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11 Universidade Estadual de Londrina ALINI NUNES DE OLIVEIRA APROXIMAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO: O CASO DA CHÁCARA XORORÓ – JATAIZINHO/PR Londrina 2006

Universidade Estadual de Londrina · importância para a economia de muitos países, tem sido bastante estudado e discutido nos últimos anos. ... Apêndice B – Folder de divulgação

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Universidade Estadual de Londrina

ALINI NUNES DE OLIVEIRA

APROXIMAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO: O CASO DA CHÁCARA XORORÓ – JATAIZINHO/PR

Londrina

2006

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ALINI NUNES DE OLIVEIRA

APROXIMAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO: O CASO DA CHÁCARA XORORÓ – JATAIZINHO/PR

Monografia apresentada ao Curso de Geografia, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito à obtenção do título de Bacharelado. Orientadora: Profª. Drª. Eloiza C. Torres.

Londrina

2006

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ALINI NUNES DE OLIVEIRA

APROXIMAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO: O CASO DA CHÁCARA XOXORÓ – JATAIZINHO/PR

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________ Profª. Drª. Nilza Aparecida Freres Stipp

Universidade Estadual de Londrina

__________________________________ Esp. Queila L. Spoladore

Secretaria Municipal do Ambiente

__________________________________ Profª. Drª. Eloiza Cristiane Torres

Universidade Estadual de Londrina

Londrina,____de_______________de 2006

14

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa

viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para

estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode

ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver (KLINK, 2000).

15

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por me dar força e por ter ajudado a enfrentar

obstáculos que surgiram em meu caminho;

À minha orientadora, professora Eloiza pela paciência em me auxiliar

nas orientações;

À minha família, João Víctor e amigos, em especial Karolyna e Neiva,

por me dar condições de chegar até aqui sempre com amor e carinho.

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OLIVEIRA, Alini Nunes de. Aproximações entre Educação Ambiental e Turismo: o caso da chácara

Xororó – Jataizinho/Pr. 2006. Monografia (Bacharelado em Geografia) - Universidade Estadual de

Londrina, Londrina.

RESUMO

Este trabalho consiste numa proposta de aproximação entre atividades de Educação Ambiental e Turismo. O turismo, por ser uma atividade de grande destaque e importância para a economia de muitos países, tem sido bastante estudado e discutido nos últimos anos. Estudos recentes mostram que o turismo possui efeitos econômicos, sociais, culturais e ambientais muito fortes nas localidades, variando de um local para outro devido à singularidade dos lugares. As pesquisas geográficas que têm como alvo o turismo ainda são em pequena quantidade se comparada a produção científica em outras áreas da Geografia como Urbana, Agrária, Econômica, etc. O estudo do turismo pela comunidade geográfica acentua-se a partir da década de 1970, quando o fenômeno começa a tomar proporções maiores devido à prosperidade econômica que tomou os países centrais capitalistas no período pós-guerra. Na atualidade, sabe-se que a superação dos problemas ambientais exige uma percepção totalizante da natureza, mas para isso é importante que haja uma interação e encontro de identidade entre o ser humano e o local em que vive gerando aprofundamento no que tange as questões ambientais. Os objetivos deste trabalho são identificar a potencialidade da Chácara Xororó, propor atividades de Turismo e Educação Ambiental e pesquisar o grau de aceitação da proposta pelos professores de Jataizinho e Ibiporã. Por ser uma área ainda pouco estudada e pouco desenvolvida nas localidades, há grande aceitação por parte dos professores em realizar atividades de turismo pedagógico com seus alunos, por julgarem ser muito importante, principalmente, pelo fato de os alunos poderem entrar em contato com um ambiente que é diferente do seu cotidiano.

Palavras-chave: Educação ambiental. Turismo. Geografia. Trilhas interpretativas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Entrada da Chácara Xororó................................................................ 45

Figura 2 – Foto aérea de localização da Chácara Xororó e Ilha Pássaro Preto

no Rio Tibagi........................................................................................................

46

Figura 3 – Espaço para realização do Café Rural............................................... 56

Figura 4 – Mel: produto comercializado na Chácara........................................... 56

Figura 5 – Local para embarcar para o passeio de barco................................... 57

Figura 6 – Quadra de bocha................................................................................ 58

Figura 7 – Balsa para atravessar o Rio Tibagi em direção à Ilha Pássaro

Preto.....................................................................................................................

59

Figura 8 – Vista da Ilha Pássaro Preto................................................................ 59

Figura 9 – Local para construção do redário....................................................... 60

Figura 10 – Local para construção do playground............................................... 60

Figura 11 – Local para realização dos cursos de culinária e oficinas de

artesanato............................................................................................................

61

Figura 12 – Churrasqueira e forno à lenha.......................................................... 62

Figura 13 – Margem do Rio Tibagi, propício à pesca esportiva.......................... 62

Figura 14 – Futuras instalações do alojamento (chalé)....................................... 63

Figura 15 – Primeira opção de logomarca da Chácara Xororó........................... 64

Figura 16 – Segunda opção de logomarca para a Chácara Xororó.................... 65

Figura 17 – Portão histórico da época da CTNP: “De olho no passado”............. 66

Figura 18 – Figueira branca: um dos atrativos da “Trilha da Flora”..................... 67

Figura 19 – “Visita ao pomar”............................................................................... 68

Figura 20 – “Visita à horta”................................................................................... 69

Figura 21 – Cultura de café................................................................................. 70

Figura 22 – Criação de abelhas........................................................................... 71

Figura 23 – Viveiro de pássaros.......................................................................... 72

Figura 24 – Local para construção do minhocário............................................... 73

Figura 25 – Local da “Hora do lanche”................................................................ 74

18

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 11

1.1 OBJETIVOS......................................................................................... 13

1.1.1 Objetivo geral.................................................................................... 13

1.1.2 Objetivos específicos........................................................................ 13

1.2 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO....................................................... 13

2 METODOLOGIA............................................................................... 14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................... 15

3.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................... 15

3.2 PRIMEIRA APROXIMAÇÃO... EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GEOGRAFIA.......... 21

3.3 SEGUNDA APROXIMAÇÃO... EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TRILHAS INTERPRETATIVAS:

UMA MANEIRA DIVERTIDA DE INTERAGIR COM O

AMBIENTE...........................................................................................

23

3.4 TERCEIRA APROXIMAÇÃO... EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO: RUMO À ATIVIDADE

DE MÍNIMO IMPACTO.............................................................

25

3.5 QUARTA APROXIMAÇÃO... TURISMO E GEOGRAFIA................................. 27

3.5.1 Impactos positivos e negativos do turismo....................................... 30

3.5.2 Turismo... Excursionismo... Qual a diferença?................................. 32

3.5.3 Potencialidade das áreas rurais....................................................... 32

3.5.4 Planejamento turístico...................................................................... 34

3.5.5 Marketing turístico............................................................................. 36

4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA.................................. 38

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO.............................................................. 38

4.1.1 Histórico do município de Ibiporã..................................................... 38

4.1.2 Dados gerais do município de Ibiporã.............................................. 41

4.1.3 Histórico do município de Jataizinho................................................ 42

4.1.4 Dados gerais do município de Jataizinho......................................... 44

4.2 CHÁCARA XORORÓ............................................................................. 45

5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

PESQUISADOS................................................................................

48

5.1 RESULTADO DAS PESQUISAS FEITAS EM JATAIZINHO.............................. 48

5.2 RESULTADO DAS PESQUISAS FEITAS EM IBIPORÃ.................................... 52

6 PROPOSTAS DE ATIVIDADES TURÍSTICAS................................ 55

6.1 ATIVIDADE TURÍSTICA AOS FINS DE SEMANA NA CHÁCARA XORORÓ......... 55

19

6.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CHÁCARA XORORÓ...................................... 65

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 75

REFERÊNCIAS................................................................................ 76

APÊNDICE....................................................................................... 81

Apêndice A – Questionário aplicado aos professores de Jataizinho e

Ibiporã............................................................................................

82

Apêndice B – Folder de divulgação do turismo em áreas rurais...... 83

Apêndice C – Folder de divulgação das atividades de Educação

Ambiental..........................................................................................

85

Apêndice D – Site de divulgação da Chácara Xororó...................... 87

ANEXO............................................................................................. 92

Anexo A – Mapa de localização dos municípios ............................. 93

Anexo B – Mapa de localização da Chácara Xororó........................ 94

Anexo C – Quadros com resultados das pesquisas de Ibiporã........ 95

Anexo D – Quadros com resultados das pesquisas de Jataizinho... 96

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1 INTRODUÇÃO

As pesquisas geográficas que têm como alvo o turismo ainda são em

pequena quantidade se comparada a produção científica em outras áreas da

Geografia como Urbana, Agrária, Econômica, etc. O estudo do turismo pela

comunidade geográfica acentua-se a partir da década de 1970, quando o fenômeno

começa a tomar proporções maiores devido à prosperidade econômica que tomou os

países centrais capitalistas no período pós-guerra.

O turismo, por ser uma atividade de grande destaque e importância

para a economia de muitos países, tem sido bastante estudado e discutido nos

últimos anos. Estudos recentes mostram que o turismo possui efeitos econômicos,

sociais, culturais e ambientais muito fortes nas localidades, variando de um local para

outro devido à singularidade dos lugares.

Os problemas de nossa década provocaram grandes mudanças na

vida pessoal e social em quase todos os setores da vida humana. O homem urbano

encontra-se seriamente ameaçado por problemas em seu estado físico e psíquico

causados pelo estresse (CASTELLI, 1986, p. 29).

No dizer de Mercer,

O cérebro humano é programado para rejeitar a monotonia. Sem a mudança temporária, sem a possibilidade do imprevisível, as funções cerebrais tornam-se ineficientes e provavelmente a pessoa entra em um processo de estresse (apud VIEIRA; OLIVEIRA, 2000, p. 24).

A necessidade de sair do habitual preocupante, ou seja, viajar,

passear, praticar o lazer fora do dia-a-dia, é uma necessidade inerente ao ser

humano, desde que a pessoa tenha certeza da volta à rotina tranquilizadora,

tornando-se assim um paradoxo, já que ao mesmo tempo que necessita de um tempo

fora do cotidiano, também precisa ter a segurança de que terá a sua rotina de volta

quando retornar. Vemos que essa necessidade não é satisfeita por um lugar qualquer;

existem preferências por certos locais ao invés de outros, ou seja, “o indivíduo traz no

seu primeiro invólucro (...) uma carga de conhecimentos, acumulada pela experiência,

(...) que influencia nas suas decisões, na sua escolha por certas paisagens em

detrimento de outras” (VIEIRA; OLIVEIRA, 2000, p. 27). Dessa forma, o mundo tem

grande importância por ser o lugar de viagens, da imaginação humana, do lazer.

21

Não somente no setor econômico que o turismo se destaca, mas

também na área cultural, pois através da atividade turística, independente do

segmento que se está praticando, o indivíduo entra em contato com um mundo

“novo”, diferente do seu habitual, podendo assim obter conhecimentos diversos.

O turismo, em sua realização como atividade e prática social, articula-

se com o território e o meio ambiente; exigindo o deslocamento territorial do turista,

mudando o significado das paisagens; cria novas espacialidades relativas à infra-

estrutura, interferindo, então, no (re)ordenamento do território (CASTRO, 2003).

Neste trabalho, foram abordados seguintes assuntos: objetivos da

pesquisa e a delimitação da área de estudo; o segundo capítulo é desenvolvida a

metodologia, o terceiro capítulo consiste na fundamentação teórica, enriquecido com

temas como turismo, educação ambiental, geografia, entre outros; no quarto capítulo

serão explanados aspectos gerais da chácara, assim como propostas de atividades

de turismo e Educação Ambiental; e no último, os resultados e análises da aplicação

de questionários a professores de escolas localizadas no município de Ibiporã e

Jataizinho.

22

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Implementar atividades de Turismo e Educação Ambiental na

Chácara Xororó.

1.1.2 Objetivos Específicos

a) Identificar a potencialidade da propriedade para o

desenvolvimento da atividade turística aliada à Educação

Ambiental;

b) Propor atividades de Turismo e Educação Ambiental a serem

desenvolvidas na Chácara Xororó;

c) Pesquisar o grau de aceitação das propostas por professores

de Ibiporã e Jataizinho.

1.2 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O local da pesquisa, Chácara Xororó, foi escolhido já que possui

potencial turístico para desenvolver atividades de Turismo e Educação Ambiental e

também pelo interesse dos proprietários em desenvolver atividades em sua

propriedade rural. A pesquisa da demanda foi feita com professores de escolas

localizadas nos municípios de Ibiporã e Jataizinho, devido a proximidade da chácara

em relação a estas cidades e por ser um público-alvo de atividades de Educação

Ambiental.

23

2 METODOLOGIA

A pesquisa realizada é de caráter descritivo, que na visão de Cervo

“(...) observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem

manipulá-los” (CERVO, 2003, p. 66). Além disso, a pesquisa é classificada como

qualitativa já que, conforme Dencker “A observação dos fenômenos sociais, feita de

maneira intensiva, a qual implica a participação do pesquisador no universo de

ocorrência desses fenômenos é uma metodologia do tipo qualitativa” (DENCKER,

2000, p. 97).

Também neste trabalho foram realizados levantamentos bibliográficos

com dados de fontes primárias como livros, revistas científicas, trabalhos acadêmicos,

periódicos e jornais, pesquisados em sua grande maioria na Biblioteca Central da

Universidade Estadual de Londrina (UEL), na Biblioteca Prof. José Laffranchi da

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)/CCESA e na Biblioteca Zaqueu de Mello da

Universidade Filadélfia (UNIFIL).

A obtenção dos dados empíricos foi feita através de pesquisa

exploratória, com aplicação de questionário estruturado com perguntas abertas e

fechadas (ver anexo A) a professores do ensino infantil e fundamental (1a a 4a séries)

de quatro escolas localizadas no município de Ibiporã (Escola Municipal Almerinda,

Pré-escola Zilda R. Conceição, Escola Municipal Aldivina M. de Paula e Escola

Municipal Maria Inês R. Mello) e de sete escolas localizadas no município de

Jataizinho (Escola Municipal Prof. Vicente R. Monteiro, Escola Municipal Wilson

Chamilete, Escola Municipal Dom Pedro II, Escola Municipal Princesa Isabel, Centro

Educacional Yeda Garcia Tanaka, Escola O Cantinho do Amor e Escola Cantinho

Feliz) no período de 05 de setembro a 04 de outubro de 2006.

Somando-se à aplicação dos questionários, foram realizados

trabalhos de campo através de visitas à Chácara Xororó nos dias 16 e 23 de

setembro de 2006 para levantar informações, fotografar, conversar com os

proprietários e realizar o planejamento das atividades, tarefas essenciais ao bom

andamento da pesquisa.

Após a coleta de dados, foram feitas análises, interpretação das

informações obtidas e produção de tabelas e gráficos para melhor visualização dos

resultados.

24

3 FUNDAMENTAÇÂO TEÓRICA

3.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A emergência da questão ambiental, principalmente pela possibilidade

real da escassez de recursos naturais que garantam a sobrevivência humana, obriga

a população a repensar os estilos de desenvolvimento numa ótica menos degradante

e mais igualitária.

Com grande freqüência os jornais nos mostram eventos climáticos

catastróficos, tanto em âmbito local como global, provocados principalmente pela

ação antrópica, ocorrendo o aumento do efeito estufa, o buraco na camada de ozônio,

a desertificação e comprometimento dos recursos hídricos com a poluição por

agrotóxicos e outros resíduos, poluição do ar, comprometimento da biodiversidade

pela rápida extinção de espécies; a pobreza, a fome, as guerras, a hegemonia e a

arrogância dos poderosos no processo de globalização (OLIVEIRA, 2002, p. 81).

Dessa forma, como fazer compatíveis as “necessidades” do progresso da sociedade,

com a utilização dos recursos disponíveis e as condições naturais do planeta para

sustentar a vida? (MAMEDE; FRAISSAT, 2003, p. 497).

A partir da década de 1960 é que ocorre com mais firmeza o

despertar da consciência em relação à deterioração do meio ambiente e à

necessidade de investir em ações que modificassem a situação atual. Um dessas

ações é a educação.

Para um melhor entendimento do percurso da Educação Ambiental

desde a década de 1960, ocorreram os seguintes eventos:

1972 Estocolmo (Suíça) Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente

Humano - A Educação Ambiental adquire vigência

internacional e passa a fazer parte de ações

pedagógicas.

1975 Belgrado

(Iugoslávia)

I Seminário Internacional de Educação Ambiental – o

grande mérito deste evento foi reforçar a necessidade

de uma nova ética global e ecológica.

1976 Chosica (Peru) Taller Subregional de Educación Ambiental para

25

Educación Secundaria – neste evento, que não é

muito conhecido pelos brasileiros, se afirmou a

necessidade metodológica da Educação Ambiental ser

participativa, permanente, interdisciplinar, construída a

partir da realidade cotidiana.

1977 Tbilisi (Georgia) Conferência Intergovernamental – aponta para a

Educação Ambiental como meio educativo para

compreender as dimensões ambiental e social.

1979

1988

Costa Rica

Argentina

Seminário de Educação Ambiental para América

Latina e Seminário Latino-Americano de Educação

Ambiental, respectivamente – reforçaram a

necessidade da preservação do patrimônio histórico-

cultural.

1987 Moscou Congresso Internacional de Educação e Formação

Ambientais – enfatizou o estímulo à organização de

redes de informação e comunicação entre os

profissionais.

1992 Rio de Janeiro Jornada Internacional de Educação Ambiental,

acontecendo paralelamente à Conferência Oficial na

Rio-92 -

1997 Thessaloniki

(Grécia)

Conferência Meio Ambiente e Sociedade: Educação e

Consciência Pública para a Sustentabilidade – tomou

como prioritária a formação de professores, a

produção de materiais didáticos, entre outros.

Fonte: adaptado de LOUREIRO, 2004.

No Brasil, a temática foi introduzida tardiamente através do que

chamamos Educação Ambiental. Apesar da existência de projetos e programas desde

o início da década de setenta, é no final da década de oitenta que começa ações mais

concentradas.

No início da década de noventa, seja pela mobilização social em decorrência da Rio 92, seja pelo alcance político que a questão ambiental adquiriu, o governo federal, principalmente através do Ministério da Educação e do Ministério do Meio Ambiente, criou alguns documentos e ações importantes: Programa Nacional de Educação Ambiental, Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei Federal n. 9.795 de 27 abril

26

de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (LOUREIRO, 2005, p. 87)

Como relata Ferraz (2004, p. 150), um extenso número de atuações

diferentes na área ambiental, principalmente a partir da Conferência Mundial para o

Meio Ambiente e Desenvolvimento (conhecida como Eco-92), por equívoco, são

denominadas generalizadamente de educação ambiental, sendo que quase tudo

aquilo que é relacionado com o ambiente é chamado de educação ambiental.

É um tema bastante relevante e que tem se destacado nas escolas,

órgãos públicos ambientais, empresas, entre outros, assim como vários são os livros

e artigos publicados sobre esta temática, cada um com seu enfoque conceitual. Após

muitas discussões em eventos científicos, as questões ambientais têm sido

analisadas de maneira holística, evoluindo de um enfoque mais ecológico para algo

que incorporasse o aspecto social e conforme Reigota,

A problemática ambiental não pode se reduzir só aos aspectos geográficos e biológicos, de um lado, ou só aos aspectos econômicos e sociais, de outro. Nenhum deles, isolado, possibilitará o aprofundamento do conhecimento sobre essa problemática” (REIGOTA, 1991, p. 37)

Sabe-se que a superação dos problemas ambientais exige uma

percepção totalizante da natureza em relação aos aspectos mencionados acima, mas

para isso é importante que haja uma interação e encontro de identidade entre o ser

humano e o local em que vive gerando aprofundamento no que tange as questões

ambientais (DEPERON, 2004, p. 44).

Para despertar esse sentimento de pertencimento nas pessoas, e,

consequentemente, maior sensibilização perante os acontecimentos cotidianos

ligados ao ambiente é que surgem as atividades de Educação Ambiental.

A educação ambiental é um componente essencial e permanente da

educação geral, devendo estar forma articulada, em todos os níveis e modalidades do

processo educativo, tanto formal e não-formal.

Os estudos sobre a temática ambiental no mundo todo

proporcionaram a existência de diversas abordagens em Educação Ambiental. Na

realidade, existem, conforme Ferraz, vários tipos de “educação” relacionadas ao meio

ambiente:

27

- Educação sobre o meio ambiente – que não corresponde à Educação Ambiental porque é uma mera descrição de fenômenos ambientais. - Educação no meio ambiente – nada mais é que passagem de informações no local, como uma reserva biológica. - Educação para o meio ambiente – que é a educação mais abrangente, incluindo o meio ambiente em sua totalidade com uma abordagem holística das questões ambientais. - A Educação Ambiental faz parte de um movimento maior, que prega uma mudança de paradigma (FERRAZ, 2004, p. 151)

Leis, decretos, constituições e normas federais, estaduais e

municipais abrigam hoje dispositivos que determinam a realização da educação

ambiental.

De acordo com a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a

política de Educação Ambiental no Brasil, os princípios básicos da educação

ambiental são:

I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural

Dessa forma, Smyth apud Sato (2002, p. 24) classifica como

principais objetivos da Educação Ambiental:

- Sensibilização Ambiental: considerado como primeiro objetivo para alcançar o

pensamento ordenado da Educação Ambiental e que serve como um alerta;

- Compreensão Ambiental: obtenção de conhecimento dos componentes e dos

mecanismos existentes na natureza;

- Responsabilidade Ambiental: atentar e reconhecer que o ser humano é principal

protagonista para determinar e garantir a sobrevivência do planeta;

- Competência Ambiental: Capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;

- Cidadania Ambiental: participar ativamente nas ações que saibam conciliar a

natureza e a sociedade.

28

A Educação Ambiental pode ser dividida em Formal e Não-formal:

formal é um processo institucionalizado que ocorre nas unidades de ensino, de forma

transversal ao currículo básico dentro das diferentes disciplinas e a não-formal é um

processo que ocorre fora da escola, envolvendo flexibilidade de métodos e de

conteúdos e um público alvo muito variável em suas características, podendo ser

realizada em movimentos sociais, associações e organizações ecológicas, de

mulheres, de camponeses, operários, de jovens, etc., procurando fornecer um salto

qualitativo nas suas reivindicações políticas, econômicas e ecológicas (REIGOTA,

1991, p. 36).

Conforme Seção III, art. 13, da Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999,

sobre a Educação Ambiental Não-Formal:

Entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará: I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente; II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal; III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais; IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação; V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação; VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; VII - o ecoturismo.

A escola é um espaço propício a sistematizar o conhecimento

científico dos aspectos físicos da natureza juntamente com a reflexão dos problemas

que envolvem o tema e de “(...) sensibilizar os alunos a executarem pequenas ações

cotidianas locais que contribuam para o equilíbrio ecológico” (DEPERON, 2004, p.

44). Porém, o espaço acadêmico não é o único capaz de contribuir para o bom

andamento da sensibilização da sociedade. Existem diversas experiências no Brasil e

no mundo onde foram trabalhados temas referentes à Educação Ambiental que não

aconteceram somente dentro da escola: associações de moradores, grupos de

amigos, escoteiros, parques ecológicos, propriedades rurais e mesmo no próprio

centro urbano... Qualquer local se transforma em laboratório de estudos ambientais!

29

Independente do local e o público que se está trabalhando, a arte de

educar vai além da simples reprodução de normas, condutas, comportamentos e

atitudes. Educar para a vida significa a percepção do ser humano não como o centro,

mas sim, o seu reconhecimento como pessoa que depende dos outros seres e

também do meio. O Educador Ambiental tem que incorporar aquilo que fala e que faz,

pois se educa mais com exemplos do que com as próprias palavras.

A Educação Ambiental busca estabelecer práticas e reflexões que

levem à consolidação de valores que possam ser entendidos e aceitos como

favoráveis à sustentabilidade planetária, à justiça social e à preservação da vida

(LOUREIRO, 2005, p. 87). Ela não é a solução mais rápida para os problemas

ambientais, já que é um processo contínuo de aprendizagem de conhecimento e

exercício da cidadania, capacitando o indivíduo a ter uma visão crítica da realidade e

uma atuação consciente no espaço onde vive (MEYER, 1991, p. 41). Também não

deve ser uma forma de resolver pontualmente os impactos: não adianta apenas

disponibilizar informações aleatórias e fora do contexto local sem uma participação

efetiva das pessoas por meio da sensibilização e de seu engajamento diante às

problemáticas que surgem a cada dia (FERRAZ, 2004, p. 151).

Em trabalhos na área de educação ambiental é necessário estimular

os alunos ou outros grupos sociais a observarem e expressarem a leitura que fazem

dos ambientes em que vivem. Fazendo este exercício com as representações,

aprendem a encarar a construção do conhecimento como fruto também de suas

vivências individuais e coletivas, algo vivo, em constante transformação, de maneira

contextualizada (MEYER, 1991, p. 41).

De acordo com Sorrentino (2002), há quatro grandes temas e

objetivos com os quais se identificam distintos projetos de educação ambiental:

- Biológicos: proteger, conservar e preservar espécies, ecossistemas e o planeta como um todo; - Espirituais/culturais: promover o auto-conhecimento e o conhecimento do Universo, através do resgate de valores, sentimentos e tradições (...); - Políticos: desenvolver uma cultura de procedimentos democráticos, estimular a cidadania e a participação popular; estimular a formação e o aprimoramento de organizações, o diálogo na diversidade e a autogestão política; - Econômicos: contribuir para a melhoria da qualidade de vida através da geração de empregos em atividades “ambientais”, não alienantes e não exploradas do próximo. Caminhar em direção à autogestão do seu trabalho, dos seus recursos e dos seus conhecimentos, como indivíduos e como grupos/comunidades (SORRENTINO, 2002, p. 112)

30

Sobre representações ambientais, Sauvé et al apud Sato (2002)

classifica-as em sete categorias:

- Como natureza: com elementos bucólicos de cachoeiras, matas, pássaros ou entardecer. São paisagens herdadas dos pensadores da Modernidade, que viam na natureza uma dádiva para se encontrar com a paz, onde a estética da natureza prevalece sobre a ética humana; - Como recurso: com exemplos típicos de hidrelétricas, fontes de energia ou outros exemplos de potencial econômico que possibilitam melhor gestão para o desenvolvimento humano; - Como problema: que apela às queimadas, buraco na camada de ozônio, desflorestamento, chuva ácida ou problemas com o lixo. São maneiras de chamar atenção à resolução dos problemas ambientais da nossa era; - Como sistema: representados pelos mapas, fotografias aéreas, modelagen ou ecossistemas, em que se acredita que o pensamento sistêmico poderá auxiliar na manutenção da Terra, principalmente através de simulações, tecnologias limpas ou outros recursos de informática; - Como meio de vida: caracterizados pela casa e seu entorno, a escola e seu espaço ou qualquer local para se habitar, morar e cuidar, revendo os sistemas de vida e modelos de desenvolvimento; - Como biosfera: a fotografia azul da Terra é sua marca registrada, herança da teoria de Gaia, trazendo elementos antigos misturados com novos. Clamam pela valorização das comunidades indígenas, da essência da vida e da própria Terra; - Como projeto de vida: são representações que trazem a interdependência da sociedade com a dimensão ambiental. Sublinham a ética humana para o cuidado com a natureza, envolvendo a participação como estratégia de ambientalismo, de identidade ecológica e dos compromissos com o diálogo entre a cultura e a natureza”. (SATO, 2002, p. 11-12)

Neste caso, o educador contribui para que cada pessoa envolvida

descubra dentro de si sua ligação com o meio natural e seu potencial de conhecer,

criar, aplicar, agir em conformidade com princípios básicos ensinados pelos

ecossistemas, tudo dependendo da representação que essa pessoa faz da sua vida

cotidiana (MUNHOZ, 2004, p. 145).

3.2 PRIMEIRA APROXIMAÇÃO... EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GEOGRAFIA

Dentre as diversas ciências que possuem interface direta com a

questão ambiental, a Geografia muito tem a contribuir com a Educação Ambiental. No

que se refere à reflexão e à prática através do ensino e pesquisa, proporciona a

incorporação do aspecto espaço-território nas questões ambientais (SANSOLO,

CAVALHEIRO, 2003, p. 127). A Geografia tem dentro do seu horizonte de pesquisa

uma grande identidade com a temática ambiental, que tem na relação

homem/natureza seus mais clássicos temas de reflexão.

31

As questões relacionadas ao meio ambiente (nas últimas décadas

mais em evidência), têm produzido discussões acerca da crise ambiental e a

Geografia contemporânea incorporou em suas várias vertentes a discussão deste

assunto, valorizando-se a linguagem geográfica quando se trata de Educação

Ambiental.

A grande contribuição da Geografia para um processo de Educação

Ambiental é proporcionar um melhor esclarecimento sobre as relações espaciais entre

a sociedade e a natureza. Além disso, esta ciência está intimamente ligada à prática

de trabalho de campo, que para a Educação Ambiental Não-formal (principalmente

aquela que desenvolve atividades não-teóricas) é muito importante, como no dizer de

Silva,

O trabalho de campo constitui-se um instrumento fundamental para essa ´leitura´ (a autora se refere à leitura do mundo), por meio da qual se desvenda o entorno e se estabelece a mediação entre o registro, o conhecimento já sistematizado e informado e o seu significado, auferido através de um processo dinâmico e dialético para o entendimento da realidade, especialmente naquilo em que ela se apresenta como `inexplicável`, por isso mesmo instigadora (SILVA, 2002, p. 62)

O trabalho de campo é também essencial no estudo geográfico. É no

campo, que de forma especial, que as situações podem ser vivenciadas. Sem o

trabalho de campo perde-se uma parte considerável da essência da Geografia e

logicamente, dificulta em muitas situações o trabalho com as questões ambientais.

Desta forma, trabalhar Geografia de forma competente, associada à Educação

Ambiental não pode privar-se do trabalho de campo. Somando-se a este papel, há

também o fato de concretizar experiências através da observação, contato, registro,

descrição, análise, e reflexão da realidade que está sendo desfrutada, e mais: há

também o estímulo a relações afetivas e cognitivas, desenvolvendo também a

percepção em relação ao lugar (SILVA, 2002).

Como descrito por Freire, para uma educação transformadora é

necessária a promoção da curiosidade espontânea para a curiosidade

epistemológica.

Na verdade, a curiosidade ingênua que, desarmada, está associada ao saber do senso comum, é a mesma curiosidade que, criticizando-se, aproximando-se de forma cada vez mais metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica (...) Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos (FREIRE, 1996, p.31-32).

32

Profissionais de várias áreas têm trabalhado com a Educação

Ambiental, mas uma das áreas que tem mais se destacado é a dos geógrafos, tanto

em âmbito formal quanto não-formal.

Como nos diz Sansolo & Cavalheiro (2003), o conhecimento

geográfico voltado para a Educação Ambiental trata do meio físico, da população,

moradia, antecedentes históricos, economia, estrutura social, infra-estrutura jurídico-

política, cultura, entre outros.

Quando nos referimos à Educação Ambiental, devemos tratar do

resultado das inter-relações sociais e estas com a natureza. Porém, não deveríamos

desconsiderar os processos naturais em suas diversas escalas de ocorrências que

envolvem estas relações (SANSOLO, CAVALHEIRO, 2003, P. 115).

Este referencial é de fundamental importância, no sentido de se evidenciar que, dentre as escalas geográficas a serem consideradas, a escala planetária deve ser enfocada além do jargão “pensar globalmente, agir localmente” tendo em vista as inter-relações entre as diversas escalas geográficas de análise no que se refere aos determinantes da degradação ambiental (...) (SANSOLO, CAVALHEIRO, 2003, p. 122)

3.3 SEGUNDA APROXIMAÇÃO... EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TRILHAS INTERPRETATIVAS: UMA

MANEIRA DIVERTIDA DE INTERAGIR COM O AMBIENTE

Trilha interpretativa é um instrumento muito utilizado tanto em

atividades de Educação Ambiental como em atividades turísticas. Trilhas como meios

de interpretação ambiental não visam somente à transmissão de conhecimentos, de

acordo com Tabanez (1997), mas também propiciam atividades que revelam os

significados e as características do ambiente por meio do uso de elementos originais,

pois “a paisagem trás em si elementos naturais e culturais que possibilitam várias

leituras de uma mesma experiência ambiental” (LIMA, 1998, p. 38).

Assim, somente podemos valorizá-las como educativas e vivenciais á

medida em que estejam vinculadas a uma visão holística e transdisciplinar, sendo

função do professor e do monitor interligar os assuntos tratados durante o percurso.

33

Conforme Junqueira relata, “como princípio, qualquer ambiente se

transformará em um local ideal para o aprendizado se for bem aproveitado”

(JUNQUEIRA, 2004, p. 160).

Consiste numa grande oportunidade de reflexão sobre valores,

indispensáveis a mudanças comportamentais que estejam em equilíbrio com a

conservação dos recursos naturais, tendo como objetivo principal o resgate do

significado da integração e conservação ambiental mediante o conhecimento.

Mas tornar estas trilhas interessantes para qualquer público-alvo?

Segundo Lima,

A combinação de fatores recreacionais e educativos reveste-se de um sentido especial nas trilhas interpretativas do meio ambiente ao amalgamar, curiosidade, imaginação, variedade de estímulos, informações temáticas, companheirismo (LIMA, 1998, p. 41)

Além disso, existem vários trabalhos com tipos diferentes de trilhas de

interpretação: trilhas para deficientes visuais, para terceira idade, para instituições

educacionais públicas e particulares, para empresas, para eventos, entre outros,

sendo sempre adaptada de acordo com o percurso a ser escolhido e com os pontos

de interesse, dependendo da faixa etária e do objetivo do grupo, entre outros fatores.

Observar a paisagem torna-se uma aventura por sempre revelar algo

inédito ou inesperado em um de seus infinitos ângulos:

Desde una perspectiva hermenéutica, educar y comprender se convierten en una aventura donde el sujeto y los sentidos del mundo vivido se constituyen mutuamente en una dialéctica de comprensión/interpretación. Se pierde así la seguridad de una conciencia observadora y decodificadora que promete la correspondência y el control de los sentidos. El sujeto-observador, situado fuera del tiempo histórico, estaría persiguiendo sentidos verdaderos, reales, permanentes e inequívocos. El sujeto-intérprete, por su parte, estaría delante de um mundo-texto, sumergido em la polisemiay en la aventura de producir sentidos, a partir de su horizonte histórico (CARVALHO, 2000, p. 92)

De acordo com a classificação utilizada por Junqueira (2004), as trilhas podem

ser utilizadas das seguintes formas:

- Auto-interpretativa: onde o próprio visitante tenta atingir os objetivos pedagógicos

através de placas, painéis ou folhetos interpretativos;

- Monitorada simples: quando guias orientam os visitantes com paradas e explicações

nos locais devidos, proporcionando uma maior interação entre o público;

34

- Monitorada e vinculada a outras atividades: além da trilha monitorada simples há

também palestras, jogos lúdicos, entre outros.

Um aspecto que pode ser trabalhado em trilhas é o de paisagem, que

pode ser definida como “quadro abrangido pelo campo visual do observador (...)

Todas as definições de paisagem partem do ponto de vista de quem a contempla e a

analisa, como se a paisagem não existisse sem alguém que a observasse”

(RODRIGUES, 2001, p. 45). Desta forma, o organismo humano apresenta dez

modalidades sensoriais: visão, audição, tato, temperatura, sinestesia, dor, gosto,

olfato, sentido vestibular e sentido químico comum. Através destes a pessoa entra em

contato com o mundo externo, sendo que a tudo isso podemos acrescentar a

experiência individual proporcionada pela história de vida de cada pessoa. “Assim, ler

a paisagem é muito mais complexo do que ver e perceber a paisagem. Envolve uma

visão de mundo, consciente e inconsciente, sempre subjetiva e permeada pelo

imaginário” (RODRIGUES, 2001, p. 47).

3.4 TERCEIRA APROXIMAÇÃO... EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO: RUMO Á ATIVIDADE DE

MÍNIMO IMPACTO

O turismo é um agente modificador do espaço local, com

características ambivalentes, já que ao mesmo tempo em que está gerando lucro,

valorizando o espaço com implantação de equipamentos de lazer e proporcionando

oportunidades de novas relações, também vem se transformando em degradador

ambiental e promotor de segregação sócio-espacial (MATHEUS, 2005).

A Educação Ambiental para o turismo deve ser desenvolvida por meio

de programas não-formais, onde o turista/visitante tem uma participação consciente

na proteção do ambiente não apenas durante as férias, mas também no cotidiano e

no local de residência permanente.

A prática da Educação Ambiental relacionada com a atividade turística

exige um repensar político da relação entre o desenvolvimento local e a produção e

consumo do lugar. Ambos devem estar centrados no agir “sustentável” para que a

“vida útil” do local não prejudique as atividades a serem desenvolvidas.

Discutir uma nova concepção de desenvolvimento turístico, centrada

em compromissos sociais e ambientais e em planejamento em longo prazo, requer

35

uma abordagem de princípios, valores, conservação e interpretação seguindo

preceitos de sustentabilidade.

Quando se pensa em sustentabilidade turística devem ser observados

os seguintes princípios:

- Uso sustentável dos recursos naturais; - Manutenção da diversidade biológica e cultural; - Integração do turismo no planejamento; - Suporte às economias locais; - Envolvimento das comunidades locais; - Consulta ao público e aos atores envolvidos; - Capacitação de mão-de-obra; - Marketing turístico responsável; - Redução do consumo supérfluo e desperdício; - Desenvolvimento de pesquisas (MATHEUS, 2005, p. 3).

A importância de se construir projetos de integração turística e de

preservação do meio ambiente e a valorização do patrimônio histórico está pautado

na busca de uma melhor qualidade de vida, que poderá ser alcançada por meio da

interação do visitante com a prática pedagógica. Nada mais vazio de significado do

que falar de preservação dos recursos naturais para quem mal tem o que comer no

dia seguinte. E, sem dúvida, as atividades realizadas fora dos limites estreitos de uma

sala fechada, realizadas em contato o mais direto possível com o que está sendo

abordado serão as que trarão melhores resultados e que farão realmente as pessoas

entenderem o sentido da educação ambiental.

Assim, como salienta Calvente,

“As pessoas envolvidas com o turismo e excursionismo rural – população local, técnicos e turistas – necessitam informações para um comportamento que cause menor impacto ao meio. Os geógrafos, neste contexto, têm um campo novo de atuação importante, e podem atuar na ampliação do entendimento do meio, que muitas vezes está restrito ao conjunto dos elementos naturais de uma dada paisagem” (CALVENTE, 2002, p. 196)

Não se pode negar que o impacto do turismo sobre o meio ambiente é

inevitável, então o que se pode fazer é manter a atividade dentro dos limites

aceitáveis, para que não coloque em risco o meio ambiente, causando danos

irreversíveis, assim os visitantes poderão usufruir melhor do local (DIAS, 2003).

Também é importante ressaltar que o turismo não é o único vilão

deste processo de modificação no ambiente, pois existem outros processos

36

econômicos que também contribuem para as mudanças ambientais ocorridas nos

destinos turísticos.

Há uma grande dificuldade em delimitar o que é uma atividade de

lazer e uma atividade com objetivos de estudo ou trabalho, pois podemos estar

trabalhando/estudando, mas nos divertindo ao mesmo tempo. Este é um dos objetivos

das atividades a serem desenvolvidas na presente pesquisa.

O papel de qualquer viagem que as pessoas façam é o de haver um

enriquecimento cultural, independente se o local visitado é uma cidade litorânea, um

museu ou um sítio, sendo sempre importante que:

Nos locais turísticos há necessidade de campanhas de treinamento ambiental (mudanças de comportamento), há necessidade de ensino (informações) e há necessidade de educação (um processo que estimula o desenvolvimento das potencialidades racionais e emocionais que as pessoas possuem) (CALVENTE, 2002, p. 196)

3.5 QUARTA APROXIMAÇÃO... TURISMO E GEOGRAFIA

As pesquisas geográficas que têm como alvo o turismo ainda são em

pequena quantidade se comparada a produção científica em outras áreas da

Geografia como Urbana, Agrária, Econômica, etc. O estudo do turismo pela

comunidade geográfica acentua-se a partir da década de 1970, quando o fenômeno

começa a tomar proporções maiores devido à prosperidade econômica que tomou os

países centrais capitalistas no período pós-guerra (RODRIGUES, 2001).

Podemos dizer que a geografia do turismo serve para alimentar e

irrigar a reflexão geográfica para entender o fenômeno no turismo, contemplando sua

natureza complexa e multifacetada, percorrendo os campos econômico, sociológico,

antropológico, psicológico, cultural, político, jurídico, ideológico com significativas

incidências espaciais.

Um dos estudos da Geografia do Turismo é em relação à dinâmica do

espaço turístico, utilizando as seguintes categorias de análise, de acordo em Milton

Santos (1985): forma, função, estrutura e processo. A forma diz respeito ao aspecto

visível, no caso, a paisagem, trabalhando com a “concretude” do espaço. Ao se tratar

da função, temos os elementos do espaço turístico que são oferta, demanda,

transporte, infra-estrutura, serviços, gestão e marketing. A estrutura é algo maior que

o estudo da forma, pois lida com a dependência entre estas partes que são

37

extremamente necessárias para o desenvolvimento da atividade turística das

localidades. E por fim, mas não menos importante, é o processo que objetiva estudar

o dinamismo do espaço, “que pode apresentar fases de estabilidade, de pequenas

mudanças, ao se reestruturar ou, então, passar por completas transformações,

produzindo-se novos espaços” (RODRIGUES, 2001, p. 50).

Conforme nos coloca Rodrigues,

O turismo é como uma ciência que cria e recria as configurações espaciais diversificadas, pois para o mesmo é parte integrante e fundamental da ciência geográfica estar analisando e interpretando essas formas espaciais que são criadas e recriadas pelo turismo, enfocando as estruturas e a reflexão sobre a organização e construção desses espaços através do turismo (RODRIGUES, 1996, p. 27).

O turismo vem sendo difundido em vários meios de comunicação, por

diferentes povos, em diferentes lugares e tem trazido benefícios para várias

localidades, assim como impactos negativos para outras. Qualquer localidade que

possuir pelo menos um atrativo já é considerada uma cidade turística. Devido a isto,

muito tem se falado sobre o tema, mas muitas vezes, o assunto é abordado de

maneira errônea. Assim, o entendimento da abordagem é fundamental para que a

atividade se desenvolva de forma correta e para que as discussões acerca do turismo

possam ser realizadas.

No estudo do turismo depara-se com uma grande quantidade de

conceitos e entendimentos sobre o tema; cada autor trabalha com um tipo de

abordagem, seja ela uma definição econômica, técnica ou holística (BENI, 2000). No

seu estudo sistêmico do turismo, Beni coloca que existem estes três tipos de

definições: as definições econômicas, as definições técnicas e as definições

holísticas. Segue uma melhor explanação destas:

a) Definições econômicas: são aquelas que só reconhecem as

implicações econômicas ou empresariais da atividade turística.

Como exemplo, pode-se citar a definição de Ansett of Australia,

de 1997, que diz que “Turismo refere-se à provisão de

transporte, alojamento, recreação, alimentação e serviços

relacionados para viajantes domésticos e do exterior.

Compreende a viagem para todos os propósitos, desde

recreação até negócios “(apud BENI, 2000, p. 32).

38

b) Definições técnicas: são as que procuram conceituar os

elementos básicos do turismo que são os turistas e os

excursionistas em relação à objetivo, duração da viagem e

distância viajada. Em 1963, a Conferência sobre Viagens

Internacionais e Turismo, em Roma, elaborou as seguintes

definições:

Turistas – visitantes temporários que permaneçam pelo menos vinte e quatro horas no país visitado, cuja finalidade de viagem pode ser classificada sob um dos seguintes tópicos: lazer (recreação, férias, saúde, estudo, religião, e esporte), negócios, família, missões e conferências; Excursionistas – visitantes temporários que permaneçam menos de vinte e quatro horas no país visitado (incluindo viajantes de cruzeiros marítimos) (apud BENI, 2000, p. 34).

c) Definições holísticas: procuram abranger a essência total do

turismo. Nesta tipologia pode-se referenciar De la Torre, cuja

definição é:

“O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual par outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural” (DE LA TORRE, apud BARRETO, 2001, p. 13).

Para estudar o turismo, não somente deve-se levar em consideração

o seu conceito, mas também o conjunto de elementos que o turista, no seu ato de

consumo, necessita para poder satisfazer suas necessidades, que seria a oferta

turística. Como caracteriza Ignarra, a oferta turística é um conjunto de elementos que

formam o produto turístico. Estes elementos podem ser divididos em: atrativos

turísticos, serviços turísticos, serviços públicos e infra-estrutura básica (IGNARRA,

2001):

a) Atrativo: é o elemento que atrai o turista para a visitação. Eles

estão relacionados com a motivação de cada turista; o turista

procura conhecer algo que seja diferente do seu cotidiano, por

isso o valor é subjetivo, dependendo da vivência de cada um.

39

b) Serviços turísticos: são serviços usufruídos em sua grande

maioria por pessoas não residentes no local. Destacam-se os

meios de hospedagem (hotel, pousada, albergue, entre outros),

alimentação, agências, transportes turísticos, locação de

veículos, espaço para eventos, entretenimento, passeios,

informação turística, entre outros.

c) Serviços públicos: serviços básicos necessários para viabilizar

o consumo turístico. Por exemplo, transportes (bonde, ônibus,

trem, táxi), serviços bancários, serviços de saúde, segurança,

informação, comunicações (posto telefônico, orelhão, rádio,

televisão), entre outros.

d) Infra-estrutura básica: elementos também necessários para a

viabilização da atividade. Tantos os turistas como os próprios

moradores usufruem normalmente destes elementos, como

rodovias de acesso, saneamento, energia, comunicações,

abastecimento de gás, controle de poluição.

3.5.1 Impactos positivos e negativos do turismo

Antes de se implantar o turismo numa localidade, deve-se ter em

mente que este pode trazer impactos positivos e também negativos para o local, tanto

na economia, quanto na cultura e no meio ambiente.

Segundo Becker,

O turismo é híbrido, no sentido em que ele é (...) um enorme potencial de desenvolvimento, e ao mesmo tempo, um enorme potencial de degradação do meio ambiente e mesmo social, na ausência de uma regulação adequada para o setor (BECKER, 1999, p. 181)

A atividade turística pode proporcionar diversos benefícios como:

- Utilização da mão-de-obra local;

- Ser uma alternativa de renda;

40

- Geração de empregos direta ou indiretamente ligados à atividade;

- Estímulo a uma série de atividades produtivas;

- Possibilidade de investimentos externos;

- Possuir uma função muitas vezes educativa;

- Valorização e preservação da história e cultural local;

- Estímulo à preservação das área naturais;

- Estimular o reflorestamento;

- Troca de experiência com os visitantes e contato com culturas

diferentes;

- Maior integração da população e melhoria da auto-estima;

- Pode atingir mais facilmente a população de menor renda;

- Surgimento de atividades recreativas também beneficiando a

população local;

O turismo não só trás benefícios, como também pode trazer impactos

negativos, que pode-se destacar:

- Degradação dos elementos dos sistemas naturais;

- Talvez possa ocorrer um processo que uma cultura (a dos

visitantes) se sobreponha a outra (a cultura local);

- Diminuição da segurança quando a atividade turística cresce de

forma descontrolada;

- Encarecimento do custo de vida;

- Diversos tipos de poluição;

- Mudanças administrativas municipais trazem malefícios, pois

muitos projetos iniciados pela administração anterior não são concluídos pela gestão

atual;

- Falta de apoio do poder público e da iniciativa privada pois, muitas

vezes, não crêem no potencial turístico que a cidade possui; falta de qualificação de

mão-de-obra; precariedade na educação;

- “Aparecimento de fenômenos de disfunção social da família,

patologia no processo de socialização desintegração da comunidade” (BENI, 2000, p.

38);

- Podem ocorrer problemas em relação à sazonalidade com a

água, luz, entre outros.

41

3.5.2 Turismo... Excursionismo... Qual a diferença?

Como foi visto anteriormente, há diferença entre os praticantes de

turismo e de excursionismo.

Há autores que colocam o turismo como sendo a atividade que

realize pelo menos um pernoite, ou seja, que permaneça mais de 24 horas no local

visitado. Já excursionismo seria a atividade exercida num período inferior a 24 horas

no local que não seja de sua residência fixa ou habitual, com as mesmas finalidades

do turismo, mas sem pernoite (ANDRADE, 2001, p. 14).

Nesta proposta, será utilizado apenas com o conceito de turismo, já

que a diferenciação de definições (turismo e excursionismo) ainda não é muito usada

na prática diária da atividade turística no Brasil.

3.5.3 Potencialidade das áreas rurais

O desenvolvimento técnico-científico permitiu a criação de facilidades

e descobertas nos mais variados ramos: transportes, alimentação, vestuário, lazer,

saúde, entre outros. No mundo altamente tecnicista e urbanizado que vive-se hoje,

toda essa tecnologia beneficiou, por um lado, a população através de melhores

condições de vida, abrindo um leque de opções nestes ramos e por outro lado,

transformou a sociedade tradicional numa sociedade de consumo (devido ao apelo da

mídia), urbanizada (por mais de 80% da população se concentrar nas cidades) e

estressada (devido à grande agitação do cotidiano das pessoas em busca de

melhores condições financeiras).

Nessa sociedade de consumo em massa o tempo livre é capturado

através da fabricação, via publicidade, de novas necessidades de consumo ligadas ao

lazer e turismo (MORANDI; GIL, 2000, p. 11). Tem-se dado grande importância a

este fenômeno, pelo fato da grande transformação que a vida da sociedade em geral

vem passando, buscando assim locais “não-urbanos”. O crescimento da busca por

estes locais mostra que há uma grande necessidade do retorno a uma vida bucólica,

reencontro de valores eliminados da vida cotidiana, recuperação da paz interior e

42

vivência com pessoas cujos modos de vida são tidos como simples (RODRIGUES,

2001, p.113).

As transformações advindas dos avanços tecnológicos geraram

graves problemas, tanto nas cidades como no campo. O Brasil, entre as décadas de

1940 e 1980, “presenciou uma inversão quanto ao local de residência da população

brasileira: se pouco mais de um quarto da população era urbana em 1940, na década

de 1980 o total passou dos três quartos” (CALVENTE, 2004, p. 4). Essa

transformação ocorreu devido ao avanço da tecnologia ao campo, mecanizando as

tarefas e provocando o êxodo de milhares de pessoas do campo para as cidades,

pois não encontravam mais emprego, já que as máquinas haviam tomado grande

parte dos postos de trabalho. Além disso, as pequenas propriedades que

permaneceram no campo, não o fizeram por muito tempo, já que não tinham recursos

financeiros para implantação de tecnologia, partindo assim para as cidades. Uma

saída para este problema, foi a implantação de atividades alternativas de obtenção de

renda, onde o turismo é a principal atividade.

O turismo em áreas rurais vem despontando como uma atividade de

incremento no processo de desenvolvimento das propriedades rurais, já que a

população que mora nas cidades busca estabelecimentos rurais para poderem

vivenciar um cotidiano que não os pertence; executando tarefas tradicionais, em

contato com valores simbólicos locais. Assim, costumes e crenças herdados do

passado, colheitas, histórias, festas, comidas típicas, artesanato, entre outras

atividades características do espaço rural tornam-se importante para que as pessoas

tomem conhecimento de um “mundo” bem diferente do que estão acostumados a

viver.

Dentro da área rural, várias modalidades de turismo podem ser

desenvolvidas: turismo rural, agroturismo, turismo de aventura, turismo de saúde,

turismo pedagógico e também é importante locus para se trabalhar com educação

Ambiental.

As áreas rurais possuem grande potencialidade, tornam-se atrativas

para o Turismo e Educação Ambiental pois os hábitos diferem dos hábitos urbanos;

as atividades executadas pelo povo do campo é diferente da cidade; as crianças

possuem uma vivência diferenciada do local em que vivem, desde sua criação, até

suas brincadeiras, educação e maneiras de lidar com o trabalho, além de ser o local

onde há grande contato com a natureza.

43

É grande o número de pessoas, sobretudo as crianças, que vivem nas

cidades e que nunca tiveram contato com o campo. É importante manter contato com

estas atividades para que conheçam uma outra realidade que não a deles: ver a

procedência dos seus alimentos, verificar outras atividades produtivas que não as

ligadas a comércio e indústria, aprender um pouco da história da população que os

recebe, conhecer um pouco mais dos recursos naturais, entre outros.

3.5.4 Planejamento turístico

Para o desenvolvimento da atividade turística faz-se necessário

utilizar de uma ferramenta muito importante: o planejamento. Este deve ser um

planejamento original, ou seja, específicos para cada lugar, para que haja um

“equilíbrio entre o crescimento econômico e as necessidades de conservação do meio

ambiente” (RUSCHMANN, 2001, p.70). E que o desenvolvimento trabalhado seja um

“desenvolvimento socioespacial”, ou seja, que levaria em conta principalmente as

condições culturais, político-adiministrativos, espaço-territoriais e as relações sociais,

além da felicidade individual e coletiva e não apenas um crescimento econômico

(SOUZA, 2002).

A expansão do turismo deve acontecer até o limite da capacidade

territorial de receber visitantes, tendo que se colocar limites ao crescimento desta

atividade par não gerar grandes impactos sobre o ambiente, a cultura e a população.

A comunidade deve auxiliar na avaliação dos impactos das atividades e dos

programas turísticos escolhidos, já que será a principal afeta, positiva ou

negativamente pelo turismo.

Planejamento pode ser tido como um processo que se utiliza de

coleta e tratamento de informações, que facilitam a identificação de objetivos, desejos

e aspirações que gostaríamos de implantar em determinado local. É um instrumento

que facilita as nossas decisões sobre o que podemos fazer no futuro. É necessário

que se faça o planejamento para que possa ser analisadas as possibilidades e

alternativas do local e para organizar as atividades existentes, nunca esquecendo que

“O processo de planejamento é dinâmico, constante e mutável. Por ser um processo,

permite a revisão e correção da direção a todo momento” (BISSOLI, 2001, p. 26).

44

Resumindo, o planejamento é uma forma de tornar as atividades mais ordenadas e

possíveis de serem corrigidas quando incorretas.

O conteúdo do planejamento a ser desenvolvido deve ser congruente

com a realidade do local, pois, apesar de não existirem regras para se planejar, já que

cada local possui suas peculiaridades, pode-se fazer uma descrição dos passos

lógicos de pensamento de maneira generalizada, que vai depender do problema

específico do local (MOLINA; RODRÍGUEZ, 2001, p. 80). Por exemplo, as diferentes

escalas de estudo deverão ter enfoques diferentes no planejamento: local, municipal,

estadual, nacional, global; dependendo de qual é a potencialidade do local, também

dependerá a abordagem do planejamento.

O planejamento deve analisar diversas variáveis que irão condicionar

o modo e o nível de vida do grupo humano, permitindo uma melhor visualização dos

problemas (MOLINA; RODRÍGUEZ, 2001, p. 88):

- Culturais: valores, usos e costumes do local;

- Sociais: educação, saúde, habitação;

- Psicológicos: necessidades, expectativas;

- Político-legais: leis e regulamentos;

- Ecológicas: características físico-ambientais que determinam a qualidade

de vida das populações;

- Econômicas: rentabilidade.

Como descrito por Bissoli (2001, p. 28-33), o documento que

materializa o planejamento chama-se plano, que possui as seguintes etapas:

- Diagnóstico: saber com certa precisão o que está ocorrendo, por que

ocorre, ou seja, a situação atual local e suas tendências;

- Prognóstico: visão antecipada do futuro, ou seja, projeção de tendências,

que visualiza as potencialidades do local;

- Objetivos: apoiam-se nas conclusões do diagnóstico feito na etapa anterior

e vai nortear as ações futuras do planejamento;

- Metas: definição de propósitos expressos de forma quantitativa. Deve ser

lançado mediante programas e projetos setoriais, juntamente com os

objetivos;

- Estratégias: baseia-se na pergunta: Como podemos moldar as expectativas

dos clientes e de nosso setor de atividade?;

45

- Diretrizes: permitem por o plano em prática, ou seja, é um guia de execução

de ações;

- Avaliação: é um processo de crítica onde se determina se os objetivos

foram alcançados ou não e descobrir qual o motivo.

Assim, com o planejamento pode-se obter algumas vantagens que

incluem: formas de desenvolvimento dos recursos naturais e culturais e a tentativa de

mantê-los conservados; desenvolvimento coordenado dos elementos do setor

turístico; integração do turismo nas políticas de desenvolvimento local e com demais

setores da economia; etc (BISSOLI, 2001, p. 33).

3.5.5 MARKETING TURÍSTICO

O marketing é um processo de planejamento e execução desde a

concepção, tomada de preços, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e

serviços (AMA – American Marketing Association apud TRIGUEIRO, 2001). No caso

da atividade turística, estar-se-ia comercializando uma localidade, na maioria das

vezes.

Uma das ferramentas utilizadas no marketing e que é de fundamental

importância para o turismo é a comunicação. A comunicação serve para informar,

persuadir e lembrar a existência do produto no mercado da área e deve ser dirigida ao

seu público específico, que irá variar bastante já que a atividade turística possui “(...)

diferentes necessidades, atitudes, gostos, expectativas, padrões, comportamentos,

etc”. (RUSCHMANN, 1995, p. 43).

Para trabalhar com a propaganda de determinado produto, são

necessários antes alguns critérios: criatividade (precisa fugir do comum), emoção

(despertar algum sentimento no público), relevância (mostrar a sua importância) e

compreensão (o público precisa sentir e entender a mensagem que se deseja

transmitir) (CARVALHO, 2004b).

Existem vários meios de comunicação possíveis para que se

transmita a propaganda do produto turístico: eletrônica (TV aberta, TV por assinatura,

internet, rádio), impressas (jornais, revistas, panfletos, folders), extensivas (outdoor,

painéis eletrônicos, banner externo, placas de rua), ambientais (sinalização em geral

46

nos pontos de venda), new media (celulares, pagers, DVD, CD-rom) (CARVALHO,

2004a).

Outro fator muito importante para o planejamento do marketing é a

marca, que segundo Ogilvy (apud CARVALHO, 2004c, p. 1) “é a soma intangível dos

atributos de um produto, seu nome, embalagem e preço, sua história, reputação e a

maneira como ele é promovido”, ou seja, será o diferencial quando o mercado é muito

competitivo.

Todas as ferramentas do marketing são importantes para que se

tenha um planejamento integral da comunicação entre o fornecedor e o consumidor

do produto.

47

4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

A Chácara Xororó localiza-se no limite entre os municípios de Ibiporã

e Jataizinho, às margens do Rio Tibagi, sendo pertencente ao município de Ibiporã/Pr.

Pela proximidade entre os dois municípios, a abrangência deste estudo será de

ambos. Para uma melhor contextualização do local a ser estudado, será abordado um

pouco da história do município de Ibiporã e também de Jataizinho.

4.1.1 Histórico do Município de Ibiporã

A história de Ibiporã começa por volta de 1934. Segundo informações

da Prefeitura do Município de Ibiporã (http://www.ibipora.pr.gov.br), a denominação do

município tem sua origem na língua tupi e significa IBI = terra e PORÃ = bonita, na

língua guarani, o mesmo nome significa "habitante da terra". Este nome foi tirado do

ribeirão de mesmo nome, que passa nas proximidades da sede, com nascente em

Londrina, e que deságua no ribeirão Jacutinga, um dos afluentes do Rio Tibagi, no

vale do qual está localizada a cidade de Ibiporã. Os primeiros habitantes do atual município de Ibiporã apontaram ali

em 1934. Até então, a localidade era inteiramente desabitada, existindo apenas

alguns vestígios de índios nômades e esparsas roças de caboclos. A zona abrangida pelo próprio município de Ibiporã, às margens do

Rio Tibagi, foi visitada e conhecida por povoadores e colonizadores brancos, a partir

da segunda metade do século XIX. Essa colonização ocorreu quando Barão de

Antonina mandou abrir uma “picada” a fim de facilitar os transportes para o Mato

Grosso através dos Rios Tibagi, Paranapanema, Ivinhema e Brilhante. A “picada” foi

aberta pelos fundos do Campo da Lagoa, indo até à margem direita do Tibagi, no

lugar denominado Jataí (hoje Jataizinho, assim foi fundada em 1851, nessa região, a

48

Colônia Militar de Jataí, cuja direção ficou a cargo do grande sertanista Joaquim

Francisco Lopes. Assim a área compreendida pelo atual município de Ibiporã foi

visitada pelos primeiros colonizadores do Jataí. Mas foi somente a partir de 1934 que

chegaram ali os primeiros moradores em caráter definitivo. Dada a exuberância da

terra roxa e das riquezas naturais, a localidade não tardou a se desenvolver e

progredir vertiginosamente.

Em 1935, o pequeno povoado contava com o total de treze casas de

madeira. Dentre os primeiros habitantes de Ibiporã, destaca-se o Sr. Joaquim Figueira

Júnior, que muito contribuiu para a construção do primitivo e único caminho que ligava

o povoado ao Jataí, caminho esse que a Companhia das Terras do Norte do Paraná

transformou na rodovia Jataí - Londrina, a fim de haver maiores e mais eficientes

meios de comunicação entre Londrina e os demais núcleos populacionais. Em 1935 o Estado concedeu uma faixa de terras ao Engenheiro

Francisco Gutierrez Beltrão, que ficava entre o Rio Tibagi e a área pertencente à

Companhia de Terras Norte do Paraná. Essa porção de terras era conhecida como

terreno do Jacutinga. O Engenheiro Francisco Gutierrez Beltrão comprometera-se em

transformar esta área de terras em pequenas propriedades agrícolas e foram

vendidas para os colonos que se deslocavam das zonas cafeeiras do estado de São

Paulo. A fim de facilitar a vida destes pequenos proprietários, foi preciso estruturar um

núcleo urbano que serviria de local de abastecimento e ao mesmo tempo escoadouro

para os produtos agrícolas.

Para auxiliar na venda dos lotes rurais e estruturar o núcleo urbano

veio o Engenheiro Alexandre Gutierrez Beltrão, irmão do Engenheiro Francisco

Gutierrez Beltrão. Cooperando na obra de desbravamento e colonização do norte do

Paraná, a Companhia Ferroviário São Paulo - Paraná, estendeu suas linhas da cidade

de Cambará às localidades recém fundadas. Em vista desta iniciativa, as "pontas de

trilhos" atingiram o povoado de Ibiporã no ano de sua fundação, isto é, em 1934, mas

somente em 1936 se deu a inauguração da estação ferroviária, retardada pela

necessidade de ser primeiramente inaugurada a de Londrina, patrimônio que crescia

vertiginosamente. A partir de 1936 o desenvolvimento de Ibiporã foi rápido e constante.

Em todas as fases da vida social, econômica e administrativa da povoação, o Dr.

Francisco Gutierrez Beltrão colaborou eficientemente. Junto com o trem chegou a

49

população que iria formar Ibiporã. Passaram a ser construídas as primeiras casas nas

intermediações da estação ferroviária, conforme o projeto traçado pelo Engenheiro

Alexandre Gutierrez Beltrão. Assim a cidade cresceu e se desenvolveu obediente ao

projeto da Sociedade Técnica Colonizadora Engenheiro Beltrão Ltda. Os irmãos

Beltrão foram responsáveis por todo o planejamento e execução definitiva da cidade

de Ibiporã.

A cidade passou então a receber imigrantes de origem italiana, árabe,

russa, japonesa, espanhola, portuguesa e búlgara, além de migrantes, provenientes

em sua maioria dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A região se desenvolveu graças ao seu excelente solo, a exuberância

das matas e palmitais, as boas oportunidades de aquisição de propriedades, a

construção da linha ferroviária, Companhia Ferroviária São Paulo – Paraná. No dia 2 de fevereiro de 1938, foi instalado o Cruzeiro, símbolo da fé

e religiosidade da população. Nessa mesma data foi realizada a primeira missa

campal pelo Padre Carlos, vindo de Londrina. Os primeiros comerciantes a se

estabelecerem em Ibiporã foram: João Drevenko, André Serti, José da Silva Sá,

Severino José de Souza e José Scaliza. Em 1938 foi instalada a primeira farmácia,

dirigida pelo Sr. José dos Santos e a chegada do primeiro médico Dr. Hélio Bonetto. A

primeira escola que funcionou na localidade era dirigida pela Sra. Bárbara Machado

de Oliveira em 1936. A paróquia de Ibiporã foi fundada em 8 de dezembro de 1943,

tendo sido seu primeiro vigário o Padre Vitoriano Valente Monteiro. A primeira criança

a ser registrada no Cartório de Ibiporã, foi a Senhora Ermínia Filtrin, conforme

constatação nos livros de registro do Cartório. Em 11 de outubro de 1947, por meio da lei nº. 02/47 sancionada pelo

Governador Moisés Lupion, foi criado o município de Ibiporã, desmembrado do

município de Sertanópolis, mantendo os limites anteriores. No dia 8 de novembro de

1947, procedeu-se a instalação do município empossando-se ao mesmo o primeiro

Prefeito Municipal, o Sr. José Pires de Godoy. A primeira eleição foi realizada também

em 1947, sendo escolhido por sufrágio popular o Sr. Alberto Spiaci.

50

4.1.2 Dados Gerais do Município de Ibiporã

Ibiporã está localizada no Terceiro Planalto Paranaense, distante 400

Km de Curitiba e 10 Km da cidade de Londrina. Situa-se na micro-região de Londrina,

parte integrada da meso-região geográfica do Norte Paranaense. As coordenadas

geográficas são 23º 17' de Latitude Sul e 51º03' de Longitude Oeste e está numa

altitude de 486m. O município possui uma área de 302km², sua população urbana é

de 39.141 habitantes e a rural é 3.012 habitantes, totalizando 42.153 habitantes,

conforme dados do IBGE.

Os municípios limítrofes são: Londrina, Jataizinho, Assaí, Sertanópolis

e Rancho Alegre.

Em relação ao seu clima este é saudável e quente.

O seu clima é Subtropical Úmido Mesotérmico, com verões quentes, geadas severas

pouco freqüentes, tendência de período chuvoso no verão, sem estação seca bem

definida, com temperatura média (mínima) de 16,8º C e temperatura média (máxima)

de 26,8º C. Os meses mais chuvosos, normalmente, são novembro, dezembro e

janeiro e os meses de menor precipitação são junho, julho e agosto.

O Relevo da sede do município é ondulado com declividades

acentuadas próximas as nascentes de córregos, chegando ás vezes à declividades

superiores à 20%.

Como nos informa o site do Paraná Cidade

(<http://www.paranacidade.gov.br>) em relação à participação no PIB (Produto

Interno Bruto) Municipal, este está distribuído da seguinte forma: agropecuária: 11,02

%; indústria: 27,41 %; serviços: 61,57 %.

O município possui 30 estabelecimentos de ensino, sendo 24 escolas

públicas e 6 particulares. Vê-se que este é o principal público-alvo do turismo

pedagógico.

51

4.1.3 Histórico do Município de Jataizinho

De acordo com pesquisa realizada pelo Projeto TERNOPAR, a

história de Jataizinho começa com o “descobrimento” do sul do país, que ocorreu

apenas a partir do século XVII. Nesta época, o Norte do Paraná situava-se na faixa do

Brasil que ainda era pertencente à Espanha, de acordo com o Tratado de Tordesilhas,

porém sem receber atenção desta até fins do século acima citado.

Surgiram interesses paulistas em ocupar a área, e para isso foi feita a

primeira “Carta Chorográfica dos ditos Certões do Tibagy e Ivay”, a mando do

governador vizinho, partindo então para a efetiva tentativa de ocupação em fins do

século XVIII. Infelizmente São Paulo teve suas intenções frustradas. Estas

ocorrências devem-se a fatores como a resistência indígena, a grande distância com

outras regiões mais povoadas, e principalmente a falta de comunicação com

autoridades do governo que seriam responsáveis por controlar a ocupação.

Na segunda metade do século XIX foi encontrado ouro no leito do Rio

Tibagi, próximo à cidade de Castro – PR, e a busca por este ouro fez com que rio se

tornasse um veículo de penetração na Região Norte do estado. Com isso as

autoridades visaram fazer dos rios Paraná, Tibagi, Paranapanema e Samambaia uma

rede hidroviária de ligação entre Paraná e Mato Grosso.

Surgiu, assim, a necessidade de um posto de fiscalização do

comércio existente entre os Campos Gerais paranaenses e Cuiabá – MT, e que

também fizesse a segurança deste, que ocorria tanto por terra quanto por mar. Para

isso, em 22 de janeiro de 1851, é inaugurada a Colônia Militar de Jatahy, que é

efetivada em 1855, com a tarefa de fiscalizar o trânsito de tropas e de produtos que

também seguiam para o Paraguai, além de servir, posteriormente, de proteção contra

a ameaça de Solano Lopez. Esta Colônia, por esforços do Barão de Antonina, homem

de muita influência da época, localizou-se em ponto estratégico, bem à margem do

Rio Tibagi, onde se iniciava a “picada” aberta na mata para a passagem dos viajantes,

que em plena rota do comércio, faziam paradas para alimentação e abrigo durante

suas jornadas.

Diante de um quadro de precariedade de comunicação com outros

locais, Frei Thimóteo de Castelnuevo foi incumbido, pelo Clero, de colaborar com a

52

prosperidade da Colônia. Para isso o frei trouxe consigo, para a região, 109

indígenas, dos quais era “tutor”, que colaboraram principalmente contra os ataques

dos “gentios”, fator decisivo para a evasão dos moradores. Com essa migração dos

índios foi fundado, em 1855, o Aldeamento Indígena São Pedro de Alcântara, que

reunia 340 civis, principalmente indígenas dispersados pelos paraguaios. Este

aldeamento evoluía, tendo todas as casas cobertas com telhas devido a uma olaria

existente ali, e possuindo também uma ferraria, fazendo com que houvesse também

um impulso no povoamento da Colônia Militar.

Em meio aos inúmeros problemas enfrentados, houve algumas novas

tentativas de fixação da população na Colônia de Jatahy; até que em 1864 explode a

Guerra do Paraguai e o governo, para garantir a posse das terras paranaenses ao

Brasil, toma a medida de distribuição de uma grande extensão de terras, subdividida

em pequenos lotes, que eram repassados à famílias a fim de ocupar definitivamente a

região, havendo assim um maior policiamento contra as invasões estrangeiras.

Até 1876 o Aldeamento São Pedro de Alcântara prosperou, tendo

1.487 pessoas; enquanto a Colônia lutava para manter-se devido aos problemas

citados acima. Porém neste ano a população do aldeamento reduziu-se à metade em

função da varíola que era endêmica, matando índios Coroados e Caiuás. Após a

mortandade, esta população volta a aumentar, tendo, em 1893, 1.000 indivíduos.

Com a proclamação da República, a Colônia foi completamente

abandonada; curiosamente a partir de então esta começa a sair de um estágio de

estagnação que perdurava desde 1855. Neste período os cafeicultores paulistas são

atraídos pelas terras férteis do norte do Paraná, a famosa “terra roxa” (latossolo roxo

estruturado), passando a se fixarem ali. Com essa migração, e a prosperidade da

atratividade do solo fértil, o Congresso Nacional concede a aquisição das terras por

meio das Companhias Colonizadoras, de capital estrangeiro, que passam a lotear

todo o norte do estado com grande sucesso, o que deveria enfim facilitar o acesso à

Jatahy. Contudo este acesso foi novamente retardado em função da maleita, em

1929, que causou um sentimento de repulsão pelo local. Mesmo assim o problema da

comunicação que assolou Jatahy por tantos anos estava solucionado com a

empreitada das Companhias de Terras.

A prosperidade faz com que em 1932 seja criado o Município de Jataí,

que chega a se extinguir em 1938 por causa da depressão da população e por perda

53

extensão de terras, vindo a se tornar o Distrito de Jataí, pertencente à São Jerônimo

da Serra. Finalmente a região prospera, voltando à condição de município em 1947,

agora com o nome de Jataizinho.

4.1.4 Dados Gerais do Município de Jataizinho

O município de Jataizinho está situado no Norte Velho do Paraná, a

406 km de Curitiba e 19 km de Londrina (ver mapa em anexo A). Possui clima

Subtropical Úmido Mesotérmico, verões quentes com tendência de concentração das

chuvas (temperatura média superior a 22° C), invernos com geadas pouco freqüentes

(temperatura média inferior a 18° C), sem estação seca definida.

O município possui uma área de 201847 km2, altitude de 346 m,

localiza-se na latitude: 23° 16' 00'' S e longitude: 50° 59' 00'' W. Sua população

urbana é de 10315 habitantes e a população rural é de 1010 habitantes, totalizando

11325 habitantes.

Os municípios limítrofes são: Ibiporã, Uraí, Rancho Alegre e Assaí.

Em relação a participação no PIB (Produto Interno Bruto) municipal,

este está distribuído da seguinte forma: agropecuária: 25,37 %, indústria: 18,97 % e

serviços: 55,66 %. O setor industrial não teve predominância pelo fato da proximidade

do município de Londrina que tomou este papel se tornando um grande pólo industrial

na região.

As atividades produtivas em Jataizinho estão distribuídas em 39

indústrias, 109 estabelecimentos de comércio varejista e 5 estabelecimentos de

comércio atacadista. O que podemos salientar aqui é a grande presença da indústria

cerâmica, que movimenta bastante a economia local desde tempos remotos.

Desde a década de 1960 a indústria cerâmica esteve presente na

economia local, tendo nesta época o seu auge. Porém, em meados de 1985 teve um

grande declínio. Hoje ainda é muito importante este setor industrial para a cidade, por

ser um município de tradição no ramo. Pode-se analisar também que na década de

1930, a atividade agrícola se baseava no milho, arroz, algodão e feijão, culturas que

ainda hoje se encontra na região, porém sem tanto destaque como o milho.

54

O município possui 14 estabelecimentos de ensino, sendo 12 escolas

públicas e 2 particulares.

4.2 CHÁCARA XORORÓ

A Chácara Xororó localiza-se no município de Ibiporã, às margens

do Rio Tibagi, na fronteira com o município de Jataizinho, distante aproximadamente

20 quilômetros de Londrina, 10 quilômetros de Ibiporã e 1 quilômetro de Jataizinho e

possui uma área de 12,1 hectares (figura 1).

FIGURA 1 – Entrada da Chácara Xororó Autora: Alini Nunes de Oliveira

O acesso dá-se através da estrada do Engenho de Ferro (vicinal a

rodovia BR369), antes de chegar à ponte sobre o Rio Tibagi, logo após o posto

policial. O proprietário da chácara é o senhor José Gomes da Silva. Junto às terras da

chácara está a Ilha Pássaro Preto (figura 2).

55

FIGURA 2 - Foto aérea de localização da Chácara Xororó e Ilha Pássaro Preto no Rio Tibagi Fonte: http://www.maps.google.com

Esta ilha é propriedade da Marinha do Brasil, e é dada como posse ao

Sr. José Gomes da Silva. Com temperatura média de 23ºC e pluviosidade de

1.300mm/ano, a ilha possui área de 149.680 m² e 340 metros de altitude. O clima

subtropical úmido, mesotérmico, com verões quentes e geadas menos freqüentes

propiciou o crescimento da Floresta Estacional Semidecidual, também conhecida

como Mata Mesófila, que apresenta muitas espécies de bromeliáceas e madeiras

nobres como angico, peroba, pau-d’alho, guarita, farinha-seca, pau-marfim, grápia,

palmiteiro e figueira. Existem ainda pequenos enclaves paisagísticos de Floresta

Araucária.

A pequena propriedade foi denominada Chácara Xororó devido ao

pássaro (Nhambu Xororó) ter dado às boas vindas com seu canto aos proprietários,

no momento da aquisição do imóvel.

56

Uma curiosidade sobre o local é que, no século XIX, a Ilha Pássaro

Preto foi utilizada como esconderijo de capatazes dos desbravadores de terras, que

buscavam orientações (“o que fazer com os índios que aqui habitam”?) com os

jesuítas no aldeamento São Pedro.

Os proprietários da chácara já se interessam pela atividade turística,

por enquanto recebendo grupos de 20 a 40 pessoas para café rural (com prévio

agendamento). Pretendem investir na atividade, mas aos poucos, já que é necessário

investimento financeiro.

57

5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS PESQUISADOS

A pesquisa empírica foi feita através da aplicação de questionários a

12 professores de Ibiporã e 18 professores de Jataizinho, totalizando 30 professores.

Infelizmente só houve oportunidade de ser feita a pesquisa empírica com o público-

alvo das atividades de Educação Ambiental. Um próximo passo seria fazer uma

pesquisa de demanda com o público para atividades turística.

Para uma melhor compreensão, os dados pesquisados serão

analisados quantitativa e qualitativamente. Primeiramente, serão expostos e

discutidos os resultados dos questionários aplicados em Jataizinho e depois, na

seqüência, serão expostos os questionários realizados em Ibiporã.

A aplicação de questionários com o público-alvo é muito importante

para ter-se uma visão real da prosperidade ou não do projeto trabalhado.

5.1 RESULTADOS DAS PESQUISAS FEITAS EM JATAIZINHO

As perguntas feitas aos professores tinham o objetivo de averiguar se

eles já praticaram alguma atividade, se levariam os alunos à Chácara Xororó, o que

acham que dificultaria a prática de atividades extra-classe.

58

Gráfico 01

Em relação à prática de atividades de educação Ambiental, quando foi

indagado se os professores já haviam desenvolvido alguma atividade (questão 01) as

respostas ficaram equilibradas, ou seja, 58% dos pesquisados disseram que já

haviam praticado e 42% disseram que não haviam praticado (gráfico 01). Porém,

pôde ser constatado que os professores que disseram sim à esta pergunta, haviam

visitado locais com características diferentes da Chácara Xororó, ou seja, museus,

parques, entre outros, concluindo-se que áreas rurais quase não são visitados por

escolas.

Já praticou esta atividade com seus alunos

58%

42%Sim

Não

59

Gráfico 02

Na questão 02 foi questionado se os professores levariam os alunos à

Chácara Xororó. Obteve-se um resultado animador: 100% dos professores disseram

que levariam seus alunos ao local (gráfico 02). Esta questão se torna muito

importante para ser explicado o motivo pelo qual os professores levariam os alunos.

De maneira geral, as respostas foram bastante similares: ampliar os conhecimentos;

trabalhar e reforçar o que se vê em sala de aula; para entrar em contato com uma

realidade que geralmente não é a do cotidiano dos alunos pois moram na cidade; as

crianças se interessam mais pelo assunto quando vêem no “concreto”; vivenciar o que

somente vêem nos livros; por ser algo novo para a maioria deles; ou seja, os

professores abordaram questões que são justamente alguns dos objetivos do turismo

pedagógico, complementando o fato de que os alunos estarão sempre fazendo estas

atividades de uma maneira lúdica, diferenciando de um simples trabalho de campo.

Levaria seus alunos à Chácara Xororó

100%

0%

Sim

Não

60

Gráfico 03

Observa-se que para o desenvolvimento de atividades extra-classe a

maioria dos professores não encontra problemas (11 dos 18 professores pesquisados

afirmaram ter nenhuma dificuldade) (questão 03). Este é um ponto bastante

importante para o planejamento de atividades em áreas rurais, já que sempre é

necessário que se tenha um meio de transporte devido a distância e no caso deste

município, a prefeitura cede um ônibus quando necessário. Já outros problemas como

autorização dos pais ou da escola e tempo disponível não chegam a ser um

impedimento (gráfico 03).

Qual motivo acha que dificulta o desenvolvimento do turismo pedagógico

012345678

Transporte Tempodisponível

Autorizaçãodos pais

Autorizaçãoda escola

Nenhum Outro

61

5.2 RESULTADOS DAS PESQUISAS FEITAS EM IBIPORÃ

Gráfico 01

Em relação à prática de atividades de Educação Ambiental, quando

foi indagado se os professores já haviam desenvolvido alguma atividade (questão 01),

a proporção foi a mesma (50%) (gráfico 01). Porém, pôde ser constatado que os

professores que disseram que sim à esta pergunta, haviam visitado locais com

características diferentes da Chácara Xororó, assim como em Jataizinho, ou seja,

museus, parques, entre outros.

Já praticou esta atividade com seus alunos

50%50%

Sim

Não

62

Gráfico 02

Os professores de Ibiporã também foram unânimes quando

questionados se levariam os alunos à Chácara Xororó, ou seja, 100% deles disseram

que sim à questão 02 (gráfico 02). Esta questão se torna muito importante para ser

explicado o motivo pelo qual os professores levariam os alunos. De maneira geral, as

respostas foram bastante similares também: o espaço da escola é muito limitado e os

alunos não conhecem o ambiente; trabalhar o que se vê em sala de aula; para terem

contato com o “real”, pois somente vêem nos livros; dá mais prazer ao aluno quando

está vivenciando o assunto aprendido em sala.

Levaria seus alunos à Chácara Xororó

100%

0%

Sim

Não

63

Gráfico 03

Observa-se que para o desenvolvimento de atividades extra-classe a

maioria dos professores não encontra problemas (7 dos 12 professores pesquisados

afirmaram ter nenhuma dificuldade) (questão 03). Este é um ponto bastante

importante para o planejamento de atividades em áreas rurais, já que sempre é

necessário que se tenha um meio de transporte devido a distância e assim como no

município de Jataizinho, a prefeitura cede um ônibus quando necessário, apesar de

ser um pouco mais difícil do que em Ibiporã, segundo os professores. Já outros

problemas como autorização dos pais ou da escola e tempo disponível não chegam a

ser um impedimento (gráfico 03).

Qual motivo acha que dificulta o desenvolvimento do turismo pedagógico

02468

1012

Transporte Tempodisponível

Autorizaçãodos pais

Autorizaçãoda escola

Nenhum Outro

64

6 PROSPOSTAS DE ATIVIDADES TURÍSTICAS

De acordo com levantamento feito na chácara Xororó, será proposto,

neste trabalho, atividades referentes a duas modalidades de turismo: turismo em

áreas rurais, que serão realizadas aos fins de semana pelos visitantes de uma forma

geral e de Educação Ambiental que serão desenvolvidas de Segunda a Sexta-feira

com escolas do município de Jataizinho, Ibiporã e demais interessados.

6.1 ATIVIDADE TURÍSTICA AOS FINS DE SEMANA NA CHÁCARA XORORÓ

A primeira proposta para o desenvolvimento do turismo na chácara

Xororó é sobre turismo em áreas rurais aos fins de semana, já que é o período de

maior freqüência de deslocamento de turistas. O público alvo será famílias, empresas,

grupos de amigos, de qualquer faixa etária, que queiram praticar atividades no meio

rural, fugindo da monotonia do dia-a-dia da cidade, passando horas agradáveis em

meio à natureza e relacionando-se com os outros visitantes.

Abaixo estão listadas as propostas de atividades:

a) Café Rural: Momentos agradáveis que proporcionarão uma

integração entre os visitantes. Será realizado em local apropriado com mesas e

bancos. O café rural será composto por café, chá, suco, leite, diferentes pães,

bolachas, manteiga, geléias e mel, confeccionados especialmente pela proprietária da

chácara, Dona Zeila (figura 3);

65

FIGURA 3 – Espaço para realização do Café Rural Autora: Alini Nunes de Oliveira

b) Comercialização de produtos: fabricados na própria chácara ou em

propriedades vizinhas como embutidos, compotas de doces, queijos, mel e outros

(figura 4);

FIGURA 4: Mel: produto comercializado na Chácara Autora: Zeila Mancchini

66

c) Loja de Souvenirs “Doce Lembrança”: local para venda de

lembranças para os visitantes da chácara. Serão disponibilizados cartões, ímãs,

camisetas, fotos, entre outros, todos personalizados com a logomarca da chácara;

d) Passeio de barco: Será disponibilizado um barco para passeio com

os visitantes pelo rio Tibagi. Deverá ser adquirido um barco à motor (figura 5);

FIGURA 5 – Local para embarcar para o passeio de barco Autora: Alini Nunes de Oliveira

67

e) Quadra de bocha: Já existe uma quadra de bocha no local,

podendo ser utilizada pelos visitantes (figura 6);

FIGURA 6 – Quadra de bocha Autora: Alini Nunes de Oliveira

68

f) Trilha ecológica na Ilha Pássaro Preto: Permitida somente para

pessoas acima de 15 anos. A travessia do rio será feita por uma balsa, para isso é

necessário que seja colocado uma tela e bambus para recobrir com o intuito de maior

proteção, além do uso de colete salva-vidas (figuras 7 e 8). É necessário que se faça

um estudo de capacidade de carga para analisar o número de visitas que o local

comporta;

FIGURA 7 – Balsa para atravessar o Rio Tibagi em direção à Ilha Pássaro Preto Autor: Wladmir Fuscaldo

FIGURA 8 – Vista da Ilha Pássaro Preto Autora: Alini Nunes de Oliveira

69

g) Redário: com 10 redes para descanso dos visitantes (figura 9);

FIGURA 9 – Local para construção do redário Autora: Alini Nunes de Oliveira

h) Playground: com brinquedos feito de madeira e corda (figura 10);

FIGURA 10 – Local para construção do playground Autora: Alini Nunes de Oliveira

70

i) Quiosque: com mesa e cadeiras para os visitantes que queiram de

divertir com jogos de cartas, xadrez, entre outros jogos;

j) Cursos de culinária: serão ofertados cursos de culinária aos

visitantes da chácara que tenham mais de 15 anos. O curso será ministrado pela

Associação de Artesãos de Jataizinho e Ibiporã e o custo por pessoa dependerá de

quais serão os ingredientes utilizados (figura 11);

k) Oficinas de artesanato e reciclagem: serão ofertadas oficinas de

reciclagem, pintura, bordado, colagem, fabricação de objetos com jornal, caixas de

presente, biscuit, jardinagem, bonsai entre outros. As oficinas serão ministradas pela

Associação de Artesãos de Jataizinho e Ibiporã e o custo dependerá do material

utilizado (realizado no mesmo espaço dos cursos de culinária) (figura 11);

FIGURA 11 – Local para realização dos cursos de culinária e oficinas de artesanato Autora: Alini Nunes de Oliveira

71

l) Forno a lenha e churrasqueira: Serão disponibilizados aos

visitantes a churrasqueira e o forno a lenha para preparo de alimentos (figura 12);

FIGURA 12 – Churrasqueira e forno à lenha Autora: Alini Nunes de Oliveira

m) Pesca esportiva: os visitantes poderão contar com um espaço

para pescar no Rio Tibagi, porém os peixes deverão ser soltos após a pesca (as

varas serão fornecidas pelo estabelecimento) (figura 13);

FIGURA 13 – Margem do Rio Tibagi, propício à pesca esportiva Autora: Alini Nunes de Oliveira

72

n) Alojamento: Utilização de uma casa já construída e em desuso

para futuro alojamento com capacidade para 10 pessoas (chalé) (figura 14);

FIGURA 14 – Futuras instalações do alojamento (chalé) Autora: Alini Nunes de Oliveira

o) “Melafest”: Realização da Festa do Mel no segundo fim de

semana do mês de novembro na própria chácara, já que a proprietária possui grande

produção de mel. Serão fabricados alimentos cujos ingredientes um deles seja o mel,

como bolos, pães, bolachas, temperos, doces, entre outros para serem

comercializados durante a festa em porções ou vendidos separadamente para que as

pessoas possam levar para casa. O público-alvo será de pessoas residentes em

Ibiporã, Jataizinho e região. Será cobrado uma taxa de R$ 7,00 (sete reais) por

pessoa para participar da festa e poder desfrutar de todo o ambiente rural que a

chácara possui (os alimentos não estão incluso);

73

p) Placas de sinalização de acesso: Existe somente duas placas

indicativas da chácara. São necessárias mais duas placas desde a rodovia até a

entrada da chácara;

q) Placas de localização dos atrativos dentro da chácara: Não existe

placas de sinalização dentro da chácara, sendo necessárias uma placa para cada

atrativo. Exemplo: ilha, colméias, pomar, horta, pesca, barco, quadra de bocha,

redário, playground, minhocário, quiosque, estufa, entre outros;

r) Lixeiras (coleta seletiva): Serão necessárias lixeiras com distinção

entre orgânico e não-orgânico que serão distribuídas pelas áreas de maior fluxo de

visitantes;

s) Divulgação: Criação de um folder (ver apêndice B) com duas

opções de marcas próprias para a Chácara (figuras 15 e 16) que será distribuído em

locais estratégicos dos municípios de Ibiporã, Jataizinho e região (hotéis, agências de

turismo, universidades, restaurantes, bares e também em eventos festivos), além de

divulgação por internet, através de site específico para a Chácara (ver apêndice D).

FIGURA 15 - Primeira opção de logomarca da Chácara Xororó

74

FIGURA 16 - Segunda opção de logomarca para a Chácara Xororó

6.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CHÁCARA XORORÓ

As atividades de Educação Ambiental na chácara acontecerão,

prioritariamente, de Segunda a Sexta-feira, cujo público alvo serão escolas dos

municípios de Jataizinho, Ibiporã e região, num primeiro momento e posteriormente

serão divulgados para outros municípios. Haverá o atendimento de uma escola por

período, ou seja, uma na parte da manhã e uma na parte da tarde.

Os conhecimentos passados aos “turistas-aprendiz” serão sempre

adaptados à faixa etária do grupo de forma que a aprendizagem facilite a

compreensão deste mundo que tanto difere do seu, sempre com um “toque” de lazer

ao que está sendo apreendido.

O professor ou coordenador chegará com o grupo na entrada da

chácara, onde o monitor(a) já estará esperando a turma. O monitor se apresenta,

apresenta a Filomena (sua ajudante em forma de fantoche, de acordo com a faixa

etária) e explica como deve ser o passeio pela chácara (colocando algumas regras:

75

não arrancar folhas, flores, não bater nos animais, sempre andar em grupo, fazer

silêncio quando ouvir o apito do monitor).

Abaixo estão listadas as atividades:

a) “De olho no passado”: Portão histórico da época da CTNP

(Companhia de Terras Norte do Paraná) onde o monitor contará um pouco da história

e da economia da região da época, estando o monitor devidamente trajado com

roupas da época (figura 17);

FIGURA 17 – Portão histórico da época da CTNP: “De olho no passado” Autora: Alini Nunes de Oliveira

b) Trilha da Flora: Passeio pelas diferentes árvores localizadas na

chácara (figueira, açoita-cavalo, eucalipto, peroba, pau-d´alho, gurucaia, entre outras)

onde os visitantes poderão conhecer assuntos sobre meio ambiente e podendo

vivenciar a flora como um todo observando a diversidade e a utilidade das espécies e

a diferença entre as árvores em relação ao seu caule, folhas, raízes, flores e frutos.

Para isso será necessária a identificação das espécies por um biólogo e posterior

plaqueamento das árvores com nome popular e nome científico (figura 18);

76

FIGURA 18 – Fgueira branca: um dos atrativos da “Trilha da Flora”

Autora: Alini Nunes de Oliveira

77

c) Visita ao pomar: Os visitantes poderão visualizar a variedade de

frutas de um pomar (poncã, laranja, manga, banana, acerola, pitanga, amora, lichia,

jabuticaba, goiaba, gabiroba, araçá, serigüela, entre outras) podendo também coletar

para o próprio consumo (figura 19);

FIGURA 19 – “Visita ao pomar” Autora: Alini Nunes de Oliveira

78

d) Visita à horta: Os visitantes/alunos observarão os tipos de

verduras e legumes, do plantio à colheita, podendo coletar para consumo (alface,

rúcula, espinafre, jiló, beringela, cebolinha, cheiro verde, entre outros). Outro aspecto

que será abordado é sobre as relações ambientais de uso do solo, poluição por

agrotóxicos, etc. Poderão também participar do plantio dos alimentos para

conhecerem o processo (figura 20);

FIGURA 20 – “Vista a horta” Autora: Alini Nunes de Oliveira

79

e) Visita às culturas: Passeio pelas culturas de café, trigo, milho,

soja, entre outros. Serão abordados assuntos como espaço urbano x espaço rural,

utilização dos alimentos, processo de plantio e colheita, entre outros (figura 21);

FIGURA 21 – Cultura de café Autora: Alini Nunes de Oliveira

f) Estufa de flores: Local onde os alunos poderão conhecer os

diferentes tipos de flores, suas características e curiosidades;

80

g) Vida das abelhas: As crianças poderão conhecer a criação de

abrlhas e a produção de mel (figura 22);

FIGURA 22 – Criação de abelhas Autora: Alini Nunes de Oliveira

81

h) Conhecendo alguns animais: Observação de vários animais

existentes na chácara como pássaros (pavão, papagaio, agapornes, calopsitas,

canários, sabiás, bem-te-vi, pica-pau, entre outros, todos registrados pelo IBAMA),

cavalos, cachorros, coelhos, entre outros e também características e curiosidades de

cada um e a importância da biodiversidade (figura 23);

FIGURA 23 – Viveiro de pássaros Autora: Alini Nunes de Oliveira

h) “Hora do vídeo”, “Hora da história” e Teatro de Fantoches:

Durante a visita na chácara, haverá a “Hora do Vídeo” onde poderão assistir a vídeos

sobre criação de abelhas e produção de mel; desenhos referentes ao meio ambiente;

entre outros. Será colocada uma televisão e um videocassete/DVD na área coberta

do refeitório. Os vídeos terão duração de 10 a 15 minutos para que as crianças

possam aproveitar o dia com outras atividades. Também poderão ter a “Hora da

história” onde o monitor conta histórias rápidas sobre os mesmo temas dos vídeos.

Quando for o caso, haverá peças de teatro com fantoches sobre temas de Educação

Ambiental para sensibilização dos visitantes. As peças teatrais serão: “Uma floresta

em perigo”, “A aventura de Gotalita”, “Seiscentos anos de efeito-estufa”, “... Antes que

seja tarde”, elaboradas pelo Programa de Arte-Educação Ambiental “Amanhã

Pertence às Crianças”, da Escola das Nações e Comunidade Bahá´í do Brasil.

82

i) Minhocário: Para as crianças poderem compreender e vivenciar

como é a vida das minhocas será construído um minhocário próximo à horta (figura

24);

FIGURA 24 - Local para construção do minhocário Autora: Alini Nunes de Oliveira

83

j) “Hora do Lanche”: O momento propício à integração dos alunos é

a hora do lanche, pois além de estarem se alimentando, poderão brincar com os

colegas de sala em jogos didáticos - quando um grupo estiver brincando o outro está

lanchando e vice-versa. Poderá também, caso haja interesse, de o próprio grupo fazer

seu lanche, utilizando ingredientes disponíveis na chácara (figura 25);

FIGURA 25 – Local da “Hora do lanche” Autora: Alini Nunes de Oliveira

k) Mão-de-obra: Cinco monitores para que sejam revezados quando

precisar, sendo um monitor para um grupo de 30 alunos; duas pessoas para

manutenção da chácara no geral (já existe na chácara) e uma auxiliar de cozinha.

Será feito um convênio com as universidades da região para que os monitores sejam

estagiários dos cursos de Turismo, Educação Física, Pedagogia, Geografia e Biologia

(será pago apenas o custo do transporte e alimentação, com certificado de estágio);

l) Divulgação: Para as atividades de Educação Ambiental a

divulgação da chácara será feita, num primeiro momento, nas escolas localizadas nos

municípios de Ibiporã e Jataizinho, através de folders (ver apêndice C) e visitas nos

horários do intervalo para poder conversar com diretor e professores, além do site na

internet com divulgação da chácara (ver apêndice D).

84

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Independente da temática trabalhada, sempre devemos ter em mente

que o desenvolvimento do turismo deve estar pautado em trazer benefícios para a

população local, já que serão os principais atingidos pelos seus reflexos. Além disso

deve estar associado à preservação ambiental.

Com a conclusão deste trabalho, pode-se averiguar que a

propriedade estudada tem potencial para o desenvolvimento da atividade turística e

de Educação Ambiental e tem boa aceitação por parte dos professores de escolas de

Ibiporã e Jataizinho, alvos da aplicação de questionários, ou seja, tem grande

demanda e muitas opções a serem ofertadas aos turistas/visitantes.

Como os proprietários da chácara já se interessam pela atividade

turística, este já é um passo a mais dado para se chegar à implantação da presente

proposta, para que seja cada vez mais difundida trabalhos de Educação Ambiental

em busca de melhorias na qualidade de vida das pessoas através da mudança de

comportamento.

85

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90

APÊNDICES

91

Apêndice A - Questionário aplicado a professores do Ensino Infantil e Ensino

Fundamental (1a a 4a séries) de escolas localizadas nos municípios de

Jataizinho e Ibiporã

Nome:___________________________

Escola:__________________________

Cidade:__________________________

1-) Já praticou atividades de Educação Ambiental extra-classe com seus alunos?

( )Sim ( )Não

2-) Se recebesse uma proposta para levar seus alunos à Chácara Xororó, você a utilizaria?

Por que? (Explicar sobre a Chácara)

( ) Sim ( ) Não

___________________________________________________________________________

3-) Qual motivo que você acha que dificulta o desenvolvimento de atividades extra-classe?

( ) nenhum ( ) tempo disponível ( ) autorização da escola

( ) transporte ( ) autorização dos pais ( ) outro – Qual?_____________

92

Apêndice B – Folder de divulgação do Turismo em Áreas Rurais

93

94

Apêndice C – Folder de divulgação – Educação Ambiental

95

96

Apêndice D – Site de divulgação da Chácara Xororó

97

98

99

100

101

ANEXOS

102

Anexo A – Localização dos municípios de Ibiporã e Jataizinho

103

Anexo B – Localização da Chácara Xororó

104

Anexo C – Quadros com resultados da pesquisa feita em Ibiporã

Quadro 01: Já praticou atividades de Educação

Ambiental extra-classe com seus alunos?

Sim 9

Não 9

Total 18

Quadro 02: Levaria seus alunos à Chácara Xororó?

Sim 18

Não 0

Total 18

Quadro 03: Qual motivo acha que dificulta o

desenvolvimento de atividades extra-classe?

Transporte 6

Tempo disponível 1

Autorização dos pais 0

Autorização da escola 1

Nenhum 11

Outro 0

Total 19

105

Anexo D – Quadros com resultados da pesquisa feita em Jataizinho

Quadro 01: Já praticou atividades de Educação

Ambiental extra-classe com seus alunos?

Sim 7

Não 5

Total 12

Quadro 02: Levaria seus alunos à Chácara Xororó?

Sim 12

Não 0

Total 12

Quadro 03: Qual motivo acha que dificulta o

desenvolvimento de atividades extra-classe?

Transporte 5

Tempo disponível 1

Autorização dos pais 1

Autorização da escola 0

Nenhum 7

Outro 0

Total 14