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51 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA ESTRUTURAL MILENA BORGES DOS SANTOS CERQUEIRA Salvador 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA

ESTRUTURAL

MILENA BORGES DOS SANTOS CERQUEIRA

Salvador

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE EDIFICAÇÕES EM ALVENARIA

ESTRUTURAL

MILENA BORGES DOS SANTOS CERQUEIRA

Dissertação apresentada ao

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

ENGENHARIA CIVIL como requisito parcial

à obtenção do título de MESTRE EM

ENGENHARIA CIVIL

Orientador: Prof. Dr. Francisco Gabriel Santos Silva

Agência Financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico (CNPq)

Salvador

2017

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FORMAÇÃO DO CANDIDATO

Bacharela em Ciências Exatas e Tecnológicas, formada pela

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB (2012). Engenheira Civil,

formada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB (2014).

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MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE

MESTRADO DE

MILENA BORGES DOS SANTOS CERQUEIRA

APRESENTADA AO MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL, DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, EM 09 DE JANEIRO DE 2017.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

Prof. Dr. Francisco Gabriel Santos Silva

Orientador

PPEC - UFBA

___________________________________

Prof. Dr. Jardel Pereira Gonçalves

PPEC - UFBA

___________________________________

Prof. Dr. Cleber Marcos Ribeiro Dias

PPEC - UFBA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, ao meu noivo, minha família, ao meu orientador, ao

CNPq e a todos aqueles que estão colaborando com o desenvolvimento desta

pesquisa.

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RESUMO

A indústria da construção civil tem se destacado pelo uso de novos

materiais, desenvolvimento de tecnologias e emprego de sistemas construtivos

ainda pouco abordados cientificamente. No que se refere ao sistema

construtivo em alvenaria estrutural, seu emprego tem apresentado resultados

satisfatórios quanto à ausência de desperdícios, rapidez e simplificação das

técnicas de execução, processo planejado e controlado e bom desempenho às

solicitações. Juntamente com a sua grande utilização em curso, é crescente a

incidência de manifestações patológicas com causas diversas. Existe uma

necessidade de esclarecimentos acerca da evolução da degradação e sua

influência no desempenho e vida útil das edificações. Estes aspectos

evidenciam a importância do desenvolvimento de estudos que visem subsidiar

a durabilidade das edificações em alvenaria estrutural. Desta forma, o objetivo

deste estudo consiste em apresentar uma avaliação quantitativa do grau de

degradação de Edificações em Alvenaria Estrutural com blocos de concreto. A

metodologia proposta baseia-se em um mapeamento e quantificação das

manifestações patológicas no campo amostral, definido em função da classe

de agressividade ambiental, composta por edificações situadas em

Salvador/BA com idades na faixa entre 1 e 40 anos, seguida da verificação das

regiões com maior probabilidade de incidência, tratamento dos dados

recolhidos em campo, ensaios laboratoriais, diagnóstico e, por fim, discussões

quanto ao grau de degradação. O entendimento referente ao comportamento

da extensão da degradação colabora com a tomada de decisões acerca de

medidas de manutenções preventivas e corretivas, no intuito de atender às

exigências dos usuários das edificações.

Palavras chaves: Alvenaria estrutural. Manifestação Patológica. Desempenho.

Vida útil.

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EVALUATION OF DEGRADATION OF BUILDINGS IN STRUCTURAL

MASONRY

ABSTRACT

The construction industry has been distinguished by the use of new

materials, the development of technologies and the use of construction systems

that have not yet been approached scientifically. With regard to the structural

masonry system, its use has shown satisfactory results in the absence of

wastes, speed and simplification of the execution techniques, planned and

controlled process and good performance to the requests. Along with its great

ongoing use, the incidence of pathological manifestations with diverse causes is

increasing. There is a need for clarification on the evolution of degradation and

its influence on the performance and useful life of the buildings. These aspects

highlight the importance of the development of studies that aim to subsidize the

durability of buildings in structural masonry. In this way, the objective of this

study is to present a quantitative evaluation of the degree of degradation of

Structural Masonry Buildings with concrete blocks. The proposed methodology

is based on a mapping and quantification of the pathological manifestations in

the sample field, defined as a function of the environmental aggressiveness

class, composed by buildings located in Salvador / BA with ages between 1 and

40 years, followed by the verification of the regions With a greater probability of

incidence, treatment of the data collected in the field, laboratory tests, diagnosis

and, finally, discussions on the degree of degradation. The understanding of the

extent of degradation behavior contributes to the decision making regarding

preventive and corrective maintenance measures, in order to meet the

requirements of the users of the buildings.

Keywords: Structural masonry. Pathological Manifestation. Performance.

Lifespan.

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SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

1.1. Justificativa ............................................................................................... 2

1.2. Problema de pesquisa .............................................................................. 3

1.3. Hipótese ................................................................................................... 3

1.4. Objetivos .................................................................................................. 4

2. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 5

2.1. Alvenaria estrutural .................................................................................. 5

2.1.1. Aspectos históricos e desenvolvimento no Brasil ......................... 5

2.1.2. Definição e classificação .............................................................. 5

2.1.3. Aspectos técnicos e econômicos .................................................. 6

2.1.4. Componentes da alvenaria estrutural ........................................... 7

2.1.5. Alvenaria ..................................................................................... 11

2.2. Projetos em Alvenaria estrutural ............................................................ 11

2.3. Detalhes construtivos ............................................................................. 12

2.3.1. Vergas e Contra-vergas .............................................................. 12

2.3.2. Amarração das paredes ............................................................. 12

2.3.3. Cintas de Respaldo .................................................................... 13

2.3.4. Revestimentos Externos ............................................................. 13

2.3.5. Juntas de movimentação ............................................................ 13

2.3.6. Lajes ........................................................................................... 14

2.3.7. Juntas de Assentamento ............................................................ 14

2.4. Desempenho de edificações habitacionais ............................................ 15

2.4.1. Desempenho de alvenaria .......................................................... 16

2.4.2. Exigências dos usuários ............................................................. 16

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2.4.3. Nível de desempenho ................................................................. 17

2.4.4. Segurança estrutural .................................................................. 17

2.4.5. Segurança no uso e na operação ............................................... 18

2.4.6. Estanqueidade ............................................................................ 19

2.5. Patologias das estruturas ....................................................................... 19

2.5.1. Definição e origem ...................................................................... 19

2.5.2. Conceitos fundamentais ............................................................. 21

2.5.3. Tipos de manifestações patológicas ........................................... 26

3. METODOLOGIA .......................................................................................... 29

3.1. Introdução .............................................................................................. 29

3.2. Levantamento de dados ......................................................................... 30

3.3. Ensaios laboratoriais .............................................................................. 30

3.3.1. Ensaio de resistência à compressão dos blocos ........................ 31

3.3.2. Ensaio de absorção total de água dos blocos ............................ 31

3.3.3. Ensaio do Índice de Absorção Inicial de Água (AAI) ................... 31

3.3.4. Ensaio de resistência à compressão de prismas ........................ 32

3.3.5. Ensaio de Absorção de água de chuva ...................................... 32

3.3.6. Ensaio para a determinação da resistência à compressão da

argamassa ................................................................................................ 33

3.3.7. Determinação da resistência de aderência à tração ................... 33

3.3.8. Análise microbiológica dos revestimentos de argamassa .......... 33

3.4. Metodologia proposta por Castro (1994) ................................................ 33

3.4.1. Descrição da metodologia proposta ........................................... 34

3.5. Metodologia proposta por Gaspar e Brito (2005) ................................... 42

4. RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................... 47

5. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 48

6. CRONOGRAMA............................................................................................53

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ÍNDICE DE TABELAS

Pág.

Tabela 1. Requisitos para resistência característica à compressão, Absorção e

Retração............................................................................................................. 8

Tabela 2. Agentes de degradação em função da natureza.............................. 26

Tabela 3. Classificações dos danos e fatores de intensidade ( )....................39

Tabela 4. Classificação dos níveis de deterioração da estrutura..................... 43

Tabela 5. Nível de degradação dos revestimentos de fachada........................ 44

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ÍNDICE DE FIGURAS

Pág.

Figura 1. Vida útil das estruturas de concreto................................................. 23

Figura 2. Função de desempenho versus tempo descrevendo a durabilidade de

um produto em determinadas condições ambientais....................................... 24

Figura 3. Fluxograma da metodologia para o cálculo do Grau de Deterioração

da Estrutura ( )............................................................................................... 35

Figura 4. Famílias de elementos estruturais, danos e fatores de ponderação

.................................................................................................................... 38

Figura 5. Representação esquemática da fachada.......................................... 43

Figura 6 – (a) Ocorrência das manifestações patológicas e (b) níveis de

degradação próximo aos cantos e extremidades............................................. 45

Figura 7. Mapa probabilístico da ocorrência de manifestações patológicas... 46

Figura 8. Sensibilidade da fachada a problemas de umidade.......................... 47

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1. INTRODUÇÃO

A alvenaria estrutural proporciona, como grande vantagem, a

possibilidade de incorporar os conceitos de racionalização, produtividade e

qualidade. Como resultado, a utilização correta da técnica apresenta

construções com bom desempenho tecnológico e custo reduzido em relação às

estruturas usuais. No Brasil, o programa habitacional Minha Casa Minha Vida,

implantado pelo Governo Federal é um grande adepto a esse sistema

construtivo.

Alvenaria é um sistema que apresenta propriedades direcionais distintas,

sendo que, as juntas de argamassa atuam como planos de fraqueza. Um

grande número de fatores influencia o comportamento da alvenaria estrutural,

como por exemplo, a anisotropia de unidades, a dimensão das unidades,

largura da junta, as propriedades dos materiais das unidades e argamassa,

bem como a qualidade da obra (SENTHIVEL, et al., 2010).

Entretanto, tem-se observado que grande parte das construções, em

determinado momento da sua vida útil têm apresentado manifestações

patológicas.

Para Helene (1992), a patologia pode ser entendida como parte da

engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens

dos defeitos das construções civis. E afirma que um diagnóstico será adequado

e completo quando esclarecer todos os aspectos do problema: sintomas,

mecanismo, origem, causas e consequências.

Segundo Carmona Filho (2009), as manifestações patológicas podem ser

causadas por: falhas de projeto, de execução, mau uso ou o envelhecimento

natural das edificações, impossibilitando a estrutura de proporcionar ao

usuário, o desempenho para a qual foi projetada.

Enquanto alguns danos podem ser observados na face externa de uma

parede (por exemplo, eflorescência e fissuras), danos nos interiores não podem

ser facilmente observáveis, podendo comprometer a integridade da parede,

causar substanciais deformações e até mesmo levar ao colapso (ISFELD et al.

2016).

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Obras de engenharia civil cotidianamente estão expostas a fatores que

conduzem a sua total ou parcial degradação. O seu comportamento em uso

poderá ser afetado por diversos agentes de degradação, em função da sua

natureza, tais como: agentes mecânicos, térmicos, químicos e biológicos.

Diante da grande incidência de manifestações patológicas nas

construções, diversas instituições de ensino no mundo têm buscado analisar a

vulnerabilidade e comportamento das mesmas. Sendo assim, esta pesquisa

reside na contribuição para o estudo das patologias voltado para a

quantificação da degradação e estimativa da vida útil de estruturas em

alvenaria estrutural com blocos de concreto.

1.1. Justificativa

Com o desenvolvimento do setor da construção civil, o predomínio de

processos construtivos tradicionais e o término da vida útil das construções,

torna-se indispensável um maior entendimento acerca dos impactos causados

pelo cenário exposto. Dentre os impactos gerados, o desempenho insatisfatório

apresentado por edificações de alvenaria estrutural têm preocupado os

profissionais ligados ao setor da construção civil.

O emprego da alvenaria estrutural como principal elemento portante de

edificações, proporciona rapidez no processo construtivo, redução no custo

final da edificação, ausência de desperdícios, processo planejado e controlado,

e bom desempenho às solicitações. Porém, ainda é necessário maior avanço

nas pesquisas com a finalidade de utilizar todo o seu potencial.

Segundo Rangel et al. (2012), a alvenaria estrutural é um método

aplicado em construções residenciais, comumente em habitações populares,

que requer maior racionalização de custos, planejamento e rapidez.

No entanto, mesmo com toda essa evolução tecnológica em curso, tem-

se verificado a incidência cada vez mais corrente de manifestações patológicas

com origens diversas. Elementos construtivos de grande importância são

omitidos, várias etapas são executadas inadequadamente, há omissão ou não

seguimento das especificações de projetos de revestimento de fachada e

ausência de manutenção (ANTUNES, 2010).

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Conhecer as manifestações patológicas em edificações, identificar suas

causas e decidir sobre quais medidas de recuperação e prevenção devem ser

tomadas, impedem o comprometimento do seu desempenho estrutural.

Portanto, de acordo com Antunes (2010), é de essencial importância o

aprimoramento e criação de ferramentas sistemáticas e práticas de apuração

de danos, detecção das causas prováveis, e realização de diagnósticos mais

rigorosos.

A justificativa deste trabalho se baseia na complexidade do assunto e

principalmente pelo crescente emprego do sistema construtivo em alvenaria

estrutural em todo o país. Sendo, portanto, o conhecimento sobre os tipos de

manifestações patológicas e o nível de degradação das edificações, uma

grande contribuição para a redução das mesmas e consequentemente redução

de custos com manutenções corretivas, oriundos de falhas das estruturas.

1.2. Problema de pesquisa

Problema de pesquisa geral:

Vulnerabilidade das edificações em Alvenaria Estrutural.

Problemas de pesquisa específicos:

Idade das construções em Alvenaria Estrutural;

Tipos de manifestações patológicas de maior incidência;

Orientação das fachadas e zona de agressividade das

construções em Alvenaria Estrutural;

Existência de diferentes tipos de mecanismos de

degradação.

1.3. Hipótese

Hipótese geral:

Metodologias de avaliação do grau de degradação da estrutura

colaboram com o entendimento do desempenho de Edificações

em Alvenaria Estrutural.

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Hipóteses específicas:

A idade da edificação, em geral, contribui para o aumento da

ocorrência e da gravidade da deterioração em função do tempo;

Existe uma ação combinada entre os diversos tipos de

manifestações patológicas, no que se refere ao surgimento e

propagação dos danos;

A orientação das fachadas e a zona de agressividade

influenciam no aumento da ocorrência e da gravidade dos danos;

Agentes de natureza mecânicos, químicos, térmicos e

biológicos contribuem para o surgimento de manifestações

patológicas.

1.4. Objetivos

Objetivo geral:

Avaliar de forma quantitativa o grau de degradação de

Edificações em Alvenaria Estrutural.

Objetivos específicos:

Identificar as manifestações patológicas mais correntes em

edificações de idades entre 1ano e 40 anos de construídas;

Catalogar as manifestações patológicas mais correntes,

identificando o grau de incidência das mesmas e diagnosticar as

causas;

Correlacionar as manifestações patológicas e suas causas

com as características da região de ocorrência;

Identificar e quantificar os principais mecanismos de

degradação envolvidos no surgimento de manifestações patológicas.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Alvenaria estrutural

2.1.1. Aspectos históricos e desenvolvimento no Brasil

A alvenaria é um sistema construtivo tradicional tendo sido utilizado desde

o início da atividade humana, através do empilhamento puro e simples de

unidades, de diversos materiais como argila, pedra e outros. Foram realizadas

obras que desafiaram o tempo e tornaram-se verdadeiros monumentos

históricos, como pirâmides, pontes, catedrais, edifícios e outras obras de

grande beleza e durabilidade. Porém, a alvenaria utilizando blocos estruturais,

considerada como um sistema construtivo mais elaborado e voltado para a

obtenção de edifícios mais econômicos e racionais demorou a encontrar seu

espaço. Supõe-se que os primeiros edifícios construídos no Brasil tenham

surgido em 1966, em São Paulo (RAMALHO E CORRÊA, 2003).

Com o avanço do desenvolvimento, pesquisas em diversos países,

criação de normas e critérios de cálculo baseados em métodos racionais,

tornando-se uma alternativa eficiente e econômica para diversas aplicações, o

sistema ganhou espaço na construção civil, percebendo-se pelo número de

empresas na atualidade que produzem blocos de concreto e cerâmico. No

Brasil, o programa de aceleração do crescimento (PAC) implantado pelo

governo federal, o programa habitacional Minha Casa Minha Vida é um grande

adepto a esse sistema construtivo.

2.1.2. Definição e classificação

A alvenaria é definida como uma obra produzida em canteiro, resultante

da união de tijolos ou blocos chamados de unidades de alvenaria, através de

juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso. É suscetível de ser

projetada para resistir a esforços de compressão única ou ainda a uma

combinação de esforços, podendo conter armadura envolta em concreto ou

argamassa no plano horizontal e /ou vertical (MACHADO, 2001).

Os autores Tauil e Nese, 2010, classificam os tipos de alvenaria como:

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Alvenaria não armada - tipo de alvenaria que não recebe graute,

recebendo os reforços de aço apenas por razões construtivas -

vergas de portas, vergas e contravergas de janelas e outros

reforços construtivos para aberturas - e para evitar patologias

futuras provenientes da acomodação da estrutura, movimentação

por efeitos térmicos, de vento e concentração de tensões.

Alvenaria armada ou parcialmente armada - tipo de alvenaria

que recebe reforços em algumas regiões, devido a exigências

estruturais. São utilizadas armaduras passivas de fios, barras e

telas de aço dentro dos vazios dos blocos e posteriormente

grauteados, além do preenchimento de todas as juntas verticais.

Alvenaria protendida - tipo de alvenaria reforçada por uma

armadura ativa (pré-tensionada) que submete a alvenaria a

esforços de compressão. Esse tipo de alvenaria é pouco utilizado,

pois os materiais, dispositivos e mão de obra para a protensão têm

custo muito alto para o nosso padrão de construção.

2.1.3. Aspectos técnicos e econômicos

Quando executado como um processo racionalizado, projetado, calculado

e em conformidade com as normas pertinentes, o sistema torna-se um atrativo

para sua utilização pelas empresas do setor da construção civil. Apresentando

vantagens como maior produtividade, redução de improvisos e perdas de

materiais nas etapas construtivas, simplificação das técnicas de execução,

economia de formas, escoramentos e armação, além de facilidade de

compatibilização de projeto estrutural com o arquitetônico.

As principais desvantagens da alvenaria estrutural se referem à

contratação de uma mão de obra bem qualificada, nas limitações do projeto

arquitetônico e nas dificuldades para uma eventual reforma, já que o suporte

principal da estrutura se dá pela atuação das paredes estruturais.

Desta forma, torna-se necessária a avaliação de características

importantes para a decisão quanto ao método mais adequado a ser adotado

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como solução. Sendo destacadas por Ramalho e Corrêa 2003, a altura da

edificação, o arranjo arquitetônico e o tipo de uso.

2.1.4. Componentes da alvenaria estrutural

Segundo Ramalho e Corrêa (2003), entende-se por componente de

alvenaria uma entidade básica, algo que compõe os elementos que, por sua

vez, comporão a estrutura. Os componentes principais da alvenaria estrutural

são: blocos, ou unidades; argamassa; graute e armadura. Os elementos, partes

da estrutura, são formados por pelo menos dois componentes anteriormente

citados. Exemplos de elementos podem ser: paredes, vergas e contra vergas.

2.1.4.1. Bloco

As propriedades e parâmetros de desempenho de uma parede são

fortemente influenciados pelo bloco (unidade). Quanto ao material componente,

segundo Ramalho e Correa 2003, as unidades mais utilizadas no Brasil para

edificações de alvenaria estrutural são, em ordem decrescente de utilização:

unidades de concreto, unidades cerâmicas e unidades sílico-calcárea. Quanto

à forma, as unidades podem ser maciças ou vazadas, sendo denominadas

tijolos ou blocos, respectivamente. Estas unidades podem ser produzidas com

morfologias e características muito diferentes.

Em geral as unidades devem apresentar bom desempenho em relação à

resistência mecânica, estanqueidade, isolamento térmico e acústico e

resistência e reação ao fogo.

Segundo a NBR 6136:2014, bloco vazado de concreto simples é um

componente para execução de alvenaria, com ou sem função estrutural,

vazado nas faces superior e inferior, cuja área líquida é igual ou inferior a 75%

da área bruta. Sendo a área bruta definida como a área da seção perpendicular

aos eixos dos furos, sem desconto das áreas dos vazios.

Os blocos de concreto possuem parâmetros de classificação quanto à sua

resistência característica à compressão axial, absorção e retração segundo à

NBR 6136:2014, apresentada na tabela a seguir. Tabela 1 - Requisitos para

resistência característica à compressão, Absorção e Retração.

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Tabela 1. Requisitos para resistência característica à compressão, Absorção e Retração.

Fonte: NBR 6136:2014 – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria.

A classificação dos blocos de concreto, conforme a NBR6136:2014, deve

atender, quanto a seu uso, da seguinte forma:

Para aplicação abaixo do nível do solo, devem ser utilizados

blocos Classe A;

Permite-se o uso de blocos com função estrutural Classe C,

com largura de 90mm, para edificações de no máximo um pavimento;

Permite-se o uso de blocos com função estrutural Classe C,

com largura de 115mm, para edificações de no máximo dois

pavimentos;

Permite-se o uso de blocos com função estrutural Classe C,

com largura de 140mm e 190mm, para edificações de até cinco

pavimentos;

Os blocos com largura de 65mm têm seu uso restrito para

alvenaria sem função estrutural.

Dentre as propriedades físicas dos blocos de concreto, a absorção, teor

de umidade e a retração por secagem são bastante relevantes. Elas

influenciam no comportamento do bloco e podem garantir a qualidade dos

mesmos. O bloco, quando poroso, tem sua capacidade de permeabilidade

aumentada e os vazios podem influenciar na sua durabilidade e resistência.

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Soto (2011) comenta sobre as quatro principais características mecânicas

dos blocos: resistência à compressão e à tração, módulo de elasticidade e

coeficiente de Poisson. Sendo a resistência à compressão a principal

característica do bloco e o principal parâmetro para definir a resistência da

parede além de ser uma variável para o controle da qualidade dos blocos.

Os blocos de concreto também se apresentam sob diversas formas,

específicas para cada função, e podem ser produzidos em diferentes

geometrias e com resistências à compressão variáveis, de acordo com a

proporção das matérias-primas que os constituem. Atualmente, são oferecidos

no mercado, levando em conta desde exigências estruturais até estéticas

(RAUBER, 2005).

2.1.4.2. Argamassa para assentamento em alvenaria estrutural

Segundo Kalil (2007), a argamassa de assentamento é o elemento de

ligação entre as unidades de alvenaria, normalmente constituída de cimento,

areia e cal.

A argamassa de assentamento para alvenaria estrutural tem funções bem

definidas segundo Sabbatini apud Casali, 2008 que são:

Unir solidamente as unidades de alvenaria e ajudá-las a resistir aos

esforços laterais;

Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a

área resistente dos componentes da alvenaria;

Absorver as deformações naturais a que a alvenaria estiver sujeita;

Selar as juntas contra a penetração de água de chuva.

Para a argamassa de assentamento ter a capacidade de prover as

funções citadas ela deve apresentar as seguintes características (Sabbatini

apud Casali, 2008):

Ter trabalhabilidade suficiente para que o pedreiro produza com

rendimento otimizado um trabalho satisfatório, rápido e econômico;

Ter capacidade de retenção de água suficiente para que uma

elevada sucção das unidades não prejudique as suas funções

primárias;

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Adquirir rapidamente alguma resistência depois de assentada para

resistir a esforços que possam atuar durante a construção;

Desenvolver resistência adequada para não comprometer a

alvenaria da qual faz parte, não devendo, no entanto, ser mais

resistente que os componentes que ela une;

Ter adequada aderência aos componentes a fim de que a interface

possa resistir a esforços cisalhantes e de tração e prover a

alvenaria de juntas estanques à água da chuva;

Ser durável e não afetar a durabilidade de outros materiais ou da

construção como um todo; e

Ter suficiente resiliência (baixo módulo de deformação) de maneira

a acomodar as deformações intrínsecas (retração na secagem e de

origem térmica) e as decorrentes de movimentos estruturais de

pequena amplitude da parede de alvenaria, sem fissurar.

2.1.4.3. Graute

Os grautes são concretos ou argamassas fluidas com a finalidade de

solidarizar as ferragens à alvenaria, preenchendo as cavidades onde elas se

encontram (THOMAZ, 1990). Segundo o mesmo autor, tem como principal

finalidade aumentar a capacidade de resistência à compressão da parede sem

a necessidade de aumentar a sua espessura. Normalmente, os grautes são

compostos de cimento, cal, água e agregado.

O graute possui três propriedades principais, no estado fresco. Segundo

Thomaz (1990), a primeira delas é a “consistência”, o graute precisa ter fluidez

para adentrar em todos os cantos do bloco sem segregação dos seus

constituintes. Outra propriedade relevante é a “retração”, essa característica

trata da possibilidade de que a perda de água do graute para a superfície dos

blocos ocasione uma separação da mistura em relação às paredes do bloco,

quando este estiver adquirindo forma própria. A última, e pode-se considerar a

mais importante, propriedade do graute é a “resistência à compressão”. A

resistência de compressão do graute influi diretamente na resistência da

alvenaria à compressão. Além disso, sua correlação com a durabilidade e a

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permeabilidade já a tornam de grande valia (THOMAZ, 1990; ROMAN et al.,

2002).

2.1.5. Alvenaria

Segundo Parsekian e Soares (2010), a alvenaria além de oferecer

estanqueidade, resistência ao fogo, durabilidade e conforto acústico e térmico,

quando estrutural, tem por função resistir e transmitir os esforços ao qual o

edifício é submetido.

A resistência à compressão da alvenaria é considerada parâmetro de

resistência com maior importância para a alvenaria estrutural (SOTO, 2011).

Ela depende em grande escala do tipo de bloco, sendo a mão de obra e

argamassa fatores de menor escala, sendo que, a carga máxima de

compressão que uma parede suporta depende da sua espessura e

comprimento, além da esbeltez (relação altura/espessura) e de eventuais

excentricidades de carregamento (PARSEKIAN; SOARES, 2010). O ensaio

mais utilizado para determinação da resistência da parede é o ensaio do

prisma, componente formado por bloco mais argamassa. Ele pode ser

realizado com a utilização de dois blocos e uma junta de argamassa.

2.2. Projetos em Alvenaria estrutural

Em alvenaria estrutural a fase de projeto é uma parte fundamental para

que a obra seja bem executada, pois a parede além de exercer a função

estrutural é também um elemento de vedação e em alguns pontos contém

elementos de instalações. Logo, o projeto deve ser racionalizado como um todo

(CAMACHO, 2006).

Na alvenaria estrutural existe uma forte interdependência entre os vários

projetos que fazem parte de uma obra (arquitetônico, estrutural, hidro-sanitário,

elétrico e outros) o que torna exigível para o bom andamento da construção do

edifício a integração entre eles (CAMACHO, 2006).

Sabbatini (1984) ressalta que o emprego de processos construtivos

inovadores sem o domínio da tecnologia apropriada e sem a observância de

requisitos mínimos de desempenho, conduz grande parte, a edifícios com

sérios problemas patológicos.

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2.3. Detalhes construtivos

Os detalhes construtivos, obrigatoriamente devem estar especificados e

bem detalhados no projeto executivo dos empreendimentos. Eles servem como

métodos preventivos a manifestações patológicas, isso porque se bem

apresentados nos projetos e executados com a destreza recomendada, evitam

o surgimento de problemas comumente encontrados nas edificações de

alvenaria estrutural.

2.3.1. Vergas e Contra-vergas

As aberturas da alvenaria, principalmente portas e janelas, devem receber

um reforço através da adoção de vergas e/ou contra-vergas. Tais reforços

permitem a distribuição das tensões que se concentram nos vértices dos vãos,

principais responsáveis pela ocorrência de fissuras a 45º naquela região

(LORDSLEEM, 2000).

As vergas são reforços horizontais colocados na parte superior das

aberturas para resistir aos esforços cortantes e a momentos fletores positivos

no vão e negativos nos apoios quando a inserção na parede não for suficiente.

As contra-vergas são colocadas na parte inferior das aberturas, devem ser

resistentes ao cisalhamento e aos momentos fletores negativos no vão e

positivos nos apoios quando a inserção na parede não for suficiente. Para que

as vergas e contra-vergas resistam às tensões a qual estão sujeitas elas

devem ser executadas em peças reforçadas com aço, moldadas no local ou

pré-fabricadas (SABBATINI, 2003).

2.3.2. Amarração das paredes

Em alvenaria estrutural a forma como as paredes se interseccionam

resulta em uma maior ou menor estabilidade do conjunto (MACHADO, 1999). A

união entre paredes estruturais deve ser feita preferencialmente por

interpenetração (SABBATINI, 2003). Segundo Franco (1992) paredes unidas

por interpenetração possuem grande influência na distribuição de tensões,

mecanismo essencial ao desempenho estrutural das paredes.

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2.3.3. Cintas de Respaldo

O respaldo vem ser a última fiada de blocos ou tijolos da parede que

receberá, no caso alvenaria estrutural, a laje (THOMAZ, 1990; MACHADO,

1999). Caracteriza-se por ser uma cinta de concreto, armada, contínua,

moldada no local, capaz de solidarizar todas as paredes. Pode ser executada

com blocos especiais, tipo canaleta, ou com fôrmas para colocação das

ferragens e efetivar a amarração do conjunto parede/laje (SABBATINI, 2003).

2.3.4. Revestimentos Externos

Os revestimentos externos muitas vezes são utilizados para dissimular

erros na execução da alvenaria como falta de prumo, incompatibilidades de

espessuras, falta de esquadro e outros (VILATÓ; FRANCO, 2000), em uma

parede de alvenaria bem executada os revestimentos atingem a possibilidade

de serem desenvolvidos de forma racionalizada.

Um dos fatores que requer camadas mais espessas do revestimento

externo é a permeabilidade do mesmo; camadas mais delgadas podem facilitar

o ingresso de água nas paredes, fato que ocasiona inúmeros problemas ao

edifício (deterioração, depreciação precoce e problemas de saúde aos seus

ocupantes).

2.3.5. Juntas de movimentação

As juntas de movimentação são juntas utilizadas na alvenaria para

acomodar deformações que ocorrem devido a movimentos higroscópicos

(capacidade dos materiais de absorver e liberar água), movimentos por

variações de temperatura, por processos químicos, por fluência e outros. As

juntas de movimentação têm por função limitar as dimensões do painel de

alvenaria a fim de que não ocorram elevadas concentrações de tensões

(VILATÓ; FRANCO, 1998). Essa concentração de tensões pode ocasionar

patologias que podem ser evitadas pela inserção das juntas.

Para que a junta desempenhe eficientemente a função requerida o

material de seu preenchimento deve ser bastante deformável, e o seu

acabamento além de garantir flexibilidade deve ser estanque e permitir o

mesmo tipo de tinta utilizado no restante das paredes.

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2.3.6. Juntas de Assentamento

Um fator que merece bastante consideração é o preenchimento das

juntas horizontais e verticais. Juntas horizontais com variáveis espessuras,

principalmente mais grossas que a recomendada (10 mm), essa irregularidade

da junta horizontal afeta a resistência à compressão final da parede (ROMAN

et al., 2002). É inerente que essa recomendação deva aparecer de forma clara

e rigorosa no projeto estrutural, para que assim haja uma diminuição na

ocorrência desse problema.

As paredes sem juntas verticais (“juntas secas”) apresentam menor

capacidade de resistir a esforços de cisalhamento e flexão, sendo a sua

colocação de menor influência na resistência à compressão. As juntas verticais

são de vital importância quanto à permeabilidade de água e conforto térmico e

acústico das paredes. Mesmo com o acréscimo de custo, principalmente em

função da mão-de-obra, recomenda-se o preenchimento de todas as juntas de

argamassa (GROHMANN, 2006). De acordo com Thomaz e Helene (2000) não

se recomenda em nenhuma circunstância a adoção de “juntas secas” em

alvenaria estrutural.

2.4. Lajes

Em alvenaria estrutural a laje, usualmente, funciona como um diafragma

rígido unindo as paredes e contribuindo para a estabilidade do conjunto. As

lajes podem ser moldadas no local, parcialmente pré-fabricadas ou totalmente

pré-fabricadas (ANTUNES, 2011).

Segundo Antunes (2011), nas lajes de cobertura é inerente ao projetista e

executor que se realizem alguns detalhes construtivos a fim de minimizar as

movimentações na laje, ocasionadas pela grande variação de temperatura. As

coberturas estão mais expostas às mudanças térmicas, tendo em vista sua

posição física e o fato de o coeficiente de dilatação térmica linear do concreto

ser aproximadamente duas vezes maior que o da alvenaria usual.

As movimentações nas lajes ocorrem em função de diversos fatores, tais

como: natureza do material das telhas, altura do colchão de ar entre o telhado

e a cobertura, intensidade de ventilação, rugosidade das superfícies, etc

(THOMAZ, 1989).

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2.5. Desempenho de edificações habitacionais

Com o desenvolvimento da indústria da construção brasileira tornou-se

necessária uma revolução conceitual sobre os requisitos mínimos de

segurança para edificações. Em julho de 2013 entrou em vigor a Norma de

Desempenho de Edificações Habitacionais, da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), que estabelece exigências de conforto e segurança

em imóveis residenciais.

A ABNT NBR 15575:2013, é dividida em 6 partes, sendo elas:

15575-1: Requisitos gerais;

15575-2: Requisitos para os sistemas estruturais;

15575-3: Requisitos para os sistemas de pisos;

15575-4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;

15575-5: Requisitos para os sistemas de coberturas;

15575-6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

A ABNT NBR 15575:2013 traz um enfoque sob as exigências dos

usuários para edifícios habitacionais e seus sistemas quanto ao seu

comportamento em uso. As exigências dos usuários de edificações são

traduzidas em requisitos e quantificadas em critérios. Todas as disposições

contidas nesta Norma são aplicáveis aos sistemas que compõem edificações

habitacionais, projetados, construídos, operados e submetidos a intervenções

de manutenção que atendam às instruções específicas de operação, uso e

manutenção.

A Norma segrega as obrigações e responsabilidades inerentes a cada um

dos participantes da cadeia habitacional. Induz fabricantes a desenvolverem

produtos que atendam a requisitos mínimos e se aproxima dos usuários, que

deverão realizar atividades de manutenção para preservar a vida útil,

permitindo, desta forma, aferir os direitos, obrigações e responsabilidades das

partes envolvidas.

A Norma apresenta métodos de avaliação do desempenho com a

finalidade de verificar os requisitos de desempenho previstos. Considera a

realização de ensaios laboratoriais, ensaios de tipo, ensaios em campo,

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inspeções, simulações e análises de projetos para que desta forma possa ser

obtido resultados que fundamentarão o documento de avaliação do

desempenho em função dos requisitos e critérios avaliados.

2.5.1. Desempenho de alvenaria

2.5.1.1. Sistemas de vedações verticais

As alvenarias com blocos de concreto podem ter função estrutural ou

apenas de vedação, devendo atender aos requisitos da norma ABNT NBR

15575-4:2013.

As alvenarias, de forma geral, devem proporcionar estanqueidade à água,

isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças suspensas,

capacidade de suporte a esforços de uso, compartimentação em casos de

incêndio etc. Podem também interagir com os demais componentes, elementos

e sistemas da edificação, como caixilhos, esquadrias, estruturas, coberturas,

pisos e instalações (ABNT NBR 15575-4, 2013).

2.5.2. Exigências dos usuários

As exigências dos usuários referem-se ao conjunto de necessidades a

serem satisfeitas pela edificação e seus sistemas, de modo a cumprir com suas

funções. A ABNT NBR 15575-1:2013 estabelece exigências dos usuários, tais

como:

Segurança - As exigências do usuário relativas à segurança são

expressas pelos seguintes fatores: segurança estrutural; segurança contra

incêndio; segurança no uso e na operação.

Habitabilidade - As exigências do usuário relativas à habitabilidade são

expressas pelos seguintes fatores: estanqueidade; desempenho térmico;

desempenho acústico; desempenho lumínico; saúde, higiene e qualidade do ar;

funcionalidade e acessibilidade; conforto tátil e antropodinâmico.

Sustentabilidade - As exigências do usuário relativas à sustentabilidade

são expressas pelos seguintes fatores: durabilidade; manutenibilidade; impacto

ambiental.

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2.5.3. Nível de desempenho

De acordo com a ABNT NBR 15575-1:2013, em função das necessidades

básicas de segurança, saúde, higiene e de economia, são estabelecidos para

os diferentes sistemas requisitos mínimos de desempenho (M) que devem ser

considerados e atendidos. Para cada critério são estabelecidos três níveis de

atendimento de desempenho:

(M) - Mínimo (obrigatório)

(I) - Intermediário

(S)- Superior

Segundo a norma citada anteriormente, a avaliação de desempenho

busca analisar a adequação ao uso de um sistema ou de um processo

construtivo destinado a cumprir uma função, independentemente da solução

técnica adotada.

2.5.4. Segurança estrutural

O sistema de vedações verticais durante a vida útil de projeto, sob as

diversas condições de exposição (ação do peso próprio, sobrecargas de

utilização, atuações do vento e outros), deve atender aos seguintes requisitos

de segurança estrutural estabelecidos na norma ABNT NBR 15575, parte 2.

Entre os requisitos gerais:

- não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes;

- prover segurança aos usuários sob a ação de impactos, choques,

vibrações e outras solicitações decorrentes da utilização normal da edificação,

previsíveis na época do projeto;

- não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deformações

de quaisquer elementos da edificação;

- não repercutir em estados inaceitáveis de fissuração de vedação e

acabamentos;

- não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas e

janelas, nem repercutir no funcionamento normal das instalações em face das

deformações dos elementos estruturais.

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Estabilidade e Resistência Estrutural

A alvenaria com blocos de concreto deve apresentar um nível específico

de segurança contra a ruína, considerando-se as combinações de

carregamento de maior probabilidade de ocorrência, ou seja, aquelas que se

referem ao estado-limite último. Elementos com função de vedação (paredes e

divisórias, não-estruturais) devem ter capacidade de transmitir à estrutura seu

peso próprio e os esforços externos que sobre eles diretamente venham a

atuar, decorrentes de sua utilização (ABNT NBR 15575-2, 2013).

Deslocamentos, Fissuração e Ocorrência de Falhas

Não ocasionar deslocamentos ou fissuras excessivas aos elementos de

construção vinculados ao sistema estrutural, levando-se em consideração as

ações permanentes e de utilização, nem impedir o livre funcionamento de

elementos e componentes da edificação, tais como portas e janelas, nem

repercutir no funcionamento das instalações (ABNT NBR 15575-2, 2013).

2.5.5. Segurança no uso e na operação

A segurança no uso e operação das alvenarias deve ser considerada em

projeto, devendo-se prever possíveis alterações por parte dos usuários no

layout, nas instalações prediais, instalações de cargas suspensas nas paredes,

entre outras alterações que possam comprometer a segurança da edificação.

Segurança na Utilização do Imóvel

A norma ABNT NBR 15575 parte 1 especifica que deve-se assegurar que

tenham sido tomadas medidas de segurança aos usuários da edificação

habitacional durante as condições de uso e operação da edificação.

No caso das vedações verticais, embora não seja estabelecido nenhum

requisito específico, o usuário da edificação deve ser alertado em relação à

condições necessárias para manutenção da segurança durante toda vida útil

da edificação. Deve-se informar sobre quais paredes podem sofrer algum tipo

de alteração, como remoção, cortes, furos, etc. Do mesmo modo, a passagem

de tubulações de água e gás e outras instalações no interior das vedações

verticais devem atender aos requisitos das normas especificas ABNT NBR

15961 parte 1 e ABNT NBR 15961 parte 2, no caso de paredes estruturais.

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As informações pertinentes aos cuidados relacionados à segurança das

vedações verticiais devem constar do manual do proprietário e dos termos de

recebimento da edificação. No caso de edificações construído com paredes

estruturais, recomenda-se também a instalação de avisos em locais de fácil

visibilidade e de grande circulação de usuários, informado que o edifico em

questão foi construído com paredes estruturais e que as mesmas não podem

sofrer qualquer tipo de intervenção, sob risco de comprometer a segurança de

toda a edificação.

2.5.6. Estanqueidade

A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e àquela

proveniente do uso da edificação habitacional, deve ser considerada em

projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a

perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído

(ABNT NBR 15575-1, 2013).

Infiltração de Água nos Sistemas de Vedações Verticais Externas

(fachadas)

As paredes externas devem ser estanques à água proveniente de chuvas

incidentes ou de outras fontes.

Umidade nas Vedações Verticais Internas e Externas Decorrente da

Ocupação do Imóvel

A alvenaria não deve permitir infiltração de água, através de suas faces,

quando em contato com áreas molháveis e molhadas. (ABNT NBR 15575-4,

2013)

2.6. Patologias das estruturas

2.6.1. Definição e origem

Patologia das estruturas é comentada por Souza e Ripper (1998) como

um novo campo da Engenharia das construções que investiga e estuda as

causas, tipos de manifestações, seus efeitos e formas de ocorrência das falhas

e de deterioração das estruturas. Tornando-se de extrema importância esse

estudo, já que, casos de manifestações patológicas estão cada vez mais

frequentes e agravados na construção civil.

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Para Antunes (2010) uma manifestação patológica ocorre quando a

estrutura começa a apresentar um funcionamento em uso diferente do que foi

previsto no projeto, podendo ser causado devido a erros no planejamento,

especificação, execução e/ou durante a sua utilização, sendo possível mais de

uma origem.

Para Pedro et al. (2002) a origem das patologias podem ser classificadas

em:

Congênitas - São aquelas originárias da fase de projeto, em função da

não observância das Normas Técnicas, ou de erros e omissões dos

profissionais, que resultam em falhas no detalhamento e concepção

inadequada dos revestimentos. São responsáveis por grande parte das avarias

registradas em edificações.

Construtivas - Sua origem está relacionada à fase de execução da obra,

resultante do emprego de mão-de-obra despreparada, produtos não

certificados e ausência de metodologia para assentamento das peças, o que,

segundo pesquisas mundiais, também são responsáveis por grande parte das

anomalias em edificações.

Adquiridas - Ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, sendo

resultado da exposição ao meio em que se inserem, podendo ser naturais,

decorrentes da agressividade do meio, ou decorrentes da ação humana, em

função de manutenção inadequada ou realização de interferência incorreta nos

revestimentos, danificando as camadas e desencadeando um processo

patológico.

Acidentais - Caracterizadas pela ocorrência de algum fenômeno atípico,

resultado de uma solicitação incomum, como a ação da chuva com ventos de

intensidade superior ao normal, recalques e, até mesmo incêndio.

Diante das condições citadas anteriormente que definem o

comportamento da construção, a mesma pode sofrer desde manifestações

patológicas simples, que podem ser corrigidas sem que haja a necessidade de

um profissional altamente qualificado, pois são aquelas frequentes nas

construções que têm soluções conhecidas, simples e financeiramente mais

viáveis, às manifestações patológicas complexas, que para Souza e Ripper

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(1998), necessitam de uma inspeção e análise mais aprofundada e de forma

individual, com esquemas rotineiros de manutenção, sendo, portanto,

indispensável um profissional devidamente habilitado em Patologia das

estruturas.

2.6.2. Conceitos fundamentais

2.6.2.1. Desempenho x Deterioração

A devida escolha dos materiais utilizados no processo construtivo implica

diretamente no desempenho da estrutura, já que cada um dos materiais é

constituído por distintos componentes, e as consequências da modificação da

sua composição devido às condições de uso e exposição ambiental, podem

reduzir o desempenho da própria estrutura, o que para Souza e Ripper (1998)

caracteriza a deterioração da estrutura.

Os mesmos autores salientam que o nível de desempenho, em função da

deterioração, depende do tipo da estrutura em análise, sendo que algumas

delas devido às falhas cometidas no período do projeto e/ou execução já

indicam um desempenho insatisfatório logo no início da sua utilização.

O desempenho do edifício sofre redução, por causa da deterioração e das

características de cada material e componente que constitui a estrutura, além

das condições de uso e de exposição, de acordo com Lichtenstein (1986).

Quando um limite mínimo pré-estabelecido de desempenho é ultrapassado, a

estrutura passa a apresentar problemas patológicos.

“Os indicadores de deterioração são ocorrências que, se verificadas em

materiais ou componentes, estarão indicando a presença de problema

patológico” (GUIMARÃES et al., 2003). O que desta forma implica na

funcionalidade da estrutura como um todo, fazendo-se necessário a realização

dos reparos da estrutura, dependendo da gravidade da degradação.

2.6.2.2. Durabilidade e Vida útil

A durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência econômica

do usuário, pois está diretamente associada ao custo global do bem imóvel. A

durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir as

funções que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a

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um estado insatisfatório de desempenho, quer seja por obsolescência funcional

(ABNT NBR 15575-1, 2013).

A NBR 15.575-1:2013 define a durabilidade como a “capacidade do

edifício ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo

e sob condições de uso e manutenção especificadas, até um estado limite de

utilização”.

A durabilidade de uma construção depende de um conjunto de medidas

tomadas em suas várias etapas e que, sendo adequadas, é garantido o

desempenho previsto no projeto durante toda a sua vida útil, caso contrário,

sua vida útil será reduzida até atingir seu fim quando suas propriedades sofrem

deterioração a tal ponto que sua utilização passa a ser considerada insegura

ou antieconômica (ANDRADE, 1997).

O período de tempo compreendido entre o início de operação ou uso de um

produto e o momento em que o seu desempenho deixa de atender às

exigências do usuário pré-estabelecidas é denominado vida útil (ABNT NBR

15575-1, 2013).

Para garantir um bom desempenho durante a vida útil da construção

torna-se necessário que o projeto seja realizado por um profissional qualificado,

sejam realizadas inspeções rotineiras e utilização devida (prevista no projeto)

da construção, para que desta forma seja possível, até mesmo, a extensão da

vida útil da estrutura.

Castro (1994) desenvolveu uma metodologia para o cálculo da vida útil de

estruturas de concreto baseada no modelo proposto por Tuutti (1982) que leva

em consideração a evolução da deterioração do concreto ao longo do tempo,

originalmente baseado no processo de corrosão de armadura. Neste modelo, a

deterioração se desenvolveria em duas etapas distintas, iniciação e

propagação dos danos.

Figura 1. Vida útil das estruturas de concreto.

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Fonte: (CASTRO, 1994).

Na figura 1, observa-se que na fase de iniciação, a velocidade de

deterioração é lenta e não representa comprometimento para a vida útil da

estrutura. Já na fase de propagação, a existência de fatores acelerantes do

processo de deterioração leva ao aumento brusco da velocidade de

degradação. Essa velocidade passa, então, a ser um fator importante para se

estabelecer a garantia das condições satisfatórias de segurança, saúde e

higiene, que definirá as estratégias futuras e necessárias de manutenção e,

eventualmente, reparo, com o intuito de retardar o colapso da estrutura.

2.6.2.3. Manutenção

Com o surgimento de manifestações patológicas nas construções, os

usuários sentem a necessidade de tomar medidas corretivas com o intuito de

um não agravamento das mesmas. Percebendo, desta forma, a relevância da

realização de inspeções periódicas das construções.

A NBR 5674 (2012) define manutenção como “um conjunto de atividades

a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da

edificação e de suas partes constituintes de atender as necessidades e

segurança dos seus usuários”.

A manutenção quando realizada conforme a real necessidade e por

pessoas qualificadas, passa a existir a possibilidade de recuperação do

desempenho da estrutura, podendo até chegar próximo à qualidade inicial.

De acordo com Resende et al. (2001), apud Antunes (2010) a

manutenção pode ser classificada em:

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Manutenção Planejada Preventiva: atividades realizadas durante a vida

útil da edificação, de maneira a antecipar-se ao surgimento de defeitos;

Manutenção Planejada Corretiva: atividades realizadas para recuperar o

desempenho perdido;

Manutenção Não Planejada: definida como o conjunto de atividades

realizadas para recuperar o desempenho perdido devido a causas

externas não previstas.

Para realizar as devidas manutenções, gastos financeiros e geração de

resíduos estão implícitos nesse processo, assim como a importância da

durabilidade de cada material envolvido na construção. E é evidente que a

cada manutenção realizada, seu desempenho terá um acréscimo, como

apresenta a figura 2.

Figura 2. Função de desempenho versus tempo descrevendo a durabilidade de

um produto em determinadas condições ambientais.

Fonte: (ANTUNES, 2010).

Indiscutivelmente, a fortaleza e vida de uma estrutura são iguais à de um

ser vivo, vai depender dos cuidados que foram feitos com todas as suas

etapas, no solo durante sua gestação e projeto, sendo também durante seu

crescimento da construção e posteriormente durante o resto da sua vida, não

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submeter a ações de qualquer tipo para as quais não estão previstas, e com

revisões periódicas e manutenções (CANOVAS,1994).

2.6.3. Fatores e mecanismos de degradação

Segundo Silva (2014), as diversas manifestações patológicas que

ocorrem nas fachadas apresentam características bem diferenciadas

permitindo deduzir qual a natureza, a origem, os mecanismos dos fenômenos

envolvidos e ainda permite estimar suas prováveis consequências. Essas

manifestações são evolutivas e podem ser agravar com o passar do tempo

(HELENE, 1992).

O processo de degradação ocorre em função da perda de capacidade do

material em responder às exigências, ao longo do tempo, aos agentes de

deterioração, à natureza do material e ainda da própria idade do material,

culminando com o surgimento dos danos (GASPAR; BRITO, 2005).

As diversas patologias que ocorrem nas vedações são resultantes da

atuação simultânea de vários agentes intervenientes de degradação. Estes

agentes podem ser de natureza mecânica, eletromagnética, térmica, química

ou biológica, como apresentados na tabela 2 (SILVA, 2014).

Tabela 2. Agentes de degradação em função da natureza.

Fonte: SILVA (2014).

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26

2.6.3.1. Condições de exposição

As fachadas das edificações estão sujeitas a condições de exposição que

irão variar de acordo com as características climatológicas da região onde

estão localizadas. O clima possui forte influência sobre a degradação das

fachadas, sendo importante na definição das patologias que agem sobre as

mesmas (SILVA, 2014).

2.6.4. Tipos de manifestações patológicas

As manifestações patológicas, ao serem notadas pelo usuário, podem

causar um desconforto visual, térmico e/ou acústico, além de despertar

preocupação do mesmo em relação à segurança da construção. Essas

manifestações podem ocorrer em áreas internas ou externas, a depender das

condições de uso, exposição e características físicas, químicas e mecânicas

dos materiais utilizados.

Dentre as falhas encontradas em revestimentos, apontadas por Bauer

(1997), destacam-se:

Vesículas: Materiais dispersos na argamassa que manifestam posterior

variação volumétrica, gerando vesículas no revestimento endurecido;

Fissuras: A ocorrência de fissuras, sem que haja movimentação ou

fissuração da base (estrutura de concreto ou alvenaria), é devido, geralmente a

fatores relativos à execução do revestimento, solicitações higrotérmicas e

retração hidráulica da argamassa;

Eflorescências: São depósitos salinos, principalmente alcalinos e

alcalinos terrosos, na superfície de alvenarias ou revestimentos, provenientes

da migração de sais solúveis presentes nos materiais ou componentes da

alvenaria;

Falhas relacionadas a umidade: Entre as manifestações mais comuns

referentes aos problemas de umidade em edificações encontram-se as

manchas de umidade, corrosão, bolor, fungos, algas, eflorescências,

descolamentos de revestimentos, friabilidade de argamassas por dissolução de

compostos com propriedades cimentíceas, fissuras e mudanças de

coloração/tonalidade de revestimento;

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27

Contaminação atmosférica: Nas médias e grandes cidades é muito

comum o recobrimento dos revestimentos externos de edificações por pó,

fuligem e partículas contaminantes;

Contaminação ambiental por substâncias agressivas: As substâncias

agressivas se dividem genericamente em dois grupos: salinos e gasosos.

Thomaz (1989) destaca a importância do aparecimento de fissuras nas

construções que acelera o processo de deterioração das mesmas, podendo

reduzir e/ou anular o desempenho da vedação quanto à estanqueidade ou

isolação acústica, durabilidade e até mesmo pondo em risco à segurança dos

usuários.

Fissuras são consideradas as falhas mais frequentes nas construções,

elas podem ter diversas causas e se manifestarem de diversas formas, sejam

elas horizontais, verticais, inclinadas, ou de forma generalizada. Cabe ao

profissional analisar e diagnosticá-la para realizar de forma adequada o seu

reparo.

Conforme material do LEM (2003), ainda existem patologias dos tipos:

Infiltração: Penetração de águas, agressivas ou não, em peças

estruturais, através de fissuras, ninhos de concretagem, juntas de concretagem

mal executadas ou devido à alta permeabilidade do concreto.

Obstrução de juntas de dilatação: A junta de dilatação é uma

separação física entre duas partes de uma estrutura, para que estas partes

possam se movimentar sem transmissão de esforço entre elas. A presença de

material rígido ou de material de preenchimento que tenha perdido a sua

elasticidade produz tensões indesejáveis na estrutura, podendo ocasionar

fissuras nas lajes adjacentes à junta, com a possibilidade de se propagar às

vigas e pilares próximos.

Recalque: Os recalques de fundações estruturais ocorrem quando os

limites das deformações admissíveis do solo são ultrapassados.

As principais causas de recalques nas estruturas, segundo Ribeiro (2012)

são:

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Rebaixamento do Lençol Freático - Caso haja presença de solos

compressíveis, pode ocorrer redução das pressões neutras,

independente da aplicação de carregamentos externos.

Solos colapsáveis e expansivos – Para o primeiro, solos de elevadas

porosidades, quando entram em contato com a água, ocorre a

destruição da cimentação intergranular, resultando um colapso súbito

deste solo. Para o segundo, a presença do argilo-mineral montmorilonita

condiciona a expansão (ou retração) do solo quando da variação do seu

grau de saturação.

Escavações em áreas adjacentes à fundação (túneis, trincheiras, etc.) –

Em alguns casos, mesmo sob a presença de contenções, podem ocorrer

movimentos, ocasionando recalques nas edificações vizinhas.

Vibrações - Oriundas da operação de equipamentos como: bate-

estacas, rolos compactadores vibratórios, tráfego viário, explosões, etc.

Árvores - Crescimento de árvores em solos argilosos.

Descolamento (perda de aderência)

O descolamento ou perda de aderência pode ser entendido como um

processo em que ocorrem falhas ou ruptura na interface dos componentes

cerâmicos com a camada de fixação ou na interface desta com o substrato,

devido as tensões surgidas ultrapassarem a capacidade de aderência das

ligações. Os sintomas podem ser observados, inicialmente, a partir da

repercussão de um som oco em alguns componentes, seguido do

descolamento dos mesmos, podendo ocorrer, eventualmente, o descolamento

imediato (SABBATINI e BARROS, 2001).

Desplacamento

Os destacamentos de revestimentos das fachadas podem ocorrer com o

desprendimento da cerâmica por ruptura adesiva nas interfaces placa

cerâmica/argamassa colante, argamassa colante/emboco, emboco/chapisco e

chapisco/substrato ou por ruptura coesiva no interior de qualquer uma destas

camadas (SILVA, 2014).

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3. METODOLOGIA

3.1. Introdução

As estruturas são submetidas às condições de exposição, além de ser

constituída por materiais com características distintas, desta forma, a

ocorrência de manifestações patológicas podem estar relacionadas à idade do

edifício, falta e/ou incorreta manutenção do mesmo, problemas decorrentes de

alterações dos materiais e componentes, dentre outras causas.

Com o surgimento das manifestações patológicas torna-se necessário o

levantamento máximo de subsídios a fim de indicar o grau de deterioração da

edificação.

Lichtenstein (1986) afirma que “levantar subsídios representa acumular e

organizar as informações necessárias e suficientes para o entendimento

completo dos fenômenos”. Tais informações são obtidas pelas seguintes

etapas: vistoria do local, levantamento da história do problema e do edifício,

pesquisas, e caso necessário, exames complementares, como ensaios

laboratoriais ou nos locais (destrutivos ou não), que dependem da natureza do

problema.

No intuito de avaliar as manifestações patológicas ocorrentes em

edificações construídas em alvenaria estrutural, esta dissertação apresentará

estudos de casos realizados em diferentes localidades na cidade de

Salvador/BA.

Para o estudo serão selecionados edifícios com o mesmo tipo de sistema

construtivo, alvenaria estrutural com blocos de concreto, com idades até 40

anos, com tipologia, localização e alturas distintas, com fachadas constituídas

de revestimentos cerâmicos ou em argamassa com acabamentos em pintura.

O método de avaliação utilizado neste estudo será resultado de

adaptações da metodologia proposta por Castro (1994) para Manutenção de

Estruturas de Concreto Armado e da metodologia proposta por Gaspar e Brito

(2005) de mapeamento da sensibilidade dos revestimentos de fachada às

manifestações patológicas.

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A metodologia adotada será fundamentada, basicamente, na sequência

das seguintes etapas: Levantamento de dados referentes à edificação em

estudo, ensaios laboratoriais, aplicação de metodologia de avaliação de

degradação, tratamento e análise dos dados.

3.2. Levantamento de dados

O trabalho de avaliação será iniciado por meio de uma vistoria prévia de

edificações, a fim de coletar informações necessárias para auxiliar no

entendimento do seu comportamento em uso.

Antunes (2010) propõe a coleta de documentações técnicas, caso

existam, como projetos e histórico de construção. Além disso, a idade da

edificação, número de pavimentos, tipo de uso, orientação cardeal das

fachadas, tipo de acabamento de fachada; a existência de projeto de

revestimento, intervenções já realizadas, frequência de manutenções,

condições climáticas, incidência de ventos, índice pluviométrico, umidade

relativa do ar, variações térmicas e presença de agente agressivo no ambiente.

Durante a etapa de levantamento de dados, são realizadas inspeções da

edificação, sendo necessárias ferramentas para auxiliar na identificação,

mapeamento e classificação das manifestações patológicas. Dentre as

ferramentas utilizadas, estão os binóculos, martelo de borracha, trena e câmera

fotográfica de resolução conveniente.

A inspeção deve ser capaz de identificar falhas e danos visíveis

existentes no sistema de revestimento de fachada, como regiões de

descolamentos, fissuras, eflorescências, falhas construtivas, infiltrações; de

determinar se os fenômenos estão estabilizados ou não; permitir decidir se há

riscos imediatos e medidas urgentes a serem tomadas; identificar se o meio

ambiente é danoso ao edifício e, ainda prever os locais onde há necessidade

de se examinar com maior rigor (Antunes, 2010).

3.3. Ensaios laboratoriais

Em determinadas situações, análises mais aprofundadas das

manifestações patológicas detectadas são necessárias. Desta forma, são

realizados ensaios específicos em laboratório.

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3.3.1. Ensaio de resistência à compressão dos blocos

O ensaio de resistência à compressão será realizado nas idades de 3, 7,

14, 28 e 45 dias, com seis blocos em cada idade, a sua realização será feita

em conformidade com a NBR 12118:2014. Para isso os blocos serão

retificados por meio de uma lima de pedra, a fim de manter a sua superfície

devidamente lisa para a aplicação da carga.

Após o lixamento do bloco, o mesmo será submetido à compressão

numa prensa hidráulica de 2000KN, a velocidade de carga aplicada será de

0,05 0,01MPa/s, conforme NBR 12118:2014.

3.3.2. Ensaio de absorção total de água dos blocos

O ensaio de absorção será realizado no Centro de Tecnologia de Argamassas

(CETA) da UFBA, obedecendo aos critérios da NBR 12118:2014, sendo

anotada a sua massa seca ao ar (m3), após isso serão colocados em estufa à

temperatura de 110 ± 5°C, por um período mínimo de 24h, medindo a sua

massa a cada 2h, até que a sua variação de massa não seja superior a 0,5%

da massa anterior, sendo então considerada como a massa seca (m1). Após

isso os blocos serão resfriados em temperatura ambiente e colocados em

imersão com água à temperatura de 23 ± 5°C por 24h, para provocar

saturação, sendo então anotada a sua massa saturada (m2) e assim calculada

a absorção.

3.3.3. Ensaio do Índice de Absorção Inicial de Água (AAI)

O índice de absorção inicial de água é um ensaio especial preconizado

pela NBR 15270-3: para blocos cerâmicos, e que será estudado neste trabalho

com aplicações para blocos de concreto. O seu fundamento está na sucção de

água que o substrato promove nas argamassas de assentamento e

revestimento, promovendo influência na aderência substrato/argamassa.

Este ensaio estima a retirada de água da argamassa e a aderência do

conjunto argamassa-bloco, indicando se será necessário o prévio

umedecimento do bloco antes do levante das paredes. A NBR 15270-3:2005

estabelece que o limite de absorção de água inicial para blocos cerâmicos deve

ser atingir valor máximo de (30g/193,55cm2)/min, e caso esse valor seja

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superior ao limite normativo, os blocos devem ser devidamente umedecidos

antes da utilização.

Para a realização do ensaio de absorção inicial de água serão usados os

mesmos blocos ensaiados para absorção total de água, três corpos de prova

para cada amostra de blocos nas idades de 3, 7, 14, 28 e 45 dias, sendo

realizado no Centro de Tecnologia de Argamassas (CETA) da UFBA.

3.3.4. Ensaio de resistência à compressão de prismas

O ensaio atenderá às exigências estabelecida pela NBR 15961-2:2011,

com a confecção de 12 prismas no Laboratório de Estruturas sobre um calço

de madeira para facilitar o transporte à Máquina de Ensaios. Sendo realizados

com deformação controlada, à velocidade do pistão de 0,005mm/s, gerando

uma curva tensão-deformação da estrutura até o momento da ruína e após o

pico de carregamento, possibilitando analisar a resistência, rigidez e ductilidade

do elemento estrutural.

3.3.5. Ensaio de Absorção de água de chuva

De acordo com a NBR15575-4:2013, o ensaio consiste em submeter,

durante um tempo determinado, a face externa da parede a uma vazão de

água, criando uma película homogênea e contínua, com a aplicação simultânea

de uma pressão pneumática sobre essa face.

A parede será com ou sem pintura ou revestimento, devendo ser plana e

verticalmente no prumo, possuir largura e comprimento de no mínimo 105 cm e

135 cm, respectivamente. Não há restrições quanto à sua espessura. No caso

de pintura, a tinta deve ser aplicada sobre a face externa da parede e suas

superfícies adjacentes, exceto na face interna, de acordo com as

recomendações do fabricante. O tempo de secagem da pintura, antes do início

do ensaio, não deve ser inferior a sete dias.

O ensaio deve ser realizado em pelo menos dois corpos-de-prova

preparados de maneira idêntica.

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3.3.6. Ensaio para a determinação da resistência à compressão da argamassa

O ensaio atenderá às exigências estabelecida pela NBR 15961-2:2011,

sendo confeccionados 6 exemplares de amostras da argamassa.

As rupturas devem ser realizadas aos 28 dias 8h. E a aplicação de

carga será de (500±50) N/s até a ruptura do corpo de prova.

3.3.7. Determinação da resistência de aderência à tração

A execução do ensaio atenderá às exigências da NBR 13528:2010. A

norma determina que antes da aplicação da argamassa, deve ser feita uma

limpeza na superfície do substrato para a eliminação de agentes

contaminantes, que possam prejudicar a aderência entra a argamassa e o

substrato. Cada ensaio será composto por 12 corpos de prova de mesmas

características.

3.3.8. Análise microbiológica dos revestimentos de argamassa

Bach e Rangel (2005) afirmam que na composição das tintas, aplicadas

nos revestimentos, existem vários elementos que servem de nutrientes para

micro-organismos como os fungos que podem ser prejudiciais na sua qualidade

de proteção e estética, e na saúde dos usuários do ambiente, podendo

provocar doenças alérgicas, como verificado no estudo dos autores.

O trabalho experimental a ser realizado, seguirá o método de

microbiologia básica adotado por SHIRAKAWA et al. (1995), que inclui no seu

procedimento as etapas de coleta, transporte, semeadura, isolamento e

identificação dos micro-organismos. Sendo que, em todas as etapas, os

materiais para coleta e recipientes para transporte devem estar totalmente

esterilizados.

3.4. Metodologia proposta por Castro (1994)

Castro (1994) apresenta uma proposta de metodologia para a

manutenção de estruturas de concreto armado, destinada a edificações usuais,

cujo objetivo se refere à quantificar o grau de deterioração dos elementos

estruturais isolados e da estrutura como um todo, baseando-se em parâmetros

que consideram as manifestações mais frequentes de danos, sua evolução e a

influência do meio ambiente em que a estrutura está inserida.

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Com os dados obtidos nos levantamento, são montadas "matrizes de

desempenho", segundo o tipo de elemento estrutural e, através da utilização de

uma formulação matemática simples, é determinado o grau de deterioração

dos elementos isolados e da estrutura como um todo.

3.4.1. Descrição da metodologia proposta

Princípios gerais

A metodologia é apresentada no fluxograma da Figura 3, contendo os

procedimentos a serem seguidos, de forma sistemática, para o

desenvolvimento das inspeções estruturais e avaliação dos resultados.

Figura 3. Fluxograma da metodologia para o cálculo do Grau de Deterioração da

Estrutura ( ).

Fonte: (CASTRO, 1994).

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As inspeções estruturais são realizadas com base em um Caderno de

Inspeção, desenvolvido pela autora, onde constam, além das informações

básicas sobre a estrutura, diversas matrizes que reúnem os dados necessários

ao desenvolvimento do fluxograma.

A estrutura da edificação selecionada é dividida em "famílias" de

elementos estruturais típicos. Para cada elemento de uma família é elaborada

uma matriz onde são listadas as possíveis manifestações de danos,

específicas daquela família, com o respectivo "fator de ponderação do dano".

De acordo com Castro (1994), este fator visa quantificar a importância relativa

de um determinado dano no que se refere às condições gerais de estética,

funcionalidade e segurança do elemento.

Na matriz de um elemento, deve ser atribuída uma pontuação que

classifica o nível de gravidade de uma determinada manifestação de dano

naquele elemento, denominada "fator de intensidade do dano", segundo o qual

pode-se inferir a evolução da deterioração estrutural.

Após o levantamento dos dados em campo, determina-se, para cada

elemento de uma família, um "grau de deterioração" individual e o consequente

"grau de deterioração da família de elementos". Obtidos os graus de

deterioração das diversas famílias de elementos que compõem a estrutura e

entrando com um "fator de relevância estrutural da família", previamente

estabelecido segundo a importância relativa na funcionalidade e segurança

estrutural, determinasse finalmente, através de uma formulação matemática

descrita a seguir, o "grau de deterioração da estrutura".

Desta forma, pode-se definir a necessidade, momento e tipo de

intervenção na estrutura, de forma a interromper ou minimizar a evolução dos

danos mais significativos, evitando custos mais elevados de reparo,

considerando-se, de forma global, os aspectos de segurança, funcionalidade e

estética da edificação.

Classificação das famílias de elementos

No caso de edificações usuais com estrutura de concreto armado, em

geral, podem ser definidas as seguintes famílias: pilares, vigas, lajes, cortinas,

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escadas e rampas, reservatório superior e inferior, blocos, juntas de dilatação e

elementos de composição arquitetônica.

Dependendo das características particulares de cada estrutura, as

famílias de elementos estruturais podem ser divididas de forma diferente e

acrescentadas outras famílias de elementos de acordo com seu interesse para

a avaliação estrutural.

Fator de ponderação do dano

O fator de ponderação do dano (Fp) visa quantificar a importância relativa

de um determinado dano, no que se refere às condições gerais de estética,

funcionalidade e segurança dos elementos de uma família. Para sua definição

são estabelecidos os problemas mais relevantes, passíveis de serem

detectados, quanto aos aspectos de durabilidade e segurança estrutural. Uma

determinada manifestação patológica pode ter fatores de ponderação

diferentes de acordo com as características da família onde o elemento se

insere, dependendo das consequências que o dano possa acarretar. Nesta

metodologia, foi adotada a escala variando de 1 a 10.

A Figura 4 apresenta alguns tipos de matrizes, para as famílias de

elementos mais comuns de edificações usuais, com os danos possíveis e

respectivos fatores de ponderação atribuídos no presente trabalho.

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Figura 4. Famílias de elementos estruturais, danos e fatores de ponderação .

Pilar

Vigas Danos Fp

Danos Fp

Desvio de geometria 8

Segregação 4

Recalque 10

Lixiviação 5

Infiltração na base 6

Esfoliação 8

Segregação 6

Desagregação 7

Lixiviação 5

Cobrimento deficiente 6

Esfoliação 8

Manchas de corro ão 7

Desagregação 7

Flechas 10

Sinais de esmagamento 10

Fissuras 10

Cobrimento deficiente 6

Carbonatação 7

Manchas de corrosão 7

Infiltração 6

Fissuras 10

Sinais de esmagamento 10

Carbonatação 7

Presença de cloretos 10

Presença de cloretos 10

Manchas 5

Manchas 5

Lajes

Cortinas Danos Fp

Danos Fp

Segregação 5

Sinais de esmagamento 10

Lixiviação 3

Desvio de geometria 6

Esfoliação 8

Infiltração 6

Desagregação 7

Segregação 5

Cobrimento deficiente 6

Lixiviação 5

Manchas de corrosão 7

Esfoliação 8

Flechas 10

Desagregação 7

Fissuras 10

deslocam. Por empuxo 10

Carbonatação 7

Cobrimento deficiente 6

Infiltração 6

Manchas de corrosão 7

Presença de cloretos 10

Fissuras 10

Manchas 5

Carbonatação 7

Presença de cloretos 10

Manchas 5

Escadas\ Rampas

Reservatórios superior e inferior

Danos Fp

Danos Fp

Segregação 4

Imperm. Danificada 8

Lixiviação 5

Vazamento 10

Esfoliação 8

Segregação 5

Desagregação 7

Lixiviação 7

Cobrimento definitivo 6

Esfoliação 10

Manchas de corrosão 7

Desagregação 7

Flechas 10

Cobrimento definitivo 7

Fissuras 10

Manchas de corrosão 9

Carbonatação 7

Fissuras 10

Infiltração 6

Carbonatação 7

Presença de cloretos 10

Presença de cloretos 10

Manchas 5

Fonte: CASTRO, 1994.

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Fator de intensidade do dano

O fator de intensidade do dano ( ) classifica o nível de gravidade e a

evolução de uma manifestação de dano em um determinado elemento,

segundo uma escala de 0 a 4, na forma proposta por Klein et al (1991), como

segue:

Sem lesões = 0

Lesões leves = 1

Lesões toleráveis = 2

Lesões graves = 3

Estado crítico = 4

O presente trabalho propõe uma classificação onde se identifique o nível

de gravidade das lesões e sua evolução, segundo as características

específicas, mostrada na Tabela 3.

Tabela 3. Classificações dos danos e fatores de intensidade ( ).

Tipos de danos Fator de intensidade do dano – Tipos de manifestação

Segregação 1. Superficial e pouca significativa em relações as dimensões da peça;

2. Significantes em relação às dimensões da peça; 3. Profunda em relações as dimensões da peça, com ampla

exposição da armadura; 4. Perda relevante da seção da peça.

Eflorescência 1. Início da manifestação; 2. Manchas de pequenas dimensões; 3. Manchas acentuadas, em grandes extensões.

Esfoliação 1. Pequenas escamações do concreto; 2. Lascamento de grandes proporções com exposições da

armadura; 3. Lascamento acentuada com perda relevante da seção.

Desagregação 1. Início de manifestação; 2. Manifestações leves; 3. Por perda acentuada de seção e esfarelamento do concreto.

Cobrimento 1. Menores que os previstos em norma sem, no entanto, permitir a localização da armadura;

2. Menor do que o previsto em norma, permitindo a localização da armadura ou armadura exposta em pequenas extensões;

3. Deficiente com armaduras expostas em extensões significativas.

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Manchas de corrosão da armadura

1. Manifestações leves; 2. Grandes manchas e ou fissuras de corrosão; 3. Corrosão acentuada na armadura principal com perda

relevante de seção.

Flechas 1. Não perceptíveis a olho nu; 2. Perceptíveis a olho nu dentro dos limites previstos em norma; 3. Superiores em até 40% as previstas na norma; 4. Excessivas.

Recalque 1. Indícios pelas características de trincas na alvenaria; 2. Recalque estabilizado com fissuras em peças estruturais; 3. Recalque não estabilizado com fissuras em peças estruturais.

Fissuras 1. Aberturas menores do que as máximas previstas em norma; 2. Estabilizadas com aberturas até 40% acima dos limites de

norma; 3. Aberturas excessivas estabilizadas; 4. Aberturas excessivas não estabilizadas.

Fonte: CASTRO, 1994.

Tabela 3. Classificações dos danos e fatores de intensidade ( ) (cont.).

Tipos de dano Fator de intensidade do dano – Tipos de manifestação

Carbonatação 1. Localizada com algumas regiões com pH<9, sem atingir a armadura; 2. Localizada atingindo a armadura, em ambiente seco; 3. Localizada atingindo a armadura, em ambiente úmido; 4. Generalizada atingindo a armadura, em ambiente úmido.

Infiltração 1. Indícios de umidade; 2. Pequenas manchas; 3. Grandes manchas; 4. Generalizada.

Presença de cloretos

1. Em elementos no interior sem umidade; 2. Em elementos no exterior sem umidade; 3. Em ambientes úmidos.

Manchas 1. Manchas escuras de pouca extensão, porém significativa; 2. Manchas escuras em todo o elemento estrutural.

Sinais de esmagamento

1. Desintegração do concreto na extremidade superior do pilar, causada por sobrecarga ou movimentação da superestrutura; fissuras diagonais isoladas;

2. Fissuras de cisalhamento bidiagonais, com intenso lascamento (esmagamento) do concreto devido ao cisalhamento e a compressão com perda substancial de seção, deformação residual aparente; exposição e início de flambagem de barras da armadura.

Desvios de geometria

1. Pilares e cortinas com excentricidade < h/100 (h=altura); 2. Pilares e cortinas com excentricidade > h/100.

Infiltração na base

1. Indícios de vazamentos em tubulações enterradas que podem comprometer as fundações;

2. Vazamentos em tubulações enterradas causando erosão aparente junto às fundações.

Juntas de dilatação obstruída

1. Perda de elasticidade do material da junta; 2. Presença de material não compressível na junta.

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Fissuras vizinhas das dilatações

1. Lajes com início de fissuras adjacentes as juntas; 2. Grande incidência de lajes com fissuras adjacentes as juntas; 3. Idem, com prolongamento das fissuras em vigas e/ou pilares de

suporte.

Deslocamento por empuxo

1. Deslocamento lateral no sentido horizontal com excentricidade, porém estável;

2. Deslocamento lateral no sentido horizontal instável.

Fonte: CASTRO, 1994.

Grau do dano

O "grau do dano" no elemento (D) tem por objetivo quantificar a

manifestação de cada dano no elemento.

O grau do dano depende do fator de ponderação ( ), específico de cada

dano e pré-fixado de acordo com as características do elemento, e da

intensidade com que o dano se manifesta em uma determinada peça, traduzido

pelo fator de intensidade ( ).

Grau de deterioração de um elemento

O "grau de deterioração de um elemento" estrutural isolado ( ) é

determinado em função das manifestações dos danos detectados no elemento

pela inspeção, a partir do fator de intensidade atribuído a cada dano ( ), e do

grau respectivo do dano ( ).

Grau de deterioração de uma família de elementos

O "grau de deterioração de uma família" ( ) é definido como a média

aritmética dos graus de deterioração daqueles elementos que apresentem

danos expressivos. Ou seja, o cálculo do grau de deterioração da família deve

evidenciar os elementos mais danificados e não ser mascarado por aqueles

elementos com deterioração de menor grau.

Fator de relevância estrutural da família de elementos

O fator de relevância estrutural da família de elementos ( ) tem por

objetivo considerar a importância relativa das diversas famílias de elementos,

dentro do conjunto em que a obra é subdividida, no comportamento da

estrutura e bom desempenho da mesma.

Para edificações com estrutura convencional, Castro (1994) adotou em

seu trabalho uma escala que define os fatores de relevância de uma família de

elementos:

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41

Elementos de composição arquitetônica: = 1,0

Reservatório superior: = 2,0

Escadas/Rampas, Reservatório inferior, Cortinas, Lajes secundárias: = 3,0

Lajes, Fundações, Vigas secundárias, Pilares secundários: = 4,0

Vigas e Pilares principais = 5,0

Alterações em alguns desses fatores, ou mesmo inclusões de outras

famílias de elementos, podem ser necessárias conforme o sistema estrutural

em análise.

Grau de deterioração da estrutura

O grau de deterioração da estrutura como um todo (Gd) é definido como

uma função dos diferentes graus de deterioração das diversas famílias de

elementos da edificação, afetados pelos respectivos fatores de relevância

estrutural, na forma proposta por Klein et al. (1991).

Considerando o conjunto de todas as "k" famílias de elementos que

compõem uma estrutura tem-se a seguinte aequação:

( )

Sendo:

K: número de famílias de elementos presentes na edificação;

: fator de relevância estrutural de cada família;

: grau de deterioração da família.

Após ser obtido o valor de da equação (1), uma estrutura pode ser

classificada, segundo uma escala, como apresentada pela tabela 4, em quatro

níveis de deterioração, que indicam a situação atual da estrutura e as medidas

de intervenção que deverão ser tomadas, a médio e curto prazo, objetivando

uma manutenção adequada para a estrutura.

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Tabela 4. Classificação dos níveis de deterioração da estrutura.

Nível de deterioração Gd Medidas a serem adotadas

Baixo 0-15 Estado aceitável

Médio 15-40 Observação periódica e necessidade de intervenção em médio prazo

Alto 40-60 Observação periódica minuciosa e necessidade de intervenção em curto prazo

Crítico >60 Necessidade de intervenção imediata para reestabelecer funcionalidade e/ou segurança

Fonte: CASTRO, 1994.

3.5. Metodologia proposta por Gaspar e Brito (2005)

Gaspar e Brito (2005) apresentaram um estudo referente ao

desenvolvimento de uma metodologia que consiste numa análise probabilística

para a definição da sensibilidade às manifestações patológicas em

revestimentos de argamassas aplicados em fachadas.

Os autores observaram incidência de danos na fachada dos edifícios em

torno de seis diferentes áreas, como é apresentado na figura 5.

Figura 5. Representação esquemática da fachada.

Fonte: (GASPAR E BRITO, 2005).

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Os autores desenvolveram para cada manifestação patológica

identificada em determinada região da fachada, níveis de degradação que

variam entre 0 (sem degradação) e 4 (elevado nível de degradação), como

apresenta a tabela 5.

Tabela 5. Nível de degradação dos revestimentos de fachada.

Nível 0 – Melhor

condição

Degradação não detectada

visualmente

Não requer

intervenção

Nível 1 – Boa

condição

Manchas na superfície

Acesso visual

Nível 2 – Degradação

suave

Fissuração (visível somente com

binóculo)

Grafite

Presença localizada de bolor

Possível infiltração de água ou sinal

suaves de eflorescência

Baixa umidade e mancha por umidade

Limpeza da

superfície

(escovação e

lavagem)

Nível 3 – Degradação

extensa

Fissuração localizada visível a olho

nu

Cantos ou bordas danificadas

Infiltrações localizadas

Eflorescências

Superfície danificada (cor e textura)

Reparo e proteção

Nível 4 – Pior

degradação

Fissuração interna

Deslocamento ou desagregação da

superfície

Infiltração interna e superfície

danificada

Elemento de aço quebrados ou

corroídos

Perda de aderência entre camadas

Destacamento da parede

Substituição

parcial ou

completa

Fonte: GASPAR E BRITO, 2005.

A fim de se identificar a ocorrência dos danos encontrados nos edifícios

emite-se em valores percentuais o quão corrente é cada tipo de manifestação

patológica verificada, em torno de cada uma das seis áreas pré-definidas,

como exemplifica a figura 6 (a).

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Figura 6 – (a) Ocorrência das manifestações patológicas e (b) níveis de degradação próximo aos cantos e extremidades.

Fonte: (GASPAR E BRITO, 2005).

O estudo de Gaspar e Brito (2005) apresenta mapas em torno das

diferentes áreas existentes na fachada, para cada tipo de dano, a partir dos

dados obtidos. Na metodologia proposta são apresentados dois indicadores

distintos:

(a) Mapas probabilísticos: as curvas traçadas expressam a chance de

ocorrência de uma determinada manifestação patológica numa fachada, em

torno de cada uma das seis diferentes áreas de fachada previamente definidas,

observar figura 7. São obtidos através do produto da frequência de ocorrência

56,0%

15,2%

6,0% 6,0% 4,5% 4,5% 7,8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%Fi

ssu

raçã

oD

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ção

da

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Ou

tras

(a)

21%

50%

26%

3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

0 1 2 3 4

Nível de degradação próximo aos cantos e extremidades

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pelo nível da degradação da manifestação patológica dada conforme a

equação 2;

sendo,

: probabilidade de ocorrência de uma manifestação patológica A

(entre 0 e 1);

: frequência de ocorrência de uma manifestação patológica A,

conforme indicado nos resultados obtidos em campo ou bancos de

dados (entre 0 e 1);

: nível de degradação registrado para uma manifestação patológica

A (entre 0 e 1), para níveis de degradação que vão de 0 (sem

degradação) a 4 (degradação intensa).

Figura 7. Mapa probabilístico da ocorrência de manifestações patológicas.

Fonte: (GASPAR E BRITO, 2005).

(b) Mapas de sensibilidade: expressam a sensibilidade de uma fachada para

uma determinada manifestação patológica (Figura 8). São obtidos pelo produto

entre a probabilidade de ocorrência “ ” e o peso de um determinado

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problema em relação a todas as manifestações patológicas registradas, de

acordo com a equação 3;

(3)

: Sensibilidade de uma fachada para determinada manifestação

patológica A (entre 0 e 1);

: Probabilidade de ocorrência do problema A, tal como determinado

pela Equação (1);

- Peso relativo de um dado problema (A), entre todos os problemas

registrados, como os obtidos nos registros de campo ou bancos de

dados (entre 0 e 1).

Figura 8. Sensibilidade da fachada a problemas de umidade.

Fonte: (GASPAR E BRITO, 2005).

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4. RESULTADOS ESPERADOS

Com a realização da pesquisa, espera-se obter uma avaliação adequada

do nível de degradação de edificações em alvenaria estrutural com blocos de

concreto. E com o desenvolvimento da dissertação, publicar artigos em eventos

técnicos e revistas científicas referentes ao tema de pesquisa, de forma a

contribuir com o conhecimento científico.

Tendo já publicado o trabalho: Avaliação qualitativa dos blocos de

concreto para uso em alvenaria estrutural - comercializados na cidade de

salvador e região metropolitana. 58º Congresso Brasileiro do Concreto. 2016.

Impactos esperados:

Social: Atendimento aos requisitos dos usuários das edificações.

Quanto à segurança, habitabilidade e sustentabilidade;

Científico: Contribuição para avanço de pesquisas sobre

Durabilidade de edificações em Alvenaria Estrutural;

Tecnológico: Busca-se apresentar equipamentos e técnicas de

observação de estruturas, eficientes quanto ao diagnóstico preciso

das manifestações patológicas;

Econômico: Redução de gastos com manutenções corretivas,

como por exemplo, corrigindo a verdadeira causa da manifestação

patológica;

Ambiental: Redução do impacto ambiental causado pela

degradação prematura da edificação, como por exemplo, a

redução da geração de resíduos de construção e demolição.

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1

6. CRONOGRAMA

Etapa

2016 2017 2018

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Revisão da Literatura

Desenvolvimento da Metodologia de Inspeção

Estudo de Caso Exploratório

Defesa de projeto de dissertação

Experimentos de Laboratório

Ajuste Metodológico

Definição do Campo Amostral em Função da Classe de Agressividade Ambiental em Salvador/BA

Estudo de Caso

Defesa de qualificação

Discussões dos resultados

Defesa de dissertação