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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS JAMILLE ALENCAR SALES ENTEROBACTÉRIAS E Vibrio spp. ASSOCIADOS À CARCINICULTURA DE Macrobrachium amazonicum: UM DESTAQUE PARA A SENSIBILIDADE IN VITRO DE Vibrio cholerae não-O1/não-O139, Vibrio vulnificus e Vibrio mimicus A ANTIBIÓTICOS E A EXTRATOS DE Moringa oleifera FORTALEZA - CEARÁ 2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

JAMILLE ALENCAR SALES

ENTEROBACTÉRIAS E Vibrio spp. ASSOCIADOS À CARCINICULTURA DE

Macrobrachium amazonicum: UM DESTAQUE PARA A SENSIBILIDADE IN VITRO

DE Vibrio cholerae não-O1/não-O139, Vibrio vulnificus e Vibrio mimicus A

ANTIBIÓTICOS E A EXTRATOS DE Moringa oleifera

FORTALEZA - CEARÁ

2014

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JAMILLE ALENCAR SALES

ENTEROBACTÉRIAS E Vibrio spp. ASSOCIADOS À CARCINICULTURA DE

Macrobrachium amazonicum: UM DESTAQUE PARA A SENSIBILIDADE IN VITRO DE

Vibrio cholerae não-O1/não-O139, Vibrio vulnificus e Vibrio mimicus A ANTIBIÓTICOS E

A EXTRATOS DE Moringa oleifera

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Veterinárias do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Ciências Veterinárias. Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Orientador: Prof. Dr. Marcos Fábio Gadelha Rocha

FORTALEZA-CEARÁ 2014

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Aos meus preciosos pais, Cristina Maria de

Alencar Rocha e Raimundo Catunda Sales.

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AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, da Faculdade de Veterinária, da

Universidade Estadual do Ceará.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio

financeiro.

À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio

financeiro à pesquisa.

Ao Centro Especializado em Micologia Médica (CEMM), da Universidade Federal do Ceará,

pela oportunidade de realizar toda a pesquisa.

Ao professor Marcos Fábio Gadelha Rocha pela atenção, seriedade e compromisso,

possibilitando-me desenvolver a pesquisa com êxito. Um grande exemplo como pesquisador e

orientador.

À professora Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante, pela dedicação ao CEMM, e por sua

disponibilidade em ajudar e supervisionar as minhas atividades desenvolvidas no laboratório.

À professora Tereza de Jesus Pinheiro Gomes Pereira pelos ensinamentos, atenção e paciência

durante o mestrado.

Ao professor José Júlio Costa Sidrim, por possibilitar aos alunos o desenvolvimento de

pesquisas no CEMM, fazendo do mesmo, a base para realização deste trabalho e de muitos

outros.

À professora Rossana de Aguiar Cordeiro, pelo apoio intelectual dedicado aos alunos.

À professora Célia Maria de Sousa Sampaio por disponibilizar o laboratório para realização

de parte desta pesquisa, e pelo apoio intelectual.

Ao professor Francisco Geraldo Barbosa pela sua cooperação em fornecer os extratos da

Moringa para o desenvolvimento deste estudo.

À professora Débora Castelo Branco de Souza Collares Maia, pelo auxílio, apoio intelectual e

prático, pela orientação e amizade.

À Glaucia Morgana de Melo Guedes pela importante e grandiosa ajuda disponibilizada

durante toda a pesquisa, pelos conhecimentos, companheirismo, convivência e incrível

amizade, a qual continuarei a preservar.

À Dra. Silviane Bandeira, pelos ensinamentos, sugestões e amizade.

À Terezinha de Jesus e ao Daniel Teixeira Lima por todo suporte proporcionado para a

realização de nossas pesquisas.

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Ao Manoel Paiva de Araújo Neto pelos ensinamentos, apoio e grandiosa colaboração na

realização de toda a pesquisa desenvolvida durante o mestrado.

À equipe do CEMM, pela convivência divertida e prazerosa, e pelo companheirismo. Em

especial, Yago Brito de Ponte pela disponibilidade em ajudar e acompanhar a execução desta

pesquisa.

Ao Vitor Luz e à Giovanna Riello pela sincera amizade, apoio e pelos conhecimentos e

conselhos transmitidos.

A Deus, pelo ser e pelo estar, pela vida abençoada que me foi concedida e pelas pessoas que

amo.

Aos meus pais Cristina Maria de Alencar Rocha e Raimundo Catunda Sales, pela vida, por

todo empenho e dedicação a minha formação, que, juntamente, com os ensinamentos e amor

incondicional contribuíram para pessoa que hoje sou.

À minha querida avó, Iari Alves Lima da Rocha e à minha prima-irmã Laura Irvina Alencar

de Medeiros Silveira pelos conselhos, companheirismo, apoio e por bons momentos passados

juntas.

Ao Magno Borges Rodrigues Pimentel, pelo amor, amizade, cumplicidade, companheirismo,

em suma, por tornar a minha vida mais prazerosa e simples.

Aos animais, razão da minha profissão, por inspirarem paz e por tornarem a vida tão

divertida.

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RESUMO

Enfermidades bacterianas e a resistência antimicrobiana representam riscos à carcinicultura.

Logo, surge o interesse pelo potencial antimicrobiano de espécimes de Moringa oleifera na

busca de novos compostos promissores ao controle microbiano. Este estudo buscou isolar

bactérias das famílias Enterobacteriaceae e Vibrionaceae associadas à carcinicultura de

Macrobrachium amazonicum e avaliar o perfil de sensibilidade in vitro de Vibrio spp. a

antibióticos e a extratos de M. oleifera. As cepas foram obtidas de fêmeas ovígeras, e da água

do ambiente natural e da larvicultura. As bactérias foram identificadas quanto ao gênero por

testes bioquímicos. As espécies de Vibrio foram identificadas através do Vitek2 e

sorotipagem. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos antibióticos: ampicilina,

azitromicina, doxiciclina, trimetoprim-sulfametoxazol, cloranfenicol, ceftazidima e

ciplofloxacino; e dos extratos etanólicos de caule, folhas, vagens e sementes, e clorofórmico

de flores de M. oleifera frente Vibrio spp. foi determinada através da Microdiluição em Caldo,

de acordo com Clinical Laboratory Standards Institute. Os gêneros de enterobactérias

obtidos foram: Enterobacter (n=11) Citrobacter (n=10), Proteus (n=2), Serratia (n=2),

Kluyvera (n=2), Providencia (n=2), Cedecea (n=1), Escherichia (n=1), Edwardsiella (n=1) e

Buttiauxella (n=1). As espécies de Vibrio identificadas foram: V. cholerae não-O1/não-O139

(n=4), V. vulnificus (n=1) e V. mimicus (n=1). Vibrio spp. apresentaram valores de CIM no

range estabelecido pelo CLSI para todos os antibióticos, exceto V. vulnificus que apresentou

perfil intermediário para ampicilina (CIM 16µg/mL). Quanto a M. oleifera, o melhor

resultado obtido foi do extrato etanólico de vagens que inibiu três cepas V. cholerae, V.

vulnificus, V. mimicus e E. coli (ATCC25922) (CIM 0,312-5mg/mL). O extrato clorofórmico

de flores foi eficaz contra todas as cepas V. cholerae e E. coli (ATCC25922) (CIM 0,625-

1,25mg/mL), e o extrato etanólico de folhas inibiu duas cepas V. cholerae, V. mimicus e E.

coli (ATCC25922) (CIM 0,078-5mg/mL). Por outro lado, os extratos de caule e sementes não

foram efetivos na inibição das cepas. Em suma, o isolamento de Enterobacter, Citrobacter e

Vibrio spp. merece destaque, pois são patógenos oportunistas. Ademais, o perfil diferenciado

de V. vulnificus reflete a importância do controle do uso de drogas na carcinicultura. Os

extratos de vagens, flores e folhas da M. oleifera apresentam potencial para o controle de

Vibrio spp., sendo importante a obtenção de compostos bioativos responsáveis pela ação

antimicrobiana.

Palavras-chave: Camarão. Enterobactéria. Vibrio. Antibióticos. Moringa

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ABSTRACT

The bacterial infectious diseases and antimicrobial resistance represents risk for shrimp

farming. Thus there is interest in antimicrobial potential of specimens of Moringa oleifera in

search of promising new compounds for microbial control. This study sought to isolate

bacteria of Enterobacteriaceae and Vibrionaceae families associated with shrimp farming of

Macrobrachium amazonicum and to evaluate the in vitro susceptibility profile of Vibrio spp.

to antibiotics and to extracts of M. oleifera. The strains were obtained from ovigerous

females, from the natural environment water and hatchery water. The bacterial were identified

according to genus by biochemical tests. Vibrio species were identified through Vitek2 and

serotyping. The Minimum Inhibitory Concentration (MIC) of antibiotics: ampicillin,

azithromycin, doxycycline, trimethoprim/sulfamethoxazole, chloramphenicol, ceftazidime

and ciprofloxacin; and of ethanol extracts of stem, leaves, pods and seeds and chloroform

extract of flowers of M. oleifera against Vibrio spp. was determined by the Broth

Microdilution, according to Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI). The genera of

Enterobacteria were obtained: Enterobacter (n=11) Citrobacter (n=10), Proteus (n=2),

Serratia (n=2), Kluyvera (n=2), Providencia (n=2), Cedecea (n=1), Escherichia (n=1),

Edwardsiella (n=1) and Buttiauxella (n=1). Vibrio species identified: V. cholerae non-

O1/non-O139 (n=4), V. vulnificus (n=1) and V. mimicus (n=1). Vibrio spp. showed MIC

values within the range established by CLSI for all antibiotics, except the V. vulnificus, which

presented intermediate profile for ampicillin (MIC 16µg/mL). As M. oleifera, the best result

was obtained of ethanol extract of pods, which inhibited three strains V. cholerae, V.

vulnificus, V. mimicus and E. coli (ATCC25922) (MIC 0.312-5mg/mL). The chloroform

extract of flowers was effective against all V. cholerae strains and E. coli (MIC 0.625-

1.25mg/mL), and ethanol extract of leaves inhibited two strains V. cholerae, V. mimicus and

E. coli (ATCC25922) (MIC 0.078-5mg/mL). However, stem and seeds extracts were not

effective in inhibiting strains. In short, the isolation of Enterobacter, Citrobacter and Vibrio

spp. deserves emphasis because they are opportunistic pathogens. Furthermore, the

differentiated profile of V. vulnificus reflects the importance of controlling drug use in shrimp

farming. The extracts of pods, flowers and leaves of M. oleifera have potential for the control

of Vibrio spp. being important to obtain bioactive compounds responsible for the

antimicrobial activity.

Key-words: Prawn. Enterobacteria. Vibrio. Antibiotics. Moringa

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 16

2.1 CAMARÃO- DA-AMAZÔNIA (Macrobrachium amazonicum) ............................ 16

2.2 BACTÉRIAS NA AQUICULTURA ....................................................................... 19

2.2.1 Enterobacteriaceae .............................................................................................. 20

2.2.2 Vibrionaceae ........................................................................................................ 26

2.3 TESTE DE SENSIBILIDADE IN VITRO DAS BACTÉRIAS AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS ........................................................................................... 30

2.4 Moringa oleifera ....................................................................................................... 33

3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 36

4 HIPÓTESES CIENTÍFICAS ................................................................................... 37

5 OBJETIVOS .............................................................................................................. 38

5.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 38

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 38

6 CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 39

7 CAPÍTULO 2 ............................................................................................................. 54

8 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 66

9 PERSPECTIVAS ....................................................................................................... 67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 68

APÊNDICES ............................................................................................................... 77

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1 INTRODUÇÃO

A carcinicultura é um dos setores da aquicultura que mais atrai interesses de

produtores, sendo fonte de um dos principais produtos de exportação que tem propiciado bons

índices de rentabilidade e lucratividade. Em 2003, a carcinicultura ocupou 2ª lugar na pauta

das exportações do setor primário da região Nordeste e contribuiu com US$ 226 milhões dos

US$ 427,92 milhões gerados pelas exportações do setor pesqueiro nacional.

Atualmente, o estado do Ceará vem se destacando no mercado de produção de

camarão em cativeiro, tendo contribuído em 2013 com uma produção de 40 mil toneladas do

produto, gerando um fluxo de até R$ 600 milhões em negócios. Neste contexto, vale destacar

o camarão Macrobrachium amazonicum que é amplamente explorado por pesca artesanal no

Norte e Nordeste do Brasil, e representa um elevado potencial para carcinicultura, pois é uma

espécie nativa, de ampla distribuição e se adapta bem a aquicultura intensiva ou extensiva,

devido à baixa agressividade e capacidade de crescer em reservatórios, lagoas e viveiros, além

de maior resistência a doenças.

As enfermidades infecciosas em organismos aquáticos representam um dos

principais fatores de risco para indústria aquícola que, muitas vezes, podem estar

correlacionadas à qualidade da água onde estes animais estão inseridos. Portanto, devemos

ficar em alerta para as fragilidades sanitárias que podem contribuir na contaminação da água

dos estuários.

As doenças infecciosas são geralmente ocasionadas por microrganismos

oportunistas, encontrados na água, sedimento e até mesmo na microbiota intestinal de

espécies aquáticas, inclusive do camarão. Dos microrganismos predominantes no ambiente de

cultivo de camarões, destacam-se as enterobactérias e Vibrio. Estes microrganismos fazem

parte da flora bacteriana associada à carcinicultura. No entanto, podem se tornar patógenos

oportunistas capazes de causar prejuízos econômicos ao setor e à saúde pública.

A utilização indiscriminada de antimicrobianos na carcinicultura com vistas à

profilaxia e ao controle de infecções tem favorecido a seleção de organismos resistentes no

ambiente. A resistência bacteriana tornou-se uma preocupação crescente para saúde pública

mundial, a qual justifica o interesse da comunidade científica na descoberta de novas opções

antimicrobianas com menos efeitos deletérios. Neste contexto, o nosso grupo de pesquisa tem

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avaliado o potencial antimicrobiano de produtos da planta Moringa oleifera no controle

microbiano.

A proposta deste estudo foi isolar enterobactérias e Vibrio spp. associadas à

carcinicultura de M. amazonicum, assim como determinar o perfil de sensibilidade In vitro de

Vibrio spp. a antibióticos clássicos e a extratos de M. oleifera.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CAMARÃO- DA-AMAZÔNIA ( Macrobrachium amazonicum)

O camarão do gênero Macrobrachium (Bate, 1868), evoluiu de um ancestral

comum que migrou para águas continentais, no início do Pleistoceno, e originou 244 espécies

conhecidas atualmente, dentre as quais 46 são registradas nas Américas e 19 no Brasil (DE

GRAVE; FRANSEN, 2011; SANTOS et al., 2013). No Brasil, são encontradas três espécies

deste gênero, como: M. carcinus, M. acanthurus e M. amazonicum (VALENTI, 1985).

Dentre estas, a espécie M. amazonicium destaca-se por ser uma espécie nativa amplamente

explorada pela pesca artesanal no Norte e Nordeste do Brasil, despertando interesse crescente

por possuir características adequadas para o cultivo comercial, tais como fácil manutenção e

reprodução em cativeiro, alta fecundidade, rusticidade, rápido crescimento e boa aceitação no

mercado consumidor por apresentar uma carne saborosa e por possuir larga distribuição,

assumindo certa importância socioeconômica para a região. No final da década de 90, esta

espécie representou 85% do pescado de camarão selvagem de água doce no Brasil (NEW et

al., 2002; MACIEL; VALENTI, 2009).

M. amazonicum é amplamente distribuído em lagos, represas, várzeas e rios nas

regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, ocorrendo nos países Guiana, Suriname,

Guiana Francesa, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil,

estando presente nas principais bacias hidrográficas sul americanas, incluindo a do Orinoco,

Amazonas, Araguaia-Tocantins, São Francisco e La Plata (Bacias do Rio Paraguai e Paraná).

No Brasil, a sua localidade típica é a bacia central do rio Amazonas na região de Manaus,

onde é abundante nas águas brancas ricas em sedimentos e sais dissolvidos. Nos lagos de

várzeas, a espécie chega a representar cerca de 80% da biomassa de macrocrustáceos

apresentando um grande potencial pesqueiro (ODINETZ-COLLART; MOREIRA, 1993).

O M. amazonicum apresenta grande resistência a doenças, maturação e

larvicultura simples, independência da água salgada na fase de crescimento (engorda), sistema

de produção compatível com pequenas propriedades e menor impacto ambiental, pois é uma

espécie nativa e estão menos sujeitos a flutuações na produção, consequente da introdução de

espécies exóticas. Possuem, ainda, características que favorecem o cultivo sustentável em

empresas que usam mão-de-obra familiar (VALENTI; TIDWELL, 2006; VALENTI et al.,

2011).

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Nos últimos anos, vários estudos relacionados à biologia de M. amazonicum

foram desenvolvidos. Pesquisas que abordam assuntos como o crescimento relativo em

viveiros (MORAES-RIODADES; VALENTI, 2002), fecundidade e fertilidade (DA SILVA et

al., 2004) e biologia reprodutiva (SAMPAIO et al., 2007; FREIRE et al., 2012) contribuem

para o conhecimento biológico de M. amazonicum que constitui uma ferramenta básica para o

desenho de estratégias de manejo, visto que possibilita um melhor aproveitamento desse

recurso natural, evitando um estado de sobrepesca e de produtividade decrescente (RIBEIRO

et al., 2014).

Em várias regiões do país, o M. amazonicum é conhecido, popularmente, como

camarão-da-Amazônia e “camarão-sossego” ou “camarão-canela” (COELHO et al., 1982).

Caracteriza-se por apresentar um rostro longo e delgado, que ultrapassa o escafocerito,

portando 9 a 12 dentes na parte superior distribuídos irregularmente. A parte inferior do rostro

apresenta de 8 a 10 dentes. Os espécimes apresentam carapaça e abdômen lisos e

transparentes, e télson terminando em uma extremidade aguda com dois pares de espinhos na

margem posterior. Machos adultos apresentam mero, carpo e própode cobertos por espínulos

curtos, os quais nas fêmeas estes estão ausentes (Figura1) (MELO, 2003).

Cefalotórax Abdome

Rostro

Escafocerito

Quelípodes Patas ambulatórias

Pereiópodes

Télson

Figura 1- Representação esquemática da morfologia externa de M. amazonicum.

Fonte: LACAR, 2013

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Os machos e as fêmeas de camarões palaemonídeos apresentam compleição física

semelhante até atingirem a maturidade sexual, apresentando crescimento dos quelípodes

simetricamente em relação à carapaça até a maturidade. A partir de então, observa-se

alometria ligeiramente positiva nas fêmeas e altamente positiva nos machos, onde o

cefalotórax e os quelípodes se apresentam mais desenvolvidos. A diferença de tamanho entre

sexos pode estar associada ao fato das fêmeas realizarem ecdises antes e após a desova, e,

durante, o processo de ecdise, as fêmeas aumentam de tamanho; porém, devido ao processo

reprodutivo, ocorre um elevado gasto de energia para maturação das gônadas, ocasionando

uma redução do crescimento, enquanto os machos direcionam o gasto energético ao

crescimento somático, fazendo com que se tornem maiores (AMMAR et al., 2001;

MORAES-RIODADES; VALENTI, 2002; SILVA et al., 2007).

Na reprodução, a fêmea, geralmente, sofre uma muda pré-cópula, e o macho

deposita o espermatóforo na região abdominal. Cerca de 20h após a muda, a fêmea, então,

exterioriza os óvulos, que são fecundados ao passar pela massa de espermatozoides. Os ovos

podem ser observados aderidos aos pleópodes do abdômen no dia seguinte a muda (Figura 2)

(GUEST, 1979; MACIEL; VALENTI, 2009). Os ovos apresentam, inicialmente, coloração

verde escura, e, com o passar dos dias, a coloração modifica para amarelo claro até o

momento da eclosão. A fecundidade de M. amazonicum pode variar de 500 a 7.000 ovos. O

desenvolvimento larval dura de 20 a 23 dias quando cultivados em laboratório. Após a

metamorfose, os juvenis nadam rapidamente na coluna de água, e assumem o hábito de nadar

sobre o substrato e escalar superfícies verticais. O período subsequente de crescimento

somático pode durar em média de dois meses em viveiros de aquicultura (MACIEL;

VALENTI, 2009).

Figura 2 - Fêmea ovígera de M. amazonicum. Ovos aderidos aos pleópodes da região abdominal (seta).

Fonte: LACAR, 2013

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O cultivo de M. amazonicum realiza-se em duas fases: a larvicultura, que se

caracteriza por ser um sistema intensivo, com tanques abastecidos com água salobra e em

condições controladas de cultivo, no qual larvas desenvolvem-se até a metamorfose, em pós-

larvas; e a fase de engorda ou recria que consiste na criação de pós-larvas recém-

metamorfoseadas em viveiros de fundo natural, onde permanecem até atingirem tamanho

comercial; ou, alternativamente, em berçários por um período de 60 a 90 dias, antes de serem

levadas para os viveiros de engorda (MORAIS-VALENTI; VALENTI, 2010).

Durante a fase de larvicultura, M. amazonicum apresenta potencial para ser

cultivado em escala comercial, uma vez que apresenta alta sobrevivência e um período de

cultivo relativamente curto (MACIEL et al., 2004). A espécie pode ser estocada com altas

densidades em tanques de cultivo, utilizando água artificial ou natural onde a produtividade

pode alcançar até 70 pós-larvas/L (VETORELLI, 2008). Entretanto, a junção complexa dos

fatores ambientais, perfil microbiológico e a gestão das práticas de manejo influenciam o

sucesso da produção do ciclo larval (KENNEDY et al., 2006).

A composição da microbiota bacteriana associada aos ovos e larvas de camarão

variam entre os sistemas de incubação artificial, devido às várias medidas de tratamento de

água, alimentos artificiais e a densidade populacional. Além disso, esta prática favorece a

multiplicação de bactérias, sendo elas parte da microbiota bacteriana ou patógenos

oportunistas. Portanto, é importante compreender a microflora associada aos sistemas de

incubação, pois a interação hospedeiro-microrganismo apresenta profundas implicações na

saúde larval e no desenvolvimento de surtos de doenças (KENNEDY et al., 2006).

2.2 BACTÉRIAS NA AQUICULTURA

Na literatura científica, há registros relatando a importância dos microrganismos

para a aquicultura, tanto como probióticos, componentes da microbiota, bem como,

causadores de enfermidades em diferentes grupos de interesse do setor (GATESOUPE, 2007;

BONAMI et al., 2011). As enfermidades infecciosas em organismos aquáticos representam

um dos principais fatores de risco para indústria aquícola e, muitas vezes, podem estar

relacionadas à qualidade da água onde estes animais estão inseridos (BUGLIONE et al.,

2008).

Na Região Nordeste, principalmente, nos centros urbanos municipais, localizados

às margens dos rios, há deficiências nos serviços de saneamento básico. De certa forma, isto

contribui para a constante poluição microbiológica da água dos estuários, pois o despejo de

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efluentes sanitários sem tratamento promove o aumento da carga microbiana que, muitas

vezes, excede a capacidade natural de diluição do ambiente aquático, afetando diretamente em

sua qualidade (MENEZES et al., 2008). Portanto, devemos ficar em alerta para as fragilidades

sanitárias que podem contribuir na contaminação das águas dos estuários.

As enfermidades infecciosas na aquicultura são, geralmente, ocasionadas por

microrganismos oportunistas incidentes na água, em sedimentos e na microbiota intestinal de

espécies aquáticas, inclusive na microbiota do ambiente de cultivo e do trato digestivo de

camarão. A presença de microrganismos entéricos patogênicos em ambientes aquáticos pode

ser uma fonte de doenças, especialmente, quando a água é utilizada para produção intensiva

(SERVAIS; PASSERAT, 2009).

Bactérias como: Escherichia spp., Salmonella spp., Shigella spp., Yersinia spp. e

Enterobacter spp. podem ser encontradas em água e no trato intestinal de animais, e são

capazes de causar infecções primárias em condições de imunossupressão (KONEMAN et al.,

2012; SINGH et al., 2015). Além destes microrganismos, as bactérias do gênero Vibrio são

comumente isoladas do ambiente de cultivo de camarão e são capazes de afetar todos os

estádios de vida do camarão, significando 100% de perda dos animais em larvicultura, além

do fato de algumas espécies de Vibrio serem agentes patogênicos zoonóticos prejudiciais à

saúde pública (COSTA et al., 2008; AUSTIN et al., 2010).

2.2.1 Enterobacteriaceae

Os membros da família Enterobacteriaceae são bacilos Gram-negativos,

anaeróbios facultativos, fermentadores de glicose e oxidase negativos. A ausência da

atividade de citocromo oxidase é uma característica importante para diferenciação das

enterobactérias de outros bacilos Gram-negativos fermentadores e não fermentadores

(MURRAY et al., 2011). Ademais, são microrganismos ubiquitários, encontrados em todo

mundo no solo, na água e na vegetação, e fazem parte da flora natural do trato gastrointestinal

de animais e do homem (KONEMAN et al., 2012). Na aquicultura, a incidência de

enterobactérias dos gêneros Escherichia, Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter, que fazem

parte do grupo dos coliformes termotolerantes ou coliformes de origem fecal, representam um

dos principais indicadores sanitários para camarões cultivados e são utilizadas como critérios

de qualidade pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (BRASIL, 2005;

PARENTE et al., 2011).

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Estudos relatam a incidência de bactérias dos gêneros Enterobacter, Proteus e

Klebsiella isolados da microbiota da água da larvicultura do camarão Macrobrachium

rosenbergii (KENNEDY et al., 2006). Bem como, o isolamento de Escherichia, Citrobacter,

Enterobacter e Klebsiella isoladas de amostras de água de cultivo e do camarão Litopenaeus

vannamei (PARENTE et al., 2011). Andrade et al. (2010) relatam o isolamento de

Enterobacter, Klebsiella, Shigella e Salmonella de amostras do trato digestivo do camarão

Macrobrachium amazonicum proveniente do ambiente natural. Destas bactérias, os gêneros

Escherichia, Salmonella, Shigella e Enterobacter são mais prevalentes em casos clínicos

associados aos transtornos gastrointestinais e às infecções sistêmicas em pacientes que

consumiram água e mariscos contaminados (KONEMAN et al., 2012; SINGH et al., 2015).

Durante os anos 1990 a 2005, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos

Estados Unidos registrou um total de 70 surtos envolvendo 878 casos de doenças associados

ao consumo de camarão, provocados por Escherichia coli, Salmonella enterica e Shigella

(CSPI, 2007). Contudo, a severidade das doenças ocasionadas por estes microrganismos

dependem da virulência das cepas e das condições de saúde do hospedeiro.

Os indícios iniciais, de que um microrganismo desconhecido isolado de uma

amostra clínica pertence à família Enterobacteriaceae, podem ser demonstradas em uma

preparação corada pelo método de Gram, que pode revelar células bacilares ou cocobacilares

gram-negativas curtas e arredondadas na microscopia óptica. Todavia, a diferenciação dentre

as espécies não pode ser efetuada com base apenas na coloração pelo método de Gram

(KONEMAN et al., 2012).

A morfologia característica das colônias em meio sólido, pode fornecer um

segundo indício. Tipicamente, as enterobactérias produzem colônias secas ou mucoides

relativamente grandes de coloração rosa-avermelhada em meio ágar MacConkey, meio de

cultivo diferencial para seleção e isolamento de bacilos entéricos Gram-negativos (Figura 3).

Neste meio, as espécies de Escherichia, Klebsiella e Enterobacter produzem colônias

mucoides e avermelhadas; Citrobacter, Providencia e Serratia podem aparecer, ligeiramente,

rosados dentro de 24-48h; e as espécies de Proteus, Edwardsiella e Salmonella produzem

colônias incolores ou transparentes. Em meio ágar Salmonella-Shigella (SS), bactérias Gram-

negativas podem apresentar colônias avermelhadas (Figura 3). As espécies de Salmonella

aparecem em colônias incolores, com o centro enegrecido, devido à produção de sulfeto de

hidrogênio, e as espécies de Shigella e Proteus apresentam colônias incolores, sem

enegrecimento no meio ágar SS. Entretanto, a identificação definitiva dos membros das

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enterobactérias exige uma bateria de testes bioquímicos que expressam as características

metabólicas dos microrganismos testados (KONEMAN et al., 2012).

Existe uma variedade de testes diferenciais e numerosos esquemas disponíveis

para identificação de membros da família Enterobacteriaceae. Os testes bioquímicos

específicos, como: produção de fenilalanina desaminase, produção de urease, descarboxilação

de aminoácidos (lisina, arginina e ornitina), reação Voges-Proskauer (VP), assimilação de

citrato, produção de indol, motilidade, produção de sulfeto de hidrogênio, e utilização de

carboidratos, através do meio ágar tríplice açúcar-ferro (TSI), revelam as características

metabólicas das enterobactérias testadas e são amplamente utilizadas em laboratórios clínicos

(Figura 4) (KONEMAN et al., 2012). Para realização destes testes, é necessária uma

compreensão dos princípios bioquímicos a fim de reconhecer e corrigir qualquer

incongruência bioquímica ou falhas nas técnicas.

Figura 3 - Meios de cultivos para enterobactérias. A) Meio ágar SS, 1) colônias de Enterobacter sp. e 2) colônias de Citrobacter sp. apresentando características mucoide e coloração avermelhada (setas).

B) Meio ágar MacConkey, 3) colônias Klebsiella sp. e 4) colônias de Escherichia sp. (setas) apresentando características mucoide e coloração rosa-avermelhada.

A B

1 2 3 4

Fonte: LAPERE, 2013

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O gênero Citrobacter inclui patógenos oportunistas Gram-negativos, oxidase-

negativos, amplamente, distribuídos no solo, na água, alimentos e no trato gastrointestinal de

animais e humanos (LAI et al., 2010; KONEMAN et al., 2012). Citrobacter spp., geralmente,

atuam como agentes contaminantes ou colonizadores em humanos, podendo causar infecções,

como bacteremias em pacientes com múltiplas comorbidades (LAI et al., 2010; RAVAL et

al., 2014), e estão associados a importantes causas de infecções nosocomiais (YAMAMOTO

et al., 2013). Em 1982, Sato e colaboradores descreveram o primeiro caso de infecção em

peixes causada por Citrobacter spp., e, em destaque, as espécies C. amalonaticus e C. freundii

podem ser isoladas da microbiota gastrointestinal de peixes e mariscos (NAWAZ et al., 2008;

LAI et al., 2010). Portanto, gastroenterites provocadas por estes microrganismos tornaram-se

importantes problemas na aquicultura intensiva devido às possibilidades de perdas

econômicas neste setor (LÜ et al., 2011).

O gênero Enterobacter, atualmente, é constituído por 19 espécies, sendo um dos

maiores gêneros dentro da família Enterobacteriaceae. Além disso, é um dos gêneros de mais

rápida expansão dentro desta família, no qual incluem 50% das novas espécies descritas nas

últimas décadas (BRADY et al., 2013). Os microrganismos deste gênero são de natureza

ubiquitária, podendo ser encontrados em fezes de humanos e animais, na água, em plantas e

em insetos, e destacam-se por serem indicadores de contaminação fecal em pescados (COSTA

et al., 2011). Ademais, são considerados patógenos oportunistas capazes de causar infecções

de origem alimentar em indivíduos imunocomprometidos, juntamente, com infecções

nosocomiais (SANDERS Jr. & SANDERS, 1997; KONEMAN et al., 2012; COONEY et al.,

Figura 4 - Características metabólicas de Klebsiella pneumoniae. A) Produção de fenilalanina desaminase negativo. B) Urease positiva. C) Controle descaboxilação de aminoácidos. D)

Descarboxilação positiva de lisina. E) Descarboxilação negativa de arginina. F) Descarboxilação negativa de ornitina. G) Reação Voges-Proskauer. H) Assimilação de citrato positiva. I) Meio SIM (produção de indol negativa, motilidade negativa, produção de H2S negativo). J) Fermentação de

carboidratos, meio TSI perfil àcido/ácido, com produção de gás.

A B C D E F G H I J

Fonte: LAPERE, 2013

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2014). A literatura relata que Enterobacter é o oitavo patógeno mais comum nas infecções

nosocomiais nos Estados Unidos, e constitui 2,9% dos casos de bacteremias na Coréia (HUH

et al., 2014).

Presume-se que as espécies E. cloacae, E. asburiae, E. hormaechei, E. ludwigii E.

kobei e E. minipressuralis pertencem ao conhecido complexo E. cloacae baseado nas

características fenotípicas e genotípicas, e a maioria destas é de relevância clínica, em

comparação com as demais espécies associadas às fontes ambientais (BRADY et al., 2013).

São patógenos oportunistas implicados como agentes causadores, principalmente, de

infecções intra-abdominais e de bacteremias, sendo capazes de induzir a apoptose das células

do epitélio intestinal de humanos, causando destruição do tecido e propagação bacteriana

(KRZYMIŃSKA et al., 2010).

Do gênero Escherichia, a espécie E. coli, primeiramente relatada em 1885 a partir

de fezes de indivíduos saudáveis, é uma bactéria anaeróbia facultativa predominante na flora

intestinal de humanos e de animais de sangue quente. Embora a maioria dos isolados E. coli

sejam comensais intestinais inofensivos, existem várias cepas altamente adaptadas que

possuem a capacidade de causar várias doenças humanas, incluindo gastroenterite, infecções

do trato urinário, que às vezes pode evoluir para síndrome hemolítica-urêmica, e meningite

neonatal (KONEMAN et al., 2012; LIU, 2015). As cepas E. coli, responsáveis por doenças

entéricas, são nomeadas em E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteropatogênica

(EPEC), E. coli entero-hemorrágica (EHEC), E. coli enteroagregativa (EAEC), E. coli

enteroagregativas produtoras da toxina Shiga (STEAEC), E. coli entero-invasiva (EIEC),

E.coli difusamente aderente (DAEC) e E. coli de aderência invasiva (AIEC) (LIU, 2015).

Além das 8 classes de E. coli diarreagênicas já mencionadas, existem outras classes

potenciais, como E. coli produtora da toxina distensora citoletal (CDT), e E. coli de

desprendimento de células (CDEC) que ainda não foram totalmente caracterizadas

(KONEMAN et al., 2012).

A bactéria E. coli é utilizada como um dos microrganismos indicadores de

contaminação (BRASIL, 2005). A investigação de coliformes e E. coli em alimentos é de

grande importância, pois a determinação destas bactérias avaliam a qualidade sanitária de

alimentos e água (SUWANSONTHICHAI; RENGPIPAT, 2003). Várias pesquisas investigam

a incidência de cepas E. coli isoladas da carcinicultura de M. amazonicum (REIS et al., 2004),

L. vannamei (COSTA et al., 2011; PARENTE et al., 2011) e P. monodon

(SUWANSONTHICHAI; RENGPIPAT, 2003) como uma forma de alerta para melhoria da

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qualidade do pescado, baseado em práticas adequadas de higiene por parte dos manipuladores

e da manutenção de utensílios limpos e sanitizados.

Os membros do gênero Serratia são considerados patógenos oportunistas de

natureza ubiquitária, capazes de colonizar e sobreviver em materiais de embalagens de carne,

instrumentos hospitalares e equipamentos agrícolas, incluindo bombas de leite, e estão

envolvidos na deterioração de alimentos (RAFII et al., 2014). A espécie S. marcescens é o

membro mais importante, pois está frequentemente associada a uma variedade de infecções

humanas, sobretudo septicemias em pacientes imunocomprometidos (VOLZ et al., 2010;

KONEMAN et al., 2012).

Bactérias pertencentes aos gêneros Providencia, Buttiauxella, Proteus e Kluyvera

são isolados como parte da microbiota natural do solo, de água e do trato digestivo de animais

(CHANDER et al., 2006; KONEMAN et al., 2012). No entanto, vale destacar que Proteus e

Providencia são considerados patógenos oportunistas e podem causar infecções em humanos

(KONEMAN et al., 2012; ISOZAKI et al., 2010). A espécie P. mirabilis é mais

frequentemente responsável por 70-90% das infecções humanas, principalmente, como agente

etiológico de infecções do trato urinário e de feridas (KONEMAN et al., 2012; KUSHWAHA

et al., 2014), e a espécie P. alcalifaciens pode estar associada a doença diarreica,

particularmente, em crianças (KONEMAN et al., 2012).

O gênero Edwardsiella é composto por três espécies; entretanto apenas a espécie

E. tarda tem importância médica, pois causa enterite em pacientes imunocomprometidos

(KONEMAN et al., 2012; LIU et al., 2014). Este microrganismo está amplemente distribuído

na natureza, podendo ser isolado como componentes da flora intestinal de animais aquáticos.

Além disso, é considerado patógeno intracelular em uma ampla gama de hospedeiros, e

agente causador de edwardsiellosis na aquicultura, significando grandes perdas econômicas

para o setor (XU; ZANG, 2014; LIU et al., 2014).

Cedeceae é considerada uma enterobactéria de baixo risco. No entanto, há relatos

de casos de pneumonia e septicemia associados a este agente em pacientes que, geralmente,

apresentavam riscos às infecções oportunistas (DALAMAGA et al., 2008; LOPEZ et al.,

2014).

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2.2.2 - Vibrionaceae

O nome Vibrionaceae foi originalmente proposto por Veron, em 1956, com a

intenção de reunir diversos bacilos Gram-negativos não entéricos, fermentadores, oxidase-

positivos e móveis através de flagelos polares. Este agrupamento foi considerado uma forma

conveniente de diferenciar esses microrganismos das cepas Enterobacteriaceae, sem implicar

necessariamente uma relação taxonômica entre as espécies inclusas (KONEMAN et al.,

2012). Em 1984, Bauman e colaboradores incluíram os gêneros Vibrio, Aeromonas,

Photobacterium e Plesiomonas na família Vibrionaceae. Entretanto, as técnicas

biomoleculares nos últimos anos revolucionaram a taxonomia microbiana que resultou em

uma restruturação desta família por linhas filogenéticas, no estabelecimento de dois novos

gêneros: Listonella e Shewanella, e de uma nova família Aeromonadaceae. O gênero

Plesiomonas está incluído na família Enterobacteriaceae (MURRAY et al., 2004;

KONEMAN et al., 2012).

De acordo com informações divulgadas pela Association of Vibrio Biologists

(AVIB, 2013) métodos para identificação de grupos ou espécie-específicos recentemente

desenvolvidos estão proporcionando novas descobertas sobre a ecologia da família

Vibrionaceae, em que o número de membros ainda está sendo expandido. Atualmente, o

número de espécies aceitas para família é de 142, distribuídas em oito gêneros: Aliivibrio (6

espécies), Catenococcus (1 espécie), Echinimonas (1 espécie), Enterovibrio (4 espécies),

Grimontia (2 espécies), Photobacterium (23 espécies), Salinivibrio (6 espécies), Vibrio (99

espécies).

O gênero Vibrio são bacilos Gram-negativos, curvos ou em forma de vírgula,

anaeróbios facultativos, fermentadores de carboidratos (glicose e sacarose), oxidase-positivos

e móveis através do flagelo polar, apresentando várias fímbrias importantes para virulência

(IGBINOSA; OKOH, 2008; KONEMAN et al., 2012). O habitat natural das espécies de

Vibrio é aquático, sendo frequentemente encontrados em águas costeiras e estuarinas, e

podem estar presentes como parte da microbiota do ambiente de cultivo de camarões

(GOPAL et al., 2005; REBOUÇAS et al., 2011).

Vibriose é causada por bactérias do gênero Vibrio e é uma das doenças infecciosas

mais prevalentes em espécies de peixes, moluscos e crustáceos, principalmente, aqueles

cultivados em ambientes marinhos e estuarinos (WOO; BRUNO, 2011). As espécies V.

cholerae, V. mimicus e V. vulnificus são conhecidas por induzir infecções severas no setor da

carcinicultura (AUSTIN et al., 2010).

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A literatura relata o isolamento de V. cholerae, V.mimicus e V. vulnificus como

parte da microbiota da água de cultivo e do camarão L. vannamei (GOPAL et al., 2005;

REBOUÇAS et al., 2011; BANERJEE et al., 2012), bem como, parte da flora bacteriana da

água da larvicultura e do ambiente natural do camarão P. monodon (VASEEHARAM et al.,

2005). No entanto, existem poucas informações que relacionam os achados de Vibrio à

carcinicultura de M. amazonicum.

A espécie V. cholerae pode ser dividida em dois grandes grupos O1 e O139

associados à cólera epidêmica; não-O1, não-O139 conhecido como vibriões não-coléricos

(VNC) ou não toxigênicos (OTTAVIANI et al., 2009). Esta divisão é baseada nas diferenças

observadas na composição da parede celular (antígeno O somático), que constitui a base do

esquema de sorotipagem que classifica os microrganismos em mais de 200 sorogrupos

diferentes (SAKA et al., 2008; KONEMAN et al., 2012).

A realização da técnica de sorotipagem promove a diferenciação antigênica da

cepa V. cholerae na qual detecta antígenos característicos da bactéria, subdividindo-a além do

nível de espécie (MURRAY et al., 2004). Portanto, as cepas V. cholerae que não aglutinarem

na presença dos anti-soros O1 e O139, pertencem aos sorogrupos não-O1 e não-O139

(CHATTERJEE et al., 2009).

V. cholerae sorogrupos não-O1/não-O139 compõem a microbiota de águas

costeiras e estuarinas, e podem estar envolvidos nas infecções bacterianas em camarões da

espécie P. monodon destinados ao cultivo comercial (AUSTIN, 2010). Quanto à patogênese

humana destes sorogrupos, geralmente, estão relacionados aos casos esporádicos de diarreia,

enterocolite inflamatória, infecções nos tecidos moles e a casos de septicemias (SAKA et al.,

2008).

Estudos relatam, também, outras infecções causadas por V. cholerae não-O1/não-

O139, como: peritonite aguda e septicemia (FEGHALI; ADIB, 2011), diarreia

(CHATTERJEE et al., 2009), bacteremias (ALBUQUERQUE et al., 2013), septicemia e

meningites com lesões cerebrais em neonatos (ISMAIL et al., 2001; KERKETTA et al., 2002)

adquiridos após a ingestão de frutos do mar ou exposição ao ambiente aquático contaminado

(AUSTIN, 2010; FEGHALI; ADIB, 2011; BANERJEE et al., 2014). No entanto, é importante

salientar que o aparecimento da doença após a infecção por estes agentes microbianos

depende do fator imunitário do hospedeiro e da dose infecciosa do microrganismo

(OTTAVIANI et al., 2009).

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De acordo com o Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI, Ministério da

Saúde, Brasil, no período de 1991 a 1999, 167.718 casos clínicos de cólera foram

documentados, e foram registrados 2009 óbitos, principalmente, na região Nordeste do país.

Região esta que contribuiu com 92,1% do total de casos do país (CENEPI, 2001). No mesmo

período, foram isoladas 76 cepas ambientais V. cholerae sorogrupos O1 e não-O1 ocorridos

em 14 estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Destas, 35 cepas ambientais V.

cholerae O1 e não-O1 são provenientes de esgotos, águas residuais, água de torneira, água de

poço, água corrente e rios do estado Ceará (BRAZIL et al., 2002).

V. mimicus, anteriormente classificado como V. cholerae sacarose-negativo,

habita ambientes marinho e estuarino, bem como pode ser isolado de ostras e camarões

(IGBINOSA; OKOH, 2008; KONEMAN et al., 2012). Existem poucos relatos descrevendo

esta espécie como patógeno de camarão. Entretanto, tem sido considerado como patógeno

secundário de crustáceos quando submetidos a situações de estresse em cativeiro, como alta

densidade populacional e má qualidade da água (AUSTIN, 2010).

Geng et al. (2014) relatam V. mimicus como agente etiológico de peixes de água

doce, e que foi responsável por uma epidemia de alta mortalidade (80%-100%). Os sinais

clínicos se resumem em letargia, descoloração da pele, úlceras hemorrágicas na pele, edema e

necrose em órgãos internos.

A patogênese em humanos está associada aos casos de gastroenterites

consequentes de infecções alimentares (AUSTIN, 2010).

A espécie V. vulnificus é isolada de ambientes marinho e estuarino de países

tropicais e subtropicais (STROM; PARANJPYE, 2000). Esta bactéria tem sido mencionada

em casos de infecções bacterianas no camarão P. monodon provocando alterações no trato

gastrointestinal e hemorragias internas (AUSTIN, 2010). Além disso, Serment-Moreno et al.

(2015) cita que dentre os patógenos encontrados em ostras, V. vulnificus é capaz de causar

septicemia primária, levando a uma taxa de mortalidade de até 55% .

V. vulnificus é uma espécie particularmente virulenta, associada a infecções de

ferida após exposição à água contaminada, e a septicemias primárias contraídas após o

consumo de ostras e crustáceos crus (STROM; PARANJPYE, 2000; AUSTIN, 2010;

KONEMAN et al., 2012). As infecções sépticas, geralmente, estão associadas a uma elevada

taxa de mortalidade (40%-60%). As infecções clínicas que predispõem à bacteremia incluem

disfunção hepática e síndromes que levam ao aumento na disposição de ferro, cirrose crônica

e hepatite (KONEMAN et al., 2012).

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Os indícios iniciais de que um microrganismo isolado pertence ao gênero Vibrio

podem ser demonstrados através da coloração pelo método de Gram, que pode revelar células

bacilares Gram-negativas curvas na microscopia eletrônica. Outro indício pode ser

evidenciado através visualização microscópica de células curvas e móveis em meio líquido

(KONEMAN et al., 2012).

A morfologia característica das colônias em meio sólido pode fornecer um

segundo indício. Tipicamente, as espécies de Vibrio produzem colônias lisas, convexas de

consistência cremosa, branco-acinzentadas ou rosadas com bordas contínuas em meio ágar

MacConkey. Em certas ocasiões, são observadas colônias rugosas que se aderem ao ágar

(KONEMAN et al., 2012).

As colônias representativas crescidas em meios para isolamento primário devem

ser individualmente avaliadas quanto a atividade citocromo-oxidase. Com o resultado

positivo, as colônias podem ser transferidas para ágar TCBS (tiossulfato-citrato-bile-sacarose)

para identificação presuntiva da espécie através das características bioquímicas. A espécie V.

cholerae, em TCBS, forma colônias amareladas e lisas, com o centro opaco e periferias

transparentes (KONEMAN et al., 2012). As características metabólicas dos membros do

gênero Vibrio, também, auxiliam no processo de triagem (Figura 5) e identificação das

espécies (KONEMAN et al., 2012).

A B C D

Figura 5 - Triagem bioquímica utilizada para Vibrio. A) Meio SIM, indol positivo. B) Produção de urease. C e D) Perfil fermentativo, em meio fermentativo e oxidativo, com alteração da coloração do meio para amarelo, devido à produção de ácidos da

degradação fermentativa da glicose.

Fonte: LAPERE, 2013

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Os estudos têm relacionado o isolamento de Vibrio da carcinicultura aos casos de

resistência aos antibióticos comumente empregados para o controle da população de

microrganismos (TENDENCIA; PEÑA, 2001; ZANETTI et al, 2001; ANDRADE et al.,

2010; REBOUÇAS et al., 2011; COSTA et al., 2012). O uso de antibióticos para a profilaxia

e controle de enfermidades neste setor não só favorece a seleção de bactérias resistentes no

ambiente, mudando assim a microbiota natural da água e dos sedimentos, como também

aumenta o risco de transferência de genes de resistência para patógenos que infectam seres

humanos e animais terrestres (CABELLO, 2006).

2.3 TESTE DE SENSIBILIDADE IN VITRO DAS BACTÉRIAS AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS

A necessidade do teste de sensibilidade antimicrobiana (antibiograma) tornou-se

evidente logo depois que os antibióticos foram comercializados. Antes da Segunda Guerra

Mundial, a produção de penicilina era limitada e extremamente cara. Durante a Segunda

Guerra Mundial, outros antibióticos foram descobertos e padrões de sensibilidade contra

vários microrganismos foram estabelecidos. Devido ao seu grande interesse pelos

microrganismos do solo, Waksman descobriu a estreptomicina em 1943, e, logo depois,

descobriu-se a gramicidina e a tirocidina. Embora esses antibióticos fossem capazes de

debelar um microrganismo, logo depois surgiram cepas bacterianas resistentes, em que se fez

por mecanismos complexos, variados e não completamente conhecidos. Logo, o antibiograma

tornou-se uma necessidade prática (KONEMAN et al., 2012).

Os testes de sensibilidade são indicados para qualquer organismo que cause um

processo infeccioso que requer terapia antimicrobiana, sempre que sua sensibilidade não

possa ser predita de maneira confiável com base na identificação do organismo. São indicados

quando se acredita que o organismo causador da infecção pertence a uma espécie capaz de

demonstrar resistência aos agentes antimicrobianos normalmente usados. Os mecanismos de

resistência incluem a produção de enzimas que inativam a droga, a alteração dos alvos de

ação da droga e alteração da permeabilidade da membrana externa ou efluxo da droga. Alguns

organismos ainda possuem sensibilidade previsível a agentes antimicrobianos, e a terapia

empírica é amplamente reconhecida. Os testes de sensibilidade também são importantes nos

estudos da epidemiologia da resistência e na avaliação de novos agentes antimicrobianos

(CLSI, 2012).

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O Clinical and Laboratory Standards Intitute (CLSI) é uma organização

internacional voluntária, credenciada pela American National Standars Institute, que

desenvolve e promove o uso de normas desenvolvidas pelo consenso, e de diretrizes dentro da

comunidade de saúde. O subcomitê de avaliação dos testes sensibilidade antimicrobiana do

CLSI analisa dados de estudos in vitro, farmacocinética/farmacodinâmica e estudos clínicos, a

fim de estabelecer métodos de testes de sensibilidade, critérios de interpretação e parâmetros

de controle de qualidade que possam ser utilizados pela comunidade médica e científica

(CLSI, 2014).

O CLSI preconiza alguns métodos laboratoriais que podem ser empregados para

predizer a sensibilidade in vitro das bactérias aos agentes antimicrobianos, como os Testes de

Sensibilidade por Diluição em Caldo de Cultura (Macrodiluição ou Microdiluição), por

Diluição em Ágar e por Difusão em Disco. Estas técnicas são bastante utilizadas em pesquisas

científicas e na clínica médica (REBOUÇAS et al., 2011; BANERJEE et al., 2012; DUTTA et

al., 2013; LÜ et al., 2014; YANO et al., 2014).

As técnicas utilizadas para determinar a sensibilidade in vitro de bactérias de

crescimento aeróbio são descritas nos documentos M07-09 (CLSI, 2012) e M02-A11 (CLSI,

2012). O documento M45-A2 (CLSI, 2010) descreve a métodos dos testes de sensibilidade

padronizados para bactérias fastidiosas, e o documento M100-S22 (CLSI, 2012) oferece

informações complementares sobre a seleção das drogas, a interpretação dos resultados e os

controles de qualidades utilizados nos testes padrão na norma M7 (CLSI, 2014).

O Teste de Microdiluição em Caldo é uma técnica que utiliza placas estéreis de 96

poços com o fundo em formato de “U”, na qual concentrações seriadas da droga serão

testadas nas condições preconizadas pelo documento do CLSI, de forma a verificar a menor

concentração capaz de inibir o crescimento do microrganismo referido como Concentração

Inibitória Mínima (CIM). Os resultados são interpretados tanto quantitativamente como

qualitativamente segundo os padrões sensível, intermediário e resistente (CLSI, 2012).

Durante os últimos 50 anos, a utilização de antimicrobianos tem aumentado

constantemente. Estes são amplamente utilizados para tratamento e prevenção de doenças

infecciosas bacterianas na clínica médica e clínica veterinária, e têm sido usados em

concentrações subterapêuticas na aquicultura como promotores de crescimento na criação de

animais (SERVAIS; PASSERAT, 2009). O uso indiscriminado de antibióticos na aquicultura

tem causado uma pressão seletiva para resistência antimicrobiana em bactérias presentes na

água e em sedimentos, levando a alterações relevantes na biodiversidade de microrganismos

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em ambientes aquáticos, sendo extensivamente documentado em laboratórios e no campo

(CABELLO et al., 2013).

A literatura relata a incidência de isolados ambientais de cepas de Vibrio. O

estudo realizado por Costa et al. (2012) demonstrou que a maioria das cepas de Vibrio

isoladas da carcinicultura de L. vannamei apresentaram resistência à multiplas drogas, como:

penicilinas/imipenem, penicilinas/cefatonina/tetraciclina. Rebouças et al. (2011), também,

verificaram múltipla resistência de cepas Vibrio oriundas da carcinicultura deste camarão aos

antibióticos ampicilina/oxitetraciclina, ampicilina/oxitetraciclina/trimetoprim-sulfametoxazol,

e concluíram que 61,3% das cepas de Vibrio isoladas da água de cultivo de camarão L.

vannamei apresentaram resistência a pelo menos um dos antimicrobianos testados, sendo a

maioria resistente à oxitetraciclina e à ampicilina. Adicionalmente, estudo realizado por

Banerjee et al. (2012) demonstrou resistência de cepas V. mimicus, V. vulnificus e V. cholerae

oriundas da carcinicultura de L. vannamei resistentes à ampicilina, doxicilcina, tetracilcina e

trimetoprim/sulfametoxazol. Esta resistência pode ser dada ao uso inapropriado das drogas na

carcinicultura, pois, após a exposição aos antibióticos, os vibriões expostos podem adquirir

resistência antimicrobiana através da transmissão plasmidial, de modo que os genes

resistentes adquiridos por organismos em um ecossitema podem ser facilmente transferidos

entre organismos em diferentes ecossistemas. Portanto, o monitoramento do uso de

antimicrobianos pode trazer benefícios à saúde pública e à segurança alimentar associados ao

consumo de camarão (REBOUÇAS et al., 2011).

O surgimento e a disseminação de microrganismos resistentes aos

antimicrobianos disponíveis no mercado têm sido relatados há décadas, incentivando a busca

de novas fontes de substâncias com atividades antimicrobianas, como as plantas utilizadas na

medicina tradicional. As plantas são tradicionalmente usadas por populações de todos os

continentes, no tratamento de doenças desde a antiguidade, sendo fonte importante de

produtos naturais biologicamente ativos, muitos dos quais constituem modelos para a síntese

de um grande número de fármacos, revelando nestes produtos uma alta diversidade em termos

de estrutura e de propriedades físico-químico-biológicas (SIMÕES et al., 2010).

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2.4 Moringa oleifera

M. oleifera (Lam.) é uma das espécies arbóreas pertencentes à família

Moringaceae mais conhecida e amplamente distribuída. Desenvolve-se bem em regiões

quentes, semiáridas e úmidas, em terras arenosas ou argilosas bem drenadas, e chega a tolerar

a precipitação estimada em 250 mm a 3000 mm (ANWAR et al., 2007). É uma planta nativa

da Índia e amplamente distribuída no Paquistão, Egito, Filipinas, Ceilão, Tailândia, Malásia,

Singapura, Jamaica, Nigéria, Camboja, na América Central e na América do Sul. No Brasil,

amostras podem ser encontradas na região Nordeste, principalmente, nos Estados do

Maranhão, Piauí e Ceará (CYSNE, 2006). É conhecida popularmente, como moringa, lírio

branco, quiabo-de-quina e cedro, e em algumas partes do mundo, como "árvore pilão” ou a

“árvore de rabanete de cavalo” (ANWAR et al., 2007).

A Moringa é uma árvore perene que apresenta um tronco único de pequeno porte,

possuindo caule delgado (até 10 cm), muitas vezes único, e copa aberta em forma de

sombrinha (Figura 6). O seu crescimento é bastante rápido (1,5 cm por dia), podendo atingir

12m de altura. Suas flores são amarelas, grandes em racemos pendentes, os frutos são do tipo

cápsula alada e deiscente com aspecto de vagem e marcado pelas sementes em seu interior;

estas são trialadas e oleaginosas (Figura 6) (ARORA et al., 2013). Trata-se de uma planta de

múltiplo uso, pois as folhas, frutos, flores e sementes possuem valores alimentar e medicinal

(ANWAR et al., 2007; ARORA et al., 2013).

Figura 6 - A) M. oleifera. B) Sementes de M. oleifera utilizadas para tratamento de água (seta) podendo observar a diferença de turbidez da água após a imersão das sementes. C) Vagens de M. oleifera comparadas em tamanho a uma caneta.

A B

C

Fonte: Departamento Agronomia, UEM/PR, 2014

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A moringa é uma promissora fonte de alimento nos trópicos, pois, no final do

período seco, encontra-se vistosa com uma densa folhagem, enquanto outras plantas,

normalmente, encontram-se escassas. As folhas, flores, frutos e vagens desta árvore são

considerados como alimento vegetal de alto valor nutritivo em muitos países, particularmente

na Índia, Paquistão, Filipinas, Havaí e África (ANWAR et al., 2007). Três organizações não

governamentais, Trees for Life, Church World Service e Educational Concerns for Hunger

Organization, têm defendido o lema “alimentação natural para os trópicos” como uma forma

de incentivo para a disseminação da cultura alimentar da moringa. As folhas podem ser

comidas frescas ou cozidas, também, podem ser armazenadas como pó seco por muitos meses

sem refrigeração e sem haver perdas de valores nutritivos, e têm sido muito utilizadas no

combate da desnutrição, especialmente, de crianças e lactantes. De fato, as propriedades

nutricionais da moringa apresentam um benefício substancial na saúde em países onde a fome

é iminente (FAHEY, 2005, ANWAR et al., 2007).

Preparações de M. oleifera foram citados na literatura científica como fatores de

ação antibiótica, antitripanossomal, hipotensor, antiespasmódico, anti-úlcera, anti-

inflamatórios, hipocolesterolémica e hipoglicemiantes, bem como, possuem eficácia

considerável na purificação de água por floculação e sedimentação (AWODELE et al., 2012).

De acordo com Gallão et al. (2006), há um interesse pelo estudo de coagulantes naturais para

clarificar a água em substituição aos sais de alumínio utilizados no tratamento de água no

mundo todo. Comparado com os sais de alumínio, o óleo das sementes não altera

significamente a alcalinidade da água após o tratamento, e não causa problemas de corrosão.

M. oleifera tem sido reconhecida nas terapias medicinais alternativas Ayurveda e

Unani, e, além disso, possui atributos medicinais e farmacológicos apresentando benefícios

para o tratamento ou prevenção de doenças, que podem resultar da sua administração por via

alimentar ou tópica através do preparo de extratos, óleos, emolientes, unguentos, pó e sopas

(FAHEY, 2005, ANWAR et al, 2007). A planta pode ser utilizada para tratamento de doenças

de pele, do sistema digestivo, de doenças nas articulações, tratamento da malária e icterícia,

para algumas doenças cardiovasculares, gastrointestinais e desordens hepatorenais, pois são

observadas as principais classes de metabólitos secundários em sua composição, como

alcalóides, taninos, flavonóides, esteróides, saponinas, cumarinas, quinonas e resinas, ou seja,

compostos químicos complexos que exercem funções específicas em cada ser vivo (ANWAR

et al., 2007; SOUSA et al., 2009).

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Nas folhas, estão presentes os alcalóides, compostos nitrogenados ativos

responsáveis por várias ações biológicas, como anti-hipertensivos, antitumorais, amebicidas,

eméticas e antiinflamatórias. Verifica-se também os taninos de natureza fenólica que possuem

ações farmacológicas de anti-sépticos, antioxidantes, antídotos em intoxicação por metais

pesados, cicatrizantes, protetores, reepitalizantes e antidiarréicos. Os flavonóides, também,

são encontrados nas folhas e atuam como antioxidantes e antivirais (SOUSA et al., 2009).

As saponinas possuem ações expectorantes, diuréticas e desinfetantes das vias

urinárias, e são capazes de romper a membrana celular de microrganismos (SOUSA et al.,

2009). De acordo com Fahey (2005), pesquisadores das Universidades de Bombaim e

Travancore identificaram um composto chamado de pterigospermina, uma substância que

facilmente é dissociada em moléculas de isotiocianato de benzila, o qual possui propriedades

antimicrobianas.

De aproximadamente 250.000 espécies de planta medicinais no mundo, a moringa

representa 10% do potencial antimicrobiano, sendo uma fonte de constituintes bioativos para

o desenvolvimento de medicamentos, os quais justificam os investimentos em pesquisas com

M. oleifera que buscam formas alternativas de tratamento de infecções causadas por cepas

bacterianas patogênicas resistêntes a antibióticos (ARORA et al., 2013).

As propriedades antimicrobianas de M. oleifera têm sido atribuídas a diferentes

partes da planta, tais como as folhas, flores, sementes, vagem e caule (FERREIRA et al.,

2011; PEXOTO et al., 2011; ARORA et al., 2013; ROCHA et al., 2014).

Estudo realizado por Peixoto et al. (2011) relata o efeito inibitório dos extratos

etanólico e aquoso de folhas frente a bactérias Staphylococcus aureus, Escherichia coli,

Pseudomonas aeruginosa e Vibrio parahaemolyticus. Vieira et al. (2010) relatam que o

extrato de sementes apresentam inibição frente a S. aureus, V. cholerae e E. coli. Bem como

Arora et al. (2013) que, também, relatam o efeito inibitório de sementes frente a S. aureus e P.

putida. Recentemente, Arora & Onsare (2014) realizaram um estudo com vagens de Moringa

e verificaram efeito inibitório frente a S. aureus, E. coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella

sp. e Shigella que apresentavam resistência a antibióticos.

Estudo realizado por Rocha et al. (2014) verificou o potencial antimicrobiano de

extratos de caule, vagens, sementes e flores M. oleifera contra isolados de Candida spp. e

Hortaea werneckii da carcinicultura de M. amazonicum.

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3 JUSTIFICATIVA

Até o momento, os registros sobre a microbiota bacteriana de M. amazonicum são

restritos, assim como, relatos sobre o perfil de sensibilidade de Vibrio spp. provenientes da

carcinicultura deste camarão. Portanto, o conhecimento desta microbiota e o

acompanhamento microbiológico da qualidade da água utilizada no cultivo deste camarão são

de suma importância para o desenho de estratégias de manejo apropriadas e para obtenção de

uma melhor produtividade dos organismos. Ademais, o interesse na pesquisa com M. oleifera

tem sido crescente em razão do seu potencial antimicrobiano, que por ventura poderá se tornar

um fator alternativo utilizado na profilaxia e no tratamento de certas enfermidades que

acometem a aquicultura.

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4 HIPÓTESES CIENTÍFICAS

1. Bactérias pertencentes às famílias Enterobacteriaceae e Vibrionaceae estão presentes na

microbiota do trato digestivo de fêmeas ovígeras de M. amazonicum, e nas amostras de água

do ambiente natural e da larvicultura;

2. Há o fenômeno de resistência a antibióticos clássicos em cepas de Vibrio spp. isoladas da

carcinicultura de M. amazonicum;

3. Os extratos de caule, folhas, flores, vagens e sementes de M. oleifera apresentam atividade

antimicrobiana frente às cepas de Vibrio spp. isoladas da carcinicultura de M. amazonicum.

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5 OBJETIVOS

5.1 OBJETIVO GERAL

Isolar bactérias das famílias Enterobacteriaceae e Vibrionaceae associadas à

carcinicultura de M. amazonicum, assim como avaliar o perfil de sensibilidade in vitro dos

isolados de Vibrio spp. diante antibióticos clássicos e a extratos de M. oleifera.

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Isolar bactérias das famílias Entrobacteriaceae e Vibrionaceae provenientes do trato

digestivo de fêmeas ovígeras de M. amazonicum oriundas do ambiente natural, e de amostras

de água do ambiente natural e da água de cultivo de M. amazonicum na fase larval em

cativeiro;

2. Determinar os gêneros das bactérias da família Enterobacteriaceae isoladas dos tratos

digestivos de fêmeas ovígeras de M. amazonicum, e da água do ambiente natural e da

larvicultura;

3. Determinar as espécies de Vibrio isoladas dos tratos digestivos de fêmeas ovígeras de M.

amazonicum e da água da larvicultura;

4. Avaliar o perfil de sensibilidade in vitro de Vibrio spp. a antibióticos clássicos e a extratos

de caule, folhas, flores, vagens e sementes de M. oleifera.

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6 CAPÍTULO 1

Enterobactérias e Vibrio associados ao cultivo do camarão Macrobrachium amazonicum

Enterobacteria and Vibrio associated with farming of Macrobrachium amazonicum prawn

Periódico: FEMS Microbiology Ecology – Research Article (Submetido em outubro de 2014).

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FEMS Microbiology Ecology- Research Articles

Enterobacteria and Vibrio associated with farming of Macrobrachium amazonicum

prawn

Raimunda S.N. Brilhante1, Jamille A. Sales 2, Glaucia M. M. Guedes1, Yago B. Ponte2, Célia

M. S. Sampaio2, Tereza J. P. G. Bandeira 1,3, José L. B. Moreira1, Débora S. C. M. Castelo-

Branco1, Manoel A.N. Paiva2, Rossana A. Cordeiro1, André J. Monteiro4, José J.C. Sidrim1&

Marcos F.G. Rocha1, 2

1Department of Pathology and Legal Medicine, Postgraduate Program in Medical

Microbiology, Specialized Medical Mycology Center, Federal University of Ceará, Fortaleza,

Ceará, Brazil; 2School of Veterinary Medicine, Postgraduate Program in Veterinary Sciences,

State University of Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil; 3School of Medicine, Christus College –

Unichritus, Fortaleza, Ceará, Brazil and 4Department of Statistics and Applied Mathematics,

Federal University of Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil.

*Corresponding Author: R.S.N. Brilhante. Rua Coronel Nunes Melo, s/n, Rodolfo Teófilo.

CEP: 60.430-270. Fortaleza, CE, Brazil. Tel: 55 (85) 3366-8319, email:[email protected].

Running Title: Bacteria from M. amazonicum farming

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Summary

The emergence of infectious diseases and the phenomenon of antimicrobial resistance in

prawn farming has driven research in this area. This study sought to isolate Enterobacteria and

Vibrio associated with Macrobrachium amazonicum farming and to evaluate the in vitro

antimicrobial susceptibility of Vibrio spp. The strains were isolated from female M.

amazonicum, water from the natural environment and hatchery water. The microorganisms

were identified according to genus by biochemical tests. Vibrio species were identified

through Vitek2 and serotyping. Susceptibility test with Vibrio spp. was performed according

to Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI). The following genera of enterobacteria

were obtained: Enterobacter (n=11), Citrobacter (n=10), Proteus (n=2), Serratia (n=2),

Kluyvera (n=2), Providencia (n=2), Cedecea (n=1), Escherichia (n=1), Edwardsiella (n=1)

and Buttiauxella (n=1). As for Vibrio, three species were identified: V. cholerae serogroup

non-O1/non-O139 (n=4), V. vulnificus (n=1) and V. mimicus (n=1). Vibrio spp. strains

showed MIC values within the range established by CLSI for all antibiotics, except the V.

vulnificus, which presented intermediate profile for ampicillin. Finally, the recovery of

Enterobacter, Citrobacter and Vibrio spp. should be emphasized because they are

opportunistic pathogens. Furthermore, the intermediate susceptibility of V. vulnificus to

ampicillin reflects the importance of monitoring drug use in prawn farming.

Introduction

The favorable climate and mastery of new technologies for prawn production make

Brazil one of the main producers in the Americas. In 2014, Brazil exported 216 metric tons of

prawn, standing out in the international export market, and the state of Ceará is a leader in

production (ABCC, 2014).

Macrobrachium amazonicum has particularly high potential for aquaculture in South

America, because it is present in the most important South American river basins, including

the Amazon, Araguaia-Tocantins, São Francisco and La Plata (Araujo & Valenti, 2007;

Maciel & Valenti, 2009). In the northern and northeastern Brazil, M. amazonicum is

important for artisanal fishing and has attracted increasing interest for having appropriate

characteristics for commercial cultivation, such as easy maintenance and breeding in

captivity, high fertility, hardiness and good acceptance in the consumer market (New et al.,

2002; Maciel & Valenti, 2009).

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Infectious diseases in aquatic organisms are one of the main risk factors of the

aquaculture industry and are often associated with water quality (Buglione et al., 2008).

Bacteria of the Enterobacteriaceae family are one of the main indicators of poor sanitary

conditions for farmed shrimp and are used as quality control criteria by national agencies. In

this context, the study of bacteria of fecal origin in shrimp farming areas is important, since

these bacteria are considered indicators of contamination (Brazil, 2005; Parente et al., 2011).

Vibrio spp. are commonly found in coastal and estuarine waters (Ottaviani et al.,

2009). The species V. cholerae, V. mimicus, and V. vulnificus are opportunistic pathogens that

are capable of causing lethal infections in farmed shrimp, especially in the presence of

environmental stress, nutritional imbalance and predisposing lesions (Banerjee et al., 2012).

Moreover, antimicrobial resistance in these microorganisms has been observed (Rebouças et

al., 2011).

Thus, this study initially sought to isolate bacteria of the Enterobacteriaceae and

Vibrionaceae families present in the digestive tracts of ovigerous females of M. amazonicum,

samples of water from the hatchery and samples of water from the natural environment; as

well as to evaluate the in vitro antimicrobial susceptibility of isolates of Vibrio spp. against

antibiotics.

Materials and methods

- Research licensing

This study was previously approved by the Chico Mendes Institute for Conservation of

Biodiversity/Biodiversity Authorization and Information System – SISBIO, under the number

28175-1.

- Collection of the digestive tracts of M. amazonicum

Ovigerous females were collected in Sapiranga Lake (3°48’3.46” S and 38°27’30.83”

W), Fortaleza, Ceará, Brazil and sent to the Laboratory of Shrimp Farming of the State

University of Ceará. The digestive tracts of 10 females were removed by making a dorsal

transverse incision, they were placed in sterile slants containing sterile saline (0.9% NaCl),

and were treated as one single sample (Brilhante et al., 2011). Overall, 20 females were used,

yielding a total of 2 samples of digestive tract of M. amazonicum. The samples were packed

properly and transported to the Laboratory of Emerging and Reemerging Pathogens

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(LAPERE) of the Federal University of Ceará for microbiological processing and isolation of

bacteria.

-Water collection

Duplicate aliquots of 5 mL of water from the natural environment and the water used

in the M. amazonicum hatchery were collected with sterile syringes, according to Brilhante et

al., 2011. The environmental water samples were collected in shallow areas of Sapiranga

Lake for two consecutive weeks, while those from cultivation tanks were collected from

different areas (bottom, substrate, surface and near walls). Each cultivation tank had a

capacity of 70 L, density of 20 larvae L-1 and water with 4 mg L-1 salinity. The samples were

collected weekly for two consecutive hatchery cycles of M. amazonicum maintained in the

laboratory. A total of two samples of water from the natural environment and 18 samples

from farming water were obtained. The microbiological processing and isolation of bacteria

were performed LAPERE.

- Isolation and identification of bacteria

For each sample, the culture media used for primary isolation of Enterobacteriaceae

and Vibrio species were: BHI agar (HiMedia; India), MacConkey agar (Sigma-Aldrich;

USA), and Salmonella-Shigella agar (HiMedia; India) (Koneman et al., 2012).

The digestive tracts were opened and mixed in a sterile porcelain mortar, and a

suspension with approximately 1g of the material in sterile saline was prepared. Then the

suspension was homogenized in a vortex for 3min and left at rest for 30min at 25 °C

(Brilhante et al., 2011). Aliquots of 10 µL of the supernatant of each sample were seeded into

the agar plates and incubated at 35°C for 24h.

For the processing of water samples, a volume of each sample was divided into

aliquots of 2.5 mL placed into two tubes of hemolysis. The tubes were then centrifuged at

3000rpm for 20min. After centrifugation, the supernatant was discarded and the remaining

material was transferred to a sterile test tube with sterile saline, reaching a total volume of

1000 µL. After this procedure, 1000 µL of sterile saline was added and each suspension was

homogenized in a vortex for 3min and left at rest for 30min at 25°C (Medeiros et al., 2008).

Subsequently, aliquots of 10 µL of the supernatant of each sample were seeded on BHI agar,

MacConkey agar and Salmonella-Shigella agar, and incubated at 35°C for 24-48h.

The recovered colonies grown in cultivation plates were seeded individually on

MacConkey agar and TCBS agar (BD Difco; USA) to obtain pure populations for the

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identification process, and incubated at 35°C for 24h. The re-isolated colonies were subjected

first to Gram staining for selection of Gram-negative microorganisms, and then the

cytochrome-oxidase test was performed to obtain Gram-negative oxidase-negative

microorganisms, which include Enterobacteria, and for selection of Gram-negative oxidase-

positive microorganisms, including the genus Vibrio (Ghenghesh et al., 2008).

To identify the genera of Enterobacteriaceae, the following tests were conducted:

carbohydrate utilization, with Triple Sugar Iron (TSI) medium, citrate assimilation and

phenylalanine desaminase production, urease production, decarboxylation of amino acids

(lysine, arginine and ornithine), Voges-Proskauer reaction (VP), hydrogen sulfide production,

indole production and motility. The test results were read after 20h and biochemical

characteristics were interpreted following the identification keys of each bacterial group

(Koneman et al., 2012).

Vibrio species were obtained first by screening through glucose fermentation, urease

production, indole production and motility tests (Koneman et al., 2012). The reading was

performed after 20h, and the biochemical profile for Vibrio was interpreted following the

identification keys in accordance with Noguerola & Blanch, 2008. Subsequently, the strains

were identified through Vitek2 (bioMérieux; USA) using cards for Gram-negative bacilli.

The V. cholerae strains isolated were also subjected to the agglutination test with

antisera specific for serogroup O1 and O139 (PROBAC; Brazil). The strains that showed no

agglutination with these antisera were considered strains of V. cholerae non-O1/non-O139

serogroups (Chatterjee et al., 2009).

- In vitro susceptibility test of Vibrio spp.

Antimicrobial minimum inhibitory concentrations (MIC) were determined through the

Broth Microdilution method as described by the Clinical Laboratory Standards Institute,

document M07-A9 (CLSI, 2012), using the test conditions for Vibrio species described in

document M45-A2 (CLSI, 2010). The drugs used were selected based on the document M45-

A2 (CLSI, 2010): ampicillin, azithromycin, doxycycline, trimethoprim-sulfamethoxazole,

chloramphenicol, ceftazidime and ciplofloxacin (Sigma Chemical Corporation; USA).

Escherichia coli (ATCC25922) Staphylococcus aureus (ATCC29213) strains were included

as quality control for the tests, according to document M100-S22 (CLSI, 2012). Susceptibility

tests were performed in 96-well plates at a total volume of 200µL, incubated at 35°C and read

after 20h (CLSI, 2010). All assays were performed in duplicate, and each strain was included

in the inoculum control and drug control. The MIC for the drugs was considered as the lowest

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concentration able to inhibit 100% bacterial growth, except for trimethoprim-

sulfamethoxazole, whose MIC was defined as the minimum concentration capable of

inhibiting 80% of bacterial growth, when compared to the growth control well (document

M07-A9, CLSI, 2012). The results were interpreted according to the document M45-A2

(CLSI, 2010) and the strains were classified as S (susceptible), I (intermediate) and R

(resistant).

- Statistical analysis

Analysis of variance with post hoc Fisher's LSD test were used to analyze CFU counts

obtained from different samples and collection sites, as well as to compare the recovery rate

of Enterobacteriaceae and Vibrio spp. from each site. P-values lower or equal to 0.05

indicated significant conclusions.

Results

In this study, 33 strains of Enterobacteriaceae were isolated, 16 from the hatchery

water, 12 from the digestive tract of M. amazonicum and 5 from lake water. The recovery of

enterobacteria was statistically more common (P=0.0002) from samples from the digestive

tract of M. amazonicum and water from natural environment, when compared to hatchery

water. No other statistically significant conclusions were observed in this study, concerning

CFU counts and recovery rate of the analyzed bacteria. In addition, 6 strains of Vibrio were

isolated in hatchery water (n=5) and the digestive tract (n=1) (Table 1).

The following genera of enterobacteria were obtained from the hatchery water:

Citrobacter (n=9), Serratia (n=2), Proteus (n=2), Escherichia (n=1), Kluyvera (n=1), and

Buttiauxella (n=1). Two genera were found in the lake water samples: Enterobacter (n=4) and

Cedecea (n=1). Finally, five genera were found in the digestive tracts: Enterobacter (n=7),

Providencia (n=2), Citrobacter (n=1), Kluyvera (n=1) and Edwardsiella (n=1) (Table1).

Of the identified species of Vibrio, V. cholerae serogroups non-O1/non-O139 (n=4)

and V. vulnificus (n=1) were isolated from hatchery water and V. mimicus (n=1) was isolated

from the digestive tract of prawns (Table 1).

The MIC values obtained through the in vitro susceptibility tests performed with

Vibrio spp. are described in Table 2. Interpretation of MIC values, according to document

M45-A2 (CLSI, 2010), demonstrated that V. cholerae non-O1/non-O139 and V. mimicus were

susceptible to all tested antibiotics. The strain of V. vulnificus, on the other hand, presented

intermediate profile to ampicillin, with an MIC of 16 µg mL-1. Briefly, the antibiotics

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azithromycin, doxycycline and trimethoprim-sulfamethoxazole presented MIC values against

the strains of V. cholerae non-O1/non-O139 ranging from 0.25 to 1µg mL-1, from 0.031 to

0.062µg mL-1 and from 0. 0156/0.297 to 0.125/2.37 µg mL-1, respectively. Chloramphenicol

presented an MIC of 0.5 µg mL-1 against all tested strains. In addition, ceftazidime presented

MIC values of 1µg mL-1 against V. mimicus and 0.5 µg mL-1 against V. vulnificus, and

ciprofloxacin showed MIC of 0.001 µg mL-1 against the two mentioned species. All tested

drugs presented MIC values in the range stated in document M100-S22 (CLSI, 2012) against

the quality control strains, E. coli (ATCC25922) and S. aureus (ATCC29213).

Discussion

Information on the isolation of enterobacteria and Vibrio species from M. amazonicum

farming is limited. On the other hand, studies that report the isolation of bacteria from farming

of Litopenaeus vannamei, Macrobrachium rosenbergii and Penaeus monodon are more

common in the literature (Anderson et al., 1989; Vaseeharan et al., 2005; Kennedy et al.,

2006; Parente et al., 2011). Vibrio species such as V. mimicus, V. vulnificus and V.

alginolyticus were isolated as part of the microbiota of the digestive tract and the water of L.

vannamei farming (Rebouças et al., 2011).

Andrade et al., 2010 reported the recovery of enterobacteria, Enterobacter spp. E. coli

and Salmonella spp. from M. amazonicum from the natural environment. However, there are

no studies reporting the presence of Vibrio and enterobacteria in M. amazonicum kept in

captive conditions. Therefore, considering the potential use of this prawn for commercial

cultivation and the scarcity of data on the bacterial microbiota of M. amazonicum, the idea of

this study emerged.

Microorganisms belonging to the Enterobacteriaceae family are widely distributed in

nature, being found in water and in the intestinal tracts of humans and animals (Koneman et

al., 2012). In this study, we recovered several genera of enterobacteria from M. amazonicum

farming, of which the genera Citrobacter (n=9) and Enterobacter (n=7) were most common

in hatchery water and in the digestive tracts of prawns, respectively. In environmental water,

the predominant genus was also Enterobacter (n=4).

The bacteria Citrobacter and Enterobacter are opportunistic pathogens that belong to

the group of the fecal coliforms and can be isolated from environmental samples. The

literature reports that Enterobacter species are found in water samples and clinical specimens

and can cause infections of the skin and digestive tract of immunocompromised humans

(Sanders Jr & Sanders, 1997). In turn, Citrobacter species can be isolated from polluted water

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and the digestive tract of fish, and they are associated with gastroenteritis in aquatic

organisms kept under cultivation conditions (Lü et al., 2011). Furthermore, Citrobacter spp.

have been linked to episodes of bacteremia in immunocompromised humans (Lai et al.,

2010). It is worth noting that bacteria of these genera have also been isolated from L.

vannamei shrimp and cultivation water (Parente et al., 2011).

There are reports in the literature of isolation of Vibrio species as part of the bacterial

flora of the cultivation environment of aquatic organisms, including prawns intended for

human consumption (Vaseeharam et al., 2005; Rebouças et al., 2011; Banerjee et al., 2012).

However, there is little information on Vibrio in M. amazonicum farming. In this study,

strains of the V. cholerae serogroup non-O1/non-O139 obtained from the hatchery water

represented the four out of six Vibrio isolates.

The serogroups non-O1/non-O139 are considered non-cholera Vibrio, because they

have no virulence factors associated with epidemic cholera (Igbinosa & Okoh, 2008).

However, the recovery of non-cholera Vibrio species in this study is important due to the

pathogenicity of these organisms to human health. Among the possible problems are cases of

acute peritonitis, meningitis, severe diarrhea and acute septicemia caused by V. cholerae non-

O1/non-O139 reported in some countries, which are commonly associated with patients who

consumed seafood or had contact with contaminated water (Anderson et al., 2004; Lukinmaa

et al., 2006; Chatterjee et al., 2009; Feghali &Adib, 2011).

In this study, the species V. vulnificus and V. mimicus were also recovered. The

finding of V. vulnificus from hatchery water is relevant because it is a pathogenic species that

causes skin infections, and, depending on the clinical evolution, it can lead to rapid

progression to septic shock, causing death (Austin, 2010). In addition, these two species can

cause damage in shrimp farming, because they are associated with infections of the digestive

tract of P. monodon shrimp (Jayasree et al., 2006). The finding of V. mimicus in the digestive

tract of M. amazonicum in this study is also important because it is a pathogen of shellfish. In

humans, this microorganism can cause gastroenteritis and severe diarrhea (Austin, 2010).

The prophylactic use of antimicrobial agents in aquaculture can favor the selection of

resistant pathogens (Cabello et al., 2013). Literature reports the occurrence of resistant Vibrio

species to at least one antibiotic in samples from water and L. vannamei and also the

predominance of intermediate susceptibility to ampicillin among these strains (Rebouças et

al., 2011). In this study, we found that Vibrio strains isolated from hatchery water and the

digestive tract of M. amazonicum were susceptible to the tested antibiotics, and only the strain

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V. vulnificus presented an intermediate profile to ampicillin. Yano et al., 2014 also isolated

Vibrio species from captive L. vannamei and P. monodon that presented susceptibility to the

tested antibiotics. Ampicillin has been referred to as the least effective antibacterial drug

against Vibrio strains isolated from farmed shrimps (Vaseeharan et al., 2005; Díaz et al.,

2006). It is important to highlight that the continuous and inappropriate use of antimicrobials

leads to the emergence of resistant strains, reflecting the pattern of use of these drugs

(Tendencia & Peña, 2002).

In conclusion, the recovery of the bacteria Enterobacter, Citrobacter and Vibrio spp.

deserves special attention because they are important opportunistic pathogens. Furthermore,

the intermediate susceptibility of V. vulnificus to ampicillin reflects the importance of

monitoring drug use in prawn farming.

Acknowledgements

This work was supported by grants from the Coordination Office for the Improvement

of Higher Education Personnel (AEI-0052-000650100/11).

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Collection site

Prawn Water Total

Hatchery Lake

Microorganisms n % n % n % n %

Buttiauxella sp. - - 1 2.56 - - 1 2.56 Cedecea sp. - - - - 1 2.56 1 2.56 Citrobacter spp. 1 2.56 9 23.08 - - 10 25.64 Edwardsiella sp. 1 2.56 - - - - 1 2.56 Enterobacter spp. 7 17.95 - - 4 10.26 11 28.21 Escherichia sp. - - 1 2.56 - - 1 2.56 Kluyvera spp. 1 2.56 1 2.56 - - 2 5.13 Proteus spp. - - 2 5.13 - - 2 5.13 Providencia spp. 2 5.13 - - - - 2 5.13 Serratia spp. - - 2 5.13 - - 2 5.13 Vibrio cholerae non-O1/non-O139 - - 4 10.26 - - 4 10.26 Vibrio mimicus 1 2.56 - - - - 1 2.56 Vibrio vulnificus - - 1 2.56 - - 1 2.56

Total 13 33.33 21 53.85 5 12.82 39 100

Table 1- Bacteria isolated from Macrobrachium amazonicum and water from lake and hatchery tank

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Vibrio spp. MIC (µg mL -1)

Ampicillin Azithromycin Doxycycline Trimethoprim/Sulfamethoxazole Chloramphenicol Ceftazidime Ciprofloxacin

Vibrio cholerae 4 0.5 0.062 0.0156/0.297 0.5 - - Vibrio cholerae 4 0.25 0.031 0.031/0.59 0.5 - - Vibrio cholerae 4 0.5 0.031 0.125/2.37 0.5 - - Vibrio cholerae 4 1 0.062 0.062/1.187 0.5 - - Vibrio vulnificus 16 0.25 0.031 0.031/0.59 0.5 0.5 0.001 Vibrio mimicus 0.125 1 0.031 0.125/2.37 0.5 1 0.001 E. coli (ATCC25922) 2 - 0.5 0.5/9.5 4 0.125 0.004 S. aureus (ATCC29213) - 2 - - - - -

Table 2- Minimum Inhibitory Concentration (MIC) of antibiotics against Vibrio spp. strains isolated from hatchery water and the digestive tract of Macrobrachium amazonicum.

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7 CAPITULO 2

Vibrio cholerae não-O1/não-O139, Vibrio vulnificus, Vibrio mimicus associados ao cultivo do

camarão Macrobrachium amazonicum são inibidos pelos extratos de Moringa oleifera

Vibrio cholerae non-O1/non-O139, Vibrio vulnificus, Vibrio mimicus from farming of

Macrobrachium amazonicum prawn are inhibited by Moringa oleifera extracts

Periódico: Tropical Animal Health and Production – Regular Articles (Submetido em outubro de 2014)

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Tropical Animal Health and Production – Regular Articles

Vibrio cholerae non-O1/non-O139, Vibrio vulnificus, V. mimicus from farming of

Macrobrachium amazonicum prawn are inhibited by Moringa oleifera extracts

Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante, Jamille Alencar Sales, Celia Maria de Souza Sampaio,

Francisco Geraldo Barbosa, Manoel Paiva de Araújo Neto, Glaucia Morgana de Melo

Guedes, Lucas Pereira de Alencar, Yago Brito de Ponte, Tereza de Jesus Pinheiro Gomes

Bandeira, José Luciano Bezerra Moreira, Débora Souza Collares Maia Castelo-Branco,

Rossana de Aguiar Cordeiro, José Júlio Costa Sidrim, Marcos Fábio Gadelha Rocha

R. S. N. Brilhante (Corresp), D. S. C. M. Castelo-Branco, R. A. Cordeiro, J. J.C. Sidrim,

M. F.G. Rocha, G. M. M. Guedes, T. J. P. G. Bandeira, J. L. B. Moreira.

Department of Pathology and Legal Medicine, Postgraduate Program in Medical

Microbiology, Specialized Medical Mycology Center, Federal University of Ceará, Fortaleza,

Ceará, Brazil. Rua Coronel Nunes Melo, s/n, Rodolfo Teófilo. CEP: 60.430-270. Fortaleza,

CE, Brazil. E-mail: [email protected].

M. F.G. Rocha, J. A. Sales, L. P. Alencar, C. M. S. Sampaio, M.A.N. Paiva, Y. B. Ponte.

School of Veterinary Medicine, Postgraduate Program in Veterinary Sciences, State

University of Ceará, Fortaleza, Ceará, Brazil

F.G. Barbosa

Department of Organic and Inorganic Chemistry, Federal University of Ceará, Fortaleza,

Ceará, Brazil.

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Summary

Based on a previous study of our group with M. oleifera against fungi associated with prawn

farming, we investigated the in vitro antimicrobial potential of extracts of stem, leaves,

flowers, pods and seeds of this plant against Vibrio spp. from hatchery water and the prawn

Macrobrachium amazonicum. The ethanol extracts of stem, leaves, pods and seeds and

chloroform extract of flowers of M. oleifera were tested against V. cholerae serogroups non-

O1/non-O139 (n=4), V. vulnificus (n=1) and V. mimicus (n=1). Escherichia coli

(ATCC25922) was used as quality control. Vibrio species were obtained from specimens of

ovigerous females from the natural environment and water samples from prawn hatchery. The

Minimum Inhibitory Concentration (MIC) was determined by broth microdilution method.

The best result was obtained with the ethanol extract of pods, which inhibited three strains of

the V. cholerae, V. vulnificus, V. mimicus and E. coli, with MIC values ranging from 0.312 to

5 mg/mL. The chloroform extract of flowers was effective against all V. cholerae strains

(MIC 0.625-1.25 mg/mL) and E. coli (MIC 1.25 mg/mL). The ethanol extract of leaves

inhibited two strains of the V. cholerae, V. mimicus and E. coli, with MIC ranging from 0.078

to 5 mg/mL. However, the ethanol extracts of stem and seeds showed low effectiveness in

inhibiting the growth of these strains. In short, the extracts of pods, flowers and leaves of M.

oleifera have potential for the control of Vibrio spp. Further studies are necessary to isolate

the bioactive compounds responsible for this antimicrobial activity.

Introduction

The cultivation of shrimp can be threatened by diseases caused by Vibrio species,

which can result in up to 100% mortality, 24 hours after the appearance of infection (Costa et

al. 2008). Vibrio cholerae, Vibrio mimicus and Vibrio vulnificus are opportunistic pathogens

capable of causing lethal infections in farmed crustaceans when there are stressful

environmental conditions, nutritional imbalance and predisposing lesions (Banerjee et al.

2012). Moreover, antimicrobial resistance in these microorganisms has been observed

(Rebouças et al. 2011).

The emergence of antibiotic resistant bacteria has driven research to find new

compounds with antimicrobial properties in plants used in traditional medicine, such as

Moringa oleifera (Lam.) (Chuang et al. 2007; Vieira et al. 2010; Arun & Rao 2011; Rocha et

al. 2011; Prosad & Elumalai 2011; Rocha et al. 2014; Arora & Onsare 2014).

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M. oleifera is a well-known and widely distributed tree species, belonging to the

family Moringaceae (Anwar et al. 2007). In Brazil it can be found in the Northeast, mainly in

the states of Maranhão, Piauí and Ceará (Cysne 2006). The antimicrobial properties of M.

oleifera have been attributed to different parts of the plant, such as leaves, flowers, seeds,

pods and stems (Ferreira et al. 2011; Pexoto et al. 2011; Arora et al. 2013; Rocha et al. 2014).

The literature reports the antimicrobial potential of Moringa against bacteria (Vieira et al.

2010) and fungi (Rocha et al. 2014) isolated from shrimp farming.

Thus, the objective of this study was to evaluate the in vitro antimicrobial potential of

extracts of stem, leaves, flowers, pods and seeds of M. oleifera against Vibrio species isolated

from hatchery water and Macrobrachium amazonicum prawn.

Materials and Methods

-Extracts

The extracts were obtained from specimens of M. oleifera grown in Fortaleza, Ceará,

Brazil, and provided by the Laboratory of Applied Phytochemistry, Federal University of

Ceará. Stem, leaves, pods and seeds were dried in a heated chamber at 40°C and then

subjected to three successive extractions by cold maceration with ethanol at intervals of 24h,

originating the ethanol extracts, while flowers were dried at 40°C and then subjected to three

successive extractions by cold maceration with chloroform at intervals of 24h, originating the

chloroform extract. After filtration, the respective solvents were evaporated under reduced

pressure in a rotary evaporator, leaving only the concentrated constituents extracted from the

plant parts (Rocha et al. 2011).

- Strains of Vibrio spp.

V. cholerae serogroups non-O1/non-O139 (n=4), V. mimicus (n=1) and V. vulnificus

(n=1), belonging to the bacterial collection of the Laboratory of Emerging and Reemerging

Pathogens (LAPERE) of Ceará Federal University, were used in this study. These strains

were obtained through the collection of specimens of ovigerous M. amazonicum females from

Sapiranga Lake (3°48’3.46” S and 38°27’30.83” W), Fortaleza, Ceará, Brazil, and samples of

hatchery water from M. amazonicum farming, during the larval development stage, at the

Laboratory of Shrimp Farming of the State University of Ceará.

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- In vitro susceptibility test

The in vitro susceptibility test with extracts of M. oleifera was performed following

the method described by Rocha et al. (2011), with some modifications. Initially, each extract

was dissolved in dimethyl sulfoxide (DMSO Sigma-Aldrich; USA) and then diluted in

Müeller-Hinton broth (Difco; USA). In previous tests with strains of Vibrio spp., we verified

that DMSO alone at concentrations up to 5% was not able to inhibit the growth of these

strains. Thus, the concentration of DMSO in the susceptibility test did not exceed 5%, to

assure that results refer to the action of each extract tested (Rocha et al. 2011).

The Minimum Inhibitory Concentration (MIC) of M. oleifera extracts against strains

of Vibrio spp. was determined through the broth microdilution method as standardized by the

Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI), based on the document M07-A9 (CLSI 2012).

The MIC was considered the lowest concentration of the extracts able to inhibit 50% of

bacterial growth compared to the control growth (Rocha et al. 2014). The strain Escherichia

coli (ATCC25922) was included as quality control. The initial concentration of each extract

used was 20 mg/mL and the range of concentrations evaluated in the susceptibility test was

from 0.01 to 5 mg/mL. The microdilution assays were performed in 96 well plates with a final

volume of 200 µL, incubated at 35°C and read after 20h, according to the document M45-A2

(CLSI 2010). The inocula were prepared at 0.5 McFarland turbidity (108 CFU/mL), and then

diluted with Müller-Hinton broth so that each well after inoculation presented approximately

5x105 CFU/mL. All assays were performed in duplicate, and for each strain growth control

and sterility control of the culture medium were included (CLSI 2012). The reading was

performed with a spectrophotometer (Epoch Microplate spectrophotometer – Biotek; USA) at

590 nm and the obtained absorbance values were corrected by the absorbance obtained for

each tested extract alone. Only extracts that inhibited the control strain (E. coli ATCC25922)

were considered as having antimicrobial effectiveness against Vibrio spp. Chloramphenicol

(Sigma Chemical Corporation, USA) was used as standard antibiotic, as recommended by

document M100-S22 (CLSI 2012).

-Research licensing

This study was previously approved by the Chico Mendes Institute for Conservation of

Biodiversity/Biodiversity Authorization and Information System – SISBIO, under the number

28175-1.

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Results

The ethanol pod extract showed the best inhibitory activity against isolates from the

hatchery water samples, with MIC values ranging from 0.3125 to 1.25 mg/mL for three

strains of V. cholerae non-O1/non-O139 (3/4) and MIC 5 mg/mL for V. vulnificus. This

extract also showed inhibitory effect against V. mimicus from the digestive tract of M.

amazonicum and E. coli (ATCC25922), with MIC values of 1.25 mg/mL and 2.5 mg/mL,

respectively (Table 1).

The chloroform extract of flowers was effective against all strains of V. cholerae non-

O1/non-O139, with MIC values ranging from 0.625 to 1.25 mg/mL, as well as against E. coli

strain (ATCC25922) (MIC 1.25 mg/mL) (Table 1).

The ethanol extract of leaves, in turn, had inhibitory activity against two strains of V.

cholerae non-O1/non-O139 (2/4), with MIC values of 0.078 and 0.625 mg/mL, and also

presented MIC value of 5 mg/mL against V. mimicus and E. coli (Table 1).

The ethanol extract of stem and seeds showed low effectiveness in inhibiting the

growth of Vibrio spp. strains, as well as no effect against E. coli, as shown in Table 1. The

assay performed with the standard antibiotic, chloramphenicol, against the control strain E.

coli (ATCC25922) presented MIC value within the range established in the document M100-

S22 (CLSI 2012) (Table1).

Discussion

Almost all parts of the M. oleifera have multiple industrial and medical uses (Fahey

2005). The pharmacological potential of this plant has been described in the literature, in

particular the antimicrobial activity of the extracts of pods, flowers, leaves, stem and seeds

(Peixoto et al. 2011; Onsare et al. 2013; Arora & Onsare 2014; Rocha et al. 2014). Thus, this

study aimed to verify the antimicrobial activity of M. oleifera against Vibrio species,

considering that these microorganisms are opportunistic zoonotic pathogens and can cause

economic losses to shrimp farming and public health problems, as well (Austin 2010).

The results of this study demonstrate the antibacterial activity of extracts from

different parts of M. oleifera against Vibrio strains isolated from prawn hatchery water and

from M. amazonicum. The antibacterial activity of the extracts of leaves, flowers and pods has

been reported in other studies against Gram-negative bacteria (Anwar et al. 2007; Peixoto et

al. 2011; Arora & Onsare 2014). In addition, the antimicrobial activity of M. oleifera extracts

has also been observed against Candida species isolated from M. amazonicum farming in

previous study (Rocha et al. 2014).

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The extracts of pods, flowers and leaves of M. oleifera showed to be more effective,

when compared to the other extracts. The ethanol extract of pods presented the best presented

inhibitory activity against species of Vibrio spp., and it was the only one capable of inhibiting

V. vulnificus. The growth of the E. coli strain (ATCC25922) was also inhibited by this extract.

Arora & Onsare (2014) verified the effectiveness of the pod extract of M. oleifera against the

Gram-negative bacteria Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli

and Salmonella typhimurium. However, there are few reports regarding the inhibitory effect

of extracts of M. oleifera against Vibrio species. The study performed by Peixoto et al.

(2011), demonstrated the inhibitory effect of leaf extract against V. parahaemolyticus.

Literature reports on the antimicrobial effects of M. oleifera extracts against V. cholerae, V.

vulnificus and V. mimicus, as shown in this study, are even scarcer, hence, these findings are

among the important strengths of this research.

Some studies on the history of traditional medicine demonstrated the effectiveness of

preparations made of leaves, pods, flowers and seeds against microorganisms that cause

human infections (Fahey 2005). Therefore, studies with V. mimicus, V. vulnificus and V.

cholerae non-cholera serogroup are important, because these bacteria inhabit estuarine and

marine environments and have often been associated with sporadic cases of diarrhea, sepsis

and infections, after ingestion of seafood or exposure to contaminated aquatic environment

(Igbinosa & Okoh 2008; Ottaviani et al. 2009; Austin 2010).

In a previous study by Rocha et al. (2014), the chloroform extract of flowers presented

antifungal activity against Candida spp. and Hortaea werneckii isolated from M. amazonicum

farming. Based on the observation of this antimicrobial action, we tested the chloroform

extract of flowers against Vibrio species from the same environment. The chloroform extract

of flowers also inhibit Vibrio strains from M. amazonicum cultivation water and the control

strain. According to Anwar et al. (2007), the antibacterial property of M. oleifera flowers has

been attributed to a substance called pterygospermin (Das et al. 1957). In addition to this

compound, other substances, such as benzyl glucosinolates and their cognate isothiocyanate

isolates of M. oleifera also have antimicrobial properties against bacteria (Fahey 2005).

Therefore, it is worth noting the need to investigate the bioactive compounds of plants that

exhibit antimicrobial activity.

The low antimicrobial effectiveness of extracts of seeds and stem of M. oleifera found

in this study also has been demonstrated by other authors (Jabeen et al. 2008; Arora et al.

2013; Rocha et al. 2014). Probably, this low antimicrobial effectiveness can be associated

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with inherent factors of Vibrio spp. which decrease or neutralize the activity of the bioactive

compounds contained in the seeds and stem of M. oleifera (Singh et al. 2013).

Thus, the ethanol extracts of pods and leaves and the chloroform extract of flowers of

M. oleifera presented potential to control Vibrio spp., although further research is necessary to

determine the bioactive compounds responsible for this antimicrobial activity.

Acknowledgement

This work was supported by grants from the Coordination Office for the Improvement

of Higher Education Personnel (AEI-0052-000650100/11).

Conflict of interest: The authors declared no conflict of interest.

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Table 1 –Minimum inhibitory concentration (MIC) values Moringa oleifera extracts against Vibrio spp. recovered from hatchery water and Macrobrachium amazonicum prawn.

Source Species MIC (mg/mL) MIC (µg/mL)

Extracts

Hatchery water

Ethanol Stem Ethanol Leaves Chloroform Flowers Ethanol Pods Ethanol Seeds Chloramphenicol

Vibrio cholerae n.i 0.078 1.25 0.3125 5 0.5

Vibrio cholerae n.i 0.625 0.625 n.i n.i 0.5

Vibrio cholerae n.i n.i 0.625 1.25 n.i 0.5

Vibrio cholerae 2.5 n.i 0.625 0.3125 2.5 0.5

Vibrio vulnificus n.i n.i n.i 5 n.i 0.5

Prawn Vibrio mimicus 1.25 5 n.i 1.25 n.i 0.5

Escherichia coli

ATCC25922 n.i 5 1.25 2.5 n.i 4

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8 CONCLUSÕES

1. As principais enterobactérias isoladas da microbiota associada à carcinicultura de M.

amazonicum pertencem aos gêneros Enterobacter e Citrobacter;

2. As espécies V. cholerae não-O1/não-O139, V. vulnificus e V. mimicus fazem parte da

microbiota relacionada à carcinicultura de M. amazonicum;

3. As cepas de Vibrio spp. isoladas das amostras de água da larvicultura e do trato digestivo

de M. amazonicum apresentaram valores de CIM no range estabelecido pelo CLSI para todos

os antibióticos, exceto V. vulnificus que apresentou o perfil intermediário para ampicilina;

4. Os extratos de vagens, flores e folhas de M. oleifera apresentam potencial para o controle

de V. cholerae não-O1, não-O139, V. mimicus e V. vulnificus.

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9 PERSPECTIVAS

O conhecimento da flora bacteriana associada à carcinicultura de M. amazonicum

é de grande importância, pois auxilia na compreensão da dinâmica microbiana, que é

essencial para prevenção de doenças, na elaboração de dietas adequadas, na otimização dos

sistemas de produção e investigação das condições ambientais onde estes animais estão

inseridos. Este trabalho contribui com dados relevantes sobre a composição da microbiota

bacteriana que compõe o trato digestório e o ambiente de cultivo em cativeiro de M.

amazonicum.

O monitoramento do perfil de sensibilidade de cepas de Vibrio oriundas do

ambiente de cultivo de M. amazonicum é bastante escasso, sendo limitado o número de

trabalhos nessa área. Ademais, a sensibilidade dos isolados de Vibrio aos antibióticos

utilizados, em destaque o perfil diferenciado da cepa V. vulnificus frente à ampicilina,

contribuem com informações adicionais referentes às cepas provenientes da carcinicultura do

camarão M. amazonicum, aumentando o conhecimento biológico de cultivo do camarão, e

reflete a importância do monitoramento do uso de drogas na carcinicultura.

O potencial antimicrobiano da M. oleifera frente às cepas Vibrio spp. desperta o

interesse na investigação dos compostos bioativos promissores para o controle antimicrobiano

em vários seguimentos da área de produção e saúde animal. Esta planta vem sendo

considerada como uma alternativa à utilização de drogas antimicrobianas na carcinicultura,

atuando na prevenção de doenças e no controle da flora de ambientes de cultivo, de forma a

favorecer para crescente produtividade dos organismos aquáticos e causar menos efeitos

deletérios na produção.

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Lelliottia nimipressuralis comb. nov. and Lelliottia amnigena comb. nov., respectively, E. gergoviae and E. pyrinus into Pluralibacter gen. nov. as Pluralibacter gergoviae comb. nov. and Pluralibacter pyrinus comb. nov., respectively, E. cowanii, E. radicincitans, E. oryzae and E. arachidis into Kosakonia gen. nov. as Kosakonia cowanii comb. nov., Kosakonia radicincitans comb. nov., Kosakonia oryzae comb. nov. and Kosakonia arachidis comb. nov., respectively, and E. turicensis, E. helveticus and E. pulveris into Cronobacter as Cronobacter zurichensis nom. nov., Cronobacter helveticus comb. nov. and Cronobacter pulveris comb. nov., respectively, and emended description of the genera Enterobacter and Cronobacter. Systematic and Applied Microbiology, v.36, p. 309-319, 2013. BRAZIL, J.M.V.; ALVES, R.M.; RIVERA, I.N.G.; RODRIGUES, D.P.; KARAOLIS, D.K.R.; CAMPOS, L.C. Prevalence of virulence-associated genes in clinical and environmental Vibrio cholerae strains isolated in Brazil between 1991 and 1999. FEMS Microbiology Letters, v. 215, p.15-21. 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 357 de 17 de março de 2005. Brasília: ANVISA, 2005. BUGLIONE, C.C.; PEDROTTI, F.; VIEIRA, F.N. Avaliação de bacteriana e Lactobacillus plantarum frente à infecção experimental por Vibrio harveyi em pós-larvas de Litopenaeus vannamei. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.45, p.40-45, 2008. CABELLO, F.C. Heavy use of prophylactic antibiotics in aquaculture: a growing problem for human and animal health and for the environment. Environmental Microbiology, v.8, p.1137-1144, 2006. CABELLO, F. C.; GODFREY, H. P.; TOMOVA, A.; IVANOVA, L.; DÖLZ, H.; MILLANAO, A.; BUSCHMANN, A. H. Antimicrobial use in aquaculture re-examined: its relevance to antimicrobial resistance and to animal and human health. Environmental Microbiology, v.15, p.1917-1942, 2013. CENTER FOR SCIENCE IN THE PUBLIC INTEREST. Closing the Gops in our Federal Food-Safety Net, 28p. Washington: Center for Science in the Public Interest, 2007, p. 1-6. CENTRO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA- Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico, v.1, p.1-9, 2001. CHANDER, Y.; GOYAL, S.M.; GUPTA, S.C. Antimicrobial resistance of Providencia spp. isolated from animal manure. The Veterinary Journal, v.172, p.188-191, 2006. CHATTERJEE, S.; GHOSH, K.; RAYCHOUDHURI, A.; CHOWDHURY, G.; BHATTACHARYA, M. K.; MUKHOPADHYAY, A. K.; RAMAMURTH Y, T.; BHATTACHARYA, S. K.; KLOSE, K. E.; NANDY, R. K. Incidence, virulence factors and clonality among clinical strains of Non-O1, Non-O139 Vibrio cholerae isolates from hospitalized diarrheal patients in Kolkata, India. Journal of Clinical Microbiology, v.47, p.1087-1095, 2009. CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Methods for Antimicrobial Dilution and Disk Susceptibility Testing of Infrequently Isolated or Fastidious Bacteria; Approved Guideline - Second Edition. CSLI document M45-A2, 2010.

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APÊNDICES APÊNDICE A - Processo de execução laboratorial para isolamento e caracterização metabólica de enterobactérias e Vibrio.

Isolamento primário

Coloração de Gram Repique: Ágar MacConkey Ágar SS

Coletas

Ágar BHI Ágar MacConkey Ágar SS

Bactérias Gram-negativas

Teste de oxidase

Oxidase negativo ENTEROBACTÉRIAS

Oxidase positivo Vibrio

Provas bioquímicas: TSI

Fenilalanina Citrato

Descarboxilase (lisina, arginia, ornitina)

Vogues-Proskauer Indol

Motilidade H2S

Triagem bioquímica: OFglicose

Urease Indol

Motilidade

Identificação Vitek2

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APÊNDICE B – Material utilizado durante o período de coleta e identificação de microrganismos

Figura 7- A) Fêmea M. amazonicum. B) Trato digestivo de M. amazonicum composto por a) esôfago, b)estômago, c) intestino e d) reto.

A B

Figura 8- Fita teste reativo para oxidase (NewProv, Brasil). a) Controle positivo, Pseudomonas aeruginosa (ATCC27853). b) Vibrio, oxidase-positivo. c) Controle negativo, Escherichia coli (ATCC25922).

d)Enterobacter, oxidase-negativo.

b a

d c

a

b c d

Fonte: LACAR, 2013

Fonte: LAPERE, 2013

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APÊNDICE C - Testes utilizados para avaliar as características metabólicas das enterobactérias, de acordo com Koneman et al., (2012)

1. Teste utilização de carboidratos (ágar TSI)

Princípio: Fermentação de carboidratos presentes no meio e produção de sulfeto de hidrogênio (H2S).

Procedimento: Inoculação com agulha na base e fazer estria na inclinação.

Condições de incubação: 35ºC por 18 a 24h

Interpretação dos resultados:

a. Produção de gás: Nota-se pela ocorrência de quebras ou espaçamento no meio de cultura.

b. Inclinação ácido/fundo ácido (A/A): Ocorreu a fermentação da glicose e da sacarose.

c. Inclinação alcalina/fundo ácido (K/A): Só a glicose foi fermentada

d. Inclinação alcalina/fundo ácido preto (K/AH2S): Fermentação da glicose e produção de sulfeto de hidrogênio.

e. Inclinação alcalina/fundo alcalino (K/K): Não ocorreu fermentação de carboidratos.

a/b c d e

Fonte: www.microclinica.ufsc.br. Acesso em 2013.

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2. Utilização de citrato Princípio: Algumas bactérias conseguem obter energia de outra maneira que não pela fermentação de carboidratos, usando o citrato como a única fonte de carbono. A detecção da utilização de citrato é dada pela formação de subprodutos alcalinos. Os meio utilizados para esta prova devem ser desprovidos de proteínas e carboidratos como fontes de carbono.

Procedimento: a partir de uma colônia isolada, inocula-se em uma estria única na superfície inclinada do tubo ágar citrato.

Condições de incubação: 35ºC por 24 a 48 horas

Interpretação dos resultados:

Um teste positivo é representado pelo aparecimento de uma cor azul-escura dentro de 24-48h, indicando que o microrganismo teste foi capaz de utilizar o citrato contido no meio, com a formação de produtos alcalinos. Um teste positivo também pode ser lido sem a cor azul se houver crescimento visível de colônias ao longo da linha da estria de inoculação.

Controle:

Positivo: Klebsiella Negativo: E.coli

Fonte: LAPERE, 2013.

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3. Produção de fenilalanina desaminase

Princípio: Detecção do ácido fenilpirúvico no meio teste depois do crescimento do microrganismo suspeito.

Procedimento: O meio ágar inclinado é inoculado com uma única colônia do microrganismo teste, em estria. Após a incubação, são adicionadas 4 a 5 gotas do reagente cloreto férrico a 10% diretamente na superfície do ágar. Ao adicionar o reagente, faz se uma rotação do tubo para desprender as colônias da superfície.

Condições de incubação: 35ºC por 18-24 horas.

Interpretação dos resultados: O teste é positivo se houver o aparecimento de uma cor verde visível com após adição de uma solução e cloreto férrico a 10%.

Controle:

Positivo: Proteus Negativo: E. coli

Fonte: LAPERE, 2013.

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4. Produção de urease

Princípio: Determinar a capacidade do microrganismo de hidrolisar a uréia através da produção da enzima urease. A amônia liberada pela hidrólise da amina reage em solução formando carbonato de amônio, resultando na alcalinização e em aumento do pH do meio.

Procedimento: A superfície do ágar inclinado é inoculada por um colônia pura do microrganismo, e semeada por estria.

Condições de incubação: 35ºC por 18-24 horas

Interpretação dos resultados: A coloração rosada de todo meio indica alcalinização e hidrólise da uréia. Ausência da hisrólise da uréia, o meio permanece de cor amarelada original.

Controle

Positivo: Klebsiella Negativo: E. coli

Fonte: LAPERE, 2013.

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5. Descarboxilação de aminoácidos

Princípio: bactérias que produzem enzimas descarboxilases capazes de reagir com a aporção carboxila (COOH) dos aminoácidos presente no meio, formando aminas de reação básicas. Esta reação é denominada de descarboxilação. Os produtos amina específicos são: Lisina � Cadaverina; Ornitina � Putrescina; Arginina � Citrulina. A conversão da arginina em citrulina é uma reação de diidrolase, em que o grupo NH2 é removido do aminoácido.

Procedimento: Inocular uma colônia isolada do microrganismo teste, e inocular em tubos contendo o meio ágar com aminoácido a ser testado. É importante utilizar um tubo controle, contendo meio ágar e desprovido de aminoácido. Sobreponha aos tubos, uma camada de óleo mineral estéril, cobrindo cerca de 1 cm da superfície.

Condições de incubação: 35ºC por 18-24 horas

Interpretação dos resultados: A conversão do tubo controle para uma cor amarela indica que o microrganismo esta viável e que o ph do meio foi diminuído o suficiente para ativar as enzimas descarboxilases. A reversão do tubo contendo o aminoácido para a cor azul-púrpura indica um teste positivo, devido à formação de aminas alcalinas pela reação da descarboxilase.

Controles:

Klebsiella – Lisina (positivo); Ornitina (negativo); Arginina (negativo).

E. coli – Ornitina (positivo); Lisina (positivo); Arginina (negativo).

A B

Cont Lis Orn Arg Orn Lis Arg Cont

Fonte: LAPERE, 2013.

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6. Reação de Voges-Proskauer

Princípio: Determinar a capacidade dos microrganismos produzirem acetoína (acetil metil carbinol) como produto final de uma reação de degradação fermentativa de glicose. Na presença de oxigênio atmosférico e de hidróxido de potássio a 40%, a acetoína é convertida em diacetil, e o α-naftol serve como catalisador para a produção de um complexo vermelho.

Procedimento: Inocular um tubo de meio líquido com uma colônia pura do microrganismo. Após o período de incubação, hidróxido de potássio a 40% e, em seguida, α-naftol a 5%. Agitar levemente o tubo para expor o meio ao oxigênio e deixar permanecer em repouso por 15min.

Condições de incubação: 35º C por 18-24 horas

Interpretação dos resultados: Uma reação positiva é representada pelo desenvolvimento de uma cor rosa/vermelha no meio após 15 minutos ou mais após a adição dos reagentes indicando a presença de diacetil, o produto de oxidação da acetoína.

Controle

Positivo: Klebsiella Negativo: E.coli

Fonte: LAPERE, 2013.

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7. Produção de sulfeto, indol e motilidade (Meio SIM)

Princípio: O meio SIM possibilita avaliar a motilidade e a produção do indol e do H2S. A motilidade é avaliada quando há deslocamento de bactérias através de flagelos, cujo número e localização variam entre as diferentes espécies. Quanto ao indol, benzilpirrol, é um dos produtos da degradação metabólica do aminoácido triptofano. Portanto, as bactérias que produzem a enzima triptofanase são capazes de hidrolisar e desaminar o triptofano, com produção de indol, ácido pirúvico e amônia. O teste de indol se baseia na formação de um complexo vermelho quando o indol reage com o grupo aldeído do p-dimetilaminobenzaldeído. Este é um composto químico ativo nos reagentes de Kovac. A avaliação para produção de H2S, o meio SIM é mais sensível por ser semi-sólido, ausente de carboidratos e contém ferro peptonizado como indicador.

Procedimento: Introduzir agulha com a colônia até o fundo do tubo sem mexer e incubar. Após o período de incubação em estufa bacteriológica, acrescentar 110 gotas do reagente de Kovac.

Condições de incubação: 35ºC por 18-24 horas

Interpretação dos resultados: O teste de motilidade é interpretado por exame macroscópico do meio à procura de uma zona difusa de crescimento projetada a partir da linha de inoculação. A motilidade deve ser interpretada primeiramente. A detecção de sulfeto de hidrogênio pela produção de sulfitos insolúveis de metais pesados é visto como um precipitado enegrecido no meio. Finalmente, o aparecimento da cor vermelha na interface do reagente com o meio após a adição do reativo de Kovac, o teste é positivo para produção de indol.

Controle

E. coli: Motilidade (positivo); produção de H2S (negativo); Indol (positivo); Klebsiella: Motilidade (negativo); produção de H2S (negativo); Indol (negativo)

A B C

Figura: A) Produção de H2S (positivo); Indol (negativo). B) Indol (positivo);

motilidade (positiva). C) Indol (negativo); motilidade (negativo). Fonte: LAPERE, 2013.

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8. Teste fermentativo-oxidativo

Princípio: os microrganismos sacarolíticos degradam a glicose por fermentação ou por oxidação. O meio OF (Hugh e Leifson) é utilizado para detecção de ácidos formados na degradação oxidativa ou fermentativa da glicose.

Procedimento: São necessários dois tubos para o teste OF, cada um deles inoculado com o microrganismo desconhecido, usando uma agulha reta e perfurando o meio a caminho do fundo do tubo. Um tubo de cada par é recoberto com uma camada de 1cm de óleo mineral.

Condições de incubação: 35ºC examinar de 24-48h.

Interpretação dos resultados: o microrganismo que apresentar um metabolismo fermentativo, os dois tubos apresentam o meio com coloração amarelada. O microrganismo que apresenta o metabolismo oxidativo, o tubo com óleo apresenta o meio com coloração inalterada, excluindo a exposição ao oxigênio. Ácido (amarelo) só é observado na porção superior do tubo sem o óleo, indicando que o microrganismo é capaz de oxidar a glicose, porém não fermenta glicose. Aquele microrganismo que não altera a coloração do meio dos dois tubos apresenta um metabolismo não-sacarolítico.

Controle:

Fermentador de glicose: E. coli Oxidador de glicose: Pseudomonas aeruginosa Não-sacarolíticas: espécies de Moraxella

Fonte: LAPERE, 2013.

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