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ARTIGO CIENTÍFICO Biossegurança aplicada para área da maquiagem de embelezamento Bruna Rubbo Zanchetta 1 - Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Janaína Braun Pozzebom 2 - Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Janine Maria Pereira Ramos 3 Farmacêutica - bioquímica; Mestra em Biotecnologia, especialista em Farmácia Magistral, Professora do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Contatos 1 [email protected] 2 [email protected] 3 [email protected] RESUMO A postura ética do profissional de beleza inclui as condutas de Biossegurança que devem ser adotadas em diversas áreas, incluindo a área da maquiagem de embelezamento. Biossegurança é o conjunto de procedimentos que visa a minimizar os riscos que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. Nesse processo prático, o maquiador e o cliente estão envolvidos em riscos de diversas naturezas, como biológico (contato com a pele não integra, gerando contaminações cruzadas e infecções), químico (uso de produtos cosméticos, que podem acarretar alergias e hipersensibilidade), físico (falta de organização e estrutura ambiental) e ergonômico (postura inadequada e movimentos repetitivos). Diante da detecção e identificação destes riscos, é fundamental para o profissional maquiador a adoção de medidas de Biossegurança, dentre elas, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) e coletiva (EPC’s), a correta higienização e anti-sepsia das mãos do profissional, limpeza e desinfecção de utensílios e do ambiente de trabalho, o gerenciamento dos resíduos gerados, além do correto manuseio e aplicação dos produtos cosméticos. Este trabalho tem por objetivo conscientizar o profissional maquiador e o público em geral, através da produção de um material científico e ao mesmo tempo didático. Mudanças de conduta e postura são essenciais para que haja aprimoramento dos profissionais ligados tanto à realização do trabalho na área de beleza quanto a sua fiscalização, servindo como modelo para pesquisas posteriores direcionadas ao aperfeiçoamento das normas de Biossegurança para a área da maquiagem, incentivando os profissionais na aplicação dessas condutas na sua rotina de trabalho. Palavras-chave: 1: Biossegurança; 2: embelezamento; 3: maquiagem.

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ARTIGO CIENTÍFICO

Biossegurança aplicada para área da maquiagem de embelezamento

Bruna Rubbo Zanchetta1 - Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Janaína Braun Pozzebom2

- Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Janine Maria Pereira Ramos3 – Farmacêutica - bioquímica; Mestra em Biotecnologia, especialista

em Farmácia Magistral, Professora do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos

1 [email protected]

2 [email protected]

3 [email protected]

RESUMO

A postura ética do profissional de beleza inclui as condutas de Biossegurança que devem ser

adotadas em diversas áreas, incluindo a área da maquiagem de embelezamento. Biossegurança é

o conjunto de procedimentos que visa a minimizar os riscos que possam comprometer a saúde

humana, animal e o meio ambiente. Nesse processo prático, o maquiador e o cliente estão

envolvidos em riscos de diversas naturezas, como biológico (contato com a pele não integra,

gerando contaminações cruzadas e infecções), químico (uso de produtos cosméticos, que podem

acarretar alergias e hipersensibilidade), físico (falta de organização e estrutura ambiental) e

ergonômico (postura inadequada e movimentos repetitivos). Diante da detecção e identificação

destes riscos, é fundamental para o profissional maquiador a adoção de medidas de

Biossegurança, dentre elas, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) e coletiva

(EPC’s), a correta higienização e anti-sepsia das mãos do profissional, limpeza e desinfecção de

utensílios e do ambiente de trabalho, o gerenciamento dos resíduos gerados, além do correto

manuseio e aplicação dos produtos cosméticos. Este trabalho tem por objetivo conscientizar o

profissional maquiador e o público em geral, através da produção de um material científico e ao

mesmo tempo didático. Mudanças de conduta e postura são essenciais para que haja

aprimoramento dos profissionais ligados tanto à realização do trabalho na área de beleza quanto a

sua fiscalização, servindo como modelo para pesquisas posteriores direcionadas ao

aperfeiçoamento das normas de Biossegurança para a área da maquiagem, incentivando os

profissionais na aplicação dessas condutas na sua rotina de trabalho.

Palavras-chave: 1: Biossegurança; 2: embelezamento; 3: maquiagem.

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INTRODUÇÃO

A valorização da aparência e a harmonia visual refletem o bem-estar psicológico e social

do homem moderno. A maquiagem, que se caracteriza pela luminosidade natural, transmitindo a

sensação de leveza e suavidade, é uma forma de arte produzida pelo profissional maquiador, o

qual consegue, a partir de um processo criativo, solidificar o contexto de produção. Consiste em

um fascinante jogo de luzes, cores e sombras, que harmonizam os traços e realçam a beleza

individual, sobrepondo sensualidade e efeitos ao visual. As individualidades dos conceitos de

beleza devem ser respeitadas, pois transmitem as qualidades de cada indivíduo, tais como

atividade, força, dinamismo, autocontrole e harmonia, além da auto-estima (VIGARELLO, 2004;

HALLAWEL, 2004).

O profissional transforma esse conceito em imagem, através do conhecimento de

produtos, além de técnicas atualizadas. A seriedade e importância que o profissional dedica a este

meio ganha espaço no dia-a-dia em diferentes classes sociais, regiões e ocupações (CURY,

2006).

No processo prático que envolve a maquiagem, destaca-se o uso adequado de

procedimentos de Biossegurança, sendo esta definida pela condição de segurança alcançada por

um grupo de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos próprios às

atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente (TEIXEIRA e

VALLE, 1996). Os cuidados relacionados à Biossegurança têm importantes aspectos neste

contexto, porque asseguram ao profissional a prática correta de suas atividades, minimizando os

riscos biológicos, químicos, físicos, de acidentes e ergonômicos inerentes à profissão, dando

credibilidade ao seu trabalho. Esta maneira de atuação requer, porém, profissionais capacitados e

especializados, com formação voltada a princípios científicos e éticos, e acima de tudo, atenta às

novas tendências (ANVISA, 2003; WATANABE, 2007).

A atuação profissional dos maquiadores compreende uma variedade de técnicas e recursos

a serem escolhidos. No Brasil a classificação é definida por maquiagem de embelezamento,

maquiagem artística, e ainda maquiagem de caracterização. No presente artigo, a abordagem será

exemplificada nas condutas de Biossegurança voltadas à maquiagem de embelezamento

(THIVES, 2009).

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A evolução tecnológica propiciou ao mercado rápidas inovações, sendo que este processo

influenciou diretamente na reorganização das formas de atuação dos profissionais em diversas

áreas, principalmente na área de beleza e estética. Analisando essa evolução, os profissionais da

beleza perceberam a necessidade de elaboração de um material informativo de Biossegurança

específico para a área da maquiagem. A atuação do profissional maquiador dentro de condutas e

normas de Biossegurança consiste em um grande diferencial no mercado e de exclusividade no

segmento da maquiagem de embelezamento, associando, assim, os conceitos de beleza,

maquiagem e Biossegurança. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo conscientizar os

profissionais da maquiagem no uso adequado dos procedimentos de Biossegurança, através de

um material contendo informações científicas, porém didáticas, em uma linguagem simples e

objetiva.

METODOLOGIA

Este trabalho de pesquisa caracteriza-se por um estudo exploratório com análise qualitativa, a

partir de dados bibliográficos, constituindo-se assim em um estudo de revisão bibliográfica,

através da consulta de livros e artigos relacionados à Biossegurança, além de legislações,

resoluções e normas técnicas elaboradas por órgãos regulamentadores, especialmente a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). De acordo com Gil (1994) este é um

método adequado para analisar temas ainda pouco explorados na literatura atual, visando uma

melhor compreensão.

As informações obtidas neste trabalho destinam-se aos profissionais maquiadores que

procuram aperfeiçoamento de suas técnicas, atualizações e comprometimento ético, e ainda visa

acrescentar informações ao público leigo, que tem interesse na área da maquiagem.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A ética está em constante processo de evolução, adaptando-se cada vez mais a diferentes

áreas de atuação, direcionada para o atendimento das necessidades concretas do homem, com a

visão da responsabilidade pessoal, adotando novos comportamentos e atitudes (NISHIDA, 2006).

A adoção de condutas de Biossegurança pelos profissionais da beleza faz parte de um conjunto de

comportamentos éticos, ou seja, de uma nova postura profissional, na qual ele assume as

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responsabilidades pela minimização de riscos de diversas naturezas, proporcionando segurança e

bem estar ao cliente durante a execução do procedimento da maquiagem.

Costa (2002) destaca que a Biossegurança pode ser entendida como uma ocupação

agregada a qualquer atividade que envolva a saúde. Oppermann e Pires (2003) corroboram que a

Biossegurança é um processo funcional de extrema importância para com os serviços de saúde,

que abrangem medidas de controle de infecções, para proteção da equipe de prestação de serviços

e seus usuários. É de destaque que a Biossegurança tem papel fundamental na consciência

sanitária da sociedade onde opera, priorizando a preservação do meio ambiente na manipulação e

no descarte de resíduos químicos, tóxicos, infectantes e recicláveis, bem como a redução geral de

riscos à saúde e acidentes ocupacionais. Considera-se que a Biossegurança é um processo

constante, que não tem fim em sua terminologia, pois deve ser sempre atualizado e

supervisionado, e ainda sujeito à exigência de respostas imediatas ao aparecimento e proliferação

de microrganismos mais resistentes e agressivos.

O sucesso da atuação do profissional na área da maquiagem resulta da sinergia de vários

fatores, dentre eles a adoção de condutas de Biossegurança. O processo que envolve essas

condutas deve ser iniciado através da análise dos riscos que permeiam este meio, são eles:

biológicos, químicos, físicos e ergonômicos (WATANABE, 2007; MTE, 2008).

Riscos biológicos

A rotina humana, especialmente na área da maquiagem, proporciona um contato diário

entre seres vivos e microrganismos. Porém, somente este contato não indica necessariamente em

uma evolução patológica, mas sim um processo natural, quando devidamente equilibrado. Os

microrganismos são seres microscópicos encontrados no ar, na água, nas superfícies, no ambiente

e no organismo humano, fazendo parte de diversos grupos taxonômicos, como os protozoários,

bactérias, fungos ou vírus. A homeostase entre seres humanos e microrganismos se dá através de

uma relação comensal, na qual estes últimos sobrevivem e alimentam-se em um meio propício,

que é a superfície corporal humana, oferecendo, em contrapartida, proteção à barreira cutânea e

mucosas contra a invasão de outros germes mais nocivos (patogênicos), além de sintetizarem

vitaminas e outros compostos. Entretanto, o equilíbrio desta relação pode ser rompido devido a

vários fatores, tais como: estado nutricional, variação hormonal, doenças, cirurgias, estresse, uso

de corticóides, quimioterapia, radioterapia, doenças imunossupressoras (HIV, leucemia e outras),

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fatores climáticos e precárias condições de higiene. Estas condições influenciam na capacidade

de defesa do ser humano contra microrganismos, favorecendo o estabelecimento de infecções

(MURRAY, et al, 1992; ROBERTS, et al, 1998)

Se não forem tomadas as medidas cabíveis de Biossegurança, os procedimentos que

envolvem contato humano na área da beleza podem gerar fatores de risco biológico, que

culminam com as chamadas infecções cruzadas. Estas se definem pela transmissão de doenças de

uma pessoa para outra, através do contato direto ou por meio de objetos contaminados, podendo

ocorrer entre o profissional, o cliente, como também entre os profissionais responsáveis pela

conservação e limpeza de um estabelecimento de beleza (COVISA, 2006). O risco biológico

também pode ocorrer através do manuseio de materiais pérfuro-cortantes, como durante a troca

da lâmina do apontador de lápis de maquiagem (WATANABE, 2007).

O exercício profissional na área da maquiagem, quando realizado em uma ambiente onde

as condutas de Biossegurança não são adotadas, propicia a transmissão de várias doenças, sendo

de maior relevância as que seguem abaixo:

CLAMÍDIA – DST. A Chlamydia trachomatis é o agente causador de doenças do trato

urogenital, linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, conjuntivite de inclusão e pneumonia no

recém-nascido. O maior impacto da infecção por clamídia ocorre no sistema reprodutivo das

mulheres. É transmitida também através de secreção e feridas abertas de ambos os envolvidos.

Uma transmissão muito comum ocorre através do compartilhamento do batom (SEADI, et al,

2002).

CONJUNTIVITE - a conjuntiva é uma membrana mucosa que reveste a esclerótica e a

superfície interna das pálpebras. Sua inflamação é denominada conjuntivite. De origem alérgica,

bacteriana e viral, sendo esta última a mais comum. Sua transmissão ocorre por contato direto

(olho para olho, mãos contaminadas) ou indireto (vestuários e proliferação de moscas)

(MURRAY, et al, 1992).

DERMATITES BACTERIANAS OU FÚNGICAS - Causadas por microrganismos

provenientes de materiais contaminados, que tiveram contato biológico (contato direto)

(MURRAY, et al, 1992; DUARTE, et al, 2000).

HEPATITE B - causada pelo Vírus da Hepatite B (HBV), que invade as células hepáticas. É

uma doença de difícil tratamento e, quando não leva à morte, traz consequências graves como

câncer de fígado e cirrose. A transmissão se dá através do sangue e secreção contaminados,

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podendo ser transmitida pela via sexual. O vírus HBV é altamente resistente, podendo ser viável

por semanas quando lançado ao meio ambiente. Para que haja a contaminação, basta uma

pequena quantidade de secreção na ferramenta de trabalho (MURRAY, et al, 1992; PANNUTI,

et al, [2008]).

HERPES - causada pelo Herpes Simples tipo 1 (HSV1), da família Herpesviridae. O vírus

penetra no corpo por infecção das mucosas ou soluções de continuidade na pele, a replicação do

vírus nesse local pode ser inaparente ou produzir lesões vesiculares, que cicatrizam geralmente

sem produzir escara. Pode ser ativada através de vários estímulos como estresse, trauma, febre ou

a luz do sol (MURRAY, et al, 1992; BAPTISTA, 2003).

INFECÇÕES DA OROFARINGE - estas infecções podem ser amigdalites, faringites,

infecções de garganta, infecções respiratórias, entre outras, transmitidas por contato direto

(MURRAY, et al, 1992; TEIXEIRA E VALLE, 1996).

INFLUENZA (GRIPE) - é uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus Influenza, que

pode ser transmitido através de partículas de saliva da pessoa infectada, ao falar, tossir ou

espirrar. Os sintomas mais intensos são: febre alta, dores musculares e nas articulações, tosse e

inflamação nos olhos (MURRAY, et al, 1992; DÍAZ, 1998).

TUBERCULOSE - é uma doença causada por uma bactéria, o Mycobacterium tuberculosis. Esta

doença agride os pulmões preferencialmente, sendo a infecção disseminada através de gotículas

transportadas pelo ar, que levam a bactéria ao pulmão. Os sintomas são tosse intensa, dor toráxica

e tosse sanguinolenta (hemoptise) (MURRAY, et al, 1992).

Riscos Químicos

Diversos produtos químicos, incluindo os cosméticos, podem reagir com a superfície

cutânea causando reações dos mais diversos tipos, como irritações, intolerância local,

desconforto, vermelhidão entre outros. A alergia é um processo imunológico, no qual o

organismo humano reconhece e elabora uma resposta contra substâncias consideradas estranhas

(FORTE, 2004). A resposta imunológica pode variar a sua intensidade, sendo algumas reações

imediatas, como dermatite de contato e urticária; e outras de resposta prolongada e/ou tardia,

como as hipersensibilidades. As hipersensibilidades envolvem mecanismos imunológicos e

podem manifestar-se em outra área diferente da área de aplicação (DUARTE, et al, 2000).

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É importante, portanto, insistir que o profissional maquiador deve verificar se um produto

é capaz de desencadear uma resposta alérgica em pessoas pré-sensibilizadas, através de um teste

cutâneo em uma pequena área. Verifica-se, ainda, a necessidade de avaliar o risco dos

ingredientes que constituem a fórmula. O efeito sistêmico da aplicação de um produto químico na

barreira cutânea resulta da passagem de quaisquer ingredientes do produto para a circulação

geral, diretamente por via inalatória, transcutânea ou transmucosa, metabolizados ou não

(MURRAY, et al, 1992).

Outro fator importante, que deve ser levado em consideração é o armazenamento dos

produtos cosméticos, que deve ser em local arejado, evitando calor e umidade. O prazo de

validade delimitado pelo fabricante deve ser respeitado. A variação de cor, textura e odor que são

perceptíveis, determinam que o produto perdeu sua estabilidade e consequentemente sua eficácia

(ANVISA, 2004).

Riscos físicos, de acidentes e ergonômicos

Os riscos físicos se definem como formas de energia a que os profissionais e clientes

encontram-se expostos no cotidiano, nos quais as mais comuns durante os procedimentos da

maquiagem são: disposição inadequada dos mobiliários no ambiente; organização e limpeza

incorretas dos móveis e instrumentos de trabalho; instalações elétricas impróprias e sem

manutenção, principalmente se a construção do local for antiga; a área de trabalho insuficiente;

Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) inadequados ou não fornecidos; presença de ruídos

excessivos e temperaturas não confortáveis decorrentes de equipamentos e instalações; (INSS,

1998; BÔAS, 2003; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Um exemplo de risco físico é o climatizador de ambientes, que pode proporcionar ruídos

intermitentes, contribuindo para o aumento de casos de estresse e mudanças de humor; bem como

a variação de temperatura e acúmulo de microrganismos e sujidades nos filtros, que podem levar

à predisposição para doenças das vias respiratórias ou fadiga física. Há ainda riscos de incêndios

caso não seja realizada a correta manutenção elétrica (ABNT, 1987; ANVISA, 2000; FIOCRUZ,

2003; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do

trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença, sendo considerados os principais riscos

ergonômicos: esforço físico contínuo, postura inadequada, produtividade e rotina intensa,

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situação de estresse, trabalhos em período noturno, monotonia e repetitividade. Tais riscos podem

gerar distúrbios à saúde, comprometendo a produtividade, saúde e segurança, como Lesões por

Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares (LER/DORT), cansaço físico, dores

musculares, alteração do sono, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo (gastrite e

úlcera), tensão e ansiedade, como demonstra a Tabela 1 (MTE, 1978; INSS, 1998; ANVISA,

2000; BÔAS, 2003; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Visto tais fatores, é notável a necessidade de medidas de Biossegurança para prevenção,

diminuição ou eliminação dos riscos no ambiente de trabalho, como será detalhado a seguir.

MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA NA ÁREA DA MAQUIAGEM

Estrutura, organização e limpeza do ambiente de trabalho

O local de trabalho para a realização dos procedimentos da maquiagem de embelezamento

pode estar inserido em um estabelecimento ou centro de beleza, sendo uma sala específica, uma

cabine, ou um espaço reservado para esta atividade. Este ambiente contará com toda a estrutura

geral do estabelecimento, incluindo recepção, local de paramentação, lavabo e sanitários

destinados a clientes e profissionais (COVISA, 2006; KEMPER, 2006).

O espaço físico deve possuir estrutura planejada e adequada, provido de mobiliários, tais

como: cadeiras ergonômicas para os clientes, cadeiras para o profissional, cadeira ou sofá

auxiliar, bancada de trabalho com tamanho adequado à disposição dos artigos e utensílios,

lixeiras com pedais (identificadas com seu resíduo específico), espelho fixo e móvel, lavatório de

mãos e artigos, armário para estoque de materiais, expositor de produtos. O piso, as paredes e

aberturas devem ser constituídas de materiais lisos, impermeáveis, laváveis e resistentes a

produtos químicos; preferencialmente de cores claras (COVISA, 2006; KEMPER, 2006; MPOG,

2005).

O ambiente onde será realizada a maquiagem deve ser arejado, possuindo conforto

térmico, que pode ser natural ou artificial. O sistema de ar condicionado é um recurso

complementar que, quando bem planejado, ajuda a garantir o bem-estar térmico (COVISA, 2006;

KEMPER, 2006; MPOG, 2005). A iluminação do local de trabalho deve mimetizar a

luminosidade do ambiente do evento ao qual a cliente irá freqüentar. Para maquiagens realizadas

à luz do dia, a iluminação ideal é realizada sob a luz natural, ou a luz mais próxima do natural.

Ao se tratar de uma maquiagem direcionada para um local fechado e/ou à noite, a lâmpada

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apropriada deve ser a luz branca ou fluorescentes para iluminar o ambiente geral e a utilização de

lampadas incadescentes direcionadas ao profissional e cliente (MOLINOS, 2007).

A rede elétrica do estabelecimento deve estar em boas condições de funcionamento, e sua

manutenção deve ser realizada periodicamente por profissional competente. Deve-se evitar fios

soltos, expostos e desencapados, sobrecarga de equipamentos no mesmo interruptor e

equipamentos sem aterramento e estabilização (MTE, 1978; COVISA, 2006; KEMPER, 2006).

Um ambiente limpo e organizado, mesmo em instalações físicas simples, proporciona

bem-estar tanto para os clientes quanto para a equipe de trabalho. A limpeza e desinfecção do

ambiente devem ser diárias, alternando os produtos utilizados para que os microrganismos não se

proliferem e desenvolvam resistência. A proteção das superfícies com filme plástico, desde que

trocado periódicamente, auxilia a sua proteção. Cada estabelecimento de beleza deve elaborar e

implantar seu próprio plano de limpeza e desinfecção do ambiente, adequando os processos e

produtos químicos a sua realidade, levando em conta os riscos a que está exposto, sempre

acompanhado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) específicos em relação à

natureza do risco ao qual o profissional está exposto (ANVISA, 1991; OPPERMANN e PIRES,

2003; COVISA, 2006; WATANABE, 2007; MPOG, 2005).

Todo local de trabalho deve possuir Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s), como

extintores de incêndio em quantidade, tipos e localização adequados, de acordo com a

determinação da legislação vigente. A carga dos extintores necessitam de recarga renovada

regularmente, em intervalos estabelecidos pelo fabricante (ABNT, 1994; MTE, 2006).

Higienização e anti-sepsia das mãos do profissional

É a diminuição ou remoção da sujidade e da maior parte da microbiota transitória das

mãos, a fim de amenizar o risco de transmissão de doenças infecciosas. Essa remoção pode ser

feita através da lavagem e desinfecção das mãos por meio da ação mecânica, em conjunto de

água, sabão líquido (com pH idêntico ao da pele) e álcool 70º GL, como também através da

Clorexidina a partir da concentração de 1%, esta geralmente incorporada à formulação do

sabonete líquido. O processo se inicia pela abertura da torneira, umedecendo as mãos com água,

em seguida aplicando o sabão líquido em quantidade suficiente para formação de espuma quando

as mãos são friccionadas (conforme mostra a figura1), sem esquecer-se dos punhos. Após

remover completamente a espuma com água corrente, realizar-se a secagem das mãos com papel

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toalha descartável e, ao fechar a torneira utilizar o mesmo papel toalha, assim evitando a

contaminação com germes já presentes pela abertura da torneira anteriormente. Ao desprezar o

papel toalha, deve-se usar o pé para a abertura da lixeira. Com as mãos secas, borrifar álcool 70º

GL nas mesmas, deixando-as secar naturalmente. Esse processo deve ser feito antes e após o

procedimento da maquiagem (DEFFUNE, [2001]).

Figura1: Higienização das mãos

Fonte: Hinrichsen, 2004.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)

Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso

individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a

segurança e a saúde no trabalho (MTE, 2006). O uso dos EPI’s é de extrema importância, pois

impedem que microrganismos e os produtos químicos possam contaminar o profissional e o

cliente (COVISA, 2006; MPOG, 2005).

O avental ou jaleco utilizado como EPI impede que os procedimentos da maquiagem

sejam realizados apenas com a roupa do corpo, evitando sujidade dos produtos e do cliente, bem

como a contaminação microbiológica. O material indicado para a confecção do avental/jaleco

deve ser constituído de tecidos laváveis, não inflamáveis ou do tipo descartável, devendo ter

comprimento na altura dos joelhos e mangas longas (SCHMIDLIN, 1998). A lavagem domiciliar

ou até mesmo a realizada em lavanderias deve ser realizada separadamente de outras roupas,

antecedida de desinfecção, por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 0,02% (10 ml de

alvejante comercial a 2 a 2,5% para cada litro de água), e deve ser um processo rotineiro

(FIOCRUZ, 2003).

Outro EPI utilizado nos procedimentos da maquiagem é a máscara, que além de proteger

as vias respiratórias contra aerossóis (gerados por saliva ou produtos em spray) e contra

aerodispersóides (gerados por produtos em pó), evita também o desconforto provocado pela

proximidade do profissional com o cliente, o que pode acarretar em contaminação de

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microrganismos. A máscara é um EPI de uso individual, intransferível e não reutilizável, sendo

que sua vida útil varia de acordo com seu estado, saturação (evidenciada pela dificuldade da

respiração), odores presentes ou quando o elástico estiver solto, sendo que sua barreira protetora

é estimada em aproximadamente duas horas, quando fica saturada (SCHMIDLIN, 1998;

WATANABE, 2007). A máscara deve ser utilizada cobrindo completamente a mucosa da boca e

o nariz, não deve ser utilizada no pescoço e sob os cabelos, devendo ser descartada em lixo

biológico (ANDRADE, 1999; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Art.17. “Toda pessoa envolvida em procedimentos de

Biossegurança deverá utilizar Equipamentos de

Proteção Individual – EPI’s, conforme a técnica

utilizada para o processamento e de acordo com o

estabelecido pela legislação vigente”. (CONSELHO

FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 1999).

Outros EPI’s como óculos de proteção, gorros e luvas descartáveis são de uso opcional

pelo maquiador, pois se ele seguir as recomendações acima, não há a necessidade de uso, porém,

são recomendadas durante procedimentos de limpeza e desinfecção de materiais, artigos e do

estabelecimento, devendo ser descartadas em lixo biológico (ANDRADE, 1999; PAGANINI, e

SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Limpeza e desinfecção de artigos e utensílios

Os materiais envolvidos no processo da maquiagem necessitam de uma adequada limpeza

e desinfecção. A tabela 1 apresenta uma breve listagem de artigos e utensílios utilizados pelo

profissional maquiador para a maquiagem de embelezamento. A limpeza é um processo no qual

são removidos sujidades de superfícies e objetos, enquanto a desinfecção reduz um grande

número de microrganismos potencialmente patogênicos em objetos e superfícies, mas não

destrói, necessariamente, vírus e esporos, sendo geralmente utilizados desinfetantes e anti-

sépticos (ANDRADE, 1999; CFO, 1999; PAGANINI e SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Para a correta aplicação da Biossegurança no processo da maquiagem é realizado em todo

e qualquer utensílio a limpeza e a desinfecção. Os procedimentos de esterilização não são

necessários para os artigos da maquiagem, porque estes não são considerados críticos e sim semi-

críticos, uma vez que não entram em contato com tecidos subepiteliais e sistema vascular, bem

como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema (OPPERMAN e PIRES,

2003; KEMPER, 2006).

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O procedimento inicia-se com a limpeza dos materiais, podendo-se utilizar detergente

enzimático diluído adequadamente em imersão por tempo determinado conforme o fabricante; ou

um detergente neutro e suave, como sabonete líquido de pH neutro, seguindo-se com o enxágue

em água corrente. Os utensílios devem ser secos através de estufa regulada a 40 – 50º C ou por

meio de ar quente, como o secador de cabelos. Após secos, os materiais são desinfetados,

podendo ser utilizados vários produtos disponíveis no mercado. A utilização de etanol a 70º GL

através da imersão ou borrifamento, é a forma mais comum de desinfecção de artigos semi-

críticos devido a sua praticidade e capacidade de evaporação. Porém soluções aquosas de

clorexidina a partir da concentração de 1% demonstraram maior eficácia na desinfecção de

superfícies quando comparadas com solução aquosa de clorexidina 0,5% e álcool 70º GL gel ou

líquido, ressaltando que a solução de clorexidina apresenta níveis extremamente baixos de

toxicidade (CFO, 1999; BOMBACE, et al, 2003).

Os artigos limpos, desinfetados e secos devem ser armazenados em locais adequados, de

preferência envoltos em plásticos selados ou em estojos próprios. Todo o processo de limpeza e

desinfecção deve ser realizado com as mãos higienizadas e fazendo o uso de EPI’s adequados,

como jalecos, máscaras e luvas (ANDRADE, 1999; CFO, 1999; PAGANINI e SILVA, 2007;

WATANABE, 2007).

Tabela 1. Materiais e utensílios que devem sofrer os processos de limpeza e desinfecção e suas

respectivas especificações (THIVES, 2009).

ARTIGOS

E UTENSÍLIOS

ESPECIFICAÇÃO

Apontador inoxidável O ideal é do tipo dois em um, que serve tanto para lápis de boca quanto de

olhos.

Curvador de cílios Tem função de curvar os cílios, seu tempo máximo de aplicação é de quinze

segundos.

Escova de sobrancelhas Auxilia para realçar o formato natural das sobrancelhas, além de possuir a

função de delinear as sobrancelhas quando um lápis específico é passado em

suas cerdas.

Escova ergonômica Para a limpeza de materiais.

Escova para máscara de cílios

Formas e tamanhos variados de cerdas, este auxilia o alongamento, a

definição e o curvamento dos cílios através do uso da máscara de cílios.

Faixa de cabelo de tecido Para prender os cabelos da cliente, assim impedindo que caiam sobre a face.

Kit Paleta e espátula de inox Para a deposição dos materiais a serem aplicados no cliente.

Pincel aplicador de base (cerdas

sintéticas)

Para aplicar base na face.

Pincel aplicador de blush (cerdas

naturais ou sintéticas)

Lembra um pincel de pó, mas normalmente contém menor número de cerdas,

além de estas terem um corte específico que se moldam as maças do rosto.

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Pincel aplicador de corretivo (cerdas

sintéticas)

Indicado para aplicação de corretivo na face.

Pincel aplicador de pó facial (cerdas

naturais ou sintéticas)

Cerdas arredondadas (ou de seda) têm a função de empoar, optar sempre por

pincéis de cerdas macias.

Pincel aplicador de sombras (cerdas

naturais ou sintéticas)

Possuem cerdas arredondadas e achatadas são indicados para um efeito

esfumado perfeito. Os de cerdas alongadas auxiliam para aplicar as sombras

por toda a região dos olhos.

Pincel de cerdas arredondadas

(cerdas naturais ou sintéticas)

Para esfumar sombras.

Pincel chanfrado (cerdas naturais ou

sintéticas)

Para o delineamento de olhos.

Pincel para contorno de lábios

(cerdas naturais ou sintéticas)

Para delinear os lábios.

Pincel para lábios (cerdas naturais

ou sintéticas)

Redondo para a aplicação do batom.

Pincel leque (cerdas naturais ou

sintéticas)

Para arrastar as partículas da maquiagem que encontram-se em excesso na

face .

Pincel língua de gato (cerdas

naturais ou sintéticas)

Indicado para aplicar e esfumar áreas superiores e inferiores dos olhos. Evita

que partículas da maquiagem caiam sobre a face.

Condutas gerais de Biossegurança imprescindíveis na área da maquiagem

O profissional maquiador deve manter os cabelos limpos e presos, roupas limpas e

discretas, realizar a higienização e anti-sepsia das mãos, utilizar sapatos fechados e confortáveis,

não fazer uso de perfumes durante os procedimentos, além de fazer o uso adequado dos EPI’s. De

preferência, o profissional deve apresentar-se maquiado (ANDRADE, 1999; PAGANINI e

SILVA, 2007; WATANABE, 2007).

Na realização da maquiagem devem-se adotar medidas e critérios visando prevenir

possíveis contaminações químicas e biológicas (ANDRADE, 1999). A aplicação dos produtos de

maquiagem não deve ser realizada diretamente no cliente, por exemplo, o batom não deve ser

aplicado diretamente sobre os lábios do cliente, e sim deve ser depositado sob uma paleta de aço

inox ou de material descartável, para então ser manuseado com o uso do pincel; assim como

sombras, pós, bases, lápis retráteis, máscara de cílios. Os lápis devem ser apontados antes de cada

aplicação, proporcionando a retirada da camada mais externa, esta contaminada.

Os materiais compostos por esponjas para a aplicação de bases, corretivos líquidos ou

pastosos, sombra ou pó, são obrigatoriamente descartáveis. Estes e outros são de uso opcional do

profissional, como os citados na tabela 2, ressaltando que o uso de materiais descartáveis

aumenta o volume de resíduos gerados (THIVES, 2009).

Tabela 2. Materiais descartáveis utilizados em procedimentos da maquiagem (THIVES, 2009).

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MATERIAIS E

UTENSÍLIOS

ESPECIFICAÇÃO

USO OBRIGATÓRIO

(O) OU OPCIONAL (P)

Algodão ou toalhas faciais de

falso tecido

Utiliza-se para a limpeza da pele. O

Escova para máscara de cílios

Formas e tamanhos variados de cerdas, este auxilia o

alongamento, a definição e o curvamento dos cílios

através do uso da máscara de cílios.

P

Espátula para aplicar

maquiagem

Formas e tamanhos variados de plástico ajuda o

profissional a retirar a maquiagem sem contaminar o

produto.

P

Faixa para cabelos

Serve para prender os cabelos da cliente, assim

impedindo que caiam sobre a face.

P

Hastes de algodão Destinadas à correção de imperfeições na

maquiagem.

P

Lenços de papel

Devem absorver excessos de produtos ou suor da

pele, sem danificar a maquiagem.

P

Paleta descartável para

maquiagem (isopor)

Para a deposição dos materiais a serem aplicados no

cliente.

P

Papel toalha Para secagem dos instrumentos e das mãos. O

Pincel plástico de batom Formas e tamanhos variados de cerdas, este auxilia a

aplicação do batom.

P

Gerenciamento dos resíduos gerados nos procedimentos da maquiagem de embelezamento

É um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases

científicas e técnicas, normativas legais, que tem por objetivo diminuir a produção de resíduos.

Tais resíduos devem ser encaminhados de maneira segura e eficiente, para a proteção dos

trabalhadores, preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente (ANVISA,

2002).

O estabelecimento deve possuir locais determinados para a localização das lixeiras dos

resíduos gerados, os quais se dividem em: comuns (papel toalha usado e não contaminado com

material biológico, restos de alimentos), recicláveis (papéis, embalagens de produtos cosméticos

não tóxicos, caixas de papelão, latas e plásticos em geral), infectantes (máscaras, algodão e

lençóis descartáveis contaminados com material biológico), químicos (embalagens de produtos

cosméticos contendo substâncias tóxicas, paleta descartável) e pérfuro-cortantes (lâmina de

apontador) (ABNT, 1997; ANVISA, 2004; COVISA, 2006).

Esses resíduos devem ser separados no momento e local de geração em recipientes

específicos para cada resíduo, sendo que os resíduos químicos e infectantes devem ser

acondicionados em sacos brancos leitosos contendo os respectivos símbolos e inscrições,

enquanto os pérfuro-cortantes devem ser acondicionados em recipientes especiais de papelão e

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paredes duplas (rígidos resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e identificados).

Os resíduos recicláveis devem ser recolhidos através da coleta seletiva, enquanto que os resíduos

hospitalares (químicos, infectantes e pérfuro-cortantes), devem ser recolhidos por coleta especial,

geralmente através do recolhimento de uma taxa (ABNT, 1987; ANVISA, 2004; COVISA,

2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A diminuição ou a prevenção dos riscos próprios da atividade da maquiagem é

estabelecida pela Biossegurança. Dentro deste contexto, existe uma diversidade de normas, sendo

que poucas delas são direcionadas especificamente para o profissional maquiador. Desta forma, é

notável a importância da aplicação e adaptação das mesmas nesta área, assegurando a qualidade

dos serviços, o comprometimento ético e a segurança do profissional e do cliente. Na prática é

notável a necessidade da existência de um material informativo, que posteriormente capacitará a

publicação deste artigo, tornando-o de fácil acesso tanto para profissionais quanto para o público

em geral. O material produzido servirá como modelo para pesquisas posteriores direcionadas ao

aperfeiçoamento das normas de Biossegurança para a área da maquiagem, incentivando os

profissionais na aplicação dessas condutas na sua rotina de trabalho.

O ideal deste trabalho surgiu pelo conhecimento dos riscos de contaminação que podem

comprometer não só o resultado final, mas também a saúde do cliente e do profissional. Visto a

escassez de referências bibliográficas sobre condutas de Biossegurança na área da maquiagem,

aliada à observação da não aplicação dessas normas pelos profissionais serviu de incentivo para a

produção deste trabalho.

A conscientização da humanidade é o primeiro passo para que ocorra uma mudança de

comportamento, onde nem sempre o mais “fácil” é o correto. Dispor apenas dos EPI’s e EPC’s,

não é a solução, mas insistir em treinamentos é o recomendado. A falta de uma cultura

prevencionista tem sido o principal obstáculo para as que os indivíduos operem com precaução

em sua prática do trabalho.

Mudanças de conduta são essenciais para que haja aprimoramento dos profissionais

ligados tanto à realização do trabalho na área de beleza quanto a sua fiscalização. Perante as

normas vigentes é importante que os profissionais cumpram seu papel. Sugere-se que os

fabricantes de cosméticos de maquiagem disponibilizem a validade do produto não apenas na

embalagem externa e sim diretamente no produto de uma forma visível e durável.

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Torna-se oportuno sugerir mais criatividade na confecção e uso dos EPI’s, criando

parcerias com estilistas e faculdades de moda, como por exemplo, aventais com design

personalizado, máscaras coloridas ou com estampas diferenciadas. Uma ação para concretizar

essa idéia seria a criação de um concurso entre profissionais relacionados à moda e design, em

conjunto com profissionais da beleza, para o desenvolvimento destes EPIs, levando em

consideração critérios como criatividade, acessibilidade e praticidade, visando tornar esse nicho

de mercado da beleza mais atraente e aceitável.

Espera-se que o material produzido durante este trabalho, possa incrementar ao

profissional os conceitos de Biossegurança voltados especificamente para a área da maquiagem

de embelezamento, e ressaltar sua importância, para que os profissionais assumam essa

responsabilidade na prática do seu trabalho e se conscientizem da importância do uso das

condutas de Biossegurança.

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ANEXOS

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Máscara descartável

Toalhas faciais de falso tecido

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Escova para máscara de cílios descartável Maquiagem á ser aplicada

Espátula para retirar maquiagem

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Esponja descartável

Faixa de cabelo lavável

Touca descartável

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Pincéis

Máscara de cílios

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Maquiagem depositada na paleta descartável