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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS TÁRSSILA MARA VIEIRA FERREIRA EXPRESSÕES DE CD45 + , CD68 + e E-CADERINA + NA PELE DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum FORTALEZA – CEARÁ 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

TÁRSSILA MARA VIEIRA FERREIRA

EXPRESSÕES DE CD45+, CD68+ e E-CADERINA+ NA PELE DE CÃES

NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum

FORTALEZA – CEARÁ

2016

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TÁRSSILA MARA VIEIRA FERREIRA

EXPRESSÕES DE CD45+, CD68+ e E-CADERINA+ NA PELE DE CÃES

NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciência Veterinárias da Faculdade de Veterinária da

Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em Ciências

Veterinárias. Área de Concentração: Reprodução e

Sanidade Animal.

Linha de pesquisa: Reprodução e Sanidade de carnívoros,

onívoros, herbívoros e aves.

Orientadora: Profa. Dra. Diana Célia Sousa Nunes

Pinheiro.

FORTALEZA – CEARÁ

2016

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Deus e aos meus pais, Álvaro e Maria Amélia,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por estar sempre ao meu lado orientando, dando força e fortalecendo a minha fé. A

ele, agradecimentos eternos por tudo que consegui em vida.

À minha orientadora Profa. Dra. Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro, por sua disponibilidade,

dedicação e atenção para a realização desse trabalho.

Aos amigos que fiz no Laboratório de Imunologia e Bioquímica Animal (LIBA), em especial

Behatriz Odebrecht, Belarmino Eugênio, Belise Maria e Glauco Jonas, por toda a

contribuição, quer seja me apoiando ou ajudando nesse trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV) da Faculdade de

Veterinária (FAVET) da UECE, em especial aos professores, pelos conhecimentos e

experiências compartilhados.

Aos membros da banca, por prontamente aceitarem o convite para participar desse momento

tão importante para mim, e oferecerem sugestões para melhor apresentação do manuscrito.

Aos meus pais, às minhas irmãs e ao meu sobrinho Lucas, por serem essas pessoas

maravilhosas que Deus concedeu para estarem comigo nessa vida. Vocês são os meus pilares,

amo muito vocês!

À meu marido, por todo seu apoio e compreensão nos momentos que estive ausente

dedicando-me a este trabalho, bem como todo o incentivo para alcançar meus objetivos.

Às minhas cadelas (Preta, Jade, Ágata e Sharon), que são a fonte de inspiração das minhas

atividades acadêmicas e profissionais.

Às amigas e médicas veterinárias, Anna Clara Accioly e Ana Karine Rocha de Melo Leite,

pela amizade e orientações durante várias fases acadêmicas, incluindo a pós-graduação.

Sou profundamente grata a todos vocês!

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RESUMO

A pele é composta por um sistema imune cutâneo responsável pela primeira linha de defesa

aos insultos ambientais e patogênicos. Na leishmaniose canina, a infecção inicia-se nesse

órgão através da picada de vetores flebotomíneos que inoculam na derme o protozoário

Leishmania infantum, parasita intracelular do sistema fagocítico mononuclear. O objetivo

deste trabalho foi avaliar a expressão de CD45+, CD68 + e E-caderina+ associando às células

sentinelas da pele e caracterizar o padrão celular inflamatório correlacionando as lesões

cutâneas de cães naturalmente infectados por L.infantum. Para tanto, cães infectados (n = 22)

por L.infantum foram divididos em grupo assintomático (AD) e grupo sintomático (SD),

baseados na presença ou ausência de alterações cutâneas. Cães não infectados (CD, n = 5)

foram incluídos como grupo controle. Amostras de biópsias de pele foram coletadas de áreas

da região escapular e do terço superior da orelha. Histologia de rotina, coloração HE e azul de

toluidina, e imuno-histoquímica com anticorpos monoclonais contra CD45+, CD68 + e E-

caderina+ foram realizadas. Todo o protocolo experimental foi submetido ao Comitê de Ética

em Uso de Animais (CEUA) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sob protocolo

nº6459434/2015. Alterações cutâneas como ceratoconjuntivite, onicogrifose, liquenificação,

despigmentação, alopecia, hipotricose, dermatite eritematosa, dermatite esfoliativa, dermatite

ulcerativa e dermatite crostosa foram observadas no SD, destacando-se a dermatite ulcerativa

e a alopecia. Além disso, no grupo SD, observou-se uma freqüência significativa de

infiltração celular cutânea na derme superficial e profunda em relação à AD, composta por

macrófagos, plasmócitos, linfócitos e neutrófilos. Houve maior expressão dos mastócitos em

SD com infiltrado intenso e AD quando comparado aos outros animais, enquanto CD68+,

CD45+ e E-caderina+ foram mais expressos apenas em SD. Nesse contexto, concluiu-se que as

expressões de CD45+, CD68 + e E-caderina+ caracterizam a ativação das células imunitárias

sentinelas que promovem o recrutamento do infiltrado celular, que por sua vez influencia

diretamente no aparecimento das lesões cutâneas, tais como dermatite ulcerativa e alopecia.

Por outro lado, não foi possível observar associação entre os mastócitos e a evolução clínica.

Diante disso, esses dados podem contribuir para o acompanhamento da progressão da

leishmaniose canina na pele.

Palavras-chave: Cães. Leishmania infantum. Lesões na pele. Sistema imunológico cutâneo.

Células sentinelas.

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ABSTRACT

The skin is composed of a cutaneous immune system responsible for the first line of defense

to environmental and pathogenic insults. In canine leishmaniasis, infection begins in this

organ through the bite of phlebotomine vectors that inoculate the protozoan Leishmania

infantum, an intracellular parasite of the mononuclear phagocytic system. The objective of

this work was to evaluate the expression of CD45+, CD68 + and E-caderina+ by associating

with the sentinel cells of the skin and characterize the inflammatory cellular pattern

correlating the skin lesions of dogs naturally infected by L.infantum. For this, infected dogs (n

= 22) by L.infantum were divided into asymptomatic group (AD) and symptomatic group

(SD), based on the presence or absence of cutaneous alterations. Dogs non-infected (CD, n =

5) were included as control group. Samples of skin biopsies were collected from areas of the

scapular region and the upper third of the ear. Routine histology, HE staining and toluidine

blue, and immunohistochemistry with monoclonal antibodies against CD45+, CD68 + and E-

caderina+ were performed. The entire experimental protocol was submitted to the Committee

on Ethics in Animal Use (CEUA) of the State University of Ceará (UECE) under protocol

nº6459434/2015. Cutaneous alterations such as keratoconjunctivitis, onychogrifosis,

lichenification, depigmentation, alopecia, hypotrichosis, erythematous dermatitis, exfoliative

dermatitis, ulcerative dermatitis and crustal dermatitis were observed in SD, including

ulcerative dermatitis and alopecia. In addition, in the SD group, a significant frequency of

cutaneous cell infiltration in the superficial and deep dermis was observed in relation to AD,

composed of macrophages, plasma cells, lymphocytes and neutrophils. There was greater

expression of mast cells in SD with intense infiltrate and AD when compared to the other

animals, whereas CD45+, CD68 + and E-caderina+ were more expressed only in SD. In this

context, it was concluded that in CanL the expressions of CD45+, CD68 + and E-caderina+,

characterize the activation of sentinel immune cells that promote the recruitment of cellular

infiltrate, which in turn directly influences the appearance of cutaneous lesions, such as

ulcerative dermatitis and alopecia. On the other hand, it was not possible to observe

association between the mast cells and the clinical evolution. Therefore, these data may

contribute to the monitoring of the progression of canine leishmaniasis in the skin.

Keywords: Dogs. Leishmania infantum. Skin lesions. Cutanneous immune system. Sentinel

cells.

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LISTA DE FIGURAS

REVISÃO DE LITERATURA

Figura 1 - A, forma promastigota; B, forma amastigota de Leishmania

spp...................................................................................................

17

Figura 2 - Cães com leishmaniose, apresentando alterações cutâneas. A,

cão com alopecia difusa; B, cão com hiperqueratose,

onicogrifose, edema de patas e alopecia difusa no

corpo...............................................................................................

18

Figura 3 - Estrutura e os componentes celulares da pele......................... 19

Figura 4 - Células imunitárias e os mediadores inflamatórios na

pele................................................................................................

21

Figura 5 - Origem e desenvolvimento de CDs a partir de precursores

hematopoiéticos..........................................................................

24

Figura 6 - Sinalização das células dendríticas para estimulação de

resposta por células T.. ................................................................

24

Figura 7 - O envolvimento de células dendríticas no controle da

infecção por Leishmania spp......................................................

30

CAPÍTULO I

Figure 1 –

Skin macroscopic lesions of dogs diagnosed with CanL. A,

dermatitis ulcerative in ear; B and D, dry exfoliative

dermatitis areas diffused by the animal body; C, dermatitis

crusted nasal region; D, diffuse alopecia; E,

keratoconjunctivitis and hypotrichosis periocular; F, diffuse

hypotrichosis; G, onychogryphosis; H, lichenification and

hyperpigmentation diffuse the animal's body..........................

50

Figure 2 - Dermatological clinical findings of dogs naturally infected by

L. infantum.................................................................................

51

Figure 3 - Histopathological and immunohistochemistry of skin dogs

naturally infected by L. infantum. Animals were categorized

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according to their dermatological clinical status into

asymptomatic (AD) or symptomatic (SD). The control group

is represented by CD. Representative cutaneous cellular

infiltrates of groups were classified as none (3A), mild (3B)

and moderate (3C). CD45+ expression was classified as mild

(3D), moderate (3E) and intense (3F). CD68+ was classified as

mild (3H) and moderate (3G; 3I) expressions. E-cadherin+

was classified as none (3K), moderate (3J) and intense (3L)

expressions. L. infantum detection was classified as none

(3M), mild (3N) and moderate (3O). 200x. [Bars = 20

µm]..................................................................................................

52

CAPÍTULO II

Figura 1 - Lesões macroscópicas na orelha de cães com leishmaniose

visceral. A, orelha sem lesões; B, C, E e F, alopecia; B e D,

úlceras; C, eritema e crostas; E, liquenificação; F, úlceras,

hiperpigmentação e crostas......................................................

65

Figura 2 - Aspectos clínicos e dermatológicos da pele de orelha de cães

naturalmente infectados por Leishmania infantum ..................

67

Figura 3 - Imagens histológicas da pele da orelha de cães com

leishmaniose visceral. A e B, cães sintomáticos (SD) com

infiltrado inflamatório intenso (I.I.); C e D, cães sintomáticos

(SD) com infiltrado inflamatório moderado (I.M); E e F, cães

sintomáticos (SD) com infiltrado inflamatório discreto (I.D.);

G e H, cães assintomáticos (AD) sem infiltrado celular

infalmatório (I.C). HE 200x, A,C, E e G; AT (azul de

toluidina) 200x B, D, F e H.......................................................

68

Figura 4 - Imunohistoquímica da pele da orelha de cães com

leishmaniose. A e C, fotomicrografia dos cães assintomáticos

(AD) sem infiltrado celular (I.C.) e discreta coloração para

Leishmania infantum+, respectivamente; B e D,

fotomicrografia dos cães sintomáticos (SD) com infiltrado

inflamatório moderado (I.M) e moderada coloração para

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L.infantum +, respectivamente. HE 200x, A e B;

Estreptoavidina peroxidase contra-corada com Hematoxilina

de Mayer, 200x, C e D..............................................................

69

Figura 5 - Alterações clínicas dermatológicas, alopecia (A) e dermatite

ulcerative (B), e o infiltrado celular inflamatório. Os índices

de correlação de Spearman (valores ρ) são mostrados nos

gráficos……………………………………………………….......

70

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LISTA DE TABELAS

REVISÃO DE LITERATURA

Tabela 1 – Moléculas marcadoras expressas na superfície de células

dendríticas de cães...........................................................................

27

CAPÍTULO I

Table 1 - Hematological and biochemical analyses in asymptomatic and

symptomatic dogs naturally infected by L. infant…………………..

49

Table 2 - Expressions of CD45+, CD68+, E-cadherin+ and L.infantum on

skin dogs naturally infected with L. infantum.................................

50

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ac Anticorpo

APCs Células apresentadoras de antígenos

CanL Canine leishmaniasis

cCDs Células dendríticas convencionais

CCZ Centro de Controle de Zoonoses

CD4+ Células T auxiliares

CD8+ Células T citotóxicas

CDs Células dendríticas

CEUA Comitê de Ética em Uso de Animais

CLs Céulas de Langerhans

DA Dermatite Atópica

DAB Diaminobenzidina

DAMPs Padrões Moleculares Associados ao Dano

DC Dendritic cells

dCDs Células dendríticas dérmicas

ELISA Enzyme Linked Immunosorbent Assay

Flt3L Fator de transcrição (Ligante de tirosina-quinase 3 semelhante ao FMS)

GM-CSF Fator Estimulador de Colônia de Monócitos e Granulócitos

h Hora

H2O2 Peróxido de Hidrogênio

HCT Hematocrit (Hematócrito)

HE Hematoxilina-Eosina

HGB Hemoglobin (Hemoglobina)

IL Interleucina

INF-γ Interferon Gama

Kg Kilograma

LC Langerhans cells

LV Leishmaniose Visceral

LVC Leishmaniose Visceral Canina

M Molar

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mg Miligrama

MHC I Complexo de histocompatibilidade principal tipo I

MHC II Complexo de histocompatibilidade principal tipo II

min Minuto

mL Mililitro

moCDs Células dendríticas derivadas de monócitos

NKT Linfócitos T Natural Killer

NO Óxido nítrico

PAMPs Peptídeos moleculares associados aos patógenos

PBS Phosphate Buffer Saline (Tampão salina fosfato)

pCDs Células dendríticas plasmocitóides

PLT Platelets (Plaquetas)

RBC Red blood cell (Hemácias)

ROS Espécies reativas de oxigênio

TGF-β Fator de Crescimento Tumoral

TLR Receptores do tipo Toll like

Tnaive Linfócito T virgem

TNF-ɑ Fator de Necrose Tumoral

TPS Total protein serum (Proteínas totais séricas)

U/L Unidades por litro

WBC White blood cell (Leucócitos)

µL Microlitro

ºC Graus Celsius

% Porcentagem

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SU M Á R I O

1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 15

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................ 16

2.1 LEISHMANIOSES.................................................................................. 16

2.1.1 Leishmaniose Visceral Canina.......................................................... 17

2.2 PELE....................................................................................................... 18

2.2.1 Imunidade Cutânea.............................................................................. 20

2.3 CÉLULAS DENDRÍTICAS................................................................ 23

2.3.1 Células dendríticas na espécie canina.......................................... 26

2.3.2 Células dendríticas e a relação com patologias caninas.................. 27

2.4 CÉLULAS DENDRÍTICAS E A RESPOSTA IMUNOLÓGICA

À INFECÇÃO POR LEISHMANIA SPP........................................

28

3 JUSTIFICATIVA................................................................................ 32

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA.............................................................. 33

5 OBJETIVOS.......................................................................................... 34

5.1 GERAL.................................................................................................... 34

5.2 ESPECÍFICOS......................................................................................... 34

6 CAPÍTULO I - CD45+, CD68 + and E-cadherin+ expressions in

skin dogs naturally infected by Leishmania infantum...................

35

7 CAPÍTULO II - Relação entre infiltrado celular e lesões cutâneas

na orelha de cães naturalmente infectados por Leishmania

infantum..............................................................................................

55

8 CONCLUSÕES...................................................................................... 71

9 PERSPECTIVAS.................................................................................. 72

REFERÊNCIAS................................................................................ 73

ANEXOS............................................................................................... 81

ANEXO A – COMITÉ DE ÉTICA....................................................... 82

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1 INTRODUÇÃO

A pele corresponde ao sítio inicial de contato com agentes patogênicos e injúrias

ambientais. Ela compreende ao revestimento externo do corpo, sendo formada por epiderme,

derme e hipoderme. As duas primeiras camadas estão envolvidas com a resposta imunológica

e manutenção da homeostase cutânea, por meio de uma variedade de células imunes

especializadas e mediadores pró-inflamatórios. Dentre essas células, estão os queratinócitos,

células linfoides inatas e adaptativas, macrófagos, mastócitos, monócitos e células dendríticas

(NESTLE et al., 2009; BELKAID & TAMOUTOUNOUR, 2016).

As células dendríticas (CDs) são células imunitárias presentes na pele (MALISSEN et

al.,2014) com capacidade de apresentar antígenos exógenos e endógenos, sendo consideradas

células apresentadoras de antígeno (APCs) clássicas (CARVALHO et al, 2006). Após o seu

contato com os micro-organismos ou substâncias associadas à infecção ou inflamação na pele,

elas apresentam os antígenos processados para células T naive nos órgãos linfoides,

modulando a resposta imune celular em Th1 ou Th2 (FREITAS & PINHEIRO, 2010;

PAPADOGIANNAKIS & KOUTINAS, 2015; SCOTT & NOVAIS, 2016). Em cães, as CDs

são importantes células apresentadoras de antígenos envolvidas em doenças dermatológicas,

doenças infecciosas e doenças parasitárias, dentre elas a leishmaniose (DAY, 1996;

FONDEVILLA et al., OLIVRY et al., 1997; AFFOLTER & MOORE, 2002; JACKSON et

al., 2004).

A leishmaniose destaca-se dentre as doenças parasitárias de alta incidência na clínica

veterinária. É uma doença endêmica, geralmente subaguda ou crônica em cães

(CIARAMELLA & CORONA, 2003), transmitida através da picada de vetores flebotomíneos

na pele, sendo causada pelo protozoário Leishmania spp., parasita intracelular encontrado em

macrófagos e CDs (SCOTT & NOVAIS, 2016). Essa enfermidade apresenta alterações

clínicas variáveis, podendo se manifestar em diferentes órgãos, dentre eles a pele.

O conhecimento das células sentinelas no estabelecimento da infecção e na defesa do

sistema imune de cães ao parasito Leishmania infantum é imprescídivel, uma vez que essas

informações poderiam ser utilizadas como ferramenta para acompanhamento da evolução

clínica da Leishmaniose Canina.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 LEISHMANIOSES

As leishmanioses são doenças causadas por protozoários pertencentes ao gênero

Leishmania spp. capazes de promover um amplo espectro de manifestações clínicas, podendo

a enfermidade apresentar-se sob 5 formas clínicas: Leishmanioses tegumentares (LT),

Leishmaniose mucocutânea (LM), Leishmaniose cutânea difusa (LCD), Leishmaniose

visceral (LV) e Leishmaniose dérmica pós Kalazar (LDPK) (SCOTT & NOVAIS, 2016;

WHO, 2016). No Brasil estão presentes as espécies Leishmania amazonensis, L. braziliensis e

L. guyanensis responsáveis pela LT, e L. chagasi, sinonímia L. infantum, responsável pela LV

(BRASIL, 2014; SESA, 2016).

As leishmanioses são endêmicas em 98 países e territórios, com mais de 350 milhões de

pessoas em risco. O Brasil está entre os 10 países que concentram 75% dos casos de

leishmaniose tegumentar e entre os 6 países em que 90% dos casos de leishmaniose visceral

são encontrados (WHO, 2016). O Nordeste Brasileiro destaca-se entre as regiões com o maior

número de casos dessa enfermidade. No Estado do Ceará entre 2007 e 2016 (até setembro),

93% dos municípios notificaram casos de LV em humanos, sendo a capital Fortaleza o

município de maior quantidade de casos, possuindo uma alta prevalência para a doença

(SESA, 2016). Mundialmente, existem programas de controle epidemiológico a fim de

reduzir as taxas de letalidade e grau de morbidade bem como diminuir os riscos de

transmissão dessa enfermidade.

A leishmaniose acomete vários hospedeiros vertebrados, dentre eles o homem e o cão,

sendo este último o principal reservatório natural do parasita (ASHOK & ACHA-ORBEA,

2014). Ela é considerada uma zoonose, quando transmitida primariamente entre humanos e

animais, ou antropozoonose, se a transmissão ocorrer entre animais e secundariamente

infectar o homem (BRASIL, 2014; SESA, 2016; WHO, 2016). A transmissão ocorre através

de vetores flebotomíneos fêmeas, pertencente a familia Psychodidae e ao gênero

Lutzomya,que inoculam na derme do hospedeiro as formas promastigotas (Fig.1A),

correspondente ao estágio infectante do protozoário Leishmania spp. As promastigotas

infectantes são fagocitadas por células do sistema fagocitíco mononuclear, onde se

diferenciam na forma redonda não flagelada chamada de amastigota (Fig.1B). As amastigotas

se multiplicam até o rompimento da célula infectada, sendo capazes de infectar novas células

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(macrófagos, monócitos, neutrófilos e células dendríticas) e se disseminarem para outros

tecidos (BRASIL, 2014; SCOTT & NOVAIS, 2016).

Figura 1- A, forma promastigota; B, forma amastigota de Leishmania spp

Fonte: BRASIL, 2014.

2.1.1 Leishmaniose Visceral Canina

A leishmaniose visceral canina (LVC) ou leishmaniose canina (CanL) é uma doença

sistêmica severa, geralmente subaguda ou crônica em cães, causada pelo agente etiológico

Leishmania (Leishmania) chagasi, sinônimo de Leishmania (Leishmania) infantum. No

Estado do Ceará, o principal vetor transmissor do parasita é o Lutzomyia longipalpis

(BRASIL, 2014).

Os cães infectados podem apresentar alterações clínicas brandas a severas, bem como

permanecer por um longo período sem sintomatologia. As alterações observadas em cães

sintomáticos são onicogrifose, esplenomegalia, linfoadenopatia, ceratoconjuntivite, coriza,

apatia, diarréia, hemorragia intestinal, edema de patas, vômito, úlceras na pele, alopecia,

hiperqueratose, paresia das patas posteriores, caquexia e/ou inanição (Fig.2) (BRASIL, 2014;

REIS et al., 2014). Essas manifestações clínicas variam amplamente em consequência dos

numerosos mecanismos patogênicos, da resposta imunológica e dos diferentes órgãos

afetados (BANETH et al., 2008).

B A

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Figura 2 - Cães com leishmaniose, apresentando alterações cutâneas. A, cão com

alopecia difusa; B, cão com hiperqueratose, onicogrifose, edema de patas e alopecia

difusa no corpo

Fonte: elaborada pelo autor

As lesões cutâneas são comuns na CanL, visualizadas na maioria dos animais

sintomáticos e, geralmente, como uma alteração primária (Fig.2). Isso poderia ser explicado

pelo fato que a pele corresponde a porta de entrada do parasita, onde ocorre as primeiras vias

da resposta imunológica ao patógeno.

2.2 PELE

A pele corresponde ao revestimento externo do corpo responsável pela proteção do organismo aos danos ambientais (tais como radiação ultravioleta, choques mecânicos, etc.) e agentes patogênicos (como vírus, bactérias, protozoários, etc.). Ela é constituída por três camadas: epiderme, derme e hipoderme (Fig.3) (NESTLE et al., 2009; PASPARAKIS et al., 2014;

A B

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19

Figura. 3 Estrutura e os componentes celulares da pele. Adaptada de PASPARAKIS et

al., 2014.

Fonte: elaborada pelo autor

A epiderme constitui a barreira mais externa do corpo, formada por um epitélio

estratificado, pavimentoso e queratinizado. Ela é subdividida em estrato basal ou germinativo

(camada inferior da epiderme responsável pela renovação celular), estrato espinhoso, estrato

granuloso, estrato lúcido (presente somente nas regiões mais espessas da pele de cães e gatos,

como coxins e plano nasal) e estrato córneo (camada mais externa). Esses estratos são

Epiderme

Microbiota comensal

Células Langerhans

Folículo piloso

LT CD8+

LT CD4+

Céls. linfóides inata

Macrófagos Cél. dendrítica

Mastócitos

LT

Membrana basal

Queratinócitos

Vaso saguíneo

Derme

Hipoderme

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formados a partir de células que passam por processos de diferenciação e maturação contínua

da camada mais interna para a mais externa, denominadas queratinócitos.

Os queratinócitos, principais células epidérmicas, adquirem formatos e conteúdos

citoplasmáticos diferentes das células de origem à medida que se diferenciam a fim de

compor a camada superior. O estrato córneo é constituído por queratinócitos desprovidos de

organelas, conhecidos por corneócitos. Além desses, a epiderme também é constituída por

melanócitos, que produzem o pigmento melanina, e células imunitárias como células de

Langerhans (CLs) e linfócitos T CD8+ (SCOTT et al., 2001; NESTLE et al., SOUZA, 2009;

BELKAID & TAMOUTOUNOUR, 2016). A epiderme corresponde a um sítio inicial da

resposta imune do hospedeiro e de mecanismos de defesa contra injúrias ambientais e

patogênicos (MACLEOD et al.,2013).

A camada subjacente à epiderme é a derme, a qual é separada desta por uma membrana

basal que regula as trocas metabólicas e nutritivas entre elas (MALISSEN et al., 2014). Ela é

formada por tecido conjuntivo denso não modelado entremeado de uma variedade de células e

matriz extracelular abundante composta por fibras colágenas (SOUZA et al., 2009). Dentre

os componentes celulares, estão presentes células imunitárias especializadas que residem ou

circulam através da derme como células dendríticas (CDs), linfócitos T e células NKT, e,

também, macrófagos, mastócitos e fibroblastos. Além desses, possui uma ampla rede de vasos

sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, músculo liso (músculo eretor do pêlo) e os

anexos cutâneos (folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas) (NESTLE et al., 2009;

BELKAID & TAMOUTOUNOUR, 2016).

A hipoderme, localizada abaixo da derme, é constituída por tecido conjuntivo e,

principalmente, tecido adiposo (MALISSEN et al., 2014). Desempenha um papel importante

na regulação da temperatura corporal, por meio do tecido adiposo (gordura) (SOUZA et al.,

2009).

2.2.1 Imunidade cutânea

A pele é um órgão de extrema importância imunológica para o animal, apresentando-

se como uma barreira da resposta imune inata e específica. A resposta imunológica é

regulada por meio de uma variedade de células imunes e mediadores pró-inflamatórios,

presentes na epiderme e na derme, que participam no controle da homeostase cutânea

(LARREGINA & MATHERS, 2006). Dentre essas células, estão queratinócitos, linfócitos,

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basófilos, macrófagos, monócitos, mastócitos e células dendríticas desempenhando o papel de

células imunitárias na pele que reagem rapidamente ao contato antigênico (Fig.4) (NESTLE et

al., 2009; PASPARAKIS et al., 2014; BELKAID & TAMOUTOUNOUR, 2016; SCOTT &

NOVAIS, 2016).

Figura 4 - Células imunitárias e os mediadores inflamatórios na pele.

Fonte: Adaptada de PASPARAKIS et al., 2014.

EPIDER

ME

Queratinócitos

Captura antigênica

Captura antigênica Linfonodo de

drenagem

Macrófago

Macrófago

Macrófago

Mastócitos Basófilos

Linfonodo de

drenagem

Monócito

DER

ME

Neutrófilos

Células de Langerhans

Vasos linfáticos

Vasos sanguíneos

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Os queratinócitos são considerados células efetoras pró-inflamatórias que estão

posicionados na camada mais externa do corpo, promovendo a resposta imune inicial aos

insultos ambientais e patogênicos. Eles detectam o agente nocivo invasor da pele através de

PAMPs (peptídeos moleculares associados aos patógenos), que se ligam aos TLRs (receptores

do tipo Toll like) ativando as vias de sinalização celular e desencadeando a resposta imune.

(BELKAID & TAMOUTOUNOUR, 2016). Os queratinócitos produzem peptídeos

antimicrobianos (AMPs), quimiocinas e citocinas que modulam a resposta imunológica por

meio do recrutamento e ativação de várias células (NESTLE et al., 2009).

As células T estão presentes em grande quantidade na pele, destacando-se os linfócitos

T CD4+, CD8+ e NKT. Os linfócitos T CD8+ podem ser encontrados entremeados a

queratinócitos e próximos às células de Langerhans (CLs) no estrato basal e estrato espinhoso,

e T CD4+ nas proximidades de vênulas e anexos cutâneos da derme. Essas células T cutâneas,

em sua maioria, são células de memória promotoras de resposta imune rápida e eficaz a

antígenos secundários apresentados nessa superfície, uma vez que já foram previamente

expostas a esses antígenos (infecção primária) por meio da apresentação por células

dendríticas (CDs). As células NKT, conhecidas por assassinas naturais, estão presentes na

derme. Após estímulo antigênico, estas células são capazes de modular a resposta imune

cutânea por meio das células dendríticas. As NKT produzem IFN γ, que estimulam o aumento

da produção de IL-12 pelas CDs, favorecendo o desenvolvimento de uma resposta imune

celular do tipo Th1 (BELKAID & TAMOUTOUNOUR, 2016; SCOTT & NOVAIS, 2016).

Os monócitos e macrófagos são células efetoras que pertencem ao sistema fagocítico-

mononuclear e funcionam em vingilância imunológica patrulhando a pele. Eles residem e

migram para a pele durante reações inflamatórias, dependendo do estímulo antigênico e

mediadores químicos no sítio de infecção (NESTLE, 2009; PASPARAKIS et al., 2014).

Além desses, os mastócitos participam da primeira linha de defesa na pele por meio de

mediadores próinflamatórios que são armazenados dentro dos seus grânulos citoplasmáticos,

rapidamente liberados após o contato antigênico, cujos estão relacionados ao recrutamento de

células assassinas naturais (NK) e células NKT para os locais de infecção (BELKAID &

TAMOUTOUNOUR, 2016). Mastócitos e basófilos estabelecem um equilíbrio de

mecanismos pró-inflamatórios e anti-inflamatórios por meio de citocinas que facilitam ou

atenuam respostas inflamatórias, respectivamente (PASPARAKIS et al., 2014).

As células dendríticas (CDs) destacam-se entre as células imunitárias presentes na

pele, podendo ser encontradas na epiderme e na derme (MALISSEN et al., 2014). Elas

capturam, processam e apresentam o antígeno em contato com a barreira cutânea às células T

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a fim de desencadear a resposta imunológica a diversos agentes patogênicos. Tendo em vista

a sua importância e o fato dessas células serem o foco do nosso estudo, abordaremos adiante

maiores detalhes a cerca das mesmas.

2.3 CÉLULAS DENDRÍTICAS

As células dendríticas (CDs) são células sentinelas do sistema imunitário com a

capacidade de capturar, processar e apresentar antígenos exógenos e endógenos em tecidos

linfóides e não linfóides periféricos. Elas são células apresentadoras de antígeno clássicas

(APCs) de extrema importância para o desencadeamento da resposta imune inata e adaptativa

às infecções e as partículas antigênicas vacinais, bem como, para a manutenção da tolerância

imunológica (BRANDONISIO et al., 2004; GERNER et al., 2015).

As CDs derivam de precursoras da medula óssea, podendo amadurecer a partir de

precursores mielóide e linfóide, que se diferenciam em CDs distintas por meio de fatores de

transcrição, como o Flt3L, e citocinas regulatórias, como a GMCSF, a TGFβ1 e a IL-4 (WU

& LIU, 2007). Dentre os principais tipos de CDs existentes, destacam-se

as plasmocitóides (pCDs) e as convencionais (cCDs), sendo essas últimas subdivididas

em CDs linfonodo residentes e CDs migratórias. As cCDs podem ser provenientes da

diferenciação de monócitos, sendo denominadas mais especificamente como moCDs (células

dendríticas derivadas de monócitos) (Fig.5). As CDs são diferenciadas pela sua localização

nos tecidos, fenótipo de superfície e função (ASHOK & ACHA-ORBEA, 2014).

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Figura 5. Origem e desenvolvimento de CDs a partir de precursores

hematopoiéticos. Flt3L, fator de transcrição; IL-4, interleucina; TGF-β1, fator de

crescimento; pCD, Célula dendrítica plasmocitóide; cCD, Célula dendrítica

convencional; M-CD, precursor de macrófago e célula dendrítica.

Fonte: elaborada pelo autor

As CDs estão presentes na pele (incluindo as Células de Langerhans - CLs - na

epiderme e, CDs dérmicas e pCDs na derme), fígado e pulmões (cCD intersticial), intestino,

baço e timo (CDs tímicas). Elas expressam marcadores de proteína diferentes em sua

superfície, cuja expressão é dependente da sua condição (homeostática, inflamatória ou

tolerogênica) (WU & LIU, 2007; DEL RIO et al., 2010; ASHOK & ACHA-ORBEA, 2014).

Estas células capturam os micro-organismos ou substâncias associadas à infecção ou

inflamação depositados nos tecidos, passam por um processo de maturação após 16 horas a 5

dias, dependendo do subconjunto de CDs (GERNER et al., 2015), e migram para as áreas

Célula precursora multipotent

PrecursorMielóide

Precursor Linfóide

Flt3L

IL-4

Monócito

TGFβ1

cCD

M-CD

pCD

GM-CSF

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ocupadas por linfócitos T nos órgãos linfóides. Nos linfonodos de drenagem, as CDs

apresentam os antígenos processados para células T naive CD4+, modulando a diferenciação

em células T CD4+ Th1 ou Th2 mediante os estímulos patogênicos e as citocinas liberadas no

microambiente da infecção ou inflamação (Fig. 6) (SCHNARE et al., 2001; KAPSENBERG,

2003; BRANDONISIO et al., 2004).

Figura 6- Sinalização das células dendríticas para estimulação de resposta por células T.

Fonte: Adaptada de KAPSENBERG, 2003.

As populações de CDs eficientes na captura antigênica e limitadas quanto à

estimulação de células T naive são denominadas CDs imaturas. Uma vez que as mesmas

reduzem a capacidade fagocitária e são capazes de apresentar os antígenos processados aos

linfócitos, são consideradas CDs maduras (CELLA et al, 1997). O processo de maturação

consiste em vários mecanismos como: aumento da expressão do complexo principal de

histocompatibilidade (MHC) e de moléculas co-estimuladoras ou de adesão, tais como CD40,

CD80, CD86 e CD54; regulação da captura de antígeno e capacidade fagocitária; aumento da

secreção de citocinas e produção de diferentes padrões de expressão dos receptores de

quimiocinas (BRANDONISIO et al., 2004).

Tipo 1 PAMPs/

Fator de polarização

Tipo 2 PAMPs/

Fator de polarização

Sinal 3 Polarização

Sinal 3 Polarização

Sinal 2

Sinal 1

Célula Th

CÉLULA DENDRÍTI

Peptídeo-

Via de polarização célula

Via de polarização célula

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Segundo estudos realizados em camundongos, as CDs expressam em sua superfície

moléculas como: complexo principal de histocompatibilidade do tipo II (MHC II); moléculas

co-estimuladoras CD40, CD70, CD80, CD86, CD54; e marcadores CD4 ou CD8 (que são

marcadores típicos de células T encontrados nas subpopulações de cCDs presentes em órgãos

linfóides secundários). Em camundongos, o CD11c é um marcador que pode ser encontrado

em CDs imaturas e maduras. Os outros subconjuntos principais de CD residentes nos tecidos

expressam CD11b (a integrina α em cadeia de Mac1) e são agrupados em populações CD4 +

e CD4 -. Além dessas moléculas, o marcador DEC-205 e o CD103 foram expressos em vários

subconjuntos de cCDs e algumas CDs residentes na derme, respectivamente (WU & LIU,

2007; DEL RIO et al., 2010; ASHOK & ACHA-ORBEA, 2014).

As células de Langerhans (CLs) são células dendríticas residentes na epiderme,

correspondentes as APCs mais abundantes da pele. Elas apresentam uma lectina

transmembranar com especificidade de ligação a manose denominada Langerina, que pode

também ser encontrada em alguns subconjuntos de CDs dérmicas (dCDs) e CDs

CD8 + de linfonodos de drenagem (BRANDONISIO et al., 2004; NESTLE et al., 2009;

ASHOK & ACHA-ORBEA, 2014).

2.3.1 Células dendríticas na espécie canina

Em cães, CDs foram isoladas pela primeira vez em 1985 a partir dos nódulos linfáticos

e sangue periférico (GOODELL et al.,1985). Similar a outras espécies animais, CDs caninas

cultivadas caracterizam-se por células não aderentes de tamanho e forma variável com

núcleos grandes lobulados e projeções citoplasmáticas conhecidas por dendritos (que são

estruturas características das CDs distinguindo-as dos macrófagos) (IBISCH et al., 2005;

WANG et al., 2007; SUGIURA et al., 2010). Grânulos de Birbeck, que sãoestruturas

clássicas dessas células, não são observados nas CLs de cães (MOORE et al., 1996). Nas CDs

mielóides de cães já foram identificadas diversas moléculas expressas na superfície,

utilizando a análise por citometria de fluxo (Tabela 1). As moléculas de MHC II são expressas

constitutivamente na superfície das CDs dos cães. Um aumento na população dessas células e

expressão do MHC II tem sido relatado nas patologias caninas (DAY, 1997; OLIVRY et al.,

1997; JACKSON et al., 2004).

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Tabela 1- Moléculas marcadoras expressas na superfície de células dendríticas de cães. CDs, célula

dendríticas

Tipo de CDs Marcadores Referências

Células de

Langerhans

CD1a, CD1b, CD1c, CD11c, CD80,

MHC-II e E-caderina

Moore et al., 1996; Affolter & Moore,

2002; Jiang et al., 2007; Ricklin et al.,

2010

CDs derivadas da

medula óssea

CD1a, CD1c, CD4, CD8, CD11b,

CD11c, CD40, CD45RA, CD80, CD86,

CD206, MHC-II, ICAM-1, Thy-1

Moore et al., 1996; Affolter & Moore,

2002; Weber et al., 2003; Ricklin et al.,

2010; Ricklin Gutzwiller et al., 2010

CDs derivadas de

monócitos

CD1a, CD1c, CD11b, CD11c, CD14,

CD40, CD45RA, CD80, CD83, CD86,

CD209, MHC-II, ICAM-1, TLR-3

Moore et al., 1996; Affolter & Moore,

2002; Ibisch et al., 2005; Bonnefont-

Rebeix et al., 2007; Wang et al., 2007;

Bund et al.,2010; Ricklin Gutzwiller et

al., 2010; Sugiura et al., 2010

Fonte: Elaborado pelo autor.

Em cães, as CDs maduras têm uma maior capacidade de estimular os leucócitos

alogênicos que as CDs imaturas (WEBER et al., 2003; IBISCH et al., 2005;

WIJEWARDANA et al., 2006; WANG et al., 2007; BUND et al., 2010). Além disso, CDs

derivadas da medula óssea, em comparação com moCDs, têm uma maior capacidade de

induzir uma reação leucocitária mista (RICKLIN GUTZWILLER et al., 2010).

2.3.2 Células dendríticas e a relação com patologias caninas

Segundo Ibisch e colaboradores (2005), os cães são filogeneticamente semelhantes aos

seres humanos, e apresentam semelhança quanto às doenças caninas e as doenças humanas

especialmente relacionadas à desregulação imunitária. Os cães apresentam diferentes perfis de

células Th (Th0, Th1 e Th2) que estão desregulados nas doenças alérgicas e auto-imunes, e

nas infecções parasitárias crônicas. As CDs desempenham um papel importante na

apresentação do antígeno em doenças dermatológicas (tais como as dermatites de

hipersensibilidade, pioderma, dermatite atópica e neoplasias de pele), doenças infecciosas

(como a cinomose) e doenças parasitárias (como a leishmaniose) (DAY, 1996;

FONDEVILLA et al., OLIVRY et al., 1997; AFFOLTER & MOORE, 2002;

JACKSON et al., 2004).

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Nas patologias caninas autoimunes como anemia hemolítica auto-imune, tireoidite

auto-imune e lúpus eritematoso sistêmico, a autoimunidade está associada a uma interação

entre as células T e CDs anormais que potencialmente provoca o aparecimento da doença e

inicia os processos inflamatórios excessivos (DAY, 1999; JACKSON et al., 2004;

GERSHWIN, 2007; WILBE & ANDERSSON, 2012).

Na dermatite atópica (DA), que corresponde a uma doença inflamatória crônica da

pele, é possível identificar CDs no infiltrado mononuclear. Durante a patogênese de DA,

considera-se que as CDs não só capturam o alérgeno, mas também estimulam os principais

eventos que promovem a manifestação clínica. A reação inflamatória presente na DA

compreende uma resposta Th2, resposta aguda, e Th1, fase crônica. A mudança para a

resposta Th1 está relacionada às CDs por meio da produção de IL­12 e IL­18, e liberação

de citocinas pró­inflamatórias. Em cães, somente a resposta de Th2 inicial é tipicamente

encontrada, e em lesões crônicas o padrão de citocinas expresso pode ser variável (RICKLIN

et al., 2010).

Em doenças neoplásicas caninas, como o histiocitoma cutâneo benigno e o sarcoma

histiocítico, correspondente a neoplasia benigna origininária de CLs e proliferação neoplásica

de células dendríticas interstiticais, respectivamente, há a expressão de moléculas marcadoras

de CDs (KERLIN & HENDRICK, 1996; AFFOLTER & MOORE, 2000; AFFOLTER &

MOORE, 2002). Nessas patologias, os fatores derivados do tumor podem alterar a maturação

de CD, suprimindo assim as respostas imunitárias antitumorais ou induzindo a tolerância

imunológica a antígenos associados aos tumores (GOULART et al, WASSERMAN et al,

2012).

Na cinomose, doença altamente contagiosa de origem viral que acomete cães, há uma

imunossupressão profunda e de longa duração nos animais afetados. Durante a fase crônica da

doença, as CDs parecem servir como células hospedeiras para os estágios primários do vírus

da cinomose, promovendo a persistência viral nos órgãos linfóides (WÜNSCHMANN et al.,

2000). Este processo é assumido para inibir a diferenciação terminal das CDs, responsável

pelo desequilíbrio no repovoamento dos tecidos linfóides e diminuição da função

apresentadora de antígeno nos cães, do mesmo modo ocorre na infecção pelo vírus do

sarampo em humanos (KERDILES et al., 2006; SCHNEIDER-SCHAULIES & DITTMER,

2006). No timo, a infecção de CDs epiteliais pode resultar em maturação comprometida de

células T promovendo a liberação de células imaturas, linfócitos potencialmente auto-reativos

(WÜNSCHMANN et al., 2000).

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Na leishmaniose visceral canina, segundo estudo realizado por SILVA e colaboradores

(2012), a infecção natural por Leishmania infantum está associada redução das células

dendríticas foliculares no baço, levando a uma desregulação da imunidade humoral e aumento

da susceptibilidade à infecção bacteriana oportunista. Além disso, o comprometimento dessas

células pode estar relacionado às alterações clínicas graves da doença. Diante disso, conhecer

as vias da resposta imunológica a esse patógeno quanto aos mecanismos relacionados à

interação com as CDs em outros tecidos contribuem para o conhecimento da patogênese dessa

enfermidade.

2.4 CÉLULAS DENDRÍTICAS E A RESPOSTA IMUNOLÓGICA À INFECÇÃO POR

LEISHMANIA SPP.

A primeira linha de defesa contra a infecção por Leishmania spp. envolve o

reconhecimento antigênico inespecífico pelas células apresentadoras de antígeno

(APCs), correspondendo a imunidade inata. Após a inoculação de promastigostas de

Leishmania spp. na derme, CDs e monócitos inflamatórios são recrutados por meio de

quimiocinas para o local da infecção, onde capturam os parasitas, e após algumas horas

tornam-se infectados. Após o contato antigênico, os monócitos inflamatórios se diferenciam

em moCDs e migram para os linfonodos regionais. No órgão linfoide, células natural killer

(NKT), residentes em estreita associação com CDs, produzem IFN-γ a fim de promover

aumento na produção de IL-12 por essas CDs. A IL-12 é essencial para a diferenciação de

células T naive em células efetoras Th1, as quais migram para o microambiente infeccioso a

fim de controlar à infecção por Leishmania spp. (Fig. 7) (BRANDONISIO et al, 2004;

ASHOK & ACHA-ORBEA, 2014). Por outro lado, a susceptibilidade à infecção

está associada à ativação de células T CD4+ Th2, que produzem níveis elevados de IL-4 e

baixos níveis de INF-γ. A IL-4 promove a diferenciação das próprias células Th2 e,

juntamente com IL-10, inibe a ativação das células Th1, enquanto o INF-γ secretado pelas

células Th1 modula a diferenciação em Th1 e inibe a proliferação das células Th2 (SCOTT &

NOVAIS, 2016).

Em camundongos infectados por Leishmania major, observou-se que as CDs no local

da inoculação capturam os parasitas, adquirindo um fenótipo maduro e, após a migração para

os linfonodos de drenagem, apresentam os antígenos de L. major para

as células T CD4 + e CD8 + através de MHC­II e MHC­I, respectivamente. As CDs

ativadas por meio da produção de IL-12 regulam a proliferação de Th1, produção de INF-γ e

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capacidade parasiticida de macrófagos ativados, a fim de conter a infecção por L. major

(ASHOK & ACHA-ORBEA, 2014).

Figura. 7 O envolvimento de células dendríticas no controle da infecção por Leishmania

sp. NO, óxido nítrico; ROS, espécies reativas de oxigênio; CCR2, receptor de quimiocina.

Fonte: Adaptada de SCOTT & NOVAIS, 2016.

A manifestação da CanL é dependente da espécie de Leishmania spp., bem como

resposta imune do hospedeiro. A resistência à infecção em cães por L. infantum está associada

à ativação de células T CD4+ Th1, que produzem INF-γ, IL-2 e o fator de necrose tumoral

(TNF-α) e, desse modo, ativam os macrófagos para destruírem as formas amastigotas

intracelulares, via produção de óxido nítrico (VOULDOUKIS et al., 1996). A interação de L.

infantum com o sistema imunológico da pele do cão envolve os componetes celulares inatos

Migração

Macrófago infectado

• NO e ROS

• Morte parasita

monócito

Th efetora LINFONODO

CDs derivadas de monócitos

Th1 Th

Migração

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CLs, dCDs e macrófagos, e as células imune adaptativas T CD4+ e CD8+

(PAPADOGIANNAKIS et al., 2015).

Todavia, estudos demonstraram que a Leishmania spp. apresenta uma capacidade de

driblar a resposta imune associadas às CDs . Dados sugerem que a evasão da Leishmania spp.

baseia-se na inibição da migração de CDs e retardo na sua maturação no intuito de favorecer o

estabelecimento da infecção antes do aparecimento da resposta imune (BRANDONISIO et

al., 2004). Em murinos foi visto que um lipofosfoglicano oriundo da superfície de L. major

impediu a migração de células de Langerhans, modulando a resposta imune (PONTE-SUCRE

et al., 2001).

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3 JUSTIFICATIVA

Considerando-se que a leishmaniose visceral canina é uma enfermidade rotineira na

clínica veterinária e que em alguns animais pode ser extremamente debilitante e, em outros,

serem assintomáticos, torna-se interessante investigar os diversos mecanismos imunológicos

induzidos por essa doença.

Sabendo-se que a pele corresponde a porta de entrada de Leishmania infantum, e que

as células dendríticas presentes na pele são responsáveis por desencadear a resposta imune

inicial a esse patógeno, uma vez que são hábeis em transportar antígenos exógenos aos órgãos

linfoides, é importante estudar a relação entre esse tipo de célula e o parasita em animais

assintomáticos e sintomáticos. Ainda que, é desconhecido o papel dessa célula na

leishmaniose canina, no que diz respeito à imunidade e alteração cutânea.

Desta forma, a investigação de células dendríticas na etiopatogenia da leishmaniose

visceral canina torna-se necessária a fim de servir futuramente como uma ferramenta para o

acompanhamento tanto da progressão da doença quanto para o tratamento dessa enfermidade.

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4 HIPÓTESE CIENTÍFICA

As expressões de CD45+, CD68 + e E-caderina+ na pele de cães em área endêmica da

região Metropolitana de Fortaleza para Leishmaniose Visceral Canina estão associadas ao

estímulo de células sentinelas, dentre elas as células dendríticas, expostas a Leishmania

infantum.

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5 OBJETIVOS

5.1 GERAL

Identificar as células sentinelas e caracterizar as alterações cutâneas em cães naturalmente

infectados por Leishmania infantum.

5.2 ESPECÍFICOS

Avaliar as expressões de CD45+, CD68 + e E-caderina+ associando as células sentinelas

imunológicas da pele e comparar as manifestações clínico-dermatológicas na pele de cães

naturalmente infectados por L.infantum.

Caracterizar o padrão celular inflamatório e as lesões cutâneas presentes na pele da orelha

de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum

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6 CAPÍTULO 1 - CD45+, CD68+ AND E-CADHERINE+ EXPRESSIONS IN SKIN

DOGS NATURALLY INFECTED BY Leishmania infantum

Expressão de CD45+, CD68 + e E-cadherin+ na pele de cães naturalmente infectados por

Leishmania infantum

Artigo Submetido ao periódico Acta Scientiae Veterinariae

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CD45+, CD68 + and E-cadherin+ Expressions in Skin Dogs Naturally Infected by

Leishmania infantum

Társsila Mara Vieira Ferreira1, Tiago Cunha Ferreira1, Fernanda Maria Aragão Ximenes

Porto2, Conceição da Silva Martins2, Belarmino Eugênio Lopes-Neto1, José Cláudio Carneiro

de Freitas1, Virgínia Cláudia Carneiro Girão2 & Diana Célia Sousa Nunes-Pinheiro1

1Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Universidade Estadual do Ceará. 2Programa de Pós-graduação em Ciências Morfofuncionais. Universidade Federal do Ceará. CORRESPONDENCE: D. Nunes-Pinheiro [[email protected] - FAX: +55 (85) 3101-9860]. Faculdade de Veterinária. Universidade Estadual do Ceará. Campus do Itaperi. Av. Dr. Silas Munguba, n. 1700. CEP 60.714-903. Fortaleza, CE, Brazil.

ABSTRACT

Background: In canine leishmaniasis (CanL), infection occurs by phlebotomine vectors that

inoculate the protozoan Leishmania infantum through the skin that infected macrophages and

activated dendritic cells. Dogs with CanL present variable clinical manifestations, being

common the presence of cutaneous lesions. The aim of this study was to evaluate the

expressions of CD45+, CD68+ and E-cadherin+ associating the skin sentinels cells and to

compare the clinical-dermatological manifestations in the skin of dogs naturally infected by L.

infantum.

Materials, Methods & Results: Dogs infected (n = 22) by L. infantum were divided into

asymptomatic dogs group (AD, n = 9), and symptomatic dogs group (SD, n = 13), according

criteria based on the presence or absence of skin changes. Dogs non-infected (CD, n = 5) were

included as control group. Samples of skin biopsies collected from scapular region were

processed by routine histology and labeled by immunohistochemistry with monoclonal

antibodies against CD45+, CD68+ and E-cadherin+, and were described as none, mild,

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moderate and intense. SD presented keratoconjunctivitis, onychogrifose, lichenification,

depigmentation, alopecia, hypotrichosis, erythematous dermatitis, exfoliative dermatitis,

ulcerative dermatitis and crusted dermatitis, and the frequency these alterations was expressed

as percentage. The results were expressed as mean ± standard deviation and the hematological

and biochemical data were analyzed by Kruskal-Wallis test followed by the Dunn's test (P <

0.05). Leukocytosis (not significant), red blood cells, hematocrit and hemoglobin (P < 0.05),

total protein serum (P < 0.05), globulins (P < 0.05), albumin and A/G ratio (P < 0.01) were

altered in SD in relation to CD. Cutaneous cellular infiltration, composed by macrophages,

plasma cells, lymphocytes and neutrophils, was observed in CD. There was an increase of

expression of the markers in SD when compared to the other groups, as moderate CD68+

expression and L. infantum, and intense CD45+ and E-cadherin+ expressions.

Discussion: Cutaneous involvement is very important in CanL, as it corresponds to where is

the first interaction between the parasite and the immune system. Dermatological clinical

signs, leukocytosis, anemia, globulins levels have been reported for dogs naturally infected by

L. infantum. In this study, it was observed inflammatory infiltrate in SD that was distributed at

superficial and deep dermis, which was composed by mononuclear cells as macrophages,

plasma cells, lymphocytes and neutrophils. To characterize the immune sentinels cells in the

SD skin it was evaluated CD45+, CD68 + and E-cadherin+ expressions, and our results

revelead an increase of expression of these markers. CD45+ is one of the most abundant

molecules expressed on the white blood cell surface in various mammals, while CD68+ is a

myelomonocytic marker that seems to be retained during monocyte differentiation. In the

skin, increased numbers of CD68+ are related to dendritic epidermal cells, which can be

expressed as CD45+/CD1a-/HLA-DR+. Dendritic cells of the skin, particularly epidermal

Langerhans cells, form networks anchored to neighboring keratinocytes via E-cadherin. Thus,

CD45+, CD68+ and E-cadherin+ expressions may be related to activation of skin sentinels

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cells in dogs naturally infected by L. infantum. Our results indicated that CanL modify the

CD45+, CD68+ and E-cadherin+ expressions, which characterize the immune sentinels cells

activation that promove the recruitment the cellular infiltrate, which was composed by

macrophages, plasma cells, lymphocytes and neutrophils. These informations may contribute

to the follow-up of CanL progression in skin.

Keywords: leishmaniasis, Leishmania infantum, cutaneous immune system, skin alterations,

immune sentinels cells, dogs.

INTRODUCTION

The skin corresponds to the outer covering of body, appearing as a mechanical

barrier to environmental and pathogenic insults, consisting of epidermis, dermis and

hypodermis. The epidermis and dermis participate in the maintenance of skin homeostasis and

have in their composition a variety of pro-inflammatory cells and mediators that initiate and

regulate the innate and acquired immune response [11,14]. Among the immune cells present

in the skin are keratinocytes, T lymphocytes and sentinel cells, as dendritic cells (DCs),

macrophages, and mast cells [2,14,23]. DCs make a link between the innate and adaptive

immune response. They have the ability to capture the pathogen Leishmania spp., and migrate

to the lymphoid organs where they present the processed antigens to naive T cells, so that

they regulate the cellular response [3,17,23].

Canine leishmaniasis (CanL) is a severe disease, usually subacute or chronic in dogs,

transmitted through the bite of female sandfly vectors in the skin, which inoculate in dermis

promastigotes forms corresponding to the infective stage of the parasite Leishmania infantum

[23]. Clinical manifestations of CanL vary widely as a result of numerous pathogenic

mechanisms of the immune response and different affected organs [1,23]. Cutaneous

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involvement is very important in CanL, as it corresponds to where is the first interaction

between the parasite and the immune system [21]. Changes in skin of dogs with CanL are

closely related to the progress of infection and present themselves in variable forms such as

alopecia, hypotrichosis, hyperkeratosis, lichenification, erythema, exfoliative dermatitis,

crusty, ulcerative, nodular, papular or pustular [22].

The aim of this study was to evaluate the CD45+, CD68 + and E-cadherin+

expressions associating the skin immune sentinels cells and to compare the clinical-

dermatological manifestations in the skin of dogs naturally infected by L. infantum.

MATERIALS AND METHODS

Study population

Twenty seven mixed-breed adult dogs of both genders (ages ranging from 2 to 6

years) were selected. They were provided by the Zoonosis Control Center, in Fortaleza

(Ceará, Brazil), a region with a high prevalence of CanL. The experimental animals were

selected based on the results of DPP rapid test Canine Visceral Leishmaniasis1, serologic

ELISA test1 and bone marrow parasitological test. Negative animals in serological and

parasitological tests were considered not infected and used as control animals (CD, n = 5).

Dogs infected (n = 22) by L. infantum were divided into asymptomatic group (AD, n = 9), and

symptomatic group (SD, n = 13), according criteria based on the presence or absence of skin

changes. SD presents the characteristic cutaneous manifestations of CanL, including skin

lesions, onychogryphosis and keratoconjunctivitis. Blood samples were collected by jugular

venipuncture for determination of hematological2 and biochemical2,3 parameters.

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Skin samples

The collection of skin specimens was carried out after euthanasia (Potassium chloride 10%)

of dogs with a barbituric anesthesia4. Sections of five mm skin were collected with the help of

a punch from the scapular region.

Histological analysis

Skin samples were fixed in 10% buffered neutral formalin and were embedded in

paraffin for routine histological processing. Five-micrometer sections were cut and stained

with hematoxylin and eosin (HE). The analysis of histological sections was performed under a

light microscope5 at a 200x magnification. We assessed the degree (none, mild, moderate and

intense) of cellular inflammatory infiltrate in dermis, according to the average subjective

perception of two observers.

CD45+, CD68+ and E-cadherin+ immunohistochemistry

Sections (5 μm) were mounted on silanized glass slides and subsequently subjected

to an incubator at 36ºC. Antigen retrieval was performed using citrate buffer pH 9.0 for 30

minutes at 97ºC. The activity of endogenous peroxidase was inhibited by hydrogen peroxide

3%6 for 10 min and the slides were subjected to monoclonal antibody mouse anti-human

CD45+ (clone 2B11 + PD7/26)6, CD68+ (Clone KP1)6 monoclonal antibody and mouse anti-

human E-cadherin+ (UMR-38 clone)6 Flex incubated for 1 h at room temperature. The slides

were then washed twice in PBS and then incubated with EnVision polymer reagent (EnVision

TMþDual connection System/HRP)6 for 30 min at room temperature. Finally, diamine

benzidine (DAB)6 was applied for ten minutes. Sections were counterstained with Mayer's

hematoxylin6 for 5 min. The intensity of the staining was analyzed by light microscopy5 at

200x magnification. The expression of the markers was classified as none (-), mild (+),

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moderate (++) and intense (+++), according to the average subjective perception of two

observers [16].

L. infantum immunohistochemistry

Cutaneous sections prepared from paraffin-embedded biopsies were cut into 5 µm

sections and mounted on silanized slides. Slides were deparaffinised in xylene, and the tissue

was rehydrated using graded alcohols. The slides were incubated in a 4% hydrogen peroxide6

solution and PBS (0.01 M, pH 7.2), followed by incubation in normal goat serum (1:100

dilution). Antibody from rabbits experimentally infected with L. infantum (1:200 dilution in

PBS), donated by the Institute of Tropical Medicine of São Paulo, was used as the primary

antibody. The slides were then incubated for 22 h at 4°C in a humid chamber. Then, the PBS

lavage was performed and the slides were incubated again in a biotin7 solution, and then

washed again with PBS and incubated with the streptavidin-peroxidase complex for 20 min at

room temperature. The reaction was carried out with the addition of 0.024% DAB6 and 0.16%

hydrogen peroxide7. Analysis of amastigote forms of L. infantum was performed by light

microscopy5 at 200x magnification. The intensity of staining was classified as none (-), mild

(+), moderate (++) and intense (+++), according to the average subjective perception of two

observers [8].

Statistical analysis

Analyses were performed using the statistical software (PRISM)8. Results were

expressed as mean ± standard deviation (SD). Prior, data were submitted to Grubbs and

Kolmogorov test to verify the presence of outliers and determine data homoscedasticity,

respectively. The clinical changes observed were expressed as a percentage. For

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hematological and biochemical analyzes were used Kruskal-Wallis test followed by the

Dunn's test. P < 0.05 was considered significant.

RESULTS

Clinical dermatological findings are shown in Figures 1 and 2. Symptomatic dogs

(SD) have been identified keratoconjunctivitis, onychogrifose, lichenification,

depigmentation, alopecia, hypotrichosis, erythematous dermatitis, exfoliative dermatitis,

ulcerative dermatitis and crusted dermatitis (Figure 1). Among these cutaneous lesions, there

were observed a higher incidence of alopecia/hypotrichosis (92.3%) and ulcerative dermatitis

(53.8%) (Figure 2).

Hematological and serum biochemical parameters are shown in Table 1. Regarding

the white blood cell (WBC) count, AD and SD differed significantly (P < 0.05). It’s worth

highlighting the presence of leukocytosis in AD (16.89 ± 3.74) when compared to the CD

(12.60 ± 2.29), although it is not statistically significant. Red blood cells (RBC), hematocrit

(HCT) and hemoglobin (HGB) were reduced in SD when compared to CD (P < 0.05). There

was no significant difference between the groups regarding to platelets (PLT) count. Total

protein serum (TPS) levels differ (P < 0.05) between AD and SD. Globulins levels were

elevated (P < 0.05) but the albumin and A/G ratio were decreased (P < 0.01) in SD in relation

to CD.

The skin histopathological findings were showed in Figure 3. Cutaneous cellular

infiltration was identified in 54.0% (12/22) of the naturally infected dogs, being 83.3%

(10/12) in SD and 16.7% (2/12) in AD. Inflammatory infiltrate was present in AD and SD as

a mild (Figure 3B) and mild to moderate (Figure 3C), respectivelly, which was composed by

mononuclear cells as macrophages, plasma cells, lymphocytes and neutrophils. The cellular

infiltrate shown a distribution multifocal in the superficial and deep dermis.

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The main immunohistochemical findings were showed in Table 2 and Figure 3.

There was a greater expression of the markers in SD when compared to the other groups, with

moderate L. infantum and CD68+ expressions, and intense CD45+ and E-cadherin+

expressions. It is worth noting that in AD there was a greater expression of CD45+, while in

CD it was highlighted CD68+ and E-cadherin+.

DISCUSSION

Cutaneous involvement is very important in CanL, as it corresponds to where is the

first interaction between the parasite and the immune system [21]. All dermatological clinical

signs observed for the SD have been reported for infected by L. infantum [21,22].

Furthermore, RBC, HCT and HGB were reduced; high levels of TPS and globulins, and the

decrease of albumin and A/G ratio and leukocytosis were observed in SD. These data were

described previously by others authors [5,7,15,20].

In this study, it was observed inflammatory infiltrate in SD that was distributed at

superficial and deep dermis, which was composed by mononuclear cells as macrophages,

plasma cells, lymphocytes and neutrophils. These alterations has been reported as a

characteristic of CanL [6]. In addition, the cellular infiltrate shown in the superficial and deep

dermis with multifocal distribution, consists of findings described by Reis et al. [21].

To evaluate the immune skin cells, CD45+, CD68+ and E-cadherin+ were used as

markers. Our results revelead an increase of expression of these molecules in SD when

compared to the other groups, which may be related to activation of skin sentinels cells in

dogs naturally infected by L. infantum. CD45+ is one of the most abundant molecules

expressed on the white blood cell surface in various mammals, while CD68+ is a

myelomonocytic marker that seems to be retained during monocyte differentiation. The

differential expression of CD45+ isoforms in canine leukocytes were shown to vary among

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leukocyte phenotype and by the activation status [9]. In dogs, it was demonstrate that

leukocytes and CD45+ epithelial cells was characteristic of an immature stage [4]. In the skin,

increased numbers of CD68+ are related to dendritic epidermal cells, which can be expressed

as CD45+/CD1a-/HLA-DR+ [13]. DCs of the skin, particularly epidermal Langerhans cells

(LCs), form networks anchored to neighboring keratinocytes via E-cadherin, a component of

epithelial cell junctions that is also expressed by LCs. It has been demonstrated that E-

cadherin-mediated contacts induce DC maturation [10]. On the other hand, the expression of

cadherins have been observed during tumor progression [18]. E-cadherin+ is expressed in not

only canine cutaneous histiocytomas and mastocytomas, but also multiple other canine tumor

[12,19].

CONCLUSION

Our results indicated that CanL modify the CD45+, CD68+ and E-cadherin+

expressions, which characterize the immune sentinels cells activation that promove the

recruitment of cellular infiltrate composed by macrophages, plasma cells, lymphocytes and

neutrophils. Thus, these informations may contribute to the follow-up of CanL progression in

skin.

MANUFACTURERS

1Bio-Manguinhos. Rio de Janeiro, RJ, Brazil. 2Mindray, BC-200 Vet®, Shenzhen, China. 3Labtest®, Lagoa Santa, Minas Gerais, Brazil. 4Thiopentax ®, Itapira, São Paulo, Brazil. 5Nikon, Eclipse E200®, Minato, Tokyo, Japan. 6Dako®, Glostrup, Denmark. 7Sigma-Aldrich®. St. Louis, MO, EUA 8GraphPad Prism 5.0®, San Diego, California, USA.

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Funding. We would like to thank the CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico - "National Counsel of Technological and Scientific Development")

for the scholarship granted to the first author, and FINEP (Empresa Financiadora de Estudos e

Projetos) for financial support.

Ethical approval. All procedures, treatments and animal care were approved by the Ethical

Committee in Animal Use of the State University of Ceará, Brazil (CEUA, Protocol no.

6459434/2015).

Declaration of interest. The authors report no conflicts of interest.

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49

LEGENDS

TABLES

Table 1. Hematological and biochemical analyses in asymptomatic and symptomatic dogs

naturally infected by L. infantum.

Serum reagent dogs

Parameters

Seronegative dogs

(CD, n = 5)

Asymptomatic

(AD, n = 9)

Symptomatic

(SD, n = 13)

WBC (x109/L) 12.60 ± 2.29ab 16.89 ± 3.74a 11.44 ± 3.20b

RBC (x1012/L) 6.87 ± 0.59a 6.36 ± 1.04ab 5.31 ± 1.25b

HGB (mmol/L) 18.2 ± 2.08a 14.13 ± 2.39ab 11.72 ± 2.64b

HCT (L/L) 52.59 ± 4.73a 42.00 ± 6.60ab 35.23 ± 7.83b

MCV (fL) 76.57 ± 2.71a 66.54 ± 4.18b 66.97 ± 5.54b

MCHC (mmol/L) 34.58 ± 1.75a 33.36 ± 0.89b 33.13 ± 0.74b

PLT (x109/L) 234.00 ± 60.73 177.22 ± 67.34 254.31 ± 197.15

TPS (g/dL) 7.31 ± 0.50ab 7.29 ± 1.31b 8.54 ± 0.93a

Albumin(g/dL) 2.51 ± 0.15a 1.83 ± 0.47ab 1.37 ± 0.33b

Globulin (g/dL) 4.79 ± 0.45b 5.47 ± 1.64b 7.17 ± 1.06a

A/G 0.53 ± 0.05a 0.37 ± 0.17ab 0.20 ± 0.06b

WBC: White blood cells; RBC: red blood cells; HGB: hemoglobin; HCT: hematocrit; MCV:

mean corpuscular volume; MCHC: mean corpuscular hemoglobin concentration; PLT:

platelet. TPS: total protein serum; A/G: albumin-globulin ratio. Different letters in the same

row mean significant difference among treatments (P < 0.05).

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50

Table 2. Expressions of CD45+, CD68+, E-cadherin+ and L.infantum on skin dogs naturally

infected by L. infantum.

Markers CD group AD group SD group

CD45+ + ++ +++

CD68+ ++ + ++

E-cadherin+ ++ - +++

Leishmania infantum - + ++

Study groups are represented by CD (control group), AD (asymptomatic dogs)

and SD (symptomatic dogs). Scores expression of the markers: (-) none; (+)

mild; (++) moderate and (+++) intense.

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51

FIGURES

Figure 1. Skin macroscopic lesions of dogs diagnosed with CanL. A, dermatitis ulcerative in

ear; B and D, dry exfoliative dermatitis areas diffused by the animal body; C, dermatitis

crusted nasal region; D, diffuse alopecia; E, keratoconjunctivitis and hypotrichosis periocular;

F, diffuse hypotrichosis; G, onychogryphosis; H, lichenification and hyperpigmentation

diffuse the animal's body.

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52

Figure 2. Dermatological clinical findings of dogs naturally infected by L. infantum.

30.8

53.8

23.1

7.7

92.3

7.7

7.7

15.4

38.5

0 20 40 60 80 100

Crusted dermatitis

Ulcerative dermatitis

Dry exfoliative dermatitis

Erythematous dermatitis

Alopecia/hypotrichosis

Depigmentation

Lichenification

Onychogryphosis

Keratoconjunctivitis

Percentage (%)

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53

Figure 3. Histopathological and immunohistochemistry of skin dogs naturally infected by L.

infantum. Animals were categorized according to their dermatological clinical status into

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54

asymptomatic (AD) or symptomatic (SD). The control group is represented by CD.

Representative cutaneous cellular infiltrates of groups were classified as none (3A), mild (3B)

and moderate (3C). CD45+ expression was classified as mild (3D), moderate (3E) and intense

(3F). CD68+ was classified as mild (3H) and moderate (3G; 3I) expressions. E-cadherin+ was

classified as none (3K), moderate (3J) and intense (3L) expressions. L. infantum detection was

classified as none (3M), mild (3N) and moderate (3O). 200x. [Bars = 20 µm].

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55

7. CAPÍTULO 2 – RELAÇÃO ENTRE INFILTRADO CELULAR E LESÕES

CUTÂNEAS NA ORELHA DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR

Leishmania infantum

Relationship between cellular infiltrate and cutaneous lesions in the ear of dogs naturally

infected with Leishmania infantum

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56

Relação entre infiltrado celular e lesões cutâneas na orelha de cães naturalmente 1

infectados por Leishmania infantum 2

3

Relationship between cellular infiltrate and cutaneous lesions in the ear of dogs naturally 4

infected with Leishmania infantum 5

6

Társsila Mara Vieira Ferreira1, Stephanie Caroline Bezerra Souza1, Camila de Oliveira 7

Campos2, Emmanuel Teles Sales1, Camila Goersh Barroso1, Belarmino Eugênio Lopes Neto1, 8

Conceição da Silva Martins3, Virgínia Cláudia Carneiro Girão3, Diana Célia Sousa Nunes-9

Pinheiro1* 10

11 1Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Laboratório de Imunologia e 12

Bioquímica Animal. Faculdade de Veterinária. Universidade Estadual do Ceará. Av.Dr. Silas 13

Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE. CEP:60.714-903. 14 2Centro de Controle de Zoonoses/CCZ, Fortaleza-Ceará. 15 3Programa de Pós-graduação em Ciências Morfofuncionais. Universidade Federal do Ceará. 16

Rua Delmiro de Farias, s/n, Rodolfo Teófilo, Fortaleza-CE. CEP: 60430-170. 17

18

*Autor para correspondência e-mail: [email protected] 19

20

21

RESUMO 22

23

A pele corresponde ao sítio de entrada de muitos agentes patogênicos, dentre eles o 24

protozoário Leishmania infantum. A invasão desse patógeno ocorre por meio da picada de 25

vetores flebotomíneos, que inoculam na derme as formas promastigotas infectantes. A 26

infecção induz a uma resposta imune cutânea, resultando no recrutamento de células imunes e 27

liberação de mediadores inflamatórios o que pode levar ao desenvolvimento de alterações na 28

pele. O objetivo desse estudo foi caracterizar o padrão celular inflamatório e as lesões 29

cutâneas presentes na orelha de cães naturalmente infectados por L. infantum. Para tanto, cães 30

(n=18) naturalmente infectados por L. infantum foram subdivididos, com base na presença ou 31

ausência de alterações clinico-dermatológicas na orelha, em dois grupos: um grupo 32

assintomático (AD, n = 6), sem lesões cutâneas; e grupo sintomático (SD, n = 12), com lesões 33

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57

cutâneas. Cinco cães não infectados (CD) foram incluídos como controle. As amostras de 34

biópsias de pele foram coletadas do terço superior da orelha e processadas por histologia de 35

rotina, coradas por HE e azul de toluidina. A dermatite ulcerativa e alopecia foram as 36

dermatopatias mais frequentes nos cães. A maioria dos fragmentos apresentou intensidade 37

inflamatória discreta a moderada com distribuição multifocal do infiltrado celular na derme 38

superficial e profunda, composto principalmente por macrófagos, plasmócitos e linfócitos. 39

Observaram-se correlações e influências positivas moderadas do processo inflamatório sobre 40

a alopecia e dermatite ulcerativa, respectivamente. Presença discreta dos mastócitos foi 41

observada nos cães naturalmente infectados, havendo maior expressão de mastócitos em SD 42

com infiltrado intenso e AD sem infiltrado celular. Nesse contexto, concluiu-se que na 43

leishmaniose canina, o infiltrado celular inflamatório influencia diretamente no aparecimento 44

de lesões cutâneas na pele, tais como dermatite ulcerativa e alopecia, contudo não foi 45

observada associação entre os mastócitos e a evolução clínica dessa enfermidade. Então, faz-46

se necessário estudar a participação dos mediadores liberados pelos mastócitos no 47

microambiente avaliado. 48

49

Palavras-chave: Leishmaniose visceral canina, aspectos dermatológicos, pele da orelha, 50

sistema imunológico cutâneo, inflamação. 51

52

ABSTRACT 53

54

The skin corresponds to the entry site of many pathogens, among them the protozoan 55

Leishmania infantum. The invasion of this pathogen occurs through the bite of phlebotomine 56

vectors, which inoculate the dermis with infective promastigotes. The infection induces a 57

cutaneous immune response, resulting in the recruitment of immune cells and the release of 58

inflammatory mediators, which may lead to the development of alterations in the skin. The 59

objective of this study was to characterize the inflammatory cellular pattern and cutaneous 60

lesions present in the ear of dogs naturally infected with L. infantum. For this, dogs (n = 18) 61

naturally infected by L. infantum were subdivided, based on the presence or absence of 62

clinical-dermatological alterations in the ear, in two groups: an asymptomatic group (AD, n = 63

6), without cutaneous lesions; and symptomatic group (SD, n = 12), with cutaneous lesions. 64

Five uninfected dogs (CD) were included as controls. Skin biopsy samples were collected 65

from the upper third of the ear and processed by routine histology, stained by HE and 66

toluidine blue. Ulcerative dermatitis and alopecia were the most frequent dermatopathies in 67

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58

dogs. Most of the fragments presented mild to moderate inflammatory intensity with 68

multifocal distribution of the cellular infiltrate in the superficial and deep dermis, composed 69

mainly of macrophages, plasma cells and lymphocytes. Correlations and moderate positive 70

influences of the inflammatory process on alopecia and ulcerative dermatitis, respectively, 71

were observed. Discrete presence of mast cells was observed in naturally infected dogs, with 72

increased expression of mast cells in SD with intense infiltrate and AD without cell infiltrate. 73

In this context, it was concluded that in canine leishmaniasis, inflammatory cell infiltrate 74

directly influences the appearance of cutaneous skin lesions, such as ulcerative dermatitis and 75

alopecia, but no association was observed between the mast cells and the clinical evolution of 76

this disease. Therefore, it is necessary to study the participation of mediators released by mast 77

cells in the evaluated microenvironment. 78

79

Keywords: Canine visceral leishmaniasis, dermatological aspects, ear skin, cutaneous 80

immune system, inflammation. 81

82

1. Introdução 83

84

A pele corresponde a primeira barreira de defesa física e imunológica à entrada de 85

substâncias ambientais e microorganismos potencialmente prejudicais ao organismo. Ela é 86

formada por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme e a derme são 87

constituídas por células imunes especializadas. Na epiderme estão presentes os queratinócitos, 88

onde também são encontradas células de Langerhans, enquanto na derme residem ou circulam 89

as células dendríticas dérmicas, os mastócitos, os macrófagos, e as células linfóides inatas e 90

adaptativas, as quais migram através de vasos sanguíneos e linfáticos. Essas células 91

compreendem o sistema imune cutâneo, responsável por iniciar e regular a resposta 92

imunológica a fim de restaurar e manter a homeostase da pele (Nestle et al., 2009; Pasparakis 93

et al., 2014; Belkaid & Tamoutounour, 2016). 94

Esse tecido está em constante agressão pelos antígenos exógenos que podem 95

desregular a resposta imunológica e levar ao desenvolvimento de reações inflamatórias. A 96

invasão dos antígenos na pele causa dano tecidual, promovendo a ativação das células 97

residentes na epiderme, como os queratinócitos e as células de Langerhans, através do 98

reconhecimento de padrões moleculares associados ao dano (DAMPs) e proteínas 99

moleculares associadas aos patógenos (PAMPs). A interação entre os PAMPs e os receptores 100

toll-like (TLRs) expressos nessas células estimulam a liberação de citocinas, incluindo o fator 101

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59

de necrose tumoral (TNF-ɑ) e quimiocinas pró-inflamatórias, as quais promovem o 102

recrutamento de células efetoras para o sítio da infecção. Então, um processo inflamatório se 103

estabelece no local promovendo alterações teciduais (Nestle et al., 2009; Freitas & Pinheiro, 104

2010; Pasparakis et al., 2014; Scott & Novais, 2016). 105

Lesões cutâneas podem ser identificadas em diversas patologias caninas, dentre elas 106

a leishmaniose canina. Nessa enfermidade, o envolvimento cutâneo possui grande 107

importância uma vez que a infecção inicia-se nesse órgão através da picada de vetores 108

flebotomíneos. Esses agentes transmissores promovem dano à barreira cutânea por meio da 109

injeção intradérmica da probóscide a fim de inocular as formas promastigotas correspondente 110

ao estágio infectante do protozoário L. infantum, cujo é parasita intracelular do sistema 111

fagocítico monouclear (Papadogiannakis & Koutinas, 2015; Scott & Novais, 2016). 112

Tendo em vista a importância da pele como porta de entrada do patógeno L. infantum 113

e as manifestações clínicas dermatológicas nos cães com leishmaniose, esse estudo visa 114

caracterizar o padrão celular inflamatório e as lesões cutâneas presentes na orelha de cães 115

naturalmente infectados por L. infantum. 116

117

2. Materiais e métodos 118

119

O protocolo experimental foi submetido ao Comitê de Ética em Uso de Animais 120

(CEUA) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) sob protocolo nº6459434/2015. 121

122

2.1. Animais 123

Amostras de biópsias de pele de 23 cães adultos capturados pelo Centro de Controle 124

de Zoonoses em Fortaleza (Ceará, Brasil), foram incluídas nesse estudo. O diagnóstico de 125

Leishmniose Visceral Canina (LVC) foi baseado no teste rápido DPP LVC Bio-Manguinhos® 126

associado ao teste sorológico ELISA. Punção aspirativa de medula óssea foi realizada para 127

pesquisa parasitológica. Cães sem manifestações clínico-dermatológicas e que apresentaram 128

resultados negativos nesses testes foram considerados como sendo não infectados e incluídos 129

como o grupo controle (CD, n = 5). Dezoito cães naturalmente infectados por Leishmania 130

infantum foram subdivididos, com base na presença ou ausência de alterações clinico-131

dermatológicas na orelha, em: grupo assintomático (AD, n = 5), sem lesões cutâneas; e grupo 132

sintomático (SD, n = 13), com lesões cutâneas, incluindo alopecia, descamação, eritema, 133

edema, despigmentação, hiperqueratose, liquenificação, úlceras e crostas. Amostras de sangue 134

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60

foram coletadas por venopunção jugular para avaliação hematológica, considerando a 135

ausência de coinfecção por hemoparasitas nesses animais. 136

137

2.2. Histopatologia 138

Os cães foram anestesiados (Sedomin® - Konig e Thiopentax® - Cristalia) e 139

eutanasiados (Cloreto de Potássio a 10%) , em seguida amostras de tecido da pele do terço 140

superior da orelha (Moura et al., 2008), íntegra ou com lesões, foram colhidas utilizando uma 141

tesoura esterilizada. Quanto aos cães do grupo controle, o local biopsiado foi anestesiado com 142

lidocaína a 2% e realizada a colheita do fragmento da orelha. 143

As amostras foram coletadas e fixadas em formalina tamponada a 10%, e 144

posteriormente processadas em equipamento histotécnico automático (Leica TP1020, United 145

States) seguindo-se desidratação, diafanização e inclusão em parafina. Os blocos de parafina 146

contendo os fragmentos de tecido de pele foram cortados em micrótomo na espessura de 5 μm 147

e montados em lâminas de vidro. Posteriormente, os cortes histológicos foram corados pelas 148

técnicas rotineiras de Hematoxilina e Eosina (HE) para análise das alterações histológicas e 149

Azul de Toluidina para identificação dos mastócitos. A análise das lâminas histológicas foi 150

realizada sob um microscópio óptico (Nikon Eclipse E200MV, Tokyo, Japan) nas objetivas 151

de 10x e 20x. Avaliamos o grau de infiltração celular (ausente, discreta, moderada e intensa) 152

na derme e o tipo do infiltrado, bem como a intensidade de coloração de mastócitos (ausente, 153

discreta, moderada e intensa), de acordo com a percepção subjetiva média de dois 154

observadores. 155

156

2.3. Imunohistoquímica L. infantum 157

Secções cutâneas preparadas a partir de biópsias embebidas em parafina foram 158

cortadas em secções de 5 μm e montadas em lâminas silanizadas. As lâminas foram 159

desparafinadas em xileno, e o tecido foi rehidratado utilizando álcoois graduados. As lâminas 160

foram incubadas numa solução de peróxido de hidrogénio a 4% e PBS (0,01 M, pH 7,2), 161

seguido por incubação em soro de cabra normal (diluição 1: 100). Utilizou-se como anticorpo 162

primário o anticorpo de coelhos experimentalmente infectado com L. infantum (diluição 1: 163

200 em PBS 0,01 M), doado pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. As lâminas 164

foram então incubadas durante 22 h a 4 ° C numa câmara húmida. Em seguida, realizou-se a 165

lavagem com PBS e as lâminas foram incubadas novamente numa solução de biotina, e 166

depois lavadas novamente com PBS e incubadas com o complexo estreptavidina-peroxidase 167

durante 20 min à temperatura ambiente. A reacção foi realizada com a adição de 0,024% de 168

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61

diamino-benzidina (DAB) e 0,16% de peróxido de hidrogénio. A análise de formas 169

amastigotas de L. infantum foi realizada por microscopia óptica (Leica DM2000, United 170

States) com aumento de 200x. A intensidade da coloração foi classificada como nenhuma, 171

leve, moderada e intensa, de acordo com a percepção subjetiva média de dois observadores 172

(Freitas et al., 2013). 173

174

2.5. Análise estatística 175

As análises foram realizadas por meio do programa estatístico computacional 176

GraphPadPrism 5.0. Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão, adotando 177

um nível de significância de p < 0,05. As alterações clínicas observadas foram expressas em 178

porcentagem. O infiltrado inflamatório e as alterações clínicas dermatológicas de maior 179

incidência foram classificados em escores: 0 (ausente), 1 (discreto), 2 (moderado) e 3 180

(intenso), para aplicação do teste de correlação de Spearman (ρ). 181

182

4. Resultados e Discussão 183

184

Os achados clínicos dermatológicos na orelha são mostrados nas Figuras 1 e 2. Entre 185

as lesões cutâneas, dermatite ulcerativa e alopecia foram as dermatopatias mais frequentes nos 186

cães, observadas em 44,4% (8/18) e 61,1% (11/18) dos animais respectivamente (Fig. 2). 187

Todos os sinais clínicos dermatológicos observados para SD foram relatados para cães 188

infectados por L. infantum (Reis et al., 2009; Saridomichelakis & Koutinas, 2014). 189

A maioria dos fragmentos de orelha dos cães SD apresentou intensidade inflamatória 190

moderada a intensa (Fig.3C e 3A, respectivamente). A reação inflamatória foi caracterizada 191

por um infiltrado celular com distribuição multifocal na derme superficial e profunda 192

composto por células mononucleares como macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Neutrófilos 193

e hemácias extravasculares também foram observados nesse cenário. Foram detectadas 194

amastigostas de L. infantum imunomarcadas em SD e AD (Fig. 4). Esses achados consistem 195

com estudos realizados previamente associando o parasitismo cutâneo e o padrão inflamatório 196

na derme da orelha de cães com leishmaniose visceral (dos-Santos et al., 2004; Giunchetti et 197

al., 2006; Figueiredo et al., 2010; Menezes-Souza et al. 2012). 198

Também verificamos correlações (ρ = 0.31 e ρ = 0.33) e influências positivas 199

moderadas (y = 0.57 + 0.4x e y = 0.34 + 0.24x) do processo inflamatório sobre a alopecia e 200

dermatite ulcerativa, respectivamente (Fig. 5). A infecção da pele por L. infantum promove o 201

recrutamento de células inflamatórias, que por sua vez liberam mediadores que podem estar 202

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62

envolvidos com o desenvolvimento das alterações cutâneas. Desse modo, a infiltração celular 203

dérmica pode ser identificada em maior intensidade em cães com infecção clínica, ou seja, 204

que apresentam lesões dermatológicas em decorrência do progresso da infecção (Giunchetti et 205

al., 2006; Moreira et al. 2013, Papadogiannakis & Koutinas, 2015). 206

Quanto à presença de mastócitos, foi observada uma intensidade de coloração 207

discreta nos cães naturalmente infectados (Fig. 3) quando comparado ao CD (dado não 208

mostrado) (Menezes-Souza et al., 2012). Por outro lado, SD com infiltrado intenso (Fig. 3B) e 209

AD sem infiltrado celular (Fig. 3H) apresentaram uma maior expressão de mastócitos em 210

relação aos outros animais (Fig. D e F). Resultado contraditório evidenciando uma maior 211

expressão dessas células foi relatado em outro estudo (Calabrese et al.,2010). 212

Os mastócitos estão localizados ao redor dos pequenos vasos na pele e atuam como 213

células sentinelas contribuindo efetivamente na resposta imune inata à parasitas. Na 214

leishmaniose cutânea, a expressão tecidual dos mastócitos pode variar em detrimento do perfil 215

de citocinas no microambiente da infecção e espécies diferentes de Leishmania spp. (Tuon et 216

al., 2008; Romão et al., 2009; Menezes-Souza et al., 2012). Eles estão entre as primeiras 217

células que interagem com o protozoário Leishmania spp., liberando mediadores 218

inflamatórios que estimulam a inflamação e citocinas que modulam a imunidade mediada por 219

células específica ao patógeno. Nesse contexto, os padrões de citocinas liberados pelos 220

mastócitos variam de acordo com o seu estímulo de ativação (Kritas et al., 2013; Rodríguez & 221

Wilson, 2014). 222

223

5. Conclusão 224

225

Na leishmaniose canina, o infiltrado celular inflamatório influencia diretamente no 226

aparecimento de lesões cutâneas na pele, tais como dermatite ulcerativa e alopecia, contudo 227

não foi observada associação entre mastócitos e a evolução clínica dessa enfermidade. Desse 228

modo, faz-se necessário estudar a participação dos mediadores liberados pelos mastócitos no 229

microambiente avaliado. 230

231

6. Referências bibliográficas 232

233

BELKAID, Y., TAMOUTOUNOUR, S. The influence of skin microorganisms on cutaneous 234

immunity. Nature Reviews Immunology, v. 16, p. 353-366, 2016. 235

236

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63

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66

323

Figura 1. Lesões macroscópicas na orelha de cães com leishmaniose visceral. A, orelha sem 324

lesões; B, C, E e F, alopecia; B e D, úlceras; C, eritema e crostas; E, liquenificação; F, 325

úlceras, hiperpigmentação e crostas. 326

327

A

C

B

E F

D

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67

Figura 2. Aspectos clínicos e dermatológicos da pele de orelha de cães naturalmente 328

infectados por Leishmania infantum . 329

330

33,3

44,4

11,1

5,6

61,1

5,6

5,6

5,6

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

Dermatite crostosa

Dermatite ulcerativa

Dermatite esfoliativa seca

Deratite eritematosa

Alopecia

Hiperpigmentação

Liquenificação

Edema

Porcentagem (%)

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68

331

Figura 3. Imagens histológicas da pele da orelha de cães com leishmaniose visceral. A e B, 332

cães sintomáticos (SD) com infiltrado inflamatório intenso (I.I.); C e D, cães sintomáticos 333

(SD) com infiltrado inflamatório moderado (I.M); E e F, cães sintomáticos (SD) com 334

infiltrado inflamatório discreto (I.D.); G e H, cães assintomáticos (AD) sem infiltrado celular 335

infalmatório (I.C). HE 200x, A,C, E e G; AT (Azul de Toluidina) 200x B, D, F e H. 336

SD

com

I.I.

SD

com

I. M

. S

D c

om I.

D.

AD

sem

I. C

.

AT HE

A B

C D

E F

G H

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69

337 Figura 4. Imunohistoquímica da pele da orelha de cães com leishmaniose. A e C, 338

fotomicrografia dos cães assintomáticos (AD) sem infiltrado celular (I.C.) e discreta coloração 339

para Leishmania infantum+, respectivamente; B e D, fotomicrografia dos cães sintomáticos 340

(SD) com infiltrado inflamatório moderado (I.M) e moderada coloração para L.infantum +, 341

respectivamente. HE 200x, A e B; Estreptoavidina-peroxidase contra-corada com 342

Hematoxilina de Mayer, 200x, C e D. 343

344

SD com I.M. AD sem I.C.

Leis

hman

ia+

H

E A B

C D

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70

345

Figura 5. Alterações clínicas dermatológicas, alopecia (A) e dermatite ulcerative (B), e o 346

infiltrado celular inflamatório. Os índices de correlação de Spearman (valores ρ) são 347

mostrados nos gráficos. 348

349

0 1 2 3 40

1

2

3

4

Infiltrado inflamatório

Alop

ecia

0 1 2 3 40

1

2

3

4

Infiltrado inflamatório

Der

mtit

e ul

cera

tiva

ρ=0.31

ρ=0.33

(A)

(B)

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8 CONCLUSÕES

A infecção de cães por Leishmania infantum modifica as expressões CD45+, CD68 +

e E-caderina+ na pele, caracterizando a ativação das células imunitárias sentinelas que

promovem o recrutamento do infiltrado celular inflamatório, o qual influencia diretamente no

aparecimento de lesões cutâneas, tais como dermatite ulcerativa e alopecia. Contudo não foi

observada associação entre os mastócitos e a evolução clínica dessa enfermidade.

Espera-se que esse trabalho possa contribuir para o acompanhamento da progressão

da infecção por Leishmania infantum na pele de cães.

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9 PERSPECTIVAS

Os resultados obtidos neste trabalho ressaltam a importância das células sentinelas no

controle da infecção por Leishmania infantum bem como a relação com o aparecimento das

lesões cutâneas, contudo é necessário estudos com novos marcadores a fim de identificar os

subtipos dessas células, e entender mais claramente a participação de cada uma na patogênese

da leishmaniose canina. Além disso, é importante estudar os mediadores liberados pelos

mastócitos no microambiente avaliado a fim de esclarecer o seu envolvimento no processo

inflamatório cutâneo.

Por outro lado, observamos a necessidade de estudos relacionados as células

sentinelas no tratamento da leishmaniose canina e na imunização dos cães, já que elas

regulam a resposta imune inicial à infecção.

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ANEXO

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ANEXO A – COMITÉ DE ÉTICA