162
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo ROSA MARIA BOSQUE Oxidação Química Avançada em área contaminada com hidrocarboneto de petróleo (BTEX e TPH): aplicação de peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio Campinas 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

ROSA MARIA BOSQUE

Oxidação Química Avançada em área contaminada com hidrocarboneto de petróleo (BTEX e TPH): aplicação de

peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio

Campinas

2016

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ROSA MARIA BOSQUE

Oxidação Química Avançada em área contaminada com hidrocarboneto de petróleo (BTEX e TPH): aplicação de

peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio

Dissertação de Mestrado apresentada à

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e

Urbanismo da Unicamp, como parte dos

requisitos exigidos para obtenção do título de

Mestra em Engenharia Civil, na área de

Saneamento e Ambiente.

Orientadora: Profa Dra Eglé Novaes Teixeira

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA

DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA ROSA MARIA

BOSQUE E ORIENTADA PELA PROFa DR

a EGLÈ NOVAES

TEIXEIRA.

ASSINATURA DA ORIENTADORA

Campinas

2016

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FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

Oxidação Química Avançada em área contaminada com hidrocarboneto de petróleo (BTEX e TPH): aplicação de

peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio

Rosa Maria Bosque

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profa Dra Eglé Novaes Teixeira Presidente e Orientadora – FEC / UNICAMP

Profa Dra Maria Eugênia Gimenez Boscov Universidade de São Paulo

Prof. Dr. Edson Tomaz FEM / UNICAMP

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

Campinas 2016

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Agradeço a todas as pessoas que direta ou

indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho. Muito

particularmente, agradeço a Eglé, minha

orientadora, a minha família e minhas

filhas, Renata Bosquê e Flávia Bosquê

por estarem efetivamente sempre ao meu

lado e não somente em pensamentos.

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RESUMO

BOSQUE, Rosa M. OXIDAÇÃO QUÍMICA AVANÇADA DE ÁREA CONTAMINADA

POR HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO (BTEX e TPH): APLICAÇÃO DE

SOLUÇÕES DE E PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E PERSULFATO DE SÓDIO.

Campinas: Faculdade de Engenharia Civil – UNICAMP, 2016. 163 p. Dissertação de

Mestrado – Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP, 2016.

O objetivo neste trabalho foi acompanhar e acompanhar o desenvolvimento do

processo de remediação “Fenton Like” ou Fenton Modificado diretamente em área

contaminada por hidrocarbonetos de petróleo durante as injeções e análises para comparação

dos resultados e a efetividade do processo quando comparado com os limites de intervenção

para benzeno, tolueno e xileno e hidrocarbonetos totais de petróleo. A oxidação química “in

situ” é um método de remediação cada vez mais empregado em áreas contaminadas de forma

a agilizar o processo de remediação local, por apresentar uma eficiência satisfatória na

redução da massa de contaminantes, como os hidrocarbonetos de petróleo, entre outros. O

processo é realizado durante um período de tempo relativamente curto, sem a necessidade de

movimentação de material contaminado e sua destinação e distribuição, que onera muito o

processo, bem como necessita em muitas vezes a recomposição da cava com solo com

certificado de procedência. Neste trabalho apresentam-se os resultados da aplicação da técnica

de oxidação química avançada “in situ”, com injeção de peróxido de nitrogênio em função da

formação do radical hidroxila e persulfato de sódio com a formação do radical hidroxila, para

a remediação de uma área impactada por compostos organoclorados, como BTEX e o TPH. A

efetividade deste método de remediação está relacionada com a complexidade do modelo

conceitual da contaminação e com a realização de estudos específicos, antes da realização das

atividades em escala total. Assim, neste trabalho se apresenta uma descrição e avaliação dos

procedimentos utilizados para a realização deste processo. No caso em estudo, observou-se

que o BTEX teve sua massa reduzida no aquífero após 18 meses da realização das atividades

de aplicação do agente oxidante em nível de remediação. As concentrações médias na área

foram reduzidas de 84,5% para BTEX e 85,9% para TPH, sendo que o BTEX ainda se

manteve acima do limite de 5µg/L, conforme preconizado pela CETESB, em função de rebote

ocorrido durante a fase de injeção em escala total em alguns poços de monitoramento. Com

relação aos índices de TPH de 600 µg/L, ficou inferior ao limite do padrão ambiental e à meta

de remediação calculada por avaliação de risco. O rebote em relação ao BTEX não é

significativo se comparado aos limites inicialmente medidos, e pode estar relacionado à

associação da heterogeneidade relativa do aquífero com as altas concentrações originais do

contaminante.

Palavras chaves: área contaminada, oxidação química, Fenton, Peróxido de hidrogênio,

Persulfato de Sódio, BTEX, TPH

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ABSTRACT

BOSQUE, Rosa M. OXIDAÇÃO QUÍMICA AVANÇADA DE ÁREA CONTAMINADA

POR HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO (BTEX e TPH): APLICAÇÃO DE

SOLUÇÕES DE E PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E PERSULFATO DE SÓDIO. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil – UNICAMP, 2016. 163 p. Dissertação de

Mestrado – Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP, 2016.

The objective of this study was to follow the remediation process "Fenton Like "or

Modified Fenton directly in an area contaminated by petroleum hydrocarbons and monitor the

development of the process during the injections and analysis to compare the results and the

effectiveness of the process compared with the limits intervention for BTEX and TPH. The chemical

oxidation "in situ" is a remediation method increasingly used in contaminated areas in order to speed

up the local remediation process for providing a satisfactory effectiveness in reducing the mass of

contaminants such as petroleum hydrocarbons, among others. The process is carried out over a

relatively short period of time, without the need of contaminated material handling and placement and

distribution, which greatly burdens the process and need many times the recovery of the pit with soil

origin certificate. This paper presents the results of the application of advanced chemical oxidation

technique "in situ" with nitrogen peroxide injection due to the formation of sodium persulfate and

hydroxyl radical formation of hydroxyl radical for the remediation of an area impacted by

organochlorine compounds such as BTEX and TPH. The effectiveness of this remediation method is

related to the complexity of the conceptual model of contamination and the specific studies before

carrying out activities at full scale. Thus, this work presents a description and evaluation of the

procedures used to carry out this process. In this particular case, it was observed that the BTEX was

reduced mass in the aquifer after 18 months of the completion of the application of the oxidizing agent

inactivity level of remediation. The mean concentration in the area were reduced to 84.5% for BTEX

and 85.9% for TPH, however, the BTEX still remained above limit in 5μg/L, as recommended by

CETESB due rebound occurred during the phase injection function in full scale occurred in some

monitoring wells. For TPH the levels of 600mg/L, was below of the limit of environmental standard

and remediation target calculated by risk assessment. The rebound in relation to BTEX is not

significant compared to the limits initially measured, and can be related to the association of the

relative heterogeneity of the aquifer with high original contaminant concentrations.

Keywords: contaminated area, chemical oxidation, Fenton, hydrogen peroxide, sodium persulfate,

BTEX, TPH.

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LISTA DE FIGURAS PÁGINA

Figura 3.1 Representação das estruturas de BTEX............................................ 26

Figura 3.2 Esquema de migração do hidrocarboneto na superfície................... 30

Figura 3.3 Distribuição das fases dos hidrocarbonetos de petróleo no caso de

vazamento de petróleo de tanques subterrâneos ..............................

31

Figura 3.4 Cenário de migração de contaminante a partir de modelagem

matemática........................................................................................

32

Figura 3.5 Previsão de distribuição de concentração a partir do vazamento de

contaminantes a partir de modelamento matemático........................

33

Figura 3.6 Mecanismos associados à migração de contaminantes em solos.... 34

Figura 3.7 Velocidade de advecção de um soluto através de um volume de

solo....................................................................................................

35

Figura 3.8 Exemplo dos três mecanismos físicos que contribuem para a

dispersão hidrodinâmica do soluto...................................................

36

Figura 3.9 Adsorção de cátions metálicos em função do pH............................. 39

Figura 3.10 Adsorção de alguns ânions em função do pH................................... 40

Figura 3.11 Processo de contaminação do subsolo e água subterrânea............... 47

Figura 3.12 Transmissividade e condutividade de um aquífero........................... 48

Figura 3.13 Esquema representativo das reações químicas que acontecem

durante o processo de oxidação química (“Band Gap”)...................

50

Figura 4.1 Extração de amostra de água através de “bayler”............................. 56

Figura 4.2 Equipamentos utilizados para captação de dados e amostras........... 58

Figura 4.3 Frascos para acondicionamento das amostras de água para BTEX.. 58

Figura 4.4 Sistema de mistura para persulfato de sódio e peróxido de

hidrogênio.........................................................................................

59

Figura 4.5 “Skid” contendo a solução de peróxido de hidrogênio 27,5%......... 60

Figura 4.6 Pálete contendo as embalagens de 25 kg de persulfato de sódio...... 61

Figura 4.7 Sistema de mistura e injeção da solução oxidante............................ 63

Figura 4.8 “Lay-out” dos poços de amostragem (PM) ...................................... 64

Figura 5.1 Mapa de localização da área investigada no município de

campinas...........................................................................................

67

Figura 5.2 “Lay-out” do antigo posto de distribuição de combustíveis............. 68

Figura 5.3 Mapa geológico regional – Campinas – SP...................................... 69

Figura 5.4 Localização dos pontos de amostragem do solo (abr. 2006)............ 70

Figura 5.5 Mapa hidrogeológico do Estado de São Paulo................................. 71

Figura 5.6 Modelo conceitual hidrológico da localização do antigo posto de

combustível.......................................................................................

73

Figura 5.7 Seções hidrogeológicas da área onde estava inserido o antigo

posto de combustível........................................................................

75

Figura 5.8 Desenho esquemático dos poços de injeção e de monitoramento.... 76

Figura 5.9 Seções hidrogeológicas da área onde está inserido o antigo posto... 77

Figura 5.10 Mapa poteciométrico: Nível médio de água de 1,53m..................... 78

Figura 5.11 Mapa poteciométrico: Nível médio de água de 4,72m..................... 78

Figura 5.12 Planta da área total, com as edificações, localização do posto e os

raios de influência dos contaminantes..............................................

79

Figura 5.13 Fotos da remediação local e constatação da contaminação do local.......... 81

Figura 5.14 Representação gráfica, em planta, da pluma de contaminação na

área sendo BTEX e TPH (out. 2007)................................................

82

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PÁGINA

Figura 5.15 “Lay out” dos poços utilizados no processo de extração

multifásica (jan. 2008)......................................................................

83

Figura 5.16 “Lay-out” dos poços de injeção e monitoramento utilizados no

processo de extração multifásica (jan. 2008)....................................

84

Figura 5.17 Localização dos pontos de amostragem do solo............................... 87

Figura 5.18 Desenhos esquemáticos para os poços de injeção e monitoramento 88

Figura 5.19 Concentrações de BTEX encontradas na campanha “Base Line”

(dez. 2011)........................................................................................

89

Figura 5.20 Concentrações de TPH encontradas na campanha “Base Line”

(dez. 2011)........................................................................................

90

Figura 5.21 Comparação das concentrações de BTEX encontradas na “base

line” e 1a campanhas (jul. 2012).......................................................

93

Figura 5.22 Comparação das concentrações de TPH encontradas na “base

line” e 1a campanha (jul.2012)..........................................................

94

Figura 5.23 Comparação das concentrações de BTEX encontradas nas 1a e 2

a

campanhas (nov. 2012).....................................................................

96

Figura 5.24 Comparação das concentrações de TPH encontradas nas 1a e 2

a

campanhas (nov. 2012).....................................................................

96

Figura 5.25 Comparação das concentrações de BTEX encontradas nas 2a e 3

a

campanhas (ago. 2013).....................................................................

98

Figura 5.26 Comparação das concentrações de TPH encontradas nas 2a e 3

a

campanhas (ago. 2013).....................................................................

99

Figura 5.27 Comparação das concentrações de BTEX encontradas nas 3a e 4

a

campanhas (nov. 2013).....................................................................

101

Figura 5.28 Comparação das concentrações de TPH encontradas nas 3a e 4

a

campanhas (nov. 2013).....................................................................

102

Figura 5.29 Curva de evolução de BTEX e TPH durante o processo de

remediação (nov. 2013)....................................................................

103

Figura 5.30 Representação em 3D das concentrações médias de BTEX

decorrentes do processo de remediação (nov. 2013)........................

105

Figura 5.31 Concentrações médias de BTEX, por campanha, decorrentes do

processo de remediação (nov. 2013).................................................

105

Figura 5.32 Representação em 3D das concentrações médias de TPH

decorrentes do processo de remediação............................................

107

Figura 5.33 Concentração média de TPH, por campanha, decorrente do

processo de remediação....................................................................

107

Figura 5.34 Curva de ORP e OD no período da remediação............................... 108

Figura Ap. B.1 Evolução da condutividade durante o período de injeção................ 146

Figura Ap. B.2 Evolução da oxirredução durante o período de injeção.................... 146

Figura Ap. B.3 Evolução da oxigênio dissolvido durante o período de injeção........ 147

Figura Ap. B.4 Evolução da turbidez durante o período de injeção.......................... 147

Figura An. A.1 Esquema do raio de ação dos poços de injeção e monitoramento.... 153

Figura An. B.1 Sistema de injeção para o ensaio piloto (PI 3 e PI 15)..................... 157

Figura An. B.2 Sistema de injeção para o injeção em escala total e polimento........ 158

Figura An. C.1 Evolução da remediação quanto a BTEX na água subterrânea –

Nível 1,53m......................................................................................

160

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PÁGINA

Figura An. C.2 Evolução da remediação quanto a BTEX na água subterrânea –

Nível 4,44m......................................................................................

161

Figura An. C.3 Evolução da remediação quanto a TPH na água subterrânea –

Nível 1,53m......................................................................................

162

Figura An. C.4 Evolução da remediação quanto a TPH na água subterrânea –

Nível 4,44m......................................................................................

163

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LISTA DE TABELAS PÁGINA

Tabela 3.1 Parâmetros físico-químicos de importância para a

mobilidade dos hidrocarbonetos..............................................

27

Tabela 3.2 Características dos hidrocarbonetos encontrados no mercado 27

Tabela 3.3 Valores de densidade específica, viscosidade e ponto de

fluidez para alguns produtos derivados de petróleo................

29

Tabela 3.4 Exemplos de técnicas de remediação da zona não saturada.... 46

Tabela 3.5 Exemplos de técnicas de remediação da zona saturada.......... 46

Tabela 3.6 Propriedades de alguns aquíferos nacionais............................ 49

Tabela 3.7 Características dos principais oxidantes utilizados no

processo de oxidação química avançada.................................

51

Tabela 3.8 Principais reações e potencial elétrico dos oxidantes mais

usuais no processo de oxidação química avançada.................

52

Tabela 3.9 Reação do persulfato de sódio nas diversas faixas de pH....... 52

Tabela 3.10 Oxidação do persulfato de sódio e suas reações..................... 53

Tabela 3.11 Resultado das reações entre peróxido de hidrogênio, Fe e

contaminantes orgânicos do processo de Fenton....................

54

Tabela 3.12 Reações competitivas de peróxidos com altas taxas de •OH

que produzem efeito inibidor durante o processo de

degradação...............................................................................

54

Tabela 4.1 Critérios de estabilização dos poços de monitoramento ........ 59

Tabela 4.2 Propriedade da solução de peróxido de hidrogênio e persulfato de

sódio................................................................................................

61

Tabela 4.3 Dados verificados através dos poços de monitoramento

(PM) antes e após as injeções dos agentes oxidantes

realizadas nos poços de injeção (PI).......................................

62

Tabela 4.4 Características e parâmetros para realização do ensaio piloto......... 62

Tabela 4.5 Plano de injeção para o teste piloto (PI 3 e PI 20)........................... 63

Tabela 4.6 Plano de injeção para a para as demais campanhas (1a a 4

a)............ 65

Tabela 5.1 Caracterização geotécnica do ponto S11 (abr. 2006).............. 71

Tabela 5.2 Características dos sistemas de aquíferos da região

metropolitana de Campinas (RMC)........................................

72

Tabela 5.3 Parâmetros estabilizados “in situ” da água subterrânea na

campanha “base line” (2011)..................................................

87

Tabela 5.4 Campanhas realizadas no processo de remediação de dez.

2011 a nov. 2013.....................................................................

91

Tabela 5.5 Profundidade dos poços de injeção instalados........................ 91

Tabela 5.6 Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na

primeira campanha em escala total (jul.

2012)........................................................................................

92

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PÁGINA

Tabela 5.7 Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na

segunda campanha (nov. 2012)...............................................

94

Tabela 5.8 Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na

terceira campanha (ago. 2013)................................................

97

Tabela 5.9 Parâmetros estabilizados “in situ” da água subterrânea na

quarta campanha, de polimento (nov. 2013)...........................

99

Tabela 5.10 Evolução das concentrações de BTEX (µg/L)........................ 104

Tabela 5.11 Evolução das concentrações de TPH (µg/L)........................... 106

Tabela Ap.A.1 Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão –

“Low-Flow” para o Ensaio Piloto - Campanha piloto e

análise pós-injeção..................................................................

128

Tabela An. A.1 Descrição detalhada dos principais elementos dos poços (PM e

PI)............................................................................................

153

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ANP Agência Nacional do Petróleo

ABNT Associação Brasileira de Normas técnicas

API Agência Internacional do Petróleo

Ba Bahia

BC Banda de condução

Bco Branco

BTEX Benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno

BV Banda de Valência

Cágua Concentração do composto água

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CNHR Conselho Nacional de Recursos Hídricos

CO2 Dióxido de carbono

Coctanol Concentração do composto octanol

CONAMA Conselho Nacional de Meio ambiente

Condut. Condutividade

CRA Conestoga-Rovers e Associados Engenharia

DNAP Fase líquida não aquosa em água

e- Elétron

e-BC Elétron na banca de condução

EPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América

Eq. Equação

et al. E outros

etc. Etecetera

Fe2+

Íon ferroso

Fe3+

Íon férrico

g/m³ Grama por metro cúbico

h Lacuna

h+

BV Lacuna na banda de valência

H2O Água

H2O2 Peróxido de hidrogênio

Hi Constante de Henry (atm / mol m3 de água)

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HO2+

Ânion hidroperóxido

HO2-

Íon hidroperóxido

HO2• Radical peridroxil

HOH Hidratação catalítica

HSO4

- Hidrogenossulfato

HSO5- Peroximonosulfato

Hv Comprimento de onda

HX Hidroalogenação / hidrohalogenidreto

i Gradiente hidráulico

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISCO Oxidação química avançada “in situ”

K Condutividade hidráulica (LT-1

)

KOC Coeficiente de partição no carbono orgânico

KOM Coeficiente de matéria orgânica no solo

KOW Coeficiente de partição

L Leste; Litro, Comprimento

LNAPL Fase líquida não aquosa leve

LOG Logaritmo

m Metro

m2/s Metro quadrado por segundo

m3 Metro cúbico

Máx. Máximo

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil

MECL Modelo de Exposição Conceitual do Local

MG Minas Gerais

Mín. Mínimo

MnO2 Dióxido de manganês

MnO4- Permanganato de potássio

MO Matéria orgânica

MPE Extração multifásica

mTU Medida de turbidez

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mV Milivolt

N Norte

NA Nível de água

NAPL Fase líquida não aquosa

NBR Norma Brasileira

O Oeste

O2 Oxigênio

O2•- Íon superóxido

O3 Ozônio

ºC Grau Celsius

OD Oxigênio dissolvido

OH Hidroxila

OH- Íon hidroxila

OHads Hidroxila adsorvida

•OH2 Radical peroxíla

•OH2

- Íon peroxila

ORP Potencial elétrico

O2(g) Oxigênio gasoso

pH Potencial hidrogeniônico

PI Poço de injeção

Pi Pressão parcial da substância (expressa em atm)

PID Detector de fotoionização

PM Poço de monitoramento

R Radical orgânico

R+ Ânion orgânico

Redox Fator de redução

RJ Rio de Janeiro

RMC Região Metropolitana de Campinas

ROH Composto hidroxilado

RX Radical orgânico

QAV Querosene de aviação

S Poço de sondagem; Sul; Coeficiente de armazenamento

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S2O82-

Persulfato

SASC Serviço de armazenamento subterrâneo de combustíveis

Sc Capacidade específica; coeficiente de armazenamento

SO Sudoeste

SO42-

Sulfato

•SO4- Radical sulfato

SOVC Compostos orgânicos semi-voláteis

SP São Paulo

Ss Coeficiente de armazenamento específico

SU Sudeste

SVE Sistema de extração multifásico

Sw Grau de solubilidade em água

Sy Produção específica

T Temperatura; Transmissividade; Tempo

TiO2 Dióxido de titânio

TPH Hidrocarboneto total de petróleo

UGRHI Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USEPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados da América

UV Ultra violeta

V Volts; Velocidade de percolação; Velocidade

v Velocidade linear média

VOC Compostos orgânicos voláteis

Xi Fração molar da substância ou fase líquida (mol / m3 de água)

% Percentual

µg Micrograma

µs/cm Micro Siemens por centímetro

CnH(2n+2) Fórmula básica dos alcanos

CnH(2n-2) Formula básica dos alcinos

CnH2n Fórmula básica dos cicloalcanos

CnHn Fórmula básica dos aromáticos

≥ Maior ou igual

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SUMÁRIO

PÁGINA

1 Introdução........................................................................................................ 21

2 Objetivo........................................................................................................... 24

2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 24

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 24

3 Revisão bibliográfica....................................................................................... 25

3.1 Hidrocarboneto de petróleo............................................................................. 25

3.1.1 Composição dos hidrocarbonetos ................................................................... 26

3.1.2 Coeficiente de partição (Kow).......................................................................... 28

3.1.3 Dinâmica dos hidrocarbonetos no subsolo...................................................... 29

3.2 Mecanismos de transporte de poluentes no solo............................................. 31

3.3 Processos físicos de transporte ....................................................................... 34

3.3.1 Advecção ........................................................................................................ 34

3.3.2 Dispersão mecânica ou hidrodinâmica............................................................ 35

3.3.3 Difusão............................................................................................................ 36

3.4 Processos biofísico-químicos.de transporte..................................................... 36

3.4.1 Mecanismos com efeito de retardamento ou aceleração................................. 37

3.4.1.1 Adsorção.......................................................................................................... 37

3.4.1.2 Desadsorção ou dessorção............................................................................... 37

3.4.1.3 Precipitação / dissolução................................................................................. 38

3.4.1.4 Troca iônica..................................................................................................... 38

3.4.1.5 Co-solvência.................................................................................................... 40

3.4.1.6 Complexação................................................................................................... 40

3.4.1.7 Ionização.......................................................................................................... 41

3.4.1.8 Sorção hidrofóbica.......................................................................................... 41

3.4.1.9 Mecanismos microbiológico .......................................................................... 42

3.4.1.10 Filtração........................................................................................................... 42

3.4.2 Mecanismos com efeito de degradação ou decaimento.................................. 43

3.4.2.1 Oxidorredução................................................................................................. 43

3.4.2.2 Hidrólise.......................................................................................................... 43

3.4.2.3 Metabolização.................................................................................................. 44

3.4.2.4 Evaporação / volatilização............................................................................... 44

3.5 Sistemas de tratamento.................................................................................... 45

3.6 Aquíferos......................................................................................................... 46

3.6.1 Propriedades dos aquíferos ............................................................................. 47

3.7 Fotocatálise...................................................................................................... 49

3.8 Oxidação química avançada “in situ” (ISCO)................................................. 50

3.9 Características físico-químicas do persulfato e suas reações.......................... 51

3.10 Características físico-químicas do peróxido de hidrogênio e suas reações..... 53

4 Metodologia..................................................................................................... 55

4.1 Caracterização da área..................................................................................... 55

4.2 Apresentação geral.......................................................................................... 55

4.3 Amostragem de águas subterrâneas................................................................. 55

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PÁGINA 4.4 Sistemas de mistura e injeção.......................................................................... 59

4.4.1 Preparo da solução de peróxido de hidrogênio................................................ 60

4.4.2 Preparo da solução de persulfato de sódio...................................................... 60

4.5 Plano de injeção............................................................................................... 61

4.5.1 Plano de injeção – ensaio piloto (PM 3 e PM 15) .......................................... 62

4.5.2 Etapa de aplicação das demais campanhas...................................................... 64

4.6 Tratamento dos dados: padrões de referência de qualidade............................ 65

5 Resultados........................................................................................................ 67

5.1 Localização da área......................................................................................... 67

5.2 Caracterização do solo..................................................................................... 69

5.3 Caracterização dos aquíferos e dos poços de monitoramento e injeção

instalados........................................................................................................

71

5.4 Histórico da remediação local......................................................................... 79

5.5 Resultados da “Base Line” – Injeção piloto (PM 3 e PM 15)......................... 86

5.6 Resultados obtidos para cada uma das etapas de remediação acompanhadas 90

5.6.1 Primeira campanha analítica............................................................................ 91

5.6.2 Segunda campanha analítica............................................................................ 93

5.6.3 Terceira campanha analítica............................................................................ 97

5.6.4 Quarta campanha analítica (de polimento)...................................................... 99

5.7 Comparação dos resultados............................................................................. 102

5.7.1 Comparação dos resultados obtidos para BTEX............................................. 103

5.7.2 Comparação dos resultados obtidos para TPH................................................ 106

6 Discussão......................................................................................................... 109

6.1 Evolução da remediação a partir dos indicadores operacionais...................... 109

6.2 Discussão geral dos resultados........................................................................ 110

7 Conclusão........................................................................................................ 114

8 Recomendações............................................................................................... 117

Referências ..................................................................................................... 118

Apêndices........................................................................................................ 126

Apêndice A – Tabelas com resultados obtidos durante monitoramento dos

poços através de sonda multiparâmetros ........................................................

127

Apêndice B – Gráficos da evolução dos parâmetros de monitoramento......... 145

Anexos............................................................................................................. 148

Anexo A – Metodologia dos trabalhos executados na área em estudo,

anteriores a este trabalho de dissertação..........................................................

149

A.1 Caracterização da hidrologia e hidrogeologia da área de estudo e

aquíferos existentes na região..........................................................................

150

A.2 Modelagem matemática de fluxo das águas subterrâneas e de

transporte de contaminantes............................................................................

151

A.3 Perfuração dos poços de monitoramento e de injeção.............................. 152

A.4 Levantamento planialtimétrico................................................................. 154

A.5 Ensaio de permeabilidade......................................................................... 154

A.6 Velocidade da água subterrânea............................................................... 154

A.7 Etapas previstas para o processo de remediação do antigo posto............. 155

Anexo B – Esquema dos dois sistemas de injeção das soluções oxidantes..... 156

Anexo C – Representação gráfica dos resultados das análises para BTEX e

TPH..................................................................................................................

159

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PÁGINA

C.1 Resultados para BTEX 1.53 m................................................................. 160

C.2 Resultados para BTEX 4.4 m................................................................... 161

C.3 Resultados para TPH 1,53 m.................................................................... 162

C.4 Resultados para TPH 4.4 m...................................................................... 163

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da indústria e de seus processos produtivos cada vez mais

solicitados pela sociedade em geral contribuiu para que inúmeras empresas fossem instaladas

em localidades onde a infraestrutura estivesse presente e, consequentemente, propiciando o

progresso local e o crescimento demográfico. O crescimento desorganizado e a falta de

preocupação com os subprodutos oriundos desses processos ocasionaram a contaminação de

solos e águas, inclusive, por hidrocarbonetos de petróleo que ocorrem por derramamentos

acidentais durante o transporte ou pelo vazamento de tanques enterrados. Independentemente

das diferentes utilizações, cada ponto na produção ou distribuição do petróleo e seus

derivados é armazenado em tanques aéreos ou subterrâneos. O potencial de derramamento de

óleo é significativo, inclusive no bocal do tanque durante seu abastecimento. Os efeitos do

petróleo derramado, muitas vezes, representam sérias ameaças ao ambiente e em alguns casos

não é possível atingir os níveis de remediação exigidos pela legislação (MANCINI, 2002).

Os caminhos mais comuns de contaminação do solo e da água subterrânea estão

na ruptura de tubulações e vazamentos de tanques subterrâneos, os quais são utilizados em

postos de gasolina ou aplicações industriais. A maioria das contaminações é antiga e, a partir

da Resolução CONAMA 273 (BRASIL, 2000) e NBR 13.786 (ABNT, 2005), os tanques dos

postos de combustíveis devem possuir parede dupla, equipamento de monitoramento instalado

e, para verificar falhas, é exigida também a instalação de dispositivo antitransbordante. A

Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América (EPA, 1997) dispõe sobre o

armazenamento subterrâneo, acrescenta a proteção catódica contra a corrosão e não permite

que sejam projetados sem a dupla parede com fibra de vidro reforçado para resistir à

subsidência do solo, pois são muito propensos a falhas e vazamentos.

Em função das dificuldades para remediação de áreas contaminadas, uma técnica

eficiente de remediação de solo contaminado por hidrocarbonetos de petróleo é a utilização da

oxidação química avançada “in situ” a partir da ativação do persulfato utilizando o peróxido

de hidrogênio, de forma que o radical hidroxila inicie toda a cadeia de formação dos outros

radicais, da mesma forma que os radicais sulfatos podem estimular a formação de radicais

hidroxila, renovando o ciclo de oxidação e a mineralização dos compostos.

Ambos reagem de forma seletiva, onde as hidroxilas destroem os contaminantes

mais reativos e os sulfatos, eliminando os compostos mais recalcitrantes, melhoram a

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eficiência e eficácia no processo de eliminação dos riscos químicos dos contaminantes

oriundos dos referidos vazamentos dos tanques enterrados de combustíveis, sejam estes

pertencentes às refinarias, postos de distribuição de combustíveis ou demais atividades onde

exista a necessidade de armazenamento, distribuição e enchimento desses tanques, os quais,

em sua maioria, têm mais de 15 anos e não estão enquadrados na legislação vigente.

Dentre as técnicas de oxidação química, o peróxido de hidrogênio é altamente

reativo com hidrocarbonetos. É o oxidante mais comum e com mais dados na literatura, sendo

capaz de oxidar uma vasta gama de contaminantes com resultados satisfatórios para derivados

de petróleo quando o H2O2 ativado com Fe2+

também chamada de “Fenton-like” (WATTS;

HOWSAWKENG; TEEL, 2005).

Entretanto sua eficiência não é consensual em solos devido à limitação desse

oxidante quanto à sua estabilidade em algumas matrizes (DOMINGUEZ apud FERNANDES,

2012), onde rapidamente se decompõe, restringindo seu transporte e sua eficácia. Em solução

aquosa o H2O2 apresenta um potencial padrão de oxirredução de 1,8V (EPA, 1996).

Existem ainda outros importantes oxidantes como o persulfato, cujo potencial é

2,01V, valor comparável ao do ozônio que é 2,07V, sendo este último um importante

oxidante, muito utilizado na atualidade (DOMINGUEZ apud FERNANDES, 2012), porém

por ser gasoso apresenta um baixo raio de eficácia em solos saturados. O permanganato

(1,70V) também tem sido muito utilizado para oxidação de hidrocarbonetos poliaromáticos

(EPA, 1996).

Apesar de ser um oxidante potente, o ânion persulfato por si só apresenta taxas de

reação cineticamente lentas para a maioria dos contaminantes recalcitrantes, porém segundo

estudos (HUANG; COUTTENYE; HOAG, 2005), essas taxas podem ser substancialmente

incrementadas por diversos processos de ativação e consequente geração dos radicais sulfatos,

apresentando vantagens frente às outras técnicas oxidativas, como a rapidez cinética e a

estabilidade, principalmente se comparado ao radical hidroxila. O sulfato tem maior

capacidade para ser transportado a distâncias maiores em função de suas características.

A importância da manutenção de solo e aquíferos dentro das condições de utilização, de

acordo com a sua classificação, é dever de todos, haja vista que se trata de bem comum, onde

qualquer irregularidade deve ser corrigida o quanto antes para evitar impactos ainda maiores e

de difícil correção, uma vez que os acidentes acontecem em grandes áreas e a dificuldade em

gerenciar este tipo de situação é complexa em função dos padrões do local, do contaminante e

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23

do processo a ser aplicado. A remediação da área do local pode não alcançar os valores

previstos ou de enquadramento à legislação vigente. É a partir da verificação do processo e

dos resultados obtidos nas condições apresentadas, é que se verifica a importância deste

trabalho, o qual pode auxiliar caso seja necessária nova tomada de decisão e até mesmo a

mudança de processo, caso o valor final se mantenha acima do padrão de intervenção

CETESB.

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24

2 OBJETIVOS

Este capítulo foi sub-dividido em duas partes, objetivo geral e específico.

2.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo foi verificar a evolução e eficiência do processo de

remediação da pluma de contaminação por hidrocarboneto de petróleo existente na área do

antigo posto de combustíveis e discutir a evolução dos parâmetros e a eficiência do processo

de remediação da pluma de contaminantes de benzeno e total hidrocarboneto de petróleo

(BTEX e TPH) em campo e a tecnologia por oxidação química avançada, processo Fenton

modificado, implantado em área contaminada de antigo posto de combustível.

2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos para este trabalho foram:

levantar as características da contaminação da área onde estavam instalados os

tanques de combustíveis do antigo posto de abastecimento com relação a benzeno e

hidrocarboneto total de petróleo (BTEX e TPH), bem como delimitação da pluma de

contaminação existente;

verificar a eficiência da aplicação das soluções de hidróxido de hidrogênio e de

peróxido de sódio da aplicação piloto em escala real;

acompanhar os resultados das injeções da solução oxidante antes e após cada uma

das aplicações em cada uma das campanhas para acompanhamento do

comportamento da pluma de contaminação existente;

verificar os níveis de contaminação final após o processo de injeção; e,

discutir os parâmetros obtidos sob a luz das exigências do órgão ambiental

(CETESB).

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25

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica foi dividida em: hidrocarboneto de petróleo, mecanismos

de transporte de poluentes no solo, processos físicos de transporte, processos bio-físico-

químicos de transporte, sistemas de tratamento, aquíferos, fotocatálise, oxidação química

avançada “in situ” (ISCO), características físico-químicas do persulfato e suas reações e

características físico-químicas do peróxido de hidrogênio e suas reações.

3.1 Hidrocarboneto de petróleo

Os hidrocarbonetos são compostos formados apenas por átomos de carbono e

hidrogênio que correspondem a mais de 85% da composição do óleo cru. Por este motivo são

utilizados como indicadores de poluição por produtos derivados de petróleo. De acordo com a

composição molecular, a maioria destes constituintes é classificada como alcanos, alcenos,

cicloalcanos e aromáticos (API, 1999):

os alcanos, CnH(2n+2), também chamados de parafinas, são hidrocarbonetos

alifálicos saturados, ou seja, possuem cadeiras carbônicas acíclicas (abertas),

lineares ou ramificadas e ligações sempre entre os átomos de carbono;

os alcenos, CnH(2n-2) também chamados de olefinas ou isoparafinas, são

hidrocarbonetos alifálicos insaturados, por apresentarem alguma ligação dupla entre

os átomos de carbono. Geralmente não estão presentes no óleo cru, mas são comuns

nos produtos refinados, tais como a gasolina;

os cicloalcanos, CnH2n, também chamados de naftalenos ou cicloparafinas, são

hidrocarbonetos cíclicos saturados, caracterizados por cadeiras carbônicas fechadas

com ligações simples entre os átomos de carbono. Compreendem cerca de 50% da

composição do óleo cru, sendo estáveis e relativamente insolúveis em água; e,

os aromáticos, CnHn, são hidrocarbonetos caracterizados pela presença de anéis

benzênicos (cadeira fechada formada por seis átomos de carbono). São

considerados os compostos mais solúveis e mais tóxicos do óleo cru, sendo

associados a efeitos tóxicos e carcinogênicos.

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26

Considerando-se o peso molecular, pode-se afirmar ainda que o óleo cru é

formado por diversas combinações entre os compostos de baixo, médio e alto peso molecular,

os quais apresentam as seguintes características (API, 1999):

os compostos de baixo peso molecular (C1 a C10) são formados por moléculas

pequenas com poucos átomos de carbono em cada molécula. Apresentam alta

volatilidade, denominado como compostos orgânicos voláteis (VOC), evaporando e

dissolvendo prontamente sem deixar resíduo. Por este motivo são mais

biodisponíveis, ou seja, têm grande propensão a serem absorvidos por organismos

vivos, sendo o sistema respiratório a principal via de exposição. São potencialmente

inflamáveis;

os compostos de médio peso molecular (C11 a C22) são formados por moléculas

complexas quanto a evaporação, dissolução e resíduo remanescente, são compostos

orgânicos semivoláteis (SVOC) e menos biodisponíveis; e,

os compostos de alto peso molecular (≥ C23) são formados por moléculas

grandes, que possuem baixa capacidade de residência no ambiente, o que aumenta o

risco de exposição, cujas via principal é o contato direto.

3.1.1 Composição dos hidrocarbonetos

O petróleo bruto é constituído por compostos aromáticos mononucleares e que

apresentam de 6 a 8 carbonos (figura 3.1), conhecidos como BTEX (benzeno, tolueno e

xileno), os quais são extremamente valorizados pelas suas aplicações nas indústrias

petroquímicas, solventes e combustíveis de alta octanagem.

Figura 3.1 – Representação de estruturas do BTEX

Fonte: Mazzuco, 2006

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27

Os hidrocarbonetos aromáticos são geralmente compostos tóxicos e possuem

grande mobilidade em água, em função da sua alta solubilidade. Hidrocarbonetos aromáticos

têm também alta mobilidade em sistemas solo-água, característica que pode ser representada

significativamente pelo menor coeficiente de partição entre octanol-água (Kow).

Um menor coeficiente de partição implica em uma lenta absorção no solo e,

consequentemente, um transporte preferencial via água. Além de migrarem mais rapidamente

através das águas atingindo mananciais de abastecimento, os compostos aromáticos

apresentam toxicidades crônicas significativas (TIBURIOS et al.; WATTS et al. apud

NAKHLA, 2003). Coeficiente de partição é tratado no item 3.1.2.

Os compostos aromáticos como BTEX perfazem cerca de 10 a 59% da gasolina

(massa/massa), enquanto que os hidrocarbonetos alifáticos compreendem 41 a 62%. Os

hidrocarbonetos aromáticos são geralmente mais tóxicos que os compostos alifáticos com o

mesmo número de carbonos e possuem maior mobilidade em água em função da sua

solubilidade em água ser da ordem de 3 a 5 vezes maior, de acordo com os dados constantes

da tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Parâmetros físico-químicos de importância para a mobilidade dos

hidrocarbonetos

Composto Solubilidade em água (mg/L) LOG Kow

Benzeno 17602,12 2,12

Tolueno 5322,73 2,73

Xileno 163,00 a 185,00 2,95 a 3,26

Nonano 0,122 4,67

Decano 0,021 6,69

Dodecano 0,005 7,24

Fonte: TIBURIOS et al.; WATTS et al. apud NAKHLA, 2003

Outras características dos hidrocarbonetos são apresentadas na tabela 3.2.

Tabela 3.2 – Características dos hidrocarbonetos encontrados no mercado

Tipo Principais propriedades

Tipo I – Produtos refinados muitos

leves

(gasolina, nafta, solventes e gasolina

de aviação 90/100).

Muito volátil e altamente inflamável

Elevada taxa de evaporação

Baixa viscosidade

Peso específico menor que 0,80

Toxicidade aguda elevada para a biota

Continua

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28

Tabela 3.2 – Características dos hidrocarbonetos encontrados no mercado

Conclusão

Tipo Principais propriedades

Tipo II – Produtos semelhantes ao

diesel e petróleos brutos leves

(óleo combustível, querosene (QAV),

combustível marítimo, petróleo bruto).

Moderadamente volátil

Evaporação das frações leves

Peso específico de 0,80 a 0,85

Toxicidade aguda moderada a elevada para a

biota; toxicidade específica do produto

diretamente relacionada com o tipo e

concentração dos compostos aromáticos na fração

solúvel na água.

Tipo III – Hidrocarbonetos médios e

produtos intermediários

(petróleo bruto, óleos combustíveis

intermediários e óleos lubrificantes)

Moderadamente volátil

Evaporação até 1/3 do volume derramado

Viscosidade moderada a elevada

Peso específico de 0,85 a 0,95

Toxicidade aguda variável para a biota,

dependendo da quantidade da fração leve

Podem formar emulsões estáveis

Tipo IV – Petróleo Bruto pesado e

produtos residuais

(petróleo bruto, bunker C e óleo

combustível)

Ligeiramente volátil

Evaporação de uma pequena parcela do volume

derramado

Muitos viscosos a semi-sólidos; podem tornar-se

menos viscosos quando aquecidos pela luz solar

Peso específico de 0,95 a 1,00

Baixa toxicidade aguda relativamente aos outros

tipos de hidrocarbonetos

Formam emulsões estáveis.

Fonte: FRONAPE, 2002

3.1.2 Coeficiente de partição (Kow)

O coeficiente de partição octanol-água (Kow) é definido como a razão da

concentração de um composto orgânico dissolvido entre o octanol e a água em equilíbrio.

Desta forma, o Kow descreve a tendência de partição de um composto entre uma fase orgânica

e uma fase aquosa de acordo com a eq. 1. Quanto maior esta relação, maior a hidrofobia do

composto. Em outras palavras, este coeficiente é uma medida do quão hidrofóbico é o

composto (FETTER, 1994). O Kow é ainda uma medida do potencial de sorção, ou seja, do

potencial de um contaminante orgânico ser adsorvido pela matéria orgânica presente no solo.

Kow

=

Coctanol / Cágua

eq. 1

onde:

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Kow = Coeficiente de partição;

Coctanol = Concentração do composto no octanol; e,

Cágua = Concentração do composto na água.

O coeficiente Kow é correlacionado com o grau de solubilidade na água (SW)

para muitos compostos orgânicos. Em geral hidrocarbonetos têm baixa solubilidade em água e

apresentam altos valores de Kow. Substâncias que sofrem ionização ou que se associam em

solução podem apresentar valores não usuais de Kow (KNOP, 2004).

Na tabela 3.3 estão apresentadas algumas propriedades importantes dos

hidrocarbonetos de petróleo, onde os policíclicos aromáticos possuem baixa mobilidade no

ambiente, tanto em relação à fase aquosa, pois possuem baixas solubilidades, quanto em

relação à volatilização, pois apresentam baixos valores de pressão de vapor.

Tabela 3.3 – Valores de densidade específica, viscosidade e ponto de fluidez para alguns

produtos derivados de petróleo

Produtos Densidade específica Viscosidade [20ºC]

(m2/s)

Ponto de fluidez (ºC)

Gasolina 0,74 – 0,73 5 x 10-7

Não aplicável

Querosene 0,80 – 0,88 2,0 – 3,5 x 10-7

-17,78

Diesel 0,88 2,25 – 5,0 x 10-5

-6,67

Óleos Lubrificantes 0,87 7,9 – 8,6 x 10-5

-37,22

Fonte: adaptado de API, 1999

3.1.3 Dinâmica dos hidrocarbonetos no subsolo

Os hidrocarbonetos, ao serem liberados para o ambiente, através de vazamentos

ou derramamentos em tanques subterrâneos ou durante o seu abastecimento, migram

verticalmente pela zona não saturada do solo, sob a influência das forças gravitacionais e

capilares (SCOTT, 2000).

De modo geral, se o volume despejado na subsuperfície for pequeno em relação à

capacidade de retenção do solo e a pluma de contaminação não tiver atingido o nível de água,

a massa de contaminantes tenderá a ficar imóvel, sorvida ou presa por capilaridade nas

partículas de solo. Se o volume do vazamento superar a capacidade de retenção do solo

(figura 3.2), a frente da pluma de contaminação avançará até atingir o nível de água e,

dependendo da densidade do material despejado (tabela 3.3), a massa de contaminantes

poderá ficar acumulada sobre o nível de água ou descer até encontrar um estrato menos

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permeável, onde ficará acumulada. Em geral, os hidrocarbonetos de petróleo tipicamente

armazenados em tanques subterrâneos têm densidade menor que a da água e, portanto, em

caso de vazamentos, a massa de contaminantes tende a flutuar sobre o nível de água (EPA

1996).

Figura 3.2 – Esquema de migração do hidrocarboneto na subsuperfície

Fonte: modificado de Powers apud Kaipper, 2003

O escoamento dos hidrocarbonetos em meio saturado sempre é bifásico por serem

compostos orgânicos que apresentam baixa miscibilidade em água. De acordo com a

densidade os hidrocarbonetos recebem as denominações, (MARIANO, 2006):

LNAPL (“light non-aqueous phase liquid” ou fase líquida não aquosa leve) –

caracterizado por possuir densidade menor que a água. Os hidrocarbonetos com

esta característica estão geralmente associados com a produção, refino e

distribuição de produtos de petróleo, como exemplo, a gasolina e o óleo diesel; e,

DNAPL (“dense non-aqueous phase liquid” ou fase liquida não aquosa densa) –

caracterizado por possuir densidade maior que a água. Os hidrocarbonetos com esta

característica estão relacionados principalmente às atividades industriais, onde são

utilizados os hidrocarbonetos clorados, fenol, etc.

O transporte dos hidrocarbonetos no solo (figura 3.3) é caracterizado pela

formação de quatro fases distintas que regulam o processo de migração do produto, (EPA,

2014).

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Figura 3.3 – Distribuição das fases dos hidrocarbonetos de petróleo no caso de vazamento

de petróleo de tanques subterrâneos

Fonte: modificado de Bedient apud Kaipper, 2003

fase líquida residual: pode existir no solo como resíduo líquido relativamente

imóvel, adsorvido por capilaridade ou sorvido nas partículas de solo

principalmente na matéria orgânica (MO);

fase líquida livre: presença de hidrocarboneto livre não residual que passa pelo

solo e quando atinge o nível d’água subterrâneo passa a flutuar sobre a mesma;

fase dissolvida: pode estar presente na superfície sólida do solo formando

películas, ou na água do solo e quando atinge o nível d’água subterrâneo forma a

chamada pluma de contaminação; e,

fase vapor: pode existir como componentes do vapor do solo, difusa no

intersticial do solo, podendo também se condensar e adsorver na superfície sólida

ou dissolver-se na água do solo.

3.2 Mecanismos de transporte de poluentes no solo

De acordo com Boscov (2008), o transporte de solutos na água do subsolo é

estudado como transporte de massa em meios porosos, em que a massa considerada é a de

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algum soluto (poluente) que se move com o solvente (água) nos interstícios de um meio

poroso (solo) tanto na zona saturada como insaturada do mesmo.

Os principais mecanismos envolvidos no transporte de um soluto em meio poroso

são: a advecção, a dispersão mecânica, a difusão, as reações químicas entre o soluto e os

sólidos e as reações químicas do próprio soluto (item 3.3 a 3.3.3).

Em função da complexidade gerada por contaminação do solo e da água, a partir

do derramamento de compostos contaminantes, foram criados inúmeros programas

computacionais.

Com estes programas computacionais se pode fazer a modelagem da pluma e

analisar tanto o solo como a água nas duas zonas do solo, zona saturada e zona insaturada,

bem como obter informações tais como fluxo da água e transporte de massa obtido através do

balanço de massa. Esses levantamentos são baseados em hipóteses, as quais refletem as

condições reais do local.

Nas figuras 3.4 e 3.5 são apresentados os tipos de resultados que podem ser

obtidos por meio da simulação realizada com a modelagem através deste tipo de programa

computacional.

Figura 3.4 - Cenário de migração de contaminante com modelagem matemática

Fonte: Allen et. al. apud Boscov, 2008

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Figura 3.5 - Previsão de distribuição de concentração a partir do vazamento de

contaminantes a partir de modelamento matemático

Fonte: Allen et. al. apud Boscov, 2008

Quanto ao meio poroso, onde ocorrerá o transporte, destacam-se como fatores de

influência o teor o e tipo de matéria orgânica, a distribuição granulométrica, a mineralogia e o

teor de finos, a distribuição de vazios, a capacidade de troca catiônica e o grau de saturação

(MONCADA, 2004).

A contaminação por hidrocarbonetos de petróleo é muito frequente em todo o

mundo. Estes são formados por compostos poluentes pouco solúveis em água e a formação da

pluma é resultante de uma complexa interação dos poluentes com a água e o ar presentes no

solo.

A distribuição de concentrações de poluentes miscíveis ou não miscíveis na água

é uma área de estudo de grande importância para a geotecnia ambiental e a hidrologia (figura

3.4).

A estimativa desses parâmetros ainda é um ponto fraco no conhecimento de

transporte de poluentes em solos (BOSCOV, 2008).

Na figura 3.6 apresenta-se um fluxograma para ilustrar os mecanismo s, físicos e

bio-físico-químicos de migração de substâncias contaminantes através de meio poroso, que

ocorrem durante a infiltração.

No item 3.3 estão apresentados os processos físicos e no item 3.4, os processos

bio-fisico-químicos de transporte.

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Figura 3.6 - Mecanismos associados à migração de contaminantes em solos

Fonte: modificado de Moncada, 2004

3.3 Processos Físicos de transporte

Processos físicos separam os contaminantes do solo sem destruí-los ou modificá-

los quimicamente, mas apresentam muitas limitações, destacando-se o custo alto. Quando os

hidrocarbonetos infiltram no solo, grande quantidade permanece sorvida na matriz

(aproximadamente 50%), com isso diminuindo a eficiência de remoção (MARIANO, 2006).

Os tratamentos físicos mais comuns são apresentados nos itens 3.3.1 a 3.3.3.

3.3.1 Advecção

É o processo físico de transporte de poluente no solo no qual o soluto é carregado

pela água em movimento. No transporte advectivo de solutos que não interagem com o meio

poroso, a frente de contaminação é abrupta e move-se a uma velocidade igual à velocidade

linear média (v) do fluido percolante, geralmente a água, sem que seu pico de concentração

seja alterado (figura 3.7). Supondo a lei de Darcy (eq. 2), a velocidade de percolação do fluido

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(V) é definida como sendo a velocidade de Darcy dividida pela porosidade efetiva (n) do

meio.

V = k.i eq. 2

onde:

V = Velocidade

K = Coeficiente de permeabilidade; e,

I = h (gradiente hidráulico).

Figura 3.7 – Velocidade de advecção de um soluto através de um volume de solo

Fonte: Pinto, 2006

3.3.2 Dispersão mecânica ou hidráulica

Dispersão mecânica ou hidráulica que é a mistura mecânica que ocorre durante a

advecção; é causada em função da movimentação do fluído e deve ser explicada na escala

microscópica, dentro do volume de vazios. A velocidade da água varia tanto em magnitude

como em direção em qualquer seção transversal de um vazio. É nula na superfície dos grãos e

máxima em algum ponto interno, à semelhança da distribuição parabólica de velocidade em

um tubo capilar reto (BOSCOV, 2008).

Todo o espalhamento ou a mistura do soluto, devido à dispersão mecânica

associada com a variável velocidade da água dos poros está incluído no coeficiente de

dispersão, D. No solo, as distribuições de velocidade dependem da geometria dos poros, do

teor de água, e da difusão. Neste evento, na figura 3.8, observa-se: (a) influência da

velocidade de distribuição entre o poro, (b) influência do tamanho e geometria do poro e (c)

influência da direção do fluxo microscópico (SCOTT, 2000).

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Figura 3.8 – Exemplo dos três mecanismos físicos que contribuem para a dispersão

hidrodinâmica do soluto

Nota:

a) Mecanismos de dispersão ou mistura mecânica;

b) Dispersão em canais individuais; e,

c) Tortuosidade, reentrâncias e interligações

Fonte: Scott, 2000

3.3.3 Difusão molecular ou iônica

A difusão molecular é o fenômeno de transporte de massa simultâneo à dispersão

mecânica e é a difusão que resulta de variações na concentração de soluto na fase líquida. É o

processo pelo qual constituintes iônicos ou moleculares se movem em razão da sua energia

térmico-cinética na direção do gradiente de concentração e em sentido oposto a este. A

difusão causa um fluxo de partículas de soluto no nível microscópico das regiões de maior

parte para as de menor (BOSCOV, 2008).

A difusão molecular ocorre mesmo na ausência de qualquer movimento hidráulico

da solução. Quando a solução está escoando, ocorre a difusão que, junto com a dispersão

mecânica, causa a mistura de constituintes iônicos ou moleculares. A difusão cessa apenas

quando os gradientes de concentração forem anulados (BOSCOV, 2008).

3.4 Processos Bio-físico-químicos de transporte

São processos envolvendo interações bio-físico-químicas, muitas vezes

complexas, de difícil separação em efeitos exclusivos de ordem física, química ou biológica,

que podem propiciar tanto o retardo como a aceleração do movimento de uma determinada

substância química através da água subterrânea, conforme item 3.4.1.

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3.4.1 Mecanismos com efeito de retardamento ou aceleração

As reações para os processos de retardo ou aceleração são apresentadas nos itens

3.4.1.1 a 3.4.1.10.

3.4.1.1 Adsorção

A adsorção é um dos processos mais importantes da qualidade da água, sendo

utilizado tradicionalmente no tratamento de água de abastecimento, e atualmente, também na

recuperação de águas contaminadas. A adsorção é um processo físico-químico no qual uma

substância é acumulada numa interface entre fases. Quando substâncias contidas em um

líquido se acumulam numa interface sólido-líquido, denomina-se adsorvato à substância que

está sendo removida da fase líquida e adsorvente, a fase sólida na qual a acumulação ocorre

(BOSCOV, 1997).

De acordo com DREVER, (1997), podem-se subdividir os mecanismos de

adsorção em: adsorção física, quando a atração para a superfície é devida às forças de Van der

Waals, adsorção eletrostática, quando os íons na solução são atraídos pela superfície de carga

elétrica oposta; e, adsorção química, quando ocorre entre as moléculas do soluto e um ou mais

átomos na superfície do sólido.

3.4.1.2 Desadsorção ou dessorção

A desadsorção ou dessorção é a liberação de espécies químicas já adsorvidas.

Ocorre quando a concentração afluente da substância diminui ou pelo deslocamento

provocado por competição com outra substância mais forte adsorvida (MODELLI, 2004).

A capacidade do solo em atenuar a poluição por adsorção tem sido estudada mais

intensivamente nos últimos 30 anos e está geralmente associada aos argilominerais, que são

minerais classificados como alumínios silicatos com estruturas cristalinas formadas por

pacotes de folhas ou camadas sobrepostas.

A dessorção é a liberação de substâncias previamente adsorvidas, é a liberação de

soluto das partículas de solo para o fluido intersticial.

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3.4.1.3 Precipitação/dissolução

A precipitação, segundo Mondelli (2004), consiste no desprendimento de

substância inicialmente em solução que ocorre quando a sua concentração na solução excede

o seu grau de solubilidade e o excesso precipita.

A precipitação é o processo inverso da dissolução. É um processo reversível, ou

seja, se a concentração chegar a valores menores que o grau de solubilidade, pode ocorrer

dissolução da substância precipitada. Este processo é fortemente afetado pela temperatura e

pelo pH (MONDELLI, 2004)

Pode ocorrer dissolução na água do produto livre ou de formas sólidas de

substância, como por exemplo, através da lixiviação. Os produtos mais comuns são os cátions

ou ânions inorgânicos ou moléculas orgânicas polares ou apolares (LAGREGA apud

MONDELLI, 2004). Uma vez que há aumento da concentração do soluto, o seu transporte é

facilitado (THOMÉ; KNOP, 2006).

3.4.1.4 Troca Iônica e Catiônica

A adsorção iônica é reversível, isto é, os íons são trocáveis. A troca ocorre em

quantidades equivalentes, com preferência para cátions de maior valência. De acordo com

Boscov (1997), alguns fatores influenciam na adsorção de íons à superfície dos

argilominerais, como: valência, raio do íon hidratado, concentração, tipo do argilomineral e

afinidades, onde alguns íons e moléculas são adsorvidos especificamente e não seguem as

observações citadas anteriormente. Íons de hidrogênio, por exemplo, têm comportamento

peculiar.

Troca de Cátions

As partículas de argila são constituídas por placas microscópicas, possuindo, em

geral, cargas negativas em suas faces devido às substituições isomórficas e às ligações

quebradas em suas estruturas químicas (NOBRE apud PEZENTE, 2013).

Estas cargas negativas são equilibradas por cátions trocáveis que aderem às

superfícies e às extremidades das partículas de argila. A medida desta capacidade é conhecida

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como capacidade de troca catiônica. A troca catiônica é um processo reversível, dependente

do equilíbrio do sistema.

Quanto maior for o valor da valência, maior será a preferência de troca (NOBRE

apud PEZENTE, 2013).

A adsorção de cátions pode ser vista como uma competição entre cátions e H+ nas

regiões de superfície. Para valor baixo de pH, a adsorção de cátions é mínima (DREVER,

1997). Na figura 3.9 apresenta-se a adsorção de alguns cátions metálicos.

Figura 3.9 – Adsorção de alguns cátions metálicos em função do pH

Fonte: Dzomback; Morel apud Pezente, 2013

Troca de Ânions

A troca de ânions é um processo menos estudado do que a troca catiônica, apesar

da troca catiônica também ocorrer nos solos em função da substituição de hidroxilas (•OH) ou

da adsorção de íons que possuam formas semelhantes ao tetraedro de sílica, como os fosfatos,

arsenatos e carbonatos, nas extremidades dos tetraedros de sílica (NOBRE apud PEZENTE,

2013).

A adsorção de ânions tem diferentes propriedades, tornando o comportamento da

adsorção totalmente complexo (DREVER, 1997).

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Na figura 3.10 mostra-se a adsorção de alguns ânions com a variação do pH,

conforme apresentado em Dzomback; Morel apud Pezente (2013).

Figura 3.10 – Adsorção de alguns ânions em função do pH

Fonte: Dzomback; Morel apud Pezente, 2013

3.4.1.5 Co-Solvência

Consiste na dissolução da substância em mais de um solvente. Ocorre em geral

com substâncias orgânicas como resultado da introdução de certa quantidade de um solvente

orgânico na superfície. A presença de solventes promove um aumento da interação entre o

soluto e o solvente que ocorre juntamente com a água. A mistura resultante pode aumentar

muito a mobilidade de substâncias em comparação com o caso em que o solvente é a água

pura, em particular, a solubilidade de uma substância orgânica pode aumentar e a capacidade

de sorção do solo pode diminuir. A introdução de solventes na água na faixa de 20% ou mais

em termos de volume pode aumentar a solubilidade de compostos hidrofóbicos em mais de

uma ordem de grandeza (LAGREGA apud MONDELLI, 2004)

3.4.1.6 Complexação

A formação de complexos, também denominada complexação ou quelação,

consiste na formação de uma ligação coordenada entre um cátion metálico e um ânion ou

molécula polar, chamado ligante. O arranjo metal-ligante é neutro e é denominado complexo,

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no qual os ligantes envolvem o metal. A ligação formada pode ser covalente ou eletrostática

(FETTER, 1994).

A complexação aumenta a mobilidade potencial de um metal, pois o complexo

formado é mais solúvel que o cátion metálico, além de o complexo envolver o que seriam íons

metálicos livres, diminuindo assim as oportunidades de adsorção e precipitação destes íons

(LAGREGA apud MONDELLI, 2004).

3.4.1.7 Ionização (dissociação iônica)

Ácidos orgânicos podem doar elétrons em soluções aquosas, tornando-se ânions, o

que aumenta significativamente a sua mobilidade na água (LAGREGA apud MONDELLI,

2004). Ácidos e bases fracas muitas vezes têm constantes de dissociação que afetam

profundamente o seu grau de ionização dentro da faixa normal de variação do pH dos solos,

fazendo necessário considerar as características de sorção das formas ionizadas e não

ionizadas (THOMÉ; KNOP, 2006).

3.4.1.8 Sorção hidrofóbica

O mecanismo de retenção de substâncias orgânicas, especialmente os compostos

apolares, na matéria orgânica do solo denomina-se de sorção hidrofóbica. Juntamente com a

sorção pura é um dos principais processos que causam transferência das substâncias para a

estrutura sólida, retardando a frente de contaminação.

Por meio deste mecanismo ocorre a partição da substância nas duas fases (solução

e a matéria orgânica do solo) por dissolução exclusivamente. Assim, a matéria orgânica do

solo age como um meio solubilizante para as substâncias dissolvidas na água, análogo a um

solvente orgânico.

Quanto menor for a solubilidade em água de um composto, maior a tendência a

serem sorvidos na matéria orgânica . Os compostos orgânicos não polares, por terem mais

afinidade com um solvente orgânico, passam da fase aquosa para a fase orgânica. Quanto

menos polar for o composto, maior será a sua tendência a ser particionado na fase orgânica,

também chamada de fase hidrofóbica (MONCADA, 2004). A introdução de solventes na água

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na faixa de 20% ou mais em termos de volume pode aumentar a solubilidade de compostos

hidrofóbicos em mais de uma ordem de grandeza (LAGREGA apud MONDELLI, 2004).

A sorção hidrofóbica é um mecanismo típico de retenção de substâncias orgânicas

(especialmente compostos orgânicos apolares) na matéria orgânica do solo

Da mesma maneira, podem-se definir coeficientes de partição no carbono

orgânico (KOC), eq. 3, ou na matéria orgânica do solo (KOM). Como o peso da matéria

orgânica é maior do que o do carbono orgânico (segundo um fator aproximado de 1,274), o

coeficiente KOC é maior do que o KOM para uma dada substância. Estes valores são

relacionados na equação 3 (FETTER, 1994).

KOC = 1,724 KOM eq. 3

onde:

KOC = coeficientes de partição no carbono orgânico; e,

KOM = coeficientes de partição na matéria orgânica do solo.

3.4.1.9 Mecanismos microbiológicos

A decomposição biológica de componentes orgânicos ocorre na estrutura do

subsolo, sendo aeróbia ou anaeróbia, dependendo da presença ou não do oxigênio molecular.

Sob condições aeróbias, a matéria orgânica carbonácea, a amônia, o sulfeto, o fósforo, o ferro

e o manganês são convertidos em dióxido de carbono, nitrato, sulfato, fosfato e formas

oxidadas de ferro e manganês, respectivamente. Sob condições anaeróbias, a matéria orgânica

carbonácea é decomposta em ácidos orgânicos, dióxido de carbono, metano e outros

compostos orgânicos menos complexos.

Em geral, a atividade microbiana promove a imobilização pela conversão de

compostos orgânicos pela solubilização e fragmentação em partículas menores e a

solubilização de metais por reações de redução e a liberação em condições ácidas

(MONDELLI, 2004).

3.4.1.10 Filtração

A água subterrânea contaminada, além das substâncias dissolvidas, contém muitas

partículas em suspensão, que podem ser o próprio poluente como bactérias ou pó pouco

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solúvel, ou conter substâncias poluentes sorvidas, como no caso dos metais ou compostos

orgânicos sorvidos em grãos de argila ou matéria orgânica coloidal (DOMENICO;

SCHWARZ apud KNOP, 2004).

As partículas sólidas de maior interesse para o estudo do transporte de poluentes

são as que estão na faixa de dimensões de coloides (diâmetros equivalentes de 10-9

a 10-6a

m),

por possuírem maior mobilidade através da malha de poros do solo. As dimensões das

partículas em soluções coloidais são consideravelmente maiores que as dimensões de

moléculas em soluções (VOYUTSKY apud THOMÉ; KNOP, 2006).

3.4.2 Mecanismos com efeito de degradação ou decaimento

Com os mecanismos com efeito de degradação ou decaimento tratam-se as áreas

contaminadas a partir da alteração do composto inicial em substâncias mais simples, cada

qual com as suas características, conforme itens 3.4.2.1 a 3.4.2.3.

3.4.2.1 Oxidorredução

As reações de oxidorredução (redox) ocorrem com a mudança da valência dos

compostos químicos envolvidos através do ganho ou perda de elétrons. Quando na reação é

observada da perda de elétron por um elemento, é denominada oxidação; e quando outro

elemento ganha esse elétron, é definido como redução, de maneira a manter sempre o

equilíbrio.

Essas reações podem ser controladas por micro-organismos que não participam da

reação, mas agem como catalisadores. Esses micro-organismos obtêm energia através da

oxidação de compostos orgânicos, hidrogênio ou formas reduzidas inorgânicas de ferro,

nitrogênio e enxofre. Mas para que essas reações ocorram é necessária a presença de

receptores de elétrons, que, em condições aeróbias, pode ser o oxigênio e em condições

anaeróbias, nitratos, sulfatos e dióxido de carbono (FETTER, 1994).

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3.4.2.2 Hidrólise

De acordo Moncada apud Knop ( 2004), a hidrolise é definida como a reação de

uma determinada substância com moléculas de água conforme representado na equação 4:

RX + HOH ROH + HX eq. 4

onde: RX = radical orgânico

HOH = hidratação catalítica

ROH = composto hidroxilado; e,

HX = hidrohalogenidreto.

A hidrólise tem um papel importante na degradação de compostos

organoclorados, no ambiente, que normalmente têm baixa biodegradabilidade em condições

aeróbias, haja vista que a hidrólise de substâncias orgânicas envolve a troca de um grupo

aniônico por uma hidroxila em um átomo de carbono.

3.4.2.3 Metabolização

De acordo com Fetter (1993); Lagrega apud Mondelli (2004), a metabolização

decorre da degradação biológica (biodegradação), que consiste na transformação de moléculas

orgânicas em outras menores, como consequência da atividade metabólica de micro-orga-

nismos presentes no solo. A energia necessária para o seu metabolismo é suprida pela

degradação de substâncias ricas em energia, transformando-as em metabólitos de menor

energia e, por fim em CO2 e H2O.

Quando as bactérias requerem oxigênio para seu metabolismo, esta reação é

denominada aeróbia e na ausência de oxigênio, de anaeróbia. No subsolo, espera-se que os

processos anaeróbios sejam predominantes, pois a água subterrânea está isolada da atmosfera,

e o oxigênio consumido em reações hidroquímicas e bioquímicas é resposto de forma muito

lenta.

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3.4.2.4 Evaporação / volatilização

A volatilização é um processo de difusão pelo qual uma substância passa da sua

fase líquida ou sólida para a gasosa, onde sua concentração é inicialmente baixa. Entretanto,

ao contrário da difusão em uma única fase, onde a concentração tende a se uniformizar ao

logo de toda a fase, no solo, consiste de, pelo menos, três fases (sólida, liquida e gasosa) e o

equilíbrio é usualmente alcançado a concentrações diferentes em cada fase. A quantidade da

substância que passa para a fase gasosa depende da sua pressão de vapor que é uma

propriedade física característica. A volatilização ocorre continuamente até que a pressão

parcial da superfície nesta fase seja igual à sua pressão de vapor. A pressão de vapor de uma

substância pura é uma propriedade intrínseca relacionada com as forças coesivas entre as suas

moléculas, sendo então função apenas da temperatura.

A volatilização de uma substância a partir da água ou do solo pode ser estimada

com base na lei de Henry, que determina que, na condição de equilíbrio, existe uma relação

linear entre a pressão parcial da mesma na fase gasosa imediatamente acima do líquido e a sua

fração molar dissolvida no líquido, dada conforme equação 5 (FETTER, 1994).

Hi = Pi / Xi eq. 5

onde:

Hi = constante de Henry (atm / mol m³ de água);

Pi = pressão parcial da substância (geralmente expressa em atm); e,

Xi = fração molar da substância ou fase líquida (mol/ m³ de água).

3.5 Sistemas de tratamento

A preocupação e conscientização da sociedade em relação à qualidade ambiental

vêm tornando-se mais críticas e participativas. Consequentemente ocorreu uma crescente

demanda em relação ao gerenciamento de áreas contaminadas e avanços significativos foram

observados nas últimas décadas face à recuperação ambiental.

Muitas opções ou combinações de opções estão disponíveis para remediar a

qualidade do solo e da água subterrânea. A seleção de tecnologias a serem utilizadas baseia-se

fundamentalmente no conhecimento das características físico-químicas do contaminante,

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volume vazado, tempo de vazamento, caracterização geológica e hidrogeológica do local,

análise do meio físico superficial e subterrâneo e extensão da pluma contaminante

(MARIANO, 2006).

A contenção e a remoção do produto livre geralmente são realizadas através de

sistemas de poços ou trincheiras de bombeamento e para a remoção do produto adsorvido ao

solo na zona não saturada e dissolvido na água subterrânea existem diferentes técnicas

(tabelas 3.4 e 3.5). A remediação da zona não saturada tem por objetivo evitar a contaminação

da zona saturada. A zona não saturada é considerada uma fonte secundária de contaminação,

onde os processos de infiltração promovem a lixiviação e o transporte de poluentes para o

aquífero.

As técnicas de remediação da zona não saturada e da saturada podem ser

realizadas “ex situ”, ou seja, através da retirada do material contaminado do local para

posterior tratamento ou “in situ”, quando o material não é retirado do local (MARIANO,

2006).

Tabela 3.4 – Exemplos de técnicas de remediação da zona não saturada

Tratamentos “ex-situ”

Lavagem de solo (“soilwash”)

Incineração

Reatores (“slurryphase”)

Sistemas de tratamento de resíduos no solo (“landfarming”,

biopilhas, entre outros)

Tratamento “in situ”

Lavagem de solo (“soil flushing”)

Extração de compostos de orgânicos voláteis (SVE, “bioventing”)

Biorremediação

Fonte: Mariano, 2006

Tabela 3.5 – Exemplos de técnicas de remediação da zona saturada

Tratamento “ex-situ”

Carvão ativado

Coluna de aeração (“airstripping”)

Biorremediação

Tratamentos “in-situ”

Bombeamento e tratamento (“pumpandtreat”)

Tratamentos químicos (injeção de oxidantes, barreiras reativas,

entre outros)

Extração de compostos orgânicos voláteis (“airsparging”,

“bioventing”, etc.)

Biorremediação

Fonte: Mariano, 2006

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3.6 Aquíferos

De acordo com Boscov (2008), para se conhecer o movimento da água de um

aquífero é necessário conhecer a sua geometria, as propriedades físicas do meio, como

permeabilidade, transmissividade, coeficiente de armazenamento; as leis que regem o

movimento da água; as condições de contorno do sistema; e, as ações exteriores a que o

sistema pode estar sujeito (figura 3.11).

Figura 3.11 – Processo de contaminação do subsolo e água subterrânea

Fonte: Boscov, 2008

3.6.1 Propriedades dos aquíferos

Algumas propriedades dos aquíferos, segundo Boscov (2008), são:

Transmissividade (T) é definida como volume de água que escoa em um

determinado tempo por uma área vertical de largura unitária e altura igual à espessura do

aquífero para o gradiente unitário, ou seja, a vazão por unidade de largura do aquífero por

gradiente unitário. Na figura 3.12 é ilustrado o conceito de transmissividade, comparando-o

com o de condutividade hidráulica. A partir da lei de Darcy, a transmissividade pode ser

calculada como o produto da condutividade hidráulica horizontal pela espessura saturada dos

aquíferos, com dimensão L2T

-1.

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Figura 3.12 – Transmissividade e condutividade de um aquífero

Transmissividade (T): volume de água que flui através de uma área de seção transversal

de um aquífero de dimensões 1m x espessura do aquífero b, sobre um gradiente unitário

(1m / 1m), durante certo tempo (normalmente um dia); e,

Condutividade hidráulica (K): volume que flui através de uma área de seção transversal

de um aquífero de dimensões 1m x 1m, sob um gradiente unitário (1m / 1m), durante

certo tempo (normalmente um dia).

Fonte: modificada de Driscoll apud Boscov, 2008

Coeficiente de armazenamento (S), em que se expressa o volume de água que um

aquífero é capaz de receber ou liberar por área unitária de seção transversal ao fluxo em

função de uma variação unitária da carga hidráulica. Este é um parâmetro adimensional.

Coeficiente de armazenamento específico (Ss) é o volume de água que um volume

unitário de aquífero é capaz de receber ou liberar para uma variação unitária da carga

hidráulica. Tem dimensão L-1

, por exemplo, m-1

. Como material fino geralmente tem

porosidade mais elevada do que material granular, supostamente maior facilidade para suprir

água aos poços. Contudo, a água fica retida nesses solos por capilaridade em poros muitos

pequenos ou como camada dupla em torno dos argilominerais.

Produção específica (Sy) é o parâmetro que indica a fração do volume total do

aquífero que libera água por drenagem sob a força da gravidade, isto é, sob gradiente unitário.

É a água armazenada em um aquífero que drena sob a influência da gravidade.

Capacidade específica é a relação obtida entre a vazão extraída de um poço e o

respectivo rebaixamento do aquífero. Sua dimensão é L2T

-1.

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A determinação das propriedades hidráulicas do aquífero, como a

transmissividade e a condutividade hidráulica, são feitas com o uso do teste de equilíbrio, que

é um ensaio realizado no âmbito da investigação hidrológica, constituindo basicamente por se

submeter um sistema aquífero a determinadas condições, de forma controlada, e monitorar a

sua resposta.

Na tabela 3.6 apresentam-se algumas propriedades físicas de alguns aquíferos

nacionais.

Tabela 3.6 – Propriedades de alguns aquíferos nacionais

Aquífero Porosidade

(%)

Coeficiente de

permeabilidade

Coeficiente de

transmissividade

Coeficiente de

armazenamento

Botucatu (SP) 17 0,02 a 4,6 m/dia 350 a 700 m²/dia Entre 10-4

e 10-6

Urucaia (BA) 1 a 5.10-2(A)

10-5

a 10-7

m/s 10-4

a 10-6

m2/s 10

-4 (B)

Bauru (Araguari/MG) 0,011 3,8 x 10-5

m/s 126 m²/dia -

Emboré (RJ) - 0,86 m/dia 190 m²/dia -

Aquífero livre(A)

Aquífero confinado(B )

(-) Não verificado

Fonte: Boscov, 2008

3.7 Fotocatálise

De acordo com Teixeira; Jardim (2004), a fotocatálise heterogênea tem sua

origem na década de 1970, quando pesquisas em células fotoelétricas químicas começaram a

ser desenvolvidas com o objetivo de produzir combustíveis a partir de material mais barato,

visando à transformação da energia solar em química. O princípio da fotocatálise envolve a

ativação de um semicontudor por luz solar ou artificial. Um semicondutor é caracterizado por

bandas de valência (BV) e bandas de condução (BC), sendo a região entre ambas chamada de

“bandgap”.

Uma representação esquemática da partícula do semicondutor é mostrada na

figura 3.13. A absorção de fótons com energia superior à energia de “bandgap” resulta na

promoção de um elétron de banda de valência para a banda de condução com geração

concomitante de uma lacuna (h+) na banda de valência. Estas lacunas têm potenciais elétricos

bastante positivos na faixa de +2,0 a +3,5 V, dependendo do semicondutor e do valor de pH

do meio.

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Figura 3.13 – Esquema representativo das reações químicas que acontecem durante o

processo de oxidação química (“Bandgap”)

Fonte: Teixeira; Jardim, 2004

Este potencial é suficientemente positivo para gerar radicais •OH a partir de

moléculas de água adsorvidas na superfície do semicondutor, os quais podem

subsequentemente, oxidar o contaminante orgânico. A eficiência da fotocatálise depende da

competição entre o processo em que o elétron é retirado da superfície do semicontudor e o

processo de recombinação do par elétron/lacuna, o qual resulta na liberação de calor (eq. 6 a

9).

TiO2 TiO2 (e-BC+ h

+BV) eq. 6

h+

BV + H2O •OH + H

+ eq. 7

H+

BV + OHads •OH eq. 8

TiO2 (e-BC + h

+BV) TiO2 eq. 9

3.8 Oxidação química avançada “in-situ” (ISCO)

Em sistemas de tratamento oxidativo, numerosas reações podem ocorrer,

incluindo reações de ácido/base, adsorção e absorção, dissolução, hidrólise, troca de íons,

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oxidação/redução e precipitações. Ambientalmente há uma grande variedade de reagentes e

condições que influenciam nas taxas de reações e nas vias que variam de local para local.

O prévio conhecimento das características do solo, tais como, composição

mineralógica, teor da fração da argila, teor de matéria orgânica e quantidade de Fe2+

, pode

ajudar na otimização do processo oxidativo, envolvendo a escolha dos reagentes e as relações

entre reagentes e catalisadores (RODRIGUEZ, 2007).

A caracterização local também auxilia na definição do agente oxidante, da

concentração e da quantidade necessária para atender aos parâmetros definidos no projeto.

Entre as etapas do projeto de remediação destaca-se o teste de bancada que auxilia: (1) na

relação das taxas de pressão em relação à taxa de injeção; (2) na avaliação de diferentes

estratégias de injeção, (3) na identificação do tempo de viagem da solução oxidante; (4) na

distribuição vertical ou horizontal, persistência do oxidante e reagente, na determinação do

contaminante existente na água subterrânea é mobilizada ou volatilizada; (5) na avaliação da

mobilização de metais, de rebote de contaminação; e, (6) na avaliação da adequação do

programa de monitoramento, antecipação de problemas de incrustação antes da aplicação dos

agentes oxidantes no local para a realização do teste em escala real (EPA, 2006).

O tipo e a forma física do oxidante indicam os requisitos de manuseio, transporte,

injeção e persistência do oxidante, conforme tabelas 3.7 e 3.8 (EPA, 1996).

Tabela 3.7 – Características dos principais oxidantes utilizados no processo de oxidação

química avançada

Oxidante Espécie reativa Forma Tempo de atuação

Permanganato MnO4- Pó / líquido > 3 meses

Fenton’s •OH, O2

-, HO2,

HO2-

Líquido Minutos / horas

Ozônio O3, •OH, Gás Minutos / horas

Persulfato S2O82-

Pó / líquido Horas / semanas

Fonte: modificado de EPA, 1996

3.9 Características físico-químicas do persulfato e suas reações

Persulfato é uma forma de oxidante que está sendo utilizado para a oxidação

química avançada “in-situ”. Os sais de persulfato dissociam-se em solução aquosa para

formar ânions de persulfato (S2O82-

), forte oxidante e com grande poder de degradação de

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contaminantes ambientais ou ainda podem ser catalisados por vários reagentes para formar

um oxidante ainda mais forte, o radical sulfato (•SO4

-). A catálise de persulfato pode ser

alcançada a partir de temperaturas entre 35 a 60°C, através de Fe2+

, foto (UV) em pH elevado,

conforme tabela 3.9.

Tabela 3.8 – Principais reações e potencial elétrico dos oxidantes mais usuais no processo de

oxidação química avançada

Oxidante e reação Potencial Elétrico (ORP)

Permanganato

MnO4- + 4 H+

+ 3 e- MnO2 + 2 H2O 1.7 V (íon Permanganato) eq. 10

Fenton’s (H2O2 – Reações derivadas)

H2O2 + 2H+ + 2e- 2 H2O 1.8 V (peróxido de hidrogênio) eq. 11

2•OH + 2H+ + 2e

- 2 H2O 2.8 V (radical hidroxila) eq. 12

•OH2 + 2H+ + 2e

- 2 H2O 1.8 V (radical peroxila) eq. 13

•O2- + 4H+ + 3e

- 2 H2O - 2.4 V (radical superóxido) eq. 14

HO2- + H2O + 2e- 3 OH

- - 0.88 V (aníon hidroperoxido) eq. 15

Ozônio

O3 + 2H+ + 2e- O2 + H2O 2.1 V (ozônio) eq. 16

2O3 + 3H2O2 4 O2 + 2 •OH + 2 H2O 2.8 V (Radical hidroxil) eq. 17

Persulfato

S2O82-

+ 2e- 2 SO4

2- 2.1 V (Persulfato) eq. 18

•SO4

- + SO4

2- SO4

2- 2.6 V (radical sulfato) eq. 19

Fonte: EPA, 1996

Tabela 3.9 - Reação do persulfato de sódio nas diversas faixas de pH

Solução de pH Reação

Neutro S2O82_

+ 2H2O 2HSO-4 +½ O2 eq. 20

pH ácido

(pH 3 a 7) S2O8

2- + 2H2O

H+S2O8

2-+ H2O2

(Formação de peróxido de nitrogênio) eq. 21

Ácido forte S2O82-

+ 2H2O + H+ 2HSO

-4+ HSO

-5 eq. 22

pH alcalino

(pH> 13) S2O8

2-+ OH

-

HSO4- +SO42-

+ ½ O2

eq. 23

Fonte: Huang; Couttenye; Hoag, 2002

Em soluções aquosas, o potencial padrão de oxirredução (ORP) para a semi-

reação de persulfato é 2,1 V (eq. 18), comparável ao do ozônio (2,8 V, eq. 17), do peróxido de

hidrogênio (1,8 V, eq. 13) e o permanganato (1,70 V, eq. 10), (RODRIGUEZ et al., 2007).

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A oxidação de persulfato, (ver tabela 3.10) através do radical sulfato (•SO4

-)

possui potencial de oxidação (2.6V) maior que persulfato (S2O82-

), de 2,1 V, e pode reagir

com uma ampla gama de contaminantes ambientais propiciando taxas de degradação mais

rápidas.

Tabela 3.10 – Oxidação do persulfato e suas reações

S2O82-

Aquecimento 2•SO4

- eq. 24

S2O82-

+ Fe2+

Fe3+

+ •SO4

-+ SO4

2- eq. 25

S2O82-

hv1 2

•SO4

- eq. 26

•SO4-+ H2O

•OH+ HSO4

- eq. 27

•SO4

-+ Fe

2+ Fe

3+ +

•SO4-+ SO4

2- eq. 28

hν1– Comprimento de onda

Fonte: Huang; Couttenye; Hoag, 2002

A formação do radical sulfato pode iniciar com a formação do radical hidroxila

(•OH), bem como de uma série de radicais de propagação e terminação da cadeia de reações,

onde vários compostos podem ser transformados (HUANG; COUTTENYE; HOAG, 2002).

3.10 Características físicas e químicas do peróxido de hidrogênio e suas

reações

As reações clássicas do sistema de Fenton, conforme indicado na tabela 3.11,

envolvem especificamente as reações entre H2O2 e Fe2+

(íons ferrosos) produzindo o radical

hidroxila (•OH) e Fe

3+ (íon férrico) que produz íons superóxidos (

•O2

-) (eq. 29). Fe

3+ reage

com H2O2 produzindo Fe2+

(eq. 30) ou com radical superóxido (•O2

-) (eq. 31). Estas

sequências de reações continuam ocorrendo até que o H2O2 seja totalmente consumido. O

tratamento a partir desta técnica é mais complexo em função das numerosas reações, das

reações competitivas e das fases existentes no local de interesse (gasosas, líquidas, sólidas,

NAPL, entre outras).

Em excesso de peróxido e com altas taxas do radical hidroxila (tabela 3.12),

iniciam-se reações competitivas que produzem efeito inibidor para a degradação. Os •OH são

suscetíveis para recombinarem-se, ou para reagirem, de acordo com as eq. de 35 a 38

(BAXENDALE; JARDIM; WILSON, 1957).

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Tabela 3.11 – Resultado das reações entre peróxido de hidrogênio e ferro (Fe) do processo

de Fenton

F

o

n

F

o

F

o

n

Fonte: EPA, 1996

Tabela 3.12 –‘ Reações competitivas de peróxidos com altas taxas de •OH que produzem

efeito inibidor durante o processo de degradação

•OH + H2O2 HO2

• + H2O eq. 35

HO2• + H2O2 •OH+ H2O + O2 eq. 36

2HO2• H2O2 + O2 eq. 37

2 HO2 + •OH H2O + O2 eq. 38

Fonte: Baxendale; Jardim; Wilson, 1957

As reações das eq. 35 a 38 consomem •OH e diminuem a probabilidade de

oxidação. Para tanto se deve determinar em cada caso a quantidade ótima de H2O2 evitando-se

o excesso que poderia retardar a degradação dos contaminantes; haja vista a concorrência

entre os radicais hidroxila ou seu consumo antes que os contaminantes tenham sido

degradados ou mineralizados, ocasionando o alto consumo de solução e a baixa eficiência

com relação aos resultados pelo pouco tempo de contato entre a solução e o contaminante

(BAXENDALE; JARDIM; WILSON, 1957).

De acordo com Lin; Lin; Leu (1999), o reagente de Fenton tem sido utilizado com

sucesso na degradação de diversos tipos de contaminantes, mas é importante lembrar que,

embora o reagente de Fenton seja muito eficiente em alguns casos, em sua utilização também

tem-se que prever um passo adicional que é a retirada dos sais de ferro formados. Isso ocorre

porque, durante este processo de oxidação é formada uma quantidade de flocos de vários

tamanhos, compostos por complexos formados pela reação da hidrólise do ferro. Conforme os

autores, esta etapa pode ser beneficiada pelo uso de polímeros na coagulação química.

H2O2 + Fe2+

Fe3+

+ •OH+ OH

- eq. 29

H2O2 + Fe3+

Fe2+

+ •O2- + 2H+ eq. 30

O2-+ Fe3+

Fe2+

+ O2(g) + 2H+ eq. 31

•OH+ contaminante

Reação de subprodutos eq. 32 •OH+ H2O2 •

HO2 + H2O eq. 33

H2O2 O2 + 2 H2O eq. 34

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4 METODOLOGIA

Neste capítulo descreve-se a metodologia empregada no desenvolvimento desta

dissertação. A metodologia utilizada no trabalho anterior a este está no Anexo A.

4.1 Caracterização da área

A localização da área do antigo posto de combustível e as caracterizações

hidrogeológicas (nível do lençol freático, altitude e sentindo do fluxo das águas subterrâneas)

foram obtidas em material bibliográfico, como mapas, levantamentos e relatórios.

4.2 Apresentação geral

A remediação da área em estudo teve três momentos: um primeiro, que foi de

abril a maio de 2006, onde o solo contaminado foi removido logo após a retirada dos tanques.

No segundo momento, em 2008, foi verificada a contaminação do lençol freático e

providenciada a sua remediação através da implantação de um sistema de extração multifásico

(MPE). No terceiro momento, de dezembro de 2011 a novembro de 2013 foi realizada a

remediação, objeto desta dissertação, com a aplicação de processo oxidativo.

A remediação por oxirredução (terceiro momento da remediação da área do

posto), constou de 5 etapas: “Base line” em dezembro de 2011; primeira campanha analítica

(injeção piloto em escala total) em julho de 2012; segunda em novembro de 2012; a terceira

campanha em agosto de 2013; e, a quarta campanha analítica (de polimento), em novembro

de 2013.

4.3 Amostragem de Águas Subterrâneas

A amostragem das águas subterrâneas foi realizada seguindo a metodologia de

baixa vazão, preconizada no documento EPA/540/R-95/504 (EPA, 1996) e IV.3 –

Procedimentos para amostragem de água subterrânea, de 2006 (CETESB, 2012).

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Nos poços de monitoramento, a coleta de amostras foi em baixa taxa de

bombeamento, após a remoção de um volume mínimo. Onde se verificou baixa recuperação e

não foi possível amostrar pelo método de baixa vazão, foi adotada a coleta através de “bayler”

descartável (figura 4.1), após a remoção de um volume mínimo e estabilização dos parâmetros

‘in situ’. Em ambos os casos, seguiu-se as normas:

USEPA SEW 846 – 8015 (TPH), (EPA, 1999); e,

USEPA VOC 846 – 8260B, 5021 A, (EPA, 2007).

Figura 4.1 – Extração de amostra de água através de “bayler”

Fonte: Acervo pessoal, 2012

A metodologia empregada para a amostragem e preservação das amostras de água

atendeu a:

Standard Methods for the Examination of Water & Waste (APHA/AWWA/WEF,

2005);

baixa vazão (EPA/540/S-95/504), EPA (1996); e,

IV.3 - Procedimento para amostragem de água subterrânea - Purga de baixa vazão

– micro purga, de 2006, CETESB (2012).

O método de amostragem de baixa vazão ou micro purga consiste na purga

controlada do poço a partir do bombeamento com baixas vazões, ligeiramente inferiores à

capacidade de produção do poço, causando o mínimo de rebaixamento e interferências

possíveis.

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Durante a purga, parâmetros físico-químicos da água (pH, condutividade,

oxigênio devolvido, turbidez e potencial de oxidorredução) foram monitorados com a

finalidade de definir o momento da coleta, ou seja, quando a água a ser coletada e

representativa do local sem que tenha havido distorções dos parâmetros durante a purga dos

poços. O método de amostragem de baixa vazão ou micro purga é indicado para todos os

parâmetros, em especial para coleta de voláteis, pois causa pouca interferência e turbulência

na amostra.

Foram utilizados os seguintes equipamentos para esta etapa: bomba bexiga com

bexiga descartável, operada por um controlador lógico. À bomba foram acoplados um cilindro

de gás carbônico, uma célula de fluxo e uma sonda com medidor.

Durante a operação, a água entra na bexiga por uma válvula inferior e o gás de

arraste move a água para cima e por meio de uma válvula superior a água é transferida para a

linha de descarte. A válvula superior evita que haja retorno da água para a bexiga.

Durante a purga, o nível de água (NA) foi monitorado a fim se evitar que o

rebaixamento dentro do poço ultrapassasse 0,2m do nível da água inicial, onde leitoras

registravam a cada 5 minutos, por meio de uma sonda multiparâmetros calibrada e acoplada à

célula de fluxo, os dados de calibração do sistema. A célula foi vedada e conectada em linha

com o equipamento de purga e amostragem (figura 4.2).

Os procedimentos foram realizados conforme:

medição da altura da fase livre de produto acima do nível do lençol freático,

quando aplicável;

coleta de água dos poços através de bomba de baixa vazão com determinação em

linha dos parâmetros chave das condições físicas e químicas “in situ”, figura 4.2;

após estabilização dos parâmetros a amostragem foi conduzida de forma a

garantir sua procedência (estagnada no poço, estagnada no pré-filtro, etc.);

a coleta de BTEX foi realizada em 2 frascos “vail” de 40amL e a de TPH em

frascos âmbar de 1L (figura 4.3);

após a coleta das amostras de água estas foram preservadas e acondicionadas em

recipiente térmico, mantidas a 4 ºC e transportadas até o laboratório para execução

das análises; e,

o levantamento foi realizado com o auxílio de medidor elétrico de interface, que

através de sensores indicou a profundidade do aquífero freático.

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Figura 4.2 – Equipamentos utilizados para captação de dados e amostras

(A) Sonda de Interface;

(B) Turbidímetro;

(C) Bomba peristáltica;

(D) Sonda multiparâmetros;

(E) Momento de medição dos parâmetros de amostragem de água; e,

(F) Tela do visor da sonda com os resultados para os parâmetros selecionados.

Fonte: Acervo próprio, 2012

Figura 4.3 – Frascos utilizados para acondicionamento das amostras de águas para BTEX

Fonte: Acervo próprio, 2012

Na tabela 4.1 estão apresentados os critérios de estabilização dos parâmetros

analisados em campo e a faixa de operação permitida para se determinar a estabilidade dos

mesmos (EPA, 1996). A purga somente foi considerada concluída quando se alcançou a

estabilidade do nível da água (NA) e de todos os parâmetros físico-químicos, ou seja, quando

se obteve três leituras iguais e sucessivas.

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Tabela 4.1 – Critérios de estabilização dos poços de monitoramento

Parâmetros Variação Permitida

pH ± 0,1 unidades

Condutividade elétrica ± 3%

Potencial de oxirredução ± 10 mV

Oxigênio dissolvido ± 10%

Fonte: EPA, 1996

Após a purga, a coleta de água foi realizada e a água colocada em frascos

adequados, evitando-se a turbulência no preenchimento dos mesmos. O fluxo da coleta foi

ligeiramente ajustado para fluxo menor que 0,5 L/min para evitar ou minimizar a aeração, a

formação de bolhas, turbulência nos frascos ou a perda de voláteis.

4.4 Sistemas de mistura e injeção

O Sistema de mistura e de injeção para preparo das soluções oxidantes foi

composto por tanque de 1,5m³ de capacidade, onde o peróxido de hidrogênio e o persulfato de

sódio foram diluídos em água potável disponível no local e a homogeneização ocorreu através

de misturador instalado na parte superior do tanque (figura 4.4). No tanque foi instalada uma

régua para acompanhar tanto o enchimento quanto a liberação da solução para os poços de

injeção. Utilizou-se uma bomba acoplada ao sistema com a injeção por gravidade, haja vista a

dificuldade para liberar o volume da solução pré-definida no ensaio piloto.

Figura 4.4 – Sistema de mistura para persulfato de sódio e peróxido de hidrogênio

(A) Sistema de mistura da solução

(B) Solução preparada de H2O2 no momento da aplicação

Fonte: Acervo pessoal, 2012

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Após a verificação dos parâmetros físico-químicos do local, ocorreu injeção de

peróxido de hidrogênio, seguida pela injeção de persulfato de sódio, sendo esta sistemática

aplicada para todas as demais injeções.

4.4.1 Preparo da solução de peróxido de hidrogênio

O sistema de mistura de peróxido de hidrogênio foi projetado de forma a

promover a homogeneização da solução ao longo do processo de preparação. A cada preparo,

500L de peróxido de hidrogênio, 27,5%, foram despejados em um tanque com capacidade de

1,5 m³, contendo 500L de água, fornecendo solução com concentração de 17,5% e foi

utilizado um misturador manual (figura 4.5). Esta solução foi transferida para os poços de

injeção com o auxílio de uma bomba centrífuga que agilizou a transferência da solução de

peróxido de hidrogênio ou persulfato de sódio nos poços de injeção (PI).

Figura 4.5 – “Skid” contendo a solução de peróxido de hidrogênio 27,5%

Fonte: Acervo próprio, 2012

4.4.2 Preparo da solução de persulfato de sódio

O sistema de mistura de persulfato de sódio foi projetado de forma a promover a

diluição de toda a solução ao longo do processo de preparação (figura 4.6). A cada preparo,

200 kg de persulfato de sódio foram despejados em tanque com capacidade de 1,5 m³,

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contendo 1000 L de água, preparando-se uma solução com concentração de 20% usando um

misturador mecânico. Esta solução foi transferida para os poços de injeção com o auxílio de

uma bomba centrífuga.

Figura 4.6 – Pálete contendo as embalagens de persulfato de sódio de 25 kg

(A) Sistema de mistura da preparação da solução de persulfato de sódio

(B) Sais de persulfato de sódio

Fonte: Acervo próprio, 2012

4.5 Plano de injeção

De acordo com o plano de remediação definido para este projeto, após o resultado

da análise em dezembro de 2011, denominada “base line”, foram realizadas quatro campanhas

de injeção denominadas primeira campanha analítica (piloto em escala total), item 4.6.1, duas

em escala total chamadas segunda e terceira campanhas analíticas e a quarta campanha (de

polimento), item 4.6.2, onde foram injetadas as soluções oxidantes de peróxido de hidrogênio

e persulfato de sódio, conforme propriedades das soluções apresentadas na tabela 4.2 e na

tabela 4.3.

Tabela 4.2 – Propriedade da solução de peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio

Solução Concentração (%) Densidade específica

(g/L)

Temperatura

(ºC)

Peróxido de hidrogênio 20,0 1,15 25

Persulfato de sódio 17,5 1,48 25

Fonte: CRA, 2011

(A) (B)B)

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Tabela 4.3 – Dados verificados através dos poços de monitoramento (PM) antes e após as

injeções dos agentes oxidantes realizadas nos poços de injeção (PI)

Fonte: CRA, 2011

4.5.1 Plano de injeção - “base line” (PM 3 e PM 15)

Na campanha “base line” foram realizadas:

campanha de medição dos parâmetros físico-químicos antes e após cada uma das

injeções, e verificou-se a zona de influência do oxidante nos poços de

monitoramento (nível de água, pH, ORP, OD, condutividade e temperatura);

foram utilizados os PM 3 e 15 para o monitoramento das águas subterrâneas e

também os PM 2, 4, 7 e 8 para o monitoramento do comportamento das áreas

adjacentes;

a campanha de monitoramento das águas subterrâneas, antes e após as injeções,

(tabela 4.4 e figura 4.7 e 4.8), teve a finalidade de atualizar as informações sobre as

concentrações de fase dissolvida de BTEX e TPH antes da aplicação;

Tabela 4.4 – Características e parâmetros para realização da “base line”

Poço injeção PI e

poço

monitoramento

Extensão da

área de

tratamento

Profundidade

Zona de

tratamento

Pontos

de

injeção

Volume

de água

Qde

de

H2O2

Qde

de

Na2SO82-

PI 5 / PM 3 155 m² 4,5 a 6,5 m PI 20 1m³ 150 kg 20 kg

PI 20 / PM 15 170 m² 1,5 a 3,0 m PI 05 1m³

(*) Poço de monitoramento: PM 3 e PM 15 (e ainda 2, 4, 7 e 8)

Fonte: CRA, 2011

Atividade Modo de execução/parâmetros

Método de Injeção Por transferência

Parâmetros a serem verificados “in situ”: antes e

após a injeção de peróxido de hidrogênio a 17,5 % e

após a injeção de persulfato de sódio a 15%.

Potencial hidrogeniônico (pH)

Condutividade (Sp)

Potencial de oxirredução (ORP)

Oxigênio dissolvido (OD)

Turbidez

Equipamentos necessários Medidor multiparâmetros

Célula de fluxo

Medições do nível da água (NA): Monitorar os poços

de injeção antes da aplicação das soluções de

peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio.

Equipamento de para medir interface

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Figura 4.7 – Sistema de mistura e injeção da solução oxidante

Fonte: Acervo pessoal, 2012

os valores da solução oxidante injetados, por poço de injeção, encontram-se na

tabela 4.5;

Tabela 4.5 – Plano de injeção para a primeira campanha – Piloto (PI 3 e PI 20)

Identificação do poço de

injeção

Volume de Peróxido de hidrogênio

(L)

Volume de

Persulfato de

sódio (L)

5 1000 1.000

20 1000 1.000

(*) Poço de monitoramento: PM 3 e PM 15 (e ainda 2, 4, 7 e 8)

Fonte: CRA, 2011

foram coletadas amostras dos PM 02, 03, 04, 07, 08 e 15 para determinação

analítica de BTEX e TPH; e,

após a injeção, foi realizada a análise química das amostras, onde foram medidos

os mesmos parâmetros analisados, antes da injeção, para o monitoramento das

águas subterrâneas, com a finalidade de avaliar a evolução da fase dissolvida dos

hidrocarbonetos existentes em função do vazamento.

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Figura 4.8 – “Lay out” dos poços de amostragem (PM)

Fonte: CRA, 2012

4.5.2 Etapas de aplicação das demais campanhas

As aplicações ocorreram da seguinte maneira: as três primeiras campanhas em

escala total e a quarta campanha (de polimento) para medição dos parâmetros físico-químicos

(tabela 4.3), antes de cada uma das injeções das soluções oxidantes nos PI 1, 3 a 7, 9 a 11, 12

e 18 a 20 (tabela 4.4 e 4.5), onde foi analisada a zona de influência do oxidante nos poços de

monitoramento (PM 02 a 04, 06 a 08, 10, 15 a 17 e 20) e o branco de campo;

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foi realizada a injeção da solução oxidante, iniciando com peróxido de

hidrogênio, seguida pela injeção do persulfato de sódio de acordo com as condições

indicadas na tabela 4.6; e,

Tabela 4.6 – Plano de injeção para as demais campanhas (1a a 4

a)

Fonte: CRA, 2011

foram medidos os mesmos parâmetros analisados antes de cada injeção para

monitoramento das águas subterrâneas com a finalidade avaliar a evolução da fase

dissolvida. Foram coletadas amostras dos PM 02 a 04, 06 a 08, 10, 15 a 17, 20 e

branco de campo para determinação analítica de BTEX e TPH.

4.6 Tratamento dos dados: padrões de referência de qualidade

Os resultados analíticos obtidos foram comparados aos padrões de qualidade

vigentes descritos a seguir:

a) Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São

Paulo da CETESB, (CETESB, 2005):

a CETESB adota valores orientadores, aplicando-os tanto na prevenção da

poluição de solos e águas subterrâneas, como no controle de áreas contaminadas. Esses

Identificação do poço de

injeção (PI)

Volume de Peróxido de

hidrogênio

(L)

Volume de Persulfato

de sódio

(L)

01 823 2.000

03 400 1.000

04 400 1.000

05 400 1.000

06 400 1.000

07 400 1.000

09 400 1.000

10 823 2.000

11 823 2.000

12 400 1.000

18 400 1.000

19 400 1.000

20 400 1.170

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valores foram aprovados em 2001 e atualizados em 2005, estabelecidos seguindo a mesma

metodologia da Lista Holandesa. No presente trabalho, foi utilizado, para comparação das

concentrações das águas subterrâneas, o Valor de Intervenção, que indica o limite de impacto

na água acima do qual existe risco potencial à saúde humana em áreas com esta ocupação.

Destaca-se que estes limites, quando excedidos, poderão orientar no gerenciamento da

alteração no quadro ambiental, indicando a necessidade de implementação de ações corretivas

e/ou avaliação de risco específica para a área investigada; e,

b) Anexo IV da Decisão de Diretoria nº 010-2006-C, (CETESB, 2012):

neste anexo apresenta-se o procedimento a ser adotado na identificação de

passivos ambientais decorrentes de vazamentos ou derrames de combustíveis e lubrificantes

em postos ou sistemas retalhistas que utilizam predominantemente SASC. A Decisão tem

como objetivo caracterizar a presença de hidrocarbonetos constituintes de combustíveis

automotivos e de lubrificantes no subsolo, possibilitando concluir a respeito da existência ou

não de contaminação na área objeto de avaliação. Os valores de TPH devem ser comparados

com os valores de intervenção para solo e água, fixados em 1.000 mg/kg e 600 μg/L

respectivamente.

A partir da comparação dos resultados existentes e dos obtidos após as análises

com base nas normas e padrões ABNT, CETESB, EPA e VROM foram gerados gráficos e

tabelas apresentando os resultados da análise dos parâmetros físico-químicos, para cada um

dos processos de injeção, sendo o registro destes dados realizados antes e após as injeções,

onde se pode visualizar o desenvolvimento do processo durante o período de remediação.

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5 RESULTADOS

Apresentam-se neste capítulo os resultados obtidos durante o processo de

remediação. Inicia-se com a caracterização da área (localização, solo, aquíferos e

caracterização da hidrologia e hidrogeologia da área de estudo, dos aquíferos existentes na

região e dos poços de monitoramento e injeção instalados), perfuração dos poços de

monitoramento e injeção, breve histórico da remediação local, resultados obtidos para cada

uma das etapas de remediação e comparação dos resultados obtidos para BTEX e para TPH.

Os resultados de caracterização geológica e geotécnica (do lençol subterrâneo e do

solo), o emprego de “softwares” e definição dos poços de monitoramento e de injeção foram

obtidos anteriormente a este trabalho acadêmico. As demais informações foram obtidas

durante este trabalho.

5.1 Localização da área

A área em estudo é onde se localizava o antigo posto de combustível da empresa.

Sua localização está apresentada nas figuras 5.1.

Figura 5.1 – Mapa de localização da área investigada no município de Campinas

Fonte: modificado de Haztec, 2011

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O terreno da empresa onde se encontrava instalado o posto de combustível

possuía a forma de morro e na época foram cortados taludes para viabilizar a sua implantação.

Assim a área apresenta três desníveis principais: platô superior; platô intermediário, onde se

encontrava instalado o antigo posto de combustível; e, o platô inferior, localizado no limite

oeste da empresa.

A área do posto está representada na figura 5.2.

Figura 5.2– “Lay-out” do antigo posto de distribuição de combustíveis

Nota: T = Tanques de combustível

Fonte: CRA, 2008

Local onde ocorreram os vazamentos

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5.2 Caracterização do solo

O município de Campinas, segundo IPT (1981), está assentado no limite entre a

Bacia do Paraná e as unidades pré-cambrianas que constituem seu embasamento. Neste

contexto, duas unidades geológicas principais merecem destaque: o Grupo Amparo e o

Subgrupo Itararé. A primeira corresponde a rochas metassedimentares gnáissicas e

migmatíticas que se encontram intercaladas com granitos sine pós-tectônicos.

A segunda unidade geológica, de idade paleozoica, corresponde a um sistema

deposicional flúvio-lacustre e marinho que esteve sob influência de geleiras, evidenciado pela

presença de arenitos imaturos de granulação variada, conglomerados, diamictitos, tilitos,

siltitos, folhelhos e ritmitos (figura 5.3).

Figura 5.3 – Mapa geológico regional – Campinas-SP

Fonte: Haztec, 2011

As unidades pré-cambrianas nos arredores do município de Campinas, ainda

conforme IPT (1981), são representadas pelo granito Jaguariúna e por ortognaisses que

apresentam intercalações de biotita xistos justapostos por lineamentos NE-SE.

Na porção oeste do município, conforme IPT (1981) predominam as unidades

sedimentares do Subgrupo Itararé, as quais são localmente truncadas por rochas intrusivas

Legenda:

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básicas tabulares de idade mesozóica pertencentes à Formação Serra Geral, que ocorrem ao

norte do município de Campinas na forma de soleiras e diques.

A Formação Itararé é caracterizada pela falta de continuidade lateral dos corpos

rochosos, sendo que a geometria dos aquíferos da região é influenciada, em termos regionais,

pela disposição das unidades arenosas presentes no Subgrupo Itararé (IPT, 1981).

Características geotécnicas do solo local

A composição geotécnica foi realizada a partir da sondagem da área, sendo 13

pontos de sondagem de reconhecimento realizados em 2006 (S1, S2 a S14), 5 pontos de

amostragem foram utilizados para análise química do local (S2, S4, S6, S9 e S12) e de um

único ponto de sondagem (S11). As amostras foram enviadas para análise geotécnica. Ver

figura 5.4

Na tabela 5.1 encontram-se os resultados obtidos a partir da caracterização da

amostra do ponto S11.

Figura 5.4 – Localização dos pontos de amostragem do solo (abr. 2006)

Fonte: CRA, 2011

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Tabela 5.1 – Caracterização geotécnica das amostras do ponto S11 (abr. 2006)

Amostra

Profundi-

dade

amostra-

da (m)

Umidade

volume-

trica

(%)

Porosida-

de

(%)

Densidade

do solo

(g/m³)

Argila

(%)

Silte

(%)

Areia

total

(%)

Matéria

orgânica

(%)

AG1 A 1,5 21,8 30,0 2,33

AG1 B 1,7 - - - 54 6 40 1,5

AG1 C 9,5 - - - - - - 1,5

(-) Não avaliado Fonte: CRA, 2011

5.3 Caracterização dos aquíferos e dos poços de monitoramento e injeção

instalados

De acordo com Ferreira et al., (2000), as unidades aquíferas presentes na região de

Campinas podem ser classificadas em: sistema aquífero Cristalino, sistema aquífero Tubarão

(ou aquífero Itararé), sistema aquífero Diabásio, aquífero Cenozóico e aquífero Aluvionar

(figura 5.5 e tabela 5.2).

Figura 5.5 – Mapa hidrogeológico da região metropolitana de Campinas

Fonte: modificado de Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, 2014

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Tabela 5.2 – Características dos sistemas de aquíferos da Região Metropolitana de

Campinas (RMC)

Aquífero Características

Cristalino

Representado por rochas do Embasamento Cristalino, de idade

pré-cambriana. É um aquífero do tipo fissural, de caráter

eventual, livre a semiconfinado, de extensão regional,

heterogêneo, descontínuo e anisotrópico.

Aquifero Tubarão

Representado por rochas sedimentares da Formação Itararé e

constitui um aquífero granular, livre a semiconfinado, de

extensão regional, descontínuo, anisotrópico, localmente

contínuo e isotrópico.

Diabásio

Intrusivas básicas de idade mesozoica, constituindo um

aquífero de caráter eventual, livre e semiconfinado, de

extensão limitada, descontínuo, heterogêneo e anisotrópico;

Cenozóico

é constituído por material de cobertura cenozóica (Terciário ao

Pleistoceno). É um aquífero granular, livre, de extensão

limitada a semi-regional, descontínuo, localmente contínuo,

heterogêneo e anisotrópico; e,

Aluviar

Apesar da falta de dados técnicos a respeito de sua

hidrogeologia, supõe-se que a mesma poderá apresentar locais

favoráveis em termos de produtividade, após estudos mais

detalhados e específicos para esta finalidade. O problema desta

unidade, e também da Cobertura Cenozóica, reside no fato do

comprometimento da qualidade de suas águas, por serem mais

facilmente atingidas por poluentes diversos manuseados na

superfície do terreno e também pelo menor grau de

consolidação destes sedimentos.

Fonte: Ferreira et al., 2000

Em 2006, verificaram-se dois níveis distintos do aquífero cristalino, que

correspondiam ao aquífero suspenso, interceptados em dois diferentes níveis (1,83 m e

4,71m), e ao aquífero freático, cujo nível de água subterrânea médio foi de 9,95 m de

profundidade. O fluxo das águas subterrâneas, tanto no nível suspenso, como no aquífero

freático, foi determinado na época dos serviços, como tendo, preferencialmente, sentido de

escoamento para oeste.

Durante os levantamentos planialtimétricos da área, em outubro de 2006, o

aquífero apresentou o nível d’água local variando entre 10,86m e 11,45m de profundidade,

apresentando caráter livre, formado por sedimentos de silte arenoso (CRA, 2006).

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Caracterização da hidrologia e hidrogeologia da área de estudo, dos

aquíferos existentes na região e dos poços de monitoramento e injeção

instalados

As condições de contorno são utilizadas para definir, com base no sistema

hidrogeológico real, as fronteiras hidráulicas que delimitam o domínio do modelo escolhido.

Quando possível, devem coincidir com os limites hidrogeológicos naturais (rios, lagos,

divisores de água, etc.) ou qualquer feição hidrogeológica dentro do domínio que afete o

sistema.

A área apresentada na figura 5.6 foi delimitada com a abrangência ampliada à área

do local onde estava instalado o antigo posto, entre rede de drenagem de águas superficiais e

divisores de água.

Figura 5.6 – Modelo conceitual hidrológico da localização do antigo posto de combustível

(jun. 2012)

Fonte: Tetra Tech, 2014

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A área, com direção NO-SE, é formada topograficamente por dois níveis: um

platô com cotas variando entre 658 e 644,8 m (metros acima do nível do mar) rumo SE,

baixando outro platô com cotas que variam entre 638,2 e 628,5 m, rumo noroeste. Ambos os

platôs vão diminuindo de altitude em direção aos níveis de base regionais e/ou locais

formados pelo Rio Capivari e seus afluentes, rumo norte e leste do “site”, e pelo Ribeirão

Viracopos e seus afluentes, rumo sul e oeste do local onde se encontrava instalado o antigo

posto, cujas cotas variam entre 600 e 620 m.

Seguindo a topografia local, o fluxo da água subterrânea (flutuante e freático) se

dá a partir dos divisores de água em direção às redes de drenagem de águas superficiais. A

recarga ocorre predominantemente por precipitação em toda a área não impermeabilizada.

Na figura 5.7 apresenta-se o mapa poteciométrico simulado pelo modelo calibrado

em toda a área modelada, onde as cargas hidráulicas calculadas indicam uma potenciometria

variando entre 570 e 660 m. No detalhe da figura, é apresentado o mapa poteciométrico onde

as cargas hidráulicas indicam potenciais variando entre 640 e 600 m (VISUAL PEST®,

DOHERTY, 2000).

Na figura 5.7 as duas seções hidrogeológicas N-S e E-O estão com os respectivos

exageros verticais de 15 e 10.

No processo de remediação, a pluma é definida como o local onde estão

distribuídos os contaminantes, liberados a partir de uma fonte pontual. A extensão e a

expansão da pluma, normalmente, são previstas com o auxílio de modelos teóricos e cálculos

matemáticos, cujos dados foram obtidos após a caracterização do solo, como a

permeabilidade; da água subterrânea, como o gradiente hidráulico, a velocidade e o tipo de

recarga; e, dos contaminantes encontrados. Os modelos RT3D® (CLEMENT; ZHENG, 1998)

e MT3DMS® (ZHENG; WANG, 1999) foram utilizados para simular o transporte das plumas

de contaminantes, utilizando o programa VISUAL MODFLOW® 4.0 (WATERLOO, 2000).

Estes módulos possuem rotinas para a resolução da equação de transporte em água

subterrânea. Os módulos foram escolhidos por apresentarem menor erro de dispersão

numérica e de balanço de massa, embora seu processamento seja mais lento.

Na sequência, foi implantada uma rede de poços de monitoramento, os quais

foram estrategicamente instalados, na área contaminada, com base na caracterização

hidrogeológica.

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Figura 5.7 – Seções hidrogeológicas da área onde estava inserido o antigo posto de

combustível (jun. 2012)

Fonte: Tetra Tech, 2014

Os poços para injeção vertical de 2” (PI 1 a 20) foram construídos com

profundidade máxima de 13,55m. O nível d’água estabilizou-se a uma profundidade média de

11,10m e possuem as características apresentadas nas figuras 5.4 e 5.8. Para cada poço

perfurado há uma característica de solo e profundidade em função do local onde foi instalado.

Como este trabalho foi realizado diretamente em um sítio contaminado, a

caracterização da área não representa uma situação linear ou homogênea e predominam

variações nos aspectos do meio físico, tais como heterogeneidades dos solos, diferentes

litologias e condições hidrogeológicas locais (figura 5.9).

Foi levantado o mapa poteciométrico do antigo posto de combustível nos dois

níveis do aquífero, ver figuras 5.10 e 5.11.

No levantamento planialtimétrico, observa-se a área atingida pela contaminação

nos dois aquíferos existentes, de acordo com as figura 5.10 e 5.11, que comprovam que ambos

Linhas equipotenciais com intervalos de 2,0 m (600 a 570 m)

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aquíferos possuem o mesmo sentido e fluxo das águas, o que indica que a contaminação, a

partir do centro de massa (PM 5 e 20), vai em direção ao Ribeirão Viracopos (figura 5.12).

Figura 5.8 – Desenho esquemático para os poços de injeção e de monitoramento (abr. 2006)

Fonte: Tetra Tech, 2014

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Figura 5.9 – Seções hidrogeológicas da área onde está inserido o antigo posto (jun. 2012)

Fonte: Tetra Tech, 2014

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Figura 5.10 – Mapa poteciométrico: nível médio de água de 1,53m (set. 2011)

Fonte: CRA, 2011

Figura 5.11 – Mapa poteciométrico: nível médio de água de 4,72m (set. 2011)

Fonte: CRA, 2011

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Figura 5.12 – Planta da área total, com as edificações, localização do posto e os raios de

influência dos contaminantes (set. 2008)

Fonte: CRA, 2008

5.4 Histórico da remediação local

Foi elaborado breve histórico sobre as atividades de remediação da área do antigo

posto, anterior a este trabalho com o objetivo de situar o processo de remediação local. Este

histórico foi baseado em documentos, relatórios e campanhas de monitoramento realizadas

antes do período de 1978 a 2013, quando se iniciou o novo processo de remedição da área

através do sistema de oxidação química avançada “in situ” e que foi objeto deste estudo:

a área em questão foi adquirida em 1978 e possuía forma de morro, onde foram

cortados taludes, os quais posteriormente foram denominados de platô superior,

médio e inferior;

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as atividades do antigo posto de combustível foram iniciadas em 1980, no platô

médio, com a instalação de 06 tanques subterrâneos com capacidade nominal de

15m³ cada;

em 1995, devido a pequenas diferenças observadas no controle de estoque do

óleo diesel, de acordo com GEOKLOCK (2001), associadas à redução no consumo

deste combustível, foram desativados 03 tanques de armazenamento de diesel. Em

2002 houve o encerramento por completo das atividades; e,

todos os 06 tanques de armazenamento de combustíveis foram removidos

durante os meses de abril e maio de 2006 (CRA, 2007).

Após a confirmação da presença da fase livre em duas das sondagens, localizadas

entre os tanques 05 e 06 e nas proximidades do tanque 01 (figura 4.1), verificadas após a

paralisação das atividades em 2002, algumas campanhas para remediação da área do antigo

posto foram realizadas:

abril de 2006

Foi contratada empresa especializada para a remoção dos tanques subterrâneos,

bem como para realizar o diagnóstico ambiental e elaborar a avaliação de risco, nos moldes

RBCA Tier2 (ASTM, 2004), na área do antigo posto de combustíveis.

Foram removidos os 06 tanques subterrâneos e tubulações, além de 150 m3 de

solo impactado, que foram acondicionados em 100 “big bags” e 230 tambores.

Posteriormente, foram realizadas 08 sondagens, com coleta de amostras de solo em 05 pontos,

e instalados 08 poços de monitoramento para amostragem de águas subterrâneas.

Foi verificada a presença pontual de 160 mm de fase livre no PM 3, situado a

jusante da antiga ilha de abastecimento de óleo diesel (figura 5.13).

A amostragem do solo foi realizada seguindo a metodologia estabelecida no

“Procedimento para a identificação de passivos ambientais em estabelecimentos com sistema

de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC)”, referente ao Anexo IV, do artigo

no1 da Decisão da Diretoria no 010/2006/c, CETESB (2012a).

Com relação à avaliação de risco à saúde humana, verificou-se o risco para a via

de inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados pelos

trabalhadores comerciais, entretanto, o risco não se completava, uma vez que não existiam

construções no local onde a amostra considerada havia sido coletada. No entanto, a presença

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de fase livre identificada no PM3 foi considerada como um risco imediato aos receptores

considerados no Modelo de Exposição Conceitual do Local (MECL) (EPA, 1989). Esta

modelagem é desenvolvida antes do início do trabalho de análise de risco e consiste em uma

caracterização quantitativa do site;

Figura 5.13 – Fotos da remediação local e constatação da contaminação do local (abr. 2006)

(A) Foto do posto antes de sua desativação;

(B) Momento da retirada dos tanques enterrados;

(C) Foto da cava após a retirada dos tanques; e,

(D) Foto contendo a constatação visual da existência de contaminantes no local.

Fonte: CRA, 2008

outubro de 2007

Contratação de empresa especializada para realizar investigação ambiental

detalhada e a atualização da Análise de Risco RBCA TIER 2 na área do antigo posto de

combustíveis. Após a instalação dos poços de monitoramento, foi identificada a presença de

uma pluma de fase livre na antiga área de tancagem, abrangendo os PM 3, 7, 11 e 15, todos

instalados no aquífero suspenso.

Nesta época não foram detectadas concentrações dos compostos BTEX na água

subterrânea superiores às concentrações máximas toleráveis (SSTL – “Site Specific Target

Levels”), calculadas para todas as vias e receptores considerados no MECL.

A qualidade da água subterrânea nos dois níveis do aquífero suspenso estava

alterada pela presença de TPH (Hidrocarbonetos Totais de Petróleo), bem como pela presença

de fase livre nos PM 3, 7, 11 e 15 (figura 5.14);

(A) A

(B) (C) (D) A

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Figura 5.14 – Representação gráfica, em planta, da pluma de contaminação na área sendo

BTEX e TPH (out. 2007)

(A) Dimensão sem escala da pluma de BTEX

(B) Dimensão sem escala da pluma de TPH

Fonte: CRA, 2007l

janeiro de 2008

Implantação de sistema de remediação emergencial da área, visando à remoção da

pluma de fase livre detectada. A tecnologia aplicada foi um sistema de extração multifásica

(“MPE – Multi Phase Extraction”), que funcionou no período de janeiro a maio de 2008 e

foram tratados 258 m3 de efluentes, recuperando 50 litros de produto.

Na data do desligamento e desmobilização do sistema, não foi observada a

presença de fase livre em nenhum dos poços de monitoramento (PM 3, 7, 11 e 15 com

variação de profundidade que variaram entre 3 a 10 m de profundidade). Para a realização

desta etapa de remediação, foram realizadas 39 sondagens totalizando 147,45 m perfurados

para a instalação dos poços de injeção, para a remediação em escala total (figura 5.15).

Para estas sondagens, foram instalados 6 poços de monitoramento e 20 poços de

injeção (figura 5.16). Dois destes poços de injeção (PI 5 e PI 20) foram utilizados para a etapa

de teste piloto no centro de massa (PM 3 e PM 15);

O “lay-out” dos poços utilizados para instalação do sistema de extração

multifásica seguiram o posicionamento indicado na figura 5.16.

(A) A

(B) A

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Figura 5.15 – “Lay out” dos poços utilizados no processo de extração multifásica (jan.

2008)

Fonte: CRA, 2008

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Figura 5.16 – “Lay-out” dos poços de injeção e monitoramento utilizados no processo de

extração multifásica (jan. 2008)

Fonte: CRA, 2008

setembro de 2008

Foi realizado o monitoramento analítico das águas subterrâneas, que incluiu todos

os poços de monitoramento instalados no local. Durante a execução dos serviços não foi

verificada a presença de fase livre em nenhum dos poços, entretanto, os resultados analíticos

indicaram a presença de uma pluma de fase dissolvida de TPH ao longo de toda a área de

tancagem, cujo centro de massa foi de 323,0 mg/L no PM 3. Adicionalmente, foi observado

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aumento das concentrações dos BTEX e TPH, em comparação ao monitoramento analítico

realizado em novembro de 2007. Na avaliação de risco verificou-se o risco potencial para a

via de ingestão de água subterrânea, bem como se manteve o risco para a via de inalação de

vapores provenientes do solo em ambientes fechados, identificado em abril de 2006;

fevereiro de 2010

Durante o período em questão, novo processo foi reconsiderado para o local, onde

foram realizadas campanhas de monitoramento de fevereiro a dezembro de 2010, e os valores

das concentrações de BTEX (5 µg/L) e TPH (600 µg/L) estavam acima do valor de

intervenção CETESB. Os poços onde foram verificadas as contaminações foram os PM 3, 6,

7, 12 e 15 a 17. Na época foram emitidos somente relatórios a respeito do desenvolvimento do

processo no local;

setembro de 2011

Foi realizado o ensaio piloto nos mesmos poços indicados na etapa anterior e

observada contaminação acima do limite de intervenção nos poços de monitoramento 7 e 15,

quando foi tomada a decisão da necessidade de intervenção, a qual deixou de ser por remoção

do solo e preenchimento da cava com solo de origem controlada passando a ser o processo de

oxidação química avançada “in situ”; e,

junho de 2012

Realização do projeto executivo no centro de massa, baseado nos resultados

obtidos na campanha “base line” (injeção piloto só nos PI 3 e PI 15, de setembro a dezembro

de 2011). Até aqui o processo esteve somente sob acompanhamento das empresas contratadas

para esta atividade e, a partir deste momento, o processo começou a ser acompanhado para a

realização deste trabalho acadêmico, englobando as 1a, 2

a e 3

a campanhas de aplicação em

escala total e o término das aplicações (4a campanha – de polimento). Cada campanha constou

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86

de uma injeção de solução oxidante e uma amostragem após a estabilização dos parâmetros

físicos-químicos (em geral, após 60 dias).

5.5. Resultados da “Base line” - Injeção piloto (PM 3 e PM 15)

Na injeção piloto identificaram-se as taxas de dosagem do persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para o tratamento via oxidação química avançada “in situ” e foram

terminados a locação, o espaçamento e as profundidades dos poços utilizados para injeção e

monitoramento.

Foram instalados os poços de injeção PI 5 e PI 20 (figura 5.17), os quais foram

utilizados para realização deste piloto, pois se encontram próximos ao centro de massa do PM

3 e PM 15.

Para a profundidade de injeção do oxidante consideraram-se os dois níveis de

aquífero e dessa forma, as injeções ocorreram cada uma em determinadas profundidades, ou

seja, para o PM 3 nas profundidades de 1,5m e 3,0m, e para o PM 15 nas profundidades de

4,5 a 6,5m. Na etapa de injeção, foram realizadas primeiramente a injeção do peróxido de

hidrogênio e logo na sequência a de persulfato de sódio, conforme quantitativos apresentados

na tabela 4.4 e 4.5.

Após a injeção de peróxido de hidrogênio a 17,5%, foi realizado o monitoramento

do pH nos poços de injeção para verificar quando atingissem a faixa de trabalho, entre 3 e 6

unidades de pH, para então injetar o persulfato de sódio como catalisador, que foi aplicado na

concentração de 20%.

Nesta fase a área tratada compreendeu 30 m², com densidade do solo de

1800akg/m³, raio de ação de aproximadamente 2m, pressão de injeção da solução oxidante

≤15 psi (1bar) ou por gravidade e vazão de 500 L/h.

De acordo com EPA (1996), são apresentados na tabela 4.1 os critérios para

estabilização dos poços, os quais foram monitorados em todas as etapas de remediação, antes

e depois de cada campanha de monitoramento.

Após a estabilização dos poços, cerca de 60 dias após a injeção da solução

oxidante, foi feita a amostragem e realizadas as análise dos parâmetros de controle. Estes

valores foram considerados como “base line”. De acordo com os valores apresentados na

tabela 5.3, segue a análise com relação aos poços de monitoramento para BTEX e TPH:

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Figura 5.17 – “Lay-out” dos poços de injeção (PI 5 e PI 20) instalados no local de estudo

(set. 2011)

Fonte: CRA, 2011

Tabela 5.3 – Parâmetros estabilizados “in situ” da água subterrânea na campanha “base line”

(dez. 2011)

PM nº

Nível

de

água

(m)

Rebaixa-

mento

máx. da

coluna de

água (m)

Taxa de

bombea-

mento

(L/min)

pH Temp.

ºC

Condut.

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi-

dez

(mTU)

PM 2 5,85 0,29 0,060 6,56 26,0 0,640 - 91,6 0,26 21,04

PM 3 1,59 0,01 0,150 6,41 25,5 0,095 - 22,5 0,41 6,40

PM 4 10,7 0,19 0,100 6,45 24,1 0,223 -110,1 0,74 43,00

PM 5 2,38 0,81 0,150 6,67 23,8 0,790 -166,7 0,17 9,24

PM 6 1,73 0,13 0,125 6,75 25,1 1,230 -166,5 0,17 9,59

PM 7 1,76 0,01 0,140 5,65 24,5 0,343 70,4 0,33 2,69

PM 8 1,83 0,20 0,175 6,81 25,0 1,190 -169,0 0,13 1,75

PM 10 1,69 0,05 0,150 6,71 23,9 0,800 -130,1 0,19 21,1

PM 12 1,62 0,46 0,100 6,32 23,4 7,700 -142,8 0,18 54,8

Continua

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Tabela 5.3 – Parâmetros estabilizados “in situ” da água subterrânea na campanha “base line”

(dez. 2011)

Conclusão

PM nº

Nível

de

água

(m)

Rebaixa-

mento

máx. da

coluna de

água (m)

Taxa de

bombea-

mento

(L/min)

pH Temp.

ºC

Condut.

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi-

dez

(mTU)

PM 15 1,31 0,33 0,150 3,82 24,3 15,570 360,3 0,21 30,56

PM 16 1,62 0,34 0,100 6,58 24,3 0,780 -140,2 0,18 5,45

PM 17 1,93 0,10 0,100 5,80 25,6 0,980 24,1 0,29 6,01

PM 20 1,50 0,02 0,150 6,61 23,5 0,215 -120,8 0,28 3,51

Bco

de

campo

6,95 - - 6,95 17,8 0,148 70,4 4,96 -

(-) Não se aplica

(*) Poço amostrado através de “bailer”

Fonte: CRA, 2013

BTEX

Na campanha “base line”, verificou-se concentração de benzeno em valor acima

do padrão de qualidade adotado, apenas no poço PM 15. Na figura 5.18 observa-se o

resultado do trabalho do peróxido de hidrogênio durante contato com o hidrocarboneto de

petróleo, durante a reação de oxidação, sendo possível observar a fuga do material por

orifícios e rachaduras do piso e na figura 5.19, as concentrações da pluma de contaminação.

Figura 5.18 – Reação do peróxido de hidrogênio nos poços de injeção (PI) (set. 2011)

(A) (B) (C)

(A) Borbulhamento no bocal do poço de injeção logo após aplicação de H2O2;

(B) Borbulhamento no poço de injeção após a aplicação do volume definido de solução de

H2O2, ocasionado por turbulência do processo; e,

(C) Lama extraída do poço em função da aplicação da solução de H2O2

Fonte: Acervo próprio, 2011

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Figura 5.19 - Concentrações de BTEX encontradas na campanha “base line” (dez.2011)

Fonte: CRA, 2012

De acordo com os resultados analíticos obtidos na campanha “base line” (figura

5.19), houve redução da massa de BTEX, de até 98,63%, que no ponto de maior concentração

(PM 15) detectado no “base line”, passou de 1483 µg/L para 20,3 µg/L.

Em todos os demais poços (PM 2 a 4, 7 e 8), as concentrações de benzeno foram

inferiores ao padrão de referência adotado (CETESB, 2005).

TPH

Nos resultados obtidos na campanha “base line”, a concentração de TPH ficou

com índice superior ao padrão de qualidade apenas no PM 15. No PM 7 verificou-se

concentração de TPH, abaixo do padrão de qualidade adotado (CETESB, 1999). Nos demais

poços não foram verificadas concentrações de TPH.

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Nos resultados analíticos obtidos nesta campanha observa-se uma redução da

massa de TPH de até 99,6%, que no ponto de maior concentração (PM 3), detectado antes da

execução do piloto, passou de 252.000 µg/L para <0,2 µg/L (figura 5.20).

Figura 5.20 - Concentrações de TPH encontradas na “base line” (dez. 2011)

Fonte: CRA, 2012

5.6 Resultados obtidos para cada uma das etapas de remediação

acompanhadas

As campanhas previstas para o processo de remediação do antigo posto seguiram

as etapas definidas na metodologia que contemplavam: o levantamento da situação atual da

área, e denominada de “base line”, que compreendeu o teste piloto nos poços de

monitoramento PM 3 e PM 15 e mais quatro aplicações, todas realizadas em escala total. A

quarta campanha foi incluída no processo de remediação em função do rebote ocorrido em

agosto de 2013 (ver Tabela 5.4).

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Tabela 5.4 – Campanhas realizadas no processo de remediação de dez.2011 a nov.2013

Campanhas Data Identificação

Inicial Dez. 2011 “Base line”

1a Jul.2012 1

a campanha

2a Nov. 12 2a campanha

3a Ago. 13 3a campanha

4a Nov. 13 4a campanha – de polimento

Nos 20 poços de injeção (PI 1 a 20) instalados na área do antigo posto na região

da pluma (tabela 5.5) para aplicação de produtos químicos na zona saturada e não saturada do

aquífero, com base na condutividade hidráulica da área, houve transferência moderada com

menos de 1 bar de pressão em cada poço de injeção.

Tabela 5.5 – Profundidade dos poços de injeção instalados

Identificação do

poço de Injeção

Profundidade

instalada (m)

Identificação do

poço de Injeção Profundidade

instalada (m) PI 01 3,32 PI 11 3,80 PI 02 4,05 PI 12 3,93 PI 03 2,51 PI 13 3,05 PI 04 4,04 PI 14 3,56 PI 05 4,05 PI 15 4,06 PI 06 2,64 PI 16 3,49 PI 07 3,34 PI 17 2,39 PI 08 2,43 PI 18 2,39 PI 09 3,21 PI 19 3,06 PI 10 3,91 PI 20 7,07

Fonte: CRA, 2011

O raio de influência de cada poço de monitoramento (PM) ficou entre 1 e 2 m e a

profundidade instalada foi de 3 a 7 m, com a seção filtrante entre 2 a 3 m. A área estimada

para a remediação foi de 45 m x 26 m.

A solução oxidante foi distribuída nos poços PI 01 a 20, localizados conforme

apresentado na figura 5.17 e com o sistema de injeção implantado (figura An. B.2).

5.6.1 Primeira campanha analítica

De acordo com os valores apresentados na tabela 5.6 e os dados obtidos para

BTEX e TPH foram feitas as análises a seguir:

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Tabela 5.6 – Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na primeira campanha

em escala total (jul. 2012)

PM nº

Nível

de

água

Rebaixa-

mento

máx. da

coluna de

água (m)

Taxa de

bombea-

mento

(L/min)

pH Temp.

(ºC)

Condut.

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi-

dez

(mTU)

PM 2 5,45 0,36 0,080 6,47 24,2 0,690 -135,1 1,06 7,03

PM 3 1,63 0,03 0,100 5,75 21,8 0,790 -8,0 1,21 0,00

PM 4 * * * * * * * * *

PM 5 1,64 0,30 0,080 4,50 22,8 5,030 396,6 1,31 213,00

PM 6 2,15 0,85 0,100 3,60 24,7 29,520 541,6 1,44 265,00

PM 7 1,85 0,06 0,100 5,99 22,9 0,296 16,9 0,93 13,78

PM 8 1,77 0,41 0,080 3,65 24,6 25,470 547,6 0,81 35,87

PM 10 1,84 0,45 0,100 4,13 23,1 26,83 316,7 1,18 11,36

PM 12 1,92 0,82 0,080 3,72 22,8 29,930 352,7 1,52 236,00

PM 15 1,63 0,65 0,100 3,78 22,2 20,400 353,8 1,26 815,00

PM 16 1,78 0,64 0,080 6,22 22,9 2,930 -124,7 0,79 49,85

PM 17 9,56 0,02 0,100 3,98 24,4 6,110 580,1 1,03 521,00

PM 20 1,27 0,23 0,100 5,45 22,4 3,100 293,0 2,66 100,00

Bco

de

campo

- - - 7,52 20,7 0,007 138,7 1,38

(-) Não se aplica

(*) Poço não amostrado – apresentou fase livre durante a amostragem

Fonte: CRA, 2013

BTEX

Dentre os BTEX analisados, foram detectados concentrações de benzeno em

valores acima do padrão de qualidade adotado (CETESB, 2005). Nos resultados obtidos

durante a análise de uma redução de massa de benzeno de até 79,9% que no ponto de maior

concentração (PM 15), detectado antes da injeção passou de 572,2 µg/L para 108 µg/L.

As concentrações de benzeno foram superiores ao padrão de referência adotado

(CETESB, 2005), nos PM 7 e 17, porém com reduções de 40,6% e 72,5%, respectivamente.

Nos poços PM 6 e 16 houve aumento nas concentrações de benzeno, sendo: PM 6

de 3,6 µg/L para 7,4 µg/L e no PM 16 de 18,8 µg/L para 43,5 µg/L (figura 5.21).

TPH

Verificaram-se valores de TPH acima dos padrões de qualidade nos poços de

monitoramento PM 7, 10, 15 e 16. Nos poços PM 6, 8 e 17, verificaram-se concentrações de

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TPH, porém abaixo do valor adotado (CETESB, 1999). Nos demais poços, não foram

verificadas concentrações. Os resultados analíticos obtidos, comparando com a campanha

“base line”, apresentaram redução de 97% no maior ponto de concentração (PM 20), que

variou de 7.600 µg/L para valor < 200 µg/L.

Figura 5.21 - Comparação das concentrações de BTEX encontradas entre a “base line” a 1a

campanha (jul.2012)

Fonte: CRA, 2012

Nos poços PM 7, 8, 10, 15 e 16 houve aumento nas concentrações de TPH sendo:

PM 7 de 3.200 µg/L para 10.000 µg/L, PM 8 de não detectado para 330 µg/L (ainda abaixo

do limite de intervenção de 500 µg/L), PM 10 de 600 µg/L para 1.100 µg/L, PM 15 de 1.200

µg/L para 3.700 µg/L e no PM 16 de 900 µg/L para 2.100 µg/L (figura 5.22).

5.6.2 Segunda Campanha analítica

De acordo com os valores apresentados na tabela 5.7 e os dados obtidos para

BTEX e TPH foram feitas as análises a seguir:

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Figura 5.22 - Comparação das concentrações de TPH encontradas na “base line” e na 1a

campanha (jul.2012)

Fonte: CRA, 2012

Tabela 5.7 – Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na segunda campanha

(nov. 2012)

PM nº

Nível

de

água

Rebaixa-

mento

máx. da

coluna de

água (m)

Taxa de

bombea-

mento

(L/min)

pH Temp.

(ºC)

Condut.

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi-

dez

(mTU)

PM 2 5,68 0,40 0,100 6,48 24,9 0,619 -112,9 0,58 35,44

PM 3 2,61 0,44 0,120 4,62 25,2 0,401 237,9 0,41 4,39

PM 4 1,60 0,01 0,140 4,41 26,4 2,641 377,2 0,90 8,64

PM 5 10,3 0,08 0,130 6,73 24,4 0,196 -135,9 0,22 2,73

PM 6 2,04 0,44 0,110 6,46 23,8 4,06 -101,8 0,36 41,76

PM 7 1,86 0,56 0,130 3,18 25,6 36,30 466,0 0,65 18,21

PM 8 1,81 0,05 0,140 4,10 24,4 1,11 455,0 1,12 2,11

PM 10 1,72 0,36 0,110 3,40 25,4 30,98 366,1 0,35 63,00

PM 12 1,44 0,06 0,130 4,29 24,7 19,16 233,5 0,29 8,53

PM 15 0,98 0,03 0,140 3,23 25,4 33,13 402,2 0,95 11,15

PM 16 1,19 0,22 0,100 3,51 25,4 26,01 378,1 0,47 38,41

PM 17 1,27 0,30 0,100 3,39 25,7 30,57 376,5 0,48 44,78

PM 20 10,3 0,05 0,130 3,38 24,1 6,28 586,7 22,35 26,79

Bco

de

campo

- - - 4,97 25,0 0,009 322,9 4,78 0,00

(-) Não se aplica

(*) Poço amostrado através de “bailer”

Fonte: Tetra Tech, 2014

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95

De acordo com os valores apresentados na tabela 5.7 e e os dados obtidos para

BTEX e TPH foram feitas as análises a seguir:

BTEX

Dentre os BTEX analisados, foram detectadas concentrações de benzeno em

valores acima do padrão de qualidade adotado (CETESB, 2005) na campanha “base line” nos

poços de monitoramento PM 7 e15 a 17.

Nos resultados obtidos durante a análise observa-se uma redução da massa de

benzeno de até 79,9% que no ponto de maior concentração (PM 15), detectado antes da

injeção, passou de 537,2 µg/L para 108 µg/L.

Nos poços PM 7 e 17 as concentrações de benzeno foram superiores ao padrão de

referência adotado (CETESB, 2005), porém apresentaram reduções de 40,6% e 72,5%,

respectivamente.

Nos poços PM 6 e 16 houve aumento nas concentrações de benzeno, sendo: PM 6

de 3,6 µg/L para 7,4 µg/L e no PM 16 de 18,8 µg/L para 43,5 µg/L (figura 5.23).

TPH

Verificaram-se valores de TPH acima dos padrões de qualidade nos poços de

monitoramento PM 7, 10, 15 e 16. Nos poços PM 6, 8 e 17 verificaram-se concentrações de

TPH, porém abaixo do padrão de qualidade adotado (CETESB, 1999). Nos demais poços, não

foram verificadas concentrações. Os resultados analíticos obtidos após a campanha de

amostragem indicaram redução de 100%, que no maior ponto de concentração (PM 20),

detectado antes da execução do piloto, passou de 7.600 µg/L para valor ˂ 200 µg/L.

Nos poços PM 7, 8, 10, 15 e 16 houve aumento nas concentrações de benzeno,

sendo: PM 7 de 3.200 µg/L para 10.000, PM 8 de não detectado para 330 µg/L (ainda abaixo

do limite de intervenção de 500 µg/L), PM 10 de 600 µg/L para 1.100, PM 15 de 1.200 µg/L

para 3.700 µg/L e no PM 16 de 900 µg/L para 2.100 µg/L (figura 5.24).

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96

Figura 5.23 – Comparação das concentrações de BTEX encontradas nas 1a e 2

a campanhas

(nov. 2012)

Fonte: CRA, 2012

Figura 5.24 – Comparação das concentrações de TPH encontradas nas 1a e 2

a campanhas

(nov. 2012)

Fonte: CRA, 2013

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97

5.6.3 Terceira campanha analítica

Na tabela 5.8 são apresentadas as informações quanto aos parâmetros medidos e

gráfico da pluma de contaminação.

Tabela 5.8 – Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na terceira campanha

(ago. 2013)

PM nº

Nível

de

água

Rebaixa-

mento

máx. da

coluna de

água (m)

Taxa de

bombea-

mento

(L/min)

pH Temp.

(ºC)

Condut.

Condut

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi-

dez

(mTU)

PM 2 5,73 0,50 0,100 7,67 26,25 0,691 -229,5 0,82 73,00

PM 3 4,83 0,33 0,100 5,02 25,48 2,179 200,0 0,34 3,87

PM 4 2,15 0,53 0,100 5,96 24,20 2,220 -127,4 0,97 6,00

PM 5 9,94 0,04 0,100 12,1 23,62 0,215 -336,8 0,30 8,21

PM 6 2,75 1,15 0,100 9,36 23,14 5,807 -323,0 1,06 8,95

PM 7 2,45 1,07 0,080 1,86 24,51 33,17 443,2 0,85 155,00

PM 8 1,80 0,02 0,250 5,42 23,03 1,123 209,9 0,49 0,00

PM 10 1,78 0,34 0,150 5,33 23,97 - 148,1 0,59 0,00

PM 12 1,70 0,20 0,200 8,65 22,90 18,42 -267,5 0,68 0,00

PM 15 2,15 0,97 0,100 6,28 23,10 30,53 343,7 0,75 79,00

PM 16 2,15 1,06 0,100 4,79 22,53 23,11 315,8 0,88 150,00

PM 17 1,75 0,44 0,100 8,77 28,20 4,130 -107,5 0,29 31,99

PM 20 * * * * * * * * *

Bco

de

campo

- - - 7,06 21,54 7,0 35,8 3,64 0,00

(-) Não se aplica

(*) Poço amostrado através de “bailer”

Fonte: Tetra Tech, 2014

De acordo com os valores apresentados na tabela 5.8 e os dados obtidos para

BTEX e TPH foram feitas as análises a seguir:

BTEX

Foram detectadas concentrações de benzeno acima do padrão de qualidade

(CETESB, 2005) na campanha “base line” nos PM 6, 7, 10, 12, 15, 16 e 17.

Observa-se redução da massa de benzeno de até 88,7%, que no ponto de maior

concentração (PM 15), detectado antes da injeção, passou de 537,2 µg/L para 66,8 µg/L.

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Figura 5.25 - Comparação das concentrações de BTEX encontradas nas 2ª e 3ª campanhas

(ago. 2013)

Fonte: CRA (2013)

No poço PM 7 as concentrações de benzeno se apresentaram superiores ao padrão

de referência adotado (CETESB, 2005), porém apresentaram redução de 57%.

PM 12 de não detectável para 5,79 µg/L, PM 16 de 18,9 µg/L para 21,3 µg/L e

PM 17 de 110,4µg/L para 116,4 µg/L (figura 5.25); e,

TPH

Nota-se valores de TPH nos PM 3, 7, 10, 16 e 17 acima do padrão adotado. Nos

PM 2, 6 e 15 as concentrações de TPH variaram: PM 2 de <50 µg/L para 280 µg/L, PM 6 de

640 para 260 µg/L e PM 15 de 1200 µg/L para 310 µg/L, abaixo do padrão adotado.

Nos resultados analíticos obtidos após a campanha de amostragem observa-se

redução de 100%, que no maior ponto de concentração (PM 20), detectado antes da execução

do piloto, passou de 7.600 µg/L para valor ˂ 200 µg/L.

Nos poços PM 3, 10 e 17 houve aumento nas concentrações de benzeno, sendo:

PM 3 de não detectável para 730 µg/L, PM 10, apesar de ter diminuído a concentração de

TPH, o valor obtido foi de 570 µg/L, no PM 17 de 510 µg/L para 1200 µg/L (figura 5.26).

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Figura 5.26 - Comparação das concentrações de TPH encontradas nas 2ª e 3a campanhas

(ago. 2013)

Fonte: CRA, 2013

5.6.4 Quarta Campanha analítica (de polimento)

Os valores verificados durante levantamento realizado após injeção (tabela 5.9) e

estão indicados na figura 5.27.

Tabela 5.9 – Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na quarta campanha, de

polimento (nov. 2013)

Poço no

Nível de

água

(m)

Rebaixa

mento

máximo

da

coluna

de água

(m)

Taxa de

bomb

(L/min)

pH

Tem

p

(ºC)

Condut

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi

dez

(mTU)

PM 2 5,33 0,00 - 6,49 25,7 0,67 22,7 1,17 35,15

PM 3 4,07 0,08 - 4,72 24,3 0,55 20,1 0,23 0,00

PM 4 1,60 0,01 - 5,33 23,9 0,57 16,6 0,08 0,78

PM 5 10,51 0,07 - 6,80 24,4 0,19 14,5 0,04 1,15

PM 6 2,15 0,33 - 6,60 24,0 3,56 19,1 0,05 0,00

Continua

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100

Tabela 5.9 – Parâmetros estabilizados “in situ” de água subterrânea na quarta campanha, de

polimento (nov. 2013)

Conclusão

Poço no

Nível de

água

(m)

Rebaixa

mento

máximo

da

coluna

de água

(m)

Taxa de

bomb

(L/min)

pH

Tem

p

(ºC)

Condut

(mS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Turbi

dez

(mTU)

PM 7 1,70 0,15 - 4,35 25,1 3,10 30,4 0,52 71,0

PM 8 1,76 0,02 - 5,14 24,5 0,47 15,6 0,10 8,45

PM 10 1,75 0,15 - 4,57 25,2 2,78 25,7 0,40 4,23

PM 12 1,78 0,14 - 6,29 24,5 3,17 19,7 0,29 2,45

PM 15 1,37 0,08 - 4,32 25,0 1,95 26,1 0,17 10,00

PM 16 1,30 0,11 - 4,62 24,0 2,50 37,4 1,10 8,72

PM 17 1,67 0,16 - 6,62 23,5 0,69 38,7 0,08 3,36

PM 20 13,48 0,07 4,15 24,7 1,21 48,8 2,66 1,23

Bco de

campo - - - 5,76 26,3 0,03 38,4 3,13 0,00

(-) Não se aplica

Fonte: Tetra Tech, 2014

Na sequência são apresentados os resultados obtidos para o BTEX e TPH durante

a 4a campanha:

BTEX

De acordo com os valores apresentados na tabela 5.9 e figura 5.27, segue a análise

com relação aos poços de monitoramento para BTEX.

Observa-se redução média da massa de benzeno de até 84,5% que, no ponto de

maior concentração (PM 15), detectado antes da injeção, foi de 537,2 µg/L para 15,4 µg/L,

confirmando a redução da contaminação das concentrações na 3ª campanha (figura 5.25).

Nos PM 6, 15, 16 e 17 as concentrações de benzeno foram superiores ao padrão

de referência adotado (CETESB, 2005).

As concentrações de benzeno foram reduzidas nos poços da seguinte forma: no

PM 6 passou de < 1µg/L para 13,5 µg/L, no PM 15 de 6,16 µg/L para 15,4 µg/L, no PM 16

de 15,7 µg/L para 27,4 µg/L e no PM 17 de 46,2 µg/L para 30,3 µg/L; e,

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Figura 5.27 - Comparação das concentrações de BTEX encontradas nas 3ª e 4a campanhas

(nov.13)

Fonte: CRA, 2013

TPH

Não foram verificados valores de concentrações de TPH acima dos padrões de

qualidade nos poços de monitoramento. Nos poços PM 7, 10, 16 e 17 verificaram-se

concentrações de TPH, porém abaixo do padrão de qualidade adotado, com as seguintes

reduções: PM 7 de 3200 µg/L para 440 µg/L, PM 10 de 600 µg/L para 310 µg/L e PM 16 de

900 µg/L para 510 µg/L e PM 17 de 7600 µg/L para < 200 µg/L. Nos demais poços, não

foram verificadas concentrações.

Nos resultados analíticos obtidos após a campanha de amostragem observa-se

redução de 97%, que no maior ponto de concentração (PM 20), detectado antes da execução

do piloto, passou de 7.600 µg/L para valor ˂ 200 µg/L. Não foi verificada aumento de

concentração nos poços amostrados.

Para avaliar o desenvolvimento do processo de remediação, na área do antigo

posto de combustível, contaminado com hidrocarbonetos de petróleo (BTEX e TPH), durante

as campanhas de análise (“base line”, piloto nos poços de monitoramento PM 3 e PM 5,

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102

quatro aplicações, três em escala total e a de polimento), realizadas no período de 2011 a

2013, foi plotado o gráfico com as médias das concentrações encontradas (figura 5.28).

Figura 5.28 - Comparação das concentrações de TPH encontradas nas 3ª e 4a campanhas

(nov. 2013)

Fonte: CRA, 2013

5.7 Comparação dos Resultados

Neste item são apresentadas as comparações entre os resultados obtidos para

BTEX e TPH.

A partir dados obtidos durante as cinco campanhas (“base line” e mais 3 em

escala total e a de polimento) foram elaboradas curvas das concentrações do BTEX e TPH

para visualizar o desenvolvimento do processo de remediação (figura 5.29). Observou-se

atenuação durante todo o processo de descontaminação. Os parâmetros referentes ao BTEX

tiveram redução bastante acentuada, ou seja, de 7.600 µg/L para < 200 µg/L, principalmente

nas campanhas de julho de 2012 e agosto de 2013.

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103

Figura 5.29 – Curva da evolução de BTEX e TPH durante o processo de remediação

(nov. 2013)

Apesar da atenuação dos contaminantes, os valores para BTEX não atingiram o

valor mínimo de intervenção de 5µg/L (figura 5.29).

5.7.1 Comparação dos resultados obtidos para BTEX

Após a realização das campanhas de injeção de peróxido de hidrogênio e

persulfato de sódio, os resultados obtidos nos poços de monitoramento foram listados na

tabela 5.10.

A partir da compilação destes dados foi possível observar que as concentrações

detectadas no período das campanhas de remediação realizadas no período de dezembro de

2011 a novembro de 2013 (da “base line” à quarta campanha, pós polimento) tiveram

evolução positiva, principalmente se comparadas à campanha anterior a este projeto,

conforme apresentado na tabela 5.10.

Nos resultados obtidos após a campanha de polimento (quarta campanha)

observa-se redução média nas concentrações de benzeno de 84,5%, que no ponto de maior

concentração (PM 15), detectado antes da injeção, passou de 537,2 µg/L para 15,4 µg/L.

0

20

40

60

80

100

120

Base Line SET_11 Piloto NOV_11 PilotoA DEZ_11 Escala TotalA

Jul_12

Escala TotalB

NOV_12

Polimento

AGO_13

PolimentoA

NOV_13

Va

lor

de

co

nce

ntr

açã

o e

m µ

g/

L

(/1

0)

Período de análise

Limite de Intervenção CETESB para BTEX ( 5 µg/L ) BTEX TPH x 100 Limite de Intervenção para TPH 600 µg/L (/100)

(x 10)

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Tabela 5.10 - Evolução das concentrações de BTEX (µg/L) (nov. 2013)

Poço nº

Dez_11

(injeção piloto)

Jul_12, Nov_12, Ago_13 e Nov_13

(escala total)

Base Line 1ª

Campanha

Campanha

Campanha

Campanha

após polimento

PM 3 FL < 1 < 1 < 1 < 1

PM 6 3,36 7,40 16,60 21,40 13,5

PM 7 12,30 7,30 6,60 < 1 < 1

PM 10 1,60 < 1 2,45 4,32 < 1

PM 12 < 1 2,20 5,79 5,13 < 1

PM 15 537,20 108,00 66,80 6,16 15,4

PM 16 18,90 43,50 21,30 15,70 27,4

PM 17 110,40 30,30 116,40 46,20 30,3

PM 20 -< 1 < 1 < 1 - < 1

FL: Fase livre

Fonte: Tetra Tech, 2014

Nos poços de monitoramento PM 6, 15, 16 e 17, as concentrações de benzeno

após o processo de remediação permaneceram em valores superiores ao padrão de referência

adotado (CETESB, 2005) de 5aµg/L, porém de uma maneira geral, apresentaram redução de

suas concentrações quando comparadas às campanhas de monitoramento anteriores (figuras

An.C.1 e An.C.2)

Nas figuras 5.30 e 5.31 está representado, graficamente, a redução dos valores da

concentração dos contaminantes, desde o primeiro monitoramento analítico (“base line”) até

após a injeção nos poços PM 3 e 5.

Em função da constatação da presença de BTEX nos poços de monitoramento PM

6 e 15 a 17, em concentração média de 18,9 µg/L, não foi possível chegar a valor inferior a

5Aµg/L para atendimento da legislação vigente.

De acordo com a pluma indicada nas figuras An.C.1 e An.C.2, é possível observar

que o projeto de remediação teve mais sucesso no nível 4,44 m, no aquífero suspenso, onde

com a degradação dos poluentes praticamente se zerou os índices com relação ao BTEX, com

exceção do PM 3. Para o nível 1,53 m houve a persistência do contaminante, também na

região do centro de massa (PM 3), persistindo ainda limites acima do nível de intervenção

CETESB (2005), ou seja, concentração de 5 µg/L.

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105

Figura 5.30 – Representação em 3D das concentrações médias de BTEX decorrentes do

processo de remediação (nov. 2013)

Figura 5.31 – Concentrações médias de BTEX, por campanha, decorrentes do processo de

remediação (nov. 2013)

Fonte: Tetra Tech, 2014

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5.7.2 Comparação dos Resultados obtidos para TPH

Assim como no item 5.7.1, estão apresentados na tabela 5.11 os resultados obtidos

com relação à oxidação química para TPH detectados nas campanhas de monitoramento

realizadas no período de dezembro de 2011 a novembro de 2013 (da “base line” até a quarta

campanha – polimento).

Tabela 5.11 – Evolução das concentrações de TPH (µg/L) (nov. 2013)

Poço nº

Dez_11

(injeção piloto)

Jul_12, Nov_12, Ago_13 e Nov_13

(escala total)

Base Line 1ª

Campanha

Campanha

Campanha

Campanha

após polimento

PM 3 FL 1910 730 < 200 < 200

PM 6 640 470 260 460 < 200

PM 7 3200 10000 1200 840 <200

PM 10 600 1100 570 300 310

PM 12 680 2600 < 200 < 200 < 200

PM 15 1200 3700 310 280 < 200

PM 16 900 2100 700 680 510

PM 17 520 370 1200 200 350

PM 20 7600 < 200 < 200 - < 200

( - ) Não monitorado

Nd Abaixo do limite de detecção do método

FL Presença de fase livre

Fonte: Tetra Tech, 2014

Nas figuras 5.32 e 5.33 é possível observar que as concentrações médias dos

poços amostrados nas campanhas de monitoramento diminuíram de forma significativa e,

após campanha pós-polimento o valor ficou inferior ao limite de intervenção da CETESB

(2005) de 600 µg/L.

De acordo com as plumas indicadas nas figuras An. C.3 e An. C.4 visualmente é

possível observar que o processo de remediação teve maior sucesso no nível 4,4m, no

aquífero suspenso, já que a degradação dos poluentes praticamente zerou os índices com

relação a TPH.

O potencial de oxirredução médio medido na água subterrânea do antigo posto de

combustível durante o período de análise variou entre +271,40 a –85 mV (figura 5.34).

Observa-se que os valores de ORP, com o tempo, tornam-se valores positivos. Quando os

valores de ORP tenderam a se estabilizar, percebeu-se redução de OD (figura 5.34).

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107

Figura 5.32 - Representação em 3D das concentrações médias de TPH decorrentes do

processo de remediação

Figura 5.33 - Concentração média de TPH, por campanha, decorrente do processo de

remediação

Fonte: Tetra Tech, 2014

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108

Figura 5.34 – Curva de ORP e OD no período da remediação

(A) Análise após injeção

(B) Análise posterior à de escala total, sem ter havido injeção intermediária

Houve aumento nos valores de potencial de oxirredução chegando a valores

próximos a 586 mV.

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

0

1

2

3

4

5

6

7

Base LineSET_11

Piloto NOV_11 PilotoA DEZ_11 Escala TotalAJul_12

Escala TotalBNOV_12

PolimentoAGO_13

PolimentoANOV_13

Va

lor

dio

pa

ra O

RP

(m

v)

Va

lor

dio

pa

ra O

D

no

pe

río

do

(m

g/L)

Período de análise

OD ORP

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109

6 DISCUSSÃO

No presente capítulo são discutidos os resultados obtidos conforme a realização de

cada uma das etapas de remediação, ou seja: “base line” e 1a a 4

a campanhas.

6.1 Evolução da remediação a partir dos indicadores operacionais

Considerações gerais com relação aos indicadores operacionais, utilizados durante

o processo de captação das amostras, em cada etapa:

“Base line”

Na análise da água subterrânea, após a estabilização dos parâmetros a serem

analisados, cerca de 60 dias da injeção das soluções oxidantes, observou-se a ausência de uma

zona aeróbia, confirmada através dos valores encontrados na tabela 5.5 entre -85,6 a -189,4

mV para ORP, indicando que o sistema em funcionamento é um processo redutivo e não

oxidativo e reforçado pela faixa de OD entre 0,06 a 0,58 mg/L. .Com relação aos PM 8 e 15

(tabela 5.3), os quais, apesar de apresentarem valores positivos para ORP, caracterizando

estes dois pontos como oxidativos, têm os valores de OD compatíveis com sistema redutor,

sendo as taxas obtidas incompatíveis com sistema oxidativo.

Esse valor é importante tendo em vista que os hidrocarbonetos aromáticos e

monoaromáticos são degradados preferencialmente e mais rapidamente, em condições

aeróbias;

Primeira a terceira campanha analítica

Nos resultados apresentados nas tabelas 5.6, 5.7 e 5.8 (1a, 2

a e 3

a campanhas,

respectivamente) observa-se que o sistema na maioria dos poços estava em regime oxidativo

após a injeção das soluções oxidantes. Na 1a campanha (tabela 5.6), no PM 16 o valor de ORP

negativo e o baixo valor de OD podem indicar a presença de matéria orgânica sorvida ou

adsorvida no solo, a qual acabou consumindo toda ou a maior parte do oxidante antes que o

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mesmo chegasse ao lençol (ORP positivo e OD menor, tabelas 5.7 e 5.8) e inviabilizasse o

contato com a água subterrânea, mantendo a fonte que retroalimenta o sistema. De acordo

com o regime pluviométrico e a época do ano, com a movimentação do nível do lençol

d´água, pode ter sido responsável por esse efeito durante as campanhas de amostragem.

No PM 6, que teve ligeiro aumento de concentração para BTEX, ocorreu situação

contrária ao PM 16, onde o processo é redutor em função dos valores positivos para o ORP

(541,6 µg/L) e OD (1,44 mg/L) com taxa superior à da maioria dos poços analisados;

Quarta campanha analítica (de polimento)

Nos parâmetros de estabilização informados na tabela 5.9 é possível verificar que

os indicadores operacionais estão mais equilibrados, dentro de uma faixa muito próxima. Com

os indicadores ORP e OD observa-se que o processo, após as injeções, estava em regime

oxidativo e que a matéria orgânica ou contaminante existente na foram mineralizados;

Comparação entre “base line” e polimento

De acordo com Fernandes (2014), o peróxido de hidrogênio e o persulfato de

sódio têm ótima eficiência quando aplicada a técnica de “Fenton Like”, onde o peróxido é

ativado com íon ferroso, representando uma descontaminação acima de 90% em 60 dias,

suficiente em muitos casos para remediar ou adequar a área aos padrões exigidos pela

CETESB. De acordo com as figuras 5.31 e 5.33 e tabelas 5.10 e 5.11, a aplicação do

persulfato de sódio ativado com peróxido resultou na mineralização de 84,5% para BTEX e

85,9% para TPH.

A atenuação obtida nos valores de BTEX e TPH ocorreram de forma redutiva,

conforme se pode observar comparando as tabelas 5.6 e 5.9.

6.2 Discussão geral dos resultados

Algumas considerações devem ser feitas quanto ao processo em questão:

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111

como a área onde o solo foi substituído, durante a remediação inicial, a

compactação da área pode ter propiciado o aparecimento de lentes ou bolsas

onde o contaminante poderia ter ficado encapsulado. De acordo com USACE

(United States Army Corps of Engineers) (2002) apud Sanches (2009), as

heterogeneidades geológicas, propiciam o aparecimento dessas lentes, que

servem como fontes contínuas de contaminação. Este processo entretanto é mais

lento do que a advecção, podendo limitar as taxas de remoção nas zonas menos

permeáveis. A constatação de hidrocarbonetos no local também pode ter outra

causa, já que durante as aplicações no centro de massa e em seguida nos poços

para fechar a área onde se encontrava instalado o posto de combustível; as ações

tenham empurrado esse contaminante para as regiões periféricas e não saturadas

e que, a partir da aplicação dos oxidantes, esse material tenha sido liberado da

parte adsorvida do solo;

de acordo com Bedient apud Feisther (2014), a contaminação pode ser mais ou

menos retardada pelo processo de sorção. O grau desse retardo depende

principalmente da quantidade de massa de contaminantes que é absorvida pela

matéria orgânica presente no aquífero. Esses compostos geralmente apresentam

menor solubilidade e mostram alta capacidade de sorção e consequentemente

exibem maiores retardos com relação à liberação do contaminante sorvido. Este

conceito pode ser observado durante a remediação do antigo posto, haja vista os

valores obtidos em cada uma das campanhas realizadas junto aos poços de

monitoramento, que tiveram variação do percentual de contaminação durante

todo o processo.;

o nível da água subterrânea também pode ter ocasionado diferentes taxas de

remediação, haja vista que os poços possuem profundidades diferentes. Em

alguns casos, onde os poços ultrapassaram a profundidade de 5.0 m, e o solo

passou a ser o original do local, os resultados das injeções foram mais efetivos

no processo de remediação que ocorreu no lençol freático (mais profundo da

área em tratamento, ou seja, a 4.44 m);

o oxidante injetado pelos poços de injeção de seção filtrante totalmente

penetrante atingiu a água subterrânea dos poços de monitoramento, instalados no

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112

topo da camada do aquitarde, e resultou em redução nas concentrações dos

hidrocarbonetos de petróleo, particularmente BTEX e TPH;

neste processo não foi possível verificar qual dos oxidantes aplicados foi mais

eficaz no processo de remediação em função da injeção de persulfato de sódio

ter sido planejada e ocorrida logo após a injeção de peróxido de hidrogênio;

a maior predominância de finos e concentrações de contaminantes mais elevadas

levam à suspeita de existência de fase residual, pois são bem mais favoráveis à

ocorrência de diminuição da permeabilidade original do aquífero. Isto devido à

precipitação de Fe2+

e à difusão reversa a partir de camadas de baixa

permeabilidade, favorecendo a ocorrência frequente de rebotes de contaminação

após a aplicação do oxidante químico, elevando sobremaneira o tempo de

remediação, o qual foi confirmado nas análises de 2a campanha;

de acordo com Rodriguez (2006), a cinética da reação entre os oxidantes é

diferente, sendo que o persulfato de sódio na primeira hora é mais forte e a partir

de 6 horas da injeção já não existe mais aumento significativo de oxidação de

contaminante. Na eventual aplicação de Fe2+

no local, esse período pode ser

prolongado por 24 horas (o que não ocorreu). Essa pode ser a razão do rebote

ocorrido no poço de monitoramento PM 17 e pode também ter ocorrido, em

função dos fatos anteriormente mencionados, mas que em função da injeção

sequencial de peróxido de hidrogênio e persulfato de sódio, não houve

acompanhamento de cada uma das etapas, sendo que ainda assim existem dois

outros motivos onde o resultado esperado por ter sido prejudicado, que vale

ressaltar:

1 em excesso de peróxido e altas taxas do radical hidroxila, iniciam-se

reações competitivas que produzem efeito inibidor para a degradação;

e,

2 a reação de Fenton utiliza Fe3+

e o precipita como Fe2+

e retroalimenta

o persulfato de sódio, conforme Liang et al., (2004). Como acontece

com a competição e a diminuição da efetividade de peróxido de

hidrogênio, quando injetado em desequilibro, o mesmo ocorre com o

persulfato de sódio, que na presença de quantidades elevadas de Fe2+

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113

os radicais sulfato (SO4•-

) se degradam no ambiente perdendo sua

eficiência como redutor;

por se tratar de um processo bastante conhecido, a remediação do posto de

combustível ocorreu a partir de dados existentes obtidos durante primeira

remediação, que orientaram a quantidade de campanhas de injeções. Não se

encontrou mais dados com referência à parte geotécnica da área. Nenhuma das

empresas envolvidas possui mais esses dados. Assim, não foi possível uma

melhor caracterização do solo com relação a ferro e a outros minerais, bem

como a avaliação e forma mais objetiva do que ocorreu no local, com base em

análises laboratoriais; e,

de forma geral a remediação aplicada à área do antigo posto de combustível teve

resultados favoráveis, se comparados o resultado inicial com o final, obtido após

as injeções e análises. O local ainda não atingiu os padrões necessários para estar

enquadrado como área remediada em função de existir ainda concentrações de

benzeno acima do limite de intervenção da CETESB (2006); e,

em função dos resultados obtidos durante o processo de remediação e de acordo

com os valores de intervenção indicados pela CETESB, apesar da diminuição da

contaminação local e do comportamento da pluma durante o período em questão

(tabela 5.9, figuras 5.28 e An. C.1), serão necessários novas campanhas de

monitoramento para verificar a eficácia do processo de remediação, até que se

verifique que, para BTEX, no nível 1,53 m, atinja-se concentração abaixo de

5aµg/L (concentração limite).

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114

7. CONCLUSÃO

A partir de ensaios laboratoriais e do monitoramento da água subterrânea, através

da instalação de poços de injeção e monitoramento, foi possível identificar fatores que

corroboram a eficiência da técnica ISCO para o tratamento da água subterrânea contaminada

em decorrência do vazamento de hidrocarboneto de petróleo no antigo posto de combustíveis.

O levantamento das condições ambientais do local com relação aos BTEX

(benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno) e TPH (hidrocarboneto total de petróleo), confirmou

a contaminação da área com índices muito além dos valores de intervenção CETESB.

A partir dos resultados dos testes de permeabilidade do tipo de carga variável e a

condutividade hidráulica local de 5,73 x 10-5

cm, bem como fluxo de água calculado em

5,1am/ano, as condições locais foram consideradas apropriados (EPA, 2006) para aplicação

da injeção de fluídos no aquífero.

O modelamento matemático foi útil para identificar a presença de 3 sistemas

hidrológicos distintos no aquífero cristalino (fraturado): o aquífero freático raso, freático

profundo e aquífero fraturado. Ainda no aquífero freático raso, permitiu a identificação de

dois níveis de aquíferos, sendo um a 1,53am e outro a 4,4 m.

A identificação exata do local, ou locais, por onde iniciou o processo de

contaminação da área foi prejudicada devido à substituição parcial do solo da cava, onde

estavam instalados os tanques de combustíveis.

A presença de hidrocarbonetos retidos no solo representa uma fonte contínua de

contaminação e resultou na ampliação das campanhas de remediação e na obrigatoriedade de

continuidade do processo.

A inexistência do teste de bancada está entre as causas da impossibilidade da

utilização da previsão inicial de usar uma única aplicação em escala total após a injeção no

centro de massa e resultou na necessidade de correção do planejamento.

A aplicação sequencial dos oxidantes (peróxido de hidrogênio a 17,5% e

persulfato de sódio a 20%) inviabilizou a identificação de qual oxidante foi mais eficiente na

mineralização do poluente.

Concluiu-se que o percentual de redução da contaminação ao longo do tempo

variou para cada um dos poços de monitoramento devendo ter ocorrido em função das

características do solo onde cada um dos poços de monitoramento foi instalado, das lentes

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115

formadas durante a compactação do solo na cava, entre outras variáveis aplicáveis a um

trabalho de campo.

A eficiência do processo na remoção de BTEX entre o “base line” e a 4a

campanha – de polimento, no todo, foi ineficiente, pois diversos PM (6, 15, 16 e 17) ficaram

com concentrações acima do limite de intervenção.

A eficiência do processo de remoção de BTEX pode ser considerada eficiente em

termos de remoção percentual de BTEX, pois foi verificada redução média no PM 15 de

84,5% .

A variação das concentrações de benzeno no PM-17 poderia estar associada à

liberação de produto em fase adsorvida no solo para a água subterrânea, em consequência da

aplicação das soluções oxidantes. Os demais poços amostrados não apresentaram

concentrações de benzeno acima do padrão de referencia adotado de 5 µg/L (CETESB, 2005).

A eficiência do processo de remoção de TPH entre a “base line” e a 4a campanha,

no todo, pode ser considerado eficiente em termos de remoção percentual de TPH, pois foi

verificada redução média no PM 20 de 97,4%. Os demais poços não apresentaram

concentrações de TPH acima do padrão de referencia adotado de 600 µg/L (CETESB, 1999)

Contudo, concluiu-se que o oxidante alcançou uma maior área acompanhando o

caminhamento natural do fluxo da água subterrânea após o término do período de injeção,

devido aos fenômenos da advecção e dispersão e, enquanto permaneceu presente no meio,

reagiu com os contaminantes orgânicos até seu completo consumo.

Não houve movimentação da pluma de contaminação no período de

monitoramento durante as campanhas de monitoramento realizadas antes e pós injeção.

O processo de remediação ora ocorreu dentro do regime oxidativo, ora redutivo.

O rebote muito provavelmente ocorreu em função de duas possibilidades:

contaminação existente e fora da área dos poços de injeção e monitoramento, justamente no

bocal onde eram realizados os abastecimentos dos tanques ou possivelmente está associado à

liberação de produto em fase adsorvida no solo para a água subterrânea, em consequência da

aplicação das soluções oxidantes.

A existência de dois aquíferos é um fator complicador para o monitoramento da

área, bem como os rebotes no poço de monitoramento PM 17.

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A redução obtida nas concentrações de BTEX e TPH comprovam que o oxidante

injetado atingiu totalmente a água subterrânea através dos poços de monitoramento instalados

e que a remediação foi mais efetiva no nível inferior do aquífero.

As concentrações obtidas principalmente as finais para BTEX indicam que tanto

no solo quanto na água ocorreram alterações desde o período de funcionamento do posto até o

final deste processo de remediação, e que, apesar da remediação ter reduzido seus valores,

estes ainda persistem acima do limite de intervenção (CETESB, 2006).

Portanto, apesar das ações realizadas, o processo de remediação não atingiu seu

objetivo na totalidade, devendo ser verificada a possibilidade de nova injeção e novo

monitoramento.

Foi possível acompanhar todo o processo de remediação da contaminação

ocorrida na área do posto de combustível desativado da empresa e os objetivos deste trabalho

acadêmico foram alcançados.

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8. RECOMENDAÇÕES

A partir dos resultados obtidos e das dificuldades encontradas durante o processo

para iniciar a remediação da área e entender o que já havia ocorrido no local em

procedimentos anteriores a este, torna-se necessário algumas recomendações para orientar a

próxima interferência no local, se necessária:

recomenda-se a realização de uma investigação na camada não saturada para

averiguar se há produto adsorvido ou retido no local e a qualidade do solo;

recomenda-se realizar a verificação dos poços de monitoramento na época das

chuvas e na época de estiagem para verificar onde o contaminante pode estar

realmente armazenado, se adsorvido no solo ou como filme sobrenadante no

lençol;

recomenda-se manter as campanhas de monitoramento para controle da área;

recomenda-se manutenção, conservação e arquivo da documentação referente

aos levantamentos e ações ocorridas na área para realização do projeto

definitivo; e,

recomenda-se que antes de novos projetos de remediação ISCO seja feito o teste

de bancada antes da realização do processo propriamente dito para evitar

correções durante a execução do projeto, causando atraso e custos elevados.

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17025: Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Rio

de Janeiro, 2005.

3 [ABNT] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.495-1:

Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquiferos granulares - Parte 1: Projeto

e construção, 2007.

4 [ABNT] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.495-2:

Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares - Parte 2:

Desenvolvimento, 2008.

5 [ABNT] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.786:

Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Seleção dos componentes para

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(Cancelada em 16 abr. 2009 e substituída por: ABNT NBR 13786:2014).

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1739-95: Standard Guidelines for Risk-Based Corrective Action at Petroleum Release.

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9 [ASTM] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS: Method D4104-

96: Standard Test Method (Analytical Procedure) for determining Transmissity of

Nonleaky Confined Aquifers by overdamped Well Response to Instantaneous Change in

Head (Slug Test). Pensilvania, 2004.

10 [ASTM] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Method E2081-

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11 [ASTM] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Method D6151-

08: Standard Practice for Using Hollow-Stem Augers for Geotechnical Exploration and

soil Sampling. Pensilvania, 2008.

12 BAXENDALE, J. K., JARDIM, J. H., WILSON, J. S. The Photolysis of Hydrogen

Peroxide at High Light Intensities. In: Trans. Faraday Soc., v. 53, p. 344-356, 1957.

13 BERGER, T. M. Biorremediação de solos contaminados por hidrocarbonetos totais

de petróleo. 99 p. 2005 (Doutorado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio Grande

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14 BOSCOV, M. E. G. Contribuição ao projeto de sistemas de contenção de resíduos

perigosos utilizando solos lateríticos. 269 p. 1997 (Doutorado em Engenharia Civil) -

Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. 1997.

15 BOSCOV, M. E. Transporte de poluentes em solos. In: Geotécnica Ambiental, 1. ed,

São Paulo, 2008. Cap. 3, p. 64-91.

16 BRANCO, C. A. V. Remoção de solos moles e inservíveis. 44 p. Projeto Curricular de

Estágio Supervisionado (Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade do Planalto

Catarinense, Lages, SC, 2014.

17 BRASIL, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA 273. Dispõe

sobre prevenção e controle de poluição em postos de combustíveis e serviços. Brasília:

2000. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 29 de novembro de 2000.

18 [CETESB] COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL.

Manual de gerenciamento de Áreas Contaminadas. Projeto CETESB-GTZ.

Cooperação Técnica Brasil-Alemanha. 1. ed. São Paulo, 1999, 385p.

19 [CETESB] COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DE

SÃO PAULO. Decisão de Diretoria no

195/2005/E. São Paulo, 2005.

20 [CETESB] COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DE

SÃO PAULO. Decisão da Diretoria n

o 010/2006/C. São Paulo, 2006.

21 [CETESB] COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL.

Licenciamento de Postos e Sistemas Retalhistas de Combustíveis e dá outras

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<http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/Servicos/licenciamento/postos/decisao_diretoria_2

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22 [CETESB] OMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL.

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Subterrâneas no Estado de São Paulo. 248 p. São Paulo, 2001. Disponível em:

<http://www.cati.sp.gov.br/ novacati/microbacias/documentos/qualidade

água/aguas_final.pdf>. Acesso em: jun. 2012b.

23 Clement, T.P.Y. Sun C. Zheng 1998 RT3D - A Modflow-Family Reactive Transport

Simulator Proceedings of MODFLOW '98 International Conference, Volume 1 E.P.

Poeter, C. Zheng, and M.C. Hill, International Ground Water Modeling Center, Colorado

School of Mines, Golden, Colorado, p. 397-403, 1998.

24 [COMITES PCJ] COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRAFICAS DO RIOS

PIRACIABA, CAPIVARI E JUNDIAI. Plano das bacias hidrográficas dos Rios

Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2010 a 2020. In: Relatório Síntese, 3.ed., São Paulo,

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25 [CONSÓRCIO PCJ] CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS

PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ. In. Consórcio PCJ. Americana, São Paulo,

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26 [CRA] CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS ENGENHARIA LTDA – Relatório

da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção de persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos compostos TPH e de BTEX na

área do antigo posto de combustíveis. São Paulo, 2005. Documento de acesso restrito.

27 [CRA] CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS ENGENHARIA LTDA. Relatório

da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção de persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos compostos TPH e de BTEX na

área do antigo posto de combustíveis. São Paulo, 2007. Documento de acesso restrito.

28 [CRA] CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS ENGENHARIA LTDA. Relatório

da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção de persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos compostos TPH e de BTEX na

área do antigo posto de combustíveis. São Paulo, 2008. Documento de acesso restrito.

29 [CRA] CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS ENGENHARIA LTDA. Relatório

da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção de persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos compostos TPH e de BTEX na

área do antigo posto de combustíveis. São Paulo, 2011. Documento de acesso restrito.

30 [CRA] CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS ENGENHARIA LTDA. Relatório

da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção de persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos compostos TPH e de BTEX na

área do antigo posto de combustíveis. São Paulo, 2012. Documento de acesso restrito.

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121

31 [CRA] CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS ENGENHARIA LTDA. Relatório

da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção de persulfato de sódio e

peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos compostos TPH e de BTEX na

área do antigo posto de combustíveis. São Paulo, 2013. Documento de acesso restrito.

32 DOHERTY, J. Visual PEST (user's manual). Corinda: Watermark Numerical

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33 DOMENICO, P.A.; SCHWARTZ, F. W. Physical and Chemical Hydrogeology. 2. ed.

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122

41 [EPA] UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. SW-846

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42 AQUIFER TEST SOFTWARE: Aquifer Test Pro Versão 3.5. A division of Scientific

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43 FEISTHER, V. A.. Cinética da biodegradação dos compostos benzeno, tolueno e

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44 FERNANDES, H. G. Aplicação de Na2S2O8, H2O2 e ferro (IIe III) na remediação

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45 FERREIRA, L. M. R.; DANTAS, M. G. F.; ODA, G. H.; IRITANI, M. A.; CASARINI,

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48 GEOKLOCK CONSULTORIA AMBIENTAL E ENGENHARIA AMBIENTAL.

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49 HARBAUGH, A.W.1990. A.U.S. Geological Survey Open-File Report 90-392, 46 p.

50 HAZTEC TECNOLOGIA E PLANEJAMENTO AMBIENTAL S. A. 7o

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51 HUANG, K. C.; COUTTENYE, R.A.; HOAG, G. E. Kinetics of heat-assisted persulfate

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123

52 HUANG, K. C.; COUTTENYE, R.A.; HOAG, G. E.. Degradation of Volatile Organic

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57 MANCINI, T. M. Métodos de caracterização de áreas potencialmente contaminadas

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Geologia) – Instituto de Geociências e Ciências exatas, UNESP – Rio Claro, São Paulo,

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58 MARIANO, A. P. Avaliação do potencial de biorremediação de solos e de águas

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Geociências e Meio Ambiente) - Universidade Estadual Paulista - Rio Claro, SP. 2006.

59 MAZZUCO, L. Atenuação natural de hidrocarbonetos aromáticos em aquíferos

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Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. 2006.

60 McDONALD, M. G. & HARBAUGH, A. W. A Modular Three Dimensional Finite-

Difference Ground-Water Flow Model.Techniques of Water-Resources

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61 MONCADA, M. P. H. Estudo em laboratório de características de colapso e

transporte de solutos associados a infiltração de licor cáustico em um solo laterítico.

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124

190 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Pontifícia Universidade Católica,

Rio de Janeiro, RJ. 2004.

62 MONDELLI, G. Investigação geoambiental em áreas de disposição de resíduos

sólidos urbanos utilizando a tecnologia de piezocone. 2004. 264 p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São

Paulo. 2004.

63 NAKHLA, G; Biokinetic modeling in situ bioremediation of BTX compounds – impact

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1307. 2003.

64 NOBRE, M. M. M. Estudo Experimental do Transporte de Poluentes em Solos

Argilosos Compactados. 1987. 214 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil -

Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, RJ, 1987.

65 PEZENTE, D. P. Avaliação de impacto no uso de glifosato na cultura de arroz

irrigado na região de Timbé do Sul. 2013. 71 p. Monografia (Pós Graduação Latu

Sensu em Perícia Ambiental). Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina, SC, 2013.

66 PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 3. ed. São Paulo:

Oficinas de textos, 2006.

67 POLLOCK, D. W. MODPATH – A computer program to complete and display path

lines using results from MODFLOW. Open-File Report, U. S. Geological Survey,

Reston, Virginia, VA., 1989. p. 89-381.

68 PULS, R.W.; BARCELONA, M. J. 1985. "Low-Flow (Minimal Drawdown) Ground-

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69 RODRIGUEZ, C. P. M. A influência das características dos solos na remediação de

solos contaminados através de processos oxidativo avançados com persulfato e

reagente de Fenton. 2007. 80 p. Dissertação (Graduação em Bioquímica) - Universidade

de São Paulo, São Paulo. 2007.

70 SANCHES, V. L. Remediação de solos da Formação São Paulo contaminados por

vapores de gasolina. 2009. 120 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Hidráulica) –

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo. 2009.

71 SCOTT, H. Dom. Soil Physics: Agricultural and environmental applications, 1. ed.,

Iowa State University, 2000. 421 p.

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125

72 TEIXEIRA, C.P. de A. B.; JARDIM, W. Processos Oxidativos Avançados: Conceitos

teóricos. Campinas, UNICAMP, 2004. 83 p. Caderno Temático, 3.

73 TETRA-TECH. Relatório da aplicação e avaliação da tecnologia ISCO com injeção

de persulfato de sódio e peróxido de hidrogênio para oxidação “in situ” dos

compostos TPH e de BTEX na área do antigo posto de combustíveis. São Paulo,

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74 THOMÉ, A.; KNOP, A. Migração de contaminantes no solo. In: II Simpósio Nacional

de uso da água na agricultura, v. 1. p. 1-14. 2006.

75 VARGAS, M. Introdução a Mecânica dos Solos, 2.ed., McGraw-Hill Book, 1978. 509

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76 VOLKERING, F; BREURE, A. M.; RULKENS, W. H. Microbiological aspects of

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77 VROM - NETHERLANDS MINISTRY OF HOUSING, SPATIAL PLANNING AND

THE ENVIRONMENTAL. Target value and intervention values for soil remediation.

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78 WATERLOO HYDROLOGIC INC. Visual MODFLOW 4.0 – Waterloo Hydrologic ,

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79 WATTS, R. J; HOWSAWKENG J, TEEL AL. Oxidative And Reductive Pathways In

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p.158-164, 2005.

80 ZHENG, C. & WANG, P. P. MT3DMS: A modular three-dimensional multispecies

model for simulation of advection, dispersion and chemical reactions of

contaminants in groundwater systems. Documentation and User’s Guide Contract

Report , SERDP-99-1. U. S. Army Engineer Research and Development Center,

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126

APÊNDICES

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127

Apêndice A – Tabelas com resultados obtidos durante monitoramento

dos poços através de sonda multiparâmetros

Na tabela Ap. A.1 estão apresentados os resultados obtidos durante as análises

realizadas nos poços de monitoramento através da sonda multiparâmetros.

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128

Tabela Ap. A.1 – Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para Ensaio piloto – Campanha piloto e análise pós-injeção

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Ba

se L

ine

PM

02

Dat

a am

ost

r:

dez

. 1

1

5,12 21,4 0,060

6,63

6,62

6,52

6,54

6,55

6,56

6,56

26,0 0,640

-89,9

-90,2

-90,9

-91,1

-91,2

-91,4

-91,6

0,32

0,31

0,28

0,27

0,27

0,26

0,26

Cam

pa

nh

a n

º 1

PM

02

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

5,45 7,03 0,080

6,49

6,49

6,48

6,48

6,48

6,47

24,0

24,0

24,2

24,2

24,1

24,2

0,690

0,690

0,700

0,700

0,700

0,690

-136,9

-137,5

-135,9

-133,8

-134,7

-135,1

1,20

1,19

1,13

1,08

1,07

1,06

Cam

pan

ha n

º 2

PM

02

Dat

a am

ost

r :

nov.

12 5,68 35,44 0,100

5,92

6,15

6,41

6,46

6,47

6,48

24,5

24,5

24,7

24,8

24,9

24,9

0,644

0,639

0,620

0,620

0,619

0,619

-71,9

-80,5

-102,9

-109,2

-111,8

-112,9

5,44

1,73

1,12

0,82

0,69

0,58

Cam

pan

ha n

º 3

PM

02

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

5,23 73,00 0,100

7,6

7,62

7,66

7,67

7,66

7,67

7,67

25,9

25,9

26,0

26,2

26,2

26,2

26,3

0,688

0,685

0,689

0,690

0,691

0,691

0,691

-229,4

-225,6

-230,1

-227,5

-227,2

-229,3

-229,5

1,15

1,08

1,01

0,92

0,85

0,83

0,82

Ca

mp

an

ha

4

PM

02

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

5,33 35,15 - 6,49 25,7 0,670 22,7

1,17

Continua

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129

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Base

Lin

e P

M 0

3

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

5,06 - -

5,76 25,3 0,630

-130,8

0,58

Cam

pan

ha

1

PM

03

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

- - -

-

-

-

-

-

Cam

pan

ha n

º 2

PM

03

Dat

a am

ost

r :

nov

. 12

- - - - - - -

Cam

pan

ha n

º 3

PM

03

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

4,5 3,87 0,100

4,80

4,87

4,99

5,01

5,02

5,02

5,01

5,01

5,02

25,4

25,5

25,4

25,4

25,4

25,5

25,4

25,5

25,5

2,408

2,292

2,172

2,177

2,178

2,179

2,179

2,179

2,179

291,2

278,2

244,1

235,3

217,8

215,9

205,3

200,2

200,2

1,71

1,01

0,95

0,62

0,40

0,38

0,35

0,34

0,34

Ca

mp

an

ha

4

PM

03

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

3,99 - -

4,75

4,72

4,72

4,72

4,72

24,3

24,3

24,3

24,3

24,3

0,58

0,59

0,50

0,53

0,55

20,9

20,0

20,1

20,2

20,1

0,29

0,23

0,21

0,22

0,23

Continua

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130

Tabela Ap. A.1 -Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ba

se L

ine

PM

04

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 5,1

2 m

1,59 6,40 0,150

6,39

6,41

6,41

6,41

6,41

6,41

25,4

25,4

25,4

25,4

25,3

25,3

0,101

0,098

0,098

0,096

0,095

0,095

-38,1

-31,2

-29,4

-25,8

-23,5

-22,5

0,26

0,27

0,33

0,38

0,39

0,41

Cam

pan

ha n

º 1

PM

04

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 5,0

9 m

1,63 - 0,100

5,22

5,24

5,29

5,39

5,5

5,72

5,73

5,74

5,75

22,4

22,3

22,3

22,1

22,1

21,8

21,8

21,7

21,8

2,100

2,000

1,770

1,500

1,060

0,760

0,790

0,780

0,790

41,2

30,3

14,0

-3,9

-17,9

-11,9

-10,0

-9,2

-8,0

1,18

1,11

1,07

0,97

0,94

1,20

1,21

1,20

1,21

Cam

pan

ha n

º 2

PM

04

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 5,0

9 m

1,60 8,64 0,140

4,38

4,40

4,44

4,43

4,41

4,41

26,4

26,4

26,6

26,5

26,5

26,4

2,567

2,586

2,605

2,627

2,640

2,641

363,3

368,7

369,3

371,9

375,5

377,2

0,84

0,85

0,09

0,89

0,89

0,90

Ca

mp

an

ha

3

PM

04

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3 1,62 6,00 0,100

6,17

6,10

6,06

5,93

5,94

5,96

5,96

5,96

5,95

5,96

5,96

23,6

23,8

24,2

24,6

24,4

24,1

24,1

24,2

24,2

24,2

24,2

2,026

2,071

2,095

2,137

2,179

2,199

2,218

2,219

2,220

2,220

2,220

-107,2

-114,2

-113,1

-113,0

-116,7

-121,4

-124,3

-126,9

-127,5

-127,9

-127,4

2,37

1,42

1,31

1,27

1,19

1,12

1,10

1,07

0,98

0,97

0,97

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

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131

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

4

PM

04

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,59 0,78 -

5,47

5,48

5,47

5,42

5,34

5,33

23,8

23,9

23,9

23,8

23,8

23,9

0,83

0,83

0,62

0,58

0,57

0,57

17,2

16,3

16,2

16,4

16,4

16,6

0,19

0,14

0,13

0,12

0,09

0,08

Bzs

eL

ine

PM

05

Dat

a am

ost

r:

dez

. 1

1

NA

: 1

0,2

7m

10,35 2,73 0,130

6,68

6,67

6,68

6,70

6,72

6,73

24,4

24,4

24,4

24,4

24,4

24,4

0,191

0,191

0,192

0,193

0,195

0,196

-120,1

-121,3

-123,6

-128,3

-130,9

-135,9

0,32

0,36

0,30

0,27

0,24

0,22

Cam

pan

ha n

º 1

PM

05

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 5,0

9 m

- - - -

-

-

- -

Ca

mp

an

ha

2

PM

05

Dat

a am

ost

r: n

ov

.

12

NA

: 5

,09

m

- - - - - - - -

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Ca

mp

an

ha

3

PM

05

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

9,9 8,21 0,100

12,27

12,35

12,30

12,30

12,25

12,23

12,17

12,15

12,12

12,13

12,13

12,13

12,13

23,6

23,6

23,7

23,7

23,6

23,7

23,6

23,6

23,6

23,6

23,6

23,6

23,6

0,212

0,213

0,214

0,215

0,215

0,216

0,215

0,215

0,215

0,215

0,215

0,215

0,215

-295,2

-302,6

-314,0

-320,7

-324,5

-327,2

-239,6

-331,0

-334,4

-333,7

-334,1

-335,5

-336,8

Continua

Page 131: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

132

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

4

PM

05

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

10,44 1,15 -

6,70

6,77

6,78

6,79

6,80

6,80

24,5

24,4

24,4

24,4

24,4

24,4

0,21

0,19

0,19

0,19

0,19

0,19

16,4

17,0

15,1

14,7

14,3

14,5

0,06

0,05

0,05

0,04

0,04

0,04

Base

Lin

e P

M 0

6

Dat

a am

ost

r:dez

. 11

NA

: 5,1

2 m

2,38 9,24 0,150

6,68

6,66

6,67

6,67

6,67

23,7

23,7

23,8

23,8

23,8

0,790

-171,3

-170,5

-169,6

-167,8

-166,7

0,16

0,16

0,17

0,17

0,17

Cam

pan

ha n

º 1

PM

06

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 5,0

9 m

1,64 213,00 0,080

4,28

4,29

4,29

4,43

4,45

4,46

4,49

4,50

22,8

22,8

22,8

22,9

22,7

22,7

22,8

22,8

5,510

5,500

5,470

5,330

5,040

5,030

5,010

5,030

405,8

406,5

407,3

388,5

390,3

392,2

394,1

396,6

1,50

1,49

1,45

1,38

1,35

1,34

1,33

1,31

Cam

pan

ha n

º 2

PM

06

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 5,0

9 m

2,04 41,76 0,100

6,64

6,43

6,44

6,45

6,46

6,46

23,8

23,8

23,9

23,9

23,9

23,8

3,970

3,970

3,990

4,010

4,030

4,060

-100,7

-102,6

-101,7

-102,8

-102,5

-101,8

0,84

0,68

0,52

0,42

0,39

0,36

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 132: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

133

Tabela Ap. A.1- Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Cam

pan

ha n

º 3

PM

06

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,60 8,95 0,100

11,62

11,37

11,29

11,13

10,91

10,77

10,63

10,49

9,52

9,41

9,39

9,38

9,37

9,37

9,36

9,36

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

23,0

23,0

23,0

23,1

23,1

23,1

23,1

23,1

23,1

23,1

5,867

5,749

5,671

5,657

5,689

5,705

5,732

5,757

5,771

5,797

5,802

5,805

5,806

5,806

5,807

5,807

-333,0

-341,3

-337,2

-332,9

-325,0

-324,6

-328,4

-330,1

-324,4

-328,0

-328,7

-329,0

-330,2

-331,5

-

Cam

pan

ha n

º 4

PM

06

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,82 0,00 -

6,60

6,59

6,59

6,59

6,59

6,60

24,0

24,0

23,9

23,9

24,0

24,0

3,13

3,29

3,49

3,54

3,58

3,58

23,4

20,7

19,7

19,2

19,0

19,1

0,17

0,10

0,11

0,07

0,05

0,05

Ba

se L

ine

PM

07

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,6

0 m

0,125 9,59 0,125

6,72

6,73

6,74

6,75

6,75

6,75

25,1

25,0

25,0

25,1

25,1

25,1

1,230

-158,9

-161,1

-162,4

-161,3

-166,4

-166,5

0,19

0,17

0,17

0,16

0,16

0,17

Ca

mp

an

ha

1

PM

07

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,3

0 m

0,100 265,00 0,100

3,61

3,60

3,61

3,61

3,61

3,60

24,5

24,6

24,7

24,7

24,7

24,7

29,250

29,320

29,440

29,600

29,460

29,520

538,6

540,2

547,9

543,3

543,1

541,6

1,52

1,51

1,46

1,47

1,45

1,44

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 133: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

134

Tabela Ap. A.1- Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

2

PM

07

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 5,0

9 m

1,86 18,21 0,130

3,16

3,16

3,17

3,17

3,17

3,18

25,6

36,235

36,249

36,276

36,279

36,291

36,305

477,2

471,8

469,8

469,1

468,5

466,0

0,94

0,79

0,76

0,71

0,69

0,65

Cam

pan

ha n

º 3

PM

07

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,38 155,00 0,080

1,77

1,79

1,75

1,78

1,81

1,79

1,81

1,83

1,84

1,85

1,85

1,86

24,2

24,3

24,3

24,6

24,5

24,4

24,5

24,5

24,5

24,5

24,5

24,5

31,390

31,580

31,800

32,080

35,510

32,830

32,950

33,050

33,100

33,150

33,170

33,170

348,3

363,4

375,5

378,6

395,0

424,9

430,7

435,7

438,2

440,5

442,3

443,2

-

Cam

pan

ha n

º 4

PM

07

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,65 71,00 -

4,34

4,33

4,33

4,33

4,34

4,34

4,35

4,35

25,0

25,1

25,1

25,0

25,0

25,0

25,1

25,1

2,87

2,63

2,99

3,03

3,05

3,07

3,08

3,10

33,1

32,2

31,6

31,5

31,1

30,7

30,8

30,4

0,83

0,58

0,55

0,54

0,54

0,53

0,54

0,52

Ba

se L

ine

PM

08

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,7

5 m

1,76 2,69 0,140

5,71

5,73

5,64

5,67

5,66

5,65

5,65

24,5

24,4

24,5

24,5

24,5

24,6

24,5

0,401

0,402

0,365

0,356

0,345

0,343

0,343

42,4

50,2

60,7

64,9

68,7

70,0

70,4

0,25

0,25

0,31

0,33

0,31

0,31

0,33

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 134: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

135

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

1

PM

08

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,7

9 m

1,85 13,78 0,100

6,00

5,99

5,99

5,99

5,98

5,99

22,9

23,0

23,0

22,9

22,9

22,9

0,298

0,297

0,297

0,297

0,296

0,296

11,9

12,6

13,1

14,1

15,0

16,9

1,07

1,04

0,96

0,95

0,94

0,93

Cam

pan

ha n

º 2

PM

08

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,7

6m

1,81 2,11 0,140

3,87

3,86

4,00

4,11

4,12

4,11

4,10

24,5

24,4

24,5

24,5

24,5

24,5

24,4

1,290

1,150

1,050

1,030

1,060

1,050

1,110

372,7

431,5

446,2

464,3

461,6

459,2

455,4

0,96

1,35

1,53

1,49

1,32

1,20

1,12

Cam

pan

ha n

º 3

PM

08

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,78 - 0,250

5,56

5,51

5,46

5,44

5,45

5,43

5,42

5,42

5,42

5,42

23,4

23,5

23,4

23,2

23,0

23,0

23,1

23,0

23,1

23,0

1,544

1,537

1,489

1,357

1,175

1,129

1,124

1,123

1,123

1,123

237,5

214,8

198,3

203,1

206,3

208,5

208,9

209,9

210,2

209,9

-

Cam

pan

ha n

º

4

PM

08

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,74 8,45 -

4,92

50,8

5,10

5,13

5,14

5,14

24,7

24,6

24,5

24,8

24,5

24,5

0,97

0,80

0,49

0,48

0,47

0,47

18,5

17,2

16,3

16,0

15,7

15,6

0,55

0,19

0,12

0,10

0,10

0,10

Ba

se L

ine

PM

10

Dat

a am

ost

r:

dez

.11

NA

: 1,6

3 m

1,83 1,75 0,175

6,80

6,81

6,81

6,81

6,81

24,9

25,0

24,9

25,0

25,0

1,190

-167,1

-167,7

-168,3

-168,7

-169,0

0,15

0,14

0,14

0,15

0,13

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 135: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

136

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

1

PM

10

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,3

6 m

1,77 35,87 0,080

3,66

3,65

3,64

3,64

3,65

3,65

24,6

24,6

24,7

24,5

24,6

24,6

24,690

25,090

25,200

25,240

25,480

25,470

547,8

549,5

551,2

551,6

549,7

547,6

0,98

0,86

0,84

0,83

0,82

0,81

Cam

pan

ha n

º 2

PM

10

Dat

a am

ost

r:ju

l. 1

2

NA

: 1,3

6m

1,72 63,00 0,110

3,41

3,41

3,40

3,40

3,41

3,40

25,3

25,3

25,3

25,4

25,4

25,4

30,704

30,816

30,882

30,933

30,961

30,984

364,4

364,8

364,1

365,3

364,3

366,1

0,36

0,39

0,37

0,35

0,36

0,35

Cam

pan

ha n

º 3

PM

10

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,44 - 0,150

5,69

5,58

5,46

5,39

5,38

5,35

5,34

5,33

5,33

5,33

5,33

24,1

24,1

24,0

24,0

23,9

23,9

24,0

24,0

24,0

24,0

24,0

40,680

40,480

39,640

39,720

40,100

40,330

40,380

40,390

40,390

40,390

136,4

140,9

145,0

146,7

147,4

147,8

147,9

147,2

148,1

148,3

184,1

0,18

0,12

0,10

-

-

-

-

-

-

-

-

Ca

mp

an

ha

4

PM

10

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,60 4,23 -

4,55

4,55

4,56

4,55

4,57

4,57

25,4

25,3

25,4

25,3

25,2

25,2

2,62

2,61

2,79

2,74

2,76

2,78

22,8

23,8

25,5

26,9

25,7

25,7

0,70

0,52

0,40

0,42

0,40

0,40

Ba

se L

ine

PM

11

Dat

a am

ost

r: d

ez.1

1

NA

: 1,6

3 m

- - - - - - - -

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 136: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

137

Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow” para as

campanhas pós injeção obtidas durante o processo de monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

1

PM

11

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,3

6 m

- - - - - - - -

Cam

pan

ha

2

PM

11

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,3

6m

- - - - - - -

-

Cam

pan

ha n

º 3

PM

11

Data

am

ost

r :

ago.

13

9,87 0,00 0,100

5,48

5,39

5,20

4,97

4,90

4,46

4,36

4,35

4,35

4,33

4,34

4,35

4,35

4,35

4,35

24,0

24,0

24,0

24,0

24,1

24,0

24,0

24,0

24,0

24,0

24,1

24,1

24,1

24,1

24,1

2,576

2,425

2,174

2,030

1,633

1,478

1,379

1,204

1,320

1,150

1,138

1,125

1,124

1,125

1,123

250,7

251,7

242,2

231,5

216,9

202,1

186,2

171,4

168,7

164,6

160,3

165,8

167,2

170,1

175,2

10,02

9,84

8,41

7,90

7,04

7,13

6,28

5,48

5,30

4,80

4,75

4,70

4,73

4,71

4,70

Ca

mp

an

ha

4

PM

11

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

- - - - - - - -

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 137: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

138

Figura Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ba

se L

ine

PM

12

Dat

a am

ost

r: d

ez.1

1

NA

: 1,6

3 m

- - - - - - - -

Cam

pan

ha n

º 1

PM

12

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,3

6 m

- - - - - - -

-

Cam

pan

ha

2

PM

12

Dat

a am

ost

r:ju

l. 1

2

NA

: 1,3

6m

- - - - - - - -

Ca

mp

an

ha n

º 3

PM

12

Dat

aam

ost

r :

ago

. 1

3 1,50 - 0,200

9,23

8,87

8,76

8,98

8,72

8,71

8,70

8,66

8,65

8,66

8,66

8,65

23,0

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

22,9

20,930

20,270

19,620

18,990

18,450

18,350

18,350

18,420

18,400

18,420

18,420

18,420

-300,8

-307,9

-300,5

-299,3

-288,6

-284,5

-276,4

-269,8

-268,7

-268,2

-267,9

-267,5

0,35

0,23

0,15

0,09

-

-

-

-

-

-

-

-

Ca

mp

a-n

ha

4

PM

12

Dat

a am

ost

r :

nov

.

13

- - - - - - - -

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 138: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

139

Figura Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ba

se L

ine

PM

15

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

:m

1,62 54,80 0,100

6,38

6,38

6,38

6,35

6,35

6,32

24,1

14,1

14,2

24,2

24,1

23,4

8,0l0

7,990

7,800

7,670

7,670

7,700

-142,3

-142,6

-142,7

-140,6

-140,8

-142,8

0,21

0,20

0,17

0,18

0,20

0,18

Cam

pan

ha n

º 1

PM

15

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,3

6 m

- - - - - - -

-

Cam

pan

ha n

º 2

PM

15

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,3

6 m

1,44 8,53 0,130

4,30

4,30

4,30

4,30

4,29

4,29

24,7

19,341

19,323

19,244

19,203

19,208

19,164

236,3

235,9

233,5

234,3

232,8

233,5

0,36

0,33

0,32

0,31

0,30

0,29

Cam

pan

ha n

º 3

PM

15

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,18 79,0 0,100

6,13

6,18

6,20

6,25

6,27

6,27

6,28

6,28

22,9

22,9

23,0

23,0

23,1

23,1

23,1

23,1

34,350

34,420

30,120

30,250

30,320

30,350

30,650

30,350

465,3

328,2

333,3

337,2

340,5

342,7

343,1

343,7

-

Ca

mp

an

ha

4

PM

15

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,29 10,00 -

4,40

4,37

4,34

4,33

4,32

4,32

24,9

24,9

25,0

25,0

25,0

25,0

2,05

1,95

2,05

1,95

1,92

1,95

22,3

23,5

26,7

27,0

25,2

26,1

0,29

0,21

0,18

0,19

0,17

0,17

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

Page 139: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

140

Tabela Ap.A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ba

se L

ine

PM

16

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,6

3 m

1,31 30,56 0,150

3,80

3,81

3,81

3,78

3,82

3,82

24,0

24,1

24,1

24,3

24,3

24,3

15,580

15,560

15,480

15,510

15,530

15,570

358,5

359,1

359,6

360,1

360,0

360,3

0,22

0,22

0,21

0,21

0,21

0,21

Ca

mp

an

ha

1

PM

16

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,3

6 m

1,63 815,00 0,100

3,76

3,77

3,78

3,78

3,77

3,78

22,1

22,1

22,2

22,1

22,1

22,2

20,030

20,080

20,240

20,190

20,330

20,400

362,5

361,6

358,6

356,3

355,1

355,8

1,37

1,37

1,29

1,28

1,26

1,26

Cam

pan

ha n

º 2

PM

16

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

- - - - - - - -

Cam

pan

ha n

º 3

PM

16

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,09 150,00 0,100

4,75

4,76

4,77

4,77

4,78

4,78

4,79

4,79

22,6

22,4

22,5

22,5

22,5

22,5

22,5

22,5

22,970

23,030

23,070

23,100

23,100

23,100

23,110

23,110

391,5

379,4

372,1

368,2

335,8

325,4

321,2

315,8

-

Cam

pan

ha n

º 4

PM

16

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

1,19 8,72 -

4,46

1,22

1,25

1,28

1,29

1,30

24,4

24,5

24,5

24,6

24,6

24,5

2,29

2,54

2,53

2,50

2,50

2,50

61,9

50,3

43,1

38,8

38,2

37,4

1,30

1,06

1,02

1,00

1,00

1,10

Ba

se L

ine

PM

17

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,2

8m

6,50 5,45 1,620

6,11

6,12

6,19

6,18

6,19

6,17

24,5

24,4

24,4

24,3

24,3

24,3

0,900

0,840

0,780

0,780

0,780

0,780

-

104,3-

121,3

-134,9

-137,6

-138,7

-140,2

0,31

0,24

0,22

0,20

0,20

0,18

Continua

Page 140: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/305377/1/Bosque_RosaMaria... · resumo bosque, rosa m. oxidaÇÃo quÍmica avanÇada de

141

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ca

mp

an

ha

1

PM

17

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,1

4 m

1,78 49,85 0,080

6,07

6,10

6,17

6,19

6,20

6,21

6,22

22,9

22,9

23,0

23,0

22,8

22,8

22,9

3,620

3,400

3,170

2,960

2,950

2,940

2,930

-104,5

-125,9

-124,1

-125,2

-124,4

-123,8

-124,7

0,87

0,82

0,83

0,82

0,81

0,80

0,79

Cam

pan

ha n

º 2

PM

17

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

:0,9

7 m

1,27 44,78 0,100

3,42

3,41

3,42

3,41

3,40

3,39

25,9

26,1

25,6

25,6

25,7

25,7

30,750

30,560

30,310

30,370

30,470

30,470

376,1

374,7

374,4

375,3

375,8

376,5

0,72

0,74

0,58

0,53

0,51

0,48

Cam

pan

ha n

º 3

PM

17

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,31 31,99 0,100

8,73

8,92

8,89

8,87

8,84

8,78

8,74

8,69

8,79

8,77

8,76

8,76

8,77

8,77

23,1

23,0

23,0

23,0

23,0

23,1

23,1

23,1

23,2

23,2

23,2

23,2

23,2

23,2

8,73

8,92

8,89

8,87

8,84

8,78

8,74

8,69

8,79

8,79

8,76

8,78

8,77

8,77

3,701

3,675

3,705

3,742

3,768

3,869

3,958

4,049

4,110

4,125

4,129

4,130

4,130

4,130

87,3

46,0

14,2

-8,9

-30,3

-47,1

-59,8

-75,5

-85,0

-35,2

-110,1

-105,2

-106,1

-106,3

Ca

mp

an

ha

4

PM

17

Dat

a am

ost

r :

no

v. 1

3

1,51 3,36 -

6,61

6,61

6,62

6,62

6,62

6,62

23,5

23,5

23,5

23,5

23,5

23,5

0,73

0,79

0,81

0,67

0,69

0,69

47,8

42,8

41,4

39,6

38,9

38,7

0,49

0,20

0,16

0,10

0,09

0,08

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

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142

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ba

se L

ine

PM

20

Dat

a am

ost

r: d

ez. 1

1

NA

: 1,8

3 m

1,93 6,01 0,100

5,77

5,79

5,79

5,79

5,80

5,80

25,3

25,1

25,3

25,4

25,3

25,6

0,960

0,960

0,960

0,970

0,970

0,980

54,4

36,7

29,7

27,5

25,1

24,1

0,39

0,33

0,30

0,29

0,29

0,29

Cam

pan

ha

1

PM

20

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 9,5

8 m

9,56 521,00 0,100

3,97

3,97

3,96

3,97

3,98

3,97

24,4

24,4

24,5

24,5

24,4

24,4

6,150

6,150

6,140

6,130

6,120

6,110

579,8

580,3

579,2

578,5

579,5

580,1

10,38

10,68

11,03

10,83

10,43

10,03

Cam

pan

ha n

º 2

PM

20

Dat

a am

ost

r:ju

l. 1

2

NA

: 10

,24

m 10,29 26,79 0,130

3,44

3,38

3,37

3,37

3,37

3,38

24,1

24,2

24,2

24,1

24,1

24,1

6,996

572,9

578,6

583,0

595,6

586,7

557,0

572,9

578,6

583,0

595,6

586,7

26,30

23,62

23,59

23,35

22,96

22,35

Ca

mp

an

ha n

º 3

PM

20

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

1,28 - 0,100

5,91

5,88

5,85

5,82

5,80

5,78

5,77

5,77

5,77

5,77

5,77

23,6

23,6

23,5

23,6

23,6

23,6

23,7

23,7

23,7

23,7

23,7

34,150

34,471

34,440

34,440

34,460

34,520

34,560

34,580

34,580

34,580

34,580

174,5

194,6

192,5

195,2

195,0

194,3

194,5

194,7

194,6

193,5

192,8

-

Cam

pa

nh

a n

º 4

PM

20

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

13,41 1,23 -

4,14

4,12

4,13

4,14

4,14

4,15

4,15

24,7

24,7

24,6

24,6

24,6

24,7

24,7

4,23

1,16

1,20

1,20

1,21

1,22

1,21

43,8

46,2

47,0

47,6

48,2

48,6

48,8

3,01

2,87

2,82

2,67

2,65

2,64

2,66

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

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143

Tabela Ap.A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Continuação

Ba

se L

ine

Bco

de

Ca,

´p

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,4

8 m

- - - - - - - -

Cam

pan

ha n

º 1

Bra

nco

de

Cam

po

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 104

m - - - - - - - -

Cam

pan

ha n

º 2

Bra

nco

de

Cam

po

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

:

m

- -

-

- - - - -

Cam

pan

ha n

º 3

Bco

de

cam

po

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

- - - - - - - -

Ca

mp

an

ha

4

Bra

nco

de

cam

po

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

- - - - - - -

-

Continua

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

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144

Tabela Ap. A.1 - Medições “in situ” das águas por método de baixa vazão – “Low-Flow”

para as campanhas pós injeção obtidas durante o processo de

monitoramento

Conclusão

Ba

se L

ine

Bra

ndo

de

equip

amen

to

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 1,4

8 m

Água

DI

Água

minera

l

-

7,02

6,95

26,5

17,8

0,006

0,148

37,2

70,4

5,28

4,96

-

Cam

pan

ha n

º 1

Bra

nco

de

equ

ipam

ento

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

: 104

m

- - - - - - - -

Cam

pan

ha n

º 2

Bra

nco

de

equ

ipam

ento

Dat

a am

ost

r: j

ul.

12

NA

:

M

- - - - - - - -

Ca

mp

an

ha n

º 3

Bra

nco

de

equ

ipam

ento

Dat

a am

ost

r :

ago

. 1

3

- - - - - - - -

Ca

mp

an

ha

4

Bra

nco

de

cam

po

Dat

a am

ost

r :

nov

. 13

Água DI

Água

mineral

7,02

6,95

26,5

17,8

0,006

0,148

37,2

70,4

5,28

4,96

Nota: (-) Não foi realizada coleta

Dados

Nível

água

(m)

Turbidez

(mTU)

Taxa de

bombea

mento

(L/min)

pH Temp

(ºC)

Conduti

vidade

(µS/cm)

ORP

(mV)

OD

(mg/L)

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145

Apêndice B – Gráficos da evolução dos parâmetros de monitoramento

Nas figuras Ap. B.1 a Ap. B.4 observa-se o comportamento dos indicadores do

processo durante todo o processo de remediação.

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146

Figura Ap. B.1 – Evolução da Condutividade durante o período de injeção

Figura Ap. B.2 – Evolução da oxirredução durante o processo de remediação

0,000

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

Set_11 Nov_11 Dez_11 Jul_12 Nov_12 Ago_13 Nov_13

Índ

ice

de

co

nd

uti

vid

ade

_ µ

S/cm

Período de análise do parâmetro

PM 20

PM 17

PM 16

PM 15

PM 12

PM 10

PM 8

PM 7

PM 6

PM 5

PM 4

PM 3

PM 2

-1500,00

-1000,00

-500,00

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

3000,00

3500,00

4000,00

Set_11 Nov_11 Dez_11 Jul_12 Nov_12 Ago_13 Nov_13Índ

ice

de

Oxi

rre

du

ção

_ O

RP

m

V

Período de análise

PM 20

PM 17

PM 16

PM 15

PM 12

PM 10

PM 8

PM 7

PM 6

PM 5

PM 4

PM 3

PM 2

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147

Figura Ap. B.3 – Evolução do oxigênio dissolvido durante o período de injeção

Figura Ap. B.4 – Evolução da turbidez durante o período de injeção

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

Set_11 Nov_11Dez_11 Jul_12 Nov_12Ago_13Nov_13

Ox

igê

nio

dis

solv

ido

_O

D

mg

/L

Perído de análise

PM 20

PM 17

PM 16

PM 15

PM 12

PM 10

PM 8

PM 7

PM 6

PM 5

PM 4

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

Turb

ize

s _

mTU

Período de análise

PM 20

PM 17

PM 16

PM 15

PM 12

PM 10

PM 8

PM 7

PM 6

PM 5

PM 4

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148

Anexos

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149

Anexo A – Metodologia dos trabalhos executados na área em estudo,

anteriores a este trabalho de dissertação

Metodologia

A avaliação da área ocorreu através do “software” RBCA (Ação Corretiva

Baseada no Risco) e suas ferramentas, homologada pela ASTM (“American Society for

Testing and Materials”, EUA), desenvolvida especialmente para hidrocarbonetos de petróleo

e que descreve a sequencia de atividades e decisões a serem tomadas durante todo o processo

de investigação e correção da área investigada (CETESB, 2012a). De acordo com a ASTM E-

2081 (ASTM, 2004b) que possibilita o reconhecimento da imensa variabilidade das

características apresentadas pelas áreas contaminadas com petróleo em relação à

complexidade, características físicas e químicas e ao risco que representam.

Este método permitiu que fosse quantificado o risco e fossem estabelecidas metas

de remediação através da integração das características dos contaminantes (mobilidade,

solubilidade, volatilização, etc.), do meio físico impactado (porosidade, gradiente hidráulico,

condutividade hidráulica, etc.), dos meios de transporte (água subterrânea, solo superficial,

solo sub superficial e ar), das vias de exposição (ingestão, inalação e contato dermal) e das

populações potencialmente receptoras (massa corpórea média, expectativa de vida, etc.)

(CETESB, 2012b).

Para a realização da avaliação do possível passivo ambiental, verificou-se a

ferramenta do sistema RBCA denominada RBCA “Tool Kit For Chemical Releases”, versão

2.01 (ASTM, 2004a), concebida para apoiar na ação corretiva baseada no risco em locais que

possuam contaminação por compostos químicos.

A abordagem prática de gestão para resolver o real ou potencial risco associado à

presença de substâncias químicas que suscitam preocupação com o ambiente (solo, água

subterrânea e superficial, ar) e a saúde humana foi projetada especificamente para completar

todos os cálculos necessários do processo de planejamento da ASTM-RBCA, tal como

definido na ASTM E-2081-00 “Standard Guide for Risk-Based Corrective Action” (ASTM,

2004b) e ASTM E-1739-95 “Standard Guide for Risk-Based Corrective Action Applied of

Petroleum Release Sites” (ASTM, 2002).

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150

A.1 Caracterização da hidrologia e hidrogeologia da área de estudo e

aquíferos existente na região

A caracterização foi realizada através da tecnologia “Hollow Stem Auger” (HSA),

método D6151-08 (ASTM, 2008) durante as sondagens, com a execução das perfurações com

5” de diâmetro interno e 6,5” de diâmetro externo, à exceção dos locais em que não foi

possível o acesso da perfuratriz, onde utilizou-se o trado manual (diâmetro externo de 4”). Na

ocasião foram coletadas amostras de solo a cada metro perfurado, para avaliação “in situ” das

concentrações de compostos orgânicos voláteis (VOC) eventualmente presentes, através de

um detector “Photo Ionization Detector” (PID). A amostragem do solo foi realizada

seguindo a metodologia estabelecida no “Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas”

(CETESB, 1999),com a utilização de “liner” descartável. Todos os poços de monitoramento

(PM) foram instalados com tubos de PVC de 2” de diâmetro, consoante à norma NBR 15.495-

1 (ABNT, 2007). Após a sua instalação, para obtenção das amostras e dados representativos

do aquífero a ser monitorado, os PM foram desenvolvidos, segundo a NBR 15495-2 (ABNT,

2008), objetivando à retificação de eventuais danos causados durante a instalação (como o

entupimento dos poros da formação, colmatação da parede do furo ou compactação do furo),

eliminação de eventuais particulados finos presentes no seu interior; à estabilização do

material da formação e da seção filtrante; e, a maximizar a eficiência do poço e a

comunicação entre o poço e a formação.

A metodologia empregada na realização das coletas e preservação das amostras de

água atendeu aos requisitos da EPA/540/S-95/504 (EPA, 1996). O método de amostragem

empregado, conhecido como baixa vazão ou micro-purga (low-flow) consiste no

bombeamento constante e a baixa vazão com bomba de bexiga. Nesse procedimento, a água

subterrânea é bombeada diretamente na seção filtrante do poço em baixa vazão, purgando

apenas a zona de amostragem e minimizando os distúrbios da água do poço e da formação,

reduzindo assim a turbidez da amostra, o que proporciona maior representatividade da água

coletada em relação à água da formação, através da medição in situ de parâmetros

hidrogeoquímicos (pH, condutividade elétrica, temperatura, oxigênio dissolvido, potencial de

oxirredução e turbidez) até a estabilização.

As amostras de água subterrânea foram encaminhadas para análises químicas em

laboratório, acreditado pelo Inmetro na norma NBR ISO/IEC 17025:2005 (ABNT, 2005).

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151

A.2 Modelagem matemática de fluxo das águas subterrâneas e de

transporte de contaminantes

O objetivo da Modelagem Matemática de Fluxo foi a tradução do modelo

conceitual hidrogeológico da área do antigo posto após a interpretação dos dados existentes

para um modelo matemático capaz de simular o movimento das águas subterrâneas, bem

como a dinâmica do aquífero para as ações de intervenção, além de constituir uma plataforma

para a modelagem de transporte dos compostos químicos de interesse de relevância ambiental

identificados no aquífero.

Baseado nos resultados obtidos foi realizada a modelagem matemática do fluxo

das águas subterrâneas e de transporte das substâncias químicas de interesse de maior

relevância ambiental identificadas no aquífero local por meio do aplicativo “VISUAL

MODFLOW®” 4.0 da empresa Waterloo Hydrogeologic Software, Canadá, (Waterloo,

2000). Para a escolha do modelo utilizado no trabalho (anterior ao desta dissertação)

consideraram-se os seguintes critérios:

atendimento aos objetivos pré-definidos;

utilização dos dados existentes ou possíveis de serem coletados;

avaliação dos dados existentes (anisotropias e/ou heterogeneidades); e,

acessibilidade técnica e econômica.

O modelo de fluxo adotado foi um modelo numérico, de diferenças finitas,

centrado no bloco, de três dimensões, para o estado estacionário. O aplicativo utilizado foi o

“VISUAL MODFLOW® 4.0” (Waterloo, 2000), composto por um pacote integrado que

combina as mais recentes versões dos seguintes aplicativos:

“USGS MODFLOW®” (MCDONALD; HARBAUGH, 1988), para o cálculo

do fluxo e do balanço hídrico geral das águas subterrâneas;

“USGS ZONEBUDGET®” (HARBAUGH, 1990), para o balanço hídrico

individual das células do modelo;

“Visual PEST®” (DOHERTY, 2000), para elaborar prognósticos de valores

dos parâmetros de calibração, mantendo uma calibração razoável;

“USGS MODPATH®” (POLLOCK, 1989), para a definição das linhas de

trajetórias de Partículas;

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152

“MT3DMS” (Modular Three-Dimensional Transport Model) (ZHENG;

WANG, 1999); e,

“RT3D” (Reactive Three-Dimensional Transport Model) (CLEMENT;

ZHENG, 1998).

O aplicativo “VISUAL MODFLOW®

” se baseia na derivação de uma equação

diferencial, parcial e tridimensional, conhecida como Equação Fundamental de Fluxo de Água

Subterrânea, obtida através da aplicação do princípio de conservação de massa (Equação da

Continuidade) e da Lei de Darcy. Para a resolução da equação, pelo cálculo das cargas

hidráulicas (potenciometria), definiu-se uma condição inicial, no caso de um modelo

transiente, e as condições de contorno da área de interesse, que constituíram parte do modelo

conceitual da área.

Conforme investigações ambientais existentes, realizadas na área do antigo posto

de combustíveis (CRA, 2008), as águas subterrâneas na área estudada, circulam em 3

sistemas hidrogeológicos distintos no aquífero cristalino (fraturado), conforme seguem:

aquífero freático raso: cuja profundidade do nível de água médio é de 5,84 m, e

é interceptado por uma camada arenosa e/ou argilo-arenosa. Do ponto de vista

hidrogeológico, caracteriza-se como um aquífero livre;

aquífero freático profundo: interceptado numa camada de arenito, a mais de

16,0m de profundidade; e,

aquífero fraturado: interceptado já no embasamento cristalino a mais de 25,0m

de profundidade;

O sentido preferencial do fluxo da água subterrânea do aquífero freático raso é

para sudoeste (SW), enquanto que no aquífero freático profundo é para noroeste (NW).

A.3 Perfuração dos poços de monitoramento e de injeção

Os poços para injeção vertical de 2”, numerados de 1 a 20, foram perfurados por

sistema de trado manual e instalados em PVC geotécnico, com profundidade variando entre

3,0 e 7,0m e espaçados aproximadamente de 3 em 3 metros em atendimento ao raio de ação

de 1 a 2m previsto para a atuação da solução de oxidante aplicado (figura An. A.1).

A implantação dos poços de injeção obedeceu à norma NBR 15.495-1 (ABNT,

2007).

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153

Figura An. A.1 – Esquema do raio de ação dos poços de injeção e monitoramento

Fonte: CRA, 2005

Os poços de injeção foram utilizados imediatamente após a sua instalação para

realizar o desenvolvimento e limpeza, com a finalidade de remover eventual material de seu

interior, bem como para garantir a qualidade da água subterrânea no momento da

amostragem, seguindo a norma NBR 15.495-2 (ABNT, 2008).

As demais características são descritas na tabela An. A.1.

Tabela An. A.1– Descrição detalhada dos principais elementos dos poços (PM e PI)

Atividade Detalhamento

Profundidade Variável de 3 a 7m

Seção lisa

(revestimento) PVC geotécnico de 2” com comprimento de 1m

Seção filtrante PVC geotécnico ranhurado de 2”, abertura de 0,5mm e

comprimento médio de 2 a 3m

Pré-filtro Areia de quartzo lavada com granulação de 2a3mm utilizada para

preenchimento do espaço anelar entre a sondagem e o poço

Selo artificial A partir de 1,0m acima da seção filtrante, preenchido com calda

de bentonita e cimento

Fechamento Extremidade inferior com tampa de PVC

Extremidade superior

Posicionada a 200 mm da superfície do terreno, confeccionada

por flanges e conexões em PVC a fim de facilitar a conexão do

cabeçote de injeção

Tampa Tampa de proteção com travamento

Fonte: Tetra Tech, 2014

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154

A.4 Levantamento Planialtimétrico

Foi realizado o levantamento planialtimétrico com base na NBR 13.133 (ABNT,

1994) que versa sobre a execução de levantamento topográfico.

A.5 Ensaio de Permeabilidade

Foram realizados ensaios de permeabilidade do tipo carga variável método

D4104-96 (ASTM, 2004) denominado “Slugtest” em cinco poços de monitoramento

instalados. Estes ensaios foram conduzidos para o cálculo das condutividades hidráulicas (k)

dos aquíferos identificados na área investigada. Os ensaios pelo método de “Slugtest”

consistem no esgotamento do poço de monitoramento até a remoção total da água contida no

seu interior. A seguir, tomando-se este instante como zero e a intervalos curtos no início e

mais longos em seguida (30”, 1’, 2’, 5’, 10’, etc.) acompanhou-se a recuperação do nível de

água do poço. Para a realização das medições são utilizados medidores elétricos com precisão

de ± 0,5 cm.

Para o cálculo das condutividades hidráulicas, os dados obtidos no ensaio “Slug

Test” foram tratados através do método analítico de BOUWER; RICE apud FETTER, (1994)

no “software” Aquifer Test Pro Versão 3.5 (Aquifer, 2002). A condutividade hidráulica (K)

foi calculada para cada aquífero identificado (aquífero freático e aquífero suspenso) a partir da

média dos dados obtidos para cada poço.

A.6 Velocidade da Água Subterrânea

Testes hidráulicos realizados em dois poços de monitoramento existentes na área

apresentaram valores de condutividade hidráulica de 5,73 x 10-5

cm/s. De acordo com os

valores de carga hidráulica obtidos, calculou-se uma velocidade potencial média do fluxo da

água subterrânea de 5,1 m/ano. Segundo EPA (2006), locais que apresentem valores de

condutividade hidráulica superiores a 1,00 x 10-7

cm/s podem ser considerados apropriados

para a aplicação de tecnologias de remediação que envolvam injeção de fluidos no aquífero.

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Para a realização do cálculo foram adotadas as cargas hidráulicas dos poços de

monitoramento PM16 (98,73 m) e do PM18 (98,05 m). A distância medida entre os dois

pontos foi de 11m. O cálculo da velocidade V deu-se através da Lei de Darcy (eq. A1).

(eq. A1)

onde:

i - gradiente hidráulico, de 0,084;

K - condutividade hidráulica, de 5,73 x 10-5

cm/s ; e,

ɳe - porosidade efetiva, de 6,2%.

A.7 Etapas previstas para o processo de remediação do antigo posto

A fim de atingir os parâmetros exigidos pela CETESB para os componentes

BTEX e TPH, verificados em setembro de 2008, outro projeto de remediação foi elaborado e

dividido em etapas. A duração do processo de remediação foi de aproximadamente 60 meses

e as etapas de remediação contemplaram:

levantamento da situação atual, denominada “base line”;

teste piloto nos centros de massa PM 3 e 15;

piloto em escala total; e,

nova aplicação da solução oxidante para garantia dos resultados e respectivas

análises.

Para que a eficiência do processo de remediação fosse assegurada, foram previstos

60 meses, dos quais os 18 meses finais foram destinados ao monitoramento analítico pós-

injeções e análises, os quais não fizeram parte desta dissertação em função dos prazos

envolvidos para sua conclusão ocorrerem muito antes dos prazos envolvidos para completo

fechamento do processo de remediação não serem compatíveis. A avaliação da eficiência do

processo de remediação da área do antigo posto de combustível foi realizada a partir da

comparação dos resultados obtidos em 2008 (“base line”) com o resultado das análises

realizadas após a última injeção de oxidante que ocorreu em novembro de 2013, comparados

aos limites de intervenção CETESB (2005) para BTEX e Lista Holandesa (VROM, 2005)

para TPH.

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Anexo B – Esquema dos dois sistemas de injeção das soluções

oxidantes

Neste anexo B são apresentadas as figuras:

Figura An.B.1 – sistema de injeção “base line”; e,

Figura An.B.2– sistema de injeção piloto e de polimento.

O esquema de injeção utilizado no início do processo de remediação, quando

realizada a campanha “base line”, está na figura An. B.1.

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Figura An. B.1 – Sistema de injeção utilizado para a campanha “base line” (jun. 05)

Fonte: CRA, 2007

Na figura An. B.2 é mostrado o esquema de injeção utilizado no início do

processo de remediação, quando realizadas as campanhas em escala total e de polimento.

PI 0

3P

I 0

7P

I 1

1P

I 1

5

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Figura An. B.2 – Sistema de injeção utilizado para as campanhas em escala total e de

polimento” (jun. 11)

Fonte: CRA, 2011

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Anexo C – Representação gráfica dos resultados das análises para BTEX

e TPH

Este anexo C está dividido em resultados para BTEX e TPH em função da

profundidade de amostragem:

C.1 Resultados para BTEX 1.53 m;

C.2 Resultados para BTEX 4,4 m;

C.3 Resultados para TPH 1,53 m; e,

C.4 Resultados para TPH 4,4 m.

C.1 Resultados para BTEX 1,53 m

Na Figura An. C.1 segue mapa da pluma com o desenvolvimento da mesma

durante o processo de remedição.

C.2 Resultados para BTEX 4,4 m

Na Figura An. C.2 segue mapa da pluma com o desenvolvimento da mesma

durante o processo de remedição.

C.3 Resultados para TPH - 1,53 m

Na figura An. C.3 segue mapa da pluma com o desenvolvimento da mesma

durante o processo de remedição.

C.4 Resultados para TPH 4,4 m

Na figura An. C.4 segue mapa da pluma com o desenvolvimento da mesma

durante o processo de remedição.

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Figura An. C.1– Desenvolvimento do processo de redução da pluma de contaminação de BTEX durante a campanha de monitoramento – nível

1,53 m

Fonte: Tetra Tech, 2014

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Figura An. C.2 – Desenvolvimento do processo de redução da pluma de contaminação de BTEX durante a campanha de monitoramento – nível 4,4 m

Fonte: Tetra Tech, 2014

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Figura An. C.3 – Desenvolvimento do processo de redução da pluma de contaminação de TPH durante a campanha de remediação – nível 1,53 m

Fonte: Tetra Tech, 2014

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Figura An. C.4 – Desenvolvimento do processo de redução da pluma de contaminação de TPH durante a campanha de remediação – nível 4,4m

Fonte: Tetra Tech, 2014