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~ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ- REITORIA DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS ANTONIA IRAÍNA MOTA CAMPOS ESTABELECIMENTO PADRÃO BIOMÉTRICO CORPÓREO E PÉLVICO E DA RELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS CORPÓREAS EXTERNAS E AS MEDIDAS PELVIMÉTRICAS DE CADELAS DA RAÇA BULDOGUE FRANCÊS Fortaleza - CE 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ- REITORIA DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

ANTONIA IRAÍNA MOTA CAMPOS

ESTABELECIMENTO PADRÃO BIOMÉTRICO CORPÓREO E PÉLVIC O E DA

RELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS CORPÓREAS EXTERNAS E AS ME DIDAS

PELVIMÉTRICAS DE CADELAS DA RAÇA BULDOGUE FRANCÊS

Fortaleza - CE

2010

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ANTONIA IRAÍNA MOTA CAMPOS

ESTABELECIMENTO DO PADRÃO BIOMÉTRICO CORPÓREO E PÉLVICO E DA RELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS CORPÓREAS EXTERNAS E AS MEDIDAS

PELVIMÉTRICAS DE CADELAS DA RAÇA BULDOGUE FRANCÊS

Fortaleza-Ceará 2010

Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias. Área de concentração: Reprodução e Sanidade de carnívoros, onívoros, herbívoros e aves. Orientadora: Profª. Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva.

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C198e Campos, Antonia Iraína Mota

Estabelecimento do padrão biométrico corpóreo e pélvico e da relação entre as medidas corpóreas externas e as medidas pelvimétricas de cadelas da raça Buldogue Francês/ Antonia Iraína Mota Campos. — Fortaleza, 2010.

70 p. Orientadora: Profª. Drª. Lúcia Daniel Machado

da Silva. Monografia (Mestrado em Medicina Veterinária)

– Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária.

1. Buldogue Francês. 2. Biometria. 3. Gestação. 4. Pelvimetria. I. Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária.

CDD:636.089

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ANTONIA IRAÍNA MOTA CAMPOS

ESTABELECIMENTO DO PADRÃO BIOMÉTRICO CORPÓREO E PÉLVICO E DA RELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS CORPÓREAS EXTERNAS E AS MEDIDAS

PELVIMÉTRICAS DE CADELAS DA RAÇA BULDOGUE FRANCÊS Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias.

_________________________________ Profa. Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva Universidade Estadual do Ceará - UECE

Orientadora

_________________________________

Dra. Ticiana Pereira Franco da Silva Universidade Estadual do Ceará- UECE

Co-Orientadora

_________________________________ Prof. Dr. Dárcio Ítalo Alves Teixeira

Universidade Estadual do Ceará- UECE Examinador

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Dedico aos animais que foram utilizados neste trabalho que em um gesto de extrema generosidade, emprestam suas vidas a nós humanos com devoção e confiança, sem perguntar o porquê tendo sempre ao fim um olhar de carinho. Aos meus animais, aos que ainda estão comigo e aos que já se foram obrigada pelo tempo que compartilhamos juntos.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), Faculdade

de Veterinária e Universidade Estadual do Ceará, pela oportunidade de realização

desta meta.

Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES) pelo apoio financeiro durante todo o mestrado acadêmico.

Ao Centro de Diagnóstico Veterinário - VETER em especial à Dra Lucilma

Gurgel Leite por ter dado todo apoio técnico e logístico cedendo às instalações de

sua clínica e funcionários tornando possível a realização deste trabalho.

Aos funcionários da VETER – Centro de Diagnóstico Veterinário David Silva da

Costa, Everardo Fernandes Barbosa, Nadja Nayra Vieira Cavalcante e Francisco

Davi Cavalcante, pela inestimável ajuda prestada para a realização deste trabalho.

Agradeço às médicas veterinárias Márcia Vanessa Rocha Pires, Fernanda Ribeiro

Remédios, Marta Maria Caetano de Souza. Obrigada.

À minha querida orientadora Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva pela

oportunidade e confiança depositadas, por me ensinar tanto em tão pouco tempo,

aceitar-me com meus defeitos e qualidades e por me ensinar além do que se

encontra nos livros: ética, competência e serenidade.

À co-orientadora e amiga Ticiana Franco Pereira da Silva (Tici) por sua eterna

disponibilidade e atenção, pelas orientações dadas sempre com muita

generosidade. Pelos artigos corrigidos mesmo quando não era possível fazê-lo,

um modelo de competência e seriedade, generosidade e força.

Ao grande amigo Daniel Couto Uchoa por ceder seus animais, pela confiança e

total suporte sem os quais a realização deste trabalho seria impossível. Agradeço

pelo companheirismo e companhia agradável e divertida, sempre infalíveis.

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À minha amiga Henna Roberta Quinto (Heninha) pela companhia sempre

divertida, pelos momentos de descontração no laboratório, pela sempre

disponibilidade de ajudar seja com burocracias ou pesquisas de artigos

científicos.

Às companheiras de pós-graduação Cláudia da Cunha Barbosa e Mirley Barbosa

de Souza pela preciosa ajuda na correção dos meus artigos científicos, que na

hora certa me ajudaram enormemente nesta caminhada, dando-me os braços e

caminhando comigo.

A todos os membros do Laboratório de Reprodução de Carnívoros pelo apoio,

torcida, opiniões durante o desenvolvimento deste trabalho e companhia Cynthia

Levi Baratta Monteiro, Barbara Sucupira Pereira, Antonio Cavalcante Mota

Filho, Victor Leão Hitzschky Madeira, José Nicodemos Pinto, Herlon Victor

Rodrigues Silva, Luma Morena Passos Freire, Rodrigo Domingos Quina da Silva

pelo apoio e amizade e, principalmente, por me proporcionarem a virtude do

trabalho em equipe.

A todas as lindas “meninas” minhas Buldogues Francesas que se doaram, por

inteiro, a esse trabalho sempre com olhar meigo e rabo abanando. Obrigada por

se doarem assim de foram tão generosa.

Aos meus amados pais, Irajá Cursino Campos e Francisca Angelina Mota

Campos pelo eterno incentivo e por me educarem acima de tudo para a vida. Pelo

esforço hercúleo que fizeram para me dar sempre a melhor educação e por me

ensinarem a amar os animais com respeito e responsabilidade.

Ao meu querido irmão Felipe Mota Campos que mesmo não estando presente

nesta etapa da minha vida o esteve em todas as outras sendo para mim um

modelo e exemplo a ser seguido.

Ao José Gutemberg Pereira Vieira, meu namorido, melhor amigo, pelo amor

devotado, pela paciência e pelo suporte. Por sempre topar tudo que eu proponho

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com bom humor e gargalhadas. Por aguentar meu mau humor e irritação e por

todas as vezes que teve que respirar fundo por mim. Agradeço por me fazer feliz!

À amiga e comadre Aline Lima de Souza Afonso-Alves pela amizade verdadeira

e incondicional pela eterna paciência com meus desabafos, meus pedidos de

socorro e minhas inseguranças e pela ajuda incomensurável que me deu no

preparo para ingressar no mestrado.

Às amigas Ingrid Gruber Ferreira-Lima e Taciana Mendonça Sherllock pela

paciência que tem comigo, pelo exemplo de persistência, pela força, pela

sinceridade, pelo carinho, e pela presença constante, mesmo distantes.

Aos meus filhos de quatro patas: Mike (Maicolino), Rita (Ritinha) e Gordo

(Gordonildo) por seu amor, carinho, companheirismo e lição de amor

incondicional de todos os dias. Amo vocês.

Aos meus animais Salsicha, Chocolate, Aparecida, Leão e Pretinha pelos fins de

semana de descanso e trabalho que me proporcionam, obrigada pela fidelidade e

companheiros e amor dedicado sem nada cobrar em troca.

Agradeço, enfim, a todas as pessoas que contribuíram ou mesmo torceram para a

efetivação desse sonho. Muito Obrigada!

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RESUMO A pelvimetria radiográfica é a tomada de medidas da pelve obtidas diretamente sobre o filme radiográfico, e possibilita determinar o padrão pelvimétrico para cada raça, permitindo a classificação anatômica da pelve canina. Dessa forma este trabalho foi dividido em duas partes que tiveram como objetivo: 1) Verificar a correlação entre as medidas externas corpóreas com as medidas pélvicas e entre as medidas externas e internas da pelve. 2) Avaliar possíveis alterações nos diâmetros pélvicos internos durante a gestação e no pós-parto. Na primeira parte, foram utilizadas 20 cadelas da raça Buldogue Francês, sendo avaliado o peso, medidas corpóreas externas : circunferência craniana (CC); circunferência torácica (THC); circunferência abdominal (AC); e comprimento do corpo (BL); e parâmetros pélvicos externos foram diâmetro biilíaco externo (EBID); diâmetro biisquiático externo (EBIsD); diâmetro ileoisquiático externo direito e esquerdo (REIID and LEIID). As medidas pélvicas radiográficas aferidas foram: conjugado verdadeiro (CV); conjugado diagonal (CD); diâmetro vertical (DV); diâmetro sacral (DAS); diâmetro sagital (DSG); diâmetro tuberosidade coxal (DTC); biilíaco superior (BIS); biilíaco inferior (BII); biisquiático (BIQ). Além dessas medidas, foram calculadas relações altura / largura (DV / BII, DS / DT e DS / BII) área de entrada da pelve (AEP) e área de saída pélvica (ASP). A avaliação pelvimétrica foi realizada diretamente sobre a película radiográfica, em projeção látero-lateral e ventro-dorsal. Foi verificada correlação positiva significativa entre as medidas radiográficas pélvicas de BII, DTC e PIA com o peso, com índices de correlação de 0,75 (p<0,005). Também foi verificada correlação positiva significativa entre a circunferência cefálica e o diâmetro sacral, com índice de correlação de 0,76 (p<0,05). No entanto as correlações entre as demais medidas externas e as medidas radiográficas pélvicas foram de baixa magnitude, indicando ausência de associações entre as diferentes medidas.Na segunda parte foram utilizadas 11 cadelas prenhes da raça Buldogue Francês, sendo realizadas as mesmas avaliações radiográficas da primeira parte deste trabalho, nos dias 0 (zero), 45, 54 de gestação e 7 dias após o parto, além de avaliações ultrassonográficas realizadas nos dias 30, 45 e 54 após a data da ultima cobertura e 7 dias após o parto. Na segunda parte do trabalho as medidas corpóreas que sofreram aumento durante a gestação foram a circunferências torácica e abdominal. As medidas pélvicas externas não sofreram modificações durante a gestação. As medidas pélvicas radiográficas que sofreram aumento durante a gestação foram os DV, DS, DTC, DV/ BII, PIA e POA. Foi verificada correlação positiva significativa entre as medidas radiográficas pélvicas de diâmetro sagital, biisquiático, tuberosidade coxal e área de entrada da pelve com o peso com índices de correlação de 0,75 (p<0,005) que também foram verificadas nos dias 45 e 54 de gestação. No entanto as correlações entre as demais medidas pélvicas externas e as medicas radiográficas pélvicas foram de baixa magnitude, indicando ausência de associações entre as diferentes medidas. Concluiu-se que em cadelas Buldogue Francês algumas medidas pélvicas de altura e largura e ás áreas pélvicas sofrem modificações durante a gestação e algumas se correlacionam com o peso. Palavras chave: Buldogue Francês, Biometria, Gestação, Pelvimetria.

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ABSTRACT The X-ray pelvimetry is the taking measures of the pelvis obtained directly on the radiographic film. This technique allows determining the pattern pelvimetry for each breed and allowing the anatomical classification of the canine pelvis. Thus this study was divided into two parts that has a objective:1) To verify the correlation between assets with external pelvic measurements and between external and internal measures of the pelvis. 2) To assess possible changes in the internal pelvic diameters during pregnancy and postpartum. In the first part, 20 French Bulldog bitches with known reproductive histories were used, being evaluated the weight, external body measurements and external pelvic parameters. The external body measurements were cranial circumference (CC); thoracic circumference (THC); abdominal circumference (AC); body length (BL). The studied external pelvic parameters were the different pelvic widths, such as external bi-iliac diameter (EBID); external bi-ischiatic diameter (EBIsD); right and left external ilio-ischiatic diameter (REIID and LEIID). Pelvic radiographic measures assessed were: true conjugate (TC); diagonal conjugate (DC); vertical diameter (VD); sacral diameter (SAD); sagittal diameter (SGD); coxal tuberosity diameter (CTD); superior bi-iliac diameter (SBID); inferior bi-iliac diameter (IBID); and bi-ischiatic diameter (BICD). Besides these measurements, some ratios were calculated, such as height/width (VD/IBID, SGD/CTD, SGD/IBID), the pelvic inlet and outlet areas. The evaluation pelvimetry was performed directly on the radiographic film projected in latero-lateral and ventral-dorsal. A significant positive correlation was observed between pelvic radiographic measurements of the bi-ischiatic line, coxal tuberosity and area of the pelvic entrance and body weight, with a correlation index of 0.75 (p<0.005). A significant positive correlation was also observed between cranial circumference and sacral diameter, with a correlation index of 0.76 (p<0.05). However, correlations between other external measures and radiographic pelvic measures were of low magnitude, which indicates the absence of associations between different measures. In the second part, 11 pregnant French Bulldog bitches were used being held the same radiographic evaluations of the first part of this work, on days 0 (zero), 45, 54 of gestation and 7 days after delivery, and sonographic evaluations performed at 30, 45 and 54 days after the last mounting and 7 days after delivery. The body measurements that increased during pregnancy were the thoracic and abdominal circumferences. External pelvic measurements have not changed during pregnancy. Pelvic radiographic measures that increased during pregnancy were the DV, SD, DTC, DV / BII, PIA and POA. Significant positive correlation was found between the pelvic X-ray measurements of sagittal diameter, bi-isquiatic, tuber coxae and the entrance area of the pelvis with the weight ratios with correlation 0.75 (p <0.005) which were also recorded on days 45 and 54 of gestation. However the correlations between the remaining external pelvic measurements and medical radiographic pelvic were low, indicating absence of associations between different measures. It was concluded that in French Bulldog bitches some pelvic measurements of height and width and ace pelvic areas undergo changes during pregnancy and some are correlated with weight. Keywords: French Bulldog, Biometry, Pregnancy, Pelvimetry.

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vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Radiografia pélvica de cadela dolicopélvica........................................................... 06

Figura 2. Radiografia pélvica de cadela mesatipélvica. ......................................................... 06

Figura 3. Radiografia pélvica de cadela platipélvica. ............................................................ 06

Figura 4. Pelvímetro de Rice®................................................................................................ 10

Figura 5. Pelvímetro de Menissier-Vissac. ............................................................................ 10

Figura 7. Cadela Buldogue Francês em projeção látero-lateral, para radiografia pélvica...... 12

Figura 8. Cadela Buldogue Francês em projeção ventro-dorsal, para radiografia pélvica..... 12

Figura 9. Imagem ultrassonográfica de concepto com aproximadamente 45 dias de

gestação. Nítida diferenciação entre a cavidade torácica e abdominal...................................

14

Figura 10. Imagem ultrassonográfica de concepto com aproximadamente 54 dias de

gestação. Nítida calcificação de coluna vertebral com formação de sombra acústica............

15

Figura 11. Perfil do Buldogue Francês evidenciando stop acentuado e arco dos incisivos

inferiores está sempre à frente dos superiores. .......................................................................

18

Figura 12. Perfil do Buldogue Francês evidenciando pescoço curto, antebraços curtos,

bem separados e membros posteriores fortes e musculosos, um pouco mais longo que os

anteriores. ...............................................................................................................................

18

Capítulo 1

Fig. 1. Radiographic examinations performed in French Bulldog bitch. (A) latero-lateral

projection. Note the higher angle side of the pelvis in relation to the vertebral column

beyond the deformity of the vertebral bodies of the first thoracic vertebra. (B) ventral-

dorsal projection. Note the obvious deformity of the sacral vertebrae and first coccygeal

vertebrae. ................................................................................................................................

39

Fig. 2. Pelvis bitch French Bulldog showing true conjugate diameter and biiliac similar.

Note the bilateral hip deslocation. ..........................................................................................

40

Capítulo 2

Figura 1. Distâncias mensuradas na pelve diretamente na película radiográfica das cadelas

da raça Buldogue Francês. Conjugado verdadeiro (a), conjugado diagonal (b), diâmetro

vertical (c), diâmetro sacral (d), diâmetro sagital (e), biilíaco superior (f), biilíaco inferior

(g), diâmetro entre tuberosidades coxais (h) e biisquiático (i)...........................................

48

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Figura 2. Imagens de fetos mais caudais avaliados por exames de radiografia e

ultrassonografia. (A) Exame radiográfico realizado no dia 54, indicando a presença de feto

insinuado no canal do parto. (B) Exame ultrassonográfico no dia 54 de gestação

mostrando a mensuração do diâmetro biparietal..............................................................

61

vii

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 1

Table 1: Mean ± SD and minimum and maximum values of cranial, thoracic and

abdominal circumferences, withers height, body length (cm) and body weight (Kg) of 20

French Bulldog bitches……………………………………………………………………

34

Table 2: Mean values found for the external pelvic measures: external bi-iliac diameter,

external bi-ischiatic diameter, right and left ilio-ischiatic diameters, all expressed in

centimeters………………………………………………………………………………….

35

Table 3: Mean values observed for pelvic internal dimensions, directly measured from

radiographic images: true conjugate (TC), diagonal conjugate (DC), vertical diameter

(VD), sacral diameter (SAD), saggital diameter (SGD), coxal tuberosity diameter (CTD),

superior bi-iliac diameter (SBID), inferior bi-iliac diameter (IBID) and bi-ischiatic

diameter (BICD), all expressed in centimeters…………………………………………….

36

Table 4: Mean values observed for the ratios between vertical diameter (VD) and inferior

bi-iliac diameter (IBID), sacral diameter (SAD) and coxal tuberosity diameter (CTD), and

sacral diameter (SAD) and inferior bi-iliac diameter (IBID), and mean values for pelvic

inlet (PIA) and outlet areas (POA), expressed in cm2…………………………………………………………...

37

Table 5: Correlation coefficients (r) and respective p values between external body and

pelvic measures and internal pelvic measures………………………………………………

38

Capítulo 2

Tabela 1: Esquema de realização de exames radiográficos, ultrassonográficos e

mensuração de medidas externas de cadelas prenhes da raça Buldogue Francês (n=11).

57

Tabela 2: Média ± DP das medidas corpóreas externas circunferências cefálica (CC),

torácica (CT) e abdominal (CA), comprimento corporal (CCO), altura de cernelha (AC)

em cm, e peso (Kg) nos diferentes dias de avaliação em 11 cadelas da raça Buldogue

Francês (n=11).....................................................................................................................

57

Tabela 3: Média ± DP das medidas externas pélvicas: biilíaco externo, biisquiático

externo, ilioisquiático direito e ilioisquiático esquerdo (expressos em cm) nos diferentes

dias de avaliação em 11 cadelas da raça Buldogue Francês (n=11)....................................

58

Tabela 4: Média ± DP das medidas internas da pelve, aferidas sobre película radiográfica:

conjugado verdadeiro (CV), conjugado diagonal (CD), diâmetro vertical (DV), diâmetro

sacral (DSA), diâmetro sagital (DSG), tuberosidade coxal (DTC), biilíaco superior (BIS),

viii

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biilíaco inferior (BII), biisquiático (BIQ), diâmetro vertical/ biilíaco inferior (DV/ BII),

diâmetro sagital/ biilíaco superior (DSG/ BIS), diâmetro sagital/ biilíaco inferior

(DSG/BII) em cm; área de entrada da pelve (AEP) e área de saída da pelve (ASP), em

cm2............................................................................................................................

59

Tabela 5: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no dia inicial (D0) da

gestação, (n=11)...........................................................................................................

60

Tabela 6: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no D45 da gestação (n=11).

60

Tabela 7: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no dia 54 da gestação

(n=11)...........................................................................................................................

60

Tabela 8: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no dia 7 pós-parto, (n=11)....

61

ix

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

® : Marca registrada

AC : Abdominal circumference - circunferencia abdominal

BICD : Bi-ischiatic diameter - diâmetro biisquiático

BL : Body length- comprimento do corpo

CBKC :Brazilian Confederation of Cinofilia - Confederação

Brasileira de Cinofilia

CC : Cranial circumference - circunferência craniana

cm : Centímetros

CTD : Coxal tuberosity diameter - diâmetro da tuberosidade

coxal

D0 : Dia zero

D45 : Dia 45

D54 : Dia 54

D7PP : Dia 7 pós-parto

DC : Diagonal conjugate - conjugado diagonal

EBID : External bi-iliac diameter - diâmetro biilíaco externo

EBIID : External bi-ischiatic diameter - diâmetro biisquiático

externo

FAVET : Faculdade de Veterinária

FCI :Fédération Cynologique Internationale – Federação de

Cinologia Internacional

IBID : Inferior bi-iliac diameter - diâmetro biilíaco inferior

Kg : Quilogramas

LAMOFOPA : Laboratory of Manipulation of Oocytes and Preantral

Follicles - Laboratório de Manipulação de Folículos

Ovarianos Pré-Antrais

LEIID : Left external ilio-ischiatic diameter - diâmetro

ileoisquiático externo esquerdo

LRC : Laboratório de Reprodução de Carnívoros

MHz : Mega Hertz

PIA : Pelvic inlet area – Área de entrada da pelve

x

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POA : Pelvic outlet area – Área de saída da pelve

REIID : Right external ilio-ischiatic diameter - diâmetro

ileoisquiático externo direito

SAD : Sacral diameter – diâmetro sacral

SBID : Superior bi-iliac diameter – diâmetro biilíaco superior

SGD : Sagittal diameter – diâmetro sagital

TC : True conjugate - conjugado verdadeiro

THC : Thoracic circumference – circunferência torácica

UECE : Universidade Estadual do Ceará

VD : Vertical diameter - diâmetro vertical

xi

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 01

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 03

2.1. Características anatômicas da pelve..................................................................... 04

2.1.1 Classificação dos tipos de pelve......................................................................... 04

2.2 Pelvimetria............................................................................................................. 07

2.2.1. Pelvimetria indireta........................................................................................... 07

2.2.2. Pelvimetria direta............................................................................................... 08

2.2.2.1. Palpação retal................................................................................................. 09

2.2.2.2. Radiografia na medicina veterinária.............................................................. 10

2.2.2.3. Pelvimetria radiográfica em cães................................................................... 10

2.3. Diagnóstico de gestação em cadelas.................................................................... 12

2.3.1. Radiografia........................................................................................................ 13

2.3.2. Ultrassonografia................................................................................................ 14

2.4. Buldogue Francês................................................................................................. 15

2.4.1. Origem............................................................................................................... 15

2.4.2 Padrão racial....................................................................................................... 16

2.4.3. Alterações congênitas........................................................................................ 17

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 19

4. HIPÓTESES CIENTÍFICAS ................................................................................ 20

5. OBJETIVOS........................................................................................................... 21

5.1. Objetivo Geral...................................................................................................... 21

5.2. Objetivos específicos........................................................................................... 21

6. CAPÍTULO 1......................................................................................................... 22

7. CAPÍTULO 2........................................................................................................ 41

8. CONCLUSÕES GERAIS..................................................................................... 63

9. PERSPECTIVAS................................................................................................... 64

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 65

11. ANEXOS.............................................................................................................. 71

xii

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1

1. INTRODUÇÃO

A palavra pelve é derivada do latim pelvis, que significa bacia. Sua importância

é verificada, principalmente nas espécies domésticas de reprodução por permitir que se

efetuem diagnósticos de gestação e de distocias (OLIVEIRA et al., 2003).

Anatomicamente, a pelve pode ser descrita como um complexo osteoligamentoso

constituído pelos ossos coxal e sacro, as três primeiras vértebras coccígeas e ligamento

sacro-isquiático, que protege as vísceras pélvicas, assegurando a deambulação,

transmitindo o peso do corpo aos membros pélvicos de maneira uniforme (GETTY,

1986).

Pelvimetria significa mensuração de distâncias e ângulos entre estruturas da

pelve que pode ser feito por meio de palpação da região pélvica e com radiografia

pélvica (estudo direto) ou por meio de mensurações corpóreas externas (estudo indireto)

(VALLE et al., 2006). A técnica de pelvimetria radiográfica é usada rotineiramente há

mais de 60 anos na obstetrícia em mulheres (FAIT et al., 1998) A indicação clínica para

a pelvimetria é associada à probabilidade de desproporção entre a pelve da mãe e a

cabeça do feto. Esse método possui grande valor para o parto e fornece informações

precisas a respeito da relação feto-pelve (VERCELINO & LOPES, 2005).

Em bovinos, pode ser realizada a pelvimetria direta com a introdução de

instrumentos de mensuração pelo reto do animal com o objetivo de reduzir a incidência

de distocia devido à desproporção feto-pelve (OLIVEIRA, 2002). As fêmeas com uma

pelve menor podem ser selecionadas para a cobertura com touros com baixa diferença

entre progênie para peso de bezerro ao nascimento. A técnica de pelvimetria também é

usada para avaliar as dimensões pélvicas em outras espécies, como os ovinos

(BARRETO et al., 2004).

A pelvimetria não é muito estudada em cães por ser considerada pouco prática

devido à grande variação de tamanho entre as raças e também devido à variedade no

número e tamanho dos fetos (PÁFARO, 2007).

A pelvimetria radiográfica foi utilizada por ENEROTH & HAUGEY (1999)

para avaliar a função da anatomia pélvica na distocia obstrutiva em cadela. Nesse

estudo, foi usada a pelvimetria direta em diferentes raças de cães. Dentre estas raças está

o Buldogue Francês. Nesse estudo, as cadelas dessa raça com histórico de parto

distócico tinham o canal pélvico mais estreito. Já VERCELINO & LOPES (2005), num

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breve estudo da pelvimetria em cadelas da raça Buldogue Francês, não observaram

diferenças entre a altura do canal pélvico quando comparando grupos de cadelas com

histórico de partos eutócicos e distócicos. Entretanto, não existe um padrão métrico da

pelve para o Buldogue Francês, apenas comparações de suas medidas com a de outras

raças. Nos trabalhos em que esta divisão (eutocia e distocia) foi realizada verificou-se

que a pelvimetria radiográfica é um método útil também em cães (VERCELINO &

LOPES, 2005).

Para uma melhor compreensão do presente trabalho, far-se-á uma revisão de

literatura, enfocando os principais aspectos referentes à anatomia e fisiologia da pelve

bem como a técnica de pelvimetria, incluindo a pelvimetria radiográfica, em animais

domésticos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Características anatômicas e fisiológicas da pelve

Segundo BENESCH (1965), a pelve, no sentido obstétrico, revela-se semelhante

a um cinturão ósseo formado pelo ílio, ísquio e púbis unidos entre si, cujo teto é

constituído pelo sacro e as primeiras vértebras coccígeas. O osso coxal ou quadril é o

maior dos ossos planos consiste primariamente de três partes, ílio, ísquio e púbis, e a

asa, que apresenta duas faces, uma crista e duas espinhas. O ísquio, que forma a parte

caudal do osso da pelve, faz parte da formação do forame obturador e sínfise pélvica e é

formado por corpo e ramo. O púbis, subdividido em corpos, ramo cranial e caudal,

estende-se do ílio e ísquio, lateralmente, à sínfise púbica, medialmente. O acetábulo,

cavidade cotilóide que aloja a cabeça do fêmur, orienta-se ventralmente e consiste de

uma parte articular e uma não-articular (GETTY, 1986).

A pelve é uma estrutura de forma cônica, com a base, maior diâmetro, voltada

cranialmente e o ápice, menor diâmetro, caudalmente. Desse modo, dependendo da

espécie, quando associado ao eixo longitudinal da coluna vertebral, forma um ângulo

obtuso com amplitude variada. A pelve é o elemento de integração na transmissão

difusa de forças para os membros pélvicos. Sua porção ventral, face cranial, atua como

ponto de ancoragem e tração da aponeurose do músculo reto-abdominal pelo tendão

pré-púbico, e também com estojo protetor das vísceras contidas nessa região. O tendão

pré-púbico é o ponto de inserção de muitos músculos da área pélvica, como o reto-

abdominal, com exceção do transverso do abdômen. É importante por ser o ponto de

fixação da articulação sacro-ilíaca e manter a pelve óssea em sua posição correta

(ROBERTS, 1971).

Por outro lado, apesar de ser uma estrutura rígida, no período próximo ao parto e

por ação hormonal, ocorre ampliação em seu diâmetro interno com consequente

afrouxamento dos ligamentos pélvicos, deslocamento dorsal do sacro e lateral dos ílios,

além da abertura da sínfise púbica (TONIOLLO & VICENTE, 1995).

A pelve possui articulações representadas pela sacroilíaca, acetábulo (união do

ílio, ísquio e púbis), sínfise isquiopúbica e as três primeiras vértebras coccígeas, os

quais se excetuando a última, tendem a um processo de sinosteose. A sacroilíaca é uma

articulação sinovial plana fixada pelos ligamentos sacroilíacos vertebral. As vértebras

caudais estão relacionadas com a ampliação do diâmetro caudal de pelve. O acetábulo

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transmite as forças do peso corpóreo aos membros pélvicos e absorve a tração desses

para o corpo. A articulação isquiopúbica atua como dissipadora de forças da pelve, além

de ser ponto de equilíbrio da tração exercida pelos membros pélvicos (DYCE et al.,

2004).

O cinturão ou cíngulo pélvico possui funções de locomoção e sustentação do

peso dos membros pélvicos, serve como via de passagem do feto, e contribui, por meio

de vários elementos, como a estática dos intestinos, órgãos reprodutivos e urinários

(STEWART, 1984).

As funções do tecido ósseo são as de sustentar os tecidos moles, fornecer pontos

de fixação para os músculos esqueléticos e propiciar movimento junto a eles, proteger

órgãos internos, armazenar e liberar minerais, e conter a medula óssea que produz

células sanguíneas e armazena a gordura (TORTORA & GRABOWASKI, 2002).

O desenvolvimento ósseo ocorre por meio de dois tipos de ossificação, a

endocondral ou intracartilaginosa e a intramembranosa. A primeira é responsável pelo

crescimento da maioria dos ossos do esqueleto animal e ocorre por meio da cartilagem

preexistente (OWENS & BIERY, 1999). Os ossos da pelve, assim como os da coluna

vertebral, da base do crânio e das extremidades são denominados ossos cartilagíneos,

porque são formados primeiramente por cartilagem hialina (GETTY, 1986).

Os ossos se desenvolvem por meio de centros de ossificação, fises e epífises, e o

seu fechamento se dá em diferentes fases do crescimento do animal. A fase deste

fechamento também varia de acordo com a espécie e a raça do animal (OWENS &

BIERY, 1999). No caso da espécie canina o fechamento das fissuras ósseas (osso chatos

e irregulares) e dos centros de crescimento (ossos longos) pode ocorrer entre 10 e 18

meses de vida. Essa grande variação da maturidade óssea é devido à grande variação de

porte dos cães nas diferentes raças caninas. Quanto maior o porte do cão mais tarde se

dará a maturidade óssea (SCHEBITZ, 1978).

2.1.1. Classificação dos tipos de pelve

A pelve possui diversos aspectos que a diferenciam, tanto em relação ao sexo,

quanto às diversas espécies. A da fêmea geralmente é mais ampla e seus tubérculos e

saliências são mais planos do que a do macho, isto porque a pelve funciona como um

canal de saída do feto durante o parto (MELO et al., 2008). Observando-se as pelves de

diferentes espécies, notam-se algumas divergências nos tamanhos dos diâmetros

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conjugado, biilíaco inferior e superior e entre tuberosidades coxais, assim como na

inclinação da pelve. Os animais, de acordo com o tipo de pelve, podem ser

classificados, segundo TONIOLLO & VICENTE (1995), em dolicopélvicos,

mesatipélvicos e platipélvicos. Cada espécie animal possui um determinado tipo de

pelve dentre, no entanto, a espécie canina possui, dentre os seus representantes, os três

tipos de pelve. O tipo de cavidade pélvica na espécie canina vai variar de acordo com a

raça/ porte do cão.

A pelve dos animais dolicopélvicos (Figura 1) é caracterizada por apresentar

face cranial da pelve em forma oval e achatada lateralmente; o ísquio é sensivelmente

escavado e arqueado ventralmente em sua extremidade caudal e o diâmetro conjugado

verdadeiro é maior que o biilíaco. Temos como exemplo de cavidade pélvica do tipo

dolicopélvica a espécie bovina cuja pelve tem conformação oval com a entrada (porção

cranial), normalmente, de formato oval em toda a espécie, tendo como maior diâmetro o

sacropubiano. Esse tipo de conformação também ocorre nos cães da raça Whippet

(OLIVEIRA, 2008; HIGINO, 2002).

Os animais mesatipélvicos apresentam a face cranial da pelve quase circular,

com discreto estreitamento na porção ventral e o diâmetro conjugado verdadeiro é

similar ao biilíaco, ou seja, a largura e altura da pelve são semelhantes como nos

animais da espécie eqüina, felina e nos cães das raças Dálmata e Pointer que tem uma

pelve cônica (Figura 2) (OLIVEIRA, 2008; HIGINO, 2002).

Os animais platipélvicos apresentam o diâmetro pélvico conjugado verdadeiro

menor que o biilíaco, ocorrendo nos cães bassetóides como os cães da raça Pequinês

representam 5% dos tipos de pelve encontrados nas mulheres (Figura 3). Nessas

mulheres o encurtamento do diâmetro antero-posterior da pelve não permite um parto

eutócico, na grande maioria dos casos (HIGINO, 2002).

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Figura 1. Radiografia pélvica de cadela dolicopélvica. Fonte: Autor, 2009.

Figura 3. Radiografia pélvica de cadela platipélvica. Fonte: Autor, 2009.

Figura 2. Radiografia pélvica de cadela mesatipélvica. Fonte: Autor, 2009.

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2.2. Pelvimetria

De acordo com FERREIRA (1991), a pelvimetria consiste basicamente na

determinação métrica das dimensões pélvicas e sua utilização está diretamente

relacionada à reprodução, fundamentando um método profilático contra as

complicações do parto causadas por deformação, má-formação ou sequelas de afecções

presentes nessa estrutura óssea. Além disso, é um método diagnóstico de baixo custo e

de simples realização, não necessitando de contenção química, exceto em animais

selvagens e aqueles com temperamento agressivo.

A pelvimetria tem como objetivo o estudo e a determinação das dimensões da

pelve, permitindo que, com o conhecimento das mesmas, possa-se prever ou evitar

dificuldades no momento do parto, podendo ser realizada direta ou indiretamente.

(DERIVAUX E ECTORS, 1984).

No estudo das medidas pélvicas, duas medidas são de fundamental importância:

o diâmetro conjugado verdadeiro, ou a medida sacropubiana; e o diâmetro biilíaco

médio. Entretanto, outras medidas podem ser avaliadas como os diâmetros verticais das

faces cranial e caudal da pelve; diâmetro transversal da cavidade pélvica; diâmetro

transversal da face caudal da cavidade pélvica; e diâmetros oblíquos sacro-ilíacos

direito e esquerdo (OLIVEIRA et al., 2003).

OKUDA et al (1994) avaliaram a morfometria da pelve óssea, particularmente

dos diâmetros internos, sempre associada ao desempenho reprodutivo procurando

estabelecer os valores padrões dos principais diâmetros pélvicos de fêmeas bovinas da

raça Nelore, como o biilíaco superior, biilíaco inferior e o conjugado verdadeiro,

também chamando diâmetro sacro-púbico (PÁFARO, 2007).

A pelvimetria pode ser realizada de forma direta ou indireta. A pelvimetria direta

é realizada por meio da palpação in vivo do animal ou pela utilização de estudo

radiográfico das medidas pélvicas. A forma indireta da pelvimetria se dá por meio da

aferição de determinadas medidas corpóreas externas correlacionado-as com medidas

pélvicas internas.

2.2.1. Pelvimetria Indireta

A pelvimetria indireta se baseia no princípio da correlação entre a área pélvica

interna e outras estruturas corporais, como: altura do animal, conformação da garupa,

distância entre os ílios, distância bi-coxofemoral. Acreditando que essa correlação

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existia e era forte Saint- Cyr realizou um experimento onde foram analisados os pontos

de referência do canal pélvico (diâmetro sacropubiano e biilíaco médio), tomando como

fatores de orientação diferentes dimensões de regiões corporais. Através dessa análise

ele propôs dois coeficientes, que ao serem multiplicados por uma medida corporal

externa, resultaram em um valor aproximado de um dos diâmetros pélvicos

(OLIVEIRA, 2008). OLIVEIRA et al (2001) e OLIVEIRA (2008) estudaram a

correlação entre medidas externas gerais e internas pélvicas dos bovinos, encontrando,

na maioria das vezes, valores não muito significativos.

RAMADINHA et al. (2003) realizaram estudos sobre pelvimetria em animais de

produção, com o intuito de prevenir problemas tocológicos, porém estes trabalhos são

de mensurações diretas por ser o exame radiográfico da pelve de difícil execução em

animais de grande porte.

Em bovinos, segundo OLIVEIRA et al. (2003), a pelvimetria morfológica e a

pelviologia são realizadas por meio de medidas corpóreas externas, utilizando

pelvímetro de RICE por via retal para mensuração do cíngulo pélvico, e externa com

fita métrica e bengala hipométrica, para mensuração da altura da cernelha, comprimento

de corpo e perímetro torácico. Em bubalinos, os métodos de mensuração da pelve são

semelhantes aos realizados nos bovinos (OLIVEIRA, 2002).

Em relação à pelvimetria indireta, diversos autores evidenciam correlações

positivas significativas entre o peso e medidas pélvicas externas, OLIVEIRA et al.

(2003) relatam que as dimensões pélvicas variam principalmente em função do peso do

animal que, por sua vez, possui alta correlação com a circunferência torácica.

2.2.2. Pelvimetria Direta

A pelvimetria direita é realizada através da mensuração direta por meio de

palpação in vivo, como é realizado em animais de grande porte como bovinos e

bubalinos. Pode ser realizada também por meio de radiografia pélvica dos animais, onde

as medidas são aferidas diretamente na película radiográfica. Esta técnica é utilizada

principalmente em animais de pequeno porte como cães (ENEROTH & HAUGEY,

1999), gatos (CELIMLI et al., 2008) e animais silvestres (PÁFARO, 2007;

RAMADINHA et al., 2003).

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A pelvimetria direta também pode ser utilizada com grande sucesso para

identificação de pelves de tamanhos anormais ou de conformação anormal em vacas.

Nessas situações, por se conhecer as características da pelve destes animais pode-se

evitar casos de distocias, cesarianas ou mesmo a morte da vaca e/ou do bezerro

(MEIJERING, 1984) A predição da dificuldade de um parto pode ser feita quando se

conhece o tamanho da pelve materna (altura e largura), comparando-a com a

circunferência do casco do feto.

2.2.2.1. Palpação Retal

Através da palpação retal é possível mensurar-se a pelve bovina em relação: ao

plano vertical, por meio da medida da sacropubiana (distância entre o relevo ventral do

corpo das últimas vértebras sacrais e a protuberância localizada na sínfise púbica) e ao

plano horizontal, da medida da biilíaca superior (distância entre as faces internas dos

corpos dos ílios imediatamente abaixo ao sacro); média (maior distância interna entre os

braços dos ílios); e/ou inferior (distância entre os corpos dos ílios próximos ao

acetábulo) (MEIJERING, 1984; DERIVAUX E ECTORS, 1984; BARRETO et al.,

2004).

O procedimento padrão é realizar as medidas com o animal corretamente contido

em um brete, confortavelmente, em estação. Retiram-se as fezes do reto do animal para

facilitar a colocação do pelvímetro junto com o braço do examinador. O uso de força

desnecessária deve ser evitado durante o procedimento devido à fragilidade dos tecidos

do local, que podem sofrer injúrias (DEUTSCHER, 1985). O procedimento pode ser

realizado tanto em machos quanto em fêmeas. O cuidado necessário durante a

realização da mensuração deverá ser o mesmo tomado durante qualquer outro tipo de

exame retal. O examinador deve conhecer profundamente a anatomia bovina. O uso de

luvas é essencial, e em alguns casos, principalmente nos exames dos machos, o uso de

vaselina líquida é necessário para uma melhor lubrificação (DEUTSCHER, 1985).

Esse procedimento, no entanto, torna-se impossível de ser realizado em cães

devido ao impedimento anatômico de se realizar uma palpação retal ou mesmo de

realizar a introdução de aparelhos de medição como os pelvímetros. Assim tal avaliação

pode ser realizada apenas em grandes animais por meio de palpação retal ou pelo uso de

pelvímetros como o de Missier-Vissac (Figura 4) e o pelvímetro de Rice (Figura 5)

(BERGSTRÖM et al., 2006).

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2.2.2.2. Radiografia na medicina veterinária

A radiologia veterinária foi definida por EMERSON (1986) como método que

lida principalmente com aplicações diagnósticas e terapêuticas nas doenças de todos os

animais, incluindo espécies domésticas, animais silvestres e exóticos utilizados na

pesquisa, comumente designados animais de laboratório. Com o advento dos raios X em

1885 a conformação da pelve materna pôde então ser avaliada de forma direta nos

animais de pequeno porte.

A obtenção das medidas dos diâmetros internos e externos da pelve, por meio do

estudo das radiografias é uma técnica conhecida como pelvimetria radiográfica. Através

da mesma é possível determinar o padrão pelvimétrico da raça, que posteriormente

servirá como subsidio para executar um método profilático contra possíveis

complicações que possam ocorrer durante o parto, além de proporcionar a classificação

anatômica e obstétrica da pelve (BRUNI e ZIMMERL, 1977).

2.2.2.3. Pelvimetria radiográfica em cães

A obtenção das medidas dos diâmetros internos da pelve por meio do estudo das

radiografias é uma técnica conhecida como pelvimetria radiográfica. A pelvimetria

radiográfica foi utilizada por ENEROTH & HAUGEY (1999) para avaliar a função da

anatomia pélvica na distocia obstrutiva em cadelas. Baseado no histórico de partos

anteriores, 20 cadelas Boston Terrier e 14 Scottish Terrier foram divididas em dois

grupos iguais, o primeiro de cadelas com partos normais e o segundo de cadelas com

Figura 4. Pelvímetro de Rice®. Fonte: Material técnico Pelvímetro de Rice®: produzido por Lane Manufacturing, 2075 South Valencia, Unit C, Denver, CO 80231.

Figura 5. Pelvímetro de Menissier-Vissac. Fonte: OLIVEIRA, 2008.

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histórico de distocia obstrutiva. Durante o período de estudo, partos posteriores foram

observados e os filhotes imediatamente pesados e medidos. As cadelas foram

clinicamente examinadas e a pelve radiografada em projeções ventro-dorsal e látero-

lateral (Figuras 7 e 8). Foram mensurados os diâmetros conjugado verdadeiro,

conjugado diagonal, vertical, coxal, transverso, acetabular e isquiático lateral. Como

resultado, esse estudo observou uma tendência das cadelas Boston Terrier com partos

eutócicos de terem um diâmetro vertical pélvico maior do que os animais do outro

grupo. A relação entre o diâmetro vertical e o horizontal do canal pélvico foi

significativamente menor em Boston Terrier com histórico de distocia. Com relação às

cadelas da raça Buldogue Francês e Scottish Terrier, todas as medidas de altura e

comprimento do canal pélvico foram menores em cadelas com distocia. Esses resultados

demonstram diminuição significativa no tamanho da pelve em cadelas com distocia

obstrutiva comparada com cadelas que tiveram parto normal.

A desproporção pelve-feto nos Scottich Terrier deveu-se principalmente ao

achatamento dorso-ventral do canal pélvico, uma vez que nos Boston Terrier, resultou

da combinação do achatamento do canal pélvico e fetos grandes com cabeças largas.

Esses resultados sugerem que a pelvimetria radiográfica pode ser utilizada para prevenir

a distocia em cadelas individualmente, e com base para seleção de animais reprodutores

(ENEROTH & HAUGEY, 1999).

PÁFARO (2007) realizaram pelvimetria radiográfica para determinação das

médias dos diâmetros pélvicos coxal, transverso, acetabular e isquiático lateral de

fêmeas felinas adultas sem raça definida (SRD). As películas radiográficas em projeção

ventro-dorsal, utilizadas para as mensurações pélvicas, não apresentavam alterações na

conformação óssea. Os resultados indicaram que a média do diâmetro coxal não teve

diferença significativa (p<0,025) em relação à medida do diâmetro transverso. A média

do diâmetro transverso foi 0,52 cm menos que a média do diâmetro acetabular, e a

média do diâmetro acetabular foi 0,75 cm menor que a média do diâmetro isquiático

lateral, classificando a pelve das fêmeas felinas SRD como mesatipélvicas. Esses

resultados comprovam a importância da pelvimetria, uma vez que a mensuração dos

diâmetros do canal pélvico poderá contribuir significativamente nos casos de distocia,

além de detectar anormalidades congênitas e deformidades adquiridas.

Em animais selvagens, RAMADINHA et al. (2003) observaram por meio da

pelvimetria radiográfica o diâmetro pélvico de micos-leões (Leontopithecus rosalia,

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Leontopithecus chrysomelas e Leontopithecus chrysopygus – Calitrichidae – Primates).

Radiografias da pelve foram realizadas em projeção ventro-dorsal para mensuração dos

diâmetros biilíaco superior, inferior e médio, diagonal direito e esquerdo e diâmetro

sacro-púbico, além da área de entrada da pelve, valores estes, todos relativos, tomados

como referencial o comprimento da 4ª vértebra lombar.

VALLE et al. (2006), analisando os diâmetros pélvicos através da pelvimetria

radiográfica pelvimetria indireta de 72 primatas neotropicais, Aotus azarai infulatus,

machos e fêmeas, concluiu que os diâmetros biilíaco médio são menores que o diâmetro

sacro-púbico, tanto nos machos quanto nas fêmeas. A pelve desses animais foi

classificada como dolicopélvica e existe dimorfismo sexual pélvico em relação aos

animais adultos.

CLOETE & HAUGEY (1990) realizaram pelvimetria radiográfica em 84

ovelhas adultas da raça Merino, 21 da raça Dormer e 20 da raça Mutton Merino Sul

Africano. Após as radiografias, todos os animais foram submetidos à eutanásia e as

pelves dissecadas no intuito de obter a correção das estimativas radiográficas. Os

resultados das duas mensurações (radiográficas e das pelves dissecadas) não foram

estatisticamente diferentes, concluindo-se que as dimensões da pelve desses animais

podem ser mensuradas por pelvimetria utilizando o estudo radiográfico.

2.3. Diagnóstico da gestação em cadelas

O diagnóstico definitivo da gestação tem apresentado alta demanda na rotina

clínica de pequenos animais. Criadores de animais geralmente ficam ansiosos para

Figura 8. Cadela Buldogue Francês em projeção ventro-dorsal, para radiografia pélvica. Fonte: Autor, 2009.

Figura 7. Cadela Buldogue Francês em projeção látero-lateral, para radiografia pélvica. Fonte: Autor, 2009.

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confirmá-la e determinar o número de fetos. Casos de cruzamentos não desejados e

gestação em potencial requerem uma resposta definitiva sobre a mesma.

Diferentes métodos podem ser usados para diagnóstico de gestação em pequenos

animais, incluindo dosagens hormonais, palpação abdominal, radiografia e

ultrassonografia. Um estudo realizado com cadelas comparou a palpação, radiografia e

ultrassonografia na detecção da gestação e estimativa no número fetal. Neste trabalho,

demonstrou-se que a radiografia apresentou 100% de precisão na detecção no último

terço da gestação e 93% na determinação do número fetal (TEIXEIRA et al., 2008).

2.3.1. Radiografia

O diagnóstico radiográfico só é possível à medida que modificações

suficientemente importantes apareçam e permitam a obtenção de imagens características

da calcificação do esqueleto fetal (MIALOT, 1988). Um aumento do útero antes da

observação da calcificação é um achado radiográfico inespecífico em cães que pode ser

confundido com piometra, hidrometra, ou outras causas de aumento uterino

(FELDMAN & NELSON, 1996).

Na cadela, a mineralização fetal, que é o achado radiográfico definitivo da

gestação, tornando-se visível do 36º ao 45º dias de gestação. JOHNSTON et al. (2001)

afirmam que devido aos riscos potenciais, embora mínimos, da exposição à radiação ao

desenvolvimento fetal, o exame radiográfico do abdômen de cadelas gestantes não deve

ser realizado antes do 40° dia de gestação.

Em pequenos animais a radiografia é o método de escolha para contagem precisa

dos fetos com mais de 45 dias de gestação, pois estes já possuem calcificação da matriz

óssea do esqueleto (NYLAND & MATTON, 2005; ZAMBELLI & PRATI, 2006).

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2.3.2 Ultrassonografia

A ultrassonografia é um método de diagnóstico de gestação não invasivo e que

não oferece nenhum risco para a mãe e para os filhotes, nem para o médico veterinário.

É uma técnica superior à radiografia para visualização das estruturas internas do útero,

como conteúdos intraluminais e paredes uterinas e permite um diagnóstico de gestação

precoce, em uma época em que a interpretação dos exames radiográficos e a palpação

transabdominal dos embriões são difíceis (MIALOT, 1988).

Segundo JOHNSTON et al. (2001), a ultrassonografia transabdominal é a

modalidade preferencial para detecção e monitoramento da gestação em pequenos

animais, visto que este exame possibilita detectar a viabilidade fetal, a qual não é

detectada através da palpação e radiografia, além de oferecer mais segurança para o

desenvolvimento fetal do que a radioexposição oriunda do exame radiográfico (Figuras

9 e 10).

Figura 9. Imagem ultrassonográfica de concepto com aproximadamente 45 dias de gestação. Nítida diferenciação entre a cavidade torácica e abdominal. Fonte: Autor, 2010.

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2.4. Buldogue Francês

2.4.1. Origem

A hipótese mais aceita sobre sua origem é que ele descende do Buldogue toy e

do Terrier-Boule Francês. O Buldogue toy descende do Buldogue, cão de combate que

teve que se tornar apropriado para a guarda e a companhia quando as lutas foram

proibidas. Cruzamentos com pequenos terriers e com o Pug Carlim o tornaram mais

leve e menos agressivo. Estes buldogues miniaturas se tornaram tão populares entre os

moradores da cidade inglesa de Nottinghan, Reino Unido, que quando estes moradores

ficaram desempregados e tiveram de se mudar para Calais na França, levaram seus cães.

Sobre o Terrier-Boule, sabe-se que era um caçador de ratos com um corpo muito curto,

musculoso e frágil de uma morfologia bastante próxima do Buldogue toy (HERMANS,

2002).

Figura 10. Imagem ultrassonográfica de concepto com aproximadamente 54 dias de gestação. Nítida calcificação de coluna vertebral com formação de sombra acústica. Fonte: Autor, 2010.

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O acasalamento entre estas raças, Terrier-Boule e Boule Toy Francês, uma

francesa e outra inglesa, deu origem ao Buldogue Francês. Os açougueiros de La

Villette na Baixa Normandia francesa foram os primeiros criadores do "Boule", como a

raça é popularmente chamada. Durante a semana, estes cães caçavam ratos nas adegas e

estábulos. No domingo, eles enfrentavam ratos ou seus semelhantes na Place du

Combat (Praça do Combate, atual Place du Colonel Fabien) em Paris. Em pouco

tempo, o Buldogue Francês se tornou a vedete dos parisienses do proletariado como

feirantes e pequenos artesãos (HERMANS, 2002).

Foi em torno de 1875 que começou uma verdadeira seleção da raça, que

privilegiou os cães mais robustos, com membros curtos e musculosos. Seus primeiros

passos em exposições aconteceram em 1887. Seu reconhecimento oficial aconteceu no

ano de 1898. No Brasil, ainda é uma raça pouco difundida, mas que a cada ano

conquista novos adeptos e apreciadores. Nos EUA, foi introduzido em meados de 1896,

onde participou como estreante na exposição do Westminster Kennel Club em Nova

York. O primeiro padrão oficial da raça com determinação das orelhas de morcego,

peso e tamanho foi sistematizado pelo French Bull Dog Club of America, sendo este o

primeiro clube oficial da raça (HERMANS, 2002).

2.4.2. Padrão Racial

É um cão de pequeno porte, robusto, ossatura forte, estrutura compacta e bem

musculosa; atarracado em todas as proporções, focinho curto e achatado, orelhas largas

na base e arredondadas nas pontas e eretas; cauda, naturalmente curta e enrolada sobre

seu próprio eixo em forma de parafuso. Tem pêlo liso, curto, denso, brilhante e macio.

A cor da pelagem varia em tigrada e tigrada com branco (HERMANS, 2002).

Apresenta cabeça bem forte, larga e simétrica. A pele forma dobras e rugas

quase simétricas. O crânio é largo, quase chato, testa bem arqueada. Arcadas

superciliares proeminentes, separadas por profundo sulco entre os olhos, sem prolongar-

se sobre a testa. Crista occipital pouco desenvolvida. O stop, ângulo formado entre o

osso nasal e frontal, é profundamente acentuado (Figura 11) (HERMANS, 2002).

Os olhos possuem inserção baixa, grandes, bem redondos, levemente

protuberantes, bem afastados das orelhas, de cor escura, sem mostrar a esclera com a

orla das pálpebras pretas. As orelhas têm inserção alta, moderadamente juntas, tamanho

médio, largas na base e arredondadas nas pontas, portadas eretas, com a concha voltada

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para frente e couro fino. O focinho é curto, 1/6 do comprimento do crânio, largo, com

pregas descendo simetricamente pelos lábios superiores. Músculos das bochechas bem

desenvolvidos, não salientes. Tem como padrão o prognatismo, acentuado pela

curvatura ampla que contorna a ponta do queixo. Ossos mandibulares largos, simétricos

e fortes. O arco dos incisivos inferiores está sempre à frente dos superiores

(HERMANS, 2002).

O pescoço é curto, forte, musculatura firme e aparente. Possui membros

anteriores curtos, cotovelos trabalhando rente ao tórax. Antebraços curtos, bem

separados, retilíneos e musculosos. Metacarpos fortes, curtos e aprumos retos (Figura

12). Membros posteriores fortes e musculosos, um pouco mais longo que os anteriores,

elevando a garupa. Visto de perfil e por trás, os aprumos são retos, coxas musculosas,

firmes sem serem muito arredondadas. Jarretes curtos, moderadamente angulados. A

cauda é curta de inserção baixa, portada rente às nádegas, grossa na raiz, reta ou

enroscada (em saca-rolhas) e afilada na extremidade portada abaixo da horizontal,

mesmo na movimentação (HERMANS, 2002).

2.4.3. Alterações congênitas

Os Buldogues Franceses sofrem de síndrome braquicefálica, que é o que confere

ao Buldogue Francês sua carinha achatada. Como resultado disso, um dos mais comuns

defeitos nesta raça é o chamado palato mole alongado (COILE, 2000).

Buldogues Franceses também podem sofrer de vários problemas de coluna

vertebral. A maioria deles está provavelmente relacionada ao fato de serem uma raça

seletamente escolhida de exemplares anões de raças de Bulldog. Essa condição também

é conhecida como condrodisplasia (COILE, 2000).

Doenças de tireóide também podem ser responsáveis por alguns problemas de

pele que afetam alguns Buldogues Franceses. Alergias, cistos interdigitais e lambedura

obsessiva de patas podem também afetar a raça. No Brasil, um dos maiores problemas é

a sarna demodécica, que tem cunho genético. É importante ressaltar que criadores éticos

sempre fazem exames de saúde em seus cães antes de os reproduzirem, além de

oferecerem extensas garantias de saúde de seus cães. Cães com problemas genéticos não

devem ser reproduzidos (COILE, 2000).

Os Buldogues Franceses frequentemente requerem parto cesárea para dar a luz a

seus filhotes, assim como muitos machos não são capazes de realizarem uma monta

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natural, sendo necessária uma ou várias inseminações artificiais. As fêmeas da raça

também podem sofrer do chamado “cio seco”, que pode ser um efeito colateral de uma

doença de tireóide ou alguma função da tireóide que está debilitada (COILE, 2000).

Figura 11. Perfil do Buldogue Francês evidenciando stop acentuado e arco dos incisivos inferiores está sempre à frente dos superiores. Fonte: Clube Brasileiro do Buldogue Francês.

Figura 12. Perfil do Buldogue Francês evidenciando pescoço curto, antebraços curtos, bem separados e membros posteriores fortes e musculosos, um pouco mais longo que os anteriores. Fonte: Clube Brasileiro do Buldogue Francês.

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3. JUSTIFICATIVA

As medidas pélvicas já foram relatadas em diferentes espécies de animais

domésticos. Em grandes ruminantes estudos recentes já determinaram com segurança os

parâmetros pelvimétricos normais para vacas levando em consideração a idade, a raça e

o número de partos das fêmeas. Ainda na espécie bovina, a correlação das medidas

pélvicas como biilíacos superior e inferior e conjugada verdadeira já foi estudada nas

raças Girolanda, Nelore e Guzerá, assim como a correlação com as medidas corpóreas

externas de altura de cernelha, diâmetro torácico e comprimento corporal (BARRETO

et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2008; OKUDA et al., 1994). Para a espécie humana, a

pelvimetria também já foi extensivamente estudada (MORGAN, 1998).

Diante da escassez de dados sobre a espécie canina, notadamente da raça

Buldogue Francês, acerca dos aspectos pelvimétricos normais, aliado à crescente

criação dos cães para fins comerciais, fazem-se necessários estudos completos e

detalhados acerca da determinação das medidas pélvicas, bem como o aprimoramento

de dados já existentes. Além disso, acredita-se que a realização da mensuração pélvica

por meio de radiografias é importante uma vez que antecipa para os criadores a

informação a respeito da conformação pélvica de suas matrizes, pois estes vêem na

fêmea um indivíduo de maior valor reprodutivo.

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4. HIPÓTESES CIENTÍFICAS

• Ocorrem alterações nas medidas corpóreas externas e pélvicas externas durante o

decorrer da gestação e após o parto.

• Ocorrem alterações nas medidas pélvicas radiográficas durante o decorrer da

gestação e após o parto.

• Existe uma alta correlação entre as medidas radiográficas da pelve com as medidas

corpóreas e pélvicas externas.

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5. OBJETIVOS

5.1. Objetivo geral

Avaliar e estabelecer o padrão biométrico anatômico normal da pelve de cadelas

da raça Buldogue Francês.

5.2. Objetivos específicos

• Aferir valores pelvimétricos médios para construir um esboço do padrão biométrico

anatômico normal da pelve das cadelas da raça Buldogue Francês;

• Verificar a correlação entre as medidas corpóreas com as medidas radiográficas

pélvicas;

• Verificar a correlação entre as medidas externas e internas da pelve;

• Verificar possíveis alterações nas medidas corpóreas e pélvicas externas durante a

gestação e pós-parto;

• Verificar possíveis alterações nas medidas pélvicas radiográficas durante a gestação

e pós-parto;

• Verificar correlações entre as medidas corpóreas externas e radiográficas pélvicas

durante toda a gestação e pós-parto.

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6. CAPÍTULO 1:

Estabelecimento do padrão biométrico corpóreo e pélvico e sua relação em Buldogue

Francês

Establishing an outline for body and pelvic biometric standard and their relationships

in French Bulldog

Antonia Iraína Mota CAMPOS, Daniel Couto UCHOA, Cynthia Levi Baratta Monteiro,

Ticiana Pereira Franco da SILVA, Lúcia Daniel Machado da SILVA

Artigo submetido em 11 de novembro de 2010 ao periódico “Journal of Small Animal Practice”,

classificada como B1 no QUALIS da Medician Veterinária.

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Estabelecimento do padrão biométrico corpóreo e pélvico e sua relação em Buldogue Francês

Antonia Iraína Mota Campos 1, Daniel Couto Uchoa 1, Cynthia Levi Baratta Monteiro 1, Ticiana

Franco Pereira da Silva 2, Lúcia Daniel Machado da Silva 1*

1 Carnivore Reproduction Laboratory, Veterinary College, State University of Ceará, Fortaleza, CE,

Brazil;

2 Laboratory of Manipulation of Oocytes and Preantral Follicles (LAMOFOPA), Veterinary College,

State University of Ceará, Fortaleza, CE, Brazil;

Carnivore Reproduction Laboratory, FAVET/ UECE

1700, Paranjana Avenue, CEP 60740-903, Fortaleza, CE, Brazil

Tel.: +55.85.3101.9854, Fax: +55.85.3101.9840

e-mail: *[email protected]

ABSTRACT

Introduction The dimensions of the pelvic diameter, directly obtained from radiographic images, are

known as radiographic pelvimetry. This technique allows the determination of the standard

pelvimetry for each breed and the anatomical classification of the pelvis. Objective A radiographic

study on the pelvimetric aspects of 20 French Bulldog bitches was performed in order to obtain data

on diameters and correlate them to external body and pelvic measurements. Method External body

and pelvic measurements were obtained by using a metric tape, while radiographic pelvic dimensions

were obtained directly from radiographic images. Results A significant positive correlation was

observed between pelvic radiographic measurements of the bi-ischiatic line, coxal tuberosity and

area of the pelvic entrance and body weight, with a correlation index of 0.75 (p<0.005). A significant

positive correlation was also observed between cranial circumference and sacral diameter, with a

correlation index of 0.76 (p<0.05). However, correlations between other external measures and

radiographic pelvic measures were of low magnitude, which indicates the absence of associations

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between different measures. Clinical Significance In the area of reproduction is important to

conduct studies within a standard physical and / or breed determined since there is variation in the

size, shape and weight of the head between the various breeds of dogs, and is therefore important to

establish mathematical formulas and normal range for each of these breeds / standards.

Keywords: French Bulldog, biometry, pelvimetry.

INTRODUCTION

In the past years, the demand for exotic canine breed in Brazil has increased. Among these

exotic breeds, those of small size, including French Bulldogs, are becoming more popular because of

their ease of adapting to smaller domestic environments of big cities. French Bulldogs are small

sized brachycephalic dogs with strong robust skeleton, well developed muscle mass, short hair and

short and flat snout (Hermans 2002). In a commercial breeding facility, it is essential to seek the

establishment of a normal anatomical biometric standard and the need to establish the minimum

pelvic parameters for the selection of animals to compose a homogenous breeding group of greater

reproductive efficiency is unquestionable.

In Guzerá cattle, OKUDA and others (1993) sought to establish, through pelvimetry, an

outline for the standard values of pelvic diameters, such as the true conjugate and superior and

inferior bi-iliac diameter (Okuda and others 1993). Besides, the correlation between these pelvic

measures and body measures, as withers height, was verified. Such comparison showed that pelvic

dimensions, in general, present a strong positive correlation with animal height, thoracic

circumference and body weight, reflecting a positive correlation between withers height and bi-iliac

superior diameter, which represented the most consistent correlation observed.

The use of radiographic pelvimetry may represent an important tool for the selection of

Nelore cows, which give birth easily because they present good pelvic angle and diameter (Oliveira

and others 2003). However, pelvimetry performed by using pelvimeter and digital palpation are not

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applicable to dogs because of anatomical implications. Thus, pelvimetry through radiography is a

valuable method to evaluate pelvic shape and diameters in dogs. Radiographic pelvimetry represents

the mensuration of the distances and angles between pelvic structures, which can more precisely be

performed by using radiographic images. This is a routine procedure to evaluate the size of the pelvis

in humans (Morgan and Thurnau 1988), but this technique has also been used in sheep (Cloete and

Haughey 1990) and cows (Van Donkersgoed 1992) in order to select female for reproduction,

according to their pelvic size.

Considering that French Bulldog is a brachycephalic chondrodystrophic breed of increasing

commercial interest in Brazil, the performance of studies on reproductive anatomy, especially in

females, is of great importance because it will provide information on breeding characteristics. Thus,

pelvimetric data on this breed should contribute to reduce economical losses associated with low

reproductive efficiency (Oliveira and others 2003).

The objectives of the present work were to check average pelvimetric values to build an

outline of the normal anatomical biometric standards of the pelvis of French Bulldog bitches and to

verify the correlation between external body and pelvic measurements and between external and

internal pelvic measurements.

MATERIALS AND METHODS

Animals

Twenty French Bulldog bitches at different ages, ranging from 2 to 4 years, were assessed,

including nulliparous (n=3), primiparous (n=7) and multiparous (n=10) individuals, all of which

were not pregnant during the research. Only animals with mature skeletons were included,

considering that closure of epiphyseal plates of ilium, ischium and pubis occurs around 4-6 months

of age (Páfaro 2007; Celimli and others 2008). The animals were from the commercial kennel

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Grande Canafístula and from private breeders. They were fed with dry commercial canine food and

water ad libitum.

External Body Parameters

The external body parameters measured were external body measurements and weight of the

bitches. The studied external body measurements were cranial circumference (CC), measured at the

zygomatic processes; thoracic circumference (THC), along the contours of the thorax, tangent to the

extremity of the olecranon tuberosity and caudally to the withers; abdominal circumference (AC),

measured immediately cranial to the ilia; withers height, from the dorsal extremity of the spinous

process of the first thoracic vertebrae to the ground; body length (BL), from the cranial extremity of

the scapulohumeral joint to the ischiatic tuberosity; and. (Oliveira and others 2003; Barreto and

others 2004) All these parameters were measured with a metric tape with precision of 0.1 cm, while

the animals were standing. The animals were weighed with analogical scale, without restricting food

or water intake (Oliveira and others 2003).

External Pelvic Parameters

The studied external pelvic parameters were the different pelvic widths, such as external bi-

iliac diameter (EBID), measured between the lateral extremities of the right and left coxal

tuberosities; external bi-ischiatic diameter (EBIsD), measured between the lateral extremities of the

right and left ischiatic tuberosities; right and left external ilio-ischiatic diameter (REIID and LEIID),

measured between the lateral extremities of the coxal and ischiatic tuberosities (Barreto et al., 2004).

External pelvic measurements were checked with a metric tape with precision of 0.1 cm, while the

animals were standing on an examination table.

Measuring Internal and Radiographic Pelvic Parameters

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For the performance of the radiographic exam, an x-ray equipment of the brand Equimex,

with a maximum potency of 200 milliampere was used. Radiographs of the pelvis and caudal portion

of lumbar column were performed with the animals positioned in right lateral and dorsal

recumbency. The use of chemical restraint was not necessary. The focus film distance was of 90 cm

in order to minimize the object-film distance and image magnification (Erenoth and others 1999).

Bitches were carefully positioned in a way that their pelvises were as close and as straight as

possible in relation to the radiographic film in order to obtain symmetrical positions of the pelvis

(Erenoth and others 1999).

Measuring of pelvic dimensions were directly performed on radiographic images (accuracy

level of the mensurations was of 0.5 cm), by using a millimetric ruler (Fig. 1A and 1B). Then, the

following measurements were obtained: true conjugate (TC) = distance between the promontory and

the cranial portion of the pubic symphysis; diagonal conjugate (DC) = distance between the

promontory and the caudal portion of the pubic symphysis; vertical diameter (VD) = vertical distance

between the end of the cranial portion of the pubic symphysis and the sacrum; sacral diameter (SAD)

= vertical distance between the craniocaudal extremity of the sacrum and the symphysis; sagittal

diameter (SGD) = distance between the caudoventral extremity of the sacrum and the symphysis;

coxal tuberosity diameter (CTD) = horizontal distance between both coxal tuberosities; superior bi-

iliac diameter (SBID) = horizontal distance between ilia; inferior bi-iliac diameter (IBID) =

horizontal distance between both acetabula; and bi-ischiatic diameter (BICD) = horizontal distance

between both ischiatic tuberosities.

Besides these measurements, some ratios were calculated, such as height/width (VD/IBID,

SGD/CTD, SGD/IBID), the pelvic inlet and outlet areas. Pelvic inlet area (PIA) was calculated

according to OCAL and others (2003) through the equation (TC/2 + SBID/2)2 × π and pelvic outlet

area (POA) was calculated through the equation (VD/2 + IBID/2)2 × π (Páfaro 2007).

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Statistical Analysis

External and internal pelvimetric values and body dimensions were described as mean,

standard deviation and variation coefficient. Data were submitted to normality test in order to verify

their normal distribution. Considering that the obtained data were parametric, correlations between

external, body and pelvic measurements, height/width ratios and inlet and outlet pelvic areas were

calculated by using Pearson’s correlation test. Differences were considered significant when p<0.05.

RESULTS

The results obtained in this study are presented in tables, according to the following

parameters: mean of external body measures (Table 1), mean of external pelvic measures (Table 2),

mean of internal pelvic measures during pregnancy (Table 3), mean of height:width ratios of the

radiographic pelvic measures and pelvic areas (Table 4) and correlation between body and pelvic

external measures and pelvic radiographic measures (Table 5).

The estimated correlation coefficients for the possible associations between external body and

pelvic diameters and radiographic pelvic measures are shown in Table 5. It was observed that the

values found in the correlation analysis between external body and pelvic measures and radiographic

pelvic measures were, in general, low, varying from 0.03, for the correlation between cranial

circumference and SGD/IBID ratio, to 0.68, for the correlation between thoracic circumference and

superior bi-iliac diameter, external bi-ischiatic diameter and pelvic inlet area, and body weight and

pelvic outlet area. However, significant positive correlations (p<0.005) were also observed between

the following variables: Cranial circumference – sacral diameter (r = 0.76 and p< 0.003), body

weight – coxal tuberosity diameter (r = 0.75 and p< 0.005), body weight – external bi-ischiatic

diameter (r = 0.78 and p< 0.003), body weight – POA (r = 0.75 and p< 0.005)

DISCUSSION

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Pelvimetry is not usually applied in dogs hence there are few studies with this species. Direct

pelvimetry was used of only one type of pelvis from different dog breeds (Wrigth 1934; Ocal and

others 2003). A general view of the canine pelvis was described and some examples of pelvic

dimensions in different breeds were cited (Rasbecnh 1973). A dorsoventral flattening of the pelvis in

two short legged wide headed canine breeds was observed, such as Pekingese and Sealyham Terrier

(Wright 1934).

The present study represents the first one to use and compare indirect and radiographic

pelvimetry involving the same dog breed. Although the number of examined females was not big, it

was similar to the number of assessed animals in previous studies in this area and it was sufficient to

permit the performance of statistical analyses (Erenoth and others 1999).

When analyzing data from body biometry, it was observed that body length, withers height

and thoracic circumference were in accordance with the standards described by Fédération

Cynologique Internationale (FCI). Such observations demonstrated that the animals used in this

study were within the standards established for the breed French Bulldog, presenting characteristic

body dimensions.

The mean body weight and standard deviation of the assessed dogs was of 10.79 ± 1.79 Kg

and it was also in accordance with the official registry of Brazilian Confederation of Cinofilia

(CBKC) and FCI for the breed French Bulldog, which describe 11 Kg as the average weight for this

breed.

When concerning pelvic shape, through the analysis of the observed measurements, the

pelvises of the female French Bulldogs were classified as mesatipellic, once superior and inferior bi-

iliac diameters were similar to true conjugate diameter (Fig. 2). Morphologically, the pelvis from

French Bulldog females tend to present a rounded shape, considering its vertical axis, with a discrete

narrowing of its caudal portion, as observed in some animals. In a similar study with Holstein cows,

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different types of pelvis (platypellic, mesatipellic and dolichopellic) were verified to occurr within

the studied animals, even though they belonged to the same breed (Oliveira 2008).

The evaluation of the correlation between external body and pelvic measures and internal

body measures was performed in order to verify the possibility of using external pelvimetry as a tool

to characterize the pelvis of female dogs, without the need of performing radiographic examination

(radiographic pelvimetry), when it is not feasible. The analysis shows the existence of significant

positive correlations between some radiographic pelvic diameters, such as coxal tuberosity, bi-

ischiatic and pelvic inlet area, and body weight and between sacral diameter and cranial

circumference. These observations allowed inferring that body weight represents the most correlated

parameter, when comparing to internal pelvic measures, even though it is influenced by other

variables.

The same analysis indicated the existence of moderate significant positive correlations

(r=0.66) between external body measures and radiographic pelvic measures, as observed between

true conjugate and cranial circumference; between coxal tuberosity, superior bi-iliac and bi-ischiatic

and thoracic circumference; between coxal tuberosity and withers height and between pelvic outlet

area and body length. A moderate correlation was also observed between some external pelvic

measures and radiographic pelvic measures, as seen between diagonal conjugate and saggital

diameters and external bi-iliac diameter and between true conjugate, pelvic inlet area and external bi-

ischiatic.

However, as observed in female buffaloes (Oliveira and others 2001) and in Jersey cows (De

Vuono 2000), the correlation between external body and pelvic characteristics, especially withers

height and external bi-iliac diameter, which are more commonly correlated to true conjugate, was

low (r=0.44) and statistically not significant (p> 0.05). Correlation analysis indicated the existence of

low positive correlation between body biometry and internal pelvic measures. Based on the results, it

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can be suggested that body biometry is not significant to predict the internal pelvic dimensions of

French Bulldog females.

Besides, low positive correlations were also observed between external pelvic measures (right

and left bi-ischiatic diameters) and all radiographic pelvic measures and between height/width ratios

(VD/IBID, SAD/CTD, SAD/IBID) and all external body measures.

Finally, it is important to emphasize the importance of studying the pelvis as a tool for the

early diagnosis of congenital pelvic alterations or as a feature to be evaluated in the institution of

specific programs of reproductive management, based on pelvimetric data.

It is expected that this study will contribute with values that can be used as reference for the

establishment of reproductive management of French Bulldogs, in order to avoid breeding females

that present unwanted pelvimetric measures.

In conclusion, the adult French Bulldog bitches can be classified as mesatipellic; cranial

circumference, sacral diameter, coxal tuberosity, bi-ischiatic diameter and pelvic inlet area are

positively correlated to body weight; pelvimetry can be used as a tool to select dogs for breeding

purposes, avoiding the use of animals that present unwanted pelvic dimensions.

REFERENCES Barreto, M. B. P., Santos, R. M. B., Wischral, A., CAVALCANTI JÚNIOR, M. J., MAIA, J. A. A.,

SOARES, P. C., BARBOSA, E. E. V., 2004. Pelvimetria e pelviologia em fêmeas bovinas da

raça Girolanda em diferentes estágios reprodutivos. Revista Brasileira de Ciência Veterinária 7,

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Celimli, N., Intas, D. S., Yilmazbas, G., Intas, K. S., Keskin, A., Kumru, I. H., Kramer, M, 2008.

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Table 1: Mean ± SD and minimum and maximum values of cranial, thoracic and abdominal circumferences, withers height, body length (cm) and body

weight (Kg) of 20 French Bulldog bitches.

EXTERNAL BODY PARAMETERS

VALUES Cranial

circumference

Thoracic

circumference

Abdominal

circumference

Withers

height

Body

length

Weight

Mean ± SD 39.79 ± 2.41 53.20 ± 3.30 43.96 ± 3.92 33.03 ± 3.51 39.16 ± 4.79 10.79 ± 1.79

Minimum –

Maximum 36.00 - 43.00 45.40b - 57.30 34.60 - 49.00 29.00 - 40.00 31.00 - 46.00 7.50 - 14.00

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35

Table 2: Mean values found for the external pelvic measures: external bi-iliac diameter, external bi-ischiatic diameter, right and left ilio-ischiatic

diameters, all expressed in centimeters.

EXTERNAL PELVIC PARAMETERS

Right Left VALUES

External bi-iliac

diameter

External bi-ischiatic

diameter

Ilio-ischiatic diamenter

Mean ± SD 7.08 ± 0.76 8.38 ± 0.79 12.04 ± 1.24 12.04 ± 1.27

Minimum –

Maximum

6.00 - 8.50 7.00 - 9.60 9.60 - 14.00 9.40 - 14.00

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Table 3: Mean values observed for pelvic internal dimensions, directly measured from radiographic images: true conjugate (TC), diagonal conjugate

(DC), vertical diameter (VD), sacral diameter (SAD), saggital diameter (SGD), coxal tuberosity diameter (CTD), superior bi-iliac diameter (SBID),

inferior bi-iliac diameter (IBID) and bi-ischiatic diameter (BICD), all expressed in centimeters.

RADIOGRAPHIC PELVIC PARAMETERS

VALUES TC DC VD SAD SGD CTD SBID IBID BICD

Mean ± SD 4.30 ± 0.32 8.38 ± 0.37 4.10 ± 0.40 4.55 ± 0.33 7.10 ± 0.38 7.75 ± 0.79 4.21 ± 0.40 4.00 ± 0.44 7.47 ± 0.63

Minimum-

Maximum 3.75 - 4.80 7.75 - 8.80 3.40 - 4.80 4.10 - 5.15 6.60 - 7.80 6.25 - 8.90 3.70 - 4.90 3.40 - 4.90 6.80 - 9.10

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Table 4: Mean values observed for the ratios between vertical diameter (VD) and inferior bi-iliac diameter (IBID), sacral diameter (SAD) and coxal

tuberosity diameter (CTD), and sacral diameter (SAD) and inferior bi-iliac diameter (IBID), and mean values for pelvic inlet (PIA) and outlet areas

(POA), expressed in cm2.

RATIOS OF HEIGHT/ WIDTH AND PELVIC AREA

VALUES VD/IBID SAD/CTD SAD/IBID PIA POA

Mean ± SD 1.03 ±0.12 1.70 ± 0.17 1.79 ± 0.21 57.09 ± 8.22 51.86 ± 9.46

Minimum-Maximum 0.81 - 1.18 1.44 - 1.89 1.44 - 2.16 47.76 - 70.85 42.99 - 72.35

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Table 5: Correlation coefficients (r) and respective p values between external body and pelvic measures and internal pelvic measures.

Medidas externas Medidas

internas CC THC AC WH BL EBID EBIsD REIID LEIID Weight

r p r p r p r p r p r p r p r p r p r p

TC 0.64 0.02 0.25 0.43 0.03 0.90 0.44 0.14 0.43 0.15 0.32 0.30 0.61 0.03 0.24 0.43 0.20 0.51 0.58 0.04

DC 0.58 0.04 0.58 0.04 0.49 0.11 0.57 0.05 0.14 0.65 0.66 0.01 0.39 0.20 0.42 0.17 0.40 0.19 0.64 0.02

VD 0.51 0.08 0.39 0.20 0.14 0.66 0.44 0.14 0.47 0.12 0.26 0.05 0.26 0.41 0.38 0.21 0.38 0.21 0.56 0.03

SAD 0.76 0.003 0.44 0.14 0.42 0.16 0.18 0.55 0.41 0.18 0.51 0.08 0.65 0.01 0.17 0.59 0.17 0.58 0.63 0.02

SGD 0.44 0.15 0.57 0.05 0.40 0.19 0.30 0.33 0.10 0.73 0.67 0.01 0.30 0.33 0.34 0.26 0.33 0.27 0.40 0.19

CTD 0.55 0.06 0.64 0.02 0.39 0.20 0.65 0.02 0.25 0.42 0.52 0.07 0.67 0.01 0.39 0.20 0.39 0.20 0.75 0.005

SBID 0.39 0.20 0.68 0.01 0.38 0.21 0.32 0.30 0.51 0.08 0.46 0.12 0.55 0.06 0.56 0.05 0.56 0.05 0.66 0.01

IBID 0.24 0.44 0.53 0.07 0.19 0.53 0.31 0.32 0.54 0.07 0.37 0.22 0.40 0.19 0.52 0.07 0.52 0.07 0.56 0.05

BICD 0.49 0.11 0.64 0.02 0.42 0.17 0.44 0.14 0.58 0.04 0.55 0.06 0.53 0.07 0.54 0.06 0.55 0.06 0.78 0.003

VD/IBID 0.21 0.49 -0.16 0.60 -0.04 0.89 0.07 0.82 -0.12 0.68 0.13 0.68 -0.14 0.65 -0.17 0.57 -0.19 0.54 0.05 0.87

SGD/CTD -0.11 0.72 -0.33 0.72 -0.13 0.66 -0.13 0.68 0.40 0.18 -0.33 0.85 -0.33 0.28 -0.34 0.27 -0.35 0.26 -0.38 0.22

SAD/IBID 0.03 0.91 -0.18 0.56 0.05 0.85 -0.12 0.69 -0.41 0.18 -0.18 0.96 -0.51 0.56 -0.31 0.32 -0.31 0.31 -0.26 0.40

PIA 0.60 0.03 0.58 0.04 0.27 0.38 0.45 0.13 0.58 0.04 0.68 0.11 0.68 0.01 0.51 0.08 0.49 0.09 0.75 0.005

POA 0.45 0.13 0.56 0.06 0.21 0.50 0.45 0.13 0.60 0.03 0.41 0.05 0.41 0.18 0.56 0.06 0.55 0.06 0.68 0.01

• CC = cranial circumference; THC = thoracic circumference; AC = abdominal circumference; WH: withers height; BL = body length; EBID = external bi-iliac diameter; EBIsD

= external bi-ischiatic diameter; REIID = right external ilio-ischiatic diameter; LEIID = left external ilio-ischiatic diameter; TC = true conjugate; DC = diagonal conjugate; VD

= vertical diameter; SAD = sacral diameter; SGD = sagittal diameter; CTD = coxal tuberosity diameter; SBID = superior bi-iliac diameter; IBID = inferior bi-iliac diameter;

BICD = bi-ischiatic diameter; VD/IBID = vertical diameter/ inferior bi-iliac diamenter; SGD/SBID = sagittal diameter/ superior bi-iliac; SGD/IBID = sagittal diameter/ inferior

bi-iliac diameter; PIA = pelvic inlet area; POA = pelvic outlet area.

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39

Fig. 1. Radiographic examinations performed in French Bulldog bitch. (A) latero-lateral

projection. Note the higher angle side of the pelvis in relation to the vertebral column beyond the

deformity of the vertebral bodies of the first thoracic vertebra. (B) ventral-dorsal projection. Note

the obvious deformity of the sacral vertebrae and first coccygeal vertebrae.

A

B

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Fig. 2. Pelvis bitch French Bulldog showing true conjugate diameter and biiliac similar. Note the bilateral hip deslocation.

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7. CAPÍTULO 2: Perfil biométrico de cadelas prenhes da raça Buldogue Francês por meio da

pelvimetria radiográfica

A.I.M. Campos a, D.C. Uchoa a, T.F.P. Silva b, L.P. Souza c, L.D.M. Silva a

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Perfil biométrico de cadelas prenhes da raça Buldogue Francês por meio da pelvimetria

radiográfica

A.I.M. Campos a, D.C. Uchoa a, T.F.P. Silva b, L.P. Souza c, L.D.M. Silva a

a Laboratório de Reprodução de Carnívoros, Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do

Ceará, Fortaleza, CE, Brasil;

b Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Pré-antrais (LAMOFOPA), Faculdade de

Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil;

c Departamento de Bilologia Celular e Molecular, Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho

Laboratório de Reprodução de Carnívoros, FAVET/ UECE

1700, Avenida Paranjana, CEP 60740-903, Fortaleza, CE, Brasil

Tel.: +55.85.3101.9854

Fax: +55.85.3101.9840

e-mail: [email protected]

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Resumo

O presente estudo visa discutir o uso da pelvimetria radiográfica para a detecção de possíveis

estreitamentos pélvicos e as modificações sofridas pela pelve durante a gestação. Executou-se um

estudo radiográfico em 11 cadelas da raça Buldogue Francês com o intuito de se obter dados

relativos aos diâmetros pélvicos, além de verificar a ocorrência de correlações com mensurações

corpóreas e pélvicas externas durante a gestação e pós-parto. As mensurações corpóreas externas

foram realizadas utilizando-se fita métrica, enquanto que as medidas pélvicas radiográficas foram

efetuadas diretamente em película radiográfica. As medidas corpóreas que sofreram aumento

durante a gestação foram as circunferências torácica e abdominal. Já as medidas pélvicas externas

não sofreram modificações em suas medidas durante a gestação. As medidas pélvicas

radiográficas que sofreram aumento durante a gestação foram os diâmetros vertical, sacral,

tuberosidades coxais, diâmetro vertical/ biilíaco, área de entrada e de saída da pelve. Foi

verificada correlação positiva significativa entre as medidas radiográficas pélvicas de diâmetro

sagital, biisquiático, tuberosidade coxal e área de entrada da pelve com o peso com índices de

correlação positivos de 0,75 (p<0,005) que também foram verificadas nos dias 45 e 54 de

gestação. No entanto, as correlações entre as demais medidas pélvicas externas e as medicas

radiográficas pélvicas foram de baixa magnitude, indicando ausência de associações entre as

diferentes medidas. Concluiu-se que em cadelas Buldogue Francês algumas medidas pélvicas de

altura e largura e ás áreas pélvicas sofrem modificações durante a gestação e algumas se

correlacionam com o peso.

Palavras-chaves: Buldogue francês, gestação, medidas pélvicas

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44

1. Introdução

A pelvimetria é um recurso que vem sendo muito utilizado em várias espécies animais

seja para minimizar grandes perdas econômicas, causados por altos índices de distocias [1], seja

para aumentar o conhecimento a respeito de determinada espécie ou raça. Esta técnica pode ser

realizada de forma direta (palpação in vivo e radiográfica) ou de forma indireta (aferição de

medidas corpóreas externas) [2].

A pelvimetria direta por meio de palpação in vivo não é possível de ser feita em cães

devido à sua anatomia. Essa avaliação pode ser realizada apenas em grandes animais por meio de

palpação retal ou pelo uso de pelvímetros como o de Missier-Vissac e o pelvímetro de Rice [3].

Com o advento dos raios X em 1885 a conformação da pelve materna pôde então ser avaliada de

forma direta nos animais de pequeno porte.

A importância clínica das diferenças na anatomia pélvica das cadelas tem sido bastante

discutida. Isso se deve ao fato de em alguns casos o canal pélvico materno não apresentar

tamanho suficiente para permitir a passagem do feto (ou o parto). Alguns fatores como a raça dos

cães e sua estrutura óssea são levados em consideração como sendo influencia no risco de

distocia [3]. Em raças braquicefálicas e condrodistróficas, como o Buldogue Francês, o

achatamento dorsoventral da pelve pode modificar o diâmetro pélvico e criar uma obstrução para

a passagem dos fetos e, além disso, os fetos destas raças possuem cabeças maiores comparadas à

pelve materna [3, 4, 5, 6, 7].

Segundo ENEROTH et al. [8], a pelvimetria radiográfica é uma técnica que pode também

ser utilizada em cães mostrando, assim, ser possível estimar se uma cadela possivelmente terá um

parto normal ou sofrerá de distocia obstrutiva. Devido ao fato da criação comercial do Buldogue

Francês estar crescendo muito no Brasil trabalhos na esfera da anatomia do aparelho reprodutivo,

especialmente em fêmeas, revestem-se de grande importância, pois poderão trazer subsídios no

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que tange a assuntos relacionados ao cruzamento comercial e conseqüentemente, menor número

de distocias.

2. Material e Métodos

2.1. Animais

Foram utilizadas 11 cadelas da raça Buldogue Francês com idades variando entre dois e

quatro anos, entre nulíparas (n=3), primíparas (n=5) e pluríparas (n=3), todas em diestro

gestacional. Foram utilizados apenas animais com o esqueleto maduro, tendo em vista que o

fechamento das epífises dos ílios, ísquios e púbis ocorre por volta dos 4-6 meses de idade [9, 10].

As cadelas eram provenientes do canil comercial Grande Canafístula e de criadores particulares,

alimentadas com ração comercial e água à vontade.

2.2. Delineamento experimental

O estro das cadelas foi detectado por meio de sinais clínicos de atração de machos e

secreção vaginal sero-sanguinolenta. Entre o 9° e o 11°dia do estro, as cadelas foram acasaladas

por meio de monta natural com cães da mesma raça. As cadelas foram avaliadas no dia seguinte a

última cópula (considerado dia zero - D0), 45 dias após o D0 (D45), 54 dias após o D0 (D54) e 7

dias após o parto (D7PP). Foram realizados exames radiográficos, ultrassonográficos e tomadas

as medidas corpóreas externas de todas as cadelas. Concomitante às avaliações radiográficas,

eram aferidas as medidas corpóreas externas e o peso das fêmeas. Aos 30 dias pós-cópula, era

realizada a primeira ultrassonografia abdominal para confirmação da gestação. Caso esta

avaliação fosse positiva, a gestação era acompanhada por ultrassonografia nos dias 45, 54 e no

sétimo dia após o parto (Tabela 1).

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2.3. Parâmetros Externos Gerais

Os parâmetros externos gerais aferidos foram o peso e as medidas corpóreas externas das

cadelas. O peso dos animais foi tomado em balança convencional, sem restrição de alimento e

água [2]. As medidas corpóreas externas estudadas foram: altura de cernelha, a partir do solo até

a extremidade dorsal dos processos espinhosos das primeiras vértebras torácicas; comprimento de

corpo, a partir da extremidade cranial da articulação escápulo-umeral até a tuberosidade

isquiática; circunferência craniana, medida a partir dos processos zigomáticos; circunferência

torácica, acompanhando o contorno do tórax, tangente à extremidade do olecrano e caudalmente

à cernelha e circunferência abdominal, medida imediatamente cranial aos ílios [2, 11]. Todas

essas medidas foram aferidas com os animais em estação com auxílio de uma fita métrica com

precisão de 0,1 cm.

2.4. Parâmetros Pélvicos Externos

Os parâmetros pélvicos externos estudados foram as diferentes larguras da pelve, a saber:

diâmetro biilíaco externo, tomado entre as extremidades laterais das tuberosidades coxais direita

e esquerda; diâmetro biisquiático externo, tomado entre as extremidades laterais das

tuberosidades isquiáticas direita e esquerda; diâmetro ilioisquiático externo direito e esquerdo,

tomado entre as extremidades laterais das tuberosidades coxal e isquiática [11]. As medidas

externas da pelve foram registradas com auxílio de fita métrica com precisão de 0.1 cm, com os

animais posicionados sobre mesa de exame, em estação.

2.5. Avaliações ultrassonográficas

Foram realizadas avaliações ultrasonográficas nas fêmeas 30 dias após a cópula para

confirmação da gestação. Caso houvesse confirmação, eram feitas novas avaliações aos 45 e aos

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54 dias pós-cópula, para acompanhamento da gestação, e a última avaliação 7 dias após o parto,

para verificar a involução normal do útero e verificar a presença ou não de restos placentários.

Para avaliação ultrassonográfica, foi utilizado um aparelho Sonoace X8, Medison, Coréia

do Sul equipado com um transdutor microconvexo com sonda multi-frequencial de 3.5-7.0 MHz.

2.6. Mensurações dos Parâmetros Pélvicos Internos/ Radiográficos

Para a realização dos exames radiográficos foi utilizado aparelho da marca Equimex

200/100 São Paulo - Brazil, com potência máxima de 200 mili Ampéres. As radiografias da pelve

e da porção caudal da coluna lombar foram realizadas em decúbito lateral direito e dorsal. Não

foi necessária a utilização de contenção química. A distância foco-filme foi 90 cm a fim de

minimizar a distância filme-objeto e assim a magnificação da imagem [8].

As cadelas foram posicionadas cuidadosamente de modo que ficasse com a pelve mais

próxima e reta possível em relação ao filme radiográfico a fim obter posicionamentos simétricos

da pelve [8].

As mensurações das medidas pélvicas eram feitas diretamente sobre as películas

radiográficas (o nível de precisão das mensurações igual a 0,5 centímetros) utilizando régua

milimetrada. Foram então realizadas as seguintes medidas, demonstradas na Figura 1: conjugado

verdadeiro (CV) = distância entre o promontório e porção cranial da sínfise púbica; conjugado

diagonal (CD) = distância entre o promontório e a porção caudal da sínfise púbica; diâmetro

vertical (DV) = distância vertical entre o fim da porção cranial da sínfise púbica e o sacro;

diâmetro sacral (DSA) = distância vertical entre a extremidade craniocaudal do sacro e a sínfise;

diâmetro sagital (DSG) = distância entre a extremidade caudo-ventral do sacro e a sínfise;

diâmetro tuberosidade coxal (DTC) = distância horizontal entre as duas tuberosidades coxais;

biilíaco superior (BIS) = distância horizontal entre veios dos ílios; biilíaco inferior (BII) =

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distância horizontal entre os acetábulos; biisquiático (BIQ) = distância horizontal entre as duas

tuberosidades isquiáticas [3].

Além dessas medidas, relações altura / largura (DV / BII, DS / DT, DS / BII) da área de

entrada da pelve (AEP) e da área de saída pélvica (ASP) foram calculadas. A AEP foi calculada

por meio da equação: (CV/2 + BIS/2)2 × π; e a ASP, pela equação: (DV/2 + BII/2)2 × π [3].

Figura 1. Distâncias mensuradas na pelve diretamente na película radiográfica das cadelas da raça

Buldogue Francês. Conjugado verdadeiro (a), conjugado diagonal (b), diâmetro vertical (c),

diâmetro sacral (d), diâmetro sagital (e), biilíaco superior (f), biilíaco inferior (g), diâmetro entre

tuberosidades coxais (h) e biisquiático (i).

2.7. Análises estatísticas

Os valores pelvimétricos externos e internos e os valores corpóreos foram descritos em

forma de média e desvio padrão e coeficiente de variação. Utilizou-se análise de variância

(ANOVA) e teste de Tukey para a comparação das medidas corpóreas, pélvicas externas e

medidas radiográficas nos diferentes dias (D0, D45, D54 e D7PP). A avaliação das correlações

estatísticas entre as medidas externas, corpóreas e pélvicas, com as medidas pelvimétricas

radiográficas, relações altura/ largura, AEP e ASP foram realizadas calculando-se os respectivos

A B

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coeficientes de correlação de Pearson para todas as possíveis combinações uma a uma. Para todos

os testes as diferenças foram consideradas significativas quando p <0,05.

3. Resultados

Os resultados obtidos neste trabalho estão apresentados sob a forma de tabelas e de acordo

com os seguintes itens: comparação das medidas corpóreas externas durante a gestação (Tabela

2), comparação das medidas pélvicas externas durante a gestação (Tabela 3), comparação das

medidas pélvicas internas durante a gestação (Tabela 4).

O peso, a altura de cernelha, o comprimento do corpo e a circunferência craniana não

sofreram modificações ao longo da gestação, nem após o parto. A circunferência torácica

aumentou do dia 0 para o dia 45, mantendo-se constante até 7 dias após o parto. Com relação à

circunferência abdominal, esta aumentou do dia 0 para o dia 45, mantendo-se a mesma até o dia

54 de gestação e reduzindo no dia 7 após o parto (Tabela 2)

As medidas pélvicas externas (diâmetro biilíaco externo, diâmetro biisquiático externo e

diâmetros ilioisquiáticos externo direito e esquerdo) não se modificaram ao longo do período

avaliado (p>0,05).

Os resultados obtidos pela mensuração direta das películas radiográficas, dos diâmetros

pélvicos mostraram haver um aumento do diâmetro vertical, da área de entrada pélvica e da área

de saída pélvica entre os dias 0 e 54 da gestação (p<0,05). O diâmetro entre as tuberosidades

coxais aumentou entre os dias 0 e 45 (p<0,01). Já a relação entre o diâmetro vertical e o diâmetro

biilíaco inferior apresentou-se significativamente superior nos dias 45 e 54 em relação ao dia 0,

ao passo que 7 dias após o parto essa relação não mais diferiu (Tabela 4).

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No dia zero de gestação foi verificada forte correlação positiva entre o diâmetro sagital

pélvico e a circunferência cefálica e entre os diâmetros pélvicos sagitais, biisquiático e área de

entrada da pelve e o peso, todos apresentando p<0,01.

No dia 45 da gestação, foram verificadas fortes correlações positivas entre o peso e o

diâmetro entre as tuberosidades coxais, o conjugado verdadeiro, diâmetro sagital, biisquiático e

área de saída da pelve (p<0,001). Fortes correlações positivas entre cunjugado diagonal e altura

de cernelha, entre o diâmetro sagital e biisquiático externo e entre o diâmetro entre as

tuberosidade coxais e os diâmetro torácicos e biisquiático externos (p<0,01).

No dia 54, foram verificadas fortes correlações positivas entre o diâmetro torácico e os

diâmetros conjugado verdadeiro, tuberosidade coxais, biisquiático e área de entrada da pelve com

p<0,01. Entre o biisquiático externo e o diâmetro cefálico, diâmetro entre as tuberosidades

coxais, biisquiático e área de entrada da pelve mostraram correlação positiva forte com p<0,01,

assim como entre o peso e diâmetro cefálico, diâmetro entre as tuberosidades coxais, biisquiático,

diâmetro vertical e área de entrada da pelve.

No sétimo dia após o parto não foram verificadas as mesmas correlações dos outros

períodos mensurados. Foram verificadas correlações apenas entre altura de cernelha e conjugada

diagonal e o biisquiático externo e o conjugado diagonal, diâmetro sagital, diâmetros entre as

tuberosidades coxais, biilíaco superior e inferior, biisquiático e diâmetro sagital todas as

correlações com p<0,01.

4. Discussão

Os aspectos morfológicos da pelve relacionados particularmente com os dados métricos

são escassos na literatura, especialmente para cães da raça Buldogue Francês, portanto os

resultados obtidos no presente trabalho representam uma contribuição para a anatomia descritiva

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51

e comparativa da pelve em cães, fatores importantes para a seleção de animais para reprodução

[12].

A maior parte dos dados de pelvimetria disponíveis na literatura é genérico, sem

detalhamento sobre a origem dos animais, idade, peso ou tamanho [11]. O presente trabalho

busca contribuir com dados mais precisos (obtidos por meio de radiografias), não só dentro do

aspecto racial, mas também do estágio reprodutivo (gestação) demonstrando a relação destes com

as medidas pélvicas.

O presente estudo é o primeiro a usar a pelvimetria indireta e a pelvimetria radiográfica na

avaliação de cadelas gestantes e a fazer comparações dentro de uma mesma raça de cães durante

o período gestacional e pós-parto.

Segundo alguns autores relatam fêmeas braquicefálicas adultas e sexualmente maduras

não apresentam mudanças de conformação no seu esqueleto após 12 meses completos,

corroborando com a análise dos resultados obtidos para as medidas corpóreas externas entre os

dias zero (0), 45, 54 e 7 após o parto na qual é possível perceber que não houve diferença

significativa (p>0,05) das medidas: diâmetro cefálico, comprimento do corpo, altura de cernelha

e peso, resultado este biologicamente esperado [13, 14]. Com relação ao diâmetro torácico, foi

verificado um aumento de sua circunferência entre o D0, D45 e D0 e D54 (p<0,05),

demonstrando haver um aumento de volume nesta região durante o decorrer da gestação.

Também foi verificado um aumento da circunferência abdominal entre os mesmos períodos

citados, seguido de uma redução dessa mesma circunferência entre o D54 e o D7 pós-parto.

Segundo TONIOLLO & VICENTE [15] e CHRISTIANSEN [16], esse resultado é esperado e

desejado, pois a gestação implica no aumento de volume abdominal devido ao crescimento dos

conceptos e após a saída destes durante o parto, ocorre à involução uterina natural.

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Com relação às medidas pélvicas externas não foram verificadas mudanças significativas

entre os biilíacos, biisquiáticos e ilioisquiáticos direito e esquerdo nos diferentes dias da gestação

[8]. Isso pode se dever ao fato da mensuração externa ter baixa precisão na aferição das medidas

devido à interferência da pele e músculos das cadelas dificultarem a exata localização dos

processos ósseos. Assim como encontrado por ENEROTH & LINDE-FORSBERG [8] em um

estudo retrospectivo com duas raças Terrier em que não verificaram alterações nas medidas dos

biilíacos e biisquiáticos.

As medidas radiográficas pélvicas que apresentaram aumento significativo em suas

mensurações entre os dias 0 e 54 de gestação (diâmetro vertical, diâmetro sacral (p<0,05) e as

áreas de entrada e saída da pelve implicam no evidente aumento da pelve materna no sentido

ventro-dorsal, provocando aumento na área interna da pelve assim como verificado por

OLIVEIRA [1] em vacas da raça Nelore e OLIVEIRA [17] em búfalas. O aumento significativo

na relação entre o diâmetro vertical e o biilíaco inferior do dia 0 até o dia 7 pós-parto é

concomitante ao aumento gradual da porção média do canal pélvico. Em nosso estudo a medida

encontrada para essa relação numericamente superior a de 1,04 ± 0,02 encontrada para a mesma

relação em cadelas da raça Boston Terrier por ENEROTH [8].

Segundo ENEROTH & LINDE-FORSBERG [8], a área de entrada da pelve pode ser

considerada normal quando essa apresenta diâmetros verticais maiores que os diâmetros

horizontais, e que o formato da pelve pode ser avaliado pela relação entre esses diâmetros.

Baseando-se nessa afirmação, pode-se inferir que as cadelas do nosso estudo apresentaram área

de entrada da pelve normal e formato pélvico maior que os encontrados por esses autores.

As correlações entre as medidas corpóreas e as radiográficas durante os dias de gestação

mostraram no dia 0 haver uma correlação positiva forte entre o diâmetro entre as tuberosidades

coxais, biisquiático e a área de entrada da pelve com o peso (r=77, p<0,05) indicando que o

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aumento dessas medidas acarreta o aumento de peso, correlações estas que podem ser verificadas

nos demais dias avaliados durante a gestação, onde também se podem verificar tais correlações.

No entanto, no dia 7 pós-parto, não são verificadas tais correlações, como nos dias 45 e 54

(Tabela 5,6 e 7). Isso pode se dever ao fato de após o parto a fêmea entrar em balanço energético

negativo, ou seja, ela perde peso pela saída dos filhotes, mas também devido à lactação, sendo

assim a correlação não se faz presente, pois ela perde peso de forma mais rápida do que as

estruturas ósseas voltam ao seu posicionamento anatômico habitual.

Também foi verificada correlação entre a circunferência cefálica e o diâmetro sagital da

pelve, apenas no dia 0, o que não foi verificado nos demais dias. Isso se deve ao fato de que

durante a gestação não ocorrer aumento da circunferência craniana e, como foi mostrado na

Tabela 4, não ocorreu diferença significativa nas medidas do diâmetro sagital durante a gestação

e o pós-parto (p>0,5).

Os resultados comprovam que as cadelas da raça Buldogue Francês adultas, durante a

gestação, sofrem mudanças corpóreas apenas nas circunferências torácica entre os dias 0 e 45,

mantendo-se o mesmo até o dia 54 e na circunferência abdominal que aumenta gradativamente

durante a gestação e volta após o parto à medida inicial.

As medidas pélvicas externas não sofrem alteração durante a gestação. As medidas

pélvicas radiográficas diâmetro vertical, diâmetro sacral, a relação diâmetro vertical/ biilíaco

inferior, a área de entrada e saída da pelve sofreram aumento de suas medidas entre os dias 0 e 54

de gestação. As correlações entre as medidas corpóreas externas e as medidas radiográficas

demonstraram uma correlação entre o diâmetro sagital, as duas tuberosidades coxais, diâmetro

biisquiático e área de entrada da pelve com o peso, que segue por toda a gestação e cessa no pós-

parto.

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5. Conclusão

A pelvimetria poderá ser usada, como feramenta para auxiliar seleção de fêmeas para

acasalamento por criadores de cães auxiliando-os a evitar o cruzamento de cães que possuam

medidas pélvicas desfavoráveis.

6. Referências

[1] OLIVEIRA CP, BOMBONATO PP, BALIEIRO CCJ. Pelvimetria em vacas Nelore.

Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science 2003; 40: 297- 304.

[2] GUIDO, M. C. 2005 [Online]. Pelvimetria.

Homepage:http://www.mcguido.vet.br/coceitos_gerais.htm

[3] BERGSTRÖM A, NÖDTVEDT A, LAGERSTEDT A-S, EGENVALL A: Incidence and

breed predilection for dystocia and risk factors for Caesarian section in a Swedish population of

insured dogs. Veterinary Surgery 2006; 35:786-791.

[4] VERCELINO JR; LOPES MD. Pelvimetria para o diagnóstico e prevenção de distocia em

cadelas – revisão. MedveP - Rev Cientif Vet Pequenos Anim Esti 2005; 3(10): 132-6.

[5] BENNETT D. Normal and abnormal parturition. In: Current Therapy in Therionology;

Diagnosis, Treatment and Prevention of Reproductive Diseases in Animals. Philadelphia:

Saunders; 1980.p. 595-606.

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55

[6] FREAK MJ. Practitioners’-breeders’ approach to canine parturition. Veterinary Record 1975;

96: 303-308.

[7] LINDE-FORSBERG C. Pelvimetry to Diagnose Dystocia in the Bitch, World Small Animal

Veterinary Association World Congress Proceedings, 2003.

[8] ENEROTH A, LINDE-FORBERG C, ULHORN M, HALL M. Radiographic pelvimetry for

assessment of dystocia in bitches: a clinical study in two terrier breeds. J Small Anim Pract 1999;

40: 257–264.

[9] PÁFARO, V. Pelvimetria radiográfica em diferentes raças de fêmeas caninas adultas (Canis

familiaris, Linnaeus, 1758). 2007. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária (Cirurgia

Veterinária) [Jaboticabal]) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

[10] CELIMLI, N, INTAS DS, YILMAZBAS G, INTAS KS, KESKIN A, KUMRU IH,

KRAMER M. Radiographic pelvimetry and evaluation of radiographic findings of the pelvis in

cats with dystocia. Journal Tierärztliche Praxis Kleintiere 2008; 4: 277-284.

[11] BARRETO MBP, SANTOS RMB, WISCHRAL A, CAVALCANTI JÚNIOR MJ, MAIA

JAA, SOARES PC, BARBOSA EEV. Pelvimetria e pelviologia em fêmeas bovinas da raça

Girolanda em diferentes estágios reprodutivos. Revista de Ciência Veterinária 2004; 7: 131-139.

[12] VARALDI L, BOSS V, CARADONNA GB, SPAMPANI G. et al. Osteologia. In: Trattato

di anatomia veterinaria. Milano: Francesco Vallardi; 1930; 1: 367.

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56

[13] GETTY R.. Anatomia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan;

1986; 5: 273-280.

[14] SCHEBITZ H, WILKENS H. Atlas of radiographic anatomy of the dog and cat. Berlin: Paul

Parey; 1978: 198 p.

[15] TONIOLLO GH, VICENTE WRR. Manual de Obstetrícia Veterinária. São Paulo: Varela;

1995: 124p.

[16] CHRISTIANSEN J. Reprodução no cão de no gato. São Paulo: Manole; 1988: 362p.

[17] OLIVEIRA L F. Pelvimetria e escore de dificuldade de parto em vacas da raça Holandesa.

2008. 60f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte, 2008.

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57

TABELAS

Tabela 1: Esquema de realização de exames radiográficos, ultrassonográficos e mensuração de

medidas externas de cadelas prenhes da raça Buldogue Francês (n=11).

Dias Exames realizados

D0 D30 D45 D54 D7PP

Radiografia X - X X X

Medidas externas X - X X X

Ultrassonografia - X X X X

Tabela 2: Média ± DP das medidas corpóreas externas circunferências cefálica (CC), torácica

(CT) e abdominal (CA), comprimento corporal (CCO), altura de cernelha (AC) em cm, e peso

(Kg) nos diferentes dias de avaliação em 11 cadelas da raça Buldogue Francês (n=11).

DIAS DE GESTAÇÃO MEDIDAS

CORPÓREAS

EXTERNAS D0 D45 D54 D7PP

CC 39.79 ± 2.41a 40.31 ± 2.20 a 39.77 ± 2.07 a 39.03 ± 1.93 a

CT 53.2 ± 3.30a 58.3 ± 4.62b 60.08 ± 4.27b 56.73 ± 5.28ab

CA 43.96 ± 3.92a 53.6 ± 6.52bc 56.38 ± 5.83b 49.08 ± 7.61ac

CCO 39.16 ± 4.79a 39.64 ± 4.93 a 38.9 ± 5.54 a 39.2 ± 4.63 a

AC 33.03 ± 3.51 a 33.16 ± 3.58 a 33.72 ± 3.68 a 32.93 ± 3.71 a

PESO 10.79 ± 1.79 a 12.26 ± 2.22 a 12.7 ± 2.23 a 11.01 ± 1.87 a a,b,c letras diferentes na mesma linha indicam diferenças significativas. p<0.05.

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Tabela 3: Média ± DP das medidas externas pélvicas: biilíaco externo, biisquiático externo,

ilioisquiático direito e ilioisquiático esquerdo (expressos em cm) nos diferentes dias de avaliação

em 11 cadelas da raça Buldogue Francês (n=11).

DIAS DE GESTAÇÃO MEDIDAS PÉLVICAS

EXTERNAS

(cm) D0 D45 D54

D7PP

BIILÍACO EXTERNO 7.08 ± 0.76 7.43 ± 0.81 7.61 ± 0.59 7.46 ± 0.66

ILIOISQUIÁTICO

DIREITO 12.04 ± 1.24 12.35 ± 1.25 12.58 ± 1.06 12.28 ± 0.95

ILIOISQUIÁTICO

ESQUERDO 12.04 ± 1.27 12.33 ± 1.18 12.58 ± 1.06 12.25 ± 0.96

BIISQUIÁTICO 8.38 ± 0.79 8.42 ± 0.66 8.62 ± 0.56 8.47 ± 0.56

* p> 0.05

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Tabela 4: Mádia ± DP das medidas internas da pelve, aferidas sobre película radiográfica:

conjugado verdadeiro (CV), conjugado diagonal (CD), diâmetro vertical (DV), diâmetro sacral

(DSA), diâmetro sagital (DSG), tuberosidade coxal (DTC), biilíaco superior (BIS), biilíaco

inferior (BII), biisquiático (BIQ), diâmetro vertical/ biilíaco inferior (DV/ BII), diâmetro sagital/

biilíaco superior (DSG/ BIS), diâmetro sagital/ biilíaco inferior (DSG/BII) em cm; área de

entrada da pelve (AEP) e área de saída da pelve (ASP), em cm2.

DIAS DE GESTAÇÃO MEDIDAS

PÉLVICAS

RADIOGRÁFICAS

D0 D45 D54

D7PP

CV 4.30 ± 0.32a 4.41 ± 0.41a 4.49 ± 0.44a 4.39 ± 0.39a

CD 8.38 ± 0.37 a 8.48 ± 0.44 a 8.58 ± 0.42 a 8.42 ± 0.46 a

DV 4.09 ± 0.40 a 4.33 ± 0.38 ab 4.41 ± 0.43b 4.34 ± 0.41 ab

DAS 4.55 ± 0.33a 4.75 ± 0.30ab 4.79 ± 0.42b 4.62 ± 0.36ab

DSG 7.10 ± 0.37 a 7.17 ± 0.41 a 7.18 ± 0.49 a 7.13 ± 0.34 a

DTC 7.75 ± 0.79a 7.97 ± 0.72b 7.92 ± 0.72ab 7.87 ± 0.75ab

BIS 4.21 ± 0.39 a 4.23 ± 0.37 a 4.25 ± 0.38 a 4.19 ± 0.39 a

BII 4.00 ± 0.44 a 4.00 ± 4.55 a 3.99 ± 0.46 a 3.99 ± 0.46 a

BIQ 7.47 ± 0.63 a 7.48 ± 0.64 a 7.47 ± 0.65 a 7.47 ± 0.61 a

DV/ BII 1.03 ± 0.12 a 1.09 ± 0.11b 1.01 ± 0.09b 1.09 ± 0.12ab

DSG/ BIS 1.70 ± 1.17 a 1.70 ± 1.12 a 1.70 ± 1.15 a 1.70 ± 1.13 a

DSG/ BII 1.80 ± 0.21 a 1.81 ± 0.18 a 1.80 ± 0.19 a 1.80 ± 0.19 a

AEP 57.09 ± 8.22a 58.97 ± 8.91ab 60.24 ± 10.11b 58.12 ± 8.74ab

ASP 51.86 ± 9.46a 54.95 ± 9.81ab 55.92 ± 11.24b 54.92 ± 10.11ab a,b,c letras minúsculas diferentes na mesma linha indicam diferenças significativas (P<0.05).

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Tabela 5: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no dia inicial (D0) da gestação,

(n=11)

DSA0 DTC0 DBI0 AEP0

CC0 0.76*** 0.55 0.49 0.60

PESO0 0.63*** 0.75*** 0.78*** 0.75***

*** p< 0,01.

Tabela 6: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no D45 da gestação (n=11).

DTC45 CD45 DSA45 DBI45 ASP45

DT45 0.79*** 0.57 0.66 0.55 0.52

AC45 0.59 0.75*** 0.28 0.49 0.34

BIIE 45 0.57 0.69 0.73*** 0.54 0.44

DBIE 45 0.75*** 0.68 0.62 0.63 0.56

PESO45 0.78*** 0.76*** 0.71*** 0.77*** 0.70***

*** p< 0,01.

Tabela 7: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no dia 54 da gestação (n=11).

*** p< 0,01.

CD54 DTC54 DBI54 CV54 DV54 DSG54 AEP54 ASP54

DT54 0.84*** 0.85*** 0.73*** 0.61 0.68 0.63 0.70*** 0.69

DA54 0.84 0.68 0.51 0.74*** 0.84*** 0.48 0.67 0.66

DBIE 54 0.79*** 0.80*** 0.78*** 0.45 0.72*** 0.77*** 0.63 0.74***

PESO54 0.79*** 0.84*** 0.76*** 0.61 0.73*** 0.63 0.71*** 0.74***

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Tabela 8: Coeficientes de correlação de Pearson entre as variáveis referentes às medidas

radiográficas pélvicas, medidas corpóreas e pélvicas externas no dia 7 pós-parto, (n=11).

CD7 DSG7 DTC7 BIS7 BII 7 DBI7 DSA7B

AC7 0.74*** 0.34 0.46 0.36 0.39 0.50 0.55

BIIE 7 0.76*** 0.74*** 0.74*** 0.83*** 0.76*** 0.85*** 0.71***

*** p< 0,01.

Figura 2. Imagens de fetos mais caudais avaliados por exames de radiografia e ultrassonografia.

(A) Exame radiográfico realizado no dia 54, indicando a presença de feto insinuado no canal do

parto. (B) Exame ultrassonográfico no dia 54 de gestação mostrando a mensuração do diâmetro

biparietal.

A B

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62

8. CONCLUSÕES GERAIS

A pelvimetria poderá ser usada, como seleção para acasalamento por criadores de cães

aconselhando-os a evitar o cruzamento de cães que possuam medidas pélvicas desfavoráveis.

Cadelas da raça Buldogue Francês adultas podem ser classificadas como mesatipélvicas.

Além disso, cadelas da raça Buldogue Francês adultas, durante a gestação, sofrem mudanças

corpóreas na circunferência torácica entre os dias 0, 45 e 54. A circunferência abdominal

aumenta gradativamente durante a gestação e volta após o parto à medida inicial; as medidas

pélvicas externas não sofrem alteração durante a gestação. Durante a gestação não ocorrre

mudanças nas medidas pélvicas externas.

As medidas pélvicas radiográficas diâmetro vertical, diâmetro sacral, a relação diâmetro

vertical/ biilíaco inferior, a área de entrada e saída da pelve sofreram aumento de suas medidas

entre os dias 0 e 54 de gestação.

As correlações entre as medidas corpóreas externas e as medidas radiográficas

demonstraram uma correlação entre o diâmetro sagital, as duas tuberosidades coxais, diâmetro

biisquiático e área de entrada da pelve com o peso que segue por toda a gestação e cessa no pós-

parto. A circunferência cefálica, o diâmetro sacral, a tuberosidade coxal, o diâmetro biisquiático e

a área de entrada da pelve (PIA) estão correlacionados positivamente com o peso.

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9. PERSPECTIVAS

O mercado de animais de companhia vem apresentando um crescimento exponencial nos

últimos anos, não só no que se refere aos produtos, mas, também a aquisição dos mesmos

adaptados a espaços cada vez menores. Tendo isso em vista, mais estudos na esfera da

reprodução de cães são de fundamental importância para a otimização dos canis de reprodução

através da seleção de fêmeas como as da raça Buldogue Francês.

Para tanto é imprescindível, na área da reprodução, que se realizem estudos dentro de um

padrão físico e/ou racial determinado, uma vez que existe uma variação no porte, formato de

cabeça e peso entre as diversas raças de cães, sendo, portanto importante se estabelecer fórmulas

matemáticas e padrões normais para cada uma dessas raças/padrões.

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11. ANEXOS