68
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS EMMANUEL TELES SALES PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E IMUNOEXPRESSÃO DE TLR-2, TLR-4, COX-2 e VEGF NA PELE DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum FORTALEZA CEARÁ 2017

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdfRESUMO A pele é a primeira barreira mecânica de proteção contra patógenos do ambiente. Na leishmaniose visceral canina

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

EMMANUEL TELES SALES

PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E IMUNOEXPRESSÃO DE TLR-2, TLR-4,

COX-2 e VEGF NA PELE DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR

Leishmania infantum

FORTALEZA – CEARÁ

2017

EMMANUEL TELES SALES

PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E IMUNOEXPRESSÃO DE TLR-2, TLR-4, COX-2 e

VEGF NA PELE DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciência Veterinárias da Faculdade de Veterinária da

Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre em Ciências

Veterinárias. Área de Concentração: Reprodução e

Sanidade Animal.

Linha de pesquisa: Reprodução e sanidade de carnívoros,

onívoros, herbívoros e aves.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Diana Célia Sousa Nunes-

Pinheiro.

FORTALEZA – CEARÁ

2017

RESUMO

A pele é a primeira barreira mecânica de proteção contra patógenos do ambiente. Na

leishmaniose visceral canina (LVC), a infecção ocorre pelo rompimento da barreira da pele

pelo flebotomíneo infectado que inocula o protozoário Leishmania infantum. Esses agentes

infecciosos desencadeiam respostas imune e inflamatória severas no animal que podem ser

avaliadas sistemicamente e no local da infecção. Na LVC, uma resposta inflamatória é

desencadeada no sítio infeccioso por células sentinelas que liberam mediadores inflamatórios

e citocinas e induzem ao recrutamento de células inflamatórias. Neste trabalho objetivou-se

caracterizar o perfil hematológico e bioquímico e avaliar as expressões de VEGF+, COX-2+,

TLR-2+ e TLR-4+ na pele de cães naturalmente infectados por L. infantum. Para tanto, cães

soropositivos (n=33) foram divididos nos grupos assintomático (GA, n=10) e sintomático

(GS, n=23), de acordo com a presença ou ausência de alterações dermatológicas, comparados

com o grupo de animais soronegativos (GC, n=5). As principais manifestações clínicas

observadas em GS foram alopecia, onicogrifose, ceratoconjuntivite e dermatites eritematosas,

esfoliativas e ulcerativas. Amostras de sangue foram coletadas para avaliação dos parâmetros

hematológicos e bioquímicos. Biópsias da pele foram coletadas da região escapular e da ponta

de orelha, processados para histologia para avaliação do infiltrado inflamatório (ausente, leve,

moderado e intenso) e imunoistoquímica com anticorpos monoclonais anti-VEGF+, anti-

COX-2, anti-TLR-4 e anti-TLR-2 (ausente, leve, moderado e intenso). Os animais

sintomáticos para LVC apresentaram albuminemia, leucocitose e outras alterações

hematológicas compatíveis com descrições da literatura. A contagem diferencial leucocitária

apontou para uma neutrofilia e linfopenia significativas do GS quando comparadas aos

demais grupos (p < 0,05), estando esse resultado confirmado pela razão neutrófilo:linfócito,

também significativamente aumentada. Na histologia foi evidenciado infiltrado inflamatório

intenso em GS em relação ao GA e GC. As expressões de VEGF+, COX-2+ e TLR-2 estavam

aumentadas na pele de animais GS (intenso) quando comparadas a GA (moderado) e GC

(leve), enquanto que a marcação de TLR-4, não foi alterada entre os grupos avaliados. Estes

dados indicam o envolvimento de VEGF+ e COX-2, pela ativação do TLR-2, o que pode

sugerir uma relação da via de transcrição do NF-kB pelo TLR-2 e não pelo TLR-4 em

resposta a infecção por L. infantum.

PALAVRAS-CHAVE: Cães, Leishmania infantum, VEGF, COX-2, TLR-2 e TLR-4.

ABSTRACT

The skin is a mechanical barrier in the protection against environmental pathogens. In Canine

Leishmaniasis (CanL), the infection occurs through phlebotomine vectors that inoculate

Leishmania infantum through the skin. These infectious agents elicit severe immune and

inflammatory responses in the animal that can be assessed both systemically and at the site of

infection. In response to the infection, sentinel cells triggered an inflammatory response

trough the release of mediators and cytokines that induce recruitment of inflammatory cells to

the local of infection. The objective of this study was to characterize the hematological

biochemical profile and to evaluate the expression of VEGF+, COX-2+, TLR-2+ and TLR-4+

in the skin of dogs naturally infected by L. infantum. Therefore, seropositive dogs (n = 33)

were divided into asymptomatic (AG, n = 10) and symptomatic (SG, n = 23) groups,

according to the presence or absence of dermatological alterations, compared to the

seronegative group (CG, n = 5). The main clinical manifestations observed in SG were

alopecia/hypotrichosis, onychogryphosis, keratoconjunctivitis and erythematous, exfoliative

and ulcerative dermatitis. Blood samples were collected for evaluation of hematological and

biochemical parameters. Skin biopsies were collected from the scapular region and the ear tip,

processed for histology to evaluate the inflammatory infiltrate (absent, mild, moderate and

intense) and for immunohistochemistry to evaluate the expressions of VEGF+, COX-2, TLR-

4 and TLR-2 (absent, mild, moderate and intense). The symptomatic animals for LVC

presented albuminemia, leukocytosis and other hematological alterations compatible with

descriptions in literature. The differential blood count shows a significant neutrophilia and

lymphopenia in CG when compared to the other groups (p <0.05), and this result was

confirmed by the neutrophil: lymphocyte ratio, also significantly increased. In the histological

evaluation, both SG and AG presented inflammatory infiltrate. The expressions of VEGF +,

COX-2 + and TLR-2 were increased at skin from dogs SG (intense) when compared to AG

(moderate) and CG (mild), whereas TLR-4 was not detected between groups evaluated. These

data indicate the involvement of TLR-2 in CanL and suggest the NF-kB transcription factor

pathway to the VEGF + and COX-2 expressions in cutaneous immune system in response to

L. infantum. TLR-4 not participate of this event in dogs naturally infected by L. infantum.

KEY-WORDS: Dogs, Leishmania infantum, VEGF, COX-2, TLR-2 and TLR-4

LISTA DE FIGURAS

REVISÃO DE LITERATURA

Figura 1 Ciclo biológico da Leishmania spp............................................. 12

Figura 2 Neutrófilos, macrófagos, células dendríticas e monócitos em

suas diferentes respostas frente à infecção por Leishmania

spp..................................................... ...........................................

15

Figura 3 Vias de sinalização dos receptores do tipo Toll 2 e 4 em

resposta ao lipofosfoglicano (LPG) da Leishmania

spp.................................................................................................

17

Figura 4 Resposta de fase agudada e regulação da expressão hepática

das APP desencadeada pelo estimulo oriundo de desafios

diversos, tais como infecção e danos teciduais que podem

levar a inflamação.............................. ........................................

21

Figura 5 Cascata de migração neutrofílica do espaço vascular para o

sítio de infecção........................... ................................................

22

CAPÍTULO I

Figura 1 Contagem diferencial entre os leucócitos, neutrófilos,

linfócitos e monócitos nos grupos controle (GC),

assintomático (GA) e sintomático (GS). Letras (a) e (b)

denotam diferença significativa entre os grupos avaliados (p

< 0,05)...........................................................................................

40

Figura 2 Percentagem de neutrófilos imaturos nos grupos controle

(GC), assintomático (GA) e sintomático (GS) para

Leishmaniose canina. Não foram observadas diferenças

significativas entre os grupos avaliados (p < 0,05)..................

40

Figura 3 Razão entre neutrófilos e linfócitos nos grupos controle

(GC), assintomático (GA) e sintomático (GS). Letras

diferentes denotam diferença significativa entre os grupos

avaliados (p < 0,05)..................................................................... 41

Figura 4. Razão entre albumina e globulina nos grupos controle (GC),

assintomático (GA) e sintomático (GS). Letras diferentes

denotam diferença significativa entre os grupos avaliados (p

< 0,05)...........................................................................................

41

CAPÍTULO II

Figura 1 Clinical and dermatologial findings of dogs naturally

infected by L. infantum...............................................................

53

Figura 2 Histopathological and immunohistochemistry of skin dogs

naturally infected by L. infantum................................………..

54

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

Tabela 1 Análise hematológica e proteica em cães naturalmente

infectados por L. infantum..........................................................

39

CAPÍTULO II

Tabela 1 Expressions of COX-2+, VEGF +, TLR-2, TLR-4 and L.

infantum on skin of dogs naturally infected with L.

infantum..........................................................................................

53

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ac Anticorpo

AMP Peptídeos antimicrobianos

APCs Células apresentadoras de antígenos

CanL Leishmaniose canina

CCZ Centro de Controle de Zoonoses

CD4+ Células T auxiliares

CDs Células dendríticas

CEUA Comitê de Ética em Uso de Animais

CanL

CLs

Leishmaniose Visceral Canina

Células de Langerhans

DAB Diaminobenzidina

DAMPs Padrões moleculares associados ao dano celular

EDTA Anticoagulante

ELISA Enzyme Linked Immunosorbent Assay

GM-CSF Fator Estimulador de Colônia de Monócitos e Granulócitos

HGB Hemoglobina

HE Hematoxilina-Eosina

H2O2 Peróxido de Hidrogênio

IgE Imunoglobulina E

IL Interleucina

LC Leishmaniose cutânea

LM Leishmaniose mucocutânea

LV Leishmaniose Visceral

LVC Leishmaniose Visceral Canina

moCDs Células dendríticas derivadas de monócitos

mg Miligrama

mL Mililitro

NKT Linfócitos T Natural Killer

NO Óxido nítrico

PAMP Peptídeos moleculares associados aos patógenos

PBS Phosphate Buffer Saline (Tampão salina fosfato)

PLT Plaquetas

RBC Red blood cell (Hemácias)

EROs Espécies reativas de oxigênio

TGF-β Fator de Crescimento Tumoral

TLR Receptores do tipo Toll

TNF-ɑ Fator de Necrose Tumoral

U/L Unidades por litro

WBC White blood cell (Leucócitos)

µg Microlitro

ºC Graus Celsius

% Porcentagem

SU M Á R I O

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 12

2.1 LEISHMANIOSE................................................................................................. 12

2.1.1 O ciclo da Leishmania spp................................................................................. 13

2.2 RESPOSTA IMUNE CUTÂNEA À Leishmania spp......................................... 13

2.2.1 A pele.................................................................................................................. 13

2.2.2 Os mecanismos gerais de defesa da pele contra Leishmania spp.................. 14

2.2.3 Os receptores do tipo Toll na leishmaniose....................................................... 16

2.2.4 O processo inflamatório da pele ...................................................................... 20

2.3 INFILTRADO NEUTROFILICO.......................................................................

2.4 FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR (VEGF) NA

INFECÇÃO POR Leishmania spp......................................................................

2.5 CICLOXIGENASE-2 (COX-2) NA INFECÇÃO POR Leishmania spp...........

22

23

24

3 JUSTIFICATIVA................................................................................................ 26

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA.................................................................................. 27

5 OBJETIVOS........................................................................................................ 28

5.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 28

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................ 28

6 CAPÍTULO I - Leucocitose e albuminemia em sangue periférico de cães

naturalmente infectados por Leishmania infantum........................................

29

7 CAPÍTULO II - Parâmetros inflamatórios e expressões de TLR-2, TLR-

4, COX-2 e VEGF na pele de cães naturalmente infectados por

Leishmania infantum.........................................................................................

42

8 CONCLUSÕES................................................................................................... 55

9 PERSPECTIVAS................................................................................................. 56

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 57

ANEXO................................................................................................................. 66

ANEXO A - COMITÉ DE ÉTICA....................................................................... 67

11

1 INTRODUÇÃO

As leishmanioses são zoonoses desencadeadas por protozoários do gênero Leishmania

spp. e possuem grande importância para a saúde pública, tanto por sua elevada incidência na

rotina veterinária como também por sua importância na clínica humana, estando o Brasil entre

os países da América Latina que apresenta maior número de casos humanos (MONTEIRO et

al., 2005). Nas zonas urbanas o cão é considerado o principal reservatório da leishmaniose

(MAIA et al., 2013) e quando acometido pela forma visceral da leishmaniose (LVC) pode

apresentar um amplo espectro de respostas, desde ausência de sintomatologia até uma

sintomatologia bastante severa, como: perda de peso, caquexia, alopecia, dermatites, diarreia,

conjuntivite, onicogrifose (FREITAS et al., 2012) podendo também levar a morte. É comum

o surgimento de dermatites ou alterações cutâneas nos animais infectados, dentre as principais

alterações observadas temos as dermatites crônicas, alopecia (principalmente na zona

periocular, pregas de pele e articulações), anomalias de cornificação, seborréia seca,

hiperqueratose, paroníquia, crostas, onicogrifose e úlceras, além de lesões no focinho e ponta

da orelha (SANTOS, 2006; PINHÃO et al, 2009; FREITAS et al., 2012) .

A instalação de agentes infecciosos em animais e seu desenvolvimento, de um modo

geral, acarretam diversas alterações inflamatórias no paciente, mediadas principalmente por

citocinas e mediadores inflamatórios controlados pela via do fator nuclear kappa beta (NF-kβ)

(VALLABHAPURAPU; KARIN, 2009). Essa via inflamatória também é estimulada no caso

de infecção pelos agentes da Leishmania spp., desde o momento da inoculação do protozoário

pelo flebotomíneo, quando células de defesa do animal entram em contato com os PAMPS do

agente infectante. O reconhecimento desses PAMPS é realizado por receptores do tipo Toll

(TLR) (MOGENSEN, 2001), que irão ativar a resposta inflamatória do NF-kβ. Essa via de

identificação por intermédio de TLR tem sido considerado um importante mecanismo de

defesa contra a leishmaniose canina (AMORIM et al, 2011). A via do NF-kβ tem sido

estudada por sua importância na promoção da transcrição de genes associados a mediadores

da resposta inflamatória, o que desencadeia a síntese de diversas citocinas pró-inflamatórias

como TNF-α, IL-1β, IL-6 e IL-8 (VALLABHAPURAPU; KARIN, 2009). Outros mediadores

liberados por esta ativação como a cicloxigenase-2 (COX-2) (TAK; FIRESTEIN, 2001) e o

fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) (XIE et al., 2010) são ainda pouco

estudados em cães durante a infecção por Leishmania spp., mas podem ser potencialmente

importantes para o desenvolvimento e visceralização da LVC (GREGORY et al, 2008).

12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 LEISHMANIOSE

A leishmaniose é uma zoonose grave que ocorre devido à transmissão da Leishmania

spp. que são organismos pertencentes ao reino Protista, família Trypanosomatidae, gênero

Leishmania e diversas espécies. O parasita é transmitido ao homem pelo vetor flebotomíneo,

possuindo várias formas de apresentação, sendo elas: cutânea (LC), mucocutânea (LMC) e a

forma visceral (LV) (BRASIL, 2014). A forma visceral é a mais severa, possuindo alta taxa

de mortalidade quando não tratada, sendo considerada endêmica no Brasil (WHO, 2016). São

conhecidos como agentes etiológicos da leishmaniose canina (CanL) do tipo visceral no brasil

as espécies: L. chagasi e a L. infantum, sendo ambos considerados sinonímias (DANTAS-

TORRES, 2006). O principal vetor biológico da LV são insetos, fêmeas, da ordem Diptera,

família Psychodidae, subfamília Phlebotominae gênero Phlebotomus e Lutzomyia

(SHARMA; SINGH, 2008). Os principais hospedeiros mamíferos são roedores, carnívoros e

primatas, sendo o cão (Canis familiaris) considerado o principal reservatório e fonte de

infecção doméstica da L. infantum (WHO, 2016).

Figura 1: Ciclo biológico da Leishmania spp.

Fonte: Adaptado de KAYE; SCOTT, 2011.

13

2.1.1 O ciclo da Leishmania spp.

A Leishmania spp. possui ciclo biológico heteróxeno, com uma fase dentro do trato

digestivo do flebotomíneo e outra fase no hospedeiro mamífero. A forma móvel e flagelada da

Leishmania spp. é denominada de promastigota, ela se desenvolve no intestino do

flebotomíneo em vários estágios morfológicos até se tornar a forma infectante, não replicativa

e metacíclica (Fig. 1) (KAYE; SCOOT, 2011). Essa é a forma transmitida aos mamíferos

durante o repasto sanguíneo das fêmeas, que se torna então a forma amastigota sem flagelo,

parasita intra-celular de diversas células de defesa do hospedeiro. A forma amastigota se

multiplica por divisão e infecta outras células mononucleares fagocíticas. O ciclo se completa

quando flebotomíneos ingerem as células infectadas por amastigotas de mamíferos

hospedeiros, que se transformam novamente em promastigotas no intestino e migram de volta

para a proboscida (CDC, 2016).

2.2 RESPOSTA IMUNE CUTÂNEA À Leishmania spp.

2.2.1 A pele

A pele recobre a superfície do corpo dos animais formando uma barreira física, sendo

esse um dos principais mecanismos de defesa inicial dos animais contra agentes exógenos. A

pele é constituída pela epiderme e derme, sendo a epiderme, de origem ectodérmica, formada

por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, que pode ser subdividida em 5 camadas:

basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea. Entre os principais constituintes celulares da pele

estão os queratinócitos, células dendríticas maturas e imaturas, monócitos/macrófagos,

granulócitos, dentre outras (SIMPSON et al., 2011). Com relação aos constituintes humorais

temos as β-defensinas, proteínas do complemento, imunoglobulinas, citocinas, quimiocinas,

radicais livres e prostaglandinas (BOS et al., 2009). Estes componentes celulares e humorais

formam o sistema imune da pele (GERNER et al., 2015). As células de Langerhans estão

localizadas entre os queratinócitos, principalmente na camada espinhosa, e são originadas de

células precursoras da medula óssea e transportadas pelo sangue (NESTLE et al., 2009), e

juntamente com as células dendríticas na derme, são capazes de capturar antígenos, processá-

los e apresenta-los aos linfócitos T, sendo importante para a resposta imune cutânea

(GERNER et al., 2015). Entre os principais constituintes celulares do sistema imune da pele

estão os queratinócitos, células dendríticas maturas e imaturas, monócitos/macrófagos,

granulócitos, dentre outras. Com relação aos constituintes humorais temos as β-defensinas,

proteínas do complemento, imunoglobulinas, citocinas, quimiocinas, radicais livres e

prostaglandinas (BOS et al., 2009).

14

2.2.2 Os mecanismos gerais de defesa da pele contra Leishmania spp.

Além da barreira física, a pele também conta tanto com mecanismos de imunidade inata

quanto adaptativa. Os mecanismos de defesa inatos estão relacionados a fatores secretados por

glândulas sebáceas e sudoríparas, células sentinelas e células fagocíticas (KUPPER;

FUHLBRIGGE et al., 2004). As células sentinelas fazem uma correlação entre a resposta

imune inata e adaptativa, sendo consideradas células apresentadoras de antígeno (APCs) e

importantes tanto para a resposta a infecções como também para manutenção da tolerância

imunológica (BRANDONISIO et al., 2004).

Após a picada do flebotomíneo infectado com Leishmania spp., as primeiras células a

chegarem ao sítio, são os neutrófilos (PETERS, 2008), os quais podem contribuir direta ou

indiretamente na eliminação do parasito. Na infecção por L. amazonensis (NOVAIS et al.,

2009) e na L. braziliensis (GUIMARAES-COSTA et al., 2009), o neutrófilo pode tentar

neutralizar o parasita tanto através das armadilhas extra-celulares neutrofílicas (NET), como

fagocitose ou mesmo promovendo a destruição do parasita no interior de macrófagos

infectados. No entanto, a eficácia dos neutrófilos pode ser comprometida por diversos fatores,

como por exemplo, as proteínas da saliva do flebotomíneo que podem proteger a L. major no

momento da inoculação (CHAGAS et al., 2014). Por outro lado, o processo de apoptose dos

neutrófilos infectados por L. major pode inibir a ativação de macrófagos (SCOTT; NOVAIS,

2016) (Fig. 2). Da mesma forma que os neutrófilos influenciam a capacidade de resposta dos

macrófagos, estudos com L. major apontam que os neutrófilos também afetam as células

dentríticas tanto por promover seu recrutamento através de quimiocinas ligantes CC do tipo 3

(CCL3) como também por inativar as células dendríticas devido sua apoptose (CHARMOY et

al., 2010).

Os monócitos são recrutados da corrente sanguínea para o local de infecção por

diapedese estimulados pelas quimiocinas CCL2, produzidas pelas células no local da infecção

após sua ativação pelo fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF)(GONÇALVES et

al., 2011). Os monócitos são importantes para o controle do parasita nos momentos mais

iniciais da infecção devido a sua potente resposta com espécies reativas de oxigênio (EROs)

sobre os agentes invasores (SCOTT; NOVAIS, 2016). Na infecção experimental por L.

mexicana, foi encontrada correlação entre um maior número monócitos com maior

recrutamento de células dendríticas monocitóides e uma maior resistência ao parasito.

(HURREL et al., 2015). SCOTT e NOVAIS (2016) em seu artigo de revisão, como

demonstrado na figura 2, descrevem que os monócitos também se diferenciam em células

dendríticas que migram para os linfonodos e promovem a diferenciação de células Th0 em

15

células Th1 por IL-12. As células Th1, por sua vez, migram para o sítio primário de infecção

onde auxiliarão na destruição do parasita, tanto via aumento da produção de óxido nítrico

(ON) como no aumento de interferon gama (IFN-γ), prostaglandina E2 e do fator de necrose

tumoral beta (TGF-β) (Fig. 2) (SCOTT; NOVAIS, 2016).

Figura 2: Neutrófilos, macrófagos, células dendríticas e monócitos em suas diferentes

respostas frente à infecção por Leishmania spp.

Fonte: Adaptado de SCOTT; NOVAIS, 2016

Na infecção por Leishmania spp., em camundongos e humanos, as células dendríticas

tem a função de apresentar antígenos processados para células T CD4+ naive, o que

desencadeia uma diferenciação dessas células em uma resposta que pode ser tanto do tipo Th1

como Th2 de acordo com estímulos de patógenos e de citocinas liberadas, sendo a resposta

predominante de Th1, mediada principalmente por IL-12, a principal responsável pelo sucesso

da resposta celular contra o parasita (BRANDIONISIO, 2004).

Com relação as células de Langerhans (CLs), são células dendríticas residentes na

epiderme e correspondem as APCs mais abundantes da pele. No entanto, estudos têm

apontado a capacidade da L. major em inibir a resposta imune associada às CDs e CLs, isso

principalmente pelo retardo na maturação das CDs (BRANDONISIO et al., 2004) e pela

16

inibição na migração das CLs (PONTE-SUCRE, 2001). Essa sinalização foi atribuída ao

principal glicoconjugado expresso na superfície da L. major. a Lipofosfoglicano (LPG), que é

seu principal fator de virulência (PONTE-SUCRE, 2001), sendo considerado um PAMP.

Essas estruturas moleculares são indentifcadas pelos receptores de reconhecimento padrão

(PRRs) expressos nas superfícies das células sentinelas.

2.2.3 Os receptores do tipo TOLL na leishmaniose

Os PRRs são responsáveis não só pelo reconhecimento das moléculas PAMPS,

associadas à microorganismos patógenos, mas também pelo reconhecimento de padrões

moleculares associados a dano celular (DAMPS) e as moléculas relacionadas ao dano e morte

celular ou alarminas, presentes no desenvolvimento das alterações inflamatórias de curso

crônico de muitas doenças (PICCININI; MIDWOOD, 2010). Dentre os principais PRRs

estão os receptores do tipo toll (TLR), esses receptores são proteínas trans-membranares que

conferem especificidade para as células do sistema imune inato, sendo um dos principais

receptores no reconhecimento da infecção inicial e capazes de induzir potente resposta

inflamatória. (KAWAI; AKIRA, 2011). Essa família de receptores compreende do TLR1 ao

TLR11, tendo como função tanto especificidade de reconhecimento de patógenos distinta

como também produção de citocinas. Esses receptores encontram-se localizados tanto na

membrana plasmática quanto na membrana interna de macrófagos, células dendríticas e

células natural-killers (NKT), tendo expressão também em linfócitos T e B. Os receptores

intracelulares são TLR3, TLR7, TLR8 e TLR9, enquanto os receptores de membranas

plasmática são TLR1, TLR2, TLR4, TLR5 e TLR6 (KAWAI; AKIRA, 2011). Após o

reconhecimento dos antígenos os TLR, por intermédio diversas moléculas adaptativas como a

MyD88, ativam o fator nuclear kappa beta (NF-kβ) que levam informação até núcleo e

promovem a síntese de citocinas pró-inflamatórias, quimiocínas além de regular

positivamente moléculas co-estimulatórias presentes em macrófagos e células dendríticas que

irão atuar sobre a ativação das células T e no desenvolvimento das respostas do tipo Th1 ou

Th2 (ZEYTUN et al., 2010).

O glicoconjugado superficial majoritário da Leishmania spp. é o lipofosfoglicano

(LPG), este é um importante fator de virulência para a sobrevivência do parasito, ao mesmo

tempo em que é o principal componente a ser reconhecido pelos receptores Toll na defesa do

hospedeiro, principalmente pelos TLR2 e 4, que desencadearam uma resposta inflamatória ao

seu contato (FARIA et al., 2012). Uma vez reconhecidos os LPGs pelos TLR2 e 4, inicia-se a

17

ativação sequencial de MyD88 e da proteína adaptadora indutora de interferon (TRIF). O

MyD88 é um adaptador essencial para a resposta inflamatória que irá desencadear a

fosforilação do receptor de TNF associada ao fator 6 (TRAF6) que desencadeará a ativação da

via inibitória do kβ (IKK) do NF-kβ e da MAPK (proteína quinase mitogênica ativada),

ambos levando a produção de citocinas inflamatórias (Fig. 3) (KRISHNAN et al., 2007). A

sinalização pela via MyD88 pelos receptores Toll é uma das mais estudadas, ela desencadeia

uma série de eventos que levam a degradação do IKK (IkB), que resulta na translocação do

NF-kβ para dendtro do núcleo, resultando na produção de citocinas pró-inflamatórias

(KAWAI; AKIRA, 2011).

Figura 3: Vias de sinalização dos receptores do tipo Toll 2 e 4 em resposta ao

lipofosfoglicano (LPG) da Leishmania spp.

Fonte: Adaptado de KRISHNAN et al., 2007.

O NF-kβ são um grupo de proteínas que regulam a transcrição genética que codifica

várias proteínas pró-inflamatórias bem como quimiocinas e moléculas de adesão (BONIZZI;

KARIN, 2004). Essa resposta inflamatória NF-kβ desencadeado pelo reconhecimento dos

TLR têm sido considerada um dos principais mecanismos de defesa contra o protozoário da

CanL (AMORIM et al, 2011). Um dos primeiros testes in vivo para corroborar essa

importância foi realizado em camundongos com ausência de MyD88 em que foi observado

grande número de lesões cutâneas quando comparados a camundongos com presença de

MyD88 (MURAILLE, 2003). A ausência dessas moléculas MyD88, importantes para a

sinalização dos TLR, desencadearam uma forte resposta th2 com aumento dos níveis de IL-4

18

e diminuição nos níveis de IFN-Y e IL-12, sugerindo a provável importância desses

receptores para o desenvolvimento da resposta do animal contra a leishmaniose. Estudos

posteriores em camundongos infectados por L. major apontaram os TLR 2, 4 e 9 como os

prováveis mais importantes receptores para os PAMPs do protozoário (TUON, 2008).

Na leishmaniose, os efeitos da expressão de TLR2 são controversos, estudos apontam

que a ausência desse receptor em camundongos leva a uma resistência maior a L. braziliensis

quando comparados a camundongos sob as mesmas condições que com ausência do MyD88

se tornavam mais suscetíveis à infecção (VARGAS-INCHAUSTEGUI et al., 2009). Além

disso, camundongos infectados com L. major demonstraram uma interação do TLR-2 com o

LPG do parasita capaz de modular uma redução na expressão do TLR-9 em macrófagos e

uma consequente redução na resposta anti-leishmanial (SRIVASTA et al, 2013). Já quando

avaliados infecção em camundongos por L. infantum, foi observado um aumento tanto na

transcrição de TLR-2 como de TLR-4, bem como das suas citocinas associadas. Em todos os

períodos de avaliação realizados, animais infectados apresentaram transcrição do mRNA para

TLR-2 no fígado superior ao controle (CEZÁRIO et al., 2011).

Estudos em cães com o intuito de avaliar o comportamento desses TLR frente à

infecção por LV, tanto natural como experimental, ainda são recentes. Em cães naturalmente

infectados por L. infantum foi observado um aumento de TLR2 e TLR4 no baço

possivelmente associado a uma evolução da doença (MELO et al., 2014). Alguns segmentos

do trato gastro-intestinal apresentaram diferenças em suas respostas imunológicas. O jejuno

mostrou uma carga parasitária menor com aumento na expressão de TLR9, por outro lado, o

cólon teve uma carga parasitária mais elevada com aumento da expressão de TLR2 e de IL-4,

sendo observado, dessa forma, uma correlação entre aumento da expressão do TLR-2 pela

infecção de L. intantum (FIGUEIREDO et al., 2013). A importância do TLR2 também é

discutida quando estudado sistema nervoso central de cães naturalmente infectados por L.

chagasi, onde foi observado aumento na expressão desse receptor, corroborando sua provável

importância na resposta contra a leishmaniose (MELO et al., 2013).

Em cães experimentalmente infectados por L. infantum, quando avaliado a transcrição

de TLR diversos órgãos após período de tempo de 6 e de 15 meses do início da infecção, foi

observado após 6 meses uma correlação positiva da expressão de TLR4 e IL-17 no fígado

com o aumento da carga parasitária. Com relação a cargas parasitárias na pele foi observada

uma correlação positiva moderada a forte na transcrição de TLR3. Após 15 meses foram

observadas correlações positivas na pele apenas para IL-17, enquanto que a transcrição de

TLR2 e TLR9 estava regulada negativamente. Nos linfonodos, após esse mesmo período, foi

19

observada uma correlação positiva com TLR-4. (HOSEIN et al., 2015). Estudo recente com

biopsia de pele de cães naturalmente infectados por L. infantum e apresentanto alterações

dermatológicas mais leves como dermatite papular (CanL estágio I) quando comparada com

manifestações cutâneas mais severas de CanL (estágio I e II) apresentou uma frequência

significativamente maior de formação de granuloma, uma tendência a menor carga parasitária

e uma expressão significativamente menor de TLR2. Esse resultado indica uma possível

associação da leishmaniose cutânea com TLR2 (ESTEVE et al., 2015).

Em um estudo com camundongos, foi observado que os parasitas da leishmaniose

podem ser capazes de modular negativamente a ativação da resposta inflamatória, esse

mecanismo ocorre via infecção das células dendríticas pela promastigota da L. infantum

promovendo clivagem de subunidades do NF-kβ, levando a uma desaceleração na maturação

ou ativação das células infectadas pelo protozoário (NEVES et al., 2010). Esse efeito negativo

sobre o NF-kβ afetando as células dendríticas e macrófagos infectados desencadeia

diminuição na produção de citocínas e de enzimas relacionadas a produção de mediadores

inflamatórios secundários, tornando a resposta imune à leishmaniose, em especial a Th1,

menos eficiente (REINHARD et al., 2011). O NF-kβ tem participação importante também

em processos de controle anti-inflamatório, atuando diretamente na inibição da expressão de

genes pró-inflamatórios e também na modulação da expressão e ativação de citocinas diversas

como a IL-10 (TOMCZAK et al., 2006). Por outro, o NF-kβ como fator de transcrição

também tem função crucial para o processo inflamatório na síntese de citocinas dentre as

quais TNF-α, IL-1β, IL-6 e IL-8 (VALLABHAPURAPU; KARIN, 2009). Além desses

mediadores inflamatórios, o NF-kβ também tem importância na expressão da cicloxigenase-2

(COX-2) (TAK; FIRESTEIN, 2001) e também importância em processos de angiogênese e

possivelmente participação na expressão do fator de crescimento do endotélio vascular

(VEGF) (XIE et al., 2010), fator de angiogênico importante no processo inflamatório. Através

da estimulação das citocinas TNF-a e da IL-1 pelas vias de ativação do NF-kβ (TNF-α),

temos a estimulação de células endoteliais e consequente aumento da expressão de moléculas

de adesão, favorecendo à migração neutrofílica (BEHM et al., 2012).

2.2.4 O processo inflamatório da pele e as proteínas de fase aguda

Uma vez que haja a inoculação do protozoário através do rompimento das barreiras

físicas da pele, com consequente ativação das diversas vias de liberação de citocinas

inflamatórias como já visto, ocorre então o processo inflamatório. Esse processo inflamatório

lesivo da pele em cães afetados pela leishmaniose pode se agravar à medida que temos o

20

alojamento e aumento da carga parasitária na pele desses animais e principalmente quando a

evolução da infecção desencadeia danos epiteliais característicos das infecções secundárias,

tais como observadas na dermatite papular (LOMBARDO et al., 2014, ORDEIX et al., 2006).

De uma forma geral, a inflamação é um mecanismo de defesa inato dos tecidos

vascularizados para eliminação de agentes estranhos ou exógenos (GRIVENNIKOV et al.,

2010). O processo inflamatório pode ser classificado como agudo ou crônico, onde, no

primeiro caso, os mecanismos de defesa celulares e vasculares atuam em um espaço curto de

duração, em que é observado um aumento da permeabilidade vascular, com migração de

leucócitos em geral, mas principalmente neutrófilos (KOLACZKOWSKA; KUBES, 2013).

Por outro lado, a inflamação crônica caracteriza-se por sua duração mais longa,

permanecendo instalada e influenciando a persistência crônica de macrófagos, angiogênese e

dano tecidual (FREIRE; VAN-DYKE, 2013).

O processo inflamatório desencadeia cinco sinais clínicos clássicos, sendo eles edema,

calor, rubor, dor e perda da função. O edema, causado pela fase exsudativa, é resultante do

aumento da pressão hidrostática devida a saída de moléculas de água e proteínas para o meio

extra-capilar. O calor e o rubor são oriundos da fase vascular, onde há hiperemia arterial

(aumento do volume sanguíneo local), essas alterações vasculares são oriundas da

vasoconstricção arterial e vasodilatação e permeabilidade venular induzidas por histaminas e

prostaglandinas. Por fim, a perda de função é decorrente do edema (principalmente em

articulações, impedindo a movimentação) e da dor (devido a compressão das fibras nervosas

locais devido ao edema, agressão direta às fibras nervosas), que dificultam as atividades

locais. A fase vascular e exsudativa resultam em grande quantidade de mediadores oriundos

do estimulo dos agentes patógenos invasores que, uma vez drenados aos linfonodos regionais,

iniciam uma resposta imune no animal (MEDZHITOV et al., 2008; ROCK et al., 2010;

FREIRE; VAN-DYKE, 2013).

No momento em que as células de defesa como monócitos e macrófagos são ativadas

em resposta ao estímulo inflamatório devido a danos teciduais ou infecções, temos uma

consequente ativação da resposta de fase aguda, onde diversas citocinas são liberadas pelas

células inflamatórias, tais como IL-6, IL-8, IL-1 e TNF-a (JAIN et al., 2011). Essa resposta de

fase aguda é um tipo mecanismo de defesa rápida e não específica contra distúrbios que

alterem a homeostasia, tanto de forma localizada como generalizada, alterações essas que

podem ser desencadeadas por inflamação, infecções, dano tecidual, neoplasia entre outros

(Fig. 4) (PETERSEN et al., 2004). O resultado dessa resposta inclui mudanças na

concentração de algumas proteínas plasmáticas denominadas de proteínas de fase aguda

21

(APP), produzidas pelo fígado. Entre as principais proteínas de fase aguda que sofrem essa

alteração temos o haptoglobina (Hp) e a proteína C-reativa (PCR) que sofrem aumento em

sua concentração sorológica e a albumina que sofre diminuição (BODE et al., 2011). Durante

esse processo inflamatório, a IL-6 induz a produção da PCR que é um importante marcador da

atividade inflamatória, estando presente em altas concentrações em até 48 horas após o início

do processo inflamatório (CRAY et al., 2009). Em cães naturalmente infectados por L.

infantum, é possível observar um aumento significativo da concentração do PCR circulante,

principalmente em cães sintomáticos (MARTINEZ-SUBIELA et al., 2002).

Figura 4: Resposta de fase agudada e regulação da expressão hepática das APP

desencadeada pelo estimulo oriundo de desafios diversos, tais como infecção e danos

teciduais que podem levar a inflamação.

Fonte: Adaptado de BODE et al., 2011.

2.3 INFILTRADO NEUTROFÍLICO

O processo inflamatório na fase celular desencadeia acúmulo de leucócitos em tecidos

infeccionados por via do recrutamento celular pelas citocinas e quimiocinas. Ambas

favorecem a ligação desses leucócitos ao endotélio com concomitante migração através do

endotélio em direção ao local da infecção. Entre os leucócitos, temos tanto neutrófilos como

monócitos migrando ao local da infecção fagocitando e destruindo agentes patógenos, no

22

entanto, também essas células podem causar dano tecidual pela liberação de enzimas e EROs

(SCHMIDT et al., 2013; KOLACZKOWSKA; KUBES, 2013).

Esse recrutamento leucocitário, mais especificamente o neutrofílico, envolve uma

cascata que compreende as seguintes etapas: ancoragem, rolamento, adesão e transmigração

para além da barreira do endotélio em direção aos tecidos afetados (Fig. 5) Essa cascata é

desencadeada graças a mudanças na superfície do endotélio resultante de estimulação por

mediadores pró-inflamatórios (TNF-α and IL-1) oriundos das células sentinelas presentes nos

tecidos quando entram em contato com agentes patógenos (PHILLIPSON; KUBES, 2011).

Para atravessar a membrana basal e o endotélio, processo que leva de 10 a 20 minutos, é

necessário o auxilio das integrinas, de moléculas de adesão pertencentes à super-familia das

imunoglobulinas, como as moléculas de adesão intercelular 1 e 2 (ICAM1 e ICAM2)

(SPRINGER, 1994), de molécula de adesão celular-vascular 1 (VCAM1) (OSBORN et al.,

1992), além de diferentes tipos de proteínas de junção como CD31, CD99, molécula de

adesão juncional (JAMs) e moléculas de adesão celular endotelial (ECAM) (MULLER,

2011).

Figura 5: Cascata de migração neutrofílica do espaço vascular para o sítio de infecção.

Fonte: Adaptado de PHILLIPSON; KUBES, 2011.

Após esse processo de diapedese, os neutrófilos permanecem predominantes como

células de defesa no local de lesão em um momento inicial que se estende por até 48 horas do

início do processo inflamatório. O papel desse infiltrado neutrofílico é central para a

resolução do processo inflamatório, mas também pode desencadear danos teciduais. Estudos

23

apontam que o agravamento e cronicidade de condições inflamatórias em diversas alterações,

tais como diabetes, artrite reumatoide ou em alguns quadros infecciosos, pode desencadear

um aumento considerável do infiltrado inflamatório neutrofilico e a um severo dano tecidual

com agravamento da condição clínica do animal acometido (BIAN et al., 2016). Dessa forma,

é importante estudar o infiltrado inflamatório em animais com doenças que podem

desencadear sintomatologia de lesões crônicas em diversos órgão e tecidos, tal como

observado na leishmaniose.

2.4 O FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR (VEGF) NA INFECÇÃO

POR Leishmania spp.

O dano tecidual da pele, em animais sintomáticos, desencadeado nos processos

inflamatórios crônicos pelos diversos fatores já citados (liberação de enzimas e mediadores

por neutrófilos e macrófagos), além da ação das espécies reativas de oxigênio sobre os

agentes patógenos da pele, é contra balanceado pelo processo de resposta cicatricial que visa

reestabelecer a homeostase desses tecidos (KOLACZKOWSKA; KUBES, 2013).

É na etapa proliferativa que observamos o predomínio da angiogênese, além de

deposição da matriz extra-celular e recuperação do tecido epitelial perdido e da deposição do

tecido de granulação. Esse processo de angiogênese é resultante da liberação de mediadores

químicos pelos macrófagos, como o VEGF que irá atrair fibroblastos para o local da lesão

epitelial, para compor o tecido de granulação (BARRIENTOS et al., 2008; TELLER;

WHITE, 2011). Por fim, ocorre no local de lesão tecidual o processo de fibroblastia, que

compreende: a ativação dos fibroblastos, produção de colágeno e substituição por tecido

conjuntivo. Esse processo é essencial para a recuperação tecidual e é completamente

dependente da formação concomitante de vasos sanguíneos pela angiogênese estimulada

principalmente pelo VEGF (BAO et al., 2009; GREAVES et al., 2013).

O fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) é uma sub-familia de fatores de

crescimento, são proteína de sinalização e são subdivididas em: VEGF-A, VEGF-B, VEGF-C

e VEGF-D, sendo que apenas o VEGF-A está diretamente ligado ao papel de formação dos

vasos sanguíneos. Várias moléculas são apontadas como tento algum tipo de participação no

processo de angiogênese, tais como: TGF-α, TGF-β, HGF e IL-8 (YANCOPOULOS et al.,

2000). No entanto, apesar de ser um processo bastante complexo e com a participação de

diversas moléculas, estudos vêm apontando a importância crucial do VEGF para a

angiogênese, tanto natural como desencadeada por processos patológicos, tais como

crescimento tumoral e metástase (YANG et al., 2015), diabetes (GUPTA et al., 2013) ou

24

mesmo em infecções que possam desencadear sinais clínicos de desordem epitelial, como a

leishmaniose (FRAGA et al., 2012). Essa angiogênese observada em processos patológicos é

iniciada em resposta à hipóxia, a situações de isquemia ou ao próprio processo inflamatório

(ZAREMBER; MALECH, 2005).

Na infecção por leishmaniose estudos tem apontado que as lesões epiteliais encontradas

nos quadros clínicos podem estar associadas à hipóxia em camundongos (ARRAIS-SILVA et

al., 2005) e em humanos acometidos por leishmaniose cutânea (FRAGA et al., 2012). Estudo

recente in vitro, formas pro-mastigotas de diversas cepas de Leishmania spp., entre elas a L.

infantum e a L. donovani, demonstraram interação com fatores pró-angiogênicos como o

VEGF (ARDORE et al., 2014). Não apenas os sinais clínicos de lesão da pele na

leishmaniose estão relacionados com quadros de hipóxia, o controle in vitro dessa mesma

hipóxia no decorrer da infecção por leishmaniose foi apontado como possivelmente associado

à diminuição das porcentagens de células infectadas (COLHONE et al., 2004).

Por outro lado, a promoção da angiogênese pode também proporcionar um ambiente

favorável para o desenvolvimento da leishmaniose, tendo com base o fato de que algumas

moléculas leishmanicidas têm potenciais anti-angiogênico (GALAL et al., 2009). Existem

evidencias que também algumas formas de Leishmania spp., como a L. donovani, pode ser

capaz de ativar o fator indutor de hipóxia 1 (HIF-1) que regula a ação do VEGF no intuito de

auxiliar sua adesão e sobrevivência em macrófagos (SINGH et al., 2012).

2.5 A CICLOXIGENASE-2 (COX-2) NA INFECÇÃO POR Leishmania spp.

A COX é uma enzima que pode ser encontrada em três isoformas distintas, a COX-1,

COX-2 e a COX-3. A COX-1 encontra-se expressa na maior parte dos tecidos com função de

sintetizar baixos níveis de prostaglandinas e manter as funções fisiológicas normais do

organismo (SMITH et al., 1996). A COX-2 é induzida como uma resposta a estímulos pró-

inflamatórios e a citocinas, tendo como principal função a liberação de prostaglandinas.

Expressam-se em células de diversos órgãos entre os quais neurônios, células epiteliais da

região cortical do rim, células endoteliais (HARRIS, 2006) e células da epiderme submetidas

a processo inflamatório em diversas espécies, tais como camundongos (FUTAGAMI et al.,

2002) e cães (Fig. 6) (HAMAMOTO et al., 2009). Por fim, a COX-3 é apenas uma variação

da COX-1 com expressão e função de relevância ainda questionável (SCHWAB et al., 2003).

A expressão de COX-2 é regulada pelo NF-κB em resposta a diferentes estímulos pró-

inflamatórios, como lipopolissacarídeo, TNF-α e IL-1, em diferentes tipos celulares (TAK;

FIRESTEIN, 2001). O mecanismo de ação da COX ocorre pela conversão do ácido

25

aracdônico (presente na membrana plasmática) em prostaglandina G2 e posteriormente em

prostaglandina H2 que servirá então de substrato para tromboxano A2 (TxA2) e para

prostacilcinas (PGI2, PGD2, PGE2 e PGF2α). Ambas as COX do tipo 1 e 2 possuem uma

estrutura morfológica relativamente semelhante, que permite essa interação com o ácido

aracdônico, no entanto, a COX-2 possui capacidade de reconhecimento de substrato bastante

superior a COX-1, tendo ainda a capacidade de metabolizar o ácido eicosapentaenoico (EPA)

irá auxiliar na produção de mediadores anti-inflamatórios e de pró-resolução (RAJAKARIAR

et al., 2006). Apesar de estudos apontarem que tanto a COX-1 como a COX-2 tem

importância no processo inflamatório, são as prostaglandinas oriundas da COX-2 que

possuem papel importante nas fases de resolução do processo inflamatório. Nos quadros de

infecção por leishmaniose sem resolução satisfatória, ou seja, com inibição da resposta do tipo

1, temos a produção de IL-10 que desencadeia a inibição da IL-12. Além do IL-10, a PGE-2

induzida pela COX-2 em infecções também pode estar associada à inibição da produção do

IL-12 (BHATTACHARJEE et al., 2012). Dessa forma, aponta-se que a produção de PGE-2,

mediada por COX-2, pode levar a uma imunossupressão na fase aguda da leishmaniose. Essa

expressão do COX-2 em macrófagos pode ter um importante papel em desencadear o

processo de visceralização da L. donovani em camundongos (GREGORY et al, 2008).

26

3 JUSTIFICATIVA

A LVC é uma zoonose endêmica de alta incidência anual no Brasil, sendo o cão um dos

principais reservatórios. É uma infecção que naturalmente desencadeia um desequilíbrio na

resposta imunológica provocando danos teciduais secundários na pele, principalmente devido

à resposta inflamatória desencadeada pelo reconhecimento desses patógenos por receptores

Toll.

Apesar disso, ainda não existem relatos que comprovem o comportamento dos TLR-2 e

TLR-4 na pele dos cães naturalmente infectados e sua correlação com os sinais clínicos desses

animais. A resposta dos tecidos a Leishmania spp. caracteriza-se também por uma reação

inflamatória sendo importante avaliar a participação de mediadores inflamatórios como o

VEGF ou o COX-2.

27

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA

A infecção por L. infantum desencadeia um processo inflamatório sistêmico que altera a

maturação dos neutrófilos do sangue periférico e induz um processo inflamatório no sítio

infeccioso pela participação dos receptores de reconhecimento padrão dos tipos TLR-2 e

TLR-4 com a participação da cicloxigenase-2 (COX-2) e do fator de crescimento do endotélio

vascular (VEGF) no sistema imune cutâneo.

28

5 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Caracterizar os parâmetros hematológicos e bioquímicos e avaliar as expressões de

VEGF, COX-2, TLR-2 e TLR-4 na pele de cães naturalmente infectados por L. infantum.

Objetivos específicos

1 - Avaliar o perfil leucocitário e proteico da resposta inflamatória sistêmica de cães

naturalmente infectados por L. infantum.

2 - Estudar a expressão de TLR2, TLR4, COX-2 e VEGF na pele de cães naturalmente

infectados por L. infantum.

29

6 CAPÍTULO I – LEUCOCITOSE E ALBUMINEMIA EM SANGUE

PERIFÉRICO DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania

infantum

Leukocytosis and albuminemia in peripheral blood of dogs naturally infected by Leishmania

infantum

Artigo submetido ao periódico: Ciência Animal

30

LEUCOCITOSE E ALBUMINEMIA EM SANGUE PERIFÉRICO DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum

(Leukocytosis and albuminemia in peripheral blood of dogs naturally infected by Leishmania

infantum)

Emmanuel Teles Sales, Gian Karlo Gama de Almeida, Ana Raquel Fontenele de Oliveira,

Amanda de Lacerda Moura, Tarssila Mara Vieira Ferreira, José Claudio Carneiro Freitas e

Diana Célia Sousa Nunes-Pinheiro*

Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Laboratório de Imunologia e

Bioquímica Animal. Faculdade de Veterinária. Universidade Estadual do Ceará. Av.Dr. Silas

Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE. CEP:60.714-903.

*Autor para correspondência e-mail: [email protected]

31

Resumo

O objetivo desse estudo foi caracterizar o perfil leucocitário e protéico de cães

naturalmente infectados por Leishmania infantum. Para tanto, foram realizados exame

parasitológico de punção de medula e PCR em amostras de pele para identificação de

Leishmania spp. e avaliação de sinais clínicos e dermatológicos para categorizar e distribuir

cães em três grupos: grupo controle (GC); grupo positivo assintomático (GA) e grupo positivo

sintomático (GS). Amostras de sangue foram coletadas para avaliação dos parâmetros

hematológicos e bioquímicos. As principais manifestações clínicas observadas no GS foram

alopecia, onicogrifose, ceratoconjuntivite e dermatites eritematosas, esfoliativas e ulcerativas.

Os animais com LVC apresentaram alterações hematológicas significativas compatíveis com

descrições da literatura, com leucocitose significativa (p<0,05) do GS e do GA quando

comparados ao GC, além de anemia no GS e GA em relação ao GC. Também foi observado

hiperproteinemia, hipergamablobulinemia e hipoalbuminemia significativa em GS quando

comparado aos demais grupos (p<0,05), estando esse resultado confirmado pela razão

albumina:globunlina reduzida (p<0,05). A contagem diferencial leucocitária apontou para

uma neutrofilia e linfopenia significativas do GS quando comparadas aos demais grupos

(p<0,05), estando esse resultado confirmado pela razão neutrófilo:linfócito aumentada

(p<0,05). Ressalta-se um aumento de neutrófilos segmentados maduros, mas sem alterações

nos neutrófilos imaturos. Animais naturalmente infectados por L. infantum apresentaram

neutrofilia e albuminemia características de alterações sistêmicas associadas a um processo

inflamatório. Contudo, faz-se necessária uma investigação mais aprofundada com um maior

número de animais e com acompanhamento da LVC para avaliar a participação dos

neutrófilos imaturos neste processo.

Palavras-chave: Leishmania infantum, leishmaniose canina, leucócitos, albumina,

inflamação.

Abstract

The objective of this study was to evaluate the leukocyte and protein profile of dogs naturally

infected by Leishmania infantum. For that, a bone marrow parasitological test and PCR were

performed to identify Leishmania spp. Evaluation of clinical and dermatological signs was

used to categorize and distribute dogs in three groups: control group (CG); asymptomatic

group (AG) and symptomatic group (SG). Blood samples were collected for evaluation of

hematological and biochemical parameters. The main clinical manifestations observed in SG

were alopecia, onychogryphosis, keratoconjunctivitis and dermatitis. Leukocytosis and

32

anemia were observed in SG and AG (p <0.05) when compared to CG. In SG were detected

hyperproteinemia with hyperglobulinemia and hypoalbuminemia when compared to the other

groups (p <0.05). The differential leukocytes count indicated neutrophilia and lymphopenia in

SG when compared to AG and CG (p<0.05), and this result was confirmed by a

neutrophil:lymphocyte ratio which was increased (p<0.05). We highlight an increase of

mature segmented neutrophils in GS, but there is no change in immature neutrophils. Thus,

animals naturally infected by L. infantum presented leukocytosis with neutrophilia and

hypoalbuminemia characteristic of systemic changes associated to inflammatory process.

However, a more in-depth investigation with a larger number of animals and earlier follow-up

of CanL animals is necessary to evaluate the participation of immature neutrophils in this

process.

Keywords: Leishmania infantum, Canine leishmaniasis, leukocytes, albumin, inflammation.

1. INTRODUÇÃO

As leishmanioses são zoonoses desencadeadas por protozoários do gênero Leishmania

spp. sendo de grande importância para a saúde pública, principalmente. Nas zonas urbanas o

cão é considerado o principal reservatório da leishmaniose (MAIA et al., 2013) e quando

acometido pela forma visceral (LVC) pode apresentar um amplo espectro de respostas

(FERREIRA et al., 2016), porém os fatores que levam ao exacerbamento ou controle dessa

sintomatologia ainda não são bem conhecidos.

Durante a infecção, as células do sistema monocítico fagocitário atuam como

apresentadoras de antígenos que podem estimular uma resposta do linfócito TCD4+

(BANETH et al., 2008) com ativação de macrófagos produtores de óxido nítrico responsável

pela destruição intracelular da Leishmania spp. (IKEDA et al., 2003). Além dos macrófagos,

os neutrófilos são células de grande importância para o processo de infecção, tanto

diretamente sendo recrutadas ao sítio de infecção, podendo eliminar o parasita por fagocitose,

por liberação de espécies reativas de oxigênio e pelas armadilhas extracelulares neutrofílicas

(NETs) (KRUGER et al., 2015), como indiretamente nas funções de ativação e regulação das

células do sistema imune inato e adaptativo (MANTOVANI et al., 2009). Nas infecções por

leishmanioses em geral são especialmente importantes por serem as primeiras células a serem

recrutadas ainda nas primeiras horas após a infecção como no caso de infecção por L.

infantum (THALHOFER et al., 2011).

Estudos recentes do perfil neutrofílico em humanos diagnosticados com leishmaniose

visceral (LV) demonstraram alterações tanto na sua função como estágio de maturação, sendo

33

então potencialmente determinantes na severidade da infecção (YIZENGAW et al., 2016).

Também foi reportado em casos humanos de leishmaniose cutânea (LC) que os neutrófilos

teriam uma participação mais importante em influenciar o estado inflamatório sistêmico dos

pacientes, através da produção de mediadores inflamatórios, do que de destruição direta do

parasita (CONCEIÇÃO et al., 2016) e na infecção experimental de camundongos com L.

amazonense também foi investigado o papel e o perfil dos neutrófilos durante a infecção

(SOUSA et al., 2014). Neste sentido, estudos sobre o perfil leucocitário/neutrofílico e

bioquímico na inflamação sistêmica provocada em cães na leishmaniose visceral ainda não

foram relatadas. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi caracterizar o perfil leucocitário e

protéico em cães naturalmente infectados por L. infantum.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O protocolo experimental foi submetido ao Comitê de Ética em Uso de Animais da

Universidade Estadual do Ceará sob protocolo nº6508268/2016.

2.1. População do estudo

Amostras de sangue de 33 cães adultos provenientes do Centro de Controle de

Zoonoses em Fortaleza (Ceará, Brasil), foram incluídas nesse estudo. O diagnóstico de

Leishmniose Visceral Canina (LVC) foi baseado no teste rápido DPP LVC Bio-Manguinhos®

associado ao teste sorológico ELISA e PCR para L.infantum em amostras de pele obtidas por

biópsia. Punção aspirativa de medula óssea foi realizada para pesquisa parasitológica. Os

cães (n = 33) naturalmente infectados por L. infantum foram divididos com base na presença

ou ausência de alterações clinico-dermatológicas em: um grupo assintomático (GA, n = 10), e

grupo sintomático (GS, n = 23), sendo consideradas alterações clínicas relevantes para a

inclusão dos amimais às características da infecção, tal como: caquexia, onicogrifose,

alopecia, dermatites, ceratoconjuntivites entre outras. Cães sem manifestações clínico-

dermatológicas e que apresentaram resultados negativos nesses testes foram considerados

como sendo não infectados e incluídos como o grupo controle (GC, n = 5).

2.2. Coleta de amostras de sangue e Análises hematológica e bioquímica

Amostras de sangue (10 mL) foram coletados dos diferentes grupos através de

venopunção da jugular com seringa estéril. Desse total, 5 ml de sangue foram colocados em

tubo de coleta contendo anticoagulante EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) para serem

destinados a avaliação hematológica e outros 5 mL em tubo de coleta sem anticoagulante,

para a avaliação bioquímica. As amostras foram então centrifugadas para obtenção do soro

que foram aliquotados e armazenados a -20 ° C até a análise bioquímica. Os resultados dos

34

exames hematológico e bioquímico foram comparados aos valores de referência para a

espécie canina.

As amostras de sangue coletadas em frascos com EDTA foram conduzidos ao

laboratório de Patologia Clínica da FAVET-UECE para avaliação dos parâmetros

hematológicos em aparelho de automação: contagem total de hemácias, hematócrito (HCT,

%), contagem Leucócitos totais (LT, mm³) e diferencial de leucócitos, e contagem de

plaquetas (PLT, mm³). Foram realizados esfregaços de sangue das amostras para contagem

diferencial dos leucócitos e avaliar o perfil neutrofílico desses animais.

Das amostras de soro de cães coletados em tubos sem EDTA, foram avaliados os

níveis de proteína total sérica (TPS, g/dL), albumina (Alb, g/dL) e globulina (Glob, em g/dL);

A dosagem sérica foi realizada por sistema automatizado (Konelab 60i) utilizando kits

comerciais específicos (Wiener Lab®), de acordo com a metodologia do fabricante.

2.3. Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas por meio do programa estatístico

computacional GraphPadPrism 7.0. Os resultados foram expressos como média ± desvio

padrão (DP). Os dados foram submetidos ao teste de Grubbs e Kolmogorov para determinar a

homocedasticidade dos dados. As alterações clínicas observadas foram expressas em

percentagem. Para as análises hematológicas e bioquímicas foram utilizados o teste de

Kruskal-Wallis seguido de teste de Dunn. Em todos os casos, significância foi definida em p

<0,05.

3. RESULTADOS e DISCUSSÃO

Entre as principais alterações sintomatológicas observadas nos cães temos:

onicogrifose em 91,3% dos animais (n=21), conjuntivite em 34,7% (n=8) além de alguma

forma de lesão dermatológica, variando de leve à severa, em 60,8% (n=14). Dentre essas

alterações dermatológicas, pudemos observar alopecia/hipotricose em 56,5% dos animais

(n=13), lesões ulcerativas em 17,3% (n=4) e dermatites em 43,4% (n=10). Também foram

observadas lesões em ponta de orelha em 21,7% dos animais (n=5). Essas alterações clínicas e

dermatológicas estão de acordo com a literatura que aponta a evolução sintomatológica à

medida que temos o aprofundamento e cronicidade da infecção (SILVA et al., 2015).

As alterações hematológicas encontram-se na Tab. 1. Os leucócitos totais (LT)

sofreram aumento significativo (p<0,05) em GA quando comparado ao controle, apontando

um quadro de leucocitose. Por outro lado, GS manteve-se semelhante ao GC, esse achado de

leucocitose em animais acometidos por LVC está respaldado em literatura prévia (JAFARI et

35

al., 2006), embora nem sempre esta alteração seja observada (FREITAS et al., 2012).

Verificou-se uma redução significativa (p<0,05) no hematócrito (HCT) nos grupos com

leishmaniose em relação ao controle. Uma alteração comumente relatada na LV é a anemia,

podendo estar inclusive relacionada com o estágio da infecção (DIAS et al., 2009). Nossos

dados apontaram também que animais com trombocitopenia significativamente (p<0,05) mais

acentuada foram encontrados no grupo GA quando comparado ao mas não ao GS. Neste

trabalho, as plaquetas em todos os grupos avaliados mantiveram-se dentro dos níveis de

normalidade da espécie. É relatado que nos quadros mais avançados da infecção por LV há

uma tendência a diminuição da contagem plaquetária (contagens inferiores a 150.000/mm³)

(DUARTE et al., 2009).

Com relação aos parâmetros proteicos, a proteína total sérica (TPS) do GS (8,34±0,72)

apresentou aumento significativo quando comparado aos demais grupos (p<0,05), bem como

a globulina estava significativamente superior no GS (6,15±1,06) (p<0,05). A albumina sérica

nos animais do GS (2,09±0,60) encontrava-se inferior (p<0,05) ao GC (3,19±0,28). Dessa

forma, o presente estudo observou um aumento dos níveis de proteína total e globulina

associado a uma diminuição nos níveis de albumina sérica. Esse aumento das proteínas totais

do plasma e presença de hiperglobulinemia é considerado uma das alterações mais comuns na

LVC, estando possivelmente associada ao aumento dos níveis de anticorpos anti-Leishmania,

principalmente em estágios mais crônicos da infecção (CIARAMELLA e CORONA, 2003).

Contudo, a hipoalbuminemia observada nos animais se deve provavelmente a migração da

albumina para o meio extravascular com formação de edema, alteração clínica bastante

comum na LVC (KUMAR et al., 2016). Nossos dados reforçam o comprometimento protéico

com a redução (p<0,05) da relação albumina:globulina nos animais do grupo sintomático

(GS) e consequentemente indicam um quadro inflamatório.

A contagem diferencial dos leucócitos do sangue periférico está representada na Fig.

1. Nossos dados demonstraram um aumento significativo na contagem de neutrófilos superior

em animais do GS em relação aos GA e GC (p<0,05). Estudos prévios sugerem que a

contagem diferencial leucocitária não varia significativamente com o estágio clínico da

infecção (AMUSATEGUI et al., 2003). Vale ressaltar que a neutrofilia era acompanhada de

linfopenia no GS quando comparado aos demais grupos. Esses achados estão de acordo com

estudos prévios em quadros característicos de leishmaniose (BOGDAN et al. 2001; JAFARI

et al., 2006). Por fim, a análise neutrofílica, realizada em todos os grupos testados, não

resultou em alterações significativas quanto ao estágio de maturação dos neutrófilos, estando

todos os grupos semelhantes quanto a contagem de neutrófilos maduros. Os neutrófilos

36

imaturos eram raros e encontravam-se dentro da normalidade para a espécie e sem diferenças

entre os grupos (Fig. 2). Foi observada, no entanto, uma tendência a um aumento na contagem

de neutrófilos segmentados e hipersegmentados em animais do GS, mas sem diferença

significativa. Para se verificar a influência da neutrofilia sobre a linfopenia foi analisada a

relação neutrófilos:linfócitos (Fig. 3) a qual estava elevada (p<0,05) no GS em relação a GC e

GA. Estes dados reforçam um quadro inflamatório na leishmaniose.

De um modo geral, a literatura sempre apontou a existência de uma alteração do perfil

leucocitário em pacientes com leishmaniose visceral (MUSUMECI et al., 1978). Além de ter

seus números totais comprometidos, é argumentado que os neutrófilos podem ter sua função

na infecção por leishmaniose diminuída devido a um bloqueio no CD10, presente na

superfície dos neutrófilos e que regulam seus processos inflamatórios e quimiotáticos

(ELGHETANY, 2002). Estudos recentes em humanos apontam a LV associada com quadro

de aumento na ativação neutrofílica, além de um aumento na frequência de neutrófilos

imaturos e uma diminuição na efetividade de suas funções, o que pode caracterizar a

importância neutrofílica na severidade da infecção (YIZENGAW et al., 2016). Em resumo,

foram observados neutrofilia e linfopenia significativa do GS quando comparado ao GA em

cães naturalmente infectados por L. Infantum. No entanto, não foram encontradas diferenças

significativas no tocante ao estágio de maturação entre os grupos. Vale ressaltar que no

presente estudo os animais não tinham histórico prévio de exames, o que dificulta o

acompanhamento por estadiamento dessas alterações leucocitárias.

4. CONCLUSÃO

Animais naturalmente infectados por L. infantum apresentaram alterações sistêmicas

características de inflamação associada a LVC. Contudo, faz-se necessária uma investigação

mais aprofundada com um maior número de animais e com acompanhamento da LVC para

avaliar a participação dos neutrófilos imaturos neste processo.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMUSATEGUI, I.; SAINZ A.; RODRIGUEZ F.; TESOURO M. A.; Distribution and

relationships between clinical and biopathological parameters in canine leishmaniasis.

European Journal of Epidemiology. v. 18 p. 147-156, 2003.

37

BANETH, G.; KOUTINAS A. F.; SOLANO-GALLEGO L.; BOURDEAU P.; FERRER L.

CANINE leishmaniosis – new concepts and insights on an expanding zoonosis: part one.

Trends in Parasitology, v. 24(7), p. 324-330, 2008.

CONCEIÇÃO J.; DAVIS R.; CARNEIRO P. P.; GIUDICE A.; MUNIZ A. C.; WILSON M.

E.; et al. Characterization of neutrophil function in human cutaneous leishmaniasis caused by

Leishmania braziliensis. PLoS Neglected Tropical Diseases 10:e0004715.

doi:10.1371/journal.pntd.0004715, 2016.

DIAS E. L.; BATISTA Z. S.; GUERRA R. M.; CALABRESE K. S.; LIMA T. B.; ABREU-

SILVA A. L. Canine visceral leishmaniasis (CVL): seroprevalence, clinical, hematological

and biochemical findings of dogs naturally infected in an endemic area of Sao Jose de

Ribamar Municipality, Maranhao State, Brazil. Ciencia Animal Brasileira. v. 9, p. 740–745,

2009.

DUARTE, M. I. S.; BADARÓ, R. S. Leishmaniose visceral. In: FOCACCIA, R. et al.

Veronesi: Tratado de Infectologia. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. v. 2, p. 1254-79.

ELGHETANY M. T. Surface antigen changes during normal neutrophilic development: a

critical review. Blood Cells, Molecules & Diseases v. 28, p. 260–74, 2002.

FREITAS, J. C. C.; PINHEIRO, D. C. S. N.; LOPES-NETO, B. E.; SANTOS, G. J.; ABREU,

C. R.; BRAGA, R. R., CAMPOS, R. M.; OLIVEIRA, L. F. Clinical and laboratory alterations

in dogs naturally infected by Leishmania chagasi. Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical, v. 45, p. 24-29, 2012.

IKEDA, F. A.; CIARLINI, P. C.; FEITOSA, M. M.; GONÇALVES, M. E.; LUVIZOTTO,

M. C. R.; LIMA, V. M. F. Perfil hematológico de cães infectados por Leishmania chagasi no

município de Araçatuba-SP: estudo retrospectivo de 191 casos. Clínica Veterinária, v.47,

p.42-48, 2002.

JAFARI, S. S.; TAMADON, A.; FAKHAR, M,; MOTAZEDIAN M. H.; BIGHAM A.;

ASGHARI Q. First report of visceral leishmaniasis in a German shepherd dog in Fars

province, Southern Iran. Comparative Clinical Pathology. v. 15, p. 267–269. 2006

38

KRUGER P.; SAFFARZADEH M.; WEBER A. N.; RIEBER N.; RADSAK M.; VON

BERNUTH H.; et al. Neutrophils: between host defence, immune modulation, and tissue

injury. PLoS Pathogens, v. 11, p. 3, 2015.

KUMAR V.; ABBAS A. K.; FAUSTO N.; ROBINS E COTRAN: Patologia: Bases

Patológicas das Doenças. 9ª ed. São Paulo: Elsevier, 2016.

MAIA, C.; DIONÍSIO L.; AFONSO M. O.; NETO L.; CRISTÓVÃO, J. M.; CAMPINO, L.

Leishmania infection and host-blood feeding preferences of phlebotomine sandflies and

canine leishmaniasis in an endemic European area, the Algarve Region in Portugal. Memorias

do Instituto Oswaldo Cruz, v. 108(4), p. 481-487, 2013.

MANTOVANI, A.; CASSATELLA M. A.; COSTANTINI C.; JAILLON S. Neutrophils in

the activation and regulation of innate and adaptive immunity. Nature Reviews Immunology,

v. 11, p. 519–31, 2009.

MEYER, D. J.; COLES E. H.; RICH L. J.; Medicina de Laboratório Veterinário –

interpretação e diagnóstico. 1ª ed. São Paulo: Roca; 1995.

MUSUMECI S.; D’AGATA A.; SCHILIRO G.; FISCHER A. Leukokinetic studies in

Mediterranean kala azar. Acta Tropica, v. 35, p. 183–93, 1978.

SOUSA L. M.; CARNEIRO M. B.; RESENDE M. E.; MARTINS L. S.; DOS SANTOS L.

M.; VAZ, L. G.; MELLO, M. D.; MOSSER P. S. Neutrophils have a protective role during

early stages of Leishmania amazonensis infection in BALB/c mice. Parasite Immunology, v.

36, p. 13–31, 2014.

THALHOFER, C. J.; CHEN, Y.; SUDAN, B.; LOVE-HOMAN, L.; WILSON, M.

E. Leukocytes infiltrate the skin and draining lymph nodes in response to the protozoan

Leishmania infantum chagasi. Infection and Immunity. V. 79, p. 108–117, 2011.

YIZENGAW, E.; GETAHUN, M.; TAJEBE F.; CERVERA, E. C. C.; ADEM E. et al;

Visceral leishmaniasis patients display altered composition and maturity of neutrophils as

well as impaired neutrophil effector functions. Frontiers in Immunology, v. 7, p. 1-12, 2016.

BOGDAN, C.; SCHONIAN, G.; BANULS, A. L.; HIDE, M.; PRATLONG, F.; LORENZ,

E.; ROLLINGHOFF, M.; MERTENS, R. Visceral leishmaniasis in a German child who had

never entered a known endemic area: case report and review of the literature. Clinical

Infectious Diseases, v. 32, p. 302–306, 2001.

39

Tabela 1. Análise hematológica e proteica em cães naturalmente infectados por L. infantum

Cães sororpositivos/PCR+

Parâmetros

Cães soronegativos

(CD, n=4)

Assintomáticos

(AD, n=8)

Sintomáticos

(SD, n=25)

Leucócitos totais (x109/L) 9.1±0,9

b 13.35±3,1

a 14,2±2,6

a

HCT (%) 46,0±4,39a 37,66±3,40

b 35,38±5,27

b

PLT (x109/L) 311,00±37,9

a 178,6±124,1

b 233,3±150,9

ab

PTS (g/dL) 7,13±0,65ab

6,5±0,90b 8,45±0,74

a

Albumina (g/dL) 3,19±0,28a 2,64±0,52

ab 2,19±0,60

b

Globulina (g/dL) 3,93±0,52a 3,86±1,47

a 6,05±1,04

b

A/G 0,67±0,07a 0,71±0,13

a 0,28±0,16

b

LT: Leucócitos totais; HCT: hematócrito; PLT: plaquetas; PT: Proteínas totais do soro; PCR:

Reação em cadeia da polimerase para L. infantum. Letras diferentes na mesma linha

considerada significativa (p<0,05).

40

Figura 1. Contagem diferencial entre os leucócitos, neutrófilos, linfócitos e monócitos nos

grupos controle (GC), assintomático (GA) e sintomático (GS). Letras (a) e (b) denotam

diferença significativa entre os grupos avaliados (p < 0,05).

Figura 2. Percentagem de neutrófilos imaturos nos grupos controle (GC), assintomático (GA)

e sintomático (GS) para Leishmaniose canina. Não foram observadas diferenças significativas

entre os grupos avaliados (p < 0,05).

41

Figura 3. Razão entre neutrófilos e linfócitos nos grupos controle (GC), assintomático (GA) e

sintomático (GS). Letras diferentes denotam diferença significativa entre os grupos avaliados

(p < 0,05).

Figura 4. Razão entre albumina e globulina nos grupos controle (GC), assintomático (GA) e

sintomático (GS). Letras diferentes denotam diferença significativa entre os grupos avaliados

(p < 0,05).

42

7 CAPÍTULO II – Inflammatory parameters and expressions of TLR-2, TLR-4

COX-2 and VEGF in the skin of dogs naturally infected by Leishmania infantum.

Parâmetros inflamatórios e expressões de TLR-2, TLR-4, COX-2 e VEGF na pele de cães

naturalmente infectados por Leishmania infantum

Artigo submetido ao periódico: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia

43

Inflammatory parameters and expressions of TLR-2+, TLR-4+, COX-2+ and VEGF+ in

the skin of dogs naturally infected by Leishmania infantum

[Parâmetros inflamatórios e expressões de TLR-2, TLR-4, COX-2 e VEGF na pele de cães

naturalmente infectados por Leishmania infantum]

E.T. Sales1, T.M.V. Ferreira

1, F.M.A.X. Porto

2, V.C.C. Girão

2,

D.C.S. Nunes-Pinheiro1*

1Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias – FAVET-UECE – Fortaleza-CE

2Programa de Pós-graduação em Ciências Morfofuncionais – FM-UFC – Fortaleza-CE

*Autor para correspondência (corresponding author) e-mail: [email protected]

ABSTRACT

The aim of this study was to investigate the VEGF, COX-2, TLR-2 and TLR-4 expressions in

skin of dogs naturally infected by L. infantum. Therefore, seropositive dogs (n = 33) were

divided into asymptomatic (AG, n = 10) and symptomatic (SG, n = 23) groups, according to

the presence or absence of dermatological alterations, compared to the non-infected dogs

(CG, n = 5) included as control group. Skin biopsies were collected from the scapular region

and the ear tip, processed for routine histology and labeled by immunohistochemistry with

monoclonal antibodies against VEGF+, COX-2

+, TLR-2

+ and TLR-4

+. The main clinical

manifestations observed in SG were alopecia/hypotrichosis, onychogryphosis,

keratoconjunctivitis and dermatitis. It was evidenced intense inflammatory infiltrate in SG in

relation to AG. Increases in the expression of VEGF+, COX-2

+, TLR-2

+ on the skin of SG

(intense) animals were observed when compared to AG (moderate) and CG (mild), whereas

TLR-4+ marking was not altered between the groups evaluated. These data indicate the

involvement of VEGF+ and COX-2

+ by the activation of TLR-2

+, which may suggest a

relationship of the transcription pathway of NF-kB by TLR-2+ but not by TLR-4

+ in response

to L. Infantum.

Keywords: Leishmania infantum, CanL, Inflammatory mediators, Toll-like receptors, Skin.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar as expressões de VEGF, COX-2, TLR-2 e TLR-4 na pele de

cães naturalmente infectados por L. infantum. Para tanto, cães soropositivos (n=33) foram

44

divididos nos grupos assintomático (GA, n=10) e sintomático (GS, n=23), de acordo com a

presença ou ausência de alterações dermatológicas, comparados com o grupo de animais

soronegativos (GC, n=5). Biópsias da pele foram coletadas da região escapular e da ponta

de orelha, processados para histologia e himunohistoquímica com anticorpos monoclonais

contra VEGF+, COX-2

+, TLR-2

+ and TLR-4

+. As principais manifestações clínicas

observadas em GS foram alopecia, onicogrifose, ceratoconjuntivite e dermatites

eritematosas, esfoliativas e ulcerativas. Foi evidenciado infiltrado inflamatório intenso em

GS em relação ao GA. Foram observados aumento nas expressões de VEGF+, COX-2+ e

TLR-2 na pele de animais GS quando comparados a GA e GC, enquanto que a marcação de

TLR-4, não foi alterada entre os grupos avaliados. Estes dados indicam o envolvimento de

VEGF+ e COX-2, pela ativação do TLR-2, o que pode sugerir uma relação da via de

transcrição do NF-kB pelo TLR-2 e não pelo TLR-4 em resposta a infecção por L. infantum.

Palavras-chave: Leishmania infantum, LCan, Mediadores inflamatórios, Receptores tipo toll,

Pele.

INTRODUCTION

The canine visceral leishmaniasis (LVC), caused by Leishmania infantum infection in dogs

through the inoculation by phlebotomine vector (Who, 2016), can trigger a broad spectrum of

symptomatological manifestations ranging from sub-clinical or asymptomatic status to the

development of systemic desease and severe clinical- dermatological alterations (Ferreira et

al., 2016). In this context, the skin has a great importance in the defense against canine

leishmaniasis (CanL) in general, since it is where the first interactions and immunological

responses of the host against the parasite occur (Reis et al., 2009). Among the main defense

mechanisms of the skin, we have the cellular constituents defenses, such as: keratinocytes,

mature and immature dendritic cells, monocytes / macrophages, granulocytes, among others

(Simpson et al., 2011).

These local defense cells of the dog come into contact with the pathogen-associated molecular

pattern (PAMPS) of the infecting agent, and the recognition of these PAMPS is performed by

Toll-like receptors (TLR) (Kawasaki and Kawai, 2014), which will activate the Inflammatory

response. The response triggered by TLRs was reported as an important defense mechanism

against LVC (Amorim et al, 2011). The recognition of the exogenous antigens by the TLR

activates, through several adaptive molecules like MyD88, the nuclear factor kappa beta (NF-

kβ) sinalization pathway which carries information to the nucleus and promotes the synthesis

45

of pro-inflammatory cytokines (such as TNF-α, IL-1β, IL- 6 and IL-8), chemokines, besides

acting in the regulation of defense cells, such as macrophages and dendritic cells (Kawasaki

and Kawai, 2014), which in turn will act on the activation of T cells and the development of

Th1 or Th2 responses (Scott and Novais, 2016).

However, the importance of several of these mediators released by this activation pathway

such as cyclooxygenase-2 (COX-2) (Tak and Firestein, 2001) and vascular endothelial growth

factor (VEGF) (XIE et al., 2010) are yet poorly understood in dogs during L. infantum

infection, but may be potentially important for the establishment and visceralization of the

LVC due to inhibition of defensive cell activity (Gregory et al., 2008; Fraga et al., 2012; DAS

et al., 2014). Thus, the objective of the present study was to evaluate the expression of

VEGF+, COX-2

+, TLR-2

+ and TLR-4

+ in the skin of dogs naturally infected by L. infantum.

MATERIALS AND METHODS

Skin samples Thirty-three adult dogs, of different races and both genders, ages ranging

between 2 and 8 years, were selected for the present study. They were provided by the

Zoonosis Control Center, in Fortaleza / Ceará, a region with a high prevalence of CanL. The

experimental animals were selected based on the results of DPP rapid test CVL Bio-

Manguinhos®, serologic ELISA test (Bio-Manguinhos, Brazil, 2011), parasitological test of

bone marrow puncture and PCR of skin tissue samples. Negative animals in serological and

parasitological tests were considered uninfected and used as control group (CG, n = 5). Dogs

infected (n = 33) by L. infantum were divided into asymptomatic group (AG, n = 10), and

symptomatic (SG, n = 23), according to criteria based on presence or absence of clinical and

dermatological changes. Animals from the symptomatic group were divided into symptomatic

group without skin lesion (SG- n = 9) lesion and symptomatic group with skin lesion (SG+ n

= 14). The clinical alterations common to L. infantum were: onychogryphosis,

keratoconjunctivitis, cachexia and dermatitis. The skin biopsies were performed on the

dorsum and the ear tip of the dogs and the blood samples were collected by jugular

venipuncture.

This study was approved by the Ethical Committee in Animal Use of the State University of

Ceará, Brazil (CEUA, Protocol no. 6508268/2016).

Skin samples were collected after euthanasia (potassium chloride 10%) from previously

anesthetized dogs (Thiopental - Thiopentax ®, Cristalia). Sections of five mm skin were

46

collected from the scapular region and the ear tip of dogs with the help of a dermatological

punch. After collection, the skin samples were transported and fixed in 10% buffered neutral

formalin, stored in 70% alcohol and finally embedded in paraffin for routine histological

processing. For histological analysis, the paraffin blocks were cut into five-micrometer

sections and stained with hematoxylin and eosin (HE). The analysis of the histological

sections was performed under a light microscope (Nikon Eclipse E200MV) at a 200x

magnification. The degree of cellular inflammatory infiltrate (absent, mild, moderate and

intense) was classified according to the average subjective evaluation of two different

observers.

The immunohistochemical evaluations were conducted in paraffin embebed skin sections

(5μm) mounted on silanized glass slides and subsequently subjected to an incubator at 36ºC.

Antigen retrival was performed using citrate buffer at pH 9.0 for 30 minutes at 97 ° C.

Endogenous peroxidase activity was inhibited by 3% hydrogen peroxide (DAKO) for 10 min

and the slides were subjected to monoclonal antibody anti-VEGF+ (clone VG1, Dako-

M7273), COX-2+ (clone CX-294, Dako-M3617-1), monoclonal antibody and mouse anti-

human TLR-4+ (clone sc-10741) and TLR-2+ incubated for 1 h at room temperature. The

slides were then washed twice in PBS and then incubated with EnVision polymer reagent

(EnVision TMþDual connection System/HRP, Dako) for 30 min at room temperature, then

applied DAB (Dako) for ten minutes. Sections were counterstained with Mayer's hematoxylin

for 5 min. The intensity of the staining was analyzed by light microscopy (Leica DM2000) at

200x magnification. The expression of the markers was subjectively classified as none (-),

mild (+), moderate (++) and intense (+++) according to the subjective evaluation of two

different observers (Oliveira et al., 2014).

For L. infantum immunohistochemistry, skin biopsy sections were prepared from paraffin-

embedded were cut and mounted as previous described. Silanized slides were deparaffinised

in xylene, and the tissue was rehydrated using graded alcohols. The slides were incubated in a

4% hydrogen peroxide solution and PBS (0.01 M, pH 7.2), followed by incubation in normal

goat serum (1:100 dilution). Antibody from rabbits experimentally infected with L. infantum

(1:200 dilution in 0.01 M PBS) was used as the primary antibody. (Kindly donated by the

Institute of Tropical Medicine of São Paulo). The slides were then incubated for 22 h at 4°C

in a humid chamber. Then, the PBS lavage was performed and the slides were incubated again

in a biotin solution, and then washed again with PBS and incubated with the streptavidin-

peroxidase complex for 20 min at room temperature. The reaction was carried out with the

47

addition of 0.024% diamino-benzidine and 0.16% hydrogen peroxide. Analysis of amastigote

forms of L. infantum was performed by light microscopy (Leica DM2000) at 200x

magnification. The intensity of staining was classified as none (-), mild (+), moderate (++)

and intense (+++), according to the average subjective perception of two observers (Freitas et

al., 2013).

Results were expressed as mean ± standard deviation (SD). The clinical changes observed

were expressed as a percentage. Histology and immunohistochemist date were presented in

scores absent, mild, moderate or intense.

RESULTS AND DISCUSSION

Clinical and dermatological findings can be observed in Fig. 1. The main symptomatic

changes observed in dogs were onychogryphosis (91.3%, n = 21), conjunctivitis (34.7%, n =

8), and some form of dermatological injury (60.8%, n = 14). Among these dermatological

changes (mild to severe), alopecia/hypotrichosis (56.5%, n = 13), ulcerative lesions (17.3%, n

= 4) and dermatitis (43.4%, n = 10), as well as lesions at the ear tip (21.7%, n = 5). These

clinical and dermatological alterations are in accordance with the literature that indicates the

symptom evolution with the deepening and chronicity of the CanL (Silva et al., 2015). Thus,

the development of the characteristic symptoms of CanL are related to the appearance of

dermatitis or cutaneous alterations, such as those observed in this study, that has been used for

molecular investigations in the skin from dogs naturally infected by L. infantum (Ferreira et

al., 2016).

In the dorsal region of the dog and at the ear tip, the presence of inflammatory cellular

infiltrate of the naturally infected animals (60.6%, 20/33) was present in AG (40%, 4/10) and

SG (73% , 9%; 17/23). Among the symptomatic animals (SG), the presence of inflammatory

infiltrate was observed in animals without skin lesion (SG-, 55.5%, 5/9) or with skin lesion

(SG+, 100%, 14/14). A milder to moderate degree of inflammatory infiltrate was observed

predominantly in AG (66.6%; Fig. 2B), mild to moderate in a more recurrent form in SG-

(55%; Fig. 2C) and of moderate to severe grade in SG + (100%, Fig. 2D). In general, the

inflammatory infiltrate observed in these animals was distributed from the most superficial to

the inner most areas of the dermis and was composed by mononuclear cells as neutrophils,

macrophages and lymphocytes. These data are in agreement with literature (Esteve et al.,

2015).

48

The major findings of immunohistochemistry are shown in Table 1 and Figure 2. All groups

presented expressions for COX-2 and VEGF, however in SG+ (Fig. 2H, 2L) the expressions

were intense when compared to AG (Fig. 2F and 2J) and SG (Fig. 2G, 2K), ranging from mild

to moderate expressions. Toll like receptors (TLR) on the other hand, behaved in different

ways. In this study, TLR-4 was practically absent in all the samples evaluated, while TLR-2

expression was ranging from mild to moderate in skin of dogs AG (Fig. 2N) and SG- (Fig..

2O) in relation to CD (Fig.. 2P). TLR-2 was concentrate mainly in the peripheral regions of

the epithelium or around blood vessels in AG and SG, and multifocal and intensely

distributed throughout the epithelium in SG+, with expression more evident at the

inflammatory infiltrate. In the present study, moderate to intense COX-2 labeling was

observed at the ear tip and flank of both SG- and SG + animals.

The COX-2 importance in leishmaniasis, as well as its pathways of activation was studied in

experimental models. This data corroborates with researches that studied hosts infected by L.

donovani, suggesting that proteases secreted by the parasite play an important role in

inflammatory response inducing the increase of COX-2 expression and consequently in the

production of prostaglandins that will inhibit proinflammatory cytokine levels as IL-12, as

well as the production of nitric oxide in infected macrophages (DAS, 2014). In the infection

by L. mexicana it was verify the inhibition of Th1 response through the MAP kinase pathway

of TLR-4 that increase of COX-2 expression and consequently increase the PGE-2

production, and decrease of IL-12 production in macrophages of the infected mice

(SHWEASH, 2011).

Likewise, VEGF expression was more strongly observed in symptomatic animals with skin

lesions (SG+), and this result is consistent with studies in the skin of infected mice by L.

amazonense, whose injuries may be associated with an environment of hypoxia (ARRAIS-

SILVA, 2005). In the present study, VEGF is strongly expressed in the more chronic stages of

the lesions (SG+). The state of hypoxia in tissues can affect the production of cytokines and

the action of macrophages, as well as stimulating the expression of angiogenic factors

(Colhone et al., 2004). These findings are in agreement with studies in the skin of humans

affected by tegumentary leishmaniasis, where it is evident the presence of signs of

dysregulation in the process of angiogenesis with an intense labeling in the expression of

VEGF in the skin of symptomatic patients (Fraga et al., 2012). Another study also suggests

that infection by L. major increase the expression of both VEGF and its receptor (VEGFR)

with significant changes in vascular and lymphatic structure at the site of infection

49

(Weinkopff et al., 2016). We believe that in the dogs infected by L. infantum, VEGF has an

important role in the inflammatory response, since it is observed a proportional increase of its

expression with the worsening of the clinical picture.

In this context, this article sought to elucidate the involvement of TLR-2 and TLR-4 pathways

activation to release the inflammatory mediators, COX-2 and VEGF, since studies on the

expression of TLR-4 and its function in dogs are still quite limited. Our results point to the

absence of TLR-4 marking in the skin dogs naturally infected by L. infantun. Despite the fact

that studies point to the importance of TLR-4 in the control of L. major in mice (Kropf et al.,

2004), our data are in agreement with the literature that until then did not showed detection of

this receptor in skin dogs (Wassef et al., 2004). On the other hand, the expression of high

levels of TLR-4 mRNA in the peripheral blood leukocytes of these animals is pointed

(Asahina et al., 2003), which motivated us to investigate the behavior of this receptor in

inflammatory infiltrates in LVC. However, even in the samples with more severe

inflammatory infiltrates (SG+), it was not possible to observe significant expressions of TLR-

4 in both the flank and the ear tip.

In our study, TLR2 expression was shown to be proportionally more intense in skin samples

with more prominent infiltrate and parasite load. This finding is in agreement with studies on

the skin of dogs affected by LVC, where greater expression of this receptor is observed in

animal with increased of chronicity and parasitic load. (Steeve et al., 2015). The TLR-2

increase expression in the chronic stages of LVC may indicate its direct involvement with the

infection. TLR2 is a direct receptor for lipofosfoglycan (LPG), the main constituent of several

Leishmania species, and it has been pointed out that its interaction with LPG triggers a

decrease in the response against L. major in experimental models (Srivastava et al., 2013).

However, the role of the TLR2 response in CanL is still poorly understood.

CONCLUSION

Based on our results, we can indicate the involvement of TLR-2 in CanL and suggest the NF-

kB transcription factor pathway to the VEGF+ and COX-2 expressions in cutaneous immune

system in response to L. infantum. TLR-4 not participate of this event in dogs naturally

infected by L infantum.

50

ACKNOWLEDGEMENT

To Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP),

CAPES and FINEP for the financial support to this work.

REFERENCES

AMORIM, I.F.; SILVA, S.M.; FIGUEIREDO, M.M. et al. Toll receptors type-2 and CR3

expression of canine monocytes and its correlation with immunohistochemistry and

xenodiagnosis in visceral leishmaniasis. PLoS One., v. 6, n. 11, p. 1-10, 2011.

ARRAIS-SILVA, W.W.; PAFFARO JR., V.A.; YAMADA, A.T.; GIORGIO, S. Expression

of hypoxia-inducible factor-1alpha in the cutaneous lesions of BALB/c mice infected with

Leishmania amazonensis. Exp Mol Pathol, v. 78, n. 1, p. 49-54, 2005.

ASAHINA, Y.; YOSHIOKA, N.; KANO, R. et al. Full-length cDNA cloning of Toll-like

receptor 4 in dogs and cats. Vet Immunol Immunopathol, v. 96, n. 3-4, p. 159-67, 2003.

COLHONE, M.C.; ARRAIS-SILVA, W.W.; PICOLI, C.; GIORGIO, S. Effect of hypoxia on

macrophage infection by Leishmania ama-zonensis. J Parasitol, v. 90, p. 510-515, 2004.

DAS, P.; DE, T.; CHAKRABORTI, T. Leishmania donovani secretory serine protease alters

macrophage inflammatory response via COX-2 mediated PGE-2 production. Indian J

Biochem Biophys, v. 51, n. 6, p. 542-51, 2014.

ESTEVE, L.O.; SAZ, S.V.; HOSEIN, S.; SOLANO-GALLEGO, L. Histopathological

findings and detection of Toll-like receptor 2 in cutaneous lesions of canine leishmaniosis. Vet

Parasitol, v. 209, n. 3-4, p. 157-63, 2015.

FERREIRA, T.M.V.; FERREIRA, T.C.; PORTO, F.M.A.X. et al. CD45+, CD68+ and E-

cadherin+ Expressions in Skin Dogs Naturally Infected by Leishmania infantum. Acta Sci Vet,

v. 45, p. 1436-1443, 2017.

FRAGA, C.A.; OLIVEIRA, M.V.; ALVES, L.R. et al. Immunohistochemical profile of HIF-

1α, VEGF-A, VEGFR2 and MMP9 proteins in tegumentary leishmaniasis. An bras dermatol,

v. 87, n. 5, p. 709-713, 2012.

51

FREITAS, J.C.C.; FERREIRA, F.V.A.; OLIVEIRA, E.S.; NUNES-PINHEIRO, D.C.S.

Canine visceral leishmaniasis: structural and immune-inflammatory changes in lymphoid

organs of naturally infected dogs. Acta Sci Vet, v. 41, p. 1165, 2013.

GREGORY, D.J.; SLADECK, R.; OLIVIER, M.; MATLASHEWSKI, G. Comparison of the

Effects of Leishmania major or Leishmania donovani Infection on Macrophage Gene

Expression. Infect Immun, v. 76, p. 1186-1192, 2008.

KAWASAKI, T.; KAWAI, T. Toll-Like Receptor Signaling Pathways. Front Immunol, v. 5,

n. 461, p. 1-8, 2014.

KROPF, P.; FREUDENBERG, M.A.; MODOLELL, M. et al. Toll-Like Receptor 4

Contributes to Efficient Control of Infection with the Protozoan Parasite Leishmania major.

Infec Immun, v. 72, n. 4, p. 1920-1928, 2004.

OLIVEIRA, M.L.; BEZERRA, B.M.; LEITE, L.O. et al. Topical continuous use of Lippia

sidoides Cham. essential oil induces cutaneous inflammatory response, but does not delay

wound healing process. J Ethnopharmacol, v. 153, p. 283-289, 2014.

REIS, A.B.; MARTINS-FILHO, O.A.; TEIXEIRA-CARVALHO, A. et. al. Systemic and

compartmentalized immune response in canine visceral leishmaniasis. Vet Immunol

Immunopathol, v. 128, p. 87-95, 2009.

SCOTT, P.; NOVAIS, F. O. Cutaneous leishmaniasis: immune responses in protection and

pathogenesis. Nat Rev Immunol, v. 16, p. 581–592, 2016.

SHWEASH, M.; MCGACHY, H.A.; SCHROEDER,J. et al. Leishmania mexicana

promastigotes inhibit macrophage IL-12 production via TLR-4 dependent COX-2, iNOS and

arginase-1 expression. Mol Immunol, v. 48, n. 15-16, p. 1800–1808, 2011.

SILVA, F.M.F.; SANTOS, E.M.S.; TORRES, S.M. et al. Parasite load in intact and ulcerative

skin of dogs with leishmaniais. Braz J Vet Parasitol, v. 25, n. 1, p. 127-130, 2015.

SIMPSON, C.L.; PATEL, D.M.; GREEN, K.J. Deconstructing the skin: cytoarchitectural

determinants of epidermal morphogenesis. Nat Rev Mol Cell Bio, v. 12, p. 565-580, 2011.

SRIVASTAVA, S.; PANDEY, S.P.; JHA, M.K. et al. Leishmania expressed

lipophosphoglycan interacts with Toll-like receptor (TLR)-2 to decrease TLR-9 expression

and reduce anti-leishmanial responses. Clin Exp Immunol, v. 172, n. 3, p. 403-409, 2013.

52

TAK, P.P.; FIRESTEIN, G.S. NF-kappaB: a key role in inflammatory diseases. J Clin Invest,

v. 107, n. 1, p. 7-11, 2001.

WASSEF, A.; JANARDHAN, K.; PEARCE, J.W.; SINGH, B. Toll-like receptor 4 in normal

and inflamed lungs and other organs of pig, dog and cattle. Histol Histopathol, v. 19, n. 4, p.

1201-8, 2004.

WEINKOPFF, T.; KONRADT, C.; CHRISTIAN, D.A. et al. Leishmania major Infection-

Induced VEGF-A/VEGFR-2 Signaling Promotes Lymphangiogenesis That Controls Disease.

J Immunol, v. 197, n. 5, p. 1823-31, 2016.

WHO - World Health Organization. Weekly Epidemiol Rec, v. 91, n. 22, p. 285-296, 2016.

XIE, T.; XIA, Z.; ZHANG, N. et al. Constitutive NF-kβ activity regulates the expression of

VEGF and IL-8 and tumor angiogenesis of human glioblastoma. Oncol Rep, v. 23, p. 725-

732, 2010.

53

Table 1. Expressions of COX-2+, VEGF

+, TLR-2, TLR-4 and L. infantum on skin of dogs

naturally infected with L. infantum.

Markers CG AG SG- SG+

COX-2+ + ++ ++ +++

VEGF+ + + ++ +++

TLR-4+ - - - -

TLR-2+ + ++ ++ +++

L. infantum - + ++ ++

Study groups are represented by CG (control group), AG (asymptomatic groups), SG-

(symptomatic group without skin lesions) and SG+ (symptomatic group with skin lesions).

Scores expression of the markers: (-) none; (+) mild; (++) moderate and (+++) intense.

Figure 1. Clinical and dermatologial findings of dogs naturally infected by L. infantum.

28

12

56

64

32

84

20

0 20 40 60 80 100

Ear tip lesion

Lichenification

Alopecia/hypotrichosis

Dermatitis

keratoconjunctivitis

onychogryphosis

Cachexia

Porcentagem (%)

54

Figure 2. Histopathological and immunohistochemistry of skin dogs naturally infected by L.

infantum. Animals were categorized according to their dermatological clinical status into

asymptomatic (AG), symptomatic without skin lesion (SG-) or symptomatic with skin lesion

(SG+). The control group is represented by CG. Representative cutaneous cellular infiltrates

of groups were classified as none (A), mild (B), moderate (C) and intense (D). COX-2+

expression was classified as mild (E), moderate (F; G) and intense (H). VEGF+ was classified

as mild (I; J) and moderate (K) and intense (L) expressions. TLR-2+ was classified as mild

(M), moderate (N; O) and intense (P) expressions. L. infantum detection was classified as

none (Q), mild (R) and moderate (S; T). 200x magnification.

55

8 CONCLUSÕES

Baseado em nossos dados, pode-se concluir que os animais naturalmente infectados por

L. infantum caracterizam-se por leucocitose com neutrofilia, com razão neutrófilo:linfócito

reduzida, hipoalbuminemia com razão albumina:globulina reduzida cujas alterações

sistêmicas são características de inflamação. Contudo, faz-se necessária uma investigação

mais aprofundada com um maior número de animais e com acompanhamento da LVC para

avaliar a participação dos neutrófilos imaturos neste processo.

Conclui-se também neste estudo o envolvimento de TLR-2 e as expressões de VEGF e

COX-2 no sistema imune cutâneo em resposta a L. infantum possivelmente associados a

ativação do fator de transcrição NF-kB. O receptor TLR-4 não participa deste evento.

56

9 PERSPECTIVAS

É de suma importância o entendimento do comportamento da leishmaniose,

principalmente nas suas áreas endêmicas. Cães positivos para LVC oferecem um potencial de

estudo muito grande e que, portanto, abrem caminhos para diversos estudos tais como a

investigação da imunomarcação tecidual, investigação do papel das células sentinelas como

macrófagos e células dendríticas, avaliação da expressão de moléculas de adesão, dentre

outros, sempre tendo em vista subsídios para o tratamento, acompanhamento e melhora do

animal.

Os resultados obtidos neste trabalho ressaltam a importância do estudo da pele e sua

resposta imunológica no controle e desenvolvimento da infecção por L. infantum, bem como a

relação com o aparecimento das lesões cutâneas. Verifica-se a importância de estudos com

novos marcadores a fim de identificar os subtipos dessas células, e entender mais claramente a

participação dos mesmos na patogênese da leishmaniose visceral canina.

57

REFERÊNCIAS

AKIRA, S.; TAKEDA, K.; KAISHO, T. Toll-like receptors: critical proteins linking innate

and acquired immunity. Nat Immunol, v. 2, p. 675 – 680, 2001.

AMORIM, I. F.; SILVA, S. M.; FIGUEIREDO, M. M.; MOURA, E. P.; CASTRO, R. S.;

LIMA, T. K.; GONTIJO, N. DE F.; MICHALICK, M. S.; GOLLOB, K. J.; TAFURI, W. L.

Toll receptors type-2 and CR3 expression of canine monocytes and its correlation with

immunohistochemistry and xenodiagnosis in visceral leishmaniasis. PLoS One., v. 6, n. 11, p.

1-10, 2011.

ARRAIS-SILVA, W. W.; PAFFARO JR., V. A.; YAMADA, A. T.; GIORGIO, S. Expression

of hypoxia-inducible factor-1alpha in the cutaneous lesions of BALB/c mice infected with

Leishmania amazonensis. Exp Mol Pathol., v. 78, n. 1, p. 49-54, 2005.

ASAHINA, Y.; YOSHIOKA, N.; KANO, R.; MORITOMO, T.; HASEGAWA, A. Full-

length cDNA cloning of Toll-like receptor 4 in dogs and cats. Vet Immunol Immunopathol.,

v. 96, n. 3-4, p. 159-67, 2003.

BAO, P.; KODRA, A.; TOMIC-CANIC, M.; GOLINKO, M. S.; EHRLICH, H. P.; BREM,

H. The role of vascular endothelial growth factor in wound healing. J Surg Res., v. 153, n. 2,

p. 347-58, 2009.

BARRIENTOS, S.; STOJADINOVIC, O.; GOLINKO, M. S.; BREM, H.; TOMIC-CANIC,

M. Growth factors and cytokines in wound healing. Wound Repair Regen., v. 16, n. 5, p.

585-601, 2008.

BEHM, B.; BABILAS, P.; LANDTHALER, M.; SCHREML, S. Cytokines, chemokines and

growth factors in wound healing. J Eur Acad Dermatol Venereol, v. 26, p. 812-820, 2012.

BHATTACHARJEE, S.; BHATTACHARJEE, A.; MAJUMDER, S.; MAJUMDAR, S. B.;

MAJUMDAR, S. Glycyrrhizic acid suppresses Cox-2-mediated anti-inflammatory responses

during Leishmania donovani infection. J Antimicrob Chemother., v. 67, n. 8, p. 1905-14,

2012.

BIAN, Z.; GUO, Y.; HA, B.; ZEN, K.; LIU, Y. Regulation of the inflammatory response:

enhancing neutrophil infiltration under chronic inflammatory conditions. J Immunol., v. 188,

n. 2, p. 844-53, 2012.

BODE, J. G.; ALBRECHT, U.; HÄUSSINGER, D.; HEINRICH, P. C.; SCHAPER, F.

Hepatic acute phase proteins--regulation by IL-6- and IL-1-type cytokines involving STAT3

and its crosstalk with NF-κB-dependent signaling. Eur J Cell Biol., v. 91, v. 6-7, p. 496-505,

2012.

BONIZZI, G.; KARIN, M. The two NF-kappaB activation pathways and their role in innate

and adaptive immunity. Trends Immunol., v. 25, n. 6, p. 280-8, 2004.

BOS, J. D.; LUITEN, R. M. Skin immune system. Cancer Treat Res., v. 146, p. 45-62, 2009.

58

BRANDONISIO, O.; SPINELLI, R.; PEPE, M. Dendritic cells in Leishmania infection.

Microbes Infect., v. 6, n. 15, p. 1402-9, 2004.

BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral.

Brasilia: Ministerio da Saude, 122 p, 2014.

CDC. Parasites – Leishmaniasis Disponível em:

<http://www.cdc.gov/parasites/leishmaniasis/biology.html>. Acesso em: 21 mar. 2016, às

14:00.

CEZÁRIO, G. A.; DE OLIVEIRA, L. R.; PERESI, E.; NICOLETE, V. C.; POLETTINI, J.;

DE LIMA, C. R.; GATTO, M.; CALVI, S. A. Analysis of the expression of toll-like receptors

2 and 4 and cytokine production during experimental Leishmania chagasi infection. Mem

Inst Oswaldo Cruz., v. 106, n. 5, p. 573-83, 2011.

CHAGAS, A. C.; OLIVEIRA, F.; DEBRABANT, A.; VALENZUELA, J. G.; RIBEIRO, J.

M. C.; CALVO, E. Lundep, a Sand Fly Salivary Endonuclease Increases Leishmania Parasite

Survival in Neutrophils and Inhibits XIIa Contact Activation in Human Plasma. PLoS

Pathog., v. 10, n. 2, 2014.

CHARMOY, M.; BRUNNER-AGTEN, S.; AEBISCHER, D.; AUDERSET, F.; LAUNOIS,

P.; MILON, G.; PROUDFOOT, A. E. I.; TACCHINI-COTTIER, F. Neutrophil-Derived

CCL3 Is Essential for the Rapid Recruitment of Dendritic Cells to the Site of Leishmania

major Inoculation in Resistant Mice. PLoS Pathog., v. 6, n. 2, 2010.

COLHONE, M. C.; ARRAIS-SILVA, W. W.; PICOLI, C.; GIORGIO, S. Effect of hypoxia

on macrophage infection by Leishmania ama-zonensis. J. Parasitol., v. 90, p. 510-515, 2004.

CRAY, C.; ZAIAS, J.; ALTMAN, N. H. Acute phase response in animals: a review. Comp

Med., v. 59, n. 6, p. 517-26, 2009.

DANTAS-TORRES, F. Leishmania infantum versus Leishmania chagasi: do not forget the

law of priority. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 101, n. 1, p. 117–118; 2006.

DAS, P.; DE, T.; CHAKRABORTI, T. Leishmania donovani secretory serine protease alters

macrophage inflammatory response via COX-2 mediated PGE-2 production. Indian J

Biochem Biophys., v. 51, n. 6, p. 542-51, 2014.

ESTEVE, L. O.; SAZ, S. V.; HOSEIN, S.; SOLANO-GALLEGO, L. Histopathological

findings and detection of Toll-like receptor 2 in cutaneous lesions of canine leishmaniosis.

Vet Parasitol., v. 209, n. 3-4, p. 157-63, 2015.

FARIA, M. S.; REIS, F. C. G.; LIMA, A. P. C. Toll-Like Receptors in Leishmania Infections:

Guardians or Promoters? J Parasitol Res, v. 2012 p. 1-12, 2012.

FATOUX-ARDORE, M.; PEYSSELON, F.; WEISS, A.; BASTIEN, P.; PRATLONG, F.;

RICARD-BLUM, S. Large-scale investigation of Leishmania interaction networks with host

extracellular matrix by surface plasmon resonance imaging. Infect Immun., v. 82, n. 2, p.

594-606, 2014.

59

FERREIRA, T. M. V.; FERREIRA, T. C.; PORTO, F. M. A. X.; MARTINS, C. S.; NETO, B.

E. L.; FREITAS, J. C. C.; GIRÃO, V. C. C.; NUNES-PINHEIRO, D. C. S. CD45+, CD68+

and E-cadherin+ Expressions in Skin Dogs Naturally Infected by Leishmania infantum. Acta

Sci Vet, v. 45, p. 1436-1443, 2017.

FIGUEIREDO, M. M.; AMORIM, I. F.; PINTO, A. J.; BARBOSA, V. S.; DE JESUS, P. L.;

DEOTI, B.; FARIA, A. M.; TAFURI, W. L. Expression of Toll-like receptors 2 and 9 in cells

of dog jejunum and colon naturally infected with Leishmania infantum. BMC Immunol., v.

14, n. 22, p 1-12, 2013.

FRAGA, C. A.; OLIVEIRA, M. V.; ALVES, L. R.; VIANA, A. G.; SOUSA, A. A.;

CARVALHO, S. F.; DE PAULA, A. M.; BOTELHO, A. C.; GUIMARÃES, A. L.

Immunohistochemical profile of HIF-1α, VEGF-A, VEGFR2 and MMP9 proteins in

tegumentary leishmaniasis. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 87, n. 5, p. 709-713,

2012.

FREIRE, M. O.; VAN-DYKE, T. E. Natural resolution of inflammation. Periodontol 2000,

v. 63, p. 149-164, 2013.

FREITAS, J. C. C. DE; SAMPAIO, A. P. F.; SANTOS, G. J. L.; LIMA, A. L.;

NUNESPINHEIRO, D. C. S. Analysis of Seasonality , Tendencies and Correlations in

Human and Canine Visceral Leishmaniasis. Acta Sci Vet, v. 41, n. october, p. 1151, 2013.

FREITAS, J. C. C.; PINHEIRO, D. C. S. N.; LOPES-NETO, B. E.; SANTOS, G. J.; ABREU,

C. R.; BRAGA, R. R., CAMPOS, R. M.; OLIVEIRA, L. F. Clinical and laboratory alterations

in dogs naturally infected by Leishmania chagasi. Rev.Soc. Bras. Med. Trop., v. 45, p. 24-

29, 2012.

FREITAS, J. C.C.; FERREIRA, F. V. A.; OLIVEIRA, E. S.; NUNES-PINHEIRO, D. C. S.

Canine visceral leishmaniasis: structural and immune-inflammatory changes in lymphoid

organs of naturally infected dogs. Acta Sci Vet, v. 41, p. 1165, 2013.

FUTAGAMI, A.; ISHIZAKI, M.; FUKUDA, Y.; KAWANA, S.; YAMANAKA, N. Wound

healing involves induction of cyclooxygenase-2 expression in rat skin. Lab Invest., v. 82, n.

11, p. 1503-13, 2002.

GALAL, A. M.; GUL, W.; SLADE, D.; ROSS, S. A.; FENG, S.; HOLLINGSHEAD, M. G.;

ALLEY, M. C.; KAUR, G.; ELSOHLY, M. A. Synthesis and evaluation of

dihydroartemisinin and dihydroartemisitene acetal dimers showing anticancer and

antiprotozoal activity. Bioorg Med Chem, v. 17, p. 741–751, 2009.

GERNER, M. Y.; TORABI-PARIZI, P.; GERMAIN, R. N. Strategically localized dendritic

cells promote rapid T cell responses to lymph-borne particulate antigens. Immunity, v. 42, n.

1,p. 172-85, 2015.

GONCALVES, R.; ZHANG, X.; COHEN, H.; DEBRABANT, A.; MOSSER, D. M. Platelet

activation attracts a subpopulation of effector monocytes to sites of Leishmania major

infection. J Exp Med. v. 208, n.6, p. 1253–1265, 2011.

60

GREAVES, N. S.; ASHCROFT, K. J.; BAGUNEID, M.; BAYAT, A. Current understanding

of molecular and cellular mechanisms in fibroplasia and angiogenesis during acute wound

healing. J Dermatol Sci., v. 72, n. 3, p. 206-17, 2013.

GREGORY, D. J.; SLADECK, R.; OLIVIER, M.; MATLASHEWSKI, G. Comparison of the

Effects of Leishmania major or Leishmania donovani Infection on Macrophage Gene

Expression. Infect. Immun., v. 76, p. 1186-1192, 2008.

GRIVENNIKOV, S. I.; GRETEN, F. R.; KARIN, M. Immunity, inflammation, and cancer.

Cell., v. 140, n. 6, p. 883-99, 2010.

GUPTA, N.; MANSOOR, S.; SHARMA, A.; SAPKAL, A.; SHETH, J.;

FALATOONZADEH, P.; KUPPERMANN, B. D.; KENNEY, M. C. Diabetic Retinopathy

and VEGF. Open Ophthalmol J., v. 7, p. 4–10, 2013.

HAMAMOTO, T.; YABUKI, A.; YAMATO, O.; FUJIKI, M.; MISUMI, K.;

MATSUMOTO, M. Immunohistochemical analysis of cyclooxygenase-2 induction during

wound healing in dog skin. Res Vet Sci., v. 87, n. 3, p. 349-54, 2009.

HARRIS, R. C. COX-2 and the kidney. J Cardiovasc Pharmacol., v. 47, n. l, p. 37-42, 2006.

HILBE, M.; GIRÃO, V.; BACHOFEN, C.; SCHWEIZER, M.; ZLINSZKY, K.;

EHRENSPERGER, F. Apoptosis in bovine viral diarrhea virus (BVDV)-induced mucosal

disease lesions: a histological, immunohistological, and virological investigation. Vet Pathol,

v. 50, p. 46-55, 2013.

HOSEIN, S.; RODRÍGUEZ-CORTÉS, A.; BLAKE, D. P.; ALLENSPACH, K.;

ALBEROLA, J.; SOLANO-GALLEGO, L. Transcription of Toll-Like Receptors 2, 3, 4 and

9, FoxP3 and Th17 Cytokines in a Susceptible Experimental Model of Canine Leishmania

infantum Infection. PLoS One, v. 10, n. 10, 2015.

HURRELL, B. P.; SCHUSTER, S.; GRÜN, E.; COUTAZ, M.; WILLIAMS, R. A.; HELD,

W.; MALISSEN, B; MALISSEN, M.; YOUSEFI, S.; SIMON, H.; MÜLLER, A. J.;

TACCHINI-COTTIER, F. Rapid Sequestration of Leishmania mexicana by Neutrophils

Contributes to the Development of Chronic Lesion. PLoS Pathog, v. 11, n. 5, p. e1004929,

2015.

JAIN, S.; GAUTAM, V.; NASEEM, S. Acute-phase proteins: As diagnostic tool. J Pharm

Bioallied Sci., v. 3, n. 1, p. 118-27, 2011.

KAWAI, T.; AKIRA, S. Toll-like Receptors and Their Crosstalk with Other Innate Receptors

in Infection and Immunity. Immunity, v. 34, n. 5, p. 637–650, 2011.

KAWASAKI, T.; KAWAI, T. Toll-Like Receptor Signaling Pathways. Front Immunol., v.

5, n. 461, p. 1-8, 2014.

KAYE, P.; SCOTT, P. Leishmaniasis: complexity at the host-pathogen interface. Nat Rev

Microbiol, v. 9, n. 8, p. 604–15, 2011.

61

KOLACZKOWSKA, E.; KUBES, P. Neutrophil recruitment and function in health and

inflammation. Nat Rev Immunol, v. 13, p. 159-175, 2013.

KRISHNAN, J.; SELVARAJOO, K.; TSUCHIYA, M.; LEE, G.; CHOI, S. Toll-like receptor

signal transduction. Exp Mol Med, v. 39, p. 421–438, 2007.

KROPF, P.; FREUDENBERG, M. A.; MODOLELL, M.; PRICE, H. P.; HERATH, S.;

ANTONIAZI, S.; GALANOS, C.; SMITH, D. F.; MÜLLER, I. Toll-Like Receptor 4

Contributes to Efficient Control of Infection with the Protozoan Parasite Leishmania major.

Infect. Immun., v. 72, n. 4, p. 1920-1928, 2004.

KUPPER, T. S.; FUHLBRIGGE, R. C. Immune surveillance in the skin: mechanisms and

clinical consequences. Nat Rev Immunol, v. 4, p. 211-222, 2004.

LOMBARDO, G.; PENNISI, M. G.; LUPO, T.; CHICHARRO, C.; SOLANO-GALLEGO, L.

Papular dermatitis due to Leishmania infantum infection in seventeen dogs: diagnostic

features, extent of the infection and treatment outcome. Parasit Vectors., v. 7, n. 120, p. 1-11,

2014.

MAIA, C.; DIONÍSIO L.; AFONSO M. O.; NETO L.; CRISTÓVÃO, J. M.; CAMPINO, L.

Leishmania infection and host-blood feeding preferences of phlebotomine sandflies and

canine leishmaniasis in an endemic European area, the Algarve Region in Portugal. Men Inst

Oswald Cruz, v. 108(4), p. 481-487, 2013.

MARTINEZ-SUBIELA, S.; STRAUSS-AYALI, D.; CERÓN, J. J.; BANETH, G. Acute

phase protein response in experimental canine leishmaniasis. Vet Parasitol., v. 180, n. 3-4, p.

197-202, 2011.

MARTÍNEZ-SUBIELA, S.; TECLES, F.; ECKERSALL, P. D.; CERÓN, J. J. Serum

concentrations of acute phase proteins in dogs with leishmaniasis. Vet Rec., v. 150, n. 8, p.

241-4, 2002.

MEDZHITOV, R. Origin and physiological roles of inflammation. Nature, v. 24, p. 428-35,

2008.

MELO, G. D.; GRANO, F. G.; SILVA, J. E. D.; SCHWEIGERT, A.; PEIRÓ, J. R.; LIMA,

V. M.; MACHADO, G. F. TLR-2 but not TLR-9 is up-regulated in the Central Nervous

System and Lymphoid Organs during Canine Visceral Leishmaniasis. Front. Immunol.

Conference Abstract: 15th International Congress of Immunology (ICI), Milan, Italy, 2013.

MELO, G. D.; SILVA, J. E.; GRANO, F. G.; HOMEM, C. G.; MACHADO, G. F.

Compartmentalized gene expression of toll-like receptors 2, 4 and 9 in the brain and

peripheral lymphoid organs during canine visceral leishmaniasis. Parasite Immunol., v. 36,

n. 12, p. 726-31, 2014.

MOGENSEN, T. H. Pathogen recognition and inflammatory signaling in innate immune

defenses. Clin Microbiol Rev. v. 22, n. 2, p. 240–273, 2009.

MONTEIRO, E. M.; SILVA, J. C., COSTA, R. T. et al. Visceral leishmaniasis: a study on

phlebotomine sand flies and canine infection in Montes Claros, State of Minas Gerais. Rev.

Soc. Bras. Med. Trop., v.38, p.147-52, 2005.

62

MULLER, W. A. Mechanisms of leukocyte transendothelial migration. Annu Rev Pathol., v.

6, p. 323-44, 2011.

MURAILLE, E.; DE TREZ, C.; BRAIT, M.; DE BAETSELIER, P.; LEO, O.; CARLIER, Y.

Genetically resistant mice lacking MyD88-adapter protein display a high susceptibility to

Leishmania major infection associated with a polarized Th2 response. J Immunol., v. 170, n.

8, p. 4237-41, 2003.

NESTLE, F. O.; MEGLIO, P. D.; QIN, J.; NICKOLOFF, B. J. Skin immune sentinels in

health and disease. Nat Rev Immunol., v. 9, n. 10, p. 679–691, 2009.

NEVES, B. M.; SILVESTRE, R.; RESENDE, M.; OUAISSI, A.; CUNHA, J.; TAVARES, J.;

LOUREIRO, I.; SANTARÉM, N.; SILVA, A. M.; LOPES, M. C.; CRUZ, M. T.; SILVA, A.

C. Activation of Phosphatidylinositol 3-Kinase/Akt and Impairment of Nuclear Factor-κB.

Molecular Mechanisms Behind the Arrested Maturation/Activation State of Leishmania

infantum-Infected Dendritic Cells. Am J Pathol., v. 177, n. 6, p. 2898–2911, 2010.

NOVAIS, F. O.; SANTIAGO, R. C.; BÁFICA, A.; KHOURI, R.; AFONSO, L.; BORGES,

V. M.; BRODSKYN, C.; BARRAL-NETTO, M.; BARRAL, A.; DE OLIVEIRA, C. I.

Neutrophils and macrophages cooperate in host resistance against Leishmania braziliensis

infection. J Immunol., v. 183, n. 12, p. 8088-98, 2009.

OLIVEIRA, M. L.; BEZERRA, B. M.; LEITE, L. O.; GIRÃO, V. C.; NUNES-PINHEIRO D.

C. Topical continuous use of Lippia sidoides Cham. essential oil induces cutaneous

inflammatory response, but does not delay wound healing process. J Ethnopharmacol., v.

153, p. 283-289, 2014.

ORDEIX, L.; SOLANO-GALLEGO, L.; FONDEVILA, D.; FERRER, L.; FONDATI, A.

Papular dermatitis due to Leishmania spp. infection in dogs with parasite-specific cellular

immune responses. Vet Dermatol, v. 16, n. 3, p. 187-191, 2005.

OSBORN, L.; VASSALLO, C.; BENJAMIN, C. D. Activated endothelium binds

lymphocytes through a novel binding site in the alternately spliced domain of vascular cell

adhesion molecule-1. J Exp Med., v. 176, n. 1, p. 99-107, 1992.

PETERS, N. C.; EGEN, J. G.; SECUNDINO, N.; DEBRABANT, A.; KIMBLIN, N.;

KAMHAWI, S.; LAWYER, P.; FAY, M. P.; GERMAIN, R. N.; SACKS, D. In vivo imaging

reveals an essential role for neutrophils in leishmaniasis transmitted by sand flies. Science, v.

321, p. 970-4, 2008.

PETERSEN, H. H.; NIELSEN, J. P.; HEEGAARD, P. M. Application of acute phase protein

measurements in veterinary clinical chemistry. Vet Res., v. 35, n. 2, p. 163-87, 2004.

PHILLIPSON, M.; KUBES, P. The neutrophil in vascular inflammation. Nat Med., v. 17, n.

11, p. 1381-90, 2011.

PICCININI, A. M.; MIDWOOD, K. S. DAMPening Inflammation by Modulating TLR

Signalling. Mediators Inflamm, v. 2010, p. 1-21 2010.

63

PINHÃO, C. P. R. Leishmaniose canina: estudo de 158 casos da região de Lisboa. 2009. p.

54. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica

de Lisboa, Lisboa. 2009.

QUEIROZ, P. V.; MONTEIRO, G. R.; MACEDO, V. P.; ROCHA, M. A.; BATISTA, L. M.;

QUEIROZ, J. W.; JERÔNIMO, S. M.; XIMENES, M. F. Canine visceral leishmaniasis in

urban and rural areas of Northeast Brazil. Res Vet Sci., v. 86, n. 2, p. 267-73, 2009.

RAJAKARIAR, R.; YAQOOB, M. M.; GILROY, D. W. COX-2 in inflammation and

resolution. Mol Interv, v. 6, p. 199-207, 2006.

REINHARD, K.; HUBER, M.; WOSTL, C.; HELLHUND, A.; TOBOLDT, A.; ABASS, E.;

CASPER, B.; JOERIS, T.; HERR, C.; BALS, R.; STEINHOFF, U.; LOHOFF, M.;

VISEKRUNA, A. c-Rel promotes type 1 and type 17 immune responses during Leishmania

major infection. Eur J Immunol., v. 41, n. 5, p. 1388-98, 2011.

REIS, A. B.; MARTINS-FILHO, O. A.; TEIXEIRA-CARVALHO, A.; GIUNCHETTI, R. C.;

CARNEIRO, C. M.; MAYRINK, W.; TAFURI, W. L.; CORRÊA-OLIVEIRA, R. Systemic

and compartmentalized immune response in canine visceral leishmaniasis. Vet Immunol

Immunopathol, v. 128, p. 87-95, 2009

RICKLIN, M. E.; ROOSJ, P.; SUMMERFIELD, A. Characterization of Canine Dendritic

Cells in Healthy,Atopic, and Non-allergic Inflamed Skin. J Clin Immunol, v. 30, p. 845–854.

2010.

ROCK, K. L.; LATZ, E.; ONTIVEROS, F.; KONO, H. The sterile inflammatory response.

Annu Rev Immunol., v. 28, p. 321-42, 2010.

SANTOS, C. A. C.; Percepção, epidemiologia e aspectos clínicos da leishmaniose visceral

canina em área urbana do Estado de Pernambuco. 2006. p. 61. Dissertação (Mestrado em

Ciência Veterinária) – Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal

Rural de Pernambuco, Recife. 2006.

SCHMIDT, S.; MOSER, M.; SPERANDIO, M. The molecular basis of leukocyte recruitment

and its deficiencies. Mol Immunol., v. 55, n. 1, p. 49-58, 2013.

SCHWAB, J. M. COX-3 the enzyme and the concept: steps towards highly specialized

pathways and precision therapeutics? Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids, v, 69, n.

5, p 339–343, 2003.

SCOTT, P.; NOVAIS, F. O. Cutaneous leishmaniasis: immune responses in protection and

pathogenesis. Nat Rev Immunol, v. 16, p. 581–592, 2016.

SHARMA, U.; SINGH, S. Insect vectors of Leishmania: distribution, physiology and their

control. J. Vector Borne Dis., v. 45, n. 4, p. 255-72, 2008.

SHWEASH, M.; MCGACHY, H. A.; SCHROEDER, J.; NEAMATALLAH, T.; BRYANT,

C. E.; MILLINGTON, O.; MOTTRAM, J. C.; ALEXANDER, J.; PLEVIN, R. Leishmania

mexicana promastigotes inhibit macrophage IL-12 production via TLR-4 dependent COX-2,

iNOS and arginase-1 expression. Mol Immunol., v. 48, n. 15-16, p. 1800–1808, 2011.

64

SILVA, F. M. F.; SANTOS, E. M. S.; TORRES, S. M.; YAMASAK, E. M.; RAMOS, R. A.

N.; ALVES, L. C. Parasite load in intact and ulcerative skin of dogs with leishmaniais. Braz.

J. Vet. Parasitol., v. 25, n. 1, p. 127-130, 2016.

SIMPSON, C. L.; PATEL, D. M.; GREEN, K. J. Deconstructing the skin: cytoarchitectural

determinants of epidermal morphogenesis. Nat Rev Mol Cell Biol, v. 12, p. 565-580, 2011.

SINGH, A. K.; MUKHOPADHYAY, C.; BISWAS, S.; SINGH, V. K.; MUKHOPADHYAY,

C. K. Intracellular pathogen Leishmania donovani activates hypoxia inducible factor-1 by

dual mechanism for survival advantage within macrophage. PLoS One., v. 7, n. 6, 2012.

SMITH, W. L.; GARAVITO, R. M.; DEWITT, D. L. Prostaglandin endoperoxide H

synthases (cyclooxygenases)-1 and -2. J. Biol. Chem., v. 271, p. 33157–33160, 1996.

SPRINGER, T. A. Traffic signals for lymphocyte recirculation and leukocyte emigration: The

multistep paradigm. Cell., v. 76, n. 2, p. 301–314, 1994.

SRIVASTAVA, S.; PANDEY, S. P.; JHA, M. K.; CHANDEL, H. S.; SAHA, B. Leishmania

expressed lipophosphoglycan interacts with Toll-like receptor (TLR)-2 to decrease TLR-9

expression and reduce anti-leishmanial responses. Clin Exp Immunol., v. 172, n. 3, p. 403-

409, 2013.

TAK, P. P.; FIRESTEIN, G. S. NF-kappaB: a key role in inflammatory diseases. J Clin

Invest., v. 107, n. 1, p. 7-11, 2001.

TELLER, P.; WHITE, T. K. The Physiology of Wound Healing: Injury Through Maturation.

Surg Clin North Am., v. 89, n. 3, p. 599-610, 2009.

TOMCZAK, M. F.; ERDMAN, S. E.; DAVIDSON, A.; WANG, Y. Y.; NAMBIAR, P. R.;

ROGERS, A. B.; RICKMAN, B.; LUCHETTI, D.; FOX, J. G.; HORWITZ, B. H. Inhibition

of Helicobacter hepaticus-induced colitis by IL-10 requires the p50/p105 subunit of NF-kappa

B. J Immunol., v. 177, n. 10, p. 7332-9, 2006.

TUON, F. F.; AMATO, V. S.; BACHA, H. A.; ALMUSAWI, T.; DUARTE, M. I.; NETO, V.

A. Toll-Like Receptors and Leishmaniasis. Infect. Immun., v. 76, n. 3, p. 866-872, 2008.

VALLABHAPURAPU, S.; KARIN, M. Regulation and function of NF-kappaB transcription

factors in the immune system. Annu Rev Immunol., v. 27, p. 693-733, 2009.

VARGAS-INCHAUSTEGUI, D. A.; TAI, W.; XIN, L.; HOGG, A. E.; CORRY, D. B.;

SOONG, L. Distinct roles for MyD88 and Toll-like receptor 2 during Leishmania braziliensis

infection in mice. Infect Immun., v. 77, n. 7, p. 2948-56, 2009.

WASSEF, A.; JANARDHAN, K.; PEARCE, J. W.; SINGH, B. Toll-like receptor 4 in normal

and inflamed lungs and other organs of pig, dog and cattle. Histol Histopathol., v. 19, n. 4, p.

1201-8, 2004.

65

WEINKOPFF, T.; KONRADT, C.; CHRISTIAN, D. A.; DISCHER, D. E.; HUNTER, C. A.;

SCOTT, P. Leishmania major Infection-Induced VEGF-A/VEGFR-2 Signaling Promotes

Lymphangiogenesis That Controls Disease. J Immunol., v. 197, n. 5, p. 1823-31, 2016.

WERLING, D.; JUNGI, T. W. TOLL-like receptors linking innate and adaptive immune

response. Vet Immunol Immunopathol. v. 91, p. 1–12, 2003.

WHO - World Health Organization. Weekly epidemiological Record, v. 91, n. 22, p. 285-

296, 2016.

XIE T.; XIA Z.; ZHANG N.; GONG W.; HUANG S. Constitutive NF-kβ activity regulates

the expression of VEGF and IL-8 and tumor angiogenesis of human glioblastoma. Oncol Rep

v. 23, p: 725-732, 2010.

XIE, T.; XIA, Z.; ZHANG, N.; GONG, W.; HUANG, S. Constitutive NF-kβ activity

regulates the expression of VEGF and IL-8 and tumor angiogenesis of human glioblastoma.

Oncol Rep, v. 23, p. 725-732, 2010.

YANCOPOULOS, G. D.; DAVIS, S.; GALE, N. W.; RUDGE, J. S.; WIEGAND, S. J.;

HOLASH, J. Vascular-specific growth factors and blood vessel formation. Nature, v. 407, n.

6801, p. 242-8, 2000.

YANG, X.; ZHANG, Y.; HOSAKA, K.; ANDERSSON, P.; WANG, J.; THOLANDER, F.;

CAO, Z.; MORIKAWA, H.; TEGNÉR, J.; YANG, Y.; IWAMOTO, H.; LIM, S.; CAO, Y.

VEGF-B promotes cancer metastasis through a VEGF-A-independent mechanism and serves

as a marker of poor prognosis for cancer patients. Proc Natl Acad Sci U S A., v. 112, n. 22,

2015.

ZAREMBER, K. A.; MALECH, H. L. HIF-1alpha: a master regulator of innate host

defenses? J Clin Invest., v. 115, n. 7, p. 1702-4, 2005.

ZEYTUN, A.; CHAUDHARY, A.; PARDINGTON, P; CARY, R; GUPTA, G. Induction of

cytokines and chemokines by Toll-like receptor signaling: strategies for control of

inflammation. Crit Rev Immunol., v. 30, n. 1, p. 53-67, 2010.

66

ANEXO

67

ANEXOS A – COMITÉ DE ÉTICA