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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS PÓS GRADUAÇÃO (LATO-SENSU) EM GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA PÚBLICA ADEMAR RAMALHO DA SILVA FILHO ESTUDO DAS FALHAS QUE RESULTAM NA NULIDADE ABSOLUTA DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR APLICADO ATUALMENTE NO CBMGO GOIÂNIA (GO) 2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CORPO DE … · ... ABSOLUTA E RELATIVA Antes de ... entender o que é nulidade e qual é a diferença entre a nulidade absoluta e ... à liberdade,

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

PÓS GRADUAÇÃO (LATO-SENSU) EM GERENCIAMENTO DE

SEGURANÇA PÚBLICA

ADEMAR RAMALHO DA SILVA FILHO

ESTUDO DAS FALHAS QUE RESULTAM NA NULIDADE ABSOLUTA DO

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR APLICADO

ATUALMENTE NO CBMGO

GOIÂNIA (GO)

2014

ADEMAR RAMALHO DA SILVA FILHO

ESTUDO DAS FALHAS QUE RESULTAM NA NULIDADE ABSOLUTA DO

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR APLICADO

ATUALMENTE NO CBMGO

Artigo científico apresentado em cumprimento às exigências para a obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Segurança Pública no curso de Pós Graduação Lato-Sensu em Gerenciamento de Segurança Pública, sob orientação do Professor Especialista Ami de Souza Conceição.

GOIÂNIA (GO)

2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

ADEMAR RAMALHO DA SILVA FILHO

ESTUDO DAS FALHAS QUE RESULTAM NA NULIDADE ABSOLUTA DO

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR APLICADO

ATUALMENTE NO CBMGO

Artigo científico apresentado em cumprimento às exigências para a obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Segurança Pública no curso de Pós Graduação Lato-Sensu em Gerenciamento de Segurança Pública, sob orientação do Professor Especialista Ami de Souza Conceição.

Avaliado em: ____/____/________

Nota Final: ( )______________

__________________________________________

Professor-Orientador Ami de Souza Conceição.

GOIÂNIA (GO)

2014

RESUMO:

O artigo identifica as possíveis falhas que, se cometidas, tornarão o procedimento

administrativo disciplinar nulo, além de apontar, a título de exemplo, algumas falhas

corriqueiras, cometidas pelos encarregados dos procedimentos que não resultam na

nulidade do mesmo. Para isso foi realizada pesquisa bibliográfica, pautada na lei, na

doutrina e na jurisprudência contemporâneas. Como o procedimento administrativo

disciplinar busca garantir a solidez dos pilares fundamentais do Corpo de Bombeiros

Militar do Estado de Goiás, a hierarquia e a disciplina, torna-se inadmissível o

mesmo ser frustrado em seus principais objetivos: Corretivo (educativo) e punitivo.

Portanto, este artigo estabelece parâmetros básicos para identificar erros passíveis

de nulidade para que o encarregado do Procedimento Administrativo Disciplinar

(PAD) não solicite o arquivamento do mesmo sem motivos devidamente

fundamentados, evitando o erro deste sob pressão do envolvido ou de seu

representante legal.

PALAVRAS CHAVE: Disciplina, doutrina, hierarquia, jurisprudência, lei, nulidade

absoluta, Procedimento Administrativo Disciplinar.

ABSTRACT:

This article identifies the possible errors that, if committed, will make the

administrative disciplinary proceedings null, while pointing out, for example, a few

common faults committed by those in charge of the procedures, which do not result

in the invalidity of the same. For this literature review, based on law, doctrine and

contemporary jurisprudence was performed. As the administrative disciplinary

procedure aims to ensure the soundness of the fundamental pillars of the Fire

Brigade of the State of Goiás, hierarchy and discipline, it is unacceptable to even be

frustrated in its main goals: Concealer (education) and punitive. Therefore, this article

provides basic identifying likely errors of invalidity parameters for the charge of the

Administrative Procedure Disciplinary (APD, or PAD, in Portuguese) do not ask for

the filing thereof without good cause, avoiding the error of the pressure involved or

their legal representative.

KEYWORDS: Discipline, doctrine, hierarchy, jurisprudence, law, absolute nullity,

Administrative Disciplinary Procedure.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO……....………….…………………………….......………….......... 07

REVISÃO DA LITERATURA………………………………………………................ 08

NULIDADES: ABSOLUTA E RELATIVA............................................................. 08

ESTUDO DOS ERROS QUE ACARRETAM A NULIDADE DO PAD................. 10

ERROS QUE NÃO ACARRETAM A NULIDADE DO PAD.................................. 17

CUIDADOS ESSENCIAIS PARA NÃO COMETER ERROS NO PAD................. 19

METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................................... 21

CONCLUSÃO........................................................................................................ 22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 24

7

INTRODUÇÃO

Este estudo busca identificar as possíveis falhas cometidas no decorrer de um

Procedimento Administrativo Disciplinar do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de

Goiás que geram a nulidade absoluta do mesmo.

O objetivo é pesquisar a doutrina, a jurisprudência e a própria lei

(principalmente a Constituição Federal de 1988) para procurar todas as causas

passíveis de nulidade no Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) aplicado

atualmente no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

O modelo de Procedimento Administrativo Disciplinar adotado pelo CBMGO

atualmente será analisado dentro do contexto jurídico brasileiro contemporâneo,

buscando alinhar a lei, a jurisprudência e a doutrina predominante com o mesmo.

O PAD se assemelha ao processo penal e, apesar de possuir suas

peculiaridades, a defesa também pode seguir dois caminhos básicos: A defesa

preliminar e a defesa de mérito.

Atualmente, muitos encarregados de PAD são submetidos à pressão dos

advogados ou até mesmo dos envolvidos para que o procedimento seja arquivado

com argumentos de defesa que não contemplam o mérito. O argumento da defesa

consiste, habitualmente, em impor o arquivamento do PAD por vícios formais ou

perdas de prazo processual, sob a ameaça de ação no judiciário, que poderia

acarretar não só a anulação do mesmo como também indenização na esfera cível.

Sob esse argumento, os encarregados do PAD, que nem sempre têm

formação específica na área jurídica, cedem e arquivam o mesmo. Ocorre que

muitas vezes o erro apontado pela defesa não acarreta nulidade absoluta do

procedimento. Na maioria das vezes não há sequer erro, apenas vício meramente

formal, que não afetará nem o PAD nem o ato processual viciado.

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REVISÃO DA LITERATURA

NULIDADES: ABSOLUTA E RELATIVA

Antes de iniciarmos o estudo dos principais erros processuais, devemos

entender o que é nulidade e qual é a diferença entre a nulidade absoluta e a relativa.

Sobre esse assunto, MIRABETE escreve que:

Nulidade é, sob um aspecto, vício, sob outro, sanção, podendo ser

definida como a inobservância de exigências legais ou uma falha ou

imperfeição jurídica que invalida ou pode invalidar o ato processual

ou todo o processo. (MIRABETE, 2002, p. 414)

A partir dessa leitura entendemos que a nulidade, sob o aspecto aqui

estudado, é a sanção aplicada ao ato juridicamente imperfeito, que o tornará sem

efeito ou, quando mais grave, anulará todo o processo.

Vale lembrar que, como uma das principais legislações complementares no

estudo do PAD, o Código de Processo Penal define que: “Art. 563 Nenhum ato será

declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a

defesa”. Com esse dispositivo a lei garante a celeridade do processo, evitando a

repetição de atos que não resultaram em prejuízo para nenhuma das partes

envolvidas. Portanto o prejuízo deve ser comprovado.

Fernando Capez (2012) classifica os vícios processuais em três formas:

a) irregularidade: trata-se de um vício irregular quando não são

atendidas as exigências formais sem qualquer relevância. O

desatendimento é incapaz de gerar prejuízo, não acarretando a

anulação do processo, bem como não impedindo o ato de produzir

seus efeitos e atingir sua finalidade. O Código de Processo Penal,

no art. 564, IV diz que o ato irregular não é invalidado porque a

formalidade desatendida não era essencial a ele.

Pode-se enumerar as seguintes características da irregularidade:

formalidade estabelecida em lei; exigência sem qualquer relevância

para o processo; não visa garantir interesse de nenhuma das

9

partes; a formalidade tem um fim em si mesma; a violação é

incapaz de gerar qualquer prejuízo; não invalida o ato e não traz

qualquer consequência para o processo.

b) nulidade relativa: a nulidade relativa já viola exigência

estabelecida pelo ordenamento legal (infraconstitucional),

estabelecida no interesse predominante das partes. A formalidade é

essencial no ato, pois visa resguardar interesse de um dos

integrantes da relação processual, não tendo um fim em si mesma.

Por esta razão, seu desatendimento é capaz de gerar prejuízo,

dependendo do caso concreto. O interesse é muito maior da parte

lesada do que de ordem pública e por esta razão a invalidação do

ato fica condicionada à demonstração do efetivo prejuízo e à

arguição do vício no momento processual oportuno.

c) nulidade absoluta: neste caso a ofensa é direta ao Texto

Constitucional, pois a formalidade violada não está estabelecida

simplesmente em lei, mas afronta os princípios constitucionais do

devido processo legal, como a ampla defesa, o contraditório, da

publicidade, da motivação das decisões judiciais (...) (CAPEZ, 2012,

p. 694/696)

Da análise dos ensinamentos de Capez, entendemos que ato meramente

irregular é aquele que não atendeu ao formalismo legal, porém não gerou prejuízo

para nenhuma das partes, portanto foi visto que, de acordo com o artigo 563 do

CPP, este ato não será declarado nulo.

Já na nulidade relativa uma norma infraconstitucional foi violada, causando

prejuízo para uma das partes no processo. Quando devidamente fundamentado pela

parte prejudicada, o ato viciado deve ser revisto ou repetido, de acordo com todas as

formalidades necessárias para sua validade.

A nulidade absoluta, que é o nosso objeto de estudo, ocorre quando o ato

afronta diretamente a Constituição Federal e seus princípios, causando à parte

prejuízo irreparável em seus direitos e garantias fundamentais. Por isso é grave e

leva a anulação de todo o processo.

Entender os tipos de nulidade e seus efeitos é fundamental para que o

encarregado de um procedimento não os cometa, principalmente aqueles que

acarretarão a extinção do mesmo sem o julgamento da causa.

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ESTUDO DOS ERROS QUE ACARRETAM A NULIDADE DO PAD

O estudo das causas de nulidade em procedimento administrativo disciplinar,

seja ele em qualquer esfera da administração pública, foca três ramos do direito: O

direito constitucional, o direito administrativo e o direito processual penal. Assim,

esse artigo busca respaldo na lei, na doutrina predominante e na jurisprudência para

garantir segurança jurídica aos encarregados de PAD para que os mesmos não

cometam erros de nulidade absoluta e para que vícios meramente formais não

induzam ao arquivamento desnecessário do procedimento.

A lei n. 11.416, de 5 de fevereiro de 1991 (Estatuto do Corpo de Bombeiros

Militar do Estado de Goiás), dispõe, em seu art. 2º, que:

Art. 2° - O Corpo de Bombeiros Militar do Estado é uma instituição

permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na

disciplina, força auxiliar e reserva do Exército, destinando-se à

execução de serviços de perícia, prevenção e combate a incêndios;

de busca e salvamento; de prestação de socorros nos casos de

inundações e desabamentos, catástrofes e calamidades públicas,

bem assim, à execução de outros serviços que se fizerem

necessários à proteção da comunidade, inclusive atividades de

defesa civil.

Esse artigo dá ênfase especial à hierarquia e à disciplina, que, como

menciona claramente, são a “base” da Instituição Bombeiro Militar. Por este motivo é

necessária atenção especial para evitar a anulação dos procedimentos disciplinares,

que garantem a manutenção da disciplina castrense.

Assim como a hierarquia e a disciplina são pilares de sustentação das

instituições militares, o processo legal é fundamental para o bom funcionamento do

Estado Democrático de Direito e sem ele não é possível imputar pena para

transgressões disciplinares. Considerando o objeto de estudo deste artigo, seria

plenamente nula a punição aplicada sem o devido PAD.

11

O Princípio do Devido Processo Legal só foi surgir expressamente no Brasil

na Constituição Federal de 1988, apesar de estar implícito nas Constituições

anteriores. Ele está assim disposto no art. 5º, inciso LIV da nossa Carta Magna:

Art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes :

(...)

LIV _ ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o

devido processo legal.

(...)

Quando lidamos com processos, de maneira geral, devemos nos garantir que

as autoridades envolvidas, principalmente a julgadora, têm legitimidade para a

instauração e para ser encarregado.

No caso do PAD, as autoridades competentes para a instauração estão

elencadas no anexo III do Decreto Nº. 4.681/1996, que são as mesmas que podem

aplicar as punições disciplinares.

No início da instrução, deve-se argüir sobre o impedimento ou a suspeição do

encarregado ou da autoridade instauradora, pois a incidência de algum desses dois

casos pode gerar a nulidade dos atos praticados pelo impedido ou suspeito. O

encarregado e a autoridade instauradora também têm o dever de comunicar seu

impedimento ou suspeição, como prevê a Lei Nº. 13.800/2001 (Art. 18 a 20):

Art. 18 – É impedido de atuar em processo administrativo o servidor

ou autoridade que:

I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha

ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge,

companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o

interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

12

Art. 19 – A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento

deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de

atuar.

Parágrafo único – A omissão do dever de comunicar o impedimento

constitui falta grave, para os efeitos disciplinares.

Art. 20 – Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor

que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos

interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros,

parentes e afins até o terceiro grau.

O encarregado do PAD deverá ser mais antigo que o envolvido e, pela

complexidade do procedimento e suas possíveis consequências, recomenda-se que

seja, no mínimo, um graduado antigo que tenha vasta experiência no serviço

bombeiro militar.

Como estamos tratando de vícios (ou erros) processuais que acarretam

nulidade absoluta do procedimento, não há como desfocarmos do princípio básico

constitucional da ampla defesa e contraditório. A ofensa a esse princípio é, em

regra, a principal causa de anulação dos processos judiciários ou administrativos.

Dessa maneira, não se poderia conceber justiça, serenidade e imparcialidade

sem que houvesse essa harmonia que parte do pressuposto inquestionável de que o

contraditório e a ampla defesa são princípios inerentes à própria natureza do Estado

Democrático de Direito e que são seus alicerces fundamentais.

A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, inciso LV, estabelece que:

Art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos

acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,

com os meios e recursos a ela inerentes.

(...)

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Segundo Paulo Rangel:

A instrução contraditória é inerente ao próprio direito de defesa, pois

não se concebe um processo legal, buscando a verdade processual

dos fatos, sem se dê ao acusado a oportunidade de desdizer as

afirmações feitas pelo Ministério Público (ou seu substituto

processual) em sua peça exordial (...) Ressalta-se que o

contraditório é inerente ao sistema acusatório, onde as partes

possuem plena igualdade de condições, sofrendo o ônus de sua

inércia no curso do processo. (RANGEL, 2013, p. 17/18)

Portanto, o envolvido e seu defensor (quando houver) devem ser citados

(chamamento ao processo) e intimados de todos os atos e termos do processo para

que, querendo, se manifestem.

Os prazos concedidos à defesa pela lei devem ser rigorosamente respeitados,

assim como o envolvido deverá saber claramente do que ele está sendo acusado e

a ele devem ser garantidos todos os meios de direito para se defender e contradizer

as acusações que lhe forem imputadas.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece em breves linhas sobre tais

princípios, mostrando que:

O princípio do contraditório, que é inerente ao direito de defesa, é

decorrente da bilateralidade do processo: quando uma das partes

alega alguma coisa, há de ser ouvida também a outra, dando-se-lhe

oportunidade de resposta. Ele supõe o conhecimento dos atos

processuais pelo acusado e o seu direito de resposta ou de reação.

Exige: 1- notificação dos atos processuais à parte interessada; 2-

possibilidade de exame das provas constantes do processo; 3-

direito de assistir à inquirição de testemunhas; 4- direito de

apresentar defesa escrita. (DI PIETRO, 2007, p. 367)

Quando o acusado deixar de comparecer a atos instrutórios, dos quais

também não participou seu advogado constituído, o encarregado deverá nomear

defensor “ad hoc” para o ato processual, sob pena de cerceamento de defesa.

14

Outros erros que acarretariam a nulidade absoluta do PAD são: A

inadequação do enquadramento legal, a falta de fundamentação pela autoridade

julgadora e a insuficiência de conjunto probatório.

O enquadramento legal está diretamente relacionado com o contraditório, pois

o envolvido deverá saber do que está sendo acusado para formular sua defesa,

exercendo assim a ampla defesa, portanto o enquadramento inadequado pode gerar

nulidade ou impedimento de imputação de pena para transgressão não enquadrada.

Uma vez encerrada a fase de instrução do PAD, o encarregado, após concluir

pela responsabilidade do militar, lavra peça acusatória, embasada em fatos e

enquadramentos jurídicos precisos, contra a qual é articulada a peça defensória

escrita do envolvido. O enquadramento mal elaborado pode levar o procedimento à

nulidade absoluta, como adverte José Armando da Costa:

Constitui causa de nulidade absoluta do processo disciplinar o

julgamento estruturado com base em fatos ou alegações

inexistentes no despacho de instrução e indiciação , pois este,

articulando os fatos e as provas contra o indiciado, estabelece os

limites possíveis de sua condenação (...) nem a comissão poderá

extravasar do contexto das acusações articuladas, nessa peça

formal indiciatória, contra o servidor imputado. Se o servidor

indiciado deve direcionar o seu esforço de defesa ao derredor das

acusações que lhe são feitas no despacho de instrução e indiciação,

não será legítimo o julgamento da autoridade que o condene por

fato não previsto em tal instrumento de conclusão indiciatória.

Podemos, por conseguinte, elucidar que é nulo o processo

disciplinar que contenha condenação que se funde em fato não

sintetizado nessa peça acusatória. (COSTA, 2004, p. 341, 343)

O princípio da legalidade obriga a autoridade julgadora a fundamentar sua

decisão. O inciso II do art. 5° da Constituição, visa, fundamentalmente combater o

poder arbitrário do Estado, ali esta expressa o princípio da legalidade, que é base

fundamental do Estado Democrático de Direito. É imposto que somente a lei pode

criar obrigações para o indivíduo, uma vez que ela é expressão legítima da nação.

Por isso torna-se nula a decisão não fundamentada em lei.

15

A insuficiência de conjunto probatório prejudica a elucidação correta dos fatos

e, portanto, a pretensão punitiva. Por este motivo, caso o envolvido seja punido sem

um conjunto probatório consistente, o procedimento tornar-se-á nulo pela

inobservância de outros dois princípios constitucionais: O in dubio pro reu (na

dúvida, deve-se decidir em favor do envolvido) e o princípio da presunção da

inocência.

O princípio da presunção da inocência já constava na Declaração dos Direitos

do Homem e do Cidadão promulgada em 1789, que em seu artigo nono estabelecia:

“Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado”.

Posteriormente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada

pela Organização das Nações Unidas, em 1948, também assegurou tal garantia ao

referir que:

Art. XI. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de

ser presumida inocente, até que a culpabilidade tenha sido provada

de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido

asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

Já na atual Constituição da República Federativa do Brasil, assim está

insculpido o princípio:

Art. 5 º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado

de sentença penal condenatória; (...)

Tal dispositivo assegura ao envolvido o direito de ser considerado inocente

até que seja provado o contrário em sentença penal ou, trazendo para a realidade

do procedimento administrativo, decisão da autoridade julgadora. Em ambos os

casos a decisão necessita de um conjunto probatório consistente que a fundamente.

Assim como a ampla defesa, o contraditório e a presunção da inocência

devem ser garantias do envolvido em PAD. A administração pública tem a obrigação

de apurar e, se for o caso, punir transgressores disciplinares. Ocorre que existe o

16

prazo prescricional para a pretensão punitiva, conforme estabelece o Art. 66 do

Decreto Nº. 4.681/1996: “Art. 66 – A ação disciplinar prescreve em um ano, contado

da data da transgressão, ou em sessenta dias, quando, conhecidos os fatos, a

autoridade competente deixa de adotar as medidas cabíveis.”

A prescrição da pretensão punitiva pode ou não acarretar o arquivamento do

Procedimento Administrativo Disciplinar, mas nunca causa a nulidade do mesmo.

Em um estudo comparado do PAD aplicado no CBMGO com o aplicado na

União, percebe-se que a Apostila de Treinamento sobre Processo Administrativo

Disciplinar (PAD), elaborada pela Controladoria Geral da União em maio de 2010,

expõe sobre a prescrição em sua página 524:

De imediato, antes de adentrar na análise do tema, assevera-se

que, no regime administrativo disciplinar, o instituto da prescrição

acarreta a extinção da punibilidade. Ou seja, se refere à aplicação

da pena, que é matéria da autoridade julgadora, não devendo, a

princípio, ser objeto de análise da comissão. Todavia, se na defesa

o acusado provocar a discussão do assunto, a comissão pode

abordá-lo no relatório apenas de forma condicional, reservando a

decisão à autoridade julgadora. Ainda, convém à comissão alertar a

autoridade acerca da possibilidade de ocorrência da prescrição em

data futura próxima.

Neste caso, podemos utilizar as normas aplicadas na esfera federal como

fonte subsidiária para a aplicação do procedimento disciplinar estadual, mais

especificamente o do Corpo de Bombeiros Militar.

A apostila supracitada ainda nos explica, em sua página 544, o motivo de

prosseguir com o Processo Disciplinar, mesmo quando a pretensão punitiva estiver

prescrita:

Se a prescrição extinguisse a apuração, se configuraria pré-

julgamento de culpa, como se o processo somente se justificasse

como instrumento para aplicação de pena. Ademais, é direito e

interesse do bom servidor a conclusão da apuração que declare sua

inocência.

17

A prescrição da punibilidade é um dos casos em que comumente o

encarregado é coagido pela defesa a extinguir o procedimento, porém não tem a

obrigação legal de fazê-lo, apenas não poderá aplicar punição àquela(s)

transgressão(ões) prescrita(s).

Afinal, o procedimento disciplinar não tem como único objetivo a aplicação da

punição, ele busca também a elucidação os fatos. Ademais, a extinção da

punibilidade não impede a propositura de ação civil (CPP, Art. 67, inciso II) para a

reparação de possíveis danos decorrentes da transgressão, se for o caso, o que

consiste mais um motivo para a elucidação dos fatos através de procedimento

disciplinar, que pode ser perfeitamente utilizado para subsidiar uma ação civil.

ERROS QUE NÃO ACARRETAM A NULIDADE DO PAD

Existem alguns erros, cometidos pelo encarregado no decorrer do PAD, que

não comprometem os princípios legais e nem os direitos do envolvido. Portanto não

geram a nulidade do Procedimento.

Adverte-se que todos os erros cometidos na confecção de um PAD podem

acarretar punição disciplinar para o encarregado, pois o mesmo estará passível de

enquadramento no item nº. 20 do Anexo I do Decreto Nº. 4.681/1996 (Regulamento

Disciplinar do CBMGO): “Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção,

em qualquer serviço ou instrução”.

Ainda no Decreto Nº. 4.681/1996, encontramos alguns prazos que, se não

cumpridos, não acarretam a nulidade do PAD. Assim prescreve seu artigo 8º:

Art. 8º - O bombeiro militar que tiver conhecimento de um fato

contrário à disciplina deverá comunicá-lo ao seu chefe imediato, por

escrito ou verbalmente. Neste último caso, deve confirmar a

comunicação por escrito, no prazo máximo de setenta e duas horas.

18

§ 1º - Nos casos de comunicação de ocorrência cometida por

bombeiro militar de OBM diversa daquela a que pertence o

signatário da comunicação, deverá este ser notificado pela

autoridade das providências tomadas no prazo máximo de cinco

dias úteis, direta ou indiretamente.

§ 2º - A autoridade a quem a comunicação disciplinar é dirigida deve

dar-lhe solução no prazo de quinze dias úteis, ouvindo as pessoas

envolvidas, se necessário. Na impossibilidade de solucioná-la nesse

prazo, o motivo deverá ser publicado em boletim e, neste caso, o

prazo não poderá exceder de trinta dias úteis. Quando o despacho

for pela instauração de IPM ou sindicância, a solução será dada no

máximo em sessenta dias.

Nenhum dos prazos previstos no artigo 8º, se não cumpridos, acarretam a

nulidade do procedimento, nem tampouco prejuízo ao envolvido e sua defesa.

Entende-se que os prazos do artigo 8º são estabelecidos para maior eficiência

na instauração do PAD, favorecendo o recolhimento de provas materiais ou

testemunhais de maneira rápida na busca pela verdade real, que é um princípio do

processo penal, onde o objetivo é a busca pela verdade dos fatos como eles

realmente ocorreram e o tempo é um fator predominante.

Portanto, sem prejuízo algum para o procedimento, deve-se prosseguir com o

PAD e, caso a pretensão punitiva não estiver prescrita e a apuração indicar

transgressão, o envolvido poderá ser punido.

Na portaria de instauração do PAD, a autoridade delegante determina um

prazo para a conclusão do mesmo, que comumente é de quinze dias úteis,

prorrogáveis até o limite máximo de trinta dias úteis, conforme prevê o §2º do artigo

8º do RDCBMGO.

Muitas vezes, por motivos alheios ao encarregado ou da autoridade

delegante, não é possível cumprir esse prazo e a solução é publicada após os 30

dias úteis. Isso poderia acontecer, por exemplo, se um laudo médico ou de perícia

demorasse para ser concluído, causando o atraso.

A solução intempestiva, no que se refere ao Art. 8º, §2º, não é erro que

acarreta nulidade do procedimento. Poderá acarretá-la se a defesa comprovar sem

19

dúvidas que o atraso na solução causou prejuízo à ampla defesa e contraditório ou a

algum direito do envolvido.

CUIDADOS ESSENCIAIS PARA NÃO COMETER ERROS NO PAD

Os erros que podem dar causa a nulidade do PAD são: Aplicar qualquer tipo

de punição sem o devido processo legal; Autoridade incompetente para a

instauração do PAD; Autoridade ou encarregado com impedimento ou suspeição;

Inobservância do princípio da ampla defesa e contraditório; Enquadramento

incompleto ou incorreto; Falta de fundamentação na decisão da autoridade

instauradora ou do encarregado; Insuficiência do conjunto probatório.

A democracia e o estado contemporâneo de direito exigem o processo legal

para apurar supostas transgressões, pois nele é conferido ao acusado o direito de

se defender, explicar os motivos que o levaram a cometer a transgressão (que

podem ser excludentes de antijuridicidade) ou até mesmo provar que ele não é

culpado das acusações que lhe são imputadas.

Portanto, não existe possibilidade jurídica de punir alguém sem o devido

processo legal, que neste caso é o PAD. Então o primeiro cuidado que se deve

tomar é observar a instauração de um PAD para apurar os fatos.

Em seguida deve-se consultar o anexo III do Decreto Nº. 4.681/1996 e

verificar se a autoridade que pretende instaurar o PAD tem competência legal para

fazê-lo. Caso não tenha, o fato deve ser comunicado para a autoridade competente

e essa sim instaurará o procedimento.

Após a instauração, o primeiro cuidado que o encarregado de PAD deve ter é

de argüir ao envolvido sobre seu impedimento ou suspeição ou da autoridade

instauradora. Como vimos anteriormente nesse estudo, as regras para a declaração

de impedimento ou suspeição são esclarecidas nos artigos 18 ao 20 da Lei Nº.

13.800/2001.

20

Para garantir a ampla defesa e o contraditório devemos ter atenção especial

para os seguintes procedimentos:

Na ocasião da instauração do PAD, o envolvido deve ser citado, que é a

maneira formal de comunicar ao envolvido a existência do PAD e seu

conteúdo;

O envolvido deve ser intimado de todos os atos e termos do processo para

que, querendo, se manifeste;

No caso do acusado ou seu advogado não comparecerem em algum ato

instrutório, o encarregado deverá nomear defensor “ad hoc”;

Os prazos legais da defesa devem ser respeitados. Se o envolvido ou seu

defensor forem privados destes prazos ou coagidos a elaborar sua defesa

em prazo diferente do estabelecido por lei, o procedimento tornar-se-á

nulo pela inobservância da ampla defesa.

Garantir ao envolvido o direito de examinar as provas constantes do

processo, por isso é fundamental que o processo fique alcançável no

horário comercial, sendo aconselhável deixá-lo em uma seção, sob a

responsabilidade de um militar do expediente mesmo quando o

encarregado do PAD estiver gozando afastamento legal;

Como qualquer outro ato processual de interesse do envolvido, o

encarregado deve garantir o direito do mesmo de assistir à inquirição de

testemunhas, pessoalmente ou através de seu defensor. Neste último

caso o defensor poderá comparecer representando-o, principalmente

quando o encarregado perceber que a presença do envolvido poderá

prejudicar o depoimento, por intimidação ou outro fator;

Proporcionar ao envolvido o direito de apresentar sua defesa escrita.

Outro cuidado essencial para o bom andamento do procedimento é a atenção

na hora de elaborar o enquadramento, que deve conter os fatos e o embasamento

legal correspondente a cada acusação. Nesta ocasião o encarregado não pode

21

esquecer-se de enquadrar qualquer transgressão, pois isso o impedirá de punir o

envolvido, que teria sido cerceado em seu direito de contradizer.

A decisão não fundamentada no PAD, seja do encarregado ou da autoridade

instauradora (na solução) viola os princípios do contraditório e da ampla defesa,

tornando nulo todo o PAD. Deve-se fundamentar todas as decisões contidas no

PAD, evitando frases como: Concordo com o parecer ou concordo com o

encarregado. Ambas sem fundamentar o motivo e o embasamento legal da decisão.

O encarregado deve empenhar-se em reunir um conjunto probatório suficiente

na instrução do PAD. A pressa, a falta de comprometimento ou o acúmulo de

funções podem induzir o mesmo a um encerramento precipitado e inconsistente da

instrução. Sem provas suficientes não será possível imputar transgressão ao

envolvido, pois na dúvida este sempre será considerado inocente, prejudicando

assim a finalidade educativa / punitiva do PAD.

METODOLOGIA DA PESQUISA

A palavra metodologia vem do grego methodos (meta+hodós), significando

“caminho para se chegar a um fim”. Trujillo Ferrari (1974) afirma que o método

científico é o traço característico da ciência, constituindo-se em instrumento básico

que ordena, inicialmente, o pensamento em sistemas e traça os procedimentos do

cientista ao longo do caminho até atingir o objetivo científico preestabelecido.

Segundo Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos:

O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que,

com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo –

conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser

seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

(MARCONI; LAKATOS, 1996, P.40)

22

O método vem a ser todo o procedimento utilizado na investigação de

determinado questionamento buscando a solução do mesmo. Para FACHIN (2001),

genericamente método é “a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição

e explicação do estudo”. Ainda, para a mesma autora (2001), “método é a forma de

proceder ao longo de um caminho”.

O método predominantemente utilizado no presente estudo é a pesquisa

bibliográfica. Ainda segundo LAKATOS E MARCONI (1986) a pesquisa bibliográfica

trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada

sobre o assunto que está sendo pesquisado em livros, enciclopédias, revistas,

jornais, folhetos, boletins, monografias, teses, dissertações e material cartográfico.

Pretende-se, assim, colocar o pesquisador em contato direto com todo material já

escrito sobre o mesmo.

Como ensina CERVO E BERVIAN (1996), qualquer tipo de pesquisa em

qualquer área do conhecimento, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer

para o levantamento da situação em questão, quer para a fundamentação teórica.

Assim, afirmam que a pesquisa bibliográfica é um excelente meio de formação e

juntamente com a técnica de resumo de assunto ou revisão de literatura, constituí

geralmente o primeiro passo de toda pesquisa científica. Por isso, os universitários

devem ser incentivados a usarem métodos e técnicas científicas para realizá-la,

tanto independente quanto como parte complementar de qualquer tipo de pesquisa

descritiva ou experimental.

CONCLUSÃO

O PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) constitui indispensável

ferramenta para a Corporação Bombeiro Militar cujos pilares são a hierarquia e a

disciplina. Se o PAD for frustrado em seu objetivo punitivo e disciplinador, a

autoridade hierárquica ficará abalada e a impunidade estimulará novas ações

indisciplinadas.

23

A correta aplicação do PAD garante não só a punição do militar indisciplinado

como também a valorização do militar disciplinado, pois a punição acarreta a perda

de pontos na avaliação da promoção, destacando a disciplina como forma de

ascensão na carreira militar.

O PAD aplicado no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás se

assemelha muito com o Processo Administrativo Disciplinar utilizado pela

administração pública federal e esse último tem suas raízes no direito processual

penal. Portanto as causas de nulidade no PAD são semelhantes às identificadas no

processo penal.

Com atenção especial aos cuidados apontados neste estudo, os

encarregados e as autoridades instauradoras do PAD evitarão que o envolvido

consiga anular o mesmo com argumentos que impeçam o principal objetivo do

procedimento, que é elucidar os fatos e aplicar o direito, punindo e educando

quando for o caso.

A defesa que não contempla o mérito é válida quando há flagrante abuso de

poder, coação ou desrespeito aos princípios do Estado Democrático de Direito,

porém quando utilizada com má fé pode ser uma forma do militar esquivar-se de

suas obrigações castrenses e incentiva a indisciplina e o desrespeito à hierarquia.

Além disso, a impunidade revolta os bons militares e os desestimula.

Portanto, da mesma forma que o encarregado do PAD deve garantir a

manutenção da disciplina e nortear o procedimento para que a punição seja aplicada

aos indisciplinados, caberá a ele também velar pela regularidade formal e pelo

efetivo respeito às garantias e direitos do militar acusado (envolvido), considerando-

se algumas das questões fundamentais do direito e do PAD, como as expostas

neste artigo.

24

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princípios jurídicos. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009, 497 p.

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25

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