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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS LAIS THIEMI YAMANE AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES TÓPICAS CONTENDO EXTRATO ETANÓLICO DE Acmella oleracea (L.) R.K. JANSEN (JAMBU), ASSOCIADO A ÓLEO ESSENCIAL DE Achyrocline satureioides LAM (MACELA) CAMPINAS 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

LAIS THIEMI YAMANE

AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES TÓPICAS CONTENDO EXTRATO ETANÓLICO

DE Acmella oleracea (L.) R.K. JANSEN (JAMBU), ASSOCIADO A ÓLEO

ESSENCIAL DE Achyrocline satureioides LAM (MACELA)

CAMPINAS 2016

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LAIS THIEMI YAMANE

AVALIAÇÃO DE FORMULAÇÕES TÓPICAS CONTENDO EXTRATO ETANÓLICO

DE Acmella oleracea (L.) R.K. JANSEN (JAMBU), ASSOCIADO A ÓLEO

ESSENCIAL DE Achyrocline satureioides LAM (MACELA)

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Ciências na área de concentração em Clínica Médica.

Orientador: Dr. Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA LAIS THIEMI YAMANE E ORIENTADO PELO PROF. DR. RODNEY ALEXANDRE FERREIRA RODRIGUES.

CAMPINAS 2016

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BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

LAIS THIEMI YAMANE

ORIENTADOR: RODNEY ALEXANDRE FERREIRA RODRIGUES

MEMBROS:

1. PROF. DR. RODNEY ALEXANDRE FERREIRA RODRIGUES

2. PROF. DR. SEVERINO MATIAS DE ALENCAR

3. PROFA. DRA. ANDREA APARECIDA DE ARO

Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora

encontram-se no processo de vida acadêmica do aluno.

Data: 29 de abril de 2016

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues, meu orientador, pela dedicação,

paciência, amizade, por ter me dado esta oportunidade e tornar possível a

realização deste trabalho.

Aos meus pais e meu irmão, minha base de quem eu sou hoje. Obrigada por sempre

acreditarem em mim, me apoiarem em minhas decisões e por estarem tão presentes

na minha vida me guiando com sábios conselhos.

Às minhas companheiras de laboratório, Verônica, Ilza, Leila Giarola, Carol Brintrup

e Carol Spindola, que são mais do que colegas, são amigas que sempre me

ajudaram a alcançar meu objetivo.

À Divisão de Farmacologia e Toxicologia do CPQBA pela disponibilidade do

laboratório.

À Divisão de Química Orgânica e Farmacêutica, Dr. Adilson e Dra. Marili que se

dispuseram a melhorar e realizar minhas análises.

À Divisão de Agrotecnologia, Dra. Glyn, Dr. Ílio e Benício.

À Dra. Michelle Jorge e Vanessa pela ajuda e paciência na realização no teste de

cicatrização.

À Prof. Dra. Eneida pela ajuda e por disponibilizar o equipamento de Tail Flick.

Ao Doutorando Luis Anholeto e Dra. Patrícia de Oliveira do Instituto de Biologia da

UNESP – Rio Claro que não mediram esforços para me ajudar na parte

histopatológica do trabalho.

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Às minhas amigas de Faculdade Thaís, Bia, Alissa, Camila e Mará e meus amigos

de Franca Ícaro, Karine, Letti e Pri pela amizade, risadas, conselhos e por estarem

sempre comigo nessa etapa.

Ao Programa de Pós Graduação em Clínica Médica da Faculdade de Ciências

Médicas UNICAMP.

À CAPES como aluna bolsista, FAPESP e FAEPEX pelo auxílio financeiro.

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RESUMO

O mercado de curativos tem crescido significativamente nos últimos 10 anos,

porém há poucos curativos que possuem as propriedades necessárias para

proteção e cura das feridas. Polímeros naturais são de especial interesse devido a

via de regra terem baixa toxicidade, alta absorção e capacidade de intumescimento,

além disso, vários compostos ativos pode ser incorporados nestes polímeros. A

hidroxietilcelulose (HEC) é um polímero solúvel em água, com baixa toxicidade,

formador de filme e derivado da celulose, portanto renovável. É muito utilizada em

vários tipos de curativos por ter propriedade hemostática. A acmella oleracea é uma

planta nativa da região da América do Sul, conhecida como Jambu, é muito utilizada

popularmente para dores de dente, por ter ação anestésica devido a presença do

espilantol. A Achyrocline satureoides também é nativa da América do Sul,

popularmente conhecida como macela, seu composto de interesse é o α-humuleno,

responsável pela ação anti-inflamatória. O objetivo deste trabalho foi associar o

extrato etanólico de Jambu e óleo essencial de macela em um filme polimérico

transdérmico, com ação anestésica e anti-inflamatória para o tratamento de feridas

na pele, em duas concentrações (Filme 10% de extrato de jambu e 1% de óleo

essencial de macela e Filme 15% de extrato de Jambu e 1,5% de óleo essencial de

macela). O extrato etanólico de jambu foi obtido das suas partes aéreas e

posteriormente tratado com carvão ativo para a retirada de pigmentos. O óleo

essencial de macela foi produzido por hidrodestilação de suas inflorescências

frescas. Os filmes foram produzidos pelo método casting, caracterizados

mecanicamente através de um analisador de texturas e avaliados por teste in vitro

de permeação cutânea em célula vertical tipo Franz com epitélio de orelha de porco

e Tape Stripping e testes in vivo de atividade antinociceptiva em camundongos (25-

40g) pelo modelo de remoção de cauda (Tail Flick) e cicatrização em ratos (150-

250g) por úlcera cutânea seguida por sua análise histopatológica. Na caracterização

mecânica, o filme placebo obteve uma maior rigidez que os filmes contendo extratos

e óleo essencial, estes se apresentaram mais maleáveis. No estudo de permeação

cutânea, observou-se pela técnica de Tape Stripping que o espilantol e α-humuleno

ficaram retidos nas camadas da pele. No estudo de cicatrização, as úlceras

cutâneas foram avaliadas por 10 dias, o filme de maior concentração obteve a maior

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porcentagem de redução de ferida 62% (± 12,11), maior síntese de colágeno e

significativo espessamento da epiderme, observados na análise histopatológica. Na

determinação da atividade antinociceptiva, o filme formulado com as maiores

concentrações de ativos, apresentou tempo médio de anestesia de 83,5 min (±

28,53), superior ao controle positivo (EMLA®), um creme anestésico disponível no

mercado. Os resultados demonstraram que os filmes transdérmicos obtidos neste

estudo são promissores como anestésico e anti-inflamatório tópico.

Palavras-chave: Spilanthes oleracea, administração tópica, anestésico, anti-

inflamatório, cicatrização.

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ABSTRACT

The wound dressing market has grown significantly over last10 years,

however fewer dressings have all the required properties for the purpose of wound

protection and healing. Natural polymers are of special interest due to low toxicity,

high absorption and swelling capacities moreover, various active compounds can be

incorporated in these polymers. The hydroxyethylcellulose (HEC) is a renewable

polymer, soluble in water, with low toxicity, film-forming and is widely used in various

types of dressings to have hemostatic property. Acmella oleracea is native to the

South American region, known as jambu, is very popularly used for toothaches, the

anesthetic action is due to the presence of espilantol. The Achyrocline satureoides is

also native in South America, popularly known as macela, your compound of interest

is α-humulene, responsible for the anti-inflammatory action. The objective of this

study was to associate the ethanolic extract of Jambu and macela essential oil in a

transdermal polymeric film with anesthetic and anti-inflammatory action for the

treatment of skin wounds, in two different concentrations (Film 10% jambu extract

and 1% macela essential oil and Film 15% jambu extract and 1,5% macela essential

oil). The ethanolic extract was produced by the aerial parts of jambu and then treated

with activated carbon for the removal of pigments. The macela essential oil was

produced by hydrodistillation from their fresh inflorescences. The films were

characterized using a mechanical texture analyzer and evaluated for in vitro skin

permeation test of vertical Franz cell with pig ear epithelium and Tape Stripping and

in vivo test of anti-nociceptive activity in mice (25-40g) by tail removal model (Tail

Flick) and wound healing ulcer skin in rats (150-250g) followed by their

histopathology analysis. In mechanical characterization, placebo film obtained a

higher rigidity than the film containing extracts and essential oils, these presented

more pliable. In skin permeation study was observed by tape stripping technique that

espilantol and α-humulene were retained in the skin layers. The study of wound

healing, the skin ulcers were evaluated for 10 days, the film with the highest

concentration had the highest percentage of wound reduction of 62% (±12.11),

increased collagen synthesis and significant thickening of the epidermis was

observed in histopathology analysis. In antinociceptive activity assay, the highest

concentration film had an average time of anesthesia of 83.57 (±28.53) minutes,

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higher than the positive control available in the market, EMLA®. The results showed

that the transdermal films are promising as an anesthetic and anti-inflammatory.

Keywords: Spilanthes oleracea, topical administration, anesthetic, anti-

inflammatory, wound healing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Desenho esquemático da pele humana espessa e fina...........................22

Figura 2 – Inflorescências de Macela.........................................................................28

Figura 3 – Estrutura química do α-humuleno.............................................................29

Figura 4 – (A) Protetor solar com extrato de macela, Bottega Verde® (Itália); (B)

Sabonete em barra com extrato de macela, EcoH® (Brasil); (C)

Shampoo, condicionador e creme de tratamento com extrato de macela,

Lowell® (Brasil).......................................................................................31

Figura 5 – Flores de Jambu........................................................................................32

Figura 6 – Estrutura química do espilantol.................................................................34

Figura 7 – Cremes antirrugas contendo extrato de jambu; (A) Anesi® (Espanha); (B)

Burt’s Bees® (Estados Unidos da América); (C) Natura® (Brasil)..........35

Figura 8 – Furador de 17 mm de diâmetro utilizado para cortar os filmes.................38

Figura 9 – (A) Pele de porco sendo dermatomizada; (B) dermatômetro....................41

Figura 10 – Célula de difusão vertical do tipo Franz; (A) Filme em contato com o

estrato córneo do epitélio de orelha de porco; (B) Célula de Franz

montada..................................................................................................42

Figura 11 – Peles fixadas em superfície de isopor com auxílio de alfinetes..............43

Figura 12 – Determinação da atividade antinociceptiva pelo modelo de Tail

Flick.........................................................................................................45

Figura 13 – Cromatografia em camada delgada do extrato de jambu tratado com

carvão ativo a 4% (JC) em comparação ao extrato bruto de Jambu (JB) e

padrão de espilantol (Pd), com destaque para a região contendo o

espilantol. (A) Revelação em 254 nm em câmara ultra violeta; (B)

Revelação em p-anisaldeído...................................................................46

Figura 14 – Cromatografia em camada delgada do óleo essencial de macela (OM)

em comparação ao padrão de α-humuleno (H), com destaque para a

região contendo o α-humuleno. Revelação em p-anisaldeído................47

Figura 15 – Ilustração do filme obtido com quitosana e extrato de Jambu associado a

óleo essencial de Macela, demonstrando que após sua secagem houve

um encolhimento da matriz.....................................................................48

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Figura 16 – Formulação de PVA com extrato de Jambu e óleo essencial de Macela,

o filme permaneceu úmido após 48 horas em estufa.............................48

Figura 17 – Formulação de hidroxietilcelulose com extrato de Jambu e óleo

essencial de Macela................................................................................49

Figura 18 – Filmes cortados em 17 mm de diâmetro; FI - filme com 10% de extrato

de Jambu e 1% óleo essencial de Macela, FII - 15% de extrato de Jambu

e 1,5% de óleo essencial de Macela e FIII - filme placebo (sem adição de

extrato e óleo essencial).........................................................................49

Figura 19 – Cromatograma por CG-EM do padrão analítico comercial do

espilantol.................................................................................................51

Figura 20 – Cromatograma por CG-EM do extrato etanólico de jambu tratado com

4% de carvão ativo, com destaque para o pico do espilantol.................51

Figura 21 – Cromatograma por CG-EM do padrão analítico comercial do α-

humuleno.................................................................................................52

Figura 22 – Cromatograma por CG-EM do óleo essencial de macela, com destaque

para o pico de α-humuleno.....................................................................52

Figura 23 – Cromatograma por CLAE do padrão analítico comercial do

espilantol.................................................................................................53

Figura 24 – Cromatograma por CLAE do extrato etanólico de Jambu tratado com 4%

de carvão ativo, com destaque ao pico de espilantol..............................53

Figura 25 – Curva analítica construída a partir do padrão analítico comercial de

espilantol.................................................................................................54

Figura 26 – Curva analítica construída a partir do padrão analítico comercial de α-

humuleno.................................................................................................54

Figura 27 – Figura 27 – Cromatograma da análise por CG-EM das extrações dos

ativos da epiderme/derme. (1) α-humuleno; (2)

espilantol.................................................................................................56

Figura 28 – Porcentagem de contração de ferida em ratos, tratados com solução

salina, alantoína, filmes FI - filme com 10,0% de extrato de jambu e 1,0%

óleo essencial de macela, FII – 15,0% de extrato de jambu e 1,5% de

óleo essencial de macela e FIII - filme placebo (sem adição de extrato e

óleo essencial). *p<0,05, diferente da solução salina, análise One-way

ANOVA seguido de Tukey......................................................................57

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Figura 29 – (A) tratamento com solução salina, presença de pus e sangue; (B)

tratamento com filme FII, presença de crosta sem

exsudato..................................................................................................57

Figura 30 – Cortes histológicos de pele de rato retirados da área da ferida e corados

com Tricrômio de Masson. As lâminas foram observadas por

microscopia óptica em 200 µm. (A) controle positivo, alantoína; (B)

controle negativo, filme placebo; (C) filme FI; (D) filme FII.

SC = estrato córneo, EP = região da epiderme, D = da derme, C:

colágeno, FP: folículo piloso...................................................................58

Figura 31 – Cortes histológicos de pele de rato retirados da área da ferida e corados

com Hematoxilina/Eosina. As lâminas foram observadas por microscopia

óptica em dois aumentos diferentes, 90 e 40 µm. (A e B) controle

positivo, alantoína; (C e D) controle negativo, filme placebo; (E e F) filme

FI; (G e H) filme FII. SC = estrato córneo, EP = região da epiderme, D =

da derme, C: colágeno, FP: folículo piloso e a seta indica o núcleo do

fibroblasto................................................................................................59

Figura 32 – Porcentagem de animais anestesiados pelo tempo em minutos (p>0,05).

FI - filme com 10,0% de extrato de jambu e 1,0% óleo essencial de

macela, FII – 15,0% de extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de

macela e FIII - filme placebo (sem adição de extrato e óleo essencial).

Não houve diferença estatística significante...........................................60

Figura 33 – Duração da anestesia em minutos por tratamento. FI - filme com 10,0%

de extrato de jambu e 1,0% óleo essencial de macela e FII – 15,0% de

extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de macela. *p<0,05, diferente

de FI, análise One-way ANOVA seguido de Tukey................................61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Espessura e massa dos filmes FI, FII e FIII (n=10)...................................50

Tabela 2 – Resistência mecânica (g ± DP) dos filmes à perfuração, relaxação e

resiliência e tempo de resistência (seg ± DP) em função da força (g)

aplicada (ASC), n=3..................................................................................50

Tabela 3 – Teor de espilantol e α-humuleno em mg/g (± DP) de filme.....................55

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CCD: Cromatografia em Camada Delgada

CG-EM: Cromatógrafo Gasoso acoplado a um detector de Massas

CLAE: Cromatografia Gasosa de Alta Eficiência

DP: Desvio padrão

FDA: Food and Drug Administration

FI: Filme com 10% de extrato de jambu e 1% de óleo essencial de macela

FII: Filme com 15% de extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de macela

FIII: Filme placebo, sem adição de extrato ou óleo essencial

FP: Folículo Piloso

HE: Hematoxilina/Eosina

HEC: Hidroxietilcelulose

IL: Interleucina

JB: Extrato Bruto de jambu

JC: Extrato de jambu tratado com 4% de carvão ativo

NIST: National Institute of Standard Technology

OM: Óleo Essencial de macela

PVA: Álcool Polivinílico

SC: Estrato Córneo

TM: Tricrômio de Masson

TNF: Fator de Necrose Tumoral

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 19

2. OBJETIVO ______________________________________________________ 20

2.1 Objetivos específicos ___________________________________________ 20

3. REVISÃO DA LITERATURA ________________________________________ 20

3.1 Nocicepção e inflamação relacionada à cicatrização de feridas ___________ 20

3.1.1 Fase inflamatória _____________________________________________ 22

3.1.2 Fase proliferativa _____________________________________________ 25

3.1.3 Remodelamento ______________________________________________ 25

3.1.4 Nocicepção _________________________________________________ 26

3.2 Estudos fitoquímico, farmacológico e toxicidade da Achyrocline satureoides

Lam. (D.C.) ______________________________________________________ 27

3.3 Estudos fitoquímico, farmacológico e toxicidade da Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen _________________________________________________________ 31

4. JUSTIFICATIVA __________________________________________________ 35

5. MATERIAL E MÉTODOS ___________________________________________ 35

5.1 Material ______________________________________________________ 35

5.1.1 Material vegetal ______________________________________________ 36

5.2 Métodos _____________________________________________________ 36

5.2.1 Produção de extrato etanólico de jambu e tratamento com carvão ativo ___ 36

5.2.2 Produção do óleo essencial de macela ____________________________ 37

5.2.3 Produção dos filmes ___________________________________________ 37

5.2.3.1 Produção do filme de Quitosana ________________________________ 37

5.2.3.2 Produção do filme de Álcool Polivinílico __________________________ 37

5.2.3.3 Produção do filme de hidroxietilcelulose __________________________ 38

5.2.4 Propriedades físicas dos filmes __________________________________ 38

5.2.5 Determinação das propriedades mecânicas dos filmes ________________ 38

5.2.6 Monitoramento do espilantol e α-humuleno por Cromatografia Gasosa acoplada a detector de massas (CG-EM) _______________________________ 39

5.2.7 Monitoramento do espilantol por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) _________________________________________________________ 39

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5.2.8 Construção da Curva Analítica a partir dos padrões comercias de Espilantol e α-humuleno ____________________________________________________ 40

5.2.9 Avaliação do teor de espilantol e α-humuleno nos filmes ______________ 41

5.2.10 Ensaio de permeação in vitro a partir de epitélio de orelha de porco _____ 41

5.2.10.1 Teste de retenção dos ativos no estrato córneo (Tape Stripping) ______ 43

5.2.10.2 Teste de retenção dos ativos na epiderme/derme _________________ 43

5.2.11 Ensaios farmacológicos _______________________________________ 43

5.2.11.1 Animais __________________________________________________ 44

5.2.11.2 Avaliação da atividade cicatrizante em ratos _____________________ 44

5.2.11.2.1 Estudos histopatológicos ___________________________________ 44

5.2.11.3 Determinação da atividade antinociceptiva em camundongos ________ 45

5.2.12 Análise estatística ___________________________________________ 46

6. RESULTADOS ___________________________________________________ 46

6.1 Rendimento do extrato de jambu tratado com carvão ativo ______________ 46

6.2 Rendimento na produção do óleo essencial de macela _________________ 47

6.3 Produção dos filmes ____________________________________________ 47

6.3.1 Filme com Quitosana __________________________________________ 47

6.3.2 Filme com Álcool Polivinílico ____________________________________ 48

6.3.3 Filme com hidroxietilcelulose ____________________________________ 49

6.4 Propriedades físicas dos filmes____________________________________ 49

6.5 Determinação das propriedades mecânicas dos filmes _________________ 50

6.6 Monitoramento do espilantol e α-humuleno por CG-EM _________________ 51

6.7 Monitoramento do espilantol por CLAE ______________________________ 53

6.8 Construção da Curva Analítica com padrões analíticos comercias de Espilantol e α-humuleno ____________________________________________________ 54

6.9 Quantificação do espilantol e α-humuleno nos filmes ___________________ 55

6.10 Ensaio de permeação in vitro a partir de epitélio de orelha de porco ______ 55

6.10.1 Teste de retenção dos ativos no estrato córneo (Tape Stripping) e epiderme/derme __________________________________________________ 55

6.11 Ensaios farmacológicos ________________________________________ 56

6.11.1 Avaliação da atividade cicatrizante em ratos _______________________ 56

6.11.1.1 Estudos histopatológicos ____________________________________ 58

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6.11.2 Determinação da atividade antinociceptiva em camundongos__________ 60

7. DISCUSSÃO ____________________________________________________ 61

7.1 Produção de extrato etanólico de jambu e tratamento com carvão ativo ____ 61

7.2 Produção do óleo essencial de macela ______________________________ 62

7.3 Produção dos filmes ____________________________________________ 62

7.3.1 Produção do filme de Quitosana _________________________________ 63

7.3.2 Produção do filme de Álcool Polivinílico ____________________________ 63

7.3.3 Produção do filme de hidroxietilcelulose ___________________________ 63

7.4 Propriedades físicas dos filmes____________________________________ 64

7.5 Determinação das propriedades mecânicas dos filmes _________________ 64

7.6 Monitoramento do espilantol e α-humuleno por CG-EM _________________ 65

7.7 Monitoramento do espilantol por CLAE ______________________________ 65

7.8 Ensaio de permeação in vitro a partir de epitélio de orelha de porco _______ 66

7.8.1 Teste de retenção no estrato córneo (Tape Stripping) e epiderme/derme __ 67

7.9 Ensaios farmacológicos _________________________________________ 67

7.9.1 Avaliação da atividade cicatrizante em ratos ________________________ 67

7.9.1.1 Estudos histopatológicos _____________________________________ 68

7.9.2 Determinação da atividade antinociceptiva em camundongos __________ 69

8. CONCLUSÃO ____________________________________________________ 70

9. REFERÊNCIAS __________________________________________________ 71

ANEXO ___________________________________________________________ 81

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1. INTRODUÇÃO

Desde o início da civilização as plantas são utilizadas para tratamento e

prevenção de enfermidades, por conterem um número enorme de compostos

com diferentes propriedades farmacológicas (1). Esta utilização se baseia

muito na sabedoria popular inserida num contexto histórico. Desta forma, o

homem sempre buscou na natureza soluções para seus males, quer fossem de

origem física ou não (2).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) planta medicinal é

toda e qualquer planta contendo substâncias que possam ser usadas para

prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou

patológico e que possa servir como fonte de fitofármacos e seus precursores

para a síntese químico-farmacêutica. A OMS também estima que 80% da

população mundial dependem da medicina tradicional (3). No Brasil, o uso de

plantas foi disseminado principalmente pelos indígenas, onde destacam-se

jaborandi, guaraná e curare (2).

Considerando as inúmeras transformações decorrentes da evolução

humana, destacando, consequentemente, a degradação ambiental com a

escassez de recursos naturais, Schenkel et al. afirmam que as plantas

medicinais e os extratos hoje representam uma das alternativas entre as

diversas fontes de insumos necessários à existência da sociedade, tendo como

principal vantagem o fato de ser fonte renovável (4).

Os biomas Brasileiros contem mais de 20% da biodiversidade do mundo

(5), significando um celeiro de moléculas disponíveis para a terapêutica

humana, nas áreas farmacêutica, de alimentos, cosmética e veterinária (6).

Plantas medicinais e produtos naturais form incluídos no Sistema Único de

Saúde, demonstrando a importância da medicina tradicional para o país (7).

Duas espécies que são utilizadas na medicina popular e nativas do

Brasil foram utilizadas neste estudo, a Achyrocline satureoides Lam. (D.C.)

(Asteraceae) e a Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen (Asteraceae), com o intuido

de desenvolver e avaliar uma formulação de uso tópico com propriedades anti-

inflamatória e anestésica.

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2. OBJETIVO

Desenvolvimento e avaliação de filme contendo extrato de Acmella

oleracea (L.) R.K. Jansen e óleo essencial de Achyrocline satureoides Lam.

(D.C.) com ações anestésica e anti-inflamatória para uso tópico, obtido pelo

método casting.

2.1 Objetivos específicos

- Obtenção de extrato etanólico de Jambu a partir de suas partes aéreas

secas e moídas;

- Obtenção de óleo essencial de macela a partir de inflorescências

frescas;

- Monitoramento do teor de espilantol no extrato de jambu e α-humuleno

no óleo essencial de macela e formulações;

- Produção de um filme a base de polímeros naturais;

- Caracterização das propriedades físicas e mecânicas;

- Avaliação in vitro da permeação em epitélio de orelha de porco;.

- Avaliação in vivo da atividade cicatrizante das formulações contendo

extrato de jambu e óleo essencial de macela, em duas concentrações (Filme

10% de extrato de jambu e 1% de óleo essencial de macela e Filme 15% de

extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de macela) e filme placebo;

- Avaliação in vivo da atividade antinociceptiva em camundongos.

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Nocicepção e inflamação relacionada à cicatrização de feridas

A pele tem como função primária formar uma barreira protetora contra

agressões ambientais, percepção sensorial e regulação da temperatura

corporal (8). Ela recobre a superfície do corpo, sendo constituída por uma

porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme e uma porção conjuntiva de

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origem mesodérmica, a derme. Abaixo e em continuidade com a derme

encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da

pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes (9).

O estrato córneo é a camada mais superficial da pele com espessura

muito variável, constituída por numerosas camadas de células achatadas,

queratinizadas, com uma membrana plasmática espessada. Estas células não

possuem núcleo nem organelas, mas estão preenchidas com filamentos de

queratina contidos dentro de uma matriz amorfa. As células mais distantes da

superfície da pele apresentam desmossomos, enquanto as células perto da

superfície da pele, denominadas escamas ou células córneas, perdem os

desmossomos e são descamadas (9,10).

A pele espessa cobre as palmas das mãos e solas dos pés. A epiderme

da pele espessa, cuja espessura varia de 400 a 600 µm, caracteriza-se pela

presença de todas as cinco camadas; estrato basal (germinativo), estrato

espinhoso, estrato granuloso, estrato lúcido, e estrato córneo. A pele espessa

não possui folículos pilosos, músculos eretores do pelo e glândulas sebáceas,

mas possui glândulas sudoríparas (10).

A pele fina cobre a maior parte do restante do corpo. A epiderme da pele

fina, cuja espessura varia de 75 a 150 µm, tem um estrato córneo delgado e

não possui um estrato lúcido e um estrato granuloso bem definidos. A pele fina

tem folículos pilosos, músculos eretores do pelo, glândulas sebáceas e

glândulas sudoríparas (10).

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Figura 1 - Desenho esquemático da pele humana espessa e fina.

Fonte: Gartner, 2003 (10).

Qualquer ruptura no estrato córneo resulta em uma ferida. Ferida ou

ferimento, é uma lesão que resulta no rompimento da continuidade normal de

qualquer uma das estruturas corporais tais como a pele, agredidas por agentes

físicos, químicos ou biológicos (10).

Muitos fatores podem levar a má cicatrização como idade, ser fumante,

obesidade e doenças crônicas como diabetes e insuficiência arterial e venosa,

aumentando assim o risco de desenvolver feridas crônicas (11-13).

O processo de cicatrização ocorre em três fases: inflamação,

proliferativa, formação do tecido de granulação com deposição de matriz

extracelular e remodelamento. O reparo completo de tecidos resulta de

alternâncias sucessivas de reações anabólicas e catabólicas que têm os

leucócitos como uns de seus mais importantes protagonistas (14).

3.1.1 Fase inflamatória

A fase inflamatória se inicia imediatamente após a lesão, evocado por

ampla variedade de agentes nocivos (infecções, anticorpos ou lesões físicas).

Inicia-se o extravasamento sanguíneo que preenche a área lesada com plasma

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e elementos celulares, principalmente plaquetas. A agregação plaquetária e a

coagulação sanguínea geram um tampão, rico em fibrina, que além de

restabelecer a hemostasia e formar uma barreira contra a invasão de

microrganismos, organiza matriz provisória necessária para a migração celular.

Com a lesão tecidual, há liberação local de histamina, serotonina e bradicinina

que causam vasodilatação e aumento de fluxo sanguíneo no local e sinais

inflamatórios como calor e rubor. A permeabilidade capilar aumenta causando

extravasamento de líquidos para o espaço extracelular, e consequente edema

e dor (15-17).

Após a saída das plaquetas de dentro do leito vascular, neutrófilos e

monócitos, em resposta aos agentes quimiotáticos, migram em direção ao leito

da ferida. Além da função de fagocitose de bactérias, fragmentos celulares e

corpos estranhos, essas células inflamatórias produzem fatores de

crescimento, que preparam a ferida para a fase proliferativa, quando

fibroblastos e células endoteliais também serão recrutados (15).

A liberação dos fatores provenientes das plaquetas, como fibronectina

ou colágeno, contribuem também para a ativação dos monócitos,

transformando-os em macrófagos que são as principais células envolvidas no

controle do processo de reparo (15).

Os macrófagos migram para a ferida após 48 - 96 h da lesão, e são as

principais células antes dos fibroblastos migrarem e iniciarem a replicação.

Têm papel fundamental no término do desbridamento iniciado pelos neutrófilos

e sua maior contribuição é a secreção de citocinas e fatores de crescimento,

além de contribuírem na angiogênese, fibroplasia e síntese de matriz

extracelular, fundamentais para a transição para a fase proliferativa (18).

O uso de um anti-inflamatório é de grande importância para uma boa

cicatrização da ferida, para reduzir o risco de infecção e futuras complicações.

Também há relatos que mediadores inflamatórios como a histamina e a

prostaglandina E2 podem estar relacionados com a inibição da síntese de

colágeno e proliferação de fibroblastos, componentes de alta importância para

cicatrização (12, 19).

Um estudo realizado por Takayama, et al. (20) comparou o efeito anti-

inflamatório de patches contendo diclofenaco de sódio, felbinac (anti-

inflamatório não esteroidal disponível no exterior) e indometacina. Foram

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utilizados ratos Wistar macho divididos em 5 grupos de 10 animais cada, Grupo

1: controle sem fixação de patch, grupo 2: patch com 1% de diclofenaco de

sódio, grupo 3: patch com 3,5% de felbinac (anti-inflamatório não esteroidal

disponível somente no exterior), grupo 4: patch com 0,5% de felbinac e grupo

5: patch com 3,75% de indometacina. Cada grupo recebeu um patch que foi

fixado na pata direita traseira e após 2 h foi removido. Para induzir a

inflamação, foi injetado carragenina subcutânea na mesma pata que foi fixada

os patches, e o volume da pata foi medido para quantificar a inflamação. Os

resultados demonstraram que o patch de diclofenaco de sódio foi o mais efetivo

em reduzir a inflamação.

Meyer, et al. (21) observaram a eficácia da atividade anti-inflamatória de

patches de Álcool Polivinílico (PVA) e ácido poliacrílico contendo 0,2% de

extrato de Magnolia officinalis e 0,4% de extrato de Glycyrrhiza inflata. A

avaliação In vitro foi determinada através de um derivado de cultura

equivalente a pele viva denominada EpiDerm®. A EpiDerm® foi irradiada por

Ultravioleta durante 11 minutos e logo em seguida tratada com os patches.

Foram coletados 300 µl de amostra da cultura em 24 e 48 h para quantificação

de Prostaglandina E2, IL-6 e TNF-α por ELISA. Após 24 h houve uma redução

de Prostaglandina E2 de aproximadamente 86% pelo extrato de Magnolia

officinalis e 61% pelo extrato de Glycyrrhiza inflata, demonstrando-se um

potente inibidor pró-inflamatório.

O estudo destes autores comprovam a eficácia e o benefício do uso de

dispositivos de liberação transdérmica com extratos vegetais. Alguns efeitos

colaterais como ulceração, náusea e vômito são reportados em pacientes que

administram drogas anti-inflamatórias não esteroides oralmente. O uso de

patches ou filmes tópicos minimizam os efeitos colaterais e ainda evita o efeito

de primeira passagem e mantem uma liberação controlada da droga (22).

Comparados com pomadas e cremes, os filmes apresentam maior flexibilidade

de dosagem e facilidade de uso, menor potencial de irritação e maior facilidade

de fabricação. (23).

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3.1.2 Fase proliferativa

A fase proliferativa é composta de três eventos importantes que

sucedem o período de maior atividade da fase inflamatória: neo-angiogênese,

fibroplasia e epitelização (16).

A neo-angiogênese é o processo de formação de novos vasos

sanguíneos a partir de vasos preexistentes, necessário para manter o ambiente

de cicatrização da ferida. Os novos vasos participam da formação do tecido de

granulação provisório e os mesmos suprem de nutrientes e de oxigênio o

tecido em crescimento (15, 16).

Na fibroplasia, as células mesenquimais normalmente quiescentes e

esparsas no tecido normal, são transformadas em fibroblastos e atraídas para

o local inflamatório, onde se dividem e produzem os componentes da matriz

extracelular. A função primordial dos fibroblastos é sintetizar colágeno, ainda

na fase celular da inflamação. O colágeno é o material responsável pela

sustentação e pela força tênsil da cicatriz, produzido e degradado

continuamente pelos fibroblastos. Inicialmente, a síntese de colágeno novo é a

principal responsável pela força da cicatriz, sendo substituída ao longo de

semanas, pela formação de ligações cruzadas entre os feixes de colágeno

(16).

A epitelização ocorre nas primeiras 24 a 36 h após a lesão, fatores de

crescimento epidérmicos estimulam a proliferação de células do epitélio. Na

pele os queratinócitos são capazes de sintetizar diversas citocinas que

estimulam a cicatrização das feridas cutâneas (16).

3.1.3 Remodelamento

A característica mais importante desta fase é a deposição de colágeno

de maneira organizada, por isso é a mais importante clinicamente. O colágeno

produzido inicialmente é mais fino do que o colágeno presente na pele normal,

e tem orientação paralela à pele. Com o tempo, o colágeno inicial (colágeno

tipo III) é reabsorvido e um colágeno mais espesso é produzido e organizado

ao longo das linhas de tensão (18). Há um equilíbrio de produção e destruição

das fibras de colágeno neste período, por ação da colagenase. O desequilíbrio

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desta relação favorece o aparecimento de cicatrizes hipertróficas e queloides.

A fase de maturação dura toda a vida da ferida, embora o aumento da força

tênsil se estabilize, após um ano, em 70 a 80% da pele intacta (16).

3.1.4 Nocicepção

A lesão na pele resulta em uma sequência de sinalizações e eventos

moleculares que promovem ou impedem a cicatrização de feridas. Uma dessas

sinalizações é a dor, que pode interferir de várias maneiras na cicatrização de

feridas (11, 12).

Quando a informação da dor chega ao sistema nervoso central,

definindo o local, natureza e intensidade, são liberados mediadores

inflamatórios. A fase inflamatória envolve a migração de neutrófilos,

macrófagos e linfócitos, produzindo sintomas da inflamação durante duas

semanas. Se a inflamação persistir, a ferida se torna crônica e pode estar

associada a várias alterações patológicas (11, 24).

A nocicepção é o processo de percepção de estímulos nocivos diversos

(térmicos, mecânicos ou químicos), que são detectados por uma subpopulação

de fibras nervosas periféricas, chamadas nociceptores. A liberação constante

de mediadores inflamatórios pelo tecido lesado pode abaixar o limiar de

excitação dos nociceptores, o que resulta em dor e em estímulos que

normalmente não são dolorosos, esse processo é muito comum em pacientes

com queimaduras (11, 17).

Anestésicos tópicos ainda são muito utilizados no alívio da dor. Estes

ligam-se de maneira reversível a um local receptor específico nos poros dos

canais de Na+ (sódio) nos nervos e bloqueiam o movimento iônico através

desses poros, podendo agir em qualquer parte do sistema nervoso e em todos

os tipos de fibra bloqueando os potenciais de ação responsáveis pela

condução nervosa (17).

As moléculas de anestésico local consistem em uma parte aromática

unida por uma ligação éster ou amida a uma cadeia lateral básica. A presença

da ligação éster ou amida é importante em razão da sua suscetibilidade à

hidrólise metabólica. Os compostos que possuem amidas, assim como o

espilantol, são mais estáveis, e em geral apresentam meia-vida plasmática

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27

mais longa comparada com compostos, por exemplo, que possuem ligação

química cuja função seja um éster (19).

Os anestésicos tópicos mais utilizados são a benzocaína, lidocaína,

prilocaína e suas associações. O EMLA® (Eutectic Mixture of Local Anesthetics)

é o anestésico tópico mais utilizado clinicamente para aliviar a dor da punção

venosa e biópsia, sendo composto por uma mistura eutética de 2,5% de

lidocaína e 2,5% de prilocaína. Uma mistura eutética apresenta um ponto de

fusão inferior ao ponto de fusão dos seus componentes, melhorando sua

absorção pela pele (26).

Em um estudo realizado por Berlit, et al. (27) envolvendo 121 mulheres

que passaram por cirurgia de laparoscopia ginecológica, 61 mulheres do grupo

controle receberam um patch placebo e nas outras 60 mulheres foi aplicado na

incisão patches com EMLA® logo após a cirurgia. Todos os patches dos dois

grupos foram retirados na manhã seguinte. A avaliação da dor foi feita através

de um questionário respondido pelas pacientes, com informações sobre a

descrição e intensidade da dor. Os resultados demonstraram que o EMLA® não

foi capaz de reduzir a dor depois da cirurgia de laparoscopia.

Agarwal, et al. (28) verificaram o alívio da dor entre EMLA® e diclofenaco

durante a punção venosa. Foram escolhidos 450 adultos que passariam por

procedimento endo-urológico, divididos em três grupos, cada com 150

pacientes. O grupo 1 recebeu um patch placebo, o grupo 2 foi tratado com

EMLA® e o grupo 3 com diclofenaco. A dor foi avaliada por uma escala visual

de escores de 0 a 10 (0 = sem dor e 10 = pior dor possível). Ao final do estudo

foi observado que a aplicação de EMLA® e diclofenaco, reduziram igualmente a

dor da punção venosa, porém a aplicação do EMLA® está associada com

branqueamento da pele no local, como resultado de vasoconstrição localizada

e a aplicação de diclofenaco diminuiu o edema e eritema quando comparado

com os dois outros grupos.

3.2 Estudos fitoquímico, farmacológico e toxicidade da Achyrocline

satureoides Lam. (D.C.)

A Achyrocline satureoides Lam. (D.C.) (Figura 2) é uma planta da família

Asteraceae, que compreende aproximadamente de 1500 gêneros, com 23.000

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espécies. Conhecida popularmente como macela, marcela-do-campo, macela-

amarela, macela-miuda, macelinha ou marcela, suas inflorescências secas são

utilizadas em muitas regiões para o preenchimento de travesseiros e

acolchoados e também é tradicionalmente usada na medicina popular em

infusão ou decocto como digestivo, anti-inflamatório, antibacteriano,

antiespasmódico, antidiabético, antiasmático, antipirético, antiparasitário e

repelente. A macela é comum na América e algumas partes da África (29-31).

Figura 2 – Inflorescências de macela. Fonte: Retta (29).

Estudos realizados por Demo et al. (33) demonstraram que 10 µl do óleo

essencial de macela inibiu o crescimento dos micro-organismos Bacillus

cereus, Staphylococcus aureus, Micrococcus luteus, Enterococcus faecalis e

Proteus mirabilis, comprovando sua atividade antibacteriana (32). Outro estudo

do mesmo gênero constatou que o óleo essencial de macela inibiu o

crescimento da bactéria Paenibacillus larvae.

Baldissera, et al. (34) comprovaram a ação hepatoprotetora do óleo

essencial de macela livre e nanoencapsulado. Ratos Wistar fêmeas foram

infectados com Trypanosoma evansi, os ratos sem tratamento apresentaram

inflamação generalizada e necrose hepática, os ratos tratados por via oral com

1,5 mL/Kg de óleo essencial livre e microencapsulado, não apresentaram

necrose hepática e a inflamação foi diminuída.

O mesmo grupo de estudos constatou que esses dois tratamentos

evitaram o aumento de leucócitos, linfócitos e monócitos totais, demonstrando

a atividade anti-inflamatória do óleo essencial. E também reduziram o nível de

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glicose, possibilitando o decréscimo do número de Tripanosomas na corrente

sanguínea, mas não a eliminação do parasita (35).

Os compostos presentes no óleo essencial já foram identificados como

α-pineno e os isômeros β-cariofileno e α-cariofileno (ou α-humuleno), sendo os

dois últimos os compostos majoritários presentes no óleo essencial de plantas

do Brasil (29).

O α-humuleno (Figura 3) é um sesquiterpeno com ação anti-inflamatória

comprovada por Fernandes, et al., (36) onde foi capaz de suprimir o edema de

pata induzido por carragenina na dose de 50 mg/Kg por via oral em

camundongos. Foi testada também a atividade antialérgica pela sensibilização

de camundongos por ovoalbumina, o α-humuleno foi capaz de reduzir o

edema de pata em dose de 50 mg/Kg por via oral.

Figura 3 – Estrutura química do α-humuleno. Fonte: Biblioteca Nist.

A toxicidade do extrato aquoso de macela estudada por Sabini, et al.

(37) determinou a dose letal 50% (DL50), dose letal para 50% dos animais,

camundongos Balb/c machos e fêmeas. Foram aplicadas por via intraperitoneal

as doses de 50, 100, 250, 500 e 700 mg/Kg, nas doses entre 50 e 250 mg/Kg/

os animais não obtiveram mudança de comportamento, já nas doses de 500 e

700 mg/Kg houve 50 e 83,33% de mortalidade, com sintomas de fraqueza e

hipotermia.

Em teste de toxicidade aguda em camundongos, Rivera, et al. (38)

administraram uma dose única de extrato aquoso em doses de 30, 60, 90, 180

e 300 mg/kg oral e intraperitoneal. Por via oral não houve nenhum sinal de

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30

toxicidade, mas por via intraperitoneal nas doses de 180 e 300 mg/kg, 33 e

66% dos animais apresentaram uma branda coceira, respectivamente.

Em ensaio de dose máxima tolerável, os ratos receberam uma dose

crescente de 1, 3 até 5 g/Kg de extrato aquoso de macela, em um intervalo de

2 h. Não foram observados sinais de toxicidade. Após 14 dias de tratamento,

não houve alteração de peso do fígado, rim, esôfago, estômago, duodeno e

intestino grosso. A dose utilizada foi muito maior que a dose da infusão

administrada no uso popular (39).

Fachinetto, et al. (30) verificaram atividade antiproliferativa e citotóxica

desta espécie através do ciclo celular de Allium cepa. Foram testadas 2

concentrações de infusão de macela, 5 mg/mL (dose utilizada no preparo de

chá medicinal) e 20 mg/mL. Os resultados obtidos neste trabalho

demonstraram que os extratos aquosos de marcela inibiram significativamente

a divisão celular, em ambas as concentrações estudadas.

O uso da macela é aparentemente seguro pela sua utilização

generalizada desde os tempos antigos, tendo em conta que nunca foi

associada à toxicidade ou comprometeu a saúde dos usuários, devido a esses

resultados a macela foi adicionada como droga oficial no Formulário de

Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1º edição (29).

Além de ser usado como fitoterápico, os extratos de macela são

utilizados em diversas formulações cosméticas devido a sua ação antioxidante

e clareadora, como em shampoo, condicionador, creme de tratamento para

cabelos, protetor solar, sabonetes, clareadores de cabelo e aromatizadores de

ambiente (31). Os produtos com macela não estão restritos ao Brasil, há

produtos fabricados por indústria italiana, a Bottega Verde®. Alguns desses

produtos podem ser vistos na imagem a seguir na Figura 4.

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31

Figura 4 – (A) Protetor solar com extrato de macela, Bottega Verde® (Itália); (B)

Sabonete em barra com extrato de macela, EcoH® (Brasil); (C) Shampoo,

condicionador e creme de tratamento com extrato de macela, Lowell® (Brasil). Fonte: Site das empresas Bottega Verde, EcoH e Lowell.

3.3 Estudos fitoquímico, farmacológico e toxicidade da Acmella oleracea

(L.) R.K. Jansen

A Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen (Figura 5) com sinonímia Spilanthes

acmella L. Murray, assim como a macela, pertence a família Asteraceae é

comumente conhecida como jambu, agrião-bravo, agrião-do-Pará, jambu-assú,

agrião-do-norte, botão-de-ouro, agrião-do-Brasil, erva-maluca, jaburama e

jambuaçú. É uma erva típica da região norte do Brasil, mas também se

encontra amplamente distribuída nos trópicos e sub-trópicos, especialmente na

Índia, Venezuela, África, Indonésia e Malásia (39, 40).

Na medicina popular o jambu é consumido na comida ou chá para dor

de dente, feridas na boca, pela sua ação anestésica, analgésico, antipirético,

anti-inflamatório, antioxidante, anti-hipertensivo, antifúngico, antimalárico,

diurético e vasorelaxante (41).

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32

Figura 5 – Flores de jambu Fonte: http://webdrm.cpqba.unicamp.br/cpma/fotos/544.jpg

Estudos realizados por Chakraborty, et al. (42) demonstraram que o

extrato aquoso de Acmella oleracea em doses de 100, 200 e 400 mg/kg, por

via oral em ratos, suprimiu o edema da pata induzida por carragenina,

comprovando a atividade anti-inflamatória do extrato. Nos modelos de remoção

de cauda (Tail Flick) e de contorção abdominal induzido por ácido acético, o

extrato aquoso produziu um efeito analgésico significativo.

Outro estudo feito por Chakraborty, et al., (43) foi avaliada a atividade

anestésica local em Cavia porcellus. Os animais foram tricotomizados em

quatro lugares diferentes do seu dorso, onde foram aplicadas injeções

subcutâneas de lidocaína 2%(controle positivo), solução salina 0,9% (controle

negativo) e extrato aquoso de jambu nas concentrações de 10 e 20%. Para

medir o grau de anestesia, foram dadas picadas de alfinete a cada 5 minutos

por meia hora. A contração localizada da pele, acompanhada de grunhido, foi

considerado como a resposta normal e quando o animal não conseguiu

responder, quer por espasmos do músculo ou grunhido após uma picada de

alfinete, uma resposta negativa foi registrada. Os extratos de jambu obtiveram

um efeito anestésico de 70,4% e 87,0% nas concentrações de 10 e 20%,

respectivamente.

Nomura, et al. (31) comprovaram a atividade antinociceptiva do extrato

etanólico em doses de 10, 30 e 100 mg/Kg por via intraperitoneal em

camundongos no teste de antinocicepção induzido por formalina, todas as

doses reduziram a fase inflamatória de nocicepção. Em indução com

cinamaldeído e capsaicina, nas doses 30 e 100 mg/Kg intraperitoneal em

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33

camundongos, reduziu o tempo de nocicepção de capsaicina em 65% (dose

de 30 mg/Kg) e em 69% (dose de 100 mg/Kg), e 50% (dose de 30 mg/Kg) e

70% (dose de 100 mg/Kg) em indução por cinamaldeído. O mesmo grupo de

pesquisa também estudou a hiperalgesia por calor induzida por capsaicina, na

dose de 100 mg/Kg via intraperitoneal. O extrato se mostrou capaz de bloquear

totalmente a hiperalgesia.

O extrato etanólico de jambu teve sua ação diurética comprovada por

Yadav, et al., a dose de 500 mg/Kg foi administrada por via oral em ratos, após

5 h foi coletado o volume total de urina e avaliada a perda de eletrólitos. A ação

do extrato etanólico de jambu se demonstrou similar à ação do diurético

furosemida, esclarecendo o possível uso popular como anti-hipertensivo (44).

Soares, et al. (45) relataram a atividade antitumoral do extrato etanólico

de jambu nas doses 250, 500 e 1000 µg/mL adicionados em cultura de células

tumorais. A dose de 250 µg/mL não obteve efeito significativo após 48 h de

incubação, mas as doses de 500 e 1000 µg/mL obtiveram uma redução

significante no número de células, indicando uma resposta dose-dependente.

Com os resultados foi possível calcular a IC50, concentração do extrato que

induz 50% de lise ou morte celular, de 513 µg/mL e 24 h.

A ação imunomodulatória foi estudada por Savadi, et al. (46) com extrato

etanólico de Jambu na dose de 500 mg/Kg por via oral em camundongos.

Macrófagos do peritônio foram isolados nos dias 5, 10 e 15 após o tratamento

com extrato de jambu, os resultados demonstraram um aumento significativo

na contagem de macrófagos e o número máximo foi encontrado no 15º dia.

Essas atividades são atribuídas aos compostos bioativos, cumarinas

(escopoletina), triterpenóides, óleos essenciais (limoneno e β-cariofileno)

aminoácidos, fitoesteróis, compostos fenólicos (ácido vanílico, ácido trans-

ferúlico e ácido trans-isoferúlico) e N-alquilamidas. Um dos compostos

responsáveis pelas atividades farmacológicas é o espilantol, cujo sinônimo é

afinina (Figura 6), a alquilamida mais abundante no extrato de Jambu (45, 47-

49).

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34

Figura 6 – Estrutura química do espilantol. Fonte: Biblioteca Nist

Wu, et al. (50) isolou espilantol presente no extrato de jambu, sua

pesquisa demonstrou que o espilantol suprimiu significativamente a produção

de NO (óxido nítrico) e a produção de citocinas inflamatórias IL-1β, IL-6 e TNF-

α, sem citotoxicidade significativa. Também inibiu a expressão da COX2 (Ciclo-

oxigenase-2), reduzindo a progressão da resposta inflamatória. O espilantol

também foi capaz de aumentar a liberação do ácido gama-aminobutírico

(GABA) no cérebro de camundongos. Esses resultados sugerem um possível

mecanismo de ação do espilantol como analgésico e anti-inflamatório (51).

A toxicidade do extrato etanólico de jambu foi estudada por Nomura et

al. (41) nas concentrações de 5, 50, 500 e 5000 mg/Kg por via intraperitoneal

em camundongos. As doses de 5, 50, 500 mg/Kg não demonstraram nenhum

sinal ou sintoma de toxicidade ou morte, já a dose de 5000 mg/Kg causou

alterações respiratórias e convulsão.

Chackraborty, et al. (42) e Sharma, et al. (52), também não observaram

qualquer efeito colateral, mudança de comportamento ou mortalidade em 3000

mg/kg de extrato aquoso e 2000 mg/Kg de extrato etanólico administrado por

via oral em ratos.

Assim como a macela, o jambu também é utilizado na composição de

cosméticos antirrugas que pode substituir a toxina botulínica, pois não

necessitam de aplicação de injeção. Os produtos com extrato de jambu não se

limitam ao Brasil, são comercializados no mundo todo como, por exemplo, a

empresa Francesa Gattefosse® que depositou uma patente de um antirrugas

contendo espilantol (53). Alguns produtos contendo extrato de jambu estão

ilustrados na Figura 7.

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Figura 7 – Cremes antirrugas contendo extrato de jambu; (A) Anesi®

(Espanha); (B) Burt’s Bees® (Estados Unidos da América); (C) Natura® (Brasil). Fonte: Site das empresas Anesi®, Burt’s Bees® e Natura®.

4. JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento de uma formulação com ação anestésica e anti-

inflamatória é de grande importância para a cicatrização de feridas. O jambu e

a macela já tem comprovação de várias atividades farmacológicas, mas não há

nenhum estudo em literatura sobre a atividade cicatrizante de ambas, sendo

assim plantas medicinais promissoras para a realização deste estudo.

5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Material

Todos os reagentes e solventes utilizados foram de grau analítico,

hidroxietilcelulose, quitosana, padrão de α-humuleno pureza 96% (Sigma

Aldrich, Missouri, Estados Unidos), padrão de espilantol 88,5% de pureza

(Chromadex, Califórnia, Estados Unidos) glicerina, álcool polivinílico (Vetec

Química Fina, Rio de Janeiro, Brasil), carvão ativo (Carbomafra, Curitiba,

Brasil), terra diatomácea, ácido acético glacial, Tween 80, etanol, hexano,

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36

acetato de etila e metanol (Synth, São Paulo, Brasil), Transcutol® (Etoxidiglicol,

Gattefossé, Lyon, França) mistura eutética de 2,5% lidocaína e 2,5% prilocaína

(EMLA® creme, AstraZeneca, São Paulo, Brasil) e alantoína (Fagron, Hong

Kong, China).

5.1.1 Material vegetal

Os materiais vegetais foram semeados e cultivados no campo

experimental do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e

Agrícolas (CPQBA)/UNICAMP, localizado no município de Paulínia, SP. As

exsicatas destas espécies estão depositadas no herbarium do

CPQBA/UNICAMP, número 1349 (jambu) e números 10, 146, 783, 793, 784 e

785 (macela), cujos códigos desta última representam diferentes genótipos.

Esse projeto foi autorizado pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético,

protocolo 010232/2014-1.

5.2 Métodos

5.2.1 Produção de extrato etanólico de jambu e tratamento com carvão

ativo

As partes aéreas do jambu foram secas em estufa com ventilação

forçada por 48 h a 40 ºC até massa constante e posteriormente moída em

moinho de facas. O extrato etanólico de jambu foi produzido por maceração

dinâmica em 3 extrações de 1 hora e 30 minutos cada empregando-se a

proporção planta : solvente etanol 96º GL (1:5, m/v) (44). As três frações foram

reunidas e filtradas sob vácuo em funil de Büchner com papel de filtro. O

extrato bruto foi tratado com carvão ativo de acordo com técnica descrita por

Freitas (54). Neste tratamento, o extrato bruto foi pesado em um balão de

fundo redondo e a partir dessa massa foram acrescentados 4% de carvão

ativo, proporção esta maximizada anteriormente. A mistura extrato bruto e

carvão ativo foi tratada em banho aquecido a 40 °C com agitação constante

durante uma hora. O extrato foi filtrado com terra diatomácea (Celite®), o

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37

carvão retido foi lavado com 100 mL etanol e extrato foi concentrado em

rotaevaporador (modelo R-215, Büchi) sob vácuo a 40 °C e em seguida

liofilizado (liofilizador modelo Sentry, VirTis, Pensilvânia, Estados Unidos) até

massa constante. Depois de liofilizado o extrato seco foi pesado e armazenado

em freezer.

5.2.2 Produção do óleo essencial de macela

O óleo essencial foi obtido a partir de inflorescências frescas em

aparelho tipo Clevenger por hidrodestilação, realizada pelo período de 2 h. O

óleo foi separado da água em um funil de separação, seguido do uso de sulfato

de sódio anidro P.A. para eliminar traços residuais de água. O óleo foi

armazenado em freezer até seu uso (55).

5.2.3 Produção dos filmes

Em todas as formulações foi adicionado extrato de jambu tratado com

carvão ativo, óleo essencial de macela e os adjuvantes Tween 80®, Glicerina e

Transcutol® em diferentes concentrações. Todos os géis obtidos foram

depositados em placas de Nylon, 40 g por placa e secas em estufa por 24 h à

40 ºC.

5.2.3.1 Produção do filme de Quitosana

O gel foi preparado a partir da dissolução de 1g de quitosana em 100 mL

solução ácida diluída (ácido acético glacial, 1%) e agitada até completa

homogeneização com o auxílio de Ultra Turrax®.

5.2.3.2 Produção do filme de Álcool Polivinílico

A solução a 3% de PVA foi preparada, sob aquecimento, a 100ºC e

agitação constante durante 48 h. A mistura foi resfriada até temperatura

ambiente e filtrada em funil de Büchner.

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38

5.2.3.3 Produção do filme de hidroxietilcelulose

Foi preparada uma solução aquosa de 2,5% de hidroxietilcelulose, sob

aquecimento, a 55°C ± 2°C e agitação constante até a solução formar um gel

translúcido. A mistura ficou em repouso até atingir temperatura ambiente.

5.2.4 Propriedades físicas dos filmes

Após secos, os filmes foram retirados das placas e cortados com um

furador de 17 milímetros de diâmetro (Figura 8), tamanho compatível com os

testes propostos. Os filmes foram pesados em balança analítica (Mettler

Toledo, São Paulo, Brasil) e sua espessura foi medida com paquímetro digital

(modelo Cal II, Tesa, Renens, Suíça) em cinco pontos diferentes, foi calculada

a média e o desvio padrão das medidas.

Figura 8 - Furador de 17 mm de diâmetro utilizado para cortar os filmes.

5.2.5 Determinação das propriedades mecânicas dos filmes

As propriedades mecânicas dos filmes foram avaliadas usando um

analisador de texturas Stable Micro Systems (modelo TA-TX Enhanced,

Godalming, Reino Unido) equipado com célula de carga de 5 Kg. O filme livre

de bolhas de ar ou imperfeições físicas foi recortado com área de 6 cm2 (2x6

cm). Para avaliar a perfuração, relaxação e resiliência, foi utilizado um

dispositivo composto de um corpo de prova esférico com 0,25 mm de diâmetro.

O filme foi colocado entre duas placas perfuradas, as quais foram firmemente

fixadas à plataforma do equipamento. Durante a medida, a amostra foi

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39

tensionada á uma taxa de 2 mm/s para uma distância de 5 cm, antes de

retornar ao ponto de partida. Todas as medidas foram feitas em triplicata (56).

5.2.6 Monitoramento do espilantol e α-humuleno por Cromatografia

Gasosa acoplada a detector de massas (CG-EM)

O monitoramento do espilantol foi realizado inicialmente pela

comparação do fragmentograma do composto de interesse com os

fragmentogramas disponíveis no banco de dados do National Institute of

Standard Technology (NIST®) do software de análise MSD ChemStation da

Agilent® com concordância mínima de 90%, como descrito por Freitas (54) e

posteriormente frente a um padrão comercial pelo método do padrão externo.

O método utilizado para monitoramento dos compostos espilantol e α-

humuleno foi proposto por Freitas, utilizando um cromatógrafo gasoso acoplado

a detector de massas (CG-EM, Hewlett Packard 5890, série II, detector seletivo

de massas Hewlett Packard 5970 EI 70 eV) equipado com coluna de sílica

fundida WCOT, HP5-MS, marca Agilent de dimensões 30 m x 0,25 mm DI, 0,25

μm de espessura de fase estacionária. As condições de análise empregada

foram: temperatura de injeção: 220°C, temperatura do detector: 250°C,

programa de temperatura: 60-240°C, (3°C/min), com divisor de amostra na

razão 1:40, gás de arraste He 0,7 bar, 1 mL/min. O extrato e óleo essencial, 15

mg, foram dissolvidos em 1 mL de metanol e mantidos em freezer -18ºC até o

momento da análise (54). A identificação e quantificação do composto α-

humuleno foi feita pelo método de padrão externo, com a utilização de padrão

analítico comercial.

5.2.7 Monitoramento do espilantol por Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência (CLAE)

As análises foram realizadas em sistema Alliance LC-DAD Waters

composto por bomba quaternária 2695, detector de arranjo de diodos 2996 e

software Empower®.

A separação cromatográfica ocorreu em uma coluna Luna CN 250 x 4,6

mm com partículas de 5 µm (30 ºC), utilizando como fase móvel uma mistura

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40

de água e acetonitrila 70:30 (v/v) numa vazão de 1,0 mL/min. A quantificação

do espilantol foi feita a 254 nm mediante a construção de numa curva de

calibração na faixa de 6 a 600 µg/mL. Volume de injeção de 20,0 µL.

5.2.8 Construção da Curva Analítica a partir dos padrões comercias de

Espilantol e α-humuleno

Para a construção da curva analítica do espilantol, pesou-se 6,08mg do

padrão analítico em um balão volumétrico de 10,0 mL e solubilizou-se em

Metanol grau cromatográfico, obtendo uma solução estoque de 608 µg/mL. As

diluições foram realizadas com pipeta volumétrica em balões volumétricos

obtendo concentrações de 304; 152; 121,6; 60,8; 12,16 e 6,08 µg/mL.

Para o α-humuleno pesou-se 10,02 mg do padrão analítico em um balão

volumétrico de 25,0mL e solubilizou-se em metanol grau cromatográfico,

obtendo uma solução estoque de 400,8 µg/mL. As diluições foram feitas da

mesma forma que o a do espilantol, obtendo concentrações de 200,4; 100,2;

80,16; 40,08; 8,016 e 4,0 µg/mL.

A curva analítica do espilantol foi construída por CLAE e a do α-

humuleno por CG-EM, métodos mais adequados para os respectivos

compostos.

O limite de detecção e quantificação foram determinados após a

realização de três curvas analíticas com soluções de espilantol e α-humuleno

nas faixas de concentração descrita acima (54).

O limite de detecção e de quantificação foram calculados de acordo com

as equações a seguir.

Equação 1 : LD = (DPa x 3)/ IC

Onde: LD é o limite de detecção estimado, DPa é o desvio padrão da

intersecção com o eixo y das três curvas de calibração e IC é a inclinação da

curva de calibração.

Equação 2: LQ = (DPa x 10)/ IC

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41

Onde: LQ é o limite de quantificação estimado, DPa é o desvio padrão

da intersecção com o eixo y das três curvas de calibração e IC é a inclinação

da curva de calibração.

5.2.9 Avaliação do teor de espilantol e α-humuleno nos filmes

A avaliação foi feita pelo método descrito por Freitas (54) no qual os

filmes foram pesados em balança analítica e adicionou-se metanol na

proporção de 1,0% m/m, a mistura foi levada ao ultrassom por 10 min.

Alíquotas de 1,0 mL foram retiradas e o teor de espilantol e α-humuleno foram

determinados por CLAE e CG-EM descritos nos itens 5.2.7 e 5.2.6

respectivamente.

5.2.10 Ensaio de permeação in vitro a partir de epitélio de orelha de porco

As orelhas de porco foram adquiridas de um abatedouro certificado

(Abatedouro Angelelli Ltda, Piracicaba-SP) logo após o sacrifício dos animais, e

foram transportadas em tampão fosfato (pH 7,4). Com o auxílio de um bisturi,

foi feito um corte ao longo da orelha e posteriormente a pele foi descolada da

cartilagem subjacente (57). A pele foi dermatomizada na espessura de 500 µm

pelo dermatômetro marca Nouvag® modelo TCM 300 e o excesso de pelo

removido com o auxílio de uma máquina de barbear (Figura 9).

(A) (B)

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42

Figura 9 – (A) Pele de porco sendo dermatomizada; (B) dermatômetro.

O experimento de permeação com os filmes propostos através do

epitélio de orelha de porco foi realizado em uma célula de difusão vertical do

tipo Franz com área de permeação de 0,6 cm2 e volume de aproximadamente

4,5 mL. O epitélio foi posicionado com o lado conjuntivo sobre compartimento

receptor e com o estrato córneo voltado para o compartimento doador. O filme

foi colocado em contato com o estrato córneo do epitélio em condição de dose

finita, como ilustrado na Figura 10 (A) (58). O sistema câmara doadora, filme,

epitélio e câmara receptora foram afixados com o auxílio de uma garra de

metal. A câmara receptora foi preenchida com uma solução de tampão fosfato

70% e metanol 30%, este foi testado previamente para melhor permeação na

pele (Figura 10 B) (59). O experimento foi realizado com repetições em

sextuplicata.

(A) (B)

Figura 10 - Célula de difusão vertical do tipo Franz; (A) Filme em contato com o

estrato córneo do epitélio de orelha de porco; (B) Célula de Franz montada.

Os ensaios de permeação foram realizados durante um período de 24 h,

à temperatura controlada de 32 ºC, e sob agitação constante. Foram retiradas

alíquotas de 300 μL da câmara receptora durante as 8 primeiras h, as 12 h e as

24 h, o mesmo volume de solução tampão e metanol foi reposto na câmara

receptora (60). As amostras foram analisadas por cromatografia gasosa

acoplada a um detector de Massas (CG-EM) por método desenvolvido em

nosso grupo de pesquisa.

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43

5.2.10.1 Teste de retenção dos ativos no estrato córneo (Tape Stripping)

Tape Stripping é uma técnica utilizada para remover a última camada da

pele, o estrato córneo. Ao final do ensaio de permeação, as células foram

desmontadas e cuidadosamente a pele foi retirada, lavada com água destilada

para remover o excesso de formulação e seca com papel toalha. A pele foi

fixada em uma superfície de isopor com auxílio de alfinetes (Figura 11),

deixando a parte permeada livre. Pedaços de fita (Scotch® Magic tape 3M)

foram usados para cobrir a área permeada. A primeira fita foi aplicada sobre a

pele e removida e em seguida descartada para evitar comprometer a análise, já

que é sabido que há um excesso de formulação retida na pele. As outras 15

fitas anexadas a pele foram extraídas em um tubo tipo Falcon contendo 5 mL

de metanol e mantido à 4°C por 24 h. Após 24 h a solução foi filtrada com filtro

0,45 µm (GE Healthcare®, Estados Unidos) e analisada em CG-EM (61).

Figura 11 - Peles fixadas em superfície de isopor com auxílio de alfinetes.

5.2.10.2 Teste de retenção dos ativos na epiderme/derme

Logo após o Tape Stripping, a pele foi cortada com uma tesoura em

volta da área delimitada pela difusão, esta foi cortada em pequenos pedaços

para aumentar a área de superfície de contato. Os pedaços foram colocados

em tubo tipo Falcon contendo 5 mL de metanol e mantido à 4°C por 24 h. Após

24 h a solução foi filtrada com filtro Millex® Milipore, 45 µm e analisada em CG-

EM (61).

5.2.11 Ensaios farmacológicos

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44

5.2.11.1 Animais

Os animais foram obtidos do CEMIB-UNICAMP (Centro de Bioterismo,-

UNICAMP, Campinas, Brasil), estes foram mantidos sob um ambiente de clima

controlado 22±3 °C em ciclos claro-escuro de 12 h, com água e ração marca

Nuvlab.

Os ensaios in vivo foram aprovados pela Comissão de Ética no uso de

Animais da Unicamp sob número de protocolo 3342-1, conforme anexo.

5.2.11.2 Avaliação da atividade cicatrizante em ratos

O experimento foi desenvolvido de acordo com a metodologia descrita

por Jorge (62). Foram utilizados neste experimento ratos Wistar machos (250 a

300 g), divididos em seis grupos, de quatro animais cada, denominados grupo

1 – Solução salina 0,9% (0,5 mL/animal, controle negativo), grupo 2 – alantoína

(100 mg/animal, controle positivo), grupo 3 - filme com 10% de extrato de

jambu e 1% de óleo essencial de macela (FI), grupo 4 - filme com 15% de

extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de macela (FII) e grupo 5 – Filme

placebo (veículo), sem adição de extrato ou óleo essencial (FIII). Após a

anestesia por tiopental, o dorso dos animais foi tricotomizado e esterilizado

com Etanol 70%. Úlceras cutâneas medindo em média 1,0 cm2 foram

excisionadas e tratadas topicamente durante 10 dias com aplicações diárias

dos filmes e ocluídas com bandagem de gaze não aderente (Cicatrisan®,

Sanfarma) e Micropore Nexcare®, 3M) para garantir que o filme permanecesse

no local de aplicação. Para maior controle, foi mantido um animal por gaiola. As

úlceras cutâneas foram analisadas diariamente por meio de fotos e através

destas foi calculada a porcentagem de redução da área inicial da lesão, por

meio do programa ImageJ®.

5.2.11.2.1 Estudos histopatológicos

Ao final do experimento os animais foram sacrificados por

aprofundamento de anestesia (Tiopental) e foram retiradas amostras de pele

(epiderme, derme e hipoderme) do mesmo local de tratamento. Estas foram

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45

retiradas de 4 grupos, alantoína, FI, FII e FIII, colocadas em solução de

formalina a 10% e coradas por Tricrômio de Masson e Hematoxilina/Eosina. As

lâminas coradas foram analisadas por microscopia óptica.

5.2.11.3 Determinação da atividade antinociceptiva em camundongos

A determinação da atividade antinociceptiva foi realizada pelo modelo de

remoção da cauda (Tail Flick) conforme descrito por Freitas (54).

Camundongos Swiss machos (25 a 40g, n=7/grupo) foram contidos em cilindro

de acrílico mantendo a porção distal da cauda (10 cm) livre e em contato com

um foco de luz a 55 °C, demonstrado na Figura 12. O tempo necessário para

remoção da cauda (latência) foi considerado como resposta aversiva ao calor.

O valor basal de cada animal foi anotado antes do início do experimento e

somente os que atingiram valor basal de até 4 s foram considerados para o

experimento. Para evitar lesões térmicas, foi estabelecido o tempo máximo de

10 s para contato com a fonte de calor (cut-off). Os animais foram divididos em

4 grupos: grupo 1- filme FI, grupo 2 – filme FII, grupo 3 – filme FIIIl e grupo 4 -

EMLA® (mistura eutética de prilocaína 2,5% e lidocaína 2,5%) 150 mg/animal

(controle positivo). O filme foi aplicado a 2 cm da base da cauda do animal por

5 min, após sua remoção, a cauda foi exposta ao foco de luz na mesma região

onde o filme foi aplicado e o teste foi iniciado após sua remoção. As outras

medidas foram feitas a cada 15 min até cada animal atingir o seu valor basal de

estímulo. A analgesia foi definida como um aumento no tempo necessário para

remoção da cauda, pelo menos 50% maior que o valor de linha basal

observado.

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46

Figura 12 - Determinação da atividade antinociceptiva pelo modelo de Tail

Flick.

5.2.12 Análise estatística

Todos os resultados foram submetidos a análise de variância de uma

única via (ANOVA) e Tukey, considerando-se como nível crítico p<0,05 para

que seja considerada diferença significante entre os grupos controle e tratados,

as análises foram feitas com o pacote estatístico GraphPad Prism®, (GraphPad

Software, Inc.).

6. RESULTADOS

6.1 Rendimento do extrato de jambu tratado com carvão ativo

O rendimento médio do extrato seco de jambu tratado com carvão ativo

(4%) foi de 3,7% ± 0,5. O extrato de jambu após tratamento com carvão ativo

(4%) foi avaliado através de Cromatografia em camada delgada, sendo

comparado com o padrão analítico de espilantol e o extrato bruto de jambu de

partida. A fase móvel empregada foi n-hexano:acetato de etila 70:30 (v/v), e o

resultado do CCD encontra-se ilustrado na Figura 13.

(A) (B)

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47

Figura 13 – Cromatografia em camada delgada do extrato de jambu tratado

com carvão ativo a 4% (JC) em comparação ao extrato bruto de jambu (JB) e

padrão de espilantol (Pd), com destaque para a região contendo o espilantol.

(A) Revelação em 254 nm em câmara ultravioleta; (B) Revelação em p-

anisaldeído.

6.2 Rendimento na produção do óleo essencial de macela

O óleo essencial de macela apresentou um rendimento abaixo dos

valores descritos em literatura, que foi de 0,04%. Assim como o jambu, o óleo

essencial de macela foi avaliado através de Cromatografia em camada delgada

em comparação ao padrão de α-humuleno em fase móvel n-hexano:acetato de

etila 70:30 (v/v) (Figura 14).

Figura 14 – Cromatografia em camada delgada do óleo essencial de macela

(OM) em comparação ao padrão de α-humuleno (H), com destaque para a

região contendo o α-humuleno. Revelação em p-anisaldeído.

6.3 Produção dos filmes

6.3.1 Filme com Quitosana

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48

Todas as formulações obtidas foram feitas pelo método casting. A

formulação inicialmente desenvolvida com Quitosana apresentou-se

heterogênea, com ondulações e reduziu de tamanho após 24 h em estufa. A

concentração dos componentes empregados no filme foi variada, mas os

resultados foram os mesmos apresentados para todos os testes, desta forma, a

sequência dos estudos baseada na formulação contendo Quitosana foi

abandonada.

Figura 15 - Ilustração do filme obtido com quitosana e extrato de jambu

associado a óleo essencial de macela, demonstrando que após sua secagem

houve um encolhimento da matriz.

6.3.2 Filme com Álcool Polivinílico

A formulação de filme obtida com o uso do PVA (3%) permaneceu úmida

e viscosa após as 24 h em estufa; visto isso a placa retornou para a estufa por

mais 24 h. Apesar do filme permanecer 48h em estufa, ainda manteve uma

umidade residual e por essa razão esta formulação foi descartada dos estudo

sequenciais.

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49

Figura 16 - Formulação de PVA com extrato de jambu e óleo essencial de

macela, o filme permaneceu úmido após 48 h em estufa.

6.3.3 Filme com hidroxietilcelulose

A formulação de HEC permaneceu homogênea, secou após as 24 h em

estufa e apresentou um bom aspecto visual, por essas razões esta formulação

foi escolhida para dar continuidade ao estudo, como se pode observar na

Figura 17.

Figura 17 - Formulação de hidroxietilcelulose com extrato de jambu e óleo

essencial de macela.

6.4 Propriedades físicas dos filmes

Após o corte dos filmes com o furador, os mesmos se apresentaram

homogêneos e íntegros, com um aspecto brilhante como ilustrado na Figura

18.

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50

Figura 18 - Filmes cortados em 17 mm de diâmetro; FI - filme com 10,0% de

extrato de jambu e 1,0% óleo essencial de macela, FII – 15,0% de extrato de

jambu e 1,5% de óleo essencial de macela e FIII - filme placebo (sem adição

de extrato e óleo essencial).

As medidas de espessura (mm) e massa (g) dos filmes, estão

apresentadas na Tabela 1, com suas médias e desvios padrões.

Tabela 1- Espessura (mm ± DP) e massa (g ± DP) dos filmes FI, FII e FIII

(n=10).

Filmes Espessura (mm) Massa (g)

FI 0,9292 ± 0,12 0,2509 ± 0,01

FII 0,9308 ± 0,08 0,2506 ± 0,01

FIII 0,7166 ± 0,12 0,1791 ± 0,04

6.5 Determinação das propriedades mecânicas dos filmes

Os resultados obtidos da determinação da resistência mecânica dos

filmes à perfuração, relaxação e resiliência, bem como o tempo de resistência a

cada medida de força em função do tempo estão representados pela área sob

a curva (ASC), e encontram-se dispostos na Tabela 2.

Tabela 2 - Resistência mecânica (g ± DP) dos filmes à perfuração, relaxação e

resiliência e tempo de resistência (s ± DP) em função da força (g) aplicada

(ASC), n=3.

Perfuração Relaxação Resiliência

Filmes

Força (g) ASC (g/s) Força (g) ASC (g/s) Força (g) ASC (g/s)

F I 53,2 ± 1,6 286,7 ± 8,4 15,1 ± 1,1 40,3 ± 2,1 10,2 ± 5,3 29,8 ± 14,2 F II 41,3 ± 8,6 393,2 ± 118,5 23,9 ± 3,5 55,2 ± 7,5 21,5 ± 5,6 50,8 ± 11,2 F III 2887,2± 254,3 11376,0±936,0 101,8 ± 3,6 136,7 ± 28,0 77,6 ± 21,2 116,0 ± 19,1

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51

6.6 Monitoramento do espilantol e α-humuleno por CG-EM

Os cromatogramas dos padrões analíticos de espilantol e α-humuleno

estão ilustrados nas Figuras 19 e 21, respectivamente, e os extratos de jambu

tratado com carvão ativo e óleo essencial de macela, ilustrados nas Figuras 20

e 22, respectivamente.

Figura 19 – Cromatograma por CG-EM do padrão analítico comercial do

espilantol.

5 .0 0 1 0 .0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0

1 0 0 0 0 0

2 0 0 0 0 0

3 0 0 0 0 0

4 0 0 0 0 0

5 0 0 0 0 0

6 0 0 0 0 0

7 0 0 0 0 0

8 0 0 0 0 0

T ime -->

A b u n d a n c e

T IC : P d -J1 .D \ d a ta .ms

5 .0 0 1 0 .0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 0

1 0 0 0 0 0

2 0 0 0 0 0

3 0 0 0 0 0

4 0 0 0 0 0

5 0 0 0 0 0

6 0 0 0 0 0

7 0 0 0 0 0

8 0 0 0 0 0

9 0 0 0 0 0

T im e -->

A b u n d a n c e

T IC : J1 4 0 5 -1 .D \ d a ta .m s

Abundância

Abundância

Tempo (Min)

Tempo (Min)

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52

Figura 20 – Cromatograma por CG-EM do extrato etanólico de jambu tratado

com carvão ativo (4%), com destaque para o pico do espilantol.

Figura 21 – Cromatograma por CG-EM do padrão analítico comercial do α-

humuleno.

Figura 22 – Cromatograma por CG-EM do óleo essencial de macela, com

destaque para o pico de α-humuleno.

5 .0 0 1 0 .0 0 1 5 .0 0 2 0 .0 0 2 5 .0 0 3 0 .0 0 3 5 .0 0 4 0 .0 0 4 5 .0 0 5 0 .0 0 5 5 .0 00

5 0 0 0

1 0 0 0 0

1 5 0 0 0

2 0 0 0 0

2 5 0 0 0

3 0 0 0 0

3 5 0 0 0

4 0 0 0 0

4 5 0 0 0

5 0 0 0 0

5 5 0 0 0

6 0 0 0 0

T im e -->

A b u n d a n c e

T IC : P d -M 4 .D \ d a ta .m s

5 . 0 0 1 0 . 0 0 1 5 . 0 0 2 0 . 0 0 2 5 . 0 0 3 0 . 0 0 3 5 . 0 0 4 0 . 0 0 4 5 . 0 0 5 0 . 0 0 5 5 . 0 00

5 0 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0 0

1 5 0 0 0 0 0

2 0 0 0 0 0 0

2 5 0 0 0 0 0

3 0 0 0 0 0 0

3 5 0 0 0 0 0

4 0 0 0 0 0 0

T im e -->

A b u n d a n c e

T I C : O M -4 . D \ d a t a . m s

Abundância

Abundância

Tempo (Min)

Tempo (Min)

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53

6.7 Monitoramento do espilantol por CLAE

Os cromatogramas do padrão analítico comercial de espilantol e extrato

de jambu tratado com carvão ativo, obtidos por CLAE, estão apresentados nas

Figuras 23 e 24, respectivamente.

Figura 23 – Cromatograma por CLAE do padrão analítico comercial do

espilantol.

Figura 24 – Cromatograma por CLAE do extrato etanólico de jambu tratado

com carvão ativo (4%), com destaque ao pico de espilantol.

Tempo (Min)

Tempo (Min)

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54

6.8 Construção da Curva Analítica com padrões analíticos comercias de

Espilantol e α-humuleno

As curvas analíticas construídas para a quantificação do espilantol e do

α-humuleno, estão ilustradas nas Figuras 25 e 26.

Figura 25 – Curva analítica construída a partir do padrão analítico comercial de

espilantol.

Figura 26 – Curva analítica construída a partir do padrão analítico comercial de

α-humuleno.

y = 69204x - 241328R² = 0,9997

0

5000000

10000000

15000000

20000000

25000000

30000000

35000000

40000000

45000000

0 100 200 300 400 500 600 700

Áre

a

[] μg/mL

y = 12519x - 28464R² = 0,9996

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

1400000

0 20 40 60 80 100 120

Áre

a

[] μg/mL

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55

O limite de detecção e quantificação foram calculados através das

equações 1 e 2 apresentadas anteriormente. O limite de detecção é 0,26 μg/mL

para o espilantol e 0,04 μg/mL para o α-humuleno e o limite de quantificação

0,86 μg/mL para o espilantol e 0,31 μg/mL para o α-humuleno.

6.9 Quantificação do espilantol e α-humuleno nos filmes

Foi feita a quantificação dos compostos espilantol e α-humuleno nos

filmes de HEC, empregando-se o método do padrão externo. A partir das

curvas analíticas de cada composto, foram calculados os teores de espilantol e

α-humuleno nos filmes, usando-se a equação de regressão linear. Os valores

dispostos na Tabela 3 foram corrigidos pela pureza dos padrões de espilantol

(88,5%) e α-humuleno (96%) declarados pelo fabricante.

Tabela 3 – Teor de espilantol e α-humuleno em mg/g (± DP) de filme.

Filmes Espilantol (mg/g) α-humuleno

FI 1,1 ± 0,15 2,8 ± 0,5

FII 2,3 ± 0,65 3,9 ± 0,2

6.10 Ensaio de permeação in vitro a partir de epitélio de orelha de porco

As alíquotas coletadas (8 primeiras h, 12 e 14 h) foram analisadas em

CG-EM e em nenhuma delas foi detectado os componentes espilantol ou α-

humuleno. Assim, foram realizados os testes de Tape Stripping e de retenção

doas ativos na derme e epiderme.

6.10.1 Teste de retenção dos ativos no estrato córneo (Tape Stripping) e

epiderme/derme

O teste de Tape Stripping demonstrou que o α-humuleno e o espilantol

permearam na epiderme/derme. A Figura 27 ilustra um cromatograma oriundo

da análise por CG-EM das extrações dos ativos da epiderme/derme.

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56

Figura 27 – Cromatograma da análise por CG-EM das extrações dos ativos da

epiderme/derme. (1) α-humuleno; (2) espilantol.

6.11 Ensaios farmacológicos

6.11.1 Avaliação da atividade cicatrizante em ratos

O filme FII obteve a maior porcentagem de contração da ferida, que foi

de 62,4% (± 12,1), com significância estatística entre ele e a solução salina,

enquanto que o filme FI obteve uma porcentagem de contração de ferida de

56,7% (± 10,2). As três formulações foram mais eficazes que o controle positivo

alantoína, que foi de 44,8% (± 12,2), e inclusive o filme placebo que apresentou

contração de 47,2% (± 6,5). O tratamento com solução salina, como esperado,

apresentou a menor porcentagem de contração que foi de 41,0% (± 4,3), dados

estes apresentados na Figura 28.

Abundância

Tempo

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57

0

20

40

60

80SalinaAlantoínaFIFIIFIII

*

Tratamentos

% d

e C

on

tração

de f

eri

da

Figura 28 – Porcentagem de contração de ferida em ratos, tratados com

solução salina, alantoína, filmes FI - filme com 10,0% de extrato de jambu e

1,0% óleo essencial de macela, FII – 15,0% de extrato de jambu e 1,5% de

óleo essencial de macela e FIII - filme placebo (sem adição de extrato e óleo

essencial). *p<0,05, diferente da solução salina, análise One-way ANOVA

seguido de Tukey.

Após 10 dias de tratamento com solução salina, os animais estavam

irritados, apresentando vermelhidão, exsudato e pus nas feridas. Por outro

lado, os animais tratados com a alantoína e também aqueles tratados com as

formulações de HEC e os ativos, assim como o filme controle, apresentaram

um comportamento mais dócil e também se constatou a formação de tecido de

granulação sem pus (Figura 29).

Figura 29 - (A) tratamento com solução salina, presença de pus e sangue; (B)

tratamento com filme FII, presença de crosta sem exsudato.

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58

6.11.1.1 Estudos histopatológicos

A análise histopatológica realizada por microscópio óptico (Leica DM

750, Illinois, Estados Unidos) acoplado a uma câmera digital (Leica ICC50HD,

Illinois, Estados Unidos) comprovou que o tratamento com o filme denominado

FI (Figuras 30 C e 31 E e F) e o filme FII (Figuras 30 D e 31 G e H)

apresentaram maior distribuição de fibras colágenas (C), coloração azul

arroxeado nas lâminas coradas por Tricrômio de Masson (TM) e rosa intensa

com Hematoxilina/Eosina (HE), em relação ao controle positivo (Figuras 30 A e

31 A e B) e o filme placebo (Figuras 30 B e 31 C e D), também apresentaram

grande quantidade de fibroblastos, sendo visível somente seu núcleo como

indicado pelas setas na Figura 31. Em relação ao espessamento da epiderme

(EP), o filme placebo apresentou o menor espessamento, enquanto que nos

demais tratamentos foi possível observar um maior espessamento da

epiderme.

Figura 30 - Cortes histológicos de pele de rato retirados da área da ferida e

corados com Tricrômio de Masson. As lâminas foram observadas por

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59

microscopia óptica em 200 µm. (A) controle positivo, alantoína; (B) filme

placebo, filme FIII; (C) filme FI; (D) filme FII.

SC: estrato córneo, EP: epiderme, D: derme, C: colágeno, FP: folículo piloso.

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60

Figura 31 – Cortes histológicos de pele de rato retirados da área da ferida e

corados com Hematoxilina/Eosina. As lâminas foram observadas por

microscopia óptica em dois aumentos diferentes, 90 e 40 µm. (A e B) controle

positivo, alantoína; (C e D) filme placebo, filme FIII; (E e F) filme FI; (G e H)

filme FII.

SC: estrato córneo, EP: epiderme, D: derme, C: colágeno, FP: folículo piloso e

a seta indica o núcleo do fibroblasto.

6.11.2 Determinação da atividade antinociceptiva em camundongos

Na Figura 32 é possível verificar o máximo efeito ocorrido em cada um

dos tratamentos, pela porcentagem de animais anestesiados, em função do

tempo em minutos. O filme denominado FI obteve uma porcentagem menor de

animais anestesiados em relação ao controle, porem apresentou maior tempo

de anestesia comparado com o filme FII e o controle EMLA®, ilustrado na

Figura 33. O filme placebo, como o esperado, não apresentou atividade

antinociceptiva (dados não apresentados).

5 15 30 45 60 75 90 105 120 135 0

50

100

FIFIIEMLA

Tempo (min)

% E

MP

Figura 32 - Porcentagem de animais anestesiados pelo tempo em minutos

(p>0,05). FI - filme com 10,0% de extrato de jambu e 1,0% óleo essencial de

macela, FII – 15,0% de extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de macela e

FIII - filme placebo (sem adição de extrato e óleo essencial). Não houve

diferença estatística significante.

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61

0

50

100

150

* FIIFI

EMLA®

Tratamentos

Du

ração

da a

neste

sia

(m

in)

Figura 33 – Duração da anestesia em minutos por tratamento. FI - filme com

10,0% de extrato de jambu e 1,0% óleo essencial de macela e FII – 15,0% de

extrato de jambu e 1,5% de óleo essencial de macela. *p<0,05, diferente de FI,

análise One-way ANOVA seguido de teste de Tukey.

7. DISCUSSÃO

7.1 Produção de extrato etanólico de jambu e tratamento com carvão ativo

O carvão ativo é amplamente utilizado em processos industriais por sua

habilidade de absorver um grande número de substâncias, como componentes

orgânicos, metais pesados e substâncias coloridas, ser biocompatível e atóxico

(63). Na área fitoquímica, é utilizado para retirada de clorofila e outros

compostos coloridos que possam interferir em ensaios colorimétricos e também

no isolamento de alguns bioativos (64-67).

Estudo anterior realizado por Freitas (54) revelou que a remoção de

compostos coloridos no extrato etanólico bruto de jambu, em maior parte as

clorofilas, aumentou o teor de espilantol em relação ao extrato bruto original,

mesmo com a diminuição da massa do extrato, pois na somatória dos

constituintes totais houve eliminação de grande parte dos pigmentos e

consequentemente aumento da porcentagem de espilantol. O controle analítico

do composto espilantol, realizado com o etanol da lavagem do carvão ativo

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62

retido na filtragem, revelou que houve um arraste deste composto sem afetar a

cor final, portanto, a lavagem do carvão ativo retido, com etanol, aumentou o

rendimento do espilantol no extrato seco. Não há outros relatos na literatura

sobre o rendimento do extrato de jambu tratado com carvão ativo.

7.2 Produção do óleo essencial de macela

A produção de óleo essencial de macela por hidrodestilação obteve um

rendimento abaixo da média descrita em literatura, de 0,4 a 0,2%. A

composição e o rendimento do óleo essencial podem mudar de acordo com o

período de colheita do material vegetal e fertilização do solo com elementos

como o fósforo e a qualidade do material empregado, variando muito de autor

para autor. A composição do óleo essencial também é afetada de acordo com

a região de cultivo/coleta; no Brasil e Uruguai os compostos mais abundantes

são o α-pineno e α-humuleno e na Argentina o β-cariofileno e α copaeno (29).

7.3 Produção dos filmes

Sistemas transdérmicos apresentam algumas vantagens em relação a

formas farmacêuticas convencionais por evitar o metabolismo hepático de

primeira passagem, melhorando a biodisponibilidade do fármaco e reduzindo a

frequência da dose (68).

Para melhorar as propriedades dos filmes e facilitar a solubilização do

extrato de jambu e óleo essencial, foram utilizados adjuvantes, pois os mesmos

são importantes na área farmacotécnica. A Glicerina foi empregada como

plastificante, o Tween® 80 foi utilizado como emulsificante e o Transcutol®

como solubilizante e facilitador da penetração dos ativos na pele (69-71).

O Transcutol® é um derivado de óxido de etileno muito utilizado em

produtos cosméticos e farmacêuticos de uso oral, tópico, transdérmico e

injetável. Ultimamente tem sido muito utilizado em formulações tópicas por ter

baixa toxicidade, solubilizar ativos que não são solúveis em solventes

orgânicos, como etanol e por facilitar a penetração de diferentes compostos

ativos pela pele e absorção local (71).

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7.3.1 Produção do filme de Quitosana

A Quitosana é um polímero obtido pela reação de desacetilação parcial

da quitina oriunda do exoesqueleto de crustáceos; é amplamente usada em

sistemas de liberação controlada como géis, membranas e microesferas devido

as suas propriedades de formação de filme; por ser biodegradável, inócua,

biocompatível, ter atividade antimicrobiana e cicatrizante e por último, por

absorver exsudatos (70). Por esses motivos a quitosana é um polímero

adequado para ser utilizado no tratamento de feridas e queimaduras e foi eleita

uma das candidatas neste estudo.

O filme de quitosana obtido neste estudo permaneceu heterogêneo e

retraiu-se após 24 h de secagem em estufa. Leceta, et al. (72) observaram que

a resistência à tração do filme de quitosana diminuiu com o aumento da adição

de glicerina. A baixa resistência mecânica observada nos filmes obtidos com o

emprego da quitosana, somados ao emprego da glicerina, além do uso dos

extratos cujos compostos ativos estão presentes, pode ter resultado em uma

incompatibilidade e desestabilização da formulação.

7.3.2 Produção do filme de Álcool Polivinílico

O PVA é um polímero biodegradável, solúvel em água, com boas

propriedades mecânicas, resistência química, fácil preparo, tem propriedade

adesiva e propriedade formadora de filme (71). É muito utilizado em

membranas de diálise, curativo, pele artificial e administração transdérmica de

drogas (23).

A formulação contendo PVA não secou após 48 h em estufa, isso pode

ser devido a sua extrema sensibilidade à água e capacidade de inchamento por

hidratação, levando à instabilidade das suas propriedades físico-químicas (23).

7.3.3 Produção do filme de hidroxietilcelulose

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A hidroxietilcelulose é um polímero não iônico obtido por expansão da

celulose em NaOH e tratamento com óxido de etileno; é abundante, renovável,

solúvel em água, biocompatível, possui baixa toxicidade, é capaz de

formar filmes e é muito utilizada em vários tipos de curativos por ter

propriedade hemostática (73-75).

O filme de hidroxietilcelulose, neste estudo, permaneceu homogêneo,

com boa aparência física, maleável e resistente, por esses motivos este filme

foi escolhido para seguir com os estudos.

7.4 Propriedades físicas dos filmes

As propriedades físicas e de homogeneidade dos filmes podem ser

observadas na Tabela 1 e Figura 18, respectivamente. As massas e

espessuras condizem com os filmes produzidos por Freitas (54) apesar de

quando comparamos os polímeros usados nos dois estudos, verifica-se que

foram utilizados polímeros diferentes (quitosana x hidroxietilcelulose), além do

fato que Freitas usou o dobro da massa depositada nas placas. Isto é

compreensível tendo em vista que a porcentagem de polímero empregada por

Freitas ter sido menor quando comparada a este estudo; desta forma houve

uma compensação, de maneira que as propriedades de espessura e massa se

equivalessem.

7.5 Determinação das propriedades mecânicas dos filmes

As propriedades mecânicas dos filmes estão relacionadas

principalmente com a capacidade dos polímeros para formar ligações em

cadeias, tornando a sua separação difícil quando sujeitos a forças mecânicas

(56). Os resultados obtidos, ilustrados na Tabela 2, demonstram que o filme

placebo foi mais resistente à perfuração, resiliência e relaxação, uma vez que

não houve adição de extrato de óleo e, consequentemente, o filme se tornou

mais rígido.

A formulação denominada FI resistiu a uma força maior, mas por um

tempo menor quando comparada com a formulação FII, este resultado pode

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ser devido a quantidade maior de extrato e óleo essencial na formulação FII, de

modo que esta se tornou mais maleável, mas não tão resistente.

Assim, pode-se concluir que a presença de extrato de jambu e óleo

essencial de macela melhoraram suas características viscoelásticas de

deformação e relaxamento molecular. Quando comparado com outro estudo

com filmes feitos com álcool polivinílico (56), os filmes contendo extrato e óleo

essencial também foram mais maleáveis e mais fáceis de cobrir a ferida.

7.6 Monitoramento do espilantol e α-humuleno por CG-EM

A cromatografia gasosa é utilizada para a separação de compostos

voláteis, isto é, os analitos a serem separados devem apresentar uma razoável

pressão de vapor à temperatura de separação. Foi à primeira técnica a ser

acoplada com o espectrômetro de massas por causa da facilidade do manuseio

do efluente gasoso do cromatógrafo (76). É uma ferramenta muito útil na

identificação de compostos de origem vegetal graças à disponibilidade de

bibliotecas espectrais (73).

A análise do óleo essencial de macela e extrato de jambu por CG-EM já

foi realizada com sucesso por outros autores, portanto essa técnica foi

escolhida para realizar este estudo (34,40, 78). Em relação ao monitoramento

do espilantol, a técnica por CG-EM foi utilizada até a aquisição do padrão

analítico comercial, que é de alto custo.

A identificação do espilantol e α-humuleno foram feitas através da

comparação dos cromatogramas dos extratos e óleo essencial e padrões

analíticos comerciais (Figuras 19, 20, 21 e 22).

7.7 Monitoramento do espilantol por CLAE

A CLAE é uma técnica de separação que passou a ser um dos métodos

analíticos mais utilizados para fins qualitativos e quantitativos. As razões para

esse crescimento estão relacionadas à sua adaptabilidade para determinações

quantitativas com boa sensibilidade e a possibilidade de separar espécies não

voláteis e termicamente instáveis (79).

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O monitoramento do espilantol por CLAE foi o mais adequado,

mostrando ser um método sensível, preciso e exato (40), outros autores já

utilizaram este método para a quantificação e isolamento do espilantol (52, 80,

81).

7.8 Ensaio de permeação in vitro a partir de epitélio de orelha de porco

A célula de Franz é muito utilizada para avaliar a permeabilidade de

compostos pela pele (82).

Estudos demonstraram que a pele de porco é um ótimo modelo animal

para a realização de ensaio de permeação, por ser similar à pele humana,

apresentando assim como esta, folículos capilares, vasos sanguíneos,

epiderme grossa, derme papilar e abundante tecido adiposo subcutâneo e

elástico (12).

Em um estudo de permeação em pele de orelha de porco feito por

Folzer, et al. (73) foram avaliados três tipos de formulações contendo

diclofenaco, patch, gel e também solução. Após 24 h a porcentagem de

diclofenaco permeado pelo patch (80,4%) foi quase o dobro em relação ao gel

(45,5%) e a solução (44%). O uso de excipientes que controlam a liberação do

ativo no patch, como por exemplo, solvente ou polímeros, resultam em uma

melhor e mais consistente liberação ao longo do tempo.

Ao final do ensaio de permeação, as alíquotas coletadas foram

analisadas por CG-EM para determinar e quantificar o espilantol e α-humuleno.

Em todos os tempos de coleta não foi identificada a presença destes

compostos.

Algumas substâncias podem ser impedidas de serem liberadas de uma

formulação devido à incompatibilidade ou à baixa solubilidade no líquido

receptor (84), mas isso não ocorreu com o espilantol e α-humuleno, pois em

testes prévios com membrana sintética de celulose esses ativos foram

detectados nas alíquotas retiradas do líquido receptor (dados não

apresentados). Desta maneira, por ter apresentando resultado negativo no

teste de permeação, foram realizados testes de retenção no estrato córneo e

epiderme/derme.

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7.8.1 Teste de retenção no estrato córneo (Tape Stripping) e

epiderme/derme

As técnicas de retenção no estrato córneo e epiderme/derme são

amplamente utilizadas para estudar a cinética e a penetração de fármacos na

pele, permitindo determinar a localização e a distribuição de substâncias no

estrato córneo e epiderme/derme. O Tape Stripping foi proposto pelo FDA em

1998 como técnica investigativa utilizada tanto na pesquisa quanto em estudos

de biodisponibilidade tópica e bioequivalência (85, 86).

Foram aplicadas 16 fitas adesivas, sendo a primeira descartada por

conter excesso de formulação. Caron et al. (87) afirmam que as 10 primeiras

fitas representam 90% da concentração do fármaco presente no estrato córneo

e as 10 fitas subsequentes contribuem com menos de 5%, portanto 15 fitas

seriam o suficiente para a remoção completa ou grande parte do estrato

córneo.

Os compostos estudados foram retidos na mesma camada

epiderme/derme, como se pode observar na Figura 27. Este resultado é

desejável, pois o alvo de interesse é a pele.

7.9 Ensaios farmacológicos

7.9.1 Avaliação da atividade cicatrizante em ratos

A cicatrização cutânea é de grande interesse para a saúde pública pelo

fato de afetar um grande número de pacientes, reduz a qualidade de vida,

prolonga o tempo de internação e consequentemente gera mais despesas de

saúde. Além disso, as informações na literatura sobre o potencial de agentes

tópicos na cicatrização de feridas na pele é limitada. Baseado na medicina

popular, estudos demonstraram uma melhoria no processo de cicatrização com

o uso de produtos naturais, estes têm sido uma fonte importante de agentes

terapêuticos (88, 89).

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Em feridas abertas há um grande risco indesejável de infecção, o uso de

antibióticos para prevenção e tratamento de infecções, tem diminuído

gradualmente sua eficácia pelo aumento da resistência bacteriana por essas

drogas (74).

Como descrito anteriormente, o uso de anti-inflamatório é de grande

importância para uma boa cicatrização, a inflamação excessiva reduz a

proliferação dos fibroblastos, síntese de matriz extracelular e angiogênese (89).

O espilantol e o α-humuleno já possuem comprovação desta atividade (36, 42),

mas ainda não foi estudada sua atividade cicatrizante. A Figura 28 ilustra a

porcentagem de contração da ferida em teste de cicatrização in vivo.

Um estudo comparativo realizado com pomada de extrato de Hibiscus

rosa demostrou que em 10 dias a ferida contraiu cerca de 75%, enquanto que o

controle positivo, pomada de nitrofurazona, contraiu em média apenas 45%

(90), o que demonstra que o emprego de plantas medicinais é uma ótima

alternativa medicamentosa. Outro estudo realizado com extrato etanólico e óleo

essencial de Murraya koenigii, uma planta utilizada na medicina asiática,

comprovou que a contração da ferida administrada com óleo essencial foi de

36%, a tratada com extrato etanólico foi de 67% e a pomada padrão utilizada

obteve 37% no décimo dia de tratamento (91). Estes estudos comprovam que

produtos de origem natural tem grande potencial terapêutico.

De acordo com os resultados obtidos podemos afirmar que os filmes

foram mais eficientes que o controle positivo alantoína, até mesmo o filme

placebo. Portanto foi utilizada uma solução salina como controle negativo já

que a HEC é muito utilizada em curativos e macroscopicamente obteve uma

maior porcentagem de contração de ferida.

7.9.1.1 Estudos histopatológicos

O processo de cicatrização envolve interações entre uma variedade de

tipos celulares, citocinas, fatores de crescimento e moléculas de matriz

extracelular (MEC) (89). Quando o tecido é lesado, os fibroblastos próximos se

proliferam, migram para a ferida e produzem grandes quantidades de matriz

rica em colágeno, que ajuda a isolar e a reparar o tecido lesado (92). Os

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fibroblastos localizam-se em íntima associação com feixes de colágeno,

colocando-se paralelamente ao eixo da fibra (10).

O colágeno é uma proteína resistente, firme e muito abundante,

constituindo cerca de 20% de todas as proteínas do corpo (10), este tem uma

função bem estabelecida na cicatrização da ferida, é o principal componente

que reforça e suporta o tecido extracelular (88). As fibras colágenas podem ser

visualizadas nitidamente nas Figuras 30 e 31.

Em apenas 10 dias de tratamento, os tratamentos com os filmes FI e FII

foram benéficos para a regeneração e reorganização das estruturas da pele

quando comparados com o filme placebo e alantoína, isso se confirma pelo

arranjo regular das fibras colágenas e o espessamento da epiderme nas

Figuras 30 e 31. O estudo realizado por Nagappan (91) com extrato etanólico e

óleo essencial de Murraya koenigii, demonstrou que apenas no 14º dia foi

possível observar a presença de colágeno em análise histopatológica, isso

sugere que o extrato de jambu e o óleo essencial de macela auxiliam na

deposição de colágeno e diminuem o tempo do processo de cicatrização. Além

disso, não foi encontrada nenhuma evidência de dano no tecido, inflamação ou

fibrose, o que indica que as formulações tem um grande potencial cicatrizante.

7.9.2 Determinação da atividade antinociceptiva em camundongos

A determinação da atividade antinociceptiva do extrato de jambu no

modelo de Tail Flick já foi relatado por Chakraborty et al. (42) por administração

intraperitoneal. Freitas (54) também estudou a atividade antinociceptiva dos

filmes de quitosana contendo extrato de jambu, o filme que obteve o melhor

resultado foi o de 10% extrato de jambu tratado com 4% de carvão ativo,

superando a anestesia do EMLA®.

O anestésico tópico EMLA® foi escolhido como controle positivo por ser

o anestésico tópico mais utilizado clinicamente, além de ter uma duração média

de anestesia de 90 minutos após a aplicação (26). De acordo com os

resultados obtidos (Figura 28), o filme 15% de extrato de jambu tratado e 1,5%

de óleo volátil de macela superou a duração de anestesia do EMLA®, com

apenas 5 minutos de aplicação e oclusão, o que comprova uma rápida

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absorção do composto de interesse (espilantol) presente na formulação. A

diferença de resultado obtido por Freitas pode ter ocorrido devido ao polímero

utilizado, a quitosana.

8. CONCLUSÃO

A produção do extrato etanólico de jambu por maceração dinâmica e seu

tratamento com carvão ativo foi empregada com sucesso, uma vez que o

espilantol permaneceu presente nos extratos, ou seja, não decompôs. A

técnica de hidrodestilação utilizada para a produção de óleo essencial de

macela também se mostrou eficaz por extrair efetivamente o α-humuleno.

Os filmes produzidos com HEC e os adjuvantes Glicerina, Tween®80 e

Trancutol® foram os que obtiveram melhor aspecto físico e compatibilidade

entre si.

Nas propriedades físicas e mecânicas os filmes demonstraram ser

homogêneos e maleáveis, facilitando sua aplicação na pele e sendo portanto

factíveis em procedimentos como curativos.

O monitoramento dos extratos, óleo essencial e filmes por CG-EM foi de

grande importância para comprovar a presença do espilantol e α-humuleno. A

quantificação por CLAE possibilitou mensurar o teor do espilantol nos filmes.

No ensaio de permeação in vitro o espilantol e o α-humuleno

permaneceram retidos nas camadas da pele. Este resultado foi desejável, já

que o alvo de interesse é a pele.

Nos estudos de atividade cicatrizante e antinociceptiva, a formulação de

maior concentração dos ativos, foi a que obteve o melhor resultado de redução

da ferida e síntese de colágeno e maior tempo de nocicepção quando

comparado ao produto comercial empregado.

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ANEXO

Aprovação do Comitê de Ética Animal.