56
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ- UNIOESTE Campus de Cascavel – Centro de Ciências Sociais Aplicadas ESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ - Gerência Executiva da Escola de Governo CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE POLITICAS PÚBLICAS EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE PELO PROGRAMA DE ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO E SOCIAL NA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO PARANÁ MAÍZA LÚCIA DA SILVA CASCAVEL Novembro - 2007

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – … · agradecimento a minha orientadora, a ... Sabe-se que a juventude é uma época bastante especial na vida do ser humano, tendo

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ- UNIOESTE Campus de Cascavel – Centro de Ciências Sociais AplicadasESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ - Gerência Executiva da

Escola de GovernoCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE

POLITICAS PÚBLICAS

EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE PELO PROGRAMA DE ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO E SOCIAL NA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO PARANÁ

MAÍZA LÚCIA DA SILVA

CASCAVELNovembro - 2007

MAÍZA LÚCIA DA SILVA

EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE PELO PROGRAMA DE ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO E SOCIAL NA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial de avaliação do Curso de Especialização em formulação e Gestão de Políticas Públicas, sob a orientação da Professora Drª. Rosana Kátia Nazzari.

UNIOESTECASCAVEL

Novembro - 2007

MAÍZA LÚCIA DA SILVA

EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE PELO PROGRAMA DE ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO E SOCIAL NA REDE DE ENSINO PÚBLICO DO PARANÁ

Projeto apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista

em Formulação e Gestão de Políticas Públicas, da UNIOESTE – Campus de

Cascavel/Escola de Governo do Paraná.

Data da aprovação:

____/_____/______

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________Profª. Drª Rosana Katia NazzariOrientadoraUniversidade Estadual do Oeste do Paraná

_________________________________

Prof. MS. Sandra Mara Stocker LagoUniversidade Estadual do Oeste do Paraná

_____________________________________

Prof. Ms. Geysler Rogis Flor BertoliniUniversidade Estadual do Oeste do Paraná

Dedico este estudo à minhas filhas: Antonia Elizabete e Carolina Beatriz pela compreensão em relação a minha ausência durante a realização do curso.

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros votos de agradecimento a minha orientadora, a professora Drª Rosana Katia Nazzari que tanto me ajudou e apoiou no período da minha pesquisa; aos professores e alunos do Curso de Especialização em Formulação e Gestão de Políticas Públicas da Unioeste – Cascavel, com os quais tive o prazer de conviver neste ano.

A metáfora dos fósforos “[...] ainda que nasçamos com uma caixa de fósforo em nosso interior, não podemos acendê-los sozinhos porque necessitamos como no experimento, de oxigênio e da ajuda de uma vela. Só que neste caso o oxigênio tem de provir, por exemplo, do alento da pessoa amada. A vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia palavra ou som que faça disparar o detonador e assim acender um fósforo [...]” (PRADO, 1996).

RESUMO

O presente estudo objetiva propor uma ferramenta de gestão pública na área da educação para contribuir com o empoderamento da juventude das escolas públicas estaduais do Paraná. Para tal, é respaldado pela Lei 15.075 de 04 de maio de 2006. Iniciativas como estas são oportunas devido a constatação da escassez e dispersão das políticas públicas afirmativas para a juventude, ou seja, pouco tem sido feito para ampliar as oportunidades para os jovens, e para orientá-los para comportamentos políticos participativos, fatores que podem colaborar para o aperfeiçoamento dos mecanismos democráticos no Brasil.

Palavras-Chave: juventude, políticas públicas, empoderamento.

ABSTRACT

The present study have objective to come up with a tool managing public in the area from the education about to add up with the empowerment from the boyhood of the schools public of the Paraná state. For this purpose, is responded under the law 15.075 as of 04 as of may as of 2006. Initiatives as a these they are opportune because of he contacts from the dearth and diffusion of the public policies affirmatives for the boyhood, in there words, little has been done about to amplify the opportunities for the young people, and orient about to participative politicians behaviors, suit than it is to can collaborate for its amendment of the gears democratic at the Brazil.

KEY WORDS: boyhood, policies public, empowerment

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Faixa Etária dos Alunos do Colégio Reinaldo Sass..............................30Figura 2. Sexo dos alunos........................................................................................30Figura 3. Estado civil dos alunos............................................................................30Figura 4. Renda familiar mensal..............................................................................31Figura 5. Escolaridade dos alunos..........................................................................31Figura 6. Nível de confiança nas instituições........................................................34Figura 7. Quais atividades você participa com mais freqüência?.......................35Figura 8. Nível de cooperação com as pessoas....................................................37Figura 9. Principais problemas enfrentado pelo Brasil hoje................................39Figura 10. Grau de confiança nas seguintes personalidades:.............................40Figura 11. Principais fontes de informações......................................................... 41Figura 12. Oportunidades para o Futuro................................................................42Figura 13. Participação de associação ou grêmio.................................................42Figura 14. Grau de Cooperação com as pessoas..................................................43

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................101.1 Objetivos................................................................................................................14

1.1.1 Objetivo geral.....................................................................................................14

1.1.2 Objetivos específicos.........................................................................................14

1.2 Metodologia...........................................................................................................14

1.2.1 Procedimentos metodológicos...........................................................................16

2 CONCEITOS E LITERATURA.................................................................................172.1 Conjuntura e juventude.........................................................................................18

2.2 Adolescência/Juventude.......................................................................................21

2.3 Políticas públicas para os jovens..........................................................................22

2.4 Programas para a juventude.................................................................................24

2.5 Empoderamento da juventude no Paraná............................................................26

2.6 Intersetorialidade...................................................................................................27

2.7 Atendimento psicopedagógico e social.................................................................28

3 RESULTADOS PRELIMINARES............................................................................293.1 Percepção da juventude quanto ao empoderamento ..........................................29

4 CONSIDERAÇÕES E RESULTADOS ESPERADOS............................................ 445 ROTEIRO DE IMPLANTAÇAO DA FERRAMENTA PARA O EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DO PARANÁ.............475.1 Temas para palestras, seminários e oficinas:.......................................................47

6 REFERÊNCIAS........................................................................................................49APÊNDICES................................................................................................................51APÊNDICE C..............................................................................................................54

1 INTRODUÇÃO

O processo de transição democrática no Brasil trouxe a tona problemas

relativos ao despreparo da sociedade em conviver com as instituições

representativas, que se mantêm frágeis ao longo do tempo. Tal fragilidade é

reforçada pela cultura política fragmentada, que propicia comportamentos

autoritários e clientelistas, derivada da transmissão e incorporação de crenças e

valores contrários às práticas democráticas e que não incentivam a participação

política e a cidadania ativa.

Segundo Baquero (2005) são inúmeros os estudos que apontam para

essas deficiências, no entanto, pouco vem sendo feito para mudar essa realidade, e

orientar os cidadãos para comportamentos políticos participativos.

O desenvolvimento de comportamentos políticos eficazes de apoio à

construção democrática requer a internalização de valores, tais como: compromisso

cívico, envolvimento comunitário, liberdade, igualdade, solidariedade, respeito às leis

e participação política. Porém, os esforços para fortalecer a participação política são

incipientes e seu impacto na representação da sociedade civil brasileira é

insuficiente.

No caso brasileiro, esses fatores são agravados pelos problemas

econômicos e sociais, reforçados pelas pesquisas de opinião que detectaram um

crescente descontentamento e descrença por política e pelos políticos, não

propiciando uma socialização que incentive a eficácia política.

Neste contexto, não se pode esperar um papel politizado de jovens

cidadãos que não têm aprendido as habilidades e hábitos necessários para a

configuração de uma cultura política mais participativa. Basicamente pode se afirmar

que os jovens estão crescentemente sendo desempoderados politicamente. As

conseqüências desse processo podem ser altamente negativas para a construção

democrática do país, pois, como se sabe, a indiferença pode ser o principal

ingrediente da manutenção de sistemas políticos com práticas tradicionais e

deletérias, tais como o clientelismo e o neo-patrimonialismo.

Torna-se imperativo, portanto, pensar em instrumentos que estimulem a

volta dos jovens para a política. Isto implica a revalorização da família, da escola e

dos grupos de jovens que estruturam as identidades coletivas numa perspectiva

diferente do passado. Nessa situação, a sociedade civil e o capital social são vistas

como aspectos-chave da construção democrática, tomando como elementos

protagônicos dessa caminhada os jovens.

Neste sentido, este projeto busca orientar os estudantes, pais e

professores das escolas públicas do Paraná, para a promoção de comportamentos

políticos participativos. Para tal, será montado um cronograma de reuniões e

palestras nas escolas públicas de Francisco Beltrão, no sentido, de orientar os

estudantes para a cidadania. Enfim, espera-se, com este projeto, contribuir para o

empoderamento dos estudantes e para ampliar a eficácia das relações entre Estado

e sociedade, com vistas ao fortalecimento da democracia no Brasil.

A relevância do tema encontra seus ecos na implantação do “Programa

de Atendimento Psicopedagógico e Social na Rede de Ensino Público do Paraná”,

em cumprimento da Lei nº. 15.075, publicada no Diário Oficial Nº. 7219 de

05/05/2006.

Sendo assim, a proposta ora apresentada visa a implantação do referido

programa nas escolas da rede pública do município de Francisco Beltrão,

especificamente no Colégio Estadual de Ensino Fundamental e Médio e Profissional

Reinaldo Sass.

Neste Colégio encontram-se matriculados 1.033 alunos, dos quais 597

estão cursando o Ensino Médio e 70 alunos cursando o Profissionalizante/Técnico

de Enfermagem. Estes alunos estão distribuídos em 21 turmas e divididos em 03

turnos; vale ressaltar que estes alunos, em sua grande maioria, estão com idade

compreendida entre 14 a 25 anos, ou seja, uma população de jovens, segundo Dia a

Dia Educação (2007).

A juventude deve ser então compreendida na idade entre os 15 a 25

anos, e traz consigo todas as inquietações, vigor e ansiedades oriundas desse ciclo

de vida e que muitas vezes passam despercebidas, ignoradas, desprezadas pelos

familiares, pelas escolas, e ainda pelos gestores públicos.

Sabe-se que a juventude é uma época bastante especial na vida do ser

humano, tendo em vista as mudanças/transformações, que trazem embutidos em

um crescimento sendo eles: emocional-psicológicos, físicos, biológicos e sociais, ou

seja, é a coexistência de diferentes problemas em um único organismo/ser.

Submetido às pressões dos grupos sociais, surgirão mudanças na

personalidade que por um tempo oscilará entre o surgimento de comportamentos

11

ora infantis, ora adultos. O mundo adulto que antes protegia o jovem, passa a cobrar

maturidade, segundo as características físicas recentemente adquiridas, sem

compreender a desigualdade no desenvolvimento do sujeito que ora se apresenta

como adulto, ora como criança (PEGO, 2005).

Nesse momento da vida entre ser criança e tornar-se adulto crescem

também os conflitos, pois, as cobranças da sociedade se acirram, faz-se necessário

tomar iniciativas, ter novas posturas frente a determinadas situações da vida,

desligar-se da família, firmar novos laços afetivos.

Assim estes jovens não encontram em na sociedade um espaço em que

possam se expressar, exercer seus direitos terem suas dúvidas, ansiedades

sanadas e ainda buscar respostas para as suas demandas. Estes compõem a

parcela de excluídos sociais, pois não possuem representatividade política;

“insignificante” é também a sua contribuição do ponto de vista econômico, assim não

conseguem se fazer representar no processo de luta por políticas públicas que lhes

dizem respeito. A exclusão e a miséria geram a violência, que hoje é responsável

pela terceira causa de morte no país, atingindo principalmente os jovens na faixa de

18 a 29 anos. Os jovens são as vítimas e os autores da violência. Violência que é

resultante social, efeito. Violência que é do tamanho que a sociedade a constrói. O

contrário da violência é a cidadania.

Para reverter este panorama, é preciso que se ofereça aos jovens alguma

perspectiva de futuro que começa por fortalecer a família que lhe dê retaguarda, que

oferece o sentido de pertencer a uma comunidade; educação que vá além de mero

adestramento técnico, oportunidade de emprego com salário digno. É preciso sentir

que viver uma boa vida vale mais que morrer rapidamente em acidentes de trânsito

ou homicídio, ou lentamente, através do alcoolismo ou de outras dependências ou

de carências diversas (CES/PR, 2001).

Segundo Queiroz, Chaves e Mariano (2001), a população jovem do

mundo tem aumentado significativamente, mais de 85% dos jovens do mundo vivem

hoje em países em desenvolvimento e no Brasil estão 50% dos adolescentes e

jovens da América Latina, assim faz-se necessário traçar políticas públicas que

venham ao encontro desta população. Não é possível compreender esta parcela da

população como em transição, se preparando para ser algo, e sim como sujeitos que

buscam um lugar no mundo; buscam informações consistentes e que contribuam

para mudar a sua realidade.

12

Os direitos ao atendimento integral aos jovens já se encontram

assegurados em leis como: Constituição Federal de 1988, Lei Orgânica da Saúde,

na Norma Operacional de Assistência à Saúde 01/2002, no Estatuto da Criança e do

Adolescente; e ainda já estão alinhavados no Programa de atenção à Saúde do

Adolescente do Ministério da Saúde. No entanto, estas políticas estão sendo

implantadas de modo muito incipientes em algumas cidades do país, sendo que no

Estado do Paraná os poucos serviços existentes estão dentro do Programa Atenção

ao Adolescente em Conflito com a Lei, ou ainda são relacionadas à adolescentes em

situação de vulnerabilidade social.

Os gestores públicos quando questionados sobre a necessidade da

implantação de programa de tal importância, tem sempre como resposta, que as

atividades e ações desenvolvidas para os jovens são realizadas em parcerias com

as diversas áreas técnicas do serviço de saúde, tais como: saúde da mulher, saúde

mental, saúde da pessoa com deficiência, saúde do trabalhador; da educação,

esporte e outros.

Acredita-se que outro fator que dificulta as ações em prol do jovem e que

atrasa ainda mais a realização e efetivação de políticas juvenis está associada à

ausência de profissionais com disponibilidade em estar atuando junto aos mesmos;

sendo que esta atuação se dá basicamente no campo psicoterapêutico, terapêutico,

educacional e ou do desporto.

Os jovens não possuem políticas públicas efetivadas para si, porque não

são grupos organizados em grupos associativos e de pressão. Desta forma, a

implantação do Programa de Atendimento Psicopedagógico e Social nas escolas

poderá atender a necessidade que se observa existir nos jovens e que são

expressos em alguns, com comportamento como: uso abusivo de bebidas alcoólicas

e substâncias tóxicas, abandono escolar, sexo sem proteção, exposição a acidentes

automobilísticos, morte prematura, paternidade/maternidade não planejada, abuso

sexual e outros.

Sabe-se ainda que os jovens têm grandes contribuições a dar para a

sociedade na qual estão inseridos, só precisam ter espaços para falar, ter suas

reivindicações atendidas e acima de tudo ter seus direitos assegurados.

13

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Propor ferramenta para a elevação do nível de empoderamento da

Juventude das escolas públicas estaduais do Paraná, com ênfase na Lei 15.075 de

04 de maio de 2006.

1.1.2 Objetivos específicos

realizar pesquisa sobre empoderamento da juventude no Colégio

Estadual Reinaldo Sass;

fazer diagnóstico das escolas em relação ao atendimento

psicopedagógico e social no Brasil;

elencar políticas públicas para os jovens no pais e no Estado do

Paraná.

1.2 Metodologia

É urgente verificar os dilemas que os jovens enfrentam na sociedade

contemporânea, a qual os tem relegado a um papel de meros espectadores na

política, conforme dados de pesquisas nada alentadoras no que diz respeito ao grau

de participação, interesse e desenvolvimento de valores capazes de gerar uma base

normativa de apoio aos princípios democráticos. Pelo contrário, as imagens que os

jovens têm das instituições políticas e de seus representantes, preponderantemente

negativas, não se constituem em elementos que nos dêem segurança de que o

futuro será melhor para eles. A partir dos objetivos propostos, este projeto busca

contribuir para a efetivação do Programa de Atendimento Psicopedagógico e Social

na rede de Ensino Público. Sendo assim, para operacionalizar a pesquisa e a

reflexão crítica, foram levantadas algumas estratégias entre elas: referência teórica,

levantamento de programas similares no Brasil e no Paraná; e uma terceira que é a

apresentação de uma proposta metodológica de atuação.

A implantação do Programa de atendimento ao jovem na Rede de Ensino

Pública poderá contribuir como instrumento pelo qual esta população poderá

14

acessar em busca de respostas às suas necessidades. Sendo assim, deverá contar

com equipe multiprofissional/interdisciplinar e intersetorial visando contribuir para

ampliar as possibilidades de atuação e resolução de problemas apresentados. Esta

equipe deverá buscar constantemente atualização e reciclagem tendo em vista o

dinamismo que o tema traz em si.

O trabalho a ser desenvolvido pela equipe multiprofissional deve levar em

conta diferentes aspectos entre outros: o cognitivo, o psicológico, o econômico, o

político e o social. O cognitivo: onde interessa a conscientização sobre a realidade

na qual essa juventude está inserida; O psicológico: desenvolver sentimentos de

auto-estima e autoconfiança; o econômico: relaciona-se a importância de educação

como ferramenta para alcançar postos no mercado de trabalho, capacitando a

juventude para o direito à escolha da profissão assegurando assim, fonte de renda

que lhe traga satisfação e independência econômica. O político: que envolve a

habilidade para analisar e mobilizar o meio social visando produzir mudanças que

trazem a transformação da realidade na qual estão inseridos. O social: por meio de

ações sociais poderá possibilitar o desenvolvimento de ações para além do

conhecimento das competências da comunidade, capacitando a juventude para o

protagonismo juvenil.

No trabalho com a juventude, faz-se necessário o envolvimento coletivo

de diferentes setores e áreas. É o colocar-se à disposição, e assim construir as

condições básicas para o empoderamento da juventude, que participando desse

processo de construção do conhecimento, buscará trabalhar-se de maneira

conjunta, gerando assim, um espaço de trocas e descobertas.

Para o espaço físico, o mesmo deve ser anexo a colégios estaduais, onde

uma grande parte da população jovem encontra-se concentrada, devendo ter salas

para oficinas, equipamentos como TV, aparelho de som, vídeo, material de

expediente, instrumentos e insumos próprios de acordo com o atendimento que será

prestado.

Deverão fazer parte desses serviços as instituições das áreas: saúde,

educação, trabalho, Ciretran, polícia militar, ONG’s (que atuam junto à juventude) e

outros, objetivando contribuir para o desenvolvimento integral daqueles.

15

1.2.1 Procedimentos metodológicos

O projeto foi desenvolvido inicialmente analisando o papel das escolas

públicas quanto ao atendimento psicopedagógico e social no Brasil, e fazendo um

levantamento dos projetos similares existentes para a juventude no Paraná.

Inicialmente o projeto foi aplicado no Colégio Estadual Reinaldo Sass,

com os alunos do ensino fundamental, médio e profissionalizante dessa escola

pública, no mês de outubro de 2007. A amostra foi definida a partir da conjunção de

fatores como disponibilidade de tempo e da colaboração da instituição sendo

aplicado o instrumento: Empoderamento da Juventude (Apêndice A).

Após analise dos dados coletados sobre a percepção da juventude

quanto ao empoderamento, foi então apresentado um roteiro para Implantação da

Ferramenta de Empoderamento da Juventude onde a mesma deverá agregar

elementos no decorrer de sua execução, visando avaliação dos possíveis erros, bem

como a incrementação de ações que possibilitem o empoderamento da juventude,

principalmente para incrementar o debate democrático no Paraná.

16

2 CONCEITOS E LITERATURA

Uma das características mais promissoras do Brasil é a ênfase que todos

os governantes (gestores) dão à educação; em todos os discursos e propostas de

governo são sempre prioridades, a educação e a saúde do seu povo.

Assim, para Guzzo e Euzébios (2005, p.39)

apesar dos grandes investimentos sociais fazerem parte do discurso dos chefes de Estado, a população não percebe a ação do poder público que, sufocado por interesses particulares, serve a determinados segmentos da população.

Da mesma forma, fala-se sempre em uma educação democrática,

eficiente, eficaz, efetiva e que contribua para a superação das desigualdades

sociais. Assim, prima-se por uma educação gratuita e obrigatória para todos. Sendo

estes direitos assegurados através da Constituição Federal de 88, na Lei de

Diretrizes e Bases, e outras leis e decretos que corroboram com estes direito (LDB,

1997).

No entanto, os dados sobre educação são constrangedores, os

adolescentes brasileiros com idade entre 14 a 17 anos que estão fora das escolas

somam cerca de 12 milhões. É muito baixo o percentual da população – jovem-

brasileira com idade entre 18 e 25 anos que estão nas universidades; cerca de 11%

ou 402 milhões (FOLHA DE LONDRINA, 2007).

Pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos em

2004, revela que, neste ano, apenas 0,2% dos (as) jovens entre 12 e 18 anos havia

cometido algum tipo de ato infracional. Destes, 73% eram crimes contra o patrimônio

e não contra a vida. (BONEFF 2004), observa-se que o patrimônio que é depredado

em sua maioria são escolas ou instituições públicas.

Apesar dos problemas apresentados a escola ainda é tida como um

espaço possível onde seus integrantes: alunos, corpo administrativo, equipe

pedagógica e familiares, podem interagir mutuamente e construírem num

desenvolvimento social uma nova ordem, ou seja, produzida na complexidade das

relações que são estabelecidas.

A juventude é uma presença constante nas escolas, e estas deveriam

garantir a emancipação da juventude, oferecendo oportunidade para a construção

da liberdade e responsabilidade, “[...] a instituição escolar é espaço privilegiado, em

alguns casos o único, para o acesso aos bens simbólicos que podem ser produzidos

pela experiência participativa” (IBASE, 2005).

No entanto, pode se observar que, a juventude está ausente na

construção das políticas públicas a eles relacionadas. Os alunos não são

estimulados a compartilhar de toda a vida escolar/comunitária com co-

responsabilidade, e este é um dos aspectos inalienáveis na vida

escolar/social/política dos mesmos. A escola, deve pautar sua prática na

transformação desses seres humanos, na construção da cultura, consequentemente

na transformação da realidade onde estão inseridas.

A educação consiste então na apropriação de todo o conhecimento que

anteriormente foi gerado e gestionado, construído historicamente pela humanidade

através da interação das pessoas com a cultura de seu tempo e o espaço na qual

estão inseridos.

A perspectiva de um trabalho interprofissional, consiste em um processo

compartilhado na prática educativa; uma construção da autonomia e na produção

histórica e cultural da juventude.

É uma tarefa que todos que compõem a equipe psicopedagógica e social

da escola podem colocar a disposição da juventude, seu conhecimento, seu

conjunto de aptidões e de atitudes, para que eles possam se empoderar e assim

construir políticas públicas que lhes digam respeito.

Assim, a escola deve ser um dos lugares onde se cria possibilidades para

o empoderamento da juventude, disponibilizando seus recursos (materiais,

humanos, pedagógicos) oferecendo oportunidades. Assim, a escola permite a

socialização dos jovens para questionarem e refletirem sobre si e o local em que

vivem, visando com isso a formação de sujeitos autônomos que possam alterar

através de novas práticas o seu meio, nas dimensões: individual, social, política e

institucional.

2.1 Conjuntura e juventude

Os setores dominantes da sociedade brasileira sempre se empenharam

na negação do direito à educação à maioria da população, não só por não garantir

18

acesso à educação, mas também, por preconizar uma educação restrita aos

interesses da elite.

As finalidades e os objetivos gerais da educação nacional estão

expressos em leis específicas, podendo citar algumas: a lei nº. 4.024 (promulgada

em 1961) denominada Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que foi

posteriormente alterada pelas leis nº. 5.540/68, que aborda especificamente o

ensino superior, e nº. 5.692/71 e 7.044/82, que alteraram as diretrizes e normas de

ensino de 1º e 2º graus. Em 1996 foi promulgada a nova LDB publicada sob o

número 9294/96 regulamentando o ensino no Brasil. A Constituição de 1988 deu

novas perspectivas ao sistema escolar e ao seu funcionamento, sendo que em

2001, foi publicada o Plano Nacional de Educação que trata basicamente da gestão

da Escola.

Segundo o art. 205 da Constituição Federal, a educação é direito de todos

e dever do Estado e da família - será incentivada e promovida com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Conforme Costa (2005), a escola deveria funcionar como mediadora da

interação social, uma vez que propaga valores de interação entre os alunos, sendo

assim o local preferencial de ensino, embora esse possa ser realizado em múltiplos

locais e meios. Apesar da existência de leis e normas de atenção à juventude,

percebe-se que as políticas públicas apresentadas para a juventude, não são

políticas da juventude e sim políticas para solucionar possíveis dificuldades.

Problemas que alguns membros desta parcela da sociedade apresentam, e elas são

em sua grande maioria para conformar esta população às normas vigentes, sendo

que a escola tem funcionado como instrumento eficaz desta conformação.

Assim sendo, essas políticas são quase nulas, pois excluem os jovens do

processo decisório/educativo e político, a juventude deve não apenas fazer parte de

uma política pública, mas também de participar, propondo, discutindo e ajudando a

programar as políticas.

Assim, políticas públicas da juventude devem possuir componentes

amplos e inter-relacionados, que não podem ser traçadas de forma isoladas, sob

pena de não se produzirem de fato, “[...] as políticas públicas para os jovens, só se

caracterizam como tal, se refletir as condições específicas da juventude, e advir de

19

pautas que realcem a capacidade e a participação política dos mesmos” (ARAUJO,

2007).

O processo de ensino aprendizagem nesse contexto possui importante

representação, pois deve ser compreendido na perspectiva da não transmissão de

um conhecimento especializado, dos quais os profissionais da educação são

detentores para uma população leiga, cuja vivência diária é desvalorizada ou

ignorada. Não se deve impor o conhecimento de alguns, acreditando que a

população venha a desaprender o que é vivido na prática cotidiana para incorporar o

novo aprendizado.

A falta de educação não é um problema possível de ser solucionado

individualmente, mas, se soma a ele elementos coletivos, técnicos - científicos, o

respeito à cultura e ainda, a necessidade de absorver o conhecimento ora exposto e

incorporá-lo ao cotidiano.

Assim, trabalhar com a noção de que Educação envolve o conjunto dos

processos pelos quais os indivíduos se transformam em sujeitos de uma cultura,

reconhecendo que existem muitas e diferentes instâncias e instituições sociais

envolvidas com esse processo de educar, algumas delas explicitamente

direcionadas para isso, enquanto que em outras esse processo educativo não são

tão explícitos e nem institucionais (COSTA, 2005).

Constata-se que programas focalizados em temas variados como drogas, inclusive álcool e tabaco, práticas sexuais desprotegidas, gravidez na adolescência, nutrição ou trânsito, são muito eficientes em aumentar conhecimentos, tem alguma eficiência em mudar atitudes e, com raras exceções, são ineficientes na mudança de práticas relacionadas à saúde (MEYER, 2006, p.4).

Conforme Meyer (2006), as mudanças de comportamento são produtos

muito raros do processo educativo já implantado e mais do que isso, se constata que

as múltiplas dimensões que interagem nos ambientes onde transcorre a vida tornam

muito difícil vincular diretamente as atividades da educação aos componentes que

emergem do tempo.

20

2.2 Adolescência/Juventude

O conceito adolescência tem sua origem e sua história que coincidem

com a modernização e a industrialização, assim o período conhecido como

adolescência tem na “modernidade o sentido de uma moratória, período dilatado de

espera vivido pelos que já não são crianças, mais ainda não se incorporaram à vida

adulta” (NOVAES e VANNUCHI, 2004, p.91).

Para os autores, esta fase da vida é marcada pela ampliação do período

de formação escolar, pela escassez e competitividade do mercado de trabalho, o

que proporciona ao jovem a continuidade da dependência da família.

As dificuldades impostas pela pouca idade, ausência de trabalho, a falta

de capacitação profissional remete estes adolescentes para uma juventude mais

prolongada; nas classes médias para além da graduação e para os jovens das

classes menos favorecidas para o abandono da escola, a precoce inserção no

mercado de trabalho, muitas vezes traduzidos como subempregos, subsalários ou

mesmo marginalidade.

Desta forma, a mídia converte a juventude em consumidores potenciais, e

para tanto as propagandas/publicidade são voltadas para atrair estes consumidores;

bem como incutir nos mais “velhos” a idéia da “eterna juventude”, pois os transforma

em modelo de beleza, liberdade de sensualidade para todas as idades, classes

sociais e sexo.

Ainda de acordo com Novaes e Vannuchi (2004, p.93), “o adolescente

pós-moderno desfruta de todas as liberdades da vida adulta, mas é poupado de

quase todas as responsabilidades”.

Com base em diagnóstico da situação dos jovens este projeto busca

enfrentar o desafio de se posicionar sobre os mecanismos que se consideram

fundamentais no empoderamento da juventude brasileira. Nessa direção, aponta-se

para o conceito de capital social como ferramenta essencial na superação dessa

condição da juventude. Aponta, ainda, para a necessidade de fomentar ações

coletivas nas escolas, nos grupos de convivência e também na família. Tais esforços

podem levar para a constituição de redes baseadas na confiança recíproca, na

solidariedade e na constituição de raízes que poderão, em longo prazo, ser

importantes na configuração de uma cultura política participativa (NAZZARI, 2006).

21

2.3 Políticas públicas para os jovens

A ausência de políticas públicas da juventude é antiga, pois os jovens

brasileiros sempre se mostraram vulneráveis a questões como desemprego,

violência, drogas, falta de lazer e outros; soma-se a isto a falta de investimento em

educação, saúde e programas de geração de rendas.

Políticas públicas devem ser então compreendidas como um conjunto de

ações que são coordenadas com objetivo público, sendo estabelecido o diálogo

entre o Estado e a sociedade civil, na proposição, na formulação, no

acompanhamento e nas avaliações das políticas para a juventude.

No entanto, a participação da juventude já há muito se faz notar, nos anos

60 e 70 a participação da juventude aparece nos movimentos de contestação, nos

movimentos de contra-cultura, nos anos 80 podemos citar, por exemplo, o

movimento social que ficou conhecido como as “Diretas Já”, que foi um marco

significativo da participação da juventude; demonstrando ao Estado Brasileiro a

força, determinação e a vontade de mudança dessa parcela da sociedade brasileira,

da mesma forma no ano de 1992 a juventude marcou sua participação de forma

efetiva quando da realização do impeachment no então Presidente da República

Fernando Collor de Mello. Na década atual a participação da juventude embora

fragmentada encontra força nas organizações do jovem do campo, da cidade e

pelos movimentos sociais. Frente a estes movimentos reivindicatórios e de

contestação, o Estado passa a redigir políticas públicas para a juventude( MORAES

2005).

Não se pode negar que os jovens se mobilizam em função de mudanças

embora sejam uma minoria, para Novaes (2000) é positivo a participação da

juventude de hoje, pois “[...] através de atividades culturais e experimentos sociais,

podemos trazer para a agenda pública a questão dos sentimentos e contribuir para

mudanças de mentalidade[...]” (NOVAES, 2000, p. 54).

Nesse sentido a participação se caracteriza por uma força de atuação

consciente, pela qual os jovens “membros de uma unidade social reconhecem e

assumem seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica dessa

unidade, de sua cultura e de seus resultados” (MIRANDA, 2003, p.23). Esse poder é

resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e agir em torno de

questões que lhe são afetas.

22

Assim, a partir de 2004 o Governo brasileiro criou a Secretaria Executiva

de Políticas Públicas para a Juventude, e está vinculada ao Gabinete da Presidência

da República. No Congresso Nacional também foram criadas Comissões Especiais

destinada a acompanhar propostas de políticas para a Juventude.

A partir do dia 01 de fevereiro de 2005 o Brasil deu passo significativo na

construção efetiva das políticas públicas para a juventude. O presidente da

República criou, nesta data, o Conselho Nacional de Juventude, a Secretaria

Nacional de Juventude e o Pró-jovem, cujo objetivo primeiro é o de elaborar e

implantar política voltada para a população de mais de 34 milhões de pessoas de 15

a 24 anos de idade. Esta iniciativa desencadeou outras em nível regional e estadual.

Por sua vez, no Estado do Paraná foi criado a partir de 10 de Junho de

2007, a Secretaria de Estado da Criança e da Juventude, em substituição ao Iasp

(Instituto de Ação Social do Paraná), com objetivo de avançar e articular ações

referentes à juventude.

Segundo a secretária da pasta Thelma Alves de Oliveira, o sistema sócio-

educativo do estado evoluiu bastante servindo de referência para outros Estados

brasileiros.

Como temos um contingente enorme de jovens com até 24 anos no Paraná, com mais de 40% da população demandando políticas públicas específicas, devemos direcionar nosso trabalho para a melhoria de tudo o que diz respeito aos direitos das crianças e dos adolescentes. (AEN. 2007).

A secretária ainda afirma que é necessário estabelecer com a maior

brevidade um pacto pela infância e juventude, onde diferentes Secretarias de Estado

(Saúde, Educação, Segurança Pública, Trabalho, Emprego e Promoção Social, e da

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) possam trabalhar juntas, visando ampliar as

políticas públicas a eles relacionadas. “Temos que mudar o olhar, parar de ter medo

dos adolescentes e trabalhar na perspectiva da esperança, da solidariedade, da

crença, da mudança histórica” (AEN, 2007).

23

2.4 Programas para a juventude

a) Alfabetização para Jovens do Campo, com faixa etária de 15 a 29

anos, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e

Ministério da Educação e Cultura, tendo como objetivo favorecer a

alfabetização do jovem do meio rural e assim facilitar a inserção

desses nas discussões da política pública voltada para eles;

b) Brasil Alfabetizado, voltado para o Jovem rural e objetiva garantir um

requisito básico que é o acesso à leitura, ao conhecimento e a cultura

da população jovem;

c) Projeto Alfabetização de Jovens e Adultos, cujo objetivo é promover o

aumento da escolarização de jovens e adultos;

d) Pró-Jovem, é um Programa Nacional de Inclusão de Jovens, cujo

objetivo é atender a parcela significativa e extremamente vulnerável da

população jovem com idade entre 18 e 24 anos que tenham

completado a 4ª série do Ensino Fundamental e não concluíram a 8ª

série e nem tem qualificação adequada para ingressar no mercado de

trabalho, esses alunos recebem ajuda de R$ 100,00, e ainda curso de

elevação de aprendizagem para concluir o Ensino Fundamental,

inclusão digital e qualificação profissional adequada ao seu nível de

ensino e às oportunidades de trabalho em sua cidade.

O Governo Federal instituiu ainda programas sociais com ações voltadas

para a juventude numa perspectiva intersetorial, tais como: Programa Saúde do

Adolescente e do Jovem (Ministério da Saúde); Programa Especial de Treinamento

(PET- Ministério da Educação), Prêmio Jovem Cientista (Ministério da Ciência e

Tecnologia); Pró Uni; Proteção Social à Infância, Adolescência e Juventude, Cultura,

Identidade e Cidadania e outros.

No dia 05 de setembro de 2007 o Governo Federal lançou programa

unificando os já existentes: Agente Jovem, Pró-Jovem, Saberes da Terra, Consórcio

da Juventude, Juventude Cidadã e Escola da Fábrica, em um único programa o Pró-

Jovem onde pretende triplicar o número de atendimento. Esse programa ficará então

dividido em Pró-Jovem Urbano, Pró-Jovem Campo, Pró- Jovem Trabalhador e Pró-

Jovem Adolescente.

24

Com a unificação o governo pretende atender até 2010, quatro milhões de

jovens com idade de 15-29 anos, todos em situação de vulnerabilidade social, e

possibilitar que eles sejam reintegrados ao processo educacional, recebam

qualificação profissional e tenham acesso à cidadania e lazer. (Políticas para a

Juventude).

Da mesma forma alguns Estados também pressionados pelas ONG’s,

Movimentos Estudantis, Grupos Religiosos e outros iniciam a trajetória na

construção de políticas que possam estar vindo ao encontro da juventude.

No Estado do Paraná, foi instituído o Projeto Juventude Cidadã que visa

qualificar 3,5 mil jovens de baixa renda em 44 municípios. Este programa é uma

ação do Governo Federal que será desenvolvido pela Secretaria do Trabalho,

Emprego e Promoção Social em parceria com os municípios; objetivando inserir

socialmente e qualificar profissionalmente os jovens e adolescentes com idade entre

16 e 24 anos, estando eles em situação de vulnerabilidade social. No entanto esses

jovens deverão estar matriculados no Ensino Regular ou que tenham terminado o

Ensino Médio, mas que estejam desempregados.

Outro aspecto importante do projeto é que a renda média por pessoa na

família, tem que ser de até ½ salário mínimo e ao receber a qualificação profissional

os jovens deverão realizar trabalho voluntário na comunidade em que vivem.

Além das ações existentes, destacadas neste estudo, existem outros projetos

para a juventude no Paraná, entre eles o da Lei nº. 15.075 de maio de 2006, que é

objeto deste trabalho de conclusão. É um projeto bastante amplo e quando

implantado poderá trazer ganhos significativos para empoderamento da juventude

no estado e no país. Assim, destaca-se a seguir a matéria do Gabinete do Deputado

Luiz Carlos Martins proponente da citada lei que diz:

Professores são as primeiras vítimas [...] Nas últimas décadas, de acordo com os índices apresentados na Síntese dos Indicadores Sociais 2003 pelo IBGE, o número de homicídios, acidentes, suicídios e outras causas não naturais envolvendo jovens cresceu a taxa de 173% entre 1991 e 2000, totalizando 1,11 milhões de mortes violentas. As razões; crises sociais e justiça criminal arcaicas, só para citar velhas conhecidas da sociedade brasileira, colocam em posição de confronto pais, professores e estudantes. O fenômeno de tão alarmante já ganha ar de cancro social, comprometendo a combalida segurança pública. Vítimas diretas, os professores sofrem diariamente com os reflexos da violência que começa nas ruas e termina no pátio da escola, e, não raro dentro da sala de aula. De acordo com o psicanalista Raymundo de Lima, professor do

25

Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá, esse cenário contribuiu em parte para o aparecimento cada vez maior de casos de transtornos mentais entre a categoria. Os professores estão sofrendo de fobia escolar, antes um fenômeno exclusivo de crianças. Muitos estão deixando o magistério. Os números apresentados pela Secretaria de Estado da Educação confirmam que 27% dos afastamentos por doença na Rede Estadual de Ensino são por depressão, síndrome do pânico, ansiedade e bipolaridade (MARTINS, 2006).

Frente ao pensamento de Martins; é possível afirmar que os professores

(agentes educacionais) são ao mesmo tempo responsáveis por uma mudança nos

rumos da Educação, assim como também, são vítimas da própria dinâmica imposta

pelo sistema e pela precarização do ensino público.

2.5 Empoderamento da juventude no Paraná

O conceito empoderamento, vem sendo utilizado para expressar a

aquisição de uma consciência coletiva da dependência social e da dominação

política, traça uma ponte entre o local e o global, ampliando o contexto de inserção

do indivíduo para além da sua realidade/comunidade, articulando com noções mais

amplas = macro.

O empoderamento traz embutido em si componente de transformação da

realidade, pois é um processo que envolve elementos individuais e coletivos. Sendo

assim, é a possibilidade de compreensão a respeito da realidade do seu meio social,

político, econômico, ecológico e cultural, refletindo sobre os fatores que dão forma

ao seu meio ambiente bem como a tomada de iniciativas no sentido de melhorar sua

própria situação.

Assim, empoderamento é muito mais que participação, é a tomada de

decisão, o controle por parte de quem não detinha nenhum poder quanto às políticas

que lhes diziam respeito; é o sair da condição de objeto de uma política para

assumi-lo de uma posição crítica e ativa ao longo do processo decisório.

É preciso mobilizar o jovem e oferecer a ele condições para uma atuação

construtiva, mobilizando-o para a verdadeira cidadania, pois empoderamento traz

consigo os componentes de transformação da realidade, sendo então um processo

que envolve elementos individuais e coletivos.

26

Dessa forma, cidadania então pode ser compreendida como produto de

histórias sociais protagonizadas pelos grupos sociais. Ela é entendida abrangendo

os direitos civis do cidadão como portador de direitos e deveres, além de considerá-

lo criador de direitos e deveres, condições que lhe possibilita participar da gestão

pública.

Cidadania demonstra uma tomada de consciência da população que vem

pouco a pouco ganhando terreno, adquirindo uma postura renovada, saindo da

posição daqueles que recebem soluções/respostas prontas do Estado para uma

nova realidade, onde o cidadão, de forma responsável e consciente, participa da

estrutura da realidade; buscando existência digna para todos, com trabalho, lazer,

educação, saúde, meio ambiente equilibrado, entre outras necessidades humanas.

“O povo tem direito, numa democracia de verdade, de participar do governo, e não

apenas de esperar os resultados dele” (MOTTA e DOUGLAS, 2000.p.54).

O exercício da cidadania é facilitado pela existência de instâncias que

promovam a defesa dos interesses do cidadão (jovem) nas relações com órgãos

públicos, privados e ONG’s. Desta maneira deve-se pensar em uma educação para

a cidadania, onde a socialização das informações, o envolvimento na tomada de

decisão dentro de um processo de diagnóstico, planejamento e a execução dos

projetos e iniciativas sociais são fundamentais.

2.6 Intersetorialidade

Intersetorialidade significa ações articuladas e coordenadas, utilizando e

disponibilizando os recursos existentes em cada setor (material, humanos,

institucionais) de modo mais eficiente, direcionando-os para ações que obedeçam a

uma escala de prioridades estabelecidas em conjunto. Recursos dispersos e

aplicados sem um planejamento global são mais facilmente desperdiçados ou

utilizados por grupos isolados para seus interesses particulares.

Esta é uma premissa básica da política de atenção à juventude. Enquanto

os diferentes setores do governo e da sociedade civil agirem isoladamente, não se

terá uma política para a juventude efetiva.

A intersetorialidade se coloca como única alternativa para responder às

necessidades de uma população de aproximadamente 160 milhões de habitantes,

27

que passa por transformações de grande impacto, como a taxa de urbanização, que

já aparece como de 78%. (CES/PR.1997)

2.7 Atendimento psicopedagógico e social

O atendimento psicopedagógico e social deve ser compreendido como a

necessidade de intervenção no local onde o jovem está inserido - escola- que exige

o experimento de situações distintas e inesperadas, que demanda constantes

intervenções. Assim, o objetivo do atendimento dessa natureza é fornecer ao

jovem/estudante atendimento preventivo, proporcionando um espaço para

reestruturação cognitiva e comportamental diante dos conflitos atuais

experimentados no cotidiano. “Esta proposta de atendimento psico-pedagógico e

social visa atender não apenas os alunos mais também auxiliar funcionários e

família/comunidade” (MARTINS, 2006).

Observa-se, no entanto que a proposta apresentada quando da

aprovação do Projeto Lei nº. 15.075, mais uma vez visa colaborar para a

acomodação dos estudantes, frente à problemática dos conflitos habituais

experimentados por eles, ou seja, no “jovem estudante está o problema”.

Desta forma, o atendimento deve se dar através do aconselhamento

psicológico com abordagem breve e preventiva visando detectar componentes

cognitivos que estão gerando comportamentos disfuncionais. Sendo então possível

traçar soluções para resolver o problema. Outra forma de abordagem diz respeito ao

atendimento coletivo, ou seja, intervenção realizada em grupos, objetivando

socializar informações e apoiar os jovens/estudantes num processo de colaboração,

envolvendo-os na tomada de decisão dentro de um processo de diagnóstico,

planejamento e a execução de projetos e de iniciativas sociais.

Para tanto, utilizando técnicas que potencializem a juventude em suas

habilidades sociais e comportamentos de participação no processo de construção,

visando a superação das dificuldades apresentadas, assim como contribuir para a

autonomia, a autoconfiança e a identidade, ou seja, o pleno exercício da cidadania.

28

3 RESULTADOS PRELIMINARES

3.1 Percepção da juventude quanto ao empoderamento

O presente estudo foi realizado no Colégio Estadual Reinaldo Sass no

município de Francisco Beltrão, pertencente ao Núcleo Regional de Educação de

Francisco Beltrão – PR. Este colégio teve no ano de 2007 matriculados 1.033

alunos, estando eles divididos em 03 turnos (matutino, vespertino e noturno);

correspondendo aos cursos de Ensino Fundamental, Médio e profissionalizante,

Técnico em Enfermagem e subseqüente. No entanto a pesquisa foi realizada

através de amostragem em 67 alunos perfazendo um total de 10 % dos matriculados

cuja idade compreendia entre 14 á 25 anos, dos períodos matutino, vespertino e

noturno envolvendo todos os cursos, de acordo com o curso, a série e as turmas.

(Apêndice B).

Desta forma, serão utilizados os resultados da pesquisa “Empoderamento

da Juventude” realizada no Colégio Reinaldo Sass no ano de 2007. A pesquisa era

composta por 16 perguntas, sendo questões abertas e fechadas, (Apêndice A)

Entre os 67 alunos entrevistados, a faixa etária é de 14 a 25 anos, sendo

que as idades predominantes são: 17 anos total de 22% dos alunos, seguido por 15

anos 21% e 14 anos 19,4%. Destes verifica-se que a maioria 52 % é do sexo

feminino e 48 % é do sexo masculino, o estado civil dos entrevistados é de 4,48 %

casados e 95,6% solteiros, observa-se que os casados são do sexo feminino e estão

cursando o Ensino Profissionalizante. A predominância de anos estudados é de

71,64 % cursando o Ensino Médio. A renda mensal familiar é de 22,39 % (4 salários

mínimos), 44,78 % (3, 2 salários mínimos e ainda não souberam e não

responderam), e 4,48 % (1 salário mínimo). (Vide Figuras 1, 2, 3, 4,5).

02468

10121416 14 15

16 17

18 19

20 21

22 23

24 25

NR

Figura 1. Faixa Etária dos Alunos do Colégio Reinaldo SassFonte: dados da investigação da autora (2007)

3235

0

5

10

15

20

25

30

35

MASCULINOFEMININO

Figura 2. Sexo dos alunosFonte: dados da investigação da autora (2007)

3

64

0

20

40

60

80

CASADO

SOLTEIRO

Figura 3. Estado civil dos alunosFonte: dados da Investigação da autora (2007)

30

0

5

10

15 1 SALARIO

2 SALARIOS

3 SALARIOS

4 SALARIOS

5 SALARIOS

6 SALARIOS

7 SALARIOS

8 SALARIOS

9 SALARIOS

10 SALARIOS

+ DE 10 SALARIOS

Figura 4. Renda familiar mensalFonte: dados da Investigação da autora (2007)

12

48

7

0

10

20

30

40

50ENSINO FUNDAMENTAL

ENSINO MÉDIO

ENSINO PROFISSIONALIZANTE

Figura 5. Escolaridade dos alunosFonte: dados da Investigação da autora (2007)

Na construção de uma sociedade democrática é necessário que os jovens

estejam inseridos na comunidade criando e fortalecendo as redes sociais e estas

estão baseadas em normas que são compartilhadas e em relações de confiança,

assim pode-se observar nas Figuras 6, como os alunos entrevistados avaliam as

instituições em suas comunidades.

31

1 1 1

6

1

14

12

17

8

5

1 1 10

2

5

9

13

19

9

7

1 10 0

1

78

19

13

11

3 3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

PODER LEGISLATIVO PODER EXECUTIVO PODER JUDICIÁRIO

1 1 1

5

3

1

7

12

1413

9

3

0

3

6

2

4 4

11

1312

8

0

2

4

6

8

10

12

14

SUA IGREJA IGREJA CATÓLICA

32

2 21

0

3

6

910

19

6

9

3

1

54

8

10

13

65

7

5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

EXERCITO POLICIA

76

9

11

9

11

6

4

21 1

0

2

4

6

8

10

12

PARTIDOS POLITICOS

33

0 0

3

0

10

1211

9

14

6

2

0 0 01

3

10

16

1011

13

3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

ASSOCIAÇÕES SINDICATOS

10

21

6 67

18

7

12

6

10 0

12

8 8

1110

14

12

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

MOVIMENTOS SOCIAIS ONGs

Figura 6. Nível de confiança nas instituiçõesFonte: dados de investigação da autora (2007)

Sobre os índices de confiança nas instituições constata-se que a

juventude tem confiança positiva nas instituições exército, poder executivo, poder

judiciário, sendo que o poder legislativo, os movimentos sociais e as igrejas

receberam valores medianos e os partidos políticos, as ONG’s e a polícia,

34

receberam uma avaliação com menor nível de confiança. Isso demonstra a

fragilidade das instituições e das relações que poderiam estar incentivando o

empoderamento da juventude, conforme Figura 7.

0

10

20

30

40

50

60

Participasem pre

Participa asvezes

Não participa NR/NS

Festas com unitárias

Passeios

Bailes

AssociaçõesdesportivasAssociações religiosas

AssociaçõestradicionaisAssociações estudantis

Associações s indicais

Associaçõescom unitáriasOngs

Com ícios

Manifestações públicas

Conselhos escolares

Orçam ento participativo

Figura 7. Quais atividades você participa com mais freqüência?Fonte: dados da investigação da autora (2007)

Quanto as atividades que os alunos participam, sempre destacam-se as

relacionadas à associações religiosas, desportivas e aos passeios, e as com

menores participação estão as ONG’s, o orçamento participativo, os comícios,

associações estudantis e associações sindicais. Esta baixa participação mostra a

fragilidade das relações, bem como a falta de credibilidade em ações de cunho

político, segundo Figura 7.

A falta de engajamento dos jovens em movimentos sociais, estudantis, na

comunidade faz com que eles não se valorizem e não se empoderem de sua

juventude, faz com que eles não assumam sua identidade e se transformem em

sujeitos da construção social de sua realidade. Pois a juventude com seu espírito

criativo e dinâmico é a garantia da transformação de sua realidade.

No entanto, faz-se necessário observar que a socialização ocorre nos

mais diferentes locais, entre elas encontra-se a religião como orientadora e

fortalecedora de crenças e valores, bem como funcionando como aglutinador e

facilitador de grupos comunitários. Assim a religião [...] “se coloca na atitude de

35

acolher enquanto o mercado se coloca na atitude de afastamento para o

individualismo [...]” (NAZZARI, 2006, p.53). Nesta direção convêm observar os

resultados das Figuras 8 a seguir:

0 0 0 01

24

5

21 21

13

0

5

10

15

20

25

FAMÍLIA

0 01

0

3

6

910

20

12

6

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

ESCOLA

36

8

0

3

01 1

3

5

15

18

13

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

TRABALHO

1 12 2 2

8

14

17

11

6

3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

COMUNIDADE

43

2 23

14

9

11 11

5

3

0

2

4

6

8

10

12

14

ESTRANHOS

Figura 8. Nível de cooperação com as pessoasFonte: dados da Investigação da autora (2007)

37

Nesta questão destaca-se o alto nível de cooperação na família e na

escola; de cooperação mediana encontra-se a participação no trabalho, ficando a

cooperação com a comunidade e com estranhos, com um índice mais abaixo.

Assim, percebe-se que a família constitui elemento fundamental para os alunos; pois

é no cotidiano familiar que se revela a identidade dos jovens e a

cotidianidade familiar, repleta de tensões e conflitos, é um dos lugares onde os indivíduos se confrontam como pessoa e onde encontram alguma possibilidade de manifestar suas ânsias e frustrações. O âmbito familiar, inclusive, reproduz, de forma particularizada, as relações de poder que se verificam no conjunto da sociedade. (BRANDALISE, 2002, p.7).

Desta forma, a família deve ser envolvida quando da implantação do

programa, tendo em vista a formação da rede social interligada a ela, conforme

destacou-se na Figura 8. Neste sentido, os estudantes foram questionados sobre as

seguintes afirmações relacionadas à política e a democracia, conforme Tabela 1 a

seguir:

Tabela 1. Qual sua opinião sobre as seguintes afirmações?Concorda Concorda em parte Discorda Não sabe

Os políticos são corruptos

24 41 02 00

É interessante discutir política

39 15 09 04

Os políticos não cumprem suas promessas

24 38 04 01

Democracia é a melhor forma de governo

26 31 03 07

Autoritarismo é a melhor forma de governo

04 11 35 17

Às vezes o autoritarismo é necessário

20 31 06 10

Sou indiferente à forma de governo

07 23 21 16

Fonte: dados da investigação da autora (2007)

Nesta questão destaca a percepção dos alunos quanto à atuação dos

políticos quando 41 dos entrevistados, ou seja, 61,19% concordam em parte que os

políticos são corruptos, sendo também significativo o quantitativo de 24 alunos ou

35,83% que concordam totalmente com tal afirmação. Quando perguntado se os

38

políticos não cumprem suas promessas, a maioria dos alunos 56,71%, responderam

que concordavam em parte com tal afirmação, no entanto 35,82% concordam

plenamente com a afirmação. Assim, de acordo com o Gráfico 9 pode-se afirmar que

é baixa a confiança da juventude quanto a atuação dos políticos. Vale observar

ainda as resposta dos alunos que discordam das afirmações, sendo que na visão

destes, o autoritarismo é a melhor forma de governo.

15

1211

9 98

6

3 3 32 2 2 2 2

1 1 1 1 1 1 1 102468

10121416

NR/NS Corrupção ViolênciaDesigualdade Social Fome DesempregoPobreza e Miséria Má distribuição de renda Racismo/PreconceitoTráfico/ consumo de drogas Capitalismo Educação

Saúde Falta de moradia Falta de OportunidadesDivisão de Classe Social Seca SegurançaTerrorismo Política EnchentesFalta de leis Lixo

Figura 9. Principais problemas enfrentado pelo Brasil hojeFonte: dados da investigação da autora (2007)

Observa-se na questão que era a única aberta, foi solicitado aos alunos

que opinassem sobre o principal problema enfrentado pelo Brasil hoje, no entanto

vários entrevistados elencaram mais que um problema. Destaque deve ser dado aos

alunos que não responderam ou não sabiam dar sua opinião quanto ao tema. A

corrupção foi a que mais se destacou 12 alunos a citaram, ficando em segundo lugar

a violência com 11 indicações, seguida pela fome e as desigualdades sociais onde

09 entrevistados as destacaram. Assim a corrupção é um problema muito sério e

está na ordem do dia segundo a visão dos alunos.

39

Figura 10. Grau de confiança nas seguintes personalidades:Fonte: dados da investigação da autora (2007)

Aqui a confiança interpessoal é alta, haja vista que 88% dos alunos

elegeram a mãe como a personalidade que confiam sempre, sendo seguida pela

confiança no pai, e nos irmãos; o diretor da escola e os professores tiveram 58,20%

votos cada, no quesito confiam pouco, encontram-se o presidente da república, o

governador, o prefeito e os dirigentes de partidos com 66% dos votos. Vale ressaltar

que os governantes (presidente, governador, prefeito), foram também os que

receberam maior quantidade de votos no que diz respeito à não confiança, ou seja,

que não são dignos de confiança para eles. No entanto, sabe-se que a informação é

o ponto inicial para construção de redes de capital social, assim as agências

socializadoras têm importante papel a desempenhar, neste sentido os mesmo foram

questionados, sobre quais as suas principais fontes de informação, como destaca a

Figura 11 a seguir:

0

10

20

30

40

50

60

Confio sem pre Confio as vezes Não confio

Presidente daRepublicaGovernador

Prefeito

Dirigente departidoDirigente de suaigrejaDiretor de suaescolaProfessores

Seu pai

Sua m ãe

Seus irm ãos

Parentes

Seus colegas detrabalhoSeus am igos

40

Figura 11. Principais fontes de informaçõesFonte: dados da investigação da autora (2007)

Nesta questão onde foram solicitadas as três principais fontes de

informações, os alunos responderam que: a televisão ainda é o principal veículo de

comunicação mais acessado para se obter informações sobre a comunidade, sendo

que 91% dos entrevistados a utilizam, em seguida encontram se o jornal, 67%

alunos e a internet 50,74% alunos. As revistas figuram entre as menos acessadas

pelos alunos 7,5% apenas a citaram.

A pergunta que se faz é como estes jovens recebem o conteúdo da mídia.

E como estas informações contribuem para que eles possam ter posicionamento

político, ideológico claro em relação a si e a sociedade na qual estão inseridos. Por

que não se pode negar que a cultura transmitida pela mídia são assimiladas por

estes jovens, seja através da música que ouvem, dos costumes que transmitem, das

roupas que vestem e outros.

Assim os meios de comunicação podem ser instrumentos que

domesticam a mente das pessoas, pois os jovens raramente pensam sobre o que

estão consumindo. Segundo Bogo (2000, p.93), a invasão ideológica dos meios de

0

10

20

30

40

50

60

70 Escola

Trabalho

Igreja

Jornal

Rádio

TV

Revistas

Internet

Não sabe

Não procura inform ações

41

comunicação faz com que as pessoas percam a iniciativa de pensar, obriga ao povo

descartar aspectos fundamentais na produção da existência cultural própria, ou seja,

“impõe o que deve-se consumir e apreciar na mídia. Enfim, perde-se o direito de ser

um verdadeiro povo”. Porém, no que se refere às percepções dos jovens sobre a

oportunidades para o futuro, a Figura12 demonstra que:

Figura 12. Oportunidades para o FuturoFonte: dados da investigação da autora (2007)

Dos alunos entrevistados (49,25%) acreditam que as pessoas terão

melhores oportunidades nos próximos anos, (21%) acham que vai piorar. No entanto

dos 67 alunos (11,94%) não responderam ou não tinham opinião sobre a questão.

Sabe-se que o associativismo pode promover soluções conjuntas para os problemas

da escola e do país, a Figura 13 destaca o índice de participação dos jovens

entrevistados em associações ou grêmios estudantis, conforme se destaca a seguir:

Figura 13. Participação de associação ou grêmioFonte: dados da investigação da autora (2007)

VAI MELHORAR

VAI PIORAR

VAI FICAR IGUAL

NS/NR

0 10 20 30 40 50

SEMPRE

AS VEZES

NUNCA

NS/NR

NÚMERO DEALUNOS

42

Entre os alunos entrevistados, (58,20%) deles nunca participa de

associações ou Grêmio Estudantil, outros (23,90%) participam às vezes destas

entidades, e ainda (7,46%) de alunos não responderam ou não sabiam a respeito

das organizações estudantis. Neste sentido, pode se observar que a juventude

necessita de maiores informações sobre Grêmio Estudantil ou outra forma de

Associação Estudantil.

A maioria (52%) dos entrevistados assinalou que às vezes se sentem

motivados para participar de atividades associativas, enquanto (26,90%) sempre

estão motivados para participar, (17,90%) nunca querem participar, enquanto

(2,98%) não responderam ou não tinham opinião sobre o tema associativismo.

Figura 14. Grau de Cooperação com as pessoasFonte: dados da investigação da autora (2007)

Nessa questão os alunos demonstram ter elevado grau de satisfação com

a escola, direção e com os colegas. Isso demonstra que a escola deve ser o local

comprometido com a construção da cidadania destes jovens, bem como a escola

deve contribuir para a “[...] geração de identidades coletivas sólidas entre os alunos

e a instituição” (BAQUERO e BAQUERO, 2005, p.140).

Tendo em vista este cenário descrito, sabe-se que um longo caminho

deve ser trilhado para as mudanças de valores e crenças a fim de fortalecer a

democracia no País. Assim, a implementação da lei 15.075 pode colaborar para

ampliar os estoques de capital social e associativismo e construir uma sociedade

mais justa e igualitária.

0

5

10

15

20

25

30

35

Sua escola

A direção da escolaOs professoresParticipação dos pais na escola

Aos colegas

43

4 CONSIDERAÇÕES E RESULTADOS ESPERADOS

A realização do presente estudo tendo como base o Colégio Estadual

Reinaldo Sass de Francisco Beltrão, foi bastante satisfatória, pois a direção do

colégio, tanto quanto à equipe administrativa, e os professores foram muito

receptivos e colaboraram para a realização do trabalho, fornecendo material de

apoio, colocando os alunos, os profissionais administrativos e o espaço físico para

que fosse possível realizar a pesquisa; bem como colocando a escola à disposição

para que seja desenvolvido o projeto a partir do ano de 2007 junto aos alunos e

professores.

Vale ressaltar que, quando foi iniciado o projeto “Empoderamento da

Juventude pelo Programa de Atendimento Psicopedagógico e Social na Rede de

Ensino Pública do Paraná”, bem como toda a bibliografia que foi estudada apontava

para a juventude um período da vida do ser humano compreendido entre os 15 aos

25 anos. No entanto quando foi para a aplicação do questionário, fez-se necessário

baixar a idade para os 14 anos, uma vez que se pretendia coletar informações de

alunos do Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, e a maioria dos alunos

encerram o Ensino Fundamental (8ª série) com 14 anos de idade, e a visão destes

alunos era importantíssima para a compreensão de como está o empoderamento da

juventude nesse colégio.

Após o estudo bibliográfico e a aplicação do questionário junto aos alunos

do Colégio Estadual Reinaldo Sass de Francisco Beltrão, percebe-se a necessidade

urgente da implantação de políticas públicas que contribuam para o empoderamento

dos jovens no Paraná.

Percebe-se que são muitas as dificuldades quando da implantação de

políticas para a juventude, as iniciativas existentes encontram diferentes barreiras

que as obrigam a se inserir em outras políticas, tais como educação, saúde etc., e

ainda são incipientes os recursos institucionais, financeiros e humanos destinados

às demandas dessa parcela da população.

Assim, a implantação do projeto “Empoderamento da Juventude pelo

Programa de Atendimento psicopedagógico e Social na Rede de Ensino Público do

Paraná” é uma destas iniciativas, uma vez que poderão ser utilizadas as

dependências da escola, a equipe pedagógica e a equipe técnica; e ainda por se

tratar a escola, um dos locais onde “necessariamente” a juventude passa 1/3 de seu

dia.

No entanto, a interação com outras instituições, secretarias e ONG’s é

importante para assim agregar crenças e valores ampliando os índices de capital

social na escola e conseqüentemente na comunidade. Observa-se assim que, os

jovens possuem uma pré-disposição à atividades comunitárias (nessa pesquisa

aparecem ligadas à igreja); este fator é importantíssimo para a formação e

fortalecimento de redes de cooperação, assim como possibilitam a expansão do

capital social. Esse fato foi corroborado quando da aplicação da pesquisa, onde era

explicado o objetivo da mesma, e os alunos decidiram colaborar de forma

espontânea, sendo que em algumas salas não foi necessário sequer utilizar o

sistema de sorteio, pois houve indicação para a vontade de participar.

Com a implantação desse projeto acredita-se estar estimulando estes

jovens na geração de capital social, pois os alunos têm na escola espaço para a

interação social com diferentes atores, sejam eles os colegas de colégio,

professores, direção e a própria comunidade na qual estão inseridos.

Outro aspecto que se faz necessário é repensar a Educação como um

todo, desde o currículo nas universidades, os projetos políticos pedagógicos nas

escolas e as práticas profissionais, haja visto, que os alunos estão recebendo

poucas informações que os possibilitem atuar como cidadãos num processo

democrático. Isto pode ser percebido quando da aplicação do questionário onde

muitos conceitos que estão constantemente sendo vinculados na mídia, parecem

distante dos alunos. Em diversos momentos, houve a necessidade da investigadora

estar clareando conceitos como: democracia, autoritarismo, ONG’s, legislativo,

executivo e outros. Podendo ser citado também que na questão 10 foi significativo o

número de alunos que não responderam ou não souberam responder a respeito dos

principais problemas que o país enfrenta hoje.

Os educadores precisam tomar novas posturas quanto o seu papel, e

pensar a educação num aspecto mais amplo, possibilitando que mesmo

desenvolvendo os conteúdos educacionais e programáticos os alunos possam estar

sendo trabalhados de modo a permitir que através do conhecimento, acesso e

participação, professores, alunos, direção e equipe administrativa possam exercer

seu papel com cidadania. O compromisso com a construção da cidadania requer

45

necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade,

com responsabilidade pessoal e coletiva e ainda a participação política.

Outro aspecto que carece de fortalecimento diz respeito à participação

nos Grêmios Estudantis e as demais organizações estudantis, uma vez que elas

possibilitam e estimulam a criação da cultura política de participação positiva e o

fortalecimento dos espaços democráticos. Durante a aplicação do questionário nos

alunos do colégio, percebeu-se o desconhecimento do Grêmio Estudantil na escola,

assim como sua função ou mesmo quem eram seus membros participantes.

A falta de engajamento dos jovens em movimentos sociais, estudantis e

na comunidade faz com que eles não se valorizem e se empoderem de sua

juventude, faz com que eles não assumam sua identidade e se transformem em

sujeitos da construção social de sua realidade.

Nesse sentido, a escola pode estar falhando, enquanto proposta de

empoderamento dos jovens, comprometendo a possibilidade de construir normas e

crenças de valorização da cidadania, bem como, não estar contribuindo para a

geração de identidades coletivas sólidas entre os alunos e a instituição (BAQUERO

e BAQUERO, 2005).

O proponente da Lei 15.075 deputado Luiz Carlos Martins, durante a

argumentação que faz para aprovação de seu projeto Lei, deixa embutido em sua

fala o aspecto negativo do ser jovem. Não se pode negar a existência de uma

realidade social de exclusão e violência praticada com os jovens e muitas vezes

pelos jovens; no entanto esses jovens que as praticam são minoria, necessitam que

políticas públicas sejam elaboradas no sentido de diminuir a desigualdade social e

assim inserir estes jovens na sociedade.

Contudo, existe uma grande parcela de jovens que também necessitam

de políticas públicas para si, pois com seu espírito criativo e dinâmico é a garantia

da transformação social. Todo o vigor, vontade e energia própria desta época da

vida precisam ser potencializadas, a fim de provocar as mudanças significativas em

suas realidades, os jovens necessitam ser empoderados por meio de políticas

públicas afirmativas.

46

5 ROTEIRO DE IMPLANTAÇAO DA FERRAMENTA PARA O EMPODERAMENTO DA JUVENTUDE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DO PARANÁ

A implantação da ferramenta de empoderamento da juventude nas

escolas públicas deve ser pensada de forma criteriosa, assim como deve ser

realizado periodicamente avaliações para que evitar possíveis erros, considerando

que o projeto estará sendo inserido nas escolas a partir aplicação da lei 15.075.

Faz-se necessário aprofundar em estudos que já estão sendo

desenvolvidos sobre socialização, cultura e participação política, atendimento

psicopedagógico e social na rede pública de ensino do Pais.

Assim, de posse da contextualização da história e cultural da população

juvenil, este trabalho tentará incrementar o debate nas diversas esferas

socializadoras (família, escola e outros setores da sociedade) sobre a problemática

do comportamento político, levando-se em conta as características culturais.

A consecução do projeto deverá sugerir que o poder público garanta a

infra-estrutura necessária ao funcionamento do atendimento aos jovens, dotando de

recursos materiais, equipamentos, insumos suficientes para o conjunto de ações

propostos para o serviço. Este serviço será organizado de forma a acolher a pessoa

jovem na Unidade Escolar, como uma das estratégias de enfrentamento das

dificuldades oriunda desse ciclo da vida, bem como contribuindo para o seu

empoderamento político; estimulando ações intersetoriais, visando à integralidade

da atenção ao jovem.

Importante também que seja aplicado periodicamente o questionário

Empoderamento da Juventude , ou outro instrumento, visando perceber como está

se dando o empoderamento da juventude, bem como criar mecanismos para avaliar

a ampliação do capital social a partir da implantação do programa nas escolas

5.1 Temas para palestras, seminários e oficinas:

a) Ministrar palestras e reuniões explicativas para esclarecer os conceitos

básicos de cidadania da democracia, a fim de desenvolver na

juventude paranaense crenças e valores nos princípios democráticos.

b) Incentivar a eficácia política através da transmissão de crenças e

valores na democracia e suas instituições.

c) Estimular a participação da juventude na formulação de políticas

públicas, baseadas na educação e nas relações sociais, na rede

pública de ensino fundamental e médio, no mercado de trabalho, no

sistema de saúde e em outros setores da sociedade.

d) Fomentar a construção de redes sociais, estimulando ações coletivas

envolvendo as instituições família, escola e comunidade que atuam no

município.

e) Fornecer subsídios técnicos e metodológicos que possa assegurar aos

jovens sua participação nas políticas públicas para eles.

f) Garantir o direito dos jovens mobilizando-os para o enfrentamento de

todas as formas de violência.

g) Estimular o potencial criativo dos jovens (através da dança, música,

teatro e outros), fortalecendo o vínculo entre eles.

h) Envolver jovens, equipe pedagógica, e comunidade em discussão do

cotidiano visando uma maior interação social, fortalecendo desta forma

a comunicação e participação política e social.

48

6 REFERÊNCIAS

AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento. Brasília, 2001. p. 32 . Disponível EM: <HTTP://www.aed.org.br>. Acesso em: 05 Jan. 2007.

AEN. Agência Estadual de Noticias. Governo diz que crianças e jovens sao prioridades no Paraná. http://www.aenoticias.pr.gov.br. Acesso em 27/08/2007.

ARAUJO, Leonor Franco. Juventude e Politicas Publicas. O perfil dos jovens na Universidade Federal do Espirito Santo. http://www.proex.ufes.br. Acesso em 15/06/2007.

BAQUERO, Marcello; BAQUERO, Rute. Nova geraçao, nova política? O papel do capital social na formaçao cidadã dos jovens. Revista Ciências Sociais em Perspectiva, Cascavel, v. 4, n. 6, p.131-146, 1 sem. 2005.

BOGO, Ademar. O MST e a cultura. São Paulo: MST/ANCA, 2000.

BONEFF, Alfredo. ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente: em situação de risco. IBASE, 2004.

BRANDALISE, Roberta. Gaúchos e gaúchos: um pampa, duas nações. Santa Maria, 2002. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso de Comunicação Social) - Universidade Federal de Santa Maria, - Departamento de Ciências da Comunicação.

BRASIL- LDBE. Lei de Diretrizes e Base da Educação e Emendas Constitucionais nº 14 de 1996. Brasília, 1997.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Comissão Especial destinada a acompanhar e estudar propostas de Políticas Públicas para a Juventude. Relatório Preliminar. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004. 160p

COSTA, Rogério. Por um conceito de Comunidade: redes sociais comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface- Comunidade, Saúde, Educação, v. 9, n. 17, p. 235-48, mar./ago. 2005.

Dia a dia educação.www.pr.br/escolas/dadosescola.jsp. acesso em 16/07/2007.

GUZZO, Raquel Souza Lobo; EUZEBIOS FILHO, Antonio. Desigualdade social e sistema educacional brasileiro: a urgência da educação emancipadora. Escritos sobre Educação. v. 4, n. 2, p. 39-48, dez. 2005

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Associativismo, representação de interesses e intermediação política. Rio de Janeiro: IBGE, 1997. Disponível em: <http:// www.ibge.gob.br>. Acesso em: 05 jun. 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ANALISES SOCIAIS E ECONOMICAS(IBASE), Instituto Olis. Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas publicas. Rio de Janeiro. IBASE. 2005.103p.

LONDRINA tem Jovens fora da escola. Jornal Folha de Londrina, 12 set. 2007, p. 14.

MARTINS, Luiz Carlos, deputado, propoe lei nº 15.075 de maio de 2006.Gabinete do Deputado. http://www.alep.pr.gov.br/deputados.

MEYER, Dagmar E. Estermann et al. Você aprende. A gente ensina? Interrogando relações entre educação e saúde desde a perspectiva da vulnerabilidade. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2006.

MIRANDA, José Vicente. Politicas Educacionais. Curitiba. IBEPEX, 2003.

MOTTA, S; DOUGLAS, W. Direito constitucional. Rio de Janeiro: Impetus, 2000.

NAZZARI, Rosana Katia. Empoderamento da juventude no Brasil: capital social, familia, escola e midia. Cascavel:Coluna do Saber. 2006.

NOVAES, Regina; VANNUCHI, Paulo.(org). Juventude e sociedade: trabalho, educação, cultura e participação. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

NOVAES, Regina R. Juventude e participação social: apontamentos sobre a reinvenção da política. In: ABRAMO, Maria Helena; FREITAS, Maria Virginia de; SPOSITO, Marilia Pontes ( org). Juventude em debate. São Paulo: Cortez, 2000.

NÚCLEO de atendimento psico-pedagógico. Disponível em: <http:///www. psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp>. Acesso em> 14 set. 2007.

PARANÀ: Secretaria de Estado de Saúde. Relatórios: Conselho Estadual de Saúde 1995-2000. Curitiba: SESA, 2001.

PRADO, Luiz Carlos. Famílias e terapeutas: construindo caminhos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

GABINETE DA PRESIDENCIA: PRESIDENTE Lula cria Conselho, Secretaria e Programas de Inclusão para juventude. http://listas.softwarelivre.org/pipermail/fmj/2005. acesso em 14/07/2007.

PEGO, Marcia Goulart Tozzi. A representação simbólica na Clínica Psicopedagógica. Santo Amaro: Ed. Vetor, 2003.

QUEIROZ, e. M.O; CHAVES,E.G; MARIANO, L. Retratos da Juventude. Goiania: Verbo Comunicação, 2001.

50

APÊNDICES

APÊNDICE A

APÊNDICE B

53

APÊNDICE C