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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
NOÊMIA ANGÉLICA DE OLIVEIRA FRANÇA QUEIROZ
FORMAÇÃO DO PROFESSOR: SABERES E HABILIDADES DESENVOLVIDAS ATRAVÉS DO PAPEL FORMADOR DO
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Salvador 2015
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NOÊMIA ANGÉLICA DE OLIVEIRA FRANÇA QUEIROZ
FORMAÇÃO DO PROFESSOR: SABERES E HABILIDADES DESENVOLVIDAS ATREVÉS DO PAPEL FORMADOR DO
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. Esp. Regina Celia Moreira Suzart
Salvador 2015
3
NOÊMIA ANGÉLICA DE OLIVEIRA FRANÇA QUEIROZ
FORMAÇÃO DO PROFESSOR: SABERES E HABILIDADES DESENVOLVIDAS ATRAVÉS DO
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em janeiro de 2016.
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido Nei Rodrigues de Queiroz e em especial
as duas filhas Neinara de Oliveira Queiroz e Nadjanara de Oliveira Queiroz que
muitas vezes, precisei abdicar do papel de mãe como presença constante, para
produzir meus estudos, mas tenho a certeza de que eles compreenderão e também
colherão frutos do meu sucesso.
5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a “Deus”, meu amigo e protetor em todos os
momentos de minha existência. E como não poderia ser diferente, não me
abandonou em nenhum momento dessa caminhada de estudo.
Em especial ao meu marido, Nei que tanto contribuiu me fortalecendo nas horas
mais difíceis de minha vida e as minhas filhas Neinara e Nadjanara pela
compreensão.
A minha mãe e irmãos que direto e indiretamente contribuiu para que tudo isso
acontecesse.
Gostaria de dedicar um especial agradecimento a minha orientadora, professora
Regina Celia Moreira Suzart, pelo incentivo e dedicação e também pelo
profissionalismo, pelas orientações e reflexões teóricas compartilhadas no decorrer
de cada caminhada.
Faço um especial agradecimento à banca examinadora pelas suas importantes
contribuições para os encaminhamentos finais do trabalho aqui proposto.
A todos os professores pelas suas valiosas contribuições.
Gostaria de agradecer a escola que me acolheu para que pudesse realizar a
pesquisa, em especial, ao diretor, vice-diretora e as coordenadoras pedagógicas que
acreditaram no meu trabalho e colocou a disposição a escola como um todo.
À Faculdade de Educação da UFBa e ao Programa Escola de Gestores, por levarem
a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos como eu.
6
A humanização do homem, que é a sua libertação permanente,
não se opera no interior da sua consciência, mas na história
que eles devem fazer e refazer constantemente.
Freire (1983, p.24)
7
QUEIROZ, Noêmia Angélica de Oliveira França. O Coordenador Pedagógico e a
importância de um planejamento escolar. A partir de uma pesquisa de campo na
Escola José Alvares Brandão em Santa Maria da Vitória - BA. Trabalho de
conclusão de curso Especialista em Coordenação Pedagógica – Programa Nacional
Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 2015.
RESUMO
O presente trabalho, fala sobre o coordenador pedagógico e a importância de um planejamento escolar a partir de uma pesquisa de campo na Escola José Álvares Brandão em Santa Maria da Vitória – BA. Foi realizada uma pesquisa, em que se contribuiu a um projeto de incentivo para planejamento foi onde os resultados obtidos foram analisados a partir de um referencial teórico que nos possibilitou a compreensão. Tornando possível unir o uso de oficina pedagógica e uma formação continuada que desenvolvessem o conhecimento e aprendizagem desses professores, nesse processo tão especial e significativo que é o planejamento. Este estudo tem como objetivo conhecer, descrever e analisar o processo que se desenvolve o planejamento. Para tanto, utilizou-se um estudo de pesquisa-ação, qualitativo e bibliográfico. Compreender a importância de um planejamento escolar é, portanto chegar à ação transformadora. A troca de conhecimento possibilita o desenvolvimento de uma nova forma de ensinar e aprender. Compreende também que o papel do coordenador como articulador de todo o processo é fundamental, tendo em vista a prática do professor que apoiado num referencial teórico, pode planejar, executar e avaliar com mais segurança. Portanto, o estudo objetiva a construí novas possibilidades e compreender de que forma acontece o planejamento escolar para que o professor desenvolva sua prática pedagógica com mais eficácia. Palavra Chave: Planejamento. Formação continuada. Coordenação Pedagógica.
8
QUEIROZ, Naif Angelica de Oliveira France. The Pedagogical Coordinator and the importance of school planning. From a field research on School José Alvares Barrios in Santa Maria da Vitória-BA. Monography pedagogical coordination specialist – National Program Managers school, Faculty of education, Federal University of Bahia, Salvador, 2015.
ABSTRACT
The present work, talks about the pedagogical coordinator and the importance of school planning from a field research on School José Álvares Barrios in Santa Maria da Vitória - BA. A search was carried out, which contributed to a project of encouragement for planning was where the results obtained were analyzed from a theoretical framework that enabled us to understand. Making it possible to unite the use of pedagogical workshop and continuing training to develop the knowledge and learning of these teachers, in this process so special and significant that it's planning. This study aims to meet, describe and analyze the process that develops the planning. To this end, a study of action research, qualitative and bibliographical study. Understand the importance of school planning is, so get to transformative action. The exchange of knowledge enables the development of a new form of teaching and. Key word: Planning. Continuing education. Pedagogical Coordination.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 Roteiro para entrevista com os coordenadores............................. 43 Quadro 2 Frequência dos professores à formação continuada...................... 44 Quadro 3 Programação para a formação continuada .................................. 45 Figura 1 Equipe da Escola José Álvares Brandão...................................... 46 Figura 2 A hora da dinâmica ....................................................................... 47 Figura 3 Trabalho em equipe...................................................................... 48 Figura 4 Continuação dos trabalhos em equipe ........................................ 49 Figura 5 Trabalho em equipe..................................................................... 50 Figura 6 Apresentação dos trabalhos desenvolvidos na formação .......... 51 Figura 7 Apresentação em plenária.......................................................... 52 Figura 8 Participação nas discussões...................................................... 53 Figura 9 Momentos finais......................................................................... 54 Figura 10 Escola modelo de Santa Maria da Vitória................................. 55 Figura 11 Sala de aula da Escola José Álvares Brandão.......................... 56
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AEE Atendimento Educacional Especializado
CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
CP Coordenador Pedagógico
EJA
FACITE
PROINFO SEMECE
Educação de Jovem e Adulto
Faculdade de Ciência, Tecnologia de Educação
Curso Integrado: Introdução à Educação Digital
Secretaria Municipal de Educação de Cultura e Esporte
UFBA Universidade Federal da Bahia
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................12
CAPÍTULO I ................................................................................................14
1- CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA IDENTIDADE .........................................14
CAPÍTULO II ...............................................................................................20
2. O PAPEL DO COORDENADOR FORMADOR E SUAS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS..........................................................................................20
2.1 Os Saberes e Habilidades do Coordenador Pedagógico como
Articulador e Formador.............................................................................24
CAPÍTULO III .............................................................................................28
3. O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A IMPORTÂNCIA DE UM
PLANEJAMENTO ESCOLAR................................................................... 28
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................28
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA..............................................................28
3.3 METODOLOGIA .........................................................................................30
3.4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO .........................................................32
3.5 CRONOGRAMA .........................................................................................38
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................39 REFERÊNCIAS..........................................................................................41 APÊNDICE.................................................................................................42
12
INTRODUÇÃO
O estudo que aqui se apresenta é resultado de pesquisa direcionada sobre a
formação continuada de professor: Função gestora do coordenador pedagógico,
trazendo como inquietação estudos acerca de algo estritamente relacionado ao meu
trabalho (vivências), onde busquei responder de que forma a articulação que o
coordenador pedagógico desenvolve na escola contribui significativamente para a
formação continuada de professores? Tendo como objeto de estudo apresentado
entre os professores e coordenadores escolar da Escola José Álvares Brandão, em
Santa Maria da Vitória–BA. Através destes estudos buscou-se refletir sobre a
formação do professor: saberes e habilidades desenvolvidas através do papel
formador do coordenador pedagógico.
A consciência sobre a importância do trabalho do educador na vida de cada
um é fundamental para a aprendizagem. Assim, acredita-se que entre tantas
dificuldades e competências que se procura desenvolver, durante todo o percurso
destes estudos, o planejamento é o mais desafiador, porque não se definem como
técnica que se aprende, mas sim como processo que fazem parte do crescimento e
do desenvolvimento humano.
O primeiro capítulo tem por objetivo descrever a minha trajetória acadêmica e
profissional destacando as principais atividades que já desenvolvi, quanto às
atividades que realizo atualmente. Sabe-se que o verdadeiro papel do coordenador
é fundamental e a função que ele ocupa dentro do espaço escolar é de grande
importância. O segundo capítulo vem discutir o papel do coordenador formador e
suas práticas pedagógicas. Uma vez que a formação continuada visa incentivar a
postura de sujeitos críticos, reflexivos e transformadores capazes de refletir sobre
suas ações, com vistas a produzir saberes que lhes permitam avançar em práticas
pedagógicas mais significativas. Nessa perspectiva, o estudo, teve como objetivo
analisar o papel do coordenador pedagógico enquanto agente formador e articulador
dos saberes e habilidades, visando identificar momentos de formação continuada
para os professores da escola O terceiro capítulo vem abordar o coordenador
pedagógico e a importância de um planejamento escolar. Demandas que existem
dentro da escola sobre como desenvolver o planejamento escolar, ou seja, rotina,
13
plano de aula e o próprio planejamento. Por isso, desenvolveram-se atividades que
possibilitaram momentos de aprendizagem e construção do conhecimento. Em todo
o percurso de estudo vem se observando que, quanto mais estímulos receber o
professor a partir de diferentes propostas, e quanto mais rico e diversificado o
projeto a importância do planejamento, mais os professores conseguem desenvolver
e aprimorar o seu trabalho pedagógico. Durante o desenvolvimento do projeto, na
referida escola, percebe-se que cada proposta metodológica desenvolvida,
apresentou-se manifestações de alegria e satisfação dos professores. Para Freire
(1981, p.10) estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de rescrever – tarefa de
sujeito e não de objeto. Desta maneira o professor deve-se buscar novos caminhos
para aprimorar seus conhecimentos, que seja capaz de permear atividades
necessárias a cada processo de aprendizagem. Quando o educador reconhece o
seu papel, enquanto formadores de cidadãos, que compõem uma sociedade mais
justa, quando tem consciência da grandiosidade que é a tarefa de educar, sabem
exatamente o que precisa para desenvolver o seu papel de educador. Portanto, a
escola enquanto espaço de promoção do saber tem a função de proporcionar
momentos de formação continuada no sentido de contribuir para a construção de
uma prática pedagógica inovadora proporcionando assim, uma educação de
qualidade. Neste sentido o estudo desenvolvido teve como compromisso, promover
a mediação das ações educativas referindo-se a prática cotidiana do professor como
agente de transformador e de mudanças.
14
CAPITULO I
1. CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA IDENTIDADE
O presente memorial tem por objetivo descrever a minha trajetória acadêmica e
profissional destacando as principais atividades que já desenvolvi, quanto às
atividades que realizo atualmente. Registro aqui também, nesse documento a
especialização de coordenadores pedagógicos oferecidos pela Universidade Federal
do Estado da Bahia (UFBA) bem como as minhas perspectivas de estudo e
pesquisa em relação a essa formação. O presente memorial, além da função de
parte integrante do conteúdo exigido para a conclusão do curso que tem como
objeto de estudo Formação do professor: Saberes e habilidades desenvolvidas
através do papel formador do coordenador pedagógico e que terá como função de
informar a todos que o lerem, a trajetória da vida acadêmica e profissional.
O meu caminhar para a escola não foi diferente de outras crianças daquela
época (1971) ainda um ensino tradicional. Aprendi a ler e escrever em casa. Minha
mãe era professora leiga e ensinava ler e escrever muitas crianças no qual os pais
confiavam na sua sabedoria e perspicácia do seu trabalho. Lembro-me muitas vezes
a hora da sabatina, puxa! Que dia de tensão pra aqueles alunos. Quando iniciei o
ensino fundamental estava com a idade de sete anos. Foram momentos
maravilhosos, no entanto não tive nenhuma dificuldade devida ser conhecedora da
leitura e escrita.
Nesse sentido, sempre estudei na mesma escola, como bolsista. A Escola
Paroquial hoje Centro Educacional Santamariense. Era uma escola particular e
conveniada com o estado que pertencia a paroquia. Os padres eram quem
administrava todo o funcionamento e organização tanto do corpo docente quanto ao
espaço. Muito rígida por sinal. Concluir o magistério com muita luta e vontade de
vencer na vida e como não tinha condições para fazer uma faculdade e a cidade não
oferecia esse meio resolvi matricular em uma escola técnica Joaquim da Rocha
15
Medeiros e fiz o curso de Administração não que gostasse do curso, mas por falta
de opção.
Dessa forma, a minha formação acadêmica começou em 2007, quando iniciei
o curso de Licenciatura em Pedagogia na Faculdade de Ciência, Tecnologia de
Educação – FACITE, o meu interesse em fazer esse curso foi em ter uma formação
que desenvolvesse meus conhecimentos e que viesse dá sustentabilidade na minha
prática educacional. Nesse sentido, o papel desempenhado pelos professores nas
diferentes disciplinas da minha graduação foi fundamental para o meu envolvimento
com questões teórico e didático. E com isso, foi importante e enriquecedor a leitura
de vários teóricos embasados na área de educação.
E com isso, impulsionou a vontade de compreender o processo de ensino
aprendizagem no qual me incentivou a estudar e fazer várias especializações como:
Docência superior, Gestão Escolar, Psicopedagogia Clinica Institucional e pós
graduando em Coordenação Pedagógica. O que tornou significativo na ampliação do
conhecimento e desenvolvimento da minha prática pedagógica. O professor precisa
estar em constante formação. Como o alimento que é essencial à vida, o
conhecimento é essencial à prática docente. É necessário está envolvido numa
busca constante de respostas para os questionamentos e refletir sobre a própria
prática para que aconteçam mudanças essenciais que favoreçam uma melhor
aprendizagem dos alunos. Paulo Freire (1996, p.32) afirma que “não há ensino sem
pesquisa nem pesquisa sem ensino”. Esse pesquisador é buscar e compreender
criticamente o que só ocorrerá, se o professor souber pensar. Para o autor saber
pensar é duvidar de suas próprias certezas, questionar, suas verdades. Se o
docente faz isso, terá facilidade de desenvolver em seus alunos o mesmo espírito.
Desta forma, se faz necessário que o educador se conscientize de que a
aprendizagem se consolida com a participação das diversas esferas da sociedade,
não se limitando apenas à sala de aula, mas em busca constante de novas
aprendizagens.
A minha experiência profissional foi em 2005, quando fui aprovada no concurso
público para o cargo de professora. Foram momentos de muita alegria. Nomeada
em 2009, como vice-diretora na Escola Municipal Senador Josaphat Marinho. Para o
cargo de vice-diretora, primei ação juntamente com a diretora da escola, que
contemplasse uma gestão democrática na instituição. Todos os segmentos
envolvidos nesse processo foram convidados a participar da elaboração da proposta
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pedagógica, do regimento escolar, conselho escolar e outros. O trabalho coletivo e
cooperativo era característica desta gestão.
Em 2010 fui convidada pela Secretária de Educação para participar como cursista
do curso Proinfo (Curso Integrado: Introdução à Educação Digital) no período de 17
de julho a 25 de setembro. O curso só veio somar a minha expectativa do uso do
computador na sala de aula. Participei de vários outros cursos de formação que
escola e a secretária de educação promoviam. Atualmente participo de um curso de
Fortalecimento dos conselhos escolares pela UFBA e do curso de especialização de
coordenação pedagógica também pela UFBA. Observa-se e sempre questiono com
coordenadoras pedagógicas a forma como atua, e percebe-se a falta de
argumentos, mesmo porque hoje compreendo são pessoas que não estão
preparadas para tal função, a interpretação errônea do verdadeiro papel. E assim, o
saber coordenar é conhecer o seu verdadeiro papel, pois diante da responsabilidade
de um coordenador pedagógico posso afirmar depois de tudo que pesquisei, o papel
desse profissional é fundamental para o bom desenvolvimento da aprendizagem
escolar. Pode-se dizer que dentro de uma escola o coordenador pedagógico é a
pessoa mais importante sem ele não há um ensino de qualidade. Foram para
melhorar as minhas habilidades como coordenadora que busquei mais uma vez
qualificação mesmo sabendo que a valorização ainda esta longe de ser a ideal, mas
a fonte do saber ser e saber fazer é um fator importante para desempenhar com
qualidade a função que é atribuída. Vale ressaltar que, embora alcançando essas
conquistas, tenho consciência de que é preciso prosseguir em busca cada vez mais
de novos conhecimentos, a fim de aprimorar minha atuação na profissão que
escolhi, visto que esta fonte inesgotável chamada conhecimento, está sempre à
disposição para saciarmos a nossa sede. O professor antes de tudo é um ser que
transmite valores e afetos ao mesmo tempo em que ensina ele torna-se aprendiz,
com competência profissional e uma ação intencional, observando-o e analisando-o
o contexto em que ele e seus alunos estão inseridos. Segundo Madalena “... a ação
de olhar e escutar são um sair de si para ver o outro e a realidade segundo seus
próprios pontos de vista, segundo sua história” (Freire, 1997.p, 10).
A tarefa de educar não é fácil, o professor deve estar atento a todos os
questionamentos sobre sua pratica pedagógica, transgredindo regras e barreiras
que lhe são impostas, para que o seu trabalho possa contribuir na formação e
construção de sujeitos autônomos.
17
Atualmente, trabalho como professora de uma instituição particular FACITE
(Faculdade de Ciência, Tecnologia de Educação) para o curso de Pedagogia a mais
de cinco anos e na Secretaria de Educação de Santa Maria da Vitória, como
Coordenadora Pedagógica de rede do ensino fundamental anos finais. Aceitando um
novo desafio, acredita-se que a coordenação pedagógica pode ser o coração da
escola, aquela que pulsa e faz com que todo o organismo seja vivo. Onde procuro
desempenhar um trabalho que venha dá suporte às angustias e dificuldades que são
enfrentadas pelos gestores e coordenadores escolares. Desempenhando assim, um
papel de articulador e formador do processo de ensino e de aprendizagem, bem
como para o processo de formação continuada e práticas inovadoras através de
projetos de intervenção e projetos de pesquisas dando sustentabilidade a novas
ações, assim como ações pedagógicas vivenciadas no âmbito escolar. A relação de
meu objeto de estudo e minha profissão
Acredita-se que, para que essa realidade se transforme, é necessário um
trabalho conjunto entre a escola e a família, porque a tarefa de educar é árdua, visto
que deve abarcar os aspectos físicos, intelectual, moral e emocional do educando.
Neste contexto, destacamos o coordenador pedagógico como agente articulador,
formador e transformador das instituições escolares, capazes de contribuir
grandemente para o sucesso das entidades de ensino. Por meio do
desenvolvimento de um trabalho coletivo pautado na ação-reflexão-ação,
acreditamos que poderá romper barreiras que dificultam um ensino de qualidade
para todos.
Hoje volto a sintetizar e analisar o quanto mudou a minha vida desde então, um
caminho árduo, mas vitorioso. Bem descrevi aqui minha trajetória profissional que já
tem mais de quinze anos de escola, em diferentes áreas de trabalho. Sonho ainda
ver uma sociedade melhor, que sabe valorizar a vida a partir da educação. Tenho o
desejo de fazer mestrado e pesquisar mais sobre a formação do professor através
do papel formador do coordenador pedagógico.
Neste sentido, é inegável a contribuição que o coordenador pedagógico realiza
junto ao corpo docente da escola, preocupando-se com o ensino e buscando meios,
de auxiliar o professor no seu fazer docente. Sabe-se que o trabalho do coordenador
numa instituição de ensino é bastante a complexo, muitas vezes, ele nem se dá
conta disto, talvez por uma formação inicial ineficiente ou pela falta de uma formação
continuada. Ressaltando que desde a formação, espera-se que o futuro professor
18
tenha predisposição à competência das relações interpessoais, não basta levar em
conta apenas o saber teórico e desenvolver habilidades. É preciso também querer.
No entanto, o curso de especialização em coordenação pedagógica direciona
o profissional sobre sua forma de atuação, permitindo com que se tenha mais
clareza nos trabalhos pedagógicos realizados junto ao corpo docente e com isso o
trabalho por equipe e áreas afins flui com maior facilidade.
Em fim, durante a participação do curso de coordenação pedagógica foi possível
realizar atividades enriquecedoras para minha vida pessoal e profissional, devido ao
fato de termos durante o curso, convivido mais de perto com outros coordenadores,
socializando experiências, dividindo anseios e perspectiva buscados em conjunto
soluções, para nossos problemas, criando vínculos de amizade e principalmente
fomentando o desejo de mudança com outro preparo que refletirá em melhorias na
nossa prática diária.
Desta forma, não podemos perder a capacidade de sonhar, visitar, planejar um
amanhã, revivendo um passado de uma instituição que no ontem nos acolheu como
cursista e hoje nos dá oportunidade de construir uma escola democrática baseada
no compromisso de buscar permanentemente um crescimento pessoal e coletivo. O
curso de coordenação pedagógica desenvolveu situações que permitiu o
compartilhamento de saberes e proporcionou oportunidades concretas de
intercâmbio de ideias e a cooperação nas ações envolvendo as minhas experiências
profissionais e educacionais.
Ao término do curso tentamos caminhar na direção de uma gestão
democrática, que se torne mais próxima direção, professores, alunos, pais,
conselhos escolares e comunidade com o desenvolvimento de estratégias
pedagógicas ressaltando elementos básicos como tempo, presença, exemplo
passados por nós em todas as atividades desenvolvidas pela escola.
E todas essas ações tiveram como objetivo o aperfeiçoamento do processo
ensino aprendizagem visto com a sistematização das ações ou projetos, nas
tomadas de decisões, com a participação coletiva, na transparência na execução, e
de um importante estudo, refletindo assim, uma melhor administração de suas
práticas. A descentralização de ações foi desenvolvida com normalidade e assumida
com responsabilidade transparecendo na relação interpessoal, tendo como base a
premissa que a autonomia virá quando todos se sentirem parte integrantes e co-
responsáveis do processo educacional.
19
A formação requisitada para o exercício da função de coordenador não pode se
resumir em um acúmulo de títulos, precisa ser um processo reflexivo e crítico sobre
a prática pedagógica. Freire (1982) defende essa ideia ao descrever que o
coordenador pedagógico é primeiramente, um educador e como tal deve estar
atento ao caráter pedagógico das relações de aprendizagem no interior da escola.
Neste contexto, o coordenador é sem dúvida, um agente muito importante na
formação dos docentes, por isso, é fundamental uma mudança na prática e no
processo de apoio pedagógico aos professores. Percebe-se o quanto é desafiante o
trabalho do coordenador pedagógico que, além de mediar e assessorar os seus
professores, busca relacionar de maneira profissional com os assuntos referentes à
realidade sociocultural que envolve cada individuo participante do ambiente escolar.
Não cabe ao coordenador pedagógico tomar decisões, mas o grupo em si buscar os
melhores caminhos quanto ao conteúdo e ao método de sua ação.
20
CAPITULO II
2. O PAPEL DO COORDENADOR FORMADOR E SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
A educação de qualidade é uma busca constante das instituições de ensino.
As inúmeras mudanças que ocorrem na atualidade, de ordem econômica, política,
social e ideológica a escola, como instituição de ensino e de práticas pedagógicas,
enfrenta muitos desafios que comprometem a sua ação frente às muitas exigências
que surgem no dia a dia. Em meio a essas inovações educacionais surgem a figura
do coordenador pedagógico sem nenhuma qualificação o que comprometeu o bom
desempenho de sua função. Sabe-se que o coordenador foi fruto de uma concepção
progressista, onde as novas formas de gestão escolar e processos de ensino
aprendizagem foram postas em práticas. O que leva na sua atualidade a conviver
com adversas condições de trabalho, onde faltam condições objetivas, formação
técnica, materiais favoráveis, organização coletiva, entre outros fatores,
prejudicando assim, sua real função de coordenar, planejar e acompanhar todo o
processo didático pedagógico.
Percebe - se, no entanto que o atual cenário educacional que se apresenta
tendo o gestor e coordenador como mediador das ligações entre escola,
comunidade e família, venha favorecer novas dinâmicas aos novos paradigmas
cabendo-lhe a sistematização e integração do trabalho tanto individual quanto
coletivo contribuindo assim, a constitui-los um aperfeiçoamento profissional. Assim,
se na gênese da coordenação pedagógica, o supervisor era o fiscal, o chefe que
gerenciava a produção, tal qual ocorria na indústria, hoje em dia, almeja-se que este
se configure como o que auxilia e contribui para a melhoria do processo ensino
aprendizagem, objetivando uma educação de qualidade.
Neste sentido, o coordenador pedagógico consciente de seu papel, da
importância de sua formação continuada e da equipe docente, precisa está atento
ao cenário que se apresenta a sua volta valorizando os profissionais da sua equipe e
acompanhando os resultados. Essa caminhada nem sempre é feita com segurança,
21
pois as diversas informações e responsabilidade o medo e a insegurança também
fazem parte dessa trajetória, cabe ao coordenador refletir sobre sua própria prática
para superar os obstáculos e aperfeiçoar o processo de ensino – aprendizagem. E
com isso, se faz necessário, compreender que a escola mudou. Hoje não podemos
ver educador como o antigo mestre – escolar.
Deste modo, o coordenador pedagógico exerce um relevante papel na formação
continuada do professor e esta importância se deve à própria especificidade de sua
função, que é de planejar e acompanhar a execução de todo o processo didático-
pedagógico da instituição.
Como afirma ALMEIDA, (2006, p. 85) que diz,
Pensar a prática não é somente pensar a ação pedagógica na sala de aula, nem mesmo a colaboração didática com os colegas. É pensar a profissão, a carreira, as relações de trabalho e de poder nas organizações escolares, a parte de autonomia e de responsabilidade conferida aos professores, individual e coletivamente.
É necessário que o coordenador construa uma prática pedagógica
transformadora, humanista, libertadora, livre, solidária e justa. Que possa encontrar
caminhos para concretizar aquilo que se buscam. Uma prática que se efetiva no
próprio ambiente de atuação, em diferentes momentos e situações do exercício
profissional dos educadores. O coordenador pedagógico é peça fundamental no
espaço escolar, pois busca integrar os envolvidos no processo ensino aprendizagem
mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação
do professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o
objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade.
Assim, entende-se que a função do coordenador pedagógico na escola e na
constituição de seu papel e na formação continuada do professor, à medida que ele
contribui para a formação do professor, ele também reflete sobre sua atuação e,
consequentemente, está realizando a sua autoformação. O coordenador pode ser
um dos agentes de mudança das práticas dos professores mediante as articulações
permeadas por valores, convicções, atitudes; e por meio de suas articulações
internas/subjetivo, que se dá na pessoa do professor, ao tomar consciência de sua
sincronicidade.
22
Para VASCONCELLOS (2009, p.110),
O coordenador ao mesmo tempo em que acolhe o professor em suas angustias, deve ser também questionador, desequilibrador, provocador, desvelando para os professores as suas contradições e não acobertá-las para que reconheça as suas dificuldades.
Nesta perspectiva, o coordenador poderá contribuir para que o professor
possa está revendo o seu trabalho, percebendo suas fraquezas e buscando
soluções para superá-las, através de um trabalho de reflexão sobre suas práticas.
Cabe também, estimular a troca de experiência entre os professores, a discussão e
a sistematização de práticas pedagógicas que irá identificar as necessidades dos
professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de
informações que irá subsidiar sua prática. E assim, juntos possam crescer enquanto
grupo.
De acordo FREIRE (1981, p. 100) que diz,
A prática educativo-libertadora se obriga a propor aos homens uma espécie de “arqueologia” da consciência, através de cujo esforço eles podem, em certo sentido, refazer caminho natural pelo qual a consciência emerge capaz de perceber-se a si mesma.
Os desafios postos para a coordenação muitas vezes, a escola e o
coordenador se questionam quanto à necessidade desse profissional e chegam â
conclusão que esse sujeito pode promover significativas mudanças, pois esse
trabalha com formação e informação dos docentes, principalmente o espaço escolar
é dinâmico e a reflexão é fundamental a superação de obstáculos, socialização de
experiências e fortalecimento das relações interpessoais. O coordenador
pedagógico é a peça fundamental no espaço escolar, pois busca integrar os
envolvidos no processo ensino aprendizagem mantendo as relações interpessoais
de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua, desenvolvendo
habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na
construção de uma educação de qualidade.
A necessidade de haver formação continuada só surge quando o professor é
visto como um profissional que deve sempre aperfeiçoar sua prática ao fazer um
23
trabalho de reflexão sobre ele e ter contato com o conhecimento didático. É aí que
surge o papel de formador do coordenador pedagógico, que se torna imprescindível
para orientar esse processo. A formação continuada do professor pode e deve
ocorrer no seu próprio espaço de trabalho, isto é, na escola, com acompanhamento
e a mobilização do coordenador pedagógico. Os momentos de atuação do
coordenador pedagógico como agente da formação continuada são aqueles em que
ele se reúne com o conjunto dos docentes da unidade de ensino para discutir
questões e problemas pedagógicos, isto é, pertinentes à sala de aula, ao conteúdo
de ensino, ao desempenho dos educandos e ao relacionamento com os alunos.
Nessa condição, ele assume o papel de mediador, de interlocutor, de orientador, de
propositor, de investigador do grupo e com o grupo. Deste modo, entende-se que o
coordenador como agente de formação continuada se efetive de maneira eficaz no
contexto da coletividade, muitas vezes, este profissional percebe-se a necessidade
de atuar individualmente, isto acontece por vários motivos, entre os quais o
professor não quer expor o seu problema no coletivo e por concepção ética, o
coordenador pedagógico encaminha de forma particular.
Sabe-se que o trabalho do coordenador é bastante complexo, muitas vezes
por uma formação inicial ineficiente ou pela falta de uma formação continuada.
Acredita-se que muitas dificuldades são encontradas no decorrer de sua função,
onde destacamos algumas: a ausência de identidade falta de território próprio de
atuação no ambiente escolar, a deficiência na formação pedagógica, a rotina de
trabalho burocratizada. E assim, para agir de forma eficiente, precisa, além de uma
formação consistente, um investimento educativo contínuo e sistemático para que
sejam desenvolvidas capacidades e habilidades múltiplas, como exige a educação
atual.
De todas as atividades que desenvolve o coordenador, o planejamento é
essencial, ele precisa traçar um plano de trabalho para desenvolver suas ações com
objetivos bem definidos. Através disso, ele será capaz de percorrer caminhos para
sua concretização. Quando se reflete a respeito das ações do coordenador
pedagógico coloca-se um elo da práxis do pedagogo. O papel do coordenador no
dia a dia do espaço escolar constitui-se a permissa da sua ação. Portanto, o
coordenador, quando planeja suas ações, atribui um sentido a seu trabalho
destinando uma finalidade. Nesse processo, de planejamento, explicita seus valores,
organiza seus saberes para realizar suas intenções político educacionais. Exercendo
24
uma nova consciência propicias para construções de novas transformações. O
trabalho do coordenador busca atuar como mediadores das mudanças da prática
dos professores e acabam se transformando também.
2.1 Os Saberes e Habilidades do Coordenador Pedagógico como Articulador e
Formador.
Repensar sobre como conviver e atender as necessidades desse modelo de
educação tem apontado para buscas constantes, caminhos que nos leva a
impulsionar por mudanças. Para que isso se trone realidade, se faz necessárias
ações que sustentem o trabalho em equipe. Neste sentido, espera-se que o
coordenador pedagógico conheça plenamente o seu espaço de trabalho,
compartilhe ideias e conhecimentos, construa o seu papel na escola, tornando-se
assim, ligação fundamental, traçando o seu caminho transformador, formador e
articulador. Vasconcellos (2002, p. 57): "Para favorecer a mudança da prática
pedagógica, basicamente, o papel da equipe de direção é criar um clima de
confiança, pautado numa ética libertadora e no autentico diálogo".
A escola precisa-se cada vez mais, de profissionais responsáveis, dinâmicos e
inteligentes, com habilidades para resolver problemas e tomar decisões. O
coordenador precisa desenvolver nele mesmo, e nos professores, determinadas
habilidades, atitudes, sentimentos que são sustentáculos da atuação relacional:
olhar, ouvir, falar e prezar. Acredita-se que uma boa relação interpessoal ajuda a
constituir como pessoa, e que faz parte da competência da escola (diretores,
coordenadores e professores) saber lidar com as questões interpessoais.
Coordenar exige diferentes conhecimentos, competências e habilidades gerais e
específicas, para orientar e articular no planejamento de ação pedagógica. Na
orientação e articulação com o professor; no assessoramento técnico à gestão
escolar e na análise e avaliação geral da escola. Para tanto, a atuação do
coordenador pedagógico não é apenas as questões pedagógicas, mas também na
formação contínua de professores, e esta deve ser vista como um lugar de produção
do saber. Portanto, ao coordenador pedagógico a necessidade de saberes para
atuar conscientemente nas diversas situações que permeiam o espaço escolar,
dentre elas o processo de ensino/aprendizagem; o desenvolvimento, implantação e
25
implementação do Projeto Pedagógico da escola; a formação de professores; a
utilização de métodos/estratégias e recursos pedagógicos. Neste contexto, salienta-
se que o domínio desses e de muitos outros saberes, torna o coordenador
pedagógico hábil para intervir em situações diversas do seu cotidiano. Freire (1996,
p.136) sintetiza “os saberes necessários à prática educativa”, colocando ênfase nas
aprendizagens que brotam da experiência do “ser professor”. Neste sentido, cada
educador é cotidianamente provocado a construir os saberes da docência a partir de
novas relações que estabelece com colegas, educandos, pais, lideranças e equipe
diretiva e dos desafios concretos que emergem das situações pedagógicas
vivenciadas em sala de aula.
Desta forma, é fundamental que cada educador possa sentir-se
estimulados e desafiado ao longo de sua atuação profissional a relembrar sua
prática, ressignificando seus saberes que constituem sua postura pedagógica.
Considerando que somos seres inacabados e que, nessa condição humana de
incompletude, podemos nos fazer melhores educadores do que estamos sendo, o
compromisso ético e pedagógico provoca-nos a estarmos em constante processo de
pesquisa, de construção de um pensar crítico e nos desafiando na busca da
qualificação profissional e de melhores condições de trabalho. Para tanto, o
coordenador pedagógico, deve atuar junto aos professores, de modo a planejar e
desenvolver suas ações com vistas a apropriação de conhecimentos, num interagir
constante, avaliando o processo de ensino, com competência e compromisso ético.
Nesta perspectiva, o coordenador medeia o saber, o saber fazer, o saber ser
e o saber agir do professor. Esta atividade mediadora se dá na direção da
transformação. Na aquisição e efetivação desses saberes é que se faz necessário a
intervenção do coordenador pedagógico contribuir com sua atuação na sala de aula,
onde este deve ter em mente o quão é importante essa busca e transmissão do
conhecimento e troca de experiências para a construção de identidade do educando.
E com isso, os saberes da prática do professor precisam ser valorizados, é
importante que se criem oportunidade para quem atuem desde que, se possa lançar
um novo olhar sobre a construção de seus saberes e das relações que se
estabelece. E dessa forma, o professor possa repensar o seu próprio fazer
pedagógico e reconstruir novos saberes que lhe possibilitem uma prática
pedagógica baseada na autonomia e na mobilização que servirá para resolver os
problemas dos professores e dar sentido às situações de trabalho que lhes são
26
próprias. A formação contínua na escola e fora dela dependem, das condições de
trabalho oferecido aos educadores, mas depende também das atitudes diante de
seu desenvolvimento profissional. Cada educador é responsável por seu processo
de desenvolvimento pessoal e profissional; cabe a ele direcionar e a decidir em que
caminhos percorrerem.
De acordo CHRISTOV ( 2006, p. 9) que diz,
A formação continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do fazer humano como práticas que se transformam constantemente. A realidade muda e o saber que construímos sobre ela precisam ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, uma formação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como para atribuirmos direções esperadas a essas mudanças.
Pensar o processo de mudança é preciso considerar o desenvolvimento dos
professores e da equipe escolar em termos de conhecimento e compreensão das
bases teórico-práticas em que ele se assenta. É preciso, no entanto, prepara-los,
ajuda-los a compreender e analisar o próprio trabalho e a sua prática. Por isso, a
necessidade de considerar a prática docente uma fonte de conhecimento que, bem
trabalhada e refletida criticamente, pode contribuir para o processo de formação
continuada dos professores. E com isto, irá produzir melhores resultados quando
estimulada e conduzida por alguém experiente, capaz de transformar o processo de
reflexão individual em um processo coletivo, onde a busca de novos caminhos se
transforme numa ação orientada para objetivos mais amplos assumidos
coletivamente pelo grupo.
A ação do coordenador pedagógico, muitas vezes constitui a melhor solução
para este trabalho, assumindo a responsabilidade pela formação continuada dos
professores e, em certos momentos, de toda a equipe escolar. Deste modo, a
coordenação pedagógica em uma atuação motivadora, inovadora e interdisciplinar,
característica da prática desse profissional que busca transformação a partir do
processo de ensino aprendizagem. No entanto, é necessário que o coordenador
esteja atento aos desafios e apelos que lhes chegam de todos os lados, conhecer o
universo da educação, suas dificuldades e avanços, fazendo, a partir de sua atuação
27
pedagógica, um caminho de maturação, vivenciando as experiências da comunidade
escolar como processo individual dos sujeitos que dela participam.
Segundo Freire (1983, p. 63),
Não estamos tratando de qualquer mudança. Preocupam-nos mudanças que favoreçam construção e habilidades para compreendermos nossas práticas e nossos modos de pensar. Interessam-nos mudanças na perspectiva do ser mais.
Entende-se que a principal função do coordenador pedagógico é garantir um
processo de ensino-aprendizagem eficaz. Para tanto, ele desempenha várias tarefas
no seu cotidiano: tarefas burocráticas, atendimento a alunos e pais, planejamento de
todo o processo educativo. Neste contexto, a formação do professor apresenta-se
como componente necessário e importante dentre um conjunto de fatores que
possibilitam ou impedem o desenvolvimento profissional e a construção da
qualidade do trabalho docente.
Para formar um novo profissional em serviço, implica dialogar continuamente no
cotidiano da escola e refletir sobre seu papel, problematizando sua atuação,
identificando os erros e falhas para redirecionar a busca de uma nova prática,
consciente e atuante. É importante ressaltar que o coordenador pedagógico, como
líder de um processo de mudança, valorize os componentes afetivo-emocionais no
processo de formação contínua. É necessário lembrar que muitos dos professores
tiveram formadores com concepções tradicionais e que as mudanças que ocorrem
hoje na educação suscitarão sentimentos tais como frustação, medo, sentimento de
inferioridade diante da hierarquia (coordenador, diretor), baixa autoestima,
insegurança e outros fatores que não forem bem trabalhadas poderá ocasionar
paralisação no processo de mudança desejado.
Desta forma, se faz necessário que o coordenador pedagógico reconheça na
equipe de professores, os sentimentos que vão surgindo no processo de formação
continuada, identificando-os e proporcionando um novo olhar para as mudanças na
concepção de educação do professor e em suas práticas pedagógicas. Vale
ressaltar que os encontros entre o coordenador e o professor individualmente
poderá criar um clima de parceria, ciando situações que possam se tornar fatores
impulsionadores de novas busca, crescimento e mudanças no processo de
ensino/aprendizagem.
28
CAPITULO III
3. O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A IMPORTÂNCIA DE UM PLANEJAMENTO ESCOLAR
3.1 INTRODUÇÃO
O presente projeto vem desenvolver através do estudo sobre Formação
continuada e em serviços dos profissionais de educação, tendo como objeto de
estudo, Formação do professor: Saberes e habilidades desenvolvidas através do
papel do formador do coordenador pedagógico. Santa Maria da Vitória é o polo
responsável para a formação do curso de Especialização em Coordenação
Pedagógica. Curso esse que veio fortalecer e contribuir para a nossa atuação e
mediação da nossa prática pedagógica desenvolvendo assim, uma prática inovadora
e eficaz para atuação dos nossos trabalhos.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A escola de estudo José Alvares Brandão fica localizada no povoado do Jatobá a
uns 100 km do município de Santa Maria da Vitória. É uma escola construída com
recursos do governo Estadual com parceria do governo Municipal. A escola foi
construída devido a uma grande demanda da comunidade local, para que seus filhos
pudessem ter acesso a uma escola mais próxima da sua localidade. Sabe-se que, a
situação econômica dessas famílias não é das melhores. São filhos de famílias de
baixa renda, de pessoas que vive no labor de tuas terras. A escola é subdividida
em sete salas de aula, Banheiros masculinos e femininos, cantina, sala de
coordenação e professores, biblioteca e uma área para recreação. Funciona nos três
turnos: Matutino, vespertino e noturno, com as modalidades de ensino de Educação
infantil, Ensino Fundamental anos iniciais, Ensino Fundamental anos finais e
29
Educação de Jovens e adultos (EJA). Além da escola não ter uma sala específica
para o atendimento do Atendimento Educacional Especializado AEE, mas existem
alunos com deficiência que são atendidos por um profissional da rede pelos menos
uma a duas vezes por mês. É composta de 03 (três) Professores efetivos graduados
em Pedagogia e 11 (onze) contratados pela rede municipal que também são
graduados, uns em áreas específicas e outros em pedagogia. Temos um diretor,
uma vice-diretora, uma secretária, um porteiro, dois vigia contratado, seis zeladores
efetivas e duas contratada, uma merendeira efetiva e uma contratada e duas
coordenadoras pedagógicas escolares. A escola é composta de 490 alunos
distribuídos em todas as modalidades de ensino. É uma escola que foi construída no
ano de 2014 com o desejo de satisfazer e contribuir para os alunos que morava em
locais distantes, pudesse ter acesso ao ensino. Um ensino de qualidade.
30
3.3 METODOLOGIA
Este projeto nasceu de uma inquietação em desvendar as demandas que existia
dentro da escola sobre como desenvolver o planejamento escolar, ou seja, rotina,
plano de aula e o próprio planejamento. O estudo visa analisar as ações que
sejamos capazes de contribuir e identificando aspectos que devem ser
aperfeiçoados e organizados. Sabe-se que é necessário que busquem meios que
possa induzir a superação dessas necessidades. Por essa razão, participando do
núcleo de coordenadores do SEMECE (Secretaria Municipal de Educação, Cultura e
Esporte) que resolveu-se analisar este caso. Um estudo embasado em teóricos que
viesse dar suporte a esta análise.
Para que o desenvolvimento do estudo pudesse oferecer oportunidade de
aplicação, descrevendo a compreensão do objeto, no sentido de conhecer suas
características e visando obter informações significativas para auxiliar o processo de
construção de um planejamento foi fundamental desenvolvê-lo por meio de um
projeto de intervenção para que todo o corpo docente da escola citada pudesse
participar conjuntamente de toda a situação e acontecimento no caminhar do
período em questão.
Neste sentido, a razão desse projeto é criar na escola, meios para que
desenvolva o conhecimento de como planejar de forma que estimule o professor e
coordenador da escola a terem uma visão mais ampla do que é um planejamento e
a sua importância na atuação dentro da escola. Será de fundamental importância
trabalhar este projeto porque irá proporcionar aos professores e coordenadores
escolares uma emersão no que se diz planejamento, oferecendo assim, condições
para desenvolver suas habilidades e competência.
O estudo se desenvolveu por meio de uma metodologia de pesquisa – ação,
qualitativa e bibliográfica onde de acordo com Thiollent (1983, cap. 3), pesquisa-
ação é um procedimento de estudo e de resolução de problemas por meio de
seminários que reúnem pesquisadores e representantes de todas as categorias de
pessoas implicadas.
Sendo assim, o estudo, é uma investigação que busca construir hipótese sobre
o sujeito em especial, buscando valorizar a sua história considerando seus avanços,
31
incentivando na superação das dificuldades e principalmente resgatar nele o prazer
de aprender a planejar.
Com esse caráter de pesquisa-ação e qualitativo o procedimento metodológico
após a realização das leituras foi de análise teórico bibliográfica permitindo uma
reflexão sobre o que se objetivou compreender sobre as práticas pedagógicas e
suas contribuições para o desenvolvimento do planejamento e sua rotina escolar. O
contexto em que se desenvolveu a pesquisa foi na Escola José Álvares Brandão,
localizada no município de Santa Maria da Vitória - BA, de nome Jatobá a uns
100km do município, ou seja uma Escola completamente isolada. Esta Escola
atende a Educação Infantil, Ensino Fundamental anos iniciais, Ensino Fundamental
anos finais, Educação de Jovens e Adultos e para alunos mesmo a escola não tendo
uma sala específica para o atendimento para alunos especiais, mas essas crianças
tem o acompanhamento de um profissional da rede municipal que o acompanha.
A proposta desenvolvida teve como compromisso social a mediação
paradigmática sob como desenvolver um planejamento eficaz e que seja capaz de
analisar suas ações, no dia-a-dia, identificando quais os aspectos e em que medida
possa e devem ser aperfeiçoada ou organizada melhor, entendendo esta como uma
estratégia que contribuirá com o processo a serem desenvolvido na sua rotina diária,
tornando uma construção significativa. Neste sentido, entende-se que o projeto
apresentou contribuições aos professores, coordenadores, a escola e a sociedade
como um todo.
Definiu-se como instrumento de pesquisa, o uso observação, entrevista,
questionários e diálogo esperando se obtenção de dados, informações que
permitissem estabelecer o quadro compreensivo do problema em evidência. Assim,
foi elaborado um projeto de intervenção sobre planejamento, com uma formação em
serviço, com atividades motivadoras para que viesse estimular as necessidades do
corpo docente e a significância do planejar. Veio observando no percurso de todo o
projeto, que teve a duração de um mês que, quanto mais diferentes as propostas e
mais ricos e diversificados os projetos de planejamento, mais os educadores
conseguem demonstrar o interesse e a vontade de planejar, contribuindo assim, o
aprimoramento das suas ações. Sabe-se que a importância é estabelecida como
ações prioritárias para o atendimento às necessidades pedagógicas da escola, para
a superação das dificuldades ou obstáculos que impedem o avanço dos processos
de ensino-aprendizagem e de formação da escola.
32
3.4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
Para termos um melhor desenvolvimento do projeto em estudo, foi necessário
que fizéssemos uma formação explicando cada processo como se desenvolve um
planejamento. Inicialmente, foram todos reunidos em uma sala para apresentação
do projeto, onde foram lidos e debatidos alguns pontos para que os professores
entendessem melhor qual era o principal objetivo daquele trabalho. Em seguida foi
explanado com embasamento teórico a definição o que é realmente um
planejamento. O projeto, no entanto, fluiu com várias sugestões para elaboração de
um plano de aula e desenvolvimento da rotina do coordenador, ou seja, o
planejamento.
Para isso, dividiu-se a turma de professores em grupos para a construção de um
plano de aula. Os coordenadores também se organizaram e desenvolveram uma
rotina de trabalho. Onde se faz necessário lembrar que, muitas vezes, nós
educadores, pela própria natureza de nossa ação pedagógica, julgamos inadequado
o confronto com o outo. No entanto, à reflexão de nossas práticas, o compromisso
assumido pelo grupo para realização de determinadas ações, é fundamental para
que possa todos os envolvidos ingressar e permanecer em processo de
aperfeiçoamento de nossa prática educativa. Para que esse trabalho fosse
analisado, cada grupo apresentou a sua proposta de trabalho, onde todos pudessem
observar as diferentes metodologias empregadas em cada grupo.
Nesta perspectiva, os trabalhos desenvolvidos pelos grupos foram bastante
enriquecedores para toda a equipe da escola. Foram momentos muitos
descontraídos, criativos e dinâmicos.
Sabe-se que o coordenador pedagógico deve está consciente da tarefa da
formação de um ser humano crítico e cuja prática seja transformadora. É
fundamental pensar a formação como superação da fragmentação entre teoria e
prática docente. O planejamento e os movimentos de formação dos professores
para uma melhor prática precisam ser equacionados pelo coordenador mediante a
uma comunicação entre os educadores da unidade escolar. E com isso sejam
capazes de construir e ampliar o nosso trabalho, organizar nossas rotinas e
interromper quando necessário. De acordo com Vasconcellos (1995, p. 59)
planejamento é refletir os desafios da realidade da escola e da sala de aula,
33
perceber as necessidades, resignificar o trabalho, buscar formas de enfrentamento e
comprometer-se com a transformação da prática.
Dessa maneira, é preciso compreender que a prática não se desenrola
simplesmente pela transferência da teoria, uma vez que é preciso considerar o
contexto, a época, o espaço, as circunstâncias em que se produziu determinada
teoria e em que se desenvolveu determinada prática. Os desafios e as dificuldades
em planejar de forma articulada e os conhecimentos curriculares de vincular a
realidade do educando as situações de ensino, de organizar a metodologia das
aulas, de tornar as aulas prazerosas também se tornarem tônica no que diz respeito
aos conhecimentos do processo didático pedagógico por parte dos professores.
Neste sentido, os maiores desafios, da prática pedagógica, é realizar um
trabalho que tenha significado relevante tanto para professor quanto para os alunos.
É importante ressaltar que a equipe escolar no seu campo de atuação ajuda os
docentes a repensarem suas propostas, reverem as rotinas e reverem o formalismo
dos conteúdos.
De certa forma se faz necessário que reflita sobre sua proposta de trabalho
se realmente está de acordo à realidade de seus alunos ou não. Assim, a maneira
de se fazer o plano pode ser fruto de uma aprendizagem coletiva, através de troca
de experiências e de reflexão críticas sobre diferentes práticas. Lembrando que a
falta de organização, planejamento, falta de conteúdo interfere na formação do
coordenador pedagógico e na formação continuada dos professores, agente
responsável pela melhoria da qualidade da educação.
De acordo com Libâneo (1994, p. 222) que diz,
A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo, é. Antes, a atividade consciente da previsão das ações político pedagógico e tendo como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica política e cultural) que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que integram o processo de ensino.
Entende-se que o planejamento é um fator muito importante, quando se tem
uma intencionalidade e reconhecimento da realidade, onde está inserida. Precisa-se
saber que planejar é um tomada de decisão consciente de uma metodologia eficaz
34
que corresponde aos anseios e envolvimento do público em questão. É preciso que
compreenda onde é que o grupo está quais as suas necessidades, ou seja, na
busca de mudança do processo de planejamento. Sendo assim, cabe a escola na
elaboração de seus planos atenderem as características locais e as necessidades
da comunidade e, sobretudo as necessidades do aluno.
Vasconcellos (2000, p. 159) atenta-nos para um ponto muito importante,
Precisamos distinguir a flexibilidade de frouxidão: é certo que o projeto não pode se tornar uma camisa de força, obrigando o professor a realiza-lo mesmo que as circunstâncias tenham mudado radicalmente, mas isto também não pode significar que por qualquer coisa o professor estará desprezando o que foi planejado.
Muitas vezes, somos flexíveis, ou seja, mudamos nosso planejamento de acordo
a situação do momento. Sabe – se que o professor coordenador pedagógico é
bastante desafiador, especialmente na tarefa de contribuir com a formação contínua
dos professores. E com isto o professor precisa está preparado para os momentos
que seu planejamento necessita ser modificado. Por esta razão, se faz necessário
que o professor compreenda que muitas vezes o que planejamos requer mudanças.
Buscar novas formas de conduzir e a necessidade da formação contínua do
professor é uma realidade que o coordenador pedagógico tem de enfrentar. Porque
é dele a função de formar esses profissionais dento da instituição que atua. Sabe-se,
no entanto, que a formação contínua é condição para uma educação consciente das
necessidades que enfrenta a escola.
De acordo com Placco (1994, p. 107) que diz,
Desencadear um trabalho de acompanhamento da ação docente, que privilegie a reflexão crítica da prática do professor, movimenta-o para a mudança, enquanto pesquisador de sua própria prática, a partir dos interesses e interrogações nela e por ela suscitados.
Nesta perspectiva, vivemos em período de mudanças constantes e nada tem
sido confortador para o educador principalmente para o coordenador que faz dela
35
seu foco de ação. O coordenador como agente transformador e de mudanças
quando se tem parceria o coordenador e professor se desenvolvem novas
competências e consequentes mudanças de atitudes.
Acredita-se que se faz necessário explicitá-la como uma das ações capazes de
promover mudanças nas práticas do professor. Compartilhar experiências no
pensar, no agir possibilita ao coordenador rever seu papel. Mudar é um trabalho
conjunto dos educadores que supõe diálogo, troca de diferentes experiências e
respeito à diversidade de acordo o ponto de vista de cada um. O coordenador ao
acompanhar este processo irá desencadear uma reflexão na ação no qual, o
professor vivencia um novo jeito de ensinar e fazer a sua atividade profissional. Ao
planejar a formação continuada possibilitará orientá-lo no sentido de mudança.
Segundo Freire (1996,p.31)
Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o em que se ensina e se aprende o conhecimento ainda não existente, do-discência – docência-discência – e a pesquisa, indicotomizáveis, são assim práticas requeridas por estes momentos do ciclo gnosiológico.
Sabe-se que cada pessoa tem seu jeito de ser, Freire sintetiza que quem
ensina aprende ao ensinar e que aprende ensina ao aprender. Neste sentido, cada
educador é provocado a construí os saberes da docência a partir de novas relações
que estabelece com os colegas. Novas situações educativas nos desafiam e, por
isso nos oportunizam novas aprendizagens, ou seja, elaboramos novos saberes que
dão sentido e constituem nosso ser educador.
É necessário que cada educador possa sentir-se estimulado e desafiado ao
longo de sua atuação profissional a reelaborar sua prática, seus saberes que
constituem sua postura pedagógica enquanto modo de olhar e viver coerentemente
sua experiência docente.
Compreende-se que o problema da prática pedagógica precisa-se analisar com
cuidado de que forma se processa a aprendizagem e como pode realizar-se por
meio de uma ação dialógica. É preciso esclarecer como deve ser entendida a
relação entre o professor que ensina e o aluno que aprende. Desta maneira, é
36
importante que o professor se coloque no lugar do aluno permitindo que ele se
manifeste suas opiniões, exponha suas compreensões e questione sobre os saberes
que estão sendo analisados. De outra forma, o aluno precisa se colocar no lugar do
professor, procurando compreendê-lo, reconhecê-lo como o outro que o desafia a
fazer novas experiências de vida e desenvolver novas compreensões.
O coordenador pedagógico agente de formação continuada é um elemento
articulador do processo ensino-aprendizagem na escola e que se efetiva sua ação
com os professores. É uma relação de troca de informações e conhecimentos. Vale
ressaltar que o trabalho de atuação individual ou em grupo da coordenação é um
momento muito importante na formação e no acompanhamento da proposta
pedagógica. É importante salientar que a formação do professor se dá muito mais
num processo contínuo.
Para desenvolver o seu trabalho de coordenação pedagógica, o coordenador
precisa- se desvendar de alguns pontos presentes na relação de toda a equipe
escolar, conhecer e fazer conhecer suas atribuições evitando conflitos, assim como
a mediação das relações e da concretização do seu plano de trabalho, cabe ao
coordenador instrumentalizar o grupo para manejar os conflitos que se apresentar
na instituição, favorecendo, assim, o processo de amadurecimento e a construção
da autonomia. Seu projeto de trabalho deve também ancorar-se de acordo as
demandas da instituição que está inserido.
Assim, acredita-se que o coordenador pedagógico na sua dinâmica de trabalho
deve-se pausar pelo planejamento das atividades pedagógicas a serem executadas
na escola, orientando e acompanhando as atividades que é de responsabilidade do
professor. A coordenação corresponde ao esforço de caminhar junto, de superar as
ações desprovida de intencionalidade.
Quando se refere à coordenação do trabalho pedagógico não está reduzindo as
atividades aos coordenadores pedagógicos, mas no seu sentido autêntico que tem a
ver com todos os sujeitos e com todas as instâncias formativas no interior da escola.
Dessa forma, entende-se, pois que não é possível fazer mudança a não ser a partir
do reconhecimento que possibilitará identificar o desejo de mudança. Para dar conta
deste desafio, a coordenação pedagógica deverá ser capacitada, deve ser mais
educador, não adianta querer resolver conflitos na base do poder autoritário,
educação acima de tudo é envolvimento e compromisso. Desta maneira, o
37
coordenador deve procura renovar a sua prática educativa, deve buscar estratégias
adequadas de interação com os docentes, procurar se informar sobre experiências
que estão acontecendo na nova direção, identificar no grupo quem está querendo
mudar e buscar apoio entre os professores.
É evidente que devemos procurar nos preparar da melhor maneira possível
para introduzir alguma mudança. O processo de mudança da realidade exige a
prática, o que muda a realidade é a ação. Cabe destacar que a prática é um
processo inesgotável, pois, mesmo que a ação prática seja realizada a orientação de
uma visão teórica, jamais conseguirá abarcar a amplitude da realidade que se
constitui na ação prática dos seres humanos.
Portanto, as melhores e mais abrangentes teorias são sempre superadas pelas
contradições que a vida prática do ser humano produz. Acredita-se que as sementes
são lançadas, mas que somadas a outras, poderão ser assimiladas e se constituem
práticas diferenciadas.
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3.5 CRONOGRAMA
DATA AÇÕES RECURSOS HUMANOS
RECURSOS DIDÁTICO E
PERMANENTE
18/05/15 Visita na escola para coleta de dados
Diretor e vice-diretora, secretária e coordenadoras.
Papel e caneta etc.
20/05/15 Observação dos trabalhos desempenhados por professores e coordenadores
Professores e coordenadoras
Lápis, caderno etc.
21/05/15 Questionário - diálogo Professores e coordenadoras
Material xerocado, caderno, caneta, notebook etc.
22/05/15 Elaboração do projeto Cursista Livros, papel, lápis, caneta, notebook, impressora etc.
27/05/15 Execução do projeto Direto e vice-diretora, coordenadoras e professores.
Papel, material xerocado, pastas, lápis, caneta, borracha, caixa de som, projetor de imagem, note book etc.
39
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos aqui finalizados é resultado de uma inquietação particular por
entender a evolução do conhecimento do professor ao planejar suas aulas para
desenvoltura da aprendizagem do aluno a partir da reflexão sobre a formação
continuada e atuação do coordenador pedagógico na escola. Foi com essa vontade
de conhecer o apreço pela atuação do coordenador pedagógico e a formação
continuada, que aos poucos conseguiu - se construir um apanhado teórico que
contemplou essas expectativas e anseios. Percebe-se que ainda existem em nossas
escolas profissionais que precisa inovar na sua prática pedagógica.
O estudo realizado possibilitou a percepção de como a inserção de algumas
práticas metodológicas diferenciadas refletem positivamente no desenvolvimento da
formação continuada e atuação do coordenador pedagógico. As analises das
atividades em toda a sua dinâmica de realização forneceram elementos
consubstanciais sobre formação continuada e atuação do coordenador pedagógico
No primeiro momento: apresentação do projeto de intervenção, a mediadora
sugeriu aos professores que construíssem um plano de aula para apresentação em
plenária. Observa-se que a interação e o desenvolvimento sobre o assunto foi de
grande interesse. Reuniram-se e discutiram sobre o assunto. Percebe-se que
durante esse processo de formação continuada requer esforço e dedicação dos
professores, principalmente a mediação da coordenadora da rede municipal que
durante este percurso, foi possível constatar que cada proposta desenvolvida, o
professor desempenhava o seu papel cada vez melhor.
É possível afirmar que as práticas que se realizaram entre os colegas foram
muito proveitosas. Segundo Freire (1996,p.16) nos impele a repensar
constantemente a prática docente a partir dos desafios da realidade dos educandos
e das mudanças necessárias para humanizar nossa existência no mundo. Assim,
nos possibilitam constatar as mudanças que ocorrem no processo de
formação/reflexão do professor, na expansão dessa formação e no papel que,
enquanto formadores de professores, exercemos. E com isto é que na experiência e
reflexão sobre a prática, que ele conseguirá provocar mudanças na sua prática
docente.
40
No segundo momento a mediadora explanou sobre os conceitos de
planejamento embasados em teóricos que os fundamentam esta questão. Depois da
explanação e participação de todos nas discussões sobre o tema em estudo, houve
a apresentação dos grupos em plenária com a atividade proposta do primeiro
momento. Dessa forma os professores demonstraram ser capazes de desencadear
os desafios e dificuldades que tinham em elaborar um simples plano de aula.
Valorizou-se significativamente a importância de se planejar. Neste sentido, o
referencial teórico neste trabalho confirmou e sustentou de forma excepcional a
convicção prevista. Foi possível analisar como é que os professores conseguem
apropriar do planejamento através dos estudos. O trabalho descrito e analisado
provou quão importante é um coordenador para subsidiar e orientar os professores
principalmente com a formação continuada.
Ter conseguido delinear esse trabalho de conclusão de curso da forma como se
fez do começo ao fim, foi uma vitória e uma satisfação enorme. Escrever sobre algo
tão interessante e que faz os olhos brilharem diariamente é algo muito prazeroso.
Assim, tem-se absoluta certeza de que, com esse trabalho, foi construído mais uma
contribuição para que outros profissionais em educação possam vislumbrar novas
possibilidades em campos até então não pisados. Vale a pena tentar! E quem
conseguir caminhar nessa direção certamente terá plantado muitas sementes nos
corações e nas mentes de muitos professores e coordenadores.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. A dimensão relacional no processo de formação docente. In: BRUNO, Eliane Bambini Gorgueira; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. (orgs.) O Coordenador Pedagógico e a Formação Docente. 7ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006. _______. O relacionamento interpessoal na coordenação pedagógica. In: ALMEIDA, Laurinda Ramalho de, PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. (orgs) O Coordenador Pedagógico e o Espaço de Mudança. 5ª Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006. CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. Educação Continuada: função essencial do coordenador pedagógico. In: GUIMARÃES, Ana Archangelo; MATE, Cecília Hanna. (orgs.) O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada. 9ª Ed. São Paulo: Edições Loyila, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 35ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura). LIBÂNEO, José Carlos, Didática. São Paulo. Editora Cortez. 1994. PLACCO, Vera M.N. de Souza(1994). Formação e prática do educador e do orientador: confrontos e questionamentos. Campinas, Papirus. THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-ação nas organizações. São Paulo: Cortez, 1985. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Sobre o Papel da Supervisão Educacional Coordenação Pedagógica. In: VASCONCELOS (org.) Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2009
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APÊNDICES
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APÊNDICE A - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM OS COORDENADORES
Escola: ____________________________________________________________ Coordenador (a):____________________________________________________ Data: _____/______/_____ Turno: _____________________________________
1- Quais as modalidades que funciona na Escola?
2- Há quanto tempo coordena esta escola?
3- Você gosta do trabalho que desempenha na escola?
4- Quais as dificuldades que você enfrenta na escola?
5- Como você atende seus professores no momento de AC?
6- Você participa de alguma formação específica para a sua atuação como
coordenador?
7- Que instrumentos você utiliza para atender seus professores?
8- Os professores corresponde as suas expectativas?
9- Você estimula-os a participarem ativamente dos ACs?
10- Você realiza função na escola que não é específica da sua?
11- Na escola você encontra todos os materiais e recursos tecnológicos para
atender à necessidade dos seus professores?
12- A direção interfere no trabalho que você realiza na escola?
13- Você costuma auto avaliar o trabalho que realiza com os professores?
14- Quais as principais atividades que é atribuída para a sua função que você realiza
dentro da escola? E qual é a de maior importância e necessária para você?
15-De que forma você contribui no planejamento das reuniões pedagógicas?
16-Como você realiza a formação continuada na escola que você trabalha?
17-Outras observações:
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APÊNDICE B - FREQUÊNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA
NOME E.MAIL ASSINATURA
MANHÃ TARDE
Ademilson Calvante de Souza
Adeni Ramos dos Santos
Alnete Álvares Neves
Edicléia Moreira de Souza
Eli Maria da Costa
Gisélia Xavier da Silva
Ivete Nascimento de Oliveira Nepomuceno
Maria Divina Rocha de Oliveira
Mario Lucio Barros da Silva
Ozielton Moreira dos Santos
Renê M. dos Santos
Ronivon M. dos Santos
Saádila dos Santos Oliveira
Severino Nascimento de Oliveira
Virna dos Santos Oliveira
Zelma Antônia Neves de Souza
Zilda Alves dos Santos Carvalho
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APÊNDICE C - PROGRAMAÇÃO PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA
TEMA: O Coordenador Pedagógico E A Importância De Um Planejamento Escolar
Escola José Álvares Brandão
HORA ATIVIDADE
8:00h Boas vindas Momento de Oração Mensagem: Estimulante Pedagógico Reflexão da mensagem
8:40h Dinâmica de Acolhimento: Fósforo
9:20h Apresentação do Projeto
10:00h Mensagem do vestido azul
10:10h Reflexão da mensagem
10:40h Intervalo
11:00h Retorno do intervalo
11:10h Divisão das equipes
11:30h Estudo dos textos
12:00h Intervalo para o almoço
13:00h Retorno
13:10h Atividade – construção de plano de aula
14:30h Explanação dos conceitos de planejamento
15:00h Socialização da atividade prática
16:20h Preenchimento das fichas de avaliação
16:50h Mensagem final
17:00h Encerramento
Organização – Cursista – Noêmia Angélica de O. F. Queiroz – Coordenadora da
SEMECE – Santa Maria da Vitória - BA 2015
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FIGURA 01 – EQUIPE DA ESCOLA JOSÉ ÁLVARES BRANDÃO
Fonte: própria autora QUEIROZ.Noêmia Angélica de O.França - 2015
Noêmia
SEMECE
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FIGURA 2 – A HORA DA DINÂMICA
Fonte: própria autora QUEIROZ, Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 3 - TRABALHO EM EQUIPE
Fonte: própria autora QUEIROZ, Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 4 – CONTINUAÇÃO TRABALHO EM EQUIPE
Fonte: própria autora QUEIROZ, Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 5 – TRABALHO EM EQUIPE
Fonte: própria autora QUEIROZ, Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 6 - APRESENTAÇÃO TRABALHOS DESENVOLVIDOS NA FORMAÇÃO
Fonte: própria autora QUEIROZ, Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 7- APRESENTAÇÃO EM PLENÁRIA
Fonte: própria autora QUEIROZ,Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 8 - PARTICIPAÇÃO NAS DISCUSSÕES
Fonte: própria autora QUEIROZ, Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 9 - MOMENTOS FINAIS DA FORMAÇÃO
Fonte: própria autora QUEIROZ Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 10 – ESCOLA JOSÉ ÁLVARES BRANDÃO
Fonte: própria autora QUEIROZ,Noêmia Angélica de O.França - 2015
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FIGURA 11 – SALA DE AULA DA ESCOLA JOSÉ ÁLVARES BRANDÃO
Fonte: própria autora QUEIROZ,Noêmia Angélica de O.França - 2015