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CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO GOLEIRO LINHA DO FUTSAL NA FASE REGIONAL DO 53° JOGOS ABERTOS DO PARANÁ Willian Oliveira LONDRINA PARANÁ 2010 Universidade Estadual de Londrina

Universidade Estadual de Londrina · execução de assistência sem ou com gol, o número de gols anotados, finalização a gol, finalização no gol, passe errado, passe errado seguido

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CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO GOLEIRO LINHA DO

FUTSAL NA FASE REGIONAL DO 53° JOGOS ABERTOS

DO PARANÁ

Willian Oliveira

LONDRINA – PARANÁ

2010

Universidade

Estadual de Londrina

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ser extremamente paciente e piedoso comigo...

Aos meus pais, Amarildo e Dalva, que foram essenciais em todas as horas...

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AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente, pela vida e forças que me destes para lutar pelos meus

objetivos.

A minha família, pela confiança, apoio e motivação, que sem eles eu não seria

nada.

Ao Professor Orientador Allan James Bussmann, braço amigo de todas as

etapas deste trabalho.

A minha namorada Myshelen T. F. Polskikh, que foi quem me proporcionou a

iniciativa do ingresso na graduação e sempre esteve ao meu lado tanto nos

momentos bons como também nos ruins.

Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada

que muitos duvidavam, mas eles sempre estavam comigo.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa

importante de nossas vidas.

Aos meus novos amigos que formei graças ao meu ingresso na instituição, em

especial o Marlon Serra e Marcelo Alves Costa, que me ajudaram na conclusão

deste trabalho, e também aqueles outros que de um modo geral nesses quatro

anos de formação me ajudaram ou apoiaram de alguma forma.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização

deste trabalho.

Ao professor coordenador de TCC que sempre me incentivou a estudar mais

para dar maior qualidade à minha monografia.

Aos membros da minha banca examinadora Professor Dr. Wilton Carlos de

Santana e Professor Ms. Ademar Avelar de Almeida Junior por quem tenho

muito respeito e admiração.

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EPÍGRAFE

“Não confunda derrotas com fracasso nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um

perdedor sempre haverá vitórias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias.”

Roberto Shinyashiki

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OLIVEIRA, Willian. Análise da utilização do uso do goleiro linha na fase regional do 53º Jogos Abertos do Paraná. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010. Pg. 33.

RESUMO

O futsal é uma modalidade que vem crescendo rapidamente no cenário mundial e com ele também a participação do goleiro, que deixou de ser apenas um defensor e passou a participar das ações ofensivas. Neste sentido o presente estudo teve como objetivo analisar a utilização do goleiro – linha na fase regional da 53ª edição dos Jogos Abertos do Paraná. A amostra contou com 5 equipes realizando um total de 9 jogos. Os jogos foram filmados e depois analisados em um microcomputador. Nesta analise foi coletada a execução de assistência sem ou com gol, o número de gols anotados, finalização a gol, finalização no gol, passe errado, passe errado seguido de contra – ataque e passe errado resultando no gol adversário. O goleiro – linha foi considerado como tal a partir do momento em que o mesmo atuo fora do limite de sua área de meta atuando com os pés alterando assim o desenho tático de sua equipe. Para a analise destes dados foi utilizado o software Microsoft Office Excel 2003, com descrição quantitativa de tendência central média e desvio padrão para as variáveis. Conclui-se que para a amostra analisada o goleiro – linha tem muita importância para as ações ofensivas, porém nesta competição, não houve êxito em relação direta com a classificação das equipes que utilizaram do recurso. Deve-se levar em consideração também que os resultados aqui obtidos não podem ser utilizados como parâmetro para todas equipes de futsal, devido ao tamanho e a especificidade da amostra e também ao baixo nível técnico dos jogadores e das equipes participantes.

Palavra Chave: Futsal, goleiro-linha e ações ofensivas do goleiro.

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OLIVEIRA, Willian. The utilization the goalkepper line in the regional phase of the 53rd Open Games of Parana analysis. Completion of course work. B.Sc. in Physical Education. Physical Education and Sport center. Universidade Estadual de Londrina, 2010. Pg. 33.

ABSTRACT

The Futsal is a sport that is growing quickly in the world, with him also the participation of the goalkeeper, that is no longer just a defender and began to participate in offensive actions. The sense this present study is to examine the use of the goalkeeper - line in regional phase of the 53rd edition of the Open Games of Parana. The sample consisted of five teams playing a total of nine games. The games were videotaped and then analyzed on a microcomputer. In this analysis was collected the number of assistances that result on goal or not, number of goals noted, finishing on goal and finishing in goal, wrong pass, wrong pass followed by counter - attack and wrong pass resulting in the opposing goal. The goalkeeper was only considered goalkeeper-line when acted outside their area and changed the tactical design of your team. For analysis of these data we used the software Microsoft Office Excel 2003, with a quantitative description of central tendency and standard deviations for the variables. We conclude that the sample analyzed for the goalkeeper - line is very important for the offense, but this competition was not successful in direct relation to the classification of teams that used the resource. One should take into account that the results obtained here may not be used as a parameter for all futsal teams due to the size and specificity of the sample and the low technical level of players and teams.

Keyword: Futsal Goalkeeper-line and offensive actions of the goalkeeper.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Scalts de todas as equipes..............................................................26

Tabela 2 – Classificação das equipes...............................................................27

Tabela 3 – Scalts de assistências e passes errados de Cambé e Rolândia.....28

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Sistema 1x2x2.................................................................................21

Figura 2 – Sistema 2x1x2.................................................................................22

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SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................ v

ABSTRACT..................................................................................... vi

LISTA DE TABELAS....................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS....................................................................... viii

1 INTRODUÇÃO................................................................................ 12

1.1 Problema......................................................................................... 13

1.2 Justificativa...................................................................................... 13

1.3 Objetivos......................................................................................... 13

1.3.1 Objetivos Gerais.............................................................................. 13

1.3.2 Objetivos Específicos...................................................................... 14

1.4 Hipóteses........................................................................................ 14

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 15

2.1 História do futsal............................................................................. 15

2.2 O goleiro.......................................................................................... 16

2.3 Ações ofensivas do goleiro............................................................. 17

2.4 Diferença entre goleiro-linha e linha-goleiro................................... 20

2.5 Análise de jogo................................................................................ 20

2.6 Sistemas ofensivos......................................................................... 22

2.7 Tipos de marcação sobre o goleiro – linha..................................... 23

3 MÉTODOS...................................................................................... 25

3.1 Caracterização do estudo............................................................... 25

3.2 População e amostra...................................................................... 25

3.3 Instrumentos................................................................................... 25

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3.4 Procedimentos experimentais......................................................... 25

3.5 Variáveis do estudo......................................................................... 26

3.6 Análise Estatística........................................................................... 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................... 28

5 CONCLUSÃO................................................................................. 31

REFERÊNCIAS............................................................................... 32

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1 INTRODUÇÃO

Ao analisarmos o futsal, constatamos ser ele um esporte coletivo que exige

uma diversidade de atributos físicos e técnicos dos jogadores, pelas múltiplas

funções que estes terão que desempenhar visando enfrentar as inúmeras

situações que se apresentam durante uma partida (GOMES, A. C.; MACHADO, J.

de A. 2001). Dentre essas funções constatamos a participação do goleiro fora do

limite da área, após a alteração na regra do jogo a partir de 1997(FIFA), onde

surgiu uma participação maior do goleiro trabalhando com os pés detendo da

posse de bola de sua equipe assim como participando como um quinto elemento

nas movimentações ofensivas de sua equipe.

O que se chamou de “vantagem numérica circunstancial” (SIMÕES, C. H.

2006) com tal permissão do uso do goleiro-linha, levou treinadores a aprimorarem

treinamentos e táticas diferenciadas para surpreender os adversários. Porém

salva algumas exceções de goleiros que consegue desempenhar tal tarefa de

condução e passe de bola, alguns treinadores começaram a utilizar jogadores de

linha para executar a mesma, selecionando os jogadores de melhor passe para

realizar a função.

Nos finais de jogos, onde a equipe precisa do resultado ou ainda quando

esta vencendo uma partida e necessita manter o maior tempo de posse de bola

dificultando o ataque do adversário, aciona-se o goleiro-linha (SIMÕES, C. H.

2006). Entretanto vale ressaltar que o uso do goleiro-linha expõe muito a equipe

ou ainda atrai o adversário ao ataque.

Este estudo objetivou analisar qual é a eficiência do goleiro – linha nas

equipes que utilizaram da estratégia, com o intuito de avançar mais seu sistema

ofensivo e a necessidade de marcação de tentos.

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1.1 Problema

Qual a eficiência da utilização e intervenção do uso do goleiro- linha no

futsal?

1.2 Justificativa

O presente estudo justificou-se devido à necessidade de se constatar se o

desempenho ofensivo do goleiro pode ser fator determinante nos resultados

obtidos por uma equipe de futsal, uma vez que esta posição tem passado por

grandes transformações que a tornam muito mais valorizada no futsal atual.

Acrescente-se a isto o fato de que ainda não são todas as equipes, nesta

modalidade, adeptas a utilização de tal recurso.

Este estudo também espera contribuir para futuros estudos que abordem

esse tema futuramente.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a utilização do uso do goleiro – linha nas equipes

participantes da fase regional do 53º Jogos Abertos do Paraná.

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1.3.2 Objetivo Específico

Verificar se as ações do goleiro – linha geram tentos para as suas

equipes;

Verificar se as equipes mais bem classificadas foram as que mais

utilizaram efetivamente o goleiro – linha.

1.4 Hipótese

A utilização do goleiro linha aumenta as opções de ataque da equipe, tanto

para a manutenção de sua posse de bola como para passar a contar com um

jogador a mais de linha, ou seja, com o goleiro atuando fora de sua área de meta

desenvolve uma função como a de outro jogador de linha. A ação ofensiva da

equipe se torna mais agressiva e numericamente mais vantajosa.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 História do Futsal

Quanto ao surgimento do Futsal, ainda não se pode afirmar com total

certeza quando e onde ocorreu. Existem pelo menos duas versões (Segundo

Tolussi, F. C. 1982; CBFS, 2004):

A primeira delas afirma que o futebol de salão teve origem nas quadras

esportivas de outras modalidades e aconteceu por volta de 1940, quando jovens

freqüentadores da Associação Cristã de Moços em São Paulo organizavam

„peladas‟ nas quadras de hóquei e basquete daquela associação, pois naquela

época havia dificuldades para se encontrar campos de futebol disponíveis.

O esporte popularizou-se e na década de 1950, quando surgiram

federações com a finalidade de organizar a modalidade nos estados. Foi em 1960

que a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) oficializou a prática do

esporte, uniformizando suas regras, aceitando como filiadas as federações

estaduais e promovendo certames de âmbito nacional de clubes e seleções. Em

1979 que a Confederação Brasileira de Futebol de Salão assumiu a organização

do esporte no país, uma vez que a CBD havia „falido‟.

Já a segunda versão sobre o surgimento do futsal afirma que seu país de

origem seria o Uruguai, mais precisamente na ACM de Montevidéu, na qual, em

1934, o professor Juan Carlos Ceriani denominou o novo esporte de “INDOOR-

FOOT-BALL”.

Em 1969, no Paraguai, foi fundada a Confederação Sul Americana de

Futebol de Salão (CSAFS) e, em 1971, foi fundada a Federação Internacional de

Futebol de Salão (FIFUSA). Esta Federação foi extinta em 1990, quando a FIFA

passa a responsabilizar-se do futsal em sua organização em nível internacional.

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2.2 O goleiro

O goleiro de futsal desempenha papel de fundamental importância dentro

de sua equipe, pois tem que atuar em varias funções e efetivar distintos

movimentos em prol de um diferencial positivo para sua equipe. Segundo Mutti

(2003, p.54):

“A posição de goleiro é a mais importante no futsal; nenhuma outra exige

que o atleta seja um especialista como a do goleiro. Apesar de ser um

especialista na posição que ocupa, ele deve ser também um jogador de

múltiplas funções na equipe: tem que defender estimular, avisar,

comandar, etc.”

Para atuar nesta posição, são exigidas características básicas de um atleta,

como enfatiza Lopes (2004, p.57):

“Para essa posição exige-se: boa colocação, flexibilidade, reflexo,

agilidade, um enorme „sangue frio‟, boa dedução na hora de sair do gol,

e atenção para os chutes dados de surpresa.”

Estas são algumas das funções e características de um goleiro, mas com a

mudança na regra e a evolução do futsal, a partir de 1997 ele deixou de

desempenhar apenas aquele papel de protetor da meta, pois lhe foi dada

permissão para atuar fora de sua área, como mais um jogador de linha. Desta

forma, afirmam Gomes e Machado (2001, p.115):

“[...] fora da área de meta, o goleiro tornou-se uma arma fundamental no

esquema tático de algumas equipes.”

Com esta alteração houve uma mudança definitiva na atuação dos goleiros,

pois passou a lhes ser exigido que, além de permanecerem como exímios

defensores assumissem também funções ofensivas. Neste sentido, Lopes (2004,

p.49) argumenta que o goleiro:

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“[...] nessa modalidade é muito requisitado, tanto em jogadas defensivas

quanto de ataque, usando os pés ou as mãos, uma vez que em um

arremesso preciso pode colocar um colega na cara do gol, ou até mesmo

em uma chegada despercebida por algum setor, como um elemento

surpresa, pode finalizar e marcar tento para sua equipe.”

Desta forma, torna-se cada vez mais evidente a importância de se contar

com um bom goleiro dentro de uma equipe que pretende ser competitiva, pois,

com a grande evolução que vem acontecendo no futsal e o alto nível das atuais

equipes, o goleiro pode ser uma grande opção para surpreender os adversários,

podendo, em muitos casos, tornar-se o fator decisivo para o resultado de uma

partida, pois, de acordo com Lopes (2004, p.57):

“a equipe que tem um goleiro habilidoso e consciente tem praticamente

um jogador a mais em quadra.”

2.3 Ações ofensivas do goleiro

As ações ofensivas do goleiro são divididas em duas formas. A primeira diz

respeito a quando ele está com a bola na mão, ou seja, quando está repondo a

bola em jogo, chamada por muitos de arremesso. Segundo Lopes (2004, p.50), o

arremesso:

“nada mais é do que colocar ou recolocar a bola em jogo com as mãos, procurando

encontrar um companheiro ou um setor da quadra.”

Já de acordo com Lucena (1998, p.68), o arremesso é:

“ação de, com as mãos, colocar a bola em jogo, visando um

companheiro ou espaço livre.”

Por outro lado, Mutti (2003, p.61) afirma que:

“O lançamento é o passe do goleiro realizado com as mãos. Esse passe

também se constitui em um elemento básico na construção de jogadas,

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por isso deve ser seguro, preciso, rápido, oportuno e inteligente de modo

a assegurar a posse de bola para a sua equipe.”

E esta pode se tornar uma grande arma, quando se sabe usá-la, pois a

velocidade e a facilidade com que se arremessa a bola podem criar boas

oportunidades para a equipe que conta com um goleiro com essas habilidades. De

acordo com Lopes (2004, p.50):

“um goleiro que sabe colocar ou recolocar a bola bem, em jogo, é „meio

time‟ como se diz na gíria do futsal [...]”

Os arremessos podem ser divididos de acordo com duas características:

com relação à distância, eles podem ser curtos, médios e longos, e, com relação à

trajetória, eles podem ser classificados como rasteiros, parabólicos e oblíquos,

variando sempre de acordo com a situação do jogo e com os objetivos que o

goleiro tem ao arremessar estas bolas.

A segunda forma de ação ofensiva do goleiro é quando ele se apresenta

para o jogo, atuando com os pés, como mais um jogador de linha. Neste caso ele

se insere na quadra como um quinto atleta de linha colaborando com sua equipe

de diferentes formas. Para desempenhar esta função, é necessário que o goleiro

tenha um bom domínio e controle da bola, contribuindo para as ações ofensivas

de sua equipe. Segundo Mutti (2003, p.39):

“[...] é necessário que os jogadores, ao realizarem a troca de passes,

tenham habilidade para recepcionar a bola, amortecendo-a e mantendo-

a sob seu controle”.

Para Gomes e Machado (2001, p.85) domínio:

“[...] é o ato ou ação, com auxilio do gesto técnico/motor especifico,

realizado para interromper a trajetória de uma bola passada por um

companheiro ou na antecipação de uma bola adversária. Com a bola

dominada, o goleiro pode optar por diferentes formas de atuar nas ações

ofensivas.”

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As diferentes formas em que o goleiro pode auxiliar sua equipe nas jogadas

ofensivas são: Através da execução de passes que, segundo Andrade Junior

(1999, p.46):

“É a maneira pela qual o goleiro, com os pés tenta encontrar um

companheiro bem colocado.”

Assim sendo o passe é visto como um dos fundamentos mais importantes

do futsal. Mutti (2003, p.33), por exemplo, afirma que:

“O passe é o meio de comunicação entre os jogadores de uma equipe,

é o que possibilita o jogo em conjunto e a progressão das jogadas.”

Outra opção no trabalho do goleiro é atuar com definições em gol, através

de chutes, que, de acordo, com Andrade Junior (1999, p.46):

“É a maneira de se tocar na bola com uma força maior que um passe,

visando a uma finalização ou destruir uma jogada adversária.”

Este é outro fundamento de grande importância, pois através de sua

execução acontecem os gols dentro de uma partida de futsal. O chute, para

Gomes e Machado (2001, p.104):

“é a ação de golpear a bola violentamente com os pés, dando a esta um

objetivo e uma direção.”

Já Lucena (1998, p.52), define o chute como:

“ação de golpear a bola, visando desviar ou dar trajetória á mesma,

estando ela parada ou em movimento.”

A situação de passe e chute pode acontecer para o goleiro de inúmeras

formas durante uma partida, seja enquanto a bola está em jogo seja quando está

parada. Pode ocorrer segundo Gomes e Machado (2001, p.121):

“no caso da reposição de bola em jogo após uma ação defensiva,

soltando a bola fora da área para chutá-la ou passá-la, ou quando este

recebe a bola de um companheiro...”

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Outras situações de bola parada seriam quando o goleiro pode executar a

cobrança de tiros livres direto e indireto, cobrar lateral ou escanteio e até mesmo

penalidades máximas.

2.4 Diferença entre goleiro – linha e linha – goleiro

O goleiro – linha é aquele exímio defensor (defesas, saídas de gol,

pegadas) e ainda capaz de fazer o jogo de quadra – recepção, passe e, em

alguns casos, finalização. É uma ótima opção ofensiva, pois da à equipe

superioridade numérica e posse de bola.

Já o linha – goleiro, é o jogador de linha que reúne qualidades de goleiro.

Logo, atuará, em determinados momentos, como um jogador de linha no gol. Em

muitos casos, na ausência de um goleiro – linha as equipes são obrigadas a

utilizar um linha – goleiro (SANTANA, W. C.;2001).

2.5 Análise de Jogo

A análise de jogo, referida como estudo de jogo a partir da observação da

atividade dos jogadores e das equipes, como indica Garganta (1998 apud

TAVARES, 2006) é cada vez mais importante nos processos de preparação

esportiva.

Segundo Tavares (2006, p. 60):

“A procura constante de elementos que permitam um maior e melhor aproveitamento e efetividade do rendimento dos atletas e das equipes é o objetivo da performance esportiva que os treinadores devem perseguir. Como essa capacidade de performance pode ser observada no comportamento e nos resultados dos atletas em tarefas de treinos e

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competições, justifica-se que a mesma seja analisada. Isto é, o valor prático da análise da performance é o de que, quando são bem escolhidos os indicadores da mesma, eles permitem aos treinadores identificar as razões das boas ou más atuações das equipes e dos jogadores e facilitar a análise comparativa com outras equipes e jogadores”.

O estudo do jogo a partir do comportamento de equipes e seus jogadores já

ocorrem há algum tempo. Garganta (2001) discorre em seu estudo que,

inicialmente, por volta dos anos 30, as investigações sobre análise e observação

de jogo se limitavam às distâncias percorridas pelos atletas em jogos. O

direcionamento das linhas de investigação foi ampliando o seu campo de análise,

evoluindo para a chamada análise do tempo-movimento, que tem por objetivo

identificar, minuciosamente, o número, tipo e freqüência das tarefas motoras

realizadas pelos atletas ao longo do jogo.

Para Garganta (2001), a análise das habilidades técnicas também tem sido

examinada, assim como a detecção de padrões de jogo, partindo das ações de

jogo mais significativas ou críticas, com a finalidade de compreender os fatores

que causem perturbação ou desequilíbrio no balanço ataque/defesa.

O processo de recolha, tratamento e análise dos dados obtidos a partir da

análise de jogo segundo Garganta (2001), está se tornando essencial na busca

por um desempenho ótimo dos jogadores e equipes.

Tavares (2006) nos coloca que apesar da grande importância da análise de

jogo, muitos treinadores não utilizam desse artifício, observando assim o jogo sem

qualquer sistema de apoio à observação. Treinadores esses, que em muitas

ocasiões se baseiam na sua intuição, realizando assim uma análise pessoal da

atuação das equipes e seus jogadores e também sobre a importância da análise

de jogo, considerando que as competições são os locais ideais para a coleta de

informações proveitosas para o processo de treino. O autor argumenta que é a

partir do jogo que se deve treinar, para assim definir objetivos e jogar melhor, isto

é, o treino em modalidades esportivas coletivas deve apoiar-se, em larga escala,

nas informações obtidas durante o jogo.

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2.6 Sistemas ofensivos

Uma equipe está em posição de ataque a partir do momento em que a bola

é recuperada, sendo que as manobras ofensivas devem ser articuladas levando-se

em consideração a movimentação coordenada de cada atleta. Tem como objetivo

chegar ao gol do adversário por meio de manobras preestabelecidas (NAVARRO;

ALMEIDA, 2008).

Os mesmos autores apresentam os seguintes sistemas ofensivos com a

atuação do goleiro – linha:

Sistema 1x2x2: utilizado principalmente quando o adversário está

marcando em sua quadra defensiva. É caracterizado pela utilização de

um jogador no centro da quadra, organizando as jogadas, e os outros

quatro postados na meia quadra ofensiva. Nesse sistema, o goleiro é

utilizado no centro da quadra;

Figura 1 – Sistema 1X2X2

Sistema 2x1x2: utiliza-se este posicionamento quando a equipe

adversária está marcando em forma de losango. Esse tipo de jogada é

justamente para tentar desarrumar tal marcação. Nesse caso o goleiro –

linha avança pela ala podendo surpreender com finalizações perto da

meta adversária.

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Figura 2 – Sistema 2X1X2

Santana (2003) considera que duas observações são inevitáveis, em razão

de o futsal ser um jogo que requer versatilidade dos jogadores:

1. Sistema se restringe ao posicionamento dos jogadores, isto é,

sistema não é manobra ou jogada, também não é padrão de ataque;

2. Sugere que os jogadores construam em sua iniciação (dos sete aos

doze anos) e especialização (a partir dos treze anos) o conhecimento

de jogar nas diferentes posições, para que assim possam cumprir

várias funções.

2.7 Tipos de marcações sobre o goleiro – linha

Podemos usar dois tipos de marcação para retardar as ações do goleiro –

linha: o “losango” e o “quadrado” (SIMÕES, C. H. 2006).

No losango temos uma marcação de expectativa, onde se espera o

adversário errar, mas que pode se configurar numa ação eficaz se bem utilizada.

Nela o pivô deve sinalizar que estará marcando o goleiro-linha, e com ele os

nossos dois alas deverão marcar o fixo e o ala da equipe adversária, fazendo uma

linha de frente no mesmo esquema da marcação que comumente chamamos de

“gangorra”, estando sempre o ala oposto ao homem da bola fazendo a cobertura

juntamente com o pivô no centro da quadra. No fundo da quadra deverá estar o

fixo, este sim deve ter atenção redobrada nesse tipo de marcação, pois estará

imbuído de marcar ala e pivô adversários. Ele deve se movimentar de acordo com

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a trajetória da bola. Se a bola estiver na ala direita, o adversário postado no fundo

da quadra e à ala direita deverá ser o marcado. Se estiver na ala esquerda, o

adversário no fundo da quadra e à ala esquerda deve sofrer a mesma pressão.

Dessa forma estaremos inibindo as ações dos jogadores de fundo que poderiam

parecer estar livres de marcação.

Na marcação em forma de quadrado, formata-se o bloco de marcação, que

nada mais é que uma defesa compacta, para que se posicione para marcar por

zona. Essa marcação não é tão passiva, mas deve ser feita no momento certo, pois

se for mal encaixada, pode ser fatal para nossa equipe. À frente do bloco se

posicionam o pivô e um ala. Atrás o fixo e o outro ala. Conforme a bola é passada

entre os adversários, o bloco se movimenta acompanhando a trajetória da bola. É

possível realizar essa ação somente se todo o bloco estiver harmônico, caso

contrário a abertura na marcação será facilmente encontrada. Essa ação é

possibilitada por que dificilmente um adversário consegue infiltrar um passe longo e

na diagonal com a compactação do bloco de marcação. Esse tipo de marcação

possui um fator determinante para que seja ela a mais adotada por equipes de alto

nível, é a real possibilidade que se apresenta de tomar a bola do goleiro-linha.

Quando o goleiro passa a bola para uma das alas o bloco de marcação se move no

sentido desta. Como as ações ficam limitadas, o adversário que recebeu a bola irá

devolvê-la ao goleiro, e é a esse momento que se deve atentar. Enquanto a bola

viaja no sentido do goleiro, o marcador que estava no meio da quadra corre de

maneira a se colocar entre o goleiro e o possível passe à ala oposta, ficando o

goleiro obrigado a devolver a bola para a mesma ala, que nesse momento está

bloqueada pelo marcador do primeiro passe do goleiro. Assim temos uma situação

de 1x 1, facilitando a roubada de bola, o que se configura numa ação eficaz e que

possibilita até mesmo o tento a favor da equipe “desvantajosa”.

Em ambas as marcações é preciso ter cuidado e muita atenção para que, se

a bola entrar no fundo da quadra, ela não a cruze até a ala oposta, pois o

adversário lá postado estará livre de marcação. E para que isso não aconteça o

“bloco de marcação” deve estar atuando de forma uníssona, estando sempre

compacto e atento às coberturas.

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3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do Estudo

O estudo foi uma pesquisa de campo, de caráter descritivo e realizado de

forma transversal (MARCONI; LAKATOS; 2003).

3.2 População e Amostra

A amostra foi composta por cinco equipes participantes, (Cambé, Rolândia,

Cafeara, Assaí e Cornélio Procópio), da fase regional do 53º Jogos Abertos do

Paraná, realizado pela Paraná Esportes, no período de 27 de agosto a 04 de

setembro de 2010 na cidade de Cambé – PR.

3.3 Instrumentos

Os materiais utilizados no estudo compõem-se de: uma filmadora marca JVC

modelo GZ-MG330HU com freqüência de 30 Hertz, um cronometro digital da marca

Casio, um microcomputador e o programa Windows Media Player versão 10.0 para

reprodução dos vídeos e o software Microsoft Office Excel 2003 para a análise.

3.4 Procedimentos Experimentais

A filmagem foi realizada da cabine de transmissão, devido possuir uma visão

ampla e completa de toda a extensão da quadra. Desde o início da partida até o fim

da mesma houve apenas um (1) intervalo entre os tempos.

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O goleiro – linha foi considerado como tal a partir do momento em que o

mesmo atuou fora do limite de sua área de meta atuando com os pés alterando

assim o desenho tático de sua equipe.

As situações analisadas foram:

Assistência com gol: quando o goleiro – linha executa um passe que

se concretiza em gol.

Assistência sem gol: quando o goleiro – linha executa um passe que

não se concretiza em gol.

Gols do goleiro: quando o goleiro – linha participa do jogo, finaliza a

gol e obtém sucesso.

Finalização a gol: quando o goleiro – linha finaliza a gol, mas não

acerta o mesmo, finalização para fora.

Finalização no gol: quando o goleiro – linha finaliza e acerta o gol,

finalização certa.

Passe errado: quando o goleiro – linha executa um passe errado.

Passe errado e contra – ataque: quando o goleiro – linha erra o passe

e o time adversário sai imediatamente para o ataque.

Passe errado e gol adversário: quando o goleiro – linha erra o passe e

o jogador adversário rapidamente finaliza a gol, que estará desprotegido.

3.5 Variáveis de Estudo

Independente: utilização do goleiro – linha.

Dependente: Com a atuação do goleiro-linha a equipe melhora suas ações

ofensivas, de finalizações, assistências ou ainda anotar tentos.

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3.6 Análise Estatística

Os dados foram analisados de forma descritiva utilizando o software

Microsoft Office Excel 2003. As variáveis quantitativas discretas de tendência

central média e desvio padrão.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta os dados analisados das equipes participantes da fase

regional do 53º Jogos Abertos do Paraná:

Tabela 1 – Scautes das equipes

ASSAÍ CAFEARA CAMBÉ CORNÉLIO

PROC. ROLÂNDIA assist. sem gol 55 13 ± 2,06 8 2 ± 2,70 10 2,5 ± 2,94 14 3,5 ±1,73 108 27 ± 17,15

assist. com gol 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,25 ± 0,5

passe errado 10 3,3 ± 2,89 2 0,5 ± 0,95 7 1,75 ± 1,5 5 1,67 ± 0,5 22 5,5 ± 1,29

p.err. e cont. atq. 0 0 0 1 0,25 ± 0,5 0 0 0 1 0,25 ± 0,5 5 1,25 ± 1

p.err. e gol adv. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0,5 ± 0,57

gol do goleiro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,25 ± 0,5

finalização à gol 5 1,67 ± 2,5 0 0 0 1 0,25 ± 0,5 1 0,25 ± 0,5 16 4 ± 1,63

finalização no gol 1 0,33 ± 0,5 0 0 0 0 0 0 2 0,5 ± 0,57 10 2,5 ± 1,73

Total, média e desvio padrão das variáveis de cada equipe.

Fortes (2002) constata uma participação cada vez maior do goleiro fora dos

limites de sua área especialmente quando sua equipe detém a posse de bola, pois

ele passa a ser um quinto jogador participando ativamente das movimentações

ofensivas, seguindo esta linha de raciocínio observa-se que, as equipes utilizaram

o recurso do goleiro – linha, e a equipe de Rolândia foi a que mais se utilizou da

opção, em todas as variáveis analisadas, e também sendo a única em que o

jogador analisado conseguiu realizar uma assistência com gol e também a

anotação de um tento. Porém, vale ressaltar que essa equipe também foi a única

a levar gol decorrente a um erro de passe do goleiro – linha, sustentando a

afirmação de Santana (2008), que a colocação do goleiro fora da área penal,

mesmo com um bom plano de jogo, expõe a equipe. Por isso precisa ser

apreciada com diligência pelos treinadores, e também, não aproveitando o que

seria uma boa opção ofensiva. Outro fator a ser ressaltado é a questão de os

jogos não terem sido realizados em “quadra pequena”, com dimensões iguais ou

menores do que 32m x 18m, onde o chute do goleiro poderia proporcionar um

maior perigo à meta adversária do que o passe. Garlet (2006) declarara que o

passe tem maior importância que o chute, porém o chute é mais importante que o

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passe em quadras pequenas. Pode-se assim então, justificar o elevado número de

assistências e o baixo das finalizações dos goleiros – linha.

Tabela 2 – Classificação das equipes

EQUIPES CLASSIFICAÇÃO GOL. LINHA

CAMBÉ 1º 4º

ASSAÍ 2º 2º

CAFEARA 3º 5º

CORNÉLIO PROC. 4º 3º

ROLÂNDIA 5º 1º

Classificação da competição e da utilização do goleiro – linha

Na tabela 2, mostramos a classificação e a utilização do goleiro – linha das

equipes participantes da fase regional do 53º Jogos Abertos do Paraná, levando

em consideração que Cambé foi a primeira colocada e ficando em quarto lugar na

utilização do goleiro – linha, Assaí ficando em segundo tanto para classificação

como para participação do goleiro atuando fora da área de meta, Cafeara em

terceiro na classificação, mas em última na utilização do goleiro – linha e Cornélio

Procópio em quarto lugar e terceiro no recurso estudado e Rolândia que foi a

equipe que mais utilizou o goleiro jogando com os pés, mas acabou a competição

em último lugar. Na tabela 3, mostramos a comparação entre a equipe de Cambé,

campeã da competição e Rolândia, última colocada, mas com o maior número de

utilizações do goleiro – linha. Nesta comparação vemos que apesar de Rolândia

ter utilizado mais o goleiro com os pés e errando um maior número de passes,

proporcionalmente teve uma porcentagem menor de erros do que a equipe de

Cambé.

Tabela 3 – Scalts de assistências e passes errados de Cambé e Rolândia

CAMBÉ ROLÂNDIA

Assistências 10 109

Passes Errados 7 29

Total 17 138

% assistências 58,83 73,4

% passes errados 41,17 26,6

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O único sistema ofensivo com a participação do goleiro – linha utilizado

pelas equipes foi o 1x2x2, sendo o mais tradicional e menos arriscado ao se

atacar o adversário, por possuir um jogador no centro de sua quadra não expondo

tanto a sua meta. Outra observação a ser comentada pela utilização de tal sistema

pode dever-se ao fato de que a partir do baixo nível técnico ou treinado pelas

equipes o mesmo seria o mais fácil a ser realizado.

Em equipes de alto rendimento onde os atletas treinam diariamente tanto a

parte de habilidades individuais, coletivas, técnicas e principalmente táticas torna-

se uma opção muito interessante e eficaz o trabalho com o goleiro – linha, tanto

para manter a posse de bola quando o resultado é favorável como a anotação de

tentos quando a equipe necessita. Mas, até mesmo em competições onde o nível

é muito alto existe as falhas, caso mais recente na própria final da Liga Nacional

deste ano, entre a equipe de Jaraguá – SC e Marechal – PR, onde no primeiro

jogo o resultado foi finalizado com erros e acertos na participação do goleiro –

linha atuando pelas duas equipes.

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5 CONCLUSÃO

O presente estudo concluiu que a participação do goleiro – linha é sim

muito importante nas ações ofensivas e vem sendo cada vez mais utilizado pelas

equipes de futsal. Porém, para a conclusão deste trabalho, a utilização do goleiro

atuando com os pés fora do limite de sua área, nesta competição, não concluiu

com êxito em relação direta com a classificação das equipes que utilizaram do

recurso.

Com base nas variáveis apresentadas neste estudo pode-se concluir que:

A equipe que mais utilizou o goleiro – linha foi a única onde o jogador

concluiu assistência seguida de gol, foi a que mais errou passes

proporcionando contra – ataque ou gol adversário, a que mais finalizou

tanto à gol quanto no gol e também a única a anotar tento porém, ficou em

último lugar na classificação, ressaltando também que em todas as partidas

desde o início da mesma o goleiro já atuou fora da sua área de meta.

A equipe que se sagrou campeã pouco utilizou o goleiro – linha, não

concluindo nenhuma assistência com gol, com um número elevado de

passes errados relacionado às utilizações com os pés. Finalizou apenas

uma vez à gol e não anotou nenhum tento.

Também pode – se concluir que para a utilização do goleiro – linha as equipes

devem treinar melhor e mais especificamente quando necessitar do mesmo para

jogar fora de sua área de meta, não que apenas o treinamento seja suficiente para

que todas as vezes que o goleiro – linha atue a equipe consiga o gol, mas, a

mesma bem postada pode elevar suas chances de um ataque bem sucedido.

Sugere – se que novos estudos a respeito do goleiro – linha sejam realizados

futuramente para melhores aplicações praticas aos profissionais de educação

física e esporte.

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