 5. Efeitos da administração oral de omeprazol (30 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da M. vulgare (25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por etanol/HCl em camundongos..................................

63 Tabela 6. Efeitos da administração oral de omeprazol (30 mg/kg) e do

diterpeno marrubiína isolado das partes aéreas da M. vulgare (25 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por etanol/HCl em camundongos........................................................

64 Tabela 7. Efeitos da administração oral de cimetidina (100 mg/kg) e das

diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da M. vulgare (25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por AINE/betanecol em camundongos..........................

66 Tabela 8. Efeitos da administração intraduodenal de cimetidina (100

mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da Marrubium vulgare (20, 50 e 100 mg/kg) nos parâmetros bioquímicos de camundongos submetidos à ligadura de piloro para avaliação da secreção ácida....................

69 Tabela 9. Efeitos da administração intraduodenal de carbenoxolona (200

mg/kg) e indometacina (100 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das folhas da Marrubium vulgare (20, 50 e 100 mg/kg) nos parâmetros bioquímicos de camundongos submetidos à ligadura de piloro para avaliação da quantidade de muco ligada ao tecido...............................................................

70 Tabela 10. Rendimentos do material vegetal (fresco e seco) obtido nas

diferentes coletas e perda por secagem (PPS)............................

74 Tabela 11. Rendimento seco das partes vegetais da M. vulgare coletadas

em Bom Retiro/SC nas diferentes épocas....................................

75 Tabela 12. Perda por dessecação das partes aéreas secas e trituradas da

M. vulgare coletadas em Bom Retiro nas diferentes épocas........

75

Tabela 13. Distribuição granulométrica (%) das partes aéreas secas e trituradas da M. vulgare e granulometria média (Gmédia)...............

81

Tabela 14. Teor de extrativos das partes aéreas secas e trituradas da M. vulgare...........................................................................................

83

Tabela 15. Teor de fenólicos totais da M. vulgare coletada em diferentes épocas e locais..............................................................................

84

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

14

Tabela 16. Resultados da caracterização da droga vegetal quanto ao teor de flavonóides totais.....................................................................

86

Tabela 17. Características de pH (média ± DP (DPR%) e resíduo seco (média ± DP (DPR%) das soluções extrativas das partes aéreas da M. vulgare.................................................................................

90 Tabela 18. Teor de fenólicos totais (mg/mL) nos diferentes extratos (2,5%,

m/V) produzidos a partir das amostras vegetais da M. vulgare coletadas em Bom Retiro nas diferentes épocas..........................

92 Tabela 19. Teor de marrubiína, resíduo seco e pH das soluções extrativas

obtidas segundo o planejamento fatorial 32 para a otimização das condições extrativas do processo de maceração das partes aéreas com álcool 70 % (V/V).........................................................................

97 Tabela 20. Teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico (EAG) das

soluções extrativas obtidas segundo o planejamento fatorial 32 para a otimização das condições extrativas do processo de maceração das partes aéreas com álcool 70 % (V/V)..................

100

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

15

LISTA DE ABREVIATURAS

ABS Absorbância

AC Padrão de ácido cafêico

AINE Anti-inflamatório não-esteroidal

AU Padrão de ácido ursólico

Padrão de beta-sitosterol

CCD Cromatografia em camada delgada

CEP Comitê de ética em pesquisa

CG Cromatografia gasosa

DM Diterpeno marrubiína

DP Desvio padrão

DPR Desvio padrão relativo

EAD Extrato aquoso por decocção

EAG Equivalente em ácido gálico

EAI Extrato aquoso por infusão

EARP Software de análise de imagens

EH50 Extrato hidroalcoólico a 50%

EH70 Extrato hidroalcoólico a 70%

EH90 Extrato hidroalcoólico a 90%

EM Extrato metanólico

EMMV Extrato metanólico de Marrubium vulgare

FID Detector de ionização de chama

i.p. Via intraperitoneal

IC Índice de cura

L Padrão de luteolina

L-NAME N-nitro-L-arginina metil éster

M Padrão de marrubiína

MeOH Metanol

mEq Miliequivalente-grama

MOL Padrão de marrubenol

Nd Não determinado

NEM N-etilmaleimida

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

16

NO Óxido nítrico

NOS Óxido nítrico-sintase

RS Resíduo seco

SA Solução amostra

SC Solução comparativa

SHs Grupos sulfidrilas

TF Teor de fenólicos

TM Teor de marrubiína

ULI Índice de lesão ulcerativa

V Padrão de vitexina

v.o. Via oral

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

17

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................ 19

2 OBJETIVOS ........................................................................... 21

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 21 2.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 21

3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................. 22

3.1 Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) ...................................................... 22

3.1.1 Características botânicas e agronômicas .......................................... 22 3.1.2 Etnofarmacologia .................................................................................. 24

3.1.3 Estudos tecnológicos e mercadológicos............................................ 24 3.1.4 Estudos fitoquímicos ........................................................................... 25

3.1.5 Estudos farmacológicos....................................................................... 27 3.2 Fisiopatologia da úlcera, secreção gástrica e terapia da úlcera....... 28 3.3 Úlcera ..................................................................................................... 31 3.3.1 Epidemiologia e conceito geral ........................................................... 31

3.3.2 Agentes agressores da mucosa.......................................................... 32 3.3.3 Agentes de defesa da mucosa ............................................................. 33

3.3.4 Tratamento de desordens gástricas ................................................... 35 3.4 Desenvolvimento de fitoterápicos........................................................ 36

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................... 43

4.1 Matérias-primas de origem vegetal ..................................................... 43 4.2 Reagentes, soluções e outras matérias-primas ................................. 43 4.3 Equipamentos e outros materiais ....................................................... 44 4.4 Atividade Farmacológica ...................................................................... 45

4.4.1 Animais e ensaios farmacológicos ..................................................... 45 4.4.2 Avaliação da atividade gastroprotetora............................................... 46

4.4.2.1 Modelo de úlcera aguda induzida por etanol/HCl.................................... 46 4.4.2.2 Modelo de úlcera aguda induzida por antiinflamatório não-

esteroidalassociada à estimulação parassimpaticomimética...................

47

4.4.3. Avaliação da atividade sobre a secreção gástrica ............................ 48

4.4.3.1 Modelo da avaliação da secreção gástrica (ligadura de piloro)............... 48 4.4.3.2 Modelo de avaliação da secreção de muco em mucosa gátrica ............ 49

4.4.4 Mecanismos de ação antiúlcera .......................................................... 50 4.4.4.1 Participação do óxido nítrico endógeno envolvido na gastroproteção..... 50

4.4.4.2 Participação dos grupamentos sulfidrila endógenos envolvidos na gastroproteção.........................................................................................

50

4.5 Obtenção, tratamento e caracterização da droga vegetal ................ 51 4.5.1 Determinação da perda por dessecação ............................................ 52

4.5.2 Análise granulométrica ........................................................................ 52 4.5.3 Determinação do teor de fenólicos totais equivalentes a ácido

gálico (EAG) na droga vegetal .............................................................

53 4.5.4 Determinação do teor de flavonóides totais na droga vegetal ......... 54 4.6 Obtenção e caracterização preliminar das soluções extrativas ....... 55 4.6.1 Determinação do pH ............................................................................. 56

4.6.2 Determinação do resíduo seco ............................................................ 56 4.6.3 Análise cromatográfica em camada delgada (CCD) .......................... 56

4.6.4 Determinação do teor de fenólicos totais nas soluções extrativas.. 57

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

18

4.6.5 Análise cromatográfica por CG ........................................................... 57 4.7 Otimização das condições extrativas ................................................. 58 4.7.1 Caracterização das soluções extrativas ............................................. 59

4.7.1.1 Determinação do pH................................................................................ 59 4.7.1.2 Determinação do resíduo seco................................................................ 59

4.7.1.3 Determinação do teor de fenólicos totais................................................. 59 4.7.1.4 Determinação do teor de marrubiína....................................................... 59

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................. 61

5.1 Avaliação da atividade antiúlcera do extrato metanólico e da marrubiína...............................................................................................

61

5.1.1 Efeito do extrato metanólico da M. vulgare e do diterpeno marrubiina em úlceras agudas induzidas por etanol/HCl..................

61

5.1.2 Efeito do extrato metanólico da M. vulgare em úlceras agudas induzidas por AINE/parassimpaticomimético.....................................

65

5.1.3 Avaliação da atividade sobre a secreção gástrica............................. 67 5.1.3.1 Ligadura de piloro.................................................................................... 68

5.1.3.2 Secreção de muco em mucosa gástrica.................................................. 69 5.1.4 Mecanismo de ação antiúlcera in vivo................................................. 71

5.1.4.1 Papel do óxido nítrico e do extrato metanólico da Marrubium vulgare em úlceras agudas induzidas por etanol/HCl...........................................

71

5.2 Obtenção, tratamento e caracterização da droga vegetal ................ 74 5.2.1 Rendimento do material vegetal .......................................................... 74

5.2.2 Perda por dessecação........................................................................... 75 5.2.3 Caracterização química por cromatografia em camada delgada ..... 76

5.2.4 Análise cromatográfica por CG ........................................................... 78 5.2.5 Análise granulométrica ........................................................................ 81

5.2.6 Teor de extrativos solúveis em água .................................................. 83 5.2.7 Teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico(EAG)............... 83

5.2.8 Teor de flavonóides totais na droga vegetal ...................................... 85 5.3 Desenvolvimento das soluções extrativas ......................................... 87

5.3.1 Caracterização química por cromatografia em camada delgada dos extratos metanólicos, hidroalcoólicos e aquosos......................

88

5.3.2 Determinação pH e resíduo seco nos extratos metanólicos, hidroalcoólicos e aquosos ...................................................................

89

5.3.3 Determinação de fenólicos totais nos extratos metanólicos, hidroalcoólicos e aquosos....................................................................

91

5.4 Otimização do Processo Extrativo ..................................................... 92

5 CONCLUSÕES ....................................................................... 102

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 104

ANEXO A ................................................................................................... 118

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

19

1 INTRODUÇÃO

As plantas medicinais são importantes fontes de compostos bioativos,

constituem-se em importante matéria-prima para a produção de

fitomedicamentos. Dentre os fitomedicamentos, os fitoterápicos, preparações

contendo extratos padornizados de uma ou mais planta, tem sua utilização em

contínua expansão. Esta acelerada valorização das plantas acaba por gerar o

aumento na busca de comprovação das propriedades farmacêuticas,

qualidade, segurança e eficácia dos fitoterápicos, reforçando a importância de

estudos científicos que permitam o seu controle de qualidade e de suas

matérias-primas (CALIXTO, 2001; SIMÕES; SCHENKEL, 2002; MELLO et al.,

2004; ARNOUS; BEINNER; SANTOS, 2005; RIBEIRO et al., 2005; SOUZA;

LIONZO; PETROVICK, 2006).

Dentre as plantas medicinais, a Marrubium vulgare L. (Lamiaceae),

popularmente conhecida por marroio, marrubio, maromba, erva-virgem, bom-

homem, marroio-comum ou erva de sapo é uma planta melífera, de origem

européia, adaptada ao planalto catarinense do Brasil, muito usada na medicina

popular na forma de chás para o tratamento de diversas doenças, incluindo

inflamações, desordens gastrointestinais e doenças respiratórias.

A partir do uso na medicina popular, uma série de propriedades desta

planta vem sendo confirmada em estudos laboratoriais, que tiveram início pelos

pesquisadores no Núcleo de Investigações Químicas e Farmacêuticas desta

universidade (NIQFAR/UNIVALI), através do estudo das propriedades

analgésica, antiespasmódica, hipoglicemiante e hipolipidêmica (SCHLEMPER

et al., 1996; DE SOUZA et al., 1998; NOVAES et al., 2001; HERRERA-

ARELLANO et al., 2004; MEYRE-SILVA et al., 2005); atividade vasorelaxante e

anti-hipertensiva (EL-BARDAI et al., 2001, 2003a, b), bem como anti-

inflamatória (MOLINARI et al., 1997) e antioxidante (SCHINELLA et al., 2002).

O guia terapêutico de plantas medicinais alemães, o Comission E

Monographs, cita a M. vulgare como colerético, utilizado para a falta de apetite

e dispepsia (azia). Há também na literatura relatos sobre o uso popular em

tribos do México, das sementes da M. vulgare para dores de estômago e

parasitoses intestinais (MORENO-SALAZAR; ROBLES-ZEPEDA; JOHNSON;

2008).

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

20

Segundo Toso et al. (2007), o extrato hidroalcoólico das partes aéreas

da M. vulgare demonstrou atividade gastroprotetora e efeito inibitório da

motilidade gastrointestinal, sugerindo que o mecanismo de ação do extrato

esteja ligado a ação espasmolítica. No entanto, apesar destes achados,

existem poucos estudos bem desenhados nesta área, e há pouca informação

disponível sobre a eficácia da M. vulgare para este uso.

Junto ao amplo potencial terapêutico e a incipiente aceitabilidade no

mercado, vem necessidade de estabelecer condições para o controle de

qualidade e desenvolvimento de fitoterápicos em geral. Dada à importância

clínica e a ausência de medicamentos mais eficazes e com menos efeitos

indesejáveis, torna-se necessário a procura de novas terapias contra os

distúrbios gástricos, bem como a compreensão de todos os processos

envolvidos na fisiopatologia das úlceras e gastrites (LA VECCHIA; TAVANI,

2002; RAGHUNATH et al., 2005; SCHMEDA-HIRSCHAMANN; YESILADA,

2005).

Diante do exposto, este trabalho visa avaliar a atividade antiúlcera das

partes aéreas da M. vulgare, planta que apresenta relatos de efeitos curativos

para dispepsias e para o alívio de distúrbios gastrointestinais, através dos

modelos de úlceras agudas induzidas por etanol/HCl, AINE/simpaticomimético,

bem como a atividade sobre a secreção gástrica (ligadura de piloro,

doseamento de muco).

Tendo-se em vista a procura por novas terapias para os distúrbios

gástricos que sejam totalmente eficazes e estejam associados a menos efeitos

colaterais, buscou-se também, investigar e otimizar a preparação de soluções

extrativas da M. vulgare, que possam instigar estudos posteriores para a

produção futura de um fitoterápico. Buscou-se caracterizar a droga vegetal e

preparações extrativas, a fim de se estabelecer parâmetros de qualidade ou

conformidade ligados às diversas etapas do desenvolvimento de fitoterápicos

para que estes conhecimentos possam ser utilizados para a industrialização

nacional de medicamentos a base desta planta.

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

21

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

1. Avaliar o potencial gastroprotetor do extrato metanólico das partes

aéreas da Marrubium vulgare, e do diterpeno isolado, marrubiína;

2. Contribuir para o desenvolvimento tecnológico de fitoterápicos a

partir das partes aéreas da Marrubium vulgare.

2.2 Objetivos Específicos

1. Caracterizar a droga vegetal, quanto aos parâmetros físicos

(perda por secagem, rendimento, granulometria) e químicos (cromatografia em

camada delgada, teor de flavonóides e fenólicos totais);

2. Avaliar a atividade gastroprotetora e a atividade sobre a secreção

gástrica do extrato metanólico e da marrubiína, obtidos das partes aéreas da

Marrubium vulgare;

3. Investigar os possíveis mecanismos de ação antiúlcera, via

participação do sistema óxido nítrico e grupamentos sulfidrila;

4. Avaliar o efeito do método de extração (maceração, infusão e

decocção) e líquido extrator em diferentes graduações alcoólicas (90, 70 e

50%) sobre a extração de potenciais marcadores químicos;

5. Otimizar as condições extrativas do método selecionado, através

de planejamento fatorial, variando o tempo de extração, a relação

planta:solvente e a granulometria padronizada, visando o maior teor de resíduo

seco e marcadores químicos.

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

22

3 REVISÃO DA LITERARURA

3.1 Marrubium vulgare L. (Lamiaceae)

3.1.1 Características botânicas e agronômicas

Apesar de não ser uma planta muito comum, a M. vulgare L.

(Lamiaceae) (Fig. 1) pode ser encontrada nos campos não cultivados e nas

margens das estradas, preferindo zonas de calor mais intenso e clima seco.

Possui origem européia, entretanto pode ser encontrada nas regiões altas da

Armênia, Rússia, Afeganistão e Azerbaidjão. Foi introduzida no Brasil pelos

imigrantes europeus e apresentou melhor adaptação à região sul,

principalmente no planalto catarinense (DE SOUZA et al., 1998).

M. vulgare é uma planta herbácea perene, da família das Labiadas, cuja

altura não ultrapassa os 50 cm. Possui caule lenhoso quadrangular, ereto e

robusto, densamente albo-lanoso. Suas folhas são oval-arredondadas de 4,5

cm de comprimento, com base estreita e ápice obtuso, pecíolo de 1-2 cm de

comprimento e flores pseudo verticilos de 20 a 50 flores de cor clara (Fig. 2),

localizados nas axilas das folhas superiores. As substâncias encontradas são

amargo-adstringentes, tônicas e sudoríferas, com ação sobre a membrana

pituitária e os pulmões (CORRÊA, 1984; CIRILO, 1993; DE SOUZA et al.,

1998).

Possui um cálice tubuloso e estriado, com um número variável de dentes

(5-10), terminados em ponta. Toda a planta tem cor esbranquiçada por sua

abundante velosidade, e desprende um odor característico (QUER, 1992).

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

23

Figura 1. Fotografia obtida das folhas da Marrubium vulgare L.

Figura 2. Fotografia das partes aéreas (A) e das flores (B) da Marrubium vulgare L. (Fonte: CHARTERS, 2003; RIGNANESE, 2007).

A B

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

24

3.1.2 Etnofarmacologia

No Brasil, a M. vulgare é uma planta conhecida popularmente pelos

seguintes nomes: marroio, marroio-branco, marrubio, maromba, erva-virgem,

bom-homem, marroio-comum ou erva de sapo. Consiste em uma planta

melífera que é usada pela população na forma de chás e suas raízes são

indicadas como diuréticas e nas doenças hepáticas e renais (BALMÉ, 1982;

CORRÊA, 1984; CIRILO, 1993).

Esta planta medicinal é também usada para o tratamento de diversas

doenças, incluindo inflamações, desordens gastrointestinais e doenças

respiratórias (BALMÉ, 1982; NEWAL; ANDERSON; PHILIPSON, 1996),

neurosedativo e antiinflamatório (MASCOLO et al., 1987; SAHPAZ et al., 2002).

Segundo Wichtl e Anton (1999), as partes floridas aéreas e os extratos

aquosos e hidroalcoólicos são usados na medicina para o tratamento de tosses

e como colérico em transtornos digestivos e biliares (SAHPAZEVSER et al.,

2002).

A M. vulgare é também muito utilizada no meio rural como fonte

terapêutica para uso veterinário (CORRÊA, 1984; KORBES, 1989). Há

referências do seu uso para tratamento da febre tifóide, com a ação antitérmica

muito notável, caracterizada pela baixa na temperatura, melhora rápida no

estado geral e diminuição real da duração da enfermidade (QUER, 1992).

Já foi descrito que a M. vulgare pode alterar o ciclo menstrual e foi

verificada a atividade uterogênica e o efeito abortivo desta planta em animais

de experimentação (VANACLOCHA; FOLCARO, 2003).

3.1.3 Estudos tecnológicos e mercadológicos

Quanto a M. vulgare, em países onde seu uso é mais descrito, é

possível encontrar medicamentos a base desta planta, ou com a associação de

outras plantas medicinais. É o caso de países como a Espanha (Marroio

Branco® - Arkocápsulas), Venezuela (Marrubina® - Vitaplant) e Portugal

(Sambukid xarope infantil – Farmodiética®) (Fig. 3). Nestes casos, os usos mais

populares destes medicamentos são para uso em casos de tosse e bronquite.

No México (Control de Azúcar® – Herbs of México) (Fig. 3), entretanto, é

possível encontrar um medicamento a base da M. vulgare para controle de

diabetes. (HERBS OF MÉXICO, 2009).

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

25

O FDA (Food and Drug Administration) proibiu o uso dos comprimidos

da M. vulgare (popularmente horehound em inglês), para tosse em 1989 por

não haver evidências suficientes que comprovassem sua eficácia. Entretanto, a

M. vulgare é comumente usada na Europa e pode ser encontrados para tosse,

preparados por indústrias Européias e que são vendidos nos Estados Unidos,

como por exemplo, Ricola®.

Figura 3: Medicamentos a base da Marrubium vulgare comercializados em

diferentes países. (A) México (Herbs of Mexico®) (B) Espanha (Marroio Branco® - Arkocápsulas) (C) Inglaterra (Cough Elixir® – Welleda).

3.1.4 Estudos fitoquímicos

Estudos antigos indicaram nesta planta a presença de alcalóides,

esteróides, lactonas, terpenos, taninos, açúcares e vitamina C (POURRAT; LE

MEM, 1953; NICHOLAS, 19648; HENDERSON; McCRINDLE, 1969).

Portanto, já foram isolados diversos compostos, com grande

predominância de uma lactona diterpênica amarga de núcleo labdonofurânico,

a marrubiína, (Fig. 3B), um esterol da série do estigmasterol e um

sesquiterpeno (NICHOLAS, 1964; ABBONDANZA; BRECCIA; CRESPI, 1964;

VANACLOCHA; FOLCARO, 2003). Outros diterpenos presentes são:

marrubiol, peregrinol, vulgarol, (VANACLOCHA; FOLCARO, 2003).

Aliev e Aliev, em 1956, demonstraram os efeitos dos alcalóides

presentes nesta planta ao provocar a inibição das contrações provocadas em

coração isolado de sapos. Anos mais tarde, Paudler e Wagner (1963) isolaram

e caracterizaram os principais alcalóides turicina, betocina e estaquidrina.

A análise química desta planta revelou ainda, a presença de compostos

fenólicos (DE VICENZI; MAIALETTI, 1995), enquanto o extrato da cultura de

A C B

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

26

calos revelou a presença de fitosteróis (KNOSS; WILHELM; GLONBITZA

1993).

Estudos demonstraram a atividade biológica anti-esquistossomal dos

óleos voláteis da M. vulgare. (SALEH; GLOMBITZA, 1989; VANACLOCHA;

FOLCARO, 2003).

Além disto, verificou-se, nesta e em outras plantas da família das

Labiadas, a presença do ácido ursólico, composto este reconhecido como

sendo capaz de inibir a tumorigênese e inflamação induzida quimicamente na

pele de camundongos (BRIESKORN et al., 1952; HUANG et al., 1994).

Investigações fitoquímicas com a M. vulgare levaram à caracterização

de uma série de flavonóides, incluindo luteolina, apigenina, 7-glucosídeos, 7-

lactatos, vitexina (NAWWAR et al., 1989).

El Bardai et al. (2003a) identificaram e caracterizaram o marrubenol (1,4-

naptalenediol, 1-[2-(3-furanil)etil]decahidro-5-(hidroximetil)-2,5,8 atrimetil, [1R-

(1a, 2a, 4b, 4a, 5b, 8ab)], um diterpenóide sintetizado a partir da marrubiína e o

primeiro a ser isolado da Marrubium vulgare por Fulke, Henderson e McCrindle

(1968).

As partes aéreas da M. vulgare contém 2% da lactona diterpênica, a

marrubiína, que se encontra na forma de pré-marrubiína (Fig. 3A), assim como

alcoóis diterpênicos: marrubiol, vulgarol e peregrinol (BUSBY et al., 1983).

A otimização na obtenção do diterpeno marrubiína tem sido relatada

com a utilização de quitina, um biopolímero natural que é capaz de promover a

obtenção da marrubiína com alto rendimento de maneira eficaz e de baixo

custo (RODRIGUES et al., 1998).

A B

Figura 4. Estrutura química da pré-marrubiína (A); e do seu derivado,

marrubiína (B) (KNOSS; REUTER; ZAPP, 1997).

Considerando que existem muitos terpenos com atividade

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

27

gastroprotetora (KLOPELL et al., 2007; ANDRADE et al., 2008; ANDRADE et

al., 2006), foi avaliado o potencial antiúlcera do extrato metanólico, bem como

da marrubiína, obtidos da M. vulgare, em diferentes modelos experimentais de

úlcera.

3.1.5 Estudos farmacológicos

Além de exibir significante atividade analgésica, pelo antagonismo da

dor aguda induzida quimicamente, o extrato hidroalcoólico de partes aéreas e

raízes da M. vulgare exerceu efeito antiespasmódico em músculo liso in vitro

com a inibição de alguns neurotransmissores como a acetilcolina, bradicinina,

prostaglandina E e ocitocina (SCHLEMPER et al., 1996). Em estudos

preliminares, o extrato hidroalcoólico da M. vulgare também apresentou a

atividade broncodilatadora não específica in vitro (MOLINARI et al., 1997).

O extrato hidroalcoólico das partes aéreas demonstrou efeito inibitório

sobre o extravasamento de plasma induzido por agonistas inflamatórios em

orelhas de camundongos. O efeito apresentado parece estar ligado a

interferência sobre o sistema histaminérgico e sobre a cascata de cininas

(CAVALLI;, MOLINARI, 1997).

O decocto da M. vulgare quando administrado oralmente, apresentou

uma diminuição de glicemia semelhante a apresentada pela tolbutamida, uma

sulfoniluréia utilizada para o tratamento do diabetes (RAMOS et al., 1992).

Além disso, o extrato hidroalcoólico do M. vulgare, quando administrado

oralmente em ratos diabéticos na dose de 300 mgkg, diminui a hiperglicemia

tornando os animais normoglicêmicos (NOVAES; ROSSI, 1998). Arellano et al.

(2004) demonstraram que esta planta é capaz de reduzir os níveis de glicose

sanguíneo e lipídio em pacientes portadores do diabetes tipo 2.

Outros efeitos medicinais reportados para a M. vulgare são: antioxidante

(VANDERJAGT et al., 2002), hipotensivo (EL BARDAI et al., 2001) e

propriedades inseticidas (PAVELA, 2004).

Meyre-Silva et al. (2005), demonstraram que alguns derivados presentes

na M. vulgare, ácido marrubinico e marrubiína, apresentam efeito analgésico, o

que poderia contribuir para o uso como modelo para obtenção de novos e mais

efetivos agentes analgésicos.

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

28

O resultado do estudo de Stulzer et al. (2006), demonstrou pela primeira

vez que a marrubiína exibe significante inibição na reação microvascular

induzida por agonistas pró-inflamatórios, além de significante propriedades

inibitórias no edema alérgico. Os resultados sugeriram ainda, que a marrubiína

interfere com alguns mecanismos comuns de agentes flogísticos usados.

Verificou-se que a marrubiína apresenta propriedade antiinflamatória não

seletiva.

Outro estudo revelou ainda que a M. vulgare possui atividade

antimicrobiana contra gram positivos, especialmente Staphylococcus aureus

(AL-BARKI; AFIFI, 2007).

Recentemente foi publicada por Meyre-Silva e Cechinel (2010), uma

ampla revisão abordando as propriedades para as espécies do gênero

Marrubium.

Segundo Toso et al. (2007), o extrato hidroalcoólico das partes aéreas

apresentou atividade gastroprotetora, utilizando-se o extrato na concentração

de 2 g/mL, por via oral. Além disso, A Commission E guia terapêutico alemão

com monografias de ervas medicinais, aprovou o uso da M. vulgare para falta

de apetite, dispepsia e agente colérico (WHITE HOREHOUND, 2008).

Com base nestes optou-se pela avaliação da atividade farmacológica do

extrato metanólico feito a partir das partes aéreas da M. vulgare, coletada em

fevereiro de 2006 (verão) na cidade de Bom Retiro/SC.

3.2 Fisiopatologia da úlcera

A humanidade convive com úlceras pépticas desde tempos mais remotos.

A primeira descrição de úlceras pépticas data do século IV a.C., inscrita nos

pilares do templo de Esculápido, em Epidaurus (Grécia), descrevendo de forma

mitológica a origem da doença. Outro fato histórico foi a morte de Marco

Aurélio, ilustre imperador romano, cujo médico, Galeano, concluiu ser por

perfuração de úlcera péptica. A terapia mais antiga contra a úlcera gástrica

data do século IX, cuja uma mistura de solos ricos em sais e leite era

responsável pela neutralização do ácido (BRUNTON; LAZO;, PARKER, 2006).

As úlceras gástricas e duodenais afetam pessoas em todo o mundo. O

estilo de vida moderno (estresse, fumo, uso de drogas, má alimentação),

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

29

colabora para o aumento da incidência de úlceras pépticas (BELAICHE et al.,

2002; BRUNTON;, LAZO;, PARKER, 2006). Cerca de 10% da população dos

países industrializados é afetada, sendo que só no continente americano mais

de dois milhões de adultos sofrem deste mal em alguma fase da vida. Este

distúrbio afeta aproximadamente de 11 a 20% dos homens e 8 a 11% das

mulheres (FERREIRA, 2005). As úlceras gástricas costumam ser

freqüentemente uma doença crônica, a qual pode persistir por até 20 anos,

caracterizada por episódios repetidos de cura e re-exacerbação (NAIK et al.,

2007).

O estômago é um reservatório em forma de “J”, no qual o alimento é

embebido pelo suco gástrico, que contém enzimas e ácido clorídrico. Este suco

gástrico desdobra os alimentos em substâncias químicas mais simples, que

podem ser absorvidas pela mucosa intestinal (KUTCHAI, 1996; FLOCH et al.,

2007).

O estômago é um reservatório composto por uma túnica mucosa, de cor

cizento-avermelhado, composta de uma única camada superficial de células

epiteliais que começa na região da cárdia e se estende até a região do piloro. A

capacidade do estômago é de aproximadamente 1200 mililitros (FLOCH et al.,

2007). É um órgão revestido por várias camadas de músculo liso e que possui

um revestimento de muco. Anatomicamente este órgão é dividido em três

regiões topográficas (fundo, corpo e antro) (Fig. 5) e duas áreas funcionais

(glândulas parietais e piloricas) (CARVALHO, 2006; SCHUBERT; PEURA,

2008).

O corpo principal do estômago apresenta várias pregas longitudinais. A

mucosa gástrica apresenta glândulas secretoras (células parietais). Estas

glândulas estão localizadas no fundo e no corpo e são as responsáveis pela

secreção do muco e dos íons HCO3-, que são os responsáveis pela proteção

do lúmen estomacal contra a ação ácida promovida pelo estímulo de agonistas

endógenos sobre as células parietais (CARVALHO, 2006).

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

30

Figura 5. Secção longitudinal, face ventral do estômago. (Fonte: Enciclopédia multimídia do corpo humano, 2000)

Segundo Crawford (2000), o estômago está dividido em quatro regiões

anatômicas:

a) Cárdia: representa a região próxima à junção esofagogástrica;

b) Fundo: é a região bulbosa subdiafragmática do estômago,

localizado à esquerda do esôfago, em direção cefálica à entrada do esôfago

para o estômago;

c) Corpo: é a maior região anatômica interposta entre o fundo e o

antro mais caudal. O início do antro é demarcado por uma linha vertical traçada

através da incisura angular da pequena curvatura do estômago;

d) Antro ou porção pilórica: se estende desde o corpo do estômago

até o esfíncter pilórico.

Segundo Carvalho (2006), a liberação do ácido na luz do estômago

pelas células parietais é desencadeada por três diferentes vias:

a) Parácrina: estimula a secreção de histamina, que e liberada por

células enterocromafins (ECL), semelhantes aos mastócitos existentes no

estômago e dispostas em intimo contato com as células parietais, atuando em

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

31

receptores H2, promove o aumento da secreção ácida gástrica por elevar os

níveis intracelulares de AMPc;

b) Endócrina: estimula a liberação de gastrina a qual incita

receptores da célula parietal, provocando aumento dos níveis intracelulares de

Ca2+, levando desta forma a uma excreção aumentada de ácido gástrico;

c) Neuronal: estimula a liberação de acetilcolina a qual atua em

receptores muscarínicos, estimulando a secreção ácida por elevar os níveis

intracelulares de Ca2+. Esta excitabilidade está associada a estímulos olfativos,

visão, paladar e mastigação e por neurônios locais da parede gástrica os quais

são estimulados pela distenção das paredes do estômago;

O estômago a fim de manter sua função primordial de efetuar a digestão,

apresenta barreiras que evitam a lesão das células pelo ácido gástrico, sendo a

camada de muco a principal barreira (TULASSAY; HERSZENYI, 2010).

3.3 Úlcera

3.3.1 Epidemiologia e conceito geral

O surgimento de úlceras pépticas e desordens gástricas é um processo

que não é totalmente compreendido. Acredita-se que quando este sistema de

gastroproteção se torna deficiente, a mucosa e o epitélio ficam expostos aos

fatores agressivos (secreção do suco gástrico), que geram lesões, inflamação e

necrose. Ocorre um desequíbrio entre os fatores agressivos e os mecanismos

protetores da mucosa (BRZOZOWSKI, 2003; TULASSAY;, HERSZE’NYI,

2010).

Segundo o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney

Diseases (2004), a úlcera péptica é definida como uma ferida no revestimento

do estômago ou do duodeno.

Segundo Toledo Dias et al. (2009), a úlcera gástrica corresponde a uma

perda circunscrita de tecido da mucosa, ocorrendo nas regiões do trato

digestivo que entram em contato com o suco gástrico secretado no estômago.

Esta lesão, pode se estender da camada mucosa até a camada

muscular, porém, geralmente são lesões crônicas e solitárias. As desordens

gástricas também envolvem dispepsias e gastrites, que podem ser tanto

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

32

agudas quanto crônicas. A dispepsia é um grupo de sintomas do trato

digestório, geralmente associado a causas orgânicas, mas em geral é

caracterizada pelo aumento da secreção ácida. Já a gastrite é caracterizada

como a inflamação do revestimento do estômago, podendo ser aguda ou

crônica, podendo também evoluir para um quadro ulcerativo (LIPOF;,

SHAPIRO;, KOZOL, 2006; MAHADEVA; GOH, 2006).

Quando a mucosa perde a capacidade de proteger-se através das

secreções de bicarbonato e muco, ocorrem lesões, que são desencadeadas

devido a um desequilíbrio entre os agentes ofensivos (secreção de ácido e

pepsina) e defensivos (secreção de bicarbonato, muco e produção de

prostaglandinas) acarretando no surgimento de úlceras (ANDRADE et al.,

2006).

3.3.2 Agentes agressores da mucosa

A úlcera gástrica pode ser provocada, por diversos fatores, muitos estão

relacionados com maus hábitos alimentares, estresse, tabagismo, uso abusivo

de AINEs e bebidas alcoólicas (BARROS et al., 2008; KLEIN-JR et al., 2010).

As desordens gástricas, gastrites e úlceras podem estar associadas a

fatores endógenos, tais como predisposição genética, ácido, pepsina, secreção

biliar, e fatores endógenos, relacionados com as condições de vida, tais como

estresse, fumos, álcool, uso de drogas e medicamentos, uso de alimentos

nocivos ou infecção por Helicobacter pylori (HIRSCHOWITZ et al., 1995;

WOLFE; SANCHS, 2000; BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

A mucosa gástrica é continuamente exposta a agentes potencialmente

irritantes, tais como ácidos, pepsina, ingredientes alimentares, bactérias e

drogas. Estes implicam na patogênese da úlcera, incluindo aumento da

secreção gástrica, diminuição do fluxo sangüíneo gástrica, supressão de

produção de prostaglandinas endógenas, inibição da proliferação de células da

mucosa e alteração da motilidade gástrica (KONTUREK et al., 1998;

KWIECIÉN; BRZOZOWSKI; KONTUREK, 2002; TULASSAY; HERSZE’NYI,

2010).

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

33

A seguir estão descritos os principais agentes agressores:

Etanol: É considerado um dos agentes que induz mais intensamente a

úlcera gástrica, ele promove sérios distúrbios na mucosa gástrica como,

isquemia e aparecimento de radicais livres, degranulação de mastócitos,

inibição da produção de prostaglandinas e diminuição na produção do muco

gástrico (HIRUMA-LIMA et al., 2009).

AINEs: O uso abusivo de AINEs é um dos maiores causadores de

úlceras, estes medicamentos inibem a produção de prostaglandinas, com

consequente aumento na liberação de ácido gástrico e diminuição na produção

do muco citoprotetor, acarretando assim no surgimento de lesões (HIRUMA-

LIMA et al., 2009).

Estresse: As úlceras provocadas por estresse são ocasionadas por um

aumento na peroxidação lipídica, a principal consequência deste aumento, é a

formação de espécies reativas de oxigênio, levando assim a formação de

lesões no lúmen gástrico (RODRIGUES et al., 2008).

Infecção por Helicobacter pylori: É fato conhecido que a úlcera pode ser

ocasionada por uma elevação na liberação de ácido clorídrico e pepsina,

porém ocorrem casos em que o paciente apresenta úlcera sem ter esta

liberação aumentada de fatores ofensivos. Nestes casos, o provável agente

etiológico é o H. pylori, uma bactéria gram-negativa, que é considerada o

agente de infecção crônica mais comum em seres humanos, tendo como

habitat específico a mucosa gástrica e em função disto, acredita-se que

contribua para a destruição das células gástricas (SIQUEIRA et al., 2007;

FALCÃO et al., 2008). A bactéria é o principal agente etiológico da úlcera

péptica em humanos, apresenta uma alta taxa de prevalência a nível mundial,

em países desenvolvidos chega a 40% e em países em desenvolvimento a

taxa é maior de 80% (SOUZA et al., 2006).

3.3.3 Agentes de defesa da mucosa

Os mecanismos de defesa da mucosa gástrica permitem que esta

mucosa suporte a exposição frequente de agentes agressores. Os mecanismos

de defesa podem agir localmente bem como a partir de mecanismos neuro-

hormonais. A defesa da mucosa gástrica é um processo dinâmico.

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

34

A primeira linha de defesa da mucosa gástrica constitui-se na barreira de

muco e bicarbonato, sendo esta a única barreira entre o epitélio e a luz. Esta

barreira é composta por um gel de muco, bicarbonato e fosfolipídios

surfactantes, possuindo característica elástica, viscosa e aderente

(ALQASOUMI et al., 2009).

O muco é secretado por células secretoras encontradas entre as células

superficiais, por toda a mucosa gástrica. No muco estão presentes íons

bicarbonato, que geram um gradiente de pH 6-7 na mucosa gástrica,

protegendo-a do pH 1-2 presente na luz estomacal, formando uma camada

inerte, como se fosse um gel, protegendo a mucosa do suco gástrico. Acredita-

se que os distúrbios nas funções secretórias descritas acima estejam

envolvidos na patologia da úlcera. As células parietais são estimuladas pela

histamina que provém de mastócitos (ou células semelhantes), e esta, atua em

receptores H2, ocorrendo um aumento da ação da gastrina e da acetilcolina

(TULASSAY; HERSZE’NYI, 2010).

Uma perfusão sanguínea adequada evita danos epiteliais às camadas

mais profundas da mucosa. A principal função da micro-circulação da mucosa

é abastecer as células com nutrientes e com oxigênio. O fluxo sanguíneo

protege a mucosa gástrica por fornecer oxigênio, bicarbonato e nutrientes,

além de remover o dióxido de carbono, íons hidrogênio e difundir toxinas do

lúmen gástrico (BECKMAN; KOPPENOL, 1996; REPETTO; LLESUY, 2002).

Quando a mucosa gástrica é exposta a agentes irritantes, as células

endoteliais produzem potentes vasodilatadores, como óxido nítrico (NO) e

prostaciclina I2 (PGI2), que agem protegendo a mucosa de lesões causadas

por substâncias vasoconstritoras como leucotrienos, tromboxanos e endotelina.

O NO age ainda inibindo a secreção de ácido gástrico pelas células parietais

(WALLACE; MILLER, 2000).

Além do muco e do fluxo sanguíneo, o ácido gástrico também constitui

uma defesa da mucosa, pois reduz a possibilidade de colonização por

bactérias. O epitélio, que se encontra logo após a camada de muco é uma

barreira protetora capaz de se reparar rapidamente, possuindo células de

rápida proliferação. Existem ainda a linha de defesa do sistema imune, como

mastócitos, macrófagos e imunoglobulinas que reconhecem a entrada de

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

35

invasores na mucosa e produzem uma resposta inflamatória (WALLACE;

GRANGER, 1996; WALLACE, 2001).

Outro fator de proteção da mucosa é a renovação celular. O epitélio

gástrico é reconstruído a cada 2-4 dias. Esta contínua renovação das células

progenitoras da mucosa, é uma característica muito importante, que colabora

na manutenção da integridade estrutural da mucosa, acarretando em maior

resistência na formação de lesões (TULASSAY; HERSZENYI, 2010).

As prostaglandinas também estão envolvidas na proteção da mucosa.

Elas facilitam e estimulam a maioria dos mecanismos de gastroproteção da

mucosa. Responsável pela geração contínua de PGI2 e principalmente de

PGE2, que são essenciais na manutenção da integridade gástrica e na

proteção contra agentes necrotizantes e ulcerosos. As PGs inibem a liberação

de ácido gástrico, aumentam o fluxo sanguíneo da mucosa, estimulam a

produção de muco e bicarbonato, aceleram o reparo e a cicatrização tecidual

(BRZOZOWSKI, 2003; TULASSAY; HERSZENYI, 2010).

3.3.4 Tratamento de desordens gástricas

O tratamento das desordens gástricas, gastrites e úlceras, por muitos

anos, foram baseados na supressão da secreção ácida. Porém, pesquisas

recentes revelam que os fatores envolvidos na defesa participam do controle

da acidez, sendo que atualmente há um grande interesse pelos mecanismos

reguladores e cicatrizantes envolvidos na resolução do quadro ulcerativo

(DAJANI; KLAMUT, 2000; WALLACE, 2005).

A terapia para cura de úlceras tem por objetivo a redução da dor,

promover a cicatrização e prevenir prováveis úlceras reincidentes. A terapia

farmacológica baseia-se em reestabelecer o equilíbrio entre os fatores

ofensivos e defensivos, ou seja, proteger a mucosa da ação do suco gástrico

(AIHARA et al., 2003)

Durante muitos séculos o tratamento das úlceras gástricas era realizado,

utilizando-se antiácidos para neutralizar a secreção gástrica, restrições

alimentares eram utilizadas e os procedimentos cirúrgicos eram corriqueiros

(YUHONG et al., 2006).

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

36

Assim, fármacos utilizados no tratamento da úlcera gástrica agem por

um dos seguintes mecanismos:

Drogas que inibem ou neutralizam a secreção de ácido gástrico

(terapia anti-secretória). Nesta classe estão agrupados:

a) antagonistas de receptores H2 da histamina (cimetidina, ranitidina):

agem diretamente sobre as células parietais provocando uma

diminuição na liberação de secreção gástrica (YUHONG et al., 2006)

b) inibidores da bomba de prótons, (H+-K+)-ATPase (omeprazol,

pantoprazol): atua inibindo a secreção de ácido gástrico através da

inativação da bomba, a partir da formação de ligações dissulfeto entre

as moléculas reagentes do omeprazol com a estrutura da bomba de

prótons;

c) antiácidos que neutralizam o ácido gástrico (hidróxido de magnésio,

trissilicato de magnésio, bicarbonato de sódio).

Drogas que protegem a mucosa (quelato de bismuto, sucralfato)

(RANG; DALE; RITTER, 2001; BRUNTON; LAZO; PARKER, 2006).

Atualmente, recomenda-se a associação de uma droga que atue inibindo

a secreção ácido e/ou protegendo a mucosa e associações de antibióticos,

para o tratamento desta patologia (RANG; DALE; RITTER, 2001), porém, ainda

não há um fármaco que produza 100% de cura das úlceras gástricas e devido

ao fato da úlcera gástrica ser considerada agravo a saúde, a pesquisa de

novos fármacos e o desenvolvimento de terapias alternativas é de extrema

importância. Neste aspecto os extratos vegetais estão entre os mais

promissores no tratamento de úlceras gástricas (SANNOMIYA et al., 2005;

BONACORSI et al., 2009; DONATINI et al., 2009).

3.4 Desenvolvimento de fitoterápicos

A produção de fitomedicamentos a partir de plantas cultivadas torna-se

ainda mais atrativo, tendo em vista a produção de biomassa associada à

produção do(s) princípio(s) ativo(s) de interesse. O aumento da procura por

drogas vegetais reflete os índices de crescimento do setor. Neste aspecto, o

Brasil já abarca US$ 550 milhões desse segmento, com previsão de ter

dobrado esse valor em 2010. Além disso, o mercado sofre um crescimento

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

37

anual de cerca de 10% (ABIFISA, 2010).

Este crescimento, que também é observado em outros países, pode

gerar divisas para o Brasil desde que a produção de fitomedicamentos atenda

a características de qualidade, eficácia e segurança. Estrategicamente,

políticas claras que proporcionem ações e fomento do governo na área de

fitoterápicos são entraves antigos; porém são necessárias, não só para o

desenvolvimento do setor, como também para o desenvolvimento social e

econômico do país (HEINZMANN; BARROS, 2007).

Um fator limitante para uma maior utilização de plantas como matéria-

prima pelas indústrias é que sua maioria não possui descrição em códigos

oficiais (formulários e farmacopeias) não havendo inclusive estudos científicos

adequados sobre muitas delas. Dentro deste restrito número, pode-se citar que

324 estão descritas na Farmacopéia Alemã, 60 na Cooperativa Europeia

Científica de Fitoterapia, 13 na Farmacopéia Americana, 60 na Organização

Mundial da Saúde e apenas 24 na Farmacopéia Brasileira (TOLEDO et al.,

2003).

O decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, que aprova a Política

Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico, fortalece e amplia as ações

políticas voltadas ao setor, constituindo-se num marco regulatório histórico.

Como objetivo geral, esta política visa à promoção do uso sustentável da

biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.

O impacto esperado com essas medidas é a diminuição da dependência

externa e o aumento da competitividade do setor farmacêutico nacional

(BRASIL, 2006).

A legislação brasileira, segundo o que consta na redação da Resolução

RDC n° 14, de 31 de março de 2010 (BRASIL, 2010) define como

medicamento fitoterápico:

“medicamento obtido com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, e cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas, caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade, não considerando medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais.”

Antes que um medicamento seja registrado e prescrito pela classe

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

38

médica, são necessários estudos científicos que comprovem sua segurança e

eficácia clínica. Tais quais os critérios utilizados para o desenvolvimento de

medicamentos sintéticos, estudos farmacológicos pré-clínicos, estudos

toxicológicos em animais, e estudos clínicos (Fases I, II e III) devem ser

realizados seguindo protocolos rígidos e critérios aceitos internacionalmente

(YUNES; CALIXTO, 2001).

Os estudos de um novo medicamento fitoterápico seguem importantes

etapas sequenciais, conforme descrito a seguir (SONAGLIO et al., 2004):

a) Etapa botânica e agronômica: identificação da planta, relativo à

obtenção do material, manejo e coleta. Pontos críticos desta fase: se

a planta que se deseja estudar é selvagem ou cultivada,

disponibilidade crescente ou decrescente, com ou sem a

manipulação agronômica, variação no fornecimento, a melhora

genética, controle de qualidade e manuseio pós-colheita.

b) Etapa fitoquímica: isolamento, elucidação estrutural, identificação

dos constituintes do vegetal, ausência de contaminantes e

padronização de marcadores químicos.

c) Desenvolvimento de metodologias analíticas: avaliação do teor

de substâncias ativas ou grupo de substâncias ativas e do perfil

qualitativo dos constituintes químicos de interesse, bem como a

avaliação das características físicas e físico-químicas dos produtos

tecnologicamente transformados.

d) Etapa farmacêutica: preparo das formas farmacêuticas para a

administração, garantindo a qualidade e uniformidade da amostra e

sua estabilidade durante os testes pré-clínicos e clínicos.

e) Ensaios biológicos pré-clínicos: ensaios farmacodinâmicos,

farmacocinéticos e toxicológicos em animais de laboratório.

f) Etapa clínica: estudos farmacológicos pré-clínicos, estudos

toxicológicos em animais, estudos clínico (Fase I, II e III).

A transformação tecnológica do material vegetal em um produto

tecnicamente elaborado, intermediário ou acabado, faz uso de técnicas de

operação de transformação tecnológica. Estas operações de transformação

pedem ser classificadas, de forma geral, em: operações preliminares (divisão e

classificação), extração, concentração e secagem (SONAGLIO et al., 2004).

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

39

O termo extração refere-se a uma forma mais seletiva e completa de

retirada de substancias ou frações ativas que estão contidas na droga vegetal.

Para isto utiliza-se um líquido ou uma mistura de líquidos apropriados para tal

extração e que garanta segurança tecnológica em seu uso. Como produto

resultante desta extração sólido-líquido obtém-se a chamada solução extrativa

(SONAGLIO et al., 2004).

Antes de se iniciar um processo de extração deve-se definir a

seletividade do solvente a ser empregado no processo. Esta escolha irá

determinar a constituição do extrato: maior parte de constituintes químicos da

planta ou apenas constituintes químicos com uma determinada característica.

Portanto, a escolha do solvente de extração assim como a constância da

composição química da matéria-prima vegetal, representam duas etapas

importantes no processo de fabricação de produtos fitofarmacêuticos

(SHARAPIN et al., 2000).

Apesar da variedade de substâncias líquidas conhecidas, as que são

utilizadas na extração de drogas vegetais são poucas e esta limitação é

justificada por três aspectos (SONAGLIO et al., 2004):

Propriedades extrativas: eficiência e seletividade com que o líquido

extrator dissolve, à temperatura ambiente, uma substância. Depende

dos parâmetros de solubilidade do solvente e do soluto.

Adequação tecnológica: diz respeito à facilidade de eliminação de

sua eliminação da solução extrativa ou do produto final. Depende do

ponto de ebulição, ocorrências de misturas azeotrópicas, risco de

explosão, corrosão e formação de peróxidos.

Inocuidade fisiológica: toxicidade do líquido extrator para o ser

humano.

Os solventes mais utilizados como líquidos extratores no caso de

fitofármacos é a água, o álcool etílico, a glicerina, o propilenoglicol e as

misturas destes líquidos (SANTOS, 2000).

As variáveis que interferem no processo de extração, independente da

escala de produção ou do tipo de produto final que se deseja são (SANTOS,

2000):

a) Estado de divisão da droga: a utilização de pós moderadamente

grossos é recomendada para a grande maioria das drogas para

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

40

partículas muito pequenas podem resultar na que se evite a

compactação e formação de canais que dificultam os processos de

percolação ou passam para o extrato, nos processos de maceração.

b) Natureza do solvente: dependendo da finalidade desejada, o líquido

extrator utilizado extrai determinada classe de compostos,

seletivamente ou não.

c) Temperatura: o aumento da temperatura de extração facilita a

dissolução das substâncias extratíveis e, consequentemente, o

aumento a eficiência do processo. Entretanto, deve-se cuidar para

que o aumento da temperatura do processo não destrua princípios

ativos termolábeis ou cause a perda de substâncias voláteis.

d) Agitação: permite que uma nova quantidade do líquido extrator entre

em contato com o sólido e seja alcançado, desta forma, um novo

ponto de equilíbrio de saturação, o que, por sua vez, determinará a

eficiência do processo extrativo. Para o aumento na eficiência do

processo pode-se fazer uso de bombas de recirculação do solvente

ou agitadores mecânicos.

e) pH: influencia a solubilidade de diversos compostos pela

possibilidade de formação de sais.

f) Tempo de extração: é determinado em função do solvente e do

equipamento selecionado e deve corresponder ao tempo suficiente

para retirar os componentes de interesse.

Os processos de extração variam de acordo com três características:

escala de produção, qualidade da matéria-prima e natureza do solvente. Os

processos extrativos usualmente estudados no desenvolvimento de extratos

vegetais, incluem a maceração, a percolação, a turbo-extração, extração em

contra-corrente e fluido-supercrítico.

Dentre eles, a maceração é um dos processos mais economicamente

viáveis, por ser um processo que pode ser realizado em temperatura ambiente

e de forma predominantemente estática. É realizada em recipiente fechado,

podendo-se variar a temperatura, durante um período de tempo prolongado,

sob agitação ocasional e sem remoção do líquido extrator. Esta operação

possui variações, entre elas: digestão, que consiste no processo de maceração

que ocorre em sistema aquecido a 40-60 °C; maceração dinâmica, feita sob

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

41

agitação mecânica constante; e a remaceração, que consiste na repetição do

processo com o mesmo material vegetal, porém com a remoção do solvente

(SONAGLIO et al., 2004).

Os extratores para maceração estática possuem maior tamanho e são

fechados. A droga fica em contato com o solvente durante o tempo necessário.

Em escala industrial, são mais usados os extratores com agitação (SANTOS,

2000).

Não se recomenda o uso de água ou de misturas hidroalcoólicas com

concentrações etanólicas inferiores a 20%, pois favorecem a proliferação

microbiana (SONAGLIO et al., 2004).

Geralmente, a otimização de variáveis experimentais é realizada por

meio de procedimentos que avaliam o efeito de uma variável por vez

(univariado), apresentando desvantagens tais como o tempo gasto para

otimização e a falta de avaliação acerca das interações entre as variáveis que

afetam o processo em estudo. De acordo com BRASIL et al. (2007), estas

desvantagens resultam numa otimização ineficiente, impedindo o rápido

estabelecimento de ótimos verdadeiros, os quais são atingidos pelo emprego

de sistemas multivariados.

O planejamento fatorial é o mais indicado quando se deseja estudar os

efeitos de duas ou mais variáveis de influência, sendo que em cada tentativa

ou réplica, todas as combinações possíveis dos níveis de cada variável são

investigadas (BARROS NETO et al., 2001).

Dentre as diversas vantagens da utilização do planejamento fatorial,

destacam-se as seguintes (BUTTON, 2005):

• Redução do número de ensaios sem prejuízo da qualidade da

informação;

• Estudo simultâneo de diversas variáveis, separando seus efeitos;

• Determinação da confiabilidade dos resultados;

• Realização da pesquisa em etapas, num processo interativo de

acréscimo de novos ensaios;

• Seleção das variáveis que influenciam um processo com número

reduzido de ensaios;

O planejamento fatorial determina que fatores tenham efeitos relevantes

na resposta e, também, como o efeito de um fator varia com os níveis dos

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

42

outros fatores. Além disso, permite estabelecer e quantificar as correlações

entre os diferentes fatores. Diante do exposto, verifica-se que sem o uso de

planejamentos fatoriais de experimentos, importantes interações entre fatores

podem não ser detectadas e a otimização máxima do sistema pode levar mais

tempo para ser alcançada (CUNICO et al., 2008).

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

43

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Matérias-primas de origem vegetal

As partes aéreas da M. vulgare utilizadas para produção do extrato

metanólico utilizado nos testes farmacológicos foram coletadas no município de

Bom Retiro, estado de Santa Catarina, Brasil, em fevereiro de 2006, pela

equipe de estudo da profa. Dr. Christiane Meyre.

O composto, marrubiína, foi isolado pela profa. Dra. Christiane Meyre, a

partir do extrato das partes aéreas da M. vulgare coletas em Bom Retiro/SC, no

mês de fevereiro de 2006.

Para caracterizar a droga vegetal segundo parâmetros farmacopeicos e

de compêndios oficias (WHO, 1998) foram utilizadas as partes aéreas da M.

vulgare coletada em Bom Retiro/SC, em julho de 2009 (inverno) e em fevereiro

de 2010 (verão).

4.2 Reagentes, soluções e outras matérias-primas

Todos os reagentes são de grau de pureza pró-análise, ou grau CLAE,

exceto os diferentemente especificados.

Acetato de Etila (Tedia®);

Acetona (Tedia®);

Ácido Gálico (Vetec®, lote 0904283, validade 07/2013);

Ácido gálico (Sigma Aldrich®);

Água purificada (Tipo I obtido por filtração em aparato Mili® Q);

Álcool 95% (Nuclear®);

Álcool Etílico PA (Dinâmica®, lote 31285, validade 10/2012);

Carbonato de Sódio (Labysinth®);

Cimetidina Sigma-Aldrich® (St. Louis, MD, USA);

Clorofórmio (Tedia®);

Hexano (Tedia®);

Indometacina Sigma-Aldrich® (St. Louis, MD, USA);

Metanol (Tedia® - grau HPLC);

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

44

Omeprazol Sigma-Aldrich® (St. Louis, MD, USA);

Quercetina (Sigma Aldrich®);

Reativo de Folin-Ciocalteau (Dinâmica®, lote 35164, validade 08/2011);

Solução de carbonato de sódio 10%.

4.3 Equipamentos e outros materiais

Balança analítica (Marte®);

Balança analítica (Celtac® FA- 2104N);

Balança de secagem IV (Mettler Toledo® HB13);

Balança semi-analítica (Marte®);

Câmara reveladora de UV (Dist® GRC-03) dotada de lâmpadas GE® de

254/365 nm;

Chapa de aquecimento (Quimis®);

Cromatógrafo gasoso CG Agilent Technologies 5975C inert MSD, com

detector de massas da Agilent, modelo 7890C e injetor de amostra

(amostrador automático) modelo 7683B, usando coluna HP-5;

Cromatoplacas de gel de sílica (Merck® GF254);

Cromatógrafo gasoso marca Shimadzu modelo QP 2010S;

Cromatoplacas Merck GF254;

Espectrofotômetro (Spectrovision® DB 1880 S) com software U.V. Win 5;

Estufa (Fanem® 315 SE);

Estufa (Fanem® 502 C);

Estufa com renovação e circulação de ar (Marconi® MA 037);

Geladeira (Consul®);

Manta aquecedora (Ética®);

Manta aquecedora (Fisatom® 752A);

Microscópio óptico binocular (Leica® 1349522X);

Moinho de facas (Cremar®);

Moinho de martelos (Marconi® 600);

pHmetro (Digimed®/DM 20);

Processador de alimentos (Walita®);

Refrigerador (Bosch® Frost Free KDN 43);

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

45

Refrigerador (Consul® 280);

Rota-evaporador (Quimios®);

Rota-evaporador (Tecnal® TE 2 II);

Tamisador (Bertel®);

Tamises (2360, 1700, 1180, 600, 250, 150 m);

Tecidos Sontara®;

Ultrassom (Unique® UltraCleaner 800A com aquecimento).

4.4 Atividade Farmacológica

Como há pouca informação disponível sobre a eficácia da M. vulgare

para uso na gastroproteção, foram avaliados o extrato metanólico proveniente

das partes aéreas da M. vulgare coletadas em Bom Retiro/SC em fevereiro de

2006 (verão) e a marrubiína, utilizando os modelos descritos a seguir.

4.4.1 Animais e ensaios farmacológicos

As doses estabelecidas nos experimentos foram baseadas em dados da

literatura e em estudos preliminares realizados em nosso Laboratório.

No estudo farmacológico de plantas utilizam-se normalmente doses

crescentes correlacionadas para possível observação da relação dose-

resposta. Neste estudo foram avaliados os efeitos do extrato metanólico da M.

vulgare utilizando-se doses de 25 mg/kg, 50 mg/kg e 100 mg/kg e do padrão

Marrubiína, usado pela prof. Cristiane Meyre em nossos laboratórios, na

concentração de 25 mg/kg

Seguindo a Lei 11.794, de 8 de outubro de 2008, e de acordo com as

diretrizes da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório, os

animais foram mantidos segundo normas e cuidados com animais de

laboratório, bem-estar e biosegurança na experimentação (BRASIL, 2008;

SBCAL/COBEA, 1991).

Os experimentos foram autorizados e aprovados pelo Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP) da Universidade do Vale do Itajaí, tendo sido aprovados

através do parecer nº 015/2010 (Anexo A).

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

46

Nos ensaios biológicos foram utilizados camundongos machos e fêmeas

Swiss, pesando entre 25-50 g provenientes do Biotério Central da Universidade

do Vale do Itajaí – UNIVALI. Os animais foram mantidos em caixas de

polipropileno, em sala com temperatura (25 ºC) e ciclo controlados

(claro/escuro 12 horas cada), tendo ração e água ad libitum. Doze horas

anteriores aos experimentos, os animais foram mantidos em jejum, sendo

adicionada a caixa uma grade para inibir a coprofagia e tiveram livre acesso à

água.

4.4.2 Avaliação da atividade gastroprotetora

Na avaliação da atividade gastroprotetora, foram utilizados experimentos

que procuram mimetizar os distúrbios gástricos em humanos, baseados em

fatores etiológicos da doença no homem, como por exemplo, o aumento do

suco gástrico, o uso de drogas anti-inflamatórias não esteroidais e uso abusivo

de bebidas alcoólicas. Cada experimento apresenta seus respectivos controles

positivos (omeprazol, cimetidina ou carbenoxolona) e negativos (veículo ou

indometacina), dependendo da necessidade de cada modelo. Para avaliar a

atividade gastroprotetora do extrato metanólico da Marrubium vulgare L., foram

utilizados diferentes modelos experimentais, conforme descritos a seguir.

4.4.2.1 Modelo de úlcera aguda induzida por etanol/HCl

A metodologia que foi utilizada neste experimento foi a descrita por Mizui

e Doteuchi (1983), com algumas modificações. Os camundongos foram

submetidos inicialmente a jejum de doze horas e, após esse período, divididos

em diferentes grupos (n=5) que foram pré-tratados por via oral com omeprazol

na dose de 30 mg/kg (controle positivo), veículo (controle negativo- água

destilada), extrato metanólico da M. vulgare nas concentrações de 25, 50 e 100

mg/kg e o diterpeno isolado, Marrubiína, na concentração de 25 mg/kg.

Após uma hora e meia, foram administrados aos animais 0,5 mL de

solução EtOH/HCl (60% / 0,3 M) (agente lesivo) por via oral, e uma hora e meia

após a administração do agente lesivo, os mesmos foram sacrificados por

deslocamento cervical; em seguida, os estômagos foram retirados e abertos ao

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

47

longo da curvatura maior, sendo esticados em placas de parafina, e através de

Scanner, as imagens foram captadas e analisadas por software de análise de

imagens EARP, a fim de determinar-se o número de lesões e o tamanho

destas.

Posteriormente foi realizada a determinação da área total de lesão

(mm2), área relativa lesada (%) e índice de úlceras (ULI) calculado através da

severidade das lesões da mucosa gástrica, classificadas como:

a) tipo 1 (T1): área da úlcera 1 mm2;

b) tipo 2 (T2): área da úlcera de 1-3 mm2; e

c) tipo 3 (T3): área da úlcera 3 mm2.

O índice lesão ulcerativa (ULI) será determinado como:

ULI = (1 x T1) – (2 x T2) – (3 x T3)

O índice de cura (%) será determinado como:

IC = 100 – (ULITratado x 100/ULIControle)

Os resultados foram expressos em quantidade total de área lesada

(mm2), quantidade relativa de área lesada (%), índice de lesão ulcerativa (ULI)

e índice de cura (%).

4.4.2.2 Modelo de úlcera aguda induzida por antiinflamatório não-esteroidal

associada à estimulação parassimpaticomimética

A metodologia que foi utilizada foi descrita por Rainsford (1980), com

algumas modificações.

Após doze horas de jejum, os animais foram divididos em diferentes

grupos (n=5) que foram pré-tratados por via oral com cimetidina na dose de

100 mg/kg (controle positivo), veículo (controle negativo), extrato metanólico da

M. vulgare nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg, e marrubiína, nas mesmas doses.

Após uma hora e meia da administração dos diferentes tratamentos, os

animais receberam 100 mg/kg de indometacina (v.o.), associada com a

administração via intraperitonial (i.p.) de betanecol, um estimulante

parassimpaticomimético, na dose de 5 mg/kg, preparada em solução fisiológica

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

48

antes do uso.

Passadas cinco horas após a administração de indometacina os animais

foram sacrificados por deslocamento cervical e os estômagos retirados e

abertos ao longo da grande curvatura; esticados e através de Scanner, as

imagens foram captadas e analisadas por software de análise de imagens

EARP, a fim de determinar-se o número de lesões e o tamanho destas.

Posteriormente foi realizada a determinação da quantidade total de área

lesada (mm2), quantidade relativa de área lesada (%), índice de lesão

ulcerativa (ULI) e índice de cura (%), conforme descrito anteriormente.

4.4.3 Avaliação da atividade sobre a secreção gástrica

4.4.3.1 Modelo de avaliação da secreção gástrica (ligadura de piloro)

Este experimento foi realizado de acordo com o método descrito por

Shay et al. (1945), com algumas modificações.

Os animais foram submetidos a jejum por doze horas com livre acesso a

água, e divididos em diferentes grupos (n=5). Em seguida foram anestesiados

(com os anestésicos cetamina 10% e xilazina 5% em solução de salina, 0,1

mL/10g de peso do animal) e submetidos a uma incisão longitudinal abaixo ao

processo apófise xifóide, para amarração do piloro e a administração por via

intraduodenal dos diferentes tratamentos: cimetidina na dose de 100 mg/kg

(controle positivo), veículo (controle negativo), extrato metanólico da M. vulgare

nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg e Marrubiína na dose de 25 mg/kg.

Após os tratamentos, as incisões foram suturadas e quatro horas após a

cirurgia os animais foram sacrificados por deslocamento cervical. As incisões

foram reabertas e após pinçamento da válvula cárdia, evitando-se a perda do

conteúdo gástrico, o estômago foi retirado.

O conteúdo estomacal foi coletado e foram analisados os parâmetros de

volume, pH e concentração de íons hidrogênio. Após a determinação do

volume, adicionou-se 5 mL de água destilada à amostra e esta passou pelo

processo de centrifugação por 10 min a 3000 rpm. No sobrenadante

determinou-se o pH, titulando-se com solução de hidróxido de sódio a 0,01 N,

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

49

utilizando-se fenolftaleína como indicador.

Os resultados foram expressos em g (volume), pH e mEq/L/4h

(concentração de íons hidrogênio).

4.4.3.2 Modelo de avaliação da secreção de muco em mucosa gástrica

O modelo utilizado neste experimento é o descrito por Sun, Matsumoto e

Yamada (1991), com algumas modificações.

Os animais foram submetidos a jejum por doze horas com livre acesso a

água, e divididos em diferentes grupos (n=5). Em seguida foram anestesiados

(com os anestésicos cetamina 10% e xilazina 5% em solução de salina, 0,1

mL/10g de peso do animal) e submetidos a uma incisão longitudinal abaixo ao

processo apófise xifóide, para amarração do piloro e a administração por via

intraduodenal dos diferentes tratamentos: carbenoxolona na dose de 200

mg/kg (controle positivo), veículo (controle normal), indometacina na dose de

30 mg/kg (controle negativo) e extrato metanólico da M. vulgare nas doses de

25, 50 e 100 mg/kg.

Após os tratamentos, as incisões foram suturadas e quatro horas após a

cirurgia os animais forão sacrificados por deslocamento cervical. As incisões

foram reabertas e após pinçamento da válvula cárdia (evitando-se a perda do

conteúdo gástrico) o estômago foi retirado, sua face exterior lavada

cuidadosamente em salina e pesado em balança analítica. O conteúdo

gástrico, bem como a mucosa, foi acondicionada em 10 mL de solução de

Alcian Blue (Alcian Blue 0,02%, sacarose 0,16 M, acetato de sódio 0,05 M; pH

5,8 a 20 ºC) por 24 horas.

Após este período, o tecido estomacal foi retirado e o líquido foi

centrifugado a 3000 rpm por 10 minutos. A leitura do sobrenadante foi realizada

através de leitor de microplaca em Asys Expert Plus UV (no comprimento de

onda a 620 nm), em triplicata. Os resultados foram expressos em quantidade

de corante aderido ao muco (mg) por grama de tecido (g).

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

50

4.4.4 Mecanismos de ação antiúlcera

4.4.4.1 Participação do óxido nítrico endógeno envolvido na gastroproteção

O método empregado neste experimento foi descrito primeiramente por

Arrieta et al. (2003), com algumas modificações. Os ratos foram separados em

dez grupos (n=6), onde cinco grupos receberam pré-tratamento com L-NAME

(N-nitro-L-Arginina metil éster), um inibidor da enzima óxido nítrico sintase, na

dose de 70 mg/kg, i.p. e os cinco grupos restantes foram pré-tratados com

salina, i.p. Após 30 minutos dos pré-tratamentos, aplicou-se o teste de indução

de úlcera por etanol, utilizando como tratamento extrato metanólico da M.

vulagre, na concentração de 100 mg/kg, o composto isolado, marrubiína, na

concentração de 25 mg/kg, controle positivo (carbenoxolona 200 mg/kg) e

controle negativo (veículo). Passado o tempo do teste, os animais foram

sacrificados e os estômagos retirados e abertos ao longo da grande curvatura,

esticados e através de Scanner, as imagens foram captadas e analisadas por

software de análise de imagens EARP, a fim de determinar-se a % de área

lesada.

4.4.4.2 Participação dos grupamentos sulfidrila endógenos envolvidos na

gastroproteção

Para a avaliação dos grupamentos sulfidrila na gastroproteção foi

adotado o modelo de Matsuda e Yoshikawa (1999). Os ratos foram separados

em dez grupos (n=6), onde cinco grupos receberam o pré-tratamento com NEM

(N-etilmaleimida), um quelante de grupamentos sulfidrila, na dose de 10 mg/kg,

i.p. e os cinco grupos restante foram pré-tratados com salina, i.p. Após 30

minutos dos pré-tratamentos, aplicou-se o teste de indução de úlcera por

etanol, utilizando como tratamento o extrato metanólico da M. vulgare na dose

de 100 mg/kg, marrubiína na dose de 25 mg/kg, controle positivo

(carbenoxolona 200 mg/kg) e controle negativo (veículo). Passado o tempo do

teste, os animais foram sacrificados e os estômagos retirados e abertos ao

longo da grande curvatura, esticados e através de Scanner, as imagens foram

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

51

captadas e analisadas por software de análise de imagens EARP, a fim de

determinar-se a % de área lesada.

4.5 Obtenção, tratamento e caracterização da droga vegetal

As partes aéreas da espécie Marrubium vulgare foram coletadas nos

municípios de Bom Retiro (SC) (Tab.1). Uma excicata encontra-se depositada

no Herbarium Flor sob número 4725, em Florianópolis – SC.

Tabela 1. Lotes de droga vegetal classificados pelo local e época de coleta.

Local Mês Ano Lote

Bom Retiro/SC Julho 2009 BR07/09 (inverno)

Bom Retiro/SC Fevereiro 2010 BR02/10 (verão)

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta.

Após a colheita, o material vegetal foi tratado manualmente por meio da

seleção das partes aéreas, em folhas, caules e flores, e eliminação do material

estranho. O material vegetal foi então, submetido à estabilização através da

secagem em estufa a 35 ºC, com circulação de ar até que apresentassem

consistência friável, referente a teor de umidade inferior a 10% e após, foi

acondicionado em embalagens plásticas de polietileno recobertas por papel

pardo.

As partes aéreas foram pesadas, separadamente, antes e após a

secagem, para determinação do rendimento de massa fresca e seca,

respectivamente, para as folhas, caules e flores, correspondentes a cada lote.

As partes aéreas secas foram inicialmente submetida ao processo de

moagem grosseira em moinho de facas Cemar® com abertura de malha de 3

mm e o tamanho de suas partículas foi padronizado entre 1,0 e 2,0 mm, para

caracterização preliminar.

Para o estudo posterior de otimização das condições extrativas, as

partes aéreas secas pré-moídas, lote BR02/10, foram novamente submetidas à

moagem em moinho de martelos Marconi® 600, com abertura de malha de 3

mm, e padronizadas entre 0,150 e 2,36 mm.

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

52

4.5.1 Determinação da perda por dessecação

O teor de umidade foi determinado por método gravimétrico

(FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2010), em balança de secagem por radiação

infravermelha (Mettler Toledo® HB13), com o uso de aproximadamente 1,0 g do

material vegetal, correspondente às folhas, caules e flores, quando existentes.

O teor de umidade foi obtido a 105 ºC, em triplicata.

4.5.2 Análise granulométrica

A granulometria dos pós foi determinada após cada procedimento de

moagem. Para a determinação da granulometria dos pós, foi utilizado o método

da tamisação, em tamises com aberturas de malha de 1,0 e 2,0 mm

empilhados sobre o coletor em ordem crescente.

Após a segunda moagem, em moinho de martelos, foram selecionados

os tamises com abertura de malha de 2,36; 1,70; 1,18; 0,6; 0,25 e 0,15 mm.

Uma amostra de 50 g da droga vegetal (representada pelas folhas,

caules ou flores secas e moídas; ou ainda, pela misturadas partes aéreas) foi

submetida à passagem pelos tamises, previamente tarados, com aberturas de

malhas de diferentes tamanhos. A tamisação foi realizada a 60 vibrações por

segundo, durante 15 minutos em tamisador (Bertel®). Em seguida, as frações

retidas nos tamises e no coletor foram pesadas. Para a análise dos dados foi

empregado o cálculo do diâmetro médio de distribuição granulométrica

(ALLEN; POPOVICH; ANSEL, 2007), conforme equação 1. O ensaio foi

realizado em triplicata.

1 Eq.

%100

%

FrAMdmédio

onde dmédio = diâmetro médio aritmético (mm); AM = abertura média de malha

(mm) e a Fr% = fração retida percentual em cada tamis.

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

53

4.5.3 Determinação do teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico (EAG) na droga vegetal (SINGLETON; ORTHOFER; LAMUELA-RAVENTOS, 1999)

Inicialmente foi obtida uma curva padrão de absorbância do ácido gálico

no ultravioleta, em 750 nm. A partir da solução de 1 mg/mL foram feitas

diluições que resultaram nas concentrações de 0,005; 0,05; 0,1; 0,2; 0,4 e 0,6

mg/mL. De cada diluição foram retiradas alíquotas de 25 µL, transferindo-se

para tubo de ensaio, onde se adicionou 125 µL de reagente de Folin-Ciocalteau

e 1,5 mL de água, seguido de homogeneização. Adicionou-se a solução de

carbonato de sódio 15%. Após 30 segundos, completou-se o volume com água

q.sp. 2,5 mL. Paralelamente, foi preparada uma solução comparativa (branco)

do mesmo, substituindo-se a adição da solução de ácido gálico por etanol.

Para a determinação do teor de fenólicos na droga vegetal, cerca de 500

mg (partes aéreas secas e moídas), exatamente pesados, foram transferidos

para um balão volumétrico de 100 mL, completando-se o volume do mesmo

com álcool etílico. Após sonicação por 10 minutos, filtrou-se a solução extrativa

em papel filtro desprezando-se os primeiros 10 mL do filtrado. Uma alíquota de

0,1 mL deste filtrado foi transferido para um balão volumétrico de 25 mL, onde

se adicionou 0,5 mL de reativo de Folin-Ciocalteau, 10 mL solução de

carbonato de sódio 10% e água purificada até completar o volume do balão.

Esta foi considerada a solução amostra (SA).

Paralelamente, uma alíquota de 0,5 mL de reativo de Folin-Ciocalteau foi

transferida para o balão de fundo redondo de 25 mL, onde se adicionou 10 mL

de solução de carbonato de sódio a 10% e água purificada até completar o

volume do balão, constituindo-se a solução comparativa (SC).

Após 60 minutos, foi realizada a leitura da absorbância da SA

comparando-se a leitura com o SC no espectrofotômetro em 750 nm.

O teor de fenólicos totais foi calculado como equivalente em ácido gálico

(EAG), pela média de três determinações, conforme a equação 2:

100

)/(

mppdm

FCmLgCEAG

Eq. 2

onde EAG = equivalente em ácido gálico (mg/g), C = concentração de ácido

gálico, na solução amostra (µg/mL), calculada pela equação da reta da curva

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

54

analítica do ácido gálico; FC = fator de correção (25); m = massa da droga

vegetal (g); ppd = perda por dessecação da droga vegetal (%).

4.5.4 Determinação do teor de flavonóides totais na droga vegetal (Chang

et al., 2002 com modificações)

Inicialmente foi obtida uma curva padrão de absorbância no ultravioleta,

em 420 nm, a partir de cinco diluições da solução de quercetina a 1 mg/mL,

resultando nas concentrações de 10,0; 5,0; 2,5; 1,25; 0,5 g/mL.

Paralelamente, uma alíquota de 0,5 mL de cada concentração da solução

padrão de quercetina foi transferida para outro tubo de ensaio, no qual foram

acrescentados 1,5 mL de etanol 96%, 1,5 mL de acetato de potássio 0,1 M e

1,5 mL de água destilada, a fim de se obter a solução comparativa (SC).

Para a determinação do teor de flavonóides na droga vegetal (partes

aéreas secas e moídas dos lotes BR07/09 e BR02/10), cerca de 500 mg das

partes aéreas secas e moídas, foram transferidos para um balão volumétrico

de 100 mL, completando-se o volume do mesmo com etanol 70% (v/v).

Após sonicação por 10 minutos, a solução extrativa foi filtrada em papel

filtro, desprezando-se os primeiros 10 mL do filtrado. Uma alíquota de 0,5 mL

do filtrado foi transferida para um tubo de ensaio e foram adicionados 1,5 mL

de etanol 96%, 1,5 mL de solução de cloreto de alumínio 10%, 1,5 mL de

acetato de potássio 0,1 M e 1,5 mL de água purificada, a fim de se obter a

solução amostra (SA).

Uma alíquota de 0,5 mL da solução padrão de quercetina (1 mg/mL) foi

transferida para outro tubo de ensaio, onde acrescentou-se 1,5 mL de etanol

96%, 1,5 mL de acetato de potássio 0,1 M e 1,5 mL de água destilada,

constituindo-se a solução comparativa (SC).

Após 30 minutos, realizou-se a leitura da absorbância de SA e SC no

espectrofotômetro em 420 nm.

Os resultados foram expressos em porcentual ponderal calculado como

quercetina pela média de três determinações, segundo a equação 3.

100

)/(

mppd

FDmLmgCTF

-m

Eq. 3

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

55

onde TF = Teor de flavonóides totais equivalentes a quercetina (mg/g), C =

concentração de quercetina, na solução amostra (µg/mL), calculada pela

equação da reta da curva analítica da quercetina; FD = fator de diuição (1000);

m = massa da droga vegetal (g); ppd = perda por dessecação da droga vegetal

(%).

4.6 Obtenção e caracterização preliminar das soluções extrativas

A droga vegetal (partes aéreas secas e moídas dos lotes BR07/09 e

BR02/10) foi submetida a uma análise preliminar para identificação dos

possíveis marcadores químicos, escolha do solvente e método de extração; e

avaliação do efeito da época de coleta sobre os parâmetros determinados.

Para tanto, as partes aéreas secas e pré-moídas foram extraídas com

diferentes solventes e métodos, conforme descrito a seguir.

Soluções extrativas metanólicas obtidas por maceração: cerca de 5,0 g

da droga vegetal, lotes BR07/09 e BR02/10, foram macerados com 200 mL de

metanol, durante 7 dias.

Soluções extrativas hidroetanólicas obtidas por maceração: cerca de 5,0

g da droga vegetal, lotes BR07/09 e BR02/10, foram macerados com 200 mL

das diferentes misturas de etanol: água (V/V) (90:10; 70:30 e 50:50), durante 7

dias.

Solução extrativa aquosa obtida por infusão: cerca de 5,0 g da droga

vegetal foi mantida em repouso por 15 minutos com 200 mL de água fervente.

Solução extrativa aquosa obtida por decocção: cerca de 5,0 g da droga

vegetal foi mantida em contínuo aquecimento sob refluxo com 200 mL de água.

Após a extração, as soluções foram filtradas utilizando-se prensagem

manual em duplo tecido Sontara® sobre papel de filtro, em funil de büchner,

com auxílio de vácuo. A seguir, as soluções foram caracterizadas quanto ao pH

e determinação de resíduo seco. Uma parte das soluções foi concentrada em

aparelho de rota-evaporador Quimios® a 50 ºC até consistência mole, e

retomada em metanol para aplicação em cromatoplacas de gel de sílica GF254.

Para a avaliação conjunta do efeito da época de coleta, foram usados os

lotes de plantas coletadas em Bom Retiro (SC) (Tab.1).

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

56

4.6.1 Determinação do pH

A determinação do pH nos extratos líquidos hidroalcoólicos e aquosos

foi realizada em potenciômetro calibrado (pHmetro Digimed®/DM20).

4.6.2 Determinação do resíduo seco

Foram transferidos 5,0 mL de cada extrato para as cápsulas de

porcelana, previamente taradas e dessecadas, as quais foram levadas a chapa

de aquecimento (chapa de aquecimento - Quimis®) até evaporação do solvente.

Os cadinhos contendo os resíduos secos foram então levados à estufa a 100 ±

5 ºC e, depois, resfriados em dessecador, imediatamente após sua retirada da

estufa. A secagem e resfriamento foram repetidos até peso constante. Os

resultados foram expressos utilizando-se da média de três determinações.

4.6.3 Análise cromatográfica em camada delgada (CCD)

Os cromatogramas foram desenvolvidos de forma ascendente, em

cubas saturadas, a altura de até 10 cm. As amostras foram aplicadas (10 L)

com capilar volumétrico na forma de manchas circulares sequencialmente, à

distância não inferior a 0,5 cm das bordas laterais e inferior. Após a secagem, à

temperatura ambiente, as placas foram observadas sob luz UV em 365 nm e,

novamente, após a revelação química com revelador específico e adequado

para grupo de marcadores, conforme tabela 2.

Tabela 2. Sistema de cromatografia em camada delgada para a análise de

terpenóides em extratos obtidos com as partes aéreas da M. vulgare.

Grupo fitoquímico Sistema eluente Sistema revelador SQR

Terpenóides Clorofórmio: Metanol

Anisaldeído Sulfurico

Marrubiína, -sitosterol, ácido ursólico

SQR: Substâncias químicas de referência obtidas por isolamento no laboratório de Fitoquímica do NIQFAR

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

57

4.6.4 Determinação do teor de fenólicos totais nas soluções extrativas (SINGLETON; ORTHOFER; LAMUELA-RAVENTOS, 1999)

Previamente foi feita a seleção do comprimento de onda e do tempo de

leitura. Para isso, um extrato escolhido aleatoriamente foi submetido ao

processo de preparo de amostra e esta teve suas medidas de absorbância

realizadas a cada 15 minutos, avaliando-se o comportamento da amostra frente

ao tempo de leitura.

Para o preparo das amostras, a uma alíquota de 25 L da solução

amostra, adicionaram-se 125 L do reativo de Folin-Ciocalteau e 1,5 mL de

água destilada. Após agitação e repouso de 1 minuto, uma alíquota de 0,5 mL

da solução recém preparada de carbonato de sódio a 15% foi adicionada a

mistura inicial. Submeteu-se esta mistura à agitação por 30 segundos e após

completou-se o volume para 2,5 mL com água destilada. Após 30 minutos fez-

se a medida de sua absorbância a 784 nm contra um branco contendo os

reagentes e etanol no lugar da amostra.

Construiu-se curva de calibração com seis concentrações (0,005; 0,05;

0,1; 0,2; 0,4; 0,6 g/mL) de ácido gálico, em triplicata.

4.6.5 Análise cromatográfica por CG1

As análises cromatográficas dos fitoconstituintes foram realizadas em

cromatógrafo gasoso CG Agilent Technologies 5975C inert MSD, com detector

de massas da Agilent, modelo 7890C e injetor de amostra (amostrador

automático) modelo 7683B, usando coluna HP-5 (5% fenil dimetilpolisiloxano)

de 30 m de comprimento, com 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 μm de

espessura do filme. Foi utilizado etanol grau de pureza pró-análise.

As condições de operação da análise cromatográfica foram as

seguintes: temperatura inicial do forno igual a 50 °C por 2 min, logo em seguida

a velocidade de aquecimento foi de 20 °C/min até 220 °C, em seguida 5 °C/min

até 250 °C. Após 10 °C/min até 290 °C, permanecendo por 3 min e logo em

seguida 20 °C/min até 300 °C e continuando por 2 min; temperatura do injetor:

1 Realizada na Universidade de Joinville/SC (UNIVILLE), pelo Prof. MSc. Theodoro Marcel

Wagner.

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

58

280 ºC; gás de arraste: hélio, com fluxo de 1,0 mL/min, modo de injeção na

forma de divisão de fluxo pulsado (pulsed split), com condições do pulso de 22

psi x 30 seg. A corrida com detetor de massa foi feita no modo scan M/Z igual

30 a 400 m, com tempo de aquisição de 3,85 scan/seg; analisador do tipo

quadrupolo.

Foram submetidas a esta análise os extratos metanólicos produzidos

com as partes aéreas dos lotes das plantas coletadas em Bom Retiro no

verão/2006, inverno/2009 e verão/2010, utilizando-se como referência o padrão

de marrubiína.

4.7 Otimização das condições extrativas

Esta etapa teve por objetivo otimizar as condições extrativas do processo

de maceração, avaliando a influência da relação planta:solvente e tempo de

extração, sobre as características das soluções extrativas, como o rendimento

(volume líquido), pH, resíduo seco, fenólicos totais, e teor de marrubiína. Este

estudo foi realizado seguindo um modelo fatorial 32, tendo a relação

planta:solvente e tempo de extração como variáveis independentes e o resíduo

seco e teor dos fitoconstituintes (fenólicos totais e marrubiína) como variáveis

dependentes.

Foram preparadas 9 soluções extrativas conforme tabela 3.

Tabela 3. Planejamento fatorial 32 para a otimização das condições extrativas

do processo de maceração com álcool 70 % (V/V)

Experimento Relação planta:solvente (m/V, %) Tempo de extração

(dias) 01 5,0 (-1) 5 (-1) 02 5,0 (-1) 10 (0) 03 5,0 (-1) 15 (+1) 04 7,5 (0) 5 (-1) 05 7,5 (0) 10 (0) 06 7,5 (0) 15 (+1) 07 10,0 (+1) 5 (-1) 08 10,0 (+1) 10 (0) 09 10,0 (+1) 15 (+1) -1: nível inferior; 0: nível intermediário; +1: nível superior

Os resultados foram submetidos à análise de regressão múltipla

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

59

(COCHRAN; COX, 198378; MONTGOMERY, 1991) e curvas de superfície de

respostas construídas a partir das equações ajustadas pela regressão, com o

auxílio do software Statgraphics Plus®.

4.7.1 Caracterização das soluções extrativas

4.7.1.1 Determinação do pH

Conforme descrito no item 4.6.1.

4.7.1.2 Determinação do resíduo seco

Conforme descrito no item 4.6.2.

4.7.1.3 Determinação do teor de fenólicos totais

Conforme descrito no item 4.6.4.

Para a análise do teor, as soluções extrativas foram submetidas à

diluição 1:1 e 1:2, conforme a tabela 4.

Tabela 4. Diluição das soluções extrativas para a determinação do teor de

fenólicos totais. Diluição Volume da amostra Volume de etanol 1:1 1 mL 1 mL 1:2 1 mL 2 mL

4.7.1.4 Determinação do teor de marrubiína

As análises por CG/MS foram feitas com o uso de um cromatógrafo

gasoso da marca Shimadzu modelo QP 2010S com detector de ionização de

chama (FID) e injetor de amostra (amostrador automático) modelo AOC-20i.

Foi utilizada uma coluna RTX-1 (100% dimetilpolisiloxano) de 30 m de

comprimento, com 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 μm de espessura do

filme.

As condições de operação da análise cromatográfica foram as

seguintes: temperatura inicial do forno igual a 80°C por 1 min, logo em seguida

a velocidade de aquecimento foi de 20°C/min até 300°C por 2 min. Após

10°C/min até 310°C, permanecendo por 5 min. Temperatura do injetor: 300 ºC;

gás de arraste: hélio, com fluxo de 0,8 mL/min, modo de injeção na forma de

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

60

divisão de fluxo (split 40:1), com condições de fluxo total de 35,8 mL/min. A

temperatura do detetor foi de 310oC e o volume de injeção da amostra foi de

1µL.

Para análise quantitativa da marrubiína foi realizada uma curva analítica,

a partir das diluições da solução etanólica do padrão a 1 mg/mL, resultando

nas concentrações de 0,4; 0,2; 0,1; 0,05; 0,025 e 0,0125 mg/mL. Foram

injetadas as diluições preparadas em triplicata. A partir da equação da reta

foram calculadas as concentrações da marrubiína presente nas amostras

analisadas.

Foram submetidas à análise, as soluções extrativas hidroetanólicas,

obtidas a partir da droga vegetal coletada em Bom Retiro no ano de 2009. As

amostras foram diluídas na concentração de 2:8, com o mesmo solvente

utilizado para a extração.

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

61

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Avaliação da atividade antiúlcera do extrato metanólico e da

marrubiína

Considerando o uso popular da M. vulgare já relatado para o tratamento

de dispepsias (WHITE HOREHOUND, 2008), torna-se importante comprovar a

sua eficácia através de modelos farmacológicos específicos. Ressalta-se que

Toso et al. (2007) avaliou o efeito gastroprotetor do extrato hidroalcoólico das

partes aéreas da M. vulgare, utilizando o modelo de indução de úlceras agudas

por estresse por imobilização e frio. O presente trabalho visa elucidar os

mecanismos da atividade gastroprotetora, avaliando os modelos descritos na

metodologia descrita anteriormente, cujos resultados estão descritos a seguir.

5.1.1 Efeito do extrato metanólico da M. vulgare e do diterpeno marrubiina

em úlceras agudas induzidas por etanol/HCl

A atividade gastroprotetora do extrato metanólico da M. vulgare foi

inicialmente avaliada nos modelos de indução de úlceras agudas induzidas por

etanol, que é um agente necrosante, e por AINE, que inibe a proteção normal

do estômago (diminuição de síntese de prostaglandinas constitutivas). Apesar

de não representar integralmente a patologia humana, esses dois modelos são

clássicos no screening para o estudo de fármacos com atividade

gastroprotetora. Estes modelos fornecem importantes indicativos de possíveis

mecanismos de ação dos extratos, que podem estar associados a fatores

antioxidantes e/ou fatores anti-inflamatórios, ou ainda à diminuição da secreção

ácida. O uso de substâncias como álcool e AINES está entre as principais

causas envolvidas na etiologia de úlceras gástricas no homem (RAIHA et al.,

1998; SCHMASSMANN, 1998; LEVENSTEIN, 1998).

Quando a mucosa perde a capacidade de proteger-se através das

secreções de bicarbonato e muco, ocorrem lesões, que são desencadeadas

devido a um desequilíbrio entre os agentes agressivos e defensivos,

acarretando o surgimento de úlceras (LAM et al., 2007; KLEIN-JR et al., 2010).

O etanol é um potente agente ulcerogênico que age dissolvendo a

camada de muco da mucosa gástrica, resultando em aumento do fluxo de Na+

e H+ no lúmen, estimulando a secreção de pepsina, histamina e H+ (SANTIN et

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

62

al., 2010; HIRUMA-LIMA et al., 2009; SINGH et al., 2008). Além disso, o etanol

faz com que o tecido entre em um estado de êxtase de sangue levando a

graves lesões com características necróticas (MARROTTA et al., 1999).

No modelo de úlceras agudas induzidas por etanol, as lesões ulcerativas

são decorrentes da ação necrosante do etanol sobre a mucosa gástrica, com

menor participação da secreção ácida, sendo de etiologia bastante ampla e

complexa, envolvendo a depleção dos fatores protetores (muco e bicarbonato,

por exemplo) e aumentando os fatores agressores (ácido clorídrico, por

exemplo) (SIKIRIC et al., 1999; REPETTO; LLESUY, 2002; VAZQUEZ-

RAMIREZ et al., 2006).

Os efeitos do etanol sobre a mucosa gástrica podem estar associados

com a formação de espécies reativas de oxigênio (EROs), que causam um

desequilíbrio entre o processo antioxidante e oxidante celular. A administração

de etanol resulta em lesões no plexo vascular, ocasionando ruptura dos vasos,

favorecendo a hemorragia e necrose, retrodifusão de íons hidrogênio,

causando esfoliação nas células epiteliais, rompendo a barreira protetora da

mucosa e alterando a permeabilidade da membrana (LEWIS, HANSON, 1991;

SIKIRIC et al., 1999).

Neste modelo, observou-se que o tratamento com o extrato metanólico

da M. vulgare (EMMV 50 e 100 mg/kg) e omeprazol (30 mg/kg) reduziu

significativamente a área total da lesão, a porcentagem de área lesada e o

índice de lesões (ULI) em comparação ao grupo controle negativo (Tab. 5). O

índice de cura (IC) for de 36,81% para a dose de 25 mg/kg; 49,31 para a dose

de 50 mg/kg e 74,31 para a dose de 100 mg/kg (Fig. 6). A dose de 25 mg/kg do

extrato metanólico da M. vulgare não apresentou valores significativos de

diminuição da área total de lesão e porcentagem de área lesada.

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

63

Tabela 5. Efeitos da administração oral de omeprazol (30 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da M. vulgare (25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por etanol/HCl em camundongos.

Tratamentos Dose (mg/kg) Área total de lesão (mm2)

Área relativa de lesão (%)

Índice de Lesão Ulcerativa (ILU)

Controle Veículo 33,39 ± 7,97 11,08 ± 2,94 28,80 ± 2,10

EMMV

25 21,35 ± 5,25 5,78 ± 1,20 18,20 ± 2,57*

50 11,90 ± 3,40* 4,14 ± 1,15* 14,60 ± 3,07**

100 3,20 ± 0,76** 1,41 ± 0,16** 7,40 ± 2,01**

Omeprazol 30 4,13 ± 1,67** 1,56 ± 0,56** 5,80 ± 1,06**

Diferença significativa em relação ao grupo controle (*p<0,05 e **p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnet

EMMV 25 mg/kg EMMV 50 mg/kg EMMV 100 mg/kg Omeprazol 30 mg/kg0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

**

**

** **

Tratamentos

Índ

ice d

e c

ura

(IC

- %

)

Figura 6. Índice de cura obtido pelo efeito da administração oral de omeprazol

(30 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da Marrubium vulgare (nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por etanol/HCl em camundongos. Diferença significativa em relação ao grupo controle (**p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnett).

Buscando-se investigar o possível metábolito responsável pela atividade

gastroprotetora, foram avaliadas no modelo de úlceras agudas induzidas por

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

64

etanol/HCl, o composto diterpênico marrubiína (DM), isolado das partes aéreas

da M. vulgare.

Neste modelo, o DM (25 mg/kg) reduziu significativamente todos os

parâmetros, quando comparados ao grupo controle (p<0,01). A dose utilizada

reduziu a área total lesada e a área relativa lesada quando comparados com o

grupo controle negativo (Tab. 6).

Tabela 6. Efeitos da administração oral de omeprazol (30 mg/kg) e do

diterpeno marrubiína isolado das partes aéreas da M. vulgare (25 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por etanol/HCl em camundongos.

Tratamentos Dose (mg/kg) Área total de

lesão (mm2)

Área relativa

de lesão (%)

Índice de Lesão

Ulcerativa (ILU)

Controle Veículo 32,18 ± 4,22 11,11 ± 1,13 19,80 ± 0,73

Marrubiína 25 3,32 ± 1,16** 1,42 ± 0,58** 11,00 ± 2,38**

Omeprazol 30 3,12 ± 0,90** 1,13 ± 0,13** 6,60 ± 1,69**

Diferença significativa em relação ao grupo controle (*p<0,05 e **p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnet

Assim, o índice de cura calculado foi de 44,44% para a dose de 25

mg/kg de marrubiína e 66,67% para o omeprazol (30 mg/kg) (Fig. 7). De

acordo com os parâmetros avaliados, o DM na dose de 25 mg/kg apresentou-

se ativo contra o dano gástrico produzido pelo etanol/HCl. Estes resultados

indicam que o extrato apresenta uma possível atividade citoprotetora,

provavelmente correlacionado com o diterpeno marrubiína.

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

65

DM 25 mg/kg Omeprazol 30 mg/kg0

10

20

30

40

50

60

70

80

**

**

Tratamentos

Índ

ice d

e c

ura

(IC

- %

)

Figura 7. Índice de cura obtido pelo efeito da administração oral de omeprazol

(30 mg/kg) e do diterpeno marrubiína obtido do extrato das partes aéreas da M. vulgare (na dose de 25 mg/kg) em úlceras gástricas induzidas por etanol/HCl em camundongos. Diferença significativa em relação ao grupo controle (**p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnett.

A gastroproteção pode estar relacionada com a manutenção da

integridade da mucosa gástrica, que depende da integridade da

microcirculação, secreção de muco e atividade de enzimas antioxidantes

(KWIECIÉN et al., 2004).

5.1.2 Efeito do extrato metanólico da M. vulgare em úlceras agudas

induzidas por AINE/parassimpaticomimético

Outro fator que leva ao desequilíbrio dos fatores protetores da mucosa

gástrica são os AINEs. A indometacina e outros AINEs atuam inibindo a síntese

das prostaglandinas através da inibição da enzima ciclooxigenase-1,

fornecendo forte evidencia de que o efeito ulcerogênico destes fármacos esta,

intimamente correlacionado com a supressão da síntese de prostaglandinas

(KUSHIMA et al., 2009).

Os anti-inflamatórios não esteroidais apresentam como efeito

indesejável a ulceração da mucosa gástrica, resultado principalmente da

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

66

diminuição da síntese de prostaglandinas, devido à inibição da enzima ciclo-

oxigenase. As prostaglandinas são responsáveis pela secreção de muco e

bicarbonato na mucosa gástrica. Sua diminuição acarreta em perda da

citoproteção e redução do fluxo sanguíneo local (CRYER, 2000).

No estômago, as prostaglandinas desempenham um importante papel

de proteção, estimulando a secreção de bicarbonato e muco, mantendo o fluxo

sanguíneo, sendo também responsável pela regulação da renovação das

células da mucosa (MALFERTHEINER; CHAN; Mc COLL, 2009). A inibição da

síntese das prostaglandinas enfraquece os fatores protetores da mucosa,

diminuindo a sua capacidade de resistir aos agentes agressores (KLEIN-JR et

al., 2010).

A atividade gastroprotetora do extrato metanólico da M. vulgare e do

composto isolado marrubiína, foi avaliada no modelo de úlcera induzida por

AINE/parassimpaticomimético (indometacina/betanecol). Neste modelo o

tratamento com o EMMV (25, 50 e 100 mg/kg) e o controle positivo cimetidina

(100 mg/kg) reduziram significativamente todos os parâmetros avaliados

quando comparado ao grupo controle (p <0,01).

Tabela 7. Efeitos da administração oral de cimetidina (100 mg/kg) e das

diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da M. vulgare (25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por AINE/betanecol em camundongos.

Tratamentos Dose (mg/kg) Área total de

lesão (mm2)

Área relativa

de lesão (%)

Índice de Lesão

Ulcerativa (ILU)

Controle Veículo 11,30±1,49 3,53±0,47 31,40±5,60

EMMV

25 3,67±1,14** 1,72±0,26** 15,60±1,03**

50 2,94±0,57** 1,14±0,28** 10,60±0,92**

100 2,68±0,91** 0,73±0,26** 5,60±1,63**

Cimetidina 30 3,99±0,59** 1,44±0,11** 10,20±0,80**

EMMV = Extrato Metanólico da M. vulgare. Diferença significativa em relação ao grupo controle (*p<0,05 e **p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnett.

A porcentagem de inibição da úlcera foi de 50,32; 66,24; 83,17 e 67,52

para os grupos tratados com 25, 50 e 100 mg/kg do EMMV e controle positivo

(cimetidina), respectivamente (Fig. 8). A dose de 100 mg/kg revelou ser mais

efetiva que o fármaco de escolha cimetidina.

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

67

Os resultados nesses dois experimentos (úlceras agudas induzidas por

etanol/HCl e úlceras agudas induzidas por AINE/parassimpaticomimético)

sugerem que as substâncias presentes no EMMV promovem a participação

coordenada de mediadores na resposta gastroprotetora e que esta resposta

esteja fortemente ligada a marrubiína. Podem estar havendo influência da

PGE2 e NO, os quais podem modular a defesa da mucosa, estimulando a

secreção de muco e bicarbonato, elevando o fluxo sanguíneo, promovendo o

tamponamento da acidez ou inibindo a secreção ácida, e citoproteção,

favorecendo os mecanismos de reparo tecidual (WALLACE; MILLER, 2000).

EMMV 25 mg/kg EMMV 50 mg/kg EMMV 100 mg/kg Cimetidina 100 mg/kg0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

**

**

**

Tratamentos

Índ

ice d

e c

ura

(IC

- %

)

Figura 8. Índice de cura obtido pelo efeito da administração oral de cimetidina (100 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da M. vulgare (EMMV) (nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg) em úlceras gástricas agudas induzidas por indometacina/betanecol em camundongos. Diferença significativa em relação ao grupo controle (**p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnett.

5.1.3 Avaliação da atividade sobre a secreção gástrica

Considerando que os dados obtidos em testes de úlcera aguda sugerem

que o extrato metanólico da M. vulgare é capaz de proteger a mucosa gástrica

contra lesões induzidas por etanol e AINEs, passou-se a estudar se o extrato

da M. vulgare e o composto marrubiina seriam capazes de interferir nos

parâmetros da secreção gástrica, uma vez que os medicamentos atualmente

disponíveis atuam através desse mecanismo. Para isso, foi utilizado o teste de

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

68

ligadura do piloro, que fornece parâmetros importantes para avaliar o

envolvimento de compostos sobre a secreção gástrica, pois o estiramento da

mucosa causada pela obstrução pilórica leva ao aumento da liberação de

acetilcolina, que age diretamente sobre as células parietais, induzindo a

secreção de ácido clorídrico (SHAY et al., 1945; LEWIS, HANSON, 1991;

LAKSHMI et al., 2009).

5.1.3.1 Ligadura de piloro

No modelo de ligadura de piloro foi avaliada a atividade do extrato

metanólico da M. vulgare e do composto diterpênico isolado, a marrubiína,

sobre a secreção de ácido, uma das mais importantes funções do estômago.

Quando os mecanismos homeostáticos estão prejudicados, o volume e a

acidez gástrica podem aumentar desproporcionalmente, superando assim as

defesas da mucosa gástrica, levando a formação de úlceras gástricas (LAPA et

al., 2008).

Ao quantificar o muco livre no tecido gástrico, foi observado que o

extrato da M. vulgare e a marrubiína, nas doses testadas, diminuiram

significativamente a produção de muco, quando comparado com o controle (p

<0,01) (Tab. 8). Estes resultados sugerem que o extrato tem efeito anti-

secretor, provavelmente relacionado com a marrubiína.

A via de administração no modelo de ligadura de piloro é a via

intraduodenal, que permite investigar as ações do extrato por via sistêmica,

excluindo as interações do contato direto com a mucosa gástrica. Os

resultados obtidos através deste modelo sugerem que os compostos presentes

no extrato possam estar atuando sobre a secreção ácida gástrica e que esta

atuação esta fortemente ligada ao composto isolado, a marrubiína.

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

69

Tabela 8. Efeitos da administração intraduodenal de cimetidina (100 mg/kg) e

das diferentes doses do extrato metanólico das partes aéreas da Marrubium vulgare (20, 50 e 100 mg/kg) nos parâmetros bioquímicos de camundongos submetidos à ligadura de piloro para avaliação da secreção ácida.

Tratamentos Dose

(mg/kg) pH

Volume de

secreção (mL)

[H+]

(mEq.g-1/L)

Controle Veículo 3,62 ± 0,13 0,74 ± 0,05 155,21 ± 16,02

EMMV

25 3,91 ± 0,18 0,39 ± 0,06* 123,34 ± 13,40

50 4,80 ± 0,41** 0,36 ± 0,09* 83,05 ± 15,13**

100 5,01 ± 0,24** 0,33 ± 0,08** 48,36 ± 4,36**

Marrubiína 25 4,46 0,32** 0,37 0,10** 94,99 15,98**

Cimetidina 100 5,49 ± 0,17** 0,38 ± 0,02* 40,55 ± 1,23**

EMMV = Extrato Metanólico da M. vulgare. Diferença significativa em relação ao grupo controle (*p<0,05 e **p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnett.

5.1.3.2 Secreção de muco em mucosa gástrica

O envolvimento do extrato com a secreção gástrica instigou a

investigação dos mecanismos protetores da mucosa gástrica, pois estes

mecanismos protegem a mucosa contra inúmeros agentes agressores. O

primeiro mecanismo protetor investigado foi a produção de muco gástrico.

Quando a barreira de muco é afetada, o epitélio gástrico torna-se mais

sensível ao ataque de ácido produzido pelo estômago e, consequentemente,

leva à formação de úlceras gástricas.

O muco é um dos fatores protetores da mucosa gástrica, criando uma

barreira física contra bactérias, ácidos, toxinas, além de agir como um

lubrificante, reduzindo o atrito e os efeitos abrasivos sobre a mucosa. O muco

tem a capacidade de sequestrar radicais livres, devido a sua composição

glicoprotéica (NAM et al., 2005; WALLACE, 2007).

Um fármaco disponível, capaz de promover a produção de muco, é o

misoprostol (Citotec®). Trata-se de um análogo sintético da prostaglandina E1

que atua inibindo a secreção gástrica e estimulando a produção de muco,

protegendo o epitélio gástrico de lesões, principalmente as causadas por

AINEs. Porém, este fármaco apresenta sérios efeitos adversos que limitam seu

uso, como por exemplo, promover severas contrações uterinas, o que levou ao

uso como abortivo, sendo usado indiscriminadamente pela população, e devido

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

70

a isto, foi retirado do mercado, sendo proibida sua comercialização

(ARONSSON et al., 2007).

A busca por um novo tratamento que tenha ação semelhante, porém,

com menores efeitos indesejáveis seria interessante farmacologicamente, uma

vez que, o muco aderido à superfície da mucosa gástrica protege o epitélio

subjacente contra o ácido, pepsina e agentes necrotizantes como etanol e

indometacina (ALQASOUMI et al., 2009).

Após o tratamento com o extrato metanólico da M. vulgare nas doses de

25 (6,10 ± 0,41), 50 (6,78 ± 0,70) e 100 (7,04 ± 0,25) mg/kg e o composto

marrubiína na dose de 25 (6,52 0,34) mg/kg, houve um aumento significativo

na produção de muco quando comparados ao grupo controle (5,16 ± 0,26)

(Tab. 9). A carbenoxolona (200 mg/kg) mostrou-se efetiva como controle

positivo, pois promoveu o aumento de muco. A indometacina (100 mg/kg)

também mostrou-se efetiva como controle negativo, pois diminuiu a quantidade

de muco presente na mucosa gástrica.

Tabela 9. Efeitos da administração intraduodenal de carbenoxolona (200

mg/kg) e indometacina (100 mg/kg) e das diferentes doses do extrato metanólico das folhas da Marrubium vulgare (20, 50 e 100 mg/kg) nos parâmetros bioquímicos de camundongos submetidos à ligadura de piloro para avaliação da quantidade de muco ligada ao tecido.

Tratamentos Dose (mg/kg) Quantidade de Alcian Blue

ligado (mg/g tecido)

Salina Veículo 5,16 ± 0,26

Indometacina 100 3,07 ± 0,24

EMMV

25 6,10 ± 0,41**

50 6,78 ± 0,70**

100 7,04 ± 0,25**

Marrubiína 25 6,52 0,34**

Carbenoxolona 200 7,09 ± 0,42**

EMMV = Extrato Metanólico da M. vulgare.Diferença significativa em relação ao grupo controle (*p<0,05 e **p<0,01), ANOVA, teste a posteriori de Dunnett. (ABS = 0,0035 + 0,0081 * Conc; R

2: 0,998)

Desta forma, sugere-se que os compostos presentes no extrato de

alguma forma estejam atuando de maneira similar ao efeito produzido pelo

fármaco misoprostol (SULEYMAN et al., 2009).

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

71

5.1.4 Mecanismo de ação antiúlcera in vivo 5.1.4.1 Papel do óxido nítrico e do extrato metanólico da Marrubium vulgare em

úlceras agudas induzidas por etanol/HCl

Os resultados obtidos neste modelo demonstram que além de diminuir a

secreção ácida gástrica, o extrato metanólico da M. vulgare e a marrubiína

estimulam a produção de muco gástrico, ou seja, favorecem o aparecimento

dos fatores defensivos da mucosa, que pode estar relacionado com o aumento

do potencial antioxidante do muco (HAMAISHI; KOJIMA; ITO, 2006).

Em busca de mecanismos de gastroproteção possíveis, envolvidos na

atividade antiúlcera do extrato da M. vulgare e marrubiína, experimentos foram

realizados para verificar o envolvimento do óxido nítrico (NO) e dos compostos

sulfidrílicos (SHs).

Visto que o extrato metanólico da M. vulgare e o diterpeno marrubiína

apresentam ação gastroprotetora, provavelmente por atuar aumentando os

mecanismos antioxidantes, deste modo, testes na tentativa de elucidação do

mecanismo de ação (L-NAME e NEM) foram realizados.

Para investigar a influência do NO endógeno no efeito gastroprotetor do

extrato da M. vulgare e da marubiína, os ratos foram pré-tratados com um

inibidor da enzima óxido nítrico sintase (ONS), éster metílico NG-Nitro-L-

arginina (L-NAME), um análogo da L-arginina, que é hidrolisado para produzir

L-nitro arginina, inibindo a atividade da ONS. Isso faz com que a úlcera

induzida por etanol seja aumentada (ZANATTA et al., 2009).

O NO é um importante transmissor endógeno liberado pelas células

endoteliais, quando a mucosa está exposta a agentes nocivos. Sua principal

função é proteger a mucosa gástrica de agentes vasopressores e inibem a

secreção de ácido gástrico de células parietais (TULASSAY; HERSZÉNYI,

2010).

O L-NAME é uma substância capaz de inibir a enzima NOS. Em

modelos de avaliação da atividade gastroprotetora ligada a fatores

antioxidantes, verifica-se a participação do NO através da pré-administração de

L-NAME. Neste modelo, quando administrado o L-NAME aos animais antes

dos tratamentos com EMMV (100 mg/kg) e DM (25 mg/kg) , verificou-se que

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

72

estes perderam sua atividade gastroprotetora, quando comparado com animais

tratados somente com EMMV e DM.

Os resultados obtidos neste experimento demonstraram que a atividade

gastroprotetora do extrato metanólico da M. vulgare e da marrubiína

apresentaram alta correlação com a atividade do NO, uma vez que, foi

observada uma perda estatisticamente significativa da proteção após a

administração do L-NAME (Fig. 9).

Figura 9. Efeitos do extrato da M. vulgare (100 mg / kg), marrubiina (25 mg / kg) e carbenoxolona (200 mg / kg) nas lesões induzidas por etanol em ratos pré-tratados com L-NAME (70 mg / kg, ip) ou com salina (grupo controle). Os resultados são média ± EPM de seis ratos. A comparação estatística foi realizada utilizando ANOVA e pós teste de Tukey. ** P <0,01 quando comparado com o grupo controle, # p <0,01 quando comparados ao grupo L-NAME. Δ mostra a diferença entre os grupos pré-tratados com L-NAME e pré-tratados com salina (p <0,01).

Para investigar o envolvimento de sulfidrilas endógenas no efeito

gastroprotetor do extrato da M. vulgare e da marubiina foi utilizado o NEM (N-

etilmaleimida), um bloqueador de tiol dos grupos sulfidrila (SHs). SHs são

importantes para a proteção da mucosa gástrica, especialmente quando as

espécies reativas de oxigênio estão envolvidas na lesão da mucosa

(BARBASTEFANO et al., 2007).

Carbenoxolona + L-NAME

Carbenoxolona

Extrato da M. vulgare + L-NAME

Extrato da M. vulgare

Marrubiína + L-NAME

Marrubiína

%

Á r e a

d e l e s ã o

L-NAME Controle

Tratamentos

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

73

O NEM, ao diminuir a concentração de SH na mucosa, potencializa os

danos gástricos induzidos pelo etanol, danos estes associados à diminuição

significativa nos níveis de grupos sulfidrílicos (DEVI et al., 2007).

Figura 10. Efeitos do extrato da M. vulgare (100 mg/kg), marrubiína (25 mg/kg)

e carbenoxolona (200 mg/kg) nas lesões induzidas por etanol em ratos pré-tratados com NEM (10 mg/kg, ip) ou com solução salina (grupo controle). Os resultados são médios ± EPM de seis ratos. A comparação estatística foi realizada utilizando ANOVA e pós-teste de Tukey. ** p <0,01 quando comparado com o grupo controle, # p <0,01 quando comparado ao grupo NEM. Δ mostra a diferença entre os grupos pré-tratados com NEM e pré-tratados com salina (p <0,05).

Os dados sugerem que o mecanismo farmacológico do extrato da M.

vulgare está ligeiramente relacionado aos grupos sulfidrilas (Fig. 10).

Entretanto, na avaliação da participação dos grupamentos sulfidrílas

(SHs) endógenos envolvidos na gastroproteção, utilizando NEM (quelante de

grupamentos SHs), foi possível verificar que a substância isolada, marrubiína,

não age por esta via de gastroproteção, uma vez que não foi observada a

perda da gastroproteção nos grupos pré-tratados com NEM (Fig. 10).

Carbenoxolona + NEM

Carbenoxolona

Extrato da M. vulgare + NEM

Extrato da M. vulgare

Marrubiína + NEM

Marrubiína

Tratamentos NEM Controle

NEM Controle

%

Á r e a

d e l e s ã o

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

74

5.2 Obtenção, tratamento e caracterização da droga vegetal

5.2.1 Rendimento do material vegetal

Para a realização deste trabalho a planta foi coletada no município de

Bom Retiro em julho de 2009 (lote BR07/09) e em fevereiro de 2010 (lote

BR02/10).

Para o cálculo dos rendimentos de material fresco e seco, e

consequentemente da perda por secagem (%), foram pesadas,

separadamente, antes e após a secagem, as partes aéreas dos lotes BR07/09

e BR02/10. Os resultados estão descritos na Tabela 5.

Tabela 10. Rendimentos do material vegetal (fresco e seco) obtido nas

diferentes coletas e perda por secagem (PPS)

Coleta Material Fresco (g) Material Seco (g) PPS (%)

BR 07/09 (inverno) 3400 745,00 78,08

BR 02/10 (verão) 1700 208,56 87,73

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. Nd =valores não determinados de coletas anteriores ao desenvolvimento deste trabalho.

O maior rendimento de planta seca, considerando todas as partes

aéreas, foi obtido da coleta realizada em Bom Retiro/SC no inverno de 2009

(Tab. 10), sendo 61% representado pelas folhas (Tab. 11). O menor

rendimento, obtido em Bom Retiro pode estar relacionado com as condições

climáticas menos favoráveis ao desenvolvimento da planta no período de julho

de 2009 a fevereiro de 2010.

Page 76: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

75

Tabela 11. Rendimento seco das partes vegetais da M. vulgare coletadas em

Bom Retiro/SC nas diferentes épocas. Coletas Partes da planta (%)

Folhas Caules Flores

BR 07/09 (inverno) 61,07 38,93 0,00

BR 02/10 (verão) 42,57 51,96 5,47

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta.

No inverno, houve maior desenvolvimento de folhas e ausência de

flores. Assim, o maior rendimento de material seco total (Tab. 10) está

relacionado à maior quantidade de folhas presentes nesta coleta (BR07/09), e

menor desenvolvimento de caules.

5.2.2 Perda por dessecação

O teor de umidade, determinado por método gravimétrico

(FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2010), corresponde aos valores descritos na

Tabela 7.

Tabela 12. Perda por dessecação das partes aéreas secas e trituradas da M. vulgare coletadas em Bom Retiro nas diferentes épocas.

Amostra média(%) ± DP (DPR%)

Primeira secagem Segunda secagem

Caule 5,71 0,11 (1,86) 5,64 0,02 (0,35)

BR07/09 (inverno) Folhas 9,26 0,16 (1,68) 3,29 0,12 (3,67)

Flores Não existente Não existente

Caules 1,51 ± 0,05 (3,26) Nd

BR02/10 (verão) Folhas 4,11 ± 0,07 (1,75) Nd

Flores 2,90 ± 0,09 (3,20) Nd

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta.

DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo. Nd = valores não determinados para o material vegetal procedente desta coleta.

O teor de umidade foi determinado de acordo com o método descrito na

Farmacopeia Brasileira (2010). Esse método baseia-se na perda por

dessecação em estufa e visa determinar a quantidade de substância(s)

volátil(eis) de qualquer natureza eliminada(s). Esta determinação é importante

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

76

para o controle de qualidade microbiológico, pois um excesso de água na

droga vegetal favorece o crescimento de fungos e bactérias, podendo também

levar à hidrólise de seus constituintes (SHARAPIN, 2000). Além de, sob o

ponto de vista tecnológico e de produção, é importante conhecer

quantitativamente, o conteúdo de água presente na matéria-prima, para que

este valor seja considerado nos cálculos de rendimento (PAULA, 1996).

Foi observado que os teores de umidade encontrados para todas as

amostras são inferiores ao limite máximo de 14% estabelecido pela

Farmacopeia Brasileira (2010). Por outro lado, em relação ao limite mínimo,

pôde-se observar que algumas amostras analisadas apresentaram valores

abaixo de 8%.

Como o protocolo adotado nesta etapa focou o benefício para a

operação de moagem, procedeu-se a secagem adicional a fim de tornar o

material vegetal mais friável. No caso da última coleta, realizada no verão de

2010, o teor de umidade foi extremamente reduzido, tornando-se

desnecessária operação adicional.

5.2.3 Caracterização química por cromatografia em camada delgada

Esta etapa teve por objetivo determinar os possíveis marcadores

químicos para o controle de qualidade da M. vulgare, bem como avaliar

comparativamente as diferentes amostras da droga vegetal. Como extrato de

referência foi utilizado o extrato metanólico, por representar uma matriz mais

complexa em termos de grupos de substâncias de interesse químico e

farmacológico. Para tanto, foram analisados os dois lotes de droga vegetal,

anteriormente citado (Tab. 10), incluindo um extrato metanólico procedente de

coleta realizada em Bom Retiro, no ano de 2006 (EMBR06).

Foram utilizados sistemas cromatográficos específicos para

investigação do diterpeno marrubiína isolado da M. vulgare, usado como

substância marcadora e que teve sua atividade gastroprotetora anteriormente

testada.

Os padrões de ácido ursólico e marrubiína b-sitosterol foram bem

evidenciados em todos os extratos analisados (Fig. 11 e 13).

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

77

Figura 11. Cromatoplaca em camada delgada dos extratos metanólicos dos lotes 1. BR06; 2. BR07/09; 3. BR02/10; AU. padrão de ácido

ursólico, eluídos em Clorofórmio : metanol (8,5:1,5) e revelados com anisaldeído sulfúrico.

Figura 12. Cromatoplaca em camada delgada dos extratos metanólicos dos

lotes 1. BR06; 2. BR07/09; 3. BR02/10; . Padrão de beta-

sitosterol, eluídos Hexano: Acetato de etila (7:3) e revelados com anisaldeído sulfúrico.

1 2 3 AU

1 2 3

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

78

Figura 13. Cromatoplaca em camada delgada dos extratos metanólicos dos lotes 1. EMBR06 2. BR07/09; 3. BR02/10; M. padrão de

marrubiína; eluídos em clorofórmio: metanol (9,8:0,2) e revelados com anisaldeído sulfúrico.

5.2.4 Análise cromatográfica por CG

Os extratos metanólicos produzidos com as plantas coletadas nos

diferentes anos (BR07/09, BR02/10), o extrato metanólico EMBR06, e o padrão

de marrubiína (Fig. 14A), foram submetidos à análise qualitativa. Todas as

análises realizadas apontaram para presença de marrubiína (Fig. 14 e 15).

1 2 3 M

Page 80: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

79

Figura 14. Cromatograma obtido por cromatografia gasosa. A = padrão marrubiína isolada da M. vulgare; B = extrato metanólico

EMBR06.

Padrão marrubiína EMBR06 A B

Page 81: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

80

Figura 15. Cromatograma obtido por cromatografia gasosa dos extratos metanólicos. C = lote BR02/10 e D = lote BR07/09.

BR02/10 BR07/09 C D

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

81

5.2.5 Análise granulométrica

Após as etapas de coleta, secagem e moagem grosseira, cada parte da

planta foi caracterizada quanto ao tamanho de partículas. A distribuição

granulométrica está representada na Tabela 8 e ilustrada no histograma da

frequência da massa retida (%) em função das classes granulométricas (Fig.

14) referentes a cada lote.

Tabela 13. Distribuição granulométrica (%) das partes aéreas secas e

trituradas da M. vulgare e granulometria média (Gmédia)

Classe granulométrica (mm) Gmédia

Amostra 0,0 -1,00

(<1,0) 1,00 - 2,00

2,00 – 5,00 (>2,0)

(mm)

BR07/09 (inverno)

Caule 17,85 44,13 38,02 2,08

Folha 35,96 31,71 32,33 1,79

Flor Nd Nd Nd Nd

BR02/10 (verão)

Caule 5,22 41,71 53,07 2,51

Folha 11,18 35,69 53,13 2,45

Flor 29,30 12,73 34,09 1,53 BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo. Nd = valores não determinados para o material vegetal procedente desta coleta.

Na Figura 16, pode-se verificar que a distribuição granulométrica não foi

uniforme, em se tratando de uma mesma parte do vegetal. Também não houve

correlação entre a perda por dessecação e a maior redução do tamanho de

partícula. Uma explicação plausível para esta variabilidade pode estar

relacionada com a formação de aglomerados de partículas ao serem trituradas.

Assim, quando submetidas à vibração, as partículas finas permanecem nos

tamises de maior abertura de malha, ao serem envolvidas pelas partículas mais

filamentosas, as quais provavelmente tenham origem na grande quantidade de

tricomas das folhas e caules. Ainda há que se considerar a própria

heterogeneidade do material vegetal analisado, uma vez o mesmo havia sido

submetido a apenas um corte grosseiro em moinho de facas.

Page 83: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

82

Figura 16. Distribuição granulométrica das partes aéreas secas e trituradas da

M. vulgare.

Apesar de não haver uma reprodutibilidade entre os diferentes lotes de

folhas, caules e flores, foi possível identificar para uma mesma coleta, que os

caules apresentaram granulometria sempre maior que as folhas e flores.

Figura 17. Análise granulométrica das partes aéreas secas e trituradas da M.

vulgare.

(1,00 mm – 2,00 mm)

(>2,0 mm) (<1,0 mm)

Page 84: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

83

5.2.6 Teor de extrativos solúveis em água

Segundo uma Organização Mundial de Saúde, este método determina a

quantidade de princípios ativos extraídos com solventes a partir de uma

determinada quantidade de plantas medicinais. É empregado para os materiais

para os quais ainda nenhum produto químico adequado ou ensaio biológico

existe (WHO, 1998).

Considerando-se o teor de extrativos obtido para as partes aéreas da M.

vulgare (Tab. 14), pôde-se verificar que não houve considerável variação na

concentração das substâncias extraíveis em água quente, e, portanto, não se

constatou diferenças importantes entre as épocas de coleta que possam estar

relacionadas a estação climática.

Tabela 14. Teor de extrativos das partes aéreas secas e trituradas da M.

vulgare. Amostra média (%) ± DP (DPR%)

BR07/09 (inverno) 31,95 2,32 (7,26)

BR02/10 (verão) 33,47 0,13 (0,39)

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo. 5.2.7 Teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico (EAG)

Para a determinação do teor de fenólicos totais na droga vegetal foi

construída a curva analítica, a partir da solução aquosa/etanólica de ácido

gálico a 5 mg/mL, nas concentrações de 0,05 a 6 µg/mL, com a qual se obteve

a equação da reta y= 0,0977x – 0,0002 com coeficiente de correlação r2=

0,9991 (Fig. 18).

Page 85: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

84

Figura 18. Curva analítica de ácido gálico em 750 nm.

O teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico (EAG) dos

diferentes lotes foi expresso em ácido gálico e estão descritos na Tabela 15.

Tabela 15. Teor de fenólicos totais no vegetal coletada em diferentes épocas e

locais.

Amostra média (mg/g) DP (DPR%)

BR07/09 (inverno) 7,09 1,44 (20,36)

BR02/10 (verão) 8,18 1,45 (17,72)

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo.

O teor de fenólicos totais equivalente a ácido gálico (EAG) na droga

vegetal variou entre 7,09 e 8,18 mg/g. Os valores demonstram que dentre as

amostras coletadas em Bom Retiro/SC, o verão é a época mais propícias para

se obter a droga vegetal com maior teor de fenólicos. Entretanto os valores

obtidos não podem ser considerados conclusivos.

Page 86: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

85

5.2.8 Teor de flavonóides totais na droga vegetal

Para a determinação dos flavonóides foi utilizada a da metodologia de

Chang et al. (2002) que utiliza o cloreto de alumínio (AlCl3) para avaliar a

presença de grupamentos químicos de flavonóides. O composto é empregado

como um reagente de deslocamento em espectrometria no UV-visível para a

determinação estrutural dos flavonóides. A leitura é feita em espectrofotômetro

a 420 nm. Nestas condições o complexo flavonóide-Al absorve mais

intensamente e em comprimento de onda maior do que o flavonóide sem a

presença do agente complexante. Os ácidos fenólicos, mesmo os que formam

complexos com o AlCl3, absorvem em comprimentos de onda inferiores,

evitando-se desta maneira interferências nas medidas da absorbância

(LIANDA, 2009).

Para a determinação do teor de flavonóides em quercetina, foi

construída a curva analítica, a partir de uma solução de quercetina a 1 mg/mL,

que deu origem às concentrações que variaram de 0,9 a 10,9 x 10-3 mg/mL,

resultando na equação da reta y= 12,355x – 0,0015, com coeficiente de

correlação r2= 0,9987 (Fig. 19).

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009 0,01 0,011 0,012

Concentração de quercetina (mg/mL)

Ab

so

rbâ

nc

ia (

U.A

.)

Figura 19. Curva analítica de quercetina em solução hidroalcoólica (70%) em

415 nm.

Page 87: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

86

O teor de flavonóides totais, equivalente a quercetina (EQ), dos

diferentes lotes foi estão descritos na Tabela 16.

Tabela 16. Resultados da caracterização da droga vegetal quanto ao teor de

flavonóides totais.

Amostra média (mg/g) DP (DPR%)

BR07/09 (inverno) 3,05 0,74 (24,24)

BR02/10 (verão) 2,52 0,13 (5,21)

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo.

Vários fatores ambientais influenciam a produção de flavonóides nas

plantas, como, por exemplo, temperatura, nutrição, injúria, metabolismo do

açúcar e do nitrogênio e qualidade de radiação (BLANK, 1947). A radiação

solar é um dos fatores que, via de regra, está relacionada à variação

quantitativa. Muitos trabalhos demonstraram que há um aumento quantitativo

de flavonóides em órgãos expostos à luz, em comparação com aqueles que

estão à sombra. Com relação a fatores edáficos, a maioria dos trabalhos com

flavonóides envolve a análise de pigmentos florais, havendo diferenças

qualitativas nos perfis flavonoídicos das plantas provenientes de diferentes

solos (SANTOS; BLATT, 1998).

No entanto, segundo os resultados do TFT apresentados na Tabela 15,

observa-se, pelo elevado desvio padrão relativo, que não foi possível identificar

diferença estatisticamente significativa entre amostras coletadas no inverno e

verão.

Os resultados encontrados para flavonóides totais para a M. vulgare são

equiparáveis a outras espécies. Yariwake et al. (2005) ao estudarem a

variabilidade química sazonal em Maytenus aquifolium encontraram 1,349 a

3,859 mg flavonóides/g folhas secas. No entanto, os trabalhos citados na

literatura para outras espécies, evidenciam maior teor de flavonóides na

primavera e verão, relacionando a maior expressão de compostos polifenólicos

com os fotoperíodos mais longos (HARBONE, 1994). No presente estudo,

porém, a estação climática não foi preponderante.

Page 88: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

87

5.3 Desenvolvimento das soluções extrativas

Esta etapa foi realizada com o objetivo de selecionar o método e o

solvente para a extração das principais classes de compostos, utilizando-se da

cromatografia em camada delgada como técnica de triagem. Para tanto, foram

realizadas extrações com diferentes solventes e métodos de extração, levando-

se em conta a sua viabilidade no preparo de fitoterápicos. Nesse sentido optou-

se por trabalhar com misturas hidroetanólicas e água como solventes, e pela

decocção, infusão e maceração como métodos extrativos (Fig. 20).

As soluções extrativas foram obtidas a partir da droga vegetal,

representada pelas partes aéreas da M. vulgare, secas e trituradas,

respeitando-se as proporções de folhas, caules e flores provenientes de cada

coleta (Tab. 6). Nesta etapa do estudo, foi fixada a concentração de 2,5% (m/V)

como relação planta:solvente. Esta relação planta:solvente foi escolhida para

se evitar um eventual efeito de saturação de solvente.

As soluções extrativas obtidas de cada coleta, solvente e método, foram

caracterizadas quanto ao resíduo seco, CCDs qualitativas, pH e teor de

fenólicos.

As diferentes coletas foram utilizadas como amostras representativas de

diferentes locais e épocas do ano, a fim de se conhecer os efeitos destas

variáveis sobre as características químicas e físico-químicas, apresentadas a

seguir.

Page 89: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

88

Figura 20. Esquema de desenvolvimento dos extratos da M. vulgare utilizados para seleção do solvente e método de extração.

5.3.1 Caracterização química por cromatografia em camada delgada dos

extratos metanólicos, hidroalcoólicos e aquosos

Os perfis cromatográficos dos extratos hidroalcoólicos, aquosos e

metanólicos dos lotes BR07/09 e BR02/10 da M. vulgare, apresentaram a

mancha referente à marrubiína entre seus compostos, independente da época

de coleta.

Todos os extratos hidroalcoólicos e aquosos apresentaram evidências

de marrubiína variando apenas a intensidade da mancha, o que pode estar a

relacionado à concentração em que esta substância encontra-se em

determinado extrato analisado. Entretanto, a maior intensidade das manchas

referentes a estas substâncias foi evidenciada no perfil cromatográfico dos

extratos aquosos obtidos por infusão (5) e decocção (4) do lote BR02/10 (Fig.

21). Este comportamento pode estar relacionado à maior solubilidade desta

classe de compostos em solventes orgânicos e do maior aporte de calor no

processo de extração aquosa por decocção.

Page 90: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

89

Após a análise dos cromatograma para terpenóides (Figura 21)

confirmou-se a marrubiína como substância de referência para a análise de

controle de qualidade da M. vulgare, já que preenche os quesitos para um bom

marcador ideal, sendo específico para a droga vegetal em estudo, abundante e

farmacologicamente ativo.

Figura 21. Cromatoplacas em camada delgada dos extratos hidroalcoólicos 90, 70 e 50% (1, 2 e 3 respectivamente), aquosos obtidos pela decoção (4) e infusão (5), metanólico (6) e o padrão marrubiína (M); confeccionados com a M. vulgare dos diferentes lotes de coleta (BR07/09 e BR02/10); eluídos em clorofórmio:Metanol (9,8:0,2) e reveladas com anisaldeído sulfúrico.

5.3.2 Determinação pH e resíduo seco nos extratos metanólicos,

hidroalcoólicos e aquosos

O resultado do resíduo seco foi expresso em relação a 100 g do extrato,

pela média de três determinações, conforme descrito na Tabela 12.

Observou-se que, para o lote BR02/10, o resíduo seco foi diretamente

proporcional ao aumento da polaridade nos sistema solvente entre as misturas

hidroalcoólicas. Já o resíduo seco dos extratos aquosos sofreu maior influência

da época de coleta. No lote BR07/09 o resíduo seco do infuso foi discretamente

superior ao decocto. Não houve diferença significativa quanto ao resíduo seco

entre os extratos obtidos por decocção e infusão do lote BR02/10.

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

BR07/09 BR02/10

1 2 3 4 5 6 M

1 2 3 4 5 6 M 1 2 3 4 5 6 M

Page 91: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

90

Por outro lado, o resíduo seco dos extratos hidroalcoólicos foi

inversamente relacionado à presença de marrubiína evidenciada na

cromatoplaca (Fig. 21), demonstrando que o resíduo seco deve ser associado

a outros parâmetros de qualidade como critério de decisão para a finalidade

que se pretende alcançar.

O pH é um parâmetro físico importante para avaliar a estabilidade e a

qualidade da preparação. As leituras de pH foram produzidas em triplicata e os

resultados estão apresentados a seguir, na tabela 17. Os diferentes métodos

(infusão e decocção) e solventes (água e misturas hidroalcoólicas) tiveram

fraca influência sobre o pH das soluções extrativas, que apresentaram valores

entre 5,88 e 6,10 (Tab. 17).

Tabela 17. Características de pH (média ± DP (DPR%) e resíduo seco (média

± DP (DPR%) das soluções extrativas das partes aéreas da M. vulgare.

Amostra Extratos pH Resíduo seco (mg/mL)

EAD 6,07 0,077 (1,28) 1,57 0,0474 (3,01)

EAI 6,04 0,055 (0,92) 1,87 0,0156 (0,83)

BR07/09 EM 5,99 0,040 (0,67) 1,42 0,0311 (2,19)

EH90 6,03 0,032 (0,53) 1,09 0,0202 (1,85)

EH70 6,02 0,047 (0,79) 1,65 0,0577 (3,48)

EH50 5,95 0,066 (1,12) 1,59 0,0352 (2,20)

EAD 6,01 0,040 (0,67) 0,71 0,0275 (2,09)

EAI 5,88 0,110 (1,88) 0,73 0,0222 (3,01)

BR02/10 EM 6,02 0,045 (0,76) 0,45 0,0091 (1,99)

EH90 5,91 0,116 (1,96) 0,43 0,0103 (2,38)

EH70 6,08 0,030 (0,50) 0,55 0,0116 (2,08)

EH50 6,10 0,081 (1,43) 0,67 0,0191 (2,81)

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo. EAD = extrato aquoso por decocção; EAI = estrato aquoso por infusão; EM = extrato metanólico; EH90= extrato hidroalcoólico 90%; EH70= extrato hidroalcoólico 70%; EH50 = extrato hidroalcoólico 50%.

Page 92: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

91

5.3.3 Determinação de fenólicos totais nos extratos metanólicos,

hidroalcoólicos e aquosos

Para a determinação do teor de fenólicos totais equivalentes a ácido

gálico (EAG) nos diferentes extratos foi construída a curva analítica do ácido

gálico (Fig. 22), nas concentrações de 0,5 a 10 µg/mL, com a qual se obteve a

equação da reta y= 0,1166x + 0,0330 com coeficiente de correlação r2= 0,9961.

Figura 22. Curva analítica de ácido gálico em 750 nm.

Os resultados foram expressos em mg/mL de fenólicos totais, calculados

com relação ao padrão de ácido gálico, pela média de duas determinações,

através da equação da reta e estão representados na tabela 18.

Analisando-se os resultados das amostras coletadas em Bom Retiro, os

maiores teores de fenólicos totais (TF) foram evidenciados nos extratos

hidroalcoólicos 70%. Dentre eles, o maior TF foi obtido da planta coletada no

verão, cujo extrato aquoso apresentou o maior valor (0,95 mg/mL).

Bom Retiro/2010

Page 93: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

92

Tabela 18. Teor de fenólicos totais (mg/mL) nos diferentes extratos (2,5%, m/V)

produzidos a partir das amostras vegetais da M. vulgare coletadas em Bom Retiro nas diferentes épocas.

Amostra Extratos Teor de fenólicos (mg/mL)

EAD 0,35 0,025 (7,04)

EAI 0,55 0,033 (6,08)

BR07/09 (inverno) EM 0,38 0,046 (12,06)

EH90 0,29 0,116 (39,97)

EH70 0,93 0,004 (0,42)

EH50 0,62 0,077 (12,41)

EAD 0,40 0,026 (6,51)

EAI 0,59 0,023 (3,84)

BR02/10 (verão) EM 0,44 0,009 (2,16)

EH90 0,36 0,012 (3,27)

EH70 0,95 0,015 (1,53)

EH50 0,63 0,008 (1,23)

BR refere-se ao local de coleta; os dois primeiros dígitos reportam-se ao mês da coleta e os dois últimos ao ano da coleta. DP = desvio padrão; DPR = desvio padrão relativo. EAD = extrato aquoso por decocção; EAI = estrato aquoso por infusão; EM = extrato metanólico; EH90= extrato hidroalcoólico 90%; EH70= extrato hidroalcoólico 70%; EH50 = extrato hidroalcoólico 50%.

5.4 Otimização do Processo Extrativo

Os resultados das etapas de caracterização de diferentes extratos,

aliados à facilidade de transposição para a produção de um fitoterápico

apontaram para a escolha do álcool 70% como solvente e da maceração como

método extrativo. O estudo de otimização buscou identificar a influência das

variáveis tempo e relação planta:solvente, bem como identificar a melhor

condição, visando maximizar o teor de marrubiína. Como grupo de marcador

suplementar elegeu-se os fenólicos totais.

Como droga vegetal para a produção dos extratos, foi empregada o lote

BR07/09, considerando a maior quantidade de material disponível para os

estudos tecnológicos.

Foi planejado um delineamento fatorial 32, no qual foram estudados dois

fatores (A = tempo e B = relação planta:solvente) em três níveis (A = 5, 10 e 15

dias; B = 5, 7,5 e 10%, m/V). Os experimentos foram ordenados ao acaso e

Page 94: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

93

sem reposição. Para caracterização dos extratos obtidos utilizou-se as técnicas

de CCD, resíduo seco (RS), teor de fenólicos (TF) por espectrofotometria no

UV e teor de marrubiína (TM) por cromatografia gasosa.

É importante que a matéria-prima vegetal esteja suficientemente

pulverizada para que se consiga um rendimento ótimo no processo de extração

dos constituintes químicos de interesse farmacêutico. O processo de

pulverização da matéria prima vegetal constitui uma etapa crítica na produção

de medicamentos fitoterápicos, uma vez que o produto pulverizado representa

na maioria das vezes o insumo indispensável para obtenção de preparações

intermediárias, desse modo, o controle da tenuidade de pós é uma etapa óbvia

no processo de produção (SILVA JR, 2006).

Portanto, nesta etapa de otimização do processo extrativo por

maceração, optou-se por realizar uma moagem adicional no material já

triturado, a fim de se obter uma granulometria mais uniforme do lote BR07/09,

visto que a granulometria da matéria-prima vegetal é o parâmetro que

determina a superfície de contato disponível para a interação com o solvente

utilizado.

Figura 23. Distribuição granulométrica das partes aéreas secas e moídas do

lote BR07/09

0

10

20

30

40

50

60

0-180 180-425 425-600 600-710 710-850 850-1000 1000-2000

classe granulométrica (um)

Fra

ção

reti

da (

%)

Page 95: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

94

A determinação da distribuição granulométrica demonstrou

especificações equivalentes a um pó grosso, de acordo com a Farmacopéia

Brasileira (2010). A matéria-prima vegetal em análise representa a mistura de

folhas (61%) e caules (39%) após o processo de moagem adicional em moinho

de martelos. A distribuição granulométrica para esta amostra apresentou quase

50% de partículas entre 1,0 e 2,0 mm e menos que 30% das partículas passou

pelo tamis com abertura nominal de malha de 425 µm (Fig. 23). A

granulometria média foi 2,86 mm 0,463 (16,18). Embora seja possível notar a

diferença no aspecto visual das folhas e caules antes e após a moagem no

moinho de martelos (Fig. 24), verificou-se que mesmo após a moagem

adicional, não houve redução da Gmédia. Ao contrário, houve um deslocamento

para o aumento na % de partículas de maior tamanho. Este comportamento

pode ser devido à maior tendência de formação de aglomerados de partículas

fibrosas que englobam as partículas mais finas, especialmente quando a

amostra é composta de diferentes partes vegetais.

Page 96: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

95

Figura 24. Aspectos visuais da distribuição granulométrica da droga vegetal. (A) Folhas trituradas. (B) Mistura de folhas e caules após a

moagem adicional em moinho de martelos.

Após realização do processo de padronização da granulometria das

partículas, realizou-se a produção dos extratos variando-se a quantidade de

planta e o tempo de extração de cada solução (Fig. 25).

A

B

Page 97: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

96

Figura 25. Esquema de otimização do desenvolvimento dos extratos da M.

vulgare.

Os valores das determinações do pH, dos extratos obtidos por

maceração em meio hidroalcoólico estão descritos na tabela 19. Para cada

método de extração, as respostas estudadas (RS, TM e TFT) foram ajustadas

através de um modelo matemático de segunda ordem de acordo com a

equação: Y = β0 + β1*Conc + β2*T + β12 Conc*T + β11*Conc2+ β22*T2, onde

y = resposta estudada, β0... β22 = coeficientes, Conc = concentração de

fenólicos totais na solução extrativa, T = tempo de maceração.

Os valores de pH estão em conformidade com os resultados já descritos

anteriormente no item desenvolvimento de soluções extrativas. Naquela etapa,

o extrato EH70 a 2,5% (m/V) apresentou pH de 6,02 0,047, condizente com

os valores apresentados nos extratos preparados com o mesmo solvente na

presente etapa. Os resultados sugerem que o pH é proporcional à relação

planta:solvente, porém variam de levemente ácidos até muito próximos a

neutralidade.

Page 98: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

97

Tabela 19. Teor de marrubiína, resíduo seco e pH das soluções extrativas

obtidas segundo o planejamento fatorial 32 para a otimização das condições extrativas do processo de maceração das partes aéreas com álcool 70 % (V/V)

Fator A Fator B pH* RS* % (m/m) TM* (mg/mL)

5,0 (-1) 5 (-1) 5,89 0,007 (1,25) 0,867 ± 0,010

(1,16) 3,44 ± 0,40 (11,63)

5,0 (-1) 10 (0) 5,95 0,021 (2,45) 0,914 ± 0,013

(1,38) 1,53 ± 0,01 (0,65)

5,0 (-1) 15 (+1) 6,13 0,022 (2,21) 0,805 ± 0,021

(2,56) 2,17 ± 0,54 (24,95)

7,5 (0) 5 (-1) 6,05 0,005 (1,33) 0,946 ± 0,019

(2,05) 6,46 ± 0,84 (13,08)

7,5 (0) 10 (0) 6,31 0,022 (1,55) 0,985 ± 0,024

(2,46) 4,38 ± 0,21 (4,72)

7,5 (0) 15 (+1) 6,36 0,084 (2,50) 1,016 ± 0,026

(2,55) 2,55 ± 0,09 (3,52)

10,0 (+1) 5 (-1) 6,33 0,007 (1,28) 1,592 ± 0,029

(1,80) 3,76 ± 0,60 (16,01)

10,0 (+1) 10 (0) 6,45 0,013 (1,98) 1,590 ± 0,021

(1,33) 5,08 ± 0,28 (5,61)

10,0 (+1) 15 (+1) 6,51 0,032 (2,01) 1,585 ± 0,009

(0,54) 3,83 ± 1,07 (28,00)

Fator A = relação planta solvente (%, m/V); Fator B = tempo de extração (dias). -1: nível inferior; 0: nível intermediário; +1: nível superior. TM = teor de marrubiína; RS = resíduo seco; *resultados expressos pela média ± desvio padrão (desvio padrão relativo).

Os dados experimentais do RS das soluções extrativas obtidas por

maceração foram ajustados através do modelo quadrático (RS = 1,0009 +

0,0003*T + 0,727*Conc – 0,0557*T2 + 0,0275*T*Conc + 0,4863*Conc2), sendo

que cerca de 99,33 % da variação experimental pode ser explicada pelo

modelo proposto. De acordo com a análise de variância, o coeficiente linear da

concentração, apresentou significância estatística (p = 0,0003). A significância

do coeficiente é refletida no gráfico de superfície de resposta (Fig. 26), onde

pode ser constatado que a concentração foi o fator a apresentar maior

influência, devido ao maior grau de significância, sobre o RS das soluções

extrativas. Além disso, a relação quadrática de planta:solvente também

apresentou significância estatística (p = 0,0047).

Page 99: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

98

Figura 26. Superfície de respostas para o Resíduo seco das soluções

extrativas da M. vulgare obtidas por maceração.

Figura 27. Superfície de respostas para o Teor de Marrubiína das soluções extrativas da M. vulgare obtidas por maceração.

A extração do TM comporta-se de modo decrescente, quando se

analisado o tempo de extração, havendo uma obtenção de maiores

quantidades de marrubiína no nível intermediário de tempo, exceto no menor

nível de relação planta:solvente. Na tabela 19, observa-se que os maiores

teores de marrubiína (TM) foram obtidos no nível inferior (5 dias) e

intermediário de tempo (10 dias), para os níveis de relação planta:solvente de

7,5 e 10%, respectivamente. Para o nível de relação planta:solvente de 5%, o

maior TM foi obtido no nível inferior de 5 dias, seguido do nível superior de 15

dias.

Page 100: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

99

Os dados experimentais de TM foram ajustados através do modelo

quadrático (TM = 4,4378 + 1,8433*Conc -1,70333 *T + 0,67 Conc*T - 2,32333

Conc2 + 0,0766667 *T2), porém este modelo proposto explica apenas 68,31%

da variação experimental. Nem o tempo de extração ou a relação

planta:solvente foram significativos sobre o teor de marrubiína (p = 0,2319 e p

= 0,2042, respectivamente).

Talvez este comportamento possa estar relacionado a outros fatores não

estudados neste delineamento, supostamente ligados à estabilidade da

marrubiína, pois em todos os níveis de concentração houve certo grau de

redução do TM ao longo do tempo, mas não foi possível identificar nenhuma

relação de proporcionalidade.

Para as soluções extrativas obtidas por maceração, os dados

experimentais de TFT foram ajustados através do modelo quadrático (TFT =

0,7751 + 0,0376*T + 0,4186*Conc – 0,0463*T2 + 0,0405*T*Conc +

0,1726*Conc2), sendo que cerca de 92,93% da variação experimental pode ser

explicada pelo modelo proposto.

Os resultados do teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico

(EAG) estão descritos na Tabela 20. A fim de se avaliar um eventual efeito de

saturação na reação com Folin Ciocalteau, foram testadas duas diluições. Os

resultados apontam que a diluição 1:2 é a mais indicada, pois a diluição 1:1

não foi diretamente proporcional à concentração esperada, sugerindo o efeito

de saturação do reagente.

Page 101: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

100

Tabela 20. Teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico (EAG) das

soluções extrativas obtidas segundo o planejamento fatorial 32 para a otimização das condições extrativas do processo de maceração das partes aéreas com álcool 70 % (V/V)

Fator A Fator B TFT* (mg/mL)

Diluição 1:1 Diluição 1:2

5,0 (-1) 5 (-1) 0,769 ± 0,002 (0,307) 0,672 ± 0,021 (3,110)

5,0 (-1) 10 (0) 0,722 ± 0,002 (0,327) 0,635 ± 0,004 (0,558)

5,0 (-1) 15 (+1) 1,051 ± 0,003 (0,297) 0,603 ± 0,008 (1,281)

7,5 (0) 5 (-1) 0,771 ± 0, 033 (4,290) 0,688 ± 0,005 (0,773)

7,5 (0) 10 (0) 0,907 ± 0,016 (1,805) 0,733 ± 0,020 (2,724)

7,5 (0) 15 (+1) 1,104 ± 0,018 (1,669) 0,858 ± 0,006 (0,745)

10,0 (+1) 5 (-1) 0,772 ± 0,011 (1,403) 1,012 ± 0,025 (2,453)

10,0 (+1) 10 (0) 0,924 ± 0,001 (0,128) 1,130 ± 0,011 (0,979)

10,0 (+1) 15 (+1) 1,250 ± 0,008 (0,620) 1,024 ± 0,035 (3,462)

Fator A = relação planta solvente (%, m/V); Fator B = tempo de extração (dias). -1: nível inferior; 0: nível intermediário; +1: nível superior. TFT = teor de fenólicos totais equivalentes a ácido gálico (EAG); *resultados expressos pela média ± desvio padrão (desvio padrão relativo).

De acordo com a análise de variância, apenas o coeficiente de

concentração apresentou significância estatística (p = 0,0090). No gráfico de

superfície de resposta (Figura 28), visualiza-se que o maior tempo e maior

relação planta:solvente, levam a um maior TFT.

Figura 28. Superfície de respostas para o Teor de Fenólicos totais

equivalentes a ácido gálico (EAG), das soluções extrativas da M. vulgare obtidas por maceração.

Page 102: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

101

Os resultados da otimização da extração indicam a necessidade de

investigação de estudos de estabilidade da marrubiína e outros fatores que

influenciam a extração, como a agitação, temperatura e polaridade do solvente.

Page 103: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

102

5 CONCLUSÕES

1) O extrato metanólico da M. vulgare apresenta atividade gastroprotetora,

assim como seu composto isolado, o diterpeno marrubiína.

2) No modelo de úlceras induzidas por etanol/HCl, todas as concentrações

de extrato testadas apresentam atividade gastroprotetora, porém a substância

isolada marrubiína, é mais efetiva, demonstrando que a gastroproteção

observada no tratamento com a marrubiína isolada é mais efetiva do que a

observada nos tratamentos com omeprazol e cimetidina, nos modelos de

úlceras induzidas como por etanol/HCl e indometacina/betanecol.

3) Avaliando-se o papel do NO e dos compostos sulfidrilas, pode-se sugerir

que a atividade gastroprotetora esteja ligada a fatores antioxidantes.

4) Os compostos presentes no extrato podem estar atuando sobre a

secreção ácida gástrica e que esta atuação esta fortemente ligada ao

composto isolado, a marrubiína.

5) No teste de ligadura de piloro, os resultados obtidos sugerem que o

extrato e marrubiina interferiram com a secreção de ácido gástrico. Ao

quantificar o muco livre no tecido gástrico, observou-se que o extrato de M.

vulgare e marubiina, em doses de 100 e 25 mg/kg, aumentou

significativamente a produção de muco, quando comparado com o controle (p

<0,01)

6) Estudos posteriores in vitro e in vivo devem ser realizados para a

determinação das enzimas envolvidas nos processos antioxidantes e anti-

inflamatórios relacionados com a gastroproteção.

7) A presença de marrubiína foi identificada em todos os extratos

metanólicos, tanto por CCD, como por CG, sugerindo sua utilização como

marcador químico para M. vulgare.

Page 104: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

103

8) Não houve diferenças significativas, entre as coletas realizadas no verão

e inverno, quanto ao teor de extrativos solúveis em água quente, fenólicos

totais e flavonóides totais.

9) Os flavonóides representam mais de 30% dos compostos fenólicos totais

das partes aéreas da M. vulgare.

10) Não foram identificadas diferenças significativas entre os TF das coletas

realizadas em Bom Retiro, no verão e inverno.

11) O maiores teores de marrubiína (TM) foram obtidos no nível inferior (5

dias) e intermediário de tempo (10 dias), para os níveis de relação

planta:solvente de 7,5 e 10%, respectivamente. Para o nível de relação

planta:solvente de 5%, o maior TM foi obtido no nível inferior de 5 dias, seguido

do nível superior de 15 dias.

12) O TFT sofreu forte influência da relação planta:solvente, e em menor

grau do tempo de extração.

13) O presente estudo aponta para o desenvolvimento de um fitoterápico,

empregando-se a marrubiína como marcador químico e farmacológico.

Page 105: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

104

REFERÊNCIAS ABIFISA - Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, suplemento Alimentar e Promoção da Saúde, 2010. Disponível em: <

http://www.abifisa.org.br/>. Acesso: 04 de mar. 2011. ABBONDANZA, A.; BRECCIA, A.; CRESPI, A. Biosynthesis of labeled molecules: mechanism of biosynthesis reactions of precursors of furanic terpenes and phytosterols. Preparation Biomedical Application Labele Molecular Proc. Symposium, p. 95-101, 1964.

AIHARA, T.; NAKAMURA, E.; AMAGASE, K.; TOMITA, K.; FUJISHITA, T. Pharmacological control of gastric acid secretion for the treatment of acid-related peptic disease: past, present, and future. Pharmacology & Therapeutics, n. 98, p. 109-127, 2003. AL-BARKI, A. G.; AFIFI, F. U. Evaluation of antimicrobial activity of selected plant extracts by rapid XTT colorimetry and bacterial enumeration. Journal of Microbiological Methods, v. 68, n. 1, p. 19-25, 2007.

ALLEN JR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

ALIEV, R. K.; ALIEV, A. M. Chemical composition of Marrubium vulgare and effect of its preparation on cardiovascular system. Uchenye Zapiski Azerbaidzhan, v. 9, p. 69-75, 1956. ALQASOUMI, S.; AL-SOHAIBANI, M.; AL-HWIRINY, T.; AL-YAHYA, M.; RAFATULLAH, S. Rocket “Eruca sativa”: A salad herb with potential gastric anti-ulcer activity. World Journal of Gastroenterology, v. 15, n. 16, p. 1958-1965, 2009. ANDRADE, S. F.; ANTONIOLLI, D.; COMUNELLO, E.; CARDOSO, L. G. V.; CARVALHO, J. C. T.; BASTOS, J. K. Antiulcerogenic activity of crude extract, fractions and populnoic acid isolated from Austroplenckia populnea (Celastraceae). Zeitschrift für Naturforschung, v. 61, p. 329-33, 2006. ANDRADE, S. F.; COMUNELLO, E.; NOLDIN, V. F.; DELLE-MONACHE, F.; CECHINEL-FILHO, V.; NIERO, R. Antiulcerogenic activity of fractions and 3,15-dioxo-21α-hydroxy-friedelane isolated from Maytenus robusta (Celastraceae). Archives of Pharmacal Research, v. 31, p. 41-46, 2008.

ARELLANO, A. H.; SANTAMAR´IA, L. A.; HERNAND´EZ, B. G.; TORRES, N. P.; TORTORIELLO, J.. Clinical trial of Cecropia obtusifolia and Marrubium vulgare leaf extracts on blood glucosa and serum lipids in type 2 diabetics. Phytomedicine, v. 11, p. 561–566, 2004. ARNOUS, A. H.; BEINNER, R. P. C.; SANTOS, A. S. Plantas medicinais de uso caseiroconhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, v. 6, n. 2, p. 1-6, 2005.

Page 106: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

105

ARONSSON, A.; FIALA, C.; STEPHANSSON, O.; GRANATH, F.; WATZER, B.; SCHWEER, H.; GEMZELL-DANIELSSON, K. Pharmacokinetic profiles up to 12 h after administration of vaginal, sublingual and slow-release oral misoprostol. Oxford Journals, v. 22, n. 7, p. 1912-1918, 2007. ARRIETA, J.; BENITEZ, J.; FLORES, E.; CASTILLO, C.; NAVARRETE, A. Purification of gastroprotective triterpenoids from the stem bark of Amphipterygium adstringens; role of prostaglandins, sulfhydryls, nitric oxide and capsaicin-sensitive neurons. Planta Médica, v. 69, n. 10, p. 905-909, 2003.

BALMÉ, F. Plantas medicinais. São Paulo: Hemus, 1982.

BARBASTEFANO, V.; COLA, M.; LUIZ-FERREIRA, A.; FARIAS-SILVA, E.; HIRUMA-LIMA, C. A.; RINALDO, D.; VILEGAS, W.; SOUZA-BRITO, A. R. M. Vernonia polyanthes as a new source of antiulcer drugs. Fitoterapia, v. 78, n.

7-8, p. 545-551, 2007. BARROS NETO, B.; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R. E. Planejamento e otimização de experimentos. 2. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001.

BARROS, M. P.; LEMOS, M.; MAISTRO, E. L.; LEITE, M. F.; SOUSA, J. P. B.; BASTOS, J. K.; ANDRADE, S. F. Evaluation of antiulcer activity of the main phenolic acids found in Brazilian Green Propolis. Journal of Ethnopharmacology, n. 120, p. 372-377, 2008. BECKMAN, J.; KOPPENOL, W. Nitric oxide, superoxide, and peroxynitrite: the good, the bad, and the ugly. The American Journal of Physiology, v. 271,

p.1424-1437, 1996. BELAICHE, J.; BURETTE, A.; DE, V. M.; LOUIS, E.; HUYBRECHTS, M.; DELTENRE, M. Observational survey of NSAID-related upper gastro-intestinal adverse events in Belgium. Acta Gastroenterologica Belgica, v. 65, n. 2, p. 65-73, 2002.

BLANK, F. The anthocyanin pigments of plants. Botanical Review, n. 13, p. 241-317, 1947. BONACORSI, C.; RADDI, M. S. G.; CARLOS, I. Z.; SANNOMIYA, M.; VILEGAS, W. Anti-Helicobacter pylori activity and immunostimulatory effect of extraxts from Byrsonima crassa Nied. (Malpighiaceae). Complementary and Alternative Medicine, v. 2, n. 9, p. 1-7, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada n° 14 de 31 de março de 2010. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. D.O.U., 5 abr 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Decreto n° 5.813 de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e dá outras providências. D.O.U., 24 jun 2006.

Page 107: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

106

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Lei n° 11.794 de 8 de outubro de 2006. Estabelece procedimentos para o uso científico de animais e dá outras providências. D.O.U., 9 out 2008.

BRASIL, J. L.; VAGHETTI, J. C. P.; SANTOS JR , B. R. A.; SIMON, N. M.; PAVAN, F. A.; DIAS, S. L. P.; LIMA, E. C. Planejamento estatístico de experimentos como uma ferramenta para otimização das condições de biossorção de Cu(II) em batelada utilizando-se casca de nozes pecã como biossorvente. Quimica Nova, v.30, n.3, p.548-553, 2007.

BRIESKORN, M.; BRINER, M.; SCHLUMPRECHT, L.; EBERHARDT, K. H. Determination of ursolinic acid and ethereal oil in Labiatae of pharmaceutical and nutritional importance. Archives of Pharmacal Research, v. 285, p. 290-

296, 1952. BRUNTON, L. L.; LAZO, J. S.; PARKER, K. L. Goodman & Gilman – As

bases farmacológicas da terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro: McGraw Hill, 2006. BRZOZOWSKI, T. Experimental production of peptic ulcer, gastric damage and cancer models and their use in pathophysiological studies and pharmacological treatment. Journal of Physiology and Pharmacology, v. 54, n. 3, p. 99-126, 2003. BUSBY, M. C.; DAY, V. W.; DAY, R. O.; WHEELER, D. M. S.; WHEELER, M. M.; DAY, C. S. The Stereochemistry and Conformation of Marrubiin an X-Ray Study. Proceedings of the Royal Irish Academy Section Biological Geological and Chemical Science, p. 21-32, 1983. BUTTON, S. T. Metodologia para planejamento experimental e análise de resultados. 2005. Disponível em http://www.fem.unicamp.br/~sergio1/pos-graduacao/IM317/ im317.htm. Acesso: maio de 2010. CALIXTO, J. B. Medicamentos fitoterápicos. In: YUNES, R. A.; CALIXTO, J. B. Plantas medicinais: sob a ótica da química medicinal moderna. Chapecó:

Argos, 2001. p. 297-315. CARVALHO, J. E. Atividade antiulcerogênica e anticâncer de produtos naturais e de síntese. Multi Ciência: Revista Interdisciplinar dos Centros e Núcleos da Unicamp [on line], v. 7, p. 1-18, 2006. CAVALLI, R. C.; MOLINARI, M. A. Efeito antiinflamatório do extrato hidroalcoólico da Marrubium vulgare no modelo de extravasamento microvascular em camundongos. 1997. 38 f. Monografia (Graduação) – Curso de Farmácia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 1997. CHANG, C. C.; YANG, M. H.; WEN, H. M.; CHERN, J. C. Estimation of Total Flavonoid Content in Propolis by two Complementary Colorimetric Methods. Journal of Food and Drug Analysis, v. 10, n. 3, p. 178-182, 2002.

Page 108: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

107

CHARTERS, M., 2003. Disponível em: <http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://botany.cs.tamu.edu/FLORA/BigBend/BB0072.jpg>. Acesso em: 27 fev. 2009 CIRILO, V. K. Manual de Plantas Medicinais. 44 ed. Francisco Beltrão:

Assesoar, 1993. COCHRAN, W. G.; COX, G. M. Diseños Experimentales. 2. ed. México: Trillas, 1983. p. 661. CORRÊA, P. M. Dicionário de plantas úteis do Brasil. Brasília: Inst. de Des.

Florestal, v. 5, 1984. CRAWFORD, J. M. O trato gastrintestinal, estômago. In: ROBBINS, S. L.; COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Patologia estrutural e funcional.

6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p 708-58. CRYER, B. NSAID gastrointestinal toxicity. Current opinion in gastroenterology, v. 16, n. 6, p. 495-502, 2000.

CUNICO, M. W. M.; CUNICO, M. M.; MIGUEL, O. G.; ZAWADZKI, S. F.; PERALTA-ZAMORA, P.; VOLPATO, N. Planejamento Fatorial: Uma ferramenta estatística valiosa para a definição de parâmetros experimentais empregados na pesquisa científica. Visão Acadêmica, v. 9, n. 1, p. 23-32, 2008. DAJANI, E. Z.; KLAMUT, M. J. Novel therapeutic approaches to gastric and duodenal ulcers: an update. Expert Opinion on Investigational Drugs, v. 9, p.

1537-1544, 2000. DE SOUZA, M. M.; JESUS, R. A. P.; CECHINEL FILHO, V.; SCHLEMPER, V. Analgesic profile of hydroalcoholic extract obtained from the Marrubium vulgare. Phytomedicine, v. 5, n. 2, p. 103, 1998. DE VICENZI, M.; MAIALETTI, F. Monographs on botanical flavouring substances used in foods. Fitoterapia, v. 3, p. 207-208, 1995.

DEVI, R. S.; NARAYAN, S.; VANI, G.; SRINIVASAN, P.; MOHAN, K. V.;

SABITHA, K. E.; DEVI, C. S. S. Ulcer protective effect of Terminalia arjuna on

gastric mucosal defensive mechanism in experimental rats. Phytotherapy

Research, v. 21, p. 762–767, 2007.

DONATINI, R. S.; ISHIKAWA, T.; BARROS, S. M.; BACCHI, E. M. Atividades antiúlcera e antioxidante do extrato de folhas de Syzygium jambos (L.) Alston (Myrtaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 1A, n. 19, p. 84-94, 2009.

Page 109: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

108

EL-BARDAI, S.; LYOUSSI, B.; WIBO, M.; MOREL, N. Pharmacological evidence of hypotensive activity of Marrubium vulgare and Foeniculum vulgare in spontaneously hypertensive rat. Clinical and Experimental Immunology, v.

23, p. 329–343, 2001. EL-BARDAI, S.; MOREL, N.; WIBO, M.; FABRE, N.; LLABRES, G.; LYOUSSI, B. The vasorelaxant activity of Marrubenol and Marrubiin from Marrubium vulgare. Planta Medica, v. 69, p. 75–77, 2003a. EL-BARDAI, S.; WIBO, M.; HAMAIDE, M. C.; LYOUSSI, B.; QUETIN-LECLERCQ, J.; MOREL, N. Characterisation of marrubenol, a diterpene extracted from Marrubium vulgare, as an L-type calcium channel blocker. British Journal of Pharmacology, v. 140, p. 1211–1216, 2003b.

Enciclopédia multimídia do corpo humano. Planeta DeAgostini, 2000. 6 CD-

ROM. FALCÃO, H. S.; MARIATH, I. R.; DINIZ, M. F. F. M.; BASTISTA, L. M.; BARBOSA-FILHO, J. M. Plants of the American continent with antiulcer activity. Phytomedicine, v. 15, p. 132-146, 2008. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 5. ed. São Paulo: Fiocruz, 2010. FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 1988. FERREIRA, A. L. Atividade Antiulcerogênica da espécie Anacardium humile St. Hil. (Anacardiaceae). Tese de mestrado. UNICAMP, Campinas-SP,

2005. FLOCH, M. H.; KOWDLEY, K.; PITCHMONI, C. S.; FLOCH, N. R.; ROSENTHAL, R.; SCOLAPIO, J. Gastroenterologia de Netter. Porto Alegre:

Artmed, 2007. FULKE, J. W. B.; HENDERSON, M.S.; MCCRINDLE, R. Reactions of the diterpene marrubiin and its congeners. Journal of the American Chemical Society, v. 7, p. 807-810, 1968.

HAMAISHI, K.; KOJIMA, R.; ITO, M. Anti-ulcer effect of tea catechin in rats. Biological & Pharmaceutical Bulletin, v. 29, v. 11, p. 2206-2213, 2006.

HARBORNE, J. B. The flavonoids: Advances in Research Science 1986. 5.

ed. London: Chapman e Hall 1994, 676p.

HEINZMANN, B. M.; BARROS, F. M. C. Potencial das plantas nativas brasileiras para o desenvolvimento de fitomedicamentos tendo como exemplo Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Saúde, v. 33, n. 1, p. 43-48, 2007.

Page 110: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

109

HENDERSON, M. S.; McCRINDLE, R. J. Preemarrubiin, A Diterpenoid from Marrubium vulgare L. Journal of the Chemical Society, v. 15, p. 2014-2015, 1969. HERBS OF MEXICO – Herb Emporium, 2009. Disponível em: < https://herbsofmexico.com/store/index.php?main_page=page&id=8>. Acesso em: 27 fev. 2009. HERRERA-ARELLANO, A.; AGUILAR-SANTAMARIA, L.; GARCIA-HERNANDEZ, B.; NICASIO- TORRES, P.; TORTORIELLO, J. Clinical trial of Cecropia obtusifolia and Marrubium vulgare leaf extracts on blood glucose and serum lipids in type 2 diabetics. Phytomedicine, v. 11, p. 561–566, 2004. HIRSCHOWITZ, B. I.; KEELING, D.; LEWIN, M.; OKABE, S.; PARSONS, M.; SEWING, K. et al. Pharmacological aspects of acid secretion. Digestive Diseases and Sciences, v. 40, n. 2, p. 3S-23S, 1995. HIRUMA-LIMA, C. A.; BATISTA, L. M.; ALMEIDA, A. B. A.; MAGRI, L. P.; SANTOS, L. C.; VILEGAS, W.; BRITO, A. R. M. S. Antiulcerogenic action of ethanolic extract of the resin from Virola surinamensis Warb. (Myristicaceae). Journal of Ethnopharmacology, v. 122, p. 406-409, 2009.

HUANG, M. T.; HO, C. T.; WANG, Z. Y.; FERRARO, T.; LOU, Y. R.; STAUBER, K.; MA, W.; GEORGIADIS, C.; LASKIN, J. D.; CONNEY, A. H. Inhibition of skin tumorigenesis by Rosemary and its constituents carnasol and ursolic acid. Cancer Research, v. 54, p. 701-708, 1994. JESUS, R. A. P. Avaliação Farmacológica in vitro e in vivo dos compostos químicos marrubiína e pré-marrubiína obtidos do Marrubium vulgare.

1998. 58 f. Monografia (Graduação) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 1998. KLEIN-JR, L. C.; GANDOLFI, R. B.; SANTIN, J. R.; LEMOS, M.; CECHINEL-FILHO, V.; ANDRADE, S. F. Antiulcerogenic activity of extract, fractions, and some compounds obtained from Polygala cyparissias St. Hillaire & Moquin (Polygalaceae). Naunyn-Schmiedberg Archive of Pharmacology, n. 381, p. 121-126, 2010. KLOPELL, F. C.; LEMOS, M.; SOUSA, J. P. B.; COMUNELLO, E.; MAISTRO, E. L.; BASTOS, J. K.; ANDRADE, S. F. Nerolidol, an antiulcer constituent from the essential oil of Baccharis dracunculifolia DC (Asteraceae). Zeitschrift für Naturforschung, v. 62, p. 537-542, 2007. KNOSS, W.; WILHELM, S.; GLONBITZA, K. W. Terpenoids in cell suspension cultures of Marrubium vulgare. Planta Médica, v. 59, Suppl. A655, 1993.

KNOSS, W.; REUTER, B.; ZAPP, J. Biosynthesis of the labdane diterpene marrubiin in Marrubium vulgare via a non-mevalonate pathway. Biochemical Journal, v. 326, p. 449-454, 1997.

Page 111: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

110

KONTUREK, P. C. H.; BRZOZOWSKI, T.; SLIWOWSKI, Z.; PAJIDO, R.; STACHURA, J.; HAHN, E. G.; KONTUREK, S. J. Involvement of nitric oxid and prostaglandins in gastroprotection induced by bacterial lipopolysaccharid. Scandinavian Journal of Gastroenterology, v. 33, p. 691-700, 1998. KORBES, C. V. Manual de Plantas Medicinais. 44. ed. Francisco Beltrão:

Assesoar, 1989. p. 71-77. KUSHIMA, H.; NISHIJIMA, C. M.; RODRIGUES, C. M.; RINALDO, D.; SASSÁ, M. F.; BAUAB, T. M.; STASI, L. C.; CARLOS, I. Z.; BRITO, A. R.; VILEGAS, W.; HIRUMA-LIMA, C. A. Davilla elliptica and Davilla nítida: gastroprotective, anti-inflammatory immunomodulate and anti-Helicobacter pylori action. Journal of Ethnopharmacology, v. 123, n. 3, p. 430-438, 2009. KUTCHAI, H.C. Gastrointestinal System. Principles of Physiology. St. Louis: Mosby-Year Book, 1996. KWIECIÉN, S.; BRZOZOWISK, T.; KONTUREK, S. J. Effects of reactive oxygen species action on gastric mucosa damage. Journal of Physiology and Pharmacology, v. 53, p. 39-50, 2002.

LA VECCHIA, C.; TAVANI. A. A review of epidemiological studies on cancer in relation to the use of anti-ulcer drugs. European Journal of Cancer Prevention, v. 11, n. 2, p. 117-23, 2002.

LAKSHMI, V.; SINGH, N.; SHRIVASTVA, S.; MISHRA, S. K.; DHARMANI, P.; MISHRA, V.; PALIT, G. Gedunin and Photogedunin of Xylocarpus granatum show significant anti-secretory effects and protect the gastric mucosa of peptic ulcer in rats. Phytomedicine, v. 17, p. 569-574, 2009. LAM, E. K. Y.; YU, L.; WONG, H. P. S; WU, W. K. K.; SHIN, V. Y.; TAI, H. K. K.; SO, W. H. L.; WOO, P. C. Y.; CHO, C.H. Probiotic Lactobacillus rhamnosus CG enhances gastric ulcer healing in rats. European Journal of Pharmacology, v. 565, p. 171-179, 2007. LAPA, A. J.; SOUCCAR, C.; LIMA-LANDMAN, M. T. R.; GODINHO, R. O.; NOGUEIRA, T. C. M. L. Farmacologia e Toxicologia de Produtos Naturais. 6ª ed. Florianópolis: UFRGS/UFSC, 2008. LEVENSTEIN, S. Stress and peptic ulcer: life beyond Helicobacter. British Medical Journal, v. 316, n. 7130, p. 538-541, 1998. LEWIS, D. A.; HANSON, P. J. Anti-ulcer drugs of plant origin. Progress in Medicinal Chemestry, v. 28, p. 201-231, 1991.

LIANDA, R. L. P. Tese de Doutorado. Perfil de substâncias fenólicas de méis brasileiros por cromatografia líquida de alta eficiência e avaliação do potencial antioxidante. PPGQO-UFRRJ. 2009.

Page 112: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

111

LIPOF, T.; SHAPIRO, D.; KOZOL, R. A. Surgical perspectives in peptic ulcer disease and gastritis. World Journal of Gastroenterology, v. 20, p. 3248-3252, 2006.

MAHADEVA, S.; GOH, K.; Epidemiology of functional dyspepsia: A global perspective. World Journal of Gastroenterology, v. 17, p. 2661-2666, 2006.

MALFERTHEINER, P.; CHAN, F. K.; McCOLL, K. E. Peptic ulcer disease. Lancet, v. 374, n. 9699, p. 1449-1461, 2009.

MASCOLO, N.; AUTORE, G.; CAPASSO, F.; MENGHINI, A.; FASULO, M. P. Biological screening of Italia medicinal plants for anti-inflammatory activity. Phytotherapy Research, v. 1, p. 28–31, 1987. MATSUDA, H.; LI, Y.; YOSHIKAWA, M. Roles of capsaicin-sensitive sensory nerves, endogenous nitric oxide, sulfhydrils, and prostaglandins in gastroprotection by mormodin Ic, an oleanolic acid oligoglycoside, on ethanol-induced gastric mucosal lesions in rats. Life Sciences, v. 65, p. 27-32, 1999.

MELO, J. G. de; NASCIMENTO, V. T. do; AMORIM, E. L. C. de; ANDRADE LIMA, C. S. de; ALBUQUERQUE, U. P. de Avaliação da qualidade de amostras comerciais de boldo (Peumus boldus Molina), pata-de-vaca (Bauhinia spp.) e ginko (Ginkgo biloba L.). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, n. 2, p. 111-120, 2004. MEYRE-SILVA, C.; YUNES, R. A.; SCHLEMPER, V.; CAMPOS-BUZZI, F.; CECHINEL FILHO, V. Analgesic potencial of marrubiin derivates, a bioactive diterpene present in Marrubium vulgare (Lamiaceae). Il Fármaco, v. 60, p.

321– 326, 2005. MEYRE-SILVA, C.; CECHINEL-FILHO, V. A review of the chemical and pharmacological aspects of the genus Marrubium. Current Pharmaceutical Design, v. 16, n. 31, p. 3503-3518, 2010. MIZUI, T.; DOTEUCHI, M.. Effect of polyamines on acidified ethanol-induced gastric lesion in rats. The Japanese Journal of Pharmacology, v. 33, n. 5, p. 939-945, 1983. MOLINARI, M.; CAVALLI, R.; CECHINEL FILHO, V.; SCHLEMPER, V. Avaliação farmacológica preliminar do extrato hidroalcoólico do Marrubium vulgare (EHM) em anéis de traquéia isolada de cobaia. In:,12., REUNIÃO ANUAL DA FESBE, 1997, Caxambu, MG. Anais... Caxambu: FESBE, 1997. p. 282. MONTGOMERY, D. C. Diseño y análisis de experimentos. México:

Iberoamérica, 1991. MORENO-SALAZAR, S. F.; ROBLES-ZEPEDA, R. E.; JOHNSON, D. E. Plant folk medicines for gastrointestinal disorders among the main tribes of Sonora, México. Fitoterapia, v. 79, p. 132-141, 2008.

Page 113: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

112

MAROTTA, F.; TAJIRI, H.; SAFRAN, P.; FESCE, E.; IDEO, G. Ethanol related gastric mucosal damage: evidence of a free radical-mediated mechanism and beneficial effect of oral supplementation with bionormalizer, a novel natural antioxidant. Digestion, v. 60, p. 538-543, 1999. NAIK, Y.; JAYARAM, S.; NAYAKA, M. A. H.; LAKSHMAN; DHARMESH, S. M. Gastroprotective effect of swallow root (Decalepis hamiltonii) extract: Possible involvement of H+K+ATPase inhibition and antioxidative mechanism. Journal of Ethnopharmacology, v. 112, p. 173-179, 2007.

NAM, S. Y.; KIM, N.; LEE, C. S.; CHOI, K. D.; LEE, H. S.; JUNG, H. C.; SONG, I. S. Gastric mucosal protection via enhancement of MUC5AC and MUC6 by geranylgernylacetone. Digestive Diseases and Sciences, v. 50, n. 11, p.

2110-2120, 2005. NATIONAL INSTITUTE OF DIABETES AND DIGESTIVE AND KIDNEY DISEASES. What I need to know about Peptic Ulcers. National Institutes of Health of the U.S. Departament of Health and Human Services, n. 5, p. 1-12, 2004 NAWWAR, M. A. M.; EL-MOUSALLAMY, A. M. D.; BARAKAT, H. H.; BUDDRUS, J.; LINSCHEID, M. Flavonoid lactates from leaves of Marrubium vulgare. Phytochemistry, v. 28, p. 3201–3206, 1989. NEWAL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILIPSON, J. D. Herbal medicines: a guide for health care professionals. Londres: The Pharmaceutical Press, 1996. NICHOLAS, H. J. Isolation of marrubiin, a sterol, and a sesquiterpene from Marrubium vulgare. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 53, n. 8, p. 859-899, 1964. NOVAES, A. P.; ROSSI, C. Estudo experimental do efeito hipoglicemiante de plantas medicinais da flora catarinense: Epidendrum mosenii, Marrubium vulgare, Rheedia gardineriana e Wedelia paludosa. 1998. 63 f.

Monografia (Graduação) – Curso de Farmácia, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 1998. NOVAES, A. P.; ROSSI, C.; POFFO, C.; PRETTI J. R., E.; OLIVEIRA, A. E.; SCHLEMPER, V.; NIERO, R.; CECHINEL-FILHO, V.; BURGER, C. Preliminary evaluation of the hypoglycemic effect of some Brazilian medicinal plants. Therapie, v. 56, p. 427–430, 2001. PAULA, I. C. Desenvolvimento tecnológico de forma farmacêutica plástica contendo extrato seco nebulizado de Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Compositae-macela. Porto Alegre, 1996. 194p. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Farmácia-Universidade Federal do Rio Grande do Sul. PAUDLER, W. W.; WAGNER, S. Major Alkaloid of Marrubium vulgare. Chemestry & Industry, v. 42, p. 1963-1964, 1963.

Page 114: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

113

PAVELA, R. Insecticidal activity of certain medicinal plants. Fitoterapia, v. 75,

p. 745–749, 2004. POURRAT, H.; LE MEN, J. Distribution of Ursolic Acid Among the Labiatae. Annales Pharmaceutiques Françaises Journal, v. 11, p. 190-192, 1953.

QUER, P. F. Plantas Medicinales. 13 ed. Barcelona: Labor, 1992. p. 659-661.

RAGHUNATH, A. S.; O’MORAIN, C.; McLOUGHLIN, R. C. Review article: the long-term use of proton-pump inhibitors. Alimentary Pharmacology and Therapeutics, n. 22, p. 55-63, 2005.

RAMOS, R. R.; ALARCON-AGUILAR, F.; LARA-LEMUS, A.; FLORES-SAENZ, J. L. Hypoglicemic effects of plants used in México as antidiabetics. Archives of Medical Research, v. 23, n. 1, p. 59-64, 1992.

RAIHA, I.; KEMPPAINEN, H.; KAPRIO, J.; KOSKENVUO, M.;SOURANDER, L. Lifestyle, stress, and genes in peptic ulcer disease: a nationwide twin cohort study. Archives of Internal Medicine, v. 158, n. 7, p. 698-704, 1998. RAINSFORD, K. D. Biochemical gastroprotection from acute ulceration induced by aspirin and related drugs. Biochemical Pharmacology, v. 29, n. 9, p. 1281-1289, 1980. RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 4. ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. REPETTO, M. G.; LLESUY, S. F. Antioxidant properties of natural compounds used in popular medicine for gastric ulcers. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 35, n. 5, p.523-534, 2002. RIBEIRO, P. A. M.; ARANTES, M. C. B.; SANDOVAL JR., J. C. da Silva; AMORIM, L. L. R. S. S.; PAULA, J. R.; BARA, M. T. F. Controle de qualidade físico-químico de matérias-primas vegetais. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, p. 176-179, 2005. RIGNANESE, L. 2007. Disponível em: <http://images.google.com.br/imgres?=http://botany.cs.tamu.edu/FLORA/BigBend/BB0072. jpg> Acesso em: 28 fev. 2009. RODRIGUES, C. A.; SAVI, A. O. S.; SCHLEMPER, V.; CECHINEL-FILHO, V. Improved Extraction of Marrubiim from Marrubium vulgare. Chromatographia,

v. 47, n. 78, 1998. RODRIGUES, P. A.; MORAIS, S. M.; MARQUES, M. M. M.; AGUIAR, L. A.; NUNES-PINHEIRO, D. C. S. Atividade antioxidante e gastro-protetora de produtos naturais em animais experimentais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 10, n. 2, p. 116-123, 2008.

Page 115: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

114

SAHPAZ, S.; HENNEBELLE T.; BAILLEUL, F. Marruboside, a New Phenylethanoid Glycoside from Marrubium vulgare L.. Natural Product Research: Formerly Natural Product Letters, v. 16, n. 3, p. 195-199, 2002.

SAHPAZ, S.; GARBACKI, N.; TITS M.; BAILLEUL, F. Isolation and pharmacological activity of phenylpropanoid esters from Marrubium vulgare. Journal of Ethnopharmacology, v. 79, p. 389–392, 2002.

SALEH, M. M.; GLOMBITZA, K. W. Volatile oil of Marrubium vulgare and its anti-Schistosimal activity. Planta Médica, v. 55, p. 105, 1989. SANNOMIYA, M.; FONSECA, V. B.; SILVA, M. A.; ROCHA, L. R. M.; SANTOS, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A.; BRITO, A. R. M. S.; VILEGAS, W. Flavonoids and antiulcerogenic activity from Byrsonima crassa leaves extracts. Journal of Ethnopharmacology, v. 97, p. 1-6, 2005.

SANTIN, J. R.; LEMOS, M.; KLEIN JUNIOR, L. C.; NIERO, R.; FALONI, S. A. Antiulcer effects of Achyrocline satureoides (Lam.) DC (Asteraceae) (Marcela), a folk medicine plant, in different experimental models. Journal of Ethnopharmacology, v. 130, p. 334-339, 2010. SANTOS, M. D.; BLATT, C. T. T. Teor de flavonóides e fenóis totais em folhas de Pyrostegia venusta Miers. de mata e de cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v. 21, n. 2, p. 135-140, 1998. SANTOS, E. V. M. Extração de matérias-primas vegetais. In: SHARAPIN, N.; ROCHA, L. N.; CARVALHO, E. S.; LÚCIO, E. M. R. A.; SANTOS, E. V. M.; ALMEIDA, J. M. L. Fundamentos de tecnologia de produtos fitoterápicos. Santafé de Bogotá, Colômbia: Convênio Andrés Bello (CAB) e Programa Iberoamericano de Ciências e Tecnologia para o Desenvolvimento (CYTED), 2000. p. 27-61. SCHINELLA, G. R.; TOURNIER, H. A.; PRIETO, J. M.; BUSCHIAZZO, P. M.; RIOS, J. L. Antioxidant activity of anti-inflammatory plant extracts. Life Sciences, v. 70, p. 1023–1033, 2002.

SCHLEMPER, V.; RIBAS, A.; NICOLAU, M.; CECHINEL FILHO, V. Antispasmodic effects of hydroalcoholic extract of Marrubium vulgare on isolated tissues. Phytomedicine, v. 3, p. 211, 1996.

SCHMASSMANN, A. Mechanisms of ulcer healing and effects of nonsteroidal anti-inflammatory drugs. American Journal of Medicine, v. 104, n. 3A, p. 43-51, 1998. SCHMEDA-HIRSCHMANN, G.; YESILADA, E. Traditional medicine and gastroprotective crude drugs. Journal of Ethnopharmacology, v. 100, p. 61-66, 2005. SCHUBERT, M. L.; PEURA, D. A. Control of gastric acid secretion in health and disease. Gastroenterology, v. 134, p. 1842 – 1860, 2008.

Page 116: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

115

SHAY, H.; KOMAROV, S. A.; FELS, S. S.; MARENZE, D.; GRUNSTEIN, M.; SIPLET, H. A simple method for the uniform production of gastric ulceration in the rat. Gastroenterology, v. 5, p. 43-61, 1945.

SHARAPIN, N.; ROCHA, L. N.; CARVALHO, E. S.; LÚCIO, E. M. R. A.; SANTOS, E. V. M.; ALMEIDA, J. M. L. Fundamentos de tecnologia de produtos fitoterápicos. Santafé de Bogotá, Colômbia: Convênio Andrés Bello

(CAB) e Programa Iberoamericano de Ciências e Tecnologia para o Desenvolvimento (CYTED), 2000, 248 p. SIKIRIC, P.; MAROVIC, A.; MATOZ, W.; ANIC, T.; BULJAT, G.; MIKUS, D.; STANCIC-ROKOTOV, D.; SEPAROVIC, J.; SEIWERTH, S.; GRABAREVIC, Z.; RUCMAN, R.; PETEK, M.; ZIGER, T.; SEBECIC, B.; ZORICIC, I.; TURKOVIC, B.; ARALICA, G.; PEROVIC, D.; DUPLANCIC, B.; LOCRIC-BENCIC, M.; ROTKVIC, I.; MISE, S.; JAGIC, V.; HAHN, V. A behavioural study of the effect of pentadecapeptide BPC 157 in Parkinson´s disease models in mice and gastric lesions induced by 1-methyl-4-phenyl-1,2,3,6-tetrahydrophyridine. Journal of Physiology, v. 93, n. 6, p. 505-512, 1999. SILVA JR, J. O. C. Obtenção e avaliação de forma farmacêutica semi-sólida fititerápica contendo extrato seco por nebulizaçãode Simphytum officinale L. (confrei). São Paulo, Tese de doutorado, Programa de Pós-graduação em Fármacos e Medicamentos, Universidade de São Paulo, 2006.

SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P. A pesquisa e a produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais: a necessária interação da indústria com a academia. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 12, n. 1,

p. 35-40, 2002.

SINGH, S.; KHAJURIA, A.; TANEJA, S. C.; KHAJURIA, R. K.; SINGH, J.; JOHRI, R. K.; QAZI, G.N. The gastric ulcer protective effect of boswellic acids, a leukotriene inhibitor from Boswellia serrata, in rats. Phytomedicine, v. 15, p. 408-415, 2008.

SINGLETON, V. L.; ORTHOFER, R.; LAMUELA-RAVENTOS, R. M. Analysis of total phenols and other oxidation substrates and antioxidants by means of Folin-Ciocalteau reagent. Methods Enzymology, v. 299, p. 152-178, 1999. SIQUEIRA, J. S.; LIMA, P. S. S.; BARRETO, A. S.; QUINTANS-JUNIOR, L. J. Aspectos gerais nas infecções por Helicobacter pylori. Revisão. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 39, n. 1, p. 9-13, 2007. SONAGLIO, D.; ORTEGA, G. G.; PETROVICK, P. R.; BASSANI, V. L. Desenvolvimento tecnológico e produção de fitoterápicos. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5 ed. Porto

AlegreFlorianópolis: Editora da UFRGSEditora da UFSC, 2004. p. 289-326.

Page 117: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

116

SOUZA, T. P. de; LIONZO, M. I. Z.; PETROVICK, P. R. Avaliação da redução da carga microbiana de droga vegetal através do processamento tecnológico: decocção e secagem por aspersão. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.

16, n. 1, p. 94-98, 2006. STULZER, H. K.; TAGLIARI, M. P.; ZAMPIROLO, J. A.; CECHINEL FILHO, V.; SCHLEMPER, V. Antiedematogenic effect of marrubiin obtained from Marrubium vulgare. Journal of Ethnopharmacology, v. 108, p. 379-384, 2006. SULEYMAN, H.; CADIRCI, E.; ALBAYRAK, A.; POLAT, B.; HALICI, Z.; KOC, F.; HACIMUFTUOGLU, A.; BAYIR, Y. Comparative study on the gastroprotective potencial of some antidrepessants in indomethacin-induced ulcer in rats. Chemico-biological Interactions, v. 180, n. 2, p. 318-324, 2009.

SUN, S. B.; MATSUMOTO, T.; YAMADA, H. Effects of a polysaccharide fraction from the roots of Bupleurum folcatum L. on experimental gastric ulcer models in rats and mice. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 43, p.

699–704, 1991. TOLEDO, A. C. O.; HIRATA, L. L.; BUFFON, M. C. M.; MIGUEL, M. D.; MIGUEL, O. G. Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta,

v. 21, n. 12, p. 7-13, 2003. TOLEDO DIAS, L. F.; MELO, E. S.; HERNANDES, L. S.; BACCHI, E. M. Atividade antiúlcera e antioxidante Baccharis trimera (Less) DC (Asteraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 1B, n. 19, ,p. 309-314, 2009.

TOSO, R. E; TORIBIO, M. S.; MENGELLE, P.; BOERIS, M. A. Plantas de La província de La Pampa, Argentina, com actividad gastroprotectora y antiespasmódica. InVet [on line], v. 9, n. 1, p. 145-151, 2007.

TULASSAY, Z.; HERSZE’NYI, L. Gastric mucosal defense and cytoprotection. Best Practice & Research Clinical Gastroenterology, v. 24, p. 99-108, 2010. VANACLOCHA, B. V.; FOLCARO, S. C. Fitoterapia – Vademécum de Prescripción. 4 ed. Barcelona: Masson, 2003. p. 349-350. VANDERJAGT, T. J.; GHATTAS, R.; VANDERJAGT, D. J.; CROSSEY, M.; GLEW, R. H. Comparison of the total antioxidant content of 30 widely used medicinal plants of New Mexico. Life Sciences, v. 70, p. 1035–1040, 2002.

VÁZQUEZ-RAMÍREZ, R.; OLGUÍN-MARTÍNEZ, M.; KUBLI-GARFIAS, C.; HERNÁNDEZ-MUÑOZ, R. Reversing gastric mucosal alterations during ethanol-induced chronic gastritis in rats by oral administration of Opuntia ficus-indica mucilage. World Journal of Gastroenterology, v. 12, n. 27, p. 4318-

4324, 2006. WALLACE, J. L.; GRANGER D. N. The cellular and molecular basis of gastric mucosal defense. The FASEB Journal, v. 10, p. 731-740, 1996.

WALLACE, J. L.; MILLER, M. J. S. Nitric oxide in mucosal defense: A little goes a long way. Gastroenterology, n. 119, p. 512-520, 2000.

Page 118: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

117

WALLACE, J. L. Mechanisms of protection and healing: current knowledge and future research. The American Journal of Medicine, v. 110, p. 19-23, 2001. WALLACE, J.L. Recent advances in gastric ulcers therapeutics. Current Opinion in Pharmacology, v. 5, n. 6, p. 573-577, 2005.

WALLACE, J. L. Building a better aspirin: gaseous solutions to a century-old problem. British Journal of Pharmacology, v. 152, n. 4, p. 421-428, 2007. WHITE HOREHOUND, 2008. Disponível em: <http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/natural/patient-whitehorehound.html.> Acesso em: 02 mar. 2009.

WHO, 1998. Disponível em: <http://apps.who.int/medicinedocs/en/d/Jh1791e/9.html> Acesso em: 22 de fev. 2011.

WICHTL, M.; ANTON R. Plantes thérapeutiques, tradition, pratique, science et thérapeutic. Paris: Tech & Doc Publishing, 1999. p.148-150.

WOLFE, M. M.; SANCHS, G. Acid suppression: optimizing therapy for gastroduodenal ulcer healing, gastroesophageal reflux disease, and stress-related erosive syndrome. Gastroenterology, v. 118, n. 2, p. S9-31, 2000.

YARIWAKE, J. H.; LANÇAS, F. M.; CAPPELARO, E. A.; VASCONCELOS, E. C.; TIBERTI, L. A.; PEREIRA, A. M. S.; FRANCA, S. C. Variabilidade sazonal de constituintes químicos (triterpenos, flavonóides e polifenóis) das folhas de Maytenus aquifolium Mart. (Celastraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 2, p. 162-168, 2005.

YUHONG, Y.; IRENEUSZ, T. P.; RICHARD, H. H. Peptic ulcer disease today. Nature Clinical Practice Gastroenterology & Hepatology., n. 3, p. 80-89, 2006. YUNES, R. A.; CALIXTO, J. B. Plantas medicinais: sob a ótica da química

medicinal moderna. Chapecó: Argos, 2001. YUNES, R. A.; CECHINEL FILHO, F. Química de produtos naturais, novos fármacos e a moderna farmacognosia. 1a. ed. Itajaí: Editora UNIVALI, 2007.

ZANATTA, F.; GANDOLFI, R. B.; LEMOS, M.; TICONA, J. C.; GIMENEZ, A.; CLASEN, B. K.; CECHINEL FILHO, V.; ANDRADE, S. F. Gastroprotective activity of alkaloid extract and 2-phenylquinoline obtained from the bark of Galipea longiflora Krause (Rutaceae). Chemico-Biological Interactions, v. 180, n. 2, p. 312-317, 2009.

Page 119: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Paula de Oliveira.pdf · entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros

118

ANEXO A