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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ALIMENTOS, NUTRIÇÃO E
SAÚDE
CAROLINA CUNHA DE OLIVEIRA
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS ASSOCIADOS À
HIPERTRIGLICERIDEMIA NA PREDIÇÃO DA ÁREA DE GORDURA VISCERAL
SALVADOR/BA
2011
2
CAROLINA CUNHA DE OLIVEIRA
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS ASSOCIADOS À
HIPERTRIGLICERIDEMINA NA PREDIÇÃO DA ÁREA DE GORDURA
VISCERAL
Trabalho de conclusão apresentado ao
Programa de Pós Graduação em
Alimentos, Nutrição e Saúde, da Escola
de Nutrição da UFBA, para obtenção do
título de Mestre em Alimentos, Nutrição
e Saúde.
Orientadora: Profª Drª Lílian Barbosa Ramos
Linha de pesquisa: Bases Experimentais e Clínicas da Nutrição
SALVADOR/BA
2011
3
Ficha Catalográfica elaborada pela
Biblioteca Universitária de Saúde do Sistema de Bibliotecas da UFBA
O48 Oliveira, Carolina Cunha de.
Indicadores antropométricos associados à hipertrigliceridemia na predição da
gordura visceral / Carolina Cunha de Oliveira. - Salvador, 2011.
67 f. ; il.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Escola de Nutrição,
Programa de Pós Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, 2011.
Orientadora: Profa. Dra. Lílian Barbosa Ramos.
1. Antropometria. 2. Tomografia computadorizada. 3. Gordura intra-abdominal.
4. Hipertrigliceridemia. 5. Doenças cardiovasculares. I. Ramos, Lílian Barbosa.
II. Universidade Federal da Bahia. Escola de Nutrição. Programa de Pós-Graduação
em Alimentos, Nutrição e Saúde. III. Título.
CDU: 616.12-008.331.1
4
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, Francisco, minha
orientadora, amigos e colegas de trabalho pelo apoio,
força, incentivo, companheirismo e amizade. Sem eles
nada disso seria possível.
6
AGRADECIMENTOS
À Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as
dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e me suprir em todas as minhas
necessidades.
À minha família, a qual amo muito, em especial minha mãe, meu pai e tia Gal, pelo carinho,
paciência e incentivo. Não importam as circunstâncias sempre acreditam em mim. Amo
vocês!
À Francisco, companheiro de todas as horas. Sua amizade, sua companhia, seu carinho e amor
foram muito importantes. Muito obrigada pela força, pelas palavras de incentivo, por acreditar
em mim, sempre!
À Profª Lílian Ramos, minha orientadora, e a Anna Karla Roriz, minha “co-orientadora” por
me mostrarem o caminho da pesquisa, da ciência, por serem exemplos de profissionais e de
mulheres, as quais sempre farão parte da minha vida. Meus sinceros agradecimentos.
Às minhas companheiras queridas de trabalho: Juliana Fontes, Fabiana Cajuhy e Pricilla
Moreira. Foram muitos momentos juntas de trabalho, desafios, mas também de muitos risos.
Aos indivíduos que participaram da pesquisa. Sem todos vocês esse projeto não teria sido um
sucesso.
Ao grupo de pesquisa, amigos que adquiri com a convivência, que fizeram parte de vários
momentos, sempre ajudando e incentivando.
Aos funcionários da Escola de Nutrição da UFBA, em especial ao Sr. José Carlos, pelo apoio
e contribuições necessárias.
A todos os colegas da turma 2010 de Pós Graduação da Escola de Nutrição da UFBA pelo
convívio, aprendizado e desespero conjunto (risos).
7
Aos professores do Programa de Pós Graduação da Escola de Nutrição da UFBA pelo
estímulo constante.
Aos meus amigos que estiveram ao meu lado dando força e apoio.
A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse projeto.
Muito obrigada!!
8
"Esta ação de pensar as coisas com as quais
vivemos, dá uma dimensão nova a tudo: a dimensão
significativa da compreensão. Enquanto não entram
na esfera da compreensão, as coisas do mundo são
somente seres existentes e não objetos para o ser
humano [...] Pelo ato dialético de entender,
entranhado em nossos atos de transformar, as coisas
adquirem um modo de ser: não são mais coisas
opacas e sim 'iluminadas', conhecidas, entendidas"
(Cipriano Luckesi)
9
RESUMO
O acúmulo de gordura na região abdominal, especialmente a gordura visceral, está fortemente
associado a alterações cardiometabólicas, sendo importante estimar o depósito de gordura
visceral para prevenir o desenvolvimento de doenças. Métodos alternativos, como a
associação de indicadores antropométricos e hipertrigliceridemia são apontados como capazes
de melhor estimar o acúmulo de gordura visceral pela sua relação com esse tecido. Objetivo:
Avaliar o desempenho de indicadores antropométricos na predição de gordura visceral quando
associados à hipertrigliceridemia em homens e mulheres. Método: Estudo transversal,
composto por 192 indivíduos, estratificados por idade, sexo e massa corporal. Foram
realizadas tomografia computadorizada, avaliações antropométrica (Circunferência da Cintura
– CC, Diâmetro Abdominal Sagital – DAS e Razão Cintura-Quadril – RCQ) e bioquímica
(colesterol total e frações, triglicerídeos – TG, ácido úrico). Foi realizada análise descritiva,
correlação de Pearson e Regressão Linear Múltipla. Resultados: Os indicadores
antropométricos apresentaram alta correlação com a área de tecido adiposo visceral (TAV)
(p=0,000). Independente do nível sérico de TG, indivíduos com indicadores antropométricos
elevados apresentaram excesso de área de TAV (p<0,05). Para cada aumento de um
centímetro na medida do DAS, há um aumento médio de 12,46cm² de área de TAV.
Conclusão: A presença do TG mostrou não melhorar o desempenho dos indicadores
antropométricos. O DAS e CC foram os indicadores que melhor explicaram a variabilidade na
área TAV, possibilitando identificar indivíduos de risco para desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
Palavras chaves: Antropometria, Tomografia computadorizada, Gordura intra-abdominal,
Hipertrigliceridemia, Doenças cardiovasculares.
10
ABSTRACT
The accumulation of abdominal fat, especially visceral, fat is strongly associated with
cardiometabolic changes, it is important to estimate the deposition of visceral fat to prevent
development of disease. Alternative methods, such as the association of anthropometric and
hypertriglyceridemia are pointed as best able to estimate the accumulation of visceral fat by
their relationship to this tissue. Objective: To evaluate the performance of anthropometric
indicators for predicting visceral fat when associated with hypertriglyceridemia in men and
women. Method: Cross-sectional study comprising 192 subjects, stratified by age, sex and
body mass. Were performed computed tomography, anthropometric (Waist Circumference –
WC, Sagittal Abdominal Diameter – SAD and Waist-Hip Ratio – WHR) and biochemical
(total cholesterol and fractions, triglycerides, uric acid). We performed a descriptive analysis,
Pearson correlation and Multiple Linear Regression. Results: The anthropometric indicators
showed high correlation with the area of visceral adipose tissue (VAT area) (p = 0.000).
Regardless of the level of serum TG, individuals with high anthropometric indicators showed
excess VAT area (p <0.05). For each increase of one centimeter as the SAD, there is an
average increase of 12.46 cm² of VAT area. Conclusion: The presence of TG did not show
improved performance of anthropometric indicators. The SAD and WC were the indices that
best explained the variability in VAT area, making it possible to identify individuals at risk
for developing cardiovascular diseases.
Keywords: Anthropometry, Computed Tomography, Intra-abdominal fat,
hypertriglyceridemia, cardiovascular diseases.
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Valores de normalidade para os indicadores de risco cardiovascular .................. 39
Esquema 1 – Estratificação da amostra ................................................................................... 47
12
LISTA DE TABELAS
Parte I
Tabela 1 – Análise descritiva das variáveis antropométricas, triglicerídeos e área de tecido
adiposo visceral, segundo sexo. Salvador-BA, 2009................................................................ 22
Tabela 2 – Coeficiente de correlação entre os indicadores antropométricos, triglicerídeos e a
área de tecido adiposo visceral, segundo sexo. Salvador, 2009 ............................................... 23
Tabela 3 – Área de tecido adiposo visceral de acordo com a associação dos indicadores
antropométricos e triglicerídeos, segundo sexo. Salvador-BA, 2009....................................... 24
Tabela 4 – Resultados da Regressão Linear Múltipla entre área de tecido adiposo visceral e
variáveis antropométricas, triglicerídeos, idade e sexo. Salvador-BA, 2009 ........................... 25
Parte II
Tabela 1 – Pontos de corte para circunferência da cintura, segundo as características étnicas
específicas ................................................................................................................................. 33
13
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Apo-B Apolipoproteína B
ATP III Third Adult Treatment Panel
AVE Acidente Vascular Encefálico
CC Circunferência da Cintura
CT Colesterol total
DAS Diâmetro Abdominal Sagital
DCNT Doenças Crônicas Não-transmissíveis
DCV Doenças Cardiovasculares
DM2 Diabetes Mellitus tipo 2
HDL Lipoproteína de alta densidade
IAM Infarto Agudo do Miocárdio
IDF International Diabetes Federation
IMC Índice de Massa Corporal
LDL Lipoproteína de baixa densidade
OMS Organização Mundial da Saúde
RCQ Razão Cintura-Quadril
RI Resistência insulínica
TAV Tecido Adiposo Visceral
TC Tomografia Computadorizada
TG Triglicerídeos
TNF-α Fator de Necrose Tumoral-α
VLDL Lipoproteína de muito baixa densidade
14
SUMÁRIO
PARTE I – Artigo: Indicadores antropométricos associados à hipertrigliceridemia na predição
da gordura visceral
Resumo ..................................................................................................................................... 15
Abstract ..................................................................................................................................... 16
Introdução ................................................................................................................................. 17
Métodos .................................................................................................................................... 17
Resultados ................................................................................................................................. 19
Discussão ................................................................................................................................. 20
Referências ............................................................................................................................... 27
PARTE II – Projeto de pesquisa: Indicadores antropométricos e hipertrigliceridemia na
predição da área de gordura visceral
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 31
REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 33
Indicadores Antropométricos na identificação de gordura visceral ...................................... 33
Obesidade e os riscos à saúde ................................................................................................ 37
Predição de risco cardiovascular .......................................................................................... 39
Parâmetros Bioquímicos de risco cardiovascular .................................................................. 41
Perfil lipídico ................................................................................................................... 41
Ácido úrico ...................................................................................................................... 43
RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................................................................. 45
OBJETIVOS ............................................................................................................................. 46
Geral ...................................................................................................................................... 46
Específicos ............................................................................................................................. 46
METODOLOGIA ..................................................................................................................... 47
Delineamento do estudo ........................................................................................................ 47
Local do estudo ...................................................................................................................... 47
População e amostra .............................................................................................................. 47
15
Critérios de não-inclusão ....................................................................................................... 48
Coleta dos dados .................................................................................................................... 49
Variáveis do estudo ............................................................................................................... 49
Técnicas e instrumentos ........................................................................................................ 50
Processamento e análise estatística dos dados ....................................................................... 51
Aspectos éticos ...................................................................................................................... 52
Recursos utilizados ................................................................................................................ 52
Cronograma de Execução ...................................................................................................... 53
PRODUÇÃO CIENTÍFICA ..................................................................................................... 54
PERSPECTIVAS FUTURAS .................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 56
APÊNDICES
Apêndice A: Questionário ..................................................................................................... 64
Apêndice B: Termo de Consentimento Livre Esclarecido .................................................... 66
16
PARTE I: ARTIGO
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS ASSOCIADOS À
HIPERTRIGLICERIDEMIA NA PREDIÇÃO DA GORDURA VISCERAL
ANTHROPOMETRIC INDICATORS ASSOCIATED WITH HYPERTRIGLYCERIDAEMIA IN
THE PREDICTION OF VISCERAL FAT
Resumo
Objetivo: Avaliar o desempenho dos indicadores antropométricos associados à
hipertrigliceridemia para predição da gordura visceral em homens e mulheres. Métodos: 192
indivíduos, de ambos os sexos, foram submetidos à avaliação antropométrica (Diâmetro
Abdominal Sagital – DAS, Circunferência da Cintura – CC e Razão Cintura-Quadril – RCQ),
dosagem sérica de triglicerídeos (TG) e tomografia computadorizada, para mensurar a área de
tecido adiposo visceral (TAV). Foi realizada análise descritiva, correlação de Pearson e
Regressão Linear Múltipla. Resultados: Os indicadores antropométricos apresentaram alta
correlação com a área de TAV (p=0,000). Independente do nível sérico de TG, indivíduos
com indicadores antropométricos elevados apresentaram excesso de área de TAV (p<0,05).
Para cada aumento de um centímetro na medida do DAS, há um aumento médio de 12,46 cm²
de área de TAV. Conclusão: A presença do TG mostrou não melhorar o desempenho dos
indicadores antropométricos. O DAS e CC foram os indicadores que melhores explicaram a
variabilidade no TAV, possibilitando identificar indivíduos de risco para desenvolvimento de
doenças cardiovasculares.
Palavras-chave: Indicadores antropométricos, hipertriglicerídemia, tecido adiposo, gordura
intra-abdominal.
17
Abstract
Objective: To evaluate the performance of anthropometric indicators for predicting
hypertriglyceridemia associated with visceral fat in men and women. Methods: 192
individuals of both sexes were submitted to anthropometric measurements (Sagittal
Abdominal diameter - DAS, Waist Circumference - WC and Waist-hip Ratio - WHR), serum
triglyceride (TG) and computed tomography to measure the area of visceral adipose tissue
(VAT area). We performed a descriptive analysis, Pearson Correlation and Multiple Linear
Regression. Results: The anthropometric indicators were highly correlated with VAT area
(p=0.000). Regardless of the level of serum TG, individuals with high anthropometric
indicators showed excess VAT area (p<0.05). For each increase of one centimeter as the
SAD, there is an average increase of 12.46 cm² of VAT area. Conclusion: The presence of
TG did not show improved performance of anthropometric indicators. The SAD and WC
were the indices that best explained the variability in VAT area, making it possible to identify
individuals at risk for developing cardiovascular diseases.
Keywords: Anthropometric, hypertriglyceridemia, adipose tissue, intra-abdominal fat.
18
INTRODUÇÃO
O acúmulo de tecido adiposo na região abdominal, do tipo visceral, está relacionado a uma
série de alterações cardiometabólicas, que incluem dislipidemia, resistência à insulina e o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV)1-3
.
Exames de imagem tomográficos ou ressonância magnética para quantificação da gordura
visceral (GV) são considerados padrão-ouro na avaliação dos distúrbios no metabolismo dos
lipídios4. Todavia, sua utilização é limitada devido ao alto custo e difícil execução do exame.
Poucos são os estudos clínicos populacionais utilizando essa técnica. Por outro lado, os
indicadores antropométricos são métodos alternativos mais utilizados para estimar o excesso
de GV5,6
.
Nos últimos anos, a associação de hipertrigliceridemia com os indicadores antropométricos
tem sido a mais utilizada como abordagem inicial de triagem mais simples, de baixo custo e
capaz de distinguir a adiposidade visceral da subcutânea1,7,8
.
O presente estudo destaca-se por utilizar o método padrão-ouro (tomografia computadorizada)
para quantificação da GV. Além disso, dispõe de medidas antropométricas, como o Diâmetro
Abdominal Sagital o qual estudos5,6,9
revelam como melhor preditor da gordura intra-
abdominal. Dessa forma, neste estudo avaliamos o desempenho dos indicadores
antropométricos associados à hipertrigliceridemia para predição da gordura visceral em
homens e mulheres.
MÉTODO
Desenho do estudo
Estudo de corte transversal, realizado pela Escola de Nutrição da UFBA, no primeiro
trimestre de 2009. Um total de 192 indivíduos, estratificados por sexo, idade e massa corporal
(avaliado pelo IMC: Índice de Massa Corporal), conforme publicação anterior9. Estes foram
selecionados randomicamente, baseando-se nos critérios de inclusão: idade > 20 anos e IMC
< 40 kg/m², vinculados ou não a Unidades de Saúde.
Os critérios de exclusão foram: desnutridos graves e portadores de seqüela neural e distrofia;
portadores de amputação ou qualquer problema físico-postural que comprometesse a
verificação das medidas antropométricas e de gordura abdominal; que realizaram cirurgias
19
abdominais recentes, mulheres gestantes ou que tiveram parto nos últimos seis meses;
portadores de lesões e tumorações abdominais, hepatomegalia e/ou esplenomegalia e ascite.
Todos os indivíduos foram submetidos a avaliações antropométrica, bioquímica e de
tomografia computadorizada (TC), para avaliação da área de tecido adiposo visceral (TAV).
Essas avaliações, de um mesmo indivíduo, foram realizadas na mesma semana, para evitar
alterações de peso, na composição e distribuição de gordura corporal e/ou no perfil lipídico do
indivíduo.
Avaliação antropométrica
Foi realizada por uma equipe devidamente treinada e se constituiu da medida de peso,
estatura, circunferências da cintura (CC) e quadril (CQ), coletados segundo as técnicas
propostas por Lohman10
. A CC foi classificada como elevada quando > 90cm para sexo
masculino e > 80cm para sexo feminino, segundo os critérios sugeridos pela IDF11
para os
grupos étnicos sul-americanos. A Razão Cintura-Quadril (RCQ) foi obtida pela razão entre a
CC pela CQ, sendo classificada como elevada quando >1,00 para homens e >0,85 para as
mulheres12
.
O Diâmetro Abdominal Sagital (DAS) foi medido segundo a técnica proposta por Kahn
(1996), adotando-se o ponto de corte > 20cm como sendo elevado, conforme estudos têm
demonstrado5,9,14,15
.
Avaliação laboratorial
O nível sérico de triglicerídeo (TG) foi quantificado por meio de sistema colorimétrico,
método química seca, utilizando kit fabricado pela Ortho-Clinical Diagnostics®, em
laboratório particular, estando os pacientes em jejum noturno de 12 horas. Para classificação
do TG, foi considerado elevado aqueles com nível sérico >150mg/dL11
.
Estudo tomográfico
A tomografia computadorizada foi realizada no Serviço de Radiologia do Hospital
Universitário da UFBA e analisada por um mesmo radiologista. Para realização do exame foi
necessário o jejum completo de 4 horas, com o indivíduo em decúbito dorsal e os braços
20
estendidos acima da cabeça. Nenhum meio de contraste baritado ou organoiodado foi
administrado.
Foi obtido o corte tomográfico ao nível das vértebras L4-L5 para delineamento da área de
tecido adiposo total, visceral e subcutâneo. Com cursor eletrônico livre, foram delimitadas as
bordas externas que limitam a circunferência abdominal, calculando-se a área abdominal total.
Em seguida, foi delimitada a área abdominal visceral através da marcação da cavidade
abdominal, tomando como limites os músculos reto abdominal, oblíquo interno e quadrado
lombar16
. O programa do tomógrafo foi utilizado com parâmetros radiográficos de 140kV e
45mA, sendo empregado a densidade de -50 e -150 Unidades Hounsfields para a identificação
do tecido adiposo. Uma área TAV >130 cm² foi considerada de risco para o desenvolvimento
de doenças cardiovasculares17
.
Análise estatística
As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa SPSS, versão 11.5.
Utilizou-se a análise descritiva das variáveis mediante proporções, médias e desvio-padrão.
Utilizou-se o Teste de T não Pareado para amostras independentes, para comparar os
resultados médios das variáveis analisadas. Modelos de análise de Regressão Linear Múltipla
foram construídos para verificar a influência dos indicadores antropométricos, idade, sexo e
TG na estimativa da gordura visceral. O nível de significância adotado foi inferior a 5%.
Aspectos éticos
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Nutrição da UFBA,
sendo o parecer nº 01/09 e todos os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido.
RESULTADOS
Foram avaliados 95 homens e 97 mulheres, com idade entre 21 e 95 anos. Na Tabela 1 estão
apresentados os dados clínicos e bioquímico dos indivíduos. Observou-se que a média das
variáveis peso, CC, RCQ e área de TAV foi significativamente diferente entre os sexos
(p<0,05), sendo superior entre os homens.
A Tabela 2 apresenta as correlações entre indicadores antropométricos, TG e a área de tecido
adiposo visceral, segundo sexo. Verificou-se que os indicadores antropométricos
21
apresentaram alta correlação com a área de tecido adiposo visceral, especialmente, para o
sexo masculino (p=0,000). As correlações entre o TG e área de TAV foram muito baixas em
ambos os sexos, muito embora um pouco superior para o sexo feminino (p=0,000).
Na Tabela 3 observou-se que os indivíduos com excesso de área de TAV apresentaram
elevados indicadores antropométricos tanto no grupo com TG elevado quanto TG baixo.
Analisando o resultado da regressão linear múltipla (Tabela 4), verificou-se que, no modelo 2,
para cada aumento de um centímetro na medida do DAS dos indivíduos, há um aumento
médio de 12,46 cm² de área de TAV destes, na presença das variáveis TG, sexo e idade. Além
disso, este modelo pôde explicar em até 65,5% a variabilidade observada na área de tecido
adiposo visceral, determinada pela TC.
DISCUSSÃO
A maioria dos estudos sobre a gordura visceral, medida pela TC18-20
, utiliza o nível sérico de
TG apenas para apresentar o perfil metabólico da população estudada ou relacionando com
outros parâmetros bioquímicos. Entretanto, existem evidências científicas1,8,21
que propõem a
hipertrigliceridemia como marcador de alterações metabólicas e elevado risco aterogênico,
associada ao excesso de adiposidade intra-abdominal.
Després e colaboradores1,22
evidenciaram a importância de avaliar a CC e nível sérico de TG
como forma de identificar indivíduos visceralmente obesos em risco para desenvolvimento de
DCV, criando-se o conceito de “Cintura Hipertrigliceridêmica”. Entretanto, é importante
destacar que existem diferenças entre os sexos e grupos etários que devem ser consideradas.
Assim como outros estudos5,18,23
, este verificou que o sexo masculino apresentou maior média
de área TAV e CC, significativamente diferente do sexo feminino. O excesso de gordura
corporal está associado à condições como estilo de vida, fatores genéticos e, nos homens se
deve especialmente, à secreção dos hormônios esteróides e a densidade local de seus
receptores, que decidem as características sexuais específicas de distribuição regional de
gordura corporal. Assim, há maior concentração de tecido adiposo abdominal, com maior
acúmulo de gordura visceral24
.
Analisando a correlação entre os indicadores antropométricos e a área de TAV, observou-se
que a CC e DAS apresentaram correlação semelhante para o sexo masculino. Zamboni et al.25
22
em estudo realizado com italianos (27 – 78 anos), encontraram correlações superiores para o
sexo masculino, sendo r=0,80 (p<0,001) para a CC, r=0,86 (p<0,001) para o DAS e r=0,82
(p<0,01) para RCQ. Contrapondo a esses resultados, Sampaio et al.5, em estudo realizado
com brasileiros (20-83 anos), observaram melhores correlações para a CC (r=0,77; p<0,01) e
DAS (r=0,80; p<0,01) no sexo feminino.
As correlações entre nível sérico de TG e área de TAV, apesar de valores muito baixos, foi
um pouco melhor para o sexo feminino. Tal resultado condiz com os achados de Després et
al.26
ao realizarem TC em mulheres para quantificação da gordura abdominal e na região do
quadril. Estes autores observaram uma maior correlação entre os depósitos de gordura intra-
abdominal e as maiores elevações no TG do que entre as mulheres com maiores depósito de
gordura no quadril.
Os resultados deste estudo revelam que, os indivíduos com excesso de área de TAV
apresentaram elevados indicadores antropométricos tanto no grupo com TG elevado quanto
no grupo com TG baixo, o que demonstra que a antropometria isolada é capaz de identificar o
excesso de gordura visceral. Entretanto, Sam et al.8, em estudo de coorte com homens e
mulheres portadores de diabetes, observaram que indivíduos com CC elevada e
hipertrigliceridemia apresentaram maiores médias no volume do tecido adiposo visceral,
sendo observado o mesmo quando cada sexo foi avaliado separadamente.
Neste estudo, quando analisada a influência das variáveis (indicadores antropométricos, nível
sérico de TG, sexo e idade) sobre a área de TAV, observou-se que o diâmetro abdominal
sagital, na presença das outras variáveis, foi o que melhor explicou a variabilidade da área de
tecido adiposo visceral, muito embora o modelo 1, apresentando a CC, tenha sido capaz de
explicar 64,4% da variabilidade da área de TAV, muito próximo ao valor do DAS (65,5%).
Pouliot et al.27
sugerem que os parâmetros antropométricos de escolha, quando se deseja
estimar o TAV e avaliar o perfil de risco cardiovascular entre os indivíduos, sejam as medidas
da CC e do DAS. Além disso, Riserus et al.28
afirmam ainda que o DAS foi o melhor preditor
cardiovascular comparado a outros parâmetros antropométricos convencionais.
Já em relação à RCQ, os resultados revelam que a circunferência do quadril aumentada está
associada com o aumento da gordura subcutânea abdominal, especialmente em homens. Tais
resultados demonstram diferentes aspectos da composição corporal e distribuição de gordura
em homens e mulheres29
, indicando assim uma melhor correlação com tecido adiposo
23
subcutâneo do que o tecido adiposo visceral. Vale destacar que, diferente da CC e do DAS, a
RCQ é um índice, por isso, tendo apresentado valores muito baixos, que variaram de 0,68 a
1,09.
Onat et al.18
, em um modelo de regressão linear incluindo sexo, idade e os indicadores
antropométricos (CC, DAS e IMC), verificaram que a circunferência da cintura apresentou a
melhor correlação com a área de TAV em toda a amostra do estudo, seguido pela idade entre
as mulheres. Destaca-se que esses autores não incluíram o nível sérico de TG no modelo de
análise.
Algumas limitações metodológicas devem ser citadas, a exemplo de se tratar de um estudo do
tipo transversal e os resultados obtidos não possibilitam o estabelecimento de relações
causais. Além disso, a estratificação da amostra por sexo, faixa etária e massa corporal limitou
a utilização de diferentes testes estatísticos, os quais poderiam melhor explicar a relação entre
as medidas antropométricas associados a hipertrigliceridemia como forma de indicar o
excesso de gordura visceral.
Concluímos que os indicadores antropométricos apresentaram alta correlação com a área de
tecido adiposo visceral, especialmente a CC e o DAS entre os homens. O nível sérico de TG
mostraram-se pouco associados com a área de TAV. Além disso, independente do nível sérico
de TG, indivíduos que apresentaram medidas elevadas dos indicadores antropométricos
apresentavam excesso de TAV. O DAS e CC foram os indicadores que melhor explicaram a
variabilidade na área de TAV, possibilitando identificar indivíduos de risco para
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Dessa forma, esses indicadores tornam-se
ferramentas simples de triagem para identificação de indivíduos de risco para alterações
cardiometabólicas.
24
Tabela 1 – Análise descritiva das variáveis antropométricas, triglicerídeos e Área de tecido
adiposo visceral, segundo sexo. Salvador-BA, 2009.
Variáveis Homens Mulheres
p-valor Média (DP) Média (DP)
Idade (anos) 55,2 (19,9) 56,8 (19,6) 0,589
Peso (Kg) 73,1 (12,8) 64,4 (12,0) 0,000
IMC (Kg/m²) 25,7 (3,9) 26,6 (4,4) 0,140
CC (cm) 90,9 (11,4) 87,2 (11,0) 0,021
DAS (cm) 20,5 (3,5) 19,8 (3,1) 0,158
RCQ 0,93 (0,07) 0,87 (0,08) 0,000
TG (mg/dL) 126,2 (64,0) 118,4 (62,4) 0,389
ATAV (cm²) 126,2 (80,5) 97,6 (52,7) 0,004
DP: desvio padrão; IMC: Índice de Massa Corporal; CC: Circunferência da cintura; DAS: Diâmetro Abdominal Sagital;
RCQ: Razão Cintura-Quadril; TG: triglicerídeos; ATAV: Área de tecido adiposo visceral.
25
Tabela 2 – Coeficiente de correlação entre os indicadores antropométricos, triglicerídeos e a
área de tecido adiposo visceral, segundo sexo. Salvador, 2009.
Variáveis
Área de Tecido Adiposo Visceral
Masculino Feminino
R p-valor R p-valor
CC 0,77 0,000 0,68 0,000
DAS 0,76 0,000 0,65 0,000
RCQ 0,73 0,000 0,65 0,000
TG 0,36 0,000 0,44 0,000
CC: Circunferência da Cintura; DAS: Diâmetro Abdominal Sagital; RCQ: Razão cintura-quadril; TG: Triglicerídeos.
26
Tabela 3 – Área de Tecido Adiposo Visceral de acordo com a associação dos indicadores
antropométricos e triglicerídeos, segundo sexo. Salvador-BA, 2009.
Variáveis
Tecido Adiposo Visceral
Homens Mulheres
Sem
excesso
n(%)
Com
excesso
n(%)
p-
valor
Sem
excesso
n(%)
Com
excesso
n(%)
p-
valor
CC+TG
Elevado CC e TG 4 (7,5) 15 (35,7)
0,000
11 (15,7) 9 (33,3)
0,008 Elevado CC/Baixo TG 9 (17,0) 21 (50,0) 35 (50,0) 17 (63,0)
Baixo CC/Elevado TG 5 (9,4) 3 (7,1) 4 (5,7) 1 (3,7)
Baixo CC e TG 36 (66,0) 3 (7,1) 20 (28,6) 0 (0,0)
DAS+TG
Elevado DAS e TG 6 (11,3) 15 (35,7)
0,000
7 (10,0) 8 (29,6)
0,000 Elevado DAS/Baixo TG 9 (17,0) 19 (45,2) 13 (18,6) 14 (51,9)
Baixo DAS/ Elevado TG 3 (5,7) 3 (7,1) 8 (11,4) 2 (7,4)
Baixo DAS e TG 35 (66,0) 5 (11,9) 42 (60,0) 3 (11,1)
RCQ+TG
Elevado RCQ e TG 0 (0,0) 9 (21,4)
0,000
12 (17,1) 8 (29,6)
0,026 Elevado RCQ/Baixo TG 3 (5,7) 15 (35,7) 28 (40,0) 15 (55,6)
Baixo RCQ/Elevado TG 9 (17,0) 9 (21,4) 3 (4,3) 2 (7,4)
Baixo RCQ e TG 41 (77,4) 9 (21,4) 27 (38,6) 2 (7,4) CC: Circunferência da cintura; DAS: Diâmetro Abdominal Sagital; RCQ: Razão Cintura-Quadril; TG: Triglicerídeos
27
Tabela 4 – Resultados da Regressão Linear Múltipla entre Área de Tecido Adiposo Visceral e
as variáveis antropométricas, triglicerídeos, idade e sexo. Salvador-BA, 2009.
Área de Tecido Adiposo Visceral
β r R² p-valor
Modelo 1
CC 3,64
0,80 64,4
0,000
TG 0,15 0,003
Masculino 15,28 0,014
Idade 1,00 0,000
Modelo 2
DAS 12,46
0,81 65,5
0,000
TG 0,13 0,011
Masculino 20,89 0,001
Idade 1,14 0,000
Modelo 3
RCQ 465,06
0,72 51,9
0,000
TG 0,16 0,010
Masculino -3,72 0,644
Idade 0,58 0,006 CC: Circunferência da cintura; DAS: Diâmetro Abdominal Sagital; RCQ: Razão Cintura-Quadril; TG: Triglicerídeos
28
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32
PARTE II: PROJETO DE PESQUISA
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E HIPERTIGLICERIDEMIA NA
PREDIÇÃO DA ÁREA DE GORDURA VISCERAL
INTRODUÇÃO
A obesidade é uma doença crônica complexa, caracterizada pelo acúmulo excessivo de
gordura corporal de tal forma que causa prejuízos à saúde dos indivíduos, dentre os quais as
enfermidades potencialmente letais como dislipidemias, doenças cardiovasculares, diabetes
mellitus tipo 2 e certos tipos de câncer (PINHEIRO et al., 2004; QUEIROZ et al., 2009).
É importante considerar que o modo como a gordura corporal está distribuída é mais
importante que o excesso de peso. Estudos demonstram que a deposição de gordura na região
central (abdominal) está mais fortemente associada às desordens metabólicas decorrentes da
obesidade (OLINTO et al., 2006; RIBEIRO FILHO et al., 2006; SAMPAIO et al., 2007;
LEMIEUX et al., 2007).
A obesidade abdominal apresenta duas faces: 1) obesidade abdominal isoladamente
(frequentemente associada ao excesso de gordura subcutânea) ou 2) obesidade abdominal
associada a complicações metabólicas (geralmente associada ao excesso de tecido adiposo
visceral). Esta última condição apresenta associação conhecida com complicações
metabólicas e com anormalidades de fatores humorais que regulam as quantidades circulantes
de glicose, insulina e lipídeos. Dessa forma, quanto maior a deposição de gordura visceral,
maiores os riscos de desenvolvimento de DCNT e aumento do risco de doenças
cardiovasculares (MAURIÈGE et al., 2000; TATSUKAWA et al., 2000; LEMIEUX et al.,
2007; QUEIROZ et al., 2009).
A Síndrome Metabólica, caracterizada pelo conjunto de alterações aterogênicas, pró-
trombóticas e inflamatórias, tem o tecido adiposo visceral como ponto chave para o
desenvolvimento dessas alterações, entre elas a hiperinsulinemia, aumento da Apo B e das
partículas de LDL colesterol (LEMIEUX et al., 2007).
Métodos sofisticados como a Ressonância Magnética e a Tomografia
Computadorizada, considerados como padrão-ouro, podem ser utilizados para a quantificação
precisa do tecido adiposo visceral do indivíduo (LEITE et al., 2000; RIBEIRO FILHO et al.,
33
2006). Porém, devido à necessidade de equipamentos de alto custo e técnicos altamente
treinados, esses métodos são poucos utilizados na prática clínica.
Assim, métodos alternativos para o diagnóstico de risco de doenças cardiovascular e
quantificação da gordura visceral têm sido utilizados com o objetivo de tornar prática e de
menor custo a classificação do risco cardiovascular e de desenvolvimento de DM2
(HERMSDORFF & MONTEIRO, 2004; LEMIEUX et al., 2007). Entre esses métodos estão
as medidas antropométricas simples (Circunferência da Cintura, Diâmetro Abdominal Sagital
e Razão Cintura-Quadril) ou a associação de indicadores, como a utilização dos exames
bioquímicos, a exemplo do perfil lipídico (especialmente o nível sérico de triglicerídeos de
jejum), os quais estudos têm evidenciado associação com a gordura visceral (LEMIEUX et
al., 2000; SAM et al., 2009).
Considerando a importância dos indicadores na identificação da obesidade
centralizada em estudos populacionais, além da carência de pesquisas sobre a associação de
indicadores antropométricos e exames bioquímicos na predição de risco de morbi-
mortalidade, torna-se relevante o estudo sobre a utilização simultânea de medidas
antropométricas simples e o nível de triglicerídeos de jejum enquanto estratégia capaz de
identificar indivíduos potencialmente em risco para DCNT, principalmente pela presença de
área aumentada de gordura visceral e de fatores de risco cardiovascular. Assim, índices
formados a partir da associação destes métodos poderiam ser utilizados na prática clínica e em
estudos populacionais.
34
REVISÃO DE LITERATURA
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS NA IDENTIFICAÇÃO DE GORDURA
VISCERAL
Os indicadores antropométricos são importantes instrumentos para identificar
indivíduos com potencias riscos cardiovasculares e metabólicos, incluindo a quantificação de
gordura abdominal (DESPRÉS et al., 2001). Os indicadores que ultimamente vem sendo
utilizados são: CC, RCQ e o DAS.
Na literatura científica, quatro técnicas diferentes podem ser utilizadas para aferição da
CC, sendo a mais utilizada aquela preconizada pela OMS (1997), através do ponto médio
entre a última costela e a crista ilíaca, por ser mais satisfatório para representar a quantidade
de tecido adiposo visceral, que por sua vez, está associado a maiores riscos à saúde
(HERMSDORFF & MONTEIRO, 2004; SILVA, 2006). A correlação da CC com a
adiposidade visceral, mensurada pela TC, já está bem estabelecida na literatura, sendo a CC o
melhor indicador quando comparado com a RCQ para prever doenças crônicas (KOOY et al.,
1993; POULIOT et al., 1994).
Olinto et al. (2006) apontaram a CC como a medida antropométrica que melhor se
correlaciona à quantidade de tecido adiposo visceral, estando esta, portanto, associada com as
DCNT. Destacaram, também, a necessidade urgente da medida de CC ser adotada como
rotina para a história clínica dos pacientes, devido a aceitabilidade dessa medida pela
população, praticidade, simplicidade e facilidade de interpretação.
Entretanto, na literatura existem diferentes pontos de corte utilizados para identificar a
distribuição de gordura abdominal e o risco cardiovascular em diferentes populações,
considerando as características referentes ao sexo e grupos étnicos específicos (Tabela 01).
35
Tabela 01- Pontos de corte para circunferência da cintura, segundo as características étnicas
específicas.
Circunferência da cintura*
Países/Grupos étnicos Homens Mulheres
Europeus > 94 cm > 80 cm
Sul asiáticos > 90 cm > 80 cm
Chineses > 90 cm > 80 cm
Japoneses > 85 cm > 90 cm
Grupos étnicos da América
Central e do Sul
Usar as recomendações para sul asiáticos até dados
mais específicos serem disponíveis
Africanos sub-saarianos Usar as recomendações européias até dados mais
específicos serem disponíveis
Leste do Mediterrâneo e
Oriente Médio
Usar as recomendações européias até dados mais
específicos serem disponíveis da população (árabe) * Como medida de obesidade central.
Fonte: The International Diabetes Federation, 2006.
Lean et al. (1995) em estudo transversal com europeus identificaram os pontos de
corte para CC de >94 cm para o sexo masculino e >80 cm para o sexo feminino como os
melhores valores na identificação do aumento da adiposidade, definido pelo IMC > 25kg/m²
ou RCQ ≥0,90 para homens e ≥0,85 para mulheres. Posteriormente, esses pontos de corte
foram divulgados em uma amostra aleatória de homens e mulheres holandesas, sendo
associado com um perfil cardiovascular adverso, tendo sido, em seguida, adotado pela OMS
(HAN et al., 1995; OMS, 1997).
Outros pontos de corte foram estabelecidos e aprovados pelas diretrizes clínicas norte-
americanas (WILDMAN et al., 2004) para o diagnóstico de risco, conforme acúmulo de
gordura na região abdominal. Estas diretrizes estabelecem o valor de 102 cm para o sexo
masculino e 88 cm para o sexo feminino, os quais foram utilizados pelo Third Adult
Treatment Panel (ATP III) para definir obesidade central em população européia,
correspondendo a um IMC de 30 kg/m². Entretanto, ATP III reconheceu que indivíduos com
valores de CC entre 94 e 102 cm, por exemplo, podem manifestar alterações metabólicas e
não serem considerados indivíduos em risco (ALBERTI et al., 2006).
Dessa forma, The International Diabetes Federation (IDF, 2005) recomenda a
utilização de pontos de corte que variam de acordo com as características dos grupos étnicos
para a identificação do risco de alterações metabólicas (Tabela 01), uma vez que diferentes
36
estudos revelam que os valores de CC para a população asiática, por exemplo, diferem dos
pontos de corte estabelecidos em estudos com população européia, como descrito pela
Sociedade Japonesa de Estudo sobre Obesidade (Japan Society for Study of Obesity, 2002) a
qual indicam os pontos de corte de 85 cm para os homens e 90 cm para as mulheres com base
na correlação com a massa de gordura visceral.
Embora os métodos de avaliação dos pontos de cortes e seus valores tenham variado
entre os estudos, é importante considerar os aspectos étnicos específicos de cada, uma vez que
proporcionará uma melhor avaliação dos riscos relacionados à obesidade abdominal.
Entretanto, quando adotada isoladamente, a medida da CC pode apresentar limitação uma vez
que alguns indivíduos terão uma quantidade aumentada de gordura visceral, enquanto que em
outros o conteúdo maior pode ser subcutâneo (MATOS et al., 2000).
Associado a medida da CC, pesquisadores (LEMIEUX et al., 2000; 2002; 2007; SAM
et al., 2009) demonstraram que a interpretação simultânea da medida da CC com o nível
sérico de triglicerídeos de jejum seria uma abordagem útil para identificação de indivíduos
com maior quantidade de gordura visceral e consequentemente, maior risco cardiovascular,
mesmo entre indivíduos obesos com DM2. Isso porque, como relatado por LEMIEUX et al.
(2000), a CC se correlaciona com o tecido adiposo visceral, relacionando-se com as
complicações metabólicas e porque as concentrações de TG em jejum mostrou ser o melhor
preditor do tamanho das partículas de LDL-c, relacionado ao efeito preditor de doenças
cardiovasculares.
A Razão Cintura/Quadril vem sendo empregada para caracterizar como a gordura
corporal está distribuída, se reunida predominantemente na região central ou nas extremidades
corporais, sendo determinada pela divisão da circunferência de cintura pela circunferência do
quadril.
Não há consenso sobre a definição do que seja uma RCQ elevada. Os pontos de corte
mais utilizados para homens (>1,00) e mulheres (>0,85) foram estabelecidos pela OMS
(1997). Já para Després et al. (2001), a identificação dos indivíduos com maior risco
cardiovascular foi relacionado ao valor superior a 0,95 para o sexo masculino e 0,80 para o
sexo feminino.
Entretanto, a interpretação dos valores encontrados depende das características da
população estudada e difere entre os autores (LIN et al., 2002; PITANGA & LESSA, 2005).
Como observado por Lin et al. (2002), em uma pesquisa realizada em Taiwan, que
determinaram os pontos de corte para RCQ de 0,85 e 0,86 para homens e mulheres,
respectivamente, como discriminadores de risco cardiovascular.
37
Apesar de Seidell et al. (1987) demonstrarem importantes correlações entre o valor da
RCQ e a quantidade de adiposidade visceral, medida pela TC, Martins & Marinho (2003)
destacam que enquanto a medida da CC melhor indica a massa adiposa visceral estando,
portanto, fortemente associada com as doenças cardiovasculares ateroscleróticas, o valor da
RCQ seria mais fortemente associada à RI.
No entanto, observa-se a redução da utilização da RCQ como preditor da adiposidade
visceral devido a influência da estrutura pélvica, dependência do grau de obesidade. Além
disso, Vasques et al. (2010) destacam que esse índice se mantém inalterado mesmo quando
ocorrem alterações na quantidade de adiposidade corporal, tornando esta relação imprópria
para avaliar mudanças na quantidade de tecido adiposo visceral durante as mudanças de peso
(ganho ou perda de peso). Sendo assim, resulta em modificações semelhantes nas
circunferências da cintura e do quadril, que não alteram a relação final.
O Diâmetro Abdominal Sagital é uma medida antropométrica menos difundida entre
profissionais e até mesmo pesquisadores no Brasil, porém vem sendo cada vez mais utilizada.
Diferentemente da circunferência da cintura, a técnica do DAS se baseia no princípio de que
em indivíduos em decúbito dorsal a gordura subcutânea será reduzida, devido à força da
gravidade (KVIST et al., 1988), permitindo a estimação da gordura visceral já que esta
mantém a altura do abdome na direção sagital, sem alteração.
Ainda não existe na literatura um consenso quanto a um ponto de corte específico para
utilização do DAS na identificação de adiposidade visceral superior a 130 cm², considerada de
risco à saúde, sendo que os valores apresentados na literatura variam entre 19 e 24 cm
(POULIOT et al., 1994; KAHN et al., 1996; SAMPAIO et al., 2007), muito embora valores
do DAS superior a 20 cm já se considera um risco de desenvolvimento de DCNT para o
indivíduo.
No Brasil, poucos estudos utilizaram o DAS como indicador de obesidade. Sampaio et
al. (2007) apresentaram alta correlação desse indicador com a área de TAV, medida através
da TC, identificando os pontos de corte de 20,5 cm para os homens e 19,3 cm para as
mulheres. Roriz et al. (2011), avaliando os pontos de corte do DAS para identificar o excesso
de gordura visceral em adultos e idosos de ambos os sexos, identificaram que os pontos foram
iguais entre os homens (Adultos: 20,2cm/ Idosos: 20,2cm) e diferentes entre as mulheres
(Adultas: 21,05cm / Idosas: 19,9cm). Assim como Vasques et al. (2009) que identificaram um
ponto de corte de 20 cm do DAS como indicador promissor para identificação da RI.
38
Kooy et al. (1993) em seu estudo avaliando os indicadores antropométricos revelaram
que a CC e a RCQ se correlacionaram fortemente à adiposidade visceral nas mulheres obesas,
enquanto que nos homens obesos os indicadores (CC, DAS e RCQ) se associaram à gordura
visceral de forma semelhante. Além disso, quando ajustado pela espessura da camada de
gordura abdominal subcutânea, as associações entre DAS e área de TAV aumentaram para as
mulheres (r=0,72, p<0,001) e para os homens (r=0,86, p<0,001).
Os resultados do trabalho de Pouliot et al. (1994) sugerem os parâmetros
antropométricos de escolha, quando se deseja estimar a área de TAV e avaliar o perfil de
risco cardiovascular entre os indivíduos é a medida da CC e o DAS. RISERUS et al. (2010)
afirmam ainda que o DAS foi o melhor preditor cardiovascular comparado a outros
parâmetros antropométricos convencionais.
A CC e o DAS são medidas antropométricas que determinam a extensão da obesidade
abdominal (SAMPAIO et al., 2007) e por isso têm sido recomendadas como indicador de
deposição de gordura visceral e de avaliação do risco cardiovascular (POULIOT et al., 1994;
RORIZ et al., 2011). Além disso, esses indicadores apresentaram correlação significante
entre parâmetros bioquímicos, especialmente entre os níveis de HDL-c e TG em jejum
(DONINI et al., 2009), reforçando a possibilidade de utilização desses métodos como
indicadores associados na identificação do risco cardiovascular, pelo excesso de tecido
adiposo visceral.
OBESIDADE E OS RISCOS À SAÚDE
A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, muito embora os
depósitos de gordura no corpo não serem compostos de maneira uniforme. Alguns estudos
evidenciam a necessidade de caracterizar o tipo de obesidade a que as populações estão
sujeitas, visto que a deposição de gordura na região abdominal oferece maior risco à saúde do
que a obesidade generalizada (MARTINS & MARINHO, 2003; OLINTO et al., 2006).
A concentração de gordura na região abdominal, especialmente a gordura visceral,
promove um agrupamento de fatores de risco aterogênicos por induzir a resistência à insulina
(RIBEIRO FILHO et al., 2006). Além disso, por ser um órgão dinâmico, o tecido adiposo
secreta vários fatores denominados adipocinas, as quais estão relacionadas, em sua grande
maioria, a processos que contribuem para o desenvolvimento de aterosclerose, hipertensão
arterial, RI, DM2 e dislipidemias. Dessa forma, as adipocinas representam o elo entre
39
adiposidade, síndrome metabólica e risco cardiovascular (HERMSDORFF & MONTEIRO,
2004).
Diversos estudos (LEMIEUX et al. 2000; 2002; FREEDMAN et al., 2002; BURKE et
al., 2008) têm demonstrado a associação entre obesidade e fatores de risco para doenças
cardiovasculares e, entre esses, alguns destacam a obesidade como marcador de DCV
subclínica.
Autores (BARROSO et al., 2002; RIBEIRO FILHO, 2006; DESPRÉS et al., 2008)
demonstram a estreita relação existente entre gordura visceral, resistência à insulina e risco
cardiovascular. Kobayashi et al. (2001) sugerem que a obesidade visceral também possa
contribuir para o desenvolvimento de doença arterial coronariana em indivíduos não-obesos.
Em um estudo de caso-controle com homens japoneses, no qual foi avaliado o tamanho das
partículas de LDL-c e a gravidade das lesões coronarianas por arteriografia coronariana, a
distribuição central de gordura esteve fortemente associada com RI e com a presença de
partículas pequenas LDL-c e de lipoproteínas contendo apo-B. Além disso, a distribuição de
gordura foi considerada o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doença
arterial coronariana nestes indivíduos.
Apesar da associação com desfechos cardíacos, a relação independente da obesidade
com desfechos cardiovasculares ainda não foi claramente evidenciada, uma vez que
indivíduos hipertensos e diabéticos, em sua grande maioria, são obesos (KANNEL, 2005).
Na obesidade visceral, o colesterol seria o maior mediador para o risco cardíaco
(ZALESIN et al., 2008). A obesidade é um fator primário que age desequilibrando diversos
fatores metabólicos tais como as concentrações séricas de glicose, TG, colesterol e
lipoproteínas circulantes, sendo todos esses fatores associados independentemente à doença
coronariana. O quadro se agrava entre os indivíduos com maior concentração de gordura na
região central do corpo (DESPRÉS et al., 2008; QUEIROZ et al., 2009).
A obesidade parece acelerar o curso dos eventos cardiovasculares, principalmente da
doença arterial coronariana. Indivíduos obesos tendem a apresentar esses desfechos quando
mais jovens, se comparados com indivíduos com peso normal, além de pior prognóstico. Isso
porque indivíduos portadores de adiposidade visceral, apresentam alteração no perfil lipídico,
entre os quais se destaca as lipoproteínas, tais como a razão apo B/A1 e as pequenas e densas
partículas de LDL-c e HDL-c como preditivos de doenças cardiovasculares (VAN GAAL et
al., 2006).
Considerando essa premissa e o fato de que as prevalências e taxas das doenças
cardíacas estão aumentando insidiosamente no mundo e no Brasil, a prevenção primária para
40
DCV torna-se um dos principais objetivos da saúde pública. Nesse contexto, o rastreamento
dos indivíduos com risco elevado na população em geral se torna crucial. Além disso, para a
maioria da população obesa, o excesso de adiposidade visceral funciona como um termômetro
metabólico que, por sua vez, pode ser um forte indicativo de excesso de risco (ZALESIN et
al., 2008).
PREDIÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR
O risco cardiovascular é caracterizado por condições que predispõem um indivíduo a
um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares. A gênese para o desenvolvimento
dessas doenças está relacionada a fatores de diferentes ordens, tais como fatores genéticos,
ambientais, dietéticos, metabólicos, inflamatórios, entre outros (MAFRA & OLIVEIRA,
2008). Os fatores de risco para desenvolvimento de DCV podem ser classificados em (OMS,
2007):
Fatores de risco Modificáveis: fatores que podem ser prevenidos, tratados e
controlados. São eles: Hipertensão arterial; Dislipidemia; Diabetes Mellitus;
Obesidade; Hábitos alimentares inadequados; Tabagismo e Inatividade física.
Fatores de risco Não-modificáveis: fatores que não podem ser mudados e, por isso,
não podem ser tratados. São eles: História familiar ou hereditariedade; Sexo; Idade
avançada; Raça ou etnia.
“Novos” fatores de risco: fatores que passaram a ser considerados como de risco para
DCV. São eles: Excesso de Homocisteína no sangue; Inflamações; Coagulação
sanguínea anormal
A interação e a presença simultânea de vários fatores de risco em um mesmo indivíduo
têm um efeito sinérgico e multiplicativo, potencializando seus efeitos para o risco de
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (MAFRA & OLIVEIRA, 2008).
O risco cardiovascular para pacientes e de indivíduos hígidos pode ser estudado de
várias formas, contemplando os fatores de risco tradicionais, muito freqüentemente usados na
prática clínica, e fatores de risco metabólicos, recentemente recomendados.
Na literatura são apresentados diferentes escores de predição do risco cardiovascular,
porém, estudos (LEMIEUX et al., 2000; 2002; SAM et al., 2009) relatam que estes métodos
apresentam limitações por não contemplarem variáveis que podem melhorar a capacidade
41
preditiva. Nesse contexto, outros indicadores são sugeridos com o propósito de predizer
elevação do risco cardiovascular nos indivíduos, especialmente quando associados ao
aumento da adiposidade visceral (DESPRÉS & LEMIEUX, 2006).
Diversas pesquisas epidemiológicas continuam identificando e avaliando os fatores de
risco tradicionais que contribuem para a ocorrência de doenças cardiovasculares
ateroscleróticas (LEMIEUX et al. 2000; 2002; DEPRÉS et al., 2008). Índices lipídicos
disponíveis atualmente têm sido avaliados para determinar se eles deveriam ser incluídos nas
fórmulas de risco já existentes (ARSENAULT et al., 2009). Apesar dessas recentes
evidências, ainda não está completamente estabelecida quais índices lipídicos melhor estariam
relacionados ao risco cardiovascular, como é o caso das apolipoliproteínas, partículas
pequenas e densas de LDL-c, entre outros (LEMIEUX et al., 2007).
Novos estudos vêm à procura da melhor forma de se determinar o risco cardiovascular
dos indivíduos, através de métodos alternativos, usando critérios simples para que possam ser
utilizados tanto na prática clínica quanto em estudos epidemiológicos para o rastreamento, a
prevenção e o tratamento dos indivíduos em maior risco para eventos cardiovasculares
(LEMIEUX et al., 2000). Dentro deste contexto, os pesquisadores lidam com uma diversidade
de indicadores, escores ou fórmulas não padronizados, o que dificulta a comparabilidade entre
os estudos. Alguns indicadores de risco cardiovascular são apresentados no Quadro 1.
Quadro 1 – Valores de normalidade para os indicadores de risco cardiovascular*.
Indicadores de risco cardiovascular Valor de normalidade
Colesterol total <200 mg/dl
HDLc Homens: >40 mg/dl
Mulheres: >50 mg/dl
LDLc <160 mg/dl
VLDLc <50 mg/dl
TG <150 mg/dl
Glicemia <100 mg/dl
Ácido úrico Homens: 3,5-8,5 mg/dl
Mulheres: 2,5-6,2 mg/dl
Pressão arterial sistólica <120 mmHg
Pressão Arterial Diastólica <80 mmHg
*IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose (2007), Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes (2008)
Lamarche et al. (1999), por exemplo, revelaram que a insulinemia, apolipoproteína B
e partículas pequenas e densas de LDL colesterol forneceram mais informações sobre o risco
de doenças isquêmicas do coração quando comparadas às variáveis lipídicas convencionais.
42
Além desses, Lemieux et al. (2000), em um estudo para avaliar o risco de doença
cardiovascular na cidade de Quebec (Canadá), demonstraram que acrescentando os níveis de
triglicerídeos de jejum para a interpretação simultânea com o valor da circunferência da
cintura torna-se importante determinante para predizer o risco cardiovascular.
Apesar da capacidade satisfatória do escore de fatores de risco tradicionais para
detectar indivíduos em risco para DCV, estudos recentes demonstraram o inverso, alegando
que esses fatores não medem adequadamente o risco cardiovascular global (LEMIEUX et al.,
2000; 2002; SAM et al., 2009; DESPRÉS et al., 2009). Uma série de fatores de risco,
considerados não tradicionais, está sendo estudada para melhor identificar indivíduos com
características subclínicas, a exemplo do acúmulo abdominal de gordura visceral, porém com
potencial risco para o desenvolvimento de DCV.
PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DE RISCO CARDIOVASCULAR
PERFIL LIPÍDICO
A obesidade, como descrito previamente, leva ao desenvolvimento simultâneo de
alterações funcionais, já que o aumento no estoque da gordura corporal ocasiona elevação da
gordura circulante na corrente sanguínea, tais como TG, CT e suas frações, caracterizando um
quadro de hiperlipidemia (LIMA & GLANER, 2006; QUEIROZ et al., 2009).
A produção de adipocinas pela gordura visceral desempenha função chave nas
complicações cardiometabólicas induzidas pela obesidade. Nessa condição, o tecido adiposo
está infiltrado por macrófagos ativados, os quais liberam quantidade excessiva de citocinas
pró-inflamatórias. Estas, por sua vez, exercem ações que perpetuam a inflamação local no
tecido adiposo e induzem a resistência à insulina e as disfunções vascular e cardíaca
(QUEIROZ et al., 2009).
Dentre os mecanismos envolvendo lipídeos, o CT, TG e as frações de LDL-c HDL-c
são os mais estudados. Os ácidos graxos livres liberados pelas células adiposas disfuncionais
são captados pelo fígado e contribuem para o estabelecimento de hipertrigliceridemia com
aumento das partículas de VLDL (TOÉ, 2007; QUEIROZ et al., 2009).
A relação entre o nível de colesterol e a aterosclerose tem sido bem sedimentada por
vários estudos epidemiológicos, que comparam a mortalidade por DCV com o nível de CT no
sangue (FORD et al., 2003; ASIA PACIFIC COHORT STUDIES COLLABORATION,
2004).
43
A maior parte dos indivíduos que apresentam elevação no CT sérico apresenta também
elevadas taxas de LDL-c, já que está lipoproteína é o transportador sanguíneo de colesterol.
Além disso, o LDL-c é considerado um forte preditor de desenvolvimento precoce de ate-
rosclerose, uma vez que esta lipoproteína é o principal fator de injúria do endotélio,
favorecendo o processo aterogênico (CASTELLI et al., 1983).
Por outro lado, estudos revelam (JEPESSEN et al., 1998; LEMIEUX et al., 2000;
DESPRÉS et al., 2001) que a proporção de LDL-c/HDL-c e a concentração CT/HDL-c foram
os melhores preditores de doença cardiovascular do que CT isolado ou suas frações,
exatamente pelo seu poder aterogênico. Além disso, níveis séricos elevados de CT
influenciam no tamanho, densidade, distribuição e composição da LDL-c, tornando-a mais
densa e mais aterogênica (CASTELLI et al., 1983).
Entre os componentes do perfil lipídico, os triglicerídeos têm um papel primário na
formação da aterosclerose em se tratando de hipertrigliceridemia (BONORA et al.; 2003).
Lima & Glaner (2006) observaram que indivíduos com hipertrigliceridemia apresentavam
algum comprometimento cardiovascular e elevação dos fatores aterogênicos, tais como:
colesterol, pressão arterial, glicemia e RI.
Jonhson & Tuttle (2000) destacaram que níveis aumentados de triglicerídeos,
associados ou não a níveis aumentados de LDL-c e diminuídos de HDL-c, tem demonstrado
uma estreita relação com o aumento do risco de doenças cardiovasculares, entre elas AVE.
A importância dos níveis de triglicerídeos no plasma como um marcador de risco para
doença coronariana tem sido debatida há muito tempo, como uma abordagem inicial de
triagem simples para distinguir obesidade visceral da subcutânea entre os indivíduos
(DESPRÉS et al., 2008). Para tal, foi proposto que a presença simultânea de
hipertrigliceridemia de jejum e aumento da circunferência da cintura pode representar uma
característica clínica para identificar indivíduos com excesso de tecido adiposo visceral, com
características e propensão ao desenvolvimento da síndrome metabólica (LEMIEUX et al.,
2000; 2002; 2007).
ÁCIDO ÚRICO
A hiperuricemia é um transtorno metabólico caracterizado pelo excesso de ácido úrico
no sangue, produto de uma desordem no metabolismo das purinas no fígado, ocorrendo
devido à produção elevada e à excreção renal reduzida de ácido úrico (BARRA et al., 2007).
44
Concentrações séricas elevadas de ácido úrico são consideradas fatores de risco para
diversas doenças e estão comumente vistas em associação com intolerância à glicose,
dislipidemia e hipertensão arterial, e há correlação significativa entre estas concentrações e RI
(BARRA et al., 2007). Além disso, existem hoje substanciais evidências sugerindo que o
ácido úrico é um importante e independente fator de risco de doença cardiovascular e renal
(GUIMARÃES, 2004; MATOS et al., 2010).
A hiperuricemia parece ser um componente das anormalidades da síndrome de
resistência à insulina, explicando melhor a associação de elevação dos níveis de ácido úrico e
doença cardiovascular (MATOS et al., 2010). Embora estudos observacionais (KIM et al.,
2009; TORUN et al., 1998) evidenciem uma associação entre o nível elevado de ácido úrico e
doenças cardiovasculares, o papel patogênico da hiperuricemia precisa ser melhor elucidado.
Possíveis fatores confusionais, os quais incluem a hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia,
hiperglicemia, insulinemia e o IMC, podem estar associados à hiperuricemia (WARING et
al., 2000).
Fator conhecido por aumentar a concentração de ácido úrico no plasma, a obesidade
está associada tanto ao aumento da produção quanto ao decréscimo na excreção de urato,
especialmente entre os indivíduos mais obesos (YAMAMOTO, 2005). A obesidade visceral
está relacionada com o metabolismo do ácido úrico e RI, promovendo a hiperuricemia. A
deposição de gordura proporciona o aumento da RI, em conseqüência do aumento dos ácidos
graxos livres e o TNF-α e diminuição da adiponectina, que induz ao decréscimo na depuração
de ácido úrico urinário, ocasionando, proporcionalmente, a hiperuricemia (KIM et al., 2005;
2009; RIBEIRO FILHO, 2006).
Apesar dos mecanismos da hiperuricemia na patogenicidade das DCV não estarem
bem esclarecidos, sabe-se que a hiperuricemia está associada com os efeitos deletérios sobre a
disfunção endotelial, oxidação local e a adesão e agregação plaquetária. (RAO et al., 1991;
JOHNSON et al., 2003).
O estudo National Health and Nutrition Survey (NHANES III) demonstrou que o
aumento dos níveis séricos de ácido úrico está significativamente associado com o risco de
mortalidade cardiovascular, independente de outros fatores de risco, do uso de diuréticos ou
do estado pós-menopausa. Os pacientes hipertensos, com valores de ácido úrico entre 5,0-6,9
mg/dl, possuíam um risco significativamente superior para Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM) e Acidente Vascular Encefálico (AVE) (risco relativo 1,32 e 1,15, respectivamente).
Enquanto que em pacientes com ácido úrico superior a 7,0 mg/dl, o risco relativo para IAM
foi de 2,2 e para AVE foi de 1,5 (WARD, 1998).
45
O risco aumentado de eventos cardiovascular também foi demonstrado por Verdecchia
et al. (2000), através do estudo PIUMA. Os autores observaram uma forte e independente
associação entre a hiperuricemia e o risco cardiovascular entre hipertensos não tratados e
assintomáticos, mesmo após a correção dos fatores de confundimento.
Embora existam diversos estudos que revelam uma associação entre o ácido úrico e a
mortalidade cardiovascular, a relação entre indicadores e o padrão de obesidade não está bem
estabelecido. Segundo Rachid (2004) apud Barra (2007), o padrão de obesidade que melhor se
correlaciona com a hiperuricemia é a relação cintura-quadril.
Ainda em relação aos indicadores antropométricos, Conen et al. (2004) demonstraram
que o ácido úrico esteve correlacionado com a circunferência da cintura e a razão cintura-
quadril entre os homens. Resultado semelhante foi relatado por Chen et al. (2007) ao
observarem que elevados valores de CC e triglicerídeos foram estatisticamente associados
com elevadas concentrações de ácido úrico tanto em homens, quanto em mulheres, assim
como houve forte correlação entre esses indicadores.
Embora não existam pesquisas sobre a relação do DAS e hiperuricemia, são
necessários estudos que busquem explicar ou revelar a associação sobre a concentração de
ácido úrico, como parâmetro de risco cardiovascular, e indicadores antropométricos
associados à hipertrigliceridemia, na identificação de indivíduos com elevada concentração
abdominal de gordura visceral.
46
RELEVÂNCIA DO ESTUDO
Todos os estudos até aqui citados concordam entre si com a importância de um
controle do perfil lipídico e dos riscos que um acúmulo excessivo de gordura local pode trazer
ao indivíduo, uma vez que já se conhece a correlação entre o acúmulo de gordura visceral e a
morbi-mortalidade por eventos cardiovasculares. Estes ainda ressaltam a importância da
identificação da topografia desta gordura pelo fato da gordura localizada na região superior do
corpo (tronco) impor maiores variações metabólicas ao indivíduo do que a gordura acumulada
na região inferior do corpo (quadril e coxas).
Considerando o fato de que os métodos antropométricos são relativamente simples, de
baixo custo e de boa acurácia, estes vêm sendo uma alternativa bastante utilizada em estudos
populacionais sobre a obesidade e a distribuição regional de gordura corporal. Associado a
isto, o nível sérico de TG de jejum tem sido evidenciado por sua relação com risco
cardiovascular, independente da alteração dos outros parâmetros do perfil lipídico.
Diante destas evidências, a análise conjunta de indicadores tem sido relatada como
bom método para avaliação do risco cardiovascular. Pelo fato de no Brasil existir poucos
estudos com estas características, torna-se importante realizar pesquisas com o propósito de
verificar se a avaliação simultânea de medidas antropométricas e hipertrigliceridemia seriam
métodos alternativos de avaliação do risco cardiovascular e predição da gordura visceral.
Dessa forma, este estudo possibilita a discussão a cerca do conhecimento científico
sobre novos indicadores de risco de DCNT que possam ser utilizados tanto na prática clínica
quanto a nível populacional.
47
OBJETIVOS
GERAL:
Avaliar o desempenho dos indicadores antropométricos em estimar a gordura visceral
quando associados à hipertrigliceridemia em homens e mulheres.
ESPECÍFICOS:
Verificar a existência de correlação entre triglicerídeos, CC, DAS e RCQ e área de
TAV;
Investigar possíveis diferenças na capacidade dos indicadores antropométricos
associados à hipertrigliceridemia na identificação da área de TAV quando avaliados
entre os sexos;
Identificar os fatores que influenciam na eficiência dos indicadores antropométricos
associados com a hipertrigliceridemia na predição da área de TAV;
Estimar as associações entre os indicadores antropométricos e hipertrigliceridemia
com outros marcadores e condições de risco cardiovascular (colesterol HDL,
colesterol LDL e colesterol total aumentado, hiperuricemia).
48
METODOLOGIA
Delineamento do Estudo
Trata-se de um estudo transversal, derivado de um projeto mais amplo intitulado
“Validação do Diâmetro Abdominal Sagital enquanto preditor de tecido adiposo visceral”, o
qual foi desenvolvido por um grupo de pesquisa da Escola de Nutrição (ENUFBA) da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), no primeiro trimestre de 2009.
Local de Estudo
O estudo mais amplo foi desenvolvido com os pacientes dos ambulatórios de Nutrição
do Pavilhão José Francisco Magalhães Neto, do Complexo Hospitalar Universitário Professor
Edgar Santos (HUPES) da UFBA, do Consultório Dietético da ENUFBA e indivíduos não
vinculados às unidades de saúde como: instituições geriátricas, ao projeto Universidade
Aberta à Terceira Idade da Universidade Católica do Salvador-BA e da comunidade geral.
População e amostra
Foram selecionados por conveniência 200 indivíduos com idade igual ou superior a 20
anos, ambos os gêneros, atendidos em unidades de saúde e indivíduos não vinculados a
unidades de saúde para garantir uma equivalência na representatividade dos grupos em
relação à quantidade de gordura visceral.
Por se tratar de um estudo de validação de métodos o “n” da amostra foi definido de
acordo com as possibilidades de recursos materiais e humanos, assim como com a análise do
tamanho amostral de estudos anteriores e a estratificação criteriosa da amostra por sexo,
grupo etário e massa corporal, permitindo assim a comparação entre os indivíduos segundo
estas variáveis.
A massa corporal foi classificada segundo o Índice de Massa Corporal (IMC) – peso
(Kg)/ altura (m²) – de forma que para os adultos IMC >25,0 Kg/m² e <25,0 Kg/m² (WHO,
1998), enquanto que para os idosos IMC >27,0 Kg/m² e <27,0 Kg/m² dados de referência
descrito na literatura (ADA, 1993; American Academy of Family Physician, 2002; Nutrition
Screening Initiative, 2002), conforme esquema a seguir:
49
Esquema 1 – Estratificação da amostra
*Utilizou-se a classificação para considerar eutrofia e excesso de peso segundo classificação da WHO (1998)
para adultos e American Academy of Family Physician (2002); ADA (1993); Nutrition Screening Initiative
(2002) para idosos.
Critérios de não-inclusão
Qualquer um dos seguintes critérios, obtidos a partir de resposta positiva às perguntas
de pré-seleção e recrutamento realizados em contato prévio ao dia de realização da avaliação.
Foram excluídos aqueles voluntários:
▪ com idade inferior a 20 anos;
▪ com IMC superior a 40 kg/m²;
▪ desnutridos graves e portadores de distúrbios graves (seqüela neural e distrofia);
▪ portadores de amputação ou qualquer problema físico-postural que comprometesse a
verificação das medidas antropométricas e de gordura abdominal.
▪ que realizaram cirurgias abdominais recentes, mulheres gestantes ou que tiveram parto
nos últimos seis meses;
▪ portadores de lesões e tumorações abdominais, hepatomegalia e/ou esplenomegalia e
ascite.
Adulto
n= 100
Idoso
n= 100
Feminino
n= 50
Masculino
n= 50
Feminino
n= 50
Masculino
n= 50
< 25
n= 25
> 25
n= 25
< 25
n= 25
> 25
n= 25
< 27
n= 25
> 27
n= 25
< 27
n= 25
> 27
n= 25
Inclusão dos indivíduos
na amostra
n=200
Faixa Etária (anos)
Sexo
IMC*
(Kg/m2)
50
Coleta dos dados
A coleta foi iniciada no primeiro semestre de 2009. Após a assinatura do TCLE, o
indivíduo selecionado respondeu a um questionário sócio-demográfico e clínico e foi
submetido à realização da tomografia computadorizada e as medidas antropométricas, no
Hospital Universitário Professor Edgar Santos. Os exames bioquímicos foram realizados em
um laboratório particular da cidade.
Os dados foram coletados através de um questionário (Apêndice A), previamente
padronizado e pré-codificado contendo informações referentes às características
demográficas, antropometria, exames bioquímicos e TC. O questionário foi aplicado por uma
equipe devidamente treinada, sendo revisados pelo(s) pesquisador(es) após as entrevistas.
Para cada paciente, as avaliações (antropométrica, bioquímica e tomografia) foram realizadas
na mesma semana evitando-se, deste modo, que oscilações no peso e na composição corporal
pudessem interferir nos resultados.
Variáveis selecionadas para o presente estudo
Variáveis demográficas: A amostra foi estratificada por sexo (masculino e feminino) e
grupo etário: os adultos foram categorizados entre 20 a 39 anos e 40 a 59 anos. Para os idosos
as categorias foram: 60 a 74 anos e > 75 anos.
Exames bioquímicos: Foram classificados segundo os critérios estabelecidos pela IV
Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2007) e pelas Diretrizes
da Sociedade Brasileira de Diabetes (2008): Colesterol total <200 mg/dl; HDLc >40 mg/dl
para homens e >50 mg/dl para mulheres; LDLc<160 mg/dl; Triglicerídeos <150 mg/dl;
VLDLc <50 mg/dl;
Os valores de LDL e VLDL foram originados do cálculo utilizando as seguintes
fórmulas: LDL= CT – (HDL – VLDL); VLDL= TG/5. Ainda foram avaliados o Ácido úrico
(VN: 3,5-8,5 mg/dl para homens e 2,5-6,2 mg/dl para mulheres) e as razões CT/HDL e
LDL/HDL.
Antropometria: Foram verificadas as medidas de peso, altura, circunferências da
cintura e do quadril e diâmetro abdominal sagital. Os indicadores antropométricos avaliados
foram: a Circunferência da cintura (CC); Diâmetro abdominal sagital (DAS); Razão cintura
quadril (RCQ=CC/CQ).
51
Área de Tecido Adiposo Visceral: Identificada pela Tomografia Computadorizada
considerando o valor >130 cm² como excesso de tecido adiposo visceral, ou seja, risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DESPRÉS, 1993).
Técnicas e instrumentos
Exames Laboratoriais: As amostras sanguíneas foram coletadas por venopunção, com
os pacientes em jejum de 12 horas e realizados em único laboratório. Foi solicitado aos
voluntários que não consumissem bebidas alcoólicas no dia que antecedeu a coleta sanguínea.
Os exames foram quantificados no soro, por meio de sistema colorimétrico, método química
seca, utilizando kit fabricado pela Ortho-Clinical Diagnostics®.
Medidas Antropométricas: Antes do início do processo de coleta de dados, os
membros da equipe foram treinados e as técnicas de medidas devidamente padronizadas. Para
as medidas antropométricas, os indivíduos foram avaliados trajando roupas leves e sem
sapados, sendo as medidas tomadas por 01 antropometrista membro da equipe. Foram
verificadas as medidas do peso e da altura (objetivando o cálculo do Índice de Massa
Corporal) com o auxílio da balança digital portátil (marca Filizola, com capacidade de 150Kg
e intervalo de 100g) e o Estadiômetro portátil (marca SECA, TBW Importadora Ltda.),
respectivamente. As técnicas de peso e altura, bem como as medidas das circunferências
foram seguidas conforme proposto por Lohman (1988):
- CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA: Verificada na metade da distância entre o
rebordo costal inferior e as cristas ilíacas. A leitura foi feita no momento da expiração,
realizada com fita métrica de material sintético inelástica (TBW Importadora Ltda.).
- CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL: Verificada no nível da sínfise púbica, com a
fita circundando o quadril na parte mais saliente entre a cintura e a coxa, com o indivíduo
usando roupas finas. A leitura foi realizada no milímetro mais próximo.
- DIÂMETRO ABDOMINAL SAGITAL: Verificado com auxílio do calibrador
abdominal portátil (Sliding-beam – Holtain, Ltd., Dyfed.Wales, U.K.) e medido com o
indivíduo na posição supina, com os braços relaxados ao longo do corpo e as pernas
estendidas. A haste fixa do calibrador foi colocada embaixo das costas do indivíduo e a móvel
52
trazida até a marca abdominal feita entre as cristas ilíacas, no nível do umbigo. A leitura foi
realizada no milímetro mais próximo, no final da expiração (KAHN, 1996).
Área de Tecido Adiposo Visceral (TAV): A área gordura visceral foi medida pela
Tomografia computadorizada. Os exames foram obtidas pelo Tomógrafo Picker PQ5000 no
Serviço de Radiologia do HUPES, realizadas e analisadas por um mesmo técnico de
radiologia. O exame tomográfico foi realizado em jejum completo de 04 horas com o paciente
em decúbito dorsal e os braços estendidos acima da cabeça. Para identificação precisa da
localização de L4-L5 foi realizado topograma lateral, em seguida foi feito um corte
tomográfico axial único nesta localização, com espessura de corte de 10 mm e tempo de
exposição de 3 segundos. Não foi administrado meio de contraste baritado ou organoiodado.
Utilizou-se o programa do tomógrafo para exame de abdômen com parâmetros radiográficos
de 140 kV e 45 mA.
Quantificação da gordura abdominal subcutânea e visceral: A TC foi realizada num
único corte abdominal a altura de L4/L5, para a medida das áreas abdominais de gordura
subcutânea e visceral. As áreas abdominais foram demarcadas com cursor e quantificadas.
Para identificação do tecido adiposo foram utilizados os valores mais comumente descritos
para sua densidade de -50 e -150 Unidades Hounsfields. Obtido o corte, foram delineados os
limites mais externos do abdômen com cursor eletrônico livre contemplando as bordas
externas que limitam a circunferência da cintura, calculando-se em seguida a área abdominal
total. Após a medida da área abdominal total, foi também delineada a área abdominal visceral
(área de gordura visceral), determinada pela marcação da cavidade abdominal, tomando como
limites as bordas internas dos músculos reto abdominal, oblíquo interno e quadrado lombar,
excluindo-se o corpo vertebral e incluindo a gordura retroperitonial, mesentérica e omental.
As áreas de gordura foram descritas em centímetros quadrados. A área abdominal subcutânea
foi calculada subtraindo-se a área abdominal total da área abdominal visceral (SEIDELL,
1987).
Processamento e análise estatística dos dados
As análises serão realizadas com o auxílio do software Statistical Package for Social
Science (SPSS), versão 13.0. Será realizada análise descritiva, através de medidas de
tendência central e dispersão. Será utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a
normalidade das variáveis quantitativas. Para avaliar a correlação entre as variáveis com
53
distribuição normal será utilizado o Coeficiente de Correlação de Pearson e aquelas com
distribuição não-normal serão analisadas pelo Coeficiente de Correlação de Spearman.
O teste Qui-quadrado de Pearson será utilizado para testar a associação entre os
indicadores antropométricos associados à hipertrigliceridemia e a prevalência de excesso de
gordura visceral. Além disso, modelos de análises de Regressão Linear Múltipla serão
construídos para verificar a influência dos indicadores antropométricos e hipertrigliceridemia
na concentração de gordura visceral. Para todas as análises inferenciais, será considerado
significância estatística quando p<0,05.
Aspectos éticos
O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Escola de Nutrição da
UFBA, segundo o parecer nº 01/09. A participação no estudo foi voluntária, mediante
assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) no qual continha
informações a respeito da pesquisa, seus objetivos e direitos, sendo os participantes
informados quanto aos procedimentos aos quais foram submetidos. Todos os direitos dos
sujeitos foram reservados, garantindo-lhes a liberdade de participar ou retirar seu
consentimento no decorrer do trabalho. Foi assegurado o caráter anônimo dos indivíduos que
decidiram participar.
O estudo não envolveu procedimentos de alto risco aos indivíduos, princípios éticos de
não maleficência, beneficência, justiça e autonomia determinados na Resolução 196/06 do
Conselho Nacional de Saúde foram respeitados. Todos os participantes receberam os
resultados dos exames e foram atendidos pelos ambulatórios de Nutrição e encaminhados para
acompanhamento do estado de saúde, quando necessário.
Recursos utilizados
A equipe que realizou toda a coleta dos dados foi composta por professores da
ENUFBA, bolsistas de Iniciação Científica (PIBIC/UFBA e Programa Permanecer). O
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) financiou todo o projeto,
viabilizando a aquisição de instrumentos antropométricos (balanças, plicômetros,
estadiômetro) e material de escritório, bem como a realização de exames bioquímicos em um
laboratório particular da cidade e o pagamento de um estatístico que realizou as análises do
projeto mais amplo.
54
Cronograma de Execução
Atividades do projeto mais amplo já realizadas: elaboração de plano de trabalho,
treinamento da equipe; estudo piloto; coleta e tabulação dos dados.
Etapas para o desenvolvimento do presente estudo:
ATIVIDADES 2010 2011
1º
trim.
2º
trim.
3º
trim.
4º
trim.
1º
trim.
2º
trim.
3º
trim.
4º
trim.
Levantamento bibliográfico X x x x x x x x
Construção do banco de
dados
x
Análise e interpretação dos
dados
x x x x x
Qualificação do projeto x
Produção de artigos
científicos
x x x x
Produção de trabalhos para
congressos
x x x x
Defesa oral x
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Artigos completos publicados
▪ RORIZ, A.K.C.; OLIVEIRA, C.C.; MOREIRA, P.A.; EICKEMBERG, M.;
MEDEIROS, J.M.B.; SAMPAIO, L.R. Methods of predicting visceral fat in Brazilian
adults and older adults: a comparasion between antropometry and computerized
tomography. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, v.16, p. 5-12, 2011.
Artigos aceitos para publicação
▪ EICKEMBERG, M.; OLIVEIRA, C.C.; RORIZ, A.K.C.; SAMPAIO, L.R.
Bioimpedância elétrica e sua aplicação em avaliação nutricional. Revista de Nutrição
da PUCCAMP, 2011.
Resumos publicados em anais
▪ Indicadores Antropométricos e Hipertrigliceridemia na estimativa de gordura visceral
em idosos. In: VI Congresso Norte-Nordeste de Geriatria e Gerontologia, 2011.
Autores: OLIVEIRA, C.C.; RORIZ, A.K.C.; MOREIRA, P.A.; SAMPAIO, L.R.
55
▪ Estado nutricional e Síndrome Metabólica em idosos de um interior da Bahia. In: VI
Congresso Norte-Nordeste de Geriatria e Gerontologia, 2011. Autores: SAMPAIO,
L.R.; MELLO, A.L.; RORIZ, A.K.C.; OLIVEIRA, C.C.
▪ Caracterização do estado nutricional e das morbidades de idosos ativos atendidos
ambulatorialmente. In: VI Congresso Norte-Nordeste de Geriatria e Gerontologia,
2011. Autores: LOPES, J.A.; SOUZA, M.A.N.; SENA, M.L.A.; OLIVEIRA, C.C.;
RORIZ, A.K.C.; SAMPAIO, L.R.
▪ Percentis do Diâmetro Abdominal Sagital de idosos em um município no interior do
Nordeste, Bahia, Brasil. In: II Word Congress of Public Health Nutrition; I
Latinamerican Congress of Community Nutrition, 2010, Porto, Portugal. Autores:
SAMPAIO, L.R.; RORIZ, A.K.C.; OLIVEIRA, C.C.; MOREIRA, P.A.; FONTES,
G.A.V.
▪ Magreza: principal problema antropométrico em idosos longevos de um município do
interior da Bahia. In: In: XVII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, 2010,
Belo Horizonte, MG. Autores: SAMPAIO, L.R.; FONTES, G.A.V.; OLIVEIRA, C.C.
▪ Percentis do Diâmetro Abdominal Sagital de idosos em um município do interior da
Bahia. In: XVII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, 2010, Belo
Horizonte, MG. Autores: SAMPAIO, L.R.; RORIZ, A.K.C.; OLIVEIRA, C.C.;
MOREIRA, P.A.; FONTES, G.A.V.
Apresentação de trabalho
▪ OLIVEIRA, C.C.; RORIZ, A.K.C.; MOREIRA, P.A.; SAMPAIO, L.R. Indicadores
antropométricos e hipertrigliceridemia na estimativa de gordura visceral em idosos.
2011. (Congresso)
▪ OLIVEIRA, C.C.; LOPES, M.B.; SILVA, A.P.B ; FRAGA, L.M.; GOMES, A.L.C..
Cinema na escola: uma estratégia de educação nutricional para alunos de um colégio
da rede estadual de ensino na cidade de salvador-ba. 2010. (Simpósio)
56
PERSPECTIVAS DE ESTUDO
Tem-se a perspectiva de finalizar o trabalho intitulado “Indicadores antropométricos e
hipertrigliceridemia na identificação de fatores de risco cardiovascular”, o qual se encontra
em fase de análise dos resultados.
57
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66
APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
DEPARTAMENTO CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO
PESQUISA: VALIDAÇÃO DO DIÃMETRO ABDOMINAL SAGITAL ENQUANTO
PREDITOR DE TECIDO ADIPOSO VISCERAL EM ADULTOS E IDOSOS.
Local coleta: ____________________
Questionário nº. :________ Data:___/___/___ Registro:_______________
Nome:_________________________________________________________
Endereço: ______________________________________________________
Telefone:_______________________________________________________
1.Sexo: (1) M (2) F 2.Idade: _____________ 3.Dnasc.:___/___/___
4. Cor da pele: __________________
5. Exercício físico regular:
(1) Sim (especifique)________________
(2) Não
(8) NS
(9) NR
6. Quantas vezes: ________________
7. Por quanto tempo: _____________
8.Desde quando faz exercício físico: _________________
9. Escolaridade: Série: ______________ Anos de estudo: _______________
SINAIS E DIAGNÓSTICO CLÍNICOS
10. Hipertensão (1) Sim (2) Não
11. Dislipidemia (1) Sim (2) Não
12. D. cardiovascular (1) Sim (2) Não
13. D. metastática (1) Sim (especifique)_________________
(2) Não
14. Cirurgia abdominal (1) Sim (especifique)__________________
(2) Não
15. Outros: _____________________________________________
16. USO DE MEDICAMENTOS:
__________________________________________________________________
17. Pressão arterial (1): __________ Pressão (2):____________
67
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
18.Peso:_______
19.Altura(1):____________
KH:_______________ IMC: ___________
Altura(2):____________
20.CCintura(1):__________
CCintura(2):__________
21.CQuadril(1):_________
CQuadril(2):__________
22.CCoxa(1):___________
CCoxa(2): ___________
23.DAS(1):_____________
24. CB (1):_____________
DAS(2):_____________
CB (2):_____________
25. PCB (1): ___________
PCB (2): ____________
26.PCT(1):_____________
27. PCSE (1)____________
PCT (2):____________
PCSE (2)____________
28. PCSI (1): ___________
PCSI (2): ____________
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA (Data: ____/_____/______)
29.Glicemia de jejum: _____________ 30. Insulina: ________________
31. Ácido úrico:_____________ 32. Colesterol total: ______________
33. HDL-Col: _______________ 34. LDL –col: ______________
35. TG: __________________ 36. Mg+:_________________
AVALIAÇÃO POR TOMOGRAFIA (cm²) (Data:____/_____/____)
37. Área de tecido adiposo abdominal total: _________________
38. Área de tecido adiposo subcutâneo: _____________________
39. Área de tecido adiposo visceral: ________________________
68
APÊNDICE B: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
PROJETO DE PESQUISA: VALIDAÇÃO DO DIÂMETRO ABDOMINAL
SAGITAL ENQUANTO PREDITOR DE TECIDO ADIPOSO VISCERAL EM
ADULTOS E IDOSOS.
Eu, ..........................................................................................................., fui procurado(a) pela
nutricionista Lílian Ramos Sampaio, professora da Escola de Nutrição da Universidade
Federal da Bahia, quando fui informado (a) sobre o objetivo da pesquisa, sob a sua
coordenação, com o titulo acima citado. O objetivo principal desta pesquisa é o de avaliar o
quanto eu tenho de gordura na cavidade abdominal e isto será verificado através de medidas
antropométricas, exames bioquímicos, bioimpedância e pela tomografia computadorizada
abdominal. A professora explicou que para a realização das medidas antropométricas eu terei
que vestir roupas finas e leves e que a tomografia computadorizada irá me expor a uma dose
muito pequena de radiação a qual não causará qualquer dano à minha saúde. A coleta de
sangue será feita em jejum de 12 horas, com material descartável, sem oferecer riscos para a
minha saúde. A professora deixou claro que caso eu necessite de algum tratamento, serei
encaminhado(a) para acompanhamento. A professora explicou a importância deste estudo
uma vez que pretende avaliar um novo método antropométrico considerado em outros países
como um dos melhores indicadores de risco cardiovascular.
Segundo as informações prestadas, a pesquisa consta de levantamento de meus dados
pessoais, demográficos, bioquímicos (glicemia, insulina, ácido úrico, lipidograma completo e
magnésio), avaliação antropométrica (peso, altura, circunferências da cintura, quadril e coxa,
comprimento da perna, pregas cutâneas triciptal, biciptal, suprailíaca e subescapular e o
diâmetro do abdômen). Foi garantido que receberei os resultados de todos os exames
realizados durante a pesquisa para acompanhamento e/ou tratamento, além de receber
assistência nutricional permanente prestada por um dos ambulatórios de Nutrição do anexo
Profº Francisco Magalhães Neto do HUPES. Foi dito também que todas as informações sobre
a minha pessoa serão mantidas em sigilo, e não poderei ser identificado como participante da
pesquisa. Também fiquei ciente de que caso tenha alguma reclamação a fazer deverei
procurar a professora Lilian Ramos Sampaio ou o Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de
Nutrição da UFBA (Av. Araújo Pinho, 32 – Canela. CEP: 40110-160. Salvador – Bahia. Tel:
(71) 3283-7700/7704. Fax: (71) 3283-7705). Assim, considero-me satisfeito(a) com as
69
explicações da professora Lílian Ramos Sampaio e concordo em participar como
voluntário(a) deste estudo.
COMO TENHO DIFICULDADE PARA LER (SIM ........ NÃO ....... ), O ESCRITO ACIMA.
ATESTO TAMBÉM QUE A MESTRANDA CAROLINA CUNHA DE OLIVEIRA (OU
UM MEMBRO DA SUA EQUIPE) LEU PAUSADAMENTE ESSE DOCUMENTO E
ESCLARECEU AS MINHAS DÚVIDAS, E COMO TEM A MINHA CONCORDÂNCIA
PARA PARTICIPAR DO ESTUDO, COLOQUEI ABAIXO A MINHA ASSINATURA (OU
IMPRESSÃO DIGITAL).
DECLARO QUE, APÓS CONVENIENTEMENTE ESCLARECIDO PELO
PESQUISADOR E TER ENTENDIDO O QUE ME FOI EXPLICADO, CONSINTO EM
PARTICIPAR DO PRESENTE PROTOCOLO DE PESQUISA.
SALVADOR , _______de _________________ de 2009
Assinatura do paciente ou responsável Assinatura do pesquisador
____________________________________
COORDENADORA DO PROJETO
Lílian Ramos Sampaio
CRN-5/0668
* DOCUMENTO EM DUAS VIAS, UMA PARA SER ENTREGUE AO PESQUISADO.