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Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
RELAÇÃO ENTRE DESEMPEPENHO EM TESTES ESPECÍFICOS E DISTÂNCIA PERCORRIDA EM JOGOS COM CAMPO REDUZIDO DE FUTEBOL
Gabriel Ângelo Martins Agostinho
LONDRINA – PARANÁ
2011
GABRIEL ÂNGELO MARTINS AGOSTINHO
RELAÇÃO ENTRE DESEMPEPENHO EM TESTES ESPECÍFICOS E DISTÂNCIA PERCORRIDA EM JOGOS COM CAMPO REDUZIDO DE FUTEBOL
Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Fábio Yuzo Nakamura Universidade Estadual de Londrina
______________________________________ Prof. Dr. Nilo Massaru Okuno
Universidade Estadual de Londrina
______________________________________ Prof. Dr. Enio Ricardo Vaz Ronque Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 28 de Novembro de 2011.
i
DEDICATÓRIA
Aos meus pais que em nenhum momento mediram esforços para realização dos meus
sonhos. A Natara que esteve presente aconselhando e estimulando com paciência e carinho.
ii
AGRADECIMENTOS
A DEUS que me guia por caminhos corretos.
Aos meus pais e a minha irmã Aline por ter, em todos os momentos, me amado
incondicionalmente, e me passado valores preciosos, os quais orientam minha vida e minhas
decisões.
Ao Prof. Fabio Nakamura pela orientação e apoio nas etapas deste trabalho.
Ao Rafael Evangelista pela disponibilidade de ajudar na organização deste trabalho.
Ao grupo GEAFIT por auxiliar nas coletas de dados.
A Carmen Lucia e a Natara Dias por auxiliarem na organização deste trabalho.
Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.
iii
EPÍGRAFE
“Don't worry about a thing, cause every little thing
gonna be all right”.
Three little birds, Bob Marley
iv
AGOSTINHO, Gabriel Ângelo Martins. Relação entre desempepenho em testes específicos
e distância percorrida em jogos com campo reduzido de futebol. Trabalho de Conclusão
de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte.
Universidade Estadual de Londrina, 2011.
RESUMO
Os desempenhos técnico e tático durante um jogo de futebol dependem do nível de aptidão
física do atleta, uma vez que esta correlaciona-se com atividades de alta intensidade durante
uma partida. O Jogo em Campo Reduzido (JCR) proporciona situações reais de jogo,
treinando a técnica e a tática sob intensidades semelhantes às atingidas pelo treinamento
intervalado ou em uma partida de futebol. Espera-se, então, que jogadores com melhores
resultados nos testes físicos apresentem maior deslocamento em alta intensidade em ambos os
jogos. No entanto, não se tem conhecimento se essa afirmação é correta para JCR. Por isso,
verificar esse comportamento é importante para saber se os JCR são uma forma de
treinamento com estímulos suficientes para jogadores de diferentes níveis de treinamento.
Sendo assim, o objetivo desse estudo foi verificar a correlação entre atividades de alta
intensidade em JCR com o desempenho no Yo-Yo IR1 e RSA. A amostra foi composta por 14
jogadores de futebol do sexo masculino de categoria sub 15 (14,4 ± 0,5 anos). Foram
realizados os testes físicos Yo-Yo IR1 e RSA correlacionando os resultados à distância
percorrida nas zonas de intensidade entre 13,1-18km/h (ZD5), >18km/h (ZD6) e >13,1km/h
(HIt) no modelo de JCR 7x7+goleiro com área relativa à 100m2/jogador. Foi utilizada a
análise de correlação de Spearman para P < 0,05. Não foram encontradas correlações entre os
resultados dos testes e as distâncias percorridas em alta intensidade durante o JCR. Por isso,
conclui-se que JCR de futebol não distinguem diferentes níveis de treinamento físico pelo
padrão de deslocamento, podendo assim, não estimular de forma eficiente jogadores com
diferentes níveis de desempenho.
Palavras-chave: desempenho em testes; atividades de alta intensidade; Jogos em Campo
Reduzido.
v
ABSTRACT
A great technical and tactical performance during a football game depends on the level of
physical fitness, since this correlates with high-intensity activities during a match. The Small
Sided Games (SSG) that provides real game situations, coaching in the technique and
tactics similar to those affected by the intensity interval training or a football match. Once
connected this similarity, it is expected that players with higher scores on
tests showing increased activity at high intensity in both games. However, there is no
knowledge if this statement is correct to SSG. So check this behavior is important to know
whether the SSG are a form of training sufficient to players of different competitive
levels. So, the aim of this study was to investigate the correlation between high intensity
activities intensity activities in SSG with performance on the Yo-Yo IR1 and RSA. The
sample is composed of 14 soccer players in the male category under 15 (14.4 ± 0.5
years). Physical tests were Yo-Yo IR1 and RSA results correlate to the distance traveled in
the intensity between 13,1-18km /h (ZD5), > 18 km/h (ZD6) and > 13,1 km/h (HIT) the 7x7
model JCR+ goalkeeper on the area with 100m2/player. We used the Spearman correlation
analysis for P <0.05 and correlations were not found between test results and the distances
covered at high intensity during the JCR. Therefore, we conclude that football JCR do not
distinguish between different levels of fitness by the pattern of displacement, and thus cannot
efficiently stimulate players with different levels of performance.
Key Words: performance, high intensity activities, Small Sided Game.
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela 1 – Protocolo de incremento de velocidade no YYIRTL1........... 14
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Resultados de correlação entre o Yo-Yo IR1 e as distâncias
percorridas nas zonas ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de
significância P < 0,05.............................................................................
17
Figura 2 - Resultados de correlação entre o RSAbest e as distâncias percorridas
nas zonas ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de significância P <
0,05.........................................................................................................
18
Figura 3 - Resultados de correlação entre o RSAmean e as distâncias percorridas
nas zonas ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de significância P <
0,05.........................................................................................................
19
Figura 4 - Resultados de correlação entre o RSAdecrement e as distâncias
percorridas nas zonas ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de
significância P < 0,05.............................................................................
20
viii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
[La] - Concentração de lactato
DP - Desvio padrão
DT - Duração da sessão de treino
FC - Frequência cardíaca
GPS - Global Positioning System
HIR - Corrida de intensidade alta (e)
HIt - Distância percorrida > 13,1 km/h
Hz - Hertz
J - Corrida de baixa intensidade (c)
JCR - Jogo em Campo Reduzido
La - Lactato
MIR - Corrida de intensidade média (d)
PSE - Percepção subjetiva de esforço
RSA - Repeated sprint ability
SPR - Sprint (f)
ST - Em pé (a)
W - Andando (b)
Yo-Yo IR1 - Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1
ZD5 - Distância percorrida entre 13,1 – 18 km/h
ZD6 - Distância percorrida >18 km/h
ix
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 - 100- (tempo total/ tempo ideal ×100)..........................................
14
Equação 2 - tempo ideal = 6 x t RSA melhor.................................................. 14
x
LISTA DE APÊNDICE
APÊNDICE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido......................................
31
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................... iv
ABSTRACT........................................................................................................ v
LISTA DE TABELAS........................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... vii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS..................................... viii
LISTA DE EQUAÇÕES........................................................................................ ix
LISTA DE ANEXOS............................................................................................. x
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 01
1.1 Problema................................................................................................................. 01
1.2 Justificativa............................................................................................................. 02
1.3 Objetivos................................................................................................................ 03
1.3.1 Objetivos Gerais..................................................................................................... 03
1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................................. 03
1.4 Hipóteses................................................................................................................ 03
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 04
2.1 Futebol.................................................................................................................... 04
2.2 Exigências Físicas no Futebol................................................................................ 04
2.3 Treinamento no Futebol......................................................................................... 05
2.4 Jogos em Campo Reduzido.................................................................................... 07
2.5 Treino com Jogos em Campo Reduzido................................................................ 10
2.6 Testes de desempenho específico......................................................................... 10
3 MÉTODOS............................................................................................................. 12
3.1 Caracterização do Estudo....................................................................................... 12
3.2 Amostra.................................................................................................................. 12
2
3.3 Local....................................................................................................................... 12
3.4 Instrumentos e Tarefa............................................................................................. 12
3.5 Procedimentos Experimentais................................................................................ 13
3.5.1 Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1 (Yo-Yo IR1)…....………………….. 13
3.5.2 Repeated Sprint Ability (RSA)............................................................................... 15
3.5.3 Jogos em Campo Reduzido................................................................................... 15
3.5.4 Padrão de deslocamento......................................................................................... 15
3.6 Variáveis de Estudo................................................................................................ 16
3.7 Análise Estatística.................................................................................................. 16
4 RESULTADOS.................................................................................................... 17
5 DISCUSSÃO....................................................................................................... 22
6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 24
5 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 25
APÊNDICE I.......................................................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
O futebol é o esporte mais popular no mundo. Milhares de pessoas o praticam de
forma amadora ou profissional. O nível de desempenho depende de fatores biomecânicos,
táticos, fisiológicos e mentais (STOLEN et al.,2005). Um bom desempenho técnico e tático
durante um jogo depende do nível de aptidão física do jogador.
O futebol é descrito como uma modalidade intermitente e acíclica (EKBLOM, 1986),
exigindo do jogador habilidade de realizar atividades intermitentes sendo, na maioria do
tempo, atividades de intensidade moderada/alta, sugerindo um perfil aeróbio do jogo, e
também requer a habilidade de realizar atividades de intensidade máxima e submáxima
consecutivas vezes (BANGSBO; LINDQUIST, 1992; STOLEN et al.,2005).
Para avaliar o nível de treinamento dos atletas devem ser usados testes específicos ao
esporte analisado. Testes de aptidão aeróbia, aonde são realizadas ações intermitentes de alta
intensidade, como no teste Yo-Yo Intermitent Recorvery Test (IRT) e testes que mensuram a
capacidade de realizar atividades máximas repetidas vezes, como no teste Repeted Sprints
Ability (RSA), são específicos e medem exigências físicas vividas no futebol (IAIA;
RAMPININI; BANGSBO, 2009). Os valores dos resultados de desempenho nesses testes
possuem uma grande correlação com a classificação do time no campeonato, a distância
percorrida em maiores intensidades pelo jogador e o seu desempenho em campo. Por isso,
treinos que melhorem os resultados dos testes Yo-Yo IRT e RSA são importantes para uma
possível melhora no desempenho competitivo (BANGSBO; LINDQUIST, 1992;
HELGERUD et al., 2001; IAIA; RAMPININI; BANGSBO, 2009; STOLEN et al., 2005;
WISLOFF; HELGERUD; HOFF, 1998).
O treinamento no futebol deve priorizar a tática, a técnica, e as aptidões físicas
específicas do jogo. Um modelo recente de treinamento que busca treinar as capacidades
físicas exigidas em um jogo de futebol, introduzindo o treino técnico e tático, é o Jogo em
Campo Reduzido (JCR). É uma forma de treinamento que permite maior especificidade,
colocando o jogador em situações reais de jogo, realizadas sob o estresse físico proporcional
ao treinamento intervalado e a intensidade de um jogo normal (HILL-HAAS et al., 2011).
Portanto, uma vez relacionada tal semelhança entre jogos reais e JCR, podemos
esperar que jogadores com melhores resultados nos testes de desemepnho apresentem maior
distância percorrida em atividades de alta intensidade em ambos os jogos.
2
Sendo assim, o objetivo desse estudo foi verificar a relação entre atividades de alta
intensidade no modelo de Jogo em Campo Reduzido 7x7+goleiro, com os resultados nos
testes de desempenho Yo-Yo IRT e RSA.
1.2 Justificativa
Os JCR são formas de treinamento muito utilizadas, pois proporciona situações reais
de jogo, treinando a técnica e a tática em intensidades semelhantes às atingidas pelo
treinamento intervalado (DELLAL et al., 2008) ou em uma partida de futebol (ALLEN et al.,
1998; CAPRANICA et al., 2001).
A quantidade de atividades de alta intensidade e o número de sprints realizados em
um jogo de futebol possuem uma alta relação com a capacidade física e o nível competitivo
dos atletas (BANGSBO; LINDQUIST, 1992; HELGERUD et al., 2001; STOLEN et
al.,2005; WISLOFF; HELGERUD; HOFF, 1998). Assim, tem sido demonstrado que o
treinamento da capacidade aeróbia utilizando o treinamento intervalado (DUPONT;
AKAKPO; BERTHOIN, 2004) e o treino de sprints repetidos (HILL-HAAS et al., 2009c)
são estímulos eficientes para melhora no desempenho físico durante uma partida
(HELGERUD et al., 2001; IMPELLIZZERI et al., 2006). O calendário competitivo do
futebol obriga os treinadores a buscarem métodos eficientes de treinamento que melhorem o
desempenho físico, técnico e tático do jogador, sendo o JCR muito usado como forma de
treinamento.
No entanto, não se tem conhecimento da influência do nível físico no padrão de
deslocamento durante o JCR. Por isso, verificar esse comportamento é importante para saber
se JCR são formas de treinamento com estímulos suficientes para jogadores de diferentes
níveis físicos.
3
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivos Gerais
Verificar a relação entre atividades de alta intensidade em jogo de campo reduzido
com o desempenho no Yo-Yo IR1 e RSA.
1.3.2 Objetivos Específicos
Verificar a relação entre a distância percorrida em velocidade entre 13,1 – 18 km/h
(ZD5) em jogo de campo reduzido com o desempenho no Yo-Yo IR1 e RSA.
Verificar a relação entre a distância percorrida em sprint >18 km/h (ZD6) em jogo de
campo reduzido com o desempenho no Yo-Yo IR1 e RSA.
1.4 Hipóteses de Pesquisa
Hipótese 1: A distância percorrida em alta intensidade nos Jogos em Campo Reduzido
terá resultados signiticativos de correlação com os resultados dos testes Yo-Yo IR1 e RSA.
Hipótese 2: A correlação encontrada entre a distância percorrida em ZD5 com o Yo-
Yo IR1 será maior, comparada, com a correlação com a distância percorrida na ZD5 com
RSA.
Hipótese 3: A correlação entre a distância percorrida em ZD6 com o RSA será maior,
quando comparada a correlação de ZD6 ao Yo-Yo IR1.
4
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Futebol
O futebol é considerado o esporte mais popular do mundo sendo que em um
levantamento realizado pela FIFA, no ano de 2006, contabilizou 265 milhões de pessoas que
praticam o esporte regularmente de maneira profissional ou amadora (FIFA, 2006). Ele é
praticado com 2 times de 11 jogadores cada, em terreno coberto por grama com tamanho
permitido de 90 a 120 metros de comprimento e de 45 a 90 metros de largura. Divide- se em 2
tempos de 45 minutos, com 15 minutos de intervalo entre eles (FIFA, 2010).
2.2 Exigências Físicas no Futebol
Análises cinemáticas, realizadas com jogadores de elite, mostram que em média eles
percorrem por jogo entre 10 e 12 km e a velocidade de deslocamento durante um jogo varia
entre andar e realizar sprints com velocidades acima de 23 km/h (BRADLEY et al., 2009; DI
SALVO et al., 2006).
Bradley et al. (2009) analisaram a distância percorrida em diferentes zonas de
velocidade através de análises cinemáticas realizadas em jogos de elite da Liga Inglesa de
futebol. A média da distância percorrida durante os jogos foi de 10.714 metros, sendo que
atividades de baixa intensidade representaram 85,4% do tempo total e atividades de alta
intensidade representaram 9%. Em contrapartida, Di Salvo et al. (2006) encontraram em 20
jogos de futebol da Liga Espanhola e 10 jogos da Champions League uma média maior de
deslocamento no jogo, sendo ela de 11.393 metros. Ainda nesses estudos, foram observadas
diferenças no total percorrido de acordo com cada posicionamento em campo e que o nível e
o estilo de jogo influenciam na distância e nas velocidades de deslocamento (BRADLEY et
al., 2009; DI SALVO et al., 2006).
Em uma partida de futebol o percentual médio do VO2máx., estimado pela FC,
corresponde a aproximadamente 70% do VO2máx., sugerindo uma elevada produção de energia
através do metabolismo aeróbio (BANGSBO; MOHR; KRUSTRUP, 2006). Durante o jogo
são exigidos cerca de 150 a 250 ações intensas (BANGSBO; LINDQUIST, 1992;
BANGSBO, 1994; STOLEN et al., 2005; MOHR; KRUSTRUP; BANGSBO, 2003) e os
5
valores de [La] sanguíneo encontrados foram de 6-12 mmol.1-1
(BANGSBO;
NORREGAARD; THORSOE, 1991; EKBLOM, 1986) indicando a utilização de energia
anaeróbia (KRUSTRUP et al., 2006). Por isso, o futebol é descrito como uma modalidade
intermitente e acíclica (EKBLOM, 1986), produzindo uma alta exigência metabólica,
demandando do jogador habilidades de realizar atividades que alternem características
aeróbias e anaeróbias (STOLEN et al., 2005; IAIA; RAMPININI; BANGSBO, 2009).
Assim, por esse esporte apresentar características aeróbias, estudos demonstram que o
VO2máx. possui uma alta correlação com a classificação do time no campeonato disputado
(BANGSBO; LINDQUIST, 1992; WISLOFF; HELGERUD; HOFF, 1998; STOLEN et al.,
2005; HELGERUD et al., 2001). Dessa forma, a melhora no VO2máx. representa um aumento
na distância total percorrida, na participação em jogadas envolvendo a bola e no número de
sprints durante o jogo (HELGERUD et al., 2001; HOFF et al., 2002; CHAMARI et al., 2003).
De acordo com Bangsbo (1994) não só o VO2máx. é importante, uma vez que seu estudo
mostrou que os valores de VO2máx. aumentaram durante as 7 semanas de pré-temporada e
mantiveram-se constantes durante o campeonato, porém foram encontrados diferenças no
limiar anaeróbio, ou seja, os jogadores atingiram maiores velocidades em teste físico para a
mesma concentração de lactato. Por isso, para a prática desse esporte é necessário ter um alto
limiar anaeróbio para permitir a realização de maiores intensidades de esforço com menor
acúmulo de lactato. Durante o jogo, portanto, são exigidas as capacidades de realizar
atividades intermitentes por um longo período de tempo, a realização de atividades de alta
intensidade, além da realização de vários sprints (BANGSBO, 1994).
Logo, os resultados apresentados demonstram que a associação de um alto VO2máx. e
um alto limiar anaeróbio é essencial para um bom desempenho físico nas partidas de futebol
confirmando que a aptidão aeróbia exerce grande influência no desempenho de uma equipe de
futebol.
2.3 Treinamento no Futebol
O treinamento esportivo deve ser específico e prescrito de acordo com a demanda
energética exigida pelo jogo. Bangsbo, Mohr e Krustrup (2006) sugerem que durante o jogo
de futebol na maior parte do tempo ocorre a utilização de energia aeróbia. Portanto, a
capacidade de realizar exercícios intensos durante um longo período deve ser treinada através
de treinos aeróbios. Durante o jogo, ainda são exigidos várias atividades de intensidade
6
máxima ou submáxima (MOHR; KRUSTRUP; BANGSBO, 2003), na qual ocorre uma
diminuição no ATP, fosfocreatina e pH muscular, ativando a glicólise anaeróbia, mas com
uma elevada participação do metabolismo aeróbio (FERRARI BRAVO et al., 2008;
KRUSTRUP et al., 2006). Por isso, deve ser treinada também a capacidade de realizar
atividades submáximas por repetidas vezes (IAIA; RAMPININI; BANGSBO, 2009).
No treinamento geral, para aumentar a capacidade aeróbia e o VO2máx., podem ser
utilizadas duas formas de treinamento: o treinamento contínuo e o treinamento intervalado
(WEINECK, 2000). O treinamento contínuo consiste em treinar com poucas variações de
intensidades geralmente próximas ao limiar anaeróbio. Já o treinamento intervalado alterna
exercícios de intensidades altas, ultrapassando o limiar anaeróbio, com recuperação passiva
ou ativa (WEINECK, 2000). Sendo o futebol um esporte com características intermitentes e
acíclicas (EKBLOM, 1986) é possível dizer que a forma mais específica de treinamento
aeróbio no futebol é o treinamento intervalado.
O treino intervalado pode ser prescrito de várias formas, modificando no exercício o
tempo, a intensidade e a quantidade de séries, e na recuperação é possível modificar o tempo
e, ainda, prescrever recuperação ativa ou passiva. Alguns estudos seguem como referência
Helgerud et al. (2001) na prescrição do treino intervalado, tendo como protocolo 4 séries de 4
minutos de corrida entre 90% a 95% da FCmáx., com 3 minutos de intervalo. Esse tipo de
treinamento promove aumento no VO2máx. (IAIA; RAMPININI; BANGSBO, 2009;
FERRARI BRAVO et al., 2008; HELGERUD et al., 2001; IMPELLIZZERI et al., 2006;
SPORIS; RUZIC; LEKO, 2008), aumento do limiar aeróbio (HELGERUD et al., 2001;
IMPELLIZZERI et al., 2006) e pico de lactato (SPORIS; RUZIC; LEKO, 2008), aumentando
a desempenho em testes físicos.
Como dito, a capacidade de realizar várias vezes atividades máximas ou submáximas é
importante para um bom desempenho no futebol, sendo importante treiná-la. Essa capacidade
é treinada através de atividades com intensidades máximas, realizadas repetidas vezes, como
no modelo realizado no estudo de Ferrari Bravo et al. (2008) prescrevendo 3 séries de 6
sprints máximos de 40 m com 20 s de pausa entre sprints e 3 minutos de intervalo entre as
séries. O treino de 8 semanas promoveu melhora no VO2máx., além de melhora de desempenho
nos testes Yo-Yo IR1 e habilidade de sprints repetidos. Estudos realizando o treinamento de
sprints repetidos são escassos, mas todos os resultados encontrados demonstram melhora nas
variáveis importantes para o desempenho em indicadores que são importantes para o futebol
(DUPONT; AKAKPO; BERTHOIN, 2004; HILL-HAAS et al., 2009c; FERRARI BRAVO et
al., 2008).
7
Desta maneira, treinos específicos que aprimorem o VO2máx. e o limiar de lactato são
essenciais para melhorar o desempenho durante o jogo (HELGERUD et al., 2001). Mas não
só os aspectos físicos influenciam nesse desempenho, sendo necessário o treino dos aspectos
táticos, técnicos e psicológicos. Assim sendo, e devido ao tempo reduzido para os treinos com
o calendário esportivo do futebol, a forma de treinamento mais amplamente utilizada é o JCR,
pois reproduz situações semelhantes às de jogo (HILL-HAAS et al., 2011).
2.4 Jogos em Campo Reduzido
JCR são formas modificadas de jogar o futebol. São jogos disputados em áreas de
campo reduzido, muitas vezes utilizando regras adaptadas e envolvendo um número menor de
jogadores em relação ao jogo de futebol tradicional (HILL-HAAS et al. 2011). A princípio, os
JCR eram utilizados para o ensino técnico e tático de jogadores iniciantes (HILL-HAAS et al.
2011), pois além de ser uma forma de treinamento específico, proporciona durante o treino
maiores oportunidades de o jogador estar com a bola, driblando, chutando, passando e
recebendo (REILLY; WHITE, 2004; RAMPININI et al., 2007), oferecendo situações que
poderão ser vivenciadas durante o jogo real (MALLO; NAVARRO, 2008).
Além de melhorias técnicas e táticas, estudos analisaram os efeitos dos JCR nas
variáveis fisiológicas utilizadas para mensurar a intensidade do treino, comparando diferentes
formas de aplicação desse jogo, o efeito do treinamento sobre as aptidões físicas específicas e
seu potencial de reproduzir exigências comparadas ao jogo real.
Os estímulos fisiológicos produzidos pelos JCR dependem das variáveis aplicadas.
Estudos analisaram a manipulação dessas variáveis comparando as respostas fisiológicas de
acordo com o tamanho do campo (KELLY; DRUST, 2009; RAMPININI et al., 2007;
AROSO; REBELO; GOMES-PEREIRA, 2004; OWEN; TWIST; FORD, 2004; WILLIAMS;
OWEN, 2007; HILL-HAAS, 2009a; DELLAL et al., 2008), número de jogadores (OWEN;
TWIST; FORD, 2004; WILLIAMS; OWEN, 2007; RAMPININI et al., 2007; DUARTE et
al., 2009), mudança nas regras (AROSO; REBELO; GOMES-PEREIRA, 2004; SASSI;
REILLY; IMPELLIZZERI, 2004; SAMPAIO et al., 2007; MALLO; NAVARRO, 2008;
HILL-HASS et al., 2010), presença de goleiro (MALLO; NAVARRO, 2008; DELLAL et al.,
2008), estímulo técnico (RAMPININI et al., 2007) e tempo de jogo (HILL-HAAS et al.,
2009b), concluindo que essas podem influenciar nas respostas fisiológicas causadas pelos
JCR.
8
Rampinini et al. (2007) avaliou a influência de diferentes tamanhos de campo nas
variáveis fisiológicas FC, concentração de lactato ( [La] ) e na PSE. Foram realizados jogos
com diferentes números de jogadores e tamanhos de campos: pequeno, médio e grande, e os
resultados obtidos revelaram que a [La] e a FC apresentaram valores mais altos em campos de
tamanho grande comparados aos campos médio e pequeno, não havendo diferença entre estes.
A PSE não apresentou diferença quando comparados campos médio e grande, mas os
resultados foram maiores quando comparados ao campo pequeno.
Além do estudo de Rampinini et al. (2007), outros também encontraram variação
estatisticamente significantes da FC quando realizadas alteração do tamanho do campo,
concluindo que campos maiores causam maiores impactos na FC (AROSO; REBELO;
GOMES-PEREIRA, 2004; OWEN; TWIST; FORD, 2004; WILLIAMS; OWEN, 2007;
HILL-HAAS, 2009d; DELLAL et al., 2008).
Rampinini et al. (2007) ainda analisaram a influência do número de jogadores na FC,
[La] e PSE. Foram realizados jogos de 3x3, 4x4, 5x5 e 6x6 jogadores. Os resultados obtidos
revelaram que em todos marcadores de respostas fisiológicas os jogos de 3x3 jogadores são
mais intensos que 4x4 e 5x5, sendo estes últimos mais intensos que o 6x6. Além do estudo de
Rampinini et al. (2007), outros estudos corroboraram com o resultado de que quanto menor o
número de jogadores, maior será os resultados de FC, [La] e PSE (HILL-HAAS et al., 2009;
OWEN; TWIST; FORD, 2004; WILLIAMS; OWEN, 2007; DUARTE et al., 2009).
Owen, Twist e Ford (2004) analisaram a variável fisiológica FC com diferentes
números de jogadores em diferentes tamanhos de campos. Quando o tamanho do campo
manteve-se e o número de jogadores aumentou, houve um decréscimo na FC e
conseqüentemente na intensidade do jogo. Por exemplo, jogos de 2x2 apresentam uma média
maior de FC quando comparado a jogos de 3x3, que também apresenta uma média maior
quando comparado a jogos de 4x4 em campo de tamanho 20x25 metros.
A maioria dos autores encontraram diferenças nas respostas fisiológicas obtidas pela
variação do número de jogadores, mas não observaram a variação do tamanho de campo que,
muitas vezes, são obtidas arbitrariamente. Hill- Hass et al. (2009d) estudou as modificações
nas variáveis fisiológicas - FC, [La] e PSE - ocorridas pela variação no número de jogadores,
mantendo o valor de área por jogador em 150 m2. Nesse estudo, os resultados de FC, [La] e
PSE foram maiores para 2x2 quando comparado a jogos de 4x4, sendo que nesses formatos os
valores das variáveis foram maiores que 6x6. A partir desses dados, concluiu-se que JCR com
menos jogadores proporcionam maiores aumentos nas variáveis fisiológicas, mesmo quando a
área por jogador é mantida.
9
Algumas mudanças nas regras, comumente utilizadas para melhora de alguns
componentes técnicos e táticos, também podem influenciar nas variáveis de treino. Assim,
jogos com número máximo de toques na bola (AROSO; REBELO; GOMES-PEREIRA,
2004, SASSI; REILLY; IMPELLIZZERI, 2004, SAMPAIO; GARCIA; MACAS, 2007),
diferença no número de jogadores (MALLO; NAVARRO, 2008), diferentes objetivos
(MALLO; NAVARRO, 2008) e algumas mudanças de regras combinadas (HILL-HASS et
al., 2010) influenciam na intensidade de treino.
Mallo e Navarro (2008) verificaram que quando não foi utilizado goleiros e sendo o
objetivo manter a posse de bola, não houve diferença na distância percorrida e na média de
FC entre duas variações de regras, porém observaram um aumento da FC e da distância
percorrida quando comparado a JCR com goleiros e mantendo as regras usuais. Nesse sentido,
jogos de futebol com e sem goleiros estudados por Mallo e Navarro (2008) confirmam os
resultados obtidos por Sassi, Reilly e Impellizzeri (2004): jogos sem goleiros e com o objetivo
de manter a posse de bola apresentavam maiores valores de FC quando comparado com jogos
com goleiros.
Quando Dellal et al. (2008) compararam jogos de 8 jogadores contra 8, com e sem
goleiros, concluiram que jogos sem goleiros são menos intensos produzindo menos
incremento da FC. Os resultados obtidos podem ser contestados, isso devido à diferença no
tempo de jogo/pausa aplicado (8x8- 4x4 min./3 min. de pausa, 8x8+G- 2x10min./5 min. de
pausa) (HILL-HASS et al., 2009b; BALSOM et al., 1999; Fanchini et al., 2010).
Alguns estudos verificaram que existe influência do tempo de jogo/pausa nas
variáveis. Hill-Haas et al. (2009b) compararam o treino em dois diferentes regimes: o
intervalado (4x6min./1,5 min. de pausa) e o contínuo (24 minutos de jogo sem pausa) e
observaram que os jogadores percorriam uma maior distância em velocidades maiores que 13
km/h, além de uma diferença significativa no número de sprints para o jogo intervalado.
Apesar das diferenças de velocidades, foram encontrados maiores valores de FC e PSE para
jogos contínuos, não ocorrendo diferenças na [La]. Os resultados de FC menores nos jogos
intervalados podem ser explicados pelo decréscimo da FC durante a pausa, iniciando o
próximo jogo com FC reduzida o que pode ter influenciado em seu comportamento. Fanchini
et al. (2010), não encontraram diferenças na FC e PSE para jogos com diferentes intervalos.
Outro fator que pode influenciar na intensidade do treinamento é o estímulo técnico.
Estudos relatam a influência do estímulo externo na aderência ao treinamento, aumentando a
intensidade de treino e melhorando o desempenho (FANCHINI et al., 2010; MAZZETI et al.,
2000; RAMPININI et al., 2007). Rampinini et al. (2007) analisaram os JCR com e sem
10
estímulo técnico e demonstraram que esse fator influencia na intensidade de treino,
aumentando a FC, [La] e PSE, concluindo que o estímulo técnico aumenta a intensidade do
JCR.
2.5 Treino com Jogos em Campo Reduzido
Estudos com JCR inicialmente foram realizados a fim de entender o comportamento
de algumas variáveis fisiológicas e/ou comportamentais com diferentes manipulações desses
jogos buscando entender essas variações criando a possibilidade da prescrição de treinamento
com vários objetivos diferentes. Diferentes respostas fisiológicas são atingidas com mudanças
no modelo de JCR, baseados nisso, estudos buscaram verificar as respostas fisiológicas e a
melhora no desempenho comparado ao treino intervalado (DELLAL et al., 2008;
IMPELLIZZERI et al., 2006; ATHANASIOS; ELEFTHERIOS, 2009; HILL-HASS et al.,
2009c).
A comparação entre respostas da FC de diferentes modelos de treinamento intervalado
com diferentes modelos de JCR mostrou que jogos de 2x2 e 8x8 induzem aumento da FC
permanecendo em média a aproximadamente 80% FC de reserva, sendo próximas as
encontradas nos treinamentos intervalados prescritos no estudo (DELLAL et al., 2008).
Outros estudos também encontraram valores de média de FC no treino de JCR semelhantes
aos valores encontrados no treino intervalado (IMPELLIZZERI et al., 2006; HILL-HASS et
al., 2009c) demonstrando que alguns modelos de JCR promovem respostas fisiológicas
agudas análogas ao treinamento intervalado.
Estudos longitudinais analisaram o efeito do treinamento de JCR comparado com
treinamento intervalado no desempenho aeróbio, analisando o VO2máx. e o desempenho em
testes físicos específicos (IMPELLIZZERI et al., 2006; HILL-HASS et al., 2009c).
Impellizzeri et al. (2006) e Hill-Hass et al. (2009c) encontraram resultados parecidos de
aumento de VO2máx. e melhora nos testes para os dois tipos de treinamentos, mostrando que os
treinamentos com JCR podem substituir algumas formas de treinos intervalados.
11
2.6 Teste de desempenho físico específico
Para resultados fidedignos, os testes aplicados em atletas devem ser o mais próximo
possível das exigências físicas da sua modalidade. Como dito, o futebol apresenta
características aeróbias, que são expressas em esforços intermitentes de alta intensidade, além
disso, a capacidade de realizar sprints repetidos também é importante no futebol. Pensando
nisso, os testes Yo-Yo IR1 e RSA são considerados específicos para medir o desempenho no
futebol.
No teste Yo-Yo IR1 foram encontradas correlação de r = 0,81 dos resultados do teste
com a distância percorrida em alta intensidade durante jogos de futebol (KRUSTRUP et al.,
2006). Krustrup et al.(2003) encontraram uma correlação de r = 0,71 com resultados obtidos
nos testes e a distância percorrida em alta intensidade e uma correlação de r = 0,58 quando
correlacionado a distância total percorrida durante um jogo de futebol, sugerindo que
jogadores com melhores resultados nesse teste percorrem maiores distâncias permanecendo
um tempo maior em atividades de alta intensidade durante um jogo de futebol.
O RSA mostra boa validade com índices RSA médio, sendo altamente
correlacionadacom a distância percorrida em alta intensidade em jogos de futebol (r = -0,69)
(RAMPININI et al., 2007) o teste ainda foi capaz de discriminar jogadores amadores de
jogadores de elite e a performance de jogadores em diferentes posições (AZIZ et al., 2008).
12
3 MÉTODOS
3.1 Caracterização do Estudo
Esta pesquisa caracteriza-se por um estudo transversal, descritivo correlacional.
3.2 Amostra
A amostra foi composta por 14 jogadores de futebol do sexo masculino de categoria sub
15 (14,4 ± 0,5 anos; 1,66 ± 0,07 m; 56,2 ± 7,0 kg; e IMC 20,3 ± 1,4 kg/m2) da equipe de
futebol Junior Team, situada em Londrina-PR. Fizeram parte da amostra os jogadores que
estavam treinando efetivamente em sua equipe.
Os atletas receberam informações verbais e escritas sobre os procedimentos a serem
efetuados. O estudo faz parte de um projeto maior que tem como título: Padrões de
movimentos e respostas fisiológicas em diferentes formatos de jogos em campo reduzido. Os
participantes entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE I)
assinado pelos seus responsáveis. O projeto do estudo foi aprovado pelo o Comitê de Ética e
Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina (CEP-UEL).
3.3 Local
As coletas foram realizadas na cidade de Londrina/PR na Universidade Estadual de
Londrina.
3.4 Instrumentos e Tarefa
Para medidas das variáveis foram utilizados como materiais:
Para calcular o tempo de teste RSA, utilizou-se um sistema de células fotoelétricas,
marca Multisprint, Hidrofit, Brasil;
Para análise de deslocamento foi utilizado um dispositivo de GPS (SPI Elite; GPSsports
Systems, Camberra, Australian Capital Territory, Austrália), com peso de 80 g, dimensões 91
13
x 45 x 21 mm. A frequência de amostragem do equipamento é de 15 HZ.
3.5 Procedimentos Experimentais
Os atletas foram submetidos aos testes físicos Yo-Yo IR1 e RSA. Posteriormente, foi
realizado JCR no formato 7x7+goleiro.
No desenvolvimento dos protocolos foram seguidos os procedimentos:
Antes do início de cada protocolo, os atletas realizaram um aquecimento prescrito
pelo preparador físico da equipe;
Antes do início dos JCR um aparelho GPS da marca (SPI Elite; GPSsports Systems,
Camberra, Australian Capital Territory, Austrália) foi acoplado junto a um colete na região
dorsal dos atletas;
Todos os protocolos tiveram estímulo técnico ativo.
3.5.1 Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1 (Yo-Yo IR1)
O teste Yo-Yo IR1 tem como objetivo medir o VO2máx. através de uma medida indireta,
tendo como resultado a distância percorrida durante o teste, apresentando elevada
reprodutibilidade, com o coeficiente de correlação intraclasse de 0,98 (P < 0,0001) e
coeficiente de variação de 3,5% (KRUSTRUP, 2003).
O protocolo do teste Yo-Yo IR1 consiste na realização de corridas “vai e vem” por uma
distância de 20 m, realizadas com aumento de velocidade em estágios determinados, com 10
segundos de recuperação ativa entre as corridas. Para isso, foi demarcado com cones de
sinalização o trajeto a ser percorrido, bem como a área destinada à recuperação ativa. A
velocidade foi controlada por sinal sonoro. O teste terminou com a exaustão voluntária ou
quando o participante não alcançou por duas vezes, no mesmo estágio, as marcações (cone na
extremidade inicial dos 20 m). A distância total percorrida durante o teste foi considerada para
a análise do desempenho (BANGSBO, 1996).
14
Tabela 1 – Protocolo de incremento de velocidade no YYIRTL1.
Estágio Velocidade (km.h-1
) Sessões de corrida Distância (m) Distância acumulada (m)
1 10 1 40 40
2 12 1 40 80
3 13 2 80 160
4 13,5 3 120 280
5 14 4 160 440
6 14,5 8 320 760
7 15 8 320 1080
8 15,5 8 320 1400
9 16 8 320 1720
10 16,5 8 320 2040
11 17 8 320 2360
12 17,5 8 320 2680
13 18 8 320 3000
14 18,5 8 320 3320
15 19 8 320 3640
3.5.2 Repeated Sprint Ability (RSA)
O teste consiste na habilidade de realizar sprints repetidos 6x40 m (20 + 20 m com uma
mudança de direção de 180°) separados por 20 segundos de recuperação passiva
(RAMPININI et al., 2007; IMPELLIZZERI et al., 2008). O atleta inicia meio metro atrás da
linha de partida, a qual foi marcada por uma fotocélula (Multisprint, Hidrofit, Brasil). Antes
de começar, os atletas foram instruídos a correr o mais rápido possível para o final, que foi
marcado por dois cones à 20 metros do início, em seguida, executaram uma mudança rápida
na direção (180°) e correram na direção da linha de partida.
Após cada sprint, os atletas desaceleraram e foram até a linha de partida em prontidão
para o sprint seguinte. Cinco segundos antes do próximo sprint, os atletas assumiram a
posição inicial e uma contagem regressiva de 3 segundos foi fornecida para iniciar o próximo
sprint. O tempo do melhor (RSAbest) e o tempo médio de sprint (RSAmean) foram registrados
como os índices de desempenho. O percentual de decréscimo por sprint (RSAdecrement) foi
calculado de acordo com a seguinte equação proposta por Spencer et al. (2005):
100 - (tempo total / tempo ideal × 100)
Tempo ideal = 6 x RSAbest
15
O coeficiente de variação associado a RSAmean, RSAbest e RSAdecrement foi calculado,
respectivamente, como 0,8, 1,3 e 30,2% (IMPELLIZZERI et al. 2008).
3.5.3 Jogos em Campo Reduzido
Foi aplicado um modelo de JCR de 7x7 + goleiro. As dimensões do campo foram
relativas a uma área de aproximadamente 100 m2
por jogador, 32 x 42 metros. O jogo
apresentou 4 séries de 4 minutos de duração com 3 minutos de recuperação passiva e as regras
relativas ao jogo de futebol convencional foram mantidas.
O jogo de 7x7 utilizou gol com tamanho oficial de 7,32 x 2,44 metros, com adição do
goleiro. Foram disponibilizadas bolas extras que ficaram em volta de todo campo, para que
quando houvesse necessidade, a reposição de bola fosse feita o mais rápido possível. Além
disso, o técnico escolheu os jogadores que participaram de cada equipe e o mesmo foi
instruído a formar equipes com um nível técnico equilibrado.
3.5.4 Padrão de Deslocamento
O equipamento GPS foi fixado na região dorsal dos atletas, dentro de uma bolsa que
estava acoplada a um colete contendo o dispositivo de marca SPI Elite; GPSsports Systems,
Camberra, Australian Capital Territory, Austrália, com peso 80 g, dimensões 91 x 45 x 21
mm. O GPS foi ligado 5 minutos antes do início dos JCR e imediatamente após o término de
cada jogo foi desligado. Foram coletados os dados referentes aos padrões de deslocamento
obtendo as distâncias percorridas nas zonas de velocidade de 0 - 0,4 km/h (parado), 0,5 - 4
km/h (andando), 4,1 - 9 km/h (trotando), 9,1 - 13 km/h (correndo em baixa intensidade), 13,1
- 18 km/h (correndo em alta intensidade - ZD5) e > 18 km/h (sprint - ZD6). A soma de ZD5 e
ZD6 corresponde à intensidade > 13 km/h (HIt). A frequência de amostragem do equipamento
é de 15 Hz. Os dados extraídos do GPS foram transferidos para um computador onde foram
analisados com a utilização do software (GPSports, V 1.2).
16
3.6 Variáveis de Estudo
As variáveis independentes do estudo foram os testes Yo-Yo IR1 e RSA. As variáveis
dependentes do estudo foram as distâncias percorridas em alta intensidade e em sprint durante
o JCR 7x7+goleiro.
3.7 Análise Estatística
Para analisar a distribuição dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk. Constatando
que os dados não apresentaram distribuição normal foi utilizado a análise de correlação de
Spearman.
O nível de significância adotado foi P < 0,05 e a análise foi realizada no software SPSS
17.0 for Windows.
17
4 RESULTADOS
Os resultado de desempenho no teste Yo-Yo teve média de 1091,43 m (±187,90 m).
Os resultados de desempenho no teste RSA foram, RSAbest de 7,349s (±0,283s), RSAmean
7,681s (±0,261) RSAdecrement -4,557% (±1,537).
Fazendo a relação entre os resultados dos testes de desempenho físico e os resultados
de distâncias percorridas durante os JCR nas ZD5, ZD6 e HIt, não foram observados
resultados significativos de correlação para P < 0,05.
Os resultados de correlação entre o Yo-Yo IR1 e as distâncias percorridas nas zonas
analisadas estão apresentados na Figura 1. A correlação entre o Yo-Yo IR1 e ZD5 foi de ρ =
0,121 (P = 0,679) (Figura 1A), a correlação do teste ao ZD6 foi de ρ = -0,107 (P = 0,715)
(Figura 1B) e, ainda, o teste correlacionado com HIt foi de ρ = 0,139 (P = 0,635) (Figura
1C).
Na análise das correlações entre RSAbest com as zonas de intensidade ZD5, ZD6 e HIt
foram apresentados resultados de ρ = -0,235 (P = 0,418) (Figura 2A), ρ = -0,176 (P = 0,347)
(Figura 2B) e ρ = -0,308 ( P= 0,284) (Figura 2C), respectivamente (Figura 2).
Os resultados de RSAmean correlacionados com a distância percorrida no ZD5, ZD6 e
HIt foram de ρ = -0,046 (P = 0,876) (Figura 3A), ρ = -0,097 (P = 0,742) (Figura 3B), ρ = -
0,088 (P = 0,765) (Figura 3C), respectivamente (Figura 3).
Os resultados do RSAdecrement correlacionado a ZD5 (Figura 4) apresentou valor de ρ = -
0,367 (P = 0,197) (Figura 4A), a correlação do teste ao ZD6 foi de ρ = 0,108 (P = 0,714)
(Figura 4B) e o teste correlacionado ao HIt teve resultado de ρ = -0,396 (P = 0,161) (Figura
4C).
18
Figura 1. Resultados de correlação entre o Yo-Yo IR1 e as distâncias percorridas nas zonas
ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de significância P < 0,05.
A)
ZD5 - ρ = 0,121
P = 0,679
B)
ZD6 - ρ = - 0,107
P = 0,715
C)
HIt - ρ = 0,139
P = 0,635
19
Figura 2. Resultados de correlação entre o RSAbest e as distâncias percorridas nas zonas ZD5
(A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de significância P < 0,05.
A)
ZD5 - ρ = - 0,235
P = 0,418
B)
ZD6 - ρ = - 0,176
P = 0,347
C)
HIt - ρ = - 0,308
P = 0,284
20
Figura 3. Resultados de correlação entre o RSAmean e as distâncias percorridas nas zonas
ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de significância P < 0,05.
C)
B)
A)
ZD5 - ρ = - 0,046
P = 0,876
ZD6 - ρ = - 0,097
P = 0,742
HIt - ρ = - 0,088
P = 0,765
21
Figura 4. Resultados de correlação entre o RSAdecrement e as distâncias percorridas nas
zonas ZD5 (A), ZD6 (B) e HIt (C). Nível de significância P < 0,05.
C)
B)
A)
ZD5 - ρ = - 0,367
P = 0,197
ZD6 - ρ = 0,108
P = 0,714
HIt - ρ = - 0,396
P = 0,161
22
5 DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivo verificar a correlação entre a distância
percorrida em alta intensidade (> 13,1 km/h - HIt), a distância percorrida na faixa de
velocidade de 13,1- 18 km/h (ZD5) e a distância percorrida acima de 18,1 km/h (ZD6), em
um modelo de Jogo em Campo Reduzido de futebol 7x7+goleiro aos resultados dos testes de
desempenho Yo-Yo IR1 e RSA avaliando se os jogadores que apresentarem melhor
desempenho durante os testes executam mais corridas em alta intensidade durante o JCR.
De acordo com a revisão da literatura realizada, este é o primeiro trabalho que
objetivou correlacionar o resultado nos testes físicos específicos Yo-Yo IR1 e RSA com a
distância percorrida em alta intensidade durante uma sessão de treinamento utilizando JCR.
Os resultados obtidos demonstraram que não houve correlação entre a distância
percorrida nas zonas ZD5, ZD6 e HIt durante uma sessão de JCR 7x7 + goleiro com o
desempenho alcançado durante os testes Yo-Yo IR1 e RSA.
Portando não corroboram com a maioria dos trabalhos encontrados na literatura. Em
geral, estes estudos demonstraram uma correlação existente entre as ações de alta intensidade
durante jogos reais com o teste Yo-Yo IR1. Krustrup et al. (2003) analisaram atletas
profissionais com idade entre 22-32 anos, demonstraram correlações entre o desempenho
durante o teste Yo-Yo IR1 e as distâncias percorridas durante 18 jogos da liga nacional. As
correlações encontradas foram de r = 0,71 (P < 0,05) para a distância total percorrida >15
km/h e de r = 0,58 (P < 0,05) para a distância total percorrida durante os jogos. No mesmo
sentido, Castagna et al. (2009) demonstraram que em atletas jovens, com média de idade
semelhante a do presente estudo (14,4 ± 0,5 anos), uma correlação entre o teste Yo-Yo IR1
com a distância total (r = 0,65; P = 0,002) e com a distância percorrida em alta intensidade (r
= 0,77; P < 0,001) durante jogos oficiais.
Além disso, Buchheit et al. (2010) correlacionaram a velocidade máxima atingida em
um teste incremental com a distância percorrida em alta intensidade (>16km/h) durante jogos
de futebol com jovens de alto nível competitivo entre 13-18 anos e encontraram uma
correlação moderada (r = 0,41) entre as variáveis. No mesmo estudo, os autores,
correlacionaram os resultados separando os jovens por posicionamento em campo. Após
divisão dos jogadores por posição, somente para o grupo dos atacantes a correlação entre a
velocidade alcançada durante o teste incremental e a distância percorrida em alta intensidade
foi significante (r = 0,70). No entanto, para o grupo dos zagueiros e meio campistas a
correlação significante não foi encontrada, sendo este o único resultado que confirma os
23
resultados do presente trabalho. Porém, o teste de desempenho utilizado por Buchheit et al.
(2010) não é o mais específico para verificar o desempenho físico em atletas de futebol.
Ainda, como observado nos estudos de Gabbett et al. (2008), Allen et al. (1998) e
Capranica et al. (2001) algumas formas de JCR são capazes de reproduzir intensidades
semelhantes de jogos reais. Capranica et al. (2001) relatam que jogos de 7x7 produzem
respostas fisiológicas e demanda de movimento semelhantes aos jogos de 11x11. Observa-se
também uma correlação entre a distância percorrida em alta intensidade durante um jogo e o
teste Yo-Yo IR1 e portanto, esperava-se uma correlação semelhante quando comparados as
demandas de movimento de um JCR 7x7+goleiro aos resultados do teste Yo-Yo IR1. Como
esta não foi estabelecida, JCR no formato 7x7+goleiro pode não ser uma forma eficiente de
treinamento para jogadores com diferentes níveis de desempenho físico. Nesse sentido, Hill-
Hass et al. (2011) sugerem que jogadores com melhor capacidade física e nível de habilidade
não receberão estímulos suficientes devido as limitações da natureza intermitente do JCR.
Com relação ao teste de RSA, é escassa a quantidade de estudos que correlacionaram
o desempenho durante o teste com o padrão de deslocamento durante jogos de futebol. A
capacidade de realizar sprints repetidos é um importante aspecto físico específico ao futebol e
possui caráter discriminante do nível da equipe (RAMPININI et al., 2009). Rampinini et al.
(2007) encontraram correlação entre os resultados de RSAmean com a distância percorrida >
19.8km/h e > 25.2km/h com r = -0,60 e r = -0,65 (P < 0,01), respectivamente. Para RSAbest e
RSAdecrement não foi demonstrada nenhuma correlação. Buchheit et al. (2010) observaram que
em jovens atletas de futebol há uma correlação moderada entre a distância percorrida em alta
intensidade e o RSAmean, mas quando analisadas as diferentes posições, observaram apenas
correlação do RSAmean com a distância percorrida em alta intensidade e de sprints para o
grupo dos atacantes. Dessa forma, não foram encontradas as mesmas correlações nos outros
grupos de posições corroborando, mais uma vez, os resultados do presente estudo.
Ainda, deve-se levar em conta as possíveis limitações do estudo. As análises foram
feitas com base no deslocamento apresentado em apenas um JCR, diferente de outros estudos
que observaram o deslocamento em vários jogos de futebol. Juntamente com a falta de
expêriencia ao modelo proposto, observou-se, empiricamente, que os atletas durante o jogo
não distribuíam-se pelo campo, permanecendo sempre próximos à bola, dificultando, assim, o
desenvolvimento do jogo. Além disso, esse fato pode ser explicado, também, pela área por
jogador ser menor quando comparada a área encontrada em jogos oficiais. Os JCR possuem
como principal limitação a dificuldade de controlar a intensidade do treino, dependendo
principalmente, da vontade dos atletas.
24
6 CONCLUSÃO
Nessas condições experimentais utilizadas, conclui-se que Jogos em Campo Reduzido
de futebol não distinguem diferentes níveis de desempenho físico pelo padrão de
deslocamento, podendo assim, não estimular de forma eficiente jogadores com diferentes
níveis de desempenho.
Não foram encontrados resultados significativos de correlação entre as distâncias
percorridas nas zonas de velocidade ZD5, ZD6 e HIt, em JCR com o desempenho nos testes.
Os resultados apresentados pelo estudo não foram os esperados inicialmente, porém
devem ser levados em consideração. Este, é o primeiro trabalho a fazer correlação entre
resultados em testes físicos e análise de deslocamento em JCR e, nesse sentido, é necessário a
realização de mais estudos, com utilização de outras amostras, para que, corroborando ou não
os resultados aqui encontrados, forneçam aos profissionais que trabalham com esporte maior
embasamento teórico sobre o treino de Jogos em Campo Reduzido.
25
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APÊNDICE I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Titulo da pesquisa:
“Padrões de movimentos e respostas fisiológicas em diferentes formatos de jogos com
campo reduzido”
Prezado(a) Senhor(a):
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa “Padrões de movimentos e respostas
fisiológicas em diferentes formatos de jogos com campo reduzido”, realizada na
“Universidade Estadual de Londrina – Londrina - PR”. O objetivo da pesquisa é “se uma
modificação em sua regra modificará a intensidade dos jogos e se essa modificação resultará
em um incremento na quantidade de sprints repetidos durante os jogos com campo reduzido
(JCR) e nas respostas fisiológicas ao esforço”. A sua participação é muito importante e ela se
dará da seguinte forma: 1) Realização de três testes físicos (teste incremental em pista, teste
para capacidade em realizar sprints repetidos (RSA) e um teste intermitente para avaliar o
desempenho específico no futebol (Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1 – Yo-Yo
IRT1); 2) Realização de JCR em diferentes modelos e formatos (menos que 11 jogadores por
equipe, e em campo menor do que o oficial) e; 3) Realização de jogos de futebol
convencionais (11 contra 11). Antes e após os testes e os JCR serão coletados 25 µL de
sangue do lóbulo da orelha para quantificar a concentração de lactato sanguíneo [La]. Todos
os procedimentos de JCR e jogo de futebol convencional serão gravados por meio de câmeras,
para posterior análise dos padrões de movimento pelo investigador principal. No entanto,
nenhuma imagem será divulgada, e a gravação será utilizada exclusivamente para determinar
os padrões de movimento durante os JCR e durante os jogos convencionais. Após esse
procedimento, as gravações serão eliminadas para garantir o anonimato dos participantes.
Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, podendo você:
recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer
ônus ou prejuízo à sua pessoa. Informamos ainda que as informações serão utilizadas somente
para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de
modo a preservar a sua identidade.
Os benefícios esperados consistem no levantamento de informações sobre as respostas
fisiológicas a diferentes formatos de jogos com campo reduzido, em comparação com jogos
32
convencionais, para estabelecer sua utilidade como método específico de preparação física,
em concomitância com o aprimoramento técnico-tático. Os riscos para os atletas em relação à
participação no estudo são mínimos. Devido aos testes físicos serem máximos, isso pode gerar
algum desconforto, como dores musculares imediatas ou tardias. Fica evidente pelo presente
termo que submeteremos aos testes e aos jogos somente os atletas que apresentarem exame
médico atestando condições para realização dos esforços de teste e de treinamento.
Informamos que o senhor não pagará nem será remunerado por sua participação. Garantimos,
no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão ressarcidas, quando devidas e
decorrentes especificamente de sua participação na pesquisa.
Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos contatar (Fábio
Yuzo Nakamura, Rua Maria de Lourdes Cardoso de Lima, 162, Residencial Vale do
Arvoredo, CEP 86047-590, fones: 43 3342-3975 ou 43 9123-7856 e e-mail:
[email protected]), ou procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo
Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na Avenida Robert Kock, nº 60, ou no
telefone 33712490. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma
delas, devidamente preenchida e assinada entregue a você.
Londrina, 8 de Julho de 2011.
Pesquisador Responsável
RG: __________________________
_____________________________________, tendo sido devidamente esclarecido sobre os
procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita
acima.
Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________
Assinatura do pai ou responsável (ou impressão dactiloscópica):_________
Data:___________________