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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS LEONARDO FIGUEIREDO CAMARGO AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DOS CANDIDATOS EM LISTA DE ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL. CAMPINAS 2017

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

LEONARDO FIGUEIREDO CAMARGO

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DOS CANDIDATOS EM LISTA DE

ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL.

CAMPINAS

2017

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LEONARDO FIGUEIREDO CAMARGO

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DOS CANDIDATOS EM LISTA DE

ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL.

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual

de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de mestre em

ciência na área de concentração em clínica médica.

ORIENTADOR: RAQUEL SILVEIRA BELLO STUCCHI

COORIENTADOR: MARILDA MAZZALI

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO

ALUNO LEONARDO FIGUEIREDO CAMARGO, E ORIENTADO PELA

PROF. DR. RAQUEL SILVEIRA BELLO STUCCHI

CAMPINAS

2017

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BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

LEONARDO FIGUEIREDO CAMARGO

ORIENTADOR: RAQUEL SILVEIRA BELLO STUCCHI

COORIENTADOR: MARILDA MAZZALI

MEMBROS:

1. 1. PROF. DR. RAQUEL SILVEIRA BELLO STUCCHI (PRESIDENTE)

2. PROF. DR. LIGIA CAMERA PIERROTTI (TITULAR EXTERNA)

3. PROF. DR. ELIANE DE OLIVEIRA MORAES (TITULAR INTERNA)

Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca

examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

Data: 04/08/2017

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AGRADECIMENTOS

Às minhas orientadoras, Raquel Stucchi e Marilda Mazzali, por terem me acolhido e guiado

com suas considerações claras, assertivas e constantes.

Ao Prof. Dr. Djalma de Carvalho Moreira Filho, por suas explicações e didática inequívocas

em assuntos tão complexos quanto qualificação de dados estatísticos.

À Alessandra Martins Lother e Michele “Maria” Tavares Kost, pelo suporte e amizade

durante as várias etapas desta jornada.

À Universidade Estadual de Campinas, incluindo todo o Departamento de Nefrologia que

permitiram e colaboraram direta e indiretamente para realização desta obra.

Aos pacientes que compartilharam um pouco de suas histórias na esperança de que possamos

melhorar o futuro da saúde no país.

Aos meus familiares e amigos, que providenciaram a alegria tão necessária nos momentos de

cansaço.

Aos meus pais, por me concederem mais do que a vida, mas também seus exemplos de vida.

À minha esposa, Gabriela por toda a ausência suportada e por gerar em mim a vontade de ser

um ser humano melhor.

“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.”

Jean Maurice Eugène Cocteau

(1889-1963)

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RESUMO

O número de pacientes com doença renal crônica vem aumentando a cada ano.

Consequentemente, cresce também o encaminhamento desses pacientes para os diversos

centros de transplante renal credenciados no país. Ao realizar o transplante estes pacientes

tornam-se imunossuprimidos, e portanto um grupo de risco para várias infecções

imunopreveníveis por vacinas. Há grandes desafios na avaliação dos riscos infecciosos prévio

ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes

para o transplante. O presente estudo tem como objetivo avaliar a situação vacinal de

pacientes renais crônicos pré-transplante e sugerir a implementação de atenção sistematizada

através da elaboração e análise da base de dados.

A pesquisa incluiu pacientes com doença renal crônica, inscritos no Cadastro Técnico

de Transplante Renal, atendidos pelo Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Universidade

Estadual de Campinas (Unicamp), no período de Fevereiro de 2014 a junho de 2016.

Verificamos prevalência de vacinação completa em apenas 73% dos pacientes para

vacina de hepatite B (HB) e 67% para vacina contra influenza. Nas demais vacinas propostas

pelo calendário vacinal não houve prevalência que atingisse 50% dos pacientes. Não houve

impacto direto da orientação vacinal entre os pacientes na cobertura vacinal para nenhum tipo

de vacina pesquisada. O local predominante de vacinação mostrou impacto estatístico com

maior prevalência das vacinas de difteria, tétano (dT), sarampo, caxumba, rubéola (SCR) e

hepatite B, quando realizadas em Unidade Básica de Saúde (UBS), contra maior prevalência

da vacina contra pneumococo (pneumo23) quando realizada em Clínicas de Terapia Renal

Substitutiva (TRS). As entrevistas com as equipes cuidadoras revelaram a pouca importância

dada ao tema imunização, sugerindo correlação entre as taxas vacinais dos pacientes com o

grau de prioridade dada a cada vacina.

Desta maneira sugerimos a integração de centro transplantador com as equipe

cuidadoras, através de palestras, verificação periódica de cartão vacinal, e orientações sobre o

calendário de imunização. Esta integração sensibilizaria as equipes sobre a importância da

vacinação, aumentando a proteção vacinal e o cuidado do paciente portador de doença renal

crônica na fase pre-transplante.

Palavras chaves: transplante renal, doença renal crônica, imunossuprimidos,

vacinação.

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ABSTRACT

The number of patients with chronic kidney disease is increasing every year.

Consequently, the referral of these patients to the various renal transplant centers also

increases. After transplantation these patients become immunosuppressed, and therefore a

risk group for several vaccine immunopreventable infections. There are major challenges in

evaluation of infectious risks prior to transplantation, and vaccination status is an important

step in this preparation. The aim of the present study was to evaluate the vaccine situation in

pre-transplant chronic renal disease and to suggest a systematized care through the elaboration

and analysis of the database.

The study included patients with chronic kidney disease enrolled in the renal

transplant technical register, attended by the Pre-Transplant Renal Clinic from University of

Campinas (Unicamp), from February 2014 to June 2016.

We found prevalence of complete vaccination in only 73% of patients for hepatitis B

vaccine (HB) and 67% for influenza vaccine. The prevalence was less than 50% of the

patients with others vaccines. There was no direct impact of vaccine orientation among

patients on vaccine coverage for any type of vaccine investigated. The prevalent site of

vaccination showed a higher prevalence of diphtheria, tetanus (dT), measles, mumps, rubella

(SCR) and hepatitis B vaccines, when performed in a Primary Health Unit (UBS), against a

higher prevalence of pneumococcus (Pneumo23) when performed in Renal Replacement

Therapy (TRS) Clinics. Interviews with caregivers revealed little importance given to the

topic of immunization, suggesting a correlation between the vaccine rates with the degree of

priority given to each vaccine.

In conclusion, we suggest the integration of transplantation centers with the caregivers

clinics, through lectures, periodic check of vaccination cards, and guidelines on the

immunization schedule to sensitize these teams for the importance of vaccination, increasing

vaccine protection and care of the patient with chronic kidney disease in the pre-

transplantation phase.

Key words: vaccine, immunosuppression, kidney transplant, chronic kidney disease

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ABREVIATURAS E SIGLAS

ABTO _ Associação Brasileira de Transplantes

Alb _ albumina

AntiHBsAg _ anticorpo contra antígeno de superfície do vírus da hepatite B

Aza _ azatioprina

CDL _ catéter duplo lúmen para hemodiálise

CIN _ Centro Integrado de Nefrologia

Cr _ creatinina

CRIE _ Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais

Cya _ ciclosporina

DM _ diabetes mellitus

DP_ diálise peritoneal

DRC _ Doença Renal Crônica

DT _ vacina bacteriana dupla tipo infantil (difteria e tétano)

dT _ vacina bacteriana dupla adulto (difteria e tétano)

DTPa _ vacina tríplice bacteriana acelular infantil (contra difteria, tétano e

coqueluche)

dTpa _ vacina tríplice bacteriana acelular adulto (contra difteria, tétano e coqueluche)

DTP+HB+HIB _ vacina pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, haemophilus

influenza, hepatite B)

FAV _ fístula artério-venosa

FT _ vacina contra febre tifóide

FK _ tacrolimus

GESF _ glomérulo esclerose segmentar e focal

GNC _ glomerulonefrite crônica

HA _ vacina contra a hepatite A

HAS _ hipertensão arterial sistêmica

HB _ vacina contra a hepatite B

HC _ Hospital de Clínicas

HBsAg _ antígeno de superfície do vírus da hepatite B

HD_ hemodiálise

Hib _ vacina conjugada contra o Haemofilus influenzae de tipo b

HIV _ vírus da imunodeficiência humana

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HPV_ vacina contra papilomavírus

ID _ Intradérmico

IGHHB _ imunoglobulina humana hiperimune específica contra hepatite B

IGHT _ imunoglobulina humana hiperimune específica contra tétano

IGHR _ imunoglobulina humana hiperimune específica contra raiva

IGHVZ _ imunoglobulina humana hiperimune específica contra vírus varicela-zoster

IMC_ índice de massa corporal

INF _ vacina contra a Influenza

KTV _ coeficiente de adequação dialítica

MHC_ complexo de histocompatibilidade

MMF _ micofenolato

MncC _ vacina conjugada contra o meningococo C

Pn23 _ vacina polissacarídica contra o pneumococo

Pnc10 _ vacina conjugada contra o pneumococo decavalente

Pnc 13_ vacina conjugada contra o pneumococo trezevalente

PNI_ Programa Nacional de Imunizações

PTH _ paratormônio

RDC_ Resolução de Diretoria Colegiada

RT _ responsável técnico

SBIM _ Sociedade Brasileira de Imunizações

SCR _ vacina contra sarampo, caxumba e rubéola

SRL _ sirolimus

SUS_ Sistema Único de Saúde

TCLE _ Termo de Consentimento Livre Esclarecido

TRS _ Terapia Renal Substitutiva

Tx _ transplante renal

U _ uréia

UBS_ Unidade Básica de Saúde

Unicamp _ Universidade Estadual de Campinas

VIP _ vacina inativada contra a poliomielite

VOP _ vacina oral contra poliomielite

VZ _ vacina contra a varicela

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SUMÁRIO

Introdução...............................................................................................11

Casuística e Métodos..............................................................................22

Resultados .............................................................................................28

Discussão................................................................................................56

Conclusões e perspectivas.......................................................................68

Referências Bibliográficas.......................................................................70

Anexos....................................................................................................75

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1 INTRODUÇÃO

1.1Aspectos éticos

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de

Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sob número

23001213.5.0000.5404.

Os pacientes atendidos pelo Ambulatório de Pré-Transplante Renal (Centro Integrado

Nefrologia _ CIN) do Hospital de Clínicas da Unicamp foram convidados a participar do

estudo, através de explanação em grupo de sala de espera. Os sujeitos que concordaram em

participar da pesquisa foram informados, de forma detalhada, sobre o estudo pelo pesquisador

Leonardo Figueiredo Camargo e assinaram um Termo de Consentimento Livre Esclarecido-

TCLE (ANEXO 1). Não houve intervenção ou alteração na conduta médica dos sujeitos de

pesquisa. Para fins de análise, todas as informações sobre a identidade dos sujeitos de

pesquisa serão mantidas em sigilo.

As entrevistas com as equipes médicas e de enfermagem responsáveis pelo tratamento

dos pacientes encaminhados ao Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp, foi

realizada através de entrevista online, direcionada para e-mail pessoal ou institucional do

responsável técnico da equipe assistente. A entrevista online teve caráter geral, não havendo

questionamento sobre caso específico de indivíduo abordado pela pesquisa, mas apenas dados

referentes aos protocolos da instituição que aceitou colaborar com a pesquisa. Não foram

aceitos como respondedores médicos ou enfermeiros plantonistas, que não estivessem

inseridos nas práticas da clínica assistente. Também não houve intervenção ou alteração na

conduta médica dos sujeitos de pesquisa. Para fins de análise, todas as informações sobre a

identidade dos sujeitos de pesquisa serão mantidas em sigilo. Este projeto não acarretou riscos

aos sujeitos de pesquisa.

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1.2 Revisão da Literatura

São inúmeras as doenças que podem ocasionar Doença Renal Crônica (DRC). Entre as

mais prevalentes no país estão a hipertensão e a diabetes, doenças tipicamente de pessoas

acima de 40 anos. Porém, com maior acesso a assistência e melhora dos métodos

diagnósticos, aumentam também os números de caso de glomerulopatia de caráter hereditário

ou imune, em todas as idades, principalmente em jovens. Portanto, há um crescente aumento

no número de portadores de doença renal crônica no mundo, assim como em nosso país (1).

Como consequência, a procura pelos centros de transplante renal aumenta a cada dia.

A promessa de melhor qualidade de vida para esses pacientes e os avanços cada vez

mais consolidados da terapia de imunossupressão, que nas últimas décadas fizeram regredir

acentuadamente o número de perda de enxertos por rejeição (tanto renais quanto de outros

órgãos), levaram a um aumento expressivo nas listas nacionais de transplante

(2)(http://www.abto.org.br/rbt/registros/).

Na tentativa de alocação de órgãos da maneira mais eficaz possível, foram criadas

múltiplas regulamentações (desenvolvidas e implementadas por Câmaras Técnicas criadas

pelo Ministério da Saúde do Brasil_ Portaria GM nº 3.407 de 05 de agosto de 1998), tais

como distribuição do órgão por compatibilidade, descentralização de equipes de captação e

realização de transplantes, avaliação do receptor pré-implante.

Apesar destes avanços e das regulamentações estabelecidas, os desafios na avaliação

de riscos pré-transplante por parte dessas equipes não diminuíram. Em decorrência da

imunossupressão, os candidatos ao transplante e/ou transplantados tornam-se mais

susceptíveis às infecções, comparados à população geral (3). Os renais crônicos devem ser

avaliados rotineiramente por uma equipe multiprofissional para assegurar que todo candidato

ao transplante mantenha seu calendário vacinal atualizado(4-6).

Desde a publicação do Manual de Vacinação para Transplantados de Órgãos Sólidos

em 2004 (4, 7) novas vacinas têm sido inseridas no calendário vacinal desses pacientes.

Porém muitas são as dúvidas relacionadas à eficácia e segurança dessas vacinas(8).

Estudos sugerem que a maior causa de falha vacinal dos pacientes no pós-transplante

renal consiste na crença por parte das equipes cuidadoras que não haverá eficácia dessas

vacinas, seguidas de rejeição aguda e crônica ao enxerto (9). Isso torna ainda mais importante

a vacinação no período pré-transplante.

É recomendável que, na primeira consulta clínica, iniciando a avaliação do paciente a

ser inscrito para transplante renal, a sua situação vacinal seja avaliada, criando uma possível

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estratégia para administração das doses necessárias em um tempo preconizado antes do

transplante (4).

1.3 Imunização

A imunização tem como objetivo proteger o indíviduo contra microrganismos

específicos considerados relevantes na saúde pública, visando a imunização de uma forma

ativa. Existem duas categorias de vacinas: as vacinas atenuadas e as vacinas inativadas(10).

As vacinas atenuadas são constituídas de microrganismos vivos modificados, ainda

capazes de se replicar dentro do hospedeiro. Uma importante característica desta categoria

vacinal é o potencial de reversão da virulência natural e a possibilidade de causar infecção

sintomática, semelhante àquela provocada pelo vírus selvagem no hospedeiro (10, 11).

Já as vacinas inativadas são preparações de subunidades celulares ou proteínas

antigênicas incapazes de se replicarem dentro do hospedeiro (10, 11).

Como regra geral, as imunizações primárias devem ser administradas o mais cedo

possível antes do transplante, porque a resposta imune às vacinas é diminuída em pacientes

em estágio final da doença renal (12, 13). Após transplante de órgãos sólidos apenas as

vacinas atenuadas são rotineiramente contra-indicadas, devido o risco de desencadear doença

pelo vírus vacinal em pacientes imunocomprometidos (10, 11, 14). Entretanto alguns estudos

sugerem segurança na realização de vacinas vivas atenuadas em portadores de enxerto renal,

no entanto, mesmo esse tipo de vacina possui menor potencial imunogênico quando

comparado à população saudável (15).

1.3.1 Vacinas inativadas e vivas atenuadas: características e diferenças

Como regra geral, as vacinas atenuadas promovem proteção mais completa e

duradoura com menor número de doses. Isso se deve à sua penetração nas células do

hospedeiro, intensa replicação e apresentação de epítopos tanto pelas moléculas MHC de

classe I quanto de classe II, ativando respostas imunes muito mais completas e potentes (13).

Quando administradas por via mucosa (mucosa digestiva, no caso da vacina oral contra

poliomielite_VOP), induzem imunidade secretora na porta de entrada natural. Sua

desvantagem é o risco de provocar doença em pacientes com imunossupressão grave (11).

Cabe esclarecer, entretanto, que muitas das vacinas inativadas são imunógenos

potentes e conferem proteção de longa duração.

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Os dados abaixo permitem fazer uma comparação simples entre vacinas vivas

atenuadas e vacinas inativadas.

Tabela 1_ Características principais das vacinas atenuadas X inativadas.

Fonte: Kuby (1997), modificado. (*) Excluídas as vacinas polissacarídicas não

conjugadas.

1.3.2 Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE)

Em 1993 o Ministério da Saúde do Brasil, por intermédio do Programa Nacional de

Imunizações (PNI), iniciou a implantação de Centros de Referência de Imunobiológicos

Especiais (CRIEs) com objetivo de oferecer determinados agentes imunobiológicos a

categorias especiais da população (11).

Atualmente existem no Brasil 38 CRIE’s, sendo três em Brasília, dois no Paraná e seis

em São Paulo; o restante dos estados um centro em cada capital (11).

Atualmente os imunobiológicos distribuídos pelos CRIE’s são: vacina inativada contra

a poliomielite (VIP); vacina contra a hepatite B (HB); vacina contra a hepatite A (HA); vacina

contra a varicela (VZ); vacina contra a influenza (INF); vacina de polissacarídeos contra o

pneumococo (Pn23); vacina conjugada contra o pneumococo para crianças até dois anos de

idades (Pnc10); vacina conjugada contra o Haemofilus influenzae de tipo b (Hib); vacina

tríplice bacteriana acelular pediátrica (difteria, tétano e coqueluche - DTPa); vacina dupla tipo

infantil (DT); vacina conjugada contra o meningococo C (MncC); vacina contra febre tifóide

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(FT); a combinação da pentavalente (DTP+HB+HIB); além de imunoglobulinas humanas

hiperimunes específicas contra tétano (IGHT); hepatite B (IGHHB); raiva (IGHR) e varicela-

zoster (IGHVZ)(11).

As vacinas recomendadas para candidatos e receptores de órgãos sólidos são: vacina

contra difteria, tétano e coqueluche acelular pediátrica (DTPa) e do adulto (dTpa); vacina

dupla tipo infantil (DT); vacina inativada contra a poliomielite (VIP); vacina contra hepatite B

(HB); vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR); vacina contra varicela-zoster (VZ);

vacina conjugada contra o Haemofilus influenzae de tipo b (Hib); vacina contra a influenza

(INF); vacina contra a hepatite A (HA);vacina conjugada contra o pneumococo para crianças

até dois anos de idades (Pnc10); vacina polissacarídica contra o pneumococo (Pn23); vacina

conjugada contra o pneumococo (Pn13)(8, 12, 16).

A importância da avaliação do calendário vacinal do candidato ao pré-transplante,

assim como seu efeito a longo prazo não devem ser subestimados. Desse modo, centros de

transplantes deveriam desenvolver um sistema que possibilitasse o registro, a atualização e

análise da situação vacinal do candidato ao transplante (8).

1.4 Imunização no transplante de órgãos sólidos

A imunização de pacientes imunocomprometidos com vacinas inativadas não implica

riscos adicionais, além daqueles próprios a cada uma delas (17). Mas há questionamento

quanto a sua eficácia, que pode ser menor ou até mesmo nula.

Já a administração de vacinas atenuadas a pacientes imunossuprimidos causa maior

preocupação. Essas vacinas devem ser evitadas durante dois anos após transplante de medula

óssea e durante no mínimo três meses após término de quimioterapia. Entretanto, deve-se

levar em conta que esses intervalos podem variar de acordo com a intensidade e tipo de

terapêutica imunodepressora, irradiação, doença de base e outros fatores. Para portadores de

transplante de órgãos sólidos que, portanto, fazem uso continuo de imunossupressores, não há

tempo definido para se liberar a vacinação com vírus vivos (11).

1.5 Protocolo básico de imunizações no transplante de órgãos

Seguindo recomendações de protocolos da Associação Brasileira de Transplantes

(ABTO), do CRIE e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o esquema vacinal

sugerido para o paciente candidato a transplante de órgão sólido, segue abaixo:

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Figura 1_Calendário vacinal para candidatos à transplante de órgãos sólidos

(fonte_SBIM).

Enquanto a recomendação vacinal, também pela SBIM, para o paciente portador de

DRC terminal candidato ou não à transplante renal é simplificado na imagem abaixo:

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Figura 2_ Calendário vacinal para portadores de DRC (fonte_SBIM).

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Podemos notar extrema semelhança entre os dois esquemas vacinais, como a

vacinação contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa), comum a todos os adultos não

imunizados, a recomendação de dose dobrada com quatro aplicações para vacina de HB. As

poucas diferenças que se notam nas recomendações formais feitas pela Sociedade Brasileira

de Imunizações são a ausência de comentários para vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e

rubéola) e febre amarela. Ambas não são mencionadas para portadores de DRC terminal, mas

são recomendadas, independente de região, para candidatos a transplante de órgãos sólidos.

Dessa forma, devemos considerar para nosso objeto de pesquisa que há igual

recomendação para essas duas vacinas, independente da região de sua moradia, uma vez que

os pacientes alvo se enquadram não somente como portadores de DRC, mas também como

candidatos a transplante de órgão sólido.

Do ponto de vista de estratégia vacinal, não há recomendação formal nem pela SBIM

ou ABTO sobre o local de vacinação do portador de DRC. Há apenas a recomendação de se

seguir o calendário descrito e de encaminhar os pacientes ao CRIE em caso de necessidade de

auxílio. No entanto, é importante saber que há disponibilidade dentro das Clínicas de Terapia

Renal Substitutiva (TRS) para realizar a vacinação de seus pacientes, uma vez que a estrutura

para armazenamento (rede de frios, descarte de perfurocortantes) e para administração

(técnicos de enfermagem e enfermeiros habilitados) já existe nessas clínicas.

De uma maneira geral, já há várias clínicas que realizam a vacinação de seus pacientes

portadores de DRC de forma privada, ou através de parcerias com Unidades Básicas de Saúde

(UBS), recebendo essas vacinas durante campanhas ou mesmo de forma ativa periódica.

Porém, não há obrigação atualmente para que as clínicas adotem tal postura, sendo essa uma

iniciativa da própria equipe cuidadora.

2 JUSTIFICATIVA

O sucesso de um transplante depende de vários fatores, dentre os quais o sistema

imunológico. Uma vez que o paciente após o transplante inicia uma terapia imunossupressora

acarretando um déficit imunológico, fica evidente a necessidade de manter o calendário

vacinal atualizado de forma que o mesmo adquira imunidade para as diferentes doenças antes

de tornar-se imunossuprimido.

O Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Universidade Estadual de Campinas foi

criado a fim de centralizar as atividades de assistência, ensino e pesquisa. Quase dois mil

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pacientes foram atendidos e muitos desses pacientes continuam sendo acompanhados no

ambulatório, podendo constituir uma casuística relevante para o estudo.

Como não há um banco de dados com a situação vacinal dos pacientes durante o

período de pré-transplante no Brasil; nos centros onde há equipes de transplante, implantar

esse dado é de extrema importância para que esse sistema possibilite o registro e facilite a

atualização e análise dessas informações pela equipe multiprofissional.

3 HIPÓTESE

Existe grande heterogeneidade de abordagem vacinal entre os serviços de TRS e há

pequena adesão dos pacientes à vacinação.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Avaliar a situação vacinal de candidatos à transplante renal inscritos em lista de espera

pela equipe de transplante renal da Unicamp.

4.2 Objetivos secundários

-Implementar uma base de dados para registro da situação vacinal dos pacientes

atendidos, visando uma atenção sistematizada ao paciente.

-Avaliar protocolos e práticas de imunização seguidas pelas equipes de TRS que

encaminham pacientes para inscrição na lista de transplante renal na Unicamp.

-Avaliar impacto da orientação vacinal dada aos pacientes listados a transplante renal

durante o tratamento da DRC.

-Avaliar a importância considerada pelo paciente em lista de transplante e pela equipe

das clínicas de TRS à vacinação durante o tratamento da DRC.

-Avaliar o impacto do local predominante de vacinação e suas repercussões nas taxas

de cobertura vacinal para cada vacina estudada.

-Sugerir modelos de ação para garantir cobertura vacinal aos pacientes portadores de

DRC.

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5 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL E HISTÓRICO

No Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas os primeiros

transplantes renais começaram a ser realizados em 1984 e em 1992 foi implantado o serviço

de “Organização e Procura de Órgãos” da instituição. Até o final do ano 2016 já haviam sido

realizados aproximadamente 2500 transplantes renais - pediátricos e adultos, com uma média

de 120 transplantes por ano, sendo cerca de 90% receptores de doador cadáver.

Figura 3_ Número de transplantes renais realizados pela equipe de transplante

renal da Unicamp

O serviço de transplante renal da Unicamp atende exclusivamente ao Sistema Único

de Saúde (SUS), sendo responsável por uma população de aproximadamente 3,5 milhões de

habitantes que residem distribuem numa área de mais de 4000 km², correspondente às regiões

14, 15 e 16 do mapa abaixo no interior do estado de São Paulo além da Região Sul do estado

de Minas Gerais.

120 110

99

118

136

2012 2013 2014 2015 2016

Número de transplantes renais realizados pela equipe da Unicamp

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Figura 4_ FONTE: www. saúde.sp.gov.br acessado em 10 de fevereiro 2016

São um pouco mais de 30 clínicas de Terapia Renal Substitutiva nessa região que

encaminham em torno de 500 pacientes novos por ano para atendimento de avaliação pré-

transplante no serviço de transplante renal da Unicamp. Ressaltamos que desses 500 novos

pacientes por ano que são avaliados, nem todos são listados e/ou ativados na lista de

transplante renal do estado de São Paulo. Entre os motivos, a condição clínica de performance

cardíaca continua sendo a maior responsável pela não inclusão em lista.

6 CASUÍSTICA E MÉTODOS

A primeira parte da pesquisa contou com pacientes na lista de transplante renal

atendidos pelo Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Universidade Estadual de Campinas

no período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2015, conforme aprovado por Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas.

A segunda parte da pesquisa foi realizada através da coleta de dados online, via e-mail,

com os centros de TRS que encaminham pacientes para inscrição de transplante renal com o

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23

Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Universidade Estadual de Campinas, através de seu

médico responsável técnico (RT), ou seu representante médico integrante de sua equipe

clínica. A coleta de dados online foi realizada no período de janeiro de 2015 a junho de 2016.

6.1 Local do estudo

O presente estudo ocorreu no Centro Integrado de Nefrologia do Hospital de Clínicas

da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Trata-se de um

serviço de referência para o interior do estado de São Paulo e sul de Minas Gerais.

6.2 População do estudo

Potenciais receptores de transplante renal com idade superior à 18 anos, que se candidatam à

lista de espera para transplante renal no Serviço de Transplante Renal do HC – Unicamp;

Clínicas de TRS que encaminham seus pacientes para cadastramento de lista de transplante

renal no HC – Unicamp.

6.3 Critérios de Inclusão

Pacientes > 18 anos, portadores de doença renal crônica, em tratamento dialítico, há mais de

12 meses.

Pacientes inscritos em lista de espera para transplante renal no HC Unicamp.

Pacientes capazes de entendimento do objetivo da pesquisa, que concordaram em participar

do estudo e assinaram voluntariamente o TCLE.

Pacientes com carteira de vacinação disponível, ou registro vacinal por profissional de saúde.

Entrevista online: médicos RT e enfermeiros RT por serviços de Terapia Renal Substitutiva

que encaminham pacientes para o ambulatório de pré-transplante renal da Unicamp.

6.4 Critérios de exclusão

Pacientes com DRC estadio IV ou menos.

Pacientes em TRS há menos de 12 meses.

Pacientes sem condições de entendimento sobre o conteúdo da pesquisa.

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24

6.5 Coleta de dados

6.5.1 Coleta de dados individuais

Foi efetuado contato com os pacientes, por meio de consultas pré- agendadas de rotina

pela equipe multidisciplinar ou diretamente com o centro de TRS. Os pacientes foram

informados sobre a existência da pesquisa em reunião em sala de espera. A partir de então, os

pacientes que aceitaram participar da pesquisa foram informados sobre o estudo e assinaram

dois Termos de Consentimento Livre Esclarecido (ANEXO 1), permanecendo uma via com o

pesquisador e outra com o entrevistado.

As entrevistas foram aplicadas nos consultórios de atendimento do Centro Integrado

de Nefrologia – HC Unicamp com duração média de quinze minutos.

Trata-se de uma pesquisa de prevalência com dados obtidos a partir de entrevista por

meio de um questionário e levantamento retrospectivo, de dados do prontuário clínico dos

pacientes. Os participantes receberam questionário previamente validado (ANEXO 2),

aplicados em entrevista com o responsável pelo projeto ou colaborador treinado pelo mesmo.

O questionário é composto por informações sobre o histórico vacinal do sujeito da

pesquisa até a data da entrevista. As vacinas avaliadas neste estudo foram: DPT, dT, DTPa,

dTpa, HB, SCR, varicela, Haemophilus tipo B, influenza, pneumococo (13 ou 23 valente),

HA, papilomavírus (HPV_ bivalente ou tetravalente), febre amarela, menigite Tipo C,

poliomielite (oral ou injetável). Não fizeram parte da entrevista por falta de disponibilidade no

mercado à época da liberação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, as vacinas contra herpes

vírus e Bodertella pertussis acelular.

Os dados clínicos dos pacientes que constam no protocolo foram preenchidos a partir

do prontuário clínico ativo no HC Unicamp. Foram coletadas em prontuário informações

objetivas, como: sexo, idade, naturalidade, etiologia da DRC, tempo de diagnóstico de DRC,

tempo de início de TRS, frequência de TRS na semana, uso de medicações

imunossupressoras, transplante de órgão sólido prévio, situação vacinal e número de doses

das vacinas mencionadas anteriomente (tanto para o sujeito da pesquisa como para seus

contactantes) nivéis séricos de paratormônio, albumina, creatinina, plaquetas, coeficiente de

adequação dialítica (KTV), sorologias para hepatite C, vírus da imunodefiência humana

(HIV) e hepatite B (tanto HBsAg quanto AntiHBsAg).

Também fizeram parte da entrevista questionamentos subjetivos, passíveis a

interpretação do sujeito da pesquisa, tais como: se houve orientação sobre calendário vacinal,

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25

se considera importante a vacinação em portadores de DRC, local de administração das

vacinas.

Foram abordados os dez primeiros pacientes de cada dia de atendimento, ainda na sala

de espera, sendo um total de 546 pacientes abordados no Ambulatório de Pré-Transplante

Renal da Unicamp durante o período de coleta de dados, sendo que 418 pacientes foram

descartados por algum critério de exclusão (o mais prevalente tendo sido o tempo inferior a 12

meses de início de TRS).

De fevereiro de 2014 a dezembro de 2015 participaram da entrevista do estudo 128

pacientes que preenchiam todos os critérios de inclusão. Na análise retrospectiva de

prontuários dos pacientes entrevistados foram encontradas inconsistências de informação (tais

como idade imprecisa, data do início de tratamento discrepante, etiologia conflitante) ou falta

de registro de informações mínimas em 23 pacientes (tais como dados laboratoriais exigidos).

Não foram descartados pacientes por falta de registro vacinal, ou por qualquer tipo de

resposta referente à pesquisa subjetiva do tratamento vacinal, sendo exclusivamente

descartados dados de caráter objetivo cujo impacto prejudicaria às análises estatísticas.

Os restantes 105 pacientes considerados com informações completas foram incluídos

como objeto do estudo e realizadas avaliações estatísticas.

546 pacientes

•268 excluídos por < 12 meses de HD;

•132 excluídos por falta de informação vacinal;

•10 excluídos por DRC estadio IV ou menor;

•8 exlcuidos por falta de entendimento ou não aceitaram;

128 pacientes

•13 excluídos por falta de informações de exames complementares;

•6 excluídos por inconsistência de informações nos dados de identificação;

•4 inconsistência de informações vacinais no prontuário;

105 pacientes

•Total de incluídos no final do estudo;

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26

6.5.2 Coleta de dados por clínica de terapia renal substitutiva

As clínicas de TRS foram convocadas através de contato telefônico inicialmente com

orientações do pesquisador sobre os objetivos e métodos da pesquisa, sendo realizado

encaminhamento de e-mail privativo ao RT das clínicas que aceitaram participar da mesma,

com a pesquisa online (ANEXO 3). A pesquisa com o RT ou seu representante médico segue

questionário sobre as práticas aplicadas pela clínica de TRS de forma impessoal e

independente do número de pacientes encaminhados para o Ambulatório de Pré-Transplante

Renal da Unicamp.

As informações solicitadas online com o RT das clínicas de TRS foram: quem e com

que frequência há verificação do cartão vacinal dos pacientes de TRS, quais vacinas são

verificadas, qual esquema de vacinação para hepatite B e qual frequência de controle de

sorologias, tipo de conduta frente a campanha anual de vacinação contra influenza e grau de

importância dada ao seguimento vacinal no preparo ao transplante renal e no tratamento da

DRC.

Durante um período total de quase dois anos (período de janeiro de 2015 a junho de

2016) os contatos foram feitos com 33 clínicas. Dessas os médicos RT foram encontrados

para contato em 28. Os contatos foram tentados por no mínimo duas vezes em meses

diferentes. Dos 28 médicos RT contactados, foram aceitos e encaminhados e-mail para todos

os 28.

Para minimizar o efeito de baixa adesão à entrevista foi instaurado um “protocolo de

recordação” para aqueles que por algum motivo não realizaram ou não completaram a

pesquisa. Durante seis meses foram enviados emails de “recordação” por no mínimo quatro

vezes ao RT (médico ou enfermeiro) que aceitou participar, contendo nesse email um link

direto para a realização da pesquisa. No entanto, não houve maior adesão por parte das

equipes mesmo após o uso do email “recordação”. Isso foi feito pelo menos quatro vezes

nesse período. No entanto, o total de questionários respondidos foi de apenas 13 (46,42%).

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27

6.7 Análise estatística

As informações obtidas foram organizadas em planilhas no software SPSS versão 16.0

(SPSS, Inc., Chicago, USA) e submetidas à análise descritiva. A análise descritiva para

caracterização dos grupos estudados foi realizada através de tabelas de frequência para

variáveis categóricas e medidas de posição e dispersão para as contínuas. Para verificar

associação ou comparar proporções utilizou-se o teste Qui-quadrado ou Teste Exato de

Fisher, quando necessário. O nível de significância adotado em todos os testes foi de cinco

porcento (p 0,05).

A análise estatística das respostas online foi enviada automaticamente e transformada

em gráficos descritivos de forma anônima, não havendo impacto dos pesquisadores na

conduta das clínicas de TRS.

6.8 Conceitos e critérios vacinais

Foi considerada vacinação realizada somente aquela comprovada por registro feito

por profissional de saúde em carteira vacinal apropriada, prontuário clinico ou relatório

informativo.

33 clínicas •5 responsáveis técnicos não foram encontrados para contato de aceite;

28 clínicas

•28 aceitaram verbalmente realizar a entrevista;

•9 clicaram no aceite e responderam à entrevista nos primeiros 7 dias após o envio;

•4 clicaram no aceite e responderam à entrevista após protocolo de recordação instalado;

13 clínicas

•Total de clínicas final incluídos no estudo;

•46% dos que aceitaram;

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28

Foi considerada vacinação “completa” apenas esquemas vacinais feitos integralmente

para cada agente em questão, como determinado por protocolos vacinais mínimos do CRIE

(com excessão da vacina contra hepatite B, cujo mínimo foram 3 doses simples, independente

do título de antihbsAg).

Foi considerada vacinação de “reforço” toda dose realizada a mais e após atingidos

os critérios de vacinação completa.

Foi considerada vacinação incompleta todos os esquemas vacinais que não atingiram

o total de doses mínimas proposta no protocolo vacinal do CRIE.

Foram considerados imunossupressores relevantes: corticoide (0,5mg/kg/dia ou mais

por no mínimo uma semana), tacrolimus , sirolimus, ciclosporina, ciclofosfamida,

micofenolato, azatioprina (todos em qualquer dose).

Foi considerado TRS frequente, aqueles pacientes que realizavam quatro ou mais

sessões de hemodiálise na semana.

Enquanto foi considerado TRS convencional os pacientes que realizavam três sessões

de hemodiálise na semana.

“Suscetibilidade” foi definido, para efeito do estudo, como a possibilidade clínica,

avaliada exclusivamente por anamnese, do paciente desenvolver cada doença

imunoprevenível em questão. Esse dado foi gerado realizando-se a subtração do número de

pacientes que tiveram a doença prevenível (imune por ter desenvolvido a doença

préviamente) do total de pacientes entrevistados, e dividindo-o pelo total de doentes x 100,

deixando assim o valor expresso em percentual (pacientes totais – pacientes imunes por

doença ̸ pacientes totais X 100).

7 RESULTADOS

7.1 Resultados Demográficos

7.1.1 Dados demográficos

Foram avaliados um total de 105 pacientes, sendo 36 (34,28%) de sexo feminino e 69

(65,72%) do sexo masculino. A idade média foi de 47, 82 anos (desvio padrão de 13,43), com

53 (50,47%) pacientes possuindo ensino fundamental completo, 33 (31,42%) ensino médio e

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29

apenas 19 (18,09%) com ensino superior completo. O tempo médio de diagnóstico da DRC

até a data da entrevista foi de 103,12 meses (desvio padrão 95,74).

7.1.2 Etiologia da DRC

Entre os pacientes entrevistados, a etiologia mais comum foi hipertensão arterial

sistêmica (HAS) com 25 (23,80%) pacientes, seguido de diabetes mellitus (DM) com 21

(20%), e glomerulonefrite crônica (GNC) com 14 (13,33%) pacientes. Foram classificados

como doença indeterminada 11 (10,47%) dos pacientes, e como doença renal policística nove

(8,57%). Uso crônico de anti-inflamatórios e lupus eritematoso sistêmico foram os

responsáveis por DRC em quatro (3,80%) dos entrevistados cada. Por fim, Síndrome de

Berger em três (2,85%) e glomérulo esclerose segmentar e focal (GESF) em dois (1,90%)

pacientes. Dos restantes 12 pacientes foram descritos DRC por etiologias variadas, como

amiloidose, e Síndrome de Alport.

7.1.3 Modalidade de TRS

Hemodiálise (HD) foi a terapia mais indicada em 101 (96,20%) dos pacientes

avaliados contra quatro (3,80%) pacientes em TRS por diálise peritonieal (DP). O tempo

médio do início do tratamento em TRS foi de 48,97 meses (desvio padrão 50,30), sendo a via

de acesso inicial mais prevalente o cateter duplo lumem (CDL) com 63 (60%) pacientes,

seguido de 38 (36,20%) pacientes por fístula artério-venosa (FAV), e quatro (3,80%) por

cateter de diálise peritoneal (Tenkoff). Na data da entrevista (acesso atual para TRS) havia

prevalência de acesso por FAV em 90 (85,70%) pacientes, contra 11 (10,50%) CDL e

mantidos os quatro (3,80%) Tenkoff.

7.1.4 Uso prévio de imunossupressores e tratamento de neoplasia

Entre os pacientes avaliados tivemos 11 (10,47%) que haviam sido submetidos a

transplante renal prévio, sendo quatro (3,8%) com perda por rejeição celular aguda.

Historicamente fizeram uso de algum imunossupressor tanto para tratamento da doença de

base quanto para demais patologias, 23 (30,47%) dos entrevistados. Nove (8,57%) dos

entrevistados ainda usavam alguma droga imunossupressora na data da entrevista,

predominantemente corticoterapia em baixa dose (menos de 0,5mg/kg/dia).

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30

Quatro (3,8%) pacientes com histórico de tratamento para neoplasia com uso de

quimioterapia e radioterapia, todos os casos já interrompidos há mais de dois anos.

A tabela abaixo resume os dados descritos.

Tabela 2_Dados demográficos dos pacientes entrevistados com doença renal

crônica encaminhados para avaliação no Ambulatório de Pré-Transplante Renal da

Unicamp.

n (105)

Média (desv padrão)

Idade (anos) 47,82 ±13,43

Sexo (masculino) 69 (65,72%)

Ensino fundamental 53 (50,47%)

IMC 23,10 ±4,72

Sup corporal 1,78 ±0,20

Tempo diag DRC (meses) 103,12 ±95,74

Tempo em HD (meses) 48,97 ±95,75

CDL (inicio TRS) 63 (60%)

CDL (data entrevista) 11 (10,50%)

FAV (inicio TRS) 38 (36,20%)

FAV (data entrevista) 90 (85,70%)

Tx prévio 11 (10,47%)

Uso prévio corticóide 23 (30,47%)

Uso atual corticóide 9 (8,57%)

Tratamento neoplasia 4 (3,80%)

FK (tacrolimus) 9 (8,57%)

MMF (micofenolato) 9 (8,57%)

Cya (ciclosporina) 4 (3,80%)

Aza (azatioprina) 3 (2,85%)

Ciclofosfamida 4 (3,80%)

SRL (sirolimus) 1 (0,95%)

Alb(mg/ml) 3,79 ±0,45

U(mg/dl) 138,92 ±39,15

Cr(mg/dl) 11,93 ±4,51

Plaqueta(/mm3) 201.666 ±73.747

PTH(pg/ml) 355,95 ±339,72

KtV(nl) 1,33 ±0,29

(n_ número total; IMC_ índice de massa corporal; DRC_ doença renal crônica;

HD_ hemodiálise; CDL_ cateter duplolumen; FAV_ fístula artério-venosa; TX_

transplante; alb_ albumina; U_uréia; Cr_ creatinina sérica; PTH_ paratormônio;

KTV_ índice de adequação dialítica)

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31

7.2 Resultados da Entrevista

A coleta dos dados de entrevista foi detalhada no anexo 01. Seguem abaixo as análises

descritivas dos resultados dessa entrevista.

7.2.1 Índices de Vacinação Completa

Entre os 105 pacientes incluídos no estudo, a maior taxa de comprovação vacinal foi

da hepatite B (HB) com 77 (73,33%) pacientes, seguido da vacinação contra o vírus da

influenza com 71 (67,61%).

A vacinação contra pneumococo, representada exclusivamente nesta casuística pela

vacina polisacarídica 23-valente, foi registrada em 42 (40%) dos entrevistados. Já a vacina

combinada contra difteria e tétano (dT) foi a quarta mais prevalente, 39 (37,14%), seguido

pela tríplice viral (SCR), com 19 (18,09%), e então vacina oral contra poliomielite com oito

(7,61%) entrevistados.

Entre as menos prevalentes neste estudo tivemos: vacina conjugada contra

meningococo grupo C e febre amarela com quatro (3,8%); apenas um (0,95%) paciente com

vacinação completa registrada contra vírus da hepatite A (HA).

Apesar de terem feito parte da avaliação de registro vacinal, conforme pode ser visto

no anexo 01, não foram registradas vacinas contra varicela, pneumococo conjugada (13

valente), Haemophilus tipo b, papilomavírus (HPV). O gráfico abaixo resume os dados

descritos:

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32

Figura 5_ Percentual de carteira vacinal completa para cada vacina específica em

pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para avaliação do

Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

(vacinas: HB_hepatite B; dT_ difteria e tétano; SCR_ sarampo,caxumba,rubéola;

HA_ hepatite A)

7.2.2 Suscetibilidade à agentes imunopreveníveis

Definimos neste estudo o termo “suscetibilidade” como a possibilidade clínica,

avaliada exclusivamente por anamnese, do paciente desenvolver cada doença

imunoprevenível em questão. O gráfico abaixo expõe a suscetibilidade aos agentes

preveníveis por doença. Esse dado foi gerado realizando-se a subtração do número de

pacientes que tiveram a doença prevenível (imune por ter desenvolvido a doença

préviamente) do total de pacientes entrevistados, e dividindo-o pelo total de doentes x 100,

deixando assim o valor expresso em percentual (pacientes totais – pacientes imunes por

doença ̸ pacientes totais X 100).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

73% 67%

40% 37%

18%

7% 3,80% 3,80% 0,90%

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33

Figura 6_Pacientes suscetíveis x vacinados entre pacientes entrevistados com

doença renal crônica encaminhados para avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante

Renal da Unicamp.

(vacinas: HB_hepatite B; dT_ difteria e tétano; HA_ hepatite A)

Entre os pacientes objetos da pesquisa foi detectado uma prevalência de 73%

vacinação completa contra o vírus da hepatite B, sendo que 96% desses pacientes encontram-

se sob risco de adquirir a doença. Quanto ao vírus da influenza, devido sua alta taxa de

mutação e variabilidade, foi creditada suscetibilidade à todos os objetos da pesquisa mesmo

tendo ocorrido epispódio prévio do agente. Portanto, dos 100% suscetíveis, apenas 67,6%

encontravam-se vacinados.

Difteria, tétano, hepatite A e febre amarela também tiveram 100% dos pacientes

suscetíveis, porém por ausência de relato da doença ativa no grupo. E respectivamente

obtiveram taxas de vacinação completa em 37,1% para as duas primeiras (dT), 0,95% (HA) e

3,8% (febre amarela).

Rubéola com 94,7%, pneumonia com 76,0%, caxumba com 50,7% de suscetíveis,

também tiveram coberturas vacinais completas em taxas menores que o risco de adquirir a

doença. Foram 18% de cobertura vacinal completa para rubéola e caxumba, e 40,0% para

pneumonia.

Por fim, havia 46,7% dos pacientes suscetíveis ao sarampo, tendo essa atingido taxas

de apenas 18% de cobertura vacinal completa, e 38,7% suscetíveis à varicela, sem haver

relato de vacinação completa para esse agente entre os entrevistados.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%96% 100% 100%

76%

46,70% 50,70%

94,70% 100% 100%

38,70%

73% 67,60%

37,10% 40%

18% 18% 18%

3,80% 0,95% 0%

SUSCETÍVEL VACINADO (completo)

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34

A fim de avaliar impacto da orientação vacinal aos pacientes sucetíveis aos agentes

imunopreviníveis investigados, foi adicionado ao gráfico anterior as taxas de orientação para

cada agente. O mesmo pode ser visto a seguir.

As taxas de orientação serão descritas logo adiante no trabalho e sua correlação com a

suscetibilidade aos agentes imunopreveníveis será explanada em local adequado na discussão.

Figura 7_ Comparação entre pacientes suscetíveis x vacinados X orientados entre

pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para avaliação do

Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

(vacinas: HB_hepatite B; dT_ difteria e tétano)

7.2.3 Esquema de HB

Neste trabalho, ficou demonstrado que dos 77 pacientes com vacinação completa para

HB, apenas 55 (71,42%) deles tiveram vacinação com quatro doses dobradas. Permanecendo

22 (28,58%) com esquema de três doses (habitual).

Não foi encontrado nenhum paciente com esquemas alternativos para falha de

soroconversão, tais como vacinação por via intradérmica, ou esquemas diferenciados.

96% 100% 100%

76%

46,70% 50,70%

94,70% 100%

38,70%

73% 67,60%

37,10% 40%

18% 18% 18%

3,80% 0%

60%

47,60%

13,30% 9,50%

0% 0% 0% 1% 0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

SUSCETÍVEL VACINADO (completo) ORIENTADO

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35

Figura 8_Esquemas usados para vacinação contra hepatite B em pacientes

entrevistados com doença renal crônica encaminhados para avaliação do Ambulatório

de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

Foi verificado presença de soroconvesão para hepatite B num total de 68 (72,38%)

pacientes do estudo. Desses pacientes com soroconversão 39 (57,35%) haviam vacinado com

esquema de dose dobrada de recomendação do CRIE, 29 (42,64%) com esquema habitual ou

incompleto.

Dos 37 pacientes restantes que não deselvolveram a soroconversão para hepatite B,17

(46 %) haviam feito esquema ampliado, 14 (38%) esquema simples ou incompleto, e seis

(16%) pacientes sem relato de vacinação.

Não foi demonstrada significância estatística entre os grupos de pacientes com e sem

soroconversão para hepatite B no que se refere a esquema vacinal simples ou ampliado.

22

29%

55

71%

3 doses (habitual) 4 doses dobradas

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36

Figura 9_ Esquemas de vacinação para hepatite B entre pacientes entrevistados

com doença renal crônica encaminhados para avaliação do Ambulatório de Pré-

Transplante Renal da Unicamp com e sem soroconversão.

7.2.4 Orientação vacinal

Os pacientes entrevistados foram convidados a responder sobre ter recebido ou não

orientações vacinais durante seu tratamento da DRC em algum momento desde seu

diagnóstico até a data da entrevista.

No total, 73 (69,52%) pacientes se auto-determinaram orientados quanto à vacinação

em algum momento do seu tratamento, contra 32 (30,47%) pacientes que não lembravam ou

se diziam não orientados em nenhum momento.

Quando avaliadas sobre quais as vacinas foram orientados, novamente a hepatite B e a

influenza foram as mais prevalentes com 63 (86,%) e 50 (68,5%) pacientes respectivamente.

Não foram mencionadas as vacinas contra sarampo, caxumba, rubeiola, varicela, meningite,

poliomielite, haemophilus influenza ou bordetella pertussis.

O gráfico abaixo resume a frequência de orientação.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

soroconversão

sem soroconversão

57,30%

46%

42,60%

38%

0

16%

esquema dobrada esquema habitual incompletos

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37

Figura 10_ Orientação vacinal por tipo de vacina durante o tratamento DRC

entre pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para avaliação do

Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

(vacinas: HB_hepatite B; dT_ difteria e tétano; HA_ hepatite A)

Entre os grupos de pacientes orientados e não orientados em relação à vacinação, não

houve correlação estatística com os dados demográficos (sexo, escolaridade, faixa etária, local

de realização das vacinas).

Quanto ao impacto da orientação no número de pacientes que completaram os

esquemas vacinais ou de soroconversão para HB, também não se demosntrou significância

estatística para afirmar diferença entre os dois grupos.

O gráfico abaixo resume os dados:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%86%

68%

13% 10% 10% 1,50% 1,50%

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38

Figura 11_ Pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para

avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp que receberam

orientação para esquema vacinal.

(vacinas: dT_ difteria e tétano; SCR_ sarampo,caxumba,rubéola)

7.2.5 Importância da vacinação no tratamento da DRC

Os pacientes também foram questionados quanto a importância da vacinação no seu

tratamento da DRC e no seu preparo para o transplante renal.

Consideraram importante a vacinação durante o tratamento de DRC apenas 50

(47,61%) dos pacientes entrevistados em ambulatório pré-transplante renal, contra 55

(52,38%) que disseram não acreditar haver importância na vacinação para o tratamento da

DRC ou no preparo para transplante renal.

Entre os pacientes que consideram importante vacinação no tratamento da DRC,

houve maiores taxas de cobertura vacinal apenas quanto a vacinação de difteria e tétano (dT)

com 24 pacientes apresentando vacinação completa neste grupo contra 15 pacientes com

vacinação completa no grupo que não considera importante vacinação no tratamento da DRC

(p 0,036).

O gráfico abaixo resume os dados descritos.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

75% 68%

41% 38%

16%

0,50% 0,30% 0,15% 0,15%

68% 65%

37% 34%

21%

3% 3% 0 0

Orientados Não Orientados

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39

Figura 12_ Pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para

avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp: Avaliação da

importância da vacinação.

(vacinas: dT_ difteria e tétano; SCR_ sarampo,caxumba,rubéola)

7.2.6 Local de vacinação

Foram também agrupados os pacientes de acordo com o local de realização do maior

número de vacinas. Entre os entrevistados, 59 (56,19%) relataram ter feito vacinação nas

unidades básicas de saúde (UBS), enquanto 45 (42,85%) realizaram no local de terapia renal

substitutiva (TRS), e apenas um (0,95%) paciente foi encaminhado para o centro de

referências de imunobiológicos especiais (CRIE).

Não houve significância estatística nas análises entre número de pacientes orientados e

não orientados quanto à vacinação, ou entre os que consideram importante o tratamento

vacinal ou não consideram importante a vacinação feita durante o preparo para o transplante

renal.

No entanto, entre os grupos de pacientes com vacinação completa predominantemente

feita em UBS, houve maior taxa de vacinação para hepatite B com significância estatística (p

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

80%

74%

40%

48%

18%

6% 2%

10%

0 0

67% 61%

40%

27%

18%

2% 5% 5%

0 2%

IMPORTANTE não IMPORTANTE

p 0,036

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40

0,013), SCR (p 0,04), mas principalmente para dT (p 0,0001). Já a cobertura vacinal foi maior

no grupo com vacinação feita predominantemente em TRS apenas para a vacina de pneumo

23 (p 0,0086).

O gráfico abaixo resume os dados.

Figura 13_Índice de vacinação completa de acordo com local de realização da

vacina em pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para

avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

(vacinas: dT_ difteria e tétano; SCR_ sarampo,caxumba,rubéola)

7.2.7 Influência da frequência da TRS

Por motivos que serão elucidados durante a discussão optamos por abordar a

frequência de TRS na semana e seu impacto demográfico e na soroconversão dos portadores

de DRC.

Dos 105 pacientes incluídos, 85 (80,95%) realizavam hemodiálise convencional, e 16

(15,23%) hemodiálise frequente. Não fizeram parte desses grupos estatísticos os demais

quatro pacientes em diálise peritoneal, pois o n e as características clínicas foram

consideradas muito diferentes para avaliação técnica relevante.

7.2.7.1 Demografia

Na análise das variáveis demográficas podemos verificar que houve maior prevalência

de pacientes com nível superior no grupo de HD frequente (sete de 16 pacientes com nível

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

60% 62% 55%

13% 9%

2% 2% 0 0

83%

71%

29%

54%

25%

5% 1,60% 1,60% 1,60%

CTRS UBS

p 0,013

p 0,0086 p 0,0001

p 0,04

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

41

superior na HD frequente x 12 de 85 no grupo de HD convencional _ p valor 0,011).

Enquanto, no grupo de HD convencional houve maior prevalência de pacientes com ensino

fundamental (três de 16 pacientes com nível fundamental X 49 de 85 no grupo de HD

convencional _ p valor 0,005). Entre os pacientes de HD frequente 13 (81%) realizavam

hemodiálise em clínicas privadas, enquanto no grupo de HD convencional apenas 29 (34%)

realizavam HD em clínica privada (p valor 0,006). Nas demais características (como idade,

sexo, tempo de DRC e de HD) não evidenciamos diferença estatística entre os dois grupos. A

tabela abaixo resume os dados.

Tabela 3_ Características demográficas entre os grupo geral (n 105) e o grupo

Hemodiálise frequente (n 16) entre os pacientes entrevistados com doença renal crônica

encaminhados para avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

Grupo total (n 105) Grupo de HD frequente (n 16)

Idade (anos) 47,82 ±13,43 48,03 ±14,52

Sexo (masculino) 69 (65,72%) 8 (50%)

Ensino fundamental 53 (50,47%) 3 (18,75%) (p_0,005)

Clínica privada 43 (41%) 13 (81%) (p_0,006)

IMC 23,10 ±4,72 23,11 ±5,01

Sup corporal 1,78 ±0,20 1,81 ±0,18

Tempo diag DRC (meses) 103,12 ±95,74 102,71 ±95,68

Tempo em HD (meses) 48,97 ±95,75 48,77 ±53,57

CDL (inicio TRS) 63 (60%) 7 (43,75%)

CDL (data entrevista) 11 (10,50%) Zero

FAV (inicio TRS) 38 (36,20%) 9 (56,25%)

FAV (data entrevista) 90 (85,70%) 16 (100%)

Tx prévio 11 (10,47%) 7 (43,75%)

Uso prévio corticóide 23 (30,47%) 8 (50%)

Uso atual corticóide 9 (8,57%) 3 (18,75%)

Tratamento neoplasia 4 (3,80%) 1 (6,25%)

FK (tacrolimus) 9 (8,57%) 5 (31,25%)

MMF (micofenolato) 9 (8,57%) 5 (31,25%)

Cya (ciclosporina) 4 (3,80%) 1 (6,25%)

Aza (azatioprina) 3 (2,85%) 1 (6,25%)

Ciclofosfamida 4 (3,80%) 4 (25%)

SRL (sirolimus) 1 ( 0,95%) Zero

Alb(mg/ml) 3,79 ±0,45 3,78 ±0,47

U(mg/dl) 138,92 ±39,15 136 ±39,96

Cr(mg/dl) 11,93 ±4,51 12,45 ±3,95

Plaqueta(/mm3) 201.666 ±73.747 208.527 ±76.873

PTH(pg/ml) 355,95 ±339,72 376,27 ±378,63

KtV(nl) 1,33 ±0,2 1,31 ±0,26

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42

(n_ número total; IMC_ índice de massa corporal; DRC_ doença renal crônica;

HD_ hemodiálise; CDL_ cateter duplolumen; FAV_ fístula artério-venosa; TX_

transplante; alb_ albumina; U_uréia; Cr_ creatinina sérica; PTH_ paratormônio;

KTV_ índice de adequação dialítica)

7.2.7.1 Soroconversão para hepatite B

Apresentaram soroconversão contra hepatite B 15 (93,75%) dos pacientes em HD

frequente, contra 50 (58,82%) dos pacientes em HD convencional (p valor 0,008).

Figura 14 Soroconversão contra Hepatite B em pacientes entrevistados com

doença renal crônica encaminhados para avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante

Renal da Unicamp.

(HD_ hemodiálise)

Além da maior prevalência de soroconversão para hepatite B, os pacientes em HD

frequente foram em sua maioria vacinados nas clínicas de TRS (93,75%, contra apenas 6,25%

vacinados em UBS), havendo importante significância estatística neste dado (p 0,0001). Por

fim, os pacientes em HD frequente também foram mais vacinados para pneumococo (p 0,025)

do que aqueles em HD convencional conforme explicíto no gráfico abaixo.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

58%

93%

HD convencional HD frequente

p 0,008

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

43

Figura 15_Gráfico de pacientes com vacinação completa em HD convencional x HD

frequente em pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para

avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

(HD_ hemodiálise; vacinas: HB_hepatite B; dT_ difteria e tétano; SCR_

sarampo,caxumba,rubéola; HA_ hepatite A)

Foi analisado o número de doses totais tomadas contra hepatite B entre os grupos e

não existiu diferença estatística. A média de doses contra hepatite B foi de 4,19 doses (desvio

padrão de 0,93) para pacientes em HD convencional, contra média de 3,77 doses (desvio

padrão de 1,99) em pacientes em HD frequente.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

72% 67%

36% 37%

16%

5% 3,50% 1% 1% 0

75%

62% 68%

31% 25%

0 6% 0 0 0

Hd convencional HD frequente

p 0,025

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44

Figura 16_ Média das doses de vacina contra hepatite B em pacientes entrevistados com

doença renal crônica encaminhados para avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante

Renal da Unicamp.

(HD_ hemodiálise)

No entanto, quando abordado o número de pacientes que realizaram vacinação com

esquema de dose dobrada, podemos avaliar que houve maior presença de pacientes com

esquema dobrado entre aqueles que realizavam HD frequente (13 de 16 pacientes) em relação

aos que realizavam HD convencional (41 de 85 pacientes), p valor de 0,0504.

3,5

4

4,5

5

4,19

3,77

HD convencional HD frequente

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45

Figura 17_ Percentual de pacientes com vacinação completa em dose dobrada para

hepatite B em pacientes entrevistados com doença renal crônica encaminhados para

avaliação do Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

(HD_ hemodiálise)

7.3 Resultados questionário online às clínicas TRS

As análises foram extraídas do site “survey monkey” que hospedou a entrevista sob

responsabilidade dos pesquisadores, sendo obtidos automaticamente. Não houve separação de

grupos ou análise de hipóteses por razão de chance (p valor ou intervalo de confiança) dadas

as limitações do site que hospedou a entrevista, portanto as análises foram exclusivamente

descritivas.

7.3.1 Demografia e características

As 13 clínicas que responderam ao questionário online foram responsáveis por 59

(56,19%) pacientes entrevistados pela pesquisa. Este subgrupo foi comparado com o número

total de pacientes entrevistados, não havendo diferença estatística entre eles. Vide tabela

abaixo.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

48%

81%

HD convencional HD frequente

p 0,0504

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

46

Tabela 4_ Comparação de demografia entre total dos pacientes entrevistados x

pacientes entrevistados vindos de clínicas que responderam ao questionário online.

Pacientes totais (n105) Pacientes de clínicas

respondedoras (n 59)

Idade (anos) 47,82 ±13,43 48,22 ±14,21

Sexo (masculino) 69 (65,72%) 35 (59,32%)

Ensino fundamental 53 (50,47%) 25 (42,37%)

IMC 23,10 ±4,72 24,14 ±5,33

Sup. corporal 1,78 ±0,20 1,79 ±0,21

Tempo diag DRC (meses) 103,12 ±95,74 109,20 ±99,87

Tempo em HD (meses) 48,97 ±95,75 48,10 ±49,38

CDL (inicio TRS) 63 (60%) 28 (47,45%)

CDL (data entrevista) 11 (10,50%) 6 (10,16%)

FAV (inicio TRS) 38 (36,20%) 27 (45,76%)

FAV (data entrevista) 90 (85,70%) 51 (86,44%)

Tx prévio 11 (10,47%) 8 (13,55%)

Uso prévio corticóide 23 (30,47%) 17 (28,81%)

Uso atual corticóide 9 (8,57%) 6 (10,16%)

Consideram importante

vacinação

50 (47,61%) 29 (49,15%)

Consideram orientados a

vacinar

73 (69,52%) 36 (61,01%)

Vacinação UBS 59 (56,19%) 23(38,98%)

(p0,054)

Doses dobradas vacina

HB

55 (71,42%) 38 (64,40%)

Soroconversão para HB 68 (72,38%) 47 (79,66%)

(n_ número total; IMC_ índice de massa corporal; DRC_ doença renal crônica;

HD_ hemodiálise; CDL_ cateter duplolumen; FAV_ fístula artério-venosa; TX_

transplante).

7.3.2 Responsável por verificação de cartão vacinal

Foi evidenciado que em todos os serviços respondedores, a prerrogativa de verificação

dos cartões vacinais é das equipes de enfermagem. Sendo o enfermeiro RT o responsável em

oito (61,53%) clínicas e o enfermeiro plantonista o responsável nas demais cinco (38,46%)

clínicas. Em nenhum caso houve responsabilidade da equipe médica em conjunto ou como

principal responsável. O gráfico abaixo exemplifica o dado.

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

47

Figura 18_ Responsabilidade sobre o controle vacinal dos pacientes em

tratamento na clínica de TRS: quem diretamente é o responsável pela checagem das

carteirinhas de vacina?

7.3.3 Frequência de verificação dos cartões vacinais

Também foi interrogado a frequência com que foi realizada a verificação vacinal e

portanto a frequência de atualização vacinal dos pacientes em TRS. Em uma (7,69%) clínica

há verificação apenas na admissão no serviço. Enquanto, na maioria dos casos a atualização é

feita trimestral ou semestral, cinco (38,46%) clínicas cada. E apenas duas (15,38%) clínicas

fazem reavaliação anual dos cartões vacinais. Abaixo, segue gráfico.

0

0

61%

38%

0

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Médico plantonista do turno

Médico Responsável Técnico

Enfermeiro Responsável Técnico

Enfermeiro plantonista do turno

Não há profissional escalado

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48

Figura 19_ Frequência de verificação da carteira vacinal em pacientes em

tratamento de Terapia Renal Substitutiva.

7.3.4 Vacinas consideradas indispensáveis para admissão na clínica de TRS

Durante a entrevista as clínicas foram interrogadas sobre quais vacinas seriam

consideradas como indispensáveis para início de TRS. Como era possível considerar mais de

uma vacina dentre as resposta, o somatório das respostas supera o total de entrevistados.

Nesta questão houve um entrevistado a menos sendo, portanto, apenas 12 respostas.

A vacina contra hepatite B com 12 (100%) e a vacina de influenza com 11 (91,67%)

respostas, foram as de maior prevalência na entrevista. A vacina contra pnemococo obteve

seis (50%) respostas, seguida da vacina de difteria e tétano (dT) que teve cinco (41,67%).

Ainda com menores índices aparecem as vacinas SCR, com dois (16,67%) e com um

(8,33%) as vacinas de varicela, meningite C, poliomielite (VOP ou VIP) e papilomavírus.

Cabe a lembrança que não foram citados por nenhum entrevistado as vacinas de

hepatite A e febre amarela, mesmo sendo parte do calendário obrigatório.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Apenas na admissão na clinica

Anualmente

Semestralmente

Trimestral ou menos

Não há checagem de cartão vacinal

7%

15%

38%

38%

0

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

49

Figura 20_ Vacinas indispensáveis no tratamento da Doença Renal Crônica em

pacientes em tratamento de Terapia Renal Substitutiva.

(vacinas: HPV_ vacina contra papilomavírus)

Chamou a atenção dos pesquisadores a tendência das curvas de vacinas indispensáveis

pelas clínicas com a curva de vacinas realizadas pelos pacientes portadores de DRC (gráfico

19 e gráfico 4). Abaixo realizamos a sobreposição de ambos os gráficos.

92% 84%

46% 38%

15% 7% 7% 7% 7%

0 0 0 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

50

Figura 21_Comparação figura 4 (vacinação completa) com figura 19 (Quais

vacinas a clínica TRS considera importante). (vacinas: HPV_ vacina contra

papilomavírus).

7.3.5 Condutas relacionadas à vacinação de hepatite B

Devido à inúmeros relatos de esquemas vacinais contra o vírus de hepatite B no

portador de DRC, realizamos abordagem questionando práticas das clínicas em relação a essa

vacina.

Foram apenas 11 respondedores. Sendo que em cinco (45,45%) clínicas o esquema

protocolar é o de três doses dobradas. Em três (27,27%) das clínicas o esquema é também de

três doses porém comuns. E apenas duas (18,18%) clínicas que aderem à quatro doses

comuns, e uma (9,09%) que tem por protocolo o esquema recomendado de quatro doses

dobradas.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

resposta entrevista vacinas realizadas

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51

Figura 22_ Esquema vacinal contra hepatite B adotado pelas clínicas de Terapia

Renal Substitutiva.

A segunda questão referente a condutas da hepatite B foi sobre as orientações de

repetição. Também não houve aderência dos 13 respondedores, mas sim de apenas 11. E o

número de respostas podia incluir mais de uma opção de resposta.

Aqui a conduta de resgate mais afirmada foi a repetição da vacinação independente do

tempo caso os títulos de antiHBsAg fosse menor que dez, seguida por dez (90,91%) clínicas.

Também em nove (81,82%) clínicas há indicação de esquema de resgate quando não há

aumento de antiHBsAg após o primeiro esquema completo por mais de 30 dias.

5 46%

3 27%

2 18%

1 9%

0 0%

3 doses dobradas (0,1,6)

3 doses comuns (0,1,6)

4 doses comuns (0,1,2,6)

4 doses dobradas (0,1,2,6)

Encaminho ao posto devacinação

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52

Figura 23_ Situações que exigem esquema de resgate na vacinação contra

hepatite B usados pelas clínicas de Terapia Renal Substitutiva.(AntiHBsAG_ anticorpo

contra antígeno de superfície do vírus de hepatite B).

O esquema alternativo intradérmico (ID) foi avaliado, e mostrou muito baixa

aderência. Mais uma vez apenas 11 respondedores completaram essa questão.

Nenhuma situação era passível de uso de esquema ID para oito (72,73%) clínicas.

Apenas duas (18,18%) fazem o esquema por via ID em caso de falha do esquema primário, e

uma (9,09%) clínica faz uso inicial da via ID.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Queda do título de AntiHBsAg <10,independente do tempo da vacina feita

AntiHBsAg negativo, 30 dias ou mais, apósesquema completo

Familiar com histórico de Hepatite recente

Nenhuma situação

90%

80%

9%

0

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

53

Figura 24_ Indicação da vacinação intradérmica contra hepatite B pelas clínicas

de Terapia Renal Substitutiva.

Por fim, foi questionado o local de vacinação sugerido pela clínica aos seus pacientes

para vacinação de hepatite B. Também obtivemos 11 respondedores. A maioria, oito

(72,73%), das clínicas sugerem vacinação no posto de saúde, apenas três (27,27%) realizam

nas próprias clínicas, e nenhuma encaminhou para CRIE.

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Nunca

Esquema de repetição (falha do esquemainicial)

Esquema inicial

Esquema de resgate (após queda de títulos emníveis protetores

70%

18%

9%

0

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

54

Figura 25_ Local de revacinação do esquema de vacina contra Hepatite B

encaminhado pelas clínicas de Terapia Renal Substitutiva.

7.3.6 Conduta sobre vacinação contra Influenza

Em relação a vacina de Influenza anual , foi questionado o posicionamento adotado

pelas clínicas de TRS. Também foi respondida por apenas 11 clínicas.

Vacinam ativamente seus pacientes na própria clínica de TRS, independente da idade,

oito (72,73%) das clínicas e apenas três (27,27%) encaminham para UBS.

8 73%

3 27%

0 0%

0 0%

Posto de saúde

Clinica de diálise

Centro de referênciasimunobiológicos especiais(CRIE)

Não há indicação de repetiçãode vacina contra hepatite B emnossa clinica

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

55

Figura 26_Vacinação contra influenza, posicionamento das clínicas de Terapia

Renal Substitutiva.

7.3.7 Importância dos suportes de tratamento para DRC

Terminando a entrevista solicitamos que os entrevistados colocassem em ordem de

importância os tópicos relacionados ao tratamento da DRC. Automaticamente, o site que

hospeda a entrevista relaciona a média de impotância dada pra cada tópico, de forma que as

médias obtidas foram em ordem respectiva:

Acesso vascular para TRS 6,36; anemia 5,18; adequação de dose 5,00; doença

cardiovascular 4,45; doença mineral óssea 2,82; imunização 2,27; transplante 1,91.

8 73%

3 27%

0 0%

0 0%

Vacinamos ativamente todos ospacientes

Encaminhamos todos ospacientes para vacinação noposto

Encaminhamos pacientes acimade 60 anos para vacinação noposto

Vacinamos ativamente todos ospacientes maiores de 60 anos

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

56

Figura 27_Média aritmética sobre a importância dada aos tópicos do tratamento

de doença renal crônica, posicionamento das clínicas de Terapia Renal Substitutivas.

8. DISCUSSÃO

8.1 Discussão de dados demográficos

Nossa análise descritiva evidenciou que a maioria dos pacientes envolvidos no estudo

eram de sexo masculino, sendo bastante similar às amostras de estudos realizados nessa

população (18, 19). No entanto, quando considerado o tempo médio de diagnóstico da DRC

nosso trabalho obteve média muito superior às análises da literatura pesquisada (103,12

meses)(18, 19). Esse dado aparenta ser consequência do uso do critério de exclusão dos

pacientes há menos de 12 meses em tratamento dialítico: critério exclusivo do nosso estudo

que buscou excluir pacientes não vacinados, ou não orientados, em decorrência do curto

período de início do tratamento da DRC (viés de seleção).

A escolha de 12 meses foi considerada por ser o dobro do tempo para se vacinar

contra a hepatite B (vacina com o maior intervalo entre as doses_seis meses da primeira até a

última dose), sendo considerado pelos autores tempo suficiente para completar a imunização

recomendada para o grupo alvo do estudo.

0

1

2

3

4

5

6

7 6,36

5,18 5 4,45

2,82 2,27

1,91

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57

Entre os dados de etiologia da DRC, prevalece ainda as causas mais comuns no resto

do país, respectivamente a HAS, DM e GNC (18, 19).

Não houve diferença estatística ou relevância clínica quando analisada o tipo de TRS.

Assim como na maioria dos relatos internacionais na literatura, a hemodiálise prevaleceu

frente à diálise peritoneal.

Quanto ao uso de imunossupressores o trabalho não foi capaz de gerar análises

comparativas entre os grupos, mas houve uma presença surpreendentemente elevada de

usuários de corticoterapia, não havendo registro passível de ser correlacionado nas bases de

dados consultadas durante a pesquisa. Essa tendência talvez possa ser justifcada pelo número

de pacientes previamente transplantados, adicionada ao número de pacientes com doença de

base imunomediada (GNC, LES, Síndrome de Berger e GESF). Contudo, uma vez que a taxa

de prevalência de usuários de corticóide foi três vezes maior que o número de candidatos à

um segundo transplante não podemos ignorar a elevada incidência de uso do corticóide nessa

população (tabela 02).

Este estudo não foi capaz de gerar informações suficientes para análises de doses de

imunossupressores e desta maneira embasar ou confirmar a influência deste dado às taxas de

soroconversão vacinal. Mas fica evidente que o dado deve ser explorado em trabalhos futuros,

uma vez que na população alvo da pesquisa pode se mostrar fator relevante para intervenções

e estratégias de melhora no atendimento. Apesar do caráter não intervencionista do estudo, os

autores mantém a recomendação de se evitar uso de corticoterapia ou qualquer outro

imunossupressor quando não houver claro benefício ao paciente.

8.2 Discussão de dados da entrevista

Este trabalho deixa evidente a baixa taxa de cobertura vacinal a quase todos os tipos

de vacinas avaliadas, e que a aplicação dos protocolos vacinais de recomendação nacional e

internacional são subutilizados. Este resultado se equipara aos trabalhos disponíveis na

literatura mundial (20, 21).

A maior parte dos pacientes foram imunizados contra hepatite B e contra influenza,

sendo essas as duas vacinas mais prevalentes durante a pesquisa dentre todas as vacinas. Das

demais vacinas avaliadas, nenhuma outra atingiu metade da cobertura entre os entrevistados.

Índices similares foram atingidos em trabalhos de 2015 na Alemanha, com a diferença em que

a vacina contra hepatite B foi a segunda mais aplicada, também não atingindo mais de 50%

dos pacientes(20).

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58

Algumas vacinas recomendadas nem mesmo foram registradas entre os alvos do

estudo, como foi o caso da vacina contra varicela (figura 04). Lembramos, no entanto, que a

disponibilidade da vacina contra varicela na rede pública está liberada há relativamente pouco

tempo (setembro de 2013) quando comparada às demais vacinas.

Considerando que as entrevistas foram realizadas apenas com pacientes que se

candidatavam à lista de espera para transplante renal, e que neste subgrupo de portadores de

DRC a preocupação com a situação vacinal é maior, podemos imaginar que se considerada

toda a população de portadores de DRC as taxas reais de cobertura vacinal são ainda mais

preocupantes (21, 22).

8.2.1 Suscetibilidade a agentes imunopreviníveis e orientação vacinal

Com o intuito de identificar os pacientes que não foram encaminhados para vacinação,

devido histórico clínico de exposição prévia à doença (imunes por doença), realizamos

questionamento quanto ao passado de doenças infecciosas conhecidas pelos pacientes do

estudo.

A avaliação da suscetibilidade aos agentes imunopreviníveis em relação à cobertura

vacinal sugere que a baixa cobertura vacinal não se justifica por exposição prévia aos agentes

vacinais, uma vez que, em todos os casos, a cobertura manteve-se abaixo dos níveis de

suscetibilidade à doença.

Em casos como na hepatite B (de maior prevalência vacinal), houve menor diferença

entre grupo suscetível e grupo vacinado, o que pode ser considerado taxa razoável de

cobertura da população sob-risco. No entanto, nos demais casos, e em especial no caso como

da hepatite A, e febre amarela a quase totalidade dos pacientes ainda suscetíveis à doença não

tiveram a vacinação realizada.

Como não foi encontrado estudo na literatura com dado equiparável de suscetibilidade

e cobertura vacinal, buscamos explorar melhor o dado. Adicionamos ao gráfico a taxa de

“orientação vacinal” referida pelos pacientes (gráfico 06). Este gráfico parece apresentar

curvas similares de taxas de cobertura vacinal com o percentual de orientação dos pacientes

alvo do estudo. Lembramos que não atingimos p valor de significância estatística (p 0,89),

mas sim uma tendência que deve ser explorada no futuro para ampliar a cobertura vacinal.

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59

8.2.2 Esquema de vacinação contra hepatite B

Em vista dos inúmeros trabalhos evidenciando a imunogenicidade da vacina contra

HB entre portadores de DRC, vários esquemas se difundiram com maior número de doses

ampliadas para essa vacinação. Apesar de já ser recomendação obrigatória pelo CRIE o

esquema ampliado de quatro doses dobradas (0,1,2,6 meses), ainda há baixa cobertura vacinal

neste modelo.(11, 23, 24).

Neste trabalho conseguimos comprovar a baixa adesão à essa recomendação uma vez

que apenas um pouco mais da metade dos pacientes com vacinação completa para HB

realizaram o esquema preconizado pelo CRIE. E não foi encontrado nenhum paciente com

esquema alternativo para falha de soroconversão. Esse dado é similar aos estudos pediátricos

nacionais realizados sobre a cobertura vacinal no pré-transplante (25, 26).

A análise da soroconversão para hepatite B difere da maioria dos estudos

internacionais e pode ter sido influenciada pelo tamanho pequeno da amostra e pela falta de

registro adequado feito pelas clínicas de TRS e UBS nos cartões de vacina (27).

Quanto ao impacto da orientação no número de pacientes com soroconversão para HB,

também não obtivemos significância estatística, assim como nos demais tipos de vacina

(gráfico 08).

8.2.3 Importância da vacinação previa ao transplante

O resultado da pesquisa sobre a importância dada à vacinação pelos próprios pacientes

sugere que o assunto é pouco explorado e gera pouca atenção nos pacientes em lista para

transplante renal, uma vez que apenas metade dos entrevistados considera importante o tópico

durante o tratamento da DRC (gráfico 11). Assim como no resto da literatura esse dado não

sofreu impacto de idade, sexo ou escolaridade do entrevistado (20).

Entretanto, entre os pacientes que consideram importante o status vacinal, houve

maior prevalência de vacinação contra a difteria e tétano. Esse último dado parece estar

relacionado ao local de vacinação da dT (feita predominantemente na UBS), sugerindo que

pacientes que consideram mais importante a vacinação no preparo para o transplante

procurariam as UBS com o intuito de atualização vacinal. Mas apenas a vacina dT foi

atualizada na UBS. Não encontramos, no entanto, estudos comparativos que corroborem ou

descartem esse nosso dado.

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60

8.2.4 Local predominante de vacinação

Em relação ao local predominante de vacinação o estudo mostra que praticamente não

há encaminhamento para serviços especializados de imunobiológicos (CRIE) nos pacientes

em programação de transplante renal. Esse dado pode explicar em parte a baixa cobertura

vacinal neste grupo de pacientes, assim como sugere que as clínicas de TRS não consideram

necessário esse atendimento especializado. Apenas um paciente entre todos os entrevistados,

incluindo aqui aqueles que foram excluídos do grupo final por algum critério, foi

encaminhado ao CRIE.

A análise dos dados entre os pacientes que foram vacinados predominantemente em

UBS ou em vacinados nas clínicas de TRS, mostra uma tendência vacinal, com significância

estatística, para vacinação da pneumo 23 entre aqueles vacinados em clínica de TRS. Esse

dado parece destacar que o esquema vacinal sugerido pela SBIM (que inclui a vacina pneumo

23) pode ser mais facilmente implementado em locais habituados aos cuidados especializados

com portadores de DRC. No entanto, pacientes vacinados predominantemente em UBS

completaram em maior quantidade, também com significância estatística (gráfico 12), as

vacinas de hepatite B, triplice viral (SCR) e principalmente dupla adulto (dT).

Não há estudos com dados comparáveis para conclusão efetiva, no entanto, o estudo

deixa claro que a vacinação predominantemente em UBS atinge uma incidência de cobertura

vacinal melhor que as clínicas de TRS, principalmente quando incluímos apenas as vacinas

usadas em larga escala para toda a população, mas falham gravemente em completar os

requisitos vacinais específicos para portadores de DRC.

Como recomendação para aumentar a cobertura vacinal no grupo em foco e melhorar

os índices vacinais especificamente referente às vacinas específicas para os portadores de

DRC, os autores recomendam a integração dos centros transplantadores com as equipes de

TRS, o suporte educacional a essas clínicas e o estímulo ao encaminhamento dos pacientes de

maior risco ou de maior complexidade ao CRIE para atualização vacinal de seus pacientes.

8.2.5 Impacto da frequência de TRS

O estudo do paciente portador de DRC terminal sempre foi rodeado pelo debate sobre

o melhor método de TRS (peritoneal X hemodiálise), mas na última década, o estudo HEMO

parece ter gerado uma nova fonte de debates sobre qual a dose de diálise seria a mais

adequada (28).

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61

A diálise convencional (três vezes na semana) parece vir perdendo espaço para

programas de hemodiálise frequente (quatro ou mais vezes na semana), cada vez mais são

publicados trabalhos que sugerem a melhora nos índices de hipertrofia de ventrículo esquerdo,

melhora na correção do fósforo sérico, e redução da necessidade de anti-hipertensivos orais

nos pacientes em HD frequente. Conforme avançam os trabalhos, novas evidências vão

surgindo, como a melhora na cinética de moléculas médias através de maior depuração, a

consequente redução de fatores inflamatórios, os melhores índices nutricionais dos pacientes

em hemodiálise mais frequente, e mesmo o impacto de redução da mortalidade (24, 28-30).

Esses dados parecem se correlacionar com os principais marcadores de resposta

vacinal no paciente dialítico, levando o nosso grupo a adicionar investigação sobre a

frequência de hemodiálise no paciente objeto do estudo.

8.2.6 Demografia dos pacientes em HD frequente

A análise demográfica do subgrupo selecionado (pacientes em HD frequente)

evidencia uma frequência maior de pacientes com escolaridade de nível superior. Essa seria

uma medida indireta de nível de entendimento sobre o próprio tratamento, e do nível socio-

econômico dos pacientes, podendo se tornar um viés de seleção do trabalho (tabela_02). Este

dado fica reforçado pela evidência de maior presença de clínicas privadas entre estes paciente

de HD frequente.

Portanto, a presença de maior nível de escolaridade no grupo de pacientes em HD

frequente poderia indicar maior tendência dos pacientes em aderirem aos esquemas vacinais, e

à melhor reposta sorológica devido superior índice nutricional e por provável melhor índice

econômico entre os pacientes em HD frequente. Esta estatística pode representar um viés do

estudo, uma vez que maior prevalência de nível socio-econômico entre os pacientes de HD

frequente, facilitaria a disponibilidade de cuidados vacinais, além dos demais cuidados da

DRC. Contudo, não houve diferença significativa entre os demais índices avaliados, como

adequação dialítica (Ktv), IMC, albumina, ou outros. Ressaltamos, no entanto, a limitação do

estudo em aprofundar essa possibilidade e a falta de dados na literatura mundial sobre o

impacto do nível socio-econômico às taxas de soroconversão vacinal nos portadores de DRC.

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62

8.2.7 Taxas de soroproteção entre pacientes em HD frequente

Apresentaram soroproteção contra HB a quase totalidade dos pacientes em HD

frequente, enquanto apenas metade dos pacientes em HD convencional (figura 8), sendo

nítida a significância estatística da maior proteção contra o vírus da hepatite B entre os

pacientes em HD frequente. Não foi encontrada significância estatística entre os grupos no

número de doses da vacina contra hepatite B, nem na quantidade de pacientes que

completaram a vacinação contra esse patógeno. Ressaltamos, no entanto, que houve maior

média de doses entre os pacientes com menor frequência de soroconversão para a HB.

Não há registros na literatura sobre o impacto da frequência do tratamento dialítico

sobre as taxas de soroproteção vacinal no grupo de portadores de DRC. O trabalho não pode

definir as razões do ocorrido uma vez que esse dado inesperado não é alvo da abordagem

inicialmente proposta pelo trabalho.

Mais estudos devem ser estimulados nessa direção, mas o dado pode estar relacionado

à maior taxa de depuração de fatores inflamatórios (moléculas médias) em pacientes com

diálise mais intensa, provocando um meio mais favorável ao sistema imunológico de se

defender ativamente de agentes imunogênicos e a criação de defesa ativa gerada pela

vacinação (31, 32).

Também houve maior prevalência de pacientes com vacinação realizada em clínica de

TRS entre os pacientes em HD frequente. Esse dado é relevante uma vez que identifica a

maior prevalência de pacientes com vacinação completa para alguns tipos vacinais no grupo

de HD frequente (figura 12), sugerindo que as clínicas de TRS atingem elevada cobertura

vacinal em seus pacientes quando devidamente estimuladas, como no caso da vacinação

contra pneumococo.

Por fim , quando abordado o número de pacientes que realizou a vacinação com

esquema de dose dobrada, podemos verificar que houve maior presença de pacientes com

esquema dobrado entre aqueles que realizavam HD frequente comparado com os que

realizavam HD convencional (figura 16).

Sumariamente podemos assumir que provavelmente a presença de pacientes com

melhores taxas de conversão para HB entre aqueles que realizam a diálise frequente, se deve

tanto a pacientes mais propensos imunológicamente à soroproteção, uma vez que podem

possuir menor atividade inflamatória, quanto ao maior número de pacientes vacinados nas

clínicas de TRS, recebendo assim em maior quantidade o protocolo de dose dobrada

preconizado pelo CRIE contra a hepatite B.

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63

8.3 Discussão dos resultados sobre questionário online às clínicas TRS

Com a hipótese de que haveria conivência por parte dos centros de TRS na baixa

adesão vacinal dos pacientes alvo da pesquisa, nosso grupo buscou uma óptica diferenciada,

tentando entrevistar os próprios centros de TRS e abordá-los quanto às práticas de imunização

realizadas por cada grupo.

O objetivo principal dessa parte do trabalho foi clarificar o impacto dessas práticas de

imunização em incentivar ou desestimular a proteção vacinal antes do transplante renal.

O primeiro dado gerado pela entrevista com as clínicas de TRS foi a baixa adesão das

próprias clínicas. Foram contactadas 28 clínicas através de chamada telefônica direta com

seus RT’s, e apesar da aceitação verbal de realizar o teste online por todas, apenas 13

(46,42%) efetivamente responderam ao mesmo, taxas menores do que as encontradas em

trabalho único similar (20).

Esse dado sugere a baixa importância dada pelas equipes de TRS não apenas ao tópico

imunização na DRC, mas aos cuidados pré- transplante como um todo, fazendo-nos concluir

que há influência direta em alguns resultados da entrevista com os pacientes portadores de

DRC no ambulatório de pré-transplante renal da Unicamp.

Exemplos como:

- baixa incidênica de encaminhamento para vacinação no CRIE (um caso entre os 105

entrevistados);

- predomínio de vacinação feito em UBS (56,19%);

- e baixa importância dada pelos próprios pacientes alvo da pesquisa à prevenção de

doenças por vacina (47,61%);

estariam relacionados não apenas aos fatores sociais e comportamentais dessa

população, mas também à influência direta das equipes cuidadoras dos centros de TRS.

Corroboram nossa avaliação trabalhos na literatura que relatam a importância do

estímulo da equipe cuidadora de saúde para o aumento da cobertura vacinal nos pacientes

transplantados e em lista de espera para transplante renal, principalmente com relação à

educação de enfermagem e implementação de protocolos vacinais (33, 34).

Cabe lembrar que a opção de se realizar entrevista online, através de email após

contato telefônico, foi uma opção baseada na melhor relação custo - benefício aos

pesquisadores e na busca por maior adesão dos entrevistados, visto que o público alvo

(profissionais de saúde) adere melhor à questionários estruturados curtos, diretos e sem

necessidade de agendamento fixo (35).

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64

Também lembramos que não houve aumento expressivo após instaurado o protocolo

de “recordação”.

8.3.1 Checagem do cartão vacinal e frequência de verificação

Quanto a entrevista em si, o alvo era usar perguntas diretas e de rápida conclusão.

Iniciamos com questões relacionadas à confirmação da situação vacinal do paciente portador

de DRC.

O dado gerado sobre a verificação da carteira de imunizações revelou constragedora

negligência pela equipe médica sobre a indicação vacinal a seus pacientes. Uma vez que todas

as equipes deixam apenas enfermeiros, RT ou plantonistas, como responsáveis pela

verificação vacinal, deixando evidente o menor valor dado ao tópico de prevenção à agentes

imunopreveníveis.

Os dados apresentados melhoram quando abordada a frequência de verificação

vacinal. Apesar de ainda haver clínicas que realizam apenas a verificação no momento da

admissão no centro de TRS (apenas uma clínica), todas as clínicas realizam algum tipo de

verificação. E a maior parte das clínicas se propõe a verificar a carteira vacinal de forma

semestral ou trimestral (somatória de 76,92% das respostas). Não conseguimos dados na

literatura para avaliar se há maior ou menor prevalência nas demais regiões nacionais ou

internacionais com relação aos responsáveis pela atenção vacinal dos pacientes portadores de

DRC.

Apesar da comparação do percentual de clínicas que atualizam as carteiras vacinais

periodicamente com o número de carteiras vacinais completas sugerir que essas clínicas

possuem falhas extensas na atualização vacinal de seus pacientes (apenas 77% das carterias

vacinais apresentadas pelos pacientes estavam completas para hepatite B_ vide gráfico 5),

consideramos esse dado muito promissor do ponto de vista de estratégias futuras para maior

aderêcia e cobertura vacinal do paciente portador de DRC.

8.3.2 Vacinas consideradas de relevância para início de tratamento da TRS

O questionário às clínicas de TRS teve a intenção de indiretamente verificar quais

vacinas essas equipes consideravam importantes e se haveria alguma correlação com as

respostas dos pacientes portadores de DRC encaminhados e entrevistados pela Equipe da

Unicamp no ambulatório de pré-transplante renal.

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65

Não nos surpreendemos quando comparamos os gráficos referentes às vacinas

efetivamente atualizadas pelos pacientes (figura 5) com o gráfico gerado pelas respostas das

clínicas de TRS sobre quais vacinas consideram indispensáveis (figura 19), podemos traçar

um nítido paralelo entre ambas (figura 26).

As quatro vacinas com maior prevalência de status completo entre os entrevistados

foram exatamente as vacinas consideradas mais importante pelas clínicas de TRS durante o

tratamento da DRC (HB, influenza, pneumo 23 e dT).

Também de forma proporcional, as vacinas não mencionadas como importantes para o

paciente em TRS foram pouco encontradas nos históricos vacinais dos pacientes avaliados no

ambulatório pré-transpante renal da Unicamp. Esse é mais um dado que revela o impacto do

estímulo que as clínicas cuidadoras excercem sobre a cobertura vacinal final dos pacientes

portadores de DRC encaminhados para lista de transplante renal.

Devido às limitações do site onde foi realizada a entrevista com as clínicas de TRS,

não foi possível traçar correlação de significância estatística entre os dados apresentados. Mas

é seguro afirmar que há relação entre as vacinas efetivamente realizadas entre os pacientes em

tratamento para DRC com o nível de importância dada a essa vacina por parte de sua equipe

cuidadora (figura 20), como sugerem trabalhos anteriores ao nosso (34).

Desta forma, propomos que campanhas com objetivo de aumentar a aderência vacinal

dos pacientes portadores de DRC devem ser endereçadas às clínicas de TRS e seus

profissionais, de forma que haja maior participação por parte dessas equipes cuidadoras,

atingindo assim de forma efetiva os pacientes.

Essa correlação pode estar relacionada ao índice de confiança e dependência dos

pacientes portadores de DRC com suas clínicas de TRS, fazendo com que estes atendam as

demandas por parte de seus médicos e enfermeiros responsáveis com maior prioridade do que

às orientações e sugestões feitas por outras equipes atendentes (como das unidades básicas de

saúde e de ambulatórios de outras especialidades).

8.3.3 Condutas relacionadas à vacinação de Hepatite B

Devido inúmeros relatos de esquemas vacinais contra o vírus de hepatite B no

portador de DRC, e a sua maior prevalência em todos os meios abordados (maior percentual

de vacinação completa, maior percentual de importância, maior percentual de doses, etc),

realizamos abordagem questionando práticas das clínicas em relação a essa vacina. Foram

realizadas quatro questionamentos em sequência (14, 27).

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66

A primeira questão buscava a incidência de cada esquema nas respectivas clínicas,

importante pela recomendação formal do uso de quatro doses dobradas nos pacientes

portadores de DRC terminal em HD feita pelos guias de referência do CRIE (11).

Considerando todas as respostas, menos de 10% das clínicas realizam o protocolo

preconizado como referência atual para o paciente em lista para transplante renal (quatro

doses dobradas). A ampla maioria ainda realiza a vacinação com três doses e menos que 20%

instituíram quatro doses como o ideal de vacinação em suas clínicas, porém em dose simples.

Deve ser dada relevância ao dado, uma vez que sugere o desconhecimento por parte da

maioria das equipes cuidadoras de DRC sobre os protocolos atuais de vacinação, mesmo para

as vacinas de maior abrangência e consideradas de relevância pelas próprias clínicas como o

caso da vacina contra hepatite B. Relacionando-se com os dados anteriores também podemos

ver um ponto crucial para melhorar o atendimento de imunização desses pacientes, na

atualização de conhecimentos e protocolos vacinais seguidos pela equipes cuidadoras de

renais crônicos.

No entanto, um dado positivo surge no questionamento em relação à repetição de

esquemas vacinais. Diferente do visto no questionamento sobre esquemas vacinais primários,

na segunda pergunta sobre vacinação da HB, a conduta de resgate orientada pelo CRIE

(repetição do esquema sempre que o antiHBSAg <10) é seguida pela quase totalidade das

clínicas. E mais de 80% delas indica esquema de resgate também quando não há aumento de

antiHBSAg após o primeiro esquema completo por mais de 30 dias, sugerindo que há

seguimento ativo dos níveis de anti-HBSAg dos pacientes em TRS, e que há conduta ativa

para reparação caso o paciente não atinja o objetivo ou decaia os títulos.

Esse dado pode estar relacionado à aplicação da Resolução da Diretoria Colegiada

número 54 (RDC_54), que regula o funcionamento das clínicas de TRS e entre seus tópicos

obriga o monitoramento e a discriminação de pacientes portadores de hepatite B ou C em

salas específicas para portadores dessa sorologia. Havendo penalidade por equipes de

vigilância sanitária às clínicas de TRS que não realizam o monitoramento.

O questionamento seguinte é sobre o uso de diferentes esquemas vacinais de resgate

contra hepatite B. Ele mostra mais uma vez o desconhecimento das equipes de TRS, sobre os

mais modernos esquemas de vacinação contra esse patógeno.

No caso, menos de 20% usam ou usariam a via intra-dérmica como possibilidade de

esquema vacinal de resgate contra hepatite B. Mais uma vez, o fato parece ser explicado pela

obrigatoriedade gerada pela RDC 54 às clínicas de TRS em realizar a vacinação de HB de

acordo com o seguimento da sorologia. Dessa forma, temos clínicas empenhadas

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exclusivamente em manter títulos de AntiHBSAg protetores por uma obrigação técnica e

burocrática, mas sem buscar melhores métodos ou esquemas para manter a proteção vacinal

global dos indivíduos.

Esse dado é corroborado pela última das quatro questões relacionadas à vacinação

contra hepatite B, o local de vacinação. Onde mais de 70% das clínicas encaminham seus

pacientes para vacinação em UBS, e apenas 27% assumem a responsabilidade pela vacinação

de seus pacientes.

Novamente não houve trabalho na literatura pesquisada para comparar os dados acima

mencionados, nem menção à encaminhamento aos centros de referências de imunobiológicos

especiais (CRIE).

8.3.4 Conduta relacionada à vacinação contra Influenza e relevância dos tópicos

sobre tratamento da DRC

A vacina contra Influenza anual existente no país, na qual os pacientes em TRS são

tratados como grupo especial, foi alvo deste questionário. O interesse era o posicionamento

adotado pelas clínicas de TRS a esse tema. Explicamos antes de discutir os resultados, que

não há menção nos guias da SBIM ou do CRIE sobre a necessidade de conduta ativa de

vacinação “in loco” mas a questão procurou buscar o nível de atenção das clínicas quanto à

vacinação de influenza.

O nível de divulgação e a facilidade de entrega das vacinas pela UBS às clínicas de

TRS para realização da mesma parecem colaborar para taxas elevadas de clínicas vacinando

ativamente seus pacientes. Segundo a pesquisa, vacinam ativamente seus pacientes na própria

clínica de TRS, independente da idade, 72,73% das clínicas e apenas 27,27% encaminham

para UBS. Felizmente, não houve nenhuma discriminação quanto aos pacientes jovens, um

viés possível por desconhecimento por parte das clínicas ao realizar a campanha apenas para

público prioritário acima de 60 anos.

O trabalho não teve poder para determinar os motivos que levaram as poucas clínicas

em encaminhar a vacinação para UBS. E também não foi alvo da pesquisa se extender pelos

motivos que levaram a não cobrar as demais vacinas obrigatórias uma vez que as respostas

sugerem que há verificação de carteira vacinal por parte de todas as entrevistadas.

Uma última pergunta online teve o objetivo de determinar os diferentes níveis de

atenção dados aos tópicos considerados de maior importância pelo tratamento de DRC.

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68

Essa pergunta fez o participante colocar em ordem de relevância os tópicos e gerou

média aritmética de maior relevância para menor relevância, exposta no gráfico 25.

Reforçando os dados que sugerem o pouco valor dado ao tópico vacinal, a imunização

ficou entre os últimos em grau de interesse (média de 2,17), mas surpreendetemente a última

colocação ficou com o tópico transplante renal (média de 1,91). Este dado reforça a idéia

ainda comum no nosso país que o tratamento da DRC deve ser iminentemente a hemodiálise

ou a diálise peritoneal, ficando o transplante reservado apenas para os pacientes selecionados

e provavelmente em melhores condições clínicas. Lembramos a evidente melhora da

mortalidade dos pacientes transplantados quando comparados ao tratamento de DRC em HD

convencional (22).

9. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

9.1 Conclusão

Quanto ao objetivo primário da pesquisa podemos concluir que:

A cobertura vacinal dos pacientes encaminhados ao ambulatório de pré-transplante

renal da Unicamp é baixa, na maioria das vacinas investigadas não atingindo 50% dos

pacientes alvo da pesquisa, com exceção para as vacinas de hepatite B e influenza.

Os objetivos secundários também foram atingidos, levando às seguintes conclusões:

Criação de um banco de dados e implementação de checagem, confirmação vacinal e

lembrete de atualização vacinal para todos os pacientes encaminhados ao ambulatório de pré-

transplante renal da Unicamp.

O trabalho evidenciou falta de protocolos vacinais nas diferentes clínicas de TRS, o

que parece gerar grande diferença na cobertura vacinal dos objetos da pesquisa.

O grau de orientação, e grau de importância dada pelos pacientes entrevistados na

pesquisa não gerou diferença estatística na melhora do status vacinal para as vacinas

investigadas, exceto no caso da vacina contra difteria e tétano.

A entrevista com as clínicas que encaminham pacientes para lista de transplante renal

na Unicamp evidenciou um paralelo entre a importância dada à vacina pela clínica de TRS,

com o status vacinal dos pacientes em TRS.

A entrevista com as clínicas também revelou que é dada pouca importância ao tema

“Imunização” e ao tema “Transplante” quando comparados aos demais tópicos de tratamento

da doença renal crônica.

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69

A realização de vacinação na própria clínica de TRS melhorou o status vacinal nos

casos de vacinas específicas para portadores de DRC, como o caso da vacina contra

pneumococo. No entanto, houve pior cobertura vacinal quando comparada ao atendimento

feito em UBS, para as vacinas de uso amplo na população, como o caso de hepatite B, SCR e

principalmente dT.

O aumento da cobertura vacinal nos pacientes portadores de DRC pode ser atingida

com maior eficácia através de campanhas periódicas voltadas às clínicas de TRS, chamando

maior atenção para o tema, reciclando o conhecimento e unificando protocolos vacinais

através das equipes cuidadoras.

9.2 Perspectivas

Com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal nesse grupo de pacientes, resumimos

abaixo um modelo de propostas de ações guiadas pelas conclusões desse trabalho:

1- Aumentar a interação e a responsabilização em conjunto da programação vacinal

dos candidatos à lista de espera para transplante renal, entre clínicas de TRS e

centro transplantador.

2- Determinar checagem de cartão vacinal por profissional habilitado na admissão

aos centros de TRS e periodicamente, preferencialmente semestral, para todos os

pacientes portadores de DRC.

3- Encaminhar para avaliação vacinal com os Centros de Referências de

Imunobiológicos Especiais todos os pacientes candidatos à lista de espera de

transplante renal, feito preferencialmente mas não exclusivamente, pelas clínicas

de TRS.

4- Guiar-se pelo calendário vacinal para todas as vacinas propostas pelos Centros de

Referência de Imunobiológicos Especiais em todos os pacientes portadores de

DRC em TRS, independente do local de realização da mesma.

5- Divulgar os conteúdos e atualizações do calendário vacinal dos portadores de DRC

entre os profissionais das clínicas de TRS, através de palestras e reuniões

periódicas entre os centros de TRS e centros de transplante renal.

6- Divulgar os conteúdos e atualizações do calendário vacinal dos portadores de DRC

entre as UBS e se necessário entre as secretarias de saúde regionais.

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70

7- Considerar vacinação realizada apenas aquela devidamente registrada por

profissional habilitado. E encaminhar para vacinação as que não preencherem esse

critério.

8- Em caso de encaminhamento para vacinação em UBS, enviar relatório

especificando proposta vacinal para cada vacina a realizar e em qual esquema

seguir, afim de diminuir a perda de oportunidade vacinal.

9- Reforçar o esquema adequado de quatro doses dobradas e ampliar o uso de

esquemas de vacinação de reforço para hepatite B nos casos de não haver

soroconversão, incluindo o uso da via ID.

10- Estimular a vacinação nos casos de anamnese falha ou incerta para as diferentes

patologias imunopreveníveis. Especial atenção para as vacinas de vírus vivos

atenuados (SRC, Febre amarela, Varicela).

11- Aderir e estimular entre os portadores de DRC a adesão às campanhas periódicas

locais e nacionais de vacinação e adequação do PNI quando esse for o público

alvo.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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11. ANEXOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Responsáveis: Leonardo Figueiredo Camargo, Marilda Mazzali, Raquel Silveira

Bello Stucchi

Eu entendo que fui convidado (a) a participar do projeto de pesquisa intitulado

“AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DOS CANDIDATOS A LISTA DE

ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL EM HOSPITAL REFERÊNCIA DO

INTERIOR DE SÃO PAULO _ BRASIL.”, envolvendo pacientes atendidos no

Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp que estão cadastrados no Cadastro

Técnico de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O objetivo geral desse estudo é avaliar o conhecimento dos pacientes em tratamento

de hemodiálise em relação à vacinação, visando à melhoria da atenção à saúde de indivíduos

portadores de doença renal crônica cadastrados em lista de espera para transplante. O sucesso

de um transplante depende de vários fatores, dentre eles o sistema imunológico eficaz

(sistema responsável pela defesa do organismo contra germes e bactérias). Para evitar a

ocorrência de perda do órgão transplantado, é necessária a utilização de medicamentos

imunossupressores, que inibem o sistema de defesa, levando a uma maior susceptibilidade às

infecções, inclusive as preveníveis por vacina. Assim, fica evidente a necessidade de manter o

calendário vacinal atualizado, para que se adquira uma imunização efetiva específica antes de

inibir o sistema imunológico.

Caso aceite participar desse estudo, serão coletadas as informações por meio

de um questionário preenchido em entrevista desenvolvida pelo grupo de estudos, por meio de

verificação da carteira vacinal individual, além de dados clínicos e resultados de exames

laboratoriais de rotina coletados junto ao prontuário do serviço de Terapia Renal Substitutiva

Anexo 01

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76

(Diálise). As informações coletadas serão avaliadas, mas sua identidade ou quaisquer outras

informações que permitam sua identificação serão mantidas em sigilo, sendo acessíveis

apenas aos pesquisadores envolvidos. Para fins de publicação científica, o sigilo sobre a

identidade será garantido. A participação neste estudo não lhe trará custos adicionais, e

também não serão necessários deslocamentos adicionais para a Unicamp.

Eu entendo que minha participação é voluntária e que eu posso me recusar a participar

ou retirar meu consentimento e interromper a minha participação no estudo a qualquer

momento sem comprometer os cuidados médicos que eu recebo atualmente ou venha a

receber no Ambulatório de Pré-Transplante Renal da Unicamp.

Em caso de dúvida ou informação adicional, poderei entrar em contato com os

pesquisadores responsáveis pelo telefone (19)988268191/ (19) 35218204, na pessoa do Dr.

Leonardo Figueiredo Camargo ou pelo e-mail [email protected] .

Endereço: Centro Integrado de Nefrologia- antigo APA, Barão Geraldo - Campinas,

SP.

CEP 13083-970

Dúvidas em relação aos aspectos éticos deste projeto de pesquisa podem ser

esclarecidas por contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da FCM Unicamp: fone

(19)35218936/ e-mail: [email protected]

Eu confirmo que o Dr. Leonardo Figueiredo Camargo explicou-me o objetivo do

estudo. Eu li e/ou me foi explicado, assim como compreendi esse formulário de

consentimento e estou de pleno acordo em participar desse estudo.

Campinas, _____ de ____________ de 201__

__________________________________________________

Nome e RG do Pesquisador

___________________________________________________

Assinatura do Pesquisador

___________________________________________________

Nome e RG do sujeito da pesquisa

___________________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa

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77

INFORMAÇÕES GERAIS:

a-)Nome do paciente:

_____________________________________________________

b-) Número de registro (HC):________________________

b-1) Nome Clinica TRS: ___________

c-) Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

d-) Naturalidade:______________________

e-) Data de nascimento:_____/_____/_______ Idade : Anos

f-)Endereço completo:

____________________________________________________

_____________________________________________________________________

g-) Telefones para contato:( )____________________________________________

h-) Data da Entrevista: ______/_______/________

i-) Preenchido por: _______________________________________________

DADOS CLÍNICOS:

a-) Doença de base:

( ) HAS ( ) DM ( ) GNC

( ) LES ( ) Autoimune ( ) GESF

( ) PNC ( ) Policístico ( )

Outras:_______________

b-) Dados da Doença Renal Crônica (DRC) :

Tempo de diagnóstico de DRC (qualquer estádio): meses

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Ciências Médicas

AMBULATÓRIO DE PRÉ-TRANSPLANTE RENAL

Formulário de Registro de

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DOS CANDIDATOS A LISTA DE

ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL.

Código do caso:_____ Anexo 2

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …...ao transplante, sendo a avaliação vacinal uma importante etapa na preparação destes pacientes para o transplante. O presente

78

Tipo de Terapia Renal Substitutiva (TRS): Hemodiálise ( ) CAPD ( ) DPA

( )

Acesso Atual: Acesso Inicial: FAV ( ) CDL ( )

Tenckoff ( )

Tempo de TRS: meses

Transplante renal prévio: ( ) Sim ( ) Não Motivo perda:

Tempo total de transplante funcional: meses. /// PTx prévia: Sim ( )

Não ( )

c-) Peso seco atual:________Kg Altura atual:______m IMC :_____ SC:

_______

Tempo de HD total /sem: ______(h) Frequência de HD/sem :

_______(x/sem)

d 1-)Já fez uso de drogas imunossupressoras? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual? ( ) Tacrolimus ( ) Azatioprina ( ) Corticosteróides

( ) Ciclosporina ( ) Ciclofosfamida ( ) Sirolimus ( ) Micofenolato

Há quanto tempo interrompeu? Meses

d 2-)Ainda faz uso de drogas imunossupressoras? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual? ( ) Tacrolimus ( ) Azatioprina ( ) Corticosteróides

( ) Ciclosporina ( ) Ciclofosfamida ( ) Sirolimus ( ) Micofenolato

d3-) Diagnóstico prévio de neoplasia? ( ) Sim ( ) Não

QTX ____ meses RTX ____meses

e-) Exames complementares:

Exame

Realizou

Resultado

Albumi

na (ml)

( ) Sim ( ) Não

Uréia

(ml)

( ) Sim ( ) Não

Creatini

na (ml)

( ) Sim ( ) Não

KtV (nl) ( ) Sim ( ) Não

Plaquet ( ) Sim ( ) Não

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79

as

Hepatite

C

( ) Sim ( ) Não

( ) Anti HCV ( )PCR

( ) Genótipo

Hepatite

B

( ) Sim ( ) Não

HBsAg ( ) aHBc( )

aHBs( )

HIV ( ) Sim ( ) Não ( ) Positivo ( )

Negativo

PTH ( ) Sim ( ) Não

IMUNIZAÇÃO:

a-) Depois de diagnosticado a DRC você foi orientado em relação à vacinação?

( ) Sim ( ) Não ( ) Sem informação

b-) Sobre quais vacinas foi orientado?

( ) Hepatite B ( ) Difteria/Tétano ( ) Tétano apenas

( ) Hepatite A ( ) Sarampo/ Caxumba/ Rubéola

( ) Varicela ( ) Pneumococo23 ( )

Gripe

( ) Haemophilus B ( ) Papiloma vírus_HPV ( ) Febre

amarela

c-) Você tem conhecimento sobre a importância da vacinação na DRC e antes do

transplante?

( ) Sim ( ) Não

d-) Situação vacinal: (preenchimento baseado em carteira vacinal e/ou

confirmação de prontuário) (4, 5, 7-9, 12-16, 19, 21, 23, 24, 27-30, 32, 35-72)

Vacinas

Total de

doses

administradas

Doses

adicio

nais

Situação vacinal

DPT/DTPa

Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

dT/dTp

a

Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

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Hib Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

SCR Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Varicela Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Hep.A Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Hep.B Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Pn.

Conjugada

(7,10,13)

Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Pn.23 Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Influenz

a

Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Meningi

teC

Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

HPV Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

Febre

amarela

Completa ( )Incompleta ( )

Desconhece ( )

e-) Você recebeu as vacinas solicitadas? (preenchimento baseado em carteira

vacinal e/ou confirmação de prontuário) ( ) Sim ( ) Não ( ) Sem

informação

f-) Sobre Vacina Hepatite B:

Dose: Comum ( ) Dobrada ( ) Via Administração: IM ( ) ID ( )

Esquema completo: 0,1,6 ( ) 0,1,2,6 ( ) outro ( )

_____________________

Indicado Repetição do esquema: ( ) nenhuma vez ( ) 1X ( ) > 1X

Foi realizado controle de anti-Hbs ? ( ) Sim ( ) Não

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Se sim, qual o resultado: ( ) Menor que 10 ( ) Maior que 10

Se menor que 10, foi orientado a Revacinar? ( ) Sim ( ) Não

g-) Houve orientação de vacinação para os contatos?( ) Sim ( ) Não ( )

Sem informação

h-) Caso a orientação sobre vacinação para os contatos tenha ocorrido,especifique-os:

( ) Filhos ( ) Noras/genros ( ) Netos ( ) Sobrinhos ( ) Cuidador (

) Outros:_______

i-) Quais vacinas foram indicadas para os contatos?

( ) Influenza ( ) Varicela ( ) Pólio inativada

( ) SCR ( ) Hepatite B ( ) Outra:__________________

j) Local de realização da maior partes da vacinas?

( ) Clínica de TRS ( ) CRIE ( ) Unidade Básica Saúde

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Questionário protocolo

vacinal no

Questionário via e-mail do protocolo vacinal no DRC _ RT

*1. Sobre o controle vacinal dos pacientes em tratamento na sua clinica :

Quem diretamente é o responsável pela checagem das carteirinhas vacinais ?

Médico Responsável Técnico (RT)

Médico plantonista do turno

Enfermeiro Responsável Técnico (RT)

Enfermeiro plantonista do turno

Não há profissional escalado

Outro (especifique)

*2. Com que frequência há verificação do cartão vacinal dos pacientes?

Apenas na admissão na clinica

Anualmente

Semestralmente

Trimestral ou menos

Não há checagem de cartão vacinal

Próx.

Parte inferior do formulário

PÁGINA 2

Questionário protocolo vacinal no

DRC _ RT

Parte superior do formulário

*3. Quais vacinas sua clinica considera indispensáveis para admissão e manutenção do

paciente em tratamento?

Possível marcar mais de uma.

Anexo 3

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Gripe (Vacina contra Influenza)

Hepatite B

Hepatite A

Tétano

Meningite C (vacina meningocócica conjugada)

Pneumococo (vacina antipneumocócica 23)

Difteria + Tétano (dT ou dupla adulto)

Catapora

Sarampo , Caxumba , Rubéola (MMR ou tríplice viral)

Tuberculose (BCG)

Poliomielite (Sabin oral , ou IPV injetável)

Verruga Genital feminina (HPV)

Febre Amarela

Febre tifóide (oral)

Rotavírus (oral)

Nenhuma

Anter. Próx.

Parte inferior do formulário

PÁGINA 3

Parte superior do formulário

*4. Há controle de sorologia na sua clinica? Com que frequência ?

Outro (especifique)

Anter. Próx.

Parte inferior do formulário

PÁGINA 4

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D

Parte superior do formulário

*5. Em relação apenas a vacinação contra hepatite B, responda as 4 perguntas

seguintes:

Qual o esquema adotado pela sua clinica como protocolar? (doses em meses referentes a

primeira vacina).

3 doses comuns (0,1,6 meses)

3 doses dobradas (0,1,6)

4 doses comuns (0,1,2,6)

4 doses dobradas (0,1,2,6)

Encaminho ao posto de vacinação

6. Em quais situações abaixo há repetição do esquema de vacinação usado para

hepatite B?

Possível marcar mais de uma.

Nenhuma situação

AntiHBsAg negativo, 30 dias ou mais, após esquema completo

Queda do título de AntiHBsAg <10, independente do tempo da vacina feita

Familiar com histórico de Hepatite recente

7. Em alguma das situações abaixo faz-se uso da vacina contra hepatite B por via

Intradérmica, em sua clinica?

Nunca

Esquema inicial

Esquema de repetição (falha do esquema inicial)

Esquema de resgate (após queda de títulos em níveis protetores)

8. Em caso de Repetição do esquema de vacina contra Hepatite B, onde é realizada a

vacinação?

Anter. Próx.

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Parte inferior do formulário

PÁGINA 5 Questionári

o protoc

Parte superior do formulário

*9. Como sua clínica se posiciona na campanha anual de vacina contra influenza?

10. Classifique na sua opinião a ordem de importância de cada tópico no tratamento do

paciente renal crônico:

1

Anemia na doença renal crônica

2

Transplante renal

3

Doença mineral óssea

4

Imunização

5

Acesso para diálise

6

Adequação dose diálise

Doença cardiovascular