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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA GABRIELA KAISER FULLIN CASTANHO FATORES MOTIVACIONAIS PARA O CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS CAMPINAS 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

GABRIELA KAISER FULLIN CASTANHO

FATORES MOTIVACIONAIS PARA O CONSUMO DE SUPLEMENTOS

NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

CAMPINAS

2017

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GABRIELA KAISER FULLIN CASTANHO

FATORES MOTIVACIONAIS PARA O CONSUMO DE SUPLEMENTOS

NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Tese apresentada à Faculdade de Educação

Física da Universidade Estadual de Campinas

como parte dos requisitos exigidos para a

obtenção do título de Doutora em Educação

Física, área de concentração Atividade Física

Adaptada.

Orientadora: PROFA. DRA. PAULA TEIXEIRA FERNANDES

CAMPINAS

2017

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À

VERSÃO FINAL TESE DEFENDIDA PELA

ALUNA GABRIELA KAISER FULLIN

CASTANHO, ORIENTADA PELA PROFA.

DRA. PAULA TEIXEIRA FERNANDES

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FICHA CATALOGRÁFICA

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COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________

Profa. Dra. Paula Teixeira Fernandes

Orientadora

_________________________________

Prof. Dr. Orival Andries Junior

________________________________

Prof. Dr. Bruno Gualano

________________________________

Prof. Dr. Erick Prado de Oliveira

________________________________

Prof. Dr. Licio Augusto Velloso

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida

acadêmica do aluno.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha família:

pais, irmãos, sobrinhos, marido e filho.

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AGRADECIMENTOS

Nessa vida os agradecimentos nunca são suficientes... tenho muito a agradecer à Deus

por ter me dado essa vida!

Agradeço à minha orientadora Paula pela confiança depositada desde sempre, pelo

apoio em todas as minhas decisões, por me impulsionar nos momentos difíceis e compreender

os momentos ausentes. Pelos ensinamentos acadêmicos e pelas conversas sobre a vida.

Ao professor de estatística José Eduardo Corrente, que foi quem me ensinou

bioestatística na faculdade e depois se dispôs a fazer a análise de dados, mesmo com a distância,

e me ensinou muito sobre pesquisa e interpretação de resultados.

A Larissa, João, Hélio, Júlia e todos os outros do GEPEN que me ajudaram na coleta e

análise de dados, enriquecendo mais o trabalho e a experiência.

A minha equipe do trabalho por me apoiarem para realizar esta etapa da vida

profissional.

Ao meu marido Brunno, que me apoia, me ama, me ouve, me aconselha e me protege,

além dos ensinamentos constantes e ajuda na revisão desse trabalho.

Ao meu filho Breno por sua simples existência, que me faz ser uma pessoa melhor e

completa.

À minha mãe Shelly, pessoa mais forte que eu conheço, e que sempre foi um exemplo

de ser humano para mim, alguém que acreditou e se orgulhou em todos os meus passos.

Aos meus irmãos Felipe e Gisela, companheiros da vida, meus protetores, meus amados

e, além disso, que me deram meus sobrinhos lindos, uma alegria na vida.

Aos meus amigos e família, por tornarem meus dias mais leves e felizes.

Ao meu pai Zeco, por ter me dado a vida e por saber que em algum lugar ele zela por

mim.

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CASTANHO, GABRIELA KAISER FULLIN. Fatores motivacionais para o consumo de

suplementos nutricionais por praticantes de exercícios físicos. 2017. 89f. Tese de Doutorado

em Educação Física - Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas,

Campinas, 2017.

RESUMO

Uma nutrição adequada tem sido relacionada ao melhor rendimento esportivo. Com o objetivo

de melhorar esse rendimento, muitos atletas utilizam recursos ergogênicos, sendo os

suplementos nutricionais (SN) muito utilizados. Infelizmente, muitos desses não possuem

comprovação de sua eficácia, e podem até ser prejudiciais para a saúde. A motivação para se

consumir estas substâncias é ainda desconhecida. Com isso, esse estudo teve como objetivo

principal identificar a motivação de atletas e praticantes recreativos de exercícios físicos para

consumir SN. Para isso, a primeira etapa do trabalho foi elaborar um questionário de avaliação

da motivação para consumo de SN. Utilizamos o questionário Inventário à Motivação para

Prática de Atividade Física (IMPRAF-54) como base para a elaboração, e ambos foram

aplicados em 72 corredores de rua e a análise estatística foi realizada para verificar

confiabilidade, consistência e coerência, através de α de Cronbach. Comprovada a consistência

e coerência do questionário (α=0,95) então nomeado Inventário de motivação para Consumo

de Suplementos Nutricionais (IMCSN), o mesmo foi aplicado (etapa 2) em 293 praticantes de

triathlon, corrida de rua, musculação e outras modalidades, junto com um questionário sobre

dados pessoais e outro sobre autoestima. Na etapa 1, os resultados mostraram que os corredores

de rua tinham sociabilidade e competitividade como os dois primeiros fatores motivacionais

para a prática de exercícios, e estética e prazer para o consumo de suplementos. Na etapa 2,

observou-se que o suplemento mais consumido era o whey protein, e que boa parcela dos

avaliados consumia sem orientação profissional adequada. Quando a amostra foi verificada de

forma geral, estética foi o principal fator motivacional para o consumo de suplementos, seguido

de competitividade e saúde. Diferenças estatísticas foram observadas entre sexos e modalidades

esportivas: estética foi o fator de maior motivação entre as mulheres (p=0,0145);

competitividade mostrou ser mais importante para atletas do triathlon (p<0001); e estética para

os praticantes de musculação (p<0001). Quando avaliada a autoestima, os homens apresentaram

níveis mais altos quando comparados às mulheres, assim como o grupo de triathlon quando

comparado às outras duas modalidades. Este estudo mostrou diversos fatores psicológicos

relacionados ao exercício e à nutrição, sendo preocupante verificar que essa população se

motive mais com questões estéticas do que com saúde. A supervisão profissional é

imprescindível para que os indivíduos mantenham a saúde, além do rendimento como foco na

prática de exercícios e na alimentação. Assim, podemos dizer que o instrumento elaborado é

adequado para ser utilizado, permitindo uma quantificação mais prática, com o conhecimento

exato dos fatores motivacionais que levam as pessoas ao consumo de SN. Conhecer essas

informações ajudará os profissionais da área, incluindo os de Educação Física, a trabalharem

mais próximos de seus alunos e/ou atletas e poderem orientar da forma correta, para não haver

problemas de saúde ou problemas com exames de doping. Além disso, este estudo permite a

abertura de novos horizontes neste tema, ainda escasso na literatura científica e na prática

esportiva.

Palavras-chave: suplementos dietéticos; motivação; exercícios físicos; Psicologia do Esporte

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CASTANHO, GABRIELA KAISER FULLIN. Motivational factors for the consumption of

nutritional supplements by exercise practitioners. 2017. 89p. Thesis of Doctoral in Physical

Education - School of Physical Education, University of Campinas, Campinas, 2017.

ABSTRACT

Proper nutrition has been related to improve sports performance and many athletes use

ergogenic resources to this goal, being the nutritional supplements (NS) very present.

Unfortunately, many supplements don’t have evidence of its effectiveness, and can still

prejudice the health. What is not known is what the motivation to consume such substances.

With this, this study had as main objective, to identify the motivation of athletes and

recreational practitioners of physical exercises to consume NS. For this, the first stage of the

work was to elaborate a questionnaire to evaluate the motivation for NS consumption. We used

the questionnaire Inventory to Motivation for Practice of Physical Activity (IMPRAF-54) as a

basis for the elaboration, and both were applied in 72 street runners and performed statistical

analysis to verify reliability, coherence and consistency, through Cronbach's α. Proving the

coherence and consistency of the questionnaire (α = 0.95), the Inventory to Motivation for

Consume Nutritional Supplements, was applied in the second stage in 293 practitioners of

triathlon, street racing, bodybuilding and other modalities, in addition to a questionnaire with

data and another one about self-esteem. In step 1, the results showed that street runners have a

sociability and competitiveness as the two factors motivational factors for practicing exercise

and esthetics and pleasure to consume supplements. In step 2, it was observed that the most

consumed supplement was whey protein, and that a good portion of the supplements were

consumed without professional guidance. In the general samples was verified that aesthetic is

the motivator for the consumption of supplements, followed by competitiveness and health.

Statistical differences were observed between genders and sports modalities: the aesthetic was

greater motivator among as women (p=0,0145), competitiveness was shown to be more

important for triathlon athletes (p<0001) and aesthetics for bodybuilders (p<0001). When self-

esteem was assessed, men presented higher levels when compared to women and the triathlon

group when compared to the other two. This study demonstrated several psychological factors

related to exercise and nutrition. It is worrying to see that this population is motivated more by

aesthetic issues than by their own health. The professional supervision is essential for

individuals to maintain health, in addition to performance as a focus on exercise and eating.

Thus, we can say that the instrument elaborated is suitable to be used, allowing a more practical

quantification, with an accurate knowledge of the motivational factors that lead people to NS

consumption. Knowing this information will help the professionals in the area, including from

the Physical Education, to work closer to their practitioners and / or athletes and to be able to

guide in the correct way, so as not to have health problems or problems with doping tests. In

addition, this study allows the opening of new horizons in this subject, still scarce in the

scientific literature and in the sports practice.

Keywords: nutritional supplements; motivation; physical exercises; Sport Psychology

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Taxonomia da motivação humana, adaptado de RYAN e DECI,

2000................................................................................................

23

Figura 2. Distribuição dos tipos de suplementos nutricionais consumidos

pela amostra total (n=293)..............................................................

39

Figuras 3 A-C.

Frequências relativas ao consumo de suplementos nutricionais em

cada modalidade esportiva, p<0,01................................................

42

Figura 4. Motivação para consumo de suplementos, comparação entre

sexos, *p<0,05................................................................................

45

Figura 5. Motivação para consumo de suplementos, comparação entre

modalidades...................................................................................

46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.

Perfil do consumo de suplementos nutricionais .......................................

34

Tabela 2. Valores de α de Cronbach para IMPRAF-54 e IMCSN........................... 35

Tabela 3. Descritivo da análise fatorial com rotação varimax para IMCSN............ 36

Tabela 4. Valores de média e desvio padrão do IMCSN por sexo........................... 37

Tabela 5. Valores de média e desvio padrão do IMPRAF-54 por sexo.................... 38

Tabela 6. Caracterização dos participantes, divididos por modalidade................... 39

Tabela 7. Perfil do consumo de suplementos nutricionais....................................... 40

Tabela 8. Origem da indicação para consumo de suplementos nutricionais............ 41

Tabela 9. Descritivo da análise fatorial com rotação varimax para

IMCSN.....................................................................................................

43

Tabela 10. Ranking dos fatores motivacionais por sexo e modalidade, através da

análise fatorial com rotação varimax........................................................

45

Tabela 11. Pontuação dos sexos feminino e masculino em cada domínio do

IMCSN.....................................................................................................

45

Tabela 12. Pontuação das diferentes modalidades em cada domínio do

IMCSN.....................................................................................................

46

Tabela 13. Comparação das médias de pontuação da autoestima entre sexos e entre

modalidades..............................................................................................

47

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANVISA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BCAA Branch Chain Amino Acids

CEMENUTRI Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição

COI Comitê Olímpico Internacional

DSHEA Dietary Supplement Health and Education Act

EF Exercício físico

FDA Food and Drug Administration

IMCSN Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais

IMPRAF-54 Inventário de Motivação à Prática de Atividades Físicas

SN Suplementos Nutricionais

TAD Teoria da AutoDeterminação

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNESP Universidade Estadual Paulista

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

WADA World Anti Doping Agency

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 14

2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 15

2.1 SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS: VISÃO GERAL .................................................................................................. 15

2.2 SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS: BENEFÍCIOS E RISCOS ..................................................................................... 17

2.4 MOTIVAÇÃO .................................................................................................................................................. 20

2.5 MOTIVAÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO ................................................................................................................... 23

3. OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 27

4. MÉTODOS....................................................................................................................................................... 28

4.1 ETAPA 1: ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ..................................................................................................... 28

4.1.1 Participantes ....................................................................................................................................... 28

4.1.2 Instrumentos ........................................................................................................................................ 28

4.1.3 Procedimentos..................................................................................................................................... 29

4.1.4 Suplementos ........................................................................................................................................ 30

4.1.5 Análise estatística ............................................................................................................................... 30

4.2. ETAPA 2: MOTIVAÇÃO PARA CONSUMO DE SUPLEMENTOS ............................................................................. 30

4.2.1 Participantes ....................................................................................................................................... 30

4.2.2 Instrumentos ........................................................................................................................................ 31

4.2.3 Procedimentos..................................................................................................................................... 31

4.2.4 Suplementos ........................................................................................................................................ 32

4.2.5 Análise estatística ............................................................................................................................... 32

5. RESULTADOS ................................................................................................................................................ 34

5.1. ETAPA 1 ...................................................................................................................................................... 34

5.1.1 Caracterização dos participantes ....................................................................................................... 34

5.1.2 Consumo de suplementos .................................................................................................................... 34

5.1.3 Adaptação do instrumento IMCSN ..................................................................................................... 34

5.2. ETAPA 2 ...................................................................................................................................................... 38

5.2.1 Caracterização dos participantes ....................................................................................................... 38

5.2.2 Consumo de suplementos .................................................................................................................... 39

5.2.3 IMCSN ................................................................................................................................................ 43

5.2.4 Autoestima .......................................................................................................................................... 47

5.3. ARTIGO PUBLICADO ..................................................................................................................................... 47

6. DISCUSSÃO .................................................................................................................................................... 49

7. CONCLUSÕES ............................................................................................................................................... 57

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13

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................... 58

ANEXOS

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1. APRESENTAÇÃO

A minha vida e os ensinamentos da minha mãe me levaram a cursar Nutrição. Fiz o curso

de nutrição na Universidade Estadual Paulista - UNESP, campus de Botucatu, no período de

2003 a 2007. Durante a faculdade, a nutrição esportiva foi pouco abordada, pois na grade

curricular havia apenas uma disciplina com esse tópico, não obrigatória, mas foi meu primeiro

contato com a área. Em 2005, iniciei iniciação científica no Centro de Metabolismo em

Exercício e Nutrição (CEMENUTRI), no qual eram feitas pesquisas com exercícios físicos com

uma equipe multidisciplinar. Após essa experiência, meu interesse pela área cresceu. Formei-

me em Nutrição em 2007 e iniciei aprimoramento na área de Nutrição Esportiva no

CEMENUTRI novamente, juntamente a outras especializações e cursos, inclusive em fisiologia

do exercício na Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP.

Após um período de pausa com os cursos acadêmicos, voltei para a área com a Profa.

Paula T. Fernandes para iniciar o mestrado na Faculdade de Educação Física da UNICAMP no

ano de 2013, seguido do doutorado em 2014. O presente estudo foi uma junção de interesses,

tanto pela prática profissional, quanto pelos estudos realizados anteriormente, pois além da área

acadêmica, eu realizava atendimentos personalizados e comecei a voltar o foco para praticantes

de exercícios físicos. Na prática, a maioria das pessoas buscava meu conhecimento sobre

suplementos, ou querendo consumi-los ou até já consumindo sem orientação profissional

adequada.

Nesse panorama, eu e minha orientadora, pensamos em entender as razões para o

consumo desenfreado e mal orientado desses suplementos. Em levantamento bibliográfico,

percebi que existem poucos estudos sobre essas razões, levantando a importância de nós,

profissionais da saúde e dos esportes, conhecermos esses fatores motivacionais.

Atualmente, fechando esse ciclo e apresentando os resultados desse trabalho, percebo que

foi muito importante para que eu aumentasse meus conhecimentos sobre os suplementos e

também sobre as razões do consumo do mesmo. E este estudo poderá ajudar muitos

profissionais a direcionar melhor seus alunos, atletas e clientes no quesito suplementação.

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15

2. INTRODUÇÃO

A nutrição adequada tem sido relacionada ao melhor rendimento esportivo, sendo que a

área de nutrição esportiva aplica os princípios nutricionais para aprimorá-lo (WILLIAMS,

2002). Grandjean (1997) publicou uma breve revisão que traz dados da alimentação de atletas

da Grécia e Roma antigas, demonstrando que há muito tempo a alimentação é associada ao

desempenho esportivo. Segundo Costill (1988), com exceção do treino para a melhora do

rendimento físico, associado aos limites impostos pela hereditariedade, nenhum outro fator tem

um papel tão significativo no rendimento esportivo como a nutrição.

Na prática, percebemos que os praticantes de exercícios físicos buscam recursos

ergogênicos para melhorar o rendimento e, na área da nutrição, o consumo de suplementos

nutricionais é a opção que se destaca. A busca por produtos ergogênicos, assim como os

suplementos nutricionais, é tão antiga quanto o esporte em si. Dados demonstraram que 400-

500 A.C., atletas já manipulavam a alimentação para melhora do rendimento esportivo. Os

estudos científicos na área começaram a surgir no início do século XX, sendo os alemães os

pioneiros em 1842 (APPLEGATE & GRIVETTI, 1997).

Em estudo mais recentes, alguns autores ressaltam um problema comum em relação a

esses produtos: a presença de substâncias proibidas e a falta de comprovação científica de suas

eficácias (BURKE e READ, 1993; SOBAL e MARQUART, 1994; ROSEN e TANNER, 1999),

tornando importante a discussão sobre a alimentação e o consumo de suplementos no âmbito

esportivo.

2.1 Suplementos Nutricionais: visão geral

Em alguns países, os suplementos nutricionais são definidos como gêneros alimentícios

que tem a função de complementar e/ou suplementar a alimentação natural. Os produtos

comercializados são fontes concentradas de substâncias e nutrientes com efeito nutricional ou

fisiológico, comercializadas em forma dosada e seguindo normas para fabricação e

comercialização (VLEX PORTUGAL, 2003).

No Brasil, a Resolução RDC Nº 18, de 27 de abril de 2010 da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), aprovou um regulamento para os alimentos especialmente

formulados para auxiliar os atletas a atenderem suas necessidades nutricionais específicas e no

rendimento esportivo e que passaram a ser denominados “alimentos para atletas” (ANVISA,

2010b). Nessa resolução, foram criadas definições para cada tipo de suplemento utilizado pelo

atleta:

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Suplemento hidroeletrolítico (destinado a auxiliar a hidratação), energético (para

complementar as necessidades energéticas),

Proteico (para complementar as necessidades proteicas)

Produtos destinados a complementar as refeições de atletas em situações nas quais

a alimentação natural for insuficiente ou restrita.

Nesse regulamento, também existem definições para suplemento de creatina, cafeína e

aminoácidos. Os suplementos podem ser apresentados sob a forma de tablete, comprimido, pó,

gel, líquido, cápsula, barra, entre outros.

Os suplementos vitamínicos e de minerais, junto com outras 14 categorias de produtos,

foram classificados como alimentos de baixo risco pela ANVISA e passaram a ser dispensados

de registro sanitário desde 2010.

Cada país possui um órgão responsável pela regulamentação dos suplementos, sendo a

ANVISA órgão que regulamenta e investiga os mesmos no Brasil (ANVISA, 2010b). Nos

Estados Unidos (EUA), o órgão regulamentador é a FDA (Food and Drug Administration /

Administração de Alimentos e Drogas) e desde 1994, possui uma legislação nomeada como

Ato de Educação e Sanidade de Suplementos Nutricionais (Dietary Supplement Health and

Education Act - DSHEA) que definiu suplemento como produto consumido via oral, com

ingrediente dietético para complementar a alimentação. Esses ingredientes incluem vitaminas,

mineiras, ervas (ou outros botânicos), aminoácidos e outras substâncias como enzimas,

podendo também ser extratos ou concentrados de plantas ou alimentos (FDA).

Apesar do controle da FDA nos EUA, os produtores de suplementos deste país não têm a

obrigação de registrá-los na FDA ou de obter a sua aprovação antes de produzirem ou venderem

os seus produtos. Porém, quando entram no mercado, têm de garantir que o produto e os seus

constituintes não apresentem riscos à saúde dos consumidores, permitindo que a FDA, em casos

nos quais a segurança não é comprovada, tome as providências de acordo com a lei nacional

(SINGH e GUJAR, 2013).

No Brasil, para os suplementos importados, o importador ou a empresa representante

local, é a responsável por enquadrá-los na categoria prevista na legislação, responsabilizando-

se, ainda, por comunicar a importação de produtos dispensados de registro (ANVISA, 2010a).

É importante salientar que a indústria de suplementos nutricionais cresceu muito nas

últimas décadas, tendo o maior crescimento entre 2002 e 2010 (FROST e SULLIVAN, 2011).

De acordo com o Euromonitor, no biênio 2009-2010 o Brasil teve um crescimento de 10-14%

na venda de suplementos e em 2013 movimentou até 500 milhões de dólares nesse setor

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(EUROMONITOR, 2015), o que pode ser um indicativo de aumento da oferta de diferentes

produtos para o consumo.

2.2 Suplementos Nutricionais: benefícios e riscos

O suplemento tem como objetivo ajudar a alcançar as recomendações dos nutrientes, de

acordo com diferentes funções no organismo e com a finalidade de melhorar o rendimento. As

possíveis funções mais conhecidas são ganho de massa muscular, perda de peso, melhora na

recuperação e disposição, menor estresse e cansaço, entre outras (SANTOS e SANTOS, 2002;

CARVALHO, RODRIGUES et al., 2003; MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2005; DUNFORD e

SMITH, 2006; TIPTON e WITARD, 2007). Quando nutrientes como vitaminas e minerais

estão presentes na alimentação natural e dentro das recomendações diárias, não se recomenda

suplementação (RODRIGUEZ, DI MARCO et al., 2009).

De acordo com Maughan et al. (2007), uma alimentação adequada em macro e

micronutrientes é suficiente para praticantes de exercícios físicos, ou seja, se o indivíduo tiver

uma alimentação balanceada, não há a necessidade de suplementação. Porém, em alguns casos,

os suplementos apresentam importante papel na dieta, como por exemplo quando o indivíduo

tem resistência em adotar bons hábitos alimentares ou em casos de atletas que devam consumir

alto aporte calórico e de nutrientes, tornando a alimentação de difícil acesso ou manuseio no

dia-a-dia, casos com provável indicação para suplementação.

Os suplementos de proteína são largamente utilizados há muitos anos, isso porque

exercícios de força ou exercícios extenuantes podem aumentar a necessidade proteica.

Infelizmente, muitos dos alimentos ricos em proteínas também são ricos em gordura, sendo

assim, o suplemento é uma boa opção para garantir o aumento da ingestão de proteína, sem

aumentar o consumo de gorduras (MAUGHAN, DEPIESSE et al., 2007). Existem estudos que

demonstram resultados positivos para aumento de massa magra com consumo de suplementos

proteicos quando o treinamento é controlado (CANDOW, BURKE et al., 2006). Volek et al.

(2013) verificaram que a suplementação com whey protein (proteína do soro do leite) levou ao

aumento de massa muscular em pessoas jovens. Tang et al. (2009) evidenciaram aumento da

síntese proteica muscular após a suplementação de whey protein em adultos, mostrando ainda

maiores benefícios quando suplementados após o treinamento resistido. Cermak et al. (2012)

concluíram, em estudo de meta-análise, que a suplementação de proteína aumenta a massa

muscular e a força em pessoas adultas que treinam exercícios de resistência.

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Dentre os suplementos, a creatina é uma das substâncias mais consumidas entre os atletas,

pois está relacionada com a construção muscular e melhor recuperação pós-treino (BEMBEN

e LAMONT, 2005; WILLIAMS, 2006). Outro suplemento muito consumido é a cafeína, que

tem efeitos ergogênicos relacionados ao sistema nervoso central como estimulante e associados

à diminuição da percepção de esforço (GRAHAM e MOISSEY, 2005; DUNFORD e SMITH,

2006). Entretanto, seu consumo deve ser feito com cautela e discernimento, pois a cafeína está

listada no Programa de Monitoramento pela World Anti Doping Agency - Agência Mundial

Antidoping (WADA).

Uma importante preocupação em torno de qualidade, eficácia e formulações dos

suplementos, levou ao estudo realizado pelo Laboratório de Controle de Doping de Colônia

(Alemanha), patrocinado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Este estudo mostrou

claramente que alguns produtos não continham as substâncias e as concentrações descritas em

seus rótulos e, ainda pior, eventualmente possuíam em sua formulação precursores de

hormônios como a testosterona (CLASING e MULLER, 2001) e a efedrina (MARTELLO,

FELLI et al., 2007), substâncias proibidas pela WADA. Nessa mesma linha, Kamber et al.

(2001) mostraram que 35% dos suplementos continham mais substâncias em suas formulações

do que aquelas descritas nos rótulos. De acordo com alguns autores (MAUGHAN, 2005;

PHILLIPS, MOORE et al., 2007; TIPTON e WITARD, 2007), os suplementos de proteínas e

aminoácidos são menos efetivos que a alimentação natural para ganho de massa muscular, além

de serem as principais fontes de substancias contaminantes ilícitas.

Parr et al. (2008) chamaram atenção para o problema recorrente com a fabricação de

suplementos, já que fármacos e substâncias dopantes são facilmente encontradas nos produtos

comercializados. Em estudo realizado por Yano et al. (2011), verificou-se a presença de

substâncias ativas não declaradas no rótulo, como a metoclopramida e o cloridrato de

sibutramina, em amostras de alimentos para atletas coletadas pela Vigilância Sanitária e pelo

Departamento de Polícia do Estado de São Paulo. Em trabalho de revisão da literatura, Castanho

et al. (2014) verificaram que muitos suplementos como BCAA, carnitina, creatina, glutamina

e até suplementos vitamínicos, podem ser contaminados com substâncias como efedrina,

sibutramina, estanozolol, precursores de testosterona entre outras. O estudo também indicou

que grande parte dos suplementos analisados continham informações incorretas no rótulo.

Um dos problemas desse panorama é que dentre os consumidores de suplementos, a

prevalência é maior entre atletas do que na população em geral, e principalmente atletas de alto

rendimento, estando sujeitos a testes de doping em competições (SUNDGOT-BORGEN,

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BERGLUND et al., 2003; MORRISON, GIZIS et al., 2004; ERDMAN, FUNG et al., 2007) e

a maiores riscos à saúde.

2.3 Suplementos Nutricionais: consumo

Valdir Barbanti (2006) sugere a definição de esporte como “uma atividade competitiva

institucionalizada que envolve esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras

relativamente complexas, por indivíduos, cuja participação é motivada por uma combinação de

fatores intrínsecos e extrínsecos”. A legislação brasileira em 2008 denominou como atleta

aquele que praticasse o exercício físico para fins competitivos, tornando disso também sua

profissão (BRASIL, 2008), em 2010 houve uma atualização dessa denominação, em que define

que atleta é o praticante de exercício físico que possua especialização e desempenho máximos,

com a finalidade de participar de esportes que tenham esforço muscular intenso (ANVISA,

2010b). Já aqueles que praticam exercício físico sem ter a competição ou o retorno financeiro

como finalidade, que são indivíduos que praticam exercício regularmente, seja por questões

estéticas ou de saúde, são denominados como esportistas (RODRIGUES, Y.T. et al., 1984)

sendo aqui definidos como praticantes recreativos.

Neste contexto de esporte e sua alta demanda física, o atleta muitas vezes considera os

suplementos como produtos milagrosos que trazem resultados máximos ou então, como opção

de melhor qualidade nutricional comparada à alimentação natural (WILLIAMS, 2002;

MAUGHAN e BURKE, 2004). Neste sentido, alguns atletas consomem os suplementos com o

intuito de melhorar o rendimento esportivo e/ou a saúde, porém em muitos casos, sem a

prescrição correta e o acompanhamento profissional capacitado de nutricionistas (HASKELL e

KIERNAN, 2000).

A literatura especializada relata altíssima frequência de consumo de suplementos

alimentares em atletas. Em 2005, um estudo com atletas canadenses verificou que 98,6%

consumiam algum suplemento (KRISTIANSEN, LEVY-MILNE et al., 2005). Em estudo

realizado em 2006, foram avaliados 234 atletas de 25 esportes com um total de 33 modalidades

participantes dos VII Jogos Desportivos Sul-Americanos, distribuídos entre os 13 países

participantes. Na amostra avaliada, 117 atletas (50%) relataram uso de suplementos: 93

(42,47%) consumiram vitaminas, 51 (23,28%) sais minerais, 44 (20,09%) aminoácidos e 31

(14,15%) isotônicos e carboidratos (DE ROSE, FEDER et al., 2006). Em 2008, um estudo em

Portugal mostrou uma prevalência de 94% entre triatletas e nadadores, sendo os suplementos

mais utilizados as bebidas esportivas (82,5%), metabólitos proteicos (57,5%), complexos de

vitaminas e minerais (56,3%), magnésio (50,0%), glutamina (41,3%), géis esportivos (40,0%),

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ferro (30,0%), vitamina C (18,8%), antioxidantes (15,0%) e creatina (13,8%) (SOUSA, 2008).

Braun et al. (2009) verificaram que atletas alemães de alto rendimento apresentaram

prevalência de 80% de uso de suplementos. Heikiinen et al. (2011) avaliaram o consumo de

suplementos nutricionais por atletas olímpicos em 2002 e 2009 e verificaram consumo em 81%

dos 446 atletas e 73% (de 372 atletas), respectivamente. Wiens et al. (2014) constataram que

98% dos 567 atletas canadenses de várias modalidades consumiam ao menos um suplemento.

Em pesquisas recentes no Brasil, Barboza et al. (2015) verificaram que dos 24 paratletas

de halterofilismo, 87,5% consumiam suplementos alimentares, estando o whey protein (70,8%)

e a creatina (62,5%) no topo da lista de opções. Mello et al. (2015) verificaram que 100% dos

nadadores adolescentes avaliados ingeriam suplementos alimentares. O consumo médio

correspondeu a 6,1 ± 2,9 suplementos, sendo os mais utilizados o Endurox® (dextrose,

vitaminas e minerais), o Waxy Maize (amido de milho), o Accelerade® (repositor energético),

a creatina e o whey protein isolado.

As academias também são ambientes que favorecem a disseminação de padrões

estéticos estereotipados, como o corpo magro, com baixa quantidade de gordura ou com

hipertrofia muscular (HIRSCHBRUCH, FISBERG et al., 2008), motivo pelo qual grande parte

dos frequentadores buscam uma nutrição ideal e adequada ao tipo de treino (DURAN,

LATORRE et al., 2004; PANZA, COELHO et al., 2007). Junto a isso, um estudo em Pelotas-

RS (Brasil), com 60 frequentadores de academia concluiu que 31,7% utilizavam algum tipo de

suplemento alimentar, sendo 78,9% do sexo masculino (MOREIRA e RODRIGUES, 2014).

2.4 Motivação

A motivação caracteriza-se pelas razões que fundamentam o comportamento, como pela

disposição e vontade, sendo essas razões subjacentes ao comportamento (GUAY, CHANAL

et al., 2010). Uma definição mais ampla de motivação seria um atributo que move o indivíduo

a fazer ou deixar de fazer algo (GREDLER, BROUSSARD et al., 2004). Ainda assim, a

definição de motivação tem várias vertentes. Algumas consideram que depende de forças

internas e externas (SAMULSKI, 2002), caracterizando-a como um processo ativo e

intencional que tem relações pessoais (internos) e ambientais (externos). Outras vertentes

referem-se ao estado interno (DAVIDOFF, 2001), como resultado de uma necessidade que

ativa ou desperta comportamentos, mas que de certa forma não exclui a influência externa que

conduz a necessidade interna de dirigir o comportamento.

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O conceito de motivação é antigo, sua origem foi baseada em um processo que leva as

pessoas a realizarem uma ação ou permanecer na inércia diante de uma determinada situação.

Este processo é caracterizado pela avaliação dos motivos pelos quais se escolhe fazer algo, e

executar determinadas tarefas com maior empenho que outras (CRATTY, 1984). Segundo

Maggil (2001), motivo é definido como um impulso ou intenção interna que conduz o indivíduo

a certas reações.

Não muito distante da definição de Maggil, Atkinson et al. (2002) consideram que a

motivação é responsável por dirigir o comportamento para um determinado incentivo que

produz prazer ou alívio de um estado não agradável. Porém, outros autores como Winterstein

(2002), definem os motivos como construções hipotéticas, aprendidas durante o

desenvolvimento, servindo de causas que explicam determinados comportamentos. Uma ação

é determinada pelas expectativas e avaliações dos resultados e consequências, tendo destaque

no motivo pelo qual se realizou a ação. Por fim, Weinberg e Gould (2001) definiram a

motivação como a direção e a intensidade do esforço. A direção relaciona-se com o fato do

indivíduo buscar, se aproximar ou ser atraído diante de certas situações; enquanto a intensidade

refere-se ao esforço que é investido pelo indivíduo em determinada situação.

Apesar de ser então considerado um termo abrangente no qual distintos autores

apresentam conceitos diferentes, de forma geral, podemos defini-la como qualquer

comportamento direcionado a um objetivo, que se inicia através de um motivo, resultando em

um comportamento para a realização de uma meta específica (PAIM e PEREIRA, 2004). Pode

envolver aspectos como crenças, percepções, valores pessoais, interesses e ações que estão

interligados. Esses aspectos motivacionais fazem parte também da prática de exercício físico

regular, estando intimamente ligados com a iniciação, a permanência e o abandono do exercício

físico (MORALES, 2002).

As teorias sobre motivação destacam fatores que podem influenciar as ações dos

indivíduos, como as razões internas (motivos intrínsecos) ou externas (motivos extrínsecos).

Os fatores intrínsecos são produto da vontade do indivíduo, internos a ele. A motivação

extrínseca refere-se ao engajamento em determinado comportamento para obter recompensas

externas ou reforços, como recompensas sociais e sinais de sucesso (ATKINSON e BIRCH,

1974). Os fatores extrínsecos são considerados importantes na iniciação, para moldar

comportamentos relacionados ao exercício físico não sendo os únicos responsáveis. Os seres

humanos também se envolvem em atividades para obter diversão, superar um desafio, ou

mesmo, por sentimento de realização e prazer, considerados fatores intrínsecos (BALBINOTTI

e CAPOZZOLI, 2008).

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A definição da motivação em intrínseca/extrínseca sugere que exista uma dicotomia entre

essas motivações, porém as pessoas podem mudar de motivações extrínsecas para motivações

intrínsecas em certa atividade, ao mesmo tempo em que podem exercer uma atividade que pode

ter componentes de motivação intrínsecos e extrínsecos (PEDERSEN, 2002). Nessa linha de

raciocínio, Deci (1975) definiu comportamentos motivados intrinsecamente como aqueles que

a pessoa se envolve e se sente competente e autodeterminada. Assim, os comportamentos

orientados para a prática de exercício físico podem ser entendidos como variando ao longo de

um continuum intrínseco-extrínseco. Alguns motivos podem ser mais influenciados por fatores

intrínsecos ou extrínsecos, enquanto outros podem apresentar uma mistura dos dois

(PEDERSEN, 2002).

Em 1985, os autores Ryan e Deci apresentaram a Teoria da Autodeterminação (TAD),

que foi aceita também por vários outros autores, de diversas áreas como administração de

empresas, religião e política. A TAD conceitua que o comportamento humano é influenciado

por três componentes psicológicos básicos: autonomia, competência e relação social,

fundamentais para o desenvolvimento social e de bem-estar (RYAN e DECI, 2000). A

necessidade de autonomia está relacionada à força do indivíduo em ser o determinante do seu

próprio comportamento (lócus de controle interno). Ser capaz está associado à tentativa de

controlar o resultado e, a necessidade de relacionar-se com o outro se refere ao esforço em

estabelecer relações sociais (sentir-se aceito e estar próximo ao outro) (DECI e RYAN, 1991).

Na TAD, a motivação ocorre de forma contínua, caracterizada por níveis de autodeterminação,

mostrando-se mais ou menos autodeterminados, nas quais são encontradas a motivação

intrínseca, a extrínseca e a amotivação (MURCIA e COLL, 2006).

Os níveis intrínsecos estariam relacionados à vontade própria do indivíduo de iniciar uma

atividade, ou seja, ao prazer e satisfação do processo de conhecê-la, explorá-la ou aprofundá-la

e são associados com bem-estar psicológico, interesse, alegria e persistência. A motivação

causada por fatores extrínsecos ocorreria quando uma atividade é efetuada com outro objetivo,

que não relacionado à vontade da própria pessoa. Já a amotivação seria aquele indivíduo que

ainda não está motivado para realizar determinada tarefa (RYAN e DECI, 2000). No artigo do

ano 2000, Ryan e Deci publicaram figura semelhante da apresentada, a seguir, para melhor

entendimento da teoria (Figura 1).

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Figura 1. Taxonomia da motivação humana, adaptado de RYAN e DECI, 2000.

2.5 Motivação e exercício físico

Alguns autores vêm estudando os fatores motivacionais relacionados à prática de

exercícios físicos (BALBINOTTI e CAPOZZOLI, 2008; BENTO, SILVA et al., 2008;

BALBINOTTI, 2009). No Brasil, Balbinotti (2003) apresentou um novo recurso para avaliar a

motivação para prática de exercícios, o Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividades

Físicas (IMPRAF-126), que apresentava 126 questões agrupadas seis a seis, os itens dos blocos

de seis apresentam uma questão relativa à dimensão motivacional na seguinte sequência:

1) Controle de Estresse (ex.: liberar tensões mentais)

2) Saúde (ex.: manter a forma física)

3) Sociabilidade (ex.: estar com amigos)

4) Competitividade (ex.: vencer competições)

5) Estética (ex.: manter bom aspecto)

6) Prazer (ex.: meu próprio prazer).

Esse mesmo modelo se repete até completar 20 blocos (total de 120 questões). O bloco

de número 21 é composto de seis questões repetidas para gerar uma escala de verificação com

objetivo de verificar o grau de concordância acordada da primeira e da segunda resposta ao

mesmo item. As respostas são dadas conforme uma escala tipo Likert graduada de zero a cinco

pontos, sendo zero – “isto me motiva pouquíssimo” e cinco – “isto me motiva muitíssimo”.

Esse questionário com 126 questões foi testado para avaliar a validade de construto por meio

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de análises fatoriais confirmatórias. Para isso, Balbinotti e Barbosa (2008) aplicaram-no em

1.377 sujeitos de ambos os sexos, com idades variando de 13 a 83 anos e concluíram que o

instrumento avaliava adequadamente a pergunta em questão – “Motivação à Prática Regular de

Atividade Física”. Adicionalmente, os autores Balbinotti e Barbosa (2006) formularam o

IMPRAF-54 para retratar a mesma pergunta em formato reduzido, 54 itens também agrupados

seis a seis e abrangendo as seis possíveis dimensões descritas acima, considerando que a

motivação pode apresentar esses diversos aspectos.

Santos e Knijnik (2006) tiveram como objetivo identificar os motivos de adesão à prática

de exercício físico regular e também os motivos de interrupções da prática entre adultos de

idade intermediária. Os principais motivos de adesão foram: ordem médica, lazer e qualidade

de vida, seguidos por estética e saúde. Os possíveis motivos de interrupções apontados foram:

falta de tempo, dificuldade na administração do tempo e clima.

De acordo com Balbinotti e Capozzoli (2008), as pessoas praticam exercícios físicos por

diversas razões, sejam elas estéticas, de competição, pela busca do prazer, por socialização,

para melhoria da saúde e qualidade de vida ou para livrarem-se do estresse acumulado durante

o dia. Os autores realizaram um estudo com o objetivo de verificar os fatores motivacionais de

300 praticantes de academias de ginástica, através do IMPRAF-126, obtendo como como

resultado que a dimensão Saúde é a que mais motiva os praticantes entre o grupo jovem adulto

e meia-idade no engajamento ao exercício físico. No mesmo sentido, em 2014, um estudo

avaliou a motivação com o IMPRAF-54 com 50 praticantes de Taekwondo e observou que

saúde e prazer também eram os fatores principais de motivação (SAMPEDRO, ROCHA et al.,

2014). Balbinotti et al. (2015) verificaram que entre corredores de rua, os principais motivos

para a prática do exercício eram Saúde, Prazer e Controle do Estresse. Nesse estudo, os autores

utilizaram outro modelo do questionário, o IMPRAF-132, mas ressaltaram que seus resultados

eram comparáveis àqueles com aplicação dos outros modelos de IMPRAF.

Em estudo com mulheres ativas alunas de um curso de Educação Física de Minas Gerais,

Brasil, foi aplicado o IMPRAF-54 e observado que o maior fator motivacional para praticar

exercícios físicos é o prazer e o menor, sociabilidade (ALMEIDA, DUTRA et al., 2015).

Em relação à alimentação desses indivíduos, existe também a motivação para o consumo

de suplementos nutricionais, porém é um tema menos explorado ainda. Pouco se sabe sobre os

motivos pelos quais os atletas consomem uma gama tão grande de suplementos, como visto

nos estudos citados anteriormente (DE ROSE, FEDER et al., 2006; SOUSA, 2008). Alguns

autores pensam que o ambiente esportivo possa ser um meio ampliador de pressões

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socioculturais motivadas pelo ideal de corpo magro, o que pode ser um dos motivos

(OLIVEIRA, BOSI et al., 2003).

Em estudo realizado com 85 atletas pertencentes às Federações Portuguesas de atletismo,

natação e triathlon, os motivos mais prevalentes para o consumo de suplementos nutricionais

foram “acelerar a recuperação” (63,8%), “alcançar melhor desempenho desportivo” (61,3%),

“ter mais energia/reduzir o cansaço” (61,3%), “permanecer saudável” (45%), “prevenir/tratar

doença ou lesões” (30,0%), “aumentar a concentração” (17,5%), “corrigir erros alimentares”

(16,3%), “aumentar a força” (16,3%), “aumentar a resistência” (15%) e “ganhar massa

muscular” (15%) (SOUSA, 2008).

A motivação pode ser afetada por alguns fatores psicológicos e, dentre eles, a autoestima

é um fator que pode estar relacionado positivamente. A autoestima é um aspecto psicológico

de autoavaliação e é definida por uma somatória de pensamentos e sentimentos sobre si próprio

(HUTZ e ZANON, 2011).

Há alguns anos a autoestima tem sido estudada no contexto esportivo, através de

aplicação de escala de autoestima (ROSENBERG, 1965) para investigação dos níveis desta em

praticantes de exercícios físicos (VENÂNCIO e LISBOA, 2007; SILVA e OLIVEIRA, 2008;

MEURER, BORGES et al., 2012). Se a motivação for afetada pelas níveis de autoestima, o

consumo de suplementos pode também haver relação com esse fator psicológico.

Diante do exposto, dentre tantos prós e contras apresentados, existe uma lacuna no

conhecimento sobre os fatores motivacionais que levam os praticantes de exercícios físicos,

principalmente de atletas alto rendimento, a consumirem inúmeros suplementos de forma

indiscriminada. Neste sentido, são necessários mais estudos na área para que os profissionais

da área possam compreender melhor os atletas e ajudá-los a encontrar formas de melhorar o

rendimento com uso ou não de substâncias que estão no mercado, mas sempre com cautela e

conhecimento.

O profissional mais capacitado para indicar o suplemento nutricional é o nutricionista,

sendo importante que o mesmo tenha conhecimento na área, para adequar a alimentação do

indivíduo e avaliar a real necessidade para inclusão do suplemento nutricional, ponderando o

custo-benefício do mesmo. Porém, de forma interdisciplinar, todos os profissionais envolvidos

no âmbito esportivo devem compreender os fatores psicológicos que envolvem os hábitos

desses indivíduos para melhor auxiliá-los. Nesse sentido, esta pesquisa traz a relação entre

fatores motivacionais e nutricionais no contexto esportivo. Como hipótese, esperamos

encontrar que os indivíduos que pratiquem modalidades sem foco em competição busquem os

suplementos objetivando saúde e estética, e aqueles que praticam exercícios de resistência, com

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alta frequência de treino e participação em competições, consuma suplementos por

competitividade.

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3. OBJETIVOS

Elaborar e validar um questionário para avaliar a motivação para consumo de

suplementos nutricionais entre praticantes de exercícios físicos.

Identificar os fatores motivacionais de praticantes de exercícios físicos para consumir

suplementos nutricionais.

Identificar os suplementos nutricionais mais consumidos pela amostra estudada e a

existência de indicação profissional dos mesmos.

Comparar os fatores motivacionais para o consumo de suplementos nutricionais entre

modalidades esportivas.

Comparar os fatores motivacionais para o consumo de suplementos nutricionais entre

os sexos feminino e masculino.

Avaliar a autoestima dos praticantes de exercícios físicos e verificar relação com o

consumo de suplementos nutricionais.

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4. MÉTODOS

A pesquisa foi dividida em dois projetos, pois para o objetivo principal ser alcançado, não

existia um instrumento elaborado e validado. Assim:

Etapa 1: Elaboração e validação de um questionário consistente para verificar a motivação

para o consumo de suplementos nutricionais no âmbito esportivo.

Etapa 2: Aplicação desse questionário na população pretendida para avaliar a motivação

para o consumo de suplementos.

4.1 Etapa 1: elaboração de questionário

4.1.1 Participantes

Para esta etapa, foram selecionados participantes de uma corrida de rua realizada na

UNICAMP, na cidade de Campinas, e a abordagem aos corredores foi feita no dia anterior à

corrida, na entrega dos kits de competição. Como critério de inclusão deveriam ser praticantes

de corrida no mínimo há 3 meses, ter mais de 18 anos e consumir algum suplemento nutricional.

Foram avaliados 72 corredores (58 homens) com idade entre 20 e 71 anos. Todos os

participantes, após serem informados adequadamente dos objetivos e procedimentos, assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), aceitando participar da pesquisa. O

estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNICAMP (nº CAAE:

30880014.9.0000.5404, PARECER: 709.138) (anexo 1).

4.1.2 Instrumentos

- Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividades Físicas (IMPRAF-54) (anexo

2): Foi selecionado esse questionário sobre motivação, validado e traduzido para português,

que teve a confiabilidade e a validade testadas e demonstradas em estudo publicado em 2006

(BARBOSA, 2006) (anexo 2). O IMPRAF-54 é um questionário que avalia os seis domínios

associados à motivação à prática regular de atividades físicas e esportivas:

1) Controle de Estresse

2) Saúde

3) Sociabilidade

4) Competitividade

5) Estética

6) Prazer

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Possui 9 blocos agrupados em 6 itens cada um, sendo o nono bloco composto de seis

questões repetidas (escala de verificação). As respostas aos itens do IMPRAF-54 são dadas

conforme uma escala bidirecional, de tipo Likert, graduada em cinco pontos, indo de “isto me

motiva pouquíssimo” (1) a “isto me motiva muitíssimo” (5). Caso a diferença entre as respostas

originais e a do nono bloco seja maior que sete, o resultado é tido como pouco confiável.

- Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais (IMCSN): O

IMPRAF-54 foi utilizado como base para a elaboração deste novo questionário utilizado nesse

estudo (anexo 3), com autorização por e-mail do autor responsável. Essa elaboração foi feita

para alcançar o objetivo do presente estudo, algumas perguntas do IMPRAF-54 foram

adaptadas para que a resposta englobasse o uso de suplementos.

O IMCSN englobou também seis domínios:

1) Palatabilidade: gosta do sabor, toma por prazer do paladar;

2) Saúde: busca de manutenção da saúde, orientação de profissionais competentes;

3) Sociabilidade: amigos, outros atletas e treinadores indicam;

4) Competitividade: melhora do desempenho;

5) Estética: estética corporal, aumento de massa muscular, diminuição de gordura;

6) Prazer: satisfação pessoal, disposição, melhora sensações de cansaço físico.

A dimensão “controle de estresse” foi retirada porque a premissa de relação entre estresse

e consumo de suplementos foi considerada fraca.

- Dados pessoais: Também foram pesquisados dados pessoais e nutricionais - como

quais suplementos o indivíduo consumia na época da pesquisa - e se o indivíduo seguia alguma

orientação nutricional ou alguma dieta e quem recomendou o suplemento (anexo 4).

4.1.3 Procedimentos

No dia anterior à corrida de rua realizada na universidade do estudo, a UNICAMP, na

cidade de Campinas-SP, os pesquisadores ficaram no local da entrega de kits da competição e,

no momento que os indivíduos chegavam para buscar os kits, eram abordados, recebendo

informações sobre a pesquisa e convidados a participar do presente estudo. Quando aceitavam,

assinavam o TCLE e recebiam os questionários selecionados para responderem. Cada

participante demorou aproximadamente 10 minutos para responder aos instrumentos e as

condições de aplicação foram as mesmas para todos. A duração do levantamento de dados foi

de um dia inteiro (manhã e tarde).

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4.1.4 Suplementos

Existem inúmeros suplementos que podem ser consumidos, por esse motivo, alguns

foram agrupados da seguinte forma: no grupo “outros proteicos” foram incluídos os

suplementos de glutamina, caseína, l-carnitina e proteína de soja, no grupo “Carboidratos” estão

maltodextrina, dextrose e waxy maize (amido de milho), já no grupo “outros” estão os

hipercalóricos, termogênicos, manipulados e cafeína.

4.1.5 Análise estatística

A avaliação da confiabilidade do IMPRAF-54 e do IMCSN foi feita calculando o

coeficiente alpha () de Cronbach no geral e estratificando por sexo e para cada domínio

(controle do estresse/palatabilidade, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer),

sendo que, quanto mais próximo de 1 for o valor do coeficiente, maior a confiabilidade. Para

identificar os principais fatores para a motivação no consumo de suplementos, foi realizada a

análise fatorial utilizando a análise de componentes principais com a rotação varimax para

avaliar a formação dos domínios considerados. Todos os testes foram feitos com o software

SAS para Windows (v.9.3) fixando o nível de significância em 5% (p<0,05).

4.2. Etapa 2: Motivação para consumo de suplementos

4.2.1 Participantes

Este estudo foi realizado em caráter prospectivo, avaliando 293 indivíduos de ambos os

sexos com idades entre 18 e 60 anos, praticantes de corrida (n=96), triathlon (n=109) e

treinamento físico de força (n=76), que é comumente denominado como musculação, portanto

optamos por denominar essa modalidade assim. Também outras modalidades foram incluídas

e agrupadas como “outros”: ciclismo (n=1), kung-fu (n=1), jiu-jitsu (n=1), crossfit (n=2),

natação (n=5) e futebol (n=2).

Os praticantes de corrida foram abordados em momentos de treinos na cidade de

Campinas-SP, de forma individual e em grupos de corrida, e em entrega de kit pré-competição

de corrida de rua em Campinas-SP. Os praticantes de triathlon foram encontrados em momentos

de treino individual e em grupos em Campinas-SP e Paulínia-SP e em dia anterior à prova na

cidade de Santos-SP, ambos indivíduos praticantes de corrida e de triathlon treinavam em média

5 vezes na semana por 2 horas. As provas de corrida incluíam modalidades de 5 e 10 Km; as

competições de triathlon incluíam duas modalidades: short/curta (750m de natação, 20Km de

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ciclismo e 5Km de corrida) e olímpica (1,5Km de natação, 40Km de ciclismo e 10Km de

corrida). Os praticantes de musculação eram recreativos e não tinham foco em competição,

foram abordados durante os treinos em academias de Campinas-SP.

Os critérios de inclusão foram: ter vivência de pelo menos três meses na modalidade e

serem consumidores de ao menos um tipo de suplemento nutricional, independente de qual tipo.

Todos os participantes, após serem informados adequadamente dos objetivos e procedimentos

do estudo, assinaram o TCLE aceitando participar da pesquisa. O estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética e Pesquisa da UNICAMP (nº CAAE: 30880014.9.0000.5404, PARECER:

709.138) (anexo 1).

4.2.2 Instrumentos

- Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais (IMCSN): conforme

subitem 4.1.2.

- Dados pessoais: conforme subitem 4.1.2.

- Escala de Autoestima de Rosenberg: criada por Rosenberg (1965), é um instrumento de

dez itens, sendo 5 positivos e 5 negativos e, para cada afirmação, existem quatro possíveis

respostas em uma escala do tipo Likert (“discordo muito”, “discordo um pouco”, “concordo um

pouco” e “concordo muito”) (anexo 4). Os dez itens devem ser somados, considerando os

valores de 0 (discordo muito) a 3 (concordo muito). Os itens 1, 3, 4, 7 e 10 devem ser invertidos

da seguinte forma: 0=3; 1=2; 2=1; 3=0 (anexo 4).

O escore deste instrumento vai de 0 a 30, sendo 15 a média e verifica-se que quanto menor

a pontuação obtida, melhor é o nível de autoestima deste indivíduo. No Brasil, esta escala foi

adaptada e validada (HUTZ, 2000; DINI, QUARESMA et al., 2004; HUTZ e ZANON, 2011).

Esse questionário foi incluído no estudo pois, de acordo com Coelho e Vasconcelos-

Raposo (2002), a autoestima é outro fator psicológico que pode estar relacionada positivamente

com a prática de exercício físico e é fundamental para obtenção de resultados favoráveis,

podendo refletir também no rendimento esportivo (TRZESNIEWSKI, DONNELLAN et al.,

2003).

4.2.3 Procedimentos

A abordagem dessa etapa foi feita primeiramente com proprietário e/ou responsável pelos

estabelecimentos, competições e equipes de treino das seguintes formas:

Academia: a pesquisadora abordava as pessoas quando chegavam ou terminavam

os treinos, explicando a pesquisa e solicitando a participação.

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Treino em grupos: a pesquisa era explicada para todo o grupo e quem se

interessasse em participar respondia os questionários no momento mais

apropriado para não atrapalhar o treino - geralmente ao final.

Pré-competições: as pessoas que iam buscar os kits da competição eram abordadas

e convidadas a participar do presente estudo e responderam aos questionários

selecionados.

Em momento nenhum foi orientado o consumo de quaisquer suplementos nutricionais

durante a pesquisa. Da mesma maneira que a primeira etapa, os participantes responderam aos

questionários em aproximadamente 10 minutos, sempre nas mesmas condições de aplicação.

4.2.4 Suplementos

Existem inúmeros suplementos que podem ser consumidos, por esse motivo, alguns

foram agrupados da seguinte forma: no grupo “outros proteicos” foram incluídos os

suplementos de glutamina, caseína, l-carnitina e proteína de soja, no grupo “Carboidratos” estão

maltodextrina, dextrose e waxy maize (amido de milho), já no grupo “outros” estão

hipercalóricos, termogênicos, manipulados, lipídicos, cafeína, ômega -3 e hmb.

4.2.5 Análise estatística

Inicialmente, foram obtidas as medidas descritivas para idade, tempo de prática de

exercício em meses e frequência/tempo por semana, escore do questionário de autoestima, com

o cálculo de média e desvio padrão (DP). Para as variáveis categorizadas, foram obtidas as

frequências relativas, absolutas e gráficos de barras.

Para a obtenção da consistência interna do questionário no geral e para cada domínio, foi

calculado o coeficiente Alfa de Cronbach. Os principais fatores para identificar a motivação no

consumo de suplementos, foram obtidos através da análise fatorial com rotação varimax

utilizando a técnica de componentes principais, fixando em 0,5 o ponto de corte para os

autovalores. A normalidade dos dados da pontuação obtida no questionário IMCSN foi

verificada através do teste de Shapiro-Wilk. Como a distribuição foi assimétrica, a comparação

da pontuação nos diversos domínios foi feita utilizando um ajuste para a distribuição Gamma

seguido do teste de comparação múltipla de Wald. Os escores foram calculados para cada

domínio e estratificados por sexo.

Para avaliar a relação entre autoestima e idade, idade e quantidade de suplementos

consumidos, foi feita correlação de Pearson. A regressão de Poisson foi ajustada para comparar

as modalidades e os sexos em relação à quantidade de suplementos consumida. Todas as

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análises foram feitas pelo programa SAS for Windows, v.9.3 fixando o nível de significância

em 5% (p<0,05).

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5. RESULTADOS

5.1. Etapa 1

5.1.1 Caracterização dos participantes

Os 72 participantes (80,6% homens) eram praticantes de corrida de rua, sendo que

apresentaram idade média de 37,7 anos (±11,9). Para o sexo feminino a média de idade foi de

32,4 anos (±8,1) e para sexo masculino a média foi de 39 (±12,4) (p=0,062). O tempo de prática

do exercício físico variou de 6 meses a 35 anos e média de 5,9 anos (±6 anos).

5.1.2 Consumo de suplementos

Dentre os suplementos consumidos pelos corredores, o de maior prevalência foi o whey

protein (n=38, 48,6%) e quase metade dos participantes consumia apenas um suplemento

(Tabela 1).

Tabela 1. Perfil do consumo de suplementos nutricionais.

N (%) N (%)

1 suplemento 35 (48,6%) Outros proteicos 13 (18%)

2 suplementos 17 (23,6%) Carboidratos 32 (44,4%)

3 ou mais suplementos 20 (27,8%) Outros 15 (20,8%)

Whey protein 38 (52,8%) Vitaminas/Minerais 9 (12,5%)

BCAA 24 (33,3%) Creatina 6 (8,3%)

BCAA - Branch Chain Amino Acids/aminoácidos de cadeia ramificada; n=72, etapa 1.

5.1.3 Adaptação do instrumento IMCSN

Com as respostas obtidas pelo IMPRAF-54 e IMCSN, foram calculados os valores do

coeficiente α de Cronbach, apresentados na Tabela 1 no geral, por sexo e por domínio.

Conforme já explicitado, quanto mais próximo de 1 o valor do α de Cronbach, mais

consistente e coerente é o construto apresentado, e de acordo com o resultado apresentado na

Tabela 2, foi obtida alta consistência e coerência com relação ao questionário IMPRAF-54 e

IMCSN adaptado no geral, por sexo e por domínio, exceto para sociabilidade neste último.

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Tabela 2. Valores de α de Cronbach para IMPRAF-54 e IMCSN.

IMPRAF-54 IMCSN

Geral 0,94 Geral 0,95

Sexo Masculino 0,94 Sexo Masculino 0,95

Sexo Feminino 0,94 Sexo Feminino 0,95

Controle do estresse 0,93 Palatabilidade 0,83

Saúde 0,90 Saúde 0,90

Sociabilidade 0,96 Sociabilidade 0,56

Competitividade 0,95 Competitividade 0,92

Estética 0,94 Estética 0,95

Prazer 0,94 Prazer 0,92

IMPRAF-54: Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física; IMCSN: Inventário de Motivação

ao Consumo de Suplementos Nutricionais.

Na tabela 3, são apresentadas as 54 questões do questionário e aquelas que apresentam o

* são as que estão relacionadas significativamente com o domínio. A ordenação dos fatores se

deu por aquelas com valores maiores. A variação total explicada para os seis domínios foi de

aproximadamente 60% e apresentou uma ordenação dos fatores que motivam o consumo de

suplementos. Para o instrumento adaptado, os fatores principais para a motivação no consumo

de suplementos apareceram na seguinte ordem:

1 - estética

2 - prazer

3 - competitividade

4 - saúde

5 - palatabilidade

6 - sociabilidade

Pela Tabela 3, nota-se que a formação dos fatores foi obtida exatamente como no

IMPRAF-54, consistindo das 9 questões consideradas em cada domínio numa sequência de seis

questões, exceto para prazer (fator 5) e sociabilidade (fator 6), que foram fatores com menos

questões (cinco e quatro questões, respectivamente), uma vez que as cargas fatoriais não foram

suficientes para considerar os 9 itens.

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Tabela 3. Descritivo da análise fatorial com rotação varimax para IMCSN.

Questão Estética Prazer Competitividade Saúde Palatabilidade Sociabilidade Comuna-

-lidades

1 0,40 0,27 0,09 -0,21 0,36* 0,22* 0,46

2 0,26 0,16 -0,13 0,72* -0,13 0,21 0,68

3 0,17 0,26 0,16 -0,04 -0,04 0,57* 0,45

4 0,15 0,06 0,77* 0,04 0,06 0,18 0,66

5 0,90* 0,17 0,11 0,00 0,20 0,07 0,90

6 0,30 0,72* 0,05 0,08 -0,27 -0,03 0,69 7 0,05 0,14 0,03 0,24 0,71* 0,16 0,61

8 0,25 0,20 -0,26 0,72* 0,03 0,14 0,71

9 0,02 0,18 0,01 0,13 0,14 0,74* 0,61

10 0,05 0,25 0,71* 0,06 0,01 0,40* 0,74

11 0,89* 0,16 0,18 0,08 0,16 0,05 0,89

12 0,34 0,64* 0,13 0,13 -0,14 0,13 0,60

13 0,21 0,22 0,07 0,13 0,57* 0,14 0,45

14 0,14 0,18 -0,29 0,71* 0,12 -0,08 0,66

15 0,17 -0,12 0,29 0,17 0,37* 0,36* 0,42

16 0,14 0,03 0,88* 0,04 0,00 0,05 0,81

17 0,89* 0,20 0,15 0,00 0,16 0,03 0,87

18 0,19 0,75* 0,16 0,07 0,19 0,14 0,69

19 0,17 0,48 -0,02 0,08 0,57* -0,12 0,61

20 -0,07 0,14 0,05 0,70* 0,19 0,01 0,55

21 0,02 -0,07 0,29 0,14 0,20 0,37* 0,28

22 0,06 0,13 0,87* -0,09 0,10 0,01 0,80

23 0,81* 0,19 0,10 0,12 0,01 0,15 0,73

24 0,20 0,84* 0,08 0,06 0,14 0,03 0,78

25 0,16 0,34 0,02 0,07 0,21 -0,06 0,19

26 0,15 0,38 0,12 0,61* 0,20 0,19 0,63

27 -0,01 -0,02 0,11 0,00 0,09 0,84* 0,73

28 0,02 0,18 0,84* -0,05 -0,02 0,14 0,76

29 0,71* 0,17 0,11 0,13 0,23 0,05 0,61

30 0,14 0,71* 0,06 0,09 -0,02 0,09 0,54

31 0,18 0,53 -0,01 0,13 0,30 0,07 0,43

32 0,10 0,53 -0,04 0,40* 0,32* 0,02 0,55

33 0,10 0,04 0,06 0,30 -0,11 -0,15 0,14

34 0,09 0,20 0,68* 0,05 0,01 0,39* 0,66

35 0,68* 0,21 0,11 0,18 0,19 -0,03 0,59

36 0,23 0,57* 0,14 0,30 0,14 0,02 0,51

37 0,22 0,24 0,08 0,12 0,75* -0,01 0,68

38 -0,12 0,17 0,10 0,78* 0,25 -0,05 0,72

39 0,07 0,08 0,64* -0,05 0,08 -0,02 0,43

40 0,13 0,02 0,87* 0,06 -0,07 0,09 0,79

41 0,68* 0,33 0,08 0,18 0,11 0,09 0,63

42 0,09 0,75* 0,12 0,22 0,24 0,08 0,70

43 0,19 0,06 -0,02 0,10 0,45* 0,18 0,29

44 0,43 0,13 0,07 0,57* 0,25 -0,02 0,59

45 0,12 -0,02 0,08 0,06 0,26 0,09 0,10

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais. *P<0,05.

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Tabela 3. Descritivo da análise fatorial com rotação varimax para IMCSN (continuação).

Questão Estética Prazer Competitividade Saúde Palatabilidade Sociabilidade Comuna-

-lidades

46 0,20 -0,05 0,42 -0,01 0,11 -0,04 0,23

47 0,62* 0,38 0,09 0,27 0,19 0,18 0,68

48 0,07 0,65* 0,12 0,31 0,13 -0,03 0,56

49 0,10 0,10 0,08 0,03 0,78* 0,04 0,63

50 0,08 0,16 0,10 0,76* 0,28 0,16 0,73

51 0,20 0,07 0,16 -0,06 0,24 0,67* 0,58

52 0,09 0,16 0,85* -0,03 0,11 -0,06 0,77 53 0,09 0,73* 0,20 0,11 0,16 0,22 0,87

53 0,87* 0,18 0,20 0,11 0,15 0,04 0,66

54 0,09 0,73* 0,20 0,11 0,16 0,22 0,87

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais. *P<0,05.

A mesma análise fatorial foi realizada para verificar a motivação à prática de realização

do exercício físico, avaliado pelo IMPRAF-54, e o resultado mostrou a seguinte ordem:

1 - sociabilidade

2 - competitividade

3 - estética

4 - prazer

5 - controle do estresse

6 - saúde

As Tabelas 4 e 5 apresentam as estatísticas descritivas para o IMPRAF-54 e IMCSN para

ambos os sexos.

Tabela 4. Valores de média e desvio padrão do IMCSN por sexo.

Sexo Feminino Sexo Masculino

Domínios Média DP Média DP p-valor

Palatabilidade 22,86 8,05 18,76 6,62 0,0502

Saúde 26,36 11,59 25,69 8,36 0,8051

Sociabilidade 11,79 3,40 12,16 3,56 0,7265

Competitividade 11,57 5,67 12,66 7,07 0,5959

Estética 26,00 11,90 21,53 9,47 0,1367

Prazer 24,71 10,76 26,95 8,90 0,4211

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais; DP: Desvio- Padrão.

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Tabela 5. Valores de média e desvio padrão do IMPRAF-54 por sexo.

Sexo Feminino Sexo Masculino

Domínios Média DP Média DP p-valor

Controle estresse 26,86 8,51 24,12 9,85 0,3425

Saúde 33,21 7,84 33,12 6,29 0,9266

Sociabilidade 19,86 9,12 22,38 8,90 0,3470

Competitividade 12,07 6,59 12,91 7,40 0,6978

Estética 31,71 8,31 25,17 8,91 0,0149*

Prazer 31,79 10,28 31,59 7,71 0,9355

IMPRAF-54: Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física; DP: Desvio- Padrão. *P<0,05.

De acordo com os instrumentos, as pontuações em cada domínio variam de 8 a 40 pontos.

No caso do IMCSN (Tabela 4), observa-se que as maiores médias para o sexo feminino são

para saúde e estética. Já para o sexo masculino, as maiores médias são para saúde e prazer. Em

ambos os casos, não houve diferença significativa entre as médias de domínios considerando o

sexo.

Para o IMPRAF-54 (Tabela 5), observa-se que as maiores médias para o sexo feminino e

masculino foram para saúde e prazer. A estética apresentou diferença estatisticamente

significativa entre os sexos, sendo um fator de maior motivação para o sexo feminino.

5.2. Etapa 2

5.2.1 Caracterização dos participantes

Foram avaliados 293 sujeitos (n=216, 73,7% homens) com idade média de 35 anos

(±10,5), sendo que 285 responderam aos questionários IMCSN e de autoestima, 2 somente ao

questionário IMCSN e 6 ao de autoestima apenas. O tempo de prática do exercício físico variou

de 3 meses a 35 anos e média de 79,6 meses (±94,4), sendo que mais de 1/3 praticava 6 vezes

na semana (n=110, 37,5% sujeitos). Quanto ao consumo de suplementos, a maioria dos

participantes (n=174, 59,4%) consumia whey protein.

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Tabela 6. Caracterização dos participantes, divididos por modalidade.

Triathlon Corrida Musculação Outros

N (%) N (%) N (%) N (%)

Amostra geral 96 (32,8) 109 (37,2) 76 (25,9) 12 (4,1)

Sexo Feminino 20 (20,8) 30 (27,5) 25 (32,9) 2 (16,7)

Sexo Masculino 76 (79,2) 79 (72,5) 51 (67,1) 10 (83,3)

Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP)

Idade (anos) 34 (9,3) 35,2 (10,5) 35 (10,5) 35,6 (10,5)

Tempo prática (meses) 71,5 (85) 79,6 (94,9) 79,6 (94,3) 79,8 (96,1)

Frequência semanal 5,4 (1,3) 4,7 (1,5) 4,7 (1,5) 4,7 (1,5)

Tempo treino (horas) 2,1 (1,7) 1,7 (1,4) 1,8 (1,4) 1,8 (1,4)

N: número; DP: Desvio-Padrão; Outros: ciclismo, kung-fu, jiu-jitsu, crossfit, natação, futebol.

5.2.2 Consumo de suplementos

Figura 2. Distribuição dos tipos de suplementos nutricionais consumidos, pela amostra

total (n=293).

O consumo de suplementos mostrou que tanto na amostra geral (Figura 2), como dividida

por modalidade, o mais consumido foi o whey protein. Mas, além desse, muitos outros

suplementos são consumidos pelos sujeitos avaliados como: carboidratos (maltodextrina, em

gel – carbogel, dextrose, waxy maize/amido de milho), isotônicos, cafeína, vitaminas, minerais,

ômega 3, creatina, aminoácidos e diferentes tipos de proteínas (BCAA - Branch Chain Amino

Whey protein

26%

BCAA

15%

Outros proteicos

15%

Creatina

5%

Isotônico

5%

Carboidratos

21%

Vitaminas/minerais

4%

Outros

9%

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Acids/aminoácidos de cadeia ramificada, glutamina, arginina, albumina, leucina, caseína,

proteína da carne, proteína do arroz), entre outros.

Tabela 7. Perfil do consumo de suplementos nutricionais.

Triathlon Corrida Musculação Outros

Quantidade N (%) N (%) N (%) N (%)

1 suplemento 18 (18,7%) 56 (51,4%) 24 (31,6%) 7 (58,4%)

2 suplementos 18 (18,7%) 39 (35,8%) 15 (19,7%) 1 (8,3%)

3 ou mais suplementos 60 (62,6%) 12 (11%) 37 (48,7%) 4 (33,3%)

Tipos N (%) N (%) N (%) N (%)

Whey protein 67 (67,8%) 41 (37,6%) 59 (77,6%) 7 (58%)

BCAA 40 (41,6%) 30 (27,5%) 29 (38,2%) 5 (41,7%)

Creatina 6 (6,25%) 1 (1%) 26 (34,2%) 2 (16,6%)

Outros proteicos 44 (45,8%) 13 (11,9%) 35 (46%) 6 (50%)

Maltodextrina 21 (21,9%) 12 (11%) 7 (9,2%) 2 (16,7%)

Carbogel 34 (35,4%) 32 (29,4%) 1 (1,3%) 1 (8,3%)

Isotônico 8 (8,3%) 25 (22,9%) 1 (1,3%) 1 (8,3%)

BCAA - Branch Chain Amino Acids/Aminoácidos de cadeia ramificada; n=293, etapa 2.

Nas Figuras 3 A-C e Tabela 7 observa-se que no triathlon, o suplemento nutricional mais

consumido foi o whey protein, seguido pelo grupo “outros proteicos”. Na corrida, o suplemento

mais consumido foi o whey protein, seguido pelo carbogel e depois BCAA. Na musculação, o

whey protein também aparece em 1º lugar. Quando a regressão de Poisson foi aplicada, para

comparar uma modalidade às outras, os resultados mostraram que os corredores consomem

menor variedade de suplementos do que os praticantes das outras duas modalidades (triathlon

e musculação). Como apresentado na Tabela 7, a maioria dos praticantes de triathlon e

musculação consumia 3 ou mais suplementos, e corrida e outras modalidades consomem 1 tipo.

Grande parte dos atletas consumia algum suplemento nutricional sem indicação ou

orientação profissional, e daqueles que consumiam por alguma indicação alguns são orientados

por profissionais ou fontes não capacitadas (Tabela 8).

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Tabela 8. Origem da indicação para consumo de suplementos nutricionais.

Triathlon Corrida Musculação Outros

Sem indicação 15 (15,6%) 64 (58,7%) 35 (46,1%) 5 (41,7%)

Com indicação 81 (84,7%) 45 (41,3%) 41 (53,9%) 7 (58,3%)

- Nutricionista 63 (77,8%) 33 (73,3%) 27 (65%) 5 (71,4%)

- Educador físico 5 (6,2%) 3 (6,7%) 8 (20%) 1 (14,3%)

- Médico 9 (11%) 4 (8,9%) 0 0

- Revistas 2 (2,5%) 2 (4,4%) 4 (10%) 0

- Outros 2 (2,5%) 3 (6,7%) 2 (5%) 1 (14,3%)

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Figuras 3 A-C. Frequências relativas ao consumo de suplementos nutricionais em cada

modalidade esportiva. BCAA - Branch Chain Amino Acids/Aminoácidos de cadeia ramificada.

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43

5.2.3 IMCSN

Foi estimado o α de Cronbach para IMCSN geral (0,95) e por domínios

(Palatabilidade=0,86, Saúde=0,92, Sociabilidade=0,83, Competitividade=0,93, Estética=0,95,

Prazer=0,86).

A variação total explicada para os seis domínios foi de aproximadamente 62% e a

ordenação dos fatores que motivam o consumo de suplementos está na Tabela 10. Os fatores

principais para a motivação no consumo de suplementos apareceram na seguinte ordem:

1 - estética

2 - competitividade

3 - saúde

4 - palatabilidade

5 - sociabilidade

6 - prazer

Pela Tabela 9, nota-se que a formação dos três primeiros fatores consistiu nas 9 questões

consideradas em cada domínio numa sequência de seis questões, porém para palatabilidade

(fator 4), sociabilidade (fator 5) e prazer (fator 6) foram menos questões (seis, sete e sete

questões, respectivamente), uma vez que as cargas fatoriais não foram suficientes para

considerar os 9 itens.

Tabela 9. Descritivo da análise fatorial com rotação varimax para IMCSN.

Questão Estética Competitividade Saúde Palatabilidade Sociabilidade Prazer Comuna-

lidades

1 0,19 0,17 0,14 0,58* 0,24 -0,07 0,48

2 0,21 -0,08 0,74* 0,01 -0,01 0,08 0,60

3 0,19 -0,01 -0,08 0,24 0,62* 0,10 0,49

4 0,07 0,82* 0,12 0,05 -0,01 0,11 0,72

5 0,86* 0,08 0,09 -0,05 0,22 0,05 0,80

6 0,29 0,15 0,18 -0,10 0,05 0,66* 0,59 7 -0,02 0,06 0,05 0,65* 0,30 -0,12 0,54

8 0,16 -0,05 0,81* 0,05 0,04 0,08 0,70

9 0,16 0,12 0,15 0,25 0,54* -0,03 0,42

10 0,13 0,78* 0,06 0,20 0,04 0,10 0,68

11 0,90* 0,08 0,05 -0,01 0,16 0,06 0,84

12 0,34 0,20 0,21 -0,11 0,03 0,70* 0,71

13 0,04 0,13 0,24 0,55* 0,13 0,15 0,42

14 0,17 -0,01 0,82* 0,11 -0,01 0,13 0,73

15 0,17 0,11 0,15 0,17 0,66* 0,09 0,54

16 0,12 0,75* 0,12 0,16 0,20 0,05 0,66

17 0,90* 0,07 0,06 -0,03 0,21 0,02 0,87

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais; n=287.

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Tabela 9. Descritivo da análise fatorial com rotação varimax para IMCSN (continuação).

Questão Estética Competitividade Saúde Palatabilidade Sociabilidade Prazer Comuna-

lidades

18 0,51 0,25 0,12 0,15 0,06 0,45* 0,56

19 0,06 0,03 0,20 0,67* 0,22 0,14 0,56

20 0,05 0,24 0,72* 0,18 0,19 0,13 0,67

21 0,14 0,25 0,09 0,22 0,59* -0,03 0,49

22 0,16 0,80 0,03 0,06 0,13 0,12 0,70

23 0,79* 0,09 0,21 0,01 0,08 0,12 0,70

24 0,56 0,11 0,14 0,34 -0,06 0,41* 0,63

25 0,00 0,06 0,22 0,26 0,09 0,54* 0,42

26 0,15 0,13 0,76* 0,21 0,11 0,18 0,70

27 0,14 0,14 0,04 0,27 0,72* 0,04 0,64

28 0,09 0,85* -0,01 0,06 0,08 0,13 0,76

29 0,81* 0,12 0,09 0,09 0,22 0,09 0,75

30 0,36 0,20 0,16 -0,03 0,03 0,72* 0,72

31 -0,02 0,04 0,34 0,37 0,01 0,49* 0,49

32 0,19 0,17 0,60* 0,07 0,03 0,35 0,55

33 -0,10 0,12 0,29 -0,16 0,15 0,32 0,26

34 0,14 0,80* 0,06 0,16 0,09 0,10 0,71

35 0,71* 0,25 0,04 0,14 0,23 -0,02 0,65

36 0,52 0,08 0,18 0,47* -0,02 0,23 0,58

37 0,03 0,10 0,17 0,76* 0,29 -0,11 0,72

38 0,08 0,15 0,73* 0,29 0,07 0,17 0,68

39 0,02 0,38 0,09 -0,04 0,34* -0,02 0,27

40 0,04 0,87* 0,09 -0,03 0,09 0,11 0,79

41 0,67* 0,11 0,34 0,05 0,04 0,19 0,63

42 0,47 0,05 0,29 0,47* -0,02 0,33 0,64

43 0,02 0,04 0,06 0,41 0,23 0,15 0,25

44 0,30 0,11 0,62* 0,25 0,12 0,04 0,57

45 0,06 0,02 0,01 0,15 0,65* 0,10 0,45

46 0,10 0,40* 0,15 0,01 0,49* -0,08 0,44

47 0,67* 0,02 0,34 0,09 -0,01 0,27 0,65

48 0,45 0,04 0,27 0,44* -0,10 0,37* 0,62

49 -0,01 0,07 0,08 0,77* 0,32 -0,05 0,70

50 0,14 0,15 0,77* 0,21 0,12 0,15 0,72

51 0,15 0,11 0,04 0,21 0,81* 0,01 0,74

52 0,11 0,85* 0,05 0,04 0,14 0,09 0,77

53 0,88* 0,09 0,10 0,00 0,19 0,03 0,83

54 0,52 0,14 0,18 0,23 0,00 0,49* 0,61

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais; n=287.

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Tabela 10. Ranking dos fatores motivacionais por sexo e modalidade, através da análise

fatorial com rotação varimax.

1º 2º 3º 4º 5º 6º Var.Exp.

Feminino Estética Saúde Compet. Palatab. Sociab. Prazer 68%

Masculino Estética Compet. Saúde Prazer Palatab. Sociab. 61%

Triathlon Estética Saúde Compet. Sociab. Palatab. Prazer 61%

Corrida Prazer Compet. Estética Palatab. Saúde Sociab. 63%

Musculação Estética Saúde Compet. Sociab. Palatab. Prazer 68%

Compet.: competitividade; Palatab.: palatabilidade; Sociab.: sociabilidade; Var.Exp.: percentual de variância

explicada.

Tabela 11. Pontuação dos sexos feminino e masculino em cada domínio do IMCSN.

Sexo Feminino Sexo Masculino

Domínios Média (DP) Mediana

(Mín-Máx) Média (DP)

Mediana

(Mín-Máx) p-valor

Palatabilidade 25,07 (8,96) 23 (10-45) 26,29 (7,85) 26 (10-45) 0,2823

Saúde 31,12 (10,6) 35 (9-45) 30,38 (10,06) 33 (9-45) 0,6369

Sociabilidade 17,78 (7,3) 15 (9-39) 16,87 (6,26) 15 (9-38) 0,2741

Competitividade 17,73(9,42) 14 (9-43) 19,16 (10,1) 15 (9-45) 0,2703

Estética 30,53 (10,87) 34 (9-45) 26,52 (10,9) 27 (9-45) 0,0145*

Prazer 34,7 (9,05) 36,5 (11-45) 33,54 (8,85) 35 (9-45) 0,3913

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais; ± Desvio Padrão; Mín-máx:

mínimo e máximo. *P<0,05.

Figura 4. Motivação para consumo de suplementos, comparação entre sexos, *p<0,05.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Palatabilidade Saúde Sociabilidade Competitividade Estética Prazer

Méd

ia d

e so

mató

ria d

as

qu

estõ

es

Feminino Masculino

*

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Foram comparados os sexos feminino e masculino, e apenas a estética demonstrou ser

fator motivador para consumo de suplementos maior entre as mulheres (Figura 4, Tabela 11).

Tabela 12. Pontuação das diferentes modalidades em cada domínio do IMCSN.

Corrida Musculação Triathlon

Domínios Média

(DP)

Mediana

(Mín-Máx)

Média

(DP)

Mediana

(Mín-Máx)

Média

(DP)

Mediana

(Mín-Máx)

Palatab. 25,9 (7,91) 25,5 (10-45) 25,8 (8,94) 25 (10-44) 26,1 (7,91) 25 (11-45)

Saúde 29,9 (9,79) 31,5 (9-45) 29,8 (10,46) 33 (9-45) 31,9 (10,39) 35 (9-45)

Sociab. 16,3 (6,32) 14 (9-35) 17,6 (7,56) 15 (9-39) 17,6 (5,95) 16 (9-38)

Compet. 16,8 (9,15) 13 (9-41) 16,5 (9,73) 12 (9-39) 22,6 (9,84)* 23 (9-45)

Estética 25,2 (10,41) 25 (9-45) 34,4 (10,08)* 36 (9-45) 25,1 (10,27) 24,5 (9-45)

Prazer 32,28 (9,48) 33,5 (9-45) 36,36 (7,79)§ 39 (11-45) 33,68 (8,72) 35 (10-45)

IMCSN: Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos Nutricionais; ± Desvio Padrão; Mín-máx: mínimo

e máximo; Palatab.: palatabilidade; Sociab.: sociabilidade; Compet.: competitividade.

* diferença estatisticamente significativa em relação às outras duas modalidades, p<0,0001.

§ diferença estatisticamente significativa em relação à corrida, p=0,007.

Figura 5. Motivação para consumo de suplementos, comparação entre modalidades.

* diferença estatisticamente significativa em relação às outras duas modalidades, p<0,0001.

§ diferença estatisticamente significativa em relação à corrida, p=0,007.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Palatabilidade Saúde Sociabilidade Competitividade Estética Prazer

Méd

ia d

e so

mató

ria d

as

qu

estõ

es

Corrida Musculação Triathlon

*

*

§

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Quando avaliadas as três modalidades - corrida, musculação e triathlon, os indivíduos

praticantes de triathlon demonstraram que o fator motivacional competitividade é mais forte do

que nos outros dois grupos, os indivíduos praticantes de musculação apresentaram estética

como fator mais significativo e, em relação ao prazer, o grupo musculação foi mais significativo

do que o grupo de corrida (Figura 5 e Tabela 12).

5.2.4 Autoestima

O questionário de autoestima obteve α de Cronbach de 0,69, o que mostra que o mesmo

possui confiabilidade e coerência.

A Tabela 13 mostra os resultados do questionário de autoestima, sendo que houve

diferença significativa entre mulheres e homens, sendo que os homens apresentaram maior

autoestima. Em relação às modalidades, os atletas do triathlon apresentaram maior autoestima

do que àqueles das outras duas modalidades. Lembrando que quanto menor o escore (podendo

variar de 0 a 30), melhor é a autoestima.

Foi calculado coeficiente de correlação (r) entre as pontuações de autoestima com idade

e número de suplementos. Os resultados mostraram que quanto maior a idade, menor a

autoestima (p = 0,0308, r = -0,13) e menor o número de suplementos que se consome (p =

0,003, r = -0,17). Não foi encontrada correlação significativa entre autoestima e número de

suplementos. Quando dividido por sexo e modalidade, a correlação entre idade e suplementos

manteve-se nos homens (p = 0,0064, r = -0,19) e no triathlon (p = 0,0067, r = -0,27).

Tabela 13. Comparação das médias de pontuação da autoestima entre sexos e entre

modalidades.

Sexo/Modalidade Média Desvio-padrão Mediana (Mín-Máx)

Sexo feminino 4,85 4,03 4 (0-18)

Sexo masculino 3,70* 3,25 3 (0-19)

Corrida 4,28 3,45 4 (0-19)

Musculação 5,01 3,96 4 (0-18)

Triathlon 2,91* 2,87 2 (0-13)

*P<0,05.

5.3. Artigo publicado

Em 2017, foi publicado artigo com revisão bibliográfica sobre o assunto tratado no

presente estudo – Castanho, G.K.F. et al. Motivação para o consumo de suplementos

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nutricionais por praticantes de exercícios físicos. Conexões: Educ. Fís., Esporte e Saúde,

Campinas: SP, v. 15, n. 1, p. 92-108, 2017 (anexo 5).

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6. DISCUSSÃO

O objetivo principal deste estudo enfatizava identificar os fatores motivacionais de

praticantes de exercícios físicos para consumir suplementos nutricionais, comparando os

mesmos entre modalidades e sexos. Para isso, foi necessária a elaboração e validação de

questionário específico, o primeiro resultado importante desse trabalho.

Anteriormente a esse estudo, não foi encontrado questionário validado que relacionasse

fator motivacional e consumo de suplemento. Sendo esse o objetivo principal deste estudo, foi

necessário elaborar um instrumento que avaliasse essa relação. Assim, na primeira etapa do

estudo, foi elaborado o questionário IMCSN, baseado no IMPRAF-54, que avalia o fator

motivacional e o exercício físico. Para validar o IMCSN ambos foram aplicados e avaliados

estatisticamente. Os resultados com rotação varimax na primeira etapa do estudo foram

satisfatórios, revelando que de fato, pode-se considerar que o questionário adaptado IMCSN

seleciona os seis domínios sugeridos pelo IMPRAF-54 composto por 9 questões cada. Nas duas

etapas, o α de Cronbach foi de 0,95, confirmando consistência interna, coerência e

fidedignidade do IMCSN como um instrumento capaz de detectar os fatores que influenciam a

motivação no consumo de suplementos. Na segunda etapa, a rotação varimax confirmou a

formação das 9 questões dos fatores estética, competitividade e saúde, porém palatabilidade,

sociabilidade e prazer apresentaram menos questões, pois as cargas fatoriais não foram

suficientes. Apesar disso, o resultado ainda continuou muito satisfatório, revelando que de fato,

pode-se considerar que o IMCSN responde à pergunta proposta e é válido para pesquisar essa

relação.

Alguns autores apontaram a quase inexistência de estudos sobre motivação e consumo de

suplementos nutricionais e ressaltaram que os poucos da literatura, relatavam que os principais

motivos seriam os sociais como aconselhamento de familiares, amigos ou profissionais,

publicidade, porém no presente estudo não foi o observado (ROVIRA et al., 2013).

Respondendo ao principal objetivo dessa pesquisa, o fator motivacional mais importante

para os 293 indivíduos foi a estética, quando avaliamos separadamente as modalidades

observamos que a mesma se mostrou significativamente mais importante para os praticantes de

musculação do que nos outros indivíduos e, competitividade mais importante para os triatletas.

Nos Estados Unidos, em relatório divulgado pela Frost e Sullivan (2011), os principais

motivos para a compra de suplementos conhecidos como nutracêuticos são: facilidade do uso

(54%) saúde (50%), preço (49%), reportagens (41%), saúde (39%) e marca (14%). Em 2014,

um estudo demonstrou que atletas canadenses jovens (11 a 25 anos), tinham como os principais

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fatores de motivação para o consumo de suplementos: saúde, aumento de energia, melhora do

sistema imune, recuperação e melhora do desempenho (WIENS et al., 2014). De maneira

semelhante, a pesquisa de Dickinson et al. (2014) mostrou que saúde/qualidade de vida (58%)

e suprir deficiências nutricionais (42%) foram os fatores motivacionais que prevaleceram.

Estudo recente no Brasil avaliou 817 corredores de rua (idade média de 37,9 ± 12,4 anos),

divididos em dois grupos: sem e com orientação profissional para exercícios físicos e,

verificaram que o grupo que recebia orientação consumia mais suplementos (42,6 vs 22,39%).

Da amostra total, 230 (28,3%) consumiam suplementos nutricionais, sendo o carboidrato o de

maior prevalência (52,17%) e, 29,5% consumia mais de um tipo de suplemento. Quando

questionados sobre os fatores motivacionais para o consumo de suplementos, cinco razões

apareceram mais: energia (29,5%), melhora do desempenho (17,1%), reposição de nutrientes

(11,1%), aumento da resistência (10,3%) e evitar a fadiga (10,3%), mostrando que os fatores

relacionados ao rendimento eram mais importantes (SALGADO et al., 2014).

Esse estudo citado acima chama a atenção para o fato de que as pessoas que recebiam

orientação profissional para exercícios, também consumiam mais suplementos, talvez por duas

razões: 1) os profissionais estimulam seus alunos para consumirem suplementos, 2) os

profissionais estimulam seus alunos a buscarem orientação de outros profissionais da saúde

como o nutricionista, para a adequação nutricional a fim de obter melhores resultados no

exercício.

Os resultados apresentados na primeira etapa do presente estudo demonstraram que

sociabilidade e competitividade são motivadores para as pessoas realizarem exercício físico, no

caso, a corrida de rua. Esse achado difere do estudo de Balbinotti et al. (2007), que avaliou a

motivação de 91 corredores através do IMPRAF-126 e encontraram como fatores motivacionais

prazer, saúde e controle de estresse. Um pouco antes, Balbinotti et al. (2015) avaliaram 62

corredores de rua com o IMPRAF-132 e encontraram saúde e prazer como fatores

motivacionais para o exercício. Essa diferença nos resultados pode ser explicada pelo fato da

corrida de rua reunir pessoas de diferentes faixas etárias e interesses, e ser uma prática esportiva

de fácil acesso a todos.

Em praticantes de musculação, a saúde já mostrou ser o principal fator motivacional de

300 frequentadores de academias de Porto Alegre (Balbinotti e Capozzoli, 2008). Pellegrini et

al. (2017) avaliaram 400 indivíduos praticantes de musculação na cidade de São Carlos-SP e

verificaram, através de questões abertas, que a maioria (72,8%) treinava com objetivo de

alcançar qualidade de vida/saúde. Em 2014, um estudo em João Pessoa-PB (DA SILVA, DE

ANDRADE GOMES SILVA et al., 2014) avaliou 180 sujeitos de 15 academias, e concluiu que

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a principal motivação para a prática de exercícios foi a estética (61% grupo suplemento e 8%

no grupo não suplemento) e saúde (60% g. suplemento e 82% g. não suplemento), seguido por

hipertrofia (38% vs 31%), lazer (19% vs 21%) e rendimento esportivo (11% vs 10%).

Em estudo realizado em São Luís - MA (LACERDA, CARVALHO et al., 2015) com 723

indivíduos de 17 academias, os resultados mostraram que a maioria dos indivíduos realizava

exercícios de 3 a 5 vezes na semana, tendo como principal motivação para a prática de

exercícios físicos o estilo de vida saudável (89,6%), seguido de ganho de massa muscular

(7,2%) e perda de peso (3,2%). Assim, os estudos citados, diferente do presente, mostram que

a saúde é um dos principais motivos pelo qual as pessoas praticam exercícios físicos, sendo um

bom parâmetro e incentivador para profissionais da área.

Em relação à prática da suplementação, as pesquisas mostram que é muito difundida entre

atletas, sendo que as estimativas mundiais ficam entre 40 e 80% desse grupo (MOLINERO e

MARQUEZ, 2009), mas entre praticantes recreativos de exercícios físicos, essa prevalência

também é alta (ALBINO et al., 2009).

No presente estudo não avaliamos a prevalência de consumo, pois um dos critérios de

inclusão era consumir ao menos um suplemento, porém, na etapa 2 da pesquisa observou-se

que 39% da amostra consumia 3 ou mais suplementos, seguido de 36% que consumia apenas

um suplemento e 25% 2 tipos de suplementos, sendo que os praticantes de triathlon foram os

que apresentaram maior prevalência de consumo de mais suplementos.

Silva et al. (2014) encontraram prevalência de consumo de ao menos um suplemento em

58,3% dos participantes, sendo os mais consumidos proteínas (74,3%), carboidratos (31,4%) e

cretina (25,7%). Lacerda et al. (2015) verificaram que o consumo de suplementos prevaleceu

em 64,7% da amostra de maioria masculina (52,6%) com idade entre 20-39 anos (74,4%). Os

suplementos compostos de aminoácidos ou diferentes proteínas (grupo outros proteicos)

também foram os mais consumidos (12%) e dos indivíduos que relataram uso de suplementos,

34,4% consumiam diversos tipos.

Em 2017, um estudo avaliou 400 praticantes de musculação em São Carlos-SP e

verificaram que os suplementos mais consumidos também foram os proteicos, com destaque

para whey protein (84%) e BCAA (57%) (PELLEGRINI et al., 2017). Assim como nos estudos

citados, no presente estudo o whey protein foi o suplemento mais citado.

No nosso grupo de praticantes de musculação, o consumo de proteínas chamou a atenção

pela alta prevalência. Fanti et al. (2017) avaliaram praticantes de musculação em relação ao

consumo de suplementos e verificaram que 84% consumia suplementos ricos em proteínas e os

principais fatores que levavam ao consumo foram ganho de massa muscular ou força, melhorar

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rendimento, repor nutrientes e evitar fraqueza, resultados muito semelhantes aos atualmente

encontrados (FANTI, MARQUES et al., 2017).

Segundo Cribb et al. (2007), o whey protein mostra-se mais vantajoso por sua composição

de aminoácidos, que têm rápida absorção e promovem maior síntese proteica. Além do whey

protein, o consumo de aminoácidos e composto nitrogenado como a creatina, também foi

importante no presente estudo.

A maltodextrina e o carbogel foram dois suplementos de carboidratos muito consumidos

na amostra estudada, desempenhando um importante papel na alimentação do praticante de

exercícios. Os suplementos de carboidratos podem ser consumidos antes, durante e após o

exercício para ajudar os atletas a alcançar as demandas nutricionais, mas as mesmas também

podem ser supridas com boas escolhas de alimentos (CASTELL, BURKE et al., 2010).

Moreira e Lameiro (2014) verificaram que os aminoácidos ou concentrados proteicos

foram os mais utilizados (48,28%), seguido de suplementos ricos em carboidratos (34,48%) e

vitaminas ou complexos vitamínicos (17,24%) e que a indicação do uso de suplementos foi

realizada por um professor de Educação Física (42,2%), seguida por autoindicação (31,5%).

A maioria dos praticantes de exercícios respondeu buscar indicação de profissionais

capacitados para o consumo, porém uma importante parcela, principalmente os praticantes de

corrida, ainda não tem orientação adequada, buscando fontes como revistas e profissionais não

capacitados. Esses dados corroboram com a afirmação de McKinsey e Company (2013) de que

a população tem a tendência para a automedicação, explicando essa auto indicação para

consumir os suplementos, e que isso beneficiaria apenas o mercado de suplementos. As

empresas que comercializam os suplementos encorajam este tipo de comportamento social

aumentando a educação dos consumidores no que diz respeito aos seus produtos.

Estudo de 2013, em Porto Alegre, verificou que mais de um terço dos entrevistados

(39,1%) consumia suplementos por indicação de educadores físicos ou acadêmicos do curso e

40,2% por vendedores de lojas, auto prescrição ou amigos (40,2%). Apenas 9,1% dos

suplementos foram indicados por nutricionistas ou estudantes do curso ou por outros

profissionais da saúde (5,1%) (FAYH, SILVA et al., 2013), não diferindo de estudo mais

recente em que a maioria dos entrevistados também buscou indicação de fontes não seguras

e/ou capacitadas, sendo que apenas 32,8% da amostra consumia por indicação de nutricionista

(PELLEGRINI et al., 2017).

Além dos fatores motivacionais para prática de exercícios e para consumo de suplementos

nutricionais, avaliamos outro aspecto psicológico dos participantes, a autoestima. Uma das

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propostas de avaliar a mesma estava em relacionar o nível de autoestima e o consumo de

suplementos e, verificar os níveis na amostra estudada.

A escala utilizada classifica a autoestima em três níveis: baixa, moderada ou alta. A baixa

é quando o indivíduo apresenta sentimentos de incompetência, dificuldade em encarar desafios

e inadequação; na moderada pode haver embate com os sentimentos de aprovação e rejeição de

si mesmo; e a alta autoestima relaciona-se a sentimentos positivos de valor de si próprio,

competência e autoconfiança (ROSENBERG, 1965), boa saúde mental, habilidades sociais e

bem-estar (HEWITT, 2009). No presente estudo, foi comprovado que os níveis de autoestima

são altos, pois a amostra geral teve níveis de autoestima elevados, e no triathlon foi

significativamente maior do que na corrida e na musculação.

Os homens também apresentaram autoestima significativamente maior do que as

mulheres. Na análise estatística de correlação entre idade e autoestima, houve uma tendência

em relação à idade, sendo que quanto maior a idade, menor a autoestima. Neste mesmo sentido,

um estudo realizado com atletas do futsal para verificar autoestima através da Escala de

Rosenberg, observou que 93% tinham nível de autoestima alto ou médio, sendo que as mulheres

apresentaram níveis mais altos de autoestima, e ainda apresentou uma relação inversa entre

idade e autoestima (KOCAK, 2015). Em 2017, Vidual também avaliou esse fator entre

jogadores de vôlei e futebol e observou um alto nível, sendo maior nos homens. Em

contrapartida, Acak (2012) não achou relação entre idade e sexos e os níveis de autoestima,

sendo que os 95 jogadores de futebol avaliados apresentaram autoestima moderada.

A relação inversa entre idade e autoestima pode ser explicada por situações da vida como

perdas fisiológicas, de status social ou de ente queridos (FOX, 1997), porém estudos mostram

que a prática de exercícios ajuda a manter ou melhorar a autoestima (ANTUNES, MAZO et al.,

2011; MELLO, VILLARIM et al., 2015). Fato que já foi demonstrado em 2005 por Spence,

McGannon e Poon, quando apresentaram 113 estudos em revisão e concluíram que o exercício

físico influencia positivamente a autoestima. No presente estudo, os praticantes de triathlon

foram considerados atletas, com níveis de treinamentos altos, e apresentaram maior autoestima

em relação aos indivíduos das outras modalidades, sugerindo que altos níveis de treinamento

podem influenciar positivamente a autoestima.

Com esses achados, verificamos que a autoestima e o consumo de suplementos não

estavam relacionados, não sendo esse um fator que explique o alto consumo entre os atletas.

Este estudo avaliou os dois fatores psicológicos, autoestima e motivação, na influência ao

consumo de suplementos nutricionais entre praticantes de exercícios. Como explicitado no

início do trabalho, o interesse em estudar o consumo de suplementos e a motivação para tal veio

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com a leitura de diversos estudos e com a prática clínica, que mostraram esse alto índice de

consumo, com indicação errônea de pessoas não capacitadas e muitas vezes pessoas com

problemas de saúde já relacionados ao consumo excessivo. O que observamos, infelizmente, é

que ainda existe pressa na obtenção de resultados e o consumo de suplementos torna-se

corriqueiro, não fazendo parte de uma estratégia alimentar. Demonstrando necessidade urgente

de melhor atuação de nutricionistas na prática de suplementação de praticantes de exercícios

físicos (LUN, ERDMAN et al., 2012).

Uma boa prescrição de suplementos prevê adequação do consumo alimentar, definição

do período de utilização de suplementos, e reavaliação junto ao estado nutricional e ao plano

alimentar do indivíduo (RANKIN, 2000).

De acordo com a Lei 8.234 de 17/09/91 (BRASIL, 1991), é atividade privativa do

nutricionista prescrever, planejar e avaliar dietas e de sua competência prescrever suplementos

caso haja necessidade. Portanto, o primeiro passo para um bom rendimento esportivo é buscar

profissionais capacitados para orientar, isso inclui o nutricionista com especialização em

esportes. Esse profissional tem o embasamento e conhecimento para avaliar o estado nutricional

e a composição corporal, seguido de avaliar, estudar e orientar uma boa alimentação, que traga

os nutrientes necessários e muitas vezes suficientes. Depois dessa fase inicial e do

conhecimento do dia-a-dia, o profissional irá prescrever o melhor suplemento para suprir as

necessidades do indivíduo, quando necessário.

Na indicação de suplementos, o profissional irá avaliar a melhor forma de consumo, qual

o tipo ideal para aquele indivíduo, qual dose e horário de consumo, e se existe necessidade de

associação com outros alimentos ou nutrientes para ajudar na absorção. A reavaliação é

fundamental depois de um período para verificar resultados, aceitação, palatabilidade, e outros

fatores avaliados como importantes na composição alimentar. Por exemplo, um atleta que tenha

gasto energético muito alto e, ao mesmo tempo, problemas gástricos, pode apresentar

dificuldade para consumir alguns alimentos, principalmente durante os treinos. Nesses casos,

existem suplementos de rápida digestão e fácil consumo, que o profissional pode indicar para

suprir a demanda energética, sem prejudicar o treino e a saúde do indivíduo.

A pessoa que pratica exercícios geralmente quer resultados rápidos e tem a crença de que

o melhor caminho é tomar suplementos veiculados em revistas, internet ou profissionais não

capacitados. É preciso orientar que consumir suplemento não é simplesmente ir à loja e comprar

o produto com o rótulo mais bonito ou igual ao do amigo. A prescrição de suplementos contém

uma série de recomendações pelo órgão regulamentador da profissão do nutricionista, o

Conselho Federal de Nutricionista, que primeiramente delibera que:

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“Considerando que a prescrição de suplementos nutricionais, quando indispensável para

suprir necessidades nutricionais específicas, previstas no artigo 2º da Resolução CFN nº

390/2006, deve ter caráter de complementação e ou suplementação do plano alimentar e não de

substituição de uma alimentação saudável e equilibrada” (CFN, 2016). E depois recomenda a

forma correta de se documentar a prescrição.

Infelizmente não encontramos que a saúde seria um fator motivacional importante na

amostra estudada (estando em terceiro lugar), o que é preocupante, pois o grande problema de

se consumir suplementos em grande quantidade ou sem orientação é o possível prejuízo à saúde.

O excesso do consumo dessas substâncias pode ser prejudicial, pois alguns nutrientes possuem

limites de consumo aceitáveis para que não sejam prejudiciais à órgãos como fígado e rins,

além de poder afetar negativamente o sistema nervoso, a pressão arterial, as taxas de glicemia,

os níveis de ácido úrico ou os perfis lipídicos. No caso de indivíduos atletas, que participem de

competições que sejam passíveis de exame antidoping, o suplemento também pode prejudicá-

los, indicando um doping positivo, caso ocorra contaminação com substâncias ilícitas que não

estejam descritas no rótulo, como descrito anteriormente.

Lembrando que os participantes se diferenciaram em relação às três modalidades: os

atletas que buscavam competições eram principalmente àqueles do triathlon e corrida, e os

praticantes de musculação que estavam nas academias sem foco em competir, sendo assim

considerados praticantes recreativos. Mas, mesmo esses, estão suscetíveis à pressão da

sociedade e da mídia para obterem um corpo padrão como o corpo magro, com baixa quantidade

de gordura ou com elevada massa muscular (SABA, 1999), contribuindo para o aumento no

consumo de suplementos (STRICKER, 2002). Muitas vezes, a motivação para o consumo

desses produtos está acima da saúde, como é o caso dos participantes do presente estudo que

relataram que a estética é o principal fator motivacional. Competição também apareceu antes

de saúde, principalmente no grupo de triathlon. A estética destacou-se no grupo praticante de

musculação, o que na minha prática clínica também era verificado.

Mesmo a estratégia alimentar e suplementação sendo de atribuição do profissional

nutricionista, os outros profissionais relacionados ao exercício físico devem possuir

conhecimento na área, pois muitas vezes estão mais próximos dos indivíduos praticantes e

podem ajudar os mesmos a fazerem melhores escolhas ou a procurar profissionais capacitados

para orientar. Este estudo mostra a importância dos profissionais conhecerem seus alunos e/ou

atletas e estarem próximos dos mesmos, pois fatores psicológicos nem sempre são facilmente

identificáveis. Aqui trouxemos um estudo multidisciplinar, com as áreas da Educação Física,

Psicologia e Nutrição sendo envolvidas, complementando-se e mostrando a importância dos

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profissionais bem informados e capacitados para melhor trabalhar com pessoas praticantes de

exercícios físicos, em uma perspectiva positiva, adequada e integral.

O presente estudo teve limitações em relação à amostra estudada, pois a mesma foi de

conveniência e escolha da pesquisadora, não sendo representativa de todas as modalidades

esportivas ou da população em geral. Além disso, a amostra não foi subdividida em grupos

etários, que poderiam apresentar diferenças em relação aos resultados. Também não houve uma

parte de participantes que não praticasse exercícios, para comparar com os praticantes.

Outra limitação do estudo foi a falta de acesso à alimentação dos participantes, pois esse

fator não estava dentro dos objetivos propostos, mas poderia render análises importantes em

relação ao consumo de suplementos. Sendo assim, novos estudos são importantes para abranger

outras modalidades, trazendo maior conhecimento para as áreas envolvidas com a prática de

exercícios físicos.

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7. CONCLUSÕES

O questionário criado - Inventário de Motivação ao Consumo de Suplementos

Nutricionais (IMCSN) - para avaliar a motivação para consumo de suplementos nutricionais

em praticantes de exercícios físicos apresentou consistência e coerência e atingiu seu objetivo.

Os suplementos nutricionais mais consumidos pelos indivíduos praticantes de exercícios

foram whey protein, BCAA, carbogel e outros aminoácidos e tipos de proteínas.

Estética e competitividade foram os fatores motivacionais para o consumo de

suplementos nutricionais na população estudada, sendo que a estética apresentou maior

representatividade entre as mulheres e entre os praticantes de musculação.

Os participantes responderam ter elevado nível de autoestima, sendo que a mesma foi

maior em homens e em praticantes de triathlon.

Os resultados demonstraram dados preocupantes em relação ao grande consumo de

suplementos, apontando para a necessidade de intervenção dos profissionais capacitados. Além

disso, a motivação apresentada pelos avaliados é considerada extrínseca (estética) e está acima

do quesito saúde, o que deve ser acompanhado de perto pelos profissionais da área.

Portanto, esse estudo mostrou a importância de conhecer os hábitos de consumo e a

motivação dos praticantes de diferentes modalidades esportivas. Conhecer essas informações

ajudará os profissionais da área a trabalharem mais próximos de seus alunos e/ou atletas e

poderem orientar da forma correta, para não haver problemas de saúde ou problemas com

exames de doping.

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ANEXOS

1 - ACEITE COMITÊ DE ÉTICA

2 - QUESTIONÁRIO IMPRAF-54

3 - QUESTIONÁRIO IMCSN

4 - QUESTIONÁRIO INICIAL E ESCALA DE AUTOESTIMA

5 - ARTIGO PUBLICADO

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ANEXO 1- ACEITE COMITÊ DE ÉTICA

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1

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2

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ANEXO 2 – QUESTIONÁRIO IMPRAF-54

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ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO IMCSN

INVENTÁRIO DE MOTIVAÇÃO AO CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Este questionário visa conhecer melhor o grupo de motivações que o faz consumir (ou o mantém

consumindo) suplementos nutricionais, de forma regular. As afirmações (ou itens) descritas abaixo podem

ou não representar suas próprias motivações. Indique, de acordo com a escala abaixo, o quanto cada

afirmação representa (ou representaria) sua motivação para consumir o suplemento regularmente

durante a prática de exercício/esporte. Note que, quanto maior o valor associado a cada afirmação, mais

motivadora ela é para você. Responda a todos os itens de forma sincera, não deixando nenhuma resposta

em branco. PENSE NO SUPLEMENTO QUE VOCÊ CONSIDERA MAIS IMPORTANTE DE

CONSUMIR. (1) – Isto me motiva pouquíssimo (para consumir o suplemento esportivo)

(2) – Isto me motiva pouco (para consumir o suplemento esportivo)

(3) – Isto me motiva “mais ou menos” (não sei dizer ou tenho dúvida) (para consumir o suplemento

esportivo)

(4) – Isto me motiva muito (para consumir o suplemento esportivo)

(5) – Isto me motiva muitíssimo (para consumir o suplemento esportivo)

1

1. ( ) o consumo me dá prazer

2. ( ) adquirir saúde.

3. ( ) os amigos me indicaram

4. ( ) ser campeão no esporte.

5. ( ) ficar com o corpo bonito.

6. ( ) atingir meus ideais

2

7. ( ) o gosto me agrada

8. ( ) melhorar a saúde.

9. ( ) influência da família e amigos

10. ( ) competir com os outros.

11. ( ) ficar com o corpo definido.

12. ( ) alcançar meus objetivos.

3

13. ( ) me sinto bem alimentado

14. ( ) manter a saúde.

15. ( ) conheci na loja de suplementos

16. ( ) ganhar prêmios.

17. ( ) ter um corpo definido.

18. ( ) realizar-me.

4

21. ( ) sensação de bem-estar após consumo

20. ( ) ficar livre de doenças.

21. ( ) não me sentir diferente dos outros

22. ( ) ser o melhor no esporte.

23. ( ) manter o corpo em forma.

24. ( ) obter satisfação.

5

25. ( ) me sinto mais disposto para o exercício

26. ( ) viver mais.

27. ( ) meus amigos também consomem

28. ( ) ganhar dos adversários.

29. ( ) sentir-me bonito.

30. ( ) atingir meus objetivos.

6

31. ( ) me sinto mais bem disposto

32. ( ) ter índices saudáveis de aptidão física.

33. ( ) médico/nutricionista me orientou a

consumir

34. ( ) concorrer com os outros.

35. ( ) tornar-me atraente.

36. ( ) meu próprio prazer.

7

37. ( ) agrada meu paladar

38. ( ) não ficar doente.

39. ( ) eu ganho de patrocinadores

40. ( ) vencer competições.

41. ( ) manter-me em forma.

42. ( ) ter a sensação de bem estar.

8

43. ( ) para não sentir fome

44. ( ) crescer com saúde.

45. ( ) li em revistas e sites

46. ( ) ter retorno financeiro.

47. ( ) manter-me em forma.

48. ( ) me sentir bem.

9

49. ( ) o gosto me agrada

50. ( ) viver mais.

51. ( ) os amigos me indicaram

52. ( ) ser o melhor no esporte.

53. ( ) ficar com o corpo definido.

54. ( ) realizar-me.

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ANEXO 4 – QUESTIONÁRIO INICIAL E ESCALA DE AUTOESTIMA

Nome: _______________________________________________ Idade:_________

Que esporte pratica? _____________________

Há quanto tempo? _______________________

Quantas horas diárias de treino? ____________

Em quantos dias da semana? _______________

Você segue alguma orientação nutricional ou alguma dieta?

( )sim ( )não

Se a resposta anterior foi sim, essa orientação/dieta foi feita/prescrita por quem?

( )nutricionista ( )médico ( )educador físico/treinador ( )amigo ( )revistas/sites ( )outros

Você consome algum suplemento alimentar/esportivo? Se sim, qual(is)?

( )sim ( )não Qual(is)?_____________________________________________________

Escreva a quantidade de consumo de cada suplemento e horários ou momentos em que consome:

Suplemento:_____________________Quantidade_______________

Horário/momento_________________________________________

Suplemento:_____________________Quantidade_______________

Horário/momento_________________________________________

Suplemento:_____________________Quantidade_______________

Horário/momento_________________________________________

Suplemento:_____________________Quantidade_______________

Horário/momento_________________________________________

ESCALA DE AUTOESTIMA

Instruções: Marque o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações:

Discordo

muito

Discordo

um pouco

Concordo

um pouco

Concordo

muito

1. De forma geral, estou satisfeito

comigo mesmo.

1 2 3 4

2. Às vezes, penso que não presto

para nada.

1 2 3 4

3. Penso que tenho algumas boas

qualidades.

1 2 3 4

4. Sou capaz de fazer as coisas tão

bem como a maioria das pessoas.

1 2 3 4

5. Eu acho que não tenho muito do

que orgulhar.

1 2 3 4

6. Às vezes, me sinto inútil.

1 2 3 4

7. Eu sinto que sou uma pessoa de

valor, no mínimo, tanto quanto às

outras pessoas.

1 2 3 4

8. Eu gostaria de ter mais respeito

por mim mesmo.

1 2 3 4

9. Resumindo, eu penso que sou um

fracasso.

1 2 3 4

10. Tenho uma atitude positiva com

relação à mim mesmo.

1 2 3 4

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5 – ARTIGO PUBLICADO

DOI 10.20396/conex.v15i1.8646032 Artigo de Revisão

Motivação para o consumo de

suplementos nutricionais por praticantes de

exercícios físicos

Gabriela Kaiser Fullin Castanho1

Marina Belizário de Paiva Vidual1

Paula Teixeira Fernandes1

RESUMO

O objetivo dessa revisão foi realizar um levantamento dos conhecimentos relacionados aos

suplementos nutricionais e identificar a motivação, como fator psicológico, para consumo destes por

praticantes de exercícios físicos. Assim, foram selecionados 41 artigos, 15 livros, 04 teses e 02 sites

para a revisão sistemática. Verificou-se que os suplementos são muito estudados, porém a motivação

para seu consumo ainda não. Os poucos estudos nessa área mostraram que a melhora do rendimento

e a procura pela saúde são fatores importantes para os atletas, mas mais estudos ainda são necessários. Palavras-Chave: Suplementos nutricionais. Motivação. Esporte. Psicologia do esporte. Nutrição.

1 Universidade Estadual de Campinas

Submetido em: 02 jun. 2016 Aceito em: 11 ago. 2016 Contato: [email protected]

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2

Motivation for consumption of nutritional

supplements by physically active people

ABSTRACT

The purpose of this study is to review the researches about nutritional supplements and identify

the motivation (as a psychological factor) that leads to their use by physically active people. In

order to do so, we selected 41 articles, 15 books, 4 thesis and 2 websites for a systematic

review. We have discovered that there are many studies about supplements, but not people’s

motivation to use them. The few studies about this issue point out that performance

improvement and health concerns are important factors for the athletes, but further studies are

still required.

Keywords: Nutritional supplement. Motivation. Sport. Sports psychology. Nutrition.

Motivación para el consumo de suplementos

nutricionales por practicantes del ejercicio físico

RESUMEN

El objetivo de esta revisión fue examinar los conocimientos relacionados con los suplementos

nutricionales e identificar la motivación como factor psicológico para el consumo de estos

practicantes de ejercicios físicos. De este modo, se seleccionaron 41 artículos, 15 libros, 04

tesis y 02 sitios para la revisión sistemática. Se encontró que los suplementos son ampliamente

estudiados, pero la motivación para su uso todavía. Los pocos estudios en esta área mostraron

que la mejora de los ingresos y la demanda de salud son factores importantes para los atletas,

pero se necesitan más estudios.

Palabras Clave: Suplementos nutricionales. Motivación. Deporte. Psicología del deporte.

Nutrición.

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3

INTRODUÇÃO

Sabe-se que o rendimento esportivo pode ser melhorado através de uma nutrição

balanceada. E a área de nutrição esportiva é a responsável por aplicar os princípios nutricionais

para aprimorá-lo (WILLIAMS, 2002).

Com esse objetivo de melhorar o rendimento esportivo, a maioria dos atletas utiliza

diferentes recursos ergogênicos, entre os quais podemos citar: equipamentos, roupas, música,

treinamento psicológico e consumo de suplementos nutricionais (SANTOS; SANTOS, 2002).

Mas, segundo Costill (1988), com exceção do treino para a melhora do condicionamento,

associado aos limites impostos pela hereditariedade, nenhum fator tem um papel tão

significativo no desempenho como a nutrição.

Atualmente, grande parte dos praticantes de exercício físico consome os suplementos

nutricionais para melhorar o rendimento (BURKE, 2006; ERDMAN et al., 2007; GRAHAM;

MOISSEY, 2005; KRISTIANSEN et al., 2005). O consumo é mais prevalente em atletas do

que na população em geral e, principalmente, em atletas de alto rendimento (ERDMAN et al.,

2007; MAUGHAN, 2005). Os suplementos nutricionais são fontes concentradas de substâncias

que visam complementar ou suplementar a alimentação (FOOD, 2009).

Entretanto, alguns autores (DE COCK et al.; MARTELO; FELLI;

CHIAROTTI, 2007, PARR et al., 2004; VAN POUCKE, 2007; VAN THUYNE; VAN

EENOO, DELBÉKE, 2003) demonstraram que suplementos podem possuir quantidades altas

de substâncias proibidas, como hormônios esteroides, que podem resultar num teste de doping

positivo, prejudicando os atletas. Além disso, os estudiosos sempre desaconselharam o uso de

tais suplementos sem a comprovação científica dos benefícios e dos possíveis resultados dos

suplementos nutricionais (BURKE; READ, 1993; ROSEN; TANNER, 1999; SOBAL;

MARQUAT, 1994).

Com isso, pouco se sabe sobre a motivação que leva as pessoas a consumirem esses

suplementos. A motivação é caracterizada como uma força impulsionadora em direção a um

objetivo, sendo um fator psicológico muito estudado no esporte, pois identifica diversos fatores

relacionados à prática de exercícios físicos (BALBINOTTI, 2009). Existem poucos estudos

sobre motivação para o consumo dos suplementos, mas é fundamental entender essa relação,

uma vez que, apesar de órgãos e pesquisadores renomados serem contra o uso de tais

suplementos, esta é uma prática frequente (RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY, 2009).

Nesse contexto, o objetivo dessa revisão foi realizar um levantamento dos

conhecimentos relacionados aos suplementos nutricionais e identificar a motivação, como fator

psicológico, para seu consumo entre praticantes de exercícios físicos.

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METODOLOGIA

Realizou-se uma busca e análise de artigos para o delineamento metodológico do

presente estudo, relacionando o consumo de suplementos nutricionais com praticantes de

exercícios físicos e com motivação, por meio de uma revisão, orientada pela busca

bibliográfica nas bases de dados: Pubmed e Scielo. As palavras-chave e os operadores boleanos

utilizados, em inglês e português, foram: (suplementos nutricionais/nutritional supplements

OR suplementos dietéticos) AND (esporte/sport OR exercícios físicos/exercise) AND

(motivação/motivation). Também foi realizada a busca manual em listas de referências dos

artigos identificados, verificados conceitos em livros e em sites de órgãos nacionais e

internacionais. Os critérios de inclusão foram: estudos transversais, longitudinais e revisões

bibliográficas.

Após a análise dos artigos encontrados (pelo título e depois pelo resumo), foram

excluídos aqueles que não possuíam relação com o tema proposto.

RESULTADOS

Com base nos critérios definidos, a busca bibliográfica resultou em 770 artigos. Em uma

triagem inicial foram excluídos 702 artigos, sendo selecionados 68 artigos pelos títulos. Numa

segunda etapa, foram avaliados os resumos e excluídos 27 artigos.

A partir dessas exclusões, foram selecionados 41 artigos, 15 livros e 4 teses, além de

serem consultados 2 sites. Estes constituíram o grupo de publicações definitivamente

considerado para a revisão proposta.

A figura abaixo ilustra as etapas de seleção dos artigos.

Figura 1- Etapas de seleção da revisão bibliográfica.

A partir dessa inclusão, todos os artigos, livros e teses foram estudados e constam no item

resultados, sendo utilizados para definições, conhecimento e discussão.

BUSCA BIBLIOGRÁFICA: 770 ARTIGOS

INCLUSÃO TÍTULO: 68 ARTIGOS

EXCLUSÃO RESUMO: 27 ARTIGOS

INCLUSÃO: 41 ARTIGOS 15 LIVROS 04 TESES

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DEFINIÇÃO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Existem diversas definições de suplementos nutricionais, sendo a mais comum àquela

que os considera como gêneros alimentícios que têm como função complementar e/ou

suplementar a alimentação normal (FOOD, 2009).

No Brasil, a Resolução-RDC Nº 18 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), de 27 de abril de 2010, aprovou o Regulamento que se aplica aos alimentos

especialmente formulados para auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais

específicas e a melhorar o desempenho durante o exercício, e que passaram a ser denominados

“alimentos para atletas” (ANVISA, 2010). Nessa resolução, foram criadas definições para cada

tipo de suplemento utilizado pelo atleta, como:

• Suplemento hidroeletrolítico (destinado a auxiliar a hidratação);

• Energético (para complementar as necessidades energéticas);

• Proteico (para complementar as necessidades proteicas);

• Para substituição parcial de refeições - produto que for destinado a

complementar as refeições de atletas em situações nas quais essas refeições

sejam em quantidade insuficiente ou restrita, sendo o suplemento também

consumido junto ao alimento.

Nesse regulamento, também existem definições para suplemento de creatina, cafeína e

aminoácidos. Os suplementos podem ser apresentados sob a forma de tablete, comprimido, pó,

gel, líquido, cápsula, barra, entre outros.

Cada país possui um órgão responsável pela regulamentação dos suplementos. Nos

Estados Unidos, o órgão regulamentador é a FDA (Food and Drug Administration -

Administração de Alimentos e Drogas) e, desde 1994, há uma legislação nomeada como Ato

de Educação e Sanidade de Suplementos Nutricionais (Dietary Supplement Health and

Education Act - DSHEA), que definiu suplementos como produtos consumidos via oral que

contêm um ingrediente dietético que visa complementar a alimentação. Esses ingredientes

incluem vitaminas, minerais, ervas ou outros botânicos, aminoácidos e outras substâncias como

enzimas, podendo também ser extratos ou concentrados de plantas ou alimentos (FOOD,

2009). Como mencionado anteriormente, o órgão que regulamenta e investiga os suplementos

no Brasil é a ANVISA (2010).

POSSÍVEIS FUNÇÕES DOS SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Dentre as inúmeras funções, o suplemento ajuda a alcançar as recomendações diárias

dos nutrientes, de acordo com diferentes funções no organismo e com a finalidade de melhorar

o desempenho. As possíveis funções mais conhecidas são ganho de massa muscular, perda de

peso, melhora na recuperação, mais disposição, menor estresse e cansaço, entre outras

(SANTOS; SANTOS, 2002; GRAHAN; MOISSEY, 2005; CARVALHO et al., 2003;

DUNFORD; SMITH, 2006; TIPTON; WITARD, 2007).

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Porém, mesmo com algumas funções conhecidas, alguns autores afirmaram que os

suplementos de proteínas e aminoácidos são menos efetivos para ganho de massa muscular do

que o alimento propriamente dito, além de serem as principais fontes de substâncias ilícitas,

como contaminantes (MAUGHAN, 2005; TIPTON; WITARD, 2007, PHILIPS; MOORE,

TANG, 2007). Dentre os metabólitos proteicos, a creatina é a mais consumida entre os atletas

para construção muscular e melhora da recuperação BEMBEN; LAMONT, 2005).

A cafeína, outro suplemento largamente consumido, tem seus efeitos ergogênicos

relacionados ao sistema nervoso central, como estimulante e associado à diminuição da

percepção de esforço, além de poder ajudar na mobilização de ácidos graxos e poupar

glicogênio muscular (GRAHAN; MOISSEY, 2005; DUNFORD; SMITH, 2006). Entretanto,

deve-se ter cuidado com a cafeína, pois altas doses são consideradas doping.

A recomendação para nutrientes como vitaminas e minerais, que são muito importantes

para o organismo, é que não é necessário suplementá-los se a alimentação habitual estiver

dentro das recomendações diárias (RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY).

CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR ATLETAS

A legislação brasileira denomina atleta o praticante de exercício físico que possui

especialização e desempenho máximos, com a finalidade de participar de esportes que tenham

esforço muscular intenso (ANVISA, 2010).

O atleta, muitas vezes, considera os suplementos como produtos milagrosos que trazem

resultados máximos ou que têm melhor qualidade nutricional do que a alimentação

(WILLIAMS, 2002; MAUGHAN; BURKE, 2004). Com isso, alguns atletas os consomem com

o intuito de melhorar o rendimento esportivo ou a saúde, porém sem prescrição por profissional

capacitado (HASKELL, KIERNAN, 2000).

Entre os consumidores de suplementos, a prevalência é maior entre atletas do que na

população em geral, e principalmente atletas de alto rendimento, amadores ou de elite

(ERDMAN et al., 2007; MORRISON; GIZIS; SHORTER, 2004; SUNDGOTBORGEN;

BERGLUND; TORSTVEIT, 2003). Corroborando com essas afirmações, Braun et al. (2009)

verificaram que atletas alemães de alto rendimento apresentaram prevalência de 80% de uso

de suplementos nutricionais. Entre atletas canadenses, 98,6% deles consumiam algum

suplemento (KRISTIANSEN et al., 2005), e estudo em Portugal mostrou uma prevalência de

94% entre triatletas e nadadores (SOUSA, 2008).

Heikiinen et al. (2011) avaliaram o consumo de suplementos nutricionais por atletas

olímpicos em dois períodos e verificaram prevalência de 81% entre 446 atletas, em 2002, e

73% (de 372 atletas) em 2009. Estudo recente de 2014, verificou que entre 567 atletas

canadenses, 98% consumiam ao menos um suplemento (WIENS et al., 2014).

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Em estudo realizado em 2006, nos Jogos Sul-Americanos, foram avaliados 234 atletas

de 25 esportes, em um total de 33 modalidades esportivas, distribuídos entre os 13 países

participantes. Na amostra avaliada, 117 atletas (50%) relataram uso de suplementos, sendo que

93 (42,47%) consumiam vitaminas, 51 (23,28%) sais minerais, 44 (20,09%) aminoácidos e 31

(14,15%) isotônicos e carboidratos (DE ROSE et al., 2006).

Entre atletas portugueses, os suplementos mais utilizados foram as bebidas esportivas

(82,5%), metabólitos proteicos (57,5%), complexos de vitaminas e minerais (56,3%),

magnésio (50,0%), glutamina (41,3%), géis esportivos (40,0%), ferro (30,0%), vitamina C

(18,8%), antioxidantes (15,0%) e creatina (13,8%) (SOUSA, 2008).

A segurança dos suplementos é um problema ainda comum, pois pode ocorrer

contaminação com substâncias proibidas, o que pode constituir doping. Profissionais do

esporte e atletas devem ter cautela na utilização desses produtos, principalmente porque, em

última análise, os atletas serão os responsabilizados pela ingestão de produtos e possíveis

contaminantes (RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY, 2009; CASTANHO; FONTES;

FERNANDES, 2014).

MOTIVAÇÃO

Motivação pode ser conceituada como as razões que fundamentam o comportamento,

caracterizado pela disposição e vontade, sendo essas razões subjacentes ao comportamento

(GUAY et al., 2010). Uma definição mais ampla de motivação seria um atributo que move o

indivíduo a fazer ou deixar de fazer algo (GREDLER; BROUSSARD; GARRISON, 2004).

A definição de motivação tem várias vertentes. Algumas consideram que a mesma

depende de forças internas e externas (SAMULSKI, 2002), caracterizando-a como um

processo ativo e intencional, que é dirigido a uma meta, com fatores pessoais (internos) e

ambientais (externos). Outras vertentes referem-se apenas ao estado interno (DAVIDOFF,

2001), como resultado de uma necessidade que ativa ou desperta comportamentos, mas que,

de certa forma, não exclui a influência externa que conduz a necessidade interna de dirigir o

comportamento.

Assim, a motivação teve seu conceito baseado em um processo que leva as pessoas a

realizarem uma ação, ou permanecer na inércia, diante de uma determinada situação. Este

processo é caracterizado pela avaliação das razões pelas quais se escolhe fazer algo e executar

determinadas tarefas com maior empenho que outras (CRATTY, 1984). Segundo Maggil

(2001), a motivação é entendida como a causa ou o motivo de um comportamento, sendo o

motivo definido como um impulso ou intenção interna que conduz a certas reações (MAGGIL,

2001).

Atkinson (2002) considera que a motivação é responsável por dirigir o comportamento

para um determinado incentivo que produz prazer ou alívio, no caso de um estado não

agradável. Outros autores, como é o caso de Winterstein (2002), definem os motivos como

construções hipotéticas, aprendidas durante o desenvolvimento, servindo de causas que

explicam determinados comportamentos.

Uma ação é determinada pelas expectativas e avaliações dos resultados e consequências, tendo

destaque no motivo pelo qual se realizou a ação.

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Weinberg e Gould (2001) definem a motivação como a direção e intensidade do esforço.

A direção se relaciona com o fato de o indivíduo buscar, se aproximar ou ser atraído diante de

certas situações; enquanto a intensidade refere-se ao esforço que é investido pelo indivíduo em

determinada situação.

Portanto, a motivação é um termo considerado muito abrangente, em que autores

apresentam conceitos diferenciados. Mas, de forma geral, pode ser entendida como qualquer

comportamento direcionado a um objetivo, que se inicia através de um motivo, resultando em

um comportamento para a realização de uma meta específica (PAIM; PEREIRA, 2004).

A motivação envolve aspectos como crenças, percepções, valores pessoais, interesses e

ações que estão interligados. Esses aspectos motivacionais fazem parte também da prática de

exercício físico regular, estando intimamente ligados com a iniciação, permanência e abandono

do exercício físico (MORALES, 2002).

As teorias sobre motivação destacam fatores que podem influenciar as ações dos

indivíduos, como as razões internas (motivos intrínsecos) ou externas (motivos extrínsecos).

Os fatores intrínsecos são produto da vontade do indivíduo, internos a ele. A motivação

extrínseca refere-se ao engajamento em determinado comportamento para obter recompensas

externas ou reforços, como recompensas sociais e sinais de sucesso (ATINKSON; BIRCH,

1974).

Os fatores extrínsecos são considerados importantes na iniciação para moldar

comportamentos relacionados ao exercício físico. Mas não são os únicos responsáveis, pois as

pessoas também se envolvem em atividades para obter diversão, superar um desafio, ou mesmo

por sentimento de realização e prazer, que são considerados fatores intrínsecos

(BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008)

A definição da motivação em intrínseca/extrínseca sugere que exista uma dicotomia

entre essas motivações, porém as pessoas podem mudar de motivações extrínsecas para

motivações intrínsecas em certa atividade, ao mesmo tempo em que pode exercer uma

atividade que pode ter componentes de motivação intrínsecos e extrínsecos (PEDERSEN,

2002).

Deci (1975) define comportamentos motivados intrinsecamente como aqueles em que a

pessoa se envolve e sente-se competente e autodeterminada. Os comportamentos orientados

para a prática de exercício físico podem ser entendidos como variando ao longo de um

continuum intrínseco-extrínseco. Alguns motivos podem ser mais influenciados por fatores

intrínsecos ou extrínsecos, enquanto outros podem apresentar uma mistura dos dois

(PEDERSEN, 2002).

Neste sentido, a Teoria da Autodeterminação (TAD) conceitua que o comportamento

humano é influenciado por três componentes psicológicos básicos: autonomia, capacidade e

relação social, que são fundamentais para o desenvolvimento social e de bem-estar (RYAN;

DECI, 2000). A necessidade de autonomia está relacionada à força do indivíduo em ser o

determinante do seu próprio comportamento (lócus de controle interno). Ser capaz está

associado à tentativa de controlar o resultado, e a necessidade de relacionar-se com o outro

refere-se ao esforço em estabelecer relações sociais (sentir-se aceito e estar próximo ao outro)

(DECI; RYAN, 1991).

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Na TAD, a motivação ocorre de forma contínua, caracterizada por níveis de

autodeterminação, mostrando-se mais ou menos autodeterminados, encontrando-se a

motivação intrínseca, extrínseca e amotivação (MURCIA, COLL, 2006). Os níveis intrínsecos

estariam relacionados à vontade própria do indivíduo de iniciar e manter uma atividade, ou

seja, ao prazer e à satisfação do processo de conhecê-la, explorá-la ou aprofundá-la, e estão

associados ao bem-estar psicológico, interesse, alegria e persistência. A motivação causada por

fatores extrínsecos ocorre quando uma atividade é efetuada com outro objetivo, que não

relacionado à vontade da própria pessoa, com lócus de controle externo. Já a amotivação ou

desmotivação seria aquele estado em que indivíduo que ainda não está motivado para realizar

determinada tarefa (RYAN; DECI, 2000).

Pesquisas vêm mostrando que as pessoas se envolvem na prática de exercício físico por

diversas razões, desde benefícios para saúde e bem-estar, questões estéticas, como a busca por

um corpo mais atlético, emoção do esporte, interação e socialização, até mesmo troféus e

reconhecimento social (BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008).

Balbinotti e Capozzoli (2008) realizaram um estudo com o objetivo de verificar os

fatores motivacionais de frequentadores de academias de ginástica. Tiveram como resultados

que a dimensão Saúde é a que mais motiva os praticantes, entre o grupo jovem adulto e meia-

idade, ao engajamento do exercício físico.

Outro estudo (SANTOS, KNIJNIK, 2006) teve como objetivo identificar os motivos de

adesão à prática de exercício físico regular, bem como os que levavam a interrupções da prática

entre adultos de idade intermediária. Os principais motivos de adesão foram: ordem médica,

lazer e qualidade de vida, seguido por estética e saúde. Os possíveis motivos de interrupções

apontados foram: falta de tempo, dificuldade na administração do tempo e mudanças

climáticas. Ainda nesse contexto de motivação e exercício, pouco se sabe sobre porque os

atletas consomem uma gama tão grande de suplementos, como visto nos estudos citados acima

(SOUSA, 2008; DE ROSE et al., 2006). Além disso, cabe apontar novamente que vários órgãos

e pesquisadores renomados são contra o consumo de tais suplementos (RODRIGUEZ; DI

MARCO; LANGLEY, 2009).

Oliveira et al. (2003) chamaram a atenção para o fato de o ambiente esportivo ser um

meio ampliador de pressões socioculturais motivadas pelo ideal de corpo magro, o que pode

levar esses atletas a consumir esses suplementos.

Em um estudo pioneiro realizado com 292 atletas de atletismo, natação e triátlon, os

motivos mais prevalentes para o consumo de suplementos nutricionais foram “acelerar a

recuperação” (63,8%), “alcançar melhor desempenho desportivo” (61,3%), “ter mais

energia/reduzir o cansaço” (61,3%), “permanecer saudável” (45%),

“prevenir/tratar doença ou lesões” (30,0%), “aumentar a concentração” (17,5%), “corrigir

erros alimentares” (16,3%), “aumentar a força” (16,3%), “aumentar a resistência” (15%) e

“ganhar massa muscular” (15%) (SOUSA, 2008).

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Foram encontrados outros três estudos que avaliaram a motivação para o consumo de

suplementos e os resultados foram: estudo 1 - corredores brasileiros têm como motivação

melhorar a energia (29,5%), melhorar o rendimento (17,1%), melhorar o nível de resistência

(10,3%), repor nutrientes (11,1%) e retardar a fadiga (10,3%) (SALGADO et al., 2014); estudo

2 - atletas canadenses têm como principais razões: saúde, melhorar demanda de energia,

melhorar sistema imune, recuperação e melhorar o rendimento (WIENS et al., 2014); estudo 3

- a população estudada tem como motivação para consumir suplementos nutricionais a saúde

e qualidade de vida (58%) e suprir deficiências nutricionais (42%) (DICKINSON et al., 2014).

A procura por suplementos e seu uso são temas difundidos entre os atletas que disputam

competições e também entre os praticantes de exercícios físicos, principalmente aqueles que

frequentam academias (KANAYAMA et al., 2001; MILLMAN; ROSS, 2003). Para os

praticantes recreacionais, um estudo (PAMPLONA; KAZAPI, 2004) aponta que esse consumo

está relacionado à preocupação com a busca de alimentação adequada e ideal ao tipo de

treinamento, porém frequentemente os hábitos alimentares são inadequados e, por vezes, a

alimentação regrada e natural é substituída pela suplementação, para que os objetivos sejam

alcançados em menor tempo. Outro fator apontado seria a influência social e da mídia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabendo da falta de comprovação científica, dos perigos para saúde, da ocorrência de

dopings positivos e da certeza de que a alimentação saudável é suficiente para o rendimento

esportivo, fica a dúvida sobre qual motivo leva esses atletas, ou mesmo suas equipes, a fazer

uso dos suplementos nutricionais de forma indiscriminada.

Essa revisão visou aprofundar os conhecimentos relacionados aos suplementos

nutricionais e identificar a motivação, como fator psicológico, que leva estes praticantes de

exercícios físicos a consumi-los. O que se observou foi que, entre tantos prós e contras

apresentados, ainda pouco se sabe sobre os motivos que levam os atletas, principalmente de

alto rendimento, a consumirem inúmeros suplementos de forma indiscriminada, mas os estudos

analisados relacionaram esse fato ao interesse em melhorar o rendimento e também à procura

pela saúde. Dessa forma, é necessário que os profissionais da área compreendam os atletas e

os ajudem a encontrar formas de melhorar o rendimento com uso ou não de substâncias que

estão no mercado, mas sempre com cautela e conhecimento.

Além disso, como mostrado, existem poucos estudos que avaliaram a motivação para o

consumo de suplementos, sendo necessárias mais pesquisas na área para melhor conhecimento.

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